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08/08/2023, 22:57 Anais do VI Simpósio de Pós-graduação em Educação e V Semana de Arte - Pesquisa em educação: processos criativos e…

(/Home)

Publicado em 11/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-423-0 -


DOI: 10.29327/112478
Anais do VI Simpósio de Pós-graduação
em Educação e V Semana de Arte -
Pesquisa em educação: processos
criativos em tempo de reinvenção
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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Total de artigos: 285

A INFLUÊNCIA DAS RELAÇÕES FAMÍLIA-ESCOLA NO CONTEXTO DA INSTITUIÇÃO FORMATIVA


Maria Luiza da Silva Leite; Daniele Porto Bessa Mota; Andreza Gabriela Dantas dos Santos
(/Anais/SIMPOSEDUCSEMANARTE/231421-A-INFLUENCIA-DAS-RELACOES-FAMILIA-ESCOLA-NO-
CONTEXTO-DA-INSTITUICAO-FORMATIVA)

POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA A PERMANÊNCIA DE MÃES ALUNAS NO CURSO DE


PEDAGOGIA (FE/UERN).
Andreza Gabriela Dantas dos Santos; Fernanda Sheila Medeiros da Silva; Maria Luiza da Silva Leite
(/Anais/SIMPOSEDUCSEMANARTE/231430-POLITICAS-EDUCACIONAIS-PARA-A-PERMANENCIA-DE-MAES-
ALUNAS-NO-CURSO-DE-PEDAGOGIA-(FEUERN))

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maria luiza

Modalidade
Resumo expandido

Área temática
GT 01 POLÍTICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO

GT 02 FORMAÇÃO, CURRÍCULO E PRÁTICA DOCENTE

GT 03 EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE E INCLUSÃO

GT 04 EDUCAÇÃO INFANTIL, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

GT 05 PROCESSOS PEDAGÓGICOS EM TEMPOS DE REINVENÇÃO

GT 06 EDUCAÇÃO E PRÁTICAS FORMATIVAS NA CIBERCULTURA

GT 07 EDUCAÇÃO POPULAR E FORMAÇÃO HUMANA

GT 08 EDUCAÇÃO E SUBJETIVIDADE

GT 09 AVALIAÇÃO DAS IMPLICAÇÕES FORMATIVAS PARA A ATUAÇÃO DO EGRESSO DO POSEDUC

GT 10 ESTÁGIO DOCENTE SUPERVISIONADO: DIÁLOGOS DE UMA FORMAÇÃO SEMPRE A SE FAZER

GT 11 PROGRAMAS FORMATIVOS NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES

GT 12 ARTE, INFÂNCIA E LITERATURA

GT 13 ARTE E FILOSOFIA

GT 14 ARTE, EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

GT 15 ARTE, CULTURA E MOVIMENTOS SOCIAIS

GT 16 A IMAGEM COMO RECURSO DIDÁTICO

GT 17 "Queer Art, Queer Pedagogy"

GT 18 AS SETE ARTES LIBERAIS: RECUOS E ATUALIDADES

GT 19 ENSINO DE FÍSICA

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A INFLUÊNCIA DAS RELAÇÕES FAMÍLIA-ESCOLA NO CONTEXTO
DA INSTITUIÇÃO FORMATIVA
Maria Luiza da Silva Leite. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
E-mail: ​luizamaria70583@gmail.com
Daniele Porto Bessa. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
E-mail: ​danielepbessa@gmail.com
Andreza Gabriela Dantas dos Santos Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
E-mail: ​gabrieladantass22@outlook.com
GT 7 Educação popular e formação humana

Palavras-chave: Instituições formadoras. Criança. Educação formal e informal.

INTRODUÇÃO

A relação família-escola constitui papel fundamental no processo de desenvolvimento social e


intelectual do aluno. Essa relação influencia diretamente no contexto da instituição formativa e reflete
no bom desempenho acadêmico do estudante, considerando que é dever da família promover ao
sujeito, ainda na infância, o aprendizado de padrões comportamentais, atitudes e valores aceitos pela
sociedade, dessa forma, ficaria a escola com a função de favorecer a aprendizagem dos
conhecimentos formais, ampliando sua perspectiva histórico, social e cultural. Tomando como
referência a escrita de Oliveira; Marinho-Araújo (2010):

A divergência entre escola e família está na tarefa de ensinar, sendo que a


primeira tem a função de favorecer a aprendizagem dos conhecimentos
construídos socialmente em determinado momento histórico, de ampliar as
possibilidades de convivência social e, ainda, de legitimar uma ordem social,
enquanto a segunda tem a tarefa de promover a socialização das crianças,
incluindo o aprendizado de padrões comportamentais, atitudes e valores
aceitos pela sociedade. (OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO 2010, p.101).

A escola e a família compartilham a responsabilidade de repassar o saber culturalmente


adquirido pelas gerações passadas, aos indivíduos que ainda não se encontram aptos para a vida
social, bem como exercem um papel fundamental na socialização e no desenvolvimento integral dos
mesmos. É através dessas instituições que a criança tem a sua personalidade construída e moldada.
Desse modo, é essencial que pais e professores estabeleçam uma relação de mútua colaboração,
com o intuito de impulsionar a evolução da criança. Nesse sentido, Piaget ( 2007) destaca que:

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais, leva pois


a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real
dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de
responsabilidades [...] (2007, p. 50).

Temos como objetivo, compreender a influência da relação família-escola no contexto da


instituição formativa e refletir acerca do papel que cada uma dessas instituições representa hoje para
a sociedade. Considerando a relevância e a importância dessa relação família-escola, temos a
finalidade de tentar contribuir com esse tema, destacando as funções sociais de cada instituição na
vida do indivíduo.

METODOLOGIA

Esse trabalho consiste em um estudo exploratório, baseado em artigos e documentos, sobre


a temática, para uma possível familiarização com o tema proposto, onde destacamos a importância
dessas duas instituições no processo de formação do indivíduo. Foi utilizada uma pesquisa de caráter
cunho qualitativo e bibliográfico, baseada nos estudos de Oliveira e Marinho-Araújo (2010) e Dessen;
Polonia (2007). Nosso principal alvo da investigação é a família-escola, na qual refletimos sobre os
conceitos de família e escola.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A primeira instituição que a criança tem contato é a família, é lá que a mesma inicia sua
experiência social, apreende padrões comportamentais, cultura, costumes, atitudes e valores, como
também passa a ter seu primeiro contato com a linguagem, os símbolos e recebe da família a
educação informal (DESSEN; POLONIA, 2007).
Já a instituição chamada escola vem para favorecer a aprendizagem dos conhecimentos,
como também para facilitar e ampliar a socialização. A instituição escolar promove um tipo de
educação mais conhecida como a educação formal. Na perspectiva de Oliveira e Marinho-Araújo
(2010), ambas as instituições família e escola tem um objetivo comum de promover o
desenvolvimento da criança de forma global, contudo, há diferença entre suas tarefas e
responsabilidades, ou seja, a diferença está no que diz respeito à tarefa de ensinar, enquanto a
escola tem a função de favorecer a aprendizagem, a família tem a tarefa de promover a socialização
da criança, junto com padrões comportamentais, atitudes e valores aceitos pela sociedade.
Consideramos conforme Dessen e Polonia (2007, p. 23), que os diferentes contextos em
que o aluno está inserido refletem nas inúmeras composições de famílias e no perfil socioeconômico
de cada uma delas. Dessa forma, “o próprio conceito de família e a configuração dela têm evoluído
para retratar as relações que se estabelecem na sociedade atual”. Assim, precisamos considerar que
os processos formativos familiares não são homogêneos, nesse contexto a escola precisa está atenta
para compreender essa dinâmica familiar, observando que muitas vezes, pelos diversos contextos
familiares há, por parte dos alunos diferentes necessidades formativas básicas.
Na contemporaneidade, ​existem várias formas de entender o conceito de família, sendo que
suas definições tradicionais estão relacionadas a critérios como restrições jurídicas e legais,
aproximações genealógicas, perspectiva biológica de laços sanguíneos e o partilhar de um lar com
crianças (Petzold, 1996 ​apud ​Oliveira; Marinho-Araújo, 2010).
Com o passar do tempo, a família passou a ser entendida de forma mais abrangente, que
compreende as especificidades e está ligada principalmente ao afeto, ao cuidado, podemos definir
família como “quem cuida’’. O que define uma família não é o seu formato, mas sim a sua função, que
é o cuidado, a atenção, a afeição. Não é possível citar um conceito único sobre família, mas podemos
dizer que é um espaço de socialização no qual os membros podem ou não habitar o mesmo teto,
podem ou não ter laços consanguíneos (DESSEN; POLONIA, 2007). Inferimos, portanto, que há uma
variedade de conceitos de família, aos quais a escola deve reconhecer e buscar estabelecer uma
relação próxima.
Entendemos que, a criança após o nascimento, já está inserida e ao mesmo tempo
interagindo com o meio social. O ser humano participa de grupos internos e externos durante a sua
vida, os seus primeiros contatos e ciclos de formação acontecem na família de maneira informal. De
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n°9.394/96 (BRASIL, 2018), Lei brasileira
que se refere à educação, Art. 2º: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Primariamente, a família tem o dever de participar do processo educativo da criança, “a
família é considerada a primeira agência educacional do ser humano e é responsável, principalmente,
pela forma com que o sujeito se relaciona com o mundo, a partir de sua localização na estrutura
social” (Oliveira; Marinho-Araújo, p.100), porém, a família não pode pensar sozinha nesse processo,
pois o Estado deve contribuir para que juntos possam somar uma formação e qualificação durante a
vida acadêmica, profissional e social do indivíduo.
Considerando a importância da relação escola-família para o desenvolvimento da criança,
podemos pontuar algumas formas de estudar essa relação. É de extrema importância estudar a
visão, dos professores, dos pais e também dos alunos.
Segundo Oliveira e Marinho-Araújo (2010, p. 104), para alguns professores, o modelo de
família, é uma família idealizada, que ofereça suporte e conforto, tendo diferentes funções para cada
fase da vida, contudo, entendemos que nem sempre a família se faz presente a escola ou consegue,
por diversos fatores, dá o suporte necessário ao aluno. Além disso, é necessário que os pais estejam
presentes de forma assídua nos aprendizados do aluno, ajudando-o sempre com os deveres, e o
conduzindo à escola. Para isso, é preciso, pensar estratégias para trazer os pais ou responsáveis
para o convívio escolar dos alunos.
Ainda segundo Oliveira e Marinho-Araújo ​(2010, p. 105), ao se referir às funções de cada uma
das instituições, suas devidas funções (pais e professores), mesmo que as duas partes possuam
interesse no desenvolvimento da criança, possuem tarefas diferentes, e quando falamos disso
também podemos dizer que existe certa hesitação sobre o papel do outro. O aluno é o elo que une os
dois lados, e a sua visão dessa relação é essencial. Portanto, a ponte para estabelecer a relação
família e escola é o próprio aluno, tendo em vista, principalmente, que o desenvolvimento cognitivo,
motor, afetivo, social e global do aluno é de interesse de ambas as instituições.
A escola, na visão de Dessen e Polonia (2007) é a grande responsável pela transmissão e
pela verificação da educação formalizada, sendo que neste espaço o sujeito deve evoluir em
conhecimento, estar apto ao convívio social, aprendendo a respeitar a pluralidade dos sujeitos e a
atuar com criticidade, conhecendo e preservando o meio ambiente, entendendo e favorecendo sua
sustentabilidade. Ela é o espaço que promove a análise e generalização da realidade: o pensamento
conceitual.
A família e a escola constituem os dois principais ambientes de promoção do
desenvolvimento humano e social, sendo fundamental que, para assegurar que isso ocorre de forma
segura, sejam implementadas políticas que assegurem a aproximação entre os dois contextos, para
que em colaboração possam reconhecer suas peculiaridades e também similaridades, sobretudo no
tocante aos processos de desenvolvimento, e assim, cumpram seus essenciais papéis na vida dos
sujeitos em formação (DESSEN & POLÔNIA, 2005, p.29).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as informações apresentadas, podemos dizer que a relação da família com a


escola impacta diretamente o desenvolvimento e aprendizagem do aluno, a família precisa oferecer a
base para que a escola construa um caminho de conhecimento e aprendizado de forma saudável. É
necessário saber estar presente sem invadir o espaço do aluno, já que ele também deve ter sua
autonomia dentro do próprio desenvolvimento. É com base na visão do aluno que poderemos
identificar e investigar as questões necessárias para uma boa relação família-escola.
Apesar dos pontos comentados na discussão da importância dessas relações não finaliza
brevemente. É interessante para refletir sobre a relevância dessas duas instituições para a sociedade,
uma vez que o pleno funcionamento de ambas em colaboração tende a contribuir com o
desenvolvimento da própria sociedade. Assim, se dada à importância dessas relações pode-se galgar
melhoria no trabalho de ambas instituições na formação das crianças e adolescentes.
A escola e família compartilham a importante função de inserir as crianças e adolescentes no
meio social com capacidade crítica, participativa e produtiva. Assim, ao tentarmos buscar de quem é
a responsabilidade de manter ou intermediar essa relação, podemos pontuar que uma das funções da
escola, visto que diante de sua atividade, pode a partir dos professores intermediar essa relação, seja
através de tarefas de casa, reuniões criativas, ou de escuta sensível.
É preciso, criar um canal de comunicação com pais, pois muitas vezes essa comunicação só
é estabelecida através dos conflitos existentes para a solução dos problemas, e diante disso, há uma
resistência dos pais em participar de reuniões onde só escutam reclamação de seus filhos. Assim, é
importante desenvolver estudos e pesquisas com intuído de compreender as dimensões dessa
relação, para que se possa elaborar estratégias para ampliar o processo de socialização e
aprendizagem dos alunos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9,394, de 20 de dezembro de 1996. Refere-se à educação. ​LDB: Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional​, Brasília, v. 2, p. 8-58, 2018. Disponível em: <
https://documentcloud.adobe.com/link/track?uri=urn%3Aaaid%3Ascds%3AUS%3Aeae62dd8-4197-44
3c-93cf-5bef0ee28ac6​ >. Acesso em: 13 out. 2019.
DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. ​A família e a escola como contextos de
desenvolvimento humano. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 17, n. 36, p. 21-32, Abril.
2007.
OLIVEIRA, Cynthia Bisinoto Evangelista de; MARINHO-ARAUJO, Claisy Maria. ​A relação
família-escola: intersecções e desafios. Estud. psicol. (Campinas). Campinas, v. 27, n. 1, p.
99-108, Mar. 2010.
PIAGET, Jean. ​Para onde vai à educação? ​Rio de Janeiro: José Olímpio, 2007.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA A PERMANÊNCIA DE MÃES
ALUNAS NO CURSO DE PEDAGOGIA (FE/UERN)
Andreza Gabriela Dantas dos Santos. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),
gabrieladantass@outlook.com.
Fernanda Sheila Medeiros da Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),
medeirossheila999@gmail.com.
Maria Luiza da Silva Leite, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),
luizamaria70583@gmail.com.
GT01: Políticas e Gestão Educacional

Palavras-chave: Mães universitárias. Políticas de permanência. Desigualdade de gênero.

INTRODUÇÃO

O ingresso de mulheres no ensino superior tem ganhado um aumento significativo nos


últimos anos. No entanto, garantir a permanência de mulheres mães na universidade é algo que não
tem se efetivado, em alguns casos, devido às dificuldades encontradas por elas em conciliar o
cuidado com os filhos, o trabalho, os afazeres domésticos e os estudos. Essas dificuldades acentuam
a desigualdade imposta por gênero e impossibilitam que muitas mulheres alcancem sucesso na vida
profissional. As frustrações que as mulheres enfrentam diariamente para estarem ocupando os
lugares que desejam, esclarece a falta de políticas públicas educacionais direcionadas às mães nos
cursos de nível superior e nas demais áreas profissionalizantes.
A partir disso, os seguintes questionamentos foram lançados: quais as dificuldades
enfrentadas pelas mães em permanecer no curso de Pedagogia (FE/UERN)? Como garantir a
permanência e quais as políticas educacionais que dão assistência às mães universitárias do curso
de Pedagogia (FE/UERN)? Diante dessas questões, o objetivo geral do presente trabalho é
compreender os desafios que as mães universitárias enfrentam ao longo da formação para
permanecer no curso de Pedagogia (FE/UERN). Tendo em vista também a identificação das políticas
educacionais que dão assistência às mães alunas do curso de Pedagogia (FE/UERN), dando
importância ao perfil socioeconômico das mães alunas do curso.
Diante desse contexto, percebe-se a necessidade da realização de pesquisas sobre a
temática em questão, para tentar tanto identificar, como também desenvolver propostas de políticas
públicas educacionais que proporcionem melhores condições de permanência e acesso ao ensino
superior para mulheres nas mais diversas realidades, principalmente as que envolvem mães
estudantes com limitações econômicas. Por isso, entender o contexto em que cada aluna está
inserida é muito importante, como afirma Cunha (2019):
[...] procurar saber suas necessidades é uma alternativa para tentar suprir
as dificuldades de permanência dos alunos. Assim, a partir desse
levantamento de dados, propor políticas e projetos que possam garantir a
permanência do estudante, da mulher, da mãe na universidade poderia ser
mais alcançável (CUNHA 2019, p.15).
Dessa forma, garantir o acesso e propor políticas que auxiliem na permanência de mulheres
mães no ensino superior é colaborar e dar visibilidade a outras diversas lutas que há muito tempo
vêm sendo travadas por mulheres em todo o país, como segundo Henriques (2016):
[...] a luta das mulheres pelo direito à educação, em especial à educação
superior no país, é sinônimo de outras várias lutas, a destacar: a luta pelo
direito ao acesso a uma educação superior de qualidade, que promova uma
formação crítica e emancipadora; a luta pelo direito à capacitação
profissional, sem que recaia exclusivamente sobre elas o ônus do “conflito”
entre trabalho, educação e vida familiar; a luta pela instauração de relações
sociais, profissionais e educacionais livres de opressão de classe, gênero,
raça, etnia, geração e sexualidade; e a luta pelo ingresso e permanência na
educação superior, bem como no mercado de trabalho em postos com
melhor remuneração (HENRIQUES 2016, p.77).
Com base nisso, o presente resumo tem como referência a pesquisa de conclusão de curso
desenvolvida pela ex-aluna do curso de Pedagogia, Tassia Camila Martins Cunha, com o tema “Mães
universitárias e trabalhadoras: um estudo de caso sobre as estudantes do curso de Pedagogia
(FE/UERN) ”. Juntamente com o trabalho da Prof. ª Dr. ª Cibele da Silva Henriques (UFRJ), “Mulher,
universitária, trabalhadora, negra e mãe: a luta das alunas mães trabalhadoras negras pelo direito à
educação superior no Brasil”. Do legislativo, foi mencionada a Lei nº 6.202, de 17 de abril de 1975,
que garante às estudantes em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares a partir do
oitavo mês de gestação e durante três meses. Através de um olhar sensível sobre a mulher mãe e
universitária, poderemos nos aproximar de soluções mais eficazes para diminuir as desigualdades
que são impostas por gênero. Isso reafirma a necessidade de se desenvolver pesquisas sobre essa
temática.

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi desenvolvida com base no enfoque qualitativo, sendo esse, segundo
Godoy (1995), um método que busca a fonte direta de dados no ambiente natural, com um contato
direto entre o pesquisador e o que está sendo estudado. Diante disso, procuramos refletir acerca de
algumas políticas educacionais que assistem as mães universitárias no curso de Pedagogia
(FE/UERN). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde segundo Gil (2002), é desenvolvida tendo
por embasamento um material já elaborado, principalmente artigos científicos e livros desenvolvidos
sobre a temática em questão. Nesse contexto, ressaltamos a importância da elaboração de políticas
públicas voltadas para a permanência de mães nos cursos de nível superior, para que as mesmas
alcancem sucesso na vida profissional e não precisem abdicar de suas escolhas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As dificuldades que as mulheres encontram para permanecer na universidade após a


maternidade são acentuadas pelas desigualdades impostas por gênero. Muitas mulheres,
principalmente as mais pobres, enfrentam uma jornada de trabalho exaustiva, na qual realizam os
afazeres domésticos, cuidam dos filhos e trabalham em busca de melhores condições de vida. Como
ressalta Cunha (2019), em sua pesquisa, a maternidade interfere não só na questão profissional, pois
a mulher também precisa aderir à um regime de trabalho doméstico, além de cuidar de sua família.
Junto a isso vemos a necessidade de uma formação profissional, que garanta a capacitação para
atuar em diferentes cargos por meio da qualificação, esse processo acaba sendo percebido como
uma oportunidade de se dar melhores condições à família ou até mesmo uma forma de ascensão
social.
Dessa maneira, a carga de responsabilidades acompanha a mulher na jornada acadêmica e
muitas vezes a impossibilita de participar dos programas formativos disponíveis na universidade.
Conseguir uma bolsa ofertada por esses programas seria uma ajuda para permanência de algumas
mulheres no ensino superior. No entanto, Cunha (2019) destaca que as oportunidades se limitam
quando se trata de uma estudante mãe e que a escolha de quem será o bolsista, requer
disponibilidade do aluno ao cumprimento dos horários determinados. Tal especificidade acaba
limitando a participação de mães universitárias em programas formativos, além de acentuar a
desigualdade de gênero presente na sociedade, já que essa precisa atuar como mãe, condição
atribuída ao sexo feminino, e em casa.
No Brasil, existem algumas leis que asseguram direitos às estudantes em estado de
gestação, como é o caso da Lei nº 6.202, de 17 de abril de 1975, que institui pelo decreto-lei número
1.044, de 21 de outubro de 1969: a partir do oitavo mês de gestação e durante três meses a
estudante ficará assistida pelo regime de exercícios domiciliares. Baseada nesta lei, a Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), criou a Resolução nº 005/2014, que garante às
estudantes do curso de Pedagogia (FE/UERN), como política institucional, o direito a exercícios
domiciliares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em meio a tantas cobranças e necessidades que a mulher enfrenta, não somente durante a
gestação, mas também durante sua vida, tornou-se necessário um novo olhar sobre sua realidade.
Uma forma de contribuir com o momento vivido após a gravidez seria visar um período mais longo de
licença, tendo em vista que as dificuldades são acentuadas com a chegada da criança. Além disso, o
regime de exercícios domiciliares é concedido por meio de laudo médico, ou seja, a política não tem
um olhar sensível sobre a realidade da mãe, sobre as dificuldades que a mesma tem em conciliar o
cuidado com os filhos, os afazeres domésticos, o trabalho e os estudos e sim entendida apenas como
um estado de saúde da mãe. Em suma, com a realização desta pesquisa, percebe-se a escassez de
políticas públicas educacionais voltadas para as condições de permanência das mães no ensino
superior. Percebe-se também que as limitações econômicas também influenciam no acesso dessas
mulheres a uma formação de qualidade, que muitas vezes proporcionará a independência financeira.
Também se faz necessário destacar que não basta apenas leis e resoluções que auxiliem as mães
universitárias, mas que profissionais envolvidos diretamente com esse tipo de realidade possam
contribuir de forma prática buscando compreender e adaptar-se a ela.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Congresso. Senado. Constituição (1975). Lei nº 6.202, de 17 de abril de 1975. A partir do
oitavo mês de gestação e durante três meses a estudante em estado de gravidez ficará assistida pelo
regime de exercícios domiciliares. Publicação Original. Diário Oficial da União. 17/4/1975, Coleção de
Leis do Brasil. v. 3, Seção 1, p 26.
CUNHA, Tassia Camila Martins. Mães Universitárias e trabalhadoras: um estudo de caso sobre as
alunas da (FE/UERN). Mossoró/RN, 2019.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de
Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, abril 1995.
HENRIQUES, Cibele da Silva. Mulher, universitária, trabalhadora, negra e mãe: a luta das alunas
mães trabalhadoras negras pelo direito à educação superior no Brasil. In: ANDES-SN, 2016.
08/08/2023, 22:47 Anais do VII Simpósio de Pós-Graduação em Educação VI Semana de Arte da Faculdade de Educação I Rede de Convers…

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Publicado em 31/01/2022 - ISBN: 978-65-5941-564-9 -


DOI: 10.29327/156498
Anais do VII Simpósio de Pós-Graduação
em Educação VI Semana de Arte da
Faculdade de Educação I Rede de
Conversações sobre Educação de Jovens
e Adultos: Educação Libertadora e
Autonomia no Ensino Remoto
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Total de artigos: 83

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA: RECURSO EFICIENTE NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE


PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Willame Anderson Simões Rebouças; Yatamuri Rafaelly Cosme da Silva; Maria Luiza da Silva Leite; Fernanda
Sheila Medeiros da Silva (/Anais/simposeduc2021/449301-DOCUMENTACAO-PEDAGOGICA--RECURSO-
EFICIENTE-NAS-PRATICAS-PEDAGOGICAS-DE-PROFESSORES-DA-EDUCACAO-BASICA)

EXPERIÊNCIA COM O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO REMOTO: PONTOS POSITIVOS E


NEGATIVOS
Maria Luiza da Silva Leite; Daniele Porto Bessa Mota (/Anais/simposeduc2021/449550-EXPERIENCIA-COM-O-
USO-DAS-TECNOLOGIAS-NO-ENSINO-REMOTO--PONTOS-POSITIVOS-E-NEGATIVOS)

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Modalidade
Resumo Expandido

Área temática
GT 01 - Formação Humana e Desenvolvimento Profissional Docente

GT 02 - Políticas e Gestão da Educação

GT 03 - Práticas Educativas, Cultura, Diversidade e Inclusão

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DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA: RECURSO EFICIENTE NAS
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA

Willame Anderson Simões Rebouças


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
willameanderson@gmail.com

Yatamuri Rafaelly Cosme da Silva


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
yatamurirafaelly@gmail.com

Maria Luiza da Silva Leite


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
luizamaria70583@gmail.com

Fernanda Sheila Medeiros da Silva


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
fernandasheila@alu.uern.br

GT 03 Práticas Educativas, Cultura, Diversidade e Inclusão

INTRODUÇÃO
Na educação básica, é comum presenciar os primeiros contatos dos alunos com
conhecimentos culturais, artísticos e de diversas outras áreas de conhecimento. Também é um
momento no qual os estudantes aprimoram competências e habilidades, à medida que
entrelaçam conhecimentos novos aos já adquiridos (SILVA; FELICETTI, 2014).
Desse modo, ao falar sobre essa etapa educativa englobam-se diversas questões, tais
como: as amplas possibilidades de práticas e recursos pedagógicos a serem utilizados pelos
professores; as posturas e competências que os educadores devem apresentar em sala de aula;
entre outras pontuações de relevância no assunto.
Sabe-se que o dinamismo docente requer constante atenção para com os alunos, uma
vez que em suas práticas de ensino, o mentor é responsabilizado por identificar as dificuldades
e facilidades apresentadas por seus alunos. Seguindo tal compreensão, faz-se oportuno o uso de
recursos pedagógicos que contribuam para a eficácia no processo de ensino e aprendizagem, de
modo que, por meio deles, seja possível ampliar o alcance do professor para com o
entendimento dos sujeitos.
Nesse sentido, o presente trabalho busca apresentar a documentação pedagógica
enquanto instrumento válido para auxílio dos professores na educação básica. Para tanto,
consultou-se Mendonça (2013) e Raizer (2011), principais bases teóricas da atual investigação.
Além de tudo, esta pesquisa mostra-se relevante ao contribuir para o repertório pedagógico de
métodos avaliativos de professores da educação básica.
METODOLOGIA
A devida pesquisa se trata de uma análise bibliográfica. Essa é caracterizada por ser
fundamentada a partir de materiais já produzidos, como é o caso de artigos científicos, livros,
teses, entre outros (GIL, 2002). É um meio eficiente de pesquisa, na medida em que possibilita
ao pesquisador um leque extenso de informações, desde as mais antigas até as datadas na
atualidade. Segundo Gil (2002, p. 44) “[...] há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir
de fontes bibliográficas”, revelando a natureza confiável do método para coletar informações.
Para realizar a análise dos dados coletados, a pesquisa adotou uma formatação de cunho
qualitativo e exploratório. A abordagem qualitativa utilizada se destaca por permitir a
verificação detalhada das características e situações apresentadas, sem que haja a necessidade
de medidas quantitativas (RICHARDSON, 2012). Essa abordagem permite aos pesquisadores
um aprofundamento em informações não visíveis que necessitam serem expostas. Sobre a
pesquisa exploratória, para Gil (2002, p. 41) estas pesquisas “[...] têm como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a
constituir hipóteses. [...]” e, portanto, garantir maiores detalhes para a análise dos dados.
Ademais, destaca-se o interesse pelo atual estudo, fruto das discussões protagonizadas
no componente Concepções e Práticas de Educação Infantil, ofertado na grade curricular do
Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação - FE, situada na Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte - UERN.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos ambientes educacionais, é bastante comum ver murais de exposição, contendo
fotografias de atividades realizadas com os alunos, principalmente durante a educação básica,
devido às subjetividades características dessa modalidade de ensino, como os constantes
registros de desenhos, colagens e outras formas de expressão das crianças frente ao papel. Esses
se assemelham bastante a documentos pedagógicos, no entanto, são menores em quesitos
descritivos, focando mais em aspectos visuais, tais como fotografias e pinturas.
A documentação pedagógica consiste no registro dos resultados espontâneos
protagonizados pelos alunos, bem como, na observação dos professores em relação às
construções desenvolvidas por esses. Além disso, compõe-se dos atos “[...] de analisar e refletir,
compartilhar interpretações para, pelo contemplar o passado, compreender o presente e projetar
o futuro do trabalho educativo” (MENDONÇA, 2013, p. 23803).
Contudo, para realizar o processo de documentar, o educador deve primeiro realizar a
observação e, posteriormente, o registro, como uma forma de descrever uma ação, seja por meio
da linguagem verbal, não verbal ou mista. Nesse sentido, é possível encontrar diferentes formas
de documentar durante o trabalho pedagógico, tais como: fotografias; atividades; anotações
realizadas durante a observação; gráficos; desenhos; frases ditas pelos estudantes, entre outros.
Vale ressaltar que “A documentação é mais que um compilamento de textos, tarefas,
instruções, fotos, filmes e tudo mais que se quiser acrescentar [...]” (MENDONÇA, 2013, p.
23805). Isso significa dizer que após o processo de documentar, o educador consegue realizar
reflexões e uma autoavaliação em relação às suas práticas.
Seguindo o raciocínio, a documentação pedagógica contribui para o trabalho do
pedagogo, visto que, conforme Raizer (2011, p. 1897), ela “[...] colabora com o planejamento
do professor, fazendo com que suas ações tornem-se intencionais e contribuindo para as
reflexões posteriores [...]”. A partir de então, o professor consegue aprimorar seu trabalho com
os alunos, pois, tendo em mãos os registros das atividades realizadas, poderá analisá-los e,
consequentemente, traçar novos rumos para seu cronograma pedagógico com a turma.
Salienta-se que a documentação pedagógica não deve ser elaborada de maneira instável,
desatenta ou duvidosa, considerando que, por meio dela, serão propostos os próximos caminhos
a serem percorridos em sala de aula. Dessa forma, é necessário olhar e selecionar os dados
coletados, dado que, “[...] Uma vez que coletamos nossas observações, precisamos editá-las e
prepará-las antes que possamos compartilhá-las, discuti-las e interpretá-las [...]” (GANDINI;
GOLDHABER, 2002, p. 153). Sendo assim, todos os registros precisam ser realizados de
maneira calma, detalhada e atenta, buscando sempre manter uma boa estrutura e organização
dos dados coletados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a análise dos materiais estudados, foi possível identificar que o registro
pedagógico é de grande utilidade ao educador na hora de identificar as necessidades do aluno.
Por meio da referida documentação, o professor observará atentamente os registros coletados,
percebendo as mais variadas minúcias, como: o momento em que determinado aluno teve uma
maior dificuldade ou facilidade em fazer algo; o empenho do sujeito durante o procedimento;
o tempo que ele levou para cumprir a atividade; entre outros detalhamentos.
Nessa visão, entendeu-se que a documentação pedagógica é um material de apoio
educacional multi eficaz, que contribui tanto ao educador quanto ao aluno. Ainda nos casos em
que os educandos pré-disponham determinadas competências, a documentação pedagógica
servirá ao educador, pois, este notará que o aluno adquiriu determinadas habilidades. Assim,
poderá nortear seus próximos passos, visando desenvolver novas competências nos alunos ou
até, aprimorar as que esse já possui.

REFERÊNCIAS

GANDINI, L.; GOLDHABER, J. Duas reflexões sobre a documentação. In: GANDINI, L.;
EDWARDS, C. (Org.). Bambini: a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre:
Artmed, 2002. p. 150-169.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MENDONÇA, Cristina Nogueira. A documentação pedagógica como processo de


investigação e reflexão na educação infantil. In: X Congresso Nacional de Educação -
EDUCERE, 2013, Curitiba. Anais do Congresso Nacional de Educação. Curitiba, 2013. p.
23802-23812.

RAIZER, Cassiana Magalhães. Documentação pedagógica e a prática pedagógica:


primeiros apontamentos. In: X Congresso Nacional de Educação - EDUCERE, 2011,
Curitiba. Anais do Congresso Nacional de Educação. Curitiba, 2011. p. 1893-1903.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. - 14. reimpr. - São
Paulo Atlas, 2012.

SILVA, Gabriele Bonotto; FELICETTI, Vera Lucia. Habilidades e competências na prática


docente: perspectivas a partir de situações-problema. Educação Por Escrito, [S.L.], v. 5, n. 1,
p. 17, 26 jun. 2014. EDIPUCRS. . Disponível em: <https://revistaseletronicas
.pucrs.br/index.php/porescrito/article/view/14919/11497>. Acesso em: 13 nov. 2021.
EXPERIÊNCIA COM O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO
REMOTO: PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Maria Luiza da Silva Leite


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
luizamaria70583@gmail.com

Daniele Porto Bessa Mota


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
danielepbessa@gmail.com

GT 01 Formação Humana e Desenvolvimento Profissional Docente

INTRODUÇÃO
Com o avanço da pandemia ocasionada pela Corona Virus Disease que surgiu em 2019
- COVID-19, o mercado de trabalho, a área da saúde, assim como, o âmbito educacional,
sofreram mudanças com o início do isolamento social realizado, evitando assim, a propagação
do vírus contagioso.

Hoje em dia, conforme as tecnologias vão avançando, o comportamento da sociedade


vai se transformando, assim como o mundo em que vivemos. É possível refletirmos com a
seguinte frase: “O que seria de nós com a pandemia ocasionada pela Covid-19 sem esses
avanços?” Assim que chegou ao mundo, logo as informações se espalharam pelas redes sociais,
as pessoas através das mídias compreenderam sobre as precauções necessárias, como o uso de
máscaras, álcool e o distanciamento social.

Tendo como base essa afirmação, os autores Furlan e Nicodem (2017, p. 3) relatam: “É
notório que a informação vem acelerando nos últimos tempos. Esse fato pode nos trazer grandes
vantagens, desde que se consiga obter equilíbrio entre a informação, o conhecimento e a
sabedoria”, ou seja, devemos extrair o melhor das tecnologias sem permitir que ela tome conta
de nossa vida de maneira desordenada, sem exageros, sem limites e sem controle. Ela vem
ganhando força e com isso trouxe para a humanidade o acesso mais rápido às informações.

No contexto educacional, as aulas precisaram ser adaptadas, visto que, os momentos


presenciais precisaram ser suspensos. Nesse sentido, os alunos e professores usaram de sua
criatividade e buscaram novas formas de diversificar as aulas e torná-las, além de possíveis,
mais atrativas. Os docentes vivenciaram novas formas de ensinar, novas ferramentas de trabalho
e os estudantes entenderam a importância de aprender e entrar no mundo digital.

Sendo assim, este trabalho tem como objetivo relatar nossas experiências com o uso das
tecnologias no ensino remoto, como também apresentar os pontos positivos e negativos que ela
nos proporciona. Faremos esse relato da nossa experiência com o uso das tecnologias no nosso
cotidiano com base nas discussões em sala de aula, bem como no livro Polegarzinha de Michel
Serres. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizamos nossos relatos vivenciados nas
disciplinas do Curso de Pedagogia, da Faculdade de Educação - FE/UERN, sendo esta, fruto de
um trabalho oriundo da disciplina de Tecnologias e Mediação Pedagógica, presente na grade
curricular do nosso Curso.

METODOLOGIA

Este trabalho encontra-se caracterizado como qualitativo, reflexivo e por ser relatos
vivenciados por nós, discentes do Curso de Pedagogia, durante o sistema remoto de ensino.
Com o intuito de nos aprofundarmos acerca da temática escolhida, utilizamos a revisão
bibliográfica com os seguintes referenciais teóricos: Serres (2013), Freire (2000) e Furlan e
Nicodem (2017). Compreende-se que a pesquisa bibliográfica:

[...] é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído


principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos
estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas,
assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de
análise de conteúdo (GIL, 2008, p. 89).

Sendo assim, todos os documentos e materiais que, hoje, se encontram finalizados e


disponibilizados, possuem uma gama de informações valiosas, e contribuem de forma
significativa para os pesquisadores em fase de buscas de dados, tornando-se essencial para o
desenvolvimento de suas pesquisas que estão em andamento. (GIL, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O mundo passou/passa por constantes mudanças, assim como as tecnologias, um dos


principais influenciadores desse processo. Se olharmos para trás, percebemos que nós,
habitantes atuais, nem sequer passamos pelo que os povos de antigamente passaram, já que a
ciência ainda não era tão evoluída, como por exemplo, as doenças desconhecidas, em que não
haviam medicamentos e vacinas para tratá-las. Serres (2013). As pessoas poderiam ser da classe
mais favorecida e com todas as riquezas, mas por não ter esse avanço, a morte se tornava um
fator frequente.

Fazer esse comparativo do passado com o futuro, nos permite realizar essas reflexões,
já que “O mundo global não é mais o mesmo [...]” (SERRES, 2013, p. 16). De fato não é, pois,
não habitamos mais na mesma história e tempo dos nossos antepassados. Freire (2000, p. 16)
relata que:

A mudança é uma constatação natural da cultura e da história. O que


ocorre é que há etapas, nas culturas, em que as mudanças se dão de
maneira acelerada. É o que se verifica hoje. As revoluções tecnológicas
encurtam o tempo entre uma e outra mudança.
De acordo com Freire as mudanças ocorrem de maneira acelerada, como podemos ver
a revolução que a tecnologia causou em nossas vidas nesse período urgente e necessário, nos
permitindo seguir e alcançar coisas que talvez não fossem possíveis sem entrar nesse mundo
tecnológico.

Hoje em dia, é comum que se tenha um computador pessoal ou um Smartphone com


acesso à Internet em quase todas as casas, mas ainda há pessoas que não se encontram dentro
dessa perspectiva. O ensino remoto ressaltou ainda mais essa afirmação: "Quase 40% dos
alunos de escolas públicas não têm computador ou tablet em casa” (OLIVEIRA, 2020, np). E
durante esse convívio com as aulas remotas, presenciamos de perto algumas realidades de
colegas que não tinham acesso à internet, um aparelho adequado para realizar as atividades, ou
a necessidade de dividir o mesmo dispositivo com o restante dos familiares.

Outro ponto bastante pertinente e importante a ser relatado, é a falta de conhecimento


da maioria das pessoas em relação ao uso das tecnologias. Muitos não tinham experiências e
com isso foi necessário tentar superar esse desafio. Problemas de conexão com a internet, as
telas dos computadores que travavam na hora das aulas, também são exemplos das dificuldades
oriundas do ensino remoto. Para muitos, não foi nada fácil, várias pessoas adoeceram com o
uso excessivo de trabalhos através das telas.

Apesar de citarmos esses pontos negativos sobre o uso das tecnologias baseadas em
nossas experiências com as aulas remotas, também frisamos a existência de fatores positivos.
Já presenciamos algumas pessoas falarem que as tecnologias podem atrapalhar a aprendizagem
e o raciocínio lógico, mas acreditamos que essa afirmação precisa ser refletida. Quando o
isolamento social foi decretado pelo governo, o sistema presencial das instituições de ensino
precisou ser interrompido, e foi graças a tecnologia que conseguimos seguir adiante.

Houve vários fatores positivos que pudemos vivenciar, entre eles destacamos: o
aumento da oferta de cursos formativos sobre plataformas educacionais para professores e
alunos, em que foi importante para a nosso desenvolvimento nas aulas remotas; e a inovação
nas práticas de muitos docentes, onde precisaram se habituar durante suas aulas. Dessa forma,
os discentes também começaram a garantir habilidades no uso de tecnologias durante esse
período, conhecendo novas ferramentas e aplicando-as em seu cotidiano.

Além disso, percebemos que houve uma maior flexibilização de horários e a


possibilidade de cursar um componente curricular em outro Campus e, consequentemente,
conhecer novas pessoas. Os discentes conseguiram mais tempo para estudar, e aqueles que
moram em outra cidade, puderam se inscrever em turnos diferentes sem precisar se locomover.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Relatar nossas experiências com o uso das tecnologias no ensino remoto, nos remeteu
recordar a trajetória de quando tudo iniciou. Não foi fácil realizar essa adaptação para nós,
discentes, e nem para os docentes. Houve esforços, mesmo em meio a tantas dificuldades, e
hoje, refletindo sobre os pontos negativos e positivos, pudemos compreender que ela foi
essencial para o nosso crescimento e desenvolvimento enquanto graduandas.

Portanto, ao pensarmos sobre esses pontos abordados, acreditamos e reafirmamos que


a tecnologia é uma grande aliada para as pessoas, tanto no processo de ensino e aprendizagem,
como em qualquer outro uso social. Porém, também defendemos o uso consciente e com
controle no uso das tecnologias, para que a mesma não prejudique a nossa vida em geral.
Ademais, mesmo com a volta do sistema presencial, ressaltamos ser essencial continuar
reinventando-se no uso das tecnologias, principalmente, para aqueles que fazem parte dos
processos de ensino e aprendizagem.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São


Paulo:
UNESP, 2000.

FURLAN, M. G. V. ; NICODEM, M. M. F. A importância das tecnologias de informação


e comunicação no ambiente escolar. R. Eletr. Cient. Inov. Tecnol, Medianeira, v. 8, n. 16,
2017. E – 4720. Disponível em: <https://periodicos.utfpr.edu.br/recit>. Acesso em: 05 de nov
de 2021.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

OLIVEIRA, Elida. Quase 40% dos alunos de escolas públicas não têm computador ou
tablet em casa, aponta estudo. Globo.com Educação, 2020. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/06/09/quase-40percent-dos-alunos-de-escolas-
publicas-nao-tem-computador-ou-tablet-em-casa-aponta-estudo.ghtml>. Acesso em: 20 de
nov. de 2021.

SERRES, Michel. Polegarzinha – Uma nova forma de viver em harmonia, de pensar as


instituições, de ser e de saber. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
872

SUPERANDO OBSTÁCULOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM ALUNO COM DISTROFIA MUSCULAR

1Maria Luiza da Silva Leite; 1Daniele Porto Bessa Mota

1 – Departamento de Educação (DE), Faculdade de Educação (FE), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Palavras-chave: inclusão; deficiência; educação.

Introdução
As discussões e reflexões voltadas para a educação inclusiva, vêm se tornando
cada vez mais comum, sendo fundamental para o processo de inclusão no âmbito
educacional. Dessa forma, a instituição formativa tem um papel essencial garantido
que a educação aconteça para todos e que mesmo com tantos avanços, ainda é um
desafio para os professores e em suas práticas pedagógicas. Entendemos que a
educação é direito de todos e de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB) n° 13.146, Lei brasileira que se refere a inclusão de pessoa com deficiência:

Art. 2° É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a
promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão
social e cidadania. (BRASIL, 2015).

A motivação para sustentar o atual trabalho acadêmico, se encontra na


importância de analisar e refletir sobre o processo de inclusão de um universitário com
distrofia muscular, através de sua vivência desde quando foi diagnosticado. A distrofia
muscular é classificada como uma doença genética e se caracteriza por fraqueza
muscular progressiva ocasionada pela degeneração irreversível do tecido muscular
esquelético, ela afeta músculos voluntários e órgãos de movimentos involuntários.

Objetivos
Objetivo geral: Compreender o processo de inclusão de um aluno com distrofia
muscular em seu contexto social.
Objetivos específicos: Identificar as dificuldades encontradas por esse aluno durante
sua trajetória de vida; Conhecer a realidade de acesso e locomoção do aluno com
distrofia muscular no meio universitário.

Metodologia
A metodologia aplicada, tem um foco cunho qualitativo e que nos permite
informações construtivas e relevantes para a nossa formação na docência, como
873

também, em nossa vida pessoal. Com o intuito de obter informações relacionadas a


sua deficiência, experiências de vida e suas dificuldades, realizamos uma entrevista
semiestruturada com perguntas para um estudante que cursa ciência da computação,
no qual chamaremos de João, ele tem 25 anos e todos os dias locomove-se de sua
cidade Apodi/RN até Mossoró/RN para estudar. João foi muito claro quanto às
respostas e mostrou-se livre de qualquer desconforto. Essa entrevista é caracterizada
por ser um diálogo aberto e com respostas reflexivas acerca da inclusão e da empatia,
principalmente em ambientes educacionais.

Resultados e Discussão
Elaboramos uma tabela com as perguntas e respostas do entrevistado, para
uma melhor compreensão.

Perguntas Respostas

1- Conte para nós qual a sua deficiência e como É distrofia muscular, é um problema genético ou
ela se desenvolveu. seja nasci com esse problema, mas ele só veio
se agravar depois dos 8 anos de idade, até que
chegou a um ponto em que parei de andar aos
13 anos.

2- Qual a maior dificuldade que você sente em A maior dificuldade é a mobilidade”. Utilizo
relação a ela? cadeira de rodas para se locomover e ao chegar
na universidade, o micro-ônibus, para em frente
a uma rampa que dá acesso ao bloco, facilitando
a minha locomoção.

3- Já sofreu preconceito na sua universidade? Não, isso nunca aconteceu dentro da


universidade.

4- Como faz para se locomover? Você recebe Geralmente recebo ajuda, mas consigo me
ajuda de seus parentes para te conduzir quando locomover sozinho em pequenas distâncias.
está fora de casa ou você se locomove de
maneira autônoma?

5- Na sua opinião o que falta na sociedade para Falta acessibilidade nos lugares, não frequento
melhorar a qualidade de vida de um cadeirante? muitos lugares por não serem muito acessíveis,
para evitar constrangimentos eu prefiro nem ir.

6- Como é sua relação com outros jovens da Boa, tenho muitos bons amigos da minha idade.
mesma idade?

7- Em relação a universidade, ela possui Infelizmente não, são poucos os lugares


acessibilidade para um cadeirante? realmente acessíveis
874

8- Como é sua relação com os professores e Eu tenho um bom relacionamento com o pessoal
colegas de turma? da turma, fiz amigos aqui que com certeza quero
levar para a vida, também me dou muito bem
com os professores.

9- Você acredita que é preciso inovar o modelo Sim, vários aspectos podem ser mudados para
educacional para que a inclusão aconteça? melhorar a inclusão.

10- Você acha que as Leis de pessoa com Não, todas as conquistas são fruto de muita luta,
deficiência são realmente seguidas e até mesmo as coisas mais básicas são
respeitadas? complicadas de se conseguir as vezes.

11- Quais as melhorias que você considera Mais rampas, portas mais largas, banheiros
necessária para te dar mais conforto (em acessíveis e calçadas regulares.
relação a estrutura dos ambientes
frequentados)?

12- Por fim, qual mensagem você gostaria de Não tenho muito a falar em relação a isso, só
dar aos leitores dessa entrevista sobre inclusão pedir para as pessoas respeitarem as diferenças,
e preconceito? às vezes a pessoa acha que não desrespeita,
mas estaciona na frente da única rampa da
calçada, ou usa a vaga destinada a pessoas com
deficiência porque acha que vai demorar pouco
tempo, essas pequenas coisas dificultam muito a
vida de uma pessoa com deficiência.

Observando as respostas do entrevistado, foi perceptível ver a importância da


acessibilidade, que mesmo em um ambiente educacional universitário em que se
discute tanto acerca de inclusão, ainda há muitos espaços inacessíveis. Além disso,
na fala do entrevistado deixa bem claro a falta de empatia de muitas pessoas em
relação aos espaços não escolares destinados aos cadeirantes, trazendo a discussão
de que a inclusão não acontece somente em instituições formativas. Eder Pires
destaca que:
Não faz sentido, por exemplo, estudantes com deficiências participarem
efetivamente apenas da educação básica. Quando concluírem o ensino
médio, encontrarão espaços sociais para além dos muros escolares, prontos
para a exclusão. (2015, p.1).
Sendo assim, o conceito de inclusão e a sua prática fora das instituições
formativas, deve ser repensado, já que muitos acreditam que a prática de incluir está
relacionado ao ambiente escolar. “Inclusão, portanto, é uma prática social que se
aplica no trabalho, na arquitetura, no lazer, na educação, na cultura, mas,
principalmente, na atitude e no perceber das coisas, de si e do outrem”. (Pires, 2015,
p. 1).
875

Conclusões
Ao realizarmos essa entrevista percebermos a necessidade de um olhar
sensível a necessidade do outro, saber que devemos respeitar o espaço da pessoa
deficiente e tudo que lhe é de direito. É importante a continuidade das discussões,
reflexões e pesquisas com o objetivo de tornar o ambiente educacional mais
acessível.
Devemos desconstruir a ideia de homem padrão como se fosse um desenho
universal, pois sabemos que não existe ser humano perfeito. Pensamos que cada um
de nós carrega consigo alguma deficiência, já que não sabemos ou não somos aptos
a tudo, sempre haverá algo que nos limita e é por isso que somos seres em
construção.

Referências
CAMARGO, Eder Pires de. Inclusão social, educação inclusiva e educação especial: enlaces e desenlaces. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru , v. 23, n. 1, p. 1-
6, mar. 2017 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132017000100001&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 mar.
2020. https://doi.org/10.1590/1516-731320170010001.

BRASIL, 2015, Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm > Acesso em: 18 jul. 2020.
876

INCLUSÃO ESCOLAR E INCLUSÃO DIGITAL EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL CAUSADO PELA


PANDEMIA DE COVID-19

1Profa. Dra. Celi Langui (CPS); 2Dra.Gisleni Bertoni de Almeida (USP); 3Me.Rosineide Aparecida de Lira Volgarin (CPS).

1 – Programa de Mestrado, Centro Paula Souza, Estado de São Paulo


2 – Faculdade de Educação; Universidade de São Paulo; Estado de São Paulo
3 – Egressa do Programa de Mestrado do Centro Paula Souza, Estado de São Paulo

Resumo: Adotando a metodologia quantitativa qualitativa este estudo objetivou entender e avaliar, num universo de 5.299
alunos do ensino médio e médio técnico de escolas públicas de um município da Grande São Paulo, quais as principais
formas de acesso que esses alunos dispunham para realizar as atividades propostas pelos professores e para participarem
das aulas que passaram a ser ofertadas remotamente de forma emergencial e sem planejamento prévio minucioso, para
atender as autoridades nacionais de saúde no comprimento da exigência do distanciamento social causado pela pandemia
de COVID-19 e, a partir desse entendimento, buscar estabelecer a relação entre o universo estudado e o possível impacto
no resultado da aprendizagem desses alunos tendo em vista as suas condições socioeconômicas.
Palavras-chave: Inclusão Escolar; Inclusão Digital; Ensino Remoto, COVID-19

Introdução
A crescente modernização da sociedade desde as últimas décadas do século
XX e, especialmente, a chegada do século XXI, promoveu mudanças de paradigmas
em todos os âmbitos, inaugurando novas necessidades e afetando concepções e
estilos de vida.
Para Goleman e Senge (2017), nessa fase da sociedade do conhecimento e
da informação (2017), a preocupação com as crianças e os jovens em idade escolar
ganha relevância, na medida em que vivem as experiências da era digital e, portanto,
estão em constante contato com a tecnologia cada vez mais cedo, o que alterou
profundamente as formas de interação social, comunicação e conhecimento. Trata-se
dos nativos digitais, conforme Palfrey e Gasser (2011), em referência a essa geração
imersa na cultura digital, ao que contrapomos a condição da maioria de nossos
professores, os quais, nessa dicotomia, são tidos como os imigrantes digitais.
Chegando ao final da segunda década do século XXI, temos vários registros e
evidências de que os processos educacionais vêm incorporando mudanças em suas
práticas pedagógicas, com apropriação da tecnologia aos métodos de ensino e
aprendizagem, entre outras coisas, o que significa que a escola tem buscado se
renovar de acordo com as demandas da sociedade, procurando articular-se com os
novos contextos socioculturais e, assim, cumprindo sua função social. Como disse

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