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Súmula teórica
Enquadramento teórico
Teorias da punição
Sentenciar - não tem por que ser impermeável às influências exercidas por
uma série de elementos.
Desempenho por parte de quem sentencia de um papel mais criativo perante a lei
ê
Deixa de ser uma entidade estática.
Enquadramento teórico
Cap. II - Os aspetos extra-legais das decisões sentenciais
– Aspetos relativos ao/à arguido/a
• raça/etnia
• estatuto socio-económico
• género
• atratividade
• idade
• cruzamentos de variáveis – constelações de características
• efeitos cumulativos e os estereótipos de perigosidade
Enquadramento teórico
Cap. II - Os aspetos extra-legais das decisões sentenciais
– Aspetos relativos ao/à juiz/a
• raça/etnia
• género
• idade
• posicionamentos ideológicos
• posicionamentos políticos
Enquadramento teórico
Cap. II - Os aspetos extra-legais das decisões sentenciais
– Aspetos relativos ao contexto
ê
Pertinência de uma abordagem exploratória, descritiva e naturalista.
Com tudo isto, voltamos às questões iniciais:
Fundamento:
Leitura do acórdão – não se limita à leitura do documento escrito sendo uma síntese
‘livre’ dele.
Possibilidade de fazer uma ‘alocução final’ – definida em aberto pela lei.
Extra-acórdão – bom analisador do processo de tomada de decisão sentencial.
Método:
Materiais e procedimento de recolha: 93 leituras.
Procedimento de análise dos dados: análise de conteúdo indutiva ou por milha, a
unidade de registo foi a ideia e a regra de enumeração foi a frequência.
Estudo 1 – Como são ditas as decisões sentenciais –
O extra-acórdão nas leituras dos acórdãos
Objetivos:
1. Perceber como juízes e juízas concretizam o momento de leitura de acórdãos;
2. Identificar os aspetos salientados naquele momento, em termos da decisão
sentencial.
Análises:
A. Análise da estrutura dos documentos ('leitura', 'legal' e 'conotativo');
B. Análise das grandes categorias:
B.1. Aspetos legais;
B.2. Aspetos conotativos.
Estudo 1 – Como são ditas as decisões sentenciais –
O extra-acórdão nas leituras dos acórdãos
B.1. Aspetos legais
Atribuições quanto ao que deve, e não deve ser feito no sentido da não reincidência.
Expressão estes conteúdos apesar do propósito das penas em Portugal ser a prevenção
da ocorrência de novos crimes e não a definição do seu estilo de vida.
Estudo 1 – Como são ditas as decisões sentenciais –
O extra-acórdão nas leituras dos acórdãos
Fundamento:
Dados quantitativos relativos à ponderação de uma série de aspetos
relacionados com a tomada de decisão sentencial – racionalidades, ideologias
sociopolíticas e atribuições relativamente a uma série de dimensões.
Método:
Participantes: N min máx M dp
Porto 14
Tribunal Coimbra 8
Lisboa 27
Feminino 26
Sexo
Masculino 23
Experiência
5 23 16,1 4,6
profissional total
Método:
Descrição do instrumento: ‘Questionário de análise de tomada de decisão judicial’
(Castro Rodrigues & Sacau, 2009):
– Objetivos sentenciais e ideologias penais
– Factos para a tomada de decisão
– Causas da criminalidade
– Justificações para o delito
– Adequação das diferentes penas aos diferentes objetivos
– Adequação das diferentes penas a diferentes categoria de crimes
– Atribuições penais – Reincidência e perigosidade, controlo do crime e o
sentenciar, e criminalidade
– Fatores definidores da qualidade de um/a juiz/a
– Diferenciais semânticos em torno do sentenciar
– Causas do possível desacordo entre juízes/as
Estudo 2 – Fatores relacionados com a tomada de decisão sentencial –
Questionário de tomada de decisão sentencial
Método:
Método:
Objetivos:
1. Descrever padrões atribucionais de quem sentencia.
2. Explorar o que pode estar na base das diferenças entre juízes/as.
Análises:
i. Análise descritiva e análises fatoriais
ii. Análise diferencial e correlacional
- Ideologias penais e características socio-demográficas (csd) de juízes/as
- Factos para a tomada da decisão e csd de juízes/as
- Causas da criminalidade e csd de juízes/as
- Justificações para o delito e csd de juízes/as
- Atribuições penais de género e idade e csd de juízes/as
- Filosofias penais e factos para a tomada de decisão
Estudo 2 – Fatores relacionados com a tomada de decisão sentencial –
Questionário de tomada de decisão sentencial
Não há porque presumir uma relação linear em direta proporção entre os crimes que
são julgados em tribunal e as suas prevalências na sociedade.
Dados apontam para uma leitura da realidade criminal menos complexa do que
enquanto fenómeno complexo e multicausal.
Estudo 2 – Fatores relacionados com a tomada de decisão sentencial –
Questionário de tomada de decisão sentencial
Fundamento:
Exploração de conteúdos dos estudos anteriores e introdução de sentido a estes.
Método:
Participantes e materiais: 12 entrevistas (t=27h43m).
Descrição do instrumento: entrevista semidiretiva e em profundidade.
Recolha dos dados: no final do ano de permanência no tribunal, no local e
momento escolhido, gravadas e transcritas verbatim.
Análise dos dados: análise de conteúdo; grelha de codificação baseada no guião
e nas suas secções; ideia como unidade de registo; frequência como regra de
enumeração.
Estudo 3 – As explicações do sentenciar pelos/as juízes/as –
As entrevistas
Objetivos:
1. Posicionamento de juízes/as face à sistematização dos dados nos estudos
anteriores, a partir da sua própria exploração destes conteúdos.
2. Exploração tão aprofundada quanto possível de um conjunto de temáticas
relacionadas com a tomada de decisão sentencial.
Análise:
A. Análise quantitativa
B. Análise qualitativa
Estudo 3 – As explicações do sentenciar pelos/as juízes/as –
As entrevistas
Estudo 3 – As explicações do sentenciar pelos/as juízes/as –
As entrevistas
Dificuldade em ter uma posição perante a eficácia diferencial das penas – “depende
da forma como os indivíduos a vivem”.
Noção geral da pouca eficácia das penas, com exceção da pena de prisão –
inconsistente com as fragilidades apontadas a nível da ressocialização.
Estudo 3 – As explicações do sentenciar pelos/as juízes/as –
As entrevistas
Temos condições para criar contextos onde se estimule discussões dessas temáticas,
fundamentadas na investigação, que as complexifiquem e as afastem do senso
comum.
Outros caminhos que ficaram por percorrer
Este estudo não pretendia apontar a profissão de julgar como particularmente sujeita à
influência da consideração humana mas antes fundamentar que esta atividade não
está alheia a estes fenómenos.
Considerações finais e conclusões
Consistência e complementaridade dos dados dos nossos 3 estudos.
Expetável que os juízes/as apresentem diferenças nas suas escolhas com base na
sua abordagem à interpretação da lei.
Diferenças
- quanto à forma como concebem e concretizam a comunicação da
decisão do tribunal – a leitura do acórdão –
- quanto aos seus posicionamentos face a uma série de questões mais e
menos legais que podem interferir no processo decisional,
- nas justificações e elaborações que tecem face a esses posicionamentos.
Discricionariedade
- não é um elemento a eliminar
- mas também não deve ser deixada num espaço de total liberdade (opinativa).
Criar das condições para que estes possam ser trabalhados tecnicamente.
Considerações finais e conclusões
A objetividade como algo que não existe em absoluto, mas antes que se define em
relação a cada domínio específico (Postema, 2001).
Contacto de email:
andreiagtcr@gmail.com