Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
hbsc
HEALTH BEHAVIOURIN Dados Nacionais 2022
SCHOOL - AGED
CHILDREN
AUTORES
Tania Gaspar
Fábio Botelho Guedes
Ana Cerqueira
Margarida Gaspar de Matos
& Equipa Aventura Social
EDITORA
Equipa Aventura Social
Parcerias em 2022
- Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ISAMB/ULisboa)
- Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
- Instituto Politécnico de Beja (IPBeja)
4
ÍNDICE
5 Agradecimento
6 Introdução
10 Saúde mental e bem-estar
14 Saúde e doença
19 Família
24 Escola
28 Amigos, tempos de lazer e tecnologias
33 Corpo e movimento
36 Sexualidade
38 Consumo de substâncias
41 Violência e lesões
44 Saúde planetária e COVID-19
48 24 anos do estudo HBSC em Portugal
61 Ideias a reter
5
AGRADECIMENTOS
Um agradecimento especial a todas as escolas e respetivos diretores, professores e em especial aos alunos que participaram
na recolha de dados.
INTRODUÇÃ0
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde
(OMS) que pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes e os seus comportamentos nos vários cenários das suas
vidas. Iniciou-se em 1982 com investigadores de três países: Finlândia, Noruega e Inglaterra, e pouco tempo depois foi
adotado pela OMS, como um estudo colaborativo. Neste momento conta com 51 países entre os quais Portugal, integrado
desde 1996, e membro associado desde 1998 (Currie, Samdal, Boyce & Smith, 2001).
O estudo HBSC criou e mantém uma rede internacional dinâmica na área da saúde dos adolescentes. Esta rede permite que
cada um dos países membros contribua e adquira conhecimento com a colaboração e troca de experiências com os outros
países. No sentido desta rede funcionar de forma coordenada, todos os países membros do HBSC respeitam um protocolo
de pesquisa internacional (Currie et al., 2001).
Portugal realizou um primeiro estudo piloto em 1994 (Matos et al., 2000), o primeiro estudo nacional foi realizado em 1998
(Matos et al., 2000), o segundo em 2002 (Matos et al., 2003), o terceiro em 2006 (Matos et al., 2006), o quarto em 2010
(Matos et al., 2012), quinto em 2014 (Matos, et al., 2015), o sexto em 2018 (Matos et al., 2018) e um mais recente em 2022,
ao qual se refere este relatório (relatórios disponíveis em: http://www.aventurasocial.com).
O questionário internacional, para cada estudo HBSC, é desenvolvido através de uma investigação cooperativa entre os
investigadores dos países. O questionário “Comportamento e saúde em jovens em idade escolar” utilizado neste estudo foi
o adotado no estudo internacional de 2022 do HBSC – Health Behaviour in School-aged Children (Currie et al., 2001).
Os países participantes incluíram todos os itens obrigatórios do questionário, abrangendo aspetos da saúde a nível
demográfico, comportamental e psicossocial. Todas as questões seguiram o formato indicado no protocolo internacional
(Currie et al., 2001), englobando questões demográficas (idade, género e estatuto socioeconómico); questões relativas aos
hábitos alimentares, de higiene e sono; imagem do corpo; prática de atividade física; tempos livres e novas tecnologias; uso
de substâncias; violência; família e ambiente familiar; relações de amizade e grupo de pares; escola e ambiente escolar;
saúde e bem-estar; e comportamentos sexuais; e este ano sobre saúde planetária e ambiente, assim como questões
relacionadas com a pandemia da COVID-19. O questionário português inclui, ainda, outras questões específicas nacionais:
as preocupações dos adolescentes, a vivência escolar, o lazer ativo e condição física, o sono, o impacto da recessão
económica, a alienação ou participação social, as autolesões, as novas tecnologias e a vivência da doença crónica.
Este estudo foi analisado por um painel de especialistas membros do Conselho Consultivo da Equipa Aventura Social e teve
a aprovação da Comissão de Ética do Centro Académico de Medicina de Lisboa, do Centro Hospitalar Lisboa Norte e da
Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência e foi isento de parecer da Comissão Nacional da Proteção de Dados
uma vez que os participantes nunca são identificados. As escolas sorteadas foram todas contactadas e todas aceitaram
participar. Foi ainda pedido, pelas escolas, o consentimento informado aos encarregados de educação.
7
METODOLOGIA
AMOSTRA
De acordo com o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) para 2022 (Currie
et al., 2001), a técnica de escolha da amostra foi a “cluster sampling”, onde a unidade de análise, foi a turma.
De modo a obter uma amostra representativa da população escolar portuguesa, foram selecionados 40 agrupamentos de
escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares), num total de 452 turmas. A amostra
é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º (33,5%) e
do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09 (DP=1,82).
PROCEDIMENTO
Após a seleção das escolas, estas foram contactadas telefonicamente no sentido de confirmar a sua disponibilidade para
colaborar no estudo.
A recolha de dados foi realizada através de um questionário online. Os questionários foram aplicados às turmas em sala de
aula. Os grupos escolhidos para aplicação dos questionários frequentavam os 6º, 8º e 10º anos de escolaridade, procurando
encontrar assim um máximo de jovens com 11, 13 e 15 anos de idade. Segundo o protocolo internacional (Currie et al.,
2001), pretendia-se aproximadamente 1500 jovens de cada escalão etário em todos os países participantes.
Foi enviado, via e-mail, para a direção de todas as escolas participantes uma carta dirigida ao Diretor, apresentando o
estudo bem como os procedimentos com os links correspondentes a cada ano de escolaridade, uma password para cada
uma das turmas participantes (sem a password não seria possível o preenchimento do questionário), e o formulário do
pedido de consentimento informado para entregar aos encarregados de educação.
Antes do preenchimento dos questionários informava-se que a resposta era voluntária, confidencial e anónima; o
questionário de autopreenchimento foi realizado em sala de aula, sob supervisão do professor, que não deveria interferir,
e deveria ser preenchido num período de tempo entre 60-90 minutos.
Os dados provenientes do Limesurvey foram transferidos para uma base de dados no programa “Statistical Package for
Social Sciences – SPSS – Windows” (versão 24.0) e procedeu-se à sua análise e tratamento estatístico.
Foram utilizados, para a análise dos dados, uma estatística descritiva com apresentação das frequências e percentagens
para variáveis nominais, médias e desvio padrão para variáveis contínuas.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre saúde mental e bem-estar e refere-se
aos resultados do estudo HBSC 2022.
Qualidade de vida
No que diz respeito à qualidade de vida, esta foi avaliada pelo Kidscreen, escala constituída por 10 itens, que pode variar entre
10 e 50. Um valor elevado revela uma maior sensação de bem-estar subjetivo.
A qualidade de vida percebida foi avaliada através de uma escala constituída por 10 itens, aqui indicados:
27,7%
Feliz 72,3%
Infeliz
O bem-estar percebido foi avaliado através de uma escala constituída por 5 itens, aqui indicados:
55,5% 54,8%
52,3%
47,8%
40% 38,5% 36,5%
Dores de costas Dores de pescoço e Dores de cabeça Tonturas Dores de estômago Cansaço e exaustão
ombros
Quase todos os dias Mais do que uma vez por semana Raramente/Nunca
41,6%
37,9%
28,5%
25,9%
21%
15,8%
11,6%
9,1%
Quase todos os dias Mais do que uma vez por semana Raramente/Nunca
Perceção de stresse
O nível de stresse foi avaliado através de uma escala constituída por 4 itens**. Os resultados obtidos podem variar entre 4
e 20 pontos, sendo os valores mais altos indicadores de maiores níveis de stresse.
Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à saúde mental e bem-estar. As raparigas apresentam um maior
risco.
Verificamos que são as raparigas que revelam significativamente um menor índice geral de bem-estar, uma
pior perceção de qualidade de vida, uma menor satisfação com a vida, mais stresse e mais sintomas físicos e
psicológicos, quando comparadas com os rapazes.
sintomas físicos e psicológicos, quando comparados com os mais velhos (8º e 10º anos de escolaridade).
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
2 Gaspar,
1Cantril,
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
18,8%
31,3%
Sim
16% Não
81,2%
1,4%
26%
24%
Afeta a assiduidade e participação na escola (N=297) 27,2%
Barreiras à participação e sucesso académico devido à doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade...**
(% de sim)
Condições físicas da escola (N=200) 18,3%
Sono
Como descreve o sono* Sonolência atual
(Às vezes/Sempre) O grau de sonolência no momento foi avaliado por uma escala
adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 10 degraus, onde
Durmo bem (N=3695) 91,1% o degrau mais baixo corresponde a um baixo nível de
sonolência e o degrau 10 a muita sonolência. Verifica-se que
Custa-me acordar de manhã (N=3428) 84,6%
10,9% referem os valores máximos de 9 e 10.
Durmo pouco (N=2783) 68,6%
Média Desvio Padrão Min. - Max.
Custa-me adormecer à noite (N=2599) 64,1% Sonolência*
5,20 2,62 1 - 10
Acordo de manhã antes da hora que (N=4055)
62,8%
preciso (N=2546)
Medicação
Durante o último mês quantas vezes tomaste medicação para... (N=4055)*
(Pelo menos 1 vez)
53,9%
25,3%
22,2%
18,3% 17,2% 16%
14,6%
10%
7,9% 7,4%
Dores de cabeça Dores de estômago Vitaminas ou Dores de costas Uma infeção Nervosismo Dificuldades em Tristeza Nootrópicos (para Défice de
suplementos adormecer aumentar a atenção/hiperatividade
alimentares concentração, a
memória ou para
fortalecimento do
cérebro)
25,6%
39,7% Não
60,3% Sim
Sim
71,9%
Não
Algumas sim,
outras não
Tens as tuas vacinas “em dia”/atualizadas? (N=4055)* Frequência regular nos seguintes profissionais
93%
de saúde?* (% de sim)
Dentista (N=2069) 51%
Literacia em saúde
No que diz respeito à literacia em saúde, foi avaliada por uma escala constituída por 10 itens, que pode variar entre 10 e 40.
Um valor elevado revela uma maior perceção de literacia em saúde.
A literacia em saúde foi avaliada através de uma escala constituída por 10 itens, aqui indicados:
e os do 10º ano de escolaridade são os que mais referem ter as vacinas em dia e os que mais consideram que
estas protegem a sua saúde. Relativamente à higiene oral, são também os mais velhos (10º ano de
escolaridade) os que referem lavar os dentes com uma maior frequência (mais do que 1 vez por dia). Os
estudantes mais novos (6º ano de escolaridade) consideram que têm um maior nível de literacia em saúde,
comparativamente com os estudantes mais velhos.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
País de origem
País onde nasceram os adolescentes (N=5786) País onde nasceram os pais (N=5795)
88,6%
77,3% 76,2%
Pai Mãe
8,4%
3,4% 3,2% 4% 7,5%
4,9% 5,8% 7,5% 8,3%
0,6% 0,2% 1,5% 1,9% 0,4% 0,3%
Portugal Brasil PALOPS Ucrânia China Outro Portugal PALOPS Brasil Ucrânia China Outro
Romenia Romenia
Moldávia Moldávia
Rússia Rússia
10,5%
4,9%
Portuguesa
Outra
Dupla nacionalidade
Não sabe 83,4%
A qualidade de vida percebida foi avaliada através de uma escala constituída por 10 itens, aqui indicados:
Pais
Facilidade em comunicar com... (N=5809)
17,9% 17,4%
11,8%
8,1%
4,6%
0,5% 0,7%
Nunca estudou 1º Ciclo (até ao 4º ano) 2º/3º Ciclo (até ao 9º ano) Secundário Curso Superior Não sei
Os teus pais têm emprego? Com quem vive a maior parte ou a totalidade do tempo?
87,2%
90,5% (% de sim)
Mãe (N=5795) Mãe (N=5444) 93,9%
56,2%
19,6%
Não é bom
12,1%
80,4%
Comunicação família/escola
Na tua escola...
(% de sim)
...existe uma associação de pais ativa? (N=2444) 42,1%
Comunicação e relação da família com a escola (N=5809) Considera importante melhorar a comunicação família/escola?
(N=5809)
Sim
47,6%
43,7%
Não
30,7%
69,3%
4,1% 4,6%
A satisfação com a comunicação e a relação existente entre a família e a escola foi avaliada por uma escala adaptada
de Cantril (1965)1 – constituída por 11 degraus, onde o degrau mais baixo corresponde à pior satisfação e o degrau
10 à maior satisfação com a comunicação e a relação existente entre a família e a escola. Verifica-se que 29,8%
referem os valores máximos de 9 e 10.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
A relação com os colegas foi avaliada através de uma escala constituída por 3 itens, aqui indicados:
A relação com os professores foi avaliada através de uma escala constituída por 3 itens**. Os resultados obtidos variam entre
3 e 15 pontos, com o valor mais alto a indicar uma melhor relação com os professores.
A relação com os professores foi avaliada através de uma escala constituída por 3 itens, aqui indicados:
Aulas 27,7%
69,7%
Professores 16,4%
15%
6,7%
Nenhuma Pouca Alguma Muita Muito boa Boa Média Inferior à média
Segurança na escola
Sempre/Frequentemente Às vezes Raramente/Nunca
Sentes-te seguro na escola?* (N=4055) 76,7% 17,6% 5,7%
Expectativas de futuro
As expectativas de futuro foram avaliadas por uma escala adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 11 degraus, onde o
degrau mais baixo corresponde a uma menor expectativa relativamente ao futuro e o degrau 10 a uma expectativa de
futuro mais elevada. Verifica-se que 27,5% referem os valores máximos de 9 e 10.
Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à escola. No que se refere à relação dos adolescentes com os colegas
e com os professores, são os rapazes que referem ter uma melhor relação com estes.
As raparigas sentem mais pressão com os trabalhos de casa (muita pressão). Os rapazes referem uma
melhor perceção de sucesso académico por parte dos professores e sentem-se mais seguros na escola, quando
comparados às raparigas.
Relativamente às expectativas face ao futuro, os rapazes apresentam uma média superior.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
O apoio do grupo de amigos foi avaliado através de uma escala constituída por 4 itens, aqui indicados:
Todos ou quase Só no
Várias horas por dia Raramente/Nunca
todos os dias fim-de-semana
Usar o telemóvel 64,5% 30,1% 2,7% 2,7%
Ouvir música 51,8% 35,3% 5,7% 7,2%
Pensar na vida 38,9% 37,9% 12,5% 10,7%
Dormir 35,1% 34,2% 18% 12,7%
Estar com os amigos 31,9% 40,4% 12,7% 15%
NETFLIX/HBO/Apple TV 26,3% 34% 20,1% 19,5%
Não fazer nada 21,5% 22,1% 37,7% 18,7%
Praticar um desporto 19,8% 33,4% 30,9% 15,9%
Estar ao computador 17,2% 36,7% 24% 22,1%
Andar por aí 16% 29% 30% 25%
Ler 9,7% 22,5% 46,8% 21%
Ver TV 8,9% 39,8% 30,6% 20,7%
Tocar um instrumento 6,9% 12,3% 70,4% 10,4%
Frequentar atividades religiosas 4,4% 8,9% 64,4% 22,3%
Atividades de
3,6% 6,1% 82,5% 7,8%
escutismo/escotismo
Atividades de voluntariado 3,5% 7,3% 79,6% 9,6%
Intervenção associativa ou
3,5% 6,2% 83,9% 6,4%
política
Outra 7,5% 7,7% 79% 5,8%
Duas ou mais vezes Uma vez por Uma ou duas vezes Não faço este tipo
por semana semana por mês de atividade
Desportos coletivos 33,7% 11,9% 10,4% 44%
Atividades artísticas 15,8% 12,3% 10% 61,9%
Atividades religiosas 5,2% 14,2% 10,1% 70,5%
Clubes num centro de lazer ou
4,9% 6,8% 7,6% 80,7%
na escola
Organizações infantis e juvenis 4,5% 8,8% 6,9% 79,8%
Contactos online
Frequência com que tens contacto online com as seguintes pessoas... (N=5809)
62,4%
42,3%
39,2%
29,9%
20,6%
16,9% 19,1%
16% 16,8% 17,5%
14,3% 15,7%
11,4% 11,9%
10,3%
6%
Amigos chegados Outras pessoas para além dos amigos Amigos de um grupo de amigos mais Amigos que conheceste através da
alargado internet e não conhecias antes
Raramente/Nunca Pelo menos 1 vez/semana 1 vez por dia ou quase todos os dias Várias vezes por dia
Redes sociais
Durante o último ano... (N=5809)
Sim
…usaste muitas vezes as redes sociais para fugir de sentimentos negativos? 47,6%
…tentaste passar menos tempo nas redes sociais, mas não conseguiste? 32,2%
…deste conta regularmente que não conseguias pensar em mais nada para além do
23,7%
momento em que poderias usar as redes sociais novamente?
…sentiste-te muitas vezes mal quando não podias usar as redes sociais? 20,5%
…negligenciaste regularmente outras atividades (por ex.: hobbies e desporto) porque
19,9%
querias usar as redes sociais?
…sentiste-te regularmente insatisfeito porque querias passar mais tempo nas redes sociais? 19,2%
…discutiste regularmente com outros por causa da tua utilização das redes sociais? 15,2%
…tiveste conflitos sérios com os teus pais, irmão(s) ou irmã(s) por causa da tua utilização
13,7%
das redes sociais?
…mentiste regularmente aos teus pais ou amigos sobre a quantidade de tempo que passas
11,1%
nas redes sociais?
Durante a semana, quanto tempo gastas em frente Durante o fim-de-semana, quanto tempo gastas em
ao ecrã... (N=4055) – 2h ou mais por dia* frente ao ecrã... (N=4055) – 2h ou mais por dia*
Compartilhar ou consultar conteúdos no TikTok 43,1% Compartilhar ou consultar conteúdos no TikTok 43,1%
Compartilhar ou consultar conteúdos no Instagram 37,1% Compartilhar ou consultar conteúdos no Instagram 39%
Jogar jogos online ou offline 36,4% Jogar jogos online ou offline 40%
Outra atividade com ecrã 13,6% Outra atividade com ecrã 11,8%
Trocar mensagens no Facebook Messenger 7,8% Trocar mensagens no Facebook Messenger 8,1%
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
1Cantril,
39,5%
A pé 28,7%
4,8% Bicicleta 1%
Basquetebol 18,6%
18,4%
Voleibol 16,6%
Natação 15%
Ginástica 11,9%
51,1% 50,5%
31,8%
25,3%
A satisfação com o corpo e a aparência física foi avaliada por uma escala adaptada de Cantril (1965)1 – constituída por 11
degraus, onde o degrau mais baixo corresponde a uma menor satisfação com o corpo e a aparência e o degrau 10 a uma
satisfação com o corpo e a aparência física mais elevada. Verifica-se que 23,5% referem os valores máximos de 9 e 10.
43,7%
Média Desvio Padrão Min. Máx.
Satisfação com o corpo e 30,1%
6,40 2,63 0 10
aparência (N=4055)
11,7% 11%
Índice de Massa Corporal (N=5698)
3,5%
72,8%
Nutrição
16,5% Pequeno-almoço durante Pequeno-almoço durante
8,6%
2,1% a semana (N=5809) o fim-de-semana (N=5809)
) )
Magreza Normal Excesso de peso Obesidade 13,7% 12,2%
49%
44,6% 43,9% 43,9%
43,9%
35,5%
23,3%
15,5%
11,5% 12,2% 13,2%
5,9%
1,9% 1,5%
Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas ao nível da prática de atividade física.
Verificamos que são os rapazes que referem praticar mais atividade física (mais de três vezes por semana),
e são as raparigas que mais se deslocam de forma não ativa de casa para a escola e as que apresentam mais
frequentemente um Índice de Massa Corporal (IMC) classificado como normal (Cole et al., 2000).
São também as raparigas que reportam um maior consumo de fruta, de vegetais e de doces. Já os rapazes
referem estar muitíssimo satisfeitos com o seu corpo e tomar maior frequência o pequeno-almoço todos os
dias da semana, assim como um maior consumo de colas ou outros refrigerantes açucarados.
escolaridade) que reportam um maior excesso de peso e obesidade, e são também estes que referem tomar
mais vezes o pequeno-almoço, todos os dias da semana. São os estudantes mais adolescentes (6º ano de
escolaridade) que consomem mais frutas e vegetais (12%). Os estudantes do 8º ano escolaridade são os que
mais referem estarem muitíssimo satisfeitos com o seu corpo.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
1Cantril,
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
2Cole,
15,2%
23,5%
20,1% Sim
Não
7,3%
84,8%
Não tenho Sim tenho Sim tenho, é das Sim tenho, mas
coisas mais não ligo muito
importantes da
minha vida
Idade da primeira relação sexual (N=620)*/** Uso de métodos contracetivos na última relação sexual (N=560)**
31,3%
28,4%
20,5%
17%
8,4% 7,6%
Rapariga (N=247)
Não
Sim 13,4%
86,6%
12,6%
8,8%
Rapaz Rapariga
Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à sexualidade.
No que diz respeito aos comportamentos sexuais, 18,3% dos rapazes e 12% das raparigas refere já ter tido
relações sexuais.
Verificamos que mais frequentemente as raparigas referem ter tido a primeira relação sexual aos 14 anos
ou mais tarde e ter usado a pílula contracetiva na última relação sexual. Os rapazes mais frequentemente
referem não saber se foi usada a pílula na última relação sexual.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
Tabaco
Consumo de tabaco (N=5809) Frequência de consumo de tabaco**
95,1%
34,7%
Menos de 6 dias
57,5%
19,1%
Entre 6 a 19 dias
16,4%
46,2%
20 dias ou mais
26,1%
2% 1,3% 1,6%
Eu não fumo Menos que 1 Pelo menos 1 Todos os dias Durante toda a vida (N=288) Últimos 30 dias (N=288)
vez/semana vez/semana
Álcool
Frequência de consumo de diferentes bebidas alcoólicas: Frequência de consumo de álcool***
(N=5809)
97,7%
93% 93,8%
35,1%
Menos de 6 dias
77,1%
28,5%
Entre 6 a 19 dias
16,1%
2,8%
4 vezes ou mais
1,3%
7,4%
1 a 3 vezes
3,9%
89,8%
Nunca
94,8%
Sim
Não sei o que é, nunca ouvi falar 36,3%
30,1%
24,5%
21,3%
17,5% 16,7%
15%
4% 3,7%
1,1% 1,9% 1% 1% 0,7% 0,8% 0,8%
Cannabis (haxixe, Solventes e Cocaína (N=5809) Medicamentos Cogumelos Ecstasy (N=5809) Heroína (N=5809) LSD (N=5809) Anfetaminas
erva, marijuana) benzinas (Ex.: usados como mágicos (N=5809) (N=5809)
(N=5809) tintas, vernizes ou drogas (N=5809)
colas) (N=5809)
20,2%
Entre 6 a 19 dias
22,6%
39,5%
20 dias ou mais
1,2% 0,7% 0,6% 25,8%
Dependências
Discussões com a família, amigos ou namorado(a) pelo tempo passado a: (N=4055)*
Dormir 54,8%
Estudar 40%
Ler 30,4%
Namorar 24,9%
Beber 18,1%
Fumar 11,7%
Diferenças de género e escolaridade
Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas ao nível do consumo de substâncias.
Verificamos que os rapazes referem mais frequentemente do que as raparigas não saber o que é cannabis,
solventes e benzinas, cogumelos mágicos e cocaína e referem mais frequentemente consumir todos os dias
bebidas destiladas e cerveja. De entre os adolescentes que referiram já ter consumido álcool, são os rapazes
os que referem com mais frequência ter consumido álcool entre 6 a 19 dias nos últimos 30 dias.
Quando questionados sobre a existência de discussões com a família, amigos ou namorado(a) por passarem
tempo excessivo em determinadas atividades, os rapazes mais frequentemente reportam mais discussões,
quase todos os dias, por praticarem desporto e por namorarem, e várias vezes ao dia, por estarem a surfar na
internet.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Apenas quem referiu consumir tabaco. ***Apenas quem referiu consumir álcool. ****Apenas quem referiu consumir drogas.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre violência e lesões e refere-se aos
resultados do estudo HBSC 2022.
Comportamentos de “Bullying”/Provocação
(Nos últimos dois meses)
91,8%
81,1% Provocador (N=5809)
Vítima (N=5809)
16,5%
7,1%
1,1% 2,4%
Diz-se que uma pessoa é vítima de bullying quando outra pessoa (ou grupo de pessoas) repetidamente lhe diz/faz algo desagradável ou lhe faz mal. Também é bullying quando uma
pessoa é gozada de uma forma que não gosta, ou quando é deixada de fora, de atividades/brincadeiras, de propósito. A pessoa que faz bullying tem intenção de magoar a pessoa que
é vítima de bullying e tem mais poder que ela. NÃO É BULLYING quando duas pessoas com aproximadamente a mesma força ou poder discutem ou lutam.
Vítima (N=5809)
8,7%
4%
0,8% 0,7%
Nunca
29,3%
1 a 3 vezes 22%
3,4%
16,8%
Nunca
1 a 3 vezes
32%
12,4%
3,9%
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
*Apenas 8º e 10º ano de escolaridade. **Apenas quem referiu ter estado envolvido em lutas. ***Apenas quem referiu ter sofrido lesões. ****Apenas quem referiu ter-se magoado de propósito.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre saúde planetária e refere-se aos
resultados do estudo HBSC 2022.
No que respeito aos conhecimentos relativos à saúde planetária e ambiente, os adolescentes acreditam que para o
desenvolvimento sustentável é necessário...
(% de sim)
As normas sociais foram avaliadas através de uma escala constituída por 3 itens.
Por último, no que concerne às normas sociais, os adolescentes percebem a família, amigos e escola como sendo “amigos”
do ambiente...
(% de sim)
A minha família 70,8%
COVID-19
Alguma vez testou positivo à COVID-19 (N=5809) Alguém da família testou positivo à COVID-19
(N=5809)
3,8% 4%
A COVID-19 foi avaliada com base numa escala de 34 itens*, dos quais 29 se encontram agrupados em três dimensões:
impacto, fontes de informação e medidas de proteção. Os resultados obtidos podem variar entre 1 e 5 pontos, com o valor
mais alto a indicar um impacto mais positivo, uma maior frequência de acesso à fonte especifica de informação e a uma
implementação mais frequente da respetiva medida de proteção.
As fontes de informação foram avaliadas através de uma escala constituída por 9 itens.
Durante a Covid-19, os adolescentes referem ter recorrido mais frequentemente às seguintes fontes de informação:
(% de sim)
Jornais, revistas, rádio, TV 57,6%
Membros da família 52,7%
Redes sociais 50,7%
Autoridades Nacionais de Saúde 43,1%
Organizações Internacionais de Saúde 41,8%
Professores e outro pessoal escolar 32,5%
Amigos 30,1%
Bloggers/Influencers 23%
Outras fontes 13,1%
As medidas de proteção foram avaliadas através de uma escala constituída por 10 itens.
Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas (com utilização de ANOVAS ou c2, p<0,05)
entre os rapazes e as raparigas em relação à saúde planetária.
No que se refere aos conhecimentos, comportamentos e normas sociais relacionadas com a saúde
planetária e ambiente, as raparigas apresentam um valor médio superior nos conhecimentos e
comportamentos, em comparação com os rapazes.
Relativamente à COVID-19, verifica-se que os rapazes apresentam um valor médio superior no impacto,
mostrando consequências menos negativas, enquanto que as raparigas apresentam um valor médio superior
nas medidas de proteção da COVID-19.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo em colaboração com Organização Mundial de Saúde,
que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com o protocolo de
aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se o “cluster
sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos de escolas
do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A amostra é
representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,6%), do 8º (33,5%) e do
10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09 (DP=1,82).
O estudo pretende estudar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa é sobre a evolução das três últimas séries do
estudo HBSC.
Saúde e bem-estar
Como se sente face à vida
Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere sentir-se infeliz aumentou de 2014 (14,6%) para 2018 (18,3%) e
teve um maior aumento em 2022 (27,7%).
85,4%
81,7%
72,3%
Feliz
Infeliz
27,7%
14,6% 18,3%
Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere sentir-se tão triste que não aguenta, quase todos os dias, aumentou
de 2018 (5,9%) e teve um aumento maior em 2022 (8,7%).
75,6% 75,4%
59,4%
Raramente ou nunca
O número de adolescentes que se magoou a si próprio de propósito (autolesão), durante os últimos 12 meses, aumentou de
2018 (19,6%) para 2022 (24,6%).
79,7% 80,4%
75,4%
Nunca
Alguma vez
24,6%
20,3% 19,6%
Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter dores de cabeça, quase todos os dias, de 2018 (5,3%) para 2022
(8%).
5,1% 5,3% 8%
Verifica-se um aumento de adolescentes que referem ter dores de estômago, quase todos os dias, de 2018 (2%) para 2022
(2,7%).
2,3% 2% 2,7%
Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter dores de costas, quase todos os dias, de 2018 (8,6%) para 2022
(12,2%).
Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter dores de pescoço e ombros, quase todos os dias, de 2018 (6,3%)
para 2022 (9,2%).
Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter tonturas, quase todos os dias, de 2018 (3,2%) para 2022 (5,3%).
Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se tristes, quase todos os dias, de 2018 (9,2%) para 2022 (11,6%).
Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se irritados e/ou de mau humor, quase todos os dias, de 2018
(12,6%) para 2022 (15,8%).
12,6% 15,8%
5,9%
Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se nervosos, quase todos os dias, de 2018 (13,6%) para 2022
(21%).
21%
8,4% 13,6%
Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir-se com medo, quase todos os dias, de 2018 (6,3%) para 2022
(9,1%).
Verificamos um ligeiro aumento de adolescentes que referem sentir-se cansados e com exaustão, quase todos os dias, de 2018
(17,9%) para 2022 (18,8%).
17,9% 18,8%
10,3%
Verificamos um aumento de adolescentes que referem sentir dificuldade em adormecer, quase todos os dias, de 2018 (12,7%)
para 2022 (17,9%).
12,7% 17,9%
7,8%
Perceção de saúde
Verificamos um ligeiro aumento de adolescentes que consideram que a sua saúde é muito má de 2018 (0,8%) para 2022 (1,4%).
53,8% 51,3%
49,5% Excelente
37,4% Boa
33,6% 31,3%
Má
Verificamos um aumento de adolescentes que referem ter excesso de peso de 2018 (28,3%) para 2022 (31,7%).
Verificamos um ligeiro decréscimo de adolescentes que referem sentir satisfação com a vida de 2018 (7,7%) para 2022 (7,5%).
7,44 7,68 7,50
Verificamos um aumento de adolescentes que referem praticar atividade física 3 a 6 vezes por semana de 2018 (52,5%) para
2022 (56,3%).
Verificamos um aumento de adolescentes que referem dormir menos de 8 horas por noite, durante a semana, de 2018 (39,2%)
para 2022 (46,2%).
46,2%
35,9% 39,2%
Verificamos um decréscimo no tomar o pequeno-almoço, durante a semana, todos os dias, de 2018 (71,8%) para 2022 (61,4%).
84,8%
71,8%
61,4%
Nunca
Todos os dias
8,5% 13,7%
4,9%
Verificamos um aumento do consumo de frutas, mais do que uma vez por dia, de 2018 (25,9%) para 2022 (26,2%).
Raramente/Nunca
Consumo de vegetais
Verificamos um aumento do consumo de vegetais, mais do que uma vez por dia, de 2018 (16,2%) para 2022 (18,7%).
Nunca
Consumo de doces
Verificamos um decréscimo no consumo de doces, mais do que uma vez por dia, de 2018 (7,1%) para 2022 (5,6%).
Nunca
Consumo de refrigerantes
Verificamos um decréscimo no consumo de refrigerantes, mais do que uma vez por dia, de 2018 (8,2%) para 2022 (5,7%).
Nunca
40,3% 43,9%
31,3% Mais do que 1 vez por dia
10,1% 8,2%
5,7%
Nunca
Todos os dias
Verificamos um decréscimo do consumo de tabaco, 20 dias ou mais no último mês, de 2018 (35,7%) para 2022 (26,1%).
57,5%
45,5% 49,2% Menos de 6 dias
20 dias ou mais
26,1%
37,1% 35,7%
Verificamos um decréscimo do consumo de álcool, 20 dias ou mais no último mês, de 2018 (9,7%) para 2022 (6,8%).
Menos de 6 dias
20 dias ou mais
Verificamos uma estabilidade nos episódios de embriaguez, no último mês (quatro vezes ou mais), de 2018 (1%) para 2022
(1,3%).
95,7% 94,8% 94,8%
Nunca
4 vezes ou mais
0,6% 1% 1,3%
Verificamos um decréscimo no consumo de drogas, mais do que uma vez no último mês, de 2018 (2,3%) para 2022 (1,3%).
Nunca
Verificamos um decréscimo no consumo de marijuana, 20 dias ou mais no último mês, de 2018 (31,6%) para 2022 (25,8%).
58,6%
53,1% 51,6%
Menos de 6 dias
31,6% 20 dias ou mais
25% 25,8%
Verificamos um aumento do consumo de álcool, 20 dias ou mais em toda a vida, de 2018 (20,7%) para 2022 (36,4%).
59,2%
55,8%
Menos de 6 dias
36,4%
20 dias ou mais
20,3% 20,7% 35,1%
Verificamos uma estabilidade nos episódios de embriaguez, durante toda a vida (quatro vezes ou mais), de 2018 (2,9%) para
2022 (2,8%).
88% 88,2% 89,8%
Nunca
4 vezes ou mais
Verificamos um decréscimo no consumo de bebidas destiladas, todos os dias, de 2018 (3,7%) para 2022 (0,4%).
94,2% 93%
89,4%
Raramente/Nunca
Todos os dias
3,7%
0,4% 0,4%
Verificamos um aumento no consumo de marijuana, 20 dias ou mais durante toda a vida, de 2018 (32,9%) para 2022 (39,5%).
53,8%
47,7%
40,3% Menos de 6 dias
Relações interpessoais
Apoio da família*
Verificamos uma diminuição da perceção de apoio por parte da família dos que adolescentes, de 2018 (M=24,1%) para 2022
(M=22,9%).
23,10 24,12 22,94
Verificamos um decréscimo nas refeições em família, todos os dias, de 2018 (68,8%) para 2022 (56,2%).
68,8%
56,2%
Nunca
Todos os dias
12,1%
8,5%
Verificamos que a relação com os colegas se manteve estável entre 2018 (M=11,9%) e 2022 (M=11,8%).
12,02 11,89 11,77
Verificamos que a relação com os professores se manteve estável entre 2018 (M=11,4%) e 2022 (M=11,4%).
11,53 11,37 11,36
Quantas vezes tomaste parte em provocações/fizeste bullying na escola nos últimos 2 meses?*****
Verificamos um aumento de adolescentes que referem não ter provocado/feito bullying, nos últimos 2 meses, de 2018 (90%)
para 2022 (91,8%%) e um ligeiro aumento dos adolescentes que provocaram/fizeram bullying diversas vezes por semana de
2018 (0,8%) para 2022 (1,1%).
90% 91,8%
69,1%
Não provoquei
Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere não ter sido provocado/vítima de bullying nos últimos 2 meses
manteve-se estável de 2018 (81,2%) para 2022 (81,1%) e a percentagem de adolescentes que refere ter sido provocado,
diversas vezes por semana, sofreu um ligeiro decréscimo de 2018 (2,9%) para 2022 (2,4%).
81,2% 81,1%
61,3%
Verificamos um ligeiro aumento de adolescentes que referem não ter feito ciberbullying nos últimos 2 meses de 2018 (94,6%)
para 2022 (95,2%%) e um ligeiro aumento dos adolescentes que fizeram ciberbyllying, diversas vezes por semana, de 2018
(0,7%) para 2022 (0,8%).
94,6% 95,2%
61,3%
4,7%
0,7% 0,8%
Verificamos que a percentagem de adolescentes que refere ter sido vítima de ciberbullying nos últimos 2 meses, teve um ligeiro
decréscimo de 2018 (91,8%) para 2022 (90,6%), assim como a percentagem de adolescentes que refere ter sido vítima de
ciberbullying, diversas vezes por semana, que também sofreu um ligeiro decréscimo de 2018 (0,8%) para 2022 (0,7%).
0% 0,8% 0,7%
A percentagem de adolescentes que refere já ter tido relações sexuais teve um aumento entre 2018 (11,5%) e 2022 (15,2%).
Verificamos um decréscimo no uso de preservativo na última relação sexual de 2018 (66,7%) para 2022 (64%).
Verificamos um decréscimo no uso de pílula contracetiva na última relação sexual de 2018 (33,9%) para 2022
(31,3%).
Verificamos um decréscimo nas relações sexuais associadas ao consumo de álcool ou drogas de 2018 (15,7%) para
2022 (13,4%).
Contextos
FAS SCALE – Family Affluence Scale*
Verificamos que o nível socioeconómico da família se manteve estável de 2018 (M=14) para 2022 (M=13,94).
Gostar da escola
Verificamos um ligeiro decréscimo no gostar da escola de 2018 (70,4%) para 2022 (69,7%).
Verificamos um aumento acentuado na elevada pressão com os trabalhos da escola de 2018 (13,7%) para 2022
(22,4%).
Verificamos um ligeiro decréscimo no que os adolescentes consideram ser a perceção dos professores sobre as suas
capacidades académicas de 2018 (56,2%) para 2022 (55,5%).
Boa/Muito boa
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
*Valor da média. **Apenas quem referiu consumir tabaco. ***Apenas quem referiu consumir álcool. ****Apenas quem referiu consumir drogas. *****A redação da pergunta foi
alterada de 2014 para 2018, não podendo ser feita uma comparação direta da mesma. ******Apenas quem referiu já ter tido relações sexuais.
O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial
de Saúde, que em 2022 conta com a participação de 51 países.
Em Portugal (https://hbsc.org/network/countries/portugal/), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006,
2010, 2014, 2018 e 2022 (Matos et al., 2000-2018; Gaspar et al., 2022, disponível em: www.aventurasocial.com). De acordo com
o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se
o “cluster sampling”, onde a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online, em 40 agrupamentos
de escolas do ensino básico e secundário de todo o país continental (5 regiões escolares) num total de 452 turmas. A
amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 5809 estudantes, do 6º (29,5%), do 8º
(33,5%) e do 10º (37%) ano de escolaridade, dos quais 50,7% do género feminino, com uma média de idade de 14,09
(DP=1,82).
O estudo pretende analisar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como:
apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer,
consumo de substâncias, violência e saúde planetária. Esta folha informativa apresenta algumas ideias-síntese dos
resultados do estudo HBSC 2022.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um decréscimo na satisfação com
a vida com um valor médio de 7,68 em 2018 e um valor médio de 7,50 em 2022.
Em relação à perceção de felicidade, também diminuiu. Em 2018, 18,3% dos participantes referiu que se sentia infeliz
e em 2022 essa percentagem aumentou para 27,7%.
Os sintomas físicos e psicológicos também aumentaram de 2018 para 2022. Ao nível dos sintomas físicos: 8,6% dos
estudantes em 2018 e 12,2% em 2022 referem ter dores de costas, quase todos os dias e as dores de cabeça, quase todos
os dias, passaram de 5,3% em 2018 para 8% em 2022. Em relação aos sintomas psicológicos: o nervosismo, quase todos
os dias, passou de 13,6% em 2018 para 21% em 2022; a irritação ou mau humor, quase todos os dias, passou de 12,6%
em 2018 para 15,8% em 2022; a tristeza, quase todos os dias, passou de 9,2% em 2018 para 11,6% em 2022 e o medo
quase todos os dias, passou de 6,3% em 2018 para 9,1% em 2022.
Saúde e doença
• 51,3% dos adolescentes considera que a sua saúde está boa e 31,3% que está excelente.
• 18,8% refere que tem uma doença/problema de saúde/incapacidade prolongada ou permanente e 76% tem um
diagnóstico há mais de 2 anos. 54,5% refere que esta condição de saúde implica tomar medicação, afeta a sua
participação em atividades de tempos livres (29,1%), a sua assiduidade e participação na escola (27,2%), a sua
participação em atividades com a família (18,3%) e implica o uso de equipamento especial (12,5%). 18,3% refere as
condições físicas da escola como barreira à sua participação e sucesso académico.
• Dos adolescentes que referem tem uma doença/problema de saúde/incapacidade prolongada ou permanente, 49,8%
refere ter alergias e 10,7% refere condições de saúde psicológica.
• 19,3% estiveram hospitalizados no último ano pelo menos uma vez e 20,3% refere necessitar de ajuda de outros para
realizar as suas tarefas diárias, devido à doença/problema de saúde/incapacidade prolongada ou permanente que têm.
• 91,1% dos adolescentes refere que dorme bem, embora a 84,6% custe acordar de manhã e mais de metade refira que
dorme pouco, que lhe custa a adormecer à noite, que acorda de manhã antes da hora que precisa, que dorme demais,
e que acorda a meio da noite.
• 46,2% dorme menos de 8 horas/dia durante a semana e 23,4% dorme menos de 8 horas/dia ao fim-de-semana. O
padrão de horas de sono durante a semana e no fim-de-semana sugere uma compensação ao fim-de-semana, onde
55,8% dorme mais de 8 horas/dia.
• A hora média de deitar durante a semana é às 20h43 e a de acordar é às 7h22, havendo maior variação na hora de
deitar do que na hora de acordar.
• Do seu conhecimento, os adolescentes referem ter tomado medicação no último mês, pelo menos uma vez: para as
dores de cabeça (53,9%); para as dores de estômago (25,3%); vitaminas ou suplementos alimentares (22,2%); para as
dores de costas (18,3%); para uma infeção (17,2%); para o nervosismo (16%); para as dificuldades de adormecer (14,6%);
para a tristeza (10%) e para o défice de atenção/hiperatividade (7,4%).
• 60,3% refere que a medicação tomada foi receitada por um médico.
• 93% tem as vacinas em dia e 71,9% acha que as vacinas protegem a saúde.
• 71,9% refere lavar os dentes mais do que uma vez por dia.
• Do seu conhecimento, 63,4% dos adolescentes refere que a sua escola tem um gabinete de saúde e 39,9% refere ter
tido aulas de educação sexual/educação para a saúde.
• O profissional de saúde mais frequentado pelos adolescentes é o dentista (51%), seguido pelo médico de família (30%),
o oftalmologista (21,1%), o pediatra (16,5%) e o psicólogo (14,3%).
• Menos de metade dos adolescentes estão confiantes sobre os seus conhecimentos relacionados com a saúde. 49,7%
considera que consegue seguir as instruções que lhes foram dadas pelos profissionais de saúde e 40,9% que consegue
avaliar como o seu comportamento afeta a sua saúde.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um decréscimo na perceção de
saúde, sendo que em 2018, 53,8% referiu que a sua saúde estava boa e em 2022 essa percentagem diminuiu para 51,3%.
A percentagem de adolescentes que considera que a saúde está excelente também passou de 33,6% em 2018 para 31,3%
em 2022.
A percentagem de adolescentes que referiu ter uma doença prolongada aumentou de 15,1% em 2018 para 18,8%
em 2022. Em relação ao impacto da doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade, verificou-se um decréscimo
na percentagem de adolescentes que referiu ter necessidade de tomar medicação (60,3% em 2018 para 54,5% em 2022),
sentir que a condição de saúde afeta a participação em atividades de tempos livres (30,7% em 2018 para 29,1% em 2022),
a assiduidade e participação na escola (28,4% em 2018 para 27,2% em 2022) e ter necessidade de usar algum
equipamento especial (20,8% em 2018 para 12,5% em 2022). Numa trajetória contrária, em 2018, 16,7% dos adolescentes
referiu que a sua condição de saúde afetou a sua participação em atividades com a família, comparativamente com 18,3%
em 2022. Dos adolescentes que referiram ter uma doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade, 4,2%
mencionou uma condição de saúde psicológica em 2018 e essa percentagem subiu para 10,7% em 2022.
De 2018 para 2022 verificou-se que existem menos adolescentes a referir dormir bem (94,6% em 2018 para 91,1%
em 2022) e mais adolescentes a referir dormir pouco (59,7% em 2018 para 68,6% em 2022), custar a adormecer à noite
(59,6% em 2018 para 64,1% em 2022), acordar de manhã antes da hora que precisam (54,4% em 2018 para 62,8% em
2022), acordar a meio da noite (49,1% em 2018 para 56,3% em 2022), ter o sono agitado (47,8% em 2018 para 50% em
2022) e ter pesadelos durante o sono (44,8% em 2018 para 47% em 2022). Para além disso, o grau de sonolência
aumentou de 2018 para 2022, passando de um valor médio de 4,18 para 5,20 e a quantidade de horas de sono de semana
e ao fim de semana sofreu uma diminuição, tendo os adolescentes referido dormir menos de 8 horas durante a semana
(39,2% em 2018 e 46,2% em 2022) e também ao fim de semana (20,7% em 2018 e 23,4% em 2022).
A toma de medicação no último mês também aumentou de 2018 para 2022, com exceção da medicação para uma
infeção. Os aumentos mais referidos foram ao nível das vitaminas ou suplementos alimentares (de 17% em 2018 para
22,2% em 2022), da medicação para o nervosismo (de 11,2% em 2018 para 16% em 2022), para as dificuldades em
adormecer (de 9% em 2018 para 14,6% em 2022) e para a tristeza (de 6,5% em 2018 para 10% em 2022). A percentagem
de adolescentes que referiu que a medicação tomada foi receitada por um médico reduziu de 73,8% em 2018 para 60,3%
em 2022.
Em relação às vacinas, verificou-se um decréscimo na percentagem de adolescentes que considera que estas
protegem a sua saúde, passando de 74,3% em 2018 para 71,9% em 2022. Verificou-se a mesma tendência relativamente
ao ter as vacinas “em dia”/atualizadas (de 94,3% em 2018 para 93% em 2022). A frequência regular nos profissionais de
saúde diminuiu de 2018 para 2022 em relação ao médico de família (de 37,6% para 30%), oftalmologista (de 24,4% para
21,1%) e pediatra (de 19% para 16,5%) e aumentou em relação ao dentista (de 50,6% para 51%), psicólogo (de 12,6%
para 14,3%) e outras especialidades (de 5,7% para 6,5%). Na higiene oral verificou-se um aumento na percentagem de
adolescentes que lava os dentes mais do que uma vez por dia, passando de 69,4% em 2018 para 71,9% em 2022.
Por último, a percentagem de adolescentes que refere ter tido na escola aulas/sessões onde foi abordada a temática
da educação sexual/educação para a saúde sofreu um decréscimo de 50,5% em 2018 para 39,9% em 2022.
Família
• A maioria dos adolescentes (88,6%) nasceu em Portugal, assim como o pai (77,3%) e a mãe (76,2%);
• A maioria considera ser fácil falar com os pais, especialmente com a mãe (83%) e mais de um quarto dos adolescentes
refere ter dificuldades em falar com o pai (26%).
• Apesar de a situação ter melhorado nos últimos anos, 28,2% das mães e 17,9% dos pais dos adolescentes têm um curso
superior.
• 90,5% dos pais e 87,2% das mães têm um emprego.
• 56,2% dos adolescentes faz todos os dias refeições em família.
• 80,4% considera que o sítio onde vive é bom para viver.
• Menos de um quarto (22,8%) dos adolescentes refere existir um incentivo à comunicação e à relação entre a escola e a
família. 47,6% avalia a comunicação entre a escola e a família como boa e 43,7% como indiferente/neutra.
• 30,7% dos adolescentes refere que é importante melhorar a comunicação entre a escola e a família.
• 31% dos adolescentes refere a pouca participação dos pais na associação de pais como a principal barreira à relação
entre a escola e a família.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos uma diminuição no número de
adolescentes nascidos em Portugal, de 92,4% em 2018 para 88,6% em 2022. A percentagem de pais nascidos em Portugal
também desceu, de 81,2% em 2018 para 76,2% em 2022 no caso das mães que nasceram em Portugal e de 81,9% em
2018 para 77,3% em 2022 no caso dos pais. Verifica-se também uma diminuição dos adolescentes com nacionalidade
portuguesa de 89,5% em 2018 para 83,4% em 2022.
Em relação à qualidade da relação familiar, verificamos um decréscimo com um valor médio de 8,55 em 2018 e um
valor médio de 8,10 em 2022. O apoio familiar também decresceu, com 24,12 em 2018 e 22,94 em 2022.
A facilidade em comunicar com os pais também diminuiu de 2018 para 2022, sendo que a percentagem de
estudantes que referem ser fácil comunicar com o pai passou de 67,4% em 2018 para 66,1% em 2022 e a facilidade em
comunicar com a mãe passou de 85,5% em 2018 para 83% em 2022.
Ao nível da instrução dos pais, verifica-se um aumento na formação académica: 22,5% em 2018 e 28,2% em 2022
das mães têm um curso superior e 15,5% em 2018 e 17,9% em 2022 dos pais também têm um curso superior. A
percentagem de pais empregados também aumentou, de 85,1% em 2018 para 87,2% em 2022, no caso das mães, e de
88,5% em 2018 para 90,5% em 2022 no caso dos pais.
Relativamente às refeições em família todos os dias, também se verifica uma diminuição, de 68,8% em 2018 para
56,2% em 2022, aumentando por outro lado a percentagem de adolescentes que nunca faz refeições em família, de 8,5%
em 2018 para 12,1% em 2022. Em 2022 a maioria dos adolescentes continua a considerar o sítio onde vive bom para
viver, embora a percentagem tenha diminuído de 83,7% em 2018 para 80,4% em 2022.
Escola
• 30,3% dos adolescentes refere não gostar da escola, afirmando que o que menos gostam na escola é a comida do
refeitório (54,4%) e as atividades extracurriculares (28,7%) e do que menos frequentemente não gostam é dos colegas
(8,8%).
• 22,4% dos estudantes refere que sente muita pressão com os trabalhos da escola.
• 15% dos adolescentes consideram que a perceção dos professores sobre as suas capacidades académicas é muito bom.
• As dificuldades apontadas na escola são (às vezes/sempre), que a matéria é demasiada (87,9%), aborrecida (87,4%),
muito difícil (82,1%) e que a avaliação é um stresse (83,1%). Alguns adolescentes referem também a pressão dos pais
para ter boas notas (58,4%).
• 76,7% dos estudantes sentem-se sempre/frequentemente seguros na escola.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um pequeno decréscimo na
relação com os colegas com um valor médio de 11,89 em 2018 e um valor médio de 11,77 em 2022. A relação com os
professores manteve-se, com um valor médio de 11,37 em 2018 e um valor médio de 11,36 em 2022.
Em relação ao gosto pela escola, este continua a diminuir. Em 2018 70,4% dos participantes referiu que gostava da
escola e em 2022 essa percentagem diminuiu para 69,7%. Sobre o que menos gostam na escola, a comida do refeitório
continua no topo das coisas que os estudantes menos gostam, no entanto verifica-se uma diminuição na percentagem
de estudantes que o referem, de 58,3% em 2018 para 54,4% em 2022. Verifica-se também uma troca de posição entre
as atividades extracurriculares (passaram da terceira posição em 2018, para a segunda posição em 2022) e das aulas
(passaram da segunda posição em 2018 para a terceira em 2022). Em 2022 os colegas são o que menos frequentemente
os estudantes não gostam, deixando de ser os intervalos/recreios, como se verificou em 2018.
A pressão com os trabalhos de casa (muita pressão) aumentou, de 13,7% de 2018 para 22,4% em 2022. O que os
adolescentes acham acerca da perceção que os professores têm das suas capacidades académica sofreu uma ligeira
alteração, existindo um ligeiro decréscimo na perceção de boa/muito boa capacidade académica, de 56,2% em 2018 para
55,5% em 2022.
As dificuldades com a escola e com os trabalhos da escola aumentaram de 2018 para 2022. A matéria continua a ser
considerada demasiada (87,2% em 2018 para 87,9% em 2022); aborrecida (84,9% em 2018 para 87,4% em 2022) e difícil
(82% em 2018 para 82,1% em 2022). A referência ao stresse das avaliações aumentou, alterando-se da quarta posição
em 2018 para a terceira posição em 2022 (77% em 2018 para 83,1% em 2022).
A perceção de segurança na escola também diminuiu, de 80,3% em 2018 para 76,7% em 2022.
Relativamente às expectativas de futuro verificamos um decréscimo, com um valor médio de 7,41 em 2018 e um
valor médio de 7,10 em 2022.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022, verificamos um decréscimo no apoio do
grupo de amigos, com um valor médio de 21,95 em 2018 e um valor médio de 21,70 em 2022. A qualidade da relação
com os amigos também decresceu, com 8,54 em 2018 e 8,17 em 2022.
O uso do telemóvel por parte dos adolescentes continua elevado, observando-se um aumento da percentagem de
adolescentes que refere usá-lo várias horas por dia, de 56,6% em 2018 para 64,5% em 2022.
Importa referir o aumento da percentagem de adolescentes que no seu tempo livre pensa na vida, várias horas por
dia, de 33,7% em 2018 para 38,9% em 2022.
O contacto online aumentou: 60,8% em 2018 para 62,4% em 2022 com os amigos chegados; 40,7% em 2018 para
42,3% em 2022 com outras pessoas que não amigos; 38,7% em 2018 para 39,2% em 2022 com amigos de um grupo de
amigos mais alargado e 18,4% em 2018 para 20,6% em 2022 com amigos que conheceram online.
A utilização da internet para fugir a sentimentos negativos aumentou nos adolescentes portugueses, de 28,6% em
2018 para 47,6% em 2022, assim como os estudantes que referem que já tentaram passar menos tempo nas redes sociais
e não conseguiram, de 26% em 2018 para 32,2% em 2022.
Relativamente ao tempo gasto em frente ao ecrã, os hábitos dos adolescentes alteraram-se de 2018 para 2022,
sendo que em 2018 referiam que gastavam o tempo em frente ao ecrã a assistir a conteúdos no Instagram (40,5% em
2018 para 37,1% em 2022) e/ou a vídeos do Youtube (39,2% em 2018 para 32,7% em 2022), durante a semana, e
atualmente, os adolescentes referem novos hábitos e passam o tempo a consultar conteúdos no TikTok (43,1%) e/ou a
trocar mensagens no Whatsapp (35,5% em 2018 para 38,8% em 2022).
Corpo e movimento
• 55,7% dos adolescentes refere que praticou atividade física mais de 3 dias nos últimos 7 dias.
• 28,7% dos adolescentes deslocam-se a pé de casa para a escola e demoram em média 15,2 minutos.
• 18,4% refere que nunca praticou desporto. Os desportos mais populares são o futebol ou futsal (38,4%), o basquetebol
(18,6%) e o voleibol (16,6%).
• 31,8% dos adolescentes perceciona que está com excesso de peso e 11,7% considera-se pouco satisfeito com o seu
corpo e aparência física.
• 2,1% apresenta um índice de massa corporal (IMC) correspondente a obesidade e 8,6% correspondente a excesso de
peso, sem obesidade (o total de excesso de peso é de 10,7%).
• 11,4 % dos adolescentes refere estar a fazer dieta.
• A maioria dos adolescentes toma o pequeno-almoço todos os dias durante a semana (61,4%) e um pouco mais ao fim-
de-semana (67,6%).
• 11,5% dos adolescentes raramente/nunca come frutas; 15,5% raramente/nunca come vegetais; 43,9%
raramente/nunca bebe colas ou outros refrigerantes açucarados e 23,9% raramente/nunca come doces.
• 1,5% dos adolescentes refere ir para a escola ou para a cama com fome por não haver comida suficiente em casa.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um aumento da prática de
atividade física (mais de 3 dias), de 43,1% em 2018 para 55,7% em 2022. A deslocação a pé para a escola (transporte
ativo) diminuiu, de 33,2% em 2018 para 28,7% em 2022.
O futebol/futsal continuam a ser os desportos mais praticados, existindo um aumento na prática, de 30,3% em 2018
para 38,4% em 2022.
Em relação à perceção corporal, verifica-se um aumento no que diz respeito ao excesso de peso, de 28,3% em 2018
para 31,8% em 2022. A percentagem de adolescentes que refere não estar a fazer dieta, mas que considera que precisa,
também aumentou, de 24,2% em 2018 para 25,3% em 2022. O Índice de Massa Corporal (IMC) classificado como normal
(Cole et al., 2000) aumentou, de 69,9% em 2018 para 72,8% em 2022.
Relativamente ao consumo do pequeno-almoço, todos os dias, durante a semana e ao fim-de-semana, verifica-se
uma diminuição: durante a semana, de 71,8% em 2018 para 61,4% em 2022, e ao fim-de-semana, de 77,3% em 2018 para
67,6% em 2022.
O consumo de fruta 1 vez/dia diminuiu, de 45,3% em 2018 para 43,9% em 2022; o consumo de vegetais 1 vez/dia
aumentou, de 33,2% em 2018 para 35,5% em 2022; o consumo de colas/refrigerantes 1 vez/dia diminuiu, de 15,9% em
2018 para 12,2% em 2022; e o consumo de doces 1 vez/dia também diminuiu, de 15,7% para 13,2%.
A percentagem de adolescentes a ir com fome para a cama ou escola por não ter comida em casa diminuiu, de 11%
em 2018 para 9,3% em 2022.
Sexualidade
• 49,1% dos adolescentes referem não ter, de momento, um relacionamento amoroso e 23,5% referem que o
relacionamento amoroso que têm de momento é das coisas mais importantes das suas vidas.
• 84,8% dos adolescentes do 8º e 10º ano de escolaridade referem ainda não ter tido relações sexuais. Dos adolescentes
que mencionaram já ter tido relações sexuais, 71,1% referem que tiveram a primeira relação sexual aos 14 anos ou mais
tarde.
• 64% referem ter usado preservativo na última relação sexual e 31,3% referem ter usado a pílula contracetiva.
• 13,4% dos adolescentes que já tiveram relações sexuais referem uma associação ao consumo de álcool ou drogas.
• 91,2% dos rapazes referem que a sua primeira relação sexual foi com alguém do sexo feminino e 87,4% das inquiridas
do sexo feminino referem que a sua primeira relação sexual foi com alguém do sexo masculino.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um aumento na frequência de
adolescentes que referem ter um relacionamento amoroso atual, de 24,4% em 2018 para 50,9% em 2022.
Em relação aos comportamentos sexuais, a frequência de relações sexuais também aumentou, de 11,5% em 2018
para 15,2% em 2022, tendo aumentado também a percentagem de adolescentes que teve a primeira relação sexual com
14 ou mais anos, de 63,2% em 2018 para 71,1% em 2022.
O uso do preservativo diminuiu de 66% em 2018 para 64% em 2022 e o uso da pílula contracetiva diminuiu de 33,8%
em 2018 para 31,3% em 2022.
As relações sexuais associadas ao consumo de álcool ou drogas diminuíram, de 17,1% em 2018 para 13,4% em 2022.
Relativamente à primeira relação sexual, verifica-se um aumento na percentagem de adolescentes que teve a
primeira relação sexual com o sexo oposto, sendo que as primeiras relações sexuais com pessoas do mesmo sexo são
mais frequentes no caso das raparigas.
Consumo de substâncias
• 95,1% dos adolescentes referem não fumar.
• 0,4% referem consumir bebidas destiladas todos os dias e 93% referem nunca consumir. Quanto à cerveja, 0,4%
consomem todos os dias e 93,8% nunca consomem. O consumo de vinho é menos frequente, tal como ocorreu em
edições anteriores do estudo.
• Dos adolescentes que referem consumir álcool, 5,2% já se embriagaram pelo menos uma vez nos últimos 30 dias e
10,2% já se embriagaram pelo menos uma vez, durante toda a vida.
• Os estudantes referem mais frequentemente ter experimentado cannabis (4%) e solventes/benzinas (3,7%) em relação
às outras substâncias psicotrópicas.
• As substâncias psicotrópicas mais desconhecidas entre os adolescentes são o LSD e o Ecstasy.
• Quando questionados sobre as discussões com a família, amigos ou namorado(a), pelo tempo que passam em
determinadas atividades, 69% dos adolescentes referem que isso acontece por estarem nas redes sociais; 68,3% por
não fazerem nada/”preguiçar”; 59,1% por estarem a “surfar” na internet; 57,7% por jogarem videojogos; e 54,8% por
dormirem. Estas discussões associadas ao uso de tecnologias de informação e comunicação ou à inatividade/sono são
mais salientes do que as discussões associadas ao facto dos adolescentes fumarem (11,7%) ou beberem (18,1%).
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos um aumento na frequência de
não fumadores, de 93,7% em 2018 para 95,1% em 2022. Dos adolescentes que referem fumar, verifica-se também uma
diminuição na frequência de consumo de tabaco entre 20 dias ou mais nos últimos 30 dias, de 35,7% em 2018 para 26,1%
em 2022.
Em relação à frequência de consumo de álcool, verifica-se que o consumo de diferentes bebidas alcoólicas (bebidas
destiladas, cerveja e vinho) diminuiu em todos os tipos, e existe uma diminuição na frequência de consumo de álcool
entre 20 dias ou mais nos últimos 30 dias, de 9,7% em 2018 para 6,8% em 2022. A frequência de embriaguez entre 1 a 3
vezes nos últimos 30 dias, também diminuiu de 4,2% em 2018 para 3,9% em 2022.
O consumo e a experimentação de outras substâncias manteve-se ou baixou, à exceção dos medicamentos usados
como drogas, que passaram de 1,6% em 2018 para 1,9% em 2022. O consumo geral de drogas no último mês também
diminuiu, de 3,9% em 2018 para 2,5% em 2022. Dos adolescentes que referem consumir marijuana, verifica-se uma
diminuição na percentagem de consumo entre 20 dias ou mais nos últimos 30 dias, de 31,6% em 2018 para 25,8% em
2022.
Relativamente às discussões com a família, amigos ou namorado(a) por passarem tempo excessivo em
determinadas atividades, os três principais motivos continuam a ser os mesmos, verificando-se um aumento em todos:
por estar nas redes sociais (63,2% em 2018 para 69% em 2022); por não fazer nada/”preguiçar” (61,8% em 2018 para
68,3% em 2022) e por “surfar” na internet (56,7% em 2018 para 59,1% em 2022).
Violência e lesões
• 91,8% dos adolescentes refere que nunca provocaram (fizeram bullying) nos últimos 2 meses na escola e 81,1% refere
que nunca foi vítima de provocação/bullying.
• 95,2% dos adolescentes refere que nunca provocou com recurso a tecnologias (ciberbullying) e 90,6% refere que nunca
foi vítima de provocação com recurso às tecnologias/ciberbullying.
• 67,7% dos adolescentes refere nunca ter estado envolvido em lutas no último ano. Dos que se envolveram em lutas,
54,9% refere que foi na escola; 22% na rua; 12,1% em casa e 6,8% num recinto desportivo/ginásio/balneário.
• 79,8% afirma que não teve lesões nos últimos 12 meses.
• 24,6% refere ter tido comportamentos autolesivos pelo menos uma vez no último ano.
• Dos adolescentes que mencionam já se ter magoado de propósito (autolesões), 69,5% refere ter-se magoado nos
braços.
Comparando o estudo realizado em 2018 e o presente estudo de 2022 verificamos que os resultados continuam a
refletir que mais adolescentes se consideram vítimas (18,8% em 2018 para 18,9% em 2022) do que como provocadores
(10% em 2018 para 8,2% em 2022).
Verifica-se um aumento no envolvimento em lutas, de 27,4% em 2018 para 32,3% em 2022, com a escola como o
principal local onde estas lutas ocorrem (59,7% em 2018 e 54,9% em 2022).
Em relação às lesões, verifica-se um decréscimo de 42,2% em 2018 para 20,2% em 2022.
Relativamente aos comportamentos autolesivos, existe um aumento de 19,6% em 2018 para 24,6% em 2022. Dos
adolescentes que referem já se ter magoado de propósito (autolesões), os braços continuam a ser o local do corpo onde
mais se magoam, verificando-se um aumento de 58,7% em 2018 para 69,5% em 2022.
Ficha técnica:
O estudo HBSC em Portugal é levado a cabo pela equipa Aventura Social desde 1996:
- Coordenação geral do estudo HBSC em Portugal: Tania Gaspar & Margarida Gaspar de Matos.
- Coordenação executiva: Fábio Botelho Guedes & Ana Cerqueira.
- Investigadores seniores (2022): Cátia Branquinho; Celeste Simões; Gina Tomé; Marta Reis; Lúcia Ramiro; Adilson Marques; Inês Camacho;
Nuno Loureiro; Susana Gaspar; Marina Carvalho.
- Investigadores juniores (2022): Marta Raimundo; Melissa Ramos; Bárbara Moraes; Catarina Noronha; Sofia Borges de Sousa; Marta Barata.
- Estagiários (2022): Flávia Garrido; Ricardo Costa.
Um agradecimento ao Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social, da Universidade Lusíada de Lisboa (CLISSIS-ULL)
e ao Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
Equipa Aventura Social
www.aventurasocial.com
www.hbsc.org
E-mail:
aventurasocialassociacao@gmail.com
geral@aventurasocial.com
hbsc.portugal@gmail.com
Siga-nos em:
Instagram (aventura.social)