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Poemas canhestros &
prosas ambidestras
B-Sides
LIVRO GRATUITO
2014
Textos, fotos, ilustrações e edição:
Sammis Reachers
2
Não é poeta aquele que não haja sentido a tentação de
destruir a linguagem e de criar outra, aquele que não
haja experimentado a fascinação da não significação e
da não menos aterradora significação indizível.
Octavio Paz
3
Índice
Apresentação ............................................................................... 06
Poemas ........................................................................................... 07
Vou-me embora pra Pasárgada ............................................................................ 07
O editor de Poesia ...................................................................................................... 09
Parabellum .................................................................................................................... 11
A morte de Samuel Ricardo ................................................................................... 13
Farmacopéia Ekklesia .............................................................................................. 14
A Páscoa do Equalizador ......................................................................................... 15
Da conversão de Samuel Ricardo, jagunço de Lampião, no sertão da
Bahia, em 1931 ............................................................................................................ 16
A última Aurora ........................................................................................................... 17
Aos teólogos formados, em formação, aos cardumes por nascer .......... 18
O Reino ............................................................................................................................ 19
Aos 24 anos (pouco) antes de Cristo ................................................................. 20
Aria of Sorrow .............................................................................................................. 21
Crepúsculo dos Deuses: Ragnarök ...................................................................... 22
Da Centúria perdida do (falso) profeta Nostradamus ................................ 23
Evangélica, Poesia ...................................................................................................... 24
Foucault e eu ................................................................................................................ 25
Fundação Roberto Marinho ................................................................................... 26
Hai Kai ............................................................................................................................. 27
Lamento à maneira antiqua ................................................................................... 28
Mar Ocidental ............................................................................................................... 29
Menina-mulher ............................................................................................................ 30
O poema pitanga ......................................................................................................... 31
Cantiga dos Moleques Fruteiros .......................................................................... 32
Moleques moleskines feitos de Jamelão ........................................................... 34
O poeta é um desvelado ........................................................................................... 35
PADMA ……………………………………………………………………….……………….. 36
Peter Pa(i)n ………………………………………………………………….....…………… 37
Skywalker, Anakin: JEDI ……………………………………………………........……. 38
Sobre meninos e lobos ............................................................................................. 39
Casadoiro ....................................................................................................................... 41
Equívocos ....................................................................................................................... 42
Num bordel em Alexandria .................................................................................... 43
Rimbaudiano ................................................................................................................ 44
Ofício ................................................................................................................................ 45
Mote ................................................................................................................................. 46
4
O Zepelim Salmão ....................................................................................................... 47
Pew, o Cego ................................................................................................................... 48
Portões de Esparta ..................................................................................................... 50
Vaidade das vaidades ............................................................................................... 54
Jorge Luís Borges ........................................................................................................ 55
A Ilha (Secreta) de Patmos ..................................................................................... 56
5
Apresentação
Este livro é uma estranha antologia: reuni aqui poemas
esparsos, dos mais novos aos mais antigos, de bons comuns
poemas a B-sides, mas que não entraram, por quaisquer
motivos, nos meus livros anteriores.
E ainda um resgate: poemas de meu primeiro, terrível (de
ruim) e renegado livrinho, São Gonçalo de Todos os Santos
(1999).
Salgando a miscelânea, a segunda parte do livro reúne uma
pequena seleção de frases e pensamentos, geralmente
publicados no Facebook. Alguns espontâneos, outros
meditados, alguns devocionais, outros de viés mais carnal,
satírico, espirituoso ou apenas gotículas de ácido destilado. E
ainda algumas reflexões e prosas maiores.
Falando em carnalidade, o livrinho termina com alguns
textos de um certo Mathias Raws, falsário de passaportes e
ladrão de bancos (regenerado) inglês, de cujo um poema
retirei o título para este livro.
E para completar a medida de balbúrdia em tudo isso,
toques de minhas sinistras, canhestras incursões pelas artes
plásticas também estão aqui, na figura de uma pintura, um
objeto e fotografias.
6
Poemas
Vou-me embora pra Pasárgada
7
Em Pasárgada meu amigo é o Rei
conheci-o num jogo de cartas dos derrotados em Bilbao
porém em Pasárgada, amigos, nunca mais perderemos.
8
O Editor de Poesia
Sou um antologista
lido com volumes dantescos, homéricos, catastróficos
de poesia
marranos cabalistas de um Século de Ouro,
americanos movidos a LSD e mescalina
9
nas solipsas atendentes da Biblioteca Nacional
10
Parabellum
11
observa todo o esplendor do Fim
deste sistema iníquo de coisas
que nos separam,
ó grande apocalipse meu.
12
A Morte de Samuel Ricardo
13
Farmacopéia Ekklesia
Ei-lo
crucificado em (forma de) flor,
espiral de galáxia primal
Ele-o-amor
14
A Páscoa do Equalizador
15
Da conversão de Samuel Ricardo, jagunço de Lampião, no sertão
da Bahia, em 1931
Por Ti
Deus que embaralha minha língua com fogo
e refreia a minha peixeira no peito do ar
16
A última Aurora
17
Aos teólogos formados, em formação, aos cardumes por nascer
18
O Reino
por tais
um Deus fez as vezes
no da Morte abraço
miseráveis miseráveis
tão sobremaneira
miseráveis
19
Aos 24 anos (pouco) antes de Cristo
Um fliperama,
três fichas de KOF, dois lances
de vinho o mais barato
ir à casa de um amigo,
ir à casa de dois,
por uma hora e quarenta e
quatro minutos olvidar
todas essas Leis canhestras
que me (im)pressionam o voo
20
Aria of Sorrow
21
Crepúsculo dos Deuses: Ragnarök
22
Da Centúria perdida do (falso) profeta Nostradamus
A base naval-militar-americana-imperial
em Diego Garcia; a filhinha de um dos generais
é o Antiterno, é o Anticristo,
hermosa hermafrodita criada com zelo.
23
Evangélica, Poesia
Partiste.
O poeta reverbera o Espírito.
Prenuncia as trombetas,
Estrelas
Que anunciar-Te-ão
Em Teu retorno.
24
Foucault e eu
25
Fundação Roberto Marinho
Educandário de najas.
26
Hai Kai
O trovão ribomba.
A cada novo estrépito
Nasce-morre uma aurora
27
Lamento à maneira antiqua
28
Mar Ocidental
Em meio à praça
Em meio ao mar
Espero com flores
O cortejo passar
E além (a)dentro
(d)os livros, Álcoois de Guillaume
E Paul, no Cemitério Marinho
Ou no Waste Land
calçando as botas de Eliot
*Guillaume Apollinaire
**Paul Valéry
***T.S. Eliot
29
Menina-mulher
Renovas o mundo,
Deita-o a girar
A tapeçaria do Caos
Tecem-na teus dedos
Delicados-brancos
tecem-na para que eu me deite,
leito de intempestivas andorinhas
30
O poema pitanga
madeirites de sandboard,
dunas de Itaipu, adeus meu patrão,
deslizar pitangas...
rubicundelirantes pitangas...
31
Cantiga dos Moleques Fruteiros
Renato é um bicho-do-mato:
chafurda nas matas,
rompe pelos florestins
sabe o tempo de cada fruta,
e deita sozinho a fazer seus festins:
32
Saltam riacho, cerca de roça,
mata fechada e o que se lhes dá;
Comem de tudo e tudo sem pressa,
sorvendo o bom doce de tudo o que há:
33
Moleques moleskines feitos de Jamelão
Frugal
Um novo amanhecer
De dentr’embaixo das mangueiras
Um novo literariar, (em) páginas fruteiras
as sementes das frutas que não conheci, sementes que meu sonho está
a&plantar
pelos campos, e recolhe araçás onde os há, e vai à beira do campinho
de pelada, àquela secreta jaqueira...
E 12 frutos há, como 12 tribos...
34
O poeta é um desvelado
O poeta é um desvelado,
Qualquer criança, num qualquer soslaio,
Lhe desnuda o segredo:
Ele escreve
porque não sabe voar
35
PADMA*
36
Peter Pa(i)n
37
Skywalker, Anakin: JEDI
38
Sobre meninos e lobos
I.
A Escuridão propõe
a Escuridão dispõe
a Escuridão é a mão
estendida convidando pra dança
O AMOR.
II.
A Escuridão propõe-nos agora jogos heroicos
e incita a que esta noite todos
brinquemos de guerrilheiros:
saco o embrulho negro
e desvelo minha adaga
que brilha sob o luar como
uma asa de águia sob o sol.
Sorri a Escuridão
e seu semblante preenche-se
de lenta anelante ternura,
como a das mães.
39
e vagam como surda nau.
(Entidade-Éden, Anti-Adão,
Jesus-Rei-e-Deus-meu,
reverta a funeralização de
meus processos,
a desarmonia em meus ossos:
Resgata-me do laço de Thanatos.)
40
Casadoiro
confiança
como telhado novo sem goteiras
De minha parte
faço-lhe uma promessa:
ainda que eu não encontre
as palavras certas
eu encontrarei as ações
e isso
é o que de maior um poeta
pode prometer.
41
Equívocos
e eu lá de sonhos abertos
com os olhos intoxicados e quietos
42
Num bordel em Alexandria
43
Rimbaudiano
44
Ofício
45
Mote
46
O Zepelim Salmão
47
Pew, o Cego
48
flor primacial entre os patriotas,
múltiplas X estuprada & morta
na queda de Cingapura
para os japoneses
durante a Segunda Grande Guerra
e em silêncio
Pew canta e recanta
o seu trecho preferido
do hino Rule, Britannia!,
a mais magnânima e perfeita
de todas as canções jamais gestadas:
49
Portões de Esparta
Portões de Esparta
estradas sulcadas
marcadas pelo arrastar de despojos
Portões de Esparta,
braços de minha Mãe
é tão bom repetir essa palavra proibida,
‘Mãe’
Veja, mãe,
um ateniense me deu esta lira
Sim,eu tenciono tocá-la,
se algum dos escravos puder me ensinar
Me perdoe também
por retornar tão limpo,
banhei-me no Eurotas
e lavei-me do sangue da campanha
- Mamãe Esparta!!!
50
Sempre quis gritar isso
Tenha calma
Dissolva a ira,
Não estapeie meu rosto, senhora
sou um homem agora
e trago meu corpo mapeado
de cicatrizes, e todas elas
são inscrições de teu nome,
tatuagens do Hades
2
Portões de Esparta
gravidez de lâminas
aborto coletivo do medo
51
excelente dia ó sopa
negra e imunda,
fome mascarada
massacrada
3.
Mãe, eu sei que esse nome lhe causa engulhos,
mas assim prefiro e de seu ódio assumo o risco
mãe, minha gélida-furibunda-única-mãe
eu queria não mais combater, mãe
queria lavrar como os que me ensinaste a desprezar,
amar lentamente a mulher que as Parcas me derem
sem partidas, sem despedaçamentos
vamos matar os persas e depois parar
parar de viver para matar
vamos lavrar, mãe
e viver longos anos
4.
Degreda-me então?!
52
emudecer com seu grito
bestial a minha fruição de paz
53
Vaidade das vaidades
54
Jorge Luís Borges
pós-paganista pulverizado
na espacialidade das bibliotecas
55
A Ilha (Secreta) de Patmos
56
57
Poemas primários: São Gonçalo de Todos os Santos
58
DIZ
Silenciosas tábuas
talvez seu amor inconstante
por isso desesperei.
Agora
entre cubos de pedra
encontrei irmã
com dengos, com frescuras, com talento
sei lá com que.
Mulher vermelha, como todas.
59
Apologia D'Eu
Eu também
vendo balas
na rua
eu também
finjo não saber nada
disso
eu fecho a guerra
com um único beijo
minha noite
tem mais lobos
60
A Suíte do Tempo e da Morte
o vejo ali
todo o Tempo
se repete em seus olhos
o Jonin vive
por todos os samurais que fomos
61
Tolices
62
Do Asfalto
Sou tempo
um jogo
sou uma rua dura de asfalto
sou Ernest Hemingway...
63
64
Reflexões, Frases & Flashes
Algumas frases e reflexões mais ou menos sérias, mais ou menos
válidas, menos ou mais - ou não - datadas, geralmente
publicadas como posts no Facebook, eventualmente em algum
blog. Ou inéditas.
65
" Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha á nossa
humanidade: o mundo terá apenas uma geração de idiotas ". -
Albert Einstein
***
66
Nada na vida como a amizade, nada como passar e cruzar seu
olhar de paz com o olhar de paz de seus amigos.
Que importa?
O Cordeiro é digno.
Status: CRUCIFICADO.
Mas quantas e quantas vezes, num único dia, eu
miseravelmente esqueço-me disto? Misericórdia Senhor!
67
Crianças, raciocinem comigo: Quanto mais sábio e instruído
um homem, ao errar, mais passível de punição ele é. Simples.
Mas porque a Lei brasileira reserva prisão diferenciada (ainda
que temporária) para quem tem diploma de nível superior?
Essa é a lei mais ridícula, suja, elitista, o mais imundo caso de
'legislar em causa própria' que nossos 'legisladores' nos
legaram... nosso corpo de leis é um corpo violado. O estranho
é que ninguém levanta essa bola, ninguém denuncia a
inversão, a imundície. E há quem acredite que o inferno não
exista. Existe sim, ele é quase um requisito axiomático para a
Humanidade... Afinal a Justiça, a tão falada, tem que existir de
verdade – e em algum lugar.
Brecht era ateu e comunista, mas sem ler Brecht, como você
afiará percepções e argumentos contra os que te oprimem?
O que quero dizer é: o homem é bichinho que precisa de
muito, precisa de muitos.
68
vem de braços, mas de correntes. Brilhar é manifestar a
Verdade, e a verdade o que é, senão o Salvador?
Faça o bem como estiver, onde estiver, como conseguir.
Mesmo ferido, mesmo sozinho, deflagre luz, soldado de Cristo!
69
No final, no último dos reducionismos, percebemos que há
somente dois tipos de homens: aqueles que lutam por uma
causa, e aqueles que lutam por uma coisa (geralmente, eles
mesmos).
Tristeza do céu, vergonha e amargura da terra, é ver tantos
cristãos militando na segunda opção.
70
***
Quem precisa de Freud? O anseio de toda mulher é ser centro;
o anseio de todo homem é retornar ao estágio mítico, ao
estado-de-herói.
71
videogame para matar a saudade. De seu amigo de sempre,
Sam. Sem constrangimentos.
72
bater na velha porta, pois a espera do lado de fora, na
intempérie, pode frustrar. É um risco. Seria um desrespeito de
minha parte não dizer isso, não esclarecer a quem interessar
possa. Longe de mim frustrar, entristecer, confundir."
- Jurngën Skarsgaard, psicanalista dinamarquês morto na
Segunda Guerra (não procure por ele no Google...)
73
soberania preferiu que fosse intangível para socos. E após isso
não havia nada a fazer, senão re-iniciar a cada dia com aquele
sorriso na mente, aquela palavra. E continuar a combater. E
combater. E descobrir que a proteção que eu imaginava
existir, era uma fábula, um mal-entendido inoculado por uma
igreja doente. Amadureci mil anos. Outros dizem que morri.
Mas ainda estou aqui, e Deus está em sua soberania celeste.
Ainda rolam os dados, e não há mais nada a perder, nada que
não tenha sido perdido ou maculado. De filho fui alçado a
soldado.
74
Conheces-me desde antes daquele ventre, antes da
materialização. Nasci em Teu coração no Dia anterior aos dias,
o Dia que tornará. Pela Palavra, para a palavra me chamastes.
Minha ambição única é empossar palavras que possam sequer
aproximar-se de expressar as periferias da Tua Glória – como
uma criança correndo descalça pelas ruas de chão, que estica
e eleva as mãos ofertantes, e estica e eleva o louvor de seu
sorriso, e expande e expande seu sorriso, sem medo algum,
tentando tocar o Sol.
75
Perco as chaves de minha casa; insciente tenciono não mais
voltar. Mas moro sozinho, e de mais a mais, como NÃO voltar
se não existe um IR? Toda a Terra foi-me dada por lar, quando
em Adão fui expulso do Jardim. Em cada esquina posso
encontrar uma mulher que me ame, em cada subúrbio ou
grande burgo, uma senhora que aprecie meu espírito ordeiro
e minha despedaçada ternura, e seja-me por mãe.
Disposto ou cansado leitor, você talvez pense na hostilidade
do mundo lá fora – mas irmãos apunhalam irmãos no seio
flácido do melhor dos lares, e um me apunhalou no meu.
Vivo sob a Graça, mas o meu espírito ordeiro demais
(Eclesiastes 7.16) embaraça-me e me atrapalha, e por dias,
como um judeu errante ou um crente judaizante, arco e
tropeço e tombo sob o peso de todas as Tuas tantas Leis,
Senhor.
***
76
Mulher que se contenta com pouco e sabe estar feliz, quem a
achará? Seu valor em muito excede o de rubins.
77
Seu medo de morrer é a maior ofensa, e em si mesmo a
perfeita negação, de tudo aquilo em que você diz (e muitas
vezes realmente acredita) acreditar. Pastor, profeta ou
neófito, não importa: há algo de torpe em sua base. Repense(-
se). Reafirme a morte e ressurreição de Cristo em sua vida, em
seu entendimento, em sua atitude em face a tudo. Entenda
quem você é, entenda que não há morte alguma para você.
78
civiliza? Não. Con-tinua monstro, um monstro inviolavelmente
con-tínuo.
79
(E você, amada criança, não tente entender; volte para dentro
da felicidade fácil, rogue ao Misericordioso para que você não
cresça. Ele nos ama e é fiel para poupar-te.)
Há rei que peça que você mate; há Rei que peça que você
morra. Inevitavelmente um desses dois vai definir seu estar e
seu&porvir.
O que lhe solicita que morra é na verdade Senhor da Vida, e a
dará a você, a Vida além do tempo, além do calculável.
O que ordena que você mate, ao fim e ao cabo nada pode,
senão morrer contigo, e arrastá-lo para compartilhar para
sempre de seu castigo, o castigo dos usurpadores.
Pois só existe um Rei.
Dia vem em que você vai 'abrir' um livro e ele vai pedir login.
E, baseado em suas preferências globais, num sistema
parecido com o que Google ou Facebook rudimentarmente
usam, para direcionar-lhe propagandas personalizadas
conforme seu perfil, ele vai configurar a história,
'especialmente' para você. Um livro não terá 'uma' história:
80
um livro terá campos probabilísticos de narratividade, como
eu gosto de conceituar. Espere só um pouco. Espere a
inteligência artificial dar o próximo salto.
81
políticas, retóricas. Não quero que você 'caia' no poço; mas
apenas que não julgue o mais fraco, ou mais forte, pois sofreu
mais que você.
82
(nesse caso) monossexual, ainda estaríamos dentro do
Aalmafai, o ‘Éden’ da cultura deles, numa boa...
É uma lenda maligna, queridos, com certeza. Imagine, homens
nascendo em jaqueiras. Imagine também estar agora no
Jardim do Éden. Bem, quem sabe.
83
***
Se não há nada a dizer, sustente o silêncio: ele é uma cortina
de ouro capaz de encobrir e proteger o maior dos idiotas.
***
84
Que a sua dor não seja vã. Que, de LATÊNCIA, ela torne-se
sempre GESTAÇÃO. Que suas lágrimas sejam o ácido que
dissolva as paredes de sua crisálida. Que suas lágrimas
pavimentem de bons motivos o caminho para sua liberdade.
Liberdade dessa dor e dos que a semearam.
Não importa saber donde nasce o sol, importa saber que ele
inexoravelmente*nascerá.
Não importa saber quando o Cristo vem; importa apenas
85
atentar para os sinais da Sua vinda. Importa crer que a
plenitude dos tempos se aproxima.
Atenção, leitores:
O estado do Poema é (gr)ave.
***
86
Na gramática de Deus, igreja é um substantivo que não
comporta plural.
e
87
88
Esparsas prosas
Uma das chamadas três virtudes teologais, citadas pela apóstolo Paulo
em 1Co 13.13 (ao lado da Fé e do Amor) a Esperança é, das três, talvez
a virtude menos considerada, e no entanto parece-me ser a mais
inatamente presente no ser humano.
Mas quem é essa menina, essa força invisível, esse brilho nos olhos que
é a Esperança? Por que a Esperança resiste tão fortemente, mesmo
esmagada e esquecida no fundo de uma cela? Mesmo de joelhos
dobrados à coronhadas, mesmo diante do pelotão, com armas
apontadas para sua cabeça de olhos vendados, inchados de tanto levar
socos, torturada? Mesmo diante do sorriso imundo de Satanás, como
essa força, essa menininha, a esperança no escape, a esperança no bem,
a esperança no Altíssimo, resiste no subsolo deste edifício implodido
que é o homem? Tenho uma definição para a Esperança: Rebelião
contra a Queda.
89
expressões culturais e religiosas dos diferentes povos e civilizações ao
longo da história.” É como um ‘gancho’ deixado por Deus em cada
cultura, para facilitar a posterior assimilação da Revelação do
Evangelho.
Pois entendo nossa menininha, a Esperança, como a expressão básica,
elementar, a molécula feita e utilizada para erigir no homem aquilo que
Don Richardson definiu como o Fator Melquisedeque.
Moltmann foi inspirado pelo filósofo alemão Ernst Bloch, para quem
todo ser humano é instintivamente dotado de esperança, é insuflado a
buscar – avançando - a Utopia sonhada. Bloch era ateu e marxista
revisionista; tinha, portanto, uma visão secular para qual seria a Utopia
sendo perseguida pelo homem. Utopia esta que Moltmann
corretamente entende como o Reino vindouro de Cristo, cuja
ressurreição e ascensão são as marcas patentes da promessa de seu
Retorno, são como que os próprios signos da Esperança.
90
contemporâneo de Moltmann, desenvolvia as bases de sua
Logoterapia, enquanto prisioneiro também em campos de
concentração, mas como prisioneiro dos alemães.
Repito aqui a pergunta feita acima: que força é essa que resiste no
subsolo do edifício homem, mesmo quando este edifício é implodido?
Ambos os prisioneiros poderiam ter desistido de suas vidas e se
entregado, mas ambos vislumbraram, cada qual a seu modo, a
Esperança, e agarraram-se a ela com todas as suas forças, com tudo de
si. E passaram a desenvolver suas doutrinas tendo ela por fundamento.
Não é algo fascinante? Continuemos com Frankl:
91
Causa fascinação que em situações extremas, de dor radical, holística
(abarcando todas as dimensões do humano), essa virtude resista
combatendo no coração desses e de tantos outros homens? Mas é isso
mesmo que ela é, o Princípio Combatente no coração do homem, a arma
do Santo Espírito. Mesmo atirada ao fundo lamacento do poço, como
José, como Jeremias, ela escava, ela escala, ela acredita - e oferece um
sorriso para insuflar os mutilados.
A Esperança
92
E principalmente nas crianças.
Minhas criaturas.
No olhar e na voz das crianças.
Porque as crianças são mais minhas criaturas.
Do que os homens.
Elas não foram ainda desfeitas pela vida.
Da terra.
E entre todos elas são meus servidores.
Antes de todos.
E a voz das crianças é mais pura do que a voz
dos ventos na calma do vale.
No vale tão quieto.
E o olhar das crianças é mais puro do que o azul do
céu, do que o leitoso do céu, e do que um raio
de estrela na calma noite.
Ora eu resplandeço de tal maneira na minha criação.
Na face da montanha e na face da planície.
No pão e no vinho e no homem que lavra e no homem
que semeia e na messe e na vindima.
Na luz e nas trevas.
E no coração do homem que é o que há de mais
profundo no mundo.
Criado.
Tão profundo que é impenetrável a todo olhar.
Exceto ao meu olhar.
Na tempestade que faz cabriolar as ondas e na
tempestade que faz cabriolar as folhas.
Das árvores da floresta.
E ao contrário na calma de uma bela tarde.
Na areia do mar e nas estrelas que são uma areia
no céu.
Na pedra do limiar e na pedra da lareira e na pedra
do altar.
Na oração e nos sacramentos.
Nas casas dos homens e na igreja que é minha casa
sobre a terra.
Na águia minha criatura que voa sobre os píncaros.
A águia real que tem pelo menos dois metros de
envergadura e talvez três metros.
E na formiga minha criatura que rasteja e que armazena
um pouquinho.
Na terra.
Na formiga meu servidor.
93
E até na serpente.
Na formiga minha serva, minha ínfima serva, que
armazena a custo, a parcimoniosa.
Que trabalha como uma desgraçada e que não tem
mesmo folga e que não tem mesmo descanso.
A não ser a morte e o longo sono de inverno.
94
E aquela vez, ó aquela vez, desde aquela vez que
ela escorreu, como um rio de sangue, do flanco
trespassado de meu filho.
Qual não deve ser a minha graça e a força da minha
graça para que essa pequena esperança, vacilante
ao sopro do pecado, trêmula a todos os ventos,
ansiosa ao menor sopro,
seja tão invariável, mantenha-se tão fiel, tão reta,
tão pura; e invencível, e imortal, e impossível
de apagar-se; que essa pequena flama do
santuário.
Que queima eternamente na lâmpada fiel.
Uma chama tiritante atravessou a espessura dos mundos.
Uma chama vacilante atravessou a espessura dos tempos.
Uma chama ansiosa atravessou a espessura das noites.
Desde aquela primeira vez que a minha graça escorreu
para a criação do mundo.
Desde então que a minha graça escorre sempre para a
conservação do mundo.
Desde aquela vez que o sangue do meu filho escorreu
para a salvação do mundo.
Uma chama impossível de se alcançar, impossível de se
apagar ao sopro da morte.
95
E com seu boi e seu jumento de madeira da Alemanha.
Pintados.
E com seu presépio cheio de palha que os animais não
comem.
Porque elas são de madeira.
Entretanto é essa meninazinha que atravessará os
mundos.
Essa meninazinha de nada.
Ela só, levando os outros, que atravessará os mundos
volvidos.
***
Notas
Moltmann, Jürgen. Citado por Ed. L. Miller em Teologias Contemporâneas
(São Paulo: Vida Nova, 2011).
Frankl, Viktor E.. Em Busca de Sentido (Petrópolis: Editora Vozes, s/d).
Péguy, Charles. Breve Antologia da Poesia Cristã Universal (Edição
eletrônica, org.Sammis Reachers, 2012).
96
INGRESSOS À VENDA – Apenas para os que não podem comprá-los
Por trás de todo homem há uma coleção, uma colcha de retalhos tecida
de pecados.
Seguindo o mesmo princípio, por trás de toda fortuna existe uma
coleção de crimes, de todos os tamanhos.
E olha que coisa mais simplória, você não precisa ser um comunista
comedor de criancinhas, e também não precisa de uma Bíblia, para
enxergar isso. Para conhecer o podre no homem, basta tão só ser
homem. Tão só contemplar seu reflexo numa poça d’água suja ou num
espelho da prata. O mesmo se dá com a sociedade humana (onde,
quanto mais se sobe, mais se falseia): basta rasgar seu fino véu de seda,
e contemplar a nudez obesa, untuosa, broxante-de-alma que ela
enverga.
Claro, temos os idiotas, que creem nas aparências, na justiça ‘divina’ do
status quo, e surpreendem-se em face ao brilho encerado de toda
máscara. Temos cem mil pastores para contextualizar e fazer
desvanecer no pó das palavras doces todas aquelas insuportáveis
palavras de fel e verdade que Jesus emitiu contra os ricos.
Aquela história de o buraco da agulha por onde deverá passar o
camelo, ser apenas mais uma parábola, por tratar-se de uma pretensa
porta que havia em Jerusalém, com o formato de buraco de agulha...
Essa máscara encerada, tem o tamanho de vestir seu coração? Ou só
cabe em crianças? Já observou homens adultos vestindo camisas curtas
e apertadas demais, camisas de seus filhos? Não é ridículo? Esse é o
problema das máscaras, das fantasias: o ridículo as acompanha como
escudeiro, infiel escudeiro pronto sempre para denunciar-lhes as
inverdades, pronto sempre para a verdade: desvelar sua condição de
falseio e simulacro.
Sou um protestante que precisa concordar com o padre da paróquia da
esquina: o céu é a pátria dos pobres. E raríssimos são os penetras no
grande baile-sem-máscaras do Rei. Apenas os suficientes para servir as
mesas.
97
Deus das circunferências
Pascal dizia que “O universo é uma esfera cujo centro está em todas as
partes e a circunferência em nenhuma.” Outros pensadores, utilizando
esta mesma metáfora da esfera, referiram-se a Deus.
98
Jasão
Como Paul Eluard, tive a felicidade máxima dos poetas: os olhos mais
bonitos que já vi em toda a minha vida, foram olhos que me amaram. E
não digo que eram os mais belos por me amarem: eram presto os mais
belos de per se, belos como um trecho de Agostinho ou um poema
embriagado declamado por Dylan Thomas.
E isso foi uma mui feliz conspiração do Universo em meu prol;
favorecimento assaz arbitrário (só sei que nada sei) de minha
quixotesca figura, e justificação secundária de minha vida.
Amendoados como uma Jerusalém, ora verdes, ora com a cor do mel,
ora indefiníveis, conforme as notas de luz que o maestro Sol tocava em
seu elogio. Brilhavam ao ver-me, ah!, os olhos mais bonitos e maiores
do mundo, e eu preciso dizer-lhe, mesmo que isso tenha passado e
como todas as paixões avassaladoras não fosse dos justos planos do
Deus de paz, não está justificada a minha pena? Sou um poeta pois
paguei o preço, enquanto era como Fausto e Dylan Thomas e Quixote e
pude fazer aqueles olhos brilharem mesmerizados, roubando assim do
sol a primazia. Como um argonauta que Cronos estendesse sobre sua
pele feita de células que são séculos, por breves lampejos furtei algo ao
sol, e foi meu o Velocino de Ouro. No mais, a uns Deus não cobra mais
caro que a outros? Longe de mim esperar sua compreensão, criança. Vá
para fora, roube também o Velocino.
99
Espasmos de Ecoteologia
Parabéns para os fortes que conseguem ver vídeos de cachorrinhos
tentando ressuscitar os amigos mortos, e outros vídeos expondo o
sofrimento de animais, que têm se ‘viralizado’ pela rede. Para mim é
insuportável, eu preciso desviar os olhos, desligar a TV, sair do recinto.
Se eu tenho mais 'pena' de bicho do que de gente? Bem, vamos lá:
Existem seres caídos, ou seja, homens (caído é igual a culpado -
consulte sua Bíblia, faça isso agora), e existem seres comprometidos
pela nossa Queda. Os animais, além de inocentes, são nossos credores,
devemos-lhes pela miséria em que os lançamos com a NOSSA, TODA
NOSSA, Queda. Quase chego a acreditar que, com a Queda, perdemos o
direito de soberania (Peter Singer gostaria de um argumento desses
rsrs). Mas não se escandalize ainda, pois não perdemos. A relação
homem/natura foi simplesmente prostituída. Animais = Inocentes
totais, e Homens = culpados hereditários: sim cabrón, nosotros. Sim,
nós: sua Bíblia diz que a culpa de Adão é a de todos nós (mas de
nenhum animal). Pegue-a, leia de novo. O peso nas costas do Homem é
maior do que ele pensa: Deus precisou morrer para reverter tudo que
Adão&matou.
Pois se o animal foi feito para o homem, e não o homem para o animal,
antes disso, ambos e todos foram feitos para Deus. E Ele vê, vela e
julgará o que os servos fizerem dos talentos confiados.
Um outro argumento: racionalidade é, de per si, uma arma, um meio
para defender-se, ou para escapar do apuro. Irracionalidade é estar-se
desarmado, nú; irracionalidade é fraqueza, é assimetria (em relação ao
homem, maior predador do animal e de si mesmo). Claro então que,
eticamente (agora você não precisa de uma Bíblia) sou obrigado a
defender os animais, os que, num combate armado, não possuem
armas.
Sou um Homem; desde meu pai Adão, não tenho opção senão pagar
ESTA OUTRA DÍVIDA QUE VOCÊ E SUA TEOLOGIA
JAMAIS&CONSIDERARAM.
Claro que uma vida humana vale mais que vidas animais (deixe-me
antecipar-me à sua crítica, cabrón), e caso precise optar entre uma e
outra, a imagem e semelhança de Deus me obriga (mais uma vez
eticamente) a optar pelo homem, mesmo culpado, mesmo contra meu
'coração'. Mas o mais fraco continua perfeitamente mais digno de pena,
pois a dor, essa criação divina (consulte pela última vez sua Bíblia)
amplificada/hiper-disseminada pela dobradinha Adão/Satanás, ah, ela
é universal. Até sua sogra sente dor, que dirá uma guaxinim ou gato.
Sorry...
100
Exposição-para-a-aniquilação do fariseu em mim
Pois então inunde esta ontounidade com Teu amor ágape, encha-me
até prestes a explodir, até que atinja o estado de omnipatia, o irmanar-
me com as dores de todos os homens do mundo, a expansão-
celebração-martirização epifânica do Espírito, do Jesus-em-mim, a
própria máxima operação do amor neste pó.
101
102
A Poesia Carnal de Mathias Raws
PULSÁTIL
Mathias Raws
Bunker-cápsula-pulsátil
de fibras (d)e carbono
103
De como o poetastro cínico Samerson Mesmer
Fassbender desconstrói, em catastróficos versos, as
sofridas heroínas dos contos infantis
Mathias Raws
BRANCA DE NEVE
CHAPEUZINHO VERMELHO
104
CINDERELA
Omo.
GATA BORRALHEIRA
105
Ocarina de Bodom
Mathias Raws
O que é a felicidade?
Isso a Felicidade,
Nossa expedição para roubá-la,
para onde expedi-la?
(Deus é um norte ou uma bússola?)
O que é a felicidade?
106
O que é a felicidade?
o que é a felicidade?
107
(A felicidade, ela é um norte ou uma bússola?)
108
Na esquina da Duque de Caxias com a Rio Branco
Mathias Raws
"Pra começar preciso dizer, Ismael, que ela é a mulher mais bonita do lugar.
Isso aí, a rosa primaz do roseiral, e você conhece aquele roseiral garboso e
vivaz, como diria vovô. No mais é um mistério. Por vezes a encontrei de
madrugada, vindo de algum lugar, sempre sozinha, indefectivelmente de preto
ou combinações de preto e roxo, olhando para o chão, silenciosa... Roqueira,
gótica? Nunca a vi com camisa de rock, então a resposta pende para a
negativa. Muitas vezes a vi chorando. Lágrimas esparsas. Sintomas de TOC,
unhas roídas, pintura das unhas roídas, sempre e sempre. Roendo em público.
Mais forte que a vontade de esconder. Uma garota problemática?
Ismael, teve aquele episódio da rosa, mas não vou contar, virei piada no
trabalho, deixa isso quieto. Depois da rosa, um outro esbarrão, perguntei pelo
namorado. Ela disse que tinha. Sim, Ismael, também nunca o vi. E aí era bom
dia, boa tarde, boa noite, a cada encontro desproposital. Linda de morrer. Mas
hoje a lua estava cheia: a menina de pele de lua chorava compulsivamente. Ela
nunca fala nada, não seria hoje que falaria. Pegamos o mesmo ônibus. Ela
chorava compulsivamente. E eu de outro banco, cabisbaixo, falando com
Deus. Não consegui evitar. Sentei-me ao seu lado, 'você está precisando de
alguma coisa?' 'Não, obrigado...' E aquela vontade de abraçá-la, Ismael.
Abraçar a deusa frágil, a deusa do TOC e das lágrimas constantes e públicas.
Dez minutos, dez minutos e um idiota sem saber o que dizer. Apenas olhando
de soslaio para ver o que se escondia por trás daqueles cabelos negros sendo
véu na branca face, tentando enxergar que rotas de queda as lágrimas
tomariam rompendo pela pele de veludo. Nossa, agora fui piegas. Dane-se,
Ismael. Mas não conseguia falar nada. Nem perguntar o que acontecera.
Miséria. Dois párias, dois míseros exatos párias na cidade grande, e bastaria
um estalo de dedos para eu abraçá-la, e dois estalos para declarar-me. Mas e o
namorado? Perguntei uma vez, e isso não é pergunta que cavalheiro repita.
Mas nunca o vi, em meses. Não o vi ali enquanto ela chorava desconsolada.
Creio firmemente que ele não existe. No início achei que ela era lésbica: foram
anos sem vê-la com homem algum. Silenciosa. Noturna. Mas ela não tem
jeito, embora isso fosse amarrar muitas pontas soltas deste mistério, desta
mulher que me apraz admirar. É preciso mistério para abalar meu coração de
cobre, Ismael. Já escrevi poemas para proto-prostitutas, quantos poemas
aquele anjo mereceria? Meu ponto chegou, peguei um cartão, rasguei a parte
desimportante, deixei apenas os telefones, 'Me preocupo com você. Se
precisar de alguma coisa, me liga. Sem segundas intenções.' 'Obrigado', e havia
rara ternura em seus olhos de noite, como um veio de ouro que rompe ao pé
de um monte imaculado. Saí para o caos, respirando forte, pensando em
como ela continuaria a chorar e a chorar até chegar ao trabalho. Ela com suas
lágrimas, eu com minha impotência e ira. Filhotes de ovelha enxertados na
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matilha."
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Bufão, Clown de Pasárgada e mestre falsário, chora em tintas a morte de Calíope (2012).
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Sobre o autor
*Todas essas obras podem ser lidas online ou baixadas gratuitamente (Acesse a
página ‘Biblioteca’ no blog Poesia Evangélica, para ter acesso a esses e a muitos outros
livros).
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Mantém mais de 10 blogs, incluindo os blogs literários:
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