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Aventura Social & Saúde

hbsc
HEALTH BEHAVIOURIN Dados Nacionais 2022
SCHOOL - AGED
CHILDREN

A SAÚDE DOS ADOLESCENTES


PORTUGUESES EM CONTEXTO
DE PANDEMIA
Relatório do estudo HBSC 2022
A SAÚDE DOS ADOLESCENTES PORTUGUESES EM CONTEXTO DE PANDEMIA – Dados nacionais do estudo HBSC 2022

AUTORES
Tania Gaspar
Fábio Botelho Guedes
Ana Cerqueira
Margarida Gaspar de Matos
& Equipa Aventura Social

EDITORA
Equipa Aventura Social

DESIGN & EDIÇÃO


Fábio Botelho Guedes

MONTAGEM & REVISÃO


Fábio Botelho Guedes
Ana Cerqueira

TIRAGEM BROCHURAS: 500 EXEMPLARES

1º Edição – Lisboa, Dezembro 2022


Membros em 2022
Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos
Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira
Investigadores sénior (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques;
Inês Camacho; Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
Investigadores júnior (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de
Sousa; Marta Barata.
Estagiários (2018): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Parcerias em 2022
- Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ISAMB/ULisboa)
- Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
- Instituto Politécnico de Beja (IPBeja)
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ÍNDICE

5 Agradecimento
6 Introdução
10 Saúde mental e bem-estar
14 Saúde e doença
19 Família
24 Escola
28 Amigos, tempos de lazer e tecnologias
33 Corpo e movimento
36 Sexualidade
38 Consumo de substâncias
41 Violência e lesões
44 Saúde planetária e COVID-19
48 24 anos do estudo HBSC em Portugal
61 Ideias a reter
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AGRADECIMENTOS

Um agradecimento especial a todas as escolas e respetivos diretores, professores e em especial aos alunos que participaram
na recolha de dados.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS INCLUÍDAS NO ESTUDO


Escolas da Região Norte Escolas da Região de Lisboa e Vale do Tejo
Escolas D. Afonso Henriques Escolas Augusto Cabrita
Escolas da Sé, Lamego Escolas da Bobadela
Escolas de Arouca Escolas da Lourinhã
Escolas de Arrifana Escola Secundária da Amora
Escolas de Eiriz Ancede Escolas Mães de D’Água
Escolas de Melgaço Escolas Miguel Torga
Escolas de Rates Escolas Pedro Alexandrino
Escolas do Vale de São Torcato
Escolas Dr. Francisco Sanches
Escolas da Região do Alentejo
Escolas Dr. Manuel Laranjeira
Escolas Dr. Ramiro Salgado Escolas de Cuba
Escolas Francisco de Holanda Escolas de Viana do Alentejo
Escola Secundária Poeta Al Berto
Escolas Nº 1 de Serpa
Escolas da Região Centro
Escolas Águeda Sul
Escolas da Região do Algarve
Escolas de Colmeias
Escolas de Manteigas Escolas de Bemposta
Escolas de Miranda do Corvo Escolas de Ferreiras
Escolas de Pinhel Escolas de Silves Sul
Escolas de Porto de Mós Escolas de Vila de Bispo
Escolas de Sabugal Escolas de Vila Real de Santo António
Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro Escolas José de Belchior Veiga
Escolas de Vila de Rei Escolas Manuel Teixeira Gomes
Escolas Figueira Mar
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INTRODUÇÃ0

APRESENTAÇÃO DO ESTUDO “HEALTH BEHAVIOUR IN SCHOOL-AGED CHILDREN” (HBSC)

O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde
(OMS) que pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes e os seus comportamentos nos vários cenários das suas
vidas. Iniciou-se em 1982 com investigadores de três países: Finlândia, Noruega e Inglaterra, e pouco tempo depois foi
adotado pela OMS, como um estudo colaborativo. Neste momento conta com 51 países entre os quais Portugal, integrado
desde 1996, e membro associado desde 1998 (Currie, Samdal, Boyce & Smith, 2001).

O estudo HBSC criou e mantém uma rede internacional dinâmica na área da saúde dos adolescentes. Esta rede permite que
cada um dos países membros contribua e adquira conhecimento com a colaboração e troca de experiências com os outros
países. No sentido desta rede funcionar de forma coordenada, todos os países membros do HBSC respeitam um protocolo
de pesquisa internacional (Currie et al., 2001).

Portugal realizou um primeiro estudo piloto em 1994 (Matos et al., 2000), o primeiro estudo nacional foi realizado em 1998
(Matos et al., 2000), o segundo em 2002 (Matos et al., 2003), o terceiro em 2006 (Matos et al., 2006), o quarto em 2010
(Matos et al., 2012), quinto em 2014 (Matos, et al., 2015), o sexto em 2018 (Matos et al., 2018) e um mais recente em 2022,
ao qual se refere este relatório (relatórios disponíveis em: http://www.aventurasocial.com).

INSTRUMENTO – QUESTIONÁRIO HBSC 2022

O questionário internacional, para cada estudo HBSC, é desenvolvido através de uma investigação cooperativa entre os
investigadores dos países. O questionário “Comportamento e saúde em jovens em idade escolar” utilizado neste estudo foi
o adotado no estudo internacional de 2022 do HBSC – Health Behaviour in School-aged Children (Currie et al., 2001).

Os países participantes incluíram todos os itens obrigatórios do questionário, abrangendo aspetos da saúde a nível
demográfico, comportamental e psicossocial. Todas as questões seguiram o formato indicado no protocolo internacional
(Currie et al., 2001), englobando questões demográficas (idade, género e estatuto socioeconómico); questões relativas aos
hábitos alimentares, de higiene e sono; imagem do corpo; prática de atividade física; tempos livres e novas tecnologias; uso
de substâncias; violência; família e ambiente familiar; relações de amizade e grupo de pares; escola e ambiente escolar;
saúde e bem-estar; e comportamentos sexuais; e este ano sobre saúde planetária e ambiente, assim como questões
relacionadas com a pandemia da COVID-19. O questionário português inclui, ainda, outras questões específicas nacionais:
as preocupações dos adolescentes, a vivência escolar, o lazer ativo e condição física, o sono, o impacto da recessão
económica, a alienação ou participação social, as autolesões, as novas tecnologias e a vivência da doença crónica.

Este estudo foi analisado por um painel de especialistas membros do Conselho Consultivo da Equipa Aventura Social e teve
a aprovação da Comissão de Ética do Centro Académico de Medicina de Lisboa, do Centro Hospitalar Lisboa Norte e da
Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência e foi isento de parecer da Comissão Nacional da Proteção de Dados
uma vez que os participantes nunca são identificados. As escolas sorteadas foram todas contactadas e todas aceitaram
participar. Foi ainda pedido, pelas escolas, o consentimento informado aos encarregados de educação.
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METODOLOGIA

AMOSTRA

De acordo com o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) para 2022 (Currie
et al., 2001), a técnica de escolha da amostra foi a “cluster sampling”, onde a unidade de análise, foi a turma.

De modo a obter uma amostra representativa da população escolar portuguesa, foram selecionados 40 agrupamentos de
escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares), num total de 452 turmas. A amostra
é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º (33,5%) e
do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09 (DP=1,82).

PROCEDIMENTO

Recolha e análise dos dados

Após a seleção das escolas, estas foram contactadas telefonicamente no sentido de confirmar a sua disponibilidade para
colaborar no estudo.

A recolha de dados foi realizada através de um questionário online. Os questionários foram aplicados às turmas em sala de
aula. Os grupos escolhidos para aplicação dos questionários frequentavam os 6º, 8º e 10º anos de escolaridade, procurando
encontrar assim um máximo de jovens com 11, 13 e 15 anos de idade. Segundo o protocolo internacional (Currie et al.,
2001), pretendia-se aproximadamente 1500 jovens de cada escalão etário em todos os países participantes.

Foi enviado, via e-mail, para a direção de todas as escolas participantes uma carta dirigida ao Diretor, apresentando o
estudo bem como os procedimentos com os links correspondentes a cada ano de escolaridade, uma password para cada
uma das turmas participantes (sem a password não seria possível o preenchimento do questionário), e o formulário do
pedido de consentimento informado para entregar aos encarregados de educação.

Antes do preenchimento dos questionários informava-se que a resposta era voluntária, confidencial e anónima; o
questionário de autopreenchimento foi realizado em sala de aula, sob supervisão do professor, que não deveria interferir,
e deveria ser preenchido num período de tempo entre 60-90 minutos.

Análise dos Dados

Os dados provenientes do Limesurvey foram transferidos para uma base de dados no programa “Statistical Package for
Social Sciences – SPSS – Windows” (versão 24.0) e procedeu-se à sua análise e tratamento estatístico.

ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Foram utilizados, para a análise dos dados, uma estatística descritiva com apresentação das frequências e percentagens
para variáveis nominais, médias e desvio padrão para variáveis contínuas.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre saúde mental e bem-estar e refere-se
aos resultados do estudo HBSC 2022.

Satisfação com a vida


A satisfação com a vida foi avaliada pela escala de Cantril (1965)1 – constituída por 11 degraus, onde o degrau mais baixo
corresponde à pior vida possível e o degrau 10 à melhor vida possível. Verifica-se que 30,6% referem os valores máximos de 9
e 10.

Média Desvio Padrão Min. Máx.


Satisfação com a vida (N=5809) 7,50 1,837 0 10

Qualidade de vida
No que diz respeito à qualidade de vida, esta foi avaliada pelo Kidscreen, escala constituída por 10 itens, que pode variar entre
10 e 50. Um valor elevado revela uma maior sensação de bem-estar subjetivo.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


2
Qualidade de vida (N=5809) 37,09 7,21 12 - 50 10 .86

A qualidade de vida percebida foi avaliada através de uma escala constituída por 10 itens, aqui indicados:

Nunca/Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre


Tens-te sentido bem e em forma? 14,7% 26,6% 32,8% 25,9%
Sentiste-te cheio de energia? 20,3% 28,2% 30,2% 21,3%
Sentiste-te triste? 47,1% 31,8% 16,5% 4,6%
Sentiste-te sozinho? 58,5% 24,5% 12,1% 4,9%
Tiveste tempo suficiente para ti
20% 26,1% 30,3% 23,6%
próprio?
Foste capaz de fazer atividades que
17,4% 21,2% 30,5% 30,9%
gostas de fazer no teu tempo livre?
Os teus pais trataram-te com justiça? 9,8% 12,3% 24,7% 53,2%
Divertiste-te com os teus amigos? 8% 14% 29,2% 48,8%
Foste bom aluno na escola? 9,4% 28,5% 39,1% 23%
Sentiste-te capaz de prestar atenção? 16% 30,5% 35,8% 17,7%
Como se sente face à vida (N=5809)*

27,7%

Feliz 72,3%
Infeliz

Índice de bem-estar (WHO-5)


O índice de bem-estar foi avaliado através de uma escala constituída por 5 itens**. Os resultados obtidos podem variar entre
5 e 30 pontos, sendo os valores mais altos indicadores de maior bem-estar.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Índice de bem-estar (N=5809) 14,72 5,56 5 - 30 5 .85

O bem-estar percebido foi avaliado através de uma escala constituída por 5 itens, aqui indicados:

Nunca/Algumas Menos de Mais de metade A maior parte do


vezes metade do tempo do tempo tempo/Todo o tempo
Senti-me alegre e bem-disposto. 13,2% 9,8% 25,1% 51,9%
Senti-me calmo e tranquilo. 16,5% 13,6% 24,8% 45,1%
Senti-me ativo e enérgico. 15,6% 12,7% 23,8% 47,9%
Acordei a sentir-me fresco e descansado. 31,5% 15,0% 18,5% 35,0%
O meu dia tem sido preenchido de coisas
18,9% 12,5% 22,4% 46,2%
que me interessam.

Sentimento de tristeza/solidão (N=5809)


Quase todos os dias/Mais Quase todas as semanas/Quase
Raramente/Nunca
do que uma vez por semana todos os meses
Durante os últimos 6 meses, com que
frequência sentiste uma tristeza tão 17,1% 23,6% 59,3%
grande que parece que não aguentas?

Nunca/Raramente Às vezes A maior parte do tempo/Sempre


Durante os últimos 12 meses, com
53,1% 32,8% 14,1%
que frequência te sentiste sozinho?

Capacidade de regulação das emoções (N=5809)


Autorregulação Nunca/Raramente Às vezes A maior parte das vezes/Sempre
Quantas vezes encontras uma
solução para um problema se te 8,4% 28,4% 63,2%
esforçares o suficiente?
Quantas vezes consegues fazer as
10,5% 30,2% 59,3%
coisas que decides fazer?
Sintomas físicos e psicológicos (N=5809)
Sintomas físicos 69% 70%

55,5% 54,8%
52,3%
47,8%
40% 38,5% 36,5%

25,7% 27,3% 26,4%


18,8%
12,2%
9,2% 8%
5,3%
2,7%

Dores de costas Dores de pescoço e Dores de cabeça Tonturas Dores de estômago Cansaço e exaustão
ombros

Quase todos os dias Mais do que uma vez por semana Raramente/Nunca

Sintomas psicológicos 55,7%


53,1%
50,5% 49,3%

41,6%
37,9%

28,5%
25,9%
21%
15,8%
11,6%
9,1%

Nervosismo Irritação ou mau humor Tristeza Medo

Quase todos os dias Mais do que uma vez por semana Raramente/Nunca

Frequência das preocupações Intensidade das preocupações


Andas ou ficas preocupado... (N=3615) Quando andas ou ficas preocupado... (N=3559)
26,5%
23,2% Tens uma preocupação média que te incomoda um pouco,
22,3%
mas que não te impede de ires fazendo a tua vida 37,3%

Tens uma preocupação, mas não deixas que ela interfira no


15,4% resto da tua vida 32,1%
12,6%
Tens uma preocupação intensa "que não te larga" e não te
deixa ter calma para pensar em mais nada 22,8%

Não te preocupas com nada 7,8%

Raramente ou Várias vezes Várias vezes Praticamente Várias vezes


nunca ando por mês por semana todos os dias por dia
preocupado

Perceção de stresse
O nível de stresse foi avaliado através de uma escala constituída por 4 itens**. Os resultados obtidos podem variar entre 4
e 20 pontos, sendo os valores mais altos indicadores de maiores níveis de stresse.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Perceção de stresse (N=5809) 10,98 3,10 4 - 20 5 .85
No que diz respeito à perceção de stresse, esta foi avaliada através de uma escala constituída por 4 itens, aqui indicados:

Nunca/Quase nunca Às vezes Frequentemente/Muito frequentemente


Com que frequência sentiste que não
estavas a ser capaz de controlar 39,8% 33,8% 26,4%
coisas importantes na tua vida?
Com que frequência sentiste
confiança nas tuas capacidades para 19,7% 31,8% 48,5%
lidar com problemas pessoais?
Com que frequência sentiste que as
coisas estavam a correr à tua maneira 23,8% 41,3% 34,9%
(como tu querias)?
Com que frequência sentiste que as
dificuldades se acumularam ao ponto 45,2% 29,7% 25,1%
de não conseguires ultrapassá-las?

Diferenças de género e escolaridade


T., & Matos, M. G. (Coord.). (2008). Qualidade de vida em crianças e adolescentes: Versão portuguesa dos instrumentos KIDSCREEN 52. Lisboa: Faculdade de Motricidade

Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à saúde mental e bem-estar. As raparigas apresentam um maior
risco.
Verificamos que são as raparigas que revelam significativamente um menor índice geral de bem-estar, uma
pior perceção de qualidade de vida, uma menor satisfação com a vida, mais stresse e mais sintomas físicos e
psicológicos, quando comparadas com os rapazes.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou c2, p<0,05) em relação à saúde mental e bem-estar. Os estudantes mais velhos apresentam um maior risco.
Verificamos que são os estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) que revelam um maior índice geral
de bem-estar, uma melhor perceção de qualidade de vida, mais satisfação com a vida, menos stresse e menos
H. (1965). The pattern of human concerns. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.

sintomas físicos e psicológicos, quando comparados com os mais velhos (8º e 10º anos de escolaridade).

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
2 Gaspar,
1Cantril,

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Protocolo HBSC em 2022.


O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre saúde e doença e refere-se aos
resultados do estudo HBSC 2022.

Perceção de saúde (N=5809) Doenças prolongadas (N=5809)


51,3%

18,8%
31,3%
Sim

16% Não

81,2%
1,4%

Excelente Boa Razoável Má

Doenças prolongadas, problemas de saúde ou incapacidade diagnosticadas por um médico**


(% de sim)
Alergias (Ex.: respiratória ou medicamentosa) (N=543) 49,8%

Usar óculos para ver melhor (N=384) 35,2%

Asma (N=299) 27,4%

Condição de saúde psicológica (N=117) 10,7%

Dificuldades de visão (não corrigidas mesmo com o uso de


8,1%
óculos/lentes de contacto) (N=88)

Doença cardíaca (N=41) 3,8%

Dificuldade de linguagem (N=34) 3,1%

Doença de estômago/intestino (N=33) 3,0%

Obesidade (N=30) 2,8%

Dificuldades de audição (N=28) 2,6%

Diabetes (N=22) 2,0%

Doença renal (N=22)


2,0%

Epilepsia (N=17) 1,6%

Dificuldades motoras (Ex.: paralisia, distrofia muscular) (N=9) 0,8%

Artrite (N=8) 0,7%

Paralisia cerebral (N=6)


0,6%
Há quanto tempo essa doença, problema de saúde Impacto da doença prolongada, problema de saúde
ou incapacidade foi diagnosticada por um médico? ou incapacidade... (% de sim)
(N=1090)**
Tem necessidade de tomar medicação (N=594) 54,5%
50%

Afeta a participação em atividades de tempos livres


29,1%
(com amigos, etc.) (N=317)

26%
24%
Afeta a assiduidade e participação na escola (N=297) 27,2%

Afeta a participação em atividades com a família


18,3%
(N=199)
Necessita de usar algum equipamento especial (Ex.:
À nascença Durante a infância Há menos de dois medidor de glicemia, canadianas, cadeira de rodas, 12,5%
anos aparelho auditivo, computador adaptado, etc.) (N=136)

Barreiras à participação e sucesso académico devido à doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade...**
(% de sim)
Condições físicas da escola (N=200) 18,3%

A sua condição de saúde (N=172) 15,8%

Outras barreiras (N=81) 7,9%

Atitude das pessoas face à condição de saúde (N=51) 4,7%

Influência da doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade no estilo de vida... (N=1090)**

Nenhuma 1-3 vezes 4 ou mais vezes


Nas últimas quatro semanas, quantas vezes essa
doença fez com que faltasses à escola mais de 81,5% 14,4% 4,1%
metade do dia?
No último ano, quantas vezes essa doença fez com
80,7% 13,9% 5,4%
que estivesses hospitalizado?
Nunca/Quase nunca Às vezes Quase sempre/Sempre
Com que frequência necessitas de ajuda de outros
(médicos, enfermeiros, professores, familiares e 79,7% 17,3% 3%
amigos) para realizar as tuas tarefas diárias?

Sono
Como descreve o sono* Sonolência atual
(Às vezes/Sempre) O grau de sonolência no momento foi avaliado por uma escala
adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 10 degraus, onde
Durmo bem (N=3695) 91,1% o degrau mais baixo corresponde a um baixo nível de
sonolência e o degrau 10 a muita sonolência. Verifica-se que
Custa-me acordar de manhã (N=3428) 84,6%
10,9% referem os valores máximos de 9 e 10.
Durmo pouco (N=2783) 68,6%
Média Desvio Padrão Min. - Max.
Custa-me adormecer à noite (N=2599) 64,1% Sonolência*
5,20 2,62 1 - 10
Acordo de manhã antes da hora que (N=4055)
62,8%
preciso (N=2546)

Durmo demais (N=2517) 62,1%

Acordo a meio da noite (N=2285) 56,3%

Tenho o sono agitado (N=2024) 50%

Durante o meu sono tenho pesadelos


47%
(N=1908)
Horas de sono (N=4055)* Horas de deitar e de levantar*
55,8%
Média Desvio Padrão
46,2% Hora habitual de deitar
36,7%
durante a semana 20h43 6h12
(N=4003)
23,4%
20,8%
Hora habitual de levantar
17,1% durante a semana 7h22 1h08
(N=3895)

Menos de 8 horas 8 horas Mais de 8 horas

Durante a semana Fim-de-semana

Medicação
Durante o último mês quantas vezes tomaste medicação para... (N=4055)*
(Pelo menos 1 vez)
53,9%

25,3%
22,2%
18,3% 17,2% 16%
14,6%
10%
7,9% 7,4%

Dores de cabeça Dores de estômago Vitaminas ou Dores de costas Uma infeção Nervosismo Dificuldades em Tristeza Nootrópicos (para Défice de
suplementos adormecer aumentar a atenção/hiperatividade
alimentares concentração, a
memória ou para
fortalecimento do
cérebro)

Comportamentos protetores de saúde


Medicação com prescrição médica (N=4055)* Achas que as vacinas protegem a tua saúde?
(N=4055)* 2,5%

25,6%
39,7% Não

60,3% Sim
Sim
71,9%
Não
Algumas sim,
outras não

Tens as tuas vacinas “em dia”/atualizadas? (N=4055)* Frequência regular nos seguintes profissionais
93%
de saúde?* (% de sim)
Dentista (N=2069) 51%

Médico de família (N=1215) 30%

Oftalmologista (N=856) 21,1%

Pediatra (N=607) 16,5%

4,6% 2,4% Psicólogo (N=580) 14,3%

Sim Não me Não


lembro/Não sei Outra especialidade (N=262) 6,5%
Higiene oral (N= 5809) Na tua escola...
71,9%
(% de sim)

…há um gabinete onde possas falar com um


profissional de saúde (médico, psicólogo, assistente 63,4%
23,4% social, enfermeiro, etc.)? (N=3684)
…neste ano letivo tiveste aulas/sessões onde
3,1%
falaram de Educação Sexual/Educação para a 39,9%
1,6%
Saúde? (N=2315)
Raramente/Nunca Pelo menos 1 Pelo menos 1 Mais do que 1
vez/semana vez/dia vez/dia

Literacia em saúde
No que diz respeito à literacia em saúde, foi avaliada por uma escala constituída por 10 itens, que pode variar entre 10 e 40.
Um valor elevado revela uma maior perceção de literacia em saúde.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Literacia em saúde (N=5809) 31,44 5,19 10 - 40 10 .89

A literacia em saúde foi avaliada através de uma escala constituída por 10 itens, aqui indicados:

Totalmente Em parte Em parte Totalmente


falso falso verdadeiro verdadeiro
Conseguem seguir as instruções que lhes foram dadas pelos
1,7% 8,1% 40,5% 49,7%
profissionais de saúde (por exemplo, enfermeiro, médico).
Conseguem avaliar como o seu comportamento afeta a sua saúde. 3,4% 10,9% 44,8% 40,9%
Têm boas informações sobre saúde. 1,8% 7,6% 52,3% 38,3%
Conseguem avaliar como as suas ações afetam o
2,3% 10,8% 50,3% 36,6%
ambiente/contexto envolvente.
Conseguem facilmente dar exemplos de coisas que promovem a
2,9% 15,2% 51% 30,9%
saúde.
Conseguem dar razões para as escolhas que fazem em relação à
3,2% 14,7% 51,7% 30,4%
sua saúde.
Quando necessário, encontram informação relacionada com a
2,5% 14,6% 53,8% 29,1%
saúde que é fácil para eles de entender.
Geralmente conseguem perceber se alguma informação
2,9% 16,6% 53,8% 26,7%
relacionada com a saúde está certa ou errada.
Quando necessário, são capazes de dar ideias sobre como
melhorar a saúde nos seus contextos próximos (por exemplo, 3,3% 13,7% 57,9% 25,1%
local ou área próxima, família, amigos).
Conseguem comparar informações relacionadas com a saúde de
4,1% 18% 55,1% 22,8%
diferentes fontes.

Diferenças de género e escolaridade


Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou X2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à saúde e doença. Os rapazes têm uma melhor perceção de saúde
comparativamente com as raparigas.
Dos adolescentes que mencionam ter uma doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade, são as
raparigas que mais referem a sua condição de saúde como uma barreira à sua participação e sucesso
académico e às vezes necessitar de ajuda de outros (ex.: médicos, enfermeiros e familiares) para realizar as
atividades diárias.
As raparigas são as que mais referem que dormem menos de 8 horas durante a semana, que lhes custa a
acordar de manhã, que dormem pouco, que lhes custa a adormecer à noite, que acordam a meio da noite, que
têm o sono agitado e que têm pesadelos durante o sono. Por outro lado, os rapazes referem mais
frequentemente dormir bem. São também as raparigas que apresentam um maior grau de sonolência.
São igualmente as raparigas que mais referem ter as vacinas em dia e que mais consideram que estas
protegem a sua saúde, comparativamente com os rapazes. Relativamente à higiene oral, são as raparigas que
referem lavar os dentes com uma maior frequência (mais do que 1 vez por dia).

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou X2, (p<0,05) em relação à saúde e doença. Os estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) têm uma
melhor perceção de saúde comparativamente com os mais velhos.
Dos adolescentes que referem ter uma doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade, são os
estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) que mais referem as condições físicas da escola como uma
barreira à sua participação e sucesso académico, ter tido um maior número de hospitalizações no último ano
e que às vezes necessitar de ajuda de outros (ex.: médicos, enfermeiros e familiares) para realizar as atividades
diárias.
Os estudantes mais novos (8º ano de escolaridade) são os que mais referem dormir mais de 8 horas durante
a semana e os mais velhos (10º ano de escolaridade) referem mais frequentemente dormir mais de 8 horas
durante o fim-de-semana. São também os estudantes mais velhos (10º ano de escolaridade) que mais referem
que lhes custa a acordar de manhã, que dormem pouco e que acordam a meio da noite. Por outro lado, os
estudantes mais novos (8º ano de escolaridade) referem mais frequentemente dormir bem.
Os adolescentes do 8º ano de escolaridade são os que mais tomam medicamentos prescritos pelos médicos
H. (1965). The pattern of human concerns. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.

e os do 10º ano de escolaridade são os que mais referem ter as vacinas em dia e os que mais consideram que
estas protegem a sua saúde. Relativamente à higiene oral, são também os mais velhos (10º ano de
escolaridade) os que referem lavar os dentes com uma maior frequência (mais do que 1 vez por dia). Os
estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) consideram que têm um maior nível de literacia em saúde,
comparativamente com os estudantes mais velhos.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Protocolo HBSC em 2022.


O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre a família e refere-se aos resultados do
estudo HBSC 2022.

País de origem
País onde nasceram os adolescentes (N=5786) País onde nasceram os pais (N=5795)
88,6%
77,3% 76,2%
Pai Mãe

8,4%
3,4% 3,2% 4% 7,5%
4,9% 5,8% 7,5% 8,3%
0,6% 0,2% 1,5% 1,9% 0,4% 0,3%

Portugal Brasil PALOPS Ucrânia China Outro Portugal PALOPS Brasil Ucrânia China Outro
Romenia Romenia
Moldávia Moldávia
Rússia Rússia

Nacionalidade dos adolescentes (N=5795)


1,2%

10,5%
4,9%

Portuguesa
Outra
Dupla nacionalidade
Não sabe 83,4%

Qualidade da relação familiar


A qualidade da relação familiar foi avaliada por uma escala adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 11 degraus, onde o
degrau mais baixo corresponde à pior qualidade da relação familiar e o degrau 10 à melhor qualidade da relação familiar.
Verifica-se que 54,4% referem os valores máximos de 9 e 10.

Média Desvio Padrão Min. Máx.


Qualidade da relação familiar*
8,10 2,11 0 10
(N=4055)
Apoio familiar
O apoio familiar foi avaliado através de uma escala constituída por 4 itens**. Os resultados obtidos podem variar entre 4 e 28
pontos, sendo os valores mais altos indicadores de maior apoio familiar.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Apoio familiar (N=5809) 22,94 6,54 4 - 28 4 .94

A qualidade de vida percebida foi avaliada através de uma escala constituída por 10 itens, aqui indicados:

Discordo muito Concordo muito


3-4 5-6
fortemente fortemente
A minha família tenta realmente ajudar-me. 6% 12% 22% 60%
Eu tenho o apoio emocional que preciso da
9,6% 14,4% 25,5% 50,5%
minha família.
Eu posso falar com a minha família sobre os
12,4% 14,9% 24% 48,7%
meus problemas.
A minha família está disponível para me
7,2% 11,6% 23,5% 57,7%
ajudar a tomar decisões.

Pais
Facilidade em comunicar com... (N=5809)

Fácil Difícil Não tenho/Não vejo


Pai 66,1% 26% 7,9%
Mãe 83% 14,9% 2,1%
Padrasto (namorado/companheiro da mãe) 11,3% 7,3% 81,4%
Padrasto (namorado/companheiro do pai) 5,7% 3,9% 90,4%
Madrasta (namorada/companheira do pai) 7,8% 8% 84,2%
Madrasta (namorada/companheira da mãe) 5,1% 3,9% 91%

Nível de instrução dos pais (N=4055)*


31,4%
29,3%
28,2%
Mãe Pai 26,6%
23,5%

17,9% 17,4%

11,8%
8,1%
4,6%
0,5% 0,7%

Nunca estudou 1º Ciclo (até ao 4º ano) 2º/3º Ciclo (até ao 9º ano) Secundário Curso Superior Não sei

Os teus pais têm emprego? Com quem vive a maior parte ou a totalidade do tempo?
87,2%
90,5% (% de sim)
Mãe (N=5795) Mãe (N=5444) 93,9%

Pai (N=4247) 73,3%


Pai (N=5751)
Alguém ou outro lugar (por exemplo, avós) (N=1075) 18,6%

Padrasto (namorado/companheiro da mãe) (N=441) 7,6%

Madrasta (namorada/companheira do pai) (N=134) 2,3%

Vivo num lar ou centro de acolhimento (N=44) 0,8%


11,2%
4,3% 5,2% Madrasta (namorada/companheira da mãe) (N=34)
1,6% 0,6%

Padrasto (namorado/companheiro do pai) (N=36) 0,6%


Sim Não Não sei/Não têm ou
não vêm o pai/a mãe
Refeições em família Local de residência
Frequência das refeições em família (N=5795) O sítio onde vives é bom para viver? (N=3244)*

56,2%

19,6%

31,7% Sim, é bom

Não é bom

12,1%
80,4%

Todos os dias Às vezes Nunca/poucas


vezes

Comunicação família/escola
Na tua escola...
(% de sim)
...existe uma associação de pais ativa? (N=2444) 42,1%

...neste ano letivo existiu um incentivo à comunicação e relação da escola


22,8%
com a tua família? (N=1325)
...existem atividades extra curriculares que incluem todos os agentes
educativos (pais, professores, técnicos e alunos), como por exemplo 17,4%
atividades de convívio e desportivas? (N=1010)
...existem atividades extra curriculares que envolvam e incluam a
13,6%
participação dos pais? (N=789)

...neste ano letivo existiram aulas/sessões de Educação Parental (Sessões


12,9%
destinadas aos teus pais)? (N=749)

Comunicação e relação da família com a escola (N=5809) Considera importante melhorar a comunicação família/escola?
(N=5809)

Sim
47,6%
43,7%
Não
30,7%

69,3%

4,1% 4,6%

Não existe Má Neutra Boa

A satisfação com a comunicação e a relação existente entre a família e a escola foi avaliada por uma escala adaptada
de Cantril (1965)1 – constituída por 11 degraus, onde o degrau mais baixo corresponde à pior satisfação e o degrau
10 à maior satisfação com a comunicação e a relação existente entre a família e a escola. Verifica-se que 29,8%
referem os valores máximos de 9 e 10.

Média Desvio Padrão Min. Máx.


Satisfação com a comunicação e a
relação existente entre a família e 7,15 2,11 0 10
a escola (N=5809)
Barreiras na relação família/escola
(% de sim)
Pouca participação dos pais na associação de pais (N=1799) 31%

Falta de iniciativa dos professores/diretores de turma à participação


28,2%
dos pais (N=1641)

Falta de iniciativa dos pais em dirigirem-se à escola (N=1575) 27,1%

Falta de comparência dos pais nas reuniões de pais (N=1372) 23,6%

Outras barreiras (N=778) 13,4%

Diferenças de género e escolaridade


Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou X2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à família. Os rapazes referem ter uma melhor qualidade de relação
com a família, assim como um maior apoio familiar.
Verificamos que os rapazes consideram ser mais fácil comunicar com os pais e/ou padrastos e madrastas.
São igualmente os rapazes que consideram que existe um maior incentivo à comunicação e relação escola-
família, que existem atividades extracurriculares que envolvem e incluem a participação dos pais e dos
restantes agentes educativos e que referem também que existem aulas/sessões de educação parental.
Os rapazes percecionam também uma maior satisfação com a comunicação e a relação entre a família-
escola. Por sua vez, as raparigas referem a pouca participação dos pais na associação de pais e a falta de
comparência destes nas reuniões da escola como as principais barreiras na relação família-escola.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou X2, (p<0,05) em relação à família. Os estudantes mais novos referem ter uma melhor qualidade de relação
com a família (8º ano de escolaridade), assim como um maior apoio familiar (6º ano de escolaridade).
Verificamos que os estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) consideram ser mais fácil comunicar
com os pais e/ou padrastos e madrastas. Constata-se que são os estudantes do 8º ano de escolaridade que
mais refeições fazem em família e que referem com mais frequência sentirem-se seguros na zona onde vivem.
São igualmente os estudantes mais novos que mais referem que existe uma associação de pais ativa (8º ano
de escolaridade), um maior incentivo à comunicação e relação escola-família (6º ano de escolaridade), que
existem atividades extracurriculares que envolvem e incluem a participação dos pais e dos restantes agentes
educativos (6º ano de escolaridade) e que referem também que existem aulas/sessões de educação parental
(6º e 8º ano de escolaridade).
Os estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) percecionam uma maior satisfação com a comunicação
e a relação entre a família-escola, no entanto referem também ser necessário melhorar esta relação, enquanto
que os estudantes mais velhos (10º ano de escolaridade) referem que esta comunicação/relação é má ou
inexistente. Por sua vez, os estudantes mais velhos (10º ano de escolaridade) referem mais frequentemente a
pouca participação dos pais na associação de pais, a falta de iniciativa dos professores/diretores de turma à
participação dos pais, a falta de iniciativa dos pais em dirigirem-se à escola e a falta de comparência destes nas
reuniões como as principais barreiras na relação família-escola.
H. (1965). The pattern of human concerns. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Protocolo HBSC em 2022.


O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre a escola e refere-se aos resultados do
estudo HBSC 2022.

Relação com os colegas de turma e com os professores


A relação com os colegas foi avaliada através de uma escala constituída por 3 itens**. Os resultados obtidos variam entre 3 e
15 pontos, com o valor mais alto a indicar uma melhor relação com os colegas de turma.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Relação com os colegas (N=5809) 11,77 2,44 3 - 15 3 .78

A relação com os colegas foi avaliada através de uma escala constituída por 3 itens, aqui indicados:

Concordo Nem concordo nem discordo Discordo


Os alunos da minha turma gostam de estar juntos. 70,7% 22,4% 6,9%
A maior parte dos meus colegas são simpáticos e
70,7% 20,3% 9%
prestáveis.
Os meus colegas aceitam-me como sou. 73,3% 20,1% 6,6%

A relação com os professores foi avaliada através de uma escala constituída por 3 itens**. Os resultados obtidos variam entre
3 e 15 pontos, com o valor mais alto a indicar uma melhor relação com os professores.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Relação com os professores
11,36 2,53 3 - 15 3 .83
(N=5809)

A relação com os professores foi avaliada através de uma escala constituída por 3 itens, aqui indicados:

Concordo Nem concordo nem discordo Discordo


Sinto que os meus professores me aceitam como
77,1% 18,2% 4,7%
sou.
Sinto que os meus professores se interessam por
59% 32,2% 8,8%
mim como pessoa.
Sinto muita confiança nos meus professores. 55,3% 32% 12,7%
Gosto pela escola
Gosto pela escola (N=5809) O que menos gostas da escola? (N=4055)*
(% de não gosto nada)
Comida do refeitório 54,4%
30,3%
Atividades extracurriculares 28,7%

Aulas 27,7%
69,7%
Professores 16,4%

Gosto Intervalos/recreios 11%

Não gosto Colegas 8,8%

Pressão/stresse com os trabalhos da escola Perceção de sucesso académico


Pressão/stresse com os trabalhos da escola (N=5809) O que acham os adolescentes acerca da perceção dos
34,1% professores das suas capacidades académicas (N=5809)
40,5%
25,3% 37,8%
22,4%
18,2%

15%

6,7%

Nenhuma Pouca Alguma Muita Muito boa Boa Média Inferior à média

Dificuldades com a escola e com os trabalhos da escola (N=4055)*


Às vezes/Sempre
A matéria é demasiada 87,9%
A matéria é aborrecida 87,4%
A avaliação é um stresse 83,1%
A matéria é muito difícil 82,1%
Os tempos letivos são muito grandes 72,8%
Não tenho dificuldades, estou muito satisfeito 67,6%
A matéria é inútil 62,3%
Sinto muita pressão dos meus pais para ter boas notas 58,4%
Estou tão desmotivado que já nem ligo às dificuldades 56,7%
Sinto que o ambiente da escola tem problemas 55,5%
Telescola/Aulas à distância 53,3%
Há muitos alunos na minha turma 46,9%
Outra dificuldade 30,6%

Segurança na escola
Sempre/Frequentemente Às vezes Raramente/Nunca
Sentes-te seguro na escola?* (N=4055) 76,7% 17,6% 5,7%

Expectativas de futuro
As expectativas de futuro foram avaliadas por uma escala adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 11 degraus, onde o
degrau mais baixo corresponde a uma menor expectativa relativamente ao futuro e o degrau 10 a uma expectativa de
futuro mais elevada. Verifica-se que 27,5% referem os valores máximos de 9 e 10.

Média Desvio Padrão Min. Máx.


Expectativas de futuro* (N=4055) 7,10 2,09 0 10
Diferenças de género e escolaridade

Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à escola. No que se refere à relação dos adolescentes com os colegas
e com os professores, são os rapazes que referem ter uma melhor relação com estes.
As raparigas sentem mais pressão com os trabalhos de casa (muita pressão). Os rapazes referem uma
melhor perceção de sucesso académico por parte dos professores e sentem-se mais seguros na escola, quando
comparados às raparigas.
Relativamente às expectativas face ao futuro, os rapazes apresentam uma média superior.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou c2, p<0,05) em relação à escola. Os adolescentes mais novos (6º ano de escolaridade) referem ter uma
melhor relação com os colegas e com os professores.
São os adolescentes mais novos (6º ano de escolaridade) que referem gostar mais da escola. Os estudantes
mais velhos (10º ano de escolaridade) são os que sentem mais pressão com os trabalhos de casa (muita
pressão). Relativamente à perceção sobre as suas capacidades académicas por parte dos professores, são os
adolescentes mais novos (6º ano de escolaridade) os que referem ter uma melhor perceção.
Relativamente às expectativas face ao futuro, são os adolescentes mais novos (8º ano de escolaridade) que
referem melhores expectativas de futuro.
H. (1965). The pattern of human concerns. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Protocolo HBSC em 2022.


O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre os amigos, tempos de lazer e
tecnologias e refere-se aos resultados do estudo HBSC 2022.

Apoio do grupo de amigos


O apoio do grupo de amigos foi avaliado através de uma escala constituída por quatro itens**. Os resultados obtidos podem
variar entre 4 e 28 pontos, com o valor mais alto como indicador de melhor apoio do grupo de amigos.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Apoio do grupo de amigos
21,70 6,40 4 - 28 4 .93
(N=5809)

O apoio do grupo de amigos foi avaliado através de uma escala constituída por 4 itens, aqui indicados:

Discordo muito Concordo muito


3-4 5-6
fortemente fortemente
Os meus amigos tentam realmente
8,2% 18,6% 38,7% 34,5%
ajudar-me.
Posso contar com os meus amigos
9,8% 17% 35,9% 37,3%
quando as coisas correm mal.
Tenho amigos com quem posso
8,5% 13,7% 30,7% 47,1%
partilhar as minhas alegrias e tristezas.
Posso falar acerca dos meus problemas
12,3% 15,9% 33,5% 38,3%
com os meus amigos.

Qualidade da relação com os amigos


A qualidade da relação com os amigos foi avaliada por uma escala adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 11 degraus,
onde o degrau mais baixo corresponde à pior qualidade da relação e o degrau 10 à melhor qualidade da relação. Verifica-se
que 61% referem os valores máximos de 9 e 10.

Média Desvio Padrão Min. Máx.


Relação com os amigos* (N=4055) 8,17 1,99 0 10
Lazer
Nos tempos livres costumam: (N=4055)*

Todos ou quase Só no
Várias horas por dia Raramente/Nunca
todos os dias fim-de-semana
Usar o telemóvel 64,5% 30,1% 2,7% 2,7%
Ouvir música 51,8% 35,3% 5,7% 7,2%
Pensar na vida 38,9% 37,9% 12,5% 10,7%
Dormir 35,1% 34,2% 18% 12,7%
Estar com os amigos 31,9% 40,4% 12,7% 15%
NETFLIX/HBO/Apple TV 26,3% 34% 20,1% 19,5%
Não fazer nada 21,5% 22,1% 37,7% 18,7%
Praticar um desporto 19,8% 33,4% 30,9% 15,9%
Estar ao computador 17,2% 36,7% 24% 22,1%
Andar por aí 16% 29% 30% 25%
Ler 9,7% 22,5% 46,8% 21%
Ver TV 8,9% 39,8% 30,6% 20,7%
Tocar um instrumento 6,9% 12,3% 70,4% 10,4%
Frequentar atividades religiosas 4,4% 8,9% 64,4% 22,3%
Atividades de
3,6% 6,1% 82,5% 7,8%
escutismo/escotismo
Atividades de voluntariado 3,5% 7,3% 79,6% 9,6%
Intervenção associativa ou
3,5% 6,2% 83,9% 6,4%
política
Outra 7,5% 7,7% 79% 5,8%

Atividades organizadas sob a liderança/organização de um treinador, professor ou instrutor: (N=4055)*

Duas ou mais vezes Uma vez por Uma ou duas vezes Não faço este tipo
por semana semana por mês de atividade
Desportos coletivos 33,7% 11,9% 10,4% 44%
Atividades artísticas 15,8% 12,3% 10% 61,9%
Atividades religiosas 5,2% 14,2% 10,1% 70,5%
Clubes num centro de lazer ou
4,9% 6,8% 7,6% 80,7%
na escola
Organizações infantis e juvenis 4,5% 8,8% 6,9% 79,8%

Contactos online
Frequência com que tens contacto online com as seguintes pessoas... (N=5809)
62,4%

42,3%
39,2%

29,9%

20,6%
16,9% 19,1%
16% 16,8% 17,5%
14,3% 15,7%
11,4% 11,9%
10,3%
6%

Amigos chegados Outras pessoas para além dos amigos Amigos de um grupo de amigos mais Amigos que conheceste através da
alargado internet e não conhecias antes

Raramente/Nunca Pelo menos 1 vez/semana 1 vez por dia ou quase todos os dias Várias vezes por dia
Redes sociais
Durante o último ano... (N=5809)

Sim
…usaste muitas vezes as redes sociais para fugir de sentimentos negativos? 47,6%
…tentaste passar menos tempo nas redes sociais, mas não conseguiste? 32,2%
…deste conta regularmente que não conseguias pensar em mais nada para além do
23,7%
momento em que poderias usar as redes sociais novamente?
…sentiste-te muitas vezes mal quando não podias usar as redes sociais? 20,5%
…negligenciaste regularmente outras atividades (por ex.: hobbies e desporto) porque
19,9%
querias usar as redes sociais?
…sentiste-te regularmente insatisfeito porque querias passar mais tempo nas redes sociais? 19,2%
…discutiste regularmente com outros por causa da tua utilização das redes sociais? 15,2%
…tiveste conflitos sérios com os teus pais, irmão(s) ou irmã(s) por causa da tua utilização
13,7%
das redes sociais?
…mentiste regularmente aos teus pais ou amigos sobre a quantidade de tempo que passas
11,1%
nas redes sociais?

Durante a semana, quanto tempo gastas em frente Durante o fim-de-semana, quanto tempo gastas em
ao ecrã... (N=4055) – 2h ou mais por dia* frente ao ecrã... (N=4055) – 2h ou mais por dia*

Compartilhar ou consultar conteúdos no TikTok 43,1% Compartilhar ou consultar conteúdos no TikTok 43,1%

Trocar mensagens no WhatsApp 38,8% Trocar mensagens no WhatsApp 38,2%

Compartilhar ou consultar conteúdos no Instagram 37,1% Compartilhar ou consultar conteúdos no Instagram 39%

Assistir a séries online 37% Assistir a séries online 44,9%

Jogar jogos online ou offline 36,4% Jogar jogos online ou offline 40%

Assistir a vídeos no Youtube 32,7% Assistir a vídeos no Youtube 38,7%

Trocar mensagens no Snapchat 19,3% Trocar mensagens no Snapchat 19,4%

Outra atividade com ecrã 13,6% Outra atividade com ecrã 11,8%

Trocar mensagens no Facebook Messenger 7,8% Trocar mensagens no Facebook Messenger 8,1%

Compartilhar ou consultar conteúdos no Facebook 6% Compartilhar ou consultar conteúdos no Facebook 7,1%

Diferenças de género e escolaridade


Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou X2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação aos amigos, tempos de lazer e tecnologias. As raparigas afirmam
ter melhor apoio por parte dos amigos, enquanto os rapazes referem ter melhor qualidade de relação com os
amigos.
Verificamos que as raparigas mais frequentemente usam o telemóvel, ouvem música, pensam na vida,
dormem, veem NETFLIX/HBO/Apple TV, não fazem nada, leem e/ou veem TV várias horas por dia. Os rapazes
mais frequentemente praticam desporto, estão ao computador, frequentam atividades de
escutismo/escotismo, atividades de voluntariado e/ou intervenção associativa ou política várias horas por dia.
Relativamente às atividades organizadas sob a liderança/orientação de um treinador, professor ou instrutor,
as raparigas participam mais regularmente em atividades artísticas e religiosas, já os rapazes participam mais
em desportos coletivos, organizações infantis e juvenis e em clubes num centro de lazer ou na escola.
As raparigas mantêm mais contacto online com os amigos próximos e com outras pessoas, como familiares
e colegas de turma. Por sua vez, os rapazes mantêm mais contactos online com amigos de um grupo alargado
(ex. vizinhos) e/ou amigos que conheceram através da internet. São as raparigas que referem uma maior
dependência na utilização das redes sociais, em todos os parâmetros.
Relativamente ao tempo gasto em frente ao ecrã, as raparigas mais frequentemente referem consultar
conteúdos no TikTok, trocar mensagens no WhatsApp, consultar conteúdo no Instagram, assistir a séries online
e trocar mensagens no Snapchat duas horas ou mais por dia, durante a semana e ao fim-de-semana. Os rapazes
mais frequentemente afirmam jogar jogos online ou offline, assistir a vídeos no YouTube e consultar conteúdos
no Facebook duas horas ou mais por dia, durante a semana e ao fim-de-semana, sendo que ao fim-de-semana
referem também trocar mensagens no Facebook Messenger, igualmente duas horas ou mais por dia.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou X2, p<0,05) em relação aos amigos, tempos de lazer e tecnologias. Os estudantes mais velhos (10º ano de
escolaridade) afirmam ter melhor apoio por parte dos amigos.
Verificamos que os estudantes mais novos (8º ano de escolaridade) mais frequentemente praticam
desporto, leem, veem TV, tocam um instrumento, frequentam atividades religiosas, atividades de
escutismo/escotismo, atividades de voluntariado e/ou intervenção associativa ou política várias horas por dia.
Os estudantes mais velhos (10º ano de escolaridade) mais frequentemente usam o telemóvel, ouvem música,
pensam na vida, veem NETFLIX/HBO/Apple TV e/ou não fazem nada várias horas por dia. Relativamente às
atividades organizadas sob a liderança/orientação de um treinador, professor ou instrutor são os estudantes
mais novos (8º ano de escolaridade) que participam com mais regularidade em todas as atividades.
Os estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) mantêm mais contacto online com os amigos próximos
e com outras pessoas, como familiares e colegas de turma. Por sua vez, os estudantes mais velhos (10º ano de
escolaridade) mantêm mais contactos online com amigos de um grupo alargado (ex. vizinhos) e/ou amigos que
conheceram através da internet. São os estudantes mais novos (8º ano de escolaridade) que apresentam mais
parâmetros de dependência na utilização das redes sociais, no entanto, são os estudantes mais velhos (10º
ano de escolaridade) que mais frequentemente utilizam as redes sociais para fugir de sentimentos negativos,
que negligenciam regularmente outras atividades (ex.: hobbies) por causa do tempo que passam nas redes
sociais e que mais discutem com os outros por causa da sua utilização das redes sociais.
Relativamente ao tempo gasto em frente ao ecrã, os estudantes mais novos (8º ano de escolaridade)
referem mais frequentemente jogar jogos online ou offline, consultar conteúdos no Facebook e/ou trocar
trocarem mensagens no Facebook Messenger duas horas ou mais por dia, durante a semana e no fim-de-
semana, à exceção de consultar conteúdos no Facebook que deixa de ser significativo para estes ao fim-de-
semana. Os estudantes mais velhos (10º ano de escolaridade) mais frequentemente afirmam assistir a séries
online e/ou consultar conteúdos no Instagram duas horas ou mais por dia, durante a semana e ao fim-de-
semana.
H. (1965). The pattern of human concerns. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
1Cantril,

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Protocolo HBSC em 2022.


O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre atividade física, imagem do corpo e
nutrição e refere-se aos resultados do estudo HBSC 2022.

Atividade física nos últimos 7 dias (N=5809)


Como vais todos os dias de casa para a escola? (N=3944)
55,7%
(% de transporte ativo)

39,5%

A pé 28,7%

4,8% Bicicleta 1%

Nenhum dia 1-3 dias Mais de 3 dias

A média da prática de atividade física nos últimos 7 dias é de 3,94


(DP=2,02), numa escala de 0 a 7.

Tempo que demoras a chegar à escola? (Em minutos)

Média Desvio Padrão Min. Máx.


Tempo que levam a chegar de
15,19 12,7 1 180
casa à escola (N=3973)

Desporto nos últimos 6 meses (N=4055)*


Tipo de desporto (N=3444)*
28,8%
27,3% Futebol ou futsal 38,4%
25,5%

Basquetebol 18,6%
18,4%
Voleibol 16,6%

Natação 15%

Ginástica 11,9%

Nunca pratiquei Pratiquei Sim, pratico Sim, pratico Ciclismo/BTT 11,6%


desporto desporto, mas desporto desporto e já
neste momento entrei em Atletismo 9,6%
não pratico campeonatos ou
Andebol 6,6%
competições
Perceção do teu corpo
O teu corpo é ou está... (N=5809) Estou a fazer dieta (N=4055)*

51,1% 50,5%

31,8%
25,3%

17,1% 12,8% 11,4%

Não, o meu Não, mas Não, eu Sim


Magro Ideal Excesso de peso peso está preciso preciso é
bom perder de ganhar
peso peso

Satisfação com o corpo e aparência física*

A satisfação com o corpo e a aparência física foi avaliada por uma escala adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 11
degraus, onde o degrau mais baixo corresponde a uma menor satisfação com o corpo e a aparência e o degrau 10 a uma
satisfação com o corpo e a aparência física mais elevada. Verifica-se que 23,5% referem os valores máximos de 9 e 10.
43,7%
Média Desvio Padrão Min. Máx.
Satisfação com o corpo e 30,1%
6,40 2,63 0 10
aparência (N=4055)

11,7% 11%
Índice de Massa Corporal (N=5698)
3,5%
72,8%

Muitíssimo Pouco Moderamente Muito Muitíssimo


insatisfeito satisfeito satisfeito satisfeito satisfeito

Nutrição
16,5% Pequeno-almoço durante Pequeno-almoço durante
8,6%
2,1% a semana (N=5809) o fim-de-semana (N=5809)
) )
Magreza Normal Excesso de peso Obesidade 13,7% 12,2%

O índice de massa corporal foi categorizado seguindo o critério do 20,2%


Cole et al.2, em que o excesso de peso não inclui obesidade. 24,9%
) 61,4%
67,6%

Nunca Às vezes Todos os dias Nunca 1 dia 2 dias

Tipo de alimentação (N= 5809)

Raramente/Nunca Pelo menos 1 vez/semana Pelo menos 1 vez/dia


63,5%

49%
44,6% 43,9% 43,9%
43,9%
35,5%

23,3%
15,5%
11,5% 12,2% 13,2%

Frutas Vegetais Colas ou outros Doces


refrigerantes açucarados (rebuçados/chocolates)
Ir para a escola ou para a cama com fome por não haver comida em casa (N=5809)
90,7%

5,9%
1,9% 1,5%

Nunca Às vezes Frequentemente Sempre

Diferenças de género e escolaridade


T. J., Bellizzi, M. C., Flegal, K. M. & Dietz, W. H. (2000). Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. British Medical Journal, 320, 1240-3.

Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas ao nível da prática de atividade física.
Verificamos que são os rapazes que referem praticar mais atividade física (mais de três vezes por semana),
e são as raparigas que mais se deslocam de forma não ativa de casa para a escola e as que apresentam mais
frequentemente um Índice de Massa Corporal (IMC) classificado como normal (Cole et al., 2000).
São também as raparigas que reportam um maior consumo de fruta, de vegetais e de doces. Já os rapazes
referem estar muitíssimo satisfeitos com o seu corpo e tomar maior frequência o pequeno-almoço todos os
dias da semana, assim como um maior consumo de colas ou outros refrigerantes açucarados.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou c2, p<0,05) ao nível da prática de atividade física.
Verificamos que são os estudantes mais velhos (10º ano de escolaridade) que praticam com menor
frequência atividade física, durante a semana. São igualmente os estudantes mais velhos (10º ano de
H. (1965). The pattern of human concerns. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.

escolaridade) que reportam um maior excesso de peso e obesidade, e são também estes que referem tomar
mais vezes o pequeno-almoço, todos os dias da semana. São os estudantes mais adolescentes (6º ano de
escolaridade) que consomem mais frutas e vegetais (12%). Os estudantes do 8º ano escolaridade são os que
mais referem estarem muitíssimo satisfeitos com o seu corpo.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
2Cole,

e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade.


O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre sexualidade e refere-se aos resultados
do estudo HBSC 2022.

Relacionamento amoroso atual (N=645)** Comportamentos sexuais


Ter tido relações sexuais (N=4092)*
49,1%

15,2%
23,5%
20,1% Sim

Não
7,3%
84,8%

Não tenho Sim tenho Sim tenho, é das Sim tenho, mas
coisas mais não ligo muito
importantes da
minha vida

Idade da primeira relação sexual (N=620)*/** Uso de métodos contracetivos na última relação sexual (N=560)**

71,1% Uso de preservativo


64%
Uso de pílula
51,7%

31,3%
28,4%

20,5%
17%

8,4% 7,6%

11 anos ou menos 12/13 anos 14 ou mais Sim Não Não sei


Relações sexuais associadas ao consumo de A tua primeira relação sexual foi...*/**
álcool ou drogas (N=505)*/** 91,2%
87,4% Rapaz (N=297)

Rapariga (N=247)
Não

Sim 13,4%

86,6%
12,6%
8,8%

Rapaz Rapariga

Diferenças de género e escolaridade

Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à sexualidade.
No que diz respeito aos comportamentos sexuais, 18,3% dos rapazes e 12% das raparigas refere já ter tido
relações sexuais.
Verificamos que mais frequentemente as raparigas referem ter tido a primeira relação sexual aos 14 anos
ou mais tarde e ter usado a pílula contracetiva na última relação sexual. Os rapazes mais frequentemente
referem não saber se foi usada a pílula na última relação sexual.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou c2, p<0,05) em relação à sexualidade.
Entre os adolescentes que referiram já ter tido relações sexuais, verificou-se que os estudantes mais velhos
(10º ano de escolaridade) referem com mais frequência do que os mais novos (8º ano de escolaridade), ter
atualmente um relacionamento amoroso e que este é das coisas mais importantes das suas vidas. Para além
disso, estes referem com mais frequência ter tido a sua primeira relação sexual aos 14 anos ou mais tarde e
não terem usado pílula contracetiva na última relação sexual, enquanto que os estudantes mais novos (8º ano
de escolaridade) mais frequentemente referem não saber se foi usada pílula contracetiva na última relação
sexual.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Apenas os que já tiveram relações sexuais.


O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre consumo de substâncias e refere-se
aos resultados do estudo HBSC 2022.

Tabaco
Consumo de tabaco (N=5809) Frequência de consumo de tabaco**
95,1%

34,7%
Menos de 6 dias
57,5%

19,1%
Entre 6 a 19 dias
16,4%

46,2%
20 dias ou mais
26,1%
2% 1,3% 1,6%

Eu não fumo Menos que 1 Pelo menos 1 Todos os dias Durante toda a vida (N=288) Últimos 30 dias (N=288)
vez/semana vez/semana

Álcool
Frequência de consumo de diferentes bebidas alcoólicas: Frequência de consumo de álcool***
(N=5809)
97,7%
93% 93,8%
35,1%
Menos de 6 dias
77,1%

28,5%
Entre 6 a 19 dias
16,1%

6,6% 5,8% 36,4%


0,4% 0,4% 0,3% 2% 20 dias ou mais
6,8%
Bebidas destiladas (Vodka, Cerveja Vinho
Cachaça, Whisky, etc.) / Durante toda a vida (N=1023) Últimos 30 dias (N=1023)
Licores

Todos os dias Todas as semanas/meses Raramente/Nunca


Frequência de embriaguez (N=5809)

2,8%
4 vezes ou mais
1,3%

7,4%
1 a 3 vezes
3,9%

89,8%
Nunca
94,8%

Durante toda a vida Últimos 30 dias

Consumo e experimentação de outras substâncias


45,6% 45,4%

Sim
Não sei o que é, nunca ouvi falar 36,3%

30,1%

24,5%
21,3%
17,5% 16,7%
15%

4% 3,7%
1,1% 1,9% 1% 1% 0,7% 0,8% 0,8%

Cannabis (haxixe, Solventes e Cocaína (N=5809) Medicamentos Cogumelos Ecstasy (N=5809) Heroína (N=5809) LSD (N=5809) Anfetaminas
erva, marijuana) benzinas (Ex.: usados como mágicos (N=5809) (N=5809)
(N=5809) tintas, vernizes ou drogas (N=5809)
colas) (N=5809)

Consumo de drogas ilegais no último mês (N=6696) Frequência de consumo de marijuana****


97,5%
40,3%
Menos de 6 dias
51,6%

20,2%
Entre 6 a 19 dias
22,6%

39,5%
20 dias ou mais
1,2% 0,7% 0,6% 25,8%

Nunca 1 vez Mais do que 1 Consumo regular


vez Durante toda a vida (N=124) Últimos 30 dias (N=124)

Dependências
Discussões com a família, amigos ou namorado(a) pelo tempo passado a: (N=4055)*

Estar nas redes sociais 69%

Não fazer nada/"Preguiçar" 68,3%

"Surfar" na internet 59,1%

Jogar videojogos 57,7%

Dormir 54,8%

Estudar 40%

Praticar desporto/exercício físico 38,9%

Sair à noite 32,3%

Ler 30,4%

Namorar 24,9%

Beber 18,1%

Fumar 11,7%
Diferenças de género e escolaridade

Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas ao nível do consumo de substâncias.
Verificamos que os rapazes referem mais frequentemente do que as raparigas não saber o que é cannabis,
solventes e benzinas, cogumelos mágicos e cocaína e referem mais frequentemente consumir todos os dias
bebidas destiladas e cerveja. De entre os adolescentes que referiram já ter consumido álcool, são os rapazes
os que referem com mais frequência ter consumido álcool entre 6 a 19 dias nos últimos 30 dias.
Quando questionados sobre a existência de discussões com a família, amigos ou namorado(a) por passarem
tempo excessivo em determinadas atividades, os rapazes mais frequentemente reportam mais discussões,
quase todos os dias, por praticarem desporto e por namorarem, e várias vezes ao dia, por estarem a surfar na
internet.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou c2, p<0,05) em relação ao consumo de substâncias.
Verificamos que os estudantes mais novos (6º e 8º anos de escolaridade) referem mais frequentemente do
que os mais velhos (10º ano de escolaridade) não fumar tabaco e raramente ou nunca consumir bebidas
destiladas, cerveja e vinho. De entre os estudantes que referiram já ter consumido álcool, foram os mais velhos
(10º ano de escolaridade) os que mais frequentemente afirmaram ter consumido álcool, quer entre 6 a 19
dias, quer 20 dias ou mais, nos últimos 30 dias, e ter estado embriagados 1 a 3 vezes nos últimos 30 dias.
Em relação ao consumo de drogas ilegais no último mês, os estudantes mais velhos (10º ano de
escolaridade) reportaram tê-lo feito: 1,7% uma vez, 1,6% mais do que uma vez e 1,0% regularmente. Quando
questionados sobre a existência de discussões com a família, amigos ou namorado(a) por passarem tempo
excessivo em determinadas atividades, foram os estudantes mais novos (8º ano de escolaridade) os que mais
frequentemente reportaram discussões, várias vezes ao dia, por estarem nas redes sociais, e os mais velhos
(10º ano de escolaridade) mais frequentemente reportaram discussões, poucas/algumas vezes ao dia, por
estarem a dormir.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Apenas quem referiu consumir tabaco. ***Apenas quem referiu consumir álcool. ****Apenas quem referiu consumir drogas.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre violência e lesões e refere-se aos
resultados do estudo HBSC 2022.

Comportamentos de “Bullying”/Provocação
(Nos últimos dois meses)
91,8%
81,1% Provocador (N=5809)
Vítima (N=5809)

16,5%
7,1%
1,1% 2,4%

Nunca Até 1 vez/semana Várias vezes/semana

Diz-se que uma pessoa é vítima de bullying quando outra pessoa (ou grupo de pessoas) repetidamente lhe diz/faz algo desagradável ou lhe faz mal. Também é bullying quando uma
pessoa é gozada de uma forma que não gosta, ou quando é deixada de fora, de atividades/brincadeiras, de propósito. A pessoa que faz bullying tem intenção de magoar a pessoa que
é vítima de bullying e tem mais poder que ela. NÃO É BULLYING quando duas pessoas com aproximadamente a mesma força ou poder discutem ou lutam.

“Ciberbullying”: Situações de provocação com recurso às tecnologias


(Nos últimos dois meses)
95,2%
90,6%
Provocador (N=5809)

Vítima (N=5809)

8,7%
4%
0,8% 0,7%

Nunca Pelo menos 1 vez Várias vezes/semana


Lutas
Envolvimento em lutas no último ano (N=5809) Locais onde ocorreram as lutas (N=4050)*/**
3% 54,9%

Nunca
29,3%
1 a 3 vezes 22%

67,7% 4 vezes ou mais 12,1%


6,8%
4,2%

Na escola Na rua Em casa Num ginásio, Outro local


balneário ou
outro recinto
desportivo

Lesões Comportamentos autolesivos no último ano (N=4055)*


Lesões no último ano (N=5809) 75,4%

3,4%

16,8%
Nunca

1 a 3 vezes

4 vezes ou mais 7,9% 8,5%


5,3% 2,9%
79,8%

Não se magoou 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes ou mais

Em que parte do corpo te magoaste (N=892)*/****


69,5%

32%

12,4%
3,9%

Braços Pernas Bariga Outro sítio

Diferenças de género e escolaridade


Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à violência e às lesões. Os rapazes assumem-se mais como
provocadores e as raparigas mais como vítimas, quer nas situações de bullying como de ciberbullying.
Verificamos que que os rapazes são os que mais se envolveram em lutas e os que mais sofreram lesões. As
raparigas foram as que mais se auto-lesionaram, tendo-o feito especialmente nos braços.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou c2, p<0,05) em relação à violência e às lesões.
Verificamos que os adolescentes que mais frequentemente se assumem como provocadores e, os
adolescentes que com mais frequência se assumem como vítimas são em geral mais novos (6º ano de
escolaridade). Os adolescentes que mais se assumem como provocadores com recurso às tecnologias
(ciberbullying) são em geral mais velhos (10º ano de escolaridade), por outro lado os adolescentes que mais
se assumem como vítimas de provocação com recurso a tecnologias (ciberbullying) são em geral mais novos
(6º ano de escolaridade).
Os adolescentes em geral mais novos (6º ano de escolaridade) são os que mais se envolveram em lutas,
enquanto que os mais velhos (10º ano de escolaridade) são os que mais sofreram lesões. Relativamente às
autolesões, são os adolescente mais novos (8º ano de escolaridade) os que mais se autolesionaram, sendo os
mais velhos (10º ano de escolaridade) os que mais se autolesionaram nos braços.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Apenas quem referiu ter estado envolvido em lutas. ***Apenas quem referiu ter sofrido lesões. ****Apenas quem referiu ter-se magoado de propósito.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre saúde planetária e refere-se aos
resultados do estudo HBSC 2022.

Saúde planetária e ambiente


A saúde planetária e ambiente foram avaliados através de uma escala constituída por 11 itens*, agrupados em três dimensões:
conhecimentos, comportamentos e normas sociais relacionadas com a saúde planetária e ambiente. Os resultados obtidos
podem variar entre 1 e 5 pontos, sendo que o valor mais alto indica um maior nível de conhecimentos, uma maior prática de
comportamentos proambiente e a integração em contextos “amigos” do ambiente.

Os conhecimentos foram avaliados através de uma escala constituída por 5 itens.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Conhecimentos (N=5809) 4,28 0,85 1-5 5 .87

No que respeito aos conhecimentos relativos à saúde planetária e ambiente, os adolescentes acreditam que para o
desenvolvimento sustentável é necessário...
(% de sim)

Preservar a diversidade biológica 85,4%

Reduzir todos os tipos de desperdício 84%

Leis e regulamentos mais rigorosos 82,8%

Mudança na renovação dos recursos naturais 81,3%

Reduzir o consumo de água 69,6%

Os comportamentos foram avaliados através de uma escala constituída por 3 itens.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Comportamentos (N=5809) 3,42 1,13 1-5 3 .85
No que se refere aos comportamentos proambientais, os adolescentes assumem como compromissos para proteger o
ambiente...
(% de sim)
Procuro ativamente formas de reduzir os problemas 56,8%

Escolho trabalhar este tema na escola sempre que posso 47,1%

Mudei o meu estilo de vida 46,3%

As normas sociais foram avaliadas através de uma escala constituída por 3 itens.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Normas sociais (N=5809) 3,78 0,98 1-5 3 .83

Por último, no que concerne às normas sociais, os adolescentes percebem a família, amigos e escola como sendo “amigos”
do ambiente...
(% de sim)
A minha família 70,8%

A minha escola 62,8%

Os meus amigos 53,9%

COVID-19
Alguma vez testou positivo à COVID-19 (N=5809) Alguém da família testou positivo à COVID-19
(N=5809)
3,8% 4%

Sim 23,5% Sim


43,3%
Não Não
52,9%
Não sei Não sei
72,5%

Impacto, fontes de informação e medidas de proteção

A COVID-19 foi avaliada com base numa escala de 34 itens*, dos quais 29 se encontram agrupados em três dimensões:
impacto, fontes de informação e medidas de proteção. Os resultados obtidos podem variar entre 1 e 5 pontos, com o valor
mais alto a indicar um impacto mais positivo, uma maior frequência de acesso à fonte especifica de informação e a uma
implementação mais frequente da respetiva medida de proteção.

O impacto foi avaliado através de uma escala constituída por 10 itens.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Impacto (N=5809) 3,29 0,87 1-5 10 .93

Relativamente ao impacto da COVID-19, os adolescentes referem impactos nas áreas:

Bastante ou muito Nem positivo nem Bastante ou muito


negativo negativo positivo
Vida como um todo 20,7% 50,1% 29,2%
Saúde e bem-estar 18,4% 42,6% 39%
Relacionamentos com a família 12,6% 37,4% 50%
Relacionamentos com os amigos 16% 37,4% 46,6%
Bastante ou muito Nem positivo nem Bastante ou muito
negativo negativo positivo
Saúde mental 30,8% 36,3% 32,9%
Desempenho escolar 22,5% 41% 36,5%
Atividade física 25,3% 34,3% 40,4%
Alimentação 16,8% 42,1% 41,1%
Expetativas de futuro 19% 43,1% 37,9%
Situação financeira familiar 13,7% 48,9% 37,4%

As fontes de informação foram avaliadas através de uma escala constituída por 9 itens.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Fontes de informação (N=5809) 2,95 0,91 1-5 9 .88

Durante a Covid-19, os adolescentes referem ter recorrido mais frequentemente às seguintes fontes de informação:
(% de sim)
Jornais, revistas, rádio, TV 57,6%
Membros da família 52,7%
Redes sociais 50,7%
Autoridades Nacionais de Saúde 43,1%
Organizações Internacionais de Saúde 41,8%
Professores e outro pessoal escolar 32,5%
Amigos 30,1%
Bloggers/Influencers 23%
Outras fontes 13,1%

As medidas de proteção foram avaliadas através de uma escala constituída por 10 itens.

Média Desvio Padrão Min. – Máx. Nº itens α de Cronbach


Medidas de proteção (N=5809) 3,95 0,82 1-5 10 .91

As medidas de proteção regularmente adotadas pelos adolescentes, consistiram:


(% de sim)
Uso máscara proteção 87,5%
Uso desinfetante mãos 79,9%
Tossir ou espirrar parte interna cotovelo/ lenço 77,6%
Lavagem regular das mãos 75%
Evitar contacto pessoas risco 72,4%
Ficar em casa 69,6%
Distanciamento social 62,7%
Evitar encontro grupo pessoas 61,2%
Evitar tocar rosto 49,9%
Ficar em casa no caso sintomas 49,8%

Diferenças de género e escolaridade

Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à saúde planetária.
No que se refere aos conhecimentos, comportamentos e normas sociais relacionadas com a saúde
planetária e ambiente, as raparigas apresentam um valor médio superior nos conhecimentos e
comportamentos, em comparação com os rapazes.
Relativamente à COVID-19, verifica-se que os rapazes apresentam um valor médio superior no impacto,
mostrando consequências menos negativas, enquanto que as raparigas apresentam um valor médio superior
nas medidas de proteção da COVID-19.

Foram identificadas diferenças de escolaridade estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS


ou c2, p<0,05) em relação à saúde planetária.
No que se refere aos conhecimentos, comportamentos e normas sociais relacionadas com a saúde
planetária e ambiente, os alunos mais velhos (10º ano de escolaridade) apresentam uma maior perceção de
conhecimento, embora os mais novos (6º ano de escolaridade) tenham mais comportamentos proambiente e
uma melhor perceção do seu ecossistema (escola, amigos e família) como “amigos” do ambiente.
Relativamente à COVID-19, verifica-se que os alunos mais novos (6º ano de escolaridade) apresentam uma
perceção menos negativa do impacto, e adoção de mais medidas de proteção da COVID-19.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Protocolo HBSC em 2022.


Análise da evolução das três últimas séries do estudo

O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo em colaboração com Organização Mundial de Saúde,
que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com o protocolo de
aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se o “cluster
sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos de escolas
do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A amostra é
representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,6%), do 8º (33,5%) e do
10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09 (DP=1,82).
O estudo pretende estudar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre a evolução das três últimas séries do
estudo HBSC.

Ano N Rapazes 6º ano 8º ano 10º ano


2014 6026 47,7% 35,8% 39,1% 25,1%
2018 6997 48,3% 36% 39,5% 24,5%
2022 5809 45,2% 29,5% 33,5% 37%

Saúde e bem-estar
Como se sente face à vida

Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere sentir-se infeliz aumentou de 2014 (14,6%) para 2018 (18,3%) e
teve um maior aumento em 2022 (27,7%).

85,4%
81,7%
72,3%

Feliz

Infeliz
27,7%
14,6% 18,3%

2014 2018 2022

Tão triste que parece grande que não aguenta

Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere sentir-se tão triste que não aguenta, quase todos os dias, aumentou
de 2018 (5,9%) e teve um aumento maior em 2022 (8,7%).

75,6% 75,4%

59,4%

Raramente ou nunca

Quase todos os dias

5,5% 5,9% 8,7%

2014 2018 2022


Comportamentos autolesivos no último ano

O número de adolescentes que se magoou a si próprio de propósito (autolesão), durante os últimos 12 meses, aumentou de
2018 (19,6%) para 2022 (24,6%).

79,7% 80,4%
75,4%

Nunca

Alguma vez
24,6%
20,3% 19,6%

2014 2018 2022

Sintomas físicos: dores de cabeça quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter dores de cabeça, quase todos os dias, de 2018 (5,3%) para 2022
(8%).

5,1% 5,3% 8%

2014 2018 2022

Sintomas físicos: dores de estômago quase todos os dias

Verifica-se um aumento de adolescentes que referem ter dores de estômago, quase todos os dias, de 2018 (2%) para 2022
(2,7%).

2,3% 2% 2,7%

2014 2018 2022

Sintomas físicos: dores de costas quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter dores de costas, quase todos os dias, de 2018 (8,6%) para 2022
(12,2%).

6,4% 8,6% 12,2%

2014 2018 2022


Sintomas físicos: dores de pescoço e ombros quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter dores de pescoço e ombros, quase todos os dias, de 2018 (6,3%)
para 2022 (9,2%).

5,3% 6,3% 9,2%

2014 2018 2022

Sintomas físicos: tonturas quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter tonturas, quase todos os dias, de 2018 (3,2%) para 2022 (5,3%).

2,5% 3,2% 5,3%

2014 2018 2022

Sintomas psicológicos: estar triste/deprimido quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se tristes, quase todos os dias, de 2018 (9,2%) para 2022 (11,6%).

5,1% 9,2% 11,6%

2014 2018 2022

Sintomas psicológicos: estar irritado/mau humor quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se irritados e/ou de mau humor, quase todos os dias, de 2018
(12,6%) para 2022 (15,8%).

12,6% 15,8%
5,9%

2014 2018 2022

Sintomas psicológicos: estar nervoso quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se nervosos, quase todos os dias, de 2018 (13,6%) para 2022
(21%).

21%
8,4% 13,6%

2014 2018 2022


Sintomas psicológicos: medo quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se com medo, quase todos os dias, de 2018 (6,3%) para 2022
(9,1%).

4,3% 6,3% 9,1%

2014 2018 2022

Sintomas psicológicos: cansaço e exaustão quase todos os dias

Verificamos um ligeiro aumento de adolescentes que referem sentir-se cansados e com exaustão, quase todos os dias, de 2018
(17,9%) para 2022 (18,8%).

17,9% 18,8%
10,3%

2014 2018 2022

Sintomas: dificuldades em adormecer quase todos os dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir dificuldade em adormecer, quase todos os dias, de 2018 (12,7%)
para 2022 (17,9%).

12,7% 17,9%
7,8%

2014 2018 2022

Perceção de saúde

Verificamos um ligeiro aumento de adolescentes que consideram que a sua saúde é muito má de 2018 (0,8%) para 2022 (1,4%).

53,8% 51,3%
49,5% Excelente

37,4% Boa
33,6% 31,3%

0,9% 0,8% 1,4%

2014 2018 2022


Achas que o teu corpo é ou está…

Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter excesso de peso de 2018 (28,3%) para 2022 (31,7%).

53,4% 54,7% 51,1% Magro

32,3% Peso ideal


28,3% 31,7%
Excesso de peso
14,3% 17,2%
17%

2014 2018 2022

Satisfação com a Vida*

Verificamos um ligeiro decréscimo de adolescentes que referem sentir satisfação com a vida de 2018 (7,7%) para 2022 (7,5%).
7,44 7,68 7,50

2014 2018 2022

Atividade física nos últimos 7 dias

Verificamos um aumento de adolescentes que referem praticar atividade física 3 a 6 vezes por semana de 2018 (52,5%) para
2022 (56,3%).

51% 52,5% 56,3%

2014 2018 2022

Horas de sono por noite, durante a semana

Verificamos um aumento de adolescentes que referem dormir menos de 8 horas por noite, durante a semana, de 2018 (39,2%)
para 2022 (46,2%).

46,2%
35,9% 39,2%

2014 2018 2022

Tomar o pequeno-almoço durante a semana

Verificamos um decréscimo no tomar o pequeno-almoço, durante a semana, todos os dias, de 2018 (71,8%) para 2022 (61,4%).

84,8%
71,8%
61,4%
Nunca

Todos os dias
8,5% 13,7%
4,9%

2014 2018 2022


Consumo de frutas

Verificamos um aumento do consumo de frutas, mais do que uma vez por dia, de 2018 (25,9%) para 2022 (26,2%).

Raramente/Nunca

Mais do que 1 vez por dia


25,9% 26,2%
21,2%
11,5%
9% 11,5%

2014 2018 2022

Consumo de vegetais

Verificamos um aumento do consumo de vegetais, mais do que uma vez por dia, de 2018 (16,2%) para 2022 (18,7%).

Nunca

Mais do que 1 vez por dia

14,6% 17,8% 18,7%

13,3% 16,2% 15,5%

2014 2018 2022

Consumo de doces

Verificamos um decréscimo no consumo de doces, mais do que uma vez por dia, de 2018 (7,1%) para 2022 (5,6%).

Nunca

Mais do que 1 vez por dia


23,9% 23,3%
19,4%

7,6% 7,1% 5,6%

2014 2018 2022

Consumo de refrigerantes

Verificamos um decréscimo no consumo de refrigerantes, mais do que uma vez por dia, de 2018 (8,2%) para 2022 (5,7%).

Nunca
40,3% 43,9%
31,3% Mais do que 1 vez por dia

10,1% 8,2%
5,7%

2014 2018 2022


Consumo frequente de tabaco

Verificamos um decréscimo no consumo de tabaco, todos os dias, ao longo dos anos.


92,5% 93,7% 95,1%

Nunca

Todos os dias

2,6% 2,4% 1,6%

2014 2018 2022

Quantos dias fumaste cigarros no último mês**

Verificamos um decréscimo do consumo de tabaco, 20 dias ou mais no último mês, de 2018 (35,7%) para 2022 (26,1%).

57,5%
45,5% 49,2% Menos de 6 dias

20 dias ou mais
26,1%
37,1% 35,7%

2014 2018 2022

Quantos dias bebeste álcool no último mês***

Verificamos um decréscimo do consumo de álcool, 20 dias ou mais no último mês, de 2018 (9,7%) para 2022 (6,8%).

77,8% 79,5% 77,1%

Menos de 6 dias

20 dias ou mais

7,9% 9,7% 6,8%

2014 2018 2022

Frequência de embriaguez no último mês

Verificamos uma estabilidade nos episódios de embriaguez, no último mês (quatro vezes ou mais), de 2018 (1%) para 2022
(1,3%).
95,7% 94,8% 94,8%

Nunca

4 vezes ou mais

0,6% 1% 1,3%

2014 2018 2022


Consumo de drogas no último mês

Verificamos um decréscimo no consumo de drogas, mais do que uma vez no último mês, de 2018 (2,3%) para 2022 (1,3%).

96,7% 96,1% 97,5%

Nunca

Mais do que 1 vez

2,1% 2,3% 1,3%

2014 2018 2022

Consumo de “marijuana” (erva, haxixe) no último mês****

Verificamos um decréscimo no consumo de marijuana, 20 dias ou mais no último mês, de 2018 (31,6%) para 2022 (25,8%).

58,6%
53,1% 51,6%
Menos de 6 dias
31,6% 20 dias ou mais
25% 25,8%

2014 2018 2022

Quantos dias bebeste álcool em toda a tua vida***

Verificamos um aumento do consumo de álcool, 20 dias ou mais em toda a vida, de 2018 (20,7%) para 2022 (36,4%).

59,2%
55,8%
Menos de 6 dias
36,4%
20 dias ou mais
20,3% 20,7% 35,1%

2014 2018 2022

Frequência de embriaguez em toda a tua vida

Verificamos uma estabilidade nos episódios de embriaguez, durante toda a vida (quatro vezes ou mais), de 2018 (2,9%) para
2022 (2,8%).
88% 88,2% 89,8%

Nunca

4 vezes ou mais

3,6% 2,9% 2,8%

2014 2018 2022


Consumo de bebidas destiladas

Verificamos um decréscimo no consumo de bebidas destiladas, todos os dias, de 2018 (3,7%) para 2022 (0,4%).
94,2% 93%
89,4%

Raramente/Nunca

Todos os dias

3,7%
0,4% 0,4%

2014 2018 2022

Consumo de “marijuana” (erva, haxixe) em toda a tua vida****

Verificamos um aumento no consumo de marijuana, 20 dias ou mais durante toda a vida, de 2018 (32,9%) para 2022 (39,5%).

53,8%
47,7%
40,3% Menos de 6 dias

26,6% 32,9% 39,5% 20 dias ou mais

2014 2018 2022

Relações interpessoais
Apoio da família*

Verificamos uma diminuição da perceção de apoio por parte da família dos que adolescentes, de 2018 (M=24,1%) para 2022
(M=22,9%).
23,10 24,12 22,94

2014 2018 2022

Frequência das refeições em família

Verificamos um decréscimo nas refeições em família, todos os dias, de 2018 (68,8%) para 2022 (56,2%).

68,8%
56,2%
Nunca

Todos os dias

12,1%
8,5%

2014 2018 2022


Qualidade da relação com os colegas*

Verificamos que a relação com os colegas se manteve estável entre 2018 (M=11,9%) e 2022 (M=11,8%).
12,02 11,89 11,77

2014 2018 2022

Qualidade da relação com os professores*

Verificamos que a relação com os professores se manteve estável entre 2018 (M=11,4%) e 2022 (M=11,4%).
11,53 11,37 11,36

2014 2018 2022

Quantas vezes tomaste parte em provocações/fizeste bullying na escola nos últimos 2 meses?*****

Verificamos um aumento de adolescentes que referem não ter provocado/feito bullying, nos últimos 2 meses, de 2018 (90%)
para 2022 (91,8%%) e um ligeiro aumento dos adolescentes que provocaram/fizeram bullying diversas vezes por semana de
2018 (0,8%) para 2022 (1,1%).

90% 91,8%

69,1%

Não provoquei

Diversas vezes por semana

2,6% 0,8% 1,1%

2014 2018 2022

Quantas vezes foste provocado/vítima de bullying na escola nos últimos 2 meses?*****

Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere não ter sido provocado/vítima de bullying nos últimos 2 meses
manteve-se estável de 2018 (81,2%) para 2022 (81,1%) e a percentagem de adolescentes que refere ter sido provocado,
diversas vezes por semana, sofreu um ligeiro decréscimo de 2018 (2,9%) para 2022 (2,4%).

81,2% 81,1%

61,3%

Não fui provocado

Diversas vezes por semana

4,7% 2,9% 2,4%

2014 2018 2022


Quantas vezes fizeste ciberbullying nos últimos 2 meses?

Verificamos um ligeiro aumento de adolescentes que referem não ter feito ciberbullying nos últimos 2 meses de 2018 (94,6%)
para 2022 (95,2%%) e um ligeiro aumento dos adolescentes que fizeram ciberbyllying, diversas vezes por semana, de 2018
(0,7%) para 2022 (0,8%).
94,6% 95,2%

61,3%

Não provoquei dessa forma

Diversas vezes por semana

4,7%
0,7% 0,8%

2014 2018 2022

Quantas vezes foste vítima de ciberbullying nos últimos 2 meses?

Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere ter sido vítima de ciberbullying nos últimos 2 meses, teve um ligeiro
decréscimo de 2018 (91,8%) para 2022 (90,6%), assim como a percentagem de adolescentes que refere ter sido vítima de
ciberbullying, diversas vezes por semana, que também sofreu um ligeiro decréscimo de 2018 (0,8%) para 2022 (0,7%).

89% 91,8% 90,6%

Não fui provocado dessa form

Diversas vezes por semana

0% 0,8% 0,7%

2014 2018 2022

Ter tido relações sexuais

A percentagem de adolescentes que refere já ter tido relações sexuais teve um aumento entre 2018 (11,5%) e 2022 (15,2%).

12,8% 11,5% 15,2%

2014 2018 2022

Uso do preservativo na última relação sexual******

Verificamos um decréscimo no uso de preservativo na última relação sexual de 2018 (66,7%) para 2022 (64%).

70,4% 66,7% 64%

2014 2018 2022


Uso da pílula contracetiva na última relação sexual******

Verificamos um decréscimo no uso de pílula contracetiva na última relação sexual de 2018 (33,9%) para 2022
(31,3%).

31% 33,9% 31,3%

2014 2018 2022

Relações sexuais associadas ao consumo de substâncias******

Verificamos um decréscimo nas relações sexuais associadas ao consumo de álcool ou drogas de 2018 (15,7%) para
2022 (13,4%).

15,9% 15,7% 13,4%

2014 2018 2022

Contextos
FAS SCALE – Family Affluence Scale*

Verificamos que o nível socioeconómico da família se manteve estável de 2018 (M=14) para 2022 (M=13,94).

14,39 14,00 13,94

2014 2018 2022

Gostar da escola

Verificamos um ligeiro decréscimo no gostar da escola de 2018 (70,4%) para 2022 (69,7%).

73,1% 70,4% 69,7%

2014 2018 2022

Pressão com os trabalhos da escola

Verificamos um aumento acentuado na elevada pressão com os trabalhos da escola de 2018 (13,7%) para 2022
(22,4%).

22,4% Muita pressão


9,3% 13,7%

2014 2018 2022


Capacidade académica

Verificamos um ligeiro decréscimo no que os adolescentes consideram ser a perceção dos professores sobre as suas
capacidades académicas de 2018 (56,2%) para 2022 (55,5%).

51,4% 56,2% 55,5%

Boa/Muito boa

2014 2018 2022

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

*Valor da média. **Apenas quem referiu consumir tabaco. ***Apenas quem referiu consumir álcool. ****Apenas quem referiu consumir drogas. *****A redação da pergunta foi
alterada de 2014 para 2018, não podendo ser feita uma comparação direta da mesma. ******Apenas quem referiu já ter tido relações sexuais.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa apresenta algumas ideias-síntese dos
resultados do estudo HBSC 2022.

Saúde mental e bem-estar


• A grande maioria dos adolescentes considera-se feliz (72,3%).
• 21% sentem-se nervosos, 15,8% irritados ou de mau humor e 11,6% tristes quase todos os dias.
• 12,6% sente-se preocupado todos os dias, várias vezes por dia.
• 22,8% menciona que quando tem uma preocupação intensa, esta “não o larga” e “não o deixa ter calma para pensar
em mais nada”.
• 26,4% refere que, frequentemente ou muito frequentemente, não é capaz de controlar coisas importantes da sua vida
e 25,1% refere que, frequentemente ou muito frequentemente, sente que as suas dificuldades se acumulam de tal
modo que não as consegue ultrapassar.
• 23,8% nunca ou quase nunca sente que as coisas lhe correm como queria e 19,7% nunca ou quase nunca se sente
confiante com a sua capacidade para lidar com problemas pessoais.

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um decréscimo na satisfação com
a vida com um valor médio de 7,68 em 2018 e um valor médio de 7,50 em 2022.
Em relação à perceção de felicidade, também diminuiu. Em 2018, 18,3% dos participantes referiu que se sentia infeliz
e em 2022 essa percentagem aumentou para 27,7%.
Os sintomas físicos e psicológicos também aumentaram de 2018 para 2022. Ao nível dos sintomas físicos: 8,6% dos
estudantes em 2018 e 12,2% em 2022 referem ter dores de costas, quase todos os dias e as dores de cabeça, quase todos
os dias, passaram de 5,3% em 2018 para 8% em 2022. Em relação aos sintomas psicológicos: o nervosismo, quase todos
os dias, passou de 13,6% em 2018 para 21% em 2022; a irritação ou mau humor, quase todos os dias, passou de 12,6%
em 2018 para 15,8% em 2022; a tristeza, quase todos os dias, passou de 9,2% em 2018 para 11,6% em 2022 e o medo
quase todos os dias, passou de 6,3% em 2018 para 9,1% em 2022.
Saúde e doença
• 51,3% dos adolescentes considera que a sua saúde está boa e 31,3% que está excelente.
• 18,8% refere que tem uma doença/problema de saúde/incapacidade prolongada ou permanente e 76% tem um
diagnóstico há mais de 2 anos. 54,5% refere que esta condição de saúde implica tomar medicação, afeta a sua
participação em atividades de tempos livres (29,1%), a sua assiduidade e participação na escola (27,2%), a sua
participação em atividades com a família (18,3%) e implica o uso de equipamento especial (12,5%). 18,3% refere as
condições físicas da escola como barreira à sua participação e sucesso académico.
• Dos adolescentes que referem tem uma doença/problema de saúde/incapacidade prolongada ou permanente, 49,8%
refere ter alergias e 10,7% refere condições de saúde psicológica.
• 19,3% estiveram hospitalizados no último ano pelo menos uma vez e 20,3% refere necessitar de ajuda de outros para
realizar as suas tarefas diárias, devido à doença/problema de saúde/incapacidade prolongada ou permanente que têm.
• 91,1% dos adolescentes refere que dorme bem, embora a 84,6% custe acordar de manhã e mais de metade refira que
dorme pouco, que lhe custa a adormecer à noite, que acorda de manhã antes da hora que precisa, que dorme demais,
e que acorda a meio da noite.
• 46,2% dorme menos de 8 horas/dia durante a semana e 23,4% dorme menos de 8 horas/dia ao fim-de-semana. O
padrão de horas de sono durante a semana e no fim-de-semana sugere uma compensação ao fim-de-semana, onde
55,8% dorme mais de 8 horas/dia.
• A hora média de deitar durante a semana é às 20h43 e a de acordar é às 7h22, havendo maior variação na hora de
deitar do que na hora de acordar.
• Do seu conhecimento, os adolescentes referem ter tomado medicação no último mês, pelo menos uma vez: para as
dores de cabeça (53,9%); para as dores de estômago (25,3%); vitaminas ou suplementos alimentares (22,2%); para as
dores de costas (18,3%); para uma infeção (17,2%); para o nervosismo (16%); para as dificuldades de adormecer (14,6%);
para a tristeza (10%) e para o défice de atenção/hiperatividade (7,4%).
• 60,3% refere que a medicação tomada foi receitada por um médico.
• 93% tem as vacinas em dia e 71,9% acha que as vacinas protegem a saúde.
• 71,9% refere lavar os dentes mais do que uma vez por dia.
• Do seu conhecimento, 63,4% dos adolescentes refere que a sua escola tem um gabinete de saúde e 39,9% refere ter
tido aulas de educação sexual/educação para a saúde.
• O profissional de saúde mais frequentado pelos adolescentes é o dentista (51%), seguido pelo médico de família (30%),
o oftalmologista (21,1%), o pediatra (16,5%) e o psicólogo (14,3%).
• Menos de metade dos adolescentes estão confiantes sobre os seus conhecimentos relacionados com a saúde. 49,7%
considera que consegue seguir as instruções que lhes foram dadas pelos profissionais de saúde e 40,9% que consegue
avaliar como o seu comportamento afeta a sua saúde.

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um decréscimo na perceção de
saúde, sendo que em 2018, 53,8% referiu que a sua saúde estava boa e em 2022 essa percentagem diminuiu para 51,3%.
A percentagem de adolescentes que considera que a saúde está excelente também passou de 33,6% em 2018 para 31,3%
em 2022.
A percentagem de adolescentes que referiu ter uma doença prolongada aumentou de 15,1% em 2018 para 18,8%
em 2022. Em relação ao impacto da doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade, verificou-se um decréscimo
na percentagem de adolescentes que referiu ter necessidade de tomar medicação (60,3% em 2018 para 54,5% em 2022),
sentir que a condição de saúde afeta a participação em atividades de tempos livres (30,7% em 2018 para 29,1% em 2022),
a assiduidade e participação na escola (28,4% em 2018 para 27,2% em 2022) e ter necessidade de usar algum
equipamento especial (20,8% em 2018 para 12,5% em 2022). Numa trajetória contrária, em 2018, 16,7% dos adolescentes
referiu que a sua condição de saúde afetou a sua participação em atividades com a família, comparativamente com 18,3%
em 2022. Dos adolescentes que referiram ter uma doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade, 4,2%
mencionou uma condição de saúde psicológica em 2018 e essa percentagem subiu para 10,7% em 2022.
De 2018 para 2022 verificou-se que existem menos adolescentes a referir dormir bem (94,6% em 2018 para 91,1%
em 2022) e mais adolescentes a referir dormir pouco (59,7% em 2018 para 68,6% em 2022), custar a adormecer à noite
(59,6% em 2018 para 64,1% em 2022), acordar de manhã antes da hora que precisam (54,4% em 2018 para 62,8% em
2022), acordar a meio da noite (49,1% em 2018 para 56,3% em 2022), ter o sono agitado (47,8% em 2018 para 50% em
2022) e ter pesadelos durante o sono (44,8% em 2018 para 47% em 2022). Para além disso, o grau de sonolência
aumentou de 2018 para 2022, passando de um valor médio de 4,18 para 5,20 e a quantidade de horas de sono de semana
e ao fim de semana sofreu uma diminuição, tendo os adolescentes referido dormir menos de 8 horas durante a semana
(39,2% em 2018 e 46,2% em 2022) e também ao fim de semana (20,7% em 2018 e 23,4% em 2022).
A toma de medicação no último mês também aumentou de 2018 para 2022, com exceção da medicação para uma
infeção. Os aumentos mais referidos foram ao nível das vitaminas ou suplementos alimentares (de 17% em 2018 para
22,2% em 2022), da medicação para o nervosismo (de 11,2% em 2018 para 16% em 2022), para as dificuldades em
adormecer (de 9% em 2018 para 14,6% em 2022) e para a tristeza (de 6,5% em 2018 para 10% em 2022). A percentagem
de adolescentes que referiu que a medicação tomada foi receitada por um médico reduziu de 73,8% em 2018 para 60,3%
em 2022.
Em relação às vacinas, verificou-se um decréscimo na percentagem de adolescentes que considera que estas
protegem a sua saúde, passando de 74,3% em 2018 para 71,9% em 2022. Verificou-se a mesma tendência relativamente
ao ter as vacinas “em dia”/atualizadas (de 94,3% em 2018 para 93% em 2022). A frequência regular nos profissionais de
saúde diminuiu de 2018 para 2022 em relação ao médico de família (de 37,6% para 30%), oftalmologista (de 24,4% para
21,1%) e pediatra (de 19% para 16,5%) e aumentou em relação ao dentista (de 50,6% para 51%), psicólogo (de 12,6%
para 14,3%) e outras especialidades (de 5,7% para 6,5%). Na higiene oral verificou-se um aumento na percentagem de
adolescentes que lava os dentes mais do que uma vez por dia, passando de 69,4% em 2018 para 71,9% em 2022.
Por último, a percentagem de adolescentes que refere ter tido na escola aulas/sessões onde foi abordada a temática
da educação sexual/educação para a saúde sofreu um decréscimo de 50,5% em 2018 para 39,9% em 2022.

Família
• A maioria dos adolescentes (88,6%) nasceu em Portugal, assim como o pai (77,3%) e a mãe (76,2%);
• A maioria considera ser fácil falar com os pais, especialmente com a mãe (83%) e mais de um quarto dos adolescentes
refere ter dificuldades em falar com o pai (26%).
• Apesar de a situação ter melhorado nos últimos anos, 28,2% das mães e 17,9% dos pais dos adolescentes têm um curso
superior.
• 90,5% dos pais e 87,2% das mães têm um emprego.
• 56,2% dos adolescentes faz todos os dias refeições em família.
• 80,4% considera que o sítio onde vive é bom para viver.
• Menos de um quarto (22,8%) dos adolescentes refere existir um incentivo à comunicação e à relação entre a escola e a
família. 47,6% avalia a comunicação entre a escola e a família como boa e 43,7% como indiferente/neutra.
• 30,7% dos adolescentes refere que é importante melhorar a comunicação entre a escola e a família.
• 31% dos adolescentes refere a pouca participação dos pais na associação de pais como a principal barreira à relação
entre a escola e a família.

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos uma diminuição no número de
adolescentes nascidos em Portugal, de 92,4% em 2018 para 88,6% em 2022. A percentagem de pais nascidos em Portugal
também desceu, de 81,2% em 2018 para 76,2% em 2022 no caso das mães que nasceram em Portugal e de 81,9% em
2018 para 77,3% em 2022 no caso dos pais. Verifica-se também uma diminuição dos adolescentes com nacionalidade
portuguesa de 89,5% em 2018 para 83,4% em 2022.
Em relação à qualidade da relação familiar, verificamos um decréscimo com um valor médio de 8,55 em 2018 e um
valor médio de 8,10 em 2022. O apoio familiar também decresceu, com 24,12 em 2018 e 22,94 em 2022.
A facilidade em comunicar com os pais também diminuiu de 2018 para 2022, sendo que a percentagem de
estudantes que referem ser fácil comunicar com o pai passou de 67,4% em 2018 para 66,1% em 2022 e a facilidade em
comunicar com a mãe passou de 85,5% em 2018 para 83% em 2022.
Ao nível da instrução dos pais, verifica-se um aumento na formação académica: 22,5% em 2018 e 28,2% em 2022
das mães têm um curso superior e 15,5% em 2018 e 17,9% em 2022 dos pais também têm um curso superior. A
percentagem de pais empregados também aumentou, de 85,1% em 2018 para 87,2% em 2022, no caso das mães, e de
88,5% em 2018 para 90,5% em 2022 no caso dos pais.
Relativamente às refeições em família todos os dias, também se verifica uma diminuição, de 68,8% em 2018 para
56,2% em 2022, aumentando por outro lado a percentagem de adolescentes que nunca faz refeições em família, de 8,5%
em 2018 para 12,1% em 2022. Em 2022 a maioria dos adolescentes continua a considerar o sítio onde vive bom para
viver, embora a percentagem tenha diminuído de 83,7% em 2018 para 80,4% em 2022.

Escola
• 30,3% dos adolescentes refere não gostar da escola, afirmando que o que menos gostam na escola é a comida do
refeitório (54,4%) e as atividades extracurriculares (28,7%) e do que menos frequentemente não gostam é dos colegas
(8,8%).
• 22,4% dos estudantes refere que sente muita pressão com os trabalhos da escola.
• 15% dos adolescentes consideram que a perceção dos professores sobre as suas capacidades académicas é muito bom.
• As dificuldades apontadas na escola são (às vezes/sempre), que a matéria é demasiada (87,9%), aborrecida (87,4%),
muito difícil (82,1%) e que a avaliação é um stresse (83,1%). Alguns adolescentes referem também a pressão dos pais
para ter boas notas (58,4%).
• 76,7% dos estudantes sentem-se sempre/frequentemente seguros na escola.

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um pequeno decréscimo na
relação com os colegas com um valor médio de 11,89 em 2018 e um valor médio de 11,77 em 2022. A relação com os
professores manteve-se, com um valor médio de 11,37 em 2018 e um valor médio de 11,36 em 2022.
Em relação ao gosto pela escola, este continua a diminuir. Em 2018 70,4% dos participantes referiu que gostava da
escola e em 2022 essa percentagem diminuiu para 69,7%. Sobre o que menos gostam na escola, a comida do refeitório
continua no topo das coisas que os estudantes menos gostam, no entanto verifica-se uma diminuição na percentagem
de estudantes que o referem, de 58,3% em 2018 para 54,4% em 2022. Verifica-se também uma troca de posição entre
as atividades extracurriculares (passaram da terceira posição em 2018, para a segunda posição em 2022) e das aulas
(passaram da segunda posição em 2018 para a terceira em 2022). Em 2022 os colegas são o que menos frequentemente
os estudantes não gostam, deixando de ser os intervalos/recreios, como se verificou em 2018.
A pressão com os trabalhos de casa (muita pressão) aumentou, de 13,7% de 2018 para 22,4% em 2022. O que os
adolescentes acham acerca da perceção que os professores têm das suas capacidades académica sofreu uma ligeira
alteração, existindo um ligeiro decréscimo na perceção de boa/muito boa capacidade académica, de 56,2% em 2018 para
55,5% em 2022.
As dificuldades com a escola e com os trabalhos da escola aumentaram de 2018 para 2022. A matéria continua a ser
considerada demasiada (87,2% em 2018 para 87,9% em 2022); aborrecida (84,9% em 2018 para 87,4% em 2022) e difícil
(82% em 2018 para 82,1% em 2022). A referência ao stresse das avaliações aumentou, alterando-se da quarta posição
em 2018 para a terceira posição em 2022 (77% em 2018 para 83,1% em 2022).
A perceção de segurança na escola também diminuiu, de 80,3% em 2018 para 76,7% em 2022.
Relativamente às expectativas de futuro verificamos um decréscimo, com um valor médio de 7,41 em 2018 e um
valor médio de 7,10 em 2022.

Amigos, tempos de lazer e tecnologias


• Nos tempos livres, várias horas por dia, 64,5 % dos adolescentes usa o telemóvel; 51,8 % ouve música; 38,9% pensa na
vida e 35,1% dorme.
• 46,8% dos adolescentes raramente ou nunca lê; 64,4% raramente ou nunca frequenta atividades religiosas; 70,4%
raramente ou nunca toca um instrumento; 79,6% raramente ou nunca faz atividades de voluntariado; 82,5% raramente
ou nunca frequenta atividades de escutismo/escotismo e 83,9% raramente ou nunca tem intervenção associativa ou
política.
• 44% dos estudantes não pratica desporto coletivo; 61,9% não participa em atividades artística; 70,5% não participa em
atividades religiosas; 79,8% não participa em organizações infantis e juvenis e 80,7% não faz parte de clubes num centro
de lazer ou na escola.
• 62,4% dos adolescentes contacta online várias vezes por dia com amigos chegados; 42,3% com outras pessoas e 20,6%
contacta com amigos que conheceu através da internet e que não conhecia antes.
• 47,6% dos adolescentes declara utilizar a internet para fugir de sentimentos negativos; 32,2% refere que já tentou
passar menos tempo nas redes sociais, mas não conseguiu; 23,7% indica que regularmente não consegue pensar em
nada para além do momento em que poderá usar as redes sociais novamente e 20,5% relata sentir-se mal quando não
pode utilizar as redes sociais.
• Relativamente ao tempo gasto em frente ao ecrã, cerca de 43,1% dos adolescentes compartilha ou consulta
conteúdos no TikTok; 38,8% refere trocar mensagens no WhatsApp e 37,1% dos adolescentes inquiridos refere utilizar
o Instagram, duas ou mais horas por dia, durante a semana.
• Durante o fim-de-semana, 44,9% dos adolescentes refere assistir a séries online; 43,1% utiliza o TikTok e 40% joga
jogos online ou offline, duas ou mais horas por dia.

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022, verificamos um decréscimo no apoio do
grupo de amigos, com um valor médio de 21,95 em 2018 e um valor médio de 21,70 em 2022. A qualidade da relação
com os amigos também decresceu, com 8,54 em 2018 e 8,17 em 2022.
O uso do telemóvel por parte dos adolescentes continua elevado, observando-se um aumento da percentagem de
adolescentes que refere usá-lo várias horas por dia, de 56,6% em 2018 para 64,5% em 2022.
Importa referir o aumento da percentagem de adolescentes que no seu tempo livre pensa na vida, várias horas por
dia, de 33,7% em 2018 para 38,9% em 2022.
O contacto online aumentou: 60,8% em 2018 para 62,4% em 2022 com os amigos chegados; 40,7% em 2018 para
42,3% em 2022 com outras pessoas que não amigos; 38,7% em 2018 para 39,2% em 2022 com amigos de um grupo de
amigos mais alargado e 18,4% em 2018 para 20,6% em 2022 com amigos que conheceram online.
A utilização da internet para fugir a sentimentos negativos aumentou nos adolescentes portugueses, de 28,6% em
2018 para 47,6% em 2022, assim como os estudantes que referem que já tentaram passar menos tempo nas redes sociais
e não conseguiram, de 26% em 2018 para 32,2% em 2022.
Relativamente ao tempo gasto em frente ao ecrã, os hábitos dos adolescentes alteraram-se de 2018 para 2022,
sendo que em 2018 referiam que gastavam o tempo em frente ao ecrã a assistir a conteúdos no Instagram (40,5% em
2018 para 37,1% em 2022) e/ou a vídeos do Youtube (39,2% em 2018 para 32,7% em 2022), durante a semana, e
atualmente, os adolescentes referem novos hábitos e passam o tempo a consultar conteúdos no TikTok (43,1%) e/ou a
trocar mensagens no Whatsapp (35,5% em 2018 para 38,8% em 2022).

Corpo e movimento
• 55,7% dos adolescentes refere que praticou atividade física mais de 3 dias nos últimos 7 dias.
• 28,7% dos adolescentes deslocam-se a pé de casa para a escola e demoram em média 15,2 minutos.
• 18,4% refere que nunca praticou desporto. Os desportos mais populares são o futebol ou futsal (38,4%), o basquetebol
(18,6%) e o voleibol (16,6%).
• 31,8% dos adolescentes perceciona que está com excesso de peso e 11,7% considera-se pouco satisfeito com o seu
corpo e aparência física.
• 2,1% apresenta um índice de massa corporal (IMC) correspondente a obesidade e 8,6% correspondente a excesso de
peso, sem obesidade (o total de excesso de peso é de 10,7%).
• 11,4 % dos adolescentes refere estar a fazer dieta.
• A maioria dos adolescentes toma o pequeno-almoço todos os dias durante a semana (61,4%) e um pouco mais ao fim-
de-semana (67,6%).
• 11,5% dos adolescentes raramente/nunca come frutas; 15,5% raramente/nunca come vegetais; 43,9%
raramente/nunca bebe colas ou outros refrigerantes açucarados e 23,9% raramente/nunca come doces.
• 1,5% dos adolescentes refere ir para a escola ou para a cama com fome por não haver comida suficiente em casa.

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um aumento da prática de
atividade física (mais de 3 dias), de 43,1% em 2018 para 55,7% em 2022. A deslocação a pé para a escola (transporte
ativo) diminuiu, de 33,2% em 2018 para 28,7% em 2022.
O futebol/futsal continuam a ser os desportos mais praticados, existindo um aumento na prática, de 30,3% em 2018
para 38,4% em 2022.
Em relação à perceção corporal, verifica-se um aumento no que diz respeito ao excesso de peso, de 28,3% em 2018
para 31,8% em 2022. A percentagem de adolescentes que refere não estar a fazer dieta, mas que considera que precisa,
também aumentou, de 24,2% em 2018 para 25,3% em 2022. O Índice de Massa Corporal (IMC) classificado como normal
(Cole et al., 2000) aumentou, de 69,9% em 2018 para 72,8% em 2022.
Relativamente ao consumo do pequeno-almoço, todos os dias, durante a semana e ao fim-de-semana, verifica-se
uma diminuição: durante a semana, de 71,8% em 2018 para 61,4% em 2022, e ao fim-de-semana, de 77,3% em 2018 para
67,6% em 2022.
O consumo de fruta 1 vez/dia diminuiu, de 45,3% em 2018 para 43,9% em 2022; o consumo de vegetais 1 vez/dia
aumentou, de 33,2% em 2018 para 35,5% em 2022; o consumo de colas/refrigerantes 1 vez/dia diminuiu, de 15,9% em
2018 para 12,2% em 2022; e o consumo de doces 1 vez/dia também diminuiu, de 15,7% para 13,2%.
A percentagem de adolescentes a ir com fome para a cama ou escola por não ter comida em casa diminuiu, de 11%
em 2018 para 9,3% em 2022.

Sexualidade
• 49,1% dos adolescentes referem não ter, de momento, um relacionamento amoroso e 23,5% referem que o
relacionamento amoroso que têm de momento é das coisas mais importantes das suas vidas.
• 84,8% dos adolescentes do 8º e 10º ano de escolaridade referem ainda não ter tido relações sexuais. Dos adolescentes
que mencionaram já ter tido relações sexuais, 71,1% referem que tiveram a primeira relação sexual aos 14 anos ou mais
tarde.
• 64% referem ter usado preservativo na última relação sexual e 31,3% referem ter usado a pílula contracetiva.
• 13,4% dos adolescentes que já tiveram relações sexuais referem uma associação ao consumo de álcool ou drogas.
• 91,2% dos rapazes referem que a sua primeira relação sexual foi com alguém do sexo feminino e 87,4% das inquiridas
do sexo feminino referem que a sua primeira relação sexual foi com alguém do sexo masculino.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um aumento na frequência de
adolescentes que referem ter um relacionamento amoroso atual, de 24,4% em 2018 para 50,9% em 2022.
Em relação aos comportamentos sexuais, a frequência de relações sexuais também aumentou, de 11,5% em 2018
para 15,2% em 2022, tendo aumentado também a percentagem de adolescentes que teve a primeira relação sexual com
14 ou mais anos, de 63,2% em 2018 para 71,1% em 2022.
O uso do preservativo diminuiu de 66% em 2018 para 64% em 2022 e o uso da pílula contracetiva diminuiu de 33,8%
em 2018 para 31,3% em 2022.
As relações sexuais associadas ao consumo de álcool ou drogas diminuíram, de 17,1% em 2018 para 13,4% em 2022.
Relativamente à primeira relação sexual, verifica-se um aumento na percentagem de adolescentes que teve a
primeira relação sexual com o sexo oposto, sendo que as primeiras relações sexuais com pessoas do mesmo sexo são
mais frequentes no caso das raparigas.

Consumo de substâncias
• 95,1% dos adolescentes referem não fumar.
• 0,4% referem consumir bebidas destiladas todos os dias e 93% referem nunca consumir. Quanto à cerveja, 0,4%
consomem todos os dias e 93,8% nunca consomem. O consumo de vinho é menos frequente, tal como ocorreu em
edições anteriores do estudo.
• Dos adolescentes que referem consumir álcool, 5,2% já se embriagaram pelo menos uma vez nos últimos 30 dias e
10,2% já se embriagaram pelo menos uma vez, durante toda a vida.
• Os estudantes referem mais frequentemente ter experimentado cannabis (4%) e solventes/benzinas (3,7%) em relação
às outras substâncias psicotrópicas.
• As substâncias psicotrópicas mais desconhecidas entre os adolescentes são o LSD e o Ecstasy.
• Quando questionados sobre as discussões com a família, amigos ou namorado(a), pelo tempo que passam em
determinadas atividades, 69% dos adolescentes referem que isso acontece por estarem nas redes sociais; 68,3% por
não fazerem nada/”preguiçar”; 59,1% por estarem a “surfar” na internet; 57,7% por jogarem videojogos; e 54,8% por
dormirem. Estas discussões associadas ao uso de tecnologias de informação e comunicação ou à inatividade/sono são
mais salientes do que as discussões associadas ao facto dos adolescentes fumarem (11,7%) ou beberem (18,1%).

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um aumento na frequência de
não fumadores, de 93,7% em 2018 para 95,1% em 2022. Dos adolescentes que referem fumar, verifica-se também uma
diminuição na frequência de consumo de tabaco entre 20 dias ou mais nos últimos 30 dias, de 35,7% em 2018 para 26,1%
em 2022.
Em relação à frequência de consumo de álcool, verifica-se que o consumo de diferentes bebidas alcoólicas (bebidas
destiladas, cerveja e vinho) diminuiu em todos os tipos, e existe uma diminuição na frequência de consumo de álcool
entre 20 dias ou mais nos últimos 30 dias, de 9,7% em 2018 para 6,8% em 2022. A frequência de embriaguez entre 1 a 3
vezes nos últimos 30 dias, também diminuiu de 4,2% em 2018 para 3,9% em 2022.
O consumo e a experimentação de outras substâncias manteve-se ou baixou, à exceção dos medicamentos usados
como drogas, que passaram de 1,6% em 2018 para 1,9% em 2022. O consumo geral de drogas no último mês também
diminuiu, de 3,9% em 2018 para 2,5% em 2022. Dos adolescentes que referem consumir marijuana, verifica-se uma
diminuição na percentagem de consumo entre 20 dias ou mais nos últimos 30 dias, de 31,6% em 2018 para 25,8% em
2022.
Relativamente às discussões com a família, amigos ou namorado(a) por passarem tempo excessivo em
determinadas atividades, os três principais motivos continuam a ser os mesmos, verificando-se um aumento em todos:
por estar nas redes sociais (63,2% em 2018 para 69% em 2022); por não fazer nada/”preguiçar” (61,8% em 2018 para
68,3% em 2022) e por “surfar” na internet (56,7% em 2018 para 59,1% em 2022).

Violência e lesões
• 91,8% dos adolescentes refere que nunca provocaram (fizeram bullying) nos últimos 2 meses na escola e 81,1% refere
que nunca foi vítima de provocação/bullying.
• 95,2% dos adolescentes refere que nunca provocou com recurso a tecnologias (ciberbullying) e 90,6% refere que nunca
foi vítima de provocação com recurso às tecnologias/ciberbullying.
• 67,7% dos adolescentes refere nunca ter estado envolvido em lutas no último ano. Dos que se envolveram em lutas,
54,9% refere que foi na escola; 22% na rua; 12,1% em casa e 6,8% num recinto desportivo/ginásio/balneário.
• 79,8% afirma que não teve lesões nos últimos 12 meses.
• 24,6% refere ter tido comportamentos autolesivos pelo menos uma vez no último ano.
• Dos adolescentes que mencionam já se ter magoado de propósito (autolesões), 69,5% refere ter-se magoado nos
braços.

Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos que os resultados continuam a
refletir que mais adolescentes se consideram vítimas (18,8% em 2018 para 18,9% em 2022) do que como provocadores
(10% em 2018 para 8,2% em 2022).
Verifica-se um aumento no envolvimento em lutas, de 27,4% em 2018 para 32,3% em 2022, com a escola como o
principal local onde estas lutas ocorrem (59,7% em 2018 e 54,9% em 2022).
Em relação às lesões, verifica-se um decréscimo de 42,2% em 2018 para 20,2% em 2022.
Relativamente aos comportamentos autolesivos, existe um aumento de 19,6% em 2018 para 24,6% em 2022. Dos
adolescentes que referem já se ter magoado de propósito (autolesões), os braços continuam a ser o local do corpo onde
mais se magoam, verificando-se um aumento de 58,7% em 2018 para 69,5% em 2022.

Saúde Planetária e COVID-19


• A maioria dos adolescentes considera que é necessário desenvolver ações para promoção de um desenvolvimento
sustentável, como por exemplo, preservar a diversidade biológica (85,4%) ou reduzir o consumo de água (69,6%).
• 56,8% refere que procura ativamente formas de reduzir os problemas ambientais; 47,1% escolhe trabalhar temas
ambientais na escola; e 46,3% refere ter mudado o seu estilo de vida a pensar nos problemas do ambiente.
• Mais de 50% dos adolescentes consideram os seus familiares, amigos e escola são “amigos do ambiente”.
• 43,3% dos adolescentes já testou positivo à COVID-19 e 72,5% refere que alguém da sua família já testou positivo à
COVID-19.
• Os adolescentes referem a saúde mental (30,8%) como a principal área afetada pela COVID-19, seguida da atividade
física (25,3%) e do desempenho escolar (22,5%).
• 57,6% utiliza os jornais, revistas, rádio e televisão para obter informações sobre a situação pandémica. Os membros da
família (52,7%) e as redes sociais (50,7%) também foram referidos pela maioria dos estudantes como fontes de
informação a que recorrem.
• O uso de máscara (87,5%), o uso de desinfetante de mãos (79,9%), e a etiqueta respiratório/tossir ou espirrar para a
parte interna do cotovelo (77,6%) foram as três principais medidas de proteção adotadas pelos adolescentes face à
situação pandémica.

Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.

Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
Equipa Aventura Social

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