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Projeto de LEI Nº de 2022

DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A


ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DA LEI
ORÇAMENTÁRIA PARA O EXERCÍCIO DE 2023.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ

DECRETA

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Ficam estabelecidas as Diretrizes Orçamentárias do Estado para o exercício de 2023,


em cumprimento ao disposto no art. 203, § 2º, da Constituição Estadual e na Lei Complementar Federal
nº 101, de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, compreendendo:

I - as metas e prioridades da Administração Pública Estadual;


II - a estrutura e organização dos orçamentos;
III - as diretrizes gerais para a elaboração e execução dos orçamentos do Estado e suas
alterações;
IV - as disposições sobre alterações na legislação tributária do Estado;
V - as disposições relativas às Políticas de Recursos Humanos da Administração Pública
Estadual;
VI - as disposições relativas à dívida pública estadual;
VII - as disposições finais.

Parágrafo único. Integram a presente Lei os seguintes anexos:

I - Anexo de Metas e Prioridades;


II - Anexo de Metas Fiscais;
III - Anexo de Riscos Fiscais;
IV - Relação dos Quadros Orçamentários.

CAPÍTULO I

DAS METAS E DAS PRIORIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL

Art. 2° As metas e prioridades da Administração Pública Estadual para o exercício de 2023,


correspondem às constantes do anexo I desta Lei, observando as diretrizes e objetivos estratégicos,
estabelecidos na Lei Estadual nº 17.160, de 27 de dezembro de 2019, Lei do Plano Plurianual 2020-
2023, que estão sintetizados nos seguintes eixos:

I – Ceará Acolhedor: engloba ações voltadas para a inclusão social, direitos humanos e civis, com
reconhecimento assegurados à população cearense, respeitando a diversidade e priorizando os
segmentos vulneráveis e suas potencialidades, com direcionamento para a melhoria dos indicadores de

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redução da pobreza, e o acesso aos direitos socioassistenciais às famílias e indivíduos em situação de
vulnerabilidade e de riscos pessoais e sociais;

II – Ceará do Conhecimento: visa assegurar o direito constitucional ao acesso a Educação de


qualidade, em seus mais diversos níveis; a Cultura e a Arte, em suas mais variadas manifestações e
tradições; e a Ciência, Tecnologia e Inovação, imprescindíveis para responder às oportunidades e
desafios que se colocam no presente e no futuro do Estado;

III – Ceará de Oportunidades: favorece um ambiente propício à inovação, integração e


competitividade o que requer um crescimento econômico articulado ao desenvolvimento territorial e à
economia solidária, fomentando a geração de mais emprego e renda;

IV – Ceará Pacífico: engloba ações da segurança pública, mas não se resume a elas, estendendo-se a
iniciativas intersetoriais, com as ações preventivas da pacificação, a partir da atuação articulada,
integrada e compartilhada dos órgãos e entidades públicas estaduais, municipais e federais e da
sociedade civil;

V – Ceará Saudável: promove a saúde, o fortalecimento das ações comunitárias, a criação de


ambientes favoráveis, mudança de estilos de vida, agregando diferentes abordagens, além da articulação,
interação e integração de diversas políticas públicas (saúde, esporte, saneamento, educação, habitação e
ambiente saudável) buscam assegurar o acesso da população aos cuidados preventivos e ao
conhecimento, no referido contexto da promoção da saúde e bem-estar da população;

VI – Ceará Sustentável: inclui os programas relativos à matriz energética do Estado, Climatologia,


Resíduos Sólidos, Ceará Mais Verde, Ceará no Clima, Ceará consciente por natureza e de Oferta e
Gestão dos Recursos Hídricos;

V – Ceará da Gestão Democrática para Resultados: promove a organização planejada, democrática e


inclusiva das ações governamentais, que é determinante para a execução eficaz, eficiente e efetiva dos
recursos públicos, com atenção direcionada para as necessidades das comunidades e dos cidadãos.

§ 1º As obrigações constitucionais e legais do Estado, as despesas com a conservação do


patrimônio público e a manutenção e funcionamento dos órgãos e entidades que integram os
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social terão prevalência na alocação dos recursos da Lei
Orçamentária de 2023, em relação às prioridades e metas de que trata o caput deste artigo.

§ 2º As metas e prioridades deverão observar os mecanismos de participação direta e as


diretrizes discutidas com a sociedade civil organizada, nas 14 (quatorze) regiões do Estado do Ceará,
não se constituindo, todavia, em limite à programação da despesa.

§ 3º No Projeto e na Lei Orçamentária para 2023, os recursos destinados aos investimentos


deverão, preferencialmente, priorizar as conclusões dos projetos em andamento, a funcionalidade e a
efetividade da infraestrutura instalada e, em caso de investimentos voltados a novas unidades, observar
vazios assistenciais e o planejamento da oferta regional das ações governamentais.

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§ 4º O Anexo de Metas e Prioridades poderá ser revisado para contemplar entregas geradas
no tocante ao enfretamento de situações de emergência ou de calamidade pública devidamente
reconhecidas pela Assembleia Legislativa, bem como à minimização de seus efeitos.

§ 5º As metas físicas das entregas constantes do Anexo I desta LDO, atualizarão os seus
quantitativos físicos declarados no Plano Plurianual 2020-2023 para o exercício 2023.

§ 6º O Anexo I desta Lei poderá ser atualizado após sua publicação por ocasião da
Adequação do PPA 2020-2023, realizada em 2022 para o ano 2023, visando assegurar a integração dos
instrumentos de planejamento e atendendo ao disposto no art. 203, § 2.º, da Constituição do Estado do
Ceará e ao §4.º do art. 13 da Lei Estadual n.º 17.160, de 29 de dezembro de 2019, alterada pela Lei nº
17.219, de 03 de junho de 2020, e pela Lei nº 17.776, de 23 de novembro de 2021, devendo a Secretaria
do Planejamento e Gestão, após a publicação da referida Adequação, atualizar o Anexo I e republicá-lo
em seu sítio eletrônico, caso seja necessário.

Art. 3º A elaboração e aprovação da Lei Orçamentária de 2023 deverão estar compatíveis


com as metas fiscais previstas no Anexo II desta Lei.

§ 1º As metas fiscais poderão ser reajustadas na Lei Orçamentária e na Execução


Orçamentária, desde que ocorrências macroeconômicas, mudanças na legislação e outros fatores que
afetem as projeções das receitas, incluídos os critérios adotados para a estimativa de arrecadação e
despesas previstas no Anexo II desta Lei, justifiquem e comprovem a necessidade de alterações.

§ 2º A Lei Orçamentária conterá demonstrativo evidenciando as alterações realizadas.

§ 3º Caso as ocorrências macroeconômicas, mudanças na legislação, além de outros fatores


que afetem a projeção ou realização das receitas, nos termos do anexo II desta Lei, venham a alterar as
metas fiscais ora estabelecidas, deverá o Chefe do Poder Executivo encaminhar à Assembleia
Legislativa as alterações realizadas por meio da mensagem do Poder Executivo, justificando e
demonstrando o impacto das alterações.

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURA E DA ORGANIZAÇÃO DOS ORÇAMENTOS

Art. 4º Para efeito desta Lei entende-se por:

I - programa - o instrumento de organização da ação governamental visando ao alcance dos


resultados desejados;
II - iniciativa - o atributo do programa que declara a estratégia a ser implementada, as linhas
de atuação que gerarão entregas para o público-alvo;
III - atividade - um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais
resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo;
IV - projeto - um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre
para à expansão ou aperfeiçoamento da ação de governo;
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V - operação especial - as despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou
aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não é gerada contraprestação
direta sob a forma de bens ou serviços;
VI - unidade orçamentária - o menor nível da classificação institucional;
VII - órgão orçamentário - o maior nível da classificação institucional, cuja finalidade é
agrupar unidades orçamentárias;
VIII - concedente - o órgão ou a entidade da administração pública estadual direta ou
indireta responsável pela transferência de recursos financeiros para ente ou entidade pública, pessoa
jurídica de direito privado ou pessoa física, para a execução de ações por meio de convênios ou
quaisquer instrumentos congêneres;
IX - convenente - o parceiro selecionado para a execução de ações em parceria com órgãos e
entidades do Poder Executivo Estadual por meio de convênio ou instrumento congênere;
X - interveniente - o ente ou entidade pública que participa do convênio ou instrumento
congênere, para manifestar consentimento ou assumir obrigações em nome próprio, podendo assumir a
execução do objeto pactuado e realizar os atos e procedimentos necessários, inclusive a movimentação
de recursos;
XI - descentralização de créditos orçamentários - transferência do poder de gestão de crédito
orçamentário e financeiro entre unidades orçamentárias integrantes do orçamento fiscal e da seguridade
social, permitindo ao Órgão Executor do Crédito executar as despesas no próprio orçamento do Órgão
Titular do Crédito, observado o disposto no Decreto Estadual vigente;
XII - inadimplente - o convenente que não comprovar a boa e regular aplicação dos recursos
recebidos e não apresentar ou não tiver aprovada pela concedente a sua prestação de contas.

§ 1º Cada programa identificará as ações necessárias para atingir os seus objetivos, sob a
forma de atividades, projetos e operações especiais, especificando os respectivos valores para o
cumprimento das metas, bem como as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação.

§ 2º Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e a subfunção às quais


se vinculam em conformidade com a Portaria n.º 42, de 14 de abril de 1999, do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e de suas alterações posteriores.

§ 3º As categorias de programação de que trata esta Lei serão identificadas no Projeto de Lei
Orçamentária de 2023 e na respectiva Lei, bem como nos créditos adicionais, por programas e
respectivos projetos, atividades ou operações especiais.

Art. 5º A Lei Orçamentária para o exercício de 2023, compreendendo os Orçamentos Fiscal,


da Seguridade Social e de Investimento das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais
entidades em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto será elaborada consoante às diretrizes estabelecidas nesta Lei e no Plano Plurianual 2020 – 2023.

Art. 6º Os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social compreenderão a programação dos


Poderes do Estado, seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive especiais, e fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, bem como das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais
entidades em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto e que dela recebam recursos do Tesouro Estadual, devendo a correspondente execução
orçamentária e financeira, da receita e da despesa, ser registrada no Sistema de Contabilidade do Estado.

Art. 7º O Projeto de Lei Orçamentária e a respectiva Lei, para o ano de 2023, serão
constituídos, de:
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I - texto da Lei;
II - quadros da receita e da despesa, conforme dispõe o § 1º do art. 2º da Lei nº 4.320, de 17
de março de 1964;
III - demonstrativos orçamentários consolidados relacionados no anexo IV desta Lei;

IV – demonstrativo dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social e de Investimento das


Empresas em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto
por órgãos e entidades da Administração Pública;
V - relação de iniciativas e ações orçamentárias.

§ 1º Acompanharão os orçamentos a que se refere o inciso IV do caput deste artigo:

I - demonstrativo do orçamento por unidades orçamentárias, funções, subfunções,


programas, projetos/atividades/operações especiais;
II - demonstrativo segundo a natureza da Receita por entidade da Administração Indireta;
III - demonstrativo consolidado da Receita e da Despesa, por Categoria Econômica, por
entidade da Administração Indireta;
IV - demonstrativo próprio dos Fundos Especiais e seus Planos de Aplicação.

§ 2º O demonstrativo de renúncia de receita, constante no anexo IV, deverá apresentar o


efeito regionalizado sobre as receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, nos termos instituídos no § 6º do art. 165 da
Constituição Federal, assim como os critérios estabelecidos no art. 14, inciso I, da Lei Federal n.º 101,
de 4 de maio de 2000.

Art. 8º Na proposta e na Lei Orçamentária Anual, a receita será detalhada por sua natureza,
de acordo com a Portaria Interministerial nº 163/2001, da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério
da Fazenda e da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
observadas suas alterações posteriores e demais normas complementares pertinentes.

Parágrafo único. As receitas serão escrituradas de forma que se identifique a arrecadação


segundo a natureza da receita e as fontes de recursos.

Art. 9º A elaboração e a execução da Lei Orçamentária Anual e de seus créditos adicionais,


quando couber, deverão especificar, por órgão e entidade dos Poderes, os seguintes elementos:

I - esfera orçamentária;
II - classificação institucional;
III - classificação funcional;
IV - classificação econômica da despesa – Categoria Econômica, Grupo e Natureza da
Despesa e Elemento de Despesa;
V - modalidade de aplicação;
VI - programas e ações (projeto, atividade ou operação especial);
VII - regionalização;
VIII - fontes de recursos e identificador de uso;
IX - identificador de resultado primário;
X - balancete orçamentário e financeiro.

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§ 1º A esfera orçamentária tem por finalidade identificar cada tipo de orçamento, conforme
o art. 203 da Constituição Estadual, constando na Lei Orçamentária pelas seguintes legendas:

I - FIS - Orçamento Fiscal;


II - SEG - Orçamento da Seguridade Social;
III - INV - Orçamento de Investimento.

§ 2º A classificação institucional é representada pelos órgãos orçamentários no seu maior


nível, agrupando as unidades orçamentárias que são o menor nível da classificação institucional.

§ 3º A classificação funcional e estrutura programática, de que trata a Lei Federal nº 4.320,


de 17 de março de 1964, será discriminada de acordo com a Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do
então Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

§ 4º A classificação da despesa, segundo sua natureza, observará o esquema constante da


Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento,
Orçamento e Gestão, com suas alterações posteriores, sendo consolidada na Lei Orçamentária Anual por
categoria econômica, grupo de despesa e modalidade de aplicação.

§ 5º As categorias econômicas são as Despesas Correntes e as Despesas de Capital,


identificadas respectivamente pelos códigos 3 e 4.

§ 6º Os grupos de despesas constituem agrupamento de elementos com características


assemelhadas quanto à natureza do gasto, sendo identificados pelos seguintes títulos e códigos:

I - Pessoal e Encargos Sociais –1;


II - Juros e Encargos da Dívida – 2;
III - Outras Despesas Correntes – 3;
IV - Investimentos – 4;
V - Inversões Financeiras – 5;
VI - Amortização da Dívida – 6.

§ 7º A Modalidade de Aplicação (MA) indica se os recursos serão aplicados:

I - diretamente, pela unidade detentora do crédito orçamentário ou, mediante


descentralização de crédito orçamentário, por outro órgão ou entidade integrante do Orçamento Fiscal
ou da Seguridade Social;
II - indiretamente, mediante transferência financeira, por outras esferas de governo, seus
órgãos, fundos ou entidades ou por entidades privadas sem fins lucrativos;
III - indiretamente, mediante delegação, por outros entes da Federação ou consórcios
públicos para a aplicação de recursos em ações de responsabilidade exclusiva do Estado que impliquem
preservação ou acréscimo no valor de bens públicos estaduais.

§ 8º A especificação da modalidade de que trata o § 7º será identificada por código próprio,


com as seguintes características:

I - Transferências à União (MA 20);


II - Execução Orçamentária Delegada à União (MA 22);
III - Transferências a Municípios (MA 40);
IV - Transferências a Municípios - Fundo a Fundo (MA 41);
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V - Execução Orçamentária Delegada a Municípios (MA 42);
VI - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos (MA 50);
VII - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos (MA 60);
VIII - Execução de Contrato de Parceria Público-Privada - PPP (MA 67);
IX - Transferências a Instituições Multigovernamentais (MA 70);
X - Transferências a Consórcios Públicos mediante Contrato de Rateio (MA 71);
XI - Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos (MA 72);
XII - Transferências ao Exterior (MA 80);
XIII - Aplicações Diretas (MA 90);
XIV - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes
dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social (MA 91);
XV - Aplicação Direta decorrente de operação de órgãos, fundos e entidades integrantes dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público do qual o ente participe (MA 93);
XVI- Aplicação Direta decorrente de operação de órgãos, fundos e entidades integrantes dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público do qual o ente não participe (MA 94).

§ 9º O elemento econômico da despesa tem por finalidade identificar o objeto de gasto e


será discriminado no momento do empenho da despesa, com desdobramentos em itens.

§ 10. As fontes de recursos, de que trata este artigo, serão consolidadas, segundo o grupo de
recursos do Tesouro e Outras Fontes, conforme detalhado no Demonstrativo do Sumário Geral da
Receita por Fonte.

§ 11. O identificador de uso destina-se a indicar se os recursos compõem contrapartida de


empréstimo e outras aplicações, constando da Lei Orçamentária e de seus créditos adicionais pelos
seguintes dígitos ou outros que poderão ser acrescentados pela SEPLAG:

I - fontes de recursos do Tesouro não destinados à contrapartida – 0;


II - fontes de recursos de Outras Fontes não destinadas à contrapartida – 1;
III - contrapartida de empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES – 2;
IV - contrapartida de empréstimos da Caixa Econômica Federal – CEF – 3;
V - contrapartida de empréstimos do Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento – BIRD – 4;
VI - contrapartida de empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID – 5;
VII - contrapartida de outros empréstimos – 6;
VIII - contrapartida de convênios – 7.

§ 12. O identificador de Resultado Primário (RP), de caráter indicativo, tem como finalidade
auxiliar a apuração do resultado primário previsto no Anexo de Metas Fiscais do anexo II desta Lei,
devendo constar no Projeto de Lei Orçamentária de 2023 e na respectiva Lei em todos os grupos de
natureza de despesa, identificando se a despesa é:

I - financeira (RP 00);


II - primária obrigatória (RP 01);
III - do Orçamento de Investimento das empresas estatais que não impacta o resultado
primário (RP 04);
IV - primária discricionária decorrente de programações incluídas ou acrescidas por
emendas individuais (RP 05);
V - primária discricionária decorrente de programações incluídas ou acrescidas por emendas
coletivas (RP 06).
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VI – primária discricionária decorrente de programações incluídas ou acrescidas por
emendas do PCF – modalidade especial (RP 07);
VII – primária discricionária decorrente de programações incluídas ou acrescidas por
emendas do PCF – modalidade finalidade específica (RP 08).

§ 13. A consolidação do orçamento por região será feita em conformidade com as regiões de
planejamento criadas pela Lei Complementar Estadual nº 154, de 20 de outubro de 2015.

§ 14. As despesas não regionalizadas, por não serem passíveis de regionalização quando da
elaboração do orçamento anual, serão identificadas na Lei Orçamentária Anual e na execução
orçamentária pelo localizador de gasto que contenha a expressão “Estado do Ceará” e código
identificador “15”.

§ 15. As despesas não regionalizadas, conforme disposto no § 14 deste artigo poderão ser
regionalizadas na execução orçamentária, mediante processamento no Sistema de Contabilidade do
Estado, que registre a efetiva localização da despesa nas regiões do Estado, de forma a favorecer e
tornar transparente a interiorização dos gastos.

§ 16. O empenho da despesa não poderá ser realizado com modalidade de aplicação a definir
(MA 99) e sem registro da modalidade de licitação.

§ 17. O identificador de Resultado Primário - RP de que trata o § 12 deste artigo poderá ser
atualizado por Decreto.

Art. 10. As receitas e despesas decorrentes da alienação de Empresas Públicas e Sociedades


de Economia Mista serão apresentadas na Lei Orçamentária de 2023 com códigos próprios que as
identifiquem.

Art. 11. A Lei Orçamentária conterá demonstrativo consolidado das receitas e despesas do
Fundo Estadual de Combate à Pobreza – FECOP e do Fundo de Inovação Tecnológica – FIT.

§ 1º Os recursos do FECOP deverão atender às populações vulneráveis que se situam abaixo


da linha da pobreza, potencializando programas e projetos assistenciais e estruturantes, favorecendo o
acesso a bens e serviços sociais para melhoria das condições de vida.

§ 2º Os programas e projetos financiados com recursos do FECOP e do FIT, integrantes dos


Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, constarão no Sistema de Contabilidade do Estado com
códigos próprios, de forma que possibilite sua identificação durante a execução orçamentária.

Art. 12. A Lei Orçamentária e seus créditos adicionais discriminarão, em ação orçamentária
específica na unidade orçamentária competente dos Poderes, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, seus órgãos e entidades vinculadas, inclusive as empresas públicas dependentes e sociedades de
economia mista, as dotações destinadas ao atendimento de:

I - concessão de subvenções econômicas e subsídios;


II - participação em constituição ou aumento de capitais de empresas e sociedades de
economia mista;
III - pagamento do serviço da dívida do Programa de Apoio à Reestruturação e ao Ajuste
Fiscal da Renegociação da Dívida do Estado;
IV - pagamento de precatórios judiciários;
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V - despesas com publicidade, propaganda e divulgação oficial, que serão especificadas
claramente em conformidade com a estrutura funcional programática da Lei Orçamentária Anual.

Art. 13. Para efeito do disposto no art. 9º, os órgãos e entidades do Poder Executivo, do
Poder Judiciário, do Poder Legislativo, compreendendo o Tribunal de Contas do Estado, do Ministério
Público e da Defensoria Pública encaminharão para a Secretaria do Planejamento e Gestão, por meio do
Sistema Integrado Orçamentário e Financeiro - SIOF, até 31 de agosto de 2022, suas respectivas
propostas orçamentárias, para fins de consolidação do Projeto de Lei Orçamentária, observadas as
disposições desta Lei, em especial o que dispõe o art.94.

Parágrafo único. Caso não seja atendido o prazo estipulado no caput, ficam consideradas
como limite do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2023 as dotações consignadas na Lei
Orçamentária Anual de 2022 para a categoria econômica Despesas Correntes.

Art. 14. Os recursos destinados à publicidade e ao apoio cultural deverão fortalecer veículos
públicos, comunitários, independentes e privados, em conformidade com o que dispõe o art. 157 da
Constituição do Estado do Ceará, garantida a transparência das parcerias firmadas pela Administração
Pública, regidas pela Lei Federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014 ou segundo o regramento da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal e das Leis Federais das
Licitações e Contratos Administrativos (nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e nº 14. 133, de 1º de abril de
2021).

§ 1º A Lei Orçamentária Anual – LOA está autorizada a destinar recursos para os diversos
eventos educativos, esportivos, culturais e religiosos, que compõem o Calendário Oficial de Eventos do
Estado do Ceará.

§ 2º Fica vedada a publicidade institucional em veículos que disseminem sistematicamente


fake news e que produzam ou repliquem conteúdos manifestadamente antidemocráticos e atentatórios
aos direitos humanos.

Art. 15. O Poder Executivo enviará à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias e o Projeto de Lei Orçamentária Anual, como também os de abertura de créditos
adicionais especiais, sob a forma de impressos e meios eletrônicos.

Parágrafo único. O Poder Executivo e o Poder Legislativo divulgarão esta Lei de Diretrizes
Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual na internet e em linguagem de fácil compreensão.

Art. 16. A Secretaria do Planejamento e Gestão – SEPLAG, encaminhará à Assembleia


Legislativa do Estado do Ceará, em até 30 (trinta) dias após a entrega do Projeto de Lei Orçamentária,
demonstrativo com a relação das obras com valor igual ou superior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões
de reais).

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CAPÍTULO III

DAS DIRETRIZES GERAIS PARA A ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DOS


ORÇAMENTOS DO ESTADO E SUAS ALTERAÇÕES

Seção I
Das Diretrizes Gerais

Art. 17. Em observância ao princípio da publicidade, de forma a promover a transparência


da gestão fiscal e permitir o amplo acesso da sociedade a todas as informações, relativas à formulação e
à execução das leis do Plano Plurianual, de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual, o Poder
Executivo divulgará, na rede internet, os projetos de lei e as respectivas leis e seus anexos, e demais
informações necessárias ao acompanhamento da realização do Orçamento.

§ 1º Para os fins do previsto neste artigo, e em atendimento ao que preceitua os arts. 200 e
seu parágrafo único; 203, § 2.º, inciso III; e 211, incisos I, II, III e IV e seu parágrafo único, todos da
Constituição Estadual, o Poder Público Estadual divulgará o Balanço Geral do Estado e manterá
informações atualizadas de fácil acesso na rede internet.

§ 2º Para o efetivo acesso dos cidadãos às informações relativas ao orçamento e à gestão


fiscal, cumprindo, inclusive, os prazos disciplinados pela Lei Complementar Federal nº 131, de 27 de
maio de 2009, o Poder Público Estadual disponibilizará:

I - previsão e execução dos gastos públicos, especialmente no que tange ao processo


orçamentário e a sua execução;
II - detalhamento das premissas de elaboração da lei orçamentária até o pagamento final das
despesas, com a devida prestação de contas;
III - informações sobre projetos e atividades que venham a reduzir as desigualdades entre
indivíduos e regiões administrativas do Estado, bem como combater a exclusão social;
IV - canais de atendimento ao cidadão que permitam realizar pedidos de informações,
denúncias, reclamações, sugestões e/ou elogios acerca da gestão das finanças e dos gastos públicos;
V - demonstrativos atualizados da execução orçamentária do Poder Executivo, do Poder
Legislativo, compreendendo o Tribunal de Contas do Estado, do Poder Judiciário, do Ministério Público
e da Defensoria Pública, nas suas respectivas páginas na internet;
VI - prestações de contas e respectivos pareceres prévios.

§ 3º As informações disponibilizadas pelo Poder Executivo deverão se utilizar também de


ferramentas ou sistema de acessibilidade, que permitam aos deficientes visuais compreender e monitorar
os gastos públicos.

§ 4º O Poder Executivo disponibilizará, no sítio eletrônico do Portal da Transparência,


demonstrativo dos investimentos executados, por região de planejamento, para fins de acompanhamento
da execução orçamentária dos investimentos previstos na Lei Orçamentária de 2023, no tocante à
interiorização do desenvolvimento, assim como para comprovação do atendimento ao disposto nos arts.
208 e 210 da Constituição do Estado de Ceará.

§ 5º Em observância ao Princípio da Economicidade, o Poder Executivo poderá, nos moldes


da Lei Maior, promover a publicação oficial da Lei de Diretrizes Orçamentárias, dos seus anexos, da Lei
Orçamentária Anual e do PPA na internet, na página da SEPLAG, em substituição à publicação
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impressa, que deverá estar acessível a todos por, no mínimo, 10 (dez) anos, sob pena de nulidade do seu
disposto.

Art. 18. Visando propiciar o controle dos custos das ações e a avaliação dos resultados dos
programas do Governo, contribuindo para a elevação da eficiência e eficácia da gestão pública, os
órgãos e entidades da Administração Pública deverão observar, quando da elaboração da Lei
Orçamentária, de seus créditos adicionais e da respectiva execução, a classificação da ação orçamentária
em relação à prevalência da despesa, conforme abaixo mencionada:

I - ações orçamentárias com prevalência de “Gastos Correntes Administrativos


Continuados”: gastos de natureza administrativa que se repetem ao longo do tempo e representam custos
básicos do órgão;
II - ações orçamentárias com prevalência de “Gastos Correntes Administrativos Não
Continuados”: despesas de natureza administrativa de caráter eventual;
III - ações orçamentárias com prevalência de despesas de “Investimentos/Inversões
Administrativas”: despesas de capital, obras, instalações e aquisições de equipamentos, desapropriações,
aquisições de imóveis, de natureza administrativa, visando à melhoria das condições de trabalho das
áreas meio;
IV - ações orçamentárias com prevalência de “Gastos Finalísticos Correntes Continuados”:
despesas correntes relacionadas com a oferta de produtos e serviços à sociedade, de natureza continuada,
e não contribuem para a geração de ativos;
V - ações orçamentárias com prevalência de “Gastos Finalísticos Correntes Não
Continuados”: gastos relacionados com a oferta de produtos e serviços à sociedade, mas não existe o
caráter de obrigatoriedade. A despesa pode ter relação com a realização de ativos públicos;
VI - ações orçamentárias com prevalência de despesas de “Investimentos/Inversões
Finalísticas”: despesas de capital, obras, instalações e aquisições de equipamentos, desapropriações,
aquisições de imóveis, aumento de capital de empresas públicas em ações que ofereçam produtos ou
serviços à sociedade.

§ 1º Consoante o Decreto nº 32.173, de 22 de março de 2017, que disciplina o


funcionamento do Comitê de Gestão por Resultados e Gestão Fiscal – COGERF, caberá ao Grupo
Técnico de Gestão de Contas – GTC e ao Grupo Técnico de Gestão Fiscal – GTF analisar e
compatibilizar, respectivamente, a programação financeira dos órgãos e das entidades e a gestão fiscal,
destacando a expansão dos custos de manutenção das áreas administrativas e finalísticas, submetendo ao
COGERF as recomendações que assegurem o equilíbrio fiscal da Administração Pública, o
cumprimento de metas e resultados fixados no Anexo de Metas Fiscais desta Lei.

§ 2º O controle de custos segue o estabelecido no § 1º deste artigo e na Emenda


Constitucional nº 88, de 21 de dezembro de 2016, que trata do Novo Regime Fiscal no âmbito dos
orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do Estado do Ceará e estabelece limites individualizados para
as despesas primárias correntes.

§ 3º A avaliação dos resultados dos programas do Governo caberá ao Grupo Técnico de


Gestão por Resultados - GTR, conforme o Decreto citado no § 1° deste artigo, que assessora o
COGERF nos assuntos relacionados ao desempenho de programas e ao cumprimento de metas e
resultados governamentais, à luz dos Acordos de Resultados pactuados.

§ 4º O Poder Executivo Estadual disponibilizará no Portal da Transparência, o


acompanhamento das obras de infraestrutura do Estado cujos valores sejam iguais ou superiores a
R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais), com apresentação de quadro demonstrativo dos custos
11
básicos e principais informações em termos físicos e monetários que permitam a avaliação e o
acompanhamento da gestão, nos termos do art. 48 da Lei Complementar Federal nº 101/2000.

§ 5º As informações de que trata o parágrafo anterior ficarão disponíveis em até 180 (cento e
oitenta) dias contados da publicação desta Lei.

Seção II
Da Elaboração e Execução do Orçamento

Art. 19. A metodologia de cálculo de apuração do resultado primário, a ser utilizada na


elaboração, aprovação e execução da Lei Orçamentária de 2023, deverá ser obtida pela diferença entre a
receita realizada e a despesa paga, não financeira, e expressa em percentual do Produto Interno Bruto –
PIB estadual, observada discriminação prevista, na forma do inciso II do § 2º do art. 4º da Lei de
Responsabilidade Fiscal - LRF, no anexo II – Anexo de Metas Fiscais que integra esta Lei, deduzidos os
programas, os projetos e as atividades identificados na Lei Orçamentária Anual que estejam qualificados
pelo identificador de resultado primário RP 04, de que trata o § 12 do art. 9º desta Lei.

Parágrafo único. O valor do superávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial do


exercício de 2022 será evidenciado no demonstrativo de apuração do resultado primário para compensar
eventual variação negativa, na meta fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias e em alterações
posteriores, no ano fiscal de 2023.

Art. 20. Será assegurado aos membros do Poder Legislativo o acesso ao sistema corporativo
de convênios e congêneres do Poder Executivo Estadual e-Parcerias, apresentando informações que
permitam a avaliação e o acompanhamento da gestão.

Parágrafo único. Será disponibilizada, após a aprovação desta Lei, mediante solicitação
formal, senha de acesso aos sistemas para membros do Poder Legislativo.

Art. 21. O Poder Executivo, o Poder Legislativo, compreendendo o Tribunal de Contas do


Estado, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública terão, como limites das despesas
correntes destinadas ao custeio de funcionamento e de manutenção, o conjunto das dotações fixadas na
Lei Orçamentária de 2022, acrescido dos valores dos créditos adicionais referentes às despesas da
mesma espécie e de caráter continuado autorizados até 30 de julho de 2022, podendo ser corrigidas para
preços de 2023 até o limite dos parâmetros macroeconômicos projetados para 2023, conforme o Anexo
II – Anexo de Metas Fiscais desta Lei.

§ 1º Aos limites estabelecidos no caput deste artigo poderão ser acrescidas as despesas de
manutenção e funcionamento de novos serviços e instalações cuja aquisição ou implantação estejam
previstas para os exercícios de 2022 e 2023.

§ 2º As despesas de custeio e manutenção do Poder Executivo, de que trata o caput deste


artigo, correspondem às despesas das ações orçamentárias classificadas no Sistema Integrado de
Orçamento e Finanças – SIOF como “Gastos Administrativos Continuados”, conforme definido no
inciso I do art. 18 desta Lei.

§ 3º Dos limites estabelecidos no caput deste artigo deverão ser excluídas as dotações
orçamentárias autorizadas em créditos adicionais em 2022, destinadas a despesas de caráter eventual.

12
Art. 22. No Projeto de Lei Orçamentária de 2023, as receitas e as despesas serão orçadas a
preços de 2023, com base nos parâmetros macroeconômicos projetados para 2023, conforme
discriminado no anexo II - Anexo de Metas Fiscais desta Lei.

Parágrafo único. As despesas referenciadas em moeda estrangeira serão orçadas, segundo a


taxa de câmbio projetada para 2023, com base nos parâmetros macroeconômicos para 2023, conforme o
anexo II - Anexo de Metas Fiscais desta Lei.

Art. 23. A alocação dos créditos orçamentários na Lei Orçamentária Anual, será feita
diretamente na unidade orçamentária responsável pela execução das ações correspondentes, ficando
proibida a consignação de recursos a título de transferência para unidades integrantes dos Orçamentos
Fiscal e da Seguridade Social.

Parágrafo único. A vedação contida no art. 205, inciso V, da Constituição Estadual, não
impede a descentralização de créditos orçamentários para execução de ações de responsabilidade da
unidade descentralizadora, em conformidade com o Decreto Estadual vigente.

Art. 24. Na Lei Orçamentária não poderão ser:

I - fixadas despesas sem que estejam definidas as fontes de recursos e legalmente instituídas
as unidades executoras;
II - incluídos projetos com a mesma finalidade em mais de um órgão, ressalvados os casos
de complementariedade de ações;
III - previstos recursos para aquisição de veículos de representação, ressalvadas as
substituições daqueles com mais de 4 (quatro) anos de uso ou em razão de danos que exijam
substituição;
IV - previstos recursos para pagamento a servidor ou empregado da Administração Pública,
por serviços de consultoria ou assistência técnica custeados com recursos provenientes de convênios,
acordos, ajustes ou instrumentos congêneres firmados com órgãos ou entidades de direito público ou
privado, nacionais ou estrangeiros;
V - classificadas como atividades, dotações que visem ao desenvolvimento de ações
limitadas no tempo e das quais resultem produtos que concorram para expansão ou aperfeiçoamento da
ação do Governo, bem como classificadas como projetos ações de duração continuada;

VI - incluídas dotações relativas às operações de crédito não contratadas ou cujas cartas-


consultas não tenham sido recomendadas pela Comissão de Financiamentos Externos – COFIEX, no
âmbito do Ministério da Economia, até 30 de agosto de 2022;
VII - incluídas dotações para pagamento com recursos do Fundo Estadual de Combate à
Pobreza – FECOP, de remuneração a Servidores Públicos Municipais, Estaduais e Federais, exceto na
forma de concessão de bolsa para servidores públicos estaduais ocupantes de cargos do Grupo
Ocupacional Magistério da Educação Básica – MAG, da Secretaria da Educação e professores do Grupo
Magistério Superior – MAS, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, quando da atuação
em programa de formação e qualificação educacional de professores leigos, excetuando-se ainda, o
pagamento de bolsas do Programa Agente Rural, instituído pela Lei nº 15.170, de 18 de junho de 2012.

Parágrafo único. Após o prazo mencionado no inciso VI, finalizada a concepção dos
projetos e atendidas às demais condições legais, observado seu cronograma financeiro, os recursos
relativos às operações de crédito poderão ser incluídos no orçamento por meio de emendas e créditos
adicionais.
13
Art. 25. As receitas vinculadas e as diretamente arrecadadas por órgãos, fundos, autarquias,
inclusive as especiais, fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e
sociedades de economia mista, a que se refere o art. 50 desta Lei, somente poderão ser programadas para
custear as despesas com investimentos e inversões financeiras depois de atenderem, integralmente, às
necessidades relativas ao custeio administrativo e operacional, inclusive pessoal e encargos sociais, bem
como o pagamento de juros, encargos e amortização da dívida.

Parágrafo único. Na destinação dos recursos para investimentos e inversões financeiras, de


que trata o caput deste artigo, serão priorizadas as contrapartidas de contratos de financiamentos
internos e externos e convênios com órgãos federais e municipais.

Art. 26. A Lei Orçamentária de 2023 e os créditos especiais, observado o disposto no art. 45
da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000, somente incluirão ações novas se:
I - tiverem sido adequada e suficientemente contemplados:

a) os projetos em andamento;
b) as ações relativas ao custeio administrativo e operacional da Administração Pública
Estadual;
c) a contrapartida para os projetos com financiamento externo e interno e convênios com
outras esferas de governo;
d) os compromissos com o pagamento do serviço da dívida e os decorrentes de decisões
judiciárias;

II - os recursos alocados, no caso dos projetos, viabilizarem a conclusão de uma etapa do


cronograma físico ou a obtenção de uma unidade completa;
III - a ação estiver compatível com o Plano Plurianual para o período 2020-2023.

§ 1º Serão entendidos como projetos em andamento aqueles que a execução financeira, até
30 de junho de 2022, ultrapassar 10% (dez por cento) do seu custo total estimado.

§ 2º Entre os projetos em andamento, terão precedência na alocação de recursos aqueles que


apresentarem maior percentual de execução física.

Art. 27. O pagamento de precatórios judiciários será efetuado em ação orçamentária


específica, incluída na Lei Orçamentária para esta finalidade.

Parágrafo único. Os precatórios, inclusive aqueles resultantes de decisões da Justiça


Estadual, constarão dos orçamentos dos órgãos e entidades da Administração Indireta a que se referem
os débitos, quando a liquidação e o pagamento forem com recursos próprios, e dos orçamentos dos
Encargos Gerais do Estado, quando pagos com recursos do Tesouro Estadual.

Art. 28. A inclusão de recursos na Lei Orçamentária de 2023, para o pagamento de


precatórios será realizada em conformidade com o que preceitua o art. 100, §§ 1º, 2º e 3º, e o disposto
no art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, da Constituição Federal.

Art. 29. Os órgãos e entidades da Administração Pública submeterão os processos


referentes ao pagamento de precatórios à apreciação da Procuradoria-Geral do Estado, com vistas ao
atendimento da requisição judicial.

14
Art. 30. Na Lei Orçamentária Anual, as despesas com juros, encargos e amortizações da
dívida corresponderão às operações contratadas e às autorizações concedidas até 31 de agosto de 2022.

Art. 31. Os recursos destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação


Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, na forma da Emenda Constitucional nº 53, de 19
de dezembro de 2006 e da Lei Federal nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020, serão identificados por
código próprio, relacionados à sua origem e a sua aplicação.

Art. 32. Na programação de investimentos da Administração Pública Estadual a alocação de


recursos para os projetos de tecnologia da informação deverá, sempre que possível, ser efetuada em
ação orçamentária específica, com código próprio, incluída na Lei Orçamentária Anual para esta
finalidade.

Art. 33. Para efeito do disposto no § 3º do art. 16 da Lei Complementar Federal nº 101, de 4
de maio de 2000, entende-se como despesas irrelevantes aquelas cujo valor não ultrapasse, para bens e
serviços, os limites fixados na legislação estadual vigente, para as modalidades licitatórias a que se
refere o art. 24, incisos I e II, da Lei Federal n.º 8.666, de 21 de junho de 1993 e o art. 75, incisos I e II,
da Lei Federal nº14.133, de 1º de abril de 2021.

Seção III
Das Emendas Parlamentares

Art. 34. As propostas de emendas parlamentares ao Projeto da Lei Orçamentária Anual -


LOA 2023 serão apresentadas em consonância com o estabelecido no art. 204 da Constituição do Estado
do Ceará e com a Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, observando-se as regras estabelecidas
nesta Lei e a estrutura do PPA 2020-2023.

Art. 35. O Projeto de Lei Orçamentária 2023 consignará recursos nos Encargos Gerais do
Estado, em 2(duas) ações orçamentárias específicas para atendimento das programações decorrentes de
emendas parlamentares, conforme disposto abaixo:
I - para emendas de caráter geral no montante de R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais);
II - para emendas no âmbito do Programa de Cooperação Federativa – PCF no montante de
R$ 46.000.000,00 (quarenta e seis milhões de reais).
§ 1º O valor máximo, por parlamentar, destinado às emendas corresponderá a 1/46 (um
quarenta e seis avos) dos montantes previstos em cada uma das ações dos incisos I e II,

§ 2º O parlamentar poderá utilizar os valores previstos no § 1.º na proposição de emendas


coletivas.
§ 3º As propostas de emendas, conforme incisos I e II, poderão destinar recursos para, no
máximo, 1 (uma) ação, e cada ação não poderá ter o valor inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
§ 4.º As propostas de emendas no âmbito do PCF, conforme inciso II, atenderão às
modalidades especial, e com finalidade específica, definidas no art. 1.º da Lei Complementar n.º 234, de
9 de março de 2021.
§ 5.º As programações orçamentárias relativas às emendas parlamentares, no âmbito do
PCF, poderão ser alteradas ao longo do exercício, por meio de decreto do Poder Executivo, mediante
solicitação por ofício do parlamentar ao Conselho Gestor do PCF.
§ 6.º Se a alteração proposta na forma do § 5.º implicar a criação de ação orçamentária, o
ajuste será realizado por projeto de lei.
§ 7.º Os recursos das ações orçamentárias de que trata o caput deste artigo serão
remanejados pelos parlamentares, durante a propositura das emendas orçamentárias.
15
§ 8.º Eventual saldo nas ações orçamentárias de que trata o caput poderá ser utilizado pelo
Poder Executivo, no decorrer do exercício, mediante abertura de crédito adicional.

Art. 36. As propostas de emendas parlamentares individuais e coletivas somente poderão


anular recursos das ações específicas de que trata o art. 35 e obedecerão aos seguintes critérios:

I - cada parlamentar poderá propor até 35 (trinta e cinco) emendas individuais;


II – cada parlamentar poderá propor de forma coletiva até 5 (cinco) emendas.

Art. 37. As emendas de interesse do Poder Executivo, em virtude de omissões ou correções


de ordem técnica do projeto de lei orçamentária anual de 2023, não se submeterão as regras contidas nos
artigos 35 e 36.

Art. 38. Ao Projeto de Lei Orçamentária não poderão ser apresentadas emendas que:

I - destinem recursos do Tesouro Estadual para Empresas Estatais não dependentes;


II - destinem recursos do Tesouro Estadual para Fundos cujas Leis de criação não prevejam
essa fonte de financiamento.

Art. 39. Após a etapa de proposição das emendas, as que apresentarem impedimentos de
ordem técnica que porventura forem identificados pela SEPLAG ou pelos órgãos e entidades
responsáveis pela execução das emendas, serão comunicados, com as devidas justificativas, à Comissão
de Orçamento, Finanças e Tributação da Assembleia Legislativa.

Parágrafo único. Serão considerados impedimentos de ordem técnica:

I - o objeto impreciso, de forma que impeça a sua classificação orçamentária e institucional;


II - a incompatibilidade do objeto com o programa de trabalho do órgão ou entidade
executora ou com o PPA 2020-2023;
III - outras razões de ordem técnica, devidamente justificadas.

Seção IV
Das Alterações da Lei Orçamentária

Art. 40. Os projetos de lei relativos a créditos adicionais serão apresentados na forma e com
o detalhamento da Lei Orçamentária Anual.

Art. 41. A criação de órgãos, bem como a inclusão de programa e/ou ação ao Orçamento de
2023 será realizada mediante abertura de crédito adicional especial.

§ 1º Acompanharão os projetos de lei relativos aos créditos, de que trata o caput deste
artigo, exposições de motivos circunstanciadas que os justifiquem.

§ 2º Os projetos relativos a créditos adicionais especiais destinados às despesas com pessoal


e encargos sociais serão encaminhados à Assembleia Legislativa por meio de projetos de lei específicos
para atender exclusivamente a esta finalidade;

§ 3º Os créditos especiais aprovados pela Assembleia Legislativa serão abertos por decreto
do Poder Executivo;
16
§ 4º Os decretos de créditos adicionais decorrentes de leis específicas que contenham
dispositivos que criem ações orçamentárias ou programas de governo não serão computadas no limite de
abertura de crédito suplementar estabelecido na Lei Orçamentária Anual.

Art. 42. Durante a execução orçamentária, poderão ser incorporados ao orçamento anual,
mediante abertura de crédito adicional suplementar, por Decreto do Poder Executivo:

I - a inclusão ou alteração de categoria econômica, grupo de despesa e região em projeto,


atividade ou operação especial, já constantes da Lei Orçamentária e de seus créditos adicionais;
II - alteração na classificação funcional, na codificação da ação orçamentária ou na
vinculação da ação à iniciativa do Programa, desde que constatado erro de ordem técnica ou legal,
mantidos a classificação da despesa e o valor global;
III – a reabertura de ação orçamentária e seus elementos constituintes, desde que a mesma já
tenha apresentado programação no âmbito do PPA 2020- 2023.

Parágrafo único: A descentralização dos créditos orçamentários, na forma do Decreto


Estadual vigente, não representa transferência de créditos orçamentários entre Unidades Orçamentárias e
nem compromete o limite de abertura de crédito suplementar autorizado na LOA.

Art. 43. O Poder Executivo poderá, mediante decreto, transpor, remanejar, transferir ou
utilizar, total ou parcialmente, as dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária de 2023 e em
seus créditos adicionais, em decorrência da extinção, transformação, transferência, incorporação ou
desmembramento de órgãos e entidades, bem como de alterações de suas competências ou atribuições,
e ainda, em casos de complementaridade ou similaridade, mantida a estrutura programática, expressa
por categoria de programação, conforme definida no art. 4º, § 3º desta Lei, inclusive os títulos, os
descritores, as metas e os objetivos, com o respectivo detalhamento por esfera orçamentária e grupo de
natureza da despesa, assim como os atributos dos programas vigentes no PPA 2020-2023.

Parágrafo único. Na transposição, na transferência ou no remanejamento de que trata o


caput deste artigo, poderá haver ajuste na classificação funcional, na fonte de recursos, na modalidade
de aplicação, no Identificador de Resultado Primário - RP e no identificador de uso, desde que
justificadas pela unidade orçamentária detentora do crédito.

Art. 44. As alterações orçamentárias que não modifiquem o valor global da categoria de
programação e do grupo de despesa não ensejam a abertura de créditos adicionais e poderão ocorrer no
sistema de contabilidade para ajustar:

I - a modalidade de aplicação, exceto quando envolver a modalidade de aplicação 91;


II - o elemento de despesa;
III - o identificador de uso – Iduso;
IV – o identificador de Resultado Primário (RP);
V – o grupo Fonte/Destinação ;
VI – o detalhamento das fontes de recursos.

§ 1º As referidas alterações serão realizadas diretamente no Sistema de Execução


Orçamentária.

§ 2º As alterações referentes a créditos orçamentários aprovados na Lei Orçamentária cujas


despesas foram alocadas na Região 15 – Estado do Ceará, poderão ser regionalizadas durante a
execução orçamentária de acordo com o disposto nos §§ 14 e 15 do art. 9º desta Lei.
17
Art. 45. A descrição de cada uma das ações constantes na referida Lei poderá ser atualizada,
quando necessário, desde que as alterações não ampliem ou restrinjam a finalidade da ação,
consubstanciada no seu título constante da referida Lei.

Seção V
Das Diretrizes Específicas do Orçamento da Seguridade Social

Art. 46. O Orçamento da Seguridade Social compreenderá as dotações destinadas a atender


às ações públicas de saúde, à prestação de assistência médica, laboratorial e hospitalar aos servidores
públicos, entre outras, à previdência e à assistência social, obedecerá ao disposto no art. 203, § 3°, inciso
IV, da Constituição Estadual, e contará, entre outros, com recursos provenientes:

I - das contribuições previdenciárias dos servidores estaduais ativos e inativos;


II - de receitas próprias e vinculadas dos órgãos, dos fundos e das entidades que integram
exclusivamente o orçamento de que trata esta Seção;
III - da aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde, em cumprimento ao
disposto na Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de 2000;
IV - da Contribuição Patronal;
V - de outras receitas do Tesouro Estadual;
VI - de receitas compensatórias advindas do Governo Federal.

Seção VI
Das Diretrizes Específicas para os Poderes Legislativo, compreendendo o
Tribunal de Contas do Estado e Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública

Art. 47. Para efeito do disposto nos arts. 49, inciso XIX; 99, § 1°, e 136, todos da
Constituição Estadual, e art. 134, § 2º, da Constituição Federal, ficam estipulados os seguintes limites
para a elaboração das propostas orçamentárias dos Poderes Legislativo, compreendendo o Tribunal de
Contas do Estado, e Judiciário, bem como do Ministério Público e, no que couber, da Defensoria
Pública:

I - as despesas com pessoal e encargos sociais obedecerão ao disposto nos arts. 69, 70, 71,
72, 73, 74, 75, 76 e 77 desta Lei;
II - as demais despesas com custeio administrativo e operacional obedecerão ao disposto no
art. 21 desta Lei.

Parágrafo único. Aos Órgãos dos Poderes Legislativo, compreendendo o Tribunal de


Contas do Estado, e Judiciário, o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública Geral do Estado
ficam asseguradas a autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária,
devendo ser-lhes entregues, até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, os recursos correspondentes às
dotações orçamentárias e créditos suplementares e especiais, atendendo ao disposto no art. 168 da
Constituição Federal.

Art. 48. Para efeito do disposto no art. 9º desta Lei, as propostas orçamentárias do Poder
Legislativo, compreendendo o Tribunal de Contas do Estado, do Poder Judiciário, do Ministério Público
e da Defensoria Pública serão encaminhadas à Secretaria do Planejamento e Gestão - SEPLAG, por
meio do Sistema Integrado Orçamentário e Financeiro – SIOF, até 31 de agosto de 2022, de forma que
possibilite o atendimento ao disposto no inciso VI, do § 3° do art. 203 da Constituição Estadual.
18
§ 1º O Poder Executivo colocará à disposição dos Poderes e demais órgãos mencionados no
caput, no mínimo 30 (trinta) dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas
orçamentárias, o estudo e a estimativa da receita para o exercício de 2023 e a respectiva memória de
cálculo.
§ 2º Caso não seja atendido o prazo estipulado no caput, ficam consideradas como limite do
Projeto de Lei Orçamentária Anual 2023 as dotações consignadas na Lei Orçamentária Anual de 2022
para a categoria econômica Despesas Correntes.

Seção VII
Das Diretrizes Específicas do Orçamento de Investimentos das
Empresas Controladas pelo Estado

Art. 49. Constará da Lei Orçamentária Anual o Orçamento de Investimento das Empresas
Públicas e Sociedades de Economia Mista em que o Estado detenha a maioria do capital social com
direito a voto, de acordo com art. 203, § 3°, inciso II da Constituição Estadual.

Parágrafo único. O orçamento de investimento detalhará, por empresa, as fontes de


financiamento, de modo a evidenciar a origem dos recursos, e a despesa, segundo a classificação
funcional, a estrutura programática, a categoria econômica e os grupos de natureza da despesa de
investimentos e inversões financeiras.

Art. 50. Não se aplicam às empresas públicas e às sociedades de economia mista, de que
trata o artigo anterior, as normas gerais da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, no que
concerne ao regime contábil, à execução do orçamento e ao demonstrativo de resultado.

§ 1º Excetua-se do disposto no caput deste artigo a aplicação, no que couber, dos arts. 109 e
110 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, para as finalidades a que se destinam.

§ 2º A execução orçamentária das empresas públicas dependentes dar-se-á através do


Sistema de Contabilidade do Estado.

Seção VIII
Da Programação da Execução Orçamentária e Financeira e sua Limitação

Art. 51. O Poder Executivo deverá elaborar e publicar até 30 (trinta) dias após a publicação
da Lei Orçamentária de 2023, cronograma anual de desembolso mensal, por Poder e Órgão, e metas
bimestrais de arrecadação, nos termos dos arts. 8º e 13 da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de
maio de 2000, com vistas ao cumprimento das metas estabelecidas no anexo de que trata o art. 22 desta
Lei.
§ 1º O cronograma de desembolso mensal da despesa deverá estar compatibilizado com a
programação das metas bimestrais de arrecadação.

§ 2º O cronograma mensal da despesa de pessoal e encargos sociais deverá refletir os


impactos dos aumentos concedidos aos servidores ativos e inativos, a partir do mês da sua
implementação.
§ 3º Observado o disposto no art. 100 da Constituição Federal, a programação para
pagamento de precatórios judiciários obedecerá ao cronograma de desembolso na forma de duodécimos.

19
§ 4º Excetuadas as despesas com pessoal e encargos sociais, os cronogramas anuais de
desembolso mensal das demais despesas dos Poderes Executivo, Legislativo, compreendendo o Tribunal
de Contas do Estado e Judiciário, do Ministério Público e Defensoria Pública terão como referencial o
repasse previsto no art. 168 da Constituição Federal, na forma de duodécimos.

§ 5º O ato referido no caput poderá ser modificado na vigência do exercício fiscal para
ajustar as metas de realizações das receitas e o cronograma de pagamento mensal das despesas, com
vistas ao cumprimento da meta de resultado primário.

Art. 52. Caso haja necessidade de limitação de empenho e da movimentação financeira de


que trata o art. 9º da Lei Complementar Federal n° 101, de 4 de maio de 2000, os percentuais e o
montante necessário da limitação serão distribuídos, de forma proporcional à participação de cada um
dos Poderes, do Ministério Público e da Defensoria Pública nos conjuntos de Outras Despesas Correntes
e de Investimentos e Inversões Financeiras, constantes na programação inicial da Lei Orçamentária,
excetuando-se as despesas que constituem obrigações constitucionais ou legais.

§ 1º Na hipótese de ocorrência do disposto neste artigo, o Poder Executivo comunicará aos


demais Poderes, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, nos 30 (trinta) dias subsequentes ao
bimestre, o montante que caberá a cada um na limitação de empenho e da movimentação financeira,
especificando os parâmetros adotados e as estimativas de receita e despesa, ficando-lhes facultada a
distribuição da contenção entre os conjuntos de despesas citados no caput deste artigo e,
consequentemente, entre os projetos/atividades/operações especiais contidos nas suas programações
orçamentárias.

§ 2º Os demais Poderes, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado, com base na


comunicação de que trata o § 1º deste artigo, publicarão ato próprio, até o vigésimo dia após o
recebimento do comunicado do Poder Executivo, promovendo limitação de empenho e movimentação
financeira, nos montantes necessários, estabelecendo os montantes disponíveis para empenho e
movimentação financeira em cada um dos conjuntos de despesas mencionados no caput deste artigo.

§ 3º Caso haja necessidade de limitação de empenho e da movimentação financeira,


conforme previsto no caput deste artigo, os Poderes Executivo, Legislativo, compreendendo o Tribunal
de Contas do Estado e Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública minimizarão tal limitação,
na medida do possível e de forma justificada, nos projetos/atividades/operações especiais de suas
programações orçamentárias, localizados nos municípios de menor Índice de Desenvolvimento
Municipal – IDM.

§ 4º Caso haja necessidade de limitação de empenho e de movimentação financeira, serão


preservados, além das despesas obrigatórias por força constitucional e legal, os
programas/atividades/projetos relativos à ciência e tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, combate à
21 fome e à pobreza, e as ações relacionadas à criança, ao adolescente, ao idoso, aos portadores de
necessidades especiais e à mulher, ao enfrentamento às drogas, à convivência com a seca,
prioritariamente na aquisição de máquinas perfuratrizes e poços profundos e àqueles relacionados ao
combate de surtos, endemias e epidemias.

§ 5º O Poder Executivo, caso não comprometa o atingimento das metas fiscais previstas na
LDO, poderá ainda preservar outras despesas além das descritas no §4º do caput deste artigo.

§ 6º O Poder Executivo encaminhará à Assembleia Legislativa, no prazo estabelecido no


caput do art. 9º da Lei Complementar Federal n° 101, de 4 de maio de 2000, relatório contendo a
20
memória de cálculo das novas estimativas de receita e despesa, revisão das projeções das variáveis de
que trata o Anexo II - Anexo das Metas Fiscais desta Lei, e justificativa da necessidade de limitação de
empenho e da movimentação financeira nos percentuais, montantes e critérios estabelecidos nesta Lei.

Seção IX

Das Diretrizes para Realização de Parcerias em Regime de Mútua Cooperação com Pessoas
Jurídicas de Direito Privado ou Organizações da Sociedade Civil

Art. 53. A celebração de parcerias em regime de mútua cooperação entre o Poder Executivo
Estadual e pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou organizações da sociedade civil
que envolvam transferência de recursos financeiros para consecução de finalidades de interesse público
e recíproco, mediante convênios e quaisquer instrumentos congêneres, termos de colaboração, termos de
fomento ou acordo de cooperação, deverá atender às regras estabelecidas na Lei Complementar Estadual
nº 119, de 28 de dezembro de 2012 e em alterações posteriores, bem como na Lei Federal nº 13.019/14,
e em sua regulamentação em âmbito estadual, conforme o caso, e ser precedida do atendimento das
seguintes condições:

I - órgão ou entidade da Administração Pública Estadual:

a) previsão de recursos no orçamento ou em seus créditos adicionais;


b) realização de chamamento público;
c) aprovação de plano de trabalho.

II - pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou organizações da sociedade


civil não ter sofrido, nos últimos 5 (cinco) anos, condenação judicial por qualquer forma de fraude ou
má utilização dos recursos públicos.

§ 1º O chamamento público previsto na alínea “b” do inciso I deverá ser divulgado por meio
de edital, contendo expressamente os critérios de seleção, considerando, como um dos critérios de
seleção, o cumprimento da Lei Federal nº 10.097, de 19 de dezembro de 2000 – Lei de Aprendizagem.

§ 2º O chamamento público de que trata a alínea “b” do inciso I será dispensado ou


inexigível nas hipóteses previstas nos arts. 30 e 31 da Lei Federal nº 13.019/14, e na regulamentação
estadual, devendo o extrato do ato declaratório da dispensa ou inexigibilidade do chamamento público
ser publicado, na mesma data da assinatura, no sítio eletrônico oficial da administração na internet e,
eventualmente, a critério do administrador público, também no meio oficial de publicidade da
Administração Pública sob pena de nulidade do ato de formalização de parceria prevista nesta Lei.

§ 3º Às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público regidas pela Lei Federal nº


9.790/99, aplicam-se todas as condições e exigências previstas no art. 55 desta Lei para firmarem Termo
de Parceria com os órgãos e as entidades da Administração Pública do Estado do Ceará.

§ 4º As exigências estabelecidas neste artigo deverão ser observadas no momento da


celebração de convênios ou instrumentos congêneres e de aditivos de valor.

§ 5º Serão disponibilizadas, em meio eletrônico na rede mundial de computadores, as


informações referentes às parcerias celebradas de que trata este artigo, inclusive as relacionadas às
prestações de contas dos recursos transferidos, com a identificação dos parceiros, dos valores
repassados, dos resultados alcançados e da situação da prestação de contas.
21
§ 6º Nos casos de inexigibilidade de chamamento público, a autorização em lei específica
para transferência de recursos financeiros às organizações da sociedade civil de que trata o inciso II do
art. 31 da Lei Federal nº 13.019/14, deverá indicar expressamente os beneficiários para os quais serão
transferidos os recursos financeiros, o programa orçamentário, as ações e metas a serem atingidas, os
valores a serem transferidos e o público-alvo.

Art. 54. Fica facultada aos demais poderes a adoção das regras aplicáveis ao Poder
Executivo Estadual ou a elaboração de regramento próprio, desde que atendido o disposto na Lei
Federal nº 13.019/14, para as parcerias com as Organizações da Sociedade Civil.

Seção X
Das Transferências para Pessoas Jurídicas do Setor Privado qualificadas como
Organizações Sociais

Art. 55. A transferência de recursos financeiros para fomento às atividades realizadas por
pessoas jurídicas do setor privado qualificadas como Organizações Sociais, nos termos da Lei Estadual
nº 12.781/97 e alterações posteriores, dar-se-á por meio de Contrato de Gestão e deverá ser precedida do
atendimento das seguintes condições:
I - previsão de recursos no orçamento do órgão ou da entidade supervisora da área
correspondente à atividade fomentada;
II - aprovação do Plano de Trabalho do Contrato de Gestão pelo Conselho de Administração
da Organização Social e pelo Secretário de Estado ou por autoridade competente da entidade
contratante;
III - designação, pelo Secretário de Estado ou por autoridade competente da entidade
contratante, da Comissão de Avaliação que irá acompanhar o desenvolvimento do programa de trabalho
e as metas estabelecidas no Contrato de Gestão;
IV - atendimento das condições de habilitação previstas na Lei Federal de licitação e
contratos administrativos;
V - adimplência da Organização Social junto a qualquer órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual e Federal;
VI - definição de metas a serem atingidas, com os respectivos prazos de execução, assim
como os critérios objetivos de avaliação de desempenho, mediante indicadores de qualidade e
produtividade;
VII - estudo detalhado que contemple a avaliação precisa dos custos do serviço e dos ganhos
de eficiência esperados pela execução do contrato, a ser elaborado pelo órgão contratante.

§ 1º O Poder Executivo, por intermédio das secretarias responsáveis, disponibilizará


semestralmente, no portal da transparência do Estado – CEARÁ TRANSPARENTE, em formato
acessível, os relatórios referentes à execução dos Contratos de Gestão evidenciando a prestação de
contas completa dos repasses transferidos pelo Estado, em conformidade com o disposto na Lei Estadual
nº 12.781, de 30 de dezembro de 1997 e em alterações posteriores.

§ 2º Os órgãos e as entidades estaduais que celebrarem Contratos de Gestão com


organizações sociais deverão remeter ao Tribunal de Contas do Estado, quando de suas Contas Anuais, a
prestação de contas dos referidos contratos, devidamente acompanhadas de documentos e
demonstrativos de natureza contábil, nos termos do parágrafo único do art. 68 da Constituição do Estado
do Ceará.

22
§ 3º Os relatórios de que trata o § 2.ºficarão disponíveis a partir de 180 (cento e oitenta) dias
contados da publicação desta Lei.

§ 4º A comissão de Avaliação deverá emitir, ao final do período de contratação, relatórios


financeiros e de execução do contrato de gestão para análise pelo órgão ou pela entidade supervisora da
área correspondente, que deverá publicar parecer no Diário Oficial do Estado e constar no portal da
transparência do Estado – CEARÁ TRANSPARENTE, observando e explicando comparativo
específico entre as metas propostas e os resultados alcançados.

Seção XI
Das Transferências para Empresas Controladas pelo Estado

Art. 56. As transferências de recursos para sociedades de economia mista, empresas


públicas e demais entidades em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto, não integrantes do orçamento fiscal, dar-se-ão por aumento de participação
acionária ou subvenção econômica, mediante autorização legal concedida na lei de criação ou lei
subsequente.

§ 1º Excepcionalmente, os órgãos e as entidades integrantes do orçamento fiscal poderão


transferir recursos para as empresas públicas e sociedades de economia mista de que trata o caput deste
artigo, visando à execução de ações de fomento ao crédito popular, bem como à realização de
investimentos públicos e à sua manutenção, desde que, nas duas últimas hipóteses, os bens resultantes
ou mantidos pertençam ao Patrimônio Público Estadual.

§ 2º As transferências de que trata o §1.º, serão formalizadas por meio de Termo de


Cooperação e contabilizadas como despesas correntes ou de capital, conforme o caso, e registradas nos
elementos de despesa correspondentes.

§ 3º Fica dispensada a celebração do Termo de Cooperação de que trata o § 2.º, nos casos de
transferências já fundamentadas em instrumento celebrado com a União, em que o Estado e as entidades
de que trata o caput sejam signatários e no qual estejam estipuladas as regras a serem observadas entre
as partes, inclusive quanto à propriedade de bens resultantes ou remanescentes do objeto pactuado, que
poderão destinar-se a outros entes federativos.

Seção XII

Das Diretrizes para Realização de Parcerias em Regime de Mútua Cooperação com


Entes e Entidades Públicas

Art. 57. A celebração de parcerias em regime de mútua cooperação entre o Poder Executivo
Estadual e entes ou entidades públicas que envolvam transferência de recursos financeiros para
consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante convênios e instrumentos
congêneres, deverá atender às regras estabelecidas na Lei Complementar Estadual nº 119/12 e alterações
posteriores, sua regulamentação e ser precedida do atendimento das seguintes condições:

I - órgão ou entidade da Administração Pública Estadual:

a) ter previsão de recursos no orçamento ou em seus créditos adicionais;


23
b) ter aprovado o plano de trabalho;

II - entes e entidades públicas parceiras:

a) estar adimplente com as contribuições do Seguro Safra;


b) comprovar a implantação do piso nacional dos agentes de saúde;
c) comprovar a aderência a programa de contingência aprovado pela Secretaria da Saúde do
Estado quando declarada epidemia de doenças como dengue, zika e febre chikungunya.
d) comprovar aderência às ações estabelecidas no Plano Estadual de Contingência para
Respostas às Emergências em Saúde Pública no contexto da Covid-19 e no cumprimento das metas
estabelecidas no Plano Estadual de Operacionalização para Vacinação contra a Covid-19.

§ 1º Serão prioritárias as análises dos planos de trabalho e as liberações de créditos


correspondentes aos projetos oriundos do Programa de Cooperação Federativa – PCF, destinadas às
ações de saúde, de segurança pública e defesa social, de convivência com a estiagem e as referentes a
convênios e instrumentos congêneres já celebrados com o Estado ou com a União, em andamento.

§ 2º Serão disponibilizadas, em meio eletrônico, na rede mundial de computadores, as


informações referentes às transferências voluntárias de que trata este artigo, inclusive as relacionadas às
prestações de contas dos recursos transferidos, com a identificação dos parceiros, dos valores
repassados, dos resultados alcançados e da situação da prestação de contas.

Art. 58. As exigências previstas no inciso II, alíneas “a” a “d” do caput do artigo anterior
não se aplicam às transferências para atender exclusivamente:

I - às situações de emergência ou calamidade pública, reconhecidas publicamente pelo Poder


Executivo Estadual por meio de decreto, durante o período em que estas subsistirem;
II - à execução de programas e ações de educação, saúde e assistência social.
III – execução de programas, projetos ou ações com recursos transferidos a municípios na
forma do inciso I do caput do art. 1.º da Lei Complementar n.º 234, de 9 de março de 2021 alterada pela
Lei Complementar nº 243, de 31 de maio de 2021.

Art. 59. Fica o Poder Executivo, por meio da Secretaria da Fazenda, autorizado a
estabelecer, no âmbito do Programa de Governança Interfederativa do Estado do Ceará, previsto na Lei
Complementar nº 180/18, campanhas de premiação a municípios que empreendam ações que objetivem
o fortalecimento da gestão e a performance fiscal, de forma cooperada e compartilhada, bem como aos
municípios que implementem projetos voltados à participação popular, à transparência e à educação
fiscal, estimulando a cidadania sobre a compreensão da importância dos tributos.

Parágrafo único. No caso de premiação dos municípios, as políticas implementadas devem


ser enviadas à Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa, em forma de relatórios,
e seus impactos no município e no Estado, se houver.

Art. 60. Fica o Poder Executivo Estadual autorizado a integrar os Consórcios Públicos
Interfederativos para a gestão e realização de ações, obras, investimentos e políticas públicas de
interesse comum.

Art. 61. A celebração de parcerias em regime de mútua cooperação entre o Poder Executivo
Estadual e organismos internacionais, ou órgãos pertencentes à sua estrutura organizacional, será regida
por lei específica.
24
Art. 62. Quando o objeto da parceria se tratar de execução de obras de engenharia, deverá
ser incluída nas placas e nos adesivos indicativos a informação dos endereços e/ou meios de acesso ao
portal da transparência do Estado – CEARÁ TRANSPARENTE e ao Sistema de Ouvidoria do Estado.

Art. 63. Fica facultada aos demais poderes a adoção das regras aplicáveis ao Poder
Executivo Estadual ou a elaboração de regramento próprio.

Seção XIII
Da Contrapartida

Art. 64. É facultativa a exigência de contrapartida das pessoas jurídicas de direito privado
sem fins lucrativos e das organizações da sociedade civil para recebimento de recursos mediante
convênios ou instrumentos congêneres, termos de colaboração e termos de fomento firmados com o
Governo Estadual, ressalvado o disposto na Lei Federal nº 13.019/2014.

Art. 65. É obrigatória a contrapartida dos municípios, calculada sobre o valor transferido
pelo concedente, para recebimento de recursos mediante convênios e instrumentos congêneres
celebrados com a Administração Pública Estadual, podendo ser atendida por meio de recursos
financeiros, humanos ou materiais, ou de bens e serviços economicamente mensuráveis, segundo
critério de percentual da receita de impostos municipais em relação às receitas orçamentárias, assim
definidos:
I - 5% (cinco por cento) para os municípios cuja receita de impostos municipais em relação
ao total das receitas orçamentárias seja inferior a 5% (cinco por cento);
II - 7% (sete por cento) para os municípios cuja receita de impostos municipais em relação
ao total das receitas orçamentárias seja igual ou superior a 5% (cinco por cento) e inferior a 10% (dez
por cento);
III - 10% (dez por cento) para os municípios cuja receita de impostos municipais em relação
ao total das receitas orçamentárias seja igual ou superior a 10% (dez por cento) e inferior a 20% (vinte
por cento);
IV - 20% (vinte por cento) para os municípios cuja receita de impostos municipais em
relação ao total das receitas orçamentárias seja igual ou superior a 20% (vinte por cento).

§ 1º Para o cálculo de que trata o caput, deverão ser consideradas as informações mais
recentes divulgadas pelo Sistema de Finanças do Brasil, da Secretaria do Tesouro Nacional – Finbra, na
data da celebração da parceria.

§ 2º Os percentuais de contrapartida fixados nos incisos I a IV deste artigo poderão ser


reduzidos ou ampliados, conforme critérios estabelecidos para fins de aprovação dos planos de trabalho
ou seleção de proposta, nos seguintes casos:

I - projetos financiados por operações de crédito internas e externas os quais estabeleçam


percentuais diferentes dos previstos neste artigo;
II - programas de educação básica, de ações básicas de saúde, de segurança pública, de
assistência social, de combate à pobreza, de assistência técnica e de superação da crise hídrica.

§ 3º Os critérios estabelecidos para fins de aprovação dos planos de trabalho ou seleção de


proposta deverão especificar o percentual de contrapartida a ser aportada.

25
§ 4º A exigência da contrapartida prevista no caput não se aplica às parcerias celebradas para
atender exclusivamente às situações de emergência ou calamidade pública, formalmente reconhecidas
pelo Poder Executivo Estadual.

§ 5º Os municípios cearenses que, no exercício fiscal de 2022, comprovem o aumento de


suas receitas próprias de impostos em comparação ao exercício fiscal de 2021, terão redução da
contrapartida a que se refere o caput deste artigo nos seguintes patamares:

I - aumento de 2% (dois por cento) na arrecadação com redução em 2% (dois por cento) na
contrapartida;
II - aumento de 4% (quatro por cento) na arrecadação com redução em 3% (três por cento)
na contrapartida;
III - aumento de 6% (seis por cento) na arrecadação com redução em 4% (quatro por cento)
na contrapartida.

§ 6º Os municípios cearenses classificados em 2022 nos grupos de Média-Alta e Alta


Vulnerabilidade do Índice Municipal de Alerta – IMA, divulgados pelo IPECE, terão redução nos
percentuais estabelecidos no caput deste artigo em 3% (três pontos percentuais).

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES SOBRE ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA DO ESTADO

Art. 66. Adicionalmente à legislação vigente de concessão ou ampliação de benefícios ou


incentivos fiscais, o Poder Executivo poderá encaminhar à Assembleia Legislativa projetos de lei que
visem ampliar ou conceder novos benefícios ou incentivos fiscais.

§ 1º Os projetos de lei referentes à concessão ou ampliação de benefícios ou incentivos


fiscais, de caráter não geral, serão acompanhados das devidas justificativas de diminuição de despesas
ou do correspondente aumento de receita, que assegure o cumprimento das metas fiscais.

§ 2º Os projetos de lei referidos no caput deste artigo não poderão versar sobre benefício
fiscal para:

I - empresas que constem no cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores


a condições análogas a de escravo, conforme a Portaria Interministerial MTE/SDH nº 2, de 12 de maio
de 2011;
II - empreendimentos que não obedeçam aos parâmetros legais de contratação de pessoas
com deficiência, estabelecidos pelo art. 93 da Lei Federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991;
III - empreendimentos que tenham sofrido, nos últimos 5 (cinco) anos, condenação judicial
por qualquer forma de fraude ou má utilização dos recursos públicos;
IV - empreendimentos que não possuam licença ambiental prévia, quando a legislação assim
exigir.

Art. 67. O Poder Executivo e as entidades da Administração Pública Indireta também


observarão as vedações do § 2º do art. 66 na concessão de incentivos e redução de tarifas, quando forem
responsáveis por sua instituição e cobrança.
26
Art. 68. Na elaboração da estimativa das receitas do Projeto de Lei Orçamentária Anual
serão considerados os efeitos de alterações na legislação tributária que venham a ser realizadas até 31 de
agosto de 2022, em especial:

I - as modificações na legislação tributária decorrentes de alterações no Sistema Tributário


Nacional;
II - a concessão, redução e revogação de isenções fiscais de caráter geral;
III - a modificação de alíquotas dos tributos de competência estadual;
IV - outras alterações na legislação que proporcionem modificações na receita tributária.

§ 1º O Poder Executivo poderá enviar à Assembleia Legislativa projetos de lei dispondo


sobre alterações na legislação tributária, especialmente sobre:

I - revisão dos benefícios e incentivos fiscais existentes de caráter geral;


II - continuidade da implementação de medidas tributárias de proteção à economia cearense,
em especial às cadeias tradicionais e históricas do Estado, geradoras de renda e trabalho;
III - crescimento real do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;
IV - promoção da educação tributária;
V - modificação na legislação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores -
IPVA, objetivando a adequação dos prazos de recolhimento, atualização da tabela dos valores venais
dos veículos e alteração de alíquotas;
VI - aperfeiçoamento do sistema de fiscalização, cobrança e arrecadação dos tributos
estaduais, objetivando a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias além da racionalização
de custos e recursos em favor do Estado e dos contribuintes;
VII - adoção de medidas que se equiparem às concedidas pelas outras Unidades da
Federação, criando condições e estímulos aos contribuintes que tenham intenção de se instalar e aos que
estejam instalados em território cearense, visando ao seu desenvolvimento econômico;
VIII - ajuste das alíquotas nominais e da carga tributária efetiva em função da
essencialidade das mercadorias e dos serviços;
IX - modernização e rapidez dos processos de cobrança e controle dos créditos tributários e
na dinamização do contencioso administrativo;
X - fiscalização por setores de atividade econômica e dos contribuintes com maior
representação na arrecadação;
XI - tratamento tributário diferenciado à microempresa, ao microprodutor rural, à empresa
de pequeno porte e ao produtor rural de pequeno porte;
XII - fiscalização das atividades de exploração do serviço de loteria estadual, instituindo
tratamento tributário diferenciado análogo ao conferido aos produtos supérfluos e na consecução do
poder de polícia relacionado ao exercício dessa atividade econômica;
XIII - concessão de incentivos fiscais à implantação de empreendimentos de geração de
emprego e renda e distribuição de energias renováveis e aproveitamento de resíduos sólidos urbanos
bem como de mobilidade urbana, de segurança hídrica e obras de infraestrutura de aeroportos, portos,
rodovias, inclusive em parcerias público-privadas de interesse do Estado;
XIV - acompanhamento e fiscalização pelo Estado do Ceará, das compensações, dos
royalties e das participações financeiras previstas na Constituição Federal, oriundas da exploração de
recursos hídricos e minerais, inclusive petróleo e gás natural.

27
§ 2º Na estimativa das receitas da Lei Orçamentária Anual poderão ser considerados os
efeitos de proposta de alteração na legislação tributária e de contribuições que estejam em tramitação na
Assembleia Legislativa.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES RELATIVAS ÀS POLÍTICAS DE RECURSOS HUMANOS DA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL

Art. 69. Na elaboração de suas propostas orçamentárias, os Poderes Executivo, Legislativo,


compreendendo o Tribunal de Contas do Estado, e Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria
Pública terão como limites para pessoal a despesa de pessoal e encargos sociais projetada para o ano de
2022, podendo ser corrigida para preços de 2023, com base nos seguintes critérios:

I - a projeção da despesa de pessoal de 2022 será calculada tomando por base a média
mensal da despesa empenhada em Pessoal e Encargos Sociais no primeiro semestre, excluindo as
despesas relacionadas à Folha Complementar;
II - a atualização para 2023 poderá ser realizada até o limite da variação do Índice de Preços
ao Consumidor Ampliado – IPCA, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
verificado nos parâmetros macroeconômicos estabelecidos no Anexo II – Anexo de Metas Fiscais desta
Lei, desde que os cenários projetados estejam consistentes com a realidade fiscal na elaboração da Lei
Orçamentária Anual para o exercício de 2023 ou até 90% (noventa por cento) da variação positiva da
Receita Corrente Líquida, ambos para o período de 12 (doze) meses, encerrado em junho do exercício
anterior a que se refere a Lei Orçamentária, conforme Emenda Constitucional nº 88, de 21 de dezembro
de 2016, respeitados os limites individualizados de cada Poder, definidos no art. 94 desta Lei.

§ 1º Aos limites estabelecidos no caput deste artigo poderão ser adicionados o crescimento
vegetativo da folha, conforme metodologia e parâmetros estabelecidos pela SEPLAG, e outros
acréscimos legais aplicáveis.

§ 2º Para fins de atendimento ao disposto no caput deste artigo, os Poderes Legislativo,


compreendendo o Tribunal de Contas do Estado, e Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria
Pública informarão à Secretaria do Planejamento e Gestão - SEPLAG, até 30 de julho de 2022, as suas
respectivas projeções das despesas de pessoal, instruídas com memória de cálculo, demonstrando sua
compatibilidade com o disposto nos arts. 18, 19, 20 e 21 da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de
maio de 2000.

Art. 70. Para os fins do disposto nos arts. 19 e 20 da Lei Complementar Federal nº 101, de 4
de maio de 2000, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os
seguintes percentuais da Receita Corrente Líquida - RCL:

I - no Poder Executivo: 48,6 % (quarenta e oito vírgula seis por cento);


II - no Poder Judiciário: 6,0% (seis por cento);
III - no Poder Legislativo: 3,4 % (três vírgula quatro por cento), sendo:

a) na Assembleia Legislativa: 2,34% (dois vírgula trinta e quatro por cento);


b) no Tribunal de Contas do Estado: 1,06% (um vírgula zero seis por cento);
28
IV - no Ministério Público: 2,0% (dois por cento).

Art. 71. Na verificação dos limites definidos no art. 70 desta Lei, serão também
computadas, em cada um dos Poderes, no Ministério Público e na Defensoria Pública, as seguintes
despesas:
I - com inativos e os pensionistas, segundo a origem do benefício previdenciário, ainda que
a despesa seja empenhada e paga por intermédio do Fundo Financeiro – FUNAPREV, do Fundo
Financeiro – PREVMILITAR e do Fundo Previdenciário - PREVID;
II - com servidores requisitados.

Parágrafo único. Serão consideradas contratos de terceirização de mão de obra, para efeito
do disposto no § 1º do art. 18 da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000, as despesas
provenientes de contratação de pessoal para substituição de servidores pertencentes a categorias
funcionais abrangidas por planos de cargos do quadro de pessoal de órgão ou entidade, sendo tais
despesas contabilizadas como Outras Despesas de Pessoal, as quais serão computadas para fins de
cálculo do limite da despesa total com pessoal.

Art. 72. Para fins de atendimento ao disposto no art. 169, § 1º, inciso II da Constituição
Federal, ficam autorizadas as concessões de quaisquer vantagens, criação de cargos, empregos e
funções, alterações de estruturas de carreiras, aumentos de remuneração, bem como admissões ou
contratações de pessoal a qualquer título, pelos órgãos e por entidades da Administração Direta ou
Indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, observadas as demais normas
aplicáveis.

Parágrafo único. Os recursos necessários ao atendimento do disposto no caput deste artigo,


caso as dotações da Lei Orçamentária sejam insuficientes, serão objeto de crédito adicional a ser criado
no exercício de 2023, observado o disposto no art. 17 da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de
maio de 2000.

Art. 73. Fica autorizada a revisão geral das remunerações, dos subsídios, dos proventos e
das pensões dos servidores ativos e inativos e pensionistas dos Poderes Executivo, Legislativo,
compreendendo o Tribunal de Contas do Estado, e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, das autarquias e fundações públicas cujo percentual será definido em lei específica.

Art. 74. Para efeito da elaboração e execução da despesa de pessoal, os Poderes e órgãos
consignarão dotações específicas, distinguindo pagamento da folha normal e pagamento da folha
complementar.

§ 1º A folha normal de pagamento de pessoal e encargos sociais compreende as despesas


classificadas nos elementos discriminados abaixo, consoante Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008
e suas alterações posteriores:

I - 319001 - Aposentadorias do RPPS, Reserva Remunerada e Reformas dos Militares;


II - 319003 - Pensões do RPPS e do militar;
III - 319004 - Contratação por Tempo Determinado;
IV - 319007 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência;
V - 319011 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil;
VI - 319012 - Vencimento e Vantagens Fixas – Pessoal Militar;
29
VII - 319013 - Obrigações Patronais;
VIII - 319016 - Outras Despesas Variáveis – Pessoal Civil;
IX - 319017 - Outras Despesas Variáveis – Pessoal Militar;
X - 319096 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado.
§ 2º Os elementos discriminados no caput deste artigo poderão ser acrescidos de outros que
se identifiquem como despesa da folha normal, mediante solicitação justificada da necessidade dirigida
à Secretaria do Planejamento e Gestão - SEPLAG.

§ 3º A folha complementar de pessoal ativo, inativo e pensionista, civis e militares,


compreende:

I - sentenças judiciais, medidas cautelares e tutelas antecipadas;


II - indenizações e restituições, estas de natureza remuneratória, a qualquer título, de
exercícios anteriores;
III - outras despesas não especificadas no § 1º deste artigo e outras de caráter eventual.

§ 4º Fica vedada a emissão de empenho, liquidação e pagamento para despesas com pessoal
e encargos sociais, utilizando dotações orçamentárias consignadas no orçamento cujos títulos descritores
se apresentam de forma genérica e abrangente.

§ 5º As despesas da folha complementar do exercício de 2023 não poderão exceder a 1%


(um por cento) da despesa anual da folha normal de pagamento de pessoal projetada para o exercício de
2023, em cada um dos Poderes, Executivo, Legislativo, compreendendo o Tribunal de Contas do
Estado, e Judiciário, no Ministério Público Estadual e na Defensoria Pública, ressalvados o caso previsto
no inciso I do § 3º deste artigo, e os definidos em lei específica.

§ 6º As despesas de pessoal na modalidade 91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação


entre Órgãos, Fundos e Entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - não serão
computadas para cálculo do limite definido no § 5° deste artigo.

§ 7º Será considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público a execução de


despesa de pessoal que não atenda o disposto nesta Lei e na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000.

Art. 75. O Poder Executivo, por intermédio da Secretaria do Planejamento e Gestão -


SEPLAG, publicará no Diário Oficial do Estado – DOE, até 30 de setembro de 2022, com base na
situação vigente em 30 de junho de 2022, a tabela de cargos efetivos e comissionados, bem como dos
empregos públicos das empresas dependentes integrantes do quadro geral de pessoal civil e militar,
explicitando os cargos ocupados e vagos, respectivamente.

Parágrafo único. Os Poderes Legislativo, compreendendo o Tribunal de Contas do Estado,


e Judiciário, assim como o Ministério Público e a Defensoria Pública, observarão o disposto neste
artigo, mediante ato próprio dos dirigentes máximos de cada órgão, destacando, inclusive, as entidades
vinculadas à Administração Indireta.

Art. 76. No exercício de 2023, observado o disposto no art. 37, inciso II, e art. 169 da
Constituição Federal, somente poderão ser admitidos servidores se:

I - existirem cargos e empregos públicos vagos a preencher, demonstrados na tabela a que se


refere o art. 75 desta Lei, ou quando criados por lei específica;
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II - houver vacância dos cargos ocupados constantes da tabela a que se refere o art. 75 desta
Lei;
III - for observado o limite prudencial estabelecido no parágrafo único do art.22, da Lei
Complementar Federal n° 101, de 4 de maio de 2000, a exceção do disposto no art. 77 desta Lei.
Art. 77. No exercício de 2023, a realização de gastos adicionais com pessoal, a qualquer
título, quando a despesa houver extrapolado o percentual de 95% (noventa e cinco por cento) dos limites
previstos no art. 70 desta Lei, somente poderá ocorrer quando destinada ao atendimento de relevantes
interesses públicos, de situações emergenciais de risco ou de prejuízo para a sociedade e nos casos de
reposição decorrentes de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de saúde, segurança
pública e educação.

Art. 78. Para atendimento do § 1º do art. 18 da Lei Complementar Federal n° 101, de 4 de


maio de 2000, aplica-se o disposto na Portaria nº 924, de 08 de julho de 2021, da Secretaria do Tesouro
Nacional, que aprova a 12ª edição do Manual de Demonstrativos Fiscais – MDF, e na Resolução
n° 3.408, de 1º de novembro de 2005, do Tribunal de Contas do Estado.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES RELATIVAS À DÍVIDA PÚBLICA ESTADUAL

Art. 79. As operações de crédito interno e externo reger-se-ão pelo que determinam a
Resolução nº 40, de 20 de dezembro de 2001, alterada pela Resolução nº 5, de 3 de abril de 2002, e a
Resolução nº 43, de 21 de dezembro de 2001, alterada pela Resolução nº 6, de 4 de junho de 2007, todas
do Senado Federal, e na forma do Capítulo VII, da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de
2000.

§ 1º A administração da dívida interna e externa contratada e a captação de recursos por


órgãos ou entidades da Administração Pública Estadual, obedecida a legislação em vigor, limitar-se-ão à
necessidade de recursos para atender:

I - mediante operações e/ou doações, junto a instituições financeiras nacionais e


internacionais, públicas e/ou privadas, organismos internacionais e órgãos ou entidades governamentais:

a) ao serviço da dívida interna e externa de cada órgão ou entidade;


b) aos investimentos definidos nas metas e prioridades do Governo do Estado;
c) ao aumento de capital das sociedades em que o Estado detenha, direta ou indiretamente, a
maioria do capital social com direito a voto;
d) reestruturação da dívida pública estadual.

II - mediante alienação de ativos:

a) ao atendimento de programas sociais;


b) ao ajuste do setor público e redução do endividamento;
c) à renegociação de passivos.

§ 2º O Portal da Transparência do Estado disponibilizará informações que conterão:

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I - os contratos de operações de crédito, segregados por classificação da dívida e por credor,
discriminando os projetos, data de liquidação, moeda, periodicidade de vencimento e taxa de juros;
II - a previsão do serviço da dívida para 2023, detalhando os valores do principal da dívida,
dos juros e outros encargos.

§ 3º As informações das despesas do Estado com o pagamento da dívida pública estadual,


interna e externa, para o ano de 2023, devem ser disponibilizadas bimestralmente, de forma detalhada,
no Portal da Transparência do Estado, indicando:
I - o contrato a que se refere, disponibilizando-se acesso ao inteiro teor, inclusive anexos e
aditivos;
II - a natureza do pagamento, especificando os valores pagos de principal, de juros e de
outros encargos da dívida.

CAPÍTULO VII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 80. As entidades de direito privado beneficiadas com recursos públicos, a qualquer
título, submeter-se-ão à fiscalização do Poder concedente e do Poder Legislativo com a finalidade de
verificar o cumprimento de metas e objetivos para os quais receberam os recursos, nos termos
instituídos no art. 68 da Constituição do Estado do Ceará.

Art. 81. Fica autorizada a concessão pelo Poder Executivo de subvenção social a entidades
privadas sem fins lucrativos ou a agências de organizações internacionais com relevante atuação social
em âmbito estadual, observadas as disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Parágrafo único. A concessão de que trata o caput dar-se-á mediante aprovação de lei
específica, na qual deverá ficar demonstrada a necessidade da medida, bem como definidos os termos e
condicionantes para a respectiva formalização.

Art. 82. O Portal da Transparência, como instrumento de divulgação das informações e das
movimentações financeiras feitas pelo Estado constantes nesta Lei, atenderá a todos os requisitos da Lei
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e conterá, além das informações atualmente disponibilizadas,
pelo menos:

I - o valor da contrapartida dos convênios firmados pelo Estado;


II - os itens de execução e classificação orçamentária, bem como as notas de empenhos e
ordens bancárias;
III - informações sobre os servidores públicos estaduais, em especial o nome, o vínculo, o
cargo e a remuneração;
IV - informações sobre gastos relacionados a viagens nacionais e internacionais realizadas
por agentes públicos, empregados e servidores públicos do Estado do Ceará a serviço ou em missões
oficiais;
V - informações sobre os gastos com locação de mão de obra terceirizada que compõem a
Administração Direta, os fundos, as fundações, as autarquias e as empresas estatais dependentes;
VI - apresentação de editais e resultados de concursos públicos realizados, no Estado do
Ceará, no ano corrente;
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VII - os procedimentos licitatórios realizados, inclusive os respectivos editais e resultados,
bem como todos os contratos celebrados, além das dispensas ou inexigibilidades quando for o caso com
o número do correspondente processo;
VIII - informações sobre o quantitativo disponível nos saldos das contas dos fundos
instituídos e geridos pelo Governo Estadual.

§ 1º As informações de que tratam os incisos IV e V deste artigo ficarão disponíveis a partir


de 180 (cento e oitenta) dias contados da entrada em vigor da Lei Orçamentária Anual do Exercício de
2023.

§ 2º O Portal da Transparência deverá ser divulgado nos principais meios de comunicação


do Estado como forma de incentivar a sociedade a consultá-lo, devendo ser adaptado para se integrar
com tecnologias acessíveis para deficientes visuais.

§ 3º A arrecadação do Estado do Ceará disponibilizada no Portal da Transparência permitirá


ao cidadão a escolha do retorno da consulta ao Sistema tanto por órgão arrecadador quanto por tipo de
receita, até o nível de subalínea.

§ 4º As informações de que trata o § 3.º ficarão disponíveis a partir de 180 (cento e oitenta)
dias contados da publicação desta Lei.

§ 5º As informações disponibilizadas no Portal da Transparência seguirão o conceito e os


princípios de Dados Abertos.

§ 6º O Portal da Transparência divulgará cópia de todos os contratos/convênios cujo


objetivo seja conceder crédito presumido ou conceder anistia ou remissão de qualquer imposto estadual.

Art. 83. São vedados quaisquer procedimentos no âmbito dos sistemas de orçamento,
programação financeira, contratos, convênios e instrumentos congêneres e contabilidade, que viabilizem
a execução de despesas sem que esteja comprovada a suficiente disponibilidade de dotação
orçamentária.

Art. 84. A Lei Orçamentária de 2023 conterá reserva de contingência, constituída


exclusivamente com recursos do Orçamento Fiscal, em montante equivalente a, no máximo, 1% (um por
cento) da receita corrente líquida, da fonte do Tesouro, na forma definida no inciso I do § 10 do art. 9º
desta Lei, e atenderá a:

I - passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos classificados,


conforme a natureza dos fatores originários, nas seguintes classes:

a) controvérsias sobre indexação e controles de preços praticados durante planos de


estabilização econômica;
b) questionamentos judiciais de ordem fiscal contra o Tesouro Estadual, bem como riscos
pertinentes a ativos do Estado decorrentes de operações de liquidação extrajudicial;
c) outras demandas judiciais contra o Estado;
d) lides de ordem tributária e previdenciária;
e) questões judiciais pertinentes à administração do Estado, tais como privatizações,
liquidação ou extinção de órgãos ou de empresas e atos que afetam a administração de pessoal;
f) dívidas em processo de reconhecimento pelo Estado;
g) operações de aval e garantia, fundos e outros;
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II - situações de emergência e calamidades públicas.

Parágrafo único. Os decretos expedidos que tenham como finalidade a abertura de créditos
suplementares deverão indicar quais ações suplementadas tiveram como fonte de recursos a anulação
dos créditos da Reserva de Contingência, além das motivações para a utilização da referida fonte.

Art. 85. O Projeto de Lei Orçamentária de 2023 será encaminhado à sanção até o
encerramento da Sessão Legislativa.

Art. 86. Caso o Projeto de Lei Orçamentária de 2023 não seja encaminhado para sanção até
31 de dezembro de 2022, a programação dele constante poderá ser executada, em cada mês, até o limite
de 1/12 (um doze avos) do total de cada dotação, na forma da proposta originalmente encaminhada à
Assembleia Legislativa, até que seja sancionada e promulgada a respectiva Lei Orçamentária.

§ 1º Considerar-se-á antecipação de crédito à conta da Lei Orçamentária de 2023 a utilização


dos recursos autorizada neste artigo.

§ 2º Depois de sancionada a Lei Orçamentária de 2023, serão ajustadas as fontes de recursos


e os saldos negativos apurados em virtude de emendas apresentadas ao Projeto de Lei Orçamentária na
Assembleia Legislativa, mediante abertura, por Decreto do Poder Executivo, de créditos adicionais
suplementares, com base em remanejamento de dotações e publicados os respectivos atos.

§ 3º Não se incluem no limite previsto no caput deste artigo, as dotações para atendimento
das seguintes despesas:

I - pessoal e encargos sociais;


II - pagamento de benefícios previdenciários a cargo do Fundo Financeiro – FUNAPREV,
do Fundo Financeiro – PREVMILITAR e do Fundo Previdenciário – PREVID e do Fundo de
Previdência Parlamentar - FPP;
III - pagamento do serviço da dívida estadual;
IV - pagamento das despesas correntes relativas à operacionalização do Sistema Único de
Saúde – SUS;
V - sentenças judiciais, inclusive relativas a precatórios ou consideradas de pequeno valor.

Art. 87. Até 72 (setenta e duas) horas após o encaminhamento à sanção governamental do
Autógrafo de Lei Orçamentária de 2023 e dos Autógrafos de Lei de créditos adicionais, o Poder
Legislativo enviará, em meio digital de processamento eletrônico, os dados e as informações relativos
aos Autógrafos, indicando:

I - em relação a cada categoria de programação e grupo de despesa dos projetos originais, o


total dos acréscimos e o total dos decréscimos, por fonte e região, realizados pela Assembleia
Legislativa em razão de emendas;
II - as novas categorias de programação e, em relação a estas, os detalhamentos fixados no
art. 12 desta Lei, as fontes e as denominações atribuídas em razão de emendas.

Art. 88. As unidades responsáveis pela execução dos créditos orçamentários e adicionais
aprovados processarão o empenho da despesa, observados os limites fixados para cada órgão ou
entidade, unidade orçamentária, categoria de programação e respectivos grupos de natureza da despesa,

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fontes de recursos, modalidade de aplicação, identificador de uso e região, especificando o elemento da
despesa.

Art. 89. A prestação anual de contas do Governador do Estado incluirá relatório de


execução dos principais projetos concluídos e em conclusão, contendo identificação e informações da
execução orçamentária.

Art. 90. A Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho – SEDET, deverá enviar,


trimestralmente, à Comissão de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços da Assembleia Legislativa e
publicar no Diário Oficial do Estado relatório das operações realizadas pelo Fundo de Desenvolvimento
Industrial - FDI.

Parágrafo único. No relatório especificado no caput deste artigo constarão todas as


operações realizadas pelo FDI com o seu andamento em termos de retornos de pagamento por parte das
empresas beneficiadas.

Art. 91. A política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento,
que o Estado vier a constituir, será definida em projeto de lei específico.

Art. 92. A seleção de bolsistas e a respectiva concessão de bolsas para pesquisa e extensão
tecnológicas da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior- SECITECE, da Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, e da Fundação Núcleo de Tecnologia
Industrial – NUTEC, passa a ser da responsabilidade da Fundação Cearense de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP.

Parágrafo único. O custeio das bolsas correrá por conta das dotações orçamentárias dos
órgãos e das entidades previstas neste artigo, descentralizadas nos termos do Decreto Estadual vigente, e
alterações, sendo vedada a utilização desses recursos para pagamento de bolsas de pesquisa e extensão
tecnológicas em outros órgãos ou entidades públicas ou privadas.

Art. 93. As despesas relativas ao pagamento a pessoas jurídicas do setor privado ou pessoas
físicas em caráter de doação, premiação ou reconhecimento público, deverão ser precedidas do
atendimento das seguintes condições:

I - previsão de recursos no orçamento ou em seus créditos adicionais;


II - autorização em lei específica.

Art. 94. Ficam estabelecidos, para o exercício de 2023, limites individualizados para as
despesas primárias correntes dos Poderes Executivo, Legislativo, compreendendo o Tribunal de Contas
do Estado, e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, nos termos que dispõem os arts.
43 e 43-B do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado, acrescidos,
respectivamente, pela Emenda Constitucional nº 88, de 21 de dezembro de 2016 e pela Emenda
Constitucional nº 102, de 03 de dezembro de 2020, equivalente a:
I - variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, publicado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o período de 12(doze) meses, encerrado em junho de
2022; ou
II - 90% (noventa por cento) da variação positiva da Receita Corrente Líquida, para o
período de 12 (doze) meses, encerrado em junho do exercício de 2022.

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Parágrafo único. A aplicação dos parâmetros estabelecidos nos arts. 21 e 69 fica
condicionada também à observância dos limites estabelecidos nos incisos I e II deste artigo,
prevalecendo, no ano de 2023, a maior variação apurada no período.

Art. 95. Fica estabelecida como meta anual de investimentos para o exercício de 2023 a
média dos valores empenhados nos grupos de natureza da despesa 4 – Investimentos e 5 – Inversões
Financeiras, nas fontes 00 (Recursos Ordinários) e 10 (Fecop), nos últimos 4 (quatro) exercícios
anteriores à vigência desta lei.

Parágrafo único. Mediante Decreto do Poder Executivo, a meta anual de investimentos


poderá ser alterada, caso ocorram eventos que afetem a arrecadação da receita tributária ou que
acarretem elevação de despesas correntes em proporção maior que o crescimento da receita tributária.

Art. 96. A elaboração do Projeto de Lei Orçamentária para o exercício financeiro, com
fundamento na Constituição Federal, será realizada segundo os princípios da democracia, da justiça
social, da transparência, da unidade, da universalidade, da anualidade, da exclusividade, do equilíbrio,
da clareza, com a participação da sociedade civil do Estado do Ceará.

Parágrafo único. A participação de que trata o caput, dar-se-á após o envio projeto de Lei
Orçamentária Anual - PLOA à Assembleia Legislativa, que apresentará a minuta do projeto e seus
anexos para representantes da sociedade civil nas regiões, de forma a permitir a sua cooperação no
processo de inclusão das emendas ao projeto da LOA – 2023.

Art. 97. A autorização da preparação do projeto pela Comissão de Financiamento Externo –


Cofiex para captação de recurso oneroso ensejará a publicização no site da Secretaria do Planejamento e
Gestão para o conhecimento do Poder Legislativo antes de sua votação.

Art. 98. Para a retirada de recursos de Fundos que não estejam sob o gerenciamento do
Poder Executivo ou de seus órgãos delegados, deverá ser assegurada a provisão de devolução, no
Balanço Geral do Estado, para o Poder ou órgão a que estão vinculados os Fundos.

Art. 99. É facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público,
ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública aplicar o mecanismo de ajuste fiscal, conforme disposto
no art.167 – A da Constituição Federal, quando a relação entre despesas correntes e receitas correntes
superar 95% (noventa e cinco por cento).

Art. 100. Após a publicação da Lei Orçamentária Anual – LOA, será disponibilizado no
sítio da Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG, o relatório das emendas estaduais aprovadas.

Art. 101. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 102. Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ,


em Fortaleza, 2022.

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Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
GOVERNADORA DO ESTADO DO CEARÁ

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