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dos Campos
de Cima da Serra
PEIXES
Luiz Roberto Malabarba (coord.)
B615 Biodiversidade dos campos de Cima da Serra/
Juan Andres Anza 2a. ed. organização de Georgina Bond-Buckup. --
Cristina Luísa Conceição de Oliveira Porto Alegre : Libretos, 2010.
196 p. : il.
Fungos
Eles são os únicos que conseguem decompor a madeira
A conhecida orelha-de-pau é um fungo do Orelha-de-pau
grupo dos basidiomicetos.
Hillda Longhi-Wagner
Suas estruturas reprodutivas apresentam
o formato de orelha, originando seu nome po-
pular, e possuem uma notável coloração
alaranjada, sendo facilmente identificadas.
Ocorrem geralmente sobre troncos de ár-
vores caídos no interior da mata. Atuam na de-
composição da matéria orgânica, liberando nu-
trientes para o meio ambiente.
Os basidiomicetos são os únicos organis-
mos da natureza capazes de degradar a ma-
deira, constituindo-se em componentes essen-
ciais das florestas por conseguirem dis-
ponibilizar essa matéria orgânica para outros
organismos.
Nome científico: Pycnoporus sanguineus
Nos Campos de Cima da Serra, ocorrem Família: POLYPORACEAE
na Mata Nebular e na Mata com Araucária. Altura: de 10 a 15 cm
Líquens
Associação de fungos e algas forma novas espécies
Barba-de-pau Usnea barbata é popularmente conhecida
como barba-de-pau. Pertence ao grupo dos lí-
Hillda Longhi-Wagner
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Briófitas
Sua presença indica solos com muita matéria orgânica
Sphagnum é um gênero de musgo de cau- Musgo
le ereto com a capacidade de cobrir grandes
Hillda Longhi-Wagner
extensões em banhados rasos, formando ta-
petes verdes. Produz camadas sobrepostas que
podem atingir até um metro de altura. Suas es-
truturas reprodutivas têm cor avermelhada.
Essa espécie armazena grande quantida-
de de água nos seus tecidos. Sua ocorrência
indica solos com grande acúmulo de matéria
orgânica, composta geralmente por raízes, cau-
les e folhas em decomposição.
De acordo com alguns autores, Sphagnum
sp. é característico de turfeiras do Planalto das
Nome científico: Sphagnum sp.
Araucárias, aparecendo no Rio Grande do Sul, Família: SPHAGNACEAE
em Santa Catarina e no Paraná. Altura: até 10 cm
Pteridófitas
Espécie está ameaçada de extinção em todo o Brasil
Xaxim O xaxim, ou samambaiuçu-imperial, perten-
ce ao grupo das samambaias e possui hábito
Hillda Longhi-Wagner
arborescente.
Como essa espécie não forma nem flores
nem frutos, sua reprodução ocorre, em deter-
minadas épocas do ano, por meio de esporos
que se formam na face inferior das folhas, cha-
madas frondes. Outra maneira de reproduzir-
se é por via vegetativa através do rebrote do
cáudice, o “tronco”, principalmente em volta da
planta-mãe.
Através do extrativismo exagerado, o xaxim
foi por muito tempo livremente utilizado para a
Hillda Longhi-Wagner
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Gimnospermas
Árvore de menor porte acompanha a araucária
Pinheiro - bravo A árvore chamada pinheiro-bravo é uma
gimnosperma. Essa espécie pertence ao gru-
Cláudio Augusto Mondin
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Angiospermas
A açucena destaca-se pelo colorido das suas tépalas
Amarilis ou açucena é uma erva bulbosa, Amarilis
de folhas rosuladas e com inflorescência que
Lilian Eggers
sai do centro da planta.
Possui flores vistosas, com três peças ex-
ternas e três internas semelhantes entre si, de-
nominadas tépalas, por não existir diferencia-
ção entre o cálice e a corola. Suas flores são
extremamente ornamentais, dispostas em con-
juntos no ápice do pedúnculo.
Lilian Eggers
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Lilian Eggers
tas próximas. Nativa da América do Sul, princi-
palmente Equador, Bolívia e Brasil, onde ocor-
re desde a Região Sul até os estados da Bahia,
Goiás e Minas Gerais.
Essa espécie desenvolve-se no estrato her-
báceo no interior da mata, ou seja, na camada
de vegetação mais próxima ao solo, como pode
ser visto na foto, onde parece apoiada sobre
galhos. Prefere áreas de solos úmidos.
Apresenta folhas de formato irregularmen-
Nome científico: Hydrocotyle quinqueloba
te estrelado, com pecíolo inserido no meio do Família: APIACEAE
limbo, chamadas folhas peltadas. Altura: até 30 cm
Rafael Trevisan
bertas de pilosidade branca, o que lhe confere
uma coloração acinzentada.
Essa espécie produz flores amarelo-doura-
das, que se desenvolvem em grupos, forman-
do inflorescências.
Suas flores são utilizadas para a confec-
ção de chás digestivos, dentre outros fins. Flo-
resce abundantemente na época da Páscoa,
quando tradicionalmente é colhida na Sexta-
feira Santa para ser guardada e consumida du-
rante o ano.
A marcela aparece, no Planalto das
Araucárias, em ambientes de campos secos.
Nome científico: Achyrocline satureioides
Ela é nativa dos campos e áreas abertas do Família: ASTERACEAE (COMPOSITAE)
Sul e do Sudeste do Brasil. Altura: até 1 m
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Hilda Longhi-Wagner
Nome científico: Senecio bonariensis
Família: ASTERACEAE (COMPOSITAE)
Altura: até 2 m
Petúnia
Hilda Longhi-Wagner
foto 13a
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Rafael Trevisan
gião dos Campos de Cima da Serra.
Essa espécie salienta-se no campo pelas
suas inflorescências em capítulos vistosos, que
simulam uma flor. Na verdade, trata-se de um
conjunto de flores em que as da margem têm
aspecto de pétalas, sendo liguladas e amarelas.
As centrais são tubulosas e castanhas, forman-
do o chamado “miolo”.
Nome científico: Trichocline catharinensis
Ela é comumente encontrada no ambiente Família: ASTERACEAE (COMPOSITAE)
de campos secos. Altura: até 20 cm
Ludwig Buckup
Nome científico: Vernonia discolor
Família: ASTERACEAE (COMPOSITAE)
Altura: até 20 m
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Paulo Brack
com 5 a 7 folíolos discolores, com a face supe-
rior verde e a inferior prateada.
As folhas são caducas no inverno e as flo-
res se formam antes das novas folhas. As flo-
res são vistosas, tubulosas, amarelas, tornan-
do a planta muito ornamental. Seus frutos são
secos, não comestíveis, com sementes aladas.
Paulo Brack
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Foto acima mostra a planta caída em um barranco, detalhe maior realça a delicada flor amarela.
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Hilda Longhi-Wagner
Apresenta densas inflorescências com peque-
nas flores amarelas, muito perfumadas e mui-
to visitadas por abelhas.
Além do mel produzido a partir das flores,
as abelhas produzem o “mel de melato”,
proveniente de um líquido açucarado produzi-
do por insetos cochonilhas que sugam a seiva
das plantas de bracatinga. Este mel não é tão
apreciado quanto o mel produzido a partir das
flores, porém tem alto teor nutritivo.
Hilda Longhi-Wagner
Pouco exigente quanto ao solo, essa árvo-
re ocorre principalmente em matas secundári-
as, onde chega a formar povoamentos homo-
gêneos, chamados bracatingais. A presença
desses agrupamentos indica que a mata
encontra-se em regeneração, após ter sido al-
terada, geralmente pela retirada da araucária.
Quando esta ressurge na mata, a bracatinga
tende a desaparecer.
Ela é nativa do Brasil, ocorrendo desde Mi-
nas Gerais até o Rio Grande do Sul, caracteri-
Nome científico: Mimosa scabrella
zando o Planalto das Araucárias e a Floresta Família: FABACEAE (LEGUMINOSAE)
Ombrófila Mista. Altura: até 20 m
Foto acima mostra detalhe da vistosa inflorescência rasteira que forma manchas coloridas no campo.
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Ludwig Buckup
Esta planta tem folhas que medem até dois metros
Urtigão O urtigão é uma planta típica que ocorre
nos rochedos úmidos dos penhascos na Região,
Ilsi Iob Boldrini
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Lilian Eggers
Nome científico: Tibouchina sellowiana
Família: MELASTOMATACEAE
Altura: de 4 a 10 m
Raquel Lüdtke
da na borda da mata.
A goiabeira-serrana apresenta folhas de cor
verde-escura na face superior e esbranquiçada
na inferior. As flores têm estames vermelhos e
pétalas carnosas, as quais, juntamente com os
frutos, são consumidas pela avifauna e utiliza-
dos na alimentação humana. Seus frutos es-
tão sendo, atualmente, comercializados em fei-
ras e supermercados.
Ludwig Buckup
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Lilian Eggers
descamante. Ela é caducifólia, com folhas sim-
ples, opostas, marcadamente rugosas.
Essa espécie apresenta flores brancas com
estames numerosos e vistosos. Seus frutos
constituem importante alimento para a fauna
silvestre. Também são consumidos pelo
homem, ao natural ou como geléias.
Prefere capoeiras e orla de matas, estan-
do presente em diversos tipos florestais sul-rio-
grandenses. Ocorre desde o Mato Grosso do
Nome científico: Campomanesia guazumifolia
Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, até o Rio Família: MYRTACEAE
Grande do Sul e Corrientes, na Argentina. Altura: até 15 m
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Hilda Longhi-Wagner
geralmente sobre árvores em locais com altitu-
des superiores a 700 m.
Necessita de muita umidade para se de-
senvolver. Apresenta pseudobulbo e flores vis-
tosas vermelhas, muito ornamentais.
Esta espécie tem sido utilizada na criação
de uma série de híbridos, por meio de cruza-
mentos com espécies nativas relacionadas de
outros gêneros de orquídeas.
Sua distribuição geográfica vai desde as
Nome científico: Sophronitis coccinea
encostas da Mata Atlântica até as Matas Família: ORCHIDACEAE
Nebulares do Planalto. Altura: aproximadamente 15 cm
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Hilda Longhi-Wagner
divididos em nós e entrenós maciços, tornando
difícil o corte dos mesmos.
Ocorre geralmente na beira de mata, de
cursos d’água ou de penhascos dos Aparados
da Serra. As plantas desenvolvem-se vege-
tativamente durante cerca de vinte anos, flores-
cem uma só vez e em seguida morrem. Da mes-
ma forma que outros bambus lenhosos, seu
florescimento coincide com as “ratadas”, ou
seja, com uma proliferação de ratos que se ali-
mentam de seus frutos. Nome científico: Chusquea mimosa
Sua folhagem, às vezes, é utilizada pelo Família: POACEAE (GRAMINEAE)
gado como alimento. Altura: até 5 m
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Hilda Longhi-Wagner
frutificação, que ocorrem na primavera e início
do verão (ver foto menor).
A estrutura reprodutiva, que contém o fru-
to, apresenta cor castanho-escura e brilhante,
com uma longa arista e com uma base pontia-
guda, pilosa e pungente (foto maior). Esta es-
Ilsi Iob Boldrini
Hilda Longhi-Wagner
ocos. Desenvolve-se vegetativamente durante
muitos anos e suas densas populações ocupam
grandes espaços no interior das matas. Essa
taquara floresce uma única vez, em intervalos
de cerca de trinta anos. Após o florescimento,
as plantas morrem, formando clareiras na mata
e abrindo espaço para a instalação de outras
espécies.
O florescimento, assim como o de outros
bambus, coincide com a proliferação de ratos,
as “ratadas”. Esses roedores se alimentam dos
frutos da taquara, formados em grande quan-
tidade. Muitas vezes, após esgotados esses
Nome científico: Merostachys multiramea
frutos, os ratos passam a atacar plantações vi- Família: POACEAE (GRAMINEAE)
zinhas, causando problemas aos produtores. Altura: de 10 a 12 m
Hilda Longhi-Wagner
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Lilian Eggers
Nome científico: Brunfelsia cuneifolia
Família: SOLANACEAE
Altura: 2 a 3 m
No detalhe das flores de diferentes tonalidades, as estruturas reprodutivas são pouco visíveis.
mente recortadas.
Possui flores lilases, concentradas em
inflorescências, as quais lhe conferem um as-
pecto muito ornamental.
Essa planta cresce espalhando-se sobre o
solo. Glandularia cf. pulchella comumente for-
ma manchas densas sobre solos rasos e pe-
dregosos, que aparecem especialmente em bei-
ra de estradas.
Tal espécie é tipicamente sul-americana,
ocorrendo no Sul do Brasil, no Uruguai e nas
Nome científico: Glandularia catharinae
regiões central e oriental da Argentina.
Família: VERBENACEAE A foto ao lado comprova o grande potenci-
Altura: até 10 cm al ornamental dessa planta.
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Georgina Bond-Buckup
Mata com Araucária na qual aparecem as espécies identificadas com o ícone respectivo.
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