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IMPACTO DO USO DA VIRTUALIZAÇÃO EM UM AMBIENTE

CORPORATIVO
Enzo Fonseca de Souza

Leonardo da Silva Domingues

Yuri Nogueira Fonseca

RESUMO
A virtualização cria ambientes de computação simulados ou virtuais em vez de ambientes físicos. A virtualização
normalmente inclui versões de hardware, sistemas operacionais, dispositivos de armazenamento geradas por
computador e muito mais. Isso permite que as organizações dividam um único computador físico ou servidor em
várias máquinas virtuais. Cada máquina virtual pode interagir e executar diferentes sistemas operacionais ou
aplicativos de forma independente, enquanto compartilha os recursos de um único host. O presente trabalho buscou
abordar a virtualização, sistemas de informação e tendências. Foca no uso da ferramenta de virtualização para
aplicação de serviços como uma das estratégias de salvaguarda das informações (segurança da informação) e
gerenciamento de redes. Utilizamos da metodologia científica para realizar a pesquisa a fim de descobrir quais as
soluções e práticas diante das premissas apresentadas através dos métodos científicos. Por isso, o presente trabalho
utiliza a pesquisa descritiva. Demonstraremos ainda o uso da ferramenta de virtualização. Teve por métodos revisão
bibliográfica do tema por autores e publicações, com procedimentos descritivos e abordagem qualitativa e indutiva.
Através do exemplo de caso de uso da FATEC pode-se entender melhor o quão influente é o uso da virtualização em
um ambiente universitário, “complementar”.

PALAVRAS-CHAVE: Serviços; Virtualização; Benefícios.

ABSTRACT
Virtualization creates simulated or virtual computing environments instead of physical environments. Virtualization
typically includes computer-generated versions of hardware, operating systems, storage devices, and more. This allows
organizations to split a single physical computer or server into multiple virtual machines. Each virtual machine can
interact and run different operating systems or applications independently, while sharing the resources of a single host.
The present work sought to approach virtualization, information systems and trends. It focuses on the use of the
virtualization tool to apply services as one of the strategies to safeguard information (information security) and
network management. We use the scientific methodology to carry out the research in order to discover the solutions
and practices in the face of the premises presented through scientific methods. Therefore, the present work uses
descriptive research. We will also demonstrate the use of the virtualization tool. The method used was a bibliographic
review of the topic by authors and publications, with descriptive procedures and a qualitative and inductive approach.
Through FATEC's use case example, it is possible to better understand how influential the use of virtualization is in a
“complementary” university environment.

KEYWORDS: Services; Virtualization; Benefits.

Graduandos do 6º semestre do curso de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação da Faculdade de


Tecnologia de Bragança Paulista (FATEC Bragança Paulista) “Jornalista Omair Fagundes de Oliveira”. e-mails:
enzofonseca44@gmail.com, leodomingues1999@hotmail.com e yurinfonseca@gmail.com. Trabalho de
graduação apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de tecnólogo em Gestão da Tecnologia
da Informação, em junho de 2022, sob a orientação do professor Especialista Carlos Augusto Gomes (orientador
temático e metodológico).

1. INTRODUÇÃO

Com o advento da globalização, a necessidade de controlar e auditar os recursos


financeiros das áreas de Tecnologia da Informação e da Comunicação se tornou algo vital
para as empresas, uma vez que a informação interfere diretamente no desenvolvimento da
estratégia e na tomada de decisões, passando a ser um dos ativos mais valiosos dentro a
organização.

A informação é um ativo muito valioso para as organizações e dependendo da


situação pode estar comprometida no que diz respeito à ausência de controles e processos de
segurança adequados. Assim, toda a empresa deve utilizar sistemas de informação integrados
e os mesmos devem ser confiáveis para evitar a exposição da empresa a riscos prejudiciais ao
negócio, além de emitir relatórios sobre a situação atual da organização aos stakeholders
(WASCHBURGER, 2015).

Com o crescimento de servidores físicos em datacenter passou a fazer cada vez mais sentido
agrupar vários servidores em um único host. Em consequência desses fatores, grandes empresas vêm
buscando soluções de virtualização. Com a plataforma de virtualização é possível hospedar vários
sistemas operacionais e ter um fácil gerenciamento sobre elas, garantindo sistemas instáveis,
escaláveis e diminuindo o custo dos equipamentos (MATTOS, 2006).

Atualmente no mercado existem dois modelos de soluções para virtualização, tais


como máquinas virtuais e containers. Estas duas soluções possuem grande destaque no
mercado e cada dia mais vem sendo utilizadas por grandes empresas.
O objetivo das máquinas virtuais é compartilhar os hardwares físicos entre vários
ambientes isolados, sendo que cada um deles tem uma máquina inteira, com memória, disco,
processador, rede e outros periféricos, todos entregues via função da virtualização e utilizando
o componente físico do host (destacam-se Vmware, Hyper-V, VirtualBox e XenServer)
(LAUREANO, 2006).
Já na plataforma de virtualização de contêiner o nível é de sistema operacional, ou
seja, ele é apenas um processo em execução em um kernel compartilhado entre todos os
outros containers. Normalmente o modelo de conteneirs é opensource, isso significa que a
plataforma é 100% gratuito. POTDAR e col. (2020).
Nos dias de hoje é cada vez mais comum a utilização de virtualização de servidores
em ambientes corporativos para diminuir custos, reduzir espaço no datacenter e melhorar o
gerenciamento dos servidores. Porém com a utilização dessa tecnologia pode-se consumir
todo o processamento dos hardwares físicos da máquina hospedeira. Diante dessas
informações, esta pesquisa consiste em descrever as formas de virtualização entre máquinas
virtuais e contaneirs. Isso ajudará os administradores de rede a decidirem qual melhor solução
a ser implantada em seu ambiente de virtualização (MATTOS, 2006).
O trabalho em questão visa mostrar a evolução, a importância da definição de
implantação de serviços utilizando ferramentas de virtualização e suas políticas de segurança.

Este trabalho foca o uso de ferramenta de virtualização para aplicação de serviços


como uma das estratégias de salvaguarda das informações (segurança da informação) e
gerenciamento de redes. Demonstraremos ainda o uso da ferramenta de virtualização.

Os objetivos específicos incluem: conceituar virtualização, demonstrar a importância


das ferramentas de virtualização e qual o impacto que se pode ter ao implementar uma dessas
ferramentas em um ambiente universitário.

A preocupação com a segurança da informação nas organizações reflete nos


objetivos de negócio a serem atingidos. A virtualização assim tem que ser aprimorada pois
entre outros benefícios, economizar com equipamentos e obter resultados de determinadas
tarefas computacionais em menor tempo (MATTOS, 2006).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Vale ressaltar que a virtualização de sistemas operacionais usa de técnicas


aperfeiçoadas desde quando a empresa IBM começou a desenvolver a primeira máquina
virtual. Assim, a estratégia da virtualização é deixar o máximo possível do software do
hóspede rodar usando a CPU do anfitrião. Apenas quando o hóspede tenta fazer alguma coisa
"perigosa", como acessar um disco ou a rede, é que o anfitrião precisa assumir o controle
(MATTOS, 2008).
Emulação, ou simulação, é a recriação de um ambiente de trabalho sem qualquer
relação necessária com o ambiente-anfitrião, e sem auxílio de hardware. Cada instrução de
processador do ambiente-hóspede é individualmente simulada pelo emulador. CRISTÓVÃO e
col. (2009)

A princípio, a simulação é mais complexa que a virtualização; mas na prática é mais


fácil desenvolver um simulador, e de fato existem muito mais softwares de simulação que de
virtualização. Quase todo computador e videogame antigo (ATARI, Sinclair, MSX etc. etc.)
possui um simulador para PC ou Mac. Aliás, curiosamente, os softwares para computadores
de 8 bits costumavam ser desenvolvidos em simuladores que rodavam em mainframes.
CRISTÓVÃO e col. (2009).

Entre simulação e virtualização, existem muitos desafios compartilhados pelas duas


técnicas. Por exemplo, tanto um virtualizador quanto um simulador têm de simular alguns
dispositivos do computador, proporcionando ao hóspede a ilusão de que ele está rodando num
computador de verdade, mas ao mesmo tempo sem deixá-lo fazer besteira (LAUREANO,
2006).

A princípio, deve parecer óbvio que um hóspede virtualizado terá desempenho muito
melhor que um hóspede simulado, pois a virtualização usa a CPU diretamente na maior parte
do tempo. Porém a diferença é menor do que poderia-se supor. A simulação dos dispositivos
"rouba" muito do desempenho máximo teórico de uma máquina virtualizada. Por outro lado,
algumas técnicas de compilação just-in-time emprestam desempenho surpreendente a alguns
simuladores (LAUREANO, 2006).

Um ponto importante a ser considerado com a virtualização é a possibilidade de


migração de um sistema operacional e suas aplicações para um novo hardware para balancear
a sobrecarga do mesmo sem prejuízo na disponibilidade do serviço. Pode-se consolidar as
cargas de trabalho de servidores pouco utilizados em um número menor de computadores com
maior utilização. Um dos principais benefícios da consolidação de servidores é a redução do
custo total de propriedade (TCO), não apenas por diminuir os requisitos de hardware, mas
também por reduzir os custos com energia, refrigeração e gerenciamento (MICROSOFT,
2010).

Uma técnica amplamente utilizada para melhorar o desempenho das máquinas virtuais
é a paravirtualização. Poderíamos chamá-la também de semivirtualização, ou virtualização
pragmática, ou virtualização do homem pobre. Consiste na instalação de drivers de
dispositivos especiais no hóspede, que se comunicam diretamente com o anfitrião. Isto alivia
o anfitrião da tarefa de simular tais dispositivos (MATTOS, 2008).

A virtualização oferece uma camada de abstração dos verdadeiros recursos de uma


máquina, provendo um hardware virtual para cada sistema. Cada máquina virtual criada neste
processo é um ambiente operacional completo, seguro e totalmente isolado como se fosse um
computador independente, que executa seu próprio sistema operacional e aplicativos como se
fosse um computador físico (LAUREANO, 2006).

2.1 COMPREENDENDO O CONCEITO DE VIRTUALIZAÇÃO

Pode-se compreender o conceito de máquinas virtuais (Virtual Machines – VMs) por


ser este, um único servidor real, se dividir em máquinas virtuais, situação em que cada
máquina irá possuir a sua “própria” memória, hardware virtual, drives, imagens de drives,
USB, processador(es) e outros recursos. Neste sentido, a IBM já utiliza este tipo de sistema
em seus mainframes há quase 50 anos. A diferença é que a potência de cada máquina é capaz
de se elevar para a plataforma do PC (LAUREANO, 2006).

Gráfico 1: Custo com virtualização.


Fonte: HUMPHREYS (2006).

Ainda segundo informações de Humphreys (2006), assim como pode-se observar no


gráfico anterior, às plataformas de hardware para virtualização passaram por relevante e veloz
crescimento, passando de 330.000 unidades no ano de 2005 para 1.400.000 unidades no ano
de 2010, apresentando cerca de $18 bilhões em despesas com hardware, software, e os
serviços na sustentação de virtualização dos ambientes.

Os estudos de Gatnet (apud COEN, 2007), a virtualização passou a ser uma prioridade
para gestores de TI após o ano de 2007, podendo evidenciar que virtualização se transformou
também na mais relevante estratégia no ano de 2011.

Após o ano de 2007, o orçamento de TI cresceu cerca de 8,3% no Brasil - O número


em todo o mundo para este mesmo ano foi de 3,1% e na América Latina o número
apresentado foi de 5,4%. Desta forma, a Virtualização se tornou o principal elemento de
investimento, segundo os estudos de Gartner no País (apud COEN, 2007).

Neste sentido, uma máquina virtual se apresenta como um ambiente elaborado através
de um monitor de máquina virtual (Virtual Machine Monitor – VMM), conhecido também
como “sistema operacional para sistemas operacionais”, ou como hypervisor. O VMM é
capaz de fazer a criação de uma ou mais máquinas virtuais através de somente uma máquina
real.

Desta forma, cada máquina virtual realiza a simulação de uma réplica física da
máquina real e todos os seus usuários possuem a ilusão de que o sistema se apresenta
disponível para a sua exclusiva utilização (SUGERMAN; GANESCH; BENG-HONG, 2001).

Já pela concepção de Campos et. al. (2005), podemos compreender uma máquina
virtual (VM) como sendo uma máquina abstrata, contrariamente a uma máquina emulada,
possibilitando assim que a máquina real possa ser particionada de maneira que inúmeros
outros sistemas operacionais sejam executados simultaneamente.

O emulador pode ser entendido como um software que realiza a simulação de um


computador real. Este emulador "engana", tendo este a capacidade de fazer com que todas as
operações da máquina real possam ser implementadas em um software. Tornando possível
também executar um aplicativo de uma plataforma em outra, para exemplificar, um aplicativo
do Windows podendo ser executado no Linux. Por conta desta simulação praticamente total
das instruções de um computador, um emulador não possui grande eficácia ao fazer a
tradução de cada instrução realizada pela máquina real (LAUREANO, 2006).

Sendo assim, este software de máquina virtual consegue criar um ambiente por meio
de um monitor de máquina virtual, que se apresenta como um computador possuindo o seu
próprio sistema operacional dentro de outro sistema operacional (host) (LAUREANO, 2006).

Figura 1: Inflexibilidade nos Servidores.


Fonte: Adaptação de Laureano (2006).

Dados apresentados pela VMware, empresa que desenvolve os sistemas para


virtualização, diversas das mais relevantes organizações existentes, ainda fazem a execução
de somente um aplicativo por servidor e, inúmeros destes aplicativos usam somente de 5% a
15 % de toda a capacidade da CPU de seus servidores (VMware, 2007).

Neste contexto, todos estes servidores e equipamentos em geral produzem um custo


extremamente elevados para as organizações, especialmente no tocante da realização de
manutenção e da administração dos mesmos, as palavras de João Alves – presidente da
integradora Mainline –, evidenciam que “hoje, em algumas empresas brasileiras, o custo de
manutenção de máquinas já supera o valor para financiar um novo equipamento”
(LAUREANO, 2006 p. 38).

Figura 2: Consolidação de Servidores.


Fonte: Adaptação de Laureano (2006).

Pode-se ainda observar que a consolidação de servidores se fundamenta,


especialmente, em fazer a centralização e/ou redução da quantidade de aplicações e
equipamentos e do parque computacional, da organização (LAUREANO, 2006).

Realizar a implementação da consolidação e da contenção dos servidores de produção


pode resultar na contenção da proliferação de servidores com a execução de aplicativos de
software em máquinas virtuais que foram implantadas através de uma menor quantidade de
servidores reais.

2.2 TECNOLOGIAS DE VIRTUALIZAÇÃO

A virtualização pode ser compreendida como aquela que consegue atender as


necessidades diversas das organizações por maximizar os ativos existentes, fazendo mais com
o mesmo. O balanceamento de funcionalidades e de uso reduz a necessidade de compra e
elimina o custo da ociosidade de recursos.

2.3 TIPOS DE VIRTUALIZAÇÃO


É possível ver que hoje as empresas tenham adotado plenamente a virtualização de
servidores, a promessa real de uma nuvem ágil, flexível e ampliável continua ilusória. Uma
das barreiras para adotar completamente a nuvem é a segurança de rede. Os dispositivos de
segurança de rede existentes dentro dos ambientes físico, virtualizado e em nuvem são cegos
para os aplicativos que viajam pela rede. E aplicativos desconhecidos ou não autorizados são
frequentemente usados como meios comuns para ameaças e ataques.
Graças à virtualização, as máquinas virtuais (VMs) podem se comunicar com outras VMs no
mesmo hypervisor (como vimos anteriormente) criando uma variedade de aplicativos e
serviços com diferentes classificações de risco e dados confidenciais - tudo no mesmo
servidor host. O problema com essa flexibilidade é o desafio de segmentar e aplicar segurança
sobre comunicações de tráfego 'leste-oeste' entre esses aplicativos Além disso, as VMs são
criadas ou movidas de hypervisor a hypervisor, rack a rack, data center a data center - é difícil
tentar aplicar políticas de segurança estáticas a máquinas virtuais individuais.

Temos também a Virtualização de Rede Hyper-V fornece “redes virtuais”


(denominadas rede VM) para máquinas virtuais de forma semelhante àquela como a
virtualização de servidor (hipervisor) fornece “máquinas virtuais” para o sistema operacional.
A virtualização de rede separa redes virtuais da infraestrutura de rede física e remove as
restrições da atribuição de endereços IP hierárquicos e de VLAN do provisionamento de
máquinas virtuais. Essa flexibilidade facilita a migração de clientes para nuvens IaaS e torna
mais eficiente o gerenciamento da infraestrutura pelos hosters e administradores do
datacenter, mantendo ainda o isolamento multilocatário, os requisitos de segurança e o
suporte à sobreposição de endereços IP de máquinas virtuais.

Os clientes desejam estender diretamente seus datacenters para a nuvem. Atualmente,


existem desafios técnicos para a criação dessas arquiteturas de nuvem híbridas integradas. Um
dos maiores obstáculos enfrentados pelos consumidores são as topologias de rede existentes
(sub-redes, endereços IP, os serviços de rede etc.) na nuvem e ponte entre os recursos nas
instalações físicas e os recursos de nuvem. A Virtualização de Rede Hyper-V oferece o
conceito de uma Rede VM independente da rede física subjacente. Com esse conceito de
Rede VM, composta de uma ou mais Sub-redes Virtuais, a localização física exata da rede
física das máquinas virtuais ligadas a uma rede virtual é separada da topologia da rede virtual.
Como resultado, os clientes podem mover facilmente suas sub-redes virtuais para a nuvem
preservando seus endereços IP e sua topologia existente na nuvem, de forma que os serviços
existentes continuam funcionando independentemente da localização física das sub-redes. Ou
seja, a Virtualização de Rede Hyper-V permite uma nuvem híbrida integrada.

2.3.1 VIRTUALIZAÇÃO COMPLETA

É compreendida como aquela que emprega uma máquina virtual que faz a
comunicação entre o hardware e o sistema virtualizado. O papel da máquina virtual é
compartilhar o hardware de forma harmônica entre o sistema operacional hóspede e o
hospedeiro. O hardware hospedeiro é completamente abstraído e todas as características de
um equipamento virtual são emulados, ou seja, todas as instruções solicitadas pelo sistema
convidado são interpretadas no Monitor de Máquina Virtual.

O sistema hospedado ignora a existência da máquina virtual e opera como se


funcionasse diretamente sobre o sistema operacional para o qual foi projetado para funcionar.
(DUARTE, 2008). Esta técnica apresenta uma melhor performance comparada a emulação de
hardware, mas ainda menor se comparada ao uso nativo do hardware.

A principal vantagem é a possibilidade de virtualização de sistemas operacionais não


modificados, como na emulação, contudo neste caso o sistema virtualizado deve suportar o
hardware da máquina onde a virtualização completa for empregada.

Figura 6: Virtualização total e paravirtualização


Fonte: disponível em: https://www.portalgsti.com.br/2016/11/virtualizacao-completa-e-
paravirtualizacao.html

Emprega o uso de uma máquina virtual, chamada de hipervisor, que compartilha o


acesso ao hardware físico da máquina hospedeira. A principal diferença em relação a
virtualização completa é a necessidade de alteração dos sistemas hóspede e hospedeiro.

A máquina virtual não é idêntica ao equipamento físico original, para que o sistema
hospedado possa enviar as instruções mais simples diretamente para o hardware, restando
apenas as instruções de nível mais alto para serem interpretadas pelo Monitor da Máquina
Virtual (MMV). Entretanto, esse procedimento requer que o sistema operacional convidado
seja modificado para interagir com o MMV e selecionar quais instruções devem ser
interpretadas nele ou diretamente no hardware hospedeiro. (DUARTE, 2008).

A alteração é necessária, pois os sistemas hóspede e hospedeiro cooperam entre si


durante o processo de virtualização através do hipervisor. Embora a paravirtualização
apresente um ganho de desempenho significativo frente à virtualização completa, esta
vantagem tem sido superada devido à presença de instruções de virtualização nos
processadores Intel e AMD, que favorecem a virtualização completa. Na figura a seguir é
demonstrado como o sistema operacional virtual/GuestOS é modificado para não tentar
executar diretamente na CPU as tarefas protegidas, mas entregar essas ao VMM/Hypervisor.

Também chamada de virtualização a nível de sistema operacional, utiliza uma camada


para as chamadas do sistema (systemcalls) o que permite o isolamento entre o sistema
hospedeiro e a máquina virtual. O principal benefício da virtualização baseada em contêineres
é uma performance nativa do sistema e a desvantagem é o uso de somente um tipo de sistema
operacional (JONES, 2006).

Plataformas de virtualização

Existem no mercado diversas plataformas de virtualização com seus respectivos


softwares de gerenciamento. Cada produto se destaca por apresentar algum recurso
diferenciado dos demais concorrentes. A seguir serão apresentadas algumas características de
três tipos de plataformas: VMware por ser a primeira e a mais utilizada, Microsoft Hyper-V
por tratar-se de uma tecnologia de última geração e ter a estrutura da Microsoft para apoio ao
produto e o Virtual Iron Xen por ser uma open source gratuita.

VMware

A plataforma de virtualização da VMware foi criada com base em uma arquitetura


pronta para os negócios. Sua tecnologia baseia-se na criação de uma máquina virtual que é um
software totalmente isolado que pode executar seus próprios sistemas operacionais e
aplicativos como se fosse um computador físico. A máquina virtual se comporta exatamente
como um computador físico e contém sua própria CPU, RAM, disco rígido e placa de
interface de rede (tudo baseado em software). O sistema operacional, os aplicativos e outros
computadores não conseguem perceber a diferença entre uma máquina virtual e uma máquina
física. A virtualização da VMware funciona com a inserção de uma fina camada de software
diretamente no hardware do computador ou no sistema operacional host.
Ela contém um monitor de máquinas virtuais ou "hypervisor" que aloca os recursos de
hardware de modo dinâmico e transparente. Vários sistemas virtuais poderão ser executados
ao mesmo tempo em um único computador físico e poderão compartilhar os recursos de
hardware. Encapsulando uma máquina inteira, incluindo CPU, memória, sistema operacional
e dispositivos de rede, uma máquina virtual se torna totalmente compatível com todos os
sistemas operacionais, aplicativos e drivers de dispositivos x86 padrão. Pode-se executar com
segurança muitos sistemas operacionais e aplicativos ao mesmo tempo, em um único
computador, e cada um terá acesso aos recursos quando precisar (VMWARE, 2010).

Microsoft Hyper-V

Segundo a Microsoft, o Hyper-V é um recurso chave do Windows Server 2008 e


constitui-se de uma tecnologia de última geração de virtualização de servidor baseada em
hipervisor. Permite a melhor aplicação de seus investimentos em hardware de servidor, por
meio da consolidação de múltiplas funções de servidor como máquinas virtuais (VMs)
separadas, executadas em uma única máquina física. Com o Hyper-V, também é possível
executar, de forma eficiente, vários sistemas operacionais diferentes (Windows, Linux, entre
outros) em paralelo, em um único servidor, e aproveitar ao máximo o poder da computação
x64. Integra-se com facilidade aos ambientes de TI, aproveitando suas ferramentas de suporte,
correções, provisionamento, gerenciamento, processos e especialização. Entre os recursos
disponíveis no Microsoft Hyper-V destacam-se a Live Migration, suporte a volumes de
cluster compartilhados e o suporte estendido a processadores e memória para sistemas host
(MICROSOFT, 2010).

Virtual Iron Xen

É um hipervisor open source gratuito para o x86. Disponível desde 2003 sob a GNU
General Public License (Licença Pública Geral), o Xen roda em um sistema operacional host,
sendo considerado uma tecnologia de paravirtualização. Iniciou como um projeto de pesquisa
na Universidade de Cambridge, conduzido por Ian Pratt, que posteriormente saiu da
universidade para fundar a XenSource, primeira empresa a implementar uma versão
comercial do hipervisor Xen. O Xen apresenta uma solução para virtualização um pouco
diferente das apresentadas até agora. Ele consiste em criar um hypervisor, responsável por
controlar os recursos das máquinas virtuais, mas que não possui drivers de dispositivos. Por
isso, não é possível rodar um sistema operacional diretamente no hypervisor, é necessário que
um sistema seja invocado para fazer a comunicação entre o hypervisor e os sistemas
hóspedes. Esse sistema inicial chama-se domínio 0. Ele consiste em uma máquina virtual que
executa um núcleo Linux modificado e possui privilégios para acessar dispositivos de entrada
e saída e as outras máquinas virtuais. As outras máquinas virtuais, onde podem rodar outros
sistemas operacionais, são chamadas domínio U. Elas são criadas, inicializadas e desligadas
através do domínio 0. Possuem um driver virtual para acesso aos recursos de hardware. O
domínio 0 possui os drivers dos dispositivos da máquina física além de dois drivers especiais
que tratam as requisições de acesso à rede e ao disco enviadas pelas máquinas virtuais. Assim,
toda requisição de uso da máquina real feita por uma máquina do domínio U deve ser tratada
pelo domínio 0 antes de ser enviada ao hypervisor (DUARTE, 2008).

3. ESTUDO DE CASO

3.1 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A FATEC Bragança Paulista é uma instituição de ensino superior que oferece cursos
de graduação em tecnologia gratuitos. Com cerca de 200 novas vagas por vestibular, a
FATEC conta com uma grande estrutura, e para atender toda a demanda da faculdade hoje a
instituição possui dois servidores, sendo um exclusivo para backup.

3.2 SOLUÇÃO COM VIRTUALIZAÇÃO

Por meio dessa pesquisa, este estudo de caso demonstra a utilização da ferramenta de
virtualização Hyper-V, mostra como ela pode ser utilizada para trazer benefícios a
infraestrutura de tecnologia dessa organização. Foi implantado em 2010, a ferramenta
utilizada era a VMWARE, e visando performance, segurança e confiabilidade o sistema foi
substituído pelo Hyper-V da Microsoft.
A ideia de usar a virtualização de servidores surgiu quando a Instituição de ensino teve
uma necessidade após sofrer com uma falha física do equipamento. No entanto, seria preciso
um servidor para suprir a necessidade. Logo, foi analisado o espaço e o processamento que
essa máquina necessitaria. Pensando nisso, e na necessidade de se ter outros servidores, a
solução escolhida foi a virtualização, buscando por meio dessa técnica, aprimorar os seus
recursos computacionais e alcançar os benefícios já conhecidos.

Com a aquisição de uma máquina mais robusta, foi implementado por meio do
Windows Server 2019, a ferramenta de virtualização Hyper-V.

Tabela 1: Características do servidor.

Produto Servidor Dell Power Edge t440


Processador Intel XEON 2ª Geração, 28 Núcleos
Sistema Operacional Microsoft® Windows Server® with Hyper-
V

No caso da Fatec foram criadas cinco máquinas virtuais nesse servidor. A primeira
máquina criada foi para o ambiente de laboratório, arquivos e rede. A segunda máquina para
administração, a terceira para gerenciamento e monitoramento da rede, a quarta máquina de
segurança de antivírus (Kaspersky), a quinta um servidor de sistema do governo do estado
dedicado.

Um fator importante na decisão de utilizar a virtualização foi a facilidade oferecida


para instalação e operação das máquinas virtuais. Especificamente no quesito backup, já que a
técnica de virtualização propõe o uso de um único arquivo VHD (Virtual Hard Disk), formato
próprio da ferramenta Hyper-V. Local que fica contido todo sistema operacional (Guest) e a
própria aplicação, onde basta fazer o backup do arquivo VHD, possibilitando em poucos
minutos realizar a recuperação do sistema ou trocar a máquina virtual de host. É utilizado
também um segundo servidor que faz um espelhamento do servidor principal por questão de
segurança, sempre em tempo real, e uma vez ao dia possui uma máquina dedicada a fazer
todo o Backup na nuvem.
4. CONCLUSÃO

Atualmente todo negócio bem-sucedido depende da tecnologia da informação e da


comunicação. Com isso, a informação passa a ser um dos ativos mais valiosos dentro da
organização. Desta forma, é possível perceber que assim como qualquer outro ativo, a
segurança da informação passa a ser uma atividade vital para garantir a proteção desse bem.

Os principais benefícios da virtualização são: a solução de problemas críticos de T.I.;


gerenciamento de CPU, memória e armazenamento; recuperação de desastres; tolerância a
falhas de hardware e software; otimização do uso do hardware; CPU, memória,
armazenamento e E/S; isolamento dos usuários; chave para a otimização de energia e
refrigeração.

A partir da análise do estudo de caso realizado na FATEC, foi constatado uma grande
melhora com relação a confiabilidade dos servidores, .

REFERÊNCIAS

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