Algum “futurófilo” disse que 2007 será o ano da Ética. Pensando mal, Ética em quê? Nos negócios, na política, na família, na escola, nas relações internacionais? Está faltando muita Ética para fazer tudo em um só ano. Como escrevia Millor Fernandes, livre pensar é só pensar – então eu penso que seria bom começarmos pela Ética Ambiental, até porque disso depende a sustentabilidade de nossa civilização e o futuro das gerações. Pesquisando em dicionários encontramos os seguintes conceitos: Ética é a parte da filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É o conjunto de princípios morais que devem ser observados no exercício de uma profissão. Moral é o que é relativo aos bons costumes, à honestidade, à justiça. É o que é decente, educativo e instrutivo. Para haver Ética é necessário que antes seja ensinada a moralidade, ou seja, os bons costumes e a decência. Ética é o conjunto dos princípios da moralidade aplicados à profissão ou às atividade sociais. Meio são os fatores externos que podem influenciar na vida biológica, social e cultural de um indivíduo e de um grupo. Exemplificando, é no meio aquático onde vivem os peixes ou “o homem é produto do meio”. Ambiente é o que envolve os corpos vivos e as coisas por todos os lados. Deduzimos que Meio Ambiente significa o espaço em que o indivíduo vive e cujos fatores diversos desse espaço tem influências sobre este indivíduo. Assim sendo, todos nós vivemos em um Meio Ambiente pois os fatores climáticos, bióticos, químicos, físicos, sociais etc. podem nos afetar. Isto posto, como convencer um grupo de silvícolas, que venha morar em uma cidade, de que eles não podem derrubar árvores nem caçar pássaros? Como convencer uma comunidade, dita civilizada, de que ela não pode gerar tanto lixo, nem jogar esgotos nos rios ou no mar? Em ambos os casos o que parece ser ético para um grupo não é necessariamente o mesmo para o outro porque a educação que tiveram foi diferente. Para associarmos Ética e Meio Ambiente teremos necessariamente que incluir o mote ambiental na formação do ser humano, começando pela educação familiar, passando pela cultura da sociedade com a qual convive o cidadão, refletindo sobre o conhecimento científico supostamente adquirido no segundo grau, apurando as tecnologias no ensino superior e questionando o que ocorre no dia a dia. Resumindo: Ação – Reflexão – Ação Ambiental. A partir de quando o indivíduo ou o grupo teve a percepção de causa e efeito em relação ao Meio Ambiente e as implicações com o futuro a curto, médio e longo prazo, ele passa a ter uma concepção ética de seus atos, principalmente os relativos à profissão ou à sobrevivência. Então várias condutas passam a ser éticas tais como reduzir, reciclar e reutilizar embalagens, preservar matas ciliares e áreas de recarga de nascentes (embora não pareçam lucrativas). Paralelamente, movidos por interesses econômicos, indivíduos e grupos continuam praticando atividades anti-éticas tais como passar redes de malha fina nos rios e mares, queimar lixo, atear incêndios florestais, desmatar encostas com declividade superior a 45º, plantar extensas monoculturas, utilizar energia atômica, usar excessivamente combustíveis fósseis, cultivar organismos transgênicos, aplicar agrotóxicos, compactar o solo, etc. A Ética aplicada ao Meio Ambiente vem da educação, ainda que ela seja imposta por Leis. É por isso que “é melhor ensinar às crianças do que punir os adultos” pois “o Meio Ambiente agradece”. A partir de ações simples como não jogar óleos ou tintas nos esgotos, usar detergentes biodegradáveis, preferir os copos descartáveis de papel, não comprar fêmeas de caranguejos, usar aquecedor solar, não jogar lixo nem esterco nos rios, não jogar pilhas no quintal, usar veículos mais econômicos ou coletivos e entender porque devemos agir desta maneira, a partir daí é que vão se desenvolvendo os princípios morais formadores da Ética, tão necessária ao Meio Ambiente e à nossa sobrevivência na Terra. É difícil, leitor, ser ético em relação ao Meio Ambiente?