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27 de agosto de 2023
Sumário
i
2.6 Aplicações ao Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-10
2.7 Nomenclaturas Diversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-11
2.7.1 Tipos de curva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-11
2.7.2 Conjuntos especiais de pontos do R2 ou R3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-12
2.7.3 Divergência, Rotacional e Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-13
2.8 Problemas propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-13
2.9 Apêndice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-14
2.9.1 Plano normal ao vetor N ~ 0 = (a, b, c) contendo o ponto ~r0 = (x0 , y0 , z0 ) . . . . . . 2-14
~
2.9.2 Reta paralela ao vetor T0 = (a, b, c) pelo ponto ~r0 = (x0 , y0 , z0 ) . . . . . . . . . . 2-14
5 Apêndice 5-1
5.1 Notação de funções e derivadas. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-1
5.2 Variação de uma Função . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-2
5.3 Elemento de Área de um Plano . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-3
5.4 Elemento de Volume . . . . . . . . . . . . . . ´.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-4
5.5 Elemento de comprimento de arco e a integral f (~r ) ds . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-5
5.6 Elemento de Área de uma Superfície . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-6
ii
Capítulo 1
Integrais Múltiplas
Neste capítulo estudamos processos de integração que envolvem funções de duas ou mais variáveis,
tais como ¨ ˚
f (x, y) dx dy , f (x, y, z) dx dy dz , · · · ,
R R
onde R denota, na primeira integral, uma região do plano xy e, na segunda, uma região do espaço
tridimensional.
y
r1 ri
A2 Ai R: região de integração no plano xy
AN
x A1
Fazemos uma partição da área de R em N subáreas ∆A1 , ∆A2 , · · · , ∆AN , escolhendo-se, em cada
subárea ∆Ai , um ponto ~ri em que se toma o valor f (~ri ) da função, para definir
ˆ
lim f (~r1 )∆A1 + f (~r2 )∆A2 + · · · + f (~rN )∆AN ≡ f (~r ) dA ,
N →∞ | {z } R
∆Ai →0 N
P
f (~
ri )∆Ai
i=1
que recebe a denominação de integral (dupla) de f (~ri ) em R. Exige-se que cada subárea tenda a zero
(∆Ai → 0) colapsando-se num ponto (em vez de uma linha, também de área nula).
A função f (~r) é dita integrável em R se o limite existe independentemente de como se realize a
partição de R e de como se escolha cada ponto ~ri . Para tais funções, a integral dupla fornece o volume
V (v. figura acima) se f > 0 em R; essa é a sua interpretação geométrica.
1-1
xi fronteira
y
de R
1.1.2 Integral dupla em coordenadas car-
tesianas
Quando empregamos as coordenadas cartesianas x e yi
yi!
y para caracterizar ~r, convém realizar a partição de R
por meio de curvas dadas por x = const. e y = const.
(que são retas paralelas aos eixos x e y), como na figura à
direita. Nessa partição existem N ′ subáreas regulares (re-
tangulares) ∆A′i dadas por ∆xi ∆yi e N ′′ subáreas irregu-
lares ∆A′′i (aquelas limitadas parcialmente pela fronteira
de R, sem uma expressão matemática conhecida), sendo x i! x
N ′ + N ′′ = N . Assim, temos que
ˆ N′
X N
X
′′ ¨
f (~r ) dA = lim f (x′i , yi′ )∆xi ∆yi + f (x′′i , yi′′ )∆A′′i ≡ f (x, y) dx dy ,
R N →∞ R
i=1 i=1
| {z }
ց
0
1a
¯ int. (resulta
numa função de x)
z }| {
ˆ ¨ ˆ xmáx ˆ ymáx (x)
f (~r ) dA = f (x, y) dy dx = f (x, y) dy dx .
R R xmín ymín (x)
| {z }
2a
¯ int. (resulta numa constante)
y y máx (x ) y
y máx
x máx (y )
x mín (y )
y
R
R
y mín
y mín(x )
x mín x x máx x x
Como mostra a figura acima, à esquerda, xmín e xmáx são a menor e a maior abscissas na região R,
e ymín (x) e ymáx (x) são as funções que descrevem as bordas inferior e superior dessa região, respecti-
vamente. Para avaliar aquela integral iterada, resolve-se primeiramente a integral mais interna, que é
a integral da função em relação a y, mantendo-se x constante,
ˆ ymáx (x)
f (x, y) dy ,
ymín (x)
e o resultado, que é uma função só de x, deve ser novamente integrado, obviamente em relação à
variável remanescente x. Observe que, na primeira integral (em relação a y), os limites de integração
1-2
dependem de x, já que, para cada abscissa x, a integral deve ser efetuada no intervalo de ordenadas
[ ymín(x), ymáx (x) ]. Depois, com a realização da integral em relação a x, desde xmín até xmáx , toda a
região R é "varrida".
Consideremos agora a ordem inversa, isto é, com a 1a¯ int. efetuada em relação a x:
1a
¯ int. (resulta
numa função de y)
z }| {
ˆ ¨ ˆ ymáx ˆ xmáx (y)
f (~r ) dA = f (x, y) dx dy = f (x, y) dx dy .
R R ymín xmín (y)
| {z }
2a
¯ int. (resulta numa constante)
Neste caso, os limites de integração da 1a¯ int., em relação a x, como mostra a figura acima, à direita,
são os valores das funções xmín (y) e xmáx (y) que descrevem as bordas esquerda e direita da região R.
O cálculo com a 1a¯ integração em relação a y será possível quando R for como uma das regiões
ilustradas abaixo; isto é, quando R encontrar-se acima de uma função ymín (x) e abaixo de outra
função ymáx (x), o que se expressa matematicamente pelas desigualdades ymín (x) 6 y 6 ymáx (x) e
xmín 6 x 6 xmáx .
y y y y
y máx (x ) y máx (x ) y máx (x )
y máx (x )
R R
R R
y mín (x ) y mín (x )
y mín (x ) y mín (x )
Já o cálculo com a 1a¯ integração em relação a x será possível quando R for como uma das regiões
ilustradas abaixo; isto é, quando R encontrar-se à direita de uma função xmín (y) e à esquerda de outra
função xmáx (y), o que se expressa matematicamente pelas desigualdades xmín (y) 6 x 6 xmáx (y) e
ymín 6 y 6 ymáx .
y y y y
y máx y máx
y máx y máx
x mín (y )
x máx (y ) R x mín (y )
x mín (y ) x mín (y ) x máx (y ) x máx (y )
R
R
x máx (y ) R
y mín y mín y mín
y mín
x x x x
1.1.4 Exemplos
Exemplo 1: Integral de f (x, y) = x + y 2 na região retangular R dada pelas desigualdades 1 6 x 6 2
e 0 6 y 6 1.
ˆ 1ˆ 2 1 2
x2
¨ ˆ
f (x, y) dx dy = (x + y 2 ) dx dy = + y2x dy
R 0 1 0 2 x=1
1 1
1 3y y 3 3 1 11
ˆ
2 2
= 2 + 2y − − y dy = + = + = ,
0 2 2 3 0 2 3 6
1-3
ou, integrando em relação a y primeiramente,
ˆ 2ˆ 1 2 1
y2
¨ ˆ
2
f (x, y) dy dx = (x + y ) dy dx = xy + dy
R 1 0 1 3 y=0
2 2 2
1 x x 4 2 1 1 11
ˆ
= x+ dy = + = + − − = .
1 3 2 3 1 2 3 2 3 6
√
ex/ y
ˆ
Exemplo 2: Cálculo de I = dA , onde S é a região à direita. y
y2
S 1
Efetuamos primeiramente a integral em relação a x, porque não é evidente
como se calcula a integral indefinida da função em relação a y: S
ˆ 1 ˆ 1 ˆ 1 1
1 √
x/ y 1 √ x/√y
I = 2
e dx dy = 2
ye dy 1/4
1/4 y 0 1/4 y x=0
ˆ 1
−1/2
−1/2
1 0 1 x
= y −3/2 ey − y −3/2 dy = −2 ey + 2y −1/2
1/4 1/4
1
2 √
= √ − 2 e1/ y = 2 − 2e − 4 + 2e2 = 2e2 − 2e − 2 .
y 1/4
ˆ
Exemplo 3: Cálculo de I = (x + 2y) dA , onde R é a região do plano xy limitada pelas curvas
√ R
y = x2 e y = x .
Uma vez que R é a região hachurada na figura à direita, temos que
√
ˆ1 ˆ x ˆ1 h i√x ˆ1 h i
3
I= (x+2y) dy dx = xy +y 2 = x 2 + x− x3 − x4 dx
y = x2
0 x2 0 0
5 1
2 5 x2 x4 x 2 1 1 1 9
= x2 + − − = + − − = ,
5 2 4 5 0 5 2 4 5 20
ou, integrando em relação a x primeiramente (v. figura à direita),
√
ˆ1 ˆ y ˆ1 h 2 i√y ˆ1 h
x y 3 y4 i
I= (x+2y) dx dy = +2xy = +2y 2 − − 2y 3 dy
2 x = y2 2 2
0 y2 0 0
1
y2 4 5 y5 2y 4 1 4 1 2 9
= + y2 − − = + − − = .
4 5 10 4 0 4 5 10 4 20
1-4
ˆ
2
Exemplo 5: Cálculo de I = e−x dA, onde R é a região à direita.
R
gráfico de
z f (x, y )
volume da fatia
na abscissa x
x máx
dV
'
!!"!!#
A (x )
volume V A(x )dx
x mín
ymín(x ) y máx(x )
x máx ! ymáx "
# $
x mín
' ' #
#
#
f (x , y )dy $ dx
$
$
x mín #$!!!!!
% mín !%!!!!!!&$&
y
x A(x )
dx
R integrando os volumes infinitesimais
x máx das fatias paralelas ao plano yz
Façamos uma verificação geométrica de que a integral dupla pode realmente ser calculada por meio
de duas integrais simples iteradas. A figura acima mostra que a integral em relação y (na qual x é
fixo) pode ser interpretada como sendo a área (hachurada) A(x) da seção de V com o plano paralelo
ao plano yz de abscissa x, isto é,
ˆ ymáx(x)
dy f (x, y) = A(x) .
ymín(x)
1-5
infinitesimais [A(x) dx] ’s das fatias de V , de espessura dx e área A(x), localizadas nas abscissas de
xmín a xmáx .
Obviamente, a integral dupla também pode ser calculada efetuando-se primeiramente a integral em
x e, em seguida, a integral em relação a y, isto é, na ordem inversa da que se considerou acima:
yˆmáx xmáx
ˆ (y)
dy dx f (x, y) .
ymín xmín (y)
Neste caso, como mostra a figura abaixo, a integral em relação a x, feita em primeiro lugar, fornece a
área A(y), e a segunda integral, em y, é a soma dos volumes [A(y) dy] ’s das fatias de espessura dy que
compõem V .
gráfico de
z f (x, y )
volume da fatia
na abscissa y
ymáx
dV
'
!!"!!#
A (y ) volume V A(y )dy
ymín
ymín y y máx
ymáx ! x máx "
# $
x mín(y ) ' ' #
#
#
f (x , y )dx $$ dy
$
ymín #% x mín !%!!!!!!&$&
$!!!!!
A(y )
R
Portanto, ¨ ¨
f (x, y) dx dy = f (x, y) dy dx = V ,
R R
1.1.6 Ressalvas
Se você quer calcular R f (~r ) dA efetuando a 1a¯ int. em relação a y, mas R não é uma região
´
entre gráficos de funções de x, como na figura abaixo, então você deve dividir R, por meio de retas
x = const., em sub-regiões que estejam entre gráficos de funções de x, tais como as sub-regiões R1 , R2
e R3 ilustradas. Nesse caso, podemos escrever
1-6
y R R1!R 2!R3 ˆ
y máx(x ) f (~r ) dA =
R
¨ ¨
R3 f (x, y) dy dx + f (x, y) dy dx
R1 R1 R2
ˆ cˆ ymáx (x)
R2 y mín(x ) + f (x, y) dy dx .
b ymín (x)
| {z }
R3
b c x
Analogamente, a região R abaixo pode ser dividida, por meio de retas y = const., nas sub-regiões
R1 , R2 e R3 , que estão entre gráficos de funções de y, assim permitindo que, em cada uma delas, a
1a¯ int. seja em relação a x:
y ˆ
R2 f (~r ) dA =
R
R1 ¨ ¨
b f (x, y) dx dy + f (x, y)dx dy
R1 R2
R3 ˆ bˆ xmáx (y)
x mín (y ) + f (x, y) dx dy .
a x máx (y ) a xmín (y)
| {z }
R3
x
1.1.7 Propriedades
Usando a interpretação volumétrica da integral dupla, é fácil entender por que as seguintes propri-
edades são verdadeiras:
ˆ ˆ ˆ
a) Linearidade: [a f (~r ) + b g(~r )] dA = a f (~r ) dA + b g(~r ) dA
R R R
ˆ ˆ ˆ
b) Aditividade na região de integração: f (~r ) dA = f (~r ) dA + f (~r ) dA
R1 ∪R2 R1 R2
ˆ ˆ
c) Monotonicidade: Se f (~r ) > g(~r ) em R então f (~r ) dA > g(~r ) dA .
R R
y y cos x
cos x 1 ou x arccos y
" "
4
f (x, y )dy dx 2/2
0 sen x
2/2 arcsen y 1 arccos y
y sen x
1-7
(2)
y y !4
8 y " 2x 4 ou x "
2 2x 4 4 y 2
# # 1 x2
f (x, y )dy dx "
# # 1 1
f dx dy 6
4
y " x 2 ou x " y
6 2 8 2
# # 4 1
f dx dy
# # 6
y !4
2
f dx dy
1
1 2 x
(3)
2y 2 2y 2
x2 !
4 x 8 2 2 2
) ) 0
x
2
x cos y dy dx $
5
) ) 4
x
2
x cos y dy dx % 5
) ) 0 y2
x cos y dx dy %
5
) 0
cos y "" ## dy
5
& 2 ' y2
2 2 2
4y 4 ( y 4
) )
3 3 3
% cos y 5 dy % (cos y 5 )y 4dy % sen y 5 % sen 32
0 2 2 0 10 0 10
y
y % x ou x % y 2 x
2 y % ou x % 2y 2
2
2
1
1 4 8 x
que recebe a denominação de integral (tripla, ou volumétrica) de f (~ri ) em R. É necessário que cada
∆Vi tenda a zero colapsando-se num ponto (e não numa linha ou superfície, também de volume nulo).
Se o limite existe independentemente de como seja realizada a partição e como seja escolhido cada
ponto ~ri , a função f (~r ) é dita integrável em R.
No sistema de coordenadas cartesianas, o somatório acima torna-se mais simples se a partição de
R for realizada por meio de superfícies dadas por x = const., y = const. e z = const. (que são planos
1-8
paralelos aos planos xy, xz e yz). Nessa partição, existem N ′ subvolumes regulares (paralelepipedais)
∆Vi′ dados por ∆xi ∆yi ∆zi e N ′′ subvolumes irregulares ∆Vi′′ (aqueles limitados parcialmente pela
superfície de R, sem uma expressão matemática conhecida), sendo N ′ + N ′′ = N . Assim, temos que
ˆ " N ′
N ′′ # ˚
X X
f (~r ) dV = lim f (x′i , yi′ , zi′ )∆xi ∆yi ∆zi + f (x′′i , yi′′ , zi′′ )∆Vi′′ ≡ f (x, y, z) dx dy dz ,
R N →∞ R
i=1 i=1
| {z }
ց
0
˚ ¨ ˆ zmáx (x,y)
h1i
f (x, y, z) dz dy dx = f (x, y, z) dz dy dx
zmín (x,y)
R Rxy | {z }
≡F (x,y)
¨ ˆ xmáx ˆ ymáx (x) ˆ xmáx
h2i
= F (x, y) dy dx = F (x, y) dy dx = F(x) dx ;
xmín ymín (x) xmín
Rxy | {z }
F(x)
em resumo,
ˆ ˆ xmáx ˆ ymáx (x) ˆ zmáx (x,y)
f (~r ) dV = f (x, y, z) dz dy dx .
R xmín ymín (x) zmín (x,y)
Para efetuar a integral tripla dessa maneira, pressupõe-se que a região de integração R possa ser
descrita por desigualdades da forma
zmín (x, y) 6 z 6 zmáx (x, y) , ymín (x) 6 y 6 ymáx (x) , xmín 6 x 6 xmáx ,
que é o caso da região R na figura acima. A primeira dessas desigualdades, significando que a região
de integração R jaz entre gráficos de funções de x e y, possibilita realizar a passagem h1i no cálculo
da integral tripla explicado acima. Já a segunda desigualdade, significando que a região Rxy jaz entre
gráficos de funções de x, justifica a passagem h2i. Se a região R não puder ser expressa por tais
desigualdades, dividimo-la em sub-regiões que podem.
O conceito de integral dupla ou tripla pode ser estendido a integrais quádruplas, quíntuplas, etc,
todas elas sendo genericamente denominadas de integrais múltiplas, cujo cálculo é realizado por integrais
iteradas, segundo o teorema de Fubini.
1-9
1.2.2 Exemplos
Exemplo 1: Integral da função f (x, y, z) = 2x − y − z no volume V descrito pelas desigualdades
0 6 x 6 1, 0 6 y 6 x2 e 0 6 z 6 x + y.
ˆ 1 ˆ x2 ˆ x+y ˆ 1 ˆ x2 x+y
z2
ˆ
f dV = (2x − y − z) dz dy dx = (2x − y)z − dy dx
V 0 0 0 0 0 2 z=0
ˆ 1 ˆ x2 ˆ ˆ 2
(x + y)2 3 1 x 2
= (2x − y)(x + y) − dy dx = (x − y 2 ) dy dx
0 0 2 2 0 0
ˆ 1 2
3 x ˆ 1 6
5 7 1
3 y 3 x 3 x x 3 1 1 8
= x2 y − dx = x4 − dx = − = − = .
2 0 3 y=0 2 0 3 2 5 21 0 2 5 21 35
Exemplo 2:
2 x x2 +y 2 ˆ 2ˆ x 2 x2 +y2
z 1 z
ˆ ˆ ˆ
2 + y 2 )2
dz dy dx = 2 + y 2 )2 2
dy dx
1 0 0 (x 1 0 (x 0
ˆ 2ˆ x 2 ✘✘ ✘
1 (x✘ + y 2 )2 1 2 h ix 1 2 3
ˆ ˆ
= ✘ dy dx = y dx = x dx = .
2 ✘✘ 2✘2 2 2 2 4
1 0 ✘ (x✘+ y ) 1 0 1
¨ ˆ 1−x−y ¨ h 2 i1−x−y
z
ˆ
z dV = z dz dy dx = dy dx z plano
2 0 x y z !1
V 0 1 ou
Rxy Rxy
ˆ 1 z !1" x "y y
ˆ 1 ˆ 1−x 2 3 1−x
(1 − x − y) (1 − x − y) reta x y ! 1
= dy dx = − dx 1
0 0 2 0 6 0
ou y ! 1" x
1 1 n o
ˆ
3
= − 1 − x − (1 − x) − (1 − x)3 dx Rxy 1 y Rxy
6 0 | {z } 1 1 x
0
ˆ 1 1 x
1 1 1
= (1 − x)3 dx = − (1 − x)4 = .
6 0 24 0 24
1-10
1.3 Mudança de Variáveis
1.3.1 Caracterização de uma mudança de variáveis
Um novo sistema de coordenadas (t, u) no plano xy é definido
pela
chamada lei de transformação
h i
x(t, u)
de coordenadas, dada por uma função vetorial tu −→ (do R2 no R2 ), que fornece as
y(t, u)
coordenadas
cartesianas
em função das novas coordenadas t e u, ou pela inversa dessa função vetorial,
h i
x −→ t(x, y) , que fornece as novas coordenadas em função das coordenadas cartesianas. A lei de
y u(x, y)
transformação de coordenadas deve ser, portanto, uma função inversível na região de interesse (que é
a região de integração Rxy , contida no plano
xy). Para estabelecer a fórmula de mudança de variáveis
x(t, u)
adiante, admite-se que a função vetorial seja injetiva e da classe C 1(∗) , e que o jacobiano
y(t, u)
∂(x, y)
nunca mude de sinal no interior dessa região(†).
∂(t, u)
Esses conceitos aplicam-se igualmente, de modo inteiramente análogo, no caso de mudança de
variáveis emespaços de dimensão maior que três. Assim, no R3 , a mudança de variável é dada por
x(t, u, v)
uma função y(t, u, v) (ou por sua inversa), admitindo-se que seja injetiva e da classe C 1 na região
z(t, u, v)
∂(x, y, z)
Rxyz de interesse e que o jacobiano nunca muda de sinal no interior dessa região.
∂(t, u, v)
Exemplifiquemos esses conceitos com as principais coordenadas consideradas neste texto.
x ou pela inversa, que, nos 1o¯ e 4o¯ quadrantes e com x 6= 0, pode ser expressa por
p
x −→ ρ(x, y) = x2 + y 2 .
y ϕ(x, y) = arctan(y/x)
Calculemo o jacobiano:
∂x ∂x
∂(x, y) ∂ρ ∂ϕ cos ϕ −ρ senϕ
= = = ρ cos2 ϕ + ρ sen 2 ϕ = ρ .
∂(ρ, ϕ) ∂y ∂y senϕ ρ cos ϕ
∂ρ ∂ϕ
As coordenadas polares são definidas com base no chamado semieixo polar : uma semirreta partindo
de um ponto denominado polo: a distância ρ é tomada em relação ao polo, e o ângulo ϕ é medido em
relação a essa semirreta. As coordenadas polares definidas acima são baseadas no semieixo polar que
−−→
coincide com o eixo OX (o semieixo das abscissas não-negativas).
Chamaremos, entretanto, ρ e ϕ de coordenadas polares transladadas
P
quando, na sua definição, é considerado um semieixo polar que é o resul- y
tado de uma translação de um eixo cartesiano. Por exemplo, na figura à !
direita, ρ e ϕ (que é um ângulo medido em relação a um semieixo para- ! sen
−−→ P0
lelo a OX) são, para o ponto P , as coordenadas polares transladas para
y0
o polo em P0 . Vê-se que a lei de transformação entre essas coordenadas
e as coordenadas cartesianas x e y é ! cos
x0 x
x = x0 + ρ cos ϕ , y = y0 + ρ senϕ , com ρ ∈ [0, ∞) e ϕ ∈ [0, 2π) .
(∗) Uma função escalar f (x, y, · · · ) é dita da classe C 1 se as suas derivadas parciais de primeira ordem ∂f /∂x, ∂f /∂y, · · ·
forem funções contínuas. Já uma função vetorial F ~ (x, y, · · · ) é da classe C 1 se dessa classe forem as funções que compõem
os componentes de F ~.
(†) Cf. A Course in Mathematical Analysis, volume I, §127, por Edouard Goursat.
1-11
O jacobiano continua sendo ∂(x, y)/∂(ρ, ϕ) = ρ, pois as derivadas de x e y em relação às coordenadas
polares transladadas ρ e ϕ não são alteradas pelas constantes aditivas x0 e y0 presentes na lei de
tranformação.
Exemplo 2: as coordenadas cilíndricas.
As coordenadas cilíndricas de um ponto do espaço são formadas pelas coordenadas polares ρ e ϕ
da projeção desse ponto no plano xy e pela sua coordenada cartesiana z mostradas na figura abaixo,
juntamente com a lei de transformação para as coordenadas cartesianas e outras informações.
#$ x ! cos "
$$ (x, y, z )
$% y ! sen " !
$$ ( , !, ")
$$ z ! z
&
z Notas:
com
! x 2 " y2
y
' [0, () , " ' [0, 2#) , z ' tan " ! y /x
"
x
1-12
z " ! r sen #
$
% x (! " cos !) ! r sen cos !
%
% (x, y, z )
% (Q)
& y (! " sen !) ! r sen sen ! ! r 2 sen
%
% (r, , !)
r % z ! r cos
%
'
Nota :
com
r ! x 2 " y2 " z 2
y
r ( [0, )) , ( [0, # ] , ! ( [0, 2#)
"
!
x
∂x ∂x ∂x
∂r ∂θ ∂ϕ senθ cos ϕ r cos θ cos ϕ −r senθ senϕ
(∗) ∂(x, y, z) ∂y ∂y ∂y
= = senθ sen ϕ r cos θ senϕ r senθ cos ϕ =
∂(r, θ, ϕ) ∂r ∂θ ∂ϕ
∂z ∂z ∂z cos θ −r senθ 0
∂r ∂θ ∂ϕ
r sen ϕ
z }| {
senθ cos ϕ · r sen θ cos ϕ + r cos θ cos ϕ · r senθ cos θ cos ϕ + r senθ sen ϕ · (r sen 2 θ senϕ+r cos2 θ senϕ)
2 2
cos2 ϕ
z }| {
= r2 senθ ( sen 2 θ cos2 ϕ + cos2 θ cos2 ϕ + sen 2 ϕ) = r2 senθ .
1-13
integral dupla (dada pela soma de Riemann na primeira equação desse capítulo) na seguinte forma:
ր0
z }| {
¨ N ′′
X N
X
′
′′ ′′
f (~r )dA = lim f (~r i )∆Ai + f (~r ′i )∆A′i .
Rxy i=1 i=1
Nesta equação subentende-se que o limite há de ser efetuado conforme já explicado (nesse caso, N ′ e
N ′′ tendem a infinito, ∆A′i e ∆A′′i tendem a zero colapsando-se num ponto, etc). O primeiro somatório
refere-se à contribuição das áreas irregulares, que, pelo menos geometricamente, é fácil de ver que tende
a zero.
O terceiro e último passo consiste em demonstrar que
∂(x, y) ′ ′
∆A′i = | (t , u )| ∆ti ∆ui + ǫi ∆ti ∆ui [ com ǫi → 0 quando N → ∞ ] h1i
∂(t, u) i i | {z }
erro
(essa é a parte menos trivial desta dedução) e substituir essa expressão na equação anterior, obtendo
ր0
z }| {
XN′ N ′
∂(x, y) ′ ′
ˆ X
′
f (~r ) dA = lim f (~r i )ǫi ∆ti ∆ui + f [x(t′i , u′i ), y(t′i , u′i )] | (t , u )| ∆ti ∆ui ,
Rxy i=1 i=1
∂(t, u) i i
onde, uma vez que ǫi → 0, o primeiro somatório tende a zero para a maioria das funções de interesse
prático (por exemplo, se f (x, y) for contínua e limitada em Rxy , demonstra-se que tal somatório tende a
N′
P
zero). Além disso, do mesmo modo que F (x′i , yi′ )∆xi ∆yi tende à integral dupla Rxy F (x, y)dx dy,
˜
i=1
onde Rxy é a região do plano xy que tende a ser formada pelos pontos (xi , yi ), o segundo somatório, que
PN′
pode ser escrito na forma F (t′i , u′i )∆ti ∆ui , com F (t, u) = f [x(t, u), y(t, u)] |∂(x, y)/∂(t, u)|, também
i=1 ˜
deve tender à integral dupla Rtu F (t, u)dt du, sendo Rtu a região do plano tu que tende a ser formada
pelos pontos (ti , ui ). Na verdade, como o ponto (ti , ui ) (no plano tu) é a imagem do ponto (xi , yi ) (no
plano xy), a região Rtu deve ser a imagem de Rxy na transformação de coordenadas definida pelas
funções t(x, y) e u(x, y).
Em resumo, esboçamos a dedução da seguinte fórmula de mudança y u
de variáveis, expressando que a integral dupla de f (x, y) na região Rxy Rxy
T Rtu
do plano xy também pode ser calculada como uma integral dupla da
função f [x(t, u), y(t, u)] |∂(x, y)/∂(t, u)| com (t, u) variando na região r
Rtu do plano tu que, pela lei de transformação de coordenadas T (v. x t
figura à direita), corresponde à região Rxy :
∂(x, y)
ˆ ¨ ¨
f (~r ) dA = f (x, y) dx dy = f [x(t, u), y(t, u)] | | dt du . h2i
Rxy Rxy Rtu ∂(t, u)
Essa fórmula é mais fácil de ser lembrada com a seguinte notação (consistente com a equação h1i
acima), que associa as expressões do elemento de área dA em coordenadas cartesianas e nas coordena-
das genéricas (t, u):
∂(x, y) z v
dA = dx dy = | | dt du . h3i
∂(t, u) Rxyz
Argumentos análogos levam à seguinte fórmula de mudança T Rtuv
r
de variáveis numa integral tripla, das coordenadas cartesianas y
(x, y, z) para coordenadas genéricas (t, u, v) por meio de uma lei u
x t
de transformação de coordenadas T (v. figura à direita):
∂(x, y, z)
ˆ ˚ ˚
f (~r ) dV = f (x, y, z) dx dy dz = f [x(t, u, v), y(t, u, v), z(t, u, v)] | | dt du dv , h4i
∂(t, u, v)
Rxyz Rxyz Rtuv
1-14
a qual também é mais fácil de ser lembrada com a seguinte notação associando o elemento de volume
dV expresso nos sistemas de coordenadas cartesianas (x, y, z) e genéricas (t, u, v):
∂(x, y, z)
dV = dx dy dz = | | dt du dv . h5i
∂(t, u, v)
Mais detalhes do exposto acima são apresentados nas seções 5.3 e 5.4 do Apêndice.
ao mudar a variável de x para t pela lei de transformação dada pela função x(t) cujo gráfico é mostrado
figura abaixo, à esquerda, podemos adotar [t(x1 ), t(x2 )] = [t′1 , t′2 ] como o novo intervalo da integração
em relação a t (também podemos adotar o intervalo [t′′1 , t′′2 ], cuja imagem, pela transformação x(t),
também é o intervalo original de integração [x1 , x2 ]).
′′ ′
Mas não devemos adotar o intervalo [t1 , t2 ], pois incluiríamos na integração valores estranhos de
′′ ′
f (x): aqueles associados a x ∈ (x0 , x1 ). Isso acontece porque, nesse intervalo [t1 , t2 ], x(t) não é injetiva,
não existindo a função inversa t(x) (e, portanto, sendo incorreto dizer que [t(x1 ), t(x2 )] = [t′′1 , t′2 ]), o
que se deve ao fato de esse intervalo incluir o ponto t0 , onde o jacobiano dx/dt muda de sinal. Pela
mesma razão, não devemos adotar o intervalo [t′′2 , t′1 ].
Note que o fato de dx/dt se anular sem mudar de sinal no ponto t̄, que está no interior de [t′1 , t′2 ],
não causa qualquer problema no uso desse intervalo de integração.
Ora, no caso de várias variáveis, pontos em que o jacobiano ∂(x, y)/∂(t, u) (no caso da integral
dupla) ou ∂(x, y, z)/∂(t, u, v) (no caso da integral tripla), ambos denotados aqui por J, muda de sinal
também causam a perda da injetividade, o que pode ser entendido a partir das fórmulas dos elementos
de área e volume apresentadas acima (equações h3i e h5i ) :
dA = |J| dt du e dV = |J| dt du dv .
De fato, no caso tridimensional, vemos, como mostra a figura abaixo, à direita, que, se J = 0 num
ponto (t, u, v), então, neste ponto, um volume dΩ ≡ dt du dv não-nulo do espaço tuv corresponde a um
volume dV nulo no ponto ~r (t, u, t) do espaço xyz (a associação de um volume não-nulo a um ponto
revela claramente a perda da injetividade).
x
d " dtdudv #0 !0
x2 dv dV ! |J | d !0
dx
(t ) ! 0
dt (x,y,z)
x (t,u,v) r (t, u, v )
dx
(t ) ! 0 dt
dt 0 du
x1
x0
t2 t1 t0 t1 t t2 t
1-15
b) Pelo exposto, compreende-se que, para a injetividade, o jacobiano não mudar de sinal é uma
condição necessária. Não é, porém, uma condição suficiente: existem transformações de variáveis com
jacobianos que não mudam de sinal numa região, onde, no entanto, não são injetivas.
c) Observe que os jacobianos das transformações entre as coordenadas cartesianas e as coordenadas
polares, cilíndricas e esféricas nunca mudam de sinal quando essas coordenadas tomam valores nos seus
intervalos de definição. É no sentido de satisfazer essa condição que, no caso das coordenadas esféricas,
usamos os intervalos de definição θ ∈ [0, π] e ϕ ∈ [0, 2π) em vez de θ ∈ [0, 2π) e ϕ ∈ [0, π). Nessa
segunda possibilidade, embora todo o R3 também seja mapeado, a mudança de sinal do jacobiano
J = r2 senθ no meio do intervalo de variação da coordenada θ, em θ = π, traria problemas relativos à
perda da injetividade.
1.3.4 Exemplos
Exemplo 1: Cálculo da área da região R do plano xy que é limitada pela curva C que é definida
pela equação 4( −3x + 2y + 5 )2 + 9( 3x − y )2 = 36 .
| {z } | {z }
t u
Nas novas coordenadas indicadas acima, dadas pela lei de transformação t = −3x+ u
2y + 5 e u = 3x − y, a curva C passa a ser expressa por 4t2 + 9u2 = 36, ou (t/3)2 + 2
(u/2)2 = 1, que é a elipse desenhada à direita, englobando a região R′ do plano tu,
que é a imagem da região R (no plano xy), cuja área pode ser assim calculada: R' 3t
∂(x, y) 1 1
¨ ¨ ¨
área de R = dx dy = | | dt du = | − 1/ 3 | dt du = (área de R′ ) = (π · 3 · 2) = 2π ,
R R′ ∂(t, y) R′ 3 3
| {z }
−1/3
∂(x, y) 1 1 1
= = = .
∂(t, u) ∂(t, u) −3 2 −3
∂(x, y) 3 −1
¨
2
Exemplo 2: Cálculo de e(x+2y) dx dy , onde R é a região do plano xy limitada pelas retas
R
x − 2y = 0, x + 2y = 4 e y = 0 (o eixo x).
| {z } | {z }
t u
Essa integral dupla é efetuada mais facilmente se fizermos, como já indicamos acima, a mudança
de variáveis t = x − 2y e x + 2y. Na figura abaixo, mostramos a região R fornecida e a sua imagem R′
nessa transformação de coordenadas.
y u r2 : u ! 4
4
t ! x # 2y
u ! x $ 2y
t
!!"!!#
R'
"
r3 : ut ! x # 2y
! x $ 2y
y !0
r1 : x # 2y ! 0
1
u #
!!"!!
r2 : x $ 2y ! 4
r1 : t ! 0 ou " t !x
u !x
%u !t
R
r3 : y ! 0 2 4 x 4 t
Nessa figura, indicamos que, para esboçar R′ , convém desenhar primeiramente as retas r1′ , r2′ e r3′ ,
que são, respectivamente, as imagens das retas r1 , r2 e r3 que limitam R. Assim, uma vez que
∂(x, y) 1 1 1
= = = ,
∂(t, u) ∂(t, u) 1 −2 4
∂(x, y) 1 2
1-16
temos que
ˆ 4ˆ u 4 4
∂(x, y) 1 1 1 u2 1 16
¨ ¨ ˆ
2 2 2 2
e(x+2y) dx dy = eu | | dt du = eu dt du = eu u du = e = (e −1) .
R R′ ∂(t, y) 4 0 0 4 0 8 0 8
| {z }
−1/4
y−x
¨
− y+x
Exemplo 3: Cálculo de I = e dx dy , onde R = { (x, y) ∈ R2 : x + y 6 2 , x > 0 , y > 0 } .
R
Para efetuar essa integral dupla, uma boa mudança de variáveis é t = y + x e u = y − x. Na figura
abaixo mostramos a região de integração R e a sua imagem R′ nessa transformação de coordenadas,
cujo jacobiano é
∂(x, y) 1 1 1
= = = .
∂(t, u) ∂(t, u) 1 1 2
∂(x, y) −1 1
2
y
t
u r2 : ut ! "
y #x
! y %x
x !0
"
t !y
ou u ! y $ u ! t
r1 : x # y ! 2
r2 : x ! 0 t !y #x r1 : t ! 2
u ! y %x R'
R
2 x 2 t
r3 : y ! 0
" !y #x
r3 : ut ! y %x
y !0
ou "ut !! %x x $ u ! %t
Logo,
ˆ 2ˆ t 2 2 2
1 1 h it 1 1 t2 1
ˆ ˆ
u
I= e− t du dt = − t e−u/t dt = −t(e−1 − e) dt = (e − e−1 ) =e− .
0 −t 2 2 0 u=−t 2 0 2 2 0 e
¨
Exemplo 4: Cálculo de I = (x2 + y 2 ) dx dy , onde R é a região do 1o¯ quadrante do plano xy
R
limitada pelas hipérboles x2 − y 2 = 1, x2 − y 2 = 9, xy = 2 e xy = 4 .
| {z } |{z}
t u
A integral dupla torna-se muito mais fácil de se calcular com a mudança de variáveis indicada no
próprio enunciado; observe:
ˆ 4ˆ 9
2 ∂(x, y) 1 1
¨
2 2 ✘✘✘
I= (x + y )| | dt du = (x✘
✘ + y2) 2 ✘✘✘2 dt du = 2 (9 − 1) (4 − 2) = 8 .
R ′ ∂(t, u) 2 1 2✘(x✘+ y )
y x 2 ! y2 1 u "(x , y ) 1
x 2 ! y2 9 "(t, u ) "(t, u )
4
xy 4 "(x , y )
R t x 2 ! y2 R'
u xy 1 1
xy 2 2
2x !2y 2(x 2 #y 2 )
1 3 x y x
1 9 t
Nessa resolução foram esboçadas as regiões R e R′ , mas isso é desnecessário, porque, com a mudança
de variáveis realizadas, é fácil inferir que a variação das novas variáveis na região R′ é dada por
t = x2 − y 2 ∈ [1, 9] e u = xy ∈ [2, 4], o que leva a limites de integração constantes na integral dupla
transformada.
Segue outro problema desse tipo, cuja resolução não requer que as regiões sejam esboçadas:
1-17
2
1 + 2y x−y
¨
Exemplo 5: Cálculo de I = 3
e x+y dx dy , onde R é a região do plano xy limitada pelas
R (x
√ + y) √
curvas y = 1 − x , y = 2 − x , y = x e y = x + 1 .
As curvas que limitam R podem ser escritas na forma
y + x = 1 , y + x = 2 , y2 − x = 0 e y2 − x = 1 .
| {z } | {z } | {z } | {z }
t t u u
Logo convém realizar a mudança de variáveis indicadas acima, sendo a variação delas (na integral dupla
transformada) dada por
t = y + x ∈ [1, 2] e u = y 2 − x ∈ [0, 1] .
Calculando o jacobiano da transformação,
∂(x, y) 1 1 1
= = = ,
∂(t, u) ∂(t, u) 1 1 2y + 1
∂(x, y) −1 2y
podemos escrever
ˆ 2ˆ 1
✘2y
1+
✘ ✘ −u 1 ˆ 2 h
1 i1 ˆ 2
1 h 1 i2
−u/t
I = e t
✘ du dt = − t e dt = − 2 (e−1/t − 1) dt = − e−1/t +
1 0 t 3 2y✘
✘ +1 1 t
3 u=0 1 t t 1
1 1 1 1
= − e−1/2 + − e−1 − 1 = − √ + + .
2 e e 2
b) f (x, y) = (y 2 − x2 ) cos[xy 2 o
√ + (y − x) ] , e R encontra-se no 1¯ quadrante entre as curvas xy = π ,
xy = 2π , y = x e y = x + π h ´ √π ´ 2π i
Resposta: I = 0 π u cos(t + u2 ) dt du = 2
2) Calcule a área A do plano xy limitada pela curva (3x − 2y + 5)2 + (−3x + y)2 = 16 .
h i
1 16π
Resposta: A =
´´
3 dt du = 3
t2 +u2 616
onde o termo marcado com um asterisco é o elemento de área em coordenada polares, sobre o qual
convém fazer alguns comentários:
1-18
Vimos (de modo genérico, considerando coordenadas arbitrárias (t, u), na y
subseção 1.3.2, equações h1i e h3i ) que, se ∆A é uma área finita limitada por
duas curvas nas quais ρ = const. e duas curvas nas quais ϕ = const., então !!
"!
∂(x, y) infinitesimalmente
∆A ≃ | | ∆ρ ∆ϕ = ρ ∆ρ ∆ϕ −−−−−−−−−−−−→ dA = ρ dρ dϕ , !
(ρ, ϕ)
! ! !
que é o elemento de área em coordenada polares. À direita ilustramos geo-
x
metricamente a consistência desses resultados.
Para explicar os limites de integração naquela fórmula, mostramos, na figura
à direita, como se dá a varredura em coordenadas polares da região de integração y
máx (!)
Rxy ilustrada. Vê-se que, na primeira integração, ρ deve variar desde um valor
mínimo, ρmín (ϕ), até um valor máximo, ρmáx (ϕ), que dependem do ϕ mantido mín (!)
constante. Já na segunda integração, ϕ deve variar desde um valor mínimo,
ϕmín , até um valor máximo, ϕmáx . !máx Rxy
O cálculo de ρmín (ϕ) e ρmáx (ϕ) é análogo ao de ymín (x) e ymáx (x) no caso !
das coordenadas cartesianas. Basta tomar a equação F (x, y) = 0 da curva !mín x
que limita Rxy e, transformando-a para as coordenadas polares (isto é, fa-
zendo as substituições x = ρ cos ϕ e y = ρ senϕ), resolver a equação resultante,
F (ρ cos ϕ, ρ senϕ) = 0, para se obter ρ como uma função explícita de ϕ (o que será possível nos
problemas considerados aqui).
Por exemplo, considere Rxy como sendo o disco ilustrado à esquerda, de
y raio 1 e centro no ponto (1, 1). A equação, em coordenadas cartesianas, da
máx (!) circunferência que o limita é (x−1)2 +(y−1)2 = 1, ou, expandido os quadrados,
mín (!)
x2 + y 2 − 2x − 2y − 1 = 0. Em coordenadas polares essa equação se torna
ρ2 − 2(cos ϕ + senϕ)ρ − 1 = 0 [lembrar que x2 + y 2 = ρ2 ], que pode ser
Rxy revolvida para obter ρ (trata-se de uma equação do 2o¯ grau):
1
p
2(cos ϕ + senϕ) ± 4(cos ϕ + senϕ)2 − 4 p
! ρ= = cos ϕ + senϕ ± sen2ϕ ,
2
1 x
donde constatamos que
p p
ρmáx (ϕ) = cos ϕ + senϕ + sen2ϕ e ρmín (ϕ) = cos ϕ + senϕ − sen2ϕ .
1.4.1 Exemplos
Exemplo 1: Cálculo da integral de f (x, y) = x2 + y 2 no disco de raio unitário centrado na origem.
Resolvemos aqui a mesma integral do Exemplo 4 na página 1-4; observe a simplificação dos cálculos:
y
1
!4 !
2 1
!2
)) ) )
1
R 2
(x!"" $ y"2$) dx dy % ! 2 & ! d ! d" % "" ## " " # % & 2 % .
'" 4 #( 0 '" (# 0 4 2
"#""
1 x R
!2 ! d ! d"
0 0
Exemplo 2: As regiões R1 e R2 hachuradas abaixo (limitadas por retas e circunferências) têm obvi-
amente a mesma área A = π (obtida por um cálculo geométrico simples), a qual pode ser determinada
por uma integração dupla em qualquer dessas regiões; é instrutivo efetuá-la em ambas regiões:
1-19
No sistema de coordenadas polares, a circunferência K é obviamente dada por ρ = 2, e as equações
das circunferências C1 e C2 são assim calculadas:
ou
πˆ 2 π 2 π π
ρ2 22 − (2 cos ϕ)2
ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ
2 2 2 2
A= dA = ρ dρ dϕ = dϕ = dϕ = 2 sen 2 ϕ dϕ = π .
R2 −
π 2 cos ϕ π
− 2 2 cos ϕ −
π 2 −
π
2 2 2 2
¨
Calculemos agora I = y dx dy :
R3
ˆ πˆ 2 y π 2
ρ3
ˆ
4 z }| { 4
I= ρ senϕ ·ρ dρ dϕ = senϕ dϕ
0 2 cos ϕ 0 3 2 cos ϕ
π π √
8 − 8 cos3 ϕ 8 cos4 ϕ 4 13 − 8 2
ˆ
4
= senϕ dϕ = − cos ϕ + = .
0 3 3 4 0 6
Exemplo 3: Cálculo do volume V da região no 1o¯ octante limitada pelo cone e cilindro mostrados
abaixo.
z
z y circunf.
4 x2 (y ! 2)2 " 4
x2 y 2 " 4y
!
cilindro Y ̻ ! 2 " 4! sen
cone ! " 4 sen
45º 4 y x
x
y Rxy
x
p
O volume desejado V jaz abaixo do cone, que é o gráfico da função z = x2 + y 2 , e sobre a região
Rxy do plano xy desenhada acima. Logo, segundo a interpretação geométrica da integral dupla (v. o
1-20
último parágrafo da seção 1.1.1), podemos escrever
ˆ πˆ 4 sen ϕ ˆ π 3 4 sen ϕ ˆ π
2 ρ 43
¨ p 2 2
V = 2 2
x + y dx dy = ρ · ρ dρ dϕ = dϕ = sen 3 ϕ dϕ
Rxy | {z } 0 0 0 3 0 3 0
ρ
π π
64 64 cos3 ϕ 2 64 1 128
ˆ
2
= (1 − cos2 ϕ) sen ϕ dϕ = − cos ϕ + = 1− = .
3 0 3 3 0 3 3 9
Exemplo 4: Cálculo da área da região Rxy do plano xy limitada pelas curvas dadas, nas coordenadas
polares, por ϕ = π/4 e ρ = ϕ2 .
y C 1( : ! $ /4 !2
2
ou y $ x 2 !!
' ' ' ' "" # d!
4 4
área de Rxy $ dA $ " d " d! $ " 2 #
Rxy 0 0 !!"!!# 0 "% #& 0
Rxy dA
x
!4 !5 5
'
4 4
$ d! $ $ .
C 2( : " $ ! 2
0 2 10 10(45 )
0
"
Para aprender mais (opcional): A imagem da região (do plano "!)
C 2 : " $ !2
R"! à direita, sob a transformação dada por x $ " cos ! e
C 1 : ! $ /4
y $ " sen ! , é a região Rxy acima. As imagens de C1 e C2 são C 1(
e C 2( , respectivamente. Já a imagem de C3 (todo o eixo ! : " = 0) R"!
!
é a origem do plano xy ; essa perda da injetividade é coerente com C3 :" $ 0
x $" cos !
o valor nulo do jacobiano " )(x , y )/)(", !) $ " $ 0 !# na curva C3 . R"! *****
y $ " sen !
+ Rxy
% &
área de R = dA = ρ dϕ dρ , 3
R 1 ϕ1 (ρ)
1-21
Logo,
ˆ 3ˆ ρ2 +3
arcsen 3
ρ2 + 3 ρ
ˆ
4ρ
área de R = ρ dϕ dρ = ρ arcsen − arcsen dρ = · · · .
1
ρ
arcsen 4 1 4ρ 4
Indicamos acima o fato de que, nas duas últimas integrações, ρ e ϕ varrem Rxy , a projeção da região
de integração Rxyz no plano xy (havendo esse cálculo de ser realizado conforme já explicado na seção
anterior). De fato, as coordenadas cilíndricas de um ponto P ∈ R3 são formadas, como vimos, pela
sua coordenada cartesiana z e pelas coordenadas polares ρ e ϕ da projeção de P no plano xy.
O termo marcado com um asterisco é o elemento de volume em coordenadas cilíndricas, cuja
expressão, dada pela equação h5i na subseção 1.3.2), é consistente com o que se obtém a partir do
processo de limite indicado na figura abaixo:
z !z !V (! )( !!)(!z )
!
!!
% !V ! !" !!
z ! "(x ,y,z )
pedaço de z | |
# "( ,!,z )
uma casca
dV $ d d! dz
cilíndrica de "#######$#######%
elemento de volume em
espessura ! coordenadas cilíndricas
y
!
x
!
1-22
Exemplo 1: z Rxyz
3 ( f (x, y, z )dV
Rxyz
((( z (x ! y )dx dy dz
Rxyz
2 2
1 /2 2 3
( ( (
0 1 1
z (!2 ) ! dz d ! d"
e, então, passar essa integral dupla para as coordenadas polares (ρ e ϕ varrem o disco Rxy de raio 2):
2π 2 h ρ3 ρ4 i2 8 32π
ˆ ˆ
V = (6 − ρ − ρ2 ) ρ dρ dϕ = 2π 3ρ2 − − = 2π 12 − − 4 = .
0 0 3 4 0 3 3
p
Exemplo 3: Cálculo do volume V limitado pelas superfícies z = x2 + y 2 − 6 e z = − x2 + y 2
(esse volume é o mesmo do exemplo anterior, só que deslocado).
z z x 2 # y2 ! 6
Rxy 2 Cálculo do raio da circunferência na
!6
interseção das duas superfícies:
!2 2
! 6 6 y z 2
!6 ! " 2
# !6 0
" !3 ou 2
ˆ 2πˆ 2ˆ −ρ 2
32π
ˆ ˆ
V= dV = ρ dz dρ dϕ = 2π ρ (−ρ − ρ2 + 6) dρ = · · · = .
V 0 0 ρ2 −6 0 3
1-23
Exemplo 4: Cálculo do volume V limitado pelas superfícies z = x2 + y 2 e z = 18 − x2 − y 2 .
y
!3 0 3 (façam) 81! .
/2 3 9
z x 2 # y2 !2
V
" " " 0 2 !2
! dz d ! d"
!!!!"!!!!#
dV
3
"
25 .
2 3 ! (9 ! !2 )d ! $
32 y 2 2 8
x
p
Exemplo 6: Cálculo do volume V limitado pelas superfícies z = −1 + 2 x2 + y 2 , x2 + y 2 = 1 e
z=0.
z
2 1 1! 2 !
z " 1 ! 2!
1/2
V "
# # #
0 1/2 0
! dz d ! d"
#
5 .
1 1 y "2 ! ( 1 ! 2! ) d ! " "
1/2 12
1
z 1o modo :
y 2 sen ! "2
x 2 ) y2
( ( ( " dz d " d!
z
" 2 sen ! V
2 0 0 0
2 sen !
!" " 2 sen ! 4
x )y
( ( ( ##%# 4 $$&$
2 2
2y " d " d! 3
d!
! 0 0 0 0
1 2
y 24 24 3
(
x 3 .
sen 4! d! '
4 0 4 8 2
" !
V
( ( ( 0 0 0
" dz d " d! (( 0 0
" cos !)2 )
[($!!!!!!!!!! (1 ) " sen !
!%!!!!!!!!!!
2
!&) ] " d " d!
"2 ) 2 " sen ! )1
1
1
! "4 " 2 "$
*
2 2
2" 3 +3 2
( (
# 3 3 .
,, ) sen ! d!
x # 4 ) 3 sen ! ) 2 $ d! -4 3
'2
0 %# $& " 0 0 4 2
1-24
1.6 Integrais triplas em Coordenadas Esféricas
A equação abaixo mostra como transformar uma integral tripla em coordenadas cartesianas outra
em coordenadas esféricas (deduzida da equação h4i na página 1-14). Apesar da forma particular dos
limites de integração na integral transformada, ela servirá aos nossos propósitos.
˚ ˆ ϕmáxˆ θmáx (ϕ)ˆ rmáx (θ,ϕ)
f (x, y, z) dx dy dz = f (r senθ cos ϕ, r senθ senϕ, r cos θ) r2 senθ dr dθ dϕ .
Rxyz ϕmín θmín (ϕ) rmín (θ,ϕ) | {z }
∗
O termo marcado com um asterisco é o elemento de volume em coordenadas esféricas, cuja expres-
são, dada pela equação h5i na página 1-15, é consistente com o que se obtém a partir do processo de
limite indicado na figura abaixo:
z
r sen ! V ( r )(r )(r sen !)
! 2
pedaço de $ V sen
r!""#""$ r !
r sen r !(x ,y ,z )
uma casca | |
!(r , ,! )
r
esférica de "
r 2
espessura r dV # r sen dr d d!
!""""""""""#""""""""""$
elemento de volume em
y
coordenadas esféricas
!
x
1" z
Ora, no plano, temos que x + y + z = r senθ cos ϕ + r senθ senϕ + r cos ϕ = 1, donde, resolvendo
para r, obtemos
1
r = rmín (θ, ϕ) = (no plano) .
senθ cos ϕ + senθ senϕ + cos θ
Já a equação da superfície esférica em coordenadas esféricas é, obviamente, dada por
p
Exemplo 3: Cálculo do volume V da região R limitada pelas superfícies cônica z = x2 + y 2 e
p
semiesférica z = 1 − x2 − y 2 .
1-25
z
R Nas coordenadas esféricas:
2 /4 1
1
45º y
V "
1 R
dV "
1 1 1
0 0 0
r 2 sen ! dr d ! d " "
# r 3 $1 # /4 # $ 2 1% &
1 ' ( ' + cos ! $( ' " ( " ** +
2
, 1 ))) 2 " 2+ 2 . !
' 3( / 0 '
/ 00( 3 - 2 . 3
x '/ (0 0 0
1/ 2
p ˆ
Exemplo 5: Cálculo de I1 = (x2 + y 2 + z 2 )3 dx dy dz, onde
R1 r
3 2 2 2 x2 + y 2
R1 = (x, y, z) ∈ R : x + y + z 6 9 e z > .
3
Na letra (a) da figura tripla acima mostramos que a região R1 está situada no interior da super-
fície esférica E1 e acima da superfície cônica K. Verificamos que θ0 = π/3, como informa a figura,
observando que a equação da reta ℓ na interseção de K com o plano x = 0 é
r √
x2 + y 2 y 3
z= =√ = y,
3 3 3
x=0
√
com coeficiente angular
p tan γ0 = 3/3, portanto; logo, γ0 = 30◦ , donde θ0 = 60◦ = π/3 rad.
Uma vez que (x2 + y 2 + z 2 )3 = r3 , podemos calcular I1 como segue:
ˆ 2πˆ π
3 3
ˆ ˆ 2πˆ π
3 h r 6 i3
I1 = r3 · r2 senθ dr dθ dϕ = senθ dθ dϕ
0 0 0 0 0 | 6{z }0
36 /6
3 6 ˆ 2π h iπ 3 1 6
243π
3
= − cos θ dϕ = · · 2π = .
6 0 | {z 0} 6 2 2
−1 1
2 +1= 2
1-26
ˆ
Exemplo 6: Cálculo de I2 = z dx dy dz, onde
R2 r
3 2 2 2 x2 + y 2
R2 = (x, y, z) ∈ R : x + y + z 6 2z e z > .
3
Na figura (b) acima mostramos que a região R2 está situada acima da mesma superfície cônica K
já discutida no exemplo anterior e no interior da superfície esférica E2 [cuja equação x2 + y 2 + z 2 = 2z
pode ser posta na forma x2 + y 2 + (z − 1)2 = 1, mostrando que E2 é uma superfície esférica de raio
1 centrada em (0, 0, 1)]. Vamos escrever a equação de E2 em coordenadas esféricas: x2 + y 2 + z 2 =
2z ⇒ r2 = 2r cos θ, ou r = 2 cos θ, em que devemos considerar θ no intervalo [0, π/3], porque R2
consiste apenas no interior de E2 que está acima de K. Portanto,
ˆ 2πˆ π
3 2 cos θ
ˆ ˆ 2πˆ π
3 h r4 i2 cos θ
I2 = r cos θ · r2 senθ dr dθ dϕ = cos θ senθ dθ dϕ
0 0 0 0 0 4 0
2πˆ π h − cos6 θ i π 2π
(2 cos θ)4 24
ˆ ˆ
3 3
= cos θ senθ dθ dϕ = dθ dϕ
0 0 4 4 0 6 0
24 −(1/2)6 + 1 21π
= · · 2π = .
4 6 16
ˆ p
Exemplo 7: Cálculo de I3 = x2 + y 2 + z 2 dx dy dz, onde
R3
3 2 2 2 2 2 2
R3 = (x, y, z) ∈ R : x + y + z 6 9 e x + y + z > 2z .
Na figura (c) acima mostramos que a região R3 está situada no interior da superfície esférica E1 e
fora da mesma superfície esférica E2 [de equação r = 2 cos θ, com θ ∈ [0, π/2], conforme já vimos no
Exemplo 6]. Portanto,
ˆ 2πˆ π
2 3
ˆ ˆ 2πˆ π
2 h r4 i3
I3 = r · r2 senθ dr dθ dϕ = senθ dθ dϕ
0 0 2 cos θ 0 0 4 2 cos θ
2πˆ π 4 2πˆ π
2 3 − (2 cos θ)4 1
ˆ ˆ
2
= senθ dθ dϕ = (34 senθ − 24 cos4 θ senθ) dθ dϕ
0 0 4 4 0 0
π
1 2π cos5 θ 2 1h 24 i 2π 389π
ˆ ˆ
= − 34 cos θ + 24 dϕ = 34 − dϕ = .
4 0 5 0 4 5 0 10
| {z }
2π
área da região do plano xy sob o gráfico da função não-negativa y = f (x) e sobre o intervalo [a, b] do
eixo x .
Exemplo – Cálculo da área A do semicírculo de raio R:
1-27
1.7.2 Volume
Na figura à direita, o volume V da região Rxyz sob o gráfico da função z = f (x, y) não-negativa e
sobre a região Rxy pode ser calculado por meio da integral dupla
¨
V = f (x, y) dx dy
Rxy
ou da integral tripla ˚
V = dV .
Rxyz
1.7.3 Massa
A massa contida na região R é dada por
ˆ
σ(x, y) dA se R for uma região do plano xy contendo massa distribuída com
R | {z } densidade superficial σ(x, y) [em kg/m2 ]
ˆ
dm
dm =
R
ˆ
ρ (x, y, z) dV se R for uma região do espaço contendo massa distribuída com
R | m {z
densidade volumétrica ρm (x, y, z) [em kg/m3 ]
}
dm
Denotamos a densidade volumétrica por ρm para não confundi-la com a coordenada cilíndrica radial
ρ. Assim, ρm (ρ, ϕ, z) expressa claramente essa grandeza física como uma função das coordenadas
cilíndricas.
1-28
1.7.4 Centro de massa e centroide
m1 CM ̻
m2
Seja m a massa total de um sistema. Quando m consiste em apenas duas rCM r
2
massas puntiformes m1 e m2 nos pontos ~r1 e ~r2 , como mostra a primeira r1
duas massas
figura à direita, o centro de massa é o ponto ~rCM definido pela primeira
puntiformes
expressão na equação abaixo(∗). Seguem, nessa mesma equação, expressões O
que generalizam o conceito de centro de massa para o caso de N massas
puntiformes e o de uma distribuição contínua de massa m numa região ̻ dm
Ressalte-se que, por se tratar de uma equação vetorial, a expressão para ~rCM = (xCM , yCM , zCM )
acima acarreta em uma equação para cada componente desse vetor:
1 1 1
ˆ ˆ ˆ
xCM = x dm , yCM = y dm , zCM = z dm .
m R m R m R
onde definimos a grandeza I ≡ mr2 , denominada momento de inércia em relação ao eixo de rotação
considerado. Vemos que, dentre duas partículas que giram com a mesma velocidade angular, a de
maior momento de inércia tem energia cinética maior, o que exprime sua maior inércia ao movimento
de rotação (pois deve receber mais energia do que a outra para ser posta à mesma velocidade angular).
Assim, o momento de inércia é, numa rotação, o análogo ao que é a massa numa translação. A
massa é uma medida da resitência à translação e o momento de inércia é uma medida da resistência à
rotação.
(∗) Para entender que, nesse caso, o centro de massa se localiza num ponto interior do segmento de reta que une as duas
1-29
Para calcular o momento de inércia de um corpo de massa contínua ocupando a região R, integramos
dI = (dm)r2 , que é o momento de inércia de um elemento de massa dm ´ (uma partícula) desse corpo,
sendo r a distância desse elemento de massa ao eixo de rotação: I = R r2 dm . Vejamos os detalhes
dessa integral no caso em que R é uma região do plano xy ou do espaço.
dm (x , y )dA
x
Em relação ao eixo x : Ix
! y dm
R
2
y
O Em relação ao eixo y : Iy
! x dm
R
2
Z dm m (x , y, z )dV
C
2 2 2
P (dist. entre dm e o eixo X )2 PA PQ ! QA z 2 ! y2
R 2 2 2
B (dist. entre dm e o eixo Y )2 PB PQ ! QB z2 ! x2
O
z Y 2 2
x (dist. entre dm e o eixo Z )2 PC QO x 2 ! y2
A y Q
X
Em relação aos eixos coordenados, os momentos de inércia de um sólido que ocupa a região R do
espaço, em vista do que se apresenta na figura acima, são dados por
ˆ ˆ ˆ
Ix = (y 2 + z 2 ) dm , Iy = (x2 + z 2 ) dm , Iz = (x2 + y 2 ) dm .
R R R
1-30
cirfunf. 4 cos !
Exemplo 2: Considere o disco D à direita, com densidade superficial ou h 2
σ(x, y) = x. Calcule sua massa m, a abscissa xCM do centro de massa e y
o momento de inércia Iy . (Por simetria infere-se que yCM = 0 .)
h
• Cálculo de m: Esse cálculo envolve uma integral dupla que é efetuada ! " x
abaixo usando as coordenadas polares ρ e ϕ (polo na origem) definidas na 0 2 4
figura à direita:
ˆ ˆ ˆ ˆ π ˆ 4 cos ϕ D
2
m= dm = σ dA = x dA = ρ cos ϕ · ρ dρ dϕ
D D D −π 0 | {z } x cos ! ! " h cos "
2 x
π ˆ π y sen ! h sen "
ˆ
2 h ρ3 i4 cos ϕ 43 2 64 3π
= cos ϕ dϕ = cos4 ϕ dϕ = · = 8π .
−π 3 0 3 −π 3 8
2 2
| {z }
3π/8
Repetimos esse cálculo empregando, agora, as coordenadas polares transladadas para o polo (2, 0),
denotadas por h e φ como mostra a figura:
ˆ 2πˆ 2 ˆ 2π h
h3 i2
ˆ
m= x dA = (2 + h cos φ) · h dh dφ = h2 + cos φ dφ
D 0 0 0 3 h=0
ˆ 2π
8
= 4 + cos φ dφ = 8π .
0 3
• Cálculo de xCM :
ˆ 2πˆ 2
1 1 1
ˆ ˆ
xCM = x |{z}
dm = x2 dA = ( 2 + h cos φ )2 h dh dφ
m D m D 8π 0 0 | {z }
x dA 4+4h cos φ+h2 cos2 φ
2π ˆ 2π
1 h h3 h4 i2 1 32
ˆ
2 2
= 2h + 4 cos φ + cos φ dφ = 8+ sen φ + 4 cos2 φ dφ
8π 0 3 4 h=0 8π 0 3
φ 2π
1 16 sen2φ 1 5
= 8φ + senφ + 4 + = [16π + 4π] = .
8π 3 2 4 0 8π 2
• Cálculo de Iy :
ˆ ˆ ˆ 2πˆ 2
Iy = x2 |{z}
dm = x3 dA = ( 2 + h cos φ )3 h dh dφ
D D 0 0 | {z }
x dA 8+12h cos φ+6h2 cos2 φ+h3 cos3 φ
2π
h 3h4 h5 i2
ˆ
= 4h2 + 4h3 cos φ + cos2 φ + cos3 φ dφ
0 2 5 h=0
ˆ 2π
32
= 16 + 32 cos φ + 24 cos2 φ + cos3 φ dφ
0 5 | {z }
(1− sen 2 φ) cos φ
2π
φ sen2φ 32 sen 3 φ
= 16φ + 32 senφ + 24 + + sen φ −
2 4 5 3 0
1-31
1.8 Problemas Resolvidos
(1)
Vamos calcular o volume V da região R do espaço
delimitada
p pelas seguintes superfícies: plano z = 0, cone
z = 1− x2 + y 2 e cilindro x2 +(y −1/2)2 = 1/4 . Em co-
ordenadas cilíndricas essas superfícies são respectivamente
dadas por z = 0, z = 1 − ρ e ρ = senϕ e são esboçadas
à direita. Vemos que R é a região no interior do cilindro
limitada em baixo pelo plano z = 0 e em cima pelo cone.
Logo,
ˆ ˆ πˆ sen ϕˆ 1−ρ ˆ πˆ sen ϕ
V = dV = ρ dz dρ dϕ = (1−ρ) ρ dρ dϕ
R 0 0 0 0 0
ˆ π 2 sen ϕ ˆ π
ρ ρ3 sen 2 ϕ sen 3 ϕ
= − = − dϕ
0 2 3 0 0 2 3
π
1 ϕ sen2ϕ 1 cos3 ϕ π 4
= − − − cos ϕ + = − .
2 2 4 3 3 0 4 9
(2)
Eis o cálculo do volume V limitado pelas superfícies
p
2 2 z
dadas por
pz = x + y (cônica), x + y = 2y (cilíndrica)
2 2
e z = − 4 − x − y (semiesférica):
2 2
ˆ π ˆ 2 sen ϕ ˆ ρ
V = √ ρ dz dρ dz
0 0 − 4−ρ2
ˆ π ˆ 2 sen ϕ p
= (ρ + 4 − ρ2 )ρ dρ dz
0 0
π ρ = 2 sen ϕ
ρ3 (4 − ρ2 )3/2
ˆ
= − 2 y
0 3 3 ρ=0
ˆ π
1
= 8 sen 3 ϕ − (4 − 4 sen 2 ϕ)3/2 + 43/2 dϕ x
3 0
ˆ π ˆ π ˆ π
8 3 3 32 8π
= sen ϕ dϕ + cos ϕ dϕ + dϕ = + .
3 0 9 3
| {z } | 0 {z } | 0 {z }
4/3 0 π
1-32
ˆ (3)
p
Segue o cálculo de I = xz x + y + z dx dy dz, onde
2 2 2
R
R = (x, y, z) ∈ R : x2 + y 2 + z 2 6 9 , x2 + y 2 + z 2 > 2y , z > 0 , y > 0 e x > 0 .
3
1 5 26 81 32 3
= 3 − = − . x
6 63 2 189
(4)
Vamos expressar, nas coordenadas cartesianas, a seguinte integral,
z
dada nas coordenadas cilíndricas: 4
ˆ πˆ 2 ˆ 4
2 zρ3 tan ϕ
I= dz dρ dϕ .
0 0 −ρ2 4 + ρ senϕ z 4 (super-
fície superior)
Com base no esboço da região de integração à direita (ela se situa
2
entre as superfícies inferior e superior ilustradas), temos que
y
πˆ 2 ˆ 4 2
2
z(ρ )(tan ϕ)
ˆ
2
I = (ρ dz dρ dϕ) x
0 0 −ρ2 4 + ρ senϕ | {z }
dV
√
ˆ 2ˆ 4−x2ˆ 4 2 2
z(x + y )(y/x)
= (dz dy dx)
0 0 −(x2 +y 2 ) 4+y | {z }
dV
ˆ 2ˆ √
4−x2ˆ 4 2 2 z ! 2 ! (x 2 " y 2 )
z(x + y )y
= dz dy dx . (superfície inferior)
0 0 −(x2 +y 2 ) (4 + y)x
(5)
Na integral abaixo, com base no esboço da região de in- z
tegração apresentado à direita, mudamos das coordenadas
esféricas para as cartesianas:
ˆ π ˆ πˆ 3
4
I = r5 cos ϕ sen 2 θ dr dθ dϕ
0 0 0
πˆ 3 3
ˆ π ˆ
4 2
!3 2
= (r2 )(r senθ cos ϕ) r2 senθ dr dθ dϕ y # "" $ x2
0 0 0 | {z } | {z } % 2
(x2 +y 2 +z 2 )(x) dV = dz dy dx y
√
3 2
q
9 −x2ˆ
√ 2 2 x
ˆ ˆ 9−x −y
2 2
2 2 2 3 cos 45&# 3 2/2
= √ √ (x + y + z ) x dz dy dx .
−3 2 2 0 x2 +y 2
1-33
(6)
Agora mudamos a integral abaixo, dada nas coordenadas cilíndricas,
para as coordenadas esféricas. Para isso, usamos o esboço da região de 2
z z! 4
integração R e o da projeção Rxy de R no plano xy ilustrados à direita:
ˆ ˆ √ˆ √ 2
π 2 4−ρ
R z !
I = 2
ρ z cos ϕ dz dρ dϕ 2
0 0 ρ
√ ˆ √ 2 2 x
ˆ πˆ 2 4−ρ2
y
= (ρ)(z)(cos ϕ) ρ dz dρ dϕ
0 0 ρ | {z }
dV Rxy
ˆ πˆ πˆ 2
4
= (r senθ)(r cos θ)(cos ϕ) r2 senθ dr dθ dϕ 2 2 x
0 0 0 | {z }
dV
ˆ πˆ πˆ 2
4
= r4 sen 2 θ cos θ cos ϕ dr dθ dϕ .
0 0 0
(7)
Vamos mudar a integral
ˆ πˆ 1 ˆ 3+ρ2 sen 2ϕ
2
I= (2ρ cos ϕ + ρ senϕ) z dz dρ dϕ ,
0 1 2ρ cos ϕ
cos ϕ+ sen ϕ
(8)
Mais um cálculo de integral tripla em coordenadas cartesianas:
ˆ 1 ˆ √1−x2ˆ √2−x2 −y2 ˆ 1 ˆ √1−x2 h i√2−x2 −y2
12yz 6y
p dz dy dx = p z2 dy dx
0 0 1 1 + x2 + y 2 0 0 1 + x2 + y 2 1
ˆ 1 ˆ √1−x2 ˆ 1 ˆ √x2 +y2
6y(2 − x2 − y 2 − 1) 6y[1 − (x2 + y 2 )]
= p dy dx = p dy dx
0 0 1 + x2 + y 2 0 0 1 + x2 + y 2
ˆ 1 ˆ √1−x2 p p ˆ 1 ˆ √1−x2
6y(1 + x2 + y 2 )(1 − x2 + y 2 ) p
= p dy dx = (6y − 6y x2 + y 2 ) dy dx
0 0 1 + x2 + y 2 0 0
ˆ 1h i√1−x2 ˆ 1
h x4 i1 1
= 3y 2 − 2(x2 + y 2 )3/2 dx = 3(1 − x2 ) − 2(1 − x3 ) dx = x − x3 + = .
0 y=0 0 2 0 2
1-34
(9)
Cálculo da massa m que se distribui com densidade
ρm (x, y, z) = 2x na região V compreendida pelas superfícies x superfície cilín-
y 2 + z 2 = 4, x + y = 2 e x + 2y = 4 (v. figura à direita). drica y 2 z 2 ! 4
ˆ ¨ ˆ 4−2y
m= ρm dV = 2x dx dy dz plano x 2y ! 4
V |{z} Ryz 2−y ou x ! 4 " 2y
2x
¨ h i4−2y ¨ plano x y ! 2
= x2 dy dz =
(4−2y)2 − (2−y)2 dy dz V ou x ! 2 " y
Ryz 2−y Ryz
¨ z
2
2
= (16 − 16y + 4y ) − (4 − 4y + y ) dy dz P # plano yz
Ryz Ryz !
¨
2 y
= (12 − 12y + 3y 2 ) dy dz .
Ryz
A região Ryz é um disco de raio 2, o que enseja o uso das coordenadas polares ρ e ϕ de um ponto
P no plano yz, como mostra a figura. Nesse caso, y = ρ cos ϕ e z = ρ senϕ, com ρ ∈ [0, ∞) e
ϕ ∈ [0, 2π), prosseguindo o cálculo de m assim:
ˆ 2ˆ 2π 2 2 4 2 2π
ρ ρ ϕ sen2ϕ
m= 12 − 12ρ cos ϕ + 3 (ρ cos ϕ)2 ρ dρ dϕ = 12 2π − 0 + 3 +
0 0 2 0 4 0 2 2 0
= 12 · 2 · 2π + 3 · 4 · π = 60π .
(10)
(O intuito deste problema é definir as coordenadas elípticas e mostrar como elas facilitam o cálculo
de integrais duplas em regiões elípticas.)
Vamos calcular a ˜área A da elipse E1 dada por (x/a)2 + (y/b)2 = 1 (a e b positivos).
Temos que A = R dA, onde R é a região limitada por E1 . Para calcular essa integral dupla,
convém empregar as chamadas coordenadas elípticas, aqui denotadas por ρ e ϕ (as mesmas letras das
coordenadas polares), definidas pela seguinte lei de transformação:
O jacobiano é
∂x ∂x
∂ρ ∂ϕ a cos ϕ −aρ senϕ
∂(x, y)
= = = abρ cos2 ϕ + abρ sen 2 ϕ = abρ .
∂(ρ, ϕ) ∂y ∂y b senϕ bρ cos ϕ
∂ρ ∂ϕ
Logo,
∂(x, y)
¨ ¨ ¨
A= dA = | | dρ dϕ = abρ dρ dϕ .
R R ∂(ρ, ϕ) R
Vejamos agora como varrer R nessa integral dupla. Eliminando ϕ nas duas equações que definem
a lei de transformação, obtemos
x 2 y 2 se ρ6=0 x 2 y 2
+ = ρ2 =⇒ + =1 , y
a b aρ bρ
b
que é a equação de uma elipse centrada na origem e de semieixos pa- 1 b
ralelos aos eixos x e y com tamanhos respectivamente iguais a aρ e bρ,
aqui designada por Eρ . A longo dessa elipse (que se degenera na origem a a x
quando ρ = 0), a coordenada ρ mantém-se constante. Na figura à direita R
mostramos uma elipse Eρ no interior da elipse E1 (esta, cuja área se deseja
calcular, é associada a ρ = 1).
Podemos, então, realizar a varredura de R primeiramente integrando em relação a ϕ desde 0 a 2π
(assim compreendendo os pontos de uma elipse Eρ ) e, então, integrando em relação a ρ desde 0 até
1 (desse modo abrangendo todas as elipses Eρ associadas a ρ ∈ [0, 1] e, portanto, varrendo todos os
pontos de R).
1-35
Por fim, obtemos o seguinte resultado (bem conhecido):
ˆ 1ˆ 2π 1
ρ2
A = ab ρ dϕ dρ = ab 2π = πab .
0 0 2 0
(11)
Calculemos
po volume V da região W limitada pela superfície
esférica z = 4 − x2 − y 2 e pelo plano z = 1 . A equação em
coordenadas esféricas do plano que limita W por baixo é assim
obtida: z = r cos θ = 1 ⇒ r = sec θ . Logo,
ˆ ˆ 2πˆ πˆ 2
3
V = dV = r2 senθ dr dθ dϕ
W 0 0 sec θ
π
3 2 π
r 2π
ˆ ˆ
3 3
= 2π senθ dθ = (8 − sec3 θ) sen θ dθ
0 3 sec θ 3 0
π π
2π senθ 2π 1 3
ˆ
3
= 8 senθ − 3
dθ = − 8 cos θ − 2
3 0 cos θ 3 2 cos θ 0
2π 1 1 2π 1 5π
= − 8 (1/2) − 2
+8+ = −4−2+8+ = .
3 2 (1/2) 2 3 2 3
Também podemos calcular essa integral volumétrica começando com as coordenadas cartesianas
para integrar em relação a z e, depois, mudar a integral dupla resultante para as coordenadas polares:
ˆ ˆ ˆ ˆ √4−x2 −y2 ˆ ˆ p
V = dV = dz dy dx = 4 − x2 − y 2 − 1 dy dx
W √ 1
x2 +y 2 6 ( 3)2 x2 +y 2 6 3
√ √
2πˆ 3 3 h 1 3 1 i 5π
1 1 2
ˆ p 2 3/2
= 2
4−ρ − 1 ρ dρ dϕ = 2π − (4−ρ ) − ρ = 2π − − + (4)3/2 = .
0 0 3 2 0 3 2 3 3
(12)
ˆ
Deixamos, como exercício, a verificação de que z dV = π/4 , onde R é a região entre o semi-
p p R
hiperboloide z = x2 + y 2 + 1 e o cone z = 2x2 + 2y 2 .
1-36
Capítulo 2
Curvas e Superfícies
2.1.2 Superfície S no R3
Na definição explícita de S, as coordenadas cartesianas x, y e z dos pontos dessa superfície são tais
que uma delas é função das outra duas [por exemplo, z = f (x, y)].
Na definição implícita de S, essas coordenadas x, y e z são relacionadas por uma equação F (x, y, z) =
0, que define implicitamente uma delas em função das outras.
Na definição paramétrica de S, as coordenadas x, y e z são funções de outras
duas variáveis (dois parâmetros): x = x(t, u), y = y(t, u) e z = z(t, u); ou seja, Z
~r (t, u) = [x(t, u), y(t, u), z(t, u)] é o vetor posição dos pontos de S, como mostra z (t, u )
a figura à direita. S
r (t, u )
Exemplo: Se S é a superfície semiesférica ilustrada abaixo, temos que Y
p
• z = 9 − x2 − y 2 é uma definição explícita. y (t , u )
Z X
S x (t, u )
• x2 + y 2 + z 2 = 9 é uma definição implícita.
x(θ, ϕ) = 3 senθ cos ϕ
! 3 Y • y(θ, ϕ) = 3 senθ senϕ , com θ ∈ [0, π/2] e ϕ ∈ [0, 2π) , é uma def. param.
z(θ, ϕ) = 3 cos θ
X
Essa parametrização não é única; por exemplo, também temos a seguinte:
p
x(t, u) = t , y(t, u) = u , z(t, u) = 9 − t2 − u2 , com t2 + u2 6 9 .
2-1
2.1.3 Curva C no R3
Na definição implícita de C, as coordenadas cartesianas x, y e z dessa curva
são relacionadas por duas equações F (x, y, z) = 0 e G(x, y, z) = 0 . Cada uma Z
dessas equações define implicitamente uma superfície; a interseção delas é a z (t )
curva C. C
Definição paramétrica de C : x = x(t), y = y(t) e z = z(t); ou seja, ~r (t) = r (t )
[x(t), y(t), z(t)] ∈ C . Y
y(t )
X
x (t )
2.1.4 Nomenclatura e notação
As expressões que fornecem as coordenadas (x, y, z) de cada ponto de uma curva C ou de uma
superfície S em função do(s) parâmetro(s) são chamadas de parametrização, de C ou de S, respecti-
vamente. Também é assim chamado o vetor posição ~r (t) = x(t), y(t), z(t) de um ponto de C ou o
vetor posição ~r (t, u) = x(t, u), y(t, u), z(t, u) de um ponto de S.(∗)
Exemplo 2: Elipse
Y
b ̻t ! /2 (x /a )2 # (y /b)2 ! 1 "
cos t sen t
$
% x (t ) ! a cos t
̻
t! " ̻
t !0 " %
%
a a X ) %& y(t ) ! b sen t
%
%
t ! 3 /2 " %
% t ' [0, 2 )
̻ (
b
2-2
Exemplo 5: O caminho reto desde o ponto P1 (x1 , y1 , z1 ) ao P2 (x2 , y2 , z2 ). P2
Z
~r (t) = ~r1 + t (~r2 − ~r1 ) , com t ∈ [0, 1] r2
↓ ↓ ↓ P1 r (t )
x(t) x1 x2 − x1 x1 + t (x2 − x1 ) r1
y(t) = y1 + t y2 − y1 = y1 + t (y2 − y1 )
z(t) z1 z2 − z1 z1 + t (z2 − z1 )
X Y
Por exemplo, com os pontos P1 (−1, 2, 5) e P2 (2, −5, −1), obtemos
~r (t) = (−1, 2, 5) + t (3, −7, −6) = ( −1 + 3t , 2 − 7t , 5 − 6t ) , com t ∈ [0, 1] .
| {z } | {z } | {z }
x(t) y(t) z(t)
Exemplo 6: O caminho desde o ponto (3, 4, 5) ao (4, 3, 5) ao longo da curva na interseção das su-
p
perfícies x + y = 7 (plano) e z = x2 + y 2 (cone):
p √
x(t) = t , y(t) = 7 − t , z(t) = t2 + (7 − t)2 = 2t2 − 14t + 49 , t ∈ [3, 4] .
2-3
x + y − z − 1/2 = 0
Exemplo 10: C :
z = (x2 + y 2 )/2
Para parametrizar essa curva na interseção de duas superfícies, consideramos o que se encontra
explicado na figura abaixo.
Assim, eliminemos z para obter a equação da projeção no plano xy da curva C dada; obtemos
x2 + y 2 1
z= =x+y− ⇒ x2 − 2x + y 2 − 2y = −1 ⇒ (x − 1)2 + (y − 1)2 = 1 .
2 2
Essa é a equação de uma circunferência, que, conforme já vimos, tem a parametrização x(t) = 1+cos t e
y(t) = 1 + sent, com t ∈ [0, 2π). Ora, essas duas equações também fazem parte de uma parametrização
de C, só faltando, para essa curva, determinar z(t). Nesse intuito, usamos uma das equações das
superfícies. Usaremos a equação do plano dado, x+y −z −1/2 = 0 (por ser mais simples). Substituindo
x(t) e y(t) nessa equação, obtemos z(t).
Em resumo, a parametrização de C é dada por
3
x(t) = 1 + cos t , y(t) = 1 + sent , z(t) [ = x(t) + y(t) − 1/2 ] = + cos t + sent , t ∈ [0, 2π) .
2
Exemplo 11: Também neste exemplo, a curva é a interseção de duas superfícies conhecidas, e
agimos como no exemplo anterior. Primeiramente obtemos a projeção no plano xy da curva dada,
parametrizamo-la [i.e, obtemos x(t) e y(t)] e, então, calculamos z(t) usando uma das equações das
superfícies.
2
x + y 2 + z 2 = 2y (z > 0)
C: ⇒ x2 + y 2 + (y − 1)2 = 2y
z−y+1=0 ⇒ z =y−1
x 2 y − 1 2 1
⇒ x2 + 2y 2 − 4y = −1 ⇒ + √ = 1 ⇒ x(t) = cos t e y(t) = 1 + √ sent .
1 1/ 2 2
Neste caso, o parâmetro t não varia no intervalo [0, 2π), pois há a restrição z > 0 a ser satisfeita.
1
Calculando z(t) por meio da equação da segunda superfície, obtemos z(t) = y(t) − 1 = √ sent . Mas,
2
1
se z(t) = √ sent > 0, concluímos que t ∈ [0, π] . Resumindo, temos
2
1 1
x(t) = cos t , y(t) = 1 + √ sent , z(t) = √ sen t , com t ∈ [0, π] .
2 2
2-4
Os dois exemplos seguintes são parecidos com os dois anteriores, porém mais simples, uma vez
que já se conhece a equação da projeção no plano xy da curva que se quer parametrizar (não sendo
necessário, portanto, eliminar z das equações das duas superfícies que se interceptam naquela curva).
z
" x (t ) ! 2 cos t
"
x 2 # (y $ 2)2 ! 4 % ' com t & [0, 2 ) )
"
" y(t ) ! 2 # 2 sen t
(
C
x $y #z ! 5 % z (t ) *, ! 5 $ x (t ) # y(t ) +- ! 7 $ 2 cos t # 2 sen t )
. /
̻
2 4 y
x
x−1 2+ y−2 2 =1
Exemplo 13: C : 2 3
2
x + y2 + 3 = z
Por exemplo, com P0 (1, 1, 1), P1 (−1, 2, 3) e P2 (3, −1, −2), temos
x(t, u) 1 −2 2 x(t, u) = 1 − 2t + 2u
~r (t, u) = y(t, u) = 1 + t 1 + u−2 ⇒ y(t, u) = 1 + t − 2u com t ∈ R e u ∈ R .
z(t, u) 1 2 −3 z(t, u) = 1 + 2t − 3u
|{z} | {z } | {z }
~
r0 ~
r1 −~
r0 ~
r2 −~
r0
z x(θ, ϕ) = R senθ cos ϕ
! • centrada na origem y(θ, ϕ) = R senθ senϕ
R z(θ, ϕ) = R cos θ
y x(θ, ϕ) = α + R senθ cos ϕ
• centrada em (α, β, γ) y(θ, ϕ) = β + R senθ senϕ
x
z(θ, ϕ) = γ + R cos θ
2-5
r
x2 + y 2
Exemplo 3: A superfície cônica z = .
3 √
A equação dessa superfície nas coordenadas cilíndricas torna-se z = ρ/ 3 . Assim, usando essas
coordenadas, obtemos a seguinte parametrização:
√
3
x(ρ, ϕ) = ρ cos ϕ , y(ρ, ϕ) = ρ senϕ , z(ρ, ϕ) = ρ , com ρ ∈ [0, ∞) e ϕ ∈ [0, 2π) .
3
p
Exemplo 4: A superfície cônica z = 3 − (x − 1)2 + (y − 2)2 .
Usando as coordenadas cilíndricas transladadas definidas por x = 1 + ρ cos ϕ, y = 2 + ρ senϕ e
z = z, obtemos a seguinte parametrização:
x(ρ, ϕ) = 1 + ρ cos ϕ , y(ρ, ϕ) = 2 + ρ senϕ , z(ρ, ϕ) = 3 − ρ , com ρ ∈ [0, ∞) e ϕ ∈ [0, 2π) .
Nos dois exemplos anteriores, as superfícies são de revolução, e ficou evidente a conveniência das
coordenadas cilíndricas para a parametrização dessas superfícies. Na próxima seção abordamos esse
tópico com mais profundidade.
z ! !(t )
z z (!)
z z (t )
S
C
C C
z z
y ! !
x !
x(ρ, ϕ) = ρ cos ϕ , y(ρ, ϕ) = ρ senϕ , z(ρ, ϕ) = z(ρ) , com ρ ∈ [ρ1 , ρ2 ] e ϕ ∈ [0, 2π) . h1i
x(t, ϕ) = ρ(t) cos ϕ , y(t, ϕ) = ρ(t) senϕ , z(t, ϕ) = z(t) , com t ∈ [t1 , t2 ] e ϕ ∈ [0, 2π) . h2i
A curva C que gera a superfície de revolução geralmente é fornecida como uma curva nos semiplanos
xz (x > 0) ou yz (y > 0). Para expressá-la no plano ρz, conforme se faz necessário na formulação
acima, basta trocar as coordenadas x ou y pela coordenada ρ, uma vez que os eixos x e y são posições
particulares do eixo ρ (que é o eixo x ou y girado no plano xy).
Vejamos alguns exemplos de parametrização de superfícies de revolução que são geradas pelas curvas
C fornecidas.
2-6
Exemplo 1: C é a parábola z = y 2 , com y ∈ [0, 2]. z
A curva C é definida explicitamente no plano yz e, portanto, no plano ρz por
C :z y2
z = ρ2 , cuja substituição na equação h1i acima, fornece
x(ρ, ϕ) = ρ cos ϕ, y(ρ, ϕ) = ρ senϕ, z(ρ, ϕ) = ρ2 , com ρ ∈ [0, 2] e ϕ ∈ [0, 2π) .
x y
Ora, essa superfície de revolução é o paraboloide z = ρ2 = x2 + y 2 , obviamente.
z C :z 2y !1
Exemplo 2: C é o segmento de reta que liga os pontos (0, 1, 1) e (0, 2, 3). 3
A equação de C é z = 2y − 1, com y ∈ [1, 2]. Assim, substituindo z(ρ) = 2ρ + 1 1
em h1i, obtemos
1 2 y
x(ρ, ϕ) = ρ cos ϕ , y(ρ, ϕ) = ρ senϕ , z(ρ, ϕ) = 2ρ + 1 ,
com ρ ∈ [1, 2] e ϕ ∈ [0, 2π) .
2-7
2.5 Vetor Tangente e Vetor Normal
2.5.1 Vetor tangente a uma curva definida parametricamente
Se ~r (t) é uma parametrização de alguma curva C, então o vetor
d~r z r '(t0 )
~r ′ (t0 ) = (t0 ) = [x′ (t0 ), y ′ (t0 ), z ′ (t0 )] é um vetor tangente a C no ponto
dt
~r0 = [x(t0 ), y(t0 ), z(t0 )], como mostra a figura à direita.
C
Exemplo 1: ~r (t) = (t2 + 2t, et−1 , sec2 πt) define uma curva à qual, no r (t0 )
ponto P0 (3, 1, 1), um vetor tangente T~0 é assim calculado:
t20 + 2t0
2o
¯→ 1 + 2 = 3 X
y
3 −−−− x
1o
~r (t0 ) = et0 −1 = 1 −
−−¯→ t = 1
− 0
o
2
sec πt0 1 3¯→ sec2 π = 1 X
−−−−
2t0 + 2 4
T~0 = ~r ′ (t0 ) = et0 −1 = 1 .
2 0
2π sec πt0 tan πt0 t
0 =1
x−3 y−1
As equações cartesianas da reta tangente a essa curva no ponto dado são = e z=1
4 1
(v. Apêndice).
x−3 y−8 10
A equação da tangente em P0 é = .
−4 6
(∗) Esse quociente de diferenciais há de ser entendido, obviamente, como um processo de limite numa curva lisa.
2-8
2.5.2 Vetor normal a uma superfície definida parametricamente
Se ~r (t, u) é uma parametrização de alguma superfície S,
z
então, em P0 , um ponto ~r (t0 , u0 ) de S, os vetores r S
N0 (t0 , u0 )
∂~r ∂~r u curva r (t0 , u )
(t0 , u0 ) e (t0 , u0 )
∂t ∂u P0 r
(t , u )
são tangentes a S e, por conseguinte, o vetor t 0 0
r (t0 , u0 )
curva r (t, u0 )
~ 0 = ∂~r (t0 , u0 ) × ∂~r (t0 , u0 )
N
∂t ∂u y
x
é normal a S.
√
Exemplo 1: Calculemos um vetor N ~ 0 normal no ponto P0 (1/2 , 3/2 , 3) da superfície S definida
parametricamente por ~r(t, u) = (t − 2)2 cos u , (t − 2)2 senu , t , com t ∈ [0, 4] e u ∈ [0, 2π) .
~i ~j ~k
~ 0 = ∂~r × ∂~r
N = 2(t0 − 2) cos u0 2(t0 − 2) senu0 1
∂t ∂u (t0 ,u0 )
−(t0 − 2)2 senu0 (t0 − 2)2 cos u0 0
Precisamos dos valores de cos u0 , senu0 e t0 , que podem ser calculados usando-se o fato de que
~r(t0 , u0 ) é o ponto P0 dado:
(t0 − 2)2 cos u0 1/2
cos u0 = 1/2
2
√ √
(t0 − 2) senu0 = 3/2 ⇒ senu0 = 3/2
~r (t0 , u0 ) =
t0 3 t0 = 3
2.5.3 Vetor tangente a uma curva definida pela interseção de duas superfí-
cies
Se uma curva C é dada pela interseção de duas superfícies S1 e S2 ,
como na figura à direita, então um vetor T~0 tangente a C num ponto P0
é dado por T~0 = (N ~ 1 )0 × (N
~ 2 )0 , onde (N
~ 1 )0 e (N
~ 2 )0 são vetores normais (N 2 )0
a S1 e S2 , respectivamente, no ponto P0 .
Para o cálculo de um vetor tangente segundo essa formulação, é im- (N 1 )0
portante lembrar que, se S1 [ou S2 ] é definida P0
h i C T
~ 1 )0 [ou (N
• parametricamente por ~r (t, u), então (N ~ 2 )0 ] = ∂~r × ∂~r ;
0
∂t ∂u P0 S2
2-9
t0 = 1 ⇒ u0 = 1/t0 = 1 −2 + 6 = 4 X
∴ ou ⇒ z0 = 2 cos(πt0 u0 ) + 6t0 = ou ⇒ (t0 , u0 ) = (1, 1)
t0 = 2 ⇒ u0 = 1/t0 = 1/2 −2 + 12 = 10
~i ~j ~k ~i ~j ~k
∂~r i
h ∂~r
~ 1 )0 =
∴ (N × = 1 u0 −2πu0 sen(πt0 u0 ) + 6 = 1 1 6 = (−6, 12, −1) .
∂t ∂u (t0 ,u0 )
2 t0 −2πt0 sen(πt0 u0 ) 2 1 0
~ 2 )0 , observamos que S2 é dada por F (x, y, z) ≡ x2 y − z = 0, donde
Para calcular (N
~ 2 )0 = ∇F (P0 ) = (2x0 y0 , x20 , −1) = (4, 4, −1) .
(N
Por fim,
~i ~j ~k
T~0 = (N
~ 1 )0 × (N
~ 2 )0 = −6 12 −1 = (−8, −10, −72) = −2 (4, 5, 36) .
4 4 −1
x−2 y−1 z−4
As equações da tangente a C em P0 são = = .
4 5 36
~r ′ (t) = ~r ′ (π/2) = (2 cos t, −3 sent, −1) = (0, −3, −1) ⇒ ~r (t) = (0, −3, −1) t+~c1 (t > π/2) ,
t=π/2
2-10
Problema 3: Uma partícula se move no plano xy de modo que a sua velocidade é sempre perpen-
dicular ao seu vetor posição. Mostre que a sua trajetória é uma circunferência centrada na origem.
Solução: y
d~r 1 d~r d~r 1 d 2
0 = ~v (t) · ~r (t) = · ~r (t) = · ~r + ~r · = |~r | r (t )
dt 2 dt dt 2 dt
2
⇒ |~r | = const. ⇒ |~r (t)| = r0 = const. CQD. x
r0
Problema 4: Se uma partícula gira com velocidade angular ω em torno do eixo z descrevendo uma
circunferência contida no plano z = z0 e centrada no ponto (0, 0, z0 ), mostre que ~v = ~ω × ~r, onde
~ω = ω~k.
Solução: z
Considerando a figura à direita, temos, por um lado, que z0
r0 senθ0 cos ϕ
−ωr0 senθ0 senϕ
0 r
d~r r0
~r = r0 senθ0 sen ϕ ⇒ ~v = = ωr0 senθ0 cos ϕ , h1i
dt x ! y
r0 cos θ0 0
~i ~j ~k
−ωr0 senθ0 senϕ
~ω × ~r = 0 0 ω = ωr0 senθ0 cos ϕ . h2i
r0 senθ0 cos ϕ r0 senθ0 senϕ r0 cos θ0 0
2-11
A exigência da continuidade de ~r (t) ainda deixa a noção de curva y
com muita generalidade, incluindo objetos geométricos complicados, sem vetor r #(t1 )
qualquer aplicação. Em nossas considerações não necessitamos senão da
ideia de curva lisa, assim entendida a curva cuja representação ~r (t) seja r (t1 )
da classe C 1 (i.e., com derivada ~r ′ (t) contínua) e que não se anule. Tal
curva, em cada ponto, admite um único vetor tangente unitário (não- r (t f )
nulo, portanto) que varia continuamente ao longo dela.
A curva mais genérica que precisamos considerar é a chamada
r (ti ) r (t ), t " [ti , t f ]! x
curva lisa por partes, formada por um número finito de curvas lisas,
como, por exemplo, aquela na figura à direita, exibindo bicos, nos quais
~r ′ (t) não existe. Também usaremos o termo caminho liso por partes,
quando o sentido do percurso for relevante.
2-12
2.7.3 Divergência, Rotacional e Laplaciano
A expressão do gradiente de um campo escalar f (~r ), ∇f = (∂f /∂x, ∂f /∂y, ∂f /∂z), se rees-
crita na forma ∇f = (∂/∂x, ∂/∂y, ∂/∂z)f , sugere a definição do chamado operador nabla ∇ =
~
(∂/∂x, ∂/∂y, ∂, ∂z), que, por ser um operador diferencial vetorial, também é denotado pelo símbolo ∇.
Como um vetor, ∇ pode ser multiplicado por um campo escalar f (~r ) (assim produzindo o já
conhecido gradiente de f ) ou por um campo vetorial F~ (~r ) = (Fx , Fy , Fz ). Nesse segundo caso, a
multiplicação pode formar o produto escalar ou o vetorial, originando respectivamente a divergência
de F~ (~r ),
∂ ∂ ∂ ∂Fx ∂Fy ∂Fz
∇ · F~ (~r ) = , , · (Fx , Fy , Fz ) = + +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
ou o rotacional de F~ (~r ),
~i ~j ~k
∂Fz ∂Fy ∂Fx ∂Fz ∂Fy ∂Fx
∇× F~ (~r ) = ∇×(Fx , Fy , Fz ) = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = − , − , − .
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
Fx Fy Fz
Nos pontos onde a divergência de um campo vetorial se anula, esse campo é dito solenoide, e onde o
rotacional se anula, ele é dito irrotacional.
Se calcularmos a divergência do gradiente de f , isto é, ∇ · ∇f , denotado por ∇2 f , obtemos o
chamado laplaciano de f ,
∂f ∂f ∂f ∂ ∂f ∂ ∂f ∂ ∂f
∇2 f = ∇ · ∇f = ∇ · , , = + +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
∂2f ∂2f ∂2f
= + 2 + 2 .
∂x2 ∂y ∂z
2-13
2.9 Apêndice
2.9.1 ~ 0 = (a, b, c) contendo o ponto ~r0 = (x0 , y0 , z0 )
Plano normal ao vetor N
Equação vetorial que um ponto genérico ~r = (x, y, z) do plano deve satisfazer: N ~ 0 · (~r − ~r0 ) = ~0
(que é evidente pela figura abaixo, à esquerda, mostrando que N ~ 0 e ~r − ~r0 são vetores ortogonais e,
portanto, com produto escalar nulo).
Equação cartesiana:
É obtida com o desenvolvimento da equação vetorial nas coordenadas cartesianas:
2.9.2 Reta paralela ao vetor T~0 = (a, b, c) pelo ponto ~r0 = (x0 , y0 , z0 )
Equação vetorial que um ponto genérico ~r = (x, y, z) da reta deve satisfazer: T~0 ×(~r −~r0 ) = ~0 (que
é evidente pela figura abaixo, à direita, mostrando que T~0 e ~r − ~r0 são vetores paralelos e, portanto,
com produto vetorial nulo).
Equações cartesianas:
~i ~j ~k 0 b(z − z0 ) = c(y − y0 )
a b c = 0 ⇒ c(x − x0 ) = a(z − z0 )
x − x0 y − y0 z − z0 0 a(y − y0 ) = b(x − x0 ) .
As equações cartesianas da reta no espaço consistem em duas equações cartesianas de planos que
se interceptam nela. Do sistema de equações acima, concluímos o que segue.
x − x0 y − y0 z − z0
Se abc 6= 0 : = = (expressando duas equações independentes).
a b c
y − y0 z − z0
Se a = 0 e bc 6= 0 : x = x0 e = .
b c
Se a = b = 0 e c 6= 0 : x = x0 e y = y0 .
2-14
Capítulo 3
Assim, a integral de linha, após a substituição da parametrização da curva, torna-se numa integral de
uma variável (t).
Maiores detalhes do exposto acima é apresentado na seção 5.5 do Apêndice.
√
Exemplo 1: Cálculo da massa m de um arame de densidade linear λ(x, y, z) = 3(x2 + y 2 ) 2z e
com a forma do helicoide ~r (t) = (cos t, sent, t2 /2) , 0 6 t 6 2π .
ds
ˆ ˆ ˆ 2π z }| {
m= dm = λ(x, y, z) ds = λ[~r (t)] |~r ′ (t)|dt
C C 0
p p
ds = |~r ′ (t)|dt = |(− sent, cos t, t)| dt = (− sent)2 + (cos t)2 + t2 dt = 1 + t2 dt
p
λ[~r (t)] = λ[cos t, sent, t2 /2] = 3(cos2 t + sen 2 t) 2 · t2 /2 = 3|t| = 3t
ˆ 2π p 2π
∴ m= 3t · 1 + t2 dt = (1 + t2 )3/2 = (1 + 4π 2 )3/2 − 1 .
0 0
3-1
z área A
y ampliação
dA f (x , y )ds
$
r f (x , y )
! A
" dA "
C C
f (x , y )ds
!!!"!!!#
x $ C
dA
C f (r ) f (x , y ) ds
Exemplo 2: Considere uma curva C no plano xy. A integral de linha ao longo de C de uma
função f (x, y) pode ser interpretada como a área de uma cerca que tem como base a curva C e,
como altura, a função f (x, y), calculada em cada ponto ~r (x, y) ∈ C, como mostra a figura acima.
seguinte fórmula: p
ds = |~r ′ (t)|dt = x′ 2 (t) + y ′ 2 (t) + z ′ 2 (t) dt .
Em particular, no caso de uma curva C no plano xy que é o gráfico de uma função y(x), temos que
~r (x) = [x, y(x)] (a coordenada x é o parâmetro) e, portanto, que
p
ds = |~r ′ (x)|dx = | [1, y ′ (x)] |dx = 1 + y ′ 2 (x) dx ;
logo,
ˆ ˆ xmáx p
comprimento de C = ds = 1 + y ′ 2 (x) dx [se a curva C do plano xy for o gráfico de y(x)],
C xmín
3.1.3 Propriedades
ˆ ˆ ˆ
• Linearidade: [a f (~r ) + b g(~r )] ds = a f (~r ) ds + b g(~r ) ds (a e b constantes) .
C C C
ˆ ˆ ˆ
• Aditividade: f (~r ) ds = f (~r ) ds + f (~r ) ds .
C1 ∪C2 C1 C2
Para garantir a existência da integral de linha e a validade dessas propriedades, é suficiente que o
campo escalar seja contínuo na curva de integração e que essa curva seja lisa. Essa segunda exigência
pode ser relaxada, bastando que a curva de integração seja lisa por partes; nesse caso, a integral total
é a soma das integrais calculadas em cada parte lisa da curva.
3-2
3.1.4 Problemas resolvidos
(1)
˛ ˆ 2π ˆ 2π
(∗)
(x2 − y 2 ) ds = [(4 cos t)2 − (4 sent)2 ] · 4 dt = 64 [cos2 t − sen 2 t] dt
0 0
x2 +y 2 =16
2π 2π
sen2t
ˆ
= 64 cos 2t dt = 64 =0 ,
0 2 0
(4)
Cálculo da área A da porção da superfície vertical y = x2 /2, com
(0 6 x 6 2), situada acima do plano xy e abaixo do plano x + y + z = 4 z
(v. figura à direita). 4 plano
x !y !z 4
Esse problema é do tipo discutido no Exemplo 2, página 3-2. É
como se tivéssemos uma cerca ao longo da parábola C, no plano xy,
dada por y = x2 /2 (0 6 x 6 2) e com altura dada pela função z =
A
´ = 4 − x − y´ (cujo gráfico é o plano fornecido), de modo que
f (x, y)
4
A = C f (x, y) ds = C (4 − x − y) ds. Esse elemento de comprimento de 2
arco épo de uma curva no plano xy, o que nos permite usar a fórmula y
2
ds = 1 + y (x) dx deduzida na subseção 3.1.2. Substituindo y(x) =
′ 2
3-3
(5)
Cálculo da área A da porção da superfície vertical y = x2 , com (0 6 x 6 2),
situada acima do plano xy e abaixo do plano z = 3x (v. figura à direita). z plano z 3x
Mais um problema como o anterior, só mudando a base da cerca, com a 6
forma da parábola y = x2 , e a altura, dada pela função z = f (x, y) = 3x.
Nesse caso, as contas são bem mais simples (e é assim que cai na prova!);
observe: ˆ ˆ ˆ 2 p
A= f (x, y) ds = 3x ds = 3x 1 + 4x2 dx A
y
C C 0 | {z }
√ ds 2
2
(1 + 4x2 )3/2 17 17 − 1 2
= = . C:y x2
4 0 4 x
(6)
ˆ 2π
1 1 1 1
ˆ ˆ ˆ
2 2
xCM = x |{z}
dm = x ds = (2 + 2 cos t) · 2 dt = x2 ds
m C m C 8π 0 m C
x ds
ˆ 2π t 2π
1 1 sen2t 1
= (4 + 8 cos t + 4 cos2 t) dt = 4t + 8 sent + 4 + = (8π + 4π) = 3 .
4π 0 4π 2 4 0 4π
(7)
Um fio, com densidade linear λ(x, y, z) = (1 − x)(y − 1)z, tem a forma da curva C na interseção da
superfície semiesférica x2 + y 2 + z 2 = 6 (z > 0) com o plano x + y = 2. Calcule
a) seu comprimento ℓ
b) sua massa m
c) seu centro de massa (xCM , yCM , zCM )
d) seus momentos de inércia Iz e Iy relativos aos eixos z e x, respectivamente.
O primeiro passo é parametrizar C e calcular o elemento de comprimento de arco:
y − 1 2 z 2
x+y =2 x=2−y 2 2 2
−− −−−−→ (2 − y) + y + z = 6 ⇒ · · · ⇒ √ + = 1
x2 + y 2 + z 2 = 6 2 2
| {z } |{z}
cos t sen t
√ * ds =
p
′ 2 (t) + y ′ 2 (t) + z ′ 2 (t) dt
y(t) = 1 + 2 cos t qx √ √
⇒ z(t) = 2 sent > 0 ⇒ t√∈ [0, π] ⇒ = (− 2 sent)2 + ( 2 sent)2 + (2 cos t) dt
√
x(t) [= 2 − y(t)] = 1 − 2 cos t = 4 sen 2 t + 4 cos2 t dt = 2 dt .
3-4
31 1 1 1
= + + − = 1.
2 3 4 3 4
ˆ π √
1 1
ˆ
yCM = y dm = (1 + 2 cos t) · 8| cos2 {z
t sent dt} = 1 .
m C 16/3 0 | {z }
y dm
π ˆ π
1 1
ˆ ˆ
2
zCM = z dm = (2 sent) · 8 cos {zt sent dt} = 3 (1 − cos2 t) cos2 t dt
m C 16/3 0 | {z } | 0 | {z }
z dm cos2 t−cos4 t
π
t sen2t 3t sen2t sen4t π 3π 3π
=3 + − − − =3 − = .
2 4 8 4 32 0 2 8 8
ˆ ˆ π √ √
d) Iz = (x2 + y 2 ) dm = [ (1 − 2 cos t)2 + (1 + 2 cos t)2 ] · 8 cos2 t sent dt
C 0 | {z }
2(1+2 cos2 t)
π
cos3 t cos5 t 1 2 1 2 22 352
= 16 − −2 = 16 + + + = 16 · = .
3 5 0 3 5 3 5 15 15
ˆ ˆ π √
(∗)
Iy = (z 2 + x2 ) dm = (−2 cos2 t + 2 2 cos t + 5) · 8 cos2 t sent dt
Cˆ 0
π √
= 8 (−2 cos t sent + 2 2 cos3 t sent + 5 cos2 t sent) dt
4
0 5 π 2 304
cos t √ cos4 t cos3 t 2 √
=8 2 −2 2 −5 =8 2 − − 2 2 (0) − 5 − = ,
5 4 3 0 5 3 15
onde, na passagem (∗), substituímos
√ 2
√ √
z 2 + x2 = (2 sent)2 + (1 − 2 cos t)2 = 4 |sen 2 2
{z }t +2 cos t + 2 2 cos t + 1 = −2 cos t + 2 2 cos t + 5 .
1−cos2 t
(8)
Cálculo da integral de f (x, y, z) = x2 (y − 2) ao longo da curva C na interseção das superfícies
x2 + y 2 + z 2 = 4y (z > 0) e z − y + 2 = 0 .
Apresentamos uma solução sumária, deixando o aluno completar as lacunas:
x 2 y − 2 2 x = 2 cos√t
parametrização
Projeção de C no plano xy: + √ = 1 −−−−−−−−−−→ y = √ 2 + 2 sent
2 2
z = 2 sent > 0 ⇒ t ∈ [0, π]
x2 (y−2)
π z }|√ ds
{ z}|{ √
16 2
ˆ ˆ
2
∴ f ds = ( 4 cos t · 2 sent ) 2 dt = .
C 0 3
Ainda outra maneira de se escrever essa integral de linha é obtida se levarmos em conta que
→
−
F~ · dr = (Fx , Fy , Fz ) · (dx, dy, dz) = Fx dx + Fy dy + Fz dz . Assim, temos as três notações:
→
−
ˆ ˆ ˆ
~
F · ~τ ds = ~
F · dr = Fx dx + Fy dy + Fz dz .
C C C
3-5
Então
−
→ d~r
dr = dt = x′ (t)dt , y ′ (t)dt , z ′ (t)dt ] ,
dt | {z } | {z } | {z }
dx dy dz
e
tB
→
−
ˆ ˆ
F~ · |{z}
dr = F~ ~r (t) · ~r ′ (t) dt ,
C tA
~
r ′ (t)dt
Essa equação mostra a conversão da integral de linha de um campo vetorial numa integral simples (em
relação ao parâmetro t) após a substituição da parametrização do caminho.
Exemplo 1: Cálculo da integral do campo F~ (x, y, z) = (x2 , y 2 , 2z) ao longo da helicoide C dada
parametricamente por ~r (t) = ( sent, cos t, t), com t ∈ [0, 2π) .
2π 2π
−
→
ˆ ˆ ˆ
F~ · dr = F~ ~r (t) ′
· ~r (t) dt = ( sen 2 t, cos2 t, 2t) · (cos t, − sent, 1) dt
C 0 |{z} 0
( sen t,cos t,t)
2π h sen 3 t cos3 t i2π
ˆ
= ( sen 2 t cos t − cos2 t sent + 2t) dt = + + t2 = 4π 2 .
0 3 3 0
Exemplo 2: Cálculo do trabalho da força F~ (x, y) = (x, y) ao deslocar uma partícula sobre a parábola
C dada por y = x2 , desde (0, 0) até (3, 9) .
3
−
→
ˆ ˆ ˆ ˆ
F~ · dr = (x, y) · (dx, dy) = x dx + y dy = x dx + x2 · 2x dx
C C C 0
ˆ 3 2
hx x4 i3 9 81
= (x + 2x3 ) dx = + = + = 45 .
0 2 2 0 2 2
3.2.2 Propriedades
ˆ h i −→ →
− ~ r)·−
→
ˆ ˆ
• Linearidade: ~ ~
a F (~r ) + b G(~r ) · dr = a ~
F (~r ) · dr + b G(~ dr (a e b constantes) .
C C C
→
− →
− →
−
ˆ ˆ ˆ
• Aditividade: F~ (~r ) · dr = F~ (~r ) · dr + F~ (~r ) · dr .
C1 ∪C2 C1 C2
−
→ −
→
ˆ ˆ
• F~ · dr = − F~ · dr .
C −C
3-6
Sobre as duas primeiras propriedades, ressalte-se que a integral de linha !
F
de um campo vetorial F~ , sendo a integral de linha do campo escalar F~ · ~τ , ! C
deve satisfazer as mesmas propriedades listadas na seção 3.1.3 para uma dr B
!
integral de linha de campo escalar. Já a terceira propriedade segue do P F
→
− →
− C*
fato de que dr C = −dr −C em qualquer ponto P da curva (v. figura A !
dr B
à direita). Conforme especificado na seção 3.1.3, garantimos a validade
dessas propriedades considerando campos vetoriais contínuos ao longo de P
caminhos lisos por partes. A
Em DB temos que x = 1 e y = 1 ⇒ dx = dy = 0 .
→
−
∴ F~ · dr = (yz, xy, xz) · (dx, dy, dz) = (z, 1, z) · (0, 0, 1) dz = z dz
DB
ˆ 2 2
→
− z2 1 3
ˆ
⇒ F~ · dr = z dz = =2− = .
DB 1 2 1 2 2
−
→ 11 3 29
ˆ
∴ F~ · dr = + = .
C 12 2 12
→
−
ˆ
• Cálculo de F~ · dr :
Γ
Uma parametrização de Γ é
~r (t) = ~rA + t (~rB − ~rA ) = (0, 0, 1) + t [ (1, 1, 2) − (0, 0, 1) ] = (0, 0, 1) + t (1, 1, 1) = (t, t, t + 1) t ∈ [0, 1] .
Logo,
~ = ~r ′ (t) dt = (1, 1, 1) dt
dr
F~ ~r (t) = F~ (t, t, t + 1) = [ t (t + 1), t2 , t (t + 1) ]
→
−
F~ · dr = [ t (t + 1) + t2 + t (t + 1) ] dt = (3t2 + 2t) dt
Γ
1
−
→ 1
ˆ ˆ
∴ F~ · dr = (3t2 + 2t) dt = t3 + t2 =2.
Γ 0 0
Vê-se, por meio desse exemplo, que a integral de linha de um campo vetorial pode ter valores
diferentes ao longo de caminhos diferentes (C e Γ , no caso). Um ponto importante de se estudar é o
de se verificar quando a integral de linha entre dois pontos fixos não depende do caminho sobre o qual
ela é calculada. Começaremos esse estudo na seção 3.3.
1/6 6 x 6 1/2 .
3-7
17
30x + 6y = 17
⇒ y= − 5x ⇒ dy = −5 dx
6
ˆ ˆ 1/2 17 17
∴ (2x + y) dx + (x − 2y) dy = 2x + − 5x dx + x − 2 − 5x (−5 dx)
L 1/6 6 6
ˆ 1/2 ˆ 1/2
17 85 187 71
= − 3x − 55x + + dx = − 58x + dx = .
1/6 6 3 1/6 6 18
(2)
~ →
−
Cálculo de C F · dr, sendo:
´
a) F~ (x, y) = (x, 2y) e C dado por ~r (t) = (4 cos t, 3 sent), t ∈ [0, π/3] y
b) F~ (x, y) = (1 − y, x − 1) e C é o segmento da circunferência de raio 1 à direita
c) F~ (x, y, z) = [ (y + 1)(z − 2), (x − 3)2 , z − 2 ] e C é reto, do ponto (3, −1, 2) ao (1, 3, 3)
d) F~ (x, y, z) = (6xy, x + y, −z)/ p 2 e C é o caminho ao longo da curva na interseção das x
superfícies x + y = 7 e z = x2 + y 2 , do ponto (3, 4, 5) ao (4, 3, 5)
Item a:
→
−
F~ [~r (t)] = F~ [4| cos
{z }t , 3| sent
{z } ] = [4| cos
{z }t , 6| sent
′
{z } ] e dr = ~r (t) dt = (−4 sent, 3 cos t) dt
x y x 2y
−
→
F~ · dr C = F~ [~r (t)] · ~r ′ (t) dt = [4 cos t, 6 sent] · (−4 sent, 3 cos t) dt
= (−16 sent cos t + 18) dt = 2 sent cos t dt
ˆ π iπ
→
− h 3
ˆ
3 3
~
F · dr = 2 sent cos t dt = sen 2 t = .
C 0 0 4
Item b:
Uma parametrização de C é x(t) = 1 + cos t , y(t) = 1 + sent , com t ∈ [−3π/4 , π/4]; logo,
ˆ π
−
→ π 3π
ˆ ˆ
4
F~ · dr = (1 − y) dx + (x − 1) dy = (− sent)(− sent) + (cos t)(cos t) dt = + =π.
C C −3π | {z } 4 4
4 1
Item c:
Uma parametrização de C é
Item d:
Trata-se da mesma curva já parametrizada no Exemplo 6 da seção 2.2.
p
~r (t) = t , 7 − t , t2 + (7 − t)2 , t ∈ [3, 4]
→
− ′ 2t − 7
dr = ~r (t)dt = 1 , −1 , p dt
t2 + (7 − t)2
p
F~ [~r (t)] = 6t(7 − t) , 7 , − t2 + (7 − t)2 /2
→
−
[F~ · dr]C = 6t(7 − t) − 7 − (2t − 7) /2 = 20t − 3t2
ˆ 4
→
−
ˆ
∴ F~ · dr = (20t − 3t2 )dt = 33 .
C 3
(3)
Cálculo de C z dx + y dy + dz, onde C é a curva na interseção das superfícies z = x2 + 4y 2 e
´
z = 2x + 8y − 1, orientada no sentido anti-horário se vista de cima.
Projeção de C no plano xy (obtida com a eliminação de z):
x − 1 2
z = x2 + 4y 2 = 2x + 8y − 1 ⇒ (x − 1)2 + 4(y − 1)2 = 4 ⇒ + (y − 1)2 = 1 (elipse) .
2
3-8
∴ x(t) = 1 + 2 cos t , y(t) = 1 + sent , z(t) [= 2x + 8y − 1] = 4 cos t + 8 sent + 9 , t ∈ [0, 2π)
ˆ ˆ 2π
z dx + y dy + dz = (9 + 4 cos t + 8 sent)(−2 sent) + (1 + sent)(cos t) + (−4 sent + 8 cos t) dt
C 0
2π ht sen2t i2π
ˆ
= 9 cos t − 22 sent − 7 sent cos t −16 sen 2 t dt = −16 − = −16π .
0
| {z } 2 4 0
integrais nulas
Exemplo: Cálculo da integral de linha do campo vetorial F~ (x, y) = (e−y − 2x , −x e−y − seny),
que se sabe ser um campo gradiente, ao longo de qualquer caminho liso por partes do ponto P (π, 0)
ao Q(0, π).
∂Φ
´
dx
= Fx = e−y − 2x −−−−→ Φ(x, y) = x e−y − x2 + A(y)
∂x
∂Φ
´
dy
= Fy = −x e−y − sen y −−−−→ Φ(x, y) = x e−y + cos y + B(x)
∂y
3-9
Por inspeção, vemos que A(y) = cos y + k e B(x) = −x2 + k (k constante) e, portanto, que
Φ(x, y) = x e−y − x2 + cos y + k .
Por fim,
→
− (0,π)
ˆ
F~ · dr = Φ(Q) − Φ(P ) = x e−y − x2 + cos y
C (π,0)
= (0 + 0 + cos π) − (π − π + cos 0) = −2 − π + π 2 .
2
C
C1 C C1 ! C 2 é
C2
R R a fronteira de R
Prova [no caso de R ser expressa por desigualdades da forma ymín (x) 6 ymáx (x) e xmín 6 x 6 xmáx
ou xmín (y) 6 x 6 xmáx (y) e ymín 6 y 6 ymáx ] :
y máx (x )
y y y R R1 ! R2
y máx
R y x máx (y )
x mín (y ) R2
R1
R
y mín (x ) C
y mín x
x
x mín x x máx
Visualizando R como na primeira figura acima, isto é, entre os gráficos das funções ymín (x) e
ymáx (x), podemos escrever
ˆ xmáxˆ ymáx (x) ˆ xmáx h iymáx (x)
∂Fx ∂Fx
¨
− dx dy = − dy dx = − Fx (x, y)
R ∂y xmín ymín (x) ∂y xmín y=ymín (x)
ˆ xmáx ˆ xmín ˛
= Fx [x, ymín (x)] dx + Fx [x, ymáx (x)] dx = Fx dx .
xmín xmáx C
Agora visualizando R como na segunda figura acima, isto é, entre os gráficos das funções xmín (y)
e xmáx (y), podemos escrever
ˆ ymáxˆ xmáx (y) ˆ ymáx h ixmáx (x)
∂Fy ∂Fy
¨
dx dy = dx dy = Fy (x, y)
R ∂x ymín xmín (y) ∂x ymín x=xmín (x)
ˆ ymáx ˆ ymín ˛
= Fy [xmáx (y), y] dy + Fy [xmín (y), y] dy = Fy dy .
ymín ymáx C
3-10
Por fim, somando membro a membro esses dois resultados, obtemos
¨
∂Fx ∂Fy
˛
− + dx dy = Fx dx + Fy dy . CQD.
R ∂y ∂x C
Para mostrar que o teorema de Green é válido no caso de uma região simplesmente conexa R
genérica (de fronteira C), que não seja necessariamente descrita pelas desigualdades consideradas,
dividimo-la em sub-regiões do tipo empregado na prova acima (como fizemos na região ilustrada na
terceira figura acima) e aplicamos o teorema de Green em cada uma dessas regiões. Somando membro
a membro as equações e observando que a integral de linha fora de C se anula (ela se cancela nas ou-
tras curvas usadas para formar as sub-regiões, que são percorridas duas vezes, em sentidos contrários,
cancelando-se), obtemos o teorema de Green nessa região genérica R.
Exemplo 3: C é a fronteira da região quadrada R de vértices em (1, 1), (1, −1), (−1, −1) e (−1, 1).
É evidente, por simetria, que o centroide de R está na origem, isto é, (xC , yC ) = (0, 0); logo,
ffi ¨
2 2
(x + 2y ) dx = (0 − 4y) dx dy = −4 [ (área de R) yC ] = 0 .
C R |{z}
0
C0 C0 R1
C1 C2 R R0 ! R1 C1 C2
L12
L01 L02
R
R2
(∗) Nessa generalização consideramos apenas regiões multiplamente conexas que são formadas a partir de regiões sim-
plesmente conexas pela retirada dos interiores de curvas fechadas simples contidas nelas; ou seja, não se consideram as
que se formam pela retirada de pontos que são isolados ou que pertençam a uma ou mais curvas, pois as fronteiras dessas
regiões não consistem apenas em curvas fechadas simples.
3-11
Unindo, pelo segmento retilíneo L01 , C0 a C1 , pelo L12 , C1 a C2 , e, pelo L02 , C0 a C2 , dividimos
R em duas regiões simplesmente conexas: R = R1 ∪ R2 . Pois bem, se somarmos as integrais de linha
de F~ calculadas nos sentidos positivos das fronteiras ∂R1 e ∂R2 dessas sub-regiões, isto é,
→
− →
−
ˆ ˆ
F~ · dr + F~ · dr ,
∂R1 ∂R2
→
−
obtemos, por uma lado, a integral de linha ∂R F~ · dr, pois é nula a contribuição de cada um dos
´
segmentos L01 , L12 e L02 à integral (pois são percorridos duas vezes, mas em sentidos contrários). Por
outro ˆlado, usando o ¨ teorema
de Green(deduzido na subseção 3.4.1)para substituir
cada integral de
→
− ∂F ∂F ∂F ∂F
¨
y x y x
linha F~ · dr por − dx dy, obtemos − dx dy .
∂Ri Ri ∂x ∂y R1 ∪R2 =R ∂x ∂y
Assim deduzimos o teorema de Green para a região multiplamente conexa R:
¨ ˛ ˛
∂Fy ∂Fx
ˆ ˛
− dx dy = Fx dx + Fy dy = + + Fx dx + Fy dy , h2i
R ∂x ∂y ∂R C0 C1 C2
3-12
Observação:
2
Nesses dois exemplos, os termos cos2 x3 e ey aparecem nas expressões de Fx e Fy ,
respectivamente, mas não contribuem para os resultados, uma vez que somem dos cálculos
após serem diferenciados em relação a y e x, respectivamente. Eles foram acrescidos nas
expressões dos campos apenas para tornar impraticável o cálculo da integral de linha por
meio de uma parametrização dos caminhos; descartando-os, esse método passa a ser viável.
Vejamos isso empregando as parametrizações
− de C0 (x2 + y 2 = 4) : (x, y) = (2 cos t, 2 sent) , com t variando de 0 a 2π
− de C1 (x2 + y 2 = 1) : (x, y) = (cos t, sent) , com t variando de 0 a −2π
para recalcular o segundo exemplo sem aqueles termos:
−y 3
ˆ h 3 ˆ h 3
1 −y 1 i −y i
ˆ
J= dx + 2 dy = dx + dy + dx + dy
C0 ∪C1 3 x + y2 C0 3 4 C1 3
ˆ 2π h −2π
−8 sen 3 t 1 i h − sen 3 t i
ˆ
= (−2 sent) + (2 cos t) dt + (− sent) + cos t dt
0 3 4 0 3
ˆ 2π ˆ 2π
15 1 15π
= sen 4 t dt − cos t dt = .
3 0 2 0 4
| {z } | {z }
3π/4 0
−
→ −
→ −y x 2 2
ffi fi ffi ˆ ˆ
(1)
F~ · dr = − F~ · dr = dx + dy = dx dy = 2 (área do
{z disco} ) = 2π ,
C Γ c2 c2 c2 c |
πc2
x2 +y 2 =c2 x2 + y 2 6 c2
| {z }
disco
onde, na passagem (1), novamente aplicamos o teorema de Green, desta vez na região simplesmente
conexa delimitada por Γ e com o campo vetorial (−y, x).
Com esse problema mostramos como calcular a integral de linha de um campo vetorial ao longo de
uma curva fechada que cerca um ponto singular do campo por meio da aplicação do teorema de Green
numa região multiplamente conexa R(∗) . Os cálculos tornaram-se particularmente simples pela razão
(∗) Esse problema difere do anterior (que também é resolvido com o uso do teorema de Green numa região multiplamente
conexa), pelo fato de que, no Exemplo 2, a curva de integração limita uma região na qual o campo não tem nenhuma
singularidade.
3-13
de o campo ser irrotacional (essa nomenclatura é justificada no início da seção 3.5), isto é, ser tal que
∂Fy /∂x − ∂Fx /∂y = 0, o que anulou a integral dupla em R.
Antes de fornecermos outro exemplo, convém estabelecer a seguinte notação: RΓ é a região limitada
pela curva fechada Γ ; RCΓ é a região limitada pelas curvas C e Γ ; etc. Nessa notação, temos, por
exemplo, que a região na primeira figura da subseção 3.4.2, na página 3-11, é R = RC0 C1 C2 , e que a
fronteira dessa região é ∂R = ∂RC0 C1 C2 = C0 ∪ C1 ∪ C2 .
podemos escrever
−
→ →
− ∂F ∂Fx
ffi fi ¨
T.Green y
F~ · dr + F~ · dr = − dx dy = 0 ⇒
C Γ RCΓ ∂x ∂y
| {z }
0
−
→ −
→ −y x 2 2
ffi fi ffi ¨
T.Green
F~ · dr = − F~ · dr = dx + 2 dy = dx dy = (área de RΓ ) = π .
C Γ Γ c2 c c2 RΓ c2 | {z }
πc2 /2
¨ h i
∂ 2 ∂
ffi ¨
(b) −y 2 dx + x2 dy = (x ) − (−y 2 ) dx dy = 2 (x + y) dx dy
C R ∂x ∂y R
Nessa integral dupla, convém realizar a mudança de variáveis dada por x = 1 + ρ cos ϕ e y =
−2 + ρ senϕ, isto é, mudar para as coordenadas polares com polo no centro (1, −2) do disco R, em
3-14
termos das quais a integral dupla acima, com a integração em relação a ϕ efetuada em primeiro lugar,
passa a ser
ˆ 3ˆ 2π ˆ 3 h i3
2 (1 + ρ cos ϕ − 2 + ρ senϕ) ρ dϕ dρ = −2π 2ρ dρ = −2π ρ2 = −18π .
0 0 0 0
ffi (2)
3 4
Cálculo de I = 3x y dx + 2x dy , onde C é a curva que forma a fronteira
C y
da região x 2 y2 " 4
2 ou "2
R = (x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 6 4 , x2 + (y − 1)2 > 1 , x > 0 , y > 0 :
C
Considerando o esboço de R e as informações na figura à direita, temos, pelo 1
teorema de Green, que R
¨ ˆ πˆ 2 ˆ π h i2 x
2 2
I= ( 8x3 − 3x3 ) dx dy = 5(ρ cos ϕ)3 ρ dρ dϕ = ρ5 cos3 ϕ dϕ 1 2
R 0 2 sen ϕ 0 2 sen ϕ
ˆ π ˆ π
=
2
(32 − 32 sen 5 ϕ) cos3 ϕ dϕ = 32
2
(1 − sen 5 ϕ) (1 − sen 2 ϕ) cos ϕ dϕ x 2 (y ! 1)2 " 1
0 0 ou " 2 sen !
ˆ π
2
= 32 (cos ϕ − sen ϕ cos ϕ − sen ϕ cos ϕ + sen 7 ϕ cos ϕ) dϕ
3 5
0
π
sen 4 ϕ sen 6 ϕ sen 8 ϕ 2 1 1 1 68
= 32 senϕ − − + = 32 1 − − + = .
4 6 8 0 4 6 8 3
(3)
y2 2y
Cálculo da integral de linha de F~ (x, y) = 2y − , − 2x no caminho elíptico C à
(x − 3)2 x − 3
direita.
Observe que, sobre e dentro da elipse, a abscissa nunca atinge o valor x = 3,
onde o campo deixa de ser da classe C 1 . Assim, podemos usar o teorema de Green
elipse y P'
na região R limitada por C: Q'
∂Fy ∂Fx ∂ h 2y i ∂ h y2 i x
− = − 2x −
∂x ∂y ∂x x − 3 ∂y (x − 3)2 Q PP ! 2
P
2y h 2y i C QQ ! 1
"
= − 2
−2− 2− = −4 .
(x − 3) (x − 3)2
¨
∂Fy ∂Fx
˛
∴ Fx dx + Fy dy = − dx dy = −4 [área da elipse] = −4 [π(1)(1/2)] = −2π .
C R ∂x ∂y
| {z }
−4
(4)
~
Cálculo da integral de linha do campo F (x, y) = xy (~j − ~i ) no caminho C dado por |x| + |y| = 1 e
percorrido no sentido anti-horário:
Esse caminho é ilustrado à direita; aplicando o teorema de
Green na região R limitada por ele com o campo F~ (x, y) = y
xy (~j − ~i ) = (−xy, xy) em questão, obtemos 1
¨
→
− ∂Fy ∂Fx
ffi ¨
y x "1 y !x " 1
F~ · dr = − dx dy = (x + y) dx dy ≡ I
C R ∂x ∂y
|{z} |{z} R R
y −x
–1 0 1 x
Calculemos I mudando de variáveis:
y x !1
t = y + x ∈ [−1, 1] ∂(t, u) 1 1 y !x ! 1
⇒ = =2
u = y − x ∈ [−1, 1] ∂x, y −1 1
ˆ 1ˆ 1 –1
∂(x, y) 1 h t2 i1 h i1
∴ I= t | | dt du = u =0.
−1 −1 ∂(t, u) 2 2 −1 −1
| {z } C : x " y 1
1/2
3-15
O cálculo de I também pode ser feito sem mudar as variáveis (isto é, nas coordenadas x e y), com
um pouco mais de trabalho:
ˆ 0 ˆ x+1 ˆ 1ˆ −x+1
I = (y + x) dy dx + (y + x) dy dx
−1 −x−1 0 x−1
ˆ 0h 2 ix+1 i−(x−1) ˆ 1h 2
y y
= + xy dx + + xy dx
−1 2 y=−(x+1) 0 2 y=x−1
ˆ 0 ˆ 1
= 2x(x + 1) dx + (−2x)(x − 1) dx
−1 0
h 2x3 i0 h 2x3 i1 2 2
= + x2 + − + x2 = − 1 − + 1 = 0 .
3 −1 3 0 3 3
(5)
Cálculo de
(3x2 y 4 − 3y 3 + x2 + 1) dx + (4x3 y 3 + y 2 + 2) dy
ffi
I= ,
C x2 + y 2 − 1
onde C é a circunferência de raio 2 centrada na origem:
Não podemos aplicar o teorema de Green diretamente, pois o campo não é da classe C 1 no interior
do caminho de integração (este engloba a circunferência x2 + y 2 = 1, onde o denominador na expressão
do campo se anula). Mas, sobre o caminho C, a integral é particularmente simples, uma vez que, nele,
aquele denominador é constante; observe:
(3x2 y 4 − 3y 3 + x2 + 1) dx + (4x3 y 3 + y 2 + 2) dy
ffi
I =
x2 + y 2 −1
x2 +y 2 =4 | {z }
4
1
ffi
= (3x2 y 4 − 3y 3 + x2 + 1) dx + (4x3 y 3 + y 2 + 2) dy
3
x2 +y 2 =4
1
¨ h ∂ ∂ i
= (4x3 y 3 + y 2 + 2) − (3x2 y 4 − 3y 3 + x2 + 1) dx dy
3 ∂x ∂y
x2 +y 2 64
1
¨ h i ¨
= 12x2 y 3 − (12x2 y 3 − 9y 2 ) dx dy = 3 y 2 dx dy
3 x2 +y 2 64
x2 +y 2 64
2π ˆ 2 h ρ4 i2 h ϕ sen2ϕ i2π
ˆ
= 3 (ρ senϕ)2 ρ dϕ dρ = 3 − = 3 · 4 · π = 12π .
0 0 4 0 2 4 0
(6)
−
→
ffi
Calcule F~ · dr nos seguintes casos:
C
[ y, −(x − 1)]
(a) F~ (x, y) = , e C é a circunferência x2 + y 2 = 4 .
(x − 1)2 + y 2
(−y, x + 1)
(b) F~ (x, y) = 2 , e C é a elipse 9x2 + 16y 2 = 36.
x + 4y 2 + 2x + 1
Item (a):
Se cercarmos a singularidade que o campo tem no ponto (1, 0) com a circunferência Γ dada por
(x − 1)2 + y 2 = c2 , com c positivo e suficientemente pequeno para que Γ se situe no interior de C, e
tendo em conta que
3-16
podemos aplicar o teorema de Green na região limitada por C e Γ , obtendo y
∂F C
→ T.Green
− →
− ∂Fx
ffi ffi ¨
y
F~ · dr = F~ · dr + − dx dy
C Γ RCΓ ∂x ∂y
| {z } c x
0
0 1 2
y dx − (x − 1) dy T.Green −2 2
ffi ¨
= = dx dy = − 2 (área de RΓ ) = −2π .
Γ c2 RΓ c
2 c | {z }
πc2
Item (b):
Se usarmos a elipse Γ dada por x2 + 4y 2 + 2x + 1 = (x + 1)2 + 4y 2 = c2 para cercar a singularidade
que o campo tem no ponto (−1, 0), com c positivo e suficientemente pequeno para que Γ se situe no
interior de C, e tendo em conta que
∂Fy ∂ h x+1 i (x + 1)2 + 4y 2 − (x + 1) · 2(x + 1) −(x + 1)2 + 4y 2 +
= 2 2
= 2 2 2
=
∂x ∂x (x + 1) + 4y [(x + 1) + 4y ] [(x + 1)2 + 4y 2 ]2
i −(x + 1)2 − 4y 2 + y · 8y : iguais
∂Fx ∂ h −y −(x + 1)2 + 4y 2
= = =
∂y ∂y (x + 1)2 + 4y 2 [(x + 1)2 + 4y 2 ]2 [(x + 1)2 + 4y 2 ]2
podemos aplicar o teorema de Green na região limitada por C e Γ , obtendo
∂F y
→ T.Green
− →
− ∂Fx
ffi ffi ¨
y
F~ · dr = F~ · dr + − dx dy 3/2
C Γ RCΓ ∂x ∂y C
| {z }
0 x
ffi
−y dx + (x + 1) dy T.Green
¨
2 2 !1 0 2
= = dx dy = 2 (área de RΓ ) = π . c/2
c 2 c 2 c | {z } c
Γ RΓ
c
π·c· 2
∂Fy ∂Fx
Ou seja, a equação = significa que o campo F~ = [Fx (x, y), Fy (x, y)] é irrotacional.
∂x ∂y
Teorema das equivalências para um campo vetorial conservativo:
Se F~ = [Fx (x, y), Fy (x, y)] é um campo vetorial da classe C 1 num domínio simplesmente
conexo D do plano xy e se são consideradas apenas integrais de linha desse campo ao longo
de caminhos lisos por partes contidos em D, então as seguintes condições são equivalentes:
3-17
(i) F~ tem integral de linha nula em qualquer caminho fechado.
(ii) F~ é um campo conservativo.
(iii) F~ é um campo gradiente.
(iv) F~ é um campo irrotacional.
• (ii) ⇒ (iii): Usando a notação F~ = [P (x, y), Q(x, y)] (P e Q em vez de Fx e Fy ), vamos demonstrar
´ (x,y) →
− ´ (x,y)
que a função definida por Φ(x, y) = (x0 ,y0 ) F~ · dr = (x0 ,y0 ) P (t, u)dt + Q(t, u)du [sendo (x0 , y0 ) um
ponto fixo em D] é um potencial de F~ . Ora, essa integral de linha que define Φ é, por hipótese,
independente do caminho. Assim, efetuando-a ao longo do caminho indicado na figura abaixo, à
esquerda, derivando em relação a x e usando o teorema fundamental do cálculo, obtemos
ˆ y ˆ x
∂Φ
Φ(x, y) = Q(x0 , u)du + P (t, y)dt ⇒ = P (x, y) .
y0 x0 ∂x
| {z }
não depende de x
Efetuando agora aquela integral ao longo do caminho indicado na figura abaixo, à direita, derivando
em relação a y e novamente usando o teorema fundamental do cálculo, obtemos
ˆ x ˆ y
∂Φ
Φ(x, y) = P (t, y0 )dt + Q(x, u)du ⇒ = Q(x, y) .
x0 y0 ∂y
| {z }
não depende de y
u u
(x , y ) (x , y )
y y
(x 0 , y0 ) (x 0 , y0 )
y0 y0
x0 x t x0 x t
• (iii) ⇒ (iv): Primeiramente, observe que, como F~ = (∂Φ/∂x , ∂Φ/∂y) é da classe C 1 , as primeiras
derivadas de ∂Φ/∂x e ∂Φ/∂y, que são derivadas segundas de Φ, são contínuas; isto é, Φ é da classe
C 2 . Mas essa é uma condição suficiente para que a mudança
naordem
das derivadas parciais de Φ não
∂Fx ∂ ∂Φ ∂ ∂Φ ∂Fy
altere o resultado. Assim, temos que = = = . CQD.
∂y ∂y ∂x ∂x ∂y ∂x
• (iv) ⇒ (i): Considerando a integral de linha de F~ num caminho C fechado qualquer (que limita
ua região fechada R), usando o teorema de Green (justificadamente, haja vista as hipóteses feitas), e
tendo em conta que ∂Fy /∂x − ∂Fx /∂y = 0 (campo irrotacional), obtemos
¨
→
− ∂Fy ∂Fx
ffi ffi
F~ · dr = Fx dx + Fy dy = − dx dy = 0 . CQD.
C R ∂x ∂y
| {z }
0
3-18
Exemplo 1:
−y x
O campo F~ (x, y) = , só não é da classe C 1 na origem, onde não é definido, e é
x2 + y 2 x2 + y 2
irrotacional, pois
∂Fy ∂Fx −x2 + y 2
= = 2 .
∂x ∂y (x + y 2 )2
Assim, o interior de qualquer curva fechada simples que não contenha
a origem em seu interior é um domínio em que podemos aplicar o teorema y
das equivalências, pois se trata de um domínio simplesmente conexo no 3 D
qual o campo é da classe C 1 . Na figura à direita mostramos o domínio
D'
D, que é desse tipo. Podemos afirmar que F~ é conservativo em D, ou
→
−
˛
ainda que F~ · dr = 0 sobre qualquer caminho fechado e liso por partes C
C
C contido em D. 1 2 x
Por outro lado, no caso de uma curva fechada simples cujo interior
contém a origem, temos que, no domínio formado por esse interior sem (0, 0) ! D '
o ponto (x, y) = (0, 0), o campo é da classe C 1 , mas esse domínio não é
simplesmente conexo (devido ao buraco na origem). Na figura à direita,
o domínio D′ = {(x, y) ∈ R2 : (x/2)2 + (y/3)2 6 1 e (x, y) 6= (0, 0)} é desse tipo; nele não vale o
teorema das equivalências. De fato, se calcularmos a integral de linha daquele campo irrotacional F~
ao longo do caminho C ′ ilustrado, não obtemos zero:
x=cos t ˆ 2π
→
− −y dx + x dy
˛ ffi ffi
y= sen t
F~ · dr = = −y dx+x dy = [ (− sent)(− sent)+ (cos t)(cos t) ] dt = 2π .
C′ x2 + y 2 0 | {z }
x2 +y 2 =1 x2 +y 2 =1 1
Nos próximos dois exemplos, os cálculos são baseados numa importante observação:
Observação: a condição (iv) do teorema das equivalências – a de o campo F~ (x, y) = (Fx , Fy )
ser irrotacional, isto é, ∂Fy /∂x = ∂Fx /∂y – fornece um critério de identificação de campos
gradientes no plano(∗) . Assim, ao se calcular uma integral de linha, convém usar esse critério
(o de verificar se o campo é irrotacional) para saber se ele é um campo gradiente. Se for,
em vez de calcular a integral pela definição, parametrizando o caminho, o que geralmente
é mais trabalhoso, calculamo-la mais facilmente construindo um potencial para o campo
(como explicado na subseção 3.3.2) e usando em seguida o teorema da d.d.p. (cf. subseção
3.3.1).
Exemplo 2:
Cálculo da integral de linha do campo F~ (x, y) = (y cos xy + 2x, x cos xy + 1) sobre o arco circular
C desde o ponto (−1, π/2) até (1/2, π/3), passando pelo ponto (−1, −π).
O campo é irrotacional, pois
∂Fy ∂
= (x cos xy + 1) = cos xy − xy senxy +
∂x ∂x ∂Fy ∂Fx
⇒ = ,
∂Fx ∂ ∂x ∂y
= (2x cos xy + 1) = cos xy − xy senxy
∂y ∂y
e também é da classe C 1 . Logo, pelo teorema das equivalências, ele também é um campo gradiente,
o que nos permite calcular a integral desejada pelo teorema da d.d.p. (ainda bem, pois é bem mais
complicado calcular a integral usando parametrização; no caso, a dificuldade reside em parametrizar o
caminho C fornecido):
∂Φ
´
dx
= Fx = y cos xy + 2x −−−−→ Φ = senxy + x2 + A(y) +
∂x
⇒ Φ(x, y) = senxy + x2 + y + c
∂Φ
´
dy
= Fy = x cos xy + 1 −−−−→ Φ = senxy + y + B(x)
∂y
(∗) também no espaço, como veremos no capítulo 5, a condição de o campo ser irrotacional continua a ser equivalente
às demais
3-19
−
→ 1 π π π 1 π h π πi 3 π
ˆ
∴ F~ · dr = Φ , −Φ −1, = sen + + − sen − +1+ = − .
C 2 3 2 | {z 6 } 4 3 2 2 4 6
1/2
Exemplo 3:
Considere a integral de linha do campo ~ 2
t−1 F (x, y) = (2x cos y, −x seny) ao longo do caminho C
definido parametricamente por ~r (t) = e , sen(π/t) , t ∈ [1, 2] .
1o¯ modo: pela definição de integral de linha, usando a parametrização do caminho C.
ˆ ˆ
Fx dx + Fy dy = 2x cos y dx − x2 seny dy
C C
ˆ 2 π π
t−1 π t−1
t−1 2
π
= 2 e|{z} cos sen e|{z} − e|{z} sen sen cos − 2 dt = · · · (complicado) .
1
x(t) | {z t} x′ (t) x(t) | {z t} | t {z t }
y(t) y(t) y ′ (t)
3-20
Capítulo 4
Integrais de Superfície
R3 −−−−−−−→ R S
~r = (x, y, z) p−−−−−−−→ f (~r ) = f (x, y, z) .
Si
numa superfície S lisa (vide a observação abaixo) por S1 S2
ˆ N
X ri
f (~r ) dS = lim f (~ri ) ∆Si , O
N →∞
S ∆Si →0 i=1
onde ∆S1 , · · · , ∆SN formam uma partição da área de S, e ~ri é um ponto qualquer em ∆Si (v. figura
acima); dS é denominado elemento de área de S .
Seja ~r (t, u), com (t, u) ∈ D (um domínio do R2 ),
uma parametrização de S. Podemos tomar dS como
sendo a área do paralelogramo infinitesimal mostrado
na figura à direita (v. seção 5.6):
4-1
p p
(Note que se z = 4 − 2 x2 + y 2 > 0 então x2 + y 2 = ρ 6 2 .) Pois bem, temos que
~i ~j ~k
∂~r ∂~r
× = cos ϕ senϕ −2 = (2ρ cos ϕ, 2ρ senϕ, ρ) .
∂ρ ∂ϕ
−ρ senϕ ρ cos ϕ 0
∂~r ∂~r p √
dS = | × | dρ dϕ = (2ρ cos ϕ)2 + (2ρ senϕ)2 + ρ2 dρ dϕ = 5 ρ dρ dϕ .
∂ρ ∂ϕ
√ √
dm = σ dS = ( x2 + y 2 + z ) dS = ( ρ2 + 4 − 2ρ ) 5 ρ dρ dϕ = 5 (4ρ − 2ρ2 + ρ3 ) dρ dϕ .
| {z } | {z } | {z }
σ σ dS
2πˆ 2 2 √
ˆ ˆ √ √ 2ρ3 ρ4 40π 5
m = dm = 5 (4ρ − 2ρ2 + ρ3 ) dρ dϕ = 2π 5 2ρ2 − + = .
S 0 0 | {z } 3 4 0 3
dm
No caso de a superfície S admitir uma representação explícita z = z(x, y), uma parametrização
natural para ele é a seguinte:
~i ~j ~k
∂~r ∂~r
~r(x, y) = [x, y, z(x, y)] ⇒ × = 1 0 zx = (−zx , −zy , 1) ,
∂x ∂y
0 1 zy
donde
∂~r ∂~r q
dS = | × | dx dy = 1 + zx2 + zy2 dx dy .
∂x ∂y
Vejamos aplicações dessa fórmula:
Exemplo 2: Cálculo da carga elétrica q se se encontra distribuída com a densidade superficial
σ(x, y, z) = y 2 /(x2 + y 2 ) no paraboloide z = x2 + y 2 (x2 + y 2 6 4) .
q p
z = x2 + y 2 ⇒ dS = 1 + zx2 + zy2 dx dy = 1 + 4x2 + 4y 2 dx dy .
coord.
y2
ˆ ˆ ˆ ˆ p polares
q = dq = σ dS = 1 + 4x2 + 4y 2 dx dy =
S S x2 + y 2 | {z }
x2 +y 2 64 | {z } dS
σ(x,y)
2πˆ 2 2 2π
ˆ p (1 + 4ρ2 )3/2 ϕ sen2ϕ π √
= sen 2 ϕ 1 + 4ρ2 ρ dρ dϕ = − = (17 17 − 1) .
0 0 | {z } | {z } 12 0 2 4 0 12
σ dS
Exemplo 3: Novamente o Exemplo 1, mas agora pelo método usado no Exemplo 2. Ou seja, em
p
vez de parametrizar a superfície cônica z = 4 − 2 x2 + y 2 (z > 0), vamos usar o fato de que, nela, a
coordenada z é uma função explícita de x e y :
s
p q −2x 2 −2y 2
z =4−2 x +y 2 2 2 2
⇒ dS = 1 + zx + zy dx dy = 1 + p + p dx dy
x2 + y 2 x2 + y 2
s s
4x2 4y 2 4 (x2 + y 2 ) √
⇒ dS = 1 + 2 2
+ 2 2
dx dy = 1 + 2 2
dx dy = 5 dx dy .
x +y x +y x +y
ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ p √
∴ m = dm = σ dS = (x2 + y 2 + z) dS = (x2 + y 2 + 4 − 2 x2 + y 2 ) 5 dx dy
S S S √ | {z }
x2 +y 2 62 z
coord. 2πˆ 2
√
polares √ ˆ 2 40π 5
= 5 (ρ + 4 − 2ρ) ρ dρ dϕ = .
0 0 3
Essa integral dupla é a mesma obtida no Exemplo 1, onde ela já foi calculada.
4-2
4.1.2 Área de superfícies
ˆ
A área A(S) de uma superfície lisa S é dada por dS, que é
S
a integral de superfície da função escalar f (x, y, z) = 1 . Vejamos
alguns exemplos.
S
Exemplo 4: Vamos calcular a área da superfície cilíndrica S ilus-
trada na figura à direita, na qual as retas ξ, η e ζ são paralelas aos eixos h
$0 P (x , y, z )
x, y e z, respectivamente. Sejam ρ, ϕ e z as coordenadas cilíndricas
transladadas para o eixo ζ (em x = x0 e y = y0 ). Se fixarmos a coorde-
nada radial no valor ρ = ρ0 , obtemos a seguinte parametrização de S:
z
z1
x0 + ρ0 cos ϕ !
~r (ϕ, z) = y0 + ρ0 sen ϕ , com ϕ ∈ [0, 2π) e z ∈ [z1 , z1 + h] . " #
P0 (x 0 , y 0 , 0)
z
Logo,
~i ~j ~k z
∂~r ∂~r 0
0 d!
dS = | × | dϕ dz = | −ρ0 senϕ ρ0 cos ϕ 0 | dϕ dz
∂ϕ ∂z d!
0 0 1 dz
ρ0 cos ϕ p
= | ρ0 senϕ | dϕ dz = (ρ0 cos ϕ)2 + (ρ0 senϕ)2 dϕ dz = ρ0 dϕ dz
0 dS 0 d ! ! dz
é o elemento de área daquela superfície cilíndrica, cuja interpretação geométrica y
é fornecida na figura à direita.
A área de S é, então, dada pela conhecida fórmula:
ˆ z1 +hˆ 2π
A(S) = ρ0 dϕ dz = 2πρ0 h .
z1 0
q q
= r04 sen 4 θ(cos2 ϕ + sen 2 ϕ) + r04 sen 2 θ cos2 θ = r04 sen 2 θ( sen 2 θ + cos2 θ) = r02 sen θ ,
4-3
4.1.3 Problemas resolvidos e propostos
Integrais de superfície de campos escalares:
ˆ (1)
• Cálculo de f (x, y, z) dS, onde:
S
a) f (x, y, z) = x2 + y 2 , e S é a superfície esférica x2 + y 2 + z 2 = a2
b) f (x, y, z) = x2 yz, e S é a superfície cilíndrica x2 + y 2 = a2 (y > 0, 1 6 z 6 2)
c) f (x, y, z) = xyz, e S é a superfície plana triangular de vértices em (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)
p
d) f (x, y, z) = x2 + y 2 , e S é a porção da superfície do paraboloide z = x2 + y 2 , onde 1 6 x2 + y 2 6 4
√
e) f (x, y, z) = xy + z, e S é a porção da superfície z = x2 /2, onde 0 6 x 6 1 e 0 6 y 6 1
√ p
f) f (x, y, z) = 1 + sen 2 z / x2 + y 2 , e S é a superfície que se obtém pela revolução em torno do
eixo z da seguinte curva do plano yz: y = 2 + cos z (0 6 z < 2π)
Item a: π
ˆ 2πˆ π
cos3 θ 8πa4
ˆ
( x2 + y 2 ) dS = a2 |sen 2
θ a 2
senθ dθ dϕ = 2πa 4
− cos θ + = .
S | {z } 0 0
{z } | {z } 3 0 3
a2 sen 2 θ 1−cos2 θ dS
Item b:
ˆ 2ˆ π π 2 2
cos3 ϕ z
ˆ
x2 yz dS = ( a cos ϕ )2 a senϕ z a dϕ dz = a4 − = 2a4 .
S 1 0 | {z } | {z } | {z } 3 0 2 1
x y dS
Item c:
S : x+y+z+1 ⇒ z =1−x−y . z
q p √ 1
dS = 1 + zx2 + zy2 dx dy = 1 + (−1)2 + (−1)2 dx dy = 3 dx dy .
ˆ ¨ √ S
xyz dS = xy(1 − x − y) 3 dx dy
S Rxy
Rxy
√ ˆ 1ˆ 1−x 1 y
2 1
= 3 x(1 − x)y − xy dx dy
0 0 reta x y ! 1
1 1−x x
√ ˆ y2 xy 3 ou y ! 1 " x
= 3 x(1 − x) − dx
0 2 3 y=0
1 1−x
√ ˆ (1 − x)2 x(1 − x)3
= 3 x(1 − x) − dx
0 2 3 y=0
√ ˆ 1 √
√ ˆ 1
3 1 1 3 2 3 4 3
= 3 x(1 − x) − dx = (x − 3x + 3x − x )dx = .
0 2 3 6 0 120
Item d:
ˆ ˆ 2πˆ 2 p
f dS = ρ 1 + 4ρ2 ρ dρ dϕ = · · · (continuem) .
S 0 1
Item e:
q √
S : z = x2 /2 com 0 6 x 6 1 e 0 6 y 6 1 ⇒ dS = 1 + zx2 + zy2 dx dy = 1 + x2 dx dy
ˆ 1ˆ 1 ˆ 1 p ˆ 1 √
√
ˆ p p
(xy + z) dS = xy + x2 /2 1 + x2 dx dy = x 1 + x2 dx (y + 2/2) dy
S 0 0 | {z } 0 0
√
x(y+ 2/2)
3/2 1 √ 1 √ √ √
(1 + x2 ) y2 2 2 2 − 11 2 3+ 2
= + y = + = .
3 0 2 2 0 3 2 2 6
Item f:
A parametrização de S é similar àquela no Exemplo 5 da seção 2.4:
x(t, ϕ) = (2 + cos t) cos ϕ , y(t, ϕ) = (2 + cos t) senϕ , z = t , t ∈ [0, 2π) , ϕ ∈ [0, 2π) .
4-4
s √
1 + sen 2 z(t, ϕ) 1 + sen 2 t
f (x, y, z) = 2 2
= .
S x (t, ϕ) + y (t, ϕ) 2 + cos t
~i ~j ~k −(2+cos t) cos ϕ
∂~r ∂~r
dS = | × | dt dϕ = | − sent cos ϕ − sent senϕ 1 | dt dϕ = |−(2+cos t) senϕ| dt dϕ
∂t ∂ϕ
−(2+cos t) sen ϕ (2+cos t) cos ϕ 0 −(2+cos t) sen t
p √
= (2 + cos t)2 cos2 ϕ + (2 + cos t)2 sen 2 ϕ + (2 + cos t)2 sen 2 t dt dϕ = (2+cos t) 1 + sen 2 t dt dϕ .
ˆ 2πˆ 2π √ ˆ 2π
1 + sen 2 t
ˆ
✘ ✘✘p
f dS = ✘✘t ✘ (2✘ 2
+ cos t) 1 + sen t dt dϕ = 2π (1 + sen 2 t) dt
S 0 0 ✘2+✘cos 0
2π
ϕ sen2ϕ
= 2π ϕ + − = 2π(2π + π) = 6π 2 .
2 2 0
(2)
• Considere a √ superfície de revolução que se obtém girando o arco parabólico contido no plano
xz dado por z = x (1 6 x 6 2) em torno do eixo z, e seja S a parte dessa superfície sobre o 1o¯
quadrante do planop xy. Calcule a massa de uma folha com a forma de S cuja densidade superficial é
σ(x, y, z) = 1/4 + 2 x2 + y 2 .
1o¯ modo ) Parametrizamos a superfície de revolução S:
√
x(ρ, ϕ) = ρ cos ϕ , y(ρ, ϕ) = ρ senϕ , z(ρ, ϕ) = ρ , ρ ∈ [1, 2] , ϕ ∈ [0, 2π) .
1 p 1
σ(x, y, z) = + 2 x2 (ρ, ϕ) + y 2 (ρ, ϕ) = + 2ρ .
S 4 4
√
~i ~j ~k −( √ρ cos ϕ)/2
∂~r ∂~r √
dS = | × | dρ dϕ = | cos ϕ senϕ 1/(2 ρ ) | dρ dϕ = | −( senϕ)/2 | dρ dϕ
∂ρ ∂ϕ
−ρ senϕ ρ cos ϕ 0 ρ
r r
ρ ρ ρ
= cos2 ϕ + sen 2 ϕ + ρ2 dρ dϕ = + ρ2 dρ dϕ .
4 4 4
ˆ πˆ 2 r ρ 3/2 2 √ √
1 π 2ρ π
ˆ
2
2 2
σ dS = + 2ρ + ρ dρ dϕ = +ρ = (54 2 − 5 5) .
S 0 1 4 4 2 3 4 1 24
q
2o¯ modo ) Usamos a fórmula dS = 1 + zx2 + zy2 dx dy, tendo em conta que S admite a representa-
√
ção explícita z = ρ = (x2 + y 2 )1/4 , obtendo-se, por esse meio,
s 2 2 s
1 2 1 x2 + y 2
dS = 1 + (x + y 2 )−3/4 2x + (x2 + y 2 )−3/4 2y dx dy = 1 + dx dy
4 4 4(x2 + y 2 )3/2
r r
1 ρ
= 1+ ρ dρ dϕ = ρ2 + dρ dϕ .
4ρ 4
Uma vez que essa expressão de dS é a mesma obtida no 1o¯ modo, a resolução prosseguiria igualmente.
(3)
• Calcule a carga elétrica q que se encontra distribuída com densidade
superficial σ(x, y, z) = z + 1 na parte da superfície esférica z
pde raio 3 e centro 3
na origem que está no interior da superfície cônica z = (x2 + y 2 )/8 . reta y
ˆ 2πˆ θ0 z
8
ˆ
q= σ(x, y, z) dS = ( 3 cos θ + 1 ) · 32 senθ dθ dϕ !0
| {z } | {z } 0
S | {z } 0 0
z+1 z+1 dS y
θ 0 3
3 2
= 9 · 2π sen θ − cos θ = 18π sen 2 θ0 − cos θ0 + 1
2 2
√ 0 h4 1 3i
3 8 2 1
= 18π − + 1 = 18π − + = 36π .
2 3 3 3 3 3
Os valores de senθ0 e cos θ0 usados acima são calculados conforme a explicação abaixo.
4-5
z
tan !0 ! 1/ 8 é o coef. &'' 3 " cos ! sen !0 ! 1/3
# "
0
'# 1 $
ang. da reta z ! y / 8 ''( 0 !0 "
" sen ! cos !0 ! 8/3
% 0
8 y
(4)
• Mostre que, num reservatório semiesférico, cheio, a força F que a
água nele contida exerce nas paredes é 1,5 vezes o peso da mesma.
altura = !z
Por definição, p = dF/dS é a pressão exercida no elemento de área
dS por uma força F que lhe é perpendicular. Logo, dF = p dS, e a
força total que atua perpendicularmente sobre uma superfície S pode y
ser calculada por F = S p dS se a pressão p sobre S for conhecida. S
´
R
Esse é o caso deste problema: a pressão num ponto P da superfí- z
cie semiesférica S do reservatório d’água, considerando o sistema de P S
coordenadas na figura acima, é dada por p = ρg(−z)(∗) . Assim,
ˆ ˆ ˆ 2πˆ π
F = p dS = ρg(−z)dS = −ρg R
| cos
{z θ} · R2 senθ dθ dϕ
S S 0 π | {z }
2 z dS
2 π
sen θ m 3
= −ρgR3 2π = −πρgR3 (0 − 1) = πR3 · = mg. CQD.
2 π (2/3)mR3 2
2
(∗)
Para obter essa equação, basta usar a conhecida fórmula p = ρgh (em que p > 0 e h > 0 são as
diferenças entre as pressões e entre as alturas em dois pontos de um fluido de densidade uniforme ρ, e
g é a aceleração da gravidade), tomando um ponto em z = 0 (na superfície da água, onde o valor da
pressão é o da pressão atmosférica, desprezível em relação aos valores das pressões dentro d’água) e o
outro sobre S; note que h = −z > 0 é a diferença entre as alturas nesses dois pontos.
(5)
• Num reservatório com a forma do cilindro x2 + y 2 = 4 cortado z 6
pelos planos y + z = 2 e z = 6, calcule a força que o líquido exerce
nas laterais e no fundo, sabendo que a pressão num ponto genérico do
líquido é numericamente igual a dez mil vezes a profundidade deste 6"z
ponto em relação à superfície do líquido.
SL : x 2 !y 2 4
z
A força FL que o líquido exerce na superfície cilíndrica SL é assim
calculada: SF : y ! z 2
ˆ ˆ 2πˆ 6 ou
FL = p dS = 104 (6 − z) 2 dz dϕ . z 2 "y
SL 0 2−2 sen ϕ | {z } | {z }
p dS –2 2 y
Observe que a coordenada z varia desde o seu valor no plano y + z = 2 (embaixo), isto é, desde
z = 2 − y = [2 − ρ senϕ]ρ=2 = 2(1 − senϕ), até o valor z = 6 (no plano acima).
Efetuando as integrações em relação a z e ϕ, obtemos
ˆ 2π h i6
FL = 104 12z − z 2 dϕ
0 z = 2−2 sen ϕ
ˆ 2π
= 104 12(6 − 2 + 2 senϕ) − 36 + (2 − 2 senϕ)2 dϕ = 36 · 104 π .
0 | {z }
9ϕ−16 cos ϕ− sen 2ϕ
Na superfície
q SF do fundo, onde z = 2 − y e, portanto, zx = 0 e zy = 1, temos que o elemento de
√
área é dS = 1 + zx + zy dx dy = 2 dx dy; logo, a força FS no fundo é dada por
2 2
ˆ ˆ ˆ √ coord. √ ˆ 2πˆ 2
FF = 104 2 · 104
polares
( 6 − |{z}
z )= (4 + y) 2 dx dy = (4 + ρ senϕ ) ρ dρ dϕ
SF 0 0 | {z }
2−y | {z } integral
nula
x2 +y 2 64
√ h i2 √
= 2 · 104 · 2π 2ρ2 = 16π 2 · 104 .
0
4-6
Cálculo da área A(S) de uma superfície S:
(6)
• S é a superfície do problema (1d).
ˆ 2πˆ 2 p 2 √ √
(1 + 4ρ2 )3/2 π
ˆ
A(S) = dS = 1+ 4ρ2 ρ dρ dϕ = 2π = (17 17 − 5 5) .
S 0 1 12 1 6
(7)
• S é a parte da superfície x + y − 2z + 5 = 0 no interior do cilindro x2 + y 2 = 1 .
2 2
x2 + y 2 + 5 q p
S: z= ⇒ dS = 1 + zx2 + zy2 dx dy = 1 + x2 + y 2 dx dy
2
ˆ 2πˆ 1 p 1
(1+ ρ2 )3/2 2π 3/2
ˆ ˆ ˆ p
A(S) = dS = 2 2
1+ x + y dx dy = 1+ ρ2 ρ dρ dϕ = 2π = (2 − 1) .
S 0 0 3 0 3
x2 +y 2 61
(8)
2 2
• S é a parte da superfície cilíndrica x + y = 4 entre os planos z = 0 e z = 6 + 3x .
ˆ ˆ 2πˆ 6+6 cos ϕ
A(S) = dS = 2 dz dϕ z
S 0 0 C2 : borda
ˆ 2π h i2π superior
S
= 2 (6 + 6 cos ϕ) dϕ = 2 6ϕ + 6 senϕ = 24π .
0 0
s
p q x 2 y 2 √
S : z = x2 + y 2 ⇒ dS = 1+ zx2 + zy2 dx dy = 1+ p + p dx dy = 2 dx dy
x2 + y 2 x2 + y 2
Se Rxy é a região do plano xy no interior de Γ , então temos que
ˆ ¨ √ √ √ √ √
A(S) = dS = 2 dx dy = 2 (área de Rxy ) = 2 (2π 3) = 2π 6 .
S Rxy
(10)
p
• S é a parte da superfície cônica z = 3 x2 + y 2 abaixo do plano z = y + 8 .
Façam este problema, que é análogo ao anterior (diferindo quanto ao plano e o cone). Seguem
resultados parciais e a resposta:
√ √ √
dS = 10 dx dy ⇒ A(S) = 10 (área de Rxy ) = 12π 5 ,
4-7
x 2 y − 1 2
pois Rxy é a elipse √ + =1.
2 2 3
(11)
p
• S é a superfície da região dada pelas desigualdades z > x2 + y 2 e x2 + y 2 + z 2 6 R2 .
O elemento de área na parte esférica S1 da superfície do sólido (v. figura)
é dS = R2 senθ dθ dϕ; logo, z
S1
ˆ ˆ 2πˆ π
4
π √2
2 2 4 2
A(S1 ) = dS = R senθ dθ dϕ = 2πR cos θ = 2πR − +1 !
0 2 S2
. S1 0 0 Rxy
interior do paraboloide z = x2 + y 2 .
Calculemos a cota z da circunferência que se encontra na interseção das
superfícies esférica e paraboloidal fornecidas: z
eliminação
z = x2 + y 2 de x2 +y 2 S S
−−−−−−−−→ z 2 + z − 12 = 0 0
x2 + y 2 + z 2 = 12 3
⇒ z = −4 (não serve) ou 3 (serve, pois é positivo) .
y
12
Por outro √lado, o√cosseno da colatitude θ0 ilustrada na figura à direita é
cos θ0 = 3/ 12 = 3/2 .
Logo, a área de S é dada por
2πˆ π √
π
ˆ ˆ
2
dS = 12 senθ dθ dϕ = 12 · 2π · − cos + cos θ0 = 12π 3 .
S 0 θ0 2
| {z }
| {z }
√
0 3/2
(13)
• S é a superfície do sólido limitado pelas superfícies z = x2 + y 2 e x2 + y 2 + z 2 = 12 .
√
3 π √
FAÇAM! Resposta: 24π 1 − + ( 13 13 − 1) .
2 6
(14)
• S é a parte do 1o¯
octante da superfície esférica x2 + y 2 + z 2 = 4 no interior
2 2 z
do cilindro x + y = 2y .
p
S : x2 + y 2 + z 2 = 4 ⇒ z = 4 − x2 − y 2 ⇒ S
q r
−x 2 −y 2
dS = 1+ zx2 + zy2 dx dy = 1+ 2 2
+ 2 2
dx dy Rxy y
4−x −y 4−x −y
s 2
x2 + y 2 2 dx dy
= 1+ 2 2
dx dy = p .
4−x −y 4 − x2 − y 2
x 2 y 2 ! 2y
Esse elemento de área deve ser integrado na região Rxy do plano xy ilustrada !""#""$
2 2 sen !
acima. Ela se situa no interior do cilindro dado pela equação x2 + y 2 = 2y [ ou
" ! 2 sen !
x2 + (y − 1)2 = 1 ], que, em coordenadas polares, torna-se ρ = 2 senϕ . Logo,
4-8
ˆ πˆ 2 sen ϕ ˆ πh
2 dx dy ρ dρ dϕ 1/2 i2 sen ϕ
ˆ ¨
2 2
A(S) = dS = p =2 p =2 − 4 − ρ2 dϕ
S Rxy 4 − x2 − y 2 0 0 4 − ρ2 0 ρ=0
ˆ π h i ˆ πh p i ˆ π
2 1/2 2 2
= −2 4 − 4 sen 2 ϕ − 2 dϕ = −2 2 1− sen 2 ϕ − 2 dϕ = −4 [cos ϕ − 1] dϕ
0 0 0
h iπ π
2
= −4 sen ϕ − ϕ = −4 1 − = 2π − 4 .
0 2
n 1(r )
A faixa de Moebius, na
S
qual, riscando uma curva
contínua a partir de um
ponto qualquer, podemos
terminá-la no mesmo pon- n 2 (r )
to, mas na face oposta.
r
O n1 !n 2
numa superfície lisa S orientada pelo ˆ campo de normais unitárias ~n(~r ) é a integral de superfície em S
do campo escalar F~ (~r ) · ~n(~r ), isto é, F~ (~r ) · ~n(~r ) dS. É frequente a definição do vetor infinitesimal
S
−
→
dS = ~n dS, denominado elemento de área orientado de S (ilustrado acima, à direita). Assim, a notação
−
→ (†)
ˆ ˆ
~
da integral de superfície de F em S se torna ~
F · ~n dS = ~
F · dS .
S S
Se ~r (t, u) é uma parametrização de S, é evidente, tendo em conta o primeiro parágrafo da subseção
∂~r/∂t × ∂~r/∂u
2.5.2 (na página 2-9), que ~n = ± é um vetor normal unitário. Além disso, como
|∂~r/∂t × ∂~r/∂u|
dS = |∂~r/∂t × ∂~r/∂u| dt du (conforme já vimos), podemos concluir o seguinte:
−
→ ∂~r/∂t × ∂~r/∂u ✭ ✭✭ ✭✭ ∂~r ∂~r
dS = ~n dS = ± ✭
✭ |∂~
r /∂t ×
✭ ✭
∂~
r /∂u| dt du = ± × dt du .
|∂~r ✭
/∂t ✭
× ✭
∂~
r✭/∂u| ✭ ✭✭ ∂t ∂u
✭✭
Assim,
−
→ ∂~r ∂~r
ˆ ¨
F~ · dS = ± F~ ~r (t, u) · × dt du ,
S Rtu | {z ∂t ∂u}
função de t e u
4-9
A integral de superfície de um campo vetorial, tal qual a de um campo escalar, torna-se numa
integral dupla após a substituição da parametrização de S. A integral de superfície de um campo
vetorial também é chamada de fluxo desse campo na superfície de integração.
Exemplo 1: Cálculo da integral do campo F~ (x, y, z) =
(−3y, 3x, −4z) na superfície S do paraboloide z = x2 + y 2 (z 6 1) z
orientada pelas chamadas normais exteriores, isto é, os vetores uni-
1 região
tários normais que apontam para fora de S. (Embora o paraboloide
de
não seja uma superfície fechada, ele claramente separa o espaço, como região
fora
mostra a figura à direita, em duas regiões que intuitivamente podem de
ser identificadas como a de dentro e a de fora.) dentro
Uma parametrização de S é a seguinte, baseada nas coordenadas
!
dS
cilíndricas:
y
x(ρ, ϕ) ρ cos ϕ
1 1
~r (ρ, ϕ) = y(ρ, ϕ = ρ senϕ , com ρ ∈ [0, 1] e ϕ ∈ [0, 2π) .
z(ρ, ϕ ρ2
Assim,
~i ~j ~k
−
→ ∂~r ∂~r
dS = ± × dρ dϕ = ± cos ϕ senϕ 2ρ dρ dϕ = ±(−2ρ2 cos ϕ, −2ρ2 senϕ, ρ) dρ dϕ .
∂ρ ∂ϕ
−ρ senϕ ρ cos ϕ 0
−
→
Vê-se, na figura acima, que o componente no eixo z do dS que tem a orientação desejada deve ser
negativo; logo, devemos escolher o sinal "−" em "±".
Por outro lado, o campo na superfície é
F~ (x, y, z) = − 3y(ρ, ϕ) , 3x(ρ, ϕ) , −4z(ρ, ϕ) = − 3ρ senϕ , 3ρ cos ϕ , −4ρ2 .
S
Logo,
2πˆ 1
−
→
ˆ ˆ
F~ · dS = (−3ρ senϕ, 3ρ cos ϕ, −4ρ2 ) · (2ρ2 cos ϕ, 2ρ2 senϕ, −ρ) dρ dϕ
S 0 0 | {z } | {z }
~ −
→
F dS
2πˆ 1
3 ✭✭✭✭ 3 ✭✭✭✭ ✭
ˆ
= (✭ ✭✭senϕ
−6ρ 6ρ✭
cos ϕ + ✭ senϕ cos ϕ + 4ρ3 ) dρ dϕ
0 0
ˆ 2πˆ 1 h i1
= 4ρ3 dρ dϕ = ρ4 2π = 2π .
0 0 0
cilindro
Exemplo 2: Cálculo da integral de superfície de F~ (x, y, z) = (x, y, x2 z)
(x 1)2 ! (y 1)2 " 9
na superfície cilíndrica S dada por (x − 1)2 + (y − 1)2 = 9 (0 6 z 6 4) e !
orientada pelas normais que apontam para fora. y dS
x(ρ, ϕ) 1 + 3 cos ϕ
S : ~r (ρ, z) = y(ρ, ϕ = 1 + 3 senϕ , com ϕ ∈ [0, 2π) e z ∈ [0, 4] .
z(ρ, ϕ z
!
1
~i ~j ~k 3
−
→ ∂~r ∂~r 1
dS = ± × dϕ dz = ± −3 senϕ 3 cos ϕ 0 dϕ dz x
∂ϕ ∂z
0 0 1
= ± (3 cos ϕ , 3 senϕ , 0) dϕ dz .
−
→
A figura à direita mostra que o vetor dS com a orientação correta deve ter componentes positivos
nos eixos x e y se ϕ ∈ (0, π/2) [isto é, se cos ϕ e senϕ são positivos]; isso indica que devemos escolher
o sinal "+" em "±" .
F~ (x, y, z) = x(ρ, ϕ) , y(ρ, ϕ) , x2 (ρ, ϕ)z(ρ, ϕ) = 1 + 3 cos ϕ , 1 + 3 senϕ , (1 + 3 cos ϕ)2 z .
S
4-10
ˆ 4ˆ 2π
−
→
ˆ
F~ · dS = (1 + 3 cos ϕ , 1 + 3 senϕ , (1 + 3 cos ϕ)2 z) · (3 cos ϕ , 3 senϕ , 0) dϕ dz
S 0 0 | {z } | {z }
~ −
→
F dS
ˆ 4ˆ 2π
= (3 cos ϕ + 9 cos2 ϕ + 3 senϕ + 9 sen 2 ϕ) dϕ dz
0 0
ˆ 2π
= 4 (3 cos ϕ + 3 senϕ + 9) dϕ = 72π .
0
No caso da superfície S admitir uma representação explícita z = z(x, y), usando a parametrização
natural ~r (x, y) = [x , y , z(x, y) ], podemos deduzir a seguinte fórmula:
~i ~j ~k
−
→ ∂~r ∂~r
dS = ± × dx dy = ± 1 0 zx dx dy = ± (−zx , −zy , 1) .
∂x ∂y
0 1 zy
Exemplo 3: Vamos refazer o problema do Exemplo 1 com base no fato de que a superfície de
integração é fornecida na forma explícita z = x2 + y 2 (com z = x2 + y 2 6 1). Escolhendo o sinal
"−" na fórmula deduzida acima pelo motivo já explicado no Exemplo 1, obtemos
−
→
dS = (zx , zy , −1) dx dy = (2x, 2y, −1) dx dy ,
e, portanto,
−
→
ˆ ¨ ˆ ˆ
F~ · dS = (−3y, 3x, −4z) · (2x, 2y, −1) dx dy = 4 (x2 + y 2 ) dx dy
S Rxy | {z }
−6xy+6xy+4z=4(x2 +y 2 ) x2 +y 2 61
coord. ˆ 2πˆ 1 1
polares
= 4ρ3 dρ dϕ = ρ4 2π = 2π .
0 0 0
z (x , y, z ) (x 0 , y 0 , z )
n
ax ! by ! cz ! d " 0
r r0 n
n
r " (x , y, z )
vetor
r (x 0 , y0 , z )
r r0
O
O y0 y
x x0
O vetor normal unitário ~n é fácil de ser determinado em algumas superfícies; por exemplo, naquelas
ilustradas acima. Para essas superfícies, é evidente que ~n é como segue.
• S é o plano ax + by + cz + d = 0 :
(a, b, c)
~r ∈ S ⇒ ~n (~r ) = √ .
a2 + b 2 + c2
~r − ~r0 ~r − ~r0 (x − x0 , y − y0 , z − z0 )
~r ∈ S ⇒ ~n (~r ) = = = .
|~r − ~r0 | R R
4-11
• S é a superfície cilíndrica (x − x0 )2 + (y − y0 )2 = R2 , isto é, de raio R e eixo paralelo ao eixo z
pelo ponto (x0 , y0 , 0) :
(x, y, z) − (x0 , y0 , z0 ) (x − x0 , y − y0 , 0)
(x, y, z) ∈ S ⇒ ~n (x, y, z) = = .
| (x, y, z) − (x0 , y0 , z0 ) | R
Em tais superfícies, sendo conhecida a expressão da normal ~n, geralmente é mais fácil efetuar
a integral de superfície do campo vetorial F~ computando primeiramente o ´produto escalar F~ · ~n e
prosseguindo com o cálculo da integral de superfície desse campo escalar, S (F~ · ~n ) dS, conforme
explicado na seção 4.1. Vejamos alguns exemplos:
Exemplo 4: Cálculo da integral de superfície do campo F~ (x, y, z) = (z, x, y − 2) na porção do plano
x + y + z = 0 que está no interior da superfície esférica x2 + y 2 + z 2 = 1 e que é orientado pelas normais
com componentes positivos.
(1, 1, 1) 1
ˆ ˆ ˆ
F~ · ~n dS = (z, x, y − 2) · √ dS = √ (z + x + y −2) dS
S S 3 3 S | {z }
0
−2 −2 −2π
ˆ
= √ dS = √ ( área de S ) = √ ,
3 S 3 | {z2 } 3
π·1
pois, como o plano passa pelo centro da superfície esférica (a origem), temos que S é o disco contido
naquele plano e de raio 1 (igual ao da superfície esférica).
(x, y, z) 1
˛ ˛ ˛
F~ · ~n dS = (x, y, z + z 3 ) · dS = ( x2 + y 2 + z 2 +z 4 ) dS
S S R R S | {z }
R2
2πˆ π 2πˆ π
1
ˆ ˆ
2 4 4 2 3
= (R + R
| cos
{z θ}) R sen θ dθ ϕ = R ( sen θ + R2 cos4 θ senθ) dθ dϕ
R 0 0 | {z } 0 0
z4 dS
5
π
cos θ 2R2
= 2πR3 − cos θ − R2 = 2πR3 2 + .
5 0 5
Exemplo 6: Vamos refazer o Exemplo 2 com base no fato de que, na superfície cilíndrica dada:
~n = (x − 1, y − 1, 0)/ 3. Efetuando a integral dupla resultante com coordenadas cilíndricas transladadas
para o eixo por (1, 1, 0), obtemos
−
→ (x − 1, y − 1, 0) 1
ˆ ˆ ˆ ˆ
F~ · dS = F~ · ~n dS = (x, y, x2 z) · dS = (x2 + y 2 − x − y) |{z}
dS
S S S 3 3 S
3 dϕ dz
x=1+3 cos ϕ ˆ 2πˆ 4 ˆ 2π
y=1+3 sen ϕ
= (9 + 3 cos ϕ + 3 senϕ) dϕ dz = 4 (9 + 3 cos ϕ + 3 senϕ) dϕ = 4 · 9 · 2π = 72π .
0 0 0
(1)
~ 2 2
• F = (xy, xz, x + y ), e S é a superfície de revolução obtida girando o segmento de reta que
une os pontos (1, 0, 1) e (0, 0, 3) em torno do eixo z, orientada pelas normais exteriores.
x(ρ, ϕ) ρ cos ϕ
Parametrização de S (cf. seção 2.4, Ex.2): ~r (ρ, ϕ) = y(ρ, ϕ) = ρ senϕ, com ρ ∈ [0, 1] , ϕ ∈ [0, 2π) .
z(ρ, ϕ) 3 − 2ρ
4-12
z
~i ~j ~k 2ρ cos ϕ 3
−
→ ∂~r ∂~r z = 3 – 2x
dS = ± × dρ dϕ = ± cos ϕ senϕ −2 dρ dϕ = ± 2ρ senϕdρ dϕ ,
∂ρ ∂ϕ 3–2
−ρ senϕ ρ cos ϕ 0 ρ
!
onde o sinal "+" deve ser escolhido, pois, como mostra a figura à direita, o com- dS
−
→ 1
ponente de dS no eixo z é positivo (igual a ρ).
2
x(ρ, ϕ) y(ρ, ϕ) ρ senϕ cos ϕ 1 x
F~ = x(ρ, ϕ) z(ρ, ϕ) = (3ρ − 2ρ2 ) cos ϕ .
S
x2 (ρ, ϕ) + y 2 (ρ, ϕ) ρ2
ˆ 2πˆ 1
−
→
ˆ
~
F · dS = [ρ2 senϕ cos ϕ, (3ρ − 2ρ2 ) cos ϕ, ρ2 ] · [2ρ cos ϕ, 2ρ senϕ, ρ] dρ dϕ
S 0 0 | {z } | {z }
~ −
→
F dS
ˆ 2πˆ 1 3
= 2ρ senϕ cos2 ϕ + (6ρ2 − 4ρ3 ) senϕ cos ϕ + ρ3 dρ dϕ
0 0
4
2π i1 sen 2 ϕ 2π
ρ cos3 ϕ h
3 4
h ρ4 i1 π
= + 2ρ − ρ + 2π = .
2 3 0 0 3 4 0 2
| {z } | {z 0 } | {z }
0 0 1/4
(2)
~
• F = (x, y, −2z), e S é a superfície z = x + y 2 (z 6 1) orientada pelas
2
normais exteriores. z
−
→ 1
z = x2 + y 2 ⇒ dS = (zx , zy , −1) dx dy = (2x, 2y, −1) dx dy
−
→ n
ˆ ¨ ˆ ˆ
2 Rxy
F~ · dS = (x, y, −2z)·(2x, 2y, −1) dx dy = 2x +2y 2 +2z dx dy S
S Rxy
x2 +y 2 61
–1 1 y
ˆ ˆ ˆ ˆ
2
= 2x + 2y 2 + 2(x2 + y 2 ) dx dy = 4(x2 + y 2 ) dx dy
x2 +y 2 61 x2 +y 2 61
coord. ˆ 2πˆ 1 h i1
polares
= 4ρ2 · ρ dρ dϕ = 2π ρ4 = 2π .
0 0 0
(3)
• F~ = (x, y, z), e S é a superfície z = xy + 1 (0 6 x 6 1) e 0 6 y 6 1) orientada por nor-
mais com componente não-negativo no eixo z.
−→
S : z = xy + 1 ⇒ dS = (−zx , −zy , 1) dx dy = (−y, −x, 1) dx dy .
ˆ 1ˆ 1
−
→
ˆ ¨ ¨
F~ · dS = (x, y, z) · (−y, −x, 1) dx dy = ( −xy − yx + z ) dx dy = (−xy + 1) dx dy
S Rxy Rxy | {z } 0 0
−2xy+xy+1
1 h 2i1 ˆ 1 h y2 i1
x y y 3
ˆ
= − +x dy = − + 1 dy = − +y = .
0 2 x=0 0 2 4 0 4
(4)
• F~ = (x, y, z), e S é a superfície plana triangular de vértices em (1, 0, 0), z
(0, 1, 0) e (0, 0, 1) orientada por normais que não têm componente negativo.
−→ 1
S: x + y + z = 1 ⇒ z = 1 − x − y ⇒ dS = (−zx , −zy , 1) dx dy = (1, 1, 1) dx dy .
n
−
→
ˆ ¨ ¨
F~ · dS = (x, y, z) · (1, 1, 1) dx dy = ( x + y + z ) dx dy 2 S
S Rxy Rxy | {z }
1 Rxy 1 y
1
¨
= dx dy = área de Rxy = .
Rxy 2
1
Outro modo (usando a já conhecida normal ao plano dado): x
4-13
1
ˆ z }| { √
(1, 1, 1) x+y+z 1 área de S 3/2 1
ˆ ˆ ˆ
F~ · ~n dS = (x, y, z) · √ dS = √ dS = √ dS = √ = √ = ,
S S 3 S 3 3 S 3 3 2
√ √ 2√ √
√ 2
ℓ 3 ( 2) 3 3
pois a área de S é a do triângulo equilátero de lado ℓ = 2, dada por = = .
4 4 2
(5)
• F~ = (x, y, −z), e S é a superfície do problema anterior.
Só o campo mudou em relação ao problema anterior; assim, por aquele 1o¯ modo de solução, temos
−
→
ˆ ¨ ¨ ¨
F~ · dS = (x, y, −z) · (1, 1, 1) dx dy = [x + y − z] dx dy = x + y − (1 − x − y) dx dy
S Rxy | {z } | {z } Rxy Rxy
~
F ~
dS
ˆ 1ˆ 1−x ˆ 1 h i1−x ˆ 1
2
= [2x + 2y − 1] dy dx = (2x − 1)y + y dx = (2x − 1)(1 − x) + (1 − x)2 dx
0 0 0 y=0 0
1 1
x2 x3 1 1 1
ˆ
= (x − x2 ) dx = − = − = .
0 2 3 0 2 3 6
Já, pelo 2o¯
modo, temos
(1, 1, 1) x+y−z 1
ˆ ˆ ˆ ˆ
~
F · ~n dS = (x, y, −z) · √ dS = √ dS = √ (2x + 2y − 1) dS
S S| {z } 3 S 3 3 S
~
F
| {z }
~
n
q p √
Mas z = 1 − x − y ⇒ dS = 1 + zx2 + zy2 dx dy = 1 + (−1)2 + (−1)2 dx dy = 3 dx dy ; logo,
ˆ
1
¨ √ ¨
1
~
F · ~n dS = √ ✚
(2x + 2y − 1) ✚3 dx dy = (2x + 2y − 1) dx dy = .
S ✚
✚3 Rxy | {z } Rxy 6
dS | {z }
já calculada acima
(6)
• F~ = (3z − 2y + 3 , 4x + 2z + 2 , 3x + y + 1), e S é a porção do plano 2x − 3y + 4z = 0 contida
no interior da superfície esférica de raio 5 e centro na origem, orientada por normais com componentes
positivos no eixo z.
(2, −3, 4) 4 4
ˆ ˆ ˆ
~
F · ~n dS = (3z − 2y + 3 , 4x + 2z + 2 , 3x + y + 1) · √ dS = √ dS = √ (área de S) .
S S 29 29 S 29
O plano corta a superfície esférica passando pelo centro desta (que é a origem); logo, S é um disco
de raio 5 (igual ao da esfera), de área π52 = 25π. Assim,
4 100π
ˆ
F~ · ~n dS = √ (25π) = √ .
S 29 29
(7)
• F~ = (x + y , y + z − x , z − y + 1), e S é a metade superior da superfície esférica, de raio 2,
centro na origem e orientada pelo campo de normais exteriores.
(x, y, z)
ˆ ˆ
F~ · ~n dS = (x + y , y + z − x , z − y + 1) · dS
S S 2
1 1 1 2π π/2
ˆ ˆ ˆ ˆ
2 2 2
= ( x + y + z +z) dS = (4 + z) dS = (4 + 2 cos θ)22 senθ dθ dϕ
2 S | {z } 2 S 2 0 0
4
π/2 π/2
sen 2 θ h1 i
ˆ
2
= 2 · 2π (2 + cos θ) senθ dθ = 8π − 2 cos θ + = 8π +2 = 20π .
0 2 0 2
4-14
(8)
• F~ = (2x + y , 2y + z − x , 2z − y), e S é a calota esférica x2 + y 2 + z 2 = z
12 (z > 3) orientada por normais exteriores. ̻
Z 0
(x, y, z) dS
ˆ ˆ ˆ
~ 12
F ·~n dS = (2x+y , 2y+z−x , 2z−y)· √ dS = 2 ( x2 + y 2 + z 2 ) √
S S 12 S | {z } 12 y
12
√ ˆ √ ˆ 2π
ˆ θ 0 √
= 2 12 dS = 2 12 ( 12)2 senθ dθ dϕ
S 0 0 √ cos 3/ 12 3/2
√ √ 3 0
= 24 12 · 2π (1 − cos θ0 ) = 48π 12 1 − .
2
(9)
~
• F = (x , y + z , z − y), e S é a calota da superfície esférica de raio 2, centro na origem e orientada
por normais exteriores que se situa acima do plano z = 1.
FAÇAM! Resposta: 8π .
(10)
• F~ = xyz (x − 5 , y − 3 , z − 2), e S é a superfície cilíndrica (x − 5)2 + (y − 3)2 = 4 (1 6 z 6 4)
orientada pelas normais exteriores.
(x − 5 , y − 3 , 0) dS
ˆ ˆ ˆ
F~ · ~n dS = xyz (x − 5 , y − 3 , z − 2) · dS = xyz (x − 5)2 + (y − 3)2
S S 2 S | {z } 2
4
ˆ 3ˆ x y dS
ˆ 2π z }| { z }| { z }| {
= 2xyz dS = 2 ( 5 + 2 cos ϕ )( 3 + 2 cos ϕ ) z · 2 dϕ dz = 544π ,
S 1 0 | {z }
15+16 cos ϕ+4 cos2 ϕ
onde usamos as coordenadas cilíndricas transladas para o eixo por (x, y) = (5, 3) (v. página 1-12).
n
n
S S
S
C n C
Dizemos que uma superfície S aberta e a curva C que forma o bordo dessa superfície têm orientações
compatíveis (ou que C é orientada positivamente em relação a S, ou ainda que C tem orientação
induzida pela orientação de S) se uma pessoa imaginária caminhando ao longo de C mantiver S
sempre à sua esquerda, considerando que a posição ereta dessa pessoa é dada pela direção do vetor
normal ~n que orienta S (v. figura acima).
Enunciemos agora o teorema a ser estudado nesta seção.
Teorema de Stokes: Considere uma superfície aberta S, cujo bordo é a curva fechada C, e
um campo vetorial F~ (~r ) que é definido num domínio R3 contendo S. Se F~ (~r ) é da classe
C 1 , S e C são lisas, e as orientações de S e C são compatíveis, então
−
→ −
→
˛ ˆ
F~ · dr = ∇ × F~ · dS .
C S
4-15
Seguem alguns exemplos de aplicação desse teorema (em todos eles, F~ (x, y, z) denota o campo
vetorial considerado).
−
→
˛
Exemplo 1: Cálculo de F~ · dr, onde C é a curva na interseção
C z
do cilindro x2 + y 2 = 1 com o plano x + y + z = 1 orientada como na plano
~ 3 2
figura à direita, e F (x, y, z) = (yz + x , 2xz + 3y , xy + 4) . x y z !1
n
C
Na fórmula do teorema de Stokes, podemos escolher S como sendo
a porção daquele plano situada no interior do cilindro dado, isto é, S
tomar S como o disco de bordo C (há uma infinidade de superfícies
de bordo C que podem ser tomadas como S, mas o disco é o que leva
aos cálculos mais simples). Assim, S é dado por x + y + z = 1, ou x 2 y 2 " 1
z = 1 − x − y, com x2 + y 2 6 1, donde, com ~n como na figura, temos
−
→
dS = (−zx , −zy , 1) dx dy = (1, 1, 1) dx dy .
−
→
Note que as orientações de dS = ~n dS e C estão de acordo com o teorema de Stokes.
Prosseguindo, temos que
~i ~j ~k
∇ × F~ = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (2 − 2x , y − y , 2z − z) = (−x, 0, z) .
yz + x3 2xz + 3y 2 xy + 4
−
→ −
→
˛ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ
∴ F~ · dr = ∇ × F~ · dS = (−x, 0, z) · (1, 1, 1) dx dy = − x + z dx dy
C S
x2 +y 2 61 x2 +y 2 61
ˆ ˆ coord. ˆ 2πˆ 1
z=1−x−y polares
= (1 − 2x − y) dx dy = (1 − 2ρ cos ϕ − ρ senϕ) ρ dρ dϕ = π .
0 0
x2 +y 2 61
˛ √
Exemplo 2: Verificação de que y dx + z dy + x dz = −2π 2 , onde C é a curva (cuja orientação
C
será averiguada) na interseção do plano x + y = 2 com a superfície x2 + y 2 + z 2 = 2(x + y).
Completando quadrados em x2 + y 2 + z 2 = 2(x + y), vemos que essa é
a equação da superfície esférica (x − 1)2 + (y − 1)2 + z 2 = 2, e concluímos z
que o plano x + y = 2 passa pelo centro dessa superfície esférica (pois esse 2
centro, que é o ponto√(1,1,0), satisfaz a equação do plano). Assim, C é a
circunferência de raio 2 (o raio daquela superfície esférica) contida naquele C
S
plano. Vamos, então, usar o teorema de Stokes considerando S como sendo
o disco cuja borda é a curva C (nesse disco S, ~n, mostrado na figura, é o 2 y
vetor normal unitário ao√plano dado, que contém S). n
2
Como ~n = (1, 1, 0)/ 2 é o vetor normal unitário ao plano dado e x
disco no plano x y !2
~i ~j ~k
∇ × F~ = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (−1 , −1 , −1) ,
y z x
temos que
˛
→
−
ˆ ˆ
(1, 1, 0) −2
ˆ
−2 √
F~ · dr = ∇ × F~ · ~n dS = (−1, −1, −1) · √ dS = √ dS = √ [ área de S} ] = −2π 2 .
C S S 2 2 S 2 | {z
√
π( 2)2
O sinal correto desse resultado indica que também correta é a direção escolhida para ~n, e assim
averiguamos que a orientação de C é aquela na figura.
˛ √
Exemplo 3: Verificação de que (3y + z) dx + (x + 4y) dy + (2x + y) dz = −3πa2 2/ 4 , onde
C
C é a curva (cuja orientação será averiguada) na interseção do plano y + z = a com a superfície
x2 + y 2 + z 2 = a2 .
4-16
Vamos usar o teorema de Stokes considerando S como sendo o z
disco cuja borda é a curva a
√ C e ~n como na figura à direita. n (0,1,1)/ 2
Como ~n = (0, 1, 1)/ 2 é o vetor normal unitário ao plano dado S : disco de
e C raio a 2 / 2
~i ~j ~k
∇ × F~ = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (1 , −1 , −2) , y
a
3y + z x + 4y 2x + y plano
temos que y !z a
−
→ (0, 1, 1)
˛ ˆ ˆ
F~ · dr = ∇ × F~ · ~n dS = √
(1, −1, −2) ·
dS
C S S 2
√
−3 −3 3πa2 2
ˆ
=√ dS = √ [ área de S ] = − .
2 S 2 | {z } 4
πa2/2
O sinal correto desse resultado indica que também correta é a direção escolhida para ~n, pelo que
averiguamos que a orientação de C é aquela na figura.
˛ √
Exemplo 4: Verificação de que (y + x2 z 3 ) dx + (5x + y 3 + 2z) dy + (4y + z cos x) dz = −64π 3 ,
C
onde C é a curva (cuja orientação será averiguada) na interseção do plano z + 6x = 9 com o paraboloide
elíptico z = 3x2 + y 2 .
Como C é uma curva plana, apliquemos o teorema de Stokes considerando S como sendo a superfície
plana cujo bordo é C, com as orientações compatíveis mostradas na figura abaixo. Usando o fato de
−→
que S jaz no plano z = 9 − 6x, temos que dS = (−zx , −zy , 1) dx dy = (6, 0, 1) dx dy.
Além disso, vemos que
~i ~j ~k
∇ × F~ = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (2, 3x2 z 2 + z senx, 4) .
y + x2 z 3 5x + y 3 + 2z 4y + z cos x
Logo,
→
− −
→
˛ ˆ ¨ ¨
F~ · dr = ∇ × F~ · dS = 2 2
(2, 3x z + z senx, 4) · (6, 0, 1) dx dy = 16 dx dy = 16 (área de Rxy ) .
C S Rxy Rxy
−
→
Como o sinal desse resultado é incorreto, também incorreta é a direção escolhida para dS, pelo que
se averigua que a orientação de C é contrária àquela na figura.
˛
Exemplo 5: Verificação de que (y + z) dx + (z + x) dy + (x + y) dz = 0, onde C é a curva na
C
interseção do plano y + z = 2 com o cilindro x2 + y 2 = 2y.
→
−
˛
Como o rotacional do campo F~ (x, y, z) = (y + z, z + x, x + y) é nulo, temos que F~ · dr =
C
−
→
ˆ
∇ × F~ · dS = 0 (para qualquer superfície S condizente com o teorema de Stokes).
S
| {z }
~0
4-17
z2 yz y2
˛
Exemplo 6: Verificação de que dx − dy + dz = 8π, onde C é a plano
C 2 2 4 z x 2y ! 2z " 2
curva (cuja orientação será averiguada) na interseção do cilindro x2 + (y − 2)2 = 4
com o plano x − 2y + 2z = 2. !
dS
No teorema de Stokes, adotemos S como sendo a porção do plano que está
S
dentro do cilindro e orientada como na figura à direita. Assim,
−
→ C
S : x − 2y + 2z = 2 ⇒ z = 1 − x/2 + y ⇒ dS = (−zx , −zy , 1) dx dy . Rxy
̻ y
~i ~j ~k 0 #
y "2
∇ × F~ = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (y, z, 0) .
z 2 /2 −yz/2 y 2 /4
−
→ −
→ y
˛ ˆ ¨ ¨
F~ · dr = ∇ × F~ · dS = (y, z, 0) · (1/2, −1, 1) dx dy = − z dx dy
C S Rxy Rxy 2
z
z }| { x = ρ cos ϕ
y x −2 + x − y
¨ ˆ ˆ
y = 2 + ρ sen ϕ
= − 1 − + y dx dy = dx dy =
Rxy 2 2 2
x2 +(y−2)2 <4
2πˆ 2
1 1
ˆ
− 2 + ρ cos ϕ − (2 + ρ senϕ) ρ dρ dϕ = (2π)(−4)(2) = −8π .
2 0 0 2
O sinal desse resultado, sendo contrário ao fornecido no enunciado, indica que a orientação de C é
contrária àquela mostrada na figura.
Exemplo 7: Cálculo do valor absoluto da integral do campo F~ = (2yz 2 , xz, xyz) ao longo da curva
C na interseção das superfícies z = 2 e x2 /9 + y 2 /16 + z 2 /2 = 3 .
2 2
x /9 + y 2 /16 + z /2 = 3 x2 y2
|{z}
C: 2 ⇒ C é a elipse + = 1 contida no plano z = 2 .
9 16
z=2
−
→
Seja S a parte do plano z = 2 no interior de C. Como dS = ~n dS = ~k dS =
(0, 0, 1) dS e z x 2 y2
! !1
~i ~j ~k dS 9 16
∇ × F~ = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (xz − x, 3yz, z − 2z 2 ) . z !2
S
2yz 2 xz xyz
√
Exemplo 8: Cálculo do valor absoluto da integral do campo F~ (x, y, z) = (2x2 y , x2 −z 2 , 2 sen z − z )
ao longo da curva C dada parametricamente por ~r (t) = (cos t , sent , 3 − cos t− sen 2 t), com t ∈ [0, 2π).
Como C é uma curva fechada, podemos usar o teorema de Stokes, sendo necessário, para isso, que
encontremos uma superfície adequada que tenha C como borda. Observando a expressão de ~r (t) e
fazendo as substituição cos t = x e sent = y, verificamos que C está na interseção da superfície dada
por ~r (x, y) = (x , y , 3 − x − y 2 ) e pelo cilindro x2 + y 2 = 1. Tentemos, então, aplicar o teorema de
Stokes tomando S como sendo essa superfície ~r (x, y) restrita ao domínio fechado x2 + y 2 6 1. Uma
vez que S também admite a representação explícita z = 3 − x − y 2 , podemos prosseguir como segue:
−
→
dS = (−zx , −zy , 1) dx dy = (1, 2y, 1) dx dy .
4-18
~i ~j ~k
~
∇ × F = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z√ = (2z, 0, 2x − 2x2 ) .
2x2 y x2 − z 2 2 sen z − z
−
→ −
→
˛ ˆ ˆ ˆ
F~ · dr = ∇ × F~ · dS = (2z, 0, 2x − 2x2 ) · (1, 2y, 1) dx dy
C S | {z }
x2 +y 2 61 2z+2x−2x2
ˆ ˆ
ˆ 2π ˆ 1
2 2
= 2(3 − x − y ) + 2x − 2x dx dy = (6 − 2ρ2 ) ρ dρ dϕ
| {z } 0 0
x2 +y 2 61 6−2(x2 +y 2 )
4 1
ρ2 1
= 2π 3ρ − = 2π 3 − = 5π .
2 0 2
Exercício: Calcule o valor absoluto da integral do campo F~ (x, y, z) = (y, z, x) ao longo da curva C
2 2 2
na interseção das superfícies (x − 1) + (y − 2) + (z − 3) = 25 e (x − 1) + 2(y − 2) − 2(z − 3) = 0 .
Resposta: 25π/3
• (ii) ⇒ (iii): Usando a notação F~ = [P (x, y), Q(x, y), R(x, y, z)] (P , Q e R em vez de Fx , Fy e Fz ),
vamos demonstrar que, sendo (x0 , y0 , z0 ) um ponto fixo em D, a função definida por
ˆ (x,y,z)
z
Φ(x, y, z) = P (t, u, v)dt + Q(t, u, v)du + R(t, u, v)dv (x , y, z )
(x0 ,y0 ,z0 ) K1
é um potencial de F~ . Ora, essa integral de linha que define Φ é, por hipó-
tese, independente do caminho. Assim, efetuando-a ao longo do caminho L1
C1 ≡ L1 ∪ K1 indicado na primeira figura à direita, isto é,
ˆ z ˆ
Φ(x, y, z) = R(x0 , y0 , v)dv + P (t, u, z)dt + Q(t, u, z)du , (x 0 , y0 , z 0)
z K
| 0 {z } | 1 {z } x y
não depende de x nem de y ≡ J(x,y,z)
z
obtemos, derivando essa equação em relação a x e em relação a y, (x , y, z )
∂Φ ∂J ∂Φ ∂J L2
= = P (x, y, z) e = = Q(x, y, z)
∂x ∂x ∂y ∂y
(as equações ∂J/∂x = P e ∂J/∂y = Q são obtidas como na seção 3.5, pois K2
J é uma integral de linha independente do caminho K1 traçado no plano (x 0 , y0 , z 0)
z = const.).
x y
4-19
Efetuando agora a integral que define Φ(x, y, z) ao longo do caminho C2 ≡ K2 ∪ L2 indicado na
segunda figura à direita, derivando em relação a z e usando o teorema fundamental do cálculo, obtemos
ˆ z
∂Φ
ˆ
Φ(x, y, z) = P (t, u, z0 )dt + Q(t, u, z0 ) + R(x0 , y0 , v)dv ⇒ = R(x, y, z) .
K2 z0 ∂z
| {z }
não depende de z
~i ~j ~k
∂ ∂ ∂ ∂ 2Φ ∂ 2Φ ~ ∂ 2Φ ∂ 2Φ ~ ∂ 2Φ ∂ 2Φ
∇ × F~ = ∂x ∂y ∂z = ~i − +j − +k − = ~0 ,
∂y∂z ∂z∂y | ∂z∂x {z ∂x∂z } ∂x∂y ∂y∂x
| {z } | {z }
∂Φ ∂Φ ∂Φ 0 0 0
∂x ∂y ∂z
onde usamos o fato de que, sendo Φ da classe C 2 (∗) , suas derivadas segundas independem da ordem
das diferenciações.
(∗)
De fato: como F~ = (∂Φ/∂x, ∂Φ/∂y, ∂Φ/∂z) é da classe C 1 , as primeiras derivadas de ∂Φ/∂x,
∂Φ/∂y e ∂Φ/∂z, que são derivadas segundas de Φ, são contínuas; isto é, Φ é da classe C 2 .
• (iv) ⇒ (i): Se calcularmos a integral de linha de F~ em qualquer caminho fechado C por meio do
teorema de Stokes (justificadamente, haja vista as hipóteses feitas), usando qualquer superfície que
tenha bordo C e considerando que o campo é irrotacional, obtemos
→
− −
→
ffi ˆ
F~ · dr = ∇ × F~ · dS = 0 . CQD.
C S
| {z }
~0
(1)
~ 2 2
• F = (2xy , x + 2yz , y + 1), e C é a curva cujos pontos são dados parametricamente por
2
~r (t) = [ sen(2πt3 ) , cos(2πt3 ) , et −1 ln(t + 1)/ ln 2] , t ∈ [0, 1] .
~i ~j ~k
~ 2 2
∇ × F = ∇ × (2xy, x + 2xy, y + 1) = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (2y − 2y, 0, 2x − 2x) = ~0 .
2xy x2 + 2yz y2 + 1
Como o campo é irrotacional, temos, pelo teorema das equivalências, que ele também é um campo
gradiente. Assim, é muito mais fácil calcular a integral de linha pelo teorema da d.d.p. (subseção
3.3.1) do que usando a parametrização fornecida. Calculemos o potencial Φ(x, y, z) do campo:
∂Φ
´
dx
= 2xy −−−−→ Φ(x, y, z) = x2 y + A(y, z)
∂x
∂Φ
´
dy
= x + 2yz −−−−→ Φ(x, y, z) = x y + y z + B(x, z) =⇒ Φ(x, y, z) = x2 y +y 2 z +z + const.
2 2 2
∂y
∂Φ
´
dz
2 2
=y +1 −−−−→ Φ(x, y, z) = y z + z + C(x, y)
∂z
Assim, pelo teorema da d.d.p., obtemos
→
− →
−
ˆ ˆ
F~ · dr = ∇Φ · dr = Φ ~r (1) − Φ ~r (0) = Φ(0, 1, 1) − Φ(0, 1, 0) = 2 − 0 = 2 .
C C
4-20
(2)
• F~ = (x, y, z), e C é a curva dada por ~r (t) = [4 sent , 5 cos t , 7 cos t] , t ∈ [0, 2π) .
~i ~j ~k
~
∇ × F = ∇ × (x, y, z) = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (0, 0, 0) = ~0 .
x y z
Logo, pelo teorema das equivalências, a integral de linha sobre C, que é um caminho fechado, é
nula [C é fechado porque ~r (0) = ~r (2π) = (0, 5, 7), isto é, os pontos inicial e final de C são iguais].
(3)
~ 2 2 3 2
• F = (3x y + y z + 2 , x + 2xyz , xy + 1), e C é o caminho ao longo da curva C na interseção
das superfícies 2x2 + y 2 = 31z + 3 e 4x − 3y + z = 1 , do ponto (1, 1, 0) ao (3, 4, 1) .
Resolvemos esse problema exatamente como aquele no item (a).
~i ~j ~k
∇ × F~ = ∂/∂x ∂/∂y∂/∂z = (2xy − 2xy, y 2 − y 2 , 3x2 + 2yz − 3x2 − 2yz) = ~0 .
3x2 y + y 2 z + 2 x3 + 2xyz
xy 2 + 1
∂Φ
´
2 2 dx 3 2
= Fx = 3x y + y z + 2 −−−−→ Φ = x y + xy z + 2x + A(y, z)
∂x
∂Φ
´
dy
= Fy = x3 + 2xyz −−−−→ Φ(x, y, z) = x3 y + xy 2 z + B(x, z) ⇒ Φ(x, y, z) = x3 y + xy 2 z
∂y
+ 2x + z + const.
∂Φ
´
dz
2 2
= Fz = xy + 1 −−−−→ Φ(x, y, z) = xy z + z + C(x, y)
∂z
(3,4,1)
−
→
ˆ
F~ · dr = x3 y + xy 2 z + 2x + z = 27(4) + 3(16) + 6 + 1 − 1 − 2 = 160 .
C (1,1,0)
Há outro modo de resolver esse problema. Segundo o teorema das equivalências, o campo, sendo
irrotacional, também é conservativo. Assim, o mesmo resultado se obtém usando qualquer caminho
(liso por partes) que comece no ponto inicial e termine no ponto final do caminho original. Um caminho
que simplifica consideravelmente o cálculo da integral de linha é o caminho K ilustrado abaixo, ao longo
do qual podemos escrever
→
−
ˆ ˆ
F~ · dr = (3x2 y + y 2 z + 2) dx + (x3 + 2xyz) dy + (xy 2 + 1) dz
C K
ˆ 3 ˆ 4 ˆ 1
2 2 3 2
= (3x + y z + 2) dx y=1 + (x + 2xyz) dy x=3 + (xy + 1) dz x=3
1 z=0 1 z=0 0 y=4
ˆ 3 ˆ 4 ˆ 1
= (3x2 + 2) dx + 27 dy + 49 dz
1 1 0
h i3
= x3 + 2x + 27(3) + 49 = (27 + 6 − 1 − 2) + 81 + 49 = 160 .
1
z
1
O caminho K é formado por
segmentos retilíneos paralelos
4-21
4.5 Teorema de Gauss
Teorema de Gauss (ou da divergência): Se a fronteira S de uma região limitada e fechada
V contida num domínio do R3 , onde está definido um campo vetorial F~ (~r ) da classe C 1 , é
uma superfície lisa que é orientada pelas normais exteriores a V , então
−
→
˛ ˆ
F~ · dS = ∇ · F~ dV .
S V
A superfície S e a região V em seu interior podem ser, por exemplo, como mostra a figura abaixo,
onde também se vê a normal exterior ~n.
S
S
V
V
n
n
Seguem aplicações desse teorema, nos quais V denota a região limitada pela superfície fechada
considerada no teorema de Gauss.
−
→
˛
Exemplo 1: Cálculo de F~ · dS, onde F~ (x, y, z) = (xz 2 , yz 2 , z 3 ), e S é a
S
superfície esférica de raio b centrada na origem orientada pelas normais exteriores z
n
(figura à direita).
Neste exemplo, as hipóteses do teorema de Gauss são claramente satisfeitas; S
vamos então usar esse teorema para calcular a integral de superfície desejada:
y
−
→
˛ ˆ ˆ ˆ
F~ · dS = ∇ · (xz 2 , yz 2 , z 3 ) dV = ( z 2 + z 2 + 3z 2 ) dV = 5z 2 dV b
S V V
| {z } V x
5z 2
coord. ˆ 2πˆ πˆ b ˆ b ˆ π ˆ 2π
esféricas 2 2
= 5 ( r| cos
{z θ} ) r| senθ{z
dr dθ dϕ = 5r4 dr cos2 θ senθ dθ dϕ
0 0 0 } 0 0 0
z dV
h ib cos3 θ π h i2π 4πb5
= r5 − ϕ = .
| {z }0 | 3 0 | {z0 } 3
{z }
5 b 2π
2/3
Obviamente, esse mesmo resultado pode ser obtido calculando-se diretamente a integral de superfície
conforme os métodos expostos na seção 4.2:
−
→ (x, y, z) 1
˛ ˛ ˛ ˛
F~ · dS = (xz 2 , yz 2 , z 3 ) · dS = ( x2 z 2 + y 2 z 2 + z 4 ) = b z 2 dS
S S b b S | {z } S
(x2 +y 2 +z 2 )z 2 = b2 z 2
2πˆ π π
4πb5
ˆ ˆ
2 2
=b ( b| cos
{z θ} ) b| senθ dθ dϕ = 2πb5 cos2 θ senθ dθ = .
0 0 {z } 3
z dS |0 {z }
2/3
4-22
˛
−
→ z
Exemplo 3: Cálculo de F~ · dS, onde F~ (x, y, z) = (xy 2 , x2 y, y), e S
S
é a superfície da região limitada pelo cilindro x2 + y 2 = 1 e pelos planos plano
z = −1 e y + z = 2, com a normal a S apontando para fora (de R). y z !2
2
−
→ −
→
˛ ˛ ˆ ˆ
F~ · dS = (xy 2 , x2 y, y) · dS = ∇ · (xy 2 , x2 y, y) dV = (y 2 + x2 ) dV 1
S S V V
coord. ˆ ˆ ˆ 2−ρ sen ϕ ˆ 2πˆ 1
cilíndricas 2
= ρ ρ dz dρ dϕ = (2 − ρ senϕ + 1) ρ3 dρ dϕ "1 1 y
−1 | {z } 0 0 Rxy
Rxy dV
ˆ 2π
3ρ 4
3ρ
1 ˆ 2π
5
3 1 3π "1
= − senϕ dϕ = − senϕ dϕ = .
0 4 5 0 0 4 5 2
(1) p
~ 2
• F = (xz, yz, z ), e S é a superfície do sólido limitado pelas superfícies z = (x2 + y 2 )/3 e
x2 + y 2 + z 2 = 9.
z
Na
p figura, φ0 é a inclinação da reta de interseção do cone
z = (x + y )/3 com o plano yz (isto é, x = 0); assim,
2 2
p √ √
z= (x2 + y 2 )/3 = y/ 3 ⇒ tan φ0 = 1/ 3 V
x=0
⇒ φ0 = 30◦ ⇒ θ0 = 60◦ .
−
→ Teorema
˛ ˆ ˆ
F~ · dS ~
de Gauss
= ∇ · F dV = 4z dV 0
S V V 3
!0
y
4-23 x
coordenadas
ˆ 2πˆ θ0ˆ 3
4r cos θ · r2 senθ dr dθ dϕ
esféricas
=
0 0 0
4
3 θ 0
r sen 2 θ 243π
= 4 · 2π · = 81π sen60◦ = .
4 0 2 0 4
(2)
• F~ = (−xy, y 2 /2, 2z), e S é a superfície do sólido delimitado pelas superfícies z = x2 + y 2 e
x2 + y 2 + z 2 = 2 .
z Interseção: z ! 2 ! 2 2 ˛
−
→ Teorema
ˆ
∴ ~
F · dS
de Gauss
= ∇ · F~} dV
z ! 2 " !1 S V
| {z
2
√ 2
2 coord.
ˆ 2π 1
ˆ ˆ 2−ρ ˆ 1
V z ! 2 p
2 − ρ2 − ρ2 dρ
cilínd.
= 2 ρ dz dρ dϕ = 4π ρ
0 0 ρ2 0
2 1
1 1 π √
y = 4π − (2 − ρ2 )3/2 − ρ4 = (8 2 − 7) .
1 1 3 4 0 3
(3) p
~ 2
• F = (xy, −y /2, z), e S é a superfície do sólido delimitado pelas superfícies z = −2 + x2 + y 2
e z = 4 − x2 − y 2 .
FAÇAM! Resposta: 32π/3 .
(4)
• F~ = (xy, 2x2 yz, −x2 z 2 ), e S é a superfície do sólido em y > 0 que é delimitado pelo paraboloide
z = 4 − x2 − y 2 e pelos planos y = 0 e z = 0 .
FAÇAM! Resposta: 128/15 .
(5)
~
•pF = (x, y, z), e S é a superfície do sólido delimitado pelas superfícies z = 1 − x2 − y 2 e
z = x2 + y 2 − 1 .
FAÇAM! Resposta: 5π/2 .
(6)
• F~ = (xy 2 , 2xyz, −xzp
2
), e S é a superfície do volume V que é delimitado pelo plano xy e pela
superfície cônica z = 1 − x2 + y 2 .
FAÇAM! Resposta: π/20 .
(7)
• F~ = (xy, 2xyz, xz 2 ), e S é a superfície do paralelepípedo na figura à direita. z
Teorema
3
˛ ˆ ˆ
~ ~
F · dS
de Gauss
= ~
∇ · F dV = (y + 4xz) dV
S V V
ˆ 3ˆ 2ˆ 1 ˆ 3ˆ 2 h i1 ˆ 3ˆ 2
= (y + 4xz) dx dy dz = xy + 2x2 z dy dz = (y + 2z) dy dz
0 0 0 0 0 0 0 0 2 y
3 2
1 3 1
y
ˆ ˆ
= + 2yz dz = (2 + 4z) dz = 24 . x
0 2 0 0
(8)
• F~ = (x, y, z), e S é a superfície do volume V que é delimitado pelos planos coordenados e pelo
plano x + y + z = 1.
FAÇAM! Resposta: 3/4 .
4-24
Cálculo da integral do campo F~ (x, y, z) numa superfície
S aberta e orientada pelas normais exteriores:
(9)
~
• Considere o cálculo da integral do campo F = (xz 2 , yz 2 , z 3 + 2y 2 ) sobre a superfície S formada
pela união da parte da superfície cilíndrica x2 + y 2 = 4 desde z = 0 até z = 3 com a porção circular do
plano z = 3 contida no interior daquela superfície cilíndrica. Obtenha o resultado por duas maneiras:
a) Indiretamente, usando o teorema de Gauss.
b) Efetuando diretamente a integral de superfície desejada.
Item a: S z
Para usar o teorema de Gauss, vamos fechar a superfície S com o disco
S ′ contido no plano xy, centrado na origem e de raio 2 (v. figura à direita);
assim obtemos a superfície fechada S̄ = S ∪ S ′ . Designemos por V a região
no interior de S̄. Temos que 3
˛ ˆ ˆ
F~ · ~n dS = F~ · ~n dS + F~ · ~n dS , 2
S̄ S S′
y
onde x
˛ Teorema
ˆ ˆ S : disco na base
F~ · ~n dS ∇ · F~ dV = 2 2 2
de Gauss
= ( z + z + 3z ) dV
S̄ V V
| {z }
5z 2
2πˆ 2ˆ 3 3 2
coord.
z3 ρ2
ˆ
cilíndricas 2
= 5 z ρ dz dρ dϕ = 5 2π = 180π
0 0 0 3 0 2 0
e
ˆ ˆ ˆ
F~ · |{z}
~n dS = (xz 2 , yz 2 , z 3 + 2y 2 ) · (0, 0, −1) dS = − z 3 + 2y 2 ) |{z}
( |{z} dS
S′ S′ S′
−~
k 0 dx dy
coord. 2πˆ 2
4 2
2π
ρ ϕ sen2ϕ
ˆ
polares
= −2 (ρ senϕ)2 ρ dρ dϕ = −2 − = −8π .
0 0 4 0 2 4 0
Logo, substituindo esses dois resultados na primeira equação, chegamos ao resultado final:
ˆ ˆ
180π = F~ · ~n dS − 8π ⇒ F~ · ~n dS = 188π .
S S
Item b:
A superfície de integração S é composta pelo disco S1 (de raio 2 em z = 3) e pela superfície cilín-
drica S2 (de raio 2, de z = 0 a 3); logo,
ˆ ˆ ˆ
~
F · dS = ~
F · |{z}
~n dS + F~ · ~n dS
S S1 S2
~
k
(x, y, 0)
ˆ ˆ
2 2 3 2
= (xz , yz , z + 2y ) · (0, 0, 1) dS + (xz 2 , yz 2 , z 3 + 2y 2 ) · dS
S 1 S 2
2
1
ˆ ˆ
= z 3 + 2y 2 ) dS +
( |{z} ( x2 + y 2 ) z 2 (2 dϕ dz)
S1 2 S2 | {z }
33 ρ2 = 22
2πˆ 2 2πˆ 3
1
ˆ ˆ
= 33 (área de S1 ) + 2 (ρ senϕ)2 ρ dρ dϕ + 22 z 2 (2 dϕ dz)
| {z } 0 0 2 0 0
π22
4 2
2π
3 3
ρ ϕ sen2ϕ z
= 108π + 2 − + 4 · 2π = 188π .
4 0 2 4 0 3
| {z } | {z } | {z }0
4 π 9
(10)
4-25
• Considere novamente o cálculo da integral do campo F~ = (xz 2 , yz 2 , z 3 + 2y 2 ), mas agora sobre
a superfície S que consiste na metade superior da superfície esférica de raio 2 e centro na origem.
Obtenha o resultado por duas maneiras:
a) Indiretamente, usando o teorema de Gauss.
b) Efetuando diretamente a integral de superfície desejada.
Item a:
Se S ′ é o disco de raio 2 contido no plano xy e centrado na origem
então, designando por V a região no interior de S ∪S ′ , podemos escrever z
ˆ ˛ ˆ S
F~ · ~n dS = F~ · ~n dS − F~ · |{z}
~n dS 2
S S∪S ′ S′
ˆ ˆ −~
k
Item b:
(x, y, z) 1
ˆ ˆ ˆ
2
~
F · ~n dS = 2 2 3 2
(xz , yz , z + 2y ) · dS = ( x + y 2 + z 2 ) z 2 + 2y 2 z dS
S S 2 2 S | {z }
4
z
ˆ
2
ˆ 2πˆ π/2 z }| { 2
= 2z + y 2 z dS = 2 ( 2 cos θ )2 + ( 2 senθ senϕ )2 2| cos
{z θ} 2| senθ dθ dϕ
S 0 0 | {z } {z }
y z dS
ˆ 2πˆ π/2
= 32 cos2 θ senθ + 32 sen 3 θ cos θ sen 2 ϕ dθ dϕ
0 0
π/2 2π π/2 2π
cos3 θ sen 3 θ ϕ sen2ϕ
= 32 − ϕ + 32 −
3 0 0 4 0 2 4 0
64π 88π
= + 8π = .
3 3
(11)
(Este problema, embora seja similar ao anterior, torna-se mais trabalhoso pelo método baseado no
uso indireto do teorema de Gauss, porque a integral volumétrica é mais complicada.)
16
• Cálculo da integral do campo F~ = 4xz + x, y , z − sobre a superfície que consiste na calota
z
2 2 2
esférica S dada por x + y + z = 16 (z > 2). Obtenha o resultado por duas maneiras:
a) Efetuando diretamente a integral de superfície desejada.
b) Indiretamente, usando o teorema de Gauss. z
Item a: 4 S
ˆ
16 (x, y, z)
ˆ
F~ · ~n dS = 4xz + x, y , z − · dS
S S z 4
!
1
ˆ ˆ 2 12
2 2 2 2 2 0
= (4x z + x + y + z − 16 ) dS = x z dS 4
4 S | {z } S y
0
ˆ 2πˆ θ0 0 4
= (4senθ cos ϕ) (4 cos θ)42 senθ dθ dϕ
2
0 0 sen 0 12/ 4 3/ 2
4-26
θ 2π
sen 4 θ 0 ϕ sen2ϕ
= 45 − = 44 ( sen 4 θ0 ) π
4 0 2 4 0
4
√ 4
=4 3/2 π = 144π .
Item b:
√
Seja S ′ o disco de raio 12 contido no plano z = 2 e centrado no ponto (0, 0, 2); temos que
ˆ ˛ ˆ
~
F · ~n dS = ~
F · ~n dS − F~ · ~n dS = 144π .
S S∪S ′ S′
| {z } | {z }
216π 72π
Vale a pena calcular essa integral tripla na região V ocupada pela calota por duas maneiras. Usando
as coordenadas esféricas, ela é calculada como segue:
ˆ ˆ 2πˆ θ0ˆ 4
16 16
3 + 4z + 2 dV = 3 + 4z + 2 r2 senθ dr dθ dϕ
V z 0 0 2 sec θ z
ˆ θ0 h i4
= 2π r3 sen θ + r4 cos θ senθ + 16r sec2 θ sen θ dθ =
0 r=2 sec θ
ˆθ0
2π (64 senθ + 256 cos θ senθ + 64 sec2 θ senθ −8 sec3 θ senθ − 16 sec4 θ cos θ senθ − 32 sec3 θ senθ ) dθ
| {z }
0 −56 sec3 θ sen θ
θ0 θ0 64 56
ˆ ˆ
= 2π (64 senθ + 256 cos θ senθ) dθ + 2π − + (− senθ dθ ) [u ≡ cos θ]
0 0 cos2 θ cos3 θ | {z }
du
h iθ0 ˆ cos θ0
= 2π − 64 cos θ − 128 cos2 θ + 2π (−64u−2 + 56u−3) du
0 1
h icos θ0
= 2π(−64π cos θ0 − 128 cos2 θ0 + 64 + 128) + 2π 64u−1 − 28u−2
1
64 128 64 28
= 2π 156 − − + − = 2π(156 − 32 − 32 + 128 − 112) = 216π .
2 4 1/2 1/4
4-27
A outra maneira consiste em começar o cálculo daquela integral tripla usando as coordenadas car-
tesianas para efetuar primeiramente a integração em relação a z e, então, na integral dupla resultante,
mudar para as coordenadas polares:
ˆ ˆ ˆ ˆ √16−x2 −y2
16 16
3 + 4z + 2 dV = 3 + 2 + 4z dz dy dx
V z 2 z
x2 +y 2 612
√16−x2 −y2
16
ˆ ˆ
= 3z − + 2z 2 dy dx
z 2
x2 +y 2 612
p
16
ˆ ˆ
= 3 16 − x2 − y 2 − p + 2 (16 − x2 − y 2 ) − 6 + 8 − 8 dy dx
16 − x2 − y 2 | {z }
x2 +y 2 612 26−2(x2 +y 2 )
√
12 p
2πˆ
16
ˆ
= 3 16 − ρ2 − p + 26 − 2ρ2 ρ dρ dϕ
0 0 16 − ρ2
4
√12
ρ
= 2π − (16 − ρ2 )3/2 + 16 (16 − ρ2 )1/2 + 13ρ2 −
2 0
144
= 2π − 43/2 + 16 · 41/2 + 13 · 12 − + 16 3/2
16 · 161/2} = 2π(−8 + 32 + 156 − 72) = 216π .
−{z
2 |
0
4-28
Capítulo 5
Apêndice
g f
t x h
f g
então, como se indica acima, h é expressa pela função f ◦g em termos de t [i.e. h = f (x) = f g(t) =
f ◦g(t)]. Pois bem, nas ciências de aplicação matemática, as letras f e g denotando funções não têm a
importância das letras h, x e t denotando grandezas e, portanto, cedem lugar a estas na notação das
funções, que é assim feita:
• a função f que expressa h em termos de x é denotada por h(x)
• a função g que expressa x em termos de t é denotada por x(t)
• a função f ◦g que expressa h em termos de t é denotada por h(t)
Ou seja, uma grandeza G (escalar ou vetorial) como função de outra grandeza Q (que pode ser vetorial,
sendo então o caso de uma função de várias variáveis) é denotada pelo próprio símbolo G daquela
grandeza seguido pelo símbolo Q desta entre parênteses: G(Q) .
As derivadas das funções f , g e f ◦g consideradas acima são assim denotadas:
dh dg dh
f ′ (x) = , g ′ (t) = e (f ◦g)′ (t) = .
dx dt dt
Assim, a regra da cadeia é dada por
x
h i′ z}|{
(f ◦g) (t) = f g(t) = f ′ g(t) g ′ (t) ,
′
| {z } | {z } |{z}
dh/dt dh/dx dx/dt
mostrando que a notação ora apresentada é muito conveniente para escrever a regra da cadeia:
dh dh dx
= .
dt dx dt
Um exemplo importante neste texto é o seguinte:
Na Física, campo é uma região do espaço onde se constata um agente ou efeito físico; p. ex., campo
elétrico, campo gravitacional, campo de velocidades, campo de pressão, campo de radiação, campo de
meteoros. Num sistema de coordenadas cartesianas, a cada ponto (x, y, z) dessa região associa-se o
chamado vetor posição ~r, desde a origem até aquele ponto; assim, ~r = (x, y, z) − (0, 0, 0) = (x, y, z).
Quando restringimos o estudo do campo a um plano, considerando este como o plano xy, o vetor
posição é ~r = (x, y). Por mera simplificação da notação, o que segue é restrito ao plano xy, sendo
imediata a extensão para o espaço, nas coordenadas x, y e z.
5-1
O campo de uma grandeza escalar G é representado por uma função escalar, isto é,
f : R2 h i −−−−−−−→ R
~r = x
y p−−−−−−−→ G = f (~r ) = f (x, y) ,
F~ : R2 −−−−−−−→ R2
h i
x ~ ~ Fx (x, y)
~r = y p−−−−−−−→ G = F (~r ) = .
Fy (x, y)
t ! T x! F
" # r & "" ##
"u # G
$" %# "$ y %#
F !T
~ como função das novas coordenadas t e u é G
Nesse caso, G ~ x(t, u), y(t, u) [que é a função F◦
~ T~ (t, u)].
~ ~ ~ ~ ~
Se F é a função identidade I, isto é, F (~r ) = I (~r ) = ~r, então G é o próprio vetor posição:
t ! T x! I
" # r & "" ##
"u # r
$" %# "$ y %#
I !T
Na notação aqui explicada, temos que ~r, como função das coordenadas cartesianas, é ~r (x, y) [que é a
função I (~r ) = ~r ] e, como função das novas coordenadas, é ~r (t, u) = x(t, u), y(t, u) [que é a função
I~◦ T~ (t, u) = T~ (t, u) = Tx (x, y), Ty (x, y) ]. Além disso,
∂~r ∂x ∂y
~r (x, y) = ~r = (x, y) ⇒ = , = (1, 0) = ~i ,
∂x ∂x ∂x
∂~r ∂x ∂y
~r (t, u) = x(t, u), y(t, u) ⇒ = , , etc.
∂t ∂t ∂t
f (x x)
f "(x ! ) x f
f (x )
x x! x x
tem um erro que tende a zero quando ∆x → 0 ; neste limite, (5.1) passa a ser denotado pela equação
5-2
expressando a variação infinitesimal de f em termos da variação infinitesimal dx.(∗)
Havendo mais de uma variável – digamos y – temos
∂f ∗
∆x f = f (x + ∆x, y) − f (x, y) ≃ (x , y)∆x . (5.3)
∂x
E para uma função vetorial f~ : RM → RN (N > 2) teremos
−−→ ~
∆f = f (x + ∆x) − f~(x) ≃ f~ ′ (x∗ )∆x (se M = 1 : uma variável) (5.4)
ou
−−−→ ~ ∂ f~ ∗
∆x f = f (x + ∆x, y) − f~(x, y) ≃ (x , y)∆x (se M = 2) , (5.5)
∂x
valendo expressões similares (facilmente deduzidas) no caso de variação apenas de y (ou outra variável
independente qualquer).
−−→ ∂~r ′ ′
∆t r i = ~r (ti + ∆ti , u′i ) − ~r (ti , u′i ) ≃ (t , u )∆ti
∂t i i
−−→ ∂~r ′ ′
e ∆u r i = ~r (t′i , ui + ∆ui ) − ~r (t′i , ui ) ≃ (t , u )∆ui ,
∂u i i
onde (t′i , u′i ) são as coordenadas de um ponto arbitrário na região de ∆A′i . Observe que a curva ~r (t′i , u)
−−→
pelo ponto (t′i , u′i ) intercepta a fronteira de ∆A′i em dois pontos, sendo ∆u r i o vetor que vai de um
−−→
desses pontos ao outro. A formação do vetor ∆u r i é análoga.
(∗) A equação (5.2) é, em essência, da forma df = f ′ (x) dx, podendo df ser a variação infinitesimal de f correspondente
a qualquer dx em torno de x:
df = f (x + dx) − f (x) , df = f (x) − f (x − dx) , df = f (x + dx/2) − f (x − dx/2) ,
ou, genericamente, df = f (x + βdx) − f (x − αdx) , com α + β = 1 .
De fato, (5.2) incorpora as propriedades do limite da aproximação em (5.1), entre as quais a de f ′ (x) ser atingindo
independentemente de como ∆x → 0 (pela direita, pela esquerda ou em torno de x). Também incorporada está, ao se
integrar df = f ′ (x) dx, a propriedade pela qual o valor da integral independe, na partição do intervalo de integração, da
escolha dos pontos em cada subintervalo ∆xi em que se calcula a função f .
5-3
Logo, admitindo positivas as variações ∆ti e ∆ui , temos que
~i ~j ~k
∂~r ′ ′ ∂~r ′ ′ ∂x ∂y
∆A′i ≃ | (t , u )∆ti × (t , u )∆ui | = | 0 | ∆ti ∆ui
∂t i i ∂u i i ∂t ∂t
∂x ∂y
0
∂u ∂u (t′i , u′i )
∂x ∂y
∂t ∂t ∂(x, y) ′ ′
= | ~k | ∆ti ∆ui = | (t , u ) | ∆ti ∆ui ,
∂x ∂y ∂(t, u) i i
∂u ∂u (t′i , u′i )
uma aproximação cujo erro tende a zero quando ∆ti → 0 e ∆ui → 0, e, portanto, que, infinitesimal-
mente, fornece o elemento de área nas coordenadas genéricas (t, u):
∂(x, y)
dA = | | dt du .
∂(t, u)
curva r (t, ui , vi )
superf. r (ti , u, v )
5-4
−−→ −−→ −−→
∆Vi′ ≃ | ∆t ri × ∆u r i · ∆v ri | ,
com (v. seção 5.2)
−−→ ∂~r ′ ′ ′
∆t r i = ~r (ti + ∆ti , u′i , vi′ ) − ~r (ti , u′i , vi′ ) ≃ (t , u , v )∆ti ,
∂t i i i
−−→ ∂~r ′ ′ ′
∆u r i = ~r (t′i , ui + ∆ui , vi′ ) − ~r (t′i , ui , vi′ ) ≃ (t , u , v )∆ui
∂u i i i
−−→ ∂~r ′ ′ ′
e ∆v r i = ~r (t′i , u′i , vi + ∆vi ) − ~r (t′i , u′i , vi ) ≃ (t , u , v )∆vi ,
∂v i i i
onde (t′i , u′i , vi′ ) são as coordenadas de um ponto arbitrário na região de ∆Vi′ . Observe que a curva
−−→
~r (t′i , u′i , v) pelo ponto (t′i , u′i , vi′ ) intercepta a fronteira de ∆Vi′ em dois pontos, sendo ∆v r i o vetor que
−−→ −−→
vai de um desses pontos ao outro. É análoga formação dos vetores ∆t r i e ∆u ri , não mostrados na
figura, para não sobrecarregá-la, evitando que se torne ilegível.
Logo, admitindo positivas as variações ∆ti , ∆ui e ∆vi , temos que
∂x ∂y ∂z
∂t ∂t ∂t
∂~r ′ ′ ∂~r ′ ′ ∂~r ′ ′ ′ ∂x ∂y ∂z
∆Vi′ ≃ | (ti , ui )∆ti × (t , u )∆ui · (t , u , v )∆vi | = | | ∆ti ∆ui ∆vi
∂t ∂u i i ∂v i i i ∂u ∂u ∂u
∂x ∂y ∂z
∂v ∂v ∂v (t′i , u′i , vi′ )
∂(x, y, z) ′ ′ ′
= | (t , u , v )| ∆ti ∆ui ∆vi ,
∂(t, u, v) i i i
uma aproximação cujo erro tende a zero quando ∆ti → 0, ∆ui → 0 e ∆vi → 0, e, portanto, que,
infinitesimalmente, fornece o elemento de volume nas coordenadas genéricas (t, u, v):
∂(x, y, z)
dV = | | dt du dv .
∂(t, u, v)
Usando a aproximação acima para ∆Vi′ , podemos mostrar a validade da fórmula h4i na seção 1.3.2
do mesmo modo como mostramos a validade de h2i.
(†) Usamos o comprimento ∆s do i-ésimo arco na partição de C para denotar esse próprio arco. Já vimos fazendo isso:
i
referimo-nos à i-ésima sub-região na partição da região de integração de uma integral múltipla pela área ∆Ai ou pelo
volume ∆Vi daquela sub-região. Trata-se de uma prática corriqueira: dizemos “considere a carga elétrica q, o momento
de dipolo elétrico p
~, etc.”, isto é, referimo-nos ao ente (físico, matemático, etc) por uma propriedade dele.
5-5
mostrando que ˆ ˆ tB
f (~r ) ds = f ~r (t) |~r ′ (t)|dt .
C tA
→
−
Note que, no limite de ∆ti → 0, a aproximação de ∆si acima é denotada pela equação ds = |dr| =
′
|~r (t)| dt usada na seção 3.1.1.
(ti , ui ! ui )
A figura mostra a i-ésima sub-área regular ∆Si′ na partição da superfície de integração S que é
realizada por curvas contidas contidas nessa superfície nas quais t = const. ou u = const., sendo ∆Si′
limitada pelas curvas t = ti , t = ti + ∆ti , u = ui e u = ui + ∆ui . São mostradas também duas curvas
contidas em S por um ponto (t′i , u′i ) arbitrário de ∆Si′ , uma na qual u = u′i , isto é, só t varia e que
−−→
intercepta a fronteira de ∆Si′ em dois pontos que definem o vetor ∆t r i conforme mostrado e outra na
−−→
qual t = t′i , isto é, só u varia e por meio da qual se define de modo análogo o vetor ∆u r i mostrado;
a área do paralelogramo definido por esses dois vetores é uma aproximação de ∆Si′ cujo erro tende a
zero quando ∆Si′ → 0. Temos então que
−−→ −−→
∆Si′ ≃ | ∆t r i × ∆u ri | ,
com (v. seção 5.2)
−−→ ∂~r ′ ′
∆t r i = ~r (ti + ∆ti , u′i ) − ~r (ti , u′i ) ≃ (t , u )∆ti
∂t i i
−−→ ∂~r ′ ′
e ∆u r i = ~r (t′i , ui + ∆ui ) − ~r (t′i , ui ) ≃ (t , u )∆ui .
∂u i i
Logo,
∂~r ′ ′ ∂~r ′ ′
∆Si′ ≃ |
(ti , ui )∆ti × (t , u )∆ui | ,
∂t ∂u i i
que, infinitesimalmente, se ∆ti e ∆ui forem positivos, se torna na equação
∂~r ∂~r
dS = | × | dt du .
∂t ∂u
Note que, na figura acima, o ponto (t′i , u′i ) e as curvas por este ponto equivalem ao ponto (t, u) e
as curvas por este ponto na 2a¯ figura da seção 4.1.1.
Percebe-se a semelhança das aproximações da sub-área ∆Si′ de uma superfície, descrita acima, e a
da sub-área ∆A′i de um plano, descrita na seção 5.3. De fato, a única diferença reside no fato de o
vetor posição ~r (t, u) ser do R2 na seção 5.3, mas ser do R3 nesta seção, vindo as duas descrições se
coincidirem no caso particular de S tornar-se o plano xy.
5-6