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Resenha crítica: capítulo “A armadilha do contrato onipotente (MALDONADO, 1989)”

Maria Valéria Santos Gama1

Em um único capítulo, Maldonado presenteia o mundo da psicologia com o tapa na cara


que os profissionais que habitam este, agem por precisar: eles não são onipotentes. “A
armadilha do contrato onipotente” expõe uma psicologia como ciência jovem que luta
para definir-se e encaixar-se como merecedora do que faz.

Este, começa com base introdutória ao exemplificar diversos ambientes que podem ser
de atuação da área, de modo que disserta até deixar o leitor com a pulga do seguinte
questionamento: “mas, psicólogos não são humanos?” e este é o X da questão. Como
exigir que alguém de carne e osso detenha todo o poder que geralmente apenas ao
criador pertence? É impossível.

Determinada impossibilidade é observável em caixas de psicólogos que se deixam ser


catalogados por um senso comum fraco e aceita-o. É uma grande confusão generalista
que afeta aos profissionais de mais extenso currículo, uma busca por um “mais” que
nunca chega, a cobrança “insuficiente” que é despejada sobre ele por seu meio social ou
até mesmo si próprio.

São os famosos “causos” relatados pela amiga da vizinha que não se viu “curada” em
sua segunda sessão de terapia, é aquele estudante que é julgado mal pela família pois
não consegue diagnosticar o personagem da novela, ou a promessa de que adentrar a
este curso substituirá a própria terapia em sua jornada de autodescoberta. A autora
disserta melhor sobre a situação em casos que envolvem o ambiente hospitalar, marcado
por profissionais da psicologia que não sabem o que significa exercer sua profissão e a
confundem com “faz tudo”.

1
Maria Valéria Santos Gama; Psicologia NOT; 7° período; Estágio básico
Psicodiagnóstico; Professora Brenda Ferraz
Esta é uma leitura de extrema importância para se permitir pensar enquanto a troca
psicólogo e pessoa, assim como permitir-se entender que está tudo bem não estar ao
limite das expectativas sempre. Remete-se ao que é a psicologia em seu ponto de
nascimento: uma profissão facilitadora e acolhedora, mas, não milagrosa.

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