No texto Bauman afirma que “comunidade” se transforma numa espécie de
termo magico, com possibilidades de solucionar qualquer problem. É preciso mostrar do temo “comunidade” as implicações que o termo possui o desafio para que alguém comece a colecionar e identificar as muitas opções do termo. Esta claro que o tema é psicologia comunitária. Mas ao fazer psicologia de algo, tenho de saber com clareza as nuances de algo. É algo de referencial que arrisco essas considerações. Cada um tem o direito de empregar o termo comunidade no sentido que queira. Os dois eixos remetem a dimensão do individual e à dimensão do social. Eles muitas vezes se apresentam como opostos, mas na verdade se completam. E é essa é a conclusão principal que pretende chega, ou deveria chegar: mostra como comunidade carrega, ou deveria carregar, em sua compreensão mais profunda, a superação dessa dicotomia. Compreensão do ser humano tomado como “individuo” é que o ser humano é “um”, único, singular. É o que a filosofia entende quando o define como indivisum in se, isto é, que ele é um, indiviso em si mesmo. E outra dimensão que concebe a dimensão que distingue das outras concepções: o ser humano. A concepção de ser humano esteve muito presente, e ainda está em certa psicologia que busca todas as explicações apenas no individuo, psicologizante. O ser humano, em si mesmo, não teria valor, não seria categoria básica: o que vale é a instituição, o estado, a organização burocrática. O ser humano é apenas parte secundaria desse todo que, ele sim, seria explicativo da realidade. Assim como é impossível pensar comunidade sem pessoas, assim também é impossível pensar comunidade sem o social. Um grupo não teria nada de especial, além do fato de existirem pessoas juntas; mas não se poderia dizer que ali houvesse algo essencial, ontológico, que fosse além do individuo. O termo comunidade se tornou central às discursões sobre ética sociedade na contemporaneidade