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Disciplina: 2ª Fase Prova Subjetiva Discursiva

Professor(a): Augusto Grieco


Aula: 11| Data: 12/02/2021
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

COORDINFÂNCIA

COORDINFÂNCIA

- Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente


- Criada em 2000, pela Portaria 299 do Procurador-geral do Trabalho.
- Trata da erradicação do trabalho infantil e a defesa do trabalho do adolescente conforme a previsão
constitucional e das normas estabelecidas em nosso ordenamento jurídico.

- Objetivos da COORDINFÂNCIA:

- Promoção, supervisão e a coordenação de ações contra as mais variadas formas de exploração do trabalho de
crianças e adolescentes, dando tratamento uniforme e coordenado ao referido tema no âmbito do Ministério
Público do Trabalho.

- Atividade da criança: estudar e brincar.

- Art.7°, CF/88 – vedação de qualquer trabalho abaixo dos 16 anos, com exceção da aprendizagem, a partir dos
14.

- Idade laboral no Brasil: 16 anos, com algumas restrições, a exemplo do trabalho em atividade insalubre,
noturno, em atividades que envolvam a venda de bebidas alcóolicas, trabalho doméstico (LC 150 – veda o
trabalho doméstico abaixo dos 18 anos).

A CODINFÂNCIA tem 3 eixos temáticos:


- Promoção de políticas públicas para a prevenção e a erradicação do trabalho infantil informal, buscando
compromisso dos municípios nesse sentido. Atuação promocional do Ministério Público.

- Efetivação da aprendizagem nos termos legalmente estabelecidos para que as cotas sejam efetivamente
cumpridas pelas empresas.

- Capacitação dos professores a respeito do trabalho infantil junto aos alunos.

Temas de extrema relevância que também são enfrentados pela Coordenadoria de forma articulada e integrada:
I- Proteção de atletas mirins – sobretudo em clubes de futebol
II- Trabalho infantil artístico.
III- Exploração sexual-comercial
IV- Autorização judicial para o trabalho antes da idade mínima
V- Trabalho infantil doméstico
VI- Trabalho em lixões

Prática Ministério Público do Trabalho


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Art.7°, inciso XXXIII, CF/88 – proíbe qualquer trabalho noturno, perigoso ou insalubre a pessoas com idade inferior
a 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendizes.
Leitura atenta ao Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8069/90 (ECA)– assegura o direito à proteção à vida
e à saúde da criança e do adolescente mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmônico em condições dignas de existência.
Art.67, inciso III do ECA veda expressamente o trabalho do adolescente realizado em locais prejudiciais à sua
formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social.

“Art. 7º, CF/88. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou
acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da
empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de
baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e
a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

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XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço
a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com
a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer
em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de:
a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato;
b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador
rural;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos
e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28,
de 2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28,
de 2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis

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anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades,
os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)

Art. 67, Lei 8069/90. Ao adolescente empregado, aprendiz, em


regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em
entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à
escola.”

Esse dispositivo do ECA nos leva à Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho, que foi ratificada e
adotada pelo Brasil através dos decretos:
a) Decreto Legislativo n° 178
b) Decreto Presidencial n° 3597.

Passa a ser norma de direitos humanos e de direitos fundamentais com a ratificação e a promulgação do Decreto
Presidencial a partir de 2000.

O art.3°, alínea “d” aponta como uma das piores formas de trabalho da criança e do adolescente qualquer
atividade que por sua natureza ou pelas circunstâncias em que é executado seja suscetível de prejudicar a saúde,
segurança e a sua moral.

“Artigo 3º, Convenção 182 da OIT.


Para os fins desta Convenção, a expressão as piores formas de
trabalho infantil compreende:
a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão,
como venda e tráfico de crianças, sujeição por dívida, servidão,
trabalho forçado ou compulsório, inclusive recrutamento forçado ou
obrigatório de crianças para serem utilizadas em conflitos armados;
b) utilização, demanda e oferta de criança para fins de prostituição,
produção de pornografia ou atuações pornográficas;

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c) utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas,
particularmente para a produção e tráfico de entorpecentes
conforme definidos nos tratados internacionais pertinentes;
d) trabalhos que, por sua natureza ou pelas circunstâncias em que
são executados, são suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança e
a moral da criança.”

Convenção 182 da OIT é de fundamental leitura dentro desta temática.

Ler a TIPI - Relação das piores formas de trabalho infantil.

Ler os arts. 227 a 229 da CF/88.

“Art. 227, CF/88. É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde
da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e
obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde
na assistência materno-infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado
para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental,
bem como de integração social do adolescente e do jovem portador
de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas
de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº
65, de 2010)
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos
edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte
coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por

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profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando
da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica,
incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança,
ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas
afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração
sexual da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de
estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-
se- á em consideração o disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº
65, de 2010)
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos
jovens; (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à
articulação das várias esferas do poder público para a execução de
políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de
2010)

Art. 228, CF/88. São penalmente inimputáveis os menores de


dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.

Art. 229, CF/88. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os


filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
os pais na velhice, carência ou enfermidade.”

Princípio da proteção integral- ao Estado cabe assegurar, por meio de políticas públicas, a proteção integral da
criança e do adolescente, inclusive no âmbito das relações laborais.

O Brasil se comprometeu perante a OIT a erradicar o trabalho infantil.

Projeto estratégico:

- Resgate à infância – projeto que tem por escopo a atuação conjunta em 3 eixos: educação, aprendizagem e
políticas públicas. Ocorrerá em municípios que apresentam os piores índices de trabalho infantil e que recebam
incentivo do governo federal para a erradicação do trabalho infantil.

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Grupos de trabalho:
- Atletas mirins (vigerá até fevereiro de 2021) – garantir, com maior efetividade, os direitos dos atletas mirins,
especialmente quanto às condições de trabalho, do alojamento, prevenção e combate do assédio moral e do
assédio sexual.
- Cadeias produtivas de cacau – estabelecer estratégias de atuação para o enfrentamento do trabalho infantil nas
cadeias produtivas de cacau para a construção de planos de ação para atuação investigatória em face das cadeias
produtivas nacionais e transnacionais.

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