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Sistemas de Controle
Autor :
Versão 2.0 de
6 de agosto de 2018
Sumário
2 Transformada de Laplace 5
2.1 Fórmula de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3 Funções Impróprias 13
3.1 Regra de Runi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5 Estabilidade 45
i
ii Sumário
8 Espaço de Estados 75
8.1 A Respresentação Geral no Espaço de Estados . . . . . . . . . . . . 75
8.4.4 Controlabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
8.5.1 Observabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
B Diagrama de Blocos 97
v
vi Lista de Figuras
6.1 Sinal de controle não nulo quando erro é igual a zero- Controle Integral 58
6.2 Sinal de controle nulo quando erro é igual a zero- Controle Propor-
cional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
FT Função de Transferência
MA Malha Aberta
MF Malha Fechada
EE Erro de Estado Estacionário
Mp Máxima Ultrapassagem
T Constante de Tempo
Ts Tempo de Subida
Tp Tempo de Pico
Ta Tempo de Assentamento
ix
Lista de símbolos
xi
Capítulo 1
Introdução a Sistemas de Controle
1
2 Capítulo 1. Introdução a Sistemas de Controle
erro, que é a diferença entre o sinal de entrada e o sinal de retroação (que pode
ser o próprio sinal de saída ou uma função do sinal de saída e de suas derivadas
e/ou integrais), excita o controlador de modo a reduzir o erro e trazer o valor do
sinal de saída para o valor desejado.
Duas das principais medidas de desempenho são evidentes: (1) a resposta tran-
sitória e (2) o erro em regime permanente.
Z ∞
F (s) = L {f (t)} = e−st f (t) dt (2.1)
0
Variável Complexa : Um número complexo tem uma parte real e uma parte imagi-
nária, ambas constantes. Se a parte real e/ou a imaginária forem variáveis, teremos
então o que se denomina variável complexa. Na transformada de Laplace, utiliza-se
a notação s como variável complexa. Ou seja,
s = σ + iω (2.2)
Função Complexa : Uma função complexa G(s), é uma função de s que tem uma
parte real e uma parte imaginária, ou
G(s) = Gx + Gy (2.3)
5
6 Capítulo 2. Transformada de Laplace
p
onde Gx e Gy são quantidades reais. O módulo de G(s) é G2x + G2y , e o argumento
−1
angular θ de G(s) é tan (Gy /Gx ). O ângulo é medido no sentido anti-horário a
partir de sentido positivo do eixo real. O complexo conjugado de G(s) é G(s) =
Gx ± iGy . As funções complexas normalmente encontradas na análise de sistemas
de controle linear são funções unívocas de s e são determinadas univocamente para
dado valor de s.
ϕ2 ϕ3 ϕ4 ϕ5
eϕ = 1 + jϕ − −j + +j + ... (2.7)
2! 3! 4! 5!
ϕ2 ϕ4
cos(ϕ) = 1 − + + ... (2.8)
2! 4!
ϕ3 ϕ5
sin(ϕ) = ϕ − + + ... (2.9)
3! 5!
Portanto, temos que
ejϕ = cos(ϕ) + sin(ϕ)j (2.10)
ejϕ + e−jϕ
cos(ϕ) = (2.11)
2
ejϕ − e−jϕ
sin(ϕ) = (2.12)
2j
A inversão dessas equações resulta em:
Z ∞ Z ∞ Z ∞
A
F (s) = L {Ae −αt
}= e −st
Ae −αt
dt = Ae −αt −st
e dt = A e−(α+s)t dt =
0 0 0 s+α
(2.15)
Z ∞
A
L {A} = Ae−st Adt = (2.16)
0 s
∞ ∞ ∞ ∞
e−st Ae−st
Z Z Z
A A
L {At} = Ate −st
dt = At − dt = e−st dt = (2.17)
0 −s 0 0 −s s 0 s2
Sendo:
N (s)
F (s) = (2.21)
D(s)
O polinómio do denominador D(s), quando igualado a zero, é chamado de polinó-
mio característico, porque as raízes dessa equação determina o caráter da resposta
temporal. Essas raízes são chamadas de polos do sistema. As raízes do numerador
N (s) são chamadas de zeros do sistema.
1
1
G(s) = = T 1 (2.22)
Ts + 1 s+ T
1
= ξωn (2.23)
T
ωn
G(s) = G (2.24)
s2 + 2ξωn s + ωn2
p
s1,2 = −ξωn ± ωn ξ2 − 1 (2.25)
p
Onde ωd = ωn ξ 2 − 1, e ωd é chamado de frequência natural amortecida do
sistema. Quando ξ > 1, as raízes são reais, quando 0 < ξ < 1, as raízes são
complexas e conjugadas. Quando ξ = 1, as raízes são repetidas e reais.
Quando 0 < ξ < 1, a resposta é sub amortecida e
p
s1,2 = −ξωn ± iωn 1 − ξ 2 (2.26)
Teorema Nome
R∞
L {f (t)} = F (s) = 0
f (t)e−st dt Denição
1 s
L {f (at)} = F Teorema do fator escalar
a a
df
L = sF (s) − f (0) Teorema da derivação
dt
d2 f
L = s2 F (s) − sf (0) − f˙(0) Teorema da derivação
dt2
nR
t
o F (s)
L 0
f (τ )dτ = Teorema da integração
s
Se, numa função de transferência, o grau do numerador não for menor que o do
denominador, pode-se fazer uma decomposição da forma:
N (s) R(s)
TF = = Q(s) + (3.1)
D(s) D(s)
em que o grau de R(s) é inferior ao do denominador. Aqui, as letras Q e R foram
escolhidas propositadamente , por respresentarem, respectivamente, o quociente e
o resto da divisão de N por D. Para calcular os polinómios Q e R deve-se fazer a
divisão de polinómios. Essa divisão pode ser feita por polinómios de inteiros.
13
14 Capítulo 3. Funções Impróprias
Seja:
P (s) = 2s3 + 3s2 − 4
D(s) = s + 1
Queremos dividir P (s) por D(s) usando a regra de Runi. Primeiro observa-
mos que D(s) não é um binômio da forma s − a, mas da forma s + a. Então
reescrevendo D(s) deste modo:
D(s) = s + 1 = s − (−1)
s3 s2 s1 s0
2 3 0 −4
(3.4)
−1
s3 s2 s1 s0
2 3 0 −4
(3.5)
−1
2
3.1. Regra de Runi 15
3- Multiplique-o por a:
s3 s2 s1 s0
2 3 0 −4
(3.6)
−1 −2
2
4- Some os valores da coluna:
s3 s2 s1 s0
2 3 0 −4
(3.7)
−1 −2
2 1
5- repita os passos 3 e 4 até a última coluna:
s3 s2 s1 s0
2 3 0 −4
(3.8)
−1 −2 −1 1
2 1 −1 −3
P (s) = D(s)Q(s) + r, onde
Q(s) = 2s2 + s − 1 e r = −3
isto é,
(2s + 3s2 − 4) = (s + 1)(2s2 + s − 1) − 3
3
Exemplo 2:
s2 − 5s + 6 = (s − 2)(s − 3) (3.10)
pelo que
s3 s2 s1 s0
1 −6 11 −6
1 ↓ 1 −5 6
1 −5 6 0
(3.12)
2 ↓ 2 −6
1 −3 0
3 ↓ 3
1 0
16 Capítulo 3. Funções Impróprias
Z c+j∞
1
f (t) = L −1
{F (s)} = F (s)est ds (3.13)
2πj c−j∞
para t > 0, onde c,a abcissa de convergência, é uma constante real e é escolhida
com valor superior à parte real de todos os pontos singulares de F (s). O cálculo
da integral de inversão é, aparentemente, complicado. Na prática, raramente uti-
lizamos essa integral para obtenção de f (t). Frequentemente usamos os métodos
de expansão em frações parciais.
1
Exemplo 1: Calcule a transformada inversa de Laplace de :
s2 +7
Para obter a forma dada no item (1) da tabela Transformadas Inversas de Laplace,
2
√
identicamos a = 7 e assim a = 7; Arrumamos a expressão multiplicando e di-
√
vidindo por 7:
( √ )
√
1 1 7 1
L −1 2
= √ L −1 2
= √ sin 7t (3.15)
s +7 7 s +7 7
3.2. Transformada inversa de Laplace 17
f (t) L −1 F (s)
k
1 sin at
s2 + a2
s
2 cos at
s2 + a2
1
3 eat
s−a
k
4 sinh at
s2 − a2
s
5 cosh at
s 2 − a2
−2s + 6
Exemplo 2: Calcule a transformada inversa de Laplace de :
s2 + 7
Reescrevendo primeiro a função dada de s como duas expressões por meio da
divisão termo a termo e considerando que a transformada de Laplace é uma ope-
ração linear:
−2s + 6 −2s 6 s 1
L −1
=L −1
+ = −2L −1
+6L −1
s2 + 4 s2 + 4 s2 + 4 s2 + 4 s2 + 4
(3.16)
s 6 −1 2 s 2
−2L −1
+ L = −2L −1
+3L −1
= −2 cos 2t+3 sin 2t
s2 + 4 2 s2 + 4 s2 + 4 s2 + 4
(3.17)
s2 + 6s + 9
Exemplo 3: Calcule L −1
.
(s − 1)(s − 2)(s + 4)
Existem constantes únicas A, B e C tais que:
s2 + 6s + 9 A B C
= + + (3.18)
(s − 1)(s − 2)(s + 4) s−1 s−2 s+4
Isso é igual:
s2 + 6s + 9 −16
A= = (3.22)
(s − 1)∗ (s − 2)(s + 4) s=1 5
onde encobrimos o fator cancelado quando o lado esquerdo foi multiplicado por
s−1. Agora, para obter B e C, simplesmente calculamos o lado esquerdo, enquanto
encobrimos, respetivamente, s−2 e s − 4.
s2 + 6s + 9 25
B= = (3.23)
(s − 1)(s − 2)∗ (s + 4) s=2 6
s2 + 6s + 9 1
C= = (3.24)
(s − 1)(s − 2)(s + 4)∗ s=2 30
Essa técnica especial para se determinar coecientes é naturalmente conhecida
como o método de encobrir. Seguindo na resolução do problema:
s2 + 6s + 9
16 −1 1 25 −1 1 1 −1 1
L −1
=− L + L + L
(s − 1)(s − 2)(s + 4) 5 s−1 6 s−2 30 s+4
(3.25)
s2 + 6s + 9
16 25 1
L −1
= − et + e2t + e−4t (3.26)
(s − 1)(s − 2)(s + 4) 5 6 30
2
F (s) = (3.27)
(s + 1)(s + 2)
As raizes do denominador são distintas, uma vez que cada fator é elevado apenas
à primeira potência. Podemos escrever a expansão em fraçoes parciais como soma
de termos em que cada fator do denominador original forma o denominador de
cada termo, e constantes, chamadas de resíduos, formam os numeradores. Assim:
2 A B
F (s) = = + (3.28)
(s + 1)(s + 2) s+1 s+2
2
A= =2 (3.29)
s+2 s=−1
20 Capítulo 3. Funções Impróprias
2
B= = −2 (3.30)
s+1 s=−2
2 2 2
F (s) = = − (3.31)
(s + 1)(s + 2) s+1 s+2
Procurando na Tabela de Laplace é encontrado facilmente uma equação corres-
pondente no tempo. Como:
2
F (s) = (3.33)
(s + 1)(s + 2)2
A raízes de (s + 2)2 mo denominador são repetidas, uma vez que este fator está
elevado a uma potência inteira maior que 1. Nesse caso a raiz do denominador
em −2 é uma raiz múltipla de multiplicidade 2. Podemos excrever a expansão em
frações parciais como uma soma de termos, em que cada fator do denominador
forma o denominador de cada termo. Além disso, cada raiz mútipla gera termos
adicionais consistindo em fatores do denominador de multiplicidade reduzida. Por
exemplo:
2 A B C
F (s) = 2
= + 2
+ (3.34)
(s + 1)(s + 2) s + 1 (s + 2) s+2
2
A= =2 (3.35)
(s + 2)2 (s + 2) s=−1
2
B= = −2 (3.36)
(s + 1) s=−2
d 2 2
C= =− = −2 (3.37)
ds (s + 1) s=−2 (s + 1)2 s=−2
2 2 2 2
F (s) = = − 2
− (3.38)
(s + 1)(s + 2) s + 1 (s + 2) (s + 2)
3.3. Frações Parciais 21
O método que segue a técnica utilizada para expansão em frações parciais de F (s)
com raizes reais no denominador pode ser utilizado para raizes complexas e imagi-
nárias. Entretanto, os residuos das raízes complexas e imaginárias são conjugados
complexos. Então, após a obtenção da transformada inversa de Laplace, os termos
resultantes podem ser identicados como:
ejϕ + e−jϕ
cos(ϕ) = (3.40)
2
ejϕ − e−jϕ
sin(ϕ) = (3.41)
2j
Por exemplo, a função F (s) também pode ser expandida em frações parciais
como:
3 3 A B C
F (s) = = = +
s(s2 + 2s + 5) s(s + 1 + 2j)(s + 1 − 2j) s s + 1 + 2j s + 1 − 2j
(3.42)
3 3
A= = (3.43)
(s + 1 + 2j)(s + 1 − 2j) s=0 5
3 3
B= = =
s(s + 1 − 2j) s=−1−2j (−1 − 2j)(−1 − 2j + 1 − 2j)
3 3 3 3 (j + 2)
= 2
= = · = (3.44)
(−1 − 2j)(−4j) 4j + 8j 4j − 8 4(j − 2) (j + 2)
3(j + 2) 3(j + 2) 3(2 + j) 3
2
= = = − (2 + j)
4(j + 2j − 2j − 4 4(−1 − 4) 4 · −5 20
22 Capítulo 3. Funções Impróprias
3 3
C= = =
s(s + 1 + 2j) s=−1+2j (−1 + 2j)(−1 + 2j + 1 + 2j)
3 3 3 3 (j − 2)
= 2
= = · = (3.45)
(−1 + 2j)(4j) −4 + 8j −4j − 8 −4(j + 2) (j − 2)
3(j − 2) 3(j − 2) 3(j − 2) 3
2
= = = − (2 − j)
−4(j − 2j + 2j − 4) −4(−1 − 4) −4 · −5 20
3
3
5 2+j 2−j
F (s) = − + (3.46)
s 20 s + 1 + 2j s + 1 − 2j
3 3
(2 + j)e−(1+2j)t + (2 − j)e−(1−2j)t
f (t) = − (3.47)
5 20
3 3 −(1+2j)t
+ je−(1+2j)t + 2e−(1−2j)t − je−(1−2j)t =
f (t) = − 2e
5 20
3 3 −t −2jt
) + j(e−t · e−2jt + 2(e−t · e2jt ) − j(e−t · e2jt ) =
− 2(e · e
5 20
3 3
· e−t 2e−2jt + je−2jt + 2e2jt − je2jt =
−
5 20
3 3
· e−t 2e2jt + 2e−2jt − je2jt + je−2jt =
− (3.48)
5 20
3 3
· e−t 2(e2jt + e−2jt ) − j(e2jt − e−2jt ) =
−
5 20
3 3 −t 2jt −2jt 2 2jt −2jt 2j
− ·e 2(e + e ) · − j(e − e )· =
5 20 2 2j
e + e−2jt e − e−2jt
2jt 2jt
3 3 −t 2
− ·e 4 − 2j =
5 20 2 2j
e + e−j2t e − e−j2t
j2t j2t
3 3 −t
f (t) = − e 4 +2 (3.49)
5 20 2 2j
3.3. Frações Parciais 23
3 3
f (t) = − e−t [4 cos(2t) + 2 sin(2t)] =
5 20 (3.50)
3 3 −t 1
− e · 4 cos(2t) + sin(2t)
5 20 2
Resultando em:
3 3 −t 1
f (t) = − e cos (2t) + sin (2t) = 0.6 − 0.671e−t cos(2t − φ) (3.51)
5 5 2
√
Aplicando a Identidade trigonométrica: a cos(x) + b sin(x) = a2 + b2 cos(x + θ)
com θ = arctan(−b/a)
√
12 + 0.52 cos(2t + arctan(−0.5))
(3.52)
1.11 cos(2t − 26.57◦ )
2s + 12
F (s) = (3.54)
s2+ 2s + 5
s+a
L e−at cos ωt =
(3.57)
(s + a)2 + ω 2
24 Capítulo 3. Funções Impróprias
a função F (s) pode ser escrita como a função senoidal amortecida e a função
cossenoidal amortecida
2s + 12 10 + 2(s + 1) 2 s+1
F (s) = = =5 +2 (3.58)
s2 + 2s + 5 2
(s + 1) + 2 2 2
(s + 1) + 2 2 (s + 1)2 + 22
Segue-se que:
2 s+1
f (t) = L −1
F (s) = 5L −1
+ 2L −1
(3.59)
(s + 1)2 + 22 (s + 1)2 + 22
para t > 0.
Capítulo 4
Polos, Zeros e a Resposta do
Sistema
25
26 Capítulo 4. Polos, Zeros e a Resposta do Sistema
a
C(s) = R(s)G(s) = (4.1)
s(s + a)
Constante de Tempo:
Chamamos 1/a de constante de tempo da resposta. A partir da Equação 4.3 a
constante de tempo pode ser descrita como o tempo para eat decair para 37% de
seu valor inicial. Alternativamente, a partir da Equação 4.4 a constante de tempo
é o tempo necessário para a resposta ao degrau atingir 63% de seu valor nal.
Tempo de Subida, Ts :
O tempo de subida é denido como o tempo necessário para que a forma de onda
vá de 0, 1 a 0, 9 de seu valor nal. O tempo de subida é obtido resolvendo-se a
Equação 4.2 para a diferença de tempo entre c(t) = 0, 9 e c(t) = 0, 1. Portanto,
2, 31 0.11 2, 2
Tr = − = (4.5)
a a a
4.2. Sistemas de Segunda Ordem: Introdução 29
Tempo de Acomodação, Ts :
O tempo de acomodação é denido como o tempo para que a resposta alcance
e que em uma faixa 2% em torno de seu valor nal. Fazendo c(t) = 0, 98 na
Equação 4.2 e resolvendo para o tempo, t, determinamos o tempo de acomodação
como sendo
4
Ts = (4.6)
a
9 9
C(s) = = (4.7)
s(s2 + 9s + 9) s(s + 7, 854)(s + 1, 146)
Esta função possui um polo na origem, proveniente da entrada em degrau unitário,
e dois polos reais provenientes do sistema. O polo da entrada na origem gera a
resposta forçada constante; cada um dos dois polos do sistema no eixo real gera
uma resposta natural exponencial, cuja frequência exponencial é igual à posição
do polo. Assim, a resposta inicialmente poderia ter sido escrita como c(t) =
−7,854t
K1 + K2 e + K3 e−1,146t . Esta resposta, mostrada na Figura 4.5(b), é chamada
de superamortecida. Observamos que os polos nos dizem a forma da resposta sem
o cálculo tedioso da transformada inversa de Laplace.
9 9
C(s) = = (4.10)
s(s2 + 6s + 9) s(s + 3)2
Esta função possui um polo na origem, proveniente da entrada em degrau unitário,
e dois polos reais iguais provenientes do sistema. O polo da entrada na origem gera
4.2. Sistemas de Segunda Ordem: Introdução 31
a resposta forçada constante, e os dois polos no eixo real em ˘3 geram uma resposta
natural que consiste de uma exponencial e de uma exponencial multiplicada pelo
tempo, em que a frequência exponencial é igual à posição dos polos reais. Assim, a
−3t
saída pode ser estimada como c(t) = K1 + K2 e + K3 te−3t . Este tipo de resposta,
mostrada na Figura 4.5(e), é chamada de criticamente amortecida. As respostas
criticamente amortecidas são as mais rápidas possíveis sem ultrapassagem, que é
uma característica da resposta subamortecida.
Vamos agora comparar a posição do polo com o gráco. A Figura 4.6 mostra
uma resposta senoidal amortecida geral de um sistema de segunda ordem. A res-
posta transitória consiste de uma amplitude exponencialmente decrescente gerada
pela parte real do polo do sistema, multiplicada por uma forma de onda senoidal
gerada pela parte imaginária do polo do sistema.
das de modo que a resposta de um sistema de segunda ordem possa ser descrita a
um projetista sem a necessidade de esboçar essa resposta. Nesta seção denimos
duas especicações com signicado físico para os sistemas de segunda ordem. Essas
grandezas podem ser utilizadas para descrever as características da resposta tran-
sitória de segunda ordem da mesma forma que as constantes de tempo descrevem
a resposta dos sistemas de primeira ordem. Essas duas grandezas são denominadas
frequência natural e fator de amortecimento. Vamos deni-las formalmente.
Frequência Natural, ωn :
Fator de Amortecimento, ξ :
Vamos agora revisar nossa descrição do sistema de segunda ordem para reetir
as novas denições. O sistema de segunda ordem geral mostrado na Figura 4.5(a)
pode ser transformado para mostrar as grandezas ξ e ωn . Considere o sistema
geral
b
G(s) = (4.16)
s2 + as + b
Sem amortecimento, os polos estariam no eixo ωi, e a resposta seria uma senoide
não amortecida. Para que os polos sejam imaginários puros, a = 0. Portanto,
b
G(s) = (4.17)
s2 +b
Por denição, a frequência natural, ωn , é a frequência de oscilação desse sistema.
√
Uma vez que os polos desse sistema estão no eixo iω em ± bi.
√
ωn = b (4.18)
Portanto,
b = ωn2 (4.19)
4.4. Sistemas de Segunda Ordem Subamortecidos 35
a
2
ξ= (4.20)
ωn
a partir do que
a = 2ξωn (4.21)
p
s1,2 = −ξωn ± ωn ξ2 − 1 (4.23)
ωn2 K1 K2 s + K3
C(s) = = + (4.24)
s(s2 + 2ξωn s + ωn2 ) s s2 + 2ξωn s + ωn2
1 p
c(t) = 1 − p e−ξωn t cos(ωn 1 − ξ 2 t − φ) (4.26)
1 − ξ2
em que
−1 ξ
φ = tan (4.27)
1 − ξ2
Cálculo de Tp :
O primeiro pico, que ocorre no instante de pico, Tp é:
π
Tp = p (4.28)
ωn 1 − ξ 2
Cálculo de M p:
A partir da Figura 4.10 a ultrapassagem percentual, M p, é dada por:
√ ξπ
2
Mp = e 1−ωn
× 100 (4.29)
−ln(M p/100)
ξ=p (4.30)
π 2 + ln2 (M p/100)
4.4. Sistemas de Segunda Ordem Subamortecidos 39
Cálculo de Ta:
Para determinar o tempo de acomodação, precisamos determinar o instante para
o qual c(t) na Eq.(4.23) alcança e permanece dentro da faixa de ±2% em torno
do valor em regime permanente, c(f inal). Vamos adotar uma aproximação para
o tempo de acomodação que será utilizada para todos os valores de ξ; a qual é:
4
Ta = (4.31)
ξωn
As partes constituintes de c(t) são mostradas na Figura 4.12 para três casos de ar .
Para o Caso I, ar = ar1 não é muito maior que ξωn ; para o Caso II, ar = ar2 e é
muito maior que ξωn ; e para o Caso III, ar = ∞.
Vamos dirigir nossa atenção para a Equação 4.33 e a Figura 4.12. Se ar ξωn
(Caso II), a exponencial pura desaparecerá muito mais rápido do que a resposta ao
degrau subamortecida de segunda ordem. Se o termo da exponencial pura decai
para um valor insignicante no instante da primeira ultrapassagem os parâmetros
como a ultrapassagem percentual, o tempo de acomodação e o instante de pico
serão gerados pela componente da resposta ao degrau subamortecida de segunda
ordem. Assim, a resposta total se aproximará da resposta de um sistema de
segunda ordem puro (Caso III).
Caso ar não seja muito maior que ξωn (Caso I), a resposta transitória do
polo real não decairá até um valor insignicante no instante de pico ou no tempo
de acomodação gerado pelo par de segunda ordem. Nesse caso, o decaimento
exponencial é signicativo, e o sistema não pode ser representado como um sistema
de segunda ordem.
Figura 4.12: Componentes das respostas de um sistema com três polos: a. dia-
grama de polos; b. componentes das respostas: o polo não dominante está próximo
do par de segunda ordem dominante (Caso I), longe do par (Caso II) e no innito
(Caso III).
(−b+a) (−c+a)
(s + a) A B (−b+c) (−c+b)
T (s) = = + = + (4.34)
(s + b)(s + c) s+b s+c s+b s+c
Se o zero estiver afastado dos polos, então a será muito maior que b e c, e
1 1
" #
(−b+c) (−c+b) a
T (s) ≈ a + = (4.35)
(s + b) (s + c) (s + b)(s + c)
4.6. Resposta do Sistema com Zeros 43
Concluímos essa seção falando sobre o cancelamento de polos e zeros e seu efeito
em nossa capacidade de realizar aproximações de segunda ordem para um sistema.
Admita um sistema com três polos com um zero, como mostrado na Equação 4.36.
Caso o termo do polo (s + p3 ) e o termo do zero (s + z), se cancelem, camos com
K (s
+z)
T (s) = 2 (4.36)
(s
+p
3 )(s + as + b)
Vimos que três requisitos fazem parte do projeto de um sistema de controle: res-
posta transitória, estabilidade e erros em regime permanente. Até agora cobrimos
a resposta transitória. Estamos agora prontos para discutir o requisito seguinte,
a estabilidade. A estabilidade é a especicação de sistema mais importante. Caso
um sistema seja instável, a resposta transitória e os erros em regime permanente
são uma questão irrelevante. Um sistema instável não pode ser projetado para
ter uma resposta transitória especíca ou para atender um requisito de erro em
regime permanente. O que, então, é estabilidade? Existem muitas denições de
estabilidade, dependendo do tipo de sistema ou do ponto de vista. Nesta seção,
nos limitamos a sistemas lineares e invariantes no tempo.
45
46 Capítulo 5. Estabilidade
Um sistema é estável se toda entrada limitada gerar uma saída limitada. Cha-
mamos esta declaração de denição de estabilidade entrada-limitada, saída-limitada
bounded-input, bounded-output
( BIBO).
Vamos agora produzir uma denição alternativa para instabilidade baseada na res-
posta total em vez da resposta natural. Percebemos que se a entrada for limitada,
mas a resposta total for ilimitada, o sistema é instável, uma vez que podemos
concluir que a resposta natural tende a innito à medida que o tempo tende a
innito. Caso a entrada seja ilimitada, veremos uma resposta total ilimitada, e
não poderemos tirar nenhuma conclusão a respeito da estabilidade do sistema: não
podemos dizer se a resposta total é ilimitada porque a resposta forçada é ilimitada
ou porque a resposta natural é ilimitada. Assim, nossa denição alternativa de
instabilidade, que diz respeito à resposta total, é:
Um sistema é instável se alguma entrada limitada gerar uma saída ilimitada.
Essas denições ajudam a esclarecer nossa denição anterior de estabilidade mar-
ginal, a qual na verdade quer dizer que o sistema é estável para algumas entradas
limitadas e instável para outras. Por exemplo, mostraremos que se a resposta
natural for não amortecida, uma entrada senoidal limitada de mesma frequência
produzirá uma resposta natural com oscilações crescentes. Assim, o sistema parece
ser estável para todas as entradas limitadas, exceto para esta senoide. Portanto,
os sistemas marginalmente estáveis segundo as denições da resposta natural são
considerados como sistemas instáveis segundo as denições BIBO.
Vamos resumir nossas denições de estabilidade de sistemas lineares invariantes
no tempo. Usando a resposta natural:
Fisicamente, um sistema instável cuja resposta natural aumente sem limites pode
causar danos ao sistema, às instalações adjacentes ou à vida humana. Muitas
vezes, os sistemas são projetados com limites de parada para evitar uma perda
total de controle. Da perspectiva do gráco da resposta no tempo de um sistema
físico, a instabilidade é apresentada por transitórios que crescem sem limites e
consequentemente a resposta total não tende a um valor em regime permanente
ou a outra resposta forçada.
Como determinamos se um sistema é estável? Vamos nos focar nas denições de
estabilidade da resposta natural. Recorde de nosso estudo sobre polos do sistema
que polos no semiplano da esquerda (spe) produzem respostas naturais de decai-
mento exponencial puro ou senoides amortecidas. Essas respostas naturais tendem
a zero à medida que o tempo tende a innito. Assim, se os polos do sistema em
malha fechada estiverem na metade esquerda do plano s e consequentemente tive-
os sistemas estáveis possuem
rem parte real negativa, o sistema será estável. Isto é,
funções de transferência em malha fechada com polos apenas no semiplano da es-
querda.
Os polos no semiplano da direita (spd) produzem respostas naturais de exponen-
ciais crescentes puras ou senoides exponencialmente crescentes. Essas respostas
naturais tendem a innito à medida que o tempo tende a innito. Assim, se os
polos do sistema em malha fechada estiverem na metade direita do plano s e conse-
quentemente tiverem parte real positiva, o sistema será instável. Além disso, polos
com multiplicidade maior que 1 no eixo imaginário levam à soma de respostas da
n
forma At cos(ωt + φ), em que n = 1, 2, ..., que também tende a innito à medida
que o tempo tende a innito. Portanto, os sistemas instáveis possuem funções de
transferência em malha fechada com pelo menos um polo no semiplano da direita
e/ou polos com multiplicidade maior que 1 no eixo imaginário.
Finalmente, um sistema que possui polos com multiplicidade 1 no eixo imaginá-
rio produz oscilações senoidais puras como uma resposta natural. Essas respostas
não aumentam nem diminuem em amplitude. Portanto, os sistemas marginal-
48 Capítulo 5. Estabilidade
O método requer dois passos: (1) gerar uma tabela de dados chamada de tabela
de Routh e (2) interpretar a tabela de Routh para dizer quantos polos de sistema
em malha fechada estão no semiplano esquerdo, no semiplano direito e sobre o
eixo jω . Você pode querer saber por que estudamos o critério de Routh-Hurwitz
quando calculadoras e computadores modernos podem nos dizer a posição exata
dos polos do sistema. O poder do método está no projeto e não na análise.
Figura 5.2: Causa comum de problemas na obtenção dos polos em malha fechada:
a. sistema original; b. sistema equivalente.
s4 α4 α2 α0
s3 α3 α1 0
s2
s1
s0
10
T (s) = (5.2)
s5 + 2s4 + 3s3 + 6s2 + 5s + 3
54 Capítulo 5. Estabilidade
Figura 5.8: Determinando sinais na primeira coluna de uma tabela de Routh com
zero como primeiro elemento em uma linha
linha. Vamos ver um exemplo que mostra como construir e interpretar a tabela
de Routh quando uma linha inteira de zeros estiver presente.
10
T (s) = (5.3)
s5 + 7s4 + 6s3 + 42s2 + 8s + 56
dP (s)
= 4s3 + 12s + 0 (5.5)
ds
56 Capítulo 5. Estabilidade
Vamos examinar melhor o caso que resulta em uma linha inteira de zeros. Uma
linha inteira de zeros aparecerá na tabela de Routh quando um polinômio estrita-
mente par ou estritamente ímpar for um fator do polinômio original. Por exemplo,
s4 + 5s2 + 7 é um polinômio par; ele possui apenas potências pares de s. Os po-
linômios pares só possuem raízes que são simétricas com relação à origem. Esta
simetria pode ocorrer sob três condições de posições das raízes: (1) As raízes são
simétricas e reais, (2) as raízes são simétricas e imaginárias ou (3) as raízes são qua-
drantais. A Figura 5.10 mostra exemplos desses casos. Cada caso ou combinação
desses casos gera um polinômio par.
Figura 5.10: Posições das raízes para se gerar polinômios pares: A, B, C ou qual-
quer combinação
É este polinômio par que faz com que a linha de zeros apareça. Assim, a linha
de zeros indica a existência de um polinômio par cujas raízes são simétricas em
relação à origem. Algumas das raízes poderiam estar sobre o eixo jω . Por outro
lado, uma vez que raízes jω são simétricas em relação à origem, se não tivermos
uma linha de zeros, não será possível termos raízes jω . Outra característica da
tabela de Routh para o caso em questão é que a linha anterior à linha de zeros
contém o polinômio par que é um fator do polinômio original. Finalmente, tudo
a partir da linha que contém o polinômio par até o nal da tabela de Routh é um
teste apenas do polinômio par.
Capítulo 6
Projeto de Sistema de Controle
57
58 Capítulo 6. Projeto de Sistema de Controle
Figura 6.1: Sinal de controle não nulo quando erro é igual a zero- Controle Integral
Figura 6.2: Sinal de controle nulo quando erro é igual a zero- Controle Proporcional
Observe que a ação de controle integral, embora remova o erro de regime per-
manente ou erro estacionário, pode conduzir a uma resposta oscilatória com uma
amplitude que decrece lentamente ou mesmo um amplitude sempre crescente, am-
bas, em geral, indesejáveis.
6.1. Efeito das ações de controle integral e derivativo no desempenho
dos sistemas 59
6.1.2 Sistema de controle proporcional
Para uma entrada em degrau, o controle proporcional de um sistema sem inte-
grador ocasionará um erro de regime permanente. Mas, que esse erro poder ser
eliminado se for incluída no controlador um ação de controle integral.
Kp · Kg
G(s) =
Ts + 1
Como
1 1
E(s) = R(s) = R(s)
1 + G(s) Kp · Kg
1+
Ts + 1
1
Para a entrada em degrau unitário R(s) = s
, temos:
Ts + 1 1
E(s) =
T s + 1 + Kp · Kg s
O erro estacionário é:
60 Capítulo 6. Projeto de Sistema de Controle
Ts + 1 1
ess = limt→∞ e(t) = lims→0 sE(s) = lims→0 =
T s + 1 + Kp · K g Kp · Kg + 1
Esse sistema sem um integrador no ramo direto sempre tem um erro estacionário
na resposta ao degrau. Esse erro estacionário pode ser chamado de erro residual.
A Figura 6.4 mostra a resposta ao degrau unitário e o erro residual.
C(s) Ki · Kg
=
R(s) s(T s + 1) + Ki · Kg
Portanto:
s2 (T s + 1) 1
ess = lims→0 2
=0
T s + s + Ki · Kg s
obtida como:
C(s) K p · Kg
= 2
R(s) Js + Kp · Kg
Js2 + Kp · Kg = 0
r r
−(Kp · Kg ) Kp · Kg
s1,2 = =± i
J J
C(s) Kg (Kp + Kd s)
= 2
R(s) Js + Kd Kg s + Kp Kg
A equação característica
Kd Kg Kp Kg
Js2 + Kd Kg s + Kp Kg = s2 + s+ =0
J J
64 Capítulo 6. Projeto de Sistema de Controle
tem agora duas raízes com partes reais negativas para os valores de J , Kp e Td .
Assim, o controle derivativo introduz um efeito de amortecimento. A Figura 6.9
apresenta uma curva de resposta típica c(t) para uma entrada em degrau unitário.
Evidentemente, a curva de resposta mostra uma melhora signicativa em relação
à curva de resposta original da Figura 6.7.
C(s) Kd Kg s + Kp Kg
= 2
R(s) Js + (B + Kd Kg )s + (K + Kp Kg )
B
ess =
Kp
A equação característica é:
B + Kd Kg K + Kp Kg
Js2 + (B + Kd Kg )s + (K + Kp Kg ) = s2 + s+ =0
J J
B + Kd Kg
ξ= r J
K + Kp Kg
2
J
é possível obter valores pequenos tanto para erro estacionário ess , correspondente
a uma entrada em rampa, como para o máximo sobressinal para uma entrada em
degrau, fazendo que o valor de B seja pequeno, o de Kp , elevado, e o de Kd seja
grande o bastante para que o valor de ξ que entre 0.4 e 0.7.
Neste capítulo é apresentado o método do lugar das raízes, que consiste basica-
mente em levantar a localização dos pólos de um sistema em malha fechada em
função da variação de um parâmetro K. O projeto de controladores envolve sem-
pre a escolha da localização de pólos e zeros do sistema em malha fechada, que
deve ser traduzida através da escolha da estrutura do controlador e dos seus parâ-
metros (Como em controlares P, PI, PD e PID). Desta forma, a utilização do lugar
das raízes pode ser útil no projeto de controladores pois neste pode-se observar a
movimentação dos pólos em malha fechada a medida que um parâmetro K varia.
Ao nal apresenta-se exemplos da utilização do método do lugar das raízes para o
projeto de controladores.
KG(s)
GM F =
1 + KG(s)H(s)
Então:
KNG(s) DH(s)
GM F =
DG(s) DH(s) + KNG(s) DH(s)
em que N e D são polinômios fatorados e correspondem aos termos do numerador
e do denominado, respectivamente.
67
68 Capítulo 7. O método do lugar das raízes
Vamos agora aplicar os conceitos a uma função mais elaborada. Admita uma
função:
Fatores Complexo do N
Qm Q
i=1 (s + zi )
F (s) = Qn =Q
j=1 (s + pj ) Fatores Complexo do D
signica "produtório", m = número de zeros
Q
em que o símbolo e n= número
de pólos. Cada fator do numerador e cada fator do denominador é um número
70 Capítulo 7. O método do lugar das raízes
complexo que pode ser representado como um vetor. A função dene a aritmética
complexa a ser realizada para se calcular F (s) em qualquer ponto s. Como cada
fator complexo pode ser interpretado como um vetor, a magnitude, M, de F (s)
em qualquer ponto de s, é
em que uma distância até um zero, (s+zi ), é a magnitude do vetor traçado a partir
do zero de F (s) em −z até o ponto de s, e uma distância até um pólo, (s + pj ), é
a magnitude do vetor traçado a partir do pólo de F (s) em −pj até o ponto s. O
ângulo, θ, de F (s) em qualquer, s, é
C(s) G(s)H(s)
=
R(s) 1 + G(s)H(s)
1 + G(s)H(s)
ou
G(s)H(s) = −1
(s + z1 )(s + z2 )...(s + zm )
1+K =0
(s + p1 )(s + p2 )...(s + pn )
K(s + z1 )
=0
(s + p1 )(s + p2 )(s + p3 )(s + p4 )
onde −p2 e −p3 são pólos complexos conjugados. Podemos escrever a condição de
ângulo como a seguir:
∠G(s)H(s) = +φ1 − θ1 − θ2 − θ3 − θ4
KB1
|G(s)H(s)| =
A1 A2 A3 A4
75
76 Capítulo 8. Espaço de Estados
Pode-se considerar que uma trajetória seja mapeada pelo vetor de estado x(t),
para uma determinada faixa de variação de t. A gura mostra também o vetor de
estado em um instante particular t = 4.
x = vetor de estado
ẋ = derivada do vetor de estados em relação ao tempo
y = vetor de saída
u = vetor de entrada
A = Matriz do sistema
B = Matriz de entrada
C = Matriz do saída
D = Matriz de transmissão direta
Resolvendo:
Y (s)
G(s) = = C(s · I − A)−1 · B + D
U (s)
8.4. Projeto no Espaço de Estados 79
Este material deve ser considerado apenas uma introdução ao projeto no espaço
de estados; introduzimos uma técnica de projeto no espaço de estados e a aplicamos
apenas a sistemas lineares.
ẋ = Ax + Bu
y = Cx
onde
x = Vetor de estado (n-dimensional)
u = Sinal de controle (escalar)
A = Matriz de Estado n × n
B = Matriz de Entrada n × 1
C = Matriz de Saída 1 × n
u = −Kx (8.3)
ẋ = Ax + Bu = Ax + B(−Kx + r) = (A − BK)x + Br
Isto signica que o sinal de controle é determinado pelo estado instantâneo. Esta
técnica é chamada de retroação de estado, A matriz K (n×1) é chamada de matriz
de ganho de retroação de estado. Na análise que se segue admite-se que não haja
restrições sobre o valor de u, isto é, que u seja não-restrito.
ẋ = (A − BK)x (8.4)
82 Capítulo 8. Espaço de Estados
A princípio, parece que o método deve sempre funcionar para qualquer sis-
tema. Entretanto, este não é o caso. As condições que devem existir para ser
possível alocar unicamente os polos em malha fechada nas posições desejadas é a
controlabilidade do sistema.
8.4.4 Controlabilidade
Considere a forma paralela mostrada na Figura 8.3(a). Para controlar a posição
dos polos do sistema em malha fechada, estamos dizendo implicitamente que o sinal
de controle, u, pode controlar o comportamento de cada variável de estado em x.
Se qualquer uma das variáveis de estado não puder ser controlada pelo controle
u, então não poderemos alocar os polos do sistema onde desejamos. Por exemplo,
na Figura 8.3(b), se x1 não fosse controlável através do sinal de controle e se x1 ,
além disso, apresentasse uma resposta instável decorrente de uma condição inicial
diferente de zero, não haveria uma maneira de realizar um projeto de realimentação
de estado para estabilizar x1 ; x1 seguiria de seu próprio modo, independentemente
do sinal de controle, u. Portanto, em alguns sistemas um projeto de realimentação
de estados não é possível.
Matriz de Controlabilidade
ẋ = Ax + Bu
MC = |B AB .. An−1 B|
T = MC W (8.5)
MC = |B AB .. An−1 B| (8.6)
e
αn−1 αn−2 .. α1 1
αn−2 .. α1 1 0
W =
: : : : :
(M1)
α1 1 .. 0 0
1 0 .. 0 0
x˙1 0 1 0 ··· 0 x1 β1
x˙2 0
0 1 ··· 0 x2
β2
.. .. .
.
.
. .. .
.
.. .
.
. = . + u
. . . .
. .
xn−1
˙ 0 0 0 · · · 1 xn−1 βn−1
x˙n −an −an−1 −an−2 · · · −a1 xn βn
8.5. Projeto de Observador 85
x1
x2
y = [1 | 0 | ... | 0] = ... + β0 u
xn−1
xn
onde:
β0 = b0
β1 = b 1 − a1 β 0
β2 = b 2 − a1 β 1 − a2 β 0
β3 = b 3 − a1 β 2 − a2 β 1 − a3 β 0
.
.
.
βm = bm − a1 βm−1 − ... − an−1 β1 − an β0
e um observador,
x̂˙ = Ax̂ + Bu
ŷ = C x̂
Subtraindo as Equações da planta e do observador, obtemos
ẋ = Ax + Bu
y = Cx
˙ = C(x − x̂)
(ẏ − ŷ) (8.14)
88 Capítulo 8. Espaço de Estados
onde (x − x̂) é o erro entre o vetor de estado real e o vetor de estado estimado,
e (y − ŷ) é o erro entre a saída real e a saída estimada. Substituindo a equação
de saída na equação de estado, obtemos a equação de estado para o erro entre o
vetor de estado estimado e o vetor de estado real:
˙ = (A − LC)(x − x̂)
(ẋ − x̂) (8.15)
˙ = C(x − x̂)
(ẏ − ŷ) (8.16)
A Equação 8.15 é livre. Caso os autovalores sejam todos negativos, o erro do vetor
de estado estimado, ex , decairá a zero. O projeto então consiste em resolver para
os valores de L para resultar em uma equação característica desejada ou resposta
desejada para as Equações 8.15 e 8.16.
8.5.1 Observabilidade
Recorde que a capacidade de controlar todas as variáveis de estado é um requisito
para o projeto de um controlador. Os ganhos de realimentação das variáveis de
estado não podem ser projetados se alguma variável de estado for não controlável.
Um conceito semelhante rege nossa capacidade de criar um projeto de observador.
Especicamente, estamos utilizando a saída de um sistema para estimar as variá-
veis de estado. Se alguma variável de estado não tiver efeito sobre a saída, então
não podemos estimar essa variável de estado observando a saída. A Figura 8.5(a)
mostra um sistema onde cada variável de estado pode ser observada na saída, uma
vez que cada uma delas está conectada à saída. A Figura 8.5(b) é um exemplo
de sistema onde nem todas as variáveis de estado podem ser observadas na saída.
Nesse caso, x1 não está conectada à saída e não poderia ser estimada a partir de
uma medida da saída. Declaramos agora a seguinte denição baseada na discussão
anterior:
Matriz de Observabilidade
ẋ = Ax + Bu
y = Cx
C
CA
MO = (M2)
.
.
.
n−1
CA
90 Capítulo 8. Espaço de Estados
Q = (W MO )−1 (8.19)
C
CA
MO = (M3)
.
.
.
n−1
CA
e
αn−1 αn−2 .. α1 1
αn−2 .. α1 1 0
W =
: : : : :
(M4)
α1 1 .. 0 0
1 0 .. 0 0
α n − an
αn−1 − an−1
.
L = Q . (M5)
.
α 2 − a2
α 1 − a1
x˙1 0 0 · · · 0 −an x1 βn
x˙2 1 0 · · · 0 −an−1 x2 βn−1
.. = .. .. .. .. + .. u
.
. . . . .
. . .
x˙n 0 0 · · · 1 −a1 xn β1
x1
x2
y = [0 | 0 | ... | 1] = .. + b0 u
.
xn
1
Degrau Unitário =⇒ 1
s
1
Rampa Unitária =⇒ t
s2
1
e−at
(s + a)
1
te−at
(s + a)2
ω
sin ωt
s2 + ω 2
Continua na próxima página
93
94 Apêndice A. Tabela Transformada de Laplace
s
cos ωt
s2 + ω2
ω
sinh ωt
s2 − ω2
s
cosh ωt
s2 − ω2
1 1
(1 − e−at )
a s(s + a)
1 1
(e−at − e−bt )
b−a (s + a)(s + b)
1 s
(be−bt − ae−at )
b−a (s + a)(s + b)
1 1 −at −at 1
1+ (be − ae )
ab a−b s(s + a)(s + b)
1 1
(1 + e−at − ate−at )
a2 s(s + a)2
ω
e−at sin ωt
(s + a)2 + ω 2
ω
p n e−ξωn t sin ωn 1 − ξ 2 t
p
1 − ξ2
ωn2
(0 < ξ < 1)
s2 + 2ξωn s + ωn2
1 p
−p e−ξωn t sin(ωn 1 − ξ 2 t − φ)
1 − ξ2 p
−1 1 − ξ2
φ = tan )
ξ
s
(0 < ξ < 1, 0 < φ < π/2)
s2 + 2ξωn s + ωn2
1 p
1− p e−ξωn t sin(ωn 1 − ξ 2 t + φ)
1 − ξ2 p
1 − ξ2
φ = tan−1 )
ξ
ωn2
(0 < ξ < 1, 0 < φ < π/2)
s(s2 + 2ξωn s + ωn2 )
Apêndice B
Diagrama de Blocos
Somador: Um círculo com uma cruz é o símbolo que indica a operação de soma.
O sinal de mais ou menos na extremidade de cada seta indica se o sinal deve ser
somando ou subtraído. É importante que as quantidades a serem somadas ou
subtraídas tenham, as mesmas dimensões e as mesmas unidades.
97
98 Apêndice B. Diagrama de Blocos
madores.
ou
C(s) G(s)
= (B.5)
R(s) 1 + G(s)H(s)
Tem como objetivo obeter um modelo matemático que representa uma relação de
entrada e saída de um sistema. em outras palavras é a função de transferência.
Y (s)
Exemplo: Dados o circuito da Figura ??, obter a função de transferência, .
U (s)
Diagrama de corpo Livre:
P
Fm = 0
101
102 Apêndice C. Modelamento Matemático
Em Laplace:
K b 1
s2 · Y (s) = − · (Y (s)) − · (s · Y (s)) + · U (s) (C.3)
m m m
C.2. Modelamento de Sistemas Elétricos 103
K b 1
Ÿ = − ·Y − · Ẏ + ·U (C.4)
m m m
Voltando a Equação 1:
Y (s) 1
= 2
(C.6)
U (s) m·s +b·s+K
1
Y (s) m
= (C.7)
U (s) b K
s2 + ·s+
m m
1 R 1
Capacitor vc (t) = ic (t)dt Vc (s) = Ic (s)
C Cs
d
Indutor vi (t) = L il (t)dt Vl (s) = LsIl (s)
dt
104 Apêndice C. Modelamento Matemático
1
LsI2 (s) + R2 I2 (s) + I2 (s) − LsI1 (s) = 0 (C.9)
Cs
Combinado temos, as equações anteriores se tornam equações simultaneas em
I1 (s)eI2 (s):
(R1 + Ls)I1 (s) −LsI2 (s) = V (s)
1 (C.10)
−LsI1 (s) Ls + R2 + I2 (s) =0
Cs
Podemos usar a regra de Cramer, (ou qualquer outro método para resolver sistemas
C.2. Modelamento de Sistemas Elétricos 105
(R1 + Ls) V (s)
−Ls =0 LsV (s)
I2 (s) = = (C.11)
∆ ∆
onde
(R1 + Ls) −Ls)
∆= 1 (C.12)
−Ls Ls + R2 +
Cs
Elaborando a função de transferência, G(s), resulta:
I2 (s) Ls LCs2
G(s) = = = (C.13)
V (s) ∆ (R1 + R2 )LCs2 + (R1 R2 C + L)s + R1
correntes Ia (s) = 0 e I1 (s) = −I2 (s). Além disto, como o valor do ganho A é ele-
Vi (s) Vo (s)
vado V1 (t) ≈ 0. em consequência, I1 (s) = e I2 (s) = − . Igualando as
Z1 (s) Z2 (s)
Vo (s) Vi (s)
duas correntes, =− , ou seja, a função de transferência do amplicador
Z2 (s) Z1 (s)
operacional inversor é:
Vo (t) Z2 (s)
=− (C.15)
Vi (s) Z1 (s)
Vo
Exemplo: Obter a função de transferência , para o circuito dado na Figura
Vi
C.6
1
× R1
C1 s R1 360 × 103
Z1 (s) = = = (C.16)
1 R1 Cs + 1 2.016s + 1
+ R1
C1 s
Para Z2 (s), as impedâncias se somam, ou seja,
1 107
Z2 (s) = R2 + = 220 × 103 + (C.17)
C2 s s
Substituindo as Z1 (s) e Z2 (s) na equação do ganho do amplicador inversor, ob-
temos:
Vo (s) s2 + 45.95s + 22.55
= −1.232 (C.18)
Vi (s) s
O circuito resultante é chamado controlador PID e pode ser usado para melhorar
o desempenho de um sistema de controle.
Apêndice D
Regras de sintonia de Ziegle-Nichols
para controladores PID
109
Apêndice D. Regras de sintonia de Ziegle-Nichols para controladores
110 PID
C(s) Ke−Ls
=
U (s) Ts + 1
Tipo de controlador Kp Ti Td
T
P ∞ 0
L
T L
PI 0.9 0
L 0.3
T
P ID 1.2 2L 0.5L
L
1
Gc (s) = Kp 1 + + Td s
Ti s
T 1
Gc (s) = 1.2 1+ + 0.5s
L 2Ls
2
1
s+
L
Gc (s) = 0.6T
s
1
Portanto, o controlador PID tem um polo na origem e zeros duplos em s=−
L
Segundo método. Neste segundo método ajustam-se primeiro os valores de
Ti = ∞ e Td = 0. Utilizando-se somente a ação de controle proporcional (ver
Figura D.5), aumenta-se o valor de Kp de 0 a um valor crítico Kcr para o qual o
sinal de saída apresente oscilações mantidas. (Se o sinal de saída não apresentar
oscilações, quaisquer que sejam os valores de Kp , então o método não se aplica.)
113
Note que o controlador PID sintonizado pelo segundo método das regras de Zigle-
Nichols fornece:
1
Gc (s) = Kp 1+ + Td s
Ti s
1
Gc (s) = 0.6Kcr 1 + + 0.125Pcr s
0.5Pcr s
2
4
s+
Pcr
Gc (s) = 0.075Kcr Pcr
s
Apêndice D. Regras de sintonia de Ziegle-Nichols para controladores
114 PID
Tipo de controlador Kp Ti Td
P 0.5Kcr ∞ 0
1
PI 0.45Kcr Pcr 0
1.2
4
Portanto, o controlador PID tem um polo na origem e zeros duplos em s=− .
Pcr
Note que, se o sistema tem um modelo matemático conhecido (como a função de
transferência), então podemos utilizar o método do lugar das raízes para encontrar
2π
o ganho critico Kcr e a frequência de oscilações sustentadas ωcr , onde = Pcr .
ωcr
Esses valores podem ser encontrados a partir dos pontos de cruzamento dos ramos
do lugar das raízes com o eixo jω .
Referências Bibliográcas
115