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AÇÃO CEDAE – ÁGUAS DO RIO – RIO BY YOO

Cálculo da diferença na conta da CEDAE / ÁGUAS DO RIO do condomínio Rio By Yoo para
melhor visualização:

Depreende-se da conta/fatura acima (dezembro de 2021), emitida pela CEDAE, assim como as
seguintes, emitidas pelas Águas do Rio, que é feita a multiplicação do número de unidades pela quantidade de
consumo mínimo mensal (148x 15m³), gerando a quantia de 2.220m³ a cada 30 (trinta) dias. Assim, podemos
extrair que a Cedae efetuou o seguinte cálculo para cobrança no mês de dezembro de 2021:

Av Geremário Dantas, Nº 807, salas 824 e 825 – Ed. Fusion Offices – Pechincha – RJ – CEP 22743-011
Tel: 21-98836-6910 – 21-3597-0070 / Email: daniel@almeidavargas.com.br
• 148 unidades x mínimo mensal (15m³) = 2.220m³;
• 2.220m³ divido por 30 dias = 74m³;
• 74m³ x 31 dias = 2.294m³ (constante da fatura como “VOLUME FAT.M³);
• Tarifa (R$3,976) x consumo mínimo em 31 dias (2.294m³) = R$9.120,94
OBS: O Cálculo acima pode ser comparado com a fatura colacionada e referente ao mês
de dezembro de 2021..

Ocorre que a forma de cálculo acima é ilegal, pois o correto seria a cobrança com base no
que realmente foi utilizado/consumido. Desta forma, a Cedae deveria calcular da seguinte forma (ainda
utilizando como exemplo a fatura de janeiro de 2020 acima colacionada):

• LEITURA ATUAL (1129m³) menos LEITURA ANTERIOR (579m³) = 550m³;


• Consumo real aferido em 31 dias (550m³) x Tarifa (R$3,976) = R$ 2.186,80
• Consumo cobrado pela Cedae (2.294m³): R$9.120,94 – Somente água
• Valores cobrados apenas pelo consumo de água, considerando o valor do esgoto o valor é o
dobro.
• Assim, a diferença cobrada indevidamente pela Cedae no mês de dezembro/21 é de:
R$6.934,14, considerando apenas água, e o valor de R$13.868,28, considerando água e
esgoto.

Devolução referente ao mês de dezembro de 2021, pelo entendimento da Súmula 175, em


dobro: R$27.736,56

SÚMULA TJ Nº 175

A COBRANÇA DE TARIFA MÍNIMA DE ÁGUA E ESGOTO, MULTIPLICADA PELO


NÚMERO DE UNIDADES AUTÔNOMAS (ECONOMIAS) DE UM CONDOMÍNIO,
SUJEITA A CONCESSIONÁRIA À DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO VALOR
COMPROVADAMENTE PAGO.

Fundamentação para a ação:

LEI Nº 6.361, DE 22 DE MAIO DE 2018:

Art. 1º As empresas concessionárias fornecedoras de água, luz e gás no âmbito do


Município do Rio de Janeiro ficam impedidas de realizarem estimativas de consumo
para fins de cobrança através de levantamento de áreas e cômodos nos imóveis dos
consumidores.

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Parágrafo único. Consideram-se imóveis para fins desta Lei estabelecimentos
comerciais, residenciais e entidades privadas sem fins lucrativos.

Art. 2º As empresas concessionárias fornecedoras de água, luz e gás só poderão


efetuar cálculos através da leitura dos aparelhos medidores de aferição de consumo,
quais sejam relógios e/ou hidrômetros, sendo estes especialmente inspecionados
pelos órgãos de metrologia competentes.

Lei estadual (RJ) nº 3.936/2002:

Artigo 1º - Torna obrigatório que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE),


faça a leitura mensal dos hidrômetros nos domicílios comerciais, residenciais e
industriais.

Artigo 2º - A cobrança só poderá ser feita para valores compreendidos entre uma leitura
e outra, mensalmente.

STJ – Superior Tribunal de Justiça – Tema 414

TEMA REPETITIVO 414 – STJ: Não é lícita a cobrança de tarifa de água no valor do
consumo mínimo multiplicado pelo número de economias existentes no imóvel, quando
houver único hidrômetro no local. A cobrança pelo fornecimento de água aos
condomínios em que o consumo total de água é medido por único hidrômetro deve se
dar pelo consumo real aferido.

Cumpre esclarecer que o tema acima foi objeto de Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas no processo 0045842-03.2020.8.19.0000, que gerou o AVISO TJ nº 90/2020, visando à fixação de
tese sobre a forma de cálculo da tabela progressiva, incidente este que foi julgado e inadmitido em dezembro de
2021 após a afetação do tema pela controvérsia pelo STJ, gerando o sobrestamento através do REsp 1.937.891.

Acreditamos que a revisão do STJ ocorrerá para abordar a progressividade levando em conta
o número de unidades, uma vez que em alguns condomínios as concessionárias passaram a utilizar a
progressividade da tarifa sem considerar o número de unidades imobiliárias, mas como se os Condomínios
fossem apenas uma unidade consumidora em razão do hidrômetro individual, o que faz a tarifa aumentar
consideravelmente a cada 15m³ de consumo, em razão do aumento progressivo, o que não tem relação com
o entendimento acerca da cobrança pelo consumo mínimo.

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