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Francine Ísis de Oliveira

3° semestre - Arquitetura e Urbanismo | UFRGS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A AGRICULTURA - ALTERNATIVAS

O efeito estufa é um acontecimento natural que se dá, majoritariamente, pela presença de dióxido
de carbono e metano na atmosfera terrestre.

Quando a concentração desses gases aumentou, por consequência, se intensificou o efeito estufa,
causando o que chamamos de aquecimento global. Basicamente é o aumento da temperatura média global
em decorrência das ações humanas e naturais que causam a amplificação do efeito estufa.

Portanto, hoje em dia, existe o conceito de “mitigação das mudanças climáticas”, que nada mais é
que tentar frear as consequências causadas pelo aquecimento global.

LER SLIDE AÇÃO HUMANA (3)

Ainda sobre a ação humana: eu poderia falar de muitas coisas aqui, depois da introdução, partindo
de que as emissões mundiais de gases do efeito estufa produzidos no ano de 2019 foram: 21% oriundas da
agricultura (que inclui uso de terras e criação de pastos), 7% de construções, 30% do setor industrial, 26%
da produção de energia elétrica e 16% do setor de transportes.

Exemplificando: os cinco maiores causadores dos gases de efeito estufa foram carvão,
estradas/rodovias, plantações, criação de gado, gás natural, em ordem decrescente, e formam juntos 54%
do total de emissões no ano de 2019, eu poderia falar sobre uma transição energética, que já está sendo
incentivada e em pauta mundialmente nas Conferências das Partes (COPs) e é amplamente discutida e
difundida no nosso país; poderia também falar sobre um maior planejamento urbano voltado para o
transporte público em massa, que de certa forma está entrando em pauta quando se fala de cidades
planejadas e sustentabilidade, porém o setor de transportes já foi abordado no seminário minha da colega;
poderia falar também de uma mudança de consciência, diante do que comemos, falar de dietas restritivas
em carne e derivados animais, mas já é algo mais popular, tanto quanto polêmico, do que a parte que vou
trazer aqui.
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Finalmente, o assunto do seminário, responsável por 9% das emissões totais, as plantações.

Agora, só para mostrar a parte do Brasil nas emissões, em 2020, ele ficou na 7° posição mundial
dos maiores emissores de GEE.

E aqui tem o gráfico de setores, (o que justifica o tema do seminário). Só pra gente estar
entendendo o impacto da mudança no uso de terras e da agricultura no Brasil, responsáveis por 73% das
emissões em 2020.

Mas… Como chegamos aqui?

Desde a “revolução verde”, que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, a agricultura que hoje
chamamos de convencional, se deu de maneira completamente destrutiva na região dos trópicos, pois,
iniciada nos Estados Unidos, as soluções químicas e mecânicas não foram adaptadas para os solos
equatoriais. Em 1970 efeitos já podiam ser notados e eram motivo de preocupação. São eles: compactação
e erosão dos solos, enchentes, tempestades de poeira e secas.

LER SLIDES DA AGRICULTURA CONVENCIONAL NOS ANOS 90

Em 2012, sobre o Plano ABC, feito para o Brasil, foi escrito pelo IPAM: “it must reconcile its
dual roles as key provider of agricultural commodities and world leader in mitigating climate change by
reducing deforestation.”

E também: The demand for commodities has been growing more rapidly than supply.

E aí eles sugerem duas opções:

(a) a horizontal expansion of agriculture, leading to more deforestation;


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(b) a goal of low-carbon development in rural areas, where best practices in agriculture and
ranching would increase their productivity and would not lead to new deforestation.

Com apenas 3% de crédito distribuído destinado ao Plano ABC, o objetivo era: no-till agriculture;
recuperation of degraded areas; integration of crops, livestock, and forest; planting of commercial forests;
biological nitrogen fixation; and treatment of animal residues.

E as dificuldades encontradas foram: Uncertainty about the Forest Code. Slow pace of
implementing certification programs. Institutional weakness in states. Lack of technical assistance.
Difficulty in getting access to low-interest credit. Absence of a REDD+ jurisdictional system. Absence of
zoning for the Savanna Biome. “Expensive” credit. Insufficient knowledge about opportunities for
integration and intensification. Costs to comply with environmental legislation are prohibitive for small
producers.

Enfatizei essas três dificuldades pois me chamaram a atenção, porque ao mesmo tempo também
estava ocorrendo a expansão de movimentos como a Agroecologia. Afinal de contas, o que é
Agroecologia?

Ana Maria Primavesi was an agronomist, researcher and educator of soil science and especially
the ecological management of tropical Brazilian soil. Morreu com 99 em São Paulo (2020). O movimento
se iniciou um pouco antes da Primeira Guerra Mundial, mas ganhou força mesmo na década de 90. Ana
Primavesi foi uma grande contribuidora para esta ciência.

Tá, mas e qual é a diferença entre Agroecologia e Agricultura Orgânica?

Outro movimento importante foi a Permacultura, criado na década de 70 por Bill Mollison e
David Holmgren.
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E por último, consolidada pelo suíço Ernest Götsch, a agricultura sintrópica. A sintropia, que é a
formação de estruturas, pelo aumento de diferenciação e complexidade, tal como acontece com a vida, é
fundamental na interpretação e manejo desses sistemas de cultivo.

SLIDE AGRICULTURA SINTRÓPICA

A Agricultura Sintrópica tem como base o entendimento de que a natureza é a melhor referência
para a produção de alimentos e que é possível cultivar sem agredir o meio ambiente. A técnica envolve o
plantio de diferentes espécies de plantas em um mesmo local, utilizando-se de árvores, arbustos,
leguminosas, gramíneas e hortaliças. Essa diversidade de plantas garante a proteção do solo, o equilíbrio
da biodiversidade e a manutenção de um ecossistema saudável. Além disso, a Agricultura Sintrópica
também contribui para a manutenção da qualidade da água e do ar, e para a mitigação das mudanças
climáticas. Por meio dessa técnica, é possível produzir alimentos de forma mais sustentável, sem a
necessidade de grandes quantidades de insumos e com a preservação do meio ambiente.

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