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Brazilian Journal of Development 15731

ISSN: 2525-8761

Cotidiano escolar e infância: uma análise de dossiês de periódicos


nacionais Brasileiros (2013-2018)

School daily life and childhood: an Analysis of Dossiers from Brazilian


national Journals (2013-2018)

DOI:10.34117/bjdv8n3-016

Recebimento dos originais: 14/02/2022


Aceitação para publicação: 03/03/2022

Naísa Afonso da Silva


Doutora em Educação
Instituição: Universidade Federal de Uberlândia- UFU
Endereço: Av. João Naves de Ávila, 2121 - Santa Mônica, Uberlândia - MG
CEP:38408-100
E-mail:naisamestrado@yahoo.com.br

Myrtes Dias da Cunha


Pós-doutorado em Educação
Instituição:Universidade Federal de Uberlândia- UFU
Endereço: Av. João Naves de Ávila, 2121 -Santa Mônica, Uberlândia – MG
CEP: 38408-100
E-mail:myrtesufu@gmail.com

Tatiani Rabelo Lapa Santos


Doutoranda em Educação
Instituição:Universidade Federal de Uberlândia- UFU
Endereço: Av. João Naves de Ávila, 2121 - Santa Mônica, Uberlândia - MG
CEP:38408-100
E-mail:tatianirabelo@hotmail.com

RESUMO
O principal objetivo deste trabalho é apresentar os dados de uma pesquisa bibliográfica
que buscou compreender os pressupostos teóricos e metodológicos presentes nos dossiês
de periódicos nacionais brasileiros que abordavam as temáticas: infâncias e cotidiano
escolar. A pesquisa foi realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisa: Infâncias, Docências
e Cotidiano Escolar do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da
Universidade Federal de Uberlândia. Para realizar a investigação nos dossiês, elegemos
as palavras chaves: infâncias e cotidiano escolar e delimitamos o período de publicações
a ser investigado de 2013 a 2018. Como resultado, foram encontrados 96 artigos com as
palavras-chaves: cotidiano escolar e infâncias, mas após a leitura, constatamos que
apenas 35 tratavam especificamente das temáticas pesquisadas. O mapeamento das
produções nos possibilitou identificar o que tem sido discutido e produzido acerca das
infâncias e cotidiano escolar por pesquisadores que se dedicam às infâncias e educação
infantil. Ficou evidente durante o processo de leitura dos dossiês, que os estudos apoiados
principalmente na perspectiva histórico-cultural e na sociologia da infância tem ampliado
o conceito e o entendimento das crianças e das infâncias, as crianças passam a ocupar
lugar central nas pesquisas e começam a ser ouvidas, não apenas pela linguagem oral, ou

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por suas vozes, mas por meio das diferentes linguagens, corporal, estética, gestual, social,
cultural e as infâncias são vistas e entendidas no plural, como diferentes maneiras de ser,
de viver, de construir as experiências pelas crianças.

Palavras-chave: infâncias, cotidiano escolar, dossiês.

ABSTRACT
The main objective of this paper is to present data from a bibliographic research that
sought to understand the theoretical and methodological assumptions present in the
dossiers of Brazilian national periodicals that addressed the themes: childhood and school
daily life. The research was carried out by the Study and Research Group: Childhood,
Teaching, and School Daily Life of the Graduate Program of the School of Education of
the Federal University of Uberlândia. To carry out the investigation in the dossiers, we
chose the keywords: childhood and school daily life and delimited the period of
publications to be investigated from 2013 to 2018. As a result, 96 articles were found with
the keywords: school daily life and childhood, but after reading, we found that only 35
dealt specifically with the researched themes. The mapping of the productions allowed us
to identify what has been discussed and produced about childhood and school daily life
by researchers dedicated to childhood and early childhood education. It was evident
during the process of reading the dossiers that the studies supported mainly by the
cultural-historical perspective and by the sociology of childhood have broadened the
concept and the understanding of children and childhoods. Children are now taking a
central place in research and are beginning to be heard, not only through oral language,
or by their voices, but through different languages, corporal, aesthetic, gestural, social,
cultural, and childhoods are seen and understood in the plural, as different ways of being,
of living, of building experiences by children.

Keywords: childhoods, school daily life, dossiers.

1 INTRODUÇÃO
O que sabemos sobre as crianças, infâncias e cotidiano escolar? Como as crianças
se relacionam e manifestam culturalmente no espaço escolar e outros espaços? Como
constroem suas aprendizagens? Quem são os pesquisadores que estudam e discutem
questões sobre as infâncias e cotidiano escolar? Como ir ao encontro das crianças e
realizar um trabalho com elas e não “sobre” e “para” elas?
Tais questionamentos fazem parte dos estudos realizados no Grupo de Estudos e
Pesquisas Infâncias, Docências e Cotidiano Escolar do Programa de Pós-Graduação em
Educação da Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia
(GEPIDCE/PPGE/FACED/UFU) coordenado pela Profª. Doutora Myrtes Dias da Cunha,
docente da FACED-UFU. O grupo foi fundado em 2007 com o intuito de pesquisar sobre
limites e possibilidades do trabalho com as crianças e docentes nos espaços-tempos da
educação.

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O grupo se apoia em pressupostos teóricos que valorizam a criança como sujeitos


capazes de falar e agir em seu próprio direito, de dar informações e opiniões sobre suas
experiências e necessidades. Pretende também discutir e contribuir para um
funcionamento humanizado do cotidiano das escolas públicas do município de
Uberlândia – MG e região, acompanhando as práticas pedagógicas que permeiam o
cotidiano de professores e crianças, colaborando também no desenvolvimento de
pesquisas e propostas que buscam a realização de uma prática educativa qualificada
socialmente, estreitando assim, a ligação entre Rede Pública Básica de Ensino (educação
infantil e séries iniciais) e Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia.
O grupo tem como princípio valorizar e respeitar os saberes, os conhecimentos e a cultura
dos sujeitos envolvidos no processo educativo, quais sejam: crianças, professores,
educadores, pesquisadores, professores universitários e discentes universitários.
Dentre as pesquisas realizadas pelos (as) participantes do grupo de estudo, estão
em andamento trabalhos de mestrado e doutorado que são realizados em diferentes
espaços, como: escolas, brinquedoteca universitária, bibliotecas, utilizando diferentes
metodologias com objetivo de ouvir as crianças e analisar a produção das culturas
infantis, valorizando, sobretudo, as vozes, experiências e culturas desses sujeitos.
Sabemos que ainda se encontram em grande parte das investigações científicas, estudos
que tratam as crianças apenas sob o ponto de vista dos adultos, preterindo a opinião das
crianças, desconsiderando seus valores e saberes, a produção das culturas infantis e o
compartilhamento de brincadeiras entre os pares.
Ainda encontramos na produção cientifica, poucos estudos que consideram as
crianças como parte de uma categoria social - as infâncias -, as quais interagindo com
seus pares e com adultos, reproduzem culturas e valores da sociedade em que vivem, ao
mesmo tempo em que os recriam e atribuem sentidos particulares por meio das
brincadeiras, jogos e outras atividades (CORSARO, 2005; SAMENTO, 2004, 2005;
MULLER E DELGADO, 2006).
Nessa direção, ao defendermos a infância como uma categoria social - infâncias
- pretendemos realizar um trabalho em que as crianças sejam tratadas como sujeitos
ativos, criativos, históricos, inteligentes e produtores de cultura.
Neste sentido, com intuito de aprofundar os estudos do grupo de pesquisa acerca
das infâncias e cotidiano escolar realizamos coletivamente uma pesquisa bibliográfica
em dossiês da educação, com o objetivo de compreender os pressupostos teóricos e

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metodológicos que compõem os dossiês de periódicos nacionais brasileiros que discutem


as infâncias e o cotidiano escolar.
Para tal elegemos as palavras-chaves para iniciar o processo de busca dos dossiês,
quais sejam: infâncias e cotidiano escolar. Para realizar o levantamento dos dossiês
utilizamos a ferramenta de busca no portal do google acadêmico. 1
A partir da definição das palavras-chave elencamos o período temporal - 2013 até
2018 - cinco anos, pois, entende-se que este período abarca um quantitativo de trabalhos
significativos que possibilita identificar, reconhecer e mapear a produção na área sobre
as palavras-chave elencadas e assim verificar e encontrar quais são os pressupostos
teóricos e metodológicos e as tendências e paradigmas que compõem os dossiês de
periódicos nacionais brasileiros.
A escolha por pesquisar os dossiês deve-se ao fato de que estes têm sido usados
para apresentação de pesquisas de mestrado, doutorado e trabalhos desenvolvidos pelos
grupos de pesquisa abarcando diferentes tipos de estudos.
Após a imersão nos dossiês e o levantamento realizado através das palavras-chave
infâncias e cotidiano escolar encontramos dez (10) dossiês, que totalizam 96 artigos.
A partir desse quantitativo de dossiês iniciamos a verificação/leitura dos textos
para encontrarmos dentro dos dossiês quais trabalhos referiam-se às palavras-chaves
elencadas. Para realizar esse movimento fizemos em um primeiro momento a leitura do
título, do resumo, das palavras-chaves, do texto completo (quando necessário), e por
último das referências bibliográficas. A partir deste movimento selecionamos 35 artigos
que tratavam especificadamente das temáticas infâncias e cotidiano escolar.

2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS EM DOSSIÊS DE


PERIÓDICOS NACIONAIS BRASILEIROS. O QUE MOSTRAM AS
PESQUISAS?
No que se refere aos dossiês encontrados nos periódicos nacionais brasileiros,
apresentamos no quadro abaixo a relação contendo ano, título, autor e nome dos
periódicos selecionados para análise e produção do presente artigo.

1
O Google acadêmico é uma ferramenta de pesquisa do Google que possibilita pesquisar trabalhos
acadêmicos, artigos, teses, literatura escolar e outros tipos de publicações.

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Quadro 01: Dossiês encontrados nos periódicos nacionais brasileiros, no período de 2013 até 2018 que
tratam das palavras-chaves: cotidiano escolar e infância.
ANO TITULO ORGANIZADORES PERIÓDICOS ENDEREÇO ELETRÔNICO NÚMERO
DE
ARTIGOS
POR
DOSSIÊS
2013 Infância e educação Altina Abadia da Silva e Poíesis Pedagógica, Pdf 8
Maria do Carmo Morales
Pinheiro
2013 Bebês e crianças bem Ana Cristina Coll Delgado, Pro-Posições http://www.scielo.br/scielo.php? 6
pequenas em contextos Altino José Martins Filho. script=sci_issuetoc&pid=0103-
coletivos de educação 730720130003&lng=pt&nrm=is
o
2014 Infâncias e culturas Dinah Quesada Beck e Jane Revista Pdf 12
infantis Felipe Textura

2014 Educação, Cotidiano e Maria de Fatima Quintal de Educar em Revistas http://www.scielo.br/scielo.php? 8


Participação: Desafios e Freitas e Jusamara Souza script=sci_issuetoc&pid=0104-
Contribuições para a 406020140003&lng=pt&nrm=is
Formação o
2015 Educação e Infância: Márcia Buss-Simão1 Rosa Revista Poiésis PDF 12
diálogos disciplinares Batista2
2016 Emenda Constitucional Rodrigo Saballa de Revista Textura http://www.periodicos.ulbra.br/i 10
59/2009: em busca da Carvalho, Paulo Sérgio ndex.php/txra/issue/view/147
criança perdida Fochi

2016 Educação da infância: Magali Reis e Maria das Revista Trama http://editorarevistas.mackenzie. 10
temas em debate Graças Oliveira Interdisciplinar br/index.php/tint/issue/view/527

2016 Educação Infantil e Andréia Vicência Vitor Revista Semestral da PDF 13


Práticas Docentes Alves/Magda Sarat Faculdade de
Educação da
Universidade Federal
da Grande Dourados
2016 Dossiê Educação Beatriz Abuchaim Marisa Revista Veras, São PDF 6
Infantil Vasconcelos Ferreira Paulo
2018 Avaliação e Currículo em Catarina Moro Elena Revista Linhas PDF 11
Educação Infantil Mignosi
Total: 96
artigos
Fonte: Elaborado pelas Autoras (2018).

Em relação aos dossiês que tratam das palavras-chaves cotidiano escolar e


infâncias encontramos 96 artigos como pode ser visualizado no quadro acima. No
entanto, ao analisarmos os artigos presentes nos dossiês constatamos que apenas 35
artigos tratam especificamente da temática cotidiano escolar e infâncias.
Nessa direção, ao realizarmos a imersão nos artigos presentes nos dossiês com
intuito de verificar e encontrar quais são os pressupostos teóricos-metodológicos.
Procuramos compreender também as tendências e paradigmas das pesquisas estudadas ao
longo do semestre na disciplina Pesquisa em Educação, quais sejam: positivismo, pós-

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positivismo, fenomenologia, interacionismo simbólico, marxismo, teoria critica, pós-


estruturalismo e pós modernismo2 que compõem os dossiês de periódicos nacionais
brasileiros no período de 2013 até 2018.
Assim, após fazer a análise minuciosa dos artigos constatamos que apenas um
artigo deixa explícito o paradigma da pesquisa social adotado, presente no Dossiê
“Educação Infantil” (2016) encontramos o artigo “O cuidado na educação infantil na
fala das alunas” escrito por Mônica Ulson e Brandão Teixeira no qual buscaram
compreender os sentidos e significados destinados ao cuidado na educação infantil. Já na
introdução os autores delimitam a utilização do método fenomenológico, justificando que
este permite ver o homem da maneira como ele se mostra, bem como possibilita
interpretar seu modo de ser e estar no mundo. A pesquisa realizada foi a bibliográfica e
análise de entrevistas por meio da abordagem qualitativa.
De maneira geral, verificamos que alguns trabalhos citam o referencial teórico -
metodológico específico e outros citam apenas autores específicos, como podemos
observar nas análises apresentadas abaixo:
O Dossiê “Avaliação e Currículo em Educação Infantil” traz uma especificidade
em relação aos demais, pois, no referencial teórico apresentado ao longo dos artigos,
utiliza dos estudos italianos, os quais denominam de “abordagem regiana” e “pedagogia
italiana”. O Dossíê socializa estudos e pesquisas no campo da educação infantil,
especificadamente sobre currículo e avaliação, promovendo uma interlocução entre Brasil
e Itália. Nas reflexões apresentadas pelos pesquisadores a criança é considerada como um
sujeito ativo, potente, participativo no seu processo educativo O Dossiê apresenta quatro
artigos que tratam do cotidiano escolar e educação infantil, quais sejam “As rotinas: de
hábitos estéreis a ações férteis”, “O espaço-ambiente em uma perspectiva estético-
didática para pensar a prática educativa e o currículo na educação infantil”, “Marcas
de uma pedagogia tecida nas relações: documentação pedagógica como narrativa da
experiência educativa na creche, “Relação educativa, avaliação e trabalho de equipe”.
Os artigos presentes no Dossiê acima citados utilizam de diferentes metodologias.
O artigo “As rotinas: de hábitos estéreis a ações férteis”, trabalha com a valorização das
rotinas que permitam às crianças vivenciarem a escola e não apenas permanecerem nela,
com ações repetitivas e sem sentido e significado. Não explicita a metodologia utilizada,

2
Os paradigmas de pesquisas aqui apresentados estão pautados nas discussões realizadas em sala
de aula, materiais e textos oferecidos na disciplina da Professora Elenita Pinheiro de Queiroz Silva na
disciplina Pesquisa em Educação - Universidade Federal de Uberlândia-MG.

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mas apresenta os dados de uma pesquisa bibliográfica, adota como referencial teórico os
autores FARNÉ (2014), RISTSCHER, STACIOLI (2005), dentre outros. O texto “O
espaço-ambiente em uma perspectiva estético-didática para pensar a prática educativa
e o currículo na educação infantil” traz reflexões sobre o espaço- ambiente da educação
infantil como um espaço vivo, rico e que deve ser ressignificado pelas crianças. A autora
não explicita a metodologia utilizada, mas compartilha no artigo informações de
observação dos espaços de uma escola em Barcelona. Já o artigo “Marcas de uma
pedagogia tecida nas relações: documentação pedagógica como narrativa da
experiência educativa na creche” apresenta elementos de uma pesquisa de doutorado em
uma escola de educação infantil na Itália e traz reflexões acerca da documentação
pedagógica na educação infantil. Utiliza a metodologia de observação e como referencial
teórico cita Benjamim (1984), Malaguzzi (1995), EDWARDS; GANDINI; FORMAN,
(2002,), etc. O texto “Relação educativa, avaliação e trabalho de equipe” discute a
avaliação formativa no contexto educacional, bem como traz reflexões sobre o currículo
numa perspectiva ecológica, que entende o desenvolvimento infantil dinamicamente
relacionado às interações sociais e às propriedades do ambiente em que o sujeito faz parte,
há aqui uma maior consideração dos componentes ambientais. O referencial teórico
utilizado cita autores como NERI (2001), BECCHI (1978), PALMIERI (2014). A
metodologia adotada é denominada pela autora de observação e análise de vídeo de trocas
comunicativas com as crianças e o uso do CLASS (Sistema de avaliação da turma).
No Dossiê “Educação Infantil” organizado por Beatriz Abuchaim e Marisa
Vasconcelos Ferreira encontramos quatro artigos que se relacionavam diretamente às
palavras-chaves utilizadas na busca – cotidiano escolar e infâncias: “A participação da
criança no currículo e na avaliação: reflexões a partir do registro escrito”, “O cuidado
na educação infantil na fala de alunas”, “Autoavaliação na Educação Infantil: o desafio
da construção compartilhada da qualidade”, “O planejamento pedagógico na Educação
Infantil: as percepções de professores, diretores e coordenadores pedagógicos”. O
Dossiê socializa discussões sobre o currículo na educação infantil a partir das práticas
pedagógicas, da formação de professores e da gestão educacional na educação infantil.
Dos quatro artigos analisados no referido Dossiê percebemos que todos defendem
o protagonismo das crianças, o entendimento das mesmas como seres históricos e
culturais. Cristina Aparecida Colassanto no artigo “A participação da criança no
currículo e na avaliação: reflexões a partir do registro escrito” apresenta reflexões sobre
os relatórios, tendo como foco a criança e defende o protagonismo destas. Como

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metodologia utiliza da pesquisa-ação, pois, segundo a autora, esta está relacionada à uma
ação ou resolução de um problema coletivo, em que todas pessoas estão envolvidas na
pesquisa ativamente. “O cuidado na educação infantil na fala das alunas” buscou
compreender os sentidos e significados do cuidado na educação infantil. Os autores
explicitam a utilização do método fenomenológico, justificando que este permite ver o
homem da maneira como ele se mostra, bem como possibilita interpretar seu modo de ser
e estar no mundo. A pesquisa realizada foi a bibliográfica e análise de entrevistas por
meio da abordagem qualitativa. Bruna Ribeiro apresenta o artigo “Autoavaliação na
Educação Infantil: o desafio da construção compartilhada da qualidade”, enfatizando a
necessidade de valorização da autoavaliação como um instrumento participativo e
dialógico, valorizando a participação. Utiliza a metodologia proposta nos Indicadores da
Qualidade na Educação Infantil (2009) e como referencial teórico os Indicadores e autores
como ENGUITTA (2001), RIOS (2005), ZABALZA (1998), CAMPOS, HADDAD
(2006), LIMA (2008). O artigo “O planejamento pedagógico na Educação Infantil: as
percepções de professores, diretores e coordenadores pedagógicos” elaborado por
Beatriz de Oliveira que defende a importância da socialização das crianças e modo
interacionista. Utiliza autores da sociologia da infância, apesar de não trazer uma
definição explícita por sua opção teórica. A metodologia utilizada foi o Estudo de Caso,
por meio da realização de entrevistas, observações do cotidiano e análise de documentos.
No Dossiê “Educação Infantil e Práticas Docentes” localizamos sete artigos
relacionados ao cotidiano escolar e infâncias, quais sejam: “A gestão educacional em um
Centro de Educação Infantil de Dourados”, “Gestão na Educação Infantil: concepções
e implicações práticas no trabalho docente”, “Educação Infantil Indígena na legislação
e na produção do conhecimento”,“Infância, gênero, brinquedos e brincadeiras de
meninos e meninas”, “O negro nos livros infantis: análise das práticas pedagógicas na
Educação Infantil”, “As datas comemorativas na Educação Infantil: análise das práticas
docentes”, “Livro Didático: um novo elemento nas salas de Educação Infantil”. Em
termos gerais, os artigos do referido Dossiê ressaltam a importância de se considerar a
criança na sua especificidade, valorizando as brincadeiras, as culturas, as interações,
experiências, vivências e as produções das crianças. Todos os artigos utilizaram a
abordagem qualitativa para interpretar os dados da pesquisa.
O artigo “A gestão educacional em um Centro de Educação Infantil de Dourados”
buscou compreender a Gestão Educacional em uma escola de educação infantil. Para
tanto a as autoras Andréia Vicência Vitor Alves e Maria Aparecida Gonçalves (2016)

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utilizaram como também explicitaram no resumo artigo a metodologia adotada que foi a
pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Como referencial teórico utilizaram
autores como Vasconcellos (2008), Veiga (2003) Paro (2001), dentre outros.
No artigo “Gestão na Educação Infantil: concepções e implicações práticas no
trabalho docente”, as autoras Francielle Priscyla Pott e Micheli Maria Sena de Souza
(2016) discutem a identidade bem como a importância do coordenador pedagógico para
as práticas pedagógicas na educação infantil. Para tanto utilizam a abordagem qualitativa,
com uso das técnicas de análise bibliográfica, análise de conteúdo e aplicação de
questionários para os docentes e a coordenadora dos CEIMs. Como referencial teórico
utilizam Lück (2009) a Souza, Seixas e Marques (2013) (GOMES, 2011).
Já a autora Martha Coelho no artigo “Educação Infantil Indígena na legislação e
na produção do conhecimento” utilizou como referencial teórico os estudos da história,
ciências sociais e Antropologia da Criança para alcançar seu objetivo de investigar os
pressupostos legais e teóricos da educação indígena no Brasil. Para tanto utilizou como
metodologia a pesquisa bibliográfica e documental no campo das pesquisas qualitativas
em educação.
No artigo “Infância, gênero, brinquedos e brincadeiras de meninos e meninas”
as autoras Magda Sarat, Míria Izabel Campos, Edilaine de Melo Macedo buscaram
compreender a construção das relações entre as crianças, os brinquedos e as brincadeiras,
ressaltando a importância do brincar nas experiências e vivências das crianças, bem como
a necessidade dos professores problematizarem a temática gênero na educação infantil.
As autoras realizaram estudos bibliográficos sobre infância, brinquedos, brincadeiras e
gênero e observação de caráter etnográfico. Consideramos necessário pontuar que foi o
único artigo em que o caráter etnográfico foi explicitado.
O artigo cujo título é “O negro nos livros infantis: análise das práticas
pedagógicas na Educação Infantil”, se destaca em ralação aos dos artigos dos demais do
Dossiês por trazer discussões acerca da identidade e diferença a partir da necessidade de
“descolonizar os currículos” para trabalhar na educação infantil a identidade a partir da
diferença. Segundo as autoras a metodologia utilizada na pesquisa é a abordagem
qualitativa.
Cindy Romualdo e Karolina Jesus (2016) no artigo “As datas comemorativas na
Educação Infantil: análise das práticas docentes”, trazem reflexões acerca das datas
comemorativas como algo que não produz aprendizagens significativas para as crianças
e pontuam a necessidade e importância de respeitar e valorizar a criança em seu próprio

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tempo. Utilizam autores como Barbosa (2008), Hoffmman (2012), Ostetto (2011). Como
metodologia utilizaram as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e
realizaram entrevistas com professores.
Por fim, o artigo “Livro Didático: um novo elemento nas salas de Educação
Infantil” elaborado por Thaise da Silva e Ana Paula Bolsan Sagrilo traz críticas acerca
das atividades dos livros didáticos na educação infantil, por trazerem atividades
relacionadas ao treino mecânico da escrita, não apresentando sentido e significado para a
criança. Como referencial teórico utiliza os seguintes autores: Soares (2003), Mello
(2005), Moraes (2001), Ferreiro (2001), Silva (2012), bem como a pesquisa qualitativa
do tipo documental.
No dossiê “Educação e Infância: diálogos disciplinares” selecionamos cinco
artigos relacionados às nossas buscas: “Recreio Escolar: espaço e tempo de produção de
interações infantis”, ”A produção científica sobre a educação de bebês e crianças
pequenas no contexto coletivo da creche”, “Entre os saberes e práticas das professoras
de educação infantil: um estudo sobre os cuidados na primeira infância”, “Cultura
lúdica e cultura midiática na contemporaneidade: o que as crianças pequenas revelam
acerca desta relação”,“Não, não mate a bruxa! Ela é nossa amiguinha”! Entrada,
aceitação e participação na cultura de pares em uma experiência de estágio
supervisionado em educação infantil”.
De toda nossa análise encontramos apenas um artigo “Recreio Escolar: espaço e
tempo de produção de interações infantis” elaborado por MICHEL, SILVA e SILVEIRA
(2015) que explicitou a utilização da bricolagem como método para responder às
perguntas da pesquisa. No referido artigo, os autores apresentam a pesquisa, realizada em
uma escola municipal no Rio Grande do Sul, em que buscaram analisar por meio do
espaço e tempo de um recreio as interações infantis e as relações de poder estabelecidas
entre as crianças durante este intervalo. Já no resumo as autoras delimitam a metodologia
adotada, que é a da bricolagem, justificando no decorrer do texto que a bricolagem
entende que todas as práticas de coleta de dados podem ser úteis para a pesquisa.
O artigo ”A produção científica sobre a educação de bebês e crianças pequenas
no contexto coletivo da creche”, escrito por Eloisa Acires e Fernanda Gonçalves aponta
a necessidade de pensar as praticas pedagógicas da educação infantil, considerando
aspectos objetivos e subjetivos das instituições escolares. Como referencial teórico
utilizam Tristão (2006), Guimarães (2008; 2010; 2012), Barbosa (2010), Schmitt (2008),

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Coutinho (2002; 2010; 2012), entre outros. A metodologia utilizada é do mapeamento da


produção nacional sobre crianças de 0 a 6 anos no contexto da educação infantil.
O artigo “Entre os saberes e práticas das professoras de educação infantil: um
estudo sobre os cuidados na primeira infância”, escrito por Jaqueline Delgado propõe
reflexões sobre o cuidar como elemento fundamental das ações e interações humanas no
cotidiano escolar, bem como a indissociação entre o cuidar e educar. Como referencial
teórico a autora utilizou autores como Rossetti-Ferreira (2003, p. 12), Dahlberg, Moss e
Pence (2003), Zabalza (1998), dentre outros.
No artigo “Cultura lúdica e cultura midiática na contemporaneidade: o que as
crianças pequenas revelam acerca desta relação”, a autora Marluci Guthiá tentou
compreender como as crianças se relacionavam com as mídias eletrônicas na
contemporaneidade – associando á cultura lúdica. No próprio resumo a autora define sua
opção teórica pela Sociologia da Infância. A metodologia utilizada foi um estudo de caso
que se configurou como uma pesquisa de intervenção
No artigo “Não, não mate a bruxa! Ela é nossa amiguinha”! Entrada, aceitação
e participação na cultura de pares em uma experiência de estágio supervisionado em
educação infantil” Lenira Haddad e Luana Maria Moreira discutem estratégias e
equívocos que acontecem durante a brincadeira. No resumo as autoras explicitam a
fundamentação teórica em Corsaro (2005, 2011) e Brougère (1998, 2008), utilizando o
projeto de intervenção para a realização da pesquisa.
O Dossiê “Educação da infância: temas em debate” foi organizado por Magali
Reis e Maria das Graças Oliveira, de maneira geral as autoras discutem temas inerentes à
brincadeira e faz de conta na infância, o cotidiano e espaço-tempo na escola. No entanto,
apenas três artigos que fazem parte desse dossiê tratam especificamente das palavras-
chaves cotidiano escolar e infância, quais sejam: O artigo “As crianças de hoje não são
mais como antigamente! Implicações culturais do mundo contemporâneo para os modos
de ser criança e de viver a infância” escrito por Momo (2016) que vincula seu trabalho
ao campo dos Estudos Culturais em educação com intuito de entender, analisar e
problematizar a(s) infância(s) e os modos de ser criança em quatro escolas públicas em
Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. O outro artigo “Porque agora
as crianças são bebés!: mudanças percebidas na educação familiar e no jardim de
infância por educadoras de infância em Portugal – o caso da alimentação”, de autoria
de Rocha e Ferreira (2016) presente neste dossiê foi escrito sob a perspectiva teórica da
Sociologia da Família e à Sociologia da Infância, as autoras para realização do trabalho

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utilizam como metodologia a análise de conteúdo com entrevistas semidirectivas e


exploratórias.
Neste Dossiê também encontramos o artigo “O espaço e o tempo como marcas de
alteridade em culturas infantis” de Arenhart e Lopes (2016) pautado nos estudos
denominados Geografia da Infância, que a partir dos pressupostos teóricos da Geografia
da Infância as autoras discutem as dimensões referentes à relação entre espaço e infância
no cotidiano escolar utilizando a pesquisa etnográfica e instrumentos de observação,
registro em diário de campo, entrevista e fotografias.
O Dossiê “Emenda Constitucional em busca da criança perdida” foi organizado
por Rodrigo Saballa de Carvalho, Paulo Sérgio Fochida e teve como foco versar sobre o
desfecho da aprovação da Emenda Constitucional 59/2009 que tornou obrigatória a
educação para as crianças a partir dos 4 anos. Nessa direção, os trabalhos apresentados
dedicam-se a discussões no campo da legislação instituída para criança pequena. Neste
dossiê aparece o artigo intitulado “Contribuições da teoria da atividade de Leontiev” de
Silva e Lima (2016) que objetiva apresentar a teoria da atividade de Alexis N. Leontiev
enquanto possibilidade norteadora do trabalho do professor que atua diretamente com
bebês, para tal, traz como objetivo mostrar a teoria da atividade como algo que contribui
para o trabalho de professores com bebês na creche, com o intuito de superar as
problemáticas que envolvem o atendimento de bebês inseridos em creches pois.
Outro artigo encontrado nesse dossiê foi “Perspectivas de crianças sobre o
cotidiano da pré escola: o recreio em foco” de Cruz e Santos (2016), que destaca como
seu referencial teórico o autor (Santos, 2015). As autoras Cruz e Santos tiveram como
objetivo realizar a escuta de crianças sobre o recreio na Educação Infantil, para isso
utilizaram o diálogo com as crianças a partir de uma técnica desenvolvida por Walter
Trinca (1997), o procedimento de Desenho-Estórias, na qual a criança é solicitada a
inventar uma história sobre um desenho que fez.
O Dossiê “Infâncias e Culturas Infantis” foi organizado por Dinah Quesada Beck
e Jane Felipe. Segundo as organizadoras ao longo dos textos apresentados no dossiê é
utilizado o termo infâncias, cunhado no plural por compreendê-las como “diversas,
transitórias, multifacetadas”. Neste dossiê encontramos o artigo de Beck e Felipe (2014)
nomeado “Gênero e uniformes escolares: a produção de corpos espetáculo na infância”
que utiliza como referencial os Estudos de Gênero e os Estudos Culturais em Educação
em busca de compreender as práticas de composição em torno dos uniformes escolares
infantis. Para dar conta da proposta de pesquisa foram realizadas observações em

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momentos livres das crianças na escola e entrevista e com profissionais que atuavam na
escola, no intuito de capturar e registrar maiores informações sobre os uniformes
escolares.
Outro artigo que compõe este dossiê é de autoria de Queiroz e Souza (2014)
intitulado “Um estudo antropológico com crianças e adolescentes a partir de uma análise
do processo de recepção fílmica do filme Tomboy”. O trabalho é fruto de um estudo
antropológico que parte da análise da recepção fílmica, com grupos específicos de
crianças e adolescentes, de uma obra cinematográfica que aborda a infância de uma
personagem envolvida com questões de gênero e sexualidade. Encontramos também o
artigo que é um recorte da tese de doutorado de Sobrinho (2014), intitulada “Ser criança
indígena: vozes que ecoam suas culturas da infância”, o autor que realizou uma pesquisa
etnográfica em uma comunidade indígena da cidade de Manaus e em duas escolas
públicas.
O Dossiê “Bebês e crianças bem pequenas em contextos coletivos de educação”
foi organizado por Ana Cristina Coll Delgado, Altino José Martins Filho. Os artigos
presentes neste dossiê dão ênfase a importância de compreender a linguagem dos bebês,
discorrem de maneira geral sobre a importância de priorizar a potência de ação dos bebês
e das crianças bem pequenas. Neste dossiê encontramos o artigo “Cuidando ou tomando
cuidado? Agressividade, mediação e constituição do sujeito – um estudo de caso sobre
um bebê mordedor em creche” de Saullo e Ferreira (2013) que apresenta com base os
pressupostos histórico-culturais um estudo de caso de um bebê mordedor. O artigo é fruto
de um projeto que acompanhou bebês em creche. A análise realizada foi realizada pelo
entrelaçamento de videogravações e entrevistas por meio de um processo dialógico, com
construção conjunta de significações/papéis e participação da criança.
O Dossiê “Infância e educação” foi organizado por Altina Abadia da Silva e
Maria do Carmo Morales Pinheiro e apresenta um conjunto de textos sobre os processos
educativos que incluem desde os cuidados com os bebês e seu desenvolvimento,
valorizando o brincar, a arte, a autocriação até as discussões sobre a o enquadramento que
a criança passa ao estar na Educação Infantil.
Nessa direção, o trabalho de Cardoso, et al (2013), “A brincadeira: eixo
pedagógico da educação infantil e abordagens na educação física” pautado na
perspectiva da legislação educacional, os autores analisam a questão da brincadeira no
contexto da Educação Infantil e da Educação Física a partir de análise documental,

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entrevistas e observações em duas instituições de atendimento à pequena infância da Rede


Municipal de Ensino de Florianópolis.
Neste Dossiê encontramos também o trabalho de Cruz (2013) chamado “Gestos
de carinho: corpo e afeto no desenvolvimento da criança” realizado a partir dos Estudos
de Vigotsky e de Bakhtin (estudos culturais e da linguagem), usando como metodologia
a pesquisa de campo com sessões de filmagem realizadas em um berçário de uma creche
universitária.
O artigo de Ferreira e Sarat (2013) intitulado “Civilizar a infância’: relações entre
adultos e crianças no espaço pedagógico da educação infantil” usa um autor específico
e não define referencial teórico, o texto é escrito a partir das contribuições teóricas de
Norbert Elias (1980, 1990, 1994, 2006 e 2009), em que é apresentado recortes de uma
pesquisa de mestrado concluída no cotidiano da educação infantil no município de
Dourados/MS, no tocante aos espaços de participação das crianças e dos adultos nas
práticas educativas, realizando uma investigação qualitativa com enfoque etnográfico, em
forma de estudo de caso.
E por fim, o último Dossiê encontrado por nós foi “Educação, Cotidiano e
Participação Desafios e Contribuições para a Formação” foi organizado por Maria de
Fatima Quintal de Freitas e Jusamara Souza. Os trabalhos presentes neste dossiê reúnem
produções teórico-empíricas resultantes das linhas de pesquisa e de atuação dos diversos
autores que, em seus programas de pós-graduação e em seus grupos de investigação e
trabalhos de formação, trazem trabalhos que tratam de temas como legislação, cotidiano
escolar, tipologias de pesquisa e outros. Neste dossiê encontramos o artigo “A coerência
em narrativas escritas escolares: uma análise piagetiana” de Pinheiro e Becker (2014)
que está ancorado nos Estudos das áreas da Linguística, Educação e Psicologia e realiza
estudos de caso múltiplos em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre.
Outro artigo encontrado foi “Um estudo sobre desempenho escolar e motivação de
crianças” foi de Martinelli (2014) que se propõem a realizar um trabalho ancorado em
Lepper, Corpus e Iyengar (2005) - autores que estudam motivação intrínseca e extrínseca
no espaço escolar, para isto a autora usa como instrumento aplicação de testes
comparativos com objetivo de avaliar a motivação e o desempenho em leitura, escrita e
aritmética de estudantes e investigar a relação entre as variáveis. Participaram da pesquisa
127 estudantes de uma escola pública do interior de São Paulo, de ambos os sexos, com
idades entre 7 e 12 anos e que cursavam o 3º, 4º e 5º ano escolar. Foram utilizados dois

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instrumentos de avaliação; a Escala de Avaliação da Motivação Escolar (EAME-IJ) e o


Teste de Desempenho Escolar (TDE).
Neste dossiê encontramos ainda o artigo “A creche e as famílias: o
estabelecimento da confiança das mães na Instituição de Educação Infanti”l é de autoria
de Oliveira e Silva (2014) que trata de estudos embasados na noção de confiança
desenvolvida por Anthony Giddens, o qual o autor realiza uma pesquisa qualitativa, com
realização de entrevistas individuais e em grupo com mães de crianças que frequentam
instituições públicas de Educação Infantil.

3 CONSIDERAÇÕES OU NOSSOS ACHADOS?


O levantamento dos Dossiês sobre cotidiano escolar e as infâncias nos últimos
cinco anos 2013 a 2018 nos possibilitou perceber um aumento significativo das produções
científicas na área da educação infantil, bem como delinear ou mapear as tendências das
pesquisas sobre a temática.
Observamos na leitura dos artigos que as crianças têm ganhado cada vez mais
lugar nos estudos sobre as infâncias, a educação e no campo das políticas públicas no
Brasil. Educadores e pesquisadores da área da Educação Infantil procuram compreender
cada vez mais as temáticas de estudos referentes à faixa etária de 0 a 5 anos,
estudando/apresentando aspectos importantes concernentes ao processo de ensino e
aprendizagem das crianças, possibilitando conhecer as infâncias nas várias formas de ser
criança no cotidiano escolar.
Os autores ao realizar suas pesquisas têm utilizado nos trabalhos o termo
infâncias, pois, grande parte defende que não existe uma ideia de criança universal e sim
infâncias e crianças - vistas no plural, que devem ser tratadas como sujeitos históricos,
únicos, sociais e culturais (SAMENTO, 2004, 2005).
Percebemos a predominância da abordagem qualitativa das pesquisas
relacionadas ao cotidiano escolar e às infâncias. Em alguns dos artigos, os autores
elaboraram uma descrição detalhada do percurso metodológico, explicitando as
ferramentas utilizadas, em outros, cita a metodologia adotada e em alguns, não há
definição da metodologia, apenas dos instrumentos utilizados. Assim, percebemos no que
se refere às metodologias adotadas nos artigos dos dossiês, uma ampla diversificação,
sendo que a que mais recorrente foi a bibliográfica e/ou documental, mas, também
mapeamos: estudo de caso, observação participante, pesquisa etnográfica e documental,
pesquisa-ação, projeto de intervenção, indicadores da qualidade na educação infantil,

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análise de vídeo, mapeamento de produções e prática da bricolagem. Entendemos que


alguns pontos citados anteriormente como metodologia são na realidade procedimentos
metodológicos, mas, como nosso artigo é descritivo e não interpretativo, respeitamos a
escrita dos (as) autores (as). Ao nosso entender não existe uma metodologia melhor que
a outra, mas sim, diferentes maneiras de tentar alcançar os objetivos propostos e de
desenvolver o percurso da pesquisa, principalmente, no que se refere às crianças que são
os sujeitos das infâncias e do cotidiano escolar.
Durante as leituras dos artigos dos dossiês observamos que as pesquisas que
tratam das infâncias e cotidiano escolar, a maioria dos autores têm discutido a temática
numa perspectiva Histórico-Cultural e da Sociologia da Infância, ora já delimitado no
decorrer do artigo, ora pela fundamentação teórica adotada. Encontramos também no que
se refere à perspectiva teórica utilizada, estudos relacionados à: Pedagogia Italiana,
Antropologia da Criança, História e Ciências Sociais, Geografia da Infância, Sociologia
da Família e à Sociologia da Infância, Estudos culturais e da linguagem, Campo da
legislação e aos Estudos Pós-Estruturalistas. Encontramos também em alguns artigos a
não definição do referencial teórico, apesar de haver utilização e citação de autores
específicos.
O mapeamento das produções nos possibilitou identificar o que tem sido discutido
e produzido acerca das infâncias e cotidiano escolar por pesquisadores referenciados em
todo o mundo na atualidade. Ficou evidente durante o processo de leitura dos dossiês que
os estudos apoiados principalmente na perspectiva histórico-cultural e na sociologia da
infância tem ampliado o conceito e o entendimento das crianças e das infâncias, as
crianças passam a ocupar lugar central nas pesquisas e começam a ser ouvidas, não apenas
pela linguagem oral, ou por suas vozes, mas por meio das diferentes linguagens, corporal,
estética, gestual, social, cultural e as infâncias são vistas e entendidas no plural, como
diferentes maneiras de ser, de viver, de construir as experiências pelas crianças.

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