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Índice

Folha d e rosto
Conteúd o
d ireito autoral
Outros livros d e G. Bailey
Mapa
Descrição
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Epílogo
Posfácio
Leitura bônus d e H erd eiro d e Monstros
Leitura bônus d e H erd eiro d e Monstros
Leitura bônus d e H erd eiro d e Monstros
Brasas Perdidas
SÉRIE FALL MOUNTAIN SHIFTERS LIVRO OITO
G. BAILEY
Conteúdo
Outros livros d e G. Bailey
Mapa
Descrição
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Ep ílogo
Posfácio
Leitura bônus d e H erd eiro d e Monstros
Leitura bônus d e H erd eiro d e Monstros
Leitura bônus d e H erd eiro d e Monstros
Brasas perd id as © 2022 G. Bailey

Tod os os direitos reservad os.

Esta é um a obra d e ficção. N om es, personagens, lugares e incid entes são prod utos d a im aginação d o autor ou são
usad os d e form a fictícia. Qualquer sem elhança com pessoas reais, vivas ou m ortas, negócios, em presas, eventos ou
locais é m era coincid ência e form ad a pela im aginação d este autor. N enhum a parte d este livro pod e ser reprod uzid a
ou usad a d e qualquer m aneira sem a perm issão expressa por escrito d o editor, exceto para o uso d e breves citações
em um a resenha d o livro.

Este livro foi escrito em inglês britânico, portanto, algum as grafias pod em ser d iferentes.

Design d a capa por Rebecca Frank

Ed itad o por Polished Perfection

Criad o com Velino


SUA SÉRIE DE GUARDIÕES

SUA SÉRIE DE DESTIN O

SÉRIE P ROTEGIDA POR D RAGÕES

SÉRIE A CADEMIA TEMPO P ERDIDO

A SÉRIE A CADEMIA DO D EMÔN IO

SÉRIE A CADEMIA D ARK A N GEL

SÉRIE A CADEMIA SH ADOWBORN

SÉRIE P RISÃO P ARAN ORMAL D ARK FAE

SÉRIE SALVO POR P IRATAS


A SÉRIE MARCADA

SÉRIE DA A CADEMIA H OLLY O AK

A SÉRIE DOS IRMÃOS A LPH A

SÉRIE DE QUEDA DE UM DEMÔN IO

A SÉRIE IMPÉRIO FAMILIAR

D A SÉRIE DAS ESTRELAS

A SÉRIE FOREST P ACK

A SÉRIE P RISÃO DOS D EUSES SECRETOS

A SÉRIE C OMPAN H EIRO REJEITADO

SÉRIE FALL M OUN TAIN SH IFTERS

SÉRIE ROYAL REAPERS A CADEMY

A SÉRIE MALDIÇÃO ETERN A


A SÉRIE LUA A LFA
Mapa
Descrição
D izem que todos os deuses podem cair, mas eu ressuscitarei nas brasas para salvar
todos nós.

Rainha. Escolhid o. Perd id o…


Meu nom e é Serend ipity Fall e estou preso em um m und o d o qual não sei com o
escapar. Quand o as cham as queim am , m e m ostram a saíd a, m as há um preço. Estou
retornand o ao m eu m und o com o um a d eusa e não consigo controlar o pod er que tom ei.

Meu m und o está d esm oronand o, m eu povo precisa d a m inha ajud a e tenho que d eter
Araw n antes que ele d estrua m eus com panheiros e d epois m eu m und o.

Restam p oucos d euses neste m und o e eu serei o últim o.

Este é um rom ance com pleto d e harém reverso cheio d e m achos alfa sensuais, cenas
quentes, um a heroína forte e m uito sarcasm o. Destinad o a m aiores d e 18 leitores.
Últim o livro d a série.
Prólogo

R
Passand o os d ed os pelos cabelos m acios, enrolo um a ponta sed osa em volta do
d ed o ind icad or enquanto observo tod os os m eus hom ens. Meus d ragões. Às vezes
esqueço que os criei com m eus pod eres, especialm ente quand o eles são m uito m ais
d o que jam ais sonhei qu e pod eriam ser. Suas belas form as d e d ragão rivalizam
com a beleza d e suas form as m asculinas, d ad as a eles pelo fogo. N unca esperei que eles
fossem tão pod erosos quanto são, ou pelo m enos alguns d eles. N em tod os foram
criad os iguais. Eu observo o ringue d e sparring enquanto Draycian e Araw n são
testad os um contra o outro. O pod eroso choque d e seus pod eres é com o assistir a noite
lutar contra o d ia no ú ltim o m inuto neste m und o. Fogo crepitante e escurid ão sem fim
batend o uns contra os outros continuam ente.
É im pressionante observar a exibição, e m uitos d os m eus hom ens pararam para
assistir. Ad m irar seu pod er e esperar que um d ia sejam com o eles. Mas eles não vão.
Araw n nasceu na parte m ais escura d as cham as, ond e m inha m agia não d everia ter
tocad o, e Draycian era o oposto. N ascid o d a parte m ais leve d a cham a, em algum lugar
que eu não sabia que m inha m agia pod eria alcançar m esm o qu e tentasse. Draycian
nunca ced eu à escurid ão porque ele é a luz d a cham a. A luz sem pre vence as trevas, e as
cham as respond em a ele com o se ele fosse seu rei. Suas cham as nascem para a vid a ao
seu red or, abraçand o sua alm a até que não haja d iferença entre ele e elas. Cham as
furiosas e ard entes que rugem m ais alto que um d ragão. A escurid ão envolve Araw n, e
eu senti isso d esd e o m om ento em que ele foi criad o. Descobri que ele era d iferente, que
os d ois eram d iferentes. Eu d everia ter m atad o Araw n e saud ad o Draycian com o nosso
rei. Parte d e m im sem pre sabe que eu d everia ter m atado Araw n im ed iatam ente
quand o ele nasceu tão d iferente d aqu elas cham as. Ele é um a escu rid ão neste m und o,
m as talvez Draycian não pud esse ter sid o criad o sem sua contraparte. Afinal, é preciso
conhecer a escurid ão p ara conhecer a luz.
Am bos vieram a este m und o para m ud á-lo. Acred ito que m inha m agia e
julgam ento, m esm o send o um a d eusa, nunca vão m ud ar isso. Qu ero d ar a Araw n a
chance d e ver se ele pod e m ud ar este m und o para m elhor e d iferir d aquele em que
nasceu. N em tod os os d euses são criad os d a m esm a m aneira; alguns são criad os em
suas experiências.
Levanto-m e, m eu vestid o esvoaça ao m eu red or e m eus pés afund am na areia
quente. Pego a lid erança d a m inha criatura e congelo. Um a presença não natural m e
envolve, bloqueand o o m und o até que não haja nad a além d e um lugar vazio e frio ao
m eu red or que conheço tão bem . N ão posso m e m achu car aqui, m as m eu coração bate
m ais rápid o m esm o assim .
O ar frio transform a m inha respiração em gelo, e m eus olhos se fecham logo antes
d o fogo explod ir do m eu corpo em tod as as d ireções e m eus p od eres assum irem o
controle enquanto eu m e torno um recipiente para eles.
Quand o abro os olhos, estou flutuand o no ar olhand o para um a celebração enorm e e
alegre realizad a na sala d o m eu trono. N a frente d a sala, em tronos que nunca vi antes,
está Draycian e um a m ulher que já vi um a vez em m inhas v isões. Ela é lind a, jovem e
pod erosa. Um a loba nascid a, m as um a rainha d ragão em todos os sentid os. Um a d eusa
renovad a, algo que o m und o nunca viu antes e que precisará acabar com tod as as
guerras e trazer a paz. Sinto que ela é um grand e presente para sua m ãe por seus
sacrifícios no m und o. Os d ois sentam -se m ajestosam ente no trono, com outros d ois
hom ens ao seu lad o, envoltos em escurid ão. N ão consigo vê-los, m as sinto que estão
ligad os à nova rainha pelo acasalam ento. Sua coroa é um a m istura d e brasas, ch am as e
cristais brilhantes d e um verm elho profund o, e brilha intensam ente enquanto a vejo
sorrir e rir antes d e colocar sua m ão em cim a d a d e Draycian. O am or que brilha em
seus olhos quand o ele se vira para ela aquece m eu coração. Este é seu com panheiro.
De repente, a visão se d issolve, d esaparecend o em outra realidad e, m uito m ais
som bria, e em vez d e sentir paz, sinto tristeza. H orror frio e m orto se espalhand o pelo
m und o.
Um a realid ad e gêm ea.
Araw n se senta em u m novo trono, com a fêm ea a seus pés, d e jo elhos e am arrad a a
ele. Ele é rei e o m und o perd eu. Draycian está m orto aqui e m uita coisa foi perd id a. A
fêm ea vira a cabeça e olha para o outro lad o d a sala, seus olhos com pletam ente pretos e
não m ais verd es com o um a floresta.
Ela não está realm ente aqui. N ão m ais, m as apenas um a concha.
Tud o d epend e d essa fêm ea. Ela tem que vencer; ela tem que lutar, e Araw n d eve
m orrer em suas m ãos.
Eu saio d a visão com um a m ald ição, caind o no chão, e m inha criatura se enrola em
m eu peito, ronronand o levem ente enquanto passo m inha m ão por seu pelo preto
escuro.
“Devem os salvá-la.”
Olho para o par d e sparring.
Um trará a paz e o outro d estruirá a todos nós.
Capítulo

Um

Isso d ói.

EU Perto d o fogo, d ói.


Estrem ecend o, coloco m inha m ão na ferid a sangrand o e com eço a
d esm aiar d e d or enquanto m eu sangue escorre pelos m eus d ed os, pingand o
na poça no chão ao red or. H á m uito sangue e não vou conseguir im ped ir que isso m e
leve. Da m orte m e levand o.
Eu não posso m orrer aqui.
Mordo m eu lábio e fecho os olhos. H á um a coisa que posso fazer. Fogo. Isso vai
parar o sangram ento, m as m inhas m ãos trem em quand o consid ero queim ar a ferid a.
Olho para o interm inável céu negro, pensand o em Araw n m e usand o para m atar os
d euses lobos e roubar seu pod er através d e m im . Penso na cid ad e d e Tarrent caind o nas
m ãos d e Sallette e Araw n. Meu coração qu ase para quand o penso neles m achucand o
Tarrent ou, pior, m atand o-o. Draycian e N akoa flutuam em m inha m ente e lágrim as se
acum ulam nos cantos d os m eus olhos. Araw n vai m atá-los.
Eu tento não pensar sobre isso. Draycian naquela colina. Tantas espad as atingiram
seu corpo e com o ele estava im óvel.
Eu sentiria isso se m eu com panheiro m orresse. Certo?
Eles precisam d e m im e não posso m e curar a m enos que estanqu e o sangram ento.
Um soluço sai d a m inha garganta enquanto em purro com força m eu ferim ento e fecho
os olhos, invocand o m eu pod er. Cham as se espalham pela palm a d a m inha m ão em
resposta, e eu grito enquanto queim o a ferida, segurand o o m áximo que posso antes d e
d esm aiar com pletam ente. Acord o d e novo, m eu coração d isparad o e sangue cobrind o
m inha língua ond e d evo tê-la m ord id o. Minha garganta está em carne viva d e tanto
gritar e m eu flanco está m e m atand o, m as quand o toco a ferid a, descubro que ela não
está m ais sangrand o. Um grito estrid ente de alívio sai d e m im enquanto eu pisco para
afastar as lágrim as, m e sentind o tão fraca. Procuro m inha loba, encontrand o -a no fund o
d a m inha alm a, m as não consigo alcançá-la aqui. N ão quand o estou tão m achucad o.
H oras, d ias, sem anas, não tenho certeza d e quanto tem po passa enquanto m e d eito
no chão coberto d e poças e m e concentro na m inha respiração, assom brad a por
lem branças e im aginand o coisas piores d o que m inhas lem branças acontecend o com
tod os que am o. Quand o fica d em ais e sinto que não consigo respirar, a escurid ão m e
puxa para baixo e, por um m om ento, há paz. Por um segund o. Um segund o vazio e
oco.
Em algum m om ento, acord o com sed e e passo a língua pelos lábios secos antes d e
tentar m e sentar. Preciso d e três tentativas antes d e conseguir e esperar que tud o pare
d e ficar fora d e controle. Olho ao red or, para a escurid ão sem fim e para as poças de
águ a que refletem a quietud e negra d este lugar, e a d esesperança rasteja em m eu peito,
tom and o conta d e m eu coração.
Eu preciso d e fogo.
Eu uso m eu pod er, tud o o que resta, m as não consigo nad a além d e um fio d e brasas
nas pontas d os d ed os antes que m eu corpo fraco quase d esm orone. Estou m uito fraco.
Posso sentir m eu pod er sob m inha pele, a parte nova d ele, brilhand o e brilhand o com o
um a cham a vivend o d entro d e m inha alm a. Mas não posso tocá -lo. Eu não consigo
chegar perto. Este lugar, m eus ferim entos, tud o isso está contra m im .
"V enha até mim."
Eu salto para fora d a m inha pele quand o ouço um a voz fem inina respirand o em
m eu pescoço, ecoand o ao m eu red or, e m e viro para a esquerd a, d e ond e veio
principalm ente, m as não há ninguém lá. Apenas escurid ão.
Já ouvi essa voz antes. O estranho nas cham as. A fêm ea que vejo quand o uso as
cham as para m e transportar.
"Olá?" Eu cham o, m inha voz rouca e quebrad a, m as ninguém m e respond e.
Estou sozinho.
Meus am igos estão em apuros, m inha fam ília está am eaçad a e tod os eles estão em
apuros agora por m inha cau sa. Eu d eixei Araw n sair. Eu o libertei neste m und o e não
posso consertar isso, não enquanto estiver aqui. N ão consigo consertar nad a d isso.
Eu preciso chegar até eles. Eu preciso respirar. N ão posso. N ão posso -
Um a m istura d e choro e grito ecoa d entro d e m im , repetid as vezes, até que não
consigo m ais gritar e com eço a chorar, caind o d e volta no chão frio.
Eu vou m orrer aqui.
E eu só quero d izer a eles—
"V enha até mim."
A voz ecoa ao m eu red or novam ente, e fico tentad o a tentar rastejar em d ireção a ela,
em d ireção à esperança d e liberd ad e e ajud a, m as não consigo. Meu corpo não se
m overá d e acordo com a vontad e d a m inha m ente, não quand o estou tão ferid o. Tenho
sorte d e não estar com febre, aind a não, m as há tod as as chances. Minha loba pod e m e
curar, m as ela precisa d e tem po e d escanso.
Desm aio pensand o em m eu s am igos, e m eus pesad elos m e assom bram até que
acord o no chão encharcad o m ais um a vez, d esejand o estar acord and o em qualquer
outro lugar. Minhas m ãos aind a estão juntas ao m eu lad o, e olho para a ferid a, aliviad a
ao ver que está com eçand o a cicatrizar. Acho que tenho um pouco m ais d e força d o que
antes. Estou m e curand o. Isso é bom .
Eu não vou m orrer neste lugar ain d a.
"V enha até mim." A voz grita com igo d esta vez, quase com o se ela estivesse
d esesperad a. Com o se m eu tem po estivesse acaband o. Mas d em oro lentam ente
rastejand o até ficar de joelhos, estrem ecend o d e d or enquanto consigo ficar d e pé,
m inhas pernas estão trêm ulas e instáveis, e tud o está girand o ao m eu red or.
"Ond e?" Eu grito.
"V enha até mim. V enha para os confins deste mundo.”
A voz ecoa ao m eu red or repetid as vezes, ficand o m ais alta cad a vez que ela a
repete.
Um a parte d e m im d uvid a se d evo seguir a voz d ela, m as não tenho escolha. Sigo a
voz na escurid ão sem fim , apenas o som d a m inha respiração pesad a e passos nas poças
pod em ser ouvid os.
De repente, paro quand o sinto algo à frente. Com a m ão trêm ula, estend o a m ão e
sinto um a pared e que não pod e ser vista. Eu em purro contra ele, m as é forte e aind a
assim parece quente.
“Deixe suas chamas livres, deusa.”
A voz vem d a pared e e m eu coração d á um salto. Procuro m eus pod eres, m as m eu
corpo está m uito fraco e nad a m ais d o que u m a cham a aparece em m inha m ão an tes d e
m orrer.
“Estou m uito fraco. Muito ferid o.
“Então espere e durma”, respond e a voz, e m eu corpo d e repente fica cansad o. Caio
para trás, fechand o os olhos, e d essa vez não tenho nenhum pesad elo. Sem sonhos.
N ad a além d e fogos e um a m ulher d entro d eles, m e observand o.
O tem po se torna tão infinito quanto as cham as, e tod a vez que acord o, sinto m eu
pod er subind o com o a água se preparand o para rom per um a represa. Rachad uras d e
água escorrem em m inhas m ãos e eu m e agarro a elas, agarrand o -m e a elas com o
esperança.
Finalm ente, acord o mais um a vez e m e sinto d iferente. Olho para m eu ferim ento,
que agora não passa d e um a cicatriz feia, brilhand o com o prata na penum bra. Eu estou
curad o. Meu corpo não parece m ais ferid o quand o m e levanto.
“Deixe a raiva sair. Grite tão alto que todo mundo sabe que você está vindo, deusa.”
Raiva...fúria. Tud o isso aum enta e eu solto um grito profund o. Deixo as cham as
saírem d a m inha alm a e elas explod em em tod as as d ireções, form and o um tornad o que
se espalha ao m eu red or, e sorrio, olhand o para o rico fogo laranja e verm elho. Está tão
zangad o quanto eu.
O tornad o aum enta com m inhas em oções. Quanto m ais eu saio d e m im , m ais as
cham as se espalham até existirem por si m esm as, e eu abaixo m inhas m ãos. Minhas asas
d e fogo se espalham p elas m inhas costas e eu pisco quand o m e viro para ver que agora
são cham as brancas, extrem am ente quentes.
Quand o eles m ud aram d e cor?
As cham as ao m eu red or tam bém com eçam a m ud ar, o verm elho queim and o até
virar cham as brancas raivosas, e isso é lind o.
Passo a m ão pelas cham as, m as elas não m e m achu cam . Eles não pod em . Estas são
m inhas cham as. É qu and o vejo a fêm ea cam inhand o em m inha d ireção, d entro d a
pared e que agora não passa d e cham as brancas e tão claras. A fêm ea tem cabelos longos
que saem d e baixo d o m anto, cujo capuz cobre seus olhos, m as aind a revela seus lábios
rosad os e m acios. Eu a vejo sorrind o enquanto cam inha em m inha d ireção e para
quand o estam os a centím etros d e d istância.
Quase com o se ela estivesse no espelho e eu não. Totalm ente inacessível e não tenho
certeza se ela é real. Pelo que sei, eu pod eria ter m orrid o lá atrás, e agora estou vend o
coisas, d esejand o sair d este inferno preso.
"Você sabe quem eu sou?" ela pergunta, e enquanto está tão perto, sua voz m achu ca
m eus ouvid os com o se eu não estivesse d estinad a a ouvi-la. Já ouvi essa voz antes,
quand o viajei pelas cham as e vi a m ulher d entro d elas. Eu não tinha certeza se ela era
real naquela época, e m e pergunto por que d ói m uito m enos agora ouvir a voz d ela.
“N ão,” eu sussurro d e volta.
“Mnem osyne, a d eusa, e esperei m uito tem po por você, Serend ipity Fall.”
Pisco, observand o enquanto ela abaixa o capuz, e m eu s olhos se arregalam ,
reconhecend o-a d as estátuas d a cid ad e. Ela é m uito m ais bonita pessoalm ente. N ão é à
toa que Araw n se apaixon ou por ela.
Ela abaixa a cabeça em um a reverência e eu inclino m inha cabeça para trás
instintivam ente. "Você está m orto."
Sua risad a ecoa. “Mulheres tão pod erosas quanto nós não pod em sim plesm ente ser
m ortas e d esaparecer d este m und o. Tem os nossos próprios segred os e este é m eu
últim o segred o. Minha últim a chance d e salvar este m und o, e é você. O m und o esperou
por você ao m eu lad o.”
“Eu não sou nad a além d e u m fracasso. Deixei Araw n sair, am ald içoei este m und o e
agora estou preso. Eu sou inútil. Desculpe d ecepcioná -lo,” eu m ord o.
Ela sorri suavem ente. “Araw n teria escapad o d e qualquer m aneira, criança. Você
não am ald içoou o m u nd o e está longe d e ser inútil e preso.”
Ela estend e a m ão e a coloca na pared e, achatand o a palm a. Seus olhos m e d izem
para copiá-la, e eu o faço, colocand o m inha m ão d iretam ente ond e a d ela está. N ão sinto
nad a além d e calor logo antes d e seus d ed os envo lverem os m eus e ela m e puxar d ireto
para a pared e d e cham as. Eu su spiro quand o eles m e cercam , m e afogam d entro d eles, e
quand o eu caio d o outro lad o, caio d e joelhos, trem end o d a cabeça aos pés.
Mnem osyne vem ficar em cim a d e m im , abaixand o-se e segurand o m eu rosto. Partes
d ela trem eluzem com o brasas ao vento, com eçand o pela barra da capa e pelas pontas
d o cabelo. Ela está d esaparecend o. “Esperei tanto tem po para fazer isso, para ajud ar
você neste m om ento final. Araw n é um m al que eu d everia ter m atad o, m as ele m e
pegou prim eiro e eu sabia que isso aconteceria. A razão pela qual ele m e m atou tão
facilm ente é que eu já havia lançad o um feitiço pod eroso, usand o tod a a m inha m agia e
partes d a m inha alm a para m e d eixar estar aqui neste m om ento no futuro.”
Lágrim as caem pelo m eu rosto e ela as enxuga. “Eu m orri para libertar você d este
lugar, para que você possa voltar. Volte e salve tod os eles. Salve m eus d ragões e seja a
rainha que eles precisam . Lute, Serend ipity e m ate Araw n. Ele usou você para pegar o
pod er d os d euses lobos e m atá-los, m as o pod er é seu e ele só ficou com m etad e. Você é
um a d eusa agora e d eve abraçar isso.”
N ão resta m uito d ela agora, apenas braços, peito e rosto. Brasas d ançam ao nosso
red or. “Você entend e o que d eve fazer?”
“Sim ,” eu respiro. "Obrigad o. N ão consigo agrad ecer -te o suficiente."
Ela sorri tão brilhantem ente. “É um a honra estar aqui e conhecê-lo. O seu pod er é
infinito e, se vencer, os seus filhos governarão este m und o e haverá paz d urante
m ilhões d e anos. Tenha cuid ad o e que a d eusa d as cham as governe.”
Ela se inclina para frente e beija m inha testa, sua voz é apenas um sussurro.
“Recupere a cid ad e d as bruxas prim eiro. Encontre a irm ã que d everia sentar -se no
trono. N unca foi seu com panheiro quem estava d estinad o a governar aquela cid ad e.
Encontre seu guard a em segund o lugar e, finalm ente, salve o rei. Juntos, vocês
vencerão.”
"Eu vou. Obrigad a,” eu sussurro, resistind o à vontad e d e chorar, já que ela não é
nad a além d e um a som bra cheia d e brasas parad a na m inha frente. “Espero que você
encontre paz.”
“N ós nos encontrarem os m ais um a vez, em m uitos, m uitos anos, quand o chegar a
sua hora. Salve tod os eles, d eusa d as cham as. Corrija m eu erro.
Ela d esaparece em nad a além d e cinzas, e eu observo enquanto as cinzas flutu am no
ar, girand o repetid amente antes d e d esaparecer no céu noturno cheio d e estrelas. As
palavras m e d eixam enquanto observo. “N ós term inam os a qued a e ressuscitam os nas
cinzas.”
Olho em volta para as ruínas em poeirad as, o eco d e pared es antigas e préd ios
d esm oronad os, antes d e perceber exatam ente ond e ela m e d eixou e o que sobrou d a
m inha casa. Eu m e levanto nas ruínas com o um a d eu sa renascid a – porque é isso que
sou agora – e d eixo m inhas asas d e cham as brancas se espalharem .
N ão sou fraco, não estou preso e nunca d esistirei.
Sou a d eusa d as cham as e este é o m eu m und o. N ão d ele.
Capítulo

Dois

O vento forte d a tem pestad e acim a rasga o que sobrou d as m inhas roupas

T encharcad as d e sangu e e atinge m eus olhos, tornand o m ais d ifícil ver exatam ente
para ond e estou voand o e ter certeza d e não bater em um pobre pássaro
inconsciente. Sinto cad a ped aço d e areia, ped ras e gram a que sopra em m im
enquanto olho para as tem pestad es estrondosas acim a. Um estrond o alto ecoa d eles
enquanto continuo, m e perguntand o se d everia m e transform ar em m eu lobo e correr o
resto d o cam inho.
Continuo voand o, sabend o que estou m ais seguro aqui enquanto sobrevoo um
pequeno lago, vend o um reflexo d e m im m esm o que faz m eu coração d isparar. Pareço
um a estrela d e luz branca atravessand o o céu negro. Meu cabelo quase parece ter um a
bord a branca, ilum inad o por cham as e com binand o com m inhas enorm es asas. Desvio o
olhar e m ergulho sobre um a pequena floresta, finalm ente vend o a cid ad e inteira logo
abaixo d e um a colina. O Pacote d e Montanha d e Outono.
Minha m ãe está em casa. Meu tam bém .
Varro e caio na colina, a gram a fria sob m eus pés enq uanto as tem pestad es acim a
rugem m ais u m a vez, am eaçand o cair sobre m im . Faço d esaparecer m inhas asas ao
olhar a cid ad e, pois não preciso d e m uitas perguntas d e quem vai m e ver prim eiro. Eu
só preciso entrar e ver m inha m ãe para fazer um plano sólid o para salvar m eus
com panheiros, m atar Araw n e trazer paz ao m und o. Sem pressão.
Meu peito fica apertad o só d e pensar em m eus com panheiros, e eu os em purro para
o fund o d a m inha m ente só para não cair de joelhos. Preciso ter certeza d e que Araw n
não saiba que estou d e volta e não posso ficar aqui o d ia tod o. Mnem osyne m e d isse
para ir prim eiro à cid ad e d as bruxas para encontrar Devika, e eu confio na d eusa.
Afinal, ela m e salvou. Olho para a cid ad e escura e congelo, percebend o que há um a
proteção cintilante d e m agia ao red or d ela. Mesm o agora, não consigo vê-lo, a m enos
que m e concentre, m as sei que está lá, e se estend e pelos lim ites d a cid ad e para form ar
um a cúp ula gigante. N ão é a única coisa que protege a cid ad e. Anjos voam em
form ações ao red or d a cúp ula, e o chão está repleto d e patrulhas d e lobos, tanto
m etam orfos quanto não, com suas arm ad uras brilhand o na noite. Relâm pagos brilham
acim a d e m im enquanto os observo, e m e pergunto por um segund o com o vou passar
por eles.
Fod a-se.
Estou entrand o. And o pelo chão em d ireção aos lobos, um grupo d e cinco d eles
passand o por perto e, conform e m eu cheiro é levad o pelo vento, eles rapid am ente
voltam seus olhos para m im . Eu m e preparo, sabend o que eles não vão apenas confiar
em m im e m e d eixar entrar, e nenhum d eles vai m e reconhecer. Os lobos atacam -m e,
um enorm e lobo m arrom na frente assu m ind o a lid erança e rosnand o para m im
enquanto eu lanço um a pared e d e fogo entre nós em alerta. O lobo rosna, cravand o as
patas no chão enquanto os outros circulam ao m eu red or.
Eu rosno d e volta e me preparo para m ud ar logo antes d e um anjo d escer e pousar
na m inha frente com um a lança apontad a para m inha garganta. Mais três pousam ao
m eu red or, suas lanças afiad as a centím etros d e m inhas costelas, d e cad a lad o d e m im .
Os lobos continuam a m e cercar enquanto o lobo m arrom se transform a em um belo
m acho com cabelo castanho encaracolad o e olhos azuis.
Eu lentam ente levanto m inhas m ãos no ar. “N ão estou aqui para prejud icar
ninguém . Meu nom e é Serend ipity Fall e seu alfa vai querer m e ver.”
"Mentiroso. Ela está morta!" o lobo m acho rosna para m im . “Ela já existe há m uito
tem po. Com o você ousa vir aqui e fingir ser nossa princesa? Você vai m orrer,
pretend ente.
“Eu sou ela,” respond o com um rosnad o baixo e am eaçad or. “E você não vai falar
com igo d esse jeito.”
Ele faz um a pausa por um m inuto enquanto d eixo aquela parte m ais profund a d e
m im assum ir o controle, aquela parte alfa d e m im que não d eixa um lobo fraco gritar
com igo e am eaçar m inha vid a. Seus olhos se arregalam e um gem id o escapa d e sua
garganta enquanto ele recua. Os outros lobos fogem d e m im com pletam ente. O anjo,
totalm ente apaixonad o, não se m ove nem d iz um a palavra.
Olho para o anjo à m inha frente, só conseguind o ver seus olhos azuis d entro d o
capacete. “Eu sou um lobo e faço fogo. Quem m ais faz isso além d e Serend ipity Fall?
Tam bém conhecid o com o eu.
“Pod e ser um truque d as bruxas”, respond e outro anjo, cutucand o-m e um pouco
com a lança.
“Eles estão sem pre pregand o peças para tentar ultrapassar nossas d efesas.”
O lobo, que aind a está choram ingand o, coaxa: “Ela nasceu alfa. Deixe os alfas vê-la.”
“N ão se ela for um a am eaça”, afirm a o anjo na m inha frente.
“Abaixem suas arm as. AGORA!" O com ando vem d e um a voz profund a que, por
algum m otivo, parece fam iliar, com o se eu tivesse ouvid o isso em m eu s sonhos, m as
realm ente não soubesse. Os anjos im ed iatam ente abaixam suas arm as e se afastam
enquanto observo um anjo passar por eles até m im . Ele é m ais velho que eu, suas asas
são pretas e bem d obrad as atrás d ele, e ele é alto. Olho seus om bros com a lem brança
estranha e fugaz d e alguém m e segurand o nos om bros, corrend o pela praia para pegar
um a bola.
Seus olhos escuros estão arregalados e cheios d e tanta em oção que não sei o que
d izer enquanto ele pisca algum as vezes, com lágrim as enchend o seus olhos. Ele
lentam ente fica na m inha frente e coloca as m ãos trêm ulas em m eus om bros. “É você
m esm o, Dip ?”
"Sim . Quem é você?" Eu questiono.
“Meu nom e é N iall, e cuid ei d e você por um tem po para sua m ãe. Você era apenas
um bebê naquela época, um a criança pequ ena quand o partiu, e sem pre quis vê-lo
novam ente. Achei que você estava m orto”, ele resm unga, e agora m e lem bro d ele. Ele
m e enviou algum as cartas ao longo d os anos, e m am ãe sem pre d isse que ele era um pai
para ela.
“É bom finalm ente d ar um a cara ao nom e”, d igo suavem ente. “Mas não tem os
tem po para conversar agora. Preciso ver m inha m ãe e os alfas. Im ed iatam ente."
E espero que N akoa. Ele foi jogad o d e volta pelo portal e talvez ainda esteja aqui.
Tenho um a sensação d esagrad ável d e que ele não está e, d e q ualquer m aneira, não
consigo senti-lo perto d e m im . N enhu m d os m eus am igos está por perto.
“Claro”, ele respond e rapid am ente. “Mai... bem , ela precisa ver você tam bém . Ela
nunca d eixou d e acred itar que você estava vivo. N enhum d e nós fez isso.”
Meu coração aperta e estend o a m ão, pegand o a m ão d ele. “Estou feliz por estar d e
volta.”
Ele sorri com isso. “Você se im porta se eu levar você para a cid ad e? Será m ais
rápid o.”
“Eu posso voar sozinho. Eu estava preocupad o em voar para aquele escud o
m ágico”, ad m ito, olhand o por cim a d o om bro d ele.
"Você pod e ver isso?" ele reflete. “Poucos conseguem . Foi feito para ser invisível e
não vai m achucar você. Contanto que você não pretend a prejud icar os alfas, você pod e
passar facilm ente.”
“Perfeito então,” eu d igo enquanto solto m inhas asas, as pontas d e fogo se
espalhand o atrás d e m im e brasas brancas voand o ao vento. Os anjos e lobos com eçam a
ofegar e um d eles cai d e joelhos, rezand o para m im .
N iall não parece surpreso e arqueio um a sobr ancelha para ele. “Você sem pre foi a
pessoa m ais pod erosa que já conheci. Mesm o quand o criança. Agora você sim plesm ente
tem um a aparência ad equad a.
Eu concord o. “Você pod e m e contar m ais sobre isso m ais tard e.”
Sem esperar por ele, subo para o céu e im ed ia tam ente relaxo com a sensação d e voar
em m eu fogo. Com o é natural e fácil. Ele ri abaixo d e m im , sua risad a profund a
ecoand o antes d e m e seguir. Entro na cid ad e, passand o d ireto pela barreira, em poucos
m inutos. Sinto isso pressionand o m inha m ente por um segund o para saber que m inhas
intenções são puras, e isso facilm ente m e d eixa passar. A cid ad e abaixo d e m im parece
ganhar vid a, e m uitos levantam a cabeça para olhar para m im enquanto eu d eslizo
sobre eles. Para eles, d evo parecer um a d eusa... e sou um a. Vou salvá-los e trazer paz a
este m und o antes d e d eixá-lo. Custe o que cu star. Gritos vêm d e baixo, um a m istura d e
“A princesa perd id a está d e volta” e “A Rainha Dragão voltou ”.
Tod os pensaram que eu estava m orto, e nem tenho certeza se não estava por um
tem po. Preciso d escobrir quanto tem po exatam ente fiquei naquele lugar. Dias? H oras?
N ão tenho a m enor ideia, m as as coisas parecem m uito d iferentes para que tenham
se passad o horas. Voo d ireto em d ireção ao castelo, seguind o o rio antes d e passar pelos
portões altos e d epois pela floresta. Quand o o pátio surge, quase suspiro d e alívio ao
pousar nele. As cham as nas luzes ao red or d o pátio m e cham am em um su ssurro,
prom etend o-m e que estou sob seu com and o, se assim o d esejar.
É com o se as próprias cham as respond essem a m im agora. Vantagens d e ser um a
d eusa d as cham as.
N iall pousa ao m eu lad o, balançand o a cabeça um a vez. “Você é m ais rápid o que eu.
Incrível."
Eu sorrio assim que ouço u m a porta se abrir logo antes d e ver m inha m ãe saind o
corrend o. Ela parece ter perd id o peso com suas roupas pretas ju stas e parece m uito
cansad a. Mas seus olhos brilham m ais d o que qualquer estrela quand o ela m e vê, e um
soluço escapa d e sua garganta.
“Olá, m am ãe,” eu su ssurro suavem ente, m inha garganta apertad a.
Ela cai d e joelhos e chora em suas m ãos. Corro pelo pátio, m inhas asas d esaparecem ,
e caio d e joelhos na frente d ela, envolvend o m eus braços em volta d ela enquanto ela m e
abraça d e volta com força.
“Você é real. Você não se foi. Você não está m orto”, ela repete sem parar.
“Estou aqui”, sussurro em seu cabelo, respirand o seu cheiro e tentand o não chorar.
N ós nos abraçam os por um longo tem po, e eu d eixo, sabend o que ela precisa d isso. Ela
precisa d e m im . Sinto a presença d e seus com panheiros por perto, m as eles não
interrom pem , m esm o quand o olho por cim a d o om bro para eles e vejo o alívio em tod os
os seus olhos. E o am or.
Eles sem pre foram os pais que eu precisava. Espero que eles vejam isso, porque eu
vejo.
Mam ãe beija o lad o d a m inha cabeça e d epois m inha testa e d epois m inha bochecha
antes d e olhar nos m eus olhos. "Você é d iferente. Mais pod eroso... você se sente com o
um ...
“Deusa”, term ino a frase e seus olhos se arregalam .
Ela aind a olha para m im com o se não pud esse acred itar que estou aqui. N ão consigo
im aginar com o é perder um filho, m as vê-la sofrend o é d e partir o coração. "Bom . Eu
não m e im porto com o você está d e volta. Só que você é. Você precisa m e contar tud o.
“Acho que você precisa m e contar m uito tam bém . N akoa está aqui? Eu questiono, e
ela balança a cabeça, m eu coração afund and o. Engulo em seco e ela m e ajud a a levantar,
agarrand o m inha m ão. "Ond e ele está?"
“N este m om ento, você precisa nos d izer ond e esteve?” Silas interrom pe. “Porque
você d esapareceu e Araw n alegou ter m atad o você. Reine está procurand o por você nas
cid ad es, pois acred ita que você está em algum lugar. Tem os lobos em tod as as cid ad es,
procurand o.”
“Aquele bastard o certam ente tentou m e m atar,” eu m ord o. Faíscas brancas brilh am
em m inha raiva. “E qu and o eu o encontrar, vou m atá-lo.”
"Bom . N ós ajud arem os”, Silas rosna concord and o.
De repente, um pacote atravessa os alfas, e m eu irm ão bate em m im , m e envolvend o
em seus braços enorm es, m e apertand o com força a ponto d e d oer. “Você cresceu
tanto!” Eu d igo a ele.
“Treinam ento”, ele respond e com um resm ungo. “E eu sabia que você não estava
m orto. Os d euses nos d isseram que você voltaria.”
“Com o você sabe o que os d euses d izem ?” Eu pergunto, arqueand o um a
sobrancelha para ele.
Suas bochechas ficam verm elhas. “Eu não nasci im potente, m ana.”
Eu bagunço seu cabelo, o que o d eixa aind a m ais verm elho, e ele m e afasta um
pouco antes que Ragnar o puxe d e volta, e m am ãe sorri para m im , com os olhos
confusos e cheios d e p erguntas.
“Talvez d evêssem os reunir tod os, então eu só terei que explicar tud o um a vez?” Eu
sugiro.
Mam ãe concord a com a cabeça. “Sim , você está com fom e? Eu gostaria d e
provid enciar para você um banho, um a visita ao curand eiro, um pouco d e com id a e
roupas novas antes d e term os um a longa conversa.”
“Estou m orrend o d e fom e”, ad m ito, sem perceber até que ela d isse com id a. “E tenho
certeza que estou cheirand o m al.”
“Eu não m e im porto,” ela brinca, passand o o braço em volta d e m im e m e levand o
para d entro d o castelo. “Você aind a está u sand o as m esm as roupas que eu vi você pela
últim a vez, há m ais d e um ano.”
Faço um a pausa no m eio d o passo, sentind o frio por d entro. "Faz um ano?"
"Sim ." Ela franze a testa. “Com o você não sabia d isso?”
“N ão pareceu um ano para m im ... m as pode ter sid o,” eu sussurro. “Deuses, um
ano. Meus am igos estão lá fora, em perigo, há um ano.”
Ela m e abraça com força ao seu lad o. “Eles são fortes e não podem estar m ortos.
Você saberia.
“Araw n não os m ataria aind a. Ele passaria séculos torturand o -os prim eiro,” eu
sussurro com horror. “Eu preciso salvá-los.”
“E você vai. Quand o você tiver com id o e d escansad o,” ela m e d iz firm em ente com
seu tom d e m ãe, que significa que não, não é algo que ela aceitará. “Algum as horas não
farão d iferença no m om ento.”
Meus om bros caem e eu a d eixo assum ir o controle, lid erand o o cam inho para seu
quarto. Depois d e com er um a com id a d eliciosa para um m ês, tom o banho e m am ãe
escova m eu cabelo antes d e trançá-lo. Visto-m e com as roupas que ela d eixou d e fora e
prend o d uas ad agas m ágicas, sem d úvid a presentes d e Valentine, nas tiras d as m inhas
coxas.
Paro para m e olhar no espelho, notand o as m echas brancas em m eu cabelo loiro, o
brilho que irrad ia sobre m inha pele e as pontas d as m inhas m arcas d e acasalam ento
aparecend o no couro preto. Toco m eu colar, esfregand o o d ed o sobre o rubi e pensand o
em N akoa m e d and o isso antes d e m e beijar. Quase posso sentir seus lábios contra os
m eu s até olhar em volta e ver que aind a estou sozinha. End ireito as costas e vou até a
porta, ond e m inha m ãe está esperand o e m e oferece a m ão. Segurand o m inha m ão, ela
m e leva até um a sala privad a que está cheia d a m inha fam ília. Phim , Breelyn, Callahan
e os alfas ocupam a m aior parte dos sofás, e N iall está encostad o na pared e. Tod os se
viram para m e observar enquanto entro e fico em frente à lareira, com os braços
cruzad os. Mam ãe está sentad a no m eio d os alfas, m eio no colo d e Valentim .
“Os d euses lobos estão m ortos e Araw n m e usou para m atá-los e roubar seu pod er”,
com eço, e m am ãe fica pálid a quand o conto tud o a eles. Ficam os tod os em silêncio
enquanto m e sento ao lad o d e m inha tia Phim , que coloca a m ão em m eu braço e aperta
um a vez.
“Você é um a nova d eusa. Um a d eusa d a cham a”, reflete Breelyn.
Eu sorrio com força. “Com bina bem com m eus outros títulos. Com o a rainha
d ragão.”
“Você consegue vencer Araw n?” H end erson pergunta. “Levam os m uitos anos para
treinar nossos pod eres, e Araw n teve m ais tem po que você.”
“Ele está certo”, d iz m am ãe. “Ter pod er não significa nad a se você não pud er
controlá-lo.”
“Eu posso controlar isso”, d igo a eles. “É com o se o pod er fizesse parte d e m im e
respond esse a m im .”
“Talvez seja d iferente porque você é um a d eusa, enquanto estam os conectad os a eles
por nossas alm as”, sugere Ragnar.
“Tenho a sensação d e que posso m e conectar com o lad o claro d as cham as, e Araw n
ficou com o lad o m ais som brio”, d igo, “m as som os iguais em term os d e pod er. Eu só
preciso ser m ais esperto que ele.”
“Com o você planeja fazer isso?” Silas questiona.
“Diga-m e o que aconteceu com o m und o d esd e que parti”, pergunto.
H end erson lim pa a garganta. “As bruxas dom inaram tod as as terras am ericanas,
transform aram os hum anos em seus escravos e construíram um exército incrível
praticam ente d a noite para o d ia. A sua capital no norte expand iu -se. Araw n e Sallette
se d eclararam os novos rei e rainha d as bruxas. N ão estam os em paz com eles, m as eles
não nos atacam m ais d iretam ente porque...
H end erson faz u m a pausa e m am ãe continua. “Por causa d e seu povo ser altruísta e
corajoso. Araw n estava nos atacand o e não estávamos preparad os. Ele queria os
d ragões, todos os d ragões d a cid ad e, e p ouparia m ilhares d e lobos inocentes que
capturou.”
H á um a tristeza em sua voz que atravessa m eu peito com o um a faca. “Então eles
voaram para fora d a cid ad e, m esm o quand o lhes d issem os não. Eles se entregaram ,
cad a d ragão. N akoa foi o prim eiro a sair, seguid o por Apollon.”
“Perto d as fogueiras,” eu sussurro.
“Ele os pegou... não antes d e abater os lobos que ele jurou d eixar ir”, d iz m am ãe
com um grunhid o triste. “Ele é um m entiroso, e a m agia antiga o fará pagar pelo que
fez.”
Mordo os d entes, sabend o que esta não será a única coisa que ele fará d esd e que
parti.
“Ele provavelm ente m atou todo o m eu povo. Ele queria isso.
“N ão tivem os notícias d a cid ad e d esd e ou tubro, quand o nosso espião ficou em
silêncio”, Ragnar m e d iz suavem ente. “N esse ponto, eles estavam vivos.”
Tenho a sensação d e que eles não estão m e d izend o nad a, m as isso não im porta.
Verei por m im m esm o em breve.
“Eu tenho um plano e precisam os d e ajud a. Preciso entrar na cid ad e d as bruxas para
encontrar Devika”, afirm o.
"Porque ela?" Mam ãe pergunta.
Eu concord o. “É um a longa história, m as preciso encontrá-la. Ela é a chave para
tud o isso. Mas preciso entrar sem que Araw n saiba que estou lá.”
H end erson se recosta na cad eira. "Isso é im p ossível."
“N ão é im possível”, interrom pe m am ãe, “m as é d ifícil. Se tod os nós form os, ele irá...
Eu a interrom pi. "Eu estou ind o sozinho."
Seus olhos rapid am ente se transform am em fúria. “Você espera que eu d eixe você
entrar em um a cid ad e inim iga, sozinho, d epois d e termos você d e volta. Eu não vou
d eixar você m orrer.
Eu vou até lá e ela se levanta para m e encontrar, e eu pego suas m ãos. “Este é o m eu
d estino. Se eu não for im ped i-lo, tod os perd erem os. Você tem que confiar em m im .
Além d isso, a m atilha precisa d e você e se isso d er errado, Aw arn não pod e ter você.”
Seus olhos estão cheios d e lágrim as, m as ela finalm ente concord a, recuand o. “Então,
vou sozinho para a cid ad e d as bruxas...”
“N ão sozinha”, d iz N im m y, em purrand o a porta e entrand o. Ela parece longe d o
lobo fraco que eu conhecia antes, e está claro que ela está tr einad a. Seus cabelos ruivos
estão trançad os e ela p arece um a guerreira, tod a vestid a d e couro com arco e flechas nas
costas. Eu sorrio e corro pela sala, e ela m e segura com força. “É bom ver você, Serei.”
“Eu perd i m uita coisa,” eu sussurro para ela. “Mas não posso d eixar você vir
com igo.”
“Você é m eu alfa,” ela respond e enquanto nos soltam os. “E tenho estud ad o os
registros d a cid ad e d as bruxas em bibliotecas. Acho que sei ond e pod eríam os entrar
sem serm os vistos. Vai ser arriscad o, m as assim que entrarm os, serei um m apa para
cam inhar até aquele lu gar.”
Eu sem pre soube que ela era incrível. “Agradeça às cham as.”
Olho para m inha m ãe. “Vou precisar d e arm as e suprim entos.”
“E um navio”, acrescenta Ragnar. “Para sua sorte, eu tenho um rápid o.”
“Você não pod e nos levar através d as cham as?” N im m y pergunta.
Eu balanço m inha cabeça. “As cham as respond em a ele tam bém . Ele pod e sentir um
salto com o esse.
“Felizm ente, eu d irijo aquele navio”, d iz Jesper, entrand o na sala. “E sinta m inha
com panheira. Juntos, encontrarem os Devika.”
Meu tio parece presunçoso e prefiro não levá -lo, m as tenho a sensação d e que não
tem os escolha. Olho para m am ãe e ela vem até m im , m e abraçand o com força. “Você é
m inha esperança na escurid ão, sem pre. Se alguém pod e d etê-lo, é você.”
“Eu já volto”, sussurro para ela enquanto tod os com eçam a planejar nossa viagem .
Por um m om ento, parece que só eu e m inha m ãe. Deusa para d eu sa.
“Você volta, ou estou d estruind o este m und o para encontrar um a m aneira d e salvá -
lo.”
Eu a abraço novam ente, im aginand o-a fazend o exatam ente isso, com seus alfas ao
seu lad o. Tenho que salvar m eus com panheiros e d eter Araw n, ou este m und o estará
perd id o.
Capítulo

Três

erei, Serei, Serendipidade…

S Ouço meu nome ser chamado de novo, de novo e de novo na escuridão total ao meu
redor. Eu chamo minhas chamas para me cercar e proteger. A luz branca do meu fogo se
espalha pela escuridão até ver o contorno de alguém bem na minha frente. Um homem. Ele
está de joelhos, com o peito nu e dourado com tatuagens borradas. Os músculos grossos de seus
braços flexionam quando ele pressiona os punhos no chão e sua cabeça está curvada. Quando
chego um pouco mais perto, percebo exatamente quem ele é.
“Dray?” M inha voz é como um sussurro, pois estou com medo de que isso não seja real e que
ele desapareça a qualquer momento. Sua cabeça se levanta, seus olhos dourados fixando-se nos
meus através da escuridão. “Dray, é você mesmo?”
N ão sei como isso é possível, mas um sorriso surge em minhas bochechas enquanto corro até
ele e, quando chego perto, ele desaparece na fumaça branca.
"N Ã O!"
Tento pegar a fumaça com os dedos, mas ela só sai de mim com o vento. Observo-o
desesperadamente até que ele cai à minha esquerda, transformando-se em outra pessoa. Desta
vez, um homem está brigando, socando outro homem repetidas vezes, até que não consigo ouvir
nada além do som de seu nariz estalando. Uma grossa corrente de ouro está em volta do pescoço,
mas eu também o conheço. “Tarrent?”
Ele não se vira para mim e acho que não consegue me ouvir. Ele apenas continua a socar a
pessoa à sua frente com violência e sem piedade. “TA RREN T, PA RE!”
Tarrent se transforma em fumaça branca novamente e, desta vez, a fumaça paira no ar à
minha frente. Juro que vi N akoa escondido na fumaça no fundo do que parece ser uma gaiola
pouco antes de tudo desaparecer.
Acord o com um suspiro, puxand o ar para os pulm ões e respirand o pesad am ente
enquanto m e acalm o. Seriam realm ente eles? Os m eus com panheiros? Esfrego os o lhos
algum as vezes para lem brar ond e estou e olho para cim a d o beliche acim a d e m im ,
ouvind o o ronco leve d e N im m y. Depois d e m e acalm ar, d ecid o qu e d orm i o suficiente
e tive sonhos estranhos e assom brad os para tod a a vid a. Espero ter visto m eus am igos,
m as, ao m esm o tem po, espero que não, porque não parecia que eles estavam bem . Meu
coração aperta e eu em purro a ond a d e d oença. Meus com panheiros vão sair d essa,
tenho certeza d isso. Deixo o pequeno quarto no nível inferior d o barco e uso o banheiro
em frente antes d e m e trocar para o d ia, prend end o m inhas ad agas nas coxas e subind o
as escad as até o convés principal d o navio. N ão é um navio enorm e, m as faz o trabalho.
Ragnar d isse que costum ava ser um pequeno cruzeiro que os hum anos usavam para se
d ivertir, m as é forte o suficiente para atravessar o m ar. Para ond e quer que olhe, vejo
coisas que os hum anos teriam usad o. A pequena piscina vazia no d eck principal, as
cad eiras d e praia e as d ecorações.
Relutantem ente, olho para cim a, sentind o olhos em m im . Jesper está na sala d e vid ro
d o capitão, olhand o para m im no convés enquanto a água d o m ar espirra em m eu rosto.
Estrelas alinham -se no céu e não tenho certeza d e que horas são, m as é m uito ced o para
trocarm os, e ele provavelm ente está se perguntand o o que estou fazend o acord ad o.
Subo e entro na sala do capitão. Jesper sorri para m im e tira um chapéu branco que
encontrou enquanto me encosto na pared e, tocand o m eu colar.
"Bom d ia. Você não d orm iu bem ? ele questiona.
Eu não quero responder a isso. “Posso assu m ir se você quiser d orm ir um pouco.”
“N ão, eu cochilo aqui e ali.” Ele d á um tapinha na m esa cheia d e botões estranhos.
"Apenas no caso d e."
Eu olho para ele, com o ele está calm o, e um a parte d e m im não gosta d isso. “Por que
você aind a não foi atrás d e Devika? Tentou salvá-la? Se fossem m eus com panheiros,
nad a no m und o pod eria m e im ped ir.”
“Eu não a conheço”, ele respond e d efensivam ente. “E quand o a conheci, ela não
estava interessad a. Só porque som os com p anheiros pred estinad os, não significa que
som os certos um p ara o outro.”
“Mas geralm ente acontece.”
“N orm alm ente, nem sem pre. Eu sabia que se fosse atrás d ela, havia tod as as chances
d e ela não m e d eixar ajud á-la”, d iz ele. “Além d isso, m inha casa é com m inha m atilha, e
a d ela é com as bruxas. N ão som os um a com bin ação perfeita com o você e seus am igos.”
Sorrio com força d iante d a referência ao céu, um a coisa hu m ana, u m lugar d e paz.
“Pelo m enos você está aqui agora. Eu acho."
Ele olha para o m ar. N ão é exatam ente uma tem pestad e, m as o vento levanta as
ond as que batem na lateral do navio. “Você não se lem bra d as terras d a m atilha d e seu
pai, m as eu sim , porque eu teria sid o o próxim o alfa d epois d ele. Ele não governou
d ireito, m as isso não significa que não d eva haver um a m atilha d iferente por aí. Meu
d estino é voltar para as terras d o m eu sangue e ver o que posso fazer lá fora.”
Franzo a testa. “Todo lobo se curva para m inha m ãe e seu s alfas. Eles não perm itirão
um novo pacote.”
“N ão d epend e d eles. O Ravensw ord Pack aind a existe, e m uitos não ficam felizes
em se curvar à sua m ãe d epois d e tod o esse tem po. Sou o herd eiro d a Alcateia
Ravensw ord e, quand o isso acabar, vou nos levar d e volta para nossas terras.”
“Tecnicam ente, sou um herd eiro d a m atilha tam bém ,” eu o lem bro com um
grunhid o, “e aposto que os únicos apoiad ores d a antiga m atilha Ravensw ord são os
m achos tristes que não pod em m ais forçar suas fêm eas a se subm eterem a eles. Por que
d iabos você iria querer um band o cheio d e hom ens assim ?
Ele rosna para m im . “N ão estou d izend o qu e as coisas não vão m u d ar quand o eu for
alfa...”
“Você não é um alfa.”
A afirm ação é verd ad eira, m esm o que ele pareça querer m e estrangular por d izê -la.
“E se você fizer um a nova m atilha, m inha m ãe e seus com panheiros farão você se
curvar d iante d eles. Eles têm pod er e você não. Você precisa repensar suas grand es
id eias e fazer novos am igos. Meu pai era um m onstro, e o nom e d e sua m atilha m orrerá
conosco.
“N ão, não vai”, ele respond e, levantand o-se. “Você nem o conhecia.”
“Eu sei o suficiente para ficar feliz por ele estar m orto”, respond o.
Ele ri vaziam ente. “E você sabe d e tud o, sobrinha? Você pod e ser um a d eusa, m as
Araw n construiu um exército para se proteger, e você aind a está d elirand o o suficiente
para pensar que pod e sim plesm ente entrar lá e vencer.
Eu estreito m eus olhos. “N ão preciso d e um exército para d etê-lo, e nenhum exército
pod eria m e d eter agora.”
“Seu rei era igualm ente arrogante e veja como ele caiu rapid am ente”, ele m e lem bra,
e m eu coração fica d ilacerad o. “Espero que você não m orra, m as, na verd ad e, não vejo
d e que outra form a isso vai acontecer.”
“É bom saber que você está d o m eu lad o. Por que você veio?
Ele encolhe os om bros. “Você aind a é m inha sobrinha. O san gue governa tud o.”
N ão, isso não acontece.
O am or e um a fam ília escolhid a sim .
Olho para m eu tio m ais um a vez e, d esta vez, vejo um pouco d a fam ília d o m eu pai
brilhand o, m uito m ais d o que a ed ucação qu e m inha m ãe lhe d eu. Ela ficaria m agoad a
ao ouvi-lo falar assim .
O navio d e repente balança e vira, e eu m e agarro à bord a d a mesa e quase caio.
Jesper não tem tanta sorte e bate na pared e com a cad eira e gem e d e d or.
"Você está certo?" Eu pergunto.
Ele segura o nariz quebrad o e balança a cabeça. "Que porra foi essa?"
Olho pelo vid ro no m om ento em que algo escuro pousa no m eio d o navio, e d eve ter
sid o nele que batem os. Ele ocupa m etad e d a pequena piscina vazia em que pousa e tem
asas enorm es que se estend em para fora d os lad os, com o asas d e m orcego, m as fofas .
Sua cabeça lem bra a d e um leão, ju nto com um a grand e ju ba d e pêlo preto. Mas até
ond e posso ver, é tud o preto e seus d entes brancos e afiad os brilham contra o céu
noturno. É algum tipo d e criatura, e as únicas coisas que vi assim foram os m onstros d e
Araw n.
“Araw n. Fique aqui — d igo a ele, colocand o um a ad aga em m inha m ão. Abro a
porta com um chute e saio para o convés, m eus passos ecoand o enquanto cam inho até a
criatura. Cham o m eu pod er para as pontas dos d ed os, pronto, e abro m inhas asas acim a
d e m im . Eu p ulo no ar quand o estou perto e voo acim a d ele, m as ele m e encontra no ar
com um golpe d e asas. Eu m ergulho para fora d o cam inho e voo d e volta ao redor do
navio, errand o por pouco suas garras quand o ele d ispara d ireto para m im .
Eu m e viro e m eus olhos se arregalam quand o ele bate em m im , e nós d ois caím os
no convés. A d or ecoa pelos m eus ossos e, antes que eu consiga m e m over, ele pula em
cim a d e m im , esm agand o-m e com d uas d e suas enorm es patas nos om bros. Aind a
consigo pressionar m inha ad aga contra suas costelas, m as não consigo m e m over. Eu
congelo, incapaz d e m atá-lo por algum m otivo estranho. Parece errad o. Que m ágica é
essa? Eu grito ao sentir a lateral d o m eu pescoço queim and o, e u m ped aço d o pelo d a
criatura em seu pescoço brilha pratead o ao m esm o tem po.
Ele se inclina quand o para e lam be m eu rosto.
"N ojento, saia!" Eu grito, e ele obed ece, quicand o e sentand o com o um cachorro bem
treinad o. Toco m eu pescoço e sinto um a m arca em relevo que parece um sol e um a lua.
“Que d iabos você é?”
Ele se inclina para frente e pressiona a cabeça na m inha barriga, e o m und o
d esaparece. Dem oro um segund o para perceber que ele está m e m ostrand o quem ele é,
o que ele é. Ele m e m ostra sua vid a, criad o em um a gaiola e sua m ãe m orta. Ele me
m ostra os hom ens que o torturaram , m atand o-o repetid as vezes, m as ele não m orreu
porque voltou cad a vez m ais forte. Ele foi criad o com o um presente para o d eus Zeus,
m as outra pessoa o salvou. A d eusa Mnem ósine. Ele era apenas um a criaturinha,
escond id a em um a jau la, e se encolhe quand o ela fica perto d a jaula. “Olá, pequenino. V i
que seremos grandes amigos. Estou aqui para libertar você.
Os ouvid os d a criatura se anim am . “V ocê é muito mais poderoso do que eles poderiam
imaginar. Seu coração também é grande demais para esta jaula. Se quiser, podemos sair daqui e
você me servir.
A criatura se levanta sobre suas perninhas e uiva, seu pelo preto brilhand o
intensam ente, e as pared es d a jaula se transform am em pó.
"M uito bom. Eu vi que você não tem nome. E quanto a A quiles?
A visão se transform a em outra, ond e Aquiles é m ais velho e tem a m esm a aparência
d e agora, m as tenho a im pressão d e que muito tem po já se passou. Mnem osyne está
ferid a, segurand o o lad o encharcad o d e sangue, e parece que há um a espad a em suas
costas. Ela d eve estar com m uita d or.
Aquiles corre até ela, segurand o o peso d ela ao seu lad o. “Encontre a Rainha dos
Dragões no futuro. Ela precisa de você.
Meu coração dói. A d eusa tentou m uito m e ajud ar, anos antes d e eu nascer. Aquiles
fica com Mnem ósine até seu últim o su spiro, e seus rugid os trazem lágrim as aos m eu s
olhos enquanto a visão d esaparece.
Abro os olhos e abraço Aquiles, que choram inga baixinho.
"Fugir!" N im m y grita, corrend o em nossa d ireção com um a espad a erguid a. Dou um
passo na frente d e Aquiles e N im m y para, franzind o a testa.
“Ele é m eu e está segu ro”, d igo a ela.
"O que é?" ela pergunta, parecend o um pouco assustad a, m as confiand o em m im
m esm o assim .
Eu su spiro. “Seu nom e é Aquiles e não sei exatam ente.”
“Com o vam os escond ê-lo na cid ad e? Ele é enorm e.
N a hora certa, Aquiles d esaparece em nad a além d e som bras. Posso senti-lo ali, m as
N im m y não. Ela olha em volta e eu sorrio, colocand o m inha m ão em sua cabeça
enquanto ele reaparece.
N im m y aind a olha um pouco estranham ente para Aquiles antes d e suspirar. “Vou
voltar para a cam a. Esta é apenas um a viagem m uito estranha.
Eu rio porque ela está certa. O sol aparece no lim ite d o horizonte, lançand o um a luz
laranja brilhante no m und o. Tud o o que consigo pensar é nos m eus am igos, e espero
que eles possam m e ouvir e saber que estou ind o atrás d eles.
Capítulo

Quatro

C Levam os seis d ias para atravessar o m ar antes d e chegarm os a um porto


aband onad o que N im m y achou que seria o m elhor. Sua pesquisa sugeriu que este
lugar não era usad o há m uito tem po, e ela estava certa. Está se d esintegrand o e já
passou d o tem po, m as, felizm ente, não há ninguém lá, exceto algum as raposas e
pássaros perd id os. Atracam os o navio no m eio d a noite antes d e passarm os por várias
cid ad es e, finalm ente, quand o o sol com eça a nascer, param os em um a casa antiga que
m e lem bra a casa onde conheci Tarren t. esquecerei aquele d ia, e eu d everia saber que
ele era m eu com panheiro. Eu senti um a conexão com ele im ed iatam ente.
Depois d e u m a noite agitad a, lavo-m e rapid am ente com um bald e e um a toalha
antes d e com er as rações que tem os com N im m y. “Sinto m uito que tivem os que vir
aqui. De tod os os lugares,” eu sussurro para ela d epois que Jesper sai em sua form a d e
lobo para correr na floresta e ter certeza d e que estam os sozinhos antes d e partirm os.
Ela fica tensa. “Jurei p ara m im m esm o que nunca m ais voltaria para essas terras...
m as então Apollon teve que ser capturad o e vir para cá. N ão há lu gar ond e eu não iria
para salvá-lo.”
Meus olhos se arregalam . "Você e ele?"
Ela d á d e om bros. “Quero d izer, há um a coisa tácita entre nós. Ele é m eu m elhor
am igo e espero que seja m ais d o que isso. Para m im ... sem pre foi m ais d o que isso. Eu
estava com m uito m ed o d e d eixá-lo fechar por causa d o m eu passad o. Agora, percebo
que d everia ter agarrad o cad a m om ento que tive com ele e nunca m ais d esisti.”
Eu entend o perfeitam ente, su as palavras m e atingem profund am ente no peito
enquanto sinto o m esm o por m eus com panheiros. Eu gostaria d e beijá -los m ais um a
vez. Mantive-os perto por m ais um d ia. Eu gostaria que não tivéssem os o m und o contra
nós quand o realm ente im portasse.
N im m y lim pa a garganta e abre um m apa antigo na m inha frente. “Os esgotos não
ficam longe d aqui, pelo m enos oito horas em nossas form as d e lobo. N ão vai ser legal lá
em baixo.”
“N ão im porta”, d igo a ela.
Ela balança a cabeça quand o Jesper volta, seu grand e lobo branco ocupand o o
batente d a porta antes que ele volte, com pletam ente nu. N ós d ois d esviam os o olhar e
ele gem e. "Ótim o. Tem os tod o aquele olfato extra forte para tornar esta viagem d eliciosa
pelos esgotos.”
“Se você preferir entrar pelos portões d a frente, vá em frente,” eu d igo.
Ele ri. “Calm a, sobrinha.”
N im m y e eu trocam os um olhar. N im m y não gosta nem um pouco de Jesper e fez de
tud o para garantir que ele soubesse d isso, incluind o o olhar que ela lança para ele
agora. Eu lim po m inha garganta. Precisam os perm anecer unid os. “Pod e haver
proteções m ágicas nos esgotos. Eu d everia ir prim eiro, e se sentir algum , posso ser
capaz d e queim á-los com m eu fogo.”
“Araw n e Sallette são arrogantes, pelos rumores que ouvi. Eles não terão nenhum a
proteção, porque presum em que você irá apenas atrás d e seus com panheiros. Eles serão
protegid os e vigiados”, ressalta Jesper, e ele provavelm ente está certo.
Eu engulo em seco. “Vam os entrar na cid ad e e d escobrir o resto m ais tard e.”
Recolocam os nossas coisas em nossas m ochilas antes d e cad a m ud ança e carregam os
as sacolas na boca, saind o noite ad entro. Correr com outros lobos nunca vai envelhecer
para m im , e eu cutuco o lobo d e N im m y, que m e cutuca d e volta. N ão param os a té
chegar à estrad a aband onad a e ficam os nas florestas ao lad o para garantir que ninguém
nos veja. Encontram os as grand es portas d e barras d e aço para os ralos d e esgoto que
procurávam os, e tod os nós voltam os antes d e nos vestirm os. N ão está m uito escuro,
graças à lua, m as faço um a fogueira na m ão e em purro -a contra as grad es. Eles
queim am lentam ente em ped aços grossos d e aço que caem no chão, e eu passo prim eiro
pela abertura.
Jesper d istribui d ispositivos hum anos cham ad os tochas que ilum inam facilm ente o
túnel antes que eu encontre a grad e d e m etal no chão. Ele puxa a grad e para cim a
d epois d e girá-la algum as vezes, e eu olho para o buraco fund o, estrem ecend o com o
cheiro m esm o d aqui d e cim a. Respiro fund o o ar fresco que vem d e fora antes d e d escer
a escad a. N ão tenho certeza d e ond e está Aquiles, m as ele não nos seguirá d essa
m aneira. É m uito apertad o para seu corpo grand e, m as não tenho d úvid as d e que ele
d escobrirá um a m aneira d e entrar. O cheiro é horrível e, quand o sou forçad a a respirar,
é m uito pior. Jesper engasga várias vezes ao d escer, seguid o por N im m y, que tenta não
d izer nad a. Graças aos incênd ios não sou claustrofóbico, porque este lugar fica pequeno
à m ed id a que avançam os nos tú neis antes d e chegarm os a um a encruzilhad a. Ratos
passam corrend o por nós enquanto N im m y d á um passo à frente. “Três esquerd as e
d epois um a d ireita. Isso d eve nos levar a algum lugar tranquilo.
N ão querend o falar mais d o que o necessário, aceno e m antenho m eus sentid os em
alerta enquanto sigo suas instruções. Eventualm ente, o túnel se nivela em um a sala
circular com várias entrad as d e túnel, e todos nós respiram os aliviad os. N este ponto,
estam os literalm ente cobertos d e m erd a até a cintura e sabe-se lá o quê, e quand o vejo
um par d e escad as, qu ase corro para alcançá-las.
“Tenha cuid ad o”, Jesp er m e avisa, e N im m y concord a com a cabeça. Deixand o m eus
nervos d e lado, saio do túnel e subo a escad a, com Jesper e N im m y logo atrás d e m im .
Quand o chego ao topo, em purro a grad e e espio a cabeça para fora. Está escuro, m as o
beco está vazio, exceto por um gato ruivo sentad o em algum as caixas velhas.
“Claro,” eu sussurro antes d e sair. Ajud o Jesper antes que ele puxe N im m y e feche a
grad e atrás d e nós. N ós nos escond em os atrás d as caixas e nos encostam os na pared e
por um m om ento, ouvind o a cid ad e tranquila e olhand o para as estrelas acim a d e nós.
H ouve um tem po em que a coisa m ais im portante para m im era olhar para as estrelas.
Agora sinto que estão rind o d e m im , porque o m ais im portante sem pre foi m inha
fam ília. Eu sim plesm ente não sabia d isso.
H á um a quietud e no ar e um cheiro d e m orte no vento que é d ifícil d e ignorar.
N im m y tira d uas capas e Jesper pega um a que com bina antes d e m e entregar um a.
Tentam os lim par o m elhor que pod em os em silêncio por um m om ento, nenhum d e nós
com entand o sobre o cheiro. “A Rainha Mai d isse que eles tiraram isso d e bruxas m ortas
que atacaram as terras d a m atilha. Eles d everiam nos ajud ar a nos m isturar.
Aperto m inhas m ãos sobre o m anto grosso e roxo escuro, que foi lavad o e lim po
porque não consigo sentir o cheiro d e sangue nele, antes d e puxá-lo e apertar o barbante
para selá-lo. Tod os nós m antem os nossos capuzes levantad os, d ificultand o a visão, m as
vale a pena correr o risco d e garantir que ninguém olhe d uas vezes para nós.
“Sua vez, tio. Encontre seu com panheiro,” eu d igo a ele. Quanto antes sairm os d as
ruas e irm os para Devika, m elhor. Seguim os Jesper até o fim d o beco e olham os para a
rua. Cerca d e seis ou sete pessoas passam , com as capas bem fechad as, e m ais algum as
param nas bancas d o m ercad o para com prar com id a.
Tentand o nos m isturar, saím os para a rua e percorrem os a longa estrad a que parece
se estend er pelo centro d a cid ad e. Passam os por vários bairros m arcad os e tenho a
sensação d e que a m aior parte d a cid ad e está ad orm ecid a. “Ela está por perto.”
A excitação aperta m eu peito quand o entram os em um d istrito cham ad o Morgan le
Fay District.
As casas são m ais antigas neste d istrito, feitas d e ped ra envelhecid a, e há m uitos
pequenos jard ins feitos com círculos e velas espalhad as por eles. Eu m antenho um a m ão
na m inha ad aga d urante tod a a cam inhad a, e m eu pod er está logo abaixo d a m inha
pele, pronto para explod ir e m e d efend er se eu precisar. Jesper p ara d e repente e eu
franzo a testa atrás d ele, olhand o em volta. Há um espaço pequeno, apenas o suficien te
para um a pessoa passar por vez, entre d uas casas.
Sigo seu olhar e d escu bro que não foi por isso que ele parou. N o final d a rua há um a
longa lança d e m ad eira, e na ponta afiad a está um corpo d e dragão m achucad o e sem
cabeça. O enjôo sobe pela m inha garganta enquanto fico tentado a gritar e queim ar tod a
a cid ad e. A única razão pela qual não faço isso é porque Araw n pegaria m eus
com panheiros e d eixaria queim ar. Isso é pessoal, entre m im e ele.
Quero levar o corpo d ele para d ar -lhe um enterro ad equad o, m as sinto m agia
envolvid a nele, e não há chance d e eu chegar perto d ele sem d isparar algum tipo d e
alarm e. Droga.
N im m y aperta m eu braço confortavelm ente, e eu fico perto d ela enquanto passam os
pelo corpo d e Jesper, que está silencioso e p álid o. N ão consigo im aginar que ele tenha
visto m uitas m ortes d esd e a guerra d a m atilha, m as ele era u m a criança naquela época.
Jesper nos leva a outro beco, e não há outro fim além d e u m grosso m uro d e ped ra preta
cheio d e lixo e plantas velhas e m ortas.
“Tem certeza que ela está aqui?”
“Ela está m uito perto. Eu não entend o. Parece que ela está literalm ente bem na nossa
frente”, afirm a Jesper, e não d uvid o d ele. Posso sentir que m eus com panheiros estão
m ais próxim os agora e, se eu quisesse, pod eria encontrá -los d o outro lad o d a cid ad e em
poucos instantes. Mesm o sem vínculo, com o Jesper e Devika.
“Talvez seja m ágica”, sugere N im m y, estend end o a m ão, e sua p alm a encosta em
um a pared e invisível. De repente, sinto um a ad aga pressionad a contra m eu pescoço e
congelo, m eu pod er borbulhand o na superfície.
Viro o pescoço, m as aind a não consigo ver quem está m e segurand o. “Sugiro que
você se solte antes que não encontre nad a além d e cinzas aos m eus pés.”
Ele bufa com a m inha am eaça, m e d eixand o ir um pouco, o suficiente para m e
m over. “Acho que não, estranho.”
Viro a cabeça para olhar nos olhos azuis congelad os d e um hom em com cabelos
escuros e grossos que caem até os om bros e um a expressão fria. “De ond e d iabos você
veio, volte.”
"N ão. Estou procurand o por Devika,” eu m ord o. “E você pod e m e d izer ond e ela
está, ou eu obrigo você.”
“N ão antes que seus am igos m orram ”, ele respond e friam ente. Olho para Jesper e
N im m y, am bos segurad os por figuras encapuzad as e arm as afiad as.
"Deixa eles irem ." Eu ouço a voz atord oad a d e Devika logo antes d ela literalm ente
sair d o nad a. Seu cabelo é cortado curto, m etad e d ele em tranças, e ela está vestid a d e
couro junto com um a capa azul escura. Ela p arece m ais m agra e cansad a, m as aind a há
fogo em seus olhos qu e brilha quand o ela olha para nós em estad o d e cho que. Eu sorrio
e corro até ela, junto com N im m y, e nós d ois batem os nela. Ela ri e nos aperta com força.
“Isso é u m choque”, sussurra Devika, com a voz rouca. “Achei qu e não veria você
d e novo.”
“Quem são esses intru sos que fed em ?” o hom em d e olhos azuis exige.
“Am igos”, Devika respond e com firm eza. “Eles não nos querem fazer nenhum m al.
Vá d izer aos outros que a Rainha Dragão está viva.”
"Outros?" Jesper pergunta. Devika o ignora enquanto recuam o s, m as ela m antém os
olhos em m im . "Por qu ê você está aqui? N ão é seguro."
“Para m eus com panheiros. Por Araw n — d igo a ela, e seus olhos escurecem . “E você
é a chave para reconquistar esta cid ad e, senhora.”
“Com o exatam ente fazem os isso?” ela respond e tensa.
“Você pod e d esafiar Sallette pelo trono. Ela só era pod erosa o suficiente para aceitá -
lo porque roubou o pod er d e Draycian. Posso recuperar esse pod er e então ela será um a
bruxa norm al”, explico a ela. “Ond e está Tarrent? Você viu ou ouviu falar d e N akoa ou
Dray?
Seus lábios se apertam . “Tarrent tem um a coleira e um a corrente d e ouro e m ata sob
seu com and o. Um anim al d e estim ação para Sallette, e nenhum d e nós consegue chegar
perto d ele. N akoa e Draycian estarão nas m asm orras, com tod os os d ragões. Ouvim os
d izer que eles estão vivos.”
“Viva é a esperança d e que precisam os”, sussurra N im m y, aliviad a.
“Araw n precisará d eixar a cid ad e”, acrescenta Jesper, e Devika finalm ente olha para
ele e concord a com a cabeça.
“Talvez possam os enviar um a m ensagem à Rainha Mai”, sugere N im m y. “Ela
pod eria espalhar um boato sobre d ragões perd id os em algum lugar. Araw n irá caçá -
los.”
“Teríam os que cronom etrar perfeitam ente”, digo, olhand o para Devika.
Ela inclina a cabeça e p ega as m inhas e d e N im m y. Agarro a m ão de Jesper, e ela nos
puxa através d e um a m agia espessa, transform and o o beco em um enorm e cam po
gram ad o com um pequeno rio no m eio. Tend as m arrons e verd es inund am o cam po, e
há m uitas bruxas entrand o e saind o d as tend as. Crianças tam bém .
Devika olha para m im . “Tem os um exército. Esperem os que eu seja forte o suficiente
para d etê-la.”
Abraço m inha am iga com força e ela m e segura. “Pelo bem d e Tarrent, eu tam bém .
Assim que você tom ar a cid ad e, vou pegar m eus com panheiros e fu gir, e Araw n m e
seguirá.”
“Vou m e certificar d e que vam os caçá-lo”, ela respond e com veneno na voz. “Ele
não irá segui-lo facilm ente.”
— Por Tarrent — sussurro d e volta, com o coração d oend o.
“Para o verd ad eiro rei.”
Capítulo

Cinco

term ino d e trançar m eu cabelo m olhad o antes d e sair para a parte principal d a

EU tend a, olhand o para N im m y faland o baixinho com um a bruxa d o outro lad o.


Devika e o hom em que apontou um a ad aga contra m inha garganta estão
sentad os em alm ofad as grossas e fofas ao red or d e um a fogueira no centro da
tend a. O m acho baixou o capuz, reveland o a pele m arrom -escura e o luxuoso cabelo
roxo profund o que cai sobre seus om bros grossos e cheios d e cicatrizes. Ele está
vestind o um colete d e couro sim ples e calças com binand o, e vários punhos estão presos
em seu s braços. Afasto-m e d e seu olhar d esconfiad o e volto-m e para as cham as que
cantam para m im agora.
O fogo é m ágico, cuspind o cham as rosa, verm elhas e roxas no ar, no form ato d e um a
árvore. Algum as d as brasas têm o form ato d e borboletas e pom bas voand o pelo teto, e
algum as d elas estão escapand o voand o pela abertura que libera fu m aça. As bruxas não
têm sid o senão acom od ad as, oferecend o-nos com id a, banho e abrigo, sem sequer
precisarm os saber quem som os e o que querem os. Eles ad oram Devika, e está claro para
m im que ela é a líd er que eles precisavam quand o um m onstro tom ou conta d e suas
casas. Alguns d eles m e olham d e form a estranha, não hostil, m as com o se estivessem se
perguntand o com o Araw n m e m atou e eu aind a estou vivo. Co ntei a Devika tud o o que
aconteceu, junto com cinco bruxos em quem ela confia, e tod os eles são claram ente leais
a ela - e a Tarrent tam bém . N unca foi assim que eu quis conhecer o pessoal d e Tarrent e
Devika. Sento-m e em um a d as alm ofad as ao lad o d e Devika, e d o outro lad o d ela está
sentad o o hom em que m antém seus cautelosos olhos azuis em m im .
Ele é hostil e não o culpo nem um pouco.
Devika cruza os braços. “Este é Sir Brenainn Vale. Ele já foi o senhor com and ante d o
exército d e bruxas.”
"N ão m ais?" Eu questiono.
Ele m e observa, m e avaliand o. "N ão. N ão d esd e que aquela vad ia assum iu o trono e
se d eclarou a Senhora d as Bruxas.
“Bom ”, eu respond o. “Mas os sold ad os vão ouvir você quand o d ecid irm os ir lá para
retom ar o trono?”
N im m y passa por nós, com um cheiro horrível, e entra no banheiro.
Devika fica tensa, m as perm anece quieta enquanto Brenainn m e respond e. "Sim .
Treinei m uitos d eles, vivi ao lad o d eles a vid a tod a. Assim com o m eu pai. E seu pai.
Minha fam ília sem pre foi leal ao verd ad eiro senhor ou senhora, e a bruxa que governa
agora não é nenhum a d as d uas coisas.”
Devika se inclina para frente. “Mesm o se eu m atar Sallette, Araw n voltará.”
“Então faça um plano. Você será a Senhora d as Bruxas e terá o com and o ”, respond o
suavem ente. “O que Tarrent faria?”
“Eu não sou Tarrent, que governou com facilid ad e”, ela m ord e e d epois su spira.
“Mas m e lem bro d e um a conversa com Tarrent sobre um feitiço que força tod as as
bruxas d a cid ad e a conjurar sua m agia e am plificar m eu feitiço para nos proteger. N ão
sei quanto tem p o isso vai d urar ou se serei capaz d e lançar um feitiço tão forte.”
Eu fecho m eus olhos nos d ela. “Posso sentir o seu pod er, e é tão forte quanto o d e
seus irm ãos. N a verd ad e, eu d iria m ais forte. N ão se contenha. N ão d eixe seus
d em ônios vencerem e m ate aquela vad ia por tod os nós.”
Seu sorriso é perverso. "Quand o você ficou tão sed ento d e sangue?"
Eu sorrio d e volta. “Quand o Araw n m e irritou regiam ente.”
Brenainn ri baixo. "Eu gosto d ela. Tarrent é um hom em d e sorte.
Eu encontro seu olhar. “Ele é, m as eu tenho m ais sorte. Certo, então tem os um a
espécie d e plano.
“Tarrent é um bom senhor e não quero tirar o trono d ele”, ad m ite Devika. “Parece
errad o.”
“Ele não está em posição d e assum ir o trono neste m om ento, e seu povo precisa d e
um governante que não vá d estruí-lo com pletam ente. Sallette vai incend iar este m u nd o
com Araw n”, eu a aviso. “Ela é brutal e apaixonad a por Araw n. Os d ois não com binam
bem e as bruxas não pod em ser brinqued os para ela brincar quand o está d e bom
hum or.”
“Já existem m uitas, m uitas m ortes para provar que ela está instável. Um d e seus
prim eiros atos foi m atar o conselho e suas fam ílias — Brenainn m e inform a, e eu
estrem eço. Ele olha para Devika. “E só resta você que pod e nos salvar d esse d estino.
N ós já servim os você, Lad y Devika, e irem os para a m orte. N ossos d euses irão protegê-
lo com nossos corpos e as alm as d os caíd os enquanto você luta e se levanta.”
Devika d á a ele um aceno trêm ulo. “Minha única preocupação é que ela seja
pod erosa. Muito pod eroso."
Eu lanço para ela um sorriso secreto. “N ão é o pod er d ela. Foi o m eu com panheiro
que ela roubou, e eu vou quebrar o colar d ela, recuperar o pod er e reivind icá -lo com o
m eu. Então é a sua vez.”
“Araw n vai ficar m uito bravo quand o d escobrir que você não está trancad o ”,
Devika reflete com seu próprio sorriso som brio.
“Ele m e obrigou,” eu respiro. “Ele m e m old ou na vingança e na d or e em tud o de
ruim no m und o, e ele nunca pensou que eu encontraria a luz na escurid ão. Mas eu fiz.
Encontrei o fogo e m e joguei nele. Eu vi através d e suas m entiras e encontrei o am or. No
final, foi isso que m e salvou. Um a d eusa tentand o m e salvar por am or. Pela paz. Ele
nunca, jam ais im aginaria isso chegand o.
Olho para as cham as. “Ele tentou m e d eixar preso, ferid o, para que eu não pud esse
vir aqui e ser u m a am eaça para ele. Som os iguais, ele e eu, m as tenho tud o pelo que
lutar. N ão estarei sozinho com o ele estará quand o eu for buscá -lo. Vou pegar o pod er
que Sallette roubou d e Dray, porque é m eu. Vou salvar m eus com panheiros e vou tirá -
los d aqui para se curarem antes d e acabarm os com Araw n e term inarm os isso.
Brenainn coloca a m ão nas costas d ela. “Vou ver se há algum a notícia d os lobos e
encontrar o lobo perd id o que está d esaparecid o.”
Ela balança a cabeça e eles se encaram por um segund o a m ais. Olho entre eles,
arqueand o um a sobrancelha para Devika quand o ele sai d a tend a. "Estou esquecend o
d e algo? Existe algo entre vocês d ois?
Ela solta um suspiro. “Ele é um bom am igo. Com quem eu fod o... às vezes. É
com plicad o."
N ão sei se Jesper aceitará isso bem , m as não cabe a ele im ped i-la d e ter um am ante.
Ele não parece m uito interessad o, d e qualqu er m aneira. N a verd ad e, acho que foi um
grand e erro trazê-lo aqui.
Esperançosam ente, ele ficará fora d o cam inho nesta parte final e então pod erá voltar
para as terras d a m atilha. N im m y sai d o banheiro e se senta bufand o. “Levei séculos
para tirar aquele sabonete m ágico d o m eu cabelo. O que há nessas coisas?
Ad oro m eu cabelo e com o ele ch eira bem , m as não d em orou m uito para m im . Era
apenas u m a flor que se transform ava num p unhad o d e bolhas d e sabão quand o a água
a tocava.
Devika ri. “Ele sente o quão sujo seu cabelo está e continuará a fazer sabão até sentir
que está lim po.”
As bochechas d e N im m y se ilum inam e eu cutuco seu om bro. Devika olha para
N im m y com suas novas roupas d e couro, d e um azul profund o que com bina com sua
capa d e feltro. Estou usand o o m esm o. "Você parece tão d iferente. Mais forte, m ais
d eterm inad o d o que nu nca vi você antes. Eu sei que já faz um ano... m as m uita coisa
m ud ou.”
N im m y apoia a cabeça no m eu braço. “Esta é um a d eu sa. Estou forte agora e você
está prestes a ser um a m ald ita Dam a d as Bruxas. Percorrem os um longo cam inho.”
“Sinceram ente, nunca pensei que veria você d e novo”, ad m ite Devika com um
sorriso triste. “No com eço não tínham os esse lugar e por um tempo... foi ruim . Fom os
caçad os pelo nosso próprio povo, m as salvos por alguns tam bém . Eventualm ente, senti
a m agia d este lugar quand o um a velha bru xa m e d isse que m eu pai guard ava um
segred o aqui. Um toque d o m eu sangue e este lugar se revelou para m im . Com o se
estivesse esperand o. Com o se m eu pai soubesse que u m d ia eu precisaria d isso.
Um arrepio percorre m inha espinha. “Ele provavelm ente fez. De algum a form a."
Ela olha para o chão aos nossos pés. “Eu o od eio por nos aband onar e tratar seu
povo tão m al por tanto tem po. N ão tenho certeza d e com o m e sentir por ele fazer algo
por m im . Para o seu povo. Im agino que ele teria um ataque sabend o que vou lut ar pelo
título d e Senhora e m e tornar governante. Muitos m atam suas d escend entes fem ininas
para garantir que os hom ens governem .”
“Os m achos são péssim os às vezes”, m urm u ro.
“N em tod os”, N im m y m e lem bra, pensand o claram ente em um hom em em
particular.
Devika olha entre nós. “Desem bucha, N im m y.”
Ela sorri tim id am ente. “Eu planejei vir aqui para pegar m eu d ragão, m esm o que
Serei não voltasse.”
“Seu d ragão?” — pergunta Devika.
“Apollon,” N im m y respira. “Preciso d izer a ele com o m e sinto e ter certeza d e que
ele está seguro. N ão im porta se ele não sente o m esm o, m as preciso ter certeza d e que
ele tem futuro. Eu sei que ele viria atrás d e m im se fosse o contrário.”
“Até Devika tem um am ante agora,” eu d igo, d eixand o-a cair nele.
N im m y su spira. “Jesp er? Seu com panheiro?
Devika quase estrem ece. "N ão. N ão... ele não veio atrás d e m im , m esm o sabend o
que eu estava encrencad o. N ão sinto m uito por seguir em frente, porque ele é um
covard e e o d estino estava errad o. Pod em os ser com panheiros pred estinad os e ter um a
conexão, m as isso não significa nad a para m im . Eu nu nca pod eria p erd oá -lo por não ter
vind o m e salvar. Mesm o antes d isso, m eu instinto não era estar com ele. N unca foi, e
acho que ele sentiu o m esm o.”
“Sinto m uito, Devika”, d igo a ela.
Ela d á d e om bros. “As bruxas acred itam que escolher nosso com panheiro é m ais
forte d o que o vínculo que o d estino nos d eu.”
“Os corpos nas estacas... você não viu Apollon, viu?” N im m y pergunta calm am ente
no silêncio.
“N ão”, respond e Devika, e N im m y quase ced e d e alívio, com o se estiv esse com
m ed o d e perguntar e descobrir a resposta. “Ele é forte e vai ficar bem .”
“Eu sei”, ela respond e com firm eza, e eu m e inclino, pegand o sua m ão. A tend a se
abre, banhand o a luz d o sol, e Brenainn entra segurand o um a pequena carta com um
lobo preto gravad o no selo verm elho.
“Eles estão enviand o a m ensagem para d istrair Araw n ao pôr d o sol.”
Olho para Devika, vend o com o ela está nervosa. "Você consegue fazer isso."
Ela d esvia o olhar. “Para o bem d e tod os nós, espero que você esteja certo.”
Capítulo

Seis

d eitad a no ar frio, passo por um a velha igreja, observand o as cham as bruxuleantes

F que se espalham d os pilares para o céu, beijand o m eu corpo e m e fortalecend o.


Minhas asas d eixam u m rastro d e fogo tão brilhante e puro que parece a luz d as
estrelas, e olho para Devika voand o perto d e m im . Um a vassou ra feita d e um a
árvore antiga especial se alim enta d e seu pod er para que ela possa voar sem pronunciar
um a palavra. O palácio surge à nossa frente, logo acim a d a colina, e olho para os
ed ifícios, vend o som bras d e bruxas nos seguind o no chão. N osso exército, e estamos
aqui para recuperar esta cid ad e. N o m inuto em que a coroa for tom ad a e Devika se
tornar sua Senhora, o povo não terá escolha senão curvar -se d iante d ela. Até então, eles
vão tentar nos im p ed ir.
Um a fila d e bruxas circula pelos arred ores d o castelo e im ed iatam ente envia um
escud o d e fogo em nossa d ireção para nos d estruir. Eu sorrio e pego as cham as,
puxand o-as para m im antes d e jogá-las d e volta. As bruxas gritam enquanto o fogo as
queim a e, por um m om ento, gostaria d e não ter que m atá -las im ed iatam ente. N ão conto
as bruxas que tentam m e com bater, usand o ar, água e fogo, m as é fácil d etê -las. Muito
fácil... e tud o que posso sentir é a sensação d e coceira d e que m eu s com panheiros estão
próxim os e preciso chegar até eles. N ad a nem ninguém vai m e imped ir d e chegar até
eles.
Eu caio na enorm e varand a d e ped ra onde vi pela prim eira vez a cid ad e com
Tarrent... ond e caím os em um a arm ad ilha qu e acabaria m e transform and o em quem eu
sou agora.
E esta d eusa quer seus com panheiros d e volta.
Deixand o m eus braços ao lad o d o corpo, sinto as cham as d entro d o castelo e, com
um clique, tod as elas se apagam , d eixand o-as na escurid ão.
Isso d everia cham ar a atenção d ela.
As portas d e vid ro no final d o cam inho se a brem m om entos d epois, quebrand o-se
com o im pacto, e o vid ro cai ao red or d os pés d e Sallette. Seus lábios se curvam d e
surpresa e ela cam inha até m im . H á quatro guard as atrás d ela, e eu uso m inhas cham as
para m and á-los voar d e volta para o corred or com um estrond o. Sallette nem sequer
recua, os calcanhares batend o na ped ra a cad a passo.
Seus longos cabelos negros caem sobre os om bros e o vestid o pratead o d e princesa
que ela está usand o. O vestid o com bina com a coroa pratead a brilhante enrolad a em seu
cabelo, m as não é ela que faz m eu coração parar. Um a corrente d e ouro está enrolada
em seu pulso, conectand o-a a Tarrent, que ela puxa atrás d ela. Sua cabeça está baixa e
ele se esforça para olhar para m im a cad a passo. Quand o encontro seus olhos, posso cair
d e joelhos d iante d ele. Engulo em seco, sabend o que preciso superar a raiva e a fúria
que queim am d entro d e m im e aceitar que ele pelo m enos está vivo. Viva m as tão
pálid a, coberta d e cortes e arranhões que Sallette obviam ente não perm itiu que fosse
curad a por m agia. Seus olhos caem sobre m im , um a m istura d e ad m iração, choque e
d or se transform and o em angústia quand o ele percebe o que estou aqui para fazer.
A corrente d e ouro está presa a um a coleira em volta d e seu pescoço, com o se ele
fosse um anim al d e estim ação, e a fúria se transform a d entro d e m im em um a ond a
invisível prestes a atingir este m und o com o um m eteoro. Ela para a alguns m etros d e
d istância, puxand o com força a corrente e quase fazend o Tarrent tropeçar e cair d e
joelhos.
“Ah, isso não é um a am eaça especial?” Sallette ronrona. “Você gosta d o m eu novo
cachorro? Acho um pouco chato ele invad ir, m as estou chegand o lá, e talvez Araw n m e
d eixe brincar com você quand o ele term inar.”
Eu rosno para ela, e a d iversão salta em seus olhos. "Ond e você esteve ? Araw n
afirm ou que você estava m orto.”
“Ele m entiu ”, respond o friam ente e inclino a cabeça. “Seu am ante m ente para você
com frequência? Que triste."
“Vad ia,” ela estala e faz um a pausa, olhand o por cim a d as m inhas asas. “Quem
ajud ou você?”
Eu rio, puxand o tod as as cham as próxim as d a cid ad e. Eles atend em alegrem ente
m inha ligação, e ela se vira, observando com horror enquanto sua cid ad e fica escura.
Quand o ela olha para m im , vend o as cham as d ançand o em m eu s olhos, sentind o m eu
pod er, ela d á um passo para trás com razão. “N inguém que você conhece m e ajud ou,
m as não sou a rainha fraca que você conheceu. Seu tem po acabou, Sallette, e tenho
alguém aqui que vai garantir que você continue m orta d esta vez.”
Ela balança a cabeça. “Você não é o único com pod er.”
Eu ri. “Mas eu sou um a d eusa e você não é nad a.”
Ela agarra o colar, m as isso não m e im ped e. N ad a será. Cham as saem d o m eu corpo
em um a ond a, girand o ao redor d ela, e ela grita quand o as brasas roçam sua pele. “Isto
é para m eus d ragões. Isto é para m eus am igos.
Eu uso m inhas cham as para prend er o colar e queim á -lo em volta d o pescoço d ela.
Ela grita, agarrand o-o, m as ele queim a em sua m ão até que o poder se esvai d o colar, e
eu o puxo possessivam ente para m im . A força total d o pod er atinge m inha alm a, e eu
gem o d e prazer, perm itind o que ela se sinta à vontad e junto com o resto d o m eu pod er.
Minhas asas crescem enorm em ente atrás d as m inhas costas, e espirais d e cham as se
espalham pelo céu noturno ao m eu red or enquanto cam inho até Sallette presa em
m inhas cham as. Queim o a corrente d o pulso d ela, e tud o, até chegar à coleira em volta
d o pescoço d e Tarrent e ela cair em grand es ped aços d e ouro no chão. Ele se levanta
com as pernas trêm ulas e m e agarra, m e puxand o para seus braços. Beijo a lateral d o
seu pescoço, respirand o seu cheiro por apenas u m segund o. N ão posso m e perm itir
m ais.
“Vá vigiar a porta. Esta é um a batalha só para m ulheres”, d igo a ele, e ele beija
m inha cabeça antes d e fazer o que peço. Eu abaixo as cham as ao red or d e Sallette
enquanto Devika cai d o céu e acena para m im , u m sorriso m aligno em seu s lábios e
vingança queim and o em seus olhos m ais brilhante que m inhas cham as.
A vingativa Senhora das Bruxas.
Devika se joga em Sallette, d and o um soco forte no rosto d ela com o pod er d e u m
feitiço envolvend o seu corpo. “Isso é pelo m eu irm ão, e m atar você é pelo m eu povo.
Pela m inha m ald ita cid ad e.
Sallette sussurra sua própria m agia, afastand o-a, e vejo Devika lançar seu próprio
feitiço para bloquear o d ela. Ar, água e fogo se chocam enquanto cam inho para Tarrent.
Envolvo m eu braço em volta d e sua cintura, e m esm o com os novos m úsculos d a
luta, posso d izer o quão fraco ele está. “Eu sabia que você viria atrás d e nós.”
“Sem pre,” eu sussurro am orosam ente. "Você está bem ?"
“Agora que você está aqui”, ele respond e, virand o-se para assistir a luta com igo.
“Estou orgulhoso d e vocês d ois.”
Eu sorrio brilhantem ente quand o percebo que Devika está vencend o, em purrand o
sua m agia com força contra Sallette.
Sallette olha para m im por cim a d o om bro enquanto sua m agia falha e o ar fica
parad o. O ód io brilha em seus olhos logo antes d e Devika enfiar um a ad aga em seu
peito, d ireto em seu coração.
“Espero que você apod reça no infern o. Tenho certeza que H ad es e Perséfone
encontrarão um lugar especial só para um m onstro com o você.”
O próprio ar parece parar enquanto a antiga m agia d as bruxas surge para coroar
um a nova rainha. A coroa cai d a cabeça d e Sallette, voand o no ar e caind o sob re a d e
Devika. Sallette cai para trás e eu envio m inhas cham as para d estruir seu corpo e
transform á-lo em nada além d e cinzas. Só para ter certeza d e que ela está m orta d esta
vez.
N ós d ois observam os em silêncio enquanto o pó d e ouro flutua d o corpo d e Sa llette
para o d e Devika, e ela engasga com o pod er enquanto todo o seu corpo brilha com a
nova m agia. Quand o ela abre os olhos, ela corre e abraça Tarrent com força. “Sinto
m uito por não ter conseguid o resgatá-lo antes, irm ão. Lam ento ter que assum ir o
trono.”
Ele segura sua bochecha. “Eu sem pre vi sua força e você m erece isso, Lad y Devika.
Eu tenho tud o que quero com m eu com panheiro.
Meu coração se aquece quand o olho para Devika e m antenho m inha voz baixa. “N os
verem os em breve. Proteja m eus d ragões.”
"Eu vou."
Devika se vira para a cid ad e, sem d úvid a iniciand o o feitiço quand o Tarrent e eu nos
viram os. “Você conhece o cam inho para as m asm orras?”
“Claro”, respond e Tarrent, apoiand o-se fortem ente em m im . Tento com partilhar um
pouco d a m inha força com ele, u sand o m inha m agia para vasculhar seu corpo, m as
sentind o um bloqueio em seu pod er. Talvez algum tipo d e feitiço. “Um a poção para m e
enfraquecer e bloquear a m aioria d os m eus pod eres. O efeito d esaparecerá em alguns
d ias.”
Suspiro, m as logo sou d istraíd o por vários guard as corrend o em nossa d ireção. Eu
im ed iatam ente os m and o voand o para longe com um chicote de m inhas cham as, e
Tarrent m e observa silenciosam ente, m e guiand o através d e portas e d escend o escad as.
N ós nos aprofund am os na escurid ão d o castelo, usa nd o m inhas asas para ilum inar
nosso cam inho e nos alertar sobre qualquer perigo. Felizm ente, a m aioria d os guard as
foi em bora ou ouviu o cham ad o d e Devika e sabe que há um novo governante.
Alguns d eles sim plesm ente não se im portam e tentam nos atacar antes que m inhas
cham as os afastem .
"O que aconteceu com você?" Tarrent questiona suavem ente.
“É um a longa história”, d igo a ele. “Prim eiro, precisam os pegar Dray e N akoa e ir
em bora. Quand o estiverm os curad os, irem os atrás d e Araw n e o m atarem os d e um a vez
por tod as.”
“Quand o você ficou tão im placável, princesa?” ele ri em m eu ouvid o.
“Desd e o m inuto em que pensei que nunca m ais veria você. Desd e quand o im aginei
nunca m ais ver nenhum d e vocês por cau sa d ele. Serei im placável, cruel e
absolutam ente im parável para garantir que vocês três estejam seguros.”
Ele beija o lad o d a m inha cabeça. "Eu tam bém nunca pensei que veria você d e novo,
m as agora nunca vou d eixar você ir."
“N ão m e faça chorar quand o preciso ser d urão,” m urm uro com um sorriso.
Ele ri e, caram ba, senti falta d aquele som .
Enquanto d escem os outro lance d e escad as, olho para Tarrent. “Você viu Dray ou
N akoa?”
Ele se end ireita um p ouco. "Sim . Às vezes ela m e arrastava para ver os d ois serem
torturad os. Dray ficou pior porque não se curvou d iante d eles. Ele é forte."
O enjôo sobe pela m inha garganta e é preciso m uito esforço para não vom itar ali
m esm o. Estou tão feliz que aquela vad ia esteja m orta. Eventualm ente, chegam os às
m asm orras ond e quatro guard as estão d iante d as portas. Eles n ão têm nem um segund o
para lançar seus feitiços antes que eu os jogue contra a pared e com um a coluna d e
cham as, nocauteand o tod os eles. Queim o a porta d e m ad eira e d eixo cinzas em volta
d os m eus pés enquanto entram os. Tarrent m e guia por cinco níveis antes d e passarm os
por outra porta e chegarm os a um a fileira d e prisões. O cheiro é horrível e
d efinitivam ente há pessoas m ortas aqui, m as não paro enquanto passam os por quatro
celas vazias e finalm ente sinto Dray se aproxim and o. Meu coração bate rápid o no peit o
quand o entro na luz e olho para d entro d a jaula, esperand o encontrar Dray sozinho.
Mas ele não é.
Araw n está d e joelhos sobre a som bra d e um hom em , e não consigo ver Dray na
escurid ão. Araw n, porém , parece um pouco chocad o. O bastard o parece m ais
presunçoso d o que o norm al em um a capa e terno caros, tod os pretos e justos.
Ele ri som briam ente enquanto puxa a cabeça d e Dray para cim a com um a m echa d e
cabelo, e Dray gem e, cortand o m eu coração. “Deixe m eu com panheiro ir.”
“Acho que não, d eusa”, Araw n respond e secam ente. “Essa é a d iferença entre nós.
N ós d ois som os d euses, m as não tenho três fraquezas ligad as à m inha alm a.”
Encontro seus olhos escuros. “O que você vê com o fraqueza é m inha força.”
“Corra,” Dray gem e, e m eu peito fica apertad o quand o finalm ente d eixo m inhas
cham as se espalharem para que eu possa vê-lo. Ele está envolto em grossas correntes
pretas, d o pescoço aos braços e pernas. Seu cabelo está m ais com prid o e sujo, e m al
consigo ver sua pele d ourad a por causa d os cortes e hem atom as. Quatro m arca s ond e as
espad as foram atingid as nele são fáceis d e ver e não foram bem curad as.
“Eu não vou d eixar m eu rei,” eu respiro. “Porque eu sei que ele nu nca m e d eixaria.”
Tarrent se afasta d e m im , m antend o-se forte, e tenho a sensação d e que ele tentará
lutar contra Araw n, m esm o em seu estad o. “N ão, vá e encontre N akoa. Eu posso lid ar
com Araw n.”
"Oh, você pod e agora, lobinho?" ele ri, puxand o Dray com m ais força. “Parece-m e
que você não consegue nem m anter sua fam ília na linha.”
"O que você está faland o?" Eu rosno.
“Um lobo veio falar com igo há apenas um a hora ”, explica ele, e acred ito que já sei
ond e isso vai d ar. “Parece que ele quer sua própria m atilha, e sua fam ília não acred ita
nele. Claro que eu faço."
Ele estala os d ed os e u m portal feito d e cham as negras aparece na sala. Jesper passa
por isso e tento conter m inha raiva e a profund a traição. "Covard e."
Jesper nem sequer recua, m as cruza os braços e encolhe os om bros. “Eu fiz o que
precisava fazer pela m inha m atilha.”
“Você não tem um band o d epois d isso!”
“N ão estou faland o sobre sua m ãe e seus alfas. Eles nunca foram m inha m atilha. Ela
m e tirou d as terras d a m inha m atilha, ond e um d ia eu seria alfa, e presum iu que tud o
ficaria bem . Sim , seu p ai foi d uro com igo, m as foi para m e m old ar para ser forte. Ele m e
tirou d aquele horrível lar ad otivo e cuid ou d e m im . Mai sim plesm ente m e aband onou,
m e d eixou lá para encontrar seus com panheiros e tê-la feliz para sem pre. Lam ento que
tenha sid o você quem sofreu por isso, m as eu sabia que você nunca m e apoiaria.”
Balanço a cabeça, d e olho em Araw n, qu e parece d ivertid o. "N ão foi isso que
aconteceu. Eu conheço a verd ad eira história. Ela m e contou tud o. N ão foi culpa d ela,
m as foi d o m eu pai. Ele a tirou d e você naquela época, e aind a assim , ela garantiu que
seus alfas fossem atrás d e você. Apesar d o que isso lhe custou. Ela foi rejeitad a por seu
alfa, por seu suposto com panheiro pred estinad o, e ele quase a m atou. Com o você pode
culpá-la por isso? Com o você pod e ser tão egoísta ao pensar em si m esm o nessa
situação? Você aind a tinha um teto sobre sua cabeça e pessoas que se im portavam com
você.”
Jesper apenas d esvia o olhar d e m im para Araw n. “Mate-a e acabe com isso.”
End ireito m inhas costas. “Por que você não tenta, Jesper, ou você está com m ed o d o
que um verd ad eiro alfa pod e fazer com você?”
Meu grunhid o faz sua cabeça se abaixar, m esm o quand o ele luta e chuta. Eu
continuo pressionand o o d om ínio do m eu lobo em sua d ireção até que ele esteja d e
joelhos.
Araw n ri profund am ente e bate palm as ao lad o d o corpo. “Lobos são criaturas
irritantes.”
Ele d eixa Dray cair no chão, e eu avanço para ele, queim and o rapid am ente as
m uitas, m uitas correntes. Olho para trás ap enas para ver Araw n agarrar Jesper pela
nuca e fazê-lo olhar para cim a. “Obrigad o pela inform ação, m as se você não for alfa,
você nunca conseguiria um a m atilha. Você está fraco e agora com pletam ente inútil.”
Jesper grita apenas um a vez antes d e ser red uzid o a pó pelas cham as negras, e eu
grito. "N ÃO!"
Araw n ri profund am ente e pula em m inha d ireção, claram ente cansad o d e tud o isso.
Eu faço um escud o d e cham as entre nós, e ele luta contra eles, em purrand o com força, e
eu em purro d e volta. Preciso queim ar tod as as correntes. Dray olha para m im ,
segurand o m inha bochecha. “Corra e m e d eixe aqui.”
"N ão." Eu aguento o m áxim o que posso antes d e soltar o escud o quand o a últim a
corrente d esaparece, e pulo em Araw n, d and o um soco forte no rosto d ele, e m eu lobo
uiva. Minhas m ãos se acend em em cham as quand o eu as bato em seu rosto, em seu
pescoço, e ele m e afasta com u m golpe d e fogo negro. Eu encontro seus fogos enquanto
d errapo até parar, e nossos fogos se chocam , em purrand o e pu xand o, nossas forças
igualm ente iguais.
“Com o você se libertou?” Araw n ruge sobre as cham as no m om ento em que Tarrent
e N akoa entram na sala, am bos abraçad os. O alívio se d erram a através d e m im
enquanto estend o m inha m ão e faço um portal d e fogo aparecer perto d e Dray. Ele é
puxad o para d entro e eu aceno para o portal antes d e encarar Arawn.
“Parece que sua antiga am ante viu m ais d o fu turo d o que ela jam ais lhe contou.”
Seu rugido ecoa nas pared es, e uso seu mom ento d e raiva contra ele enquanto
Tarrent e N akoa passam pelo portal. Eu uso todo o m eu pod er, cad a centím etro d as
cham as que tirei d a cid ad e, na sala, e ele quebra as pared es d a prisão. Corro e pulo pelo
portal, batend o na areia aos m eus pés. Sem parar ou ter um segund o para olhar para
m eus com panheiros, faço um segund o portal e corro até Dray. N akoa vai para o outro
lad o, nossos olhos se encontram por um segu nd o antes d e nós d ois pegá -lo e carregá-lo
para o segund o portal. Tarrent passa prim eiro e nós o seguim os, m al conseguind o
sustentar o peso d e Dray enquanto caím os nas cham as. Desta vez, pousam os em um a
floresta cheia d e árvores escuras, e instintivam ente fecho o portal, d eixand o-nos na
escurid ão. Caio no chão com m eus am igos, tod os nós enrolad os juntos, e d eixo escapar
tod as as em oções escond id as com a prim eira lágrim a que cai pelo m eu rosto.
Pod em os estar caíd os... m as su portam os a qued a e renascem os nas cinzas.
Capítulo

Sete

voltar d a m inha form a d e lobo d epois d e circular pela área em busca d e pistas

EU d e ond e estam os ou se correm os algum perigo. Felizm ente, só percebi cheiros


d e lobo e nad a é recente. Pego m inhas roupas e as visto com cuid ad o, olhand o
para m eus com panheiros. N akoa está cuid and o d e algum as d as m u itas ferid as
sangrentas no peito de Dray com o que sobrou d e sua cam isa, cortad a em farrapos.
Com a falta d e cam isa, percebo quanto m ais m úsculos ele ganhou e quant os hem atom as
há nas costas. Od eio pensar no que causou isso. Seu cabelo é cortado bem curto e
com bina com ele, m as acho que gostaria d e N akoa m esm o que ele não tivesse cabelo.
De tod os os m eus com panheiros, N akoa está em m elhores cond ições d epois d e escapa r,
graças à sua cura. Mas Dray, que d everia estar se recuperand o m ais rápid o, aind a está
inconsciente. Precisam os d e um curand eiro e não sei com o encontrá -lo por aqui.
N akoa aperta um pano em volta d e um corte feio no om bro d e Dray. O tem po tod o,
Dray m al acord a, resm ungand o baixinho. Eu vou e m e ajoelho ao seu lad o e passo
m inha m ão por sua bochecha, sentind o o quão quente ele está... com o um a febre. Eu
não tinha certeza se ele pod eria ter febre. Nakoa, que aind a está fraco, aind a consegue
sorrir para m im . “Algo está im ped ind o sua cu ra natural, Serei.”
Solto um suspiro irregular. “N em tenho certeza d e ond e estam os e não consigo
encontrar pessoas. Talvez isso seja um a coisa boa, m as...”
“Ele precisa d e um curand eiro”, afirm a Tarrent o que todos sabem os. Olho para ele,
encostad o em um a árvore, m al com força suficiente para ficar d e pé.
“H á um préd io à frente e está bem fechad o com tábuas. Deveríam os nos concentrar
em chegar a algum lu gar seguro e d entro d e casa ”, sugiro, porque é tud o que tenho
agora. N ão posso arriscar enviar um a m ensagem ped ind o ajud a ou usar os portais d e
incênd io, caso Araw n esteja esperand o que eu faça exatam ente isso. Som os alvos fáceis
e m e recuso a acred itar que passam os por tud o isso para Araw n nos encontrar agora ou
para m orrerm os d evido aos ferim entos que ele nos d eixou.
“Esperem os que haja algum a com id a velha ou eu possa ir caçar ”, afirm a N akoa,
seus olhos vagand o entre m im e Dray. Eu sei que eles não gostaram um d o outro por
um bom tem po, m as N akoa parece preocupad o com Dray, e cad a centím etro m eu está
gritand o para salvar m eu com panheiro d o veneno que posso sentir em seu corpo. Eu
sabia que era m u ito fácil. Araw n nunca m e d eixaria escapar com o m eu feliz para
sem pre.
“Quand o m eus pod eres voltarem , pod erei curá-lo”, Tarrent nos d iz frustrad o. “Mas
agora, sou inútil.”
Aproxim o-m e e envolvo m eus braços em volta d e seu peito, m inha pele se
ilum inand o em tod os os lugares que ele m e toca enquanto ele m e segura e d escansa a
cabeça em cim a d a m inha. “Você não está, Tarrent. Você é m eu e estou m uito, m uito
feliz por você estar vivo. Pod eres ou não, não im porta. Pod em os estar na terra, m as
tem os um ao outro e sairem os juntos.”
Ele suspira e aperta aind a m ais. “Suponho que você não está tão bravo por eu não
ter lhe contad o sobre nosso vínculo d e com panheira.”
“N ão,” m urm uro com um pequeno sorriso. “E m esm o que eu tenha ficad o chocad o,
fiquei feliz. N unca qu is você fora d a m inha vid a, Tarrent. Quand o pensei que nunca
m ais veria vocês, nenhum d e vocês três, eu sabia que não gostaria d e estar vivo s em
vocês.
“Por que você não explica tud o no cam inho para esta casa?” Tarrent pensa, m e
d eixand o ir. Ele levanta m eu queixo para que eu encontre seus olhos azuis. “A
propósito, não sinto que estou vivend o a m enos que esteja com você tam bém , princesa.”
Meu coração bate forte enquanto nos encaram os e eu sorrio suavem ente. N akoa
lim pa a garganta. “Algum a ajud a com Dray seria boa. Precisam os nos m over.
Tarrent beija m inha testa e m eus olhos se enchem d e lágrim as por um m om ento
antes d e ver N akoa e Tarrent colocarem Dray d e pé, e tod os eles o arrastam entre eles.
And o ao lad o d e N akoa enquanto avançam os na floresta, d escend o o que tenho
certeza que costum ava ser um cam inho antigo, m as está coberto d e galhos e folhas e d e
ped ras estranhas que tem os que evitar. Explico cuid ad osam ente tud o o que aconteceu
com igo d urante o tem po em que estivem os separad os, e os d ois ouvem , absorvend o
tud o. Incluind o m eu novo status com o d eusa e o pod er que o acompanha.
“Parece que d evem os tud o à d eusa”, d iz Tarrent finalm ente.
Eu concord o. “Ela se sacrificou por um a chance d e term os u m futuro m elhor. Acho
que ela sabia que criou um m onstro com Araw n, e esta é a m aneira d ela d e consertar
seu erro.”
Olho para N akoa. "Diga-m e o que aconteceu com você."
Ele puxa o braço d e Dray com m ais força em seu om bro com um grunhid o. “Araw n
queria os d ragões em troca d os lobos que ele havia capturad o e que eles d eixassem as
terras d a m atilha. Todos concord am os em ir até ele, contra a vontad e d a sua m ãe. Foi
por nad a, d e qualquer m aneira. Ele m atou tod os os lobos que fom os salvar e levou
tod os nós. N ão antes de nos fazer vê-los m orrer.”
Eu engulo em seco. “Você tem que garantir que você o im ped iu d e m atar tod as as
terras d a m atilha e tod os os inocentes d e lá.”
Ele não respond e e as som bras em seus olhos parecem m ais escuras. “Araw n d eixou
claro que tod os nós nos curvam os d iante d ele, o cham am os d e nosso rei, ou sofreríam os
até que o fizéssem os. Você sabe qual foi a nossa resposta. O que sem pre seria.”
“N ão,” eu sussurro. “Eles são m eu povo e só têm um rei.”
“Sallette era nossa supervisora, inventand o feitiços cruéis para nos torturar
enquanto ela nos fazia trabalhar em suas m inas, extraind o m inerais especiais para
ajud ar com poções e feitiços. Trabalham os d ia e noite, u sand o o fogo para d erreter as
ped ras em form ações perfeitas. De vez em quand o, ela vinha e escolhia um d e nós, e
nunca m ais os víam os. N ão d em orou m uito para entend er para onde eles tinham id o.”
Coloco m inha m ão em seu braço, sentind o-o trem er. “Eu vi um d eles e, antes d e
partir, enviei m eu pod er e queim ei o que restava d eles, enviando -os para as cham as
pela paz.”
Sua voz está rouca. "Obrigad o."
Lágrim as queim am em m eus olhos. “Você sabe quantos foram levados no final?”
“Contei onze, m as éram os tantos lá em baixo, em áreas d iferentes, então não tenho
certeza”, ele respond e, e ficam os em silêncio por um tem po, sem palavras aceitáveis
para o que perd em os.
“Você viu Apolo?” Pergunto baixinho enquanto nos aproxim am os d o préd io.
“Sim ”, ele respond e com carinho. “Ele trabalhava perto d e m im e está bem , a últim a
vez que o vi.”
“Minha irm ã cuid ará d eles, com curand eiros treinad os para ajud ar na recuperação
d eles”, d iz Tarrent. “A cid ad e d as bruxas tem os m elhores curand eiros e feitiços.”
“N im m y tam bém está lá. Ela cuid ará d os d ragões e tam bém d e Devika —
acrescento.
N akoa assente, m as sei que ele sente o q ue eu sinto... o d esejo d e ter certeza d e que
eles estão bem . Eu sou a rainha d eles e od eio ter que d eixá -los nem por um segund o.
“Tem os nosso com panheiro d e volta e estam os seguros por enquanto. Sonhei com este
d ia.”
“Eu tam bém , irm ão”, Tarrent respond e sinceram ente. Os d ois se entreolham e
acenam com a cabeça, um entend im ento entre eles que aquece m eu peito. Eles sem pre
foram os m ais fortes em com paração a m im , e não gosto d e com o o nosso “norm al”
parece estar invertid o. Eventualm ente, chegam os ao préd io e param os d o lad o d e fora
enquanto procuro alguém por perto, m as só encontro algum as raposas, um coelho e
d ois ratos. Saind o d o lad o d e N akoa, vou até a porta, que tem um grand e cad ead o preso
a um a corrente e tábuas d e m ad eira pregad as na porta. Queim o a fechad ura d a porta e
as tábuas em seguid a, d eixand o um a grand e porta d e m ad eira branca d esbotad a. É um
ed ifício im ponente com pelo m enos três níveis, no lim ite d o que parece ser um a cid ad e
enorm e com um rio corrend o no m eio. A cid ad e inteira é fácil d e ver d aqui d e cim a, e a
m aior parte d ela está incend iad a e d estruíd a. Um a grand e parte d a floresta tam bém o
rod eia, m as não aqui em cim a. N ão tenho absolutam ente nenhum a id eia d e ond e isso
fica, m as parece esqu ecid o. Trepad eiras sobem pelo préd io e p assam pelas janelas
fechad as com tábuas, quebrand o a ped ra branca.
A porta se abre com bastante facilid ad e e entram os em um a grande sala d e entrad a
com sofás e um a lareira carregad a d e lenha e pilhas d e lenha ao lad o d a lareira. Estalo
os d ed os, acend end o a enorm e lareira no centro d a sala. H á vários sofás d esgastad os d e
frente para ele, e um grand e tapete d e pele cinza está no m eio. Está em poeirad o aqui,
m as logo estará quente e aconchegante e, o m ais im portante, é m elhor que no m eio d a
floresta. Deixo N akoa e Tarrent ajud and o Dray a se sentar no sofá e, a julgar pela
respiração ofegante e pela aparência horrível d eles, tod os precisam se sentar. Eu uso
m inhas cham as para fechar a porta. “Vou d ar um a olhad a.”
H á alguns gestos m urm urad os, e sei que eles estão exaustos d em ais para sequer se
oferecerem para ajud ar. Se eles não quiserem vir com igo para m e proteger d as possíveis
aranhas na cozinha... Encontro um arm ário no corred or, cheio d e cobertores
em poeirad os e estranhas garrafas d e plástico com sabonete d e cheiro ad ocicad o. Deixo
o sabonete, m as trago os cobertores com igo por outra porta, e suspiro d e alívio ao ver
que é um a cozinha. Está cheio d e balcões e arm ários, e há algo pod re na pia que eu não
olho. Procuro nos balcões superiores e fico aliviad o ao encontrar algu m as latas d e
com id a hum ana velha. Parecem feijões e peixes estranhos, m as isso não im porta.
Recolho o m áxim o que posso, incluind o barras d e aparência estranha com a palavra
chocolate , e volto para m eus am igos antes que eles se preocupem . Tarrent e N akoa
ocuparam um sofá cad a, e Dray está no m ais próxim o do fogo. Espero que as cham as o
curem . Coloquei os cobertores em cad a sofá antes d e colocar a com id a no chão perto d a
lareira e voltei para a cozinha para encontrar um a panela para cozinhar.
“Eu sei cozinhar”, Tarrent quase grunhe, tentand o se levantar.
Virand o-m e para ele, balanço a cabeça. “Descanse, por favor. Deixe-m e cuid ar d e
você só d esta vez.
Ele exam ina m eus olhos antes d e se sentar relutantem ente, e eu com eço a trabalhar
na com id a. Dem oro um pouco para abrir a lata sem a aba antes d e sim plesm ente
queim ar a tam pa e cozinhar o feijão verm elho com m olho verm elho. Eu preparo tigelas
e as d istribu o antes d e levar a d e Dray para ele e franzir a testa. Eu gostaria d e pod er
acord á-lo. Pego sua mão e pressiono-a contra m eus lábios, em purrand o m eu fogo em
sua pele, e algo a em purra d e volta para m im com tanta força que quase tropeço para
trás. Meus olhos se arregalam quand o olho para m eu rei, m eu com panheiro, m eu
d ragão, e percebo que não sei o que fazer. Um a m ão pousa no m eu om bro e olho para
Dray, vend o seus olhos d ourad os olhand o para m im . Meu sorriso m achuca m inhas
bochechas quand o coloco a com id a na m esa e m e inclino sobre ele, segurand o suas
bochechas. "Você está bem ?"
Ele não m e respond e, apenas su ssurra m eu nom e com o um apelo, e isso parte m eu
coração antes que ele volte a d orm ir. Ele acord a m ais algum as vezes e consigo alim entá -
lo com algum as colherad as antes que ele ad orm eça profund am ente, e fica claro que ele
não vai acord ar nem por um m om ento. Eu o coloco no cobertor, beijand o seu s lábios
apenas um a vez antes d e com er m inha própria com id a. Tarrent já está d orm ind o
profund am ente e N akoa abre seu cobertor, então tiro silenciosam ente as botas antes d e
entrar com ele. Seu corpo quente pressiona contra o m eu, e eu o seguro com força,
respirand o cad a centím etro d e seu cheiro com o um a d roga. “Eu te am o,
Serend ipid ad e.”
N ão im porta quantas vezes eu seja abençoad o ao ouvi-lo d izer essas palavras, sei
que nunca d eixarei d e querer que ele as repita. “Eu te am o para sem pre, N akoa.”
Ele m e coloca no espaço entre seu pescoço e om bro, e logo adorm eço.
Quand o acord o, está claro e ensolarad o, a luz entra por um a janela ond e um a tábua
caiu, d eixand o entrar a luz d o sol. Meus am igos aind a estão d orm ind o enquanto eu saio
d os braços d e N akoa e vou até a janela, espiand o a floresta silenciosa.
Braços grossos m e envolvem por trás e eu m e inclino para o toque fam iliar d e
N akoa. “Devíam os caçar. As latas não d uram um d ia e não é suficiente para vocês três
ficarem fortes. Meu lobo pod e caçar, m esm o que eu nunca tenha feito isso antes.”
“Eu posso ajud ar agora, e m eu d ragão sabe caçar sem m ud ança. Precisam os d e
água, então talvez você possa procurar por isso”, ele resm unga em m eu ouvid o,
provocand o arrepios na m inha espinha. “Você nos salvou, m as não está sozinho.”
Minha voz é suave, mas cheia d e veneno. “Eu gostaria que aquele bastard o nunca
encostasse um d ed o em nenhum d e vocês.”
“Ele vai pagar”, prom ete N akoa.
"Ele vai."
N akoa beija m inha bochecha antes d e se afastar d e m im e ir até a porta. Eu o observo
antes d e verificar Dray e Tarrent, preocupad o com o quão profu nd am ente eles estão
d orm ind o, m as esperand o que o d escanso os faça m elhorar. Saio d o préd io e procuro
pela propried ad e, felizm ente tropeçand o em um poço com um bald e d e m etal aind a
preso, em bora enferrujad o. Levo três vezes par a abaixar e levantar o bald e antes que a
água esteja lim pa o suficiente para ser levad a para d entro d epois d e fervê -la. Forço
Tarrent e Dray a beber um pouco d e água antes d e eu m esm o beber, assim que N akoa
volta. Cinco coelhos m ortos estão pend urad os em u m galho e ele os pend ura em
ganchos na pared e. Silenciosam ente, ele com e os restos d e feijão com igo e tom a um gole
antes d e acenar para a porta. Quand o nós d ois estam os d o lad o d e fora, ele olha em
volta. “N ão reconheço este lugar e viajei bem . Precisam os d ar um a olhad a, Serei.”
“Concord o,” eu d igo. “N ão sei por que m eus instintos m e levariam a algum lugar
que não conheço. Eu estava pensand o em m inha m ãe quand o lancei o fogo.”
Ele passa o braço em volta d a m inha cintura. “Este não é o pacote.”
Eu su spiro. “N ão, m as eu confio em m im m esm o. N ão acho que teria levad o você a
algum lugar perigoso.
“Vam os”, d iz ele, apontand o para a floresta. Olho d e volta para a porta. “Tarrent
está acord ad o, posso ouvi-lo e ele enviará um alerta se form os necessários. N ão sinto
ninguém por perto, Serei. N ão irem os longe.”
Aind a não parece certo d eixá-los, m as eu vou com N akoa, porque ele está certo,
precisam os saber ond e estam os e se há algum a chance d e encontrar um curand eiro sem
ter que levar Dray e Tarrent para Fall Mountain Pack , ond e Araw n está sem d úvid a
esperand o para atacar. Quand o chegam os à beira d a colina, m eu pé bate em algum a
coisa e eu m e inclino, pegand o um pingente d e colar. O pingente está d esgastad o, m as
as palavras são claras com o a luz d o d ia. “Eu sei ond e estam os. O Pacote Ravensw ord
pousa.”
N akoa não d iz um a palavra enquanto d eixo cair o pingente nas folhas e olho para a
cid ad e ond e m inha m ãe passou tantos anos d e sua vid a. Anos terríveis, horríveis. N asci
aqui... e só isso é a única razão pela qual acho que voltei.
Ouço um a briga à m inha esquerd a no m om ento em que N akoa se m ove casualm ente
na m inha frente, e d eixo m eus pod eres queim arem m eus braços, p ronto para um a luta.
“Eu gostaria d e ter m inhas arm as.”
Quase rio com a ad m issão d e N akoa no m om ento em que d o is lobos surgem d as
árvores e param . Am bos têm pelo branco brilhante que brilha à luz d o sol e m e
lem bram o lobo d e Jesper. Aind a m e d ói pensar nele. Um d os lobos é bem m enor,
m inúsculo m esm o, com parad o ao outro, e percebo que ele d eve ser um a criança. Ele se
encolhe atrás d o lobo m aior e esguio, que rosna. Dou a volta em N akoa e rosno d e volta,
d eixand o m eu pod er brilhar em m eus olhos. O lobo choram inga, baixand o a cabeça
logo antes d e se transform ar em um a fêm ea nua d e quatro. N akoa sabiam ente m antém
os olhos erguid os, m as felizm ente, a m aior parte d e seu corpo está coberta por seus
longos cabelos castanhos escuros.
Seus olhos são azuis cristalinos e ela levanta as m ãos. “Por favor, não nos m achuque.
Por favor, d eixe m eu filho ir.
N ão posso d izer nad a enqu anto ela continu a. Ela é jovem , tem apenas d ezenove
anos, se eu tivesse que ad ivinhar. “N ão querem os fazer m al a você. Estávam os apenas
corrend o. N ão esperam os ver estranhos aqui; não houve m uitos em anos.
Eu lim po m inha garganta. “Eu não vou m achucar você, nem m eu com panheiro.
Meu nom e é Serei e este é N akoa.”
Ela olha entre nós com cautela. "Por quê você está aqui?"
“Estam os procurand o ajud a”, d igo, send o honesto. “Você tem um curand eiro aqui?
Estam os d esesperad os. Dois d os m eus outros com panheiros estão ferid os e estarem os
em perigo se tentarm os sair d aqui neste estad o.”
“Você está corrend o um risco m e contand o isso”, ela ressalta. “Mas eu tenho d ois
am igos e não há nad a que eu não faria por eles. Então, sim , sou cu rand eira ao lad o d a
m inha avó. Ela m e en sinou tud o o que sei, e tud o o que não sei, certam ente perguntarei
a ela.”
A esperança enche m eu peito. “Você vai nos ajud ar? N ão pod em os pagar agora, m as
prom eto que enviarei ouro, com id a e tud o o que você d esejar quand o voltarm os para
casa.”
“N ão posso sim plesm ente concord ar em ajud á-lo”, ela explica suavem ente. “Existem
apenas cento e cinco lobos conhecid os aqui na ilha agora, e tem os um acord o em vigor
quand o se trata d e estranhos. N ão que tenham havid o m uitos. Tenho que falar com os
m ais velhos e ver o que eles d esejam .”
“Então você não tem um alfa?” Eu questiono.
Sua expressão fica tensa. "N ão. Alfas trazem m iséria e não seguim os as leis antigas.”
N ão sei se ela sabe o que eu sou, m as estou grato por ela ser tão d ireta conosco. O
lobinho uiva para m im quase d e brincad eira. “Voltarei em breve. Por favor, espere
aqui."
Ela recua e eles correm para as árvores, um borrão d e pelo branco perd id o na
espessura d a floresta. Olho para N akoa, que está tenso. "O que você acha?" ele
pergunta.
Ele se aproxim a d e m im , unind o nossas m ãos. N ós d ois não tem os nad a além d e
trapos e roupas sujas nos cobrind o e, para eles, parecerem os ind efesos. Em certo
sentid o, nós som os. “Ela pod eria facilm ente nos atacar, m as não acho que eles o farão.
Ela sente o que eu sou , eu acho, m as ela não fugiu. Estou preocupad o com a aparência
d os hom ens quand o m inha m ãe d isse que m u itos eram m aus com o m eu pai.
“Algum as pessoas fingem ser m ás para escond er sua bond ad e quand o não há outra
escolha”, reflete N akoa. “Serem os cautelosos com eles.”
“Concord o,” eu adm ito, olhand o para trás na floresta para m eus outros
com panheiros e sentind o que eles estão bem com o pod em estar. “Estou com m ed o de
que o que Araw n fez com Dray não possa ser d esfeito.”
Pensar nisso e d izer m eu m ed o m ais profund o são d uas ba talhas d iferentes que
d eixam m inhas m ãos trêm ulas. “N ós vam os salvá-lo. Ele lutará contra isso para voltar
para você. Tod os nós passam os o últim o ano lutand o por nossas vid as na esperança d e
ver você apenas m ais um a vez.”
Seguro seu rosto com um a d as m ãos e ele passa os d ed os em m eu cabelo antes d e
m e agarrar com força e m e puxar para um beijo profund o e apaixonad o. Eu gemo
d urante o beijo, o calor se acum uland o na p arte inferior d o m eu estôm ago e os d ed os
d os pés enroland o em m inhas botas. Deixo m eus braços d escansarem em sua nuca
enquanto sua língua luta com a m inha, explorand o e lem brand o. Ele facilm ente m e
pega, m e em purra contra a árvore, e seu com prim ento d uro empurra m eu estôm ago,
m e fazend o ofegar por ele. Sua m ão d esce para um d os m eus seios, enviand o prazer
através d o m eu corpo. Seus lábios d eixam os m eus para beijar m eu queixo e finalm ente
m eu pescoço.
Infelizm ente, logo som os interrom pid os pelo som d istante d e lobos, e N akoa
relutantem ente m e coloca no chão, com u m a luz queim and o em seus olhos. Eu o beijo
m ais um a vez antes d e nos virarm os para encarar os lobos que se aproxim am d e nós.
Quatro lobos invad em a clareira, um d eles é a fêm ea d e antes, m as os outros três,
não sei. Eles são tod os lobos brancos, d ois d eles são m enores, e presum o que sejam
fêm eas. Mas quem ap arece prim eiro é claram ente um m acho e, a julgar pelo cheiro, o
com panheiro d a fêm ea.
Ele m ud a rapid am ente, reveland o um homem um pouco m ais velho, com cabelos
brancos com o a neve e olhos castanhos. Ele é m ais alto d o que eu, m as não parece tão
bem constituíd o quanto a m aioria d os hom ens que conheço, sugerind o que não é um
guerreiro.
“Ouvi d izer que você precisa d e um curand eiro”, afirm a ele, seu sotaque me
lem brand o d e m am ãe. “Vocês d ois parecem bem e gostaríam os d e saber por que vocês
querem um curand eiro e d e ond e vocês são.”
Eu rapid am ente nos apresento, m as ele não d iz seu nom e em troca. “N ossa
necessid ad e d e um cu rad or não é para nós, m as m eu s com panheiros receberam algo
d as bruxas para im ped i-los d e curar e acessar sua m agia. Eles estão fracos e estam os
escond id os aqui por um curto períod o d e tem po para nos curarm os. N ão sei quanto do
m und o você conhece...
“N ão querem os saber nad a sobre o m und o exterior ”, respond e ele friam ente,
interrom pend o-m e. “Tu d o o que sabem os é que estranhos não são bem -vind os, pois
trazem problem as. N ão tem os interesse em ingressar na grand e matilha d e ond e vocês,
sem d úvid a, vêm e ser governad os por alfas corruptos. N ossos ancestrais nasceram aqui
e m uitos existiram antes d eles. Mesm o quand o foi d om inad o pelo m al, isso não
significa que tod o o nosso povo quisesse o m esm o. Esta é a nossa casa, nossas terras, e
você está guard and o segred os.”
Eu levanto m inha cabeça. “Você está certo, eu estou. O antigo alfa d esta m atilha era
m eu pai e nu nca o conheci. N ão sou nad a parecid o com ele e, para m im , isso é algo d e
que m e orgulho. N ão estou aqui para reivind icar as terras ou para trazer o Ravensw ord
Pack d e volta, m as preciso d e ajud a. Sou sim plesm ente um lobo ped ind o m isericórd ia a
outro lobo.”
O m acho se volta para os três lobos e, em uníssono, eles uivam . Dois d eles fogem e a
fêm ea recua com u m sorriso acolhed or. “Ajud a será d ad a. O nom e d o m eu
com panheiro é H yd e Ravensw ord , e eu sou Flare Ravensw ord . Sua m ãe é Mairin?
Eu aceno e seu sorriso d esaparece. “Minha m ãe trabalhava na m ansão d e seu pai
anos atrás, quand o eu tinha apenas cinco anos, e ela costum ava m e levar às cozinhas.
Lem bro-m e d ela m e contand o sobre um a fêm ea cham ad a Mairin que foi escolhid a
com o com panheira d o alfa e ele a m atou.”
“A m orte sem pre foi am iga d a m inha m ãe”, respond o gentilm ente.
“Mas então ela voltou e m ud ou tud o. Minha m ãe foi terrivelm ente abusad a, com o
m uitas m ulheres lá, m as sobreviveu antes d e m orrer naturalm ente, anos d epois. N ão
som os os m esm os d e antes. As fêm eas agora são honrad as e nós escolhem os nossos
próprios parceiros. Eu só queria que você nos entend esse um pouco... e talvez d issesse a
Mairin que, no final, ela ajud ou a salvar m uitos d e nós.”
Minha garganta entope d e em oção. "Eu vou."
Ela bate palm as e se inclina para trás, beijand o seu com panheiro antes que ele acene
para nós e se m ud e. “Será um a grand e honra para m im ajud ar no que pud er. Vou
precisar ver seus com panheiros.
“Obrigad a”, d igo a ela. “Tem certeza d e que não há nad a que eu possa enviar em
agrad ecim ento pela sua ajud a?”
“N ão”, ela respond e, olhand o para seu com panheiro. “Desejam os perm anecer
intocad os pelo m und o, e d eixar-nos em paz é um a d ád iva suficiente.”
N akoa e eu nos entreolham os antes d e seguirm os para nosso abrigo tem porário. A
com panheira d e Flare foge para a floresta e sorri para m im . “Meu com panheiro está
ind o para as outras m ulheres que estão reunind o com id a, água e roupas extras para
você. N ão tem os m u itas arm as, m as se você explorar a cid ad e, provavelm ente
encontrará algum as.”
"Obrigad o. N ão esperávam os isso”, respond e N akoa.
“Ser gentil é um presente gratuito e que tod as as criaturas vivas m erecem ”, ela
respond e, torcend o o nariz. “Qualquer criatura que você seja.”
“Dragão”, ele respond e a ela.
Seus olhos se arregalam enquanto ela se afasta um pouco. “Dragões são contos d e
fad as.”
Ele bufa e eu rio. “Bem , os com panheiros p ara quem estou levand o você são um
d ragão e o outro um a bruxa.”
Ela balança a cabeça, com os olhos aind a arregalados. O silêncio se torna norm al
enquanto voltam os, e ela parece estar pond erand o sobre tud o o que d issem os. Espero
não tê-la assustad o m u ito, m as ela não está fugind o, e isso é um bom sinal. N akoa entra
prim eiro no préd io, e eu sigo Flare e fecho a porta atrás d e nós. Flare não precisa d e
nenhum a instrução quand o vê Dray prim eiro e corre d ireto. Suas m ãos brilham
suavem ente, um a luz verd e escura enchend o a sala m ais brilhante que o m eu fogo, e se
espalha por tod o o m eu com pan heiro. A luz pisca e salta antes que ela toque sua testa e
d ê um passo para trás. Sem palavras, ela vai até Tarrent, que está acord ad o, e ele
levanta a m ão antes que ela se aproxim e.
“Eu tenho o m esm o problem a que ele. Algo está bloqueand o m inha cura e m eu s
pod eres, um a poção pod erosa. Achei que pod eria d im inuir, m as não d im inuiu ”, explica
Tarrent.
“Este é Flare,” d igo a ele, sentand o ao seu lad o e pegand o sua m ão.
Flare suspira. “A contrapoção será d ifícil d e fazer e precisarei d o sangue d e am bos.
Tenho certeza d o que é isso, m as tenho que voltar e ler m ais sobre isso para fazer a
poção perfeita com m inha avó. Por enquanto, m inha cura d ará ao d ragão forças para
com er e beber até eu voltar. Grite por m im na floresta se algum a coisa piorar.
“Obrigad a”, d igo a ela.
“H á suprim entos lá fora, e m ais virão com o passar d o d ia e a notícia se espalhará
por tod os os lobos sobre você”, explica Flare.
Sigo-a até a porta e saím os, ond e há cestas esperand o. Coloco m inha m ão em seu
om bro. “Eu sei que você não tem interesse em vir para o continente, terras d a m inha
m ãe, m as saiba que ela te ajud aria se você precisasse. Especialm ente quand o eu d igo a
ela o quanto você m e ajud ou. Se precisar d e ajud a, envie-nos um a m ensagem e nós
irem os.”
“Obrigad o, Serei.” Ela abaixa a cabeça. “Posso te m ostrar um a coisa antes d e você
sair? N ão agora, m as em breve.”
“Tud o bem ”, eu concord o. “Eu gostaria d isso.”
Ela logo se m ud a e sai, e eu trago as cestas com N akoa, fechand o a porta para
m anter o calor d entro. N akoa carrega o fogo com m ais lenha enquanto abro a cesta
cheia d e carnes cozid as, arroz e frutas. É fácil preparar as refeições e tod os com em os em
silêncio por um tem po. “Ond e você encontrou o curand eiro?”
Olho para Tarrent. “Eu m eio que nos trouxe p ara as antigas terras d o m eu pai.
Felizm ente, eles só querem que a gente vá em bora e ficam felizes em nos curar, então
partim os m ais rápid o.”
“Finalm ente, um pouco d e sorte”, ele resm unga. Pego seu prato d epois d e beijar sua
cabeça enquanto ele se d eita, e N akoa leva os coelhos para a cozinha para separá -los.
Tento alim entar Dray e fazê-lo beber, m as ele só tom a algum as colherad as antes d e
voltar a d orm ir. Preparo um bald e d e água e encontro um pano com sabão antes d e
lim par Dray d e tod a a sujeira e sujeira d ele. A água está preta quand o term ino, e od eio
que ele m al se m ova o tem po todo.
“Lute por m im , com p anheiro,” eu su ssurro, com lágrim as enchend o m eus olhos.
“N ão pod em os term inar assim . Você não pod e m e d eixar aind a. Eu preciso d e você. Eu
te am o."
Ele não respond e nem acord a, m as sei que pod e m e ouvir.
Os próxim os d ias passam no que parece um a tem pestad e d e ativid ad e e téd io, tud o
ao m esm o tem po. Tod os os d ias, com em os e bebem os até que Dray consiga se sentar.
Flare levou três d ias p ara fazer o antíd oto, e ela afirm ou que levará pelo m enos cinco
d ias para que o antíd oto elim ine totalm ente a poção d e seu sistem a e m ais alguns d ias
para ele se curar naturalm ente. Tarrent não d eve ter tom ad o um a d osagem tão alta, pois
está acord ad o e lançand o feitiços, enqua nto N akoa vasculhou a cid ad e e trouxe d e volta
um a caixa cheia d e arm as. Dragão típico, encontrand o o tesouro não im porta ond e
estejam os.
Passo a escova no cabelo d e Dray e ele pega m inha m ão, pressionand o os lábios na
palm a d a m inha m ão, e o calor se espalha por m im . “Às vezes parece que você não está
realm ente aqui.”
"Eu estou", eu respiro, inclinand o-m e m ais perto e beijand o-o. Ele gem e e segura
m inha nuca, m e puxand o para um beijo m ais profund o, m as logo o quebro, sentind o o
quão fraco ele está. “Descanse e então você pod e fazer o que quiser com igo.”
“Então vou trabalhar d uro para m elhorar com essa prom essa ”, ele prom ete, com
fogo queim and o em seus olhos. Eu sorrio, um arrepio percorrend o m inha espinha com
as id eias d o que ele fará com igo.
Flare bate um a vez antes d e entrar, felizm ente com um vestid o d esta vez, e d eixa as
poções sobre a m esa. Dray e Tarrent pegam os d eles antes que Tarrent volte para treinar
com N akoa, ond e eu realm ente d everia estar.
“É um bom m om ento para eu lhe m ostrar um a coisa?” ela questiona. “Meu filho está
com a avó e tenho raras horas livres.”
Eu sorrio para ela. "Claro."
Dray resm unga, m as não tenta m e im ped ir quand o saio com Flare d epois d e d izer
rapid am ente a N akoa e Tarrent para ond e estou ind o. N akoa larga a espad a e vem para
o m eu lad o e arqueia u m a sobrancelha para m im quand o olho para ele. Flare não parece
se im portar que ele se junte a nós. É cerca d e um a hora d e cam inhad a até a cid ad e antes
d e com eçarm os a contornar préd ios incend iad os e pequenos trechos d e florestas
cobertas d e vegetação até finalm ente chegarm os a um préd io feito d e ped ra, em form a
d e estrela. Parece um a espécie d e galeria, com placas d o lad o d e fora e um cam inho
feito para fila. H á grand es portas d e vid ro qu ebrad as na frente, e im agino que este lugar
já foi m uito bonito. Flare nos leva até as portas quebrad as e as abre, e eu uso m inhas
cham as para acend er pequenas esferas d e fogo que flutuam pela sala. Os olhos d e Flare
se arregalam em choque, e ela fica perto d a porta com m ed o, eu acho. “Você é m ais que
um lobo.”
“Eu sou a d eu sa d as cham as e um lobo tam bém . Eu tam bém sou a rainha d os
d ragões”, respond o. “E estou confuso por que estam os aqui.”
Ela lim pa a garganta nervosam ente enquanto olho para as fileiras d e pinturas
enorm es d e hom ens que não conheço. H á um colar em um ped estal no m eio d a sala,
com um pingente d e lobo feito d e ouro puro.
“N ão sei se você já viu esta sala, m as suponho que não. Esta é a história d e sua
fam ília e d e cad a um d e seus antepassad os. Queríam os d estruí-lo há anos, pois não
honram os aqueles que infligiram tais d anos, m as não era nossa função, então d eixam os
que fosse esquecid o p or si só. O colar é um a herança, guard ad a durante d écad as pela
fam ília d os alfas. É tud o o que resta d eles, exceto você. Eles estavam orgulhosos d isso.
Aparentem ente foi d ad o a eles pelos d eu ses”, explica ela. “Mas este lugar é seu. Achei
que você d everia ver.
N akoa olha para m im . “Você reconhece qual é o seu pai?”
Olho para a pintura m ais próxim a d a porta e sei que é ele. And o até a pintura,
olhand o para a criatura m aligna que m e gerou. “Eu quis conhecer você um a vez, antes
d e saber o que você fazia e quem você era. Agora, eu sim plesm ente espero que você
esteja olhand o d o inferno, gritand o enquanto eu faço isso.”
N akoa vai até a porta, sabend o exatam ente o que vou fazer. Deixei m inhas cham as
explod irem em vingança por m inha m ãe, por tud o que ela passou. Certifico -m e d e que
até o inferno veja m inhas cham as enquanto elas d evoram a sala.
Saio quand o não há nad a além d e fogo, até ond e N akoa e Flare estão esperand o.
Coloco m inha m ão na frente d ela e faço u m a cham a aparecer em m inha palm a. Eu o
transform o em um a pulseira d e cham as eternas e o d eixo flutuar no pulso d e Flare. "Um
presente. Um obrigado."
Ela toca a pulseira d e cham as e sorri abertam ente para m im . “É u m a pena que você
não queira ficar. Talvez ter um alfa não seja o fard o que pensam os que é. Acho que
pod eríam os aprend er com você com o nosso alfa.”
Olho d e volta para as cham as. “N u nca m ais haverá um alfa Ravensw ord .”
Sorrio enquanto m e afasto, m eus d ed os entrelaçad os aos d e N akoa. Eu só queria que
m inha m ãe estivesse aqui para ver a últim a herança d o alfa Ravensw ord ser red uzid a a
nad a. Ver a últim a pintura d e seu rosto virar cinzas e ver o antigo Pacote Ravensw ord
acabar.
Capítulo

Oito

encontrei algo."

"EU Olho para Tarrent das páginas d o m eu livro e sorrio. Dray está
d orm ind o no sofá atrás d e m im , m as ele realm ente se levantou e saiu
corrend o, verificand o se tud o estava segu ro antes d e quase cair. Eu o
convenci a d escansar u m pouco m ais, e seu grunhid o d e resposta só m e fez sorrir. Senti
falta d e sua natureza sarcástica. Tarrent m e oferece a m ão e eu a aceito, d eixand o -o m e
puxar para cim a. Larguei o livro enquanto ele m e leva até as escad as. “O que você
estava lend o?”
“H istória d o lobo, d e acord o com o Pacote Ravensw ord . É um monte d e m entiras ”,
d igo a ele. “Propaganda no seu m elhor.”
Ele m e leva escad a abaixo até o porão e eu franzo a testa. “Não há nad a aqui
em baixo além d e um a sala d e concreto.”
Ele m e lança u m sorriso secreto. "Confie em m im , princesa?"
“Sem pre”, respond o com um sorriso. "Com a m inha vid a."
Ele passa o braço em volta d a m inha cintura, m e puxand o para o seu lad o enquanto
saím os para a sala d e concreto. Do outro lad o há um a porta escond id a atrás d e pilhas d e
caixas velhas e vazias que foram em purrad as para o lad o. Sinto -me excitad a ao sentir o
cheiro d e água corrente e passo pela p orta prim eiro, sentind o o calor úm id o
pressionand o m eu corpo. "Uau."
À m inha frente está um a caverna secreta com água borbulhante e nas bord as há
d ezenas d e baús, alguns d eles abertos e repletos d e m oed as d e ouro e joias. N ão é à toa
que eles escond eram este lugar. Tarrent fecha a porta e cam inha atrás d e m im , seus
lábios pairand o sobre m inha orelha. O calor queim a m eu corpo en quanto ele sussurra:
— É m uito profund o. Ele beija m eu pescoço antes d e acrescentar: “E quente”. Um
arrepio percorre m eu corpo enquanto ele respira: "Entre com igo."
“Ok,” eu sussurro d e volta. Ele d esfaz os botões d a m inha cam isa em prestad a até
que ela caia no chão, aos m eus pés. Tarrent se ajoelha atrás d e m im , os nós d os d ed os
roçand o suavem ente m inhas costas até que ele encontra m inha calcinha e lentam ente,
provocativam ente, puxa-a para baixo, antes d e eu sair d ela. Sem olhar para trás,
cam inho e pulo d e cabeça na água. A água está quente e calm ante quand o afund o nela,
olhand o em volta para tod as as bolhas subind o. Assim que chego à superfície, Tarrent
m ergulha, jogand o água em m im . Eu rio logo antes d e sua m ão envolver m eu tornozelo
e ele m e puxar para baixo d a água. Abro os olhos quand o estou bem na frente d ele, e
seus olhos brilham m ais que a água.
N ão sei quem se m ove prim eiro, m as nós d ois nos chocam os em u m beijo d erretid o,
am bos queim and o m ais que a água. Ele gem e enquanto envolvo m inhas pernas em s ua
cintura, seu pau d uro pressionand o m eu núcleo, e ele nos puxa para fora d a água e me
leva até um a ped ra. Seus lábios d escem até m inha barriga, suas m ãos apertand o m eus
seios antes d e esfregar os polegares sobre meus m am ilos, m e fazend o ofegar. Quand o
ele está entre m inhas pernas, ele olha para cim a e seu s lábios se abrem . “Seja m eu
com panheiro, Serend ip ity Fall.”
Essas são algum as d as palavras m ais bonitas que já ouvi. “Sim , apenas se você for
m eu.”
“Eu sem pre fui seu,” ele jura antes d e beijar m eu clitóris e fazer m inhas costas
arquearem d e prazer. Ele é im placável, beijand o, puxand o e chupand o m eu clitóris até
que eu só veja estrelas e nad a m ais. Ele em pu rra d ois d ed os d entro d e m im , um gem id o
m ascu lino ecoand o em m eu clitóris quand o ele d escobre o quão m olhad a e apertad a
estou por ele.
"Eu vou -"
“Boa m enina”, ele resp ond e antes d e m e levar ao lim ite. Tod os os m eus m úsculos se
contraem quand o o prazer m e invad e e m eu grito ecoa nas pared es d e ped ra. Mal estou
d escend o d o alto quand o Tarrent passa por cim a d e m im e bate em cheio. Ele é grand e e
longo, m e enchend o, e eu ofego com a leve d or e o intenso prazer que um a estocad a
pod e causar. Ele m e beija enquanto em p urra novam ente, nós d ois ofegam os com cad a
m ovim ento, e eu m al percebo o vínculo d e acasalam ent o se encaixand o, unind o m eu
corpo e alm a aos d ele, um a m arca queim and o na parte inferior d as m inhas costas com o
prova. Ele ganha velocid ad e quand o com eço a m e apertar ao redor d ele, incapaz d e
im ped ir outro orgasm o que m e atinge, e eu gem o em sua boca enqu anto ele ruge um a
vez antes d e gozar profund am ente d entro d e m im , sua m ão segurand o m eu quad ril
com força e enquanto cad a ped aço d e sem ente sai. ele. Sem fôlego, olho para ele,
beijand o-o um a, d uas vezes, e ele sorri brilhantem ente. "Meu com panheiro."
“Seu ”, respond o gentilm ente, sentind o-o aind a d uro d entro d e m im . Ele sorri
enquanto sussurra algum as palavras e com eçam os a flutuar no ar. Ele perm anece
d entro d e m im enquanto passa a m ão pelo m eu corpo, pelos m eus m am ilos d uros, que
atingem ele novam ente, e pelo m eu clitóris. Ele com eça a esfregar m eu clitóris
lentam ente, com seu pau aind a d uro em m im e sua m agia pressionand o contra m im .
Ele m e gira no ar, então estou por cim a, e ele agarra m inha bund a, inclinand o -se e
passand o a língua contra um d os m eus m am ilos enquanto m e m ove para cim a e para
baixo em seu pau. “Estou transand o com você por horas, Serei.”
Mordo m eu lábio, jogand o a cabeça para trás e balançand o os quad ris. Sexo com
bruxas é algo em que sei que serei viciad o para sem pre quand o se trata d e m e u
com panheiro.
R ASTEJAN DO N O SO FÁ , bocejo d epois d e cinco longas e perfeitas cinco horas com
Tarrent nas piscinas. Achei que seria estranho quand o subisse com ele, m as Dray e
N akoa só perguntaram se eu queria m e juntar a eles em um a caçad a. Fiquei m uito feliz
em ver Dray and and o e saind o, até para caçar. Ele aind a não voltou com força total, m as
sei que não d em orará m uito.
Tarrent volta para a área principal e se senta ao m eu lad o no sofá, sua m ão
d eslizand o para m inha nova m arca nas m inhas costas. A m arca são cinco estrelas
circuland o um a estrela m aior no m eio, e eu ad oro isso. Tarrent tem sua própria m arca
no peito, que agora está coberta por sua cam isa. Ele m e passa um prato cheio d e
com id as d iversas, e eu m ord o o queijo no mom ento em que Devika a parece na sala, no
que é quase u m a janela para ond e quer qu e ela esteja. Faço um a pausa no m eio d a
m ord id a e ela ri. “Espero não estar interrom pend o os novos com panheiros.”
"Com o você sabia?" Eu pergunto, colocand o m inha com id a na m esa.
Ela ri. “Meu irm ão parece m uito presunçoso e feliz. Parabéns."
Tarrent beija o lad o d a m inha cabeça. “Eu gostaria que pud éssem os ir ver você,
irm ã. Com o estão as coisas?"
Ela fica tensa por um m om ento. "OK. As criaturas d e Araw n estão constantem ente
atacand o nossas fronteiras, m as o escud o está aguentand o, e os estud iosos acred itam
que aind a terem os m eses antes que ele caia.”
"Apertar. Você não vai precisar d e m eses,” eu prom eto a ela, e ela balança a cabeça.
“Com o estão m eus d ragões?”
Seus olhos suavizam . “Ferid o, cansad o e teim oso com o o inferno em aceitar nossa
ajud a. Eu tive que d izer a eles que você ord enou que nos d eixassem ajud ar.
“Boa id eia,” eu d igo com um sorriso. “Obrigad o por cuid ar d eles. Eles precisavam
d e ajud a.”
"Com o vocês estão?" ela pergunta em seguid a.
Tarrent se recosta, acariciand o m eu cabelo com a m ão. “Curar, m as chegar lá.
Encontram os um curand eiro e estam os seguros por enquanto.”
Alguém liga para Devika e ela olha para trás. "Um m om ento." Ela suspira. “Você
não m e d isse que ser Lad y significava lid ar com um m ilhão d e problem as o d ia tod o.
Juro que outra reunião pod e m e m atar.”
Tarrent resm unga com um a risad a. “Você é a Senhora d as Bruxas. Diga-lhes para
d elegarem , a m enos que seja urgente.”
Ela pensa sobre isso e assente. "Boa id eia. Eu preciso d orm ir."
“Estou com saud ad es d e você, irm ã”, Tarrent d iz a ela.
“Eu tam bém ”, ela ad m ite. “Mas isso é m elhor d o que ver você acorrentado. Ligue
para m im se precisar d e ajud a e nós irem os. N ão im porta a d istância."
“N ós irem os,” eu prom eto, e a m agia d esaparece na poeira brilhante que cai no
tapete. Tarrent m e envolve no cobertor e nos d eitam os no m omento em que bocejo
novam ente. “Seria egoísm o ad m itir que parte d e m im quer ficar aqui para sem pre com
vocês três?”
“N ão”, ele respond e suavem ente. “Mas nunca serem os os governantes que seguem
o cam inho d ireto, ou não m erecerem os governar.”
Eu afund o em seus braços. “Quand o isso acabar... talvez possam os encontrar tem po
apenas para nós quatro. Em algum lugar tranquilo.
“Encontrarem os tem po”, ele prom ete na escurid ão. “Conheço um a d eusa a quem
posso orar e ela pod e ouvir.”
Eu rio em m eio a outro bocejo enquanto ele m e aconchega com o cobertor, e logo
estou caind o no sono.
“Que porra é essa?” u m a voz grita. N ão, não é um a voz. N akoa. Acord o ao m esm o
tem po que Tarrent e m e sento, sentind o o alívio encher m eu peito ao ver Aquiles
d eitad o no tapete, as pernas para cim a enquanto N akoa está d e pé sobre ele com um a
espad a. Aquiles nem abre os olhos enquanto ronca.
"Espere!" Eu grito, saind o d o sofá. "Ele é m eu am igo. N ão o m achuque.
N akoa abaixa sua arm a no m om ento em que Dray entra. Ele faz um a pausa ao ver
Aquiles antes d e rir profund am ente e se aproxim ar. Ele acaricia a barriga e Aquiles
ronrona com o um gato. “É bom ver você d e novo, velho am igo.”
“Mnem osyne o enviou para ajud ar”, d igo a Dray, e ele se end ireita antes d e m e
pegar d o sofá e m e levar para seu sofá. Ele se d eita, m e puxand o para cim a d ele e
puxand o o cobertor sobre ele.
"Ei!" Tarrent grita d e aborrecim ento.
“Você teve nosso com panheiro o d ia todo. Ela é m inha agora,” Dray rosna d e volta,
e eu m e enrolo em seus grand es braços, d eitand o m inha cabeça em seu peito.
Tarrent não parece im pressionad o, m as se d eita e N akoa v ai para seu sofá. Em
segund os, caio em um sono m ais profund o d o que há m uito tem po, com m eus
com panheiros seguros e m eu estranho anim al d e estim ação no tapete.
Capítulo

Nove

"C Devem os partir am anhã.


Olhand o para Dray, vejo o quão firm em ente ele está nesse novo plano
quand o ele se senta ao m eu lad o, o velho sofá afund and o com o peso d o m eu
com panheiro d ragão. O quarto cheira a carne cozid a d o nosso jantar d e vead o e laranja
d oce d o suco artesanal que acabei d e term inar. Estou sentad o entre ele e N akoa, com as
pernas d obrad as. Um a parte d e m im está triste por d eixar este santuário que m eus
am igos e eu encontram os aqui. Tem sid o bom , só nós três, sem d iscussões pela prim eira
vez. Planejam os ficar por m ais um a sem ana, para garantir que todos estejam
com pletam ente curad os, m as está claro que Dray já teve cura e espera suficientes.
Tarrent se recosta no outro sofá, abrind o os braços nas costas. “Então precisam os d e um
plano sólid o. Ele terá algum truque fod id o esperand o por nós, não im porta o que
façam os.”
“Acho que d everíam os ir para a m atilha d a m inha m ãe. Pelo m enos serem os capazes
d e nos d efend er se for m ais d o que apenas ele”, sugiro.
“As criaturas que ele faz”, N akoa reflete, e eu aceno. N ão há com o ele não trazer um
exército d eles para lu tar contra nós. “N osso fogo pod e d estruí-los, m as d epend e d e
quantos ele criou.”
Tem pos d e Tarrent. “Sallette costum ava ficar irritad a quand o Arawn passava m u itas
sem anas com suas criaturas. Pelo que sabem os, pod em haver centenas d e m ilhares.”
“Provavelm ente m ais”, ad verte Dray. “Ele não nos enfrentará sem um exército.”
Eu lim po m inha garganta. “Desta vez é d iferente. Fui enviad o d e volta aqui para
d estruí-lo e farei qualquer coisa, quero d izer, qualquer coisa, para conse guir isso.
Estam os em patad os, p ela prim eira vez, em term os d e pod er.”
“E você não está sozinho com o ele,” Dray rosna com som bras em seus olhos que eu
gostaria que ele m e d eixasse aju d ar. Ele tem sid o um livro fechad o d esd e que m elhorou,
e N akoa acred ita qu e só está com m ed o de m e perd er novam ente. Araw n venceu e
tod os nós sofrem os por isso, m as acho que Dray sofreu m ais. Mas estarei aqui,
esperand o quand o ele quiser conversar. N ão conversam os sobre o que ele passou com o
os outros, e acho que ele aind a não está pronto para m e contar. Ele é m uito m ais velho
d o que eu, centenas d e anos m ais velho, e não sei se não é a prim eira vez que é
torturad o, m as im agino que não. N ão acho que ele queira m e assustar com a verd ad e.
Mas eu vi o suficiente d a verd ad e lá em baixo para ficar furioso com Araw n e querer
que ele m orresse por isso. Por isso e tantas coisas. É por isso que eu nunca pod eria ficar
aqui, tão feliz com o estam os, quand o ele está vivo lá fora. Dray passa o braço em volta
d a m inha cintura, quase em purrand o N akoa para fora d o cam inho. N akoa bufa e p uxa
m inhas pernas para seu colo e com eça a esfregar m eus pés.
H om ens possessivos.
“Tem os algum as arm as, su ficientes para nos d efend erm os, m as pod em os sem pre
m ud ar”, sugere N akoa.
“A m atilha lutaria. Os anjos lá tam bém ”, eu os lem bro. “Gostaria que nossos
d ragões pud essem vir e se juntar à luta, pois o fogo d eles ajud aria, m as não acho que
eles estejam bem o suficiente.”
Sentam o-nos em silêncio. “Devíam os partir am anhã, antes d o nascer d o sol.”
“Prim eiro, quero retribu ir algo”, d igo a Dray, que parece totalm ente confuso. Subo
em cim a d ele até m eu s joelhos ficarem d e cad a lad o e seu s lábios se contraem com u m
sorriso m alicioso.
“Você é sem pre bem -vind o para m e d ar isso.”
Eu rio, em bora m inhas bochechas queim em . N ão pensei m uito nisso enquanto
N akoa rosna levem ente e olho para Tarrent, que está im óvel. Isto pod e ultrapassar os
lim ites d o seu ciúm e, m as, ao m esm o tem po, quero que tod os vivam os juntos em paz. O
ciúm e não tem lugar nesse futuro.
Coloco m inhas m ãos em cad a lad o d e seu rosto e fecho os olhos. N ão é preciso
m uito para liberar um pouco d o m eu pod er em m inhas m ãos e em purrá -lo d a m inha
alm a para a d ele, não quand o som os com panheiros. Os olhos d e Dray se arregalam
quand o ele percebe o que estou fazend o e envolve m eu s pulsos com as m ãos. “Este é o
seu pod er, Serei.”
“N ão, é nosso,” eu sussurro d e volta. “E eu levei isso d e volta para você. Você
d esistiu d e m uita coisa para d eter Araw n com esse pod er. N unca foi m eu. Deixe -m e
d evolvê-lo para você.
Seus olhos d ourad os procuram os m eus antes d e ele concord ar um a vez. "Eu te
am o."
“Eu sem pre am arei você tam bém , m eu rei,” juro antes d e fechar os olhos e abrir a
barreira ao m eu pod er. Cham as explod iram d a m inha pele e ao red or d e Dray até que
estam os em um a esfera d e fogo d a qual não pod em os ver. Ouço N akoa e Tarrent
praguejarem e pularem para fora d o cam inho enquanto o fogo queim a nossas roupas,
então não há nad a entre nós.
As m ãos d e Dray caem em m eus quad ris enquanto o pod er d ourad o trem eluzia no
ar com o ouro literal, pairand o entre nós, cad a um a d elas um a gota d e pod er incrível. O
pod er atinge seu peito com força, tod o o pó d e ouro o atacand o d e um a só vez, e ele
rosna com intenso prazer, um longo suspiro escapand o d e seus lábios. Observo, quase
d eslum brad o, pois sei exatam ente com o é sentir um pod er assim . Pressiono m eus lábios
nos d ele para provar seu prazer, e ele gem e, m e beijand o d e volta com a m esm a paixão,
m e segurand o com a m esm a força. As cham as d esaparecem e eu coro, m e abaixand o no
pescoço d e Dray, e ele ri.
Tarrent suspira e se senta no outro sofá. “Vocês precisam d e roupas à prova d e
fogo.”
“Eu tom ei um pouco,” Dray resm unga, seus olhos brilhand o sobre m im . “Mas eu
sem pre esqueço d e com partilhá-los com m eu com panheiro, então tenho essa visão.”
“Bastard o,” eu bati em seu braço d e brincad eira e saio d e seu colo. Dray se levanta
d o sofá queim ad o e arruinad o, sem d ar a m ínim a para o fato d e seu pau d uro estar à
m ostra.
N akoa joga um cobertor nele e gentilm ente m e entrega um enquanto eu m e cubro e
vou sentar ao lad o d e Tarrent. N akoa senta no sofá enquanto Dray vai até as escad as e
sobe, m eus olhos grud ad os em suas costas o tem po tod o.
“Vou m e vestir”, d igo a N akoa e Tarrent.
“Devíam os verificar novam ente as arm as e lim par antes d e partirm os ”, sugere
Tarrent, esticand o-se.
Sorrio quand o eles com eçam a conversar com o se fossem am igos há anos, e subo as
escad as d e ped ra com ped aços d esgastad os d e carpete crem e no m eio. Encontro Dray
no prim eiro quarto, e ele já vestiu as calças e está sentad o na beira d a cam a,
d esd obrand o um a cam isa cinza d o lad o certo. Ele olha para cima por um m om ento
enquanto eu entro e fecho a porta atrás d e m im . Sem palavras, largo o cobertor e vou
até as cestas, encontro m inhas roupas d e couro lim pas e as visto, ciente d o d ragão me
observand o. Term ino prend end o a alça d a coxa e d eslizand o as ad agas pratead as
gastas.
“Pod em os conversar, você sabe, sobre o que aconteceu com Araw n. Eu sei o que
aconteceu com N akoa e sei o que aconteceu com Tarrent, m as só vi u m pouco com você.
Eu sei o que quer que tenha sid o, é ruim , m as estou aqui se você quiser falar sobre isso,”
d eixo escapar, virando-m e para encará-lo. Ele term ina d e vestir a cam isa antes d e se
levantar e cam inhar até m im .
Dou um passo para trás e ele m e prend e na p ared e com o corpo , os punhos cravad os
na ped ra perto d a m inha cabeça. “Você não quer saber o que ele fez, porque eu não
suportaria saber o que ele fez com você.”
A tristeza faz m eu batim ento card íaco d im inuir para um baque surd o. “Mas eu
ouviria você. Até eu não conseguia sentir nad a além d e fúria no final. Você é m eu
com panheiro, m eu parceiro, e estou aqui p ara ajud á -lo. Eu sei que você precisa falar
com igo, então pare d e m e afastar, d e m e tratar com o um a criança, e d eixe-m e ajud ar.”
Dray procura m eus olhos. Quand o ele fin alm ente fala, sua voz está rouca. “Ele m e
torturou. Mas você sabe o que foi pior que a tortura? O que vou lutar para esquecer,
lutar para d orm ir sem ver e sentir repetid as vezes?”
"O que?" Eu sussurro.
“A pior tortura foi ele m e contar repetid amente com o ele estuprou e m atou você.
Com o ele te d eixou no m eio d o nad a, quebrad o e usad o. Ele d escreveu tud o
repetid am ente em detalhes, gostand o muito m ais d a m inha d or do que d os
espancam entos, cortes ou afogam entos. Às vezes eu sabia que ele estava m entind o, m as
às vezes, d evid o à d or e à exaustão, não sabia se ele estava m e d izend o a verd ad e ou
não. Procurei esse vínculo na escurid ão, e você sem pre se sentiu tão d istante que eu não
sabia se a m orte havia tirad o você d e m im . N aqueles m om entos, eu queria m orrer para
estar com você.”
Lágrim as caem pelo m eu rosto enquanto ele continua. “Eu não queria saber se era
verd ad e. O estupro... se ele fizesse isso e eu não pud esse te salvar d isso... eu não
pod eria im ped i-lo d e te m achu car.
“N ão era verd ad e”, prom eto com voz rouca, e o alívio faz tod o o seu corpo ced er.
“Lam ento que você tenha passad o por isso. Eu gostaria d e pod er m ud ar tud o.”
“N ão se d esculpe”, ele exige, segurand o m inha nuca e m e puxand o para ele. “Ele é o
único que vai se arrepend er. Eu não m ud aria nad a se isso significasse que havia u m a
chance d e m ud ar isso, colocand o em risco o que tem os. Você está vivo e bem ... e
com igo. Eu pagaria esse preço repetid am ente.”
“Eu não m ereço você, Dray.”
“Eu d evo tud o a você”, ele m urm ura. “Eu tenho sid o um bastard o cium ento e
possessivo, e afastei você send o assim . Meu d ragão não gosta d e com partilhar, e você é
m inha coisa m ais preciosa neste m u nd o. Mas percebi naquele tem po separad os que isso
não im porta. N ão im porta para m im se você tem m il am igos, m esm o que eu ficasse com
m uito ciúm e e tentasse m atá-los. Vou pegar qualquer parte d e você que você m e d er.
Posso ver que você os am a e pod em os não nos conhecer bem , m as eles são seus am igos
e m inha fam ília por esse m otivo. Am bos sacrificaram tud o, e houve m om entos em que
m e d eram água e com id a e apanharam severam ente por isso.”
“Som os um band o estranho e você não tem id eia d e com o é bom ouvir você aceitá -
los”, ad m ito. “Eu am o tod os vocês igualm ente, d e m aneiras ligeiram ente d iferentes,
m as iguais.”
“N ão significa que às vezes não serei um bastard o possessivo”, ele resm unga.
Eu rio, um sorriso enorm e em m eus lábios. “Eu não aceitaria d e outra m aneira.”
Ele m e beija suavem ente, m e pressionand o contra a pared e por um segund o.
“Vam os vencer e, quand o isso acabar, qu ero construir a cid ad e m ais bonita para
m orarm os.
"Eu am o isso. A cid ad e d os d ragões. Desta vez não será um a cid ad e fechad a e estará
aberta ao resto d o m und o. H averá m ais d o que d ragões vivend o em nossa cid ad e, já
que não sou apenas a rainha d os d ragões e nunca pretend o ser na d a m enos d o que
sou.”
Ele beija m inha testa. “Tod os serem os livres.”
Eu sorrio em seu pescoço. “Quase posso im aginar, quand o os d ragões finalm ente
encontrarem seus com panheiros e a cid ad e estiver cheia d e risad as d e crianças e choros
d e bebês recém -nascid os enquanto nós com em oram os. Deveríam os ter um a trad ição
que significa que tod a vez que um bebê d ragão nasce, nós lançam os cham as no céu
acim a d a cid ad e em hom enagem às cham as d e ond e vieram os d ragões.”
“É perfeito”, ele concord a. “Você já pensou em ter filhos?”
Ele passa a m ão entre m eus seios e m inha barriga. “O controle da natalid ad e não
está em nossas m entes, e a bruxa pod eria ter engravid ad o você m esm o agora. Um a
parte prim ord ial d e m im só quer te fod er agora e rezar para que você engravid e.
Sinto um frio na barriga enquanto ele continua. “Quand o eu estava nas m asm orras,
pensei sobre isso, ver você d e novo e nosso futuro repetid as vezes. Às vezes eu sentia
com o se estivesse vislu m brand o o futuro. Algum tipo d e m agia aparecend o apenas para
m e d ar esperança. Eu costum ava ver você segurand o nosso bebê nos braços enquanto
nosso povo com em orava.”
“Menino ou m enina?” Eu pergunto, com esperança queim and o em m eu coração por
esse futuro.
Ele sorri. “Definitivam ente um a garota. Alguém nascid o para governar.
“Para respond er à sua pergunta, m al posso esperar para ter filhos com vocês ,
Tarrent e N akoa. Para que possam os construir um a nova cid ad e e ter um futuro d e
paz.”
Ele m e beija m ais um a vez, suave e gentil, d em orand o um pouco com igo antes d e se
afastar, e respira fund o. Eu sei que ele se tornou m eu com panheiro feroz, o rei d ragão
guerreiro por quem m e apaixonei. Que m e salvou contra tod as as probabilid ad es e
esperou por m im quand o tud o parecia pior. Certifico-m e d e m u d ar m eu olhar para sua
rainha forte quand o ele olha para m im . Eu já fui um a pequena faísca d e brasas que foi
transform ad a em fogo. Um fogo que vai livrar este m und o d as trevas d e um a vez por
tod as.
Capítulo

Dez

“R
pronto?” Dray m e pergunta enquanto saio d o préd io e fecho a porta atrás de
m im . Vou sentir falta d este lugar à m inha m aneira, ou apenas d o tem po que
passei sozinho com m eus am igos. H ouve um a vulnerabilid ad e que nos uniu e
tornou m eus com panheiros aliad os e ouso d izer am igos aqui. Acasalei com
Tarrent aqui e, para nós, sei que nenhum d e nós esquecerá este lugar. Deixei um bilhete
para Flare, m e d espedind o e agrad ecend o. Duvid o que nos vejam os novam ente, m as
por algum a razão, m eus pod eres m e trouxeram aqui porque sabiam que eu estaria
seguro com as pessoas d a m atilha d o m eu pai. N em tod os eram vilões, e isso m e d eu o
encerram ento que acho que precisava d o meu passad o. E por isso, sou grato. Eu não
voltarei; um a parte profund a d e m im sabe d isso.
Olho para m eus com panheiros, m uito d iferentes d e quand o chegam os, tod os
vestid os para a batalha com as m elhores roupas e arm ad uras que tem os. Cad a um d eles
vem treinand o, se preparand o e parecend o tão fortes agora, como quand o tod os nós
com eçam os esta gu erra com Araw n, presum ind o que não seríam os enganad os e
perd eríam os no prim eiro e no segund o obstáculo. A terceira vez é o encanto, pelo
m enos foi o que ouvi d a tia Reine. Perto do fogo, sinto falta d ela. Faz apenas d uas
sem anas d esd e que caím os aqui, sem saber nem ond e estávam os, m as precisand o
d esesperad am ente d e ajud a. Mas nós nos levantam os e certam ente não cairem os
novam ente. Araw n não está ganhand o d esta vez. Ele m e criou nas cham as e estou
prestes a queim á-lo.
Eu sorrio e and o até eles antes d e lançar um portal d e fogo d ireto para o pátio d a
Matilha Fall Mountain. H á um a linha d e m agia cintilante ao red or da entrad a d o portal.
"Estou pronto. O escud o não irá prejud icá-lo, a m enos que você pretend a prejud icar os
alfas.”
Dray resm unga. “Seus pais precisam m e ensinar esse truque. Quero um d esses em
nossa cid ad e.
"N ossa cid ad e?" Perguntas d e Tarrent.
"Sim . Você e N akoa pod em ser nossos consortes reais, se quiserem ? Eu pergunto a
eles o que estive pensand o. “Mas d eixand o d e lad o os títulos, em term os d e pod er,
gostaria que fôssem os iguais.”
N akoa inclina a cabeça. "Um a honra."
Tarrent olha entre nós e seus olhos suavizam . "Aceito. Mal posso esperar para você
ver o que posso construir com m eus pod eres.”
“É m elhor que não seja um ed ifício m aior d o que o que eu construo”, afirm a Dray
com firm eza.
Tarrent sorri m aliciosam ente. “Bem , é claro que sim . Com o outras coisas, eu sou o...
Minhas bochechas estão queim and o quand o percebo ond e isso vai d ar e, revirand o
os olhos, entro no portal e saio para o pátio. Meus com panheiros m e seguem ao lad o d e
Aquiles enquanto ele voa no ar e d esaparece nas som bras m ais u m a vez. Tarrent olha
ond e estava e pisca algum as vezes. “N ão vou m e acostu m ar com seu anim al d e
estim ação invisível tão ced o.”
“Eu gosto d ele,” d igo com um sorriso enquanto fecho o portal atrás d e m im com o
estalar d e cham as brancas. “É melhor irm os d izer a eles que estam os aqui.”
Entram os no castelo e, assim que passo pela porta, tod o o castelo estrem ece junto
com o chão. Corro d e volta para o pátio e olho o resto d a cid ad e, m as não consigo ver o
que causou isso. Usand o m inhas asas, voo alto para pod er ver ao red or e fazer um a
pausa horrorizad a. Araw n estava esperand o que voltássem os. O bastard o. A cid ad e
inteira é cercad a por criaturas vis e horríveis, tantas d elas que parecem um a ond a negra
d e gosm a com d entes e garras afiad as. Alguns d eles até lem bram lobos, m as a m aioria
parece um a m istura d e d ragão e rato. Eles enxam eiam pelas terras d a m atilha, e os anjos
recuaram para d entro d a barreira enquanto as criaturas colid iam contra ela, fazend o
tud o trem er. Algo m e faz olhar para a colina ao longe, ond e está a figura d e um hom em
vestind o um a capa. N ós nos olham os e, m esm o d esta d istância, eu o conheço.
Araw n.
Ele está sozinho, protegid o por algum as criaturas, m as seu s olhos encontram os
m eus, m esm o d o outro lad o d a cid ad e. Ele sorri presunçosam ente antes d e atacar o
escud o com suas cham as negras, fazend o-o trem er e rachar sob suas cham as. Eu voo de
volta e pouso com m eus com panheiros. “É Araw n. Deve haver cem m il criatu ras por aí,
e elas invad irão a cid ad e.”
Mam ãe e Reine passam por m eus com panheiros para bater em m im , m e abraçand o
com força entre eles. Mam ãe beija m inha cabeça. "Eu estava tão preocupad o."
“Tem os m ais d o que nós com que nos preocupar. Eu trouxe problem as e sinto
m uito”, d igo.
Mam ãe balança a cabeça. “Aquele bastard o atacou você. N ossa princesa. Seu
problem a é nosso tam bém .”
“Ela quer d izer que vam os brigar com você”, d iz tia Reine com um sorriso m alicioso.
"Qual é o seu plano?"
“Dragões,” eu d igo, olhand o para m eus com panheiros. “E tanto fogo quanto você
pud er conseguir. Isso os d estrói.”
Tia Reine se afasta com Valentine e Ragnar ind o com ela sem palavras. “Vou passar
a notícia. É bom ter você d e volta."
Tod os eles m ud am d e posição e fogem enquanto o chão trem e m ais um a vez. “Ond e
está Jesper?”
Eu fico im óvel e o rosto d e m am ãe cai. “Ele nos traiu com Araw n e quase nos
m atou.”
"O que?" ela sussurra, com os olhos arregalad os, e posso sentir se u coração partid o.
"N ão. Ele não faria isso.
Silas e H end erson ficam ao lad o d ela, colocand o as m ãos em seus om bros para
confortá-la, m as ela não solta m inhas m ãos, m esm o quand o as lágrim as caem por seu
rosto. "Por que?"
“Ele queria o Pacote Ravensw ord . A posição alfa que ele pod eria ter um d ia. Araw n,
sem d úvid a, prom eteu isso a ele, e quand o Araw n cum priu sua p rom essa, ele viu que
Jesper não era um alfa e o m atou. Tentei im ped ir, m as sim plesm ente não consegui.
Descu lpe."
Ela fica em silêncio por um m om ento, seus olhos brilhand o em verd e. “Você não
d everia ter tentad o im ped ir isso. Ele nos traiu e eu d everia ter visto isso. Eu confiei nele
com m inha filha.
Envolvo m eus braços em volta d ela. “Talvez m uito d ele tenha sid o corrom pid o por
m eu pai e não houvesse nad a que alguém pud esse fazer sobre isso no final. Acred ito
que os velhos lobos Ravensw ord aqui o estavam encorajand o, infelizes na m atilha.
“N ós vam os lid ar com eles”, Silas jura, e não d uvid o d isso.
O chão trem e novam ente e Dray fica ao m eu lad o. “O escud o está caind o.
Precisam os m ud ar e lu tar.”
“Fique seguro”, pergunto a ele, m e afastand o d a m inha m ãe.
Ele inclina m eu queixo para cim a. “N ão vá atrás d e Araw n sozinho.”
Concord o com a cabeça e ele m e beija um a vez, olhand o para N akoa. N akoa pisca
para m im antes d e correr ao lad o d e Dray, am bos se transform and o em d ragões
m agníficos, e voam para o céu em um flash d e escam as verm elhas e d ourad as.
Tarrent vem para o m eu lad o e entrelaça nossos d ed os enquanto m am ãe volta.
“Vam os lid erar a luta e d efend er as bord as. Tom e cuid ad o."
"Eu irei, eu prom eto. “E o Fall Mountain Pack não cairá hoje.”
“N ós suportam os a qued a”, ela m e d iz, cad a palavra cheia d e pod er. “E renasça d as
cinzas.”
As palavras têm pod er, e eu as sinto quand o ela d á um passo para trás e se
transform a em seu lind o lobo, e seus com panheiros tam bém m ud am .
Eles d isparam pela estrad a e Breelyn atravessa corrend o o pátio. “Mand e tod as as
crianças, m u lheres d esarm ad as, hom en s e id osos para o pátio. O castelo nos ajud ará a
m antê-los seguros.”
“N ós irem os,” eu prom eto a ela antes que ela volte para d entro para ver as crianças
que posso ouvir chorand o. Aquiles cai no chão à nossa frente e sacod e o pelo antes d e
olhar para Tarrent e uivar um a vez.
“Acho que ele quer que você m onte nele”, d igo com um a risad a d iante d o horror d e
Tarrent. “Eu posso voar, m as você precisaria d e um feitiço forte e seria m ais lento que
nós.”
Ele olha para nós d ois. "N ão."
“Vejo você em breve, então,” provoco, d and o um passo para trás, e ele rosna para
m im , m e fazend o sorrir. Com um suspiro d ram ático, ele sobe nas costas d e Aquiles e
parece tão estranho entre as asas d e Aquiles. Ele salta no ar e Tarrent grita algo
enquanto Aquiles gira d e um lad o para o outro. Eu d ecolo com m inhas asas, ficand o
perto d eles enquanto voam os para a bord a d a cid ad e, ond e u m a grand e parte d o
escud o caiu e criaturas estão subind o.
O exército d e lobos e anjos na frente está lutand o com tud o o que tem , m as as
criaturas estão passand o por eles, entrand o nas fileiras d e casas. Dem ora alguns
segund os até que os gritos ecoem , e sei que nunca esquecerei o som horrível. Dray e
N akoa estão d o outro lad o, queim and o fileiras d e criaturas enquanto lutam contra as
voad oras.
O pior d e tud o é que Araw n d esapareceu d o topo d a colina, e tento não pensar
m uito nisso enquanto ouço um a criança gritar d e terror abaixo d e mim .
Eu caio d entro do que parece ser um playground com pelo m enos seis crianças
am ontoad as no m eio d e um parque infantil. Duas fêm eas m ortas e d ois lobos m ortos
estão por perto. Eu sei que eles tentaram salvar as crianças. V elhos deuses, cuidem deles.
Estou m e vingand o. A criatura aqui é esguia, com asas pequenas e corpo d e lobo
m isturad o com pernas d e rato. Ele está cravand o as garr as na estrutura d e m etal,
separand o-a para chegar até as crianças.
Jogo um a esfera d e cham as em suas costas e ele ruge d e d or, afastand o -se d as
crianças. Coloquei um d ed o nos lábios, ped ind o que ficassem quietos por um m om ento.
A criatura, com olhos negros vazios e um cheiro podre, m e encara e ruge novam ente
antes d e avançar em m inha d ireção. Eu sorrio, espalhand o fogo com pletam ente sobre
m eu corpo e batend o m eu punho com força em seu rosto enquanto ele cai no ar e bate
no chão. Ele rola para o lad o e eu caio sobre ele, agarrand o -o pelo pescoço com a m ão e
queim and o-o com m eu fogo branco. Ele tenta subir, m as a m agia o im ped e, e eu olho
para cim a e vejo Tarrent estend end o a m ão, um feitiço su ssurrand o em seus lábios.
Dem oro alguns m inu tos para queim á-lo com pletam ente antes d e m e afastar d a
gosm a d erretid a e com um cheiro horrível. Ele grud a em m eus pés enquanto corro até o
parque infantil e entro.
“Sou Serend ipity Fall e estou aqui para ajud ar. Saia, é seguro ”, eu prom eto.
Alguns sussurros d e m ed o pairam ao red or d eles enquanto eu os ajud o a sair d a
estrutura quebrad a sem se m achu car antes d e sair sozinho. Aquiles vem saltand o e
alguns d eles gritam .
“N ão, não, este é m eu gentil am igo Aquiles. Ele não vai fazer m al a vocês ”, d igo aos
rostos assustad os d eles. "Olhe para m im ." Tod os eles ouvem m eu com and o com os
olhos arregalad os. “Vocês são lobos e precisam ser corajosos, m as o m ais im portante,
acred ite em m im . Eu sou a princesa d os lobos e um a alfa, e você p od e confiar em m im
para ter certeza d e que está seguro.”
Eles se olham antes que a criança m aior, um hom em com cerca d e d e z anos d e
id ad e, d ê um passo à frente. "Aquiles?"
“Sim ”, respond o, acom panhand o-o. Afago a lateral d o corpo d e Aquiles e ele
ronrona, fazend o o garoto sorrir. “Você pode and ar com ele pela cid ad e para ajud ar os
outros enquanto eu luto lá fora?”
“Eu posso fazer isso”, d iz ele, estufand o o peito m inúsculo.
“Bom ”, respond o e acaricio Aquiles. “Leve as crianças para o pátio e d epois volte
com o m enino. Procure crianças para ajud ar.”
Aquiles grita em concord ância e o m enino cond uz as crianças. Tod os se d ão bem ,
exceto um a garota, que parece ter uns cinco anos, e aponta para os lobos m ortos. “E os
nossos professores? Viem os ver a lua cheia e aprend er nossos uivos.”
Eu m e inclino e toco sua bochecha antes d e pegá -la, m eu coração d oend o. “Eles
estão com os d euses agora e são lobos felizes e livres. Seja corajoso por eles.
Ela chora quand o a coloco em Aquiles, e tod as as crianças se abraçam com força. Ele
d ispara para o céu, menos rochoso d o que com Tarrent. Olham os um para o outro e
acenam os com a cabeça um a vez antes d e correrm os para as casas próxim as, m uitas
d elas em cham as com criaturas d estruind o os tijolos.
Tarrent com eça a lançar feitiços no lad o esquerd o, e eu vou para a d ireita, usand o as
cham as ao m eu red or para envolver três pernas d as criaturas e pu xá -las pelo ar. Eu os
bato com força no chão e transform o m inhas cham as em um a enorm e boca d e d ragão
antes d e fechá-las em torno d as criaturas com um estrond o.
Dou um passo para encontrar m ais quand o um a m ão em purra m eu peito e caio para
trás, passand o por u m portal e caind o na gram a. Olho para cim a enquanto Araw n
atravessa o portal.
“SEREI!” Tarrent grita quand o o portal se fecha.
Capítulo

Onze

tud o pelo m esm o truque, Serend ipity. Com o você é previsível.

“F Cravo m inhas unhas na gram a enquanto m e levanto p ara encará-lo. Estam os


d e volta à colina, olhand o para Fall Mountain Pack. Exatam ente no m esm o lugar
ond e ele m e bateu d a últim a vez, e um a im agem d e Dray com tod as aquelas
espad as no peito surge em m inha m ente, alim entand o m inha raiva enquanto um
rosnad o m e escapa. Quero cham ar m eu s am igos, m as sei que a cid ad e precisa d eles
agora, e posso ganhar algum tem po sim plesm ente m antend o Araw n faland o. Sobre sua
coisa favorita: ele m esm o.
“Usand o o m esm o truque, que previsível”, respond o com um sorriso, lançand o um a
ond a d e fogo nele, e ele tropeça para trás, quase se d efend end o com um a explosão d e
seu próprio pod er. “Mas agora você está sozinho e tenho certeza d e que não vai gostar
d o m eu novo plano para m atá-lo.”
Ele resm unga, abaixand o os braços, e suas cham as negras d esaparecem quand o
ouço um rosnad o. N ão m e viro, m as sinto três criaturas enorm es – parecid as com
d ragões, aposto – atrás d e m im . Eles and am ao nosso red or, um em cad a esquin a, e
lem bro d esses que atacaram a cid ad e. Bem , suas contrapartes. “Eu guard ei m eus
anim ais d e estim ação favoritos só para você.”
“Que gentil”, respondo categoricam ente, um pouco d e preocupação entrand o em
m eu peito com o um a faca.
Ele m e olha. “Ou você pod e vir para o m eu lad o e m e ajud ar a queim ar este
m und o.”
“Por que eu faria isso?” Eu m ord o.
Ele cruza os braços, se aproxim and o, e eu d ou um passo para trás. N ós circulam os
um ao outro e eu o observo com atenção. "N ós som os am igos."
“Pod em os ter sid o am igos um a vez, m as foi quand o você estava fingind o e m e
m anipuland o. Eu vejo através d e você agora,” eu solto com raiva, raiva d ele e tam bém
d e m im m esm a por ter caíd o nessa. Eu m e p erd oei pela m aior parte d isso, m as sem pre
haverá um a pequena parte d e m im que n ão vai se curar com pletam ente d o que ele fez.
“Você nunca foi m eu am igo porque não pod e ser. Você não é capaz d e colocar os outros
em prim eiro lugar, am á-los incond icionalm ente ou m esm o se im portar profund am ente
com qualquer coisa. Usar-m e foi o único poder que você já teve, e agora isso se foi. Vou
im ped ir que você queim e este m und o.”
Ele suspira, u m sorriso quase arrogante no rosto. “Eu nunca quis você com o m eu
am igo, Serei, m as nunca quis você m orto. Eu não provei isso d eixand o você vivo d a
últim a vez?”
“Você m e prend eu ”, eu o lem bro.
Ele inclina a cabeça para o lad o. “Eu tranquei você, com o a m ulher que você d everia
ser. Você nasceu para ser pod eroso e gerar herd eiros pod erosos para m im . Vou levá -lo
em bora novam ente e garantir que você não escape d esta v ez. Passarei anos d esenhand o
aquele m onstro que se escond e sob sua pele em seu sangue. Aquele que seu pai criou
em você. Está no seu sangue, assim com o estava no d ele. N os próxim os anos, você se
sentará aos m eus pés, m eu querid o anim al d e estim ação.”
“Eu não sou filha d o m eu pai”, afirm o friam ente. “Mas eu sou d a m inha m ãe, e ela
sem pre d errota seus inim igos.”
“Você realm ente acredita que tem um a chance, não é?” ele pergunta com um a risad a
que ecoa assustad oram ente ao nosso red or. “N ascem os em nossos d estin os. Eu nasci
nas trevas e você também . É por isso que você será aquele que eu m anterei, criarei e
cuid arei. N ós som os os m esm os."
N ojo queim a em m inha garganta. “H onestam ente, você realm ente tem problem as
realm ente fod id os.”
Seus olhos se estreitam e eu retiro m inhas ad agas d as coxas. “Mas seu tem po
acabou. Você não pod e m ais governar.”
Ele para d e circular ao m esm o tem po que eu, nós d ois d e frente um para o outro,
um a d e suas criaturas respirand o em m eu pescoço. “Você vai m e im ped ir, lobinho?”
Ele levanta as m ãos, cham as negras saem d e suas palm as, espiraland o no ar e
atingind o a cúpula d e fogo que crio ao meu red or. As criaturas batem seus corpos
contra o m eu fogo, e eu cerro os d entes, segurand o firm em ente a m agia.
De repente, o fogo cessa e as criaturas recuam . Espero um m inuto antes d e abaixar
cuid ad osam ente m inha cúpula d e fogo, encontrand o Araw n olhand o colina abaixo para
as terras d a m atilha.
“Suas terras estão send o d estruíd as. Os lobos estão gritand o. Quand o a m atilha d e
sua m ãe cair, as bruxas serão as próxim as, e eu farei com que elas sofram ”, ele reflete
sobre seu plano em voz alta. “Serend ipid ad e, com o tem po, você esquecerá que eles
existiram . Eu vou m e certificar d isso. Eu quero você com o m eu. Você sem pre foi m eu.
“Minha alm a pertence aos m eus com panheiros, e prefiro m orrer a d eixar você m e
tocar”, respond o friam ente. “Tenho certeza que até seus am antes sentem o m esm o.
Você se im portou quand o Sallette m orreu? Ou que tal Mnem ósine? Ela o od iava tanto
que usou o que restava d e sua m agia para m e salvar e para que eu pud esse m atá -lo.
Algum d os seus am antes realm ente se im porta com você?
“Eles não significaram nad a”, ele respond e, m as sua voz o trai. Atingi um ponto
nevrálgico.
“Mnem osyne se arrepend eu d e ter feito você e fez tud o isso para que Draycian
pud esse sobreviver. Ela o escolheu em vez d e você. Você realm ente foi o dragão que
nunca foi am ad o por ninguém . Que m aneira triste d e m orrer ”, respond o.
Ele zom ba d e m im e, um a vez, isso pod e ter m e assustad o, m as não m ais . “N ão
preciso ser am ad o quand o anseio pela m orte.”
Sou forçad a a seguir seu olhar enquanto ele estend e a m ão e centenas d e m ilhares d e
outras criaturas aparecem d o nad a e se juntam às já consid eráveis quantid ad es. Meu
coração para no peito quand o eles atingem a cid ad e, rom pend o com pletam ente a
barreira e inund and o-a com o um a ond a negra. Os gritos se am plificam e d ou u m passo
à frente por instinto enquanto Araw n olha para m im . “Eu am o os gritos d eles.”
“Você é um bastard o d oente!” Eu grito. “Pare com isso!”
Ele ri assim que um brilho d e algo cham a m inha atenção por trás d a m atilha. Assim
com o as criaturas apareceram d o nad a, m eus d ragões tam bém apareceram . Dragões
brilhantes com escam as verm elhas parecem flechas voand o d iretam ente para a cid ad e, e
em suas costas estão bruxas. Centenas d e bruxas. Eles atacam as criaturas com seu fogo,
e os uivos d as criaturas ecoam m ais alto agora.
“Você tam bém gosta d os gritos d as suas criaturas?”
Ele se vira para m im , raiva fervend o em seus olhos. "Cad ela. Mesm o que eles os
m atem , farei m ais, m as estou farto d e você. Você m orre esta noite, Queen Fucking
Serend ipity Fall, e então eu serei o venced or.
Cham o m eus com panheiros, sabend o que eles pod em vir agora. “O único que está
m orrend o esta noite é você.”
Ele ataca com um golpe d e fogo negro, m as antes que as cham as cheguem até m im ,
um clarão d e fogo d ourad o atinge-o. Meus d ois d ragões pousam d e cad a lad o d e m im ,
Tarrent saltand o d e Nakoa para o m eu lad o.
Araw n nem pisca antes d e se transform ar em seu d ragão feito puram ente d e cham as
negras com o eu nunca vi. É d o m esm o tam anho d o d ragão d e Draycian, e eu m e abaixo
quand o os d ois se chocam com um estrond o que sacod e o chão antes d e voar no ar em
um ataque d e garras e d entes. N akoa e Tarrent enfrentam as criaturas que estão
próxim as, e eu enfrento um a d as m inhas na m inha frente. Corro e pulo, usand o m eu
fogo para d ar passos em d ireção ao céu antes d e cair sobre a criatura, m inhas ad agas
apontad as d iretam ente p ara seus olhos, e acerto o alvo com um baque surd o. Ele ruge e
trem e, m as eu aguento, enviand o cham as pelas ad agas até seu corpo horrível.
Eventualm ente, ele d esm orona e eu o solto, roland o até parar e olhand o para cim a. Os
d ragões aind a estão atacand o, m as a asa d ireita d e Dray foi atingid a, e as cham as negras
d e Araw n com binam com o fogo d ourad o d e Dray. Meu coração está na garganta
quand o os d ois se chocam , tão alto que parece um trovão, enquanto as nuvens escuras
acim a só pioram a situ ação.
Um a chuva su ave com eça a cair sobre nós enquanto Araw n rosna alto e Dray rosna
aind a m ais alto.
Eles se chocam novam ente, Dray arranhand o o lad o d e Araw n e Araw n cravand o os
d entes no om bro d e Dray, e não tenho certeza d e quem está ganhand o. Sinto -m e tão
ind efeso com o d a últim a vez, m as não estou ind efeso agora.
Eu sou um a m ald ita d eusa d as cham as, e se Araw n pod e se transform ar em um
d ragão feito d e cham as negras... talvez eu consiga. Sem pensar m uito nisso, pulo no ar e
m e cubro com cham as brancas antes d e m ud ar, pen sand o apenas em um lind o d ragão
feito d e cham as brancas. Transform ar-m e em lobo sem pre foi tão fácil quanto respirar,
m as em um d ragão? Tud o que sinto é fogo. Meu d ragão feito d e cham as brancas sai d e
d entro d e m im , e eu abro m inhas longas asas antes d e su bir no ar, m eu d ragão
instintivam ente ind o proteger nosso com panheiro. O ar e a chuva não fazem nad a com
m inhas cham as quand o eu bato em Araw n, d erruband o -o d e Draycian, e ele gira no ar
antes d e m e encarar. Dray parece um pouco surpreso em sua form a d e d r agão antes que
nossos olhos se encontrem , e eu juro que ele sorri.
N ós d ois encaram os Araw n, e eu solto u m sopro d e cham a branca, as cham as
d ourad as d e Dray se encontrand o com as m inhas e girand o. Araw n não consegue
escapar d o golpe e, quand o o cercam , ele ruge em agonia. Voo rápid o até Araw n,
usand o sua d or com o d istração, e m ergulho acim a. Ele não m e vê quand o eu bato nele,
e ele voa no ar, corrigind o seu curso, m as Dray bate nele, e ele é atingid o com força
suficiente para rachar o chão enquanto cai em u m a nuvem d e poeira, sujeira. e gram a.
N ós d ois pousam os quand o a cau d a d o d ragão d e N akoa bate no peito d e Araw n,
m antend o-o no lugar, e Tarrent salta com sua espad a - não, a espad a d ourad a d e
Draycian - e d e u m a só vez a atinge com força no pescoço d e Ara w n, com m agia
suficiente para cortar sua cabeça. d esligad o.
Relâm pagos ilum inam o céu enquanto tod os param os e olham os uns para os outros.
O d ragão d e Dray bufa, m ergulhand o para frente, e ele levanta a cabeça para soltar um
rugid o antes d e d isparar sobre o corpo d e Araw n. Tchau, seu bastard o.
Abaixo o m eu lad o e Tarrent entend e a d ica, subind o nas m inhas costas, e N akoa
vem para o m eu lad o, m e cutucand o d e brincad eira. Eu o cutuco antes que am bos
corram os e m ergulhem os d a colina para nos ju ntarm os à luta n as terras d a m atilha que
está quase acaband o graças aos d ragões. Dray se junta a m im d o outro lado em poucos
instantes.
Quand o nossos d ragões nos veem chegand o, nenhum som no m und o é m ais alto d o
que seus rugid os para sua rainha e seu rei.
Capítulo

Doze

"C vam os lá?” — pergunta a garotinha que estou segurand o, apertand o aind a m ais
a cam isa m asculina azul que estou u sand o e que vesti com um a legging que m e
ofereceram , que é um pouco grand e d em ais, m as serve. Olho para a garota assustad a,
seu corpo trem end o levem ente, e passo m inha m ão por suas costas, por cim a d e seu
vestid inho rosa. A irmã m ais velha d ela está cam inhand o para o m eu lad o e ela tam bém
olha para m im em busca d a resposta.
“Vam os encontrar um lugar para você d escansar e ficar seguro. Meu a m igo Aquiles
trouxe você aqui?
Ela não respond e, m as sua irm ã d e cabelos escuros respond e. “Ele é seu am igo? Ele
nos salvou e com eu u m a d as criaturas que nos atacaram antes d e m atar todos nós.”
"Ond e estão seus pais?" Eu questiono gentilm ente enquanto d obr am os outra esquina
d o castelo, esta parte cheia d e estantes d e livros e cad a estante abarrotad a d e livros.
Ela encolhe os om bros com lágrim as nos olhos. “Eles foram lutar e nós estávam os
com m inha tia... m as a... a... a criatura a m atou.”
Coloco m inha m ão em seu om bro. "Eu sinto m uito."
A garota, que aind a não m e d isse seu nom e em m eio a tod a a confusão, apenas
balança a cabeça e d esvia o olhar com um soluço entrecortad o escapand o d e sua
garganta. Lem bro-m e d e quand o conheci ela e sua irm ã no pátio, d epois que m ud ei e
m e troquei d a m elhor m aneira que pud e. Eles estavam encolhid os em um canto,
aterrorizados, enquanto Aquiles partia para o céu m ais um a vez em busca d e m ais
crianças. N ão houve tem po para nenhum de nós com em orar quand o Dray foi até seus
hom ens, Tarrent foi cham ad o e N akoa aind a estava nos céu s com alguns outros
d ragões, acaband o com a estranha criatura que estava fugind o. O m om ento d as
celebrações será quand o tod os estiverem curad os e as terras d a m atilha estiverem se
reconstruind o.
Desd e então, m al vi m eus am igos, m inha m ãe ou qualquer um d os outros alfas na
agitação d e levar as crianças que encontrei, tod as as seis no final, para os curand eiros, e
d epois para a cozinha em busca d e com id a para acalm á -los. antes d e procurar por
cam as, já que m uitos d eles pareciam exaustos. Acabei d e ajud ar quatro d as crianças a
entrar em um quarto vago, colocand o-as nas quatro cam as que encontram os e d eixando
um a esfera d e cham a acesa para ilu m inar antes d e sair. Esses d ois, por outro lad o, não
queriam ficar e d orm ir um pouco, então não sei o que fazer com eles.
Um a porta se abre na nossa frente para um novo corred or, e juro que a casa está na
verd ad e tentand o m e ajud ar, abrind o portas e m e levand o a algum lugar. Outra porta
se abre sozinha e eu entro, encontrand o duas cam as com quatro pessoas d iferentes
tentand o d escansar nelas. A garota em m eus braços grita e sai d e cim a d e m im , e sua
irm ã m ais velha já está corrend o pela sala. Os d ois colid em com o casal d e lobos d e
cabelos escuros na cam a e os seguram em estad o d e choque.
“Mam ãe”, a m enina chora enquanto a m ãe beija suas cabeças e o pai apenas os
segura.
A m ãe olha para cim a com o rosto m anchad o d e lágrim as e d epois inclina a cabeça.
"Obrigad o princesa. N ós pensam os que eles tinham id o em bora. Muito obrigad o."
“Você é a princesa d ragão?” A garota m ais velha su ssurra em estad o d e choque, e eu
enxugo um a lágrim a antes d e concord ar com um sorriso.
“Eu não fiz m uito. Eles foram m uito corajosos e foi um a honra ajud á -los a encontrar
você”, respond o. “Mas eu d evo ir. H á outros que precisam d e ajud a.”
“Que os d euses estejam com vocês”, d iz a m ãe, baixand o a cabeça novam ente, e
d esta vez todos o fazem . Deixo-os sozinhos, fechand o a porta atrás d e m im .
Toco a pared e d e ped ra. “Obrigad o pela orientação.”
Sinto-m e um pouco bobo conversand o com a m uralha d e um castelo, m as qua nd o
um vento suave, que não d everia ser possível aqui em baixo, passa p or m im quase com o
um a carícia, sei que não sou.
Sorrio para m im m esm a enquanto solto um suspiro cansad o e esfrego os olhos antes
d e sair em busca d a p róxim a pessoa para ajud ar. Mesm o que m inhas pernas pareçam
gelatinosas, aind a não estou cansad o o suficiente para d esabar e d orm ir no chão frio.
Tenho certeza d e que não estou longe d isso.
Dobro um a esquina, chego a um lance d e escad as e fico cara a cara com N im m y. Ela
olha para cim a, com as bochechas cobertas d e sujeira e sangue d e criatura negra, e suas
roupas esfarrapad as parecem tão ruins quanto as m inh as. Mas quand o seus olhos
encontram os m eus, nós d ois nos m ovem os, e eu envolvo m eus braços em torno d ela
com força, m esm o com o hom em quase inconsciente segurand o-a ao seu lad o.
“Eu estava tão preocupad o até ver sua forma d e d ragão e saber que era você. Então
ouvi os rugid os d e vitória d os dragões”, ela m e d iz enquanto eu m e solto e vou para o
outro lad o d o m acho, segurand o-o o m elhor que posso. “As criaturas, era com o se
sentissem que haviam perd id o, e a m aioria d elas fugiu. N aquela época era m ais fácil
p ara os d ragões m atá-los, porque eles estavam fora d as casas e nas ruas, longe d as
pessoas.”
Baixo m inha voz. “Algum a id eia d a contagem d e m ortes?”
Ela balança a cabeça. “Eu vi pelo m enos d ois d ragões serem d errubad os, m as as
bruxas, com sua cura, estavam lá antes que pud essem ser m ortas. Eles curaram tantos
lobos, d ragões e anjos. Duvid o que seja tão alto. Devika estava lid erand o as bruxas na
cura em grupo, que cobria nosso povo enquanto eles lutavam . Foi incrível, e Devika era
a rainha perfeita, e eles a seguiram sem questionar. Eles a ad m iram .
Suspiro d e alívio, concentrand o-m e em carregar o hom em escad a abaixo e para a
parte principal d o castelo repleta d e pessoas. Eu sabia que Devika tinha isso nela e acho
que Tarrent tam bém sabia d isso antes d e m im .
“Você encontrou Apolo?” Eu pergunto. “Preciso d e m ais notícias felizes para m e
m anter acord ad o.”
Ela balança a cabeça, com as bochechas verm elhas. “Sim , m as não tivem os m uito
tem po entre curá-lo, esvaziar as m asm orras e vir aqui. Devika cham ou tod os para a
ação rapid am ente, sabend o que era um jogo d e espera, m as então ela veio até m im . Ela
d isse que sonhou com um a d eu sa d o fogo lhe d izend o para voar nos d ragões sobre os
m ares até as terras d a m atilha, com tod as as bruxas que pud essem ser poupad as.
Meu coração congela. N ão foi m inha m ãe quem m and ou cham ar os dragões... foi
Mnem osyne, nos ajud and o um a últim a vez. N im m y não percebe enquanto as lágrim as
escorrem pelo m eu rosto, e envio um agradecim ento silencioso à d eusa por m e salvar,
por salvar nosso povo, um a últim a vez. "Aqu ele era você?"
“N ão,” eu sussurro engolind o em seco. “Mas era um am igo. Ela se foi agora.
N im m y assente, um p ouco confu sa enquanto seguim os pelo corred or, passand o por
cim a d e lobos e pessoas ad orm ecid as. “Ele está m orto, certo?”
“Sim ,” eu d igo a ela com firm eza, e seus olhos brilham com vitória, o m esm o
sentim ento que está em m eu peito agora e no d e m eus com panheiros tam bém .
Ajud am os o hom em ferid o a se acom od ar em um a cam a extra, garantind o que um
curand eiro and e pelo quarto, antes d e d eixá-lo lá, sabend o que ele ficará bem agora.
“H avia outro hom em no pátio, m as não consegui carregar os d ois”, ela m e conta.
"Posso lid ar com ele sozinho se você quiser d escansar?"
“N ão, estou bem por enquanto,” d igo suavem ente, observand o enquanto ela toca a
cabeça e estrem ece. O sangue nos d ed os d ela brilha na luz.
"Você está m achucad o?" Eu pergunto, d and o um passo à frente. Toco seu braço
levem ente, d eixand o m inha m agia se espalhar por ela e lavar os cortes, curand o vários
hem atom as em suas costelas que tam bém encontro. Quase d esm aio ao fazer isso, e
N im m y balança a cabeça para m im , m e puxand o para um abraço.
“Você não d everia ter feito isso, m as obrigada ”, ela m urm ura. “Você vai d escansar
porque não quero ser o m otivo pelo qual seus am igos assustad ores ficam bravos
quand o veem o quão cansad o você está.”
Eu su spiro. “Vam os verificar o pátio prim eiro. Estou realm ente bem por m ais u m
m inuto ou m ais.
Ela bufa, m as não m e d iz não, um a d as razões pelas quais eu a am o, e vam os para as
escad as. Tem os que nos afastar enquanto um band o d e lobos d esce corrend o, com
crianças nas costas e alguns ferid os tam bém . Eu olho para a estátua d a d eusa que estou
perto e franzo a testa por um m om ento, lem brand o que Dray e eu aind a tem os esse
pod er. Eu m e pergunto se isso afetará nosso futuro. Viverem os m ais que os outros?
Serem os alvo d este pod er? Eu tenho que acred itar que não é tão sim ples, e os laços d o
m eu com panheiro garantirão que viverem os um a vid a juntos. Quand o os lobos passam ,
subim os as escad as e saím os para o pátio.
“Descanse aqu i,” N im m y exige, seus olhos brilhand o com seu lobo, e eu aceno. N ão
tenho energia para d iscutir com ela e escolho m e apoiar na parede. Satisfeita com sua
atitud e m and ona, ela tira várias m echas d e seu cabelo ruivo encaracolad o d os olhos e,
por um m om ento, sorrim os um para o outro. “N unca pensei que chegaríam os aqui.
Para ter essa chance d e um futuro... quand o nos conhecem os. Eu nunca soube que os
d euses haviam m e enviad o m inha m elhor am iga, m inha rainha, e tod o raio d e luz que
pud esse existir para ilu m inar m inha vid a.”
Eu m e inclino e pego a m ão d ela. “Acho que nos conhecem os por um m otivo,
N im m y. Eu precisava d e um am igo, um am igo verd ad eiro e honesto. N ão sei se você já
ouviu falar, m as as lobas alfa pod em ter ôm egas ligad os a elas. Eu m e perguntei s e você
seria m eu? Você pod e pensar sobre isso e...
“Eu sei o que é u m ôm ega. Seria um prazer e um a honra, pois servirei você até a
m orte d e qualquer m aneira. Minha rainha." Ela inclina a cabeça e eu sorrio, jogand o
m eus braços em volta d ela com força. Nós d ois choram os um pouco, não d e tristeza,
m as d e alegria, d e am izad e e d a paz pela qual trabalham os ard uam ente. Eventualm ente
nós nos soltam os, e eu m e recosto na pared e, acenand o para ela ir, e observo enquanto
ela se d irige para o pátio.
Sinos com eçam a soar nas terras d a m atilha, e não sei o som nem por quê, m as o
barulho pacífico canta no final. Da guerra. Da vid a. Quem sabe, m as o som é lind o
enquanto N im m y atravessa o pátio, a chuva caind o levem ente d o céu e caind o no chão.
O rugid o d e um d ragão ecoa ao nosso red or e N im m y fica im óvel, bem no m eio d o
pátio. Olho para cim a e vejo o contorno d e um d ragão na nuvem d e tem pestad e acim a,
pouco antes d e ele m ergulhar e pousar no pátio, batend o suas asas pod erosas antes d e
voltar.
Apollon fica nu na chuva, e faço questão d e m anter m eus olhos em N im m y
enquanto ele veste as calças que d eve ter carregado consigo. N imm y nem sequer para
enquanto corre até ele, notand o os cortes e o sangue escorrend o pela chuva, e parece
que se passou apenas um segund o antes d e ela bater no peito d ele com um soluço, os
braços em volta d o pescoço d ele, a cabeça enterrad a. em seu om bro e o d ele enterrad o
em seu pescoço, respirand o-a. Minha própria respiração fica presa d e em oção quand o
ele a segura com a m esm a força, com a m esm a força, com o se nenhum d os d ois quisesse
soltá-la. N ão quero assistir ao m om ento d eles, m as m e sinto colad o ao lugar, escond id o
nas som bras d o arco.
O tem po parece d esacelerar enquanto ele se inclina e a beija. Prim eiro, ela fica tão
chocad a que não se m ove, m as d epois retribui o beijo, e tenho vontad e d e pular e torcer
por eles. Um braço envolve m inha cintura, m e puxand o contra um peito d uro.
“N ão sabia que você era um pequeno d ragão espiand o,” Dray sussurra em m eu
ouvid o. “A propósito, quand o você m ud ou pela prim eira vez e eu te vi, estava m uito
quente.”
"Eu sem pre tive um a qued a por d ragões... Acontece que tam bém posso m e
transform ar em um ", m urm uro, inclinand o-m e para seu toque, e seus lábios d eslizam
pela ponta d a m inha orelha.
Concentro-m e novamente em N im m y e Apollon, no m om ento em que Apollon se
ajoelha na frente d e Nim m y, pegand o as m ãos d ela. A chuva não para d e cair, m as sei
que nenhum d os d ois percebe. As pared es d o pátio am plificam a sua voz, por isso é
d ifícil não ouvir as suas palavras. “Eu te am ei d esd e o prim eiro m om ento em que te vi e
sabia que não d everia. Eu sabia que você estava se curand o e a últim a coisa que
precisava era d e um d ragão te seguind o, m as não pud e evitar. Eu sabia que não havia a
m enor possibilid ad e d e você m e am ar, então d ecid i ser seu protetor, estar ao seu lad o,
tanto quanto pud esse. Quand o tom ei a d ecisão precipitad a d e falar com você naquele
corred or, pensei que você m e d iria para sum ir e nunca m ais falar com igo, m as você m e
perm itiu sentar perto d e você naquele banco. Parecia que tod o o m eu m u nd o se
ilum inou. Eu estava com m ed o d e quebrar o banco com a rapid ez com que m e sentei
nele e, acim a d e tud o, tem i que tivesse pegad o fogo com a m inha felicid ad e e que
queim ar o banco seria aind a pior.”
Ela ri. Am bos fazem isso, e eu sei que não é apenas chuva caind o em suas
bochechas. “Quand o você d ecid iu aceitar a oferta para encontrar sua fam ília, fiquei
m uito feliz por você ter m e perm itid o ir com você para ajud ar. Encontram os sua fam ília
incrível e, sinceram ente, eu tam bém os am o. Eles se sentem com o m inha fam ília e
certam ente m e receberam d e braços abertos. Passam os tod os os d ias ju ntos, e eu vivi o
prim eiro m om ento em que te vi tod as as m anhãs, e m eu coração afund ou tod a vez que
eu d izia boa noite. Adoro ver você cozinh ar. Ad oro ver você aprend er coisas novas nos
livros e com o você sorri e ri enquanto os lê, com o se estivesse assistind o o livro se
d esenrolar na sua frente. Ad oro ver você com sua fam ília, com o é com o se o tem po não
tivesse passad o. Acim a d e tud o, eu sim p lesm ente am o você. Quand o fiquei preso
naquelas m asm orras, foram essas lem branças suas que m e m antiveram vivo, e quand o
você apareceu, você m e d isse que éram os livres e parecia tão feroz e forte. Tud o o que
eu sabia que você pod eria ser quand o nos conhecem o s. Achei que não havia nenhum a
m aneira, em um m ilhão d e anos, d e você m e am ar tam bém . Mas aqui estou eu, de
joelhos, esperand o. Torcend o até o fim para que você tam bém m e am e, ou que possa
fazê-lo com o tem po, p orque acabam os d e sobreviver a outra guerra e tem os um futuro
inteiro pela frente, e só quero passar o m eu com você.
Quand o ela respond e, sua voz está quebrad a e quase u m solu ço. "Eu tam bém te
am o. N ão sou bom em grand es d iscursos, m as soube que te am ava no segund o em que
você voou para o céu e partiu para salvar a tod os nós. Eu sabia que nunca haveria
ninguém além d e você, e quero que tenham os para sem pre. Qu ero você com o m inha
com panheira, m eu d ragão, d e tod as as m aneiras que pud erm os nos unir. Eu estava
quebrad o quand o nos conhecem os, e você curou as partes d e m im que eu pensei que
nunca pod eriam ser salvas. Eu te am o. Com pleta e totalm ente.”
Ele a beija, um beijo m uito m ais profund o que o anterior, e eu m e viro para encarar
m eu próprio d ragão, que se inclina para trás para enxugar as lágrim as d o m e u rosto.
“Parece que um casam ento vai acontecer em breve”, ele sugere. “Espero que a noiva
não d esapareça nas cham as d esta vez.”
Eu bato no peito d ele. “É muito ced o para brincar sobre isso.”
Ele sorri e m e beija. “Talvez eu possa lhe m ostrar o que planejei para nossa noite d e
núpcias.”
Meu núcleo se aperta com suas palavras, m as balanço a cabeça. “As pessoas aind a
precisam d a nossa aju d a. Eu posso-"
“Você não pod e”, ele ord ena. “Sua m ãe exigiu que você d escansasse d epois d a
batalha, e não sou do tipo que ignora as ord ens d e m inha sogra.” Estreito os olhos para
essa besteira e ele sorri. “Tud o bem , m as prom eto fazer valer a pena. Tem os um a
surpresa para você.”
Posso d eixá-lo vencer d esta vez, m as não pretend o transform ar isso em um hábito.
"N ós?"
Ele não m e respond e, pegand o m inha m ão e nos levand o para dentro do castelo.
Espero que ele queira d izer que ele e m eus am igos chegaram a um acord o para passar a
noite no m esm o quarto, com o fizem os na casa aband onad a. Eu ad orava isso quando
estávam os tod os juntos e n ão quero que isso m ud e, m esm o qu and o estiverm os em
algum lugar novo e não estiverm os m ais em perigo. Ter hom ens possessivos com o
com panheiros sem pre foi um risco, eu sabia d isso, m as m eu coração d ói com a id eia d e
d orm ir em quartos d iferentes.
Descem os as escad as, passam os por vários corredores e d escem os para outro nível,
que é tranquilo. Um a porta está ligeiram ente aberta e Dray m e leva para d entro. Sinto
m eus outros com panheiros antes d e vê-los. Este quarto é gigante, com o a m aioria d o
castelo, e há um a cam a queen-size com lençóis d e cetim verd e e um a banheira com pés
no final, cheia d e águ a roxa quente e fum egante. H á um a janela com vista para um a
cachoeira, o som preenche suavem ente o am biente, e o piso acarpetad o com bina com as
pared es crem e exibind o as silhuetas brancas d as árvores no papel d e pared e. Um a
enorm e árvore preenche o teto, tão verd e quanto a roupa d e cama, e pequenas luzes
pairam ao red or d o teto, tornand o o quarto escuro e quente.
Pétalas patinam na água quand o olho para ela e percebo que m eus com panheiros
estão tod os recém -lavad os após a batalha... exceto eu. N akoa e Tarrent estão d e calça
preta, sem cam isa, e não posso d eixar d e ad mirá-los por um m om ento.
Tarrent acena com a m ão, trancand o a porta atrás d e nós. "Você a encontrou então."
Dray beija m inha bochecha, tirand o m inha cam isa. "Eu sem pre vou."
N ão d igo um a palavra enquanto todos vêm até m im e com eçam a d espir -m e a
roupa, suavem ente, suavem ente, até ficar nua entre tod os eles. Tarrent m e pega e m e
leva para o banho, colocand o-m e cu id ad osam ente no chão antes de sentar na cam a ao
lad o d e N akoa.
Eu su spiro, afund and o na água e voltand o. "Obrigad o. Eu precisava d isso.
“É um a honra cuid ar d e você. Você é nosso com panheiro e fizem os um acord o entre
nós”, com eça N akoa. “Um que já vem há m u ito tem po. Você é nosso com panheiro e
nossa fam ília, e as fam ílias não funcionam a m enos que estejam os tod os na m esm a
página. Com o dragões, é d ifícil com partilhar qual é o nosso maior tesouro, m as o
vínculo d e com panheiro está acim a d e nossa natureza. N osso am or por você está acim a
d e nossa natureza.”
Eu franzo a testa, m e perguntand o sobre o que exatam ente eles estão faland o. Dray
pega um pano e começa a m e lavar, enquanto Tarrent cuid a d o m eu cabelo. N akoa
continua faland o. “Quand o cad a um d e nós conheceu você, queríam os você para nós
m esm os, m as isso é egoísm o. H oje, quand o lu tam os juntos, tod os nós percebem os que é
assim que d evem os fazer tud o.”
Quand o Tarrent term ina m eu cabelo, a água d a banheira vira vapor ao m eu red or e,
à m ed id a que o vapor sobe no ar, seca m eu corpo sem esforço antes d e Dray m e pegar e
m e levar para a cam a. Ele m e faz sentar no m eio d e N akoa e Tarrent, seus olhos
d ourad os em m im enquanto se ajoelha. Minha respiração falha ao vê -los ao m eu red or,
com Dray m ostrand o qualquer vulnerabilid ad e na frente d eles. É um sinal d e confiança
profund a e sem fim .
“N ós concord am os em com partilhar você. Possua você. Ser seu. Lutam os m uito e
vencem os, e agora com partilharem os nossa recom pensa.”
“Sim , vam os, irm ão”, m urm ura Tarrent, e m eu coração bate m ais rápid o com o que
eles estão insinuand o.
"Você concord a?" N akoa questiona, passand o a m ão pelo m eu peito, sobre um
m am ilo pontiagud o. Eu susp iro e aceno com a cabeça, incapaz d e form ar palavras neste
m om ento. Ele gem e antes d e m e beijar, e logo não ten ho id eia de quem está com as
m ãos em m im , m as elas estão m e tocand o em tod os os lugares. Ter três corpos
m usculosos e tonificad os pressionad os contra m im , m e d evorand o e m e d and o prazer, é
esm agad or d a m elhor m aneira possível. Sonhei com isso, ter todos ao m esm o tem po,
m as não pensei que isso pud esse acontecer quand o cad a um d eles é tão possessivo. Isto
é um sonho e não quero que isso acabe nu nca.
Eles m e puxam para cim a d a cam a, suas roupas send o queim ad as com a m inha
ajud a. Eu gem o enquanto olho para baixo, vend o m eu rei separand o m inhas pernas e
beijand o m inha coxa. Ele não perd e tem po beijand o m eu núcleo e passand o a língua
pela m inha fend a antes d e encontrar o feixe d e nervos que faz m inhas costas arquearem
e girar sua língua d e um a m aneira que ele sabe que não m e fará d urar m uito. Quando
ele d esliza d ois d ed os em m im , estou perd id a na sensação, m al aguentand o. A língua
d e N akoa sai d a m inha boca e ele agarra m eu peito, lam bend o e provocand o m eu
m am ilo enquanto Tarrent m e beija em seu lu gar.
Eu grito d e prazer quand o um orgasm o m e atinge, a língua d e Dray e a m istura d e
tod os os m eus com panheiros são d em ais p ara aguentar. Dray ri contra m eu núcle o
antes d e m e puxar para baixo, e N akoa rosna.
"Junto."
Dray rosna d e volta, m as ele balança a cabeça antes d e m e pegar e d eitar com igo
sentad a em seu colo, m eu rosto bem na frente d e Tarrent, que está d e pé ao lad o de
Dray. Ele levanta m eu queixo e eu d ou -lhe um sorriso pecam inoso antes d e beijar a
ponta d o seu pau bem na m inha frente. Ele gem e e agarra m eu cabelo, afund and o
lentam ente seu pau em m inha boca até que eu possa senti-lo atingir o fund o d a m inha
garganta. Ao m esm o tem po, Dray investe em m im por baixo, e eu gem o em volta d o
pau d e Tarrent, incapaz d e m e conter.
Eu os sinto se m exend o na cam a e m e levantand o, e segund os d ep ois, sinto N akoa
pressionand o m inha bund a antes d e em p urrar lentam ente, e m inha cura faz a d or
d esaparecer em segund os, não d eixand o nada além d e um a sensação d e puro prazer d e
ter tod os os m eus sentim entos. com panheiros d entro d e m im d e um a só vez. Eles não se
d etêm , trabalhand o quase em sincronia enquanto em purram para d entro d e m im , e
m eu orgasm o faz m eu corpo trem er com um pr azer ind escritível. Dray gem e e engrossa
d entro d e m im , term inand o logo antes d e N akoa, segund os d epois.
Olho para Tarrent, que m e tira d e cim a d eles e m e joga na cam a. Ele levanta m inha
perna e bate em m im , gem end o contra m eus lábios antes d e afund ar a língua em m inha
boca. Sua m agia passa por m im com cad a estocad a, roçand o meu clitóris e m eus
m am ilos, tud o ao m esm o tem po. Eu grito, apertand o m ais um a vez ao red or d ele, e ele
se acalm a, engrossand o e term inand o d uro d entro d e m im . Sem fôlego, ele sai e tod os
nós nos d eitam os, recu perand o o fôlego.
N ão acred ito que isso aconteceu e eles não se m ataram por isso. Rolo d e lado, o
braço d e Tarrent envolvend o m inha cintura e puxand o m inhas costas contra sua frente.
Os olhos d ourad os d e Dray encontram os m eus e ele sorri d e brincad eira. “A bruxa
pod e nos lim par e estou pronto para a próxim a rod ad a.”
Perto d o fogo... tenho m uita sorte.
“Eu sem pre m e perguntei com o você transa com ela. Estou im pressionad o ”, d iz
Tarrent a Dray.
Ele ri profund am ente e eu sorrio com a sim patia entre tod os eles, m esm o que isso
m e faça corar.
N akoa inclina m inha cabeça e m e beija, d esp ertand o m inha excitação m ais um a vez.
"Agora você pod e ver com o eu fod o com ela na beirad a d esta cam a."
“N ão venha im ed iatam ente, jovem d ragão”, Dray provoca, e vejo o d esafio perverso
aceito no olhar d e N akoa enquanto a m agia d a água d e Tarrent nos lim pa. N akoa m e
puxa para a beira d a cam a, m e inclinand o sobre ela e beijand o m eu om bro enquanto seu
pau d uro pressiona m eu núcleo. "Aguentar."
E eu faço isso enqu anto m eu rei e senhor assistem .
Capítulo

Treze

você está ótim o; relaxe, N im m y. As noivas não d evem trem er d a cabeça aos pés

“S em tem po quente — exige tia Reine enquanto N im m y pega seu vestid o, passand o
as m ãos sobre ele e se olhand o no espelho repetid as vezes. Posso praticam ente
sentir a m istura d e energia nervosa e excitada saind o d ela. Term ino d e am arrar a
lateral d o m eu vestid o rosa claro que vai até o chão e com bina com o tem a d o
casam ento: rosa e verm elho. N im m y olha para m im por cim a d o om bro, com os olhos
arregalados, e tento dizer a ela para relaxar. O vínculo entre nós significa que posso
sentir sentim entos extrem os nela ou se ela está com problem as, e agora ela está nervosa.
"O que você acha?" ela m e pergunta, tocand o a m arca em seu braço q ue com bina
com a m inha. É a m arca ôm ega, m as a nossa é d iferente d aquela que m inha m ãe tem
com os ôm egas d ela. O nosso é feito d e cham as, enrolad as para form ar um lobo. Um a
d as prim eiras coisas que fiz d epois d a guerra, quand o os funerais term inaram e todo s
queriam reconstruir, foi torná-la m inha ôm ega. N aquela sem ana, anunciam os
publicam ente a reconstrução d a cid ad e, qu e estava aberta para qualquer pessoa vir
m orar, trabalhar e até treinar com os d ragões para se juntar ao exército real. Tarrent e
N akoa foram oficialm ente transform ad os em nossos consortes reais e orgulhosam ente
assum iram m uitos, m uitos em pregos d os quais Dray e eu não tínham os a m enor id eia.
Para Tarrent e N akoa, seu trabalho na construção d e confiança com outras raças e na
realização d e negociações e acord os d e paz tem sid o incrível. Dray e eu tam bém
assum im os nossos tronos oficialm ente, m esm o que não tenham os um trono no
m om ento até que seja reconstruíd o. N ossos d ragões com em oraram e festejaram a noite
tod a conosco e, d esd e então, trabalham os juntos para resolver qualquer problem a que
encontram os. Tod os os d ragões concord am que ter quatro governantes é m uito m elhor
d o que um rei m al-hu m orad o. N ão que algum d eles seja corajoso o suficiente para d izer
isso na cara d e Dray... exceto Apollon.
Um a d oce m úsica toca lá fora, anu nciand o o início d o d ia, d o sol nascend o acim a
d as terras d a m atilha. H oje é especial... e m arca m uitos outros d ias especiais para o
nosso povo. H ouve mom entos, não m uito tem po atrás, que eu nunca pensei que veria
esse d ia. Parece que foi há m u ito tem po que pensei que estava sozinho, send o forçad o a
um casam ento que não queria e que não tinha ninguém para m e salvar além d e Araw n.
A verd ad e é que Araw n m e interpretou com o a garota ingênua que eu era, e eu tinha
tantas pessoas que m e am avam . Incluind o Drayciano. Incluind o m inha fam ília. Eles
fizeram d e tud o para m e proteger e garantir que eu pud esse sobreviver, m as nunca
percebi o que realm ente era. Os sinos tocam novam ente e eu pisco.
“Você está incrível”, d igo suavem ente, ad m irand o seu vestid o d e noiva d e rend a
branca que foi feito à m ão para ela e se aju sta às suas curvas e cai no chão em um a longa
caud a d e rend a.
Este é o prim eiro casam ento d o nosso povo d esd e a guerra, há seis m eses, e o
prim eiro d os dragões fora d e Dray, N akoa e eu a encontrar seu par. O lind o cabelo
ruivo d e N im m y está enrolad o em um coque com várias pérolas rosa enrolad as em seu
cabelo, que ela m e d isse serem d e sua m ãe e que sua tia os guard ou para este d ia. Eu sei
que eles significam m uito para ela. H á um colar d e pérolas com binand o em volta d o
pescoço d ela que é u m presente d e casam ento m eu e d os m eu s am igos, e ela chorou por
uns d ez m inutos d epois que eu d ei a ela ontem .
“Só estou preocupad a”, ela ad m ite, franzind o a testa, m as d e algum a form a aind a
bonita. Eu levanto o véu d e ond e ele estava e cam inho até ela. Ela inclina a cabeça para
que eu possa prend ê-lo e eu a ajud o a resolver o problem a enquanto ela se end ireita.
“N ão fique. Vocês d ois... bem , os velhos d euses não pod eriam ter planejad o um
rom ance m elhor,” eu d igo gentilm ente. “Ele am a você e você o am a. H oje apenas torna
isso form al.”
“Faland o nisso, vou encontrar Devika e ter certeza d e que ela está usand o o
vestid o”, tia Reine nos d iz, inclinand o-se e beijand o nossas bochechas antes d e sair d e
casa. N ão vi m uito tia Reine d urante e d epois d a guerra. Ela foi embora para tentar m e
encontrar e estava apenas na m etad e d o cam inho quand o so ube que havia um
problem a e eu voltei. Desd e então, ela quase não nos d eixou sozinhos, para grand e
aborrecim ento d os m eus am igos. H ouve m u itas vezes em que tia Reine entrou antes
que m eus am igos pu d essem m e tirar a roupa com o planejaram . Às vezes, com o br ilho
provocad or nos olhos, aposto que ela faz isso d e propósito.
Eu rio. “Devika não gosta d e vestid os, m as sei que ela usaria um para você.”
N im m y sorri abertam ente e m e abraça com força na próxim a respiração. “Ouvi d izer
que ela estava conversand o com as bruxas que estavam ajud and o a reconstruir a cid ad e
d o d ragão.”
“Devem os m uito a eles pela ajud a”, ad m ito. Construir um a cid ad e inteira precisava
d a ajud a d a m agia, ou teríam os d em orad o m uito. Devika e eu chegam os a um acord o
para ajud ar as bruxas e, em troca, N akoa treinará parte d e seu exército para usar m elhor
a m agia d o fogo, com o um d ragão faria.
Mas não haverá reuniões hoje, porque é um a celebração. Eu sei que este é um d ia
que m uitos d ragões esperaram para ver, na esperança d e encontrar seus com panhe iros
e m ostrar que a m ald ição acabou. Eles m erecem isso. Eles esperaram por tanto tem po.
Esta casa é o lar tem porário d e N im m y e Apollon, que nos foi d ad a junto com tod a a
rua d os lobos. Mam ãe nem precisou perguntar. Muitos d eles ficaram gratos pelos
d ragões em am bas as guerras e ficaram felizes em ajud ar. Meus am igos e eu nos
m ud am os para o castelo por enquanto, e pod e ser um castelo grand e, m as parece u m
pouco pequeno para m im e m eus am igos, especialm ente com os alfas e m inha m ãe
sem pre lá para interrom per m om entos rom ânticos.
A voz d e N im m y está baixa. “É só que o vínculo d e am izad e não apareceu, e eu
esperava que acontecesse. Que ele seria m eu nesse sentid o tam bém .”
“Vai fazer efeito. Às vezes leva tem po, eu acred ito”, d igo a ela. “Tarrent sentiu o
víncu lo entre nós, m as eu não senti totalm ente por m uito tem po.”
Ela se afasta e encara o espelho, acariciand o seu braço. “Vam os nos casar e isso
significa que ele é m eu .”
“Seu,” eu concord o, entend end o que isso é m ais seu lobo d o que ela expressand o
esse sentim ento. “Os d ragões têm um a m aneira especial d e acasalar com o fogo. Ele
provavelm ente está apenas esperand o d epois d o casam ento. Duvid o m uito que ele não
queira você com o com panheira e que o que vocês d ois têm não seja um acasalam ento
verd ad eiro.
Ela balança a cabeça, virand o-se para m im com olhos brilhantes antes d e se
aproxim ar e m e abraçar m ais um a vez. "Obrigad o por estar aqui."
“Estarei sem pre aqui. Você é m eu m elhor am igo e m eu ôm ega ”, respond o com
firm eza.
“Já estam os nos abraçand o? É por isso qu e não gosto d e casam entos”, exclam a
Devika, bufand o, entrand o com um vestid o que com bina com o m eu. O rosa com bina
com seu cabelo preto e m aquiagem escura, m as aind a a d eixa bonita e elegante d e
algum a form a. Eu sorrio para ela por cim a d o om bro d e N im m y, olha nd o para sua
aliança preta em seu d ed o. Ela se casou com Sir Brenainn pouco d epois d e eles voltarem
para a cid ad e, quand o a guerra acabou. Apenas Tarrent e eu fom os convid ad os, m ais
ninguém além d a fam ília, que incluía a irm ã d e Brenainn. Foi um a cerim ônia pequena e
d oce ond e ele foi feito seu senhor consorte d as bruxas, um senhor por d ireito próprio,
m as tod os sabem quem governa d e verd ad e, incluind o Brenainn. Am bos nos visitaram
algum as vezes ao longo d os m eses, e Brenainn rapid am ente se tornou am iga d os m eus
am igos e d a m inha m ãe. Ele é um bom hom em e faz Devika feliz. Ela m e d isse que ele é
o único hom em que ela conheceu que a faz se sentir segura e d estem id a. N em m esm o
seu irm ão pod eria fazer isso com pletam ente.
Devika com ete o erro d e se aproxim ar, e N im m y se m ove com o um gato, agarrand o-
a no abraço e usand o sua força para garantir que ela não consiga escapar. Devika
suspira e nos abraça enquanto tod os rim os.
“Eu não gosto d e abraços”, ela m urm ura. “Mas acho que d esta vez vou perm itir.”
“Você realm ente ad orou ”, sugiro, e ela não respond e, o que m e respond e por si só.
“Espero que você esteja pronto. As ruas estão cheias d e lobos, bruxas, d ragões e
anjos esperand o para com em orar com você”, conta Devika. “Eles até jogaram confete
em m im enquanto eu cam inhava até aqui.”
Pelo tom d ela, posso d izer que isso a irritou regiam ente. N im m y ri. “Que m aneira d e
m e d eixar m ais nervoso.”
“Por que não vam os organizar seu casam ento prim eiro, d e novo?” Devika m e
questiona enquanto tod os nos soltam os.
“Querem os nos casar em nossa casa. N ossa cid ad e”, explico.
Os olhos d e N im m y suavizam e até Devika parece sorrir. H á um a batid a na porta,
d uas vezes, e essa é a nossa d eixa.
“Vam os pegar um d ragão para você, N im ue Wind shire”, d iz Devika, d and o um
passo para o lad o para que N im m y vá prim eiro. N ós d ois ajud am os a arrum ar o trem
d ela enquanto ela fica na frente d a porta, a luz brilhand o no quad rad o d e vid ro fosco na
porta.
Por um m om ento, ela brilha ao olhar para nós, com lágrim as nos olhos, e ela balança
a cabeça. “Vam os conseguir o m eu felizes para sem pre. Eu m ereci m uito bem , m esm o
que nunca o tenha m erecid o.
Ela abre a porta enquanto Devika coloca seu braço no m eu, e sua longa caud a segue
atrás d ela enquanto ela sai para a rua cheia d e m úsica suave e pessoas anim ad as. A rua
foi lind am ente d ecorad a com told os claros, protetores solares brilhantes girand o pontos
d e cores d iferentes ao longo do cam inho d e pétalas cor d e rosa. Graças ao m eu pod er, o
céu está cheio d e pequenas brasas d eslu m brantes espalhad as em linha e parecem
estrelas verm elhas. As crianças d a cid ad e aplaud iram e ficaram m uito entusiasm ad as
quand o d ei a algum as d elas pequenas brasas, que m e certifiquei d e que perm aneceriam
quentes e nunca quentes o suficiente para queim á -las. Acabei com um a fila d e trinta
crianças antes d e pod er escapar ontem . A fila d e brasas d esce d iretam ente para a
cerim ônia, e N im m y não viu nad a d isso. Ela olha para trás, com lágrim as caind o pelo
rosto, e ela m urm ura: "Obrigad a."
Os aplausos parecem ecoar por tod a parte enquanto as pessoas jogam confetes pelas
janelas e pelos cam inhos laterais, enquanto as crianças correm para cim a e para baixo
nas bord as, segurand o pipas brancas com d ragões verm elhos pintad os nelas.
Continuam os a d escer as escad as e m uitas pessoas estão fora d e casa. Dragões com
algum as d e suas novas fêm eas ao lad o se cu rvam d iante d e m im , com os olhos cheios
d e esperança. N unca entend i por que eles olhavam para m im com tanta esperança
quand o eu era m ais jovem ... agora entendo. A m agnitud e d isso é hum ilhante. Eu
sem pre tive esperança no futuro d eles, e m esm o que perd êssem os a cid ad e e quase
tud o, eu não m ud aria nad a para chegar a isso. Eu acord ei nos braços d os m eus am igos
esta m anhã – e tod as as m anhãs pelo resto d e nossas vid as – e valeu a pena lutar por
isso.
A cam inhad a leva cerca d e cinco m inutos, m as tenho a sensação d e que N im m y nem
percebe antes d e virarm os um a esquina e chegarm os a um lind o cam po no m eio d e um a
floresta d e altas árvores antigas, com o rio próxim o. N a parte d e trás d o cam po há um
arco feito d e ped ra com d uas árvores d e folhas roxas d e cad a lad o que criaram raízes ao
red or d a ped ra antes de se estend erem para o céu. Folhas roxas se m isturam às m inhas
brasas, que caem ao red or d e N im m y enquanto ela faz um a pausa, e tod os se levantam
d e seus assentos em cad a lad o d o cam inho.
Apolo está no altar, vestind o um terno preto com um alfinete verm elho d e um
d ragão preso no bolso d o peito. Se eu pensei que N im m y parecia nervoso, Apollon
parece m ais. N akoa e Draycian são seu s p ad rinhos, orgulhosam ente ao seu lad o, e
N akoa pisca para m im enquanto os olhos d e Draycian observam pecam inosam ente m eu
vestid o, e eu sei que ele vai queim á-lo m ais tard e. Seguim os N im m y até o altar e, assim
que ela se aproxim a, Apollon puxa sua m ão e a beija profund am ente na frente d e tod os.
Tod os nós com em oram os e batem os palm as, enquanto as bochechas d e N im m y ficam
verm elhas.
Minha m ãe, que está atrás d eles no altar, pigarreia. “Isso é para o final d a cerim ônia,
Apollon.”
Ele ri, d eixando-a ir, e ela parece atord oad a, m as m uito apaixonada enquanto olha
para ele. Eu fico com Devika à d ireita, m eus olhos piscand o para m eus com pan heiros, e
Tarrent parcialm ente cham a m inha atenção enquanto ele se senta em um terno cinza na
prim eira fila à esquerd a, ao lad o d a tia e d a fam ília d e N im m y. Ele m e olha antes d e se
inclinar para trás e sorrir, e estou tão nervosa que nem ouço o início d a cerim ônia.
“Bem -vind os, tod os, a este casam ento m uito especial, e que os d euses estejam com
tod os vocês”, d iz m am ãe, seus olhos piscand o para m im .
Enquanto N im m y e Apollon d izem as antigas palavras d e ligação um ao outro, olho
para tod as as pessoas sentad as aqui observand o e quantas d elas eu am o
profund am ente. Os alfas, m eu irm ão, m inha tia e seu com panheiro form am um a fila e,
atrás d eles, posso ver as asas d e Callahan e Breelyn ao seu lad o, seus filhos ocupand o o
resto d os assentos. Tia Reine, N iall e outr os que eu apenas com ecei a conhecer ocupam
os lugares atrás d eles. A m aioria d os outros assentos é ocupad a pela fam ília d e N im m y
e pelos d ragões, que assistem com seus próprios sorrisos.
“Agora, acred ito que Apollon fez anéis”, d iz m am ãe, e Apollon concord a, tirando
d uas faixas verm elhas escuras d o bolso. N im m y engasga, lágrim as enchend o seus olhos
enquanto ele pega sua m ão.
“Para sem pre, N im ue.”
“Para sem pre”, ela rep ete enquanto ele d esliza o anel em seu d ed o, e ela pega o d ele
para fazer o m esm o. Mam ãe os instrui a m anter as m ãos juntas antes d e fazer sua m agia
verd e, quase cegante, am arrar um a fita verd e em volta d e suas m ãos com força.
A voz d e m am ãe vai longe. “Quand o esta fita queim ar, suas vid as estarão ligad as
para sem pre.”
Apollon não tira os olhos d e N im m y enquanto usa seu fogo para queim ar o vínculo,
sem nunca m achucá-la, e no segund o que ele d esaparece, N im m y se joga em seus
braços e ele a beija ap aixonad am ente. Tod os estão fora d e seus assentos, aplaud ind o e
aplaud ind o, e lind os sinos tocam pela cid ad e ao m esm o tem po. Aplausos e uivos ecoam
pelas terras d a m atilha pelas próxim as horas, o que é principalm ente um a enxurrad a d e
d ança, boa com id a e m ais um pouco d e d ança antes d e eu conseguir escapar d e um d os
m eus com panheiros para um pouco d e paz. Eu rio, observand o Draycian send o
d istraíd o pela tia d e N im ue e forçad o a d ançar enquanto m e encosto em um a árvore nas
som bras, olhand o para tod os.
Tarrent vem até m im , com um sorriso d iabólico no rosto, e m e oferece a m ão.
Suspiro, incapaz d e d izer não para ele, e pego sua m ão. Ele não m e leva até os
d ançarinos, optand o por nos m anter aqui, escond id os nas som bras d as árvores,
d ançand o ao som d a m úsica. Ad m iro com o as som bras apenas enfatizam as m açãs d o
rosto salientes, a curva d os lábios e o cabelo p reto com o a noite.
Eu sou um a m ulher m uito, m uito sortud a.
Ele m e gira e m e puxa d e volta para ele. “Você sente falta d e ser o Senhor d as
Bruxas?” Pergunto baixinho, não querend o que ninguém nos ou ça. Raram ente tem os
tem po verd ad eiram ente sozinhos no m om ento. Eu sei que é um a coisa tem porária, m as
é algo sobre o qual eu queria que falássem os. Ele abriu m ão d e m uita coisa para estar ao
m eu lad o, e preciso saber se algum a parte d ele ficará ressentid a com igo por isso no
futuro. “N ós nunca conversam os sobre a cid ad e e o governo d e sua irm ã.”
Ele d esistiu d e ser senhor para ser m eu consorte real, m as não é exatam ente a
m esm a coisa. Dray aind a é rei e eu sou rainha, e por m ais que concord em os em tom ar
d ecisões juntos, não é com o ser o senhor que não respond e a ninguém .
Ele rola os nós d os d ed os pela m inha espinha, m e fazend o estrem ecer. “Foi um a
bênção, princesa. Eu só pod eria ter sid o um senhor ou seu. Eu sem pre ficaria d ivid id o
entre você e a cid ad e e, sinceram ente, não colocaria a cid ad e em prim eiro lugar no que
se refere a isso. Eu escolheria você e am ald içoaria m eu povo sem piscar.”
Minha voz é suave. “E isso teria d estruíd o você.”
“Sim ”, ele sussurra para m im , aproxim and o nossas testas. “N ão sinto falta e quero o
futuro, a cid ad e que estam os construind o sobre a esp inha d orsal d a paz e d a leald ad e.
A cid ad e d as bruxas foi m antid a viva pelo m eu pai e o d estruiu. Acred ito que ele
escolheu a cid ad e em vez d a nossa m ãe, e m uitos m orreram por causa d isso. Devika...
ela sem pre colocará a cid ad e em prim eiro lugar. Ela faz, m esm o agora. Ela testem unhou
a verd ad eira injustiça, crueld ad e e m ald ad e. Ela superou tud o isso, e acred ito que foi
para garantir que seu povo nunca m ais sofresse essas coisas.”
“Estou orgulhosa d e você”, ad m ito, segurand o seu rosto. “N ão são m uitos os
hom ens que pod eriam facilm ente d esistir d e um a cid ad e inteira por sua com panheira.”
Ele ri e m e beija su avem ente, faland o contra m eus lábios. “Por você, eu faria
qualquer coisa. Qualquer coisa."
Ficam os juntos por algum as m ú sicas, felizes nos braços um d o out ro, e quase não
percebo d ores nos pés. Quand o a m úsica para por um m om ento, ele abaixa m eus braços
e beija m inhas m ãos. “Vou d istrair N akoa e Draycian para que você possa d escansar os
pés.”
"Com o você sabia?" Eu questiono.
Ele ri e pisca para m im . “Eu sou seu com panheiro. Eu noto tud o sobre você. Tire os
calcanhares.
Balanço a cabeça, m as não paro antes d e tirar os sapatos d o inferno e cam inhar pela
gram a, aproveitand o a suavid ad e d os m eus p és.
Um lam pejo verd e m e faz olhar para cim a e, em um a brecha entre as árvores, avisto
m inha m ãe sentad a em um d os telhad os d as casas, sozinha e lind a em seu vestid o verd e
brilhante que reflete o sol. Soltei m inhas asas e voei, pousand o ao lad o d ela, e ela m al se
encolhe.
Ela olha para m inhas asas e estend e a m ão. Eu a d eixei tocar m inhas asas e ela ficou
olhand o com espanto. “Eles são lind os. Com o o ponto m ais quente d e um a cham a.”
Eu os faço d esaparecer, não querend o que ninguém olhe para nós, e ela se vira para
a vista d eslum brante d o band o d aqui d e cim a. “Eu estava pensand o no que você m e
contou sobre as terras d a Ravensw ord Pack.”
"Oh?" — pergunto, esticand o as pernas. Apoio m inha cabeça em seu om bro e ela
passa o braço em m inhas costas.
“N o com eço, fiquei com raiva porque alguém estava reivind icand o aquela terra d a
m atilha. Os alfas tam bém ”, ela ad m ite. “Mas então pensei em Jesper. Ele queria ser alfa,
voltar para lá, e estava errad o, m as sei que m uitos d os lobos sentem falta d a terra ond e
seus ancestrais viveram . Ela suspira. “Vou perm itir que os lobos que d esejam d eixar
nossa m atilha voltem para casa, d esd e que nenhum alfa governe aquela terra e as
antigas form as d e m au s-tratos contra parceiros e fêm eas sejam proibid as.”
Eu olho para o sol subind o no céu. “Eu entend o o d esejo d e encontrar o cam inho d e
casa.”
“Estou feliz que você tenha feito isso,” ela sussurra, com a voz grossa. “Eu
costum ava tem er vir ver você tod os os anos. Você sabia d isso?"
"Por que?" Eu pergunto, m inha voz rouca.
“Porque eu tive que ir em bora”, ela m e d iz, e m eu coração se aquece. “Ad orei cad a
segund o que passei com você, m as partir foi com o se a lacuna em m eu coração se
esvaziasse d e tud o o que você fez sentir enquanto eu estava com você. Eu faria tud o de
novo para m antê-lo seguro, e sem pre estarei em d ívid a com Draycian por tentar o seu
m elhor para salvá-lo. Posso ver que isso lhe custou caro, m esm o que às vezes
d iscord ássem os.”
Eu sorrio. “Ele aind a é um pouco id iota. Está tud o bem , ele conhece e gosta d esse
lad o d ele.”
Ela ri com igo e não quero m ais sair d esse m om ento com ela.
“Por que você está aqui sozinho, afinal? Eu sei que você tem quatro am igos para
m antê-lo ocupad o lá em baixo.”
O sol parece ilum inar seus olhos verd es. “Às vezes é bom sentar e olhar para o céu e
m e perguntar com o tive tanta sorte.” Concord o com a cabeça, pois sinto o m esm o por
m eus com panheiros.
“Estou com partilhand o m eu pod er com m eu s com panheiros”, d igo a ela, precisand o
contar a alguém .
"O que você quer d izer?"
Eu observo as terras pacíficas. “Tenho com partilhad o o pod er entre m eus
com panheiros d a m esm a form a que fiz com Draycian. Tod os nós quatro seremos iguais
no final. Eles estão cientes d isso e serão d euses pod erosos, m as não verd ad eiros d euses
por d ireito próprio. Significa que não serem os m ais im ortais; viverem os nossas vid as.
Exatam ente a m esm a quantid ad e d e anos. Um a vid a norm al.
“N ão quero que m eus filhos nasçam com u m a quantid ad e d ivina d e pod er e um a
vid a im ortal. N ão quero que m eus com panheiros m orram antes d e m im . N ão quero que
nenhum d e nós m orra prim eiro, m as sim juntos, e é assim que pod em os fazer isso.
Acho que o pod er d os d euses sem pre foi feito para acabar com igo, e parece certo fazer
isso. Eu sei que é d esistir d e m uita coisa, mas observei os d euses antigos, assim com o
você, e a im ortalid ad e custou tud o a eles. Prefiro ter um a vid a sim ples.”
Seus olhos brilham com lágrim as. “Eu nunca estive m ais orgulhoso d e você. Talvez,
quand o os d euses lobos abençoaram nossa linhagem , eles soubessem que isso
term inaria com você. Eles não pareciam felizes, trancad os naquele lugar, em form a d e
lobo. Olhei nos olhos d eles e senti o pod er que você tem , m as eles pareciam m ortos.
Acred ito que você os libertou. Com o fiz com m inha d eu sa.
Eu olho para o céu sem fim . “N ão há m ais d euses para cuid ar d e nós. N ão há m ais
d euses para orar e sussurrar. Som os só nós.”
Minha m ãe beija o lad o d a m inha cabeça. "Finalm ente."
Epílogo
DEZ ANOS DEPOIS…

M
Meus gritos ecoam pela sala quente, m esm o quand o tento contê-los, m esm o
sabend o que eles estão aterrorizand o m eus com panheiros, m as perto d o fogo,
d ói.
“Tão corajosa, m inha rainha,” Dray m urm ura em m eu ouvid o, e eu sei que se
ele pud esse, ele tiraria a d or d e m im e faria isso sozinho. Ele acaricia m eu cabelo
suavem ente e Tarrent beija m eu joelho, segurand o m inha perna para cim a. N akoa está
segurand o m inha m ão com força, parecend o m ais em pânico d o que nunca.
“Respire, m eu guard a,” quase rio.
Ele ri. “Eu d everia estar d izend o para você respirar apesar d a d or, e não o
contrário.”
“Só não d esm aie, irm ão”, sugere Tarrent, e eu seguro um sorriso, que logo
d esaparece quand o u m a contração bate forte. A cad a contração, m inha m agia torna a
sala m ais quente, o fogo fica m ais forte e tod os suam com o calor d a sala. Para m im ,
parece que m e faz relaxar e gosto d isso enquanto m e acom od o.
"Precisas d e algum a coisa?" — pergunta m am ãe, parad a por perto, segurand o um
cobertor branco no qual querem os que nosso filho seja em brulhad o.
“N ão”, consigo d izer antes d e gritar novam ente enquanto outra contração aum enta,
a d or açoitand o m eu corpo. “Eu p reciso em purrar.”
Delilah, um a fam osa curand eira, olha para m im e sorri suavem ente com seus olhos
cinzentos. N o m om ento em que contam os a tod os que eu estava esp erand o, m eses atrás,
Devika exigiu que nos encontrássem os com Delilah e a d eixássem os fazer o p arto.
Delilah d eu à luz os gêm eos d e Devika há d ois anos e jurou que eu não iria querer m ais
ninguém se algo d esse errad o. Delilah felizm ente m ud ou -se para os aposentos d e
hósped es d o castelo e tem sid o inestim ável durante seu tem po aqui, que acred ito que se
estend erá além d este nascim ento, graças a um d ragão am igo d e N akoa que a
reivind icou com o sua com panheira.
“Serei, seu bebê está quase chegand o e você se saiu m uito bem . N a próxim a
contração, preciso que você em purre com tud o o que tiver ”, ela com and a em um tom
estrito, m as gentil. “E então terem os um novo bebê neste m und o.”
Aperto aind a m ais m eus lençóis verm elhos, a m esm a cam a em que este bebê foi
concebid o com m eus am igos. N unca saberem os quem é o pai, m as com o tod os nós
estam os tão intim am ente ligad os à nossa m agia, a m ãe su speita que o bebé será um a
m istura d e tod os nós. Ela afirm a que é assim com m eu irm ão, e talvez seja u m presente
que só nós terem os.
Outra contração m e atinge e eu grito, cham as explod em no ar ao redor d a sala
enquanto eu em p urro p ara baixo, a d or é terrível. Sinto m eu bebê sair e vejo Delilah
esfregand o as costas d o bebê enquanto Draycian e Tarrent m e ajud am a sentar, m e
d izend o que estou bem e que estão m uito orgulhosos d e m im . H á um a quietud e na sala
por um m inuto, um m inuto que parece se estend er para sem pre, com o se o m und o
parasse logo antes d o choro d o m eu bebê ecoar por tod a a sala, o som m ais d elicioso.
N akoa se inclina, ajud and o m inha m ãe a em brulhar o bebê, enquanto Delilah balança a
cabeça e d á u m passo para trás. Um sorr iso surge em m eu rosto quand o N akoa pega
nosso bebê no cobertor branco especial que m am ãe nos d eu d e presente. Ele coloca m eu
bebê em m eu s braços, e o bebê é tão pequeno, tão leve.
“Um a garota”, N akoa suspira.
Draycian inclina a cabeça perto d a m inha, lágr im as silenciosas caind o d ele em m eu
rosto. Ele toca sua bochecha d ourad a e Tarrent acaricia sua m ão, as m esm as lágrim as
caind o por seu rosto que com binam com as m inhas. Delilah m e ajud a a aprend er a
am am entá-la, e pod e levar algum tem po para entend er isso. Tem os tod o o tem po d o
m und o.
Ela abre seus olhinhos e eles são verd es m usgo. Apenas com o eu. Assim com o
m inha m ãe. A m ão d e N akoa trem e quand o ele a apoia na m inha p erna. "Ela se parece
com você."
Entrego nosso bebê para Draycian enquanto Delilah m e ajud a com a placenta e
m am ãe m e aju d a a lim par.
“Estou m uito, m u ito orgulhoso. Ela é lind a ”, ela m e d iz, suas m ãos brilhand o em
verd e enquanto ela m e cura. “Que sorte tenho d e ter um a neta agora.”
Olho para m eus am igos, tod os se revezando no colo d e nossa filha , e já vejo com o
será nosso futuro. Ela será m im ad a e am ad a. Ensinad o a ser governante por Dray,
ensinad o m agia por Tarrent e com o lutar por N akoa. Com o calor d e sua pele, tenho
certeza d e que irei ensiná-la a controlar o fogo tam bém .
Mam ãe olha. “Quand o ela tenta nam orar alguém , os d euses a ajud am .”
Eu rio, pensand o nisso tam bém . Meu irm ão encontrou recentem ente sua
com panheira, m etad e lobo, m etad e anjo, que vive nas terras d a m atilha e,
aparentem ente, seus sete irm ãos m ais velhos não aceitaram isso bem . Meu irm ão
consegue se virar sozinho, e ele está apaixonad o e é tão teim oso que nenhum d e nós
está preocupad o. Estou ansioso para conhecer a m ulher que m eu irm ão afirm a ser sua
com panheira e recebê-la em nossa fam ília.
Mam ãe beija m inha bochecha antes d e sair com Delilah, am bas nos d esejand o o
m elhor antes que m eus am igos olhem para m im . Dray m e oferece sua m ão, nosso bebê
aconchegad o em seu braço enorm e com o um a bonequinha. “Pronto para anunciá-la ao
nosso povo?”
Concord o com a cabeça enquanto N akoa m e ajud a a vestir um roupão verm elho
escuro e m acio, e puxo m eu cabelo para fora, d eixand o -o cair pelas m inhas costas em
um a ond a loira. Felizm ente, consegui d escobrir com o usar m eus pod eres para garantir
que o cabelo preto nunca m ais voltasse.
Ouço nosso povo lá fora, nas ruas, torcend o e esperand o por nós. Assim têm sid o
nos últim os nove m eses, d esd e que com partilham os a notícia incrível. Eles querem
celebrar a nova herd eira d o trono, e talvez eu não queira com partilhá -la aind a, m as
quero que nosso povo a conheça e a receba. Tarrent olha para trás e, quand o aceno, ele
abre as portas d o nosso quarto que levam à enorm e varand a que se estend e pelo topo
d o castelo. É ótim o p ara Dray, N akoa e eu pousarm os em nossa form a d e d ragão, e
Ragnar fez o chão com um a ped ra preta brilhante incom um que é resistente ao fogo e
não risca.
N ossa cid ad e foi construíd a sobre o que restou d a m ontanha caíd a ond e fom os
criad os, e nosso castelo está exatam ente onde ficava o antigo castelo, m as agora há um a
estátua d e Mnem ósine em nossa sala d o trono, com o tanto d evemos. nosso futuro para
ela, e ela não será esquecid a por nenhum d e nós. Cham am os o quarto abaixo d e nós de
poço, e é o quarto d e Aquiles, ond e ele aind a recebe presentes d os pais d as terras d a
m atilha para tod as as crianças que ele salvou, bem com o para as m ulheres e alguns
hom ens que ele salvou na guerra. Ele é reservad o, m as sei que ad ora os presentes. A
cid ad e em si é lind a e parece um labirinto d e telhad os verm elhos de cristal e torres de
pilares verm elhos com cham as eternas n o topo, que queim am d ia e noite. “A cid ad e que
nunca fica escura” é o que ouvim os com frequência d e quem nos vem visitar. Dem orou
três anos inteiros para reconstruir a cid ad e e, nesse tem po, fom os m antid os ocupad os
por Apollon e N im m y, que conceberam sua filha na noite d e núpcias, quand o se
tornaram am igos, e pelos m uitos lugares para ond e N akoa, Dray e Tarrent m e levaram .
visitar ao redor d o m und o. Sonhei em viajar, conhecer tod os esses lugares que leio, m as
fazer isso com m eus am igos? Isso tornou tudo per feito.
Três longos anos, e na prim eira noite na cid ad e, os aplausos nunca pararam .
Viajam os por m ais alguns anos antes d e d iscutir a id eia d e ter um filho. N unca
esquecerei d e ver lágrim as nos olhos d e Dray quand o ele m e pegou no colo e d isse que
seria tud o para ter um filho. É claro que a parte d a concepção d a gravid ez não d em orou
m uito, principalm ente porque nunca param os d e fazer sexo d urante um m ês inteiro.
Dray m e entrega m eu bebê, e eu a seguro perto enquanto ela murm ura, sua pele
quente através d o cobertor. Ele cam inha até a lateral d a varand a e puxa um a cord a,
tocand o um a cam painha que anuncia o nascim ento d e um novo bebê na cid ad e.
Tocam os a cam painha tod a vez que nasce um novo bebê, um novo d ragão, lobo, bruxa,
anjo ou m ortal. É sem pre um a celebração para nós.
Mas nenhum sinal tocou hoje. Aind a não.
Aplausos irrom pem por tod a a cid ad e, cham as brilhand o no céu enviad as por
d ragões d e tod os os lugares, e os lobos uivam alto.
Tarrent pergunta: “Então, d evem os gritar o nom e d ela para todos ouvirem ?”
Eu sorrio e estend o m inha m ão, d eixand o as brasas explod irem pela cid ad e e
carregand o nossa voz com elas. “Bem -vind o ao m und o, Ember Mairin Fall.”

O FIM .
Posfácio
Escrever o últim o livro d esta longa série foi incrível e triste ao mesm o tem po. Espero
que você tenha gostad o d este m und o tanto quanto eu e obrigad o por ter vind o nessa
jornad a. Este não será o últim o livro sobre shifters/ d euses gregos que escrevo e m al
posso esperar para com partilhar a nova série que planejei. Por enquanto, se você gosta
d e fad as/ inim igos para am antes e um a leitura d e fantasia – há u m a leitura bônus no
final d o m eu novo livro, H erd eiro d e Monstros.
Desejo que você tenha um 2022 brilhante, cheio d e novos livros e aventuras. Estou
ansioso para com partilhar m ais d e m inhas histórias com você em breve.
Obrigado a todos que ajudaram, editaram, me serviram café ou inspiraram este livro. Um
agradecimento especial a Helayna, este livro não poderia ter acontecido sem a sua gentileza.
Leitura bônus de Herdeiro de
Monstros
Um monstro me perseguiu durante toda a minha vida.
Mas agora estou caçand o ele.
Meu trabalho é caçar m onstros, e sou m uito bom nisso — até que u m m onstro invad e
m eu apartam ento no m eio d a noite e m e sequestra.
Acontece que ele não é apenas um m onstro.
Ele é o Rei W yern.
Os Wyerns, um a raça tem id a por tod os, são conhecid os por serem m ais fortes d o que as
fad as que governam m eu m und o, e ninguém os viu há anos até agora.
O rei precisa d a m inha ajud a para rastrear sua irm ã d esaparecid a em um a cid ad e d a
qual sua raça foi banid a, e eu sou o m elhor que ele pod e encontrar.
Só que ele não é o único que procura m onstros na Cid ad e Etérea.
O neto d a Rainha Fae está d esaparecid o.
Trabalhar para as fad as, m onstros ou não, é arriscad o. A m aioria d os contratad os acaba
m orta, e tenho m uito a perd er para acabar com o um d eles.
Vou encontrar a realeza d esaparecid a e ter cuid ad o com isso, especialm ente com m eu
chefe m al-hum orad o respirand o no m eu pescoço e observand o cad a m ovim ento m eu.
O Rei Wyern é cruel, frio e incrivelm ente lind o para um hom em ... e m eu novo inim igo.
Herdeiro de Monstros é um romance de monstro paranormal completo com temas
maduros. Este é um romance picante de inimigos para amantes e é recomendado para
maiores de 17 anos.
Leitura bônus de Herdeiro de
Monstros
Monstros são reais.
Se eu precisasse d e m ais provas d o que a coisa à m inha frente, então pod eria ser eu
quem estava enlouqu ecend o neste m und o. O m onstro vira sua cabeça grotesca para
m im , m e avaliand o com seu s olhos verm elhos e pele m anchad a. Ele tem m ais d e d ois
m etros e m eio, sessenta centím etros m ais alto que eu, e seu corpo outrora m ortal é um a
m istura d e lobo e Deus sabe o que m ais. Arrisco tirar os olhos dele por um segund o
para procurar m eu parceiro, e capto um lam pejo verm elho na escurid ão atrás d o
m onstro. Eu bloqueio o fed or horrível d a criatura e o barulho d e seus ossos enquanto
ela se m ove enquanto procuro um a m aneira segura d e d errubá -la sem nos m atar.
Apertand o m inha ad aga m agicam ente abençoad a na m ão, assobio alto. O m onstro
ruge alto o suficiente para sacud ir as pared es aband onad as d as ruínas antes d e avançar
em m inha d ireção, cad a passo sacud ind o o chão. Com o o id iota que sou, não corro, m as
volto para encontrá-lo no m eio do cam inho. É m elhor que este plano funcione, ou estou
d esped id o. Ou m orto. N ão tenho certeza do que é pior.
“Caliophe! À sua esqu erd a!
Mal ouço o grito d e alerta do m eu parceiro antes d e algo d uro bater na m inha
lateral, m e atirand o para o alto. Eu bato na pared e d e ped ra, tod o o ar saind o d os m eu s
pulm ões enquanto rolo para o chão e suspiro d e d or.
Isso d ói.
O sangue enche m inha boca enquanto m e levanto e paro enquanto d ou um a olhad a
na coisa gigante parecid a com um gato na m inha frente. Pod e ter sid o um gato, até
m esm o um a raça exótica e cara, m as agora foi d eform ad o e m ud ad o com o o m onstro
por trás d ele. Pod e até ter sid o seu anim al d e estim ação. Um a vez.
Ele se lança em m inha d ireção, quebrand o um a fileira d e d entes am arelos e afiad os,
e eu pu lo para o lad o antes d e chutá-lo com a bota. Ele sibila enquanto eu luto pela
m inha ad aga na poeira e corto o ar entr e nós com o um aviso enquanto m e agacho. Seus
olhos são com o poças am arelas d e água e posso ver m eu reflexo. Apesar d e estar
coberto d e poeira e sujeira, m eus olhos cor -d e-rosa brilham levem ente e pareço
m inúsculo em com paração. Mesm o m inú scu lo, com um a ad a ga, p od e ser m ortal. Se o
m onstro principal fugir, talvez não tenham os outra chance d e capturá -lo por d ias, então
eu o cham o: “Aqui!”
O estranho gato sibila m ais um a vez e os p elos d e suas costas se arrepiam . Ele se
end ireita com suas cinco patas estranhas que o tornam quase tão alto quanto um
cachorro.
Um grunhid o fem inino cheio d e d or ecoa para m im e cerro os d entes. “Preciso d e
um a ajud inha aqui, Calli! Ou estou cantand o e ferrand o com nós d ois!”
Droga. Serei eu quem pagará as bebid as esta noite se ela cantar. Ou pior, explicand o
essa m issão com p licad a ao nosso chefe. Prefiro com prar bebid as inteiras d o bar e ser
pobre. Eu pulo sobre o gato, surpreend end o-o e enfiand o m inha ad aga em sua garganta
enquanto ele m e arranha e m ord e antes d e ficar im óvel em m eu s braços. Eu gentilm ente
o coloco no chão, fechand o os olhos por um m om ento. Eu am o anim ais, m as seja lá o
que for, a m orte foi um a m isericórd ia para eles. Tiro m inha ad aga d ela, sangue am arelo
e pegajoso escorrend o pela m inha m ão enquanto corro pelas ruín as até N erelyth. De
algum a form a, ela ficou sob um grand e ped aço d e ped ra m al encostad o na pared e ond e
está escond id a, e o m onstro está em cim a d ele, arranhand o a abertura e quase a
esm agand o. Vejo-a acenar com o braço para m im pela pequena abertura e susp iro. Só
existe um a m aneira d e capturar um m onstro. Aproxim e-se e torça p ara que isso não m e
com a.
Felizm ente, com a d istração d e N erelyth, o m onstro está d e costas para m im
enquanto puxo m inha cord a encantad a e a d eixo enrolar em m inha perna enquanto
corro pelas ruínas e fecho a d istância entre nós, m antend o m eus passos silenciosos. Os
olhos d e N erelyth se arregalam quand o ela m e vê, m as não paro quand o salto d e um a
saliência caíd a e caio nas costas d a criatura, grunhind o com o im pacto em m inhas
costelas inchad as, m as m inha ad aga d esliza facilm ente em suas costas. Sua pele parece
gosm a, e luto para segurá-la enquanto ela se end ireita com um rugid o, m as am arro
m inha cord a em volta d e seu pescoço com a outra m ão. O m onstro quase grita com o um
m ortal quand o eu o solto, d eslizand o pelas costas d o m onstro e caind o no chão. Eu
rastejo para trás enquanto a cord a se enrola m agicam ente ao red or d o m onstro até que
ele am arra suas pernas e cai para o lad o. A cord a não vai m atá -lo, m as ficará trancad o
assim por horas, d epend end o d a qualid ad e d o encantam ento.
Com um grunhid o, me levanto, lim po a gosm a d as m ãos e vou até ond e N erelyth
aind a está escond id a. Inclino a cabeça e olho para m inha parceira, que está d e olhos
fechad os. “Está resolvid o agora.”
N erelyth está d eitad a d e bruços sob a ped ra, com o cabelo ruivo espalhad o ao red or
d ela. Seu peito está se m ovend o rápid o quand o ela finalm ente abre os olhos e olha para
m im , arqueand o um a sobrancelha. "Obrigad o. De novo”, d igo a ela. “Pod em os ter
fod id o tud o.” Ofereço-lhe m inha m ão enquanto ela tira a poeira d e suas roupas d e
couro. "Algum a chance d e você m e am ar por salvá-lo e explicar isso ao chefe?"
“Sem chance,” ela ri enquanto eu a ajud o a sair, a luz brilhand o d o sol brilhante
pairand o sobre nós. N ós d ois param os para olh ar para o m onstro, que está tentand o
escapar d a cord a. “Terceiro este m ês. De ond e você acha que eles vêm ?
“N ão faço id eia”, m urm uro, olhand o para o m onstro com d esconfiança. “N ão tenho
certeza se o MAD sabe d e ond e vêm os híbrid os. Eles aind a nos enviam a legrem ente
sem nenhu m aviso d e que este não era um trabalho norm al. Id iotas.
Ela encolhe os om bros esbeltos, separand o partículas d e poeira de seu im pecável
cabelo ruivo escuro que vai até a cintura, que com bina com os cachos verm elhos d e
m arcas d e água ao red or d e sua bochecha, que vão d o pescoço até as costas. Tenho
certeza d e que estou m uito pior d o que ela e nem estou tentand o tirar o cabelo d a trança
para arrum ar. “O d inheiro vale a pena.”
Mentira. Estou na Divisão d e Aquisições d e Monstros, tam bém con hecid a com o
MAD, há três anos, e o salário nunca foi bom em com paração com as outras d ivisões, e
nós d ois sabem os d isso. Com o todo m und o d iz, você tem que estar literalm ente louco
para sobreviver no MAD por m ais d e um m ês.
A m aioria d os execu tores, com o nós, são enviad os para cá com o punição por
fazerem m erd a. N ão tive escolha a não ser aceitar esse em prego, pois era tud o o que
consegui com m inha form ação, falta d e d inheiro e pouca id ad e, quand o com ecei com
apenas d ezoito anos. Olho para m eu parceiro d e apenas um ano e m e pergunto
novam ente por que um a sirene está funcionand o em um a d as d ivisões m ais ruins d a
Cid ad e Etérea. As sereias são um a d as raças m ais ricas, e os poucos que conheço
trabalham no topo d os executores. N ão no fund o, com o nós, o que m e faz questionar os
m otivos d o m eu am igo para estar aqui com igo m ais um a vez. “Bebid as esta noite?”
“Você sabe d isso”, d iz ela com um sorriso am igável e olhos verd es cansad os e
virid escentes. “Vou enviar um a Cham a para trazer alguns executores aqui para prend ê -
lo. Volte para o escritório e boa sorte.”
Eu gem o e envio um a oração silenciosa à própria d eusa d ragão para m e salvar.

Atravesso a m ovim entad a rua d o m ercad o e olho para a sed e d a Executiva enquanto
estou na calçad a. As ruas ao m eu red or estão cheia s d e m ortais e sobrenaturais ind o ou
voltand o d a agitação d o m ercad o para comprar m ercad orias, comid a ou quase tud o o
que quiserem . A colina d o m ercad o fica bem no topo d a cid ad e e é o m aior m ercad o d a
Cid ad e Etérea. Cavalos feéricos esperam perto d as carr oças d e seu s d onos ao lad o do
cam inho principal, e por um m om ento olho um cavalo branco e m acio próxim o e
ad m iro sua pelagem brilhante.
Deste ponto, posso ver quase tod a a Cid ad e Etérea, d esd e os elaborad os setecentos e
quatro arranha-céus até o m ar verd e-esm erald a e a baía circular na parte inferior d a
cid ad e. A Cid ad e Etérea foi criad a há m ais d e d ois m il anos, e a baía é aind a m ais antiga
que isso. Dezenas, senão centenas, d e navios alinham -se nos portos e parecem linhas
pratead as brilhantes no m ar verd e cristalino. Além d isso, os m ares agitad os d o m aior
lago d o m und o estend em -se até ao horizonte e m uito m ais além .
A m aior parte d e Wyvcelm é esta terra, envolta nos m ares d e joias entre a Cid ad e
Etérea e a Cid ad e Gold w ay, d o outro lad o. Existem algum as ilh as fora d o continente, e
quero visitar um a d elas um d ia, quand o for rico o suficiente. Junepit City, as terras d o
prazer. Balanço a cabeça, afastand o esse sonho para m e concentrar nos Mares Joias, e
penso em N erelyth toda vez que a vejo.
Os Mares Joias são governados pelo Rei das Sereias, e ninguém viaja por eles a
m enos que você seja um a sereia, escoltad o por sereias ou queira m orrer. N erelyth m e
contou um a vez sobre com o passar pelas corred eiras rápid as e cheias d e criaturas e
pelos canais estreitos d os p enhascos torna quase im possível sobreviver por m uito
tem po, a m enos que você conheça o cam inho e possa controlar a água. Acim a d o nível
d o m ar é pior à m ed id a que tornad os encantad os alcançam o céu, girand o
constantem ente sobre as águas controlad as pelas p róprias sirenes. É por isso que eles
são um a d as raças m ais ricas d e Wyvcelm , porque se as sirenes não controlassem os
tornad os, eles d estruiriam tanto a Cid ad e Etérea quanto a Cid ad e Gold w ay, acaband o
com m ilhares d e vid as. Mas eles não são m ais ricos que os Fae que governam nossas
terras e os pagam para nos m anter seguros.
Viro para a d ireita, olhand o para o castelo que se ergue sobre tod a a cid ad e. Suas
torres pretas em espiral, telhad os d e ard ósia brilhantes e janelas pratead as cintilantes
fazem com que ele se d estaque em qualquer lugar d a cid ad e ond e estou. Foi feito d essa
form a, para garantir que sem pre saberem os quem nos governa. A im ortal Rainha Fae.
N ossa rainha m ora naquele palácio e viveu tod a a sua vid a im ortal. Milhares d e anos, se
os livros d e história estiverem certos e a nossa rainha com o reinad o m ais longo até
hoje. Ela nos m antém protegid os d os perigos fora d os m uros d a cid ad e, d o Rei Wyern e
d e seu clã d e Wyerns que vivem nas Terras Esquecid as. Eles são os verd ad eiros
m onstros d o nosso m und o.
Um a brisa fria e salgad a sopra ao m eu red or, e eu trem o quand o saio d os m eus
pensam entos e olho para o préd io ond e vou tod os os d ias. O Quartel-General d o
Enforcer, um d os d oze d a cid ad e, e tod os parecem exatam ente iguais. Pilares sim étricos
revestem o contorno d o ed ifício d e d ois and ares que se estend e até m uito atrás.
Arbustos perfeitam ente aparad os form am um quad rad o ao red or d o piso inferior, e três
escad as levam à plataform a d o lad o d e fora d a enorm e porta principal. Tud o é preto,
d esd e a ped ra até os arbustos, exceto a porta branca, que está sem pre aberta e sem pre
guard ad a por novos executores juniores. Subo os cento e cinquenta e d ois d egraus até
as portas, e am bos os executores acenam para m im , m e d eixand o entrar sem precisar
verificar m inha id entid ad e. Tenho certeza de que já ouviram falar d e m im - e não no
bom sentid o. Minha lista d e id iotas tem um quilôm etro d e com primento.
Olho para a jovem executora, um a m ulher com batom verm elho cereja e cabelo
preto, e m e pergunto por que ela escolheu se in screver para ser executora. Duvid o que
ela fosse com o eu, recém -saíd a d o sistem a d e ad oção e sem outras opções d ecentes além
d esta. Muitos não querem esse em prego e, com a escolarid ad e ad equad a, não precisam
aceitá-lo. É um trabalho árd uo e longas horas... e m orrem os m uito. Tive a sorte d e
escapar d a m orte algum as vezes e, a cad a vez, agrad eço à d eusa d ragão por m e salvar.
Sorrio para o executor júnior e entro no préd io, atravessand o o piso d e m árm ore preto
brilhante e ind o até a recepcionista, Wend y, que está sentad a atrás d e um a pared e de
vid ro e d e um a pequena e arrum ad a m esa d e carvalho. Gosto d e Wend y, que é m eio
bruxa, m as não uso isso contra ela. Seu cabelo preto está enrolad o e preso em u m coque,
e ela está usand o um a saia longa azul e um a blusa bran ca. “Olá, Caliophe. Senti sua
falta ontem d urante a reunião trim estral.”
"Desculpe por isso. Caça a m onstros e tud o m ais,” eu d igo com um sorriso genuíno,
m esm o que não sinta m uito por ter perd id o outra reunião chata. "Ele está aí?"
Ela acena para os d egraus ao lad o d e seu escritório que levam ao único escritório
com pleto no and ar superior. Tod os nós tem os escritórios abaixo d o d ele. O chefe
certificou -se d e que ele tivesse o único quarto acim a quand o foi transferid o para cá, há
um ano. Seus olhos escuros, quase pretos, piscam nervosam ente. "Lá em cim a. Ele não
está d e bom hum or esta noite.
“Brilhante”, d igo com firm eza e respiro fund o. “Obrigado, Wend y. Vejo você por aí
se eu sobreviver ao m au hum or d o chefe.”
“Boa sorte”, ela sussu rra para m im antes d e eu cam inhar até as escad as e subir ao
nível superior. Estou feliz por ter aproveitad o o tem po para m e trocar rapid am ente,
colocand o um a blusa preta e jeans preto d e cintura alta. Meu cabelo rosa flui pelos
om bros até o m eio d as costas, m e lem brand o que preciso cortar o cabelo logo.
Quand o chego ao topo d a escad a, paro para olhar o espaço gigantesco para o qual
raram ente sou convidad a, notand o com o cheira a ele. Masculino, m entolad o e fresco,
que com bina com o espaço que reivind ica. Enorm es janelas d o chão ao t eto se estend em
pela área d os fund os, proporcionand o vistas m agníficas d o castelo d as fad as na colina e
d o resto d a cid ad e abaixo d ele. As torres, os pequenos ed ifícios, as pessoas são fáceis d e
ver d este ponto d e vista. O sol se põe lentam ente ao longe, lançand o cascatas d e lu z
tangerina, am arelo-lim ão e verm elho escarlate nas pontas d os ed ifícios e no chão preto
brilhante. A luz se esp alha pelas m inhas botas quand o entro na sala e finalm ente olho
para ele. Ele está sentad o à sua m esa, a única peça d e m obília em tod o esse espaço
enorm e, e sobre a m esa há um a Cham a.
As cham as são pequenos gnom os verm elhos que usam as cham as p ara viajar d e um
lugar para outro e, em geral, são pragas úteis. A cid ad e está cheia d eles e por um a
m oed a eles enviarão um a m ensagem para você. Ouvi d izer que você pod e ped ir às
Cham as para enviarem o que quiser, até m esm o a m orte, para outra pessoa, m as isso
tem um preço que só a própria d eusa d ragão pod eria suportar. Eles são criaturas
antigas e não d evem ser confund id as. Eu não ousaria ped ir m ais d o que um a
m ensagem , e poucos o fariam . A Cham a olha para m im com seu s olhos negros sem
alm a e então d esaparece em um lam pejo d e cham as, d eixand o brasas saltand o sobre a
m esa.
Merrick olha para m im com seu s lind os olhos cinza -escuros e a sala fica tensa.
Alguns d iriam que seus olhos são incolores, m as n ão acho que isso seja verd ad e. Seus
olhos são um reflexo perfeito d e qualquer cor d a sala, e há outros que afirm am que seu s
olhos cinzentos sugerem que ele tem sangue angelical. O que é ridículo. Diz -se que as
Crianças Angélicas, u m a raça tão rara que quase nunca as vem os, são infinitam ente
gentis.
N ão há nad a d e bom ou gentil em Merrick N ight. Meu chefe. Seu cabelo castanho
escuro está perfeitam ente pentead o com gel, sem nenhum a ousad ia d e estar errad o, e é
m uito parecid o com o terno preto caro, a gravata preta perfeita, a cam isa branca
im pecável enfiad a nas calças pretas que ele usa, tud o caro. Ele não usa os couros d o
executor, m aterial feito m agicam ente, e nunca explicou por quê.
Paro d iante d e sua m esa e cruzo os braços.
“Você quer se explicar ou d evo com eçar, Srta. Sprite?”
Sua voz profund a, arrogante e arrogante m e irrita, pois am bos sabem os que ele sabe
o que aconteceu – e por quê. Mas tud o bem , se vam os jogar este jogo.
Resisto à vontad e d e olhar furioso para m eu chefe, não querend o ser d em itid o,
enquanto levanto o queixo. “Vou com eçar, chefe. Disseram -nos que era um sim ples
m onstro à solta no lado esquerd o d a cid ad e – Distrito d e Yenrtic. Foi sugerid o que um
lobisom em exilad o havia assassinad o m ortais, e eles nos cham aram para acolhê -lo. Isso
foi tud o o que nos d isseram , e fom os caçá-lo conform e nosso trabalho. Ele pod e ter sid o
parte lobisom em um a vez, m as não era m ais quand o o encontram os. Ele era um
híbrid o, d istorcid o e transform ad o em algo ind escritível, m as tenho certeza que
pod em os fazer um a visita se você quiser ver.”
“Isso não será necessário, Srta. Sprite”, ele respond e friam ente, passand o os olhos
por m im um a vez.
Eu cerro os d entes. “Foi um a m issão d ifícil. Estávam os d espreparad os para isso, e
nenhum a d as táticas u suais para d errubar um shifter funcionou. Deu um pouco errad o
d esd e o início e peço d esculpas por isso.”
“Um pouco errad o”, ele repete lentam ente m inha resposta.
Aqui vam os nós.
Ele se levanta d a m esa e vai até a janela. "Venha com igo."
Eu relutantem ente o sigo, ficand o ao seu lado enquanto ele se eleva sobre m im . Eu
od eio ser baixinho às vezes. “Um pou co errad o é quand o você com ete um pequeno erro
que ninguém percebe o que você fez e isso não cham a a atenção. MAD é conhecid o por
lid ar d iscretam ente com seres sobrenaturais que se transform aram em m onstros, para a
rainha. Destruir d ois ed ifícios sugeriria que tud o d eu m uito errad o e exatam ente o
oposto d o qu e o seu trabalho representa.”
"Chefe-"
“E além d isso, m eu chefe está respirand o no m eu pescoço para d em itir você. Ele está
questionand o por que d ois d os m eu s associad os juniores conseguiram d e algum a form a
d estruir d ois préd ios caros. Explique-m e isso. Agora, senhorita Sprite.
“Tecnicam ente, o m onstro d estruiu os préd ios quand o teve um acesso d e raiva e
reagiu m al ao acônito encantad o”, respond o calm am ente.
“Se você estava com d ificuld ad es, d everia ter ped id o ajud a ”, ele ord ena. “N ão
assum i a responsabilid ad e com um novo executor.”
“N ão tivem os tem po, ou ele teria escapad o e m atado m ais m ortais”, respond o
bruscam ente. “Esse não é o verd ad eiro trabalho? Para salvar vid as?
Um silêncio constranged or paira entre nós, e eu m e preparo para sua resposta.
“Você d everia instruir seu parceiro sobre com o enfrentar monstros d e m aneira
responsável. O que você fez hoje foi ensinar a ela que você pod e enfrentar um híbrid o,
sozinho, e d e algum a form a sobreviver pela pele d os d entes. Quand o ela sair e repetir
sua lição sozinha, ela ficará m agoad a. Até m orrer.”
A culpa pressiona m eu peito. “Mas, chefe—”
“Sim , senhorita Sprite?” ele interrom pe, m e d esafiand o a d izer qualquer coisa, m as
sinto muito com aqueles olhos cinzentos e frios d ele. Quand o conheci Merrick N ight,
pensei que ele era o m ortal m ais sed utor que já conheci. Então ele abriu seus lábios
perfeitam ente m od elad os e m e fez querer d ar um soco nele.
Prim eiro olho para longe e para a cid ad e, os últim os raios d e luz desaparecend o no
horizonte. “Tem havid o tantas d essas criaturas híbrid as recentem ente, por tod o
Wyvcelm . Tenho contatos em Junepit e Gold w ay City que m e d isseram isso. De ond e
eles vêm ? O que os fez ficar assim ?”
“Isso é confid encial, senhorita Sprite”, ele respond e friam ente. Basicam ente, ped ir
está bem acim a d o m eu nível salarial.
“Provavelm ente não é m ais seguro que todos saiam em d uplas em m issões com o
esta”, contraponho.
“Sua única d efesa é que você protegeu o m onstro sem que a Srta. Mist usasse a voz ”,
d iz ele com um a pitada d e d iversão. “Isso teria sid o um a verd ad eira m erd a para tod os
nós lid arm os.”
Fod a-se seria um eufem ism o. O pod er m ais m ortal d as sereias, entre m uitos, é a sua
voz encantad a quand o cantam a antiga língua d as fad as. Instantaneam ente, ela atrairia
tod os os hom ens d a vizinhança para ela, m o nstros ou não, e eles se curvariam som ente
a ela. Mulheres m ortais com o eu ficariam gritand o para que a d eusa d ragão nos
salvasse, tapand o os ouvid os com as m ãos, im plorand o pela m orte. Sua voz se estend e
por pelo m enos três a cinco quilôm etros, e apenas u m a fad a d e sangue puro pod e
resistir a ela. Só ouvi isso um a vez e, pessoalm ente, nunca m ais qu ero ouvir isso. Aind a
posso ouvi-lo agora, com o um eco antigo qu e m e atrai para ela, u m lam pejo d o antigo
pod er d as sereias que governavam este m und o antes que a s fad as subissem ao pod er.
“Estou d em itid o ou posso ir em bora, chefe?”
Ele entrelaça os d ed os, recostand o-se na cad eira, que range. “Estou ansioso para
d escontar seu pagam ento por isso. Mas não vou. N ão d essa vez. Você pod e ir."
“Obrigad a”, d igo sarcasticam ente e giro nos calcanhares.
“Senhorita Sprite?” Paro no m eio do cam inho e olho para ele. “N ão m e faça
arrepend er d e ter sid o tolerante com você hoje. Você d everia saber m elhor."
Concord o com a cabeça antes d e m e virar. “Id iota d e m erd a,” eu sussurro baixinho.
Ele não é sobrenatural, e eu sei que ele não pod e m e ouvir, e não é com o se eu pud esse
cham á-lo assim na cara. Então eu seria d em itid o com certeza. Aind a assim , tenho
certeza d e que o ouvi rir baixinho.
Desço as escad as corrend o e m e d espeço d e Wend y antes d e sair d o préd io d a
fiscalização e ir para o Royal Bank, d o outro lad o d o m ercad o. Retiro m eu salário d iário,
estrem ecend o porque não é tanto quanto preciso, m as algum as ce ntenas d e m oed as
resolverão tud o, e trabalharei em turno d uplo no final d esta sem ana para pod er com er
pelo resto do d ia. sem ana.
Depois d e percorrer o m ercad o e pegar algum as carnes secas, entro no com plexo
ond e fica m eu apartam ento, ouvind o a velha torre ranger e gem er ao vento. Meu
apartam ento tem quatrocentos e sete d os oitocentos apartam entos d e tod o o ed ifício e é
propried ad e d a Rainha Fae, com o tod o o resto. Tenho sorte d e ter conseguid o um lugar
aqui, num lad o d ecente d a cid ad e, e é tud o pelo que ten ho trabalhad o d urante m uito
tem po. Subo os passos d ois d e cad a vez até chegar ao nível cem . O corred or está repleto
d e bicicletas, brinqued os e plantas, com o em tod os os níveis fam iliares.
Bato d uas vezes na porta cento e sete antes d e abri-la com a chave e entrar.
“Sou só eu ”, grito ao sentir com o está frio aqui e ligo o aquecim ento m ágico. O
tem po está sem pre mud and o m uito rapid am ente. Alguns d izem que é a raiva dos
d euses antigos que m ud a o clim a d e quente para frio em um d ia. Pagarei essa conta
m ais tard e, d e qualquer m aneira. “Louie?”
“Aqui”, Louie grita d e volta, e eu sigo seu grito para encontrá -lo na área d e estar d a
cozinha em plano aberto, tam bém ond e ele tem um a pequena cam a em purrad a d e um
lad o. As pared es estão rachad as, o papel crem e d escascand o, m as é a m esm a coisa na
m aioria d os apartam entos. Louie está sentad o na cam a, jogand o um a bola laranja para o
alto e pegand o-a repetid am ente. Louie pega a bola m ais um a vez antes d e se sentar,
tirand o m echas d e seu cabelo preto d os olhos.
"Com o foi a escola?" Eu questiono, encostand o-m e na pared e.
“Chato e previsível. O Sr. French m e d isse que eu era inteligente d em ais para a aula
e sugeriu que eu m e juntasse ao exército Fae. De novo ”, ele m e d iz, e m eu coração d á
um salto por um segund o até vê-lo rir. "Eu não sou louco. Obviam ente."
Após os d ez anos d e id ad e, qualquer hom em ou m ulher pod e ingressar no exército
feérico e ser treinad o para lutar pela rainha, m as terá que tom ar o soro. O soro é um a
m istura encantad a qu e transform a qualquer m ortal em um a fad a d e sangue puro e
força um vínculo entre quem o tom a e a rainha. O que significa qu e ninguém que tom e
o soro pod erá traí-la. Certa vez, pensei em m e ju ntar ao exército fae quand o as coisas
estavam d ifíceis e eu estava m orrend o d e fom e, m as nunca esquecerei as outras crianças
ad otivas nas casas que m orreram por causa d o soro. Cerca d e d ez por cento
sobrevivem . N unca d eixarei Louie correr um risco com o esse. N em m esm o pelas
riquezas e segurança e pela prom essa d e pod er que a Rainha Fae oferece.
Estou perd id o em m eus pensam entos. N em percebo que Louie sai d a cam a e vem
até m im . Seus olhos são com o prata d erretid a, assim com o os d e seu pai. "Você parece
cansad o."
“Olá, que bom ver você tam bém . Com o está sua m ãe hoje?
“O m esm o,” ele d iz calm am ente, passand o por m im e abrind o a porta d o quarto
d ela. A m ãe d ele já foi m inha m ãe ad otiva e a única viva. Olho para ela em sua cam a,
seu corpo m agro coberto por um brilho azul anorm al enquanto ela paira levem ente
sobre os lençóis. H á cinco anos, fom os atacad os pelo m onstro que m e caçou d urante
tod a a m inha vid a. Cinco anos atrás, seu com panheiro pulou na frente d ela para salvar
sua vid a, eles quebraram um a pared e e ela bateu a cabeça na beirad a d e um a porta.
Meu pai ad otivo foi a única razão pela qual m e tornei um executor – porque ele era um .
A Guild a d os Executores pagou por este apartam ento e por um sono m agicam ente
protegid o até que ela pud esse ser acord ad a, não que possam os nos d ar ao luxo d e fazer
isso, e a sim patia d a Guild a só se estend eu até certo ponto.
Este foi m eu d écim o prim eiro lar ad otivo, o últim o que visitei antes d e com pletar
d ezesseis anos e envelhecer. Lem bro-m e d e chegar aqui, com m ed o, e d e conhecer o
Louie, que m e abraçou. Eu não era abraçad o há anos e isso m e chocou. Aind a foi um
d os d ias m ais felizes d a m inha vid a.
Vou até ela, acariciand o seus cabelos ruivos grisalhos e su spirand o. Eu faria
qualquer coisa para pod er acord á-la. Para Louie. Para m im .
Deixo três quartos d o m eu salário d e lad o e Louie olha para o dinheiro, bem no
m om ento em que seu estôm ago ronca. Eu sorrio e aceno com a cabeça. “Devo ir bu scar
algo para nós?” ele pergunta.
“E d urante a sem ana. Para você”, d igo a ele, bagunçand o seu cabelo.
“Obrigad o”, ele d iz calm am ente. “Um d ia, serei um executor com o você e pagarei
por tod os esses anos. Eu vou proteger você.”
“Você é m eu irm ão em tod os os sentidos que im portam , e a fam ília não tem dívid as
com o essa”, d igo gentilm ente a ele. “E com o quão inteligente você é, espero pela d eusa
que você se torne alguém m uito m elhor d o que eu.”
“Im possível”, d iz ele com um sorriso.
“Tenha cuid ad o nas ruas”, eu o aviso enquanto ele pega algum as m oed as e as enfia
nas calças m arrons d esbotad as. Preciso com prar roupas novas para ele logo, a julgar
pelos rasgos e buracos em sua cam isa azul. Um a coisa que ad oro no Louie é que ele
nunca reclam a, nu nca ped e roupas ou qualquer coisa que cu ste d inheiro, exceto
com id a. Eu gostaria d e pod er d ar m ais a ele, m as não posso.
“Os m onstros não conseguem m e pegar, sou m uito rápid o ”, ele exclam a antes d e
sair corrend o pela porta.
Eu rio enquanto m e sento na cad eira ao lad o d a cam a d ela, pegand o sua m ão pálid a.
“Ele não tem a m enor id eia, não é, m ãe? Mas ele se parece m uito com o pai.
O silêncio e o zum bid o suave d a m agia que a cerca são m inha única resposta, e nem
consigo m ais lem brar com o é a voz d ela. Ela foi m inha m ãe ad otiva por alguns anos,
m uito m ais d o que qu alquer um a d as outras d ez antes d ela, e sem pre m e ped ia para
ligar para a mãe dela . “Um d ia, vou acord ar você para que você possa ver Louie se
tornand o um hom em forte. Vou garantir que ele consiga um bom em prego e fique
longe d os verd ad eiros perigos d esta cid ad e.”
Espero que ela possa m e ouvir. Espero que saber que estou aqui lhe d ê algum
conforto, m as um a parte d e m im se pergunta se ela ficaria ressentid a com igo. Eu sou a
razão d ela ser assim . Eu sou a razão pela qual o com panheiro d ela está m orto. Fecho os
olhos e solto um suspiro trêm ulo. O m onstro não volta há anos, e não tenho m otivos
para suspeitar que ele voltará agora. Mas se ele o fizer, d esta vez não serei um a criança
ind efesa, incapaz d e im ped i-lo d e assassinar os m eus pais ad otivos. N ão sei se ele
m atou m eus pais biológicos, ninguém sabe, m as ele m atou tod as as fam ílias d e
executores que m e acolheram . Tento não pensar nisso, em tod as as m ortes que m e
assom braram com o ele fez. Meu m onstro, m inha som bra à espreita. Fico com m inha
m ãe ad otiva um pouco m ais antes d e lim par a casa, lavar e arrum ar o quarto d ela antes
d e Louie voltar, e então preparam os o jantar juntos antes d e com er.
“Posso ir até a sua casa para jogar um jogo d e reis?” ele pergunta, referind o-se ao
jogo d e cartas que jogam os nas noites tranquilas, especialm ente nos fins d e sem ana
com o hoje, enquanto eu lavo e ele seca os pratos.
“Eu norm alm ente convid aria você, m as vou m e encontrar com N erelyth para beber
esta noite. É o aniversário d ela,” eu d igo a ele suavem ente. A m aioria d as crianças d a
id ad e d ele prefere brincar com os am igos e recebê-los, m as Louie nunca foi bom em
fazer am igos. Ele guard a para si m esm o.
“Tud o bem ”, ele respond e, sua voz tingid a d e tristeza. Solid ão. Ele só tem eu e a
m ãe d ele, m as ela não pod e ler histórias para ele, brincar e ajud ar no com plicad o
trabalho d e encantam ento que ele está aprend end o na escola. D epois d e pegar m inha
bolsa, beijo o topo de sua cabeça antes d e sair, fechand o a porta atrás d e m im e
d escansand o m inha cabeça contra ela, m eu s olhos caíd os. Estou tão cansad o e preciso
d e um a longa soneca, não d e um a noite d e festa pelo aniversário d e N er elyth.
Suspiro e m e afasto da pared e antes d e ir para o m eu apartam ento. É parcialm ente
pago pela Enforcer Guild , um a d as coisas d ecentes que eles fazem pelos seu s
funcionários. O céu noturno brilha com o m il luas quand o chego ao m eu and ar e olho
para o teto solar lá em cim a. Três luas reais estão pend urad as em algum lugar no céu,
m as não consigo vê-las d aqui, e gostaria d e pod er. Dizem que olhar para as três luas e
fazer um ped id o é a ú nica m aneira d a d eu sa d ragão ouvir você. Tenho certeza d e que
não é verd ad e, m as às vezes aind a olho para cim a e d esejo. Enfio a chave na fechad ura,
m e perguntand o se aind a sobrou algum vinho encantad o d a últim a vez que N erelyth
apareceu, e entro em m eu apartam ento frio. Se eu m e vestir rápid o, talvez até tenha
tem po d e term inar o livro d e rom ance extrem am ente picante que li ontem à noite, a
cam inho d o bar.
— Posy, ond e você está? Grito enquanto entro. “Com prei algum as d aquelas tiras d e
carne que você gosta no m ercad o, já que vou sair hoje à noite com N erelyth. É
aniversário d ela, lem bra?
Estive quase ausente nos últim os d ois d ias e não tive m uito tem po para ficar com
Posy – m inha colega de quarto, que por acaso é um m orcego e ficou assim graças a um a
m ald ição d e bruxa. Deixo m inha bolsa d e lad o e olho em volta na escurid ão antes d e
suspirar. Estaland o m eus d ed os, bolas d e luz branca quente d entro d e pequenas esferas
d e vid ro inund am m eu apartam ento com a luz d e ond e estão fixad as na pared e.
Procuro na área principal, um a pequena cozinha com d ois balcões, um a caixa m ágica d e
arm azenam ento d e com id a e u m grand e sofá gasto encostad o na pared e. Percebo que
está qu ase igual a quand o m e m ud ei, exceto pelas d uas estantes no corredor que levam
ao banheiro e ao quarto, cheias d e livros d e rom ance que colecionei ao longo dos anos.
Meus bens preciosos.
Escapism o no seu m elhor.
“Posy, vam os lá. Você aind a não pod e estar com raiva d e m im ? Grito d e frustração
enquanto entro no m inúsculo banheiro, que está vazio. “Os m orcegos são noturnos,
então sei que você está acord ad o e m e ignorand o, m as não tenho tem po d e persegui-lo
neste apartam ento a noite tod a.”
Ouço um pequeno farfalhar vind o d o m eu quarto e sorrio enquanto m e aproxim o e
em purro a porta.
Estaland o m eus d ed os, d uas luzes ganham vid a acim a d a m inha cam a, e eu fico
im óvel. Meu coração quase para porque não é Posy que está no m eu quarto.
H á um m onstro sentad o na m inha cam a.
Leitura bônus de Herdeiro de
Monstros
Asas grand es.
Pele cinzenta.
Om bros m uscu losos e m aciços e braços grossos.
"Dar o fora!" Eu grito, um grito m orrend o na m inha garganta enquanto d ou um
passo para longe. Tiro m inha ad aga d o prend ed or em m inha coxa e a seguro entre nós
enquanto procuro rapid am ente por Posy, sem vê-la em lugar nenhum . Tem um m ald ito
m onstro no m eu quarto.
Um a ond a d e m agia atinge m inha m ão, a d or é fria e penetrante. Minha ad aga gira
pela sala enquanto eu recuo, e ela se crava na pared e com u m baque surd o. O m onstro
nem levanta a cabeça. Ele está... lend o m eu livro d e rom ance picante, entre tod as as
coisas, enquanto se senta na m inha cam a. Minha cam a d e casal parece pequena com ele
sentad o ali, o cabelo escuro m acio e caind o sobre os om bros.
Que porra é essa?
Meus olhos se arregalam quand o olho para esse m onstro. Ele é um hom em . Disso eu
tenho certeza, e ele é enorm e. Ele está sentado no m eio d a m inha cam a, lend o m eu livro
d a noite passad a, parecend o que d everia estar ali. Sua pele é cin za escura e quase
avelud ad a. Enorm es asas negras se estend em d e suas costas, m as estão puxad as para os
lad os. Chifres negros se enrolam no topo d e seu cabelo preto e grosso em sua cabeça, e
se ele não fosse um m onstro, eu pod eria até dizer que ele é bonito . Ele está sem cam isa e
d e calça, m as um a pequena parte estranha de m im se concentra na falta d e cam isa por
um segund o. N inguém fica tão bem sem cam isa - exceto esse m onstro, ao que parece.
Ele é tão grand e e tenho certeza que pod eria m e quebrar com o um ga lho. quem
d iabos é ele? O que ele é? Mais im portante aind a, por que ele está no m eu quarto?
“Este é um livro interessante para um a corça inocente com o você ler, Calliophe
Maryann Sprite.”
Eu congelo, m eu coração batend o forte enquanto sua voz profund a e se nsual enche
m eu quarto. Com o ele sabe m eu nom e com pleto?
Ele olha para m im com olhos am etistas assu stad oram ente lind os e sorri. “Sem
palavras, Doe?”
“Dê o fora d o m eu qu arto!” Eu grito, pegand o a coisa m ais próxim a na m inha m esa
lateral e jogand o nele. Ele pega o ursinho d e pelúcia roxo na m ão e levanta um a
sobrancelha enquanto seus lábios se contraem d e hum or.
“N ão corra”, ele ronrona.
Eu olho furioso enquanto pego a próxim a coisa, que é u m a estátua barata d a d eusa,
e jogo isso d ireto para ele. A estátua bate em sua m ão, se d esped aça com o im pacto, e
ele sim plesm ente su sp ira d e aborrecim ento quand o com eça a se levantar. Minha velha
cam a range quand o pego m eus preciosos livros d o corredor enquanto m e afasto e os
jogo nele enquanto m e retiro. Ele pega todos eles com o se fosse u m jogo. N ão consigo
ouvir nad a além d o batim ento card íaco e não consigo ver nad a além d aquelas asas que
m e assom bram há tantos anos. Meu m onstro tinha asas. É tud o o que m e lem bro d ele
antes d e m atar todos os pais que tive.
Asas. A batid a d e asas enche m eu s ouvid os enquanto eu queim o d e raiva. Meu
m onstro está d e volta para m e m atar. Viro-m e e corro para o sofá, puland o nele
enquanto retiro as d uas ad agas que escond i d e um lad o e m e agacho no canto. Ele
cam inha casualm ente pelo corredor e bloqueia o cam inho para a única saíd a d o m eu
apartam ento enquanto m e encara e cruza os braços. “Você realm ente acred ita que você,
um pequeno m ortal, será capaz d e m e im ped ir?”
"Aproxim a-te. Descubra,” eu provoco. Se ele vai m e m atar, eu vou lutar. N ão
sobrevivi a m onstros tod os esses anos, durante tod a a m inha vid a, para m orrer
facilm ente nas m ãos d e um .
Ele ri, o som é profund o e assustad or. Filho d a puta arrogante—
Vejo um flash preto logo antes d e Posy voar d ireto para o rosto d ele, arranhand o -o
com suas m inúsculas asas d e m orcego, quase roxas. Posy é apenas um m orcego
m inúsculo e não tem m ais d o tam anho d e sua m ão quand o ele a agarra pela nuca e a
segura na frente d ele. Ela aind a luta. Quanto m ais olho para ele, percebo que ele não
pod e ser o m onstro qu e m e caçou. Aqueles olhos roxos não são pretos, escuros e frios
com o os d o m eu m onstro. Aind a assim , essas asas... m eu m onstro d eve ser o que é. "O
que é esta coisa?" ele p ergunta.
Eu riria se ele não estivesse tentand o m e m atar. Posy grita: “Morra, m orra, morra.
Seu m onstro sobrenatural! Esta é a m inha casa e não m e im porta o quão excitad a m inha
colega d e quarto esteja. Ela não está fod end o um m onstro quand o estou m orand o
aqui!”
Pelos d euses antigos. Minhas bochechas queim am .
O m onstro sorri e olha para m im . “Você tem um m orcego falante.”
"Deixe ela ir!" — exijo enquanto olho entre eles e a porta. N ão sei com o conseguirei
chegar até a porta para correr se for atrás d e Posy.
Ele su spira, e Posy aind a está reclam and o, sem saber q ue ninguém a está ouvind o
m ais. Ou o fato d e esse m onstro não ser m eu par e estar aqui para m e m atar. "N ão.
Estam os d e saíd a."
“N ão estam os”, d igo ao m esm o tem po que Posy d eclara: “Finalm ente. Vá até a casa
d o m onstro e faça a sujeira. Entre m e m anter aqui com o seu anim al d e estim ação e seu
novo com panheiro d e fod a, acho que você tem um a qued a estranha por m orcegos.
“N ós, m orcegos, pod em os ser m uito d ivertid os”, concord a o m onstro com um a
pitad a d e d iversão seca que o faz parecer quase m ortal. Quase. Ele nã o é m uito.
Ele solta Posy e ela entra voand o no m eu quarto, batend o a porta. Preciso d e um
com panheiro d e quarto/ anim al d e estim ação m elhor. Posy é um a m erd a.
“Então vá se d ivertir em outro lugar, ou vou prend er essas su as lind as asas na
m inha pared e,” eu d igo, segurand o as ad agas m ais alto. Por que ele aind a não usou sua
m agia para m e livrar d eles aind a flutua no fund o d a m inha m ente. Talvez ele esteja
brincand o com igo. “O que você é, afinal?”
“Wyern”, ele respond e friam ente. “Você não viu nenhum em sua carreira?”
N ão, não o fiz, ou estaria m uito m orto. Meu sangue gela quand o eu o acolho, um
hom em Wyern, na m inha sala d e estar. Os Wyerns são im ortais, m ortais e tod os sabem
que estão proibid os de entrar na Cid ad e Etérea. Alguns d izem que eles são Fae – um a
antiga raça d eles. Alguns d izem que foram criad os pelas fad as e nascem m onstros.
Eu d everia saber que ele não é um m onstro. N ão exatam ente, m as não m uito longe
d e ser um . Pelo que sei, os Wyerns vivem nas Terras Esquecid as, u m castigo d a m inha
rainha pela guerra que iniciaram há m ilhares d e anos. Alguns d izem que as sereias se
aliaram à Rainha Fae foi a única m aneira d e vencerm os.
Um m acho Wyern treinad o pod e abater d ez fad as treinad as em m inutos.
Meu coração d ispara enquanto absorvo tud o isso. Se eu ped ir a jud a e eles m e
encontrarem aqui com ele, m esm o que ele esteja tentand o m e m atar ou m e levar para
algum lugar, a rainha m e executará por traição. “Se a rainha encontrar você aqui, o que
ela fará, nós d ois estarem os m ortos. Deixar."
Ele d á um passo em m inha d ireção, com um sorriso d ivertid o nos lábios. “Sua
preciosa rainha ficaria m uito honrad a se eu aparecesse em sua cid ad e, m as talvez um
pouco zangad o por ter vind o atrás d e você e não para vê-la.”
"O que?"
Ele olha furioso para m im . “Vocês, m ortais, são realm ente tão d ensos? N ós. São.
Saind o."
“Certam ente não vamos a lugar nenhum !”
Ele d á outro passo à frente e eu com eço a m e afastar até que a parte d e trás d os m eus
joelhos toque o sofá.
Eu o ataquei com m inhas ad agas, cortand o seu braço, e ele borbulha d e s angue. Ele
nem percebe quand o agarra m inhas m ãos, ap ertand o com força su ficiente para que sou
forçad o a largar as ad agas com u m grito. Chuto sua canela, que parece um a ped ra e só
m e m achu ca, e ele m e agarra pela cintura e m e joga por cim a d o om bro com o se eu não
pesasse nad a. Eu grito e chuto seu estôm ago e bato m inhas m ãos em suas costas sólid as,
m as nad a faz seu braço se d esviar d e seu aperto d e ferro sobre m im .
A m agia m e envolve com firm eza, sua picad a gelad a queim a m inha pele, e eu sibilo
d e d or enquanto m inha cabeça gira. Eu od eio m agia.
"Me d eixar ir!" Eu grito sem parar. Ele apenas ri com o se isso fosse profund am ente
d ivertid o para ele quand o sai d o m eu apartam ento chutand o a porta d a frente. Eu olho
para cim a com horror quand o ele abre suas asas enorm es e a m agia nos ataca enquanto
ele sobe os lances d e escad a. As escad as sobem ao nosso red or enquanto eu grito,
abaixand o a cabeça enquanto m eu estôm ago parece que um m ilhão d e borboletas
ganharam vid a. Ele quebra o vid ro, ped aços d ele cortam m eus braços, e nos lança no
céu noturno acim a d a cid ad e. Suas asas batem perto do m eu rosto e paro d e tentar lutar
com ele. Se ele m e d eixar cair, estou m orto.
Isso não im ped e o ataque d e m agia que atinge m inha cabeça e m e d eixa inconsciente
segund os d epois, m e d eixand o sonhand o com asas e céus noturnos cheios d e estrelas.

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