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Fundamentos de virtualização de

servidores

APRESENTAÇÃO

Com o aumento acelerado da tecnologia da informação, as empresas necessitam de diversos


serviços e servidores para suportar todos
os sistemas e demandas que precisam disponibilizar para o bom andamento do negócio. A
utilização de um servidor físico para cada
um dos sistemas ou serviços ficaria quase impraticável, resultando
em um grande número de servidores instalados. Além disso, sobrariam recursos que não seriam
aproveitados em cada uma das máquinas físicas, tornando-as ociosas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá as características


de virtualização, as oportunidades, classificando abordagens e tipos
de virtualização, bem como as vantagens, as desvantagens e as implicações do uso de
virtualização.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar características de virtualização.


• Descrever as oportunidades, classificando abordagens e tipos
de virtualização.
• Diferenciar vantagens, desvantagens e implicações do uso
de virtualização.

DESAFIO

A virtualização vem agregar muito na estrutura tecnológica das empresas, otimizando os


recursos de hardware, de sistemas e de espaço físico. O processo de transformação digital é uma
realidade
e exige adaptação a inúmeras mudanças, entre elas a modernização
das tecnologias. Independente desse processo não depender
somente dessa modernização, e sim de uma mudança de cultura, o crescimento da tecnologia é
uma consequência, pois sem ela não
seria possível uma transformação digital.

Você foi contratado como analista de infraestrutura na empresa X Varejo e precisa definir, junto
com os demais analistas, qual a melhor abordagem de virtualização a ser utilizada, considerando
todas as questões citadas acima. Ao definir o tipo de abordagem a ser utilizada, será necessário
também defender a sua ideia e de seus colegas, explicando o que levou a esta decisão.

INFOGRÁFICO

Os conceitos de virtualização e de nuvem se destacam por serem sinônimos de eficiência no uso


de infraestrutura de Tecnologia da Informação (TI). O modelo em nuvem pode ser de três tipos:
pública,
que é a nuvem compartilhada entre mais empresas ou usuários; privada, que não é
compartilhada; ou híbrida, que é uma mistura
dos dois tipos.

Com orçamentos cada vez mais limitados e ao mesmo tempo demandando maior crescimento e
agilidade, modelos como de virtualização e de nuvem trazem essa mescla de benefícios para
as empresas como um todo. E, nesse cenário de crescimento do
uso de tecnologias, há dois conceitos que ainda causam muita confusão: o de virtualização e o
de nuvem privada. Suas características, em parte, são semelhantes, inclusive no que diz respeito
à parte técnica. É possível afirmar, ainda, que a nuvem não existiria sem a virtualização.

Dessa forma, este Infográfico apresenta uma breve explicação


sobre algumas dessas diferenças, bem como mostra a evolução
da tecnologia até chegar à virtualização e à nuvem.
CONTEÚDO DO LIVRO

A virtualização é uma tecnologia que está em constante crescimento e evolução, pois oferece
versatilidade e significativa economia para as organizações a partir da otimização do
uso de hardware.

No capítulo Fundamentos da virtualização de servidores, da obra Infraestrutura de TI, base


teórica para esta Unidade de Aprendizagem, você verá a definição e as características de
virtualização, conhecerá seus tipos e suas abordagens, os benefícios e as desvantagens de adotar
essa tecnologia e, também, os desafios que são enfrentados em um ambiente virtualizado.

Boa leitura.
INFRAESTRUTURA
DE TI

Juliane Adélia Soares


Fundamentos de
virtualização de servidores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar características de virtualização.


„„ Descrever as oportunidades promovidas pela virtualização classifi-
cando suas abordagens e tipos.
„„ Diferenciar as vantagens e as desvantagens, além das implicações
do uso de virtualização.

Introdução
Embora seja uma tecnologia que tem crescido muito nos últimos anos,
a virtualização não é algo recente, tendo sido desenvolvida na década
de 1960 para suprir problemas existentes na época. Desde então, ela já
passou por uma grande evolução e vem sendo cada vez mais adotada
pelas empresas, desde as iniciantes até as grandes, em virtude de seus
inúmeros benefícios.
Neste capítulo, você conhecerá a definição e as características da
virtualização, entenderá seus tipos e abordagens, além de suas vantagens
e desvantagens e os desafios enfrentados em um ambiente virtualizado.

1 Virtualização: definição e características


A virtualização é uma tecnologia que possibilita que uma infraestrutura ou
recursos lógicos múltiplos funcionem em uma única infraestrutura física.
Assim, é possível virtualizar como memória, processador, armazenamento,
rede, sistema operacional (SO), dados e aplicativos. Sem a virtualização,
cada infraestrutura física é usada para a utilização de um único SO e suas
aplicações, o que resulta em uma subutilização de recursos. Segundo Bhowmik
(2017, p. 112):
2 Fundamentos de virtualização de servidores

A virtualização refere-se à representação dos recursos físicos da computação,


de forma simulada, realizada através de software. Essa camada especial de
software (instalada em máquinas físicas ativas) é chamada de camada de
virtualização. Essa camada transforma os recursos físicos de computação
em forma virtual, que os usuários usam para satisfazer às suas necessidades.
[...] Em um sentido simples, a virtualização é a separação lógica de recursos
físicos do acesso direto dos usuários para atender às suas necessidades de
serviço. [...] A virtualização fornece um nível de abstração lógica que libera
o software instalado pelo usuário (a partir do sistema operacional e de outros
sistemas, bem como software de aplicação) de ser vinculado a um conjunto
específico de hardware. Em vez disso, os usuários instalam tudo no ambiente
operacional lógico (e não físico), criado através da virtualização.

De acordo com Souza Neto (2011), a abstração permite que a camada de


software seja isolada da camada de hardware, protegendo o acesso direto do
primeiro aos recursos físicos do segundo.
Na filosofia de uma infraestrutura física por serviço, a carga de processa-
mento não explora todo o poder computacional disponibilizado pelo proces-
sador — segundo Souza Neto e Carissimi (2015), pesquisas em data centers
de internet mostram que apenas cerca de 15% da capacidade dos hardware é
utilizada nesse cenário, apresentando 85% de ociosidade. Além do desperdício
de processamento, com vários hardware físicos, há, por consequência, um alto
consumo de energia, refrigeração, espaço físico, gerenciamento e manutenção.
A virtualização consiste em uma tecnologia que possibilita a execução de
um SO dentro de outro por meio de máquinas virtuais (virtual machines —
VM), contexto em que uma única máquina física pode dividir recursos com
vários SO capazes de interagir ou se isolar completamente entre si. Por meio
desse processo, podemos aproveitar a capacidade do hardware ao máximo,
simplificar o gerenciamento e flexibilizar e ampliar o poder de processamento
sem que as aplicações sejam prejudicadas e sem risco de conflitos entre as
VM: é como se você tivesse um ou mais computadores distintos dentro de um
único, o que facilita também no caso de ambientes de testes, sem a necessidade
de um custo adicional com hardware.
Fundamentos de virtualização de servidores 3

Uma VM se traduz em um ambiente completo e isolado, ou não, das outras


VM presentes na mesma estrutura física. Uma de suas características reside
no mascaramento dos recursos físicos, que inclui processador, memória e
interface de rede, o que facilita a administração de drivers nas VM. As VM
se comportam exatamente como uma infraestrutura física, já que um SO não
consegue distinguir uma máquina virtual de uma física, o que possibilita que
sejam ligadas em uma rede.
Nas Figuras 1 e 2, podemos observar a diferença entre um ambiente sem
a virtualização e um virtualizado.

Application Application Application Application Application Application Application Application

Operating system (Linux) Operating system (Windows)

Physical infrastructure Physical infrastructure

Processor Memory Storage Network Processor Memory Storage Network

Figura 1. Ambiente sem a virtualização.


Fonte: Adaptada de Chandrasekaran (2014).

Sem a virtualização, como mostra a Figura 1, é necessário dispor de duas


máquinas físicas separadamente para utilizar, por exemplo, dois SO distintos.
Com a virtualização, como na Figura 2, com apenas uma infraestrutura
física, podemos instalar e utilizar dois ou mais SO distintos e suas aplicações,
dedicando uma estrutura lógica para cada um deles, o que reduz, de forma
considerável, o investimento em recursos adicionais.
4 Fundamentos de virtualização de servidores

Servidores são máquinas que hospedam arquivos e aplicativos em redes


de computadores, o que exige um elevado nível de processamento, para que
consigam executar tarefas complexas com facilidade. No modo tradicional, os
administradores de rede dedicam um servidor físico para cada aplicativo ou
tarefa específica. Porém, os servidores não utilizam seu nível de processamento
total e, à medida que a rede de computadores fica maior e mais complexa,
maior a necessidade de investir em servidores físicos, que começam a ocupar
muito espaço e consumir mais energia. E a virtualização de servidores pode
resolver os dois problemas.

Application Application Application Application Application Application Application Application

Operating system (Linux) Operating system (Windows)

VProcessor VMemory VStorage VNetwork VProcessor VMemory VStorage VNetwork

Virtual machine Virtual machine

Virtual infrastructure

Processor Memory Storage Network

Physical shared infrastructure

Figura 2. Ambiente com a virtualização.


Fonte: Adaptada de Chandrasekaran (2014).
Fundamentos de virtualização de servidores 5

Na virtualização de servidores, os recursos de um servidor físico dividem-


-se em diversas VM, podendo executar vários SO isolada e simultaneamente
em um único hardware. De acordo com Souza Neto e Carissimi (2015, p. 5),
“a virtualização mais comum é a de servidores. Ela trata da consolidação de
vários servidores físicos e subutilizados, em um servidor físico com alto grau
de utilização, reduzindo a complexidade do gerenciamento, o espaço físico e
os requisitos de energia e refrigeração”.
Já para Souza Neto (2011, p. 85), a virtualização é “a tecnologia central de
um data center e essencialmente transforma, obedecidas certas condições,
um servidor físico em vários servidores virtuais”. Esses servidores virtuais
criados oferecem um ambiente similar ao do servidor físico, otimizando o
uso de recursos e tornando as aplicações independentes do hardware. A ideia
consiste em sair de um ambiente 1:1, uma aplicação para um servidor físico,
para um N:1, em que há N aplicações para um servidor físico.
Por meio de um software, a virtualização de servidores simula parcial
ou completamente o hardware em que será executado um SO, podendo ser
igual ou não ao do sistema hospedeiro. Com o uso desse software, chamado
de hypervisor, um administrador pode converter um servidor físico em várias
VM. Cada um desses servidores é independente, motivo pelo qual os servidores
virtuais podem ser utilizados para testes de novos aplicativos ou sistemas, sem
se corra o risco de afetar outros aplicativos. E isso se dá não somente para
aplicativos novos: se a empresa dispõe de um software que não funciona em
SO e hardware modernos, mas que ainda é necessário para os processos da
organização, pode criar uma VM dentro do servidor físico, com os requisitos
exigidos para rodar a aplicação e se desfazer do servidor antigo.
A divisão dos recursos de processamento de um servidor físico para vários
servidores virtuais é realizada com a ajuda do hypervisor (virtualizador) ou do
monitor de máquina virtual (virtual machine monitor —VMM). O hypervisor
é uma camada de software instalada entre o hardware e o SO, os principais
fatores para ativar a virtualização em data centers. Souza Neto e Carissimi
(2015, p. 6) definem que:

O hypervisor é a plataforma básica das máquinas virtuais como conhecemos.


Suas principais funções consistem no escalonamento de tarefas, gerência da
memória e manutenção do estado da máquina virtual. O desempenho e a
escalabilidade do hypervisor definem a qualidade da virtualização. Podemos
citar como características necessárias a um hypervisor: segurança sobre os
recursos virtualizados e agilidade na reconfiguração de recursos compu-
tacionais, sem interromper as operações do servidor de máquinas virtuais.
6 Fundamentos de virtualização de servidores

Os hypervisors são classificados em tipos I (bare metal ou nativo) e II


(hosted).

„„ Tipo I: executa no hardware do servidor diretamente, fazendo o con-


trole do hardware e o acesso do SO convidado (guest) sem necessitar
da ajuda de um SO hospedeiro (host), conforme mostrado na Figura 3.
Sua função consiste em compartilhar os recursos físicos entre as VM,
de modo que cada uma delas entenda dispor de recursos de hardware
exclusivos. Esse tipo de hypervisor é usado para servidores que lidam
com maior processamento e exigem mais segurança, pois, com a redução
da sobrecarga do uso do host, ele oferece maior eficiência. São exemplos
desse tipo a Microsoft Hyper-V e a Citrix.

Application Application Application Application Application Application Application Application

Guest OS Guest OS

VProcessor VMemory VStorage VNetwork VProcessor VMemory VStorage VNetwork

Virtual Machine Virtual Machine

Hypervisor

Processor Memory Storage Network

Physical shared infrastructure

Figura 3. Hypervisor tipo I.


Fonte: Adaptada de Chandrasekaran (2014).
Fundamentos de virtualização de servidores 7

„„ Tipo II: nesse tipo, a aplicação é a responsável por fornecer o ambiente


de execução para outras aplicações. Ele é executado em um SO nativo
e não tem acesso direto ao hardware físico. O hosted é instalado como
se fosse um processo do sistema, no qual a camada de virtualização
compõe-se por um SO nativo e um hardware virtual (Figura 4). Sua
principal desvantagem reside no fato de que, se o SO nativo falhar ou
ocorrer algum travamento, isso também afetará as VM; assim, ele é
recomendado apenas para sistemas em clientes, nos quais a eficiência
é menos crítica. São exemplos desse tipo a VMware Workstation e a
Oracle VM VirtualBox.

Application Application Application Application Application Application Application Application Application

Guest OS Guest OS
Application
VProcessor VMemory VStorage VNetwork VProcessor VMemory VStorage VNetwork

Virtual machine Virtual machine


Application
Hypervisor

Host operating system

Processor Memory Storage Network

Physical shared infrastructure

Figura 4. Hypervisor tipo II.


Fonte: Adaptada de Chandrasekaran (2014).

Então, resumindo de maneira simples a virtualização:

„„ cada VM encapsula uma máquina inteira, a partir do qual se pode


executar muitos aplicativos e diferentes SO em um único servidor
físico simultaneamente;
„„ torna possível a máxima utilização da capacidade de um servidor, sem
a necessidade de adquirir diversos servidores físicos;
8 Fundamentos de virtualização de servidores

„„ as VM são arquivos de software independentes, passíveis de trabalhar


com facilidade e de transferência com simplicidade e velocidade para
outro servidor físico.

A virtualização é uma tecnologia que iniciou na década de 1960 como uma alternativa
para problemas existentes na época. Leia o texto “Como surgiu a Virtualização?”,
disponível no site Ghz Tecnologia, e conheça um pouco mais sobre essa história.

2 Virtualização: oportunidades e abordagens


A seguir, exploraremos as oportunidades e as abordagens da virtualização.

Oportunidades
A virtualização compreende o processo de abstrair os recursos físicos para
o pool de recursos virtuais que podem ser atribuídos a qualquer VM, o que
não se limita apenas à virtualização de máquinas ou servidores. Diferentes
recursos de uma infraestrutura física podem ser virtualizados utilizando as
tecnologias adequadas, como visto a seguir (CHANDRASEKARAN, 2014).

Virtualização do processador

Possibilita que as VM compartilhem os processadores virtuais abstraídos


dos processadores físicos disponíveis na infraestrutura subjacente. A camada
de virtualização pode ser qualquer hypervisor, que executa a abstração do
processador físico no pool de processadores virtuais compartilhados pelas
VM. Para entendermos melhor o processo de virtualização de um processador
multinúcleo, observemos a Figura 5.
Fundamentos de virtualização de servidores 9

Application Application Application Application Application Application Application Application

Operating system (Linux) Operating system (Windows)

VP1 VP2 VP3 VP4 VP5 VP6 VP7


Virtual machine Virtual machine

Virtual
VP1 VP2 VP3 VP4 processors VP5 VP6 VP7 VP8
pool

P1 P2 P3 P4

Physical multicore shared processor pool

Figura 5. Virtualização de um processador.


Fonte: Adaptada de Chandrasekaran (2014).

Virtualização de memória

Essa técnica consiste em fornecer uma memória principal virtual às VM:


a memória física é mapeada para a memória virtual, ou seja, realiza-se uma
alocação dinâmica de páginas da memória física para as VM. Todos os pro-
cessadores x86 mais modernos oferecem suporte a essa virtualização, que
também pode ser realizada via hypervisor. Nos data centers virtualizados,
a memória não utilizada dos diferentes servidores é consolidada como um
pool de memória virtual e pode ser fornecida às VM.
10 Fundamentos de virtualização de servidores

Virtualização de armazenamento

Trata-se de uma forma de virtualização em que vários discos de armazenamento


físico são abstraídos como um conjunto de discos de armazenamento virtual
para as VM, ocorrendo por meio da camada de software que cria uma abstração
lógica do pool de dispositivos de armazenamento físico. A virtualização de
armazenamento é usada principalmente para manter um backup ou promover
uma réplica dos dados nas VM, pois os dados dos dispositivos de armazena-
mento lógico são armazenados nos discos físicos. Essa virtualização consegue
suportar a alta disponibilidade dos dados e também pode ser alcançada pelos
hypervisors, utilizando com eficiência o armazenamento físico subjacente.

Virtualização de rede

Nesse tipo, a rede física pode ser abstraída para a criação de uma rede virtual.
Os componentes físicos da rede, como roteador, switch e placa de interface de
rede, são controlados pelo software de virtualização para fornecer componentes
de rede virtual. Segundo Bhowmik (2017), existem duas formas comuns de
virtualização de rede, descritas a seguir.

1. Rede virtual baseada em dispositivo virtual: é formada pelos dispo-


sitivos virtualizados, em que todos se comunicam usando protocolos de
redes reais, como Ethernet e protocolos de virtualização, como a rede
local virtual (Virtual Local Area Network — VLAN). Compreende
a virtualização de uma rede real formada por componentes virtuais.
2. Rede virtual baseada em protocolo: nesse modelo, os dispositivos
não são virtualizados, mas se cria uma rede de área virtual. Várias
redes locais (Local Area Network — LAN) físicas que fazem parte da
rede pública, como a internet, podem funcionar como uma única LAN
lógica, permitindo que os dispositivos de rede enviem e recebam dados
como se todos fizessem parte de uma rede privada.
Fundamentos de virtualização de servidores 11

Virtualização de dados

Aqui, os dados são distribuídos em vários locais e consolidados em uma única


fonte. Trata-se da capacidade de recuperar os dados sem conhecer o tipo e o
local físico onde estão armazenados. É possível acessar esses dados lógicos
de qualquer aplicativo, como aplicativos móveis, serviços de web, comércio
eletrônico, etc. A virtualização oculta os tipos de dados acessados e seus
locais. Essa virtualização é usada principalmente em integração de dados,
inteligência de negócios e computação em nuvem.

Virtualização de aplicações

Oferece ao usuário a capacidade de usar o aplicativo sem a necessidade de


instalar nenhum software na máquina. Geralmente, esses aplicativos são
desenvolvidos e hospedados no servidor central. Uma aplicação virtualizada
consiste em um único pacote que mantém todas as bibliotecas necessárias para
a execução daquela aplicação, o que possibilita sua execução em diferentes
máquinas. O aplicativo hospedado é virtualizado e os usuários recebem a
cópia virtual isolada para acesso.

Virtualização do sistema operacional

Nesse caso, o SO principal de uma área de trabalho é movido para um ambiente


virtual, sem a utilização de nenhum tipo de hypervisor. Nessa virtualização, os
servidores virtuais são ativados pelo kernel do SO host, o qual é compartilhado
entre todos os servidores virtuais, ou seja, todos terão o mesmo SO do host.
Segundo Bhowmik (2017), o objetivo desse tipo de virtualização consiste em
criar vários servidores virtuais logicamente distintos em uma única instância
de um kernel do SO. Os usuários podem utilizar esse sistema virtualizado a
partir de suas máquinas individuais, pois geralmente há uma versão do SO
no servidor, além de serem fornecidas cópias desse SO aos usuários. O Linux
VServer compreende um dos exemplos desse modelo.

„„ Vantagens: com a utilização de uma única instância de um kernel do


SO, a virtualização no nível do SO se torna mais leve, permitindo que
um único sistema físico ofereça suporte a muitos outros servidores
virtuais, em vez de criar VM completas.
„„ Desvantagens: todos os servidores virtuais precisam utilizar o mesmo
SO obrigatoriamente.
12 Fundamentos de virtualização de servidores

Abordagens
As virtualizações podem ter três diferentes abordagens para a criação de
servidores virtuais: a virtualização total, a paravirtualização e a virtuali-
zação assistida por hardware, descritas por Souza Neto e Carissimi (2015)
e Chandrasekaran (2014), como apresentado a seguir.

Virtualização total

Nessa técnica, a virtualização cria um sistema físico virtual completo, sobre


o qual o SO hospedado é executado. O SO guest assume que estão sendo
executados recursos físicos reais e, portanto, não percebem sua virtualização.
Por isso, as versões não modificadas dos SO disponíveis, Windows e Linux,
por exemplo, podem ser executadas como SO convidado sobre o hypervisor.
Por haver uma independência entre as aplicações e os recursos físicos do host,
essa virtualização facilita a migração de VM para outros servidores físicos.
Outra vantagem é a segurança, por se tratar de VM isoladas; assim, caso
ocorra um problema em uma VM, isso não afetará as demais. Porém, entre
suas desvantagens, está o desempenho: o hypervisor verifica a execução das
instruções privilegiadas ou sensíveis feitas pelo sistema convidado e as subs-
titui por ações equivalentes, o que consome bastante processamento. Ainda,
a virtualização total apresenta dificuldade na emulação do funcionamento dos
dispositivos de entrada e saída. Como existe uma diversidade de dispositivos,
pode haver falhas de compatibilidade, o que exige a combinação correta do
hardware com o software. São exemplos de virtualização total a VMware
ESXi Server e a Microsoft Virtual Server.

Paravirtualização

Essa técnica requer a modificação do SO guest para chamar a VMM sempre


que executar uma instrução sensível. As instruções realizadas pelos processos
de usuários podem ser executadas diretamente sobre o processador nativo,
pois uma parte da tarefa de gerenciamento da virtualização é transferida do
hypervisor para os SO convidados. A modificação do SO é necessária porque
as versões normais dos SO disponíveis não conseguem realizar esse processo.
Cada SO guest precisa ter conhecimento prévio de que será executado na pla-
taforma virtualizada. A paravirtualização possibilita que as VM empreguem
os drivers dos dispositivos de entrada e saída do host, sobre o controle do
Fundamentos de virtualização de servidores 13

hypervisor, que não necessita testar instrução por instrução, o que promove
uma otimização do desempenho. Contudo, essa técnica também apresenta
desvantagens, como justamente a necessidade de modificar o SO hospedado,
o que implica o acesso ao código-fonte desse sistema, podendo gerar altos
custos de manutenção por conta dessas modificações. Outra desvantagem
reside no fato de que as VM sofrem de falta de compatibilidade com versões
anteriores e são difíceis de migrar para outros hosts. O exemplo mais conhecido
da paravirtualização é o Xen Project de código aberto, que usa um kernel
Linux personalizado.

Virtualização assistida por hardware

Esse tipo de abordagem é possível porque os fornecedores de hardware come-


çaram a fabricar dispositivos personalizados que oferecem suporte à virtuali-
zação. A Intel e a AMD iniciaram incluindo novos recursos de virtualização
em seus processadores — a AMD-V (AMD-Virtualization) e a Intel-VT (Intel
Virtualization Technology) permitem que algumas chamadas privilegiadas
feitas pelo SO guest sejam tratadas diretamente pela CPU, sem a necessidade
de ser traduzidas pelos hypervisors. As vantagens dessa abordagem residem
na redução da sobrecarga adicional da tradução binária, que acontece na vir-
tualização total, e o fim da necessidade de modificação do SO, necessário na
paravirtualização. Porém, assim como nas outras abordagens, também existem
desvantagens, como o fato de que somente processadores de nova geração
dispõem desses recursos e de que um maior número de traps (exceção que se
dá quando um processo de usuário tenta executar uma instrução privilegiada)
de VM resulta em alta sobrecarga da CPU, escalabilidade limitada e menor
eficiência na consolidação do servidor.

3 Virtualização: vantagens, desvantagens


e desafios
Embora a virtualização apresente diversas vantagens, financeiras e opera-
cionais, o uso de ambientes virtualizados pode ter desvantagens, o que nos
leva à necessidade de considerar todos esses pontos na hora de analisar a
implementação dessa tecnologia. A seguir, analisaremos os prós e os contras
da virtualização, além dos desafios encontrados quando de seu emprego.
14 Fundamentos de virtualização de servidores

Vantagens
Bhowmik (2017) apresenta algumas vantagens da virtualização, como des-
crevemos a seguir.

Melhor utilização dos recursos existentes

Em um ambiente não virtualizado, é preciso empregar vários servidores


físicos, um para cada aplicação, em que nenhum dos servidores utiliza toda
a sua capacidade de processamento. Já com a utilização de VM em um único
servidor físico, os recursos existentes passam a ser mais bem empregados,
pois a maior parte de processamento do equipamento é usada. A esse processo,
damos o nome de consolidação do servidor.

Redução no custo de hardware

Em um ambiente virtualizado, o custo do hardware diminui drasticamente,


já que os recursos físicos são mais bem aproveitados, além da utilização
de várias VM em um único hardware físico, o que reduz a necessidade de
investimentos em infraestrutura física.

Redução nos custos de infraestrutura de computação

Com os recursos físicos de computação, outros ativos também podem ser


reduzidos, como espaço físico, requisitos de energia, sistemas de refrigeração e
recursos humanos para administrar o sistema. Mesmo que não haja o aumento
de VM, isso não promoverá custos adicionais.

Melhor tolerância a falhas ou manutenção de zero tempo


de inatividade

Como as VM são independentes e dissociadas de recursos específicos de hard-


ware, caso o hardware apresente falhas, elas podem ser facilmente migradas
para outro servidor físico. Com isso, cria-se um sistema tolerante a falhas e
evita-se que as máquinas fiquem inativas.
Fundamentos de virtualização de servidores 15

Administração simplificada do sistema

O gerenciamento do sistema de virtualização se divide entre gerenciamento


de recursos físicos e de sistema virtual. Como em um ambiente virtualizado
faz-se um uso menor de máquinas físicas e o gerenciamento do ambiente
virtual é menos crítico, pode-se empregar um gerenciamento centralizado,
o que facilita as tarefas de administração do sistema.

Expansão simplificada da capacidade

Como os sistemas virtuais são dissociados dos recursos físicos, fica mais fácil
aumentar a capacidade de recursos virtuais do que expandir o hardware físico.

Instalação simplificada do sistema

Por ocorrer em pouco tempo, a instalação de um novo sistema clona uma


instância da VM, além de ser muito mais simples em comparação a uma
instalação física.

Suporte para sistemas e aplicativos legados

Quando precisamos instalar e utilizar uma aplicação que não pode mais ser
executada por incompatibilidade de hardware e software disponíveis, podemos
criar uma VM compatível com o aplicativo legado para realizar essa execução.

Desenvolvimento simplificado no nível do sistema

No ambiente virtual, caso haja necessidade por algum desenvolvimento ou


teste de software, a reinicialização do sistema ocorre de maneira muito mais
rápida, já que, nesse caso, precisamos somente reiniciar a VM, sem reinicializar
a máquina física.

Teste simplificado de sistemas e aplicativos

Trata-se de um dos maiores benefícios da virtualização: com as VM, é pos-


sível criar um ambiente de testes em todas as plataformas utilizando apenas
um servidor físico, sem correr o risco de prejudicar o SO host ou os demais
guest, o que diminui grande parte do tempo e do esforço necessários em um
ambiente não virtualizado.
16 Fundamentos de virtualização de servidores

Segurança

A camada de abstração adicionada ao hardware físico impossibilita que as


VM acessem diretamente os recursos físicos, ou seja, os riscos são menores
caso algum software malicioso tente danificar o sistema ou corromper dados.
Outro ponto a ressaltar nesse quesito reside no fato de que cada VM funciona
de maneira independente em relação às outras, o que significa que, caso ocorra
algum problema em uma das VM, as demais não serão afetadas. Por exemplo,
se o disco rígido virtual de algumas das VM for danificado, o disco físico real
e os virtuais das demais VM permanecerão inalterados.

TI verde

Além dos custos reduzidos em aquisição de hardware e no consumo de energia,


a virtualização promove um impacto no meio ambiente, pois, quanto menos
servidores físicos para descartar ao final da vida útil, menos material tóxico
haverá na natureza. Os ambientes virtuais também apresentam a opção de
configuração de desligamento dos hosts em períodos de menor demanda,
o que promove uma economia em energia direta dos servidores e diminui a
necessidade de refrigeração.

Isolamento de serviços e aplicações

Em ambientes não virtualizados, em muitos casos, na busca de economia,


vários serviços são consolidados no mesmo servidor, o que, com o tempo,
pode causar conflitos entre as aplicações. Com a virtualização, cada aplicação
pode ter seu próprio sistema por meio das VM, sem necessitar ter gastos com
hardware físico adicional.

Desvantagens
Além de suas muitas vantagens, é preciso considerar as desvantagens dessa
tecnologia, como veremos a seguir.
Fundamentos de virtualização de servidores 17

Ponto único de falha

Uma das vantagens da virtualização pode se tornar uma grande desvantagem.


A virtualização permite criar vários servidores virtuais dentro de um servidor
físico, mas, caso esse hardware físico apresente algum problema, isso afetará
todas as VM que nele estiverem hospedadas. Porém, isso é algo simples de
resolver: basta manter os recursos de backup e portar os servidores virtuais
para o conjunto de backup de recursos físicos.

Exigência de infraestrutura avançada e poderosa

Essa tecnologia precisa de equipamentos de altíssimo desempenho quanto


a hardware, pela alta demanda desse serviço, o que acaba gerando um alto
custo inicial.

Pode levar a um desempenho mais baixo

Segundo Bhowmik (2017), há uma preocupação referente ao desempenho das


VM, sobretudo quanto ao fato de conseguirem atingir o desempenho completo
do sistema físico real, já que a virtualização consiste basicamente em inserir
uma camada de software adicional em um sistema computacional. Assim, pode
haver um desempenho mais baixo do que ao empregarmos uma máquina não
virtualizada. Porém, o nível da queda de desempenho varia muito de acordo
com as aplicações utilizadas e, em alguns casos, já é possível obter 0% de perda.

Dificuldade na análise da causa-raiz

Várias dificuldades novas podem ser encontradas na virtualização em virtude


da criação de uma nova camada de complexidade. Qualquer erro de configu-
ração na camada de abstração é capaz de causar uma grande vulnerabilidade
para todo o ambiente. Assim, caso ocorra alguma falha, podem ser exigidos
esforços extras na procura do problema, o que exige profissionais capacitados.

Desafios
Um ambiente virtualizado enfrenta os mesmos desafios que um não virtuali-
zado, mas, por dispor de novas camadas, têm surgido novos tipos de ameaças,
principalmente quanto à segurança, como descrito a seguir por Bhowmik
(2017).
18 Fundamentos de virtualização de servidores

Restrição ao host

Caso haja algum problema de configuração ou de vulnerabilidade em algum


SO guest, isso se limitará apenas àquela VM. Porém, qualquer vulnerabilidade
do host expõe todo o ambiente virtual a riscos, o que também pode enfraquecer
o hypervisor. O acesso ao host deve ser restrito, impedindo acessos externos
e não autorizados, além de constantemente atualizado.

Ameaças ao hypervisor

O hypervisor executa todas as comunicações entre VM e recursos físicos, por


isso, se ocorrer uma violação de segurança no hypervisor, todo o ambiente
ficará vulnerável. É extremamente necessário enfatizar a sua segurança e
implementação constantemente, para que as VM não sejam afetadas.

Escalonamento de privilégios

Podem ocorrer algumas falhas de design no sistema, algo que pode levar a um
ataque de escalonamento de privilégios, ou seja, algum usuário ou aplicativo
consegue acesso a mais recursos em comparação ao que tem de direito.

Máquinas virtuais inativas

Pelo fato de as VM inativas apresentarem dados confidenciais, a perda desse


acesso pode se tornar uma ameaça à segurança do ambiente, já que, geralmente,
quando as máquinas se tornam inativas, elas deixam de fazer parte do sistema
de monitoramento e de receber atualizações periódicas de segurança, o que
as torna completamente vulneráveis.

Consolidação de diferentes zonas de confiança

Um dos desafios ao implementar um ambiente virtualizado consiste em identi-


ficar as configurações mais apropriadas para as diferentes cargas de trabalho,
já que algumas cargas necessitam de maior controle de segurança do que outras.
O mesmo sistema físico subjacente apresenta cargas de trabalho de diferentes
níveis de confiança. Sem uma separação adequada, cria-se uma ameaça à
segurança dos aplicativos, que são altamente sensíveis pelo fato de as VM
com menor confiança normalmente terem um controle de segurança menor,
Fundamentos de virtualização de servidores 19

o que pode reduzir o nível de segurança de todo o sistema ao nível dos sistemas
menos protegidos, tornando o ambiente como um todo mais vulnerável.
Após a leitura deste capítulo, pudemos entender a grande importância da
virtualização de servidores, o quanto ela pode beneficiar as empresas que
escolhem adotá-la e como é possível a implementação de apenas um servidor
físico para suprir as diferentes necessidades das organizações. Para as em-
presas iniciantes sem condições financeiras para a construção de uma grande
infraestrutura, com mais de um servidor físico, a virtualização representa uma
ótima solução. Apesar do alto custo inicial de um servidor potente, como é
necessário para a utilização de uma virtualização eficiente, essa tecnologia
reduz os custos nos demais ativos utilizados para manter os servidores em
pleno funcionamento e garante que, caso seja necessária a implementação
de uma nova aplicação, não haverá o custo de um hardware físico adicional.
Ainda, a virtualização apresenta algumas desvantagens, embora estas nem
se comparem ao número de benefícios. Os desafios encontrados na virtuali-
zação podem ser atenuados desde que se mantenham as recomendações de
segurança na criação de um ambiente virtualizado. Devemos analisar todos
os pontos antes de decidir pela adoção dessa tecnologia, porém é visível que
seus prós superam seus contras.

BHOWMIK, S. Cloud computing. Cambridge: Cambridge University Press, 2017. 426 p.


CHANDRASEKARAN, K. Essentials of cloud computing. Boca Raton: CRC Press, 2014. 407 p.
SOUSA NETO, M. V. Virtualização: componente central do datacenter. Rio de Janeiro:
Brasport, 2011. 364 p.
SOUSA NETO, M. V.; CARISSIMI, A. Virtualização de servidores. Rio de Janeiro: Escola
Superior de Redes, 2015. 172 p.

Leituras recomendadas
COMO SURGIU a Virtualização? Ghz Tecnlogia, [S. l.], dez. 2010. Disponível em: http://
ghztecnologia.blogspot.com/2010/12/como-surgiu-virtualizacao.html. Acesso em:
16 maio 2020.
20 Fundamentos de virtualização de servidores

O QUE É tecnologia de virtualização e máquina virtual? VMware, Palo Alto, 2020.


Disponível em: https://www.vmware.com/br/solutions/virtualization.html. Acesso
em: 16 maio 2020.
STRIANESE, A. Virtualização: a TI virtual. Baguete – Tecnologia e Informação, Porto Alegre,
11 nov. 2010. Disponível em: http://ghztecnologia.blogspot.com/2010/12/como-surgiu-
-virtualizacao.html. Acesso em: 16 maio 2020.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
DICA DO PROFESSOR

Como muitas empresas necessitam utilizar nuvens híbridas para armazenamento de seus dados,
esse gerenciamento passa a ser
mais complexo, requerendo soluções que possam simplificar a
maneira como implantar e gerenciar os recursos de um data center. Nesse contexto, surgiu a
infraestrutura hiperconvergente (HCI,
em inglês), que elimina a dependência dos servidores e das
redes de armazenamento separados. Essa infraestrutura de virtualização cria uma plataforma de
computação totalmente
integrada e interoperável com todo o data center na empresa.

Neste vídeo da Dica do Professor, você aprenderá um pouco mais sobre a infraestrutura
hiperconvergente (HCI), na qual componentes
de computação, de armazenamento e de rede trabalham entre si,
sendo operados por meio de uma interface única de gerenciamento, independente se estiverem
armazenados em nuvem pública, privada
ou híbrida.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) A virtualização da VMware funciona com a inserção de uma fina camada de software


diretamente no hardware do computador ou
no sistema operacional host. Ela contém um monitor de máquinas virtuais ou
hipervisor que aloca os recursos de hardware de modo dinâmico e transparente.
Sendo assim, qual a principal característica
da virtualização?

A) Com a virtualização, um servidor é capaz de reproduzir várias outras máquinas, mas, via
de regra, todos devem ter sempre o mesmo sistema operacional.
B) Com a virtualização, um servidor pode manter vários sistemas operacionais em uso,
simulando vários servidores, cada um deles executando serviços distintos.

Para a virtualização funcionar, ela precisa da intermediação do hipervisor, pois sem essa
C)
camada a virtualização não funcioná no servidor.

D) A máquina virtual consegue simular até mesmo um processador virtual, independente se


houver ou não um processador físico vinculado.

E) O software de virtualização é formado por um conjunto de programas de controle e oferece


quase todos os recursos de computação na forma simulada.

2) A virtualização é o processo de abstrair os recursos físicos para o pool de recursos


virtuais, que podem ser atribuídos a qualquer máquina virtual. Esse processo não se
limita à virtualização de máquinas ou de servidores. Diferentes recursos de uma
infraestrutura física podem ser virtualizados utilizando-se as tecnologias adequadas.
De acordo com os recursos que podem ser virtualizados, qual das questões a seguir
você considera correta?

A) Na virtualização de dados, estes são distribuídos em vários locais e são consolidados em


uma única fonte. É a capacidade de recuperar os dados sem saber o tipo e local físico onde
estão armazenados. Não é possível acessar esses dados lógicos de qualquer aplicativo.

B) A virtualização de aplicações oferece ao usuário a capacidade de usar o aplicativo sem a


necessidade de instalar nenhum software na máquina, solicitando apenas que o usuário
faça o download de um arquivo executável, que não instala a aplicação, apenas a executa.

C) Na virtualização de armazenamento, vários discos de armazenamento físico são abstraídos


como um conjunto de discos de armazenamento virtual para as VMs. Ele ocorre em nível
de sistema operacional, criando essa abstração lógica do pool de dispositivos de
armazenamento físico.

D) Na virtualização de rede, a rede física pode ser abstraída para a criação de uma rede
virtual. Os componentes físicos da rede, como roteador, switch e placa de interface de rede
são controlados pelo software de virtualização para fornecer componentes de rede virtual.

E) A virtualização de memória consiste em fornecer uma memória principal virtual às VMs.


A memória física é mapeada para a memória virtual. Todos os processadores x86 mais
modernos oferecem suporte a essa virtualização, uma vez que ela não pode ser realizada
via hipervisor.

3) As virtualizações podem ter três diferentes abordagens para a criação de servidores


virtuais: a virtualização total, a paravirtualização e a virtualização assistida por
hardware. Considerando a abordagem de virtualização total, qual das afirmações a
seguir você considera correta.

A) Devido à independência entre as aplicações e os recursos físicos do host, essa virtualização


facilita a migração de VMs para outros servidores físicos.

B)

O SO guest assume que estão sendo executados recursos físicos reais, mas consegue
perceber que estes estão sendo virtualizados.

C) A virtualização cria um sistema físico virtual completo, sobre o qual o sistema operacional
convidado é executado.

D) Uma das vantagens é que a virtualização total realiza a emulação do funcionamento dos
dispositivos de entrada e de saída com facilidade.

E) Mesmo existindo uma diversidade de dispositivos, não há risco de ocorrerem falhas de


compatibilidade.

4) Na paravirtualização, uma parte da tarefa de gerenciamento de virtualização é


transferida (do hipervisor) para os sistemas operacionais convidados. As versões
normais dos sistemas operacionais disponíveis não são capazes de fazer isso. Eles
precisam de modificação especial para essa inclusão de capacidade. Essa modificação
é chamada de portabilidade. Considerando a paravirtualização, qual das opções a
seguir está correta?

A) A paravirtualização reduz a carga da máquina host e pode executar maior número de VMs
em uma máquina host em comparação com a virtualização completa, sendo que essas VMs
podem ter diferentes SOs.

B) Se o proprietário do SO concordar em fornecer a versão modificada necessária do sistema


operacional para um hipervisor, este poderá executar qualquer sistema operacional a partir
desse SO como convidado.

C) Na paravirtualização, o sistema é restrito pelos drivers de dispositivos fornecidos pela


camada de software de virtualização. Os sistemas operacionais convidados contêm os
drivers de dispositivos necessários.

D) Na paravirtualização, cada sistema operacional convidado precisa ter conhecimento prévio


de que será executado na plataforma virtualizada, no entanto não tem necessidade de saber
em qual hipervisor será executado.

E) Como envolve modificações do sistema operacional, a paravirtualização também é, às


vezes, chamada de virtualização assistida por sistema operacional. Essa técnica alivia o
hipervisor de manipular todas as tarefas de virtualização até certo ponto.

5) Os recursos de computação física tornaram-se avançados e poderosos com o tempo.


Na computação tradicional, uma instância de máquina é executada em um servidor
físico, que dificilmente utiliza toda a energia do sistema. Assim, a maior parte do
poder de processamento simplesmente permanece não utilizada para a maioria dos
sistemas de computador. A execução de várias máquinas virtuais em um servidor
físico faz melhor utilização dos recursos, e isso é conhecido como consolidação do
servidor. Essa é apenas uma das vantagens da virtualização. Qual das opções a seguir
contém mais uma das vantagens desse processo?
A) A virtualização segmenta o gerenciamento dos sistemas em três grupos: gerenciamento de
recursos físicos, gerenciamento de redes e gerenciamento de sistema virtual.

B) A virtualização adiciona em torno de duas camadas de abstração ao hardware físico.


Sendo assim, as máquinas virtuais não podem mais acessar diretamente os recursos físicos.

C) Os requisitos reduzidos de recursos de computação física, por sua vez, reduzem muitos
outros ativos associados, como espaço físico, requisitos de energia, sistema de refrigeração
e recursos humanos para administrar os sistemas.

D) A associação de máquinas virtuais de recursos específicos de hardware aumenta a


portabilidade do sistema. No caso de qualquer falha de hardware, o sistema virtual pode
ser migrado para outra configuração física.

E) Aumentar a capacidade de recursos virtuais ainda é um pouco complicado, bem como


expandir e sincronizar os recursos de computação física. Isso também é possível devido à
dissociação de recursos físicos de sistemas virtuais.

NA PRÁTICA

Quando pensamos em estrutura de data center e tudo que o envolve não podemos esquecer dos
requisitos de segurança necessários para evitar problemas de vazamento de informações, dados
pessoais e muitas outras questões que envolvem alta criticidade para as empresas. Da mesma
forma, os ambientes virtualizados necessitam igualmente
de segurança, pois também são suscetíveis a falhas e a invasões por falta de segurança ou por
causa de configuração incorreta. Então, além de proteger o sistema operacional e os aplicativos
em execução em
seus servidores virtuais, você também precisa proteger os componentes de sua infraestrutura
virtual.

Neste Na Prática, você verá a respeito da proteção do ambiente virtualizado de propriedade da


empresa X Varejo, que será auditada
pela empresa Consultoria em Segurança de Ambientes Virtualizados Y, contratada para efetuar
essa atividade.
SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Virtualização de desktop como solução para a redução de custos

O estudo a seguir apresenta informações sobre a virtualização de desktops, como conceitos,


forma de utilização, arquitetura, vantagens, desvantagens e benefícios. Foram realizadas
pesquisas sobre a utilização da virtualização de desktops em comparação com o uso de desktops
tradicionais, seu custo de manutenção, ciclo de substituição e vulnerabilidades de segurança.

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Análise da tecnologia de virtualização de servidores em um data center como fator para


obtenção de ganhos de produtividade

Este estudo apresenta uma comparação bem interessante entre os ambientes tradicionais e os
ambientes virtualizados, trazendo seus conceitos, vantagens e desvantagens, comparando as
configurações dos ambientes, a utilização dos recursos e o aproveitamento da estrutura.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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