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DEPARTAMENTO DE PORTUGUÊS

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO DE LEITURA 10.º ano

Não ler, pensei, era como fechar os olhos, fechar os ouvidos, perder sentidos. As pessoas que não liam não
tinham sentidos. Andavam como sem ver, sem ouvir, sem falar.

Valter Hugo Mãe

O desenvolvimento de um Projeto de Leitura consta no Programa e Metas Curriculares de Português do


Ensino Secundário e visa o envolvimento individual e autónomo do aluno com a leitura, pressupondo a
relação deste domínio com outros, por isso, para a operacionalização deste projeto, o Departamento de
Português propõe a articulação entre os domínios da leitura e da escrita da seguinte forma:

PROJETO DE LEITURA - FASES DO TRABALHO:

Fase 1 – seleção e leitura de um livro

Recomendamos:
• a reflexão sobre os teus objetivos pessoais enquanto leitor;
• a leitura das sinopses que se apresentam*;
• a seleção de uma obra para leitura autónoma individual de acordo com os teus gostos e objetivos;
• leitura do livro até ao início do 2.º período (anotando informação sobre o enredo e reflexões pessoais).

Fase 2 - avaliação à leitura da obra no primeiro teste do 2.º período.

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ESCOLHE, LÊ POR GOSTO!

*Sinopses das obras do Projeto de Leitura:

A Sombra do Vento – Carlos Ruiz Zafón (1964-2020)

Num amanhecer de 1945, um rapaz é levado pelo pai a um misterioso lugar escondido
no coração da cidade velha: O Cemitério dos Livros Esquecidos. Ali, Daniel Sempere
encontra um livro maldito que muda o rumo da sua vida e que o arrasta para um labirinto de intrigas e
segredos enterrados na alma obscura da cidade. A Sombra do Vento é um mistério literário que tem
como cenário a Barcelona da primeira metade do século, desde os últimos esplendores do Modernismo
até às trevas do pós-guerra. Uma narrativa poderosa, que combina intriga, romance histórico, comédia
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de costumes, e que é acima de tudo uma trágica história de amor cujo eco se projeta através do tempo.
O autor entrelaça tramas e enigmas numa história inesquecível sobre os segredos do coração e do feitiço
dos livros, mantendo o suspense até à última página. Todo o mistério e emoções do universo literário
de O Cemitério dos Livros Esquecidos.

Vinte mil léguas submarinas – Júlio Verne (1828-1905)


1866. Um medonho monstro marinho tem provocado o terror nos mares e causado
sérios danos às ligações transatlânticas. Para tentar capturar o terrífico animal, é enviada
uma expedição da qual faz parte o professor Pierre Aronnax, um eminente naturalista
especializado em criaturas marinhas. Porém, para sua surpresa, o monstro não é outro
senão o Naulitus, um submarino construído pelo enigmático capitão Nemo, que convida
o professor e os seus companheiros de viagem, o fiel Conseil e o irascível Ned Land, a embarcarem com
ele numa fabulosa jornada que os leva a percorrer vinte mil léguas pelo fundo dos oceanos.

As gémeas de Auschwitz – Eva Moses Kor


Na verdade, estávamos na Polónia, mas os Alemães tinham invadido a Polónia.
Era na Polónia alemã que se situavam todos os campos de extermínio.
Os cães rosnavam e ladravam. As pessoas do vagão começaram a chorar, a
berrar, a gritar todas ao mesmo tempo; todos procuravam os seus familiares à
medida que eram afastados uns dos outros. Separavam homens de mulheres,
filhos de pais. Um guarda que ia a passar a correr parou bruscamente à nossa frente. Olhou
para Miriam e para mim nas nossas roupas a condizer: «Gémeas! Gémeas!», exclamou. Sem
dizer uma palavra, agarrou em nós e separou-nos da nossa mãe. Miriam e eu gritámos e
chorámos, suplicámos, as nossas vozes perdidas entre o caos, o barulho e o desespero,
tentando chegar à nossa mãe, que, por sua vez, tentava seguir-nos, de braços estendidos, com
outro guarda a retê-la. Miriam e eu tínhamos sido escolhidas. De repente, estávamos sozinhas.
Tínhamos apenas dez anos. E nunca mais voltámos a ver nem o nosso pai nem a nossa mãe.

Contos fantásticos – Edgar Allan Poe (1809-1849)


Uma selecção dos melhores contos fantásticos de Edgar Allan Poe (1809-1849). Inclui
os clássicos A queda da casa de Usher, O coração revelador ou O barril de Amontillado.
Poe é um grande escritor norte-americano, poeta admirado, narrador admirável de
histórias em que o sobrenatural e o mistério têm sempre lugar. É por muitos
considerado não só um mestre do fantástico como o inventor do conto policial
moderno, criador dos antepassados de Sherlock Holmes, Poirot e tantos outros detectives conhecidos
pelos seus poderes de observação e dedução.
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O Conde de Monte Cristo – Alexandre Dumas


A história de um homem bom a quem roubam a liberdade e o amor. Um homem que
regressará coberto de riquezas, vingador impiedoso e infalível, para além de toda a lei
humana ou divina. Edmond Dantés quer reaver a mulher que amara, vingar-se dos seus
inimigos, desafiar o destino…

Grande obra de um dos romancistas mais populares em todo o mundo e o mais célebre
dos ficcionistas românticos franceses, autor de Os Três Mosqueteiros e A Tulipa Negra, entre outros.

Almoço de domingo – José Luís Peixoto


Um romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações
portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de
uma família.
Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e
2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em
paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a
resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que
rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca
esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha,
pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é
também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e
ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.

O Senhor dos Anéis – J. R. R. Talkien (1892-1973)


Situando-se na linha da criação fantástica em que a literatura inglesa é fértil
(lembremos Lewis Carrol com a sua "Alice no País das Maravilhas"), Tolkien oferece-
nos uma obra verdadeiramente monumental, onde todo o mundo é criado de raiz, uma
nova cosmogonia arquitetada por inteiro, uma irrupção de maravilhoso que é
admirável jogo de criação pura. O sopro genial que perpassa na elaboração deste
maravilhoso, traduzido sobretudo no realismo da narração, deixa no leitor o desejo
irresistível de conhecer «esse» mundo que, como crianças, chegamos a acreditar que
existe.

"A Irmandade do Anel" é o primeiro volume da trilogia "O Senhor dos Anéis", em que se integram
também "As Duas Torres" e "O Regresso do Rei".
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As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley (1999)


O clássico As Brumas de Avalon regressa ao mercado português para dar a conhecer a
uma nova geração esta história mágica e intemporal centrada nas mulheres que, por
detrás do trono de Camelot, foram as verdadeiras detentoras do poder. Morgaine é
ainda uma criança quando testemunha a ascensão de Uther Pendragon ao trono de
Camelot. Uther deseja Igraine, a mãe de Morgaine, presa a um casamento infeliz com
Gorlois. Mas há forças maiores que estão em curso e que se preparam para mudar as suas vidas para
sempre. Através da sua sacerdotisa Viviane, Avalon conspira para unir Uther a Igraine e dessa aliança
nascerá Arthur, a criança que salvará as Ilhas. Morgaine, dotada com a Visão, é levada por Viviane para
Avalon onde irá receber treino como sacerdotisa da Deusa Mãe. É então que assiste ao despertar das
tensões entre o velho mundo pagão e a nova religião cristã. O que Morgaine desconhece é que o destino
irá armar-lhe uma cilada e pô-la, de novo, no caminho do meio-irmão Arthur da forma que menos
espera…

The Witcher, o último desejo – Andrzej Sapkowski (1948)


Geralt de Riv é um personagem estranho, um mutante que, graças à magia e a um longo
treino, mas também a um misterioso elixir, se tornou um assassino perfeito. Os seus
cabelos brancos, os seus olhos que vêem melhor de noite que de dia, o seu manto
negro, assustam e fascinam. E Geralt dedica-se a viajar por terras pitorescas, ganhando
a vida como caçador de monstros. Pois nos tempos obscuros que lhe couberam em
sorte abundam ogres e vampiros, e os magos são especialistas da manipulação. Contra
todas essas ameaças, um assassino hábil é um recurso indispensável. Ora Geralt, que é ao mesmo tempo
um guerreiro e um mago, tem capacidades que o fazem impor-se a todo esse estranho mundo. É um
feiticeiro. E é absolutamente único.

No decurso das suas aventuras, encontrará uma sacerdotisa autoritária, mas generosa, um trovador
lascivo, mas de bom coração, e uma feiticeira caprichosa, de encantos venenosos. Amigos por um dia,
amantes de uma noite. Talvez, porém, que no final da sua epopeia ele possa realizar o seu último desejo:
reencontrar a sua humanidade perdida…

Filipe I de Portugal, O rei maldito – Isabel Stilwell


D. Catarina recusava-se a ir. A raiva a toldar-lhe os pensamentos.
Era ela a legítima pretendente ao trono de Portugal. Filha de D. Duarte, casada
com o duque de Bragança, neta de D. Manuel I.
Não, não iria às Cortes de Tomar assistir ao juramento.
Ao contrário da maioria da nobreza portuguesa, nunca aceitaria que o rei de
Espanha se tornasse Filipe I de Portugal. Continuaria a lutar até ao fim pela independência da
coroa que era sua, nem que para isso tivesse de sacrificar tudo e todos.
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Filipe tentou que D. Sebastião desistisse da ideia de lutar contra os mouros em Alcácer Quibir.
Mas o destino estava traçado. Morto o rei de Portugal, era preciso pensar no futuro. Filho de
D. Isabel e do imperador Carlos V, neto mais velho de D. Manuel I, entraria triunfante com os
exércitos em Portugal, o país da sua adorada mãe, e reclamaria o que era seu por direito. Nem
mesmo o fascínio que nutria pela sua prima Catarina o iria desviar do seu objetivo.
Isabel Stilwell, autora de romances históricos mais lida em Portugal, traz-nos uma história
empolgante repleta de conspirações e intrigas, acerca de um período fundamental e
conturbado da nossa História.
Narrado a duas vozes, ficamos a conhecer Catarina, uma mulher fascinante e corajosa,
esquecida pela História, e Filipe I, um rei apaixonado por arquitetura e botânica, atormentado
por episódios obscuros que deram origem a uma lenda negra que ficaria para sempre associada
ao seu reinado.

“Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

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