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O que faz do brasil, Brasil?

Resenha crítica.
DAMATTA, Roberto Augusto. O que faz do brasil, Brasil?. Editora Rocco, 1986.

Capítulo 1 - O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade.

Nesse capítulo, o autor busca nos fazer refletir sobre a identidade do Brasil e o que nos faz
brasileiros. Para começar, ele distingue os dois tipos, o "brasil" com "b" minúsculo e o "Brasil"
com "B" maiúsculo. O primeiro ele refere como se fosse apenas um nome dado a uma
empresa, ou a um objeto, ou qualquer coisa que não se possa criar uma sociedade e uma
"eternidade". O segundo, Damatta, mostra como a nação, o país, o lugar conhecido
internacionalmente. E não somente isso, mas ao pensar em Brasil, não dá para simplesmente
defini-lo com tal formalidade, descreve o autor. Brasil e brasileiro se define por sua cultura,
aliás, a mistura de culturas. E isso inclui a comida, o carnaval, o futebol, as religiões, os deuses
e orixás, o valor as amizades e o apego as famílias, o jeitinho malandro e também as leis, a
economia e a política. Damatta diz, neste capítulo, que o Brasil está em todo lugar e em lugar
nenhum. O Brasil nos faz e nós fazemos o Brasil.

CRÍTICA

Eu gostei do capítulo num geral. É bonito de ver como o autor traz esse olhar da identidade do
Brasil. Um povo tão misto, tão entregue, tão intenso, tão patriota e com uma cultura tão viva.
Aliás, uma cultura construída por várias outras. O que nos torna brasileiros é a mistura de toda
a nossa história. Dos que vieram e foram embora e dos que ficaram. Dos nativos, dos
colonizadores, daqueles que foram escravizados, dos invasores e de todos seus descendentes.
As marcas que deixaram em nosso país, as suas contribuições, costumes, manias, crenças,
hábitos, visões de mundo, fossem cada uma delas boas ou ruins, nos trouxeram ao Brasil que
vivemos hoje. E um brasileiro que se orgulha de sua história, indo para fora ou contando para
outros povos como é aqui, defende com unhas e garras sua nação e sua identidade.
É bonito de ver, sendo narrado por Damatta, que o que lá fora é considerado fraqueza, aqui é o
que nos torna fortes. O apego a família e o valor as amizades, o nosso jeitinho de "ninguém
solta a mão de ninguém", nos torna coletivos e não individualistas, e culturalmente falando, no
Brasil isso é motivo de orgulho.
No olhar do autor, posso ver beleza, orgulho e confiança descrito em palavras por um povo
forte, que sobreviveu a muito, e luta todos os dias para se manter e fazer história.
Mesmo a desigualdade social, a pobreza e as crises uma atrás das outras, nos dizem quem
somos ainda que não seja bonito de contar.
Nossas falhas e acertos nos tornam o povo brasileiro, do Brasil com B maiúsculo que Damatta
aponta. E acredito que qualquer pessoa que viva e conviva neste país, e pare um pouco pra
refletir, concorde com o autor sobre essa identidade.
O livro é escrito pela visão de DaMatta de como a sociedade brasileira funciona, o que inclui
também as suas opiniões, e dentro de um livro próprio não teria problema ele fazer uso delas.
Porém, em determinados momentos ele impõe sua opinião como verdade absoluta, como um
fato inegável. Trago como exemplo o trecho "os deuses, conforme sabemos, existem somente
para serem vistos em certos momentos e dentro de certas molduras" e também: "Tal como
ocorre às divindades, que só são encontradas nas igrejas, também as sociedades só são
normalmente percebidas quando surgem nas suas vozes mais 'cultas'. Para os tradicionalistas,
aqueles que têm olhos e não vêem, os deuses se acham nos sacrários, nas capelas e nos
livros sagrados de reza e devoção." (DaMatta, Roberto. 1986, P. 8). O autor no caso, afirma
que num concenso geral, a religião, e as devidas crenças individuais, são somente uma
pequena "porta" da vida de um cidadão brasileiro que busca por ela em apenas alguns
momentos específicos. Dentro da realidade brasileira, tendo um povo tão religioso, sendo mais
da metade da população brasileira declarada católica, alguns espíritas, outros budistas, etc
(incluir aqui dados), não seria contraditório afirmar: "conforme sabemos" (como cita o autor),
como se fosse um fato verídico de todos os cidadãos, que a religião seria como uma caixa
fechada que a pessoa carrega no bolso e abre só quando precisa?
Em minha percepção, como cidadã brasileira, nascida e crescida tendo contato com dezenas
de brasileiros com diversas religiões, vejo que ela na maioria das vezes é o que molda a vida e
visão das pessoas, independente da religião, percebo que o povo brasileiro é de fato muito
entregue ao que acredita, e nisso incluo também princípios, morais, estilos de vida, paixões,
etc. Sendo assim, tenho que discordar de DaMatta, em sua fala.

Citar Durkheim, a questão da sociedade como organismo e as patologias q no Brasil fazem


parte da nossa sociedade

Durkheim foi o pai do funcionalismo. Em sua tese ele dizia que a sociedade funcionava como
um organismo vivo, sendo cada instituição um órgão ou membro do corpo, onde cada um é
importante tendo sua devida função, e dependem um do outro para sobreviver. Sendo assim,
podemos dizer que o Brasil é um organismo vivo, onde o futebol, a família, a política, a nossa
linguagem, a religião, e as demais instituições que compõe nosso país, são or órgãos que
mantém nosso corpo funcionando.

Capítulo 8 - Os caminhos para Deus

Resumo

Crítica
Falar sobre a questão de servir a dois senhores. Acaba servindo mais um do que o outro.
A questão da esperança. A questão da religião ser i.portante para trabalhar em terapia

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pesquisa/23/22107 dados sobre a religião no Brasil

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