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Guia Saúde da

Mulher
Integralidade Feminina: a mulher
além da mama e do útero

#outubrorosa
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA RIO GRANDE DO SUL
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE FARROUPILHA

Guia Saúde da
Mulher
Integralidade Feminina: a mulher
além da mama e do útero

Farroupilha, RS
2020
2020, ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO RIO GRANDE DO SUL

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a


fonte.
Esta obra pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca da Escola de Saúde
Pública do Rio Grande do Sul.

Elaboração, distribuição e informações


Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
Programa de Residência Integrada à Saúde

Prefeitura Municipal de Farroupilha


Secretaria Municipal da Saúde
Departamento de Atenção Básica

Autores Colaboração
Aline Pasquali Vanessa Zardo
Ana Paula Rodrigues Adriane Callegari Lume
Dara Montag Portaluppi Daniel do Nascimento Antônio
Eder Marinho Pereira
Paula da Silva Rosa Diagramação
Cristian da Cruz Chiabotto Marco Antonio Martins Laier

Ficha catalográfica
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO......................................................................................5
2 EMPODERAMENTO DA MULHER ..........................................................8
3 AUTOESTIMA ........................................................................................10
4 AUTOCUIDADO .....................................................................................11
4.1 O que você faz para você e por você? ............................................................12
4.2 Autocuidado também é cuidar da alimentação ..........................................13
4.3 Plantas medicinais para reposição hormonal natural ...............................17
5 REPRODUÇÃO .......................................................................................18
6 SEXUALIDADE .......................................................................................19
7 SAÚDE DAS MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAIS ...............................20
8 IDENTIDADE DE GÊNERO .....................................................................22
9 VIOLÊNCIA ............................................................................................24
10 DIREITOS E MARCOS LEGAIS .............................................................25
11 TRANSTORNOS MENTAIS NAS MULHERES ......................................27
11.1 Transtornos Mentais e Puerpério .................................................................28
11.2 Fatores de Risco a Saúde Mental ..................................................................29
11.3 Promoção a Saúde Mental .............................................................................30
12 ASSOALHO PÉLVICO ..........................................................................32
12.1 Incontinência Urinária ......................................................................................35
13 EXERCÍCIO E OSTEOPOROSE .............................................................39
14 CÂNCER DE MAMA .............................................................................43
14.1 SINAIS E SINTOMAS ..........................................................................................44
14.2 RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO ................................................................45
14.3 FATORES DE RISCO ...........................................................................................46
14.4 PREVENÇÃO E RASTREIO..................................................................................47
14.5 TRATAMENTO .....................................................................................................48
15 CÂNCER DE COLO DE ÚTERO .............................................................49
15.1 FATORES DE RISCO ...........................................................................................50
15.2 SINTOMAS E DIAGNÓSTICO ...........................................................................51
15.3 PREVENÇÃO ........................................................................................................52
15.4 TRATAMENTO .....................................................................................................53
REFERÊNCIAS ...........................................................................................56
1 Apresentação
As mulheres são a maioria da população brasileira e as principais usuárias
o Sistema Único de Saúde (SUS). Atender à saúde feminina envolve
múltiplos aspectos de suas vidas, como a relação com o meio ambiente, a
sexualidade, a reprodução, a alimentação e as condições de trabalho,
moradia e renda. No caso das mulheres, os problemas são agravados pela
discriminação nas relações de trabalho e a sobrecarga com as
responsabilidades com o trabalho doméstico. Outras variáveis como raça,
etnia e situação de pobreza realçam ainda mais as desigualdades.

Assim, se evidencia a importância do compromisso com a implementação


de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos
das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e
evitáveis.

Este guia foi elaborado pelos residentes do Programa de Residência


Integrada em Saúde da ESP (Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul)
com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Farroupilha e tem o
intuito de abordar a saúde da mulher de forma ampliada, além das rotinas
já preconizadas (sem, contudo, deixar de citá-las e reforçar sua
importância). O material foi pensando e elaborado para reforçar a
importância na integralidade dos serviços e ações de saúde femininas,
bem como difundir a prática da abordagem multidisciplinar neste cuidado.

5
Sexo
rágil?
F
Será?
As mulheres constituem um grupo social heterogêneo, que vislumbra as
novas possibilidades de identidade feminina na contemporaneidade,
construídas da multiplicidade de papéis, de esposa, mãe, trabalhadora e
mulher independente.

Apesar das dificuldades, ou talvez por causa delas, há que se ressaltar o


esforço de todas na luta diária empreendida em prol do status social
obtido no decorrer do tempo, garantindo com seu trabalho a possibilidade
de independência, de uma vida melhor, de sua afirmação pessoal e
profissional, de sua individualidade, de formas alternativas de exercício da
maternidade, como o compartilhamento dos projetos de vida, das
responsabilidades, tarefas e cuidados da casa e dos filhos com seu
companheiro, e de exercer os direitos inegáveis que todo ser humano tem
ao trabalho, lazer e saúde.

Antes de tudo, somos mulheres vivendo um momento de transição entre


passado e presente, com novas possibilidades e alternativas de identidade.

6
Considerações sobre a palavra “mulher”:
não são todos
não é universal
não é a humanidade
é só “mulher”
não é norma
é desvio.

O artigo feminino, é isso a mulher?


...como sofre uma mulher
o que vive uma mulher
como pensa uma mulher
o que sente uma mulher
e como como como
luta uma mulher!
O que o que o que
a mulher deve fazer
uma mulher!

Fragmentos do poema "O que é ser mulher?" de Maria Giulia Pinheiro


(2018).

7
2 Empoderamento da mulher

Empoderamento é o processo em que o poder é compartilhado e favorece


a construção de novos mecanismos de responsabilidade coletiva e da
tomada de decisões. Inclui componentes cognitivos, psicológicos, políticos
e econômicos.

Componente cognitivo: diz respeito à compreensão que as mulheres


têm sobre as diferenças de gênero e envolve a necessidade de tomar
posições que vão contra padrões de comportamento que criam
dependência/interdependência. Corresponde à busca pela igualdade,
afirmando a mulher como indivíduo autônomo e independente.

Componente psicológico: inclui o desenvolvimento de sentimentos que


as mulheres podem colocar em prática em nível pessoal e social para
melhorar sua condição. Ênfase na crença de sua autonomia para obter
êxito em seus esforços para mudança. Envolve o poder desde dentro
para que as mulheres possam exercer qualquer poder sobre os outros
segmentos da sociedade.

8
Componente político: conhecimento de seus direitos políticos e
habilidade para analisar termos políticos e sociais, além de organizar e
mobilizar mudanças sociais.

Componente econômico: capacidade de comprometer-se com a


atividade produtiva que lhes dará algum ganho para que não dependa
economicamente de outro.

É importante que as mulheres tenham consciência, permitam-se ver as


estruturas de opressão para questionar os valores que as sustentam, para
transgredir, desafiar, resistir, para mudar as fontes de poder como
emancipação.

O empoderamento da mulher passa por vários caminhos: na sociedade,


pelo conhecimento dos direitos da mulher, pela sua inclusão social,
instrução, profissionalização, consciência da cidadania. No plano individual,
o empoderamento passa pela reformulação profunda da identidade da
mulher, que precisa conhecer a si própria como digna de reconhecimento
e valorização.

9
3 Autoestima

Autoestima é o valor que damos a nós, o respeito por


nosso ser, o sentimento de que podemos ser amados, e
de que somos dignos do amor do outro e de nós por
nós mesmos.

Autoestima define quem somos, perante nós mesmos, e


como participaremos do mundo que nos rodeia. Se uma
mulher tem baixa estima, espera pouco de si e dos
outros. Ela pensa que primeiro deve servir ao outro, e se
coloca por último na busca de satisfação de suas
necessidades.

O empoderamento da mulher passa, portanto, por uma


transformação no conceito que ela tem dela mesma, em
sua autoestima. A construção da autoestima é o
caminho para a mulher reformular sua questão de
poder, de dentro para fora.

10
4 Autocuidado

Cuidar de si é uma atividade individual desenvolvida durante nossa vida e


voltada para nós mesmos. São atividades que afetam nosso próprio
desenvolvimento, em benefício da vida, saúde e bem-estar.

Vale lembrar que para cuidar de si, precisamos nos conhecer e dedicar um
tempo para isso. Envolver nas atividades aspectos físicos, mentais, sociais e
espirituais, proporcionando uma maior qualidade de vida .

Algumas estratégias podem nos fazer bem, como o cuidado com a


alimentação, o descanso, a interação social, exercícios físicos, afetos, e
muitas outras atividades que ajudam a prevenir riscos e promover a saúde
e a vida.

Nesta seção vamos dar


algumas dicas de
cuidado para vocês
mulheres

Me Time
11
4.1 O que você faz para você e por você?

Autocuidado pode ser se permitir ser cuidada, sentir emoções do dia

Pode ser um descanso, uma soneca ou um banho com suas musicas


preferidas

Pode ser ter disponibilidade para lazer ou de estar perto de quem você
gosta, familiares e amigos;

Pode ser relaxar, organizar suas coisas, celebrar pequenas conquistas;

Pode ser tocar algum instrumento musical ou cuidar da pele;

Pode ser ler um livro, assistir um seriado, exercitar-se ou rir;

Pode ser um passeio, caminhar e brincar com seu animal de estimação ou


aprender um novo esporte;

Pode ser pedir ajuda, desabafar, se fazer elogio;

Pode ser uma máscara facial ou um chá quente. Pode ser mudar de casa
ou romper com relações tóxicas;

Pode ser fazer uma viagem, fotografar, conhecer novos restaurantes ou


apreciar a natureza.

Tudo o que fazer sentido


para ti e no seu tempo
12
4.2 Autocuidado também é cuidar da
alimentação
Que tal conhecer os passos para uma alimentação adequada e saudável

Fazer de alimentos naturais a base da alimentação, são aqueles


obtidos diretamente de plantas ou de animais, como folhas, frutos,
ovos e leite.

Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao


temperar alimentos e criar preparações culinárias.

Limitar o consumo de alimentos processados, como conservas de


legumes, compota de frutas, pães e queijos.

Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos


recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão
instantâneo, misturas prontas, embutidos, são nutricionalmente
desbalanceados.

Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,


sempre que possível, com companhia. Busque fazer suas refeições
em horários semelhantes todos os dias, evite “beliscar” e coma
sempre devagar, desfrute o que está comendo.

13
Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos
naturais.

Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.

Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela


merece.

Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem


refeições feitas na hora, evite fast-food.

Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre


alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Separe um tempo para preparar aquela comida que você adora, fique com
a sobremesa caseira e deixa de lado os alimentos ultraprocessados ... Opte
por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos
recheados.

Não troque comida feita na hora


por produtos que dispensam
preparação culinária.
Atenção à ingestão de bebidas
alcoólicas e evite uso de cigarro
14
Receitas

Suco d
1 etox
Suco detox 2
1 folha
ouve, de cou
1 folha de c 3 col ve,
abacaxi heres
1 rodela de macar de so
pa de
hortelâ ujá, polpa
4 folhas de 1/2 cen de
de ág u a (aprox. oura c
rua pic
1 copo 1 copo ada
de águ
200ml) a (apr
ox. 20
0ml)

Modo de preparo:
Junte todos os ingredientes no liquidificador, bata por aproximadamente 2
minutos e sirva em seguida.

Você sábia que óleos e gorduras têm 6 vezes mais calorias do que grãos e 20
vezes mais calorias do que os legumes e verduras após cozimento.
E o açúcar tem 5 a 10 vezes mais calorias por grama do que a maioria das
frutas.

Mantenha uma boa higiene oral a cada refeição, com a escovação correta, uso
do fio-dental e visitas regulares ao dentista

15
Mito ou Verdade
Suplemento faz engordar?

Mito
Uma das principais dúvidas de toda pessoa que procura fazer o uso de
suplementos alimentares é se eles contribuem para o ganho de peso. Isso
é um mito. Existe uma vasta gama de suplementos, cada um com sua
função designada. Podemos citar como exemplos: termogênicos, para a
perda de peso; proteínas, para o ganho de massa muscular; hipercalóricos,
para aumento de peso.

16
4.3 Plantas medicinais para reposição
hormonal natural
para combater os sintomas desagradáveis da MENOPAUSA

1. Erva-de-São-Cristóvão (Cimicifuga racemosa)


Esta planta é conhecida por auxiliar a aliviar as cólicas menstruais porque é
anti-inflamatória, antiespasmódica e contém fitoestrogênios, mas não deve
ser usada ao mesmo tempo que o tamoxifeno.
Como usar: adicionar 1 colher de folhas secas em 180 ml de água fervente.
Repousar por 3 minutos, coar e tomar morno.

2. Árvore-da-Castidade (Vitex agnus-castus)


Restabelece o equilíbrio hormonal, atuando sob a glândula pituitária e
aumenta a produção de progesterona mas não deve ser usada em caso de
uso de bromocriptina.
Como usar: adicionar 1 colher de sopa de flores em 200 ml de água
fervente. Repousar por 5 minutos, coar e tomar morno.

17
5 Reprodução

O planejamento reprodutivo é um direito das mulheres para que elas


possam optar se querem, ou não, ter filhos e em que momento de sua
vida.

O SUS disponibiliza diversos métodos contraceptivos para que


adolescentes e mulheres possam escolher a maneira mais confortável,
entre injetável mensal, ou trimestral, minipílula, pílula combinada,
diafragma, DIU, além dos preservativos feminino e masculino.

A prevenção combinada é uma estratégia que faz uso simultâneo de


diferentes abordagens de prevenção.

Lembrete: antes de
iniciar um método
contraceptivo procure o
serviço se saúde para
saber mais.

18
6 Sexualidade

O uso de preservativos é a forma de vivenciar a sexualidade de forma


segura, em todas as relações sexuais e em qualquer idade. A camisinha,
feminina ou masculina, não serve somente para evitar gravidez, é
fundamental utilizá-la para prevenção das Infecções Sexualmente
Transmissíveis.

A sexualidade está presente desde quando nascemos, engloba um


conjunto de aspectos que envolvem afeto, prazer, desejo, ternura, amor,
que são o resultado da natureza psíquica-bio-sócio-histórico-cultural.

Conhecer o próprio corpo é fundamental para identificação dos pontos de


prazer e exercício da sexualidade, em todas as idades, pois as vivências e
experiências da sua sexualidade vão mudando com o passar dos anos.

Lembrete: caso ocorra sexo


sem preservativo, procure
uma unidade básica de
saúde para ter orientações e
faça os testes rápidos.

19
7 Saúde das mulheres
lésbicas e bissexuais
O movimento LGBTQIA+ é um importante segmento de luta social por
direitos e visibilidade da diversidade sexual e de gênero. Você sabe o que a
sigla significa?

Lésbicas - mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelo mesmo gênero


Gays - homens que sentem atração afetivo/sexual pelo mesmo gênero
Bissexuais - homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos
gêneros masculino e feminino
Transexuais ou Transgêneros - pessoas que se identificam com outro gênero
que não aquele atribuído no nascimento, inclusive pessoas não-binárias. Este
conceito é sobre identidade de gênero e não orientação sexual/afetiva
Queer - pessoas que se identificam como queer, transitam entre os gêneros
masculino e feminino, e outros gêneros não-binários. O termo deriva da teoria
queer que afirma que a identidade de gênero é uma construção social
Intersexo - pessoas em que o desenvolvimento sexual/corporal (hormônios,
genitais, cromossomos) não se encaixa na norma binária de gênero
Assexual - pessoas que não sentem atração sexual/afetiva por outras pessoas
independente do gênero
Abriga a diversidade de possbilidades de expressões de gênero e sexualidade
que existem

ssui a
Desde 2009 o SUS poSaúde
Política Na cio na l de
Integral LGBT, que prpu evê o
de sta po lação
atendimento as
de acordo com su
especificidades e
objetivo
singularidades, com o cia e a
de diminuir a violên sas
exclusão das diver e
identidades de gêneroe
orientações se xu ais
meios de
promover acesso aosração da
proteção e recupe
saúde.

20
Algumas recomendações de prevenção de agravos
para mulheres lésbicas e bissexuais

Higienização das mãos antes e depois do sexo


(incluindo manter as unhas cortadas para evitar cortes e
sangramentos);

Quando houver uso de acessórios sexuais, fazer a


higienização e uso de preservativos;

Uso de luvas de látex quando houver cortes nas mãos;

Evitar sexo oral quando houver machucados na boca.

21
8 Identidade de gênero

A identidade de gênero é a maneira como você se enxerga, que se


identifica e faz parte da sua vivência. Pode ser um gênero, mais de um ou
nhenhum deles (não-binário).

Homem Mulher

O da sigla...
Pessoas transgêneras,
transexuais e travestis, se
identificam com outras
expressões de gênero que não
o que foram designadas no
nascimento pela norma social

22
Homem trans: Mulheres trans:
pessoas designadas no pessoas designadas no
nascimento como nascimento como
mulheres e que estão homens e que estão
mudando ou mudaram mudando ou mudaram
seu corpo e/ou papel de seu corpo e/ou papel de
gênero ao masculino. gênero ao feminino

A terapia hotmonal têm


impactos emocionais
Terapia Hormonal significativos, pode acentuar os
de acesso
As inúmeras dificuldades iços de sentimentos e emoções, por
das pessoas trans aos serv isso é importante o
saúde para o processo de muitas acompanhamento psicológico
adequação sexual, levam to para que neste processo você
vezes a iniciar o tratamenria. possa lidar com as alterações
hormonal por conta própamental comportamentais causadas
É um direito seu e é fund r pelos hormônios
que este processo passe po to
avaliação e acompanhamen
médico

E o câncer de mama?
dicamentos
Quais são os meatamento As mulheres trans em
utilizados no tr
tratamento com estrógenos
devem ser informadas e
hormonal? monitoradas em relação ao
as m ulh e r e s trans é feito a risco do câncer de mama.
Para io l (injeção, Os homens trans após a
ba s e d e estr ad mastectomia (remoção de
).
pílulas ou géis mamas) o risco de câncer é
s trans é reduzido.
Para os homen sterona
utilizada a testoduas ou três
injetável a cada rdo com a
semanas de aco.
avaliação édica
tra ta m en to para ambos
O incluir
também pode de hormônios.
bloqueadores

23
9 Violência
O direito de viver uma vida livre de violência está implícito e constitui um
pressuposto básico indispensável para se poder gozar dos direitos
humanos, à vida, a saúde , a integridade física e para seu aperfeiçoamento
moral, intelectual e social.

A violência contra as mulheres afeta todas as classes sociais, raças, etnias,


faixas etárias e orientações sexuais. Configura-se violência doméstica e
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que
lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano
moral ou patrimonial.

É frequente nas situações de violências o sentimentos de medo, pânico,


baixa autoestima, ansiedade, angústia, humilhação, vergonha e culpa,
perda da autonomia e, muitas vezes, fragilidade emocional. Estes sintomas
predispões para quadros clínicos como depressão, síndrome do pânico,
ansiedade, distúrbios psicossomáticos, entre outros.

Se está passando por alguma situação que lhe incomoda, converse com
pessoas de sua confiança e vá até um serviço de saúde mais próximo de
casa para pedir ajuda e tirar dúvidas.

Violência contra mulher é crime,


denuncie, ligue 180 ou 0800 514
0803 - este é o telefone Lilás, serviço
de acolhimento seguro às mulheres
gaúchas em situação de violência

24
10 Direitos e marcos legais

Alguns direitos já foram trazidos neste guia, mas vale mencionar outros
marcos importantes, como se segue:
Em 2006 a Lei 11.340, Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir
a violência doméstica e familiar contra a mulher;
A Lei 12.015/2009, dispõe sobre os crimes contra a dignidade sexual;
A Lei 12.034/2009, altera Lei 9.504/1997 e inclui como objetivo promover e
difundir a participação política feminina;
O decreto nº 7.958/2013, estabelece diretrizes para o atendimento
humanizado ás vítimas de violência sexual pelos profissionais de
segurança pública e do SUS e a Lei nº 12.845/2013, dispõe sobre o
atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência
sexual;
A Lei complementar nº 150/2015, dispõe sobre o contrato de trabalho
doméstico;
A Lei nº 13.104/2015, altera o art. 121 do Código Penal, para prever o
feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o
art. 10 da Lei de crimes hediondos, para incluir o feminicídio do rol de
crimes hediondos;
O decreto nº 8.727/2016, dispõe sobre o uso do nome social e o
reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e
transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autarquia e
fundacional.

25
Direitos da gestante

Toda gestante tem direito a licença-maternidade de


120 dias, para gestantes com carteira de trabalho
assinada e licença de até cinco dias para o pai, logo
após o nascimento do bebê;
De não ser demitida enquanto estiver grávida até
cinco meses após o parto, a não se por justa causa;
De mudar de função ou setor em seu trabalho caso ele apresente riscos
ou problemas para a sua saúde ou a do seu bebê, para isso, apresente um
atestado médico comprovando;
De receber declaração de comparecimento sempre que for a consulta de
pré-natal ou fizer exames, justificando a falta no trabalho;
Direito de ser dispensada do trabalho todos os dias, por dois períodos de
meia hora ou um período de uma hora para amamentar, até o bebê
completar seis meses;
Se sua família for beneficiária do Bolsa Família, você tem direito ao
benefício variável extra na gravidez e durante a amamentação;
A Lei nº 12.010/2009 garante a você o direito de receber atendimento
psicossocial gratuito se desejar, precisar ou decidir entregar a criança em
adoção;
A partir do oitavo mês de gestação, a gestante estudante poderá cumprir
os compromissos escolares em casa, a licença também é garantida a
estudante grávida;
À gestante tem o direito de ser informada pela equipe do pré-natal sobre a
maternidade de referência para seu parto e de visitar o serviço;
Às parturientes tem o direito a acompanhante durante todo o período de
trabalho de parto, no parto e no pós-parto, no SUS;
E guichês e caixas especiais ou prioridade nas filas para atendimento em
instituições públicas e privadas e assento prioritário para gestantes e
mulheres com bebê no colo em ônibus e metrô. No ônibus você pode sair
pela porta da frente.

26
11 Transtornos mentais nas mulheres
Os transtornos mentais mais comuns em mulheres e com maior
prevalência são os transtornos de humor depressivo/ ansioso.

Apresentam alguns sintomas como:

,
m o , e stresse
is
Nervos a b ili d ade,
, irrit
tristeza n tomas
. E s i
choro e cabeça,
d
m átic os: dor acal,
so e s to m
, dor
insônia p e rda de
o e
cansaç
ânimo.

27
11.1 Transtornos mentais e puerpério

O Puerpério é um período cronológico de até 42 após o parto, onde


ocorre todas as modificações causadas pela gravidez e parto. Também é
um período de transição onde a mulher torna-se especialmente sensível e
confusa, com o aparecimento de sintomas ansiosos e depressivos.

Além dos variados papéis que as mulheres realizam, os fatores fisiológicos


e hormonais podem colaborar para o desenvolvimento do adoecimento da
saúde mental, por exemplo:

Tristeza do pós-parto acomete cerca de


26% - 85% das mulheres e dura de 1 a 10
dias.

Depressão pós- parto tem prevalência de


10% - 15% das mulheres, com duração
média de 3 a 6 meses.

Psicose pós- parto é mais grave e


recorrente, com acometimento de 0,2% das
mulheres.

28
11.2 Fatores de risco à saúde mental

São fatores de risco


- Repressão sexual
- Submissão ao domínio do companheiro de relação
- Tripla jornada: trabalhar, cuidar da casa e cuidar da família
- Histórico de violência doméstica e familiar
- Falta de lazer e descanso
- Falta de autonomia econômica

29
11.3 Promoção a saúde mental

Pratique atividades físicas;

Mantenha uma alimentação saudável;

Não abra mão de boas noites de sono;

Viva intensamente seus momentos em família;

Reserve um tempo para curtir a vida e a convivência


com os outros;

Reforçe seus laços de amizade;

Não tenha vergonha de buscar ajuda de profissional da


saúde mental.

30
Respiração diafragmática para alívio da ansiedade

Sente de maneira confortável

Inspire o ar enchendo o abdômen


contando até 4

Segure o ar contando até 4

Solte o ar pela boca contando até 6

Repita o exercício até que sinta-se


concentrada no aqui e agora

31
12 Assoalho pélvico
VOCÊ SABE O QUE É?

Assoalho pélvico é um conjunto de músculos


que sustentam os órgãos e influenciam na
função urinária, intestinal/fecal e sexual.

Também sustentam o bebê durante


a gestação.

32
Diversos fatores podem causar uma disfunção nesses músculos, como:

Alterações neurológicas

Tensão ou fraqueza da musculatura

Envelhecimento

Gestação e parto

Hormônios

Exercício e atividade física de impacto

Tabagismo

33
Provocando

Diminuição do prazer
sexual

Perda de cocô Perda de xixi

Uma
disfunção
pode causar
Prolapso genital
Dor na relação
("bexiga caída")
sexual

Dificulta a expulsão do bebê


durante o parto normal

34
12.1 Incontinência urinária

A incontinência urinária (perca de xixi), é a disfunção


que mais afeta as mulheres.

Pode ser de 3 tipos:

Esforço: O escape de xixi é involuntário e


ocorre geralmente após espirros, tosse, risada
e esforço físico.

Urgência: Perda involuntária do xixi


associada a urgência (as vezes não dá tempo
para chegar ao banheiro)

Mista: Esforço+ urgência

A incontinência urinária pode ser prevenida e tratada com exercícios.


Assim como os outros problemas relacionados a esses músculos. Procure
um fisioterapeuta para fazer uma avaliação completa.

35
Assim como qualquer outro músculo, os músculos do assolho pélvico
precisam ser trabalhados, para terem força e coordenação.

Fortalecimento

O fortalecimento desses músculos é imperceptível aos olhos dos outros.


Você pode fazer deitada, sentada, em pé, caminhando e se exercitando.

Mas para isso é necessário realizar a contração de maneira correta, sem


mexer coxas, glúteos e abdômen. Contrair a vagina como se fosse sugar
algo. Para ter consciência você pode iniciar realizando o toque no canal na
vagina, na contração você vai sentir um sensação de "aperto" nos seus
dedos.

36
Dica de exercício

Deitada, sentada ou em pé, você pode exercitar essa musculatura. Porém


de forma correta, como citado anteriormente. Lembre-se: a bexiga deve
estar vazia.

1 Contrações rápidas com períodos de descanso. Fazer 12


repetições, 3 vezes ao dia

2 Contrações lentas, mantidas, com períodos de descanso. Fazer


12 repetições, 3 vezes ao dia.

37
O exercício promove o aumento da força muscular melhorando a
continência fecal e urinária, previne o prolapso vaginal, melhora a
satisfação sexual e facilita o parto normal.

Não espere acontecer, previna-se, e se precisar procure por fisioterapia


pélvica, existem muitas técnicas e inúmeros benefícios.

É contra indicado fazer o exercício


durante o ato de urinar.
NÃO pode ficar segurando e
soltando o xixi.

38
13 Exercício e osteoporose

Osteoporose é uma doença metabólica


oriunda do desequilíbrio entre as funções
catabólicas e anabólicas sobre a mineralização
do tecido ósseo, levando a fragilidade do osso.

As mulheres são as mais acometidas devido as alterações hormonais,


principalmente a diminuição dos níveis de estrógeno, que ocorre durante
os períodos peri e pós-menopausa (40 anos).

O estrogênio e a progesterona controlam a remodelação óssea,


aumentando a matriz mineral e colagenosa e a absorçaõ de cálcio pelo
intestino.

39
Exercícios com carga gradual de peso
aumentam até 5% a densidade mineral,
deixando o osso mais forte e reduzindo o
risco de fraturas

Associado a hábitos de vida saudáveis

40
Alongamentos mantidos por 1 minuto:

Exercícios aeróbicos por 30 minutos:

A caminhada é acessível a todos e previne a osteoporose, além de


melhorar a flexibilidade, equilíbrio e resistência.

41
Fortalecimento com carga gradual e equilíbrio:

Procure um profissional para orientação na unidade de saúde do seu


bairro.

42
14 Câncer de mama

No Brasil, de forma geral e sem considerar os tumores de pele não-


melanoma, o câncer de mama é a neoplasia que mais acomete as
mulheres e também representa a primeira causa de morte por câncer
nesta população. Assim, esse tipo de neoplasia constitui um considerável
problema de saúde pública e faz jus aos investimentos em pesquisa,
prevenção de fatores de risco, diagnóstico precoce e tratamento
apropriado.

O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células


anormais do tecido mamário que podem se agrupar e dar origem a vários
tipos de tumores.

Alguns ficam localizados apenas na mama, outros são capazes de invadir os


demais órgãos. Alguns se desenvolvem rapidamente e outros não. Apesar
desta grande variedade, a maioria dos casos tem boa resposta ao
tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.

43
14.1 Sinais e sintomas

Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação


da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o
câncer é percebido pela própria mulher
Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
Alterações no bico do peito (mamilo)
Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos

É importan
te que as m
mamas se ulheres ob
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para isso (s e ntirem confo
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toque). eis ao

44
14.2 Rastreamento e diagnóstico

A recomendação do Ministério da Saúde, assim como


a da Organização Mundial da Saúde e a de outros
países, é a realização da mamografia de rastreamento
(quando não há sinais nem sintomas) em mulheres
com idade entre 50 a 69 anos, uma vez a cada dois
anos, como forma de identificar o câncer antes do
surgimento de sintomas. (Diagnóstico Precoce ou
Prevenção Secundária)

A mamografia e o exame clínico das mamas


identificam alterações suspeitas, mas, a
confirmação de câncer é feita com a retirada de
uma pequena parte da lesão (biópsia), técnica
que pode ser realizada por meio de punções
(extração por agulha) ou de uma pequena
cirurgia. O material retirado é então encaminhado
ao laboratório e analisado pelo patologista para a
definição do diagnóstico

45
14.3 Fatores de risco
Aten
çã
ou m o: a pre
ai senç
risc s desse a de
u
o nã s fat
mul o sig ores m
her n d
nece ifica qu e
terá ssar ea
Fatores ambientais e a do iament
ença e
comportamentais
Obesidade e sobrepeso
após a menopausa;
Sedentarismo e
inatividade física;
Consumo de bebida
alcoólica;
Exposição frequente a
radiações ionizantes
(Raios-X).
res da hi stóri a reprodutiva e
Fato
hormonal e 12 anos;
Menstruar antes d
Não ter filhos; 30 anos;
1ª gravidez após oss 55 anos;
Menopausa após o cepcionais
Uso de anticon strogênio-
hormonais (e
progesterona); nal pós-
Reposição hormocipalmente
menopausa, prin
por mais de 5 anos.

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genes B *O câncer de mama de caráter
genético/hereditário corresponde a apenas
5% a 10% do total de casos da doença

46
14.4 Prevenção e rastreio

Ainda que os exames de rastreamento (Prevenção secundária), como a


mamografia e o exame físico, sejam fundamentais para o diagnóstico
precoce e aumento das chances de cura da doença, existem diversos
fatores que podem evitar que o tumor inicie seu desenvolvimento no
tecido mamário. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) estimam que
cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a
adoção de hábitos saudáveis (Prevenção Primária) como:

Praticar atividade física;


Evitar Tabagismo (cigarro);
Alimentar-se de forma saudável;
Manter o peso corporal adequado;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Amamentar;
Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias
de reposição hormonal.

47
14.5 Tratamento

Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas


últimas décadas. Hoje, com a evolução da ciência e da medicina, mais
conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da doença e
diversas formas terapêuticas estão disponíveis.

O tratamento do câncer de mama vai depender da fase em que a doença


se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor, ou seja, precisa ser
individualizado caso a caso. Pode incluir cirurgia, radioterapia,
quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).

Quando a doença é diagnosticada precocemente (em estágio inicial), o


tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir
metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o
tratamento provavelmente terá enfoque em prolongar a sobrevida e
melhorar a qualidade de vida.

48
15 Câncer de colo de útero

O câncer de colo de útero ocupa a terceira posição das neoplasias que


mais afetam as mulheres no Brasil, excluindo-se os cânceres de pele não-
melanoma. Segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária mais acometida
são mulheres entre 35 e 49 anos, apesar disso, milhares de brasileiras com
este perfil, nunca realizaram o exame citopatológico de colo de útero
(Preventivo ou Papanicolaou).

Dentre todos os tipos de cânceres, o de colo de útero é o que apresenta


um dos mais altos potenciais de prevenção e de cura - quando
diagnosticado precocemente.

49
15.1 Fatores de risco

O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões precursoras


deste tipo de câncer é a infecção pelo HPV (papilomavírus humano). A
infecção pelo HPV é considerada uma IST (Infecção Sexualmente
Transmissível), portanto tem maior incidência nas populações sexualmente
ativas na faixa etária entre 20 e 40 anos, sobretudo em mulheres. O HPV
não tem cura, mas é possível tratar de forma resolutiva as lesões que ele
provoca no trato genital, sobretudo as precursoras e o próprio câncer de
colo de útero.

Além do HPV, alguns fatores associados aos


hábitos de vida também apresentam
influência para o desenvolvimento do
câncer de colo do útero. Entre eles:
- início precoce da atividade sexual;
- múltiplos parceiros;
- tabagismo (a doença está diretamente
relacionada à quantidade de cigarros
fumados);
- uso prolongado de pílulas
anticoncepcionais.

50
15.2 Sintomas e diagnóstico

O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que


pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados,
pode apresentar:

Sangramento vaginal intermitente (que


vai e volta) ou após a relação sexual;
Secreção vaginal anormal;
Dor abdominal associada a queixas
urinárias ou intestinais.

Diagnóstico Exame preventivo


(papanicolau)
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos
de idade. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a
cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros
exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua
repetição só será necessária após três anos

51
15.3 Prevenção

A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à


diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). A
transmissão da infecção ocorre por via sexual. Consequentemente, o uso
de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação
sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que
também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal,
perianal e bolsa escrotal.

Vacina
O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a
vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de
2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e
meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e
18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos
são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Obs.: a vacinação não exclui a necessidade de realizar o Papanicolau.

52
15.4 Tratamento

O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico.
Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a
quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do
estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e
fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.

Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a


nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.

53
Para saber mais

Procure em Farroupilha pelos cursos, grupo de mães, Liga de Combate ao


Câncer de Mama, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM) e
nos demais serviços disponíveis no município.

Se você não é de Farroupilha, procure no seu município e faça parte das


ações promovidas por mulheres.

POR
IQ UE
F TR O
DEN RE OS E
S
SOB UNTO
ASS TICIPE
PAR

54
Telefones úteis
Serviços:
Centros de Referência de Assistência Social I – Industrial (54) 3261-6969
Centros de Referência de Assistência Social II – Centro (54) 3268-1633
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (54) 3268-1414
Coordenadoria da Mulher (54) 997105229
Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas (54) 3261-7924
Centro de Atenção Psicossocial I (54) 3268-6877
Unidade Básica de Saúde 1º de Maio (54) 3261-4668
Unidade Básica de Saúde América e ESF Industrial (54) 3261-5355
Unidade Básica de Saúde Belvedere (54) 3268-0370
Unidade Básica de Saúde Burati (54) 984257421
Unidade Básica de Saúde Central (54) 3268-1284
Unidade Básica de Saúde Cinquentenário (54) 3261-4300
Unidade Básica de Saúde Cruzeiro (54) 3268-4614
Unidade Básica de Saúde Medianeira (54) 3261-4187
Unidade Básica de Saúde São José (54) 3268-1207
Unidade Básica de Saúde Vila Esperança (54) 984257421
Unidade Básica de Saúde Monte Pasqual (54) 3268-9933

Conselhos:
Cons. Assoc. de Prevenção e Combate ao Câncer (54)3035-2488
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM) (54)991553220
Assistência Social (Cmas) (54)3268-3211
Conselho Municipal de Saúde (54)984179357

Outros serviços públicos:


DIreitos humanos 100
Central de Atendimento à mulher 180
SAMU 192
Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento 24h - Sala (54)3261-6794
das Margaridas
Centro Estadual de Referência da Mulher "Vânia Araújo 0800 541 0803
Machado" (CRMVAM) - telefone Lilás

55
REFERÊNCIAS
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transtornos psiquiátricos na mulher. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo , v. 33, n. 2, p. 43-54, 2006 . Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832006000200003&lng=en&nrm=iso
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Disponível em: file:///C:/Users/Acer/Downloads/SOC%20-%20Portuguese%20(1).pdf

57

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