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CAPA (TITILO)

Capitulo 1
Era 18 de outubro de 1886, quando Carolaine chegou em Siles... Ela
nunca gostou desse lugar. Dizia que o aroma do campo não era algo que
uma moça como ela deveria lidar, também dizia que estragava seus
sapatos, e manchava as pontas de seus tão caros vestidos. Mas dessa vez
a menina não teve opção! Sua mãe estava de mudança para Londres para
ajudar com a empresa de seu Marido. Que por sinal não era o pai de
Carolaine, Lady Beumont era seu nome, uma viúva que se casou com um
poderoso homem que foi levado cedo, entretanto seu segundo casamento
segue com um dos maiores empresários da Europa que está à beira da
falência.
Naquela manhã em específico tinha algo de diferente na forma com que
que ela andava, falava e gesticulava... Sua carruagem estava indo para a
fazenda de seu tio, um renomado agricultor da cidade, ela adentrava a ser
mais longe de onde de fato a cidade de siles ficava. No caminho para
fazenda, quase que chegando nela, Carolaine viu uma linda menina de
cabelos vermelhos como o fogo, e olhos cinzentos como uma noite
nublada, apesar de tamanha beleza a menina aparentava ser simples,
estava usando um vestido rosa meio sujo de lama, e botas pretas até os
joelhos.
Ao chegar na casa de seu tio Carolaine foi recebida e apresentada aos
empregados que lhe mostraram o lugar, ela estava usando um vestido
azul bebê, com lindos detalhes em ouro que acabavam exalando ainda
mais sua aparência angelical. O ouro em seu vestido dava destaque a seus
cabelos loiros que lembravam um por do sol na praia, e a cor do tecido
aumentava o brilho de seus olhos azuis como uma manhã de céu
nascente. Após ser apresentada aquele lugar, resolveu conhecer a parte
de fora da casa, onde de fato ficava a fazenda. Pegou seu livro que estava
lendo e decidiu procurar um lugar com paz para terminá-lo!
Assim que saiu da entrada principal ouviu um barulho de água, e concluiu
que era algum tipo de rio com cachoeira, até que por fim decidiu seguir o
barulho. Enquanto andava notou algumas coisas em seu caminho, coisas
que ela nunca tinha tido interesse ou parado para de fato apreciar, para
chegar à cachoeira era necessário cruzar um bosque não muito grande.
Para ela aquilo não era algo de seu cotidiano, estava acostumada com a
turbulência da cidade, praças e lugares lotados, mas por algum motivo
naquele momento parecia não se importar com a lama em seus sapatos
caros... O barulho da água caindo parecia a chamar...
Após percorrer o bosque chegou em uma colina baixa, ao descer havia um
rio, entretanto assim que chegou, notou alguém banhando-se lá! Era a
mesma menina de um pouco mais cedo, ela estava totalmente nua!
Carolaine ao ver essa cena ficou sem reação, o livro que estava em sua
mão caiu colina abaixo, e ao tentar impedir Carolaine foi junto!
- Aí! Eu não acredito nisso!
- Quem está aí? A menina virou assustada tentando se cobrir, apesar disso
um fecho de luz pairou sob ela que sucedeu em um olhar vibrante na
direção de Carolaine...
- É, me desculpe incomodá-la, não sei nem o que dizer eu... Neste
momento Carolaine começou a encará-la, seu corpo parecia um tipo de
obra de arte esculpida pelos Deuses, cada curva em seu perfeito lugar,
seus seios que pareciam ser tão macios quanto mil penas em um
travesseiro, sua pele que era tão branca, mas estava avermelha por causa
do sol... Ela não sabia o que dizer, assim engoliu seco e soltou:
- Carolaine! Lady Carolaine de Gales! Prazer... Então soltando uma
risadinha a menina voltou a nadar sem se preocupar...
- Então Carolaine, Lady Carolaine de Gales! Posso saber o porquê desta
surpreendente interrupção em meu banho? Não que eu esteja
reclamando da presença de vossa senhoria, mas me deixou curiosa...
Carolaine levanta do chão bem corada, e isso é notável em sua pele
branca e pálida, a pele da menina do rio até era bem branca, mas não
como a de Carolaine, sua pele era tão pálida e lisa que parecia porcelana,
uma porcelana que poderia rachar no mínimo toque... Enquanto se
levantava tentava limpar seu vestido azul bebê, que naquele momento
não poderia receber está cor para o representar.
- Eu me mudei está manhã para a fazenda do meu tio...
- Ah é mesmo?
- Sim... A fazenda De Gales!
- Imaginei pelo seu sobrenome, lady de Gales..., mas isso não explica você
rolar a colina e vir parar aqui...
- Eu queria conhecer o lugar e ouvi barulho de uma cachoeira e resolvi vir
atrás, quando cheguei me distrai e cai!
- Se distraiu? Posso saber com o que Milady? A fala da menina sucedeu no
rosto de Carolaine ficando mais vermelho que antes, deixando aquela
situação mais constrangedora para ela.
- Eu não lhe devo satisfações sabia?! Peço desculpas por invadir sua
privacidade, não era minha intenção, mas nem por isso você tem que
fazer disso um interrogatório!
- Hahahahahaha! Relaxa Milady, eu estou brincando. Me chamo Catherine
Warren, da Fazenda vizinha... Enquanto Catherine falava também saia da
água de maneira encantadora... - Então, porque veio para cá, não parece
ser uma menina que tem finalidade com o campo ... Ao mesmo tempo
que fala Catherine se aproxima de Carolaine e coloca seu cabelo atrás de
sua orelha e olha no fundo de seus olhos esperando a resposta...
- Eu... Carolaine vacila e olha para baixo, onde fixa seus olhos nos seios de
Catherine, onde instantaneamente percebe e dá um sorriso malicioso e se
afasta aos poucos indo em direção a toalha que está sob uma pedra
próxima. - Eu vim para cá por causa da minha mãe... Carolaine reponde
recuperando a cor e o folego. - ...ela se mudou para Londres para ajudar
meu padrasto nos negócios, e eu tive que vim para esse fim de mundo!
Já seca colocando sua roupa intima Catherine responde:
- Ei não fale assim do meu fim de mundo, sabe Lady Carolaine de Gales, a
vida no campo não é tão ruim... Acho que pode gostar daqui,
especialmente com a companhia certa... Catherine coloca seu vestido e
suas botas pretas, em seguida escala a colina e no topo se despede com
uma reverencia e um sorriso:
- Te vejo em breve Milady! Com sua licença...
- ME CHAME DE CAROLAINE!
Catherine ri e da as costas, deixando Carolaine sozinha no rio...
Capitulo 2
Ao Chegar em casa já era tarde, Carolaine passou o dia perambulando
pelo bosque pensando no que tinha acontecido, ela nunca havia sentido
essa sensação com uma garota. “E que garota” Carolaine pensou! Após
horas rolando na cama pode por fim adormecer em paz...
Até que algumas horas depois é acordada com um barulho de pedrinhas
batendo em sua janela. Ela se levanta ainda meio cambaleante para ver o
que estava provocando este som e se depara com... CATHERINE?
- CAROL! “CAROLAINEEEEE!” Catherine está embaixo de sua janela
gritando meio baixinho com uma voz meio rouca, de alguém que não
conseguiu dormir nada a noite.
- O que você está fazendo aqui caralho?! Carolaine leva sua mão a boca
com agressividade como se lembrasse que não poderia falar aquilo!
- Não sabia que a Milady sabia este tipo de coisa! Desce logo aqui sua
lerda!
- Você é doida garota?
- Vem logo porra!
- TÔ INDO! Ao sair de seu quarto para se encontrar com Catherine,
Carolaine notou que ao fim da escada que dava a porta, estava uma
empregada que foi apresentada a ela um pouco mais cedo. “Marilu se não
me engano”, pensou a garota. A empregada morava na casa, o que é bem
estranho para ela, afinal: Marilu não era a empregada principal, muito
menos a governanta. E isso era notável pelos “trapos” de uniforme velho
que ela vestia! A empregada estava em uma cadeira ao lado da porta de
saída, como um cão de guarda fazendo seu dever. Sua cabeça estava
encostada na parede, e ela estava aparentemente cochilando de forma
tão graciosa que acordaria apenas com uma pena caindo no chão.
Carolaine ao ver essa cena ficou bem surpresa pois apesar de estar
dormindo graciosamente, Marilu era mulher não muito comum pra época,
era alta, e muito forte; tão forte que muitas vezes intimidava muitos
homens! Ao ver que não tinha como cruzar a porta, voltou ao seu quarto
com o mesmo cuidado que saiu. Caminhou lentamente até a janela e viu
Catherine encostada na arvore ao lado como se estivesse ali a tempos.
- Catherine! Catherine! – Catherine olhou para cima com uma cara
indecifrável e falou:
- O que você ainda está fazendo aí garota?
– Tem um cão de guarda na porta, não dá pra sair!
– Merda!
– Espera aí, tive uma ideia
Alguns minutos depois um pano longo cai janela abaixo, Catherine olha
para cima e vê Carolaine se pendurando naquele pano que
aparentemente eram vários lençóis amarrados um no outro.
- O que caralhos você está fazendo garota?
Pergunta Catherine com uma voz surpresa.
- Você não está vendo?
Responde Carolaine ofegante de forma irônica
- Você vai cair, depois não me diga que não lhe avisei.
Carolaine dá um pulo no chão e diz:
- Você é muito pessimista sabia? E também muito medrosa para uma
garota no campo.
Indignada Catherine responde:
- Eu não pessimista, só penso em coisas prováveis de acontecer. E também
não sou medrosa, mas para uma garota da cidade sensível ao toque cair e
se quebrar por estripulias, é pouco.
- Olha só agradeço a preocupação mais sei me virar. Mas agora vai me
dizer o porquê decidiu ir a minha casa no meio da madrugada?
Catherine começa a andar e Carolaine a acompanha aguardando uma
resposta.
- Pra ser bem sincera nem eu sei, pode até parecer meio estranho e
imprevisível uma pessoa que você conheceu nem a um dia bater na sua
casa, mas parecia que algo estava me mandando vir.
- Você está louca?
- Eu estou falando sério ok?!
- Não vou mentir que também pensei em você, mas não entendi bem o
porquê.
- Sabe milady, acho que vamos nós tornar boas amigas
- Talvez...
As duas saíram andando em direção ao canteiro dando inicio a uma longa
conversa.
Já era tarde quando Carolaine acordou em sua cama, e estava tentando se
recordar se a noite anterior era um delírio ou se realmente havia
acontecido. Ao levantar ela foi até uma de suas malas que não haviam
ainda sido desfeitas, e foi procurar uma roupa para usar no decorrer do
dia.
Após escolher o que vestir Carolaine sai de seu quarto e desce as escadas,
assim dando de cara com Marilu, que começa a conversar com a garota.
- Por onde a mocinha andou está noite? O corpo da menina trava, e
engole seco. – Ouvi passos de madrugada, e quando fui checar não avia
ninguém no quarto.
- E...eu... eu precisava tomar um ar
- No meio da noite? Pulando a janela? Você quer nos meter em problemas
garo-
- Bom dia Marilu, bom dia sobrinha querida! O tio de Carolaine era um
senhor rico, não era casado, nem tinha filhos, Richard de Gales, irmão de
Maicon de Gales... O falecido pai de Carolaine. – Aconteceu algo? Pensei
ter ouvido uma discussão.
- Não senhor, só estava perguntando para a senhorita se ela estava se
adaptando bem, não é Milady?! Carolaine fica um pouco confusa, mas
assente com a cabeça.
- Sendo assim, precisando de algo chame Marilu, vou a cidade a negócios,
quando chegar precisamos conversar sobre o baile da próxima
temporada. Ele beija a cabeça de Carolaine e sai batendo a porta.
“Merda, eu tinha esquecido completamente da porra do baile”
- Olha só, vamos deixar o ocorrido da noite passada entre nós, não
queremos problemas com o senhor de Gales. Apenas não se meta em
confusões, a senhorita acabou de chegar.
- Eu prometo, se me der licença vou passear pelo campo. Carolaine sai e
decide ir nos estábulos, quando pequena, amava andar a cavalo quando
visitava seu tio, seu pai havia-lhe ensinado a andar, oque fez ela criar um
amor grande por montaria.
Ao chegar ao celeiro ela se depara com algo que não esperava.
- Faísca! Faísca era o cavalo de Carolaine quando pequena, seu pai deu a
ela no seu aniversário de seis anos.
- Não acredito que ainda está aqui garoto que saudade.
- Então você deve ser a Lady de Gales? A menina pula para trás de susto.
- Pode me chamar de Carolaine, e você seria?
- Me chamo Joaquim Franklin, cuido do celeiro da fazenda.
- Não me lembro do seu rosto quando conheci os empregados.
- Desculpe não a recepcionar, estava na cidade ontem, comprando
ferraduras para alguns cavalos, mas não acho que minha presença seria
muito importante.
- Não, não seria. Joaquim era um simples cuidador de estábulos, não tinha
títulos, mas era realmente apreciável de se olhar, era três anos mais velho
que Carolaine. Alto, moreno, cabelos castanhos encaracolados e olhos
verdes como de uma arvore na primavera, ele estava usando uma camisa
branca de botões meio aberta que estava suja.
Carolaine o encarou, e n deixou passar a fenda de sua blusa entre aberta.
- Se me der licença, vou pegar o faísca para dar uma volta, não acho
apropriado ficar aqui com você sozinha.
- Milady ... Joaquim da as costas e sai do celeiro deixando carolaine.
Capitulo 3

- Faísca! Carolaine se encontra caída no chão com a cabeça sangrando,


quando de repente sua visão fica turva e ela vê uma sombra. – merda!
Ela acorda deitada em um quarto tão chique quanto o seu, tenta se
lembrar do que aconteceu, até que a porta se abre. E lá está ela, Catherine
em um vestido verde esmeralda com seu cabelo ruivo preso em um lindo
penteado.
- Catherine? Carolaine se levanta rápido e leva a mão na cabeça que está
com um curativo. – Ai! Mas que porra é essa?
- Não seja teimosa deite, você está machucada.
- Oque aconteceu?
- Eu estava voltando da cidade quando a vi caída perto de uma clareira,
agora você pode me explicar o porquê a encontrei caída?
- Eu estava andando de cavalo. Ela se senta devagar na cama. – Quando o
Faísca se assustou e me fez cair, devo ter batido a cabeça em uma pedra
ou algo do tipo.
- Você é bem sortuda não é mesmo milady.
- Acho que agora você se encaixa melhor neste papel. Carolaine solta uma
gargalhada e olha para Catherine
-Não tem graça, gostando ou não também sou uma “Lady” não posso
aparecer na cidade com as roupas do campo.
- Você está linda...
- Cala a boca! Catherine joga um travesseiro em Carolaine, o que gera
uma risada nas duas.
- Mas se posso perguntar, oque estava fazendo na cidade?
Catherine se levanta, e solta o cabelo ruivo
- Vestidos!
- há? Vestidos?
- Vestidos para o baile da próxima temporada
- Você também vai?
- Temos dezesseis anos, não é? Deveres a cumprir, encontrar um marido...
Carolaine se joga na cama e olha para cima
- Não entendo porque temos que nos casar...
Catherine da a volta e deita ao lado dela
- Fracamente, parei de lutar contra, ou casamos ou somos deserdadas.
- Não me parece certo
- Não é. Catherine e Carolaine viram uma para outra e se olhar por um
tempo sem dizer nenhuma palavra, e assim ficam até ouvirem alguém
bater na porta.
- Senhorita waren, o senhor de Gales está aqui ele veio buscar a sobrinha.
- Vamos?
- Acho que não tenho muita escolha
Elas descem a escadaria e lá está ele, parado na porta
- Carolaine minha preciosidade, você está bem?
- Estou sim tio, Catherine me ajudou
- Senhor de Gales.
-Lady Waren , não tenho palavras para agradecer por cuidar de minha
sobrinha, achamos o Faísca perto do rio, e Joaquim disse que você havia
saído com ele.
- Ele está bem?
- Está sim, agora vamos para casa.
- Adeus Cathy, muito obrigada.
- Adeus Carol, Senhor de Gales.
Ele faz uma reverencia e vai com Carolaine até a carruagem.
- Você já a conhecia preciosa?
- Catherine? A conheci quando fui explorar a clareira no primeiro dia.
- Bom, eu não a quero perto dela!
- Oque?
- Apenas obedeça.
- Não??? Ela é minha amiga, você não pode fazer isso
- CAROLAINE, APENAS OBDEÇA.
Carolaine entrou em choque e começou a chorar e não disse mais
nenhuma palavra.
- A alguns anos ela foi acusada de bruxaria, e de seduzir uma mulher para
se sucumbir a ela, seu pai conseguiu livrar seu nome e a culpa caiu na
outra garota, que foi executada em praça pública. – Só não quero que
nada aconteça com você preciosa, mesmo ela tendo sido absorvida, não
sabemos da verdade, por favor se afaste...
Carolaine respira fundo tentando processar o que seu tio acabou dizer.
- Ok, eu prometo não a ver mais...
- Eu te amo preciosa, é para seu bem.

Capitulo 4
Era oito da manhã de uma quinta-feira, já fazia uma semana deis do
acidente com o cavalo, as palavras do tio de Carolaine circularam em sua
cabeça por alguns dias.
“Uma mulher gostando de outra?”
Para ela isso era meio estrondoso, mas não... abominável?
- Lady Carolaine.
Uma das empregadas da mansão de Gales bate na porta de seu quarto, o
que a faz acordar para o mundo.
- Pode entrar!
- Senhorita o senhor de Gales pediu que eu lhe a comunicasse que ele não
poderá acompanha-la hoje na compra de seus vestidos.
- Certo, poderia me informar o motivo?
- Desculpe senhorita, eu não sei
- Hum, entendo
- O cocheiro está a sua espera, irá com Joaquim e com sua nova Dama de
companhia.
- Dama de companhia?!
- Sim! O senhor de Gales achou que já estava na hora da senhorita ter sua
própria dama.
- Entendo! E quanto a Joaquim?
- Uma presença masculina senhorita.
- Certo, diga que aguardem que logo descerei.
- Com licença senhorita,

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