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CATTLEYA – GRUPO SOPHRONITIS

Gênero estabelecido por Lindley em 1828 e publicado no Botanical Register 14


sub t. 1147.

Etimologia: Grego Sophron – castro, modesto e pequeno.

Sophronitis é um gênero com pequenas espécies epífitas de orquídeas da


subtribo Laeliinae da família Orchidaceae , atualmente é aumentado com
espécies que foram reclassificadas do gênero Laelia . As espécies de
Sophronitis são amplamente conhecidas por suas flores vermelhas,
especialmente a Sophronitis coccinea . Eles são amplamente distribuídos no
Brasil , Paraguai e NE da Argentina .

O gênero foi descrito tendo como espécie-tipo a Sophronitis cernua Lindl. Esta
espécie possui flores que podem ser consideradas modestas se comparadas
com as das outras, justificando o nome empregado.
Sendo, um gênero pouco explorado, quase desconhecido e pouco citado, mas
apreciado por muitas pessoas pelo tamanho pequeno, cor chamativa,
delicadeza no cultivo, ou até mesmo por curiosidade, todos sabemos que
muitas surpresas a seu respeito já apareceram e que muitas outras ainda
estão por aparecer.

FILOGENIA

Por serem plantas amplamente conhecidas e cultivadas sua classificação tem


despertado acalorados debates desde o ano 2000, quando foi proposta nova
classificação por Van den Berg & M.W.Chase, baseando se em resultados de
análises moleculares. Este estudo mostrou que as espécies então conhecidas

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como Laelia brasileiras têm muito mais em comum com as Cattleya e
Sophronitis do que com as Laelia da América Central. Ou seja, não mais seria
possível manter ambas no mesmo gênero, a não ser que fosse criado um
gênero muito extenso, incluindo todos os gêneros que se situam entre os dois
grupos de Laelia. As espécies tradicionalmente classificadas como Sophronitis
estariam inseridas entre os gêneros que Guy Chiron e Vitorino P. Castro tratam
como Dungsia e Hadrolaelia.

Como o grupo da América Central tem primazia sobre o nome Laelia, Van den
Berg & Mark W. Chase optaram por transferir estas espécies para o gênero
mais próximo, Sophronitis. Dentre seus motivos citam a vantagem de não
dividir as espécies em gêneros menores com pouca variação genética, onde as
relações de parentesco seriam perdidas, a praticidade de utilizar um gênero já
bem conhecido e o razoável tamanho do gênero resultante, com cerca de
sessenta espécies, e finalmente, como as análises ainda não estavam
completamente concluídas, algumas das espécies poderiam trocar de posição
nos cladose teriam de mudar de gênero novamente caso os grupos de espécies
fossem divididos por gêneros menores. Sendo todas Sophronitis isto não será
necessário. Assim, em adição às espécies pequenas e vermelhas, Van den Berg
propôs que o gênero Sophronitis incluísse também todas as espécies de Laelia
do Brasil.

Em 2002, taxonomistas brasileiros e franceses, descontentes com a proposta


de Van den Berg e Mark W. Chase, considerando a variedade dessas plantas
suficiente para a criação de gêneros independentes, apresentaram proposta
alternativa de classificação das espécies brasileiras de Laelia em quatro
diferentes gêneros menores e com mais afinidade morfológica, e subordinaram
a um deles, Hadrolaelia, parte das Sophronithis tradicionais, mantendo
Sophronitis somente as espécies similares à espécie tipo.

Em março de 2008, Cássio van den Berg[4] , devido a novos problemas


verificados na classificação filogenética deste grupo de espécies, foi proposta a
inclusão de todas as Sophronitis e ex-Laelia brasileiras em Cattleya. Baseia
esta proposta nos resultados de suas mais recentes análises moleculares que
situam algumas espécies de Cattleya e outras de Sophronitis sensu Van den
Berg intercaladas nos clados. Justifica ser esta a melhor solução para evitar a
criação de novos nomes no futuro quando o real relacionamento entre estas
espécies for finalmente desvendado.

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Nota: Clados = Em cladística, um clado (do grego klados, ramo) ou ramo é
um grupo de organismos originados de um único ancestral comum exclusivo.
Em biologia se chama clado cada um dos ramos da árvore filogenética. Por
conseguinte um clado é um grupo de espécies com um ancestral comum
exclusivo.

CARACTERISTICAS

O seu porte pequeno, os pseudobulbos agrupados, o labelo séssil (em Botânica


é o termo usado para designar um órgão vegetal que não possua haste de
suporte, inserindo-se diretamente em um órgão principal), pequenas asas nas
laterais da estigmática, coluna pequena e 8 políneas.

Formado por dez pequenas espécies epífitas, ocasionalmente rupícolas, a


maioria muito similares e dificilmente identificáveis, de crescimento cespitoso,
que ocorrem em áreas montanhosas e bastante úmidas, ocasionalmente mais
secas da Mata Atlântica, compreendida entre o Paraguai, Argentina e o estado
brasileiro das Alagoas. As plantas têm pseudobulbos ovais eretos e alongados,
ou achatados contra o substrato, verde escuros ou acinzentados, densamente
agrupados, com uma única folha carnuda, côncava, muitas vezes achatada
sobre a planta.

A inflorescência surge ao mesmo tempo que uma nova folha sendo que esta
funciona como se fosse uma espata. A folha cresce envolvendo os botões e
quando esta se abre os botões estão já prestes a abrirem também. Conforme a
espécie a inflorescência comporta de uma a oito flores, normalmente
vermelhas, mas também ocasionalmente alaranjadas, amarelas ou rosadas.

As flores são pequenas, mas bastante grandes quando comparadas ao


tamanho das plantas, de segmentos quase sempre bem explanados, com
labelo trilobado, da mesma cor que as pétalas e sépalas com ou sem uma
mancha amarelada ou rosada próxima da coluna. Geralmente reconhecidas por
suas flores vermelhas, particularmente a Cattleya coccinea, têm sido utilizadas
extensivamente para hibridação, para fornecer pequeno tamanho ou coloração
vermelha à progênie, no entanto não existem registros de híbridos naturais
dessas espécies. Compõe este grupo:C. acuensis, C. alagoensis, C. bicolor, C.

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brevipedunculata, C. cernua, C. coccinea, C. miniata, C. mantiqueirae, C.
pygmaea, C. wittigiana.

Proposta de
Espécie Ocorrência Altitude
Cassio Van den Berg (*)
Cattleya acuensis (Fowlie) Van den
S. acuensis Fowl. RJ 1800/2100m
Berg
S. alagoensis Castro Neto & Cattleya alagoensis (V. P. Cristo &
AL 150/840m
Chiron Chiron) Van den Berg
S. bicolor Miranda ES Cattleya dichrona Van den Berg
S. brevipendunculata (Cogn.) Cattleya brevipedunculata (Cogn.) Van
ES, MG, RJ 1500/2000m
Fowl. den Berg
AL, BA, ES, GO,
Nivel do mar
S. cernua Lindl. MG, PE, PR, RJ, Cattleya cernua (Lindl.) Van den Berg
até 700m
RS, SC, SP
S. coccinea (Lindl.) Rchb.f MG, RJ, SP 650/1500m
Cattleya coccínea Lindl.
S. miniata Cattleya miniata
BA, MG, PR, RJ, Cattleya mantiqueirae (Fowlie) Van den
S. mantiqueirae Fowl 1200/1900m
RS, SC, SP Berg
Cattleya pygmaea (Pabst) Van den
S. pygmaea (Pabst) Whitner ES, RJ
Berg
Cattleya wittigiana (Barb. Rodr.) Van
S. wittigiana Barb. Rodr. ES, MG 700/2000m
den Berg
(*) Cassio Van den Berg, em trabalho publicado em Neodivesity 3:3-12. 2008.
3-12 “New combinations in the genus Cattleya Lindl. (Orchidaceae)” propõe
novas combinações e nomes em Cattleya para abrigar espécies incluídas nos
gêneros Laelia e Sophronitis.

CULTIVO

Sophronitis é um gênero de orquídeas típico de ravinas, lugares altos, com


muita incidência de luz (não sol), com alta umidade e uma boa circulação de
ar.

Um detalhe que costumamos ouvir é que "sophronitis gosta de sol pleno", Isso
é um mito! e é a causa mais frequente da perda desse gênero.

Gostam de ambientes bem úmidos podendo facilmente serem atacadas com


frequência por pragas como cochonilhas, thentecoris, trips, ácaros, bactérias
ou fungos.

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São plantas que precisam de bastante umidade boa circulação de ar,


temperaturas que vão de amenas a frias, cada uma de seu jeito.

Conseguem sobreviver num meio encharcado, mas que desse modo garantem
apenas a sobrevivência da planta não a floração.

As cernuas comuns, brevipedunculatas, alagoensis e wittigianas são as


mais fáceis de cuidar, são plantas que necessitam ter suas raízes expostas,
portanto o ideal é mantê-las em cascas de madeiras rugosas ou porosas nunca
as resinosas (eucalipto, seringueira), estas queimam as raízes com a resina
expelida, mas depois de totalmente secas e de um fervimento também podem
ser usadas.

Amarre-as em casca de madeira (peroba, vellózia, até mesmo aquelas das


árvores derrubadas nas ruas pelas prefeituras) sem esquecer de preencher os
lados com esfagno. esta tática ajuda a manter a planta úmida por mais tempo
permitindo a emissão de raízes com mais facilidade para se embrenhar nas
frestas da casca rugosa e pendure a sua planta a 1,5 m ou mais em um lugar
que não tome sol forte mas com uma boa circulação de ar.

Outra ótima saída é mantê-la em um pau de barro e fazendo o controle de


quantas vezes por mês ele deve ser cheio variando de acordo com a espécie.

Eu testei algumas marcas de pau de barro e vi alguns pontos negativos em


muitas e recomendo o Eco Tronco da Fabergé Orquideas

A acuensis é a mais sensível de todas, necessita de muita umidade e só que


ao contrário das cernuas não tolera lugares que não sejam bem sombreados
(de 50 a 70%), é bom mantê-la num pau de barro e nunca deixa-lo esvaziar, é
a que mais precisa de umidade.
A cernua amarela e a spring hill são mais delicadas do que as cernuas
comuns e portanto mais complicadas de se cuidar, precisam de mais umidade
e mais frio que as comuns (ao menos 2 meses com temperaturas inferiores a
18° C), o ideal é cultivá-las num pau de barro que ficam vertendo água
enquanto cheios e funcionam como um resfriador de ambientes, do mesmo
modo que você sempre encontra água fresca dentro de uma moringa de barro.

Para bicolor, coccínea, grandiflora, mantiqueirae, miniata, pygmaea,


riograndensis, siga o plantio na perlita ou o no Ecotronco, que é totalmente
seguro.

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*VARIEDADES DAS SOPHRONITIS*


Nas Sophronitis o correto a se fazer é uma classificação de variedades por DNA, coisa
que ninguém se preocupa em fazer, principalmente por ser um gênero com não tantos
admiradores como na Cattleya ou Laelia. Então o mais "prático" a se fazer é nos unir e
organizar por cores e padrões diversos:
Variedades por cor:
abóbora - cucurbita
amarelo - flava
amarelo canário - canariencis
amarelo limão - citrus
amarelo ouro - aurea
amarelo pálido - flavescens
branca - alba
laranja - aurantiaca
lilás - lilacina
maravilha - mirabilis
pardo amarelado - fulva
pêssego - persici
púrpura - purpurea
rosa - rosea
salmão - salmon
vermelho - tipo
vermelho escarlate - rubra
*Variedades por padrão*:
estrelada - estelata
estriada - striata
flamejada - flamea
marmorizada- marmorata
pálida - pallens
pontilhada – punctata

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tigrada - tigris
Variedades por forma:
garganta amarela – xanthoglossa
labelo amarelo - xanthocheila
Variedades por flor:
flor diminuta - parviflora
flor grande -grandiflora
flores diversas –multiflora

PROTEÇÃO CONTRA FUNGOS

Para as sophronitis que precisam de um convívio total (coccínea,


riograndensis, acuensis, miniata, etc.) ou parcial (cernuas, brevipedunculatas,
witigiannas) com a umidade, é muito importante que se faça a aplicação
periódica de um antifungo, assim como também das cochonilhas, que
aparecem com frequência nas sophronitis.

Dica uso periodicamente pulverizações – chá de canela com cravo, de 15 em


15 dias.

Este é uma prevenção contra os fungos, apenas evita que ele se propague, por
isso o uso periódico.

VENTILAÇÃO

Para as espécies que precisam de uma boa umidade, é necessário uma boa
circulação de ar para que fiquem longe dos fungos, bactérias e demais pragas
que aparecem sempre que o a circulação se torna escassa, eu utilizo um
ventilador a luz solar.

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REFERÊNCIAS
1. Cássio Van den Berg (2008)New combinations in the genus Cattleya Lindl. (Orchidaceae).
Neodiversity 3(3):12
2. Neodiversity 3(1):3-12. 2008
3. Lindleyana 15(2):96-114
4. http://www.delfinadearaujo.com/on/on37/genero_sopronitis/Sophronitispage1.htm
5. http://sophronitis.blogspot.com.br/2016/03/sophronitis-definicao-este-genero.html

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