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VADE 2023

MECUM
SOROCABA

DE ACORDO COM O EDITAL


GCM

SUMÁRIO
icensed to Clecio Afonso da Silva - clecioafsilva@gmail.com
LEI ORGÂNICA

ESTATUTO DOS SERVIDORES

LEI 8.627/2008

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

LEI 13.022/14

ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI ORGÂNICA DE SOROCABA 3

ESTATUTO DOS SERVIDORES DE SOROCABA 6

LEI MUNICIPAL Nº 8.627/ 2008 9

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 11

ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS 13

ESTATUTO DO DESARMAMENTO 17
LEI ORGÂNICA DE SOROCABA
VIII - promover a proteção do patrimônio histórico,
TÍTULO I cultural, artístico, turístico e paisagístico local,
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES estadual;
Art. 1º O Município de Sorocaba, pessoa jurídica de
direito público interno, é uma unidade territorial que IX - promover a cultura e a recreação;
integra a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil, dotada de autonomia X - fomentar a produção agropecuária e demais
política, administrativa, financeira e legislativa nos atividades econômicas, inclusive a artesanal;
termos assegurados pela Constituição da República,
pela Constituição do Estado e por esta Lei Orgânica. XI - preservar as florestas, a fauna e a flora;

Art. 2º A sede do Município dá-lhe o nome e tem a XII - realizar serviços de assistência social,
categoria de cidade. diretamente ou por meio de instituições privadas,
conforme critérios e condições fixadas em lei
Art. 3º São símbolos do Município o Brasão, a
municipal;
Bandeira e o Hino, representativos de sua cultura e
história, cujo uso será regulamentado por Lei.
XIII - realizar programas de apoio às práticas
TÍTULO II desportivas;
DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL
XIV - realizar programas de alfabetização;
Art. 4º Compete ao Município:
XV - realizar atividades de defesa civil, inclusive a de
I - legislar sobre assuntos de interesse local; combate a incêndios e prevenção de acidentes
naturais em coordenação com a União e o Estado;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber; XVI - promover, no que couber, adequado
ordenamento territorial, mediante planejamento e
III - instituir e arrecadar os tributos de sua controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
competência, bem como aplicar as suas rendas, sem solo urbano;
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
publicar balancetes nos prazos fixados em lei; XVII - elaborar e executar o Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado;
IV - instituir a guarda municipal destinada à
proteção de seus bens, serviços e instalações, XVIII - executar obras de:
conforme dispuser a lei;
a) abertura, pavimentação e conservação de vias;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime b) drenagem pluvial;
de concessão ou permissão, ou convênio, entre c) construção e conservação de estradas, parques,
outros, os seguintes serviços: jardins e hortos florestais;
d) construção e conservação de estradas vicinais;
a) transporte coletivo urbano e suburbano, que terá e) edificação e conservação de prédios públicos
caráter essencial; municipais;
b) abastecimento de água e esgotos sanitários;
c) mercados, feiras e matadouros locais; XIX - fixar:
d) cemitérios e serviços funerários;
e) iluminação pública; a) tarifas dos serviços públicos, inclusive dos serviços
f) limpeza pública, coleta domiciliar e destinação final de táxis;
do lixo; b) horário de funcionamento dos estabelecimentos
industriais, comerciais e de serviços;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
União e do Estado, programas de educação pré- XX - sinalizar as vias públicas urbanas e rurais;
escolar e ensino fundamental;
XXI - regulamentar a utilização de vias e logradouros
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da públicos;
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde
da população; XXII - conceder licença para:

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Art. 5º Além das competências previstas no artigo
a) localização, instalação e funcionamento de anterior, o Município atuará em cooperação com a
estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços; União e o Estado para o exercício do artigo 23 da
b) afixação de cartazes, letreiros, anúncios, faixas, Constituição Federal.
emblemas e utilização de alto-falantes para fins de
publicidade e propaganda; CAPÍTULO IX
c) exercício de comércio eventual ou ambulante; DA GUARDA MUNICIPAL
d) realização de jogos, espetáculos e divertimentos
públicos, observadas as prescrições legais; Art. 128 O Município constituirá uma Guarda
e) prestação dos serviços de táxi; Municipal, a qual se denomina, Guarda Civil Municipal,
como força auxiliar, destinado à proteção de seus
XXIII - criar e organizar Regionais Administrativas, bens, serviços e instalações, subordinado
cuja composição e atribuições serão estabelecidas por diretamente ao Prefeito que designará, inclusive o
lei; seu Diretor. (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica nº 33/2012) (Eficácia da Emenda à Lei
XXIV - são gratuitos para os reconhecidamente Orgânica suspensa por liminar deferida pela ADIN nº
pobres, na forma da lei: 2235086-92.2015.8.26.0000)

a) planta popular; § 1º A lei de criação da Guarda Municipal disporá


b) a ligação de água e esgoto, e sobre acesso, direitos, deveres, vantagens e regime
c) taxa de covagem. de trabalho, com base na hierarquia e disciplina,
devendo a investidura nos seus cargos fazer-se
XXV - Promover o empreendedorismo local por meio mediante concurso público de provas ou de provas e
da desburocratização e da melhoria do ambiente de títulos.
negócios. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
Orgânica nº 65/2021) § 2º A proteção dos bens e instalações destinar
àqueles, da administração direta ou indireta, cuja
XXVI - promover práticas empreendedoras de natureza jurídica integre as categorias de dominicais
inovação tecnológica, em especial as seguintes ações: ou de uso especial do município, excluindo os bens
das empresas detentoras de concessão,
a) estimular a cultura da inovação e do permissão ou autorização de serviços públicos.
empreendedorismo tecnológico, apoiando a criação e
o desenvolvimento de startups; § 3º Os seus integrantes serão aposentados, de
b) desenvolver e consolidar o ecossistema de forma voluntária, nos termos do art. 40, § 4º, II e III,
startups; da Constituição da República, sem limite de idade,
c) priorizar a execução das atividades de fomento e com paridade e integralidade do último salário que
apoio às startups na região central da cidade, receber, desde que comprovem: (Redação
facilitando a integração dos atores do ecossistema de acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2015) (§
startups, bem como promovendo a dinamização do 3º do artigo 128, dessa Lei Orgânica de Sorocaba,
uso de espaços públicos, da economia local e da declarado inconstitucional, em decisão transitada em
geração de trabalho e renda; julgado proferida na Ação Direta de
d) promover a cooperação e interação entre os entes Inconstitucionalidade nº 2235086-92.2015.8.26.0000,
públicos, entre os setores público e privado e entre que tramitou perante o Tribunal de Justiça de São
empresas, como relações fundamentais para a Paulo (PA nº 31.612/2015).
conformação de ecossistema de empreendedorismo
inovador efetivo. (Redação acrescida pela Emenda à I - 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, contando
Lei Orgânica nº 69/2022) com pelo menos 15 (quinze) anos de efetivo exercício
em cargo da Carreira de Guarda Civil Municipal, para
XXVI - Promover a modernização, simplificação e mulher. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
desburocratização dos procedimentos de registro, fé Orgânica nº 43/2015) (§ 3º do artigo 128, dessa Lei
pública e publicidade dos documentos de Orgânica de Sorocaba, declarado inconstitucional, em
arquivamento compulsório pelo empreendedor, decisão transitada em julgado proferida na Ação
garantindo, ademais, o protocolo e a emissão de Direta de Inconstitucionalidade nº 2235086-
documentos produzidos e certificados digitalmente em 92.2015.8.26.0000, que tramitou perante o Tribunal de
meio virtual. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Justiça de São Paulo (PA nº 31.612/2015).
Orgânica nº 72/2022)
II - 30 (trinta) anos de contribuição, contando com pelo
menos 20 (vinte) anos de efetivo exercício em cargo

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da Carreira de Guarda Civil Municipal, para homem.
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
43/2015) (§ 3º do artigo 128, dessa Lei Orgânica de
Sorocaba, declarado inconstitucional, em decisão
transitada em julgado proferida na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2235086-92.2015.8.26.0000,
que tramitou perante o Tribunal de Justiça de São
Paulo (PA nº 31.612/2015).

§ 4º Nas hipóteses em que forem necessárias a


compensação financeira para a concessão do
benefício do §3º deste artigo, a FUNSERV
apresentará os cálculos necessários. (Redação
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 43/2015) (§
4º do artigo 128, dessa Lei Orgânica de Sorocaba,
declarado inconstitucional, em decisão transitada em
julgado proferida na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2235086-92.2015.8.26.0000,
que tramitou perante o Tribunal de Justiça de São
Paulo (PA nº 31.612/2015)

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ESTATUTO DOS SERVIDORES DE a)o público em geral, prestando às informações
requeridas, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
SOROCABA imprescindível à segurança da sociedade e da
TÍTULO V Administração;
DO REGIME DISCIPLINAR b)a expedição de certidões requeridas para a defesa
de direito ou esclarecimentos de situações de
CAPÍTULO I interesse pessoal;
DOS DEVERES
XII - representar contra ilegalidade ou abuso de poder;
Art. 153 - São deveres do funcionário público, além
dos que lhe cabem em virtude do desempenho de seu Parágrafo Único. São também deveres do funcionário
cargo e dos que decorrem, em geral, de sua condição público;
de funcionário público:
I - tratar com urbanidade os colegas e o público em
I - executar as atribuições típicas do seu cargo e os geral, atendendo este sem preferência pessoal;
trabalhos de que for incumbido de forma eficaz e
eficiente; II - providenciar para que esteja sempre atualizada, no
assentamento individual, sua declaração de família, de
II - executar as tarefas afins e complementares às residência e de domicílio;
suas atribuições típicas;
III - manter cooperação e solidariedade com relação
III - responsabiliza-se pela guarda, conservação e aos companheiros de trabalho;
manutenção dos materiais, ferramentas ou
equipamentos necessários ao desempenho de suas IV - ser leal às instituições a que servir;
atividades ou que lhe forem confiados e, em geral,
daqueles pertencentes à Municipalidade; V - manter conduta compatível com a moralidade
administrativa.
IV - zelar pelos equipamentos e bens públicos em
geral e, particularmente pelo seu local de trabalho; CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
V - garantir, por todos os meios ao seu alcance o
cumprimento das atividades permanentes, das metas Art. 154 - São proibidas ao funcionário toda ação ou
e dos objetivos básicos da unidade administrativa em omissão capazes de comprometer a dignidade e o
que estiver lotado e dos princípios gerais da decoro da função pública, ferir a disciplina e a
administração, visando a eficácia e as eficiência do hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou causar
serviço público. dano à Administração Pública, especialmente:

VI - cumprir as determinações superiores, I - ausentar-se do serviço durante o expediente sem


representando, imediatamente, quando forem prévia autorização do chefe imediato;
manifestamente ilegais;
II - retirar, sem prévia autorização da autoridade
VII - representar aos superiores sobre irregularidades competente, qualquer documento ou objeto da
de que tenha conhecimento; repartição;

VIII - atender, com preferência a qualquer outro III - recusar fé a documentos públicos;
serviço, as requisições de documentos, papéis,
informações ou providências, destinadas à defesa da IV - referir-se publicamente, de modo depreciativo às
Fazenda Municipal; autoridades constituídas e aos atos da administração;

IX - apresentar relatório ou resumos de suas V - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
atividades, nas hipóteses e prazos previstos em lei, casos previstos em lei, o desempenho de encargo que
regulamento ou regimento. lhe competir ou a seus subordinados;

X - manter observância às normas legais e VI - compelir ou aliciar outro funcionário no sentido de


regulamentares; filiação a associação profissional ou sindical, ou a
partido político;
XI - atender com presteza:
VII - insubordinação em serviço;

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XXI - Causar por ação ou omissão, de atos,
VIII - participar de gerência ou administração de providências, diligências ou fornecimento de
empresa privada, de sociedade civil, ou exercer informações, embaraço ao exercício das atividades da
comércio e, nessa qualidade, transacionar com o unidade central de controle interno, da Comissão de
Município exceto na qualidade de acionista, cotista ou Sindicância e da Comissão Permanente de Processo
comanditário; Administrativo Disciplinar (Redação acrescida pela Lei
nº 12.473/2021)
IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto
às repartições municipais, salvo quando se tratar de CAPÍTULO III
interesse do cônjuge ou de parentes, até segundo DA RESPONSABILIDADE
grau;
Seção I
X - proceder de forma desidiosa; Disposições Gerais

XI - exercer ineficientemente suas funções;


Art. 155 - O funcionário responderá civil, penal e
XII - exercer quaisquer atividades que sejam administrativamente, pelo exercício irregular de
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e suas atribuições.
com o horário de trabalho, exceto em situação de
emergência e transitória no interesse coletivo; Art. 156 - A responsabilidade civil decorrerá de
conduta dolosa ou culposa devidamente apurada,
XIII - opor resistência injustificada ao andamento de que importe em prejuízo para a Administração
documento, processo ou execução de serviço; Municipal ou terceiros.

XIV - Comparecer ao serviço sob o efeito de drogas § 1º - O funcionário em caso de dolo será obrigado
que alterem seu comportamento habitual; e a repor, de uma só vez, a importância do prejuízo
causado à Administração Municipal ou a terceiros .
XIV - Comparecer ao serviço sob o efeito de drogas
ou bebidas alcoólicas que alterem o seu § 2º - A obrigação de reparar o dano estende-se
comportamento habitual. (Redação dada pela Lei nº aos sucessores e contra eles será executada, até o
5294/1996) limite do valor da herança recebida.

XV - valer-se de sua qualidade de funcionário para § 3º - Tratando-se de dano causado a terceiros,


obter proveito pessoal para si ou para outrem; responderá o funcionário perante à Administração
Municipal em ação regressiva.
XVI - receber de terceiros qualquer vantagem, por
trabalhos realizados na repartição ou pela promessa Art. 157 - A responsabilidade administrativa não
de realizá-los; exime o funcionário da responsabilidade civil ou
criminal que no caso couber.
XVII - fazer com a Administração Direta ou Indireta
contratos de natureza comercial, industrial ou Parágrafo Único. O pagamento de indenização a
prestação de serviços com fins lucrativos, para si ou que ficar obrigado o funcionário não o exime de
como representante de outrem; pena disciplinar em que ocorrer.

XVIII - utilizar pessoal ou recursos materiais do serviço Seção II


público par fins particulares; Das Penalidades

XIX - vias de fato em serviços contra funcionários ou


particular, salvo em legítima defesa própria ou de Art. 158 - São penas disciplinares:
terceiros. (Redação acrescida pela Lei nº 4724/1995)
I - advertência;
XX - deixar de atender, quando devidamente
requisitado, convocação da Comissão Disciplinar para II - suspensão;
prestar esclarecimentos ou depoimento, sem justa
causa, salvo motivo de força maior ou caso fortuito. III - demissão;
(Redação acrescida pela Lei nº 4724/1995)
IV - cassação da aposentadoria e da
disponibilidade.

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Art. 159 - Na aplicação das penalidades serão I - crime contra a Administração Pública;
consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para o serviço II - abandono do cargo ou falta de assiduidade;
público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes,
os antecedentes funcionais atendendo-se, sempre, a III - incontinência pública e conduta escandalosa;
devida proporção entre o ato praticado e a pena a ser
aplicada. IV - ofensa física, em serviço, contra funcionário ou
particular, salvo em legítima defesa, própria ou de
Parágrafo Único. Na hipótese de ocorrência de terceiros;
concurso formal ou material de infrações, a pena
poderá ser exasperada. V - aplicação irregular do dinheiro público;

a) Configura-se concurso formal de infrações quando VI - lesão aos cofres públicos e dilapidação do
o funcionário, mediante uma só ação ou omissão, patrimônio municipal;
pratica duas ou mais infrações, idênticas ou não.
b) Configura-se concurso material de infrações VII - revelação de segredo confiado em razão do
quando o funcionário, mediante mais de uma ação ou cargo;
omissão, pratica duas ou mais infrações idênticas ou
não (Redação acrescida pela Lei nº 5294/1996) VIII - reincidência em infração sujeita a pena de
suspensão superior a dez dias.
Art. 160 - A advertência será aplicada por escrito, nos
casos de violação de proibição constante do Art. 154, IX - prática de crimes infamantes ou hediondos, assim
incisos I ao XII, e de inobservância de dever funcional definidos na Lei ou na Doutrina Criminal, quando seu
previsto em leis, regulamentos ou normas internas, cometimento for incompatível com o exercício do
que não justifiquem imposição de penalidade mais cargo. (Redação acrescida pela Lei nº 5291/1996)
grave.
§ 1º - A demissão ou a destituição de cargo em
Art. 161 - A pena de suspensão, que não excederá a comissão incompatibilizará o ex-funcionário para
vinte dias, regulamentada por decreto do Executivo, nova investidura em cargo público municipal, pelo
será aplicada: prazo de 5 (cinco) anos.

I - ao funcionário que, sem justa causa, deixar de se § 2º - Não poderá retornar ao serviço público
submeter a exame médico determinado por municipal o funcionário que for demitido ou destituído
autoridade; do cargo de confiança por infrigência do Art. 163,
incisos I e V.
II - em caso de reincidência em infração sujeita à pena
de advertência e de violação das demais proibições
constantes do Art. 154.

Art. 162 - As penalidades de advertência e de


suspensão terão seus registros cancelados, após o
decurso de três e cinco anos de efetivo exercício,
respectivamente, se o funcionário não houver, nesse
período, praticado nova infração disciplinar.

§ 1º - O cancelamento da penalidade não surtirá


efeitos retroativos. (Parágrafo único transformado em
§ 1º pela Lei nº 4724/1995)

§ 2º - Pelo princípio da equidade, os benefícios


previstos neste artigo ficam estendidos às penalidades
de advertência e de suspensão aplicadas antes da
vigência da Lei nº 3.800, de 02 de dezembro de 1 991.
(Redação acrescida pela Lei nº 4724/1995)

Art. 163 - A pena de demissão será aplicada nos


casos de:

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LEI MUNICIPAL Nº 8.627/ 2008 com fiscalização do Ministério Público e da Vara da
Infância e da Juventude de Sorocaba.
Dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente no município de sorocaba e dá outras § 1º Todos os recursos físicos necessários à
providências manutenção e atualização do sistema de atendimento
através da FAI são de responsabilidade do CMDCA -
CAPÍTULO I Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Adolescente, com suporte pela Prefeitura Municipal de
Sorocaba.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à § 2º Para acesso às informações sigilosas do sistema,
criança e ao adolescente no Município de Sorocaba, à vista das garantias individuais preconizadas no
visando à garantia de seus direitos fundamentais. Estatuto da Criança e do Adolescente, será
indispensável autorização expressa do Ministério
Art. 2º Considera-se criança, para efeitos desta Lei Público, pela Promotoria de Justiça da Infância e da
Municipal, a pessoa até doze anos de idade Juventude ou do Poder Judiciário, pela Vara da
incompletos e adolescente, aquela entre doze e Infância e da Juventude de Sorocaba, em documento
dezoito anos de idade. escrito.

Parágrafo Único - Observado o disposto na Art. 6º A Prefeitura Municipal deverá fomentar a


Constituição Federal, no Código Civil e no Estatuto da implantação da FAI - Ficha de Acolhimento Individual
Criança e do Adolescente, os direitos e garantias junto às suas secretarias, especialmente nas áreas de
previstos nesta Lei Municipal podem se estender aos Educação e Saúde, permitindo que todas as situações
jovens até vinte e cinco anos de idade. de risco envolvendo crianças e adolescentes
detectadas nesses pontos sejam cadastradas no
Art. 3º As atividades de proteção à criança e ao sistema.
adolescente de Sorocaba serão vinculadas,
administrativamente, à Secretaria de Desenvolvimento Parágrafo Único - Mediante autorização expressa do
Social, observando-se as diretrizes para priorização Ministério Público ou do Poder Judiciário, entidades
de políticas públicas estabelecidas pelo CMDCA - não governamentais e outros órgãos do governo
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do estadual ou federal poderão se integrar ao sistema da
Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 10769/2014) FAI - Ficha de Acolhimento Individual.

Art. 7º No último mês de cada ano o CMDCA -


CAPÍTULO II Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
DO ACOLHIMENTO INTEGRAL Adolescente elaborará estatísticas relativas aos casos
cadastrados na FAI - Ficha de Acolhimento Individual,
cujos dados deverão servir de base para a priorização
Art. 4º O acolhimento integral à criança e ao de políticas públicas.
adolescente deverá ocorrer mediante o trabalho
integrado entre a Prefeitura Municipal, Câmara § 1º Deverão ser cientificados, obrigatoriamente,
Municipal, CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos dessas estatísticas a Secretaria de Desenvolvimento
da Criança e do Adolescente e entidades Social, Secretaria de Governo e Segurança
regularmente cadastradas no mesmo, Conselho Comunitária, a Câmara Municipal, o Ministério Público,
Tutelar de Sorocaba, CAPS-AD - Centro de Atenção a Vara da Infância e da Juventude e a DIJU -
Psico-social para Adolescentes de Sorocaba, NAIS - Delegacia de Polícia da Infância e da Juventude.
Núcleo de Acolhimento Integrado de Sorocaba, (Redação dada pela Lei nº 10769/2014)
Fundação Casa, DIJU - Delegacia da Infância e da
Juventude de Sorocaba, Ministério Público através da § 2º As referidas estatísticas poderão ser
Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude de disponibilizadas para pesquisas e trabalhos
Sorocaba e Vara da Infância e da Juventude de universitários, mediante autorização da Vara da
Sorocaba. Infância e da Juventude de Sorocaba.

Art. 5º O âmbito da comarca de Sorocaba, os


atendimentos individuais de crianças e adolescentes CAPÍTULO III
em situação de risco, nos termos do art. 98 do DO NAIS - NÚCLEO DE ACOLHIMENTO
Estatuto da Criança e do Adolescente, serão INTEGRADO DE SOROCABA
cadastrados em uma Ficha de Acolhimento Individual -
FAI, preservado o sigilo absoluto das informações,

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Art. 8º A Prefeitura Municipal se responsabiliza pelo X - encaminhamento do adolescente para a rede
funcionamento do NAIS - Núcleo de Acolhimento pública de ensino, requisitando, por ofício, seus
Integrado de Sorocaba, vinculado Secretaria de últimos boletins escolares;
Desenvolvimento Social, nos moldes do art. 88, inciso
V, do Estatuto da Criança e do Adolescente. XI - inclusão do adolescente e sua família em
(Nomenclatura alterada pelas Leis nº 8742/2009, nº programas internos e externos de geração de renda,
8855/2009 e nº 10769/2014) de profissionalização, de esporte e lazer, culturais e
outros que evitem a marginalização indicada pela
Art. 9º Enquanto não for possível a integração prática, em tese, de ato infracional;
operacional de órgão do Poder Judiciário, do
Ministério Público, da Segurança Pública e Assistência XII - acompanhamento do adolescente para
Social, em um mesmo local, deverão ser promovidas regularização de sua documentação, requisitando-se
medidas imediatas de acolhimento social do dos órgãos públicos, por ofício, documentos
adolescente autor de ato infracional e sua família, pertinentes.
junto ao NAIS - Núcleo de Acolhimento Integrado de
Sorocaba, onde estes poderão receber: Art. 10 Todos os atendimentos e encaminhamentos
concretos realizados no NAIS - Núcleo de Acolhimento
I - orientação jurídica acerca da responsabilidade Integrado de Sorocaba deverão ser cadastrados na
decorrente da prática de ato infracional; FAI - Ficha de Acolhimento Individual, nos termos
desta Lei.
II - orientação psicológica, com investigação das
razões que levaram o adolescente à prática, em tese, Art. 11 Sempre que se fizer necessário, os técnicos do
de ato infracional; NAIS - Núcleo de Acolhimento Integrado de Sorocaba
deverão acionar o Poder Judiciário, o Ministério
III - orientação social, quando se verificar que o Público, o Conselho Tutelar e a DIJU - Delegacia de
adolescente se encontra em situação de risco social, Polícia da Infância e da Juventude de Sorocaba.
ou de vulnerabilidade social, em decorrência da
situação social de sua família, ou de seus Art. 12 Serão elaborados relatórios trimestrais e
responsáveis; anuais dos atendimentos realizados e das atividades
desenvolvidas no NAIS - Núcleo de Acolhimento
IV - orientação pedagógica, quando se verificar Integrado de Sorocaba, sem indicação de nomes e
deficiência do adolescente em sua escolarização, individualização de casos, para controle da Secretaria
encaminhando-o, por ofício, para imediata matrícula de Desenvolvimento Social. (Nomenclatura alterada
escolar, quando assim se fizer pertinente; pelas Leis nº 8742/2009, nº 8855/2009 e nº
10769/2014)
V - acompanhamento do adolescente e sua família,
junto a rede social de proteção, se assim se fizer Parágrafo Único - Os relatórios mencionados no caput
pertinente; deverão ser encaminhados, por ofício, para a
Delegacia de Polícia da Infância e da Juventude de
VI - acompanhamento do adolescente autor de ato Sorocaba, para o Ministério Público e para a Vara da
infracional não considerado grave, junto ao Distrito Infância e da Juventude de Sorocaba.
Policial e mesmo nos Plantões Policiais, quando da
lavratura de boletim de ocorrência; Art. 13 Independente do encaminhamento
determinado pelo art. 174 do Estatuto da Criança e do
VII - acompanhamento do adolescente junto ao IML - Adolescente, a Autoridade Policial, o Ministério
Instituto Médico Legal e ao IC - Instituto de Público, a Guarda Civil Municipal, a Polícia Militar e
Criminalística; a Polícia Federal, poderão recomendar ao
adolescente autor de ato infracional, não considerado
VIII - acompanhamento do adolescente junto ao Poder grave, e à sua família, comparecimento à sede do
Judiciário, ao Ministério Público, à Fundação Casa e NAIS - Núcleo de Acolhimento Integrado de Sorocaba,
às entidades responsáveis pelas medidas sócio- para o acolhimento previsto nesta Lei.
educativas de Semiliberdade, Liberdade Assistida e
Prestação de Serviços à Comunidade;

IX - encaminhamento do adolescente e sua família


para a rede pública de saúde, se assim se fizer
pertinente;

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL TÍTULO III
TÍTULO II
Da Organização do Estado
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I Art. 30. Compete aos Municípios:

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E I - legislar sobre assuntos de interesse local;


COLETIVOS
II - suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber; (Vide ADPF 672)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e III - instituir e arrecadar os tributos de sua
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade competência, bem como aplicar suas rendas, sem
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
e à propriedade, nos termos seguintes: publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

I - homens e mulheres são iguais em direitos e IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
obrigações, nos termos desta Constituição; legislação estadual;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, os serviços públicos de
III - ninguém será submetido a tortura nem a interesse local, incluído o de transporte coletivo, que
tratamento desumano ou degradante; tem caráter essencial;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da


vedado o anonimato; União e do Estado, programas de educação infantil e
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional de ensino fundamental; (Redação dada pela
ao agravo, além da indenização por dano material, Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
moral ou à imagem;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de União e do Estado, serviços de atendimento à saúde
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos da população;
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias; VIII - promover, no que couber, adequado
ordenamento territorial, mediante planejamento e
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
assistência religiosa nas entidades civis e militares de solo urbano;
internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de IX - promover a proteção do patrimônio histórico-
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, cultural local, observada a legislação e a ação
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal fiscalizadora federal e estadual.
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
CAPÍTULO III
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, DA SEGURANÇA PÚBLICA
independentemente de censura ou licença;
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a e responsabilidade de todos, é exercida para a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito preservação da ordem pública e da incolumidade das
a indenização pelo dano material ou moral decorrente pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
de sua violação; órgãos:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém I - polícia federal;


nela podendo penetrar sem consentimento do II - polícia rodoviária federal;
morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, III - polícia ferroviária federal;
por determinação judicial;
IV - polícias civis;

11
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 8º Os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens,
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão § 9º A remuneração dos servidores policiais
permanente, organizado e mantido pela União e integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será
estruturado em carreira, destina-se a:" fixada na forma do § 4º do art. 39.
I - apurar infrações penais contra a ordem política e § 10. A segurança viária, exercida para a preservação
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
da União ou de suas entidades autárquicas e seu patrimônio nas vias públicas:
empresas públicas, assim como outras infrações cuja
prática tenha repercussão interestadual ou I - compreende a educação, engenharia e fiscalização
internacional e exija repressão uniforme, segundo se de trânsito, além de outras atividades previstas em lei,
dispuser em lei; que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade
urbana eficiente; e
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de entidades executivos e seus agentes de trânsito,
competência; estruturados em Carreira, na forma da lei.

III - exercer as funções de polícia marítima,


aeroportuária e de fronteiras;

IV - exercer, com exclusividade, as funções de


polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das rodovias federais.

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das ferrovias federais.

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de


polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária
e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a


preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em
lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão


administrador do sistema penal da unidade federativa
a que pertencem, cabe a segurança dos
estabelecimentos penais.

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros


militares, forças auxiliares e reserva do Exército
subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as
polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento


dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

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infracionais que atentem contra os bens, serviços e
instalações municipais;
ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS
III - atuar, preventiva e permanentemente, no território
MUNICIPAIS do Município, para a proteção sistêmica da população
que utiliza os bens, serviços e instalações municipais;

IV - colaborar, de forma integrada com os órgãos de


CAPÍTULO I segurança pública, em ações conjuntas que
contribuam com a paz social;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
V - colaborar com a pacificação de conflitos que seus
integrantes presenciarem, atentando para o respeito
Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as guardas aos direitos fundamentais das pessoas;
municipais, disciplinando o § 8º do art. 144 da
VI - exercer as competências de trânsito que lhes
Constituição Federal.
forem conferidas, nas vias e logradouros municipais,
Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de nos termos da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
caráter civil, uniformizadas e armadas conforme 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de forma
previsto em lei, a função de proteção municipal concorrente, mediante convênio celebrado com órgão
preventiva, ressalvadas as competências da União, de trânsito estadual ou municipal;
dos Estados e do Distrito Federal.
VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico,
CAPÍTULO II cultural, arquitetônico e ambiental do Município,
inclusive adotando medidas educativas e preventivas;
DOS PRINCÍPIOS
VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil
Art. 3º São princípios mínimos de atuação das em suas atividades;
guardas municipais:
IX - interagir com a sociedade civil para discussão de
I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do soluções de problemas e projetos locais voltados à
exercício da cidadania e das liberdades públicas; melhoria das condições de segurança das
comunidades;
II - preservação da vida, redução do sofrimento e
diminuição das perdas; X - estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e
III - patrulhamento preventivo; da União, ou de Municípios vizinhos, por meio da
celebração de convênios ou consórcios, com vistas ao
IV - compromisso com a evolução social da desenvolvimento de ações preventivas integradas;
comunidade; e
XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas
V - uso progressivo da força. sociais, visando à adoção de ações interdisciplinares
de segurança no Município;
CAPÍTULO III
XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de
DAS COMPETÉNCIAS polícia administrativa, visando a contribuir para a
Art. 4º É competência geral das guardas municipais a normatização e a fiscalização das posturas e
proteção de bens, serviços, logradouros públicos ordenamento urbano municipal;
municipais e instalações do Município. XIII - garantir o atendimento de ocorrências
Parágrafo único. Os bens mencionados no caput emergenciais, ou prestá-lo direta e imediatamente
abrangem os de uso comum, os de uso especial e os quando deparar-se com elas;
dominiais. XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de
Art. 5º São competências específicas das guardas flagrante delito, o autor da infração, preservando o
municipais, respeitadas as competências dos órgãos local do crime, quando possível e sempre que
federais e estaduais: necessário;

I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos XV - contribuir no estudo de impacto na segurança
do Município; local, conforme plano diretor municipal, por ocasião da
construção de empreendimentos de grande porte;
II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem
como coibir, infrações penais ou administrativas e atos XVI - desenvolver ações de prevenção primária à
violência, isoladamente ou em conjunto com os

13
demais órgãos da própria municipalidade, de outros Art. 9º A guarda municipal é formada por servidores
Municípios ou das esferas estadual e federal; públicos integrantes de carreira única e plano de
cargos e salários, conforme disposto em lei municipal.
XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na
proteção de autoridades e dignatários; e CAPÍTULO V

XVIII - atuar mediante ações preventivas na DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA


segurança escolar, zelando pelo entorno e
participando de ações educativas com o corpo Art. 10. São requisitos básicos para investidura em
discente e docente das unidades de ensino municipal, cargo público na guarda municipal:
de forma a colaborar com a implantação da cultura de I - nacionalidade brasileira;
paz na comunidade local.
II - gozo dos direitos políticos;
Parágrafo único. No exercício de suas competências,
a guarda municipal poderá colaborar ou atuar III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;
conjuntamente com órgãos de segurança pública da
IV - nível médio completo de escolaridade;
União, dos Estados e do Distrito Federal ou de
congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóteses V - idade mínima de 18 (dezoito) anos;
previstas nos incisos XIII e XIV deste artigo, diante do
comparecimento de órgão descrito nos incisos do VI - aptidão física, mental e psicológica; e
caput do art. 144 da Constituição Federal , deverá a
VII - idoneidade moral comprovada por investigação
guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade
social e certidões expedidas perante o Poder
do atendimento.
Judiciário estadual, federal e distrital.
CAPÍTULO IV
Parágrafo único. Outros requisitos poderão ser
DA CRIAÇÃO estabelecidos em lei municipal.

Art. 6º O Município pode criar, por lei, sua guarda CAPÍTULO VI


municipal.
DA CAPACITAÇÃO
Parágrafo único. A guarda municipal é subordinada ao
Art. 11. O exercício das atribuições dos cargos da
chefe do Poder Executivo municipal.
guarda municipal requer capacitação específica, com
Art. 7º As guardas municipais não poderão ter efetivo matriz curricular compatível com suas atividades.
superior a:
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput ,
I - 0,4% (quatro décimos por cento) da população, em poderá ser adaptada a matriz curricular nacional para
Municípios com até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; formação em segurança pública, elaborada pela
Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp)
II - 0,3% (três décimos por cento) da população, em do Ministério da Justiça.
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, desde Art. 12. É facultada ao Município a criação de órgão
que o efetivo não seja inferior ao disposto no inciso I; de formação, treinamento e aperfeiçoamento dos
integrantes da guarda municipal, tendo como
III - 0,2% (dois décimos por cento) da população, em princípios norteadores os mencionados no art. 3º .
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil)
habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao § 1º Os Municípios poderão firmar convênios ou
disposto no inciso II. consorciar-se, visando ao atendimento do disposto no
caput deste artigo.
Parágrafo único. Se houver redução da população
referida em censo ou estimativa oficial da Fundação § 2º O Estado poderá, mediante convênio com os
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é Municípios interessados, manter órgão de formação e
garantida a preservação do efetivo existente, o qual aperfeiçoamento centralizado, em cujo conselho
deverá ser ajustado à variação populacional, nos gestor seja assegurada a participação dos Municípios
termos de lei municipal. conveniados.

Art. 8º Municípios limítrofes podem, mediante § 3º O órgão referido no § 2º não pode ser o mesmo
consórcio público, utilizar, reciprocamente, os serviços destinado a formação, treinamento ou
da guarda municipal de maneira compartilhada. aperfeiçoamento de forças militares.

CAPÍTULO VII

DO CONTROLE

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Art. 13. O funcionamento das guardas municipais será § 3º Deverá ser garantida a progressão funcional da
acompanhado por órgãos próprios, permanentes, carreira em todos os níveis.
autônomos e com atribuições de fiscalização,
investigação e auditoria, mediante: Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado o porte
de arma de fogo, conforme previsto em lei.
I - controle interno, exercido por corregedoria,
naquelas com efetivo superior a 50 (cinquenta) Parágrafo único. Suspende-se o direito ao porte de
servidores da guarda e em todas as que utilizam arma de fogo em razão de restrição médica, decisão
arma de fogo, para apurar as infrações disciplinares judicial ou justificativa da adoção da medida pelo
atribuídas aos integrantes de seu quadro; e respectivo dirigente.

II - controle externo, exercido por ouvidoria, Art. 17. A Agência Nacional de Telecomunicações
independente em relação à direção da respectiva (Anatel) destinará linha telefônica de número 153 e
guarda, qualquer que seja o número de servidores da faixa exclusiva de frequência de rádio aos Municípios
guarda municipal, para receber, examinar e que possuam guarda municipal.
encaminhar reclamações, sugestões, elogios e Art. 18. É assegurado ao guarda municipal o
denúncias acerca da conduta de seus dirigentes e recolhimento à cela, isoladamente dos demais presos,
integrantes e das atividades do órgão, propor quando sujeito à prisão antes de condenação
soluções, oferecer recomendações e informar os definitiva.
resultados aos interessados, garantindo-lhes
orientação, informação e resposta. CAPÍTULO IX

§ 1º O Poder Executivo municipal poderá criar órgão DAS VEDAÇÕES


colegiado para exercer o controle social das atividades
Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda municipal
de segurança do Município, analisar a alocação e
não pode utilizar denominação idêntica à das forças
aplicação dos recursos públicos e monitorar os
militares, quanto aos postos e graduações, títulos,
objetivos e metas da política municipal de segurança
uniformes, distintivos e condecorações.
e, posteriormente, a adequação e eventual
necessidade de adaptação das medidas adotadas CAPÍTULO X
face aos resultados obtidos.
DA REPRESENTATIVIDADE
§ 2º Os corregedores e ouvidores terão mandato cuja
perda será decidida pela maioria absoluta da Art. 20. É reconhecida a representatividade das
Câmara Municipal, fundada em razão relevante e guardas municipais no Conselho Nacional de
específica prevista em lei municipal. Segurança Pública, no Conselho Nacional das
Guardas Municipais e, no interesse dos Municípios, no
Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I do caput do Conselho Nacional de Secretários e Gestores
art. 13, a guarda municipal terá código de conduta Municipais de Segurança Pública.
próprio, conforme dispuser lei municipal.
CAPÍTULO XI
Parágrafo único. As guardas municipais não podem
ficar sujeitas a regulamentos disciplinares de natureza DISPOSIÇÕES DIVERSAS E TRANSITÓRIAS
militar.
Art. 21. As guardas municipais utilizarão uniforme e
CAPÍTULO VIII equipamentos padronizados, preferencialmente, na
cor azul-marinho.
DAS PRERROGATIVAS
Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as guardas
Art. 15. Os cargos em comissão das guardas municipais existentes na data de sua publicação, a
municipais deverão ser providos por membros efetivos cujas disposições devem adaptar-se no prazo de 2
do quadro de carreira do órgão ou entidade. (dois) anos.
§ 1º Nos primeiros 4 (quatro) anos de funcionamento, Parágrafo único. É assegurada a utilização de outras
a guarda municipal poderá ser dirigida por profissional denominações consagradas pelo uso, como guarda
estranho a seus quadros, preferencialmente com civil, guarda civil municipal, guarda metropolitana e
experiência ou formação na área de segurança ou guarda civil metropolitana.
defesa social, atendido o disposto no caput .
Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua
§ 2º Para ocupação dos cargos em todos os níveis da publicação.
carreira da guarda municipal, deverá ser observado o
percentual mínimo para o sexo feminino, definido em Brasília, 8 de agosto de 2014; 193º da Independência
lei municipal. e 126º da República.

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16
ESTATUTO DO DESARMAMENTO XI – informar às Secretarias de Segurança Pública
dos Estados e do Distrito Federal os registros e
CAPÍTULO I
autorizações de porte de armas de fogo nos
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
respectivos territórios, bem como manter o cadastro
atualizado para consulta.
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da
Parágrafo único. As disposições deste artigo não
Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território
alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
nacional.
Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.
Art. 2o Ao Sinarm compete:

CAPÍTULO II
I – identificar as características e a propriedade
de armas de fogo, mediante cadastro;
DO REGISTRO
II – cadastrar as armas de fogo produzidas,
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo
importadas e vendidas no País;
no órgão competente.
III – cadastrar as autorizações de porte de arma
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito
de fogo e as renovações expedidas pela Polícia
serão registradas no Comando do Exército, na forma
Federal;
do regulamento desta Lei.
IV – cadastrar as transferências de propriedade,
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso
extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis
permitido o interessado deverá, além de declarar a
de alterar os dados cadastrais, inclusive as
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
decorrentes de fechamento de empresas de
segurança privada e de transporte de valores;
I - comprovação de idoneidade, com a
apresentação de certidões negativas de antecedentes
V – identificar as modificações que alterem as
criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual,
características ou o funcionamento de arma de fogo;
Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação
existentes;
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo,
II – apresentação de documento comprobatório
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e
de ocupação lícita e de residência certa;
judiciais;

III – comprovação de capacidade técnica e de


VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País,
aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo,
bem como conceder licença para exercer a atividade;
atestadas na forma disposta no regulamento desta
Lei.
IX – cadastrar mediante registro os produtores,
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de
autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
arma de fogo após atendidos os requisitos
anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
e para a arma indicada, sendo intransferível esta
características das impressões de raiamento e de
autorização.
microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser
fabricante;
feita no calibre correspondente à arma registrada e na

17
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. § 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Vide III do art. 4o deverão ser comprovados
ADI 6466) (Vide ADI 6139) periodicamente, em período não inferior a 3 (três)
anos, na conformidade do estabelecido no
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo regulamento desta Lei, para a renovação do
em território nacional é obrigada a comunicar a venda Certificado de Registro de Arma de Fogo.
à autoridade competente, como também a manter
banco de dados com todas as características da arma § 3o O proprietário de arma de fogo com
e cópia dos documentos previstos neste artigo. certificados de registro de propriedade expedido por
órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, publicação desta Lei que não optar pela entrega
acessórios e munições responde legalmente por essas espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá
mercadorias, ficando registradas como de sua renová-lo mediante o pertinente registro federal, até
propriedade enquanto não forem vendidas. o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação
de documento de identificação pessoal e
§ 5o A comercialização de armas de fogo, comprovante de residência fixa, ficando dispensado
acessórios e munições entre pessoas físicas somente do pagamento de taxas e do cumprimento das demais
será efetivada mediante autorização do Sinarm. exigências constantes dos incisos I a III do caput do
art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
§ 1o será concedida, ou recusada com a devida
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a § 4o Para fins do cumprimento do disposto no §
contar da data do requerimento do interessado. 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo
poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o certificado de registro provisório, expedido na rede
prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos mundial de computadores - internet, na forma do
I, II e III deste artigo. regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir:
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes
do inciso III do caput deste artigo, na forma do I - emissão de certificado de registro provisório
regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo pela internet, com validade inicial de 90 (noventa)
de uso permitido que comprove estar autorizado a dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
portar arma com as mesmas características daquela a
ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de II - revalidação pela unidade do Departamento de
2008) Polícia Federal do certificado de registro provisório
pelo prazo que estimar como necessário para a
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de emissão definitiva do certificado de registro de
Fogo, com validade em todo o território nacional, propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo 2008)
exclusivamente no interior de sua residência ou
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o disposto no caput deste artigo, considera-se
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. residência ou domicílio toda a extensão do respectivo
(Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004) imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de
2019)
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo CAPÍTULO III
será expedido pela Polícia Federal e será precedido de DO PORTE
autorização do Sinarm.
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em
todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:

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I – os integrantes das Forças Armadas; § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos propriedade particular ou fornecida pela respectiva
I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição corporação ou instituição, mesmo fora de serviço,
Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública desde que estejam:
(FNSP);
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
III – os integrantes das guardas municipais das
capitais dos Estados e dos Municípios com mais de II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições regulamento; e
estabelecidas no regulamento desta Lei;
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
IV - os integrantes das guardas municipais dos controle interno.
Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, § 2o A autorização para o porte de arma de fogo
aos integrantes das instituições descritas nos incisos
quando em serviço; (Vide ADIN 5538) (Vide
V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada
ADIN 5948) (Vide ADC 38)
à comprovação do requisito a que se refere o inciso III
V – os agentes operacionais da Agência do caput do art. 4o desta Lei nas condições
Brasileira de Inteligência e os agentes do estabelecidas no regulamento desta Lei.
Departamento de Segurança do Gabinete de
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo
Segurança Institucional da Presidência da República;
das guardas municipais está condicionada à formação
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição ensino de atividade policial, à existência de
Federal; mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas
condições estabelecidas no regulamento desta Lei,
VII – os integrantes do quadro efetivo dos observada a supervisão do Ministério da Justiça.
agentes e guardas prisionais, os integrantes das
escoltas de presos e as guardas portuárias; § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das
polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
VIII – as empresas de segurança privada e de bem como os militares dos Estados e do Distrito
transporte de valores constituídas, nos termos desta Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
Lei; ficam dispensados do cumprimento do disposto nos
incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
IX – para os integrantes das entidades de
regulamento desta Lei.
desporto legalmente constituídas, cujas atividades
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na § 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de
forma do regulamento desta Lei, observando-se, no 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do
que couber, a legislação ambiental. emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da
Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do
caçador para subsistência, de uma arma de uso
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
Tributário;
canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. (dezesseis), desde que o interessado comprove a
92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão
da União e dos Estados, para uso exclusivo de ser anexados os seguintes documentos:
servidores de seus quadros pessoais que
I - documento de identificação pessoal;
efetivamente estejam no exercício de funções de
segurança, na forma de regulamento a ser emitido II - comprovante de residência em área rural; e
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. III - atestado de bons antecedentes.

§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V § 6o O caçador para subsistência que der outro
e VI do caput deste artigo terão direito de portar arma uso à sua arma de fogo, independentemente de outras
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com permitido;
validade em âmbito nacional para aquelas constantes
dos incisos I, II, V e VI.

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§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos desta Lei, bem como à formação funcional em
Municípios que integram regiões metropolitanas será estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. existência de mecanismos de fiscalização e de
controle interno, nas condições estabelecidas no
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos regulamento desta Lei.
empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, § 4o A listagem dos servidores das instituições de
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das que trata este artigo deverá ser atualizada
respectivas empresas, somente podendo ser semestralmente no Sinarm.
utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem § 5o As instituições de que trata este artigo são
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar
certificado de registro e a autorização de porte à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa. outras formas de extravio de armas de fogo,
acessórios e munições que estejam sob sua guarda,
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
empresa de segurança privada e de transporte de ocorrido o fato.
valores responderá pelo crime previsto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades
sanções administrativas e civis, se deixar de registrar desportivas legalmente constituídas devem obedecer
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal às condições de uso e de armazenagem
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o
armas de fogo, acessórios e munições que estejam possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua
sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) guarda na forma do regulamento desta Lei.
horas depois de ocorrido o fato. Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de autorização do porte de arma para os responsáveis
valores deverá apresentar documentação pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
comprobatória do preenchimento dos requisitos sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos
constantes do art. 4o desta Lei quanto aos termos do regulamento desta Lei, o registro e a
empregados que portarão arma de fogo. concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de
§ 3o A listagem dos empregados das empresas representantes estrangeiros em competição
referidas neste artigo deverá ser atualizada internacional oficial de tiro realizada no território
semestralmente junto ao Sinarm. nacional.

Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos Art. 10. A autorização para o porte de arma de
servidores das instituições descritas no inciso XI do fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é
art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e de competência da Polícia Federal e somente será
guarda das respectivas instituições, somente podendo concedida após autorização do Sinarm.
ser utilizadas quando em serviço, devendo estas
observar as condições de uso e de armazenagem § 1o A autorização prevista neste artigo poderá
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o ser concedida com eficácia temporária e territorial
certificado de registro e a autorização de porte limitada, nos termos de atos regulamentares, e
expedidos pela Polícia Federal em nome da dependerá de o requerente:
instituição. I – demonstrar a sua efetiva necessidade por
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de exercício de atividade profissional de risco ou de
que trata este artigo independe do pagamento de taxa. ameaça à sua integridade física;

§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério II – atender às exigências previstas no art. 4o


Público designará os servidores de seus quadros desta Lei;
pessoais no exercício de funções de segurança que III – apresentar documentação de propriedade de
poderão portar arma de fogo, respeitado o limite arma de fogo, bem como o seu devido registro no
máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de órgão competente.
servidores que exerçam funções de segurança.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo,
§ 3o O porte de arma pelos servidores das prevista neste artigo, perderá automaticamente sua
instituições de que trata este artigo fica condicionado à eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado
apresentação de documentação comprobatória do em estado de embriaguez ou sob efeito de
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o substâncias químicas ou alucinógenas.

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Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação quatro) horas depois de ocorrido o fato.
de serviços relativos:
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
I – ao registro de arma de fogo;
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber,
II – à renovação de registro de arma de fogo; ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
III – à expedição de segunda via de registro de sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
arma de fogo; munição, de uso permitido, sem autorização e em
IV – à expedição de porte federal de arma de desacordo com determinação legal ou regulamentar:
fogo; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
V – à renovação de porte de arma de fogo; multa.

VI – à expedição de segunda via de porte federal Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
de arma de fogo. inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente.
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao
custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da Disparo de arma de fogo
Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar
de suas respectivas responsabilidades. munição em lugar habitado ou em suas adjacências,
§ 2o São isentas do pagamento das taxas em via pública ou em direção a ela, desde que essa
previstas neste artigo as pessoas e as instituições a conduta não tenha como finalidade a prática de outro
que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. crime:
6o desta Lei. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
CAPÍTULO IV multa.

DOS CRIMES E DAS PENAS Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
inafiançável.
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma restrito
de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
no interior de sua residência ou dependência desta, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
empresa: munição de uso restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
multa. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
multa.
Omissão de cautela
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 13. Deixar de observar as cautelas
necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) I – suprimir ou alterar marca, numeração ou
anos ou pessoa portadora de deficiência mental se qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou artefato;
que seja de sua propriedade: II – modificar as características de arma de fogo,
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso
multa. proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o ou juiz;
proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de III – possuir, detiver, fabricar ou empregar
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de em desacordo com determinação legal ou
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que regulamentar;

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IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a
fornecer arma de fogo com numeração, marca ou pena é aumentada da metade se a arma de fogo,
qualquer outro sinal de identificação raspado, acessório ou munição forem de uso proibido ou
suprimido ou adulterado; restrito.

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16,
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:
explosivo a criança ou adolescente; e
I - forem praticados por integrante dos órgãos e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou
autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,
munição ou explosivo. II - o agente for reincidente específico em crimes
dessa natureza.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste
artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18
pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. são insuscetíveis de liberdade provisória.

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,


conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, arma
de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e


multa

§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,


para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação
de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
clandestino, inclusive o exercido em residência.

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega


arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização
ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou


saída do território nacional, a qualquer título, de arma
de fogo, acessório ou munição, sem autorização da
autoridade competente:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis)


anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende


ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de
conduta criminal preexistente.

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CANAIS DE QUESTÕES

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