Você está na página 1de 9

Faculdade Metropolitanas Unidas – FMU

APS MATERIAIS PARA ENG MECANICA DLC

Professor: Marcelo Acacio


Aluno: Alexandre Queiroz RA:3901591
Eduardo Queiroz RA: 1575652
Richelle Martins RA: 3790537

São Paulo –SP


2021
 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3

DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................ 4

CONCLUSÃO............................................................................................................................8

BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................9
 INTRODUÇÃO
Muitos se encantam com a beleza e raridade de um diamante, mas o
que nem todos sabem é que este material pode ter aplicações incríveis na
engenharia. Quando em pressão de 1 atmosfera, o diamante possui a maior
densidade atômica dentre todos os materiais que existem. Seus átomos são
ligados uns aos outros por ligações covalentes fortes as quais envolvem os
orbitais híbridos sp³ do carbono. Considerando a densidade de átomos e a
força das ligações entre eles, o diamante apresenta a maior dureza, maior
módulo de elasticidade, maior condutividade térmica à temperatura ambiente e
menor compressibilidade entre os materiais conhecidos. Além disso, possui
elevada rigidez dielétrica (107 V/cm) e um energia de GAP de 5,5 eV,
caracterizando-o como semicondutor. O fator limitante de uma ampla
utilização deste material é seu custo, o qual é bastante elevado devido a sua
raridade na natureza e às elevadas condições de temperatura e pressão
necessárias para sintetizá-lo artificialmente.
Pensando em uma solução para conseguir as propriedades do diamante
e evitar os custos elevados associados à compra deste material, cientistas
tentaram sintetizar o diamante a baixas pressões, em condições nas quais este
material é metaestável. Conseguiram sintetizar filmes policristalinos de
diamante, mas a uma inviável taxa de crescimento de apenas algumas dezenas
de nanômetros por hora. Continuando os esforços e as pesquisas, chegaram a
taxas de crescimento bem maiores, de dezenas de micrômetros por hora, e
além disso descobriram nesta pesquisa uma classe inteira de novos materiais,
denominada de carbono tipo diamante (mais conhecida pelo termo em inglês
diamond-like carbon, que dá origem à sigla DLC).
A aplicação de revestimentos em aços proporciona a eles uma maior
resistência superficial, assim como a redução de custos de manutenção no caso
de ferramental e peças conformadas. Filmes permitem que produtos operem
por mais tempo sob condições severas, por exemplo.
Já há muito tempo, a indústria de componentes mecânicos adota
soluções de engenharia de superfícies. Os motivadores para esta postura são
muitos: pressões de custos, restrições ambientais, eficiência de processos,
severidade de aplicações, entre outros. Dentre as muitas opções possíveis,
certamente, uma das mais notáveis e pesquisadas das últimas décadas é o
DLC, do inglês Diamond-like Carbon.
A utilização destas camadas de base carbono cresce fortemente à
medida que o conhecimento sobre suas características principais se difunde: a
promoção de baixos coeficientes de atrito no sistema em que está inserida e
sua altíssima resistência ao desgaste adesivo.
Especialmente para camadas de DLC do tipo a-C:H (carbono amorfo
hidrogenado), hoje amplamente utilizadas em componentes mecânicos de
precisão, é relativamente comum que até mesmo profissionais diretamente
ligados a projetos envolvendo esta solução sejam alheios às razões que levam
aos ganhos proporcionados por ela.
 DESENVOLVIMENTO

Os filmes de DLC apresentam estrutura similar à do diamante, no entanto


são predominantemente amorfos (ou eventualmente microcristalinos),
enquanto o diamante apresenta estrutura cristalina. Ainda assim, apresentam
diversas propriedades interessantes do ponto de vista industrial e semelhantes
às do diamante, tais como baixo coeficiente de atrito, elevada estabilidade
térmica e elevada resistividade elétrica. Isto se deve ao fato de que os filmes de
DLC contém inúmeras ligações de tipo sp³, assim como o diamante. No entanto,
estes filmes também podem apresentar ligações sp² (grafite), de forma que se
torna possível estimar as propriedades e características de um filme de DLC
através do cálculo da razão sp³/sp², em que sp³ representa o perfil “diamante”
e sp², o “grafite”. O caráter desejado para o filme depende da aplicação, que
abrange desde dispositivos optoeletrônicos e melhoria das propriedades
químicas e/ou tribológicas de componentes, até a melhoria de ferramentas e de
peças para setor automobilístico e revestimento para moldes, matrizes e
próteses (biomateriais).
A variedade de possibilidades oferecidas pela combinação de ligações
sp² e sp³ pode gerar uma variedade inimaginável de redes 3D de átomos de
carbono. Filmes com elevada razão sp³/sp², por exemplo, tendem a apresentar
ordem de médio a longo alcance como forma de aliviar tensões, o que é
sinônimo da ocorrência de certo grau de cristalização. Uma vez que o conceito
de material amorfo é que suas ligações não tenham ordem de longo alcance,
isto implica que a maior parte dos filmes amorfos de DLC possui razão sp³/sp²
não muito elevada. A estrutura, e consequentemente as propriedades dos
filmes de DLC são controladas pela técnica utilizada para depositar/implantar
átomos de carbono. Sabe-se, por exemplo, que filmes produzidos por
evaporação a partir de laser ou feixe de elétrons tendem a ter maior
concentração de ligações sp² e caráter amorfo e que filmes microcristalinos não
podem ser formados quando a energia de impacto dos íons é superior a
aproximadamente 100 eV. As técnicas utilizadas para produção de filmes de
DLC podem ser deposição por laser pulsado, deposição química na fase vapor
assistida por plasma, bombardeamento iônico, deposição assistida por feixe de
íons ou mesmo implantação iônica por imersão em plasma. Assim, para que
os filmes de DLC sejam produzidos, basicamente necessita-se de uma etapa
de limpeza da superfície do material que receberá o filme, seguida de deposição
de uma camada de propriedades intermediárias e, finalmente, deposição do
filme de DLC por um dos métodos anteriormente mencionados. A adesão final
entre filme e material de base é fortemente dependente das características que
o último possui.
A deposição direta de DLC em materiais metálicos não é apropriada por
vários motivos como, por exemplo, a incompatibilidade do coeficiente de
expansão térmica com o de metais, resultando em fraca aderência entre as
interfaces. Já o tratamento com duplo revestimento, conhecido como duplex, é
indicado para os casos em que é visada a diminuição do gradiente de dureza
do material, resultando em melhor adesão e menor desgaste.
A nitretação e a nitrocementação são muito utilizadas para aumentar a
dureza de peças que serão revestidas com DLC pelo processo duplex. Estudos
mostram que a nitrocementação com posterior deposição de DLC melhora
significativamente a aderência do revestimento, sua vida sob fadiga e outras
propriedades mecânicas. A utilização de titânio para a formação de camadas
anteriores à do DLC, como Ti, TiN, TiCN e TiC, também é um método muito
requisitado. A deposição de camadas de cromo no substrato proporciona
proteção contra corrosão, e a adição deste elemento puro e /ou intercalado com
alguns dos seus compostos, como CrC, aumenta a resistência à fadiga.
O chassi de um carro possui cerca de 300 peças estampadas que
passaram por mais de 700 estampagens em matrizes diferentes. Em geral, a
matriz é constituída de ferro fundido, material barato que pode facilmente ser
conformado, usinado e fundido. Uma economia estimada de R$ 1.000 por carro
é obtida apenas pela utilização de ferro fundido, ao invés de aço, na confecção
de matrizes. No entanto, são gastos cerca de R$ 100.000 com o seu reparo
durante o seu ciclo de vida. A cromagem de ferro fundido é muito utilizada,
entretanto apresenta destacamento e trincamento devido à diferença de
propriedades mecânicas dos materiais envolvidos, ao passo que a
galvanoplastia de cromo possui compostos nocivos à saúde e ao meio
ambiente.
A aplicação de DLC em matrizes de estampagem, embutimento e em
outras ferramentas de conformação tem sido muito recorrente. No
processamento de materiais aluminizados ou zincados muitas vezes ocorre
destacamento do revestimento, sendo a utilização de lubrificantes necessária.
No entanto, a aplicação de DLC pode diminuir o impacto ambiental por
dispensar o uso de lubrificante, assim como reduzir a perda de peças e a
frequência de reparos do ferramenta. Uma análise foi feita pela aplicação de
DLC em uma matriz de estampagem de moedas, ferramenta que geralmente é
revestida com cromo. Foi constatado que depois de mil estampagens, a
rugosidade da moeda confeccionada em matriz revestida com DLC foi reduzida
pela metade, em comparação com a das moedas processadas em matrizes
cromadas, bem como que a deposição de camadas anteriores à de DLC
melhora a adesão e, portanto, aumenta a vida útil da ferramenta(27). A
estimativa é que a vida útil da matriz com DLC seja maior que o dobro da
cromada.
Aplicações do DLC no mercado:
- cabeçote de leitura e superficie do HD
- Motores de competição (válvulas, eixo de comando, tuchos, etc.)

- Vidros: Leitora de código de barras

- Brocas e pastilhas de metal duro revestidas com DLC para


usinagem de alumínio (baixa T e inércia química com Al)

- Molde polido espelho para discos ópticos (baixa rugosidade e alta


resistencia ao desgaste)
 CONCLUSÃO

A aplicação de DLC é comumente feita em componentes mecânicos de


precisão que executam movimentos repetitivos, operando sob altos ciclos,
devido ao menor desgaste proporcionado por este tipo de revestimento, que
confere alta dureza e menor coeficiente de atrito, melhorando as propriedades
tribológicas. No entanto, essas propriedades podem ser otimizadas quando
são realizados tratamentos anteriores como, por exemplo, nitrocementação.
 BIBLIOGRAFIA

RAO, C. N. R. Chemistry of advanced materials : a chemistry for the 21st


century monograph. Oxford: Blackwell, 1993. 388p.
ANGUS, J. C.; HAYMAN, C. C. Low-pressure, metastable growth of diamond
and” diamondlike” phases. Science, v. 241, n. 4868, p. 913-921, 1988.
FURLAN, K. P.; KLEIN, A. N.; HOTZA, D. Diamond-Like Carbon Films
Deposited by Hydrocarbon Plasma Sources. Rev. Adv. Mater. Sci, v. 34, p.
165-172, 2013.
https://www.cvdvale.com.br/dlc
https://www.arandanet.com.br/revista/ccm/materia/2017/06/29/aplicacao_de_
filmes.html

Você também pode gostar