O aluno "Docente" Possibilidades e desafios do estágio

No ensino acadêmico, os estágios foram principalmente responsáveis pela introdução

de experiências em sala de aula e escolares para o futuro professor. Lüdke (2013, p. 123), em
seu exame da realidade dos estágios e sua discussão sobre o papel dos estágios na formação
de professores, assinala que "a formação oferecida pelos cursos de graduação não corresponde
ao que é necessário para fazer o trabalho de um professor". Por exemplo, ele argumenta que a
prática está no centro dos problemas que as instituições educacionais enfrentam ao articular a
teoria e a prática em seus currículos. Em linha com esta ideia, Gatti (2013-2014) argumenta
que a pesquisa sobre a formação de professores mostra uma "deficiência formativa" nos
cursos de graduação focados no desenvolvimento de professores. Ele também acrescenta que
as condições do estágio são muito importantes.
O estágio é central para a discussão neste artigo. Entendemos que em cada contexto
educacional em que é vivenciado, ele pode assumir características diferentes. Portanto,
queremos nos concentrar em como os estágios são construídos nos contextos de formação de
professores.
As experiências durante o estágio foram importantes para a escolha do tema de
pesquisa, porque durante este tempo eu me perguntei: como posso ajudar ou o que posso fazer
para enfrentar a falta de disciplina dos alunos na sala de aula, que relações afetivas eles
tiveram conosco durante o estágio e com os professores observados, como avaliar e como
levar em conta a diversidade que ocorre na sala de aula, como (re)planejar constantemente. E
a pergunta que nunca termina: qual é o propósito de um professor dentro e fora da sala de
aula, o que significa ser professor diante de uma variedade de problemas que vão além do
currículo escolar?
Os estágios, portanto, são um tempo para os estudantes observarem, voyeuristicamente
observarem e até mesmo aprenderem com profissionais na prática do ensino. É um momento
em que os estudantes, futuros profissionais do ensino, são confrontados com algumas das
realidades de sua área de educação profissional. O objetivo da prática, portanto, é "[...]
adquirir competências adequadas à atividade profissional e ao contexto do currículo, visando
desenvolver o estudante para a vida cívica e o trabalho". (BRASIL, 2008). Assim, os estágios
permitem aos formandos colocar em prática conceitos, teoria, discussão e aprendizagem em
sala de aula quando se trata de cursos de formação de professores.
Estes são momentos únicos para a formação de estudantes que querem se tornar
profissionais, mas dependem da ação conjunta dos professores da instituição educacional e
dos professores iniciais (BRASIL, 2001). Ao falar sobre a sala de aula, sobre estar na sala de
aula, e até mesmo sobre o trabalho do professor na sala de aula, é importante considerar todo
o processo de ensino e aprendizagem que ocorre ao sair da escola. A chave é estar aberto para
aprender com a experiência da prática, seja na vida acadêmica ou na vida pessoal e
profissional. Isto significa ver a sala de aula como um espaço que permite ao aluno ganhar
conhecimento e ao professor aprender a ensinar. Segundo Garrido (2001, p. 126), a escola é
um espaço de aprendizagem tanto para o aluno quanto para o professor, desde que "[...] as
práticas que ocorrem nela sejam tratadas como objetos de análise, a fim de propor alternativas
para qualificar o ensino e melhorar o aprendizado".

REFERENCIAS

GARRIDO, Elsa. Sala de Aula: Espaço de Construção de Conhecimento para o Aluno e de

Pesquisa e Desenvolvimento Profissional para o Professor. In: CASTRO, Amelia Domingues
de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. (Org.). Ensinar a ensinar: didática para a escola
fundamental e média. São Paulo, SP: Pioneira, p.125-141, 2001.

GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educ. Soc.,

31(113), 1.355-1.379. 2010

LUDKE, H. A. M. O lugar do estágio na formação de professores. Educação em Perspectiva,

4(1), 111- 133. 2013