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Parecer Técnico de Sistema de Exaustão

Edifício XXXXX

Contratante(a): xxxxxxxx
CNPJ xxxxxxxxxxxxxxxx

Contratado(a): xxxxxxxxx
Crea SP: xxxxxxxxxx
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1. Apresentação

O Edifício xxxxxxxxxxxxxx situado na Rua xxxxxxxxxxxxxxx, n° xxx, Parque xxxxxx –

xxxxxxxxxx-SP, possui 11 pavimentos, sendo o 10º e o 11º pertencentes a
apartamentos Duplex com sistema de exaustão individual e independente do sistema
coletivo. O sistema de exaustão coletivo dos apartamentos do 1º pavimento ao 9º
pavimento está subdividido em 4 torres de exaustão coletivas de seções constantes,
conforme o posicionamento dos apartamentos. As torres possuem sistema de
exaustão natural e estão apresentando problemas de retorno de fumaça e má
exaustão dos gases gerados nas churrasqueiras.

Como medida de solução do problema de ineficiência do sistema exaustão

natural, em uma das torres foi instalado um equipamento de exaustão coletivo (Figura
1-a), visando melhorar a eficiência na saída da fumaça gerada pelas churrasqueiras de
cada apartamento por meio da exaustão mecânica.

Dessa forma, o serviço solicitado pela contratante foi um parecer técnico da

eficiência do equipamento de exaustão instalado em uma das torres de exaustão do
edifício, visando o recebimento/aceitação da adequação feita pela construtora e futura
aplicação nas demais torres de exaustão (Figura 1-b).

Figura 1 – Saída da chaminé com sistema de proteção de chuva local. Em (a), tem-se a chaminé
na qual está instalado o exaustor axial e (b) as demais chaminés do edifício.

(a) (b)
Importante ressaltar que um Parecer Técnico de engenharia é um documento
emitido por um engenheiro que constata por meio de documentos, análises e vistorias
in loco as condições de uma edificação ou de um serviço, reconhecendo suas
características relevantes. Conforme a NBR 13752, o parecer técnico é a opinião,
conselho ou esclarecimento técnico emitido por um profissional legalmente habilitado
sobre assunto de sua especialidade.
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2. Sistema de exaustão mecânico instalado

Conforme observado em vista in loco, em uma das torres foi instalado um

equipamento de exaustão mecânico (Marca Qualitas, modelo Exaustor Axial EQ500T6
– Figura 2) no duto de exaustão coletivo, promovendo a exaustão mecânica e visando
melhorar a eficiência na saída da fumaça. Além disso, foram aferidas algumas medidas
essenciais (Figura 3) para o cálculo da vazão de ar necessária para retirada da fumaça
geradas no uso das churrasqueiras, bem como para a determinação da pressão
estática de projeto, ou seja, a energia necessária para que o ar se movimente, entre no
captor (coifas) e seja direcionado pelo duto de exaustão até o ambiente externo.

Figura 2 – Modelo do equipamento de exaustão axial Qualitas EQ500T6 instalado na saída

do duto de exaustão compartilhado.

a b

Figura 3 – Churrasqueira do edifício, com coifa e tubulação de ligação com o duto de exaustão
compartilhado (dumper aberto).
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Por meio da análise dos projetos fornecidos pela construtora, destacam-se as

medidas do duto de exaustão (83 x 40 cm), conforme Figura 4, e altura de 31,86m do
1º pav. até a chaminé metálica aletada no qual foi instalado o equipamento de exaustão.

Figura 4 – Sacada do Edifício contendo as dimensões do duto de exaustão.

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3. Embasamento teórico

O sistema de exaustão natural para dutos compartilhados é pouco eficiente, uma

vez que pode faltar energia para movimentar a massa de ar e vencer as perdas de carga
do sistema. Além disso a ventilação e exaustão natural depende de fatores como:
admissão e extração de ar de um edifício por meio de aberturas intencionais na
envolvente, pressão das forças naturais do vento e das pressões derivadas de
diferenças de temperatura e densidades do ar.

O projeto de um sistema de ventilação local exaustora depende da estimativa da

vazão de ar necessária para retirada dos gases. E a estimativa da quantidade de ar e
da velocidade da corrente necessárias são usados para definir a área de entrada do
captor (coifas), seção do duto e potência do ventilador. No caso do Edifício
xxxxxxxxxxxx, a entrada do captor e seção do duto são características físicas do
edifício, sendo um parâmetro constante (não podem ser modificados). Dessa forma, o
correto dimensionamento da potência do ventilador de exaustão é que irá promover a
eficiência do sistema.

A vazão de exaustão representa o volume de ar que deve ser movimentado para

captar uma determinada massa ou volume de poluentes emitidos por uma fonte. Cada
conjunto fonte-captor (churrasqueira–coifa) exige uma determinada vazão de exaustão.
A vazão total a ser movimentada será a somatória das vazões exigidas em cada captor.
Ainda é importante ressaltar que para o ar se movimentar, entrar no captor e chegue ao
duto de exaustão é necessário o fornecimento de energia, essa energia chamada de
pressão estática é necessária para que o fluido (ar) atinja uma velocidade, levando em
consideração também as perdas de carga (perdas de energia) dos acessórios (coifa,
tubo sanfonado) e duto de exaustão (construído em concreto).

O transporte dos gases coletados pelos dutos do sistema depende da velocidade

do ar nos dutos de exaustão, para poluentes gasosos a velocidade na faixa econômica
pode ser adotada (entre 5 e 10 m/s), uma vez que para essa situação não há partículas
para sedimentarem na tubulação. A velocidade no duto tem influência também na perda
de carga do sistema, ou seja, energia requerida para que o ar percorra o sistema de
dutos. Quanto maior a velocidade, maior será a perda de carga e maior será a potência
exigida do ventilador. Sendo assim, é conveniente, do ponto de vista econômico, que a
velocidade fique próxima da velocidade mínima de transporte para a situação em
questão.

Para o fornecimento de energia necessário para movimentar o fluido (ar) e

vencer as perdas de cargas (resistências) do sistema, deve ser instalado o conjunto
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ventilador-motor. O ventilador é peça principal de qualquer sistema de ventilação, ele é

o responsável por criar um diferencial de pressão através do sistema, fazendo o ar fluir.
A seleção do ventilador adequado e sua performance são vitais para o adequado
funcionamento de todo o sistema.

Os ventiladores são usualmente classificados conforme a direção de movimento

do fluxo através do rotor, sendo chamados de ventiladores centrífugos e ventiladores
axiais. Os ventiladores axiais são destinados a movimentação de ar em situação de
baixa pressão, eles criam um grande volume de fluxo de ar, mas esse fluxo criado é de
baixa pressão. Os ventiladores centrífugos são aplicados para movimentação de ar
numa ampla faixa de vazões e pressões, ele cria um fluxo de ar de pressão maior que
os exaustores axiais. Em ventilação local exaustora, os ventiladores mais utilizados são
os centrífugos.
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4. Análise do sistema de Exaustão do Edifício xxxxxxxxxxxxxxxx

Para determinação da vazão e pressão estática de projeto, foram utilizados os

dados apresentados nas Figuras 3 e 4, dimensões das churrasqueiras (47 x 60 cm) e
número de unidades (9).

Para determinação da vazão de exaustão, utilizou-se a equação abaixo:

𝑄 = 𝐴𝑐 . 𝑉𝑐

Em que:

Q – Vazão de ar necessária por churrasqueira (objetivo do cálculo)

Vc - Velocidade na área frontal da churrasqueira – 0,51 m/s, conforme

recomendação da NBR-14518/2000

Ac – área de entrada

Considerando folga de 10% no dimensionamento, a vazão volumétrica do

sistema de exaustão é de 5126 m³/h, convertido para a unidade de trabalho da curva
característica do exaustor axial - 85,43 m³/min.

Levando em consideração o duto principal com medidas de 40 x 83 cm, com

comprimento de 31,86m construído em concreto, foram determinadas as perdas de
cargas do duto principal e dos ramais, obtendo-se a partir delas a pressão estática
necessária para o exaustor de 9,0 mmCA à 20º C, ou seja, para a vazão requerida, o
exaustor tem que ser capaz de gerar uma pressão de 9,0 mmCA ou superior.

No anexo I está apresentado o documento da curva característica do exaustor

Marca Qualitas, modelo Exaustor Axial EQ500T6 obtida junto ao fornecedor. As curvas
características de um ventilador expressam o seu desempenho para uma dada massa
específica do ar. A figura 5, apresenta um recorte da curva, com a indicação da vazão
(m³/min) necessária e pressão estática gerada pelo exaustor.
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Figura 5 – Curva característica do exaustor axial Qualitas EQ500T6.

Pressão estática requerida

Pressão estática – aprox. 4,6 mmCA

vazão requerida do sistema de

exaustão 85,43 m³/min

Como pode ser observado na Figura 5, para a vazão volumétrica do sistema

de exaustão requerido pelo Edifício xxxxxxxxxxxx, a pressão estática indicada desse
equipamento seria de, aproximadamente, 4,6mmCA, aquém da pressão estática
necessária. Outra forma de visualizar a situação mostrada na Figura 5 seria que a
pressão requerida de 9,0 mmCA é indicada para vazões de ar mais baixas.
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5. Conclusão

Conforme solicitado nesse parecer técnico, o sistema de exaustão

mecânica instalado no Edifício xxxxxxxxxxxxxxxxxxx não atende às necessidades.

Como foi observado em visita in loco, alguns pontos podem prejudicar o sistema
local de exaustão, como falta de revestimento do duto de exaustão e inexistência de
enclausuramento da fonte geradora. O enclausuramento da fonte pode reduzir a vazão
de exaustão e melhorar a eficiência da captação, porém ainda assim o sistema instalado
não atenderia a demanda.

Abaixo seguem algumas recomendações para o sistema de exaustão local:

 A instalação de um equipamento de exaustão centrífugo, mais indicado para a

demanda.
 O teste de eficiência do equipamento de exaustão deve ser realizado no ponto
mais crítico do sistema, ou seja, no ponto mais distante do exaustor instalado
(primeiro pavimento).
 O dumper das churrasqueiras que não estiverem em uso, devem permanecer
fechados, evitando redução de eficiência e possível entrada de fumaça de outras
unidades.

Á critério de sugestão, seguindo as necessidades de vazão de ar e pressão

estática requerida, foi selecionado um equipamento centrífugo de telhado cujas
descrições de modelo, motor e rotação encontram-se no Anexo B.
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Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13752 - Perícias

de Engenharia na Construção Civil. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-14518 - Sistemas

de ventilação para cozinhas profissionais. Rio de Janeiro, 2000.
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Este parecer técnico possui um total de 14 páginas, constituído de

apresentação, levantamento do sistema de exaustão mecânico instalado, embasamento
teórico, análise do sistema de exaustão do edifício, conclusão, anexo A (curva
característica do exaustor instalado), anexo B (sugestão de exaustor centrífugo de
telhado e apêndice A (Anotação de Responsabilidade Técnica).

22 de maio de 2021.

Engenheiro Civil - xxxxxxxxxxxxxxx

CREA-SP - Xxxxxxxxx
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Anexo A - Característica do exaustor axial Qualitas EQ500T6

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Anexo B – Sugestão de Exaustor Centrífugo de Telhado

EXAUSTORES CENTRÍFUGOS DE TELHADO

Marca: Berliner Luft

Modelo TCV 450

Motor: 1,5 kW

Rotação: 1750

Pressão estática: 10 mmCA

LpA1 (níveis de ruído): 69 dB

m³/hora

m³/hora

Ruído dB
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Apêndice A – Anotação de Responsabilidade Técnica