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CONTRIBUIÇÕES DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NA/PARA

FORMAÇÃO DE PEDAGOGOS (AS)

Maria Isabel Silva Bezerra Linhares (UVA-CE-BRASIL)


Tamiris dos Santos Justo (UVA-CE-BRASIL)
Renara Alves Ferreira Gomes (UVA-CE-BRASIL)

RESUMO

Este artigo tem como objetivo trazer experiências e reflexões sobre as contribuições dos
estágios supervisionados em nossa formação profissional de pedagogas (os) e também como
ele é fundamental na nossa formação docente e de identidade, trazendo a união da teoria e
prática em sua essência, Propõe-se mostrar além de nossas experiências uma revisão
integrativa, com a visão de diferentes autores, visando a maior coleta de dados para nossas
análises reflexivas sobre como a prática do estágio é um fator essencial na formação e no
ensino-aprendizagem na formação de professores. Refletindo sobre os diferentes estágios,
seus desafios e os campos de atuação que o pedagogo passa, pois cada um deles constitui a
identidade docente.

Palavras-chave: Estágio supervisionado. Formação docente. Identidade. Teoria-prática.

INTRODUÇÃO
O presente artigo foi produzido por meio de observações, consultas bibliográficas,
leituras e análises das vivências pessoais. Este trabalho está organizado na divisão entre as
nossas experiências e as visões e concepções de diferentes autores, acerca das contribuições
que o estágio supervisionado exerce para a formação e construção dos processos identitários
dos pedagogos. Os estágios supervisionados vão muito além de um simples cumprimento de
exigências de uma disciplina acadêmica, eles são uma oportunidade de crescimento pessoal e
profissional, por isso são um objeto de pesquisa indispensável para entendermos as suas
contribuições. Os objetivos do estágio, procuram desenvolver no docente um olhar
pesquisador, reflexivo, que vivenciando cada momento na escola, perceba que é a profissão
certa, se identificando cada vez mais com a pedagogia e seus campos de atuação, colaborar
com a escola, ou o espaço não escolar, estando ali para realizar as aproximações, observações,
regência, a proposta de intervenção e posteriormente aplicá-la, pois o estágio é um momento
de aplicar a teoria, aliado a prática.
O estágio é um momento de formação profissional, nele temos um contato com a
prática e a realidade que já tivemos na teoria, que nos ajuda profissionalmente, fortalecendo a
relação entre teoria e prática, baseada no princípio metodológico de que o desenvolvimento
de competências profissionais implica em utilizar conceitos adquiridos, na vida acadêmica e
profissional. Portanto o presente artigo tem como finalidade adentrar na importância e
contribuições que os estágios supervisionados têm para os acadêmicos, em razão de sua
necessidades de experiência e contato com os campos de atuação do pedagogo sejam eles
escolares, formais e não formais, pois a pedagogia não se diz respeito somente às práticas
escolares, visto que poderá está presente em diversos lugares, seja na escola, na família, no
trabalho e na empresa.
Realizar o estágio de fato é pesquisa, é reflexão, pois como afirma FREIRE (1996,
p.16) “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino” e os estágios supervisionados
exigem a força de vontade de um professor pesquisador, pois é por meio da pesquisa e
investigações nos campos de atuação que podemos aplicar projetos que visam a melhoria e
transformação da realidade encontrada. Pretendemos também reforçar a importância de
pedagogos pesquisadores, pois docentes pesquisadores, perguntam, observam, analisam, sobre
sua própria prática e suas intervenções pedagógicas, fazendo assim um melhor ensino e
percepção de mundo.

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: PRÁTICAS E EXPERIÊNCIAS

Nesta seção discorreremos sobre a importância dos Estágios Supervisionados para a


formação dos(as) pedagogos(as) e para a construção da nossa identidade docente, bem como
reuniremos nossas narrativas enquanto acadêmicas que passaram por essa experiência.
Através dos relatos pretende-se demonstrar como se deu a experiência do estágio
supervisionado a partir da perspectiva dos discentes do curso de Pedagogia da Universidade
Estadual Vale do Acaraú (UVA) e em como essas contribuições impactaram em suas jornadas
na qualidade de futuros profissionais educadores, quais os aprendizados e vivências
proporcionados por esta prática, desafios encontrados, expectativas dentre outras questões
pertinentes a este processo. Debruçamos-nos também sob as inúmeras possibilidades de
campos de atuação desses profissionais, seja em espaços escolares ou não escolares.
O estágio possibilita o conhecimento da realidade, podendo o
estagiário experimentar a realidade observada, aprendendo sobre o que
está sendo visto e o modo como as ações são realizadas. Esse
conhecimento torna-se imprescindível para que o futuro profissional
tenha condições de pensar sobre a prática e atuar de modo mais
reflexivo futuramente.(SILVA; PAIVA; MAGALHÃES, P.3, 2013)

O Estágio Supervisionado na Universidade Estadual Vale do Acaraú ocorre por meio


de um conjunto de atividades que tem por objetivo promover uma aprendizagem através das
vivências e do contato com as instituições, contando sempre com a orientação do supervisor e
utilizando o aporte teórico para guiar nossas ações e reflexões, tudo isso unido a observação
de um profissional experiente dentro ou fora da escola é a garantia de uma formação completa
e qualificada. Porém, o estagiário é parte fundamental nesse processo e sua ação, postura e
compromisso irá definir o rumo dessa experiência, quanto mais dedicação tiver melhor se
realizará essa atividade. Sendo assim, o estágio não deve ser feito somente com o intuito de
cumprir o componente curricular, mas sim deve ser visto como uma oportunidade de articular
os conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina com uma prática pedagógica intencional e
reflexiva.
Segundo Pimenta, a teoria não se dissocia da prática e o que torna essa prática
reflexiva é a combinação dessas duas com a pesquisa. O Pedagogo é o profissional que estuda
as questões educativas, como se dá a aprendizagem, como planejar e elaborar as atividades
pedagógicas e para cumprir com esse papel se faz necessário alinhar o conhecimento teórico,
a experiência que vem da prática e o olhar de pesquisador ou olhar investigativo, esses três
conceitos reunidos são denominados Práxis.
Para desenvolver essa perspectiva, é necessário explicitar-se os
conceitos de prática e de teoria e como compreendemos a superação
da fragmentação entre elas a partir do conceito de práxis, o que aponta
para o desenvolvimento do estágio como uma atitude investigativa,
que envolve a reflexão e a intervenção na vida da escola, dos
professores, dos alunos e da sociedade. O estágio como pesquisa já se
encontra presente em práticas de grupos isolados. No entanto,
entendemos que precisa ser assumido como horizonte ou utopia a ser
conquistada no projeto dos cursos de formação, (PIMENTA e LIMA,
P. 3, 2005/2006)

O Estágio Supervisionado é o primeiro contato com a prática e é um dos pilares da


formação, é através dele que nos descobrimos enquanto profissionais Pedagogos, é a partir
dele que começamos a construir nossa identidade docente, descobrimos em que área
queremos atuar, a que menos nos identificamos, e existem coisas que só serão possíveis de
comprovar na prática, experimentando, vivenciando aquele momento que é tão marcante para
a nossa formação. Muitos acadêmicos vão ter o seu primeiro contato com a sala de aula por
meio do estágio, alguns podem começar a atuar na área antes mesmo. Porém no Estágio
Supervisionado é onde iremos começar a praticar todos aqueles conhecimentos que viemos
acumulando ao longo das disciplinas do currículo e começaremos a trilhar os primeiros
caminhos como profissionais da Educação.
Esse primeiro contato é muito impactante, pois trata-se de algo totalmente novo, visto
que na maioria das vezes nos cursos de Pedagogia há um excesso de teoria enquanto as
disciplinas práticas são deixadas em segundo plano, porém como citado anteriormente as duas
devem coexistir em nossa formação e uma é tão importante quanto a outra. ao irmos para os
campos de estágio com uma bagagem teórica é possível analisar inúmeras questões como a
realidade das escolas, dos estudantes, dos professores, a gestão, e pensar em uma intervenção
pedagógica favorável para aquela situação, caso o Estágio seja no espaço escolar.
Porém sabemos que a Educação está em todos os lugares e que não há só um tipo de
Educação, portanto o Pedagogo que é o profissional responsável por cuidar da Educação tem
uma vasta possibilidade de campos de atuação, nesse sentido surge a demanda de um estágio
em espaços não formais, visto que os estágios servem de preparo para os futuros profissionais
e potencializa sua atuação na sociedade, o Estágio em espaços não escolares trata da atuação
nos movimentos sociais e nos diversos espaços não formais, a Pedagogia Social é mais uma
das “ramificações” da profissão que não necessariamente está presente dentro das escolas e
este tipo de trabalho também exige conhecimento teórico e prático naquela área.
De um lado, os próprios professores que trabalham como educadores
(como sujeitos de suas diversas categorias de especialistas), nas
escolas, colégios e universidades, aprendem a se organizar também
como categorias políticas e profissionais de trabalhadores da
educação. As associações de tipos de especialistas do ensino e, mais
ainda, as associações de categorias de docentes são o resultado do
desenvolvimento da consciência política do educador. (BRANDÃO,
P. 50, 1983)

Dessa forma afirmamos a Existência de “educações” que podem ocorrer em espaços


escolares, ou não escolares, podendo ocorrer em espaços informais, não institucionalizados,
no mundo, pela a vida, em ambientes que permitem a socialização e troca de saberes, que
envolvem valores e a cultura própria de cada lugar, ou a partir da troca de experiências entre
os indivíduos, sendo promovida em espaços coletivos com intencionalidade de educação,
gerando aprendizados em diferentes espaços educativos.
Um instrumento de fundamental importância para o estagiário são os diários de
formação, ou também chamados diários de campo, eles assumem o papel de registros de
todos os acontecimentos vivenciados nas observações, práticas e em todos os momentos do
estágio, desde a primeira aula de informações até a entrega e apresentação do relatório final.
O diário foi pensando dentro de um processo de investigação, de aprofundamento teórico, e
sobretudo, de momentos coletivos de diálogos e reflexões, desse modo, com base em Catani
(2000), por meio desta escrita a compreensão e o processo de ensino e aprendizagem é bem
mais significativo, influenciando positivamente em momentos reflexivos acerca da teoria,
prática e principalmente de si. A escrita do diário de formação acaba sendo de forma indireta
uma escrita autobiográfica, pois é exposto nossas ideias e vivências de maneira a influenciar
na autocrítica de ações exercidas. Ele tem uma escrita de cunho reflexivo, que permite, nos
fazer pensar e repensar, amadurecendo nossas ideias e nos tornando cada vez mais
observadores e percebendo a importância de uma boa escrita.
Os diários de formação subsidiam a escrita do relatório final, nele além de colocar
nossas dificuldades e facilidades encontradas, escrevemos também informações e concepções
encontradas nas leituras de artigos que servem de fundamentação para a escrita do projeto e
relatório, portanto é uma escrita reflexiva, fundamentada, de forma leve e livre, como afirma
Zabalza (2004 p.10) “O diário de campo permite travar um diálogo consigo mesmo o que
permite a racionalização dos itinerários vividos. É um instrumento de reflexão que possibilita
acessar com lucidez e ao mesmo tempo descarregar as tensões internas acumuladas.” Com o
diário iremos nos debruçar sobre nossos aprendizados, reconhecer nosso caminho, que não é
feito apenas de flores, mas também de muitas pedras, que cabe a nós retirarmos e saber
sobressair desses obstáculos que estão presentes em nossas vidas.
Sabemos que dentre tantos desafios, até mesmo antes de começar o estágio, ele é uma
prática em que formamos nossa identidade, onde escutamos as pessoas com mais experiências
na área, escolhemos onde pretendemos atuar, com a experiência em sala de aula, seja na
educação infantil, séries iniciais, ou compondo a gestão de uma escola e dos espaços não
escolares, cada um desses campos tem suas singularidades e formam novos conhecimentos,
seja no planejamento, na concepção de aprendizagens de crianças da educação infantil, ou
séries iniciais, ou da educação popular e seus movimentos sociais, cada um com seu eixo
norteador, mas que todas com a principal função de formar e contribuir com conhecimentos
inovadores e experiências, assim transformando os ambientes através da educação, utilizando
a educação como prática transformadora de realidades, sendo gerador de conhecimentos em
diferentes espaços educativos.

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO


DE FORMAÇÃO A PARTIR DE NOVOS OLHARES:

Nesta segunda seção iremos nos aprofundar em concepções e experiências de autores,


tendo como método a revisão integrativa, para isso cabe explicitar o que é a revisão
integrativa, é um método que consiste em um apanhado de concepções de diferentes autores,
que proporciona a síntese dos conhecimentos, é denominada assim pois fornece informações
mais amplas dos assuntos, formando uma estrutura de conhecimentos.
A historiadora Kulcsar, considera os “estágios supervisionados uma parte importante
da relação trabalho-escola, teoria-prática, e eles podem representar, em certa medida, o elo de
articulação orgânica com a própria realidade” (KULCSAR, 1991, p. 63). Esse elo de
articulação que une as informações, o conhecimento e as ações, que contribuem muito no
aprendizado dos acadêmicos e em sua formação, pois através de uma observação orientada
consegue-se obter várias informações do trabalho escolar.
Pimenta e Lima (2004, p. 61), entendem sobre o estágio supervisionado “como campo
de conhecimento e eixo curricular central nos cursos de formação de professores possibilita
que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção dos saberes e das posturas
específicas ao exercício profissional docente.” Influenciando diretamente na formação, que
por sua vez dar-se-á pela observação e tentativa de reprodução dessa prática modelar como
um aprendiz que aprende o saber acumulado.
De acordo com a legislação os estágios supervisionados aparecem legalmente na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) e na Resolução CNE/CP n. 01,
de 2002, observa-se o estágio como fruto de um processo articulado entre os demais
componentes curriculares do curso, considerando suas dimensões teórico-práticas. As demais
resoluções reforçam a importância da forte relação que os estágios têm para a formação
docente.
Almeida e Pimenta (2016, p. 29) quando afirmam o estágio como campo de
conhecimento, “envolve estudos, análise, problematização, reflexão e proposição de soluções
para o ensinar e o aprender, e que compreende a reflexão sobre as práticas pedagógicas, o
trabalho docente e as práticas institucionais, situados em contextos sociais, históricos e
culturais”.
A construção da identitária do pedagogo é construída por muitos fatores no decorrer
da graduação, começa a partir da escolha e pensamentos sobre o curso e vai se concretizando
com os conteúdos, disciplinas e suas identificações, o estágio supervisionado como
componente obrigatório influencia boa parte nessa construção, abrindo as oportunidades de
atuação e sua flexibilização de diversos campos de atuação, como afirma Sarmento (2009), a
construção identitária docente ocorre na interação entre múltiplas experiências formativas,
concretizadas em diferentes contextos, em períodos demarcados no tempo, em que a relação
educativa com as crianças, os pares profissionais e a comunidade se constituem como
alavancas principais.
Diniz Pereira (2007) afirma que na realidade brasileira os estágios supervisionados e
as práticas de ensino ocupam espaços pouco prestigiados nos currículos: em geral, aparecem
bastante tardiamente nesse percurso, alimentando a ideia de que chegou a hora de aplicar os
conhecimentos aprendidos (ou supostamente aprendidos) por meio das disciplinas de
conteúdo específico e/ou pedagógicos. Os estágios precisam ser bem mais valorizados por
toda a importância que exerce no processo de formação e construção identitária.
Borssoi (2008, p.5) "Pensar na formação docente é pensar na reflexão da prática e
numa formação continuada, onde se realizam saberes diversificados, seja saberes teóricos ou
práticos, que se transformam e confrontam-se com as experiências dos profissionais.”
Os estágios levam os alunos a perceberem o real papel de uma teoria, para isso é
preciso sermos investigadores e esclarecedores. Desta forma, assume-se uma proposição de
estágio que tenha como princípio a integração com os demais componentes curriculares do
curso de formação, em que o projeto do curso seja coletivamente pensado e estruturado para
fortalecer a formação do docente (FAZENDA, 2016).
As observações do estágio são de suma importância para o docente, pois é ali que se
encontram as primeiras vivências.
A observação é uma ferramenta fundamental no processo de descoberta e
compreensão do mundo. O ato de observar pode desencadear muitos outros
processos mentais indispensáveis à interpretação do objeto analisado,
principalmente se for feito com o compromisso de buscar uma análise
profunda dos fenômenos observados. ( ARAGÃO e SILVA, 2012, p.58)

É observando, conhecendo, analisando cada momento é que iremos perceber alguma


necessidade e elaborar uma proposta para o projeto a ser aplicado no campo em questão e são
nessas observações também que exercemos nossa pesquisa, a prática. Cada vivência foi
registrada no diário de campo, um documento fundamental, ele permite nossa reflexão, pois
escrevendo, lendo e relendo íamos conectando com o que tínhamos presenciado seja em
escolas, ou situações presenciadas nas instituições não escolares e nossas bagagens iniciais,
que são as teorias. Meihy (2005, p. 187), discorre acerca da função do diário de formação, que
deve funcionar “[...] como um diário em que o roteiro prático seja anotado – quando foram
feitos os contatos, quais os estágios para se chegar à pessoa entrevistada, como correu a
gravação, eventuais incidentes de percurso”. Ele deve ser produzido pelos responsáveis pela
pesquisa e será de grande ajuda no momento da análise dos documentos.
Portanto, defende-se a ideia de estágio que possibilite ao graduando a aproximação
com a realidade em que irá, futuramente, trabalhar. Isso implica em envolvimento e na
necessidade em assumir uma postura reflexiva, embasada por teorias, em que os sujeitos
envolvidos neste processo possam, coletivamente, analisar, problematizar e propor
intervenções pedagógicas para as demandas apresentadas por esta realidade (LIMA;
PIMENTA, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nessas concepções são considerados de extrema importância todos os 4


estágios que realizamos durante a graduação em pedagogia, todos têm suas especificidades,
desafios e principalmente as aprendizagens, adquiridas para a nossa prática profissional. O
nosso “encontro” de identificação com o curso e nossa área de atuação diante todos os
aprendizados das disciplinas acontece no decorrer da graduação, mas percebemos a grande
importância que os estágios supervisionados têm nesse processo, além de toda a formação e
amadurecimento que ele proporciona. A prática das disciplinas de estágios, nos trouxe alguns
desafios e impasses iniciais como todos os começos, que se tornam cansativos, que fomos
superando com o avançar da caminhada e ao final tudo faz parte do processo de ensino e
aprendizagem e é muito gratificante, pois podemos exercer a teoria e a prática aprendida.
Consideramos que as trocas de experiências com os pedagogos das instituições
enriqueceu ainda mais a nossa experiência, pois as conversas, trocas de informações e relatos
contribuíram de uma forma bastante interessante fazendo com que nossa vivência no estágio
se tornasse mais rica e repleta de aprendizados significativos, é ótimo ouvir conselhos,
histórias e práticas do cotidiano dos supervisores dos campos pois além dos ensinamentos das
professoras das disciplinas de estágio temos o prazer de aprender com quem já tem os
conhecimentos e o exercício da profissão.
Percebemos o quanto o estágio contribuiu na formação dos acadêmicos, pois ao
articularem ações reflexivas e colaborativas, compreendemos os desafios formativos,
percebendo as complexidades do contexto de atuação e, especialmente, analisando suas ações
pedagógicas, enquanto futuros profissionais do ensino.
Desse modo passamos a compreender a importância dos Estágios Supervisionados na
para a formação acadêmica e profissional de modo que se configura uma preparação para
aquilo que iremos enfrentar no decorrer da nossa formação, que não se encerra com a
conclusão do curso, mas deve ser contínua enquanto estivermos atuando na educação, pois um
verdadeiro Educador nunca se dá por satisfeito e deve estar sempre em busca do
conhecimento reconhecendo-se inacabado e buscando se aprimorar sempre mais, para
contribuir de forma significativa com a sociedade, assumindo um compromisso com a
aprendizagem e tornando sua prática crítica e reflexiva.
A prática do estágio contribui para esta ação reflexiva, pois oportuniza que os
estagiários pratiquem ações pensadas e pautadas nas teorias dos Educadores que passaram
pela nossa formação e que são de fundamental importância para a construção da nossa
identidade docente.
A trajetória durante a graduação implica em decisões a respeito de que tipo de
profissionais desejamos nos tornar, ao entrarmos em contato com a prática do estágio
podemos nos identificar ou não com aquela área, com a profissão desejada e com os
profissionais que observamos. tudo isso nos afeta e nos marca de formas variadas, para cada
pessoa em particular a experiência do estágio vai se constituir de forma diferente, mas todos
precisamos atravessá-la e deixar nossas contribuições, enquanto educadores, pesquisadores
estagiários.
Nesse sentido, a tessitura deste texto se torna relevante, pois retrata a realidade dos
estágios e contém as experiências pessoais e singulares de duas acadêmicas que fizeram parte
desse processo, e agora relatam e discorrem sobre ele a fim de tornar essa experiência mais
vasta e completa de sentido, frisando sempre a importância de passar por este momento ímpar
que se faz imprescindível na atuação de qualquer profissional da área da Educação.

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