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análise, opinião
Genocídio documentado
O crime de genocídio cometido por Bolsonaro e seus militares está documentado no estudo
Mapeamento e análise das normas jurídicas de resposta à COVID-19 no Brasil
(https://www.conectas.org/wp/wp-content/uploads/2021/01/Boletim_Direitos-na-
Pandemia_ed_10.pdf), elaborado pelo CEPEDISA [Centro de Pesquisas e Estudos de Direito
Sanitário] da Faculdade de Saúde Pública da USP com a ONG Conectas Direitos Humanos, e
coordenado pela professora da Faculdade de Saúde Pública da USP Deisy Ventura.
O relatório da pesquisa afirma que “os resultados afastam a persistente interpretação de que
haveria incompetência e negligência da parte do governo federal na gestão da pandemia. Bem ao
contrário, a sistematização de dados, ainda que incompletos em razão da falta de espaço para
tantos eventos, revela o empenho e a eficiência da atuação da União em prol da ampla
disseminação do vírus no território nacional” – ação dolosa, portanto.
A denúncia de crime de genocídio, cada vez mais repetida no debate público e inclusive
vocalizada pelo ministro da Suprema Corte Gilmar Mendes, fica consubstanciada com este
estudo do CEPEDISA/Conectas.
O estudo recorda que o estágio ridículo da vacinação no Brasil, muito atrasado em relação a
mais de 60 países do planeta, não é obra do acaso, mas consequência das escolhas criminosas
do próprio Bolsonaro.
Em 15 de agosto passado, ele recusou proposta do laboratório Pfizer que previa entregar lotes
de imunizantes a partir de 20 de dezembro. E, em 20 de outubro, Bolsonaro desautorizou a
compra de 46 milhões de doses da Coronavac pelo ministério da saúde.
Embora o Brasil possua 2,7% da população mundial, responde por 10,4% do total de mortes
por COVID de todo o mundo – um verdadeiro morticínio programado, porque dezenas de
milhares destas vidas humanas perdidas poderiam ter sido salvas, se o governo não tivesse a
intenção, com as políticas e decisões criminosas que adotou, de deixá-las morrer.
O genocídio está documentado. Na linha de frente desta guerra de extermínio estão um ex-
capitão e um general ainda vinculado ao serviço ativo do Exército Brasileiro; realidade que
inevitavelmente vincula as Forças Armadas de modo direto ao morticínio.