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Eva-Marie Golder
& Benjamin e seus pais
EVA-MARIE GOLDER, BENJAMIN E SEUS PAIS
Uma vez por semana, Senhor e Senhora C., seu filho, as vezes
alguns dos irmãos, percorrem, portanto, quilômetros saindo de
sua casa no campo para encontrar Eva-Marie Golder. E isso
durante anos. A psicanalista tem dificuldades hoje de descrever as
sessões, de evocar O que lhe contam, então, sobre a vida cotidiana
de Benjamin, as inúmeras sequências, as vezes dramáticas, em que
a criança se encontra eternamente defasada, inserida no
contratempo da vida dos outros, indecifrável para os seus. Ela
supõe que seu esquecimento está relacionado com o fato de que
no trabalho analítico não havia narrativa possível, nenhum relato
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Nos dois primeiros anos, eles vêm toda semana. Depois as visitas
se espaçam durante longos períodos de calmaria, e retornam
quando Benjamin atravessa uma nova crise, quando novamente
não se entende mais nada. A psicanalista diz que, em tais
momentos, ela "desdobra" a situação, assim como se desdobra um
mapa geográfico, e faz seu trabalho de leitora. £ abstrato, peco que
me de um exemplo. Ela aceita dar apenas um, e é impactante.
Benjamin tem então dezoito anos. Rodeado de amor e da
benevolência constante de seus pais e de seus irmãos e irmã, eles
próprios assistidos pela psicanalista, amparado pela rede próxima
e incrivelmente solidaria que se criou em torno dele, Benjamin
nunca foi colocado em um hospital psiquiátrico. Na média, seguiu
uma escolaridade clássica, tem uma vida normal, e isso é
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