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RECIFE/PE

PREFEITURA DA CIDADE DO

Auxiliar de Desenvolvimento
Infantil - ADI

DISCIPLINAS:
Conhecimentos Comuns:
- Língua portuguesa;
- Raciocínio lógico e matemático;
- Legislação Municipal;
Conhecimentos Específicos.

ENSINO MÉDIO
M Edição elaborada conforme o Edital de
Abertura nº 001/2024

CURSO ONLINE
Brinde: Curso Online de Redação
Discursiva com a Prof. Marilza de Oliveira
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Prefeitura Municipal do

RECIFE/PE
CARGO 201:
AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO
INFANTIL – ADI

Brasília/DF
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Título da obra: Pref. do Recife-PE - Auxiliar de Desenvolvimento Infantil - ADI

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Autores: Diversos
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PRODUÇÃO EDITORIAL
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Jhenyfer Karoline
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CAPA/ILUSTRAÇÃO
Josué Correia

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Souza Nunes
Tiana Adília
Josué Correia

DISTRIBUIÇÃO
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Sérgio Correia

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Setor Norte AC 219 Conjunto C, Lote 21 - Loja 02


Santa Maria - Brasília-DF, CEP: 72549-315
Fone: (61) 3046-8844
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)

LÍNGUA
PORTUGUESA
SUMÁRIO:
Compreensão e interpretação de texto ............................................................................... 60
Tipologia e gêneros textuais .............................................................................................. 62
Figuras de linguagem ........................................................................................................ 64
Significação de palavras e expressões ........................................................................... 46/47
Relações de sinonímia e de antonímia ........................................................................... 46/47
Ortografia .......................................................................................................................... 03
Acentuação gráfica ............................................................................................................ 07
Uso da crase ...................................................................................................................... 49
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos ...... 50
Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto ........... 11
Locuções verbais (perífrases verbais) ............................................................................... 19
Funções do "que" e do "se" ............................................................................................... 55
Formação de palavras ........................................................................................................ 53
Elementos de comunicação ............................................................................................... 57
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos
(período simples e período composto por coordenação e subordinação) .......................... 30
Concordância verbal e nominal ......................................................................................... 40
Regência verbal e nominal ................................................................................................ 43
Colocação pronominal ....................................................................................................... 25
Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto ................................................... 38
Elementos de coesão ......................................................................................................... 61
Função textual dos vocábulos ............................................................................................ 55
Variação linguística ....................................................................................................... 57/59

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ORTOGRAFIA S

É o uso correto das letras, bem como das iniciais abusar aceso acusar adesão
maiúsculas e minúsculas nas palavras. aliás amnésia analisar ananás
anestesiar após artesão ás
1ª PARTE: palavras escritas por convenção. asa Ásia asilo asteca
Ex.: monge, jiló, graxa, flecha, sósia, proeza, he- avisar basalto base basílica
besouro bisão bisonho blusa
resia, obcecar, maçarico, variz, extasiar, pretensão,
brasa brasão brisa camisa
acessar, discernir, excetuar, exsudar, etc.
casaca casimira caso catalisar
PALAVRAS ESCRITAS POR CONVENÇÃO cesária coesão colisão concisão
conclusão cós coser crase
G crisálida crisântemo crise decisão
algema algibeira angélico apogeu defesa demasia designar desistir
auge bugiganga digerir drágea Deus diocese diurese divisa
efígie estrangeiro evangelho falange dose eclesiástico empresa ênclise
faringe frigir geada gêiser escusar esposa esquisito eutanásia
geleia gêmeo gengibre gengiva evasão exclusão extasiar fantasia
gesso gesto gim girafa fase framboesa frase freguês
gíria higiene ligeiro megera friso fusão fuselagem fusível
monge mugir ogiva rígido fuso gás gasolina gênese
rugir sugerir tangente tangerina groselha heresia hesitar improvisar
tigela vagina incisão inclusão intruso invasão
isolar lesar lilás liso
J lisonja losango luso manganês
maresia mariposa masoquismo medusa
berinjela cafajeste canjica hoje mesa mesóclise mesquita misantropo
injetar jeca jegue jeito miséria mosaico musa obeso
jejum jenipapo jequitibá jérsei obséquio obtuso parafuso paraíso
jesuíta jiboia jiló jirau paralisar parmesão peso pesquisar
jiu-jitsu majestade manjedoura manjericão preciso presente presépio preservar
objeto projeto rejeitar sujeito presídio presidir prosa pus
querosene quesito raposa raso
X
rasurar reclusão recusar represália
abacaxi almoxarife bexiga broxa reprisar requisitar rês resenhar
bruxa capixaba caxumba coaxar reservar residir resíduo resignar
coxa coxo elixir esdrúxulo resina resistir resolver resultar
faxina graxa haxixe lagartixa resumir retesar riso risoto
lixa lixo luxar luxo rosa sinestesia siso sósia
maxixe muxoxo orixá oxalá suserano tese tesoura tesouro
pexote pixaim praxe puxar tosar transar trás turquesa
relaxar rixa roxo taxa usina usar usurar usurpar
vexame vexar xadrez xale vaso vesícula visar
xampu xangô xará xarope
xavante xaxim xepa xeque
Z
xereta xerife xi! xícara
xiita xilofone xingar xis agonizar alazão albatroz alfazema
xô! xodó xucro algazarra algoz amazona amizade
antipatizar apaziguar armazém arroz
CH assaz atroz avestruz azar
arrochar bochecha boliche brecha azedo azeitona azêmola azia
brocha broche bucha cachaça azul balizar batizar bazar
cachimbo cartucho chá chácara bezerro bizarro buzina búzio
chafariz chalé charco chuchu cafezal cafuzo capataz capuz
chucrute chumaço churrasco cocha cartaz catequizar cicatriz coalizar
coche cochichar cochilar colcha conduzir coriza cozer cozinha
concha coqueluche debochar despachar cruz cuscuz czar deduzir
encher espichar estrebuchar fachada deslizar dizer dizimar economizar
fantoche fechar ficha flecha fazer feliz fezes foz
guache inchar linchar machucar fuzil fuzuê gaze gazela
mecha mochila pechincha piche gazeta giz gozar granizo
rachar salsicha tacha tocha guizo hipnotizar horizonte induzir
introduzir jazida juiz lambuzar
lazer luz magazine matiz
matriz mazela meretriz nariz
nazismo noz ojeriza ozônio

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paz prazer prazo prejuízo
prezar primazia produzir proeza
H
quartzo raiz rapaz razão
hábil habitar hachurar hálito
reduzir rezar seduzir simpatizar
handebol hangar hanseníase hantavírus
sintetizar talvez topázio tornozelo
harém harmonia harpa haste
traduzir trapézio trazer variz
havana haver haxixe hebreu
vazio verniz vez voz
hectágono hectare hediondo hégira
zangão zangar zebra ziguezague
helicóptero hélio hem! hemácia
Ç hematita hemisfério hemorragia hepatite
heptaedro hera herdar heresia
açafrão açaí aço açúcar hermafrodita hérnia hertz hesitar
açucena açude alça alçapão hetero heureca hexacampeão hiato
almaço almoço ameaçar arregaçar hibernar híbrido hidra hidroavião
arruaça babaçu bagaço baço hiena hierarquia hieróglifo hífen
balança boçal cabaça caçar higienizar hímen hindu hino
caçoar caçula calça camurça hipérbole hipófise hipopótamo hipoteca
caniço carapaça carapuça carcaça histeria história hoje homem
chouriço chumaço cobiçar coçar homofilia homogêneo homologar honesto
conjunção couraça dançar disfarçar honra hóquei hora horda
endereço enguiçar erupção exceção horizonte hormônio horóscopo horror
feitiço hortaliça laço licença horta hortelã hortênsia hosana
linguiça maçã maçaneta maçar hospedar hospital hóstia hostil
maçarico maço maçom março hulha humano humilde humilhar
miçanga mordaça mormaço muçulmano humor húmus
muçurana orçar ouriço paço
paçoca palhaço pança piaçava
pinça poço quiçá rechaçar 2ª PARTE: palavras derivadas.
roça roçar ruço saçaricar
Em geral, as palavras derivadas mantêm as mesmas
soçobrar tapeçaria terço terçol
letras iniciais das suas respectivas palavras primitivas.
traça trança trapaça troço
viço vidraça Ex.: rabugento (de rabugem);
viajem (de viajar);
C almoxarifado (de almoxarife);
acelga acender acento acepção pichar (de piche);
acervo acessar agradecer alicerce catálise (de catalisar);
aparecer aquecer cacete cacimba sintetizado (de sintetizar);
cacique carecer carroceria cédula exultante (de exultar);
ceia ceifar cela celeiro intercessão (de interceder);
celibato celta cem cemitério disfarçado (de disfarçar);
cena cenoura censo censura ascensão (de ascender);
centavo centopeia centro cepa exsudação (de exsudar);
céptico cera cerca cerda assessor (de assessorar); etc.
cereal cerebelo cérebro cereja
cerimônia cerne cerrar certo Exceções: angélico e angelical (de anjo);
cerveja cervo cerzir cesariana extensão, extensibilidade, extensidade,
cessar cesta cetim cetona extensível, extensividade, extensivo, ex-
cetro cevada chacinar chance tenso e extensor (de estender).
cicerone ciciar ciclo ciclone
Obs.1: Viajem (forma verbal do verbo viajar, no
cicuta cidra cifra cigano
cigarro cilada cílio cima
presente do subjuntivo).
cimento cinema cínico cinta Ex.: Espero que eles viajem bem.
cintilar cintura cinza cio Viagem (substantivo: ação de viajar).
cipó cipreste ciranda circo Ex.: A viagem foi maravilhosa.
circuito circundar cirrose cirurgia
cisco cismar cisne cissiparidade Obs.2: Palavra Primitiva: é aquela que não vem
cisterna citar cítara ciúme de nenhuma outra da própria língua.
cócegas concertar concílio corcel
decepcionar docente esquecer falecer Ex.: casa, água, pedra, terra, ar, etc.
focinho incipiente lince lúcido Obs.3: Palavra derivada: é aquela que vem de ou-
maciço macio magricela marcial tra da própria língua.
mencionar morcego obcecar parecer
penicilina percevejo pocilga recender Ex.: caseiro, aquático, pedrada, terreno, aé-
resplandecer sobrancelha súcia tecer reo, etc.
tecido vacilar vacina você

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3ª PARTE: regras convencionais.
G J X CH Ç C SS S Z H K W Y Ç
5 1 4 0 2 1 1 7 2 2 3 : 28 4. Grafa-se com ç:
regras
a) os sufixos –aça, -aço, -ção, -iço, -iça, -nça, -uço,
G -açu e –oça;
1. Emprega-se g: Ex.: barca + aça = barcaça;
a) nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio e -úgio; rico + aço = ricaço;
navegar + ção = navegação;
Ex.: adágio, colégio, prodígio, relógio, refúgio, etc. sumir + iço = sumiço;
b) nas terminações –agem, -igem e –ugem; carne + iça = carniça;
Ex.: viagem, fuligem, rabugem, garagem, ver- cria + nça = criança;
tigem, ferrugem, etc. dente + uço = dentuço;
igu + açu = Iguaçu;
Exceções: lajem, pajem e lambujem. carro + oça = carroça.
c) nas terminações –ege e –oge; b) após ditongo.
Ex.: frege, herege, sege, doge, paragoge, etc. Ex.: caução, feição, etc.
d) depois de r: C
Ex.: alergia, energia, imergir, surgir, etc. 5. Grafa-se com c:
Exceções: alforje, caborje e interjeição. a) após ditongo.
e) após a inicial de palavra. Ex.: coice, foice, etc.
Ex.: ágio, agir, ágil, agenda, agitar, etc.
SS
J
6. Grafa-se com ss:
2. Emprega-se j:
a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver-
a) nas terminações -aje e -ajé. bos cujos radicais terminam em: ced, gred, prim, met,
Ex.: laje, traje, acarajé, pajé, etc. mit e cut.
Ex.:
X CED > CESS : suceder - sucessão, sucessivo;
GRED > GRESS : progredir - progresso, progressivo;
3. Emprega-se x: PRIM > PRESS :imprimir - impressão, impresso;
a) após ditongo; MESS
MET > : prometer - promessa, promissor;
Ex.: baixo, caixa, faixa, feixe, madeixa, peixe,
MISS
frouxo, rouxinol, trouxa, etc. MIT > MISS : permitir - permissão, permissivo;
Exceções: caucho e guache. CUT > CUSS :discutir - discussão.

b) após en inicial de palavra;


Ex.: enxada, enxertar, enxoval, enxugar, enxame, S
enxerido, enxofre, etc. 7. Grafa-se com s:
Exceções: encher e enchova. a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver-
c) após me e mé iniciais de palavra; bos cujos radicais terminam em: nd, rg, rt, pel, corr e
nt;
Ex.: mexer, mexilhão, México, etc.
Ex.:
Exceções: mecha e mechoacão.
ND > NS: expandir - expansão, expansivo;
d) após e inicial de palavra.
Ex.: exalar, Exército, exílio, êxodo, exumar, RG > RS: submergir - submersão, submerso;
examinar, exercer, exímio, exoterismo, etc. RT > RS: inverter - inversão, inverso;
Exceções: esôfago e esoterismo. PEL > PULS: expelir - expulsão, expulso;
CUIDADO: encharcar (de charco); CORR > CURS: discorrer - discurso, discursivo;
enchente (de encher);
enchumaçar (de chumaço); NT > NS: sentir - sensação, sensível.
recauchutar (de caucho).

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b) os adjetivos terminados em –oso e em -osa, deri- H
vados de substantivos;
9. Grafa-se com h:
Ex.: dengo + -oso = dengoso;
+ -osa = dengosa. a) o final de algumas interjeições;
teima + -oso = teimoso;
Ex.: ah!, eh! e oh!
+ -osa = teimosa.
gás + -oso = gasoso; b) os dígrafos ch, lh e nh.
+ -osa = gasosa.
Ex.: chave, palha, unha, chique, alho, banho, etc.
c) os adjetivos pátrios terminados em -ês e em -esa;
Obs.: Bahia (nome de estado) possui essa grafia
Ex.: campo + n + ês = camponês; (com h e sem acento agudo) por tradição e por incoerên-
+ n + esa = camponesa. cia dos nossos gramáticos, já que ela é a própria palavra
Paquistão + ês = paquistanês; baía (acidente geográfico), que não possui h e que pos-
+ esa = paquistanesa. sui acento agudo.

Pequim + n + ês = pequinês; K, W e Y
+ n + esa = pequinesa.
10. Grafa-se com k, com w ou com y:
d) os títulos de nobreza femininos terminados em
a) as abreviaturas e os símbolos de termos científi-
-esa;
cos de uso internacional;
Ex.: baronesa, duquesa, marquesa, princesa.
Ex.: km (quilômetro), kg (quilograma), k (potás-
e) após ditongo; sio), w (watt), W (oeste), yd (jarda), etc.
Ex.: causa, coisa, gêiser, lousa, maisena, náusea, b) as palavras estrangeiras não aportuguesadas.
Cleusa, Neusa, Sousa, etc.
Ex.: kart, kibutz, smoking, show, watt, play-
f) as formas verbais de pôr (e dos derivados) e de ground, playboy, hobby, etc.
querer.
c) os nomes próprios estrangeiros não aportuguesa-
Ex.: pôs, pus, puser, puseram, pusesse; depôs,
dos (e seus derivados).
depus, depuser, depuseram, depusesse; quis,
quiser, quiseram, quisesse, etc. Ex.: Kant, Franklin, Shakespeare, Wagner, Ken-
nedy, Mickey, Newton, Darwin, Hollywood,
g) os sufixos gregos -ase, -ese, -isa, -ise, -isia e
Washington, Kremlin, Byron, Walt Disney,
-ose.
kantismo byroniano, shakespeariano,
Ex.: metástase, prófase, catequese, síntese, papi- kartista, parkinsonismo, Disneylândia, etc.
sa, poetisa, pesquisa, análise, catálise, ele-
trólise, paralisia, hipnose, metamorfose, os-
mose, etc. EMPREGO DE PALAVRAS
Z I. EMPREGO DOS PORQUÊS:
8. Grafa-se com z: 1. PORQUE: é usado em respostas e em explica-
ções.
a) os verbos terminados em -izar, derivados de
substantivos e de adjetivos. Ex.: Por que parou? (pergunta)
Porque estou cansado. (resposta)
Ex.: colônia + -izar = colonizar;
sinal + -izar = sinalizar; Raquel não veio à faculdade, porque está
ágil + -izar = agilizar; doente. (explicação)
fértil + -izar = fertilizar; etc. 2. PORQUÊ: é o único dos quatro porquês que
Obs.: Se o verbo for a palavra primitiva, sua termi- exige, diretamente, antes dele, artigo, adjetivo, numeral
nação –izar (ou –isar) poderá ser escrita com z ou com ou pronome masculinos.
s, dependendo do seu tipo. Ex.: Não sei o porquê disto.
Ela me deu um belo porquê.
Ex.: analisar, catalisar, eletrolisar, improvisar,
Ofereceram três porquês para o problema.
paralisar, pesquisar, batizar, catequizar,
Este porquê não serve.
deslizar, hipnotizar, sintetizar, etc.
b) os substantivos abstratos terminados em -ez e em 3. POR QUÊ: é usado no final do período (simples
-eza, derivados de adjetivos. ou composto), em perguntas e em afirmações.
Ex.: ácido + -ez = acidez;
pequeno + -ez = pequenez; Ex.: Você fez isso por quê?
delicado + -eza = delicadeza; Susana agiu assim e não sabe por quê.
rico + -eza = riqueza; etc.

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4. POR QUE: V. MAS / MAIS / MÁS:
a) é usado no início do período (simples ou compos- 1. Mas é conjunção adversativa, que indica uma opo-
to) em perguntas e em afirmações. sição (ou um contraste). Pode ser substituída por
outra conjunção adversativa (porém, contudo, to-
Ex.: Por que você fez isso? davia, entretanto, etc.).
Por que construí Brasília (título de um dos
Ex.: Eu iria ao cinema, mas choveu.
livros de JK)
Por que Adriana acha que é melhor, do que 2) Mais pode ser um advérbio de intensidade ou um
Henrique? pronome indefinido. É antônimo de menos.
Ex.: Sem dúvida, é a garota mais simpática da sa-
b) é usado no meio do período composto ( = pelo
la!
qual, pela qual, pelos quais e pelas quais).
Atualmente, tenho mais sabedoria e mais
Ex.: Este é o caminho por que passaram. conhecimento.
Esta é a resposta por que aguardava. 3) Más é adjetivo (antônimo de boas).

c) idem letra b ( = por que motivo). Ex.: Ela tem atitudes más.
Eles são pessoas más.
Ex.: Não se sabe por que chove tanto, naquela
região do país. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
II. Onde/ Aonde: 1. Monossílabos tônicos:
1. Emprega-se aonde com os verbos de movimento Acentuam-se os terminados em a(s), e(s) e o(s).
com a preposição a. Ex.: pá(s), ê(s) fé(s), ô(s) só(s), etc.
Ex.: Aonde você irá? 2. Oxítonos:
Aonde nos leva?
Acentuam-se os terminados em a(s), e(s), o (s) e em
2. Emprega-se onde, naturalmente, com os verbos es- (ens).
táticos e com os de movimento sem a preposição a.
Ex.: sofá(s), você(s), café(s), robô(s), cipó(s),
Ex.: Onde estão os livros? ninguém, parabéns, etc.
Não sei onde te encontro.
Até onde, você irá? 3. Paroxítonos:
De onde, ele vem?
Acentuam-se os terminados em ps, um (uns), r,
III. Mau / Mal: u(s), x, i(s), en, on(s), l, ã(s), e ditongo [acompanhado
ou não de s: ei (s), ão(s), ea (s), eo (s), ia(s), ie(s), io(s),
1. Mau é, sempre, um adjetivo (seu antônimo é bom). oa(s), ua(s), ue(s) e uo(s)].
Refere-se, pois, a um substantivo.
Ex.: bíceps, fórceps, álbum(uns), médium(uns), açúcar,
Ex.: Escolheu um mau momento. éter, meinácu, Vênus, tórax, fênix, júri, lápis, pó-
Era um mau aluno. len, hífen, próton(s), fóton(s), fácil, desagradável,
2. Mal pode ser advérbio de modo (antônimo de bem) órfã(s), ímã(s), pônei(s), jóquei(s), órgão(s), só-
e substantivo. tão(s), fêmea(s), orquídea(s), óleo(s), simultâ-
neo(s), ânsia(s), farmácia(s), série(s), cárie(s), sí-
Ex.: Ele se comportou mal. tio(s), lírio(s), mágoa(s), nódoa(s), tábua(s), ré-
Seu argumento está mal-estruturado. gua(s), tênue(s), bilíngue(s), árduo(s), vácuo(s),
Ela não sabe o mal que me faz. etc.
IV. HÁ / A: 4. Proparoxítonos:
1. Há (verbo haver), para indicar tempo passado ou Quase todos são acentuados.
para significar existe (m).
Ex.: lâmpada, fósforo, elétrico, cápsula, médico,
Ex.: Há dois meses, ele não aparece. auréola, período, míope, medíocre, etíope,
No mundo, há muitos fãs do futebol. etc.
2. A (preposição), para indicar tempo futuro e dis- Exceções: deficit e habitat.
tância.
Obs.: Essas duas palavras não podem ser acentua-
Ex.: Daqui a dois meses, ele aparecerá. das, por serem latinismos (palavras oriundas do latim),
A Terra fica a milhões de quilômetros do Sol.
sabendo-se que essa língua não possuía acento gráfico,
como o inglês e o alemão não o possuem. Entre os dicio-
naristas, há os que as acentuam, e os que não as acentu-
am.
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5. Ditongos éi, éu e ói: Ex.: bilíngue, linguiça, cinquenta, tranquilo,
etc.
a) se forem pronunciados (pela norma culta) ei, eu
ou oi, não serão acentuados; c) não receberá nada, se ele não for pronunciado
(pela norma culta).
Ex.: colmeia, farei, sei, eufônico, ateu, meu, loi-
ro, boi, doido, etc. Ex.: aguerrido, enguiço, quente, quilo, etc.
b) se forem pronunciados (pela norma culta) éi, éu Observação:
ou ói (desde que estejam na sílaba forte da palavra), se-
O trema foi abolido com o acordo ortográfico de
rão acentuados, exceto os paroxítonos.
1/1/2009.
Ex.: ideia, europeia, plateia, hebreia, fiéis, réis
Ex.: equilátero, líquido, sanguíneo, etc.
(moeda), chapéu(s), réu(s), troféu(s), herói,
anzóis, mói (moer), joia, boia, jiboia, he- 8. Acento Diferencial:
roico, etc.
Ele só permaneceu em algumas palavras do portu-
CUIDADO: aneizinhos, chapeuzinho, anzoizinhos. guês.
Obs.: São equivocados os conceitos de ditongo Ex.: pôr: verbo e substantivo;
aberto e de ditongo fechado: não existe essa divisão por: preposição.
dos ditongos na NGB, nem na NGP (dentro da Fonética).
pôde: pretérito perfeito do indicativo do verbo
Na verdade, as vogais é que podem ser abertas, semi-
poder;
abertas, fechadas ou semifechadas, e não os ditongos.
pode: presente do indicativo do mesmo verbo.
6. Hiatos:
tem: 3ª pessoa do singular do verbo ter;
a) AÍ, EÍ, OÍ, UÍ, AÚ, EÚ, IÚ e OÚ: têm: 3ª pessoa do plural do mesmo verbo.
Sua segunda vogal (i ou u) será acentuada normal- porquê: substantivo;
mente, se estiver sozinha na própria sílaba ou se vier porque: conjunção.
acompanhada de s.
vem: 3ª pessoa do singular do verbo vir;
Ex.: saída, faísca, cafeína, politeísmo, moído, vêm: 3ª pessoa do plural do mesmo verbo.
egoísta, ruído, uísque, saúde, balaústre, re-
úne, ciúme, timboúva, etc. Ex.: Pôr o livro sobre a mesa é fácil. (verbo)
O pôr-do-sol de Brasília é belo. (substantivo)
Obs. 1: Se ela vier acompanhada de l, de m, de n, de Fiz isso por ela. (preposição)
r ou de z ou se ela vier seguida de nh, deixará de ser
Marcos pôde trabalhar ontem.
acentuada.
Marcos pode trabalhar hoje.
Ex.: Raul, paul, ruim, amendoim, ainda, saindo,
fluir, ruir, juiz, raiz, rainha, bainha, tainha, Elas têm 20 anos.
moinho, fuinha, etc. Ela tem 20 anos.

Obs. 2: Acompanhar: estar na mesma sílaba. Eles vêm da Bahia.


Seguir: estar na sílaba seguinte. Ele vem da Bahia.
b) OO (S) final de palavra: não é mais acentuado. Obs.1.: Em relação a tem/têm e a vem/vêm, o
acento diferencial dessas palavras aplica-se, também, às
Ex.: coo doo, magoo, perdoo, abençoo, coroo,
formas verbais dos verbos derivados de ter e de vir
abotoo, povoo, enjoo(s), voo(s), zoo(s), etc.
(contém/contêm, detém/detêm, mantém/mantêm, re-
c). EEM final de palavra: não é mais acentuado. tém/retêm, convém/convêm, intervém/intervêm, pro-
vém/provêm, etc.).
Ex.: creem, deem, leem, veem e derivados (des-
creem, desdeem, releem, preveem, anteve- Ex.: O edital deste concurso contém estas discipli-
em, etc. nas.
Os editais destes concursos contêm estas dis-
Obs.: ee de eem não é hiato, e, sim, vogal forte
ciplinas.
mais ditongo decrescente.
7. Grupos gue, gui, que e qui: O avião provém de Berna.
Os aviões provêm de Berna.
O u desses grupos:
Obs.2.: Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o
a) não mais receberá acento agudo, se ele for pro- acento agudo no i, nem no u tônicos, quando vierem de-
nunciado fortemente (pela norma culta); pois de um ditongo.
Ex.: averiguem, arguis, oblique, etc. Ex.: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, etc.
b) não mais receberá trema, se ele for pronunciado
fracamente (pela norma culta);

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Obs.3.: Se a palavra for oxítona, desde que o i ou Ex.: cor de vinho, cada um, à vontade, a fim de,
que o u estejam em posição final (acompanhados ou não tinha estudado, ao passo que, cruz credo! ,
de s), o acento permanecerá. isto é, etc.
Ex.: Piauí: Exceções: cor-de-rosa, mais-que-perfeito, etc.
Obs.4: Dêmos (forma verbal no presente do subjun- 2. Nos substantivos compostos por justaposição, há
tivo do verbo dar, cujo uso do acento circunflexo é fa- vários exemplos com e sem ele.
cultativo), para diferenciar-se de demos (forma verbal no
Ex.: guarda-chuva, passatempo, beija-flor, giras-
pretérito perfeito do indicativo do mesmo verbo).
sol, quinta-feira, paraquedas, abaixo-
Ex.: Raquel espera que nós lhe dêmos (ou demos) assinado, cão de guarda, ave-maria, fim de
toda a assistência a ela. semana, estrela-do-mar, sala de jantar, etc.
Nós demos toda a assistência a Raquel ontem.
3. Nos adjetivos compostos, ele é obrigatório.
Obs.5: Fôrma(s) (= molde), cujo acento circunflexo
Ex.: sócio-político-econômico, verde-clara, mar-
é facultativo, para diferenciar-se de forma(s) (= disposi-
rom-escuro, surdo-mudo, verde-abacate,
ção exterior de algo)
amarelo-ouro, etc.
Ex.: Esta fôrma (ou forma) de bolo é moderna.
4. Na divisão silábica, ele é obrigatório.
A forma do bolo é circular.
Ex.: pe-rí-o-do, mí-o-pe, au-ré-o-la, ca-os, sen-
NOTAÇÕES LÉXICAS sa-ci-o-nal, etc.
Sinais gráficos que mudam a pronúncia da palavra. 5. Na ênclise e na mesóclise, ele é obrigatório.
Além das três tradicionais (til, apóstrofo e cedilha), há,
ainda, os dois acentos (agudo e circunflexo). Ex.: amá-lo, põe-na, deixe-os, enviar-lhe-ei, em-
prestá-lo-emos, etc.
1. TIL ( ~ ):
6. Nos topônimos, em geral, ele é proibido.
Emprega-se o til, para nasalizar as vogais a e o de
várias palavras portuguesas. Ex.: América do Norte, África do Sul, Belo Hori-
zonte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Estados
Ex.: mãe, pães, escrivães, maçã, avião, cão, vão, Unidos, etc.
põe, leões, vulcões, balões, junções, etc.
Exceções: Guiné Bissau, Passa-Quatro, Trás-os-
, Montes, Baía de Todos-os-Santos, Grã-Bretanha, Grão-
2. APÓSTROFO ( )
Pará, etc.
Emprega-se o apóstrofo, para substituir uma deter- 7. Na união de duas ou de mais palavras, ocasio-
minada letra da palavra. nalmente, combinadas (incluindo-se os itinerários), ele é
Ex.: copo d’água, galinha-d’angola, esp’rança, obrigatório.
c’roa, minh’alma, etc. Ex.: Liberdade-Igualdade-Fraternidade, ponte
Rio-Niterói, Brasília-Florianópolis, Manaus-Rio Branco,
3. CEDILHA ( ¸ ): etc.

Emprega-se a cedilha sob o c, para mudar a sua 8. Nos sufixos -açu, -guaçu e –mirim, ele é obriga-
pronúncia, de | k | para | s |, antes de a, de o ou de u. tório.

Ex.: miçanga, aço, açúcar, carniça, palhaço, Igu- Ex.: jacaré-açu, amoré-guaçu, tamanduá-mirim,
açu, etc. etc.
9. Nos prefixos e nos radicais áudio-, auri-, bio-,
4. ACENTO AGUDO ( ´ ): cardio-, claro-, derma-, entre-, foto-, geo-, hidro-, iso-,
Ex.: vatapá, café, saída, avó, baú, etc. macro-, micro-, mini-, psico-, radio-, socio- e tele-, o
hífen é proibido.
Ex.: audiosseletivo, aurirrubro, bioestatístico,
5. ACENTO CIRCUNFLEXO ( ^ ): cardiorrenal, cloroacético, dermatomicose,
Ex.: câmara, lêvedo, avô, etc. entreaberto, fotoalgrafia, geoistórico, hidro-
avião, isossilábico, macroeconomia, micror-
região, minissaia, psicossocial, radioamador,
HÍFEN socioeconômico, teleobjetivo, etc.

1. Nas locuções adjetivas, pronominais, adverbiais, 10. Nos radicais bel-, grã- e grão-, ele é obrigató-
prepositivas, verbais, conjuntivas, interjetivas e denotati- rio.
vas, em geral, ele é proibido. Ex.: bel-prazer, grã-cruz, grão-duque, etc.

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11. Nos prefixos e nos radicais: além-, aquém-, ex-
, nuper-, recém-, sem-, sota-, soto-, vice- e vizo-, ele é
Exceções: coabitação, coabitador, coabitante, coa-
obrigatório.
bitar, coabitável, desabilidade, desabilitar, desabitado,
Ex.: além-túmulo, aquém-mar, ex-combatente, desabitar, desábito, desabituação, desabituar, desarmo-
nuper-falecido, recém-nascido, sem- nia, desarmônico, desarmonioso, desarmonização, de-
vergonha, sota-piloto, soto-soberania, vice- sarmonizado, desarmonizador, desarmonizante, desar-
presidente, vizo-rei, etc. monizar, desarmonizável, inábil, inabilidade, inabilido-
so, inabilitação, inabilitar, inabitabilidade, inabitado,
Exceções: alentejano, Alentejo, expatriar, expatria-
inabitável, inabitual, reidratação, reidratado, reidratante,
do, sotaventear, sotavento e sotopor.
reidratar, etc.
12. Nos prefixos pos-, pre- e pro-:
b) se o início da palavra seguinte for r ou s, o hífen
será proibido; tendo essas duas letras de ser dobradas;
REGRAS: Ex.: autorretrato, autossuficiente, contrarreforma,
contrassenso, extrarregulamentar, extrassensorial, infrar-
1ª) quando eles forem pronunciados pos-, pre- e
renal, infrassom, neorrepública, protorrevolução, protos-
pro- (pela norma culta) respectivamente, não serão acen-
satélite, pseudorrincoto, pseudossigla, semirreta, semis-
tuados, nem seguidos de hífen.
selvagem, suprarrealismo, suprassumo, ultrarromântico,
Ex.: poscéfalo, posfácio, pospasto, posponto, pos- ultrassom.
por, preanunciar, preaquecimento, precitado, predeter- c) se o final do prefixo (ou do radical) e o início da
minado, preestabelecer, preexistente, prefixado, prenota- palavra seguinte forem vogais diferentes, o hífen será
ção, preopinar, preordenação, pretônico, previsão, pro-
proibido;
cônsul, proembrião, prolongar, promover, propagar, pro-
por, etc. Ex.: autoescola, contraindicação, extraoficial, infra-
estrutura, intraocular, neoescolástica, protoactínio, pseu-
2ª) quando eles forem pronunciados pós-, pré- e
doescorpião, semiárido, supraexcitante, etc.
pró- (pela norma culta) respectivamente, serão acentua-
dos e seguidos de hífen. d) se o final do prefixo (ou do radical) e o início da
palavra seguinte forem vogais iguais, o hífen será obriga-
Ex.: pós-bíblico, pós-conciliar, pós-datar, pós-
tório.
diluviano, pós-doutorado, pós-eleitoral, pós-graduação,
pós-guerra, pós-socrático, pós-verbal, pré-ajustado, pré- Ex.: auto-oscilação, contra-ataque, extra-
aviso, pré-datar, pré-eleitoral, pré-história, pré-leitura, atmosférico, infra-assinado, micro-ônibus, semi-integral,
pré-matrícula, pré-natal, pré-olímpico, pré-primário, pré- supra-axilar, etc.
requisito, pré-universitário, pré-vestibular, pró-
americano, pró-análise, pró-britânico, pró-homem, pró-
memória, pró-socialista, etc. 15. Prefixos gregos e latinos ante-, anti-, arqui- e
sobre-:
13. Nos prefixos bem- e ben-:
Idem regras a, b, c e d do caso 14
REGRAS:
Ex.: ante-histórico, anti-higiênico, sobre-horrendo,
1ª) bem- (com m): com hífen.
anterrosto, antessala, antirrábico, antisséptico, arquirra-
Ex.: bem-amado, bem-bom, bem-comportado, bem- bino, arquissecular, sobrerronda, sobressaia, anteato, an-
disposto, bem-estar, bem-feito, bem-humorado, bem- tiássido, arquiavó, sobrealcunha, ante-estreia, anti-
intencionado, bem-lançado, bem-me-quer, bem-nascido, infeccioso, arqui-inimigo, sobre-elevado, etc.
bem-ordenado, bem-parecido, bem-querer, bem-
sucedido, bem-vindo, etc.
16. Nos prefixos gregos e latinos hiper-, inter- e
2ª) ben- (com n): sem hífen.
super-, só haverá hífen, se o início da palavra seguinte
Ex.: bendito, bendizer, benfazejo, benfeitor, benfei- for h ou r.
toria, benfeitorizar, benquerença, benquerente, benquis-
Ex.: hiper-hidrose, hiper-rugoso, inter-hemisférico,
tar, benquisto, etc.
inter-relação, super-hidratação, super-requintado, etc.
14. Nos prefixos e nos radicais gregos e latinos au-
to-, contra-, extra-, infra-, intra-, neo-, proto-, pseu-
do-, semi-, supra- e ultra-: 17. No prefixo latino circum, só haverá hífen, se o
início da palavra for vogal, m ou n.
a) haverá hífen, se o início da palavra seguinte for
h; Ex.: circum-adjacente, circum-escolar, circum-
uretral, circum-meridiano, circum-murar, circum-
Ex.: auto-hemoterapia, extra-humano, infra-
navegar, circum-nutação, etc.
hepático, neo-hegelianismo, proto-história, pseudo-herói,
supra-homem, ultra-humano, etc.

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18. No prefixo latino mal-, só haverá hífen, se o da, funcionar como núcleo do complemento nominal ou
início da palavra seguinte for vogal ou h. do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do
objeto ou como núcleo do vocativo.
Ex.: mal-assombrado, mal-entendido, mal-
intencionado, mal-ouvido, mal-usar, mal-humorado, etc. ➢Classificação
Os substantivos classificam-se em:
19. No radical grego pan-, só haverá hífen, se o iní- 1. Substantivo próprio – dá nome a um ser especí-
cio da palavra seguinte for vogal, h, m ou n. fico, individualizando-o entre os outros da mesma espé-
cie.
Ex.: pan-americano, pan-eslavismo, pan-islâmico,
pan-harmônico, pan-helenista, pan-hispânico, pan- Ex.: Manuel, Adriana, Jaci, Brasil, São Paulo, Terra
mágico, pan-mítico, pan-negritude, etc. (planeta em que habitamos), Sol (astro que é o centro do
nosso sistema planetário), Lua (satélite da Terra), Deus,
Exceções: panorama, panoramense, panorâmica,
Praça do Buriti, Polícia Militar, Ministério da Marinha,
panorâmico, etc.
“Dom Casmurro”, Jornal de Brasília, etc.
Obs.: Não confundir alguns nomes próprios, com
20. No prefixos latinos ab-, ob- e sob-, só haverá nomes comuns: terra (solo, local, região) sol (astro que é
hífen, se o início da palavra seguinte for r. centro de um sistema planetário), deus (divindade, ído-
lo), medicina (remédio), etc.
Ex.: ab-reagir, ab-reptício, ab-rogar, ab-rogável, ab-
rupto (ou abrupto), ab-ruptude, ob-rogação, ob-rogado, 2. Substantivo comum – nome que serve para de-
ob-rogante, ob-rogar, ob-rogatório, ob-rogável, sob-roda, signar os seres de uma mesma espécie.
sob-rojar, etc.
Ex.: homem, mulher, menino, casa, escola, igreja,
21. No prefixo latino sub-, só haverá hífen, se o iní- muro, cão, pedra, caneta, rio, etc.
cio da palavra seguinte for b, h ou r.
3. Substantivo concreto – nome do ser que existe
Ex.: sub-base, sub-betuminoso, sub-biotipia, sub- por si (concreto real) ou que se apresenta em nossa ima-
bosque, sub-braquial, sub-brigadeiro, sub-burgo, sub- ginação, como se existisse por si (concreto fictício):
hepático, sub-hidroclorato, sub-híspido, sub-horizontal,
Ex.: de concretos reais: homem, casa, José, etc.
sub-humano, sub-raça, sub-região, sub-roda, sub-rogar,
etc. de concretos fictícios: saci, bruxa, lobisomem, mu-
la-sem-cabeça, fada, etc.
22. No prefixo latino ad-, só haverá hífen, se o iní-
cio da palavra seguinte for d ou r. 4. Substantivo abstrato – nome do ser que só tem
existência dependente de outro ser, ou seja, nome de uma
Ex.: ad-digital, ad-rogação, ad-rogado, ad-rogador,
característica, de um estado, de uma ideia, de uma ação:
ad-rogante, ad-rogar, ad-rostral, etc.
Ex.: beleza, crueldade, saúde, crença, ciúme, viva-
cidade, esperança, pulo, coroação, pensamento, etc.
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
Note a importante observação, a seguir, feita por
Todas as palavras da língua portuguesa têm finali- HILDEBRANDO A. de ANDRÉ, em sua Gramática
dades específicas: umas dão nome aos seres; outras indi- Ilustrada:
cam ações e qualidades desses seres; outras apenas esta-
“A forma dos seres designados pelos substantivos
belecem ligações entre termos de uma frase; etc. De
abstratos não é captada pela imaginação, é entendida
acordo com essas finalidades, as palavras dividem-se em
pela inteligência. A forma dos seres designados pelos
CLASSES GRAMATICAIS.
substantivos concretos é apreendida pela imaginação,
Existem na língua portuguesa dez classes gramati- pois os seres concretos possuem forma física ou apre-
cais divididas em dois grupos distintos: sentam-se com forma física fictícia.
* Variáveis: são as palavras que podem mudar de Julgamos que Deus, alma, anjo, demônio devam
forma e de classe, conforme seu emprego na frase. São ser incluídos entre os substantivos concretos reais, por-
elas: Substantivo, Adjetivo, Verbo, Pronome, Artigo e que, quando empregamos tais nomes, no ato da fala, re-
Numeral. ferimo-nos a seres que existem por si realmente, muito
embora não tenham forma física (suas representações
* Invariáveis: São as palavras que não apresentam
materiais são meros símbolos convencionais)”.
mudança em sua forma. São elas: Advérbio, Preposi-
ção, Conjunção e Interjeição. 5. Substantivo simples – nome formado de um só
elemento (radical).
SUBSTANTIVO
Ex.: espada, pedra, joia, guarda, moleque, pé, etc.
É palavra que dá nome aos seres em geral. Nor-
malmente exerce função sintática diretamente relaciona- 6. Substantivo composto – nome formado de dois
da com o verbo, atuando como núcleo do sujeito, dos ou mais elementos (radicais).
complementos verbais e do agente da passiva. Pode, ain-
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Ex.: peixe-espada, pedra-pome, guarda-joia, pé de 3. Os substantivos masculinos, terminados em ão,
moleque, passatempo, etc. formam o feminino substituindo-se o ão por ã, oa ou
ona.
7. Substantivo primitivo – nome que não deriva,
em português, de outra palavra: Ex.:
Ex.: flor, âncora, café, pedra, livro, máquina, etc. – Ã cirurgião - cirurgiã
cidadão - cidadã
8. Substantivo derivado – nome que deriva de ou-
anão - anã
tra palavra portuguesa:
– OA leão - leoa
Ex.: florista, ancoradouro, cafezal, pedreira, denta- leitão - leitoa
dura, livreiro, maquinaria, etc. hortelão - horteloa
9. Substantivo coletivo – nome que expressa, es- – ONA folião - foliona
tando no singular, um grupo de seres da mesma espécie: figurão - figurona
castelão - castelona
Ex.: exército (soldados), rebanho (ovelhas), código
(leis), fornada (pães), cardume (peixes), etc. 4. Alguns substantivos formam o feminino pelo
acréscimo de um sufixo feminino.
Ex.:
FLEXÃO NOMINAL DO SUBSTANTIVO
– ESA/ESSA camponês - camponesa
É o estudo das variações do substantivo quanto ao
prior - prioresa
gênero, número e grau. duque - duquesa
GÊNERO abade - abadessa
Os substantivos podem variar em gênero (masculi- – ISA papa - papisa
no ou feminino). poeta - poetisa
profeta - profetisa
* São do gênero masculino os substantivos a que se – TRIZ embaixador - embaixatriz
podem antepor os artigos o ou os. imperador - imperatriz
o gato, os alunos, o candidato, os garotos, etc. ator - atriz
* São do gênero feminino os substantivos a que se – INA herói - heroína
podem antepor os artigos a ou as. maestro - maestrina
czar - czarina
a gata, as alunas, a candidata, as garotas, etc. – ORA cantor - cantora
Formação do gênero pastor - pastora
senhor - senhora
Quanto ao gênero, os substantivos dividem-se em
biformes e uniformes. 5. Há, ainda, alguns substantivos que distinguem o
masculino do feminino através de um radical distinto pa-
* Biformes - são os substantivos que apresentam ra cada gênero. São os Heterônimos ou Desconexos,
uma forma para o masculino e outra para o feminino. A que apresentam radicais diferentes, não se distinguindo
oposição entre essas duas formas pode ser indicada de pela terminação.
várias maneiras. Vejamos:
Alguns exemplos
 Regra geral:
bode cabra genro nora
Não existe uma regra específica para a formação do cão cadela veado cerva
gênero do substantivo. Em geral, substitui-se a termina- boi vaca homem mulher
ção “o”, pela terminação “a”, para designar o feminino. pai mãe padrinho madrinha
Ex.: menino / menina, gato / gata, aluno / aluna, cavalo égua compadre comadre
candidato / candidata, etc. * Uniforme - são os substantivos que apresentam
 Regras especiais: uma única forma para o masculino e para o feminino. A
oposição entre as duas formas pode ser indicada pela
1. Alguns substantivos terminados em “e” formam classificação dada a eles:
o feminino, substituindo-se esse “e” por “a”.
 comuns-de-dois gêneros: O gênero é indicado pe-
Ex.: mestre / mestra, infante / infanta, presidente / lo artigo, adjetivo, pronome ou numeral que acompanha
presidenta, etc. o substantivo.
2. Outros, quando terminados em consoante, for- Ex.: o acrobata - a acrobata
mam o feminino acrescendo-se a desinência a. aquele mártir - aquela mártir
Ex.: freguês / freguesa, bacharel / bacharela, pro- belo artista - bela artista
fessor / professora, embaixador / embaixadora, etc.

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 Sobrecomuns: O gênero apresenta a mesma forma 4) Quando o próprio uso culto da língua não fixar o
(tanto para o masculino, como para o feminino), não va- gênero do substantivo, a gramática aceita ambos os gêne-
riando nem mesmo as palavras que os acompanham. ros.
Ex.: o cônjuge (tanto pode ser o esposo, como a esposa). o / a diabete o / a personagem
o / a manequim o / a sabiá
a criança (pode ser o menino ou a menina) o / a pijama o / a suéter
a vítima (pode ser do sexo masculino ou feminino) 5) O substantivo quando usado como adjetivo fica
 Epicenos: São substantivos que designam outros invariável.
animais que não o ser humano. Seu gênero é indicado Ex.: Uma recepção monstro.
com o acréscimo dos termos MACHO ou FÊMEA.
Ex.: a girafa macho a girafa fêmea
o tatu macho o tatu fêmea NÚMERO
a cobra macho a cobra fêmea Quando falamos em número, estamos referindo-nos
CUIDADO!!! ao singular e ao plural.
1) Há alguns substantivos cuja mudança de gênero Seguem regras com exemplos, porém o mais impor-
acarreta mudança de significado. Tal sentido varia con- tante é você fixar estas palavras, não se colocando a de-
forme o artigo que o antecede. Essas palavras são ho- corar as regras em si.
mônimas pois são iguais na forma, porém de origem, Exemplos comuns, com o acréscimo de "S" final:
gênero e significado diferente. Observe:
Substantivos terminados em vogal ou em ditongo
o águia = espertalhão (exceto ão):
a águia = ave
o cabeça = chefe cajá – cajás céu – céus
a cabeça = parte do corpo irmã – irmãs boi – bois
o capital = conj. de bens paletó – paletós pai – pais
a capital = cidade sede do Estado
o cura = pároco
Substantivos terminados em – ÃO:
a cura = restabelecimento
o grama = medida de peso a) recebem o "s":
a grama = vegetal bênção bênçãos grão grãos
o moral = coragem cristão cristãos órgão órgãos
a moral = ética
b) troca-se o ÃO por ÕES:
o praça = soldado raso
a praça = lugar público balão balões coração corações
caixão caixões folião foliões
2) O gênero é uma classificação gramatical, não
canção canções limão limões
existindo correspondência necessária entre o gênero
(masculino/feminino) e o sexo (macho/fêmea) dos seres c) troca-se o ÃO por ÃES:
a que se referem os substantivos.
cão cães tabelião tabeliães
Ex.: a mesa é do gênero feminino e não do sexo femini- capitão capitães alemão alemães
no. escrivão escrivães pão pães
o banco é do gênero masculino e não do sexo mas- d) há, alguns que admitem duas e até três formas de
culino. plural:
3) Como não existe necessariamente uma relação anão = anãos e anões
entre o gênero e o sexo, muitos substantivos apresentam ancião = anciãos, anciões e anciães
gênero incerto e oscilante, mesmo na língua culta. Neste ermitão = ermitãos, ermitões e ermitães
caso, a gramática registra como correto o gênero fixado
pelo uso culto. Assim, são:
Terminados em AL, EL, OL, UL, trocam o L por
MASCULINOS- FEMININOS
IS:
o ágape a cal
canal = canais caraco=caracóis
o apêndice a cataplasma
Papel = papéis Paul =pauis
o champanha a comichão
o eclipse a motocicleta Terminados em IL
o guaraná a faringe
o milhar a dinamite – Oxítonos: trocam o "L" por "S":
funil = funispro jétil =projetis

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– Paroxítonos: trocam o "IL" por "EIS": c) elemento invariável + palavra variável: ave-
fóssil = fósseis projétil=projéteis marias, sempre-vivas, alto-falantes;
réptil = répteis d) palavras repetidas: ruge-ruges, quero-queros.
3. Recebem plural os dois elementos:
Terminados em R ou Z: recebem ES: a) substantivo + substantivo = couves-flores, abe-
cor = cores cocar = cocares lhas-mestras.
dólar = dólares nariz = narizes
b) substantivo + adjetivo = obras-primas, amores-
Terminados em S: perfeitos, capitães-mores.
* Monossílabos e Oxítonos: recebem ES: c) adjetivo + substantivo = públicas-formas, boas-
vidas.
mês = meses gás = gases
adeus = adeuses ás = ases Exceção: grã-cruzes
* Paroxítonos e Proparoxítonos: variam somente 4. Casos especiais:
o indicador de número:
os louva-a-deus os joões-ninguém
o lápis = os lápis o pires =os pires os bem-te-vis os diz-que-diz
o ourives = os ourives o ônibus =os ônibus os bem-me-queres
Terminados em M: trocam o M por NS: Obs.:
dom = dons armazém = armazéns 1. Se o 1º elemento for a palavra GUARDA (ver-
item = itens vintém = vinténs bo), esta ficará invariável. Vejamos como reconhecer is-
nuvem = nuvens som =sons to.
Verbo: se o 2º elemento for substantivo:
Atenção especial para os seguintes substantivos:
guarda-roupa =guarda-roupas (subst.)
abdômen = abdomens ou abdômenes guarda-comida = guarda-comidas
cânon = Cânones
Substantivo: se o 2º elemento for adjetivo:
espécime = espécimens ou especímenes
guarda-noturno = guardas-noturnos (adj.)
hífen = hifens ou hífenes guarda-florestal = guardas-florestais
Os substantivos terminados em X ficam invariáveis. 2. Alguns substantivos que apresentam ô (fechado)
Ex.: as fênix, os tórax, os ônix. no singular e ó (aberto) no plural:

Alguns substantivos são usados somente no plural: caroço = caróços osso = óssos
coro = córos ovo = óvos
os arredores as férias (tempo de descanso) destrôço = destróços porco = pórcos
as fezes os víveres fogo = fógos povo = póvos
PLURAL DOS COMPOSTOS Obs.: O acento é ilustrativo, uma vez que serve
Como regra geral, pode ser tomado o seguinte: apenas para indicar a tonicidade.

Flexionam-se os elementos que são substantivos, ar- Alguns que continuam com o ô (fechado) no plural:
tigos, adjetivos, numerais e pronomes; os demais perma- acordo esgoto globo
necem invariáveis. almoço gosto bolo
Observe os princípios: estojo rolo ferrolho
soro esboço transtorno
1. Recebe plural apenas o 1° elemento:
a) substantivo + preposição + substantivo
O GRAU DO SUBSTANTIVO
pés de moleque mãos-de-obra
1. Aumentativo: exprime o aumento do ser em re-
b) quando o segundo elemento limita ou determina lação ao seu tamanho normal.
o primeiro.
1.1. Analítico: forma-se por meio de adjetivos.
canetas-tinteiro guardas-marinha
Exs.: casa grande, pedra enorme, estátua colossal.
amigos-urso peixes-boi
1.2. Sintético: forma-se com o auxílio de sufixos,
2. Recebe plural só o 2° elemento: como: ão, az, alhão, alhona, ázio, ona, etc.
a) verbo + substantivo: beija-flores; garrafão fatacaz papelão poetastro
b) palavra composta sem hífen: girassóis, pontapés; barbaça mulherona vagalhão gatázio

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copázio mocetona (de moça) ADJETIVO
Atenção: Há casos em que o aumentativo expressa ADJETIVO é a palavra que expressa qualidade,
desprezo. Serão chamados, assim, de pejorativo ou de propriedade ou estado do ser. Os adjetivos dividem-se
depreciativo. em:
2. Diminutivo: Exprime a diminuição do ser em re- 1. Adjetivo explicativo – que diz qualidade essen-
lação ao seu tamanho normal. Também pode ser: cial do ser.
2.1. Analítico: formado com o auxílio dos adjeti- Ex.: pedra dura, gelo frio, leite branco, etc.
vos.
2. Adjetivo restritivo: que expressa qualidade ou
Ex.: lápis pequeno , inseto minúsculo. estado acidental do ser.
2.2. Sintético: formado com o auxílio de sufixos, Ex.: pedra preciosa, gelo útil, leite caro, livro velho,
como: inho, zinho, acho, culo, ejo, ete, icho, ico, ucho, bela casa, alto muro, etc.
etc.
3. Adjetivo pátrio: quando expressa nacionalidade
filhinho florzinha cãozito fogacho ou lugar de origem do ser.
lugarejo burrico festim espadim
Ex.: brasileiro, árabe, japonês, português, etc.
Obs.: Há casos em que o diminutivo expressa pie-
dade, desprezo, antipatia, etc. * Locução Adjetiva: expressa o valor de adjetivo,
constituída de preposição + substantivo
irmãozinho mãezinha dedinho (ternura)
Ex.: corpo sem sangue = corpo anêmico
livreco padreco papelucho (pejoração) perímetro da cidade = perímetro urbano
* Plural dos diminutivos em zinho e zito: colo- agilidade de gato = agilidade felina
cam-se os dois no plural e corta-se o "S" do substantivo:
animalZINHO = animais + zinhos = animaizinhos FLEXÕES DO ADJETIVO
coraçãoZINHO = corações + zinhos = coraçõezinhos
1. Gênero e Número
O adjetivo concorda em gênero e número com o
SUBSTANTIVO COLETIVO
substantivo ao qual se refere.
Coletivo é o substantivo do tipo comum que, embo-
menino preguiçoso : meninas preguiçosas
ra empregado no singular, indica um conjunto de seres
mulher má : mulheres más
da mesma espécie.
• Formação do gênero:
Embora a NGB não dê nenhuma classificação dos
coletivos, a maioria dos gramáticos classificam-nos em: Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser UNI-
FORMES ou BIFORMES:
coletivos específicos: são os que determinam
uma só espécie de seres. Uniformes apresenta uma só forma para indicar os
dois gêneros. Vejamos exemplos:
Ex.: Arquipélago = conjunto de ilhas.
Banda = conjunto de músicos. professor jovem : professora jovem
Colméia = conjunto de abelhas. homem otimista : mulher otimista
coletivos indeterminados: são os que podem de- Outros: leve, nômade, paulista, contente, ruim, ante-
terminar mais de uma espécie de seres. Necessita, pois, rior, simples, veloz, amável, etc.
de um determinante para sua identificação.
Biformes (duas formas): Apresentam uma forma
Ex.: Bando = Bando de criança - Bando de aves - para o masculino e outra para o feminino. Alguns exem-
etc. plos:
Junta = Junta de médicos, Junta de bois, de exami- moço camponês : moça camponesa
nadores, etc. embaixador francês : embaixatriz francesa
garoto sofredor : garota sofredora
Manada = Manada de bois - Manada de búfalos -
Manada de elefantes, etc. • Formação do plural
coletivos numéricos: são os que determinam um Quanto ao número, podem ser:
número exato de seres.
Adjetivos simples – seguem as mesmas regras dos
Ex.: semana, dezena, dúzia, mês, centena, etc. substantivos simples.
Adjetivo composto – há uma regra geral, apenas o
último elemento varia em gênero e em número.

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blusa azul-amarela Divide-se em:
= blusas azul-amarelas ANALÍTICO: A estátua é muito bela.
relação franco-americana a) Absoluto
= relações franco-americanas SINTÉTICO: A estátua é belíssima.

• O adjetivo composto ficará INVARIÁVEL quan- DE SUPERIORIDADE


do:
Analítico: A estátua é a mais bela
a) um dos elementos for SUBSTANTIVO de todas.
olhos verde-mar gravatas rosa-ouro b) Relativo
Sintético: A casa é a maior de
saias azul-pavão lenços branco-gelo
todas.
b) houver no composto a preposição DE:
DE INFERIORIDADE: A estátua é menos
blusas cor-de-rosa olhos cor-de-anil bela de todas.
Observações:
Para fixar melhor, observe que o ABSOLUTO não
1. substantivos simples, indicando cor, são invariá- apresenta RELAÇÃO do ser com qualquer outro, en-
veis. quanto que o RELATIVO (de relação) relaciona o SER
meias gelo camisas rosa (A casa é a mais bela de todas) a outros.
gravatas cinza muros laranja Como segunda observação, notamos que ambos
possuem aspectos: ANALÍTICO e SINTÉTICO. Aqui,
2. São invariáveis: também, torna-se fácil distinguir:
azul-marinho azul-celeste – ANALÍTICO: (lembra análise, decomposição) –
3. Variam os dois elementos: apresenta duas palavras:
muito bela, mais bela
surdo-mudo novo-rico
– SINTÉTICO: sempre uma só palavra:
2. Grau
belíssima, maior
Quanto ao grau, os adjetivos podem ser:
Comparativo: compara-se a mesma qualidade entre Veja, agora, algumas formas do superlativo absolu-
dois seres. to sintético = adjetivo + sufixos - íssimo, imo ou rimo:
João é mais estudioso que Paulo . amargo amaríssimo ágil agílimo
antigo antiguíssimo doce dulcíssimo
COMPARATIVO bom boníssimo dócil docílimo
Feliz felicíssimo frágil fragílimo
de igualdade Pedro é tão alto como João Feroz ferocíssimo humilde humílimo
de superioridade Pedro é mais alto do que João Frio frigidíssimo semelhante simílimo
De inferioridade Pedro é menos alto do que João Parco parcíssimo acre acérrimo
sagrado sacratíssimo célebre celebérrimo
Note bem: igualdade : tão... como (quanto)
Sério seriíssimo livre libérrimo
superioridade : mais...que (do que)
inferioridade : menos...que (do que) – o VERBOS
“do”, na conjunção “do que”, é partícula expletiva.
Verbo é a palavra que exprime ação, fenômeno na-
* Há adjetivos que apresentam formas irregulares tural, estado ou mudança de estado, situando tais fatos
para o comparativo de superioridade; são eles: no tempo.
GRAU COMPARATIVO DE
CANTAR, IR (AÇÃO);
NORMAL SUPERIORIDADE
TROVEJAR, NEVAR (FENÔMENO);
BOM Melhor
MAU Pior
ESTAR, PERMANECER (ESTADO).
PEQUENO Menor Conjugação é o uso sistemático de todas as formas
em que o verbo pode ser conjugado. Os verbos em Por-
Quando comparamos duas qualidades de um mes- tuguês são distribuídos por quatro conjugações, cuja
mo ser, podemos empregar as formas "mais grande", terminação é formada do -r, desinência do infinitivo im-
"mais mau", "mais bom". pessoal, precedido de uma vogal que caracteriza a conju-
Ex.: Esta casa é mais grande do que pequena. gação, a saber:
Pedrinho é mais mau do que bom. * a para a primeira:cantar, estar.
Superlativo: apresenta a qualidade em grau mais * e para a segunda:ver, crescer.
elevado; não se fazendo comparação com qualidade de * i para a terceira: dirigir, seguir, possuir.
outroser. * o para a quarta: pôr, repor, propor, supor, etc.

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Essas vogais, chamadas vogais temáticas, apare- vend-IA-m part-IA-m
cem sistematicamente em várias formas de conjugação,
–RA– identifica o mais-que-perfeito do indicativo
seja o verbo regular ou não. Para cada uma dessas conju-
de qualquer conjugação.
gações, há uma forma - o paradigma - que indica as
formas a serem assumidas pelas flexões verbais. canta-RA vende-RA parti-RA
canta-RA-s vende-RA-s parti-RA-s
De acordo com a relação estabelecida pelo para-
canta-RA vende-RA parti-RA
digma, os verbos podem ser classificados em:
cantá-RA-mos vendê-RA-mos partí-RA-mos
regulares: obedecem precisamente ao paradigma cantá-RE-is vendê-RE-is partí-RE-is
da respectiva conjugação. canta-RA-m vende-RA-m parti-RA-m
irregulares: o verbo é irregular quando sofre al-
teração no radical ou nas desinências não seguindo o pa- Obs.: Na segunda pessoa do plural a desinência é -RE-
radigma da respectiva conjugação.
defectivo: são aqueles que não possuem forma –RA e –RE– apontam o futuro do presente do indi-
certa. Eufonia ou homofonia são dadas como a causa cativo de qualquer conjugação.
principal desse problema. Por isso mesmo não são con- canta-RE-i vende-RE-i parti-RE-i
jugados em determinadas formas. canta-RÁ-s vende-RÁ-s parti-RÁ-s
abundantes: verbo abundante é aquele que pos- canta-RÁ vende-RÁ parti-RÁ
sui mais de uma forma para determinada conjugação ou canta-RE-mos vende-RE-mos parti-RE-mos
dois particípios. canta-RE-is vende-RE-is parti-RE-is
Elementos estruturais do verbo: canta-RÃ-o vende-RÃ-o parti-RÃ-o

01. Radical: encerra a significação básica do verbo. –RIA– caracteriza o futuro do pretérito do indicati-
vo de qualquer conjugação.
AM (-AR), FAZ (-ER), PART (-IR)
canta-RIA vende-RIA parti-RIA
02. Tema: radical + vogal temática canta-RIA-s vende-RIA-s parti-RIA-s
CANT + A = CANTA (tema) canta-RIA vende-RIA parti-RIA
canta-RÍA-mos vende-RÍA-mos parti-RÍA-mos
* São as seguintes as vogais temáticas: canta-RÍE-is vende-RÍE-is parti-RÍE-is
canta-RIA-m vende-RIA-m parti-RIA-m
A - vogal temática da 1ª conjugação;
E - vogal temática da 2ª conjugação; Obs.: Na 2ª pessoa do plural, a desinência é -RIE.
I - vogal temática da 3ª conjugação;
O - vogal temática da 4ª conjugação. –E– indica o presente do subjuntivo da primeira
Assim, os verbos CANTAR, VENDER, PARTIR e conjugação.
PÔR têm como temas: cant-E cant-E-mos
- CANTA =(cantar) cant-E-s cant-E-is
- VENDE =(vender) cant-E cant-E-m
- PARTI =(partir)
- PO =(pôr)
–A– indica o presente do subjuntivo da segunda e
03. Desinências modo-temporais: indicam o tem- da terceira conjugação.
po e o modo. Observe os elementos em destaque, aqui
apresentados, e, facilmente, você identificará em que vend-A part-A
tempo e modo o verbo estará sendo usado. vend-A-s part-A-s
vend-A part-A
A seguir, os verbos paradigmas das três conjuga- vend-A-mos part-A-mos
ções apresentados em todos os seus tempos e modos. vend-A-is part-A-is
–VA– indica o pretérito imperfeito do indicativo da vend-A-m part-A-m
primeira conjugação. –SSE– caracteriza o pretérito imperfeito do subjun-
canta-VA cantá-VA-mos tivo de qualquer conjugação.
canta-VA-s cantá-VE-is (desinência -VE) canta-SSE vende-SSE parti-SSE
canta-VA canta-VA-m canta-SSE-s vende-SSE-s parti-SSE-s
–IA– caracteriza o pretérito imperfeito do indicati- canta-SSE vende-SSE parti-SSE
vo da segunda e terceira conjugações. cantá-SSE-mos vendê-SSE-mos
partí-SSE-mos
vend-IA part-IA cantá-SSE-is vende-SSE-m parti-SSE-m
vend-IA-s part-IA-s
vend-IA part-IA –R– indica o futuro do presente do subjuntivo e
vend-ÍA-mos part-ÍA-mos também o infinitivo de qualquer conjugação.
vend-ÍE-is (desin. E) part-ÍE-is (desin. -IE)

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infinitivo NÓS), o que não é aceito pela norma culta. Neste caso, o
verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular.
canta-R vende-R parti-R
Ex.: A gente apanha mas sempre acredita nos polí-
futuro do subjuntivo
ticos.
canta-R vende-R parti-R
b) Tempos e Modos
canta-R-es vende-R-es parti-R-es
canta-R vende-R parti-R Os tempos
canta-R-mos vende-R-mos parti-R-mos
Indicam o momento em que ocorre o fato expresso
canta-R-des vende-R-des parti-R-des
pelo verbo. São eles:
canta-R-em vende-R-em parti-R-em
* presente – expressa um acontecimento que ocor-
re no momento da fala. (estudo, estudas, estuda, etc.)
FLEXÃO VERBAL * pretérito – expressa um fato ocorrido num mo-
É o estudo das variações do verbo quanto as suas mento anterior ao da fala. Subdivide-se em:
flexões que podem variar em: número, pessoa, tempo,  pretérito perfeito: denota ação completa, plena-
modo e voz. mente realizada. (Fiz a prova - Trabalhei naquela empre-
a) Número e Pessoa sa.)
O verbo pode referir-se a um único ser ou a mais de  pretérito imperfeito: denota ação incompleta ou
um. No primeiro caso, dar-se-á no singular; no segundo, interrompida no momento da fala. (Pensava na Hélia,
no plural. Essa indicação de número é sempre acompa- enquanto fazia a prova.)
nhada pela indicação da pessoa objeto do verbo.  pretérito mais-que-perfeito: denota ação anterior
Quanto à pessoa, o verbo flexiona-se em três pesso- a outra ação também passada. (Quando o resultado da
as: prova saiu, João aprendera a lição.)
* primeira - é aquela que fala: eu (no singular) / * futuro – expressa um fato que está por vir, poste-
nós (no plural); rior ao momento da fala. Subdivide-se em:
* segunda - é aquela com quem falamos: tu ou vo-
 futuro do presente: denota uma ação posterior.
cê (no singular) / vós ou vocês (no plural);
(Farei a prova no menor tempo. - Serás um funcionário
* terceira - é aquela de quem falamos: ele ou ela
competente.)
(no singular) / eles ou elas (no plural)
 futuro do pretérito: denota uma ação posterior
Ex.: A conjugação do verbo pensar no presente do relacionado a outra já passada. Geralmente a segunda
indicativo é: ação é dependente da primeira e inclui uma condição.
(Estaria trabalhando se tivesse um padrinho)
singular plural
1ª pessoa: eu penso → nós pensamos Os modos
tu pensas → vós pensais
* Indicam as diferentes maneiras de um fato reali-
2ª pessoa:
você pensa vocês pensam zar-se. São três: indicativo, subjuntivo e imperativo
3ª pessoa: ele pensa → eles pensam * Situam a época ou o momento em que se verifica
ela pensa elas pensam o fato.
* Estão sempre associados à indicação do tempo, ou
Obs.:
seja, a expressão da atitude da pessoa do verbo está inti-
* O pronome informal você e os informais (prono- mamente ligada ao tempo da ocorrência do fato. Veja-
mes de tratamento) o senhor, a senhora, Vossa Senho- mos:
ria, etc. por tratar-se da pessoa com quem se fala, são
O MODO INDICATIVO
considerados da 2ª pessoa do singular. Quando no plural,
vocês, os senhores, as senhoras, Vossas Senhorias, etc. Exprime um fato certo, positivo:
vão para a 2ª pessoa do plural.
Chegamos muito tarde.
Ex.: Você é bonita
Tempos do indicativo
Vocês são bonitas
O senhor é o líder. 01. O presente enuncia um fato como atual.
Os senhores são os líderes Sou o galã, as garotas adoram-me.
* Quando vós se refere a uma só pessoa, indica sin- 02. O pretérito imperfeito apresenta o fato como an-
gular apesar de tomar a flexão plural. terior ao momento atual, mas ainda não-concluso no
momento passado a que nos referimos.
Ex.: Senhor, vós que sois todo poderoso, ouvi mi-
nha prece. Eu era o galã, as garotas adoravam-me.
Saía sempre que meus pais permitiam .
* Na linguagem do dia a dia, utiliza-se com fre-
quência a forma a gente como pronome (no lugar de 03. O pretérito perfeito diz um fato já concluso, em
época passada.
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Fui um galã, as garotas adoraram-me. Faremos como julgarmos melhor.
04. O pretérito mais-que-perfeito expressa um fato O MODO IMPERATIVO
anterior a outro fato que, também, é passado.
O imperativo expressa ordem, conselho, pedido.
Quando cheguei à estação, o trem já partira.
Vai para fora.
"cheguei" = fato passado.
"partira" = fato passado, anterior ao pri- Não sejam amolantes.
meiro fato.
Fui para ver se ainda salvava alguma coisa, mas Conduza o carro atentamente.
a enchente já arrastara tudo. * Obs.: Deixe de lado a preocupação em decorar
05. O futuro do presente diz um fato que deve reali- conceitos quanto aos tempos verbais. Procure, antes de
zar-se num tempo vindouro, com relação ao momento tudo, a prática constante.
presente.
FORMAS NOMINAIS DO VERBO
Serei milionário, comprarei um arranha-céu,
viverei folgadamente. São o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍ-
- Viajaremos pelo Brasil. PIO, assim denominados porque têm função de nomes:
- Conquistarei o prêmio cobiçado. INFINITIVO = SUBSTANTIVO
06. O futuro do pretérito expressa um fato posterior GERÚNDIO = ADJETIVO
com relação a outro fato já passado. Frequentemente, o PARTICÍPIO = ADVÉRBIO
outro fato já passado é dependente do primeiro e inclui * Infinitivo
uma condição.
No infinito, os verbos podem ser:
Ganharíamos o prêmio se tivéssemos feito um
preparo físico adequado. 01. Infinitivo impessoal: enuncia a significação do
"ganharíamos" = fato posterior verbo de modo inteiramente vago. É o nome do verbo:
"tivéssemos feito" = fato passado, de- (cantar, vender, partir, etc.).
pendente do primeiro e inclui condição. 02. Infinitivo pessoal: é o infinitivo ligado às pes-
soas do discurso. Na primeira e na terceira pessoas do
singular não apresenta flexão ou terminação; nas demais,
O MODO SUBJUNTIVO diz-se infinitivo flexionado, por apresentar terminação;
Exprime fato possível, hipotético ou duvidoso. número-pessoal: cantar (eu), cantares, cantar (ele), can-
tarmos, cantardes, cantarem.
Ex.: Talvez, sejas aprovado.
* Gerúndio
Tempos do subjuntivo
No gerúndio, o verbo funciona como adjetivo ou
01. O presente traduz uma ação subordinada a ou- como advérbio.
tra, e que se desenvolve no momento atual. Expressa dú-
vida, possibilidade, suposição. Vi a menina chorando. (função de adjetivo)

Supões que sejam eles os prisioneiros? Estudando (função de advérbio), venceremos o


Pode bem ser que o colega te passe a perna. concurso.

Deixe de estudar e você verá. * Particípio

02. O pretérito imperfeito diz uma ação passada, No particípio, o verbo é empregado na formação
mas posterior e dependente de outra ação passada. dos tempos compostos; fora disso, é verdadeiro adjetivo
(chamado "adjetivo verbal"), devendo ser flexionado,
O professor receou que eu desistisse. como adjetivo, em gênero, número e grau.
receou = ação passada Estudadas as lições, fizemos as provas.
desistisse = ação passada, mas posterior e
dependente da primeira. LOCUÇÃO VERBAL
Eu duvidava (ação passada) que ele fizesse a A locução verbal é uma expressão formada por ver-
viagem (ação passada, mas posterior e dependente da bo auxiliar + verbo principal.
primeira).
Observe as locuções verbais nas orações a seguir:
03. O futuro expressa ação vindoura – condicional,
temporal ou conformativa – dependente de outra ação, Letícia acabou de chegar.
também, futura. Buscamos encontrar uma solução.
Não consegui falar direito.
Quando se esgotarem todos os recursos, apelaremos Costuma chegar tarde.
ao presidente. Desejamos examinar a batalha.
Se for preciso, nós te ajudaremos. Hei de vencer a batalha.
Temos de achar uma solução.

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Vínhamos insistindo nisso há muito tempo. A voz medial é a combinação da voz ativa com o
pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito: eu
me lavo, tu te lavas, ele se lava, nós nos lavamos, vós
Note que, quando houver desdobramento do infini- vos lavais, eles se lavam. O pronome oblíquo átono fun-
tivo (2º verbo), não haverá locução verbal: ciona como objeto que "reflete" a pessoa do sujeito.

O aluno finge entender o assunto.


VERBOS REGULARES E IRREGULARES
- finge entender = finge que entende
– Regulares: conservam o mesmo radical em toda a
Espero achar uma solução. conjugação, em relação à fala, não em relação à escrita.
- Espero achar = Espero que eu ache. cantar, amar, vender, bater, partir, aplaudir.
Obs.: O verbo parecer, quando anteposto a infiniti- – Irregulares: apresentam variações no radical ou
vo, formará com ele uma locução verbal, embora seja nas flexões ou em ambas simultaneamente (em relação à
possível o desdobramento do infinitivo. fala).
Ex.: Denise e Célia pareciam gostar da brincadeira. dar, odiar, passear, crer, dizer, perder, querer, valer,
acudir, aderir, agredir, despir, mentir, pedir, etc.
Rosângela parece querer um doce.
* Vimos há pouco a conjugação completa dos ver-
c) Vozes verbais
bos regulares tomados como modelo.
Voz do verbo é a forma que o verbo assume para
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
indicar que a ação verbal é praticada ou recebida pelo su-
jeito. São três: ativa, passiva e reflexiva. Em algumas formas verbais, o acento tônico incide
no radical; noutras, na terminação. As primeiras cha-
1. Voz ativa: o sujeito pratica a ação verbal. mam-se RIZOTÔNICAS; as últimas, ARRIZOTÔNI-
O inimigo sitiou a cidade. CAS.
Nós fomos à feira.
Veja:
Observe que o sujeito (o inimigo e nós) pratica a
VENDO (acento tônico no radical -VEND - rizotô-
ação, é chamado sujeito agente. nica);
2. Voz passiva: o sujeito sofre a ação verbal. VENDERÁ (acento tônico fora do radical - RÁ -
arrizotônica).
Joãozinho foi castigado pelo professor.
A ponte fora construída por hábil engenheiro. Examine o Modelo:
Observe que o sujeito (Joãozinho) recebe a ação de cant-o (rizotônica) cant-e (rizotônica)
castigar, por isso é chamado sujeito paciente, assim co- cant-as (rizotônica) cant-es (rizotônica)
mo A ponte. cant-a (rizotônica) cant-e (rizotônica)
cant-amos (arrizotônica) cant-emos (arrizotônica)
a) passiva analítica, com um dos auxiliares ser, es- cant-ais (arrizotônica) cant-eis (arrizotônica)
tar, ficar, seguidos do particípio do verbo que se quer cant-am (rizotônica) cant-em (rizotônica)
apassivar.
Irregulares
O soldado foi morto pelo inimigo.
Eles estão cercados pelos guardas. Verbos em -GUAR- tomado como modelo o verbo
A sala ficará ocupada por nós. AGUAR.
b) passiva pronominal, com um verbo transitivo di- Observe as duas maneiras de empregá-lo.
reto acompanhado do pronome apassivador se.
PRES. DO IMPERATIVO PRES. DO IMPERATIVO
Dá-se terra para plantio. INDICATIVO AFIRMATIVO SUBJ. NEGATIVO
Alugam-se casas. águo águem
águas água tu águes não águes
3. voz medial: a pessoa do sujeito pratica e, ao água águe você águe não águe
mesmo tempo, sofre a ação verbal. Subdivide-se em: aguais aguai vós agueis não agueis
a) reflexiva: quando só houver um ser envolvido na águam águem vocês águem não águem
ação.
* O modelo acima é seguido por desaguar, enxa-
Maria penteou-se. guar e minguar. Não obstante, os verbos "apaziguar" e
O menino machucou-se. "averiguar" têm sempre o "-u-" tônico nas rizotônicas.
b) recíproca: quando houver dois ou mais seres en- Obs.: O pronome “nós”, por representar o falante,
volvido na ação. não pode ser incluso nos imperativos.
Os vizinhos ofendiam-se.
Os lutadores esmurravam-se.

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A maioria das irregularidades dos verbos encontra- Se o verbo terminar por vogal ou ditongo oral, em-
se nas formas rizotônicas. Por exemplo: os verbos em pregamos, sem qualquer alteração: -o, -a, -os, -as.
EAR são irregulares, apenas nas formas rizotônicas, nas
tenho-o, amo-a, ajudou-as, traga-as, etc.
quais recebem um "i" eufônico. (Ex.: passeio - passeias -
passeia - passeiam). Passeamos e passeais são formas ar- Se a forma verbal terminar por -R, -S ou -Z, essas
rizotônicas. consoantes caem e empregamos as formas -lo, -la, -los, -
las.
O mesmo, no subjuntivo presente e na 2ª pessoa do
imperativo. Os verbos em IAR são regulares com exce- Com o final R: amar + o = amá-los; vender + a =
ção de: vendê-la;
M ediar
Com o final S: fazeis + o = fazei-lo; amamos + os =
A nsiar amamo-los;
R emediar Com o final Z: faz + as = fá-las; diz + o = di-lo.
I ncendiar
Se a forma verbal terminar por nasal (-AM, -EM, -
O diar
ÃO, -ÕE), os pronomes o, a, os e as, devem vir precedi-
Nesses verbos, a irregularidade consiste num "E" dos de um "-N-" eufônico: -no, -na, -nos, -nas.
acrescido ao radical, nas formas rizotônicas.
amam + o = amam-no; dizem + a = dizem-na;
Mais irregulares, com aspectos que nos interessam: pões + os = põe-nos; dão + as = dão-nas.
PEDIR Obs.: As formas átonas objetivas indiretas me, te,
lhe, lhes, nos e vos, vistos no caso anterior, podem com-
PRES. DO IMPERATIVO PRES. DO IMPERATIVO
INDICATIVO AFIRMATIVO SUBJ. NEGATIVO binar-se com as objetivas diretas o, a, os e as:
peço peça me + o = mo; te + o = to;
pedes pede tu peças não peças tu lhe + o = lho; nos + o = no-lo;
pede peça você peça não peça você vos + o = vo-lo; lhes + o = lhos.
Pedis pedi vós peçais não peçais vós
Ex.: O colega enviou o livro a mim. = O colega
Pedem Peçam vocês peçam não peçam vocês
enviou-mo.
“Pedir” apresenta variação no radical da primeira O duplo particípio em alguns verbos
pessoa do singular do presente do indicativo e nas for-
mas derivadas. O mesmo ocorre com os verbos desim- Há verbos que apresentam duas ou mais formas de
pedir, expedir, impedir e medir. igual valor e função. São chamados verbos abundantes
(ex.: ele constrói ou ele construi; comprazi ou comprou-
Abrimos parênteses para uma observação sobre a ve, entopes ou entupes, vamos ou imos, etc.).
formação do imperativo. Note que o mesmo é formado
do presente do subjuntivo, com exceção apenas das 2 as Entretanto, é no particípio que mais encontramos
pessoas (do singular e do plural) do imperativo afirmati- formas duplas e mesmo triplas, uma regular e a outra ou
vo. as outras irregulares.
Segundas pessoas do imperativo afirmativo - retira- Ex.:
das do presente do indicativo sem o S.
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
TU PEDES : PEDE TU VERBO
REGULAR IRREGULAR
VÓS PEDIS : PEDI VÓS aceitar aceitado aceito
SAIR entregar entregado entregue
expulsar expulsado expulso
PRES. DO IMPERATIVO PRES. DO IMPERATIVO
INDICATIVO AFIRMATIVO SUBJ. NEGATIVO
pegar pegado pego
salvar salvado salvo
saio saia
sais sai tu saias não saias tu
soltar soltado solto
sai saia você saia não saia você
acender acendido aceso
suspender suspendido suspenso
saís saí vós saiais não saiais vós
imprimir imprimido impresso
saem saiam vocês saiam não saiam vocês
submergir submergido submerso
Obs.: pelo modelo "sair”, conjugam-se: cair, decair, Observe a regra para o emprego do particípio:
descair, recair, sobressair, trair, abstrair, atrair, distrair,
retrair, extrair, subtrair, etc. * As formas regulares são empregadas, na voz ati-
va, com os auxiliares (particípio -do) "ter" ou "haver".
O Verbo com Pronomes Oblíquos (O, A, OS,
AS). – O caçador havia matado o leão.
– O vigário teria benzido a beata.
Os pronomes O, A ,OS, e AS não são reflexivos.
Quando empregados após a forma verbal, modificam-se
conforme o final do verbo:

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* As formas irregulares são usadas, na voz passiva, houve reouve
com os auxiliares “ser”, “estar”, “ficar”, “continuar” e houvemos reouvemos
“permanecer”. houvestes reouvestes
houveram reouveram
– O leão foi morto pelo caçador.
– A beata estava benta pelo vigário. e) PRAZER – Só é conjugado na 3ª pessoa do sin-
gular e na 3ª pessoa do plural: praz/prazem, prazia/
Obs.: As formas regulares "ganhado", "gastado" e
praziam, prouve/prouveram, prazerá/prazerão.
"pagado" são evitadas na língua culta. Diga-se: "ganho",
"gasto" e "pago" com qualquer auxiliar. f) APRAZER e COMPRAZER – São verbos irregu-
lares. Variam no radical e nas desinências.

DEFECTIVO
Defectivo é o verbo cuja conjugação não é comple- PRES. IND. PRET. PERFEITO
ta. As formas ausentes são rejeitadas por motivos de eu- aprazo aprouve
fonia. aprazes aprouveste
Vejamos alguns exemplos: apraz aprouve
aprazemos aprouvemos
ABOLIR REAVER aprazeis aprouveste
PRESENTE DO PRESENTE DO aprazem aprouveram
INDICATIVO INDICATIVO
g) PROVER – Conjuga-se como o verbo ver, exce-
to no pretérito perfeito e seus derivados, em que é regu-
aboles lar.
abole
abolimos reavemos Pretérito Perfeito: provi, proveste, proveu, prove-
abolis reaveis mos, provestes, proveram.
abolem h) REQUERER – Verbo irregular. Não se conjuga
como QUERER.
VERBOS DE DIFÍCIL CONJUGAÇÃO
a) FALIR, ESBAFORIR, FLORIR, ESPAVORIR –
Grupo de verbos da 3ª conjugação que só são conjugados PRES. IND. PRET. PERF.
nas formas onde apareça "-i" depois do radical. requeiro requeri
b) COLORIR, ABOLIR, BANIR, RUIR, ESCUL- requeres requereste
PIR, DEMOLIR – Grupo de verbos da 3ª conjugação requer (e) requereu
que rejeita as formas terminadas em "-o" ou em "-a". requeremos requeremos
requereis requerestes
c) PRECAVER – Só é conjugado nas formas arrizo- requerem requereram
tônicas. Não possui, então, as pessoas do singular e a 3ª
pessoa do plural do presente do indicativo; não possui o i) CRER – Verbo irregular. Varia no radical e nas
presente do subjuntivo. Pretérito Perfeito - precavi, pre- desinências.
caveram, precaveu, precavemos, precavestes. PRES. IND. PRET. PERF. PRET. IMP. IND.
d) REAVER (re + haver) – Só é conjugado nas creio cri cria
formas em que o verbo HAVER apresenta a letra "v". crês creste crias
crê creu cria
cremos cremos críamos
PRESENTE DO INDICATIVO credes crestes críeis
HAVER REAVER crêem creram criam
hei – ANÔMALO
hás – Anômalo é o verbo que apresenta muitos radicais.
há – São anômalos os verbos SER, IR e PÔR.
havemos reavemos
haveis reaveis SER somos, éramos, fomos...
hão – IR vamos, íamos, fomos...
PÔR pomos, púnhamos, pusemos
PRETÉRITO PERFEITO PRONOMES
HAVER REAVER Pronome é a palavra que substitui ou modifica um
nome.
houve reouve
houveste reouveste Ela chegou tarde.

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Minha avó faleceu aos 90 anos. Com exceção de o, a, os, as, lhe e lhes, os demais
pronomes oblíquos podem ser reflexivos, isto é, podem
Sintaticamente os pronomes podem desempenhar as
se referir ao sujeito da oração, sendo da mesma pessoa
mesmas funções desempenhadas pelos substantivos e pe-
que este.
los adjetivos. Servem pois:
Ex.: Carlos só pensa em si.
a) para representar um substantivo. São os pro-
nomes substantivos: Eu me machuquei na escada
Tu não te enxergas?
“Invejava os homens e copiava-os”
A mãe trouxe as crianças consigo.
b) para acompanhar um substantivo, determi-
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
nando-lhe a extensão do significado – São os pronomes
adjetivos: 01. Eu e tu são pronomes que só funcionam como
sujeito e como predicativo do sujeito.
“Vi terras de minha terra,
Por outras terras andei, 02. A correspondência entre os pronomes se, si e
No meu olhar fatigado consigo e o sujeito deve ser rigorosa (só podem ser re-
Foram terras que inventei.” flexivos).
03. Você e vocês são pronomes pessoais de trata-
Há sete tipos de Pronomes mento da 2ª pessoa. Levam o verbo para a 2ª pessoa,
pessoais, possessivos, demonstrativos, relati- como todos os pronomes de tratamento.
vos, interrogativos, indefinidos e exclamativos 04. Quando se faz referência à pessoa, usa-se o pos-
sessivo sua em vez de vossa.
05. Na linguagem coloquial, utiliza-se, com fre-
PESSOAIS quência, a forma a gente como pronome (no lugar de
Os pronomes pessoais caracterizam-se: NÓS), o que não é aceito pela norma culta. O verbo deve
permanecer na terceira pessoa do singular. (Ex.: A gente
1º) por denotarem as três pessoas gramaticais, isto apanha, mas sempre acredita nos políticos).
é, por terem a capacidade de indicar a pessoa no diálogo:
Pessoais de Tratamento
quem fala 1ª pessoa eu (singular), Os pronomes pessoais e as locuções pronominais
nós (plural) pessoais de tratamento são usados no trato cortês e ceri-
tu (singular), monioso. Eis alguns deles:
com quem se fala 2ª pessoa
vós (plural) pronome de abreviatura usado para se dirigir a
ele (singular), tratamento
de quem se fala 3ª pessoa Vossa Alteza V. A. príncipes, princesas e duques
eles (plural) Vossa Eminência V. Ema. cardeais
Vossa Excelência V. Exa. altas autoridades e Of. Generais
Vossa Magnificência V. Maga. reitores de universidades
2º) por poderem representar, quando na 3ª pessoa, Vossa Majestade V. M. reis, rainhas e imperadores
uma forma nominal anteriormente expressa: Vossa Santidade V. S. papa
Vossa Senhoria V. Sa. tratamento cerimonioso
Senhor / Senhora Sr. / Sra. tratamento de respeito
“A costureira trabalhava dobradamente, ela mesma Você V. tratamento familiar ou íntimo
adiantando a compra dos aviamentos, escolhendo os fi- Senhorita Srta. mulher jovem e solteira
gurinos.” Madame
Dona Dª.
mulheres com certa idade
mulheres com certa idade
3º) por variarem de forma, segundo:
a) a função que desempenham na oração. * Esses pronomes são de 2ª pessoa.
b) a acentuação que nela recebem. Quanto à acen- * Quando o interlocutor se referir a uma 3ª pessoa,
tuação, distinguem-se, nos pronomes pessoais, as formas usará o possessivo sua: Sua Excelência, Sua Majestade,
tônicas das átonas. etc.
Veja a seguir a correspondência entre essas formas: POSSESSIVOS

Pronomes Pronomes Pessoais Oblíquos Os pronomes possessivos são aqueles que substitu-
em as pessoas e, ao mesmo tempo, dão ideia de posse.
Núme- Pessoas Retos Átonos Tônicos
ro Quando digo “meu livro”, estou afirmando que eu
1ª pessoa EU me mim, comigo (1ª pessoa) sou dono do livro. Portanto, meu substitui um
Singular 2ª pessoa TU te ti, contigo
3ª pessoa ELE, ELA se, o , a, lhe si, consigo nome e indica posse.
1ª pessoa NÓS nos nos, conosco
Plural 2ª pessoa VÓS vos vos, convos-
3ª pessoa ELES, ELAS se, os, as, lhes co
si, consigo

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Os principais pronomes possessivos são estes: Ex.: Que ideia é essa?
Quem fez isso?
meu (e variações), “Quanta mentira não há num beijo?
1ª pessoa
nosso (e variações) Quanto veneno? Quanta traição!!”
teu (e variações), RELATIVOS
2ª pessoa
vosso (e variações)
São os que representam nomes já mencionados an-
3ª pessoa seu (e variações) teriormente, isto é, têm relação (RELATIVOS) direta
com os mesmos.
DEMONSTRATIVOS Ex.: Conheço o livro que estás lendo.
São aqueles que demonstram, apontam. Quando di- Fiz o (aquilo) que me mandou.
go “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra Estranhei a maneira como ele procedeu.
perto de mim, a pessoa que fala. Por outro lado, “esse li- Os pronomes relativos e as locuções pronomi-
vro” indica que o livro está longe da pessoa que fala e nais relativas da língua portuguesa são:
próximo da que ouve. “Aquele livro” indica que o livro
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
está longe de ambas as pessoas.
masculino feminino
Os principais pronomes demonstrativos são estes: o qual os quais a qual as quais quem
cujo cujos cuja cujas que
1ª pessoa este (e variações), isto
quanto quantos quanta quantas onde
2ª pessoa esse (e variações), isso
3ª pessoa aquele (e variações), aquilo
EMPREGO DO PRONOME RELATIVO
mesmo (e variações), próprio (e variações)
tal (e variações), semelhante (e variação) * Que é o relativo mais usado, por isso é chamado
de relativo universal. Pode ser usado como referência a
pessoa ou coisa, no singular ou no plural.
INDEFINIDOS
Ex.: Eis o velho amigo de que lhe falei.
Os pronomes indefinidos são aqueles que se refe-
rem à 3ª pessoa, dando sentido vago ou expressando Há coisas que aprendemos tarde.
quantidade indeterminada. * O qual e suas flexões, são exclusivamente pro-
Os principais pronomes indefinidos são estes: nomes relativos e são usados para substituir o pronome
que principalmente quando regido de preposição.
INVARIÁVEIS VARIÁVEIS Ex.: Eis o magno problema por que (ou pelo qual)
algum (e variações) me bato.
algo
outros (e variações)
nenhum (e variações) Ele participou da reunião realizada na noite an-
alguém terior, a qual deu origem ao novo partido. (o uso de que
quanto (e variações
todo (e variações) neste caso geraria ambiguidade).
nada
tanto (e variações) * Cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual
muito (e variações) e de quem. Estabelecem normalmente uma relação de
ninguém
qual (e variações) posse entre o antecedente e o termo que especificam.
pouco (e variações)
tudo Ex.: O cavalo é um animal cujo pêlo é liso. (= o pê-
qualquer (e variações)
lo do qual é liso)
diverso (e variações)
cada
um (e variações e quando isolado) Devemos eleger candidatos cujo passado seja
outrem vários (e variação) garantia de boas intenções. (= o passado desses candida-
que tos deve ser garantia)
quem * Quem é sempre regido de preposição e refere-se a
pessoas ou a uma coisa personificada.
Existem, também, as locuções pronominais inde-
Ex.: A funcionária por quem fui atendido é uma ga-
finidas.
ta.
Ex.: cada um, cada qual, todo aquele que, quem
quer que seja, seja qual for, seja quem for, etc. Esse é o livro a quem prezo como companhei-
ro.
* Onde é pronome relativo quando tem o sentido
INTERROGATIVOS aproximado de em que. Deve ser usado, portanto, na in-
dicação de lugar.
Os pronomes interrogativos são os pronomes inde-
finidos que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quan-
tos, e quantas usados em frases interrogativas.

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Ex.: Buscamos uma cidade onde possamos passar 5. com os substantivos em frases optativas (as que
nossas férias. exprimem desejo):
Quero mostrar-lhe a casa onde morei.
Deus lhe pague! Macacos me mordam!
* Quanto e suas flexões são pronomes relativos Deus me livre! Raios o partam!
quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou
6. com a preposição expletiva (dispensável) em an-
todas.
tes de gerúndio.
Ex.: Esqueci tudo quanto foi dito na aula passada.
Em se tratando de negócios, é melhor não bobear.
Vocês podem confiar em todos quantos estão Em se ausentando-se, complicou-se.
inscritos no concurso.
7. com a palavra denotativa de exclusão só (= so-
Os pronomes relativos são peças fundamentais à mente, apenas).
boa articulação de frases e textos. Sua dupla capacidade
Só Marta me viu no cinema.
de atuar como pronome e conectivo simultaneamente fa-
Só ele apareceu, para trabalhar.
vorece a síntese e evita a repetição de termos.

MESÓCLISE
EXCLAMATIVOS
A mesóclise ocorre:
Os pronomes exclamativos são aqueles que excla-
mam algo, ditas em frases que exprimem emoção. 1. com o verbo iniciando a oração, estando ele no
futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito
Ex.: Que mulher!
do indicativo.
Quanto te arriscas com esse procedimento!
Vê-la-emos amanhã.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Contar-lhe-ia tudo o que sei.
A colocação pronominal está intimamente ligada à
2. com o substantivo iniciando a oração, sendo ele
harmonia da frase.
seguido de verbo, estando este no futuro do presente do
Os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as) atuam basicamente como
Gildete manter-se-á atenta para o que der e vier.
complementos verbais e, nessa condição, podem ocupar
Luís irritar-se-ia, se não passasse no vestibular.
três posições em relação ao verbo:
ÊNCLISE
– antes (Próclise)
– no meio (Mesóclise) Ocorre a ênclise quando a oração se inicia pelo ver-
– depois (Ênclise) bo, estando ele no presente do indicativo, no pretérito
perfeito do indicativo, no pretérito imperfeito do indica-
USO DA PRÓCLISE
tivo, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, no in-
* Próclise por atração – é usada, quando o verbo finitivo, no gerúndio ou no imperativo afirmativo.
vem precedido das seguintes palavras atrativas:
Quero-lhe muito, Teresa!
1. com as negativas em geral (jamais, nada, não, Deram-te o recado, Alcebíades?
nem, nunca, ninguém, nenhum, etc.). Surdo, era-o demais.
Justo, fora-o pouco.
Não o vejo há dias - Nada me preocupa.
As moças deixaram o restaurante, queixando-se da
2. com os advérbios (já, ainda, sempre, antes, agora, comida.
talvez, acaso, porventura, etc.) Telefone-nos amanhã.
Já te avisaram disso? Ainda não me avisaram nada. COLOCAÇÃO PRONOMINAL COM AS LO-
CUÇÕES VERBAIS
Sempre me lembrei de você. Antes me procurava;
agora me evita. 1. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
cipal (no infinitivo):
3. com os pronomes, exceto com os possessivos e
com os pessoais: Eu lhe queria dizer muita coisa. (próclise ao verbo
auxiliar)
Algo te aconteceu?
Aquilo me aborreceu. Eu queria-lhe dizer muita coisa. (ênclise ao verbo
Tudo se transforma. auxiliar)
Eu queria dizer-lhe muita coisa. (ênclise ao verbo
4. com as conjunções subordinativas (integrantes e
principal)
adverbiais).
* Se houver palavra “atrativa”, o pronome deverá
Soube que me dariam a autorização.
ficar assim:
Ela não os quis, embora lhe servissem bem.

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Eu não lhe queria dizer isso. (próclise ao verbo auxi- Artigos definidos são os que especificam o subs-
liar). tantivo de modo particular e preciso. São eles: o, a, os e
Eu não queria dizer-lhe isso. (ênclise ao verbo prin- as.
cipal). Ex.: Os Estados Unidos são o país mais rico do
* Havendo preposição entre o verbo auxiliar e o mundo.
verbo principal (no infinitivo não-flexionado), a próclise A Bélgica é um país europeu.
ou a ênclise serão facultativas.
* Antes dos nomes de pessoas, o artigo definido de-
Ex.: As cobras começaram a se movimentar. nota familiaridade ou intimidade.
As cobras começaram a movimentar-se.
Ex.: A Leila participará da equipe?
2. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin- Diga à Rosa que papai a procura.
cipal (no gerúndio): Ela sempre sai com o Márcio?
Eu lhe estava dizendo muita coisa ontem. (próclise Artigos indefinidos são os que generalizam o subs-
ao verbo auxiliar) tantivo. São eles: um, uma, uns e umas.
Eu estava-lhe dizendo muita coisa ontem. (ênclise
Ex.: Comprei um apartamento em julho.
ao verbo auxiliar)
Procurou um advogado pela manhã.
Eu estava dizendo-lhe muita coisa ontem. (ênclise
ao verbo principal) * O artigo indefinido denota aproximação, quando
se antepõe ao numeral.
Obs.: Note que o gerúndio possui as mesmas 3 pos-
sibilidades de colocação pronominal do infinitivo. Ex.: - Teria ela uns vinte anos.
- Já a espero aqui há umas duas horas.
* Se houver palavra "atrativa", a colocação será es-
ta: * Deve ser evitado o uso do artigo indefinido antes
dos pronomes indefinidos “certo”, “outro” e “qual-
Eu não lhe estava dizendo muita coisa ontem. (pró-
quer”.
clise ao verbo auxiliar).
Eu não estava dizendo-lhe muita coisa ontem. (ên- Ex.: - A jovem encontrou certo colega, que a cha-
clise ao verbo principal). mou... (Incorreto: A jovem encontrou um certo colega,
que a chamou.)
Obs.: Do mesmo modo, o gerúndio possui as mes-
mas 2 possibilidades de colocação pronominal do infini- - Falarei disso em outra ocasião. (Incorreto:
tivo Falarei disso em uma outra ocasião.)
- Não deves falar sobre isso em qualquer lu-
3. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
gar. (Incorreto: Não deves falar sobre isso em um qual-
cipal (no particípio):
quer lugar.)
Eu lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise ao
Omite-se o artigo (definido ou indefinido) nos se-
verbo auxiliar)
guintes casos:
Eu tinha-lhe dito muita coisa ontem. (ênclise ao
verbo auxiliar) – Antes das locuções pronomonais pessoais
de tratamento: Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa
* Havendo palavra atrativa, a colocação pronominal
Excelência, Vossa Senhoria, etc.
será:
Ex.: V. Exa. apoiará nosso plano? (correto)
Eu não lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise A V. Exa. apoiará nosso plano? (errado)
ao verbo auxiliar) Uma V. Exa. apoiará nosso plano? (errado)
Obs.: Note que, nos dois casos, o particípio possui – Antes da palavra "casa", no sentido de “lar próprio”.
uma possibilidade a menos que o infinitivo e que o ge-
Ex.: Cheguei a casa cedo. (a = preposição)
rúndio.
Voltamos a casa cansados. (a = preposição)
* Condena-se o pronome oblíquo após o particípio. – Antes das palavras “bordo” e “terra”, quando forem
O aluno foi apresentado-me ontem. antônimas.
– As formas corretas são: Ex.: - Estamos a bordo do submarino “Civil”.
- Os marinheiros chegaram a terra sãos e salvos.
O aluno me foi apresentado ontem. OU
O aluno foi-me apresentado ontem.
NUMERAL
ARTIGO Numeral é a palavra que dá a ideia de número.
É a classe gramatical que especifica ou que genera- Ex.: cinco, dez, quinto, décimo, quíntuplo, terço,
liza o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número. ambos, etc.

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Tipos de Numerais 02. Se o numeral aparece em posição proclítica, é
lido como ordinal.
Existem quatro tipos de numerais: os cardinais, os
ordinais, os multiplicativos e os fracionários. Ex.: XX Salão do Automóvel (vigésimo); IV Bienal
do Livro (quarta).
Os numerais cardinais indicam a quantidade exata
de algo: um, dois, três quatro, etc. 03. A título de brevidade, usamos constantemente
os cardinais pelos ordinais.
Os numerais ordinais indicam a ordem ou a posi-
ção de algo numa sequência: primeiro, segundo, terceiro, Ex.: Página número trinta e dois.
quarto, etc.
Por isso, deve-se dizer ou escrever também: a folha
vinte e um.
Os numerais multiplicativos indicam o aumentati-
vo do cardinal numa determinada ordem: duplo (duas * Na linguagem forense, vemos o numeral flexio-
vezes), cêntuplo (cem vezes), etc. nado: as folhas vinte e uma, as folhas trinta e duas.

ADVÉRBIO
Os numerais fracionários indicam a divisão de
uma determinada quantidade: meio, terço, quarto, quinto, Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adje-
doze avos, etc. tivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstân-
cia. Dividem-se em:
Alguns exemplos: 01. Advérbios de lugar: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí,
além, aquém, algures (em algum lugar), alhures (em ou-
Romanos Arábicos Cardinais Ordinais tro lugar), nenhures (em nenhum lugar), atrás, fora, den-
I 1 um primeiro tro, perto, longe, adiante, diante, etc.
V 5 cinco quinto 02. Advérbios de tempo: hoje, amanhã, depois, an-
tes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, logo, cedo, tar-
IX 9 nove nono
de, ora, outrora, então, brevemente, raramente, imedia-
LXXX 80 oitenta octogésimo tamente, etc.
CD 400 quatrocentos quadringentésimo 03. Advérbios de modo: bem, mal, assim, depres-
DCC 700 setecentos setingentésimo sa, devagar, como, debalde, pior, melhor, suavemente,
M 1000 mil milésimo tenazmente, etc.
04. Advérbios de intensidade: muito, pouco, assaz,
Os únicos numerais multiplicativos, existentes em mais, menos, tão, bastante, demasiadamente, meio, com-
português, a par dos cardinais correspondentes, são os pletamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
constantes da tabela seguinte: mal, etc.
Arábicos Cardinais Multiplicativos 05. Advérbios de afirmação: deveras, certamente,
1 um - realmente, efetivamente, etc.
2 dois duplo ou dobro 06. Advérbio de negação: não, nunca, jamais, tam-
3 três triplo ou tríplice pouco, etc.
4 quatro quádruplo 07. Advérbio de dúvida: talvez, quiçá, provavel-
5 cinco quíntuplo mente, possivelmente, etc.
6 seis sêxtuplo
LOCUÇÃO ADVERBIAL
7 sete sétuplo
8 oito óctuplo Expressão que tem valor de advérbio.
9 nove nônuplo Vejamos a classificação de algumas locuções:
10 dez décuplo
11 onze undécuplo 01. Locuções adverbiais de lugar: à esquerda; à
12 doze duocétuplo direita, à tona, à distância, à frente, à entrada, à saída, ao
100 cem cêntuplo lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, por fora, em
frente, por perto.
Emprego dos Numerais 02. Locuções adverbiais de tempo: em breve, hoje
em dia, de tarde, à tarde, à noite, à noitinha, ao entarde-
01. Quando se fala de papas, reis, príncipes, anos e cer, de manhã, por ora, por fim, de repente, de vez em
séculos, empregamos, de 1 a 10, os ordinais. quando, a tempo, às vezes, de quando em quando, de
Ex.: João Paulo I (primeiro); Luiz X (décimo); ano I longe em longe, etc.
(primeiro); século II (segundo). 03. Locuções adverbiais de modo: à vontade, à
toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de mansinho,
* De 11 em diante, empregamos os cardinais. de chofre, de rigor, de preferência, em geral, a cada pas-
Ex.: Leão XIII (treze); ano XI (onze). so, às avessas, ao invés, às claras, às pressas, de repente,
a olhos vistos, de propósito, de súbito, de soslaio, por um
triz, etc.

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04. Locuções adverbiais de meio ou de instru- Preposição "para":
mento: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a tinta, a paula-
ir para o Norte (lugar)
da, a mão, a pauladas, às pauladas, a facadas, a picareta,
etc. estudar para vencer (finalidade)
05. Locuções adverbiais de afirmação: na verda- deixar para o dia seguinte (tempo), etc.
de, de fato, de certo, com certeza, etc. Preposição "por":
06. Locuções adverbiais de negação: de modo al- andar por um lugar (lugar)
gum, de modo nenhum, em hipótese alguma, etc. comunicar-se por gesto (meio)
07. Locuções adverbiais de dúvida: por certo, comer gato por lebre (troca)
quem sabe, etc. comprar por duzentos reais (preço)
lutar por alguém (em favor de)
Chamam-se advérbios interrogativos as palavras:
permanecer por muitos anos (tempo)
onde?, aonde?, donde?, quando?, como?, pelo fato de in-
troduzirem uma oração interrogativa direta ou interroga-
tiva indireta. Preposição "sobre":

Ex.: - Quando voltarás? (interrogativa direta)


colocar um sobre o outro (posição superior)
- Quero saber quando voltarás. (interrogativa indire-
falar sobre leis (assunto)
ta)
NOTA - Os advérbios interrogativos indicam: lugar LOCUÇÃO PREPOSITIVA
(onde?), tempo (quando?), modo (como?). É uma expressão que tem função de preposição.
As mais comuns são: abaixo de, cerca de, acima de,
a fim de, em cima de, antes de, através de, ao lado de, ao
PREPOSIÇÃO
longe de, a par com, à roda de, a respeito de, dentro de,
Preposição é a palavra invariável que liga dois ter- dentro em, em favor de, à frente de, junto a, até a, detrás
mos de naturezas diferentes. de, para com, de conformidade com, na conta de, de
acordo com, por meio de, diante de, em vez de, etc.
A seguir, algumas relações estabelecidas pelas pre-
posições: Obs.: As locuções prepositivas sempre terminam
por preposição, distinguindo-se bem das adverbiais.
Preposição "de":
casa de Aparecida (posse) CONJUNÇÃO
piano de cauda (classificação)
caixa de joia (finalidade) Conjunção é a palavra invariável que liga duas ora-
acontecimentos do Vietnã (lugar) ções entre si, ou que, dentro da mesma oração, liga dois
espera de um mês (tempo) termos de mesma natureza.
copo de vidro (matéria) Exemplos:
copo de pinga (conteúdo).
Ligando orações:
Preposição "a":
“Vestia uma cueca preta e calçava enormes taman-
ir à cidade (lugar) cos.”
ir à noite (tempo)
tocar à missa (finalidade) “Sua majestade entende que este dia já foi bastante
vender a cem reais (preço), etc.; desgraçado”.
Preposição "até": Ligando termos:
caminhar até o mar (limite máximo alcançado) Adriana e Lea viajaram.
dormir até dez horas por noite (período de tempo) Quero que você compre um romance ou um livro de
Preposição "com": versos.
voltar com o noivo (companhia) As conjunções dividem-se em coordenativas e em
trabalhar com capricho (modo) subordinativas.
lutar com as paixões (oposição), etc. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Preposição "em": As conjunções coordenativas são as que ligam duas
estar em casa (lugar) orações ou dois termos (dentro da mesma oração), sendo
viver em paz (modo) que ambos os elementos ligados permanecem entre si in-
avaliar em mil reais (preço) dependentes.
chegaremos em duas horas (tempo) [Maria estuda] e [Pedro trabalha]
pedir em casamento (finalidade), etc. [João] e [Pedro] são bons amigos.

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As conjunções coordenativas subdividem-se em: Subdividem-se em:
01. Aditivas, que ligam pensamentos similares ou 01. Conformativas, que ligam duas orações, sendo
equivalentes: e, nem. que a segunda expressa circunstância de conformidade
ou acordo: como, segundo, conforme, consoante.
- “A menina largou disfarçadamente os talheres e
sumiu”. - Tudo se realizou, conforme havia previsto o astró-
- “O médico não veio, nem me telefonou”. logo.
- “Mais baixo estavam os outros deuses todos as-
02. Adversativas, que ligam pensamentos que con-
sentados, como a razão e a ordem concertavam”.
trastam entre si: mas, porém, contudo, entretanto, toda-
via, etc. 02. Comparativas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda contém o segundo termo de uma compa-
- “Serve aos opulentos com altivez, mas aos indi-
ração: como, (tal)... qual, (tal)... tal (menos)... que,
gentes com carinho”.
(mais)... etc.
- Minha tarefa foi intensa, não me queixo, porém.
- “Os sonhos, um por um, céleres voam, como vo-
03. Alternativas, que ligam pensamentos que se
am as pombas dos pombais”.
excluem ou se alternam: ou, ou...ou, ora...ora, já...já,
- Aquela jovem é mais bela que sua irmã.
quer...quer, etc.
03. Temporais, que ligam duas orações, sendo que
- “A Justiça que corrige ou castiga, deve ser inspi-
a segunda expressa circunstância de tempo: quando, en-
rada pela Bondade”.
quanto, enquanto apenas, mal, etc.
- "Ora pega na orelha, ora no lado..."
- “Quer você queira, quer não, você fará isto! - Quando a vejo, bate-me o coração mais forte.
- Ela dormia, enquanto brincávamos.
04. Conclusivas, ligam duas orações, sendo que a
segunda encerra a dedução ou conclusão de um raciocí- 04. Condicionais, que ligam duas orações, sendo
nio: logo, portanto, pois (após o verbo da oração), etc. que a segunda expressa uma hipótese ou condição: se e
caso.
- Bem dizia Descartes: Penso, logo existo.
- Pedro aprendeu as lições, portanto pode fazer os - Se o pai consentisse, Manuel continuaria namo-
exames. rando Paula.
- O passeio será realizado, caso sobrevenha um
05. Explicativas, que ligam duas orações, sendo
temporal.
que a segunda se apresenta justificando a anterior: pois,
porque, que, porquanto, etc. 05. Concessivas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda contém um fato que não impede a realiza-
- O exame era difícil, pois nem sequer havíamos es-
ção da ideia expressa na oração principal, embora seja
tudado.
contrária àquela ideia: embora e conquanto.
- Essa desculpa não serve, porque, afinal de contas,
teus negócios vão bem. - Embora o pai não consentisse, Manuel continua-
va a fazer a corte a Elisete.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
- Não consigo ouvir a voz de Silvana, conquanto
Conjunções subordinativas são as que ligam duas me esforce.
orações, sendo que uma é parte ou função sintática da
06. Causais, que ligam duas orações, sendo que a
outra.
segunda contém a causa; e a primeira, o efeito: porque,
As conjunções subordinativas são: pois, porquanto, como, etc.
I. Conjunções subordinativas integrantes - Maneco, o galã, foi reprovado, porque só estuda-
São as que ligam duas orações, sendo que a segunda va nas horas vagas.
é sujeito ou complemento da primeira: que, se. - Márcia, como estudou, foi aprovada.
- “O Brasil espera que cada um cumpra com o seu 07. Consecutivas, que ligam duas orações, sendo
dever”. (Tamandaré) que a segunda diz a consequência de uma intensidade
- O examinador verificará se o aluno está preparado. expressa na primeira: (tão)... que, (tal)... que, (tama-
nho)... que, (tanto)... que, etc.
II. Conjunções subordinativas adverbiais
- “Rosilene chorou tanto, que ficou doente dos
São as que ligam duas orações, sendo que a segunda
olhos”.
é adjunto adverbial da primeira, ou seja, a segunda ex-
- Choveu, choveu, que inundou a várzea.
pressa circunstância de finalidade, modo, comparação,
proporção, tempo, condição, concessão, causa ou conse-
quência.
LOCUÇÔES CONJUNTIVAS
É o conjunto de duas ou de mais palavras com o va-
lor de uma conjunção.

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➢COORDENATIVAS Obs.: A entonação diferente dada a uma mesma in-
terjeição pode levá-la a ter mais de um sentido, isto é,
a) Adversativas: no entanto, não obstante;
pode representar mais de um sentimento ou estado.
b) Explicativas: visto que, já que, uma vez que;
c) Conclusivas: por conseguinte, por isso, de modo Oh! que história estranha! (desagrado)
que, em vista disso. Oh! que feliz coincidência! (alegria)
➢SUBORDINATIVAS Locução Interjetiva
Integrantes: que, se É um grupo de palavras com valor de interjeição.
Adverbiais: Meu Deus!; Ai Jesus!; Alto lá!; Ó de casa!; Quem
me dera!; etc.
- Causais: pois que, por isso que, já que, uma vez
que, visto que, visto como; Cuidado!!!
- Comparativas: do que, assim como, bem como,
Não se deve confundir a interjeição de apelo ou
como se, que nem;
chamamento (ó) com a interjeição de alegria, admiração
- Concessivas: ainda que, mesmo que, posto que, se
ou tristeza (oh!). Faz-se uma pausa depois desta e não a
bem que, por mais que, por menos que, apesar de que,
fazemos depois daquela. Vejamos:
nem que, por menor que, por maior que, por pior que,
por melhor que, por muito que, por pouco que; “Oh! [pausa] Essa menina é linda!”
- Condicionais: contanto que, salvo se, sem que, “Oh, [pausa] trágicas novelas!”
desde que, a menos que, dado que, a não ser que, exceto “Deus, ó Deus! Porque me respondes?
se; “Ó natureza! Ó mãe piedosa e pura!
- Consecutivas: de forma que, de maneira que, de
modo que, de sorte que; ANÁLISE SINTÁTICA
- Finais: para que, a fim de que; Sintaxe é a parte da gramática que se ocupa em des-
- Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao crever a estrutura das orações e dos períodos, em de-
passo que, quanto mais, quanto menos, quanto melhor, compor um período em orações e cada oração em seus
quanto pior; termos, identificando as funções que determinadas clas-
- Temporais: antes que, depois que, até que, logo ses de palavras exercem na frase.
que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes
que, cada vez que. A esse tipo de estudo da sintaxe dá-se o nome de
análise sintática.
INTERJEIÇÃO
Sabemos que Oração é a unidade frasal que tem
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- como palavra-base o verbo (predicado), podendo, ou
ção ou estado repentino: ah!, oh!, puxa!, raios!, opa!, não, apresentar também um sujeito.
etc.
Ex.: “O dia está bonito.”
As interjeições são sempre finalizadas pelo sinal de “Eles partiram logo cedo.”
exclamação ( ! )
Obs.: Uma oração:
Os principais tipos de interjeição são aqueles que
indicam: * Sempre apresenta verbo (predicado);

* Advertência: cuidado!, sentido!, atenção! Ex.: A roda de samba acabou.


* Alegria: eta!, ah!, oh!, oba! * O verbo pode estar flexionado nos tempos simples
* Alívio: arre!, ufa, ah! ou compostos, ou em locuções verbais;
* Animação: coragem!, força!, eia! Ex.: A roda de samba havia acabado.
* Aplauso: apoiado!, viva!, bis!. * A mensagem pode apresentar-se com sentido
* Admiração: ah!, puxa!, céus!, uau! completo ou incompleto;
* Agradecimento: grato!, obrigado! Ex.: “... que queria negar sua origens.”
* Chamamento: ei!, olá, alô, ô!, ó! Na oração as palavras têm entre si um relaciona-
* Desejo: tomara!, oxalá! mento íntimo como parte de um conjunto harmônico.
* Dor: ai!, ui!. Essas palavras são, então, os termos ou as unidades sin-
* Espanto: ué!, uai!, caramba! táticas da oração, com cada termo ou unidade desempe-
nhando uma função sintática.
* Indignação: fora!, morra!, abaixo!
* Pena: coitado!, pobre dele! Núcleo da oração: o núcleo da oração é a palavra
que constitui a essência da ideia principal do texto, o
* Saudação: salve!, adeus!, viva! que, nesse caso, será sempre o verbo.
* Terror: ui!, cruzes!, Jesus!
Ex.: A mulher revestiu o interior da sala com amor.

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Em síntese, os termos que desempenham função Acha-se o sujeito de uma oração, fazendo-se ao
sintática na oração são os seguintes: verbo a pergunta:
"Quem ...?" para pessoas; ou
simples
composto "O que ...?" para objetos
sujeito
oculto A resposta, seja ela qual for, será sempre o sujeito
Termos indeterminado da oração. O resto, será o predicado
essenciais Ex.: Todos saíram.
da oração
Quem saiu? (todos)
nominal
predicado verbal Isto não me agrada.
verbo-nominal O que não me agrada? (isto)
Zé amarrou o bode.
Termos adjunto adnominal Quem amarrou o bode? (Zé)
acessórios adjunto adverbial
da oração Núcleo do sujeito
aposto
O núcleo do sujeito é o termo que transmite a ideia
objeto direto básica, em torno do qual podem aparecer palavras aces-
objeto indireto sórias para acrescentar-lhe algo.
predicativo do núcleo
complemento verbal sujeito
Termos predicativo do Ex.: As pessoas tolas acreditam em tudo.
integrantes objeto direto sujeito predicado
da oração predicativo do
objeto indireto O núcleo do sujeito pode ser representado por:
complemento nominal a) um substantivo: João está doente.
agente da passiva b) por um pronome: Ela chegou.
c) por um verbo no infinitivo: Viver é lutar.
Termo isolado: Vocativo d) um numeral: Um é pouco.
 Termos Essenciais da Oração Classificação do sujeito
SUJEITO Sujeito Simples: é aquele que apresenta um núcleo
apenas.
Sujeito é o termo essencial da oração, do qual se
declara alguma coisa, estabelecendo com o verbo uma Ex.: O / menino / quebrou a perna.
relação de concordância em número e em pessoa. É uma O / rapaz / digita muito bem.
função substantiva da oração, porque são os substantivos
Sujeito Composto: é aquele que apresenta dois ou
ou palavras substantivadas que atuam como núcleo do
mais núcleos
sujeito.
Um sujeito terá tantos núcleos quantos forem os
Ex.:
substantivos nele contidos, desde que estejam ligados pe-
Os cidadãos la conjunção "e" ou mesmo por vírgulas.
(substantivo)
Todos Ex.: O livro, a régua, o lápis e a borracha estão
(pronome substantivos) sobre a mesa.
manifestaram sua insatisfação
Ambos Pão e vinho alimentam.
(numeral substantivo)
Os aposentados Sujeito Oculto: é aquele que não aparece escrito,
(adjetivo substantivo) embora esteja subentendido.
Normalmente, o sujeito posiciona-se no início da Ex.: (Nós) Estamos aqui, reunidos, para discutir o
oração (ordem direta), mas pode também ficar no meio assunto da pauta.
ou no final (ordem indireta). Vejamos: Sujeito Indeterminado: é aquele que existe, mas
O aluno sentiu-se seguro após o estudo. não se sabe quem é. O sujeito indeterminado pode ser
sujeito predicado expresso por:
Após o estudo, o aluno sentiu-se seguro. a) um verbo na 3ª pessoa do plural.
predicado sujeito predicado Ex.: Roubaram minha carteira.
Após o estudo, sentiu-se seguro o aluno. Falaram mal de você.
predicado sujeito

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b) por um verbo não transitivo direto acompanhado Atenção:
do pronome "se".
Os verbos intransitivos às vezes podem aparecer
Ex.: VTI + SE = Precisa-se de jardineiros. acompanhados de adjuntos adverbiais, mas nunca de
VTL + SE = Ficou-se contente naquele mo- complementos obrigatórios.
mento.
Ex.: Natália nasceu em 1968.
Obs.: Há orações que não possuem sujeito:
* Natália = sujeito
a) com o verbo haver, no sentido de “existir”.
* nasceu em 1968 = predicado
Ex.: Há pessoas esquisitas. (há = existem) * nasceu = verbo intransitivo
b) com os verbos ser, estar e passar indicando * em 1968 = adj. adv. de tempo (não é complemen-
tempo. to obrigatório).

Ex.: São cinco horas. 2. Verbo Transitivo: É aquele que não possui sen-
Estava frio naquela noite. tido completo sozinho, exigindo complemento obrigató-
rio do lado que complete o seu sentido.
Passava de meia noite.
Na oração: “O jardineiro cultiva hortaliças”, o ter-
c) com os verbos que exprimem fenômenos da natu-
mo “hortaliças” está completando o sentido do verbo
reza (no sentido denotativo): chover, nevar, gear, ventar,
cultivar, já que quem cultiva, cultiva algo.
trovejar, relampejar, amanhecer, entardecer, anoitecer,
etc. Os verbos transitivos classificam-se em:
Ex.: Choveu ontem. a) de ligação (VTL): é aquele que exige um único
Nevará hoje. complemento obrigatório do lado, que é um comentário
Está geando agora. feito sobre o sujeito (predicativo do sujeito), ligando
Anoiteceu. aquele a este.
d) com os verbos chegar e bastar em expressões do Na oração “Mário está doente.”, o termo doente es-
tipo: “chega de”, “basta de”. tá completando o sentido do verbo estar, já que quem
está, está de algum modo (doente, alegre, cansado, etc.).
Ex.: Chega de confusões!
Basta de intrigas! Principais verbos transitivos de ligação: ser, es-
tar, permanecer, ficar, andar (= estar), parecer, continu-
PREDICADO
ar e virar.
Em suma, o predicado pode ser:
Há verbos que, nem sempre, têm valor de ligação
a) tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito da (se houver sentido de ação).
oração.
Observe:
Ex.: Os candidatos mostraram sua disposição.
sujeito predicado Flávia anda depressa
Cláudia está no Paraná ação
b) uma declaração que não se refere a nenhum su-
jeito (oração sem sujeito). Flávia anda alegre
Cláudia está contente ligação
Ex.: Chove muito no inverno.
predicado
b) direto (VTD): é aquele que exige um único
Antes de prosseguirmos com o estudo do predicado, complemento obrigatório do lado, sem preposição ante-
abriremos um parêntese, para conhecermos a Predicação rior (objeto direto).
Verbal e o Predicativo.
Predicação verbal Na oração: “Patrícia adora pizza.”, o termo pizza
completa o sentido do verbo adorar, já que quem adora,
Predicação verbal é o estudo dos verbos que consti- adora algo ou alguém.
tuem a base do predicado, que podem ter sentido com-
pleto ou virem acompanhados de um complemento para c) Indireto (VTI): é aquele que exige um único
terem significado. complemento obrigatório do lado, com preposição ante-
Assim, quanto à predicação, os verbos podem ser: rior (objeto indireto).
intransitivo e transitivo (de ligação, direto, indireto e di- Na oração “Eu gosto de meus pais.”, o termo de
reto e indireto). meus pais está completando o sentido do verbo gostar,
1. Verbo Intransitivo (VI): É aquele que possui já que quem gosta, gosta de algo ou de alguém.
sentido completo sozinho, rejeitando complemento obri- d) direto e indireto (VTDI): é aquele que exige
gatório do lado. dois complementos obrigatórios (ao contrário dos três
Ex.: O menino morreu. primeiros), sendo o primeiro deles sem preposição ante-
Cátia desmaiou. rior; e o segundo, com preposição anterior.

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Na oração: Tipos de predicado
VTDI OD prep OI Dependendo do seu núcleo, em que se concentra a
declaração, o predicado pode ser:
“O professor apresentou o aluno ao diretor.”,
a) Nominal (VTL + Predicativo) – quando o verbo
sujeito predicado
for, apenas, elo de ligação. Neste caso, o núcleo do pre-
dicado é sempre um nome, que desempenha a função de
os termos o aluno (OD) e ao diretor (OI) estão predicativo do sujeito.
completando o sentido do verbo apresentar, já que
quem apresenta, apresenta algo a alguém. Ex.: é
ficou
Predicativo continua
Predicativo é o termo que acrescenta algo ao sujei- anda núcleo
(PS)
to, ao objeto direto ou ao objeto indireto, funcionando está
como núcleo do predicado. Pode ser: parece
O aluno permanece confiante.
a) predicativo do sujeito (PS) – é o termo do pre- sujeito predicado nominal
dicado que se refere ao sujeito, atribuindo-lhe uma qua-
lidade ou estado mediante um verbo transitivo de ligação b) Verbal: é aquele que apresenta um verbo transi-
expresso ou subentendido. tivo (direto, indireto ou direto e indireto) ou um verbo
intransitivo, sem predicativo do lado que é o próprio nú-
Ex.: cleo do predicado. Pode aparecer em uma das seguintes
VTL (expresso) estruturas:
PS
1) Predicado verbal com verbo intransitivo – apre-
A cidade É maravilhosa. senta sentido completo, sem precisar de complemento
sujeito predicado para formar o predicado.
VI (núcleo)
VTL (subentendido)
VTI PS Ex.: O garoto chorou.
sujeito predicado verbal
O trem chegou (e estava) atrasado.
sujeito predicado 2) Predicado verbal com verbo transitivo direto –
apresenta sentido incompleto, por isso precisa de um
b) predicativo do objeto direto (POD) – é o termo
complemento (objeto direto) para formar o predicado.
do predicado que se refere ao objeto direto, dando conti-
nuidade ao sentido do objeto direto. predicado verbal

Ex.: Ex.: O aluno chamou o professor.


Sujeito VTD (núcleo) OD
VTD POD
A torcida elegeu-o craque do time. 3) Predicado verbal com verbo transitivo indireto –
apresenta sentido incompleto, por isso precisa de um
sujeito OD predicado
complemento regido de preposição (objeto indireto),
c) predicativo do objeto indireto (POI) – ocorre, para formar o predicado.
exclusivamente, com o verbo “chamar”, no sentido de
ofender.
predicado verbal
Ex.:
Ex.: Os jovens gostam de esportes radicais.
VTI OI POI
Sujeito VTI (núcleo) OI
Os colegas chamaram a Pedro tolo.
sujeito predicado
4) Predicado verbal com verbo transitivo direto e
VTI OI POI
indireto – apresenta sentido incompleto e necessita de
Os colegas chamaram a Pedro de tolo. dois complementos (objeto direto + objeto indireto),
sujeito predicado para formar o predicado.
predicado verbal
Núcleo do predicado
O núcleo do predicado é o termo principal que pode Ex.: Mário Covas dedicou sua vida à política.
ser um verbo ou um nome. Há casos, também, da exis- Sujeito VTDI (núcleo) OD OI
tência de um verbo e de um nome como núcleos ao
mesmo tempo.

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c) Verbo-nominal (VTD + Predicativo): é aquele cativo do objeto indireto e o agente da passiva (comple-
que apresenta dois núcleos: um verbo (intransitivo ou mentos verbais) e o complemento nominal.
transitivo) e um predicativo (do sujeito ou dos objetos). a) Objeto direto
Termo que complementa o verbo transitivo direto
POD (VTD) e o verbo transitivo direto e indireto (VTDI).
Ex.: O tribunal julgou culpado o réu. Para se achar o objeto, a pergunta se faz depois do
Sujeito núcleo núcleo objeto verbo.
verbal nominal direto – João cultiva flor.
predicado verbo-nominal Cultiva o quê? a Flor
OD
Na realidade, o predicado verbo-nominal é um pre-
dicado misto, em que predomina a junção de um predi- Objeto Direto
cado verbal com um predicado nominal. Nele, o verbo o quê? (para coisas)
transitivo de ligação está subentendido. Veja: quem? (para pessoas)
Ele chegou da viagem + Ele estava exausto = b) Objeto indireto
= Ele chegou da viagem exausto Termo que complementa o verbo transitivo indireto
(VTI) ou o verbo transitivo direito e indireto (VTDI).
O predicado verbo-nominal também pode aparecer
em uma das seguintes estruturas: Objeto Indireto
a quê? a quem? de quê? de quem? em quê? em
a) predicado verbo-nominal com VTD + PS quem? etc.
O aluno terminou a prova confiante. [O aluno ter- A notícia agradou ao diretor.
minou a prova e estava confiante] Agradou a quem? ao diretor
b) predicado verbo-nominal com VTI + PS OI
Eu assisti à cena revoltado [Eu assisti a cena e es- A Jeyce gosta de uva.
tava revoltado] Gosta de quê? de uva
OI
c) predicado verbo-nominal com VTD + POD
Eu acho Brasília bonita. (o termo “bonita” refere- Obs.: Os três predicativos já aparecem na parte dos
se ao objeto direto “Brasília”: predicativo do objeto dire- predicados.
to). c) agente da passiva
d) predicado verbo-nominal com VTI + POI
É o ser que pratica uma ação sobre o sujeito pacien-
Chamavam ao pobre rapaz de ignorante. (o termo te.
“de ignorante” refere-se ao objeto indireto “ao pobre ra-
paz”: predicativo do objeto indireto). Obs.: No estudo do Verbo, já feito, vimos o que sejá
a voz passiva.
Resumindo:
Ex.: Bons livros eram comprados pelo rapaz .
• se houver predicativo com verbo transitivo de li- sujeito paciente ag. da passiva
gação, o predicado será nominal. -----------------------------------------
predicado
• se não houver predicativo, o predicado será ver-
bal. O muro foi construído pelo pedreiro.
• se houver predicativo com verbo transitivo ou in- suj. paciente ag da passiva
------------------------------------------
transitivo, o predicado será verbo-nominal predicado

Esquema
Concluindo:
As águas arrastaram a casa (voz ativa)
Sujeito e predicado são considerados termos essen-
ciais, porque constituem a estrutura básica da oração. O – Sujeito agente = As águas.
predicado é o mais importante, pois, sem ele, não há ora- – Verbo transitivo direto = arrastaram.
ção – é a presença de um verbo ou de uma locução ver- – Objeto direto = a casa.
bal que indica a existência de uma oração, e não a exis- A casa foi arrastada pelas águas (voz passiva)
tência de um sujeito ligado a um predicado.
– Sujeito paciente = A casa.
 Termos Integrantes da Oração – Verbo na voz passiva = foi arrastada.
São aqueles exigidos pela oração, para que ela tenha – Agente da passiva = pelas águas.
sentido completo.
São eles: o objeto direto, o objeto indireto, o predi-
cativo do sujeito, o predicativo do objeto direto, o predi-

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COMPLEMENTO NOMINAL Outros Exemplos:
Termo da oração que completa o significado de um ADJUNTO ADNOMINAL / COMPLEMENTO NO-
nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) mediante o au- MINAL
xílio obrigatório de uma preposição. A invenção de S. Dumont A invenção do avião
Ex.: Tinha medo da morte. Crítica do artista Crítica ao artista.
(subst.) C. N. A descoberta de Portugal A descoberta do Brasil
Estava cheio de medo. 2. ADJUNTO ADVERBIAL: complemento verbal
(adjetivo) C. N. dispensável, que expressa alguma circunstância (25 no
Corria paralelamente à estrada . total).
(advérbio) C. N.
Nasceu aqui. (aqui = lugar)
Observe o quadro comparativo entre objetos (dire- O dia estava bem frio. (bem = intensidade)
tos ou indiretos) e os complementos nominais: O cão morreu de frio. (de frio = causa)
Falavam de novela. (de novela = assunto)
OBJETOS COMPLEMENTOS NOMINAIS
APOSTO: palavra (ou conjunto de palavras) com o
Assaltar o banco. Assalto ao banco . valor de um substantivo dispensável, que se refere a um
Crer em dias melhores. Crença em dias melho- substantivo anterior. Divide-se em: especificativo, expli-
res. cativo, enumerativo e resumitivo (ou recapitulativo).
Confiar em Deus. Confiança em Deus .
Resistir ao cerco. Resistência ao cerco. A cidade de Roma é capital da Itália. (aposto espe-
Obedecer à lei. Obediência à lei. cificativo)
▪ Termos Acessórios da Oração Pedro II, ex-imperador do Brasil, foi deportado.
(aposto explicativo)
Termos acessórios são aqueles que desempenham
na oração uma função secundária, servindo apenas para Ele só quer três coisas: um castelo, um harém e
informar alguma característica ou circunstância. São muitas terras. (aposto enumerativo)
eles: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. Diretora, vice-diretora, coordenador, professores,
1. ADJUNTO ADNOMINAL – Aparece juntamen- alunos, faxineiras, cozinheiras, merendeiro: ninguém
te a nome (substantivo ou pronome), modificando seu apareceu na escola naquele dia. (aposto resumitivo)
significado.
 Termo Independente da Oração
O adjunto adnominal é representado por:
Semanticamente, é o ser chamado pelo falante (o
1. artigo (definido ou indefinido): O menino aguar- ouvinte). Das treze funções sintáticas, é a única que não
dava. pertence à oração.
2. pronome adjetivo: Meu filho, parte de mim.
Ó minha amada, como te quero.
3. numeral adjetivo: Três homens o aguardam lá
Meu canto de morte, guerreiros; ouvi!
fora.
Deus, ó Deus! Onde estás que não respondes?
4. locução adjetiva dispensável: Os raios de sol
entravam pela janela.
SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO
5. adjetivo dispensável: Lindas meninas frequenta-
vam aquela escola. Observe o período abaixo e sua divisão:
Quando o ADJUNTO ADNOMINAL PREPOSI- Espera-se / que tudo corra bem, / a fim de que vol-
CIONADO vem após o substantivo é, comumente, con- te a alegria.
fundido com o COMPLEMENTO NOMINAL.
1ª oração - Espera-se
DISTINÇÃO: 2ª oração - que tudo corra bem
3ª oração - a fim de que volte a alegria
1. A resposta do professor agradou ao aluno.
Note que a divisão foi feita antes da conjunção ou
do professor = adj. adnominal
da locução conjuntiva: que / a fim de que
(O professor respondeu = agente)
As orações do período composto dividem-se em:
Obs.: A única função sintática que expressa a ideia
coordenada, principal e subordinada.
de posse é o adjunto adnominal. Neste caso, a resposta
pertence ao professor. A oração coordenada é a que não é função sintática
(ou parte) de outra, bem como a que não exige uma outra
2. A resposta ao professor agradou.
como uma de suas partes (ou funções sintáticas).
ao professor = complemento nominal (paciente da
Ex.: Solange estuda / e trabalha.
ação)
1ª oração: oração coordenada assindética.
2ª oração: oração coordenada sindética aditiva.

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A oração principal é a que exige uma outra como 3. A diferença entre a conjunção pois (explicativa)
uma de suas partes (ou funções sintáticas). para a conjunção pois (conclusiva) é que a primeira apa-
rece antes do último verbo do período composto, en-
A oração subordinada é a que é parte (ou função
quanto a segunda aparece depois do último verbo do pe-
sintática) de outra.
ríodo composto.
Ex.: Quero / que você me ajude.
Ex.: Olga está triste, / pois não viajou.
1ª oração: oração principal. OCA OCS explicativa
2ª oração: oração subordinada substantiva objetiva
direta. Ex.: Está escuro; / vá, pois, com cuidado.
Você verá outras divisões no estudo da classificação OCA OCS conclusiva
delas.
➢ORAÇÕES SUBORDINADAS
➢ORAÇÕES COORDENADAS
Há três tipos de orações subordinadas, que são:
As orações coordenadas poderão ser: Substantivas, Adjetivas ou Adverbiais.
• assindéticas: quando não se iniciarem por con- A ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA tem o
junção, nem por locução conjuntiva. valor de substantivo, inicia-se por uma conjunção subor-
Ex.: Era católico, / acreditava na ressurreição. dinativa integrante (que ou se) e divide-se em:
OCA OCA
a) subjetiva: é a que exerce a função de sujeito da
• sindéticas: quando se iniciarem por conjunção oração principal.
(ou por locução conjuntiva).
A maneira prática de encontrar a oração subjetiva é
Ex.: Era católico / e acreditava na ressurreição. perguntar, antes do verbo da principal, “o que....?”.
OCA OCS aditiva
Ex.: Seria bom / que todos estudassem.
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS
OP OSS subjetiva
SINDÉTICAS
O que seria bom?
ADITIVAS: dão a ideia de adição (ou de soma)
Resposta: que todos estudassem (função de sujeito)
Ex.: Consertou a máquina / e não cobrou nada.
OCA OCS aditiva
b) predicativa: é a que exerce a função de predica-
tivo do sujeito da oração principal.
ADVERSATIVAS: denotam oposição (ou contras-
te). A oração predicativa sempre supõe, na principal, o
verbo “ser” acompanhado de sujeito.
Ex.: Estudou, / mas não foi aprovado.
OCA OCS aditiva Ex.: Os meus votos são / que triunfes.
ALTERNATIVAS: representam alternância (ou OP OSS predicativa
possibilidade). c) objetiva direta: é a que exerce a função de obje-
Ex.: Ou você toma o remédio / ou não ficará bom. to direto da oração principal.
OCS aditiva OCS aditiva
A maneira prática de encontrar a oração objetiva di-
CONCLUSIVAS: dão a ideia de conclusão. reta é perguntar, depois do verbo da oração principal, “...
o quê?”. O verbo da oração principal pode ser transitivo
Ex.: Estudo pelas apostilas APCON, / portanto direto (ou transitivo direto e indireto).
OCA
Ex.: Disseste-lhe / que precisavas estudar?
tenho mais chances de aprovação.
OP OSS objetiva direta
OCS conclusiva
d) objetiva indireta: é a que exerce a função de ob-
EXPLICATIVAS: explicam a oração anterior.
jeto indireto da oração principal. A preposição que intro-
Ex.: Espere um pouco, / porque Tânia chegará. duz a objetiva indireta é exigida pelo verbo da oração
OCA OCS explicativa principal (verbo transitivo indireto ou verbo transitivo
direto e indireto).
Obs.:
Ex.: Insisto / em que partas.
1. OCA (= oração coordenada assindética).
OP OSS objetiva indireta
OCS (= oração coordenada sindética).
e) completiva nominal: é a que exerce a função de
2. A lista completa das conjunções (e das locuções
complemento nominal do substantivo, do adjetivo ou do
conjuntivas) coordenativas e subordinativas encontra-se
advérbio da oração principal.
na parte das conjunções (dentro do assunto classes de
palavras). Ex.: Tivemos a impressão / de que a casa cairia.
OP OSS completiva nominal

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Estamos aptos / a trabalhar nesta empresa. Ex.: O homem age, / conforme pensa.
OP OSS completiva nominal OP OSA conformativa

Votou favoravelmente / a que o indenizem. f) Consecutiva: é a consequência da oração princi-


OP OSS completiva nominal
pal.

f) apositiva: exerce a função de aposto da oração Ex.: Gritou tanto, / que ficou rouca.
principal. Ocorre após dois pontos ou entre vírgulas (nes- OP OSA consecutiva
te último, caso ficará no meio da oração principal).
g) Final: é a finalidade (ou o objetivo) da oração
Ex.: Peço-te um favor: / que guardes estas cartas. principal.
OP OSS apostiva
Ex.: Parei-o, / para que me ouvisse.
OP OSA final
Um sonho, / que o filho volte, / anima a mãe.
OP ... OSS apositiva ... OP h) Proporcional: está numa relação de proporcio-
A ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA tem o valor nalidade com a oração principal.
de adjetivo, inicia-se por um pronome relativo (que, Ex.: Quanto mais trabalho, / menos ganho.
quem, cujo, onde e quanto) ou por uma locução pro-
OSA proporcional OP
nominal relativa (o qual e variantes) e divide-se em: res-
tritiva e explicativa. i) Temporal: é o tempo da oração principal.
a) restritiva: é a que especifica o susbtantivo da Ex.: Fico feliz, / quando a vejo.
oração principal.
OP OSA temporal
Ex.: O livro / que comprei / é uma gramática. ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS
OP ... OSA restritiva ... OP
Há muitas orações subordinadas que podem apare-
b) explicativa: é a que explica (ou que generaliza) o cer abreviadas ou simplificadas: sem conectivo (conjun-
substantivo da oração principal. ção ou pronome relativo) e com o verbo numa das cha-
madas formas nominais, isto é, no gerúndio, no infinitivo
Ex.: Visitarei a prima Carlota, / que mora ali.
ou no particípio. Em tal caso, as orações abreviadas se
OP OSA explicativa chamarão REDUZIDAS.
A ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL tem o va- "Aplacada a tempestade" é simplificação de "depois
lor de um advérbio, inicia-se por uma conjunção subor- que se aplacou a tempestade", expressando circunstância
dinativa adverbial (ou por uma locução subordinativa de tempo. O verbo está no particípio (aplacada). Classi-
adverbial) e divide-se em: causal, comparativa, conces- ficação: subordinada adverbial temporal, reduzida de
siva, condicional, conformativa, consecutiva, final, pro- particípio.
porcional e temporal.
- “Aplacada a tempestade, cuidou Cabral em reco-
a) Causal: é a causa da oração principal. lher a si a armada”.
Ex.: O tambor soa, / porque é oco. Alguns exemplos de orações subordinadas adverbi-
OP OSA causal ais reduzidas de infinitivo:
b) Comparativa: está numa relação de comparação a) subjetivas: É possível começarmos no próximo
com a oração principal. sábado. / Seria certo ter o trem partido.
b) objetivas diretas: Suponho serem eles os res-
Ex.: Aquela mulher fala, / como o papagaio. (fala) ponsáveis. / O diretor ordenou principiarmos já os exa-
OP OSA comparativa mes.
c) objetivas indiretas: O êxito depende de teres
c) Concessiva: está numa relação de oposição (ou
confiança em ti mesmo / Nada obsta a intervires na ques-
de contraste) com a oração principal.
tão.
Ex.: Saímos, / embora estivesse chovendo. d) completivas nominais: Dei-lhes ordens de virem
OP OSA concessiva logo. / Tenho esperança de seres eleito.
e) predicativas: O mais certo é desistires desta am-
d) Condicional: é a condição para que a oração bição. / Seus desejos eram desiludir-me logo nos primei-
principal ocorra. ros dias.
Ex.: Se não estudar, / não passará no concurso. f) apositivas: Uma coisa me assombrava: terem eles
mentido. / Isso vos asseguro eu, ser ele homem de bem.
OSA condicional OP g) adjetivas restritivas: “O orador ilhavo não era
e) Conformativa: está numa relação de acordo (ou homem de se dar assim por derrotado.” / "Nossa teoria
de conformidade) com a oração principal. fora a primeira a cair por fora da terra."

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h) adverbiais finais: "Para cobrir-me nem um tem- Ex.: Jesus, sábio infeliz, mestre dos grandes mestres
plo resta no solo abrasador..." / "Levantaram-se a servir e Rei dos grandes reis, Jesus, Mártir sublime, vieste ao
a Deus". mundo...
i) adverbiais concessivas: Não iremos hoje, apesar
03. para separar (ou isolar) o vocativo;
de já termos as passagens. / Suposto ter ele presenciado
o fato, nem assim merece crédito. Ex.: Ora, mano, deixe essas coisas...
j) adverbiais temporais: "Os animais das tropas
viajeiras arquejam de cansaço, ao vencerem aquele ter- 04. para separar o adjunto adverbial deslocado (de
reno incerto". / "Detém-se em Inglaterra, até tornar à duas ou de mais palavras) do resto da oração;
doce terra". Ex.: Na manhã seguinte, Teresa estava jubilosa em
seu mirante.
Exemplos de orações subordinadas reduzidas de ge-
rúndio. Obs.: Diz-se que o adjunto adverbial está deslocado,
Nota: Não há orações substantivas reduzidas de ge- quando precede o verbo ou os objetos ou ainda o predi-
rúndio. cado nominal. Se o adjunto é um mero advérbio, a vírgu-
la é, muitas vezes, dispensável.
a) adjetivas restritivas: "Encontramos os rapazes
Ex.: Hoje amanheceu chovendo.
vestindo blusões berrantes: fugiam espantados e não lhe
Hoje, amanheceu chovendo.
pudemos ver suficientemente a fisionomia". / "Pareceu
ao pobre lenhador sentir, naquele vento, o som de um 05. para substituir o verbo subentendido.
choro, e uma voz bradando aflita". Ex.: Fomos à Europa; eles, à Oceania.
b) adverbiais temporais: Chegando ao escritório,
darei o recado. / "Em tomando do reino da governança, 06. para isolar orações ou termos intercalados;
tomou dos homicidas... a vingança." - "Navegando no Ex.: Não conheço negócios de justiça, pensava ele,
arquipélago proceloso da vida, não devemos perder de mas parece que não tenho nada com isso.
vista o porto do novo destino".
c) adverbiais causais: Não estudando, foi reprova- 07. para separar as orações coordenadas assindéti-
do. / "O padre Baco ali não consentia no que Júpiter dis- cas;
se, conhecendo que esquecerão seus feitos no Oriente." /
Ex.: O agente falou uma coisa e outra, depois saiu.
"Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da fa-
ca." 08. para separar as orações coordenadas sindéticas
com a conjunção e, quando têm sujeitos diferentes;
Nota: Não há consecutivas, comparativas e finais,
reduzidas de gerúndio. Ex.: A vontade popular dividira-se entre nomes con-
tundentes, e o Congresso, de antemão, firmava...
Exemplos de reduzidas de particípio:
09. para isolar as conjunções adversativas e as con-
a) adverbiais condicionais: Suprimido o prêmio,
clusivas intercaladas na frase;
não haveria mais estímulo. / "Completadas as tarefas no
tempo estabelecido pelo rei, não serás punido". Ex.: Não se podia negar, porém, que era um pro-
b) adverbiais temporais: "Feito isso, voltarás no gresso.
tempo estabelecido à minha presença, afim de que possa
10. para separar as orações correlatas aditivas, con-
lavrar a sentença." / "Aplacada a tempestade , cuidou
secutivas e comparativas de igualdade;
Cabral em recolher a si a armada." / "Conclusa a tarefa,
o ancião perguntou-lhe qual dos cântaros estava mais Ex.: Tal fora o pai, tal é o filho. (comparativa)
limpo, mais claro e puro". Falou tanto, que ficou rouco. (consecutiva)
11. para separar as orações reduzidas de gerúndio,
SINAIS DE PONTUAÇÃO
de particípio ou de infinitivo.
VÍRGULA ( , )
Ex.: O cachorro pagava as carícias de Rubião, latin-
Usa-se a vírgula: do, pulando, beijando-lhe as mãos.
01. para separar termos de mesma função sintática, 12. para separar (ou para isolar) as palavras conclu-
desde que as conjunções e e ou não apareçam na oração; sivas, explicativas, retificativas ou enfáticas da oração
(ou da frase).
Ex.: Casa, mesa, convivas, tudo desapareceu. –
aqui, as vírgulas separam os núcleos do sujeito. Ex.: Passamos, isto é, pulamos uma vala.
Aliás, não lhe pede nada.
Hás de volver ao corpo que és, órgão por órgão, fi-
bra por fibra, artéria por artéria. – aqui, a vírgula separa Obs.: Não se usa a vírgula, para separar o sujeito do
objetos diretos. predicado, nem o verbo de seu complemento.

Ele que encanta as crianças, as mães, os tristes e os Ex.: O jogador pediu ao preparador para fazer testes
amantes. – aqui, a vírgula separa objetos diretos. de capacidade física.

02. para isolar o aposto explicativo. A BR-116, que, em Santa Catarina, atravessa a re-
gião do chamado Planalto Serrano,...
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TRAVESSÃO ( – )
PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
O travessão (–) é um traço maior que o hífen e é
O ponto-e-vírgula denota uma pausa mais longa que
usado:
a vírgula e emprega-se principalmente:
01. nos diálogos, para indicar mudança de interlocu-
01. para destacar, separadamente, cada um dos seres
tor, ou, simplesmente, no início da fala de um persona-
de um período composto.
gem;
Ex.: Márcia é enfermeira; Carlos é professor; e Te-
Ex.: – Você é daqui mesmo? Perguntei.
resa é aeromoça.
– Sou, sim senhor, respondeu o garoto.
02. Para separar os considerandos de um decreto, 02. para separar expressões ou frases explicativas
sentença, petição, etc. ou apositivas;
Ex.: É função de todo político: Ex.: Berço de um mundo novo – o promontório
a) roubar; dorme.
b) mentir; E, logo, me apresentou à mulher – uma estimá-
c) ficar à toa; vel senhora – e à filha.
d) ser mau-caráter.
03. para isolar palavras ou orações para as quais se
DOIS-PONTOS ( : ) deseja chamar a atenção do leitor;

Emprega-se este sinal de pontuação: Ex.: Acresce que chovia – peneirava – uma chuvi-
nha miúda, triste e constante...
01. para anunciar a fala dos personagens nas histó-
rias de ficção; 04. para ligar palavras em cadeia de um itinerário.

Ex.: O baixinho retomou o leme, dizendo: – Olha, Ex.: A via férrea São Paulo – Sorocaba.
menino, veja a Bahia. A linha aérea Brasil – Estados Unidos.
A estrada Belém – Brasília.
Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz: –
Podemos avisar sua tia, não? O duplo travessão sempre substitui o duplo parênte-
se e, às vezes, a dupla vírgula.
02. antes de uma citação direta;
Ex.: Uma das glórias – e tantas são elas! da ordem
Ex.: Repetia as palavras do pai:
Beneditina no Brasil, é D. Frei Antônio do Desterro.
– O mundo, sem a selva, será triste e mau.
O pessoal do extremo norte tem um slogan:
– Amazônia também é Brasil !!!
ASPAS DUPLAS ( “...” )
03. antes do aposto enumerativo.
01. Usam-se antes e depois de uma citação textual
Ex.: Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes, (palavra, expressão, frase ou trecho);
geadas, insetos, daninhos, bichos, etc.
Ex.: Disse Apeles ao sapateiro que o criticara:
Duas coisas lhe davam superioridade: o saber e “Sapateiro, não passes além da sandália!”
o prestígio. “A bomba não tem endereço certo.”
Existem, na esgrima, três modalidades de ar- 02. Costuma-se aspear expressões ou conceitos que
mas: florete, sabre e espada. se desejam pôr em evidência:
04. antes de orações subordinadas substantivas apo- Ex.: Miguel Ângelo, “o homem das três almas” ...
sitivas;
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de
Ex.: A verdadeira causa das guerras é esta: os ho- “menino diabo”.
mens se esquecem do Decálogo.
NOTA: Põe-se entre aspas ou, então, grifam-se pa-
Só ponho uma condição: lavras estrangeiras ou termos da gíria, títulos de obras li-
– Almoçarás comigo. terárias ou artísticas, jornais, revistas; enfim, toda ex-
pressão que deva ser destacada: ... ao som dessa horren-
É triste dizer:
da música denominada “jazz-band”... (C. L.). Vem cá,
– O velho, às vezes, embriagava-se. “chiquito”, não sejas assim desconfiado comigo... (M.
05. para indicar um esclarecimento, um resultado ou A.). Assim contou-me o “tira”... (A. Machado). O “Li-
um resumo do que se disse. berdade” nunca foi o que ora se chama uma folha
“amarela” (C. L.)
Ex.: Afinal, a casa não caíra do céu por descuido:
fora construída pelo major.
Resultado: no fim de algum tempo, tinha o
que se chama “dinheiro no Banco”.

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PONTO ( . ) RETICÊNCIAS ( ... )
O ponto é um sinal que marca fim de período. No Usam-se principalmente nos seguintes casos:
princípio, os iniciantes em redação, em geral, procuram
01. para indicar suspensão ou interrupção de pen-
evitá-lo. É aconselhável que cada assunto represente um
samento;
período, o que não quer dizer que todos os períodos de-
vam ser curtos. A vida é punição, sonho, mentira...
E eu pensando que...
O uso adequado do ponto leva à três qualidades do
estilo, que são: a correção, a elegância e a simplicida- 02. para sugerir certo prolongamento da ideia no
de. fim de um período gramaticalmente completo;
O ponto é usado, ainda, em quase todas as abrevia- Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu
turas: também...
Ex.: Cia. (Companhia), Sr. (Senhor), Sra. (Senhora), Como as rosas, são todas as mulheres: quem colher
pág. (página), Exmo. (Excelentíssimo). a rosa também colhe o espinho...
Se a palavra abreviada estiver em final de pe- 03. para indicar hesitação ou breve interrupção de
ríodo, só usaremos um ponto. pensamento;
Eu não a beijava porque ... porque ... eu tinha ver-
PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) gonha.

Usa-se: 04. para realçar uma palavra ou expressão;

01. em final de frase exclamativa; Hoje em dia, mulher casa com “pão” e ... passa fo-
me.
Ex.: Como te pareces com a água, ó alma humana!
Que espetáculo é este quadro! 05. para indicar pausa maior que aquela sugerida
pela vírgula.
02. nas interjeições e nas locuções interjetivas;
A existência é surgir ... passar ... morrer.
Ex.: Ah! / Psiu! / Meu Deus!
03. para substituir a vírgula num vocativo enfático; CONCORDÂNCIA

Ex.: Paula! onde estiveste? 1. NOÇÕES GERAIS

04. costuma-se repetir o ponto de exclamação É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua
quando a intenção é marcar um reforço na duração ou na terminação para se adequarem harmonicamente na frase.
intensidade da voz. A concordância pode ser feita de três formas:
Ex.: Quantas mulheres!!! / Viva eu!!! Lógica ou gramatical – é a mais comum no por-
Obs.: A exemplo do ponto de interrogação, não se tuguês e consiste em adequar o determinante (acompa-
usa inicial maiúscula após o ponto de exclamação que nhante) à forma gramatical do determinado (acompanha-
não indique final de período. do) a que se refere.
Exemplos:

PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? ) – A maioria dos professores faltou.

Principais casos de uso: O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito


(maioria)
01. nas orações interrogativas diretas;
– Escolheram a hora adequada.
Como vai você?
O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram
Onde estás?
com o substantivo (hora).
02. em ordens, pedidos ou instruções;
Atrativa – é a adequação do determinante:
Você poderia explicar essa estória direito?
a) a apenas um dos vários elementos determinados,
Posso contar com sua colaboração? escolhendo-se aquele que está mais próximo:
03. entre parênteses, para indicar incerteza ou dúvi- – Escolheram a hora e o local adequado.
da sobre a frase ou o termo antecedente.
O adjetivo (adequado) está concordando com o
Ele saiu à meia-noite (?). substantivo mais próximo (local)
Todos afirmaram que a festa foi ótima (?). b) a uma parte do termo determinado que não cons-
titui gramaticalmente seu núcleo:
– A maioria dos professores faltaram.

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O verbo (faltaram) concordou com o substantivo * O adjetivo ficará no masculino singular, se o subs-
(professores) que não é o núcleo do sujeito. tantivo não for acompanhado de nenhum modificador.
c) a outro termo da oração que não é o determinado: Limonada é bom para a saúde.
– Tudo são flores. * O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
modificado por um artigo ou por qualquer outro deter-
O verbo (são) concorda com o predicativo do sujei-
minante.
to (flores).
Esta limonada é boa para a saúde.
Ideológica ou silepse – consiste em adequar o
vocábulo determinante ao sentido do vocábulo determi- 5) O adjetivo concorda em gênero e em número
nado e não à forma como se apresenta: com os pronomes pessoais a que se refere:
– O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram. Eu as vi ontem muito aborrecidas.
O verbo (aplaudiram) concorda com a ideia da pa- 6) Anexo, obrigado, mesmo, incluso, próprio, leso e
lavra povo (plural) e não com sua forma (singular). quite são palavras adjetivas e concordam, normalmen-
te, com os substantivos ou com os pronomes a que se re-
ferem.
2. CLASSIFICAÇÃO
– Anexas à carta, irão as listas de preços.
A concordância classifica-se em: nominal e verbal. – A menina disse: muito obrigada.
– Ela mesma presidirá a reunião.
a) NOMINAL
Obs.: A palavra Anexo, após a preposição em, não
1) Quando se refere a um único substantivo, o adje-
varia.
tivo concorda com ele em gênero e em número.
Em anexo à carta, irão as listas de preços.
– Não deixe as portas abertas.
– O livro está sujo. 7) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
função adjetiva e concorda, normalmente, com o nome a
2) Quando o adjetivo vem antes dos substantivos:
que se refere.
* O adjetivo concorda em gênero e número com o
– Ela saiu só.
substantivo mais próximo.
– Elas saíram sós.
– Encontramos abandonadas as cidades e os vilare- * Quando equivale a “somente” ou a “apenas”, tem
jos.
função adverbial, ficando, portanto, invariável.
– Encontramos abandonada a cidade e o vilarejo.
– Encontramos abandonado o vilarejo e a cidade. Ele só quer resolver o problema.
* Quando os substantivos são nomes de pessoas ou Eles só querem resolver o problema
de parentescos, o adjetivo vai sempre para o plural.
8) A palavra bastante, quando for empregada como
– Encontramos os cuidadosos tio e tia. advérbio, não se flexionará.
– Lemos essas afirmações nos talentosos Machado
– Eles falaram bastante durante a reunião.
de Assis e Euclides da Cunha.
– Recebi projetos bastante interessantes.
3) Quando o adjetivo vem depois dos substantivos:
* Quando for empregada como adjetivo, flexionar-
* Se os substantivos forem de gêneros diferentes e se-á normalmente.
estiverem no singular, o adjetivo geralmente concorda
Ex.: Recebemos bastantes projetos nesta semana.
com o mais próximo.
9) As palavras alerta e menos são invariáveis.
Roubaram a camisa e o paletó branco.
– Os guardas estão sempre alerta.
* Se os substantivos forem de gêneros diferentes e
– Desta vez, recebemos menos encomendas do que
estiverem no plural, o adjetivo, geralmente, concorda
vocês.
com o gênero do substantivo mais próximo e vai para o
plural. 10) A palavra meio, quando for empregada como
adjetivo, concordará, normalmente, com o nome a que se
Pesquisei o assunto em livros e em revistas antigas.
refere.
* Se os substantivos forem de gêneros e números
– Ele comeu meia maçã.
diferentes, o adjetivo, geralmente, vai para o masculino
– Tomamos meia garrafa de cerveja.
plural.
* Quando for empregada como advérbio (modifi-
– Comprei esta revista e estes livros antigos.
cando um adjetivo) permanecerá invariável.
– Comprei estas revistas e este livro antigos.
Ex.: A moça está meio abatida.
4) Nas expressões formadas pelo verbo SER +
ADJETIVOS .

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b) VERBAL * Se o sujeito é composto por um ou outro ou nem
um nem outro, o verbo geralmente fica no singular.
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar
com o seu sujeito. Ex.: Um ou outro aluno será escolhido.
Nem um nem outro será eliminado.
Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser.
Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser. * Se os núcleos do sujeito estão representados por
pronomes pessoais do caso reto, o verbo faz a seguinte
1) Quando o sujeito é simples:
concordância:
* Se for constituído por um substantivo coletivo, o
– eu e tu; eu, tu e ele (s); eu e ele (s) = nós
verbo irá para o singular.
– tu e ele (s) = vós (ou vocês)
Ex.: O batalhão refugiou-se no velho castelo.
Ex.: Eu, Célia e Renata faremos esta viagem.
* Se o substantivo coletivo for seguido de palavra Tu e teus amigos ireis (ou irão) à fazenda.
que especifique os elementos que os compõem, o verbo
3) Verbo Ser:
poderá ir para o singular ou para o plural, conforme se
queira realçar a ação do conjunto ou de cada elemento. O verbo SER concorda com o predicativo:
Ex.: Um grupo de estudantes invadiu (ou invadi- * Quando o sujeito é um dos pronomes isto, isso,
ram) o salão. aquilo ou tudo.
* Se for constituído por uma expressão que indica Ex.: Tudo eram alegrias naquela casa.
quantidade aproximada, o verbo, geralmente, irá para o Isto são os ossos do ofício.
plural.
* Quando o sujeito é constituído de uma expressão
Ex.: Perto de mil atletas prestaram juramento on- de sentido coletivo.
tem.
Ex.: A maioria dos presentes eram jovens.
* Se for constituído por uma expressão que indique
* Quando o predicativo é um pronome pessoal.
parte de um todo, o verbo poderá ir ou não para o plural.
A decisão depende, antes, de uma ação estilística. Ex.: O herdeiro destas terras serás tu.
Ex.: A maior parte dos candidatos desistiu (ou * Em orações impessoais, indicando distância, tem-
desistiram) do concurso. po ou data.
* Se for constituído pela expressão mais de um + Ex.: São três horas da tarde.
substantivo, o verbo ficará no singular, a não ser que Eram sete de setembro de 1822.
expresse ideia de reciprocidade. Daqui ao sítio são dois quilômetros.
Ex.: Mais de um aluno foi aprovado no teste. 4) Verbos Bater, Soar e Dar:
Mais de um candidato se ofenderam nas
* Quando forem empregados com referência às ho-
propagandas eleitorais.
ras do dia, os verbos bater, soar e dar (ou seus sinôni-
2) Quando o sujeito é composto: mos) concordarão com o número de horas.
* Se vier depois do verbo, este, geralmente, concor- Ex.: Já soaram dez horas no relógio da sala.
dará com o núcleo mais próximo. Acabaram de dar quatro horas.
Ex.: Amedrontou-nos o silêncio e a escuridão do * Quando o sujeito desses verbos está explícito, a
lugar. concordância é feita normalmente.
* Se os núcleos do sujeito constituem uma grada- Ex.: O relógio da sala bateu dez horas.
ção, o verbo, geralmente, fica no singular.
5) Haja vista:
Ex.: A indignação, a raiva, o ódio tomou conta
A expressão haja vista admite três construções di-
do seu coração.
ferentes:
* Se os núcleos do sujeito são sinônimos ou têm
* invariáveis (seguidas ou não de preposição).
sentidos próximos, o verbo fica no singular.
Ex.: Sua calma e tranquilidade sempre nos Ex.: Haja vista os exemplos dados por ele.
Haja vista aos fatos explicados por essa te-
transmitia segurança.
oria.
* Se os núcleos do sujeito estão resumidos por um
* variável (desde que não seja seguida de preposi-
pronome indefinido (tudo, nada, ninguém, etc.), o verbo
ção), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
fica no singular.
Ex.: Aflição, dores, tristezas, nada o fazia aban- Ex.: Hajam vista os exemplos de sua dedicação.
donar seu objetivo. Obs.: A construção haja visto é errônea, devendo
ser sempre evitada.

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14. avesso (a)
REGÊNCIA 15. ávido (de, por)
1. NOÇÕES GERAIS 16. bom (a, com, de, em, para com)
17. capacidade (de, para)
A sintaxe de regência é o mecanismo gramatical 18. capaz (de, para)
que cuida das relações de dependência que as palavras 19. compaixão (de, para, para com, por)
mantêm entre si numa frase, ou seja, numa frase haverá 20. compatível (com)
sempre um termo (que pode ser um verbo, um substanti- 21. comum (a, entre)
vo um adjetivo ou um advérbio) que exigirá um outro 22. contente (com, em, de, por)
termo que o complete ou que amplie o seu sentido. 23. contrário (a)
Ex.: Na frase: “A criança tem medo fantasma”, está 24. cruel (com, para, para com)
faltando uma palavra para que esta fique completa. Nota- 25. desejoso (de)
se que o termo ausente é a preposição de. Essa preposi- 26. desprezo (a, de, para, para com, por)
ção é exigida pela palavra medo (ter medo de) e estabe- 27. devoto (a, de)
lece a relação entre medo e fantasma. 28. digno (de)
29. dúvida (acerca de, em, sobre)
Assim, a frase completa é: “A criança tem medo de 30. empenho (de, em, por)
fantasma”. 31. estima (a, de, em, para)
O termo que exige o outro é o regente; o termo exi- 32. fácil (a, de, em, para)
gido é o regido ou o complemento. 33. fanático (de, por)
34. fértil (de, em)
2. CLASSIFICAÇÃO 35. fiel (a, em, para com)
36. gosto (a, de, em, para, por)
Há duas espécies de regência: a nominal e a verbal.
37. hábil (em)
➢REGÊNCIA NOMINAL 38. hostil (a, contra, para com)
39. habituado (a, com)
Ocorre a regência nominal quando o termo regente
40. idêntico (a, em)
for um nome (que pode ser um substantivo, um adjetivo
41. imune (a, de)
ou um advérbio).
42. inclinação (a, por, para)
Em geral, a relação de dependência entre um nome 43. ingrato (a, com, para, para com)
e o seu complemento é estabelecida por uma preposição. 44. insensível (a)
45. intransigente (com, em)
O complemento, quando for regido por um nome,
46. inveja (a, de)
será o complemento nominal.
47. isento (de)
Ex.: Minha escola fica longe de casa. 48. longe (de)
49. medo (a, de)
* termo regente = longe (advérbio) 50. nocivo (a)
* termo de ligação = preposição de 51. obediência, obediente (a)
* termo regido = de casa (complemento nominal) 52. ódio (a, contra, entre, para com)
Muitos termos regentes admitem mais de uma re- 53. ojeriza (a, com, contra, por)
gência e, assim como ocorre com certos verbos, o senti- 54. orgulhoso (com, de, em, por)
do de uma frase pode ser modificado com a simples mu- 55. paixão (de, por)
dança da preposição que acompanha o termo regido. As- 56. passível (de)
sim, o problema é escolher que preposição atende aos di- 57. perto (de)
tames da clareza, da eufonia e da regência nominal. 58. predileção (por, sobre)
59. preferência (por, sobre)
Para orientar você nesse aspecto, apresentamos, a 60. pronto (a, em, para)
seguir, uma breve relação de nomes, acompanhadas de 61. próprio (a, de, para)
preposições que os completam. 62. próximo (a, de)
1. acostumado (a, com) 63. relacionado (com)
2. acesso (a) 64. respeito (a, de, para com, por)
3. afável (a, com, para com) 65. satisfeito (com, de, em, por)
4. aflito (com, por) 66. simpatia (com, para com, por)
5. alheio (a, de) 67. surdo (a)
6. amor (a, de, para com, por) 68. suspeito (a, de)
7. ansioso (de, para, por) 69. último (a, de, em,)
8. apegado (a) 70. único (a, entre)
9. apto (a, para) 71. vazio (de)
10. assíduo (a, em) 72. versado (em)
11. atenção (a, com, para, para com, sobre) 73. zelo (a, de, por)
12. atencioso (a, com, para com)
13. aversão (a, para, por)
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➢REGÊNCIA VERBAL * ASPIRAR
Ocorrerá a regência verbal quando o termo regente VTD (com o sentido de "absorver", "cheirar"):
for um verbo e poderá estabelecer-se:
– Aspire o ar da manhã.
a) diretamente, sem auxílio de preposição.
VTI (+ a preposição "A" no sentido de "desejar
Ex.: Vendi um terreno. muito", "pretender", “almejar”):
Neste caso, o verbo é chamado de transitivo dire- – Ele aspira ao sucesso.
to; e o termo regido, de objeto direto.
Obs.: Nesta última acepção, o verbo aspirar rejeita
b) e indiretamente, com o auxílio obrigatório de o pronome LHE (s) como complemento, devendo-se
preposição. usar em substituição as formas a ele (s), a ela (s):
Ex.: Gostamos de sorvete. – Aspiras a este cargo?
– Sim, aspiro a ele.
Neste caso, o verbo é chamado de transitivo indi-
reto; e o termo regido, de objeto indireto. * ASSISTIR
Nota: O objeto completa o sentido do verbo, por is- VTI (+ a preposição "A", no sentido de ver ou pre-
so é o complemento verbal. Quando o verbo dispensa senciar):
esse complemento, chama-se intransitivo.
– Ele assistiu ao jogo.
A seguir, damos a regência de alguns verbos:
Obs.: Nesta acepção, o verbo assistir rejeita o pro-
Abreviações usadas: nome LHE (s) como complemento, devendo-se usar em
substituição as formas a ele (s), a ela (s):
VTD = verbo transitivo direto;
VTI = verbo transitivo indireto; VTI (+ a preposição "A", no sentido de caber por
VTDI = transitivo direto e indireto; direito):
VI = verbo intransitivo;
– Este direito assiste aos deputados.
OD = objeto direto;
– Este direito lhes assiste.
OI = objeto indireto.
VTD ou VTI (no sentido de socorrer, prestar as-
* ABDICAR (renunciar)
sistência):
VI - O rei abdicou.
– O médico assiste o (ao) ferido.
VTD - O rei abdicou o império.
(com a preposição "EM", no sentido de "morar"):
VTI + preposição "DE" - Ele abdicou de seus direi-
– Mudou-se de Campinas e, atualmente, as-
tos.
siste em São Paulo.
* ABRAÇAR
* CHAMAR
VTD - Ele abraçou a filha.
VTD (no sentido de "mandar vir", convocar):
Como VTD, também tem o sentido de "seguir" ou
– O pai chamou os filhos.
"adotar":
(Obs.: Nesta acepção, pode ser construído também
– Ele abraçou a carreira diplomática.
com a preposição “POR”):
VTI (+ as preposições A, COM, CONTRA, EM):
– Ele chamou por mim.
– Ele abraçou-se ao filho.
* Com o sentido de "apelidar", "dar nome a", o
– Ele abraçou-se com o filho.
verbo chamar admite as seguintes regências:
– Ele abraçou-se contra o filho.
a) Chamaram o menino de bobo: Chamaram-no de
* ACEDER
bobo.
VTI (+ a preposição A): b) Chamaram o menino bobo: Chamaram-no bobo.
c) Chamaram ao menino de bobo: Chamaram-lhe de
– Ela acedeu ao pedido do filho.
bobo.
* ACONSELHAR d) Chamaram ao menino bobo. Chamaram-lhe bo-
bo.
VTD - Um pai deve aconselhar os filhos.
VTDI (+ a preposição A): * CHEGAR
– Não aconselho ninguém a ver este filme. VTI (construído com as preposições "A", “ATÉ” e
“DE”:
– Chegamos à cidade.

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* IR Obs.: A mesma regência é válida para o verbo DE-
SOBEDECER.
VTI (construído com as preposições "A", “ATÉ” e
“PARA”): * PENSAR
– Fui à feira. VTD (com o sentido de "curar", "tratar"):
* CUSTAR – O médico pensou as feridas do soldado.
VTI (no sentido de ser difícil ou custoso, empre- VTI (com a preposição "EM"):
gando-se na 3ª pessoa do singular e tendo uma oração in-
– Ele está pensando em seus problemas.
finitiva como sujeito):
Obs.:
– Custou muito preparar esta festa. (errado)
– Custou-me muito preparar esta festa. (correto) a) com o sentido de "meditar", "refletir", o verbo
– Custa a crer que eles tenham brigado. (errado) pensar constrói-se, também, com a preposição "SO-
– Custa a ela crer que eles tenham brigado. (correto BRE":
) – Ele pensa sobre a morte.
* ESQUECER b) com o sentido de "julgar", "fazer conceito de al-
guém", constrói-se com a preposição "DE":
VTD - Esqueci o livro.
– Ele pensou mal de nós.
VTI (pronominal, com a preposição "DE"):
* PREFERIR
– Esqueci-me do livro.
VTDI (com a preposição "A"):
Obs.: As mesmas regências são válidas para o verbo
LEMBRAR: – Prefiro passear a ver televisão.
– Lembro a cena. (correto) Obs.: Preferir significa "querer antes", portanto,
Lembra-me a cena. (errado) são errôneas as construções do tipo: "Prefiro mais isto do
que aquilo", "Prefiro antes isto ...".
– Lembro-me da cena. (correto)
Lembram-me as cenas. (errado) * PRESIDIR
* IMPLICAR VTD ou VTI (com a preposição "A" e "EM"):
VTD (no sentido de acarretar e de provocar): – Ele presidiu os trabalhos.
– Ele presidiu aos trabalhos.
– A desobediência ao regulamento implicará
– Ele presidiu nos trabalhos.
o cancelamento da matrícula.
* REPARAR
VTI (com a preposição "COM", no sentido de "an-
tipatizar", contender): VTD (com o sentido de "consertar")
– O professor sempre implicava com os alu- – Chame alguém para reparar esta máquina.
nos.
VTI (com a preposição "EM", no sentido de "pres-
* INFORMAR tar atenção"):
VTDI (com a preposição "A"): – Repare na beleza desta moça.
– Informou o resultado da votação a ela. * RESPONDER
VTDI (com a preposição "DE”): VTDI - Respondi aos amigos que não iria embora.
– Informei os presentes do resultado da vota- * VISAR
ção.
VTD (no sentido de mirar ou pôr o visto em):
(Obs.: No sentido de “inteirar-se”, “pôr-se a par”,
– O caçador visou o animal.
o verbo informar é pronominal, sendo construído com a
– O funcionário visou o passaporte.
preposição “DE”):
VTI (com a preposição "A", no sentido de "ter em
– Ele se informou do caso ontem, à noite.
vista", "desejar"), não admitindo nesse caso o pronome
* As mesmas regências são válidas para os verbos LHE (s) como complemento, que deve ser substituído
CERTIFICAR, NOTIFICAR e PREVENIR. por a ele (s), a ela (s):
* OBEDECER – Você visa ao poder?
– Sim, viso a ele.
VTI (com a preposição "A"):
– Obedeça ao regulamento.
– Obedeça-lhe atentamente.

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SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS “Alguns segundos depois, apareceu um menino.
Era um garoto magro, de pernas compridas e finas. Um
As relações de significado entre palavras atuam típico moleque.”
como um dos elementos estruturadores dos textos. Para
investigar como isso ocorre, estudaremos, neste capítulo, Apesar de cada uma dessas palavras terem seus ma-
algumas dessas relações. tizes próprios de significação, são usadas no texto para
designar um mesmo ser. Perceba, assim, que a relação de
*Relações de significado entre as palavras sinonímia não depende exclusivamente do significado
Introdução das palavras isoladas, mas resulta também do emprego
que têm nos textos.
Toda Saudade
Uma relação de significado muito importante para a
Toda saudade é a presença da ausência construção de textos é a que se estabelece entre hiperô-
de alguém, de algum lugar, de algo enfim. nimos e hipônimos. Um hiperônimo é uma palavra cujo
Súbito o não toma forma de sim significado é mais abrangente do que o seu hipônimo: é
como se a escuridão se pusesse a luzir. o que acontece, por exemplo, com as palavras “veículo”
Da própria ausência de luz e “carro” - “veículo” é hiperônimo de “carro” porque em
o clarão se produz, seu sentido está contido o significado de “carro”, ao lado
o sol na solidão. do significado de outras palavras como “carroça”,
Toda saudade é um capuz transparente “trem”, “caminhão”. “Carro” é um hipônimo de “veícu-
que veda e ao mesmo tempo traz a visão lo”.
do que não se pode ver
porque se deixou pra trás A relação entre hipônimos e hiperônimos é muito
mas que se guardou no coração. útil para a retomada de elementos textuais:
(Gil, Gilberto, In: O eterno Deus Mu Dança. LP WEA - Há muito tempo planejavam derrubar aquele ipê.
670.8059, 1989. Faixa 5, lado 2.) A velha árvore parecia perturbar os administradores
O texto “Toda Saudade” consegue transmitir aquilo municipais.
que a saudade tem de mais característico: a ideia de - Proteja o lobo-guará. É um animal que corre o ris-
permanência daquilo e daqueles que não permanece- co de extinção.
ram. Para alcançar essa noção tão difícil de definir, a
canção explora principalmente a possibilidade de apro- São hiperônimos muito importantes palavras de
ximar e relacionar palavras de sentidos opostos, como sentido genérico como “fato”, “acontecimento”, “coi-
presença/ausência, sim/ não, escuridão/clarão. Contami- sa”, “fenômeno”, “pessoa”, “ser”. Essas palavras são
nadas por esse procedimento, outras palavras adquirem muito frequentes nos mecanismos de retomada de ele-
sentidos opostos no texto: vedar/trazer, deixar/guardar, mentos textuais. Vejamos:
sol/solidão. – A ampliação da pobreza compromete a estabili-
As relações de significado entre as palavras consti- dade social do país e é um fato que não pode ser omitido
tuem um poderoso instrumento de organização dos tex- em qualquer proposta séria de planejamento governa-
tos. No caso de “Toda Saudade”, podemos afirmar que o mental.
conjunto do texto se articula a partir da oposição de sen- – A troca de insultos sopapos entre os deputados
tidos entre palavras. Não se deve deixar de perceber que ganhou destaque nos jornais. O acontecimento foi recri-
as relações de significado são muitas vezes exclusivas de minado em vários editoriais.
um determinado texto, resultando a organização particu-
lar desse texto. As palavras de sentido genérico e os hiperônimos
são muito úteis para a retomada de elementos textuais
*Relações de significado e construção de textos anteriormente citado. Seu uso deve ser limitado a essa
Palavras de significados opostos como “ausência” e função, pois essas palavras carecem da precisão caracte-
“presença” ou “sim” e “não“ são chamadas antônimos. rística dos hipônimos.
A aproximação de antônimos gera efeitos expressivos Da relação existente entre a expressão e o seu signi-
capazes de sugerir noções sutis, como o que ocorre em ficado, surge a denotação e a conotação.
“Toda Saudade”.
DENOTAÇÃO – é a propriedade que possui uma pa-
Palavras de mesmo significado são chamadas sinô- lavra de limitar-se a seu próprio conceito mostrando,
nimos. É o que ocorre, por exemplo, com palavras como apenas, seu significado original, autêntico e objetivo.
“agradável”, “aprazível”, “deleitável”, “deleitoso”, “de-
licioso”, “ameno”, “grato”, “gostoso”, “saboroso”. Ob- CONOTAÇÃO – é a capacidade de uma palavra po-
serve que os sentidos dessas palavras são próximos, mas der ampliar-se no seu significado, tomando outro senti-
não são exatamente equivalentes. do, em razão do próprio contexto. São comuns, nas obras
literárias, os autores recorrerem aos vocábulos conotati-
O uso de palavras sinônimas pode ser de grande uti- vos para criarem uma realidade imaginária.
lidade nos processos de retomada de elementos que in-
ter-relacionam as partes dos textos. Observe:

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Tomemos, por exemplo, a palavra ESTRELA: - Campari é uma bebida fina. (excelente)
- Aquele senhor é tão fino, que dá gosto conversar
 Será denotativa quando designar sua real exis-
com ele. (educado)
tência, seu sentido próprio - corpo celeste.
Outras palavras polissêmicas: linha, ponto, manga,
Ex.: - As estrelas brilham em noite de esplendor.
pé, pena, velar, o verbo dar, e outras.
- O Sol é a estrela mais próxima da Terra.
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL
 Terá valor conotativo quando deixar de ter sen-
Acabamos de dizer que é muito comum um único
tido próprio para figurar uma celebridade artística ou
significante evocar vários significados e que, nesses ca-
uma opinião.
sos, ocorre a polissemia. Mas isso não chega a constituir
Ex.: - As estrelas do cinema brilham na noite do problema para a clareza e objetividade de comunicação,
Oscar. porque a polissemia, em geral, fica neutralizada pelo
contexto.
- Romário é uma estrela em decadência.
SEMÂNTICA
Graficamente, diríamos que as palavras podem ser
vistas sob dois aspectos: 1. INTRODUÇÃO – CONCEITO
Semântica é a ciência da gramática que estuda a
SENTIDO significação das palavras, procurando definir as rela-
ções das mesmas com os objetos que elas designam.
*Relações de sentido entre itens lexicais
ASPECTO ASPECTO
DENOTATIVO CONOTATIVO O léxico consiste no repertório de palavras de que
uma dada língua dispõe. Ou melhor, o léxico é sinônimo
de vocabulário.
objetivo subjetivo
um significado vários significados O vocabulário de uma nação civilizada apresenta
racional irracional várias modalidades que podem coexistir sem quebra de
próprio figurado sua estrutura comum, de sua unidade.
real irreal
No português usado hoje no Brasil, podemos perce-
ber influência lexical de várias modalidades, das quais
destacamos:
Denotação versus Conotação
 Neologismo – palavras novas que se incorporam
Denotação é a significação literal ou o sentido evo- à língua;
cado da palavra no dicionário.  Gíria – vocabulário que surge num determinado
Conotação é um novo plano de conteúdo para um grupo social;
 Regionalismo – vocabulário próprio de uma da-
significante.
da região;
Significante versus Significado  Jargão – linguagem típica de uma determinada

Para entender esse par de conceitos, devemos levar profissão;


 Estrangeirismo – termos estrangeiros incorpora-
em conta que o signo linguístico é constituído por duas
partes distintas, embora uma não exista separada da ou- dos à nossa língua;
tra. Esse signo divide-se numa parte perceptível, consti- O autor de um texto pode escolher palavras dentro
tuída de sons, que podem ser representados por letras, e de uma determinada modalidade lexical, para criar efeito
numa parte inteligível, constituída de um conceito. de sentido. Pode escrever seu texto em gíria, ou utilizar
A parte perceptível do signo denomina-se signifi- uma linguagem regionalista ou fazer uso de muitos jar-
cante ou plano de expressão; a parte inteligível, o con- gões. Isoladas, essas palavras pouco comunicam. O que
ceito, denomina-se significado ou plano de conteúdo. determina o seu significado é o contexto em que ela apa-
rece e o que importa não é apenas identificar a escolha
Quando ouvimos, por exemplo, árvore, percebemos feita pelo autor, mas verificar qual é a função que elas
uma combinação de sons (o significante) que associamos têm no sentido do texto. Uma mesma palavra pode pos-
imediatamente a um conceito (o significado). suir significações diferentes, dependendo do contexto em
que está inserida.
POLISSEMIA
2. CLASSIFICAÇÃO
É a propriedade que os vocábulos têm de assumi-
rem, numa única palavra, vários significados, de acordo As palavras quanto ao seu significado podem apre-
com a frase ou contexto. sentar:
Tomemos, como exemplo, o adjetivo FINO: a) SINONÍMIAS (sinônimas) – quando têm o
mesmo significado ou identidades semelhantes.
- O garoto tinha a voz fina. (aguda)
- A faca do açougue tem a lâmina fina. (afiada)
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Exemplos: - Homônimas homófonas – também conhecidas
como Homônimas heterográficas, por possuírem sons
alfabeto = abecedário
iguais, porém grafias e significados diferentes.
brado = grito, berro, clamor, etc.
apagar = extinguir, suprimir, etc. acender (pôr fogo)
banal = vulgar ascender (subir)
justo = certo, íntegro, imparcial, etc. apreçar (verificar o preço)
Raramente, as palavras apresentam sinonímia per- apressar (acelerar)
feita. concerto (espetáculo musical)
conserto (ato de arrumar)
O grego e o latim são responsáveis, positivamente, cela (quarto de prisão)
pela existência de inúmeros pares de sinônimos em nossa sela (arreio)
língua. Vejamos alguns: sela (verbo selar)
adversário = antagonista censo (recenseamento)
moral = ética senso (juízo, raciocínio)
colóquio = diálogo
translúcido = diáfano Nota:
semicírculo = hemiciclo
contraveneno = antídoto A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por is-
oposição = antítese so, é considerada uma deficiência dos idiomas.

d) PARONÍMIAS (parônimas) – são as que têm


b) ANTONÍMIAS (antônimas) – quando apresen- semelhanças na pronúncia e na grafia, porém, apresen-
tam significados opostos. tam significados diferentes.
Exemplos: Exemplos:
longe = perto - Ao sair apressado por causa de um incidente, João
ordem = anarquia provocou um acidente.
louvar = censurar
amor = ódio - O número de docentes da FEDF é incompatível
calor = frio com o discente.

A antonímia pode originar-se de um prefixo de sen- Enriqueça seu vocabulário:


tido oposto ou negativo. afear............ = tornar feio.
Exemplos: afiar............. = amolar.
acidente....... = desastre.
bendizer - maldizer incidente...... = acontecimento, imprevisto.
progresso - regresso
arrear.......... = pôr arreio.
comunista - anticomunista
arriar........... = abaixar, descer.
pré-nupcial - pós-nupcial
bocal............ = embocadura.
esperar - desesperar
bucal............ = relativo à boca.
c) HOMONÍMIAS (homônimas) – são palavras coro.............. = coral.
que possuem determinadas semelhanças. Subdividem-se couro............. = pele.
em: cesta............. = utensílio.
sesta............. = repouso.
- Homógrafas e Homófonas – também chamadas Sexta............. = numeral.
de Homônimas Perfeitas, por possuírem sons e grafias cavalheiro..... = homem gentil, educado, cortês.
iguais, porém apresentando significados diferentes. cavaleiro....... = homem que anda a cavalo.
são (sadio) - são (v. ser) - são (santo) comprimento = extensão.
morro (subst.) - morro (verbo) cumprimento = saudação.
mato (subst.) - mato (verbo) descrição...... = ato de descrever.
somem (somar) - somem (verbo sumir) discrição....... = qualidade do que é discreto.
descriminar.. = inocentar
- Homônimas homógrafas – também conhecidas discriminar.... = distinguir.
como Homógrafas heterófonas, são palavras iguais na despensa...... = local para guardar alimentos.
escrita, porém apresentam sons diferentes. dispensa....... = licença, isenção, liberação para não
colher (subst.) - colher (verbo) fazer algo.
vede (v. ver) - vede (v. vedar) docente......... = que ensina, relativo a professor.
apoio (v. apoiar) - apoio (subst.) discente........ = que aprende, relativo a aluno.
jogo (v. jogar) - jogo (subst.) emergir......... = boiar, aparecer.
imergir........... = afundar, sumir.

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emigrar....... = deixar o país para morar em outro. Também chamamos crase à contração da preposição
entrar num país estranho “A” com o “A” inicial dos pronomes demonstrativos
imigrar.......... = migrar - mudar de uma região para “aquele(s), aquela(s), aquilo”.
outra. – Entregue o livro àquele moço.
fuzil............... = arma de fogo. – Não me refiro àquilo.
fusível........... = dispositivo de proteção contra descar-
ga elétrica. – Vamos à praia.
infli- = castigar. 2. NORMAS PRÁTICAS
gir............ = desobedecer à normas. a) Trocar a palavra feminina por uma masculina. Se
infrin- aparecer “AO”, devemos usar crase.
gir..........
Vou à festa. (Vou ao teatro).
meado........... = meio.
miado............ voz do gato. Às grandes causas, grandes juristas. (Aos gran-
peão.............. = trabalhador. des processos, grandes juristas)
pião............... = brinquedo. b) Com nomes indicando localidades, deve-se trocar
ouço.............. = do verbo ouvir o verbo por outro que peça uma preposição diferente. (Se
osso.............. = cada uma das partes do esqueleto aparecer “DA” ou “NA”, devemos usar à).
ratificar.......... = confirmar. Vou à Bahia. (Gosto da Bahia/Venho da Bahia)
retificar.......... = corrigir. Vou a Roma. (Venho de Roma).
recriar........... = tornar a criar. Vou à alegre Roma. (Estive na alegre Roma).
recrear.... proporcionar recreio.
sede............. = vontade de beber. 3. CASOS ESPECIAIS
cede............. = do verbo ceder. a) A palavra CASA:
sortir............. = abastecer
surtir............. = produzir - Sem especificação, não haverá crase:
tráfego.......... = trânsito. Cheguei a casa tarde.
tráfico............ = comércio ilegal. - Com especificação, haverá crase:
xeque........... = lance do jogo de xadrez. Retornei à casa paterna.
cheque.......... = ordem de pagamento. Nunca mais regressamos à casa de Ourinhos.
b) A palavra DISTÂNCIA:
e) POLISSÊMICAS (polissemia) – é a propriedade
que os vocábulos têm de assumirem, numa única palavra, - Independentemente de ela estar ou não especifica-
vários significados, de acordo com a frase ou contexto. da, haverá crase.
Tomemos, como exemplo, o adjetivo FINO: Avistei-o à distância de cem metros.
Avistei-o à distância.
- O garoto tinha a voz fina. (aguda)
- A faca do açougue tem a lâmina fina. (afiada) c) A palavra TERRA:
- Campari é uma bebida fina. (excelente) - Dispensará o sinal indicativo de crase, se estiver
- Aquele senhor é tão fino, que dá gosto con- sendo usada com o sentido oposto a “a bordo” (lingua-
versar com ele. (educado) gem náutica).
Outras palavras polissêmicas: linha, ponto, manga, Os piratas foram a terra.
pé, pena, velar, o verbo dar, e outras.
- Com o sentido de pátria, região ou planeta, haverá
crase:
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
CRASE Regressamos à terra natal.
A espaçonave voltou à Terra.
A crase significa a fusão da preposição “A” com o
(s) artigo (s) feminino (s) “A(S)” ou com o(s) pronome 4, CRASE OBRIGATÓRIA
(s) demonstrativo (s) “A(S)”. A crase é indicada pelo a) Em grande número de locuções formadas de pa-
acento grave ( ` ). lavras femininas: às vezes; à direita; à prova; às ordens,
à vontade; às pressas; às tantas, etc.
1. REGRA FUNDAMENTAL
b) Em expressões de tempo formadas de palavras
Emprega-se o sinal indicativo de crase, quando a femininas: partirá às três horas; sairá à uma hora; chegou
palavra antecedente exige a preposição “a” e a que segue à noite.
é precedida de artigo feminino A.
5. CRASE FACULTATIVA
Para sabermos se há crase, basta provar a existência
da preposição “A” e do artigo feminino (A ou AS). O a) Antes de nomes de mulheres: Leve isto à (a) Jú-
que se conclui é que a crase só pode ser usada antes da lia. Não havendo intimidade, não se deve usar crase, pois
palavra feminina. não se usa artigo: Referiu-se a Cleópatra.

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b) Antes de possessivos femininos: Enviei o pre- Observação: Não confunda fonema com letra. Fo-
sente à (a) minha neta. nema é som. Letra é a grafia do som. Veja: Quando di-
c) Após a preposição ATÉ: Fui até à (a) escola. zemos “que”, temos dois fonemas (k / e) e três letras (q /
u / e).
6. CRASE PROIBIDA
Fonema é, pois, qualquer unidade sonora distintiva
a) Antes de substantivos masculinos: Temor a Deus. da palavra. Diz-se distintiva, porque a troca de um fone-
Obs.: Usa-se a crase quando estiver subentendida a ma acarreta uma nova palavra.
expressão: “moda de”, “maneira de”. Ex.: pato / gato / rato / bato.
– Escreve à Machado de Assis.
– Usa calças à Pierre Cardin. Quando escrevemos, produzimos sinais gráficos que
transmitem nosso pensamento no lugar da fala. Tais si-
b) Antes de verbo:
nais recebem o nome de LETRAS.
Começou a gritar de repente.
A um conjunto organizado de letras, forma-se o AL-
c) Antes de pronomes em geral. FABETO, que, em nossa língua, é composto de 23 le-
Solicitarei a ela este favor. tras:
Dirigi-me a Vossa Senhoria. a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x,
z.
Obs.: Os pronomes de tratamento dona, senhora,
senhorita e madame exigem artigo definido antes deles, De acordo com o Acordo Ortográfico da Língua Por-
havendo, então, crase: tuguesa, assinado em Lisboa, em 16/12/1990, e promul-
gado pelo Decreto n.º 6.583, de 29/09/2008 – Reforma
– Pedirei à senhorita tudo o que necessitar. Ortográfica, foram reintroduzidas no alfabeto brasileiro
d) Quando, após a preposição “A”, vier uma palavra as letras “k”, “w” e “y”. Estas letras são usadas, também,
no plural. em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
Nunca vai a festas. (quilômetro), kg (quilograma), W (watt), etc.;
e) Em locuções formadas de palavras repetidas. b) na escrita de palavras e de nomes estrangeiros (e
seus derivados): show, playboy, playground, windsurf,
Ficaram frente a frente. kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano, etc.;
A água caía gota a gota. c) nas placas de carro: KYZ 1010.
b) Classificação dos fonemas:
1. FONÉTICA Os fonemas, de acordo como são emitidos, são clas-
a) Conceituação: sificados em:
Fonética é o estudo dos sons ou dos fonemas. * vogais;
*consoantes.
O ser humano, para se comunicar por meios de pala-
vras, recorre a um dos procedimentos: 1) Vogais: são os fonemas produzidos pela vibração
* a fala (língua falada); ou das cordas vocais e modificados segundo a forma da ca-
* a escrita (língua escrita). vidade bucal, que deverá estar, sempre, aberta à passa-
gem do ar.
Quando falamos, emitimos sons que traduzem a ideia
daquilo que queremos transmitir. Esses sons, capazes de A produção das vogais obedece ao seguinte esquema:
estabelecer diferenças de significados entre as palavras,  os pulmões fornecem a corrente de ar;
são chamados de FONEMAS.  os brônquios e a traquéia são os canais que con-
Fonemas são sons fundamentais da voz humana que duzem a corrente de ar dos pulmões à laringe;
entram na constituição das sílabas e dos vocábulos e que  na laringe, as cordas vocais produzem o som, que
se classificam em VOGAIS e em CONSOANTES. Veja a depois passa pela faringe e sai pela boca ou pelo nariz.
palavra “abateu”: sem encontrar obstáculos.

a – fonema vocálico 1ª sílaba São vogais os sons /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.
b – fonema consonantal As vogais classificam-se, ainda, :
2ª sílaba
a – fonema vocálico
t – fonema consonantal a) quanto à zona de articulação, podem ser:
e – fonema vocálico 3ª sílaba – anteriores ou palatais: quando a língua se eleva
u – fonema vocálico em direção ao palato duro (céu da boca) - /é/, /ê/, /i/;
– posteriores ou velares: quando a língua se eleva
Como se vê, uma sílaba pode ter um, dois ou mais em direção ao palato mole - /ó/, /ô/, /u/;
FONEMAS. – média: quando a língua fica baixa, quase em re-
pouso - /a/.

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b) Quanto ao timbre, podem ser: As consoantes são representadas pelas demais letras
não vocálicas: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v,
– abertas: /é/, /á/, /ó/;
w, x, y, z.
– fechadas: /i/, /ê/, /u/, /ô/.
c) quanto à intensidade – podem ser: Obs.: O “h”, apesar de ser, graficamente, representa-
do, não traduz um fonema; é, apenas, um símbolo etimo-
– tônicas: são as vogais que formam a sílaba tôni- lógico.
ca de uma palavra (geralmente, recebem o acento gráfi-
co): /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/. Classificação das consoantes
– átonas: são as vogais /a/, /e/, /i/, /o/ e /u/ quando
pronunciadas normalmente. Quando vêm antes da vogal As consoantes classificam-se em:
tônica, dá-se a pretônica. Quando depois, postônica. a) quanto ao modo de articulação: quando o ar, por
um momento, é obstado totalmente, e dividem-se em:
d) quanto ao papel da cavidade bucal ou nasal,
podem ser: * oclusivas: o obstáculo é total, provocando uma
explosão na pronúncia do som. /b/, /d/, /g/, /p/, /t/ e /k/.
– orais: quando o ar passa, apenas, pela cavidade
* constritiva: quando o ar é comprimido na
bucal. /a/, /e/, /ê/, /i/, /o/, /ô/, /u/.
boca, através de um obstáculo parcial, provocando uma
– nasais: quando o ar passa, também, pela cavida-
pronúncia contínua, prolongada. Podem ser:
de nasal. /ã/, /e (m/n)/, /i (m/n)/, /õ/, /u (m/n)/.
* fricativas: a corrente de ar produz um ruído parecido
Obs.: Graficamente, a nasalização de uma vogal é re-
ao de uma fricção. /f/, /j/ /s/, /v/, /x/ e /z/.
presentada pelo til (~) – somente nas letras /a/ e /o/ – ou
* laterais: a corrente de ar passa pelos lados da cavidade
pelas letras “m” e “n” em final de sílabas.
bucal. /l/ e /lh/.
Ex.: irmã, empresa, sargento, órfão, etc. * vibrantes: a corrente de ar produz vibrações na ponta
ou no dorso da língua. /r/ e /rr/.
NOTA: A importância das vogais na língua portu-
guesa é devida ao fato de que só existe sílaba, onde há b) quanto ao ponto de articulação: indicam o ponto
uma vogal; e que, por outro lado, não pode existir mais da cavidade bucal em que se localiza o obstáculo à cor-
de uma vogal numa única sílaba. A vogal é, pois, a base rente de ar. Podem ser:
de uma sílaba. * bilabiais: formadas pelo contato dos lábios. /b/,
/m/ e /p/.
Observação: * labiodentais: formadas pelo contato do lábio
1) Não existe a oral fechado. inferior com os dentes incisivos superiores. /f/ e /v/.
2) Não há fonema nasal aberto. * linguodental: formadas pelo contato da língua
3) Não há e nasal reduzido, pois quando está no fim com os dentes incisivos superiores. /d/, /n/ e /t/.
de palavra não oxítona, ele se transforma em encontro * alveolares: formadas pelo encontro ou pela
vocálico. Escrevemos: Olhem; mas pronunciamos: aproximação da língua com os alvéolos dos incisivos su-
Ólhêi. periores. /l/, /r/, /s/ e /z/.
4) Não há e nasal fechado no fim de palavra, pois, * palatais: formadas pelo encontro do dorso da
também nesse caso, ele se transforma em encontro vocá- língua com o palato duro (céu da boca). /j/, /lh/, /nh/ e
lico. Escrevemos: Porém; mas pronunciamos: Porêi. /x/.
* velares: formadas pelo encontro da parte poste-
2) Semivogais: são vogais fracas, que se apresentam, rior da língua com o palato mole, no véu palatino. /k/, /g/
numa sílaba, apoiadas em uma vogal, produzindo uma só e /rr/.
voz. Representam o som mais fraco (da vogal).
c) quanto ao papel das cordas vocais, podem ser:
Na nossa língua, existem duas semivogais:
* surdas: são formadas sem a vibração das cordas
– /y/ (leia-se “i”) representado pelas letras /i/, /m/ e vocais. /f/, /p/, /s/, /t/, /x/ e /k/.
/n/. * sonoras: são formadas com a vibração das cor-
Ex.: mãe → /y/ pai → /y/ das vocais. /b/, /d/, /g/, /j/, /l/, /lh, /m/, /n/, /nh/, /r/, /rr/,
/v/ e /z/.
hífen → /y/ jovem →/y/
d) quanto ao papel das cavidades bucal e nasal,
– /w/ (leia-se “u”) representado pelas letras /o/, /u/ e podem ser:
/m/.
* orais: todas, com exceção do /m/, /n/ e /nh/.
Ex.: mágoa → /w/ pão → /w/ * nasais: /m/, /n/ e /nh/.
mau → /w/ falam → /w/
c) Encontros vocálicos:
NOTA: O “A” nunca será semivogal. É a reunião, em uma mesma palavra, de duas ou de
mais vogais ou semivogais. Distinguem-se, por serem:
3) Consoantes: são os fonemas produzidos pelos
movimentos da cavidade bucal, causando obstáculos à 1) DITONGO: quando, na mesma sílaba, aparecem
passagem de ar pela boca ou pelo nariz. juntas uma vogal e uma semivogal.

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* Se a semivogal vem antes da vogal, dizemos que há di- Vejamos as palavras GUerra e aQUilo.
tongo crescente (cresce da fraca para a forte):
– Aqui, o “u” não é pronunciado; portanto há dígrafo.
Ex.:qua-dro, má-goa, es-pon-tâ-neo.
Agora, vejamos as palavras freQUentar e linGUiça.
* Se a semivogal vem depois da vogal, dizemos que há di-
tongo decrescente (decresce da forte para a fraca): – Aqui, o “u” é pronunciado; portanto não há dígrafo.

Ex.: lei-te, coi-sa, cai-xa. 2. Há, também, os dígrafos vocálicos, quando “M”
ou “N”, em final de sílaba, representa o ÍNDICE DE
2) TRITONGO: quando, na mesma sílaba, aparecem NASALIZAÇÃO da vogal que o antecede.
juntas uma vogal entre duas semivogais.
AM / AN → campo, manto, etc.
Ex.: pa-ra-guai, sa-guão, i-guais. EM / EN → tempo, tento, tonto, etc.
HIATO: quando aparecem duas vogais lado a lado IM / IN → limpo, tinta, etc.
em sílabas diferentes vizinhas. OM / ON → compra, ponta, etc.
Ex.: sa-í-da, po-lu-ir, pi-a-da, ba-ú. UM / UN → tumba, nunca, etc.

Obs.: No hiato, não há semivogal. Importante: Para efeito de verificação, M ou N,


quando formarem dígrafo com uma vogal, poderão ser
substituídos por (~) til, sem ocorrer alteração de pronún-
cia.
d) Encontro Consonantal: Ex.: campo (ã) = cãpo, tonto = tõto.
É o encontro, na mesma palavra, de dois ou de mais f) Sílaba:
fonemas consonantais.
É um fonema (ou um grupo de fonemas) emitido de
Pode ser: uma só vez, num só esforço de voz.
1) real (inseparável): quando o encontro ocorre na Quanto ao número de sílabas, os vocábulos são
mesma sílaba. Nessa situação, a segunda consoante será classificados em:
sempre L ou R. MONOSSÍLABOS: uma só sílaba (por, mês, pé);
Ex.: TRava,FLoco,BRanco. DISSÍLABOS: duas sílabas (a-lém, lá-pis);
TRISSÍLABOS: três sílabas (au-ro-ra, nú-me-ro);
2) disjunto (separável): quando o encontro ocorre em
POLISSÍLABOS: mais de três sílabas (fa-cul-da-
sílabas diferentes.
de, goi-a-ba-da).
aS/PeC/To, liS/Ta, eS/Curo.
Quanto à tonicidade, a sílaba pode ser:
Obs.: Nos encontros consonantais, os sons são ouvi-  tônica: recebe o acento tônico principal. Ex.: bra-
dos distintamente. si-lei-ro;
 subtônica: recebe o acento tônico secundário. Ex.:
e) Dígrafo: fa-cil-men-te;
É o encontro de duas letras, representando um só fo-  átona: é a que não recebe acento tônico. Ex.: ci-
nema ou som. da-de;
 pretônica: vem antes da sílaba tônica. Ex.: a-vi-
Os principais dígrafos da língua portuguesa são: ão;
 postônica: vem depois da sílaba tônica. Ex.: câ-
GRU- QUANDO ma-ra.
Ex.:
PO REPRESENTAM
g) Tonicidade:
QU o fonema “K”. quero, quilo, etc.
É a pronúncia mais intensa de uma vogal de uma ou
GU o fonema “G”. guerra, guitarra, etc. sílaba. “É o relevo dado a um elemento fonético”.
CH o fonema “X”. xícara, chope, etc.
LH um fonema particular. folha, milho, etc. O acento é a maior intensidade que se imprime na
NH um fonema particular. ninho, nenhum, etc. pronúncia de uma sílaba, em um vocábulo. Pode ser:
o fonema “R” : vem, Acento Principal: que caracteriza a sílaba tônica.
RR carro, barro, burro,
sempre, entre duas vo- Ex.: logicamente.
etc.
gais.
Acento Secundário: que caracteriza a sílaba sub-
SC, SÇ, o fonema “S”: vem, tônica. Ex.: logicamente.
SS, XC, sempre, entre duas vo- nascer, desço, casso,
XS gais. exceto, exsudar, etc. Quanto à tonicidade (relevo dado a um elemento fo-
nético), os vocábulos são:
NOTAS: 1) oxítonos: quando a acentuação tônica cai na úl-
tima sílaba. Ex.: a-deus, ci-pó.
1. Os grupos “GU” e “QU” só formam dígrafos
quando o “U” não é pronunciado.
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2) paroxítonos: quando a acentuação tônica cai na vender: E (2ª conjugação)
penúltima sílaba. Ex.: ca-be-ça. partir: I (3ª conjugação)
3) proparoxítonos: quando a acentuação tônica cai
* Variante ou alomorfe da vt: modificação fonética
na antepenúltima sílaba. Ex.: gra-má-ti-ca, mé-di-co.
da VT.
Pode-se observar, dos exemplos acima, que a acentu-
* TEMA (T): é o conjunto radical + vogal temática.
ação tônica não é assinalada, obrigatoriamente. Este as-
sunto será visto no tópico de acentuação gráfica. QUADRO DA VOGAL TEMÁTICA
ANÁLISE MORFOLÓGICA
CONJ VT VT (Variante) VT Ø
1. INTRODUÇÃO 1ª A
E (1ª p. s. perf. ind.) 1. 1ª pes. sing. pres.
O (3ª p. s. perf. ind.) do indicativo
Sem saber MORFOLOGIA, distinguir as palavras 2. Todo o pres. do
2ª E I (imperf. ind. e particípio)
por sua estrutura, formação e classes gramaticais, é im- subjuntivo
possível o aprendizado da Análise Sintática. E (pres. ind. 2ª, 3ª s. e 3ª p.
3. Todo o imperativo
3ª I pl.; imp. afirm. 2ª pessoa
negativo
Esses aspectos da gramática, procuramos mostrá-los singular)
da maneira mais clara e mais objetiva possível, tornando-
os agradáveis e atraentes. ➢Desinência:
São morfemas que indicam as flexões das palavras
2. ESTRUTURA DAS PALAVRAS
variáveis.
a) As palavras podem ser divididas em formas míni- As desinências podem ser:
mas providas de significados:
nominais: aquelas que indicam o gênero e o núme-
Ex.: trabalhávamos = trabalh / á / va / mos ro dos nomes.
* O 1º elemento mórfico (trabalh) possui o conceito bá- Ex.: Alun a s.
sico da palavra (significação). Os restantes só possuem a = desinência que indica o gênero (feminino)
conceito gramatical. Logo, s = desinência que indica o número (plural)
TRABALH A VA MOS Cuidado para não confundir a desinência a do
Radical VT DMT DNP feminino com a vogal temática “a”. Será desinência do
b) As palavras divisíveis podem ser reduzidas a for- feminino, quando indicar gênero.
mas mínimas (radical, ou desinênica de gênero, vogal DESINÊNCIA DAS FORMAS NOMINAIS
temática, e desinência).
DFN VARIANTE EXEMPLOS
Ex.: alun / o / s, fal / a / va / m.
INFINITIVO R FAL/A/R
c) As palavras indivisíveis não podem ser reduzidas a GERÚNDIO NDO BAT/E/NDO
formas mínimas: só apresentam o radical. AM/A/D/O
PARTICÍPIO DO DIVERSAS FRI/T/O
Ex.: café (substantivos terminados em vogal tôni- OMI/SS/O
ca) e mar (substantivos terminados em consoante).
Desinências Verbais – aquelas que indicam tem-
3. ELEMENTOS MÓRFICOS
po, modo, número e pessoa dos verbos. Podem ser:
➢Radical (R): desinências modo-temporais (DMT): indicam o
É o morfema comum às palavras que pertencem a tempo e o modo da forma verbal.
uma mesma família de significado. Nele, concentra-se a – variante da DMT: modificação fonética da
significação básica da palavra. DMT.
Ex.: samba: samb poder (v.): pod desinências número-pessoais (DNP): indicam o
número e a pessoa da forma verbal.
* Variante ou alomorfe do radical: modificação fo-
nética do radical. – variante da DNP: modificação fonética da
DNP.
Ex.: poder: pod posso: poss QUADRO DA DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL
Obs.: O radical-base é encontrado no infinitivo.
VARI-
Quando não há variação do radical, nem das desinências, TEMPO DMT
ANTE
EXEMPLOS
o verbo é regular. Em caso contrário, irregular. presente do indicativo Ø compr / a / s
perf. ind. Ø compr / a / ste
➢Vogal Temática (VT)
compr / a / va /s
imperf. ind. (1ª conj.) VA VE
É o morfema que serve de elemento de ligação entre compr /á / ve / is
o radical e as desinências. Quando se trata de verbo, in- bat / i / a
imperf. ind. (2ª e 3ª conj.) A E
bat / í / e / is
dica a conjugação.
part / i / ra
mais-que-perfeito ind. RA RE
Exs.: amar: A (1ª conjugação) part / í / re / is

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am / a / rá /s movimento para
futuro do presente RA RE DE, DES CATA
am / a / re / i baixo
vend / e / ria movimento para
futuro do pretérito RIA RIE EX, ES, E EX, EC, EXO
vend / e / ríe / is fora
pres. do subj. 1ª conj. E cant / e EXTRA, ULTRA, superioridade exce-
HIPER, ARQUI
vend / a SOBRE, SUPER lência
pres. do subj. (2ª e 3ª conj.) A IN, IM, I, EM, EN, movimento para
ouç / a EM, EN, E, ENDO
INTRA, INTRO dentro
imperf. do subj. SSE quis / é / sse / mos
IN, IM, I, DES, DIS A, AN negação
futuro do subjuntivo R troux / e / r / es
MULTI, PLURI POLI multiplicidade
PER, TRANS,
QUADRO DE DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL DIA, META através de
TRAS, TRES
RE HIPER intensidade
N.º Pessoa DNP (variante) Exemplos SEMI HEMI metade
Vend / a
SUB, SOB, SO INFRA HIPO inferioridade
1ª Ø O, I Vend / o
SINGULAR

SUPER, SOBRE EPI posição acima


Vend / e / re / i
Am / a / s
2ª S Bat / e / r / es b) sufixos: A maioria dos sufixos, em nossa lígua,
Cant / e são latinos ou gregos. Podem ser: nominais (formadores
3ª Ø Part / a
de nomes) e verbais (formadores de verbos).
Vend / e / mos
1ª MOS Cal / a / r / mos Só existe um sufixo adverbial: MENTE.
PLURAL

Traz / e / is
2ª IS Des Ouv / i / r / des Como o nosso trabalho é uma orientação, apenas, em
Fal / a / m vez do estudo dos mesmos, através de exaustivas rela-
3ª M, EM, ~ O Am / a / r / em
Fa / rã / o ções, optamos por fixá-los com exercícios.
SUFIXOS VERBAIS
ATENÇÃO: A desinência número-pessoal do pretéri-
to perfeito indicativo é especial e acumulativa. Como o SUFIXOS SENTIDO VERBOS
pretérito perfeito possui DMT Ø, a DNP acumula a fun- EAR, EJAR
V. Freqüentativos (ação repeti- Voltear,
ção de DMT. da) Apedrejar
Endurecer,
ECER, ESCER V. Incoativos (início de ação)
PESS e N.º VERBO DNP Florescer
AM / E / I Realizar,
1ª sing. I, Ø IZAR, ANTAR, V. Causativos (ação praticada
FIZ Afugentar,
ENTAR ou da qualidade)
Quebrantar
AM / A / STE Bebericar,
2ª sing. STE
FIZ / E / STE ICAR, ITAR, V. Diminutivos (ação diminutiva Saltitar,
AM / O / U / ISCAR, INHAR e repetida) chuviscar,
3ª sing. U, cuspinhar
FEZ
AM / A / MOS,
1ª pl. MOS Algumas palavras trazem, ainda, em seu interior, vo-
FIZ / E / MOS
AM / A / STES, gais ou consoantes que não fazem parte dos chamados
2ª pl. STES
FIZ / E / STES elementos mórficos. Esses elementos, cuja finalidade é,
AM / A / RAM, apenas, e tão-somente, facilitar a pronúncia da palavra,
3ª pl RAM
FIZ / E / RAM recebem o nome de fonemas de ligação (vogais ou con-
soantes de ligação).
➢Afixos:
Ex.: pau / l / ada gas / o / duto.
São elementos mórficos que, acrescentados ao radi-
cal, modificam a sua significação. Quando antepostos ao ATENÇÃO:
radical, recebem o nome de prefixo; quando pospostos,
1. É bom lembrar que todos os elementos mórficos
serão sufixos.
podem apresentar variantes.
Estudos dos afixos (prefixos e sufixos) 2. O radical, sempre, aparece; os demais podem apa-
a) afixos – Correspondência de sentido entre pre- recer ou não.
fixos latinos e gregos: Ex.: Am / a / re / mos (R, VT, DMT, DNP), apa-
PREFIXO LATINO PREFIXO GREGO SENTIDO recem todos os elementos mórficos.
AB, ABS, A APO afastamento
Fiz (radical), os outros não aparecem.
AD, A, JUSTA PARA aproximação
AMBI ANFI duplicidade Logo, VTØ , DMTØ , DNPØ
ANTE, PRE PRO posição anterior
BENE, BEM, BEN EU, EV excelência, bem
BIS, BI DI duas vezes
CIRCUM, CIRCUN PERI em volta de 4. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALA-
CONTRA, OB, O ANTI, PARA oposição VRAS
reunião,
COM, CON, CO SIM, SIN As palavras da língua portuguesa formam-se através
companhia
dos seguintes processos:

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➢DERIVAÇÃO: criação de uma nova palavra, por Ex.: automóvel (auto = grego / móvel = latino);
acréscimo de afixos a outra, chamada de primitiva. sociologia (socio = latino / logia = grego).
Pode ser: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal e pa-
rassintética. FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS
Derivação prefixal: acréscimo de um prefixo Toda vez que falamos ou escrevemos precisamos de
ao radical da palavra primitiva. palavras para expressar elementos, ideias ou sentimen-
Ex.: infeliz, desleal. tos. O fato de dar um nome é precisamente o que signifi-
ca etimologicamente um vocábulo, este que vem do la-
Derivação sufixal: acréscimo de um sufixo ao tim vocare e quer dizer chamar ou dar um nome. Melhor
radical da palavra primitiva. dizendo, o vocábulo equivale a uma palavra.
Ex.: felizmente, lealdade. Sua função é dar coerência ao texto.
Derivação prefixal e sufixal: acréscimo não- Os vocábulos podem ser classificados em função da
simultâneo de um um prefixo e de um sufixo ao radical sua acentuação. Assim, as oxítonas são aquelas que têm
da palavra primitiva. maior intensidade em sua pronúncia na última sílaba (por
Ex.: infelizmente, deslealdade. exemplo, caminhão, café, cristal), as paroxítonas são as
que a intensidade do som recai sobre a penúltima sílaba
Derivação parassintética: acréscimo simultâ- (lápis, fácil, cidade) e as proparoxítonas são pronuncia-
neo de um prefixo e de um sufixo ao radical da palavra das mais fortemente na antepenúltima sílaba (por exem-
primitiva. plo, líquido, árvore, ângulo).
Ex.: anoitecer, abotoar. Conhecimentos linguísticos:
➢COMPOSIÇÃO: consiste em formar uma nova Semântica: as relações de sentido do vocábulo ao
palavra pela união de duas ou de mais palavras (ou radi- texto. Semântica é o estudo do sentido das palavras de
cais). uma língua. Na língua portuguesa, o significado das pa-
Ex.: guarda-roupa; planalto. lavras leva em consideração: Sinonímia, Antonímia,
Homonímia, Paronímia, Polissemia, Conotação e Deno-
Pode ser por justaposição ou por aglutinação. tação.
Morfossintaxe das palavras: relações e funções dos
Por justaposição: os elementos formados são
colocados, lado a lado, mantendo cada um, a sua integri- vocábulos e das frases. Ao nos depararmos com ambas
dade. (Morfologia e Sintaxe), sabemos que se relacionam às
subdivisões conferidas pela gramática, e mais: que uma
Ex.: beija-flor, girassol, guarda-roupa. corresponde às classes gramaticais e a outra se refere às
distintas posições ocupadas por uma mesma palavra em
Por aglutinação: quando, pelo menos, um dos
se tratando de um dado contexto linguístico.
elementos formadores da nova palavra perde a sua inte-
Variedade linguística: movimento natural de uma
gridade, ficando a palavra formada, subordinada a um
língua onde envolvem diversos aspectos. As variedades
acento tônico.
ou variações linguísticas é um movimento natural de
Ex.: pernilongo, embora. uma língua onde envolvem diversos aspectos históricos,
sociais, faixa etária, culturais e geográficos (regional).
➢REGRESSÃO (derivação regressiva): criação de
Pode ser usado também o termo variante linguística.
nova palavra pela redução da palavra, primitiva.
Uma língua nunca é igual ao que era em outra época ou
Ex.: abalo (s.), choro (s.) lugar.
➢CONVERSÃO (derivação imprópria): é a mudan- FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE
ça da classe gramatical da palavra.
A palavra que em português pode ser:
Ex: o jantar (s. derivado de verbo), • Interjeição: exprime espanto, admiração, sur-
o amanhã, ninguém conhece. (s. derivado de presa.
advérbio). Nesse caso, será acentuado e seguido de ponto de
exclamação. Usa-se também a variação "o quê"! A pa-
➢REDUPLICAÇÃO: criação de nova palavra, pela
lavra que não exerce função sintática quando funciona
repetição de sílaba ou de sílabas.
como interjeição.
Ex.: pingue-pongue, titio. Quê! Você ainda não está pronto?
➢ABREVIAÇÃO: criação de nova palavra, pelo uso O quê! Quem sumiu?
de parte de outra palavra em lugar do todo. • Substantivo: equivale a alguma coisa.
Ex.: moto (motorcicleta), pneu (pneumático). Nesse caso, virá sempre antecedido de artigo ou ou-
tro determinante e receberá acento por ser monossílabo
➢HIBRIDISMO: palavra formada de elementos ti-
tônico terminado em e. Como substantivo, designa tam-
rados de línguas diferentes.
bém a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que

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for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordina-
dessa classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto in- tiva consecutiva)
direto, predicativo etc.)
Quando inicia uma oração subordinada substantiva,
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na fun- a palavra que recebe o nome de conjunção subordina-
ção de núcleo do objeto direto) tiva integrante.
• Preposição: liga dois verbos de uma locução Desejo que você venha logo.
verbal em que o auxiliar é o verbo ter. Equivale a de.
Quando é preposição, a palavra que não exerce função
sintática. Palavra “Se”
Tenho que sair agora. “Que” pode ser interjeição, substantivo, preposi-
Ele tem que dar o dinheiro hoje. ção, partícula explicativa ou de realce, advérbio, prono-
me e conjunção.
• Partícula expletiva ou de realce: pode ser reti-
rada da frase, sem prejuízo algum para o sentido. Nesse “Se” pode ser conjunção, partícula expletiva ou de
caso, a palavra que não exerce função sintática; como o realce, parte integrante do verbo, partícula apassivadora,
próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. índice de indeterminação do sujeito e pronome reflexivo.
Como partícula expletiva, aparece também na expressão
Pode ser:
é que.
• Conjunção: relaciona entre si duas orações.
Quase que não consigo chegar a tempo.
Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjun-
Ela é que conseguiu chegar.
ção, a palavra se pode ser:
• Advérbio: modifica um adjetivo ou um advér-
✓Conjunção subordinativa integrante: inicia
bio. Equivale a quão. Quando funciona como advérbio,
uma oração subordinada substantiva.
a palavra que exerce a função sintática de adjunto adver-
bial; no caso, de intensidade. Perguntei se ele estava feliz.
Que lindas flores! ✓Conjunção subordinativa condicional: inicia
Que barato! uma oração adverbial condicional (equivale a caso).
• Pronome: como pronome, a palavra que pode Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
ser:
• Partícula expletiva ou de realce: pode ser reti-
⇒ Pronome relativo: retoma um termo da oração rada da frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse
antecedente, projetando-o na oração consequente. Equi- caso, a palavra se não exerce função sintática. Como o
vale a o qual e flexões. próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
Não encontramos as pessoas que saíram. Passavam-se os dias e nada acontecia.
⇒ Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar • Parte integrante do verbo: faz parte integrante
como pronome substantivo ou pronome adjetivo: dos verbos pronominais. Nesse caso, não exerce função
sintática.
⇒ Pronome substantivo: equivale a que coisa.
Quando for pronome substantivo, a palavra que exercerá Ele arrependeu-se do que fez.
as funções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto,
• Partícula apassivadora: ligada a verbo que
objeto indireto, etc.)
pede objeto direto, caracteriza as orações que estão na
Que aconteceu com você? voz passiva sintética. É também chamada de pronome
apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática.
⇒ Pronome adjetivo: determina um substantivo.
Nesse caso, exerce a função sintática de adjunto adnomi- Vendem-se casas.
nal.
Aluga-se carro.
Que vida é essa?
Compram-se joias.
• Conjunção: relaciona entre si duas orações.
• Índice de indeterminação do sujeito: liga-se a
Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjun-
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito
ção, a palavra que pode relacionar tanto orações coorde-
indeterminado. Não exerce propriamente uma função
nadas quanto subordinadas, por isso, classifica-se como
sintática. Lembre-se de que, nesse caso, o verbo deve es-
conjunção coordenativa ou conjunção subordinativa.
tar na terceira pessoa do singular.
Quando funciona como conjunção coordenativa ou su-
bordinativa, a palavra que recebe o nome da oração que Trabalha-se de dia.
introduz. Por exemplo:
Precisa-se de vendedores.
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa
explicativa) • Pronome reflexivo: quando a palavra se é pro-
nome pessoal, deve estar sempre na mesma pessoa do

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sujeito da oração de que faz parte. Por isso, o pronome 1. LÍNGUA E LINGUAGEM
oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si
mesmo), podendo assumir as seguintes funções sintáti- 1.1. LÍNGUA
cas: a) Considerações gerais
✓Objeto direto A língua é um sistema gramatical pertencente a um
Ele cortou-se com o facão. grupo de indivíduos. Ela é a expressão da consciência de
uma coletividade e o meio através do qual essa coletivi-
✓Objeto indireto dade concebe o mundo que a cerca e sobre ele age.
Ele se atribui muito valor. A língua é a utilização social da faculdade da lin-
✓Sujeito de um infinitivo guagem, e por ser uma criação da sociedade, ela é mutá-
vel, ou seja, vive em constante evolução, paralelamente à
“Sofia deixou-se estar à janela.” evolução do próprio organismo social que a criou.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Portanto ela é um código de que se serve o homem
para elaborar mensagens, para se comunicar e interagir
A comunicação está associada à linguagem e intera- com outras pessoas. Assim, quanto maior o domínio que
ção, de forma que representa a transmissão de mensa-
temos da língua, maiores são as possibilidades de termos
gens entre um emissor e um receptor.
um desempenho linguístico e comunicativo eficiente.
Derivada do latim, o termo comunicação (“communi-
A língua pertence a todos os membros de uma co-
care”) significa “partilhar, participar de algo, tornar co- munidade. Como ela é um código aceito convencional-
mum”, sendo, portanto, um elemento essencial da intera- mente, um único indivíduo não é capaz de criá-la ou mo-
ção social humana. dificá-la. A língua evolui transformando-se historica-
Os elementos que compõem a comunicação são: mente.
b) Variação linguística
Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pe-
los seus usuários: ela está sujeita a muitas variações as
quais, sinteticamente, podem ser:
1) De época para época: o português de nossos an-
tepassados é diferente do que falamos hoje. Repare que
• Emissor: chamado também de locutor ou falan- em algumas obras literárias encontramos palavras como
te, o emissor é aquele que emite a mensagem cousa, pharmácia, êle, acção etc.
para um ou mais receptores, por exemplo, uma
pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, 2) De região para região: o carioca, o baiano, o
dentre outros. paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente dis-
• Receptor: denominado de interlocutor ou ou- tintas, observadas pelo emprego de palavras diferentes
vinte, o receptor é quem recebe a mensagem para dar nomes a alguns objetos, plantas, situações e
emitida pelo emissor. também pela articulação fonética.
• Mensagem: é o objeto utilizado na comunica- 3) De grupo social para grupo social: pessoas com
ção, de forma que representa o conteúdo, o con- um nível de escolaridade maior consequentemente em-
junto de informações transmitidas pelo locutor, pregam a língua de uma forma considerada mais “culta”
por isso. em relação àqueles que nunca frequentaram uma escola.
• Código: representa o conjunto de signos que Aqui também encontramos a fala muito peculiar dos
serão utilizados na mensagem grupos de pessoas que compartilham os mesmos gostos,
• Canal de Comunicação: corresponde ao local lugares, ideias, como as falas dos surfistas, dos roquei-
(meio) onde a mensagem será transmitida, por ros, dos que apreciam o funk etc.; aqui entramos em con-
exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefo- tato com as gírias que, em determinadas situações, de-
ne, dentre outros. vem ser usadas com mais cuidado independentemente do
• Contexto: Também chamado de referente, tra- grupo do qual fazemos parte.
ta-se da situação comunicativa em que estão in- 4) De situação para situação: cada uma das vari-
seridos o emissor e receptor. antes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a
• Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a fala formal) ou de modo mais espontâneo e menos con-
mensagem não é decodificada de forma correta trolado (a fala informal). Um executivo, por exemplo,
pelo interlocutor, por exemplo, o código utili- pode fazer uso da linguagem formal em seu ambiente de
zado pelo locutor, desconhecido pelo interlocu- trabalho tendo em vista as pessoas com quem se relacio-
tor; barulho do local; voz baixa; dentre outros. na, mas esse mesmo executivo pode fazer uso da lingua-
gem informal se estiver com amigos numa conversa des-
preocupada e divertida.

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Diante de tantas variantes linguísticas, é possível longo da vida. E o que garantiu a sua sobrevivência e o
que alguém pergunte qual delas é a correta. A resposta seu avanço em direção ao processo de criação da huma-
para esta pergunta é que não existe a mais correta em nidade foi a capacidade dele comunicar-se.
termos absolutos, mas sim, a mais adequada para cada Assim, o uso de uma linguagem possibilitou impor-
contexto em que nos encontramos. Dessa maneira, fala tantes descobertas ao longo do tempo e do espaço, pro-
bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante pagando-as às sucessivas gerações e desse modo, servin-
adequada a cada situação e consegue o máximo de efici- do de ponto de partida a novas descobertas. Garantiu-se,
ência dentro da variante escolhida. portanto, pela comunicação, a continuidade e a expansão
Usar o português rígido, próprio da língua escrita de experiências coletivas – desencadeando o primeiro
formal, numa situação descontraída, da comunicação processo educativo implantado pela linguagem.
oral, é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, Cumpre-se aqui estabelecer a diferença fundamental
pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situ- entre o instrumento e o símbolo que o representa: o ins-
ação formal usar gírias termos chulos, desrespeitosos. trumento é concreto e material, enquanto o símbolo é
Usar a língua é parecido com vestir-se: assim como exis- psíquico. Este, age como mediador entre o sujeito (Ho-
te uma roupa adequada para cada situação, também exis- mem) e o objeto (Instrumento), atingindo o sujeito na
te uma variedade linguística adequada a cada situação. sua capacidade pessoal (psíquica) e transformando-o pe-
la sua própria iniciativa e/ou vontade.
1.2. LINGUAGEM
O ser humano é único. Somente ele é capaz de re-
a) Introdução ceber experiências e aplicá-las de acordo com as suas
necessidades, reestruturando-as de forma a aperfeiçoá-
A linguagem é um conjunto complexo de processos
las transmitindo-as aperfeiçoadas e adequadas ao mo-
que torna possível a aquisição e o emprego concreto de
mento histórico às futuras gerações para que sejam apli-
uma língua qualquer.
cadas e reprocessadas de acordo com a visão de mundo
O termo linguagem também é usado para designar no momento histórico vivenciado.
todo sistema de sinais que serve de meio de comunicação
entre os indivíduos. Desde que se atribua valor conven- A partir dessa visão, as descobertas são frutos de re-
cional a determinado sinal, existe uma linguagem. Ela é flexão e processamento de experiências vividas, o que
a representação do pensamento por meio de sinais que nada impede que dentro de uma mesma sociedade se te-
permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. nha respostas diversas a um mesmo problema e, dentro
dessas repostas, uma mais adequada às necessidades dos
As linguagens podem ser divididas em dois grupos:
grupos.
a linguagem verbal, modelo básico da maioria das de-
mais, e a linguagem não verbal. A linguagem verbal é Conforme Clifford Geertz (1989), o homem é um
aquela que tem por unidade a palavra; a linguagem não- animal amarrado a teias de significado, que ele mesmo
verbal possui outros tipos de unidade, como o gesto, o teceu, sendo a cultura essas teias. Considerando cultura
som, a imagem, o movimento, etc. como a soma de conhecimentos, ideias, realizações ma-
Existem também as linguagens mistas, que combi- teriais, valores espirituais, essas experiências e visões
nam unidades próprias de diferentes linguagens. Nas his- pessoais juntas formam um acervo de múltiplos aspectos
tórias em quadrinhos, por exemplo, a linguagem geral- que, transmitidos horizontalmente para os contemporâ-
mente é mista, pois elas contêm imagens e palavras. neos, e verticalmente de gerações a gerações ao longo do
tempo, permanecem enquanto atendem às necessidades
b) Uso da linguagem grupais ou pessoais. Convém ressaltar que encontram-se
“A língua é uma coisa de tal modo distinta que um culturas em estágios diferentes dentro de uma mesma
homem privado do uso da fala conserva a língua, conta- época, pois a capacidade de cada pessoa e as suas condi-
to que compreenda os signos vocais que ouve.” ções gerais de vida diferem de um lugar para outro.

(Saussure) E, quando as palavras passam a ser transmitidas de


gerações a gerações, no seu conjunto, elas passam a ser
Quando se fala ou se escreve, procura-se comunicar literatura, configurada através de uma língua natural: a
intenções, estabelecer contatos verbais com ouvintes ou linguagem verbal - o verbo. "No princípio era o Verbo, e
leitores, produzir, pela articulação das palavras ou frases, o Verbo se fez carne". Jo 1,1
significações dotadas de intencionalidade que ganham
sentido pela inferência dos destinatários criando dessa Isso comprova a importância da linguagem no ser,
forma unidades discursivas. Entende-se, assim, a lingua- pois não há como se identificar enquanto povo com a sua
gem como sendo o próprio pensamento em ação, que cultura própria sem a interferência da linguagem. Esta,
permite ao homem interagir com a realidade circundante. quando verbal, é sempre passível de novos arranjos, é
viva, pois cria e recria variados tipos que passam a ser a
O homem constrói a História em mutualismo, ou se- própria cultura de um povo, a qual toma corpo e propicia
ja, dá e recebe benefícios ao seu crescimento à medida condições para que um determinado grupo humano se
que escreve, participa e lê o mundo a sua volta. Afinal, o
identifique enquanto povo.
homem é um ser social. Desde a passagem do seu está-
gio animal para o hominal buscou se interar com seus Dessa forma, necessário se faz distinguir os níveis,
semelhantes para solucionar os problemas surgidos ao as modalidades e os tipos de linguagens que o homem
utiliza para transmitir seus pensamentos e fazer-se com-
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preender pelo seu interlocutor. Entender as palavras no registros são simplesmente um conjunto especializado de
seu contexto, pois frases isoladas podem até ter um sig- termos (veja jargão).
nificado individual, porém, o sentido total da obra não se
É uma questão de definição se gíria e calão podem
reduz apenas a uma parte, porque a mensagem é a obra
ser considerados como incluídos no conceito de variação
em sua totalidade, que não necessita necessariamente da
ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas
presença física do autor porque a palavra permanece no
geralmente são limitadas como variações do léxico, e de,
tempo e no espaço, possibilitando ao leitor diferentes lei-
portanto, estilo.
turas no seu contexto histórico-social.
Espécies de variação
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Variação histórica
A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se
Acontece ao longo de um determinado período de
diferencia, sistemática e coerentemente, de acordo com o
contexto histórico, geográfico e sócio-cultural no qual os tempo, pode ser identificada ao se comparar dois
falantes dessa língua se manifestam verbalmente. estados de uma língua Portuguêsa. O processo de
mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada
Variedade é um conceito maior do que estilo de por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada
prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos.
sociolingüística usam o termo leto, aparentemente um A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais
processo de criação de palavras para termos específicos, velhas, período em que as duas variantes convivem;
são exemplos dessas variações: porém com o tempo a nova variante torna-se normal na
fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade
• dialetos (variação diatópica), isto é, variações
escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de
faladas por comunidades geograficamente
significado.
definidas.
Variação geográfica
o idioma é um termo intermediário na
distinção dialeto-linguagem e é usado Trata das diferentes formas de pronúncia,
para se referir ao sistema comunicativo vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro
estudado (que poderia ser chamado de uma comunidade mais ampla, formam-se
tanto de um dialeto ou uma linguagem) comunidades linguísticas menores em torno de centros
quando sua condição em relação a esta polarizadores , política e economia, que acabam por
distinção é irrelevante (sendo, portanto, definir os padrões lingüísticos utilizados na região de
um sinônimo para linguagem num diferentes lugares de sua influência e as diferenças
sentido mais geral); linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre
coincidindo.
• socioletos, isto é, variações faladas por
comunidades socialmente definidas Variação social
• linguagem padrão ou norma padrão, padronizada Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-
em função da comunicação pública e da econômico, determinado pelo meio social onde vive um
educação indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A
• idioletos, isto é, uma variação particular a uma variação social não compromete a compreensão entre
certa pessoa indivíduos, como poderia acontecer na variação
• registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o
especializado e/ou a gramática de certas nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a
atividades ou profissões possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos
• etnoletos, para um grupo étnico favorecido atingir o padrão de maior prestígio.
• ecoletos, um idioleto adotado por uma casa
Variação estilística
Variações como dialetos, idioletos e socioletos
podem ser distinguidos não apenas por seu vocabulário, Considera um mesmo indivíduo em diferentes
mas também por diferenças na gramática, na fonologia e circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente
na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de
tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em
muitos dialetos. Um outro exemplo é como palavras conta as graduações intermediárias, é possível
estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau identificar dois limites extremos de estilo: o informal,
de adaptação à fonologia básica da linguagem. quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as
normas lingüísticas, utilizado nas conversações
Certos registros profissionais, como o chamado imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de
legalês, mostram uma variação na gramática da reflexão é máximo, utilizado em conversações que não
linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e
advogados ingleses freqüentemente usam modos complexo. Não se deve confundir o estilo formal e
gramaticais, como o modo subjuntivo, que não são mais informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos
usados com freqüência por outros falantes. Muitos ocorrem em ambas as formas de comunicação.

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As diferentes modalidades de variação lingüística - Nossa! Como você ficou bonita!
não existem isoladamente, havendo um inter- A partir do texto julgue os itens.
relacionamento entre elas: uma variante geográfica
pode ser vista como uma variante social, considerando- a) Podemos afirmar que ela não era bonita.
se a migração entre regiões do país. Observa-se que o b) É possível inferir que ela estava feia.
meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças c) Pode-se afirmar que ela estava feia.
da sociedade, preserva variantes antigas. O d) O texto permite afirmar que ela não estava bonita.
conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de
mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma Observe outro exemplo:
classe menos favorecida. Cristovam Buarque é honesto, apesar de ser políti-
co.
***********************************************
1. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE A partir da frase, é possível afirmar que:
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS a) para ser honesto, é preciso ser político.
Introdução b) político não é honesto.
c) para ser político, é preciso ser honesto.
A interpretação de textos é bastante comum em
d) Cristovam Buarque é honesto, mas não é político.
provas de concursos e de vestibulares. A grande dificul-
dade vem da falta de treinamento. As pessoas têm pouca
ERROS CLÁSSICOS
disposição em mergulhar no texto; elas conseguem, ob-
viamente, lê-lo, mas não aprofundam a leitura, não ex- Interpretar um texto significa compreender as ideias
traem dele aquelas informações que uma leitura superfi- nele contidas, para chegar à mensagem que ele nos propõe.
cial apresenta. Quando não observamos, atentamente, a proposta do exa-
minador ou quando não entendemos algumas informações
Não há uma “teoria” infalível ou uma “técnica”
do texto, podemos cometer três tipos de erros na interpreta-
precisa para se interpretar um texto, tampouco há “mace- ção: extrapolação, redução e contradição.
tes” ou “fórmulas mágicas”. O importante mesmo é a
prática: a leitura atenta, procurando buscar a ideia cen- EXTRAPOLAÇÃO: dizer mais que o texto, generali-
tral, os argumentos de apoio, a percepção do encadea- zar o que é particular.
mento de informações, o domínio vocabular, o conheci- Ex.: Suponha que o texto traga a seguinte assertiva:
mento do significado das palavras. Os jogadores brasileiros Romário, Ronaldinho e Ro-
Não tenha medo da interpretação de textos. Como naldão são grandes craques.
qualquer outra atividade intelectual, ela pede paciência e Agora, suponha que uma questão traga a seguinte
boa vontade. Não tente fazê-la apressadamente, pois isso afirmativa:
prejudicará o seu estudo. Os jogadores brasileiros são craques.
ENTENDENDO O TEXTO
A afirmativa é falsa, porque o texto diz que aqueles
ANÁLISE: consiste na capacidade de desdobra- três jogadores são craques. A questão diz que todos os
mento do material, percebendo-se as inter-relações e os jogadores brasileiros são craques. Portanto houve extra-
modos de organização, compreendendo a percepção da polação.
estrutura do texto, das partes que o compõem (parágrafo,
REDUÇÃO: particularizar o que é geral, ou seja,
estrofes), a relação de ideias básicas e os tipos de racio-
ater-se, apenas, a uma parte, esquecendo outras impor-
cínio, a verificação do tipo de linguagem.
tantes.
INTERPRETAÇÃO: pressupõe a compreensão
atenta do texto, tendo a noção do conjunto, a compreen- Ex.: No texto, ocorre a seguinte afirmativa:
são das relações entre os textos. O esporte dá prazer, por isso deve ser praticado.
INTELECÇÃO: é a compreensão, o entendimento
Na questão, ocorre a seguinte afirmativa:
do que, realmente, está escrito.
Quando se pratica bem, o esporte dá prazer.
SÍNTESE: é a capacidade de colocar, em ordem, os
pensamentos do autor, de resumir as ideias, de identificar A afirmativa de questão é falsa, visto que o texto
a ideia central ou os tópicos. diz que o esporte dá prazer e não condicionou isso a um
determinado modo de praticá-lo. Portanto ocorreu redu-
INFERIR E AFIRMAR
ção.
INFERÊNCIA: é uma possibilidade que não, neces-
CONTRADIÇÃO: é o mais comum dos erros, pois
sariamente, se confirma e que depende, para ser válida,
consiste no entendimento oposto às informações do tex-
de um indício, de uma pista, de fatos subentendidos. É
to, ou seja, chegamos a uma conclusão que se contrapõe
uma certeza relativa. Por exemplo, se ouço um latido,
ao texto, associando ideias que não se relacionam entre
infiro a existência de um cão, mesmo que não o veja.
si. Contrariando o texto, omitindo passagens importan-
AFIRMAÇÃO: é uma certeza absoluta que, sempre, tes, fugindo do sentido original do texto.
se confirma e que só depende de fatos explícitos ou de
pressupostos. Por exemplo, para afirmar que um latido é Ex.: O texto diz:
de um cão, é preciso vê-lo, latindo. O homem ateu, na hora do perigo, lembra-se de
Deus.
Analise o seguinte exemplo:
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A questão diz: A COERÊNCIA E A COESÃO
O homem é ateu, porque, na hora do perigo, se A unidade de sentido que chamamos de texto é
lembra de Deus. composta por palavras interligadas em uma sequência de
A afirmativa da questão é falsa, uma vez que o texto ideias e de relações linguísticas, ou seja, um texto é uma
diz que o homem, embora ateu, na hora do perigo se unidade de sentido resultante de um mecanismo de arti-
lembra de Deus. A questão diz que o homem é ateu, culação.
porque, se lembra de Deus. Portanto ocorreu contradi- Ao pensar em articulação, devemos perceber o texto
ção. como uma estrutura com diversos segmentos relaciona-
dos, ligados uns aos outros. Essas relações se estabele-
COMO LER E ENTENDER O TEXTO cem em dois planos: o de conteúdo (ideias) e o da amar-
ração (relações linguísticas).
Sugerimos que, ao interpretar um texto, procure fa-
zer dois tipos de leitura. Coesão é a conexão linguística que permite a amar-
ração das ideias. Na organização do texto, as palavras
LEITURA INFORMATIVA: primeira leitura, cor-
amontoadas ganham sentido pelas relações de dependên-
rente, sem interpretação, para que se tenha o conheci-
cia que estabelecem entre si. Assim, o esqueleto grama-
mento do conteúdo do conjunto textual, sem a preocupa-
tical sustenta o texto como um todo significativo.
ção com os pormenores do texto, com a finalidade de
tomar conhecimento do assunto como um todo. A coesão faz uso dos conectivos ou dos elementos
LEITURA INTERPRETATIVA: leitura detalhada, de coesão, que permitem a ligação das partes do texto.
em que se busca associar ideias, em que se procura reco- Gramaticalmente, esses elementos de coesão são classi-
nhecer a capacidade de compreensão, a análise, a síntese ficados como pronomes, como preposições, como advér-
das informações. A leitura interpretativa divide-se em: bios, como conjunções, etc. Eles ligam palavras, orações,
frases, parágrafos ao longo do texto, estabelecendo dife-
a) leitura seletiva: é aquela em que procuramos rentes tipos de relações.
identificar, dentro de cada parágrafo, a palavra-chave,
pois é, em torno dela, que o autor, normalmente desen- A coerência diz respeito ao encadeamento organi-
volve a ideia principal. A palavra-chave situa-se na sen- zado e lógico das ideias do texto. Ela decorre da har-
tença-tópico, que, quase sempre, é a primeira frase do monia estabelecida entre as significações, evitando, as-
parágrafo. sim, as contradições.
b) leitura crítica: é um tipo de leitura que exige do PARÁFRASE
leitor uma visão abrangente em torno do assunto que está
sendo focalizado. Ler criticamente significa reconhecer a A paráfrase é um texto que procura tornar, mais cla-
pertinência dos conteúdos apresentados, tendo, como ba- ro e objetivo, aquilo que se disse em outro texto. Portan-
se, o ponto de vista do autor e a relação entre este e as to é, sempre, a reescritura de um texto já existente – com
sentenças-tópico. Essa pertinência é que permite estabe- outra ordem, com outro discurso, com outra voz, com
lecer uma hierarquia entre a ideia mais abrangente e as outras palavras. É uma espécie de “tradução” dentro da
que a subsidiam. própria língua.

CAMPO SEMÂNTICO Ex.: a) Grande parte de nossas vidas transcorre


em locais de trabalho.
O campo semântico é constituído de palavras que
pertencem ao mesmo universo de significação. Pode–se b) Em locais de trabalho, grande parte de
depreender que o campo semântico está ligado, direta- nossas vidas transcorre.
mente, à significação das palavras e expressões do texto. PERÍFRASE
O contexto, em muitas vezes, às ajudará você a Perífrase consiste no uso de palavras ou de frases
identificar os sinônimos de tais palavras, por isso procu- que se empregam em lugar do termo próprio: ou por não
re buscar a acepção que melhor se encaixe no contexto. haver esse termo ou por qualquer motivo de convergên-
CAMPO LEXICAL cia. A perífrase, em síntese, caracteriza-se como um cir-
cunlóquio, ou seja, um rodeio de palavras e de informa-
É o conjunto de vocábulos empregados, para desig- ções, para dizer ou definir algo.
nar, para qualificar, para caracterizar, para dar significa-
do a uma noção, a uma atividade, a uma técnica, a uma Ex.: Só estarei entregando o livro a você amanhã,
pessoa. em vez de Só entregarei..
Observações: SIGNO LINGUÍSTICO
1. No campo semântico: destaque as palavras cujo O signo linguístico (palavra), além de uma parte so-
significado, inicialmente, seja desconhecido. O contexto, nora, deve conter um significado, deve comportar uma
em muitas vezes, ajudará você na identificação dos sinô- ideia.
nimos dos antônimos dessas palavras.
2. No campo lexical: busque, em cada parágrafo, a Portanto o signo linguístico constitui-se de duas
palavra-chave, a que traga o núcleo da ideia apresentada partes:
pelo autor.

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a) significante: o lado material do signo, formado imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples esta-
de sons (na língua falada) ou de letras (na língua escrita). tura dizia dele: aqui está um grande homem...”
b) significado: o lado imaterial do signo, a ideia
Você deve ter observado, nesse texto, que o narra-
que aqueles fonemas ou letras transmitem.
dor descreve o personagem a partir de um ponto de vista
POLISSEMIA pessoal, ou seja, ele procura apresentar-nos a impressão
que tem dele. Trata-se, portanto, de uma descrição sub-
Dá-se o nome de polissemia à capacidade de a pa-
jetiva ou impressionista.
lavra assumir vários sentidos, ou seja, um significante
remete-nos a vários significados. O fato de o narrador apresentar sua visão pessoal do
personagem, emitindo juízos de valor (daí o caráter sub-
Exemplo: jetivo da descrição), não é um defeito, já que a descrição
A palavra linha (significante) pode ter vários signi- não deve, apenas, fornecer ao leitor um retrato frio e sem
ficados: vida daquilo que é descrito.
Descrição técnica
•Fio usado na costura;
•Trilho de trem; Um tipo especial de descrição objetiva é a descrição
•Riscos no caderno ou no livro; técnica, que procura transmitir a imagem do objeto atra-
•Meio de comunicação (linha telefônica); vés de uma linguagem técnica, com vocabulário preciso,
•Trajeto (linha de ônibus). normalmente ligado a uma área da ciência ou da tecno-
logia. É o caso da descrição de peças e de aparelhos, de
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO experiências e de fenômenos, do funcionamento de me-
canismos, da redação de manuais de instrução e de arti-
DENOTAÇÃO: consiste em utilizar o signo no seu gos científicos.
sentido próprio e único, que não permite mais de uma in-
Narração
terpretação.
A narração é um relato centrado num fato ou num
CONOTAÇÃO: consiste em atribuir novos signifi-
acontecimento. Há personagem(ns) atuando e um narra-
cados ao valor denotativo do signo.
dor que relata a ação. É um tipo de texto marcado pela
Ex.: Tiana ganhou do marido uma aliança de ouro. temporalidade, ou seja, como seu material é o fato e a
A palavra ouro está empregada como metal, ou se- ação que envolve personagens, a progressão temporal é
ja, foi usada em sentido próprio, denotativo. essencial, para o seu desenrolar: as ações direcionam-se
para um conflito que requer uma solução, o que nos
Ex.: Tiana tem um coração de ouro. permite concluir que chegaremos a uma situação nova.
O que se quer dizer é que Tiana tem um bom cora- Portanto a sucessão de acontecimentos leva a uma trans-
ção, é uma pessoa generosa. A palavra ouro está, pois, formação, a uma mudança, e a trama que se constrói com
empregada em seu sentido conotativo. os elementos do conflito desenvolve-se, necessariamen-
te, numa linha de tempo e num determinado espaço.
Gramaticalmente, percebe-se o predomínio de frases
TIPOLOGIA TEXTUAL verbais, indicando um processo de ação.
Os fatos, os pensamentos, os sentimentos, as paisa- Relato e narrativa ficcional
gens, as pessoas, enfim, tudo pode ser expresso por meio Um texto narrativo caracteriza-se pela sucessão de
da escrita, e aquilo que se escreve é uma redação. Porém acontecimentos numa linha temporal. Assim, contar a
o que está escrito encaixa-se, sempre, em, pelo menos, alguém como foi o nosso passeio, o que aconteceu co-
um dos três tipos de redação: descrição, narração e dis- nosco e com outras pessoas, como as coisas terminaram,
sertação. Ao estudo dos tipos de textos dá-se o nome de caracteriza-se como um texto narrativo. Mas distingue-se
Tipologia Textual. da narrativa ficcional, por ser relato de fatos reais. Des-
Descrição sa forma, podemos definir relato como a representação
de experiências vividas (relatos de viagens, de aconteci-
A descrição caracteriza-se por ser o “retrato verbal” mentos históricos, de testemunhos, de reportagens, de
de pessoas, de objetos, de cenas ou de ambientes. Traba- autobiografia, etc.
lha com imagens, permitindo uma visualização do que
A narrativa ficcional é fruto da imaginação criado-
está sendo descrito. Um recurso comum às descrições é
ra, sempre mantendo pontos de contato com o real, recria
a comparação (para que o interlocutor tenha mais ele-
a realidade, baseando-se nela ou dela se distanciando.
mentos, para montar a imagem do ser descrito. Daí, o
emprego constante do conectivo como. Elementos da narrativa ficcional:
Leia, agora, o seguinte texto: • Enredo;
“ Aristarco todo era um anúncio. Os gestos calmos, • Narrador;
soberanos, eram de um rei [...]; o olhar fulgurante, sob • Personagens;
a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, • Ambiente;
penetrando de luz as almas circunstantes; o queixo, se- • Tempo.
veramente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a
lisura das consciências limpas. A própria estatura, na
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Enredo: é a estrutura da narrativa, o desenrolar dos Entretanto os travessões incorporam falas com mais
acontecimentos; como o próprio nome indica, enredar vivacidade, falas que parecem recuperar quadros vivos,
significa “tecer”, “entrelaçar os fatos”. diálogos entre personagens, como, por exemplo, a fala da
Narrador: como já vimos, é aquele que narra os mãe dirigida ao filho:
acontecimentos. - Nem sequer descerá do navio – disse-lhe. – Dará
Personagens: são os seres que atuam, que vivem os uma benção de obrigado, como sempre, e voltará pelo
acontecimentos. O personagem principal é o protagonis- mesmo caminho. Odeia este povoado.
ta; aquele que se opõe ao protagonista é chamado de an- Normalmente, as aspas introduzem citações; e os
tagonista (ou de vilão). travessões, diálogos.
Ambiente: é o espaço, o cenário por onde transitam
os personagens e se desenrolam os acontecimentos. Além das marcas gráficas, as vozes do discurso di-
Tempo: é a época, o momento em que os fatos reto vêm acompanhadas dos verbos de elocução (ou des-
acontecem. cendi, ou declarativos). Esses verbos identificam a ma-
neira de exprimir a fala. Os mais comuns são: dizer,
Dissertação afirmar, perguntar, falar, comentar, gritar, retrucar,
Muitos dos textos que produzimos, sejam eles escri- ponderar, etc.
tos ou falados, são motivados pela nossa necessidade de Entretanto alguns autores modernos têm dispensado
expor um ponto de vista, de defender uma ideia ou de o emprego de marcas gráficas e de verbos de elocução
questionar um fato. São os chamados textos dissertati- como acompanhamento das vozes do discurso direto,
vos. como faz José Saramago neste trecho de O conto da ilha
Em geral, para se obter maior clareza na exposição desconhecida (São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
do ponto de vista, distribui-se a matéria em três partes: p. 17-8):
• Introdução: em que se apresenta a ideia ou o “E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim
ponto de vista que será defendido; aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, para que eu
• Desenvolvimento ou argumentação: em que se to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste
desenvolve o ponto de vista (para convencer o reino, e os barcos do reino pertencem-me todos [...].”
leitor, é preciso usar uma sólida argumentação, O escritor português utiliza, apenas, vírgulas na
citar exemplos, recorrer a opiniões de especialis- pontuação do diálogo entre o súdito e o rei. Para diferen-
tas, fornecer dados, etc.); ciar as falas de um e de outro personagem, indicando a
• Conclusão: em que se dá um fecho coerente mudança de voz, ele utiliza as maiúsculas.
com o desenvolvimento, com os argumentos O discurso indireto
apresentados.
O discurso indireto é a reprodução da fala de ou-
trem, elaborada pela voz do locutor principal. As falas,
Parágrafo: o tópico frasal no discurso indireto, dispensam a vivacidade, dando ên-
Na estrutura da dissertação, os parágrafos desempe- fase ao pensamento ou à ideia que elas podem transmitir.
nham papel, extremamente, relevante. Portanto é funda- Observe:
mental refletir sobre eles. Veja o que diz Othon M. Gar- ...a mãe pensou que ele se enganara de dia quando
cia. o viu vestido de branco.
“O parágrafo é uma unidade de composição, cons- (em discurso direto teríamos: - Ele se enganou de
tituída por um ou mais de um período, em que se desen- dia – pensou a mãe.)
volve determinada ideia central, ou nuclear, a que se O discurso indireto também apresenta marcas gra-
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas maticais típicas: por um lado, a ausência de aspas ou de
pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” travessões; por outro, o verbo de elocução seguido de
Garcia, Othon M. Comunicação em prosa moder- uma oração subordinada substantiva objetiva (essa ora-
na. 7. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978. p. 203. ção subordinada é a fala do outro).
O discurso indireto livre
TIPOS DE DISCURSOS Este estilo associa características dos discursos dire-
Discurso direto to e indireto. É um estilo misto.
Discurso direto é a reprodução fiel de algo que al- Exemplo:
guém disse. É uma citação literal. Para sua introdução, “Volto à moça: o luxo que se dava era tomar um
geralmente, são utilizadas marcas gráficas como as aspas gole frio de café antes de dormir. Pagava o luxo tendo
ou o travessão. azia ao acordar.
Ex.: “Lembrei-me de que era segunda-feira”, dis- Ela era calada (por não ter o que dizer), mas gos-
se-me [a mãe]. tava de ruídos. Eram vida. Enquanto o silêncio da noite
“É como o cinema”, dissera-me certa vez assustava: parecia que estava prestes a falar uma pala-
[Santiago]. vra fatal. [...]. Vagamente pensava de muito longe e sem
palavras o seguinte: já que sou, o jeito é ser. Os galos

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avisavam mais um repetido dia de cansaço. Cantavam o – Robinho é a estrela de maior brilho do futebol bra-
cansaço. E as galinhas, que faziam elas? Indagava-se a sileiro.
moça. Os galos, pelo menos, cantavam. Por falar em ga-
No primeiro exemplo, estrela está empregada no sen-
linhas, a moça, às vezes, comia, num botequim, um ovo
tido próprio, em seu significado normal (corpo celeste).
duro.”
No segundo, estrela tem um sentido figurado, ocasional,
No trecho acima, em dois momentos, temos a re- pela celebridade do jogador.
produção literal da fala da personagem, mas essa fala
vem inserida na fala do narrador (observe que não temos As mais importantes figuras de palavras são:
a estrutura típica do diálogo), caracterizando o discurso 1) Metáfora – é o uso de uma palavra desviada do
indireto livre. seu sentido normal, com a qual tem alguma semelhança
real ou imaginária, comum aos seres que ela designa.
1. VALOR ESTILÍTICO DAS PALAVRAS –
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÕES DE ES- Ex.: – As mulheres são as rosas do jardim da vida.
TRUTURAS – “Lá fora, a noite é um pulmão ofegante”.
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Atenção: Não confunda metáfora com comparação.
Nesta, os termos vêm acompanhados dos conectivos
A estilística estuda os processos de manipulação das
comparativos (como, tal qual, tal como, etc.). Compare.
várias maneiras de exprimir o pensamento.
– Maguila lutava como um touro.
São processos que concorrem para uma boa expressi-
– Maguila era um touro.
vidade do estilo:
2) Metonímia – consiste em substituir uma palavra
 Correção: é a correta aplicação da norma lin-
por outra, com a qual se acha relacionada por dependên-
guística no uso da língua.
cia de ideia. Esta substituição ocorre de inúmeras manei-
 Clareza: processo pelo qual quem escreve
ras:
deve fazer-se entender com relativa facilidade.
 Precisão: é o emprego oportuno de palavras e * o autor pela obra:
expressões que se ajustam às ideias.
– Gosto de ler Graciliano Ramos. (o que realmente
 Harmonia: é o emprego das palavras com sons
leio é a obra do autor)
variados e distribuição proporcional dos acen-
tos tônicos e pontuações, produzindo um ritmo * o efeito pela causa:
agradável.
– Os aviões semeavam a morte. (a morte é o efeito
Compare as duas maneiras de construção das frases das bombas – causa, jogadas pelos aviões)
abaixo:
* o continente pelo conteúdo:
– Os homens pararam, o medo no coração.
– Tomou uma garrafa de cachaça. (ele não bebeu a
– Os homens pararam, com o medo no coração.
garrafa e sim o conteúdo dela)
Nota-se que a primeira construção é mais concisa e
elegante. Desvia-se da norma estritamente gramatical * o conteúdo pelo continente:
para atingir um fim expressivo ou estilístico. Foi com es- – Passa-me a manteiga. (o que se pede, na realida-
se intuito que assim a redigiu Jorge Amado. de, é o recipiente que contém a manteiga)
1.2. TIPOS DE FIGURAS ESTRUTURAIS DE
CONSTRUÇÃO
3) Perífrase – é uma expressão que designa os seres
Nem sempre as frases se organizam com absoluta co- através de alguns atributos, ou de fatos que os tornam cé-
esão gramatical levando-nos, com frequência, a desvios lebres.
das normas gerais da linguagem com uso de recursos es-
peciais para propiciar à expressão mais força, colorido e Ex.:– O rei do futebol faz jogadas no campo da polí-
beleza. tica. (Pelé)
– A cidade maravilhosa foi tomada pelos seval-
A essas construções que se afastam das estruturas re- gens cães do crime. (Rio de Janeiro)
gulares ou comuns e que visam transmitir à frase mais
concisão, expressividade ou elegância, dá-se o nome de 4) Catacrese – consiste no desvio do significado de
FIGURAS DE LINGUAGEM. uma palavra por outra de relacionamento contraditório,
por falta ou esquecimento da palavra própria.
Compreendem três tipos:
Ex.: – Os Senadores farão a Sabatina na quarta-feira.
a) Figuras de Palavras (sabatina = sábado)
Ocorrem quando as palavras sofrem desvios em sua – Tenho péssima caligrafia. (caligrafia = bela
letra)
significação própria, ganhando outros sentidos.
– O Presidente embarcou no avião das seis.
Vejamos: (embarcar = tomar barca)
– O sol é a estrela de maior brilho do nosso sistema.

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C) Figuras de Construção (ou de sintaxe) 4) Zeugma – é uma espécie de elipse e ocorre quan-
São vocábulos que se afastam das normas gramati- do omitimos um termo já expresso. Será simples se o
cais, visando transmitir maior expressividade à frase. termo omitido for exatamente o mesmo já existente. Será
complexa, quando abarca principalmente os casos em
As mais comuns são:
que se omite um verbo já expresso, mas dando ideia de
1) Pleonasmo – consiste na repetição de termos des- outra flexão. Vejamos:
necessários, com o objetivo de dar ênfase e vigor à ex-
pressão. Pode ser: – Alguns políticos são honestos, outros não. (isto é:
outros não são – zeugma simples).
* pleonasmo literário: quando a repetição tem fina-
– Compraram duas laranjas e eu uma maçã. (e eu
lidade expressiva consagrada na tradição da linguagem:
comprei uma maçã – zeugma complexa).
Ex.: – Vi com meus próprios olhos.
5) Silepse – ocorre quando efetuamos a concordância
– A mim ninguém me engana.
não com os termos expressos, mas com a ideia a eles as-
– Sempre viveu uma vida folgada.
sociados. Pode ser:
* pleonasmo vicioso: são as repetições que soam
* silepse de pessoa:
mal, empobrecendo a linguagem. São condenáveis e de-
vem ser evitadas. – Ele e eu temos a mesma opinião. (ele e eu =
nós).
Ex.: subir para cima, descer para baixo, entrar para
– Os brasileiros somos otimistas. (quem fala
dentro, sair para fora, ilha fluvial, monocultura da soja,
também participa do processo verbal).
etc.
* silepse de número:
2) Polissíndeto – consiste em repetir reiteradamente
conectivos coordenativos (geralmente a conjunção “e”) – Deu-me notícia da família. Estão bons. (família dá
dentro de uma oração para dar a ideia de ações rápidas e ideia de conjunto de pessoas íntimas).
sucessíveis. – Estamos muito contentes com você. (estamos con-
tentes inclui a pessoa que fala = estou contente).
Ex.: – Trabalha, e lima, e teima, e sofre, e sua.
(Olavo Bilac) * silepse de gênero:
– Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira. – Se acha Josefa feio, chama-me por Jô. (subentende-
(A. de Oliveira) se a palavra nome = o nome Josefa).
– V. Exa. ficou irritado. (V. Exa. = pessoa do sexo
3) Elipse – é a omissão de uma palavra ou oração
masculino).
sem prejudicar a clareza de sentido e de ordem. É uma
espécie de economia de palavras. 6) Hipérbato (ou inversão) – consiste na inversão da
ordem normal dos termos na oração ou da oração no pe-
As elipses mais comuns são de:
ríodo.
* sujeito:
– Que estudemos é preciso.
– João e Maria amam-se, casaram ontem. – Sumiu o livro que comprei.
└> eles – Está aberta a porta da sala.
* verbo: O hipérbato compreende:
– Quando jovem, Roseane era elegante. * a prolepse ou antecipação: quando deslocamos um
└> era termo de realce ou ênfase para o início da frase.
* substantivo: – O próprio Presidente dizem que gostou do carnaval.
– A Suíça falam que é bonita.
– Em época de carnaval, a Brahma rola solta.
└> cerveja * a anástrofe: consiste na anteposição do termo regi-
do de preposição ao termo regente.
* preposição:
“– Ela, triste mulher, ela tão bela
– Gosto que venhas aqui. Dos seus anos na flor.”
└> de (A. de Azevedo)
* Conjunção: “– Vingai a pátria oh! valentes
– Se me apoiares e eu for eleito, serás recompen- Da pátria tombai no chão!”
sado. (F. Varela)
└> se * a sínquise: consiste na inversão violenta dos termos
da oração, de tal modo que torna difícil sua interpreta-
Pode ocorrer a elipse total ou parcial de uma oração.
ção.
Ex.: – Perguntei-lhe quando voltava. Ele disse que
– Um cãozinho tinha o garoto fofinho e peludinho.
não sabia. (ele disse que não sabia quando voltava).
(na realidade, o garoto tinha um cãozinho fofinho e pe-
ludinho).
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7) Anacoluto – é a falta de nexo sintático entre o iní- como ANIMIZAÇÃO porque empresta vida a seres ina-
cio e o fim da frase provocada por desvio da ideia inicial nimados.
proposta.
– “Chora orvalho a grama que palpita.”
– Quem ama o feio, bonito lhe parece. (Castro Alves)
– Morrer, todos haveremos de morrer um dia.
– Os rios choram de agonia sufocados a tanta sujeira.
– Eu não me importa a desordem da sala.
8) Honomatopeia – é o aproveitamento de vocábulos
cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos seres. 1.3. VÍCIOS DE LINGUAGEM
– “Pedrinho, sem mais palavras, deu rédeas e, lept! Na contramão das figuras de linguagens, há aquelas
lept! arrancou estrada afora.” que, erradamente, empregamos contra as normas grama-
(Monteiro Lobato) ticais produzindo palavras ou frases que empobrecem o
pensamento e sua forma de expressão. São os vícios de
9) Repetição – consiste em reiterar determinada le- linguagem.
tra, palavra ou oração, para intensificar ou enfatizar a
ideia sugerida. Vejamos alguns casos:

– “Cantei, cantei, é tão cruel cantar assim!” *Barbarismo – são os erros relativos a palavras, ou seja,
erros prosódicos, ortoépicos, semânticos, gráficos, etc.
(Chico B. de Holanda)
*Ambiguidade – é o duplo sentido provocado pela má
– Quando o céu está carregado com nuvens pesadas,
construção da frase.
rápido o raio rutila retalha.
– A noite foi ficando escura, escura, até que a última – Paulo comeu um bolo e sua irmã também.
estrela se escondeu. – João, vi a Rita no arraial.
c) Figuras de Pensamento *Cacofonia – é qualquer sequência vocabular que
provoque som desagradável, sentido ridículo ou torpe.
São as figuras que envolvem principalmente as emo-
ções, sentimentos e paixões. – Mande-me já isso.
– Por cada mil habitantes.
As principais figuras de pensamento são:
– A vez passada comemos aqui.
1) Antítese – é a figura que aproxima palavras de – Meu time nunca marca gol.
sentido oposto.
*Solecismo – são os erros de sintaxe. Podem ser de
– No interior daquele homem feio, há um mar de be- concordância, regência, colocação, etc.
leza.
– Falta dez dias para o início das aulas.
– Cada um leva consigo uma alma de covarde e uma
– Os operários revoltarão-se se o pagamento não
alma de herói.
for realizado na data previsto.
2) Hipérbole – é o exagero de uma expressão ou a
– A cria sofria todo dia de alegria.
deformação da verdade com o fim de impressionar.
– Na atualidade é uma raridade a santidade na
– A garota chorou rios de lágrimas ao perder o namo- cristandade.
rado.
*Colisão – é a repetição de consoantes ou de sílabas
– A corrupção no Brasil inunda os jornais com notí-
iguais ou parecidas.
cias.
– O doido deu o dado ao doutor.
3) Eufemismo – é o abrandamento no uso da palavra
– Como eu o considero muito, quero que o colega
para a ideia ficar menos grosseira, desagradável ou cho-
conte comigo.
cante.
*Pleonasmo vicioso – é a colocação desnecessária
– Senna foi desta para melhor. (= morreu)
de expressão que soa mal ao enunciado.
– O deputado faltou à verdade na CPI. (= mentiu)
– No DF há escolas para crianças excepcionais. (= re- São as expressões do tipo: subir para cima, entrar
tardadas) para dentro, ilha fluvial, etc.
4) Ironia – consiste em dizermos o contrário do que ***********************************************
pensamos, quase sempre com intenção sarcástica.
– Veja que bela administração pública a nossa! a cor- ESPALO LIVRE
rupção anda solta.
– O Brasil é uma fábrica de economistas. Conseguem
viver com um salário mínimo.
5) Personificação (ou prosopopeia) – é a atribuição a
seres irracionais ou abstratos de ações ou sentimentos
próprios dos homens. Esta figura também é conhecida

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EXERCÍCIOS (D) Conquanto fosse um cadeado de má qualidade, ele
enferrujou.
Para as questões de 01 a 86, marque uma única al-
(E) Ele enferrujou, visto que era um cadeado ruim.
ternativa correta conforme pede seu comando.
O texto a seguir se refere às questões 01 a 04. 03. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN -
O cadeado Agente Técnico Forense). Assinale a alternativa correta
Por: Ana Cristina Vieira de Souza (Cris da Rocha) sobre o excerto “[...] repetindo os mesmos erros, entran-
do e saindo sempre pela mesma porta, empurrando os
Um dia o cadeado resolveu não abrir. Como não era mesmos problemas [...]”.
de boa qualidade, enferrujou. Tentaram abrir: apertaram,
viraram de um lado para o outro, até que a chave emper- (A) Há uma convergência entre sintaxe e léxico, na me-
rou. [...] Não se contendo, ao invés de retirar a chave de dida em que ambos contribuem para a ideia de “re-
dentro do cadeado, apertaram mais e mais até a chave petição”.
quebrar e, na pressa de abrir o cadeado para entrar, fica- (B) Os verbos estão no gerúndio porque denotam ações
ram do lado de fora até que se pudesse encontrar alguém que ocorrem ao mesmo tempo em que o autor do
para cortar o cadeado e dinheiro para comprar um novo texto as relata.
[...]. (C) O termo “sempre” é um advérbio de intensidade,
que intensifica as ações de entrar e sair.
Às vezes somos que nem a história simples do ca-
(D) Ele é constituído por três orações, sendo “entrando
deado, queremos ser mais felizes, alegres, satisfeitos e
e saindo” uma locução verbal, isto é, dois verbos
gentis com a vida, mas passamos esse tempo repetindo que indicam apenas uma ação.
os mesmos erros, entrando e saindo sempre pela mesma (E) As palavras “mesmos” e “mesma” pertencem à
porta, empurrando os mesmos problemas ao invés de
mesma classe e apresentam o mesmo emprego que
tentarmos soluções. [...] Nem sempre conseguimos a co-
o termo destacado em “Ela gosta mesmo de você”.
ragem suficiente para desapegar daquilo que não traz
mais alegria de viver e que faz da vida um espetáculo 4. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN -
que não nos encanta. [...] Há um momento, depois de to- Agente Técnico Forense). Qual é a relação de sentido
do o esforço, que o cadeado deve ser descartado com a
mantida entre o período “Um dia o cadeado resolveu não
chave e tudo. Jogue fora até a corrente que ajuda a tran-
abrir.” e o período seguinte “Como não era de boa quali-
car o portão e, mesmo que demore, compre tudo novo e
dade, enferrujou.”?
aproveite das oportunidades que a vida vai te dar. Cons-
trua tudo com novas emoções e cuide para que seus sen- (A) O primeiro período é uma consequência do segun-
timentos não enferrujem. Adaptado de: https:// psicolo- do.
giaacessivel.net/ 2018/04/03/ ocadeado/. (B) Os períodos contrastam entre si.
Acesso em 23 abr. 2021.
(C) Há uma comparação entre os períodos.
(D) O segundo período é uma condição para o primeiro.
01. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN -
(E) O segundo período é uma conclusão do primeiro.
Agente Técnico Forense). A partir da leitura do texto, é
correto afirmar que
O texto a seguir se refere às questões 05 a 07.
(A) a história do cadeado funciona como uma metáfora
para as relações humanas: quanto mais uma pessoa Qual foi o 1º esporte?
é “fechada”, mais ela precisa de alguém que possua Considerando que acertar presas com lanças era al-
a chave correta para “abri-la”. go comum inclusive entre os neandertais, pode-se dizer
(B) “O cadeado” é um exemplar do gênero textual fábu- que o lançamento de dardos foi a modalidade inaugural.
la, pois apresenta uma “moral da história”: para Há evidências arqueológicas de que os seres humanos já
sermos mais felizes, devemos mudar nossos com- treinavam para a tarefa no intervalo entre saídas para ca-
portamentos. ça, há cerca de 70 mil anos. É provável que competissem
(C) a solução para os problemas da vida, assim como entre si. Se você não estiver convencido por essa versão
para problemas com cadeados, é não desistir jamais. – afinal, praticar o arremesso era essencial para conse-
(D) estão presentes sequências linguísticas tanto narra-
guir o almoço, e não uma tarefa feita por lazer – pode-
tivas quanto injuntivas.
mos avançar no tempo para os primeiros registros de
(E) as pessoas não conseguem se desapegar daquilo que
exercícios físicos realizados pelo mero prazer de realizá-
faz mal a elas porque não sabem qual é a “chave”
los. Uma caverna no Egito contém desenhos de 6 mil
(forma correta) que abre seu “cadeado” (coração).
anos que representam pessoas nadando – talvez por di-
02. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - versão. Placas de pedra sumérias de 4 mil anos retratam
Agente Técnico Forense). Assinale a alternativa que humanos lutando em um contexto não bélico. Um pouco
apresenta uma paráfrase semanticamente adequada para depois, 3,2 mil anos atrás, os egípcios passaram a prati-
o excerto “Como não era de boa qualidade, enferrujou.”. car um esporte semelhante ao boliche contemporâneo. E
os persas já praticavam o avô do polo, montados em ca-
(A) O cadeado enferrujou, logo, era barato. valos, há 2,5 mil anos.
(B) Ele era ruim porque enferrujou. Fonte: VAIANO, Bruno. Oráculo. Revista Super Interessante, n. 424, p. 62, fev/2021.

(C) Dado que era um cadeado de origem duvidosa, en-


ferrujou.

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5. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - sim dizer, a “voz” dessas aves – não o sotaque. Outra
Agente Técnico Forense). A partir da leitura do texto, é possibilidade é que vocalizações diferentes evoluam por
correto afirmar que seleção natural conforme as necessidades de cada popu-
(A) a resposta dada à pergunta do título é simples e ob- lação. Essas são adaptações genéticas, e não variações
jetiva. culturais.
(B) as expressões “pode-se dizer”, “é provável” e “tal- Fonte: VAIANO, Bruno. Oráculo. Revista Super Interessante, n. 424, p.
59, fev/2021.
vez” indicam que as informações que as seguem são
incontestáveis. 8. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN -
(C) atividades relacionadas à sobrevivência da espécie Agente Técnico Forense). Assinale a alternativa IN-
podem não ser consideradas esportes. CORRETA sobre a expressão destacada em “Mas essa é,
(D) “humanos lutando em um contexto não bélico” sig- por assim dizer, a “voz” dessas aves [...]”.
nifica “humanos lutando sem armas de fogo”. (A) Ela é uma expressão típica da variedade culta da
(E) o boliche e o polo como as pessoas os conhecem língua.
hoje existem há mais de 2 mil anos. (B) Ela poderia ser omitida sem que isso comprometes-
se a ideia geral do excerto.
06. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - (C) Sua função é reforçada pelo uso das aspas na pala-
Agente Técnico Forense). Assinale a alternativa em que vra “voz”.
o termo em destaque tem a função de retomar um ele- (D) Ela indica que “cacarejo” não é exatamente o mes-
mento mencionado anteriormente. mo que “voz”, mas que é possível que se faça essa
(A) “É provável que competissem entre si.”. comparação para que a compreensão do assunto se
(B) “Considerando que acertar presas com lanças [...]”. torne mais acessível.
(C) “[...] desenhos de 6 mil anos que representam [...]”. (E) Ela equivale semanticamente à “digamos assim”.
(D) “[...] pode-se dizer que o lançamento de dardos
[...]”. 9. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN -
(E) Há evidências arqueológicas de que os seres huma- Agente Técnico Forense). Em “[...] elas vão cacarejar
nos [...]”. diferente.”, o pronome em destaque faz referência à ex-
pressão
7. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - (A) “pequenas variações anatômicas”.
Agente Técnico Forense). A respeito da utilização do (B) “variações”.
verbo “haver” no texto, assinale a alternativa correta. (C) “Galinhas brasileiras”.
(D) “chinesas”.
(A) Em “Há evidências arqueológicas [...]”, o verbo tem
(E) “Galinhas brasileiras e chinesas”.
sentido de “acontecer”, por isso está no singular.
(B) Em “[...] há cerca de 70 mil anos.” e “[...] há 2,5 mil
10. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN -
anos.”, o verbo estabelece concordância com os
Agente Técnico Forense). Assinale a alternativa correta
números que o seguem.
quanto ao seguinte excerto: “Essas são adaptações gené-
(C) Em “[...] há cerca de 70 mil anos.” e “[...] há 2,5 mil
ticas, e não variações culturais.”.
anos.”, o verbo deveria estar no plural, já que os
números são maiores que 1. (A) A presença de “e” é essencial para a compreensão
(D) Em “Há evidências arqueológicas [...]”, o verbo é do período.
impessoal e tem sentido de “existir”. (B) O “e” adiciona uma informação oposta à anterior.
(E) Em “Há evidências arqueológicas [...]”, se o verbo (C) A omissão de “e” comprometeria o sentido do ex-
“haver” fosse substituído por “existir”, este perma- certo.
neceria no singular. (D) O emprego da vírgula está incorreto, já que ela não
tem função no excerto.
O texto a seguir se refere às questões 08 a 10. (E) A vírgula sinaliza que a informação que a segue po-
deria ser movida para outro lugar do período.
Animais têm sotaque?
Sim. Os biólogos chamam essas diferenças de diale- Psicologia do espaço: as implicações da
tos. Essa é uma descoberta antiga: 2 mil anos atrás, Plí- arquitetura no comportamento humano
nio, o naturalista romano, já havia observado que exem- Visto que seres humanos passam a maior parte de
plares da mesma espécie de pássaro provenientes de lu- suas vidas em ambientes fechados, não nos surpreende o
gares diferentes não soam iguais. Isso é possível porque fato de que determinadas características do espaço cons-
as vocalizações de um sabiá ou bem-te-vi não vêm pron- truído têm um impacto significativo em nosso compor-
tas no DNA: precisam ser aprendidas pelos bebês, exa- tamento psíquico. Condições de iluminação, de escala e
tamente como as linguagens humanas. E quando há proporção assim como os materiais e suas texturas são
aprendizado, a variação se torna inevitável. É importante características espaciais que emitem informações para
diferenciar dialetos de variações genéticas. Galinhas bra- nossos sentidos, afetando a maneira como nos relacio-
sileiras e chinesas provavelmente não pertencem à mes- namos com o espaço, produzindo um sem fim de sensa-
ma linhagem. E pequenas variações anatômicas signifi- ções e reações.
cam que elas vão cacarejar diferente. Mas essa é, por as-

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Determinadas características do espaço construído (C) O texto explica que elementos constitutivos do es-
são capazes de induzir sensações de tranquilidade e se- paço podem influenciar sentimentos e comporta-
gurança nas pessoas, de fazer com que se sintam bem e mentos das pessoas de modo inconsciente.
relaxadas ou até de aumentar a concentração e a produti- (D) O processo de verticalização das cidades garante
vidade dos usuários em seu ambiente de trabalho. Inde- medidas de cuidados com o planejamento ambien-
pendente de qual sejam as sensações que nos provocam, tal.
não se pode negar que as características dos espaços em (E) O autor valoriza empregadores que planejam os
que vivemos – ou trabalhamos – desempenham um papel ambientes de trabalho com o objetivo de aumentar a
fundamental na maneira como as pessoas se sentem e produtividade de seus empregados.
como elas se relacionam com o espaço.
12. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te-
No entanto, pessoas foram sendo empilhadas em
resina - PI - Assistente Legislativo). A citação ao dis-
caixas para servir um sistema de produção em massa
curso do professor de psicologia Irving Weiner, utilizada
destinado a alimentar uma sociedade faminta pelo con-
no último parágrafo do texto, contribui para a construção
sumismo. De fato, o empilhamento, ou verticalização, é
de um texto
um fenômeno que surgiu em resposta à Revolução In-
dustrial e ao consequente aumento exponencial das pes- (A) narrativo.
soas que, em busca de ofertas de emprego, começaram a (B) argumentativo.
abarrotar cidades completamente despreparadas para ab- (C) injuntivo.
sorver tal contingente humano. As unidades habitacio- (D) subjetivo.
nais se tornaram mais compactas para que os edifícios (E) dialogado.
pudessem acomodar um número cada vez maior de habi-
tantes. 13. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te-
resina - PI - Assistente Legislativo). No trecho “De-
“As características dos espaços que projetamos são
terminadas características do espaço construído são ca-
capazes de induzir determinados tipos de comportamen-
pazes […] de fazer com que as pessoas se sintam bem
to nas pessoas”, diz a psicóloga ambiental e designer de
[…]”, a palavra em destaque classifica-se como
interiores Migette Kaup. Por exemplo, projetos que in-
corporam noções de equilíbrio, proporção, simetria e (A) preposição.
ritmo são capazes de provocar uma sensação de tranqui- (B) conjunção integrante.
lidade e harmonia. As cores, por sua vez, também são (C) partícula expletiva.
capazes de provocar sensações de conforto ou estimular (D) pronome relativo.
a comunicação entre as pessoas. A luz é um universo em (E) conjunção causal.
si e depende muito da tipologia de espaço de que esta-
mos falando. Uma luz suave sugere um espaço mais in- 14. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te-
trospectivo, enquanto uma luz mais intensa caracteriza resina - PI - Assistente Legislativo). Assinale a alterna-
um espaço mais extrovertido. Para a psicóloga, a ilumi- tiva que apresenta o sentido que a seguinte oração em
nação natural abundante é um excelente estímulo à pro- destaque assume em relação à oração com a qual ela se
dutividade e ao bem-estar físico e mental das pessoas. relaciona.
Por outro lado, determinadas características espaci- “As unidades habitacionais se tornaram mais com-
ais provocam ansiedade, outras estimulam uma sensação pactas para que os edifícios pudessem acomodar um
de equilíbrio e serenidade. Acontece que nem sempre número cada vez maior de habitantes”.
somos conscientes de nossas reações e acabamos agindo
(A) Finalidade.
sem saber porquê. Irving Weiner, professor de psicologia
(B) Modo.
ambiental do Massasoit Community College de Middle-
(C) Espaço.
borough, Massachusetts, afirma que “muitas dessas ca-
(D) Conformidade.
racterísticas ambientais não podem ser vistas ou apre-
(E) Adição.
endidas por nossos sentidos, mas, ainda assim, são ca-
pazes de influenciar diretamente o nosso comportamento
15. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te-
ou humor”.
resina - PI - Assistente Legislativo). Assinale a alterna-
Adaptado de: <https://www.archdaily.com.br/br/936143/psicologia-do- tiva em que os pares de palavras são acentuados de acor-
espaco-as-implicacoes-da-arquitetura-no-comportamento-humano>. Acesso em:
09 jul. 2020. do com a mesma regra.
11. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te- (A) Até – porquê.
resina - PI - Assistente Legislativo). De acordo com o (B) Não – têm.
texto, assinale a alternativa correta. (C) Implicações – construídos.
(D) É – até.
(A) O autor critica pessoas que não percebem o modo (E) Edifícios – equilíbrio.
como o espaço influencia em seus sentimentos e
comportamentos.
(B) O texto defende a necessidade de se buscar o auxí-
lio de psicólogos com formação ambiental para li-
dar com sentimentos e angústias.

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16. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te- 20. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te-
resina - PI - Assistente Legislativo). Em “[...] não se resina - PI - Assistente Legislativo). Assinale a alterna-
pode negar que as características dos espaços em que vi- tiva em que o pronome em destaque pode ser colocado
vemos – ou trabalhamos – desempenham um papel fun- depois do verbo, considerando as regras para colocação
damental na maneira como as pessoas se sentem [...]”, os pronominal.
travessões têm a função de
(A) “[…] não nos surpreende [...]”.
(A) realçar um comentário irônico. (B) “[…] não se pode negar [...]”.
(B) introduzir o discurso direto do autor. (C) “[…] as sensações que nos provocam [...]”.
(D) “[…] fazer com que se sintam bem […]”.
(C) destacar uma informação extra.
(E) “As unidades habitacionais se tornaram mais com-
(D) anunciar uma informação, substituindo os dois- pactas [...]”.
pontos.
O texto a seguir refere-se às questões de 21 a 33.
(E) separar uma informação que pode ser deslocada pa-
ra o fim da frase. COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO
SABEMOS O QUE QUEREMOS
17. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te- Pilar Jericó - 11 MAI 2021

resina - PI - Assistente Legislativo). Assinale a alterna- Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a
tiva em que ocorre um desvio de concordância no excer- nos orientar em direção ao que desejamos. Às vezes, o
to citado. problema é que não sabemos o que queremos. É o que
(A) “Independente de qual sejam as sensações que elas tenho observado em muitas pessoas, até em mim mesma.
nos provocam [..]” - 2o parágrafo. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como
concluir alguns estudos ou finalizar um trabalho. Tam-
(B) “[…] pessoas foram sendo empilhadas em caixas bém surge quando estamos cansados de uma determina-
[...]” - 3o parágrafo. da situação, quando temos de nos reinventar devido às
(C) “As unidades habitacionais se tornaram mais com- circunstâncias ou quando nos deparamos com um fracas-
pactas [...]” - 3o parágrafo. so ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de re-
flexão pode nos ajudar a recuperar sonhos e a definir ob-
(D) “Acontece que nem sempre somos conscientes de jetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práti-
nossas reações [...]” - 5o parágrafo. cas.
(E) “[…] muitas dessas características ambientais não Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos
podem ser vistas [...]” - 5o parágrafo. com fantasias. Um sonho é um projeto que nos anima,
como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um fi-
lho. Pode ser mais ou menos ambicioso, mas nos impul-
18. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te-
resina - PI - Assistente Legislativo). No trecho “Uma siona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma
luz suave sugere um espaço mais introspectivo, enquan- fantasia é algo que vive em nossa mente, que gostamos
to uma luz mais intensa caracteriza um espaço mais ex- de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca va-
trovertido.”, o conectivo em destaque pode ser adequa- mos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a
volta ao mundo, viver nas ilhas paradisíacas do Pacífico
damente substituído por
ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam
(A) sempre que. ser alguns exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos
(B) por sua vez. das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos e nos
(C) porquanto. alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais,
(D) de vez em quando. insistimos, não necessitamos.
(E) conforme.
[...] Quando não sabemos o que queremos ou não
temos um sonho claro, podemos fazer várias coisas. Por
19. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Te-
resina - PI - Assistente Legislativo). Em “O sistema de um lado, podemos recuperar sonhos do passado como
produção em massa é destinado a alimentar uma socie- forma de inspiração. A adolescência é uma época muito
dade faminta pelo consumismo.”, as palavras em desta- frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostá-
que estão sendo utilizadas para indicar uma figura de vamos ou o que nos animava. O objetivo não é realizar
os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado um pouco
linguagem denominada
desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de
(A) eufemismo. alcançar, como se queríamos ser astronautas e agora te-
(B) hipérbole. mos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não
(C) antítese. são cartas de navegação, daí a importância de recuperá-
(D) personificação. los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, obte-
(E) onomatopeia. mos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício
simples, lembramos que gostávamos de aventuras ou de
estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular
em um curso de astronomia, comprar um telescópio ou

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acessar os recursos da NASA para conhecer mais a res- 23. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
peito. E você, o que gostava de fazer quando era mais nico do Ministério Público). Assinale a alternativa em
jovem? O que pode extrair daquilo? que os verbos em destaque NÃO formam uma locução
verbal.
Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo
que não queremos. Talvez este exercício não seja tão (A) “É o que tenho observado em muitas pessoas [...]”.
atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é (B) “[...] não devemos confundir nossos sonhos com
um passo válido. O que eu quero parar de fazer? Pode fantasias”.
ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me ir- (C) “Pode ser mais ou menos ambicioso [...]”.
ritar por alguma coisa, não continuar neste trabalho ou (D) “Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos
manter uma amizade. faz ser honestos conosco mesmos [...]”.
(E) “Talvez tenham ficado um pouco desatualizados
Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o
[...]”.
que fazer ou quais são nossos sonhos, temos outra opção:
refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo
24. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
que seja um personagem de ficção. Mais uma vez, isso
nico do Ministério Público). Quais são as figuras de
funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre nós
linguagem presentes nos excertos “Os velhos sonhos
mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões
atuam como faróis [...]” e “[os velhos sonhos] não são
que nos ajudem a aterrissar na realidade e a definir obje-
cartas de navegação [...]”, respectivamente?
tivos concretos.
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/comodefinir- (A) Comparação e metáfora.
objetivos-quando-nao-sabemos-o-que-queremos.html.Acesso em: 14 mai. 2021. (B) Metáfora e comparação.
(C) Analogia e metonímia.
21. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
(D) Metáfora e símile.
nico do Ministério Público). A partir da leitura do tex-
(E) Símile e comparação.
to, é correto afirmar que
(A) a dúvida sobre o que se quer surge nos momentos 25. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
em que as pessoas não conseguem discernir sonhos nico do Ministério Público). Assinale a alternativa em
de fantasias. que a colocação do pronome em destaque pode ser alte-
(B) seu propósito principal é discutir os motivos pelos rada.
quais as pessoas têm dificuldade em definir objeti-
(A) “[...] recuperar sonhos e a definir objetivos que nos
vos.
animem.”.
(C) a constatação de que as pessoas não sabem o que
(B) “[...] quando nos deparamos com um fracasso [...]”.
querem é resultado de uma pesquisa acadêmica feita
(C) “Um sonho é um projeto que nos anima [...]”.
pela autora.
(D) “[...] podemos tirar conclusões que nos ajudem a
(D) uma forma de definir um objetivo é recuperar um
aterrissar na realidade [...]”.
sonho da adolescência e buscar realiza-lo como ele
(E) “Um pequeno exercício de reflexão pode nos ajudar
foi concebido originalmente.
[...]”.
(E) no processo de definição de objetivos, pensar sobre
o que não se quer é tão útil quanto pensar sobre que
26. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
se quer.
nico do Ministério Público). Quanto aos elementos de
coesão empregados no texto, assinale a alternativa IN-
22. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
CORRETA.
nico do Ministério Público). Sobre os recursos linguís-
ticos utilizados na estruturação do texto, assinale a alter- (A) Em, “Primeiro, não devemos confundir nossos so-
nativa correta. nhos com fantasias.”, o termo em destaque contribui
para a ordenação do texto.
(A) Os exemplos fornecidos pela autora têm a finalida-
(B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa men-
de de comprovar seus argumentos em defesa das
te [...]”, o termo em destaque sinaliza um contraste
vantagens em se ter sonhos e objetivos.
entre sonho e fantasia.
(B) O uso frequente da primeira pessoa do plural con-
(C) Em “[...] o problema é que não sabemos o que que-
tribui para o alto grau de formalidade do texto.
remos.”, o termo em destaque se refere à ação de
(C) As perguntas feitas no texto estabelecem um diálo-
buscar objetivos, mencionada no período anterior, a
go com o leitor, com o fim de fazê-lo refletir e bus-
qual é vista pela autora como algo negativo.
car respostas para os questionamentos propostos.
(D) Em “Talvez este exercício não seja tão atraente
(D) O texto apresenta a seguinte estrutura: introdução,
[...]”, o termo em destaque retoma a informação
em que o tema central é contextualizado; desenvol-
“pensar naquilo que não queremos”.
vimento, em que são dados argumentos para a defe-
(E) Em “Mais uma vez, isso funciona como farol [...]”,
sa da tese; conclusão, em que as informações prin-
o termo em destaque faz referência ao excerto “[...]
cipais são retomadas resumidamente.
refletir sobre com quem gostaríamos de parecer
(E) O texto é construído majoritariamente por períodos
[...]”.
simples, com o intuito de tornar a leitura mais fluida
e de fácil compreensão.

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27. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc- (C) Tanto “desatualizados” quanto “impossíveis” pos-
nico do Ministério Público). Qual é a relação de sentido suem um prefixo com sentido de negação.
estabelecida entre os períodos “O objetivo não é realizar (D) As palavras “simplesmente” e “atraente” são for-
os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado um pouco madas por um radical + sufixo “-ente”.
desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de (E) Na palavra “aterrissar” o prefixo “a” possui sentido
alcançar [...]”? de negação ou privação, como em “anemia” (falta
de sangue).
(A) Condição.
(B) Explicação.
31. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
(C) Contraste.
nico do Ministério Público). Em qual alternativa o ter-
(D) Dúvida.
mo “que” é um pronome relativo?
(E) Exemplificação.
(A) “[...] podemos tirar conclusões que nos ajudem a
28. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc- aterrissar na realidade [...]”.
nico do Ministério Público). A respeito das seguintes (B) “[...] sabemos que nunca vamos dedicar muita ener-
expressões destacadas, assinale a alternativa correta. gia [...]”.
(C) “[...] mesmo que seja um personagem de ficção.”.
(A) Em “Às vezes, o problema é que não sabemos o que
(D) “O que pode extrair daquilo?”.
queremos.”, a expressão em destaque é um advérbio
(E) “[...] lembramos que gostávamos de aventuras [...]”.
de frequência.
(B) Em “Também surge quando estamos cansados de
32. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
uma determinada situação [...]”, a expressão em
nico do Ministério Público). Sobre a utilização da vír-
destaque é uma conjunção aditiva.
gula nos seguintes excertos, assinale a alternativa corre-
(C) Em “Dessa forma, podemos nos matricular em um
ta.
curso de astronomia [...]”, a expressão em destaque
funciona como um advérbio de modo. (A) Em “Pode ser mais ou menos ambicioso, mas nos
(D) Em “Os velhos sonhos atuam como faróis, não são impulsiona [...]”, a vírgula separa uma oração prin-
cartas de navegação, daí a importância de recuperá- cipal de uma oração subordinada.
los.”, a expressão em destaque atua como uma con- (B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa men-
junção consecutiva. te, que gostamos de imaginar [...]”, a vírgula pode-
(E) Em “Talvez este exercício não seja tão atraente ria ser omitida sem que isso causasse prejuízo sintá-
quanto imaginar a si mesmo no futuro [...]”, a ex- tico ao excerto.
pressão em destaque tem caráter interjetivo. (C) Em “Talvez tenham ficado um pouco desatualiza-
dos ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcan-
29. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc- çar [...]”, o uso das vírgulas é obrigatório.
nico do Ministério Público). Sobre “que” e “se” nos ex-
(D) Em “Somos estimulados a sonhar, a buscar objeti-
certos a seguir, assinale a alternativa correta.
vos [...]”, a vírgula separa duas orações de mesmo
(A) Em “[...] como se queríamos ser astronautas [...]”, estatuto sintático.
“se” indica que o sujeito é indeterminado. (E) Em “[...] nos alivia da pressão de conseguir estas úl-
(B) Em “[...] ou se tornar diretor de cinema em Hol- timas, das quais [...] não necessitamos.”, a vírgula
lywood [...]”, “se” faz parte de um verbo pronomi- indica que a oração adjetiva é restritiva, não expli-
nal. cativa.
(C) Em ‘[...] pensar naquilo que não queremos.”, “que”
é uma partícula de realce. 33. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
(D) Em “[...] definir objetivos que nos animem.”, “que” nico do Ministério Público). Assinale a alternativa em
é uma conjunção integrante que introduz o com- que a palavra entre parênteses NÃO substitui adequada-
plemento de “objetivos”. mente aquela em destaque.
(E) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa men-
(A) “[...] nunca vamos dedicar muita energia para al-
te [...]”, “que” retoma “fantasia”, podendo ser subs-
cançá-lo.” (gastar).
tituído por um pronome relativo flexionado no fe-
(B) “A adolescência é uma época muito frutífera de
minino.
ideias.” (rica).
(C) “Pode ser no âmbito pessoal ou profissional [...]”
30. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
(plano).
nico do Ministério Público). Em relação à estrutura e à
(D) “[...] imaginar a si mesmo no futuro [...]” (próprio).
formação de algumas palavras utilizadas no texto, assi-
(E) “Vejamos algumas dicas práticas.” (boas).
nale a alternativa correta.
(A) Os verbos “reinventar”, ”recuperar” e “retomando”
são formados por composição, com o radical “re”
significando repetição.
(B) A palavra “contratempo” é formada a partir da jun-
ção de um sufixo a um radical.

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O texto a seguir refere-se às questões de 34 a 38. (C) O substantivo “infantilismo” é derivado de um adje-
tivo com o acréscimo do sufixo “-ismo”, assim co-
Oi, Chico!
mo os substantivos “charlatanismo” e “civismo”.
Clarice Lispector (D) Os parênteses poderiam ser suprimidos sem que is-
Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta so causasse mudança sintática ou semântica ao ex-
de uma cidade do Rio Grande do Sul, Santa Maria, a certo.
respeito de você e de mim? É o seguinte: a moça me lê (E) A oração entre parênteses completa sintaticamente
num jornal de Porto Alegre. E, muito jovem, diz que o substantivo “inclinação”, sendo, portanto, uma
sente grande afinidade comigo, que eu escrevo exata- oração adjetiva restritiva.
mente como ela sente. Mas que sua maior afinidade co-
migo vem do fato de eu ter escrito sobre você, Chico. 36. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
Diz: "Eu, como você, tenho uma inclinação enorme por nico do Ministério Público). Assinale a alternativa em
ele. Achava eu que esta inclinação (que é motivo de tro- que a expressão destacada NÃO é um vocativo.
ça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu, (A) “Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma car-
talvez uma regressão à infância, mas lendo seus bilhetes ta [...]”.
descobri que não, que a razão é justamente conforme su- (B) “Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo
as palavras: ser ele altamente gostável e possuir candura. [...]”.
Você também tem candura, que se percebe ao ler uma só (C) “Olhe, moça simpática, sua carta é um amor [...]”.
linha sua." Ela, Chico, não entendeu que você não é meu (D) “Mas é só, meu caro amigo.”.
ídolo; eu não tenho ídolos. Você para mim é um rapaz de (E) “Pois se Chico tem candura, e você acha que tam-
ouro, cheio de talento e bondade. Inclusive fico sim- bém tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes
plesmente feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida mais cândida do que nós.”.
"A banda", e um dia desse dancei com um de meus fi-
lhos. Mas é só, meu caro amigo. [...] Olhe, moça simpá- 37. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
tica, sua carta é um amor, e tenho certeza de que Chico nico do Ministério Público). Assinale a alternativa em
ia gostar de você, é impossível não. Pois se Chico tem que o advérbio em destaque atua como um intensifica-
candura, e você acha que também tenho, você, minha dor.
amiguinha, é mil vezes mais cândida do que nós. Man-
do-lhe um beijo e tenho certeza de que Chico lhe manda (A) “[...] eu escrevo exatamente como ela sente.”.
outro beijo ― não, não desmaie. [...] (B) “[...] ser ele altamente gostável [...]”.
(C) “Inclusive fico simplesmente feliz em ouvir [...]”.
(Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, de 23/03/1968 e, posteriormente, no livro Todas as
crônicas, de 2018. Adaptado de: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/15396/oichico). Acesso em: 14 ma. (D) “[...] a razão é justamente conforme suas palavras
2021.)
[...]”.
34. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc- (E) “Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil
nico do Ministério Público). A partir da leitura do tex- [...]”.
to, é correto afirmar que
(A) ele pertence ao gênero carta do leitor, uma vez que 38. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc-
a moça de Santa Maria é leitora de Clarice Lispec- nico do Ministério Público). Qual é a figura de lingua-
tor e escreve uma carta para ela. gem presente nos excertos “Inclusive fico simplesmente
(B) nele predomina a função referencial da linguagem, feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida ‘A banda’
centrada no assunto, como pode ser comprovado [...]” e “[...] você, minha amiguinha, é mil vezes mais
pelo fato de ter sido produzido por uma escritora de cândida do que nós.”?
literatura. (A) Hipérbole.
(C) tanto a moça de Santa Maria quanto Clarice têm (B) Eufemismo.
uma inclinação idolátrica por Chico Buarque. (C) Metáfora.
(D) ele possui três interlocutores, sendo dois explícitos: (D) Pleonasmo.
Chico Buarque e a moça de Santa Maria. (E) Gradação.
(E) a moça de Santa Maria diz se identificar com Clari-
ce porque ambas possuem candura. Saúde mental em tempos de pandemia
Relações sociais, estresse e resiliência
35. (INSTITUTO AOCP - 2021 - MPE-RS - Téc- KELLY PEREIRA ROBIS
nico do Ministério Público). Sobre o excerto “Achava
eu que esta inclinação (que é motivo de troça de meus O ser humano tende a buscar prazer em todas as su-
amigos) era um pouco de infantilismo meu [...]”, assinale as vivências. No entanto, momentos ruins fazem parte da
a alternativa correta. vida e precisam ser vividos. Vivências negativas não são
totalmente deletérias: pessoas que estão passando por
(A) A inversão da posição canônica de sujeito e verbo momentos de estresse tendem a ajudar mais os outros e
confere ao excerto um maior grau de informalidade. valorizam muito mais as relações interpessoais. Essas re-
(B) O termo “troça” é um termo típico da variedade in- lações sociais podem contribuir para que a prevenção do
formal do português brasileiro, sendo a forma femi- adoecimento mental aconteça, podendo fazer parte de
nina do substantivo “troço” e possuindo o mesmo um mecanismo chamado resiliência.
significado que ele.

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A família, sob uma perspectiva antropológica, é um 40. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
grupo social concreto no qual se estabelece a reciproci- João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Para a au-
dade e a complementaridade que certamente podem ser tora, a prevenção do adoecimento mental relaciona-se
um mecanismo de proteção em termos de saúde mental, também
em tempos de estresse e de isolamento.
(A) ao desenvolvimento da capacidade do indivíduo em
Considerando o contexto atual de pandemia, essa lidar com problemas.
relação, que é tão importante, para o ser humano pode (B) aos benefícios de uma vida tranquila, sem situações
ser fragilizada pela mudança abrupta da rotina e por rea- de violência e/ou agressividade.
ções emocionais inerentes ao momento. Dessa forma, a (C) a um ambiente livre de pressões e situações adver-
qualidade dos relacionamentos precisa ser valorizada. sas.
Problemas individuais devem ser levados em considera- (D) à persistência em se evitar momentos traumáticos
ção, uma vez que respostas afetivas como a ansiedade e e/ou de estresse.
o medo podem nos tornar mais irritáveis e impulsivos. (E) à importância de vivências íntimas consigo mesmo,
sem contato social.
Agressividade
Como consequência, podemos imputar ao outro o 41. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
resultado de uma vivência pessoal, ao sermos hostis e João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Assinale a
agressivos. Claramente, essa emoção precisa ser “colo- alternativa em que o conectivo “que” esteja sendo utili-
cada para fora”, mas, não de forma violenta: dividir o so- zado para retomar um termo antecedente.
frimento e as preocupações por meio do diálogo é consi-
(A) [...] pessoas que estão passando por momentos de
deravelmente mais efetivo e saudável do que uma comu-
estresse tendem a ajudar mais os outros [...]”.
nicação agressiva. Todavia, o estado emocional do outro
(B) “Essas relações sociais podem contribuir para que a
também precisa ser levado em consideração, por isso a
prevenção do adoecimento mental aconteça [...]”.
leitura do ambiente é fundamental. Sinais de estresse po-
(C) “Problemas individuais devem ser levados em con-
dem ser expressos pela pessoa com quem dividimos o
sideração, uma vez que respostas afetivas como a
convívio como alterações de sono, apetite, irritabilidade
ansiedade e o medo podem nos tornar mais irritá-
e tristeza.
veis e impulsivos.”.
Diálogo (D) “[...] dividir o sofrimento e as preocupações por
meio do diálogo é consideravelmente mais efetivo e
A abordagem não empática desse sofrimento pode
saudável do que uma comunicação agressiva.”.
desgastar ainda mais as relações interpessoais, justamen- (E) “[...] entende-se que a relação familiar é um ele-
te quando mais precisamos delas. Oferecer ajuda com di- mento importante em tempos de pandemia [...]”.
álogo aberto e uma visão menos estigmatizada do sofri-
mento mental, pode ser um grande passo para uma rela-
42. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
ção saudável. Em virtude dos fatos mencionados, enten-
João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Observe o
de-se que a relação familiar é um elemento importante
termo destacado no período que segue: “Vivências nega-
em tempos de pandemia, todavia, estratégias de cuidado tivas não são totalmente deletérias: pessoas que estão
e leitura emocional do outro e de si mesmo podem de- passando por momentos de estresse tendem a ajudar
terminar a qualidade e a força dessa relação como um
mais os outros e valorizam muito mais as relações inter-
aspecto estrutural da saúde mental. Afinal, saúde mental
pessoais.”. Tal termo, nesse caso, tem sentido equivalen-
pode começar pelo olhar acolhedor daqueles que tanto
te a
amamos.
Disponível em: https://www.otempo.com.br/opiniao/artigos/saudemental-
(A) inócuas.
em-tempos-de-pandemia-1.234535. Acesso em: 04 dez. 2020. (B) benéficas.
(C) indeléveis.
39. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
(D) prejudiciais.
João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). De acordo
(E) perduráveis.
com o texto, é correto afirmar que
(A) os seres humanos culpabilizam seus familiares e/ou 43. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
amigos próximos por seus medos e anseios. João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Assinale a
(B) as pessoas tornaram-se mais agressivas e mais fa- alternativa em que o termo destacado expressa a noção
cilmente irritáveis com a pandemia. semântica de conclusão.
(C) relações familiares calcadas, sobretudo, em diálogo
(A) “O ser humano tende a buscar prazer em todas as
e empatia podem ser grandes aliadas para fortaleci-
suas vivências. No entanto, momentos ruins fazem
mento da saúde mental.
parte da vida e precisam ser vividos.”.
(D) pessoas que sofrem com a depressão costumam ex-
(B) “[...] essa relação [...] pode ser fragilizada pela mu-
por suas emoções de modo violento e agressivo.
dança abrupta da rotina e por reações emocionais
(E) problemas individuais, em um contexto familiar,
inerentes ao momento. Dessa forma, a qualidade
devem ser priorizados em detrimento dos problemas
dos relacionamentos precisa ser valorizada.”.
coletivos.
(C) Claramente, essa emoção precisa ser “colocada para
fora”, mas, não de forma violenta [...]”.

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(D) “(...) dividir o sofrimento e as preocupações por dem determinar a qualidade e a força dessa relação
meio do diálogo é consideravelmente mais efetivo e como um aspecto estrutural da saúde mental.”.
saudável do que uma comunicação agressiva.”.
(E) “[...] a relação familiar é um elemento importante (A) 5 – 2 – 4 – 3 – 1.
em tempos de pandemia, todavia, estratégias de (B) 5 – 1 – 4 – 3 – 2.
cuidado e leitura emocional do outro e de si mesmo (C) 1 – 3 – 5 – 4 – 2.
podem determinar a qualidade e a força dessa rela- (D) 4 – 2 – 3 – 1 – 5.
ção [...]”. (E) 3 – 4 – 5 – 2 – 1.

44. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de 46. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Analise o João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Conside-
período que segue. rando as regras de acentuação dos vocábulos em Língua
Portuguesa, assinale a alternativa cujo termo destacado
“Problemas individuais devem ser levados em con-
receba acento pelo mesmo motivo que “antropológica”,
sideração, uma vez que respostas afetivas como a an-
empregado em “A família, sob uma perspectiva antro-
siedade e o medo podem nos tornar mais irritáveis e
pológica, é um grupo social concreto (...)”.
impulsivos.”.
(A) “A família, sob uma perspectiva antropológica, é
Em relação à oração anterior, a sentença destacada
um grupo social concreto [...]”.
tem valor semântico de
(B) “Essas relações sociais podem contribuir para a
(A) consequência, por indicar o efeito que o medo e a prevenção do adoecimento mental, podendo fazer
ansiedade podem gerar em nós. parte de um mecanismo chamado resiliência.”.
(B) finalidade, pois indica o objetivo de problemas se- (C) “Todavia, o estado emocional do outro também
rem levados em conta. precisa ser levado em consideração, [...]”.
(C) proporção, por manifestar um aumento proporcional (D) “A abordagem não empática desse sofrimento pode
entre problemas individuais e ansiedade e medo. desgastar ainda mais as relações interpessoais, [...]”.
(D) condição, pois evidencia a condicionalidade exis- (E) “Oferecer ajuda com diálogo aberto e uma visão
tente entre a ocorrência de ansiedade e medo com a menos estigmatizada do sofrimento mental, pode
consideração de problemas individuais. ser um grande passo para uma relação saudável.”.
(E) causa, por indicar o motivo de precisarmos levar em
conta problemas individuais. 47. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Inúmeros
45. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de substantivos na Língua Portuguesa formam-se por deri-
João Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Levando vação regressiva, ou seja, derivam-se de verbos. Sabendo
em conta os usos da vírgula, relacione as colunas e assi- disso, assinale a alternativa cujo vocábulo em destaque
nale a alternativa com a sequência correta. fora formado por esse processo.
1. Vírgulas usadas para isolar conjunção adversati- (A) “O ser humano tende a buscar prazer em todas as
va. suas vivências.”.
2. Vírgula usada para isolar adjunto adverbial des- (B) “Essas relações sociais podem contribuir para que a
locado. prevenção do adoecimento mental aconteça, [...]”.
3. Vírgula inadequada, separando sujeito e predica- (C) “Essas relações sociais podem contribuir para que a
do. prevenção do adoecimento mental aconteça, [...]”.
4. Vírgulas usadas para separar termos coordena- (D) “[...] essa relação, que é tão importante para o ser
dos. humano, pode ser fragilizada pela mudança abrupta
5. Vírgulas usadas para isolar oração adjetiva expli- da rotina [...]”.
cativa. (E) “[...] dividir o sofrimento e as preocupações por
meio do diálogo é consideravelmente mais efetivo e
( ) “[...] essa relação, que é tão importante, para o ser saudável do que uma comunicação agressiva.”.
humano pode ser fragilizada pela mudança abrupta
da rotina e por reações emocionais inerentes ao 48. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de João
momento.”. Pessoa - PB - Técnico em Radiologia). Considerando o
seguinte trecho, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
( ) “Claramente, essa emoção precisa ser ‘colocada pa-
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a se-
ra fora’ [...]”.
quência correta. “Em virtude dos fatos mencionados, enten-
( ) “Sinais de estresse podem ser expressos pela pessoa de-se que a relação familiar é um elemento importante em
com quem dividimos o convívio como alterações de tempos de pandemia, todavia, estratégias de cuidado e leitu-
sono, apetite, irritabilidade e tristeza.”. ra emocional do outro e de si mesmo podem determinar a
( ) “Oferecer ajuda com diálogo aberto e uma visão qualidade e a força dessa relação como um aspecto estrutu-
menos estigmatizada do sofrimento mental, pode ral da saúde mental.”.
ser um grande passo para uma relação saudável.”. ( ) O trecho “[...] que a relação familiar é um elemento
( ) “[...] relação familiar é um elemento importante em importante em tempos de pandemia [...]” funciona
tempos de pandemia, todavia, estratégias de cuida- como objeto direto da estrutura verbal “entende-se”.
do e leitura emocional do outro e de si mesmo po-

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( ) Ainda em “[...] a relação familiar é um elemento im- ca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas tam-
portante em tempos de pandemia, [...]”, os termos bém aumenta o protagonismo do consumidor.
destacados atribuem características e pertencem à Mostra respeito por ele e diz "você é nosso parceiro
mesma classe de palavras.
rumo à sociedade sustentável". Essa é a arma mais eficaz
( ) A conjunção “todavia” indica oposição e poderia ser
a ser posta a serviço da sociedade. Quanto mais marcas e
substituída por “contudo”.
( ) O segmento “[...] leitura emocional do outro [...]”, fo- agências de publicidade o fizerem, mais contribuirão pa-
ra desse contexto, torna-se ambíguo. ra uma vida melhor para todos, hoje e no futuro.
Helio Mattar, 63, PhD em engenharia industrial, é diretorpresidente do
Instituto Akatu, ONG que trabalha há dez anos pelo consumo consciente. Dispo-
(A) F – F – V – V. nível em: https://www1.folha.uol.com.br/topofmind/2011/10/996028-
(B) V – V – F – F. opiniaoconsumo-consciente.shtml Acesso em: 04 dez. 2020.
(C) V – F – V – F.
49. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
(D) F – V – F – V.
João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). De
(E) F – F – F – V.
acordo com o texto, é correto afirmar que
Consumo Consciente (A) uma mudança de postura oriunda do governo e da
iniciativa privada geraria avanços significativos em
Helio Mattar âmbito ambiental.
A adoção de processos sustentáveis é uma questão (B) transformações consideráveis no que tange a con-
não de escolha, mas de sobrevivência. Não desta ou da- sumo sustentável já estão em curso desde 2010.
quela empresa, mas da vida de todos os indivíduos do (C) uma conduta ética e comprometida com a sustenta-
planeta. Portanto, é imprescindível que os valores da sus- bilidade, por parte da população, demonstra respeito
tentabilidade sejam incorporados a marcas, bens, servi- às marcas e aos produtos consumidos.
ços e aos pequenos atos do cotidiano. Pesquisas realiza- (D) empresas e demais corporações que se dedicam não
das ao longo de dez anos de trabalho para conscientizar a só à geração de lucros, mas também à aplicação de
população das formas mais racionais e sustentáveis de políticas voltadas ao consumo consciente tendem a
consumir comprovam que quem investe em sustentabili- ser mais escolhidas pelo público comprador.
dade ganha também na preferência do consumidor. Afi- (E) a maior parte dos brasileiros já se mostra consciente
nal, 65% dos chamados formadores de opinião discutem e favorável à implantação de procedimentos que vi-
o comportamento ético socioambiental de empresas, as- sem à preservação de recursos naturais, ainda que
sim como 41% da população brasileira, segundo a Pes- gerem um maior investimento financeiro.
quisa Responsabilidade Social das Empresas - Percepção
do Consumidor Brasileiro, realizada pelo Instituto Akatu 50. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
e pelo Instituto Ethos, em dezembro de 2010. Hoje, dois João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). O arti-
em cada cinco brasileiros já topam pagar um pouco mais go de Helio Mattar tem como principal finalidade
por uma marca que seja mais sustentável. (A) informar os leitores acerca do consumo consciente e
As empresas obviamente precisam de lucros, mas de suas implicações em marcas e produtos.
os interesses empresariais devem ir muito além da esfera (B) instruir determinado público-alvo quanto às formas
monetária e focar, principalmente, uma sociedade me- de preservação ambiental e redução do consumismo
lhor para todos. E cada membro dessa sociedade susten- em nossa sociedade.
tável deve necessariamente superar o consumismo para (C) demonstrar a preocupação do autor com a preserva-
assentar bases mais no durável e menos no descartável, ção de recursos naturais e de bens de consumo.
mais no virtual e menos no físico, mais no público ou no (D) explicar aos leitores como se constrói uma postura
compartilhado e menos no individual, mais no uso que socioambiental ética, inclusiva e benéfica a todos.
na posse, mais no renovável que no fóssil, mais na coo- (E) defender um ponto de vista quanto à importância de
peração que na competição. As corporações e a propa- se incorporar processos sustentáveis à rotina de ins-
ganda podem contribuir fortemente como indutoras des- tituições e a ações cotidianas.
se novo estilo de vida ao estimular a imaginação e a pro-
jeção de um futuro sustentável e desejável e ao investir 51. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
em meios para alcançar esse futuro: inovação de proces- João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). Assina-
sos, de produtos e de comportamentos, reforço de novos le, entre as seguintes opções, a alternativa mais adequa-
valores da sustentabilidade e articulação, pressão, parce- da, tendo em vista a ideia central defendida pelo autor do
ria por novas políticas públicas para novos projetos, com texto lido no que tange à participação de empresas, mar-
variados e novos agentes. cas e demais corporações no estabelecimento de uma so-
ciedade melhor para todos.
Hoje, as mudanças já vêm ocorrendo e, com um
atributo muito simples, é possível acelerar na direção da (A) Para o autor, faz-se necessário investimento em no-
sustentabilidade: comunicação clara e transparente. Do vos projetos, grandes mobilizações e em diversifi-
rótulo à campanha na TV. O consumidor precisa de in- cados estilos de comercialização de bens pessoais.
formações sobre os impactos ambientais e sociais de seu (B) Segundo Mattar, é importante que haja comprome-
consumo para que possa exercer escolhas conscientes. timento com a sustentabilidade, bem como com a
Dando informação confiável, a corporação não só desta- informação acerca disso para com os consumidores.

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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)


(C) De acordo com o autor, é imprescindível se oferecer (E) o trecho “à sociedade sustentável” tem função de
condições econômicas mais justas e acessíveis para objeto indireto, apresentando, portanto, preposição
os potenciais clientes, os quais ainda não dispõem “a” junto ao artigo definido “a”.
de muito conhecimento sobre o assunto.
(D) Para o autor, deve-se priorizar os processos susten- 54. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
táveis em detrimento dos lucros, afinal, o que im- João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). Releia
porta, de fato, é a sobrevivência de todos. o período seguinte.
(E) Segundo Helio Mattar, as instituições, necessaria- “Dando informação confiável, a corporação não só
mente, precisam agir como formadoras de opinião, destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas
combatendo o consumismo exacerbado, por meio também aumenta o protagonismo do consumidor.”.
de divulgação sobre consciência sustentável.
A respeito de tal período, analise as assertivas e as-
sinale a alternativa que aponta as corretas.
52. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). Consi- I. A sentença “Dando informação confiável” tem va-
derando as regras de concordância verbal da Língua Por- lor de condição, com relação ao restante do período.
tuguesa, assinale a alternativa correta. II. A sentença “Dando informação confiável” tem va-
lor de consequência, com relação ao restante do pe-
(A) Em “A adoção de processos sustentáveis é uma ríodo.
questão não de escolha, mas de sobrevivência.”, o III. O uso do par “não só/mas também” em “[...] a cor-
verbo “ser” está no singular, fazendo concordância poração não só destaca seu produto e melhora a ca-
com o núcleo “adoção”, mas também poderia estar deia produtiva, mas também aumenta o protago-
no plural, para concordar com “processos sustentá- nismo do consumidor.” atribui valor de adição ao
veis”. período.
(B) Em “Afinal, 65% dos chamados formadores de opi- IV. O trecho citado na assertiva anterior também pode-
nião discutem o comportamento ético socioambien- ria ter sido escrito com uso de “e” em vez de “não
tal de empresas, [...]”, o verbo “discutir” encontra- só/mas também”, sem prejuízo no que tange ao sen-
se no plural, para concordar com “chamados forma- tido aditivo.
dores de opinião”. IV. A forma “[...] a corporação não só destaca seu pro-
(C) Ainda em “Afinal, 65% dos chamados formadores duto e melhora a cadeia produtiva, mas também
de opinião discutem o comportamento ético socio- aumenta o protagonismo do consumidor.” é menos
ambiental de empresas, [...]”, caso o número fosse enfática que “(...) a corporação destaca seu produto,
“1%”, o verbo “discutir” tenderia a ir para o singu- melhora a cadeia produtiva e aumenta o protago-
lar, para concordar com a expressão numérica. nismo do consumidor.”.
(D) Na sentença “Hoje, as mudanças já vêm ocorrendo
[...]”, o verbo “vêm”, empregado no plural, também (A) Apenas I, III e V.
poderia ser escrito sem o acento circunflexo, não (B) Apenas I, III e IV.
comprometendo a concordância da oração. (C) Apenas II, III e IV.
(E) Ainda na sentença “Hoje, as mudanças já vêm ocor- (D) Apenas II e V.
rendo [...]”, se substituíssemos “vir” por “haver”, (E) Apenas I e IV.
como em: “Hoje, já haviam mudanças ocorrendo
[...]”, o verbo deveria permanecer no plural, para 55. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
concordar com o sujeito “mudanças”. João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). Analise
o período que segue.
53. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). No pe- “Essa é a arma mais eficaz a ser posta a serviço da
ríodo “Mostra respeito por ele e diz ‘você é nosso parcei- sociedade.”.
ro rumo à sociedade sustentável.’”, o acento indicativo Sobre esse período, informe se é verdadeiro (V) ou
de crase foi empregado porque falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa
(A) houve a junção da preposição “a”, que rege “rumo”, com a sequência correta.
com o artigo “a”, que acompanha o substantivo fe-
( ) Para entendimento de tal período, os termos empre-
minino “sociedade”.
gados devem ser lidos em sentido denotativo.
(B) houve a fusão da preposição “a”, que rege o verbo
( ) O autor propõe ao leitor uma leitura metafórica do
“dizer”, com o artigo “a”, que acompanha o subs-
período.
tantivo feminino “sociedade”.
(C) ocorreu a junção do pronome oblíquo “a”, com o ar- ( ) Há uma comparação entre uma “arma”, combativa,
tigo “a”, que acompanha o substantivo feminino e uma suposta ação sustentável e transparente por
parte de empresas.
“sociedade”.
( ) O termo “arma”, nesse trecho, é lido como recurso,
(D) o trecho “à sociedade sustentável” corresponde a
meio, expediente de ação.
uma locução adverbial formada por palavra femini-
( ) Por seu teor altamente letal, o termo “arma”, nesse
na.
trecho, subjaz um sentido negativo.

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(A) V – V – V – F – F. IV. O termo “compartilhado” apresenta 13 letras e 11
(B) F – F – F – V – V. fonemas.
(C) F – V – V – V – F.
(D) V – F – F – V – V. (A) Apenas I, II e III.
(E) F – V – V – F – F. (B) Apenas II, III e V.
(C) Apenas I e IV.
56. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de (D) Apenas II e V.
João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). Em (E) Apenas III e IV.
“Quanto mais marcas e agências de publicidade o fize-
rem, mais contribuirão para uma vida melhor para todos, ENTENDENDO DIALETOS
hoje e no futuro.”, o par conjuntivo em destaque contri-
Clara Braga
bui para inserir ao texto valor semântico de
Quem já teve a oportunidade de conviver minima-
(A) finalidade, pois indica o objetivo de se contribuir
mente com uma criança, sabe que o processo de aprender
para uma vida melhor para todos.
a falar pode render boas histórias.
(B) explicação, por indicar a razão de se contribuir para
uma vida melhor para todos. As crianças, antes de desenvolverem 100% dessa
(C) conclusão, pois apresenta o efeito da ação de mar- habilidade, parece que criam um dialeto. E engana-se
cas e agências de publicidade. quem acha que o dialeto de todas as crianças é igual e
(D) proporção, por evidenciar um aumento proporcional que, se você entende o que seu sobrinho ou priminho fa-
entre duas ocorrências: as ações por parte de marcas la, vai entender todas as crianças.
e agências de publicidade e a contribuição para uma O dialeto da criança é tão complexo que, com exce-
vida melhor para todos. ção de poucas palavras que todas parecem falar de uma
(E) concessão, pois não se espera que marcas e agências forma igual, só aquela criança fala aquela língua e só
de publicidade atuem na efetivação de uma vida uma pessoa entende 100% do que está sendo dito: o ser
melhor para todos, uma vez que costumam voltar-se que eu chamo de “pãe”.
mais para os interesses individuais das empresas. “Pãe” seria a mistura do pai e da mãe, pois raramen-
te um dos dois entende tudo o que o filho está dizendo,
57. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de eles podem entender a frase toda pelo contexto, mas de-
João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). No tre- cifrar e compreender palavrinha por palavrinha, é um
cho “Portanto, é imprescindível que os valores da sus- trabalho de grupo.
tentabilidade sejam incorporados a marcas, bens, servi-
ços e aos pequenos atos do cotidiano.”, o termo destaca- Às vezes pode parecer complicada essa coisa de não
entender o que a criança está querendo dizer, mas confi-
do tem sentido diferente de
em, em alguns momentos isso pode ser bom.
(A) basilar. Outro dia estava em um restaurante com meu filho
(B) urgente. e, como toda criança, ele ficou um tempo sentado e de-
(C) facultativo. pois foi explorar a redondeza. Fui acompanhando e, no
(D) necessário. caminho, encontramos uma avó que estava acompanhan-
(E) compulsório. do a neta enquanto a mãe jantava no mesmo restaurante
onde estávamos.
58. (INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de
João Pessoa - PB - Assistente Administrativo). Com A senhora começou a puxar assunto com meu filho,
base no seguinte trecho, analise as assertivas e assinale a na tentativa de aproximar a neta. Meu filho se mostrou
alternativa que aponta as corretas. aberto à aproximação e ia respondendo tudo que a senho-
ra perguntava. Lá pelas tantas, quando eu já estava sur-
“E cada membro dessa sociedade sustentável deve preendida com a quantidade de palavras que a senhora
necessariamente superar o consumismo para assentar ba- estava entendendo do dialeto do meu filho, ele decidiu
ses mais no durável e menos no descartável, mais no vir- pegar algo com a mão e mostrar para a senhora e para a
tual e menos no físico, mais no público ou no comparti- pequena netinha o quão forte ele era. Foi então que a se-
lhado e menos no individual, mais no uso que na posse, nhora soltou a frase: uau, como você é forte!
mais no renovável que no fóssil, mais na cooperação que
Ele respondeu com uma de suas frases prediletas,
na competição.”.
aprendida por causa de seu interesse e do vício do pai pe-
I. As palavras “descartável” e “físico” são acentuadas lo universo dos heróis: Hulk esmagaaaaaa! Mas ele não
pela mesma regra. disse com um ar doce, ele disse como se estivesse com
II. As palavras “fóssil” e “renovável” são acentuadas raiva e de fato esmagando o que estava na sua mão, tudo
por corresponderem a paroxítonas terminadas em isso enquanto olhava bem nos olhos na netinha da senho-
“l”. ra.
III. Os vocábulos “membros” e “público” apresentam Eu fiquei um pouco assustada e com receio do que
os encontros consonantais “br” e “bl”, respectiva- viria depois, já dei um riso meio sem graça e estava pro-
mente. curando uma desculpa para aquela frase nada acolhedo-
IV. O termo “necessariamente” apresenta apenas um ra. Porém, os santos do dialeto me salvaram. Quando
dígrafo (“ss”). ouviu a frase a senhora logo respondeu para meu filho:
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ah sim, você é forte porque come manga! Vou dar muita (E) variedades próprias de palavras que demonstram
manga para minha netinha, assim ela fica forte como vo- uma característica de um grupo de pessoas.
cê!
Fiquei aliviada com a interpretação que ela fez da 62. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
frase que, para mim, ele tinha dito com muita clareza. Novo Hamburgo - RS - Agente Social). Assinale a al-
Muito melhor uma neta comendo muita manga do que ternativa que apresenta uma palavra que NÃO poderia
traumatizada com um bebê que estava prestes a ficar substituir, sem alterar o sentido pretendido no texto, o
verde e esmagar as coisas ao redor. Acho que vou optar vocábulo destacado em “Eu fiquei um pouco assustada e
por mostrar para ele desenhos com frases mais amigá- com receio do que viria depois, já dei um riso meio sem
veis, ele está indo bem no processo da fala, mas talvez graça e estava procurando uma desculpa para aquela fra-
algo mais dócil ajude no processo de socialização. se nada acolhedora.”.
Disponível em: <http://www.cronicadodia.com.br/2020/01/entendendo- (A) Afável.
dialetos-clara-braga.html>. Acesso em: 04 fev. 2020. (B) Receptiva.
59. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de (C) Confortável.
Novo Hamburgo - RS - Agente Social). De acordo com (D) Simpática.
a interpretação do texto, assinale a alternativa correta. (E) Cortês.
(A) O filho chama a narradora de “pãe”, pois ela é mãe 63. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
solteira, ou seja, tem o papel de mãe e pai para o Novo Hamburgo - RS - Agente Social). São acentuadas
menino. graficamente, a partir da mesma regra, todas as palavras
(B) Somente o pai e a mãe conseguem entender o que de qual das alternativas a seguir?
os filhos pequenos querem dizer.
(C) Não compreender exatamente o que as crianças di- (A) Só, já, avó.
zem pode ser algo favorável em algumas situações. (B) Você, bebê, avó.
(D) Quando a mãe levou o filho a um restaurante, eles (C) Amigáveis, heróis, dócil.
encontraram a avó do menino, com a qual ele con- (D) Porém, você, lá.
versou bastante. (E) Dócil, vício, está.
(E) O menino citado no texto tem dificuldades de socia-
lização. 64. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
Novo Hamburgo - RS - Agente Social). A conjunção
60. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de destacada em: “Eu fiquei um pouco assustada e com re-
Novo Hamburgo - RS - Agente Social). Considerando ceio do que viria depois, já dei um riso meio sem graça e
o tema, a estrutura e a linguagem do texto, é possível estava procurando uma desculpa para aquela frase nada
afirmar que ele é acolhedora. Porém, os santos do dialeto me salvaram.”
indica que a oração seguinte apresenta
(A) um relato pessoal, pois a narradora conta com deta-
lhes como foi a infância de seu filho. (A) algo contrário ao esperado para a situação.
(B) um artigo de opinião, visto que o objetivo do texto, (B) uma explicação para o que aconteceu anteriormente.
utilizando-se de uma linguagem muito formal, é (C) uma conclusão para o fato expresso anteriormente.
discutir como os dialetos infantis são cruciais no (D) uma comparação em relação à frase anterior.
processo de socialização das crianças. (E) a condição que potencializou o fato anterior.
(C) um texto instrucional, o qual informa os leitores so-
bre os processos para compreender o que dizem as 65. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
crianças. Novo Hamburgo - RS - Agente Social). Sobre o vocá-
(D) uma crônica, que parte de um tema corriqueiro, as bulo destacado no trecho “Fiquei aliviada com a inter-
primeiras falas de uma criança, para discutir sobre a pretação que ela fez da frase que, para mim, ele tinha di-
complexa tarefa de decifrar o que ela quer dizer. to com muita clareza.”, assinale a alternativa correta.
(E) uma carta aberta, já que o texto propõe uma discus- (A) Tem a função de introduzir uma oração independen-
são sobre um assunto que interessa a todos. te, que tem sentido completo quando isolada.
(B) Faz referência ao termo anterior, “interpretação”,
61. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de tratando-se de um elemento coesivo do texto.
Novo Hamburgo - RS - Agente Social). No contexto (C) Introduz uma oração explicativa.
em que se insere a palavra “dialeto” no texto, é correto (D) Apresenta a conclusão do alívio sentido pela narra-
afirmar que ela significa dora.
(A) conjunto de palavras que são comuns a todos de (E) Poderia ser substituído por “porque”, e o sentido da
uma comunidade. frase seria mantido.
(B) variante linguística que caracteriza as pessoas resi-
dentes em uma região específica.
(C) compilado de vocábulos que caracteriza uma classe
social.
(D) sequência de palavras que diferem completamente
dos vocábulos originais de uma Língua.

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66. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de rimentou, dos quilos de roupas golfadas que nunca preci-
Novo Hamburgo - RS - Agente Social). Em relação à sei lavar dela e dos banhos que são apenas semanais e
classificação morfológica e à função textual dos vocábu- não diários!
los destacados, assinale a alternativa correta. A gente ama os pets como se fossem filhos, eles são
(A) Em “As crianças, antes de desenvolverem 100% da família, aparecem nas fotos de natal, têm seu próprio
dessa habilidade, parece que criam um dialeto.”, a book, dormem na nossa cama, estão sempre do nosso la-
palavra destacada é um adjetivo, pois caracteriza a do, se ficam doentes, a gente sofre, mas mesmo doentes
forma de falar das crianças. não dão o trabalho que uma criança dá!
(B) Em “A senhora começou a puxar assunto com meu Comparar as situações é injusto até com o pet, já
filho [...]”, o termo em destaque é uma conjunção, que ele também não sabe se está preparado para a chega-
já que serve para unir duas orações. da de um mini humano. Só o pet sabe o que é ter seu ra-
(C) Na frase “Ele respondeu com uma de suas frases bo puxado constantemente, ver seu pote de água sendo
prediletas [...]”, a palavra destacada é um advérbio, virado, ver brinquedos espalhados no chão e não poder
visto que caracteriza “frases”. brincar, enfim, aposto que eles também têm suas dúvi-
(D) No trecho “Fiquei aliviada com a interpretação que das!
ela fez da frase [...]”, o termo em destaque é um ad- E sabe quem mais tem dúvida? Quem já é pai e
jetivo que caracteriza momentaneamente a narrado- mãe, pois eles sabem que tudo que funcionou com um
ra. pode não funcionar com o segundo, então bate o pânico
(E) No período “Quem já teve a oportunidade de convi- de novo! Ou seja, nada se compara a ter um filho, nem
ver minimamente com uma criança, sabe que o ter um filho!
processo de aprender a falar pode render boas histó-
Verdade seja dita, nós nunca estamos preparados,
rias.”, o vocábulo é um advérbio que indica uma
contudo damos um jeito. Depois de um dia difícil, segu-
circunstância de lugar.
rar seu filho no colo, ganhar um beijo e um sorriso, faz
você entender todo o resto. Não te faz esquecer, não te
67. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
deixa menos cansado, não faz você levantar e sair can-
Novo Hamburgo - RS - Agente Social). As palavras
tando e dançando como se estivesse em um musical, mas
destacadas no trecho “E engana-se quem acha que o dia-
faz você entender, principalmente se junto você tiver seu
leto de todas as crianças é igual e que, se você entende o
pet pronto para também ganhar e dar carinho para todo
que seu sobrinho ou priminho fala, vai entender todas as
mundo.
crianças.”, poderiam ser substituídas, mantendo o mes-
mo sentido, respectivamente, por Adaptado de: http//www.cronicadodia.com.br/2019/12/cachorrinhos-
quase-humanos-clara-braga.html. Acesso em: 10 dez. 2019.
(A) além disso, porque.
68. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
(B) porém, visto que.
Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). De acordo
(C) assim, embora.
com o texto, é correto afirmar que
(D) embora, caso.
(E) além disso, desde que. (A) animais de estimação e crianças requerem o mesmo
trabalho dos responsáveis.
Cachorrinhos quase humanos (B) ter um filho é uma afronta ao animal de estimação
que chegou primeiro, já que eles perdem o espaço
Clara Braga
para o humano.
Observei que ultimamente o termo “pais de pets” (C) não se pode comparar um filho a um pet, já que os
tem se popularizado e eu acho isso muito legal! Eu animais dão muito mais trabalho.
mesma me considero mãe de pet, tenho uma cadelinha (D) não é possível comparar um filho humano a um pet,
linda, que é uma companheira da família, principalmente já que cada um se comporta de uma maneira e não
do meu filho. há como prever todas as situações que podem ocor-
Mas, uma coisa me preocupou em relação a algu- rer.
mas pessoas com quem conversei nos últimos dias. Não
foi uma ou duas, foram algumas várias pessoas que 69. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
compartilharam do mesmo pensamento. Todas disseram Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). Considerando
que decidiram ter um cachorro ou um gato para ver se a função, a estrutura e a linguagem do texto apresentan-
levavam jeito para serem pais e, então, decidirem se teri- do, é correto afirmar que
am ou não filhos humanos! (A) é um relato, já que a autora conta sua experiência
Lembrei-me do dia que minha cadelinha chegou em com filhos e animais de estimação.
casa: coloquei água, ração, deixei um brinquedinho à (B) é uma crônica, na qual se parte de um tema banal,
disposição e fui trabalhar. Então, lembrei-me de quando ter um pet, para propor uma reflexão sobre o com-
meu filho chegou: choro de 3 em 3 horas, peito rachado portamento dos pais em relação à comparação entre
por causa da amamentação, pacotes e mais pacotes de ter um filho e ter animais de estimação.
fraldas e, para sair de casa, parecia que estávamos de (C) é um artigo de opinião, visto que a função do texto
mudança. Lembrei-me das cólicas que minha cadela é persuadir os leitores a aceitarem que filhos e pets
nunca teve, das febres altas e viroses que ela nunca expe- não devem ser tratados da mesma maneira.

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(D) é uma notícia, com o intuito de informar a popula- (C) Sorriso.
ção sobre uma nova denominação para quem tem (D) Principalmente.
animais de estimação, “pais de pet”.
75. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
70. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). Na frase
Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). A variante “Lembrei-me das cólicas que minha cadela nunca teve”,
linguística empregada na maior parte no texto é o termo em destaque é
(A) formal, pois não há desvios em relação à norma cul- (A) um pronome relativo, pois faz referência ao termo
ta da Língua Portuguesa. antecedente (cólicas), a fim de não o repetir.
(B) informal, pois a linguagem é descontraída, dado que (B) uma conjunção coordenativa, visto que une duas
a autora aborda sua própria experiência de vida. orações que possuem sentido completo separada-
(C) formal, já que há o uso de termos rebuscados e mente.
complexos, que não se aproximam da fala do dia a (C) um pronome indefinido, já que não possui sentido
dia das pessoas. específico.
(D) informal, tendo em vista que se aproxima muito da (D) uma conjunção, já que une as orações, estabelecen-
fala cotidiana da maioria das pessoas. do um sentido específico entre elas.

71. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de 76. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). Assinale a al- Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). Assinale a al-
ternativa que apresenta um vocábulo que NÃO poderia ternativa que apresenta o sentido expresso pela conjun-
substituir corretamente a expressão destacada em “Só o ção destacada em “Verdade seja dita, nós nunca estamos
pet sabe o que é ter seu rabo puxado constantemente”. preparados, contudo damos um jeito.”.
(A) Frequentemente. (A) Concessão.
(B) Ininterruptamente. (B) Explicação.
(C) Fortuitamente. (C) Adversidade.
(D) Amiudadamente. (D) Conclusão.

72. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de 77. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). A frase “Lem- Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). Em qual das
brei-me do dia que minha cadelinha chegou em casa.” alternativas a seguir todas as palavras são acentuadas
poderia ser reescrita, considerando as normas gramati- graficamente considerando a mesma regra?
cais, da seguinte maneira:
(A) Dá, você, também.
(A) Me lembrei do dia em que minha cadelinha chegou
(B) Últimos, cólicas, pânico.
à casa.
(C) Dúvida, cólicas, difícil.
(B) Lembrei do dia que minha cadelinha chegou a casa.
(D) Só, dá, têm.
(C) Lembrei o dia que minha cadelinha chegou à casa.
(D) Lembrei-me do dia em que minha cadelinha chegou
Uma breve história das cadeiras para escritório
a casa.
Com a escalada da Revolução Industrial e a socie-
73. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de dade menos agrária, surgiu nas empresas a necessidade
Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). Assinale a al- de ambientes de trabalho equipados com ferramentas pa-
ternativa que apresenta o motivo pelo qual a vírgula foi ra as novas rotinas nos escritórios. Neste cenário, era
utilizada no trecho “Não te faz esquecer, não te deixa preciso acomodar em cadeiras quem trabalhava por horas
menos cansado...”. sentado. Nasce uma combinação de forma e função em
(A) Isolar uma adjunto adverbial que está no início da prol dos funcionários.
frase. Os historiadores afirmam que a primeira cadeira de
(B) Separar orações coordenadas, ou seja, que não de- escritório pode ser rastreada até Júlio César. O imperador
pendem uma da outra para que tenham sentido romano conduziria negócios oficiais sentado em uma
completo. “cadeira Curule”. Enquanto outros líderes, magistrados e
(C) Marcar a omissão de um termo essencial para o en- sacerdotes também usavam esta cadeira, César finalmen-
tendimento do trecho. te distinguiu sua cadeira levando-a aonde quer que fosse.
(D) Dividir orações subordinadas, isto é, que dependem Sua cadeira de “escritório” dourada o acompanhava em
uma da outra para serem compreendidas. viagens, ao lado de sua coroa e outros objetos de valor.
Ao longo do tempo, a cadeira de escritório passou a
74. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de ter objetivos mais utilitários. No início de 1800, com as
Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). Assinale a al- viagens de trem tornando-se cada vez mais comuns, os
ternativa que apresenta uma palavra que NÃO tenha um vagões foram equipados com as Poltronas Centripetais
dígrafo consonantal, ou seja, duas letras que, juntas, re- de Primavera, projetadas por Thomas E. Warren. Como
presentam um som de consoante. estas viagens eram uma forma das empresas expandirem
(A) Esquecer. seus territórios, o uso de uma cadeira de trabalho ade-
(B) Trabalhar. quada permitia que os funcionários completassem suas
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tarefas administrativas em trânsito. Diante da crescente 79. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca-
importância, a cadeira Centripetal foi equipada com mo- bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati-
las de assento para ajudar a absorver os solavancos das vo). Assinale a alternativa que analisa corretamente o
viagens e permitir que os negócios continuassem nos tri- sentido expresso pelo excerto em destaque em “Como
lhos, no duplo sentido da frase. estas viagens eram uma forma das empresas expan-
Nos anos que antecederam a Revolução Industrial, direm seus territórios [...]”, o uso de uma cadeira de
as cadeiras de escritório passam a ser usadas como fer- trabalho adequada permitia que os funcionários comple-
ramentas de produtividade. Despertou-se o uso conscien- tassem suas tarefas administrativas em trânsito.”.
te dos ambientes de escritório e a necessidade de se tra- (A) Causa.
balhar por mais horas. A cadeira de escritório foi então (B) Consequência.
fundamental para acomodações mais confortáveis, para (C) Comparação.
que os trabalhadores experimentassem menos cansaço ao (D) Condição.
longo do dia.
[…] No entanto, na década de 20, associava-se pre- 80. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca-
guiça ao ato de sentar confortavelmente e era comum ver bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati-
pessoas trabalhando em fábricas usando bancos sem en- vo). No período “Nasce uma combinação de forma e
costo. Reagindo às reclamações de queda de produtivi- função em prol dos funcionários.”, ocorre uma figura de
dade e doença, particularmente entre as mulheres que já linguagem denominada
eram uma presença crescente na força de trabalho, uma
(A) sinestesia.
empresa chamada Tan-Sad lançou uma cadeira giratória
(B) metonímia.
com encosto curvo que poderia ser ajustado à estatura de
(C) metáfora.
cada trabalhador.
(D) antítese.
[…] Nos anos seguintes surgiram muitas outras ca-
deiras emblemáticas e produtos tidos como referência de 81. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca-
design, conforto e imponência, que fazem parte da histó- bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati-
ria e ainda podem ser vistos no portfólio das empresas. vo). Assinale a alternativa que substitui corretamente o
No entanto, é difícil definir uma maneira acordada de conectivo em destaque em “No entanto, na década de
medir o sucesso de uma cadeira. 20, associava-se preguiça ao ato de sentar confortavel-
Cadeiras de escritório são utilizadas para fins pro- mente [...]”.
fissionais e as demandas das empresas devem sim ser
(A) Visto que.
equacionadas levando-se em conta ergonomia, durabili-
(B) Todavia.
dade e design, mas também o peso relevante da relação
(C) Ademais.
custo-benefício dos produtos.
(D) Dessarte.
No terceiro milênio, as cadeiras continuam a evolu-
ir, porém com uma nova característica de serem acessí- 82. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca-
veis aos orçamentos enxutos das organizações. Hoje é bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati-
possível se ter produtos ergonomicamente adequados, vo). Considerando as regras de concordância, em: “Com
com conforto e design, sem necessariamente ter que fa- a escalada da Revolução Industrial e a sociedade menos
zer investimentos como já vistos no rol restrito de produ- agrária, surgiu nas empresas a necessidade de ambientes
tos do passado. de trabalho equipados com ferramentas para as novas ro-
Adaptado de: <https://funcional.com.br/uma-breve-historia-das-cadeiras- tinas nos escritórios.”, o verbo em destaque
para-escritorio/> Acesso em: 30 out. 2019.
(A) deveria estar no plural para concordar com o sujeito
78. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca- “empresas”.
bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati- (B) deveria estar no plural para concordar com o sujeito
vo). Considere o contexto do trecho em destaque e assi- composto “a escalada da Revolução Industrial e a
nale a alternativa em que a reescrita preserva a regência sociedade menos agrária”.
verbal, a correção gramatical e o sentido “[…] (C) está no singular para concordar com o sujeito “a es-
César finalmente distinguiu sua cadeira levando-a calada da Revolução Industrial”.
aonde quer que fosse.”. (D) está no singular para concordar com o núcleo do su-
jeito “necessidade”.
(A) […] em onde quer que visitasse.
(B) […] onde quer que se direcionasse. 83. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca-
bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati-
(C) […] para onde quer que viajasse. vo). Assinale alternativa que substitui adequadamente a
(D) […] naonde quer que chegasse. seguinte expressão em destaque, mantendo o sentido do
texto. “Nasce uma combinação de forma e função em
prol dos funcionários.”
(A) No rol.
(B) A favor.

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(C) Entre.
(D) No trabalho.

84. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca-


bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati-
vo). Assinale a alternativa em que um advérbio é utiliza-
do para intensificar o sentido do termo a que se refere.
(A) “[…] a sociedade menos agrária [...]”. GABARITO OFICIAL
(B) “Hoje é possível se ter produtos ergonomicamente
adequados.” Conferido
(C) “[…] orçamentos enxutos das organizações.”
(D) “[...] associava-se preguiça ao ato de sentar confor- 01-D 15-E 29-B 43-B 57-C 71-C
tavelmente [...]”. 02-E 16-C 30-C 44-E 58-B 72-D

85. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca- 03-A 17-A 31-A 45-A 59-C 73-B
bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati- 04-A 18-B 32-D 46-D 60-D 74-D
vo). Assinale a alternativa em que o uso da vírgula tenha
função diferente da vírgula utilizada em “Ao longo do 05-C 19-D 33-E 47-E 61-E 75-A
tempo, a cadeira de escritório passou a ter objetivos mais 06-C 20-E 34-D 48-A 62-C 76-C
utilitários.”.
07-D 21-E 35-C 49-D 63-B 77-B
(A) “Neste cenário, era preciso acomodar em cadeiras
quem trabalhava por horas sentado.” 08-A 22-C 36-E 50-E 64-A 78-C
(B) “[…] na década de 20, associava-se preguiça ao ato 09-E 23-D 37-B 51-B 65-B 79-A
de sentar confortavelmente [...]”.
(C) “No início de 1800, [...] os vagões foram equipados 10-B 24-A 38-A 52-B 66-D 80-C
com as Poltronas Centripetais de Primavera [...]”. 11-C 25-E 39-C 53-A 67-E 81-B
(D) “Hoje é possível se ter produtos ergonomicamente
adequados, com conforto e design [...]”. 12-B 26-C 40-A 54-B 68-D 82-D
13-B 27-B 41-A 55-C 69-B 83-B
86. (INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Ca-
bo de Santo Agostinho - PE - Auxiliar Administrati- 14-A 28-D 42-D 56-D 70-A 84-A
vo). De acordo com o texto, assinale a alternativa IN-
85-D
CORRETA.
86-D
(A) Os modelos de cadeiras foram sendo adaptados e
modificados para melhor atender a finalidade a que
se prestam.
(B) O texto aborda a transformação de cadeiras sob o
enfoque de uma perspectiva laboral.
(C) Os modelos de cadeiras podem auxiliar que se co-
nheça o contexto histórico-cultural da época em que
elas foram produzidas.
(D) A cadeira sempre esteve associada à concepção de
descanso e lazer, ao longo da história.

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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)

RASCUNHO RASCUNHO

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Raciocínio Lógico e Matemático

RACIOCÍNIO
LÓGICO
E MATEMÁTICO
SUMÁRIO:
Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação, divisão,
potenciação ou radiciação com números racionais, nas suas representações fracionária ou
decimal ............................................................................................................................... 03
Mínimo múltiplo comum, Máximo divisor comum ........................................................... 10
Porcentagem ....................................................................................................................... 32
Razão e proporção .............................................................................................................. 28
Regra de três simples ou composta .................................................................................... 32
Equações do 1º e 2º grau; Sistema de equações do 1º grau ................................................ 35
Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e mas-
sa ........................................................................................................................................ 24
Relação entre grandezas – tabela ou gráfico. Tratamento da informação – média aritmética
simples ............................................................................................................................... 42
Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou
de Tales .............................................................................................................................. 55
Lógica de argumentação, preposições e equivalências lógicas .......................................... 70

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Raciocínio Lógico e Matemático


1. CONJUNTOS NUMÉRICOS Observe na representação geométrica acima, que a
distância do ponto que representa o número “3” à origem
1.1. NÚMEROS INTEIROS
(0), é de três unidades. A mesma que separa o ponto que
a) Introdução representa o número “-3” da origem (0).
No início, o homem só conhecia os números naturais, Assim, o oposto de um número é o próprio, com sinal
representados por {1, 2, 3, 4, ...}. Com a evolução do sis- trocado.
tema de numeração e a introdução, pelos hindus, dos ze-
Módulo ou Valor Absoluto de um número é a dis-
ros, passou-se a indicar os números naturais por {0, 1, 2,
tância do ponto da reta que o representa até o ponto que
3, ...}.
representa o zero (origem).
Entretanto, certas situações não encontravam respos-
Assim, dois números opostos têm o mesmo valor ab-
tas no conjunto dos números naturais. Como, por exem-
soluto, isto é, o mesmo módulo.
plo resolver uma operação “x - y” com “x  y. Para so-
lucionar esses problemas, foi criado o conjunto dos nú- O módulo de um número é indicado por duas barras
meros inteiros relativos representado por: verticais “ ”.
Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} Exemplos:
b) Subconjuntos O módulo de + 3 é 3e indicamos: +3 = 3
O módulo de -5 é 5 e indicamos: -5 = 5
Tal conjunto possui os seguintes subconjuntos:
e) Operações fundamentais com números
Z  = {... –3, -2, -1, 1, 2, 3, Núm. Int. NÃO-NULOS
...}

Z + = {1, 2, 3, 4, 5, ...} Núm. Int. Positivos sem o Zero
➢ADIÇÃO

Z - = {..., -5, -4, -3, -2, -1} Núm. Int. Negativos sem o Zero Adição (operação). soma (resultado)
Z- = {..., -5, -4, -3, -2, -1, Núm. Int. NÃO-POSITIVOS
Relembremos: 4 + 5 = 9
0}
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} Núm. Int. NÃO-NEGATIVOS
4 e 5 são as parcelas; 9 é a soma ou resultado; a ope-
ração realizada denomina-se adição; a adição de dois
c) Representação geométrica números é indicada pelo sinal +.
Podemos representar os números inteiros por pontos Propriedades da Adição
de uma reta conforme a figura seguinte: 1ª) Observe: 4 + 5 = 9 e 4 + 5 = 5 + 4 onde
Números Inteiros Números Inteiros 5+4=9
Não-Positivos Não-Negativos
Você dirá:
a) 4 + 5 e 5 + 4 possuem a mesma soma.
... -3 -2 -1 0 1 2 3 ...
b) A ordem das parcelas não altera a soma.
c) A propriedade que permite comutar (ou trocar, ou
O ZERO NÃO É NEGATIVO NEM POSITIVO, É NEUTRO.
permutar, ou mudar) a ordem das parcelas é a proprie-
dade comutativa.
Observação: A propriedade comutativa da adição representa-se
* Entre dois números inteiros, nem sempre existe um outro por meio da sentença: a + b = b + a e é chamada
número inteiro. (Veja que entre os números inteiros -2 e -1 comutativa da adição.
não existe nenhum número inteiro).
2ª) Consideremos três parcelas 8, 4 e 3, assim indica-
{x x > -2 < -1  Z} das: (8 + 4) + 3. Efetuando-se a adição entre parênteses
obtemos 12; em seguida, adicionando-se 3 a esse resul-
* Todo número natural é também um número inteiro. Di-
zemos, então, que “N está contido em Z”, como mostra o di- tado, encontramos 15.
agrama de Venn abaixo:´ Isto é: (8 + 4) + 3 = 12 + 3 = 15 (soma final)
Agora, observe a soma final conforme esta outra in-
U
dicação:
Z N  Z
N
8 + (4 + 3) = 8 + 7 = 15 (soma final)
Conclusão: Na adição de três parcelas, é indiferente
associarmos as duas primeiras ou as duas últimas parce-
d) Números opostos – Valor absoluto ou módulo las, pois a soma final é sempre a mesma. Essa proprieda-
Os números inteiros que, localizados na reta, distam de de associação chama-se propriedade associativa.
igualmente do zero (0) – origem. São ditos números in- Procure fixar a propriedade associativa da adição
teiros opostos. através desta simbologia.
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(a + b) + c = a + (b + c) = (a + c) + b b) A subtração em N não admite a propriedade comu-
Associativa da Adição tativa, pois: 5 - 3  3 - 5.
c) A subtração em N não possui elemento neutro em
3ª) Baseando-se nos últimos quatro exercícios, você
relação à operação de subtração:
concluirá que existe um número que não modifica a so-
ma, mesmo comutando a ordem das parcelas. Esse nú- 5 – 0 = 5 entretanto 0 – 5  5 Logo: 0 – 5 
mero é o zero. 5-0
Dizemos, então, que essa propriedade é chamada d) A subtração em N não admite a propriedade asso-
propriedade do elemento neutro da adição, que é o ze- ciativa, pois (13 - 3) - 1  13 - (3 - 1).
ro.
A Subtração como operação inversa da Adição
Simbolizamos o elemento neutro da adição escreven-
Consideremos:
do:
6 + 2 = 8 “equivale a” 6 = 8 - 2e
a+0=0+a=a Neutro da Adição
6 + 2 = 8 “equivale a” 2 = 8 - 6
4ª) Mais outra propriedade da adição.
Conclusões:
Leia com atenção.
a) A subtração é inversa da adição.
a) 4 + 5 = 9 (4  N, 5  N e 9  N) b) Uma das parcelas é igual à soma menos a outra.
b) 35 + 115 = 150 (35  N, 115  N e 150  N) Agora, observe esta sentença:
Adicionando-se dois números naturais, a soma é x + b = a ou b + x = a
sempre um número natural.
Suponhamos que a e b são dois números naturais co-
Essa regra de adicionar dois números naturais e obter nhecidos e x também é um número natural, mas desco-
um número também natural chama-se propriedade do nhecido. Calculamos o valor de x com a seguinte equiva-
fechamento. lência:
Simbolicamente, a propriedade do fechamento da a + b = a ou b + x = a → x = a - b
adição é assim:
Técnica operatória da adição
“a  N” e “b  N)” → (a + b)  N = Fechamento
da adição em N Aplicações da técnica operatória da adição
a) Cálculo de x (incógnita ou valor desconhecido)
numa sentença matemática em N.
➢SUBTRAÇÃO
Exemplos:
Subtração (operação), diferença ou resto (resulta-
do). 1) x + 9 = 15 x = 15 - 9 x =6
2) 8 + x = 12 x = 12 - 8 x =4
Relembrar nunca é demais: 7 - 2 = 5
Essa igualdade traduz uma subtração. b) Na resolução de problemas, em N.
Os números 7 e 2 são os termos da diferença 7 - 2; 7 Exemplos:
é o minuendo e 2 é o subtraendo. O valor da diferença 1) Qual o número que adicionado a 6, torna-se igual a
7 - 2 é 5; número este chamado de resto ou excesso de 7 18? Seja x o número procurado. A tradução matemática
sobre 2. de “numero que adicionado a 6, torna-se igual a 18” é a
Analisemos estes outros exemplos: seguinte:
x + 6 = 18 x = 18 - 6 x = 12
1) 8 - 8 = 0 → O minuendo pode ser igual ao sub-
traendo. Empregando a técnica operatória da adição, resulta:
2) 7 - 8 → é impossível em N; é o mesmo que es- x + 6 = 18 x = 18 - 6 x = 12
crever: 7 – 8  N.
Portanto, o número procurado é 12.
Portanto, o subtraendo deve ser menor ou igual ao Prova: 12 + 6 = 18
minuendo, para que uma subtração se realize em N.
2) Adicionando-se 10 unidades a um número, obte-
Você notou, então, que a subtração nem sempre é mos 21. Qual é esse número?
possível entre dois números naturais. Por isso, é necessá- Seja “x” o número desconhecido. Se 10 unidades de-
rio que numa subtração em N, o minuendo seja maior ou vem ser adicionadas a x a fim de torná-lo igual a 21, en-
igual ao subtraendo. tão:
Verificação de propriedades da subtração Conforme a técnica operatória da adição, obtemos:
a) O conjunto N não é fechado em relação à operação 10 + x = 21 x = 21 - 10 x = 11
de subtração, pois: 3 - 5  N. Prova: 10 + 11 = 21

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Técnica Operatória da Subtração Calcula-se primeiro o produto da operação entre pa-
rênteses, que é 12. O resultado, multiplica-se por 5, re-
Analisando esta equivalência: 6 - 2 = 4
sultando = 60.
Você concluirá: O minuendo é igual ao resto mais o
Observe que o mesmo produto 60 obtém-se com este
subtraendo.
outro artifício:
Suponhamos que nesta sentença: x - b = a 3. (4 . 5)
Você conheça os números naturais a e b e deseje sa- Neste caso, multiplica-se 3 pelo resultado da opera-
ber quanto vale x, que é também um número natural, ção entre parênteses, que é 20. Resulta o mesmo valor
mas desconhecido. Como fazer para se determinar o va- 60.
lor de x ?
Essa regra de associar fatores entre parênteses cha-
Observe: x - b = a x = a+b ma-se propriedade associativa da multiplicação.
Completada essa equivalência, você nota que ela é Simbolicamente:
verdadeira em N, mediante a condição: x  b
(a . b) . c = a . (b . c) = (a . c) . b
➢MULTIPLICAÇÃO Associativa da Multiplicação
Multiplicação (operação), produto (resultado). c) A propriedade comutativa permite seja escrito:
Observe estas igualdades: 1 . x = x ou x . 1 = x
3 + 3 = 6 É fácil perceber que qualquer que seja o número co-
5 + 5 + 5 = 15 locado no lugar do x terá como produto o próprio x ou
2 + 2 + 2 + 2 = 8 seja:
Elas significam que os números 6, 15 e 8 podem ser O número 1 é o elemento neutro da multiplicação.
decompostos em somas de parcelas iguais.
Simbolizamos a propriedade do elemento neutro da
Na expressão: 3 + 3 há duas parcelas iguais. Este multiplicação, escrevendo:
número está repetido duas vezes como parcela. Dizemos
que o número 3 está multiplicado por 2 e podemos es- 1 . a = a . 1 = a  Neutro da multiplicação
crever: d) Um armário tem 3 prateleiras. Em cada prateleira,
3 + 3 = 3 x 2 (ou 3 . 2) = 6 foram colocadas 4 garrafas e 2 copos. Quantos objetos
foram colocados ao todo? Problema simples, mas que
Na expressão 5 + 5 + 5 há três parcelas iguais. O nú- revela uma propriedade importante. Você vai notá-la
mero 5 está escrito três vezes, como parcela. Dizemos através das soluções desse problema.
que este número está multiplicado por 3 e podemos es-
crever: 1ª) solução : o número de objetos colocados em cada
prateleira é: 4 + 2
5 + 5 + 5 = 5 x 3 (ou 5 . 3) = 15
Portanto, o número total dos objetos colocados nas
Conclusão: Multiplicação é a adição de parcelas prateleiras é (4 + 2) . 3
iguais, onde
Efetuando as operações, com prioridade para adição,
 o produto é o resultado da operação multiplicação; resulta:
 fatores são números que participam da operação.
(4 + 2) . 3 = 6 . 3 = 18 (objetos)
a . b=c a, b → fatores
A expressão (4 + 2) . 3 traduz realmente o que acon-
c → produto
teceu pois foram colocados (4 + 2) objetos por 3 vezes.
De modo mais amplo, podemos exprimir:
2ª) solução: foram colocados nas três prateleiras:
a + a = a x 2 ou a . 2 ou, simplesmente, 2a
4 . 3 garrafas e 2 . 3 copos
b + b + b = b x 3 ou b . 3 ou, simplesmente, 3b
y + y + y + y = y x 4 ou y . 4 ou, simplesmente, Logo, o número total desses objetos é dado pelo va-
4y lor da expressão 4 . 3 + 2 . 3
Propriedades Efetuando as operações em prioridade para a multi-
plicação resulta:
a) A propriedade que permite comutar (ou trocar, ou
mudar) a ordem dos fatores é a propriedade comutativa 4 . 3 + 2 . 3 = 12 + 6 = 18 (objetos)
que, no caso da multiplicação, simbolizamos assim:
Então, podemos escrever:
a . b = b . a  Comutativa da Multiplicação
(4 + 2) . 3 = 3 . 4 + 3 . 2 ou 3 . (4 + 2) = 4 . 3 + 2 .
b) Para calcular 3 . 4 . 5 pode-se usar o seguinte arti-
3
fício:
Conclusão: Essas igualdades e quaisquer outras do
(3 . 4) . 5
mesmo tipo (produto de uma soma por um número ou
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produto de um número por uma soma) traduzem a cha- Verificamos, então, que a divisão exata só possui
mada propriedade distributiva da multiplicação com uma propriedade!
relação à adição.
Observe este exemplo: (10 + 6) : 2 = 16 : 2 = 8
Simbolicamente:
Como você viu, é o cálculo usual com prioridade
a . (b + c) = a . b + a . c OU (b + c) . a = a . b + a para adição.
.c
Calculemos agora deste outro modo: em lugar de efe-
e) Você notou que, multiplicando-se dois números tuarmos a adição entre parênteses, vamos dividir cada
naturais, o produto é sempre um número natural que tra- termo da adição pelo 2 e, em seguida, adicionar os quo-
duz a propriedade do fechamento da multiplicação. cientes obtidos.
Esta propriedade do fechamento da multiplicação, em Observe: (10 + 6) : 2 = 10 : 2 + 6 : 2 = 5 + 3 = 8
N, é simbolizada por meio desta implicação:
O quociente não sofreu alteração alguma. Permane-
a  N e b  N (a . b)  N ceu o mesmo 8.
➢DIVISÃO Vejamos quando aparecer uma subtração entre parên-
teses:
Divisão (operação), Quociente (resultado).
(10 - 6) : 2 = 10 : 2 - 6 : 2 = 5 - 3 = 2
1) A divisão exata (10 - 6) : 2 = 4 : 2 = 2
Observe: 8 : 4 = 2 (divisão exata) Também não sofreu alteração alguma o quociente,
8 4 conforme a ordem em que foi calculado. O que verifica-
mos em:
0 2
(10 + 6) : 2 = 10 : 2 + 6 : 2
onde, (10 - 6) : 2 = 10 : 2 = 10 : 2 - 6 : 2
8 é o dividendo D; 4 é o divisor d; é a propriedade distributiva da divisão exata váli-
2 é o quociente q; 0 é o resto r. da somente à direita, com relação às operações adição e
subtração.
Se 8 : 4 = 2 então 2.4=8 isto é:
Simbolicamente:
8 4
0 2 (a + b) : c = a : c + b : c E (a - b) : c = a : c - b :
c
Prova: 2 . 4 + 0 = 8 Observação: Um dos mandamento da Matemática é:
De um modo geral, é válida para a divisão exata, a Jamais dividirás por zero
seguinte equivalência:
D:d=q → d.q=D Isto significa que, numa divisão, o divisor tem que
ser um número sempre diferente de zero.
D é o dividendo; d é o divisor; q é o quociente e o
resto é subentendido “igual a zero”. 2) A divisão não-exata
Verificação de Propriedade da Divisão Exata Consideremos este exemplo:
a) Na divisão em N não vale o fechamento, pois 9 4 9 é o dividendo;
1 2 4 é o divisor;
5:3  N 2 é o quociente; e
b) O conjunto N não tem elemento neutro em relação 1 é o resto.
à divisão, pois
Tirando a prova desta divisão, obtemos: 9 = 4 . 2
5:1 = 5 + 1
entretanto 1 : 5  N Logo: 5 : 1  1 : 5 Isto é: dividendo = divisor . quociente + resto
c) A divisão em N não goza da propriedade comuta- De um modo geral: D = d . q + r
tiva, pois
15 : 5  5 : 15 A divisão como operação inversa da multiplicação

d) A divisão em N não goza da propriedade associa- Atente para esta equivalência:


tiva, pois 4 = 8 : 2 4.2 = 8 e 2 =
(12 : 6) : 2 = 1 8:4
12 : (6 : 2) = 4 Você dirá:
Logo: (12 : 6) : 2  12 : (6 : 2) a) A divisão exata é inversa da multiplicação.

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b) Um dos fatores é igual ao produto dividido pelo suponha que você conheça os números naturais a e b
outro fator. e queira saber qual é o valor de x, também um número
natural, mas desconhecido.
Técnica operatória da multiplicação
x:a = b x = a.b e a : x = bx = a : b
Suponhamos que nesta sentença:
Exemplos:
a . x = b ou x . a = b
a) x : 4 = 3 x=4.3 x = 12
as letras a e b representam números naturais e x tam-
b) 6 : x = 2 x=6:2 x= 3
bém seja um número natural, mas desconhecido.
f) Cálculo com operações especiais
De que modo você calcula o valor de x?
POTÊNCIA
Mostre: a . x = b ou x . a = b onde x =
b:a Potenciação (operação); potência (resultado)
Nota: A letra a nessa equivalência não pode represen- Considere estes fatores iguais: 4 . 4 . 4
tar o número zero.
Aí está um exemplo de potenciação. Entretanto, em
Aplicações da técnica operatória da multiplicação vez de 4 . 4 . 4 escrevemos: 4³, isto é:
a) Cálculo de x (incógnita ou valor desconhecido) 4 . 4 . 4 = 4³ (potência)
numa sentença matemática em N.
Potenciação é uma multiplicação de fatores iguais.
Exemplos:
1) 3x = 12 x = 12 : 3 x = 4 Logo:
2) x . 4 = 20 x = 20 : 4 x = 5 Base é o fator que se repete na multiplicação.
b) Na resolução de problemas em N. Expoente é o número que indica quantas vezes a ba-
se deve ser multiplicada por si mesma.
Exemplo: O dobro de um número é igual a 14. Qual é O expoente indica também o grau da potência.
esse número?
No exemplo anterior, a base é 4, o expoente é 3 e o
Seja x o número procurado; 2x é o seu dobro. A tra- resultado 64 é a potência.
dução matemática do enunciado do problema é: Portanto, a potenciação pode vir expressa sob a for-
2x = 14 ma de multiplicação (4 . 4 . 4) ou sob a forma de potên-
cia (4³).
Empregando-se a técnica operatória da multiplicação:
Leitura de uma potência
2x = 14 x = 14 : 2 x = 7
5² – lê-se: “cinco ao quadrado” ou “cinco à segunda
Portanto, o número procurado é 7. potência”
Prova: 2 . 7 = 14 5² = 5 . 5 = 25
2³ – lê-se: “dois ao cubo” ou “dois à terceira potên-
Anote para empregar na resolução de problema:
cia”
2x → 2x é o dobro de x 2³ = 2 . 2 . 2 = 8
3x → 3x é o triplo de x 4
4x → 4x é o quádruplo de x 3 – lê-se: “três à quarta potência”
5x → 5x é o quíntuplo de x 3 4 = 3 . 3 . 3 . 3 = 81
e assim por diante.
7 5 – lê-se: “sete à quinta potência”
Técnica operatória da divisão exata 7 5 = 7 . 7 . 7 . 7 . 7 = 16.807
Analisando esta equivalência: De um modo geral:
8 : 2 = 4 8 = 4 . 22 = 8 : 4
a n = a . a . a . a . a . a . a . ... (n fatores iguais a a)
Você dirá:
Ex.:
a) O dividendo é o quociente multiplicado pelo divi-
sor. 810 = 8 . 8 . 8 . 8 . 8 . 8 . 8 . 8 . 8 . 8 = 10 fatores
b) O divisor é igual ao dividendo dividido pelo quo- iguais a 8
ciente. Propriedades da Potenciação
Nestas sentenças: Veja as potências seguintes e suas respectivas
x : a = b com a  0 propriedades:
a : x = b com x  0

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Raciocínio Lógico e Matemático


Potências de base 1 são iguais a 1. Isto é: Portanto:

1n = 1 (8 : 2) 4 = 8 4 : 24 8 4 : 24 = (8 : 2) 4
1 10 = 1 17 = 1 12 = 1 A potenciação possui a propriedade distributiva em
Potências de bases zero são iguais a 0. Isto relação à divisão. Isto é:
é:
(a : b) n = a n : b n a n : b n = (a : b) h com b  0
0 n
= 0 com “n”  0
4
0 = 0 0³ = 0 0² = 0 Para elevar um quociente a uma potência, eleva-se
Potências com base diferente de zero ele- tanto o dividendo como o divisor a essa potência.
vada ao expoente zero são sempre iguais a 1. Técnicas Operatórias da Potenciação
a 0
= 1 com a  0 Analise estas multiplicações e seus respectivos resul-
2 0
= 1 3 0
= 1 4 0
= 1 tados sob a forma de potência:

Potência de expoente 1 é a própria base. Isto a) 7 2 . 7 3 = 7 . 7 . 7 . 7 . 7 = 7 5


é:
1
b) 4 . 4 2 . 4 4 = 4 . 4 . 4 . 4 . 4 . 4 . 4 = 4 7
a = a
0 1
= 0 6 1
= 6 10 1 = 10 Note que em b), no primeiro fator 4, o expoente su-
bentendido é 1 e não zero.
Por isso, não se costuma escrever o expoente 1,
que fica subentendido. c) a 4 . a 2 = a . a . a . a . a . a = a 6
Potências de base 10 calcula-se escrevendo 1 Para multiplicar potências com bases iguais repete-se
seguido de tantos zeros quantas forem as unidades a base e adicionam-se os expoentes.
do expoente. Isto é:
Simbolicamente:
10 n = 1 000 000 000 ... n zeros
am . an = am + n → am + n
= am . an
10² = 100 10³ = 1000 10 4 = 10.000
Quanto às propriedades, observe: Técnica do produto de potências de mesma base
 23 = 8 Potência de potência
a)   2³  3²
 3 2 = 9 Observe o que chamamos de potência de potência e
como é feito o seu cálculo:
A potenciação não possui a propriedade comutativa.
a) (3²)4 é uma potência de potência
 3 2 2
 2  = 8 b) (a³)² é também uma potência de potência
( )
= 64 3 2 2
b)    2  ( 2)
3
Calculando:
 32
(2 ) = 2
9
= 512 a) (3²)4 = (3²) . (3²) . (3²) . (3²) = 32+2+2+2 = 32 . 4 =
38
Logo pelo que se pode observar, a potenciação tam-
b) (a³)² = (a³) . (a³) = a3 + 3 = a3 . 2 = a6
bém não possui a propriedade associativa.
Conclusão: Para elevar uma potência a outra potên-
c) (5 . 2)³ = (5 . 2) . (5 . 2) . (5 . 2), e
cia, conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.
(5 . 2) . (5 . 2) . (5 . 2) = (5 . 5 . 5) . (2 . 2 . 2), e
(5 . 5 . 5) . (2 . 2 . 2) = 5³ . 2³ Simbolicamente:
Portanto: (5 . 2)³ = 5³ . 2³ → 5³ . 2³ = (5 . 2)³ (am )n = am . n
am . n = (am )n
Logo, a potenciação possui a propriedade distributiva
em relação à multiplicação. Isto é: Quociente de potências com bases iguais
n n n n n n Aplicando-se a técnica operatória da divisão exata,
(a . b) = a .b a .b = (a . b)
resulta:
45 : 43 = x 43 . x = 45
Para elevar um produto de vários fatores a uma po-
tência, eleva-se cada fator a essa potência. Qual o único valor que podemos admitir para x, de
modo que o resultado seja ? 45
d) (8 : 2)4 = (8 : 2) . (8 : 2) . (8 : 2) . (8 : 2) e
(8 : 2) . (8 : 2) . (8 : 2) . (8 : 2) = Outro não é senão 4², pois, 4³ . 4² = 45
(8 . 8 . 8 . 8) : (2 . 2 . 2 . 2) = 8 : 2
Logo: 4 5 : 43 = 42 43 . 4 2 = 4 5

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O que aconteceu com os expoentes relativos a 4 5 e A leitura de um radical depende do índice e do radi-
cando, como veremos a seguir:
4 em 4 5 : 43?
3

3
Do expoente 5 subtraímos o expoente 3. Isto é: 8 = raiz quadrada de 8. 3 = raiz cúbica de
3.
45 : 43 = 45 - 3
= 42 4 5
2 = raiz quarta de 2. 10 = raiz quinta de
Analise estes outros exemplos: 10.
8 6 8 - 6 2
1) 7 : 7 = 7 = 7 A radiciação é uma operação inversa da potencia.
2) a10 : a4 = a10 - 4
= a6 , com a  0 Portanto, elevando-se um número a uma potência e ex-
traindo-se, em seguida, a raiz dessa potência de índice
Conclusão: Para dividir potências de mesma base, igual ao seu grau deve-se obter o número dado. Assim,
repete-se a base e subtraem-se os expoentes, conforme a
3 3
ordem em que eles aparecem. 52 = 5, 18 3 = 18, 2 3 = 2,
Simbolicamente: etc...
Raiz quadrada de números inteiros
am : an = am - n
am - n
= am : an
A raiz quadrada de número inteiro é outro número
que, elevado ao quadrado, reproduz o número dado. As-
com a  0 e “m” e “n”  N sim,
Potência de um Número Decimal 16 =  4, porque (+4)² = 16 e (-4)² = 16
Para se elevar um número decimal, a uma potência, 64 =  8, porque (+8)² = 64 e (-8)² = 64
calcula-se a potência do número sem a vírgula, isto é,
como se fosse inteiro e, a seguir, separa-se do resultado Observação: Na maioria dos casos de raiz quadrada
um número de casas decimais igual ao produto do núme- de números inteiros, usamos somente o valor positivo,
ro de casas decimais pelo expoente da potência. como nos exemplos que citaremos em seguida.
Assim, o cubo do número decimal 2,12 é dado da se- A raiz quadrada de números formados de 1 e 2 alga-
guinte maneira: rismos apenas, sendo quadrados perfeitos, se extrai men-
talmente.
212 3 = 9.528.128 portanto:
Um número inteiro é quadrado perfeito quando ele
2,12³ = 9,528128, pois 2,12³ = 2,12 x 2,12 x é igual ao quadrado de outro inteiro.
2,12 que é o produto com 6 casas decimais (2 x 3).
Vejamos:
Exemplos:
36 é quadrado perfeito porque é quadrado de 6.
(3,1)4 = (31/10)4 (-1,02)3 = (-102/100)3 49 é quadrado perfeito porque é quadrado de 7.
(5,3)6 = (53/10)6 (4,25)7 =
(425/100)7 Em seguida, veremos a relação de quadrados perfei-
(-2,05) = (-205/100)2
2
(3,40) 5
= tos de 1 até 100 e suas respectivas raízes.
(340/100)5
(2,3) 9
= (23/10)9 (7,9)10 = (79/10)10 1=1 4 = 2 9 = 3
(0,12) = (12/100)6 (0,5)12 = (5/10)12 16 = 4
(0,01)3 = (1/100)3 (0,001)5 =
(1/1000)5 25 = 5 36 = 6 49 = 7

RADICIAÇÃO 64 = 8

É a operação que tem por fim, dada uma potência de 81 = 9 100 = 10


um número e o seu grau, determinar esse número. Todo número terminado em 2, 3, 7, 8 ou em núme-
ro ímpar de zeros não pode ser quadrado perfeito e sua
O sinal de radiciação é , que se chama radical.
raiz é um número irracional.
O número em cima do sinal à esquerda chama-se ín- Com efeito, pela relação apresentada, vimos que os
dice do radical e indica o grau da raiz e o número colo- quadrados dos nove primeiros números terminam em: 1,
cado sob o radical, chama-se radicando ou número sub- 4, 5, 6 ou 9.
radical.
Como o quadrado de um número qualquer termina
No exemplo 3 8 , o índice da raiz é o 3 e o radicando sempre pelo algarismo das unidades do quadrado do al-
é o 8. garismo de suas unidades simples, concluímos que só
podem ser quadrados perfeitos os números terminados
O índice 2 não se escreve, subentende-se. em 1, 4, 5, 6, 9 ou em número par de zeros.
Assim: 5 indica a raiz quadrada de 5.

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Raiz Quadrada de Frações Ordinárias 6 : 6 = 1 → 6 é divisor de 6
Para se extrair a raiz quadrada de uma fração ordiná- 1 é o menor divisor de qualquer número.
ria extraem-se as raízes quadradas dos dois termos de Todo número diferente de zero é divisor de si
fração, aplicando-se a mesma regra dos números inteiros. mesmo.
O conjunto dos divisores de um número diferente
Assim,
de zero é finito.
36 36 6 256 256 16 Critérios de Divisibilidade
= = = =
49 49 7 625 625 25
Observe esta equivalência:
Como vimos, extraímos a raiz quadrada do numera- é divisível por
dor e a do denominador da fração.
é divisor de
20 : 5 = 4
 20 : 4 = 5
5 . 4 = 20
 MÚLTIPLOS E DIVISORES
é divisor de é divisível por
1) Múltiplo de um número natural
No sistema decimal de numeração, utilizamos regras
é m últiplo de
especiais para saber se um número é ou não divisível por
outro, sem fazer a divisão.
Analise este esquem a: 20 = 5 . 4
Assim, um número é divisível por
é m últiplo de
2 Quando for par, isto é, quando terminar em 0, 2, 4, 6 e 8.
Quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos for
Obtêm-se os múltiplos de um número multiplicando- 3 divisível por 3.
o por qualquer número natural. * 126 é divisível por 3, pois 1 + 2 + 6 = 9 e 9 : 3 = 3
Quando os dois últimos algarismos forem 00 ou formarem um
Exemplo: Seja M 5 ou M(5) o conjunto dos múltiplos número divisível por 4.
do número 5. Veja como se obtêm os múltiplos de 5: 4 • 500 é divisível por 4. Os dois últimos algarismos são 00.
•232 é divisível por 4. Os dois últimos algarismos formam o
5.0=0 → 0 é múltiplo de 5 número 32, que é divisível por 4.
5.1=5 → 5 é múltiplo de 5 Quando o algarismo das unidades for 0 ou 5, isto é, quando
5 terminar em 0 ou 5.
5 . 2 = 10 → 10 é múltiplo de 5 Quando for divisível por 2 e por 3, ao mesmo tempo.
......................................................... 6 •108 é divisível por 2, pois é par; e também por 3, pois 1 + 0 +
M 5 = {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, ...} 8 = 9 e 9 é divisível por 3. Portanto, 108 é divisível por 6.
Quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos for
Não se Esqueça: 9 divisível por 9.
• 207 é divisível por 9, pois 2 + 0 + 7 = 9 e 9 : 9 = 1
a) Zero é múltiplo de qualquer número. Quando o algarismo das unidades for 0, isto é, quando terminar
10 em 0.
b) Todo número é múltiplo de si mesmo.
c) Todo número múltiplo de 2 é também chamando
número par. E quando você quiser saber se um número é divisível
d) Todo número não múltiplo de 2 é também cha- por outro, cuja regra não conste nessa tabela, faça dire-
mado número ímpar. tamente a divisão.
e) O conjunto dos múltiplos de um número diferente NÚMEROS PRIMOS E NÚMEROS COM-
de zero é infinito. POSTOS
2) Divisores de um número natural Vejamos o conjunto N* = {1, 2, 3, 4, ...} sob este as-
Considere este outro esquema: pecto:
é divisor de 1 é divisível por 1
2 é divisível por 1 e 2
3 = 21 : 7 3 é divisível por 1 e 3
7 = 21 : 3
4 é divisível por 1, 2 e 4
é divisor de
5 é divisível por 1 e 5
6 é divisível por 1, 2, 3 e 6
Divisores de um número são todos aqueles que o di- 7 é divisível por 1 e 7
videm exatamente. 8 é divisível por 1, 2, 4 e 8

Exemplo: Seja D 6 ou D(6) o conjunto dos divisores a) Existem números somente divisíveis por 1 e por si
mesmo. São os números primos: 2, 3, 5, 7, 11, ...
do número 6. Veja como se obtêm os divisores de 6: b) Existem, também, aqueles que admitem outros di-
6 : 1 = 6 → 1 é divisor de 6 visores além dos próprios e da unidade (1). São os núme-
6 : 2 = 3 → 2 é divisor de 6 D 6 = {1, 2, 3, 6}
ros compostos: 4, 6, 8, 9, 10, ...
6 : 3 = 2 → 3 é divisor de 6

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Conclusões: Processos para determinar o m.m.c
a) Número primo é o número (diferente de 1) que m.m.c. (4, 6, 8) = ? ou 4M6M8 = ?
possui somente dois divisores: 1 e ele próprio. a) Por intersecção (U = N*):
b) Número composto é aquele que possui mais de
M4 = {4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32, ...}
dois divisores.
M6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, ...}
Não se esqueça: M8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, ...}
a) 1 não é primo, pois D1 = {1}, nem é composto. M4  M6  M8 = {24, ...}
b) 2 é o único número par que é primo, pois D 2 {1, m.m.c. de dois ou mais números é o menor valor da
2}. intersecção dos conjuntos dos múltiplos desses números.
c) Qualquer outro número par não é primo. Portanto: m.m.c. (4, 6, 8) = 24 ou 4 M 6 M 8 = 24
Reconhecimento de um número primo b) Por decomposição em fatores primos (fatoração
Já sabemos que {... 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, completa):
...} são primos. 4 2 6 2
Para saber se um número é primo ou não, divide-se o 2 2  22 3 3  2 . 3
número dado, sucessivamente pelos números primos 2,
3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, ..., até se encontrar um quociente 1 1
menor ou igual ao divisor. Se nenhuma dessas divisões
for exata, então, o número dado é primo. 8 2
4 2  2³
Veja como exemplo o número 257. 2 2
257 7 257 11 257 13 257 17
47 36 37 23 127 19 87 15 m.m.c de dois ou mais números é o produto dos fato-
res primos comuns e não-comuns, cada um deles tomado
5 4 10 2
com o seu maior expoente.

Portanto, o número 257 é primo. Encontramos um Portanto: 4 = 2² 6=2.3 8 =


quociente menor que o divisor e a divisão não é exata. 2³

Verifiquemos agora, se 289 é primo. m.m.c (4, 6, 8) = 2³ . 3 = 8 . 3 = 24

289 não é divisível por 2, 3, 4, 5, 6 (critérios de divi- c) Pelo processo tradicional:


sibilidade); mas 4 6 8 2
289 7 289 11 289 13 289 17 2 3 4 2
1 3 2 2 m .m .c (4, 6, 8) = 24
9 41 69 26 29 22 119 17 1 3 1 3
2 3 3 0 1 1 1 2 . 2 . 2 . 3 = 24

MÁXIMO DIVISOR COMUM – MDC


O número 289 não é primo porque a divisão é exata.
Maximização (operação), Maior Divisor Comum
Quando dois ou mais números só admitem como di- (resultado)
visor comum o número um (1), são chamados de primos
Maximização é a operação que associa a dois núme-
entre si.
ros naturais o maior divisor comum, cuja abreviatura é
Exemplos: m.d.c.
a) 5 e 6 têm como único divisor comum o 1. Portan- m.d.c (12, 18) = ? ou 12 D 18 = ?
to, 5 e 6 são primos entre si. a) Por intersecção (U = N*):
b) 7, 8 e 10 são primos entre si, porque o único divi-
sor comum é o 1. D12 = {1, 2, 3, 4, 6, 12} D18 = {1, 2, 3, 6, 9,
18}
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM – MMC D12  D18 = {1, 2, 3, 6}
Minimação (operação), Menor Múltiplo Comum O m.d.c de dois ou mais números é o maior valor da
(resultado) intersecção dos conjuntos dos divisores desses números.
Minimação é a operação que associa a dois números Portanto, m.d.c. (12, 18) = 6 ou 12 D 18 = 6
naturais o seu menor múltiplo, comum, cuja abreviatura
é m.m.c., excluído o zero. b) Por decomposição em fatores primos ou fatoração
completa:
m.d.c. (90, 84, 24) = ?

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90 2 84 2 42 : 14 = 3 e 42 : 21 = 2
45 3 42 2 g) Expressão numérica
15 3 21 3 É um conjunto de operações indicadas por números.
Toda expressão numérica corresponde a um número que
5 5 7 7
se obtém realizando as operações indicadas. Essas ope-
1 1 rações devem ser efetuadas segundo uma ordem rigoro-
24 2 sa para não oferecer confusões.
12 2
Vamos fazer este acordo e respeitá-lo:
Nossa pontuação Nossas Operações
6 2
( ) Parênteses - Adição e Subtração
3 3
[ ] Colchetes - Multiplicação e Divisão
1 { } Chaves - Potenciação e Radicia-
ção
m.d.c. de dois ou mais números é o produto dos fato-
res primos comuns, cada um deles tomado com o seu Na solução de uma expressão numérica a ordem será:
menor expoente. Em relação à pontuação, resolvem-se primeira-
Portanto: mente os parênteses, depois os colchetes e finalmente as
90 = 2 . 3² . 5 chaves.
84 = 2² . 3 . 7 Em relação às operações, resolvem-se primeiro as
24 = 2² . 3 potências e raízes, depois multiplicações e divisões e fi-
nalmente as adições e subtrações.
m.d.c. (90, 84, 24) =2.3=6
Exemplo:
c) Pelas divisões sucessivas:
m.d.c (72, 42) = ?   2
( 2 5
) 6
35 + 2  18 + 15 - 3  2 + 10 - 8  2 + 0 - 9 + 1 =  
1 1 2 2 quocient 
= 35 + 2   18 + 15 - 3  4 + 10 - 4
( )2 + 0 - 3 + 1 =
e
   
  
72 42 30 12 6 divisores
= 35 + 2  18 + 15 - 12 + 6 2 - 3 + 1 =
m.d.c.: divide-se o maior pelo menor. Depois, divide-
se o menor pelo resto da divisão entre o maior e o me-    
= 35 + 2  18 + 3 + 36 - 3 + 1 =
= 35 + 2  18 + 39 - 3 + 1 =
nor. A seguir, divide-se o 1º resto pelo 2º resto e assim
sucessivamente, até surgir resto zero. O último divisor é
o m.d.c. = 35 + 2  54 + 1 =
= 35 + 108 + 1 =
Portanto o m.d.c. (72, 42) = 6
= 144
Emprego da Prática do M.M.C
1.2. NÚMEROS RACIONAIS
1. Digamos que no Brasil o Presidente deva perma-
necer 4 anos em seu cargo, os Senadores, 6 anos e os a) Introdução
Deputados, 3 anos. Com as eleições havidas em 2002 pa-
ra os três cargos, em que ano se realizarão novamente e Os números inteiros surgiram para solucionar pro-
simultaneamente as eleições para esses cargos? blemas dos números naturais porém, os números inteiros
também têm suas limitações como, por exemplo, uma
Resolução: Calculando o M.M.C de 4, 6 e 3 = 12, en-
divisão “x : y” onde “x  y”. Daí o homem descobriu
contramos o número de anos necessários para que
que podia fracionar os números criando, assim, os núme-
ocorram novas eleições conjuntas. Se as últimas foram
ros racionais representado pela letra Q (inicial da palavra
realizadas em 2002, as eleições seguintes serão efetuadas
quociente), onde:
em: 2002 + 12 = 2014.

Z com b  0 
2. Duas rodas de uma engrenagem têm 14 e 21 den- a
x x = ; a e b 
tes, respectivamente. Cada roda tem um dente estragado.  b 
Se, em um dado instante, estão em contato os dois dentes
estragados, depois de quantas voltas se repete novamente A formulação indica que número racional é todo
este encontro: aquele que pode ser escrito na forma de fração, com nu-
Resolução: Calcula-se o M.M.C. de 14 e 21 = 42, que merador inteiro e denominador inteiro e diferente de ze-
é o número de dentes que deverá passar pelo ponto de ro.
origem para que se repita o encontro.
Dividindo-se 42 por 14 e 21, encontraremos, respec-
tivamente, o número de voltas que a roda menor e a mai-
or deverão dar, logo:

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b) Representação Geométrica Exemplo:
Podemos representar os números racionais numa reta 1
0,125 (decimal exata) =
marcando os pontos relativos ao seu valor, tendo como 8
origem sempre o número “0”, conforme a figura 25
abaixo: 2,7777777... (decimal periódica) =
9
1 3
− Quaisquer que sejam dois números racionais,
-3 -2 -1 2 0 4 1 2 2,7 3
sempre vai existir um outro número racional entre eles.
-2,75 -1,3 0,5 1,25
Essa propriedade é conhecida como densidade dos nú-
meros racionais e, por isso, dizemos que o conjunto dos
Lembre-se: números racionais é denso. Observe:
* Um número racional representado na reta é maior 1 3 4 1
 +  ÷ 2 = ÷ 2 =1÷ 2 = ÷ 2 = 0,25 ...
que qualquer outro número racional localizado à sua es- 4 4 4 2
querda. Na representação acima, -1,3  -3.
d) Operações fundamentais com números racio-
* O local de colocação do sinal indicando número nais
racional negativo antes da fração, não altera seu resulta-
Chamamos de fração a uma ou mais das partes
do. Assim,
iguais em que se divide a unidade. As frações podem ser
x -x x ordinárias e decimais.
= - da mesma forma, As “Frações Ordinárias” possuem denominador di-
−y y y ferente de 10 ou potência de 10 e as decimais iguais a 10
+x x x -x x ou potência de 10.
= + = e =
+y y y -y y O Numerador e o Denominador são os termos da fra-
ção e escreve-se o primeiro sobre o segundo, separados
*Assim como todo número natural é um número in- por um traço horizontal (traço de fração).
teiro, todo número inteiro é também um número racio-
nal. Dizemos, então, que Z é subconjunto de Q, isto é, O denominador indica em quantas partes foi dividida
que Z está contido em Q. Vejamos: a unidade; o numerador indica que quantidades dessas
partes foram tomadas.
Q
Na fração 3/5, temos: 1 unidade que foi dividida em
N N  Z  Q 5 partes, das quais foram tomadas 3 partes.
Z
Fração Própria é aquela cujo numerador é menor
que o denominador.
*O conjunto dos números racionais possui também as 3 2 9
Exemplos: , ,
seguintes notações: 4 5 100
Fração Imprópria é aquela cujo numerador é maior
, , , e
que o denominador. É imprópria porque representa intei-
ros e frações.
c) Propriedade dos números racionais
10 8 7
Todo número racional tem uma representação de- Exemplos: , ,
3 5 3
cimal (escrita com o uso da vírgula). Para obtê-la basta
efetuar a divisão. Essa representação pode ter: Número Misto é aquele constituído de um número
* um número finito de casas depois da vírgula. Nes- inteiro e de uma fração.
se caso é chamada decimal exata. 1 3 1
Exemplo: 4 , 7 , 4
5 3 4 9
= 0,625 (representação exata)
8
Observações: Todo número pode ser transformado
*um número infinito de casas depois da vírgula e numa fração imprópria, obedecendo à seguinte regra:
que se repetem periodicamente. Nesse caso temos a dí- multiplica-se a parte inteira pelo denominador e soma-se
zima periódica. com o numerador.
2 1 16
= 0,222... Exemplo: 5 = pois (5 x 3 + 1 = 16)
9 3 3

Todo número que tem uma representação decimal e) Operações com frações ordinárias
exata ou uma representação decimal infinita e periódica Adição:
é um número racional e, portanto, possui uma represen-
tação fracionária chamada geratriz da decimal. 1º caso: as frações têm o mesmo denominador.

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Neste caso, somam-se os numeradores e conserva-se - resolvendo o numerador da expressão, temos:
o denominador.
1 2 1 4 3 + 4 4
+ - x = -
1 3 5 9 1 2 3 5 5 6 25
Exemplo: + + = = 1
8 8 8 8 8 7 4 175 - 24 151
- = =
2º caso: as frações têm denominadores diferentes. 6 25 150 150
Neste caso, reduzem-se as frações ao mesmo deno- - resolvendo o denominador da expressão, temos:
minador e aplica-se a regra do 1º caso.
1 7 5 1 35 1 27 27
Neste caso, reduzem-se as frações ao mesmo deno- : x = : = x =
minador e aplica-se a regra do 1º caso. 7 9 3 7 27 7 35 245

1 5 3 Consequentemente:
+ +
2 8 4 151
Reduzindo-se ao mesmo denominador, temos o 150 = 151 x 245 = 36.995
M.M.C (2, 8, 4) = 8 27 150 27 4.050
245
4 5 6 15 7
+ + = = 1
8 8 8 8 8 g) Fração de fração
Subtração Para calcular-se uma fração de fração, basta multipli-
car a primeira pela segunda. A preposição “de” entre du-
1º caso: as frações têm o mesmo denominador. Sub- as frações indica que a primeira deve ser multiplicada
traem-se os numeradores e conserva-se o denominador pela segunda.
comum.
2 1 2 1 2 1
17 13 1 17 - 13 - 1 3 Exemplo: de = x = =
Exemplo: - - = = 3 4 3 4 12 6
22 22 22 22 22
h) Os números decimais
2º caso: as frações têm denominadores diferentes.
Neste caso, reduzem-se as frações ao mesmo deno- Os números decimais têm origem nas frações deci-
minador e aplica-se a regra do 1º caso. mais. Por exemplo, a fração 1/2 equivale à fração 5/10
que equivale ao número decimal 0,5.
7 5 1 42 - 15 - 2 25 1
Exemplo: - - = = =1 Stevin (engenheiro e matemático holandês), em 1585,
4 8 12 24 24 24
ensinou um método para efetuar todas as operações por
Multiplicação meio de inteiros, sem o uso de frações, no qual escrevia
Para a multiplicação de frações, multiplicam-se os os números naturais ordenados em cima de cada alga-
denominadores entre si, bem como os seus numeradores. rismo do numerador indicando a posição ocupada pela
vírgula no numeral decimal. A notação abaixo foi intro-
5 3 2 4 120 12 2
Exemplos: x x x = = = duzida por Stevin e adaptada por John Napier, grande
7 4 3 5 420 42 7 matemático escocês.
Divisão 1437
Para dividirmos uma fração por outra, multiplica-se a = 1,437
1000
primeira fração pela inversa da segunda.
Assim, para representar quantidades inteiras, sob a
3 4 3 7 21 forma decimal, utilizamos os números decimais, que se
Exemplo: : : x =
5 7 5 4 20 caracterizam pela presença de uma vírgula que separa a
parte inteira da parte decimal.
f) Expressões aritméticas fracionárias
Valem, aqui, as mesmas regras aplicadas às expres- INTEIROS , DÉCIMOS CENTÉSIMOS MILÉSIMOS …
sões com números inteiros. Quando houver frações sobre
um traço horizontal e, sob este, houver frações (ou mes- Este método foi aprimorado e em 1617 Napier pro-
mo um número inteiro), efetuam-se as operações sobre o pôs o uso de um ponto ou de uma vírgula para separar a
traço, em seguida, calculam-se as situadas embaixo do parte inteira da parte decimal.
traço; por fim divide-se o resultado das operações acima Leitura de um Número Decimal
do traço pelo resultado das operações indicadas abaixo
Para ler números decimais é necessário primeiramen-
do traço.
te, observar a localização da vírgula que separa a parte
1 2 1 4 inteira da parte decimal.
+ - x
Exemplo: 2 3 5 5 Um número decimal pode ser colocado na forma ge-
1 7 5 nérica:
: x
7 9 3

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Propriedades dos números decimais
DEZENAS UNIDADES DÉCIMOS CENTÉSIMOS MILÉSIMOS
zero à direita não altera o valor – Um número
decimal não se altera quando se acrescenta ou se retira
Por exemplo, o número 30,824, pode ser escrito na forma: um ou mais zeros à direita do último algarismo não nulo
de sua parte decimal. Considerada a propriedade fun-
3 DEZENAS 0 UNIDADES 8 DÉCIMOS 2 CENTÉSIMOS 4 MILÉSIMOS damental. Exemplo:
0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000
Dessa forma, para ler um número decimal, procede- 1,0002 = 1,00020 = 1,000200
mos do seguinte modo: 3,1415926535 = 3,141592653500000000
1º) Leem-se os inteiros; zero à esquerda altera o valor – Um número de-
2º) Lê-se a parte decimal, seguido da palavra: cimal se modifica quando acrescentamos um ou mias ze-
ros à esquerda de sua parte decimal. Exemplo:
décimos: se houver uma casa decimal;
centésimos: se houver duas casas decimais; 0,4; 0,04; 0,004 e 0,0004 são diferente, pois:
milésimos: se houver três casas decimais; 0,4 = quatro décimos;
Vejamos: 0,04 = quatro centésimos
0,004 = quatro milésimos
N.º Lê-se 0,0004 = quatro décimos de milésimos
0,6 Seis décimos
na multiplicação por potência de 10, a vírgula se
0,37 Trinta e sete centésimos desloca para a direita – Para multiplicar um número
0,189 Cento e oitenta e nove milésimos decimal por 10, por 100, por 1000, basta deslocar a vír-
3,7 Três inteiros e sete décimos gula para a direita de acordo com o número de zeros da
13,45 Treze inteiros e quarenta e cinco centésimos potência apresentada. Por exemplo:
130,024 Cento e trinta inteiros e vinte e quatro milésimos 7,4 x 10 = 74
5,0004 Cinco inteiros e quatro milésimos 7,4 x 100 = 740
7,4 x 1000 = 7400
Frações e números decimais
na divisão por potência de 10, a vírgula se deslo-
Dentre todas as frações, existe um tipo especial cujo ca para a esquerda – Para dividir um número decimal
denominador é uma potência de 10. Este tipo é denomi- por 10, 100, 1000, etc, basta deslocar a vírgula para a es-
nado fração decimal. querda de acordo com o número de zeros da potência
apresentada. Por exemplo:
1 3 23
Exemplos de frações decimais, são: , , 247,5 ÷ 10 = 24,75
10 100 100
247,5 ÷ 100 = 2,475
5 1
, , , etc. 247,5 ÷ 1000 = 0,2475
1000 10 3
Operações com números decimais
Toda fração decimal pode ser representada por um
Adição: Escrevem-se os números decimais uns sob
número decimal, isto é, um número que tem uma parte
inteira e uma parte decimal, separados por uma vírgula. os outros, de modo que as vírgulas se correspondam;
somam-se os números, como se fossem inteiros, e colo-
A fração 127/100 pode ser escrita na forma mais ca-se a vírgula na soma, em correspondência com as das
simples, como: parcelas.
127
= 1,27 Exemplo: 12,4 + 0,025 + 22,01 =
100 12,4
onde 1 representa a parte inteira e 27 representa a 0,025 +
22,01
parte decimal, ou seja, 1 inteiro dividido em 27 partes
34,435
iguais. Esta notação subentende que a fração 127/100
pode ser decomposta na seguinte forma: Subtração: Escreve-se o subtraendo sob o minu-
endo de modo que as vírgulas se correspondam. Subtra-
127 100 + 27 100 27
= = + 1 + 0,27 = 1,27 em-se os números como se fossem inteiros e coloca-se a
100 100 100 100 vírgula no resultado em correspondência com os termos:
A fração 8/10 pode ser escrita na forma 0,8, onde 0 é Exemplo: 7,08 - 2,4592 =
a parte inteira e 8 é a parte decimal. Aqui observamos
7,0800
que este número decimal é menor do que 1 porque o
2,4596 -
numerador é menor do que o denominador da fração.
4,6208
Multiplicação: Multiplicam-se números como se
fossem inteiros, separando-se o resultado, a partir da di-

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reita, tantas casas decimais quantos forem os algarismos 5/1000 = 0,005
decimais dos números dados.
Comparação de números decimais
Exemplo: 9,46 x 4,2 =
A comparação de números decimais pode ser feita
9,46 analisando-se as partes inteiras e decimais desses núme-
4,2 x ros. Para isso, faremos uso dos sinais: > (que se lê: mai-
1892 or); < (que se lê: menor) ou = (que se lê: igual).
3784
39,732 Números com partes inteiras diferentes: O maior nú-
mero é aquele que tem a parte inteira maior. Por exem-
Divisão: Reduzem-se o dividendo e o divisor ao plo:
mesmo número de casas decimais, desprezam-se as vír-
gulas de ambos e efetua-se a divisão com se fossem in- 4,1 > 2,76, pois 4 é maior do que 2.
teiros. Obtido o quociente, coloca-se ao mesmo tempo 3,7 < 5,4, pois 3 é menor do que 5.
uma vírgula à sua direita e um zero à direita de cada res- Números com partes inteiras iguais: Igualamos o
to, a fim de continuar a divisão. número de casas decimais acrescentando zeros tantos
Os demais algarismos do quociente serão sempre ob- quantos forem necessários. Após esta operação, teremos
tidos colocando-se um zero à direita de cada resto. dois números com a mesma parte inteira mas com partes
decimais diferentes. Basta comparar estas partes deci-
Exemplo: 5,24 : 0,3 mais para constatar qual é o maior deles. Alguns exem-
524 30 plos, são:
524 17,46 12,4 > 12,31 pois 12,4 = 12,40 e 40 > 31.
140 8,032 < 8,47 pois 8,47 = 8,470 e 032 < 470.
200 4,3 = 4,3 pois 4 = 4 e 3 = 3.
20
Conversão de números decimais em fração ordi-
nária
1.3. NÚMEROS REAIS
Para converter-se um número decimal em fração or-
dinária, basta colocar o número decimal sem a vírgula a) Introdução
para numerador da fração e, para denominador, o núme- Com o avanço da matemática, o homem concluiu que
ro 1 (um) seguido de tantos zeros quantas forem as casas haviam pontos na reta numérica que não correspondiam
decimais. a nenhum número racional.
Exemplo: 6,04 = 604/100 Além disso, embora as quatro operações fundamen-
0,18 = 18/100 tais (adição, subtração, multiplicação e divisão) estives-
1,1112 = 11112/10000 sem definidas nos racionais, não tinham como resolver
2,8 = 28/10 uma equação do tipo “x2 = 2” pois não existe racional
19,15 = 1915/100 a/b tal que
Conversão de fração decimal em número decimal 2
a 
b  = 2
Podemos escrever a fração decimal 1/10 como: 0,1.  
Esta fração é lida “um décimo”. Notamos que a vírgula
separa a parte inteira da parte fracionária: Esses dois fatos, um geométrico, outro algébrico,
motivaram a introdução de um novo conjunto numérico:
parte inteira parte fracionária o conjunto dos números irracionais, símbolo Ir, cuja
0 , 1 representação decimal é não-exata e não-periódica.
Uma outra situação nos mostra que a fração deci- Assim, ao conjunto formado pela união dos números
mal 231/100 pode ser escrita como 2,31, que se lê da racionais com os irracionais, temos um novo conjunto
seguinte maneira: “dois inteiros e trinta e um centé- numérico denominado: conjunto dos números reais re-
simos”. Novamente observamos que a vírgula separa presentado, simbolicamente, por R, onde:
a parte inteira da parte fracionária:
R = Q  Ir
parte inteira parte fracionária
2 , 31 Podemos também indicar por: R = Q  {I r}

b) Representação geométrica
Em geral, transforma-se uma fração decimal em um
número decimal fazendo com que o numerador da fração Com o conjunto dos números reais a reta numérica
tenha o mesmo número de casas decimais que o número ficou totalmente preenchida estabelecendo uma corres-
de zeros do denominador. Na verdade, realiza-se a divi- pondência biunívoca entre os números reais e os pontos
são do numerador pelo denominador. Por exemplo: da reta tornando, assim, a reta uma reta real. Confira:
130/100 = 1,30
(987/1000 = 0,987
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3 *exata ou finita - com um determinado número de
- - 0
2
4
2 casas depois da vírgula.

-2 -1,5 -1 0,5 1 1,5 2


Ex.: 37,05; 0,75; 14,877; etc.
* infinita ou periódica – com casas depois da vír-
Dessa correspondência temos a principal propriedade
gula que formam períodos. São as dízimas periódicas.
dos conjuntos dos números reais:
“A cada ponto da reta corresponde um único número Ex.: 9,635635635... = 9, 635 (período 635)
real e a cada número real corresponde um único ponto *infinita e não-periódica – com infinitas casas de-
da reta”. pois da vírgula sem formar um período lógico. São os
Essa correspondência biunívoca entre elementos de R números irracionais.
e os pontos de r é denominado sistema de coordenadas Observações:
abscissas; a reta r é chamada de reta real ou de eixo dos
números reais, e o ponto “O”, correspondente ao núme- *No conjunto dos números reais todas as operações
ro zero, é a origem desse sistema. são possíveis, exceto a divisão por zero (0) e a raiz de
índice par com radicando negativo.
Portanto, entre dois números reais haverá sempre in-
6
finitos números reais. R → - 3 R
0
c) Propriedade dos números reais
Além da propriedade da reciprocidade na reta real, *O uso dos números reais com infinitas casas de-
vista acima, podemos destacar outras, a observar: pois da vírgula, seja ele racional ou irracional, é apenas
teórico. Na prática, usa-se um certo número de casas
1) Como todo número natural é inteiro, todo número após a vírgula, de acordo com a precisão desejada.
inteiro é racional e todo número racional é real, e como
todo número irracional também é real, então podemos  = 3,14159265 359... → 3,14
estabelecer a seguinte relação entre os conjuntos numéri-
*Para todos os números reais valem as propriedades
cos:
da adição e da multiplicação:
N  Z  Q  R e Ir  R
1) propriedade comutativa da adição:
R = Q  Ir a + b = b + a
2) propriedade comutativa da multiplicação:
O diagrama seguinte ilustra essa relação:
ab = ba
Natural
3) propriedade associativa da adição:
Real
(a + b) + c = a + (b + c)
4) propriedade associativa da multiplicação:
N
(ab)c = a(bc)
R
Z 5) propriedade distributiva:
Q
Ir
a(b + c) = ab + ac
Inteiro Irracional 6) 0 é o elemento neutro da adição:
Racional a + 0 = 0 + a = a

2) Dados dois números reais quaisquer, “x” e “y”, 7) 1 é o elemento neutro da multiplicação:
poderá ocorrer uma e somente uma das relações seguin- a . 1 = 1 . a = a
tes:
d) Intervalo Numérico
x = y  x  y  x  y
Como o conjuntos dos números reais ocupa toda a re-
3) Um número real representado na reta é maior que ta real e como dissemos que entre dois números reais há
qualquer outro localizado à sua esquerda. infinitos números reais, podemos afirmar que o conjunto
x>p dos números reais é um conjunto contínuo.
Desse modo, para determinarmos a posição de um
P número real na reta criou-se uma nova notação para con-
x<p juntos formados por números reais que ou são maiores
ou são menores que um real dado.
4) Todo número real tem uma representação decimal
que pode ser:

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Esses subconjuntos de R são chamados de INTER- Então, como determinar e expressar essa diferença?
VALOS.
•Quando vamos pronunciar uma quantidade qual-
Assim, para “a” e “b” reais com “a < b”, têm-se os quer, usamos o termo NÚMERO.
seguintes subconjuntos de R ou conjuntos dos intervalos •Quando vamos representar essa mesma quantidade,
numéricos: usamos o NUMERAL (ou algarismos)
*intervalo aberto – É o conjunto de todos os números Numeral é, portanto, a representação escrita que in-
reais delimitados por dois pontos extremos da reta. dica os números e sua respectiva quantidade.
{ x  R  a < x < b } = ] a, b [ Assim, nos conjuntos acima temos:
No 1º conjunto: o numeral 4 representando a quan-
a b tidade numérica de elementos da figura.
No 2º conjunto: o numeral 3 representando a quan-
*intervalo fechado – É o conjunto de todos os números
reais de um determinado ponto a outro da reta. tidade numérica de elementos da figura.
No 3º conjunto: o numeral 6 representando a quan-
{ x  R  a  x  b } = [ a, b ] tidade numérica de elementos da figura.
b) Classificação
a b
Os numerais classificam-se em cardinais, ordinais,
*intervalo semiaberto à direita – É o conjunto de todos multiplicativos e fracionários.
os números reais a partir de um determinado ponto até o
extremo de outro à sua direita. a) Cardinal: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ..., 15, ...
20,... 30, ... 40, ... 50, ... 100, ... 500, ... 1.000, ... (um,
{ x  R  a  x < b } = [ a, b [ dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, quin-
ze, vinte, trinta, quarenta, cinquenta, cem, quinhentos,
a b mil, ... etc.).
*intervalo semiaberto à esquerda – É o conjunto de b) Ordinal: 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10º, 11º,
todos os números reais a partir de um determinado ponto 20º, 30º, 40º, 50º, 100º, 1000º... (primeiro, segundo, ter-
até o extremo de outro à sua esquerda. ceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo
primeiro, vigésimo, trigésimo, quadragésimo, quinqua-
{ x  R  a < x  b } = ] a, b ] gésimo, centésimo, milésimo, ..., etc.).
c) Multiplicativo: dobro, triplo (tríplice), cêntuplo,
a b ... etc.
d) Fracionário: meio (metade), terço, quarto, ... etc.
1.4. PROBLEMAS DE CONTAGEM
d) Numeração decimal
a) Introdução
O sistema de numeração adotado no Brasil é o deci-
A ideia de número surgiu da necessidade primitiva de mal.
se estabelecer uma forma de contagem dos objetos.
Princípios
No início, os números eram representados por {1, 2,
3, 4, 5, ...}. Com a evolução do sistema de numeração e a a) é de base dez.
introdução, pelos hidus, dos zeros, passou-se a indicar o b) usa somente os dez numerais indo-arábicos (al-
conjunto dos números por: garismos): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0.
c) obedece ao princípio da posição decimal.
0, 1, 2, 3, 4, 5, ... d) nele, os números são agrupados de dez em dez
sendo que o primeiro agrupamento forma o conjunto das
Essa sequência de números passou a formar o con- dezenas, agrupando-se as dezenas em conjunto de dez,
junto dos números naturais e cada um dos números obtém-se as centenas, e, assim, sucessivamente.
desse conjunto é chamado elemento. Ordem e Classe
Agora observe: Cada algarismo que ocupa um lugar no numeral indi-
ca uma ordem e dez unidades de uma ordem formam
uma unidade de ordem imediatamente superior.
Assim,
* 10 unidades formam uma dezena;
4 3 6 * 10 dezenas formam uma centena;
10 centenas formam um milhar ou uma unidade de mi-
Você percebe que cada conjunto de figuras possui lhar;
quantidades diferentes de elementos. 10 milhares formam uma dezena de milhar
10 dezenas de milhar formam uma centena de milhar;
10 centenas de milhar formam um milhão;

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e assim por diante. O numeral 5:
Cada ordem é composta de unidade, dezena e cente- - representa as unidades simples (valor absoluto = 5)
na, contadas da direita para a esquerda. Observe o núme- - ocupa a 1ª ordem da 1ª classe (valor relativo = 5)
ro 333:
O numeral 8:
3 3 3
- representa as dezenas (valor absoluto = 8)
1ª ordem - u n idades - ocupa a 2ª ordem da 1ª classe (valor relativo = 80)

2ª ordem - dezen as O numeral 4:


- representa as centenas (valor absoluto = 4)
3ª ordem - cen ten as
- ocupa a 3ª ordem da 1ª classe (valor relativo = 400)
A cada agrupamento de três ordens forma-se uma Assim, 485 significa: 4 centenas, 8 dezenas e 5 uni-
classe, conforme a seguinte disposição: dades.
* 1ª classe – unidades simples: Como vimos anteriormente, o primeiro algarismo da
direita de um número chama-se 1ª ordem; o segundo,
1ª ordem: unidade simples
chama-se 2ª ordem; e assim, sucessivamente, teremos 3ª
2ª ordem: dezenas simples
ordem, 4ª ordem, etc.
3ª ordem: centenas simples
Vimos também que o conjunto das três primeiras or-
* 2ª classe – dos milhares:
dens forma a 1ª classe, ou classe das unidades simples.
4ª ordem: unidade de milhar Que o conjunto das três ordens seguinte forma a 2ª classe
5ª ordem: dezenas de milhar ou classe dos milhares. Assim, sucessivamente, teremos
6ª ordem: centenas de milhar a classe dos milhões, bilhões, trilhões, etc.
*3ª classe – dos milhões: Concluímos, assim, que os grandes números
(6Nzeros = Nlhões) são classificados a partir da 7ª or-
7ª ordem: unidade de milhão
dem, 3ª classe ou classe dos milhões.
8ª ordem: dezena de milhão
9ª ordem: centena de milhão e) Numerais ordinais
Se prosseguíssemos, teríamos novas ordens, bem É comum no dia-a-dia ouvirmos alguém dizer:
como novas classes: dos bilhões, dos trilhões, dos quatri- O Flamengo está em 1º lugar na tabela do campeona-
lhões, etc. to;
Leitura O candidato obteve o 5º lugar, no concurso.
Para facilitar a leitura, o sistema de numeração deci- O Brasil é o 5º país do mundo em tamanho.
mal baseia-se no processo “da direita para a esquerda” Essa ordem de colocação é representada pelos nume-
sempre em grupos de três (em primeiro lugar separam-se rais ordinais.
as classes, para depois se fazer a leitura da esquerda para
Os numerais ordinais, então, são usados para indi-
a direita).
car uma ordem, posição ou lugar numa sequência.
Ex.: O n.º 42.372.628.008.324 é composto de 5 clas- Vamos conhecer alguns numerais ordinais:
ses e 14 ordens e lê-se: quarenta e dois trilhões, trezentos
e setenta e dois bilhões, seiscentos e vinte e oito milhões, Numeral Leitura
oito mil (ou milhares), trezentos e vinte e quatro unida- 1º primeiro
des. 2 segundo
3 terceiro
Valor Posicional
4 quarto
Em um numeral, cada algarismo escrito à esquerda 5 quinto
de outro vale dez vezes mais do que se estivesse no lugar 6 sexto
desse outro. Isso porque todo o algarismo de um número 7 sétimo
tem dois valores: o valor absoluto e o valor relativo. 8 oitavo
O valor absoluto é o valor natural do algarismo, sem 9 nono
se levar em consideração a posição que ele ocupa. Já o 10 décimo
valor relativo é o representativo do seu valor real, en- 11 décimo primeiro ou undécimo
contrado multiplicado-o por 1, 10, 100, 1000, etc. ... de- 15 décimo quinto
pendendo da posição em que se encontra. 20 vigésimo
21 vigésimo primeiro
Tomemos como exemplo o número 485. 30 trigésimo
31 trigésimo primeiro
40 quadragésimo
41 quadragésimo primeiro

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50 quinquagésimo Resposta: Como José ganha o dobro de João, que ga-
51 quinquagésimo primeiro nha R$ 180,00, então José ganha 2 vezes o valor de João,
60 sexagésimo e devemos calcular:
61 sexagésimo primeiro 180,00 x 2 = 360,00 logo, José ganha R$ 360,00
70 septuagésimo ou setuagésimo
71 septuagésimo primeiro Agora observe as figuras abaixo:
80 octogésimo
81 octogésimo primeiro
90 nonagésimo
91 nonagésimo primeiro
100 centésimo
200 ducentésimo Figura A Figura B
300 trecentésimo
400 quadringentésimo Veja que agora só temos 2 estrelas na figura A e a fi-
500 quingentésimo gura B continua com 6, ou seja, três vezes mais que A.
600 sexcentésimo ou seiscentésimo Dizemos, então que a figura B tem o triplo de estrelas
700 septingentésimo ou setingentésimo que a figura A, pois:
800 octingentésimo 2 x 3 = 6
900 nongentésimo ou noningentésimo
Desse modo, para se determinar o triplo de um núme-
1000 milésimo
ro, basta multiplicar esse mesmo número por 3.
1000000 milionésimo
1000000000 bilionésimo Ex.: Na escola, a professora pergunta para o aluno:
Joãozinho, se tu tens 12 anos e eu tenho o triplo da sua
Leitura de alguns ordinais idade, qual é a minha idade?
Nos ordinais superiores a dois mil (2 000), lê-se a Resposta: Se a professora tem o triplo da idade do
unidade de milhar como cardinal e os demais numerais, Joãozinho, então ela tem 3 vezes a idade do aluno e de-
como cardinal. vemos calcular:
Ex.: 2 101º lugar – leia-se: dois milésimos, centésimo 12 x 3 = 36 logo, a professora tem 36 anos.
primeiro lugar.
g) Dúzia, Meia dúzia e Dezenas
f) Dobro e Triplo Dúzia e meia dúzia
Observe as figuras: É comum encontrarmos numa feira o seguinte cartaz:
Banana - R$ 1,00 a dúzia.
Dúzia é a unidade de medida, não decimal, usada,
principalmente, pelo comércio varejista, para indicar
quantidade.
1 dúzia é equivalente a 12 unidades simples.
Figura A
 Para transformar a dúzia em unidade sim-
ples, multiplica-se a quantidade de dúzia por 12.
 Para transformar unidades simples em dú-
zia, divide-se a quantidade de unidades simples por
12.
Logicamente, meia dúzia equivale a 6 unidades sim-
Figura B ples.
Ex.: Fui à feira e comprei 2 dúzia de laranjas, meia
Veja que na figura A temos 3 estrelas e na figura B,
dúzia de banana nanica, 6 maçãs, 1 dúzia de pera e 3 dú-
temos 6. Dizemos, então que a figura B tem o dobro de
zias de mexerica. Quantas frutas comprei ao todo?
estrelas que a figura A, pois:
Resposta: Como 1 dúzia é igual a 12 unidades, basta
3 x 2 = 6 calcular:
Desse modo, para se determinar o dobro de um nú- 2 dúzias = 2 x 12 = 24
mero, basta multiplicar esse mesmo número por 2. meia dúzia = 12 : 2 = 6
Ex.: João e José trabalham juntos. João recebe R$ 6 maçãs = - 6 = 24 + 6 + 6 + 12 + 36
180,00 de salário; e José, ganha o dobro de João. Quanto 1 dúzia = 1 x 12 = 12
ganha Jose?
3 dúzias = 3 x 12 = 36 = 84

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Foram compradas 84 frutas. Desse modo, para se determinar a metade de um
número, basta dividir esse mesmo número por 2.
Dezenas
Ex.: Vilma faz caminhada todas as manhãs, andando
Vimos no início do estudo, que o sistema de numera-
2 500 metros. hoje, como estava cansada, resolveu andar
ção decimal adotado no Brasil, é o decimal, chamado as-
só a metade do habitual. Quantos metros Vilma andou?
sim, por ser formado por grupos de 10 unidades, sendo o
primeiro agrupamento o das dezenas. Resposta: Se o percurso diário da Vilma é de 2 500
metros, então hoje ela andou:
Sendo assim, dezenas são grupos numéricos compos-
tos de 10 elementos. 2 500 2
0 1 250
1 dezena = 10 unidades = dez 5 Vilma andou hoje, 1 250 metros.
10
Ex.: Um padeiro fabrica biscoitos e os embala em 0
pacotes com dez unidades. À medida que vai tirando os
biscoitos do forno vai colocando em bandejas até com- i) Números pares e ímpares
pletar a quantidade do pacote. O diagrama do sistema de Observe o quadro abaixo.
embalagem seria assim:
números naturais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ...
dezenas unidades
(embalagem) (bandeja) números naturais
= 9 unidades multiplicados por 2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 ...

Cada elemento do conjunto dos números naturais,


obtido pela multiplicação do referido número natural por
dezenas unidades
(embalagem) (bandeja) 2 é chamado número par. Dizemos também que todo
= número par é aquele que, quando dividido por 2, tem
como resto o zero.

+ Ex.:
dezenas unidades 8 2 16 2
(embalagem) (bandeja) -8 4 -16 8
= = 1 dezena
0 0

Lembre-se! Na casa das unidades só cabem 9 unida-


des.
Então: Um número par sempre termina em
0, 2, 4, 6 e 8
1 grupo de 10 unidades = 1 dezena
1 grupo de 10 unidades + 5 unidades = 1 dezena +
5 unidades = 15 unidades.
4 grupos de 10 unidades + 5 unidades = 4 dezenas
+ 5 unidades = 45 unidades. Todo número natural que não é par é chamado de
10 grupos de 10 unidades = 1 grupo de 10 dezenas número ímpar. Dizemos também que número ímpar é
= 100 unidades. aquele que, quando dividido por 2, tem como resto o
número 1.
h) Metade
Ex.:
Observe as figuras seguintes:
9 2 19 2
-8 4 -18 9
1 1

figura A figura B

Veja que na figura A temos 10 triângulos, e na figura


B, 5. Um número ímpar sempre termina em
Como 5 é o resultado da divisão exata 1, 3, 5, 7 e 9

10 2
0 5
dizemos que 5 é a metade de 10.

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j) Numeração romana Para representar o número 749 em numeral roma-
no, veja os cálculos que devem ser feitos:
O Sistema de Numeração Romana foi, por muito
anos, adotado como sistema padrão de contagem, no 749 = 700 + 40 + 9
qual utilizavam-se de letras do alfabeto para representar 700 = DCC 40 = XL 9 = IX
os números, todos escritos na sua forma maiúscula.
749 = DCCXLIX
Este Sistema compõe-se de sete símbolos básicos,
Para ler o numeral romano MCDL:
que são:
o Observe o símbolo de maior valor: M = 1 000
SÍMBOLO RO-
MANO
I V X L C D M o Como o próximo símbolo de maior valor está
VALOR NUMÉ- à direita de outro de valor inferior (CD), devemos fazer a
RICO
1 5 10 50 100 500 1 000 subtração: (D = 500) – (C = 100) = 400
o Restou um símbolo: L = 50
O sistema de numeração romana não possui símbolo o Somando-se os valores encontrados, temos:
para representar o numeral zero (0). MCDL = 1000 + 400 + 50
Quatro desses símbolos são chamados fundamen- Encontramos nesse caso:
tais: I, X, C e M, por serem os formadores dos demais MCDL = 1 450
números, os quais podem ser repetidos, num mesmo nú-
mero, no máximo três vezes, na seguinte correspondên- 5º) A partir do valor igual a 4 000, é usado um traço
cia: horizontal sobre o numeral romano equivalente a milé-
sima parte do valor representado, ou seja, a barra indica
I X C M que o número representado abaixo dela deve ser multi-
1=I 10 = X 100 = C 1000 = M plicado por 1 000.
2 = II 20 = XX 200 = CC 2000 = MM
3 = III 30 = XXX 300 = CCC 3000 = MMM IV = 4 000 V = 5 000
Leitura e Escrita dos Números Romanos XI = 10 001 LDX = 50.510

Os números, no sistema romano de numeração, são Embora muito utilizado até o século XIII, atualmente
representados justapondo-se os símbolos, obedecendo as este sistema de numeração tem seu emprego restrito,
seguintes regras: sendo usado geralmente:

1º) Dois ou três símbolos, de mesmo valor, repetidos, nos mostradores de relógio;
equivalem à soma de seus valores: na designação de data secular (Ex.: Século XX)
na designação, pela ordem cronológica, de dinasti-
II = 1 + 1 = 2 XXX = 10 + 10 + 10 = 30 as, reinados e papados que levam o mesmo nome (ex.:
2º) Um símbolo colocado à esquerda de outro de D. Pedro II, Papa Pio XII, etc.)
nas numerações das divisões de um livro (Ex.: Tí-
maior valor indica que o primeiro deve ser subtraído do
segundo. tulo I, Capítulo IV, etc.)

IV = 5 – 1 = 4 IX = 10 – 1 = 9 k) Ordenação dos números


XL = 50 – 10 = 40 XC = 100 – 10 = 90 Os números naturais são ordenados em:
CD = 500 – 100 = 400 CM = 1000 – 100 =
900 Crescente – Quando os numerais estão escritos a
partir do de menor valor para o maior.
Obs.:
Ex.: Os numerais 0, 1, 2, 3, 4 e 5 estão escritos em
o I pode ser subtraído apenas de V e X ordem crescente e dizemos que 0 é menor que 1, 1 é me-
o X pode ser subtraído apenas de L e C nor que 2, 2 é menor que 3, e assim por diante.
o C pode ser subtraído apenas de D e M
os símbolos V, L, D e M nunca podem ser subtraí- Simbolicamente escrevemos:
dos de outros símbolos. 0<1<2<3<4<5
3º) Símbolos diferentes, justapostos com o de maior Decrescente – É quando os numerais estão escritos a
valor a esquerda, tem como montante a soma de seus va- partir do de maior valor para o menor.
lores.
Ex.: Os numerais 5, 4, 3, 2, 1 e 0 estão escritos em
VII = 5 + 1 + 1 = 7 ordem decrescente e dizemos que 5 é maior que 4, 4 é
XVI = 10 + 5 + 1 = 16 maior que 3, 3 é maior que 2, e assim por diante.
CCCXXI = 100 + 100 + 100 + 10 + 10 + 1 = 321
MDII = 1000 + 500 + 1 + 1 = 1 502 Simbolicamente escrevemos:

4º) Na representação de números complexos (grande 5>4>3>2>1>0


quantidade), devemos observar sempre a disposição dos
símbolos:

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l) Antecessor e sucessor de um número O segundo número será = 202
O terceiro número será = 204
Sucessor de um número é o numeral que vem imedi-
O quarto número será = 206
atamente após o outro. Para obtê-lo basta adicionar 1 ao
O quinto número será = 208
número dado.
Soma = 1.020
Ex.: O Sucessor de 5 é 6, pois 5 + 1 = 6;
04. A soma de dois números é 104. A diferença entre
de 100 é 101, pois 100 + 1 = 101;
eles é 28. Quais são os números?
de 999 é 1000, pois 999 + 1 = 1.000.
Solução: A diferença entre dois números corresponde
Antecessor de um número é o numeral que vem ao que falta ao menor para igualar-se ao maior. Dessa
imediatamente atrás de um outro. Para determiná-lo, bas- forma, se adicionarmos essa diferença à soma dos dois
ta subtrair 1 do número dado. números, nós os igualaremos, obtendo um resultado que
Ex.: O antecessor de 6 é 5, pois 6 - 1 = 5; será o dobro do número maior. Assim sendo, temos:
de 101 é 100, pois 101 - 1 = 100; 104 + 28 = 132
de 1000 é 999, pois 1000 - 1 = 999. 132 : 2 = 66 (número maior)
66 - 28 = 38 (número menor)
Obs.: No universo dos números naturais, o zero é o
único número que não possui antecessor. 05. Um carro de corrida persegue outro. A distância
que os separa é de 120 quilômetros. Sabendo-se que o
primeiro percorre 96 km/h e o segundo 120 km/h. Quan-
1.5. CÁLCULOS E PROBLEMAS tas horas o segundo levará para alcançar o primeiro:
ENVOLVENDO SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS Solução:
01. A soma de 5 números consecutivos é 510. Quais Velocidade horária do segundo: 120 km
são esses números? Velocidade horária do primeiro: 96 km
Solução: Os números consecutivos se formam acres- Diferença: 24 km
centando uma unidade ao número anterior.
Se 24 km são eliminados em 1 hora, 120 km serão
Assim: eliminados em 120 : 24 = 5 horas.
0 + 1 + 2 + 3 + 4 = 10
510 - 10 = 500 06. Calcular dois números sabendo que sua diferença
500 : 5 = 100 (1 número), logo é 45 e que o maior é o quádruplo do menor.
O primeiro número será = 100 Solução:
O segundo número será = 101 Número menor = 1
O terceiro número será = 102 Número maior = 4 (4 . 1)
O quarto número será = 103 A diferença entre eles será de 4 - 1 = 3
O quinto número será = 104
45 : 3 = 15 (uma parte)
Soma = 510
Desse modo:
02. A soma de dois números é 40 e um deles é 9 ve-
Número menor = 1 . 15 = 15
zes o outro. Determinar quais são os números.
Número maior = 4 . 15 = 60
Solução: Representa-se o menor número por 1; o
maior por 9; a soma dos números representativos é, por-
07. Um caçador ganha R$ 10,00 por tiro que acerta e
tanto, 10.
paga R$ 4,00 por tiro que erra. Deu 20 tiros e recebeu R$
Dividindo-se a soma dos números (40) pela soma dos 130,00. Quantos tiros acertou?
representativos (10), encontraremos o número menor, Solução: Se acertasse todos os tiros, o caçador rece-
que será 4. Para encontrarmos o menor, basta multiplicar beria R$ 200,00. Como só recebeu R$ 130,00, deixou de
o menor por 9, pois ele tem que ser nove vezes maior ganhar R$ 70,00. Estes R$ 70,00 é resultado de R$ 10,00
que o outro, ou seja, 4 . 9 = 36. que deixou de ganhar por cada tiro que errou, mais R$
Resposta: Os dois números são 4 e 36. 4,00 que pagou por tiro que errou, isto é, R$ 14,00.
Logo, dividindo R$ 70,00 por R$ 14,00, encontra-se
03. A soma de 5 números consecutivos pares é 1.020. o número de tiros que errou.
Quais são esses números? Resposta: O caçador errou 5 tiros e acertou 15
Solução: Os números consecutivos pares se formam
acrescentando 2 unidades ao número anterior. Temos, 08. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à
pois: primeira parcela e subtrairmos 5 da segunda parcela, o
0 + 2 + 4 + 6 + 8 = 20 que ocorrerá com o total?
1.020 - 20 = 1000 Solução: Seja “x” o total inicial da adição. Ao adici-
1.000 : 5 = 200 (primeiro número); logo onarmos 8 a uma parcela qualquer, o resultado final fica-
O primeiro número será = 200 rá acrescido de 8 unidades, simbolizado por:

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x + 8 = Faremos, agora um estudo detalhado de cada unida-
de acima abordada.
Ao subtrairmos 5 de das parcela, a diferença ficará
em 5 unidades do total, simbolizado por: ➢UNIDADE DE COMPRIMENTO
x + 8 - 5 = x + 3 Unidade padrão: METRO (m)
Usado para medir uma extensão qualquer.
Resposta: O total ficará acrescido de 3 unidades. Múltiplos:
09. Numa divisão, o divisor é 12, o quociente é 5, e decâmetro (dam) 1 dam = 10 m
o resto é o maior possível. Qual é o dividendo? hectômetro (hm) 1 hm = 100 m
Solução: Como o divisor é 12, logo o maior resto quilômetro (km) 1 km = 1000 m
possível é 11, pois este não pode ser igual nem maior Submúltiplos:
que o divisor.
decímetro (dm) 1 dm = 0,1 m
Assim, teremos: centímetro (cm) 1 cm = 0,01 m
d = quociente x divisor + resto milímetro (mm) 1 mm = 0,001 m

d = 5 x 12 + 11 Representando numa escala, teríamos:


d = 60 + 11 = 71 Km hm dam m dm cm mm

Resposta: O dividendo é 71. 1 0 0 0 0 0 0


0 1 0 0 0 0 0
10. Determinar os menores números inteiros possí- 0 0 1 0 0 0 0
veis pelos quais se deve dividir os números 72 e 120 de 0 0 0 1 0 0 0
modo que se obtenham divisões exatas com quocientes 0 0 0 0 1 0 0
0 0 0 0 0 1 0
iguais. 0 0 0 0 0 0 1
Solução: O quociente comum às duas divisões é o
Conversão de unidade
MDC entre 72 e 120, que é 24.
Observando a escala acima, veremos que cada uni-
72  24 = 3 e 120  24 = 5
dade de comprimento é 10 vezes maior que a unidade
Logo: 72  3 = 24 e 120  5 = 24 imediatamente à sua esquerda. Assim, a conversão de
unidade se faz com o deslocamento da vírgula para a di-
Resposta: Os números procurados são 3 e 5 reita ou para a esquerda.
11. Se três quartos de “x” valem 360, quanto vale Ex.: Transformar em metros cada uma das medidas
x? seguintes:
3 3x a) 10,8 km b) 50,36 dam
Solução: de x = 360 → = 360
4 4 c) 107,3 cm d) 10.307 mm
4  360
3x = 4  360  = 480 Solução:
3 a) 10,8 km → desloca-se a vírgula 3 casas para a di-
Resposta: x vale 480 reita (sentido da seta).
************************************************************* Km hm dam m
2. SISTEMA DE MEDIDAS
10,8 km =
Medir uma grandeza é compará-la com outra, esco- 10.800 m
lhida como unidade, desde que sejam da mesma espécie.
b) 50,36 dam → desloca-se a vírgula 1 casa para a
2.1. SISTEMA MÉTRICO DECIMAL direita (sentido da seta).
O sistema métrico decimal é o sistema legal adota-
dam m
do no Brasil e integrado pelas seguintes unidades pa- 50,36 dam = 503,6 m
drões:
metro (m) = unidade de comprimento; c) 107,3 cm → desloca-se a vírgula 2 casas para a
metro quadrado (m2) = unidade de superfície (área); esquerda (sentido da seta).
metro cúbico (m3) = unidade de volume;
litro (l) = unidade de capacidade; m dm cm
grama (g) = unidade de massa (peso) 107,3 cm = 1,073 m
segundo (s) = unidade de tempo
metro por segundo (m/s) = unidade de velocidade d) 10.307 mm → desloca-se a vírgula 3 casas para a
esquerda (sentido da seta).

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m dm cm mm m2 dm 2 cm 2

1.357 cm2 = 0,1357 m2


10.307 mm = 10,307 m d) 1.877,53 mm2 → Devemos deslocar a vírgula 6
casas para a esquerda (sentido da seta).
UNIDADES DE ÁREA m2 dm 2 cm 2 mm 2
2
Unidade padrão: METRO QUADRADO ( m )
Usado para medir uma superfície plana.
1.877,53 mm2 = 0,00187753 m²
Múltiplos:
➢UNIDADES DE VOLUME
Decâmetro quadrado (dam2) 1 dam2 = 100 m2
Unidade Padrão: METRO CÚBICO ( m3 )
Hectômetro quadrado (hm2) 1 hm2 = 10.000 m2
Quilômetro quadrado (km2) 1 km2 = 1.000.000 m2 Usado para medir a quantidade de espaço ocupado
por um corpo sólido.
Submúltiplos:
Múltiplos:
Decímetro quadrado (dm2) 1 dm2 = 0,01 m2
Centímetro quadrado (cm2) 1 cm2 = 0,0001 m2 Decâmetro cúbico (dam3) 1 dam3 = 1.000 m3
Milímetro quadrado (mm2) 1 mm2 = 0,000001 m2 Hectômetro cúbico (hm3) 1 hm3 = 1.000.000 m3
Quilômetro cúbico (km3) 1 km3 = 1.000.000.000 m3
Representando numa escala, teríamos:
2 2 2 2 2 2 2 Submúltiplos:
Km hm dam m dm cm mm
Decímetro cúbico (dm3) 1 dm3 = 0,001 m3
Centímetro cúbico (cm3) 1 cm3 = 0,000001 m3
Conversão de unidade Milímetro cúbico (mm3) 1 mm3 = 0,000000001 m3
Observando a escala acima, veremos que cada uni- Representando em uma escala, teríamos:
dade de área é 100 vezes maior que a unidade imediata-
mente à sua esquerda. Km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³
Nessas conversões, a cada unidade ultrapassada,
corresponde a 2 (dois) deslocamentos da vírgula, ou me- Conversão de unidade
lhor: para passar de uma unidade a outra imediatamente
Observando a escala acima, veremos que cada uni-
inferior, multiplica-se a unidade dada por 100. Se a pas-
dade de volume é 1000 vezes maior que a unidade ime-
sagem for para uma unidade superior, divide-se a unida-
diatamente à sua esquerda.
de dada por 100, ou seja, deslocamos a vírgula duas ca-
sas para a direita ou esquerda conforme o caso. Assim, para passar de uma unidade a outra imedia-
tamente inferior, multiplica-se a unidade dada por 1.000.
Ex.: Transformar em m² cada uma das medidas se-
Se a passagem for para uma unidade superior, divide-se
guintes:
a por 1.000, ou seja, deslocamos a vírgula três casas para
a) 45 dam² b) 0,0057 km² a direita ou esquerda conforme o caso.
c) 1357 cm² d) 1877,53 mm²
Ex.: Transformar em m3 cada uma das medidas se-
Solução: guintes:
a) 45 dam2 → Devemos deslocar a vírgula 2 casas a) 1,73 dam3 b) 0,00037 hm3
para a direita (sentido da seta). c) 1.875 dm3 d) 10.987,3 cm3
dam² m² Solução:
a) 1,73 dam3 → Devemos deslocar a vírgula 3 casas
45 dam2 = 4.500 m2 para a direita (sentido da seta).
b) 0,0057 km2 → Devemos deslocar a vírgula 6 ca- dam3 m3
sas para a direita (sentido da seta).
1,73 dam³ = 1.730000 m3
Km 2 hm 2 dam 2 m2
b) 0,00037 hm3 → Devemos deslocar a vírgula 6
casas para a direita (sentido da seta).
0,0057 = 0,57 hm² = 57 dam2 = 5.700 m2
hm3 dam3 m3
c) 1.357 cm → Devemos deslocar a vírgula 4 casas
2

para a esquerda (sentido da seta).


0,0037 hm3 = 0000370 dam3 = 370 m3

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c) 1.875 dm3 → Devemos deslocar a vírgula 3 casas K h da 
para a esquerda (sentido da seta).
m3 dm3
0,0036 k l = 00003,61 = 3,6 l
1.875 dm3 = 1,875 m3
c) 175,43 d l → Devemos deslocar a vírgula 1 casa
d) 10.987,3 cm3 → Devemos deslocar a vírgula 6 para a esquerda (sentido da seta).
casas para a esquerda (sentido da seta).
 d
m³ dm³ cm³
175,43 d l = 17,543 l
d) 8,5 m l → Devemos deslocar a vírgula 3 casas
10.987,3 cm³ = 0,0109873 m3 para a esquerda (sentido da seta).

➢UNIDADES DE CAPACIDADE  d c m

Unidade Padrão: LITRO (l ) 8,5 m l = 0,0085 l


Usada para medir o volume de um líquido ou de um Relação entre volume e capacidade
gás que preenche o interior de um recipiente. O litro (l) corresponde à capacidade de um cubo
Múltiplos: com 1 dm de aresta, ou seja, corresponde a um decíme-
tro cúbico.
Decalitro ( da l ) 1 da l = 10 l 1 dm³ = 1 l
Hectolitro ( h l ) 1 h l = 100 l Em consequência, 1 m³ = 1 000 l
Quilolitro ( k l ) 1 k l = 1000 l Ex.:
Submúltiplos: 1) Transformar em litros, cada uma das medidas se-
guintes:
Decilitro ( d l ) 1 d l = 0,1 l a) 8,5 dam3 b) 32.000 m3
Centilitro ( c l ) 1 c l = 0,01 l a) Transformar em litros, é o mesmo que transfor-
Mililitro ( m l ) 1 m l = 0,001 l mar em dm3, então:
Representando numa escala, teríamos: dam3 m3 dm3
K h da  d c m

8,5 dam3 = 8.500.000 dm3


Conversão de unidade 8,5 dam3 = 8.500.000 l (litros)
Observando a escala acima, veremos que cada uni-
dade de capacidade é 10 vezes maior que a unidade ime- b) 32.000 mm3
diatamente à sua esquerda.
dm3 cm3 mm3
Assim, nas transformações, a cada unidade ultra-
passada, corresponde a 1 (um) deslocamento da vírgula,
ou seja, se for para uma unidade inferior, a vírgula des- 32.000 mm3 = 0,032000 dm3 = 0,032 dm3.
loca-se para a direita; se for para uma unidade superior,
para a esquerda. 32.000 mm3 = 0,032 l

Ex.: Transformar em litros, cada uma das medidas 2) Um determinado recipiente tem 1,7 m3 de volu-
seguintes: me. Qual a sua capacidade em quilolitros.

a) 722,70 h l b) 0,0036 k l Solução: Devemos transformar 1,7 m3 para dm3 (ou


c) 175,43 d l d) 8,5 m l litros) e este resultado, para quilolitros.

Solução: dam3 m3 dm3 l

a) 722,70 h l → Devemos deslocar a vírgula 2 casas


para a direita (sentido da seta). 1,7 m3 = 1 700 dm 1,7 m3 = 1 700 l
h da  K h da 

722,70 h l = 72.270 1700 l = 1,700 K l ou 1,7 K l


b) 0,0036 k l → Devemos deslocar a vírgula 3 casas
para a direita (sentido da seta).

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➢UNIDADES DE MASSA g dg cg mg
Unidade Padrão: GRAMA (g)
Usada para medir a quantidade de matéria de um 52000 mg = 52,000 g = 52 g
corpo.
Múltiplos:
Decagrama (dag) 1 dag = 10 g 2. SISTEMA DE MEDIDAS NÃO-DECIMAIS
Hectograma (hg) 1 hg = 100 g O sistema de medida não-decimal é aquele que não
Quilograma (kg) 1 kg = 1 000 g utiliza base 10 para numeração. O tipo desse sistema
Submúltiplos: mais usado é a medida do tempo, que utiliza a base 60
para sua contagem.
Decigrama (dg) 1 dg = 0,1 g
Centigrama (cg) 1 cg = 0,01 g ➢UNIDADE DE TEMPO
Miligrama (mg) 1 mg = 0,001 g Unidade padrão: SEGUNDO (s)
Representando numa escala, teríamos: Usada para medir o tempo diário cujo unidade fun-
damental, o segundo, corresponde ao intervalo de tempo
Kg hg dag g dg cg mg
1
igual à fração do dia solar médio, definido de
86 400
acordo com as convenções de astronomia.
Conversão de unidade Múltiplos:
Observando a escala acima, veremos que cada uni- minuto (min) 1 min = 60 s
dade de massa é 10 vezes maior que a unidade imedia- hora (h) 1h = 60 m = 3.600 s
tamente à sua esquerda. dia (d) 1d = 24 h = 86.400 s
Assim, nas transformações de unidades, a cada uni- mês (m) 1m = 30 d = 720 h
dade ultrapassada, corresponde a 1 (um) deslocamento ano (a) 1a = 12 m = 360 d
da vírgula, ou seja, se for para uma unidade inferior, a Submúltiplos: não existem
vírgula desloca-se para a direita; se for para uma unidade
superior, para a esquerda. Obs.:
Ex.: Transformar em grama, cada uma das medidas * O ano civil possui 365 dias;
seguintes: * Além das unidades constantes acima, são também
usuais as unidades: semana (7 dias); quinzena (15 dias);
a) 0,0375 kg b) 3,28 dag bimestre (2 meses); trimestre (3 meses); semestre (6 me-
c) 320,3 cg d) 52,000 mg ses); biênio (2 anos); lustro (5 anos); década (10 anos);
Solução: século (100 anos) e milênio (1000 anos).

a) 0,0375 kg → Devemos deslocar a vírgula 3 casas


para a direita (sentido da seta). Representação
Kg hg dag g A representação das unidades de tempo pode ser:
• Direta – quando estiver constituída por uma
única unidade de tempo. Esta pode vir representada por
0,0375 kg = 0037,5 g = 37,5 g seu valor inteiro, por uma fração ordinária ou, ainda, ex-
pressa na forma decimal.
b) 3,28 dag → Devemos deslocar a vírgula 1 casa
para direita ( sentido da seta ). 40 1
Ex.: 1 h; 5 a; h = 40 min; min = 1 seg;
dag g 60 60
2,32 h; 320,25 min; 1,5 m; etc.
3,28 dag = 32,8 g • Complexa – quando estiver constituída por du-
c) 320,3 cg → Devemos deslocar a vírgula 2 casas as ou mais unidades de tempo. Sua representação é feita
para a esquerda (sentido da seta). escrevendo-se, em ordem decrescente de valor, os núme-
ros correspondentes às diversas unidades. Ex.: 8 a 3 m
g dg cg 15 d 13 h 28 min 15 seg.
320,3 cg = 3,203 g
d) 52000 mg → Devemos deslocar a vírgula 3 casas
para a esquerda (sentido da seta).

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➢UNIDADE DE VELOCIDADE Grandezas Diretamente Proporcionais:
Unidade padrão: METRO (m) POR SEGUNDO Duas grandezas são diretamente proporcionais
(s) quando a variação de uma implica na variação da outra,
na mesma proporção, mesmo sentido e direção.
Usado para medir a velocidade de um corpo que,
em movimento uniforme, percorre o comprimento de 1 Ex.: compra de alimentos: 01 Kg de feijão custa
metro em 1 segundo. “x”; se comprarmos 2 kg, pagaremos “2x”.
Para se obter a unidade de velocidade de um corpo
em movimento, basta dividir a unidade de distância per- Grandezas Inversamente Proporcionais:
corrida pela unidade de tempo gasto no percurso. Duas grandezas são inversamente proporcionais
A unidade mais comum é o quilômetro por hora quando a variação de uma implica necessariamente na
(km/h), indicada nos velocímetros dos carros, utilizados variação da outra, na mesma proporção, porém, em sen-
para medir velocidade instantânea. No Sistema Interna- tido e direção contrários.
cional de Unidade (SI), a velocidade é expressa por me- Ex.: Velocidade e tempo. Se uma pessoa andar nu-
tros por segundo (m/s). ma determinada velocidade para atingir certa distância,
A relação entre km/h e m/s é: 1 m/s = 3,6 km/h levará um tempo. Se aumentar a velocidade, o tempo
diminuirá para percorrer a mesma distância.
Transformação
a) Da relação acima apresentada, conclui-se que, 3.2. RAZÃO E PROPORÇÃO
para transformar uma unidade apresentada em km/h para
a unidade padrão (m/s), basta dividir por 3,6. a) Conceituação

Ex.: Transformar a velocidade de um veículo a 90 A razão entre dois números, dados numa certa or-
km/h para a unidade padrão. dem, sendo o segundo número sempre diferente de zero,
é o quociente indicado do primeiro pelo segundo.
90
v = = 25 m/s Ex.: A razão de 8 para 12 = 8/12 ou 8 : 12
3,6
Obs.: 1) Lê-se: oito está para doze, sendo que o 1º
b) Do mesmo modo, para transformar a unidade pa-
número é o antecedente e o 2º, o consequente.
drão (m/s) para a unidade comum (km/h), basta multipli-
2) Quando o antecedente de uma razão for igual
car a unidade dada por 3,6.
ao consequente de outra, ou vice-versa, dizemos que
Ex.: Um corpo estabelece uma velocidade de 30 formam duas razões inversas. Ex.: a/b e b/a
m/s. Transformar esta unidade em km/h.
v = 30 x 3,6 = 108 km/h Proporção é a sentença matemática que exprime
uma igualdade entre duas razões.
3. NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIO- 2 4
NAIS =
5 10
3.1. GRANDEZAS PROPORCIONAIS
Obs.: Cada elemento de uma proporção é chamado
Grandeza é todo valor que, ao ser relacionado a um termo da proporção sendo que os 1º e 3º termos são
outro de tal forma, quando um varia, como consequência chamados termos antecedentes e os 2º e 4º termos,
varia também o outro. termos consequentes e que os 2º e 3º termos formam os
Em nosso cotidiano quase tudo liga duas ou mais meios e os 1º e 4º termos, os extremos.
grandezas. Vejamos: quando falamos em tempo, veloci-
dade, peso, espaço, etc. estamos lidando com grandezas b) Propriedade das proporções
relacionadas entre si. 1) Propriedade Fundamental – Em toda propor-
Ex.: Um automóvel percorre um determinado espa- ção o produto dos meios é sempre igual ao produto dos
ço num tempo maior ou menor dependendo da veloci- extremos.
dade que imprimir. Assim, também a quantidade de tra-
balho a ser realizado num determinado tempo depende 2 4 5 x 4 = 20
do número de operários empregados. = →
5 10 2 x 10 = 20
A relação de dependência entre duas grandezas, de-
pendendo da condição apresentada, pode ser classificada Aplicação:
como Direta ou Inversamente Proporcionais. 8 x X = produto dos meios
7 X
= onde
8 40 7 x 40 = produto dos extremos

temos que, 8x = 280, logo x = 35.

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2) Composição – Em toda proporção, a soma dos 6) Em qualquer proporção, o produto dos antece-
dois primeiros termos está para o primeiro ou para o se- dentes está para o produto dos consequentes, assim como
gundo, assim como a soma dos dois últimos está para o o quadrado de um antecedente está para o quadrado de
terceiro ou para o quarto. seu consequente.
a c

a+b c+d a+b c +d a c ac a2 ac c2
= = ou = =  = 2 ou = 2
b d a c b d b d bd b bd d
Aplicação: A soma de dois números é 80 e a razão Aplicação: A área de um retângulo é de 150 m 2 e a
entre o menor e o maior é 2/3. Achar o valor desses nú- razão da largura para o comprimento é de 2/3. Achar es-
meros. sas medidas.
a = menor a = largura b = comprimento
a 2 a + b 2 + 3
b = maior =  = a 2 a b ab a2 150 a2
b 3 a 2 =  = , = 2 , =
a + b = 80 b 3 2 3 2x3 2 6 4

80 5 80 x 2
Portanto, =  a = = 32 a2 = 150 x 4 : 6 = 100, a2 = 100, a = 10
a 2 5
a = largura = 10 m, b = comprimento = 15
Se o menor vale a = 32, o maior b será 80 – 32 = 48 m
3) Decomposição – Em qualquer proporção, a dife- 7) Em qualquer proporção, elevando-se os quatros
rença entre os dois primeiros termos está para o primeiro termos ao quadrado, resulta uma nova proporção.
ou para o segundo, assim como a diferença entre os dois
últimos está para o terceiro ou para o quarto. Aplicação: A soma do quadrado de dois números é
468 e a razão do menor para o maior é 2/3. Determinar
a c a-b c-d a-b c-d esses números.
=  = ou =
b d a c b d
a 2 a2 22 4
a2 + b2 = 468, = , 2 = 2 = portanto,
Aplicação: Determinar dois números, sabendo-se b 3 b 3 9
que a razão entre eles é de 7/3 e que a diferença é 48.
a2 + b2 4+9 13 2 468 x 4
a = maior 2
= = , a = = 144
a 4 4 13
a 7 a-b 7-3
b = menor =  =
b 3 a 7 ... a 2 = 144, a = 12
a - b = 48
Obs.: O valor de “b” é calculado seguindo-se o
48 4 48 x 7 mesmo procedimento.
Portanto, =  a = = 84
a 7 4
3.3. DIVISÃO PROPORCIONAL
Se a - b = 48, então b = 84 - 48 = 36.
a) Conceituação
4) Em toda proporção a soma dos antecedentes está
Dividir uma grandeza em partes proporcionais con-
para a soma dos consequentes, assim como qualquer an-
siste em determinar valores que, divididos por quocien-
tecedente está para o seu consequente.
tes previamente determinados, mantêm uma razão cons-
a c a+c a a+c c tante.
=  = ou =
b d b+d b b+d d Ex.: 150 divididos em partes proporcionais a 2, 3 e
Aplicação: Calcular “a” e “b”, sendo que a + b = 63 5 (= quocientes predeterminados) tem-se como resulta-
a b do: 30, 45 e 75, respectivamente, porque é satisfeita a ra-
e = zão:
3 4
30 45 75 15
a+b a 63 a 63 x 3 = =  → (razão constante)
= , =  a = = 27 2 3 5 1
3+4 3 7 3 7
b) Classificação
a+b b 63 b 63 x 4
= , =  b = = 36
3+4 4 7 4 7 A divisão proporcional pode ser direta, inversa ou,
ao mesmo tempo, direta e inversa.
5) Em qualquer proporção, a diferença dos antece-
dentes está para a diferença dos consequentes, assim co- 1) Divisão em partes diretamente proporcionais
mo qualquer antecedente está para o seu consequente. O total dos números a ser dividido está para a soma
a c a-c a a-b a dos proporcionais, assim como cada proporcional está
=  = ou = para a parte que representa.
b d b-d b c-d c

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Ex.: Uma pessoa divide R$ 13.000.00 proporcio- Dividir o número 390 em partes diretamente pro-
nalmente às idades de seus filhos: 3, 4 e 6 anos. Quanto 1 1 1
caberá a cada um? porcionais a , e
2 3 4
Solução:
x + y + z = 390
3 + 4 + 6 = 13 
x y z
13 : 13.000,00  = =
3 : x = 3.000,00 (parte do 1º) 1 1 1
 2 3 4
13 : 13.000,00
4 : x = 4.000,00 (parte do 2º) Como os quocientes predeterminados são frações,
13 : 13.000,00 determina-se as frações equivalentes. Logo, m.m.c = 12
6 : x = 6.000,00 (parte do 3º)
1 1 1 6 4 3
Dividir o número 240, em partes diretamente pro- , ,  , ,
porcionais a 3, 4 e 5. 2 3 4 12 12 12
Chamemos de “x”, “y” e “z” as partes que quere- Dividindo-se em partes diretamente proporcionais
mos determinar, logo x + y + z = 240 e pela definição aos numeradores, desprezando-se o m.m.c entre os de-
x y z nominadores, o sistema fica:
= =
3 4 5  x + y + z = 390

Por se tratar de igualdade entre três razões, prevale- x y z
cem as propriedades das proporções. 6 = 4 = 3

 x + y + z = 240
 Aplicando-se a 3ª propriedade das proporções:
x y z
 3 = 4 = 5 x + y + z x y z
= = =
6 + 4 + 3 6 4 3
Aplicando-se a 3ª propriedade das proporções, te-
mos: 390 30
RE  = = 30
x + y + z x y z 13 1
= = =
3 + 4 + 5 3 4 5 Calculando as partes temos:
Chamemos o 1º termo de razão equivalência (RE). 30 x
=  x  1 = 30  6  x = 180
- Substituindo x + y + z por 240, determina-se a ra- 1 6
zão de equivalência (RE)
30 y
240 240 20 =  y  1 = 30  4  y = 120
RE    = 20 1 4
3 + 4 + 5 12 20
30 z
- Para determinar as partes, monta-se uma propor- =  z  1 = 30  3  z = 90
ção para cada uma delas: 1 3
20 x Verificando temos:
=  x  1 = 20  3  x = 60
1 3 180 + 120 + 90 = 390
20 y
=  y  1 = 20  4  y = 80 180 120 90 30
= = = = 30
1 4 6 4 3 1
20 z
=  z  1 = 20  5  z = 100 2) Divisão em partes inversamente proporcionais
1 5
A rigor, a divisão proporcional inversa não existe,
Verificando temos: pois, neste caso, basta inverter os termos da razão para
x + y + z = 240 transformá-la numa divisão direta. Assim, por exemplo,
60 + 80 + 100 = 240 1
para dividir em partes inversamente proporcionais a e
x y z 5
= = 3
3 4 5 = constante equivale a dividir em partes diretamente proporcio-
4
60 80 100 20 4
= = = = 20 nais a 5 e .
3 4 5 1 3
Ex.: Dividir 420 em partes inversamente proporcio-
nais a 3, 5 e 6.

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 x + y + z = 420 x+ y+z x y z
 = = =
x y z 1 + 10 + 15 1 10 15
 = =
 1 1 1
780 30
 3 5 6 RE  = = 30
26 1
Determinação das frações equivalentes (m.m.c =
Calculando as partes obtém-se
30):
30 x
1
,
1
,
1

10
,
6
,
5 =  x  1 = 30  1  x = 30
1 1
3 5 6 30 30 30
Montando-se o sistema temos: 30 y
=  y  1 = 30  10  y = 300
1 10
 x + y + z = 420
 30 z
 x y z =  z  1 = 30  15  z = 450
 10 = 6 = 5 1 15

Aplicando-se a 3ª propriedade das proporções Verificação: 30 + 300 + 450 = 780
30 300 450 30
x + y + z x y z = = = = 30
= = = 1 10 15 1
10 + 6 + 5 10 6 5
420 20
RE  = = 20 3) Divisão simultânea em partes direta e inver-
21 1 samente proporcionais
Calculando as partes obtém-se Basta dividir em partes diretamente proporcionais
20 x ao produto de cada uma delas, respectivamente.
=  x  1 = 20  10  x = 200
1 10 Ex.: Dividir o n.º 344 em partes diretamente pro-
porcionais a 2, 3, e 4 e inversamente proporcionais a 2/3,
20 y
=  y  1 = 20  6  y = 120 4/5 e 1/2.
1 6
 x + y + z = 344
20 z 
=  x  1 = 20  5  z = 100 x y z x y z
1 5  = = = = =
 2  2 3  4 4  1 4 12 4
Verificação: 200 + 120 + 100 = 420  3 5 2 3 5 2
200
=
120
=
100
=
20
= 20 Determinação das frações equivalentes (m.m.c =
10 6 5 1 15):

- Dividir o número 780 em partes inversamente 4 12 2


, , 
20 36 30
, ,
1 3 5 1 15 15 15
proporcionais a 5, 0,5 e .
3 Montando-se o sistema temos:
 5 1  x + y + z = 344
 x + y + z = 780 Obs. : 0,5 = = 
 10 2  x y z
 20 = 36 = 30

x y z
= =
1 2 3 Aplicando-se a 3ª propriedade das proporções
5 1 1 x + y + z x y z
= = =
Determinação das frações equivalentes (m.m.c = 5): 20 + 36 + 30 20 36 30
344 4
1 2 3 1 10 15 RE  = = 4
, ,  , , 86 1
5 1 1 5 5 5
Calculando as partes obtém-se
Montando-se o sistema temos:
4 x
 x + y + z = 780 =  x  1 = 4  20  x = 80
 1 20
 x y z
 1 = 10 = 15 4 y
 =  y  1 = 4  36  y = 144
1 36
Aplicando-se a 3ª propriedade das proporções
4 z
=  z  1 = 4  30  z = 120
1 30

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Verificação: 80 + 144 + 120 = 344 se altera. Por fim igualamos a razão de grandezas e de-
terminamos o valor procurado.
80 144 120 4
= = = = 4 Ex.: Na alimentação de 3 cavalos, durante 7 dias
20 36 30 1
são consumidos 1.470 kg de alfafa. Se mais cinco cava-
los são adquiridos, quantos quilos de alfafa serão neces-
3.4. REGRA DE TRÊS sários para alimentá-los durante 10 dias.
a) Definição
A regra de três consiste na comparação de grande- alfafa Kg dias cavalos
zas proporcionais diretas ou inversas. Pode ser:
Resolução: 1.470 7 3
* simples – envolve duas grandezas proporcionais. x 10 8
* composta – envolve mais de duas grandezas pro-
porcionais. 1470 73 1470  10  8
=  X = = 5600
b) Regra de Três Simples x 10  8 73

1) Direta: envolve duas grandezas diretamente pro- Resp.: Serão necessários 5.600 kg de alfafa.
porcionais, ou seja, quando a variação de uma delas cor- 2 método: Unimos por uma linha as causas dos
responder variação semelhante na outra. Sua resolução é primeiros dados com as consequências dos segundos ca-
feita através de proporção na mesma ordem de monta- sos e por outra linha as causas dos segundos dados com
gem do problema. as consequências dos primeiros dados. Igualamos o pro-
Ex.: Uma quantidade de 21 quilos de arroz custa R$ duto de uma linha com o produto da outra para determi-
42,00. Calcular o preço de 15 quilos deste arroz. nar o valor procurado. Observe que neste método não é
necessária a comparação das grandezas proporcionais,
Kg - arroz - R$ mas a noção do que é causa e consequência. Consequên-
cia é tudo que se produz ou se faz tendo como causa o
Resolução: 21 42,00
trabalho e seus fatores para determiná-lo.
15 x
Ex.: mesmo do 1 método:
21 42,00 15 . 42,00
= → x = = 30,00 alfafa Kg dias cavalos
15 x 21
1.470 7 3
Resp.: 15 quilos do arroz equivalem a R$ 30,00
x 10 8
2) Inversa: envolve duas grandezas inversamente
proporcionais, ou seja, quando a variação de uma delas Para determinarmos a consequência faremos a per-
corresponder variação contrária na outra. Sua resolução é gunta: o que foi feito? A resposta é: a alimentação dos
feita através de proporção invertendo-se os dados de uma cavalos através de quilos de alfafa. O restante então é a
das duas grandezas proporcionais. causa da alimentação dos cavalos e do problema. Então
igualamos as duas linhas de dados como explicado ante-
Ex.: Um automóvel percorre na estrada uma deter-
riormente.
minada distância. Sabendo-se que com a velocidade de
50 km/h, demora 4 horas, quanto tempo gastará se a ve- 1470  10  8
x  7  3 = 1470  10  8 → X = = 5600
locidade for de 40 km/h? 7  3

Km/h - hora Resp.: 5.600 kg


Resolução: 50 4 Observe que qualquer dos 2 métodos pode ser utili-
40 x zado. Cada um escolherá o que melhor entender.

50 4 50 . 4
= → x = = 5 3.5. PORCENTAGEM
40 x 40
a) Conceituação
Resp.: gastará 5 horas.
Chama-se porcentagem ou percentagem a porção
de um dado valor, que se determina sabendo-se o quanto
corresponde a cada unidade de 100.
c) Regra de Três Composta
Ex.: É muito comum ouvirmos informações como
Envolve mais de duas grandezas proporcionais e
estas:
sua resolução poderá ser feita de duas maneiras.
“A loja está em liquidação, 40% de desconto à vis-
1 método: Comparamos a grandeza a determinar ta.”
com as demais. Se for inversa, invertemos os dados des- “O candidato foi eleito com 69% dos votos.”
sa grandeza (das demais). A grandeza a determinar não “Atualmente o índice de alfabetização é de 80%.”

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A primeira sentença significa que sobre cada R$ 12 100 12 x 250
100,00 de compra à vista, a loja dá um desconto de R$ =  x = = 30
x 250 100
40,00. A segunda, que o candidato obteve 69 votos de
cada 100 votos válidos. A terceira, que, atualmente, em Resposta: o desconto será de R$ 30,00
cada 100 habitantes, 80 são alfabetizados. 3) Cálculo do capital (C)
A expressão x por cento (onde “x” é um valor qual- Ex.: Ao comprar um objeto obtive um desconto de
quer), que se representa por x%, chama-se taxa de por- R$ 800,00. Qual o preço desse objeto se a taxa de des-
centagem. conto foi de 20%?
A porcentagem é também conhecida como razão Solução: Fazendo a montagem,
centesimal, pois é uma fração expressa na base 100. As-
5 100 → 20
sim, na razão a taxa de porcentagem é 5; escreve- x → 800 temos a seguinte regra de três:
100
se 5% e lê-se cinco por cento. 100 20 100 x 800
=  x = = 4.000
Principal – diz-se principal ou capital o valor ou x 800 20
quantia sobre o qual se calcula a porcentagem. Resposta: o objeto custa R$ 4.000,00
Ex.: Se o salário mínimo é de R$ 151,00 e o gover-
no pretende dar um aumento de 5% (cinco por cento),
4) Cálculo da soma de um número e sua porcen-
dizemos que 5 é a taxa percentual e 151,00 é o principal.
tagem
b) Cálculo da porcentagem Para se achar a soma de um número qualquer, e sua
Os problemas de porcentagem são resolvidos por porcentagem, acha-se primeiro a porcentagem e em se-
meio de uma regra de três simples e direta. guida adiciona-se esta ao número dado.
Para os cálculos usaremos: Ex.: Qual o valor de venda de uma mercadoria que
custou R$ 4.126,75 e sobre a qual se quer ter lucro de 6
C = Capital principal %?
p = porcentagem adquirida
i = taxa de porcentagem dada 4 . 126,75  6
Solução: Lucro = = R$ 247,60
100 = valor constante da razão centesimal 100
Assim, em todos os casos faremos sempre a seguin- Custo da mercadoria = R$ 4.126,75 +
te montagem: Lucro = R$ 247,60 =
Sobre 100 Tem-se i Preço da venda = R$ 4.374,35
Sobre C Tem-se p No preço da venda influi o custo da mercadoria e
uma porcentagem sobre o mesmo, isto, é, o custo e o lu-
cro.
1) Cálculo da taxa (i)
Pode-se, porém, resolver o problema por meio de
Ex.: Ao comprar um objeto com preço de R$ uma fórmula.
200,00 obtive um desconto de R$ 30,00. Qual foi a taxa Multiplica-se o número dado por 100 mais a taxa e
do desconto obtida? divide-se o produto por 100, o que se exprime por meio
Solução: Fazendo a montagem da seguinte fórmula:
soma dada x 100 + t
200,00 → 30,00 n.º – % =
100 → x temos a seguinte regra de três: 100

30 200 300 x 100 Ex.: usaremos o dados do exemplo anterior.


=  x = = 15 Solução:
x 100 200
4.126,75  106
Resposta: a taxa de desconto foi de 15% Venda = = R$ 4.374,35
100
5) Cálculo da soma inicial, sendo dadas a porcen-
2) Cálculo da porcentagem (p) tagem e a taxa.
Ex.: Se comprar uma televisão à vista, que custa R$ A soma inicial, isto é, aquela sobre a qual foi calcu-
250,00, terei um desconto de 12%. Qual será o desconto? lada uma porcentagem dada, se acha por meio de uma
fórmula.
Solução: Fazendo a montagem,
Multiplica-se a porcentagem dada por 100 e o pro-
100 → 12 duto se divide pela taxa, o que se exprime por meio da
250,00 → x temos a seguinte regra de três: seguinte fórmula:

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%  100 1
Soma Inicial = Ora, 1 por cento é o mesmo que 1,50 x 10 = 15
t 2
por mil. A comissão total foi calculada, portanto, na base
Ex.: Um comerciante ganha R$ 936,75 sobre o cus-
de 2 + 15 = 17 por mil.
to de certa mercadoria. O seu lucro é de 5 %. Qual é o
lucro ? Temos, então:
936,75  100 7.064,28  17
soma inicial = = R$ 18.735,00 Comissão = = R$ 188,08
5 1.000 + 17
6) Cálculo da taxa O capital adiantado pelo comissário foi:
Sendo dadas a porcentagem e a soma sobre a qual
foi ela calculada, acha-se a taxa por meio da seguinte re- 7.064,28 - 118, 08 = R$ 6.046,20
gra:
8) Cálculo da taxa sendo dadas uma soma adici-
Multiplica-se a porcentagem por 100 e divide-se o onada à sua porcentagem e a porcentagem.
produto pela soma dada, o que se exprime por meio da
seguinte fórmula: Para se achar a taxa, neste caso, multiplica-se a por-
%  100 centagem dada por 100 e divide-se o produto pelo total
Taxa = dado menos a porcentagem, o que se pode exprimir por
soma dada meio da seguinte fórmula:
Exemplos: %  100
taxa =
1º) Sobre uma fatura de R$ 5.740,00 se concede o total - %
abatimento de R$ 143,50. De quantos por cento é este Ex.: Um negociante vendeu certas mercadorias por
abatimento? R$ 24.530,00 e ganhou R$ 2.230,00. De quanto por cen-
143,50  100 to sobre o custo foi o seu lucro ?
%= = 2,5 %
5.740,00 2.230,00  100
Taxa de lucro = = R$ 10 %
2º) O peso bruto de certa mercadoria é 76,40 Kg. A 24.530,00 - 2.230,00
tara é 11,46 Kg. A quanto por cento corresponde esta ta-
ra? 9) Cálculo da porcentagem sendo dadas uma
11,46  100 soma líquida ou reduzida e a taxa.
%= = 15 %
76,40 Multiplica-se a soma líquida ou reduzida pela taxa e
7) Cálculo da porcentagem sendo a taxa e a soma divide-se o produto por 100, menos a taxa, o que se pode
de um número a % exprimir por meio da seguinte fórmula:

Sendo dadas a soma de um número mais uma por- soma líquida x taxa
%=
centagem e a taxa, e querendo-se calcular a porcentagem 100 - taxa
compreendida na soma, multiplica-se a soma dada pela Exemplos:
taxa e o produto se divide por 100 mais a taxa, o que se
exprime por meio da seguinte fórmula: 1º) Um comerciante vendeu certa mercadoria por
R$ 7.634,50, com prejuízo de 2 % sobre o custo. Qual
soma dada  taxa foi seu prejuízo ?
% =
100 + taxa 7.634,50  2
Prejuízo = = R$ 155,80
Exemplos: 98
1º) Um negociante vendeu certas mercadorias, com 2º) O líquido de uma letra a vista negociada num
um lucro de 9 % sobre o custo, por R$ 13.632,30. Qual é banco foi R$ 9.453,60. O banco cobrou 0,15 % pelo ne-
o seu lucro? gócio. Qual foi a porcentagem do banco ?
13.632,30  9 9.453,60  0,15
Lucro = = R$ 1.125,60 %= = R$ 14,20
109 99,85
2º) Um comissário apresentou a um seu correspon- 3º) Uma pessoa vendeu por R$ 200,00 uma merca-
dente uma conta cuja soma era de R$ 7.064,28. Nesta doria que comprara por R$ 160,00. De quanto por cento,
soma estavam compreendidas comissão de 1 1/2 % e de em relação ao custo, foi o lucro ?
2 por mil pelo abatimento do capital. Qual foi o capital
adiantado e qual a sua comissão completa? 160,00 (custo) : 100 % (custo)
40,00 (lucro) : x ...donde:
1
Solução: As taxas são 1 % e 2 por mil. É necessá- 40,00  100
2 = 25 %
160,00
rio reduzi-las a uma só base e, facilmente, podem ambas
ser reduzidas a um tanto por mil.

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4. EQUAÇÕES DO 1º E 2º GRAU; SISTEMA DE Porque se
EQUAÇÕES DO 1º GRAU

 S = 
- b - b
 b  0  x =  
4.1. EQUAÇÃO DO 1º GRAU  a  a 
a0
É uma equação da forma “ax + b = 0”, onde “a” e  b = 0  x = 0  S = 0
“b” são constantes e “a  0”. 
 a
Ex.: 3x + 8 = 0 a=3 b=8 Agora, com a = 0
Raiz de uma Equação do 1º Grau -b
b 0  x=  V = 0 
Raiz é o valor que substitui a variável da equação, 0
tornando-a verdadeira. Neste caso, com V = {}, não existe raiz ou solução
Ex.: x + 4 = 7  logo, o número que substitui a va- e a equação se diz impossível ou sem solução.
riável "x", tornando a sentença verdadeira só pode ser 3, b = 0  0x = 0  V = R
pois:
Aqui, dizemos que a equação é indeterminada, pois
3+4=7
qualquer valor para "x" é raiz ou solução da equação.
Resolução de uma equação do 1º grau
Obs.: Após a redução dos termos, pode acontecer que
Resolver uma equação do 1º grau significa determi- o coeficiente da variável seja um número negativo. Neste
nar a raiz dessa equação. caso, devemos multiplicar ambos os membros por (- 1) –
princípio da multiplicação.
Para resolver uma equação do 1º grau, devemos iso-
lar a variável, aplicando uma das propriedades funda- Ex.: 8x - 8 = 10x + 4
mentais dos conjuntos numéricos.
Reduzindo os termos temos:
Ex.:
8x - 10x = 4 + 8  - 2x = 12
x+4=7 x=7-4 x = 30
Como o coeficiente de "x" é negativo, multiplicamos
5x - 8 = 7 5x = 7 + 8 5x = 15
os termos por -1.
15
x=  x=3 Assim, (-1) . -2x = 12 . (-1)  2x = -12
5
Temos, portanto, o coeficiente de "x" positivo. Agora
Ao resultado da raiz dá-se o nome de conjunto ver- podemos prosseguir normalmente com a resolução:
dade “V” ou conjunto solução “S”.
12
2x = -12 x=-  x=- 6
Exemplos: 2
3x + 6 = 0 4x - 8 = 0 Como -6  Z  V = {-6}
3x = - 6 4x = 8
1) - 6 2) 8 Equação do 1º grau com duas variáveis
x= x =
3 4 Chamamos equações do 1º grau com duas variáveis,
x = - 2  V = - 2 x = 2  V = 2
toda equação que pode ser reduzida a uma equivalente da
forma:
10x + 2 = 12 2x + 2 = 4 ax + by = c
10x = 12 - 2 2x = 4 - 2
3) 10x = 10 4) 2x = 2 com a e b não nulos ao mesmo tempo.
10 2 Ex.: x + y = 9 4x - y = 5
x = x=
10 2
x = 1  V = 1 x = 1  S = 1 Solução de uma equação do 1º grau com duas va-
riáveis

10x + 2 = 10 + 2x As equações do 1º grau com duas variáveis "x" e "y"


- 8x + 2 = - 10 - 2x possuem infinitas soluções as quais podem ser determi-
10x - 2x = 10 - 2 - 8x + 2x = - 10 - 2 nadas atribuindo-se valores arbitrários para uma das va-
5) 8x = 8 6) - 6x = - 12 riáveis e, em seguida, calcula-se o valor da outra. Esses
8 - 12 valores significam o par ordenado de números (x, y) o
x= = 1  x = = 2 
8 - 6 qual tornará a sentença verdadeira.
S = 2
S = 1 Ex.: Seja a equação 3x + y = 20

Porque dissemos que “a” tem que ser diferente () de Como dissemos, essa equação possui infinitas solu-
0 (zero): ções. Vejamos:
1. consideremos o par ordenado x = 6 e y = 2

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3x + y = 20  3.(6) + (2) = 20 2x + y = 18
Ex. 1: Dado o sistema 
18 + 2 = 20 x - y = 6
Logo, o par (6, 2) é uma solução da equação. 1º passo: escolhemos uma das equações do sistema
2. consideremos o par ordenado x = 7 e y = -1 e isolamos uma de suas variáveis.

3x + y = 20  3.(7) + (- 1) = 20 Vamos pegar então a equação 2x + y = 18

21 - 1 = 20 Isolando uma das variáveis temos:

Logo, o par (7, -1) também é solução da equação. y = 18 - 2x

3. consideremos o par ordenado x = -1 e y = 7 2º passo: substituímos, na outra equação, o valor da


variável isolada, de modo que resulte uma nova equação
3x + y = 20  3.(-1) + (7) = 20 com uma só variável.
-3 + 7  20
X - y = 6  x - (18 - 2x) = 6
Logo, o par (-1, 7) não é solução para a equação da-
da. 3º passo: feita a substituição, determina-se o valor
da variável existente.
E assim, existem inúmeros outros pares que podem
ser solução da equação 3x + y = 20. x - (18 - 2x) = 6  x - 18 + 2x = 6
24
Sistema de equações do 1º grau 3x = 6 + 18  x = = 8
3
Quando duas equações do 1º grau com duas variáveis
Logo, x = 8
estão relacionadas entre si, dizemos que elas formam um
sistema do 1º grau. 4º passo: determinado o valor de uma das variá-
veis, faz-se a devida substituição nas equações para se
Ex.: Um atirador ganha 2 pontos por cada tiro que
achar o valor da outra variável.
acerta e 1 para cada que erra. depois de 4 tiros somou 7
pontos. Quantos tiros acertou e quantos errou? Assim,
Representando por "x" o número de tiros acertados e y = 18 - 2x  y = 18 - 2(8)
por "y" o números de tiros errados, podemos interpretar y = 18 - 16 = 2
as duas condições do problema pelas seguintes equações:
Logo y = 2
x+y =4 2x + y = 7
Temos, então, a solução do sistema dado pelo par or-
Observe que as duas equações possuem duas variá- denado (8; 2)
veis cada e se referem ao mesmo fato (atirador).
 x + 3y = 14
Nesse caso, tem-se um sistema de equação do 1º Ex. 2:  com x = 14 - 3y
grau e indica-se por: x + y = 6

 x + y = 4 (14 - 3y) + y = 6 x = 14 - 3y
 14 - 3y + y = 6 x = 14 - 3 . 4
2x + y = 7
14 - 2y = 6 x = 14 - 12
Resolução de um sistema do 1º grau -2y = 6 - 14 x=2
-2y = -8
Resolver um sistema do 1º grau é determinar um va-
S = (2; 4)
-8
lor para "x" e outro para "y" de modo que tornem, ao y=  y=+ 4
mesmo tempo, as duas equações verdadeiras. - 2

Lembrando que, apesar de cada equação possuir infi- * Método da adição


nitas soluções, o sistema de 1º grau possui uma única
solução, ou seja, um único par ordenado. Este método consiste em anular uma das variáveis
pela adição das duas equações, membro a membro.
Processos de resolução
x + y = 8
Para se determinar o conjunto solução (x, y) de um Ex. 1: Dado o sistema 
sistema vamos conhecer dois métodos que facilitam a x - y = 4
operação. 1º passo: realiza-se a adição entre as duas equa-
* Método da substituição ções, eliminando a variável que apresentar elementos
simétricos:
Este método consiste em se isolar uma das variá-
veis de uma das equações do sistema e substituir o seu x +y = 8
valor na mesma variável da outra equação. x - y = 4
2x + 0y = 12

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2º passo: determina-se o valor da variável da equa- Resolvendo pelo método da adição
ção resultante da adição:
x+ y=6
12 x - y=2 x- y=2
2x = 12  x = =6 Logo, x = 6
2 x + x + y - y = 8 4- y=2
3º passo: substitui-se o valor da variável em qual- x+ x = 8 - y=2-4
quer das equações do sistema, para encontrar o valor da 2x = 8 - y=- 2
outra variável: 8 y=2
x=
2
x+y = 8 y = 8 - 6 x=4
6+ y=8 y = 2 S = {(4; 2)}
Temos, então, a solução do sistema dado pelo par or- 02. Num quintal existem cachorros, patos e galinhas,
denado S = {(6; 2)} perfazendo um total de 70 cabeças e 190 pés. Quantos
são os de duas patas e quantos são os de quatro patas?
 x + 2y = 8
Ex. 2: Dado o sistema  , temos: Solução: Seja “x” o número de duas pernas (patos e
- x - y = 1
galinhas) e “y” o número de quatro pernas (cachorros).
x + 2y = 8
- x - y =1 x + y = total de cabeças = 70 x = 70 - y
x + 2y = 8
x - x + 2y + y = 8 + 1 x + 2(3 ) = 8 cada duas pernas, 2x e cada quatro pernas, 4y, logo:
3y = 9 x + 6 = 8
9 x = 8 - 6 2x + 4y = 190
y= x = 2
3 2(70 - y) + 4y = 190 x + y = 70
y=3 140 - 2y + 4y = 190 x + 25 = 70
140 + 2y = 190 x = 70 - 25
S = {(2; 3)} 2y = 190 - 140 x = 45
2y = 50 y = 25 x = 45
Problemas com equação do 1º grau S = {(45; 25)}
Para resolver um problema envolvendo equação do Resposta: Existem 45 animais de duas pernas e 25 de
1º grau, devemos traduzir a questão em linguagem ma- quatro pernas.
temática, ou seja:
Linguagem 4.2. EQUAÇÃO DO 2º GRAU
Linguagem textual
matemática Equação com uma variável
um número X
um número "x" somado a outro qual- Chama-se equação do 2º grau com uma variável toda
x+n equação da forma:
quer diferente de x
o dobro de um número 2x ax2 + bx + c = 0
x
A metade de um número Onde:
2
O dobro de um número mais sua meta- x x é a variável (incógnita)
2x + a, b, e c números reais, chamados coeficientes
de 2
a  0 é o coeficiente de x2
A soma de dois números consecutivos x + (x + 1) b é o coeficiente de x
c é o coeficiente ou termo independente.
Após as devidas transformações, encontramos uma
equação do 1º grau a qual deve ser resolvida conforme as Exemplo:
regras já estudadas. 3x2 - 6x + 8 = 0
Exemplos: Aqui,
01. A soma de dois números é 6 e a diferença entre a=3 → coeficiente de x2
eles são 2. Quais são esses números? b = -6 → coeficiente de x
Solução: Sejam “x” e “y” os números procurados. De c=8 → termo independente ou termo constan-
acordo com o enunciado temos: te
Equações Completas ou Incompletas
Sabemos que o coeficiente de x2 tem que ser dife-
rente de zero (a  0), porém os coeficientes “b” e “c” po-
dem ser nulos:

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* Quando “b” e “c” forem diferentes de zero (b  0 e c 4 - 10 + 6 = 0
 0) a equação será completa. -6 + 6 = 0
Exemplos: raiz 3  x2 - 5x + 6 = 0
33 - 5(3) + 6 = 0
x 2 - 3x + 1 = 0 ou seja, temos os três 9 - 15 + 6 = 0
termos da equação. -6 + 6 = 0
- y 2 + 4y + 5 = 0
3x 2 + 8x + 3 = 0 Obs.: As raízes são indicadas pela terminologia

* Quando “b”, “c” ou “b” e “c” forem nulos, ou seja, x' e x"
iguais a zero (b = 0 e/ou c = 0), a equação é dita incom- Resolução de Equações do 2º grau
pleta.
Já vimos que resolver uma equação significa deter-
Exemplos: minar o conjunto solução dessa equação. Vejamos os ca-
sos:
6x2 -1 = 0 → b=0
2x2 + x = 0 → c=0 Equação do 2º grau Incompleta
5x2 = 0 → bec=0 1º caso: b = 0
Forma reduzida das equações do 2º grau Neste caso, a equação fica reduzida à forma ax 2 + c
2
A forma "ax + bx + c = 0" é denominada forma re- = 0
duzida ou forma normal da equação do 2º grau. Porém, Exemplos:
nem sempre a equação do 2º grau é apresentada na sua
3x 2 - 12 = 0
forma normal, podendo vir sob diferentes formas. Assim, x 2 - 25 = 0
12
antes de calcular suas raízes, devemos passá-las para a 2
x = 25 3x 2 = 12 =
forma reduzida. 3
1) x =  25 2) x 2 = 4
Exemplos: efetuando o produto, temos: x =  5
x =  4 =  2
x' = 5 e x" = - 5
a) (x - 1) (x + 3) = 0 x' = 2 e x" = - 2
S = + 5; - 5
S = + 2; - 2
x² + 3x - x - 3 = 0
(x - 1) (x + 3) = 0  neste caso, x  R pois não
x² + 2x - 3 = 0 x2 + 9 = 0 existe raiz quadrada de
3) x 2 = -9 número negativo.
b) 3x2 + 4 = 2(x2 - x) + 1 x =  -9 Logo, S = {}
2º Caso: c = 0
3x2 + 4 = 2(x 2 - x) + 1
Neste caso, a equação fica reduzida à forma ax 2 + bx
3x2 + 4 = 2x 2 - 2x) + 1
= 0.
3x2 + 4 - 2x2 + 2x - 1 = 0
3x2 - 2x2 + 2x + 4 - 1 = 0 Observe que temos aqui a soma entre dois produtos
2 que é igual a zero. Para que isto aconteça, é preciso que
1x + 2x + 3 =0
um dos fatores da equação seja nulo. Significa dizer que,
x2 + 2x + 3 =0
nesse caso, uma das raízes será sempre zero.
c) (x - 5)2 - 9 = 0 Exemplos:
x2 - 10x + 16 = 0
x 2 - 4x = 0
d) 4x2 - 1 = (x + 3)(x - 3) x (x - 4 ) = 0
3x2 + 8 = 0 1) x = 0 → x - 4 = 0  x = 4
x' = 0 e x" = 4
Raízes da Equação do 2º Grau S = 0; 4
Raízes de uma equação do 2º grau são os elementos
do conjunto solução, formados por números reais, que x 2 + 8x = 0
tornam a equação verdadeira. x (x + 8 ) = 0
2) x = 0 → x + 8 = 0  x= - 8
Ex.: x2 - 5x + 6 = 0
x' = - 8 e x" = 0
Neste caso, 2 e 3 serão as raízes da equação porque S = - 8; 0
se substituirmos a variável "x" por qualquer desses nú-
meros, a sentença será verdadeira. Vejamos:
raiz 2  x2 - 5x + 6 = 0
22 - 5(2) + 6 = 0

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3º Caso: b = 0 e c = 0 Logo, de acordo com o quadro demonstrativo, te-
2 mos que para  > 0, duas raízes reais e distintas.
Neste caso, a equação será reduzida à forma ax = 0 o
que torna as raízes nulas. Então:

0 - b + 
Exemplo: 3x2 = 0  x =
2 x' =
3 2a
- (- 5 ) + 1 5 +1 6
x' = = = = 3
Como o único número real que, elevado ao quadrado, 2(1) 2 2
seja igual a zero é o próprio zero, então:
-b - 

 x' = + 0 = 0 x" =
x =0  
2
logo, S = {0} 2a

 x" = - 0 = 0 - (- 5) - 1 5 - 1 4
x" = = = = 2
Equação do 2º grau Completa 2(1) 2 2

A equação completa do 2º grau, ou seja, a que possui S = {2, 3}


todos os termos na forma ax2 + bx + c = 0, é resolvida 2. Para discriminante nulo ( = 0)
através da fórmula geral da equação do 2º grau, conheci-
da como fórmula de Bháskara, como mostra o esquema x2 + 4x + 4 = 0
abaixo:
a=1 b=4 c=4
Coeficiente de “x”
 = b 2 - 4ac
= b2 - 4ac  = 4 2 - 4 (1) (4 )
-b   (discriminante)  = 16 - 16
Raiz x=
2a  = 0
Logo, de acordo com o quadro demonstrativo, te-
Coeficiente de “x 2”
mos que para  = 0, duas raízes reais e iguais.
Para a aplicação da fórmula de Bháskara observe o -b -4 -4
x'  x" = = = = - 2
2(1)
seguinte quadro demonstrativo para determinação das ra-
2a 2
ízes da equação do 2º grau.
x’ e x” = -2
ax2 + bx + c = 0

discriminante discriminante - b +  S = {-2}


negativo positivo
x' =
2a
  0   0
3. Para discriminante negativo ( < 0)
R b2 - 4ac
duas raízes reais
S =  e diferentes () 5x2 -3x + 1 = 0
Não existem raízes discriminante a=5 b = -3 c=1
no campo dos n.ºs igual a zero
reais (R)  = 0
-b - 
x" =
2a  = b 2 - 4ac
 = (- 3) - 4 (5) (1)
−b 2
x'  x" =
2a
Raízes reais e iguais  = 9 - 20
 = - 11  - 11  0
Obs.: Quando  < 0, não existe raízes para a equação,
pois não existe raiz quadrada de número negativo. Logo, de acordo com o quadro demonstrativo, te-
mos que para  < 0, não existe raízes em R. Portanto:
Ex.: −8 =  (não existe)
S = Ø ou S = { }
Exemplos: Relação entre os coeficientes e as raízes de uma
equação do 2º grau
1. Para discriminante positivo ( > 0)
Entre as raízes (x' e x") e os coeficientes ("a", "b" e
x2 - 5x + 6 = 0 "c") de uma equação do 2º grau existem duas relações
importantes a saber:
a=1 b = -5 c=6
➢ relação da soma
 = b 2 - 4ac
- A soma (S) das raízes é dada pelo quociente de (-
 = (- 5) - 4 (1) (6)
2
b) por (a):
 = 25 - 24 -b
 =1  1 0
S = x' + x" =
a

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➢ relação do produto x2 - Sx + P = 0
- O produto (P) entre as raízes de uma equação do
2º grau é dado pelo quociente de (c) por (a): x2 - 4x + 3 = 0

c 2) Determine a equação do 2º grau, cujas raízes são


P = x'  x" = os números 3 e -1.
a
Exemplos: S = 3 + (- 1) = 2 P = 3 . (-1) = -3
01. Dada a equação 3x2 - 10x + 3 = 0, calcular a x2 - Sx + P = 0
soma e o produto de suas raízes.
x2 - 2x - 3 = 0
Resolução:
a=3 b = -10 c=3 Sistema simples do 2º Grau

-b - (-10) 10 Um sistema de equações do 2º grau consiste na ope-


x' + x" =  x' + x" = = ração com duas equações com duas variáveis e que obri-
a 3 3
gatoriamente uma delas seja do 2º grau e a outra do 1º
10 grau
S=
3  x 2 - y 2 = 16
Exemplo: 
c 3  x + y = 8
x'  x" =  x'  x" = =1
a 3
Resolução de sistemas do 2º grau
P=1
Para solucionar um sistema do 2º grau, utiliza-se do
02. Dada a equação 6x2 - mx - 8 = 0, determinar o processo da substituição, que se inicia pela equação do
valor de "m" de modo que a soma das raízes seja igual a 1º grau.
5
. Exemplos:
3
 x 2 - y 2 = 16
Resolução: 1. Seja o sistema  :
 x + y = 8
5
S =
3 Da equação do 1º grau obtemos:
Relacionando x=8-y
-b - (-m) m Substituindo-se na equação do 2º grau, temos:
x' + x" =  x' + x" = =
a 6 6
(8 - y)2 - y 2 = 16 
Comparando o problema com a relação temos:
64 - 16y + y2 - y2 = 16
5 m 30
=  3m = 30  m = = 10 64 - 16y = 16 
3 6 3
16y = 64 - 18  16y = 48
m = 10
48
Formação de uma Equação do 2º Grau, dadas as y = = 3  y=3
Raízes 16
Sabendo-se os valores das raízes (x' e x") de uma Retornando à equação do 1º grau, substituímos
equação, podemos compor essa equação na forma esse valor "y = 3" o que resulta em:

x2 - Sx + P = 0 x=8-y
x=8-3
x=5
Onde:
De fato, se verificarmos
S = x' + x"
P = x' . x"  x 2 - y 2 = 16  5 2 - 3 2 = 16
x' e x" são as raízes da equação.   
 x + y = 8  5 + 3 = 8
Exemplos:
Logo, S = {(5, 3)}
1) Determine a equação do 2º grau, cujas raízes são
os números 3 e 1. x - y = 2
2. Dado o sistema 
S=3+1=4 P=3.1=3  xy = 15

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U=R.R -b+ 
x' =
x - y = 2 → x= 2 + y 2a

 xy = 15 - (- 3 ) + 121 3 + 11 14
x' = = = =7
(2 + y) y = 15 2(1) 2 2

2y + y2 - 15 = 0 -b- 
x" =
2 2a
y + 2y - 15 = 0
- (- 3) - 121 3 - 11 - 8
x" = = = =- 4
a=1 b=2 c = -15 2(1) 2 2

 = b 2 - 4ac S = {7; -4}


 = 2 2 - 4 (1) (- 15 ) Logo, o problema admite duas soluções, pois
 = 4 + 60 = 64 tanto o número 7 como o número -4 satisfazem à senten-
ça matemática. Verifique:
- b  
y = 7 2 = 3  7 + 28
2a
7 → 49 = 21 + 28
- 2  8 49 = 49 (V)
y =
2
(- 4)2
= 3  (- 4 ) + 28
y = 3 ou y = - 5
-4 → 16 = - 12 + 28
1º caso: 16 = 16 (V)

x=2+y  x = 2 + 3 = 5 ou 02) Determinar dois números inteiros e consecutivos


tais que a soma de seus inversos seja igual a 5/6.
2º caso:
Seja:
x=2+y  x = 2 + (-5) = -3
a) “x” um dos números (1º)
S = {(5, 3), (-3, -5)} b) “x + 1” seu consecutivo
Problemas envolvendo equações do 2º Grau 1
c) “ ” é o inverso de “x”
Diz-se que um problema é do 2º grau quando sua re- x
solução depende de uma equação ou de um sistema do 1
d) “ ” é o inverso de “x + 1”
segundo grau. x +1
Como no 1º grau, a resolução de um problema do 2º
grau consta das seguintes fases: e) Sentença matemática que corresponde ao
* construir a sentença (ou sentenças) matemática (s) problema:
correspondente (s) ao problema; 1 1 5
* resolver a equação (ou sistema) relativa à sentença + =
matemática estabelecida;
x x +1 6
* interpretar as raízes obtidas. Resolvendo a equação obtida, vem (m.m.c.: 6x
Os exemplos seguintes porão em evidência tais fases: (x + 1)):

01) Qual é o número cujo quadrado é igual ao seu 6 (x + 1) + 6x = 5x (x + 1) ou


6x + 6 + 6x = 5x2 + 5x
triplo aumentado de 28?
6x + 6x - 5x + 6 = 5x2
seja 7x + 6 = 5x2  5x2 - 7x - 6 = 0
a) “x = o número procurado”  = b 2 - 4ac
b) “x2 = o seu quadrado”
 = (- 7) - 4 (5) (- 6)
2
c) Sentença matemática que corresponde ao
problema:   = 49 + 120 = 169
x2 = 3x + 28 ou x2 - 3x - 28 = 0
-b+ 
(equação do 2º grau) x' =
2a
 = b 2 - 4ac - (- 7) + 169 7 + 13 20
x' = = = =2
 = (- 3 ) - 4 (1)(- 28 ) 25
2
10 10
 = 9 + 112 = 121

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-b-  Representando por “x” o número de concorren-
x" = tes, temos:
2a
- (- 7) - 169 7 - 13 - 6 3 720
x" = = = =- (representa a importância que cada um dos
25 10 10 5 x
“x - 5” concorrentes recebeu depois que 5 desistiram).
3
S = {2; - } A sentença matemática correspondente será
5
720 720
Tomando para “x” o valor 2, então o consecuti- = + 24 , que podemos simplificar na se-
x-5 x
vo “x + 1” será 3, e os números procurados são “2 e 3”.
guinte equação:
Verifique:
1 1 5 1 1 5 x2 - 5x - 150 = 0
+ =  + =
x x +1 6 2 2 +1 6  = b 2 - 4ac
 = (- 5 ) - 4 (1)(- 150 )
1 1 5 3+2 5
+ = → = 2
2 3 6 6 6
  = 25 + 600 = 625
5 5
= (v)
6 6 -b+ 
x' =
3 2a
Obs.: O valor − é rejeitado porque a natureza - (- 5 ) + 625 5 + 25 30
5 x' = = = = 15
do problema exige como resposta um número inteiro. 2(1) 2 2

03) Perguntada sobre sua idade, a aluna, para esno- -b- 


x" =
bar, respondeu: “o quadrado de minha idade menos o dé- 2a
cuplo dela é igual a 56”. Qual a idade da aluna? - (- 5 ) - 625 5 - 25 - 20
x" = = = = - 10
Sendo “x” a idade da aluna, temos a seguinte 2(1) 2 2
sentença matemática:
S = {15; -10}
x2 - 10x = 56 ou x2 -10x - 56 = 0 Rejeitando a raiz negativa “-10”, você terá o
 = b - 4ac
2 número 15 como resposta à quantidade de concorrentes
premiados. tiremos a prova:
 = (- 10 ) - 4 (1) (- 56 )
2
720 720
  = 100 + 224 = 324 x-5
=
x
+ 24

-b+  720
=
720
+ 24
x' =
2a 15 - 5 15
- (- 10) + 324 10 + 18 28
720
= 48 + 24 → 72 = 72 (V)
x' = = = = 14 10
2 2 2
5. RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS – TABE-
-b- 
x" = LA OU GRÁFICO. TRATAMENTO DA INFOR-
2a MAÇÃO – MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES
- (- 10) - 324 10 - 18 - 8
x" = = = =-4 5.1. CONCEITO
2 2 2
Estatística é a parte da Matemática Aplicada que
S = {14; -4} fornece métodos para a coleta, a organização, a descri-
O valor -4 é rejeitado pois a idade da aluna não ção, a análise e a interpretação de dados que descrevem
pode ser negativa. Logo, a idade da aluna é 14 anos. Tire fatos.
a prova: Esses dados, após serem organizados e interpreta-
x 2 - 10x = 56 → 14 2 - 10  (14 ) = 56 dos, permitem a tomada de decisões. Muitas vezes essas
decisões são baseadas na dúvida porque os dados são
196 - 140 = 56  56 = 56 (V) apenas uma amostra típica de determinada população.

04) A importância de R$ 720,00 vai ser repartida 5.2. DADOS ESTATÍSTICOS


igualmente entre um certo número de concorrentes de Os fatos numéricos utilizados em Estatística para
um sorteio. Por ocasião da distribuição, cinco deles não previsões, estimativas ou tomadas de decisões são cha-
compareceram. Deste modo, cada um dos restantes foi mados de dados estatísticos. Eles podem se referir a to-
beneficiado com R$ 24,00 a mais. Qual o número total dos os elementos de um conjunto (população) ou apenas
de concorrentes premiados? a uma parcela típica dos elementos desse conjunto
(amostra).

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A coleta, a organização e a descrição dos dados fa- 5.4. FASES DA ESTATÍSTICA
zem parte da Estatística Descritiva; já a análise e a in-
a) Coleta de Dados
terpretação desses dados fazem parte da Estatística In-
dutiva ou Inferencial. É a busca de informações que se quer pesquisar.
Pode ser direta ou indireta
a) População – população estatística ou universo
estatístico é o conjunto de entes portadores de, pelo me-  direta – quando feita sobre elemento informativo
nos, uma característica comum à pesquisa pretendida. de registro obrigatório.
Ex.: Os índios do Brasil, os trabalhadores sem-terra, Ex.: nascimentos, casamentos, óbitos, importação
os menores de rua, etc. ou exportação de mercadorias, etc.
* população finita – é aquela em que é possível Será direta, ainda, quando os dados coletados forem
enumerar todos os seus elementos e componentes. feitos pelo próprio pesquisador através de inquéritos e
questionários, como é o caso das notas de verificação e
Ex.: O número de alunos de uma comunidade.
de exames, do censo demográfico, etc.
* população infinita – nela os elementos que a
A coleta direta de dados pode ser classificada como:
compõe não podem ser contados.
Ex.: Os astros existentes no universo.  contínua quando feita continuamente tal como os
registros de nascimentos, casamentos, etc.
b) Censo é a operação que consiste numa apuração  periódica quando feita em intervalos constantes
dos valores que constituem uma população. É o levan- de tempo tal como o censo populacional (feito de 10 em
tamento total da população. 10 anos) ou a avaliação mensal dos alunos.
Ex.: Censo Econômico, populacional, etc.  ocasional quando feita esporadicamente, a fim de
atender uma determinada conjuntura ou emergência, co-
Muitas vezes, em decorrência de imprevistos, limi- mo nos casos de epidemias ou catástrofes repentinas.
ta-se às observações referentes a uma determinada pes-  indireta – quando feita através de dados já co-
quisa a apenas uma parte dessa população. A essa parte nhecidos (coleta direta) e/ou do conhecimento de outros
em estudo denominamos amostra. fenômenos relacionados com o dado estudado.
c) Amostra – é um subconjunto finito de uma popu- Ex.: pesquisa sobre a mortalidade infantil, que é
lação observada. feita através de dados colhidos por uma coleta direta.
Ex.: No grupo de aidéticos do Brasil, estuda-se ape- b) Crítica de dados
nas os casos terminais ou somente os casos entre mulhe-
res, etc. Obtidos os dados, eles devem ser cuidadosamente
criticados, evitando-se possíveis falhas e imperfeições
5.3. VARIÁVEIS ESTATÍSTICAS que possam incorrer em erros grosseiros ou de certo vul-
Variável é o conjunto de resultados possíveis de um to influenciando no resultado.
fenômeno populacional. Pode ser: A crítica é externa quando visa às causas de erro
 qualitativa – quando seus valores são expressos por parte do informante ou pesquisado, por distração ou
por atributos: sexo (masculino ou feminino), cor (branca, má interpretação das perguntas que lhes foram feitas; é
preta, amarela, vermelha, etc.); interna quando visa observar os elementos originais dos
 quantitativa – quando seus valores são expres- dados da coleta.
sos em números. Ex.: número de filhos que pode ser 0, 1, c) Apuração dos dados
2, 3, 4, ... n,
É a soma e o processamento dos dados obtidos e a
A variável quantitativa pode ser: disposição mediante critérios de classificação.
• contínua – quando pode assumir qualquer valor A apuração pode ser manual, eletromecânica ou ele-
num intervalo de observação. trônica.
• discreta – podem assumir somente valores parti-
d) Exposição ou apresentação dos dados
culares (inteiros) num intervalo de observação.
Independente da finalidade que se tenha em mente,
Assim, o número de filhos de um casal pode assu-
os dados devem ser apresentados sob forma adequada vi-
mir qualquer um dos valores do conjunto N = {0, 1, 2, 3,
sando o fácil exame daquilo que está sendo objeto do es-
...}, mas nunca valores como 2,5, 1/2, 4,325, etc. Logo é
tudo estatístico e posterior obtenção de medidas típicas.
uma variável discreta. Já o peso desses filhos é uma vari-
ável contínua, pois um dos filhos pode pesar tanto 60 kg, e) Análise dos resultados
como 62,5 kg, ou 85,45 kg, etc., dependendo da precisão
da medida. Realizadas as fases anteriores – estatística descritiva
– fazemos uma análise dos resultados obtidos, através
De um modo geral, as medições dão origem a vari- dos métodos da estatística indutiva ou inferencial, que
áveis contínuas e as contagens ou enumerações, a vari- tem por base a indução ou inferência, e tiramos desses
áveis discretas. resultados conclusões e previsões.

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Os dados estatísticos podem ser apresentados na b) Normas para apresentação tabular de dados
forma de rol ou lista, na forma de tabelas ou em gráfi-
O Conselho Nacional de Estatísticas, através da Re-
cos.
solução n.º 886, de 26 de outubro de 1966, elaborou as
Normas de apresentação tabular ditadas a seguir:
5.5. ROL OU LISTA
* a tabela não é fechada lateralmente;
Uma lista é a forma mais grosseira e rudimentar de
* as delimitações, superior e inferior, são feitas por
apresentação de dados estatísticos. Consiste em mostrar
uma linha de espessura maior que as demais (linhas de
os dados exatamente como foram coletados, razão pela
GRAS);
qual se presta bem como preparação para as fases poste-
* as linhas internas verticais das tabelas não são
riores de apresentação ou análise, ou ainda à transferên-
obrigatórias;
cia das informações coletadas pelo pesquisador ou entre-
* o título vem, sempre, acima e fora da tabela;
vistador às pessoas encarregadas pelo processamento.
* a indicação dos elementos complementares da
Num rol se dá um pequeno passo adiante. Aqui os tabela vem abaixo e à esquerda da tabela;
dados são apresentados segundo uma ordem (crescente * as grandezas de contagens, usadas como referên-
ou decrescente) de magnitude que permite visualizar no cia, são indicadas no cabeçalho embaixo da variável que
mínimo eventuais pontos de concentração. especifica o conteúdo da coluna respectiva (ex.: 1.000 t,
R$ milhões, etc.);
5.6. TABELAS ESTATÍSTICAS * na indicação de um período de anos destacado
no título, coloca-se o ano inicial seguido de hífen e dos
a) Noções – Conceitos
dois últimos algarismos do ano final (ex.: 1990-96);
A tabela é um quadro disposto com os valores estu- * quando, porém, a indicação se restringir a dois
dados, que resumem um conjunto de observações. Com- anos distintos, indica-se os dois separados por hífen (ex.:
põe-se de: 1990-1996);
* a casa ou célula não deve ser preenchida com
* corpo (1) – conjunto de linhas e colunas que expressões literais. Na falta ou ausência de registro deve-
contêm informações sobre a variável em estudo;
rá ser usado um dos sinais convencional:
* título (2) – conjunto de informações, as mais
 valor ignorado – deve ser substituído por três
completas possíveis, localizado no topo da tabela, con-
pontos (...);
tendo a designação do fato observado, de modo a res-
 valor igual a zero ou inexistente – será substituí-
ponder às perguntas o que?, quando? e onde?.
do por um traço (-);
* cabeçalho (3) – parte superior da tabela que es-
pecifica o conteúdo das colunas;  quando temos dúvidas quanto à exatidão de de-
* coluna indicadora (4) – parte da tabela, locali- terminado valor – será substituído por um ponto de inter-
zada à esquerda, que especifica o conteúdo das linhas; rogação (?);
* linhas (5) – retas imaginárias, no sentido hori-  quando o valor for muito pequeno para ser ex-
zontal, que facilitam a leitura de dados que se inscrevem presso na grandeza indicada no título – será substituído
nos seus cruzamentos com as colunas; por zero (0);
* casa ou célula (6) – encontro de cada linha com • quando uma célula apresentar valor muito elevado
sua respectiva coluna, destinada a uma determinada in- ou que exija coluna bem larga para transcrevê-lo deverá
formação; ter seu registro arredondado para a medida múltipla mais
* rodapé (7) – local reservado para os elementos próxima do seu valor (ex.: o valor 3.554.002 pode ser
complementares da tabela, que são a fonte, as notas e as reduzido para 3.554 assim como o valor 1.879.356, pode
chamadas. ser aproximado para o valor 1.880, etc.).
Assim, teremos na tabela abaixo:
5.7. SÉRIES ESTATÍSTICAS
2
a) Conceito
PRODUÇÃO DE CAFÉ
4 BRASIL - 1978-82 Série estatística é toda tabela que apresenta a distri-
3 buição de um conjunto de dados estatísticos em função
3 PRODUÇÃO da época, do local ou da espécie, na qual existem três
ANOS
(1.000 t) 4 elementos básicos: o tempo, o espaço e a espécie.
1 1978 2.535 6
A variação de qualquer desses elementos indica a
1979 2.666 classificação da série estatística que pode ser:
1980 2.122 5
1981 3.750 b) Séries históricas, cronológicas, temporais ou
1982 2.007 marchas
7 FONTE: IBGE
Descrevem os valores da variável, em determinado
local, discriminado de acordo com intervalos de tempo
variáveis.

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Ex.: Ex.: Suponhamos que temos de representar a quan-
tidade de telefones instalados por região nos anos de
PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES FOS-
FATADOS - BRASIL - 2015-2019 2017, 2018 e 2019:
QUANTIDADE TELEFONES INSTALADOS - 2017-2019
ANOS
(em t) REGIÃO 2017 2018 2019
2015 3.570.115 Norte 373.312 403.712 457.741
2016 4.504.201 Nordeste 1.440.531 1.567.006 1.700.467
2017 5.448.835 Sudeste 8.435.308 8.892.409 8.673.660
2018 4.373.226 Sul 2.106.145 2.192.762 2.283.581
2019 4.024.813 Centro-Oeste 803.013 849.401 944.075
FONTE: Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos
Agrícolas.
13.158.309 13.905.290 14.059.524
FONTE: IBGE COM ADAPTAÇÕES

A conjugação acima foi série geográfica-série his-


c) Séries geográficas, espaciais, territoriais ou de tórica, que dá origem à Série geográfico-histórico ou
localização Geográfico-temporal.
Descrevem os valores da variável, em determinado
instante, discriminados de acordo com uma dada região.
5.8. DADOS ABSOLUTOS E DADOS RELA-
Ex.: TIVOS
PRODUÇÃO DE OVOS DE a) Conceitos
GALINHA NO BRASIL
QUANTIDADE Dados absolutos são os dados estatísticos resultan-
REGIÃO
(1000 dúzias) tes da coleta direta da fonte, sem haver manipulação se-
Norte 66.092 não a contagem ou medida. Esses dados, embora apre-
Nordeste 356.810 sentem um resultado exato e fiel, não têm a virtude de
Sudeste 937.463 ressaltar de imediato as suas conclusões numéricas daí
Sul 485.098 porque a Estatística considerar indispensável o uso dos
Centro-Oeste 118.468
dados relativos.
FONTE: IBGE.
Dados relativos são os resultados de comparações
por quociente que se estabelecem entre dados absolutos,
d) Série específica ou categórica e têm por finalidade realçar ou facilitar as comparações
entre quantidades.
Descrevem os valores da variável, em determinado
tempo e local, discriminados de acordo com especifica- Esses dados são representados, geralmente, por
ções ou categorias dadas. meio de percentagens, índices, coeficientes e taxas.
Ex.: b) As percentagens
NÚMERO DE NOTÍCIAS PUBLICADAS SOBRE CRIAN- O emprego da percentagem é utilizado quando o
ÇAS E ADOLESCENTE – 2006 nosso intuito é destacar a participação da parte no todo.
QUANTIDADE
JORNAL
(em unid.) Ex.: Uma pesquisa sobre a preferência entre 400
Correio Braziliense 387 mulheres de uma cidade em relação a 3 tipos de xampu
Folha de São Paulo 362
O Estado de São Paulo 329
apresentou o seguinte resultado:
O Globo 238
Jornal do Brasil 216 Xampu Número de mulheres
Jornal de Brasília 194 A 200
FONTE: CB 9.2.97 B 160
C 40
e) Séries conjugadas – Tabela de dupla entrada
Total 400
Muitas vezes, pela necessidade de apresentar, em
uma única tabela, a variação de valores de mais de uma
variável, temos de conjugar duas ou mais tabelas. Calculando-se as percentagens da preferência de
cada xampu temos:
Série conjugada é, então, a combinação de duas sé-
ries em uma única tabela. Nesse tipo de tabela ficam cri- Xampu A = 200 x 100 = 50 = 50%
adas duas ordens de classificação: uma horizontal (li- 400
nha) e uma vertical (coluna). 160 x 100
Xampu B = = 40 = 40%
400
40 x 100
Xampu C = = 10 = 10%
400

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Com esses dados, podemos formar uma nova colu- e) As taxas
na na série em estudo:
As taxas são os coeficientes multiplicados por uma
Xampu Número de mulheres % potência de 10 (10, 100, 1.000, etc.) para tornar o resul-
A 200 50 tado mais inteligível.
B 160 40 São exemplos de taxas:
C 40 10
Total 400 100  Taxa de mortalidade – o produto do coeficiente
de mortalidade por 1.000.
Os valores dessa nova coluna nos traduz que, de ca-  Taxa de natalidade – o produto do coeficiente
da 100 mulheres da cidade, 50 preferem o “Xampu A”, de natalidade por 1.000.
40 preferem o “Xampu B” e apenas 10 preferem o  Taxa de evasão escolar – o produto do coefici-
“Xampu C”. ente de evasão escolar por 100.

c) Os índices 5.9. GRÁFICOS ESTATÍSTICOS


Índices são razões entre duas grandezas tais que a) Conceito
uma não inclui a outra.
O gráfico estatístico é uma forma de apresentação
São exemplos de índices: de dados estatísticos, onde se obtêm uma impressão mais
 índice cefálico – o quociente do diâmetro trans- rápida e viva do fenômeno em estudo, já que os gráficos
verso do crânio pelo diâmetro longitudinal do crânio falam mais rápido à compreensão que as séries.
multiplicado por 100. A representação gráfica deve obedecer a certos re-
 quociente intelectual – o quociente da idade quisitos fundamentais tais como:
mental pela idade cronológica multiplicado por 100.  Simplicidade – o gráfico deve ser destituído de
 densidade demográfica – o quociente da popu- detalhes minuciosos, assim como de traços desnecessá-
lação pela superfície. rios que possam levar o observador a uma análise moro-
sa ou com erros.
 índices econômicos:  Clareza – o gráfico deve possibilitar uma correta
interpretação dos valores nele expressos.
• produção per capita – o quociente do valor total
 Veracidade – o gráfico deve expressar a verdade
da produção pela população.
sobre o fenômeno em estudo.
• consumo per capita – o quociente do consumo
do bem pela população. Os principais tipos de gráficos são os diagramas,
• renda per capita – o quociente da renda pela po- os cartogramas e os pictogramas.
pulação. b) Diagramas
• receita per capita – o quociente da receita pela
população. Os diagramas são gráficos geométricos de, no má-
ximo duas dimensões, construídos sobre um sistema car-
d) Os coeficientes tesiano.
Coeficiente é a razão entre o número de ocorrências Os principais diagramas são:
e o número total (número de ocorrências e números não-
ocorrências). 1) Gráfico em colunas ou barras
São exemplos de coeficientes: É a representação de uma série por meio de retângu-
los dispostos verticalmente, quando em colunas, ou ho-
 coeficiente de natalidade – o quociente do nú- rizontalmente, quando em barras.
mero de nascimentos pela população total.
 coeficiente de mortalidade – o quociente do • em colunas, os retângulos são dispostos com a
número de óbitos pela população total. base sobre o eixo das abscissas e suas alturas são propor-
 coeficientes educacionais: cionais aos respectivos dados.
• coeficiente de evasão escolar – o quociente dos Ex.:
números de alunos evadidos pelo número inicial de ma- POPULAÇÃO BRASILEIRA
trículas. 1940-1970
• coeficiente de aproveitamento escolar – o quo-
ANO POPULAÇÃO
ciente do número de alunos aprovados pelo número final
de matrículas. 1940 41.236.315
1950 51.944.397
• coeficiente de recuperação escolar – o quocien-
1960 70.119.071
te do número de alunos recuperados pelo número de alu- 1970 93.139.037
nos em recuperação.
FONTE: IBGE

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total → 360º
parte → xº

Ex.: Dada a série


RECEITA DO MUNICÍPIO X
DE 2005 a 2007
RECEITA
ANOS
(em R$)
2005 90
• em barras, os retângulos são dispostos com a ba- 2006 120
2007 150
se no eixo das ordenadas e seus comprimentos são pro- total..... 360
porcionais aos respectivos dados.
FONTE: Sec. da Fazenda
Ex.: usando os mesmos dados do gráfico em colu-
nas: temos:
para 1995: 360 → 360º
90 → xº xº = 90º

para 1996: 360 → 360º


120 → xº xº = 120º

para 1997: 360 → 360º


2) Gráfico em colunas ou barras múltiplas 150 → xº xº = 150º
Este tipo de gráfico é geralmente usado quando Com esses dados (valores em graus), definimos
queremos representar, simultaneamente, dois ou mais fe- num círculo as áreas correspondentes, obtendo o gráfico
nômenos estudados com o propósito de comparação. de setores.
Ex.: Assim,
VALOR (R$ 1.000.000) Receita do Município “x”
Especificação
1986 1987 1988
Exportação (FOB) 22.348 26.224 33.789
Importação 14.044 15.052 14.605
FONTE: Min. da Fazenda

Dada a tabela acima, o gráfico será construído.


NOTA
BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL
• O gráfico de setores só deve ser empregado
– 1986/88 –
quando há, no máximo, sete séries de dados.
• Se as séries já se apresentam em dados percentu-
ais, obtém-se os respectivos valores em graus multipli-
cando o valor percentual por 3,6.
4) Gráfico polar
É a representação de uma série de dados por meio
de um polígono que serve para representar séries tempo-
rais (que apresentam desenvolvimento com determinada
FONTE: Min. da Fazenda periodicidade).
Para construí-lo
3) Gráfico em setores
• divide-se uma circunferência em tantos arcos
Este gráfico é construído com base em um círculo e iguais quantos forem as unidades temporais.
é empregado sempre que pretendemos comparar cada va-
• pelos pontos de divisas traçam-se raios que par-
lor de uma série com o total. Neste gráfico, o total é re-
tem do centro O (polo).
presentado pelo todo do círculo, que fica dividido em se-
• marcamos os valores correspondentes da variá-
tores cujas áreas representam a proporcionalidade dos
vel, iniciando-se pela semirreta horizontal (eixo polar)
valores da série. Essa divisão é obtida mediante aplica-
cuja distância ao centro é diretamente proporcional a es-
ção da regra de três lembrando que o total da série cor-
se valor.
responde a 360º. Assim,

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• ligamos os pontos encontrados com segmentos de Vejamos o exemplo:
reta.
Dada a série
• se pretendermos fechar a poligonal obtida, em-
pregamos uma linha interrompida VENDAS DA COMPANHIA “x”
- 1991 / 1997 -
Ex.: Dada a precipitação pluviométrica de um mu-
nicípio “x”. ANO VENDAS
(em R$)
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA 1991 230.000
DO MUNICÍPIO “x” - 2020
1992 260.000
PRECIPITAÇÃO 1993 380.000
MESES
(em mm) 1994 300.000
janeiro 174,8 1995 350.000
fevereiro 36,9 1996 400.000
março 83,9 1997 450.000
abril 462,7
FONTE: Dep. de Marketing
maio 418,1
junho 418,4
Determinados todos os pontos da série, usando as
julho 538,7
agosto 323,8 coordenadas, ligamos todos esses pontos, dois a dois, por
setembro 39,7 segmento de reta, o que irá nos dar uma poligonal, que é
outubro 66,1 o gráfico em linha ou em curva correspondente ao es-
novembro 83,3 tudo.
dezembro 201,2

FONTE: Dep. de água e esgoto

PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO “X”

OUT
SET NOV

DEZ
AGO
c) Cartogramas e Pictpgramas
JUL
JAN Os CARTOGRAMAS (representação de dados na
forma de carta geográfica) e os PICTOGRAMAS (re-
JUN
FEV presentação de uma série estatística por meio de símbo-
MAI
los ou figuras) são métodos gráficos de uso mais restrito
ABR MAR embora sejam os métodos que melhor falam ao público,
pelas suas formas ao mesmo tempo atraente e sugestiva.

FONTE: CIA ÁGUA & ESGOTO


5.10. MEDIDAS DE POSIÇÃO
As medidas de posições são elementos típicos de
uma distribuição que representam uma série de dados
5) Gráfico em linha ou em curvas expressados em números que nos orienta quanto à posi-
ção da distribuição em relação ao eixo das abscissas.
Este gráfico constitui uma aplicação do processo de
representação das funções num sistema de coordenadas Dentre as medidas de posições destacam-se as me-
cartesianas utilizando uma linha poligonal para represen- didas de tendência central, chamadas assim, pelo fato
tar a série estatística. de seus dados tenderem, em geral, a se agrupar em torno
dos valores centrais.
Neste sistema fazemos uso de duas retas perpendi-
culares que são os eixos coordenados e o ponto de inter- São medidas de tendência central:
secção que é a origem.
* a média aritmética;
* a mediana;
* a moda.

MÉDIA ARITMÉTICA ( x )
A média aritmética de um conjunto de “n” valores,
é o quociente entre a soma dos “x i” valores e o número
“n” de valores dados de conjunto. Tais que:
 xi
x =
n

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onde: A média do mês será, então, 6,0
x = a média aritmética; O modo mais prático de se obter a média ponderada
xi = os valores de cada variável; é abrir, na tabela, uma coluna correspondente aos produ-
n = o número de valores dados. tos xifi:

Emprego da média Xi fi Xifi


6 4 24
Empregamos a média quando: 8 2 16
4 3 12
a) desejamos obter a medida de posição que possui 8 1 8
a maior estabilidade;  = 10  = 60
b) houver necessidade de um tratamento algébrico
ulterior.
Temos, então:

Média Aritmética Simples (


Ms
) xifi = 60 fi = 10

Determina-se a média aritmética simples quando  x i fi 60


Mp = Mp =
desejamos conhecer a média de dados não-agrupados.  fi 10 = 60
Logo, 
Ex.: Sabendo-se que o rendimento semanal de um
trabalhador autônomo, durante um mês, foi de R$ 100, Mp
isto é: = 6,0
R$ 110, R$ 130 e R$ 140, temos, como rendimento mé-
dio do mês: Desvio em relação à média (di)
480 Denominamos de desvio em relação à média a dife-
Ms rença entre cada elementos de um conjunto de valores e
= = 4 = 120
a média aritmética. Tal que:
Assim, o rendimento médio no mês foi de R$
120,00. di = xi - x

M
Média Aritmética Ponderada ( p )
Ex.: Sabendo-se que a produção leiteira diária de
Obtém-se a média aritmética ponderada através do uma Vaca, durante uma semana, foi de 10, 14, 13, 15,
somatório dos produtos de “n” números pelos seus res- 16, 18 e 12 litros, temos para produção média da sema-
pectivos pesos, divididos pelo somatório desses pesos. na:
 x i fi 10 + 14 + 13 + 15 + 16 + 18 + 12
Mp = x = =
 fi 7
98
= 14
7
Onde: A produção média diária é de 14 litros. Logo, o
fi = é o ponto médio da classe ou um valor atribuído desvio em relação à média fica assim:
como peso da variável.
di = xi - x  di = 10 - 14 = -4
xi = os valores de cada variável.
d2 = x2 - x  d2 = 14 - 14 = 0
Ex.: Usando os dados da média aritmética, um pro-
fessor pode atribuir “pesos” às notas de uma turma. As- d3 = x3 - x  d3 = 13 - 14 = -1
sim, d4 = x4 - x  d4 = 15 - 14 = 1
Nota da prova : 6,0 peso 4 d5 = x5 - x  d5 = 16 - 14 = 2
Nota do trabalho : 8,0 peso 2 d6 = x6 - x  d6 = 18 - 14 = 4
Nota da arguição : 4,0 peso 3
Nota de conceito : 8,0 peso 1 d7 = x7 - x  d7 = 12 - 14 = -2

Neste caso, qual deverá ser a média do mês? Desvio-padrão


Para o cálculo da média do mês, o professor fará a Chamamos desvio-padrão de X, e indicamos por
soma dos produtos de cada nota pelo respectivo peso e “Sx”, à raiz quadrada positiva da variância de X.
dividirá pela soma dos pesos como mostrado na fórmula
acima. Variância de X (Vx) é a média aritmética dos qua-
drados dos desvios.
6  4 + 8  2 + 4  3 + 8 1
Mp = =
4 + 2 + 3 +1 No exemplo anterior, temos:
24 + 16 + 12 + 8 60
= = = 6 desvios = -4, 0, -1, 1, 2, 4, -2.
10 10

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Logo: 7

y i
(- 4)2 + (0)2 + (- 1)2 + (1)2 + (2)2 + (4)2 (- 2)2 i -1 = 112 como n = 7, temos:
Vx = 7
112
16 + 0 + 1 + 1 + 4 + 16 + 4 = 16
y
= 7
Vx = 7

42 sendo y = x + c = então
= 6
Vx = 7 então, 16 = 14 + 2 = 16
* 3ª propriedade
Vx
Sx = Multiplicando-se ou dividindo-se todos os valores
de uma variável por uma constante (c), a média do con-
junto fica multiplicada ou dividida por essa constante, is-
Desse modo, Sx = 6  2,5 to é:
NOTA: Os valores devem ser trabalhados na mes- y
ma unidade, logo Sx = 2,5 litros. yi = xi . c  = x . c
ou
Propriedades da média xi x
* 1ª propriedade y c
yi = c  =
A soma algébrica dos desvios tomados em relação à
média é sempre nula, isto é: Ex.: Se multiplicarmos cada um dos valores da va-
k riável do exemplo estudado por 3, obtemos:
d
i -1
i = 0
y1 = 10 . 3 = 30
y2 = 14 . 3 = 42
y3 = 13 . 3 = 39
Ex.: Considerando o exemplo dado no desvio, te- y4 = 15 . 3 = 45
mos: y5 = 16 . 3 = 48
y6 = 18 . 3 = 54
7
y7 = 12 . 3 = 36
d i
i-1 = (-4) + 0 + (-1) + 1 + 2 + 4 + (-2) Daí,
7

y
7

 di i

 i-1 = (-7) + 7 = 0 i -1 = 30 + 42 + 39 + 45 + 48 + 54 + 36
7

y
* 2ª propriedade
i
Somando-se ou diminuindo uma constante (c) a to- i -1 = 294 como n = 7, temos:
dos os valores de uma variável, a média do conjunto fica
aumentada ou diminuída dessa constante, isto é: 294
= 42
y
= 7
y
yi = xi  c  = x  c
y
sendo = x . c = então
42 = 14 . 3 = 42.
Ex.: Se somarmos 2 a cada um dos valores da vari-
ável do exemplo dado, temos:
y1 = 10 + 2 = 12 RESUMO
y2 = 14 + 2 = 16
Se numa população de “n” elementos, uma variável
y3 = 13 + 2 = 15
X apresenta os valores x1, x2, x3, ... xn, temos:
y4 = 15 + 2 = 17
y5 = 16 + 2 = 18 * média:
y6 = 18 + 2 = 20
y7 = 12 + 2 = 14 x 1 + x 2 + x 3 + ... + xn
X =
n
Daí,
7
* desvios:
y i
(di = xi - X ) → d1, d2, d3, ..., dn
i -1 = 12 + 16 + 15 + 17 + 18 + 20 + 14

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* variância: n n
Mh = = n
1 1 1 1
x
1
(d1 ) 2 + (d 2 ) 2 + (d 3 ) 2 + ... + (d n ) 2 x1
+
x2
+
x3
+ ... +
xn 1
Vx = i +1
xi
n
* desvio-padrão: Ex.: Calcular a média harmônica para 2, 5 e 8.
Então:
Vx
Sx = 3
Mh = = 3,64
Média Geral 1 1 1
+ +
2 5 8
Sejam x 1, + x 2 , + x 3 , ... x k as medidas aritmé- MEDIANA (Md)
ticas de “k” séries e n1, n2, n3, ... nk os números de termos
destas séries, respectivamente. A média aritmética da sé- a mediana de um conjunto de “n” valores, ordena-
rie formada pelos termos das “k” séries é dada pela fór- dos segundo uma ordem de grandeza, é o valor que ocu-
mula: pa a posição central de uma série, de modo que os limi-
tes da série distam da mediana em igual valor.
n1 x 1 + n 2 x 2 + ... + n k x k
x = Ex.: Na sequência 10, 16, 18, 21, 44, 45, 70
n1 + n 2 + ... + n k
O termo central é o número 21, portanto,
Ex.: Sejam as séries Md = 21.
1) 4, 5, 6, 7, 8 em que n1 = 5 e x1 = 6 Se um conjunto de dados tiver um número par de
elementos, a mediana será a média aritmética entre os
2) 1, 2, 3 em que n2 = 3 e x2 = 6 dois termos centrais e será chamado de ponto médio da
série.
3) 9, 10, 11, 12, 13 em que n 3 = 5 e x3 = 6
Assim, a série 6, 7, 10, 12, 13, 18 apresenta como
Então, a média geral das séries, utilizando a fórmula mediana a média aritmética entre os termos 10 e 12.
acima:
Logo:
5 . 6 + 3 . 2 + 5 . 11
x = = 7 10 + 12 22
5 + 3 + 5 = = 11
Md = 2 2 então,
Média Geométrica Md = 11
x 1, x 2 , x 3 , ..., x n
Sejam , valores de “X”, associ- Assim, verificando que, estando ordenados os valo-
ados às frequências absolutas F1, F2, F3, ..., Fn, respecti- res de uma série e sendo “n” o número de elementos da
vamente. A média geométrica de “X” é definida por: série, o valor mediano será:

F F2 F3 Fn n + 1
Mg = n
x1 1  x2  x3  ...  xn
* o termo da ordem 2 , se “n” for ímpar;
Em particular, se F1 = F2 = F3 = ... = Fn = 1 tem-se
n n
Mg = n x1  x2  x3  ...  xn * a média aritmética dos termos de ordem 2 e 2
+ 1, se “n” for par.
Ex. 1: Calcular a média geométrica dos valores 3, 6,
12, 24 e 48. Logo: Emprego da mediana
Empregamos a mediana quando:
Mg = 5
3  6  12  24  48
a) desejamos obter o ponto que divide a distribuição
Mg = 5
248.832  Mg = 12 em partes iguais;
b) há valores extremos que afetam de uma maneira
Média Harmônica acentuada a média;
c) a variável em estudo é salário.
x , x , x , ..., x n
Sejam 1 2 3 , valores de “X”, associ-
Dados agrupados
ados às frequências absolutas F1, F2, F3, ..., Fn, respecti-
vamente. A média harmônica de “X” é definida por: Quando uma série contínua é agrupada em classes
de frequência, a mediana corresponde ao termo que divi-
n n
Mh = = n
de a série em duas partes iguais e é dado por:
F1 F2 F3 F
x
+ + + ... + n Fi
x1 x2 x3 xn 1
xi  fi
i +1 Md =
2
Em particular, se F1 = F2 = F3 = ... = Fn = 1 tem-se:

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Em uma distribuição chama-se classe mediana à Tomando como exemplo a distribuição seguinte,
classe que contém a mediana. Estatura de 40 pessoas
* Sem intervalo de classe I Estaturas fi Fi
(cm)
* No caso de existir uma frequência acumulada (Fi),
1 150 ⎯ 154 4 4
tal que: 154 ⎯ 158 9 13
2
158 ⎯ 162 11 24 
 fi 3
Fi = 162 ⎯ 166 8 32
2 , 4 166 ⎯ 170 5 37
5 170 ⎯ 174 3 40
a mediana será a média aritmética entre o valor da 6
variável correspondente a essa frequência acumulada e o = 40
seguinte.
x i + xi + 1 temos:
Md =
2
 fi 40
= = 20
Ex.: Suponhamos a tabela: 2 2
xi fi Fi Logo, a classe mediana é a de ordem 3. Então:
12 1 1
14 2 3 l * = 158, F’ = 13, f* = 11 e h* = 4
15 1 4
16 2 6 Substituindo esses valores na fórmula, obtemos:
17 1 7
20 1 8
Md = 158 +
20 - 13
4
= 158 +
28
=8
11 11
Md = 158 + 2,54 = 160,54 isto é:
 fi 8 Md = 160,5 cm.
= = 4
Sendo 2 2
Decis
15 + 16 31
Md = = = 15,5 Decis são valores que dividem uma série em 10 par-
Logo 2 2 tes iguais.
então Md = 15,5. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

* Com intervalos de classe


D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9
Neste caso, basta seguir os seguintes passos:
A fórmula neste caso também é semelhante aos de-
1º) Determinamos as frequências acumuladas. mais casos de mediana. Ei-la
 fi i  n
2º) Calculamos 2 . • Calcula-se 10 , em que i = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
3º) Marcamos a classe correspondente à frequência e9
 fi • Identifica-se a classe D1 pela Fac
• Aplica-se a fórmula:
acumulada imediatamente superior à 2 (classe medi-
 in 
ana) e, em seguida, empregamos a fórmula: 
 10
-  f   h
D =  Di +
  fi  FDi
 2 - F' h *
Md =  * +  
em que:
f*
 Di
Na qual: = limite inferior da classe Di, i = 1, 2, 3, ..., 9
- l * é o limite inferior da classe mediana; n = tamanho da amostra
h = amplitude da classe Di
- F’ é a frequência acumulada da classe anterior à
classe mediana; FD i
= frequência da classe Di
- f* é a frequência simples da classe mediana;
- h* é a amplitude do intervalo da classe mediana.
f = soma das frequências anteriores à classe Di.
MODA (Mo)
Denominamos “moda de X” ao valor que ocorre
com maior frequência em uma série de valores.

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Assim, o salário modal de uma empresa é o salário Temos, então:
recebido pelo maior número de empregados dessa em-
presa. * + L*
Mo =
2
De acordo com o comportamento dos termos da sé-
rie, podemos ter: Onde:
a) série amodal: quando não existe moda, pois to- - l * é o limite inferior da classe modal;
dos os valores da série ocorrem com a mesma frequên-
- L* é o limite superior da classe modal
cia.
b) série unimodal: quando existe uma única moda Assim, na tabela abaixo:
na série. Estatura de 40 pessoas
c) série bimodal: quando existem duas modas na I Estaturas fi
série. (cm)
d) série multimodal: quando a série apresenta mais 1 150 ⎯ 154 4
de duas modas. 2 154 ⎯ 158 9
3 158 ⎯ 162 11 
Emprego da moda 4 162 ⎯ 166 8
5 166 ⎯ 170 5
A moda é utilizada: 6 170 ⎯ 174 3
= 40
a) quando desejamos obter uma medida rápida e
aproximada de posição;
b) quando a medida de posição deve ser o valor A classe modal é a terceira classe i = 3 (158 ⎯
mais típico da distribuição. 162), * = 158 e L* = 162.
Dados não agrupados * + L*
Mo =
Quando trabalhamos com valores não-agrupados, Assim, como 2 , então:
para se determinar a moda basta procurar o valor que
mais se repete. 158 + 162 320
Mo = = = 160
Ex.: Na série de dados 2 2

7, 8, 9, 10, 10, 10, 11, 12, 13, 15 Logo, Mo = 160 cm

encontramos a moda igual a 10. Cálculo da Moda

Dados agrupados Um dos processos muito utilizado para o cálculo da


moda é pela fórmula de CZUBER, aplicando-se a se-
* Sem intervalos de classe guinte fórmula:
Uma vez agrupados os dados, para se determinar a 1
moda basta fixar o valor da variável de maior frequência. Mo =  * +  h*
1 +  2
Ex.: Consideremos a distribuição relativa a 34 famí-
lias, com 4 filhos cada, tomando para variável o número
de filhos do sexo masculinos: Onde:

fi - l* é o limite inferior da classe modal;


n de meninos
- h* é a amplitude da classe modal;
0 2
- 1 = diferença entre a frequência da classe modal
1 6
e a imediatamente anterior “f* - f”;
2 10
3 12 - 2 = diferença entre a frequência da classe modal
4 4 e a imediatamente posterior “f* - f”
 = 34 sendo:
- f* a frequência simples da classe modal;
Observamos, então, que a frequência de maior valor - f(ant) é a frequência simples da classe anterior à
(12) corresponde o valor 3 da variável. classe modal;
- f(post) é a frequência simples da classe posterior à
Logo: Mo = 3 classe modal.
* Com intervalos de classe Assim, para a distribuição da tabela em estudo, te-
Para o cálculo da moda para dados agrupados, com mos:
intervalos de classe, denominamos classe modal à classe 1 = 11 - 9 = 2 2 = 11 - 8 = 3
que possui a mais alta frequência ou, consequentemente,
à classe que contém a moda.
Moda bruta - é o ponto médio da classe modal.

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donde: Exemplo 1: com os dados da tabela abaixo, sobre o
tempo em minutos que consumidores entrevistados de
2 8 determinada operadora de telefonia móvel iriam falar du-
M o = 158 + x 4 = 158 +
2 + 3 5 rante um mês, calcule 1º quartil
M o = 158 + 1,6 = 159,6

Logo, Mo = 159,6 cm  160 cm.

5.11. MEDIDAS DE POSIÇÃO - QUARTIS,


DECIS E PERCENTIS
Para além das medidas de tendência central já apre-
sentadas, há outras que individualmente não são medidas
de tendência central, mas estão ligadas à mediana, relati-
vamente a sua característica como separatriz de determi-
nado conjunto de dados organizado em rol. Estamos a fa-
lar dos Quartis, Decis e Percentis.
5.11.1. Quartis (Qi)
Os quartis dividem a distribuição de um conjunto de
dados em 4 partes iguais, sendo que existem 3 quartis:
O divide os dados em duas partes, sendo que 25%
dos valores encontram-se abaixo dele e 75% acima dele.
1Q Interpretação: 25% dos entrevistados iriam falar
O divide os dados em duas partes iguais, pois coin- menos que 154.53 minutos durante um mês, ou, 75% dos
cide com a Mediana. Neste caso, 50% dos valores encon- entrevistados iriam falar mais que 154.53 minutos duran-
te um mês.
tram-se abaixo dele e 50% acima dele. 2 Q
O divide os dados em duas partes, sendo que 75% 5.11.2. Decis (Di)
dos valores encontram-se abaixo dele e 25% acima dele.
3Q Os decis dividem a distribuição de um conjunto de
dados em 10 partes iguais, sendo que existem 9 decis.
Procedimentos para o cálculo dos Decis
Procedimentos para o cálculo dos Quartis
1. Calcular a posição do decil:
1. Calcular a posição do quartil:

2. Identificar a classe que contém o valor do quartil 2. Identificar a classe que contém o valor do decil
calculado no ponto anterior, através da coluna de fre- calculado no ponto anterior, através da coluna de fre-
quência acumulada – classe Qi quência acumulada – classe Di
3. Calcular o valor do quartil com a fórmula: 3. Calcular o valor do decil com a fórmula:

Onde: Onde:

Limite inferior da classe quartílica i Ql – Limite inferior da classe do decil


n – Número total de observações n – Número total de observações

– Frequência acumulada da classe anterior à – Frequência acumulada da classe anterior à


classe quartílica classe do decil
– Frequência absoluta simples da classe quartíli- – Frequência absoluta simples da classe do decil
ca
c – amplitude de intervalo da classe do decil
c – amplitude de intervalo de classe quartílica

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Exemplo 2: usando os dados do exemplo 1, calcule Interpretação: 30% dos entrevistados iriam falar
o decil 7 (D7) menos que 123.6 minutos durante um mês, ou, 70% dos
entrevistados iriam falar mais que 123.6 minutos durante
um mês.
Após o cálculo dos quartis, decis e percentis, po-
demos verificar que:

Interpretação: 70% dos entrevistados iriam falar


menos que 147.6 minutos durante um mês, ou, 30% dos 6. GEOMETRIA PLANA
entrevistados iriam falar mais que 147.6 minutos durante INTRODUÇÃO
um mês.
Geometria é a parte da matemática que estuda a ex-
5.11.3. Percentis (Pi) tensão e as propriedades das figuras geométricas. Sua
Os percentis dividem a distribuição de um conjunto importância é evidenciada pelo fato de podermos associ-
de dados em 100 partes iguais, sendo que existem 99 ar as figuras geométricas aos objetos do mundo físico.
centis: Nasceu das necessidades e das observações dos
Procedimentos para o cálculo dos Percentis homens. Os egípcios, muitos séculos antes de Cristo, já
utilizavam conhecimentos geométricos (o rio Nilo trans-
bordava uma vez por ano e destruía as cercas que limi-
1. Calcular a posição do percentil: tam os campos das plantações. Quando as águas baixa-
vam ao nível normal, os escribas dividiam novamente as
terras baseando-se em registros feitos antes das cheias).
Assim, nasceu a geometria experimental. (GEO = terra
2. Identificar a classe que contém o valor do percen- e METRIA = medida).
til calculado no ponto anterior, através da coluna de fre-
quência acumulada – classe Pi Com os gregos, alguns séculos antes de Cristo, a
partir de alguns fatos em decorrência de suas observa-
3. Calcular o valor do percentill com a fórmula: ções sobre figuras geométrica, nasceu a geometria de-
dutiva. Entre eles viveu o filósofo Euclides, o primeiro
matemático a apresentar a geometria de forma organiza-
da e lógica e, em sua homenagem a geometria é conheci-
da como geometria euclidiana.
Onde: GEOMETRIA PLANA
– Limite inferior da classe do percentil É a parte da geometria que estuda seus elementos
dispostos num mesmo plano e é construída a partir de
n – Número total de observações três termos que são aceitos sem definição: ponto, reta e
plano.
– Frequência acumulada da classe anterior à
classe do percentil Esses termos compõem os elementos primitivos do
estudo da geometria e dizemos que são aceitos sem defi-
– Frequência absoluta simples da classe do per- nição, porque sua compreensão depende da imaginação
centil de cada um. Vejamos:
c – amplitude de intervalo da classe percentil * Ponto - é qualquer referência disposta no espa-
ço. Se tocarmos com a caneta no papel, ou com o giz no
quadro negro, teremos um ponto. Assim, também, se
Exemplo 3: usando os dados do exemplo 1, calcule olharmos para o céu à noite, uma estrela será um ponto.
o percentil 30 (P30)
O ponto é representado por letras maiúsculas.

A C
D
B
* Reta - com um traço qualquer riscado numa fo-
lha de papel ou até mesmo no chão, obtemos uma linha,
que dá uma ideia de reta.

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As retas são indicadas por letra minúscula (a, b, c, P4 – Um plano é formado por infinitos pontos.
etc.) ou por letras maiúsculas (A, B, C, etc.), quando es-
tiverem com seus extremos delimitados. À reta contida
neste dois extremos damos o nome de segmento de reta.
a
A B
Quando a reta ou seu segmento for representado P5 – Dois pontos distintos determinam uma única
apenas simbolicamente, usamos a simbologia: reta que os contém.
B
AB, CD, etc. (retas) B
+ =
AB, CD, etc. (segmento de retas) A
A
r

* Plano - uma folha de papel, um quadro negro, P6 – Três pontos não colineares determinam um
uma parede, nos dá a ideia do que seja um plano. único plano que os contém.
O plano é representado por uma letra grega minús- B
A
cula (, , , etc.) ou chamado de plano A, B, C, etc. A


B C
C

P7 – Se uma reta tem 2 pontos distintos em um pla-


no, ela está inteiramente contida no plano.
Pensamentos Geométricos
r
A
Dividem-se em postulados (axiomas) e teoremas. A

Postulados/axiomas – São noções aceitas como 


B

B
verdadeiras sem a necessidade de haver provas concre-
tas. P8 – Qualquer ponto “p” de uma reta “x” divide-a
Os principais postulados são: em duas semirretas x1 e x2 (p = origem).
x
P1 – Existem infinitos pontos no espaço.

P2 – No espaço existem infinitas retas formadas por


um conjunto de pontos colocados sucessivamente. Teoremas – São noções aceitas como verdadeiras
somente depois de provadas, seja por deduções lógicas
r1 ou a partir dos axiomas anteriormente apresentados.
Um teorema é composto de duas partes:

rn • a parte que se supõe seja conhecida, chamada


hipótese (H);
• a parte que se deseja provar, chamada tese (T).
P3 – Por um único ponto passam infinitas retas.
a Ex.:
c
a) Se duas retas paralelas são cortadas por uma
u
transversal, então os ângulos correspondentes dão con-
gruentes.
P
m t Hipótese – duas retas paralelas são cortadas por
uma transversal.
p
s
Tese – os ângulos correspondentes são congruentes.
b) Se um triângulo é isósceles, então os ângulos da
r
base são congruentes.
Hipótese – Um triângulo é isósceles.
Tese – os ângulos da base são congruentes.

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ESTUDO DA RETA NOTA:
Já sabemos que a reta é um conjunto formado por in- 1. Duas retas coincidentes são também chamadas re-
finitos pontos. tas paralelas. Portanto, duas retas são paralelas se têm
todos os pontos comuns ou se são coplanares e não têm
Determinação – Para se determinar uma reta, basta
ponto comum.
que se identifique dois pontos distintos.
2. Quando o ângulo formado entre retas concorrentes
Ex.: for de 90º, essas retas serão chamadas de retas perpen-
diculares.
Os pontos P e A determinam a
reta s, indicada por s = PA. r
P
Os pontos P e B determinam a
C A s
reta r, indicada por r = PB.
t B s
Os pontos P e C determinam a 3. Qualquer reta que intercepte outras retas de um
r
mesmo plano é chamada reta transversal.
reta t, indicada por t = PC.
t r
Posições relativas das retas nos planos concorren-
tes
Duas ou mais retas, distintas, podem ocupar as se- s
guintes posições relativas: 
Concorrentes, quando têm um, e um só, ponto em t é uma reta transversal às
comum. retas “r” e “s”
r
Subconjuntos da reta
r  s P
P
Uma reta apresenta dois subconjuntos: semirreta e
segmento de reta.

s ❖ Semirreta
Paralelas, quando não apresentam ponto comum e Qualquer ponto “P” de uma reta “s” divide-a em duas
estão contidas num mesmo plano. semirretas s1 e s2 (P = origem das semirretas).
semi-reta
r s1
P
s
s
r  s   P
s2 P
Coincidentes, quando r e s tem todos os pontos co- semi-reta
muns. Chamamos de semirreta de origem P a reunião de
r = s s1 ou s2 com P.
Para melhor diferenciarmos as duas semirretas,
Reversa, quando não apresentam ponto comum e
costumamos tomar um ponto distinto em cada uma de-
não pertencem ao mesmo plano.
las. Vejamos:
r Semirreta s1
P
X
Esta é a semirreta de origem “P” que passa por
s “X” e é indicada por:
PX (lê-se semi-reta PX)
Coplanares, quando estão contidas no mesmo plano.
Semirreta s2
P
Y

Esta é a semirreta de origem “P” que passa por
“Y” e é indicada por:
PY (lê-se semi-reta PY)

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❖ Segmento de reta AB = 2 cm BC = 4 cm AC = 6 cm
Chamamos de segmento de reta o conjunto forma-
do por dois pontos distintos de uma reta e por todos os
Segmentos congruentes
pontos da reta entre esses dois pontos.
Dois ou mais segmentos são congruentes quando
Ex.:
possuem a mesma medida.

r A congruência é indicada pelo símbolo .


A B
Ex.:

A 2 cm B
Sendo A e B os dois pontos distintos da reta r, te-
mos o segmento AB formado pelos pontos da reta entre C 2 cm D
A e B.
* Os pontos A e B são chamados extremos do Como AB e CD possuem a mesma medida (2
segmento de reta AB . cm), dizemos então que AB é congruente a CD e sim-
* A reta r chama-se suporte do segmento.
bolizamos AB  CD (lê-se: segmento AB é congruen-
Segmentos consecutivos te ao segmento CD).
Dois segmentos são consecutivos quando possu- Obs.: Podemos indicar a medida de um segmento
em em comum uma das extremidades. AB por m( AB ) ou simplesmente por AB.
A
Propriedades dos segmentos congruentes:
Extremidade
comum A congruência de segmentos goza das seguintes
propriedades:
B C
* reflexiva: AB  AB
Os segmentos AB e BC possuem o ponto B co- * simétrica: se AB  CD, então CD  AB
mo extremidade comum logo, são segmentos consecuti- * transitiva: se AB  CD e CD  EF, então AB
vos.  EF
Segmentos colineares Ponto médio de um segmento
Dois ou mais segmentos são colineares quando Chama-se ponto médio de um segmento o ponto
estão contidos na mesma reta-suporte. que divide o segmento dado em dois segmentos congru-
entes.
M N P Q
r B
2 cm 2 cm
Os segmentos MN e PQ estão na mesma reta, A C
logo, são segmentos colineares. B
Na figura acima temos:
Segmentos adjacentes
AB = 2 cm
Dois ou mais segmentos são adjacentes quando BC = 2 cm
forem consecutivos e colineares ao mesmo tempo.
Dizemos que B é o ponto médio do segmento AC
M N O
r Segmentos proporcionais
Os segmentos MN e NO possuem o ponto N co- 1. Razão de segmentos
mo extremidade comum e estão na mesma reta r, logo
Razão entre dois segmentos é a razão entre as
são segmentos adjacentes.
medidas desses segmentos.
Medida de um segmento
Ex.:
Medir um segmento significa compará-lo com ou- 2 cm
tro escolhido como referência. m(AB) = 2 cm
A B
1 cm
Ex.: Usando como referência , na figura A
seguintes, 3 cm
m(CD) = 3 cm
B C D
A C A
1cm 1cm 1cm 1cm 1cm 1cm
temos,

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a razão entre esses segmentos é: Transversal das retas paralelas

AB 2 Qualquer reta que corte as retas que formam uma pa-


= ralela chama-se reta transversal.
CD 3
t
2. Proporção de segmentos
r
Considerando quatro segmentos (AB, CD, EF,
GH), dizemos que eles são proporcionais quando, numa s
certa ordem, formam uma proporção. 

AB EF r // s e t é transversal às retas “r” e “s”.


=
CD GH Feixe de paralelas
Um conjunto de retas de um mesmo plano, paralelas
Ex.: Dividir o segmento AB = 20 cm em duas
entre si, chama-se feixe de retas paralelas, ou, sim-
partes proporcionais a 2 e 3.
plesmente, feixe de paralelas.
Solução: Sejam AP e PB as duas partes procu-
radas (P = ponto médio de AB ). q
r
P s
A B t

AP 2
Assim: = Das propriedades das pro-
PB 3 q // r // s // t
porções sabemos que: As retas q, r, s e t representam um feixe de paralelas
AP 2 AB + PB 2 + 3 5 Propriedades
=  = =
PB 3 PB 3 3 Sejam “a” e “b” duas retas distintas, paralelas ou não,
e “t” uma reta concorrente com “a” e “b”:
Como AP + PB = 20, temos:
1. t é uma reta transversal de a e b
20 5
=  20  3 = 5  PB  60 = 5PB t
PB 3 b
1 2
60
5PB = 60  PB =  PB = 12 cm 4 3
5

AP + PB = 20  AP + 12 = 20 
5 6

 AP = 20 - 12  AP = 8 cm a 8 7

Logo, as partes procuradas são 8 cm e 12 cm.


Paralelismo t

Duas ou mais retas são paralelas (//) se, e somente se, b 1 2


4 3
são coincidentes (possuem todos os pontos em comum)
ou são coplanares e não têm nenhum ponto em comum. a 5 6
Coincidentes 8 7

r s
r = s  r // s 2. Os ângulos determinados por estas retas indicadas
Coplanares na figura anterior, representam:
ângulos alternos: 1 e 7, 2 e 8, 3 e 5, 4 e 6
ângulos correspondentes: 1 e 5, 2 e 6, 3 e 7, 4 e 8
r ângulos colaterais: 1 e 8, 2 e 7, 3 e 6, 4 e 5
Temos, ainda:
s
ângulos alternos internos: 3 e 5, 4 e 6
 ângulos alternos externos: 1 e 7, 2 e 8
ângulos colaterais internos: 3 e 6, 4 e 5
(r  , s  , r  s = )  r // s ângulos colaterais externos: 1 e 8, 2 e 7

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3. Se duas retas coplanares distintas e uma transver- B
sal determinam ângulos alternos congruentes, então es-
sas duas retas são paralelas.
Na figura 0 
t
b Se α = β,
β A
α então a // b
a Temos:
➢ O ponto “0”, origem das semirretas, também cha-
Perpendicularismo mado de vértice do ângulo;
Observe a figura abaixo: ➢ As semirretas 0A e 0B são os lados do ângulo;
➢ “” é o ângulo formado por AÔB
r 
AÔB = OA  OB
r1

Medidas de ângulos
s1 s2
s A medida de um ângulo é o tamanho da abertura en-
tre as semirretas que formam os seus lados e tem como
P unidade-padrão de medida o GRAU, que varia de 0 a
r2
360, acompanhado do símbolo “º”.
Ex.: 3º = três graus; 60º = sessenta graus, etc.
r ⊥ s  r  s = P
Submúltiplos de medida
Em que r1 e r2 são semirretas opostas de “r” de ori-
gem em P e s1 e s2 são semirretas opostas de “s” de ori- O grau se relaciona com seus submúltiplos utilizando
gem em P. o mesmo sistema da hora, ou seja, sistema sexagesimal
Assim, de medidas. Assim,

➢ Duas retas são perpendiculares (símbolo: ⊥) se, e 1º = 60’ (um grau é igual a sessenta minutos)
somente se, forem concorrentes e formarem ângulos re- 1’ = 60’’ (um minuto é igual a sessenta segundos)
tos. Ex.:
➢ Duas semirretas são perpendiculares se, e somente
180º = 10.800 minutos
se, estão contidas em retas perpendiculares e têm um
50º = 3.000 minutos
ponto em comum.
130º = 7.800 segundos
➢ Dois segmentos de retas são perpendiculares se, e
20º 20’20’’ = 73.220 segundos
somente se, estão contidos em retas perpendiculares e
5º 20’10’’ = 19.210 segundos
têm um ponto em comum.
Retas oblíquas Tipos de ângulos
Se duas retas são concorrentes e não são perpendicu-
Os ângulos classificam-se quanto à grandeza e quan-
lares, diz-se que essas retas são oblíquas.
to a sua relação com outro ângulo.
Existência e unicidade da perpendicular
QUANTO À GRANDEZA
1ª parte:
RETO: Quanto mede 90º e seus lados são perpendi-
Num plano, por um ponto dado de uma reta dada culares.
passa uma única reta perpendicular à reta dada; ou
Num plano, por um ponto P de uma reta r existe uma
única reta s perpendicular a r.
2ª parte:  = 90º
Por um ponto dado fora de uma reta dada existe uma 0 0
e somente uma reta perpendicular à reta dada; ou AGUDO: Quando mede menos de 90º.
Por um ponto P fora de uma reta r passa uma única
reta s perpendicular a r.

ESTUDO DOS ÂNGULOS   90º


Ângulo é a figura constituída pela junção de duas 0
semirretas de mesma origem, não contidas numa mesma OBTUSO: Quando mede mais de 90º.
reta (não colineares).
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a + b = 180o

b a e b = ângulos
a
suplementares
  90º 0

0 Ex.: Na figura abaixo, determine o valor do ângulo


“x”.
RASO: Quando mede dois ângulos retos e é formado
por semirretas opostas. a + b = 180º
30º + x = 180º
30º x = 180 - 30
x
x = 150º
 = 180º

REPLEMENTARES: São ângulos cuja soma vale


INTEIRO: Quando mede dois ângulos rasos. 360º (4 Retos).
a + b = 360º
b
a a e b = ângulos
 = 360º replementares
EM RELAÇÃO A OUTRO ÂNGULO Ex.: Dada a figura abaixo, determine o valor do ân-
ADJACENTES: São ângulos que têm o mesmo vér- gulo “x”.
tice, um lado comum e os outros, semirretas opostas. a + b = 360º
330º 330º + x = 360
x x = 360 - 330
x = 30º
b a
BISSETRIZ: São semirretas que partem do vértice
0 dividindo o ângulo ao meio.

OPOSTO PELO VÉRTICE: São ângulos em que os


a
lados de um são semirretas opostas dos lados de outro.
2
 ➔
a
a b 2

a = b
ESTUDO DO TRIÂNGULO
COMPLEMENTARES: São ângulos cuja soma vale
90º (1 Reto). Exemplo: Triângulo é o polígono formado por três lados.
Exemplo: A
A

b a + b = 90º c b
a

Ex.: Na figura abaixo, determinar o valor do ângulo  


B C
“x”. a
A
a + b = 90º Elementos:
o
60 + x = 90º
60
o
x = 90 - 60
➢ Indicação: triângulo ABC ou ΔABC, sendo o
x x = 30º ΔABC = AB  AC  BC
➢ Vértices: Os pontos A, B e C
SUPLEMENTARES: São ângulos cuja soma vale ➢ Lados: Os segmentos AB (de medida c), AC (de
180º (2 Retos).
medida b) e BC (de medida a)
➢ Ângulos internos: ,  e 

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B
Diz-se, também, que os lados BC , AC e AB , e os
ângulos ,  e  são, respectivamente, opostos. a, b, c = ângulos agudos
b
Classificação dos triângulos
Os triângulos classificam-se quanto aos lados e quan- a c
to aos ângulos. A C
QUANTO AOS LADOS: Triângulo Obtusângulo
São aqueles em que um de seus ângulos é obtuso.
Triângulo escaleno A
b = ângulo obtuso
São aqueles que têm uma medida para cada lado.
a
B

b
c
C
B

A C Triângulo Retângulo

Triângulo Isóscele São aqueles que têm um ângulo Reto (90º)

São aqueles que possuem dois lados congruentes A


(iguais). c = ângulo reto = 90º
B a

c b
B
C
Triângulo Equiângulo
São os que têm três ângulos iguais a 60º.
A C B

a = b = c = 60º
No triângulo isóscele:
b
• O lado cuja medida for diferente será a base do
triângulo.
• O ângulo interno oposto à base é chamado ângulo
do vértice.
a c
Triângulo Equilátero A C

São os que possuem os três lados iguais.


B Condições de existência de um triângulo
➢ Em qualquer triângulo, a medida de um dos seus
lados será sempre menor que a soma das medidas dos
outros dois lados;
➢ Em qualquer triângulo, a soma das medidas de seus
ângulos interno será sempre igual a 180º (Lei angular
A C de Tales).

QUANTO AOS ÂNGULOS O TRIÂNGULO RETÂNGULO


Triângulo Acutângulo Já sabemos que o triângulo retângulo é aquele que
tem um ângulo reto (= 90º).
São aqueles cujos ângulos internos são agudos.
A Â é reto = 90º
ABC é retângulo

B C

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Elementos de um triângulo retângulo Temos:
Em todo triângulo retângulo, os lados recebem de- h2 = m . n 42 = 8n 16 = 8n
nominações próprias. 16
n= n=2
* catetos – são os lados que formam o ângulo reto, 8
geralmente simbolizados pelas letras “b” e “c”.
* hipotenusa – é o lado oposto ao ângulo reto, ge- 3ª relação
ralmente simbolizado pela letra “a”. A medida de um cateto ao quadrado é igual ao pro-
Além dos elementos estruturais, os triângulos retân- duto da medida de sua projeção sobre a hipotenusa pela
gulos dispõem: medida da hipotenusa.

* ângulos complementares – são os ângulos agu- Então,


dos. A
* altura – representada pela letra “h” c² = n . a
* projeções dos catetos sobre a hipotenusa - re-
presentados pelas letras “m” e “n”. b² = m . a
h
Relações métricas no triângulo retângulo
A partir dos elementos dos triângulos retângulos, po- n m
demos estabelecer as seguintes relações: B a C
1ª relação Ex.: Determinar “x” no triângulo retângulo ABC
O produto das medidas dos catetos é igual ao produ- A
to da medida da altura pela medida da hipotenusa. x2 = n . a
x2 = 4 . 9 x
A
b.c=a.h
x2 = 36
n = 4 cm
c b x = 36
h x = 6 cm B 9 cm C
4ª relação
B a C Num triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa
Ex.: Calcular a altura do triângulo retângulo DEF. é igual à soma dos quadrados dos catetos.
A
D cateto “b”
cateto “c”

c = 6 cm b = 8 cm
h B C

a2 = b2 + c2 hipotenusa “a”
E a = 10 cm F Esta relação é conhecida como TEOREMA DE
Temos: PITÁGORAS.

b.c = a.h 8 . 6 = 10h Ex.: Determinar o valor da hipotenusa de um triângu-


lo sabendo que o cateto “b” é igual a 3 cm e o cateto “c”
48 é igual a 4 cm.
48 = 10h h= h = 4,8 cm
10 Pelo teorema, temos:
2ª relação a2 = b 2 + c 2 a2 = 3 2 + 4 2
A medida da altura relativa à hipotenusa elevada ao a2 = 9 + 16 a2 = 25
quadrado é igual ao produto das medidas das projeções a = 25 a = 5 cm
dos catetos sobre a hipotenusa. Aplicação do Teorema de Pitágoras
A Vimos que em todo triângulo retângulo, a soma dos
h2 = m . n quadrados das medidas dos catetos é igual ao quadrado
da media da hipotenusa, ou seja:
h
b2 + c 2 = a2

B C Vamos deduzir, num quadrado, a relação entre as


n m medidas “d” de uma diagonal e a “a” de um lado e, num
Ex.: Num triângulo de altura igual a 4 cm e projeção triângulo equilátero, a relação entre as medidas h de uma
m = 8 cm, determinar o valor da outra projeção. altura e a de um lado.

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diagonal de um quadrado (d) SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
a Dois triângulos são semelhantes quando possuem os
D C três ângulos ordenadamente congruentes e os lados que
se opõem aos ângulos respectivamente congruentes são
proporcionais.
Assim, sejam os triângulos:
a d a A
80º
6 8

A a B
60º 40º
No ABC, pelo teorema de Pitágoras, temos: B
10
C
d² = a² + a² d² = 2 . a² D
80º
d = a 2 3 4

60º 40º
E F
altura de um triângulo equilátero (h) 5

C Observe que:
✓ Os ângulos correspondentes são congruentes
✓ Os lados correspondentes são proporcionais e de-
nominam-se ângulos homólogos.
a h a ✓ Os triângulos são semelhantes
Simbolicamente temos:
 
A  D
 
A H B  ABC ~  DEF  B  E e
a a C  F
2 2 
a b c
= = =k
a' b' c'
No HBC, pelo teorema de Pitágoras, temos:
onde "k" é a constante chamada razão de semelhan-
2
 a  a2
ça.
h2 +   = a2 h2 = a2 -
 2  4 Aplicação

3a 2 a 3 1. Calcular "x" e "y" sabendo-se que  ABC ~ 


h2 = h = DEF
4 2
A

3 x
Lei angular de Tales
“A soma das medidas dos ângulos internos de um tri- B C
ângulo é igual a 180º.” y
c D
x y
b a

c 6 8

a b
E F
11
Observe que no segmento XY , em torno do vértice
C forma-se um ângulo raso = 180º, logo:
a + b + c = 180º

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Solução: Como os triângulos são semelhantes, podemos
escrever a proporção:
Como os triângulos são semelhantes, temos:
AM MN AN
3 x y = =
= = AB BC AC
6 8 11
Então: 2. Se dois triângulos são semelhantes, então os lados
de um são proporcionais aos lados homólogos do outro.
3 x 24
a) =  6x = 24  x = = 4 Confira:
6 8 6
A
3 y 33
b) =  6y = 33  y = = 5,5
6 11 6
2. Dados os triângulos abaixo, determine a razão de
semelhança desses triângulos.
A
B C
2 1 D

B C
7
D

6 3

E F

 AB BC 
 ABC ~  DEF  
E F AC
21 = = 
 DE DF EF 

Casos de semelhança de triângulos


Solução:
1º caso: AA (ângulo, ângulo)
AB 2 1 BC 7 1
= = = = Dois triângulos são semelhantes quando dois dos ân-
DE 6 3 EF 21 3
gulos correspondentes são congruentes.
CA 1
= A
FD 3
1
Logo, a razão de semelhança é k =
3
Propriedades dos triângulos semelhantes
1. Em um triângulo dado, toda reta paralela a um dos
B C
seus lados e que intercepta os outros dois lados forma
um outro triângulo semelhante a ele. P
Demonstrando a situação, temos:

A Q R

MN // BC Como
   
 AMN ~  ABC A  P e B  Q, então  ABC ~ PQR
N

2º caso: LAL (lado, ângulo, lado)


M C
Se dois triângulos possuem dois lados corresponden-
tes proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles
congruentes, então esses triângulos são semelhantes.
B

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Q Solução:
B
x 12
=  10x = 12  15  10x = 180
15 10
180
x =  x = 18
A C P R 10
Como
  AB BC ESTUDO DOS QUADRILÁTEROS
B  Q e = , então  ABC ~ PQR
PQ QR Quadrilátero é o polígono formado por quatro lados.
B C
3º caso: LLL (lado, lado, lado)
Para que dois triângulos sejam semelhantes, basta
que eles tenham os lados respectivos proporcionais.
N
B A D

Vértices = A, B, C e D
C P Lados = AB, BC, CD e DA

Diagonais = AC e BD
Observação: Todo Quadrilátero tem duas diagonais.
A
M Classificação dos quadriláteros
Como Paralelogramo – É todo quadrilátero que possui os
AB BC CA lados opostos paralelos.
= = , então,  ABC ~  MNP B C
MN NP PM
aplicação
Pode ser:
1. Na figura abaixo, os triângulos são semelhantes,
calcular "x".
E A D

a) Retângulo: É o paralelogramo que possui os quatro


ângulos internos retos (iguais a 90º)
H C D
21 18

x
14
A B

F
b) Quadrado: É o paralelogramo que possui os quatro
G
I J ângulos internos retos e os quatro lados iguais (congru-
entes).
Solução:
B C
21 18
=  21x = 14  8  21x = 252
14 x
252
x =  x = 12 A B
21
c) Losango: É o paralelogramo que possui os quatro
2. Calcular o valor de "x" na figura abaixo, sabendo- lados congruentes.
se que os triângulos são semelhantes.
E AB  BC  CD  DA

15
D
A E C
10 F
x A C

B
B

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Trapézio – É todo quadrilátero que possui apenas
dois lados opostos paralelos.
onde ,
C D A h
A = b . h
tam bém pode ser:
b
A B Exemplo: Determine a área da figura abaixo:
a) Isósceles: É o que possui os lados não paralelos
congruentes.
C D 2m A=b.h
A=4.2
A = 8 m²
4m

A B ÁREA DO PARALELOGRAMO
b) Retângulo: É o que possui dois ângulos internos
retos (= 90º) Usa-se a mesma fórmula do retângulo para determi-
C nar a área do paralelogramo.
D

h (altura) h (altura)

B A=b.h
A
b (base)
c) Escaleno: É aquele cujos lados não-paralelos não
são congruentes. Exemplo: Determine a área de um paralelogramo, cu-
A B ja base mede 10 m e altura 4 m.
A=b.h A = 10 . 4 A = 40 m²

ÁREA DO TRIÂNGULO
D C
A área do triângulo é igual à metade do produto da
AB // DC e AD  BC base pela altura.
PERÍMETRO E ÁREAS DE B
FIGURAS PLANAS
h
ÁREA DO QUADRADO h

A área do quadrado é igual ao quadrado do seu lado. A C


base b (base)

A  onde, A = 2 onde
h
b  h
A =
2
Exemplo: Determine a área da figura abaixo: b (base)

2m Exemplo: Determine as áreas das figuras abaixo


2
A= 1)
2m 2m
A=2x2
A = 4 m2 b=8m
2m h=2m
2m
bh 8 2
ÁREA DO RETÂNGULO A = → A= = 8 m2
2 2
A área do retângulo é igual ao produto de sua base 8m
pela altura.

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2)  3

2 2 3
A = → A =
2m 2 4
Exemplo: Determine a área da figura abaixo:

10 m 2 3 32 3
A= → A=
bh 10  2 4 4
3m 3m
A= → A = = 10 m 2
2 2 9 3 2
3m A= m
4
ÁREA DE UM TRIÂNGULO QUALQUER –
Fórmula de Eron ÁREA DO LOSANGO:
A área do losango é igual à metade do produto das
“a”, “b” e “c” são
diagonais.
b medidas de lados
a

a+b+c
“Semi Perímetro” P = → D
2
onde, d = diagonal menor; D = diagonal maior.
A = P(P - a )(P - b )(P - c ) D  d
A =
2
Exemplo: determine a área da figura abaixo:
Exemplo: Determine a área do losango, cuja diagonal
8m 6m maior mede 4 m, e a menor, 2 m.
Dd 42
8m A= → A= = 4 m2
2 2
a+b+c 8+6+8
P= → P= = 11
2 2
ÁREA DO TRAPÉZIO:
P = 11 m
A área do trapézio é igual ao produto da semissoma
A = P(P - a )(P - b )(P - c ) das bases pela altura.
A = 11(11 - 8 )(11 − 6 )(11 − 8 ) b

A = 11(3)(5)(3 ) b = base menor


B = base maior
A = 11  5  3  3 h = altura
h
A = 3 55 m2

ÁREA DO TRIÂNGULO EQUILÁTERO


B

onde, A =
(B + b)  h
2
l l
h l = lados
Exemplo: Determinar a área de um trapézio cujas ba-
h = altura ses são 8 e 6 cm, e a altura 2 m.

A=
(B + b)  h → A=
(8 + 6)  2 =
l 2 2
A = 14 m²
 3   h
h = A =
2 2

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ÁREA DO POLÍGONO REGULAR
r  = arco do setor
a = apótema
n  n = ângulo do setor
b = lado A r = raio do círculo
h = altura r A = área do setor

a r 2  n  r
A = o
ou A =
360 2
onde,
Ex.: Determinar o valor da área de um setor delimi-
b tado por dois raios de 6 cm cada, cujo ângulo mede 60º.
ba ba   6 2  60   36
A = → A =n A =  A =
2 2 360 6
sendo “n” o n.º de lados A = 6 cm² ou 18,84 cm²

n  b ÁREA DA COROA CIRCULAR


P = Semi Perímetro =
2
R
A=P.a
R = raio do círculo maior
r = raio do círculo menor
NOTA: r  = 3,14
A área de um hexágono regular de lado a, é conhe-
cido da seguinte maneira:
onde,
Sabemos que um hexágono regular de lado a é a reu-
nião de 6 triângulos equiláteros de lado a. A = R² – r²  A = (R² – r)²
2 3
Como a área do triângulo equilátero é A = ,
4 PERÍMETRO
então a área de um hexágono regular é igual a 6 vezes a
área do triângulo equilátero. Vejamos: Perímetro é a soma das medidas dos comprimentos
dos lados de um polígono.
2 3 3 3 2 Ex.: A
Ah = 6   Ah = a
4 2 F B

ÁREA DO CÍRCULO:
E C
A área do círculo é igual a metade do produto da cir-
D
cunferência (representado pelo valor de  (pi) pelo raio.
O círculo pode ser considerado um polígono regular de Em que: P = A + B + C + D + E + F
um número infinito de lados. PERÍMETRO DAS PRINCIPAIS FIGURAS
PLANAS
 = 3,14
r = raio Retângulo: 2(a + b)
r
0 Quadrado: 4a
A = r2 Triângulo: a+b+c
e que o semiperímetro é dado por:
Ex.: Determinar a área de um círculo de raio igual a 8
m. a + b + c
p =
2
A = r² → A = 3,14 . 8²
Paralelogramo: 2(a + b)
A = 200,96 m²
Trapézio: b+B+c+d
ÁREA DE SETOR CIRCULAR Losango: 4a
Setor circular é qualquer região de um círculo delimi-
tado por dois raios.
A área do setor circular é proporcional ao compri-
mento do arco (ou à medida do ângulo central).

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Raciocínio Lógico e Matemático


RACIOCÍNIO LÓGICO Exemplo:
1. INTRODUÇÃO O dia está bonito.
Que horas são?
O programa da prova de Raciocínio Lógico objetiva
3+6
medir a habilidade do candidato em entender a estrutura
7+2=X
lógica de relações entre pessoas, lugares, objetos e even-
tos, fictícios ou não; deduzir novas informações a partir Essas 4 frases não podem ser julgadas em Verdadeiro ou
das relações fornecidas e avaliar as condições usadas pa- Falso.
ra estabelecer a estrutura daquelas relações. O principal objetivo será a investigação da validade
Os estímulos visuais utilizados na prova, constituídos de ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais
de elementos conhecidos e significativos, visam analisar um é a conclusão; e os demais, premissas. Os argumen-
as habilidades dos candidatos para compreender e elabo- tos estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e
rar a lógica de uma situação, utilizando as funções inte- INDUTIVOS.
lectuais: raciocínio verbal, raciocínio matemático, racio- ➢Argumento Dedutivo – é válido quando suas pre-
cínio quantitativo, raciocínio sequencial, orientação es- missas, se verdadeiras, a conclusão é também verdadeira.
pacial e temporal, formação de conceitos e discriminação
Premissa: “Todo homem é mortal.”
de elementos.
Premissa: “João é homem.”
Vale lembrar, que as questões envolvendo dados Conclusão: “João é mortal.”
quantitativos exigem do candidato conhecimento mate-
mático, principalmente no contexto da teoria dos conjun- ➢Argumento Indutivo – a verdade das premissas
tos, probabilidades e da análise combinatória, onde são não basta para assegurar a verdade da conclusão.
explorados os principais métodos de enumeração (per- Premissa: “É comum após a chuva ficar nublado.”
mutação, arranjo e combinação, etc.) inseridos no cha- Premissa: Está chovendo.”
mado “princípio fundamental de contagem”. Conclusão: “Ficará nublado.”
Em síntese, as questões da prova destinam-se a medir As premissas e a conclusão de um argumento, formu-
a capacidade de compreender o processo lógico que, a ladas em uma linguagem estruturada, permitem que o ar-
partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma vá- gumento possa ter uma análise lógica apropriada para a
lida, a conclusões determinadas. verificação de sua validade.
Nenhum conhecimento mais profundo de lógica for- Como primeira e indispensável parte da Lógica Ma-
mal ou matemática será necessário para resolver as ques- temática temos o CÁLCULO PROPOSICIONAL ou
tões de raciocínio lógico. CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS
SENTENÇAS.

2. COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS LÓGICAS


3. CÁLCULO SENTENCIAL E DE PRIMEIRA
O aprendizado da Lógica auxilia os estudantes no ra-
ORDEM
ciocínio, na compreensão de conceitos básicos, na verifi-
cação formal de programas e melhor os prepara para o a) Introdução
entendimento do conteúdo de tópicos mais avançados. É toda sentença declarativa afirmativa (expressão de
Uma estrutura lógica é feita por um conjunto de proposi- uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja ver-
ção que pode ser analisada somente em “V” (verdadeiro) dadeira ou que seja falsa.
ou somente em “F” (falso). Ao invés de “V” ou “F”, elas As proposições apresentam três características obrigató-
podem ser classificadas com os números “0” para falso e rias:
“1” para verdadeiro (esse fato não muito comum). por ser oração, possui sujeito e predicado;
As proposições podem ser representadas por letras mi- é declarativa (não exclamativa nem interrogativa);
núsculas, p, q, r, s ...
só possui um, e somente um, dos dois valores lógicos:
Exemplo: ou é verdadeira “V” ou é falsa “F”.
F (1) 5 + 3 = 7
F (2) O gato é um exemplo de ave.
V (3) Losango é uma figura geométrica de 4 lados e Assim, são exemplos de proposições as seguintes sen-
todos iguais. tenças declarativas:
•Nenhum porco espinho sabe ler.
É importante lembrar que proposições lógicas não po-
dem ser frases interrogativas, e não devem levar em •Paulo é brasileiro.
conta opiniões. E assim sendo, não podem ser nenhuma
•O número 4 é par.
frase que não possa ser julgada em V ou F.
•Todo ser vivo é mortal.
•Se você estudar bastante, então aprenderá tudo.

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Do contrário, não são proposições as sentenças: c) Conectivos
•Quantos anos você tem? Como vimos, os conectivos lógicos servem para
•Preste atenção ao discurso. combinar duas proposições entre si, de modo a criar no-
•Meu Deus!!! vas proposições. São eles:
•3 x 7 – 2. o conectivo  (leia-se e) = conjunção;
As proposições podem ser simples ou compostas. o conectivo  (leia-se ou) = disjunção;
1) Proposição simples (também chamada de propo- o conectivo → (leia-se se ..... então ....) = condi-
sição ou fórmula atômica) – quando não for possível cional;
subdividir uma sentença declarativa em partes menores, o conectivo  (leia-se .... se e somente se ...) =
ou seja, extrair outra proposição como componente dela. bicondicional;
o conectivo ~ (leia-se não ....) = negação.
Ex.: A sentença << dois é par >> é uma proposição
simples, pois não é possível identificar como parte dela Dadas as proposições simples p e q podemos, com o
qualquer outra proposição diferente. uso dos conectivos, formar novas proposições a partir de
p e q. Assim, temos:
2) Proposição composta (também chamada de pro-
posição ou fórmula molecular) – dizemos que uma pro- A negação de p ~p não p
posição é composta quando for possível subdividi-la em A conjunção de p e q pq peq
duas ou mais proposições diferentes, formando fórmulas A disjunção de p e q pq p ou q
atômicas independentes. A condicional de p e q p→q se p então q
Exemplo: Cachorros latem e morcegos voam. A bicondicional de p e q pq p se e somente se q
Essa proposição é formada por duas proposições. A
primeira é “Cachorros latem”; a segunda, “morcegos vo- Exemplo:
am”. Dadas a proposição:
Em proposições compostas são usados conectivos p: Jorge Amado escreveu o livro “Mar Morto”.
que influem o julgamento delas. q: Rui Barbosa era baiano.
Símbolo Significado Temos as seguintes traduções para a linguagem cor-
 e rente:
 ou
~ negação da sentença ~p: Jorge Amado não escreveu o romance “Mar
– se... então Morto”.
– se e somente se ou
 tal que
 Existe Não é verdade que Jorge Amado escreveu
 existe 1 e somente 1 o romance “Mar Morto”.
 para todo p  q: Jorge Amado escreveu o livro “Mar Morto”
= igual e Rui Barbosa não era baiano.
> maior que
< menor que ou
 maior ou igual
Jorge Amado escreveu o romance “Mar
 menor ou igual
Morto” e é falso que Rui Barbosa era baia-
no.
b) Os Símbolos da Linguagem do Cálculo Propo-
sicional ~p  q: Jorge Amado não escreveu o romance “Mar
Variáveis Proposicionais: as proporções são indi- Morto” ou Rui Barbosa era baiano.
cadas por letras latinas minúsculas p, q, r, s, ...., chama-
ou
das variáveis proporcionais.
Não é verdade que Jorge Amado escreveu
Exemplos:
o romance “Mar Morto” ou Rui Barbosa era
Paulo é goiano: p baiano.
Paulo é brasileiro: q
~(pq) Não é verdade que: Jorge Amado escreveu
Conectivos lógicos: partindo de duas proposições o romance “Mar Morto” ou Rui Barbosa era
dadas podemos construir novas proposições mediante o baiano.
emprego de conectivos.
Símbolo auxiliar “( )”: usamos o parênteses co- d) Análise de  (e) e  (ou)
mo auxiliar para denotar o alcance dos conectivos lógi-
Considerando duas proposições p e q, assim que se
cos.
deve julgar as sentenças.
Ex.: Se Paulo é goiano e o Goiás pertence ao Brasil,
então Paulo não é estrangeiro.

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pq
p q pq pq
V V V V p q
V F F V
F V F V
F F F F

É importante lembrar que em proposições ligadas por A seguir temos a tabela-verdade da “disjunção” onde
“ou”, se as duas forem verdadeiras a proposição compos- podemos observar os resultados de “p  q” para cada
ta é verdadeira. um dos valores que p e q podem assumir.
Exemplo: Se João passar no vestibular da UnB ou da p q pq
USP ganhará um carro.
V V V
Para João ganhar o carro, ele precisa passar em pelo V F V
menos uma dessas universidades. Mas se passar nas du- F V V
as, certamente que ganhará o carro. F F F
O símbolo “~” é usado para negação de proposições.
g) Condicional ou Implicação
Por exemplo:
Uma condicional “Se p então q” é falsa somente
p: O gato é um mamífero. quando a condição p é verdadeira e a conclusão q é fal-
~p: O gato não é um mamífero. sa, sendo verdadeira em todos os outros casos. Isto signi-
e) Conjunção fica que numa proposição condicional, a única situação
que não pode ocorrer é uma condição verdadeira impli-
Uma conjunção é verdadeira somente quando as duas car uma conclusão falsa.
proposições que a compõem forem verdadeiras. Ou seja,
a conjunção “p  q” é verdadeira somente quando p é Ex.: Se Paulo é goiano então Paulo é brasileiro = p
verdadeira e q é verdadeira também. Por isso, dizemos → q (p é o antecedente e q o consequente).
que a conjunção exige a simultaneidade de condições. p  q
Ex.: Paulo é goiano e Paulo é brasileiro = p  q (con- q
junção) que corresponde a (p  q). p
p  q
p q

A seguir, a tabela-verdade da “condicional” ou “im-


plicação” onde podemos observar os resultados da pro-
posição “se p então q”, para cada um dos valores que p
e q podem assumir.

A seguir temos a tabela-verdade onde podemos ob- p q p→q


servar os resultados da conjunção “p  q” para cada um V V V
dos valores que p e q podem assumir. V F F
F V V
p q pq F F V
V V V
V F F Obs.: As seguintes expressões podem ser empregadas
F V F como equivalentes de “Se p então q”:
F F F
se p, q.
q, se p.
f) Disjunção todo p é q.
Uma disjunção é falsa somente quando as duas pro- p im plica q.
p som en te se q
posições que a compõem forem falsas. Ou seja, a disjun-
p é su ficien te para q
ção ”p  q” é falsa somente quando p é falsa e q tam- q é n ecessário para p
bém é falsa. Mas, se p for verdadeira, ou se q for verda-
deira, ou se ambas forem verdadeiras, então a disjunção h) Bi-condicional ou Bi-implicação
será verdadeira.
A proposição bi-condicional ou bi-implicação “p se e
Ex.: Paulo é goiano ou Paulo é brasileiro = p  q somente se q” é verdadeira somente quando p e q têm
(disjunção) que corresponde a (p  q). o mesmo valor lógico (ambas são verdadeiras ou ambas

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são falsas). Será falsa quando p e q têm valores lógicos j) As Tabelas Verdades
contrários. A lógica clássica é governada por três princípios (en-
Ex.: Paulo é goiano se e somente se Paulo é brasilei- tre outros) que podem ser formulados para a construção
ro = p  q das tabelas-verdades, como segue:

p= q Princípio da Identidade: todo objeto é idêntico a


si mesmo.
Princípio da Contradição: dadas duas proposi-
ções contraditórias (uma é negação da outra), uma delas
é falas.
Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas pro-
A seguir, a tabela-verdade da “bi-condicional” ou posições contraditórias, uma delas é verdadeira.
“bi-implicação” onde podemos observar os resultados
da proposição “p se e somente se q”, para cada um dos k) Tautologia
valores que p e q podem assumir. Chamamos tautologia (símbolo v) a proposição for-
mada a partir de outras, mediante o emprego de conecti-
p q pq vos ( ou ) ou de modificador (~) ou de condicionais
V V V
(→ ou ). Dizemos que “v” é uma tautologia ou propo-
V F F sição logicamente verdadeira quando “v” tem o valor
F V F lógico V (verdadeira) independente dos valores lógicos
F F V das proposições originárias.
Podemos empregar também como equivalentes de “p Assim, a tabela-verdade de uma tautologia v apresen-
se e somente se q” as seguintes expressões: ta V na coluna de v.
p se e só se q Ex.: A proposição “Se (p  q) então (p  q)” é uma
todo p é q e todo q é p tautologia, pois é sempre verdadeira, independentemente
todo p é q e recipr ocam ente dos valores lógicos de p e de q, como se pode observar
se p então q e reciprocam ent e na tabela-verdade abaixo:
p som ente se q e q som ente se p
p é necessário e suficien te para q p q pq pq (p  q) → (p  q)
p é suficiente para q e q é suficien te para p
q é necessário para p e p é necessário para q V V V V V
V F F V V
i) Negação
F V F V V
Uma negação transforma uma proposição verdadeira
em uma falsa, ou vice versa. F F F F V

Uma proposição p e sua negação “não p” terão sem- l) Proposições Logicamente Falsas
pre valores lógicos opostos.
Consideramos uma proposição logicamente falsa
(símbolo f) a proposição formada a partir de outras me-
p
p diante o emprego de conectivos ( ou ) ou de modifi-
cador (~) ou de condicionais (→ ou ). Dizemos que f é
uma proposição logicamente falsa quando f tem o valor
lógico F (falsa) independente dos valores lógicos das
Ex.: Paulo não é goiano = ~p proposições originárias.
A seguir, a tabela-verdade da “negação” onde pode- Assim, a tabela-verdade de uma proposição logica-
mos observar os resultados da proposição “~p”, para ca- mente falsa f apresenta F na coluna de f.
da um dos valores que p podem assumir, com o seu cor-
responde oposto em q
Exemplos
p ~p 1) (p  ~q)  (~p  q)
V F
F V p q ~p ~q p  ~q ~p  q (p  ~q)  (~p  q)
V V F F V F F
Podemos empregar também como equivalentes de V F F V V F F
“não p ou ~p” as seguintes expressões: F V V F F V F
não é verdade que p F F V V V F F
É falso que p

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2) p  ~q é proposição logicamente falsa, pois o) Sentenças Abertas, Quantificadores
p ~q p  ~q Há expressões que contêm variáveis e cujo valor ló-
V F F gico (verdadeira ou falsa) vai depender do valor atribuí-
F V F do à variável.

m) Relação de Implicância Ex.: x + 1 = 7; x  2; x3 = 4x2

Dadas duas proposições p e q, dizemos que “p impli- As orações que contêm variáveis são chamadas fun-
ca q” quando na tabela de p e q não ocorre VF em ne- ções proporcionais ou sentenças abertas. Tais orações
nhuma linha, isto é, quando não temos simultaneamente não são proposições, pois seu valor lógico é discutível,
“p” verdadeira e “q” falsa. dependem do valor dado às variáveis.

Quando de uma afirmação p podemos tirar uma con- Assim nos exemplos acima temos:
clusão q, dizemos que p implica q. Indicamos p  q para x + 1 = 7 será verdadeira se atribuirmos o va-
(lê-se: p implica q, ou se p, então q). lor 6 a x; será falsa para qualquer outro valor dado a x.
para x  2 será verdadeira, por exemplo, se for atri-
Obs.: A  B quando o condicional A → B é verda-
buído a x o valor 8 (pode ser qualquer outro valor, desde
deiro.
que maior que 2).
Todo teorema é uma implicação da forma “hipótese para x3 = 4x2 será verdadeira, por exemplo, se atri-
 tese”. buirmos a x o valor 4 (pode ser outro valor, desde que
torne a sentença uma igualdade).
Assim, demonstrar um teorema significa mostrar que Para transformar uma sentença aberta em proposi-
não ocorre o caso da hipótese ser verdadeira e a tese ser ção utiliza-se de dois métodos:
falsa.
atribuir um valor à variável
Exs.: utilizar quantificadores.
1) 2  4  2  4 . 5 - significa dizer que o condi- p) Quantificador universal
cional “se 2 é divisor de quatro, então 2 é divisor de 4 .
5” o que é verdadeiro. O quantificador universal é indicado pelo símbolo
2) Sendo x um número inteiro, que pode ser positi- “”, que se lê: “qualquer que seja”, “para todo”, “pa-
vo, nulo ou negativo, temos que: ra cada”.
7 . x = 2  x2 = 4 Ex.: Dado o conjunto A = {6, 8, 9, 10, 12}, podemos
dizer que:
n) Relação de Equivalência
(x  A, x é natural), leia-se: qualquer que seja x
Dadas duas proposições p e q, dizemos que “p é pertencente a A, ele é um número natural, é uma senten-
equivalente a q” quando p e q têm tabelas-verdade ça verdadeira.
iguais, isto é, quando p e q têm sempre o mesmo valor
lógico. Já a afirmativa (x  A, x é par) é falsa, porque 9
 A e 9 não é par.
Quando de uma afirmação q podemos tirar como
conclusão p, dizemos que p e q são equivalentes. Nesse q) Quantificador Existencial
caso indicamos p  q (lê-se: p é equivalente a q, ou p
se, e somente se q) 1) existe ou existe ao menos um (  ) – Considere o
conjunto A  . Sendo A  , então existe ao menos
Obs.: p  q quando o condicional p  q for verda- um x, tal que x  A. Representando a expressão existe
deiro. ao menos um x por x, podemos escrever:
Todo teorema, cujo recíproco também é verdadeiro, é A    xx  A
uma equivalência onde hipótese  tese.
Ex.:
Exemplos:
É verdadeira a afirmativa (x) (x + 1 = 7) – leia-
1) (p → q)  (~p → ~q) se: “existe um número x tal que x + 1 = 7”.
p q p→q ~q ~p ~q → ~p É falsa a afirmativa (a) (a2 + 1  0), que se lê:
V V V F F V “existe um número a tal que a2 + 1 é número não positi-
V F F V F F vo.
F V V F V V 2) existe um único ( ) – Considerando o conjunto
F F V V V V dos números inteiros, existe um único valor para x que
verifica a sentença 2  x  4. Representando a expressão
2) 2  8  mdc (2, 8) = 2 – significa dizer que é ver- podemos escrever:
dadeiro o bi-condicional “2 é divisor de 8 se, e somente
se, o máximo divisor comum de 2 e 8 é 2”. x  Z2  x  4

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Ex.: 1 1
negação: (a) a + 
É verdadeira a afirmativa (x) (x + 1 = 7), leia-se: 2 3
“existe um único número x tal que x + 1 = 7”. Comumente o quantificador existencial é negado
É falsa a afirmativa (x) (x + 3  5), leia-se, “exis-
usando-se o símbolo 
.
te um único x tal que x + 3  5”
r) Como Negar Proposições Ex.: Se A = , então  x x  A
Vimos no início do estudo que a negação de proposi- s) Contradição
ção simples é dada pela sentença ~P que terá sempre o Uma proposição composta formada pelas proposi-
valor oposto de P, isto é, ~P será verdadeira quando P ções p, q, r, ... é uma contradição se ela for sempre fal-
for falsa e ~P será falsa quando P for verdadeira. sa, independentemente dos valores lógicos das proposi-
Veremos agora a negação das proposições compostas ções p, q, r, ... que a compõem.
e condicionais. Exemplo: A proposição “p se e somente se não p” é
1) Negação de uma conjunção: Tendo em vista que uma contradição, pois é sempre falsa, independentemen-
~(p  q)  ~p  ~q, podemos estabelecer que a nega- te dos valores lógicos de p e de não p, como se pode ob-
servar na tabela-verdade abaixo:
ção de p  q é a proposição ~p  ~q.
Ex.: p: a  0 p ~p p  ~p
q: b  0 V F F
p  q: a  0 e b  0 F V F
~(p  q): a = 0 e b = 0
O exemplo acima mostra que uma proposição qual-
2) Negação de uma disjunção: Tendo em vista que quer e sua negação nunca poderão ser simultaneamente
~(p  q)  (~p  ~q), podemos estabelecer que a ne- verdadeiros ou simultaneamente falsos.
gação de p  q é a proposição ~p  ~q.
Como uma tautologia é sempre verdadeira e uma
Ex.: p: a = 0 contradição, sempre falsa, tem-se que:
q: b = 0
a negação de uma tautologia é sempre uma con-
p  q: a = 0 e b = 0
tradição
~(p  q): a  0 e b  0
enquanto
3) Negação de uma condicional simples: Já que ~(p a negação de uma contradição é sempre uma
→ q)  p  ~q, podemos estabelecer que a negação de tautologia.
p → q é a proposição p  ~q.
Ex.: p: 2  Z
4. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
q: 2  Q
p → q: 2  Z → 2  Q a) Introdução
~(p → q): 2  Z e 2  Q As lógicas de argumentação são maneiras de inter-
p: 52 = (-5)2 pretar um texto ou um problema. A partir de proposições
q: 5 = -5 anteriormente definidas, pode-se fazer inferência sobre
p → q: 52 = (-5)2 → 5 = -5 o assunto, analisar e tirar conclusões.
~(p → q): 52 = (-5)2 e 5  -5
As inferências podem ser por dedução ou por indu-
4) Negação de proposições quantificadas ção. Dedução é quando se infere alguma coisa que, por
a) Uma sentença quantificadora do tipo universal, é análise de premissas, leva a uma conclusão absoluta.
negada substituindo-se o quantificador pelo existencial. Exemplo: Todo ser humano é um animal, eu sou um
Assim, a negação lógica de uma sentença do tipo (x, x ser humano, logo eu sou um animal.
tem a propriedade P) é a sentença (x  x não tem a pro-
Fica claro, no sentido do exemplo dado, que eu sou
priedade P).
um animal, porque as conclusões são bem objetivas e de-
Ex.: sentença: (x) (x + 3 = 5) finidas.
negação: (x) (x + 3  5) No caso de argumentos indutivos, a conclusão não
b) Uma sentença quantificadora do tipo existencial, é será absoluta, sendo uma inferência que indica a conclu-
negada substituindo-se o quantificador pelo universal. são como verdade, mas não se pode afirmar com plena
Assim, a negação lógica de uma sentença do tipo (x  x certeza.
tem a propriedade P) é a sentença (x, x não tem a pro- Exemplo: Os lagartos do cerrado possuem compor-
priedade P). tamentos diurnos, principalmente, isso acontece porque
1 1 eles precisam do sol para se aquecer.
Ex.: sentença: (a) a + 
2 3

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Nesse exemplo a inferência foi indutiva, porque não é perfeitamente bem construído, sendo, portan-
se pode ter certeza absoluta se o motivo dos lagartos se- to, válido, legítimo, muito embora a verdade das premis-
rem diurnos é realmente para se aquecer. sas seja questionável.
No cotidiano, a inferência indutiva é mais comum, e, c) Argumento Inválido
dentro da inferência indutiva está um tipo que é chamado
Dizemos que um argumento é inválido, também de-
de analogia. Quando se gosta de vários livros de um au-
nominado ilegítimo, mal construído ou falacioso,
tor, ao receber um livro para ler desse autor, infere-se
quando a verdade das premissas não é suficiente para
que deve ser bom. Isso é uma analogia, porque não é cer-
garantir a verdade da conclusão.
to se o livro é bom ou não, mas a uma suposição que se-
ja. Ex.: O silogismo:
Portanto, analogia são relações lógicas que se fazem “Todo político é corrupto.
relacionando uma estrutura à outra. Não é muito compli- Pedro não é corrupto.
cado, sendo às vezes uma relação intuitiva. Comparação Portanto, Pedro não é político.”
é a base da analogia.
é um argumento inválido, falacioso, ilegítimo,
Exemplo: Pai : Filho :: Mãe : Filha pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade
Esse exemplo acima deve ser lido como Pai está para da conclusão. Pedro pode ser corrupto sem ser, necessa-
filho assim como mãe está para filha. riamente, político, pois a primeira premissa não afirma
que somente os políticos são corruptos.
Deve-se tomar cuidado com o uso errado de lógica
que nos leva à conclusão de coisas falsas, ou inválidas. Na tabela abaixo, podemos ver um resumo das situa-
Essas conclusões erradas por lógicas são chamadas de ções possíveis para um argumento:
sofismas ou falácias.
Quando um Então a
Exemplo: e as premissas ...
argumento é... conclusão será:
Nada é melhor do que Deus são todas Necessariamente
Tomate é melhor do que nada Válido
verdadeiras Verdadeira
Então, tomate é melhor do que Deus. (bem construí-
não são todas ou Verdadeira ou
do)
b) Argumento Válido verdadeiras Falsa
são todas ou Verdadeira ou
Vamos verificar como podemos proceder na investi- Inválido
verdadeiras Falsa
gação de certos argumentos de modo formal. (mal construí-
não são todas ou Verdadeira ou
Já definimos argumento como uma sequência do ti- do)
verdadeiras Falsa
po:
p1, p2, p3, ..., pn, q (n  0) de fórmulas onde os pi (0
 i  n) chamam-se premissas e a última fórmula q, 5. DIAGRAMAS LÓGICOS
conclusão.
a) Considerações Gerais
Então, um argumento p1, p2, p3, ..., pn, q é válido se
e somente se, sendo as premissas verdadeiras a conclu- Diagramas lógicos já foi visto anteriormente no tópi-
são q também é verdadeira, ou ainda, se e somente se, a co compreensão de estruturas, eles são a base de um sis-
fórmula p1  p2  p3  ...  pn → q é uma tautologia tema computacional.
que será indicada como segue: Diagramas lógicos é a representação matemática de
p1, p2, p3, ... , pn ⎯ q frases.

que se lê: Exemplo: Todo homem é um animal


“p1, p2, p3, ... , pn acarretam q” ou, “q decorre de p1, Representando homem com a letra H e animal com a
p2, p3, ... , pn” ou, letra A, matematicamente podemos representar essa frase
“q se deduz de p1, p2, p3, ... , pn” ou ainda, “q se in- como
fere de p1, p2, p3, ... , pn.”
H  A
É importante observar que ao discutir a validade de
um argumento é irrelevante o valor de verdade de cada Essa representação significa que o grupo dos homens
uma de suas premissas. Em Lógica, o estudo dos argu- está contido dentro do grupo dos animais.
mentos não leva em conta a verdade ou a falsidade das Quando se trata de um indivíduo, como por exemplo,
proposições que compõem os argumentos, mas tão- Lula (L), ao invés de usar o símbolo  usamos o . Isso
somente a validade destes. ocorre porque Lula é um elemento do grupo dos homens.
Ex.: O silogismo: L  H
“Todo brasileiro gosta de futebol.
A representação matemática pode ser feita em con-
Nenhum futebolista gosta de beisebol.
juntos, e às vezes facilita na hora de evitar confusão e
Portanto, nenhum brasileiro gosta de beise-
consequentemente falácias.
bol.”

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Exemplo:
Todo Coreano é jogador de Xadrez. 6. A LÓGICA NA TEORIA DOS CONJUNTOS
Nenhum jogador de xadrez gosta de rock. Vejamos a utilização da Lógica na Matemática utili-
Conclui-se que nenhum Coreano gosta de rock. zando exemplos na Teoria dos Conjuntos. Vamos supor
Logo: C  X X ≠ R ser conhecidos os conceitos primitivos de conjuntos,
elementos, a relação de pertinência entre elementos e
então, C ≠ R conjuntos, o conjunto universo, conjunto vazio, etc., e as
X operações entre eles.
R
C Desse conhecimento, sabemos que usamos o símbolo
a  A para indicar que o elemento “a” pertence ao con-
junto “A”; usamos o símbolo a  A para indicar que o
elemento “a” não pertence ao conjunto “A”.
Esses diagramas mostram que o grupo dos coreanos Do mesmo modo, dizemos que um conjunto A está
(C) está dentro do grupo dos jogadores de xadrez (X) e contido em um conjunto B ou que é subconjunto de B e
as pessoas que gostam de rock e de xadrez são distintas. indicamos A  B se e somente se todo elemento que per-
Comparando os símbolos da lógica com os símbolos tencer a A pertencer também a B. Em linguagem simbó-
de conjunto, o  (ou) equivale ao U (união) e o símbolo lica temos:
 (e) equivale à  (interseção). A  B  (x  A  x  B)
Para representar um conjunto A ou B e A e B tendo Assim, se queremos mostrar que um conjunto A está
elementos em comum. contido em um conjunto B, devemos mostrar a implicação
“x  A  x  B”; isto é, assumindo que “x  A” é ver-
dade, mostrar que “x  B” é verdade.
Dados os conjuntos A e B temos que A = B se e somen-
te se A  B e B  A.

A ou B (A  B) A e B (A  B) A conjunção e a disjunção são operações lógicas usadas


nas definições de união e interseção entre dois conjuntos A
b) Argumentos e Diagrama de Venn e B.
A teoria dos conjuntos é bastante útil na verificação Sejam A e B dois conjuntos dados, subconjuntos de um
da validade de determinados argumentos, quando as determinado universo “U”. Definimos:
premissas envolvem proposições quantificadas.
1) A união de A e B como sendo o conjunto A  B =
Consideremos o seguinte exemplo: {x  U; x  A  x  B}.
2) A interseção de A e B como sendo o conjunto A  B
P1 : Bebês são ilógicos.
= {x  U; x  A  x  B}.
P2 : Ninguém é desprezado se pode domar crocodi-
Dados os conjuntos A e B chama-se diferença entre os
los. conjuntos A e B e indica-se “A – B” o conjunto de todos os
P3 : Pessoas ilógicas são desprezadas. elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Q: Bebês não podem domar crocodilos.
A – B = {x  U; x  A  x  B}.
Consideremos:
Quando A  B, a diferença “B – A” é chamada “com-
B = Conjunto dos bebês plementar de A em relação a B” e indica-se CB A = B – A.
I = Conjunto das pessoas ilógicas No caso de “B” ser o conjunto universo, indicamos sim-
D = Conjunto das pessoas desprezadas
plesmente C A , A ou ainda A’.
C = Conjunto dos domadores de crocodilos
Das premissas dadas podemos concluir que: Pelas definições vistas, vemos que as operações lógicas
estão intimamente relacionadas com as operações entre os
1) B  I ( P1 ) 2) D  C = ( P2 ) 3) I  D conjuntos. Podemos então estabelecer as relações:
( P3 ) Conjunção x interseção , 
Vejamos o diagrama correspondente: Disjunção x união , 
Condicional x relação de inclusão →, 
D I Bicondicional x igualdade , =
C Negação x complementar , C
B Contradição x conjunto vazio F, 
Tautologia x conjunto universo V, U

O diagrama nos mostra que a conclusão é válida.

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Raciocínio Lógico e Matemático


Propriedades 03. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE -
Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019).
Dados os conjuntos A, B e C subconjuntos quaisquer
Números naturais não nulos são os números usados para
de U, temos,
contar objetos do mundo real, diferentes de zero e sem-
  A pre positivos. Seja n um número natural não nulo, par,
A  A  B A  B  A tal que n é maior que 3 e menor que 10, então um possí-
A  A = A A  A = A vel valor para n é
A  B = B  A A  B = B  A (A) 12.
A   = A A   =  (B) 5.
A  U = U A  U = A (C) 8.
(A  B)  C = A  (B  C) (A  B)  C = A  (B (D) 3.
 C)
A  (B  C) = (A  B)  (A  C)A  (B  C) = (A  04. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE -
B)  (A  C) Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019).
Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 7, 8} e B = {3,
4, 5, 6, 7, 8, 9}. Se x é um número ímpar e um divisor de
A = A 28, tal que x pertença a A e pertença a B, então o valor
A  B = A  B A  B = A  B de x é igual a
A  A = U A  A = 
(A) 7.
 = U U =  (B) 3.
(C) 4.
Todas essas propriedades são demonstradas facil- (D) 8.
mente, utilizando a lógica e as relações que já estabele-
cemos. 05. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE -
EXERCÍCIOS Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019).
Com o objetivo de presentear algumas crianças de 3 cre-
Para as questões de 01 a 50, marque uma única al- ches, um grupo de amigos arrecadou 400 brinquedos.
ternativa correta conforme pede seu comando. Segundo o número de crianças em cada creche, foi feita
01. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE - a seguinte distribuição:1/4 do total de brinquedos foi en-
Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019). tregue na primeira creche, 4/10 do total de brinquedos
Em questões de raciocínio lógico, utilizam-se sentenças, foi entregue na segunda e o restante foi entregue na ter-
que são expressões de um pensamento completo, com- ceira creche. Dessa forma, o total de brinquedos entre-
postas por um sujeito e por um predicado. Por exemplo, gues na terceira creche é igual a
“Joaquim trabalhou ontem no mercado” é uma sentença. (A) 100.
Entre os vários tipos de sentenças, existe a “Imperativa”, (B) 160.
quando há uma mensagem de ordem. Considerando essa (C) 150.
informação, assinale a alternativa que apresenta uma (D) 140.
sentença do tipo imperativa.
(A) O dia está lindo! 06. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE -
(B) O computador não liga. Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019).
(C) Irá chover no próximo domingo? Em uma cidade, foi feito um levantamento sobre aciden-
(D) Resolva sua prova com atenção. tes de trânsito no perímetro urbano e constatou-se que
ocorreram 320 acidentes exclusivamente com carros es-
02. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE - portivos e 25 acidentes exclusivamente com motocicle-
Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019). tas. Não ocorreram acidentes com carros esportivos e
Considere a seguinte proposição condicional: “Se o des- motocicletas no mesmo acidente de trânsito. Após uma
conto for de 30%, então comprarei o fogão.” Por defini- campanha preventiva sobre acidentes no trânsito, divul-
ção, a contrapositiva dessa proposição condicional será gada em vários meios de comunicação, espera-se que, no
dada por próximo ano, haja uma redução de 192 acidentes com
carros esportivos e que a redução de acidentes com mo-
(A) “Se eu comprar o fogão, então o desconto não foi de tocicletas ocorra na mesma proporção. Com base nessas
30%.” informações, o número esperado de acidentes com moto-
(B) “Se eu não comprar o fogão, então o desconto não cicletas para o próximo ano corresponde a
foi de 30%.”
(C) “Se eu não comprar o fogão, então o desconto foi de (A) 20 acidentes.
30%.” (B) 10 acidentes.
(D) “Se o desconto não foi de 30%, então comprarei o (C) 15 acidentes.
fogão.” (D) 5 acidentes.

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07. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE - 10. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019). I/INSTITUTO AOCP/2020). Dizer que “Toda criança
Em um grupo composto por 135 pessoas, 81 pessoas são que se chama Miguel é comportada” é equivalente a di-
do sexo masculino e o restante é do sexo feminino. Nos zer que
finais de semana, entre as pessoas desse grupo, 50% das
(A) “Nenhuma criança que se chama Miguel é compor-
pessoas do sexo feminino afirmaram que gostam de ir ao
tada”.
cinema e 27 pessoas do sexo masculino afirmaram que
(B) “Nenhuma criança que se chama Miguel não é
gostam de praticar esporte. Dessa forma, entre as pessoas
comportada”.
desse grupo, é correto afirmar que
(C) “Toda criança que se chama Miguel não é compor-
(A) o total de pessoas do sexo masculino que pratica es- tada”.
portes nos finais de semana é igual ao total de pes- (D) “Toda criança que não se chama Miguel é compor-
soas do sexo feminino. tada”.
(B) o total de pessoas do sexo feminino que gosta de ir
ao cinema é superior ao total de pessoas do sexo 11. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
masculino que não afirma gostar de praticar esporte I/INSTITUTO AOCP/2020). Considere um conjunto A
nos finais de semana. formado pelas quatro cores da bandeira do Brasil: A=
(C) 27% do total de pessoas desse grupo são do sexo {verde, azul, amarelo e branco}. Pode-se observar que o
masculino e gostam de praticar esportes nos finais conjunto {azul, amarelo} está dentro do conjunto A,
de semana. sendo, então, um subconjunto de A. Diante do exposto,
(D) 20% do total de pessoas desse grupo são do sexo quantos subconjuntos são possíveis formar ao todo com
feminino e não afirmaram gostar de ir ao cinema o conjunto A?
nos finais de semana.
(A) 8
(B) 15
08. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE -
(C) 16
Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019).
(D) 20
Um fazendeiro dispõe de uma área total de 500 metros
quadrados para o plantio de duas culturas. 50% dessa
12. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
área total devem ser destinadas ao plantio de soja; 70%
I/INSTITUTO AOCP/2020). por oito elementos:
da área restante devem ser destinadas ao plantio de trigo
e, na área onde não há plantio dessas duas culturas, deve 1; 4; x; 10; 13; y; 19; 22
ser construído um depósito de materiais. Dessa forma, a
Qual é o valor de x+y?
taxa percentual da área onde será construído o depósito,
em relação à área total, é igual a (A) 23
(A) 15%. (B) 25
(B) 25%.
(C) 30%. (C) 26
(D) 10%. (D) 27

09. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE -


Auxiliar Administrativo/INSTITUTO AOCP/2019). 13. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
Cada uma das trinta casas de uma rua é identificada por I/INSTITUTO AOCP/2020). Em uma creche, o berçá-
um número de 11 a 40 e essas casas estão interligadas rio possui 20 crianças, sendo que 30% das crianças são
por uma fiação de rede elétrica. Ocorreu uma pane na meninos e 2/7 das meninas possuem olhos claros. Assim,
energia elétrica dessa rua e um técnico informou a um o número de meninas que não possuem olhos claros é de
eletricista que ocorreu um curto-circuito na fiação de to- (A) 4.
das as casas identificadas por um número que contém o
algarismo 1, ao menos uma vez. O eletricista deve visitar (B) 6.
e trocar a fiação de todas as casas com essa característica (C) 10.
para resolver tal situação. Dessa forma, a quantidade de
casas dessa rua visitadas pelo eletricista foi igual a (D) 14.

(A) 11.
(B) 9. 14. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
(C) 13. I/INSTITUTO AOCP/2020). Um celular foi comprado
(D) 17. por R$ 2.000,00 e revendido por R$ 2.500,00. Qual foi a
porcentagem do lucro sobre a venda desse celular?
(A) 10%.
(B) 25%.
(C) 40%.
(D) 20%.

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15. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI (B) D; F.
I/INSTITUTO AOCP/2020). Frederico mora em uma (C) F; G.
rua que possui 2.400 metros de extensão. Qual é o núme- (D) D; G.
ro da casa de Frederico, sabendo que esse número cor-
responde aos 3/20 da metragem da rua? 20. (Pref. de Novo Hamburgo - RS - Agente So-
cial/INSTITUTO AOCP/2020). De acordo com os seus
(A) 240
conhecimentos envolvendo conjuntos, assinale a alterna-
(B) 260
tiva que com certeza é possível afirmar.
(C) 360
(D) 420 (A) Se o conjunto A tem 2 elementos e o conjunto B
tem 5 elementos, então A ∪ B tem 7 elementos.
16. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI (B) Se o conjunto A tem 5 elementos e o conjunto B
I/INSTITUTO AOCP/2020). Bento, Gabriel e João são tem 4 elementos, então A ∩ B tem 4 elementos.
três crianças que estão brincando em uma praça. Um de- (C) Se A = {1, 2, 3} e B = {0, 1, 4, 5}, então A – B =
les está brincando com um carrinho, o outro com um {0, 4, 5}.
avião e o outro com bloquinhos de montar. Sabe-se que (D) Se A ∩ B = ∅, A tem 3 elementos e B tem 4 ele-
apenas uma das seguintes afirmações é verdadeira: mentos, então A ∪ B tem 7 elementos.
(E) Se A = {1} e B = {1, 3, 4}, então B – A = {1}.
I. Gabriel está brincando com o avião.
II. Bento não está brincando com o avião.
21. (Pref. de Novo Hamburgo - RS - Agente So-
III. João não está brincando com o carrinho.
cial/INSTITUTO AOCP/2020). Considere os números
5,3131131113... e 0,020020002...; se observarmos a se-
Considerando o exposto, é correto afirmar que
quência lógica de ambos os números, qual deverá ser a
(A) Bento está brincando com o avião. soma da 25ª casa decimal do primeiro número com a 16ª
(B) Gabriel está brincando com os bloquinhos de mon- casa decimal do segundo número?
tar.
(A) 0
(C) João está brincando com o avião.
(B) 1
(D) Bento está brincando com o carrinho.
(C) 2
(D) 3
17. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
(E) 5
I/INSTITUTO AOCP/2020). Uma fábrica de calçados
femininos produziu durante um ano um total de 250 mil
22. (Pref. de Novo Hamburgo - RS - Agente So-
pares de calçados, sendo que as sandálias atingiram 45%
cial/INSTITUTO AOCP/2020). Na loja de Mariana de-
da produção de todos os outros modelos. Assim, o núme-
terminado produto custava, no dia 1 de dezembro, R$
ro de sandálias produzidas por essa fábrica foi de
500,00. No dia 15 desse mesmo mês, esse produto rece-
(A) 112.000. beu um acréscimo de 15% e, no dia 26, recebeu um des-
(B) 112.500. conto de 20%. Considerando essa situação, assinale a al-
(C) 115.000. ternativa correta.
(D) 120.000.
(A) O produto passou a custar R$ 575,00 no dia 26.
(B) O produto passou a custar R$ 460,00 no dia 15.
18. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
(C) O produto custava menos no dia 1 do que no dia 26.
I/INSTITUTO AOCP/2020). Um trabalho com duas
(D) No dia 26, o produto passou a custar o mesmo valor
questões de matemática foi dado a um grupo de 50 alu-
que no dia 1.
nos. Desses alunos, apenas 15 acertaram as duas ques-
(E) No dia 26, o produto passou a custar menos que no
tões, 30 acertaram a primeira questão e 10 acertaram
dia 1.
apenas a segunda questão. Qual foi a porcentagem de
alunos que erraram as duas questões?
23. (Pref. de Novo Hamburgo - RS - Agente So-
(A) 40%. cial/INSTITUTO AOCP/2020). Lucas recebeu uma
(B) 10%. quantia em dinheiro de seu irmão. Ele gastou 2/3 de 3/4
(C) 25%. dessa quantia, restando um valor de R$ 175,00. Diante
(D) 20%. do exposto, qual era o valor inicial que Lucas recebeu?
(A) R$ 350,00.
19. (Pref. de Cariacica - ES - Assistente de CMEI
(B) R$ 300,00.
I/INSTITUTO AOCP/2020). Considerando as letras do
(C) R$ 250,00.
alfabeto, foi criada a seguinte sequência usando um de-
(D) R$ 225,00.
terminado critério:
(E) R$ 195,00.
A; C; B; D; C; E; ...
Seguindo esse padrão, quais serão as próximas duas
letras dessa sequência?
(A) E; D.
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24. (Pref. de Novo Hamburgo - RS - Agente So- (B) VACA e NÃO PORCO.
cial/INSTITUTO AOCP/2020). Considere a proposição (C) LEÃO e VACA.
composta “Bento e Francisco são amigos ou Luciana e (D) VACA.
Maria são amigas” e assinale a alternativa que apresenta (E) NÃO LEÃO.
a negação dessa proposição composta.
29. (EBSERH/HE-UFPEL/Analista Administra-
(A) “Bento e Francisco são amigos e Luciana e Maria
tivo – Administração/EBSERH/AOCP/2015). Em uma
são amigas.”
sala de aula de ensino médio, 44 alunos escrevem com a
(B) “Ou Bento e Francisco são amigos ou Luciana e
mão direita e 12 escrevem com a mão esquerda. Sabendo
Maria são amigas.”
que o número total de alunos é 50, o número de pessoas
(C) “Bento e Francisco não são amigos e Luciana e Ma-
que escrevem apenas com a mão direita é
ria não são amigas.”
(D) “Luciana e Maria são amigas e Bento e Francisco (A) 40.
não são amigos.” (B) 38.
(E) “Luciana e Francisco não são amigos ou Bento e (C) 35.
Maria não são amigos.” (D) 29
(E) 17.
25. (EBSERH/HE-UFPEL/Analista Administra-
tivo – Administração/EBSERH/AOCP/2015). Em um 30. (EBSERH/HU-UFMS/ Assistente Adminis-
baralho com 52 cartas, 4/13 do total correspondem a car- trativo/AOCP/2014). Quanto é 12% de um determinado
tas com letras. Destas cartas com letras, 3/4 são consoan- valor, sabendo que 4% dele é 12?
tes. O número de cartas com vogais corresponde a que
(A) 24
fração do baralho?
(B) 36
(A) 1/13 (C) 42
(B) 2/13 (D) 48
(C) 3/13 (E) 50
(D) 4/13
(E) 5/13 31. (EBSERH/HU-UFMS/ Assistente Adminis-
trativo/AOCP/2014). Considere a sequência dos núme-
26. (EBSERH/HE-UFPEL/Analista Administra- ros pares iniciada pelo número 14. Sendo assim, qual é o
tivo – Administração/EBSERH/AOCP/2015). Uma décimo termo desta sequência?
pesquisa de opinião foi feita com certo grupo de pessoas.
(A) 36
30% dos entrevistados responderam SIM à pesquisa e
(B) 34
140 pessoas responderam NÃO. O número de pessoas
(C) 32
pesquisadas é
(D) 30
(A) 60. (E) 28
(B) 70.
(C) 120. 32. (EBSERH/HU-UFMS/ Assistente Adminis-
(D) 140. trativo/AOCP/2014). Lucas estava em dúvida sobre
(E) 200. qual esporte fazer, futebol ou basquete. Então resolveu
consultar a família toda, 40% optou por futebol e 70%
27. (EBSERH/HE-UFPEL/Analista Administra- optou por basquete. Qual foi o percentual da família que
tivo – Administração/EBSERH/AOCP/2015). Observe optou pelos dois esportes?
a sequência a seguir em que todos os múltiplos de quatro
(A) 5%
são omitidos e, em seu lugar, aparece a “palavra” PIM:
(B) 7%
(1, 2, 3, PIM, 5, 6, 7, PIM, 9, 10, 11, PIM, ...) (C) 9%
(D) 10%
O 20º PIM ocupa o lugar em que deveria aparecer o
(E) 12%
número
(A) 20. 33. (EBSERH/HU-UFMS/ Assistente Adminis-
(B) 4. trativo/AOCP/2014). Dentro do estojo de Daniela, há 3
(C) 40. canetas azuis, 2 canetas pretas, 1 caneta vermelha, 1 lá-
(D) 80. pis e uma borracha. Daniela retirou 5 itens desse estojo,
(E) 100. mas nenhum dos itens retirados eram o lápis e a borra-
cha. Sendo assim, sobre os itens retirados, podemos com
28. (EBSERH/HE-UFPEL/Analista Administra- certeza afirmar que
tivo – Administração/EBSERH/AOCP/2015). Se
(A) eram três canetas azuis e duas canetas pretas.
LEÃO, então VACA. Se VACA, então PORCO. Se
(B) eram duas canetas azuis, duas canetas pretas e uma
PORCO, então PATO. Sabe-se que NÃO PATO, então
vermelha.
(A) PORCO e NÃO VACA. (C) todas as canetas azuis foram retiradas do estojo.

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Raciocínio Lógico e Matemático


(D) pelo menos uma das canetas era a vermelha.
(E) pelo menos uma das canetas era a preta.

34. (EBSERH/HU-UFMS/ Assistente Adminis-


trativo/AOCP/2014). O apartamento que Bruno vai
2
comprar custa R$ 144.000,00. Ele pagou a vista do va-
5 Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que
lor total do apartamento e dividiu o restante em doze NÃO poderia ter sido construída com as 7 peças do Tan-
prestações iguais. Qual é o valor de cada prestação? gram.
(A) R$ 7.200,00
(B) R$ 8.400,00
(C) R$ 8.600,00
(D) R$ 10.300,00 (A)
(E) R$ 14.400,00

35. (EBSERH/HUCAM-UFES/Assistente Admi-


nistrativo/AOCP/2014). Dois amigos fizeram uma pro-
va com 60 questões. Quando foram conferir o resultado, (B)
1
um deles verificou que tinha acertado da prova. Quan-
3
1
tas questões o outro acertou, sabendo que totalizam (C)
4
dos acertos do amigo?
(A) 4
(B) 5 (D)
(C) 10
(D) 15
(E) 20
(E)
36. (EBSERH/HUCAM-UFES/Assistente Admi-
nistrativo/AOCP/2014). Pelo computador, João estava
39. (EBSERH/HUCAM-UFES/Assistente Admi-
gravando um CD de músicas com duração de 1 hora e 20
nistrativo/AOCP/2014). Um casal tem dois filhos, Jo-
minutos. Quando faltavam 2 minutos para terminar a
nas e Janaina, e entre essa família existe o seguinte ar-
gravação, o computador travou. Qual foi a porcentagem
ranjo: Se a mãe cozinha, Jonas lava a louça. Se Jonas la-
do CD que foi gravado?
va a louça, o pai cozinha. Se o pai cozinha, Janaina lava
(A) 99% a louça. Dessa maneira, se Janaina cozinhou, pode-se
(B) 99,5% afirmar que
(C) 97,5%
(A) Jonas lavou a louça.
(D) 96%
(B) o pai cozinhou.
(E) 95,9%
(C) a mãe não cozinhou e o pai cozinhou.
(D) a mãe não cozinhou e Jonas não lavou a louça.
37. (EBSERH/HUCAM-UFES/Assistente Admi-
(E) a mãe e o pai cozinharam juntos.
nistrativo/AOCP/2014). Observe a sequência:
40. (EBSERH/HU-UFS/Assistente Administrati-
vo/AOCP/2014). Observe a sequência a seguir
Qual é o valor de x+y? 35; 46; 57; 68; ...
(A) 270 Qual é o sétimo termo?
(B) 243
(C) 81 (A) 79.
(D) 59 (B) 90.
(E) 27 (C) 100.
(D) 101.
38. (EBSERH/HUCAM-UFES/Assistente Admi- (E) 103.
nistrativo/AOCP/2014). Tangram é um jogo chinês
muito antigo, constituído por 7 peças que permitem 41. (EBSERH/HU-UFS/Assistente Administrati-
construir mais de 1000 figuras diferentes. É muito utili- vo/AOCP/2014). Se calcularmos 6,5% de 130, obtemos
zado por professores de matemática para trabalhar a ló- o valor de
gica, criatividade, entre outras coisas. Recortando a figu- (A) 8,45.
ra a seguir, obtemos as 7 peças do Tangram. (B) 84,5.
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(C) 845.
(D) 0,84. 46. (INSTITUTO AOCP - 2023 - IF-MA - Assis-
(E) 84. tente em Administração). Considere os conjuntos S, T,
Q e D, de tal maneira que o conjunto S seja composto
42. (EBSERH/HU-UFS/Assistente Administrati- pelas letras das palavras SEGUNDA, SEXTA e SABA-
vo/AOCP/2014). Considere os conjuntos A={a, b, c, d, DO, o conjunto T seja composto pelas letras da palavra
f} e B={c, f, g}. TERCA, o conjunto Q pelas letras das palavras QUAR-
TA e QUINTA, e o conjunto D seja composto pelas le-
Assinale a alternativa que apresenta o conjunto
tras da palavra DOMINGO. Sobre tais conjuntos, é cor-
formado pelos elementos que pertencem a A ou perten-
reto afirmar que
cem a B.
A) a união de S com T resulta no próprio S.
(A) {g}.
B) os conjuntos T e Q têm exatamente três elementos
(B) {a, b, c, d, f, g}.
em comum.
(C) {c, f, g}.
C) um elemento aparece simultaneamente nos quatro
(D) {a, b, c, d, f}.
conjuntos citados.
(E) {a, b}.
D) a união dos conjuntos citados conta com todas as le-
tras do alfabeto, exceto K, Y, W e Z.
43. (EBSERH/HU-UFS/Assistente Administrati-
E) a intersecção entre T e D é o conjunto unitário.
vo/AOCP/2014). Três amigos estão em uma corrida de
moto. O capacete de um deles é preto, o de outro é azul,
47. (INSTITUTO AOCP - 2023 - POLÍCIA CI-
e o de outro é branco. As motos desses amigos são das
ENTÍFICA-PR - Agente Auxiliar de Perícia Oficial -
mesmas cores que os capacetes, mas somente Paulo está
Auxiliar de Necropsia - Auxiliar de Perícia). Entre as
com capacete e moto da mesma cor. Nem o capacete e
equações a seguir, a única que representa uma reta cres-
nem a moto de Fred são brancos. Antônio está com a
cente, que passa pelo ponto P (0, 7), é
moto preta. Sendo assim
A) 3x + 2y + 14 = 0
(A) Paulo está com moto e capacete azuis.
B) 3x + 2y - 14 = 0
(B) Antônio está com o capacete azul e Paulo com a
C) 3x - 2y + 14 = 0
moto preta.
D) 3x - 2y - 14 = 0
(C) Fred está com o capacete preto e a moto azul.
E) -3x - 2y - 14 = 0
(D) Antônio está com o capacete branco e o Fred com a
moto azul.
48. (INSTITUTO AOCP - 2023 - POLÍCIA CI-
(E) Fred está com a moto branca.
ENTÍFICA-PR - Agente Auxiliar de Perícia Oficial -
Auxiliar de Necropsia - Auxiliar de Perícia). Um teste
44. (EBSERH/HU-UFS/Assistente Administrati-
é composto por 6 etapas e seus resultados parciais são
vo/AOCP/2014). Depois do almoço, Nayara resolveu ti-
apresentados em forma percentual. Para determinar o re-
rar um cochilo, mas acabou perdendo a hora e foi levan-
7 sultado final do teste, deve-se utilizar a média aritmética
tar depois de dormir horas de um dia. Quantas horas dos resultados obtidas nas etapas. Supondo que um can-
20 didato tenha o valor 87% como média das 4 primeiras
Nayara dormiu? etapas, qual deverá ser a média das 2 etapas seguintes
(A) 8 horas e 50 minutos. para que esse candidato obtenha resultado final igual a
(B) 8 horas e 40 minutos. 90%
(C) 8 horas e 30 minutos. A) 90%
(D) 8 horas e 25 minutos. B) 92%
(E) 8 horas e 24 minutos. C) 93%
D) 96%
45. (INSTITUTO AOCP - 2023 - IF-MA - Assis- E) 98%
tente em Administração). Não é raro que surjam me-
mes na internet em que problemas aritméticos teriam 49. (INSTITUTO AOCP - 2023 - IF-MA - Ana-
respostas diferentes, dependendo da ordem em que as lista De Tecnologia Da Informação - Desenvolvimento
operações fossem realizadas. Entretanto deve-se obser- De Sistemas). Um quadrado Q1 tem perímetro igual ao
var que as operações matemáticas obedecem a uma or- dobro do perímetro de um quadrado Q 2. Assim, ao com-
dem específica. Nesse contexto, ao resolver a expressão: parar a área de Q1 à área de Q2, verifica-se que
1/2 + 1/2 x 1/2 A) a área de Q1 é igual a 2 vezes a área de Q2.
Será encontrado B) a área de Q1 é igual a meia vez a área de Q2.
C) a área de Q1 é igual a um quarto da área de Q2.
A) 1/2. D) a área de Q1 é igual a 4 vezes a área de Q2.
B) 1. E) as áreas não são comparáveis.
C) 2/6.
D) 2/8.
E) 3/4.

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Raciocínio Lógico e Matemático


50. (INSTITUTO AOCP - 2023 - POLÍCIA CI-
ENTÍFICA-PR - Agente Auxiliar de Perícia Oficial -
Auxiliar de Necropsia - Auxiliar de Perícia). Visando
ao esclarecimento e às prova das infrações penais, foi
feito um exame de sangue em um grupo de 20 pessoas.
O resultado preliminar dos exames constatou que 7 delas
têm sangue com fator Rh negativo, enquanto as outras 13
têm fator Rh positivo. Os exames também apontaram
que 6 pessoas têm sangue tipo O, das quais 3 têm sangue
tipo O com fator Rh negativo. Diante do exposto, deter-
mine o número de pessoas com fator Rh positivo que não
têm sangue tipo O.
A) 10
B) 12
C) 8
D) 14
E) 6

GABARITO OFICIAL
Conferido
01-D 09-A 17-B 25-A 33-E 41-A
02-B 10-B 18-D 26-E 34-A 42-B
03-C 11-C 19-B 27-D 35-B 43-C
04-A 12-A 20-D 28-E 36-C 44-E
05-D 13-C 21-B 29-B 37-A 45-E
06-C 14-D 22-E 30-B 38-E 46-B
07-D 15-C 23-A 31-C 39-D 47-C
08-A 16-A 24-C 32-D 40-D 48-D
49-D
50-A

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Legislação Municipal

LEGISLAÇÃO
MUNICIPAL
SUMÁRIO:
1. Lei nº 18.147/2015 (Aprova o Plano Municipal de Educação.) .................................. 03
2. Lei nº 18.769/2020 (Institui o Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do
Recife.) ........................................................................................................................ 15
3. Decreto nº 35.798 de 11 de julho de 2022 (Aprova o Regimento Interno da Secretaria de
Educação.) ................................................................................................................... 17
4. Lei nº 14.728/85 - Reformula o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município do
Recife e dá outras providência ..................................................................................... 29
5. Lei Orgânica do Município do Recife ......................................................................... 49

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Legislação Municipal

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Legislação Municipal
1. LEI Nº 18.147/2015 (APROVA O PLANO MU- estudos para aferir a evolução no cumprimento das metas
NICIPAL DE EDUCAÇÃO.) estabelecidas no Anexo desta Lei.
§ 3º O investimento público em educação a que se
O POVO DA CIDADE DO RECIFE, POR
refere a Meta 20 do Anexo Único desta Lei, engloba os
SEUS REPRESENTANTES, DECRETOU, E
recursos aplicados na forma do art. 212 da Constituição
EU, EM SEU NOME, SANCIONO A SE-
Federal e do art. 60 do Ato das Disposições Constitucio-
GUINTE LEI:
nais Transitórias, bem como os recursos aplicados nos
Art. 1º Fica aprovado o Plano Municipal de Educa- programas suplementares e de expansão da educação bá-
ção da Cidade de Recife - PME, com vigência por 10 (dez) sica e profissional, inclusive da forma de incentivo e isen-
anos, a contar da publicação desta Lei, na forma do Anexo ção fiscal, as bolsas de estudos concedidas pelo Município
Único, com vistas ao cumprimento do disposto no inciso do Recife, os subsídios concedidos em programas de fi-
I do artigo 11 da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro nanciamento estudantil e o financiamento de creches, pré-
de 1996, no artigo 8º da Lei Federal nº 13.005, de 25 de escolas e de educação especial na forma do art. 213 da
junho de 2014, e no inciso IV do art. 89 da Lei Orgânica Constituição Federal.
do Município de Recife. Art. 6º Fica mantido o regime de colaboração entre o
Art. 2º São diretrizes do PME: Município, o Estado de Pernambuco e a União para a con-
I - erradicação do analfabetismo; secução das metas do PME e a implementação das estra-
II - universalização do atendimento escolar; tégias a serem realizadas.
III - superação das desigualdades educacionais, com § 1º As estratégias definidas no Anexo Único inte-
ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de to- grante desta lei não excluem a adoção de medidas visando
das as formas de discriminação; a formalizar a cooperação entre os entes federados, po-
IV - melhoria da qualidade de ensino e da educação; dendo ser complementadas por mecanismos nacionais e
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com locais de coordenação e colaboração recíproca.
ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta § 2º O Sistema Municipal de Ensino do Recife de-
a sociedade; verá prever mecanismos de acompanhamento para a con-
VI - promoção da educação em direitos humanos, à secução das metas do PME.
diversidade cultural e à sustentabilidade socioambiental; Art. 7º Para garantia da equidade educacional, o Mu-
VII - promoção humanística, cultural, científica e nicípio deverá considerar o atendimento às necessidades
tecnológica do Município; específicas da Educação Especial, assegurando um sis-
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de re- tema inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades
cursos públicos em educação, resultantes da receita de im- de ensino.
postos, compreendida a proveniente de transferências, na Art. 8º O Plano Municipal de Educação da Cidade do
manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, Recife abrangerá, prioritariamente, o Sistema Municipal
da educação infantil e da educação inclusiva; de Ensino, definindo as metas e estratégias que atendam
IX - valorização dos profissionais de educação; às incumbências que lhe forem destinadas por lei.
X - difusão dos princípios da equidade e do respeito Art. 9º Assegurar no PME a articulação das políticas
à diversidade cultural. educacionais com as demais políticas sociais, particular-
Art. 3º As metas previstas no Anexo Único integrante mente as culturais, considerando as necessidades especí-
desta lei deverão ser cumpridas no prazo de vigência do ficas das populações em situação de risco e de rua, comu-
PME, desde que não haja prazo inferior definido para me- nidades com baixos índices de IDH e diversidade cultural.
tas e estratégias específicas. Art. 10 O Plano Plurianual, as diretrizes orçamentá-
Art. 4º As metas previstas no Anexo Único integrante rias e os orçamentos anuais do Município deverão ser for-
desta lei deverão ter como referência os censos mais atu- mulados de modo a assegurar a consignação de dotações
alizados da educação básica e superior, disponíveis na orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e es-
data da publicação desta lei. tratégias do PME, a fim de viabilizar sua plena execução.
Art. 5º A execução do PME e o cumprimento de suas Art. 11 Até o final do primeiro semestre do nono ano
metas serão objeto de monitoramento contínuo e de ava- de vigência deste PME, o Poder Executivo encaminhará à
liações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias: Câmara Municipal do Recife, sem prejuízo das prerroga-
I - Secretaria Municipal de Educação; tivas deste Poder, o projeto de lei referente ao Plano Mu-
II - Comissão de Educação da Câmara Municipal de nicipal de Educação a vigorar no período subsequente,
Educação; que incluirá diagnóstico, diretrizes, metas e estratégias
III - Conselho Municipal de Educação; para o próximo decênio.
IV - Fórum Municipal de Educação Parágrafo único. O processo de elaboração do pro-
§ 1º Compete, ainda, às instâncias referidas no caput: jeto de lei disposto no caput deverá ser precedido de con-
I - divulgar os resultados do monitoramento e das sulta popular com a ampla participação de representantes
avaliações nos respectivos sítios institucionais; da comunidade educacional e da sociedade civil.
II - analisar e propor políticas públicas para assegurar Art. 12 O Poder Executivo promoverá a realização
a implementação das estratégias e o cumprimento das me- de, pelo menos, 02 (duas) conferências municipais de edu-
tas; cação até o final do decênio, articuladas e coordenadas em
§ 2º A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vi- conjunto com o Fórum Municipal de Educação, com o ob-
gência deste PME, a Secretaria Municipal de Educação, jetivo de avaliar a execução deste PME.
com o suporte de instituições de pesquisas, publicará

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Legislação Municipal
Parágrafo único. O Fórum Municipal de Educação, 1.9) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar
além da atribuição referida no caput, acompanhará a exe- a oferta do atendimento educacional especializado com-
cução do PME e o cumprimento de suas metas. plementar e suplementar aos (às) alunos (as) com defici-
Art. 13 Esta lei entra em vigor na data de sua publi- ência, transtornos globais do desenvolvimento e altas ha-
cação. bilidades ou superdotação, oferecendo a educação bilín-
Recife, 22 de junho de 2015 gue para crianças surdas e a transversalidade da educação
GERALDO JULIO DE MELLO FILHO especial nessa etapa da educação básica;
Prefeito do Recife 1.10) preservar as especificidades da educação infan-
til na organização das redes escolares, garantindo o aten-
ANEXO
dimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em esta-
METAS E ESTRATÉGIAS DO PLANO belecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qua-
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO lidade, e a articulação com a etapa escolar seguinte, vi-
sando ao ingresso do (a) aluno(a) de 6 (seis) anos de idade
META 1: universalizar, até 2016, a educação infantil
no ensino fundamental;
na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco)
1.11) fortalecer a parceria da Secretaria de Educação
anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em com o Conselho Tutelar e o Ministério Público para zelar
creches de forma a atender 70% (setenta por cento) da de- pela matrícula e frequência das crianças de 4 e 5 anos na
manda das crianças de até (três) anos até o final da vigên-
educação infantil, criando um procedimento padrão que
cia deste PME.
facilite a comunicação das unidades de ensino com o sis-
ESTRATÉGIAS: tema de garantia de direitos da criança e do adolescente,
tomando como referência o decreto municipal nº 01/2007
1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, (Projeto Voltei);
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, metas de 1.12) promover e estimular a parceria escola-família,
expansão e ordenamento das respectivas redes públicas de envolvendo-a nas atividades das unidades educacionais,
educação infantil segundo padrão nacional de qualidade com foco no desenvolvimento integral das crianças de até
compatível com as peculiaridades locais; 5 anos de idade, e a parceria com os postos de saúde da
1.2) garantir novas matrículas na educação infantil, família e centros de referência de assistência social para
contribuindo para universalização, até 2016, do atendi- acompanhamento;
mento à população de 4 a 5 anos residente no Recife, e 1.13) estabelecer parcerias para o atendimento psico-
oferecer novas vagas para, no mínimo, 70% (setenta por lógico aos estudantes da Rede Pública Municipal de En-
cento) da demanda das crianças de até 3 (três) anjos até o sino;
final da vigência deste PME." 1.14) realizar chamada pública para efetivação da ma-
1.3) realizar, periodicamente, em regime de colabo- trícula universal da demanda da população de 4 e 5 anos;
ração, levantamento da demanda por creche para a popu- 1.15) realizar, com a colaboração da União e do Estado,
lação de até 3 (três) anos, como forma de planejar a oferta a cada ano, levantamento da demanda manifesta por educa-
e verificar o atendimento da demanda manifesta; ção infantil em creches e pré-escolas, como forma de planejar
1.4) manter e ampliar, em regime de colaboração e e verificar o atendimento;
respeitadas as normas de acessibilidade, programa de 1.16) garantir vaga na pré-escola dos alunos oriundos
construção e reestruturação de escolas, bem como de aqui- das unidades conveniadas na rede municipal de ensino, res-
sição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria peitando-se a legislação vigente;
da rede física de escolas públicas de educação infantil; 1.17) manter grupos de trabalho na Secretaria de Edu-
1.5) utilizar subsídios de programas do governo fe- cação responsáveis por acompanhar e aprimorar a política de
deral para aquisição de equipamentos para a rede escolar ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, ampli-
pública de educação infantil, voltado à expansão e à me- ando a participação dos profissionais de educação, ofere-
lhoria da rede física de creches e pré-escolas públicas, a cendo a formação e material pedagógico para as unidades de
partir do início da vigência desse plano; educação infantil;
1.6) melhorar as condições físicas das unidades de 1.18) realizar concursos públicos para profissionais
educação infantil, equipando-as com mobiliário ade- de educação, quando necessário, visando atender à de-
quado, e adaptação para inclusão dos alunos(as) com de- manda proposta pela meta;
ficiência e transtornos globais do desenvolvimento, ga- 1.19) disciplinar, com amparo na legislação educaci-
rantindo o fornecimento de alimentação escolar de quali- onal, no âmbito do sistema de ensino, a organização do
dade para toda educação infantil; trabalho pedagógico incluindo a adequação do calendário
1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em cre- escolar de acordo com a realidade local e as condições cli-
ches certificadas como entidades beneficentes de assistên- máticas da região;
cia social na área de educação para a expansão da oferta 1.20) programar no calendário encontros para a dis-
na rede escolar pública; cussão e avaliação do projeto político pedagógico pelos
1.8) promover a formação continuada dos profissio- profissionais da unidade, observando-se a política de en-
nais de educação infantil, inclusive para a utilização de sino e respeitando-se os direitos dos estudantes;
softwares educativos, ferramentas e interfaces tecnológi- 1.21) promover o desenvolvimento dos componentes
cas, priorizando os profissionais da rede como formado- artes e suas linguagens (artes visuais, dança, teatro e mú-
res; sica), educação ambiental e educação física na educação
Infantil.

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Legislação Municipal
META 2: universalizar o ensino fundamental de 9 valorizando as especificidades de cada indivíduo através
(nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (qua- da construção de políticas públicas e sua implementação;
torze) anos e garantir que, no mínimo, 95% (noventa e 2.14) desenvolver formas alternativas de oferta do
cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade ensino fundamental, garantida a qualidade, para atender
recomendada, até o último ano de vigência deste PME. aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a ativi-
dades de caráter itinerante;
ESTRATÉGIAS:
2.15) implementar e desenvolver programas públicos
2.1) reorganizar, em regime de cooperação com o Es- de atividades extracurriculares no contraturno, com obser-
tado, as redes estadual e municipal com um levantamento vância das especificidades dos educandos, com foco na
da demanda para garantir o acesso e permanência do es- aprendizagem;
tudante com qualidade social, criando mecanismo para 2.16) promover, em parceria com a Secretaria de Es-
acompanhar a sua permanência na escola; portes, atividades de desenvolvimento e estímulo a habi-
2.2) proporcionar ao estudante do ensino fundamen- lidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de
tal, por meio de diferentes áreas do conhecimento, a apro- disseminação do desporto educacional e de desenvolvi-
priação de saberes que favoreçam o exercício da cidadania mento esportivo municipal;
e a continuidade de seu processo de escolarização; 2.17) ampliar o acesso da rede pública municipal a
2.3) manter e ampliar ações de correção de fluxo de computadores em banda larga de alta velocidade e aumen-
ensino fundamental com acompanhamento individuali- tar a relação computadores/tablets/estudante e docentes
zado do estudante com rendimento defasado e adoção de nas escolas da rede pública de educação básica, promo-
práticas como aulas de reforço no turno complementar, es- vendo a utilização pedagógica das tecnologias da infor-
tudos de recuperação e progressão parcial; mação e da comunicação.
2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitora-
mento do acesso, permanência e aproveitamento escolar META 3: colaborar com a União e o Estado para uni-
dos beneficiários de programas de transferência de renda, versalizar o atendimento escolar para toda a população de
identificando motivos de ausência e baixa frequência e ga- 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do
rantir, em regime de colaboração com toda a comunidade período de vigência deste PME, a taxa líquida de matrícu-
escolar, o apoio à aprendizagem, bem como articular com las no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).
a União o aperfeiçoamento dos critérios para que os estu-
ESTRATÉGIAS:
dantes do ensino fundamental recebam o programa bolsa-
família; 3.1) colaborar com a União e o Estado, no que for
2.5) elaborar o mapa de localização residencial da necessário, para institucionalizar programa nacional de
demanda escolar de crianças 6 a 14 anos, em parceria com renovação do ensino médio, a fim de incentivar práticas
assistência social e de saúde; pedagógicas com abordagens interdisciplinares estrutura-
2.6) acionar o Conselho Tutelar e o Ministério Pú- das pela relação entre teoria e prática, por meio de currí-
blico, no caso em que as famílias, injustificadamente, se culos escolares que organizem, de maneira flexível e di-
neguem ou se ausentem da responsabilidade de matrícula versificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados
das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, mediante veri- em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecno-
ficação da vaga disponibilizada pelo poder público, sem- logia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de equi-
pre que possível, na área próxima ao seu domicílio; pamentos e laboratórios, a produção de material didático
2.7) realizar chamada pública para efetivação da ma- específico, a formação continuada de professores e a arti-
trícula universal da demanda de 6 a 14 anos; culação com instituições acadêmicas, esportivas e cultu-
2.8) promover formação continuada aos profissio- rais;
nais da educação não docentes em parceria com as insti- 3.2) contribuir na pactuação entre União, Estados,
tuições de ensino, entidades e profissionais da área educa- Distrito Federal e Municípios, no âmbito da instância per-
cional; manente de que trata o § 5º do art. 7º desta Lei, com a
2.9) promover a ampliação e melhoria da rede física elaboração de proposta de direitos e objetivos de aprendi-
escolar a partir do padrão mínimo exigido pelo MEC; zagem e desenvolvimento que configurarão a base nacio-
2.10) promover a relação das escolas com institui- nal comum curricular do ensino médio;
ções e movimentos culturais, a fim de garantir a oferta re- 3.3) colaborar com o Estado, no que for necessário,
gular de atividades culturais para os (as) alunos (as) den- para a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio
tro e fora dos espaços escolares, assegurando ainda que as integrado à educação profissional, das comunidades indí-
escolas se tornem polos de criação e difusão cultural; genas e quilombolas e das pessoas com deficiência;
2.11) incentivar a participação dos pais ou responsá- 3.4) promover a superação das desigualdades educa-
veis no acompanhamento das atividades escolares dos fi- cionais, com ênfase na promoção da cidadania, dignidade
lhos por meio do estreitamento das relações entre as esco- da pessoa humana e na erradicação de todas as formas de
las e as famílias; discriminação negativa;
2.12) fortalecer e ampliar parcerias com Conselho 3.5) colaborar com o Estado, no que for necessário,
Tutelar e agentes comunitários de saúde para assegurar a para fomentar programas de educação e de cultura para a
aplicação de medidas preventivas na escola, comuni- população urbana de jovens, na faixa etária de 15 (quinze)
cando-se o resultado ao Conselho Escolar; a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação so-
2.13) garantir a superação das desigualdades educa- cial e profissional para aqueles que estejam fora da escola
cionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, e com defasagem no fluxo escolar;

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Legislação Municipal
3.6) colaborar com o Estado na implementação de acadêmicas, secretarias do município integrados por pro-
políticas de prevenção à evasão escolar, desenvolvendo fissionais das áreas de saúde, assistência social, pedagogia
mecanismos de monitoramento da assiduidade dos alu- e psicologia, para apoiar o trabalho dos (as) professores
nos, a ser realizado por pessoal competente e capacitado, da educação básica com os (as) alunos (as) com deficiên-
a fim de traçar um diagnostico acerca das possíveis causas cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habi-
da evasão, com vista à implementação de medidas peda- lidades/superdotação;
gógicas voltadas às necessidades específicas para cada 4.9) ofertar Educação de Jovens e Adultos - EJA,
caso; conforme disponibilidade da rede, nos horários em que
3.7) elevar, em colaboração com o Estado, os núme- houver demanda para estudantes com deficiência, em fun-
ros de novas matrículas para a população de 15 a 17 anos ção de insegurança no horário noturno e em razão dos alu-
que se encontra fora da escola, nos níveis fundamental e nos fazerem uso de medicamentos sedativos, que os im-
médio, e na modalidade Educação de Jovens e Adultos - possibilita de participar das atividades no turno da noite;
EJA. 4.10) ampliar a oferta do transporte escolar inclusivo
para garantia do deslocamento dos estudantes com defici-
META 4: universalizar, em colaboração com o Es- ência, transtorno global do desenvolvimento, no percurso
tado, o acesso para a população de 4 (quatro) a 17 (dezes- casa/escola, escola/casa e para o atendimento educacional
sete) anos com deficiência, transtornos globais do desen- especializado no contra turno, incluindo os núcleos/cen-
volvimento e altas habilidades ou superdotação, à educa- tros e os centros multidisciplinares;
ção básica e ao atendimento educacional especializado, 4.11) cooperar com o Programa Nacional de Acessi-
preferencialmente na rede regular de ensino, com a garan- bilidade nas Escolas Públicas para adequação arquitetô-
tia de sistema educacional inclusivo. nica, oferta de transporte acessível, disponibilização de
material didático acessível e recursos de tecnologia assis-
4. ESTRATÉGIAS:
tiva e oferta da educação bilíngue em língua portuguesa e
4.1) ampliar, em colaboração com o Estado, o nú- Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS;
mero de matrículas para a população de 4 a 17 anos com 4.12) ampliar, em colaboração com o Estado, a oferta
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e al- de salas regulares bilíngues na rede municipal de ensino
tas habilidades ou superdotação; em unidades educacionais que atendam estudantes de 4
4.2) promover a formação continuada de professo- (quatro) a 17 (dezessete) anos com surdez e com deficiên-
res(as) do Atendimento Educacional Especializado - AEE cia auditiva, tendo a Língua Brasileira de Sinais - LI-
em parceria com instituições de ensino, entidades e pro- BRAS, como primeira língua e, na modalidade escrita, a
fissionais da educação, atendendo as especificidades do Língua Portuguesa como segunda língua, bem como a
atendimento às crianças, aos jovens, adultos e idosos com adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdo-
deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas cegos;
habilidades/superdotação; 4.13) fortalecer o acompanhamento e o monitora-
4.3) garantir aos estudantes com deficiência, trans- mento do acesso à escola e ao atendimento educacional
tornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/su- especializado, bem como da permanência e do desenvol-
perdotação, a construção de Salas de Recursos Multifun- vimento escolar dos (as) alunos (as) com deficiência,
cionais - SRM em 100% das novas unidades educacionais transtornos globais do desenvolvimento e altas habilida-
da rede e ampliar em 50% a adaptação das atuais unidades des ou superdotação beneficiários (as) de programas de
que possuam condições físicas para tanto; transferência de renda, juntamente com o combate às si-
4.4) intensificar a formação continuada para os pro- tuações de discriminação, preconceito e violência, com
fissionais da educação da sala regular e atendimento edu- vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o
cacional especializado, proporcionando novas perspecti- sucesso educacional, em colaboração com as famílias e
vas e práticas de atuação na perspectiva da educação in- com os órgãos públicos de assistência social, saúde e pro-
clusiva; teção à infância, à adolescência e à juventude;
4.5) fomentar o Atendimento Educacional Especiali- 4.14) promover o acesso e a permanência na escola
zado - AEE, em salas de recursos multifuncionais, dos/das dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais
estudantes inclusos(as) na Rede de Ensino, com deficiên- do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;
cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habi- 4.15) fomentar, em colaboração com a Secretaria de
lidades/superdotação; Juventude e Qualificação Profissional, na educação pro-
4.6) ampliar o atendimento educacional nos Núcleos fissionalizante as condições de acesso e permanência na
de Apoio Especializado da Secretaria de Educação do Re- escola da pessoa com deficiência, transtorno globais do
cife para atender prioritariamente aos(às) estudantes ma- desenvolvimento e altas habilidades/superdotação de
triculados(as) na rede pública; modo a assegurar sua qualificação com o apoio do atendi-
4.7) promover parceria com a Secretaria Municipal mento educacional especializado;
de Saúde para mapeamento da população entre 4 e 17 anos 4.16) ampliar, em colaboração com o Estado, para a
de idade com deficiências e transtornos globais do desen- população de Recife com idade entre 4 (quatro) e 17 (de-
volvimento, para o oferecimento de estimulação precoce zessete) anos com deficiência, transtornos globais do de-
e atendimento multidisciplinar; senvolvimento e altas habilidades/superdotação, o acesso
4.8) fomentar a criação de centros multidisciplinares à educação básica;
por Região Político Administrativa - RPA, para apoio,
pesquisa e assessoria, articulados com instituições

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4.17) fomentar pesquisas voltadas para o desenvol- com deficiências, transtornos globais e altas habilida-
vimento de metodologias, materiais didáticos, equipa- des/superdotação.
mentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à
promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das META 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo,
condições de acessibilidade dos (as) estudantes com defi- até o final do 3º ano do ensino fundamental.
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
ESTRATÉGIAS:
habilidades ou superdotação;
4.18) articular junto à União a distribuição suple- 5.1) promover a estruturação de processos pedagógi-
mentar de livros didáticos e material didático específico cos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino funda-
para estudantes com necessidades educativas especiais; mental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas
4.19) promover, em parceria com a Secretaria de Es- na pré-escola, com qualificação e valorização dos (as)
portes, atividades de desenvolvimento e estímulo a habi- professores (as) alfabetizadores e com apoio pedagógico
lidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas
disseminação do; desporto educacional e de desenvolvi- as crianças;
mento esportivo municipal contemplando estudantes com 5.2) colaborar com o Ministério da Educação para a
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e al- instituição de instrumentos de avaliação nacional periódi-
tas habilidades ou superdotação; cos e específicos para aferir a alfabetização das crianças,
4.20) mapear a necessidade de reformas e sinalização aplicados a cada ano, bem como estimular os sistemas de
tátil adequando as escolas para torná-las acessíveis a to- ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos
dos; de avaliação e monitoramento, implementando medidas
4.21) colaborar com órgãos de saúde, assistência so- pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até
cial e direitos humanos, em parceria com as famílias, com o final do terceiro ano do ensino fundamental;
o fim de desenvolver modelos de atendimento voltados à 5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias edu-
continuidade do atendimento escolar, na educação de jo- cacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a
vens e adultos, das pessoas com deficiência e transtornos diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem
globais do desenvolvimento com idade superior à faixa como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de
etária de escolarização obrigatória; ensino em que forem aplicadas;
4.22) firmar parcerias com hospitais de referência em 5.4) promover e estimular a formação continuada de
atendimento infanto-juvenil para implantação de classes professores (as) para a alfabetização de crianças, com o
hospitalares; conhecimento de novas tecnologias educacionais e práti-
4.23) disponibilizar, nas unidades educacionais da cas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação
rede pública, onde for necessário, o Agente de Apoio ao entre programas de pós-graduação stricto sensu e de for-
Desenvolvimento Escolar Especial para prestar auxílio in- mação continuada de professores (as) para a alfabetiza-
dividualizado aos (às) estudantes com deficiência e trans- ção;
tornos globais do desenvolvimento que não realizam com 5.5) respeitar o tempo pedagógico das pessoas com
independência as atividades de locomoção, higiene, ali- deficiência, com transtorno globais do desenvolvimento,
mentação, buscando desenvolver a sua autonomia e o seu com dificuldades de aprendizagem e em situação de vul-
empoderamento; nerabilidade e altas habilidades;
4.24) colaborar com a definição de indicadores de 5.6) investir em insumos como biblioteca, laborató-
qualidade e política de avaliação e supervisão para o fun- rios de informática e aquisição de material de apoio didá-
cionamento de instituições públicas e privadas que pres- tico, qualificando os educadores para a utilização desses
tam atendimento a alunos com deficiência, transtornos recursos;
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super- 5.7) implantar, progressivamente, biblioteca nas uni-
dotação; dades educacionais públicas, instituindo programas de es-
4.25) incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura tímulo à leitura promovidos pela rede pública, garantindo
e nos demais cursos de formação para profissionais da funcionamento e a atualização do seu acervo.
educação, inclusive em nível de pós-graduação, obser-
vado o disposto no caput do art. 207 da Constituição Fe- META 6: oferecer educação em tempo integral em,
deral, dos referenciais teóricos, das teorias de aprendiza- no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públi-
gem e dos processos de ensino-aprendizagem relaciona- cas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco
dos ao atendimento educacional de alunos com deficiên- por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.
cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habi-
ESTRATÉGIAS:
lidades ou superdotação;
4.26) promover parcerias com instituições especiali- 6.1) estender progressivamente, em regime de cola-
zadas, visando ampliar as condições de apoio suplementar boração com a União e o Estado, o alcance do Programa
ou complementar, ao atendimento dos (as) estudantes com Nacional de ampliação da jornada escolar, mediante oferta
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e al- de educação básica pública em tempo integral, por meio
tas habilidades ou superdotação matriculados nas unida- de atividades de acompanhamento pedagógico e interdis-
des educacionais; ciplinares, garantindo material didático pedagógico e re-
4.27) promover a distribuição suplementar de livros curso humano qualificado;
didáticos e de material didático específico para estudantes 6.2) garantir estruturação, nos seus aspectos físicos e
pedagógicos, de forma a construir e ampliar prédios

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escolares com equipamentos e espaços físicos necessários 7.10) elevar o fluxo escolar da rede municipal asse-
à escola em tempo integral; gurando as condições específicas, material pedagógico,
6.3) construir e desenvolver projetos pedagógicos estrutura física adequada estabelecida pelo MEC, forma-
com suporte teórico, metodológico, técnico e prévio, que ção continuada, mediante critérios de qualidade do pro-
estimulem a permanência do aluno na unidade educacio- cesso de ensino e aprendizagem;
nal; 7.11) articular junto a União o apoio técnico e finan-
6.4) incentivar a participação dos diversos segmen- ceiro à gestão escolar mediante transferência direta de re-
tos da escola na construção do currículo das escolas inte- cursos financeiros à escola, garantindo a participação da
grais referente a parte diversificada; comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos
6.5) fundamentar a concepção da educação integral recursos, visando a ampliação da transparência e ao efe-
como espaço privilegiado do exercício da cidadania e do tivo desenvolvimento da gestão democrática;
protagonismo juvenil. 7.12) colaborar com os programas federais de ações
de atendimento ao (à) aluno (a), em todas as etapas da
META 7: fomentar a qualidade da educação básica educação básica, por meio de programas suplementares de
em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo material didático-escolar, transporte, alimentação e assis-
escolar e garantia da aprendizagem, possibilitando que os tência à saúde;
estudantes avancem em relação aos padrões de desempe- 7.13) assegurar a todas as escolas públicas de educa-
nho nacional. ção básica o acesso à energia elétrica, abastecimento de
água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos
ESTRATÉGIAS:
sólidos, garantindo o acesso dos alunos a espaços para a
7.1) inserir nas avaliações contínuas descritores e prática esportiva e bens culturais e artísticos, em cada edi-
modelos/instrumentos utilizados nas avaliações sistêmi- fício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com de-
cas; ficiência, até o final da vigência deste plano;
7.2) induzir processo contínuo de autoavaliação das 7.14) prover, em regime de colaboração com a
escolas de educação básica, por meio da constituição de União, as escolas públicas da educação básica com equi-
instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a pamentos e recursos tecnológicos digitais para a utiliza-
serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de plane- ção pedagógica no ambiente escolar, criando, inclusive,
jamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade mecanismos para implementação das condições necessá-
educacional, a formação continuada dos (as) profissionais rias para a universalização das bibliotecas nas instituições
da educação e o aprimoramento da gestão democrática; educacionais, com acesso a redes digitais de computado-
7.3) oferecer formação continuada para os (as) pro- res, inclusive a internet;
fessores (as) que atuam nas unidades educacionais comu- 7.15) promover políticas de combate à violência na
nitárias, filantrópicas e confessionais conveniadas; escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destina-
7.4) formalizar e executar os planos de ações articu- das à capacitação de educadores para detecção dos sinais
lados a fim de cumprir as metas de qualidade estabeleci- de suas causas, como a violência doméstica e sexual, fa-
das para a educação básica pública e as estratégias de vorecendo a adoção das providências adequadas para pro-
apoio técnico e financeiro voltadas à melhoria da gestão mover a construção da cultura de paz e um ambiente es-
educacional, à formação de professores e professoras e colar dotado de segurança para a comunidade;
profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e 7.16) implementar políticas de inclusão e permanên-
ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria cia na escola para crianças, adolescentes e jovens que se-
e expansão da infraestrutura física da rede escolar; jam cumpridores de medidas socioeducativas, que este-
7.5) apoiar o uso dos resultados das avaliações naci- jam em situação de rua, trabalho infantil, exploração ou
onais pelas escolas para a melhoria de seus processos e abuso sexual, drogadição ou acolhimento em instituição,
práticas pedagógicas; assegurando os princípios da Lei nº 8.069, de 13 de julho
7.6) desenvolver, em colaboração com a União e o de 1990 - Estatuto de Criança e do Adolescente;
Estado, indicadores específicos de avaliação da qualidade 7.17) garantir nos currículos escolares conteúdos so-
da educação especial, bem como da qualidade da educa- bre a história e as culturas afro-brasileira, recifense, per-
ção bilíngue para surdos; nambucana e indígenas e implementar ações educacio-
7.7) orientar as políticas da rede e sistemas de ensino, nais, nos termos das Leis nºs 10.639, de 9 de janeiro de
de forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se
diferença entre as escolas com os menores índices e a mé- a implementação das respectivas diretrizes curriculares
dia nacional, garantindo equidade da aprendizagem e re- nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de
duzindo a referida diferença pela metade, até o último ano educação para a diversidade étnico-racial, conselhos es-
de vigência deste PME; colares, equipes pedagógicas e a sociedade civil;
7.8) fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os re- 7.18) mobilizar as famílias articulando-se ensino es-
sultados pedagógicos dos indicadores do sistema nacional colar e educação propriamente dita que se recebe no seio
de avaliação da educação básica e do Ideb, e anualmente familiar, com o propósito de que a formação seja enten-
os resultados do sistema municipal de avaliação da edu- dida como fruto do ensino e da educação, a fim de ampliar
cação básica; o controle dos pais, mães e responsáveis sobre o cumpri-
7.9) contemplar os descritores e matrizes de habili- mento das políticas públicas educacionais;
dades da Prova Brasil na matriz curricular de ensino; 7.19) estabelecer ações efetivas especificamente vol-
tadas para a promoção, prevenção, atenção à saúde e à

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integridade física, mental e emocional dos (das) profissi- a continuidade da escolarização após a alfabetização ini-
onais da educação, como condição para a melhoria da cial;
qualidade educacional; 8.6) promover, em parceria com as áreas da saúde,
7.20) aderir ao sistema estadual de avaliação da edu- assistência social, conselhos tutelares e Ministério Pú-
cação básica, para orientar as políticas públicas e as práti- blico, o acompanhamento e o monitoramento do acesso à
cas pedagógicas, com o fornecimento das informações às escola para os segmentos populacionais considerados na
escolas e à sociedade; meta, identificando motivos de afastamentos e colabo-
7.21) promover, em colaboração com o Estado, a re- rando com o sistema e rede de ensino na garantia de fre-
gulação da oferta da educação básica pela iniciativa pri- quência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a
vada, de forma a garantir a qualidade e o cumprimento da ampliação do atendimento dos estudantes na rede pública;
função social da educação; 8.7) implementar políticas públicas educacionais de
7.22) estabelecer políticas de estímulo às escolas que inclusão social que promovam equidade;
melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar 8.8) colaborar com o Estado e União para viabilizar
o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade a educação profissionalizante, oferecendo uma formação
escolar; que possibilite a inclusão no mercado de trabalho;
7.23) promover acompanhamento didático-pedagó- 8.9) atualizar permanentemente os dados referentes a
gico de ensino aprendizagem para discentes e docentes; população nesta faixa etária;
7.24) promover políticas públicas de prevenção ao 8.10) promover e potencializar, em parceria com as
uso de álcool, crack e outras drogas nas escolas, inclusive Secretarias de Saúde, Assistência Social, Conselhos Tute-
através do desenvolvimento de ações destinadas à capaci- lares e Ministério Público, o acompanhamento do acesso
tação de educadores no intuito de realizar orientação e à escola para os segmentos populacionais considerados na
analisar riscos potenciais no ambiente de ensino, favore- meta, identificando motivos de absenteísmo e colabo-
cendo a adoção das providências adequadas para evitar rando com o sistema e rede de ensino na garantia da fre-
propagação e incentivo ao consumo das substâncias su- quência e do apoio à aprendizagem, de maneira a estimu-
pracitadas, além da realização semestral de palestras e se- lar a ampliação do atendimento desses estudantes na rede
minários nas escolas, contribuindo para a promoção de pública municipal;
um ambiente escolar prevenido; 8.11) acompanhar, monitorar e avaliar, em regime de
7.25) Fomentar programas de ensino de idiomas es- colaboração com a União e Estado, políticas públicas de
trangeiros, contribuindo com formação de um cidadão inclusão social dos/das estudantes trabalhadores/as de
global; baixa renda, dos estudantes negros, indígenas, quilombo-
las e dos estudantes com deficiência, transtornos globais
META 8: elevar, em colaboração com o Estado e a do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;
União, a escolaridade média da população de 18 (dezoito) 8.12) promover busca ativa de jovens fora da escola
a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, pertencentes aos segmentos populacionais considerados
12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste na meta, em parceria com as áreas de assistência social,
PME, nas regiões de menor escolaridade no município e saúde e proteção à juventude;
dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres da popula- 8.13) realizar chamada pública desta demanda, com
ção recifense, e igualar a escolaridade média entre negros oferta de atendimento regular nas turmas de Educação de
e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Jovens e Adultos - EJA, na etapa ensino fundamental;
Geografia e Estatística - IBGE. 8.14) promover ações voltadas ao cumprimento das
diretrizes das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, durante o
ESTRATÉGIAS:
ano letivo, de forma transdisciplinar, respeitando a polí-
8.1) promover acesso, permanência e êxito para a de- tica de ensino da rede;
manda da educação básica; 8.15) assegurar aos segmentos escolares, sob coorde-
8.2) implementar políticas públicas educacionais de nação da Secretaria Municipal de Educação, uma política
inclusão social de promoção da equidade e de combate às de formação continuada, ampliando os espaços para refle-
desigualdades raciais, sociais, culturais, de sexo e idade; xão nas escolas que envolvam as famílias, a comunidade
8.3) ampliar programas e desenvolver tecnologias escolar, as/os estudantes e as/os profissionais da educa-
para correção de fluxo escolar, para acompanhamento pe- ção, docentes e não docentes, nas discussões sobre ques-
dagógico individualizado e para recuperação, bem como tões de direitos humanos, reconhecendo a dignidade da
focar o acompanhamento mais efetivo dos estudantes com pessoa humana, sobre ética, cidadania e erradicação de to-
rendimento escolar defasado, considerando as especifici- das as formas de discriminação negativa;
dades dos segmentos populacionais considerados; 8.16) ampliar e atualizar o acervo das bibliotecas es-
8.4) potencializar a reclassificação dos estudantes colares, disponibilizando documentos, textos, livros, re-
que já frequentam as salas de aulas de Educação de Jovens vistas e recursos audiovisuais, mídias digitais que tenham
e Adultos - EJA, a fim de detectar e efetivar a progressão como referência os estudos sobre direitos humanos, et-
ao longo do ano; nias, comunidades quilombolas e indígenas e as influên-
8.5) ampliar matrícula nas turmas de Educação de Jo- cias dessas diversidades culturais na formação da nossa
vens e Adultos - EJA para os segmentos populacionais história e, sobre tudo, os grandes clássicos da literatura
considerados, que estejam fora da escola e com defasagem universal, cujas obras já foram consagradas pelo tempo;
idade-série, associados a outras estratégias que garantam

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8.17) desenvolver políticas permanentes de combate META 9: elevar, em colaboração com a União e o
ao assédio moral, sexual e todas as formas discriminató- Estado, a taxa de alfabetização da população com 15
rias que agridam a dignidade da pessoa humana; (quinze) anos ou mais, contribuindo para a redução do
8.18) implementar, acompanhar, monitorar e avaliar, analfabetismo absoluto e analfabetismo funcional até o fi-
em regime de colaboração entre a União e o Estado, de nal deste PME.
acordo com a legislação pertinente, políticas públicas de
ESTRATÉGIAS:
inclusão social dos/das estudantes trabalhadores/as de
baixa renda, das/dos estudantes negros, indígenas, qui- 9.1) garantir, sob coordenação da Secretaria Munici-
lombolas, das/dos estudantes com deficiência, transtornos pal de Educação, a oferta da educação para jovens e adul-
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdo- tos, com a presença da equipe gestora responsável pela
tação; unidade escolar em todos os turnos;
8.19) qualificar o preenchimento no censo escolar 9.2) estabelecer programas, em parceria com a União
das escolas da rede municipal do quesito cor/raça em diá- e Estado, que assegurem às escolas públicas de ensino
logo com universidades e IES públicas e organizações da fundamental, localizadas em bairros caracterizados por
sociedade civil, realizando a formação dos profissionais e analfabetismo e baixa escolaridade, a oferta de projetos de
gestores da educação para realização dessa atividade, alfabetização, de acordo com as Diretrizes Curriculares
obrigatório para todas as esferas públicas; Nacionais propostas para a Educação de Jovens e Adultos;
8.20) fortalecer o respeito à diversidade religiosa, ga- 9.3) atualizar permanentemente os dados referentes à
rantindo a educação pública laica; população atendida na Educação de Jovens e Adultos -
8.21) estabelecer parceria com Instituições de Ensino EJA;
Superior para realização de pós-graduação lato sensu e 9.4) realizar diagnóstico da situação dos jovens e
strito sensu, tendo em vista o enriquecimento da formação adultos com ensino fundamental incompleto, identifi-
de nível superior que abordem a temática das diversidades cando o quantitativo e as necessidades dos estudantes a
de culturas e povos que contribuíram para a formação da fim de conhecer a demanda ativa por vagas e assegurar o
nossa história; adequado planejamento da oferta, considerando a faixa
8.22) fortalecer o vínculo com o Conselho Tutelar e etária, o turno adequado e a variabilidade didático-meto-
outras instâncias no Município que atuam na área de pro- dológica;
teção à infância e adolescência no que tange ao direito do 9.5) estabelecer uma política municipal de formação
estudante no ambiente escolar e social; de leitores, priorizando os bairros com maiores índices de
8.23) fomentar práticas e espaços de educação para analfabetismo e/ou baixa escolaridade;
diversidades étnico-racial e cultural com ampla participa- 9.6) potencializar projetos de incentivo à leitura nas
ção dos setores sociais historicamente marginalizados, a bibliotecas das escolas da rede para Educação de Jovens e
fim de que o processo educativo seja uma realidade de Adultos - EJA;
reinvenção permanente do que está instituído; 9.7) articular-se com os meios de comunicação para
8.24) promover, em regime de colaboração com a realizar chamadas públicas regulares para Educação de
União e Estado, formação continuada dos docentes em te- Jovens e Adultos - EJA;
mas contemporâneos como os direitos humanos, os con- 9.8) ampliar ações de atendimento ao estudante da
textos sociais, culturais e ambientais; Educação de Jovens e Adultos - EJA por meio de progra-
8.25) promover discussões no ensino fundamental, mas suplementares de transporte, alimentação adequada e
sobre o estatuto da criança e do adolescente e o estatuto saúde;
do Idoso, conforme a Lei nº 11.525/2007; 9.9) apoiar e estimular, em parceria com as institui-
8.26) permitir o acesso das crianças e adolescentes ções e entidades educacionais, projetos inovadores na área
com deficiência nas ações desenvolvidas pelo Núcleo de da Educação de Jovens e Adultos - EJA que visem o de-
Artes e Cultura - NAC da Secretaria de Educação; senvolvimento de modelos adequados às necessidades es-
8.27) promover nas creches estimulação essencial pecíficas desses estudantes, realizando anualmente o le-
para crianças com deficiência, estruturando seu trabalho vantamento e a avaliação das experiências em alfabetiza-
com recursos humanos qualificados, como também com ção de jovens e adultos, que constituam referências para
equipamentos adequados, no objetivo de prevenir ou mi- os esforços nacional, estadual e municipal contra o anal-
nimizar a incidência de comprometimentos futuros; fabetismo;
8.28) incentivar as pessoas com deficiência a partici- 9.10) colaborar com o Estado e União para imple-
parem de projetos sociais desenvolvidos pela Prefeitura mentar programas de formação continuada tecnológica e
do Recife nas áreas de educação, esporte, cultura e lazer. inclusão digital da população jovem e adulta, direciona-
8.29) oferecer conteúdo da história e cultura afro- dos para os segmentos com baixos níveis de escolarização
brasileira e indígena no currículo e ações educacionais, formal e para os (as) alunos (as) com deficiência, articu-
nos termos da Lei nº 10.639/2003, Lei nº 11.645/2008, de lando os sistemas de ensino que favoreçam a efetiva in-
acordo com a Lei nº 12.228/2010 do Estatuto da Igual- clusão social e produtiva dessa população;
dade Racial, por meio da colaboração com os setores com- 9.11) oferecer estrutura física, tecnológica e profissi-
petentes da Secretaria de Educação, Instituições de Ensino onal capacitado para a Educação de Jovens e Adultos -
Superior-IES, juntamente com os fóruns de educação para EJA respeitando as especificidades;
a diversidade étnico-racial e a sociedade civil organizada. 9.12) considerar, nas políticas públicas Educação de
Jovens e Adultos - EJA, as necessidades dos idosos, com
vistas à promoção de políticas de erradicação do

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analfabetismo, ao acesso a tecnologias educacionais e ati- públicas que atuam na educação de jovens e adultos arti-
vidades recreativas, culturais e esportivas, à implementa- culada à educação profissional;
ção de programas de valorização e compartilhamento dos 10.8) colaborar com a implementação no âmbito do
conhecimentos e experiência dos idosos e à inclusão dos território do município do Recife, da estratégia do PNE:
temas do envelhecimento e da velhice nas escolas; fomentar a oferta pública de formação inicial e continuada
9.13) priorizar que os professores que atuam nas tur- para trabalhadores e trabalhadoras articulada à educação
mas de Módulo I e II tenham formação e experiência em de jovens e adultos, em regime de colaboração e com
alfabetização de jovens e adultos; apoio de entidades privadas de formação profissional vin-
9.14) oferecer formação continuada na área de alfa- culadas ao sistema sindical e de entidades sem fins lucra-
betização de jovens e adultos para professores que atuam tivos de atendimento à pessoa com deficiência, com atua-
nas turmas de Módulos I, II e III da Educação de Jovens e ção exclusiva na modalidade;
Adultos - EJA. 10.9) colaborar com a implementação no âmbito do
território do município do Recife, da estratégia do PNE:
META 10: articular em Regime de Colaboração en- institucionalizar programa nacional de assistência ao es-
tre a União, o Estado de Pernambuco e a Cidade do Recife tudante, compreendendo ações de assistência social, fi-
a oferta de, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das nanceira e de apoio psicopedagógico que contribuam para
matrículas de educação de jovens e adultos, nas etapas e garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a con-
modalidades fundamental e médio, integrada à educação clusão com êxito da educação de jovens e adultos articu-
profissional. lada à educação profissional;
10.10) colaborar com a União e Estado para imple-
ESTRATÉGIAS:
mentação de mecanismos de reconhecimento de saberes
10.1) colaborar com a União o Estado na implemen- dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados
tação do programa nacional de educação de jovens e adul- na articulação curricular dos cursos de formação inicial e
tos no âmbito do território do município do Recife, ofer- continuada e dos cursos técnicos de nível médio;
tando matrículas do ensino fundamental e médio com for- 10.11) estimular, em colaboração com a União e o
mação profissional inicial, de forma a estimular a conclu- Estado, o acesso e a permanência dos jovens e adultos no
são da educação básica; ensino fundamental, médio e Profissional, através de Pro-
10.2) Colaborar com a União o Estado para expandir gramas de incentivo.
as matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a
articular a formação inicial e continuada de trabalhadores META 11: colaborar com a União e o Estado para a
com a educação profissional, objetivando a elevação do ampliação das matrículas da educação profissional técnica
nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora; de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.
10.3) fomentar, com a colaboração da União e Es-
ESTRATÉGIAS:
tado, a integração da educação de jovens e adultos com a
educação profissional, em cursos planejados, de acordo 11.1) colaborar com a União para expansão das ma-
com as características do público da educação de jovens e trículas de educação profissional técnica de nível médio
adultos e considerando as especificidades das populações na rede federal de educação profissional, científica e tec-
itinerantes e das comunidades indígenas e quilombolas, nológica, levando em consideração a responsabilidade
inclusive na modalidade de educação a distância; dos Institutos na ordenação territorial, sua vinculação com
10.4) ampliar as oportunidades profissionais dos jo- arranjos produtivos, sociais e culturais locais e regionais,
vens e adultos com deficiência e baixo nível de escolari- bem como a interiorização da educação profissional;
dade, por meio do acesso à educação de jovens e adultos 11.2) colaborar com a implementação no âmbito do
articulada à educação profissional; território do Município do Recife, da estratégia do PNE:
10.5) sistematizar, integrar e ampliar os programas e fomentar a expansão da oferta de educação profissional
políticas públicas de iniciação à qualificação profissional técnica de nível médio nas redes públicas estadual de en-
da EJA, através de convênios o governo federal e o Sis- sino;
tema "S"; 11.3) colaborar com a implementação no âmbito do
10.6) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do PNE:
território do município do Recife, da estratégia do PNE: fomentar a expansão da oferta de educação profissional
estimular a diversificação curricular da educação de jo- técnica de nível médio na modalidade de educação a dis-
vens e adultos, articulando a formação básica e a prepara- tância, com a finalidade de ampliar a oferta e democratizar
ção para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-rela- o acesso à educação profissional pública e gratuita, asse-
ções entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do traba- gurado padrão de qualidade;
lho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a or- 11.4) colaborar com a implementação no âmbito do
ganizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às ca- território do Município do Recife da estratégia do PNE:
racterísticas desses alunos e alunas; ampliar a oferta de programas de reconhecimento de sa-
10.7) colaborar com a implementação no âmbito do beres para fins de certificação profissional em nível téc-
território do município do Recife, da estratégia do PNE: nico;
fomentar a produção de material didático, o desenvolvi- 11.5) colaborar com a implementação no âmbito do
mento de currículos e metodologias específicas, os instru- território do Município do Recife da estratégia do PNE:
mentos de avaliação, o acesso a equipamentos e laborató- ampliar a oferta de matrículas gratuitas de educação pro-
rios e a formação continuada de docentes das redes fissional técnica de nível médio pelas entidades privadas

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de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e 12.5) mapear, em colaboração com o Estado e União,
entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa a demanda e fomentar a oferta de formação de pessoal de
com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade; nível superior em todas as áreas, destacadamente a que se
11.6) colaborar com a implementação no âmbito do refere à formação nas áreas de ciências e matemática, con-
território do Município do Recife da estratégia do PNE: siderando as necessidades do desenvolvimento do Muni-
institucionalizar sistema de avaliação da qualidade da cípio do Recife, a inovação tecnológica e a melhoria da
educação profissional técnica de nível médio das redes es- qualidade da educação básica;
colares públicas e privadas; 12.6) colaborar com a implementação no âmbito do
11.7) colaborar com a União e o Estado para a ex- território do Município do Recife da estratégia do PNE:
pansão da oferta de educação profissional técnica de nível consolidar processos seletivos nacionais e regionais para
médio para as pessoas com deficiência, transtornos glo- acesso à educação superior como forma de superar exa-
bais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdo- mes vestibulares isolados;
tação, estimulando a utilização das tecnologias adequadas 12.7) colaborar com a implementação no âmbito do
a sua inclusão; território do Município do Recife da estratégia do PNE:
11.8) colaborar com a implementação no âmbito do estimular mecanismos para ocupar as vagas ociosas em
território do Município do Recife da estratégia do PNE: cada período letivo na educação superior pública.
estruturar sistema nacional de informação profissional, ar-
ticulando a oferta de formação das instituições especiali- META 13: colaborar com a União e o Estado,
zadas em educação profissional aos dados do mercado de quando pertinente, no processo de elevação da qualidade
trabalho e a consultas promovidas em entidades empresa- da educação superior e da ampliação da proporção de
riais e de trabalhadores. mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício
no conjunto do sistema de educação superior para 75%
META 12: colaborar com a União e Estado no pro- (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo,
cesso de elevação da taxa bruta de matrícula na educação 35% (trinta e cinco por cento) doutores.
superior para 50% (cinquenta por cento) e da taxa líquida
ESTRATÉGIAS:
para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (de-
zoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade 13.1) colaborar com a implementação no âmbito do
da oferta e expansão para, no mínimo, 40% (quarenta por território do Município do Recife da estratégia do PNE:
cento) das novas matrículas, no segmento público. ampliar a cobertura do Exame Nacional de Desempenho
de Estudantes - ENADE, de modo a ampliar o quantitativo
ESTRATÉGIAS:
de estudantes e de áreas avaliadas no que diz respeito à
12.1) colaborar com a implementação no âmbito do aprendizagem resultante da graduação;
território do Município do Recife da estratégia do PNE: 13.2) colaborar com a implantação no âmbito do ter-
fomentar a oferta de educação superior pública e gratuita ritório do Município do Recife da estratégia do PNE: pro-
prioritariamente para a formação de professores e profes- mover a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e
soras para a educação básica, nas áreas de ciências e ma- licenciatura, por meio da ampliação de instrumento pró-
temática, bem como para atender ao déficit de profissio- prio de avaliação aprovado pela Comissão Nacional de
nais em áreas específicas; Avaliação da Educação Superior - CONAES, integrando-
12.2) colaborar com a implementação no âmbito do os às demandas e necessidades das redes de educação bá-
território do Município do Recife da estratégia do PNE: sica, de modo a permitir aos graduados a aquisição das
ampliar as políticas de inclusão e de assistência estudantil qualificações necessárias a conduzir o processo pedagó-
dirigidas aos (às) estudantes de instituições públicas, bol- gico de seus futuros alunos/as, combinando formação ge-
sistas de instituições privadas de educação superior e be- ral e específica com a prática didática, além da educação
neficiários do Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, para as relações étnico-raciais e as necessidades das pes-
de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, na soas com deficiência.
educação superior, de modo a reduzir as desigualdades ét-
nico-raciais e ampliar as taxas de acesso e permanência na META 14: colaborar com a União e Estado de Per-
educação superior de estudantes egressos da escola pú- nambuco no processo de elevação gradual do número de
blica, afrodescendentes e indígenas e de estudantes com matrículas na pós-graduação stricto sensu.
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e al-
ESTRATÉGIAS:
tas habilidades ou superdotação, de forma a apoiar seu su-
cesso acadêmico; 14.1) colaborar com a implementação no âmbito do
12.3) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do PNE:
território do Município do Recife da estratégia do PNE: estimular a integração e a atuação articulada entre a Coor-
ampliar a oferta de estágio como parte da formação na denação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-
educação superior; rior - CAPES e as agências estaduais de fomento à pes-
12.4) colaborar com a implementação no âmbito do quisa;
território do Município do Recife da estratégia do PNE: 14.2) colaborar com a implementação no âmbito do
fomentar estudos e pesquisas que analisem a necessidade território do Município do Recife da estratégia do PNE:
de articulação entre formação, currículo, pesquisa e expandir a oferta de cursos de pós-graduação stricto
mundo do trabalho, considerando as necessidades econô- sensu, utilizando inclusive metodologias, recursos e tec-
micas, sociais e culturais da Região; nologias da educação a distância;

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14.3) colaborar com a implementação no âmbito do formação específica na educação superior, nas respectivas
território do Município do Recife da estratégia do PNE: áreas de atuação, aosdocentes com formação de nível mé-
estimular a participação das mulheres nos cursos de pós- dio na modalidade normal, não licenciados ou licenciados
graduação stricto sensu, em particular aqueles ligados às em área diversa da de atuação docente, em efetivo exercí-
áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química, Infor- cio;
mática e outros no campo das ciências; 15.5) colaborar com a implementação no âmbito do
14.4) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do PNE:
território do Município do Recife da estratégia do PNE: instituir programa de concessão de bolsas de estudos para
ampliar o investimento em pesquisas com foco em desen- que os professores de idiomas das escolas públicas de edu-
volvimento e estímulo à inovação, bem como incrementar cação básica realizem estudos de imersão e aperfeiçoa-
a formação de recursos humanos, para a inovação, de mento nos países que tenham como idioma nativo as lín-
modo a buscar o aumento da competitividade das empre- guas que lecionem;
sas de base tecnológica; 15.6) oferecer formação continuada para docentes e
14.5) colaborar com a implementação no âmbito do não docentes que atuam nas unidades educacionais comu-
território do Município do Recife da estratégia do PNE: nitárias, filantrópicas ou confessionais conveniadas com a
ampliar o investimento em pesquisas com foco em desen- Secretaria de Educação do Recife, conforme incisos I, II
volvimento e estímulo à inovação, bem como incrementar e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezem-
a formação de recursos humanos, incentivando e respei- bro de 1996;
tando o desenvolvimento de alternativas sustentáveis de 15.7) incentivar publicações de caráter científico dos
trabalho; professores da rede municipal de ensino, em articulação
14.6) colaborar com a União e o Estado para estimu- com instituições de ensino e seus conselhos editoriais.
lar a pesquisa científica e de inovação e promover a for-
mação de recursos humanos que valorize a sustentabili- META 16: formar, em nível de pós-graduação, 50%
dade da diversidade regional e da biodiversidade do bi- (cinquenta por cento) dos professores da educação básica,
oma da Mata Atlântica e da Caatinga; até o último ano de vigência deste PME, e garantir a todos
14.7) colaborar com a União e o Estado para estimu- (as) os (as) profissionais da educação básica formação
lar a pesquisa aplicada, no âmbito das instituições de en- continuada em sua área de atuação, considerando as ne-
sino superior e das instituições científicas e tecnológicas, cessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de
de modo a incrementar a inovação e a produção e registro ensino.
de patentes.
ESTRATÉGIAS:
META 15: colaborar, em parceria com a União e o 16.1) oferecer cursos de qualificação profissional
Estado, no âmbito do território do município do Recife, e/ou especialização, atendendo aos profissionais de edu-
no processo da política nacional de formação dos profis- cação infantil, educação de jovens e adultos, educação es-
sionais da educação básica de que tratam os incisos I, II e pecial e ensino fundamental, a partir do primeiro ano de
III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro vigência do plano, em parceria com o Ministério da Edu-
de 1996, assegurando que todos os profissionais do ma- cação;
gistério e de apoio ao magistério da rede pública munici- 16.2) estabelecer convênio com instituições de edu-
pal possam ter acesso à formação específica de nível su- cação superior, para oferecer cursos de extensão e partici-
perior, obtida em curso de licenciatura na área de conhe- pação em pesquisas;
cimento em que atuam. 16.3) estimular a articulação entre a pós-graduação,
núcleos de pesquisa, cursos de formação e entidades liga-
ESTRATÉGIAS:
das a educação, de modo a garantir a elaboração de currí-
15.1) estabelecer parceria com Instituições de Ensino culos e propostas pedagógicas capazes de incorporar os
Superior - IES para oferecer cursos de licenciatura para os avanços de pesquisas ligadas ao processo ensino-aprendi-
professores de nível médio durante a vigência deste PME; zagem e teorias educacionais no atendimento da popula-
15.2) colaborar com a implementação no âmbito do ção;
território do Município do Recife da estratégia do PNE: 16.4) ampliar, em colaboração com o Estado e a
ampliar programa permanente de iniciação à docência a União, o número de vagas para os profissionais da educa-
estudantes matriculados em cursos de licenciatura, a fim ção nos cursos de formação continuada na área da Educa-
de aprimorar a formação de profissionais para atuar no ção Inclusiva;
magistério da educação básica; 16.5) ampliar, em colaboração com o Estado e a
15.3) colaborar com a implementação no âmbito do União, as políticas e programas de formação continuada
território do Município do Recife da estratégia do PNE: dos profissionais da educação, inclusive ampliando a
valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de oferta de pós-graduação para professores/as da educação
formação de nível médio e superior dos profissionais da básica;
educação, visando ao trabalho sistemático de articulação 16.6) promover na política de formação continuada
entre a formação acadêmica e as demandas da educação para profissionais de educação, temas contidos no estatuto
básica; da criança e do adolescente (ECA), no sistema nacional
15.4) colaborar com a implementação no âmbito do de atendimento socioeducativo (SINASE), nas resoluções
território do Município do Recife da estratégia do PNE: do conselho nacional dos direitos da criança e do adoles-
implementar cursos e programas especiais para assegurar cente (CONANDA), da secretaria especial de direitos

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humanos (SEDH), na declaração universal dos direitos magistério, em particular o piso salarial nacional profissi-
humanos e no estatuto do idoso; onal;
16.7) estabelecer mecanismos de formação continu- 17.3) implantar, em colaboração com a União e o Es-
ada para os profissionais de educação alicerçados em con- tado, o programa de qualidade de vida e promoção à saúde
cepções filosóficas emancipatórias, que supere o todas as dos profissionais da educação em parceria com Centros de
formas de preconceito e discriminações; Referência de saúde do trabalhador;
16.8) estimular que a formação dos/as profissionais 17.4) articular convênios com universidades públicas
da educação da rede municipal do Recife seja realizada e privadas para graduação e pós graduação, mestrado e
pelos técnicos da Secretaria de Educação e/ou em parceria doutorado, garantindo oportunidade para estimular a for-
com as instituições de ensino superior, prioritariamente mação
públicas, e entidades ligadas à causa educacional, além de
convidados e profissionais que possam contribuir com a META 18: Implantar no âmbito do Município do Re-
prática pedagógica; cife, plano de cargos e carreira para todos os Profissionais
16.9) colaborar com a implementação no âmbito do da Educação, docentes e não docentes da rede pública mu-
território do município do Recife, da estratégia do PNE: nicipal, observada a LDB em seu artigo 61, respeitadas as
ampliar e consolidar portal eletrônico para subsidiar a atu- especificidades de cada Cargo, tomando como base o
ação dos professores e das professoras da educação bá- PSPN - Piso Salarial Profissional Nacional definido em
sica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e Lei Federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da
pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com for- Constituição Federal."
mato acessível;
ESTRATÉGIAS:
16.10) oferecer formação continuada para os/as au-
xiliares de desenvolvimento infantil (ADI) a partir do pri- 18.1) implantar, na rede pública de educação básica,
meiro ano de vigência deste plano; acompanhamento dos profissionais iniciantes, supervisio-
16.11) informatizar integralmente a gestão da secre- nados por equipe de profissionais de carreira com mais
taria de educação municipal e das escolas públicas na tempo na rede, a fim de fundamentar, com base em avali-
perspectiva de democratizar e dar transparência às infor- ação documentada, a decisão pela efetivação após o está-
mações públicas do município e fornecer dados referentes gio probatório e oferecer, durante esse período, curso de
à vida escolar do estudante e desempenho do professor; aprofundamento de estudos na área de atuação do (a) pro-
16.12) apoiar a ampliação da plataforma Freire, do fessor (a), com destaque para os conteúdos a serem ensi-
Ministério da Educação, especialmente para as áreas de nados e as metodologias de ensino de cada disciplina;
formação continuada de professores e funcionários, ga- 18.2) colaborar com a realização, por iniciativa do
rantindo logística e divulgação; Ministério da Educação, a cada 2 (dois) anos a partir do
16.13) promover e enriquecer os processos de elabo- segundo ano de vigência deste PNE, da prova nacional
ração de conteúdos para a formação continuada dos pro- para subsidiar os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
fissionais de educação, valorizando a socialização das pios, mediante adesão, na realização de concursos públi-
práticas de ensino; cos de admissão de profissionais do magistério da educa-
16.14) oferecer a infraestrutura adequada para disse- ção básica pública;
minar o uso das tecnologias e conteúdos multimidiáticos 18.3) prever, nos planos de carreira dos profissionais
para todos os atores envolvidos no processo educativo, da educação do Município, incentivos para qualificação
oferecendo formação específica para esse fim; profissional e formação continuada ofertada pela rede, in-
16.15) disponibilizar, em parceria com o governo fe- clusive em nível de pós-graduação stricto sensu;
deral, recursos e financiamentos para a construção de pro- 18.4) realizar anualmente, a partir do segundo ano de
jetos elaborados pela escola com a participação dos pro- vigência deste PME, em colaboração com o Ministério da
fissionais do GOM, desde que estes estejam alinhados Educação, o censo de todos (as) profissionais da educação
com a Política de Ensino e com prioridades da rede. básica em todos os segmentos;
18.5) alinhar o plano de carreira para os profissionais
META 17: colaborar com a União e o Estado no pro- do magistério da rede pública municipal de ensino às di-
cesso de valorização dos profissionais do magistério das retrizes do Plano Nacional de Educação, observados os
redes públicas de educação básica de forma a equiparar critérios estabelecidos na Lei nº 11.738, de 16 de julho de
seu rendimento médio ao dos demais profissionais com 2008.
escolaridade equivalente. 18.6) Assegurar incentivo de natureza remuneratória
aos profissionais de educação não docentes que permane-
ESTRATÉGIAS:
çam em atividade nas creches e creches-escolas durante o
17.1) contribuir com o Ministério da Educação para recesso escolar, a ser pago uma vez por ano, no percentual
constituição do fórum permanente previsto na estratégia de 10% (dez por cento) do vencimento básico do cargo.
17.1 do PNE, que terá como finalidade o acompanha- 18.7) Assegurar já no 1º (primeiro) ano de vigência
mento da atualização progressiva do valor do piso salarial deste PME, a todos os profissionais da educação os bônus
nacional para os profissionais do magistério público da para Bienal e Fliporto, estendendo o bônus cultural para
educação básica; os profissionais não docentes, no mesmo valor para to-
17.2) articular com a União a ampliação da assistên- dos."
cia financeira específica ao Município para implementa-
ção de políticas de valorização dos profissionais do

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Legislação Municipal
META 19: assegurar condições para a efetivação da ESTRATÉGIAS:
gestão democrática da educação, associada a critérios téc-
20.1) acompanhar a aplicação dos recursos do pré-
nicos de mérito e desempenho e a consulta à comunidade
sal vislumbrando e reivindicando um debate coletivo para
escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recur-
o melhor resultado na destinação dos referidos recursos
sos e apoio técnico da União para tanto.
para o Município, visibilizando as metas da qualidade da
ESTRATÉGIAS: educação;
20.2) fortalecer os mecanismos e os instrumentos
19.1) colaborar com a implementação no âmbito do
que assegurem a transparência e o controle social na utili-
território do município do Recife, da estratégia do PNE:
zação dos recursos públicos aplicados em educação;
Priorizar o repasse de transferências voluntárias da União
20.3) colaborar com a implementação no âmbito do
na área da educação para os entes federados que tenham
território do município do Recife, da estratégia do PNE:
aprovado legislação específica que regulamente a matéria
implantar, no prazo de 2 (dois) anos da vigência deste
na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação na-
PNE, o Custo Aluno-Qualidade inicial - CAQi, referenci-
cional, e que considere, conjuntamente, para a nomeação
ado no conjunto de padrões mínimos estabelecidos na le-
dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de
gislação educacional e cujo financiamento será calculado
mérito e desempenho, bem como a participação da comu-
com base nos respectivos insumos indispensáveis ao pro-
nidade escolar;
cesso de ensino-aprendizagem e será progressivamente
19.2) ampliar programas de formação continuada do
reajustado até a implementação plena do custo aluno qua-
Conselho de Controle Social do Fundeb; dos conselheiros
lidade - CAQ;
do CME; Conselho de alimentação escolar e conselheiros
20.4) colaborar com a implementação no âmbito do
escolares, garantindo a esses conselhos os recursos finan-
território do município do Recife, da estratégia do PNE:
ceiros, espaço adequado e equipamento pedagógico, com
implementar o Custo Aluno Qualidade - CAQ como parâ-
vistas ao bom desempenho de suas funções;
metro para o financiamento da educação de todas etapas e
19.3) estimular, na rede de educação básica, a cons-
modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do
tituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associ-
acompanhamento regular dos indicadores de gastos edu-
ações de pais, provendo, inclusive, espaços adequados e
cacionais com investimentos em qualificação e remunera-
condições de funcionamento nas escolas e fomentando a
ção do pessoal docente e dos demais profissionais da edu-
sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por
cação pública, em aquisição, manutenção, construção e
meio das respectivas representações;
conservação de instalações e equipamentos necessários ao
19.4) promover a constituição dos conselhos das uni-
ensino e em aquisição de material didático-escolar, ali-
dades escolares, em todos os níveis de ensino como ins-
mentação e transporte escolar;
trumentos de participação na gestão escolar e oferecer
20.5) buscar recursos, em acréscimo aos determina-
programas de formação continuada aos conselheiros;
dos nesta meta 20, por meio de regime de colaboração
19.5) estimular formação continuada, em nível de ex-
com o Estado e União, para garantir a plena execução das
tensão e aperfeiçoamento, para gestores escolares;
metas e estratégias determinadas neste plano.
19.6) colaborar com a implementação no âmbito do
território do município do Recife, da estratégia do PNE:
desenvolver programas de formação de diretores e gesto- 2. LEI Nº 18.769/2020 (INSTITUI O PRIMEIRO
res escolares, a fim de apoiar a aplicação da prova nacio- PLANO DECENAL PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA
nal específica, com a finalidade de subsidiar a definição DO RECIFE.)
de critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos O POVO DA CIDADE DO RECIFE, POR
resultados possam ser utilizados por adesão; SEUS REPRESENTANTES, DECRETOU, E
19.7) estimular a participação de estudantes, profis- EU, EM SEU NOME, SANCIONO A SE-
sionais de educação e da comunidade escolar, através do GUINTE LEI:
conselho escolar na formulação dos projetos político-pe-
dagógicos das unidade educacionais, assegurando a parti- Art. 1º Fica instituído o Primeiro Plano Decenal para
cipação dos pais na avaliação dos docentes e gestores es- a Primeira Infância do Recife, na forma do Anexo Único
colares; desta Lei, instrumento multissetorial que consolida as Po-
19.8) estimular a ampla divulgação pelos gestores es- líticas Públicas no âmbito municipal voltadas a crianças
colares da prestação de contas financeira da gestão das de 0 (zero) a 6 (seis) anos completos ou até 72 (setenta e
Unidades Educacionais, para a comunidade escolar. dois) meses de vida, com vistas a garantir o seu desenvol-
vimento integral e assegurar uma Primeira Infância plena,
META 20: aplicar, no mínimo, o percentual consti- estimulante e saudável, mediante a definição de metas e
tucional obrigatório de 25% (vinte e cinco por cento) da estratégias, em cumprimento ao disposto no art. 3º da Lei
receita do município resultante de impostos, compreen- Federal nº 13.257, de 8 de março de 2016, e às diretrizes
dida a proveniente das transferências constitucionais, na da Lei Municipal nº 18.491, de 25 de maio de 2018
educação pública municipal, de forma a colaborar com o (Marco Legal da Primeira Infância do Recife).
alcance da Meta do Plano Nacional de Educação, para Art. 2º O Primeiro Plano Decenal para a Primeira In-
atingir o patamar de 7% (sete por cento) do Produto In- fância do Recife terá vigência até 2030, a contar da data
terno Bruto - PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência da publicação desta Lei.
da Lei nº 13.005/2014 e o equivalente a 10% (dez por Art. 3º São diretrizes para a elaboração do Primeiro
cento) do PIB ao final do decênio. Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife:

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Legislação Municipal
I - duração decenal; Art. 5º As metas e estratégias previstas no Anexo
II - abrangência de todos os direitos da criança nessa Único integrante desta Lei deverão ser cumpridas no
faixa etária; prazo de vigência do Plano, desde que não haja prazo in-
III - concepção integral da criança como pessoa, su- ferior definido para metas e estratégias específicas.
jeito de direitos e cidadã; Art. 6º A execução do Primeiro Plano Decenal para a
IV - inclusão de todas as crianças, com prioridade Primeira Infância do Recife e o cumprimento de suas me-
absoluta às que se encontram em situação de vulnerabili- tas serão objeto de monitoramento e de avaliações perió-
dade e risco; dicas.
V - elaboração conjunta e participativa de todos os Art. 7º A Prefeitura do Recife deverá elaborar relató-
setores e órgãos municipais que atuam em áreas que têm rios anuais de monitoramento e avaliação sobre os inves-
competências diretas ou relacionadas à vida e desenvolvi- timentos e gastos com a Primeira Infância, o progresso das
mento das crianças; ações previstas para o período em avaliação e o avanço
VI - participação da sociedade, por meio de organi- dos resultados das ações previstas no Plano Decenal Mu-
zações representativas, das famílias e crianças na sua ela- nicipal.
boração; § 1º As Secretarias com ações direcionadas à Pri-
VII - articulação e complementaridade com as ações meira Infância conjuntamente com a Secretaria de Plane-
da União e do Estado na área da primeira infância; jamento e Gestão deverão submeter os relatórios anuais
VIII - monitoramento contínuo do processo, inclu- de monitoramento e avaliação à Comissão de Monitora-
indo os elementos que compõem a oferta dos serviços, e mento do Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos
avaliação dos resultados. Direitos da Criança e do Adolescente do Recife
Art. 4º Constituem eixos estratégicos do Primeiro (COMDICA), órgão responsável e representativo pelo
Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife: controle de políticas públicas para crianças e adolescen-
I – Eixo Direito à Educação e Cultura: tes.
Ampliação de vagas na educação infantil, garantia do § 2º A Comissão de Monitoramento do COMDICA,
direito à permanência e qualificação do parque de unida- para monitoramento e avaliação do Primeiro Plano Dece-
des escolares; nal para a Primeira Infância, deverá ser criada em até 30
Ampliação da relação com a comunidade escolar; (trinta) dias após sanção desta Lei.
Valorização dos profissionais de educação; § 3º O Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infân-
Promoção e fortalecimento políticas educacionais; cia e os relatórios de monitoramento e avaliação deverão
Atenção e fortalecimento à cultura. ser divulgados anualmente nos sítios institucionais da Pre-
II - Eixo Direito à Saúde: feitura do Recife, estimulando a transparência e o controle
Atenção à gestação, parto, nascimento e ao recém- social de sua execução.
nascido; Art. 8º Para fins de execução das metas e implemen-
Aleitamento materno e alimentação complementar tação das estratégias delineadas neste Primeiro Plano De-
saudável; cenal para a Primeira Infância, o Poder Executivo Muni-
Promoção e acompanhamento do crescimento e do cipal poderá firmar convênios com órgãos da Administra-
desenvolvimento integral da criança; ção Direta ou Indireta, com outras esferas de governo,
Atenção integral a crianças com agravos prevalentes bem como celebrar parcerias com o setor privado e termos
na infância e com doenças crônicas; de fomento e colaboração, na forma da Lei.
Atenção integral a crianças em situação de violên- Parágrafo único. A opção por parcerias com a inicia-
cias, prevenção de acidentes e promoção da cultura de tiva privada ou com entidades sem fins lucrativos para
paz; execução do previsto no "caput" deste artigo não substi-
Atenção à saúde de crianças com deficiência, em si- tuirá o dever do poder público de manter a rede de atenção
tuações específicas e de vulnerabilidades; direta.
Vigilância do óbito fetal e infantil; Art. 9º Até o final do primeiro semestre do nono ano
Formação profissional e educação permanente; de vigência deste Primeiro Plano Decenal para a Primeira
III – Eixo Direito à Assistência Social e Direitos Hu- Infância, o Poder Executivo encaminhará à Câmara Mu-
manos: nicipal do Recife, sem prejuízo das prerrogativas deste
Direito à Assistência Social e Direitos Humanos; Poder, o projeto de lei referente ao Plano Municipal da
Diversidade e Inclusão; Primeira Infância a vigorar no período subsequente, que
Proteção Contra Acidentes; incluirá diagnóstico, diretrizes, metas e estratégias para o
Cultura de Paz e Não Violência; próximo decênio.
Proteção Contra a Pressão Consumista; Parágrafo único. O processo de elaboração do pro-
IV - Eixo Direito ao Espaço Urbano: jeto de lei disposto no caput deverá ser precedido de am-
Ambiente da cidade mais acolhedor e seguro para pla participação de representantes do poder público, setor
crianças de 0 a 6 anos; privado, organizações não governamentais e sociedade ci-
Mais cocriação e a apropriação cidadã de espaços ur- vil, crianças e família, que deverá ser coordenado Conse-
banos voltados para Primeira Infância. lho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos da Cri-
V - Governança e Intersetorialidade: ança e do Adolescente do Recife (COMDICA), conforme
Governança e Recursos para a Execução do Plano; o Marco Legal da Primeira Infância do Recife, Lei n.
Fortalecimento do Conhecimento em Primeira Infân- 18.491/2018.
cia.

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Legislação Municipal
Art. 10. Ficam incorporadas ao Plano Plurianual do e acompanhamento de políticas educacionais voltadas
Município, as ações constantes do Primeiro Plano Dece- para a qualificação das unidades educacionais, a melhoria
nal para a Primeira Infância do Recife, a fim de viabilizar dos processos de ensino, a modernização pedagógica e a
sua plena execução. capacitação do quadro de servidores da Rede Municipal
Art. 11. Cada Secretaria Municipal responsável pelo de Educação do Recife.
atendimento da criança na Primeira Infância terá dotação Art. 3º São atribuições da Secretaria de Educação:
orçamentária específica para garantir o financiamento dos I - formular, coordenar e acompanhar as políticas públi-
programas, serviços e ações previstos no Primeiro Plano cas da Educação, em consonância com o Plano Municipal de
Decenal para a Primeira Infância do Recife, ora instituído. Educação e com a legislação vigente;
Art. 12. As despesas decorrentes da execução do dis- II - administrar o funcionamento, manutenção e quali-
posto nesta Lei correrão por conta das dotações orçamen- dade da infraestrutura física de todas as unidades que com-
tárias próprias. põem a Rede Municipal de Educação;
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data da sua publi- III - acompanhar e controlar a execução de contratos
administrativos, contratos de gestão, parcerias e convênios
cação.
celebrados pelo Município na sua área de competência;
Recife, 23 de dezembro de 2020
IV - promover ações articuladas com o Ministério da
GERALDO JULIO DE MELLO FILHO Educação e com a Secretaria de Educação do Estado de Per-
Prefeito do Recife nambuco;
V - supervisionar instituições públicas e privadas de en-
sino do Sistema Municipal de Educação;
3. DECRETO Nº 35.798 DE 11 DE JULHO DE
VI - promover a gestão integrada e articulada com as
2022 (APROVA O REGIMENTO INTERNO DA SE- demais esferas do governo e com o setor privado das políticas
CRETARIA DE EDUCAÇÃO.) públicas de desenvolvimento da Educação;
O PREFEITO DO RECIFE, no uso das atri- VII - coordenar, gerenciar e executar estudos e pesqui-
buições que lhe são conferidas pelo art. 54, sas, projetos, obras e serviços atinentes à Rede Municipal de
inciso IV e VI, a, da Lei Orgânica do Muni- Educação;
cípio do Recife, DECRETA: VIII - captar e gerir os recursos voltados para a Educa-
ção;
Art. 1º Fica aprovado o Regimento Interno da Secre- IX - difundir as normas regulamentadoras das ativida-
taria de Educação do Município do Recife, nos termos do des educacionais em âmbito municipal.
Anexo Único deste Decreto.
Art. 2º Este decreto entra em vigor na data de sua CAPÍTULO II
publicação. DA ESTRUTURA DA SECRETARIA
Recife, 11 de julho de 2022. DE EDUCAÇÃO
JOÃO HENRIQUE DE ANDRADE LIMA CAM- Art. 4º Integram a Secretaria de Educação:
POS
Prefeito do Recife
FREDERICO DA COSTA AMANCIO
Secretário de Educação
FELIPE MARTINS MATOS
Secretário de Planejamento, Gestão e Transformação
Digital
PEDRO JOSÉ DE ALBUQUERQUE PONTES
Procurador-Geral do Município
CARLOS EDUARDO MUNIZ PACHECO
Secretário de Governo e Participação Social

ANEXO ÚNICO
REGIMENTO INTERNO DA SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO
CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E DA COMPETÊNCIA DA SE-
CRETARIA DE EDUCAÇÃO
Art. 1º A Secretaria de Educação é órgão integrante
da estrutura organizacional da Administração Direta do
Município de Recife, consoante art. 1º, I, e, da Lei Muni-
cipal nº 18.291, de 30 de dezembro de 2016, com redação
pela Lei Municipal nº 18.773, de 29 de dezembro de 2020.
Art. 2º A Secretaria de Educação tem como finali-
dade e competência a gestão da Rede Pública Municipal
de Ensino, buscando a garantia do acesso da população à
Educação Básica de qualidade, por meio da implantação

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Legislação Municipal
CAPÍTULO III
DAS COMPETÊNCIAS DAS UNIDADES
ORGANIZACIONAIS DA SECRETARIA
DE EDUCAÇÃO
Seção I
Da Gerência Geral do Gabinete
Art. 6º Integram a Gerência Geral do Gabinete:
I - Gerência de Articulação;
II - Divisão de Apoio Administrativo do Gabinete;
III - Assessoria Especial do Gabinete;
IV - Setor de Gabinete;
V - Assistência do Conselho Municipal de Educação
(CME);
VI - Assistência de Gabinete;
Art. 7º À Gerência Geral do Gabinete compete:
I - coordenar as ações gerais do gabinete do Secretá-
rio de Educação;
II - monitorar os ofícios, decretos e portarias do ga-
binete;
III - coordenar as ações junto ao Gabinete do Pre-
feito;
IV - planejar e coordenar as agendas do Secretário e
das ações e eventos da Secretaria de Educação;
V - coordenar gerenciamento de crise;
VI - promover interlocução e articulação com as de-
mais secretarias executivas da Educação, Secretarias da
Prefeitura da Cidade do Recife, público e órgãos externos.
Art. 8º Aos setores que compõem a Gerência Geral
do Gabinete compete:
I - Gerência de Articulação:
a) assessorar as articulações com as unidades educa-
cionais;
b) articular e atender ao público interno da Prefeitura
da Cidade do Recife;
c) articular e atender ao público externo;
d) coordenar gerenciamento de crise;
e) apoiar o Gabinete para demandas externas, agen-
das e eventos.
II - Divisão de Apoio Administrativo do Gabinete:
a) monitorar, acompanhar e executar a elaboração
dos ofícios, portarias e decretos;
b) acompanhar as publicações do Diário Oficial do
Município;
c) gerir o arquivo de documentos do Gabinete;
d) coordenar as ações do Protocolo do Gabinete da
Secretaria de Educação.
III - Assessoria Especial do Gabinete:
a) promover a organização da agenda de audiências,
entrevistas e reuniões do Secretário de Educação do Re-
cife;
b) atuar em assuntos administrativos do gabinete;
c) atender demandas atribuídas pela Coordenação de
Gabinete;
d) realizar atendimento prévio às demandas de
Art. 5º Todas as unidades organizacionais que com- agenda com o Secretário, oriundas da gestão da unidade
põem a Secretaria de Educação atuarão de forma inte- educacional, professores, pais de estudantes, lideranças
grada, sob a orientação e direção do Secretário de Educa- comunitárias e outros;
ção. e) providenciar encaminhamentos para o atendi-
mento às demandas recebidas.
IV - Setor de Gabinete:
a) gerenciar o departamento de arte e cultura;

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Legislação Municipal
b) representar a Secretaria de Educação do Recife II - Gerência de Assuntos Jurídicos;
nos comitês municipais e intermunicipais; III - Unidade Jurídica;
c) acompanhar as ações e eventos relacionados a ar- IV - Núcleo de Processo Administrativo e Sindicân-
tes e educação na rede; cia;
d) participar de congressos, seminários, palestras em V - Divisão de Assuntos Jurídicos.
Pernambuco e outros da federação do Brasil; Art. 11. À Gerência Geral de Assuntos Jurídicos
e) articular os movimentos artísticos e sociais da ci- compete:
dade para o acesso dos bens culturais da Secretaria de I - processar e emitir relatório em processo adminis-
Educação; trativo disciplinar de competência da Secretaria de Edu-
f) coordenar e acompanhar a execução das bandas e cação;
fanfaras da rede; II - prestar assessoramento jurídico ao gabinete do
g) articular com animadores culturais do município Secretário de Educação e subsidiariamente às Secretarias
do Recife. Executivas, quando solicitado;
V - Assistência do Conselho Municipal de Educação: III - auxiliar o gabinete do Secretário na apresentação
a) prestar assessoramento às demandas referentes a de respostas e manifestações às requisições e solicitações
Presidência do Conselho Municipal de Educação; oriundas de órgãos da administração direta e indireta em
b) prestar assessoramento na divulgação da pauta an- matéria jurídica e órgãos de controle externo, ressalvadas
tes de reunião plenária, diante do exposto apoio à Presi- as competências da Procuradoria Geral do Município.
dência em formulação dos temas a serem abordados em Art. 12. Aos setores que compõem a Gerência Geral
reunião; de Assuntos Jurídicos, respeitada a competência da Pro-
c) acompanhar semanalmente, junto à Presidência, as curadoria-Geral do Município, cabe:
Reuniões Plenárias; I - Gerência Jurídica:
d) elaborar atas de todas as reuniões plenárias ordi- a) ofertar suporte jurídico ao Gerente Geral de As-
nárias e extraordinárias; suntos Jurídicos quando demandado nos assuntos de sua
e) fazer devidos encaminhamentos que surgem após competência;
as reuniões plenárias, convites, agenda e organização de b) gerenciar e coordenar a apresentação de respostas
eventos, audiências públicas e afins, para o Presidente, e manifestações por meio dos setores competentes às re-
Vice-presidente e conselheiros; quisições e solicitações oriundas de órgãos da administra-
f) realizar inscrições em eventos e Fóruns; ção direta e indireta em matéria jurídica e órgãos de con-
g) organizar procedimentos para viagens através de trole externo;
ofícios para setores responsáveis por solicitação de passa- c) comparecer e dar suporte jurídico nas audiências
gens, hospedagem e translado; relacionadas à Gerência Geral de Assuntos Jurídicos,
h) enviar frequência dos conselheiros; quando necessário;
i) acompanhar os mandatos dos conselheiros; d) prestar assessoramento de natureza jurídica às de-
j) organizar dos processos de credenciamento, que mandas e aos processos relacionados às requisições e so-
serão apreciados e aprovados no Pleno. licitações oriundas de órgãos da administração direta e in-
VI - Assistência de Gabinete: prestar assistência à direta em matéria jurídica e órgãos de controle externo.
área administrativa do Gabinete, auxiliando em suas ati- II - Gerência de Assuntos Jurídicos:
vidades rotineiras e na organização de arquivos, gestão de a) examinar, informar e encaminhar todos os docu-
informações, revisão de documentos e outras atividades mentos e processos que lhe sejam submetidos;
correlatas. b) prestar assessoramento de natureza técnica e jurí-
dica ao Gabinete do Secretário e, subsidiariamente, às de-
Seção II mais gerências integrantes da estrutura da Secretaria de
Da Gerência Geral de Comunicação Educação no que tange aos processos relacionados ao Po-
Art. 9º À Gerência Geral de Comunicação compete: der Judiciário, Ministério Público Estadual e Federal, Mi-
I - estabelecer articulação com a imprensa local e na- nistério Público do Trabalho, Defensoria Pública Estadual
cional; e Federal, Tribunal de Contas Estadual, ressalvadas as
II - produzir pautas sobre ações e eventos da Secre- competências da Procuradoria Geral do Município;
taria de Educação; c) controlar e prestar apoio jurídico em assuntos e
III - gerir a produção de conteúdo e monitoramento processos administrativos e judiciais no âmbito da Secre-
para Redes Sociais; taria de Educação, ressalvadas as competências da Procu-
IV - produzir relatórios; radoria Geral do Município;
V - acompanhar a agenda do Secretário de Educação, d) acompanhar e coordenar o fluxo dos procedimen-
bem como agendas com o Prefeito do Recife; tos administrativos, notificações, inquérito civil, de inte-
VI - planejar, executar e acompanhar eventos da Se- resse da Secretaria de Educação no âmbito do Ministério
cretaria de Educação do Recife. Público Estadual, Ministério Público Federal, Ministério
Público do Trabalho, Defensoria Pública Estadual e Fede-
Seção III ral, Tribunal de Contas Estadual;
Da Gerência Geral de Assuntos Jurídicos e) comparecer e dar suporte jurídico nas audiências
Art. 10. Integram a Gerência Geral de Assuntos Jurí- de interesse da Secretaria de Educação no âmbito do Mi-
dicos: nistério Público Estadual e Federal, e Ministério Público
I - Gerência Jurídica; do Trabalho;

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Legislação Municipal
f) analisar e/ou elaborar resposta de cota a Procura- infraestrutura da rede municipal de educação, definidas no
doria Geral do Município - PGM; planejamento global da política de expansão e melhoria
g) elaborar encaminhamentos, cotas e despachos re- da infraestrutura da rede;
lativos aos processos judiciais e administrativos de inte- II - elaborar projetos arquitetônicos e complementa-
resse da Secretaria de Educação; res das unidades educacionais e administrativas, elabora-
h) analisar acordos e sentenças judiciais; ção de orçamentos, especificações e memoriais descriti-
i) acompanhar o andamento das ações judiciais ou vos, emissão de pareceres e notas técnicas, elaboração de
processos administrativos de interesse da Secretaria de termos de referência e demais documentos relacionados a
Educação, ressalvadas as competências da Procuradoria infraestrutura.
Geral do Município. Art. 15. Aos setores que compõem a Secretaria Exe-
III - Unidade Jurídica: cutiva de Infraestrutura compete:
a) examinar, informar, responder e encaminhar docu- I - Gerência Geral de Obras:
mentos e processos que sejam submetidos ao apoio jurí- a) gerenciar e acompanhar a execução de contratos e
dico relativos aos processos administrativos; obras de manutenção preventiva, corretiva e requalifica-
b) comparecer e dar suporte jurídico nas audiências ção e demais serviços de infraestrutura nas unidades edu-
relacionadas à Gerência Geral de Assuntos Jurídicos, cacionais em todas as Regiões Políticas Administrativas;
quando necessário; b) coordenar a equipe de engenheiros e técnicos na
c) supervisionar os contratos administrativos, pro- fiscalização de obras de manutenção e requalificação das
cessos licitatórios, no âmbito da competência da Secreta- unidades educacionais em todas as Regiões Político-Ad-
ria de Educação, ressalvadas as competências da Procura- ministrativas;
doria Geral do Município. c) acompanhar medições efetuadas pelos fiscais, co-
IV - Núcleo de Processo Administrativo e Sindicân- ordenar o lançamento no sistema e solicitar o encaminha-
cia: mento para pagamento;
a) processar e emitir relatórios em processo adminis- d) planejar futuras demandas de manutenção preven-
trativo disciplinar de competência da Secretaria de Edu- tiva e de requalificação de unidades de ensino.
cação; II - Gerência Geral de Projetos de Infraestrutura:
b) elaborar relatórios e decisões relacionadas à apli- a) coordenar a equipe de arquitetos e estagiários no
cação de penalidades ao final do Processo Administrativo desenvolvimento de projetos de novas unidades, reformas
Disciplinar. e requalificações das unidades educacionais;
V - Divisão de Assuntos Jurídicos: b) acompanhar as obras com a equipe técnica de en-
a) assessorar a Gerência Geral de Assuntos Jurídicos genharia, no intuito de ajudar a resolver detalhes nas obras
no desenvolvimento das atividades de sua competência; da Secretaria;
b) controlar, acompanhar e monitorar o atendimento c) planejar futuras demandas de projetos de arquite-
às demandas encaminhadas pela Gerência Geral de As- turas para edifícios educacionais, de acordo com as neces-
suntos Jurídicos aos diversos setores da Secretaria de Edu- sidades por região da cidade;
cação; d) gerenciar e acompanhar a execução dos projetos
c) coordenar os encaminhamentos, cotas e despachos executivos arquitetônicos e projetos complementares fei-
relativos aos processos de responsabilidade da Gerência tos por empresas contratadas para os processos de licita-
Geral de Assuntos Jurídicos. ção e execução das obras;
e) acompanhar os projetos conveniados com o Fundo
Seção IV Nacional de Desenvolvimento da Educação, assim como
Da Secretaria Executiva de Infraestrutura atendimento às visitas técnicas de fiscalização que pos-
Art. 13. Integram a Secretaria Executiva de Infraes- sam ocorrer pelo ente federal.
trutura: III - Gerência Geral de Infraestrutura:
I - Gerência Geral de Obras; a) gerenciar e supervisionar a execução de obras de
II - Gerência Geral de Projetos de Infraestrutura; construção e ampliação e serviços de manutenção das uni-
III - Gerência Geral de Infraestrutura; dades educacionais em todas as Regiões Político-Admi-
IV - Gerência Geral de Orçamento e Licitação de nistrativas, coordenando a equipe de engenheiros e técni-
Obras; cos na fiscalização de obras;
V - Gerência de Planejamento e Monitoramento de b) gerenciar e acompanhar os contratos de obras de
Infraestrutura; construção e ampliação nas unidades educacionais em to-
VI - Divisão de Obras; das as RPA´S;
VII - Setor de Obras; c) acompanhar medições efetuadas pelos fiscais, co-
VIII - Unidade de Planejamento e Monitoramento; ordenar o lançamento no sistema e solicitar o encaminha-
IX - Divisão de Planejamento e Monitoramento de mento para pagamento;
Infraestrutura. d) vistoriar e elaborar pareceres, atestados, laudos e
Art. 14. À Secretaria Executiva de Infraestrutura outros documentos de natureza técnica relativos a patolo-
compete: gias e problemas estruturais existentes nas unidades da
I - desenvolver e executar o plano de obras, constru- rede municipal de ensino.
ção, ampliação, requalificação e manutenção preventiva e IV - Gerência Geral de Orçamento e Licitação de
corretiva das unidades educacionais, gerenciamento e Obras:
acompanhamento das obras, serviços e ações de

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Legislação Municipal
a) gerir os processos de licitação de serviços e obras III - articular com todos os gerentes da Secretaria
de construção civil, inclusive construções, ampliações, re- Executiva de Gestão Pedagógica ações que visem a garan-
qualificações e serviços de manutenção; tia da oferta de ensino com qualidade e equidade a todos
b) elaborar peças técnicas, orçamento, termo de refe- os estudantes matriculados na rede;
rência, memória de cálculo, cronograma físico financeiro, IV - coordenar e supervisionar o trabalho desenvol-
Curva ABC e outros instrumentos necessários aos proces- vido por todas as Gerências vinculadas à Secretaria Exe-
sos de licitação; cutiva de Gestão Pedagógica;
c) realizar o monitoramento das documentações nas V - estabelecer metas e ações a serem atingidas pela
fases internas e externas dos processos licitatórios, tendo equipe da Secretaria Executiva;
responsabilidade sobre respostas a termo de análise, dili- VI - analisar e propor estratégias pedagógicas para o
gências, recursos administrativos, e outros documentos cumprimento das metas estabelecidas;
relacionados aos setores regulamentadores. VII - estabelecer uma relação coerente entre as ações
V - Gerência de Planejamento e Monitoramento de pedagógicas e administrativas em âmbito de Secretaria;
Infraestrutura: fiscalizar a manutenção, ampliação e mo- VIII - ordenar despesas consoantes à propositura pe-
nitoramento das Unidades Educacionais da Rede, bem dagógica de acordo com o planejamento da Secretaria de
como as obras de infraestrutura na construção e requalifi- Educação, em conformidade com o Planejamento Orça-
cação de unidades educacionais da rede municipal de En- mentário Anual;
sino do Recife. IX - realizar ações para a expansão da Educação In-
VI - Divisão de Obras: fiscalizar obras de infraestru- fantil;
tura na construção e requalificação de unidades educacio- X - corroborar com o trabalho pedagógico para alfa-
nais da rede municipal de Ensino do Recife. betização na idade certa;
VII - Setor de Obras: XI - desenvolver projetos pedagógicos de interesse
a) elaborar e controlar as planilhas de medição e so- da Secretaria de Educação;
licitação do subempenho; XII - apoiar outras secretarias executivas sempre que
b) monitorar os saldos dos serviços e obras das pla- necessária contribuição técnica em âmbito pedagógico.
nilhas orçamentárias contratuais; Art. 18. Aos setores que compõem a Secretaria Exe-
c) prestar apoio administrativo na elaboração de pla- cutiva de Gestão Pedagógica compete:
nilhas de informações gerenciais. I - Gerência Geral de Desenvolvimento da Educação:
VIII - Unidade de Planejamento e Monitoramento: a) apoiar o trabalho do Secretário Executivo articu-
fiscalizar obras de infraestrutura na construção e requali- lando as demais gerências para o cumprimento do plane-
ficação de unidades educacionais da rede municipal de jamento da Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica;
Ensino do Recife. b) viabilizar materiais pedagógicos para os demais
IX - Divisão de Planejamento e Monitoramento de gerentes;
Infraestrutura: monitorar equipes de capinação, limpeza c) assessorar a secretária executiva com relação à
de reservatórios e esgotamento de fossas. elaboração de documentos internos, bem como publica-
ções oficiais;
Seção V d) assessorar a Secretaria Executiva com relação às
Da Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica demandas junto à Procuradoria Geral do Município e Ge-
Art. 16. Integram a Secretaria Executiva de Gestão rência Geral de Assuntos Jurídicos;
Pedagógica: e) acompanhar o Planejamento Orçamentário Anual;
I - Gerência Geral de Desenvolvimento da Educação; f) gerenciar relatórios que tratem do desempenho da
II - Gerência de Apoio Pedagógico; aprendizagem e outros índices pedagógicos da Secretaria
III - Gerência do Programa de Alfabetização; de Educação.
IV - Gerência de Alfabetização e Letramento, Edu- II - Gerência de Apoio Pedagógico:
cação Infantil e Anos Iniciais; a) orientar e acompanhar as ações desenvolvidas pe-
V - Gerência de Anos Finais e Educação Integral; las equipes técnicas de formação, de apoio à coordenação
VI - Gerência de Educação Especial; pedagógica e à avaliação;
VII - Unidade de Formação de Leitores e Educação b) orientar a elaboração de materiais pedagógicos pe-
Ambiental; las equipes técnicas da Secretaria Executiva de Gestão Pe-
VIII - Divisão de Anos Iniciais do Ensino Fundamen- dagógica, realizando a revisão das produções;
tal; c) propor as estratégias para o acompanhamento pe-
IX - Assessoria de Gestão Pedagógica; dagógico, por segmento, nas unidades educacionais;
X - Divisão de Anos Finais do Ensino Fundamental; d) supervisionar a realização dos encontros formati-
XI - Divisão de Educação de Jovens e Adultos; vos com os profissionais da rede municipal de Educação
XII - Divisão de Educação Infantil. do Recife;
Art. 17. À Secretaria Executiva de Gestão Pedagó- e) elaborar instrumentos de acompanhamento a se-
gica compete: rem utilizados nas rotinas de visitação dos técnicos;
I - assessorar o Secretário de Educação em demandas f) consolidar e analisar os dados referentes ao acom-
de âmbito pedagógico; panhamento;
II - planejar as diretrizes pedagógicas para a rede de g) propor projetos pedagógicos entre todas as gerên-
ensino; cias, articulando-os para o melhor desempenho das ações
pedagógicas da Secretaria Executiva;

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Legislação Municipal
h) articular as ações pedagógicas desenvolvidas pe- h) monitorar visitas técnicas realizadas nas escolas
las equipes técnicas da Secretaria Executiva de Gestão Pe- de Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos.
dagógica. VI - Gerência de Educação Especial:
III - Gerência do Programa de Alfabetização: a) garantir a oferta qualificada de serviços e atendi-
a) conhecer e implementar as políticas de alfabetiza- mentos pedagógicos junto aos estudantes com deficiência,
ção firmadas pelo município; transtornos e Altas Habilidades/Superdotação, matricula-
b) desenvolver e implementar as políticas de alfabe- dos na Rede Municipal do Recife;
tização propostas pelo município; b) acompanhar e orientar na atuação/prática pedagó-
c) analisar, propor e desenvolver ações pedagógicas gica e proposta de formação continuada, no que se refere
visando a melhoria da qualidade da educação do municí- aos professores do Atendimento Educacional Especiali-
pio, assegurando a alfabetização na idade certa; zado - AEE, lotados nas unidades de ensino;
d) incentivar e mediar a equipe a uma comunicação c) articular ações planejadas de sensibilização e que-
efetiva com os coordenadores pedagógicos e professores bra de barreiras atitudinais no espaço escolar, favorecendo
da Rede; a construção de estrutura e condições necessárias à apro-
e) distribuir, monitorar e desenvolver com a equipe, priação do conhecimento e direitos de aprendizagens,
as ações planejadas para garantir a alfabetização na idade numa perspectiva inclusiva.
certa; VII - Unidade de Formação de Leitores e Educação
f) planejar e acompanhar as atividades da equipe Ambiental:
junto às unidades educacionais; a) assessorar os profissionais das bibliotecas e salas
g) manter contato com gerentes de outros setores, de leitura com relação a projetos especiais para formação
compartilhando informações, construindo proposições e de leitores e incentivo à Educação Ambiental;
pensando soluções; b) opinar sobre as obras paradidáticas a serem adota-
h) divulgar, propor e apoiar a formação continuada das na rede do Recife;
da equipe, dos professores e coordenadores da rede, na c) visitar e acompanhar o trabalho desenvolvido nas
área de alfabetização. unidades educacionais;
IV - Gerência de Alfabetização e Letramento, Edu- d) orientar a formação continuada dos profissionais
cação Infantil e Anos Iniciais: das bibliotecas e salas de leitura.
a) consolidar e acompanhar dados referentes aos pro- VIII - Divisão de Anos Iniciais do Ensino Fundamen-
jetos pedagógicos voltados para Alfabetização, em espe- tal:
cial para que esta aconteça na idade certa; a) garantir o assessoramento pedagógico às escolas
b) gerenciar e acompanhar as ações desenvolvidas de Ensino Fundamental nos Anos Iniciais;
nas unidades educacionais que possuam turmas de Grupos b) auxiliar o Gerente de Alfabetização e Letramento,
IV e V da Educação Infantil (pré-escola), bem como 1º e Educação Infantil e Anos Iniciais, no que tange ao plane-
2º anos do Ensino Fundamental; jamento pedagógico para este segmento de ensino;
c) acompanhar os resultados das avaliações externas c) acompanhar equipe técnica em visitação às esco-
dos estudantes de Anos Iniciais, da Rede Municipal do las, bem como na consolidação de atividades pedagógicas
Recife, cujo foco esteja concentrado na Alfabetização e na inerentes à faixa de ensino que compreende os Anos Ini-
competência Leitora; ciais da Educação Infantil;
d) coordenar Projetos e Programas relacionados com d) corroborar para a formação continuada de profes-
Alfabetização; sores e coordenadores pedagógicos da rede;
e) assessorar pedagogicamente os profissionais no e) revisar o currículo anualmente, propor conteúdos
processo de Alfabetização; inovadores para o referido segmento.
f) acompanhar as atividades de alfabetização desen- IX - Assessoria de Gestão Pedagógica:
volvidas na Rede Municipal do Recife. a) assessorar o Secretário Executivo de Gestão Peda-
V - Gerência de Anos Finais e Educação Integral: gógica, com relação à organização de reuniões, compati-
a) consolidar e acompanhar dados referentes aos pro- bilização de agenda; organizar despachos;
jetos pedagógicos desenvolvidos nas escolas de Anos Fi- b) elaborar documentos internos;
nais e Educação de Jovens e Adultos; c) recepcionar visitas ao Gabinete da Secretaria Exe-
b) gerenciar e acompanhar as ações desenvolvidas cutiva de Gestão Pedagógica;
nas escolas de Anos Finais, incluindo-se as escolas em d) organizar relatórios mensais sobre as demandas do
tempo integral e Educação de Jovens e Adultos; setor.
c) acompanhar os resultados das avaliações externas X - Divisão de Anos Finais do Ensino Fundamental:
dos estudantes de Anos Finais e Educação de Jovens e a) promover a socialização de experiências pedagó-
Adultos, da Rede Municipal do Recife; gicas significativas, desenvolvidas pelos educadores;
d) coordenar Projetos e Programas desenvolvidos b) emitir pareceres sobre projetos pedagógicos pro-
nas escolas de Anos Finais; postos para a fase de ensino em questão;
e) assessorar pedagogicamente os profissionais das c) articular-se com instâncias governamentais e não
escolas de Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos; governamentais tendo em vista assegurar a realização
f) acompanhar as atividades desenvolvidas na Divi- plena de projetos que qualifiquem o fazer pedagógico;
são de Anos Finais; d) garantir o desenvolvimento de projetos e progra-
g) acompanhar as atividades desenvolvidas na Divi- mas didáticos voltados para a dinamização da Política de
são de Educação de Jovens e Adultos; Ensino da rede;

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Legislação Municipal
e) organizar, acompanhar e avaliar a sistemática de a) garantir o assessoramento pedagógico às unidades
atendimento às necessidades básicas de aprendizagem e de Educação Infantil;
do desenvolvimento integral dos estudantes, assegurando b) auxiliar o Gerente de Alfabetização e Letramento
o reconhecimento de sua condição cidadã de sujeito de di- Educação Infantil e Anos Finais, no que tange ao planeja-
reitos; mento pedagógico para este segmento de ensino;
f) emitir pareceres técnicos sobre materiais e projetos c) acompanhar equipe técnica em visitação às unida-
destinados ao público de Anos Finais do Ensino Funda- des educacionais, bem como na consolidação de ativida-
mental, tais como coleções de livros, jogos, plataformas, des pedagógicas inerentes à faixa de ensino que compre-
entre outros; ende a Educação Infantil;
g) garantir a plena articulação entre os componentes d) corroborar para a formação continuada de profes-
curriculares dos Anos Finais, assessorando os Coordena- sores e coordenadores pedagógicos da rede;
dores Pedagógicos e Professores das unidades educacio- e) revisar o currículo anualmente e propor conteúdos
nais. inovadores para a Educação Infantil.
XI - Divisão de Educação de Jovens e Adultos:
a) planejar, coordenar, implementar, acompanhar e Seção VI
avaliar a política municipal de educação de jovens e adul- Da Secretaria Executiva de Planejamento
tos, assegurando acesso, permanência e aprendizagem e Coordenação
para o avanço na escolarização; Art. 19. Integram a Secretaria Executiva de Planeja-
b) planejar, orientar e acompanhar a implementação mento e Coordenação:
das diretrizes curriculares nas Escolas Municipais de En- I - Gerência Geral de Planejamento, Orçamento e
sino Fundamental que ofertam Educação de Jovens e Captação;
Adultos (EJA); II - Gerência de Coordenação e Monitoramento de
c) elaborar, executar e avaliar planos de trabalho, Projetos Prioritários;
programas e projetos que concretizem a política de edu- III - Gerência de Planejamento Orçamentário e Cap-
cação de jovens e adultos no Município; tação;
d) assessorar, acompanhar e avaliar propostas de tra- IV - Unidade de Monitoramento;
balho das Unidades de Ensino, seus planejamentos e V - Unidade de Orçamento;
ações que garantam a efetividade da política de educação VI - Unidade de Gestão por Resultados.
de jovens e adultos no Município; Art. 20. À Secretaria Executiva de Planejamento e
e) acompanhar, assessorar e avaliar a ação pedagó- Coordenação compete:
gica das escolas que ofertam a EJA; I - coordenar o planejamento estratégico e a gestão
f) participar da elaboração e socializar documentos orçamentária da Secretaria de Educação;
com informações legais, administrativas e pedagógicas II - desenvolver iniciativas de aprimoramento da ges-
que subsidiem as unidades de ensino quanto ao funciona- tão;
mento da vida escolar dos estudantes da Educação de Jo- III - apoiar o Secretário de Educação nas discussões
vens e Adultos; e deliberações de interesse da educação;
g) analisar, selecionar e indicar aquisição de materi- IV - promover a cooperação entre setores para exe-
ais didáticos, pedagógicos, bibliográficos e de recursos cução de projetos institucionais;
tecnológicos para o apoio às atividades do processo en- V - manter repositório de informações estratégicas
sino aprendizagem; para a Secretaria de Educação.
h) participar do planejamento de ações integradas Art. 21. Aos setores que compõem a Secretaria Exe-
com as demais unidades administrativas da Secretaria, cutiva de Planejamento e Coordenação compete:
considerando objetivos comuns, com o intuito de raciona- I - Gerência Geral de Planejamento, Orçamento e
lizar esforços administrativos, financeiros, pedagógicos e Captação:
educacionais; a) articular, coordenar e apoiar a elaboração e a exe-
i) avaliar os índices de aprovação, reprovação e eva- cução do Plano Plurianual (Elaboração de Metas Finan-
são apresentados pelas Unidades de Ensino, para subsidiar ceiras) e da Lei Orçamentária Anual (Alocação do Orça-
tomada de decisões; mento e Elementação/detalhamento da natureza da des-
j) planejar, acompanhar, avaliar e realizar atividades pesa da Secretaria de Educação;
formativas para os profissionais que atuam na Educação b) gerenciar ações inerentes à Unidade orçamentária
de Jovens e Adultos; de Secretaria;
k) planejar ações em parceria com outras secretarias, c) realizar estudos técnicos relativos ao orçamento da
instituições, organizações comunitárias e movimentos so- Secretaria da Educação;
ciais, no sentido de potencializar o atendimento e assegu- d) coordenar a elaboração do Planejamento Orça-
rar a permanência dos estudantes; mentário Anual;
l) participar de fóruns de formulação das políticas de e) acompanhar a execução do Planejamento Orça-
Educação de Jovens e Adultos, em âmbito municipal, es- mentário Anual, capacitar às áreas envolvidas e realizar
tadual e nacional; estudos técnicos relacionados às ações e programas da Se-
m) executar outras atividades correlatas ou que lhes cretaria de Educação, em consonância com o PPA e a
venham a ser atribuídas. LOA;
XII - Divisão de Educação Infantil: f) implantar os bloqueios orçamentários para aber-
tura de processos licitatórios, renovações contratuais;

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g) gerir a Unidade Orçamentária, realizando as mo- I - Gerência Geral Administrativa da Rede;
vimentações orçamentárias necessárias para atender as II - Gerência Geral de Gestão da Rede;
despesas da Secretaria; III - Gerência Administrativa da Rede;
h) gerenciar as ações de controle e planejamento or- IV - Gerência de Gestão de Rede;
çamentário junto às demais unidades da Secretaria e ór- V - Gerência Regional de Educação;
gãos envolvidos; VI - Divisão de Apoio Social;
i) promover a captação e orientar a prestação de con- VII - Divisão do Controle e Análise de Dados;
tas dos recursos oriundos dos programas federais. VIII - Divisão de Desenvolvimento e Acompanha-
II - Gerência de Coordenação e Monitoramento de mento da Rede;
Projetos Prioritários: IX - Divisão de Gabinete;
a) monitorar o Planejamento Estratégico da Secreta- X - Setor de Frequência de Bolsa Família;
ria de Educação do Recife; XI - Setor de Gerência Regional;
b) apoiar as Secretarias Executivas na modernização XII - Setor de Ordenamento da Rede;
e otimização da gestão pública; XIII - Assistência de Gestão de Rede;
c) coordenar e monitorar a gestão estratégica da Se- XIV - Coordenação de Creche.
cretaria de Educação; Art. 23. À Secretaria Executiva de Gestão de Rede
d) desenvolver e aperfeiçoar o modelo de gestão e compete:
sistematizar o gerenciamento dos projetos estratégicos da I - gerenciar a gestão da Rede Municipal de Ensino
Secretaria de Educação. em consonância com o padrão de qualidade estabelecido;
III - Gerência de Planejamento Orçamentário e Cap- II - gerenciar o ordenamento da Rede Municipal de
tação: Ensino, no que tange a matrícula, sistematização de dados
a) planejar, articular, coordenar e acompanhar a ope- (CENSO) e informações de indicadores de demandas re-
racionalização dos Programas Federais no âmbito da Se- primidas, para viabilizar a ampliação da oferta de vagas;
cretaria Municipal de Educação; III - elaborar o calendário letivo oficial da Rede Mu-
b) monitorar e orientar a prestação de contas dos Pro- nicipal de Ensino;
gramas Federais junto ao FNDE; IV - administrar o prédio sede do Centro Administra-
c) apoiar na elaboração dos convênios e na captação tivo Pedagógico (CAP);
dos Recursos Federais para subsidiar nas ações e desen- V - planejar e gerenciar a necessidade de materiais,
volvimento da educação municipal. mobiliários e equipamentos;
IV - Unidade de Monitoramento: VI - acompanhar e monitorar as unidades educacio-
a) receber e gerir, junto às Secretarias Executivas da nais, por meio das Gerências Regionais;
Secretaria de Educação do Recife, os pedidos de acesso à VII - gerenciar as ações da gestão escolar no que con-
informação, sugestões e elogios encaminhados; cerne a implementação, fortalecimento e direcionamento
b) monitorar, sistematicamente, os pedidos, efetu- dos órgãos colegiados, bem como dos órgãos gerenciado-
ando o registro e controle de seus resultados. res de recursos financeiros;
V - Unidade de Orçamento: VIII - gerenciar e elaborar normativas da Secretaria
a) acompanhar sistematicamente a execução orça- de Educação;
mentária; IX - gerenciar e orientar sobre o processo para cre-
b) realizar o controle do fluxo dos saldos orçamentá- denciamento das unidades educacionais da Rede Munici-
rios pal de Ensino, bem como as instituições de ensino priva-
c) elaborar as solicitações de remanejamentos e de- das de Educação Infantil, pertencentes ao Sistema Muni-
cretos orçamentários para atender às necessidades das Se- cipal de Ensino do Recife (SMER), inclusive as comuni-
cretarias Executivas; tárias (conveniadas ou não);
d) elaborar os bloqueios orçamentários necessários X - gerenciar e acompanhar o Programa Nacional do
para o andamento dos processos licitatórios. Livro Didático (PNLD);
VI - Unidade de Gestão por Resultados: XI - acompanhar e monitorar o Projeto de Verifica-
a) coordenar a elaboração e implementação do pla- ção Oficial Limitadora das Taxas de Evasão e Infrequên-
nejamento estratégico com as demais Secretarias Execu- cia (Projeto V.O.L.T.E.I), realizado em parceria com o Mi-
tivas; nistério Público do Estado de Pernambuco;
b) apoiar o Secretário Executivo de Planejamento e XII - gerenciar e acompanhar os programas sociais
Coordenação em ações que envolvam as demais executi- ofertados aos estudantes, por meio da Unidade de Atendi-
vas; mento Social e Emocional (UASE);
c) produzir, sistematizar e analisar informações esta- XIII - acompanhar e monitorar o Projeto do Busca
tísticas da educação; Ativa Escolar (BAE) realizado em parceria com o Fundo
d) apoiar as iniciativas de Gestão por Resultados; das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
e) apoiar o aprimoramento da gestão de dados e in- Art. 24. Aos setores que compõem a Secretaria Exe-
formações junto às demais Secretarias Executivas. cutiva de Gestão de Rede compete:
I - Gerência Geral Administrativa da Rede:
Seção VII a) gerenciar o fluxo administrativo da Secretaria
Da Secretaria Executiva de Gestão de Rede Executiva de Gestão de Rede;
Art. 22. Integram a Secretaria Executiva de Gestão
de Rede:

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b) gerenciar as atividades relacionadas à aquisição de b) gerenciar as unidades educacionais, no que con-
materiais da gestão de rede, bem como, acompanhar e mo- cerne às obrigações junto à Receita Federal, das Unidades
nitorar a execução das demandas administrativas. Executoras;
II - Gerência Geral de Gestão da Rede: c) gerenciar as unidades educacionais que utilizam o
a) acompanhar e monitorar o ordenamento da Rede Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE Interativo e
Municipal de Ensino, nos aspectos relacionados à matrí- as unidades educacionais contempladas com os progra-
cula, às sistematizações de dados (CENSO) e às informa- mas PDDE Básico, Emergencial e Ações Integradas;
ções de indicadores de demandas reprimidas, com vistas d) promover momentos de planejamento e estudo das
ao planejamento para a ampliação da oferta de vagas; normatizações de políticas de gestão de rede, referentes
b) acompanhar e monitorar a gestão da Rede Muni- ao processo de gestão democrática;
cipal de Ensino, objetivando a garantia do padrão de qua- e) gerenciar as formações continuadas para os gesto-
lidade estabelecido; res da Rede Municipal de Ensino de Recife, no que se re-
c) monitorar o acompanhamento das unidades de en- fere aos programas, implementação de órgão colegiados e
sino municipais, realizado pelas Gerências Regionais de órgão gerenciadores de recursos financeiros;
Educação; f) gerenciar e planejar ações do programa Busca
d) acompanhar o cumprimento e a efetivação do ca- Ativa Escolar, no sentido de mitigar os riscos de evasão e
lendário letivo oficial da Rede Municipal de Ensino, pelas abandono dos estudantes;
unidades educacionais; g) gerenciar e planejar o acompanhamento da fre-
e) acompanhar e monitorar as ações da gestão esco- quência escolar dos estudantes beneficiários do Programa
lar, no que concerne à implementação, fortalecimento e Auxílio Brasil e Bolsa Escola Municipal;
direcionamento dos órgãos colegiados, bem como dos ór- h) gerenciar e planejar ações que priorizam temáticas
gãos gerenciadores de recursos financeiros; voltadas para a saúde, cultura de paz, bullying, depressão,
f) acompanhar e monitorar as ações do núcleo de nor- enfrentamento às violências contra crianças e adolescen-
matização; tes e outras temáticas correlatas;
g) acompanhar e monitorar os processos para creden- V - Gerência Regional de Educação:
ciamento das unidades educacionais da Rede Municipal a) gerenciar o acompanhamento das unidades educa-
de Ensino, bem como as instituições de ensino privadas cionais da Rede Municipal, bem como, a articulação entre
de Educação Infantil, pertencentes ao Sistema Municipal essas unidades e a Secretaria de Educação, no âmbito de
de Ensino do Recife (SMER), inclusive as comunitárias sua jurisdição, para atendimento às demandas existentes
(conveniadas ou não); de forma mais eficiente, realizando ajustes e/ou interven-
h) acompanhar e monitorar o Programa Nacional do ção quando necessário;
Livro Didático (PNLD); b) gerenciar e acompanhar o trabalho administrativo
i) acompanhar e monitorar o Projeto de Verificação pedagógico desenvolvido nas unidades educacionais da
Oficial Limitadora das Taxas de Evasão e Infrequência Rede Municipal de Ensino do Recife, promovendo a arti-
(Projeto V.O.L.T.E.I), realizado em parceria com o Minis- culação entre as diretrizes da Secretaria de Educação e o
tério Público do Estado de Pernambuco; contexto de cada unidade educacional, com vistas à ga-
j) acompanhar e monitorar os programas sociais ofer- rantia do direito do estudante e a melhoria da qualidade
tados aos estudantes, por meio da Unidade de Atendi- do ensino.
mento Social e Emocional (UASE); VI - Divisão de Apoio Social: coordenar os Programas
k) acompanhar e monitorar o Projeto do Busca Ativa Sociais na Secretaria de Educação, dentre os quais, o Pro-
Escolar (BAE) realizado em parceria com o Fundo das grama Bolsa Escola Municipal (PBEM), condicionalidade do
Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Programa Bolsa Família (BFAM); Projeto Escola que Pro-
III - Gerência Administrativa da Rede: tege (EQP), Programa de Saúde na Escola (PSE), Núcleo de
a) elaborar termos de referência de materiais relati- Enfrentamento à Violência Escolar, Auxílio Brasil e Busca
vos à Gestão da Rede, emitir pareceres de amostras e fis- Ativa Escolar (BAE).
calizar contratos; VII - Divisão do Controle e Análise de Dados: coorde-
nar e sistematizar dados e informações administrativas e ge-
b) gerenciar o suprimento de compras e serviços da
renciais da Secretaria Executiva de Gestão de Rede.
Rede Municipal de Ensino;
VIII - Divisão de Desenvolvimento e Acompanhamento
c) acompanhar e monitorar a equipe que gerencia a da Rede: coordenar e administrar as ações relacionadas ao
necessidade de materiais, mobiliários e equipamentos levantamento, controle e distribuição dos materiais (kits dos
para Rede Municipal de Ensino; estudantes, professores, gestão, sala de aula, fardamento),
d) supervisionar a administração do prédio sede do mobiliários e equipamentos necessários ao funcionamento
Centro Administrativo Pedagógico (CAP); das unidades educacionais e administrativas da Rede Muni-
e) acompanhar e monitorar os fluxos de tramitação cipal de Ensino do Recife.
de processos licitatórios demandados pela Secretaria Exe- IX - Divisão de Gabinete: assessorar, direcionar, or-
cutiva de Gestão de Rede. ganizar e controlar as atividades administrativas correla-
IV - Gerência de Gestão de Rede: tas às ações desenvolvidas de suporte ao gabinete da Se-
a) gerenciar, monitorar e acompanhar a implementa- cretaria Executiva de Gestão de Rede.
ção e renovação dos órgãos colegiados das unidades edu- X - Setor de Frequência de Bolsa Família: coordenar
cacionais da Rede Municipal de Ensino de Recife; as ações de controle do programa, com foco na verificação
bimestral da frequência escolar dos estudantes beneficiá-
rios do Bolsa Família.

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XI - Setor de Gerência Regional: gerenciar e moni- b) elaborar o plano estratégico anual de trabalho da
torar as unidades educacionais e criar um fluxo de comu- Gerência Geral de Alimentação Escolar para o FNDE;
nicação com a Secretaria Executiva de Gestão de Rede. c) analisar e atender às solicitações dos órgãos fisca-
XII - Setor de Ordenamento da Rede: coordenar as lizadores;
ações voltadas para o ordenamento da Rede Municipal de d) orientar e dar suporte ao Conselho de Alimentação
Ensino, nos aspectos relacionados à matrícula, às sistema- Escolar - CAE quanto ao cumprimento das exigências do
tizações de dados (CENSO) e às informações de indica- PNAE/FNDE;
dores de demandas reprimidas, com vistas ao planeja- e) elaborar cardápios dentro dos padrões exigidos
mento para a ampliação da oferta de vagas. pelo FNDE;
XIII - Assistência de Gestão de Rede: assessorar e f) acompanhar a realização do diagnóstico e avalia-
coordenar ações relacionadas à gestão administrativa de ção nutricional dos estudantes da rede municipal;
rede. g) elaborar plano de aceitação das dietas dos estudan-
XIV - Coordenação de Creche: gerenciar as unidades tes que apresentam necessidade nutricional específica.
de educação infantil que atendem as crianças da faixa etá- III - Gerência Geral de Gestão de Pessoas:
ria de creche: 0 a 3 anos de idade. a) responder pelo gerenciamento dos servidores e es-
tagiários da Secretaria de Educação;
Seção VIII b) implementar as decisões estratégicas definidas
Da Secretaria Executiva de Administração e Finanças pela Secretaria Executiva.
Art. 25. Integram a Secretaria Executiva de Adminis- IV - Gerência de Compras, Almoxarifado e Patrimô-
tração e Finanças: nio:
I - Gerência Geral de Administração e Finanças; a) gerir compras, recebimento, armazenagem, distri-
II - Gerência Geral de Alimentação Escolar; buição, manutenção e preservação dos bens adquiridos
III - Gerência Geral de Gestão de Pessoas; pela Secretaria de Educação;
IV - Gerência de Compras, Almoxarifado e Patrimô- b) gerir empenhos e envio para os fornecedores;
nio; c) acompanhar o trâmite de notas fiscais para liqui-
V - Gerência de Logística; dação e pagamento;
VI - Unidade de Alimentação; d) acompanhar e monitorar todos os processos licita-
VII - Divisão de Alimentação e Nutrição; tórios relacionados às aquisições realizadas pela Secreta-
VIII - Divisão de Almoxarifado; ria de Educação;
IX - Divisão de Convênios; e) acompanhar os processos e comunicação com o
X - Divisão de Pessoal; Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco - TCE/PE.
XI - Divisão de Terceirizados; V - Gerência de Logística:
XII - Setor de Administração; a) gerenciar o recebimento, armazenagem e logística
XIII - Setor de Administração; de distribuição de materiais adquiridos pela Secretaria de
XIV - Setor de Contratos; Educação;
XV - Setor de Patrimônio; b) realizar monitoramento sistêmico, desde o recebi-
XVI - Setor de Tesouraria; mento até a alocação final da integridade dos bens perma-
XVII - Unidade de Planejamento e Monitoramento; nentes;
XVIII - Supervisão de Administração e Finanças. c) gerir o fluxo de distribuição e cubagem dos itens
Art. 26. À Secretaria Executiva de Administração e armazenados em estoque;
Finanças compete planejar, coordenar e supervisionar as d) emitir relatório gerencial;
atividades e projetos relacionados às compras de bens e e) produzir o inventário anual de todos os materiais
contratação de serviços, à administração do Patrimônio, à e emissão de relatório à Gerência Geral de Contabilidade.
administração financeira, à política de gestão de pessoas VI - Unidade de Alimentação:
e a gestão da alimentação escolar. a) fiscalizar contratos e monitoramento nas unidades
Art. 27. Aos setores que compõem a Secretaria Exe- educacionais;
cutiva de Administração e Finanças compete: b) monitorar a execução dos contratos;
I - Gerência Geral de Administração e Finanças: c) elaborar termos de referência, documentos para
a) realizar o gerenciamento de administração e finan- comunicação interna e ofícios;
ças da Secretaria Executiva nas temáticas de contratos, d) elaborar estratégias de trabalho para o setor;
terceirização, finanças, suprimento, logística e compras; e) realizar a conferência e faturamento de alimenta-
b) implementar as decisões estratégicas definidas ção escolar fornecidas.
pela Secretaria Executiva; VII - Divisão de Alimentação e Nutrição: responder
c) exercer a função de Gerenciador Master do E- pelo controle do fornecimento, desde a conferência de co-
TCE. mandas até o recebimento das notas fiscais, e solicitação
II - Gerência Geral de Alimentação Escolar: do pagamento ao setor financeiro.
a) exercer a responsabilidade técnica pela alimenta- VIII - Divisão de Almoxarifado:
ção escolar fornecida para rede municipal de ensino em a) coordenar a sistemática de recebimento, armaze-
Recife, inclusive com recursos do Programa Nacional de namento e distribuição de todos os materiais adquiridos
Alimentação Escolar do Fundo Nacional de Desenvolvi- pela Secretaria de Educação;
mento da Educação - PNAE/FNDE; b) gerir a equipe de apoio administrativo, subsidi-
ando a execução das atividades dos mesmos;

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Legislação Municipal
c) emitir relatórios gerenciais; d) vistar os processos de prestação de contas de su-
d) gerenciar o estoque virtual de todas as movimen- primento.
tações do sistema do Portal de Compras; XVII - Unidade de Planejamento e Monitoramento:
e) monitorar os serviços de logística. a) tramitar processos referentes à readaptação, cre-
IX - Divisão de Convênios: denciamento, licença prêmio, acréscimo de redução de
a) exercer o controle Financeiro da Secretaria de carga horária, aula atividade e titulação.
Educação e Liquidante; b) implantar e acompanhar processos de ressarci-
b) executar a execução das despesas da Secretaria de mento de passagens intermunicipais;
Educação. c) enviar processos de passagens eletrônicas junto ao
X - Divisão de Pessoal: apoiar o controle da gestão Grande Recife e boletos para efetivar pagamento;
dos servidores da Secretaria de Educação junto à Unidade d) gerir, monitorar e acompanhar o absenteísmo das
de Planejamento e Monitoramento da Gerência Geral de unidades educacionais e administrativas;
Gestão de Pessoas. e) acompanhar e emitir relatórios de faltas não justi-
XI - Divisão de Terceirizados: ficadas;
a) fiscalizar os contratos de mão de obra terceirizada; f) responder às demandas de natureza jurídica enca-
b) gerenciar a distribuição de material de limpeza nas minhadas à Gerência Geral de Gestão de Pessoas;
unidades educacionais e administrativas; g) gerenciar a base de dados funcionais e financeiros
c) conferir e atestar notas fiscais dos pagamentos; da Secretaria de Educação;
d) analisar e calcular os termos de referência; h) emitir relatórios mensais para a Folha de Paga-
e) analisar amostras de produtos adquiridos; mento;
f) gerenciar a frota própria e locada de veículos. i) acompanhar a publicação dos atos administrativos
XII - Setor de Administração (1.8.2.2.1): em Diário Oficial do Município relativos aos dados fun-
a) responder pelo levantamento de informações rela- cionais dos servidores da Secretaria;
tivos ao Censo para envio aos fornecedores; j) gerenciar a adesão dos professores à aula-atividade
b) atender solicitações de alteração de merenda, me- e as alterações nos registros funcionais com os respectivos
renda para reposições de aula e reposição de produto ina- cálculos financeiros;
dequado; k) gerenciar a tramitação e a sistematização da pro-
c) manter contato com todos os gestores da rede mu- gressão funcional por tempo e por titulação dos servidores
nicipal de Educação. da Secretaria;
XIII - Setor de Administração (1.8.2.2.2): l) administrar as solicitações de férias, horas extras,
a) atender solicitações de dieta especial; difícil acesso, vale transporte, autorizando acumulação
b) realizar cálculos nutricionais por refeição; dos professores.
c) analisar solicitações de equipamentos e utensílios; XVIII - Supervisor de Administração e Finanças
d) realizar análise sensorial da qualidade das amos- a) tramitar documentos recebidos e expedidos;
tras recebidas. b) emitir documentos internos;
XIV - Setor de Contratos: c) prestar auxílio administrativo nas reuniões e pro-
a) acompanhar informações gerenciais em planilhas cedimentos relativos ao Conselho de Alimentação Esco-
internas dos contratos de locação e serviços; lar.
b) monitorar toda tramitação dos Contratos de Enge-
nharia, Serviço, Locação da Secretaria de Educação; Seção IX
c) gerir os pagamentos de locação, energia, abasteci- Da Secretaria Executiva da Primeira Infância
mento de água e telefonia. Art. 28. Integram a Secretaria Executiva da Primeira
XV - Setor de Patrimônio: Infância:
a) gerenciar, através de monitoramento sistémico, o I - Gerência Geral de Articulação da Primeira Infân-
recebimento, armazenagem, distribuição e alocação final cia;
dos bens permanentes adquiridos pela Secretaria de Edu- II - Unidade de Monitoramento da Primeira Infância.
cação; Art. 29. À Secretaria Executiva da Primeira Infância
b) zelar pela integridade dos bens permanentes ad- compete:
quiridos pela Secretaria de Educação; I - promover e fortalecer a política pública da Pri-
c) gerir a equipe de apoio técnico, subsidiando a exe- meira Infância, priorizando programas voltados para o de-
cução das atividades da mesma; senvolvimento e crescimento de ações e monitoramento
d) emitir relatório gerenciais; das metas constantes no Plano Municipal da Primeira In-
e) coordenar a logística de remoção de bens inserví- fância, atuando na intersetorialidade das atividades dire-
veis e solicitação de transferências de insumos dos órgãos cionadas para o cumprimento da Lei 18.769/2020;
administrativos da Secretaria de Educação. II - coordenar e supervisionar o Comitê Executivo
XVI - Setor de Tesouraria: Intersetorial de Monitoramento do Plano Municipal, no
a) efetivar o pagamento de fornecedores da Secreta- intuito de acompanhar o cumprimento das ações propos-
ria de Educação; tas para as Secretarias Municipais;
b) emitir ordens de pagamento e remessas de paga- III - articular e prospectar projetos e ações com ou-
mentos pelo site do Banco do Brasil; tros parceiros e/ou entidades que possuem trabalhos dire-
c) resolver pendências bancárias relacionadas aos cionados para a Primeira infância, em áreas distintas.
fornecedores;

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Legislação Municipal
Art. 30. Aos setores que compõem a Secretaria Exe- b) gerenciar e atestar todas as aquisições da Secreta-
cutiva da Primeira Infância compete: ria Executiva relacionadas aos laboratórios de ciência e
I - Gerência Geral de Articulação da Primeira Infân- tecnologia, a robótica e sustentabilidade na educação;
cia: c) gerenciar e atestar todos os serviços prestados pe-
a) atuar no gerenciamento da equipe da Secretaria los contratos de gestão da Secretaria Executiva relaciona-
Executiva, criando os cronogramas de atividades para o dos aos laboratórios de ciência e tecnologia, a robótica e
desenvolvimento das tarefas que devem ser desempenha- sustentabilidade na educação;
das para o andamento das ações da Primeira infância; d) acompanhar a execução de todos os contratos re-
b) articular junto aos diversos atores e fortalecedores lacionados aos laboratórios de ciência e tecnologia, a ro-
das ações da Primeira Infância a realização de projetos e bótica e sustentabilidade na educação;
ações que possuem trabalhos direcionados para o tema, e) desenvolver, aprovar e monitorar a implantação de
bem como reforçar a promoção da política pública da Pri- novas estratégias e políticas relacionadas aos laboratórios
meira Infância, que priorizem ao município a execução de de ciência e tecnologia, a robótica e sustentabilidade na
projetos destinados ao desenvolvimento e crescimento de educação;
ações constantes no Plano Municipal da Primeira Infân- f) articular parcerias com universidades.
cia; II - Gerência Geral de Tecnologia:
c) colaborar na intersetorialidade das atividades dire- a) gerenciar todas as ações e equipes da Secretaria
cionadas ao cumprimento da Lei 18.769/2020. Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação relaciona-
II - Unidade de Monitoramento da Primeira Infância: das à inovação e tecnologia na Educação;
a) prestar assistência e orientação aos gestores da Se- b) gerenciar e atestar todas as aquisições da Secreta-
cretaria Executiva da Primeira Infância, no domínio e uti- ria Executiva relacionadas à inovação e tecnologia na
lização dos modelos, processos e ferramentas de planeja- Educação;
mento e monitoramento da gestão pública municipal; c) gerenciar e atestar todos os serviços prestados pe-
b) atuar como facilitador e consultor interno na mon- los contratos de gestão da Secretaria Executiva relaciona-
tagem e condução de reuniões estruturadas de trabalho; dos à inovação e tecnologia na educação;
c) apoiar no acompanhamento da execução do plane- d) acompanhar a execução de todos os contratos da
jado visando garantir a obtenção dos resultados pretendi- Secretaria Executiva relacionados à inovação e tecnologia
dos; na Educação;
d) elaborar relatórios de análise, críticas e sugestões e) aprovar novas aquisições para suprimento e atua-
para garantir a efetividade, eficácia e eficiência do modelo lização do parque tecnológico;
de gestão. f) desenvolver, aprovar e monitorar a implantação de
novas estratégias e políticas de inovação pedagógica e de
Seção X uso da tecnologia da Educação;
Da Secretaria Executiva de Projetos g) representar a Secretaria Executiva em reuniões es-
Tecnologia e Inovação tratégicas para desenvolvimento e execução de novas po-
Art. 31. Integram a Secretaria Executiva de Projetos, líticas de tecnologia na Educação;
Tecnologia e Inovação: h) articular com parceiros e fornecedores para im-
I - Gerência Geral de Estratégias Educacionais; plantação de novos programas e tecnologias para a rede.
II - Gerência Geral de Tecnologia; III - Gerência de Finanças:
III - Gerência de Finanças; a) gerenciar ações da Gerência Geral de Tecnologia,
IV - Unidade de Infraestrutura de Tecnologia; relacionadas a sistemas, infraestrutura e conectividade;
V - Divisão de Inovações Pedagógicas em Tecnolo- b) desenvolver e monitorar sistemas que atendem as
gias. diversas áreas da Secretaria de Educação;
Art. 32. À Secretaria Executiva de Projetos, Tecno- c) liberar e acompanhar entregas de equipamentos às
logia e Inovação compete: unidades administrativas, unidades educacionais, estu-
I - gerenciar todas as ações, aquisições, serviços e dantes e professores;
equipes da Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e d) monitorar a utilização dos equipamentos entre-
Inovação; gues aos estudantes;
II - ordenar todas as despesas da secretaria executiva e) gerenciar o suporte técnico;
de projetos, tecnologia e inovação; f) gerenciar a ampliação da conectividade nas unida-
III - articular parcerias para a Secretaria de Educa- des administrativas, unidades educacionais e para estu-
ção; dantes e servidores.
IV - coordenar projetos estratégicos a pedido do Se- IV - Unidade de Infraestrutura de Tecnologia:
cretário de Educação. a) instruir processos de aquisição por meio de com-
Art. 33. Aos setores que compõem a Secretaria Exe- pra direta, adesão, licitação, inexigibilidade ou dispensa
cutiva de Projetos, Tecnologia e Inovação compete: de licitação;
I - Gerência Geral de Estratégias Educacionais: b) solicitar a elaboração de contratos e renovação de
a) gerenciar todas as ações e equipes da Secretaria contratos;
Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação relaciona- c) autorizar a realização de despesas;
das aos laboratórios de ciência e tecnologia, a robótica e d) solicitar bloqueio, empenhos, pagamentos, anuên-
sustentabilidade na educação; cias e publicações;

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e) acompanhar a execução dos objetos junto aos se- XV - empreender esforços contínuos de eficiência e
tores, podendo ser equipamentos ou serviços entregues ou de eficácia no desenvolvimento de suas atividades;
prestados à Secretaria; XVI - executar atividades inerentes e de interesse da
f) apoiar os setores nas questões de compras; hierarquia superior;
g) acompanhar todos os processos de compra com os XVII - subsidiar a tomada de decisão da hierarquia
demais setores da Prefeitura; superior;
h) solicitar e acompanhar a elaboração e assinatura XVIII - oferecer subsídios para formulação das dire-
de todos os contratos da Secretaria Executiva; trizes da Secretaria, atendendo os prazos estabelecidos;
i) acompanhar a execução dos contratos da Secretaria XIX - velar pela transparência administrativa e pelos
Executiva, incluindo solicitação de aditivos; padrões éticos do serviço público;
j) apoiar as Gerências Gerais e a Secretaria Executiva XX - velar pela boa performance administrativa de
no acompanhamento dos atestos e pagamentos aos forne- seus servidores;
cedores; XXI - velar pela segurança da informação em maté-
k) realizar a gestão do controle de ponto, afastamen- ria de sigilo e de integridade;
tos e transferências dos servidores, terceirizados e estagi- XXII - velar pelo cumprimento da legislação de re-
ários que compõem a Secretaria Executiva; ferência de seus serviços;
l) elaborar documentos; XXIII - analisar, instruir e solucionar os processos
m) administrar o prédio onde está instalada a Secre- administrativos de sua competência.
taria Executiva.
V - Divisão de Inovações Pedagógicas em Tecnolo- CAPÍTULO V
gias: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
a) coordenar o trabalho e equipe dos Laboratórios de Art. 35. As competências e atribuições definidas
Ciência e Tecnologia da rede; neste Regimento não restringem e nem afastam as defini-
b) acompanhar o processo de estruturação dos labo- das em leis específicas.
ratórios, projeto de infraestrutura, mobiliário, equipamen- Art. 36. Os casos omissos e as dúvidas surgidas na
tos, criação de identidade visual e adesivagem; aplicação do presente Regimento Interno serão soluciona-
c) acompanhar os planejamentos e atividades reali- dos pelo Gabinete da Secretaria de Educação.
zadas nos laboratórios.
4. LEI Nº 14.728/85 - REFORMULA O ESTA-
CAPÍTULO IV TUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO MU-
DAS COMPETÊNCIAS COMUNS NICÍPIO DO RECIFE E DÁ OUTRAS PROVIDÊN-
Art. 34. São atribuições comuns a todos os setores da CIA.
Secretaria de Educação, no que diz respeito ao seu âmbito
de atuação: REFORMULA O ESTATUTO DOS FUNCI-
I - administrar seus recursos humanos e materiais; ONÁRIOS PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DO
II - criar, aprimorar, divulgar e manter atualizados os RECIFE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
indicadores de sua área; O PREFEITO DA CIDADE DO RECIFE FAÇO SA-
III - elaborar relatórios gerenciais a respeito das ma- BER QUE O PODER LEGISLATIVO DECRETOU E
térias de sua competência; EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
IV - coordenar, supervisionar e controlar suas ativi-
dades administrativas; Art. 1º O Estatuto dos Funcionários Públicos do Mu-
V - controlar, aprimorar e coordenar os sistemas e os nicípio do Recife passa a vigorar de acordo com o dis-
procedimentos de sua área; posto no Anexo único, desta Lei, que dela constitui parte
VI - proceder à avaliação periódica dos resultados do integrante e inseparável.
trabalho; Art. 2º O Poder Executivo regulamentará, no prazo
VII - interagir com as demais áreas; de 60 (sessenta) dias, a presente Lei.
VIII - participar de estudos técnicos em conjunto Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
com as áreas afins e elaborar relatórios técnicos quando cação.
requisitado, atendendo os prazos estabelecidos; Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, es-
IX - divulgar informações de assuntos de sua compe- pecialmente a Lei nº 10.147, de 30 de julho de 1969.
tência com outras áreas; Recife, 08 de março de 1985.
JOAQUIM FRANCISCO DE FREITAS CAVALCANTI
X - prestar e receber informações de forma eficiente,
atendendo os prazos estabelecidos; Prefeito
XI - propor, elaborar e participar das medidas de ANEXO ÚNICO
aperfeiçoamento estrutural; ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO
XII - propor, elaborar e participar das alterações na MUNICÍPIO DO RECIFE
legislação municipal;
XIII - propor, elaborar e participar das minutas de TÍTULO I
atos normativos e de instruções técnicas necessárias à sua DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
execução; Art. 1º Este Estatuto regula o regime jurídico-admi-
XIV - propor e participar de programas de capacita- nistrativo dos funcionários públicos do Município do Re-
ção e desenvolvimento de recursos humanos; cife.

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Art. 2º REVOGADO. concurso anterior para o mesmo cargo, se ainda houver
Art. 3º REVOGADO. candidato aprovado e não convocado para a investidura;
Art. 4º É vedado o exercício gratuito de cargos pú- II - independerá de limite de idade a inscrição de ser-
blicos. vidor federal, estadual ou municipal, em concurso público
Art. 5º Os cargos referentes a profissões regulamen- do Município;
tadas deverão ser providos exclusivamente satisfazer os III – REVOGADO.
requisitos legais respectivos. IV - os editais deverão conter as qualificações e re-
Art. 6º É vedado ao funcionário encargos ou serviços quisitos constantes das especificações dos cargos objeto
diferentes dos próprios do seu cargo e que como tais sejam do concurso.
definidos em leis ou regulamentos. V - é assegurado ao candidato aprovado, mediante
requerimento realizado antes da posse, o direito de ser re-
TITULO II classificado para o final da lista de aprovados do con-
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA curso, observado o disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo.
Capítulo I (Redação acrescida pela Lei nº 19021/2022)
DO PROVIMENTO § 1º Não será aberto concurso para o preenchimento
SEÇÃO I de cargo público enquanto houver funcionário de igual ca-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS tegoria em disponibilidade. (Redação dada pela Lei
Art. 7º REVOGADO. nº 19021/2022)
Art. 8º compete ao prefeito e ao presidente da câmara § 2º Considera-se aprovado o candidato que atingiu
municipal, conforme o caso, prover, por ato específico, os a pontuação mínima exigida para tal no Edital do Con-
cargos, respeitadas das prescrições legais. curso e classificado o candidato aprovado com colocação
Parágrafo Único. O ato de provimento, de que trata dentre as vagas previstas no certame. (Redação acrescida
este artigo, deverá conter, necessariamente, as seguintes pela Lei nº 19021/2022)
indicações, sob pena de nulidade e responsabilidade de § 3º A reclassificação prevista no inciso V deste ar-
quem der posse: tigo acarreta a perda do direito líquido e certo à nomeação,
I - denominação do cargo vago e demais elementos caso a quantidade de aprovados seja superior à quantidade
de identificação, o motivo da vacância e o nome do ex- de vagas previstas no Edital. (Redação acrescida pela Lei
ocupante se ocorrer a hipótese em que possam se atendi- nº 19021/2022)
dos estes últimos elementos; Art. 12 Os órgãos e entidades da Administração Pú-
II - nome completo do interessado e forma de provi- blica Municipal, inclusive fundações instituídas ou man-
mento. tidas pelo Poder Público, proporcionarão aos portadores
III - fundamento legal; de deficiência física e limitação sensorial condições espe-
VI - indicação de que o exercício do cargo se fará ciais para participação em concurso de provas, teste de se-
cumulativamente com outro cargo municipal, quando for leção ou outras formas de recrutamento de pessoal.
o caso; Parágrafo Único. As condições especiais, de que
V - caracterização da nomeação em caráter efetivo trata este Artigo, constarão obrigatoriamente do edital de
ou em comissão. concurso ou de outros atos de chamamento e serão conce-
didas a requerimento do interessado, formulado quando
SEÇÃO II da inscrição, instruído com atestado médico que indique a
DO CONCURSO natureza e o grau de deficiência física e da limitação sen-
Art. 9º A primeira investidura em cargo de provi- sorial.
mento efetivo efetuar-se-á mediante concurso público de Art. 13 A deficiência física e a limitação sensorial
provas ou de provas e títulos. não constituirão impedimentos à posse e ao exercício de
Parágrafo Único. No concurso para provimento de cargo ou função pública, salvo quando consideradas in-
cargo de nível universitário haverá, necessariamente, compatíveis com a natureza das atividades a serem de-
prova de títulos. sempenhadas.
Art. 10 A aprovação em concurso público não cria § 1º A incompatibilidade a que se refere este Artigo
direito à nomeação, mas esta, quando se der, respeitará a será declarada por Junta Médica Especial, constituída por
ordem de classificação dos candidatos habilitados. médicos especializados e por técnicos em educação espe-
§ 1º Terá preferência para a nomeação, em caso de cial da área correspondente à deficiência ou à limitação
empate na classificação, o candidato já pertencente ao ser- diagnosticada.
viço público do Município e, havendo mais de um com § 2º Da decisão da Junta Médica Especial não caberá
este requisito, aquele que contar maior tempo de efetivo recurso.
serviço prestado ao Município. Art. 14 A deficiência física e a limitação sensorial
§ 2º Se ocorrer empate de candidatos não pertencen- não servirão de fundamento à concessão de aposentadoria,
tes ao serviço público do Município, decidir-se-á em favor salvo se adquiridas posteriormente ao ingresso no serviço
daquele de maior idade civil. público, observadas as disposições legais pertinentes.
Art. 11 Observar-se-ão, na realização dos concursos, Art. 15 O Município estimulará a criação e o desen-
sem prejuízo de outras exigências ou condições regula- volvimento de programa de reabilitação profissional para
mentares, as seguintes normas gerais: os servidores portadores de deficiência física ou limitação
I - não se publicará edital para provimento de qual- sensorial.
quer cargo enquanto vigorar o prazo de validade de

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Legislação Municipal
SEÇÃO III § 3º É facultada a posse por procuração, quando o
DA POSSE nomeado estiver ausente do Município e, em casos espe-
Art. 16 Posse é a investidura em cargo público. ciais, a juízo da autoridade competente.
Parágrafo Único. Não haverá posse nos casos previs- § 4º Em hipóteses excepcionais e mediante justifica-
tos nos incisos II a VII do Art.7º. tiva expressa da Administração Municipal, o prazo para
Art. 17 Só poderá ser empossado em cargo público posse poderá ser reduzido para, no mínimo, 5 (cinco) dias
quem satisfizer aos seguintes requisitos, cumulativa- úteis. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)
mente:
I - ser brasileiro nato ou naturalizado; SEÇÃO IV
II - ter idade compreendida entre 18 (dezoito) anos DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
completos e 55 (cinquenta e cinco) incompletos, ressalva- (Vide Decreto nº 23.131/2007)
das as disposições legais; Art. 23. Estágio probatório é o período inicial de 2
III - estar em gozo dos direitos políticos e não possuir (dois) anos de efetivo exercício do funcionário nomeado
antecedentes criminais; por concurso público, para cargo de provimento efetivo.
IV - estar quite com as obrigações militares e eleito- Art. 24. Os requisitos a serem apurados no período
rais; de estágio probatório são os seguintes:
V - ser julgado apto em exame de sanidade física e I - idoneidade moral;
mental; II - disciplina;
IV - atender aos requisitos especiais para o desempe- III - pontualidade;
nho do cargo e possuir a habilitação legal exigida, quando IV - assiduidade;
for o caso. V - eficiência.
§ 1º A prova das condições a que se referem os inci- Art. 25. O superior imediato do funcionário sujeito
sos I, II, III e IV, deste Artigo, será dispensada nos casos ao estágio probatório, 60 (sessenta) dias antes do término
de reintegração, reversão e readaptação, quando se tratar deste informará ao órgão de Administração de Pessoal so-
de ocupante de cargo ou emprego público do Município. bre o funcionário, tendo em vista os requisitos enumera-
(Ver art 7º deste Estatuto). dos no Artigo anterior.
§ 2º Quando se tratar de provimento de cargo em co- § 1º À vista da informação referida neste Artigo, o
missão, o limite máximo de idade previsto no item II, órgão de Administração de Pessoal emitirá parecer con-
deste Artigo, será de setenta (70) anos incompletos. clusivo.
Art. 18 No ato da posse, o candidato deverá declarar, § 2º Desse parecer, se contrário à permanência do
por escrito, se é titular de outro cargo, função ou emprego funcionário, a este dar-se-á vista, pelo prazo de 10 (dez)
público ou privado. dias, para apresentar defesa, por escrito.
Parágrafo Único. Se a hipótese for a de que sobreve- § 3º O parecer e a defesa, esta última se existente,
nha ou possa sobrevir acumulação proibida com a posse, serão julgados pela autoridade competente, procedendo-
esta será sustada até que, respeitados os prazos do Art. 22, se ou não à exoneração do funcionário.
se comprove inexistir aquela. § 4º A apuração dos requisitos de que trata o Art. 24
Art. 19 São competentes para dar posse: deverá processar-se em rito sumário, de modo que a exo-
I - na Prefeitura da Cidade do Recife: neração do funcionário possa ser feita antes de findo o pe-
a) o Prefeito, aos Secretários; ríodo de estágio probatório.
b) o Secretário de Administração, aos demais nome- § 5º O superior imediato que deixar de prestar a in-
ados para cargos de provimento em comissão; formação prevista neste Artigo cometerá infração discipli-
c) o Diretor do órgão de Administração de Pessoal, nar, ficando sujeito à penalidade prevista no artigo 196,
aos nomeados para cargos de provimento efetivo; deste Estatuto.
II - na Câmara Municipal do Recife: § 6º O término do prazo de estágio probatório, sem
a) o Presidente da Câmara, aos nomeados para cargos exoneração do funcionário, importa em reconhecimento
de provimento em comissão; automático de sua estabilidade no serviço público do Mu-
b) o Diretor do órgão de Administração de Pessoal, nicípio.
aos nomeados para cargos de provimento efetivo. Art. 26. A É permitido ao servidor em estágio proba-
Art. 20 O funcionário declarará, no ato da posse, os tório:
bens e valores que constituem seu património. I - exercer qualquer cargo em comissão ou função de
Art. 21 A autoridade que der posse verificará, sob confiança nos órgãos e entidades da Administração Direta
pena de responsabilidade, se foram satisfeitos os requisi- e Indireta do Município;
tos legais para a investidura. II - ser cedido a órgão ou entidade de qualquer dos
Art. 22. A posse deverá ocorrer em até 20 (vinte) Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municí-
dias, contados da publicação do ato de nomeação. pios.
§ 1º A critério da Administração, e mediante requeri- § 1º Fica suspensa a contagem do tempo de estágio
mento justificado do interessado ou interesse público, o probatório:
prazo de que trata o caput deste artigo poderá ser prorro- I - na hipótese prevista no inciso II do caput desde
gado para ter início em até 40 (quarenta) dias. artigo e, no caso do inciso I, quando as atribuições exer-
§ 2º Restará automaticamente sem efeito o ato de no- cidas não guardarem pertinência com aquelas do seu
meação se a posse não ocorrer no prazo legal. cargo de origem;
II - na hipótese e durante o gozo da licença:

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Legislação Municipal
a) por incapacidade temporária; administração indireta e fundações, com ou sem ônus para
b) por motivo de doença em pessoa da família; o Município.
c) por convocação para o serviço militar; Art. 35. O número de dias que o funcionário afastado
d) para atividade política; do Município, nos termos do Artigo anterior, gastar em
III - no curso do afastamento: viagem para reassumir o exercício, será considerado, para
a) para estudo ou missão no exterior; todos os efeitos, como de efetivo exercício.
b) para desempenho de mandato eletivo; Parágrafo Único. O prazo a que se refere este Artigo
c) para desempenho de mandato classista. não poderá ser superior a 7 (sete) dias, contados a partir
IV - no curso do cumprimento de penalidade de sus- da dispensa ou exoneração, nesta última hipótese em se
pensão. tratando de cargo em comissão.
§ 2º O prazo de duração do Estágio Probatório será Art. 36. O funcionário preso preventivamente ou em
prorrogado pelo mesmo período do afastamento ou li- flagrante, pronunciado por crime comum ou denunciado
cença, sendo retomado a partir do término do impedi- por crime funcional, ou, ainda, condenado por crime ina-
mento, de modo a permitir a avaliação de desempenho. fiançável em processo no qual não haja pronúncia, será
§ 3º (VETADO). (Redação dada pela Lei nº afastado do exercício do cargo até sentença final transi-
19021/2022) tada em julgado.

SEÇÃO V SEÇÃO VI
DO EXERCÍCIO DAS GARANTIAS
Art. 27. Exercício é o período de efetivo desempenho Art. 37. O nomeado para cargo cujo exercício exija
das atribuições de determinado cargo. prestação de garantia terá assegurado, pelo Município, o
Art. 28. O início, a interrupção e o reinicio do exer- desconto do valor do prêmio de seguro de fidelidade fun-
cício serão anotados no registro cadastral do funcionário. cional, que poderá ser mantido pela própria administra-
Parágrafo Único. O início do exercício e as altera- ção, ou ajustado com entidade autorizada.
ções que neste ocorrerem serão comunicadas, pelo titular Art. 38. O responsável por alcance ou desvio de ma-
do órgão em que estiver lotado o funcionário, ao órgão de terial não ficará isento da ação administrativa ou criminal
Administração de Pessoal. que couber, ainda que o valor da garantia seja superior ao
Art. 29. Ao titular do órgão para onde for designado prejuízo verificado.
o funcionário compete dar-lhe exercício. Art. 39. Serão periodicamente discriminados, por de-
Art. 30. O exercício do cargo se dará no prazo de até creto, os cargos sujeitos à prestação de garantia e determi-
15 (quinze) dias, contados da data da posse. nadas as importâncias, para cada caso, revistos e atualiza-
§ 1º Mediante requerimento do interessado ou, ha- dos os valores sempre que houver a elevação dos venci-
vendo interesse público, e sempre a critério da Adminis- mentos desses cargos.
tração Municipal, o prazo estabelecido no caput deste ar-
tigo poderá ser prorrogado por até 15 (quinze) dias. SEÇÃO VII
§ 2º Em hipóteses excepcionais e mediante justifica- DA SUBSTITUIÇÃO
tiva expressa da Administração Municipal, o prazo para Art. 40. A substituição dependerá sempre de ato da
exercício poderá ser reduzido para, no mínimo, 3 (três) Administração.
dias úteis. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022) § 1º O substituto perceberá a diferença entre o seu
Art. 31. O funcionário só poderá ter exercício no ór- vencimento e o do substituído, a partir do primeiro dia de
gão para o qual foi designado. substituição.
§ 1º Atendida sempre a conveniência do serviço, a § 2º Mesmo que não seja prevista a substituição, po-
Administração poderá alterar a lotação do funcionário ex- derá esta ocorrer, mediante ato da autoridade competente,
oficio ou a pedido, observada a legislação em vigor. provadas a necessidade e a conveniência do serviço.
§ 2º A inobservância do disposto neste Artigo acarre- § 3º Atendido o interesse da Administração, o titular
tará sanções para o funcionário e a direção ou chefia res- de cargo de direção ou chefia poderá ser designado para
ponsável. responder cumulativamente, por outro cargo da mesma
Art. 32. O servidor não poderá se afastar para estudo natureza, até que se verifique a nomeação do respectivo
ou missão de qualquer natureza, com ou sem vencimento, titular, e, nesse caso, perceberá o vencimento correspon-
sem prévia autorização ou designação pelo Prefeito ou dente ao cargo de maior hierarquia.
pelo Presidente da Câmara Municipal, conforme o caso. Art. 41. A reassunção do cargo, pelo seu titular, faz
(Redação dada pela Lei nº 18964/2022) cessar, de pronto, os efeitos da substituição.
Art. 33. O servidor estável, autorizado a se afastar
para estudo ou aperfeiçoamento, com ônus para os cofres SEÇÃO VIII
municipais, ficará obrigado, após a conclusão do estudo DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
ou aperfeiçoamento, a prestar serviço ao Município pelo (Revogada por força da Lei nº 15.127/1988)
menos por mais 2 (dois) anos, na forma prevista neste Es- Art. 42 REVOGADO.
tatuto. (Redação dada pela Lei nº 18964/2022) Art. 43 REVOGADO.
Art. 34. O funcionário, mediante sua concordância Art. 44 REVOGADO.
por escrito, poderá ser colocado à disposição de qualquer Art. 45 REVOGADO.
outro órgão da União, do Distrito Federal, dos Estados, de Art. 46 REVOGADO.
Territórios, de Municípios e de suas entidades de Art. 47 REVOGADO.

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Legislação Municipal
Art. 48 REVOGADO. Art. 72 A vaga ocorrerá na data:
Art. 49 REVOGADO. I - imediata à do falecimento;
II - imediata àquela em que o funcionário completar
SEÇÃO IX 70 (setenta) anos de idade;
DA ASCENSÃO FUNCIONAL III - da publicação do ato que aposentar, demitir, exo-
(Revogada por força da Lei nº 15.127/1988) nerar, readaptar ou conceder progressão ou ascensão fun-
Art. 50 REVOGADO. cionais;
Art. 51 REVOGADO. IV - em que transitar em julgado a sentença que anule
Art. 52 REVOGADO. o provimento ou declare a perda do cargo.
Art. 53 REVOGADO.
Art. 54 REVOGADO. TÍTULO III
Art. 55 REVOGADO. DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Art. 56 REVOGADO. Capítulo I
Art. 57 REVOGADO. DA DURAÇÃO DO TRABALHO
Art. 58 REVOGADO. (Revogado por força da Lei nº 15.127/1988)
Art. 73 REVOGADO.
SEÇÃO X Art. 74 REVOGADO.
DA REINTEGRAÇÃO
(Revogada por força da Lei nº 15.127/1988) Capítulo II
Art. 59 REVOGADO. DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 60 REVOGADO. Art. 75 O tempo de serviço computar-se-á em dias,
Art. 61 REVOGADO. meses e anos, considerado o ano como de 365 dias. (Re-
dação dada pela Lei nº 16.052/1995)
SEÇÃO XI Art. 76 Será considerado como efetivo exercício o
DO APROVEITAMENTO afastamento em virtude de:
(Revogada por força da Lei nº 15.127/1988) I - férias;
Art. 62 REVOGADO. II - casamento;
Art. 63 REVOGADO. III - luto;
Art. 64 REVOGADO. IV - licença por acidente em serviço ou doença pro-
fissional;
SEÇÃO XII V - moléstia comprovada que, a critério da Junta Mé-
DA REVERSÃO dica Municipal, impeça o comparecimento ao serviço até
(Revogada por força da Lei nº 15.127/1988) o limite de dois (2) anos;
Art. 65 REVOGADO. VI - licença à funcionária gestante;
Art. 66 REVOGADO. VII - Serviço Militar;
Art. 67 REVOGADO. VIII - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
Art. 68 REVOGADO. IX - missão oficial ou estudo, quando o afastamento
houver sido autorizado pela Administração, exercício em
SEÇÃO XIII outro cargo, inclusive de provimento em comissão ou em-
DA READAPTAÇÃO prego, em órgão da União, dos Estados, dos Municípios e
(Revogada por força da Lei nº 15.127/1988) dos Territórios e respectivas administrações indiretas e
Art. 69 REVOGADO. fundações mantidas pelo Poder Público;
XI - licença-prêmio;
Capítulo II XII - desempenho de comissões ou funções previstas
DA VACÂNCIA em Lei ou regulamento;
Art. 70 A vacância do cargo decorrerá de: XIII - desempenho de mandato eletivo da União, dos
I - exoneração; Estados, dos Municípios e dos Territórios;
II - demissão; XIV - expressa determinação legal;
III – REVOGADO. XV - faltas abonadas;
IV - ascensão funcional; Art. 77 Para efeito de aposentadoria ou disponibili-
V - aposentadoria; dade, computar-se-á integralmente:
VI - readaptação; I - tempo de serviço previsto na forma do Artigo an-
VII - falecimento. terior;
Art. 71 Dar-se-á a exoneração: II - tempo em que o funcionário esteve em disponi-
I - a pedido; bilidade;
II - ex-officio: III - período de trabalho prestado a instituição de ca-
a) quando se tratar de provimento de cargo em co- ráter privado que tiver sido transformada em órgão da ad-
missão; ministração direta, indireta ou fundação mantida pelo Po-
b) quando não satisfeitas as condições do estágio der Público;
probatório; IV - as horas extraordinárias convertidas em dias na
c) quando o funcionário não assumir o exercício do forma deste Estatuto;
cargo no prazo legal.

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V - período prestado a entidade de direito privado, ou II - à data da aposentadoria esteja desempenhado
na qualidade de autônomo, devidamente comprovado pela cargo em comissão e que, antes haja desempenhado car-
previdência social mediante certidão. gos comissionados por mais de 8 (oito) anos, consecutivo
VI - as férias não gozadas, contadas em dobro. ou não.
Parágrafo Único. O tempo de serviço não prestado ao Parágrafo Único. O disposto neste artigo não se
Município somente será computado à vista de certidão aplica aos casos em que o funcionário haja optado pelo
passada pelo órgão competente. vencimento do cargo efetivo.
Art. 78 É vedada a soma de tempo de serviço simul- Art. 87 Computar-se-á, no cálculo dos proventos, o
taneamente prestado. (Ver § 10 do Art. 40 da Constituição valor de gratificações que o funcionário, ao aposentar-se,
Federal/88, com a redação dada pela Emenda Constituci- vier percebendo há mais de dois (dois) anos, sem interrup-
onal nº 20/98). ção.
§ 1º Excetua-se do disposto neste Artigo a gratifica-
Capítulo III ção de Natal, percebida anualmente.
DA ESTABILIDADE § 2º Dispensar-se-á o período carencial, de que trata
Art. 79 O funcionário ocupante de cargo de provi- este Artigo, quando o funcionário se aposentar por invali-
mento efetivo somente adquire estabilidade após 2 (dois) dez definitiva.
anos de efetivo exercício prestado exclusivamente ao Mu-
nicípio. Capítulo VI
§ 1º A estabilidade diz respeito ao serviço público e DAS FÉRIAS
não ao cargo. Art. 88 O funcionário gozará trinta (30) dias conse-
§ 2º O disposto neste Artigo não se aplica, em qual- cutivos de férias, por ano.
quer hipótese, aos cargos de provimento em comissão. Art. 89 O órgão de Administração de Pessoal fixará,
Art. 80 O funcionário estável somente poderá ser de- anualmente, a escala geral de férias, a vigorar no exercício
mitido em virtude de sentença judicial transitada em jul- seguinte.
gado ou mediante processo administrativo em que lhe te- Parágrafo Único. Excepcionalmente, a critério da ad-
nham sido assegurados amplos meios de defesa. ministração, a escala geral de férias poderá ser alterada,
para atender a necessidades eventuais de serviço.
Capítulo IV Art. 90 O funcionário adquire direito a férias após cada
DA DISPONIBILIDADE doze (12) meses de efetivo exercício, com direito ao venci-
Art. 81 Declarada a desnecessidade do cargo, este mento e a todas as vantagens do cargo que estiver ocupando.
será extinto e o funcionário estável posto em disponibili- § 1º Ao servidor integrante do Grupo Ocupacional Ma-
dade, com retribuição pecuniária proporcional ao seu gistério que, por ocasião das férias escolares coletivas, ainda
tempo de serviço. não haja completado o período aquisitivo, permitir-se-á, na-
§ 1º A extinção do cargo será feita por Lei. quela oportunidade, o seu gozo antecipado. (Redação acres-
§ 2º A retribuição pecuniária, mencionada neste Ar- cida pela Lei nº 16.831/2002)
§ 2º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o ser-
tigo, devida ao funcionário posto em disponibilidade, será
vidor poderá perceber antecipação da gratificação natalina na
calculada na razão de 1/35 (um trinta e cinco avos) por
forma estabelecida em norma especifica. (Redação dada pela
ano de serviço, se do sexo masculino, ou 1/30 (um trinta Lei nº 16.938/2003)
avos), se do sexo feminino, acrescida do salário-família § 3º O Servidor que perceber o adicional de férias e /ou
integral e do adicional por tempo de serviço a que fizer jus a gratificação natalina na forma dos parágrafos anteriores
o servidor, na data da disponibilidade. deste artigo, se vier a ser exonerado a pedido, ou demitido,
§ 3º A retribuição pecuniária será calculada na razão devolverá aos cofres do Tesouro Municipal as parcelas que
de 1/30 (um trinta avos) por ano de serviço, se do sexo excederem a proporção do tempo efetivamente trabalhado.
masculino, e 1/25 (um vinte e cinco avos), se do sexo fe- (Redação dada pela Lei nº 16.938/2003)
minino, para os integrantes do Magistério Municipal, e de Art. 91 É vedada a acumulação de férias, salvo por
1/25 (um vinte e cinco avos) para os ex-combatentes, imperiosa necessidade do serviço, até o máximo de dois
acrescida do salário-família integral e do adicional por (2) períodos, atestada, de ofício, pelo chefe do serviço do
tempo de serviço a que fizer jus o servidor, na data da dis- órgão em que estiver lotado o funcionário.
ponibilidade. Art. 92 O gozo de férias não será interrompido por
motivo de progressão ou ascensão funcionais.
Capítulo V Art. 92-A Mediante requerimento do servidor, a Ad-
DA APOSENTADORIA ministração poderá autorizar que as férias sejam gozadas
Art. 82 REVOGADO. em até 3 (três) períodos de, no mínimo, 5 (cinco) dias
Art. 83 REVOGADO. cada. (Redação acrescida pela Lei nº 19021/2022)
Art. 84 REVOGADO. Art. 92-B As regras e procedimentos a serem adota-
Art. 85 REVOGADO. dos para a concessão, indenização, parcelamento e paga-
Art. 86 aposentar-se-á com proventos calculados na mento da remuneração de férias do servidor público da
base do vencimento de cargo em comissão que exerce o Administração Pública Municipal Direta, Autárquica e
funcionário efetivo que: Fundacional do Poder Executivo do Município serão re-
I - à data da aposentadoria venha, ininterruptamente gulamentadas em Decreto. (Redação acrescida pela Lei
desempenhando o mesmo cargo comissionado há mais de nº 19021/2022)
5 (cinco) anos;

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Art. 93 REVOGADO. Parágrafo único. Expirados os prazos previstos neste
Art. 94 REVOGADO. artigo, o servidor que não se recuperar será submetido a
nova inspeção e, quando não for possível a readaptação,
Capítulo VII deve ser aposentado por incapacidade permanente para o
DAS LICENÇAS trabalho. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)
SEÇÃO I Art. 103 O funcionário, no curso da licença, poderá
DISPOSIÇÕES GERAIS ser examinado, a requerimento ou ex-officio, ficando
Art. 95 Conceder-se-á licença: obrigado a reassumir seu cargo, no primeiro dia útil sub-
I - para tratamento de saúde; sequente, se for considerado apto para o trabalho, sob
II - por motivo de doença em pessoa da família; pena de se apurarem como faltas os dias de ausência.
III - à gestante, para repouso; Art. 104 Observar-se-á, no processamento da licença
IV - para serviço militar; para tratamento de saúde, o devido sigilo sobre o diagnós-
V - para acompanhar o cônjuge, funcionário público tico.
civil ou militar; Art. 105 O funcionário, no curso da licença para tra-
VI - para trato de interesses particulares; tamento de saúde, abster-se-á de exercer qualquer ativi-
VII - prêmio. dade remunerada, sob pena de cassação imediata da li-
Parágrafo Único. O conceito de companheiro ou cença, com perda total do vencimento e vantagens corres-
companheira equipara-se ao para os efeitos deste artigo. pondentes ao período já gozado, até que reassuma o exer-
Art. 96 São competentes para conceder licença: cício do cargo, sem prejuízo de outras penalidades previs-
I - para trato de interesses particulares, o Prefeito e o tas neste Estatuto.
Presidente da Câmara Municipal, conforme o caso; Art. 106. O servidor, no curso da licença para trata-
II - nos demais casos, o órgão competente da Admi- mento de saúde, perceberá integralmente o vencimento e
nistração. vantagens inerentes do cargo que exercia à data da con-
Art. 97 Expirada a licença, o funcionário reassumirá cessão da licença. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)
o exercício, no primeiro dia útil subsequente, ressalvado
o disposto no Artigo 98, deste Estatuto. SEÇÃO III
Art. 98 A licença poderá ser prorrogada, ex-officio DA LICENÇA POR MOTIVO DE
ou a pedido. DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
Parágrafo Único. O pedido deverá ser apresentado Art. 107. Poderá ser concedida licença ao servidor
por escrito e até oito (08) dias antes do término do prazo por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos
de licença, e, se indeferido, contar-se-á, como de licença, pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou de-
o período compreendido entre a data do término e a do pendente que viva a suas expensas e conste do seu assen-
conhecimento oficial do despacho. tamento funcional, mediante comprovação por perícia
Art. 99 As licenças de que tratam os incisos I, II e III, médica oficial.
do Artigo 95, dependerão de inspeção realizada por Junta § 1º A licença somente será deferida se a assistência
composta de, pelo menos, três (3) médicos do órgão com- direta do servidor for indispensável e não puder ser pres-
petente do Município. tada simultaneamente com o exercício do cargo ou medi-
Parágrafo Único. A licença dependente de inspeção ante compensação de horário, na forma do disposto no in-
médica, na forma deste Artigo, será concedida pelo prazo ciso II do art. 130.
indicado no laudo. § 2º A licença de que trata o caput, incluídas as pror-
rogações, poderá ser concedida a cada período de 48 (qua-
SEÇÃO II renta e oito) meses, por até 12 (doze) meses, consecutivos
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE ou não, mantido o vencimento e vantagens inerentes do
Art. 100 A licença para tratamento de saúde poderá cargo:
ser concedida a pedido ou ex-officio, dependendo de ins- § 3º O início do interstício de 48 (quarenta e oito)
peção médica, que deverá se realizar, sempre que neces- meses será contado a partir da data do deferimento da pri-
sário, onde o funcionário se encontrar. meira licença concedida. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. A licença deverá ser requerida no 19021/2022)
prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados a partir da pri- Art. 108. Em nenhuma hipótese poderá ser prorro-
meira falta ao serviço. (Redação dada pela Lei nº gada a licença de que cogita o Artigo anterior.
19021/2022)
Art. 101 Na hipótese do funcionário se encontrar em SEÇÃO IV
outro Município ou unidade da Federação, deverá instruir DA LICENÇA À GESTANTE
seu pedido de licença com laudo fornecido pelo órgão mé- Art. 109 REVOGADO.
dico oficial respectivo. Art. 110 REVOGADO.
Art. 102. O servidor não poderá permanecer em li- Art. 111 Para amamentar o próprio filho, até 6 (seis)
cença para tratamento de saúde devido à mesma doença, meses de idade, a funcionária terá direito, durante o expe-
ou a doença a ela correlacionada, por período superior a diente, a um descanso especial de 1 (uma) hora.
12 (doze) meses, consecutivos ou não, exceto nos casos
considerados recuperáveis, hipótese em que, mediante
nova inspeção médica, a licença poderá, excepcional-
mente, ser prorrogada uma única vez, por igual período.

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SEÇÃO V SEÇÃO VIII
DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR DA LICENÇA PRÊMIO
Art. 112 Ao funcionário convocado para o serviço Art. 120. O funcionário, após cada 5 (cinco) anos de
militar obrigatório e para outros encargos da segurança efetivo exercício prestado exclusivamente ao Município,
nacional, será concedida licença com prazo e remunera- adquire direito a 3 (três) meses de licença prêmio assegu-
ção previstos em legislação própria. rada a percepção integral de vencimento e vantagens do
§ 1º A licença será concedida à vista do documento cargo que estiver ocupando na data em que entrar em gozo
oficial que comprove a convocação. deste benefício.
§ 2º Descontar-se-á dos vencimentos a importância § 1º Decairá do direito à licença-prêmio, o funcioná-
que o funcionário perceba na qualidade de incorporado, ria que deixar de exercitá-lo no decurso do quinquênio
na forma regulamentada em legislação própria. imediatamente posterior ao termo final do período aquisi-
§ 3º Ao funcionário é facultado optar pelo estipêndio tivo, ressalvado o direito conferido no § 2º do Art. 124
como militar. deste Estatuto. (Vide prorrogação dada pela Lei nº
Art. 113 Conceder-se-á ao funcionário desincorpo- 18964/2022)
rado prazo não superior a trinta (30) dias para reassumir o § 2º A licença-prêmio poderá, a requerimento do in-
exercício do seu cargo, sem prejuízo dos vencimentos. teressado, ser gozada em até 3 (três) períodos, respeitados
Art. 114 Ao funcionário, oficial ou aspirante a oficial o disposto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei
da reserva, aplicar-se-ão as disposições dos Artigos 112 e nº 15.054/1988)
113, deste Estatuto, durante os estágios previstos pela le- Art. 121 Para obtenção do primeiro quinquênio de li-
gislação militar. cença prêmio computar-se-á o tempo de serviço ininter-
ruptamente prestado, anteriormente à nomeação efetiva, à
SEÇÃO VI administração direta, autarquias ou fundações do municí-
DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR pio na qualidade de contratado sob o (...) CLT. (Redação
O CÔNJUGE dada pela Lei nº 15.521/1991)
Art. 115 Ao funcionário estável, independentemente Parágrafo Único. Das licenças-prêmio relativas ao
do sexo, será concedida licença sem vencimento para tempo de serviço anterior à nomeação efetiva, nos termos
acompanhar o cônjuge, funcionário público civil ou mili- do contido no caput deste artigo, somente poderá ser con-
tar, ou servidor da administração pública direta ou indireta vertido em pecúnia os 45 dias da licença-prêmio corres-
e fundações, designado, ex-officio, para servir fora do pondente aos últimos 05 (cinco) anos. (Redação dada
Município. pela Lei nº 15.127/1988)
§ 1º A licença dependerá de requerimento, instruído Art. 122 A licença-prêmio não será concedida se hou-
com documento que comprove a designação, renovável de ver o funcionário no quinquênio correspondente:
dois (2) em dois (2) anos, até o limite máximo de quatro I - sofrido qualquer pena disciplinar resultante de in-
(4) anos. quérito administrativo, salvo se ocorrer prescrição;
§ 2º Assegurar-se-á, nas mesmas condições deste Ar- II - faltado ao serviço, sem justificativa, em períodos
tigo, licença a qualquer dos cônjuges, quando o outro de tempo que, somados, atinjam mais de trinta (30) dias,
exercer mandato eletivo fora do Município. III gozado licença para trato de interesses particulares.
Parágrafo Único. Verificando-se qualquer das hipó-
SEÇÃO VII teses previstas neste Artigo, será iniciada a contagem de
DA LICENÇA PARA TRATO DE novo quinquênio de efetivo serviço, a partir:
INTERESSES PARTICULARES a) do dia em que o funcionário reassumiu o exercício,
Art. 116 O funcionário estável poderá obter licença após cumprir a penalidade imposta, ou conclusão ou in-
sem vencimento, a critério da Administração, para trato de terrupção voluntária do prazo de duração de licença, no
interesses particulares, pelo prazo máximo de quatro (4) caso dos incisos I e III, respectivamente;
anos. b) do dia imediato ao da última falta ao serviço, a que
Parágrafo Único. O interessado aguardará, em exer- se refere o inciso II, deste Parágrafo.
cício, a concessão da licença. Art. 123 O funcionário beneficiado com a licença-
Art. 117 Ao funcionário somente poderá ser conce- prêmio e de acordo com o § 1º do Art. 120 desta Lei, po-
dida uma única vez nova licença para trato de interesses derá optar pelo gozo da metade do período de licença a
particulares, depois de decorridos dois (2) anos do tér- que tem direito, recebendo a outra metade em pecúnia.
mino da anterior. (Redação dada pela Lei nº 15.054/1988)
Art. 118 O funcionário poderá, a qualquer tempo, de- Art. 124 Será assegurada a percepção integral da im-
sistir da licença. portância correspondente ao tempo de duração da licença-
Art. 119 Quando o interesse do serviço o exigir, a li- prêmio referente ao último período não gozado pelo fun-
cença poderá ser cassada, a qualquer tempo, a critério ex- cionário, em caso de falecimento ou aposentadoria, obser-
clusivo da Administração. vado o disposto no § 1º do artigo 120 deste estatuto. (Re-
Parágrafo Único. Cassada a licença, o funcionário dação dada pela Lei nº 16.127/1995)
terá o prazo de trinta (30) dias para reassumir o exercício, § 1º Na hipótese de falecimento, e havendo dúvida
contados a partir da expedição oficial do ato respectivo. quanto a quem deva receber, o beneficio de que trata este
Artigo será pago à vista de Alvará Judicial.
§ 2º Na hipótese de influir para aposentadoria, será
assegurada a contagem, pelo dobro, para esse efeito, do

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período de licença-prêmio deixado de gozar pelo funcio- IV - dois terços (2/3) do vencimento, durante o afas-
nário. (Ver referência legal citada no art. 77 deste Esta- tamento decorrente de condenação, por sentença defini-
tuto). tiva, a pena que não determine ou acarrete a perda do
§ 3º Na ocorrência das hipóteses previstas neste Ar- cargo.
tigo, o pagamento será efetuado de uma só vez. Art. 131 Nenhum funcionário, ativo ou inativo, po-
derá perceber vencimento ou proventos inferiores ao salá-
Capítulo VIII rio-mínimo em vigor no Município.
DO VENCIMENTO E DAS VANTAGENS Art. 132. Poderão ser abonadas, pela chefia imediata
SEÇÃO I do servidor, até 3 (três) faltas, durante o mês, por motivo
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS de doença, comprovada mediante atestado médico, ou
Art. 125 Além dos vencimentos, somente poderão odontológico, sem necessidade de análise pela perícia mé-
ser concedidas as seguintes vantagens: dica.
I - diárias; § 1º Para fins do disposto neste artigo, o servidor de-
II - salário-família; verá apresentar o atestado médico ou odontológico em até
III - gratificações; 3 (três) dias úteis, a contar, inclusive, do dia da primeira
IV - adicional por tempo de serviço. falta ao serviço.
Art. 126 REVOGADO. § 2º Na hipótese de faltas por motivo de força maior,
Art. 127 REVOGADO. cabe ao órgão central de Administração de Pessoa realizar
o abono, ouvido o órgão de origem do servidor. (Redação
SEÇÃO II dada pela Lei nº 19021/2022)
DO VENCIMENTO Art. 133. As reposições e indenizações ao erário se-
Art. 128 Vencimento é a retribuição pecuniária bá- rão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposen-
sica, mensal, devida ao funcionário pelo efetivo exercício tado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo
de cargo em comissão ou efetivo, correspondente a uma de 30 (trinta) dias, mediante desconto em folha de paga-
referência na Tabela de Retribuição de Cargos Comissio- mento, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.
nados - TRP e Tabela de Retribuição Pecuniária Básica - § 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior
TRPB, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº a 10% (dez por cento) e superior a 30% da remuneração,
15.342/1990) provento ou pensão.
§ 1º O servidor do Município do Recife, nomeado § 2º Ocorrendo o pagamento indevido no mês ante-
para cargo em comissão, perceberá, além da remuneração rior ao do processamento da folha, a reposição será feita
do seu cargo efetivo ou emprego público, o valor integral de imediato, em uma única parcela, sem prejuízo da de-
do símbolo do cargo em comissão exercido. (Redação vida notificação.
dada pela Lei nº 15.194/1989) (Parágrafo Único transfor- § 3º As notificações para os fins do presente artigo
mado em § 1º pela Lei nº 17.108/2005) devem observar, no que couber, o disposto no art. 2º, §§
§ 2º Os servidores do Município ou de outro ente fe- 2º, 3º, 4º, 5º e 6º, da Lei Municipal nº 18.352, de 19 de
derado que o tenha colocado à disposição do Município julho de 2017, e alterações supervenientes.
do Recife e que, nessa condição, venha a ocupar o cargo § 4º No prazo estipulado para pagamento, poderá ser
de Secretário Municipal, poderá optar pelo subsídio desse apresentada defesa, que será julgada por comissão institu-
cargo ou pela remuneração do cargo ocupado na origem, ída pelo órgão central da Administração de Pessoa, no
com direito, nesse caso, a perceber uma verba de repre- prazo de até 30 (trinta) dias, cabendo recurso.
sentação no valor correspondente a 80% (oitenta por § 5º O recurso de que trata o §4º será direcionado ao
cento) do valor do subsídio do cargo político ocupado. dirigente máximo do órgão central de Administração de
(Redação dada pela Lei nº 17.933/2013) Pessoal ou, conforme o caso, ao Diretor-Presidente da en-
Art. 129 O funcionário perderá o vencimento do tidade gestora do Regime Próprio de Previdência, e será
cargo efetivo quando no exercício de mandato eletivo re- julgado em até 30 (trinta) dias, podendo ser submetida a
munerado, obedecido o disposto em legislação federal. matéria à Procuradoria-Geral do Município.
Art. 130 O funcionário perderá: § 6º Durante o prazo para apresentação de defesa ou
I - o vencimento do dia, se não comparecer ao ser- recurso e para pagamento, bem como no prazo legal para
viço, salvo motivo justificado ou moléstia comprovada; julgamento administrativo, necessários à constituição de-
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos finitiva do crédito, não correrá prescrição.
atrasos, ausências injustificadas, e saídas antecipadas, § 7º A decisão administrativa transitará em julgado
salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês em 30 (trinta) dias corridos após a notificação do interes-
subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela che- sado, quando não for apresentada defesa ou recurso admi-
fia imediata. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022) nistrativo, devendo ser encaminhado o processo adminis-
III - um terço (1/3) do vencimento durante o afasta- trativo para desconto em folha, nos termos desse artigo.
mento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por § 8º Em caso de não ser efetuado o desconto do in-
crime comum ou denúncia por crime funcional, ou ainda, débito em folha no prazo estabelecido, o valor devido atu-
condenação por crime inafiançável em processo no qual alizado será inscrito em dívida ativa pelo órgão central de
não haja pronúncia, com direito à diferença, se absolvido, Administração de Pessoal ou, conforme o caso, pela enti-
ou se for provida a revisão criminal, no caso de condena- dade gestora do Regime Próprio de Previdência.
ção definitiva;

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§ 9º A dívida ativa regularmente inscrita goza da pre- Art. 139 REVOGADO.
sunção de certeza e liquidez, competindo à Procuradoria- Art. 140 REVOGADO.
Geral do Município a cobrança judicial da dívida inscrita Art. 141 REVOGADO.
nos termos deste artigo. Art. 142 REVOGADO.
§ 10 As reposições e indenizações ao erário serão Art. 143 REVOGADO.
atualizadas monetariamente pelos mesmos índices utiliza- Art. 144 REVOGADO.
dos para atualização das receitas tributárias do Município. Art. 145 REVOGADO.
§ 11 Na hipótese de valores recebidos em decorrên-
cia de cumprimento de decisão liminar, tutela provisória SEÇÃO V
ou sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão DAS GRATIFICAÇÕES
eles atualizados até a data da reposição. Art. 146 Conceder-se-á gratificação:
§ 12 Nos casos tratados por este artigo, envolvendo I – REVOGADO.
direitos patrimoniais disponíveis, poderão ser utilizados II – REVOGADO.
os meios legais alternativos de prevenção e resolução de III – REVOGADO.
controvérsias, devendo ser ouvida previamente a Procura- IV - de risco de vida e saúde;
doria-Geral do Município. V – REVOGADO.
§ 13 Em se tratando de servidor demitido, exonerado, VI - pela participação, como integrante ou auxiliar,
desligado, que teve sua aposentadoria cassada, ou outra em comissão em grupo especial de trabalho, em grupo de
forma em que não seja possível a aplicação do desconto pesquisas, de apoio ou de assessoramento técnico e em
em folha, o devedor ou responsável será notificado para, órgão de deliberação coletiva; (Vide Leis nº 14.931/1986,
no prazo de 30 (trinta) dias, quitar o débito com o erário, nº 15.054/1988 e nº 19060/2023)
ou apresentar defesa nos termos deste artigo, sob pena de VII - de produtividade;
inscrição em dívida ativa, nos termos deste artigo. VIII - de monitoragem, em curso especiais ou de trei-
§ 14 Na hipótese do §13, mediante requerimento do namento a servidores municipais;
interessado, poderá ser realizado parcelamento nos mes- IX - para diferença de caixa; (Revogado pela Lei nº
mos prazos estabelecidos para as receitas tributárias do 15.054/1988)
Município. X - de Natal;
§ 15 O pagamento do indébito de que tratam os §§13 XI - por outros encargos previstos em lei, inclusive a
e 14 será realizado através de Documento de Arrecadação gratificação Especial concedida aos Procuradores Judici-
Municipal - DAM. ais pela Lei 12.157, de 01 de junho de 1976. (Revogado
§ 16 As restituições e indenizações devidas ao servi- pela Lei nº 15.054/1988)
dor serão atualizadas na mesma data e pelos mesmos ín- Parágrafo Único. não acarretará a perda da gratifica-
dices utilizados para atualização das receitas tributárias do ção o afastamento do servidor municipal nos casos previs-
Município. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022) tos no artigo 76 desta Lei.
Art. 134 Não se admitirá vinculação ou equiparação, Art. 147 Gratificação de função é a retribuição pecu-
de qualquer natureza, para efeito de vencimento dos fun- niária mensal pelo desempenho de encargos adicionais,
cionários do serviço público municipal. representados pela execução de tarefas específicas deter-
minada pela administração.
SEÇÃO III Art. 148 A gratificação de serviço extraordinário po-
DAS DIÁRIAS derá ser:
Art. 135 Ao funcionário que se deslocar do Municí- I - paga por hora de trabalho prorrogado ou anteci-
pio, em objeto de serviço, conceder-se-ão diárias, a título pado;
de indenização das despesas de viagem, assim compreen- II - arbitrada previamento, pela administração, se não
didas as de alimentação e pousada. puder ser aferida por unidade de tempo.
§ 1º A critério da Administração, poder-se-á aplicar § 1º na hipótese prevista no inciso I, a gratificação
o disposto neste Artigo aos casos em que o funcionário se não poder exceder, no mês, a cinquenta (50) horas de tra-
deslocar em razão de curso ou estágio correlato com as balho.
atribuições do respectivo cargo. § 2º na hipótese prevista no inciso II, a gratificação
§ 2º As importâncias correspondentes às diárias serão não poderá exceder a dois (2/3) do vencimento mensal do
pagas antecipadamente ao funcionário. funcionário.
Art. 136 O arbitramento das diárias será estabelecido Art. 149 O valor-hora, para efeito de pagamento da
em regulamentação específica, considerados o local, a na- gratificação de serviço extraordinário, será obtido divi-
tureza, as condições do serviço e o cargo do funcionário. dindo-se o vencimento mensal do funcionário:
Art. 137 O funcionário que se deslocar do Município, I - pelo fator cento e quarenta (140), quando se tratar
na forma do Artigo 135, fará jus, além das diárias, ao pa- de trabalho diurno;
gamento das despesas correspondentes ao transporte, na II - pelo fator cento e dez (110), quando se tratar de
forma da regulamentação no artigo anterior. trabalho noturno;
III - pelo fator noventa (90), quando se tratar de tra-
SEÇÃO IV balho de funcionário ocupante de cargo que exija forma-
DO SALÁRIO FAMÍLIA ção de nível universitário.
(Revogada por força da Lei nº 17.142/2005) Art. 150 A gratificação de representação será atribu-
Art. 138 REVOGADO. ída a Secretários, Chefes de Gabinete, Diretores de

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Legislação Municipal
Diretoria, Diretores de Departamento e Assessores do Po- Art. 152 A gratificação de regime especial de traba-
der Executivo, e a titulares de órgãos equivalentes, da Câ- lho, que compreende a prestação de serviço em tempo
mara Municipal. complementar, tempo integral ou em tempo integral com
Parágrafo Único. A gratificação de representação po- dedicação exclusiva, é a retribuição pecuniária mensal
derá ser também atribuída a funcionários com exercício destinada a incrementar o funcionamento dos órgãos da
nos Gabinetes dos titulares dos órgãos mencionados neste Administração e se destina a cargos que, por natureza, exi-
Artigo, a critério da Administração. jam o desempenho de atividades técnicas, científicas ou
Art. 151. Conceder-se-á a gratificação decorrente de de pesquisa, bem como aos de direção, chefia, assessora-
atividades insalubres quando o servidor exercer, efetiva- mento e fiscalização.
mente, atividades em locais ou em circunstâncias que tra- § 1º A gratificação prevista neste Artigo poderá ser
gam risco de vida ou saúde, observadas as disposições da concedida a outros funcionários, em casos especiais e por
Lei Federal que disciplinam a matéria, aferido mediante prazo determinado, a critério exclusivo da Administração
laudo pericial emitido por médico ou engenheiro do tra- e na forma prevista em sua regulamentação.
balho do Serviço de Segurança e Higiene do Trabalho, da § 2º Ao funcionário, inclusive ocupante de cargo de
Secretaria de Administração. (Vide Leis nº 18.592/2019 e provimento em comissão, sujeito ao regime de tempo in-
nº 19.060/2023) tegral com dedicação exclusiva, é proibido exercer outro
§ 1º A gratificação de que trata o "caput" deste artigo cargo, função, profissão ou emprego, público ou particu-
será atribuída nos percentuais abaixo discriminados, cal- lar.
culados sobre o vencimento do cargo efetivo: § 3º Excluem-se das limitações referidas no Pará-
I - A partir de 1º de Novembro de 2014: grafo anterior as seguintes atividades, desde que não pre-
a) grau de insalubridade mínimo - R$ 72,40 (setenta judiquem o exercício regular do cargo:
e dois reais e quarenta centavos); a) as que se destinem à difusão de ideias e conheci-
b) grau de insalubridade médio - R$ 144,80 (cento e mentos técnicos, sem vinculação empregatícia;
quarenta e quatro reais e oitenta centavos); b) a elaboração de pareceres científicos e de resposta
c) grau de insalubridade máximo - R$ 289,60 (du- a consultas sobre assuntos especializados;
zentos e oitenta e nove reais e sessenta centavos). (Reda- c) o exercício em órgão de deliberação coletiva,
ção dada pela Lei nº 18.037/2014) quando resultar de indicação do governo federal, estadual
II - A partir de 1º de Janeiro de 2015: ou municipal, ou de eleição pela respectiva categoria fun-
a) grau de insalubridade mínimo - R$ 77,98 (setenta cional;
e sete reais e noventa e oito centavos); d) a participação em comissão examinadora de con-
b) grau de insalubridade médio - R$ 155,96 (cento e curso;
cinquenta e cinco reais e noventa e seis centavos); e) o exercício de atividades docente, quando haja com-
c) grau de insalubridade máximo - R$ 311,92 (tre- patibilidade de horário e correlação com o cargo de funcio-
zentos e onze reais e noventa e dois centavos). (Redação nário.
dada pela Lei nº 18.037/2014) § 4º Fica assegurada a estabilidade financeira, quanto a
§ 2º A gratificação pelo exercício de atividades insa- gratificações, de qualquer natureza, percebidas ininterrupta-
lubres será concedida por Resolução da Comissão Execu- mente há oito (8) anos pelo funcionário.
Art. 153 A gratificação pela participação, como inte-
tiva aos funcionários que exercerem essas atividades no
grante ou auxiliar, em comissão, em grupo especial de traba-
âmbito da Câmara Municipal do Recife, devendo fazer
lho, em grupo de pesquisa, de apoio ou de assessoramento
parte integrante o respectivo laudo pericial. técnico e em órgão de deliberação coletiva é a vantagem con-
§ 3º Os efeitos financeiros decorrentes da gratifica- tingente e acessória do vencimento, atribuída por tempo certo
ção de que trata o "caput" deste artigo retroagirão à data e na forma disposta em regulamentação.
dos respectivos requerimentos. Art. 154 A gratificação de produtividade destina-se a es-
§ 4º O direito à gratificação de insalubridade cessa timular as atividades de tributação, arrecadação e fiscaliza-
com a eliminação ou neutralização das condições ou dos ção fazendária, na forma prevista em sua regulamentação.
riscos que deram causa à sua concessão. Art. 155 A gratificação de monitoragem em cursos
§ 5º Haverá permanente controle da atividade de ser- especiais ou de treinamento a servidores municipais será
vidores em operações em locais considerados insalubres. concedida, por tempo determinado a funcionário, desde
§ 6º A servidora gestante ou lactante será afastada, que esta atividade não seja inerente ao exercício do seu
enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e cargo.
locais previstos no parágrafo anterior, exercendo suas ati- Art. 156 A gratificação para diferença de caixa, no
vidades em local salubre. valor mensal de até 20% vinte por cento) do respectivo
§ 7º Os locais de trabalho e os servidores que operam vencimento, será atribuída ao funcionário que pagar ou
com Raio X ou substâncias radioativas serão mantidos sob receber em moeda corrente, como decorrência de suas
controle permanente, de modo que as doses de radiação atribuições.
ionizante não ultrapassem o nível previsto na legislação Art. 157 Os servidores do município, inclusive os
própria. ocupantes de cargo de provimento em comissão, os inati-
§ 8º Os servidores a que se refere o parágrafo anterior vos, pensionistas e beneficiários, perceberão uma Gratifi-
serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. cação de Natal, correspondente a um doze (1/12) avos do
(Redação dada pela Lei nº 15.076/1988 por arrastamento vencimento e vantagens por mês de serviços prestado du-
da Lei nº 15.620/1992) rante o respectivo exercício.

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Legislação Municipal
§ 1º A gratificação natalina será paga considerando requerido pelos herdeiros ou, na ausência destes, pela pes-
os valores das tabelas de vencimento básico e gratifica- soa que houver efetuado a despesa do sepultamento. (Vide
ções vigentes no mês de dezembro de cada ano. Lei nº 19021/2022)
§ 2º Cada parcela remuneratória recebida durante o § 1º Em caso de acumulação, o auxílio-funeral será
exercício integrará a gratificação natalina na proporção de pago somente em razão do cargo de maior remuneração
um doze (1/12) avos por mês de serviço a que o servidor do funcionário falecido.
fez jus ao seu recebimento. § 2º O processo de pagamento de auxílio-funeral terá
§ 3º O servidor exonerado antes do mês de dezembro tramitação sumária, devendo estar concluído no prazo má-
perceberá sua gratificação natalina proporcionalmente aos ximo de quarenta e oito (48) horas, contado da apresenta-
meses de exercício, considerando os valores das tabelas ção do atestado de óbito no órgão de pessoal, incorrendo
de vencimento básico e gratificações do mês da exonera- em pena de suspensão o responsável pelo retardamento.
ção. (Redação dada pela Lei nº 16.831/2002) Art. 167 Ao funcionário estudante, de curso regular
§ 4º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de ministrado em estabelecimento de ensino médio ou supe-
trabalho será havida como mês integral para os efeitos rior, permitir-se-á faltar ao serviço, sem prejuízo do ven-
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 17.885/2013) cimento e das vantagens, nos dias de exames parciais, fi-
Art. 158 Os encargos previstos no inciso XI do artigo nais ou vestibulares, mediante comprovação fornecida
146 deste Estatuto, destinam-se exclusivamente a casos pelo respectivo órgão de ensino.
especiais e são concedidos a funcionários na forma que Parágrafo Único. Ao funcionário de que trata este Ar-
dispõe a Lei. tigo conceder-se-á, sem prejuízo da duração semanal de
Parágrafo Único. A gratificação especial referido no trabalho, horário que lhe permita frequência regular às au-
inciso XI do Artigo 146 deste Estatuto, é inerente aos car- las.
gos de procurador Judicial. Art. 168. O servidor poderá ser afastado, a critério da
Art. 159 As gratificações de função e de serviços ex- Administração, para missão oficial ou estudo que guarde
traordinários não poderão ser atribuídas a ocupante de correlação com a atividade que exerça:
cargo de provimento em comissão. § 1º Na hipótese de estudo, deverão ser comprovados
Art. 160 As gratificações previstas neste Estatuto são a frequência e o aproveitamento.
vantagens contingentes e acessórias do vencimento e sua § 2º O afastamento, em qualquer hipótese, não po-
concessão condiciona-se ao interesse da Administração e derá exceder dois (2) anos e somente após o transcurso de
aos requisitos fixados em Lei, somente podendo ser per- igual período poderá ser autorizado novo afastamento da
cebidas cumulativamente, na forma em que dispuserem mesma natureza.
suas respectivas regulamentações. § 3º Decreto do Poder Executivo regulamentará as
Art. 161 Os afastamentos decorrentes de férias, li- hipóteses de afastamento previstas neste artigo. (Redação
cença-prêmio, licenças à gestante ou para tratamento de dada pela Lei nº 18964/2022)
saúde não interromperão a percepção das gratificações Art. 169. O funcionário efetivo poderá, na forma em
previstas neste Estatuto. que lei específica dispuser, optar pelo regime da legisla-
Parágrafo Único. Na hipótese de casos especiais, a ção trabalhista.
critério da Administração, poder-se-ão estabelecer outros Art. 170 O funcionário efetivo que ocupar, durante
tipos de afastamento não motivadores de interrupção da oito (8) anos ininterruptos, cargo de provimento em co-
percepção das gratificações. missão, terá assegurado o direito à remuneração corres-
pondente ao cargo que assim exercia, ao completar o men-
SEÇÃO VI cionado período de tempo.
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO § 1º Na hipótese de ser exonerado do cargo em co-
Revogada por força da Lei nº 15.127/1988) missão, o funcionário de que trata este artigo voltará a
Art. 162 REVOGADO. exercer o cargo efetivo de que é titular.
Art. 163 REVOGADO. § 2º O disposto neste Artigo aplica-se apenas aos fun-
cionários do Quadro Permanente da Prefeitura e à dispo-
Capítulo X sição da Câmara Municipal, bem como aos do Quadro
DAS CONCESSÕES Permanente da Câmara Municipal à disposição da Prefei-
Art. 164 O funcionário poderá faltar ao serviço até tura.
oito (8) dias consecutivos, sem prejuízo do vencimento ou
de qualquer direito ou vantagem legal por motivo de: Capítulo XI
I - casamento, a contar da data da realização da ceri- DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA
mônia civil, ou religiosa com efeitos civis; Art. 171 O Município prestará assistência ao funcio-
II - falecimento do cônjuge ou companheira, ascen- nário e à sua família.
dentes, descendentes ou irmãos; Art. 172 Entre as formas de assistência, incluem-se:
Art. 165 O Município custeará as despesas com I - assistência médica, dentária, hospitalar e alimen-
transladação do corpo do funcionário que falecer no de- tar; além de outras julgadas necessárias;
sempenho de missão oficial fora do Município, desde que II - previdência, seguro e assistência jurídica;
solicitada pela família. III - financiamento para aquisição de imóvel desti-
Art. 166. À família do funcionário falecido, inclusive nado à residência;
a do inativo, conceder-se-á auxílio-funeral correspon- IV - cursos de aperfeiçoamento e especialização pro-
dente a um mês de remuneração ou provento, quando fissional;

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V - centros comunitários e outras formas de desen- TÍTULO IV
volvimento cívico e cultural. DO REGIME DISCIPLINAR
Art. 173 – REVOGADO. Capítulo I
DA ACUMULAÇÃO
Capítulo XII Art. 183 É vedada a acumulação remunerada de car-
DO DIREITO DE PETIÇÃO gos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
Art. 174 É assegurado ao funcionário o direito de re- horários, nas seguintes hipóteses:
querer ou representar. I - dois cargos de professor;
Art. 175 O requerimento, dirigido à autoridade com- II - um cargo de professor com outro técnico ou ci-
petente para decidi-lo, será obrigatoriamente examinado entífico;
pelo órgão de Pessoal, que o encaminhará à decisão final. III - dois cargos ou empregos privativos de profissi-
Parágrafo Único. O requerimento deverá ser deci- onais de saúde, com profissões regulamentadas.
dido no prazo de 30 (trinta) dias, improrrogáveis. § 1º Presume-se como cargo de natureza técnica ou
Art. 176 O pedido de reconsideração será dirigido, científica, para os fins do inciso II, qualquer cargo público
no prazo de 30 (trinta) dias, à autoridade que houver ex- para o qual se exija educação superior ou educação pro-
pedido o ato ou proferido a primeira decisão, vedada sua fissional, ministrada na forma e nas condições previstas
renovação. na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Parágrafo Único. O pedido de reconsideração deverá § 2º A proibição de acumular estende-se:
ser decidido dentro do prazo de 20 (vinte) dias improrro- I - a empregos e funções, inclusive contratos tempo-
gáveis. rários, e abrange autarquias, fundações, empresas públi-
Art. 177 Caberá recurso: cas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e so-
I - quando o pedido de reconsideração não for deci- ciedades controladas direta ou indiretamente pelo poder
dido no prazo legal; público; e
II - do indeferimento do pedido de reconsideração; II - aos proventos de aposentadoria pagos pelo re-
III - das decisões sobre os recursos sucessivamente gime próprio de previdência social do município do Re-
interpostos. cife e de outros entes da federação, ressalvados os proven-
Parágrafo Único. O recurso será dirigido, no prazo tos decorrentes de cargo acumulável na forma deste ar-
de 30 (trinta) dias, à autoridade imediatamente superior tigo.
àquela que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, § 3º O servidor que acumular licitamente cargos públi-
sucessivamente, em escala ascendente, às demais autori- cos fica obrigado a comprovar a compatibilidade de horários.
dades. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)
Art. 178 O pedido de reconsideração e o recurso não Art. 184 O funcionário não poderá exercer mais de um
terão efeito suspensivo e retroagirão, se providos nos seus cargo em comissão, ou integrar mais de um órgão de delibe-
efeitos parciais ou totais, à data do ato impugnado. ração coletiva, salvo, neste último caso, quando for inte-
Art. 179 O direito de pleitear na esfera administrativa grante nato.
prescreverá: § 1º O servidor poderá participar de forma remunerada
de até 2 (duas) comissões, ou grupos ou órgãos de delibera-
I - em 5 (cinco) anos quanto aos atos de que decorram
ção coletiva, desde que seja membro nato de um deles.
demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibili-
§ 2º O servidor do município do Recife que exercer
dade e decesso de vencimentos e vantagens;
cargo em comissão ou função gratificada pode participar
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos.
de forma remunerada de 01 (uma) comissão, grupo ou ór-
Art. 180 O prazo de prescrição contar-se-á da data da
gão de deliberação coletiva, desde que seja membro per-
publicação do ato impugnado e, quando este for de natu-
manente ou integrante nato do órgão colegiado, e que as
reza reservada, da data em que o interessado dele tiver ci-
atribuições a ser desempenhadas na comissão, grupo ou
ência oficial.
órgão de deliberação coletiva não sejam privativas do
Art. 181 O pedido de reconsideração e o recurso,
cargo ou função ocupada. (Redação acrescida pela Lei nº
quando cabíveis, interrompem a prescrição uma única
18.441/2017)
vez.
Art. 185 Verificada, a qualquer tempo, a acumulação
Parágrafo Único. A prescrição interrompida recome-
ilegal de cargos, empregos, funções públicas ou proventos
çará a viger da data do ato que a interrompeu, ou do último
de aposentadoria, a Comissão de Acumulação de Cargos -
ato ou termo do respectivo processo.
CAC notificará o servidor para apresentar defesa ou fazer
Art. 182 Os prazos estabelecidos neste Estatuto con-
opção, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da
tam-se continuamente, com exclusão do dia do começo e
ciência da notificação.
inclusão do dia do termo final.
§ 1º Apresentada ou não a defesa, a Comissão de
Parágrafo Único. Os prazos que se vencerem em sá-
Acumulação de Cargos - CAC decidirá quanto à legali-
bado, domingo, dia feriado, santificado ou considerado de
dade da acumulação.
frequência facultativa, terminarão no primeiro dia útil
§ 2º Em decorrência da opção, o servidor será exo-
subsequente.
nerado do cargo, emprego ou função exercido no municí-
pio do Recife ou no outro ente federado, hipótese em que
deverá fazer a comprovação com cópia da portaria do ato
de exoneração e o processo será arquivado no âmbito da
Comissão de Acumulação de Cargos - CAC.

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§ 3º Com a opção pela renúncia aos proventos da X - Colaboração para o aperfeiçoamento dos servi-
aposentadoria, o seu pagamento cessa imediatamente. ços, sugerindo à direção ou chefia imediatas as medidas
§ 4º Se o servidor não fizer a opção no prazo deste que julgar necessárias;
artigo, a Comissão de Acumulação de Cargos - CAC soli- XI - manutenção de sigilo sobre documentos e fatos
citará à autoridade competente a instauração de processo de que tenha conhecimento, em razão do cargo;
administrativo disciplinar para apuração da responsabili- XII - zelar pela economia do material e a conserva-
dade funcional. ção do patrimônio público; (Redação acrescida pela Lei
§ 5º Instaurado o processo administrativo disciplinar, nº 18.441/2017)
se o servidor, até o último dia de prazo para defesa escrita, XIII - atender com presteza ao público, às requisi-
fizer a opção de que trata este artigo, comprovando a exo- ções para defesa da Fazenda Pública e aquelas necessárias
neração do cargo ou a dispensa de emprego ou função ob- a subsidiar procedimentos administrativos disciplinares;
jeto da acumulação, presume-se a sua boa-fé e o processo (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)
será arquivado. XIV - prestar à autoridade ou órgão competente in-
§ 6º O disposto no § 5º não se aplica se o servidor formação não sigilosa de que tenha conhecimento em ra-
houver feito declaração falsa sobre acumulação de cargos zão do exercício de suas atribuições; (Redação acrescida
por ocasião de sua posse ou for reincidente na acumulação pela Lei nº 18.441/2017)
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas. XV - comparecer, quando convocado, à inspeção ou
§ 7º Caracterizada no processo administrativo disci- perícia médica e ao censo previdenciário. (Redação acres-
plinar a acumulação ilegal e provada a má-fé, a Comissão cida pela Lei nº 18.441/2017)
Central de Inquérito - CCI concluirá o relatório pela apli-
cação da pena de demissão, destituição de cargo comissi- Capítulo IV
onado, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em DAS PROIBIÇÕES
relação ao cargo exercido no município do Recife, sem Art. 188 Ao funcionário é proibido:
prejuízo da restituição ao erário dos valores indevida- I - acumular dois ou mais cargos, funções ou empre-
mente percebidos sem a prestação do serviço e da ação gos públicos, salvo as exceções previstas em Lei;
penal cabível. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017) II - referir-se, à autoridade ou a atos da Administra-
ção Pública de modo depreciativo, em informação, pare-
Capítulo II cer ou despacho, podendo, porém, em trabalho assinado,
DO EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização
Art. 186 O funcionário efetivo, investido em man- do serviço;
dato eletivo, ficará afastado do exercício do cargo. III - retirar, sem autorização da autoridade compe-
§ 1º Tratando-se de vereança do Município do Re- tente, documento ou objeto de trabalho que não lhe per-
cife, o funcionário efetivo poderá exercê-la cumulativa- tença;
mente com o cargo, desde que haja compatibilidade de ho- IV - promover manifestação de apreço ou desapreço
rário, optando, em caso contrário, pela remuneração do e fazer circular ou subscrever listas de donativos no re-
cargo ou pelos subsídios. cinto do trabalho;
§ 2º O funcionário efetivo, quando no exercício do V - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal, em
mandato de Prefeito, deverá afastar-se do seu cargo, op- detrimento da dignidade da função;
tando pela sua remuneração, sem prejuízo da verba de re- VI - coagir ou aliciar subordinados, com objetivo de
presentação que couber ao Chefe do Executivo. natureza político-partidária;
VII - participar de gerência ou administração de so-
Capítulo III ciedade privada, personificada ou não personificada, não
DOS DEVERES se aplicando esse dispositivo ao servidor em gozo de li-
Art. 187 São deveres básicos do funcionário: cença sem vencimentos, aposentados ou em se tratando de
I - exação administrativa; instituições ou entidades beneficentes, filantrópicas, de
II - assiduidade; caráter social e humanitário e sem fins lucrativos, quando
III - pontualidade; compatíveis com a jornada de trabalho; (Redação dada
IV - discrição; pela Lei nº 18.441/2017)
V - urbanidade; VIII - exercer o comércio ou participar de sociedade
VI - observância às normas legais e regulamentares; empresária, exceto como acionista, cotista ou comanditá-
VII - obediência às ordens superiores e às determina- rio, não se aplicando este dispositivo ao servidor em gozo
ções emanadas pela Controladoria Geral do Município, de licença sem vencimentos ou aos aposentados; (Reda-
salvo quando manifestamente ilegais; (Redação dada pela ção dada pela Lei nº 18.441/2017)
Lei nº 17.867/2013) IX - pleitear, como procurador ou intermediário,
VIII - representação à autoridade superior sobre irre- junto às repartições públicas municipais, salvo quando se
gularidades de que tiver ciência, em razão do cargo; tratar de percepção de vencimentos, proventos, remunera-
IX - observância, nas relações de trabalho e na soci- ção ou vantagens de parente consanguíneo ou afim até o
edade, de comportamento condizente com a sua qualidade segundo grau, ou de cônjuge ou companheiro; (Redação
de servidor público e de cidadão; (Redação dada pela Lei dada pela Lei nº 18.441/2017)
nº 18.441/2017) X - praticar usura, em qualquer das suas formas;
XI - receber propinas, comissões, presentes ou van-
tagens ilícitas, em razão do cargo ou função;

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XII - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos incompatíveis com os fundamentos e os princípios da ad-
casos previstos em lei, desempenho de encargos que lhe ministração pública;
competir ou a seus subordinados; d) repassar dados cadastrais e informações de servi-
XIII - promover, direta ou indiretamente, a paralisa- dores públicos ou da repartição para terceiros, sem auto-
ção dos serviços públicos, ou dela participar; rização e fora dos casos previstos em lei;
XIV - aceitar comissão, emprego ou pensão de Go- e) permitir ou facilitar o acesso a recursos computa-
verno estrangeiro, sem prévia autorização do Presidente cionais, sistemas de informações ou banco de dados da
da República; administração pública de pessoa não autorizada, mediante
XV - aceitar contrato com a Administração Munici- atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha ou qual-
pal, quando não autorizado em lei ou regulamento; quer outro meio; (Redação acrescida pela Lei nº
XVI - comparecer ao serviço em estado de embria- 18.441/2017)
guez ou apresentar-se nesse estado, habitualmente, em pú- XXVI - usar conhecimentos e informações adquiri-
blico; dos no exercício de suas atribuições para violar ou tornar
XVII - proceder de forma desidiosa, incorrendo, re- vulnerável a segurança, os sistemas de informática, sites
petidamente, em descumprimento de deveres e atribui- ou qualquer outra rotina ou equipamento da repartição.
ções funcionais; (Redação acrescida pela Lei nº (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)
18.441/2017)
XVIII - opor resistência injustificada ao andamento Capítulo V
de documentos e processo ou à execução de serviço; (Re- DA RESPONSABILIDADE
dação acrescida pela Lei nº 18.441/2017) Art. 189 O funcionário responde administrativa, civil
XIX - utilizar pessoal ou recursos materiais da repar- e penalmente pelo exercício irregular de suas atribuições.
tição em serviços ou atividades particulares; (Redação Art. 190 A responsabilidade administrativa resulta de
acrescida pela Lei nº 18.441/2017) atos ou omissões que contravenham o cumprimento dos
XX - manter, sob sua chefia imediata, em cargo co- deveres, atribuições e responsabilidades que as leis e os
missionado ou função gratificada, cônjuge, companheiro regulamentos cometam ao funcionário, e não será elidida
ou parentes fora dos casos permitidos em lei; (Redação pelo ressarcimento do dano.
acrescida pela Lei nº 18.441/2017) Art. 191 A responsabilidade civil decorre de procedi-
XXI - cometer a outro servidor atribuições estranhas mento doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fa-
ao cargo que ocupa, exceto quando este for designado, zenda Municipal ou a terceiros.
pela autoridade competente, para compor comissão, grupo § 1º Por dano causado a terceiros, o funcionário res-
de trabalho ou para atuar como perito ou assistente técnico ponderá perante a Fazenda Municipal em ação regressiva,
em processo administrativo ou judicial, ou, ainda, em si- proposta depois de transitar em julgado a decisão de úl-
tuações transitórias ou de emergência, observado o inte- tima instância que houver condenado a Fazenda a indeni-
resse do serviço público; (Redação acrescida pela Lei nº zar os terceiros prejudicados.
18.441/2017) § 2º Se o prejuízo resultar de alcance, desfalque, re-
XXII - exercer quaisquer atividades que sejam in- missão ou omissão em efetuar recolhimentos ou entradas,
compatíveis com o exercício do cargo ou função e com o nos prazos legais, o funcionário será obrigado a repor a
horário de trabalho; (Redação acrescida pela Lei nº importância respectiva de uma só vez, independentemente
18.441/2017) de outras cominações legais, estatutárias ou regulamenta-
XXIII - acessar, armazenar ou transferir, intencional- res.
mente, com recursos eletrônicos da administração pública Art. 192 A responsabilidade penal abrange os crimes
ou postos à sua disposição, informações de conteúdo por- e as contravenções imputadas ao funcionário.
nográfico ou erótico, ou que incentivem a violência ou a Art. 193 Considera-se infração disciplinar o ato pra-
discriminação em quaisquer de suas formas; (Redação ticado pelo funcionário com violação dos deveres e das
acrescida pela Lei nº 18.441/2017) proibições decorrentes do cargo que exerce e deste Esta-
XXIV - discriminar qualquer pessoa, no recinto da tuto.
repartição, com a finalidade de expô-la a situação humi- Parágrafo Único. A infração é punível, por ação ou
lhante, vexatória, angustiante ou constrangedora, em rela- omissão, independentemente de haver produzido ou não
ção à origem, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, resultado prejudicial ao serviço.
trabalho, religião, convicções políticas ou filosóficas, ori- Art. 194 São penas disciplinares: (Redação dada
entação sexual, deficiência física, imunológica, sensorial pela Lei nº 18.441/2017)
ou mental; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017) I - advertência verbal;
XXV - usar recursos computacionais da administra- II - repreensão;
ção pública para, intencionalmente: III - multa;
a) violar sistemas ou exercer outras atividades preju- IV - suspensão;
diciais a sites públicos ou privados; V - destituição de cargo em comissão; (Redação
b) disseminar vírus, cavalos de troia, spyware e con- dada pela Lei nº 18.441/2017)
gêneres; VI - demissão;
c) disponibilizar, em sites do serviço público, propa- VII - cassação de aposentadoria ou de disponibili-
ganda ou publicidade de conteúdo privado, político-parti- dade.
dário ou sindical, informações e outros conteúdos Parágrafo Único. Na aplicação das penas disciplina-
res serão consideradas a natureza e a gravidade da

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infração além de danos que dela provierem para o serviço III - incontinência pública e conduta escandalosa;
público e os antecedentes do funcionário. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)
Art. 195 Não se aplicará ao funcionário mais de uma IV - insubordinação grave em serviço;
pena disciplinar por infração ou infrações acumuladas que V - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particu-
sejam apreciadas em um só processo, mas a autoridade lar, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; (Re-
competente poderá decidir, entre as penas cabíveis, a que dação dada pela Lei nº 18.441/2017)
melhor atenda aos interesses da disciplina e o serviço. VI - aplicação irregular dos dinheiros públicos;
Art. 196 A pena de repreensão será aplicada por es- VII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa-
crito, em caso de desobediência ou falta de cumprimento trimônio público;
dos deveres funcionais. VIII - revelação de segredo de que tenha conheci-
Art. 197 A pena de suspensão, que não excederá a 30 mento em razão de suas atribuições;
(trinta) dias, será aplicada nos casos de falta grave ou rein- IX - ao ocupante do cargo de Agente Comunitário de
cidência, bem como transgressão dos incisos II, III, IV, Saúde que deixar de residir na comunidade onde atua.
IX, XII, XIII, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI, XXII e (Redação dada pela Lei nº 17.233/2006)
XXIV do artigo 188. (Redação dada pela Lei nº X - reincidência em falta que deu origem à aplicação
18.441/2017) da pena de suspensão por trinta (30) dias;
§ 1º O funcionário, enquanto suspenso, perderá todos XI - transgressão ao disposto nos incisos I, V, VI, VII,
os direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo, VIII, X, XI, XIV, XV, XXIII, XXV e XXVI do artigo 188
exceto o salário-família. deste Estatuto; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)
§ 2º Quando houver conveniência do serviço, a pena XII - perda da nacionalidade brasileira, na forma da
de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de lei; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)
50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento, obri- XIII - inassiduidade habitual; (Redação dada pela
gado o funcionário a permanecer em exercício. Lei nº 18.441/2017)
§ 3º Ao servidor aposentado que vier a ser aplicada a XIV - reincidência em proceder de forma desidiosa;
pena de suspensão, em razão de fatos praticados enquanto (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)
estava na atividade, a penalidade será comutada para XV - corrupção; (Redação acrescida pela Lei nº
multa, na razão de 100% (cem por cento) por dia, calcu- 18.441/2017)
lado sobre os proventos da aposentadoria, revertida ao Te- XVI - improbidade administrativa. (Redação acres-
souro Municipal. (Redação acrescida pela Lei nº cida pela Lei nº 18.441/2017)
18.441/2017) § 1º Considera-se abandono de cargo a ausência in-
Art. 198 São motivos determinantes da destituição de tencional do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta)
cargo em comissão: (Redação dada pela Lei nº dias consecutivos. (Redação dada pela Lei nº
18.441/2017) 18.441/2017)
I - atestar falsamente a prestação de serviço extraor- § 2º A reassunção das atribuições, depois de consu-
dinário; mado o abandono de cargo, não afasta a responsabilidade
II - não cumprir ou tolerar que não se cumpra a jor- administrativa, nem caracteriza perdão tácito da adminis-
nada de trabalho; tração pública. (Redação acrescida pela Lei nº
III - promover ou tolerar o desvio irregular de fun- 18.441/2017)
ção; § 3º Considera-se inassiduidade habitual a falta ao
IV - retardar a instrução ou o andamento do processo; serviço, sem causa justificada, por período igual ou supe-
V - coagir ou aliciar subordinados, com objetivo de rior a 60 (sessenta) dias interpoladamente, durante o perí-
natureza político-partidária; odo de 12 (doze) meses. (Redação acrescida pela Lei nº
VI - deixar de prestar ao órgão de pessoal a informa- 18.441/2017)
ção de que trata o Artigo 25 deste Estatuto; Art. 200 O ato de demissão mencionará sempre a
VII - a prática de infrações sujeitas às penas de sus- causa da aplicação da penalidade e o dispositivo legal em
pensão e de demissão. (Redação acrescida pela Lei nº que se fundamentou.
18.441/2017) § 1º O servidor indiciado em inquérito não poderá ser
§ 1º Constatada a hipótese de que trata este artigo, se exonerado a pedido, enquanto não for concluído o pro-
o servidor já tiver sido exonerado quando da aplicação da cesso administrativo em que se comprove a sua inocência.
sanção, a exoneração será convertida em destituição de (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)
cargo em comissão. (Redação acrescida pela Lei nº § 2º Se o servidor já tiver sido exonerado quando da
18.441/2017) aplicação da sanção prevista neste artigo, a exoneração
§ 2º A aplicação da pena de destituição de cargo em será convertida em demissão. (Redação acrescida pela
comissão não elide, quando couber, o dever de ressarci- Lei nº 18.441/2017)
mento ao erário, sem prejuízo da ação cível ou penal ca- Art. 201 Será cassada a aposentadoria ou disponibi-
bível e demais medidas administrativas. (Redação acres- lidade, nos seguintes casos:
cida pela Lei nº 18.441/2017) I - falta punível com a pena de demissão, quando pra-
Art. 199 A pena de demissão será aplicada nos casos ticada ainda no efetivo exercício do cargo;
de: II - aceitação ilegal de cargo, provada a má-fé;
I - crimes contra a administração pública; (Redação III - aceitação de comissão, emprego ou pensão de
dada pela Lei nº 18.441/2017) Governo estrangeiro, sem prévia autorização do Presi-
II - abandono de cargo; dente da Republica;

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IV - prática de advocacia administrativa ou usura, em comissão, demissão e cassação de aposentadoria e dispo-
qualquer de suas formas. nibilidade.
Art. 202 São competentes para aplicação das penas Parágrafo único. A demissão, a cassação de aposen-
disciplinares: tadoria ou disponibilidade ou a destituição de cargo em
I - Prefeito ou Presidente da Câmara Municipal, de- comissão implicam a incompatibilização para nova inves-
pendendo da vinculação funcional, em qualquer caso, e, tidura em cargo público, no Município do Recife, pelo
privativamente, nos casos de demissão, destituição de prazo de 03 (três) anos, sem prejuízo de ação cível ou pe-
cargo em comissão e cassação de aposentadoria ou dispo- nal e das demais medidas administrativas. (Redação dada
nibilidade; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017) pela Lei nº 18.441/2017)
II - O Procurador Geral do Município, o Controlador
Geral, os Secretários e dirigentes de órgãos a estes equi- TITULO V
parados, em todos os casos, exceto os previstos como DO PROCESSO DISCIPLINAR
competência privativa do inciso I; (Redação dada pela Lei Capítulo I
nº 18.441/2017) DO RITO PROCESSUAL
III - Os Secretários Executivos, os Diretores Execu- Art. 206 A autoridade administrativa ou o funcioná-
tivos, os Gerentes Gerais e o Corregedor da Guarda Mu- rio que tiver ciência de irregularidade no serviço público
nicipal do Recife, nos casos de advertência, repreensão e municipal deverá tomar as providências necessárias para
suspensão de até 08 (oito) dias. (Redação dada pela Lei sua apuração.
nº 18.441/2017) Art. 207 O processo administrativo compreende a
§ 1º Da aplicação de penalidade caberá pedido de re- sindicância e o inquérito administrativo.
consideração e recursos, na forma deste Estatuto. § 1º O Inquérito Administrativo Disciplinar deverá
§ 2º À autoridade superior cabe a faculdade de agra- ser conduzido sob o rito ordinário ou sumário. (Redação
var, atenuar ou cancelar a pena imposta por autoridade su- acrescida pela Lei nº 18.441/2017)
bordinada. § 2º O rito sumário será adotado para apuração das
§ 3º A pena de multa será aplicada pela autoridade infrações de abandono de cargo, inassiduidade habitual e
que impuser a suspensão. acumulação ilícita de cargos. (Redação acrescida pela Lei
Art. 203 As penalidades aplicadas deverão constar do nº 18.441/2017)
assentamento individual do funcionário. § 3º O processo administrativo disciplinar submetido
Parágrafo único. Extinta a punibilidade pela prescri- ao rito sumário se desenvolverá nas seguintes fases:
ção, o órgão competente promoverá apenas o registro do I - instauração, com a publicação do ato que consti-
fato nos assentamentos individuais do servidor. (Redação tuir a Comissão na forma do § 1º do artigo 211;
acrescida pela Lei nº 18.441/2017) II - instrução sumária, que compreende a indiciação,
Art. 204 Prescreverão: defesa e relatório;
I - em um (1) ano, as infrações sujeitas às penas de III - julgamento. (Redação acrescida pela Lei nº
advertência e de repreensão; 18.441/2017)
II - em dois (2) anos, as infrações sujeitas à pena de § 4º Ao procedimento sumário se aplicam, subsidia-
suspensão; riamente, as disposições do rito ordinário. (Redação
III - em 05 (cinco) anos, as infrações sujeitas às penas acrescida pela Lei nº 18.441/2017)
de destituição de cargo em comissão, demissão e cassação § 5º Nas infrações sujeitas ao rito sumário, achando-
de aposentadoria ou disponibilidade. (Redação dada pela se o indiciado em lugar incerto ou não sabido, poderá a
Lei nº 18.441/2017) Comissão adotar o rito ordinário. (Redação acrescida pela
§ 1º Os prazos de prescrição previstos na lei penal Lei nº 18.441/2017)
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também § 6º Na apuração das infrações sujeitas ao procedi-
como crime. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017) mento sumário, a Comissão lavrará, até 10 (dez) dias após
§ 2º O curso da prescrição começa a fluir da data que a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação
o fato se tornou conhecido pela autoridade competente em que serão transcritas as informações relativas à auto-
para instaurar a sindicância ou processo disciplinar e se ria, correspondente ao nome, cargo, matrícula e lotação do
interrompe pelo ato que determinar a instauração do in- servidor, e materialidade, mediante descrição dos fatos,
quérito administrativo. (Redação dada pela Lei nº bem como promoverá a citação pessoal investigado, ou
18.441/2017) por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de
§ 3º Interrompida a prescrição, sua contagem é reini- 10 (dez) dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-
ciada depois de esgotados os prazos para conclusão e jul- lhe vista do processo na repartição. (Redação acrescida
gamento do processo disciplinar, incluído o prazo de pror- pela Lei nº 18.441/2017)
rogação. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017) § 7º Apresentada a defesa, a Comissão elaborará re-
§ 4º O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a latório conclusivo quanto à inocência ou a responsabili-
instauração ou a tramitação do processo disciplinar ou a dade do servidor, em que resumirá as peças principais dos
aplicação de sanção disciplinar estiver obstada por deter- autos, opinará sobre a licitude da conduta em exame, in-
minação judicial. (Redação acrescida pela Lei nº dicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo
18.441/2017) à autoridade instauradora, para julgamento. (Redação
Art. 205 Será obrigatoriamente precedida de inqué- acrescida pela Lei nº 18.441/2017)
rito administrativo a aplicação das penas de suspensão por § 8º No prazo de 10 (dez) dias, contados do recebi-
mais de 15 (quinze) dias, de destituição de cargo em mento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua

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decisão, observado o disposto no art. 202. (Redação § 1º O inquérito, sob o rito ordinário ou sumário, será
acrescida pela Lei nº 18.441/2017) conduzido por pelo menos 03 (três) membros, sendo 01
§ 9º Na apuração das infrações de abandono de cargo (um) deles membro permanente.
ou inassiduidade habitual, observar-se-á que: § 2º As audiências no Processo Administrativo Dis-
I - a indicação da materialidade ocorrerá: ciplinar, sempre que for conveniente para o serviço, po-
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação dem ser presididas por um membro permanente.
precisa do período de ausência intencional do servidor ao § 3º Fica limitado a 7 (sete) o número de servidores
serviço superior a 30 (trinta) dias; designados como membros de Apoio I e a 7 (sete) o nú-
b) no caso de inassiduidade habitual, pela relação dos mero de servidores designados como membros de Apoio
dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período II da Comissão Central de Inquérito.
igual ou superior a 60 (sessenta) dias interpoladamente, § 4º O Presidente da Comissão Central de Inquérito
durante 12 (doze) meses. designará um dos membros de Apoio I (um) para o exer-
II - a Comissão, ao elaborar o relatório conclusivo de cício da função de Escrivão.
que trata este artigo sobre a inocência ou a responsabili- § 5º A Comissão Central de Inquérito, por intermédio
dade do servidor opinará, no caso de abandono de cargo, de seu Presidente, poderá requerer dos órgãos e entidades
sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a municipais documentos e informações necessários ao des-
30 (trinta) dias, e, na hipótese de inassiduidade habitual, linde dos processos de inquérito, podendo fixar prazo para
se houve justa causa para as faltas ao serviço no período resposta, cabendo aos servidores e empregados responsá-
considerado. (Redação acrescida pela Lei nº veis pela prestação das informações atender ao pedido de
18.441/2017) forma diligente e escorreita, sob pena de responsabilidade
Art. 208 São competentes para determinar a instau- funcional.
ração do processo administrativo. § 6º São requisitos necessários à composição da Co-
I - o Prefeito, o Procurador Geral do Município, o missão de Inquérito, além de ser servidor efetivo e estável
Controlador Geral, os Secretários Municipais, dirigentes do Município:
de órgãos a estes equiparados ou autoridades de mesmo I - para o Presidente da Comissão Central de Inqué-
nível da Câmara Municipal do Recife, quando se tratar de rito ser servidor de Nível Superior e Bacharel em Direito;
inquérito administrativo; (Redação dada pela Lei nº II - para os membros permanentes ser Bacharel em
18.441/2017) Direito;
II - as mesmas autoridades referidas no inciso ante- III - para os membros de Apoio I, ter concluído curso
rior, os Secretários Executivos, os Diretores Executivos, de nível superior reconhecido pelo Ministério da Educa-
dirigentes de órgãos a estes equiparados, o Corregedor da ção - MEC;
Guarda Municipal, os Gerentes Gerais ou autoridades de IV - para os membros de Apoio II, ensino médio con-
igual nível da Câmara Municipal quando se tratar de sin- cluído. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)
dicância. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017) Art. 212 O inquérito administrativo disciplinar con-
Art. 209 A sindicância será instaurada quando a falta duzido sob o rito ordinário deverá ser concluído no prazo
funcional não se revelar evidente ou for incerta a autoria. de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da publicação do
§ 1º A sindicância será procedida por 3 (três) servi- ato que determinar sua instauração, prorrogável uma
dores efetivos e estáveis designados pela autoridade que única vez, por 30 (trinta) dias, por solicitação fundamen-
determinar sua instauração, sendo um deles nominado tada do Presidente da Comissão, antes de findo o prazo
presidente, que indicará o secretário. (Redação dada pela inicial, sendo competente para autorizar a prorrogação a
Lei nº 18.441/2017) autoridade que houver determinado a instauração do in-
§ 2º A sindicância deverá ser concluída no prazo de quérito.
15 (quinze) dias, podendo ser prorrogada uma única vez, Parágrafo único. Quando se tratar de rito sumário, o
por igual período. prazo para a conclusão não excederá 45 (quarenta e cinco)
Art. 210 Da sindicância poderá resultar: dias, contados da data de publicação do ato que constituir
I - seu arquivamento, quando comprovada a inexis- a comissão, admitida a sua prorrogação por até 15
tência da irregularidade; (quinze) dias, por solicitação fundamentada do Presidente
II - aplicação de pena de advertência, repreensão, da Comissão, antes de findo o prazo inicial, sendo com-
multa e suspensão, quando comprovado descumprirnento petente para autorizar a prorrogação a autoridade que hou-
do dever por parte do funcionário, ressalvada a hipótese ver determinado a instauração do inquérito. (Redação
de que este descumprirnento implique em penalidade dada pela Lei nº 18.441/2017)
mais grave; Art. 213 O servidor designado para integrar a Comis-
III - instauração de inquérito administrativo, nos de- são poderá arguir, por escrito, sua suspeição junto à auto-
mais casos. ridade que o tiver designado, dentro do prazo de 48 (qua-
Parágrafo Único. Na hipótese do inciso II, deste Ar- renta e oito) horas, contadas da publicação do ato de de-
tigo, antes da aplicação da pena será aberto ao funcionário signação. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)
prazo de três (3) dias para oferecimento da defesa. § 1º O prazo será contato a partir da publicação do
Art. 211 A Comissão Central de Inquérito, de natu- ato que determinar a instauração do inquérito, quando o
reza permanente, será constituída por 4 (quatro) membros funcionário for integrante ou auxiliar de Comissão Perma-
permanentes, sendo 01 (um) como Presidente, e membros nente.
de apoio I e II, na forma do § 4º deste artigo, todos desig- § 2º Considerar-se-á procedente a arguição quando o
nados pelo Procurador Geral do Município. funcionário designado alegar ser parente consanguíneo ou

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afim, até o terceiro (3º) grau, ou amigo íntimo ou inimigo Parágrafo Único. Somente por decisão fundamental
capital de qualquer dos indiciados. poderá ser recusada a anexação de documentos aos autos.
Art. 214 Caberá arguir, de imediato, a suspeição de Art. 223 O presidente da Comissão, cumprindo o dis-
qualquer membro da comissão, desde que se configure, posto no Artigo 218, determinará a citação do indicado,
com relação ao arguinte, qualquer das hipóteses previstas para no prazo de 10 (dez) dias, apresentar defesa, sendo-
no § 2º, do Artigo anterior. lhe facultada vista do processo, na repartição.
§ 1º A arguição será dirigida, por escrito, ao presi- § 1º O prazo comum será de 20 (vinte) dias, no caso
dente da Comissão, que dela dará imediato conhecimento de dois ou mais indiciados.
ao arguido, para confirmá-la, por escrito, dentro do prazo § 2º Achando-se o indiciado em lugar incerto ou não
de vinte e quatro (24) horas. sabido, será chamado por edital, com prazo de 15 (quinze)
§ 2º O presidente, julgada, procedente a suspeição, dias.
solicitará da autoridade que houver determinado a instau- § 3º O edital a que se refere o Parágrafo anterior,
ração do inquérito a substituição do funcionário suspeito. além de publicação no órgão oficial do Município, será
§ 3º O presidente dará conhecimento do incidente à fixado em lugar acessível ao público, no edifício onde a
autoridade referida no Parágrafo anterior, para decisão fi- Comissão habitualmente se reunir.
nal, quando julgada improcedente a suspeição, em razão § 4º Mediante requerimento do indiciado, o prazo da
de recurso interposto pelo arguinte. defesa poderá ser prorrogada pelo dobro, para as diligên-
§ 4º Se o arguido de suspeição for o Presidente, será cias consideradas indispensáveis.
substituído por outro membro permanente, no prazo de 48 Art. 224 No caso de indiciado revel, será designada
(quarenta e oito) horas, observado o disposto no inciso I para defendê-lo, um funcionário, sempre que possível de
do § 6º do art. 211. (Redação dada pela Lei nº mesma classe e categoria funcional.
18.441/2017) Art. 225 Com a defesa, o indiciado oferecerá as pro-
§ 5º O incidente da suspeição suspenderá o curso do vas que tiver, podendo ainda requerer as diligências ne-
processo e será autuado em separado ao inquérito admi- cessárias à comprovação de suas alegações.
nistrativo. Art. 226 Depois de recebida a defesa de todos os in-
Art. 215 A autoridade competente decidirá da suspei- diciados e realizadas as diligências requeridas, a Comis-
ção no prazo máximo de setenta e duas (72) horas. são elaborará o relatório.
Art. 216 Compete ao secretário da Comissão de in- § 1º O relatório concluirá pela inocência ou culpabi-
quérito administrativo organizar os autos do processo, la- lidade do indiciado ou indiciados, indicando, neste caso,
vrar termos e atas, bem como executar as determinações as disposições legais transgredidas e propondo as penali-
do presidente. dades cabíveis.
Art. 217 A Comissão de inquérito administrativo é § 2º O relatório determinará o montante e indicará os
competente para proceder a qualquer diligência necessária modos de ressarcimento, na hipótese de prejuízo à Fa-
à instrução processual, inclusive sem exclusão de outras zenda Municipal.
inquirições, bem como requerer a participação técnica de § 3º Concluído o relatório, o processo será remetido,
profissionais especializados e peritos, quando entender sob protocolo, à autoridade que determinou a sua instau-
conveniente. ração, que proferirá decisão que preferirá decisão no prazo
Art. 218 Antes de encerrar a instrução e a f m de per- de 30 (trinta) dias.
mitir ao indiciado ampla defesa, a Comissão indicará as Art. 227 Será permitida a intervenção de advogado
irregularidades e infrações a ele atribuídas, fazendo remis- constituído pelo indiciado, em qualquer fase do inquérito.
são aos documentos, depoimentos e às correspondentes Art. 228 A autoridade que determinou a instauração
folhas dos autos. do processo administrativo comunicará o fato à autori-
Art. 219 As testemunhas que forem convocadas a de- dade policial, na hipótese de crimes de ação pública.
por, sê-lo-ão mediante oficio, registrando-se o assunto, Art. 229 A decisão que reconhecer a prática de infra-
dia, hora e local de comparecimento, vedada a recusa in- ção capitulada na legislação penal determinará, sem pre-
justificada. juízo dos procedimentos administrativos e civis, a re-
Parágrafo Único. O oficio será dirigido ao titular da messa do translado do inquérito à autoridade competente,
repartição, quando a testemunha for servidor público. ficando o original dos autos arquivado na repartição.
Art. 220 As perícias serão realizadas por perito ofi- Art. 230 Ao processo administrativo aplicar-se-á,
cial ou funcionário municipal que tiver a necessária habi- subsidiariamente, as disposições da legislação processual
lidade técnica. civil e penal vigente.
Parágrafo Único. Ressalvada a hipótese do perito ofi- Art. 231 O presidente da Comissão, constatando que
cial, os demais prestarão, perante o presidente da Comis- o indiciado foi afastado do exercício do seu cargo, deter-
são, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a minará a sua imediata reassunção, salvo se o afastamento
função, sob pena de responsabilidade. decorreu de suspensão preventiva.
Art. 221 Dependerá do assentimento prévio da auto-
ridade competente, desde que acarrete despesas para os Capítulo II
cofres da Edilidade, a realização da perícia por perito não DA PRISÃO ADMINISTRATIVA
oficial. (Vide Lei nº 15.342/1990) Art. 232
Art. 222 Nenhum documento será anexado aos autos Art. 233
sem despacho do presidente da comissão.

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Capítulo III Art. 242 Reconhecida a inocência do funcionário,
DA SUSPENSÃO ADMINISTRATIVA será tornada sem efeito a penalidade imposta, restabele-
Art. 234 O prefeito e o Presidente da Câmara Muni- cendo-se todos os direitos por ela atingidos.
cipal, em suas respectivas áreas de atuação, poderão de-
terminar a suspensão preventiva do funcionário indiciado TÍTULO VI
em inquérito, até sessenta (60) dias, para que este não ve- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
nha a influir na apuração da falta cometida. Art. 243 O regime Jurídico-administrativo deste Es-
§ 1º A suspensão preventiva poderá ser prorrogada tatuto é extensivo aos funcionários de qualquer autarquia
por mais trinta (30) dias, por solicitação do presidente da municipal não regidos pela legislação trabalhistas.
Comissão de inquérito administrativo. Art. 244 O funcionário municipal, candidato a cargo
§ 2º Exauridos os prazos de que trata este Artigo, ces- efetivo, que exercer função de direito, chefia, fiscalização
sarão os efeitos da suspensão preventiva, ainda que o in- ou arrecadação, será afastado do exercício, com direito à
quérito administrativo não esteja concluído. remuneração mensal que venha percebendo, desde a data
Art. 235 O funcionário terá direito à contagem do de registro na Justiça Eleitoral até o dia seguinte ao pleito.
tempo de serviço correspondente ao período de suspensão Art. 245 Cabe à Prefeitura da Cidade do Recife arcar
administrativa, nas seguintes hipóteses: com ônus de recolhimento das contribuições previdenciá-
I - quando reconhecida a inocência, recebendo a re- rias que lhe cabem e ao funcionário ou servidor municipal
muneração do seu cargo; inativo, quando este haja optar pela pensão especial de
II - quando a pena disciplinar se limitar à suspensão; que tratam as Leis Federais nºs 4243/63, 5315/67 e
III - quando a suspensão exceder os prazos previstos 6592/78.
no Artigo Anterior. Parágrafo Único. O recolhimento de que trata este
Artigo efetiva-se junto ao órgão previdenciário federal ou
Capítulo IV estadual, conforme o beneficiado seja regido pelo regime
DA REVISÃO trabalhista ou estatutário, respectivamente.
Art. 236 A revisão do inquérito administrativo de que Art. 247 O pagamento a que se refere o Artigo 123,
resultou pena disciplinar poderá ser requerida a qualquer deste Estatuto, será calculado com base no vencimento em
tempo, quando forem aduzidos fatos novos ou circunstân- vigor à época em que for deferida a solicitação respectiva.
cias não apreciadas no processo originário, capazes de jus- Art. 248 – REVOGADO.
tificar a inocência do servidor. (Redação dada pela Lei nº Art. 249 – REVOGADO.
18.441/2017) Art. 250 Todos os beneficiários terão direito a treze
§ 1º Não se constitui fundamento para revisão a sim- (13) pensões mensais por ano, exceto aqueles de que trata
ples alegação de injustiça da penalidade. o Artigo 248, deste Estatuto.
§ 2º A revisão poderá ser requerida por qualquer pes- Art. 251 É assegurada ao funcionário municipal o di-
soa da família ou outras constante do registro cadastral, reito de associação para defesa, assistência e representa-
tratando-se de funcionário falecido, desaparecido ou inca- ção coletiva da classe inclusive perante os Poderes Públi-
pacitado de requerer. cos.
§ 3º No processo revisional, o ônus da prova cabe ao § 1º Para cumprimento do disposto neste artigo, as
requerente. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017) entidades representativas dos funcionários deverão ter
Art. 237 A revisão tramitará em apenso ao inquérito personalidade jurídica própria.
administrativo originário. § 2º A representação por parte das entidades referidas
Art. 238 O pedido de revisão, devidamente instruído, não impede que o funcionário exerça, diretamente, qual-
será dirigido à autoridade que houver determinado a apli- quer ato em defesa de seus direitos.
cação da penalidade. § 3º É vedada a exoneração, a suspensão, a destitui-
Parágrafo Único. Compete ao órgão de Pessoal infor- ção de função ou a demissão do funcionário investido em
mar o pedido e apensá-lo aos outros do inquérito adminis- cargo de direção de entidade representativa da classe, até
trativo originário. um (1) ano após o final do seu mandato, salvo se cometer
Art. 239 A revisão será procedida por uma Comissão falta grave prevista no Artigo 199, devidamente apurada
de 03 (três) integrantes, sendo 01 (um) o presidente e 02 em inquérito administrativo com direito a ampla defesa.
(dois) servidores, todos efetivos e estáveis, de categoria Art. 252 É permitido o afastamento de funcionário
igual ou superior à do servidor punido, designados pelo municipal para exercício de mandato eletivo de Presi-
Procurador Geral do Município. dente, Secretário Geral ou Tesoureiro de entidade repre-
Parágrafo único. Não pode integrar a Comissão revi- sentativa de funcionários que congreguem, no mínimo
sora o servidor que tenha atuado na sindicância ou no pro- 500 (quinhentos) associados.
cesso disciplinar cujo julgamento se pretende revisar. (Re- § 1º O afastamento dar-se-á sem prejuízo dos venci-
dação dada pela Lei nº 18.441/2017) mentos e demais vantagens do cargo e função exercidos.
Art. 240 Serão aplicadas à revisão, no que for com- § 2º Enquanto durar o afastamento, é vedada a exo-
patível, as normas referentes ao inquérito administrativo. neração e demissão do funcionário.
Art. 241 Concluída a revisão, em prazo não superior § 3º A permissão concedida no caput deste Artigo é
a sessenta (60) dias, serão os autos remetidos à autoridade extensiva no caso de entidades federativas ou central de
competente, para decisão final. entidades que congreguem, no mínimo, 10 (dez) entidades
de classe.

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Legislação Municipal
Art. 253 O dia vinte e oito (28) de outubro será con- I - o Defensor do Povo será escolhido por 2/3 (dois
sagrado ao funcionário público municipal. terços) dos Vereadores, em lista tríplice, subscrita, no mí-
Art. 254 O presente Estatuto entrará em vigor na data nimo, por 1/3, (um terço) dos componentes da câmara, en-
da publicação da Lei que o aprovar; tre cidadãos maiores de 30 (trinta) anos e que não inte-
Recife, 8 março de 1985. grem os poderes locais;
II - o prazo de duração do mandato do Defensor do
Povo é de 1 (um) ano, permitida a sua renovação, por igual
5. LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DO RE- período, uma única vez, vedada remuneração a qualquer
CIFE. título;
Promulgada em 4 de abril de 1990. III - o Defensor do Povo poderá ser destituído por
Atualizada em 19 de maio de 2023. decisão de 2/3 (dois terços) dos Vereadores.

PREÂMBULO Capítulo II
NÓS, REPRESENTANTES DO POVO RECIFENSE, DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
INVESTIDOS EM PODERES OUTORGADOS PELA Seção I
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO Da Competência Privativa
BRASIL E LEGITIMADOS PELA VONTADE POPULAR, Art. 6º - Compete ao Município:
AFIRMANDO O PROPÓSITO DE FAVORECER O PRO- I - legislar sobre assuntos de interesse local;
GRESSO ECONÔMICO E CULTURAL, ESTABELECER II - suplementar a legislação federal e estadual no que
AS BASES DE UMA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, couber;
PROTEGER E ESTIMULAR A PRÁTICA DA CIDADA- III - instituir e arrecadar tributos de sua competência,
NIA, SOB O FUNDAMENTO DOS IDEAIS DE LIBER- bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigato-
DADE E JUSTIÇA SOCIAL, EM CONSONÂNCIA COM riedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos
A CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE DIREITO E DE UMA fixados em lei;
CIDADE SOLIDÁRIA E HUMANA, DECRETAMOS E IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
PROMULGAMOS, SOB A PROTEÇÃO DE DEUS, A SE- legislação estadual;
GUINTE LEI ORGÂNICA MUNICIPAL: V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão , os serviços públicos de interesse
TÍTULO I local;
DO MUNICÍPIO VI - manter, com a cooperação técnica e financeira
Capítulo I da União e do Estado, os programas de educação pré-es-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS colar e de ensino fundamental;
Art. 1º - O Município do Recife, parte integrante da VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira
República Federativa do Brasil, capital do Estado de Per- da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
nambuco, é uma unidade do território do Estado, com per- população;
sonalidade jurídica de direito público e autonomia nos ter- VIII - promover, no que couber, adequado ordena-
mos estabelecidos na Constituição da República Federa- mento territorial, mediante planejamento e controle do
tiva do Brasil e na Constituição do Estado de Pernambuco, uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
organizando-se nos termos desta Lei Orgânica. IX - promover a proteção do patrimônio histórico-
Art. 2º - É mantido o atual território do Recife, cujos cultural, observada a legislação e ação fiscalizadora fede-
limites só podem ser alterados na forma estabelecida pela ral e estadual;
Constituição do Estado de Pernambuco. X - elaborar e alterar a Lei Orgânica na forma e den-
Art. 3º - São símbolo do Município do Recife a ban- tro dos limites fixados nas Constituições da República e
deira, o escudo, o hino e outros estabelecidos pela Lei Mu- do Estado de Pernambuco;
nicipal. XI - elaborar a lei de diretrizes gerais em matéria de
Art. 4º - O Município assegurará o pleno exercício política urbana, o plano diretor e executar as Políticas e
da cidadania, bem como criará os instrumentos adequados Diretrizes de Desenvolvimento Urbano do Município;
à sua proteção. XII - organizar-se administrativamente, observadas
Art. 5º - São instrumentos básicos de conscientização as legislações federal e estadual;
e defesa da cidadania: XIII - elaborar o estatuto dos seus servidores, obser-
I - o Conselho de Defesa dos Direitos Humanos; vados os princípios da Constituição da República e do Es-
II - o Conselho de Defesa do Consumidor; tado de Pernambuco;
III - o Conselho de Comunicação Social; XIV - promover e criar mecanismos de participação
IV - Revogado (Alterado pela Emenda nº 21/07) popular na gestão pública do Município;
§ 1º - O Conselho de Defesa do Consumidor será ins- XV - disciplinar o transporte público de passageiros
tituído, organizado e terá suas atribuições definidas em bem como os serviços de táxi e autocarga, realizando o
Lei. planejamento técnico, a fiscalização e o controle de trân-
§ 2º - O Conselho de Comunicação Social será vin- sito;
culado ao Poder Legislativo e assegurará, na sua compo- XVI - ordenar, regulamentar atividades urbanas e
sição, a participação das entidades representativas da Co- exercer o seu poder de polícia administrativa, visando pre-
municação Social. servar as normas de saúde, segurança e outras de interesse
§ 3º - Revogado (Alterado pela Emenda nº 21/07) coletivo.

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Legislação Municipal
XVII - dispor, em relação aos estabelecimentos co- § 2º - O exercício direto do poder pelo povo far-se-á
merciais, industriais ou de prestação de serviços, quanto através dos seguintes instrumentos:
ao horário de funcionamento, sobre a concessão, renova- I - iniciativa popular no processo legislativo;
ção ou revogação de licença de localização ou de funcio- II - plebiscito;
namento, e sobre isenção de tributos e declaração de uti- III - referendo.
lidade pública. (Alterado pela Emenda nº 21/07) § 3º - A convocação de plebiscito e a autorização de
referendo dependerá da solicitação:
Seção II I - da maioria dos membros da Câmara Municipal;
Da Competência Comum II - do Prefeito;
Art. 7º - Sem prejuízo da competência privativa de III - de 5% (cinco por cento) do eleitorado alistado
que trata o Artigo anterior, cabe ao Município, em con- no Município, obedecido o disposto no § 1º do Artigo 30
junto com a União e o Estado: desta Lei Orgânica.
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das § 4º - Convocado o plebiscito e autorizado o refe-
instituições democráticas e conservar o patrimônio pú- rendo, caberá à Câmara Municipal manter entendimentos
blico; com a Justiça Eleitoral para viabilizar o processo de vota-
II - cuidar da saúde e assistência pública, bem como ção no prazo de 90 (noventa) dias.
da proteção e garantia das pessoas com deficiência; (Alte- § 5º - O Município criará instrumentos de participa-
rado pela Emenda nº 21/07) ção popular nas decisões, na gestão e no controle da ad-
III - proteger os documentos, as obras e outros bens ministração pública, na forma da lei. (Alterado pela
de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as Emenda nº 21/07)
paisagens naturais e sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracteri- Capítulo II
zação de obras de arte e de outros bens de valor histórico, DO PODER LEGISLATIVO
artístico e cultural; Seção I
V - proporcionar à população meios de acesso à cul- Das Disposições Gerais
tura, à educação, à ciência e à tecnologia; Art. 10 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição Municipal. (Caput, parágrafos, incisos e alíneas acresci-
em qualquer de suas formas; dos pela Emenda nº 24/11)
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; § 1° - Para fins de sua composição a Câmara Muni-
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar cipal do Recife observará os seguintes limites inerentes a
o abastecimento; sua população: a) 37 (trinta e sete) Vereadores, quando a
IX - promover programas de construção de moradias população do Município for de 1.350.000 (um milhão e
e de melhoria das condições habitacionais e de sanea- trezentos e cinquenta mil) habitantes até 1.500.000 (um
mento básico; milhão e quinhentos mil) habitantes;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de b) 39 (trinta e nove) Vereadores, quando a população
marginalização, promovendo a integração social dos seto- do Município for de mais de 1.500.000 (um milhão e qui-
res desfavorecidos; nhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões oitocentos mil) habitantes;
de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos c) 41 (quarenta e um) Vereadores, quando a popula-
e minerais; ção do Município for de mais de 1.800.000 (um milhão e
XII - estabelecer e implantar a política de educação oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois mi-
para a segurança do trânsito. lhões e quatrocentos mil) habitantes;
XIII - estabelecer políticas de prevenção e combate à d) 43 (quarenta e três) Vereadores, quando a popula-
violência e a discriminação, particularmente contra a mu- ção do Município for de mais de 2.400.000 (dois milhões
lher, o negro e as minorias na forma da lei. (Acrescido pela e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três mi-
Emenda nº 21/07). lhões) de habitantes;
e) 45 (quarenta e cinco) Vereadores quando a popu-
TÍTULO II lação do Município for de mais de 3.000.000 (três mi-
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES lhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões)
MUNICIPAIS de habitantes;
Capítulo I f) 47 (quarenta e sete) Vereadores, quando a popula-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ção do Município for de mais de 4.000.000 (quatro mi-
Art. 8º - São poderes do Município, independentes e lhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de
harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo. (Alte- habitantes;
rado pela Emenda nº 21/07) g) 49 (quarenta e nove) Vereadores, quando a popu-
Art. 9º- O Poder Municipal será exercido pelo povo, lação do Município for de mais de 5.000.000 (cinco mi-
nos termos da Constituição da República, da Constituição lhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de
Estadual e desta Lei Orgânica. habitantes;
§ 1º - O exercício indireto do poder pelo povo far-se- h) 51 (cinquenta e um) Vereadores quando a popula-
á através de representantes eleitos, mediante sufrágio uni- ção do Município for de mais de 6.000.000 (seis milhões)
versal e pelo voto direto e secreto, na forma da Constitui- de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habi-
ção da República. tantes;

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Legislação Municipal
i) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos quando a po- Municipal, constituídas na forma e com atribuições pre-
pulação do Município for de mais de 7.000.000 (sete mi- vistas nesta Lei Orgânica, no Regimento Interno e no ato
lhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de de sua criação;
habitantes; e IV - o conselho de cidadãos, cuja composição, funci-
j) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, quando a popu- onamento e atribuições serão definidas em lei;
lação do Município for de mais de 8.000.000 (oito mi- V - a tribuna popular, mecanismo de participação da
lhões) de habitantes; sociedade civil organizada, que será utilizada no plenário
§ 2° - A população do município, para os fins deste nos termos do regimento interno.
artigo, será a constante da estimativa mais atualizada do Art. 14. A Comissão executiva da Câmara Municipal
órgão oficial de estatística. do Recife será composta por 1 (um) Presidente, 3 (três)
§ 3° - Sobrevindo emenda constitucional que altere o Vice-Presidentes e 3 (três) Secretários e deverá ser eleita
art. 29, da Constituição Federal, de modo a modificar os para o mandato de 2 (dois) anos, conforme dispuser o Re-
critérios ora estabelecidos, a Câmara Municipal do Recife gimento Interno.
proverá a observância das novas regras. § 1º Quando da eleição da Comissão Executiva, se-
§ 4° - A Câmara Municipal obedece ao princípio da rão eleitos 2 (dois) Suplentes, que substituirão os mem-
transparência em todos seus atos, sendo vedada a reunião bros titulares de acordo com o preceituado no Regimento
secreta. (Acrescido pela Emenda nº 28/14) Interno.
Art. 11 - A Câmara Municipal reunir-se-á no dia 1º § 2º Os Suplentes da Comissão Executiva só terão
de janeiro do primeiro ano da legislatura, para dar posse direito a voto quando em exercício da função de membro
aos Vereadores, Prefeito e Vice-Prefeito e eleger sua co- titular.
missão executiva, para mandato de 2 (dois) anos, em vo- § 3º Qualquer membro da Comissão Executiva po-
tação aberta, por meio de procedimento que garanta o co- derá ser destituído pelo voto de 3/5 (três quintos) dos
nhecimento público de cada voto, podendo ser recondu- membros da Câmara, quando faltoso, omisso ou inefici-
zido por mais um mandato. (Alterado pela Emenda nº ente no desempenho de suas atribuições regimentais, ele-
28/14). gendo-se outro Vereador para completar o mandato.
Art. 12. A Câmara Municipal do Recife reunir-se-á (Substituído pela Emenda nº 31/18)
anualmente de: Art.15 - Na composição das comissões, será assegu-
I - 1º de fevereiro a 5 de julho; e rada, tanto quanto possível, a participação proporcional
II - 1º de agosto a 22 de dezembro. dos partidos ou dos blocos parlamentares oficialmente re-
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão presentados na Câmara Municipal.
transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando Parágrafo Único - A participação popular nos traba-
recaírem em: lhos das comissões técnicas será viabilizada através de au-
I - sábados; diências públicas e ou reuniões públicas, por solicitação
II - domingos; ou de qualquer Vereador, comissão permanente ou entidades
III - feriados. (Redação acrescida pela Emenda à Lei representativas da sociedade civil, na forma do regimento
Orgânica nº 33/2020) interno. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a Art.16 - As reuniões do plenário e das comissões se-
aprovação do projeto de: rão, obrigatoriamente, abertas ao público.
I - lei de diretrizes orçamentárias (LDO); e Art.17 - As comissões parlamentares de inquérito,
II - lei orçamentária anual (LOA). (Redação dada observada a legislação específica, terão poderes de inves-
pela Emenda à Lei Orgânica nº 33/2020) tigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
§3º Serão considerados como recesso legislativo os previstos no regimento interno, e serão criadas a requeri-
períodos de: mento de 1/3 (um terço) dos Vereadores, para apuração de
I - 6 a 31 de julho; e fato determinado e por prazo certo, e suas conclusões, se
II - 23 de dezembro a 31 de janeiro. (Alterado pela for o caso, encaminhadas aos órgãos competentes para
Emenda nº 33, de 25 de maio de 2020) que promovam a responsabilidade civil, criminal ou ad-
ministrativa do infrator.
Seção II Art.18 - No período de recesso, a Câmara Municipal
Da Organização e do Funcionamento poderá ser convocada extraordinariamente para tratar de
Da Câmara Municipal matéria urgente ou de interesse público relevante, por ini-
Art. 13 - Compõe a estrutura organizacional da Câ- ciativa:
mara Municipal: I - do Prefeito;
I - o plenário da Câmara Municipal, constituído pelos II - do Presidente da Câmara Municipal;
Vereadores, a quem cabe deliberar sobre o processo legis- III - da maioria absoluta dos Vereadores; e
lativo; IV - popular, de 1% (um por cento) dos eleitores alis-
II - a comissão executiva, a quem cabe examinar e tados no Município, obedecido o disposto no § 1º do art.
executar os procedimentos administrativos e regimentais 30.
necessários ao funcionamento da instituição e do processo Parágrafo único. Nas reuniões extraordinárias, não
legislativo; serão tratadas matérias estranhas às que motivaram sua
III - as comissões parlamentares permanentes, tem- convocação, exceto na vigência das seguintes situações:
porárias e de inquérito, as quais cabe emitir pareceres téc- I - Estado de Defesa;
nicos sobre matérias de competência da Câmara II - Estado de Sítio;

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Legislação Municipal
III - Calamidade Pública; e XVI - cancelamento da dívida ativa do Município,
IV - Intervenção. (Alterado pela Emenda nº 35, de 24 autorização de suspensão de sua cobrança e de elevação
de abril de 2023) de ônus e juros;
Art.19 - Não poderá ser realizada mais de uma reu- XVII - denominação de próprios e logradouros pú-
nião ordinária ou mais de uma extraordinária por dia e, blicos;
salvo motivo de força maior, devidamente caracterizado, XVIII - servidões administrativas;
todas deverão realizar-se no recinto destinado a seu funci- XIX - instituição de penalidades administrativas;
onamento, sendo nulas as que se realizarem em desacordo XX - autorização da participação do Município em
com o estabelecido neste artigo. entidade intermunicipal destinada à gestão, prestação ou
Parágrafo único. As reuniões ordinárias e extraordi- execução de serviço público relevante de interesse co-
nárias poderão ocorrer de forma remota, com a utilização mum;
dos recursos tecnológicos de áudio e vídeo disponíveis, XXI - normatização dos mecanismos de participação
em situações tais como as elencadas no §3º do art. 18. (Al- popular e da transparência no Governo Municipal. (Alte-
terado pela Emenda nº 33, de 25 de maio de 2020) rado pela Emenda nº 21/07)
Art. 20 - O Presidente da Câmara Municipal só terá Art. 23 - Compete privativamente à Câmara Munici-
voto nos casos de eleição da comissão executiva e de em- pal:
pate nas demais votações, ou quando a matéria exigir quo- I - dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito;
rum especial. II - eleger e destituir a Comissão Executiva e consti-
Art. 21 - Anualmente, até 60 (sessenta) dias após o tuir comissões;
início da sessão legislativa, a Câmara Municipal receberá, III - elaborar regimento interno;
em sessão especial, o Prefeito que, através de relatório es- IV - dispor sobre sua organização, funcionamento e
crito, prestará contas da administração municipal. política;
V - dispor sobre criação, transformação ou extinção
Seção III de cargo, emprego ou função de seus serviços e a inicia-
Da Competência tiva de leis para fixação da respectiva remuneração, ob-
Art. 22 - Compete à Câmara Municipal, com a san- servados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
ção do Prefeito, dispor sobre: orçamentárias; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
I - lei de diretrizes gerais em matéria de política ur- VI - aprovar crédito suplementar ao orçamento de
bana; sua secretaria, nos termos desta Lei Orgânica;
II - plano diretor; VII - fixar o subsídio do Vereador, Prefeito, do Vice-
III - plano plurianual, diretrizes orçamentárias e or- Prefeito e dos Secretários Municipais; (Alterado pela
çamentos anuais; Emenda nº 21/07)
IV - matéria tributária, arrecadação e distribuição de VIII - conhecer da renúncia do Prefeito e do Vice-
rendas; (Alterado pela Emenda nº 21/07) Prefeito;
V - dívida pública e autorização para contratação de IX - conceder licença ao Prefeito para interromper o
operação de crédito; exercício de suas funções;
VI - organização, concessão e permissão de serviços X - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a ausentar-
públicos municipais; se do Município por mais de 15 (quinze) dias e do País
VII - criação, organização, fixação e modificação dos por mais de 8 (oito) dias; (Alterado pela Emenda Nº
efetivos da Guarda Municipal; 01/93)
VIII - criação, transformação e extinção de cargos, XI - processar e julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e
funções e empregos públicos na administração direta, au- os Secretários Municipais nas infrações político-adminis-
tárquica e fundacional e fixação de remuneração, obser- trativas;
vados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes or- XII - aplicar as seguintes sanções ao Prefeito, Vice-
çamentárias e no artigo 54, VI desta Lei Orgânica; (Alte- Prefeito e seus auxiliares:
rado pela Emenda nº 21/07) a) censura pública, nos casos previstos nos incisos IX
IX - fixação do quadro de empregados das empresas e X do Artigo 59 desta Lei Orgânica, deliberada por mai-
públicas, sociedades de economia mista e demais entida- oria absoluta;
des sobre controle direto ou indireto do Município; b) suspensão temporária do mandato ou do exercício
X - servidor público da administração direta, autár- das funções, nos casos previstos nos incisos II, III IV e V
quica e fundacional, seu regime jurídico único, provi- do Artigo 59 desta Lei Orgânica, deliberada por 3/5 (três
mento de cargos, estabilidade e aposentadoria; quintos) dos membros da Câmara Municipal; (Alterado
XI - criação e extinção das secretarias municipais e pela Emenda nº 07/98)
demais órgãos e entidades da administração pública; (Al- c) cassação de mandato, conforme o caso, nas hipó-
terado pela Emenda nº 21/07) teses previstas nos incisos I, VI, VII, VIII do Artigo 59
XII - divisão regional da administração pública; desta Lei Orgânica, ou por infração político-administra-
XIII - divisão territorial do Município, respeitadas as tiva, por 3/5 (três quintos) dos membros da Câmara Mu-
legislações federal e estadual; nicipal; (Alterado pela Emenda nº 07/98)
XIV - bens do domínio público; XIII - proceder à tomada de contas do Prefeito não
XV - alienação e oneração de bens imóveis perten- apresentadas dentro de 60(sessenta) dias da sessão legis-
centes ao Município e às entidades da administração indi- lativa;
reta;

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Legislação Municipal
XIV - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Subseção I
Prefeito, e apreciar os relatórios sobre a execução dos pla- Das Emendas à Lei Orgânica
nos do governo; Art. 25 - A Lei Orgânica poderá ser emendada medi-
XV - autorizar, previamente, convênio intermunici- ante proposta:
pal para modificação de limites; I - de 1/3 (um terço), no mínimo, da Câmara Munici-
XVI - solicitar, por deliberação da maioria absoluta, pal;
a intervenção do Município para assegurar o cumprimento II - do Prefeito;
da Constituição da República, da Constituição Estadual e III - de iniciativa popular, subscrita por, no mínimo,
desta Lei Orgânica, bem como para assegurar o livre exer- 5% (cinco por cento) dos eleitores alistados no Município,
cício de suas atribuições; obedecido o disposto no § 1º do Artigo 30 desta Lei Orgâ-
XVII - suspender, no todo ou em parte, a execução nica.
de qualquer ato normativo municipal que haja sido, por § 1º - A proposta será discutida e votada em dois tur-
decisão definitiva do Poder Judiciário, declarado infrin- nos, com interstício mínimo de 10 (dez) dias, conside-
gente desta Lei Orgânica; rando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 (três quintos)
XVIII - sustar os atos normativos do Poder Execu- dos votos dos membros da Câmara Municipal. (Alterado
tivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites pela Emenda nº 07/98)
da delegação legislativa; § 2º - A emenda será promulgada pela Comissão Exe-
XIX - fiscalizar e controlar os atos do Poder Execu- cutiva da Câmara Municipal.
tivo, incluídos os da administração indireta, observado o § 3º - A Lei Orgânica não pode ser emendada na vi-
disposto no artigo 39; (Alterado pela Emenda nº 21/07) gência de estado de sítio ou estado de defesa, nem quando
XX - dispor sobre limites e condições para a conces- o Município estiver sob intervenção estadual.
são de garantia do município em operações de crédito; § 4º - Na discussão de projeto de iniciativa popular é
XXI - autorizar a realização de empréstimo, opera- assegurado a sua defesa, na tribuna popular, por um dos
ção ou acordo externo, de qualquer natureza, de interesse signatários, na forma em que dispuser o regimento in-
do Município, regulando as suas condições e respectiva terno.
aplicação, observada e legislação federal; § 5º - A matéria constante de proposta de emenda re-
XXII - autorizar referendo e convocar plebiscito; jeitada ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de
XXIII - criar comissões parlamentares de inquérito; nova proposta na mesma sessão legislativa.
XXIV - solicitar, através da Comissão Executiva, in-
formações ao Prefeito, Secretário, dirigentes de entidades Subseção II
da administração indireta ou autoridade municipal, na Das Leis
forma desta Lei Orgânica; Art. 26 - A iniciativa das leis complementares e ordi-
XXV - apreciar, por maioria absoluta, os vetos do Po- nárias cabe ao Prefeito, a qualquer membro ou comissão
der Executivo; da Câmara Municipal e aos cidadãos, mediante iniciativa
XXVI - conceder honrarias a pessoas cujos serviços popular, observado o disposto nesta Lei Orgânica. (Alte-
ao Município sejam reconhecidos e relevantes, na forma rado pela Emenda nº 21/07)
do regimento interno; Parágrafo único - São objeto de lei complementar,
XXVII - Revogado (Alterado pela Emenda nº 21/07) aprovadas mediante maioria absoluta dos membros da Câ-
Parágrafo Único - A deliberação sobre as matérias mara Municipal, observadas, no que couber, as normas da
constantes nos incisos II, III, IV, V, X, XIV e XV proces- Constituição Federal: (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
sar-se-á mediante resolução e, nos demais casos, através I. a lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana
de decreto legislativo, excetuados os itens I, XI, XIII, e do plano diretor; (acrescido pela Emenda nº 21/07)
XVII, XX e XXV. II. a organização da Procuradoria Geral do Município.
Seção IV (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
Do Processo Legislativo Art. 27 - Compete privativamente ao Prefeito a inicia-
Art. 24 - O processo legislativo compreende a elabo- tiva dos projetos de lei que disponham sobre:
ração de: I - criação, extinção ou transformação de cargos, fun-
I - emendas à Lei Orgânica; ções ou empregos públicos na administração direta, autár-
quica e fundacional;
II - leis complementares; (Acrescido pela Emenda nº
II - fixação ou aumento de remuneração dos servidores;
21/07)
III - regime jurídico, provimento de cargos, estabili-
III - leis ordinárias;
dade e aposentadoria dos servidores;
IV - decretos legislativos;
IV - matéria orçamentária. (Alterado pela Emenda nº
V - resoluções.
21/07)
§ 1º A legislação municipal será, obrigatoriamente,
V - criação e extinção de secretarias e órgãos da ad-
publicada no Diário Oficial do Município e disponibili-
ministração pública municipal. (Alterado pela Emenda nº
zada na rede mundial de computadores (Internet). (Alte-
21/07)
rado pela Emenda nº 32/19)
Parágrafo único - O Prefeito poderá solicitar à Co-
§ 2º Lei complementar disporá sobre a legística e a
missão Executiva a devolução de projeto de lei de autoria
consolidação das leis municipais. (Alterado pela Emenda
do Poder Executivo, em qualquer fase de sua tramitação,
nº 32/19)
excetuando-se a de votação, no que será, de pronto, aten-
dido.

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Legislação Municipal
Art.28 - É da competência exclusiva da Câmara Mu- aos demais assuntos, com exceção do disposto no § 3º do
nicipal a iniciativa dos projetos que disponham sobre: Artigo 34 desta Lei Orgânica.
I - criação, extinção ou transformação de cargos, fun- § 2º O prazo referido neste Artigo não corre nos pe-
ções ou empregos do Poder Legislativo; ríodos de recesso da Câmara Municipal e não se aplica aos
II - fixação ou aumento de remuneração de seus ser- projetos de codificação.
vidores; Art. 33 - O projeto aprovado em 02 (dois) turnos de
III - organização e funcionamento dos seus serviços, votação será, no prazo de 10 (dez) dias úteis, enviado pelo
dispondo sobre estrutura administrativa de apoio e junta Presidente da Câmara Municipal ao Prefeito que, concor-
médica no âmbito da Câmara Municipal, que proporcione dando, sancioná-lo-á, no prazo de 15(quinze) dias úteis.
a eficiência da produção normativa. (Alterado pela Parágrafo Único - Decorrido o prazo de 15 (quinze)
Emenda nº 21/07) dias úteis, o silêncio do Prefeito importará sanção.
IV - regime fechado de previdência complementar, Art.34 - Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em
que oferecerá aos Vereadores planos de benefícios so- parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público,
mente na modalidade de contribuição definida, decorren- vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 (quinze)
tes do pagamento de contribuições previdenciárias dos dias úteis contados da data do recebimento e comunicará,
parlamentares, com adesão de modo opcional, o qual será dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente da Câ-
regulamentado por lei municipal, de acordo com as regras mara Municipal, os motivos do veto.
estabelecidas na legislação federal de que trata a matéria. § 1º - O veto deverá ser sempre justificado e, quando
(Acrescido pela Emenda nº 21/07) parcial, abrangerá o texto integral de Artigo, de parágrafo,
Art.29 - Não será admitido aumento da despesa pre- de inciso ou de alínea.
vista: § 2º - As razões aduzidas no veto serão apreciadas
I - nos projetos de iniciativa privativa do Prefeito; em uma única discussão, no prazo de 30 (trinta) dias con-
II - nos projetos sobre organização dos serviços ad- tados do recebimento, exceto nos períodos de recesso.
ministrativos da Câmara Municipal; § 3º - Esgotado, sem deliberação, o prazo previsto no
Art. 30 - A iniciativa popular de lei será exercida me- parágrafo anterior deste Artigo, o veto será colocado na
diante a apresentação, à Câmara Municipal, de projeto de ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
lei subscrito por, no mínimo, 5% (cinco por cento) do elei- proposições, até sua votação final.
torado alistado no Município. § 4º - O veto somente será rejeitado pela maioria ab-
§ 1º - A proposta popular deverá ser articulada, exi- soluta dos membros da Câmara Municipal, em votação
gindo-se, para seu recebimento, a identificação dos assi- aberta, por meio de procedimento que garanta o conheci-
nantes, mediante indicação do número do respectivo título mento público de cada voto. (Alterado pela Emenda nº
eleitoral. 28/14)
§ 2º - A tribuna popular poderá ser utilizada, por um § 5º - Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado
dos subscritores da iniciativa do projeto de lei. ao Prefeito em 48 (quarenta e oito) horas, para promulga-
§ 3º - O projeto de lei de iniciativa popular, decorri- ção.
dos 60 (sessenta) dias de seu recebimento, será incluído § 6º - Se o Prefeito não promulgar a lei em 48 (qua-
na ordem do dia, mesmo sem os pareceres das comissões renta e oito) horas, nos casos de sanção tácita ou rejeição
técnicas permanentes, sobrestando-se os demais assuntos de veto, o Presidente da Câmara Municipal promulgá-la-
até ultimada a sua votação, ressalvado o caso previsto no á e, se este não o fizer, caberá ao Vice-Presidente, em igual
§ 1º do Artigo 32 desta Lei Orgânica. prazo, fazê-lo.
§ 4º - A tramitação dos projetos de lei de iniciativa § 7º - Na apreciação do veto, a Câmara Municipal
popular obedecerá às normas relativas ao processo legis- não poderá introduzir qualquer modificação no texto ve-
lativo estabelecido nesta lei. tado.
Art. 31 - As leis ordinárias exigem, para sua aprova- Art. 35 - A matéria constante de projeto de lei rejei-
ção, o voto favorável da maioria simples dos membros da tado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
Câmara Municipal. mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
§ 1º - Na hipótese de apreciação da lei de diretrizes absoluta dos membros da Câmara Municipal.
gerais em matéria de política urbana e do plano diretor, Art. 36 - O projeto de lei que receber, quanto ao mé-
exigir-se-á, para aprovação, o voto da maioria absoluta rito, parecer contrário de todas as comissões, será tido
dos membros da Câmara Municipal. como rejeitado.
§ 2º - Decorridos 60 (sessenta) dias do recebimento Parágrafo Único - Será facultada a reapresentação do
de projeto de lei, sem deliberação da Câmara Municipal, projeto a requerimento de 1/3 (um terço) dos Vereadores.
aplicar-se-á o disposto no § 1º do Artigo 32 desta Lei Or-
gânica. Subseção III
Art. 32 - O Prefeito poderá solicitar urgência para Dos Decretos Legislativos e das Resoluções
apreciação de projetos de sua iniciativa considerados re- Art. 37 - Os projetos de decreto legislativo e resolu-
levantes, os quais deverão ser apreciados no prazo de 45 ção, aprovados pelo plenário em um só turno de votação,
(quarenta e cinco) dias. serão promulgados pelo Presidente da Câmara.
§ 1º - Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no
"caput" deste Artigo, o projeto será obrigatoriamente in-
cluído na ordem do dia com ou sem parecer, para que se
ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação quanto

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Legislação Municipal
Seção V II - não havendo compatibilidade de horário, ficará
Dos Vereadores afastado do seu cargo, emprego ou função, contando-se-
Art. 38 - Os Vereadores tomarão posse no dia 1º de lhe o tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto
janeiro do primeiro ano de cada legislatura, em sessão so- para promoção por merecimento;
lene presidida pelo Vereador mais votado pelo povo, entre III - para efeito de benefício previdenciário, no caso
os presentes. de afastamento, os valores serão determinados como se no
Parágrafo Único - No ato da posse, o Vereador fará exercício estivesse.
declaração de bens e renová-la-á, anualmente, no prazo de Art. 42 - Perderá o mandato o Vereador:
que trata o Artigo 21 desta Lei Orgânica. I - que infringir qualquer das proibições estabeleci-
Art. 39 - Os Vereadores são invioláveis por suas opi- das no Artigo anterior;
niões, palavras e votos, no exercício do mandato e na cir- II - cujo procedimento for declarado incompatível
cunscrição do Município, podendo, no exercício de sua com o decoro parlamentar;
atividade fiscalizadora, ter acesso as repartições públicas, III - que deixar de comparecer, em cada sessão legis-
seus documentos e as informações relevantes só no inte- lativa, à terça parte das reuniões ordinárias da Câmara,
resse do município. (Alterado pela Emenda nº 21/07) salvo licença ou missão autorizada;
Art. 40 - O Vereador poderá licenciar-se somente: IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políti-
I - por doença devidamente comprovada ou por gra- cos;
videz, pelo prazo previsto para a licença-gestante ou li- V - quando o decretar a justiça eleitoral, nos casos
cença-paternidade nos termos previstos no artigo 7º, inci- previstos na Constituição da República;
sos XVIII e XIX, da Constituição Federal; (Alterado pela VI - que sofrer condenação criminal em sentença
Emenda nº 21/07) transitada em julgado. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
II - para desempenhar missões temporárias de caráter § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar,
cultural ou de interesse do Município; além dos casos definidos no regimento interno, o abuso
III - para tratar, sem remuneração, de interesse parti- das prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a percepção
cular, por prazo determinado que não ultrapasse a 120 de vantagens indevidas. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
(cento e vinte) dias por sessão legislativa, podendo reas- § 2º Nos casos dos incisos I, II, e VI, a perda do man-
sumir o exercício e a titularidade do mandato do término dato será decidida pela Câmara Municipal, por maioria
da licença; (Alterado pela Emenda nº 10/99) absoluta e voto aberto, mediante provocação da Comissão
IV - nos casos previstos no Artigo 43, inciso I, desta Executiva ou de partido político, assegurada a ampla de-
Lei Orgânica. fesa. (Alterado pela Emenda nº 27/13)
§ 1º - para fins de remuneração, considerar-se-á § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda
como em exercício, o Vereador licenciado nos termos dos será declarada pela Comissão Executiva da Câmara Mu-
incisos I e II. nicipal, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
§ 2º - a licença, em qualquer hipótese, depende de seus membros ou de partido político, assegurada ampla
autorização da Câmara Municipal. defesa. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
Art. 41 - O Vereador não poderá: § 4º - Em todos os casos, o Vereador terá assegurado
I - desde a expedição do diploma: o direito de plena defesa.
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de Art. 43 - Não perderá o mandato o Vereador:
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de I - investido no cargo de Ministro de Estado, Gover-
economia mista, fundações instituídas ou mantidas pelo nador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Fe-
poder público, ou empresa concessionária de serviço pú- deral, de Município, de Presidente ou equivalente de Au-
blico, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uni- tarquias, Empresas Públicas, Fundações e Sociedades de
formes; Economias Estaduais e Federais ou desempenhando, com
b) aceitar e tomar posse em cargo, função ou em- prévia licença da Câmara Municipal, missão temporária
prego remunerado, inclusive os de livre exoneração, nas de caráter diplomático; (Alterado pela Emenda nº 04/94)
entidades constantes da alínea anterior. II - licenciado pela Câmara Municipal nos casos pre-
II - desde a posse: vistos no Artigo 40 desta Lei Orgânica.
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa § 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga
que goze de favor decorrente de contrato com pessoa ju- pela investidura do titular nas funções previstas neste Ar-
rídica de direito público, ou nela exercer função remune- tigo ou de licença superior a 120 (cento e vinte) dias.
rada; § 2º - O vereador investido em qualquer dos cargos
b) ocupar cargo ou função de livre exoneração nas previstos no inciso I poderá optar pela remuneração do
entidades referidas no inciso I, a; mandato.
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer Art. 44 - No caso de vaga ou de licença de Vereador,
das entidades a que se refere o inciso I, a; o Presidente convocará imediatamente o suplente.
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público § 1º - O suplente convocado deverá tomar posse, den-
eletivo. tro do prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo aceito
Parágrafo Único - Quanto ao Vereador investido em pela Câmara Municipal.
cargo ou emprego público, observar-se-á o seguinte: § 2º - Em caso de vaga, não havendo suplente, o Pre-
I - havendo compatibilidade de horário, perceberá as sidente comunicará o fato, dentro de 48 (quarenta e oito)
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo horas, diretamente ao Tribunal Regional Eleitoral.
dos subsídios a que faz jus;

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Legislação Municipal
Art. 45 - O Vereador perceberá a remuneração fixada Capítulo III
pela Câmara Municipal, observados os critérios estabele- DO PODER EXECUTIVO
cidos nesta Lei Orgânica e os limites definidos nos artigos Seção I
29, Inciso VI e 37, Inciso XI, respectivamente, da Consti- Do Prefeito e Do Vice-Prefeito
tuição Federal. (Alterado pela Emenda nº. 20/06) Art. 49 - O Poder Executivo do Município é exercido
§ 1º - É vedada a concessão de gratificações, de qual- pelo Prefeito, auxiliado pelos Secretários Municipais.
quer natureza, inclusive pelas convocações extraordiná- Art. 50 - A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito,
rias, ressalvadas as gratificações de representações atribu- para um mandato de 04 (quatro) anos, será realizada em
ídas aos Membros da Comissão Executiva, aos Presiden- pleito direto, mediante voto secreto e universal, obedeci-
tes das Comissões Permanentes e aos Líderes Partidário, das as regras constantes do Artigo 29, incisos I e II, e Ar-
observado o disposto no artigo 37, inciso XI da Constitui- tigo 77 da Constituição da República.
ção Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional Parágrafo Único - Perderá o mandato, o Prefeito que
nº. 41, de 19 de dezembro de 2003. (Alterado pela assumir outro cargo ou função na administração pública
Emenda nº 17/06) direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de con-
§ 2º. considerar-se-á alterado o subsídio vigente, no curso público e observado o disposto no Artigo 38, incisos
valor correspondente a setenta e cinco por cento do subsí- I, II, IV e V da Constituição da República.
dio dos Deputados Estaduais, sempre que a Assembleia Art. 51 - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse
Legislativa Estadual promova, a qualquer tempo, nova fi- perante a Câmara Municipal, no dia 1º de janeiro do ano
xação dos subsídios dos seus respectivos Deputados. (Al- subseqüente ao da eleição.
terado pela Emenda nº 20/06) § 1º - Se, decorridos 10(dez) dias da data fixada para
§ 3º. considera-se mantido o subsídio vigente, na hi- posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito não tiver assumido o
pótese de não se proceder à respectiva fixação na época cargo, salvo motivo de força maior, este será declarado
própria, atualizado o valor monetário conforme estabele- vago pela Câmara Municipal.
cer norma municipal específica. (Alterado pela Emenda § 2º - O Prefeito será substituído, no caso de impedi-
nº 20/06) mento ou ausência do Município e sucedido, no caso de
vaga, pelo Vice-Prefeito ou, na ausência de ambos ou va-
Seção VI cância de seus cargos, pelo Presidente da Câmara Muni-
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária cipal.
Operacional e Patrimonial § 3º - Na hipótese de vacância dos cargos de Prefeito
Art. 46 - A fiscalização contábil, financeira, orça- e Vice-Prefeito, serão obedecidas as seguintes regras:
mentária, operacional e patrimonial do Município e das I - se a vacância ocorrer antes dos últimos 15 (quinze)
entidades de sua administração direta ou indireta será meses de mandato será realizada eleição após 90 (no-
exercida pela Câmara Municipal, mediante controles, ex- venta) dias, contados a partir da abertura da última vaga.
ternos e interno, de cada poder e entidade. II - se a vacância ocorrer nos últimos 15 (quinze) me-
§ 1º - Quanto ao controle externo, observar-se-á o ses de mandato assumirá o Presidente da Câmara e, no
que dispõe o Artigo 86 da Constituição Estadual. caso do impedimento deste, aquele que a Câmara Munici-
§ 2º - Quanto ao controle interno, os Poderes Execu- pal eleger, entre os seus membros;
tivo e Legislativo atuarão de forma integrada, nos termos III - em qualquer dos casos, os substitutos completa-
do Artigo 74 e parágrafos, da Constituição da República. rão o período dos seus antecessores.
Art. 47 - A Câmara Municipal editará, em linguagem § 4º - No ato de posse, o Prefeito, o Vice-Prefeito,
acessível, a prestação de contas do Município, para dar bem como todos os ocupantes dos cargos em comissão ou
cumprimento ao disposto no §3º do Artigo 86 da Consti- de direção das entidades da administração, farão declara-
tuição Estadual. (Alterado pela Emenda nº 21/07) ção de bens e renová-la-ão anualmente, no prazo de que
§ 1º - A versão popular da prestação de contas ficará trata o Artigo 21 desta Lei Orgânica.
exposta ao público, durante 60 (sessenta) dias, nas repar- 5º - São extensivas ao Prefeito e ao Vice-Prefeito as
tições municipais e nos equipamentos coletivos munici- vedações constantes do Artigo 41 desta Lei Orgânica.
pais. Art. 52 - O Prefeito, o Vice-Prefeito e Vereadores,
§ 2º - No período de que trata o parágrafo anterior, o não poderão ausentarem-se do Município, por mais de 15
Poder Executivo e a Câmara Municipal designarão equi- (quinze) dias consecutivos ou do País, por mais de 8(oito)
pes técnicas especializadas para prestar informações aos dias consecutivos, sem licença da Câmara Municipal. (Al-
interessados. terado pela Emenda nº 01/93)
§ 3º - Lei ordinária definirá os procedimentos e os Art. 53 - A remuneração do Prefeito e do Vice-Pre-
prazos a serem observados pelos contribuintes para o feito será fixada, observado o disposto no Artigo 45 desta
questionamento quanto as contas municipais. Lei Orgânica.
Art. 48 - O Presidente da Câmara remeterá ao Tribu-
nal de Contas do Estado, até 30 (trinta) de abril do exercí- Seção II
cio seguinte, as contas do Poder Legislativo e do Poder Das Atribuições do Prefeito
Executivo, sendo, as do Poder Executivo entregues à Câ- Art. 54 - Compete privativamente ao Prefeito:
mara Municipal, pelo Prefeito, até o dia 30 de março. I - representar o Município em juízo e fora dele;
II - nomear e exonerar seus auxiliares diretos;
III - iniciar o processo legislativo, nos termos desta
Lei Orgânica;

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Legislação Municipal
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar leis, bem II - medidas necessárias à regularização das contas
como expedir decretos e/ou regulamentos para sua fiel municipais perante o Tribunal de Contas ou órgão equiva-
execução, os dois últimos no prazo de 01(um) ano ou na lente, se for o caso;
forma definida na lei; (Alterado pela Emenda nº 21/07) III - prestações de contas de contratos celebrados
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; com organismos da União e do Estado, bem como do re-
VI - dispor mediante decreto sobre: (Alterado pela cebimento de subvenções ou auxílios;
Emenda nº 21/07) IV - situação dos contratos com concessionários e
a) organização e funcionamento da administração permissionários de serviços públicos;
municipal, quando não implicar aumento de despesa nem V - situação dos contratos de obras e serviços em
criação ou extinção de órgãos públicos; (Acrescido pela execução ou apenas formalizados, informando sobre o
Emenda nº 21/07) que foi realizado e pago e o que há por executar e pagar,
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando com os prazos respectivos;
vagos; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) VI - transferência a serem recebidas da União e do
VII - remeter mensagem e plano de governo à Câ- Estado, por força de mandamento constitucional ou de
mara Municipal, por ocasião da abertura da sessão legis- convênios;
lativa, expondo a situação do Município; VII - projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo
VIII - enviar à Câmara Municipal o plano plurianual, em curso na Câmara Municipal;
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e a proposta de VIII - situação dos servidores do Município, seu
orçamentos previstos nesta Lei Orgânica; custo global, quantidade e órgãos em que estão lotados.
IX - enviar à Câmara Municipal e ao Tribunal de Parágrafo único - o disposto no caput não se aplica
Contas do Estado, dentro de 60 (sessenta) dias após a ao caso de reeleição do Prefeito. (Acrescido pela Emenda
abertura da sessão legislativa, as contas e o balanço geral nº 21/07)
referentes ao exercício anterior; Art. 56 - Até 30 (trinta) dias antes da posse do Pre-
X - prover e extinguir cargos públicos municipais, na feito eleito, o Prefeito publicará no Diário Oficial e nos
forma da lei, ressalvada a competência da Câmara Muni- jornais de grande circulação, o balancete da administração
cipal; direta e indireta do Município, relativo ao período com-
XI - declarar a necessidade, a utilidade pública ou o preendido entre 1º de janeiro e 31 de outubro do exercício
interesse social, para fins de desapropriação nos termos da em curso.
lei federal;
XII - prestar dentro de 30 (trinta) dias, as informa- Seção III
ções solicitadas pela Câmara Municipal; Das Responsabilidade
XIII - solicitar o concurso das autoridades policiais Art. 57 - São crimes de responsabilidade os atos do
do Estado para assegurar o cumprimento das normas da Prefeito definidos em lei federal e, em especial, nos ter-
administração municipal; mos do artigo 85 da Constituição Federal, os que atentem
XIV - celebrar convênios, ajustes e contratos de in- contra: (Alterado pela Emenda nº 21/07)
teresse municipal; I - a existência do Município; (Acrescido pela
XV - contrair empréstimos, externo ou interno, me- Emenda nº 21/07)
diante prévia autorização da Câmara Municipal, observa- II - o livre exercício do Poder Legislativo; (Acrescido
dos os parâmetros de endividamento regulados em lei, se- pela Emenda nº 21/07)
gundo os princípios da Constituição da República; III - a probidade na administração; (Acrescido pela
XVI - participar da formação de juntas militares, Emenda nº 21/07)
através de sua instalação e nomeação de um seu represen- IV - a lei orçamentária; (Acrescido pela Emenda nº
tante, nos termos da lei que regula o serviço militar; 21/07)
XVII - exercer outras atribuições prevista nesta Lei V - o cumprimento das leis e decisões judiciais.
Orgânica. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
Parágrafo Único - O Prefeito poderá delegar aos Se- Art. 58 - Admitida a acusação contra o Prefeito, por
cretários Municipais as atribuições contidas no itens XIII 2/3 (dois terços) da Câmara Municipal, será ele submetido
e XIV, podendo haver subdelegação com consentimento a julgamento pelos crimes comuns e de responsabilidade,
expresso daquele. perante o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.
Art. 55 - Até 45 (quarenta e cinco) dias depois das § 1º - O Prefeito ficará suspenso de suas funções:
eleições municipais, o Prefeito deverá definir equipe de I - nas infrações penais comuns, se recebida a denún-
transição, que preparará, para entrega ao sucessor e para cia ou queixa - crime pelo Tribunal de Justiça do Estado
publicação imediata, relatório da situação da administra- de Pernambuco;
ção municipal que conterá, entre outras, informações atu- II - nos crimes de responsabilidade, após a instaura-
alizadas sobre: (Alterado pela Emenda nº 21/07) ção do processo pelo Tribunal de Justiça do Estado de Per-
I - dívidas do Município, por credor, com as datas nambuco.
dos respectivos vencimentos, inclusive das dívidas a § 2º - Se decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta)
longo prazo e encargos decorrentes de operações de cré- dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afas-
dito, informando sobre a capacidade da administração tamento do Prefeito, sem prejuízo de regular o prossegui-
municipal realizar operações de crédito de qualquer natu- mento do processo
reza; Art. 59 - São infrações político-administrativas do
Prefeito, Vice-Prefeito e seus auxiliares:

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Legislação Municipal
I - impedir o funcionamento regular da Câmara Mu- IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que
nicipal, bem como o cerceamento do exercício da ativi- lhes forem outorgadas ou delegadas pelo Prefeito;
dade fiscalizadora do Vereador, nos termos do artigo 39 V - expedir portarias e instruções para a execução das
desta Lei Orgânica; (Alterado pela Emenda nº 21/07) leis, regulamentos e decretos;
II - impedir o exame de livros e documentos que de- VI - comparecer à Câmara Municipal e prestar as in-
vam constar dos arquivos da Prefeitura; formações solicitadas, nos casos previstos em lei;
III - desatender as convocações ou não responder in- VII - delegar atribuições a seus subordinados.
tegralmente os pedidos de informações da Câmara Muni- § 1º - A Câmara Municipal, ou qualquer de suas co-
cipal do Recife, sem motivo justo e comunicado no prazo missões, poderão convocar Secretários do Município ou
de 30(trinta) dias; (Alterado pela Emenda nº 21/07) quaisquer titulares e servidor público de órgãos direta-
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as mente subordinados ao Prefeito para prestarem, pessoal-
leis e atos sujeitos a essa formalidade; mente, informações sobre assunto previamente determi-
V - deixar de apresentar à Câmara Municipal, no de- nado, importando em crime de responsabilidade, nos ter-
vido tempo e em forma regular, as propostas de diretrizes mos da legislação federal, a ausência sem justificação ade-
orçamentárias, dos orçamentos anuais e do plano pluria- quada. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
nual; § 2º - A Mesa da Câmara Municipal poderá encami-
VI - descumprir o orçamento aprovado para o exer- nhar pedidos escritos de informação aos Secretários do
cício financeiro; Município ou a qualquer das pessoas referidas no pará-
VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato grafo anterior, importando em crime de responsabilidade,
da sua competência ou omitir-se de sua prática, inclusive, nos termos da legislação federal, a recusa ou o não aten-
quando necessária a expedição de decretos e/ou regula- dimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de
mentos no prazo fixado nesta Lei Orgânica; (Alterado informações falsas. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
pela Emenda nº 21/07)
VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, TÍTULO III
rendas, direitos ou interesse do Município, sujeitos à ad- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL
ministração da Prefeitura; Capítulo I
IX - ausentar-se do Município, por tempo superior a DOS PRINCÍPIOS GERAIS
15 (quinze) dias, sem autorização da Câmara Municipal; Art. 62 - A administração pública municipal compre-
X - proceder de modo incompatível com a dignidade ende:
e o decoro do cargo. I - a administração direta, integrada pelas secretarias
§ 1º. - A denúncia das infrações definidas neste ar- municipais e outros órgãos públicos de natureza equiva-
tigo, escrita e assinada, poderá ser formulada por qualquer lente;
Vereador ou cidadão com a exposição dos fatos, devida- II - a administração indireta, integrada pelas autar-
mente comprovada. (Alterado pela Emenda nº 21/07) quias, fundações, empresas públicas, sociedades de eco-
§ 2º - Por convocação de qualquer Vereador, será nomia mista e outros órgãos dotados de personalidade ju-
submetido ao Plenário requerimento de rejeição de infor- rídica própria.
mações prestadas pelo Prefeito a pedido formulado pela Art. 63 - A administração pública municipal direta,
Câmara Municipal, que deliberará, com aprovação de 3/5 indireta ou fundacional obedecerá aos princípios de lega-
(três quintos) dos seus membros, pelo envio de solicitação lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiên-
de abertura de processo especial ao Tribunal de Contas do cia e também ao seguinte: (Alterado pela Emenda nº
Estado. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) 21/07)
I - os cargos, empregos e funções públicas são aces-
Seção IV síveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabe-
Dos Secretários Municipais lecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da
Art. 60 - Os Secretários Municipais, nomeados e lei; (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
exonerados pelo Prefeito, estão sujeitos, desde a posse, às II - a investidura em cargo ou emprego público de-
mesmas incompatibilidades e proibições estabelecidas pende de aprovação prévia em concurso público de provas
para os Vereadores. ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-
Art. 60. A - Fica vedado o exercício de cargos de se- plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
cretários municipais ou equiparados por quem for consi- ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, decla-
derado inelegível nos termos da Lei Complementar nº rado em lei de livre nomeação e exoneração; (Acrescido
135, de 04 de junho de 2010, sob pena de nulidade do ato pela Emenda nº 21/07)
de nomeação. (Acrescido pela Emenda nº 26/12) III - o prazo de validade do concurso público será de
Art. 61 - Além de outras atribuições fixadas em lei, até 02 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual período;
compete aos Secretários Municipais: IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão de convocação, aquele aprovado em concurso público de
dos órgãos e entidades da administração municipal, na provas ou de provas e títulos será convocado com priori-
área de sua competência; dade sobre novos concursados para assumir cargo ou em-
II - referendar os atos e decretos assinados pelo Pre- prego, na carreira;
feito, relativos à sua área de competência; V - as funções de confiança, exercidas exclusiva-
III - apresentar ao Prefeito, relatório semestral dos mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os car-
serviços realizados na Secretaria; gos em comissão, a serem preenchidos por servidores de

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carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos pre- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
vistos em lei, destinam-se apenas às atribuições de dire- científico;
ção, chefia e assessoramento, sendo vedada a ocupação c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
por aqueles considerados inelegíveis nos termos da Lei sionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Alte-
Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010; (Acrescido rado pela Emenda nº 21/07)
pela Emenda nº 26/12) XVI - a proibição de acumular estende-se a empre-
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à gos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
livre associação sindical; públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiá-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e rias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
nos limites definidos em lei específica; (Acrescido pela pelo poder público; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
Emenda nº 21/07) XVII - a administração fazendária e seus servidores
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empre- fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris-
gos públicos para as pessoas com deficiência e definirá os dição, precedência sobre os demais setores administrati-
critérios de sua admissão; (Acrescido pela Emenda nº vos, na forma da lei;
21/07) XVIII - somente por lei específica poderá ser criada
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por ou extinta autarquia e autorizada a instituição de empresa
tempo determinado, para atender a necessidade temporá- pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
ria de excepcional interesse público, observadas as se- cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
guintes normas: (Alterado pelas Emendas nºs. 13/02, áreas de sua atuação; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
16/05 e 21/07) XIX - depende de autorização legislativa, em cada
a) realização de seleção pública simplificada, ressal- caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
vados os casos de calamidade pública; (Acrescido pela no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
Emenda nº 21/07) delas em empresa privada;
b) as contratações serão feitas por tempo predetermi- XX - ressalvados os casos especificados na legisla-
nado, admitida a prorrogação, observados os prazos má- ção, as obras, serviços, compras e alienações serão con-
ximos estabelecidos em Lei. (Alterado pela Emenda nº tratados mediante processo de licitação pública, sempre
30/18) que possível na modalidade de pregão eletrônico, o que
c) proibição de contratação de serviços para realiza- assegurará igualdade de condições a todos os concorren-
ção de atividades que possam ser, regularmente, exercidas tes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de paga-
por servidores públicos. (Acrescido pela Emenda nº mento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos
21/07) termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
X - as leis de fixação das remunerações e dos subsí- qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garan-
dios dos servidores públicos municipais deverão observar tia do cumprimento das obrigações. (Alterado pela
a especificidade de cada cargo e carreira e buscar, quando Emenda nº 21/07)
possível, a eficiência através de metas de desempenho, XXI - a lei reservará percentual dos cargos e empre-
sendo vedada a percepção de remuneração ou subsídio, gos públicos para as pessoas da raça negra e definirá os
incluídas as vantagens pessoais ou outras de qualquer na- critérios de garantia de sua fruição. (Acrescido pela
tureza, acima do limite de que trata o § 6º, art. 97, da Cons- Emenda nº 21/07)
tituição Estadual. (Alterado pela Emenda nº 34/2021) XXII - REVOGADO (Alterado pela Emenda nº
XI - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo 21/07)
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- § 1º - As ações do Poder Público, no campo da co-
tivo; municação social, inclusive a programação visual e so-
XII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais- nora, deverão ter caráter educativo, informativo e de ori-
quer espécies remuneratórias para o efeito de remunera- entação social, e basear-se, exclusivamente, nos
ção de pessoal do servidor público; (Alterado pela elementos da identidade oficial do Município, não
Emenda nº 21/07) podendo, em hipótese alguma, conter nomes, símbolos,
XIII - os acréscimos pecuniários percebidos por ser- imagens, cores ou sons característicos de outras institui-
vidor público não serão computados nem acumulados, ções, ideias, fatos ou pessoas.
para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Alterado § 2º - Os bens imóveis e móveis e o material de con-
pela Emenda nº 21/07) sumo do Município ou das entidades da administração in-
XIV - a remuneração dos servidores públicos e os direta serão identificados pelos escudo oficial seguido do
subsídios são irredutíveis, com as ressalvas da Constitui- nome do órgão ou entidade a que pertençam, vedada a uti-
ção Federal, e somente poderão ser fixados ou alterados lização de qualquer outro símbolo.
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada § 3º - A não-observância do disposto nos incisos II e
caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma III implicará na nulidade do ato e na punição da autori-
data e sem distinção de índices; (Alterado pela Emenda nº dade responsável, nos termos da lei.
21/07) § 4º - As reclamações relativas a prestação de servi-
XV - é vedada a acumulação remunerada de cargos ços públicos serão disciplinadas em lei.
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horá- § 5º - Os atos de improbidade administrativa impor-
rios: tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
a) a de dois cargos de professor; pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao

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erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízo servidores de carreira específica, terá recursos prioritários
da ação penal cabível. para a realização de suas atividades e atuará de forma in-
§ 6º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para tegrada às administrações tributárias da União e do Es-
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, tado, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Acres-
ações de ressarcimento. cido pela Emenda nº21/07)
§ 7º - As pessoas jurídicas de direito público e as de § 13. Os doadores de sangue que contarem o mínimo
direito privado prestadoras de serviços públicos responde- de 02 (duas) doações, num período de 01 (um) ano, esta-
rão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causa- rão isentos do pagamento da taxa de inscrição em concur-
rem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra sos públicos promovidos pelo Município, realizados num
o responsável, nos casos de dolo ou culpa. prazo de até 12 (doze) meses decorridos da última doação.
§ 8º - O servidor e o empregado público gozarão de (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
estabilidade no cargo ou emprego desde o registro da can- Art. 64 - As ações decorrentes da administração pú-
didatura para o exercício de cargo de representação sindi- blica municipal, além dos princípios estabelecidos no Ar-
cal ou nos casos previstos no inciso II deste Artigo, ainda tigo anterior, obedecerão aos seguintes processos:
que suplente, até 01 (um) ano após o término do mandato, I - participação popular;
se eleito salvo se cometer falta grave definida em lei. II - democratização das informações;
§ 9º. A autonomia gerencial, orçamentária e finan- III - cooperação intergovernamental e intermunici-
ceira dos órgãos e entidades da administração direta e in- pal;
direta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser fir-
mado entre seus administradores e o poder público, que Capítulo II
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR
o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Acres- Art. 65 - O Município, na sua atuação, atenderá aos
cido pela Emenda nº 21/07) princípios da democracia participativa, dispondo, medi-
I - o prazo de duração do contrato; (Acrescido pela ante lei, sobre a criação dos Conselhos Municipais nas di-
Emenda nº 21/07) versas áreas, integrados por representantes do Poder Pu-
II - os controles e critérios de avaliação de desempe- blico e dos usuários e concessionários dos serviços públi-
nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigen- cos, disciplinando a sua composição e funcionamento,
tes; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) compreendidas nas suas prerrogativas, entre outras:
III - a remuneração do pessoal. (Acrescido pela (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
Emenda nº 21/07) I - na formulação das políticas e diretrizes da ação
§ 10. O limite máximo remuneratório do pessoal do pública global e setorial;
Município aplica-se às empresas públicas e às sociedades II - no estabelecimento de estratégias de ação e enca-
de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem re- minhamento de soluções dos problemas municipais;
cursos do Município para pagamento de despesas de pes- III - na elaboração da lei de diretrizes gerais em ma-
soal ou de custeio em geral. (Acrescido pela Emenda nº téria de política urbana, do plano diretor, plano plurianual,
21/07) dos projetos de lei de diretrizes orçamentárias e orça-
§ 11. Ao servidor público da administração direta, mento anual dos planos, programas e projetos setoriais;
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, IV - na fiscalização e controle da administração mu-
aplicam-se as seguintes disposições: (Acrescido pela nicipal.
Emenda nº 21/07) Art. 66 - O processo de participação popular será
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual exercido através dos seguintes instrumentos:
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou fun- I - plebiscito, referendo e iniciativa popular na pro-
ção; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) cesso legislativo;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado II - conselho de cidadãos;
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar III - tribuna popular;
pela sua remuneração; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) IV - conselhos e câmaras setoriais institucionais;
III - investido no mandato de Vereador, havendo V - audiências públicas;
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de § 1º O Município, na sua atuação, atenderá aos prin-
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remunera- cípios da democracia participativa, dispondo, mediante lei
ção do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será específica, sobre a criação dos conselhos e câmaras seto-
aplicada a norma do inciso anterior; (Acrescido pela riais institucionais de que trata o inciso IV. (Acrescido
Emenda nº 21/07) pela Emenda nº 21/07)
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para § 2º. Os conselhos e as câmaras setoriais institucio-
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será nais terão caráter opinativo e compõem-se de representan-
contado para todos os efeitos legais, exceto para promo- tes do Poder Público e da sociedade civil, em regra de
ção por merecimento; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) modo paritário e, quando possível, com a maioria de
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso membros representantes da sociedade civil, na forma em
de afastamento, os valores serão determinados como se no que prever a lei específica. (Acrescido pela Emenda nº
exercício estivesse. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) 21/07)
§ 12. A administração tributária do Município, ativi-
dade essencial ao seu funcionamento, exercida por

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Legislação Municipal
§ 3º. Os Conselhos Municipais terão, obrigatoria- IV - planejamento e execução de atividades turísti-
mente, em sua composição, no mínimo, a participação de cas;
dois (02) Vereadores na qualidade de representantes do V - proteção do patrimônio histórico e cultural, do
Poder Legislativo. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) meio ambiente e de programas de ação cultural.
VI - defesa civil permanente. (Acrescido pela
Capítulo III Emenda nº 21/07)
DO PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DAS IN-
FORMAÇÕES Capítulo V
Art. 67 - É assegurado aos cidadãos amplo acesso às DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS
informações relativas à ação da administração pública Art. 71 - A realização de obras públicas adequar-se-á
municipal, através dos instrumentos previstos no art. 66, ao Estatuto das Cidades, à Lei de Diretrizes Gerais em
conforme regulamentado em legislação específica. (Alte- matéria de política urbana, ao Plano Diretor, ao Plano Plu-
rado pela Emenda nº 21/07) rianual de Investimentos e à Lei de Orçamento Anual,
I - será garantido o acesso, a disponibilização e a di- com plano de metas para as obras de natureza estrutura-
vulgação das informações, inclusive referentes à legisla- dora e plano por Região Político Administrativa. (Alte-
ção municipal, em linguagem acessível e material especi- rado pela Emenda nº 21/07)
fico para os deficientes visuais; (Acrescido pela Emenda § 1º - O Poder Público é impedido de contratar, sob
nº 21/07) qualquer modalidade, empresas condenadas em crimes de
II - os instrumentos e informações referidos no inciso corrupção ou ambientais, por um período de 8 (oito) anos
anterior serão obrigatórios para os Poderes Executivo e à contar trânsito em julgado. (Acrescido pela Emenda nº
Legislativo. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) 26/12)
Parágrafo Único - Para efeito do cumprimento do § 2º A proibição de que trata o § 1º estende-se aos
disposto neste Artigo, será facilitado o acesso e a compre- sócios com poderes de administração. (Acrescido pela
ensão das referidas informações, especialmente através da Emenda nº 26/12)
informatização dos arquivos de dados do poder público Art. 72 - Os serviços públicos municipais serão pres-
municipal. tados, preferencialmente, pela administração direta e indi-
Art. 68 - Toda entidade da sociedade civil com sede reta ou mediante concessão ou permissão dos referidos
ou representação no território do Município, desde que re- serviços.
queira, terá assegurada audiência pública com o Prefeito Art. 73 - A lei disporá sobre o regime das empresas
ou outra autoridade do Município, para que se esclareça concessionárias e permissionárias de serviços públicos ou
determinado ato ou projeto da administração municipal. de utilidade pública, regulando a política tarifária, estabe-
Art. 69 - A lei disciplinará os gastos com publicidade lecendo as obrigações dos concessionários e permissioná-
no caso dos órgãos da administração direta, da indireta e rios para a manutenção de serviços adequados e assegu-
da Câmara Municipal, cujas despesas não poderão ultra- rando os direitos dos usuários, inclusive o de participação
passar 1% (um por cento) da receita efetiva realizada no paritária nos órgãos colegiados de fiscalização dos servi-
exercício anterior, excluídas as operações de crédito e as ços concedidos ou permitidos.
transferências de capital. § 1º. A lei disciplinará as formas de participação do
usuário na administração pública direta e indireta, regu-
Capítulo IV lando especialmente: (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
DO PROCESSO DE COOPERAÇÃO I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
INTERGOVERNAMENTAL E INTERMUNICIPAL públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
Art. 70 - O Município, objetivando a execução de de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
funções públicas e soluções de interesse comum, poderá e interna, da qualidade dos serviços; (Acrescido pela
articular-se para cooperação com a União, o Estado de Emenda nº 21/07)
Pernambuco e os Municípios, principalmente aqueles que II - o acesso dos usuários a registros administrativos
integrem a Região Metropolitana do Recife. e a informações
Parágrafo Único - A cooperação intermunicipal e in- sobre atos de governo, observado o disposto no art.
tergovernamental far-se-á sob a forma de convênios, acor- 5º, X e XXXIII, da Constituição Federal; (Acrescido pela
dos, consórcios, contratos multilaterais e outros instru- Emenda nº 21/07)
mentos, firmados mediante autorização da Câmara Muni- III - a disciplina da representação contra o exercício
cipal, obedecidas as legislações federal, estadual e muni- negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na ad-
cipal, para as finalidades de: ministração pública; (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
I - planejamento, programação e execução de ativi- § 2º. - As empresas qualificadas como de utilidade
dades necessárias, convenientes ou úteis à comunidade, pública terão a revisão de sua qualificação procedida pelo
de interesse local e metropolitano; (Alterado pela Emenda Município, a partir da promulgação desta Lei Orgânica,
nº 21/07) para renovação em até 10 (dez) anos, revogando-se o be-
II - planejamento urbano; nefício daquelas que não estiverem mais atendendo aos
III - criação, implantação, operação e manutenção de requisitos legais ou sem cumprir suas funções. (Alterado
obras e serviços locais de transportes, abastecimento, sa- pela Emenda nº 21/07)
neamento básico, saúde e outros equipamentos sociais e
serviços públicos de natureza intermunicipal ou regional;

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Legislação Municipal
Capítulo VI ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relati-
DA GESTÃO DOS BENS PATRIMONIAIS vas à natureza e ao local de trabalho.
Art. 74 - Constituem o patrimônio público municipal § 2º - São direitos desses servidores:
todos os bens móveis e imóveis, semoventes, direitos e I - garantia de vencimentos nunca inferior ao mí-
ações que, a qualquer título, pertençam ao Município. nimo;
Art. 75 - Os bens públicos municipais podem ser: II - irredutibilidade de vencimentos;
I - de uso comum do povo - tais como estradas mu- III - gratificação anual a título de décimo terceiro,
nicipais, ruas, praças, logradouros públicos e outros da com base na remuneração integral ou no valor da aposen-
mesma espécie; tadoria;
II - de uso especial - os destinados à administração, IV - remuneração do trabalho noturno superior à do
tais como os edifícios das repartições públicas, os terrenos diurno;
destinados ao serviço público e outras serventias da V - salário-família pago em razão do dependente do
mesma espécie; trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Alterado
III - bens dominiais - aqueles sobre os quais o Muni- pela Emenda nº 21/07)
cípio exerce os direitos de proprietário e são considerados VI - duração do trabalho não-superior a 08 (oito) ho-
como bens patrimoniais disponíveis. ras diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, facultada a
§ 1º. É obrigatório o cadastramento dos bens que in- compensação de horários e a redução da jornada, medi-
tegram o patrimônio público municipal. (Alterado pela ante acordo ou convenção coletiva de trabalho, nos termos
Emenda nº 21/07) da lei ;
§ 2º. A conservação e manutenção dos bens públicos VII - repouso semanal remunerado, preferencial-
municipais serão exercidas pelo Poder Executivo, o qual mente aos domingos;
prestará contas a cada 4 (quatro) anos, das condições de VIII - remuneração do serviço extraordinário supe-
conservação, manutenção, estabilidade e segurança des- rior, no mínimo, a 50% (cinquenta por cento) a do normal;
ses bens, através de relatório técnico a ser encaminhado à IX - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
Câmara Municipal e providenciada sua ampla divulgação. menos, 1/3 (um terço) a mais do que o vencimento nor-
(Alterado pela Emenda nº 21/07) mal;
Art. 76 - Toda alienação ou oneração de bens imó- X - licença-maternidade à servidora e empregada
veis, a qualquer título, dependerá de autorização legisla- municipal que gerar criança, sem prejuízo do emprego e
tiva, avaliação prévia e licitação. do vencimento, com duração de 180 (cento e oitenta) dias.
Art. 77 - A alienação através de investiduras aos pro- (Alterado pela Emenda nº 21/07)
prietários lindeiros de imóveis remanescentes, resultantes XI - licença paternidade, nos termos fixados em lei;
de obras públicas ou de modificações de alinhamentos, XII - proteção ao mercado de trabalho da mulher,
inaproveitáveis para edificações, dependerá de prévia au- mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
torização legislativa. XIII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
Art. 78 - O uso de bens municipais por terceiros po- meio de normas de saúde, higiene e segurança;
derá ser feito mediante concessão, permissão ou autoriza- XIV - adicional de remuneração para as atividades
ção, quando houver interesse público, devidamente justi- penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
ficado. XV - proibição de diferenças de vencimento, de exer-
§ 1º - A concessão para administração de bens públi- cício de funções e de critérios de admissão por motivo de
cos de uso especial ou dominial dependerá de autorização sexo, idade, cor, estado civil, religião ou concepção polí-
legislativa e licitação, dispensada esta quando o uso se tica e filosófica;
destinar ao concessionário de serviço público ou quando XVI - condições de trabalho apropriadas para as pes-
houver interesse público, devidamente justificado. soas com deficiência; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
§ 2º - A concessão administrativa de bens de uso co- XVII - licença-maternidade à servidora e empregada
mum do povo fica condicionada à desafetação mediante municipal em caso de adoção judicial de criança com de-
prévia autorização legislativa. ficiência, sem prejuízo do emprego e do vencimento, com
§ 3º - A Prefeitura revisará as concessões, permissões duração de 180 (cento e oitenta) dias, cabendo ao Poder
e autorizações de uso de bens municipais a cada 02 (dois) Executivo regulamentar e disciplinar a adoção e os tipos
anos, revogando aquelas que não estiverem cumprindo de deficiência para efeito do exercício do direito previsto
suas funções contratuais. no presente inciso. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
XVIII - Revogado (Revogado pela Emenda nº15/04)
Capítulo VII XIX - licença-prêmio de 03 (três) meses por quin-
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS quênio de serviço prestado ao Município, na forma da lei;
Art. 79 - O Município instituirá regime jurídico único XX- Revogado (Revogado pela Emenda nº 34/2021)
e planos de carreira, salários e benefícios para os servido- XXI - Revogado (Revogado pela Emenda nº 08/99)
res da administração direta, das autarquias e fundações XXII - promoção por merecimento e antiguidade, al-
públicas. ternadamente, nos cargos organizados em carreira;
§ 1º - A lei assegurará aos servidores da administra- XXIII - aposentadoria:
ção direta, isonomia de vencimentos para cargos de atri- a) por incapacidade permanente para o trabalho, no
buições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre cargo em que estiver investido, quando insuscetível da re-
servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, adaptação prevista no §13 do art. 37, da Constituição Fe-
deral, hipótese em que será obrigatória a realização de

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Legislação Municipal
avaliações periódicas para verificação da continuidade XXXIV - pagamento, pelo Município, com correção
das condições que ensejaram a concessão da aposentado- monetária, dos valores atrasados devidos, a qualquer tí-
ria, na forma de lei; tulo;
b) compulsoriamente, com proventos proporcionais XXXV - creche para os filhos e dependentes, na faixa
ao tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de de 0 (zero) a 06 (seis) anos, dos servidores públicos da
idade, na forma da lei complementar federal; administração direta e indireta, nas repartições públicas
c) aos 61 (sessenta e um) anos de idade, se mulher, e ou proximidades, onde houver mais de 50 (cinquenta) ser-
aos 64 (sessenta e quatro) anos de idade, se homem, com vidores, sendo obrigatório sua criação e manutenção pelo
redução de 5 (cinco) anos para os titulares do cargo de Poder Público e concessão de auxílio-creche e instalação
professor que comprovarem exclusivamente tempo de de lactários, quando não atingido este número;
efetivo exercício das funções de magistério na educação XXXVI - mudança de função, na forma da lei, à ser-
infantil e no ensino fundamental e médio, inclusive para vidora gestante, nos casos em que houver recomendação
os ocupantes de função de coordenação, assessoramento médica, sem prejuízo de vencimentos e demais vantagens
pedagógico e direção em unidade escolar, observados o do cargo ou função;
tempo de contribuição e os demais requisitos estabeleci- XXXVII - transferência para locais ou atividades
dos em lei complementar; (Alterado pela Emenda nº compatíveis com sua situação, ao servidor e empregado
34/2021) público que tiver sua capacidade de trabalho reduzida, em
XXIV - utilização, para fins de cálculo dos benefí- decorrência de acidente ou doença em trabalho;
cios do Regime Próprio de Previdência Social, da média § 3º - Os titulares de cargo efetivo na administração
aritmética simples das maiores remunerações ou subsídios direta, autárquica e fundacional do Município terão com-
utilizados como base para as contribuições do servidor ao putado todo o tempo de serviço prestado à administração
regime de previdência a que esteve vinculado, correspon- pública municipal, no exercício de cargos comissionados
dentes a 90% (noventa por cento) de todo o período con- anteriores à titularidade, para efeito de licença-prêmio.
tributivo desde a competência de julho de 1994 ou desde § 4º. É vedada a percepção simultânea de proventos
a do início da contribuição, se posterior àquela competên- de aposentadoria decorrentes do regime próprio dos ser-
cia, na forma da Lei Municipal; (Alterado pela Emenda nº vidores públicos com a remuneração de cargo, emprego
34/2021) ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis, os
XXV - os proventos de aposentadoria e as pensões, cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
por ocasião de sua concessão, não poderão exceder à re- de livre nomeação e exoneração. (Acrescido pela Emenda
muneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em nº 21/07)
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência § 5º. Para efeito da aplicação do disposto no § 2º, in-
para a concessão da pensão, entendendo-se como remune- ciso XXXIII deste artigo, na hipótese de extinção ou
ração o vencimento do cargo efetivo acrescido das vanta- transformação dos cargos comissionados ou funções gra-
gens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, os adi- tificadas e símbolos, observar-se-á a paridade ou simili-
cionais de caráter individual ou quaisquer outras vanta- tude com aqueles que resultarem da extinção ou transfor-
gens, excluídas aquelas que possuem vedação legal, para mação, ou ainda com aqueles que forem criados, nos ter-
integrar a base de calculo da contribuição previdenciária; mos que a lei complementar, de iniciativa do Poder Exe-
(Alterado pela Emenda nº 21/07) cutivo, dispuser. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
XXVI - valor de proventos, pensão ou benefício de § 6º A concessão de aposentadoria ao servidor pú-
prestação continuada nunca inferior ao salário mínimo vi- blico vinculado a regime próprio de previdência social e
gente, quando de sua percepção; de pensão por morte aos respectivos dependentes, bem
XXVII - pensão especial, na forma que a lei estabe- como o cálculo e o reajuste desses benefícios, serão asse-
lecer, à sua família, se vier a falecer em consequência de gurados, a qualquer tempo, observando-se os critérios da
acidente em serviço ou de moléstia dele decorrente; legislação vigente na data em que foram atendidos os re-
XXVIII - participação de seus representantes sindi- quisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão
cais nos órgãos normativos e deliberativos de previdência por morte. (Acrescido pela Emenda nº 34/2021)
social; Art. 79-A - O Município do Recife instituirá, na
XXIX - Revogado (Revogado pela Emenda nº 21/07) forma da lei, regime de previdência complementar, de ca-
XXX - Revogado (Revogado pela Emenda nº 09/99) ráter facultativo, para os servidores públicos municipais,
XXXI - Revogado (Revogado pela Emenda nº 21/07) observado o limite máximo dos benefícios do Regime Ge-
XXXII - Revogado (Revogado pela Emenda nº ral de Previdência Social para o valor das aposentadorias
08/99) e das pensões do Regime Próprio de Previdência Social.
XXXIII - Os servidores da Administração Direta ou § 1º O regime de previdência complementar de que
Indireta, fundacional, autárquica ou economia mista, ati- trata o caput deste artigo oferecerá plano de benefícios so-
vos e inativos, detentores da vantagem pessoal da estabi- mente na modalidade contribuição definida, observará o
lidade financeira, em valores correspondentes a cargos, disposto no art. 202 da Constituição Federal, e será efeti-
extintos ou não, terão assegurados os mesmos percentuais vado por intermédio de entidade aberta ou fechada de pre-
de reajuste concedidos aos símbolos dos existentes cargos vidência complementar.
comissionados e funções gratificadas, nos termos que a lei § 2º Somente mediante sua prévia e expressa opção,
complementar, de iniciativa do Poder Executivo, dispuser. o disposto neste artigo poderá ser aplicado ao servidor pú-
(Alterado pela Emenda nº 21/07) blico que tiver ingressado no serviço público municipal
até a data da publicação do ato de instituição do regime de

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previdência complementar. (Acrescido pela Emenda nº função por eles exercida, independentemente da denomi-
34/2021) nação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Art. 80 - São estáveis após três anos de efetivo exer- III - estabelecer diferença tributária entre bens e ser-
cício os servidores nomeados para cargo de provimento viços de qualquer natureza, em razão de sua procedência
efetivo em virtude de concurso público: (Alterado pela ou destino;
Emenda nº 21/07) IV - cobrar tributos:
Parágrafo único - O servidor público estável só per- a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do
derá o cargo: (Acrescido pela Emenda nº 21/07) início da vigência da lei que os houver instituído ou au-
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- mentado;
gado; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
II - mediante processo administrativo em que lhe seja publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
assegurada ampla defesa; (Acrescido pela Emenda nº V - utilizar tributo com efeito de confisco;
21/07) VI - instituir impostos sobre:
III - mediante procedimento de avaliação periódica a) patrimônio ou serviço da União, Estado, Distrito
de desempenho, na forma de lei complementar, assegu- Federal ou Município;
rada ampla defesa. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) b) templos de qualquer culto;
Art. 81 - O servidor Municipal será responsável civil, c) patrimônio ou serviços dos partidos políticos, in-
criminal e administrativamente pelos os atos que praticar clusive suas fundações, das entidades sindicais dos traba-
no exercício do cargo ou função. lhadores, das instituições de educação e de assistência so-
cial sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
TÍTULO IV d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
DA TRIBUTAÇÃO, PLANEJAMENTO impressão.
E ORÇAMENTO § 1º- A vedação do inciso VI, alínea "a", é extensiva
Capítulo I às autarquias e às fundações instituídas ou mantidas pelo
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS Poder Público, no que se refere ao patrimônio e aos servi-
Art. 82 - O Município poderá instituir os seguintes ços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas
tributos: decorrentes.
I - impostos; § 2º - As vedações do inciso VI, alínea "a", e do pa-
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia rágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio e aos servi-
ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públi- ços relacionados com exploração de atividades econômi-
cos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou cas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
postos à sua disposição; privados, ou em que haja contraprestação, ou pagamento
III - contribuições de melhoria, pelas ações decorren- de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonerem o promi-
tes de obras públicas; tente comprador da obrigação de pagar impostos relativa-
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter mente ao bem imóvel.
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econô- § 3º - A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obri-
mica do contribuinte, sendo facultado à administração gação tributária a condição de responsável pelo paga-
municipal, identificar, respeitados os direitos individuais mento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as ati- ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferen-
vidades econômicas do contribuinte. cial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
§ 2º - As taxas não poderão ter base da cálculo pró- gerador presumido. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
pria de impostos. § 4º - As isenções e anistias fiscais concedidas por lei
§ 3º. O município poderá instituir contribuição, co- e o reconhecimento das imunidades em favor das institui-
brada de seus servidores, em benefício destes, para o cus- ções de ensino, saúde e de assistência social, sem fins lu-
teio do regime previdenciário de que trata a Constituição crativos, considerados de utilidade pública, serão revistas,
Federal, cuja alíquota não será inferior à da contribuição nos termos do § 2º do art. 73. (Alterado pela Emenda nº
de servidores titulares de cargos efetivos da União. (Alte- 21/07)
rado pela Emenda nº 21/07) Art. 84 - Qualquer subsídio ou isenção, redução de
§ 4º - Nenhum tributo incidente sobre a propriedade base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia
predial e territorial urbana, receita ou contrapartida decor- ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições,
rente de bens imóveis ultrapassará o percentual de até só poderá ser concedido mediante lei específica. (Alterado
3,0% (três por cento) do valor venal do imóvel existente pela Emenda nº 21/07)
no Documento de Inscrição Imobiliária - DIM, ressalvado §1º - Quando for concedida, pelo Município, anistia
o imposto predial e territorial urbano - IPTU. (Acrescido ou remissão de crédito tributária envolvendo principal,
pela Emenda nº 21/07) multas e acessórios, fica assegurado aos contribuintes que
Art. 83 - É vedado ao Município, sem prejuízo de tenham pago seus débitos regularmente, por ocasião dos
outras garantias asseguradas ao contribuinte: respectivos vencimentos, o direito a obter o recebimento,
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabe- a título de ressarcimento financeiro compensatório, dos
leça; valores correspondentes à atualização monetária relativa
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes à diferença entre o montante recolhido e do benefício fi-
que se encontrem em situação equivalente, proibida qual- nanceiro que seja resultante de anistia ou remissão.
quer distinção em razão de ocupação profissional ou

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§ 2º A lei poderá conceder isenção de impostos para Estado e de organismo regionais ou metropolitano que se
as pessoas com deficiência e portadores de doenças inca- relacionem com o Município.
pacitantes previstas na legislação federal, quando adquiri- § 1º - Para efeito de formulação, execução e avalia-
rem único imóvel para sua residência e de sua família, ção permanente das políticas e do planejamento governa-
desde que atendidos os requisitos para o gozo do benefi- mental, o Município será dividido em regiões político-ad-
cio. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) ministrativas, na forma da lei.
§ 3º Os Servidores Municipais e os ex-combatentes § 2º - Na definição das regiões político-administrati-
poderão ter isenção parcial ou total do IPTU conforme a vas devem ser observadas as legislações pertinentes e as-
lei indicar. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) segurada a unidade histórico-cultural, demográfica, social
Art. 85 - Compete ao Município instituir impostos e econômica do ambiente urbano.
sobre: Art. 89 - São instrumentos de planejamento da ação
I - propriedade predial e territorial urbana; pública municipal:
II - transmissão "inter-vivos", a qualquer título, por I - a lei de diretrizes gerais em matéria de política
ato oneroso, de bens imóveis por natureza ou cessão de urbana;
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem II - o plano diretor;
como cessão de direitos à sua aquisição; III - o plano plurianual orçamentário;
III - Revogado (Revogado pela Emenda nº 21/07) IV - a lei de diretrizes orçamentárias;
IV - serviços de qualquer natureza, não compreendi- V - a lei de orçamento anual;
dos no Artigo 155, inciso I, alínea "b" da Constituição da VI - os planos e programas setoriais.
República, definidos em lei complementar;
§ 1º. Sem prejuízo da progressividade no tempo a que Capítulo IV
se refere o art. 105, II, o imposto previsto no inciso I po- DOS ORÇAMENTOS
derá: (Acrescido pela Emenda nº 21/07) Art. 90 - As normas orçamentárias do Município
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e obedecerão às disposições da Constituição da República,
(Acrescido pela Emenda nº 21/07) às normas gerais de direito financeiro e às da Constituição
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localiza- Estadual.
ção e o uso do imóvel. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) Art. 91 - Leis de iniciativa do Poder Executivo esta-
§ 2º - O imposto a que se refere o inciso II incide belecerão:
sobre transmissões relativas a imóveis localizados no ter- I - o plano plurianual;
ritório do Município. II - as diretrizes orçamentárias;
§ 3º - O imposto previsto no inciso II não incide sobre III - os orçamentos anuais.
a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio Art. 92 - A lei que instituir o plano plurianual estabe-
de pessoas jurídicas em realização de capital, nem sobre a lecerá as diretrizes políticas, os objetivos, as estratégias de
transmissão de bens ou direitos decorrentes da fusão, incor- ação, as metas e identificará as formas de financiamento
poração, cisão ou extinção de pessoas jurídicas, salvo se, nes- das despesas públicas, inclusive aquelas relativas aos pro-
ses casos, a atividade preponderante do adquirente for a com- gramas de duração continuada.
pra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis Art. 93 - Os planos e programas setoriais serão ela-
ou arrendamento mercantil. borados em consonância com o plano plurianual.
§ 4º - O Município poderá instituir contribuição, na
Art. 94 - A lei de diretrizes orçamentárias compreen-
forma da lei, para o custeio do serviço de iluminação pública,
derá metas e prioridades da administração, incluindo as
observado o disposto no art. 83, I e III, sendo facultada a co-
brança da contribuição na fatura de consumo de energia elé- despesas de capital para o exercício financeiro subse-
trica. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) quente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e
Art. 86 - O Município dispensará às microempresas e às disporá sobre as alterações na legislação tributária.
empresas de pequeno porte assim definidas em lei, trata- Parágrafo Único - A lei de diretrizes orçamentárias
mento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela observará as diretrizes e metas estabelecidas no plano plu-
simplificação de suas obrigações administrativas e tributá- rianual, adaptando-se diante da realidade política, econô-
rias, ou pela eliminação ou redução destas, por meio de lei. mica e social do Município.
Art. 95 - A lei orçamentária anual compreenderá:
Capítulo II I - o orçamento fiscal referente aos poderes munici-
DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO pais, seus fundos, órgãos e entidades da administração di-
EM RECEITA reta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas
TRIBUTÁRIA DA UNIÃO E DO ESTADO pelo poder público;
Art. 87- O município participa do produto da arreca- II - o orçamento de investimentos de empresas em
dação dos tributos federais e estaduais, na forma prevista que o Município, direta ou indiretamente, detenha a mai-
na Constituição da República. oria do capital social com direito a voto.
§ 1º - O orçamento fiscal abrangerá todas as receitas
Capítulo III e despesas dos poderes municipais, seus fundos, órgãos e
DO PLANEJAMENTO entidades da administração direta, das autarquias e das
Art. 88 - As ações governamentais obedecerão a pro- fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público,
cesso permanente de planejamento, com a finalidade de além das empresas públicas e sociedades de economia
garantir a unidade de intenção e de atuação dos órgãos e mista que recebam transferências à conta do Tesouro.
entidades municipais e integrá-los às ações da União,

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Legislação Municipal
§ 2º - O Poder Executivo publicará, até 30 (trinta) VI - a realização de despesas ou a assunção de obri-
dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resu- gações diretas que excedam os créditos orçamentários ou
mido da execução orçamentária contendo, inclusive, o adicionais;
efeito sobre a receita e despesa pública decorrente das VII - a vinculação de receita de impostos a órgãos,
isenções, anistias, remissões, subsídios e quaisquer outros fundos ou despesas, ressalvada a destinação de recursos
benefícios de natureza financeira ou tributária, bem como para as ações e serviços públicos de saúde, manutenção e
o montante de cada um dos tributos arrecadados e de ou- desenvolvimento do ensino e para realização de ativida-
tras receitas, inclusive as transferências federal e estadual. des de administração tributária, como determinado res-
Art. 96 - A lei de orçamento anual não conterá dispo- pectivamente pelos arts. 198, § 2º, 212 e art. 37, XXII da
sitivos estranhos à previsão e à fixação da despesa, não Constituição da República e à prestação de garantias às
incluindo na proibição, a autorização para abertura de cré- operações de crédito por antecipação de receita; (Alterado
ditos suplementares e contratação de operações de crédito, pela Emenda nº 21/07)
ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei. VIII - a utilização, sem autorização legislativa espe-
Art. 97 - Os projetos de lei relativos ao plano pluria- cífica, de recursos do orçamento fiscal para suprir neces-
nual, às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual se- sidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
rão enviados, à Câmara Municipal, nos prazos fixados em inclusive os instituídos ou mantidos pelo Poder Público;
lei complementar federal. IX - a instituição de fundos de qualquer natureza,
Art. 98 - Os projetos de lei relativos ao plano pluria- sem prévia autorização legislativa.
nual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e § 1º - Nenhum investimento, cuja execução ultra-
aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara Mu- passe o exercício financeiro, poderá ser iniciado sem pré-
nicipal através de comissão permanente, na forma regi- via inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a
mental. inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 1º - A sessão legislativa não será interrompida sem § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão
aprovação de lei de diretrizes orçamentárias. vigência no exercício financeiro em que forem autoriza-
§ 2º - As emendas ao projeto de lei do orçamento dos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos úl-
anual ou aos projetos que o modifiquem, somente podem timos 04 (quatro) meses daquele exercício, caso em que,
ser aprovados nos casos em que: reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
a lei de diretrizes orçamentárias; § 3º - A abertura de crédito extraordinário, somente
II - indiquem os recursos necessários, admitidos ape- será admitida, para atender a despesas imprevisíveis e ur-
nas os provenientes da anulação de despesas, excluídas as gentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna
que incidem sobre dotações para pessoal e seus encargos ou calamidade pública.
e serviços da dívida; § 4º. É permitida a vinculação de receitas próprias
III - sejam relacionadas com correções de erros ou geradas pelos impostos a que se refere o art. 85, e dos re-
omissões ou com os dispositivos do texto do projeto de cursos de que trata o art. 87, para a prestação de garantia
lei. ou contragarantia à União e para pagamento de débitos
§ 3º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes or- para com esta. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
çamentárias não poderão ser aprovadas quando incompa- Art. 100 - Os recursos correspondentes às dotações
tíveis com o plano plurianual. orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares
§ 4º - O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara e especiais destinados aos órgãos do Poder Legislativo,
Municipal para propor modificações nos projetos a que se ser-lhes-ão entregues até o dia 20 (vinte) de cada mês, na
refere este Artigo, enquanto não iniciada a votação, na co- forma da lei complementar federal.
missão permanente, da parte cuja alteração é proposta. Art. 101 - A proposta orçamentária parcial do Poder
§ 5º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste Ar- Legislativo será entregue ao Poder Executivo até 60 (ses-
tigo, no que não contrariar o disposto neste Capítulo, as senta) dias antes dos prazos a serem fixados em lei com-
demais normas relativas ao processo legislativo. plementar federal, para efeito de compatibilização dos
Art. 99 - São vedados: programas do Município.
I - a transposição, o remanejamento ou a transferên- Art. 102 - A despesa com pessoal ativo e inativo do
cia de recursos de uma categoria para outra ou de um ór- Município não poderá exceder os limites estabelecidos em
gão para outro, sem prévia autorização legislativa; lei complementar federal.
II - a concessão ou utilização de créditos ilimitados: Parágrafo Único - A concessão de qualquer vanta-
III - a abertura de créditos suplementar ou especial, gem ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou
sem prévia autorização legislativa, e sem indicação dos alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão
recursos correspondentes; de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
IV - a realização de operações de crédito que exce- administração direta ou indireta, inclusive fundações ins-
dam o montante das despesas de capital, ressalvadas as tituídas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais I - se houver dotação orçamentária suficiente para
com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo atender às projeções de despesa de pessoal e aos acrésci-
por maioria absoluta; mos dela decorrentes;
V - o início de programas ou projetos não incluídos II - se houver autorização específica na lei de diretri-
na lei orçamentária anual; zes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
sociedades de economia mista.

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serviços com os municípios conurbados e demais municí-
TÍTULO V pios da Região Metropolitana; (Acrescido pela Emenda nº
DO DESENVOLVIMENTO URBANO E DAS 21/07)
POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS VII - a elevação da qualidade de vida da população
Capítulo I assegurando o atendimento às suas necessidades que pro-
DA POLÍTICA URBANA piciem a inclusão social. (Acrescido pela Emenda nº
Art. 103 - A Política Urbana será instituída e imple- 21/07)
mentada pelo Município de acordo com as diretrizes ge- § 1º - São objetivos específicos do plano diretor:
rais fixadas nas legislações federal e estadual, com o ob- I - estabelecer parâmetros de equilíbrio ambiental e
jetivo de organizar, ordenar e dinamizar as funções sociais mecanismos de controle para seu cumprimento;
da Cidade e da propriedade urbana, no contexto da região II - fixar padrões de urbanização, adaptados aos as-
metropolitana, em prol do bem coletivo, da segurança e pectos físicos do território e sociais da população;
do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio am- III - instituir referenciais de desempenho dos servi-
biental. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) ços urbanos, assegurando programas de estímulo ao de-
Parágrafo Único - São Instrumentos de política ur- senvolvimento;
bana os elencados nesta Lei e os contidos no Estatuto da IV - identificar vocações e potencialidades econômi-
Cidade, dentre outros: (Acrescido pela Emenda nº 21/07) cas, estimulando a criação de microempresas e empresas
I - lei de diretrizes gerais em matéria de política ur- de pequeno porte;
bana; V - definir fatores sociais de promoção e participação
II - plano diretor; da cultura;
III - área pública de uso temporário; VI - prover o Poder Executivo de padrões apropria-
IV - legislação de parcelamento, ocupação e uso do dos de gestão urbana, de acordo com os princípios da fun-
solo, de edificações e de posturas e o plano de regulariza- ção social da cidade;
ção das zonas especiais de interesse social-PREZEIS; VII - fixar os parâmetros de avaliação permanente da
V - parcelamento ou edificação, compulsórios; evolução urbana.
VI - legislação financeira e tributária; § 2º - Para a operacionalização do plano diretor será
VII - transferência do direito de construir; necessária a implantação de um sistema de planejamento
VIII - concessão do direito real de uso; e informação que permita o acompanhamento e o controle
IX - servidão administrativa; das ações setoriais.
X - tombamento; § 3º - O plano diretor definirá áreas especiais de ur-
XI - desapropriação por interesse social, necessidade banização preferencial, de reurbanização, de urbanização
ou utilidade pública; restrita, de regularização, de implantação de programas
XII - fundos destinados ao desenvolvimento urbano; habitacionais e de transferência do direito de construir.
XIII - usucapião urbano; § 4º - O plano diretor deverá ser revisto e atualizado
Art. 104 - O plano diretor será instrumento para or- a cada 10 (dez) anos. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
denar a ação do Município no sentido de promover: (Alte- Art. 105 - O plano diretor indicará as zonas de ade-
rado pela Emenda nº 21/07) quado aproveitamento do solo urbano não-edificado, su-
I - o desenvolvimento do sistema produtivo com a butilizado ou não-utilizado, sob pena, sucessivamente, de:
devida integração das parcelas marginalizadas da popula- I - parcelamento, utilização ou edificação compulsó-
ção, objetivando uma justa redistribuição de renda e dos rios; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
recursos públicos; II - taxação progressiva, no tempo, do imposto sobre
II - a participação e o controle social nas ações da a propriedade predial e territorial urbana;
municipalidade e o amplo acesso da população à informa- III - desapropriação, com o pagamento mediante tí-
ção, no que se refere a planejamento, programas, projetos tulo da dívida pública, de emissão previamente aprovada
e orçamento municipal; pelo Senado Federal, com o prazo de resgate de até
III - a definição da configuração urbanística da ci- 10(dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, as-
dade, orientando a produção e uso do espaço urbano, segurados o valor real da indenização e os juros legais.
tendo em vista a função social da propriedade; § 1º - A lei fixará os prazos máximos para a efetiva
IV - a criação de uma política de incentivo à descon- execução das medidas referidas neste Artigo.
centração urbana, buscando, gradativamente, gerar outros § 2º - A venda ou transferência de titularidade para
polos de interesse, capazes de dividir, com o seu núcleo terceiros não interrompe o prazo para o parcelamento, a
central, as atividades a ele restritas, equilibrando assim a edificação ou a utilização compulsória nem isenta da apli-
distribuição da população, atividades econômicas e infra- cação das penalidades de que fala este Artigo. (Alterado
estrutura no espaço do Município e considerando a reali- pela Emenda nº 21/07)
dade metropolitana. Art. 106 - Na elaboração, execução, controle e revi-
V - a aplicação dos instrumentos legais de uso do são do plano diretor será assegurada, paritariamente, na
solo, de que trata o Artigo 105 desta Lei Orgânica, visando forma da lei, a participação popular, através das entidades
equilibrar a distribuição da população, de atividades eco- da sociedade civil organizada, habilitadas para esse fim, e
nômicas e de infraestrutura no espaço físico municipal, dos órgãos públicos.
considerando a realidade metropolitana. Art. 107 - A organização do espaço urbano do Muni-
VI - a integração das infraestruturas físicas e natu- cípio será normatizada em lei pertinente ao parcelamento,
rais, como também a implementação de determinados uso e ocupação do solo.

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Legislação Municipal
§ 1º - A lei de uso do solo abrangerá todo o território desta Lei Orgânica, sobre as habitações residenciais da
municipal, estabelecendo as regras de localização das fun- população de baixa renda.
ções e atividades urbanas, em consonância com as diretri- Art. 111 - A construção no espaço urbano, especial-
zes do plano diretor. mente no que se refere às edificações, serão tratadas em
§ 2º - A utilização adequada do território e dos recur- lei específica, objetivando regular a estrutura, função,
sos naturais será objeto de lei, mediante a criação de me- forma e demais aspectos inerentes às normas edifíciais e
canismo de controle, entre outros, a localização e funcio- ao traçado urbano.
namento de empreendimentos industriais, comerciais, ha- Parágrafo Único - A lei garantirá o acesso adequado
bitacionais e institucionais. às necessidades especiais de pessoas com deficiência e
§ 3º - O controle do parcelamento, uso e ocupação do mobilidade reduzida em espaços públicos e privados de
solo urbano implica, dentre outras, as seguintes medidas: uso individual e coletivo, bem como nas edificações des-
I - regulamentação do zoneamento; tinadas ao uso industrial, comercial e de serviços. (Alte-
II - especificação e controle do uso do solo, em rela- rado pela Emenda nº 21/07)
ção a cada área, zona ou bairro da cidade, em especial dos Art. 112 - A propriedade urbana cumpre sua função
usos tolerados, fixando-se em lei os limites e parâmetros social quando:
respectivos; I - atende a função social da cidade, nos termos do
III - regulamentação, aprovação ou restrição do par- Artigo 145, da Constituição Estadual;
celamento do solo; II - responde aos princípios e normas definidas no
IV - controle das construções urbanas; plano diretor.
V - proteção estética da cidade; Art. 113 - O Conselho de Desenvolvimento Urbano,
VI - preservação paisagística, monumental, histórica órgão colegiado de composição paritária entre represen-
e cultural da cidade; tantes do Município, da FIDEM (Fundação de Desenvol-
VII - controle da poluição; vimento da Região Metropolitana do Recife), Caixa Eco-
VIII - integração do Município com a Região Metro- nômica Federal, Universidade Federal de Pernambuco,
politana. através do Mestrado de Desenvolvimento Urbano e a so-
Art. 108 - O direito de propriedade sobre o solo ur- ciedade civil, exercerá as funções de acompanhamento,
bano não acarreta, obrigatoriamente, o direito de cons- avaliação e controle do Plano Diretor. (Alterado pela
truir, cujo exercício deverá ser autorizado pelo Poder Exe- Emenda nº 05/96)
cutivo, segundo os critérios estabelecidos em lei munici- § 1º - Integrará o Conselho de Desenvolvimento Ur-
pal. bano as Câmaras setoriais de desenvolvimento econômico
§ 1º - A lei disporá sobre a transferência do direito de e de desenvolvimento social.
construir que deverá contemplar, prioritariamente, o pro- § 2º - A lei regulamentará o funcionamento do Con-
prietário do imóvel considerado de interesse do patrimô- selho de Desenvolvimento Urbano.
nio histórico, cultural, arqueológico e ambiental ou desti-
nado à implantação de programas sociais. Capítulo II
§ 2º - A transferência do direito de construir pode ser DA POLÍTICA DA HABITAÇÃO
autorizada ao proprietário que doar, ao Município, o imó- Art. 114 - O Município estabelecerá, de acordo com
vel para fins de implantação de equipamentos urbanos ou as diretrizes do plano diretor e de forma integrada à Re-
comunitários, bem como de programa habitacional. gião Metropolitana, programas destinados a facilitar o
§ 3º - Uma vez exercida a transferência do direito de acesso da população de baixa renda à habitação, bem
construir, o índice de aproveitamento não poderá ser ob- como melhoria das habitações, como condição essencial
jeto de nova transferência. ao atendimento do princípio da função social da cidade.
§ 4º - Quando a lei exigir regulamentação específica Parágrafo Único - A ação do Município deverá ori-
do Zoneamento Especial, exceto nas Zonas Especiais de entar-se para:
Interesse Social - ZEIS, e o decreto ou regulamento não I - executar programas de construção de moradias
for expedido no prazo de um ano, não será obstado o di- populares;
reito de construir, aplicando-se os parâmetros urbanísticos II - promover o acesso da população a lotes urbani-
previstos para a localidade onde o imóvel e a respectiva zados, dotados de infraestrutura urbana básicas e serviços
Zona Especial estiverem situados. (Acrescido pela de transportes coletivo;
Emenda nº 21/07) III - urbanizar, regularizar e titular as áreas ocupadas
§ 5º - Nas zonas Especiais já existentes, o prazo a que por populações de baixa renda, passíveis de urbanização.
se refere o parágrafo anterior, contar-se-á e entrará em vi- IV - cadastrar os beneficiários de programas habita-
gor a partir da publicação desta lei. (Acrescido pela cionais, proporcionando um controle desses programas,
Emenda nº 21/07) especialmente, os financiados com recursos do sistema
Art. 109 - Executada a hipótese prevista no Artigo nacional de habitação vigente. (Acrescido pela Emenda nº
105, inciso III, desta Lei Orgânica, as desapropriações de 21/07)
imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indeniza- Art. 115 - Na promoção de seus programas de habi-
ção em dinheiro. tação popular, o Município, em observância às legislações
Art. 110 - A lei disporá sobre a isenção, redução, ma- federal e estadual, deverá articular-se com os órgãos esta-
joração e progressividade do imposto sobre a propriedade duais, regionais e federais competentes e, quando couber,
predial e territorial urbana, em especial, quando incidente estimular a iniciativa privada a contribuir para promover
nas hipóteses previstas nos incisos I e II do Artigo 105, a melhoria das condições habitacionais e aumentar a

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Legislação Municipal
oferta de moradias adequadas e compatíveis com a capa- conforto e segurança para a população; (Alterado pela
cidade econômica da população. Emenda nº 21/07)
Art. 115 - A - O Município integrará o Sistema Naci- II - dar prioridade à circulação de pedestres e de co-
onal de Habitação de Interesse Social - SNHIS, segundo letivos urbanos;
recomendações contidas na Lei Federal vigente. (Acres- III - compatibilizar o serviço de transporte e uso do
cido pela Emenda nº 21/07) solo;
Art. 116 - Na desapropriação de área habitacional de IV - promover integração física, operacional e tarifá-
baixa renda, decorrente de obra pública ou na desocupa- ria entre as diversas modalidades de transportes, em con-
ção de áreas de risco, o Município promoverá o reassen- sonância com o sistema de gestão metropolitana.
tamento da população desalojada, em locais dotados de V - pesquisar alternativas mais eficientes ao sistema;
infraestrutura, equipamentos coletivos e serviços urbanos, VI - compatibilizar as diretrizes do transporte pú-
prioritariamente em áreas circunvizinhas. blico municipal de passageiros com o sistema de gestão
Art. 117 - As áreas públicas não-utilizadas ou subu- do transporte público de passageiros da Região Metropo-
tilizadas serão destinadas, prioritariamente, obedecido o litana.
plano diretor do Município, a programas e projetos habi- VII - regulamentar e fiscalizar o uso dos sistemas vi-
tacionais de interesse social e/ou amenização ambiental. ário.
(Alterado pela Emenda nº 21/07) Art. 121 - A concessão, permissão e autorização para
Art. 118 - É obrigatória a apresentação de relatório prestação de serviços públicos de transporte coletivo de
de impacto ambiental e econômico-social, na implantação passageiros, no âmbito do território do Município do Re-
de conjuntos habitacionais com mais de 500 (quinhentas) cife é de competência privativa do Poder Executivo. (Al-
unidades. terado pela Emenda nº 06/97)
§ 1º - A competência para outorga de concessão é inde-
Capítulo III legável. (Alterado pela Emenda nº 06/97)
DA POLÍTICA DO TRANSPORTE § 2º - O Município não poderá instituir novas gratuida-
E SISTEMA VIÁRIO des ou abatimentos no preço das tarifas de transporte coletivo
Art. 119 - Cabe ao Município, respeitadas as legisla- de passageiros. (Alterado pela Emenda nº 06/97)
ções federal e estadual, especialmente no que concerne à Art. 122 - A implantação e conservação de infraestru-
Região Metropolitana, planejar, organizar, dirigir, coorde- tura viária será de competência do Município, incumbindo-
nar, executar, delegar e controlar a prestação de serviços lhe a elaboração de programas gerencial das obras respecti-
vas, bem como a participação no planejamento de programas
públicos ou de utilidade pública, relativos ao transporte
viários de caráter metropolitano.
público e privado de passageiros, tráfego, trânsito e siste-
Parágrafo Único - As vias integrantes dos itinerários das
mas viários municipais. linhas de transporte público de passageiros terão prioridade
§ 1º - Os serviços de transporte público de passagei- para pavimentação e conservação.
ros serão prestados necessariamente pelo Município, de
forma direta e sob regime de concessão, permissão e au- Capítulo IV
torização, nos termos da lei. (Alterado pela Emenda nº DA POLÍTICA DO SANEAMENTO
06/97) AMBIENTAL INTEGRADO
§ 2º - O Poder Público Municipal definirá, na forma Art. 123 - O Município, em consonância com a sua
da lei, mecanismos de avaliação e estudos periódicos, no política urbana e segundo o disposto em seu plano diretor,
que diz respeito à qualidade, ao desenvolvimento e à efi- deverá promover programas de saneamento básico desti-
ciência do transporte público de passageiros. (Alterado nados a melhorar as condições sanitárias e ambientais das
pela Emenda nº 21/07) áreas urbanas e os níveis de saúde da população.
§ 3º - O Poder Público Municipal adotará medidas Parágrafo Único - A ação do Município deverá ori-
que visem melhorias no sistema de transporte público de entar-se para:
passageiros para as pessoas com deficiência, na forma da I - ampliar progressivamente a sua responsabilidade
lei. (Alterado pela Emenda nº 21/07) local pela prestação de serviços de saneamento básico;
§ 4º - O Poder Público Municipal regulamentará a II - executar, juntamente com o Estado, programas de
carga, descarga e tráfego nas vias urbanas do Município, saneamento em áreas de baixa renda, com soluções ade-
na forma da lei. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) quadas para o abastecimento de água e o esgoto sanitário;
Art. 120 - A lei municipal disporá sobre a organiza- III - executar programas de educação sanitária e pro-
ção, funcionamento e fiscalização dos serviços de trans- mover a participação das comunidades na solução de seus
porte público de passageiros e de táxi, devendo fixar dire- problemas de saneamento;
trizes sobre a compatibilização do interesse público mu- IV - executar a coleta e promover a destinação final
nicipal no planejamento, operação e gestão do sistema de dos resíduos sólidos.
transporte público de passageiros de âmbito metropoli- Art. 124 - Os serviços de saneamento ambiental in-
tano. tegrado relativos a abastecimento de água, coleta e dispo-
Parágrafo Único - O planejamento dos serviços de sições de esgotos e de resíduos sólidos, limpeza pública,
transporte público de passageiros deve ser feito com ob- drenagem e controle de vetores serão planejados, organi-
servância aos seguintes princípios: zados, coordenados, executados e controlados de modo
I - garantir o transporte público de passageiros como integrado ou unificado com o sistema de saneamento de
serviço público de caráter essencial, com qualidade, âmbito metropolitano, observadas as legislações federal e
estadual. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
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Legislação Municipal
Parágrafo Único - Os serviços a que se refere este poluidoras, em especial edificações, indústrias, parcela-
Artigo serão prestados, mediante execução direta ou indi- mento, remembramento do solo e outras atividades urba-
reta, através de concessão ou permissão, nos termos da lei nas;
e ouvidativamente o Conselho Municipal de Saneamento. X - fiscalizar a emissão de poluentes por veículos au-
(Alterado pela Emenda nº 21/07) tomotores e a poluição sonora, estimulando a implantação
de medidas e uso de tecnologias que venham a minimizar
Capítulo V seus impactos;
DA POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE XI - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a uti-
Art. 125 - Todos têm o direito ao meio ambiente eco- lização de fontes de energia alternativas não-poluentes,
logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e bem como de tecnologias poupadoras de energia;
essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Município XII - preservar rigorosamente a orla marítima, prote-
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para gendo a vegetação, os coqueirais e a faixa de praia, desde
as gerações presentes e futuras, garantindo-se a proteção a atual linha do meio-fio da faixa de rolamento até a linha
dos ecossistemas e o uso racional dos recursos naturais. de preamar;
Parágrafo Único - Para assegurar a efetividade deste XIII - exercer o poder de polícia nos casos de infra-
direito, cabe ao Município observar os preceitos enume- ção da legislação de proteção ao meio ambiente.
rados nas Constituições da República e do Estado de Per- XIV - promover a política municipal de educação
nambuco, e legislação municipal pertinente, assumindo, ambiental, em conformidade com a legislação Federal,
entre outras, as seguintes atribuições: (Alterado pela Estadual e Municipal. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
Emenda nº 21/07) Art. 126 - O Município deverá implantar e manter
I - efetivar a participação dos diversos segmentos so- áreas verdes de preservação permanente, assegurando, nas
ciais no desenvolvimento da política ambiental, através de áreas urbanas e de expansão urbana, progressivamente, a
instrumentos de participação popular definidos nesta lei e proporção de 12,00 m2 (doze metros quadrados) de área
em legislação especifica, para promover a conscientiza- verde por habitante excluídas, nesta hipótese, aquelas
ção e divulgar normas técnicas pertinentes ao saneamento existentes nas propriedades privadas.
ambiental integrado; (Alterado pela Emenda nº 21/07) Art. 127 - O Município disporá, em lei, sobre ativi-
II - fiscalizar, proteger, recuperar e preservar as flo- dades poluidoras, definindo as responsabilidades e as me-
restas, a fauna, a flora e os recursos hídricos, conforme didas a serem adotadas com relação aos resíduos por elas
diretrizes da legislação ambiental de âmbito federal, esta- produzidos.
dual e municipal; (Alterado pela Emenda nº 21/07) § 1º - Consideram-se atividades poluidoras, além das
III - prevenir e controlar a poluição em todas as suas discriminadas nas legislações federal e estadual, aquelas
formas, particularmente a poluição do ar, a erosão do solo, que infrinjam as normas estabelecidas para o tratamento e
o assoreamento, a contaminação dos cursos d’água e o a deposição dos resíduos produzidos pela comunidade.
deslizamento de encostas; § 2º - As infrações ao disposto na legislação prevista
IV - consolidar a conservação da biodiversidade, no parágrafo anterior, bem como os atos lesivos ao meio
como valor para o desenvolvimento sustentável, promo- ambiente, sujeitarão o infrator à interdição temporária ou
vendo pesquisas, regulamentando o manejo dos recursos definitiva das atividades, sem prejuízo de demais sanções
naturais para atividades empresariais, a exemplo da pro- administrativas e penais, bem como da obrigação de repa-
dução fitoterápica; (Alterado pela Emenda nº 21/07) rar o dano causado.
V - fiscalizar a produção, a comercialização e o em- § 3º - É vedado ao Município contratar e conceder
prego de técnicas, métodos e substâncias que importem benefício, incentivo fiscal ou creditício a pessoa física ou
em riscos para a vida, a qualidade de vida e o meio ambi- jurídica que estiver em situação de irregularidade face às
ente, bem como o transporte e armazenamento dessas normas de proteção ambiental.
substâncias; § 4º - Não será admitida a renovação de concessão
VI - criar hortos florestais, parques, reservas, esta- ou permissão às concessionárias ou permissionárias que
ções ecológicas e outras unidades de conservação, man- tenham infringido as normas de proteção ambiental, na
tendo-os sobre especial proteção e dotando-os de infraes- forma da lei.
trutura indispensáveis às suas finalidades; § 5º - É da responsabilidade do Município informar
VII - assegurar, defender e recuperar as áreas sob a população sobre os níveis de poluição, a qualidade do
proteção legal de caráter ambiental e histórico-cultural, meio ambiente, as situações de risco e acidentes e a pre-
em especial os manguezais, os estuários, a mata atlântica, sença de substâncias potencialmente danosas à saúde, na
os recifes e as praias, cujas intervenções será sempre ob- água potável e nos alimentos.
jeto de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará Art. 128 - O Município deve assegurar as condições
publicidade; de coleta, transporte, tratamento e deposição final do lixo
VIII - estabelecer diretrizes, observando as peculia- dentro de condições técnicas que não tragam malefícios
ridades dos estudos e relatórios de impacto ambiental, de ou inconveniente à saúde, ao bem-estar público ou ao
obras ou atividades potencialmente causadoras de degra- meio ambiente.
dação do meio ambiente; Parágrafo Único - O Município promoverá desenvol-
IX - exigir o licenciamento ambiental do órgão com- vimento de programas de pesquisas às tecnologias alter-
petente para implantação, construção ou ampliação de nativas para tratamento do lixo.
obras ou atividades efetivas ou potencialmente Art. 129 - É vedado ao Município a utilização das
áreas verdes existentes para a implantação de

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Legislação Municipal
equipamentos públicos ou comunitários, bem como a ces- III - atendimento educacional especializado aos por-
são, a qualquer título, para instalações de equipamentos tadores de deficiência e superdotados, preferencialmente
privados. na rede regular de ensino;
Art. 130 - O Conselho Municipal do Meio Ambiente, IV - oferta de ensino noturno regular, adequado às
órgão colegiado de composição paritária entre represen- condições do educando;
tantes do Município e da sociedade civil, estabelecerá as V - atendimento ao educando, nas creches, no ensino
diretrizes políticas relativas ao meio ambiente. fundamental e na educação infantil, profissionalizantes e
Parágrafo Único - A lei regulamentará e adequará o alunos especiais através de programas suplementares de
funcionamento do Conselho Municipal do Meio Ambi- material didático-pedagógico, fardamento, alimentação e
ente às normas da legislação pertinente. assistência à saúde e transporte, mediante assistência téc-
nica e financeira do governo federal e estadual, conforme
Capítulo VI a Constituição Federal; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO VI - oferta de cursos técnicos de nível médio;
Art. 131 - A educação, direito de todos e dever do VII - currículo básico que, respeitadas as diretrizes e
Estado e da família, será promovida e incentivada pelo base da educação nacional e resguardada a dimensão uni-
Município em colaboração com a União, o Estado de Per- versal do conhecimento, assegure o estudo da realidade
nambuco e a sociedade, visando ao pleno desenvolvi- socioeconômica e cultural nacional e local, na perspectiva
mento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidada- da democracia, da justiça social, dos direitos humanos e
nia e sua qualificação para o trabalho. da preservação do meio ambiente;
Art. 132 - O ensino, nos estabelecimento municipais, VIII - normas que assegurem ao educando a matrí-
será ministrado com base nos seguintes princípios: cula facultativa no ensino religioso;
I - igualdade de condições para o acesso e permanên- IX - continuidade da escolarização a nível do ensino
cia na escola; médio, para os educandos concluintes do ensino funda-
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divul- mental da rede municipal, em cooperação com o Estado;
gar o pensamento, a arte e o saber; X - programa de orientação técnico-científica sobre
III - gratuidade do ensino público em estabelecimen- a prevenção do uso de drogas e orientação sexual.
tos oficiais; XI - criação e execução de programas que visem à
IV - valorização dos profissionais do ensino público, coibição da violência e da discriminação sexual, racial,
inclusive através das condições de trabalho e remuneração social ou econômica, na forma da lei. (Acrescido pela
condigna; Emenda nº 21/07)
V - garantia do padrão de qualidade; § 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é di-
VI - pluralismo de ideias e de concepções pedagógi- reito público subjetivo.
cas e coexistência de instituições públicas e privadas de § 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
ensino; Município, ou sua oferta irregular, importa responsabili-
VII - gestão democrática nas escolas públicas, com dade da autoridade competente.
participação de docentes, pais, alunos, funcionários e re- § 3º - O Município, em cooperação com o Estado,
presentantes da comunidade nos conselhos escolares, na procederá ao recenseamento e à chamada dos educandos
forma em que dispuser a lei; para o ensino fundamental e zelará, junto aos pais e res-
Art. 133 - O Município aplicará, anualmente, 25% ponsáveis, pela frequência à escola.
(vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante Art. 135 - A lei regulamentará o Conselho Municipal
de impostos, compreendida a proveniente de transferên- de Educação.
cias governamentais, na manutenção e desenvolvimento
do ensino, nas escolas públicas municipais e nas escolas Capítulo VII
comunitárias conveniadas. DA POLÍTICA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E DE-
§ 1º - Não se incluem no percentual previsto neste SENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Artigo as verbas do orçamento municipal destinadas a ati- Art. 136 - O Município realizará estudos com vistas
vidades culturais, desportivas, recreativas, programas su- à criação, baseado nos princípios de acessibilidade univer-
plementares de alimentação escolar, assistência à saúde, sal e na política de ciência e tecnologia municipal em par-
vestuário e transporte. ceria com as Universidades, Centros Tecnológicos, Porto
§ 2º - É vedada a transferência de recursos públicos, Digital, Escolas Técnicas, Fundações de Apoio à Ciência
sob qualquer título, às instituições privadas de ensino com e entidades congêneres, de escolas municipais incubado-
fins lucrativos. ras, para incentivo ao desenvolvimento científico e tecno-
Art. 134 - O dever do Município com a educação será lógico. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
efetivado mediante a garantia de: Parágrafo Único - O Poder Executivo implantará po-
I - ensino regular fundamental, obrigatório e gratuito, lítica da formação de recursos humanos nas áreas de ciên-
na rede escolar municipal, inclusive para os que a ela não cia, pesquisa e tecnologia e concederá, aos que dela se
tiverem acesso na idade própria; ocupem, meios e condições especiais de trabalho.
II - atendimento em creche pré-escolar às crianças de Art. 136-A - O Município atuará no processo de de-
0(zero) a 06 (seis) anos de idade, em regime de tempo in- senvolvimento econômico e social, por meio de políticas
tegral; públicas municipais que estimulem as ações dos agentes
públicos e privados na implementação de planos,

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Legislação Municipal
programas e projetos voltados para o desenvolvimento lo- § 3º - Cabe à administração pública municipal, na
cal sustentável: (Acrescido pela Emenda nº 21/07) forma da lei, a gestão da documentação governamental e
I - apoiando a consolidação do Município do Recife as providências para franquear sua consulta a quantos dela
como membro regional de serviços e comércio; (Acres- necessitem.
cido pela Emenda nº 21/07) § 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural se-
II - estimulando iniciativas de caráter produtivo que rão punidos, na forma da Lei.
gerem emprego e renda para a população; (Acrescido pela § 5º - Todas as áreas públicas, especialmente os par-
Emenda nº 21/07) ques, jardins e praças públicas serão abertas às manifesta-
III - incentivando as cadeias produtivas locais; ções culturais.
(Acrescido pela Emenda nº 21/07) § 6º - O plano diretor observará a obrigatoriedade de
IV - estimulando o empreendedorismo nos bairros constar, em todos os edifícios ou praças públicas, obra de
periféricos como forma de promover a equidade social; arte, escultura, mural ou relevo escultórico de autor ou ar-
(Acrescido pela Emenda nº 21/07) tista plástico, preferencialmente, brasileiro.
V - incentivando a instalação de empreendimentos de Art. 138 - O Município promoverá a pesquisa, a di-
interesse local e metropolitano, em consonância com o fusão e o ensino de disciplinas relativas à cultura afro-bra-
princípio da autonomia dos municípios nos termos da sileira, indígena e outras vertentes, nas escolas públicas
Constituição Federal. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) municipais.

Capítulo VIII Capítulo IX


DA POLÍTICA DA CULTURA DA POLÍTICA DO LAZER
Art. 137 - O Município garantirá a todos o pleno Art. 139 - O Município fomentará as atividades de
exercício dos direitos culturais, observados os seguintes lazer ativo e contemplativo, favorecendo a sua realização
preceitos: individualizada e grupal, observando:
I - unificação das ações culturais em todo o Municí- I - o atendimento a todas as faixas etárias de traba-
pio, de modo a superar paralelismos e superposições, res- lhadores ativos e inativos, estudantes, idosos, pessoas com
peitadas as particularidades culturais locais; deficiência e enfermos; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
II - descentralização de programas, espaços, serviços II - as programações específicas para períodos de fé-
e equipamentos culturais; rias, fins de semana, feriados e dias santificados;
III - informação sobre os valores culturais regionais, III - a atuação de praças e logradouros, locais de mo-
nacionais e universais; radia e entidades civis sem fins lucrativos;
IV - apoio à produção cultural local; IV - o incentivo às atividades recreativas, aos jogos
V - respeito à autonomia, à criticidade e ao plura- e às brincadeiras infanto-juvenis característicos do Nor-
lismo culturais; deste Brasileiro.
VI - participação das entidades representativas dos
produtores culturais e da sociedade civil na discussão de Capítulo X
planos e programas de ação cultural; DA POLÍTICA DO DESPORTO
VII - tratamento da cultura em sua totalidade, consi- Art. 140 - O Município promoverá, estimulará, ori-
derando as expressões artísticas e não-artísticas; entará e apoiará a prática desportiva e a atividade física
VIII - compromisso com a formação técnico-cultu- sistematizada, cabendo-lhe:
ral, o estudo e a pesquisa; I - estabelecer, nos projetos urbanísticos e nas unida-
IX - integração das ações culturais e educacionais; des escolares públicas, bem como na aprovação dos novos
X - articulação permanente com a comunidade, as conjuntos habitacionais, reserva de área destinada a praça
entidades e grupos culturais; ou campo de esporte e lazer comunitário, nos termos da
XI - animação cultural em locais de moradia, praças lei.
e logradouros, sindicatos e entidades civis; II - utilizar-se de terreno próprio, cedido ou desapro-
XII - participação das entidades representativas da priado, para desenvolvimento de programa de construção
produção cultural no Conselho Municipal de Cultura, em de centro esportivo, praça de esporte, ginásio, área de la-
conselhos e câmaras setoriais da administração direta e in- zer e campos de futebol, necessários à demanda do esporte
direta e autárquica, bem como em conselhos editoriais e amador nos bairros da cidade;
comissões julgadoras de concursos, salões e eventos afins, III - destinar recursos para esse fim;
segundo a lei. IV - apoiar as manifestações espontâneas da comuni-
XIII - incentivo e apoio às comemorações das datas dade e preservar as áreas por ela utilizadas;
importantes para a cultura negra, da mulher e minorias. V - ampliar as áreas públicas destinadas a pedestres.
(Acrescido pela Emenda nº 21/07) VI - fomentar a integração de projetos pedagógicos e
§ 1º - Todo cidadão é um agente cultural e o Municí- lúdicos à prática esportiva da população. (Acrescido pela
pio incentivará, de forma democrática, os diferentes tipos Emenda nº 21/07)
de manifestação cultural existentes. § 1º - O Município, por meio de rede pública de sa-
§ 2º - O Município, com a colaboração da comuni- úde, propiciará acompanhamento médico e exames ao
dade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural reci- atleta integrantes de quadros de entidade amadorística ca-
fense, por meio de inventários, registro, vigilância, tom- rente de recursos.
bamento, desapropriação e de outras formas de acautela- § 2º - O Município garantirá, as pessoas com defici-
mento e preservação. ência, atendimento especial no que se refere à educação

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Legislação Municipal
física e à prática de atividade esportiva sobretudo no âm- Pessoa Idosa, nos termos da lei. (Acrescido pela Emenda
bito escolar. (Alterado pela Emenda nº 21/07) nº 21/07)
Art. 145-D - O Poder Público incentivará as entida-
Capítulo XI des não-governamentais, sem fins lucrativos, atuantes na
DA POLÍTICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL política de amparo e bem-estar do idoso, devidamente re-
Art. 141 - A assistência social é direito do cidadão, gistradas nos órgãos competentes, subvencionando-as
cabendo ao Município prestar assistência às crianças, aos com auxílio financeiro e apoio técnico, na forma da lei.
adolescentes, às crianças em situação de rua desassistidas (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
de qualquer renda ou de benefício previdenciário, à ma- Art. 145-E - O Poder Público Municipal assegurará
ternidade desamparada, aos desabrigados, aos portadores o cumprimento prioritário das legislações em vigor fede-
de deficiência, aos idosos, aos desempregados e aos doen- ral, estadual e municipal, no que se refere à pessoa com
tes, independentemente de contribuição à seguridade so- deficiência. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
cial. (Alterado pela Emenda nº 21/07) Art. 145-F - Criação e manutenção de centros de
Art. 142 - A coordenação da assistência social do atendimento integral para mulheres vítimas de violência
Município deve ser exercida por um Conselho Municipal doméstica, na forma da lei. (Acrescido pela Emenda nº
de Assistência Social, integrado por entidades representa- 21/07)
tivas dos usuários, dos técnicos envolvidos nas ações de
assistência e por representantes das entidades prestadoras Capítulo XII
de serviços assistências, governamentais e não-governa- DA POLÍTICA DE SAÚDE
mentais. Art. 146 - A saúde é um direito de todos e dever do
Art. 143 - O Município promoverá convênios com Poder Público, cabendo ao Município, com a cooperação
entidade particulares e comunitárias, reconhecidas de uti- da União e do Estado, assegurar, mediante políticas soci-
lidade pública, que se dediquem ao trabalho assistencial ais, econômicas e ambientais, a diminuição do risco de
com crianças, adolescentes, idosos e dependentes de en- doenças, bem como o acesso universal e igualitário às
torpecentes ou drogas afins, subvencionando-as com am- ações e serviços para sua promoção, proteção e recupera-
paro técnico e auxílio financeiro. ção. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
Art. 144 - O Município prestará assistência jurídica § 1º - Para atingir os objetivos estabelecidos no "ca-
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de put" deste Artigo, o Município promoverá:
recursos, na forma da lei. I - condições dignas de trabalho, saneamento, mora-
Parágrafo Único - A assistência jurídica integral in- dia, alimentação, educação, transportes e lazer; (Alterado
cluirá a orientação preventiva e a conscientização dos di- pela Emenda nº 21/07)
reitos individuais e coletivos. II - respeito ao meio ambiente e controle da poluição
Art. 145 - O Município criará o Conselho Municipal ambiental;
de Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do Ado- III - acesso a informação e aos métodos de planeja-
lescente. mento familiar que não atentem contra à saúde, respei-
Parágrafo Único - O Conselho referido neste Artigo, tando o direito de opção pessoal e da autonomia quanto ao
de natureza deliberativa e de composição paritária, entre tamanho da prole; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
representantes das políticas públicas e das entidades re- § 2º - O não-oferecimento de atendimento especiali-
presentativas da sociedade, definirá as políticas relativas zado que se fizer necessário às pessoas com deficiência ou
à criança e ao adolescente, o controle das ações e a apli- sua oferta irregular importará responsabilidade da autori-
cação dos recursos previstos no parágrafo único, Artigo dade competente. (Alterado pela Emenda nº 21/07)
227, da Constituição Estadual. Art. 147 - As ações e serviços de saúde são de natu-
Art. 145-A - O Poder Público Municipal, por meio reza pública, cabendo ao Município exercê-los em seu ter-
de ação descentralizada e articulada com entidades gover- ritório e bem assim proceder regulamentação, fiscaliza-
namentais e não-governamentais, viabilizará: (Acrescido ção, controle, planejamento e execução que, na forma da
pela Emenda nº 21/07) lei, dar-se-á:
I - o atendimento à criança e ao adolescente, em ca- I - com prioridade para as atividades preventivas e
ráter suplementar, mediante programas que incluam sua sem prejuízo dos serviços assistenciais;
proteção, garantindo-lhes a permanência em seu próprio II - preferencialmente através de serviços públicos e
meio; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) complementarmente de serviços de terceiros, este medi-
II - condições para que a criança ou adolescente ante contrato ou convênio, observadas as normas do di-
possa conciliar suas obrigações com a satisfação de suas reito público, tendo preferência as entidades filantrópicas
necessidades lúdicas, de saúde e educação. (Acrescido e as sem fins lucrativos;
pela Emenda nº 21/07) III - com a cooperação técnica e financeira da União
Art. 145-B - O Poder Público Municipal apoiará a e do Estado.
criação de associações civis de defesa dos direitos da cri- IV - O Poder Público poderá contratar a rede privada,
ança e do adolescente, que busquem a garantia de seus di- quando houver insuficiência de serviços públicos, para as-
reitos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adoles- segurar a plena cobertura de assistência à população, se-
cente. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) gundo as normas de direito público e mediante autoriza-
Art. 145-C - O Poder Público Municipal assegurará ção do órgão competente; (Acrescido pela Emenda nº
o integral cumprimento das determinações contidas no 21/07)
Estatuto do Idoso, criando uma Política Municipal da

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Legislação Municipal
V - as instituições privadas na condição de contrata- V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvol-
das e/ou conveniadas ficarão sujeitas às diretrizes e nor- vimento científico e tecnológico;
mas do SUS de âmbito municipal; (Acrescido pela VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreen-
Emenda nº 21/07) dido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas
VI - é assegurado, na gestão do SUS municipal, o di- e água para consumo humano;
reito de intervir na execução do contrato de prestação de VII - participar do controle e fiscalização da produ-
serviço, quando ocorrer infração de normais contratuais e ção, transporte, guarda, utilização e destinação de subs-
regulamentares; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) tâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VII - caso a intervenção prevista no inciso anterior VIII - participar do planejamento e execução das
não restabeleça a normalidade da prestação do atendi- ações de controle do meio ambiente, nele compreendido
mento a saúde da população, poderá o Poder Executivo o do trabalho;
rescindir o convênio e/ou contrato, na forma da lei; IX - incentivar a pesquisa, o uso e a difusão de me-
(Acrescido pela Emenda nº 21/07) dicamentos fitoterápicos;
VIII - a instalação de qualquer novo serviço público X - executar ações de prevenção, tratamento e reabi-
de saúde deve levar em consideração a demanda, cober- litação de pessoas com deficiências física, mental e sen-
tura, o território, o grau de complexidade da rede e articu- sorial; (Alterado pela Emenda nº 21/07)
lação do sistema; (Acrescido pela Emenda nº 21/07) XI - promover, no âmbito do Município, a pesquisa
Parágrafo Único - É vedada a cobrança ao usuário e o desenvolvimento de novas tecnologias e a produção
pela prestação das ações e serviços de assistência a saúde, de medicamentos, matérias primas insumos e equipamen-
nas instituições mantidas pelo Município ou aos serviços tos para prevenção e controle de doenças e deficiências
contratados e/ou conveniados com o SUS, quando no físicas, mentais e sensoriais;
atendimento dos usuários do sistema único de saúde. (Al- XII - garantir medidas que visem à eliminação de ris-
terado Emenda nº 21/07) cos de acidentes, doenças profissionais e do trabalho, e
Art. 148 - As ações e serviços de saúde, realizados que ordenem o processo produtivo de modo a assegurar a
no Município, constituem uma rede regionalizada e hie- saúde e a vida dos trabalhadores;
rarquizada, integrando o Sistema Único de Saúde, no âm- XIII - assegurar assistência integral a saúde da mu-
bito do Município, respeitadas as seguintes diretrizes: lher, dentro dos melhores padrões técnicos, éticos e cien-
I - descentralização dos recursos financeiros, servi- tíficos, nas diferentes fases de sua vida, bem como que
ços e ações de saúde, através da organização dos distritos seja garantida assistência, no âmbito do município, para o
sanitários, que constituem uma área geográfica delimi- atendimento ao abortamento, nos termos previsto em lei;
tada, conformando uma unidade básica de planejamento, (Alterado pela Emenda nº 21/07)
execução e avaliação do sistema municipal de saúde; (Al- § 1º. - Revisar o Código Sanitário Municipal a cada
terado Emenda nº 21/07) 10 (dez) anos. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
II - integralidade na prestação das ações de saúde, § 2º - O Município criará instrumentos de fiscaliza-
adequadas às realidades epidemiológicas; ção e controle da infecção hospitalar, na forma da lei.
III - universalização da assistência de igual qualidade (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
e sem qualquer discriminação, com instalação e acesso a § 3º - O gestor municipal de saúde poderá realizar
todos os níveis de serviços de saúde, à população; intervenção nos serviços contratados e/ou conveniados ou
IV - participação dos usuários, trabalhadores, gesto- não com o SUS, a partir da estrita necessidade da saúde
res e prestadores de serviços na formulação, gestão e con- pública municipal, ouvido opinativamente o Conselho
trole das políticas e ações de saúde, no Município, através Municipal da Saúde. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
do fortalecimento do controle social nas instâncias do Art. 150 - Ficam criadas duas instâncias colegiadas
Conselho Municipal de Saúde, Conselho Distrital de Sa- de caráter deliberativo, a Conferência Municipal de Saúde
úde e nos Conselhos de Unidade; (Alterado pela Emenda e o Conselho Municipal de Saúde, na forma da lei.
nº 21/07) § 1º - A Conferência Municipal de Saúde contará
V - participação direta do usuário, a nível das unida- com ampla representação da comunidade e objetivará
des prestadoras de serviços de saúde, no controle de suas avaliar a situação de saúde no Município e fixar diretrizes
ações e serviços. e políticas.
Art. 149 - Ao Sistema Único de Saúde, no âmbito do § 2º - O Conselho Municipal de Saúde composto, pa-
Município, compete, além de outras atribuições, nos ter- ritariamente, por representantes de órgãos públicos, enti-
mos da lei: dades prestadoras de serviços de saúde, usuários e traba-
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e lhadores do SUS, terá como objetivo formular e controlar
substâncias de interesse para a saúde e participar da pro- a execução da política municipal de saúde.
dução de medicamentos, equipamentos imunobiológicos, § 3º - A instalação de quaisquer novos serviços pú-
hemoderivados e outros insumos; blicos ou privados de saúde será apreciada no âmbito do
II - executar e planejar as ações de vigilância sanitá- SUS, aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, le-
ria, epidemiológica e ambiental bem como as de saúde do vando-se em consideração a demanda, cobertura, distri-
trabalhador; (Alterado pela Emenda nº 21/07) buição geográfica e grau de complexidade e articulação
III - ordenar a formação de recursos humanos na área do sistema.
de saúde; Art. 151 - A direção do Sistema Único de Saúde, no
IV - participar da formulação da política e da execu- âmbito do Município, será exercido pela Secretaria Muni-
ção das ações de saneamento básico; cipal competente.

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Legislação Municipal
Art. 152 - O Sistema Único de Saúde, no âmbito do III - à promoção do acesso a bens e serviços por parte
Município, será financiado com recursos próprios do Te- da população, especialmente a de menor poder aquisitivo;
souro Municipal, do orçamento Estadual, da União e da IV - à fiscalização de preços, pesos e medidas e da
Seguridade Social, além de outras fontes. qualidade dos bens e serviços;
Parágrafo Único - É vedada a destinação de recursos V - à pesquisa, à informação e à divulgação de dados
públicos, bem como qualquer incentivo fiscal ou finan- sobre consumo, preços e qualidade de bens e serviços, em
ceiro, para auxílio ou subvenção às instituições privadas especial sobre a cesta básica de alimentos, para a orienta-
com fins lucrativos. ção do consumidor;
Art. 153 - A gestão do Sistema Único de Saúde, no VI - ao atendimento, à mediação e ao encaminha-
âmbito do Município, observará critérios de compromisso mento do consumidor aos órgãos especializados, inclusive
com o caráter público dos serviços e com a eficácia do seu de prestação de assistência jurídica.
desempenho, não podendo, o respectivo titular, ter dupla
militância profissional com o setor privado. (Alterado Capítulo XIV
pela Emenda nº 21/07) DA POLÍTICA DO ABASTECIMENTO
§ 1º - A gestão do sistema único de saúde poderá ad- Art. 156 - O Município atuará na normalização, or-
mitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate ganização e promoção direta ou indireta das atividades de
as endemias por meio de processo seletivo público, de abastecimento alimentar da sua população, com as seguin-
acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições tes atribuições principais:
e requisitos específicos para a sua atuação. (Acrescido I - planejar e executar programas de abastecimento
pela Emenda nº 21/07) alimentar, de forma integrada com os programas especiais
§ 2º - As atividades dos agentes comunitários de sa- de nível federal, estadual, metropolitano e intermunicipal;
úde e os agentes de combate as endemias, serão regula- II - estimular a formação de centros de abastecimento
mentadas na forma da lei. (Acrescido pela Emenda nº de micros e pequenos empresários, em conjuntos habita-
21/07) cionais e outras áreas de concentração populacional;
§ 3º - Os agentes comunitários de saúde e os agentes III - incentivar relações diretas entre as entidades as-
de combate as endemias, somente poderão ser contratados sociativas dos produtores e dos consumidores, mediante
diretamente pelo município na forma do § 1º deste artigo. apoio à criação de centrais comunitários de compras;
(Acrescido pela Emenda nº 21/07) IV - implantar, ampliar e recuperar os equipamentos
I - Os profissionais que na data de 14 de fevereiro de de mercados públicos, feiras livres e similares;
2006, e a qualquer título desempenhavam as atividades de V - regulamentar as atividades de abastecimento ali-
agentes comunitárias de saúde ou agentes de combate as mentar e fiscalizar e controlar o cumprimento das técnicas
endemias, na forma da lei, ficam dispensados de se sub- de operação.
meter ao processo seletivo público a qual se refere o § 1º §1º - O Município assegurará, no âmbito das ativida-
deste artigo, desde que tenham sido contratados a partir de des, sob sua execução direta ou através de empresa pú-
anterior processo de seleção publica, efetuado pelo muni- blica, a oferta de alimentos a preços subsidiados para a
cípio ou outras instituições com a efetiva supervisão e au- população de baixa renda.
torização da administração direta municipal. (Acrescido §2º Os mercados municipais, que tenham sido insta-
pela Emenda nº 21/07) lados em prédios próprios do município e tenham entrado
Art. 154 - Os profissionais de nível superior da área em funcionamento até 31 de dezembro de 1999, não po-
de saúde admitidos pelo Poder Público poderão ter regime derão ser privatizados. (Alterado pela Emenda nº 11/00)
de tempo integral de acordo com as determinações do
plano de cargos, carreiras e vencimentos. (Alterado pela Capítulo XV
Emenda nº 21/07) DA POLÍTICA DO TURISMO
§ 1º - O Poder executivo formulará e implantará po- Art. 157 - O Município incentivará e apoiará o de-
lítica de recursos humanos, instituirá planos de carreira e senvolvimento do turismo através de:
possibilitará capacitação e reciclagem apropriadas para o I - definição, com os municípios da região metropo-
exercício de suas atividades. litana e órgãos públicos privados que atuam no setor, de
§ 2º - Os atuais profissionais da área de saúde, de ní- diretrizes políticas e estratégias de ação para o turismo re-
vel superior, integrantes do quadro de pessoal do Poder gional e municipal;
Público Municipal, poderão optar pelo que trata o "caput" II - criação e regulamentação do uso e fruição dos
deste Artigo, com suas vantagens pecuniárias. bens naturais, históricos e culturais relacionados às áreas
de interesse turístico definidas no plano diretor;
Capítulo XIII III - implantação de infraestrutura necessária ao de-
DA POLÍTICA DA DEFESA DO CONSUMIDOR senvolvimento das atividades turísticas, observadas as es-
Art. 155 - O Município promoverá, inclusive em co- tratégias de ação definidas;
ordenação com a União e o Estado, medidas de defesa do IV - incentivo à formação de pessoal especializado
consumidor, visando: para o setor turístico, com cadastramento dos guias de tu-
I - à conscientização do cidadão, habilitando-o para rismo e dos profissionais e entidades relacionadas com o
a autodefesa ante os abusos do poder econômico; setor;
II - à promoção de ações que assegurem os interesses V - promoção, sensibilização e conscientização do
e direitos dos consumidores; público para valorização e preservação dos bens históri-
cos, culturais e naturais;

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Legislação Municipal
VI - incentivo e apoio à produção artesanal e às tra- Art. 164 - Não se dará nome de pessoa viva a qual-
dições culturais e folclóricas da região; quer logradouro ou estabelecimento público, nem se dará
VII - promoção e apoio à realização de feiras, expo- nova designação aos que tiverem denominação tradicio-
sições e outros eventos, com prioridade para os projetos nal.
que utilizem e preservem os valores artísticos populares, Parágrafo Único - Qualquer mudança de denomina-
bem como à realização de campanhas promocionais que ção de logradouro público deverá ser precedida de con-
concorram para a divulgação das potencialidades turísti- sulta ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico
cas do Município. Pernambucano.
VIII - incentivo à exploração sustentável dos recur- Art. 165 - Fica proibida a instalação de usinas nucle-
sos naturais do Município para a prática de turismo eco- ares no território do Município do Recife.
lógico e subaquático. (Acrescido pela Emenda nº 21/07) Art. 166 - Os prazos de vigência dos contratos de co-
§ 1º - No incentivo e no apoio ao desenvolvimento modato, firmados pelo Município, não poderão ultrapas-
do turismo, de que trata este Artigo, o Município criará o sar o período do mandato do Prefeito, salvo quando hou-
Conselho de Turismo - CONTURE, com atribuições de ver prévia autorização da Câmara Municipal.
definir as diretrizes da política de desenvolvimento do tu- Art. 167 - O Município usará prioritariamente, na re-
rismo. alização de obras, a mão-de-obra da comunidade benefi-
§ 2º - O Município instituirá bairro turístico da Ci- ciária da ação pública.
dade do Recife, de forma a redefinir, na área, as funções Parágrafo Único - O disposto no "caput" deste Artigo
urbanas e a vocação econômica, submetendo-se à aprova- constará, obrigatoriamente, dos editais de licitação e con-
ção da Câmara Municipal. corrência pública.
Art. 168 - A lei estabelecerá condições e incentivos
TÍTULO VI que assegurem a preservação plena das áreas da chamada
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Mata Atlântica permanente.
Art. 158 - Os quadros de Assessor Jurídico do Muni- Art. 169 - O Município, através da rede de saúde, fará
cípio do Recife, no âmbito dos Poderes Executivo e Le- obrigatoriamente, o exame preventivo em relação às pato-
gislativo, serão reestruturados mediante diplomas norma- logias de mama e colo de útero.
tivos próprios. (Alterado pela Emenda nº 02/93) Art. 170 - O Município obriga-se a fornecer, sempre
Art. 159 - Na hipótese de alienação de participação que solicitado, os meios físicos necessários e indispensá-
societária de sociedade de economia mista, pertencentes veis para instalação de postos avançados de segurança.
ao Município, que importe transferência do respectivo Art. 171 - O Município criará Casas de Trabalho nos
controle, assegurar-se-á a distribuição, aos empregados, a bairros, oferecendo orientação profissional, máquinas e
título de gratificação, na proporção do salário percebido e ferramentas, em locais adequados, visando a possibilitar
do tempo de serviço, de valor correspondente a 1/3 (um o desenvolvimento de trabalho autônomo, sem vínculo
terço) do preço total de venda. empregatício.
Art. 160 - A Guarda Municipal, órgão de caráter ci- Art. 172 - O Município promoverá a guarda, organi-
vil, será organizada com base nos princípios democráticos zação e gestão, através de arquivo público, da documen-
e no respeito aos direito humanos, devendo ser o seu chefe tação oficial da municipalidade.
nomeado, pelo Prefeito, dentre cidadãos de moral irrepre- Art. 173 - O Município considerará como manifestação
ensível e de conduta ilibada. cultural a revista "ARRECIFES", de responsabilidade do
Parágrafo Único - Será estimulado o respeito aos va- Conselho Municipal de Cultura, assegurando, no mínimo,
lores democráticos e aos direitos da cidadania no processo edição semestral, sem prejuízo das subvenções financeiras
de formação dos guardas municipais, conforme dispuser a que possam ser atribuídas a esta instituição.
lei. Art. 174 - O Município, na forma da lei, promoverá a
Art. 161 - As entidades da administração indireta de- instalação da Rádio Frei Caneca, para divulgação dos atos
verão, no que couber, estender, aos servidores, os direitos oficiais, informações e campanhas educativas do interesse
público.
e vantagens previstos no Artigo 79, § 2º, desta Lei Orgâ-
Art. 175 - É feriado municipal a data de 06 de março,
nica.
em comemoração e homenagem aos heróis e mártires da Re-
Art. 162 - O Prefeito, o Vice-Prefeito, o Vereador e volução Republicana Constitucionalista de 1817.
os Secretários Municipais, proferirão no ato de posse nos Art. 175-A - O Município obrigatoriamente, promoverá
respectivos cargos, o seguinte compromisso: “Invocando a "Semana Frei Caneca", no mês de março de cada ano, em
a proteção de Deus, prometo manter, defender e cumprir homenagem a figura do mártir recifense, uma das maiores
a Constituição da República Federativa do Brasil, a do Es- expressões humanas da Pátria, o carmelita "Frei Joaquim do
tado de Pernambuco, a Lei Orgânica do Município do Re- Amor Divino Caneca". (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
cife, observar as demais Leis, promover o bem coletivo, a Parágrafo Único - O evento a que se refere o "caput"
igualdade social e exercer o meu (mandato ou cargo) sob será realizado através de palestras nas escolas municipais
a inspiração das tradições democráticas, históricas, liber- e amplamente veiculado com impressos sobre a história
tárias e heroicas do bravo povo recifense”. (Alterado pela da vida e luta do herói recifense e divulgado por todos os
Emenda nº 12/01) meios de comunicação, de modo que venha a ultrapassar
Art. 163 - A família, base da sociedade, tem proteção as fronteiras do Recife e do Estado de Pernambuco, em
especial do Município, a quem competirá assisti-la de to- referência ao dia 13 de janeiro de 1825, quando foi covar-
das as formas, criando mecanismos para coibir a violência demente arcabuzado. (Acrescido pela Emenda nº 21/07)
no âmbito de suas relações.

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Legislação Municipal
Art. 176 - É declarado o dia 12 de março de 1537 § 3º - Fica assegurada, aos servidores aposentados
como data histórica da fundação do Recife. até a data prevista no parágrafo anterior e que se encon-
Art. 177 - Lei ordinária definirá os critérios para re- travam, há mais de 02 (dois) anos, sem interrupção, per-
conhecimento, como de utilidade pública, das entidades cebendo gratificação em órgãos da administração indireta,
sem fins lucrativos, no âmbito do Município. incorporação destas vantagens aos proventos da inativi-
Art. 178 - revogado (Alterado pela Emenda nº 06/97) dade.
Art. 179 - revogado (Alterado pela Emenda nº 21/07) § 4º - Fica vedada a percepção de quaisquer atrasados
Art. 180 - O Conselho de Defesa dos Direitos Huma- decorrentes da aplicação deste Artigo.
nos, previsto no inciso I do Artigo 5º desta Lei Orgânica, Art. 2º - O Poder Executivo encaminhará à Câmara
manterá sua organização, composição e atribuições atuais. Municipal do Recife, no prazo de 14(quatorze) meses, a
Art. 181 - Será garantida, às pessoas com deficiência, contar da data da promulgação da presente Lei Orgânica,
a participação em concursos públicos municipais, através projetos da lei de diretrizes gerais em matéria de política
da adaptação dos recursos materiais e ambientais, bem urbana e do plano diretor.
como do provimento de recursos humanos de apoio. (Al- Parágrafo Único - Os projetos de lei, referidos no
terado pela Emenda nº 21/07) "caput" deste Artigo, deverão ser apreciados e votados,
Art. 182 - Fica proibida a realização de testes ou exa- pelo Poder Legislativo, no prazo de 120 (cento e vinte)
mes, de qualquer natureza, ou uso de qualquer meio para dias, contados a partir da data de suas recepções.
constatação de gravidez em candidatas a emprego na ad- Art. 3º - O Poder Executivo encaminhará à Câmara
ministração direta e indireta, bem como nas empresas Municipal do Recife, no prazo de 120 (cento e vinte) dias,
onde o Município seja acionista majoritário. a contar da data da publicação oficial da lei do plano dire-
Art. 183 - O Município criará o Salão de Arte da Ci- tor, os projetos de lei pertinente a:
dade do Recife, de modo a permitir que os artistas plásti- I - uso e ocupação do solo;
cos exponham e divulguem os seus trabalhos. II - parcelamento do solo;
Art. 184 - O Hino Nacional Brasileiro deverá ser can- III - edificações e instalações;
tado, obrigatoriamente, pelas unidades escolares da rede IV - posturas.
municipal de ensino da Cidade do Recife, inclusive as Parágrafo Único - Os projetos de lei referidos no "ca-
subvencionadas pela Prefeitura. put" deste Artigo deverão ser apreciados e votados pelo
Art. 185 - A lei estabelecerá estímulos e incentivos Poder Legislativo, no prazo de 120 (cento e vinte) dias,
aos órgãos, empresas, entidades ou sociedades pertencen- contados a partir da data de suas recepções.
tes aos sistema de comunicação, radiodifusão, televisão e Art. 4º - Até a entrada em vigor de lei complementar
imprensa escrita que divulguem músicas pernambucanas, federal a que se refere o Artigo 165, § 9º, incisos I e II da
principalmente carnavalescas e juninas, e promovam pro- Constituição da República, serão obedecidas as seguintes
gramas evidenciando a história e a cultura recifenses. normas:
Art. 186 - O Município pleiteará do Estado de Per- I - o projeto do plano diretor plurianual, para vigên-
nambuco a volta ao seu território, do Arquipélago de Fer- cia até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
nando de Noronha, antigo 2º Distrito da Capital e atual do Prefeito subsequente, será encaminhado até o dia 30
Distrito Estadual. (trinta) de setembro do primeiro exercício financeiro e de-
volvido para sanção até 30 (trinta) de novembro do
ATOS DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS mesmo ano;
II - o projeto da lei de diretrizes orçamentaria será
Art. 1º - É assegurada ao servidor inativo a revisão
encaminhado até 30 (trinta) de abril da cada ano e devol-
dos proventos da aposentadoria, na mesma proporção e a
vido para sanção até o dia 15 (quinze) de junho, não sendo
partir da mesma data em que se modificar a remuneração
interrompida a sessão legislativa sem sua aprovação;
dos servidores em atividade, sendo também estendidos
III - o projeto de lei orçamentária do Município será
aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posterior-
encaminhado até o dia 30 (trinta) de setembro de cada ano
mente concedidos aos servidores em atividade, inclusive
e devolvido para sanção até o dia 30 (trinta) de novembro.
quando decorrentes de transformação ou reclassificação
Art. 5º - no prazo de 120(cento e vinte ) dias, a contar
do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
da promulgação desta Lei Orgânica, a Câmara Municipal
§ 1º - Os proventos de aposentadoria, quando origi-
aprovará lei de regulamentação do Conselho de Desenvol-
nalmente compostos por um ou mais valores básicos e por
vimento Urbano de que trata o Artigo 113 desta Lei Orgâ-
parcelas sobre os mesmos incidentes, serão sempre atua-
nica.
lizados toda vez que forem os valores básicos ou, indivi-
Art. 6º - No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a
dualmente, qualquer parcela integrante da remuneração
contar da promulgação desta Lei Orgânica, o Poder Pú-
do servidor da ativa, mantendo-se, em qualquer hipótese,
blico Municipal regulamentará:
os direitos e vantagens assegurados no ato que homologou
I - a política municipal de apoio às pessoas portado-
a aposentadoria.
ras de deficiência:
§ 2º - Os proventos dos funcionários aposentados até
II - os mecanismos de participação popular;
o dia 07 de março de 1998 serão recalculados, no prazo de
III - o código de defesa do meio ambiente e do equi-
90 (noventa) dias, contados a partir da promulgação desta
líbrio ecológico;
Lei Orgânica, através da restauração de todas as vantagens
IV - a política de incentivos à cultura, considerando
relacionadas nos atos de suas aposentadorias ou posterior-
estímulos fiscais, cadastramento, formação e difusão cul-
mente obtidas.
tural;

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Legislação Municipal
V - o Conselho Municipal para Assuntos do Doador b.-05 (cinco) membros do Poder Legislativo Munici-
e do Receptor de órgãos. pal, sendo 02 (dois) Vereadores e os demais membros in-
Parágrafos Único - A política a que se refere o inciso tegrantes do Quadro de Pessoal das áreas Jurídicas e Le-
I deste Artigo, será executada pela Coordenadoria para In- gislativas da Câmara Municipal do Recife.
tegração da Pessoa Portadora de Deficiência, vinculada ao § 2º - Todos os membros do Grupo de Trabalho Es-
Poder Executivo. pecial serão designados por Ato do Chefe do Poder Exe-
Art. 7º - No prazo de que trata o Artigo anterior, o cutivo, observadas, obrigatoriamente, as indicações do
Poder Executivo, para efeito do disposto no Artigo 105, Presidente da Câmara Municipal do Recife no que con-
fará um recenseamento dos campos de futebol amador. cerne aos seus representantes.
Art. 8º - No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, con- § 3º - O Grupo de Trabalho Especial poderá realizar
tados a partir da promulgação desta Lei Orgânica e de as gestões necessárias à obtenção de colaboração dos ór-
acordo com o estabelecido em seu Artigo 63, § 2º, o Poder gãos jurídicos, técnicos e administrativos dos Poderes
Executivo procederá a identificação dos bens da Prefei- Executivo e Legislativo do Município, mediante convênio
tura. a ser firmado entre os Chefes dos respectivos Poderes.
Art. 9º - A lei disporá sobre a organização e as fun- § 4º - Os trabalhos da Consolidação da Legislação
ções da Comissão de Defesa Civil do Município. Municipal serão desenvolvidos com o apoio de todos os
Parágrafo Único - Enquanto não for disciplinada por órgãos administrativos e técnicos da Prefeitura da Cidade
lei, a organização de funções da Comissão de Defesa Civil do Recife e Câmara Municipal do Recife, que deverão
do Município do Recife, permanecerá a norma vigente no contribuir, quando solicitados, com recursos humanos e
momento da promulgação desta Lei Orgânica. materiais para a realização dos trabalhos propostos na pre-
Art. 10 - Será criada uma comissão de Sistematiza- sente Lei.
ção Legislativa, composta de 09 (nove) membros, 06 III. Ao Grupo de Trabalho de que trata este artigo
(seis) indicados pela Câmara Municipal e 03 (três) pelo cabe promover estudos e realizar anteprojetos de leis con-
Prefeito, com a finalidade de propor à Câmara Municipal solidando as Leis municipais, por área temática, nos ter-
e ao Prefeito, até o final da presente legislatura, as medi- mos das Leis complementares federais nº 95/98 e nº
das legislativas e administrativas previstas na Constitui- 107/01, observadas as disposições concernentes às inicia-
ção do Estado e nesta Lei Orgânica, sem prejuízo das ini- tivas legislativas.
ciativas desses Poderes, na esfera de sua competência. IV - O prazo para o término do trabalho do Grupo ora
Art. 11 - A revisão da Lei Orgânica Municipal será instituído é de 120 (cento e vinte) dias contados da data
realizada no prazo de 90 (noventa) dias após a publicação da publicação desta Lei.
do Texto revisado da Constituição do Estado de Pernam- Art.- 13-B. A legislação complementar, objeto de re-
buco. gulamentação desta Lei Orgânica, deverá, obrigatoria-
Art. 12 - O Município promoverá edição popular mente, ser encaminhada ao Poder Legislativo no prazo
desta Lei Orgânica que será distribuída nas repartições pú- máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar da data
blicas e entidades representativas da sociedade civil. de promulgação desta Lei Orgânica. (Acrescido pela
Art. 13 - Os contratos por tempo determinado desti- Emenda nº 21/07)
nados à implementação de programas e projetos na área Art.- 13-C - Para a próxima Legislatura, a iniciar-se
de saúde, vigentes quando da promulgação da Emenda à na data de 1º de janeiro de 2013, o Poder Legislativo Mu-
Lei Orgânica do Município do Recife nº 21, de 3 de julho nicipal do Recife será composto por 39 (trinta e nove) Ve-
de 2007, poderão ser prorrogados pelo prazo máximo de readores, observado o critério populacional, nos termos da
1 (um) ano, vedada qualquer recontratação, devendo o previsão constante do Art. 29, da Constituição da Repú-
instrumento de prorrogação em caráter excepcional, con- blica Federativa do Brasil, com nova redação dada pela
ter cláusula específica prevendo a sua rescisão a partir do Emenda nº 58, de 23/09/2009 e, do Art. 10 desta Lei Or-
provimento de cargo de idênticas atribuições existentes na gânica, (Acrescido pela Emenda nº 23/08 e alterado pela
estrutura da Secretaria de Saúde. (Alterado pela Emenda Emenda nº 24/11)
nº 22/07) Art. 14. A Câmara Municipal do Recife funcionará
Art. 13-A - Institui a obrigatoriedade da consolidação em regime extraordinário no período de 6 a 31 de julho de
da Legislação Municipal do Recife. (Acrescidos Caput, 2020.
Incisos, Parágrafos e Alíneas pela Emenda nº 21/07) Parágrafo único. O funcionamento de que trata o ca-
I. O Poder Executivo publicará, a cada dois anos, co- put implica cancelamento do recesso, em conformidade
letânea contendo a consolidação das Leis vigentes do mu- com os §§ 3º, 4º e 5º do art. 18 desta Lei Orgânica do Mu-
nicípio do Recife. II. Fica instituído, conjuntamente, no nicípio do Recife. (Acrescido pela Emenda nº 33, de 25 de
âmbito dos Poderes Executivo e Legislativo, Grupo de maio de 2020)
Trabalho Especial, para realizar a Consolidação da Legis- CÂMARA CONSTITUINTE MUNICIPAL DO RE-
lação Municipal. CIFE
§ 1º - O Grupo de Trabalho Especial, definido no ca- José Cavalcanti Neves Filho
put deste artigo, será constituído por 10 (dez) membros, Presidente
com a seguinte composição: Eclésio Meneses de Lima
a.-05 (cinco) membros do Poder Executivo Munici- 1º. Vice-Presidente
pal, sendo um deles o Secretário de Assuntos Jurídicos e Cláudio Antônio Delgado de Borba Carvalho
os demais membros integrantes do Quadro de Pessoal da 2º Vice-Presidente
Procuradoria Geral do Município; Alpheu Rosa Cesse Neto

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1º Secretário 02. (GRUPO APCON/2024). Tendo como base a
José Carolino Corrêa de Oliveira Andrade Lei nº 18.147/2015 - Plano Municipal de Educação do Re-
3º Secretário cife/PE, qual estratégia enfoca a promoção de uma educa-
Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho ção inclusiva, respeitando o tempo pedagógico de indiví-
Relator duos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi-
André Carlos Alves de Paula Filho mento, dificuldades de aprendizagem, em situação de vul-
André Wilson de Queiroz Campos nerabilidade e com altas habilidades?
Antônio de Lima Santana
A) Investir em insumos como bibliotecas e laboratórios
Antônio Rafael de Menezes
de informática.
Augusto Carlos Diniz Costa
B) Respeitar o tempo pedagógico das pessoas com defi-
Augusto da Silva Lucena
ciência e outras especificidades.
Byron de Paula Travasso Sarinho
C) Promover a estruturação de processos pedagógicos
Carlos Eduardo Cintra da Costa Pereira
de alfabetização nos anos iniciais do ensino funda-
Carlos Frederico Gomes Fred Oliveira
mental.
Homero Moura Lacerda de Melo
D) Colaborar com o Ministério da Educação na criação
João Batista Meira Braga
de instrumentos de avaliação.
João Paulo Lima e Silva
E) Selecionar e divulgar tecnologias educacionais para
Liberato Pereira da Costa Júnior
a alfabetização.
Manoel Gilberto Silveira Holanda Cavalcanti
Maria Geralda Heráclio do Rêgo Farias
03. (GRUPO APCON/2024). No que concerne à Lei
Mauro Ribeiro de Godoy
nº 18.147/2015 - Plano Municipal de Educação do Re-
Miguel Batista
cife/PE, qual medida é prevista para assegurar a diversi-
Murilo Vitoriano de Mendonça
dade de métodos e propostas pedagógicas na alfabetiza-
Newton Carneiro Filho
ção de crianças, além de promover o acompanhamento
Otávio Augusto Cavalcanti
dos resultados nos sistemas de ensino em que forem apli-
Renildo Vasconcelos Calheiros
cadas?
Ricardo Sérgio de Magalhães Melo
Rivaldo Allain Ferreira Teixeira A) Promover a formação continuada de professores com
Romário de Castro Dias Pereira ênfase no conhecimento de novas tecnologias educa-
Romildo José Ferreira Gomes Filho cionais.
Sílvio Tavares de Amorim B) Estimular os sistemas de ensino e as escolas a cria-
Vicente Manoel Leite André Gomes rem instrumentos de avaliação e monitoramento.
Waldemar Alberto Borges Rodrigues Neto C) Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educaci-
Waldomiro Ferreira da Silva onais para a alfabetização, assegurada a diversidade
Participou integralmente dos trabalhos da Lei Orgâ- de métodos.
nica Aristófanes de Andrade Silva, inclusive como 2º Se- D) Investir em insumos pedagógicos e qualificar educa-
cretário da Mesa Dirigente. dores para a utilização de bibliotecas e laboratórios
de informática.
E) Implantar bibliotecas nas unidades educacionais pú-
EXERCÍCIOS blicas e promover programas de estímulo à leitura.
Para as questões de 01 a 33, marque uma única alter-
nativa correta conforme pede seu comando. 04. (GRUPO APCON/2024). Ainda com base na
Lei nº 18.147/2015 - Plano Municipal de Educação do Re-
01. (GRUPO APCON/2024). Com base na Lei nº cife/PE, qual ação é proposta para colaborar com o Minis-
18.147/2015 - Plano Municipal de Educação do Re- tério da Educação na avaliação da alfabetização das crian-
cife/PE, qual é a estratégia que destaca a importância da ças, promovendo a criação de instrumentos de avaliação
formação continuada de professores para a alfabetização nacional e o estímulo aos sistemas de ensino para desen-
de crianças, enfatizando o conhecimento de novas tecno- volver seus próprios instrumentos de avaliação e monito-
logias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras? ramento?
A) Promover a estruturação de processos pedagógicos A) Estruturar processos pedagógicos de alfabetização
de alfabetização, articulando-os com as estratégias nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-
desenvolvidas na pré-escola. os com a pré-escola.
B) Colaborar com o Ministério da Educação para a ins- B) Investir em bibliotecas, laboratórios de informática e
tituição de instrumentos de avaliação nacional perió- material de apoio didático para qualificar educado-
dicos e específicos. res.
C) Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educaci- C) Respeitar o tempo pedagógico de pessoas com defi-
onais para a alfabetização de crianças. ciência e promover práticas inclusivas.
D) Promover e estimular a formação continuada de pro- D) Colaborar na instituição de instrumentos de avalia-
fessores para a alfabetização de crianças. ção nacional e estimular a criação de instrumentos
E) Implantar, progressivamente, biblioteca nas unida- próprios pelos sistemas de ensino.
des educacionais públicas.

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E) Selecionar e divulgar tecnologias educacionais, ga- C) Articulação e complementaridade com as ações da
rantindo a diversidade de métodos pedagógicos. União e do Estado.
D) Monitoramento contínuo do processo e avaliação dos
05 (GRUPO APCON/2024). Consoante determina a resultados.
Lei nº 18.147/2015 - Plano Municipal de Educação do Re- E) Inclusão de todas as crianças em situação de vulne-
cife/PE, acerca da meta de oferecer educação em tempo rabilidade e risco.
integral, qual estratégia enfatiza a construção e o desen-
volvimento de projetos pedagógicos que estimulem a per- 09. (GRUPO APCON/2024). Tendo como base a
manência do aluno na unidade educacional? Lei nº 18.769/2020, que institui o Primeiro Plano Decenal
para a Primeira Infância do Recife, qual eixo estratégico
A) Estender a jornada escolar em colaboração com a
foca na ampliação de vagas na educação infantil, na ga-
União e o Estado, assegurando material didático e re-
rantia do direito à permanência e qualificação do parque
curso humano qualificado.
de unidades escolares?
B) Garantir a estruturação física e pedagógica adequada
para escolas em tempo integral. A) Eixo Direito à Educação e Cultura.
C) Construir projetos pedagógicos com suporte teórico B) Eixo Direito à Saúde.
e metodológico para incentivar a permanência dos C) Eixo Direito à Assistência Social e Direitos Huma-
alunos. nos.
D) Incentivar a participação comunitária na construção D) Eixo Direito ao Espaço Urbano.
do currículo das escolas integrais. E) Governança e Intersetorialidade.
E) Fundamentar a educação integral como espaço de
exercício da cidadania e protagonismo juvenil. 10. (GRUPO APCON/2024). No que concerne à Lei
nº 18.769/2020, qual eixo estratégico do Primeiro Plano
06. (GRUPO APCON/2024). No tocante à Lei nº Decenal para a Primeira Infância do Recife é dedicado à
18.147/2015 - Plano Municipal de Educação do Re- atenção integral a crianças com deficiência, em situações
cife/PE, sobre a implementação da educação em tempo específicas e de vulnerabilidades, e à formação profissio-
integral, qual estratégia visa assegurar a oferta de material nal e educação permanente em saúde?
didático pedagógico e recurso humano qualificado em re-
A) Eixo Direito à Educação e Cultura.
gime de colaboração com a União e o Estado?
B) Eixo Direito à Saúde.
A) Assegurar a construção e ampliação de prédios esco- C) Eixo Direito à Assistência Social e Direitos Huma-
lares com infraestrutura necessária. nos.
B) Desenvolver projetos pedagógicos que fundamentem D) Eixo Direito ao Espaço Urbano.
a permanência do aluno na escola. E) Governança e Intersetorialidade.
C) Estender a jornada escolar, garantindo material didá-
tico e recursos humanos qualificados. 11. (GRUPO APCON/2024). Consoante determina
D) Promover a participação da comunidade escolar na a Lei nº 18.769/2020, qual órgão é responsável pelo mo-
construção de currículos diversificados. nitoramento e avaliação do Primeiro Plano Decenal para
E) Conceber a educação integral como prática de cida- a Primeira Infância do Recife, garantindo a análise dos in-
dania e protagonismo juvenil. vestimentos, progresso e resultados das ações previstas no
plano?
07. (GRUPO APCON/2024). De acordo com a Lei
A) Prefeitura do Recife.
nº 18.769/2020, que institui o Primeiro Plano Decenal
B) Secretaria de Planejamento e Gestão.
para a Primeira Infância do Recife, qual diretriz assegura
C) Comissão de Monitoramento do Conselho Municipal
a participação da sociedade na elaboração do plano, inclu-
de Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do
indo organizações representativas, famílias e crianças?
Adolescente do Recife (COMDICA).
A) Duração decenal do plano. D) Secretarias com ações direcionadas à Primeira Infân-
B) Abrangência de todos os direitos da criança nessa cia.
faixa etária. E) Órgãos da Administração Direta ou Indireta.
C) Conceito integral da criança como pessoa, sujeito de
direitos e cidadã. 12. (GRUPO APCON/2024). Segundo a Lei nº
D) Inclusão de todas as crianças, com prioridade às que 18.769/2020, de que maneira o Poder Executivo Munici-
se encontram em situação de vulnerabilidade. pal pode ampliar a execução das metas e a implementação
E) Participação da sociedade na elaboração do plano. das estratégias do Primeiro Plano Decenal para a Primeira
Infância?
08. (GRUPO APCON/2024). Segundo a Lei nº
A) Exclusivamente por meio de recursos próprios do
18.769/2020, que estabelece o Primeiro Plano Decenal
município.
para a Primeira Infância do Recife, qual diretriz enfatiza
B) Através da criação de novas secretarias municipais
o monitoramento contínuo e a avaliação dos resultados
dedicadas à primeira infância.
das ações implementadas para a primeira infância?
C) Firmar convênios e parcerias com órgãos da Admi-
A) Duração decenal do plano. nistração Direta ou Indireta, outras esferas de go-
B) Abrangência de todos os direitos da criança. verno e o setor privado.

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Legislação Municipal
D) Limitando-se à colaboração direta com o Governo D) Organização de eventos esportivos inter-escolares
Federal. anuais.
E) Priorizando exclusivamente parcerias com entidades E) Criação de novos cargos administrativos para gestão
sem fins lucrativos. financeira.

13. (GRUPO APCON/2024). De acordo com a Lei 17. (GRUPO APCON/2024). Segundo o Decreto nº
nº 18.769/2020, que estabelece o Primeiro Plano Decenal 35.798/2022, qual das seguintes ações não é uma atribui-
para a Primeira Infância do Recife, como deve ser promo- ção explicitamente designada à Secretaria de Educação?
vida a transparência e o controle social da execução do
A) Supervisionar instituições públicas e privadas de en-
plano?
sino do Sistema Municipal de Educação.
A) Através de audiências públicas anuais exclusiva- B) Promover a gestão integrada das políticas públicas de
mente. desenvolvimento da Educação com o setor privado.
B) Por meio de relatórios disponibilizados nas reuniões C) Coordenar a rede municipal de transporte escolar.
do COMDICA. D) Coordenar, gerenciar e executar estudos e pesquisas
C) Divulgando anualmente os relatórios de monitora- voltados para a Rede Municipal de Educação.
mento e avaliação nos sítios institucionais da Prefei- E) Promover ações articuladas com o Ministério da
tura do Recife. Educação.
D) Publicação de relatórios apenas para órgãos governa-
mentais internos e parceiros diretos. 18. (INSTITUTO AOCP - 2020 – Pref. de Recife -
E) Limitando o acesso aos relatórios de monitoramento PE - Assistente Social 30H). Sobre o Estatuto dos Funci-
a membros do governo e entidades financiadoras. onários Públicos do Município do Recife (Lei nº
14.728/85), no que se refere a Concurso Público, é correto
14. (GRUPO APCON/2024). No que concerne ao afirmar que
Decreto nº 35.798/2022, qual é a finalidade principal da
A) a primeira investidura em cargo de provimento efe-
Secretaria de Educação conforme estabelecido?
tivo efetuar-se-á mediante indicação por cargo em
A) Administrar exclusivamente a formação continuada comissão.
dos servidores da Rede Municipal de Educação. B) no concurso para provimento de cargo de nível uni-
B) Coordenar a implementação de políticas de saúde es- versitário não haverá necessidade de prova de títulos.
colar na Rede Pública Municipal de Ensino. C) a aprovação em concurso público cria direito efetivo
C) Gerir a Rede Pública Municipal de Ensino, visando à nomeação.
a garantia do acesso à Educação Básica de qualidade. D) terá preferência para a nomeação, em caso de empate
D) Supervisionar somente as instituições privadas de na classificação, o candidato já pertencente ao ser-
ensino do Sistema Municipal de Educação. viço público do Município.
E) Promover ações unicamente voltadas para a moder- E) poderá ser aberto concurso para o preenchimento de
nização tecnológica das unidades educacionais. cargo público, mesmo quando houver funcionário de
igual categoria em disponibilidade.
15. (GRUPO APCON/2024). De acordo com o De-
creto nº 35.798/2022, qual das seguintes atribuições não 19. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Re-
está explicitamente designada à Secretaria de Educação? cife - PE - Assistente Social 20H). Sobre o Estatuto dos
Funcionários Públicos do Município do Recife, assinale a
A) Formular, coordenar e acompanhar as políticas pú-
alternativa correta.
blicas da Educação.
B) Acompanhar e controlar a execução de contratos ad- A) A pena de demissão não poderá ser aplicada no caso
ministrativos na área de competência. de revelação de segredo de que o funcionário tenha
C) Promover exclusivamente intercâmbios internacio- conhecimento em razão de suas atribuições.
nais para professores da Rede Municipal. B) É permitida a acumulação de cargos remunerados
D) Captar e gerir os recursos voltados para a Educação. por funcionários públicos, desde que a carga horária
E) Difundir as normas regulamentadoras das atividades não exceda 60 horas semanais e não ocorra incompa-
educacionais em âmbito municipal. tibilidade de horários.
C) Dentre os deveres básicos do funcionário, pode-se ci-
16. (GRUPO APCON/2024). Consoante determina tar exação administrativa, urbanidade e discrição.
o Decreto nº 35.798/2022, qual ação é enfatizada como D) Quando o funcionário comparecer ao serviço com
parte das atribuições da Secretaria de Educação para ga- atraso máximo de uma hora, ou quando se retirar an-
rantir a qualidade da infraestrutura física das unidades tes de findo o período de trabalho, perderá dois terços
educacionais? (2/3) do vencimento do dia.
E) A deficiência física e a limitação sensorial constitui-
A) Implementação de sistemas de segurança digital em
rão impedimentos à posse e ao exercício de cargo ou
todas as escolas.
função pública.
B) Administração do funcionamento, manutenção e
qualidade da infraestrutura física.
C) Desenvolvimento de programas de alimentação es-
colar orgânica.

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Legislação Municipal
20. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife- E) no primeiro dia útil após a data em que transitar em
PE – Enfermeiro). É forma de provimento originário de julgado a sentença que anule o provimento ou de-
cargo público, segundo o estatuto dos servidores do Mu- clare a perda do cargo.
nicípio de Recife:
24. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As-
A) a promoção;
sistente de Gestão Pública). De acordo com o Estatuto
B) a reintegração;
dos Funcionários Públicos do Município de Recife, o fun-
C) o aproveitamento;
cionário
D) a nomeação;
E) a readaptação. A) poderá, com vencimentos e vantagens integrais, ob-
ter licença que não excederá 12 meses, em razão de
21. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife- doença em pessoas de sua família que conste como
PE – Enfermeiro). De acordo com o Estatuto dos Servi- seu dependente, desde que prove ser indispensável
dores do Município de Recife, o servidor municipal tem sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada
direito, assegurada a percepção integral de vencimentos simultaneamente com o exercício do cargo.
do cargo, à licença: B) poderá, com vencimentos e vantagens integrais, ob-
ter licença que não excederá 24 meses, em razão de
A) prêmio, no período de 03 (três) meses, após cada 3
doença em pessoas de sua família que conste como
(três) anos de efetivo exercício prestado exclusiva-
seu dependente, desde que prove ser indispensável
mente ao Município, podendo ser convertido em pe-
sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada
cúnia o período não gozado por necessidade de ser-
simultaneamente com o exercício do cargo.
viço;
C) não poderá obter licença em razão de doença em pes-
B) à gestante, mediante inspeção médica, pelo prazo
soas de sua família que conste ou não como seu de-
máximo de 150 (cento e cinquenta) dias, incluída
pendente, uma vez que a licença para tratamento de
nesse período a licença para aleitamento, que fica
doença é exclusiva e pessoal do servidor público.
condicionada à nova perícia médica;
D) poderá, sem vencimentos e vantagens, obter licença
C) para tratamento de saúde por período de até 24 (vinte
que não excederá 36 meses, em razão de doença em
e quatro) meses, prorrogável excepcionalmente uma
pessoas de sua família que conste como seu depen-
única vez por até mais 12 (doze) meses nos casos
dente, desde que prove ser indispensável sua assis-
considerados recuperáveis, mediante nova inspeção
tência pessoal e esta não possa ser prestada simulta-
médica;
neamente com o exercício do cargo.
D) por motivo de doença em pessoas de sua família, no
E) poderá, com vencimentos e vantagens na proporção
prazo máximo de 12 (doze) meses, mediante inspe-
de 60%, obter licença que não excederá 12 meses,
ção médica;
em razão de doença em pessoas de sua família que
E) para trato de interesses particulares, pelo prazo de 2
conste como seu dependente, desde que prove ser in-
(dois) anos, prorrogável uma única vez por até mais
dispensável sua assistência pessoal e esta não possa
2 (dois) anos.
ser prestada simultaneamente com o exercício do
cargo.
22. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife-
PE – Enfermeiro). Consoante dispõe a Lei nº 14.728/85
25. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As-
(Estatuto dos Servidores do Município do Recife), o ser-
sistente de Gestão Pública). De acordo com o Estatuto
vidor que comete ofensa física em serviço contra funcio-
dos Funcionários Públicos do Município de Recife, com
nário ou particular, salvo se em legítima defesa, é passível
relação à acumulação de cargo público, é correto afirmar:
de sofrer pena disciplinar de:
A) Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal de
A) repreensão;
cargos, empregos, funções públicas ou proventos de
B) suspensão;
aposentadoria, a Comissão de Acumulação de Car-
C) exoneração;
gos - CAC notificará o servidor para apresentar de-
D) demissão;
fesa ou fazer opção, no prazo improrrogável de cinco
E) multa e suspensão.
dias, contados da data da ciência da notificação.
B) O servidor poderá participar de forma remunerada de
23. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As-
até 3 comissões, ou grupos ou órgãos de deliberação
sistente de Gestão Pública). De acordo com o Estatuto
coletiva, desde que seja membro nato de um deles.
dos Funcionários Públicos do Município do Recife, com
C) O funcionário não poderá exercer mais de um cargo
relação à vacância de cargo, a vaga ocorrerá, dentre outras
em comissão, ou integrar mais de um órgão de deli-
hipóteses,
beração coletiva, salvo, nesse último caso, quando
A) no dia útil seguinte àquela em que o funcionário for integrante nato.
completar setenta anos de idade. D) Instaurado o processo administrativo disciplinar, se o
B) no dia seguinte ao ato que demitir ou exonerar. servidor, até o trânsito em julgado do processo, fizer
C) no dia seguinte à data do falecimento de servidor pú- a opção legal, independentemente de comprovar a
bico. exoneração do cargo ou a dispensa de emprego ou
D) na data da publicação do ato que aposentar. função objeto da acumulação, presume-se a sua boa-
fé e o processo será arquivado.

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Legislação Municipal
E) O servidor que tiver feito declaração falsa sobre acu- 29. (FCC - 2022 – Pref. de Recife - PE - Analista
mulação de cargos por ocasião de sua posse será ime- em Assistência Social e Direitos Humanos - Assistente
diatamente exonerado, sem a necessidade de pro- Social). Ao funcionário público do Recife, conforme pre-
cesso administrativo disciplinar, devendo, inclusive, visto na Lei Municipal nº 14.728/1985 e alterações, é ex-
ocorrer a comunicação ao Ministério Público para pressamente PROIBIDO
apuração das penalidades criminais cabíveis no A) fixar residência fora do município do Recife ou de
prazo máximo de cinco dias contados da exoneração. sua região metropolitana, não estando aposentado.
B) criticar, do ponto de vista da organização do serviço,
26. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As- por meio de trabalho assinado, os atos da Adminis-
sistente de Gestão Pública). De acordo com o Estatuto tração pública.
dos Funcionários Públicos do Município do Recife, o fun- C) fazer circular ou subscrever listas de donativos no re-
cionário público que pleitear, como procurador ou inter- cinto do trabalho.
mediário, junto às repartições públicas municipais para D) manter sigilo sobre fatos que tenha conhecimento em
tratar de percepção de vencimentos, proventos, remunera- razão do cargo.
ção ou vantagens de parente afim de terceiro grau, está E) participar, se na ativa, de sociedade comercial como
sujeito a penalidade de acionista, cotista ou comanditário.
A) advertência verbal e multa de até cinco vezes a remu-
neração do servidor. 30. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife-
B) suspensão, que não excederá a 60 dias. PE – Enfermeiro). De acordo com a Lei Orgânica do Mu-
C) advertência verbal, somente. nicípio do Recife, as comissões parlamentares de inqué-
D) exoneração. rito da Câmara Municipal:
E) suspensão, que não excederá a 30 dias. A) terão poderes de investigação próprios das autorida-
des judiciais, além de outros previstos no regimento
27. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As- interno;
sistente de Gestão Pública). De acordo com o Estatuto B) serão criadas a requerimento, no mínimo, da maioria
dos Funcionários Públicos do Município do Recife, con- absoluta dos Vereadores;
sidera-se abandono de cargo a ausência intencional do ser- C) terão por objeto a apuração de fato que atente contra
vidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos. A reas- a dignidade e decoro dos integrantes do poder pú-
sunção das atribuições, depois de consumado o abandono blico, ainda que o fato não seja determinado no início
de cargo, dos trabalhos;
A) não afasta a responsabilidade administrativa, nem ca- D) observarão o prazo de 30 (trinta) dias para conclusão
racteriza perdão tácito da Administração pública. dos trabalhos, prorrogável de forma justificada por
B) afasta a responsabilidade administrativa e caracteriza igual período, com limite de 180 (cento e oitenta)
perdão tácito da Administração pública. dias;
C) afasta a responsabilidade administrativa, mas não ca- E) investigarão exclusivamente fatos graves envol-
racteriza perdão tácito da Administração pública pela vendo parlamentares municipais e terão poderes pró-
absoluta impossibilidade material de aplicação desse prios de autoridades legislativas.
instituto aos entes Públicos.
D) não afasta a responsabilidade administrativa direta, 31. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife-
mas servirá como circunstância atenuante que poderá PE – Enfermeiro). O processo legislativo no Município
reduzir a multa administrativa em até trinta 30%, por do Recife, consoante dispõe sua lei orgânica, compreende
expressa disposição legal. a elaboração de emendas:
E) só afastará a responsabilidade administrativa após A) à Constituição Estadual, leis complementares, leis
três meses consecutivos de prestação de serviços, ordinárias e leis delegadas;
mas não caracteriza perdão tácito da Administração B) à lei orgânica, leis complementares, leis ordinárias,
pública pela absoluta impossibilidade material de decretos legislativos e resoluções;
aplicação desse instituto aos entes públicos. C) à lei orgânica, leis complementares, leis ordinárias,
medidas provisórias e decretos;
28. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As- D) à lei orgânica, leis complementares, leis ordinárias,
sistente de Gestão Pública). De acordo com o Estatuto leis delegadas e medidas provisórias;
dos Funcionários Públicos do Município do Recife, os Se- E) à lei orgânica, leis ordinárias, leis de iniciativa popu-
cretários Executivos, os Diretores Executivos, os Geren- lar e decretos do Executivo.
tes Gerais e o Corregedor da Guarda Municipal do Recife,
são competentes para aplicação das penas disciplinares 32. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife-
nos casos de PE – Enfermeiro). Em tema de Poder Legislativo Muni-
cipal, a Lei Orgânica do Município do Recife dispõe que:
A) advertência, repreensão e suspensão de até 08 dias.
B) advertência, repreensão e suspensão de até 60 dias. A) a Câmara Municipal reunir-se-á anualmente no perí-
C) advertência e repreensão, apenas. odo de trabalho legislativo ordinário de 01 de feve-
D) suspensão de até 60 dias, apenas. reiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezem-
E) advertência, repreensão e suspensão de até 90 dias. bro;

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Legislação Municipal
B) compete privativamente à Câmara Municipal sanci-
onar, promulgar e fazer publicar leis, bem como ex-
pedir decretos e/ou regulamentos para sua fiel exe-
cução;
C) a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial do Município e das entida-
des de sua administração direta ou indireta será exer-
cida pelo Tribunal de Contas Municipal;
D) compete privativamente ao Presidente da Câmara
Municipal declarar a necessidade, a utilidade pública
ou o interesse social, para fins de desapropriação nos
termos da lei federal;
E) o Presidente da Câmara remeterá ao Tribunal de
Contas do Estado, até 30 (trinta) de abril do exercício
seguinte, as contas do Poder Legislativo e do Poder
Executivo.

33. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife-


PE – Enfermeiro). O Município do Recife, na sua atua-
ção, atenderá aos princípios da democracia participativa.
A Lei Orgânica do Município do Recife estabelece que o
processo de participação popular será exercido por meio
de instrumentos como:
A) as associações de moradores;
B) as audiências públicas;
C) o tribunal do júri;
D) o direito de livre associação;
E) o direito de livre reunião.

GABARITO OFICIAL
Conferido
01-D 07-E 13-C 19-C 25-C 31-B
02-B 08-D 14-C 20-D 26-E 32-E
03-C 09-A 15-C 21-C 27-A 33-B
04-D 10-B 16-B 22-D 28-A
05-C 11-C 17-C 23-D 29-C
06-C 12-C 18-D 24-B 30-A

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)

CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
SUMÁRIO:
1. Organização Escolar: aspectos pedagógicos e administrativos ................................. 03
2. Padrões de Infraestrutura para o espaço físico destinado à Educação Infantil .......... 04
3. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil ..................................... 05
4. Constituição Federal de 1988, art. 5º (Dos Direitos e deveres Individuais e Coletivos),
art. 205 a 214 (Da Educação) ................................................................................ 07/10
5. Estatuto da Criança e do Adolescente– Lei n.º 8.069/1990 (arts. 1º ao 6º; 13, 15 a 18;
53 a 59; 131 a 135) ................................................................................................... 13
6. Lei Federal nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do
art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 ................................................. 16
7. Brinquedos e brincadeiras de creches - Manual de Orientação Pedagógica - MEC com
apoio da UNICEF ..................................................................................................... 17
8. O desenvolvimento físico, emocional, social, cognitivo e afetivo na creche ............ 31
9. Saúde Coletiva: ambiente saudável .......................................................................... 35
10. Organização do trabalho pedagógico – cuidados essenciais na creche: sono, higiene e
alimentação ............................................................................................................... 36
11. Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais da
criança e a igualdade racial ....................................................................................... 39
12. A importância do lúdico no desenvolvimento de jogos, brinquedos, brincadeiras na
Educação Infantil ...................................................................................................... 40
13. A organização do tempo e do espaço nas atividades da Educação Infantil ............... 40
14. Rotina na Educação Infantil ...................................................................................... 42
15. A indissociabilidade do brincar, cuidar e educar na Educação Infantil ..................... 44
16. Noções de primeiros socorros na Educação Infantil ................................................. 46
17. A importância da interação Auxiliar de Desenvolvimento Infantil e as crianças ...... 48
18. Educação Infantil e as práticas promotoras de igualdade racial ................................ 48
19. Currículo da Educação Infantil: ações pedagógicas com bebês ................................ 51
20. Lei Lucas – Lei n.º 13.722, de 04 de outubro de 2018 .............................................. 56
21. Política de Ensino da Rede Municipal do Recife – Educação Infantil ...................... 56

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


1. ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: ASPECTOS Independente da área específica, é essencial que a
PEDAGÓGICOS E ADMINISTRATIVOS gestão administrativa escolar tenha uma compreensão
clara dos objetivos do trabalho, das pessoas envolvidas,
A organização da escola se efetiva, cotidianamente,
dos recursos disponíveis, dos locais e dos momentos pa-
em espaços e tempos. Os espaços se referem tanto ao lu-
ra atuação, bem como dos métodos a serem utilizados.
gar físico — sala de aula, cozinha, sala dos professores
—, quanto ao conjunto de relações entre os diferentes Uma administração bem-sucedida se baseia em uma
atores que transitam e se relacionam no dia a dia da esco- abordagem fundamentada e participativa, sustentada por
la, e que ocupam lugares e fazeres hierarquicamente di- uma ampla coleta de informações e análises detalhadas.
ferenciados. Espaço, nesse sentido, é o lugar de onde se Dessa forma, toda decisão deve ser apoiada por uma ava-
fala ou se cala, lugar carregado de subjetividade, de rela- liação cuidadosa de experiências anteriores e das possí-
ções vitais e sociais concretas, palco dos rituais que veis repercussões futuras.
compõem a cultura da escola.
Segundo Manoel Bergström, em "Organização e
A gestão administrativa escolar é aquela que assume Administração Escolar: curso básico" (INEP/MEC), uma
a responsabilidade por diversos setores em uma institui- gestão administrativa escolar eficiente antecipa situações
ção: financeiro, jurídico, pedagógico e outros. desafiadoras e trabalha na prevenção de novos problemas
em diversos contextos. Portanto:
Ela engloba o conjunto de estratégias que possibili-
tam o trabalho pedagógico na escola. São essas ações "A diretriz principal do administrador deve ser
administrativas que integram e estruturam os recursos e sempre satisfazer, minimizar e resolver necessidades
processos em busca da melhoria contínua do ensino e da presentes e emergentes. Ao entender essa concepção, fica
aprendizagem. evidente que as atividades essenciais de planejar e pro-
gramar, coordenar e liderar, monitorar e controlar são
1.1. Aspectos Pedagógicos
aplicáveis em diversos níveis, contextos e modalidades
A gestão pedagógica é a espinha dorsal da organiza- administrativas."
ção escolar, focando diretamente no propósito educacio-
nal. Envolve a organização e o planejamento do sistema Planejar e Programar
educacional, a elaboração e execução de projetos peda-
Planejar consiste em determinar o que deve ser fei-
gógicos, a gestão de recursos humanos (incluindo o trei-
to, tanto em termos de qualidade quanto de quantidade.
namento do corpo docente), e a avaliação do desempe-
Programar é organizar e definir metas que viabilizem a
nho de alunos e professores. Este pilar busca melhorar
execução do planejado.
continuamente as práticas educativas e a relação de ensi-
no e aprendizagem, além de aprimorar as metodologias Os planejamentos e programas podem se aplicar a
de ensino. projetos específicos, abrangentes, de curta ou longa du-
ração.
A importância da organização escolar se manifesta
na otimização das aulas, no fornecimento de formações No âmbito da gestão financeira, planejar envolveria
continuadas aos professores, e na promoção de reflexões estabelecer um orçamento anual para a escola, abarcando
sobre as práticas em sala de aula. Projetos interdiscipli- todos os custos com manutenção, materiais, recursos e
nares, por exemplo, fomentam a cooperação e o trabalho salários dos funcionários.
em equipe, contribuindo para o desenvolvimento de uma
Por outro lado, programar implicaria em determinar
consciência coletiva entre os estudantes.
como e quando os recursos financeiros serão distribuí-
dos, baseando-se no planejamento estabelecido.
1.2. Aspectos Administrativos
Na esfera administrativa, a gestão escolar engloba a Dirigir e Coordenar
administração de recursos materiais, financeiros e físi-
Dentro da gestão administrativa escolar, a habilida-
cos, bem como a organização do tempo e da comunica-
de de dirigir e coordenar destaca-se como um dos pilares
ção. O gestor escolar desempenha um papel essencial ao
principais. Comumente, a administração é percebida co-
assegurar a eficácia na gestão de todos os recursos, pre-
mo sinônimo de liderança. Dirigir e coordenar envolvem
servando o patrimônio da instituição, coordenando a ma-
a distribuição de tarefas e a definição clara de responsa-
nutenção e as aquisições necessárias, e promovendo um
bilidades. Para tomar decisões acertadas nesta área, é ne-
ambiente organizado e limpo. Isso abrange a gestão fi-
cessário que os gestores tenham um profundo conheci-
nanceira, com ênfase na alocação de gastos e na distri-
mento tanto dos procedimentos e métodos quanto das
buição equitativa do orçamento para garantir o funcio-
motivações, disposições e competências de sua equipe.
namento adequado de todos os departamentos.
Áreas de atuação da Gestão Administrativa Es-
A administração de recursos humanos representa
colar
outro aspecto importante, focalizando na motivação e no
envolvimento dos colaboradores em todas as atividades - Gestão de Pessoas: Nesta esfera, os administrado-
escolares. Isso requer uma comunicação eficiente não só res são responsáveis por organizar e dirigir atividades de
com os funcionários, mas também com a comunidade desenvolvimento profissional para professores, além de
escolar inteira, para alinhar professores, estudantes e fa- planejar novas contratações e outras tarefas relacionadas.
miliares às metas educacionais da instituição.

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- Gestão de Infraestrutura e Logística: Envolve a de recursos e na conformidade com as regula-
supervisão de manutenções preventivas e a gestão dos mentações e diretrizes estabelecidas pelo go-
recursos e instalações da escola, assegurando sua funcio- verno.
nalidade e segurança.
• Gestão Democrática: Mais recentemente, tem
- Gestão Financeira: Compreende o planejamento havido uma mudança para uma concepção de
financeiro anual e o acompanhamento contínuo dos gas- gestão democrática, que enfatiza a participação
tos, visando a sustentabilidade financeira da instituição. de todos os membros da comunidade escolar -
incluindo professores, alunos, pais e funcioná-
- Gestão Pedagógica: Abrange o planejamento cur-
rios - nas decisões da escola. A ideia é promo-
ricular, a análise de dados de desempenho acadêmico e a
ver um ambiente de aprendizagem colaborativo
coordenação de atividades extracurriculares, entre ou-
e inclusivo.
tros.
Propostas Oficiais do Aparelho de Estado
- Gestão Jurídica: Envolve garantir que a escola
esteja em conformidade com as legislações e normativas As propostas oficiais do aparelho de Estado para a
aplicáveis, como a Lei Geral de Proteção de Dados. gestão escolar são refletidas em várias peças de legisla-
ção e políticas públicas. Por exemplo:
- Gestão de Comunicação: A comunicação eficaz é
vital para qualquer gestão bem-sucedida. Neste contexto, • Lei de Diretrizes e Bases da Educação
os gestores devem elaborar e executar estratégias de co- (LDB): A LDB estabelece diretrizes para a edu-
municação tanto para a comunidade escolar quanto para cação no Brasil, incluindo princípios para a ges-
os processos internos. tão escolar. A LDB enfatiza a gestão democráti-
Administrar é, portanto, olhar para o todo. É pes- ca do ensino público e a participação da comu-
quisar para agir! Ao adotar essa perspectiva abrangente, nidade escolar e local na elaboração do projeto
o gestor administrativo pode tomar decisões embasadas, pedagógico da escola.
levando em conta o impacto em ampla escala. • Plano Nacional de Educação (PNE): O PNE
Administrar significa, também, alinhar os esforços estabelece metas e diretrizes para a política
individuais com a diretriz traçada pelo plano político- educacional brasileira durante um período de
pedagógico da escola. dez anos. O atual PNE, para o período de 2014
a 2024, inclui metas para melhorar a gestão es-
1.3. Estratégias para a Organização Escolar colar, como garantir a formação continuada de
gestores e a implementação de planos de carrei-
Para manter uma organização escolar eficiente, al- ra para os profissionais da educação.
gumas estratégias-chave incluem:
• Programas de Formação de Gestores: O go-
• Planejamento estratégico, abrangendo tanto o verno brasileiro também implementou vários
planejamento pedagógico quanto o administra- programas para melhorar a formação e o desen-
tivo, assegurando que todos na escola saibam volvimento profissional dos gestores escolares.
quais são suas responsabilidades e como devem Por exemplo, o Programa Nacional Escola de
executá-las. Gestores da Educação Básica oferece cursos de
• Limpeza e organização dos materiais e espa- especialização em gestão escolar para gestores
ços, essenciais para um ambiente de aprendiza- escolares em exercício.
do produtivo.
• Uso de recursos tecnológicos, que otimizam os
processos administrativos e pedagógicos e me- 2. PADRÕES DE INFRAESTRUTURA PARA O
lhoram a comunicação com as famílias e alu- ESPAÇO FÍSICO DESTINADO À EDUCAÇÃO IN-
nos. FANTIL
• Comunicação clara e concisa, fundamental
para a execução eficaz de planos de ação peda- Creches e pré-escolas são espaços significativos de
gógicos e para a boa gestão da escola como um socialização, onde frequentemente um número limitado
todo. de adultos cuida de muitas crianças pequenas. Neste am-
biente, dada a sua bagagem cultural, o adulto desempe-
1.4. Concepções de Gestão Escolar nha um papel central como mediador, exercendo influên-
cia notável na dinâmica entre professores e crianças e
A concepção de gestão escolar tem evoluído ao lon- impactando o desenvolvimento infantil.
go do tempo, refletindo mudanças nas teorias educacio-
nais, nas políticas governamentais e na sociedade em ge- De acordo com a abordagem sócio-histórica, o de-
ral. senvolvimento é visto como um processo dinâmico de
mudança contínua, onde a criança e as pessoas ao seu re-
• Gestão Tradicional: Na concepção tradicional, dor, seus "outros sociais", estão em constante transfor-
a gestão escolar é muitas vezes vista como um mação mútua em um mundo que também evolui. (VAS-
processo hierárquico e burocrático, centrado no CONCELLOS, 2002).
diretor da escola. O foco está na administração

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Pesquisas demonstram que a maneira como os am- 3. DIRETRIZES CURRICULARES NACIO-
bientes destinados a grupos de crianças são organizados NAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
reflete a filosofia educacional e a qualidade dos cuidados
providenciados. As crianças devem ter a liberdade de re- Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
criar e explorar o ambiente, modificando-o conforme sua Educação Infantil
interação: O Presidente da Câmara de Educação Básica do
"A criança participa ativamente de seu próprio de- Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribui-
senvolvimento através das relações com o ambiente físi- ções legais, com fundamento no art. 9º, § 1º, alínea “c”
co e social, especialmente por meio das interações com da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a reda-
adultos e outras crianças. Ela explora, descobre e inicia ção dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995,
ações, escolhendo parceiros, objetos e locais para suas e tendo em vista o Parecer CNE/CEB nº 20/2009, homo-
atividades, alterando seu entorno com seu comportamen- logado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da
to." (CAMPOS DE CARVALHO, 1998, p. 126). Educação, publicado no DOU de 9 de dezembro de
Ambientes distintos promovem diferentes tipos de 2009, resolve:
interações. Assim, o papel do educador é fundamental ao Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes
organizar o espaço conforme seus objetivos pedagógicos Curriculares Nacionais para a Educação Infantil a serem
e desejos de interação entre as crianças e entre elas e o observadas na organização de propostas pedagógicas na
adulto. A configuração dos elementos físicos determina a Educação Infantil.
distribuição de espaços entre crianças e educadores, bem Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a
como as interações e a organização espacial dos locais Educação Infantil articulam-se com as Diretrizes Curri-
designados a eles. culares Nacionais da Educação Básica e reúnem princí-
pios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câ-
A importância do espaço físico é também reconhe-
mara de Educação Básica do Conselho Nacional de Edu-
cida nos Subsídios para credenciamento e funcionamento
cação, para orientar as políticas públicas na área e a ela-
de instituições de educação infantil (BRASIL, 1998),
boração, planejamento, execução e avaliação de propos-
onde se enfatiza que a organização dos ambientes em
tas pedagógicas e curriculares.
creches e pré-escolas contribui para o desenvolvimento
Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebi-
de crianças e adultos. Contudo, é a maneira como esses
do como um conjunto de práticas que buscam articular as
espaços são utilizados que define a qualidade do traba-
experiências e os saberes das crianças com os conheci-
lho. Seja em creches, pré-escolas ou parques infantis, o
mentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico,
espaço físico reflete a pedagogia adotada.
ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover
O Referencial Curricular Nacional para Educação o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de
Infantil (BRASIL, 1999) salienta que o espaço físico de- idade.
ve ser adaptado às necessidades e características de cada Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação In-
faixa etária, considerando os diversos projetos e ativida- fantil deverão considerar que a criança, centro do plane-
des em andamento. A qualidade e a quantidade de obje- jamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que,
tos, brinquedos e móveis são considerados instrumentos nas interações, relações e práticas cotidianas que viven-
significativos de aprendizado e indicadores de práticas cia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
educativas de alta qualidade. imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa- narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a
ção Infantil (BRASIL, 1999) associam o uso do espaço sociedade, produzindo cultura.
físico às propostas pedagógicas, ressaltando sua impor- Art. 5º A Educação Infantil, primeira etapa da Edu-
tância para implementar e aprimorar tais diretrizes. cação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as
Educadores que preparam ambientes adequados pa- quais se caracterizam como espaços institucionais não
ra crianças em creches e pré-escolas fazem-no com base domésticos que constituem estabelecimentos educacio-
no conhecimento do que é benéfico para o desenvolvi- nais públicos ou privados que educam e cuidam de cri-
mento das crianças, mas também devem permitir que tais anças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jor-
espaços sejam transformados pelas crianças. Um espaço nada integral ou parcial, regulados e supervisionados por
"brincável" é um espaço explorável e modificável. órgão competente do sistema de ensino e submetidos a
controle social.
Os padrões de infraestrutura mínimos para o funci- § 1º É dever do Estado garantir a oferta de Educa-
onamento adequado dessas instituições enfatizam a im-
ção Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisi-
portância de espaços internos bem iluminados, arejados,
to de seleção.
com boa ventilação e vistas para o exterior, além de in-
§ 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil
fraestrutura elétrica segura, acesso a água potável, sane-
de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de
amento adequado, instalações sanitárias e de higiene março do ano em que ocorrer a matrícula.
pessoal para as crianças, áreas para preparo e/ou serviço § 3º As crianças que completam 6 anos após o dia
de alimentação, espaços internos e externos para ativida-
31 de março devem ser matriculadas na Educação Infan-
des variadas, mobiliário, equipamentos e materiais peda-
til.
gógicos adequados, incluindo considerações para crian-
§ 4º A frequência na Educação Infantil não é pré-
ças com necessidades especiais (Brasil, 2001, p. 61).
requisito para a matrícula no Ensino Fundamental.

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§ 5º As vagas em creches e pré-escolas devem ser V - o reconhecimento das especificidades etárias,
oferecidas próximas às residências das crianças. das singularidades individuais e coletivas das crianças,
§ 6º É considerada Educação Infantil em tempo par- promovendo interações entre crianças de mesma idade e
cial, a jornada de, no mínimo, quatro horas diárias e, em crianças de diferentes idades;
tempo integral, a jornada com duração igual ou superior VI - os deslocamentos e os movimentos amplos das
a sete horas diárias, compreendendo o tempo total que a crianças nos espaços internos e externos às salas de refe-
criança permanece na instituição. rência das turmas e à instituição;
Art. 6º As propostas pedagógicas de Educação In- VII - a acessibilidade de espaços, materiais, objetos,
fantil devem respeitar os seguintes princípios: brinquedos e instruções para as crianças com deficiência,
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da transtornos globais de desenvolvimento e altas habilida-
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio am- des/superdotação;
biente e às diferentes culturas, identidades e singularida- VIII - a apropriação pelas crianças das contribui-
des. ções histórico-culturais dos povos indígenas, afrodes-
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercí- cendentes, asiáticos, europeus e de outros países da
cio da criticidade e do respeito à ordem democrática. América;
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da IX - o reconhecimento, a valorização, o respeito e a
ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes interação das crianças com as histórias e as culturas afri-
manifestações artísticas e culturais. canas, afro-brasileiras, bem como o combate ao racismo
Art. 7º Na observância destas Diretrizes, a proposta e à discriminação;
pedagógica das instituições de Educação Infantil deve X - a dignidade da criança como pessoa humana e a
garantir que elas cumpram plenamente sua função socio- proteção contra qualquer forma de violência – física ou
política e pedagógica: simbólica – e negligência no interior da instituição ou
I - oferecendo condições e recursos para que as cri- praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos
anças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais; de violações para instâncias competentes.
II - assumindo a responsabilidade de compartilhar e § 2º Garantida a autonomia dos povos indígenas na
complementar a educação e cuidado das crianças com as escolha dos modos de educação de suas crianças de 0 a 5
famílias; anos de idade, as propostas pedagógicas para os povos
III - possibilitando tanto a convivência entre crian- que optarem pela Educação Infantil devem:
ças e entre adultos e crianças quanto a ampliação de sa- I - proporcionar uma relação viva com os conheci-
beres e conhecimentos de diferentes naturezas; mentos, crenças, valores, concepções de mundo e as
IV - promovendo a igualdade de oportunidades memórias de seu povo;
educacionais entre as crianças de diferentes classes soci- II - reafirmar a identidade étnica e a língua materna
ais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possi- como elementos de constituição das crianças;
bilidades de vivência da infância; III - dar continuidade à educação tradicional ofere-
V - construindo novas formas de sociabilidade e de cida na família e articular-se às práticas socioculturais de
subjetividade comprometidas com a ludicidade, a demo- educação e cuidado coletivos da comunidade;
cracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento IV - adequar calendário, agrupamentos etários e or-
de relações de dominação etária, socioeconômica, étni- ganização de tempos, atividades e ambientes de modo a
co-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa. atender as demandas de cada povo indígena.
Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de § 3º - As propostas pedagógicas da Educação Infan-
Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à cri- til das crianças filhas de agricultores familiares, extrati-
ança acesso a processos de apropriação, renovação e ar- vistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e
ticulação de conhecimentos e aprendizagens de diferen- acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras,
tes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, povos da floresta, devem:
à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brin- I - reconhecer os modos próprios de vida no campo
cadeira, à convivência e à interação com outras crianças. como fundamentais para a constituição da identidade das
§ 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas pe- crianças moradoras em territórios rurais;
dagógicas das instituições de Educação Infantil deverão II - ter vinculação inerente à realidade dessas popu-
prever condições para o trabalho coletivo e para a orga- lações, suas culturas, tradições e identidades, assim co-
nização de materiais, espaços e tempos que assegurem: mo a práticas ambientalmente sustentáveis;
I - a educação em sua integralidade, entendendo o III - flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e
cuidado como algo indissociável ao processo educativo; atividades respeitando as diferenças quanto à atividade
II - a indivisibilidade das dimensões expressivo- econômica dessas populações;
motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e IV - valorizar e evidenciar os saberes e o papel des-
sociocultural da criança; sas populações na produção de conhecimentos sobre o
III - a participação, o diálogo e a escuta cotidiana mundo e sobre o ambiente natural;
das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de V - prever a oferta de brinquedos e equipamentos
organização; que respeitem as características ambientais e sociocultu-
IV - o estabelecimento de uma relação efetiva com rais da comunidade.
a comunidade local e de mecanismos que garantam a
gestão democrática e a consideração dos saberes da co-
munidade;

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Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a II - utilização de múltiplos registros realizados por
proposta curricular da Educação Infantil devem ter como adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, ál-
eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantin- buns etc.);
do experiências que: III - a continuidade dos processos de aprendizagens
I - promovam o conhecimento de si e do mundo por por meio da criação de estratégias adequadas aos dife-
meio da ampliação de experiências sensoriais, expressi- rentes momentos de transição vividos pela criança (tran-
vas, corporais que possibilitem movimentação ampla, sição casa/instituição de Educação Infantil, transições no
expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e interior da instituição, transição creche/pré-escola e tran-
desejos da criança; sição pré-escola/Ensino Fundamental);
II - favoreçam a imersão das crianças nas diferentes IV - documentação específica que permita às famí-
linguagens e o progressivo domínio por elas de vários lias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e
gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, os processos de desenvolvimento e aprendizagem da cri-
dramática e musical; ança na Educação Infantil;
III - possibilitem às crianças experiências de narra- V - a não retenção das crianças na Educação Infan-
tivas, de apreciação e interação com a linguagem oral e til.
escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros tex- Art. 11. Na transição para o Ensino Fundamental a
tuais orais e escritos; proposta pedagógica deve prever formas para garantir a
IV - recriem, em contextos significativos para as continuidade no processo de aprendizagem e desenvol-
crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orien- vimento das crianças, respeitando as especificidades etá-
tações espaço-temporais; rias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados
V - ampliem a confiança e a participação das crian- no Ensino Fundamental.
ças nas atividades individuais e coletivas; Art. 12. Cabe ao Ministério da Educação elaborar
VI - possibilitem situações de aprendizagem media- orientações para a implementação dessas Diretrizes.
das para a elaboração da autonomia das crianças nas Art. 13. A presente Resolução entrará em vigor na
ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e data de sua publicação, revogando-se as disposições em
bem-estar; contrário, especialmente a Resolução CNE/CEB nº 1/99.
VII - possibilitem vivências éticas e estéticas com
CESAR CALLEGARI
outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus pa-
drões de referência e de identidades no diálogo e reco- 4. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART.
nhecimento da diversidade; 5º (DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
VIII - incentivem a curiosidade, a exploração, o en- COLETIVOS), ART. 205 A 214 (DA EDUCAÇÃO)
cantamento, o questionamento, a indagação e o conhe- [...]
cimento das crianças em relação ao mundo físico e soci- TÍTULO II
al, ao tempo e à natureza; DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
IX - promovam o relacionamento e a interação das CAPÍTULO I
crianças com diversificadas manifestações de música, ar- DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
tes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, E COLETIVOS
poesia e literatura; Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
X - promovam a interação, o cuidado, a preservação de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
da vida na Terra, assim como o não desperdício dos re- direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
cursos naturais; propriedade, nos termos seguintes:
XI - propiciem a interação e o conhecimento pelas I - homens e mulheres são iguais em direitos e
crianças das manifestações e tradições culturais brasilei- obrigações, nos termos desta Constituição;
ras; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fa-
XII - possibilitem a utilização de gravadores, proje- zer alguma coisa senão em virtude de lei;
tores, computadores, máquinas fotográficas, e outros re- III - ninguém será submetido a tortura nem a tra-
cursos tecnológicos e midiáticos. tamento desumano ou degradante;
Parágrafo único - As creches e pré-escolas, na ela- IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
boração da proposta curricular, de acordo com suas ca- vedado o anonimato;
racterísticas, identidade institucional, escolhas coletivas V - é assegurado o direito de resposta, proporcio-
e particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de nal ao agravo, além da indenização por dano material,
integração dessas experiências. moral ou à imagem;
Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
criar procedimentos para acompanhamento do trabalho crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos re-
pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das cri- ligiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos lo-
anças, sem objetivo de seleção, promoção ou classifica- cais de culto e a suas liturgias;
ção, garantindo: VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
I - a observação crítica e criativa das atividades, das de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
brincadeiras e interações das crianças no cotidiano; internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou políti-
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ca, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação le- to de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
gal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
ternativa, fixada em lei; de financiar o seu desenvolvimento;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, ar- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
tística, científica e de comunicação, independentemente utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
de censura ou licença; transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a a) a proteção às participações individuais em obras
indenização pelo dano material ou moral decorrente de coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in-
sua violação; clusive nas atividades desportivas;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco-
nela podendo penetrar sem consentimento do morador, nômico das obras que criarem ou de que participarem
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para aos criadores, aos intérpretes e às respectivas represen-
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação ju- tações sindicais e associativas;
dicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos in-
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das dustriais privilégio temporário para sua utilização, bem
comunicações telegráficas, de dados e das comunica- como proteção às criações industriais, à propriedade
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judi- das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
cial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
fins de investigação criminal ou instrução processual volvimento tecnológico e econômico do País;
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) XXX - é garantido o direito de herança;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí- XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados
cio ou profissão, atendidas as qualificações profissio- no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
nais que a lei estabelecer; cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a de-
exercício profissional; fesa do consumidor;
XV - é livre a locomoção no território nacional em XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos pú-
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da blicos informações de seu interesse particular, ou de in-
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aque-
armas, em locais abertos ao público, independentemente las cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socie-
de autorização, desde que não frustrem outra reunião dade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 2011)
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XXXIV - são a todos assegurados, independente-
XVII - é plena a liberdade de associação para fins mente do pagamento de taxas:
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; a) o direito de petição aos Poderes Públicos em de-
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, fesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de po-
a de cooperativas independem de autorização, sendo ve- der;
dada a interferência estatal em seu funcionamento; b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
XIX - as associações só poderão ser compulsoria- para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
mente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por interesse pessoal;
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsi- XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
to em julgado; Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o
ou a permanecer associado; ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXI - as entidades associativas, quando expressa- XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
mente autorizadas, têm legitimidade para representar XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com
seus filiados judicial ou extrajudicialmente; a organização que lhe der a lei, assegurados:
XXII - é garantido o direito de propriedade; a) a plenitude de defesa;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; b) o sigilo das votações;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para de- c) a soberania dos veredictos;
sapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou d) a competência para o julgamento dos crimes do-
por interesse social, mediante justa e prévia indenização losos contra a vida;
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Cons- XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
tituição; nem pena sem prévia cominação legal;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autori- XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
dade competente poderá usar de propriedade particular, o réu;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
houver dano; dos direitos e liberdades fundamentais;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida
em lei, desde que trabalhada pela família, não será obje-

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XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançá- LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
vel e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o in-
da lei; teresse social o exigirem;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insus- LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
cetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade ju-
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os de- diciária competente, salvo nos casos de transgressão mi-
finidos como crimes hediondos, por eles respondendo os litar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
omitirem; (Regulamento)
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
competente e à família do preso ou à pessoa por ele in-
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático;
dicada;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena- LXIII - o preso será informado de seus direitos, en-
do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação tre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegu-
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas rada a assistência da família e de advogado;
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do va- LXIV - o preso tem direito à identificação dos res-
lor do patrimônio transferido; ponsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório poli-
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e cial;
adotará, entre outras, as seguintes: LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
a) privação ou restrição da liberdade; pela autoridade judiciária;
b) perda de bens; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela man-
c) multa; tido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
d) prestação social alternativa; sem fiança;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a
XLVII - não haverá penas: do responsável pelo inadimplemento voluntário e ines-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos cusável de obrigação alimentícia e a do depositário infi-
termos do art. 84, XIX; el;
b) de caráter perpétuo; LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre
c) de trabalhos forçados;
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
d) de banimento;
lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
e) cruéis;
ilegalidade ou abuso de poder;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e proteger direito líquido e certo, não amparado
o sexo do apenado; por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o res-
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à inte- ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autori-
gridade física e moral; dade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
L - às presidiárias serão asseguradas condições pa- de atribuições do Poder Público;
ra que possam permanecer com seus filhos durante o pe- LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
ríodo de amamentação; impetrado por:
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na- a) partido político com representação no Congres-
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da so Nacional;
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfi- b) organização sindical, entidade de classe ou as-
co ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da sociação legalmente constituída e em funcionamento há
lei; pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
LII - não será concedida extradição de estrangeiro membros ou associados;
por crime político ou de opinião; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
LIII - ninguém será processado nem sentenciado que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
senão pela autoridade competente; exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
bens sem o devido processo legal; cidadania;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou admi- LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
nistrativo, e aos acusados em geral são assegurados o a) para assegurar o conhecimento de informações
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ela inerentes; ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas ob- caráter público;
tidas por meios ilícitos; b) para a retificação de dados, quando não se pre-
LVII - ninguém será considerado culpado até o fira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administra-
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; tivo;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pa-
em lei; (Regulamento) trimônio público ou de entidade de que o Estado partici-
LIX - será admitida ação privada nos crimes de pe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus V - valorização dos profissionais da educação esco-
da sucumbência; lar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica in- ingresso exclusivamente por concurso público de provas
tegral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela
recursos; Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (Vide Lei nº
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro 14.817, de 2024)
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo VI - gestão democrática do ensino público, na for-
fixado na sentença; ma da lei;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente VII - garantia de padrão de qualidade.
pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) VIII - piso salarial profissional nacional para os
a) o registro civil de nascimento; profissionais da educação escolar pública, nos termos de
b) a certidão de óbito; lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53,
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas- de 2006)
corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos ne- IX - garantia do direito à educação e à aprendiza-
cessários ao exercício da cidadania. (Regulamento) gem ao longo da vida. (Incluído pela Emenda Constitu-
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administra- cional nº 108, de 2020)
tivo, são assegurados a razoável duração do processo e Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias
os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. de trabalhadores considerados profissionais da educa-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ção básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração
(Vide ADIN 3392) ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios digi- pios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
tais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2006)
2022) Art. 207. As universidades gozam de autonomia di-
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias dático-científica, administrativa e de gestão financeira e
fundamentais têm aplicação imediata. patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabi-
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Consti- lidade entre ensino, pesquisa e extensão.
tuição não excluem outros decorrentes do regime e dos § 1º É facultado às universidades admitir professo-
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio- res, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.
nais em que a República Federativa do Brasil seja parte. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes Art. 208. O dever do Estado com a educação será
às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda efetivado mediante a garantia de:
Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) (Vide I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4
Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º da Cons- (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada
tituição) inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de Constitucional nº 59, de 2009)
2004) II - progressiva universalização do ensino médio
[...] gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
14, de 1996)
Artigos n° 205 a n° 214
III - atendimento educacional especializado aos
[...] portadores de deficiência, preferencialmente na rede re-
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do gular de ensino;
Estado e da família, será promovida e incentivada com a IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvol- crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pe-
vimento da pessoa, seu preparo para o exercício da ci- la Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
dadania e sua qualificação para o trabalho. V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
seguintes princípios: de cada um;
I - igualdade de condições para o acesso e perma- VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
nência na escola; condições do educando;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e di- VII - atendimento ao educando, em todas as etapas
vulgar o pensamento, a arte e o saber; da educação básica, por meio de programas suplemen-
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagó- tares de material didático-escolar, transporte, alimenta-
gicas, e coexistência de instituições públicas e privadas ção e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda
de ensino; Constitucional nº 59, de 2009)
IV - gratuidade do ensino público em estabeleci- § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é di-
mentos oficiais; reito público subjetivo.

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca me-
Poder Público, ou sua oferta irregular, importa respon- nos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
sabilidade da autoridade competente. nicípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os edu- resultante de impostos, compreendida a proveniente de
candos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e transferências, na manutenção e desenvolvimento do en-
zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à sino.
escola. § 1º A parcela da arrecadação de impostos transfe-
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, aten- rida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
didas as seguintes condições: Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municí-
I - cumprimento das normas gerais da educação pios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto
nacional; neste artigo, receita do governo que a transferir.
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Po- § 2º Para efeito do cumprimento do disposto no
der Público. "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino federal, estadual e municipal e os recursos apli-
ensino fundamental, de maneira a assegurar formação cados na forma do art. 213.
básica comum e respeito aos valores culturais e artísti- § 3º A distribuição dos recursos públicos assegura-
cos, nacionais e regionais. rá prioridade ao atendimento das necessidades do ensi-
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, no obrigatório, no que se refere a universalização, ga-
constituirá disciplina dos horários normais das escolas rantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do
públicas de ensino fundamental. plano nacional de educação. (Redação dada pela Emen-
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado da Constitucional nº 59, de 2009)
em língua portuguesa, assegurada às comunidades indí- § 4º Os programas suplementares de alimentação e
genas também a utilização de suas línguas maternas e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão fi-
processos próprios de aprendizagem. nanciados com recursos provenientes de contribuições
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e sociais e outros recursos orçamentários.
os Municípios organizarão em regime de colaboração § 5º A educação básica pública terá como fonte
seus sistemas de ensino. adicional de financiamento a contribuição social do sa-
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino lário-educação, recolhida pelas empresas na forma da
e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
públicas federais e exercerá, em matéria educacional, de 2006) (Vide Decreto nº 6.003, de 2006)
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecada-
equalização de oportunidades educacionais e padrão ção da contribuição social do salário-educação serão
mínimo de qualidade do ensino mediante assistência distribuídas proporcionalmente ao número de alunos
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e matriculados na educação básica nas respectivas redes
aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitu- públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucio-
cional nº 14, de 1996) nal nº 53, de 2006)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no en- § 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput
sino fundamental e na educação infantil. (Redação dada e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de aposen-
pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) tadorias e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão priori- cional nº 108, de 2020)
tariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pe- § 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de
la Emenda Constitucional nº 14, de 1996) impostos, serão redefinidos os percentuais referidos
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios A, de modo que resultem recursos vinculados à manu-
definirão formas de colaboração, de forma a assegurar tenção e ao desenvolvimento do ensino, bem como os re-
a universalização, a qualidade e a equidade do ensino cursos subvinculados aos fundos de que trata o art. 212-
obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional A desta Constituição, em aplicações equivalentes às an-
nº 108, de 2020) teriormente praticadas. (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritari- cional nº 108, de 2020)
amente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Consti- § 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de
tucional nº 53, de 2006) avaliação e de controle das despesas com educação nas
§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído pela
Municípios exercerão ação redistributiva em relação a Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
suas escolas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
108, de 2020) nicípios destinarão parte dos recursos a que se refere
§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e
1º deste artigo considerará as condições adequadas de ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à
oferta e terá como referência o Custo Aluno Qualidade remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas
(CAQ), pactuados em regime de colaboração na forma as seguintes disposições:(Incluído pela Emenda Consti-
disposta em lei complementar, conforme o parágrafo tucional nº 108, de 2020) Regulamento
único do art. 23 desta Constituição. (Incluído pela I - a distribuição dos recursos e de responsabilida-
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) des entre o Distrito Federal, os Estados e seus Municí-

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pios é assegurada mediante a instituição, no âmbito de VI - o VAAT será calculado, na forma da lei de que
cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Ma- trata o inciso X do caput deste artigo, com base nos re-
nutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de cursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo,
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), de acrescidos de outras receitas e de transferências vincu-
natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucional ladas à educação, observado o disposto no § 1º e consi-
nº 108, de 2020) deradas as matrículas nos termos do inciso III
II - os fundos referidos no inciso I do caput deste do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitu-
artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento): cional nº 108, de 2020)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 132, de VII - os recursos de que tratam os incisos II e IV
2023) do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados e
a) das parcelas dos Estados no imposto de que trata pelos Municípios exclusivamente nos respectivos âmbi-
o art. 156-A; (Incluído pela Emenda Constitucional nº tos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§
132, de 2023) 2º e 3º do art. 211 desta Constituição; (Incluído pela
b) da parcela do Distrito Federal no imposto de que Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
trata o art. 156-A, relativa ao exercício de sua compe- VIII - a vinculação de recursos à manutenção e ao
tência estadual, nos termos do art. 156-A, § 2º; e (Inclu- desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212 des-
ído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) ta Constituição suportará, no máximo, 30% (trinta por
c) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III cento) da complementação da União, considerados para
do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os os fins deste inciso os valores previstos no inciso V
incisos II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas "a" e do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitu-
"b" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta cional nº 108, de 2020)
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº IX - o disposto no caput do art. 160 desta Consti-
132, de 2023) tuição aplica-se aos recursos referidos nos incisos II e
III - os recursos referidos no inciso II do caput des- IV do caput deste artigo, e seu descumprimento pela au-
te artigo serão distribuídos entre cada Estado e seus toridade competente importará em crime de responsabi-
Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das lidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de
diversas etapas e modalidades da educação básica pre- 2020)
sencial matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos X - a lei disporá, observadas as garantias estabele-
de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º cidas nos incisos I, II, III e IV do caput e no § 1º do art.
e 3º do art. 211 desta Constituição, observadas as pon- 208 e as metas pertinentes do plano nacional de educa-
derações referidas na alínea "a" do inciso X do caput e ção, nos termos previstos no art. 214 desta Constituição,
no § 2º deste artigo;(Incluído pela Emenda Constitucio- sobre:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de
nal nº 108, de 2020) 2020)
IV - a União complementará os recursos dos fundos a) a organização dos fundos referidos no inciso I do
a que se refere o inciso II do caput deste artigo;(Incluído caput deste artigo e a distribuição proporcional de seus
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) recursos, as diferenças e as ponderações quanto ao va-
V - a complementação da União será equivalente a, lor anual por aluno entre etapas, modalidades, duração
no mínimo, 23% (vinte e três por cento) do total de re- da jornada e tipos de estabelecimento de ensino, obser-
cursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, vados as respectivas especificidades e os insumos neces-
distribuída da seguinte forma: (Incluído pela Emenda sários para a garantia de sua qualidade;(Incluído pela
Constitucional nº 108, de 2020) Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso
Estado e do Distrito Federal, sempre que o valor anual III do caput deste artigo e do VAAT referido no inciso VI
por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do caput des- do caput deste artigo;(Incluído pela Emenda Constituci-
te artigo, não alcançar o mínimo definido nacionalmen- onal nº 108, de 2020)
te; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de c) a forma de cálculo para distribuição prevista na
2020) alínea "c" do inciso V do caput deste artigo; (Incluído
b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
pontos percentuais em cada rede pública de ensino mu- d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização
nicipal, estadual ou distrital, sempre que o valor anual e o controle interno, externo e social dos fundos referi-
total por aluno (VAAT), referido no inciso VI do caput dos no inciso I do caput deste artigo, assegurada a cria-
deste artigo, não alcançar o mínimo definido nacional- ção, a autonomia, a manutenção e a consolidação de
mente;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de conselhos de acompanhamento e controle social, admiti-
2020) da sua integração aos conselhos de educação; (Incluído
c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percen- pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
tuais nas redes públicas que, cumpridas condicionalida- e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por
des de melhoria de gestão previstas em lei, alcançarem parte do órgão responsável, dos efeitos redistributivos,
evolução de indicadores a serem definidos, de atendi- da melhoria dos indicadores educacionais e da amplia-
mento e melhoria da aprendizagem com redução das de- ção do atendimento; (Incluído pela Emenda Constituci-
sigualdades, nos termos do sistema nacional de avalia- onal nº 108, de 2020)
ção da educação básica; (Incluído pela Emenda Consti- XI - proporção não inferior a 70% (setenta por cen-
tucional nº 108, de 2020) to) de cada fundo referido no inciso I do caput deste ar-

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tigo, excluídos os recursos de que trata a alínea "c" do vagas e cursos regulares da rede pública na localidade
inciso V do caput deste artigo, será destinada ao paga- da residência do educando, ficando o Poder Público
mento dos profissionais da educação básica em efetivo obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua
exercício, observado, em relação aos recursos previstos rede na localidade.
na alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, o per- § 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de es-
centual mínimo de 15% (quinze por cento) para despe- tímulo e fomento à inovação realizadas por universida-
sas de capital; (Incluído pela Emenda Constitucional nº des e/ou por instituições de educação profissional e tec-
108, de 2020) nológica poderão receber apoio financeiro do Poder
XII - lei específica disporá sobre o piso salarial Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
profissional nacional para os profissionais do magistério 85, de 2015)
da educação básica pública; (Incluído pela Emenda Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de
Constitucional nº 108, de 2020) educação, de duração decenal, com o objetivo de articu-
XIII - a utilização dos recursos a que se refere o § lar o sistema nacional de educação em regime de cola-
5º do art. 212 desta Constituição para a complementa- boração e definir diretrizes, objetivos, metas e estraté-
ção da União ao Fundeb, referida no inciso V gias de implementação para assegurar a manutenção e
do caput deste artigo, é vedada. (Incluído pela Emenda desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, eta-
Constitucional nº 108, de 2020) pas e modalidades por meio de ações integradas dos po-
§ 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI deres públicos das diferentes esferas federativas que
do caput deste artigo, deverá considerar, além dos re- conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
cursos previstos no inciso II do caput deste artigo, pelo nal nº 59, de 2009)
menos, as seguintes disponibilidades: (Incluído pela I - erradicação do analfabetismo;
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) II - universalização do atendimento escolar;
I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de III - melhoria da qualidade do ensino;
Municípios vinculadas à manutenção e ao desenvolvi- IV - formação para o trabalho;
mento do ensino não integrantes dos fundos referidos no V - promoção humanística, científica e tecnológica
inciso I do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda do País.
Constitucional nº 108, de 2020) VI - estabelecimento de meta de aplicação de recur-
II - cotas estaduais e municipais da arrecadação do sos públicos em educação como proporção do produto
salário-educação de que trata o § 6º do art. 212 desta interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
108, de 2020) [...]
III - complementação da União transferida a Esta-
dos, ao Distrito Federal e a Municípios nos termos da
alínea "a" do inciso V do caput deste artigo. (Incluído 5. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLES-
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) CENTE - LEI N.º 8.069/1990 (ARTS. 1º AO 6º; 13, 15
§ 2º Além das ponderações previstas na alínea "a" A 18; 53 A 59; 131 A 135)
do inciso X do caput deste artigo, a lei definirá outras [...]
relativas ao nível socioeconômico dos educandos e aos
indicadores de disponibilidade de recursos vinculados à Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à
educação e de potencial de arrecadação tributária de criança e ao adolescente.
cada ente federado, bem como seus prazos de implemen- Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta
tação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e ado-
2020) lescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, apli-
de 50% (cinquenta por cento) dos recursos globais a que ca-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
se refere a alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, dezoito e vinte e um anos de idade.
nos termos da lei." (Incluído pela Emenda Constitucio- Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
nal nº 108, de 2020) direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asse-
escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comu- gurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
nitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o de-
que: senvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem em condições de liberdade e de dignidade.
seus excedentes financeiros em educação; Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a ou- aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem dis-
tra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou criminação de nascimento, situação familiar, idade, se-
ao Poder Público, no caso de encerramento de suas ati- xo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência,
vidades. condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão condição econômica, ambiente social, região e local de
ser destinados a bolsas de estudo para o ensino funda- moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as
mental e médio, na forma da lei, para os que demonstra- famílias ou a comunidade em que vivem. (Incluído pela
rem insuficiência de recursos, quando houver falta de Lei nº 13.257, de 2016)

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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da soci- II - opinião e expressão;
edade em geral e do poder público assegurar, com abso- III - crença e culto religioso;
luta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vi- IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
da, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao V - participar da vida familiar e comunitária, sem
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao discriminação;
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comuni- VI - participar da vida política, na forma da lei;
tária. VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compre- Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabi-
ende: lidade da integridade física, psíquica e moral da criança
a) primazia de receber proteção e socorro em e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem,
quaisquer circunstâncias; da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e cren-
b) precedência de atendimento nos serviços públi- ças, dos espaços e objetos pessoais.
cos ou de relevância pública; Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da
c) preferência na formulação e na execução das po- criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
líticas sociais públicas; tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas ou constrangedor.
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juven- Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito
tude. de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de
de qualquer forma de negligência, discriminação, explo- correção, disciplina, educação ou qualquer outro pre-
ração, violência, crueldade e opressão, punido na forma texto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada,
da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de
direitos fundamentais. medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encar-
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em regada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-
conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-
e a condição peculiar da criança e do adolescente como se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
pessoas em desenvolvimento. I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou
[...] punitiva aplicada com o uso da força física sobre a cri-
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de ança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de nº 13.010, de 2014)
maus-tratos contra criança ou adolescente serão obriga- a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº
toriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respec- 13.010, de 2014)
tiva localidade, sem prejuízo de outras providências le- b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
gais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014) II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou
§ 1 As gestantes ou mães que manifestem interesse forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao
em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoria- adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
mente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2014)
2016) b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº
§ 2 Os serviços de saúde em suas diferentes portas 13.010, de 2014)
de entrada, os serviços de assistência social em seu c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
componente especializado, o Centro de Referência Es- 2014)
pecializado de Assistência Social (Creas) e os demais Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampli-
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e ada, os responsáveis, os agentes públicos executores de
do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarrega-
atendimento das crianças na faixa etária da primeira in- da de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los,
fância com suspeita ou confirmação de violência de educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou
qualquer natureza, formulando projeto terapêutico sin- tratamento cruel ou degradante como formas de corre-
gular que inclua intervenção em rede e, se necessário, ção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto es-
acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº tarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis,
13.257, de 2016) às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo
[...] com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010,
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à li- de 2014)
berdade, ao respeito e à dignidade como pessoas huma- I - encaminhamento a programa oficial ou comuni-
nas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de tário de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010,
direitos civis, humanos e sociais garantidos na Consti- de 2014)
tuição e nas leis. II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
Art. 16. O direito à liberdade compreende os se- psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
guintes aspectos: III - encaminhamento a cursos ou programas de
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
comunitários, ressalvadas as restrições legais;

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IV - obrigação de encaminhar a criança a trata- § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo
mento especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de poder público ou sua oferta irregular importa responsa-
2014) bilidade da autoridade competente.
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de § 3º Compete ao poder público recensear os edu-
2014) candos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e
VI - garantia de tratamento de saúde especializado zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à
à vítima. (Incluído pela Lei nº 14.344, de escola.
2022) Vigência Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de en-
serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de sino.
outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
de 2014) fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
de:
[...] I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à
escolar, esgotados os recursos escolares;
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pes-
III - elevados níveis de repetência.
soa, preparo para o exercício da cidadania e qualifica-
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, ex-
ção para o trabalho, assegurando-se-lhes:
periências e novas propostas relativas a calendário, se-
I - igualdade de condições para o acesso e perma-
riação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
nência na escola;
com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluí-
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
dos do ensino fundamental obrigatório.
III - direito de contestar critérios avaliativos, po-
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
dendo recorrer às instâncias escolares superiores;
valores culturais, artísticos e históricos próprios do con-
IV - direito de organização e participação em enti-
texto social da criança e do adolescente, garantindo-se a
dades estudantis;
estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cul-
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de
tura.
sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabele-
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
cimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ci-
União, estimularão e facilitarão a destinação de recur-
clo de ensino da educação básica. (Redação dada pela
sos e espaços para programações culturais, esportivas e
Lei nº 13.845, de 2019)
de lazer voltadas para a infância e a juventude.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis
Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou priva-
ter ciência do processo pedagógico, bem como partici-
das que desenvolvam atividades com crianças e adoles-
par da definição das propostas educacionais.
centes e que recebam recursos públicos deverão exigir e
Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
manter certidões de antecedentes criminais de todos os
agremiações recreativas e de estabelecimentos congêne-
seus colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a
res assegurar medidas de conscientização, prevenção e
cada 6 (seis) meses. (Incluído pela Lei nº 14.811, de
enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas.
2024)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
e similares, públicos ou privados, que desenvolvem ati-
adolescente:
vidades com crianças e adolescentes, independentemente
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, in-
de recebimento de recursos públicos, deverão manter fi-
clusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
chas cadastrais e certidões de antecedentes criminais
própria;
atualizadas de todos os seus colaboradores. (Incluído
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gra-
pela Lei nº 14.811, de 2024)
tuidade ao ensino médio;
[...]
III - atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede re- Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e
gular de ensino; autônomo, não jurisdicional, encarregado pela socieda-
IV – atendimento em creche e pré-escola às crian- de de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e
ças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela do adolescente, definidos nesta Lei.
Lei nº 13.306, de 2016) Art. 132. Em cada Município e em cada Região
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da admi-
de cada um; nistração pública local, composto de 5 (cinco) membros,
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às escolhidos pela população local para mandato de 4
condições do adolescente trabalhador; (quatro) anos, permitida recondução por novos proces-
VII - atendimento no ensino fundamental, através sos de escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de
de programas suplementares de material didático- 2019)
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conse-
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é di- lho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
reito público subjetivo. I - reconhecida idoneidade moral;

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II - idade superior a vinte e um anos; cia a rotinas e padrões de comportamento ritualizados;
III - residir no município. interesses restritos e fixos.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o § 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é
local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tute- considerada pessoa com deficiência, para todos os efei-
lar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos tos legais.
membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação § 3º Os estabelecimentos públicos e privados referi-
dada pela Lei nº 12.696, de 2012) dos na Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, pode-
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº rão valer-se da fita quebra-cabeça, símbolo mundial da
12.696, de 2012) conscientização do transtorno do espectro autista, para
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas identificar a prioridade devida às pessoas com transtorno
de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (In- do espectro autista. (Incluído pela Lei nº 13.977, de
cluído pela Lei nº 12.696, de 2012) 2020)
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Prote-
12.696, de 2012) ção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº Autista:
12.696, de 2012) I - a intersetorialidade no desenvolvimento das
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº ações e das políticas e no atendimento à pessoa com
12.696, de 2012) transtorno do espectro autista;
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária II - a participação da comunidade na formulação de
municipal e da do Distrito Federal previsão dos recur- políticas públicas voltadas para as pessoas com transtor-
sos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e no do espectro autista e o controle social da sua implan-
à remuneração e formação continuada dos conselheiros tação, acompanhamento e avaliação;
tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012) III - a atenção integral às necessidades de saúde da
Art. 135. O exercício efetivo da função de conse- pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o
lheiro constituirá serviço público relevante e estabelece- diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o
rá presunção de idoneidade moral. (Redação dada pela acesso a medicamentos e nutrientes;
Lei nº 12.696, de 2012) IV - (VETADO);
V - o estímulo à inserção da pessoa com transtorno
[...]
do espectro autista no mercado de trabalho, observadas
6. LEI FEDERAL Nº 12.764, DE 27 DE DE- as peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei
ZEMBRO DE 2012. INSTITUI A POLÍTICA NACI- nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
ONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PES- do Adolescente);
SOA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AU- VI - a responsabilidade do poder público quanto à
TISTA; E ALTERA O § 3º DO ART. 98 DA LEI Nº informação pública relativa ao transtorno e suas implica-
8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 ções;
VII - o incentivo à formação e à capacitação de pro-
Institui a Política Nacional de Proteção dos fissionais especializados no atendimento à pessoa com
Direitos da Pessoa com Transtorno do Es- transtorno do espectro autista, bem como a pais e res-
pectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da ponsáveis;
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. VIII - o estímulo à pesquisa científica, com priori-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber dade para estudos epidemiológicos tendentes a dimensi-
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- onar a magnitude e as características do problema relati-
guinte Lei: vo ao transtorno do espectro autista no País.
Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Pro- que trata este artigo, o poder público poderá firmar con-
teção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro trato de direito público ou convênio com pessoas jurídi-
Autista e estabelece diretrizes para sua consecução. cas de direito privado.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do es-
com transtorno do espectro autista aquela portadora de pectro autista:
síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre
incisos I ou II: desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;
I - deficiência persistente e clinicamente significati- II - a proteção contra qualquer forma de abuso e ex-
va da comunicação e da interação sociais, manifestada ploração;
por deficiência marcada de comunicação verbal e não III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vis-
verbal usada para interação social; ausência de reciproci- tas à atenção integral às suas necessidades de saúde, in-
dade social; falência em desenvolver e manter relações cluindo:
apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
II - padrões restritivos e repetitivos de comporta- b) o atendimento multiprofissional;
mentos, interesses e atividades, manifestados por com- c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
portamentos motores ou verbais estereotipados ou por d) os medicamentos;
comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderên- e) informações que auxiliem no diagnóstico e no
tratamento;

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IV - o acesso: em conjunto com os respectivos responsáveis pela emis-
a) à educação e ao ensino profissionalizante; são de documentos de identificação, para que sejam in-
b) à moradia, inclusive à residência protegida; cluídas as necessárias informações sobre o transtorno do
c) ao mercado de trabalho; espectro autista no Registro Geral (RG) ou, se estrangei-
d) à previdência social e à assistência social. ro, na Carteira de Registro Nacional Migratório (CRNM)
Parágrafo único. Em casos de comprovada necessi- ou na Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE), válidos
dade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluí- em todo o território nacional. (Incluído pela Lei nº
da nas classes comuns de ensino regular, nos termos do 13.977, de 2020)
inciso IV do art. 2º, terá direito a acompanhante especia- Art. 4º A pessoa com transtorno do espectro autista
lizado. não será submetida a tratamento desumano ou degradan-
Art. 3º-A. É criada a Carteira de Identificação da te, não será privada de sua liberdade ou do convívio fa-
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), miliar nem sofrerá discriminação por motivo da defici-
com vistas a garantir atenção integral, pronto atendimen- ência.
to e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços Parágrafo único. Nos casos de necessidade de inter-
públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, edu- nação médica em unidades especializadas, observar-se-á
cação e assistência social. (Incluído pela Lei nº 13.977, o que dispõe o art. 4º da Lei nº 10.216, de 6 de abril de
de 2020) 2001.
§ 1º A Ciptea será expedida pelos órgãos responsá- Art. 5º A pessoa com transtorno do espectro autista
veis pela execução da Política Nacional de Proteção dos não será impedida de participar de planos privados de as-
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista sistência à saúde em razão de sua condição de pessoa
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, medi- com deficiência, conforme dispõe o art. 14 da Lei nº
ante requerimento, acompanhado de relatório médico, 9.656, de 3 de junho de 1998.
com indicação do código da Classificação Estatística In- Art. 6º (VETADO).
ternacional de Doenças e Problemas Relacionados à Sa- Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade competente,
úde (CID), e deverá conter, no mínimo, as seguintes in- que recusar a matrícula de aluno com transtorno do es-
formações: (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020) pectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será
I - nome completo, filiação, local e data de nasci- punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-
mento, número da carteira de identidade civil, número de mínimos.
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), tipo § 1º Em caso de reincidência, apurada por processo
sanguíneo, endereço residencial completo e número de administrativo, assegurado o contraditório e a ampla de-
telefone do identificado; (Incluído pela Lei nº 13.977, de fesa, haverá a perda do cargo.
2020) § 2º (VETADO).
II - fotografia no formato 3 (três) centímetros (cm) Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
x 4 (quatro) centímetros (cm) e assinatura ou impressão cação.
digital do identificado; (Incluído pela Lei nº 13.977, de Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191º da Indepen-
2020) dência e 124º da República.
III - nome completo, documento de identificação, DILMA ROUSSEFF
endereço residencial, telefone e e-mail do responsável José Henrique Paim Fernandes
legal ou do cuidador; (Incluído pela Lei nº 13.977, de Miriam Belchior
2020)
IV - identificação da unidade da Federação e do ór-
gão expedidor e assinatura do dirigente responsável. (In- 7. BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS DE
cluído pela Lei nº 13.977, de 2020) CRECHES - MANUAL DE ORIENTAÇÃO PEDA-
§ 2º Nos casos em que a pessoa com transtorno do GÓGICA - MEC COM APOIO DA UNICEF
espectro autista seja imigrante detentor de visto temporá- Os brinquedos e as brincadeiras são constitutivos da
rio ou de autorização de residência, residente fronteiriço infância. A brincadeira é, para a criança, um dos princi-
ou solicitante de refúgio, deverá ser apresentada a Cédu- pais meios de expressão que possibilita a investigação e
la de Identidade de Estrangeiro (CIE), a Carteira de Re- a aprendizagem sobre as pessoas e o mundo. Valorizar o
gistro Nacional Migratório (CRNM) ou o Documento brincar significa oferecer espaços e brinquedos que favo-
Provisório de Registro Nacional Migratório (DPRNM), reçam a brincadeira como atividade que ocupa o maior
com validade em todo o território nacional. (Incluído pe- espaço de tempo na infância. A aquisição de brinquedos
la Lei nº 13.977, de 2020) para uso das crianças na Educação Infantil é uma estra-
§ 3º A Ciptea terá validade de 5 (cinco) anos, de- tégia de implementação das Diretrizes Curriculares Na-
vendo ser mantidos atualizados os dados cadastrais do cionais para a Educação Infantil. As propostas pedagógi-
identificado, e deverá ser revalidada com o mesmo nú- cas da Educação Infantil deverão considerar que a crian-
mero, de modo a permitir a contagem das pessoas com ça, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico
transtorno do espectro autista em todo o território nacio- e de direitos que, nas interações, relações e práticas coti-
nal. (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020) dianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e
§ 4º Até que seja implementado o disposto no caput coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, ob-
deste artigo, os órgãos responsáveis pela execução da serva, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. A
com Transtorno do Espectro Autista deverão trabalhar partir dessa perspectiva, as práticas pedagógicas que
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compõem a proposta curricular da Educação Infantil de- ca para a formação integral das crianças. As crianças
vem ter como eixos norteadores as interações e as brin- brincam de forma espontânea em qualquer lugar e com
cadeiras. qualquer coisa, mas há uma diferença entre uma postura
espontaneista e outra reveladora da qualidade. A alta
A educação da criança pequena foi considerada, por
qualidade é resultado da intencionalidade do adulto que,
muito tempo, como pouco importante, bastando que fos-
ao implementar o eixo das interações e brincadeiras, pro-
sem cuidadas e alimentadas. Hoje, a educação da criança
cura oferecer autonomia às crianças, para a exploração
pequena integra o sistema público de educação. Ao fazer
dos brinquedos e a recriação da cultura lúdica. É essa in-
parte da primeira etapa da educação básica, ela é conce-
tenção que resulta na intervenção que se faz no ambien-
bida como questão de direito, de cidadania e de qualida-
te, na organização do espaço físico, na disposição de
de. As interações e a brincadeira são consideradas eixos
mobiliário, na seleção e organização dos brinquedos e
fundamentais para se educar com qualidade.
materiais e nas interações com as crianças. Para que isso
A criança é cidadã - poder escolher e ter acesso aos ocorra, faz-se necessário a observação das crianças, a de-
brinquedos e às brincadeiras é um de seus direitos como finição de intenções educativas, o planejamento do am-
cidadã. Mesmo sendo pequena e vulnerável ela sabe biente educativo, o envolvimento das crianças, das famí-
muitas coisas, toma decisões, escolhe o que quer fazer, lias e das suas comunidades e, especialmente, a ação in-
olha e pega coisas que lhe interessam, interage com pes- terativa das professoras e da equipe das creches.
soas, expressa o que sabe fazer e mostra em seus gestos,
É o conjunto desses fatores - as concepções, o pla-
em um olhar, em uma palavra, como compreende o
nejamento do espaço, do tempo e dos materiais, a liber-
mundo.
dade de ação da criança e a intermediação do adulto -
O brincar ou a brincadeira - considerados com o que faz a diferença no processo educativo, resultando em
mesmo significado neste texto - é atividade principal da uma educação de qualidade para a primeira infância. Não
criança. Sua importância reside no fato de ser uma ação se separa, portanto, a qualidade da brincadeira da quali-
livre, iniciada e conduzida pela criança com a finalidade dade da educação infantil.
de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, co-
nhecer a si mesma, as outras pessoas e o mundo em que 7.1. Brincadeira e interações nas práticas peda-
vive. Brincar é repetir e recriar ações prazerosas, expres- gógicas e nas experiências infantis
sar situações imaginárias, criativas, compartilhar brinca-
As Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação
deiras com outras pessoas, expressar sua individualidade
Infantil, de 2009, indicam que:
e sua identidade, explorar a natureza, os objetos, comu-
nicar-se e participar da cultura lúdica para compreender As práticas pedagógicas que compõem a proposta
seu universo. Ainda que o brincar possa ser considerado curricular da Educação Infantil devem ter como eixos
um ato inerente à criança, exige um conhecimento, um norteadores as interações e a brincadeira, as quais devem
repertório que ela precisa aprender. ser observadas, registradas e avaliadas.
O brinquedo visto como objeto suporte da brinca- Para iniciar a análise, é preciso pensar no significa-
deira pode ser industrializado, artesanal ou fabricado pe- do de Interação: ação que se exerce mutuamente entre
la professora junto com a criança e a sua família. Para duas ou mais coisas ou duas ou mais pessoas; ação recí-
brincar em uma instituição infantil não basta disponibili- proca. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).
zar brincadeiras e brinquedos, é preciso planejamento do
Na educação infantil, sob a ótica das crianças, ocor-
espaço físico e de ações intencionais que favoreçam um
rem interações entre:
brincar de qualidade.
A pouca qualidade ainda presente na educação in- • as crianças e as professoras/adultos - essenci-
fantil pode estar relacionada à concepção equivocada de ais para dar riqueza e complexidade às brinca-
que o brincar depende apenas da criança, não demanda deiras;
suporte do adulto, observação, registro nem planejamen- • as crianças entre si - a cultura lúdica ou a cultu-
to. Tal visão precisa ser desconstruida, uma vez que a ra infantil só acontece quando as crianças brin-
criança não nasce sabendo brincar. Ao ser educada, a cri- cam entre si, com idades iguais ou diferentes
ança deve entrar em um ambiente organizado para rece- (maiores com bebês, crianças pequenas com as
bê-la, relacionar-se com as pessoas (professoras, pais e maiores);
outras crianças), escolher os brinquedos, descobrir os • as crianças e os brinquedos - por meio das di-
usos dos materiais e contar com a mediação do adulto ou ferentes formas de brincar com os objetos/
de outra criança para aprender novas brincadeiras e suas brinquedos;
regras. Depois que aprende, a criança reproduz ou recria • as crianças e o ambiente - a organização do
novas brincadeiras e assim vai garantindo a ampliação de ambiente facilita ou dificulta a ação de brincar.
suas experiências. É nesse processo que vai experimen- Uma estante na altura do olhar das crianças fa-
tando ler o mundo para explorá-lo: vendo, falando, mo- cilita o uso independente dos brinquedos. Um
vimentando-se, fazendo gestos, desenhos, marcas, encan- escorregador alto no parque, além do risco ofe-
tando-se com suas novas descobertas. recido ao uso pelos pequenos, leva a uma situa-
ção de estresse no grupo quando a professora
A brincadeira de alta qualidade faz a diferença na proíbe utilizá-lo.
experiência presente e futura, contribuindo de forma úni-

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• as crianças, as instituições e as famílias - tais "cucu", "escondeu", "achou". Essa brincadeira ajuda a
relações possibilitam vínculos que favorecem criança a aprender os significados dos movimentos, re-
um clima de respeito mútuo e confiabilidade, gras e a expressão da linguagem oral e dos gestos. Mas
gerando espaços para o trabalho colaborativo e somente quando o bebê inicia a brincadeira e a conduz,
a identificação da cultura popular da criança e escolhendo se vai esconder a si mesmo, ou seu bichinho
de sua família, de suas brincadeiras e brinque- de estimação, há aprendizagem e desenvolvimento cog-
dos preferidos. nitivo. Nesse momento, ele teve agência (decisão pró-
pria). Essa forma de brincar para esconder outros objetos
desperta a curiosidade e o prazer - da descoberta, da re-
a) Conhecimento de si e do mundo petição e recriação da ação. Há muitos brinquedos em
que se colocam bolinhas dentro de estruturas com túneis
As práticas pedagógicas devem garantir experiên- que possibilitam a expressão do prazer do "desaparecer"
cias diversas que contemplem os 12 itens que serão a se- e "reaparecer".
guir especificados:
Brincadeiras de adultos e crianças de esconder obje-
Experiência corporal - ver-se diante de um espe- tos em baixo de almofadas ou copinhos, além de diverti-
lho favorece ao bebê o conhecimento de si mesmo e o rem as crianças que procuram encontrá-los, criam desa-
leva a se identificar como distinto de outras crianças e fios para as mentes infantis em desenvolvimento.
dos objetos.
Experiência com cores - o conhecimento de si pró-
prio pode ser experimentado pela imersão no universo b) Linguagens e formas de expressão
das cores, através das sensações produzidas por folhas de As crianças expressam significações quando brin-
celofane coloridas, que se penduram em varais. cam: com gestos, falam, desenham, imitam, cantam ou
Experiência com sons - cortinas coloridas com constroem estruturas tridimensionais. São tais ações que
aplicação de chocalhos e outros objetos sonoros também se denominam formas de expressão: gestual, verbal,
proporcionam aos bebês a descoberta de sons na relação plástica, dramática e musical. No interior dessas formas
com o corpo. O toque, a investigação e a curiosidade são de expressão se encontram diferentes modalidades de
formas de aquisição de conhecimento de si mesmo e do linguagem e gêneros textuais: falar, escrever cartas, con-
mundo que os cerca. tos de fadas, contos fantásticos etc.
Exploração e conhecimento do mundo - as expe- Expressão Gestual e Verbal
riências motoras (corporais) possibilitam posicionar o As crianças comunicam-se por diferentes lingua-
corpo para a exploração dos objetos, de subir em almo- gens, por gestos, expressões, olhares, pela palavra. Os
fadas ou entrar em um buraco, ações que favorecem o bebês se expressam inicialmente por gestos e sorrisos e,
conhecimento do mundo. Ao colocar o brinquedo na bo- depois, pelas palavras.
ca, as crianças sentem sua textura, conseguem diferenci-
ar algo que é mole ou duro, mas tais características ainda O aprendizado da fala (linguagem verbal) se inicia
estão no plano da experiência vivida, seu pensamento no nascimento com a comunicação entre as crianças e
ainda não consegue conceituar. Essas experiências cons- seus pais em casa e, depois, entre a professora e a criança
tituem as bases para que mais tarde possam compreender ou entre as crianças na creche. Há diversos estilos de
os conceitos. comunicação familiar que levam as crianças a aprende-
rem a falar e que fazem parte de suas culturas quando in-
Tapetes com diferentes texturas e cores ou objetos gressam na creche.
que podem ser explorados, trazem experiências significa-
tivas para os bebês. Estruturas com materiais pendurados A comunicação na creche, que valoriza as intera-
de diferentes cores, tamanhos e texturas que, ao serem ções e a brincadeira, acontece em diversos momentos:
puxados pelas mãos ou pés dos bebês, emitem sons e
• quando a professora conversa com o bebê e ele
permitem que eles decidam sobre o que querem fazer -
responde com um gesto, olhar ou sorriso;
balançar, puxar, ver e ouvir.
• nas brincadeiras, ao relacionar nomes dos obje-
Experiências corporais e afetivas - o adulto, ao tos e situações do seu cotidiano;
pegar a criança no colo, troca olhares, sorrisos e oferece • nas brincadeiras corporais de exploração dos
um clima afetivo e de bem-estar criando oportunidade objetos do ambiente;
para as primeiras descobertas; massagens no corpo e • nas brincadeiras de imitação;
ambientes planejados com materiais diversos proporcio- • nas danças e nas músicas;
nam novas experiências; brincadeiras corporais propici- • nos desenhos e grafismos;
am desafios motores, como subir em almofadas, pegar • nas comunicações cotidianas e no recontar his-
um brinquedo colocado a certa distância, ou pegar vários tórias;
materiais com as mãos; tocar seu próprio corpo, brincar
• na expressão de poesias, parlendas, adivinhas,
com as mãos, pés e dedos.
cantigas de roda e de ninar.
Experiências expressivas - entre as brincadeiras in-
terativas que levam o bebê a se expressar, é muito co-
nhecida a de "esconder e achar" com fralda, dizendo
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Expressão Dramática Brincar com massinhas, argila, gesso ou materiais
de desenho, pintar, fazer colagens e construções com di-
A expressão dramática começa a surgir quando as
ferentes objetos, são linguagens plásticas associadas a
crianças manifestam o desejo de assumir papéis, como
experiências sociais, motoras e sensoriais prazerosas.
os de motorista, mãe, professora. Quando entram no faz
Entretanto, é preciso dispor de grande quantidade de
de conta compreendem as funções desses personagens na
massinha e argila para que as crianças possam construir
sociedade: do motorista que dirige carros, da professora
seus projetos (cerca de um quilo para cada uma).
que educa as crianças ou da mãe que dá comida para o
bebê. Essas imitações, embora importantes, são repeti- Uma quantidade pequena só possibilita a manipula-
ções de ações observadas pelas crianças sem a compre- ção e não a modelagem das formas que expressam a
ensão do significado dos papéis desempenhados. A dra- imaginação, os desejos e as intenções de cada criança. A
matização de situações imaginárias, tanto nas brincadei- manipulação é importante no início, mas deve ser segui-
ras de faz de conta como no recontar histórias, deve ser da de inúmeras oportunidades para dar forma aos propó-
livre para que as crianças possam expressar suas emo- sitos da própria criança, o que só é possível com uma
ções e seus desejos. Nessa atividade, a variedade de boa quantidade de argila.
acessórios, como bonecas de diversos tipos, berço, carri-
O desenvolvimento do imaginário está relacionado
nho, caminhões de diferentes tipos - cegonha, caçamba,
com a oferta cotidiana de práticas que ofereçam suporte
bombeiro, posto de gasolina, fantoches, bichinhos e kit
para que as crianças possam realizar suas recriações. Ver
médico, auxiliam a representação de papéis, ampliando o
diferentes tipos de esculturas, dispor de técnicas para
repertório das brincadeiras.
compreender como se faz a modelagem e ter materiais à
disposição para uso independente, são práticas necessá-
Expressão Plástica
rias que auxiliam a expressão criativa. Para valorizar a
Atividades relacionadas às artes plásticas incluem autonomia das crianças, é necessário dispor de tempo e
brincar com tinta ou utilizar-se da natureza para fazer materiais em quantidade suficiente para que elas esco-
tintas-com plantas, com terra -, possibilitando tanto ex- lham estes materiais e as técnicas adequadas à produção
periências sensoriais e prazerosas quanto plásticas. Brin- do que desejam para suas expressões, quer seja no dese-
cadeiras com cores iniciam-se com a exploração das tin- nho, no gesto ou na modelagem.
tas com as mãos, com o corpo, com pincéis, mas ganham
em qualidade ao saber misturá-las e recriá-las. Expressão Musical
Para iniciar atividades relacionadas às artes plásti- A música é essencial para a formação do ser huma-
cas para as crianças pequenas de creches, convém intro- no. Auxilia o desenvolvimento do raciocínio lógico, traz
duzir primeiro a brincadeira livre de explorar tintas, de envolvimento emocional e é instrumento de interação.
sentir a sensação de pintar as mãos, o corpo, o papel, de Brincadeiras de experimentar diferentes sons e instru-
misturar tintas e utilizá-las em diferentes tipos de papéis, mentos musicais contribuem para o desenvolvimento da
superfícies e objetos pequenos e grandes. Com as crian- linguagem e a formação integral das crianças.
ças maiores, avançar em projetos relacionados à constru-
ção de uma paleta de cores - o conjunto de cores de uma • Ouvir e produzir sons, altos, baixos, acompa-
determinada obra, seja ela pintura, escultura ou desenho. nhados de movimentos e uso de recursos da na-
tureza, do corpo, dos objetos e materiais diver-
Para as maiores da pré-escola, em uma atividade li- sos, assim como o conhecimento da diversidade
gada à construção de cores a partir de elementos da natu- de músicas infantis ampliam as experiências
reza, pode-se oferecer inicialmente uma paleta com tons das crianças.
marrons, terras e verdes. • Brincar de cantar palavras, como o nome das
Em uma atividade plástica ligada a pintura de flo- crianças, em diferentes ritmos e alturas, traz
res, pode-se oferecer outro conjunto com tons roxos, ro- envolvimento afetivo e propicia interações.
sas, branco, verdes, azuis e laranjas. A paleta de cores é • Transformar conversas com crianças pequenas
uma combinação inicial que visa oferecer suporte às cri- em momentos de musicalização cria um clima
anças em atividades plásticas que buscam aprimorar os de afetividade, de prazer partilhado e de encan-
conceitos de arte e estética. tamento. Ao falar com a criança, por exemplo
"Vamos tomar banho", cantar essa frase utili-
Um brincar de qualidade inclui a experiência com a zando uma melodia conhecida. Tanto a palavra
arte, as atividades plásticas e o uso de cores como supor- como a frase, que fazem parte da conversação
te prévio para que as crianças encontrem prazer e reco- diária, podem ser cantadas para que a criança
nheçam na sua produção artística uma estética e uma be- entre em contato com a linguagem musical.
leza próprias. • Brincar com a voz, em repetição de sons, como
As diversas técnicas voltadas para os trabalhos plás- o "ba, ba, ba" que o bebê balbucia, com o uso
ticos (argila, pintura, colagem etc.) requerem materiais de estruturas melódicas, mas sem as letras das
apropriados. músicas, proporcionam experiências prazerosas
e contribuem para a musicalização.
Crianças gostam de fazer marcas para expressar sua • Encontrar um tempo na rotina diária para trans-
individualidade e as tintas, nas artes plásticas, são ferra- formar a "conversa com a criança" em um "mu-
mentas que cumprem essa finalidade. sical". A criança maior já utiliza a estrutura de
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uma cantiga ou parlenda para criar novas músi- COMBINAÇÃO DE LINGUAGENS VISUAL /
cas ou até contar histórias. ESCRITA / FALADA
• Para estreitar os vínculos entre a família e a
- baseia-se em equipamentos que utilizam a tela
creche e dar continuidade às experiências ante-
como suporte e possibilitam a interação entre máquina e
riores das crianças, aproveitar a cultura musical
espectador, a exemplo dos computadores e da TV. Inter-
que elas já trazem de casa para valorizar suas
net, jogos eletrônicos e filmes possibilitam a conjunção
identidades culturais para, depois, acrescentar
das linguagens falada, escrita e visual, enquanto as em-
novos tipos de músicas que enriqueçam seus
balagens de brinquedos e alimentos, livros, revistas, ca-
repertórios.
pas de CD, privilegiam as linguagens escrita e visual.
• Os brinquedos musicais de berço ou de manipu-
lação para a produção de diferentes sons e rit- Há dois fatores importantes para ampliar as narrati-
mos melódicos contribuem, não só para a musi- vas das crianças: o trabalho integrado com a família e o
calização, mas para a expressão das diferentes uso da sua cultura popular.
linguagens infantis.
Quando se estreitam as relações entre a casa e a
• Pode-se criar sons batendo com uma colher de creche ou se conhecem os brinquedos e brincadeiras pre-
pau em panelas enfileiradas, batendo duas tam- feridos pelas crianças, seus familiares e comunidade, ou
pas de panelas ou tocos de madeira ao ritmo das seja, a sua cultura popular, caminha-se na direção da
músicas, falar ou criar sons dentro de tubos e ampliação das experiências de narrativas infantis. Consi-
caixas. derar os saberes das crianças implica em não rotular co-
• Os bebês se divertem ouvindo os sons do des- mo inadequada uma música cantada por elas, ou uma
pertador ou batendo em sinos e objetos pendu- preferência de dança ou um gesto, mas procurar ampliar
rados que produzem sons. Pode-se criar um suas experiências.
ambiente de exploração ao pendurar muitas ti-
ras de papel laminado ou celofane colorido no Escutar as crianças - deixar as crianças falarem de
teto, na altura das crianças, para que elas pos- situações ou brincadeiras que aprenderam nos ambientes
sam tocar e criar sons. pelos quais circularam antes da sua vinda à creche;
• Cantar músicas, recitar parlendas, ouvir histó- Perguntar às famílias - quais são os brinquedos, ma-
rias cantadas são recursos importantes para to- teriais e brincadeiras preferidos pelas crianças, para dar
das as crianças. continuidade na creche às experiências do lar.
• Recolher as cantigas que as mães cantam para
os seus filhos e cantar para as crianças. O reper- • Usar a narrativa das crianças - especialmente na
torio individual torna-se coletivo, atende à di- hora da roda de novidades, ou no momento em
versidade cultural e traz identidade às crianças. que as crianças se reúnem para falar sobre o
que fizeram no dia anterior, aproveitar qualquer
c) Narrativas e gêneros textuais, orais e escritos narrativa sobre suas experiências e brincadeiras
prediletas para a exploração das várias lingua-
No processo de interação com o mundo, as crianças gens. Se o menino conta que jogou bola com o
adquirem experiências de narrativas veiculadas pelas pai, escrever em um papel ou cartolina “Pedro
linguagens oral, escrita e visual. jogou bola com o pai”, mostrar para as crianças
Há várias formas para narrar experiências e mostrar e ouvi-las, pois podem surgir discussões inte-
significados, seja utilizando cada uma das linguagens se- ressantes sobre as letras escritas no papel. Em
ja integrando-as. outro momento, se Pedro quiser, poderá dese-
nhar usando essa cartolina com a frase criada
Para favorecer as experiências de narrar, as crianças com sua narrativa, desse modo haverá continui-
podem ser levadas a apreciar as várias modalidades de dade da experiência significativa vivida por Pe-
linguagens e com elas interagir: dro, e a linguagem verbal se transforma em lin-
FALADA guagem escrita e depois em plástica, por meio
do desenho. O letramento se fortalece com o
- praticar a conversação, ouvir músicas, cantar, con- uso da diversidade de linguagens para expressar
tar e ouvir histórias, brincar com jogos de regras, com os mesmos significados. A cada expressão as
jogos imitativos, ver e comentar programas de TV, ví- crianças vão ressignificando melhor suas expe-
deos e filmes. riências e, em contato com o adulto e outras
ESCRITA crianças, vão aperfeiçoando sua forma de ver o
tema de seu interesse.
- usar ambientes impressos, livros, cartazes, letras, • Dar um pequeno papel para desenhar o mesmo
revistas, jornais, embalagens de brinquedos e alimentos. tema de interesse das crianças, depois outro
VISUAL maior, ou pintá-los com diferentes tipos de ma-
teriais. Lápis, crayon, tintas variadas, criam
- ver e criar imagens, desenhos, construções tridi- sempre oportunidades para ampliar experiên-
mensionais, ilustrações, retratos, animação, TV, filmes. cias.
• Visitar, se possível, a casa de cada criança - pa-
ra conhecer como brincam e quais são os seus
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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


brinquedos e brincadeiras. Pode-se, como alter- uma vela para criar envolvimento, usar um es-
nativa, solicitar à mãe ou à criança para comen- paço coberto com tecido, utilizar palavras má-
tar quais são seus brinquedos prediletos. Ao gicas que as crianças gostam ou trazer o perso-
comentar na creche a respeito dos brinquedos nagem preferido, um boneco construído por
de cada um, a criança se sente valorizada. Soli- eles, para partilhar do momento da história.
citar às crianças que tragam brinquedos não • Ler o livro, contar do seu jeito, dramatizar a
mais utilizados para pendurar na sala ou fora história, incluir diversas formas de recontar his-
dela, organizando o ambiente e tornando-o lu- tórias usando diferentes gêneros literários.
gar de curiosidade, de exploração e de conver- • No gênero literário dos contos de fadas, o mun-
sação. São objetos que lembram a casa e com do dos reis, princesas, bruxas, dragões encan-
muitas histórias para contar e partilhar. tam as crianças.
• Valorizar a cultura das crianças - deixar as cri- • As histórias do mundo encantado trazem uma
anças contarem o que gostam de fazer em suas estrutura de começo, meio e fim, acompanhadas
casas, valorizar experiências vividas, são opor- de expressões típicas, como “era uma vez”,
tunidades de trazer e ampliar suas narrativas. • “depois...”, “e viveram felizes para sempre”,
Após essa escuta, a professora poderá mostrar que auxiliam as crianças a recontarem a história
outros conteúdos da cultura oral, introduzindo e ampliarem suas narrativas.
novos contos, parlendas, trava-línguas, adivi- • Somente quando as crianças têm agência, ou se-
nhas, músicas, danças, livros, programas de TV ja, quando são elas que recontam de seu jeito,
e outras brincadeiras, ampliando desse modo incluindo os personagens que querem, trazendo
ainda mais as experiências das crianças. suas experiências do cotidiano, misturando per-
• Participar da conversação diária com adultos e sonagens de outras histórias, elas vão se tor-
outras crianças, ouvir e cantar músicas, contar e nando leitoras, criando suas próprias narrativas.
ouvir histórias, brincar com jogos em que se
discutem as regras ou os pontos ganhos ou per-
didos, partilhar temas das brincadeiras de faz- d) A brincadeira e o conhecimento do mundo
de-conta com outros parceiros são momentos matemático
que enriquecem as experiências das crianças. A entrada no mundo da matemática ocorre quando a
O contato com a diversidade dos textos orais e es- professora sabe como encaminhar a criança para brinca-
critos por meio da participação em conversas cotidianas, deiras em que se vai descobrindo o significado dos nú-
contato com outros textos, como bilhetes e receitas; meros. O bebê ingressa no mundo matemático pelo uso
acesso aos textos da cultura oral como cantigas de ninar, do corpo no espaço, pelas experiências que realiza com
de roda, parlendas, trava-línguas, fórmulas de escolha, os objetos. Crianças maiores já vão medindo a sala com
adivinhas, enigmas, linguagens secretas, histórias de bi- cabo de vassoura, de braços abertos ou com as palmas da
chos, de animais, contos e lendas brasileiras e de vários mão, fazendo marcas ou números. Assim vão compreen-
povos, amplia o repertório das narrativas infantis. dendo o significado de tamanho e quantidade Brincadei-
ras para pensar sobre como medir e quantificar
Crianças que aprendem gêneros de texto como
“Serra, serra, serrador, serra o papo do vovô”, facilmente • Desenhar os móveis e objetos dentro da sala.
tornam-se autoras quando inserem o seu próprio nome • Brincar em diferentes posições: deitado, em
ou o de uma pessoa querida no lugar do “vovô”. É co- cima, embaixo, do lado.
mum, também, o aproveitamento de frases de histórias • Contar os dias, observar quantas crianças vie-
que elas ouviram. ram e quantas faltaram, anotar no calendário di-
ário, se há sol, chuva ou nuvens, verificar as
As crianças ampliam suas narrativas ao dispor do atividades ao longo do dia.
acervo de textos da literatura e da cultura oral que per-
• Classificar conjuntos de objetos com palavras
manecem como estruturas básicas para novas recriações.
como “nenhum”, “muito”, “pouco”, “bastante”.
• Criar símbolos para indicar quantidades.
Ouvir histórias e recontar
• Fazer coleções de objetos de modo que elas
As crianças gostam de ouvir vários tipos de histó- possam compor o cotidiano, a sala, os espaços
rias e, também, fazer comentários, mas não de ficar ape- de sua casa ou da creche.
nas ouvindo, caladas. Ao participarem, vão se tornando • Brincadeiras, como a dança das cadeiras, de
leitoras, ouvindo, vendo, falando, gesticulando, lendo, correspondência entre a criança e a cadeira: a
desenhando sua própria história e construindo novas his- cada criança que sai tira-se uma cadeira.
tórias. • Boliche (de tecido, macio para os menores e
• As histórias podem ser contadas em qualquer mais duro, de plástico, para os maiores) ou ar-
lugar e a qualquer momento. No entanto, cada golas no poste, para contar os acertos.
agrupamento deve dispor de um tempo cotidia- • Brincar de medir as crianças.
no para essa importante atividade. • Apostar corrida para ver quem chega primeiro a
• Criar por exemplo, alguns rituais para iniciar o um lugar marcado.
momento de contar histórias, como acender

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• Cantar, pular corda e recitar parlendas, trava- nhas, em situações de cumplicidade entre crian-
línguas, em ritmo rápido e lento. ças de idades iguais e diferentes.
• Marcar as batidas com as palmas e os pés, au-
mentar ou diminuir o tom de voz. f) Brincadeiras livres: cuidado pessoal, auto-
• Jogar bolas coloridas, cada cor em uma cesta. organização, saúde e bem-estar
• Pescar e anotar com marcas ou números os pei-
xes pescados. Muitos acreditam que a brincadeira livre é natural
• Fazer compras em supermercado, pagando com nas crianças. Ao imaginar que as crianças nascem saben-
“dinheiro” feito pelas crianças. do brincar, que não precisam aprender, que brincam em
todo lugar e com o que existe, concluem inadequada-
e) Brincadeiras individuais e coletivas mente que nada precisa ser feito.

As crianças brincam sozinhas ou em grupos em Deve-se lembrar que este manual aborda as brinca-
qualquer lugar, inclusive na creche. É importante ter um deiras de qualidade que precisam de planejamento.
tempo individual para “pensar” sozinho, para “falar” As brincadeiras livres devem ocorrer em ambientes
com seu amigo imaginário, ou explorar um brinquedo. planejados para essa finalidade, de modo que as crianças
Uma educação de qualidade deve ofertar tempos para possam vivenciar durante esse processo experiências de
brincadeiras individuais e grupais. cuidado com o corpo, capazes de lhes propiciar bem-
• Valorizar a organização da sala depois da brin- estar e oportunidade de auto-organização.
cadeira contribui para a construção da auto- • Brinquedos e materiais em estantes baixas, na
estima e da identidade da criança e do grupo. A altura do olhar das crianças, separados e orga-
partir de um ano e meio, as crianças começam a nizados em caixas etiquetadas com o nome dos
gostar de organizar seus brinquedos. Criar com brinquedos oferecem autonomia às crianças pa-
elas sistemas de organização faz parte da brin- ra pegá-los, usá-los e depois guardá-los. A res-
cadeira, pegando, brincando e depois guardan- ponsabilidade de cuidar dos objetos de uso co-
do os brinquedos. letivo é adquirida nesse tipo de brincadeira. A
• Toda situação nova pode trazer um pouco de auto-organização da criança, nesse processo de
tensão. O desconhecimento de brincadeiras po- pegar e guardar o brinquedo, contribui para a
de levar a criança a se afastar do grupo, por is- sua formação e passa a fazer parte da brincadei-
so, para uma boa integração, nada melhor do ra. Esse sistema propicia, também, o desenvol-
que iniciar com brincadeiras conhecidas por to- vimento da linguagem escrita e visual, porque
das. as crianças observam o desenho e o nome do
• Brincadeiras tradicionais como esconde- brinquedo na etiqueta e vão gradativamente
esconde, pique, pular corda, amarelinha, brin- descobrindo o significado das palavras escritas
cadeira de roda, facilitam a integração no gru- durante esse processo de organização.
po. • Com o apoio da professora, crianças pequenas
• Depois de integradas, elas adquirem confiança exploram autonomamente os objetos, e são ori-
e pode-se ensinar novos jogos. entadas a guardá-los após o uso em sacolas ou
• Nas brincadeiras em pares, podem ser usados caixas devidamente identificadas. A professora
brinquedos como carros com dois lugares para faz a mediação, indicando as peças que se en-
os bebês serem puxados e triciclos, com assento contram espalhadas e onde devem ser guarda-
regulável e apoio traseiro, para pedalar e até dar das, até as crianças adquirirem o hábito da auto-
carona a um amigo. organização. Essa brincadeira de identificar o
• Escolher um escorregador com a prancha larga tipo do brinquedo e guardá-lo na respectiva sa-
para que duas a três crianças possam escorregar cola/caixa, introduz, na educação infantil, a ex-
juntas. periência prévia para a compreensão da classi-
• Nas atividades individuais, pode-se oferecer a ficação.
diversidade de materiais e brinquedos interes- • Na educação infantil é fundamental a integra-
santes para as crianças. Um bom exemplo é o ção dos tempos de cuidar, educar e brincar. O
recipiente com materiais de uso cotidiano, co- planejamento coletivo sobre o uso do espaço fí-
nhecido como Cesto dos Tesouros, em que as sico da creche por professoras e gestoras, facili-
crianças podem manipular e explorar num ta a integração entre cuidar/educar e brincar em
mesmo lugar vários objetos que lhes interes- todos os tempos da permanência da criança na
sem, de acordo com seu ritmo. creche.
• Para grandes agrupamentos, deve-se prever não • Espaços de troca e banho integrados aos da sala
só a diversidade, mas a quantidade de materiais de atividades possibilitam à professora dar ba-
e brinquedos para garantir o brincar de cada um nho em uma criança, observar outras que brin-
e ampliar contatos sociais. cam próximo a ela e, ao mesmo tempo, visuali-
• O clima de confiança se estabelece quando se zar as que estão na sala de atividades. Esse é
criam momentos em que as crianças ensinam as um exemplo de ambiente que integra o cuidar/
brincadeiras que conhecem aos novos colegui- educar/brincar. É também divertido brincar de

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tomar banho de esguicho nos dias muito quen- ver atividades interessantes para aquelas que
tes. não querem dormir ou reservar sempre espaços
• Enquanto a professora dá banho em uma crian- para aquelas que, mesmo durante os tempos de
ça, pode convidar outras para brincar de encher atividade, precisam dormir.
e esvaziar canecas em uma bacia. É muito pra- • Deixar em espaços delimitados e conhecidos
zeroso. pelas crianças os seus brinquedos de afeto, para
• Integrar o brincar com as ações de cuidado e que possam pegá-los quando quiserem, por
educação faz com que, mesmo durante o banho, exemplo, seu bichinho de estimação. Garantir
a professora olhe e fale com o bebê. Ao respon- essa tranquilidade é exemplo de um ambiente
der com um sorriso, olhar ou balbucio, o bebê de bem-estar.
interage e inicia o processo do brincar. • A edificação de estabelecimentos de educação
• Para a saúde e o bem-estar da criança, é funda- infantil influi no bem-estar das crianças. O pro-
mental que as brincadeiras ocorram em ambien- jeto arquitetônico do edifício da creche deve
tes tranquilos, seguros, em espaços internos e atender às normas brasileiras de conforto ambi-
externos, cotidianamente. ental para que bebês e crianças pequenas não
• Mesmo durante a alimentação, se o bebê derru- sejam submetidos a situações de risco e descon-
bar a colher, deve-se brincar dizendo: “Caiu a forto (temperaturas muito altas ou baixas, ruí-
colher!” e observar como ele repete a ação: se dos excessivos, pisos frios para engatinhar, re-
há repetição com prazer, a brincadeira integrou feitórios barulhentos, parques sem sombra etc.),
o cuidar e o educar. O tempo da alimentação é prejudiciais ao seu desenvolvimento e à sua sa-
também o momento para a apreciação das co- úde.
res, texturas, cheiros dos alimentos, além de ser • O edifício da creche deve ser composto por
espaço para imitação. ambientes acolhedores, áreas diferenciadas para
• Quando o bebê quer dar de comer ao outro, co- brincadeiras em ambientes internos (espaços de
locar uma boneca perto dele para que possa re- movimentação, espaços para apresentações tea-
petir ações imitativas. trais, espaços para artes, música, salas de ativi-
• Durante as brincadeiras, especialmente com dades etc.) e externos (parques com relevos,
bonecas, as crianças expressam seus conheci- vegetações e situações que promovam desafios
mentos sobre os cuidados pessoais: tomar ba- saudáveis para bebês e crianças pequenas).
nho, pentear o cabelo, vestir-se, trocar fraldas.
• Durante a brincadeira, podem surgir confrontos: g) Brincadeiras e vivências éticas e estéticas com
um empurra o outro para tomar o brinquedo, o outras crianças e grupos culturais, para favorecer a
que obriga a professora a intervir, para a criança identidade e a diversidade
aprender a controlar sentimentos de raiva quan- VIVÊNCIAS ÉTICAS INCLUEM:
do não consegue o brinquedo, levando-a a parti-
lhar a brincadeira com o amiguinho. Os confli- - ações, como respeitar o espaço de brincar do ou-
tos fazem parte da educação das crianças e de- tro, guardar, emprestar os brinquedos e esperar sua vez
vem ser experimentados, para que aprendam a de usá-lo;
compartilhar e a viver em grupo. - ações de responsabilidade e de democracia.
• As experiências mediadas que focam a saúde e
o bem-estar também estão relacionadas com a VIVÊNCIAS ESTÉTICAS INCLUEM:
disposição e o planejamento do uso do espaço - uso dos objetos ao modo individual de cada crian-
no edifício escolar bem como com as diversas ça;
opções de atividades para as crianças. - uso de acordo com a cultura estética de sua família
• A integração de ambientes internos (sala de ati- e de sua comunidade.
vidades) com os espaços externos (pequenos
parques conjugados às salas) possibilita à crian- • Brincadeiras com sucata e blocos desenvolvem
ça autonomia para entrar e sair durante deter- a criatividade e tais materiais ganham formas
minado momento do dia, de acordo com a ati- variadas nas mãos das crianças, que por meio
vidade e a proposta curricular da instituição. deles expressam sua visão do mundo.
Estar ao lado de um parque pode fazer muita di- • Uma criança que, por exemplo, observa o pai
ferença nas atividades cotidianas de um berçá- reformar o jardim de sua casa e, na creche, re-
rio: para a criança, abre a possibilidade de estar produz a atividade a seu modo usando blocos
ao ar livre e de ter mais espaços para brincar; de construção, fazendo um jardim similar ao
para a professora, significa dispor de recursos construído por seu pai, está oferecendo um
que a auxiliem na realização de um trabalho de exemplo de vivência estética. Ela reproduz na
qualidade que integre espaços internos e exter- brincadeira a mesma estética que o pai utiliza
nos. na organização dos blocos para construir o jar-
• O bem-estar das crianças tem relação com suas dim de sua casa.
necessidades: dormir ou brincar, comer ou ficar • Espaço do faz-de-conta - a estética adotada por
com seus brinquedos afetivos. Deve-se promo- cada cultura diferencia, por exemplo, a panela
de barro ou de alumínio utilizada para fazer
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comida; a rede, o berço ou o cesto para pôr a éticos como cooperação, proteção ao meio am-
boneca para dormir – a criança organiza os biente, saúde, biodiversidade, entre outros.
utensílios domésticos no espaço da casinha, • Para ampliar esse tipo de brincadeira, construir
conforme suas experiências prévias, adquiridas com as crianças maiores os jogos de tabuleiro,
em casa. introduzindo as experiências das crianças no
• Respeitar as vivências estéticas de grupos cultu- percurso do jogo. Uma ida ao zoológico pode
rais significa utilizar as práticas cotidianas das oferecer inúmeras experiências que podem fi-
famílias na organização do seu espaço de vida gurar nas caselas do jogo.
cotidiano. A organização da casa, do jardim, é • Desenhar em uma cartolina, uma trilha conten-
um exemplo de vivência estética que pode ser do dois percursos iguais, ou um esquema em
utilizado para organizar os espaços de faz-de- cruz com ponto de partida e chegada para dois
conta. jogadores. Em algumas caselas a criança dese-
• As vivências éticas podem aparecer nos jogos nha, por exemplo, a girafa e o elefante como
em que se ganha ou perde, em que se discutem animais maiores que requer parar para olhar.
as regras e as implicações quando forem burla- Outros personagens do zoológico como o jacaré
das. e o leão podem figurar como perigosos e nessas
• As vivências éticas podem manifestar-se no caselas o jogador perde uma casela, tendo que
respeito ao espaço do brincar do outro, em não voltar atrás. Momentos prazerosos como o de
destruir a construção feita pelo amiguinho, de tomar sorvete ou brincar no parque representam
aprender a guardar os brinquedos utilizados, a a sorte, em que se avança uma casela.
partilhar os brinquedos, emprestando ou espe- • Discutir com as crianças as regras: sortear com
rando sua vez de brincar. Para favorecer as vi- os dados a quantidade de caselas que se pode
vências éticas é importante construir, com as avançar; quem chegar no final do percurso ga-
crianças, regras para o convívio no dia a dia nha; parar quando encontrar caselas com as fi-
guras de animais como a girafa e o elefante;
voltar uma casela quando encontrar um jacaré
h) Brincadeiras: mundo físico e social, o tempo e
ou leão. Avançar uma casela quando encontrar
a natureza
um sorvete ou um parque para brincar.
Mundo Físico • Para crianças de creche, a professora já dispo-
nibiliza o tabuleiro com o traçado e solicita às
O mundo físico é entendido como a forma cognitiva
crianças que desenhem nas caselas os persona-
da criança experimentar situações em que percebe pelos
gens, conforme as regras definidas. Para os pré-
sentidos físicos (visão, audição, tato, paladar, olfato)
escolares o tabuleiro pode ser construído por
como é a realidade à sua volta. Ao brincar, a criança ex-
eles.
plora e experimenta o que se pode fazer com a água ou
• Adquirir dados ou construí-los com cartolina ou
com a terra e vai compreendendo o mundo ao seu redor.
argila. Desenhar os números ou pontinhos nas
Não se trata de propor à criança a aquisição de uma defi-
suas faces.
nição científica do fenômeno físico, pois essa é a tarefa
do ensino fundamental. • Cada dupla pode escolher os personagens e si-
tuações que desejar para suas caselas. Depois é
Mundo Social só desenhar e brincar.
• A temática do mundo social aparece na brinca-
O mundo social, ao conter a diversidade de profis- deira de faz-de-conta, nos personagens que a
sões, de situações da vida na cidade, no campo, nos criança assume: médico, professora, motorista.
acampamentos, é rico de experiências que as crianças Os personagens do mundo social nem sempre
aproveitam para ampliar seu repertório de brincadeiras, são os mesmos, pois dependem do contexto vi-
por meio de interações com outras pessoas e expressar vido pelas crianças. Se as crianças conhecem
novas formas lúdicas. apenas o pediatra, pode-se ampliar a brincadei-
• Conforme a região do país, há diferentes formas ra introduzindo o ortopedista, o oftalmologista,
de brincar e denominações diferentes para a o otorrino, o cardiologista e as práticas associa-
brincadeira como pipa, pandorga, quadrado ou das a tais profissões. Dispor na sala e na área da
rodar pião com regras diversas. brincadeira de médico, apetrechos como este-
toscópio, termômetro, aparelho de medir pres-
• As práticas sociais de expressão de brincadeiras
são, injeção, ataduras e bengalas. Nem sempre
incluem desde fazer boneco de sabugo de milho
os personagens agem da mesma forma, pois ca-
a relógio de sol, pisar na sombra dos outros, de-
da criança experimenta situações sociais que
senhar os pingos da chuva, pisar nas poças
são diferentes. Cada criança expressa o perso-
d´água, esconder-se, ser perseguida pela mula-
nagem do “médico”, conforme experiências
sem-cabeça, o monstro ou o super-herói.
próprias ou vivenciadas em filmes, nas revistas,
• Jogos de tabuleiro, brincadeiras em grupo e su-
nas conversas domésticas.
as regras são criações da sociedade e trazem
tantos valores da competição, em que se ganha
ou perde, quanto aqueles portadores de valores

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Natureza • Olhar o mapa que contém as medidas da altura
de cada criança de um ano para outro para veri-
A natureza é farta de elementos que enriquecem o
ficar como elas cresceram e também mudaram
brincar infantil.
de agrupamento.
Brincadeiras como fazer cabanas com folhas e ga- • Os portfólios individuais das crianças são do-
lhos, brincar nos troncos das árvores, expressam valores cumentos pedagógicos que
relacionados a comunidades rurais, mas pode-se recriar • devem ser vistos pelas crianças para que com-
tais modalidades em qualquer lugar. Os brinquedos car- preendam a noção do tempo: sua história de vi-
regam significações de lugares e tempos diferentes. da ao longo de um período.
• Usar recursos da natureza para fazer colares,
i) Brincadeiras com música, artes plásticas e grá-
anéis e brincos ou utensílios domésticos, de ca-
ficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e lite-
ça ou pesca, utilizando frutos, cipós, argila,
ratura
madeira macia como a palmeira de meriti para,
junto com as crianças, produzir brinquedos e As manifestações artísticas criam sempre oportuni-
objetos. dades para inúmeras brincadeiras. A diversidade de expe-
• Utilizar pedrinhas do rio e fazer desenhos em riências culturais favorece brincadeiras coletivas e dão
sua superfície ou usá-los como peças dos jogos oportunidades para as crianças se relacionarem. Tais ex-
criados pelas crianças valorizam a natureza e periências no campo das artes devem fazer parte da vida
oferecem novas oportunidades de expressão. diária das crianças na programação curricular.
• Aproveitar os troncos de madeira caídos ou de
• Ir a festivais, teatros e exposições, assistir a
árvores que foram cortadas para criar cenários
filmes no cinema, aprender a fotografar, dançar,
de brincadeiras de expressão motora em que se
recitar poesias e ouvir histórias são atividades
pula, sobe, desce, ou para fazer uma mesa, um
que despertam essas manifestações artísticas.
banco, que servem para brincadeiras imaginá-
rias. • Promover ações da instituição de educação in-
fantil junto com as famílias e a comunidade que
• Amarrar nos troncos frondosos cordas para
possibilitem o acesso das crianças a esses bens
brincar de balançar.
culturais.
• Utilizar as folhas e flores como alimentos nas
• Convidar artistas da comunidade para divulgar
brincadeiras imaginárias.
a arte que dominam.
• Brincar de esconder atrás de arbustos, árvores
• Inserir na programação curricular de cada agru-
ou morros;
pamento os elementos necessários para enri-
• Brincar de colher musgos, conchinhas, pedri-
quecer a cultura artística das crianças. Dispon-
nhas, galhos, folhas e flores para fazer coleções
do desse conhecimento cultural sobre as artes
ou recriar a natureza sobre azulejos. A natureza
as crianças podem recriá-las em suas brincadei-
se transforma em objeto de arte, em cultura fei-
ras.
ta pela criança.
• Qualquer atividade com música, artes plásticas
e gráficas, fotografia, dança, dramatização, re-
Tempo citação ou reconto de histórias pode tornar-se
uma brincadeira divertida, quando se oferecem
O tempo pode parecer algo complicado para crian-
oportunidades para expressões livres. Lembrar
ças pequenas. No entanto, elas vivem seu cotidiano mer-
que o brincar de qualidade significa que a cri-
gulhadas em atividades que exigem a atenção para o
ança deve ter iniciativa para começar uma ação
tempo. Como utilizar o cotidiano para fazer as crianças
como dançar e cantar, mas necessita um suporte
pensarem sobre o tempo?
cultural. Se ela desconhece as danças e músi-
• Brincar de fazer previsões de tempo, observar cas, não poderá expressar uma brincadeira de
as fotografias da escola ou da casa da criança qualidade, que significa sempre a recriação de
antes e depois da reforma, ver o calendário diá- algo que a criança já domina. Se o conteúdo
rio e semanal da creche são atividades que cultural da criança é pobre de referências, sua
promovem vivências sobre a noção do tempo. expressão também o será.
• Os desenhos feitos pelas crianças, de um ano a • Lembrar que há necessidade de previsão e pla-
outro, mostram como elas avançam em seus nejamento desses programas culturais que de-
traços e significados: os rabiscos vão dando lu- vem fazer parte do currículo e necessitam sem-
gar a formas arredondadas e a detalhes do que pre da mediação da professora, do apoio da
se quer significar. Tais marcas mostram o gra- equipe, da família e da comunidade que abre as
fismo e o tempo vivido por cada criança. portas para o mundo das exposições e ativida-
• Olhar fotografias do tempo em que entraram na des artísticas.
creche como bebês e agora, com 3 anos, já • As crianças utilizam os saberes adquiridos a
crescidas e com muita experiência, é outra ma- partir dessas vivências externas (programas cul-
neira de ver o tempo passar. turais) para se expressar e se relacionar. Duran-
te as brincadeiras, utilizam a experiência cultu-

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ral que adquiriram, apropriando-se das canções, anças, pelos pais e pela creche não pode ser
das danças, fazem desenhos, fotografam, dra- exercida apenas de vez em quando.
matizam, tornam-se poetas e narradoras durante • Ela deve integrar o currículo e ser oferecida sis-
suas expressões lúdicas. tematicamente na programação cotidiana, para
que todas as crianças que chegam nessa fase da
creche possam ter o direito a um brincar de
j) Brincadeiras, biodiversidade, sustentabilidade
qualidade. Esse é o sentido da sustentabilidade
e recursos naturais
das experiências significativas, que garante a
As crianças podem brincar tanto com brinquedos qualidade do trabalho da instituição.
industrializados como artesanais, construídos por adultos
e crianças, além de utilizar materiais de sucata e da natu-
k) Brincadeiras e manifestações de tradições cul-
reza. Como interagir com tais materiais e preservar os
turais brasileiras
recursos que são escassos?
A riqueza cultural do Brasil proporciona uma rica
• São muitos os brinquedos que podem ser feitos
diversidade de manifestações tradicionais do folclore,
com materiais de sucata que divertem as crian-
com as festas do boi bumbá, maracatu, congada, festas
ças e devem ser utilizados com responsabilida-
juninas, carnaval, reisado, entre outros. Acompanham es-
de.
sas expressões os instrumentos musicais, os objetos e as
• É importante aprender a usar, limpar, guardar e fantasias. Como aproveitar essa riqueza das tradições da
reutilizar os materiais. cultura brasileira?
• Respeitar o meio ambiente significa não jogar
papéis e brinquedos pelo chão, usar os materiais • Convidar pais e membros da comunidade que
sem desperdiçar, reutilizar caixas, copinhos de conheçam tradições do folclore brasileiro a re-
iogurte e garrafas de plástico para construir passá-las às crianças da creche para que possam
brinquedos. construir os instrumentos musicais que acom-
• Lembrar que as crianças adquirem muito mais panham essas manifestações.
experiência quando podem explorar os espaços • Incentivar os pais a levarem seus filhos para
externos à creche. Os passeios no quarteirão, no conheçer as festas populares.
supermercado, na vendinha, no parque, nos es- • As professoras podem promover a continuidade
paços próximos à creche são momentos impor- da experiência da casa na creche, ao aproveitar
tantes para a observação da natureza, da cidade, a cultura popular que as crianças já dominam
do campo, do trabalho e oferecem os “conteú- para aprofundar a significação de tais tradições
dos curriculares”, que são as vivências, para as culturais brasileiras.
conversas e projetos das crianças. Esses mo- • As crianças podem construir com caixa de pa-
mentos devem ser programados e fazer parte do pelão e fitas decorativas o boi bumbá, para ter o
currículo de cada agrupamento infantil. duplo prazer da construção e da brincadeira de
• Para explorar o mundo, as crianças precisam sa- ser o boi.
ir da instituição para observar casas, prédios,
morros, florestas, árvores com flores e frutos, l) Brincadeiras e tecnologia
pássaros, animais, nuvens, o céu, plantações,
A tecnologia se faz presente em todos os aspectos
rios e riachos, jardins, ruas, bueiros, lixos, fu-
da vida moderna. Até em regiões do sertão ou em qui-
maça das fábricas, mangues, supermercado e
lombos, mesmo de forma incipiente, a televisão, o celu-
carros. São referências que poderão ser utiliza-
lar e a máquina fotográfica começam a se tornar conhe-
das em outras atividades expressivas como de-
cidos, como consequência da circulação desses habitan-
senhos, pinturas, esculturas, contação de histó-
tes entre o campo e a cidade. Na creche, a tecnologia está
rias, danças, músicas e brincadeiras. Quanto
presente em forma de brinquedos como fogão, geladeira,
mais uma experiência aparece sistematicamente
ou meios de comunicação como o karaokê e o celular,
representada livremente pelas crianças com uso
que servem para as brincadeiras de imitação. Como
de várias linguagens, mais elas se tornam com-
aproveitar de forma adequada o mundo da tecnologia nas
preendidas de forma mais complexa.
brincadeiras infantis?
• Brincar com água, tomando cuidado para não
desperdiçar, é aprender a preservar os recursos • Com o apoio da professora, as crianças podem
naturais. pesquisar temas de interesse na internet, esca-
• Fazer explorações em parque e jardins no en- near, gravar e imprimir desenhos realizados em
torno da creche, para colecionar folhas e flores outras atividades, tendo o computador como
caídas, pedrinhas, cascalhos e utilizá-los na suporte para aprofundar o conhecimento.
produção de obras de arte, de coleções, classifi- • A professora pode gravar filmes de crianças
cações e de suporte para suas narrativas. brincando para elas assistirem em outro dia. Ao
• A sustentabilidade implica na oferta constante verem tais cenas, as crianças têm oportunidade
da mesma qualidade do trabalho ao longo dos para novas expressões, o que gera prazer e con-
anos. Uma atividade considerada rica pelas cri- tribui para o desenvolvimento da memória.

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• Assistir, junto com as crianças, os programas ra que, por meio das brincadeiras e interações, as crian-
que apreciam, para comentar, avaliando a sua ças possam compreender o mundo ao seu redor.
qualidade, colabora para uma visão crítica dos
Adotar o brincar como eixo da proposta curricular
meios de comunicação.
significa compreender que é a criança que deve iniciar a
• Há brinquedos que geram brincadeiras imitati- experiência.
vas, no formato de celular, máquina fotográfica,
televisão e rádio, entre outras tecnologias do Toda educação tem valores. Para ter raízes na cultu-
mundo atual. As crianças imitam ações do ra é preciso que a educação inclua os valores da comuni-
mundo adulto utilizando tais objetos. dade na qual está inserida. Cada comunidade deve ter o
• A máquina fotográfica que não é brinquedo direito de escolher para suas creches propostas curricula-
propicia também brincadeiras de grande impac- res que reflitam os valores de seu povo e espelhem as es-
to na ampliação das experiências das crianças. colhas do grupo.
• Deixar as crianças fotografarem é uma experi- a) Integração das interações, brincadeiras e ex-
ência rica para elas e uma forma do adulto ob- periências da comunidade
servar seus interesses. As crianças maiores po-
dem construir com auxílio do adulto uma má- A qualidade da educação infantil depende da inte-
quina fotográfica. A construção faz parte da gração entre a creche, a família e a comunidade. Essa in-
brincadeira com os adultos. tegração pode ser feita por meio da circulação das brin-
• Outros brinquedos imitam instrumentos musi- cadeiras. Assim, aproveita-se a diversidade da cultura lú-
cais com uso da tecnologia e produzem sons e dica das famílias e da comunidade e, ao mesmo tempo,
movimentos quando se acionam botões ou me- propicia-se ás crianças a manutenção de suas identidades
canismos. culturais.
• O seu inconveniente é a necessidade de reposi- • Nas práticas curriculares das creches de comu-
ção de pilhas, nem sempre disponíveis nas insti- nidades indígenas, quando personagens como a
tuições e a constante supervisão do adulto, para onça, o macaco, as aves e os peixes estão pre-
que a criança não as coloque na boca. Há, ain- sentes nos contos e brincadeiras das crianças,
da, a necessidade de separar o lixo tecnológico, há interação entre as experiências da comuni-
de modo a garantir a qualidade do meio ambi- dade e as brincadeiras.
ente. • Respeitar o direito de comunidades que educam
suas crianças no contexto em que vivem: brin-
7.2. Brincadeira e proposta curricular car no riacho, subir nas árvores, construir brin-
quedos com sementes, frutos e galhos, para pre-
Um currículo que adota a brincadeira como eixo servar valores e tradições.
precisa valorizar a dimensão brincante e brincalhona da • Quando as práticas cotidianas garantem a me-
professora como condição importante. Essa atitude da mória do povo e a continuidade de sua cultura,
professora é essencial para criar vínculos com a criança e a língua materna, a escrita, as músicas, os con-
para organizar situações nas programações curriculares, tos, os jogos e as brincadeiras indígenas fazer
em que as interações e a brincadeira estejam presentes. parte do repertório de suas creches.
Desenvolver um currículo por meio da brincadeira é • Se a mãe indígena carrega o bebê preso ao seu
diferente de um currículo de conteúdos disciplinares. O corpo durante os afazeres domésticos, esta prá-
brincar requer uma condição: é a criança a protagonista tica interativa deve ser considerada relevante,
que faz a experiência. A abordagem disciplinar geral- ampliando-se, no entanto, as experiências do
mente favorece a ação do adulto, que explica ou faz a bebê na creche, por meio de interações com ou-
demonstração do significado do conceito e não requer, tras crianças, espaços e materiais.
necessariamente, a ação dinâmica e ativa das crianças. • Utilizar brinquedos como chocalhos de cascas e
sementes de frutas é uma forma de preservar as
Propostas curriculares que valorizam o brincar le-
práticas culturais de uma comunidade. No en-
vam crianças a experimentarem situações que impliquem
tanto, introduzir na creche as brincadeiras inte-
a compreensão de noções como peso, quando elas brin-
rativas com o bebê, utilizando outros brinque-
cam com uma balança, ou na gangorra do playground,
dos para ampliar suas experiências.
quando duas crianças com pesos diferentes brincam jun-
• Ao aprender as brincadeiras de seus amigos de
tas. Quando se oferece no espaço da brincadeira com
descendência americana, indígena, asiática, eu-
água, tubos ou canecas com furos, as crianças experi-
ropeia ou africana, as crianças ampliam seu re-
mentam diferentes situações, observam e fazem suas re-
pertório de brincadeiras e aprendem a respeitar
flexões.
os povos.
Os significados das profissões podem ser experi- • As crianças podem brincar à moda japonesa
mentados quando as crianças entram no faz-de-conta, as- com “janquempô”, um meio de escolher o pe-
sumindo personagens adultos do mundo do trabalho. Pa- gador usando a mão como pedra, tesoura ou
ra isso, é necessária uma equipe pedagógica com perfil papel, brincando de bola, usando termos como
brincalhão, que programe espaços, materiais e tempo pa- “pelota”, como seus amigos bolivianos, como a
“pandorga” de seus amigos do sul, brincando

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com personagens do mundo animal ou com al- b) Preservar valores da comunidade e integrar
gum outro jogo. tecnologias
• A bola é um brinquedo universal carregado de
A tecnologia faz parte do mundo atual, mas muitas
magia, que pode ser feita de tecido, jornal, pa-
vezes ela não tem penetração em certas comunidades.
lha, madeira, borracha ou plástico. Ela penetra
Como integrar a tecnologia preservando os valores da
no universo infantil e oferece oportunidade para
comunidade? Como conseguir manter a tradição do pas-
manipulação, exploração, desenvolvimento de
sado, de construção de brinquedos pelos brincantes e, ao
habilidades, mas, especialmente, para estabele-
mesmo tempo, garantir o acesso aos brinquedos tecnoló-
cer relações sociais com os outros, compreen-
gicos?
são e recriação de regras e expressão da cultura
lúdica. Nos centros urbanos é mais fácil essa integração
• Bonecas negras e brancas, com traços físicos porque a tecnologia se faz presente em tudo, mas na zona
diferentes, contribuem para que as crianças rural, isso não ocorre.
compreendam a identidade de cada povo e
Cabe à creche e à pré-escola selecionar o que é im-
aprendam a respeitar as especificidades étnico-
portante, para criar um espaço onde coexistam a tradição
raciais, evitando preconceitos e discriminações.
e a modernidade.
• As crianças que vivem na zona rural têm expe-
riências diferentes das que moram na cidade. • Na zona urbana, há diversidade de situações:
Vivem em contato direto com a natureza, em algumas têm a forte presença dos brinquedos
florestas ou matas, junto a rios ou campos. Os tecnológicos, outras preservam práticas tradici-
pais caçam, pescam, plantam e colhem cereais e onais de construção de brinquedos e há as que
frutos, fazem artesanato. As crianças brincam procuram integrá-los. Há projetos curriculares
nas árvores, fazem cabanas, gangorras e balan- que se diferenciam, quando a creche se alia a
ços com cipós, nadam nos rios e riachos, mas outros grupos formadores como universidades,
também brincam com bonecas e assistem tele- centros de formação, outros serviços sociais ou
visão. culturais como bibliotecas ou grupos musicais.
• Para aproveitar essa vivência, pode-se instalar Nesses casos, utiliza-se a tecnologia, mas pre-
na instituição infantil brinquedos com troncos servam-se as tradições do passado, mantendo as
de árvores, carrinhos de madeira, cabanas com brincadeiras tradicionais, o contar histórias, as
troncos e galhos, madeira para fazer brinque- danças, as músicas ou a construção de brinque-
dos, flores e frutos para “fazer comida” e outros dos com recursos da natureza, sucata doméstica
objetos industrializados. ou industrial.
• Uma pedrinha tem muitas utilidades, pode se • Para garantir a identidade cultural de cada cre-
tornar uma peça de jogo, servir para marcar os che é preciso preservar seus valores. Se a opção
pontos e objeto para expressão do imaginário. é a valorização do contato com a natureza, o
Quando se pinta sua superfície, deixa-se uma brincar neste contexto natural é importante.
marca ou pode-se utilizá-la para criar um per- Mas deve-se oferecer a possibilidade para que a
sonagem como um besouro ou uma formiga, creche escolha os recursos tecnológicos de que
utilizando fios de plástico ou de arame fino, necessita para educar melhor as crianças.
pintando e dando asas para a imaginação.
• A pescaria, quando a criança “conta” quantos c) Acompanhamento e avaliação do trabalho pe-
peixes pescou, contribui para a iniciação do le- dagógico
tramento no mundo da matemática.
• Os utensílios de cozinha estimulam o faz-de- Se o brincar e as interações são eixos importantes
conta. Panelas de barro para brincar de “fazer do trabalho pedagógico, é preciso observar e acompa-
comida”, rede para a boneca dormir, reprodu- nhar cada criança para verificar:
zem a vivência cotidiana das crianças. • Quais foram seus brinquedos preferidos?
• Cestos de mandioca e de abóbora, enxadas, pe- • Com quem brincou e como brincou?
neiras, redes, varas de pescar e cestos com esti-
• Quais brincadeiras novas ela aprendeu?
los regionais servem para brincar e explorar a
• Ela interagiu com a diversidade dos objetos e
temática do trabalho nas brincadeiras.
pessoas de seu agrupamento e de outros?
• Com a argila, abundante em certas regiões, po-
• Ela explorou brinquedos e materiais de diferen-
de-se fazer artesanato, brinquedos em miniatura
tes tipos?
com as formas típicas do lugar.
• Ela brincou de faz-de-conta com temas simples
• Fantasias de caipira, bailarina, pirata, Peter Pan,
ou complexos?
bruxa ou outras produzidas pelos pais e profes-
soras, que reproduzem os personagens locais, • Ela utilizou os blocos de construção e ingressou
são suportes para as brincadeiras imaginárias e no mundo imaginário, ou faltaram materiais?
ampliam as interações entre as crianças. • Foi oferecida a oportunidade para interações
entre as crianças e entre outras, de diferentes
idades, durante as brincadeiras?

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• Houve interações entre o adulto e cada criança che serve de consulta para as crianças, que gos-
durante a brincadeira? tam de ver suas produções e fazer comentários,
• Os pais e a comunidade foram envolvidos du- ou para os pais compreenderem o trabalho rea-
rante o processo de educar, cuidar e brincar? lizado.
• Os brinquedos e os materiais foram suficientes • Há portfólios ou formatos de documentação em
e adequados para cada criança e, ao mesmo grandes cadernos, que podem circular nas casas
tempo, ao agrupamento? das crianças para que os pais possam dar conti-
• Os brinquedos e materiais quebrados foram nuidade aos registros. Outros podem existir no
substituídos? formato tecnológico, em CDs ou DVDs,
• Houve preocupação em integrar a cultura lúdica • A documentação pedagógica indica o que as
que a criança traz de casa com a da creche? crianças gostam e sabem fazer. A documentação
• Houve ampliação do repertório das brincadeiras da brincadeira livre possibilita identificar inte-
de cada criança e do agrupamento? resses das crianças, para aproveitá-los no plane-
• As expressões lúdicas revelavam a riqueza das jamento de atividades planejadas em conjunto
tradições do folclore brasileiro e incluíam as com as crianças e familiares. Assim nascem os
linguagens expressivas? projetos.
• Já se pode observar as crianças e suas brinca- • O portfólio ou a documentação pedagógica dos
deiras para detectar seus interesses e necessida- brinquedos e brincadeiras, ao circular na casa
des? das crianças, divulga o processo vivido por elas
na creche/pré-escola, possibilitando às famílias
Essas questões, entre muitas outras, só serão res- dar continuidade a esse processo em casa, am-
pondidas quando se avaliar cada item das Diretrizes Cur- pliando a cultura lúdica das crianças.
riculares Nacionais de Educação Infantil, tendo como fo- • Trata-se um material que auxilia a integrar a
co as interações e a brincadeira. família à creche, quando os pais dão sequência,
em casa, às atividades do centro de educação
d) Registros de adultos e crianças (relatórios, fo- infantil e o complementam com comentários,
tografias, desenhos, álbuns etc.) fotografias ou objetos que tenham significado
Como fazer registros e documentação? para tais registros.
• A exposição dos documentos nas paredes da
Escutar as crianças é um procedimento importante instituição infantil, na altura do olhar das crian-
para melhorar a qualidade da educação infantil. Essa es- ças, é importante recurso de avaliação e divul-
cuta se faz por meio de observações e registros do que a gação do seu trabalho. Assim, crianças e famili-
criança faz, de seus desenhos, produções e falas. Todo ares encontram na documentação pedagógica,
esse material é importante para identificar os seus inte- um instrumento de avaliação do trabalho da ins-
resses e experiências e para planejar etapas subsequen- tituição e um documento que evidencia a am-
tes. pliação das experiências das crianças no brin-
• Planejar como e quando colher os dados e sis- car, no domínio de rica cultura lúdica que é fru-
tematizar os registros: usar fotografias, selecio- to das interações e da brincadeira.
nar desenhos e outras produções das crianças,
verificar os preferidos pelas crianças e pela pro- 7.3. Brincadeiras nas transições da casa à creche
fessora, esclarecendo as razões dessas escolhas e da creche à pré-escola
e elaborar relatórios de atividades. Do conjunto As transições ou mudanças são muito difíceis para
de registros disponíveis, pode-se selecionar o toda criança. Há transições de uma atividade para outra,
material para a elaboração de um portfólio, ou de um ano a outro, no interior de uma creche e entre ins-
documentação pedagógica. tituições. Passar de uma atividade a outra requer flexibi-
• Há diferentes tipos de portfólios ou documenta- lidade de horário, para deixar a criança que ainda está
ção pedagógica. Alguns exemplos: os que do- brincando, que tem um ritmo mais lento, terminá-la com
cumentam o processo de aprendizagem de cada tranquilidade, evitando o choro e o desconforto. Ir da ca-
criança, os que tratam das atividades desenvol- sa para a creche e passar da creche para a pré-escola são
vidas pelo agrupamento infantil ou os que evi- transições temidas pelas crianças.
denciam projetos desenvolvidos pelas crianças
e a professora. Como tornar essas transições tranquilas, sem
• Essa documentação pedagógica pode aparecer traumas?
na forma de uma sequência de imagens e frases • Quando se conhece o lugar, não se tem medo.
que mostra, por exemplo, as ações de um bebê Assim, a primeira providência é fazer visitas e
ao explorar objetos, brincadeiras interativas en- passeios ao novo local, conhecer o espaço, as
tre o bebê e a professora ou, ainda, as ações professoras e o que as crianças fazem.
imitativas de uma criança que dá de comer ao • Dentro da mesma instituição, criar brincadeiras
seu ursinho. de integração, em que as crianças ensinam brin-
• A documentação visual ou tridimensional, ex- cadeiras aos outros, constroem brinquedos e
posta nas paredes da sala ou no corredor da cre-

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brincam com seus colegas de agrupamentos • Por volta das 8 semanas é capaz de levantar
mais adiantados. a cabeça sozinho durante poucos segundos,
• Para preparar a transição para outra instituição, deitado de barriga para baixo;
brincar de entrevistar futuros amiguinhos, co- • Controle completo da cabeça por volta dos 4
nhecer seus brinquedos, fotografar, desenhar, meses: deitado de costas, levanta a cabeça
construir brinquedos para presentear seus novos durante vários segundos; deitado de barriga
amigos e falar sobre o novo lugar. para baixo começa a elevar-se com apoio
• Criar momentos em que as crianças ensinam as das mãos e dos braços e virando a cabeça;
brincadeiras que conhecem para os amiguinhos • Por volta dos 4 meses o controle das mãos é
de outra instituição infantil são alternativas de mais fino, sendo capaz de segurar num
transição que facilitam a mudança para um no- brinquedo;
vo lugar e não criam traumas. • Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros
para se movimentar, rolando para trás e para
frente; apresenta também maior eficácia em
8. O DESENVOLVIMENTO FÍSICO, EMOCI- alcançar e agarrar o que quer ou a posicio-
ONAL, SOCIAL, COGNITIVO E AFETIVO NA nar-se no chão para brincar;
CRECHE • Desenvolve o seu próprio ritmo de alimen-
Fases do Desenvolvimento Infantil – 0 A 5 tação, sono e eliminação;
• Desenvolvimento progressivo da visão;
Esse período de 0 a 5 anos é a fase das descobertas, • Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90
porém cada intervalo desse desenvolvimento há uma ca- cm de distância;
racterística muito própria. Vejamos a segui: • Progressivamente será capaz de utilizar os
Berçário, Pré-Maternal, Maternal I, Maternal II, dois olhos para focar um objeto próximo ou
Jardim A e Jardim B afastado, bem como de seguir a deslocação
dos objetos ou pessoas;
Faixa etária: 0 aos 6 anos • Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coorde-
nação olho-mão encontram-se próximas da
"A trajetória que uma criança percorre desde que
do adulto;
começa a deixar de ser bebê (dependência total), até co-
• Desenvolvimento da função auditiva;
meçar a se transformar em um ser mais independente e
• Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos
autônomo está relacionado tanto às condições biológicas,
sons e às alterações do tom de voz das pes-
como aquelas proporcionadas pelo espaço familiar e so-
soas que o rodeiam;
cial (escola), com o qual interage."
• Por volta dos 4-6 meses, possui já uma
É preciso saber que: grande sensibilidade às modulações nos tons
de voz que ouve;
• O desenvolvimento de uma criança não
acontece de forma linear.
Desenvolvimento Intelectual
• As mudanças que vão se produzindo ocor-
rem de forma gradual, são períodos contí- • A aprendizagem faz-se sobre tudo através
nuos que vão se sucedendo e se superpondo. dos sentidos;
• Durante a evolução a criança experimenta • Vocaliza espontaneamente, sobretudo quan-
avanços e retrocessos, vivendo seu desen- do está em relação;
volvimento de modo particular. • A partir dos 4 meses, começa a imitar al-
• Acompanhamos a construção de sua perso- guns sons que ouve à sua volta;
nalidade respeitando que em cada idade há • Por volta do 6º mês, compreende algumas
um jeito próprio de se manifestar. palavras familiares (o nome dele, "mamã",
• Tanto antecipar etapas, como não estimular "papá"...), virando a cabeça quando o cha-
a criança, podem ser geradores de futuros mam;
conflitos.
Desenvolvimento Social
• Cabe a família e a ESCOLA conhecer e res-
peitar os passos do desenvolvimento infan- • Distingue a figura cuidadora das restantes
til. pessoas com quem se relaciona, estabele-
cendo com ela uma relação privilegiada;
Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses • Fixa os rostos e sorri (aparecimento do 1º
sorriso social por volta das 6 semanas);
Desenvolvimento Físico:
• Aprecia situações sociais com outras crian-
• Processo de fortalecimento gradual dos ças ou adultos;
músculos e do sistema nervoso: os movi- • Por volta dos 4 meses: capacidade de reco-
mentos bruscos e descontrolados iniciais nhecimento das pessoas mais próximas, o
vão dando lugar a um controle progressivo que influencia a forma como se relaciona
da cabeça, dos membros e do tronco; com elas, tendo reações diferenciadas con-
soante a pessoa com quem interage. É tam-

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bém capaz de distinguir pessoas conhecidas dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com
de estranhos, revelando preferência por ros- significado;
tos familiares; • Nesta fase, o bebê gosta que os objetos se-
jam nomeados e começa a reconhecer pala-
Desenvolvimento Emocional
vras familiares como "papa", "mamã",
• Manifesta a sua excitação através dos mo- "adeus", sendo progressivamente capaz de
vimentos do corpo, mostrando prazer ao associar ações a determinadas palavras (por
antecipar a alimentação ou o colo; ex: tchau-tchau" - acenar);
• O choro é a sua principal forma de comuni- • A partir dos 10 meses, a noção de causa-
cação, podendo significar estados distintos efeito encontra-se já bem desenvolvida: o
(sono, fome, desconforto...); bebê sabe exatamente o que vai acontecer
• Apresenta medo perante barulhos altos ou quando bate num determinado objeto (pro-
inesperados, objetos, situações ou pessoas duz som) ou quando deixa cair um brinque-
estranhas, movimentos súbitos e sensação do (o pai ou a mãe apanha-o). Começa tam-
de dor; bém a relacionar os objetos com o seu fim
(por ex., coloca o telefone junto ao ouvido);
Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses • Progressiva melhoria da capacidade de
atenção e concentração: consegue manter-se
Desenvolvimento Físico
concentrado durante períodos de tempo cada
• Desenvolvimento da motricidade: os mús- vez mais longos;
culos, o equilíbrio e o controlo motor estão • A primeira palavra poderá surgir por volta
mais desenvolvidos, sendo capaz de se sen- dos 10 meses;
tar direito sem apoio e de fazer as primeiras
tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a Desenvolvimento Social
superfícies de apoio;
• O bebê está mais sociável, procurando ati-
• A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se
vamente a interação com quem o rodeia
ou gatinhar; (através das vocalizações, dos gestos e das
• A partir dos 9 meses poderá começar a dar expressões faciais);
os primeiros passos, apoiando-se nos mó-
• Manifesta comportamentos de imitação, re-
veis;
lativamente a pequenas ações que vê os
• Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e
adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar
os 8 meses, é capaz de segurar os objetos de
o cabelo, etc.);
forma mais firme e estável e de manipulá- • A partir dos 10 meses, maior interesse pela
los na mão; por volta dos 10 meses, é já ca- interação com outros bebês;
paz de meter pequenos pedaços de comida
na boca sem ajuda, é capaz de bater com Desenvolvimento Emocional
dois objetos um no outro, utilizando as duas
• Formação de um forte laço afetivo com a fi-
mãos, bem como adquire o controle do dedo
gura materna (cuidadora) - Vinculação;
indicador (aprende a apontar);
• Presença de ansiedade de separação, que se
Desenvolvimento Intelectual manifesta quando é separado da mãe, mes-
mo que por breves instantes - trata-se de
• A aprendizagem faz-se sobre tudo através
uma ansiedade normal no desenvolvimento
dos sentidos, principalmente através da bo-
emocional do bebê;
ca;
• Presença de ansiedade perante estranhos:
• Desenvolvimento da noção de permanência sendo igualmente uma etapa normal do de-
do objeto, ou seja, a noção de que uma coisa senvolvimento emocional do bebê, manifes-
continua a existir mesmo que não a consiga
ta-se quando pessoas desconhecidas o abor-
ver;
dam diretamente;
• Vocalizações;
• A partir dos 8 meses, maior consciência de
• Os gestos acompanham as suas primeiras
si próprio;
"conversas", exprimindo com o corpo aqui- • Nesta fase é comum os bebês mostrarem
lo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as preferência por um determinado objeto (um
mãos quando quer uma coisa);
cobertor ou uma pelúcia, por ex.), o qual te-
• Alguns dos seus sons parecem-se progressi-
rá um papel muito importante na vida do
vamente com palavras, tais como "mamã"
bebê - ajuda a adormecer, é objeto de recon-
ou "papá" e ao longo dos próximos meses o
forto quando está triste, etc.;
bebê vai tentar imitar os sons familiares,
embora inicialmente sem significado;
• A partir dos 8 meses: desenvolvimento do,
acrescentando novos sons ao seu vocabulá-
rio. Os sons das suas vocalizações começam
a acompanhar as modulações da conversa

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Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos Desenvolvimento Social
Desenvolvimento Físico • Aprecia a interação com adultos que lhe se-
jam familiares, imitando e copiando os
• Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe
comportamentos que observa;
os móveis, etc. - o equilíbrio é inicialmente
• Maior autonomia: sente satisfação por estar
bastante instável, uma vez que os músculos
independente dos pais quando inserida num
das pernas não estão ainda bem fortalecidos.
grupo de crianças, necessitando apenas de
Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é
confirmar ocasionalmente a sua presença e
capaz de caminhar e de se manter de pé em
disponibilidade - esta necessidade aumenta
segurança, com movimentos muito mais
em situações novas, surgindo uma maior
controlados;
dependência quando é necessária uma nova
• Melhoria da motricidade fina devido à prá- adaptação;
tica - capacidade de segurar um objeto, o • As suas interações com outras crianças são
manipula, passa de uma mão para a outra e ainda limitadas: as suas brincadeiras decor-
o larga deliberadamente. Por volta dos 20 rem sobre tudo em paralelo e não em intera-
meses, será capaz de transportar objetos na ção com elas;
mão enquanto caminha; • A partir dos 20-24 meses, e à medida que
começa a ter maior consciência de si pró-
Desenvolvimento Intelectual
pria, física e psicologicamente, começa a
• Maior desenvolvimento da memória, através da alargar os seus sentimentos sobre si próprio
repetição das atividades - permite-lhe antecipar os acon- e sobre os outros - desenvolvimento da em-
tecimentos e retomar uma atividade momentaneamente patia (começa a ser capaz de pensar sobre o
interrompida, à qual dedica um maior tempo de concen- que os outros sentem);
tração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o
bebê desenvolve um entendimento das sequências de
Desenvolvimento Emocional
acontecimentos que constituem os seus dias e dos seus
pais; • •Grande reatividade ao ambiente emocional
em que vive: mesmo que não o compreenda,
• Exibe maior curiosidade: gosta de explorar apercebe-se dos estados emocionais de
o que o rodeia;
quem está próximo dele, sobre tudo os pais;
• Compreende ordens simples, inicialmente
• Está a aprender a confiar, pelo que necessita
acompanhadas de gestos e, a partir dos 15
de saber que alguém cuida dela e vai de en-
meses, sem necessidade de recorrer aos ges-
contro às suas necessidades;
tos; • Desenvolve o sentimento de posse relativa-
• Embora possa estar ainda limitada a uma mente às suas coisas, sendo difícil partilhá-
palavra de cada vez, a linguagem do bebê
las;
começa a adquirir tons de voz diferentes pa-
• Embora esteja normalmente bem disposta,
ra transmitir significados diferentes. Pro-
exibe por vezes alterações de humor ("bir-
gressivamente, irá sendo capaz de combinar
ras");
palavras soltas em frases de 2 palavras; • É bastante sensível à aprova-
• É capaz de acompanhar pedidos simples, ção/desaprovação dos adultos;
como por ex. "dá-me a caneca";
• As experiências físicas que vai fazendo aju-
dam a desenvolver as capacidades cogniti- Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos
vas. Por exemplo, por volta dos 20 meses;
Desenvolvimento Físico
• Sabe que um martelo de brincar serve para
bater e já o deve utilizar; • À medida que o seu equilíbrio e coordena-
• Consegue estabelecer a relação entre um ção aumentam, a criança é capaz de saltar
carrinho de brincar e o carro da família; ou saltar de um pé para o outro quando está
• Entre os 20 e os 24 meses é também capaz a correr ou a andar;
de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge • É mais fácil manipular e utilizar objetos
que deita chá de um bule para uma xícara, com as mãos, como um lápis de cor para de-
põe açúcar e bebe - recorda uma sequência senhar ou uma colher para comer sozinha;
de acontecimentos e faz de conta que os rea- • Começa gradualmente a controlar os esfínc-
liza como parte de um jogo). A capacidade teres (primeiro os intestinos e depois a bexi-
de fazer este tipo de jogos indica que está a ga);
começar a compreender a diferença entre o
Desenvolvimento Intelectual
que é real e o que não é;
• Fase de grande curiosidade, sendo muito
frequente a pergunta "Por quê?";
• À medida que se desenvolvem as suas com-
petências linguísticas, a criança começa a

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exprimir-se de outras formas, que não ape- tecimentos, ou ainda a uma resposta apren-
nas a exploração física - trata-se de juntar as dida (as birras costumam estar relacionadas
competências físicas e de linguagem (por com a frustração da criança e com a sua in-
ex., quando faço isto, acontece aquilo), o capacidade de comunicar de forma eficaz);
que ajuda ao seu desenvolvimento cogniti-
vo;
• É capaz de produzir regularmente frases de Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos
3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, já ca-
Desenvolvimento Físico
paz de conversar com um adulto usando fra-
ses curtas e de continuar a falar sobre um • Grande atividade motora: corre, salta, co-
assunto por um breve período; meça a subir escadas, pode começar a andar
• Desenvolvimento da consciência de si: a de triciclo; grande desejo de experimentar
criança pode referir-se a si própria como tudo;
"eu" e pode conseguir descrever-se por fra- • Embora ainda não seja capaz de amarrar sa-
ses simples, como "tenho fome"; patos, veste-se sozinha razoavelmente bem;
• A memória e a capacidade de concentração • É capaz de comer sozinha com uma colher
aumentaram (a criança é capaz de voltar a ou um garfo;
uma atividade que tinha interrompido, man- • Copia figuras geométricas simples;
tendo-se concentrada nela por períodos de • É cada vez mais independente ao nível da
tempo mais longos); sua higiene; é já capaz de controlar os es-
• A criança está a começar a formar imagens fíncteres (sobretudo durante o dia);
mentais das coisas, o que a leva à compre-
ensão dos conceitos - progressivamente, e Desenvolvimento Intelectual
com a ajuda dos pais, vai sendo capaz de
compreender conceitos como dentro e fora, • Compreende a maior parte do que ouve e o
cima e baixo; seu discurso é compreensível para os adul-
• Por volta dos 32 meses, começa a apreender tos;
o conceito de sequências numéricas simples • Utiliza bastante a imaginação: início dos jo-
e de diferentes categorias (por ex., é capaz gos de faz-de-conta e dos jogos de papéis;
de contar até 10 e de formar grupos de obje- • Compreende o conceito de "dois";
tos - 10 animais de plástico podem ser 3 va- • Sabe o nome, o sexo e a idade;
cas, 5 porcos e 3 cavalos); • Repete sequências de 3 algarismos;
• Começa a ter noção das relações de causa e
Desenvolvimento Social efeito;
• É bastante curiosa e investigadora;
• A mãe é ainda uma figura muito importante
para a segurança da criança, não gostando Desenvolvimento Social
de estranhos. A partir dos 32 meses, a crian-
ça já deve reagir melhor quando é separada • É bastante sensível aos sentimentos dos que
da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, a rodeiam relativamente a si própria;
embora algumas crianças consigam este • Tem dificuldade em cooperar e partilhar;
progresso com menos ansiedade do que ou- • Preocupa-se em agradar os adultos que lhe
tras; são significativos, sendo dependente da sua
• Imita e tenta participar nos comportamentos aprovação e afeto;
dos adultos: por ex., lavar a louça, maquiar- • Começa a aperceber-se das diferenças no
se, etc.; comportamento dos homens e das mulheres;
• É capaz de participar em atividades com ou- • Começa a interessar-se mais pelos outros e a
tras crianças, como por exemplo, ouvir his- integrar-se em atividades de grupo com ou-
tórias; tras crianças;

Desenvolvimento Emocional Desenvolvimento Emocional

• Inicialmente o leque de emoções é vasto, • É capaz de se separar da mãe durante curtos


desde o puro prazer até a raiva frustrada. períodos de tempo;
Embora a capacidade de exprimir livremen- • Começa a desenvolver alguma independên-
te as emoções seja considerada saudável, a cia e autoconfiança;
criança necessitará de aprender a lidar com • Pode manifestar medo de estranhos, de ani-
as suas emoções e de saber que sentimentos mais ou do escuro;
são adequados, o que requer prática e ajuda • Começa a reconhecer os seus próprios limi-
dos pais; tes, pedindo ajuda;
• Nesta fase, as birras são uma das formas • Imita os adultos;
mais comuns da criança chamar a atenção –
geralmente deve-se a mudanças ou a acon-

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Desenvolvimento Moral • Tem uma confiança crescente em si própria
e no mundo;
• Começa a distinguir o certo do errado;
• As opiniões dos outros, acerca de si própria
Desenvolvimento Moral
assumem grande importância para a criança;
• Consegue controlar-se de forma mais eficaz • Tem maior consciência do certo e errado,
e é menos agressiva; preocupando-se geralmente em fazer o que
• Utiliza ameaças verbais extremas, como por está certo; pode culpar os outros pelos seus
exemplo: "eu te mato!", sem ter noção das erros (dificuldade em assumir a culpa pe-
suas implicações; los seus comportamentos);

Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos 9. SAÚDE COLETIVA: AMBIENTE SAUDÁ-
VEL
Desenvolvimento Físico
“A saúde é um estado de completo bem-estar físico,
• Rápido desenvolvimento muscular; mental e social, e não consiste apenas na ausência de do-
• Grande atividade motora, com maior con- ença ou de enfermidade.”
trole dos movimentos;
• Consegue escovar os dentes, pentear-se e A Organização Mundial de Saúde (OMS) foi funda-
vestir-se com pouca ajuda; da em 7 de abril de 1948 e é uma agência especializada
em saúde que depende da Organização das Nações Uni-
Desenvolvimento Intelectual das.

• Adquiriu já um vocabulário alargado, cons- Essa nova definição mostra que a saúde das pessoas
tituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta é resultante do somatório de vários fatores, determinando
um grande interesse pela linguagem, falan- o bem-estar físico, psicológico, emocional e social dos
do incessantemente; indivíduos. Portanto, saúde é qualidade de vida e está
• Compreende ordens com frases na negativa; fortemente ligada aos direitos humanos, ao direito ao
• Articula bem consoantes e vogais e constrói trabalho, à moradia, à educação, à alimentação e ao lazer.
frases bem estruturadas; Para compreender melhor as condições de saúde das
• Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo pessoas de uma comunidade, é importante conhecer as
inúmeras perguntas; características do lugar em que elas vivem. Para pensar
• Compreende as diferenças entre a fantasia e na saúde das pessoas atendidas pela instituição onde vo-
a realidade; cê trabalha, observe que a escola pode estar situada em
• Compreende conceitos de número e de es- um bairro com ou sem saneamento básico, comunidade
paço: "mais", "menos", "maior", "dentro", rural ou urbana, numa reserva indígena, em uma região
"debaixo", "atrás"; geográfica onde pode haver rios, córregos, mata, monta-
• Começa a compreender que os desenhos e nhas, esgoto a céu aberto, lixões, igreja, escola, prefeitu-
símbolos podem representar objetos reais; ra, clube, associações, posto de saúde etc. Observe, ain-
• Começa a reconhecer padrões entre os obje- da, que a comunidade onde a escola está inserida tem sua
tos: objetos redondos, objetos macios, ani- história, sua cultura (festas, manifestações religiosas e
mais... populares, o saber das benzedeiras e raizeiras). Todos es-
ses dados fazem com que o ambiente onde se localiza a
Desenvolvimento Social escola seja mais, ou menos, promotor de condições ade-
quadas de saúde.
• Gosta de brincar com outras crianças; quan-
do está em grupo, poderá ser seletiva acerca O primeiro passo para fazer valer os direitos dos ci-
dos seus companheiros; dadãos é conhecer esses direitos. Devemos estar atentos
• Gosta de imitar as atividades dos adultos; às leis, pois, além da Constituição Federal, o direito à
• Está a aprender a partilhar, a aceitar as re- saúde, principalmente para as crianças e adolescentes, foi
gras e a respeitar a vez do outro; reforçado no Estatuto da Criança e do Adolescente-
ECA/1990 no seu Artigo 7.
Desenvolvimento Emocional “A criança e o adolescente têm direito à proteção e
• Os pesadelos são comuns nesta fase; à saúde mediante efetivação das políticas sociais públi-
• Tem amigos imaginários e uma grande ca- cas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sa-
pacidade de fantasiar; dio e harmonioso, em condições dignas de existência.”
• Procura frequentemente testar o poder e os A partir da Constituição Federal de 1988, do Estatu-
limites dos outros; to da Criança e do Adolescente, 1990, e da Lei de Dire-
• Exibe muitos comportamentos desafiantes e trizes e Bases da Educação-LDB/1996, que você vem
opositores; conhecendo ao longo das unidades dos Módulos I, II e
• Os seus estados emocionais alcançam os ex- III do PROINFANTIL, temos o desafio de articular, no
tremos: por ex., é desafiante e depois bas- espaço das creches, pré-escolas e escolas em que funcio-
tante envergonhada; nam salas de Educação Infantil, em parceria com as fa-
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mílias, as dimensões do cuidado e educação da criança fungos e bactérias. Há produtos especiais para lavar a
pequena, contribuindo para o desenvolvimento pleno e areia e evitar que proliferem doenças.
integral das crianças de 0 a 6 anos. Entendemos ser essa
É bom lembrar que as pessoas também fazem parte
articulação um caminho institucional para considerar a
dos ambientes. Os funcionários que trabalham na insti-
criança como “sujeito de direitos”, aquela que pode usu-
tuição de Educação Infantil também devem apresentar-se
fruir dos bens e serviços que são essenciais para o seu
de forma adequada às funções que desempenham. Rou-
crescimento e a sua inserção na sociedade e no meio em
pas limpas e cabelos presos, no caso dos responsáveis
que vive.
pelo preparo dos alimentos e luvas para os que mexem
Dentre os vários segmentos etários, as crianças com o lixo são procedimentos básicos para manter a hi-
constituem um grupo vulnerável para diversas doenças giene dos ambientes e a segurança de todos os que neles
que podem ser prevenidas e controladas. Para que as ins- circulam. É importante, ainda, envolver as crianças com
tituições de educação possam contribuir nesse processo as questões relativas à conservação do espaço, para que
de prevenção e controle das doenças que atingem as cri- elas se sintam também responsáveis por essa conserva-
anças, é preciso reconhecer que saúde e doença não são ção e desenvolvam posturas adequadas com relação aos
fenômenos puramente biológicos, mas expressam as ambientes onde vivem. Estando atento a essas condições
condições econômicas, sociais e culturais nas quais vi- do espaço, estes se tornam ambientes agradáveis, confor-
vem as crianças e suas famílias. táveis e saudáveis, bem como possibilitam constante e
segura interação das crianças com os diversos e diferen-
Cuidados básicos com os ambientes da institui- tes espaços físicos existentes na instituição que atende à
ção de Educação Infantil criança pequena.
O ambiente físico em que as crianças desenvolvem
suas Atividades, além das características citadas, deve 10. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDA-
apresentar as condições físicas adequadas, sempre limpo GÓGICO – CUIDADOS ESSENCIAIS NA CRE-
e bem conservado, isto é, as salas, o pátio, o banheiro, a CHE: SONO, HIGIENE E ALIMENTAÇÃO
cozinha e outras áreas. Para isso, os espaços fechados, 10.1. Cuidados Essenciais
como as salas de Atividades, devem ser arejados, claros,
com janelas e portas que deixem o sol e o ar entrar. Am- Os cuidados essenciais na educação infantil englo-
bientes fechados, sem ventilação, favorecem a prolifera- bam atenção às necessidades individuais de cada criança,
ção dos microrganismos, o que pode ocasionar a disse- incluindo descanso, conforto emocional e segurança físi-
minação de doenças entre as crianças. ca. Os educadores devem estar atentos às diferentes ne-
cessidades e expressões emocionais das crianças, pro-
Além disso, nas salas não podem faltar as lixeiras e porcionando um ambiente acolhedor e seguro.
alguns móveis que, ao serem deslocados, promovem
uma melhor apropriação pelas crianças do espaço físico. 10.2. Repouso e sono
Os espaços abertos, como quadra, quintal, pátio, jardim, Assim como a higiene e a alimentação, os momen-
devem possibilitar maior exploração do movimento cor- tos de descanso nas creches, pré-escolas e escolas que
poral das crianças ao ar livre, como as brincadeiras e jo- possuem turmas de Educação Infantil devem ser planeja-
gos e, nos banheiros, instalações sanitárias em quantida- dos considerando as necessidades da criança, para que se
de compatível com o número de crianças, com pias, chu- tornem fonte de prazer e bem-estar. Para que isso acon-
veiros e vasos sanitários adaptados, para facilitar o seu teça, é necessária uma preparação adequada tanto do
uso pelos pequenos, de modo a favorecer o desenvolvi- ambiente quanto da situação, de modo a favorecer o re-
mento de sua autonomia. O ideal é que os banheiros e a pouso, o relaxamento, o que não significa, necessaria-
cozinha sejam planejados e construídos com material que mente, que as crianças tenham que dormir. Isso depende
permita limpeza fácil e a constante higiene do local. também se as crianças ficam na instituição em tempo in-
Os objetos utilizados pelas crianças merecem cui- tegral ou parcial.
dado especial, sendo higienizados com frequência: brin- O ambiente adequado ao repouso é aquele que pro-
quedos de objetos de pano devem ser lavados periodica- voca uma sensação de bem-estar, portanto precisa ser
mente e os de pelúcia devem ser evitados, assim como arejado, com boa ventilação e espaço suficiente para que
tapetes e cortinas, pois podem causar alergias. Também é as crianças não fiquem muito próximas umas das outras.
importante cuidar da limpeza dos panos usados na higie- Quando o tempo está frio, a temperatura do ambiente
ne dos locais onde são feitas trocas de fraldas, assim co- deve oferecer sensação de aconchego. Quando as crian-
mo do mobiliário das salas de aula. ças deitam em colchonetes no chão é preciso cuidar para
As áreas externas também precisam de cuidados es- que este chão esteja bem limpo e, nos dias frios, para que
peciais. Os brinquedos do parquinho não devem oferecer a friagem não passe para o corpo da criança. Nesse am-
qualquer risco à segurança das crianças e é necessário biente podem ser desenvolvidas atividades que favore-
verificar frequentemente se não estão quebrados ou com çam o relaxamento: ouvir uma música em baixo volume
partes soltas. Quanto ao parquinho de areia, quando hou- ou uma história contada num tom de voz suave pode
ver, a areia deve ser coberta à noite e limpa periodica- ajudar a criança a ir se tranquilizando. Um afago pode
mente, além de revolvida para evitar a proliferação de ajudar àqueles que têm mais dificuldade em relaxar.

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O tempo de descanso dependerá do ritmo de cada Para que o ambiente a ser explorado pela criança
criança. Algumas crianças podem dormir por algumas nas suas interações contribua para o seu crescimento
horas, outras podem apenas relaxar por alguns minutos, saudável, algumas características em relação à organiza-
sentindose satisfeitas com este tempo de repouso. É bom ção desse espaço devem ser pensadas.
lembrar que, assim como cada criança tem diferentes ne-
O espaço físico das creches, pré-escolas ou escolas
cessidades de alimentação, a necessidade de repouso
que possuem turmas de Educação Infantil deve estar es-
também pode variar de indivíduo para indivíduo. Quan-
truturado para promover um ambiente que favoreça a
do há mais adultos responsáveis pelo grupo de crianças,
identidade das crianças, o seu desenvolvimento e apren-
o ideal é que um(a) professor(a) permaneça com aquelas
dizagens, a oportunidade para movimentos corporais,
que repousam enquanto outro(a) acompanhe aquelas cri-
contato com outras crianças, professores(as) e demais
anças que já não desejam mais repousar.
trabalhadores da instituição. O ambiente deve promover
a estimulação dos sentidos e a sensação de segurança e
confiança nas crianças.
Os cuidados de higiene com a criança pequena são
necessários e, como todas as atividades em que há inte-
ração da criança com o adulto e entre crianças, as situa-
ções que envolvem os cuidados com a higiene pessoal
podem ser também momentos de trocas afetivas e desco-
Muitas vezes, quando convidamos a criança a dor- bertas. Lembramos da necessidade da troca frequente das
mir, ela se nega, pelo simples fato de não querer perder fraldas para que a criança sinta-se confortável e assadu-
um tempo precioso de brincadeira. Entretanto, se suge- ras sejam evitadas. Além desse, outros cuidados são im-
rimos que ela apenas descanse um pouquinho, ela não só portantes:
faz isso como, em algumas situações, acaba dormindo
profundamente. Às vezes, a própria ansiedade do adulto 1. Não deixar a criança sozinha em local alto en-
para que a criança durma faz com que ela fique agitada e quanto é feita a troca, para evitar quedas.
não consiga relaxar. 2. Ter todo o material necessário à troca próximo,
para evitar que o bebê sinta frio enquanto espera.
Com relação aos bebês, que têm uma necessidade 3. Higienizar o local antes de colocar a fralda limpa.
maior de sono, o ideal é que possam dormir cada um em 4. Conversar com o bebê, sorrir e olhá-lo nos olhos
seu berço. Ninar a criança ao colo pode não ser uma boa enquanto é feita a troca.
ideia, principalmente porque nem sempre haverá alguém
disponível para fazer isso. Entretanto, também não po- Essas atitudes contribuem para a criação de laços
demos deixá-la chorar no berço até que durma. Além de entre a criança e pessoa que cuida dela. Muitas vezes a
ser uma pressão, essa atitude pode causar maior irritabi- rapidez na troca não significa que ela tenha sido prazero-
lidade no bebê. Diminuir a luz do ambiente, evitar baru- sa para o bebê.
lho intenso no local e manter um adulto por perto pode Além das trocas de fraldas, outras situações em que
ser uma forma de favorecer o sono do bebê. Outro cui- se cuida da higiene da criança podem se constituir em
dado que deve ser tomado é, após a mamada, segurar o momentos de prazer, descobertas e estabelecimento de
bebê verticalmente no colo para que ele arrote, evitando vínculos entre as crianças e entre elas e os adultos.
que vomite durante o sono, sufocando. Caso o bebê não
tenha arrotado, é prudente colocá-lo de bruços no berço. Além do cuidado para que o banho seja uma situa-
Entretanto, mesmo tomando esses cuidados, um adulto ção prazerosa, que permita à criança o conhecimento de
deve olhar os bebês de tempos em tempos, durante o so- seu próprio corpo e o estabelecimento de interações com
no, para se certificar de que tudo está bem. as outras crianças e com os adultos, outros cuidados po-
dem ser tomados para que este seja também um momen-
Conversar com a mãe pode ser uma boa maneira de to seguro.
saber como, no ambiente da casa, a criança é colocada
para dormir de modo a adotar procedimentos em comum A temperatura da água deve ser adequada à tempe-
na instituição. ratura do ambiente. Principalmente no caso dos bebês, o
adulto deve verificar a temperatura da água antes de co-
locar a criança na banheira. Também é importante o cui-
10.3. Higiene dado para proteger os ouvidos da criança, de modo a evi-
tar infecções.
Os cuidados com a nossa higiene (tomar banho, la-
var os cabelos, cortar as unhas, escovar os dentes) são Com relação às crianças maiores, o piso do local
hábitos que devem ser incentivados desde cedo na vida onde tomam banho deve ser adequado e antiderrapante,
das crianças. A rotina de cuidados com as crianças em re- para evitar quedas. Durante o banho, a cabeça deve ser
lação à higiene – banho, cabelos limpos, unhas aparadas, lavada com cuidado e, após o banho, os cabelos pentea-
roupas adequadas ao clima, ambientes e espaços limpos dos e observados com atenção, pois, como já estudamos
– são estruturantes para as crianças e formam hábitos no texto de FE desta unidade, as infestações de piolhos
saudáveis. podem acontecer.

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A escovação dos dentes também merece atenção es- to, na qual, além do alimento, sejam oferecidos à criança
pecial, incentivando-se a criança a realizar essa atividade carinho, acolhimento e segurança.
de maneira autônoma, mas orientada pelo adulto. Como
Algumas mães podem apresentar dificuldades para
já destacamos no texto de FE desta unidade, é interessan-
amamentar os seus bebês por várias razões: falta de tem-
te contar com a orientação de um profissional da área de
po, a crença de que o leite “é fraco” para alimentar a cri-
saúde que possa indicar a forma adequada de se fazer a
ança, dores no ato da amamentação e por razões de or-
escovação.
dem estética (para evitar que os seios fiquem flácidos).
Finalmente, é sempre bom lembrar que as crianças,
Todos esses fatores interferem na disposição e mo-
principalmente os bebês, necessitam do sol para o seu
tivação da mãe em amamentar e também na disponibili-
desenvolvimento saudável. Nas creches, pré-escolas e
dade do leite, isto é, quando a mãe não oferece o seio
escolas que possuem turmas de Educação Infantil deve
com frequência à criança, a quantidade de leite vai dimi-
haver um tempo destinado às brincadeiras ao sol na roti-
nuindo, até que ela não possa mais oferecer leite, porque
na diária. O sol da manhã é o ideal, tomando-se o cuida-
ele já não é mais produzido.
do de que as crianças não fiquem muito tempo expostas
e que estejam vestidas com roupas adequadas. Na creche, podem ser desenvolvidas atividades que
tenham o objetivo de discutir e esclarecer as mães sobre
a importância do aleitamento materno e sobre o direito
10.4. Alimentação que elas possuem de licença para aleitamento materno.
Essas atividades podem ser planejadas em parceria com
A alimentação faz parte da cultura dos povos e cada
os profissionais da área da saúde.
um tem as suas preferências alimentares e costumes. A
comida tem dupla função: a primeira é suprir as necessi- Quando o bebê não está sendo alimentado com leite
dades nutricionais, imunológicas e psicológicas e a se- materno, é necessário que o pediatra indique à família
gunda é o estabelecimento de relações sociais. qual deve ser o leite a ser oferecido à criança. Na creche,
é importante que se faça o registro cuidadoso de qual o
A comida está sempre presente nas datas especiais,
tipo de leite cada criança toma. Além disso, é importante
em comemorações de aniversário, casamento, batizado,
a manutenção de um quadro onde sejam registrados os
formatura, comemorações religiosas e em outros mo-
horários de mamada de cada bebê, para que se evitem
mentos em que se festeja por algum motivo. Para muitos,
esquecimentos.
quando se pensa em uma festa de aniversário, logo vem à
nossa cabeça as comidas e bebidas gostosas que serão O(a) profissional encarregado(a) da alimentação da
servidas na ocasião. criança deve observar atentamente suas reações, princi-
palmente quando um novo tipo de alimentação é intro-
Em geral, o primeiro alimento do recém-nascido é o
duzido na dieta da criança, relatando à família essas rea-
leite materno, que contém a quantidade de nutrientes ne-
ções.
cessária para o crescimento do bebê. O leite materno é
recomendado pelos especialistas como o alimento mais Nas creches, pré-escolas ou escolas onde funcionam
indicado para as crianças até o sexto mês de vida. Duran- turmas de Educação Infantil, os cuidados com a alimen-
te esse período não é necessário oferecer água, chá ou tação são importantes. É necessário observar a especifi-
suco ao bebê. Só o leite materno é suficiente. Crianças cidade de cada criança em relação à idade, o tipo de ali-
que estão em período integral na creche e ainda estão na mento e quantidade que ela pode consumir para que não
fase da alimentação natural, ou seja, precisam do leite perca peso nem fique desnutrida. Um aliado importante
materno, podem se alimentar desse leite mesmo que a nesse momento é o pediatra. A mãe ou responsável, o
mãe não esteja presente. As mães, com orientação do pe- pediatra e a instituição, em conjunto, vão promover uma
diatra ou agente de saúde, retiram o leite do peito, guar- alimentação adequada para as crianças do ponto de vista
dam em um recipiente esterilizado e o levam até a creche nutricional e afetivo.
para que seja dado à criança na mamadeira ou em co-
Por volta dos 6 meses de idade, dependendo do de-
po/colher de tamanho pequeno. As mães podem, ainda, ir
senvolvimento de cada criança e de sua história familiar,
à creche nos horários indicados para amamentação para
outros alimentos são oferecidos a ela, como os chás, su-
dar o seio ao bebê (a legislação assegura às mulheres que
cos, frutas, papinhas de verduras, legumes e caldo de
estão amamentando o direito de ausentarem-se de seus
carne. Esse período coincide com o nascimento dos den-
locais de trabalho nos horários das mamadas para ali-
tes decíduos – incisivos centrais –, o que, do ponto de
mentarem seus filhos). Nesse caso, é importante que a
vista da alimentação saudável, significa que ela já pode
creche disponha de um local adequado para que as mães
receber alimentos com consistência um pouco mais sóli-
amamentem seus bebês com tranquilidade.
da, pois consegue iniciar a mastigação ingerindo alimen-
Quando a mãe não pode estar presente para ama- tos mais fibrosos e consistentes. Os alimentos devem ser
mentar seu bebê, a sua participação, professor(a), é mui- preparados em forma de papas de frutas, verduras e le-
to importante, pois você vai contribuir para o crescimen- gumes. O aparecimento dos dentes é um dos sinais de
to saudável dessa criança. Lembre-se da troca de olhares crescimento da criança. Para a criança e todos os envol-
do quadro de Tarsila do Amaral. A pessoa que oferece o vidos no seu cuidado, esse é um momento muito impor-
alimento ao bebê precisa ter uma postura de acolhimen- tante, que marca o início da formação dos hábitos ali-
mentares dela.

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Quando a criança está com quase 1 ano de vida, em Respeito aos Direitos Fundamentais da Criança
geral ela já possui desenvolvimento motor adequado para
As creches devem ser espaços que garantem o bem-
proceder à mastigação e deglutição dos alimentos sóli-
estar físico, psicológico e emocional das crianças, pro-
dos. Provavelmente, nessa idade a criança já possui os
movendo o desenvolvimento de sua autonomia, criativi-
dentes incisivos centrais e laterais. A introdução de no-
dade e capacidades. É crucial enfrentar as reações emo-
vos alimentos nas refeições das crianças deve ser gradu-
cionais das crianças com carinho e compreensão, ofere-
al, em pequenas quantidades, um tipo de alimento ofere-
cendo atenção individualizada, especialmente durante o
cido de cada vez, cortados em pedaços menores com tex-
período de adaptação, e estimulando o desenvolvimento
tura mais macia e tempero mais suave. As crianças nessa
de uma identidade cultural, racial e religiosa positiva. A
idade sabem diferenciar as cores dos alimentos, o seu
política da creche deve assegurar um ambiente aconche-
cheiro e a sua textura, e por esse motivo podem rejeitar
gante, seguro e estimulante, reconhecendo o direito das
os alimentos que ainda não conhecem. É preciso paciên-
crianças à higiene, saúde, alimentação saudável, atenção
cia para esperar que ela se habitue a um alimento para
individual, contato com a natureza, curiosidade, imagi-
oferecer outro. É importante lembrar que as crianças es-
nação e capacidade de expressão, espaços amplos, afeto
tão aprendendo a conhecer e gostar dos novos alimentos
e amizade, sua identidade cultural, racial e religiosa e as
que lhes estão sendo oferecidos.
brincadeiras.
Como você pode ver, a alimentação da criança en-
Promoção da Igualdade Racial
volve parceria com os familiares. Tanto a instituição de-
ve conhecer as características das crianças como a famí- Para respeitar e promover a igualdade racial, as cre-
lia deve participar do planejamento do cardápio, da esco- ches devem adotar práticas que valorizem a diversidade
lha dos alimentos e da organização das refeições no dia- cultural e racial, ensinando as crianças a apreciar seu
a-dia. corpo e aparência, independentemente da cor da pele. É
essencial que meninos e meninas, independentemente de
A alimentação é uma parte importante do processo
sua origem racial, sejam tratados com igualdade de direi-
educativo nas instituições que atendem à criança peque-
tos e deveres. As atividades devem incluir a celebração
na. A rotina, os horários e o ato de comer fazem parte do
de festas tradicionais brasileiras e visitas a locais signifi-
desenvolvimento infantil. O ato de alimentar reveste-se
cativos, promovendo a participação ativa dos pais e re-
de simbologia em cada cultura, valorizam-se determina-
conhecendo a importância da família na educação das
dos alimentos ou pratos que são exclusivos do lugar. No
crianças.
Brasil, como em todos os países, existem hábitos alimen-
tares próprios, com uma diversidade de alimentos que
Critérios e Políticas para Creches
identifica peculiaridades regionais ou locais em cada so-
ciedade. Diferentes tipos de alimentos são consumidos. As creches devem se conceber como serviços públi-
cos que atendem aos direitos da família e da criança,
Os cuidados com a alimentação devem envolver,
comprometendo-se com o bem-estar e desenvolvimento
também, cuidados como o preparo dos alimentos. No ca-
infantil. Devem estar localizadas em locais seguros e
so dos bebês, é importante a esterilização de bicos e
acessíveis, com infraestrutura e pessoal adequados para
mamadeiras, além de limpeza cuidadosa destes para que
proporcionar um atendimento digno. A formação profis-
não fiquem restos de leite nos bicos. Os responsáveis pe-
sional dos educadores é um aspecto crucial, exigindo-se
lo preparo dos alimentos devem lavar as mãos frequen-
formação prévia, preferencialmente em nível superior,
temente para evitar os riscos de contaminação.
mas admitindo-se o magistério em nível médio. As polí-
As frutas, verduras e legumes também devem ser ticas devem ser inclusivas, democráticas e não discrimi-
lavados com cuidado e os talheres, pratos e copos devem natórias, promovendo a igualdade de oportunidades para
ser muito bem limpos. As pessoas que trabalham na co- todas as crianças.
zinha devem, ainda, usar aventais e toucas para evitar A reforma educacional brasileira, iniciada com a
contaminação. Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da
A higiene com os alimentos, são importantes os há- Educação Nacional (LDB) de 1996, estabeleceu a educa-
bitos de higiene pessoal para a preservação da saúde. ção infantil como a primeira etapa da educação básica e
enfatizou a importância da formação de educadores. O
Ministério da Educação desempenha um papel central na
11. CRITÉRIOS PARA UM ATENDIMENTO
orientação das políticas e práticas, promovendo diretrizes
EM CRECHES QUE RESPEITE OS DIREITOS
e padrões de atendimento que respeitam os direitos fun-
FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E A IGUALDADE
damentais das crianças.
RACIAL
Portanto, um atendimento de qualidade em creches
O atendimento em creches que respeite os direitos que respeite os direitos fundamentais das crianças e
fundamentais da criança e promova a igualdade racial promova a igualdade racial requer uma abordagem holís-
envolve uma série de critérios e práticas essenciais que tica e integrada, que considere não apenas as necessida-
se alinham às diretrizes nacionais e internacionais de des imediatas das crianças, mas também seu desenvol-
educação e bem-estar infantil. vimento a longo prazo em um ambiente inclusivo e res-
peitoso.

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12. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DE- Criar em sala de aula situações onde o aluno possa
SENVOLVIMENTO DE JOGOS, BRINQUEDOS, fazer indagações, permitindo-se assim construir o seu
BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL conhecimento. Ser um ser crítico, aberto às sugestões,
valorizando também o ponto de vista de seus alunos e
O Lúdico como Instrumento de Aprendizagem não somente o seu próprio.
O tema “lúdico como instrumento facilitador na Quando o professor deixar de lado a sua posição de
aprendizagem da educação infantil” surgiu por acharmos detentor do saber considerando seus alunos como “recep-
que as metodologias de ensino utilizadas pelos professo- tores” desse saber e passar a construir o conhecimento
res ditos tradicionais vêm causando grandes dificuldades junto com os alunos, numa relação de interação e trocas
de aprendizagem por parte das crianças. de conhecimentos, certamente o ensino terá mais quali-
Através do lúdico, a criança pode aprender brincan- dade, porque o indivíduo é considerado como um ser so-
do, ou seja, fazendo relação dos conteúdos programáti- cial, capaz de desenvolver-se dentro de uma sociedade
cos com os jogos e as brincadeiras, deixando para trás o numa relação de troca.
método tradicional de ensino, a não utilização do quadro Na criança, em sua fase de desenvolvimento é mui-
negro e do giz em sala de aula e aprendendo os conteú- to fácil perceber a presença o egocentrismo, por exem-
dos das disciplinas numa forma mais prazerosa e diverti- plo, é muito difícil a criança aceitar a regra do “outro”,
da. construindo ela mesma a sua própria regra. Em um jogo,
O lúdico é subjetivo, permitindo-se assim, fazer re- de regras, esta não é capaz de aceitar as regras já existen-
lação com o processo de ensino aprendizagem. Pois, o tes, seguindo as suas próprias.
prazer pelas brincadeiras está presente em todos nós, in- Segundo Piaget:
dependente de raça, cor ou religião. Algumas disciplinas,
como a matemática, por exemplo, não sejam tão amadas “Cada uma segue as suas próprias, sem parecer
quanto as brincadeiras pelas crianças na idade escolar, sentir necessidade de regular as diferentes condutas a
porém, as disciplinas se fazem presente, tornando-se um partir de uma referência única” ( 1992, p.15).
obstáculo a ser vencido, pois, devemos amar as dificul- Durante o período da Educação Infantil é que a cri-
dades para vencê-las. ança começa a realizar atividades que envolvam a brin-
O lúdico dentro do processo educativo pode cons- cadeira, os jogos e a música. Tudo o que a criança preci-
truir-se numa atividade muito rica, na medida em que sa realmente saber, ela aprende na infância.
professores e alunos interagem construindo conhecimen- A sabedoria não está no topo da montanha de uma
tos e socializando-se, podendo atuar na escola, de forma graduação, mas em um monte de areia nas brincadeiras
a promover a interdisciplinaridade, entre as disciplinas inocentes de roda no pátio da escola, ou mesmo, fora de-
para introduzir seus conceitos, assim, haveria um incen- les.
tivo à aprendizagem de determinado conteúdo, como por
exemplo, desenvolver a noção de números na criança,
neste caso o professor ensina aos seus alunos uma brin-
13. A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ES-
cadeira que trate desse assunto.
PAÇO NAS ATIVIDADES DA EDUCAÇÃO IN-
As brincadeiras nas escolas não são utilizadas com FANTIL
fins pedagógicos sendo apenas um passatempo ou para
preencher o tempo antes de bater o sinal para a saída, 13.1. ORGANIZAÇÃO DO TEMPO
não articulando-a às outras disciplinas. O professor pode A rotina representa, também, a estrutura sobre a
utilizar o lúdico tornando as aulas mais dinâmicas e par- qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo
ticipativas. de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina
deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações
A aprendizagem através do lúdico deve ser conside-
rada do ponto de vista das crianças, propondo a compre- de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos
ensão dos conteúdos a partir da reconstrução que ela rea- conteúdos às crianças requer sempre as mais diferentes
estruturas didáticas, desde contar uma nova história,
liza. A aprendizagem é assegurada através da estrutura-
propor uma técnica diferente de desenho até situações
ção cognitiva dos conhecimentos prévios que as crianças
mais 55 elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvi-
constroem quando elaboram seus novos conhecimentos.
mento de um projeto, que requer um planejamento cui-
O professor não é um transmissor de conhecimentos dadoso com um encadeamento de ações que visam a de-
e sim um ser que pode mediar a qualquer momento a senvolver aprendizagens específicas. Estas estruturas di-
aprendizagem de seus alunos, fazendo da escola um am- dáticas contêm múltiplas estratégias que são organizadas
biente propício para a relação professor-aluno ser mais em função das intenções educativas expressas no projeto
criativa. educativo, constituindo-se em um instrumento para o
planejamento do professor. Podem ser agrupadas em três
Paulo Freire diz:
grandes modalidades de organização do tempo. São elas:
“Que ensinar não é transferir conhecimentos, mas atividades permanentes, sequência de atividades e
criar as possibilidades para a sua própria produção ou projetos de trabalho.
a sua construção” (2001, p.52).

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Atividades permanentes safios apresentados sejam possíveis de serem enfrenta-
dos pelo grupo de crianças. Um dos ganhos de se traba-
São aquelas que respondem às necessidades básicas
lhar com projetos é possibilitar às crianças que a partir
de cuidados, aprendizagem e de prazer para as crianças,
de um assunto relacionado com um dos eixos de traba-
cujos conteúdos necessitam de uma constância. A esco-
lho, possam estabelecer múltiplas relações, ampliando
lha dos conteúdos que definem o tipo de atividades per-
suas ideias sobre um assunto específico, buscando com-
manentes a serem realizadas com frequência regular, diá-
plementações com conhecimentos pertinentes aos dife-
ria ou semanal, em cada grupo de crianças, depende das
rentes eixos. Esse aprendizado serve de referência para
prioridades elencadas a partir da proposta curricular.
outras situações, permitindo generalizações de ordens
Consideram-se atividades permanentes, entre outras:
diversas.
• brincadeiras no espaço interno e externo; A realização de um projeto depende de várias etapas
• roda de história; de trabalho que devem ser planejadas e negociadas com
• roda de conversas; as crianças para que elas possam se engajar e acompa-
• ateliês ou oficinas de desenho, pintura, mo- nhar o percurso até o produto final. O que se deseja al-
delagem e música; cançar justifica as etapas de elaboração. O levantamento
• atividades diversificadas ou ambientes or- dos conhecimentos prévios das crianças sobre o assunto
ganizados por temas ou materiais à escolha em pauta deve se constituir no primeiro passo. A sociali-
da criança, incluindo momentos para que as zação do que o grupo já sabe e o levantamento do que
crianças possam ficar sozinhas se assim o desejam saber, isto é, as dúvidas que possuem, pode se
desejarem; constituir na outra etapa. Onde procurar as informações
• cuidados com o corpo. pode ser uma decisão compartilhada com crianças, fami-
Sequência de atividades liares e demais funcionários da instituição. Várias fontes
de informações poderão ser usadas, como livros, enci-
São planejadas e orientadas com o objetivo de pro- clopédias, trechos de filmes, análise de imagens, entre-
mover uma aprendizagem específica e definida. São se- vistas com as mais diferentes pessoas, visitas a recursos
quenciadas com intenção de oferecer desafios com graus da comunidade etc.
diferentes de complexidade para que as crianças possam
ir paulatinamente resolvendo problemas a partir de dife- O registro dos conhecimentos que vão sendo cons-
rentes proposições. Estas sequências derivam de um con- truídos pelas crianças deve permear todo o trabalho, po-
teúdo retirado de um dos eixos a serem trabalhados e es- dendo incluir relatos escritos, fitas gravadas, fotos, pro-
tão necessariamente dentro de um contexto específico. dução das crianças, desenhos etc. Os projetos contêm se-
Por exemplo: se o objetivo é fazer com que as crianças quências de atividades e pode-se utilizar atividades per-
avancem em relação à representação da figura humana manentes já em curso. A característica principal dos pro-
por meio do desenho, pode-se planejar várias etapas de jetos é a visibilidade final do produto e a solução do pro-
trabalho para ajudá-las a reelaborar e enriquecer seus co- blema compartilhado com as crianças. Ao final de um
nhecimentos prévios sobre esse assunto, como observa- projeto, pode-se dizer que a criança aprendeu porque te-
ção de pessoas, de desenhos ou pinturas de artistas e de ve uma intensa participação que envolveu a resolução de
fotografias; atividades de representação a partir destas problemas de naturezas diversas. Soma-se a todas essas
observações; atividades de representação a partir de in- características mais uma, ligada ao caráter lúdico que os
terferências previamente planejadas pelo educador etc. projetos na educação infantil têm. Se o projeto é sobre
castelos, reis, rainhas, as crianças podem incorporar em
Projetos de trabalho suas brincadeiras conhecimentos que foram construindo,
e o produto final pode ser um baile medieval. Há muitos
Os projetos são conjuntos de atividades que traba-
projetos que envolvem a elaboração de bonecos do ta-
lham com conhecimentos específicos construídos a partir
manho de adultos, outros a construção de circos, de ma-
de um dos eixos de trabalho que se organizam ao redor
quetes, produtos que por si só já representam criação e
de um problema para resolver ou um produto final que se
diversão para as crianças, sem contar o prazer que lhes
quer obter. Possui uma duração que pode variar confor-
dá de conhecer o mundo.
me o objetivo, o desenrolar das várias etapas, o desejo e
o interesse das crianças pelo assunto tratado. Comportam
13.2. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E SELE-
uma grande dose de imprevisibilidade, podendo ser alte-
ÇÃO DOS MATERIAIS
rado sempre que necessário, tendo inclusive modifica-
ções no produto final. A organização dos espaços e dos materiais se cons-
titui em um instrumento fundamental para a prática edu-
Alguns projetos, como fazer uma horta ou uma co-
cativa com crianças pequenas. Isso implica que, para ca-
leção, podem durar um ano inteiro, ao passo que outros,
da trabalho realizado com as crianças, deve-se planejar a
como, por exemplo, elaborar um livro de receitas, podem
forma mais adequada de organizar o mobiliário dentro da
ter uma duração menor. Por partirem sempre de questões
sala, assim como introduzir materiais específicos para a
que necessitam ser respondidas, possibilitam um contato
montagem de ambientes novos, ligados aos projetos em
com as práticas sociais reais. Dependem, em grande par-
curso. Além disso, a aprendizagem transcende o espaço
te, dos interesses das crianças, precisam ser significati-
da sala, toma conta da área externa e de outros espaços
vos, representar uma questão comum para todas e partir
da instituição e fora dela. A pracinha, o supermercado, a
de uma indagação da realidade. É importante que os de-

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feira, o circo, o zoológico, a biblioteca, a padaria etc. são aprendizagens, a oportunidade para movimentos corpo-
mais do que locais para simples passeio, podendo enri- rais, contato com outras crianças, professores(as) e de-
quecer e potencializar as aprendizagens. mais trabalhadores da instituição.
13.2.1. VERSATILIDADE DO ESPAÇO O ambiente da instituição deve promover a estimu-
lação dos sentidos, a sensação de segurança e confiança
O espaço na instituição de educação infantil deve
nas crianças. O ambiente físico em que as crianças de-
propiciar condições para que as crianças possam usufruí-
senvolvem suas Atividades, além das características cita-
lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem.
das, deve apresentar as condições físicas adequadas,
Para tanto, é preciso que o espaço seja versátil e permeá-
sempre limpo e bem conservado, isto é, as salas, o pátio,
vel à sua ação, sujeito às modificações propostas pelas
o banheiro, a cozinha e outras áreas. Para isso, os espa-
crianças e pelos professores em função das ações desen-
ços fechados, como as salas de Atividades, devem ser
volvidas. Deve ser pensado e rearranjado, considerando
arejados, claros, com janelas e portas que deixem o sol e
as diferentes necessidades de cada faixa etária, assim
o ar entrar. Ambientes fechados, sem ventilação, favore-
como os diferentes projetos e atividades que estão sendo
cem a proliferação dos microrganismos, o que pode oca-
desenvolvidos. Particularmente, as crianças de zero a um
sionar a disseminação de doenças entre as crianças.
ano de idade necessitam de um espaço especialmente
preparado onde possam engatinhar livremente, ensaiar os Além disso, nas salas não podem faltar as lixeiras e
primeiros passos, brincar, interagir com outras crianças, alguns móveis que, ao serem deslocados, promovem
repousar quando sentirem necessidade etc. uma melhor apropriação pelas crianças do espaço físico.
Os espaços abertos, como quadra, quintal, pátio, jardim,
Os vários momentos do dia que demandam mais
devem possibilitar maior exploração do movimento cor-
espaço livre para movimentação corporal ou ambientes
poral das crianças ao ar livre, como as brincadeiras e jo-
para aconchego e/ou para maior concentração, ou ainda,
gos e, nos banheiros, instalações sanitárias em quantida-
atividades de cuidados implicam, também, planejar, or-
de compatível com o número de crianças, com pias, chu-
ganizar e mudar constantemente o espaço. Nas salas, a
veiros e vasos sanitários adaptados, para facilitar o seu
forma de organização pode comportar ambientes que
uso pelos pequenos, de modo a favorecer o desenvolvi-
permitem o desenvolvimento de atividades diversifica-
mento de sua autonomia. O ideal é que os banheiros e a
das e simultâneas, como, por exemplo, ambientes para
cozinha sejam planejados e construídos com material que
jogos, artes, faz-de-conta, leitura etc. Pesquisas indicam
permita limpeza fácil e a constante higiene do local.
que ambientes divididos são mais indicados para estrutu-
rar espaços para crianças pequenas ao invés de grandes Os objetos utilizados pelas crianças merecem cui-
áreas livres. Os pequenos interagem melhor em grupos dado especial, sendo higienizados com frequência: brin-
quando estão em espaços menores e mais aconchegantes quedos de objetos de pano devem ser lavados periodica-
de onde podem visualizar o adulto. Os elementos que di- mente e os de pelúcia devem ser evitados, assim como
videm o espaço são variados, podendo ser prateleiras tapetes e cortinas, pois podem causar alergias. Também é
baixas, pequenas casinhas, caixas, biombos baixos dos importante cuidar da limpeza dos panos usados na higie-
mais diversos tipos etc. Esse tipo de organização favore- ne dos locais onde são feitas trocas de fraldas, assim co-
ce à criança ficar sozinha, se assim o desejar. Na área ex- mo do mobiliário das salas de aula.
terna, há que se criar espaços lúdicos que sejam alterna-
As áreas externas também precisam de cuidados es-
tivos e permitam que as crianças corram, balancem, su-
peciais. Os brinquedos do parquinho não devem oferecer
bam, desçam e escalem ambientes diferenciados, pendu-
qualquer risco à segurança das crianças e é necessário
rem-se, escorreguem, rolem, joguem bola, brinquem com
verificar frequentemente se não estão quebrados ou com
água e areia, escondam-se etc.
partes soltas. Quanto ao parquinho de areia, quando hou-
ver, a areia deve ser coberta à noite e limpa periodica-
mente, além de revolvida para evitar a proliferação de
14. ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL fungos e bactérias. Há produtos especiais para lavar a
14.1. O Cotidiano na Educação Infantil areia e evitar que proliferem doenças.

A organização do local de trabalho, da escola, da É bom lembrar que as pessoas também fazem parte
creche, e da casa em que vivemos é fundamental para a dos ambientes. Os funcionários que trabalham na insti-
manutenção da nossa saúde. Como sabemos que uma tuição de Educação Infantil também devem apresentar-se
boa parte do dia as crianças passam na instituição de de forma adequada às funções que desempenham. Rou-
Educação Infantil, é importante torná-la um ambiente pas limpas e cabelos presos, no caso dos responsáveis
mais agradável e saudável para as crianças. pelo preparo dos alimentos e luvas para os que mexem
com o lixo são procedimentos básicos para manter a hi-
Para que o ambiente explorado pela criança nas su- giene dos ambientes e a segurança de todos os que neles
as interações contribua para o seu crescimento saudável, circulam. É importante, ainda, envolver as crianças com
algumas características em relação à organização desse as questões relativas à conservação do espaço, para que
espaço devem ser pensadas. elas se sintam também responsáveis por essa conserva-
O espaço físico da instituição de Educação deve es- ção e desenvolvam posturas adequadas com relação aos
tar estruturado para promover um ambiente que favoreça ambientes onde vivem.
a identidade das crianças, o seu desenvolvimento e

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Estando atento a essas condições do espaço, estes se baixas, pequenas casinhas, caixas, biombos baixos dos
tornam ambientes agradáveis, confortáveis e saudáveis, mais diversos tipos etc. Esse tipo de organização favore-
bem como possibilitam constante e segura interação das ce à criança ficar sozinha, se assim o desejar. Na área ex-
crianças com os diversos e diferentes espaços físicos terna, há que se criar espaços lúdicos que sejam alterna-
existentes na instituição que atende à criança pequena. tivos e permitam que as crianças corram, balancem, su-
bam, desçam e escalem ambientes diferenciados, pendu-
14.2. Espaço e a rotina rem-se, escorreguem, rolem, joguem bola, brinquem com
água e areia, escondam-se etc.
A organização do espaço e a rotina na educação in-
fantil têm um papel importante no desenvolvimento das
14.3. Organização do Tempo
crianças. Uma rotina estruturada proporciona uma sensa-
ção de previsibilidade e ajuda a criança a entender o flu- A rotina representa, também, a estrutura sobre a
xo do dia, contribuindo para a redução de ansiedade e qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo
inquietação. Os espaços devem ser arranjados de forma de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina
que promovam a independência das crianças e facilitem deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações
a aprendizagem, com mobiliário e equipamentos adapta- de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos
dos às suas necessidades físicas conteúdos às crianças requer sempre as mais diferentes
estruturas didáticas, desde contar uma nova história,
A organização dos espaços e dos materiais se cons-
propor uma técnica diferente de desenho até situações
titui em um instrumento fundamental para a prática edu-
mais 55 elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvi-
cativa com crianças pequenas. Isso implica que, para ca-
mento de um projeto, que requer um planejamento cui-
da trabalho realizado com as crianças, deve-se planejar a
dadoso com um encadeamento de ações que visam a de-
forma mais adequada de organizar o mobiliário dentro da
senvolver aprendizagens específicas. Estas estruturas di-
sala, assim como introduzir materiais específicos para a
dáticas contêm múltiplas estratégias que são organizadas
montagem de ambientes novos, ligados aos projetos em
em função das intenções educativas expressas no projeto
curso. Além disso, a aprendizagem transcende o espaço
educativo, constituindo-se em um instrumento para o
da sala, toma conta da área externa e de outros espaços
planejamento do professor. Podem ser agrupadas em três
da instituição e fora dela. A pracinha, o supermercado, a
grandes modalidades de organização do tempo. São elas:
feira, o circo, o zoológico, a biblioteca, a padaria etc. são
atividades permanentes, sequência de atividades e
mais do que locais para simples passeio, podendo enri-
projetos de trabalho.
quecer e potencializar as aprendizagens.
Atividades permanentes
14.2.1. Versatilidade do espaço
São aquelas que respondem às necessidades básicas
O espaço na instituição de educação infantil deve de cuidados, aprendizagem e de prazer para as crianças,
propiciar condições para que as crianças possam usufruí- cujos conteúdos necessitam de uma constância. A esco-
lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. lha dos conteúdos que definem o tipo de atividades per-
Para tanto, é preciso que o espaço seja versátil e permeá- manentes a serem realizadas com frequência regular, diá-
vel à sua ação, sujeito às modificações propostas pelas ria ou semanal, em cada grupo de crianças, depende das
crianças e pelos professores em função das ações desen- prioridades elencadas a partir da proposta curricular.
volvidas. Deve ser pensado e rearranjado, considerando Consideram-se atividades permanentes, entre outras:
as diferentes necessidades de cada faixa etária, assim
como os diferentes projetos e atividades que estão sendo • brincadeiras no espaço interno e externo;
desenvolvidos. Particularmente, as crianças de zero a um • roda de história;
ano de idade necessitam de um espaço especialmente • roda de conversas;
preparado onde possam engatinhar livremente, ensaiar os • ateliês ou oficinas de desenho, pintura, mo-
primeiros passos, brincar, interagir com outras crianças, delagem e música;
repousar quando sentirem necessidade etc. • atividades diversificadas ou ambientes or-
ganizados por temas ou materiais à escolha
Os vários momentos do dia que demandam mais da criança, incluindo momentos para que as
espaço livre para movimentação corporal ou ambientes crianças possam ficar sozinhas se assim o
para aconchego e/ou para maior concentração, ou ainda, desejarem;
atividades de cuidados implicam, também, planejar, or- • cuidados com o corpo.
ganizar e mudar constantemente o espaço. Nas salas, a
forma de organização pode comportar ambientes que Sequência de atividades
permitem o desenvolvimento de atividades diversifica- São planejadas e orientadas com o objetivo de pro-
das e simultâneas, como, por exemplo, ambientes para mover uma aprendizagem específica e definida. São se-
jogos, artes, faz-de-conta, leitura etc. Pesquisas indicam quenciadas com intenção de oferecer desafios com graus
que ambientes divididos são mais indicados para estrutu- diferentes de complexidade para que as crianças possam
rar espaços para crianças pequenas ao invés de grandes ir paulatinamente resolvendo problemas a partir de dife-
áreas livres. Os pequenos interagem melhor em grupos rentes proposições. Estas sequências derivam de um con-
quando estão em espaços menores e mais aconchegantes teúdo retirado de um dos eixos a serem trabalhados e es-
de onde podem visualizar o adulto. Os elementos que di- tão necessariamente dentro de um contexto específico.
videm o espaço são variados, podendo ser prateleiras Por exemplo: se o objetivo é fazer com que as crianças
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


avancem em relação à representação da figura humana manentes já em curso. A característica principal dos pro-
por meio do desenho, pode-se planejar várias etapas de jetos é a visibilidade final do produto e a solução do pro-
trabalho para ajudá-las a reelaborar e enriquecer seus co- blema compartilhado com as crianças. Ao final de um
nhecimentos prévios sobre esse assunto, como observa- projeto, pode-se dizer que a criança aprendeu porque te-
ção de pessoas, de desenhos ou pinturas de artistas e de ve uma intensa participação que envolveu a resolução de
fotografias; atividades de representação a partir destas problemas de naturezas diversas. Soma-se a todas essas
observações; atividades de representação a partir de in- características mais uma, ligada ao caráter lúdico que os
terferências previamente planejadas pelo educador etc. projetos na educação infantil têm. Se o projeto é sobre
castelos, reis, rainhas, as crianças podem incorporar em
Projetos de trabalho
suas brincadeiras conhecimentos que foram construindo,
Os projetos são conjuntos de atividades que traba- e o produto final pode ser um baile medieval. Há muitos
lham com conhecimentos específicos construídos a partir projetos que envolvem a elaboração de bonecos do ta-
de um dos eixos de trabalho que se organizam ao redor manho de adultos, outros a construção de circos, de ma-
de um problema para resolver ou um produto final que se quetes, produtos que por si só já representam criação e
quer obter. Possui uma duração que pode variar confor- diversão para as crianças, sem contar o prazer que lhes
me o objetivo, o desenrolar das várias etapas, o desejo e dá de conhecer o mundo.
o interesse das crianças pelo assunto tratado. Comportam
uma grande dose de imprevisibilidade, podendo ser alte- 15. A INDISSOCIABILIDADE DO BRINCAR,
rado sempre que necessário, tendo inclusive modifica- CUIDAR E EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ções no produto final.
A educação é um direito de todas as crianças e suas
Alguns projetos, como fazer uma horta ou uma co- famílias, e um dever do Estado. Portanto, o trabalho pe-
leção, podem durar um ano inteiro, ao passo que outros, dagógico na educação infantil deve ser bem organizado,
como, por exemplo, elaborar um livro de receitas, podem de forma que aconteça a relação entre o cuidar, o educar
ter uma duração menor. Por partirem sempre de questões e o brincar no cotidiano das instituições.
que necessitam ser respondidas, possibilitam um contato
com as práticas sociais reais. Dependem, em grande par- 15.1. Perspectivas sobre o Ato de Brincar
te, dos interesses das crianças, precisam ser significati- O brincar é um elemento único que enriquece as
vos, representar uma questão comum para todas e partir práticas educativas, servindo como ferramenta para pro-
de uma indagação da realidade. É importante que os de- mover uma aprendizagem rica e profunda dentro do uni-
safios apresentados sejam possíveis de serem enfrenta- verso infantil. O Referencial Curricular Nacional para
dos pelo grupo de crianças. Um dos ganhos de se traba- Educação Infantil destaca a importância da brincadeira
lhar com projetos é possibilitar às crianças que a partir como uma forma de expressão natural das crianças, res-
de um assunto relacionado com um dos eixos de traba- saltando sua conexão com o mundo além do lúdico. A
lho, possam estabelecer múltiplas relações, ampliando brincadeira é descrita como um ato que se desenrola no
suas ideias sobre um assunto específico, buscando com- reino da imaginação, exigindo que as crianças compre-
plementações com conhecimentos pertinentes aos dife- endam e manipulem símbolos e que diferenciem entre a
rentes eixos. Esse aprendizado serve de referência para fantasia e a realidade concreta.
outras situações, permitindo generalizações de ordens
diversas. Através do brincar, as crianças desenvolvem imagi-
nação, raciocínio lógico, habilidades sociais e de intera-
A realização de um projeto depende de várias etapas ção. Para facilitar esse desenvolvimento, é importante
de trabalho que devem ser planejadas e negociadas com organizar espaços que incentivem a interação, explora-
as crianças para que elas possam se engajar e acompa- ção e ofereçam uma variedade de brinquedos, permitindo
nhar o percurso até o produto final. O que se deseja al- assim a navegação entre o real e o imaginário. O brincar
cançar justifica as etapas de elaboração. O levantamento permite que as crianças atribuam novos significados a
dos conhecimentos prévios das crianças sobre o assunto elementos do cotidiano, através de uma combinação de
em pauta deve se constituir no primeiro passo. A sociali- imaginação e imitação, transformando imitações em ex-
zação do que o grupo já sabe e o levantamento do que periências emocionais e ideais baseadas em realidades
desejam saber, isto é, as dúvidas que possuem, pode se vivenciadas.
constituir na outra etapa. Onde procurar as informações
pode ser uma decisão compartilhada com crianças, fami- Ao brincar, as crianças desenvolvem habilidades
liares e demais funcionários da instituição. Várias fontes importantes, como atenção e memória, ao mesmo tempo
de informações poderão ser usadas, como livros, enci- que exploram e refletem sobre a realidade e a cultura que
clopédias, trechos de filmes, análise de imagens, entre- as cercam. A brincadeira incentiva o aprendizado em di-
vistas com as mais diferentes pessoas, visitas a recursos versas áreas, promovendo curiosidade, confiança, auto-
da comunidade etc. nomia e avanços na comunicação, concentração e aten-
ção. A ludicidade é um meio pelo qual as crianças podem
O registro dos conhecimentos que vão sendo cons- se expressar de maneiras diversas, incluindo a música, a
truídos pelas crianças deve permear todo o trabalho, po- arte e a dança, permitindo que os profissionais reconhe-
dendo incluir relatos escritos, fitas gravadas, fotos, pro- çam a importância das brincadeiras e atendam às neces-
dução das crianças, desenhos etc. Os projetos contêm se- sidades de compreensão do mundo por parte das crian-
quências de atividades e pode-se utilizar atividades per- ças.

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O RCNEI ressalta que a brincadeira ajuda a cons- banheiro, explicar a importância do uso do vaso sanitá-
truir a autoestima das crianças, permitindo que elas supe- rio, ajudando-a a reconhecer e compreender os sinais bi-
rem desafios de maneira criativa e se identifiquem com ológicos de seu corpo. Durante a alimentação, muitos
diversos modelos sociais. Essa relação transforma o ato conceitos são introduzidos, desde preferências alimenta-
de brincar em uma parte integrante do desenvolvimento res até o uso de talheres, contribuindo para o aprendiza-
infantil. Brincar possibilita à criança viver uma infância do conforme o educador orienta sobre os procedimentos
repleta de alegria e descobertas, tornando-se um indiví- adotados.
duo criativo, curioso e capaz de lidar com situações da
As atividades cotidianas, como alimentar, lavar, tro-
vida real.
car, proteger e consolar, são integrantes fundamentais da
Um desafio para educadores é mudar a percepção educação, estabelecendo uma relação estreita entre cui-
de que a Educação Infantil se limita ao cuidado e ao lú- dar e educar (CAMPOS, 1994). Ao cuidar de diferentes
dico, reconhecendo a necessidade de profissionais que aspectos da vida da criança - físico, emocional, social - o
integrem aspectos sociais, cognitivos e motores em suas educador cria vínculos de confiança, proporcionando um
práticas, contribuindo para o desenvolvimento integral ambiente seguro e acolhedor. A formação de laços afeti-
da criança. Proporcionar momentos de brincadeiras e in- vos com determinados professores contribui significati-
terações ajuda a compreender a criança como um ser em vamente para o desenvolvimento e bem-estar da criança,
desenvolvimento, destacando a importância do lúdico. fomentando a construção de relações interpessoais sau-
dáveis.
Brinquedos e brincadeiras assumem papéis signifi-
cativos no aprendizado e desenvolvimento, permitindo O cuidado demanda comprometimento, sensibilida-
que a criança explore diversas possibilidades e internali- de e uma abordagem atenta para interpretar os sinais ex-
ze valores culturais. A organização de espaços e ativida- pressos pelas crianças, seja através do choro, gestos ou
des lúdicas, tanto espontâneas quanto direcionadas, for- ações. Isso requer do profissional uma dedicação em
talece a socialização e concentração, além de ser uma compreender e atender às necessidades infantis, promo-
oportunidade para a criança aprender se divertindo. O vendo um ambiente de suporte e desenvolvimento.
papel do educador é crucial ao integrar o cuidado, a edu-
A essência do cuidado humano reside em auxiliar o
cação e o lúdico, ensinando, cuidando e educando de
outro em seu desenvolvimento integral, valorizando e es-
forma interligada e enriquecedora.
timulando capacidades. Cuidar é um ato de empatia e so-
lidariedade que transcende a simples execução de tare-
15.2. Perspectivas sobre o Ato de Cuidar
fas, envolvendo uma dimensão afetiva profunda (BRA-
A integração entre "cuidar" e "educar" é imprescin- SIL, 1998).
dível, pois juntos, esses processos ganham maior signifi-
Portanto, o cuidado estabelece um vínculo afetivo
cado ao se complementarem. Segundo o Referencial
de respeito mútuo, fortalecendo a confiança e o bem-
Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI,
estar na relação educador-aluno. É vital reconhecer que o
1998), cuidar implica prestar atenção à criança como um
cuidado vai além do físico, exigindo das instituições
indivíduo em constante crescimento e desenvolvimento,
educacionais um entendimento amplo da criança, consi-
reconhecendo sua singularidade e atendendo às suas ne-
derando seus contextos e especificidades dentro do am-
cessidades. Isso envolve se interessar pelos sentimentos,
biente educativo (BRASIL, 1998).
pensamentos, conhecimentos sobre si mesma e o mundo
ao seu redor, com o objetivo de expandir esses saberes e Para abraçar plenamente o conceito de cuidado, é
habilidades, gradualmente promovendo sua independên- necessário perceber a criança como um sujeito de direi-
cia e autonomia. tos e histórico, cujas necessidades devem ser observadas,
ouvidas e respeitadas, fornecendo pistas valiosas sobre a
O ato de cuidar é um pilar no desenvolvimento in-
qualidade do cuidado proporcionado. Assim, o cuidado
fantil, integrando-se ao processo educativo para fomentar
integra-se ao processo educativo, enfatizando a criança
a construção de laços afetivos, sensibilidade e autono-
como um ser repleto de potencialidades e produtor de
mia. Nesse contexto, é crucial incentivar a identidade e a
cultura, guiado pelas suas necessidades.
autonomia das crianças, entendendo que a atuação do
educador transcende o simples cuidado. As crianças es- Diante disso, percebe-se que a noção de cuidado
tão em fase de desenvolvimento e devem ser vistas como evoluiu significativamente, deixando de ser vista mera-
agentes de seu próprio aprendizado, exigindo uma abor- mente como atendimento a necessidades básicas para
dagem voltada ao fomento da autonomia e da identidade. abranger uma dimensão educativa ampla, que valoriza o
desenvolvimento integral da criança. Essa evolução de-
A promoção de um desenvolvimento abrangente
safia percepções antiquadas e práticas educativas, desta-
envolve tanto os cuidados relacionais, que abarcam a
cando a importância de repensar a educação infantil co-
dimensão afetiva e o bem-estar emocional, quanto os
mo um espaço de cuidado, educação e brincadeira, onde
cuidados com os aspectos biológicos, como nutrição e
cuidar transcende o aspecto físico para abraçar uma me-
saúde. A maneira como esses cuidados são providencia-
diação rica e significativa com o mundo.
dos e as oportunidades de acesso a conhecimentos diver-
sos são determinantes (BRASIL, 1998).
Através de gestos simples, podemos ensinar en-
quanto cuidamos. Um exemplo é ao levar a criança ao

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15.3. Perspectivas sobre o Ato de Educar demandando dos professores uma postura reflexiva e
aberta à construção de conhecimentos que transcendem a
A visão sobre o que significa educar em ambientes
simples transmissão de informações.
de cuidado infantil, como creches, passou por transfor-
mações significativas. Historicamente, o foco em higiene Em resumo, o processo educativo nas creches se re-
e necessidades físicas e biológicas predominou, deixan- aliza nas interações e práticas sociais que oferecem às
do em segundo plano o reconhecimento do educar como crianças acesso a uma ampla gama de conhecimentos e
parte integrante do desenvolvimento infantil. Atualmen- experiências. Isso implica reconhecer a educação infantil
te, documentos oficiais elevam a educação como um como um processo dinâmico, aberto à inovação e revisão
elemento chave para o desenvolvimento integral das cri- constante, onde erros e acertos fazem parte do aprendi-
anças. O Referencial Curricular Nacional para Educação zado contínuo, visando sempre ao desenvolvimento ple-
Infantil (RCNEI) destaca a importância de abordagens no e integrado da criança.
educativas que considerem as crianças dentro de seus
contextos sociais, culturais e ambientais, promovendo in-
terações ricas e diversificadas que contribuem para a 16. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS NA
formação de uma identidade autônoma (BRASIL, 1998). EDUCAÇÃO INFANTIL
Para adotar uma visão abrangente sobre educar, é Ao Professor(a), é sempre bom lembrar que, nas
necessário buscar um desenvolvimento completo da cri- instituições de Educação Infantil, as crianças devem ser
ança, incentivando a construção pessoal e do conheci- acompanhadas todo o tempo por adultos, que têm o de-
mento de maneira respeitosa às suas características e ca- ver de cuidar para que elas estejam em segurança. Entre-
pacidades individuais. Os educadores devem fomentar a tanto, podem acontecer situações imprevistas, acidentes
curiosidade e imaginação infantil, valorizando os saberes que podem causar lesões graves nas crianças.
prévios das crianças, promovendo a exploração e expe-
rimentação como parte do processo educativo. O espaço físico da instituição, além de favorecer a
sua aprendizagem e seu desenvolvimento, deve propiciar
As práticas pedagógicas devem ser conscientes de à criança um local seguro, evitando acidentes. Os aciden-
quem são os alunos, respeitando seus limites, desejos e tes envolvendo crianças representam números elevados
aspirações, e reconhecendo-os como seres únicos. Isso nas estatísticas de mortalidade infantil. Muitos acidentes
implica observar e integrar os interesses e preferências que acontecem com as crianças ocorrem dentro de casa
das crianças para enriquecer o processo educativo e ga- ou no local onde a criança permanece a maior parte do
rantir experiências significativas. tempo. Por essa razão, é necessário que o(a) professor(a)
Importante é a compreensão de que a creche não de Educação Infantil conheça as formas de prevenir es-
deve ser um espaço de escolarização precoce, mas um ses acidentes e saiba como agir em situações imprevistas.
ambiente de vivências significativas e diversificadas. Independentemente da faixa etária, alguns cuidados
Kramer (2009) sublinha que a educação infantil deve básicos devem ser tomados:
acolher a criança, centrando-se nela e não em uma prepa-
ração para etapas educacionais futuras. A transição para a • Jamais ministrar qualquer tipo de medicação. Caso
creche deve ser uma experiência segura e acolhedora, a criança se queixe de algum mal-estar, ou apresen-
marcando um dos primeiros passos na jornada educativa te algum sintoma, a família deve ser avisada. Na
da criança. impossibilidade de fazer contato com a família, de-
ve-se procurar o Posto de Saúde mais próximo.
Educar, neste contexto, é criar oportunidades para • As crianças não devem circular pelas áreas onde se
experiências ricas em cuidado, brincadeiras e aprendiza- preparam os alimentos, evitando seu contato com
gem, abrangendo todos os aspectos do desenvolvimento facas e outros materiais cortantes, água fervente,
infantil, incluindo cognitivo, físico, psicomotor e emoci- fogo etc.
onal. Isso envolve preparar situações que organizem o
• Tesouras de ponta não devem ser usadas pelas cri-
tempo e espaço de maneira a permitir que as crianças
anças, assim como estiletes e outros materiais cor-
construam seu conhecimento através da interação com
tantes. Há tesouras sem ponta que podem ser usa-
pessoas e com o meio físico, social e cultural.
das pelas crianças.
A educação infantil desempenha um papel sociali- • Os móveis devem ter quinas arredondadas e o piso
zador fundamental, facilitando o desenvolvimento da dos lugares onde a criança circula não deve ser es-
identidade das crianças por meio de aprendizagens diver- corregadio (evite passar cera, pois além do cheiro
sificadas em contextos de interação (BRASIL, 1998). forte, que pode causar intoxicação, o piso pode fi-
Ainda persiste o equívoco de que não é possível educar car mais escorregadio, causando acidentes).
crianças em creches, evidenciando a necessidade de ex- • Durante as Atividades de lazer e pedagógicas, deve
pandir a compreensão sobre o ato de educar como um haver sempre um adulto acompanhando as crian-
processo rico e complexo. ças.
O educador deve ver a criança como um ser pleno A faixa etária de 0 a 6 meses representa um período
de potenciais, capaz de participar ativamente de seu pró- de intensa transformação na criança. Aparecem os pri-
prio desenvolvimento. Assim, promover a autonomia e meiros movimentos do corpo, das mãos, dos olhos e sur-
participação das crianças é parte integrante do educar, ge a intencionalidade do gesto da criança, com o seu des-

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locamento no espaço. Os acidentes mais comuns nessa • Proteger janelas, escadas e portas.
idade são as queimaduras, sufocações, intoxicações me- • Manter as tomadas elétricas tampadas com pro-
dicamentosas, enforcamentos em berços, quedas, inges- tetores de tomada.
tão e aspiração de pequenos objetos. • Cuidar para que a criança não fique próxima de
Para prevenir esses acidentes, devemos levar em piscinas, cisternas, rios, banheiras ou mesmo
consideração alguns cuidados com o ambiente e com as baldes d’água. Caso haja piscina, cisterna ou
Atividades pedagógicas, de recreação, alimentação e hi- poço na instituição de Educação Infantil, estes
giene desenvolvidas na instituição de Educação Infantil. devem ser tampados com tampas que não pos-
O quadro a seguir apresenta alguns desses cuidados: sam ser removidas pelas crianças, mesmo que
estejam em áreas onde elas habitualmente não
• Jamais deixar o bebê sozinho na banheira ou circulam.
em lugares altos.
A idade de 2 a 6 anos é caracterizada pelo desloca-
• Não usar plásticos, cobertas pesadas, travessei-
mento da criança em todas as direções da casa e da insti-
ros ou brinquedos que podem levar à sufocação
tuição de Educação Infantil. A criança de 4 a 6 anos quer
no berço.
explorar o mundo à sua volta. Os acidentes que aconte-
• Colocar proteção nas grades dos berços onde as
cem com mais frequência são os traumatismos dentários,
crianças ficam.
intoxicações, afogamentos, acidentes esportivos e auto-
• Verificar a temperatura da água do banho e da mobilísticos e queimaduras. Na tentativa de prevenir es-
mamadeira antes de oferecer à criança. ses acidentes, devemos atuar com o grupo de crianças da
• Oferecer à criança apenas objetos e brinquedos seguinte forma:
maiores e resistentes, que não possam ser engo-
lidos. • Cuidar para que as crianças não subam em ár-
• Manter o ambiente livre de poeira, fumaça e vores, escadas íngremes ou muros sem um
outros poluentes, evitando usar na limpeza des- acompanhante adulto.
ses ambientes produtos tóxicos ou de cheiro • Manter remédios, produtos de limpeza e perfu-
forte. mes em local seguro.
• Não deixar objetos (moedas, brinquedos) e ali- • Discutir e desenvolver Atividades com as crian-
mentos (milho, arroz, feijão, ervilha) fáceis de ças sobre os riscos e os cuidados em relação aos
serem engolidos ou colocados nos ouvidos, no locais que favorecem afogamento, acidentes de
nariz e na boca ao alcance das crianças. trânsito e esportivos, queimaduras etc.
• Jamais deixar as crianças sozinhas enquanto es- Mesmo quando todos os cuidados são tomados e
tão se alimentando, mesmo que elas já saibam apesar da supervisão atenta dos adultos, podem aconte-
segurar a mamadeira, pois podem se sufocar. cer acidentes na instituição de Educação Infantil. Nesses
• Evitar balas, chicletes e brinquedos que possu- casos, é necessário saber como agir para evitar que maio-
em peças pequenas. res danos sejam causados à saúde da criança. Seja qual
• Observar se não há pregos, hastes pontudas, bo- for o acidente ocorrido e sua gravidade, a família deve
tões soltos etc. nos brinquedos e objetos da sala ser sempre informada, com detalhes do que aconteceu
de Atividades. com a criança. Isso porque, mesmo que aparentemente
nada de mais grave tenha acontecido, a criança pode
Para as crianças de 6 meses a 2 anos, é importante apresentar sintomas quando estiver em casa com seus
considerar o seu deslocamento, inicialmente pelo raste- familiares. Daí a importância de que a família saiba o
jamento (engatinhando) e depois pela marcha. Os aci- que aconteceu com a criança na instituição de Educação
dentes mais comuns são as intoxicações, quedas, trauma- Infantil, para tomar as providências necessárias.
tismo dentário, choque, cortes e perfurações, ingestão de
corpos estranhos, afogamentos, queimaduras com fósfo- Os primeiros socorros para as crianças de 0 a 6 anos
ro, panelas e líquidos quentes sobre o fogão. Podem-se de idade se relacionam com os acidentes mais comuns
prevenir esses acidentes lembrando que nessa idade as nessa fase. O socorro de emergência não é um tratamen-
crianças são curiosas, querem explorar o ambiente e as to médico, mas sim uma ação de tomada de decisão que
pessoas ao seu redor. No quadro seguinte lembramos al- melhor se aplica à criança acidentada. Para que o trata-
gumas precauções que podem ser tomadas para evitar mento de emergência seja eficiente, o primeiro passo é
acidentes com as crianças dessa faixa etária: o(a) professor(a) manter a calma e assumir o controle da
situação, tranquilizando a criança e afastando-a da fonte
• Guardar fora do alcance das crianças os remé- de perigo, caso essa remoção não ofereça maiores danos
dios, produtos de limpeza e inseticidas. à criança acidentada.
• Não cultivar plantas tóxicas nos ambientes onde
a criança circula. É importante que na instituição de Educação Infan-
• Auxiliar a criança a caminhar. Mesmo que ela til haja sempre material para primeiros socorros. Entre
já faça isso sozinha, um adulto sempre deve es- este material deve haver luvas descartáveis para que o(a)
tar próximo e atento aos movimentos da crian- professor(a) possa se proteger e proteger a criança ao fa-
ça. zer o curativo.
• Não permitir que a criança corra ou brinque
com objetos na boca (chupeta, brinquedos etc.).
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Além dos acidentes, as crianças podem apresentar na formação emocional e social do indivíduo. A escola,
problemas de saúde que exijam providências das insti- um espaço repleto de diversidade e oportunidades de so-
tuições de Educação Infantil. Como no caso dos aciden- cialização, é fundamental para o desenvolvimento de ha-
tes, também no caso das doenças infantis, o ideal é pre- bilidades sociais chave, como a cooperação, o comparti-
veni-las. Um ambiente limpo e saudável é um importante lhamento, a expressão e o respeito, indispensáveis para a
fator de prevenção de doenças. Outra medida importante formação de relações saudáveis e para o êxito na vida
é manter em dia as vacinas, que ajudam a prevenir gran- adulta. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do
de parte das doenças comuns na infância. Entretanto, se a Brasil, enfatizando valores como empatia, cooperação,
despeito de todos esses cuidados a criança adoecer, a ins- responsabilidade e cidadania, reforça a importância do
tituição de Educação Infantil, em parceria com as insti- convívio das crianças com seus pares e adultos, vital pa-
tuições de saúde disponíveis na comunidade, pode cola- ra o seu processo de humanização.
borar para que o problema seja resolvido rapidamente e
Por meio da socialização, o ser humano alcança sua
para preservar as outras crianças de possíveis contágios.
plena humanidade, integrando-se à sua comunidade. As
É importante lembrar que qualquer encaminhamen- interações sociais potencializam a aprendizagem de habi-
to deve passar primeiramente pela aceitação da família. lidades e conhecimentos, além de reforçarem valores éti-
Quando os(as) professores(as) têm um bom acesso aos cos essenciais ao desenvolvimento moral. Durante a in-
pais das crianças isso é bem mais fácil, pois já existe um fância, o contato entre crianças é crucial para a criação
relacionamento respeitoso e de confiança entre a família de aprendizados significativos, marcando o início da ex-
e a instituição. Existe, assim, a possibilidade de a insti- ploração do mundo, a identificação de sensações, a for-
tuição auxiliar não apenas a criança, mas, em muitas si- mação de amizades e o reconhecimento da importância
tuações, também a família. do outro no processo de construção do conhecimento e
na formação do caráter.
17. A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO AU- Frequentemente, a escola representa o primeiro am-
XILIAR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL E biente de socialização com outras crianças da mesma
AS CRIANÇAS idade, promovendo trocas de informações, linguagens e
O papel do profissional auxiliar de desenvolvimento comportamentos, fundamentais para o aprendizado do
infantil é primordial no acompanhamento cotidiano das respeito mútuo, da empatia e da generosidade. Assim, é
crianças em ambientes educacionais. Responsável por essencial que educadores e cuidadores criem ambientes
zelar pela segurança e pelo bem-estar dos pequenos du- ricos em interações de qualidade, que favoreçam tanto o
rante sua estadia em creches ou escolas infantis, este pro- desenvolvimento cognitivo e emocional quanto a aquisi-
fissional atua diretamente no âmbito educacional. Desti- ção de habilidades sociais fundamentais para a convi-
nado a indivíduos com formação técnica em magistério vência harmoniosa em sociedade.
ou superior em pedagogia, o auxiliar de desenvolvimento
infantil tem a missão de fomentar a criatividade, a orga- 18. EDUCAÇÃO INFANTIL E AS PRÁTICAS
nização e os princípios básicos de convivência e integra- PROMOTORAS DE IGUALDADE RACIAL
ção social entre os alunos. Sua atuação é crucial no apoio
Existe a crença de que a discriminação e o precon-
diário dentro das instituições, fornecendo suporte essen-
ceito não fazem parte do cotidiano da Educação Infantil,
cial aos professores e demais membros da equipe educa-
de que não há conflitos entre as crianças por conta de
cional.
seus pertencimentos raciais, de que os professores nessa
Especialistas na área da Educação Infantil ressaltam etapa não fazem escolhas com base no fenótipo das cri-
a importância das interações entre crianças, adultos e o anças. Em suma, nesse território sempre houve a ideia de
ambiente circundante para o desenvolvimento abrangen- felicidade, de cordialidade e, na verdade, não é isso o
te e saudável dos menores. Estas interações não somente que ocorre.
facilitam a criação de vínculos afetivos seguros e está-
A gestão de um ambiente educativo que tem como
veis, essenciais para a confiança na exploração do mun-
objetivo educar para a igualdade racial não é tarefa de
do, mas também são fundamentais para o progresso da
uma pessoa só. As Secretarias de Educação dos municí-
linguagem, da cognição e das habilidades sociais.
pios, por meio de suas equipes técnicas, os gestores das
O UNICEF destaca que os primeiros 1.000 dias de unidades educativas, diretores, coordenadores pedagógi-
vida de uma criança constituem um período decisivo pa- cos, os professores e equipe de apoio, as famílias e a co-
ra intervenções que podem impactar de forma significa- munidade precisam se unir com o objetivo de transfor-
tiva o seu desenvolvimento. A neurociência comprova a mar a situação de discriminação existente nos ambientes
alta plasticidade cerebral neste estágio, com a formação escolares. Muitas são as dimensões que precisam ser
de até um milhão de novas conexões neurais por segun- pensadas para que uma real mudança de atitudes, proce-
do, estabelecendo as bases para o aprendizado e o desen- dimentos e conceitos em relação às desigualdades sejam
volvimento de competências emocionais, cognitivas e implantadas em uma creche ou pré-escola.
sociais futuras. A negligência durante este período pode
18.1. Compromisso para conhecer, agir e mudar
levar a prejuízos notáveis no desenvolvimento cerebral.
Conhecer as leis, a história da população negra, as
A interação social, portanto, tem um papel prepon-
suas lutas, e reconhecer a herança dos povos africanos e
derante na educação infantil, influenciando diretamente
suas culturas na formação do Brasil é um bom começo.
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Outra ação importante é estudar os documentos oficiais, ências e os saberes das crianças com os conhecimentos
por exemplo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambi-
Educação Infantil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educa- ental, científico e tecnológico, de modo a promover o de-
ção Nacional, assim como ler documentos orientadores senvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de ida-
como os Referenciais Curriculares Nacionais para a de. (Art. 3º)
Educação Infantil (RCNEIs) e outros documentos e ex-
Considerando que o currículo é um conjunto de prá-
periências que tratam da igualdade racial na Educação
ticas pedagógicas, as Orientações Curriculares para a Va-
Infantil.
lorização da Igualdade Racial na Educação Infantil8 pre-
Essas atitudes são fundamentais para a construção tendem colaborar para que os profissionais da Educação
de práticas pedagógicas que estejam preocupadas com o Infantil desenvolvam um olhar atento às atividades reali-
pleno desenvolvimento da criança e que considerem o zadas no cotidiano das instituições, para que elas sejam
reconhecimento do pertencimento racial como questão inclusivas e promovam a igualdade e não reproduzam a
importante para a construção da identidade. O compro- discriminação racial.
misso dos profissionais da área com a educação de qua-
18.2. Um projeto de todos
lidade e igualitária é o principal motor para que procu-
rem o conhecimento necessário a fim de construir novas Transformar práticas educacionais que não incorpo-
práticas que promovam a igualdade racial nessa etapa. A ram da mesma forma todas as crianças e suas famílias é
especificidade do trabalho educativo para crianças de 0 a tarefa exigente e que necessita de uma equipe decidida.
5 anos está na busca do desenvolvimento integral que se Os gestores da unidade educativa têm papel-chave neste
faz de modo intencionalmente planejado. Para que todas processo quando possibilitam a vivência democrática,
as crianças tenham acesso aos diferentes conhecimentos pluralista e, ao mesmo tempo, profissional; quando orga-
que advêm do processo educativo, na variedade de expe- nizam as ações, planejam, avaliam constantemente o
riências com objetos, materiais e espaço, e na interação processo e o reorganizam sempre que necessário. Os pro-
com pessoas que as cercam. No entanto, a constatação da fissionais da instituição de Educação Infantil constituem
discriminação e do preconceito racial ainda existente na um corpo vivo e dinâmico, responsável pela construção
sociedade brasileira tem onerado as crianças negras im- do projeto educacional, conhecido como projeto pedagó-
possibilitando-lhes ocupar-se tão somente dessas experi- gico. Nele, os conhecimentos relativos ao tema racial
ências de forma produtiva e integral. Para elas, o contato devem ser contemplados. Além deste documento geral
cotidiano com a rejeição à sua aparência e a desvaloriza- norteador, outros pequenos projetos podem dinamizar as
ção de suas heranças culturais causam impacto no seu intenções e a prática cotidiana.
pleno desenvolvimento, e muitas vezes as tornam presas
Para isto, nada melhor do que elaborar e implantar
a um “pessimismo racial” , já que requer grande equilí-
brio emocional conviver com tal situação e ainda ter dis- um projeto institucional, que tem como maior mérito
posição e energia para aprender. conjugar, ao mesmo tempo, informação, conhecimento,
formação continuada e práticas pedagógicas transforma-
Com o intuito de garantir que professores e gestores das coletivamente. Esses projetos podem durar um ou
estejam atentos ao tema, a revisão das DCNEIs incluiu mais semestres, e as práticas desenvolvidas deverão ser
em seu artigo 8o , § 1o, a exigência de que a proposta pe- incorporadas paulatinamente à rotina da instituição.
dagógica das instituições de Educação Infantil explici-
Parceria com as famílias
tasse as ações sobre o tema:
(...) deverão prever condições para o trabalho cole- A faixa etária das crianças atendidas e a intenção da
construção de uma sociedade democrática e pluralista,
tivo e para a organização de materiais, espaços e tempos
que respeita a todos e valoriza a diversidade, exigem
que assegurem:
atenção especial às famílias de todas as crianças, sejam
VIII – a apropriação pelas crianças das contribui-
ções histórico-culturais dos povos indígenas, afrodes- elas negras ou brancas. O fundamental é não partir de
cendentes, asiáticos, europeus e de outros países da uma imagem de família idealizada, hegemônica, mas va-
lorizar e investir nas singularidades dos arranjos familia-
América;
res e nas contribuições de todos na construção de uma
IX – o reconhecimento, a valorização, o respeito e a
educação de qualidade e igualitária.
interação das crianças com as histórias e as culturas
africanas, afro-brasileiras, bem como o combate ao ra- Parcerias com ONGs e museus que trabalham a
cismo e à discriminação; questão racial
X – a dignidade da criança como pessoa humana e
a proteção contra qualquer forma de violência – física A luta pela igualdade racial e o combate a toda for-
ou simbólica – e negligência no interior da instituição ma de discriminação deve muito às diferentes organiza-
ou praticadas pela família, prevendo os encaminhamen- ções negras que atuam na área. Com diferentes enfoques,
tos de violações para instâncias com petentes. (DCNEIs algumas voltadas para a educação, outras para o traba-
CNE, 2009) lho, geração de renda, saúde etc., atingem amplo espec-
tro de problemas e apontam e encaminham soluções inte-
Nas DCNEIs está explícito que: ressantes. Por isso, são fontes importantes de conheci-
O currículo da Educação Infantil é concebido como mento e parcerias.
um conjunto de práticas que buscam articular as experi-

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As instituições organizadas com base em aspectos nhos e propósitos devem compor o acervo das institui-
das culturas africanas e do povo negro no Brasil também ções.
fornecem um conjunto de conhecimentos imprescindí-
Os instrumentos sonoros
veis ao trabalho educativo. Museus físicos ou virtuais,
espaços culturais, bibliotecas, escolas de samba, grupos Os brinquedos, os instrumentos de efeito sonoro, os
de dança, capoeira podem ser contatados para enriquecer CDs, os DVDs são materiais bastante apreciados pelas
o dia a dia das instituições educativas. crianças e muito adequados ao trabalho com a musicali-
dade, importante marca da cultura afro-brasileira.
Escolha de brinquedos e de livros
Devem-se valorizar os instrumentos/brinquedos po-
Ter em mãos bonecas e bonecos negros, instrumen-
pulares como a matraca, a maraca, os piões sonoros, os
tos musicais usados nas manifestações afro-brasileiras e
chocalhos, entre outros. Os tambores também podem ser
livros que contemplem personagens negros representa-
utilizados no trabalho musical; eles são instrumentos do-
dos de modo positivo é fundamental para o desenvolvi-
tados de função ritual ou sagrada para muitos povos e as
mento de uma educação para a igualdade racial.
crianças os apreciam muito. Esses materiais podem fazer
Os livros, as revistas e os demais portadores de parte de atividades de improvisação ou pequenos arran-
textos jos, de exercícios de discriminação de sons ou ainda po-
dem ser utilizados na sonorização de histórias e brinca-
As creches e as pré-escolas devem ser cuidadosas
deiras.
ao escolher, adquirir e apresentar os materiais escritos
para as crianças. Além da qualidade do texto e das ilus- Os instrumentos/brinquedos podem ser industriali-
trações, é importante analisar os portadores de texto do zados, feitos por artesãos ou confeccionados pelas crian-
ponto de vista da igualdade racial, especialmente, os li- ças, como parte de sequências didáticas organizadas pelo
vros de literatura. professor. Esta pode ser uma excelente oportunidade de
trabalho com as crianças maiores: pesquisar seus usos e
Na hora da escolha, é preciso ficar atento para ques-
origens, bem como sobre a estética do acabamento.
tões como:
• há pessoas negras que ocupam diversas posi- 18.3. Experiências de aprendizagem na Educa-
ções sociais e profissionais, como médicos, pro- ção Infantil
fessores, empresários etc.; O planejamento e o desenvolvimento de boas práti-
• as crianças negras encontram-se em posição de cas para a igualdade racial deve ser organizado respei-
destaque de um modo positivo; tando-se as DCNEIs e podem ser expressos em uma pro-
• a imagem de pessoas negras é apresentada de posta pedagógica que contemplem dois eixos: identidade
modo positivo e não pejorativamente; afro-brasileira e patrimônio cultural.
• a população negra é apresentada como protago-
nista importante de fatos históricos e não ape- a) Identidade afro-brasileira e construção de
nas como escrava. uma autoimagem positiva
Segundo pesquisas, a discriminação e a formação
Objetos de amplo alcance, jogos, instrumentos do pensamento racial começam muito cedo, ao contrário
musicais, CDs, DVDs e muito mais do que pensa o senso comum. As crianças percebem as
Nem só de brinquedos e livros se faz a Educação diferenças físicas, principalmente a cor da pele e o tipo
Infantil. É interessante que se tenha materiais versáteis e de cabelo.
menos estruturados que podem se transformar em muitas Se as crianças negras receberem mensagens positi-
coisas, como tecidos, tocos de madeira, sucatas etc. Es- vas dos adultos e de seus pares acerca de seus atributos
ses materiais são polivalentes, pois podem ser utilizados físicos e demais potencialidades, aprenderão a se sentir
com diferentes finalidades, ser transformados pelo pro- bem consigo. De outro lado, se as crianças brancas
fessor na organização dos ambientes ou pelas crianças aprendem que seus atributos físicos e culturais não são
nas interações e brincadeiras. E justamente porque são os melhores nem os únicos a ser valorizados, os dois
tão importantes e tão presentes no cotidiano da institui- grupos aprenderão a considerar as diferenças como parte
ção infantil, é preciso estar atento à estética e aos valores da convivência saudável.
que apresentam e representam para as crianças. Os teci-
dos, por exemplo, apresentam múltiplas funções: podem Ao reivindicarmos que é necessário abordar na
se transformar em cabanas, delimitar um castelo, ser a Educação Infantil aspectos que tratem das relações raci-
capa do rei, a vela de um navio pirata e muito mais... ais, é porque as marcas raciais, cor, cabelo, aspectos cul-
turais são elementos presentes no cotidiano das crianças
Além disso, os tecidos com padronagens que reme- nesta faixa etária suscitando-lhes curiosidades e conflitos
tam ao continente africano podem compor bonitos cená- que não podem ser desconsiderados. Muitas vezes, a
rios para brincar ou decorar as paredes da instituição. educadora percebe prontamente esses conflitos e curiosi-
Os jogos estruturados de tabuleiro, os quebra- dades, e age sobre eles (...). Outras vezes cala-se por me-
cabeças, jogos da memória, dominó, os de origem afri- do de tocar num assunto que a sociedade brasileira quis
cana e de outros povos, assim como materiais como cor- esconder sentindo-se despreparada para abordá-lo. (Dias;
da, garrafa pet para o boliche, bolas de diferentes tama- Silva Jr., 2011, p. 7)

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O trabalho com os atributos físicos, como ocorre em Função social ― Acolher, para educar e cuidar, cri-
um canto da beleza, é importante para a educação para a anças entre 0 e 5 anos, compartilhando com as famílias o
igualdade racial, além é claro das atitudes e ações que processo de formação da criança pequena em sua inte-
permeiam os cuidados e as brincadeiras. gralidade. As creches e pré-escolas cumprem importante
papel na construção da autonomia e de valores como a
Outra atividade enriquecedora para a temática é o
solidariedade e o respeito ao bem comum, o aprendizado
trabalho com imagens que podem desencadear momen-
do convívio com as diferentes culturas, identidades e
tos que contribuem para a construção de uma autoima-
singularidades.
gem positiva. São imagens do cotidiano, mas seleciona-
das com o cuidado de apresentar cenas que valorizam as Função política ― Possibilitar a igualdade de di-
boas situações de trabalho, a coragem, a delicadeza das reitos para as mulheres que desejam exercer o direito à
relações entre as pessoas etc. Em nenhuma delas os ne- maternidade e também contribuir para que meninos e
gros aparecem como subalternos, em subempregos, situ- meninas usufruam, desde pequenos, de seus direitos so-
ação de pobreza ou descuido, porque a intenção é mos- ciais e políticos, como a participação e a criticidade, ten-
trar momentos de protagonismo afirmativo. do em vista a sua formação na cidadania.
Essas ações foram planejadas considerando-se a Função pedagógica ― Ser um lugar privilegiado
faixa etária das crianças, o apoio ao desenvolvimento da de convivência entre crianças e adultos e de ampliação
oralidade com base no recurso de imagens e a questão da de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas. Um
identidade afro-brasileira. espaço social que valorize a sensibilidade, a criatividade,
a ludicidade e a liberdade de expressão nas diferentes
b) Patrimônio cultural afro-brasileiro manifestações artísticas e culturais.
Vindos de diversas partes da África, os negros trou- As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
xeram suas matrizes culturais e participaram ativamente Educação Infantil apresentam ― e defendem ― concep-
da formação do povo brasileiro. ções de sociedade, de educação e de infância que serão
As influências africanas estão na linguagem, na adotadas pelos sistemas educacionais na orientação das
comida, na religião, na música, nas brincadeiras, nas ar- políticas públicas de educação infantil. Tais concepções
tes visuais, nas festas etc. No entanto, sabemos que a va- precisam de fato estar presentes como fundamentação da
lorização e o reconhecimento dessas heranças não têm o organização do cotidiano das escolas infantis. Os servi-
mesmo peso do passado europeu. As matrizes indígenas ços de educação infantil podem, a partir das concepções
e africanas são muitas vezes consideradas inferiores, presentes nas diretrizes, revisar e reelaborar seus plane-
menos sofisticadas e ficam relegadas a segundo plano. O jamentos e avaliar suas propostas pedagógicas e curricu-
valor e a importância desse patrimônio cultural devem lares.
ser considerados pelas unidades escolares e precisam ser As diretrizes apresentam a escola de educação in-
incluídos entre os temas trabalhados na Educação Infan- fantil como um espaço educacional que tem o importante
til no dia a dia. A proposta é de que esse eixo possa in- papel de compartilhar, de forma indissociável, a educa-
cluir as manifestações presentes nas comunidades e que, ção e o cuidado das crianças pequenas com suas famí-
desse modo, as crianças sintam-se valorizadas à medida lias. Essa é uma característica essencial desse tipo de ins-
que os saberes locais adentrem os espaços educacionais tituição e a distingue de outros tipos de estabelecimentos
como produção de bens civilizatórios e produto de dife- e níveis educacionais. Como vimos anteriormente, a es-
rentes grupos. cola de educação infantil vem, cada vez mais, ocupando
Os dois eixos delineados anteriormente foram pen- o lugar da família ampliada, especialmente nos grandes
sados para estar presentes nas atividades permanentes, centros urbanos. Ela oferece aos pais e responsáveis pe-
nas sequências e nos projetos didáticos, nas festas co- los bebês parceiros que complementam a atenção, o cui-
memorativas, na relação com a família e com a comuni- dado e a educação dos bebês e também um espaço para o
dade. Servem de base também na organização dos espa- encontro e a interlocução com pessoas qualificadas para
ços, dos murais, na escolha de livros, dos brinquedos, dialogar sobre a educação das crianças pequenas. As fa-
dos instrumentos musicais. mílias não podem ser vistas apenas como usuárias de um
Os eixos podem ser expressos em campos de expe- serviço, mas como colaboradoras, isto é, co-autoras do
riências que se articulam de diferentes maneiras, alimen- processo educacional, pois é preciso sintonia quando se
tadas por iniciativas e curiosidades infantis, consideran- trata de educar uma criança pequena ou um bebê.
do os diferentes modos de as crianças pequenas serem, Educar bebês na vida coletiva da escola.
pensarem e construírem o conhecimento.
Ao nascer, as crianças se defrontam com um mundo
em processo contínuo de constituição. Para receber estas
19. CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL:
crianças, os adultos responsáveis selecionam de seu pa-
AÇÕES PEDAGÓGICAS COM BEBÊS
trimônio afetivo, social e cultural as práticas de cuidado
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação e educação que consideram mais adequadas para ofere-
Infantil (DCNEI, 2009), garantindo uma visão sistêmica, cer bem-estar a esses bebês e para educá-los.
evidenciam que, para garantir o bem-estar das crianças,
das famílias e dos profissionais, as creches e pré-escolas
devem cumprir suas funções:

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Porém, essa não é uma tarefa simples: mesmo os serem agasalhados pelos adultos; aos poucos, os peque-
responsáveis, os pais das crianças, provêm de mundos nos iniciam um processo de participação na ação de ves-
sociais diversos e necessitam de muito diálogo para esta- tir-se e, finalmente, vão aprendendo a se vestir sozinhos,
belecer parâmetros para a educação de seus filhos. Cada até mesmo a escolher suas roupas e a demonstrar suas
família tem um modo de alimentar, embalar, acariciar, preferências. Esses conhecimentos sociais e culturais,
brincar, tranquilizar ou higienizar as crianças. E essas apesar de pouco valorizados nas escolas de educação in-
ações podem ser realizadas de diversas formas: afinal, as fantil, são extremamente importantes para a constituição
diferentes culturas inventaram múltiplos modos de criar das crianças, dos seus hábitos, dos modos de proceder,
suas crianças pequenas. E cada família tem um modo es- das suas relações e das construções sociocognitivas.
pecífico para compreender o choro de uma criança, suas
Essas práticas sociais são estruturadas por meio de
necessidades de alimentação e de brincadeira e fazer su-
linguagens simbólicas com conteúdos culturais. Assim,
as escolhas, tendo em vista as tradições familiares ou
as propostas pedagógicas dirigidas aos bebês devem ter
concepções aprendidas com diferentes interlocutores.
como objetivo garantir às crianças acesso aos processos
A escola precisa estabelecer uma relação efetiva de apropriação, renovação e articulação de diferentes
com as famílias e a comunidade local para conhecer e linguagens. É importante ter em vista que o currículo é
considerar, de modo crítico e reflexivo, os saberes, as vivenciado pelas crianças pequenas não apenas por meio
crenças, os valores e a diversidade de práticas sociais e de propostas de atividades dirigidas, mas principalmente
culturais que cada grupo social tem para criar seus bebês. mediante a imersão em experiências com pessoas e obje-
Ao ingressar numa turma de berçário, o bebê vai conec- tos, constituindo uma história, uma narrativa de vida,
tar-se com universos familiares bastante diferenciados e bem como na interação com diferentes linguagens, em
ampliar seu universo pessoal. Obviamente, a escola, ape- situações contextualizadas. Desse modo, as crianças ad-
sar de seu relacionamento com a comunidade e com as quirem o progressivo domínio das linguagens gestuais,
famílias, terá estratégias educativas diferenciadas, pois verbais, plásticas, dramáticas, musicais e outras e de suas
ela precisa atender às crianças na perspectiva da vida co- formas específicas de expressão, de comunicação, de
letiva, e não individualmente, como acontece nos lares. produção humana.
A escola, com a participação dos pais, organiza, em As concepções contemporâneas sobre os bebês, a
seu projeto político e pedagógico, um modo de conceber infância, a aprendizagem e a educação encaminham para
a educação das crianças pequenas e oferecer práticas de a compreensão de um currículo que vislumbre o desen-
vida coletiva, sem se descuidar das singularidades de ca- volvimento integral das crianças nas dimensões expres-
da família, de cada bebê e de cada profissional. Na esco- sivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética
la de educação infantil, espaço público de educação cole- e sociocultural, compreendendo a criança em sua multi-
tiva, as práticas de cuidado e educação de bebês tornam- plicidade e indivisibilidade.
se um importante campo de estudos, debates e tomadas
Porém, quando pensamos nas crianças bem peque-
de decisão que necessitam estar contemplados nos proje-
nas, isto é, nos bebês, temos dúvidas sobre como propor
tos pedagógicos.
esse currículo. Ora, não será certamente por meio de au-
O Projeto Político-Pedagógico é o resultado de um las, de exposições verbais, mas, como vimos anterior-
trabalho conjunto entre profissionais e famílias, um tra- mente, a partir da criação de uma vida cotidiana com
balho de reflexão, debate e confronto. Nele, a partir de práticas sociais que possibilitem alargar horizontes, am-
princípios legais, um grupo de gestores, pais, funcioná- pliar vivências em linguagens, para que os bebês experi-
rios e professores selecionam e explicitam os princípios enciem seus saberes. Serão exatamente esses primeiros
educacionais que auxiliam os pais e educadores a pensar saberes, essas experiências vividas principalmente com o
sobre o seu agir, isto é, a constituir referências e a com- corpo, por meio das brincadeiras, na relação com os ou-
partilhar ações. tros ― adultos e crianças ― que irão constituir as bases
sobre as quais as crianças, mais tarde, irão sistematizar
Um currículo para os bebês
os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultu-
Para os bebês, a ida para a creche significa a ampli- ral, artístico, ambiental, científico e tecnológico.
ação dos contatos com o mundo; para os adultos, respon-
Organizar um Percurso Educativo para os Bebês
sáveis pela educação das crianças na creche, significa se-
lecionar, refletir e organizar a vida na escola com práti- Como vimos anteriormente, uma especificidade da
cas sociais que evidenciem os modos como os professo- pedagogia orientada para os bebês é a centralidade das
res compreendem o patrimônio cultural, artístico, ambi- brincadeiras e das relações sociais. Portanto, essa é uma
ental, científico e tecnológico e os modos como tradu- pedagogia que torna imprescindível possibilitar encon-
zem, no exercício da docência, as suas propostas peda- tros e visibilizar os modos e as diversas formas de rela-
gógicas. cionamento que se estabelecem entre as pessoas. Educar
bebês não significa apenas a constituição e a aplicação
As práticas sociais que as famílias e a escola ensi-
de um projeto pedagógico objetivo, mas colocar-se, físi-
nam para os bebês e as crianças bem pequenas são as
ca e emocionalmente, à disposição das crianças, o que
primeiras aprendizagens das crianças e constituem o re-
exige dos adultos comprometimento e responsabilidade.
pertório inicial sobre o qual será continuamente constitu-
ída a identidade pessoal e as novas aprendizagens das A responsabilidade, a competência, a formação dos
crianças. Por exemplo, os bebês aprendem a se vestir ao gestores, professores e demais profissionais precisam

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também estar vinculadas à delicadeza, à ternura, à empa- As relações com as famílias
tia e à capacidade comunicativa. Os envolvidos na edu-
A escola, por meio de seus gestores e professores,
cação de bebês precisam protegê-los de qualquer forma
tem o compromisso de construir relações com as famí-
de violência ― física ou simbólica ― ou de negligência
lias. As relações podem ser propiciadas por distintas
no interior da instituição. Sempre que algum tipo de dis-
formas de encontro, mais ou menos formais, em situa-
criminação ou violência for praticado contra um bebê, é
ções individualizadas ou coletivas que favoreçam a escu-
preciso realizar o encaminhamentos das violações para
ta e as trocas, como reuniões, entrevistas, festas. Assim,
as instâncias competentes.
as famílias irão sentir-se valorizadas e reafirmadas em
A tarefa dessa pedagogia da pequeníssima infância sua função parental de responsáveis pela educação de
é articular dois campos teóricos: o do cuidado e o da seus filhos. A pluralidade de encontros favorece a cons-
educação, assegurando que cada ato pedagógico, cada trução de laços, a confiança e a troca. Mesmo antes do
palavra proferida tenha significado, tanto no contexto do ingresso dos bebês na creche, é preciso que as famílias
cuidado ― como ato de atenção àquilo que temos de conheçam a escola e tenham tido a oportunidade de
humano e singular ― como de educação, processo de in- compreender e discutir o projeto pedagógico. Uma rela-
serção dos seres humanos, de forma crítica, no mundo já ção de confiança dos pais ou responsáveis com a escola
existente. facilita estabelecer vínculos seguros dos bebês com a
instituição. A interação da escola com as famílias é tão
Uma pedagogia de encontros e relações
importante que vem sendo considerada como um dos cri-
Muitas relações se estabelecem numa sala de berçá- térios fundamentais na avaliação de qualidade das cre-
rio: relações entre as crianças e entre os adultos e as cri- ches.
anças. Porém, as relações que se estabelecem entre os di-
Uma pedagogia para o dia a dia da sala de bebês
ferentes adultos ― pais, professores e demais profissio-
nais ― não podem ser descuidadas. Apesar de realizarem Para organizar um percurso de aprendizagem e de-
atividades diferenciadas, professores, gestores e os di- senvolvimento para os bebês, é preciso que se tenha um
versos profissionais da escola, todos trabalham tendo um Projeto Político-pedagógico que defina objetivos de lon-
objetivo comum: oferecer às crianças e às famílias uma go prazo, pois a formação humana é algo que necessita
escola de qualidade. Muitas vezes, as dificuldades nas de tempo. Além disso, cabe à escola saber o que cada
relações entre os adultos acabam afetando o trabalho pe- bebê e o grupo de crianças pequenas precisam para, as-
dagógico e também as próprias crianças. É indispensável sim, construir estratégias que possam oferecer às crian-
que esses fatos sejam observados e que se criem na esco- ças as ferramentas necessárias para compreender e apre-
la momentos de formação para partilha das dificuldades sentar-se ao mundo.
e resolução de conflitos, para a comunicação, a integra-
A explicitação dos objetivos, das concepções e das
ção e comemoração dos êxitos.
estratégias educacionais do trabalho pedagógico com as
As relações entre professores e crianças crianças pequenas é importante, pois possibilita aos edu-
cadores compartilhar ― tanto com seus colegas, no inte-
Os adultos são responsáveis pela educação dos be-
rior da escola, como com os pais e a comunidade ― seus
bês, mas, para compreendê-los, é preciso estar com eles,
princípios educativos. Ter concepções compartilhadas
observar, “escutar as suas vozes”, acompanhar os seus
significa argumentar, constituir coerência, estabelecer
corpos. O professor acolhe, sustenta e desafia as crianças
continuidade e estabilidade tanto horizontal, na escola e
para que elas participem de um percurso de vida compar-
na família, como vertical, entre as turmas ou níveis de
tilhado. Continuamente, o professor precisa observar e
ensino.
realizar intervenções, avaliar e adequar sua proposta às
necessidades, desejos e potencialidades do grupo de cri- Concepções e objetivos tendo sido claramente com-
anças e de cada uma delas em particular. A profissão de partilhados os objetivos e as concepções, pode-se, então,
professora na creche não é, como muitos acreditam, ape- começar a constituir o processo educacional. Elaborar
nas a continuidade dos fazeres “maternos”, mas uma uma intervenção pedagógica numa turma de bebês signi-
construção de profissionalização que exige bem mais que fica realizar ações de dois tipos: (a) a construção de um
competência teórica, metodológica e relacional. contexto; e (b) a organização de um percurso de vida.
As relações entre as crianças Construir um contexto
As crianças na creche têm a experiência de viver Uma especificidade da pedagogia com os bebês é a
cotidianamente em uma coletividade de meninos e meni- sutileza, a forma indireta e discreta com que se realiza. A
nas de idades diversas. Desde muito cedo, os bebês pro- primeira intervenção é no modo de constituir um contex-
curam as outras crianças com olhares, esboçando sorri- to, que, se bem organizado, nos propiciará conhecer as
sos e sons, tentando tocar o colega com o corpo. A ação crianças e interagir com elas. Se inicialmente a professo-
pedagógica na turma de bebês deve favorecer o encontro ra organiza o ambiente, a presença das crianças, as con-
entre eles em diferentes espaços e momentos do dia. A versas com as famílias, as interações do grupo podem ir
professora precisa estar atenta aos movimentos relacio- transformando esses contextos. Se no início ele é mais
nais do grupo e favorecer o desenvolvimento corporal, material (móveis, brinquedos, decorações), pouco a pou-
afetivo e cognitivo dos bebês. co ele se torna mais social, pois o social não existe sem o
material e vice-versa. O contexto se estrutura a partir de

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algumas variáveis, como organização do ambiente, usos tros não estruturados. Nesses pequenos espaços, as cri-
do tempo, seleção e oferta de materiais, seleção e pro- anças exploram os objetos ― tapetes, colchonetes, can-
posta de atividades e organização da jornada cotidiana. tos, tocas ― constroem cenários e estruturam brincadei-
ras coletivas e individuais. É preciso que a sala tenha lu-
Organização do ambiente
gares como armários, caixas, cestos, onde possam ser
A pesquisa sobre o espaço físico da escola nos ensi- guardados os materiais.
na que os ambientes têm uma linguagem silenciosa, po-
Os bebês na creche, além da sala, têm direito aos
rém potente. Eles nos ensinam como proceder, como
espaços de uso coletivo, como bibliotecas, sala de músi-
olhar, como participar. Uma sala limpa, organizada, ilu-
ca, pátio e outros. O parquinho da escola é um espaço
minada, com acessibilidade aos materiais, objetos e
que deve ser pensado e organizado na medida das crian-
brinquedos é muito diferente de uma sala com muitos
ças. Além disso, é necessário que as crianças pequenas
móveis, com objetos e brinquedos fora do alcance das
tenham contato diário com a luz do sol, o ar fresco e
crianças e escura ou abafada. Cada um destes ambientes
possam observar e interagir com a natureza. Acima de
nos apresenta uma concepção de infância, de educação e
tudo, o espaço em que as crianças vivem tanto tempo
cuidado. Os ambientes são a materialização de um proje-
precisa ser prazeroso, bonito, relaxante, alegre.
to educacional e cultural.
Os usos do tempo
Alguns pesquisadores observaram que, quando os
espaços nas escolas estão bem planejados, o professor As crianças pequenas, especialmente os bebês, têm
deixa de ser o único foco de atenção das crianças, e o a árdua tarefa de compreender e significar o mundo e
próprio ambiente chama as crianças pequenas para dife- precisam de tempo para interagir, para observar, para
rentes atividades. Assim, uma das tarefas principais de usufruir e para criar.
um professor de bebês é criar um ambiente onde as cri-
Muitas vezes, as pessoas pensam que os bebês têm
anças possam viver, brincar e ser acompanhadas em suas
pouca capacidade de atenção, de envolvimento, de curio-
aprendizagens individualmente e também em pequenos
sidade e por esse motivo não oferecem propostas de ati-
grupos.
vidades para as crianças, ou, ao contrário, trocam as pro-
Os ambientes precisam ser coerentes com as neces- postas a cada momento. Ora, quando temos efetivamente
sidades das crianças, proporcionando situações de desa- contato com os bebês e os observamos brincando sozi-
fio, mas também oferecendo segurança. Quando bem nhos ou com outros bebês, verificamos que eles ficam
pensados e propostos, incitam as crianças a explorar, a intrigados e envolvidos com uma tarefa e podem perma-
serem curiosas, a procurar os colegas e os brinquedos, is- necer assim por muito tempo. A pressa, em geral, é nos-
to é, elas podem escolher de modo autônomo. sa, dos adultos.
Ao organizar a sala para os bebês mais novos, é im- Ter tempo para brincar, fazer a mesma torre muitas
portante arranjar pequenos espaços, confortáveis, com vezes, derrubar, reconstruir, derrubar novamente permite
espelho, tapetes, rolinhos, almofadas, que possam auxili- aos bebês sedimentar as suas experiências. A organiza-
ar na sustentação das crianças e favorecer seus movi- ção de uma jornada na escola precisa contemplar as ne-
mentos. Tal espaço é organizado para que as crianças in- cessidades das crianças, sejam elas de ordem biológica,
terajam com outras crianças, brinquem com os objetos e emocional, cognitiva ou social, e também oferecer tem-
brinquedos podendo, assim, vivenciar diferentes experi- pos de individualização e de socialização. Nossa socie-
ências. dade, em nome da produtividade, tem acelerado a vida:
cada vez mais cedo e cada vez mais rápido. As crianças
Quando as crianças ficam muitas horas num espaço
chegam à escola com organizações de vida diferenciadas
de vida coletiva, é interessante que se institua um lugar
e, aos poucos, vão sincronizando com o grupo, isto é, a
para colocar as coisas que vêm de casa, como as fotos da
professora junto com as crianças vai construindo uma
criança e da família, os brinquedos e outros objetos que
vida com tempos compartilhados. Porém, é preciso cui-
criam um “oásis” de singularidade na vida e no espaço
dado para que esse processo não seja invasivo e atenção
coletivo.
às necessidades, ritmos e escolhas individuais da criança
Como grande parte das ações das crianças pequenas
Construindo uma rotina
está relacionada com o ambiente físico e humano onde
ela está situada, esse lugar deve apresentar estabilidade, As rotinas, ou a jornada diária da sala de bebês, são
sendo flexível e evidenciando quem são seus usuários, aquelas experiências que se realizam ao longo do dia.
seus nomes e marcas, seus interesses atuais e seus pro- Essa repetição oferece aos bebês certo domínio sobre o
cessos de crescimento. Todo o material que entra em mundo em que vive e segurança, isto é, a possibilidade
uma sala para bebês deve ser avaliado quanto a seu esta- de antecipar aquilo que vai acontecer. A recorrência dos
do físico, suas possibilidades cognitivas, motoras e sen- eventos faz com que se possa construir um eixo de histó-
soriais, bem como quanto à sua qualidade cultural. Cons- ria e memória para a construção de uma identidade soci-
titui compromisso da escola oferecer brinquedos e equi- al, de grupo. Afinal, todos os dias, no mesmo lugar, jun-
pamentos que respeitem as características ambientais e tamente com as mesmas pessoas, serão realizadas certas
socioculturais da comunidade. atividades e repetidos alguns rituais. É nesse lugar que as
crianças vão se encontrar com outras crianças, aprender a
A sala pode estar organizada em microambientes
se relacionar, a conviver, a cooperar, discordar. É nesse
temáticos, com alguns materiais mais estruturados e ou-

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espaço social que irão, com seus corpos, perceber os • Construir um ambiente estável de colaboração e
odores, escutar as vozes, olhar, observar, tocar, pois as um clima de confiança tanto para os bebês co-
crianças têm grande capacidade de compreender a reali- mo para as suas famílias;
dade através dos sentidos. • Desenvolver as capacidades pessoais do profes-
sor de estabelecer uma relação com a criança,
É preciso ter muita atenção aos momentos de vida
que se inicia com um olhar, um sorriso, a oferta
cotidiana dos bebês, pois é nesses momentos que aconte-
de um objeto, para construir, aos poucos, a con-
cem as primeiras aprendizagens, que as crianças apren-
fiança do bebê nessa nova pessoa e nesse novo
dem a cuidar de si e a se relacionar com os outros e o
ambiente;
mundo. Assim, fazendo as tarefas cotidianas com o apoio
• Realizar reuniões para apresentar a proposta, as
de um outro, em geral o adulto, mas também outras cri-
dependências da escola e as pessoas que nela
anças, os bebês aprendem a viver a vida e vão construin-
trabalham;
do sua independência.
• Entrevistar os responsáveis, para conhecer o
Geralmente, as salas de bebês organizam seu tempo bebê e sua família, seus hábitos e valores;
em momentos que iniciam com o acolhimento, passam • Combinar o processo de inserção da criança na
pelas refeições, pela brincadeira, por atividades de higie- creche: período de tempo, tempo diário de per-
ne, pelas práticas de repouso, por uma ida ao pátio. Em manência, presença dos familiares, etc.
outras palavras, pela construção de contextos educativos
Após o momento inicial de acolhimento, as crianças
que possibilitam aos meninos e às meninas adquirir co-
e os adultos constroem um ritmo de trabalho a partir de
nhecimentos e habilidades e a realizar interações que ins-
ações e experiências. Os desafios, as proposições, as
tituem e ampliam seu repertório motor, emocional, social
problematizações vão se estruturando ao longo do pro-
e cognitivo. Ter uma jornada diária pensada “na medida
cesso. Elas se iniciam com o conhecimento de todos os
do grupo e de cada criança” significa também estar aber-
bebês, das situações que parecem mais significativas e, a
ta ao inesperado, àquilo que “sem aviso” emerge no co-
partir de então, exigem compromisso e imaginação pe-
tidiano e propicia as reavaliações de percurso, oferecen-
dagógica do professor para continuar com um percurso.
do novas opções aos bebês.
Os percursos exigem mudanças nas trajetórias
O acolhimento
quando, ao procurar escutar aquilo que nos dizem os be-
A chegada de um bebê em uma família cria um bês em suas múltiplas linguagens, avaliamos que outras
momento de grande intensidade emocional e causa pro- ações são mais importantes que aquelas planejadas. Para
fundas transformações em todos os seus integrantes. A que as crianças reconheçam a si mesmas como sujeitos
especificidade desse momento deve ser considerada históricos, que fazem parte de um coletivo e que deixam
quando se recebe um novo bebê na creche. Afinal, não é marcas e constroem narrativas, é preciso construir, a par-
apenas uma criança que a escola de educação infantil irá tir daquilo que elas evidenciam, um percurso com coe-
acolher, mas toda uma família, que está vivendo um pro- rência e com uma história que pode ser registrada em fo-
cesso de transformação. tos e continuamente contada às crianças. Esse é um im-
portante papel da educação nos primeiros anos.
Também na escola, a chegada de um novo bebê
causa nas crianças e nos adultos uma nova situação, uma
reconfiguração do grupo. Assim, acolher uma criança na
O acompanhamento/avaliação
creche exige dos diferentes profissionais atenção, com-
petência e sensibilidade nas relações com os bebês e suas Ao longo do processo, a professora deverá constitu-
famílias. Para isso, é preciso em primeiro lugar respeitar ir estratégias ― por meio de distintos instrumentos, co-
e valorizar as famílias em suas diferentes formas de es- mo fotos, desenhos ― para acompanhar tanto o seu tra-
truturação e organização e abrir diferentes canais para a balho pedagógico como para coletar dados sobre as cri-
participação cotidiana das famílias nas escolas de educa- anças no que se refere não apenas à vida do grupo, mas
ção infantil. também aos processos vividos por todas as crianças in-
dividualmente. Os dados individuais, recolhidos, refleti-
A inserção das crianças na escola exige que os pro-
dos não devem servir para selecionar ou estigmatizar as
fessores estabeleçam um contato pessoal com cada famí-
crianças, mas para permitir construir perspectivas futuras
lia. Para as crianças, especialmente os bebês, os primei-
de intervenção pedagógica.
ros dias de frequência à creche é uma fase de grande
mudança, e elas precisam de um ambiente que lhes ofe- Os registros, após sua organização, tornam–se um
reça segurança emocional, acolhimento, atenção. As cri- documento para contar para as crianças e suas famílias
anças logo reconhecem a confiança que seus pais deposi- seus percursos de aprendizagem individuais e coletivos.
tam na escola e nas professoras; assim, o trabalho de in- Isso significa garantir às crianças uma memória, contada
serção das crianças na creche passa necessariamente pela narrativa e descritivamente, sobre sua vida. Tais registros
relação de confiança entre pais e professores. também servem para construir a memória da instituição e
para que se reflita sobre o projeto pedagógico. Consti-
O professor ou a professora e a escola têm o com-
tuindo uma documentação específica que permite às fa-
promisso de criar estratégias adequadas ao momento vi-
mílias conhecer o trabalho da instituição com as crianças
vido pela criança, na transição da casa para a instituição
e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da
de Educação Infantil, empenhando-se em:
criança, os registros valorizam o papel da creche e dos

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


profissionais da educação infantil. Avaliar, refletir criti- Art. 3º São os estabelecimentos de ensino obrigados
camente sobre os dados coletados e organizados é um fa- a afixar em local visível a certificação que comprove a
tor indispensável para qualificar o trabalho. realização da capacitação de que trata esta Lei e o nome
dos profissionais capacitados.
Referencias
Art. 4º O não cumprimento das disposições desta
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 2008.
ARRIBAS, Teresa Lleixá &Cols., Educação Infantil: Desenvolvimento, currículo e organização escolar. Lei implicará a imposição das seguintes penalidades pela
Porto Alegre: Artmed, 2004.
BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre: autoridade administrativa, no âmbito de sua competên-
Artmed, 2006.
BONDIOLI, Anna; MANTOVANI, Susanna. Manual de Educação Infantil: de 0 a 3 anos. Porto Alegre: cia:
Artmed, 1998.
COHN, Clarice. Antropologia da Criança. Ed. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2005. I - notificação de descumprimento da Lei;
CRUZ, Silvia H. Vieira. A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez editora,
2008. II - multa, aplicada em dobro em caso de reincidên-
cia; ou
III - em caso de nova reincidência, a cassação do
20. LEI LUCAS – LEI N.º 13.722, DE 04 DE alvará de funcionamento ou da autorização concedida
OUTUBRO DE 2018 pelo órgão de educação, quando se tratar de creche ou
Torna obrigatória a capacitação em noções estabelecimento particular de ensino ou de recreação, ou
básicas de primeiros socorros de professo- a responsabilização patrimonial do agente público, quan-
res e funcionários de estabelecimentos de do se tratar de creche ou estabelecimento público.
ensino públicos e privados de educação bá- Art. 5º Os estabelecimentos de ensino de que trata
sica e de estabelecimentos de recreação in- esta Lei deverão estar integrados à rede de atenção de
fantil. urgência e emergência de sua região e estabelecer fluxo
de encaminhamento para uma unidade de saúde de refe-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber rência.
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- Art. 6º O Poder Executivo definirá em regulamento
guinte Lei: os critérios para a implementação dos cursos de primei-
Art. 1º Os estabelecimentos de ensino de educação ros socorros previstos nesta Lei.
básica da rede pública, por meio dos respectivos siste- Art. 7º As despesas para a execução desta Lei corre-
mas de ensino, e os estabelecimentos de ensino de edu- rão por conta de dotações orçamentárias próprias, incluí-
cação básica e de recreação infantil da rede privada de- das pelo Poder Executivo nas propostas orçamentárias
verão capacitar professores e funcionários em noções de anuais e em seu plano plurianual.
primeiros socorros. Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 180
§ 1º O curso deverá ser ofertado anualmente e des- (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
tinar-se-á à capacitação e/ou à reciclagem de parte dos Brasília, 4 de outubro de 2018; 197º da Indepen-
professores e funcionários dos estabelecimentos de ensi- dência e 130º da República.
no e recreação a que se refere o caput deste artigo, sem MICHEL TEMER
prejuízo de suas atividades ordinárias. Gustavo do Vale Rocha
§ 2º A quantidade de profissionais capacitados em
cada estabelecimento de ensino ou de recreação será de- 21. POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNI-
finida em regulamento, guardada a proporção com o ta- CIPAL DO RECIFE – EDUCAÇÃO INFANTIL.
manho do corpo de professores e funcionários ou com o No percurso de construção da Política de Ensino,
fluxo de atendimento de crianças e adolescentes no esta- com o intuito de promover uma educação emancipadora,
belecimento. fundamentada nos quatro pilares (aprender a conhecer;
§ 3º A responsabilidade pela capacitação dos pro- aprender a fazer; aprender a viver juntos, e aprender a
fessores e funcionários dos estabelecimentos públicos ser), bem como trazer orientações, quanto aos rumos a
caberá aos respectivos sistemas ou redes de ensino. serem trilhados pela Rede de Ensino do Recife, foram
Art. 2º Os cursos de primeiros socorros serão minis- realizados estudos que promoveram a adequação do cur-
trados por entidades municipais ou estaduais especiali- rículo às novas demandas e exigências sociais, conforme
zadas em práticas de auxílio imediato e emergencial à as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Edu-
população, no caso dos estabelecimentos públicos, e por cação Básica (Brasil. Ministério da Educação. Secretaria
profissionais habilitados, no caso dos estabelecimentos de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada,
privados, e têm por objetivo capacitar os professores e Alfabetização, Diversidade e Inclusão; Conselho Nacio-
funcionários para identificar e agir preventivamente em nal da Educação, 2013); as Diretrizes Curriculares Naci-
situações de emergência e urgência médicas, até que o onais para a Educação Infantil (BRASIL. Ministério da
suporte médico especializado, local ou remoto, se torne Educação. Secretaria da Educação Básica, 2010); as Di-
possível. retrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambien-
§ 1º O conteúdo dos cursos de primeiros socorros tal (BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacio-
básicos ministrados deverá ser condizente com a nature- nal de Educação. Conselho Pleno, 2012); o Projeto de
za e a faixa etária do público atendido nos estabeleci- Lei do Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-
mentos de ensino ou de recreação. 2020 (BRASIL, 2011); o Plano Nacional de Educação
§ 2º Os estabelecimentos de ensino ou de recreação 2014 (BRASIL, 2014); os Indicadores de Qualidade na
das redes pública e particular deverão dispor de kits de Educação Infantil (BRASIL. Ministério da Educação.
primeiros socorros, conforme orientação das entidades Secretaria da Educação Básica, 2009); o Ensino Funda-
especializadas em atendimento emergencial à população.
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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


mental de Nove Anos, e Orientações para Inclusão da sendo desenvolvidos na RMER. Ao tratar de currículo, a
Criança de Seis Anos de Idade (BRASIL. Ministério da Política de Ensino da RMER enfoca a importância de a
Educação. Secretaria de Educação Básica, 2006); as Di- escola levar os(as) estudantes a conviverem com a diver-
retrizes Curriculares Nacionais para Educação das Rela- sidade, respeitando as diferenças que configuram o cená-
ções Étnicos Raciais, e para o Ensino de História Africa- rio social, contribuindo para o desenvolvimento de sua
na e Afro-brasileira (Brasil. Ministério da Educação. Se- consciência crítica. Desse modo, a Diversidade é mais
cretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação um eixo da Política de Ensino, que envolve as questões
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, de gênero e sexualidade, raça e etnia e educação especi-
2004); e a Política Nacional de Educação Especial na al. Nesse contexto, percebe-se a relação do eixo Diversi-
perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL. Ministério dade da Política de Ensino com as competências gerais
da Educação, 2008). da BNCC, com ênfase para a terceira, sexta, oitava e no-
na competências
21.1. OS EIXOS DA POLÍTICA DE ENSINO
De acordo com a Política da RMER, a Escola é um
DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE E AS COM-
espaço acolhedor da diversidade cultural, podendo pos-
PETÊNCIAS GERAIS DA BNCC
sibilitar aos (às) estudantes leituras sobre ser e estar no
A partir da homologação da BNCC, em dezembro mundo. A mesma defende que o/a estudante participa,
de 2017, fez-se necessário olhar a Política de Ensino da desde a infância, de práticas sociais que se relacionam
RMER e as Competências Gerais2 da BNCC. O intuito com diferentes linguagens – corporal, gestual, verbal, e
foi identificar convergências e estabelecer um alinha- escrita. Dessa forma, o ambiente educacional pode pro-
mento, sem perder de vista, contudo, os avanços conso- porcionar experiências que o estimulem à curiosidade e à
lidados na educação municipal do Recife. autonomia nas diversas situações desafiadoras da vida.
Diante disso, ajusta-se ao que preconizam a primeira e a
Nesse sentido, em relação aos Eixos da Política de
terceira Competências da BNCC, visto que, uma das su-
Ensino da RMER, destaca-se a Escola Democrática, que
as concepções sobre a organização curricular é a relação
defende o desenvolvimento de atitudes democráticas no
do currículo com a cultura, enquanto prática de signifi-
ambiente escolar, com espaço para o diálogo e partilha
cação da produção, da identidade e diferença. Nesse sen-
nas ações desenvolvidas, em que, de forma colaborativa,
tido, é possível identificar, também, a relação entre o que
seja incentivada a autonomia e corresposabilidade de to-
é posto no documento oficial da RMER, com a quarta
da comunidade escolar nas tomadas de decisões. Tais
competência da BNCC, que faz referência à utilização de
premissas, presentes no eixo Escola Democrática, coa-
diferentes linguagens, como as artísticas, as de matemá-
dunam com o que permeia as competências gerais da
tica e as científicas.
BNCC, sobretudo a décima competência que estabelece
um ensino voltado para o agir individual e coletivamente O Meio Ambiente é outro eixo da Política de Ensi-
com autonomia, com base em princípios éticos e demo- no, ao ser considerado como tal, os/as estudantes da Re-
cráticos. de de ensino do Recife são orientados/as a interagirem de
forma respeitosa com o ambiente, entendendo que eles e
A Tecnologia consiste em mais um eixo da Política
elas são partes integrantes do meio ambiente, e como ci-
de Ensino, e apresenta o Programa Municipal de Tecno-
dadãos/cidadãs planetários/as têm responsabilidade com
logia na Educação (PMTE), apontando o uso da tecnolo-
a construção e manutenção de uma sociedade, ecologi-
gia a serviço da socialização do conhecimento, e o do
camente sustentável. Vemos assim, uma aproximação
exercício da criatividade, e a importância de educar
com a sétima competência geral da BNCC, que apresenta
os(as) estudantes, enquanto pessoas que precisam se po-
a necessidade do desenvolvimento de uma consciência
sicionar, diante das diferenças; compreendê-las, como
socioambiental com consumo responsável, cuidando de
resultado das singularidades dos grupos; conhecer o di-
si, dos outros e do planeta.
reito de cada cidadão e cidadã a novas ideias e valores, e
as diferentes maneiras de ser e viver. Quanto à organização curricular da RMER, apesar
desta não estabelecer uma relação direta com a formação
O principal objetivo da Política de Tecnologia na
profissional dos(as) educandos(as), baseia-se na perspec-
RMER é contribuir no atendimento às demandas sociais
tiva da aprendizagem, como um direito a ser exercido em
por uma formação de qualidade, tendo, como princípio, a
sua plenitude, na qual são sujeitos históricos, e têm suas
tecnologia a serviço da construção e socialização do co-
trajetórias pessoais e coletivas, partilhadas no espaço
nhecimento, e do exercício da cidadania. Busca-se, com
educacional que é compreendido como instituição, desti-
isso, o desenvolvimento do senso crítico, a criatividade,
nada, entre outros objetivos, a garantir a inclusão social
o trabalho colaborativo, e a autoria dos (as) estudantes.
de modo amplo e efetivo. Portanto, compreende-se que,
Todos esses princípios e ações assinaladas encontram pa-
ao fazer referência à inclusão social dos(as) estudantes
ralelo com a primeira e a quinta competência da BNCC
de modo amplo, a Política de Ensino estabelece, embora
que ao referir-se à compreensão e usos das tecnologias
intrinsicamente, uma relação direta com sua formação
digitais de informação e comunicação, defende que seja
profissional, como importante elemento no reconheci-
baseada em uma vivência significativa e ética nas diver-
mento da pessoa e sua participação, enquanto cidadão(ã),
sas práticas sociais.
alinhando-se, nessa configuração, com a sexta Compe-
A relação da inclusão, como prática democrática, tência da BNCC, que propõe entender o mundo do traba-
também é discutida e subsidiada por programas que vêm

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lho, e planejar seu projeto de vida pessoal, profissional e 21.2.1. Os Direitos de Desenvolvimento e Apren-
social. dizagem
A Política de Ensino, estabelece ainda, o compro- É de uma concepção de currículo, que traz a crian-
misso com uma educação que abre espaço para os co- ça3 para a centralidade do planejamento pedagógico, que
nhecimentos e para as referências que os(as) estudantes os Campos de Experiências ganham relevância na orga-
trazem de seu contexto social e cultural, compromisso nização da Matriz Curricular da Educação Infantil, ao
este que os(as) ajude a incorporar os saberes escolares considerar o seu cotidiano, como mobilizador de experi-
com condições de se tornarem sujeitos capazes de pro- ências, vivenciadas pelas crianças, para garantia de seus
por, debater, argumentar, decidir, construindo novos sig- direitos, norteados pelos princípios4 éticos (autonomia,
nificados para o local, onde vivem seus direitos, e os sa- responsabilidade, solidariedade, respeito ao bem-comum,
beres das diferentes culturas. Dessa forma, pode-se iden- ao meio ambiente, e às diferentes culturas, identidades e
tificar a relação com a segunda Competência que apre- singularidades), e estéticos (sensibilidade, criatividade,
senta, como proposição, exercitar a curiosidade intelec- ludicidade, liberdade de expressão nas diferentes mani-
tual, e recorrer à abordagem própria das ciências, inclu- festações artísticas e culturais), e também políticos (di-
indo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imagi- reitos de cidadania, exercício da criticidade, respeito à
nação e a criatividade, para a compreensão das causas, ordem democrática).
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver proble-
A partir dos princípios éticos, estéticos e políticos,
mas, e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
são elencados seis direitos prioritários: expressar, ex-
nos conhecimentos das diferentes áreas.
plorar, conviver, conhecer-se, participar e brincar, e
Temos assim, uma Política de Ensino, orientada pa- estão compreendidos na inter-relação: conviver e conhe-
ra a formação integral do indivíduo, traduzida em um cer-se (éticos); explorar e brincar (estéticos); participar e
documento que resultou de uma construção coletiva que expressar (políticos).
envolveu amplas discussões, momentos de estudo, e se
A relação de sentidos, entre os direitos e os princí-
fará legítimo, à medida que for efetivado no cotidiano
pios que justificam a finalidade de uma proposta curricu-
escolar. Tal feito representa um marco na história da Re-
lar para a educação infantil, ganha materialidade nas prá-
de Municipal de Ensino do Recife. Enquanto documento
ticas pedagógicas, quando se identifica, a partir de uma
norteador, através da elaboração das matrizes curricula-
apresentação geral, o que é próprio de cada direito de
res, fortalece a prática pedagógica na Educação Infantil,
aprendizagem e desenvolvimento:
no Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos Finais), e
na Educação de Jovens e Adultos. Seu processo de con- a) conviver com outras crianças e adultos, em pe-
solidação, ocorre também, a partir de momentos e espa- quenos e grandes grupos, utilizando diferentes lingua-
ços de discussões, tais como: fóruns, seminários, e/ou gens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o res-
elaboração de projetos políticos pedagógicos das uni- peito em relação à cultura, e às diferenças entre as pesso-
dades educacionais, organização de formações pedagó- as;
gicas, entre outros. b) brincar, cotidianamente, de diversas formas, em
diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros(as)
21.2. REEDIÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu
DA EDUCAÇÃO INFANTIL RMER acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua
Em consonância com a Política de Ensino da Prefei- imaginação, sua criatividade, suas experiências emocio-
tura do Recife (2015a), a matriz curricular para Educa- nais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, soci-
ção Infantil que se apresenta, obteve as adequações ne- ais e relacionais;
cessárias, decorrentes das exigências da BNCC (BRA- c) participar, ativamente, com adultos e outras cri-
SIL. Ministério da Educação, 2017), dando amplitude ao anças, tanto do planejamento da gestão da escola, e das
que preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais pa- atividades, propostas pelo(a) educador(a) quanto da rea-
ra Educação Infantil (DCNEI), que concebem o currícu- lização das atividades da vida cotidiana, tais como a es-
lo, como um conjunto de práticas que buscam articular colha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes,
as experiências, e os saberes das crianças, na faixa de 0 a desenvolvendo diferentes linguagens, e elaborando co-
5 anos de idade, com os conhecimentos que fazem parte nhecimentos, decidindo e posicionando-se;
do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e d) explorar movimentos, gestos, sons, formas, tex-
tecnológico, de modo a promover o seu desenvolvimento turas, cores, palavras, emoções, transformações, relacio-
integral. namentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na
A compreensão da criança, como sujeito de direitos, escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultu-
presentes nesta proposta, afirma que a aprendizagem, e o ra, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ci-
desenvolvimento no processo educativo têm, por base, a ência e a tecnologia e;
relação da criança com o outro, em contextos intencio- e) conhecer-se e construir sua identidade pessoal,
nalmente planejados, com respeito à especificidade de social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si
cada faixa etária, promovendo vivências que favoreçam e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experi-
à expressão de seus desejos, opiniões e ideias na singula- ências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens,
ridade da criança, em pensar, compreender, e agir no vivenciadas na instituição escolar, e em seu contexto fa-
mundo. miliar e comunitário.

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f) expressar como sujeito dialógico, criativo e sen- Corpo, Gestos e Movimentos
sível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas,
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movi-
hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos por
mentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou es-
meio de diferentes linguagens.
pontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo,
Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem rela-
conforme disposto na Matriz curricular, assumem dife- ções, expressam-se, brincam e produzem conhecimentos
rentes intencionalidades educativas, ou seja, há um signi- sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural,
ficado distinto para cada direito, conforme o campo de tornando-se, progressivamente, conscientes dessa corpo-
experiência de atuação, num entendimento de que ne- reidade.
nhum direito exerce mais importância sobre outro, e es-
Com seus gestos e movimentos, identificam suas
tão entrelaçados nas vivências significativas, conside-
potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo
rando a indissociabilidade do cuidar e educar, como
tempo, a consciência sobre o que é seguro, e o que pode
ações promotoras do desenvolvimento integral da crian-
ser um risco à sua integridade física.
ça.
A instituição escolar precisa promover oportunida-
21.2.2. Os Campos de Experiências des ricas, para que as crianças possam, sempre animadas
pelo espírito lúdico, e na interação com seus pares, ex-
Denominados de Campos de Experiência, eles são
plorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos,
apresentados na Base Nacional Comum Curricular/Etapa
gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para des-
Educação Infantil (BRASIL. Ministério da Educação,
cobrir variados modos de ocupação e uso do espaço (tais
2017), como um arranjo curricular que acolhe as situa-
como, sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar,
ções, e as experiências concretas da vida cotidiana das
caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar,
crianças, e seus saberes, entrelaçando-os aos conheci-
escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-
mentos que fazem parte do patrimônio cultural, e assu-
se, entre outros.).
mem a centralidade na organização curricular dessa eta-
pa de ensino. Traços, Sons, Cores e Formas
Foram elencados cinco campos de experiências: o Conviver com diferentes manifestações artísticas,
eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano
sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imagi- da instituição escolar, possibilita às crianças, por meio de
nação; espaços, tempos, quantidades, relações e trans- experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de
formações. As denominações estão relacionadas com as expressão e linguagens, como as artes visuais (pintura,
experiências, previstas nas DCNEIs (BRASIL. Ministé- modelagem, colagem, fotografia, entre outros.), a músi-
rio da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câ- ca, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras.
mara de Educação Básica, 2009), quanto à atenção, às
singularidades das crianças, e suas diversidades cultu- Com base nessas experiências, elas se expressam
por várias linguagens, criando suas próprias produções
rais, sociais, étnicas, propiciando experiências que favo-
artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e
reçam à descoberta de um mundo diversificado, na cons-
individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas,
trução de sua identidade e interações.
encenações, canções, desenhos, modelagens, manipula-
Em cada campo de experiência, percebem-se opor- ção de diversos materiais, e de recursos tecnológicos.
tunidades para as crianças, no sentido de interação com
pessoas, objetos, situações que lhe permitem atribuir Essas experiências contribuem para que, desde mui-
to pequenas, as crianças desenvolvam senso estético e
significados pessoais, conforme descrito na BNCC/Etapa
crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da
Educação Infantil (BRASIL. Ministério da Educação,
realidade que as cerca.
2017, p. 38-41, grifos do autor):
A Educação Infantil, portanto, precisa promover a
O Eu, o Outro e o Nós
participação das crianças em tempos e espaços para a
É na interação com os pares e com adultos que as produção, manifestação e apreciação artística, de modo a
crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sen- favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criati-
tir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos vidade e da expressão pessoal das crianças, permitindo
de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. que se apropriem e reconfigurem, permanentemente, a
cultura, e potencializem suas singularidades, ao ampliar
Conforme vivem suas primeiras experiências soci-
repertórios e interpretar suas experiências e vivências ar-
ais (na família, na instituição escolar, na coletividade),
tísticas.
constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre
os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identifi- Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação
cando- se como seres individuais e sociais.
Desde o nascimento, as crianças participam de situ-
Ao mesmo tempo que participam de relações soci- ações comunicativas cotidianas com as pessoas com as
ais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua au- quais interagem. As primeiras formas de interação do
tonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura
interdependência com o meio. corporal, o sorriso, o choro, e outros recursos vocais, que
ganham sentido com a interpretação do outro.

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Progressivamente, as crianças vão ampliando e en- ções entre quantidades, dimensões, medidas, comparação
riquecendo seu vocabulário, e demais recursos de ex- de pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias, re-
pressão e de compreensão, apropriando-se da língua ma- conhecimento de formas geométricas, conhecimento e
terna – que se torna, pouco a pouco, seu veículo privile- reconhecimento de numerais cardinais e ordinais, entre
giado de interação. outros.) que igualmente aguçam a curiosidade.
Na Educação Infantil, é importante promover expe- A Educação Infantil precisa promover experiências,
riências, nas quais as crianças possam falar e ouvir, po- nas quais as crianças possam fazer observações, manipu-
tencializando sua participação na cultura oral, pois é na lar objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar
escuta de histórias, na participação em conversas, nas hipóteses e consultar fontes de informação, para buscar
descrições, nas narrativas, elaboradas individualmente, respostas às suas curiosidades e indagações.
ou em grupo, e nas implicações com as múltiplas lingua-
Diante do exposto, as experiências propostas, em-
gens que a criança se constitui ativamente como sujeito
bora apresentadas em campos distintos, estão interliga-
singular, e pertencente a um grupo social.
das, pois não ocorrem de forma isolada ou fragmentada.
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade em re- São norteadoras das práticas pedagógicas, tendo as brin-
lação à cultura escrita, ao ouvir e acompanhar a leitura cadeiras e as interações como eixos estruturantes que,
de textos, observando-os, como circulam no âmbito fa- para além da organização curricular, têm um projeto
miliar, comunitário e escolar. Assim, ela vai construindo educativo com princípios e direitos para o respeito à cri-
sua concepção de língua escrita, reconhecendo seus dife- ança que “brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
rentes usos sociais, dos gêneros, suportes e portadores. observa, experimenta, narra, questiona, e constrói
sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo
Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita
cultura” (BRASIL. Ministério da Educação. Conselho
deve partir do que as crianças conhecem, e das curiosi-
Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica,
dades que deixam transparecer. As experiências com a li-
2009, p. 12, grifo nosso).
teratura infantil, propostas pelo(a) educador(a), media-
dor(a) entre os textos e as crianças, contribuem para o
21.3. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA
desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à
EDUCAÇÃO INFANTIL
imaginação, e da ampliação do conhecimento do mundo.
Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, po- A proposta curricular da educação infantil (RECI-
emas, cordéis, entre outros. propicia a familiaridade com FE. Prefeitura. Secretaria de Educação, 2015a), organi-
livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação zada por eixos de conhecimentos, é atualizada a partir
entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da dos “Campos de Experiências”, onde há uma equivalên-
escrita, e as formas corretas de manipulação de livros. cia na descrição dos objetivos, anteriormente dos eixos,
para os campos de experiências.
No convívio com textos escritos, as crianças cons-
troem hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicial- Com essa proposta, os Campos de Experiências são
mente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão co- separados, apenas para efeito didático de compreensão
nhecendo letras, em escritas espontâneas, não convenci- do(a) professor(a), pois na prática educativa, nas vivên-
onais, mas já indicativas da compreensão da escrita, co- cias cotidianas, acontecem de forma simultânea.
mo sistema de representação da língua.
Para melhor compreensão da tríade: campos, direi-
tos e objetivos, seguem observações:
Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e a) dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimen-
Transformações to – não há equivalência de um direito para um objetivo
específico, e os seis direitos se inter-relacionam com to-
As crianças vivem inseridas em espaços e tempos
dos os objetivos;
de diferentes dimensões, em um mundo constituído de
fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pe- b) as Sugestões de Vivências se inter-relacionam
quenas, elas procuram situar-se em diversos espaços com o Campo de Experiência e os Direitos de Aprendi-
(rua, bairro, cidade entre outros.) e tempos (dia e noite; zagem e Desenvolvimento. Elas poderão ser seleciona-
hoje, ontem e amanhã entre outros.). das pelo(a) professor (a), para um determinado objetivo,
de acordo com sua intencionalidade pedagógica e tam-
Demonstram também curiosidade sobre o mundo fí-
bém adequada ao seu respectivo grupo infantil;
sico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os
animais, as plantas, as transformações da natureza, os di- c) para efeito de adequação a BNCC (BRASIL. Mi-
ferentes tipos de materiais, as possibilidades de sua ma- nistério da Educação, 2017) inclui-se as faixas etárias
nipulação, etc.), e o mundo sociocultural (as relações de (bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas) que
parentesco e sociais entre as pessoas que conhecem; co- corresponde aproximadamente os grupos infantis;
mo vivem, em que trabalham; quais suas tradições, seus
d) os objetivos estão identificados, nas colunas, por
costumes, a diversidade entre elas, entre outros.).
um código alfanumérico que corresponde as duas letras
Além disso, nessas experiências e em muitas outras, iniciais de seus respectivos Campos de Experiências, se-
as crianças também se deparam, frequentemente, com guidos da numeração correspondente, conforme exemplo
conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação, rela- no quadro 1.

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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


xo que estão à disposição para ampliar a autonomia da
escola.
I. Resgatar a escola como espaço público, lugar de
debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva.
II. Ampliar a participação de diferentes agentes no
processo de construção do projeto para favorecer o
aumento da autonomia.
III. Obrigar a equipe diretiva assumir o papel de guar-
diã do projeto político pedagógico e sua programa-
ção.
IV. O projeto político pedagógico é tarefa de toda co-
munidade escolar. A partir da reflexão coletiva e do
compromisso coletivo nasce a orientação da prática
EXERCÍCIOS pedagógica da instituição escolar.
Para as questões de 01 a 72, marque uma única al- Estão corretas as afirmativas:
ternativa correta conforme pede seu comando.
01. (UFMT - 2023 – Pref. de Rondonópolis - MT A) II e IV apenas
- Docente da Educação Infantil). Libâneo, em Organi- B) I, II e IV apenas
zação e Gestão da Escola (São Paulo: Heccus, 2021), C) I, II, III e IV
afirma: D) II e III apenas
E) I e III apenas
A escola é uma instituição social que apresenta uni-
dade em seus objetivos (sociopolíticos e pedagógicos), 03. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato -
interdependência entre a necessária racionalidade no uso CE – Pedagogo). O gestor escolar tem de se conscienti-
dos recursos (materiais e conceituais) e a coordenação do zar de que ele, sozinho, não pode administrar todos os
esforço humano coletivo. (...) Por ser um trabalho com- problemas da escola. O caminho é a descentralização, is-
plexo, a organização e a gestão escolar requerem o co- to é, o compartilhamento de responsabilidades com alu-
nhecimento e a adoção de alguns princípios básicos, cuja nos, pais, professores e funcionários (LIBÂNEO, 2005,
aplicação deve estar subordinada às condições concretas 332). Nessa direção, é correto afirmar:
de cada escola.
A) O que se chama de gestão democrática onde todos
De acordo com a perspectiva adotada pelo autor, os atores envolvidos no processo participam das de-
NÃO é princípio relativo à gestão democrática: cisões.
A) Formação continuada para o desenvolvimento pes- B) O sucesso da escola reside unicamente na pessoa do
soal e profissional dos integrantes da comunidade gestor
escolar. C) O sucesso da escola reside unicamente em uma es-
B) Ranqueamento das instituições educativas em fun- trutura administrativa
D) O diretor deve ater-se apenas às questões adminis-
ção do desempenho dos estudantes em avaliações
trativas
externas.
C) Autonomia das escolas e da comunidade educativa. E) Como dirigente, cabe ao diretor ter uma visão unila-
D) Relações humanas produtivas e criativas assentadas teral.
na busca de objetivos comuns.
04. (FEPESE - 2018 - Prefeitura de São José - SC
- Auxiliar de Ensino - Educação Infantil). Identifique
02. (IBFC - 2023 - SEED-PR – Pedagogo). A ges-
abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F )
tão escolar democrática tem como um dos seus princí-
pios a autonomia corroborando à organização educativa considerando aspectos relacionados à organização dos
a partir das tomadas de decisões à base das ideias e opi- espaços das instituições de educação infantil.
niões da comunidade escolar. A educação para todos re- ( ) As necessidades de desenvolvimento da criança (fí-
correrá a um planejamento mais abrangente concretizado sico, psicológico, intelectual e social) constitui-se
pelo empenho dos três eixos (pedagógica, administrativa em requisito essencial para a formulação dos espa-
e financeira) que regem a escola. Com esta conduta ga- ços/lugares destinados à Educação Infantil.
rante a vantagem ao elaborar o trabalho pedagógico em ( ) Crianças menores necessitam de uma delimitação
atender o aspecto equitativo do processo de ensino que mais clara do espaço, correndo o risco de se desor-
ao ser encaminhado pela decisão em conjunto dos eixos ganizarem quando este é muito amplo e disperso.
administrativo, financeiro e pedagógico, que são interli- ( ) Em áreas muito amplas e dispersas, devem-se inclu-
gados, favorece a construção de relações interpessoais ir elementos estruturadores (caminhos definidos,
produtivas. O trabalho coletivo ganhará força e amplitu- tratamento paisagístico, áreas de vivência coletiva,
de alcançando a melhoria da qualidade do ensino. Insti- mobiliário externo compatível com o tamanho das
tuir esta união viabiliza a construção de etapas, passos, crianças).
que constroem a autonomia. Analise as afirmativas abai-

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Assinale a alternativa que indica a sequência corre- 08. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Be-
ta, de cima para baixo. tim - MG - Auxiliar Administrativo). Analise as assertivas
e assinale a alternativa que aponta as corretas quanto às di-
A) V•V•V retrizes curriculares nacionais para a educação infantil.
B) V•V•F
C) V•F•V I. Os componentes curriculares articulam-se em áreas do
D) F•V•V conhecimento, a fim de favorecer a comunicação entre
E) F•F•F os diferentes campos científicos.
II. O currículo tem uma base nacional comum a todo o
país e uma parte diversificada, definida pelos sistemas
05. (Pref. de Florianópolis – SC/FEPESE/2013).
de ensino e pelas escolas. As duas partes devem ser
O ambiente físico destinado à Educação Infantil, deve:
consideradas um todo integrado.
1. ter salas de aula bem equipadas e espaço adequado III. Visam orientar as instituições na articulação, no de-
para a higiene e alimentação. Para ser seguro não senvolvimento e na avaliação de suas propostas peda-
deve contar com espaços externos ou alternativos, gógicas.
como forma de evitar acidentes. IV. Têm como fundamentos norteadores princípios éticos,
2. ser dinâmico, vivo, “brincável”, explorável, trans- políticos e estéticos, de forma que as instituições de-
formável e acessível para todos. senvolvam propostas pedagógicas e assim cumpram
plenamente sua função sociopolítica e pedagógica.
3. ter áreas externas ou espaços alternativos que propi-
ciem às crianças a possibilidade de estar ao ar livre,
A) Apenas I, II e III.
em atividade de movimentação ampla, tendo seu
B) Apenas II, III e IV.
espaço de convivência, de brincadeira e de explora- C) Apenas III e IV.
ção do ambiente enriquecido. D) Apenas I e III.
4. promover aventuras, descobertas, criatividade, desa- E) Apenas II e III.
fios, aprendizagem, e facilitando a interação crian-
ça-criança, criança-adulto e deles com o meio am- 09. (VUNESP - 2021 – Pref. de Guarulhos - SP –
biente. Prof. de Educação Infantil - Atuação Multidiscipli-
nar). As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
Assinale a alternativa que indica todas as afirmati- ção Infantil recomendam a promoção de experiências
vas corretas. que possibilitem às crianças experiências de narrativas,
A) É correta apenas a afirmativa 2. de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita,
B) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais
C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4. orais e escritos. Conforme Oliveira et alii (2015), para as
D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. situações de contar histórias na Educação Infantil, é pa-
E) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. pel do professor
A) escolher os recursos de apoio e antecipar interven-
06. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Ca- ções que podem ser feitas antes, durante e depois de
riacica - ES - Assistente de CMEI I). As instituições de contar a história.
Educação Infantil se constituem em estabelecimentos edu- B) evitar a todo custo a explicitação dos motivos da es-
cacionais públicos ou privados que educam e cuidam de
colha ou da preferência por determinada história an-
crianças de
tes de começar a contá-la.
A) zero a seis anos de idade. C) fazer avaliação oral das crianças, solicitando que
B) zero a cinco anos de idade. elas recuperem os episódios principais das narrati-
C) zero a três anos de idade. vas e atribuindo notas pelo desempenho individual
D) zero a dois anos de idade. delas.
D) impedir a marcação do momento de contar histórias
07. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Ca- com alguns “rituais” – variação na luminosidade da
riacica - ES - Assistente de CMEI I). O Currículo da Edu- sala etc., pois esses “rituais” atrapalham o foco.
cação Infantil é concebido como um conjunto de E) selecionar a história espontaneamente na própria sa-
A) práticas sistematicamente planejadas e anualmente la de aula e na frente das crianças, já que a escolha
avaliadas. antecipada torna a leitura mecânica e superficial.
B) práticas democráticas que buscam exclusivamente a
participação dos diferentes professores. 10. (UPENET/IAUPE - 2022 – Pref. de Bom
C) práticas intencionalmente planejadas e sistematizadas Conselho - PE - Professor Anos Iniciais). De acordo
que consideram a criança como ser integral. com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
D) práticas que visam construir a identidade e a autono- ção Infantil (BRASIL, 2019), está INCORRETO o que
mia das crianças com base em sua educação familiar. se afirma em
A) A Educação Infantil é a primeira etapa da educação
básica, oferecida em creches e pré-escolas.
B) As vagas em creches e pré-escolas devem ser ofere-
cidas próximas às residências das crianças educação

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infantil, sendo gratuitas às crianças dessa etapa até 13. (FAU - 2022 – Pref. de Conselheiro Mairinck
os 7 (sete) anos de idade. - PR - Professor(a) de Educação Infantil). Os Projetos
C) A criança é sujeito histórico e de direitos que, nas Políticos Pedagógicos da Educação Infantil, desde 2009,
interações, relações e práticas cotidianas que viven- orientados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
cia, constrói sua identidade pessoal e coletiva. Educação Infantil (DCNEIs), estabelecidas pela Resolu-
D) O currículo é um conjunto de práticas que buscam ção nº 5/2009 – CNE/CEB, devem ter como seus eixos
articular as experiências e os saberes das crianças norteadores as ________________ e
com os conhecimentos que fazem parte do patrimô- ________________.
nio cultural, artístico, ambiental, científico e tecno-
A) Interações e socialização.
lógico.
B) Socialização e brincadeiras.
E) A proposta pedagógica ou projeto político-
C) Brincadeiras e conteúdos.
pedagógico é o plano orientador das ações da insti-
D) Interações e campos de experiência.
tuição.
E) Interações e brincadeiras.
11. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2021 - Pre-
14. (CONSULPLAN - 2022 - Prefeitura de Juiz
feitura de Colômbia - SP – Educador). Para efetivação
de Fora - MG - Professor Regente A). As propostas
de seus objetivos, as propostas pedagógicas das institui-
pedagógicas para a educação infantil devem observar as
ções de Educação Infantil deverão prever condições para
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infan-
o trabalho coletivo e para a organização de materiais, es-
til. Considerando as Diretrizes Curriculares, é INCOR-
paços e tempos. De acordo com as Diretrizes Curricula-
RETO afirmar que:
res Nacionais para Educação Infantil, as propostas peda-
gógicas NÃO devem assegurar: A) As vagas em creches e pré-escolas devem ser ofere-
cidas próximas às residências do aluno.
A) A participação, o diálogo e a escuta cotidiana das
B) A frequência na educação infantil não é pré-
famílias, o respeito e a valorização de suas formas
requisito para a matrícula no ensino fundamental.
de organização.
C) As crianças que completam seis anos após 31 de
B) A indivisibilidade apenas das dimensões expressi-
março devem ser matriculadas na educação infantil.
vo- -motora, afetiva, cognitiva, estética e sociocul-
D) É facultativa a matrícula, na educação infantil, de
tural da criança.
crianças que completam quatro ou cinco anos até o
C) O reconhecimento das especificidades etárias, das
dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.
singularidades individuais e coletivas das crianças,
E) É considerada a jornada na educação infantil em
promovendo interações entre crianças de mesma
tempo parcial de, no mínimo, quatro horas diárias e
idade e crianças de diferentes idades.
em tempo integral, com duração igual ou superior a
D) A acessibilidade de espaços, materiais, objetos,
sete horas.
brinquedos e instruções para as crianças com defici-
ência, transtornos globais de desenvolvimento e al-
15. (VUNESP - 2022 - PM-SP - Sargento da Polí-
tas habilidades/superdotação.
cia Militar). Nos termos da Constituição Federal, é cor-
reto afirmar que
12. (AMEOSC - 2022 - Prefeitura de Itapiranga -
SC - Auxiliar de Ensino). Nas Diretrizes Curriculares A) é livre a locomoção no território nacional em tempo
Nacionais para a Educação Infantil tem definido o que é de paz e de guerra, podendo qualquer pessoa, nos
a educação infantil como sendo a primeira etapa da edu- termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
cação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às com seus bens.
quais se caracterizam como espaços institucionais não B) é assegurado o direito de greve, competindo aos
domésticos que constituem estabelecimentos educacio- trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exer-
nais públicos ou privados que educam e cuidam de cri- cê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele
anças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jor- defender.
nada integral ou parcial, regulados e supervisionados por C) as entidades associativas, independentemente de au-
órgão competente do sistema de ensino e submetidos a torização, têm legitimidade para representar seus fi-
controle social. liados judicial ou extrajudicialmente.
D) a administração pública indireta dos Estados obede-
Dessa forma, é dever do Estado garantir a oferta de
cerá aos princípios de legalidade, relatividade dos
Educação Infantil com as seguintes características, EX-
direitos, moralidade, publicidade e eficiência.
CETO:
A) Com requisito de seleção. 16. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polí-
B) Pública. cia). Ao dispor sobre os direitos e garantias fundamen-
C) De qualidade. tais, a Constituição Federal de 1988 dispõe que
D) Gratuita.
A) após o registro dos filiados, as entidades associati-
vas têm legitimidade automática para representá-los
judicial ou extrajudicialmente.
B) a lei estabelecerá o procedimento para desapropria-
ção por necessidade ou utilidade pública, ou por in-

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teresse social, mediante justa e prévia indenização A) de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; infaman-
em títulos da dívida pública, ressalvados os casos tes e cruéis.
previstos na Constituição. B) de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de bani-
C) as associações só poderão ser compulsoriamente mento e cruéis.
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por de- C) de banimento e cruéis.
cisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trân- D) de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de bani-
sito em julgado. mento; infamantes e cruéis.
D) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou E) de trabalhos forçados; infamantes e cruéis.
profissão, atendidas as qualificações profissionais
que o respectivo órgão de classe estabelecer. 20. (VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polí-
E) os tratados internacionais sobre direitos humanos cia). Quanto às garantias constitucionais e à privação da
que forem aprovados por maioria absoluta em cada liberdade, assinale a alternativa correta.
casa do Congresso Nacional, em dois turnos, serão
A) Conceder-se-á habeas corpus sempre que a lei ad-
equivalentes às emendas constitucionais.
mitir a liberdade provisória.
B) O preso será informado de seus direitos, dentre os
17. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Auxiliar de Papi-
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada
loscopista Policial). Assinale a alternativa correta nos
a remoção para estabelecimento perto de sua famí-
termos da Constituição Federal.
lia.
A) Todos podem reunir-se pacificamente, com ou sem C) O preso tem direito à identificação dos responsáveis
armas, em locais abertos ao público, independente- por sua prisão ou por seu interrogatório policial, ex-
mente de autorização, desde que não frustrem outra ceto nos crimes inafiançáveis.
reunião anteriormente convocada para o mesmo lo- D) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-
cal. contre serão comunicados no primeiro dia útil ao ju-
B) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou iz competente e à família do preso ou à pessoa por
por ordem escrita e fundamentada de autoridade po- ele indicada.
licial competente, salvo nos casos de transgressão E) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido
militar. quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
C) Aos litigantes, em inquérito policial e processo ju- sem fiança.
dicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e a ampla defesa, 21. (IADES - 2019 - CAU-MT - Assistente Admi-
com os meios e recursos a ela inerentes. nistrativo). No que se refere ao art. 5o da Constituição
D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela Federal, assinale a alternativa correta.
podendo penetrar sem consentimento do morador,
A) Aplica-se aos brasileiros e não se aplica aos estran-
inclusive na hipótese de flagrante delito, salvo du-
geiros.
rante o dia e a noite, por determinação judicial.
B) Trata dos direitos sociais do trabalhador.
E) É inviolável o sigilo da correspondência e das co-
C) Assegura às empresas brasileiras vantagens compe-
municações telegráficas, de dados e das comunica-
titivas.
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
D) Organiza a administração do Estado.
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabele-
E) Trata dos direitos e dos deveres individuais e coleti-
cer para fins de investigação criminal ou instrução
vos.
processual penal.
22. (FCC - 2009 - TJ-GO – Juiz). Pelo que anun-
18. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de
cia o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente em
Polícia). A prática do racismo é uma conduta que é seve-
suas disposições preliminares, esta lei
ramente combatida pelas normas de direitos humanos in-
ternacionais. No Estado brasileiro, a Constituição Fede- A) declara que os direitos fundamentais de crianças e
ral estabelece, quanto a essa matéria, que o racismo é adolescentes são limitáveis somente pelo justo
crime exercício do poder familiar ou por ordem judicial
fundamentada.
A) inafiançável e imprescritível.
B) destina-se a oferecer cuidado e proteção aos meno-
B) hediondo.
res em situação irregular.
C) insuscetível de graça ou anistia.
C) considera criança pessoa de zero a quatorze anos
D) que deve ser punido com a pena de detenção.
incompletos.
E) que prescreve em 10 (dez) anos.
D) aplica-se, em alguns casos, a pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade.
19. (VUNESP - 2015 - PC-CE - Delegado de Polí-
E) compreende um conjunto de normas especialmente
cia Civil de 1a Classe). A Constituição da República de
voltadas à tutela de crianças e adolescentes em situ-
1988 (art. 5o , XLVII) veda expressamente a existência
ação de risco social ou pessoal.
de pena de morte (salvo em caso de guerra declarada),
além de vedar as penas

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23. (FCC - 2008 - MPE-RS - Secretário de Dili- C) À professora regente.
gências). Considera-se criança, para os efeitos das nor- D) À direção da escola.
mas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, a E) À associação de pais e mestres
pessoa até
27. (IBADE - 2020 - Prefeitura de Vila Velha - ES
A) doze anos de idade incompletos.
- Professor - Educação Especial Bilíngue). A LEI nº
B) doze anos de idade completos.
12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012, que Institui a
C) treze anos de idade incompletos.
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
D) treze anos de idade completos.
com Transtorno do Espectro Autista, define em seu Arti-
E) quatorze anos de idade incompletos.
go 1º, pessoa com transtorno do espectro autista, EXCE-
TO como:
24. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2020 -
Prefeitura de Barão de Cocais - MG - Coordenador - A) padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
CRAS/CREAS). O Conselho Tutelar é órgão permanen- interesses e atividades, manifestados por compor-
te e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela socie- tamentos motores ou verbais estereotipados ou por
dade de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças comportamentos sensoriais incomuns.
e adolescentes. De acordo com a Lei Federal nº 8.069, de B) excessiva aderência a rotinas e padrões de compor-
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles- tamento ritualizados; interesses restritos e fixos.
cente), para candidatura ao cargo de conselheiro tutelar, C) ausência de reciprocidade social; falência em de-
é exigido o seguinte requisito: senvolver e manter relações apropriadas ao seu ní-
vel de desenvolvimento.
A) Idade superior a 18 anos.
D) deficiência persistente e clinicamente significativa
B) Formação superior.
da comunicação e da interação sociais, manifestada
C) Reconhecida idoneidade moral.
por deficiência marcada de comunicação verbal e
D) Atuação como servidor público municipal, estadual
não verbal usada para interação social; ausência de
ou federal.
reciprocidade social; falência em desenvolver e
manter relações apropriadas ao seu nível de desen-
25. (VUNESP - 2020 - Prefeitura de Cananéia -
volvimento.
SP – Recreacionista). Leia o texto para responder à
E) presença de reciprocidade social; crescimento na
questão.
manutenção relações sociais e interesses amplos e
No dia 13 de junho de 2019, o Estatuto da Criança e mutáveis.
do Adolescente – ECA (Lei Federal no 8.069/90) com-
pletou vinte e nove anos de existência. Ele regulamenta 28. (IBADE - 2020 - Prefeitura de Vila Velha - ES
os direitos das crianças e dos adolescentes brasileiros e - Professor - Educação Especial Libras). A Lei nº
foi inspirado pelos projetos fornecidos pela Constituição 12.764, de 27 de novembro de 2012, define em seu Arti-
Federal de 1988. Hoje, é considerado o maior e mais im- go 3º, que são direitos da pessoa com transtorno do es-
portante marco jurídico destinado à proteção dos direitos pectro autista, EXCETO:
de crianças e adolescentes no País.
A) a educação e o ensino profissionalizante.
O art. 136 do Estatuto da Criança e do Adolescente B) em casos de comprovada necessidade, a pessoa com
(ECA) dispõe sobre as atribuições do Conselho Tutelar, transtorno do espectro autista incluída nas classes
sendo uma delas a de “representar ao para efeito das comuns de ensino regular, tem direito a acompa-
ações de perda ou suspensão do poder familiar, após es- nhante especializado.
gotadas as possibilidades de manutenção da criança ou C) o atendimento multiprofissional.
do adolescente junto à família natural”. D) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo.
E) o livro didático em formato acessível e nas cores
Assinale a alternativa que completa corretamente a
específicas conforme determina a referida Lei.
lacuna do texto.
A) Poder Legislativo 29. (IBADE - 2018 - Prefeitura de Rio Branco -
B) Ministério Público AC - Professor de Educação Especial – AEE). Para a
C) Delegado de Polícia garantia do direito à educação básica e, especificamente,
D) Juizado de Causas Familiares à educação profissional, preconizado no inciso IV, alínea
E) Juizado da Infância e Juventude a, do artigo 3° da Lei n° 12.764/2012, os sistemas de en-
sino devem efetuar a matrícula dos estudantes com
26. (FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Santiago Transtorno do Espectro Autista nas classes comuns de
do Sul - SC - Professor de Artes). De acordo com o Es- ensino regular, assegurando o acesso à escolarização,
tatuto da Criança e do Adolescente, os casos dos alunos bem como ofertar os serviços da Educação Especial,
do Ensino Fundamental que estejam infrequentes na es- dentre os quais: o Atendimento Educacional Especializa-
cola devem ser comunicados ao Conselho Tutelar. A do e o(a):
quem compete fazer essa comunicação?
A) profissional especialista.
A) À secretária escolar. B) material de apoio.
B) À supervisão escolar. C) .profissional de tecnologia.

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D) sala de reforço. 33. (OBJETIVA - 2019 - Prefeitura de Pinto
E) profissional de apoio. Bandeira - RS - Auxiliar de Educação Infantil). Se-
gundo Brinquedos e Brincadeiras de Creches, a comuni-
30. (VUNESP - 2013 - Câmara de Bragança Pau- cação na creche, que valoriza as interações e a brincadei-
lista - SP - Procurador Jurídico B). Conforme previsão ra, acontece em diversos momentos, por exemplo:
da Lei n.º 12.764/2012, é correto afirmar que, entre os
I. Nas brincadeiras de imitação.
direitos da pessoa com transtorno do espectro autista, es-
II. Nas danças e nas músicas.
tão
A) o direito à vida digna e à educação nas classes co- A) Os itens I e II estão corretos
muns de ensino regular, impondo-se ao Município B) Somente o item I está correto.
disponibilizar um acompanhante. C) Somente o item II está correto.
B) o direito à vida digna e à educação em classes espe- D) Os itens I e II estão incorretos.
ciais, impondo-se ao Município disponibilizar um
acompanhante. 34. (IBFC - 2023 - MGS - Monitor Educacional).
C) o direito à vida digna e à educação, com acompa- De acordo com “brinquedos e brincadeiras de creches -
nhante especializado, em casos de comprovada ne- manual de orientação pedagógica” a postura que facilita
cessidade, quando incluída nas classes comuns de e favorece a interação entre professora e as crianças é:
ensino regular.
A) Na roda para conversar e trocar experiências, man-
D) o direito à vida digna e o acesso à educação.
ter-se em destaque em uma cadeira ou em pé
E) o direito de acesso à assistência social e ao Sistema
B) Manter sempre uma postura austera e firme
Único de Saúde, sendo que a possibilidade de con-
C) Quando falar com a criança, abaixar no mesmo ní-
tratação de assistência médica privada fica a critério
vel e olhar para ela
dos planos de saúde.
D) Falar diretamente com uma criança, somente quan-
do necessário
31. (OBJETIVA - 2021 - Prefeitura de Victor
Graeff - RS - Professor - Anos Iniciais do Ensino
35. (SELECON - 2023 – Pref. de Primavera do
Fundamental - Educação Infantil). Em conformidade
Leste - MT - Monitor para Serviços Educacionais).
com Ministério da Educação: Brinquedos e brincadeiras
Contextos significativos possibilitam experiências ricas
de creches, sobre o equilíbrio entre ansiedade e curiosi-
para as crianças no conhecimento do mundo social, ma-
dade, assinalar a alternativa CORRETA:
temático, artístico etc. Como indica o “Manual Brinque-
A) A curiosidade leva à redução de experiências. dos e brincadeiras de creche” (2012), os bebês experi-
B) A criança pode ficar ansiosa por querer brincar com mentam imersão no mundo matemático:
um brinquedo novo que está com outra criança, mas
A) organizando e ordenando objetos familiares ou re-
quando compreende que é preciso esperar sua vez
presentações por figuras, por meio de atributos, tais
de brincar com o objeto, o contexto lhe dá excesso
como cor, forma e medida
de ansiedade.
B) relacionando figuras geométricas espaciais (cones,
C) A curiosidade pode trazer perigo, pois crianças que
cilindros, esferas e blocos retangulares) a objetos
não sentem medo de nada podem criar situações pe-
familiares do mundo físico
rigosas, inesperadas, caso não haja constante super-
C) usando o seu próprio corpo, movimentando-se no
visão da professora.
espaço, subindo, descendo; apalpando objetos, ex-
D) Crianças que evitam situações de ansiedade ficam
plorando sua geometria; balbuciando sons ao ritmo
ativas e demonstram curiosidade, não precisando de
de melodias
atenção e carinho para desenvolver relações afetivas
D) identificando regularidades e padrões de sequências
e vínculos.
não numéricas; construindo sequências não numéri-
cas com brinquedos ou outros objetos familiares, a
32. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 -
partir de um padrão
Prefeitura de Santa Vitória - MG - Auxiliar de Edu-
cação Infantil). Com base na obra Brinquedos e brinca-
36. (AMEOSC - 2021 - Prefeitura de Itapiranga -
deiras de creches: manual de orientação pedagógica, não
SC – Psicólogo). De acordo com a Psicologia do Desen-
é uma brincadeira adequada para bebês que ficam deita-
volvimento, analise as afirmativas:
dos:
I. A abordagem piagetiana observa estágios na quali-
A) Brincar de balançar suavemente na rede, colcha ou
dade do funcionamento cognitivo, investiga como a
cobertor.
mente estrutura suas atividades e adapta-se ao am-
B) Brincar de túnel com cadeiras, mesas ou caixas.
biente.
C) Conversar com o bebê.
II. De acordo com o enfoque interacionista do desen-
D) Pegar o bebê no colo.
volvimento humano, o desenvolvimento infantil é
visto a partir de três aspectos: instrumental, cultural
e histórico.
III. O desenvolvimento humano deve ser entendido
como uma globalidade, mas, para efeito de estudo,

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tem sido abordado a partir de 4 aspectos básicos: B) I. Piaget II. Vygotsky III. Piaget IV. Piaget
aspecto físico motor, aspecto intelectual, aspecto C) I. Piaget II. Vygotsky III. Vygotsky IV. Piaget
afetivo emocional e aspecto social. D) I. Vygotsky II. Vygotsky III. Piaget IV. Vygotsky
IV. O desenvolvimento humano tem sido abordado a
partir de cinco aspectos básicos: físico motor, inte- 38. (Pref. de Fortaleza - CE - 2017 - Prefeitura de
lectual, genético, emocional e social. Fortaleza - CE - Assistente de Educação Infantil
V. A Psicologia do Desenvolvimento estuda o desen- Substituto). Boa parte do dia, as crianças passam na ins-
volvimento do ser humano em todos os seus aspec- tituição de Educação Infantil, então, é importante torná-
tos: físico motor, intelectual, afetivo emocional e la um ambiente mais agradável e saudável para as crian-
social, desde o nascimento até a velhice, isto é, vai ças. Por isso, os objetos utilizados pelas crianças mere-
desde o início o desenvolvimento, passa pela a ida- cem cuidado especial, sendo higienizados com frequên-
de em que todos estes aspectos atingem o seu mais cia. Assinale a opção correta.
completo grau de maturidade e estabilidade e termi-
A) Brinquedos e objetos de pano devem ser lavados
na na fase de perda cognitiva e orgânica.
periodicamente e os de pelúcia devem ser evitados,
assim como tapetes e cortinas, pois podem causar
Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s):
alergias.
A) II, IV e V, apenas. B) Brinquedos devem ser evitados, pois o constante
B) I, III e IV, apenas. manuseio pelas crianças pode acarretar a transmis-
C) I, II e III, apenas. são de doenças entre as próprias crianças.
D) I, II e V, apenas. C) As crianças devem trazer de casa seus próprios
brinquedos já higienizados, já que a escola não pode
37. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2024 - Pre- se responsabilizar pela limpeza dos brinquedos.
feitura de Pitangueiras - SP – Pedagogo). O desenvol- D) Ambientes fechados, sem ventilação, evitam a pro-
vimento humano são as transformações que o ser huma- liferação da poeira e de microrganismos, o que pode
no vivencia ao longo de toda a sua vida. Este desenvol- evitar a constante higienização dos brinquedos.
vimento pode ser de diferentes naturezas, podendo ser fí-
sico, pessoal, social e cognitivo. As teorias do desenvol- 39. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2023 - Pre-
vimento, ainda que expressem diferentes aspectos, sur- feitura de Nova Friburgo - RJ - Auxiliar de Creche).
gem a partir da ideia de que os desenvolvimentos intelec- Considerando os cuidados essenciais da criança que está
tuais, físico-motor, social e afetivo-emocional não se se- na creche, assinale a afirmativa INCORRETA.
param. Os estudos sobre o desenvolvimento do homem
A) A hora do banho, sono ou alimentação pode se con-
voltam seus esforços em uma compreensão dele em dife-
verter em situações de intensas aprendizagens para
rentes visões. Os estudos de Piaget e Vygotsky foram um
a criança.
grande marco para a Psicologia Educacional e, ainda, são
B) As refeições, trocas de fralda, banho e hora de vestir
conhecimentos muito atuais por trazerem uma excelente
as crianças são os melhores momentos para estar
maneira de concepção do desenvolvimento, aprendiza-
junto a elas.
gem e da experiência consciente humana.
C) Educar e cuidar não significa apenas a realização de
(Disponível em: um procedimento técnico de satisfação de necessi-
https://www.bdm.ufpa.br:8443/bitstream/prefix/4482/6/TCC_TeoriasDesenvolvi
mentoJean.pdf.) dades físicas ou fisiológicas.
D) O contato físico com as crianças pequenas não é tão
Considere as pesquisas de Piaget e Vygotsky e importante, já que elas ficam expostas e a higiene
complete as afirmativas a seguir. e/ou a alimentação devem ser rápidas.
I. “Para ________________, a aprendizagem está
condicionada a desenvolvimento cognitivo e afetivo 40. (OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Canoas -
e seus estágios.” RS - Técnico de Apoio à Educação Básica). A organi-
II. “Para ________________, o professor é mediador zação do trabalho pedagógico envolve cuidados essenci-
do ensino aprendizagem. A ação docente deve acon- ais com o sono, a higiene e a alimentação das crianças.
tecer dentro da Zona Desenvolvimento Proximal Sobre as rotinas estabelecidas na Educação Infantil, ana-
(ZDP).” lisar os itens abaixo:
III. “Para ________________, o desenvolvimento da I. As práticas de alimentação, higiene e repouso de-
estrutura cognitiva humana é um processo que se dá senvolvidas nas creches, nas pré-escolas e nas esco-
por apropriação da experiência histórica e cultural.” las que possuem turmas de Educação Infantil inde-
IV. “Para ________________, ao professor cabe pensar pendem das necessidades das crianças, já que cons-
e desenvolver situações de aprendizagem que se- tituem conceitos básicos desse nível de ensino (or-
jam, ao mesmo tempo, compatíveis com o estágio ganização, espaço e tempo).
de desenvolvimento cognitivo no qual o aluno se II. Nas creches, nas pré-escolas e nas escolas que pos-
encontra, e represente também, um desafio a eles.” suem turmas de Educação Infantil deve haver um
tempo destinado às brincadeiras ao sol na rotina di-
A sequência que completa corretamente é ária.
A) I. Vygotsky II. Piaget III. Piaget IV. Piaget

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III. A hora do “sono compulsório” faz parte da rotina B) deve haver um cardápio nutricional variado e rico,
das turmas de Educação Infantil que recebem crian- que atenda às necessidades das crianças.
ças em tempo integral. Deve haver compreensão de C) não há necessidade de apoiar as crianças na cons-
que isso significa, necessariamente, que as crianças trução da autonomia.
tenham de dormir nesse momento para repor suas D) o ambiente das refeições deve ser tranquilo, limpo e
energias. organizado.

Está(ão) CORRETO(S): 43. (FURB - 2023 - Prefeitura de Schroeder - SC


- Auxiliar de Sala). O sono, tanto quanto as atividades
A) Somente o item I.
de higiene e alimentação são, de grande importância em
B) Somente o item II.
relação ao aprendizado. Sobre o sono como uma linha
C) Somente o item III.
norteadora da ação educativa, julgue os itens a seguir:
D) Somente os itens I e III.
E) Somente os itens II e III. I. O sono é um período passivo da vida e desnecessá-
rio aos processos de construção do conhecimento.
41. (FEPESE - 2022 – Pref. de Florianópolis - SC II. A insônia e o terror noturno são distúrbios do sono e
- Professor de Educação Física). “Estudar os bebês pa- podem afetar os processos de aprendizagem
ra adotar práticas de cuidado e educação de crianças “pra III. Os conteúdos dos sonhos podem estar relacionados
brilhar” (…)” (SILVA, SOUZA, MELLO & LIMA, com as representações das experiências de vida da
2018). criança.
De acordo com os autores, entre o nascimento e os
É correto o que se afirma em:
três anos de idade, são tarefas essenciais os processos de
cuidado e educação realizados nas creches e nas famílias. A) I, II e III.
B) II, apenas.
Com relação ao educar e o cuidar na escola, é cor-
C) I, apenas.
reto afirmar:
D) II e III, apenas.
1. Os professores são os principais responsáveis por E) III, apenas.
pensar, planejar, organizar e garantir as relações de qua-
lidade, espaços, tempos, materiais e condições de encan- 44. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato -
tamentos que promovam o desenvolvimento dos bebês e CE - Professor de Educação Infantil). O documento do
das crianças. Ministério da Educação (MEC) intitulado ? Critérios pa-
2. O mais importante é retirar e guardar os brinque- ra um atendimento em creches que respeite os direitos
dos, mesmo em uso pelos bebês, para obedecer aos horá- fundamentais das crianças?, publicado em 2009, coloca
rios e à rotina estabelecida. os direitos infantis que devem ser garantidos pelos/as
3. O bebê e as crianças precisam ser compreendidos profissionais de creches, dentre eles, podemos citar:
exclusivamente em seu aspecto biológico e suas necessi-
A) Brincadeira; contato com a natureza; desenvolvi-
dades fisiológicas.
mento da sua curiosidade, imaginação e capacidade
4. Os professores precisam atentar para as capaci-
de expressão; movimento em espaços amplos; pro-
dades dos bebês e das crianças e reconhecer, que ao
teção, afeto e amizade; expressão dos seus senti-
mesmo tempo em que a atividade é necessária ao desen-
mentos; desenvolvimento da sua identidade cultu-
volvimento, sua sobrecarga não ajudará nesse processo.
ral, racial e religiosa;
5. O protagonismo dos bebês e das crianças emerge
B) Atenção individual; ambiente preparado para a al-
como o caminho para o planejamento e a organização da
fabetização das crianças; desenvolvimento da sua
creche como um todo.
curiosidade, imaginação e capacidade de expressão;
aprendizagem da obediência e do silêncio necessá-
Assinale a alternativa que indica todas as afirmati-
rios à concentração para aprender; controle do cho-
vas corretas.
ro e individualidade; período de adaptação à creche
A) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. de forma a ensinar a criança a se separar da família
B) São corretas apenas as afirmativas 1, 4 e 5. o mais rápido possível;
C) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. C) Ambiente preparado para a alfabetização das crian-
D) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5. ças; desenvolvimento da sua curiosidade, imagina-
E) São corretas apenas as afirmativas 3, 4 e 5. ção e capacidade de expressão, treinamento para
que as crianças aprendam a ficar na sala o mais
42. (Pref. de Fortaleza - CE - 2018 - Prefeitura de tempo possível; silêncio e concentração para apren-
Fortaleza - CE - Assistente de Educação Infantil). der os conteúdos escolares; controle dos seus senti-
Com relação à higiene, à alimentação, à saúde, à segu- mentos; aprendizagem da religião hegemônica;
rança, ao sono e ao bem-estar das crianças na etapa da D) Atenção individual; desenvolvimento da sua curio-
Educação Infantil, é INCORRETO afirmar que: sidade, imaginação e capacidade de expressão, am-
biente aconchegante, seguro e estimulante; contato
A) os alimentos devem fazer parte de uma dieta saudá-
com a natureza; higiene e saúde; controle do choro
vel e livre de contaminação. e das birras; proteção, afeto e amizade; treinos da

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psicomotricidade fina; aprendizagem da cultura e da E) Os cuidados com a higiene devem, por princípio,
religiosa hegemônica; ser priorizados em relação às atividades pedagógi-
E) Contato com a natureza; desenvolvimento da sua cas.
curiosidade, imaginação e capacidade de expressão;
higiene e saúde; controle das explorações infantis 47. (Avança SP - 2020 - Prefeitura de Louveira -
para que não se machuquem; controle das manifes- SP - Professor Ensino Básico). No que se refere ao do-
tações infantis de sentimentos por meio do choro; cumento “Critérios para um Atendimento em Creches
movimento em espaços amplos; proteção, afeto e que Respeite os Direitos Fundamentais da Criança”, ana-
amizade; afastamento da família. lise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa cor-
reta:
45. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato -
I – Os adultos não propõem brincadeiras às crianças.
CE - Professor de Educação Infantil). Sobre o direito
II – A rotina das creches é inflexível.
das crianças de creches de desenvolverem sua curiosida-
III – As meninas podem participar de jogos como correr
de, imaginação e capacidade de expressão, o documento
e pular, por exemplo.
do Ministério da Educação (MEC) intitulado "Critérios
para um atendimento em creches que respeite os direitos
A) Apenas o item I é verdadeiro.
fundamentais das crianças", publicado em 2009 diz que:
B) Apenas o item II é verdadeiro.
A) As crianças não devem ter livre acesso aos livros de C) Apenas o item III é verdadeiro.
história porque ainda não sabem ler e vão danificá- D) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
los, devendo a professora ser responsável em pre- E) Todos os itens são falsos.
servar os livros da escola que devem ser guardados
em lugares seguros e bem cuidados, 48. (IPEFAE - 2024 - Prefeitura de Américo de
B) Crianças maiores aprendem muito observando e Campos - SP - Auxiliar Educacional em Educação In-
ajudando a cuidar de bebês e crianças bem peque- fantil). Acerca do cotidiano na escola, em relação as ati-
nas, assim como estes aprendem com as crianças vidades lúdicas, analise as assertivas.
maiores;
I. Ao brincar, as crianças são incluídas no processo de
C) A televisão é um meio para se educar as crianças,
socialização e desenvolvem os aspectos cognitivo,
por isso elas podem ficar longos períodos assistindo
afetivo, psicológico, motor, intelectual e social
desenhos, músicas e vídeos diversos;
(atenção, memória, imitação e imaginação).
D) Os bebês e crianças bem pequenas precisam de um
II. O processo de aprendizagem por meio das brinca-
ambiente isolado da interferência de crianças da
deiras não possui relevância para o desenvolvimen-
pré-escola porque estas podem machucá-las já que
to das crianças.
são maiores, bem como porque essa interação não
III. O brincar é uma forma de comunicação. A criança,
seria geraria aprendizagens para as crianças maiores
por meio das brincadeiras, aprende a reproduzir seu
e ainda porque estas não entendem nada de bebês e
dia a dia, criando imaginações e fantasias, possibili-
de crianças bem pequenas;
tando processo de aprendizagem, ajudando na cons-
E) As famílias devem respeitar o trabalho dos/as pro-
trução da autonomia, criatividade e reflexão.
fissionais da creche e não intervir nas suas formas
de educar porque são formados/as para lidar com
Está(ão) correta(S):
crianças.
A) Apenas I e II.
46. (VUNESP - 2016 - Prefeitura de Rio Claro - B) Apenas II e III.
SP - Professor de Educação Básica I). A partir da leitu- C) Apenas I e III.
ra do documento Critérios para um Atendimento em D) I, II e III.
Creches que Respeite os Direitos Fundamentais das Cri-
anças (MEC, 2009), concluiu-se que, das proposições 49. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2024 -
elencadas nas alternativas a seguir, está de acordo com as Prefeitura de Campanha - MG - Professor PEB II).
ideias expostas no texto mencionado apenas o disposto De Melo Souza (2021), de modo resumido, cita os prin-
em: cipais benefícios das atividades lúdicas para crianças que
apresentam deficiência intelectual.
A) As creches devem evitar os momentos de privaci-
dade e quietude nas atividades com as crianças. Não é um benefício das atividades lúdicas para esse
B) A disponibilidade de brinquedos às crianças deve público:
ser limitada a poucos momentos específicos da roti-
na diária. A) Aprimoramento do uso dos órgãos sensoriais, dife-
C) As rotinas das creches devem ser flexíveis a fim de renciando-os.
B) Aumento da estabilidade emocional e, em conse-
possibilitar períodos longos para as brincadeiras li-
quência, da autoconfiança.
vres das crianças.
C) Socialização, por meio da cooperação, da participa-
D) É de competência exclusiva das famílias o acompa-
ção, dos conflitos e suas soluções.
nhamento do calendário de vacinação das crianças.
D) Aumento da estabilidade física e, em consequência,
da autoconfiança.

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50 (FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba 53. (FUNDATEC - 2019 - Prefeitura de Seberi -


dos Dantas - RN - Professor de Ensino Infantil). O RS - Professor - Área 1). Ceppi e Zini (2013) se posici-
brincar, na Educação Infantil, faz-se necessário, pois as onam em relação à organização do espaço para as crian-
atividades lúdicas ças na escola considerando alguns aspectos, sendo assim,
analise as seguintes assertivas, assinalando V, se verda-
A) têm como foco central o desenvolvimento dos as-
deiras, ou F, se falsas.
pectos cognitivo e social da criança.
B) fortalecem os vínculos relacionais entre as crianças, ( ) O ambiente para crianças pequenas deve levar em
não havendo necessidade de serem sistematizadas. consideração seus interesses e habilidades na cons-
C) proporcionam a observação aleatória do professor, trução de lugares, como também fornecer elementos
contribuindo no processo avaliativo em relação à e instrumentos para satisfazer os seus desejos e au-
aprendizagem da criança. xiliar no desenvolvimento de suas habilidades.
D) contribuem para o desenvolvimento social, mental e ( ) O espaço, considerado como um organismo vivo,
psicomotor da criança, exercitando processos men- tem que ser capaz de mudar e evoluir conforme o
tais significativos nos processos de aprendizagens. projeto cultural dos que o habitam.
( ) O ambiente deve ser rico em estímulos.
51. (Pref. de Feliz – RS/FUNDATEC/2013). Sobre ( ) Muitos são os fatores que contribuem para a quali-
a organização do espaço e do tempo na educação infan- dade de um ambiente, dentre eles a sua organização
til, são feitas as seguintes considerações: funcional.
( ) O ambiente não pode ser visto como um local mul-
I. Organizar o cotidiano das crianças na educação in-
tissensorial.
fantil pressupõe pensar que o estabelecimento de
uma sequência básica de atividades diárias é, antes
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de mais nada, o resultado da leitura que fazemos do
de cima para baixo, é:
nosso grupo de crianças, a partir, principalmente, de
suas necessidades. A) V – V – V – V – F.
II. A forma de planejar e organizar as atividades devem B) V – F – V – V – F.
estar centralizados no professor, que determinará a C) V – V – F – F – V.
rotina e a hierarquização das atividades a serem D) F – F – V – V – F.
cumpridas por todas as crianças. E) F – V – F – F – V.
III. Para que a estruturação do espaço-tempo na educa-
ção infantil tenham significado, é importante consi- 54. (VUNESP - 2015 - Prefeitura de Iguape - SP -
derar o seu contexto sociocultural e a proposta pe- Monitor de Creche). É correto afirmar que a rotina na
dagógica da instituição. Educação Infantil é
A) limitadora dos processos de desenvolvimento da
Quais estão corretas?
criança quando prevê possibilidades diversas e mui-
A) Apenas I. tas vezes simultâneas de atividades.
B) Apenas I e II. B) facilitadora das noções infantis sobre o tempo e o
C) Apenas I e III. espaço, ou seja, um instrumento de dinamização da
D) Apenas II e III. aprendizagem, quando flexível e adaptável às ne-
E) I, II e III. cessidades infantis.
C) limitadora dos processos de aprendizagem quando
52. (AVANÇA SP - 2020 - Prefeitura de Louveira possibilita às crianças a antecipação das situações
- SP - Professor Ensino Básico). No que se refere à que irão acontecer.
concepção de tempo na Educação Infantil, analise os D) facilitadora do processo ensino aprendizagem, na
itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta: medida em que é rígida e inflexível, fazendo com
que a criança de adapte a ela e não o contrário.
I – O ritmo próprio de cada grupo deve ser o elemento
E) estimuladora do trabalho dos profissionais da cre-
constitutivo da rotina na organização do trabalho
che, quando prevê atividades fixas e repetitivas.
pedagógico.
II – A organização do tempo escolar deve ter como dire-
55. (CESPE - 2017 – Pref. de São Luís - MA -
triz a preocupação quantitativa do cumprimento das
Professor Nível Superior/PNS-A - Suporte Pedagógi-
políticas educacionais definidas pelo sistema.
co). Com relação à rotina na educação infantil, assinale a
III – A rotina é sempre considerada um instrumento de
opção correta.
libertação e autonomia no processo educativo da
Educação Infantil. A) A rotina na educação infantil tem a função de trei-
nar a criança para as atividades que desenvolverá na
A) Apenas o item I é verdadeiro. vida adulta.
B) Apenas o item II é verdadeiro. B) A capacidade de criação da criança torna-se estag-
C) Apenas o item III é verdadeiro. nada com a rotina, a qual deve ser sempre reinven-
D) Apenas os itens II e III são verdadeiros. tada de modo a viabilizar o desenvolvimento criati-
E) Todos os itens são verdadeiros. vo das crianças.

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C) A incorporação dos conceitos de espaço, tempo e 59. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2021 – Pref.
organização independe das rotinas adotadas na edu- de Colômbia - SP - Cuidador Educacional). A Educa-
cação infantil. ção Infantil assume o papel de grande responsabilidade
D) A rotina é uma forma de racionalização ou de tecno- social, quando passa a ser considerada fundamentalmen-
logia constituída pelos seres humanos e pelas insti- te importante para o desenvolvimento integral da criança
tuições para organizar e controlar a vida cotidiana. – em seus aspectos físicos, emocionais, afetivos, cogniti-
E) A organização do tempo e dos espaços da escola de vos e sociais. (RCNEI, 1998.)
educação infantil é uma atividade exclusiva dos
Tendo como referência o cuidar e o educar como
adultos, já que somente eles são capazes de organi-
funções básicas da Educação Infantil, analise as afirma-
zar rotinas.
tivas a seguir.
56. (INSTITUTO FÊNIX - 2024 - Prefeitura de I. O Referencial Curricular Nacional para a Educação
Abelardo Luz - SC - Professor - Educação Infantil). Infantil, criado em 1998, propõe a indissociabilida-
Qual é a importância da rotina na educação infantil e de das ações de cuidar e educar crianças.
como ela contribui para o desenvolvimento da criança? II. No dia a dia da instituição infantil, o cuidar legitima
a conotação assistencialista durante a interação en-
A) A rotina é irrelevante e deve ser evitada para pro-
tre criança e adulto.
mover a criatividade.
III. As instituições de Educação Infantil devem definir
B) A rotina proporciona segurança, estrutura e ajuda no
em suas propostas pedagógicas, práticas de educa-
desenvolvimento de habilidades sociais e emocio-
ção e cuidados, que possibilitem a integração de to-
nais.
dos os aspectos da criança, entendendo-a como um
C) A rotina deve ser rígida e inflexível para garantir a
ser completo, total e indivisível.
disciplina.
D) A rotina é apenas uma formalidade e não tem im-
Estão corretas as afirmativas
pacto no desenvolvimento infantil.
A) I, II, III e IV.
57. (CONSULPLAN - 2016 - Prefeitura de Venda B) I e III, apenas.
Nova do Imigrante - ES - Auxiliar de Sala). “A organi- C) III e IV, apenas.
zação do tempo pedagógico apresenta uma dinâmica D) I, III e IV, apenas.
multifacetada.” Acerca da rotina na educação infantil, as-
sinale a afirmativa INCORRETA. 60. (Pref. de Fortaleza - CE - 2023 - CE - Assis-
tente da Educação Infantil Substituto ). As instituições
A) Representa a estrutura sobre a qual será organizado
de Educação Infantil devem assegurar:
o tempo didático.
B) Envolve os cuidados, as brincadeiras e as situações A) a indissociabilidade entre o cuidar e o educar.
de aprendizagem orientadas. B) brincadeiras, apenas no horário do recreio.
C) Deve ser organizada de forma em que há tempo C) interações, apenas com crianças da mesma faixa
preestabelecido para todas as atividades padroniza- etária.
das. D) apenas a exploração de um ambiente por dia.
D) Deve ser planejada, porém flexível devendo envol-
ver o cuidado, o ensino e as especificidades imagi- 61. (OBJETIVA - 2023 – Pref. de Canoas - RS -
nativas da criança. Técnico de Apoio à Educação Básica). Considerando-
se a prevenção de acidentes e os primeiros socorros em
58. (Pref. de Fortaleza - CE - 2023 - CE - Assis- caso de acidentes na Educação Infantil, marcar C para as
tente da Educação Infantil Substituto). Acerca da in- afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a
dissociabilidade entre o CUIDAR e o EDUCAR, marque alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a única alternativa INCORRETA.
( ) Em caso de queimaduras leves com pequenas bo-
A) As situações de cuidado devem ser compreendidas lhas, deve-se imediatamente rompê-las e colocar ge-
como possibilidades de aprendizagem. lo sobre a área queimada.
( ) Se a criança cair e apresentar arranhões ou esfolia-
B) As situações de cuidado, parte importante da rotina,
ções superficiais na pele, deve-se lavar o local com
devem ser feitas de forma aligeirada, para não tirar
água e sabonete e, depois, passar creme dental sobre
o tempo das atividades pedagógicas.
o ferimento.
C) As atividades de cuidado não devem ser feitas ape- ( ) Tesouras de ponta e estiletes não devem ser usados
nas como “uma tarefa a ser cumprida”. pelas crianças. Há tesouras sem ponta que podem
ser usadas por elas.
D) As atividades de cuidado ganham sentido educativo
( ) As crianças não devem circular pelas áreas onde se
quando o adulto se dirige às crianças com respeito,
preparam os alimentos, evitando seu contato com
paciência e alegria, por exemplo.
facas e outros materiais cortantes, água fervente,
fogo, etc.

A) C - C - E - E.

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B) E - E - C - C. C) C - E.
C) C - E - E - C. D) E - E.
D) E - C - C - E.
E) C - E - C - E. 65. (OBJETIVA - 2019 – Pref. de Pinto Bandeira
- RS - Auxiliar de Educação Infantil). Em conformida-
62. (FGV - 2016 - Prefeitura de Paulínia - SP - de com Educação Infantil e Práticas Promotoras de
Monitor Escolar). Agente de Desenvolvimento Infantil, Igualdade Racial, analisar a sentença abaixo:
ao auxiliar a entrega das crianças aos pais, observa que a
Os espaços educativos nos quais a criança se rela-
mãe de uma criança vem buscar o filho de cinco anos de
ciona com adultos e com outras crianças criam oportu-
idade em estado de total embriaguez.
nidade para ela conhecer e construir conhecimentos so-
Nesse caso, o Agente de Desenvolvimento Infantil bre aspectos da natureza e da cultura afro-brasileira (1ª
parte). O desenvolvimento da curiosidade e da criativi-
A) não deve entregar a criança, encaminhando mãe e
dade não se dá nas mais diversas experiências às quais
filho à Direção da Escola.
as crianças são expostas (2ª parte). Conforme o profes-
B) deve entregar a criança, mas orientar a mãe da in-
sor apoia as crianças a expressarem as sensações e os
fante a evitar o consumo de álcool.
sentimentos e a debaterem as ideias sobre suas produ-
C) deve entregar a criança normalmente, pois a mãe
ções, elas podem fortalecer o desejo de novos projetos,
não está suspensa do poder familiar.
mantendo aceso o interesse, a vontade e a curiosidade
D) não deve entregar a criança, mas encaminhá-la para
pela criação visual e pelo tema das relações raciais (3ª
entidade de acolhimento institucional.
parte).
E) deve entregar a criança regularmente, salvo se a
mãe estiver dirigindo. A sentença está:
A) Totalmente correta.
63. (AMEOSC - 2022 - Prefeitura de Itapiranga -
B) Correta somente em suas 1ª e 2ª partes.
SC - Auxiliar de Ensino). As práticas promotoras da
C) Correta somente em suas 1ª e 3ª partes.
igualdade racial e social devem estar incluídas no cotidi-
D) Correta somente em suas 2ª e 3ª parte
ano escolar desde a educação infantil, sendo trabalhadas
de forma a estabelecer a diminuição das diferenças e o
66. (FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do
aumento da igualdade racial e social. Portanto, os profes-
Seridó - PB - Professor – Educação Infantil). Os direi-
sores e os auxiliares de ensino são agentes promotores
tos de aprendizagem e desenvolvimento assegurados pe-
dessas práticas. Abaixo encontram-se descritas algumas
la BNCC para Educação Infantil são
delas, marque a INCORRETA.
A) conhecer-se, brincar, dividir, cantar, pensar e apren-
A) A organização da sala de aula, tal como os materiais
der.
disponíveis para as crianças devem abranger e con-
B) conviver, brincar, emocionar, dialogar, aprender e
tribuir para trabalhar essas práticas na sala de aula.
criar.
B) Leitura de livros infantis que abordam o tema des-
C) conviver, brincar, participar, explorar, expressar e se
sas práticas.
conhecer.
C) Utilizar jogos interativos com as crianças pautando-
D) divertir, brincar, duvidar, participar, criar e desen-
se no trabalho de igualdade racial e social.
volver.
D) Trabalhar a prática racial na escola apenas no dia
estabelecido para a Consciência Negra, dia 20 de
67. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
novembro.
Cariacica - ES - Assistente de CMEI I). O Currículo da
Educação Infantil é concebido como um conjunto de
64. Segundo a publicação Educação Infantil e Práti-
cas Promotoras de Igualdade Racial, marcar C para as A) práticas sistematicamente planejadas e anualmente
afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a avaliadas.
alternativa que apresenta a sequência CORRETA: B) práticas democráticas que buscam exclusivamente a
participação dos diferentes professores.
( ) Quando o professor ajuda a criança a nomear, a di-
C) práticas intencionalmente planejadas e sistematiza-
zer o que quer, a partir de suas observações, além de
das que consideram a criança como ser integral.
dar voz à criança, mostra que ele acredita na sua
D) práticas que visam construir a identidade e a auto-
forma de pensar, na sua capacidade de estabelecer
nomia das crianças com base em sua educação fa-
relações entre as pessoas e os objetos, na sua agu-
miliar.
çada capacidade de observar o mundo.
( ) Na Educação Infantil, a comunicação oral e as nar-
68. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
rativas têm papel fundamental, já que as crianças
Novo Hamburgo - RS - Professor - Educação Básica
inicialmente se comunicam, sobretudo, corpórea e
Anos Iniciais). Considerando que, na Educação Infantil,
oralmente, por isso, exercitar essa habilidade é fun-
as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm
damental para ampliar seu repertório.
como eixos estruturantes as interações e a brincadeira,
assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, parti-
A) E - C.
cipar, explorar, expressar-se e conhecer-se, a organização
B) C - C.

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)


curricular da Educação Infantil na BNCC está estrutura- reza e a faixa etária do público atendido nos estabe-
da em lecimentos de ensino ou de recreação.
III - A quantidade de profissionais capacitados em cada
A) cinco campos de experiências definidos por objeti-
estabelecimento de ensino ou de recreação será de-
vos de aprendizagem e desenvolvimento.
finida em decreto expedido pelo presidente da Re-
B) cinco campos de experiências definidos pelo cotidi-
pública, guardada a proporção com o tamanho do
ano dos docentes e discentes.
corpo de professores e funcionários ou com o fluxo
C) cinco campos de experiências definidos pela reali-
de atendimento de crianças e adolescentes no esta-
dade cultural de cada família.
belecimento.
D) cinco campos de experiências definidos apenas pe-
los interesses da criança.
Está correto o que se afirma em:
E) cinco campos de experiências definidos pela cultura
local. A) I
B) I e III
69. (FUNDATEC - 2019 – Pref. de Santa Rosa - C) II e III
RS - Professor de História). Segundo a Lei nº D) I, II e III
13.722/2018, mais conhecida como Lei Lucas, o não E) II
cumprimento das disposições desta Lei implicará a im-
posição das seguintes penalidades pela autoridade admi- 72. (MS CONCURSOS - 2019 - Prefeitura de
nistrativa, no âmbito de sua competência: Sonora - MS - Professor de Educação Infantil). Leia o
texto e marque a alternativa correta:
I. Notificação de descumprimento da Lei.
II. Advertência da Secretaria Estadual de Saúde em ca- A Lei nº 13.722, de 4 de outubro de 2018, torna
so de reincidência. obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros
III. Em caso de nova reincidência, suspensão de três di- socorros de professores e funcionários de estabelecimen-
as da diretoria do estabelecimento de ensino, quan- tos de ensino públicos e privados de educação básica e
do se tratar de creche ou estabelecimento público. de estabelecimentos de recreação infantil. Segundo essa
Lei:
Quais estão corretas?
1 - O conteúdo dos cursos de primeiros socorros bá-
A) Apenas I. sicos ministrados deverá ser condizente com a natureza e
B) Apenas II. a faixa etária do público atendido nos estabelecimentos
C) Apenas III. de ensino ou de recreação.
D) Apenas I e II. 2 - Os estabelecimentos de ensino ou de recreação
E) I, II e III. das redes pública e particular deverão dispor de kits de
primeiros socorros, conforme orientação das entidades
70. (FUNDATEC - 2019 - Prefeitura de Santa especializadas em atendimento emergencial à população.
Rosa - RS - Professor de Educação Infantil). De acor- 3 - São os estabelecimentos de ensino obrigados a
do com a Lei nº 13.722/2018, conhecida como Lei Lu- afixar em local visível a certificação que comprove a rea-
cas, o curso de primeiros socorros deverá ser ofertado: lização da capacitação de que trata a referida Lei e o no-
me dos profissionais capacitados.
A) Trimestralmente.
B) Semestralmente.
A) É verdadeiro o que se afirma apenas nos itens 1 e 3.
C) Anualmente.
B) É verdadeiro o que se afirma apenas nos itens 2 e 3.
D) Bianualmente.
C) É verdadeiro o que se afirma apenas no item 1.
E) Toda vez que a Secretaria da Saúde solicitar.
D) É verdadeiro o que se afirma nos itens 1, 2 e 3.
71. (IF-MT - 2019 - IF-MT - Assistente de Alu-
no). A Lei Federal 13.722/2018 torna obrigatória a capa-
citação em noções básicas de primeiros socorros de pro-
fessores e funcionários de estabelecimentos de ensino
públicos e privados de educação básica e de estabeleci-
mentos de recreação infantil. Com base neste dispositivo
legal, considere:
I- O curso de noções básicas de primeiros socorros
deverá ser ofertado semestralmente e destinar-se-á à
capacitação e/ou reciclagem de parte dos professo-
res e funcionários dos estabelecimentos de ensino e
recreação a que a lei se refere, sem prejuízo de suas
atividades ordinárias.
II - O conteúdo dos cursos de primeiros socorros bá-
sicos ministrados deverá ser condizente com a natu-

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Conhecimentos Específicos (Prof. Marilza)

GABARITO OFICIAL
Conferido
01-B 13-E 25-B 37-C 49-D 61-B
02-B 14-D 26-D 38-A 50-D 62-A
03-A 15-B 27-E 39-D 51-C 63-D
04-A 16-C 28-E 40-B 52-A 64-B
05-E 17-E 29-E 41-B 53-A 65-C
06-B 18-A 30-D 42-C 54-B 66-C
07-C 19-B 31-C 43-D 55-D 67-C
08-C 20-E 32-B 44-A 56-B 68-A
09-A 21-E 33-A 45-B 57-C 69-A
10-B 22-D 34-C 46-C 58-B 70-C
11-B 23-A 35-C 47-C 59-B 71-E
12-A 24-C 36-C 48-C 60-A 72-D

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