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CONCURSO

NACIONAL
UNIFICADO

Bloco 8
Bloco Temático 8 - Nível Intermediário

Nível Médio
DISCIPLINAS:
- Língua Portuguesa;
- Noções de Direito:
• Direito e Garantias Fundamentais;
• A Organização do Estado;
• Direito Administrativo;
- Matemática;
- Realidade Brasileira.
BLOCO 8
CARGO NÍVEL
INTERMÉDIÁRIO

Brasília/DF
© APCON Editora Ltda-ME.
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19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia
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características gráficas.

Título da obra: AL-TO - CNU - Cargo de Nível Intermediário

Autores: Diversos

DIRETORIA EXECUTIVA
Ivanildo Nunes/Tiana Adília
PRODUÇÃO EDITORIAL
Gessié Correia

CAPA/ILUSTRAÇÃO
Josué Correia

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Souza Nunes
Tiana Adília
Josué Correia

DISTRIBUIÇÃO
Benícia Antunes
Brasília/DF

Setor Norte AC 219 Conjunto C, Lote 21 - Loja 02


Santa Maria - Brasília-DF, CEP: 72549-315
Fone: (61) 3046-8844
www.grupoapcon.com.br
Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
ORTOGRAFIA S

É o uso correto das letras, bem como das iniciais abusar aceso acusar adesão
maiúsculas e minúsculas nas palavras. aliás amnésia analisar ananás
anestesiar após artesão ás
1ª PARTE: palavras escritas por convenção. asa Ásia asilo asteca
Ex.: monge, jiló, graxa, flecha, sósia, proeza, he- avisar basalto base basílica
besouro bisão bisonho blusa
resia, obcecar, maçarico, variz, extasiar, pretensão,
brasa brasão brisa camisa
acessar, discernir, excetuar, exsudar, etc.
casaca casimira caso catalisar
PALAVRAS ESCRITAS POR CONVENÇÃO cesária coesão colisão concisão
conclusão cós coser crase
G crisálida crisântemo crise decisão
algema algibeira angélico apogeu defesa demasia designar desistir
auge bugiganga digerir drágea Deus diocese diurese divisa
efígie estrangeiro evangelho falange dose eclesiástico empresa ênclise
faringe frigir geada gêiser escusar esposa esquisito eutanásia
geleia gêmeo gengibre gengiva evasão exclusão extasiar fantasia
gesso gesto gim girafa fase framboesa frase freguês
gíria higiene ligeiro megera friso fusão fuselagem fusível
monge mugir ogiva rígido fuso gás gasolina gênese
rugir sugerir tangente tangerina groselha heresia hesitar improvisar
tigela vagina incisão inclusão intruso invasão
isolar lesar lilás liso
J lisonja losango luso manganês
maresia mariposa masoquismo medusa
berinjela cafajeste canjica hoje mesa mesóclise mesquita misantropo
injetar jeca jegue jeito miséria mosaico musa obeso
jejum jenipapo jequitibá jérsei obséquio obtuso parafuso paraíso
jesuíta jiboia jiló jirau paralisar parmesão peso pesquisar
jiu-jitsu majestade manjedoura manjericão preciso presente presépio preservar
objeto projeto rejeitar sujeito presídio presidir prosa pus
querosene quesito raposa raso
X
rasurar reclusão recusar represália
abacaxi almoxarife bexiga broxa reprisar requisitar rês resenhar
bruxa capixaba caxumba coaxar reservar residir resíduo resignar
coxa coxo elixir esdrúxulo resina resistir resolver resultar
faxina graxa haxixe lagartixa resumir retesar riso risoto
lixa lixo luxar luxo rosa sinestesia siso sósia
maxixe muxoxo orixá oxalá suserano tese tesoura tesouro
pexote pixaim praxe puxar tosar transar trás turquesa
relaxar rixa roxo taxa usina usar usurar usurpar
vexame vexar xadrez xale vaso vesícula visar
xampu xangô xará xarope
xavante xaxim xepa xeque
Z
xereta xerife xi! xícara
xiita xilofone xingar xis agonizar alazão albatroz alfazema
xô! xodó xucro algazarra algoz amazona amizade
antipatizar apaziguar armazém arroz
CH assaz atroz avestruz azar
arrochar bochecha boliche brecha azedo azeitona azêmola azia
brocha broche bucha cachaça azul balizar batizar bazar
cachimbo cartucho chá chácara bezerro bizarro buzina búzio
chafariz chalé charco chuchu cafezal cafuzo capataz capuz
chucrute chumaço churrasco cocha cartaz catequizar cicatriz coalizar
coche cochichar cochilar colcha conduzir coriza cozer cozinha
concha coqueluche debochar despachar cruz cuscuz czar deduzir
encher espichar estrebuchar fachada deslizar dizer dizimar economizar
fantoche fechar ficha flecha fazer feliz fezes foz
guache inchar linchar machucar fuzil fuzuê gaze gazela
mecha mochila pechincha piche gazeta giz gozar granizo
rachar salsicha tacha tocha guizo hipnotizar horizonte induzir
introduzir jazida juiz lambuzar
lazer luz magazine matiz
matriz mazela meretriz nariz
nazismo noz ojeriza ozônio

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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
b) Tempos e Modos Quando cheguei à estação, o trem já partira.
"cheguei" = fato passado.
Os tempos
"partira" = fato passado, anterior ao pri-
Indicam o momento em que ocorre o fato expresso meiro fato.
pelo verbo. São eles: Fui para ver se ainda salvava alguma coisa, mas
a enchente já arrastara tudo.
* presente – expressa um acontecimento que ocor-
re no momento da fala. (estudo, estudas, estuda, etc.) 05. O futuro do presente diz um fato que deve reali-
* pretérito – expressa um fato ocorrido num mo- zar-se num tempo vindouro, com relação ao momento
mento anterior ao da fala. Subdivide-se em: presente.
 pretérito perfeito: denota ação completa, plena- Serei milionário, comprarei um arranha-céu,
mente realizada. (Fiz a prova - Trabalhei naquela empre- viverei folgadamente.
sa.) - Viajaremos pelo Brasil.
 pretérito imperfeito: denota ação incompleta ou - Conquistarei o prêmio cobiçado.
interrompida no momento da fala. (Pensava na Hélia, 06. O futuro do pretérito expressa um fato posterior
enquanto fazia a prova.) com relação a outro fato já passado. Frequentemente, o
 pretérito mais-que-perfeito: denota ação anterior outro fato já passado é dependente do primeiro e inclui
a outra ação também passada. (Quando o resultado da uma condição.
prova saiu, João aprendera a lição.)
Ganharíamos o prêmio se tivéssemos feito um
* futuro – expressa um fato que está por vir, poste- preparo físico adequado.
rior ao momento da fala. Subdivide-se em: "ganharíamos" = fato posterior
 futuro do presente: denota uma ação posterior. "tivéssemos feito" = fato passado, de-
(Farei a prova no menor tempo. - Serás um funcionário pendente do primeiro e inclui condição.
competente.)
 futuro do pretérito: denota uma ação posterior
relacionado a outra já passada. Geralmente a segunda O MODO SUBJUNTIVO
ação é dependente da primeira e inclui uma condição. Exprime fato possível, hipotético ou duvidoso.
(Estaria trabalhando se tivesse um padrinho)
Ex.: Talvez, sejas aprovado.
Os modos
Tempos do subjuntivo
* Indicam as diferentes maneiras de um fato reali-
zar-se. São três: indicativo, subjuntivo e imperativo 01. O presente traduz uma ação subordinada a ou-
* Situam a época ou o momento em que se verifica tra, e que se desenvolve no momento atual. Expressa dú-
o fato. vida, possibilidade, suposição.
* Estão sempre associados à indicação do tempo, ou Supões que sejam eles os prisioneiros?
seja, a expressão da atitude da pessoa do verbo está inti- Pode bem ser que o colega te passe a perna.
mamente ligada ao tempo da ocorrência do fato. Veja-
mos: Deixe de estudar e você verá.

O MODO INDICATIVO 02. O pretérito imperfeito diz uma ação passada,


mas posterior e dependente de outra ação passada.
Exprime um fato certo, positivo:
O professor receou que eu desistisse.
Chegamos muito tarde.
receou = ação passada
Tempos do indicativo desistisse = ação passada, mas posterior e
01. O presente enuncia um fato como atual. dependente da primeira.
Eu duvidava (ação passada) que ele fizesse a
Sou o galã, as garotas adoram-me. viagem (ação passada, mas posterior e dependente da
02. O pretérito imperfeito apresenta o fato como an- primeira).
terior ao momento atual, mas ainda não-concluso no 03. O futuro expressa ação vindoura – condicional,
momento passado a que nos referimos. temporal ou conformativa – dependente de outra ação,
Eu era o galã, as garotas adoravam-me. também, futura.
Saía sempre que meus pais permitiam . Quando se esgotarem todos os recursos, apelaremos
03. O pretérito perfeito diz um fato já concluso, em ao presidente.
época passada. Se for preciso, nós te ajudaremos.
Fui um galã, as garotas adoraram-me. Faremos como julgarmos melhor.

04. O pretérito mais-que-perfeito expressa um fato


anterior a outro fato que, também, é passado.

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Noções de Direito (Prof. Sormany Ribeiro)
p) Princípio da continuidade do serviço público: próprios do direito administrativo e da Administração Pú-
dispõe que os serviços essenciais à população não podem blica.
ser interrompidos.
a) Regime Jurídico-Administrativo
q) Princípio da Autotutela: a Administração pode
rever seus próprios atos quando manchados de ilegali- Toda a atividade desenvolvida pelo Poder Público
dade. Prega a auto-correção do Poder Público. tem por objetivo representar os interesses de terceiros (da
coletividade); por força desses interesses que a Adminis-
r) Princípio da Motivação: o agente público deve
tração representa quando atua, a ela o ordenamento jurí-
explicar os “porquês” das decisões que toma.
dico confere:
O professor e constitucionalista José Cretella Júnior
ensina que são dez os princípios do Direito Administra- b) direitos, vantagens e prerrogativas
tivo, constituindo o decálogo principiológico administra-
 os atributos conferidos aos atos administrativos,
tivo:
dentre eles: presunção de legitimidade, auto-executorie-
I – Princípio da hierarquia: exercido conforme os dade e imperatividade.
poderes, na razão direta da posição ocupada na pirâmide  poder de polícia
ascencional, da base ao vértice;  as cláusulas exorbitantes nos contratos adminis-
II – Princípio da auto-executoriedade: de efeito trativos, colocando o Poder Público numa posição dife-
imediato, dispensado o prévio título executório; renciada em relação aos particulares que com ele se rela-
III - Princípio da continuidade: deve ser o serviço cionam.
público ininterrupto, com restrições às greves (30%...);
A Administração, de forma unilateral, em vista dos
IV – Princípio da presunção de verdade: os atos
interesses que representa, tem a possibilidade de impor,
têm fé pública, até prova em contrário, cabendo o ônus da
unilateralmente, comportamentos aos particulares. Ex.:
prova a quem contestar-lhe tal atributo (presunção iuris
intervenção na propriedade (impor restrições ao direito de
tantum – admite-se prova em contrário;
propriedade constitucionalmente assegurado ainda que
V – Princípio da indisponibilidade do interesse
nenhuma ilegalidade tenha sido praticada) – desapropria-
público: resulta na impossibilidade de transacionar sobre
ção, requisição, ocupação, limitação, servidão, tomba-
bens e serviços públicos;
mento e confisco.
VI – Princípio do Poder-Dever de Agir: é a impul-
são do processo pela obrigação legal de agir;
c) deveres e obrigações
VII – Princípio da Especialidade: o exercício da
atividade administrativa deve ser no sentido da consecu- Para a Administração contratar funcionários exige-se
ção do fim específico que tem em mira; que sejam abertos concursos públicos e licitações para que
VIII – Princípio da Tutela Administrativa: decorre assim sejam contratados aqueles que, de forma impessoal,
da necessidade de fiscalização da pessoa jurídica pública obtiverem melhores resultados ou apresentarem as pro-
matriz, em face da pessoa jurídica pública menor (Minis- postas mais vantajosas nos termos estabelecidos no edital.
térios que supervisionam autarquias, fundações a ele vin-
Em face do aqui exposto, pode-se repetir, que toda a
culadas institucionalmente);
atividade administrativa é regida por um conjunto especí-
IX – Princípio da Autotutela: é a autofiscalização
fico de regras em vista dos interesses por ela apresentados
dos atos e dos bens públicos (sistemas de controle interno
nos momentos em que atua; a esse conjunto de regras em
do próprio órgão);
que estão incluídas as vantagens e as obrigações a serem
X – Princípio da Igualdade: veda os privilégios e
seguidas pela Administração dá-se o nome de regime ju-
distinções no âmbito da administração pública.
rídico da Administração Pública.
1.5. REGIME JURÍDICO O regime jurídico-administrativo adotado no Brasil é
o de Direito Público, ou seja, constituem-se em normas
O direito administrativo constitui uma disciplina ju-
emanadas do corpo estatal e destinadas a disciplinar o fun-
rídica vinculada ao direito público, organizada a partir de
cionamento da Administração Pública. Estas normas são
princípios jurídicos harmonicamente reunidos; a expres-
verticalizadas, de observância obrigatória e denominadas
são “regime jurídico-administrativo” consagra a união de
normas cogentes. Por outra face, o regime jurídico-admi-
princípios peculiares a essa disciplina, que conservam en-
nistrativo está delineado em função dos princípios de in-
tre si não apenas união, mas relação de interdependência;
terpretação da norma administrativa: Supremacia do Inte-
tais princípios são:
resse Público; Necessidade de Poderes Discricionários e
 supremacia do interesse público sobre o privado e Presunção de Legitimidade.
 indisponibilidade dos interesses públicos.
O regime jurídico-administrativo consagra princí-
Esse regime é, ainda, caracterizado pela coexistência
pios do direito administrativo e da Administração Pública,
de “prerrogativas” e “sujeições”; as prerrogativas são de-
enquanto o regime jurídico da Administração, tanto pode
tidas pela Administração Pública para satisfazer o inte-
ser de direito público como de direito privado, conforme
resse público, condicionando ou limitando (sujeições) o
estejam submetidos os órgãos, entidades e agentes públi-
exercício de direitos e liberdades do indivíduo, denotando
cos.
a supremacia do interesse público sobre o particular; o
“regime jurídico-administrativo” consagra princípios

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Noções de Direito (Prof. Sormany Ribeiro)
a) Administração Vertical: Os órgãos são destituídos de personalidade jurídica,
por isso não têm legitimidade ad causam, seja ativa ou
passiva. Nesse caso, a entidade que os agrupa é que de-
tém a referida legitimidade. No caso, a União, por meio
da Advocacia-Geral da União. Não obstante, podem ce-
Federal lebrar contratos e contrair obrigações diversas, dentro
das normas em vigor.
Eles são classificados em: independentes, superio-
Estadual res, autônomos e subalternos. Eles podem ser singulares
ou colegiados, segundo o número de pessoas que atuam
Distrital na tomada de decisões.
O Departamento de Polícia Federa, é um órgão au-
tônomo, dentro da estrutura do Ministério da Justiça (ór-
Municipal gão superior), que por sua vez está subordinado à Presi-
dência da República (órgão independente). Ocorre aí
uma relativa hierarquia. Na verdade essa subordinação
decorre da relação de supremacia existente entre eles.
Daí o poder de dar ordens, de controle, de revisão de atos,
b) Administração horizontal (Decreto-Lei nº de decisão de conflitos e de coordenação.
200/67): A Administração Indireta é constituída pelos entes
dotados de personalidade jurídica, denominados entida-
des, aos quais incumbem as funções regulamentadoras,
fiscalizadoras, econômicas, financeiras etc. As entidades
Administração Pública se subdividem em entidades de direito público e entidades
de direito privado.
São exemplos de entidades de direito público: autar-
quias e fundações públicas.
São exemplos de entidades de direito privado: em-
presas públicas e sociedades de economia mista.
As entidades da administração indireta integram-se
Administração Direta Administração Indireta na estrutura dos Ministérios. Atuam por descentraliza-
ção. Aqui não há hierarquia, mas mero controle e super-
visão ministerial.
Uma vez detentoras de personalidade jurídica, po-
Constituída por
dem ser demandadas ou podem demandar em juízo.
Órgãos integrantes da
entidades. Autarquias e Fundações Públicas
estrutura central do
Poder Ex. Autarquias,
Ex. Presidência da
Fundações, Empresas 1. Essas entidades têm personalidade jurídica de di-
Públicas e Sociedades de reito público, gozam de privilégios fiscais e processuais e
República e Ministérios
Economia Mista
seus servidores são regidos por leis estatutárias, como a
Lei nº 8.112/90.
A Administração Direta é formada pelos entes não
2. As autarquias são criadas por lei específica e as
dotados de personalidade jurídica, denominados órgãos,
fundações mediante autorização legislativa, mas sempre
aos quais incumbe funções de planejamento, coordenação
vinculadas a algum órgão da administração centralizada.
e controle. Os órgãos se subdividem em órgãos centrali-
3. As demandas judiciais de seus servidores em geral
zados e órgãos desconcentrados, que recebem delegação
são propostas perante a Justiça Federal.
daqueles para execução de uma determinada função.
São exemplos de órgãos centralizados: Presidência Empresas Públicas e Sociedades de Economia
da República, Ministérios e Secretarias. Mista
São órgãos desconcentrados1: Departamento de Po- 1. São entidades de direito privado integrantes da
lícia Federal, Departamento de Polícia Rodoviária Fede- administração pública descentralizada.
ral etc. 2. Não gozam de privilégios de nenhuma espécie e
Os órgãos públicos são partes da Administração, seus empregados são regidos pela Consolidação das Leis
que é o todo. Há órgãos, com amplas ou pequenas dimen- do Trabalho.
sões, conforme a sua importância na estrutura da Admi- 3. São criadas mediante autorização legislativa e de-
nistração. Ex. Ministérios e setor de protocolo, respecti- sempenham atividades de natureza empresarial e normal-
vamente. mente com finalidade de obtenção de lucros.

1
Desconcentração: técnica que leva à distribuição de atividades no
âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

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Noções de Direito (Prof. Sormany Ribeiro)
C) sujeita-se ao princípio da inércia, não podendo ser análise do pleito não fora analisado quando do proferi-
instaurado de ofício. mento de decisão de indeferimento. O administrado, ve-
D) não admite a participação de terceiros interessados, rificando o fato, apresentou pedido de reconsideração da
considerando o caráter sigiloso decorrente das ina- decisão. Dentre as alternativas juridicamente possíveis, a
fastáveis operações de tratamento de dados envol- autoridade competente
vidas.
A) poderá revogar a decisão de indeferimento, lançan-
E) não admite delegação de competência de nenhuma
do mão do poder de rever seus próprios atos.
natureza, considerando que todas as matérias são
B) poderá declarar a nulidade do processo administra-
sujeitas à competência exclusiva.
tivo, determinando ao administrado que apresente
novo requerimento, em razão da decisão impugnada
88. (FCC - 2021 - DPE-SC - Defensor Público).
já ter sido proferida.
Segundo o princípio da pluralidade de instâncias, relati-
C) deverá analisar se a omissão da análise configura
vo ao processo administrativo,
vício de legalidade, o que ensejará a anulação da
A) a Administração Pública pode rever os próprios atos decisão de indeferimento, retomando-se a análise a
quando ilegais, inconvenientes ou inoportunos, ha- partir do documento cuja análise fora negligenciada.
vendo tantas instâncias quantas forem as autorida- D) deverá acolher o pedido de reconsideração se tam-
des com atribuições superpostas na estrutura hierár- bém tiver sido apresentado recurso administrativo,
quica, salvo quando a lei limitar a quantidade de na medida em que os atos administrativos só podem
instâncias. ser revistos mediante provocação formal da parte.
B) o aproveitamento dos atos administrativos permite o E) deveria conceder novo prazo para o administrado
saneamento do processo, nos casos de atos sanáveis, apresentar suas razões, não sendo caso de revisão da
desde que não prejudique Administração e adminis- decisão de indeferimento, que poderá ser aditada.
trado, em quaisquer das esferas de revisão, seja ad-
ministrativa ou judicial.
C) a Administração Pública pode rever os próprios atos
quando ilegais, inconvenientes ou inoportunos, bem
como o Poder Judiciário, quando ilegais, com a uti-
lização de todas as instâncias de julgamento previs-
GABARITO OFICIAL
tas em sua organização.
D) o interessado pode requerer a revisão do ato admi- Conferido
nistrativo a autoridades administrativas e a autori-
dades judiciárias sempre que o pedido estiver rela- 01-B 16-C 31-C 46-A 61-B 76-B
cionado aos elementos forma, competência e conte- 02-B 17-A 32-B 47-C 62-A 77-A
údo.
E) o interessado pode requerer a revisão do ato admi- 03-C 18-D 33-C 48-A 63-A 78-B
nistrativo a autoridades administrativas e a autori- 04-E 19-C 34-C 49-C 64-C 79-A
dades judiciárias sempre que o pedido estiver rela-
cionado aos elementos competência, objeto e moti- 05-A 20-D 35-D 50-A 65-A 80-D
vo. 06-B 21-A 36-A 51-C 66-C 81-B

89. (FCC - 2021 - DPE-RR - Defensor Público). 07-E 22-D 37-D 52-A 67-B 82-E
Tratando-se de processo administrativo disciplinar e seus 08-E 23-E 38-B 53-D 68-A 83-A
sistemas, o de jurisdição moderada é aquele cuja
09-D 24-B 39-E 54-A 69-B 84-C
A) apuração se dá por colegiado, que realiza a conclu-
são e aplica a penalidade de acordo com o grau de 10-C 25-B 40-A 55-E 70-D 85-D
indisciplina constatado. 11-D 26-A 41-B 56-D 71-E 86-B
B) decisão cabe a um juiz, enquanto que a apuração e
relatório final descritivo é realizada por órgão inter- 12-C 27-C 42-D 57-A 72-A 87-B
no à Administração. 13-B 28-E 43-E 58-C 73-D 88-A
C) conduta disciplinar é exercida pelo superior hierár-
quico, que detém tal poder para aplicação de faltas 14-C 29-D 44-A 59-E 74-E 89-D
leves. 15-B 30-B 45-A 60-C 75-E 90-C
D) apuração é feita por órgãos, com função opinativa,
sendo a pena aplicada por superior hierárquico.
E) decisão cabe a um órgão judicial, segundo o deter-
minado por procedimento jurisdicional misto.

90. (FCC - 2019 - SPPREV - Técnico em Gestão


Previdenciária). No curso de um processo administrati-
vo instaurado por requerimento de um administrado, foi
constatado que um documento fundamental à correta

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Realidade Brasileira (Prof. Fernanda Souza)
1. FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPO- Durante essa fase, especificamente em 1823, foi
RÂNEO: instalada a Assembleia Nacional Constituinte, que deu
origem à Constituição Política do Império do Brasil, em
1.1. DA INDEPENDÊNCIA À REPÚBLICA
1824. Constituição essa que possuía forte caráter autori-
- Período Imperial (1822-1889) - Primeiro Reinado, tário e centralizador, instituindo o poder moderador. Por
Período Regencial e Segundo Reinado esse motivo, ainda motivados pela Revolução Pernam-
bucana, os pernambucanos se revoltaram mais uma vez,
O Período Imperial tem início com a independência
em julho de 1824, e deflagraram a Confederação do
do Brasil, em 1822, e dura até a proclamação da Repú-
Equador, de caráter separatista e republicano. Logo em
blica, no ano de 1889. Esse momento da história brasilei-
seguida, o Império envolveu-se na Guerra da Cisplatina,
ra é dividido em três fases principais: o Primeiro Reina-
o que trouxe mais impopularidade para D. Pedro I.
do (1822-1831), o Período Regencial (1831-1840) e o
Segundo Reinado (1840-1889). João VI faleceu em 1826, o que causou problema de
sucessão na monarquia lusitana. Diante disso, Pedro I
Antes de esmiuçar cada fase, é necessário tratar de
abdicou do trono, já que não conseguiu acalmar os âni-
medidas importantes que foram tomadas no momento es-
mos no Brasil, deixando seu filho Pedro II, com apenas
tudado. Houve a abertura dos portos às nações amigas,
cinco anos, como seu sucessor. Dessa maneira, foi ne-
em 1808, a fundação do Banco do Brasil, também em
cessário inaugurar um governo regencial, pois de acordo
1808, os tratados de 1810, a fundação da Real Bibliote- com a Constituição vigente, o imperador deveria ter, pe-
ca, a Missão Artística Francesa, em 1816, e muito mais. lo menos 21 anos de idade para assumir o cargo, e deu-se
Estudos analisados comprovam que entre 10 a 15 mil
início ao Período Regencial.
pessoas embarcaram rumo ao Brasil, entre 25 e 27 de
novembro de 1807, associado a isso, estruturas adminis-
trativas inteiras instalaram-se do outro lado do Atlântico.
Período Regencial (1831-1840)
Devido a isso, o Brasil se transformou, por exem-
Esse foi marcado por uma série de conflitos com o
plo, politicamente falando com o desenvolvimento de
governo central, o que criou quadros de instabilidade po-
um movimento emancipacionista, inspirando em ideias
lítica, agravada por uma situação econômica. As forças
iluministas, na capitania de Pernambuco. Esse motim foi
políticas dividiam-se basicamente entre os liberais e os
restringido pelo Reino e ficou conhecido como Revolu-
conservadores. Assim, na tentativa de conter as rebe-
ção Pernambucana. Esse e outros conflitos, somados à
liões, em 1834, foi promulgado um ato adicional que re-
Revolução Liberal do Porto e ao retorno da Corte para
visou pontos importantes da última Constituição, o que
Portugal, foram decisivos para o processo de indepen-
forneceu maior autonomia às províncias.
dência brasileira, que somente foi reconhecido por Por-
tugal no ano de 1825, após receber vultuosa indenização.

Primeiro Reinado (1822-1831)


O Primeiro Reinado foi marcado pela ascensão de
Pedro de Alcântara (o quarto filho de D. João VI) à alcu-
nha de Pedro I do Brasil, tornando-se o primeiro impera-
dor do Brasil. Diferentemente de seu pai, Pedro I admi-
rava os ideais iluministas, defendia ideias liberais, como
a abolição da escravidão, e liberdades individuais. Nesse
contexto, surgiram dois grupos políticos na disputa por
espaços de poder: o Partido Português, que concentrava Figura 2 - Representação da Revolta dos Farrapos (Disponível em:
defensores do absolutismo, de um governo centralizado e http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/09/a-gauchada-foi-a-luta-
entenda-a-revolucao-farroupilha-3494018.html)
forte, dos comerciantes portugueses e, muitas vezes, da
restauração do Brasil enquanto colônia de Portugal; e o Sob iniciativa dos liberais, os quais pressionavam a
Partido Brasileiro, composto por comerciantes brasilei- Regência, em julho de 1840, foi dado o Golpe da Maio-
ros, latifundiários e senhores de escravos, cujos princi- ridade, nomeando D. Pedro II, com 14 anos de idade,
pais objetivos eram a defesa e a ampliação de direitos e imperador do Brasil. Isso foi uma tentativa dos liberais
privilégios conquistados. de disporem de mais espaço nas decisões políticas, além
de viabilizarem uma forma de conter as agitações políti-
cas que se alastravam por todo o território. Inicia-se, as-
sim, o Segundo Reinado (1840-1889).
Com a abdicação de Dom Pedro I em 7 de abril de
1831, deveria subir ao trono seu filho mais velho, Dom
Pedro de Alcântara. No entanto, o futuro Dom Pedro II
tinha pouco mais de 5 anos de idade, não podendo por
Figura 1 - Retrato de D. Pedro I (Disponível em: isso assumir as responsabilidades do governo.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-43857602)

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dos na reciclagem materiais como plástico, papel, vi- • controle do uso consciente do solo, da água e
dro, papelão, madeira e metais em geral. do ar;
Os resíduos de lixo orgânico (lixo doméstico) po- • incentivo ao estudo e pesquisa na área ambien-
dem ser utilizados para o processo de compostagem, que tal;
os transforma em adubo que pode ser usado no plantio • proteção dos ecossistemas,
de vegetais, legumes e frutas. • proteção, preservação e recuperação de áreas
ameaçadas.
Uma das maneiras eficazes de ajudar na reciclagem
é participar dos sistemas de coleta seletiva. A coleta se- A PNMA também define quais devem ser as ações
letiva faz a recolha do lixo orgânico e do não orgânico, implementadas pelos governos para garantir a preserva-
que deve ser separado nas casas, empresas e indústrias. ção do meio ambiente a partir da avaliação de impactos
ambientais ocorridos e da definição de prioridades de
Depois que o lixo é recolhido, é encaminhado para ação.
os locais adequados para que a reutilização seja feita de
acordo com os tipos de materiais separados. São algumas medidas adotadas pela Política Nacio-
nal do Meio Ambiente: previsão de que o agente causa-
Separadores de lixo reciclável dor de poluição deve reparar e indenizar os danos causa-
Um dos maiores desafios relativos à reciclagem é dos ao meio ambiente, criação de um cadastro de dados
conseguir educar os cidadãos para que compreendam que sobre a qualidade do meio ambiente e a criação de espa-
cada esforço, por menor que seja, tem um impacto posi- ços de proteção e reserva ambiental.
tivo na preservação do meio ambiente. Semana Mundial do Meio Ambiente
O meio ambiente e as políticas públicas ambien- A Semana Mundial do Meio Ambiente é comemo-
tais rada todos os anos na primeira semana do mês de junho,
As políticas públicas relativas ao meio ambiente e juntamente com as comemorações do Dia Mundial do
sua preservação são da responsabilidade do Ministério Meio Ambiente (5 de junho). A data existe desde a pu-
do Meio Ambiente (Governo Federal), das Secretarias blicação do Decreto 86.028 em 1981.
de Meio Ambiente dos estados e dos municípios. O objetivo da realização da Semana Mundial do
Esses órgãos são responsáveis por tomar medidas Meio Ambiente é conscientizar a população sobre a im-
práticas relativas ao que é previsto na Política Nacional portância da participação de todos os cidadãos na
do Meio Ambiente e em outras leis que tratam do assun- preservação do meio ambiente.
to. Eles fazem a fiscalização das atividades poluidoras, (Adaptado de: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/desenvolvimento-sustentavel.htm e
https://uniandrade.br/blog/meio-ambiente-e-desenvolvimento-sustentavel/)
da extração de minerais e de outras atividades que pos-
sam prejudicar a conservação dos ecossistemas e das
áreas de reserva ecológica do país.
8. BIOMAS BRASILEIROS: USO RACIONAL,
Para atingir esses objetivos existem programas liga- CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO.
dos à preservação e recuperação do meio ambiente, à
A vegetação do Brasil é formada por todas as espé-
avaliação da qualidade da água e à fiscalização do uso
cies de flora que compõem a paisagem natural do país.
dos recursos naturais.
Ela é bastante diversificada em razão das diversas condi-
Estes órgãos também são responsáveis por promo- ções físicas existentes no território brasileiro. A seguir
ver ações educativas em relação à educação ambiental, estão dispostas as características de cada um dos tipos de
conceitos de ecologia e aumento da sustentabilidade das vegetações encontradas no Brasil.
cidades.
Política Nacional do Meio Ambiente
No Brasil existe a PNMA - Política Nacional do
Meio Ambiente (lei nº 6.938/81). Esta política define o
meio ambiente como um conjunto de condições, leis, in-
fluências e interações físicas, químicas e biológicas que
permitem a existência de vida nas suas mais diferentes
formas (artigo 3º, inciso I).
O objetivo da PNMA é definir critérios e mecanis-
mos de ação que devem ser tomados pelos governos para
garantir a preservação do meio ambiente.
São exemplos de objetivos previstos na lei:
• fiscalização do uso e consumo dos recursos na-
turais; Figura 4 - Mapa dos biomas brasileiros (Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-
sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/12789-asi-ibge-lanca-o-mapa-de-biomas-do-brasil-e-o-mapa-
• controle da emissão de poluição no ambiente; de-vegetacao-do-brasil-em-comemoracao-ao-dia-mundial-da-biodiversidade)

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história do desenvolvimento do próprio país. Ainda mais exportadores de carne bovina, mas também destaca-se na
porque quando o café tornou-se o artigo mais exportado, criação de aves, segundo o Instituto Brasileiro de Geo-
culminou com o declínio da mineração. grafia e Estatística (IBGE). O campo brasileiro, a partir
de 1950, passou por um amplo processo de moderniza-
Dessa maneira, houve alterações na agricultura,
ção e, em virtude disso, o meio rural passou a ser subor-
com o passar do tempo e, para muitos, quando a moder-
dinado pela cidade, ao contrário do que ocorria anterior-
nização da agricultura no Brasil é citada, a primeira vista
mente, isso, conforme citado, resultou em profundas
o que se analisa é a incorporação de modernas técnicas
transformações no meio produtivo.
de produção agrícola, porém a definição não é restrita
somente a isso, ao mesmo tempo ocorreu uma reestrutu- Nesse contexto, a pecuária em nível nacional viven-
ração das relações sociais do campo. A modernização da ciou um salto produtivo, o que gerou mais receita e in-
agricultura, citada, também é conhecida como Revolução tensificou sua participação na produção de riquezas no
Verde e surgiu a partir das décadas de 1960-1970. país. Por outro lado, a quantidade de empregos foi redu-
zida devido a toda essa modernização e a concentração
fundiária expandiu ainda mais. Os latifúndios são o foco
da criação de gado bovino, no Brasil, preferencialmente
a produção de carne, pois é o produto mais exportado do
ramo. A produção de leite e seus derivados tem mais
destaque nas propriedades de pequeno e médio porte,
uma vez que é o que alimenta o mercado interno brasilei-
ro.
A avicultura representa grande destaque no comér-
cio internacional, principalmente a carde de frango e de
alguns outros animais. O rebanho de aves brasileiras é o
maior da América Latina e um dos maiores do mundo,
Figura 21 - Agricultura moderna (Disponível em: perdendo apenas para poucos países asiáticos, com des-
https://rotoplastyc.com.br/primeiro-passo-do-progresso-investimentos-da-
agricultura-brasileira/)
taque para a Rússia. Esse setor é subordinado à indústria,
que controla sua produção através da demanda de gran-
Durante esse processo houve a alteração das práti- des empresas, tanto no crescimento do estoque quanto
cas agrícolas de subsistência para o então surgimento de nos suprimentos utilizados durante a criação dos ani-
empresas capitalistas ou de empresas familiares. Logo, mais. Nesse sentido, a indústria lucra tanto com o produ-
observa-se que a modernização da agricultura brasileira é to oriundo da pecuária, quanto com o comércio do apara-
o somatório da modificação da economia da agricultura to utilizado na criação do produto (Ex: chocadeiras, estu-
do país, agregado às alterações nos demais setores da fas, ração, medicamentos, nutrientes, etc).
economia. Nesse aspecto, a economia avalia o que é
(Adaptado de: https://www.preparaenem.com/geografia/pecuaria-no-
bom/viável para as classes sociais, analisando os setores bra-
para melhor investigar a sociedade. Dessa maneira, os sil.htm#:~:text=A%20Pecu%C3%A1ria%20Brasileira%20%C3%A9%20conside
rada,Geografia%20e%20Estat%C3%ADstica%20(IBGE).)
elementos condicionantes dessa modernização da agri-
cultura do país são: a necessidade do aumento de produ-
ção, necessidade de redução de gastos e aumento dos lu-
cros, e o progresso técnico no capitalismo. Conflitos

Algumas das consequências dessa mudança no pro- No ano de 2022, 2.018 casos de conflitos no campo
cesso da agricultura brasileira são, por exemplo, a crise foram registrados em área de disputa de terras em todo o
dos alimentos, a exclusão dos agricultores de subsistên- território nacional. Tais dados constam no relatório anual
cia em detrimento dos latifúndios, pelo fato de não exis- sobre violência no campo, divulgado pela Comissão Pas-
tir uma divisão igualitária das terras, e a desagregação toral da Terra (CPT). Essas ocorrências estão relaciona-
ambiental, pelo uso de agrotóxicos. A agricultura brasi- das não apenas a disputas pela terra, mas também por
leira, após o desenvolvimento, não beneficiou os peque- água, trabalhadores resgatados em condições análogas à
nos produtores, porém provocou um avanço nas técnicas escravidão, contaminação por agrotóxico, assassinatos,
e pesquisas agrícolas, entretanto, acabou por deixar no mortes e outros casos de violência.
meio ambiente lacunas irreversíveis devido a ação hu- A área onde são mais encontrados tais conflitos é a
mana. região da Floresta amazônica, mas das unidades da fede-
Apesar dos problemas agrários e ambientais, o Bra- ração, as que apresentam mais conflitos integra a Ama-
sil está entre os cinco maiores exportadores mundiais, zônia Legal. Outro dado alarmante é que, dos 47 assassi-
em valor, em quase três dezenas de produtos agrícolas. O natos no campo registrados no Brasil no ano passado, 34
maior destaque é para os de sempre: açúcar, cereais, so- ocorreram na Amazônia Legal, o que representa 72,35%
ja, milho, oleaginosas e frutas cítricas. Isso movimenta de todos os assassinatos no país.
grande parte da economia e emprega considerável parce- Áreas de fronteira agrícola na Amazônia têm regis-
la da População Economicamente Ativa, do país. trado índices crescentes de conflito. É o caso da Zona da
A pecuária brasileira é considerada uma das mais Desenvolvimento Sustentável (ZDS) Abunã-Madeira
produtivas em todo o mundo. O Brasil é um dos maiores (Amacro), que engloba 32 municípios localizados no sul

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