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Alunos: Carlos Eduardo, Daniel Teixeira, Érika Júlia e Guilherme Santana.

Turma: BM161

Trabalho de Língua Portuguesa

Autor modernista: Manuel Bandeira

Manuel Bandeira (1886-1968)

● Vida do autor

Manuel Bandeira foi um destacado poeta modernista brasileiro, nascido em 1886 no Recife.
Ele casou-se com Francelina Ribeiro em 1913, mas a felicidade conjugal foi interrompida
pela morte precoce de sua esposa, vítima da gripe espanhola em 1918. Esse evento trágico
teve um profundo impacto em sua poesia, influenciando temas de perda e saudade. Sua obra
reflete uma sensibilidade única e uma abordagem íntima de temas cotidianos, amor e
fragilidade humana.

Além de poeta, foi também professor, crítico literário e tradutor. Graduou-se em Farmácia,
mas sua verdadeira paixão era a literatura. Iniciou sua carreira literária no Simbolismo,
refletindo influências de autores como Baudelaire e Verlaine. Com a eclosão do Modernismo
no Brasil, participou ativamente do movimento, contribuindo para a Semana de Arte
Moderna de 1922.
A tuberculose, diagnosticada em sua juventude, moldou sua perspectiva artística e
existencial. A doença o levou a internações em sanatórios e influenciou temas recorrentes em
sua poesia, como a transitoriedade da vida e a fragilidade do corpo. Seu primeiro livro, "A
Cinza das Horas," foi publicado em 1917, mas foi com "Libertinagem”, lançado em 1930,
que consolidou seu estilo modernista, explorando a linguagem coloquial e temas mais
pessoais.

Bandeira traduziu obras de autores como Shakespeare e Dante, enriquecendo seu repertório
literário. Sua atuação como professor também deixou marcas, influenciando gerações de
escritores. A melancolia presente em sua poesia, muitas vezes associada à sua condição de
saúde, revela uma profundidade emocional única, tornando-o um dos poetas mais singulares
da literatura brasileira do século XX.

● Principais Obras

Essas obras refletem a evolução poética de Manoel Bandeira e sua contribuição para a
riqueza da literatura brasileira.

1. “A Cinza das Horas” (1917): Este foi o primeiro livro de Manoel Bandeira, revelando sua
inclinação para o Simbolismo, com influências de autores franceses como Baudelaire.

2. “Carnaval” (1919): Publicado durante sua estadia na Suíça, este livro reflete a atmosfera da
cidade de Lausanne e traz uma abordagem lírica e intimista.

3. “O Ritmo Dissolut” (1924): Essa obra marca a transição de Bandeira para o Modernismo,
destacando-se pela quebra de padrões métricos e rítmicos, características do movimento.

4. “Libertinagem” (1930): Considerada uma das obras-primas de Bandeira, "Libertinagem"


consolida sua posição no Modernismo brasileiro, explorando temas como o amor, a morte e a
efemeridade da vida.

5. “Estrela da Manhã” (1936): Nesta coletânea, Bandeira aborda temas como a infância e a
nostalgia, apresentando uma poesia mais madura e reflexiva.
6. “Poemas” (1940): Esta obra reúne alguns dos poemas mais marcantes de Bandeira,
abrangendo diferentes fases de sua carreira.

7. “Opus 10” (1942): Mais uma coletânea que destaca a diversidade temática presente na obra
do autor, abordando desde temas amorosos até reflexões existenciais.

8. “Itinerário de Pasárgada” (1954): Essa é uma espécie de biografia poética, onde Bandeira
revisita e recria momentos de sua vida, dando um toque memorialístico à sua poesia.

9. “Mafuá do Malungo” (1948): Uma coletânea que reafirma a riqueza lírica de Bandeira,
explorando diferentes estilos e temas.

10. “Belo, Belo” (1960): Publicado postumamente, este livro inclui poemas inéditos e marca
o encerramento da trajetória literária de Manoel Bandeira.

ANÁLISE DE OBRA

A obra escolhida para ser analisada foi o livro “Libertinagem”, por ser uma obra
muito lembrada dentro do modernismo brasileiro. Em sua obra, Manuel consegue refletir
muitos aspectos do modernismo, dentre elas a linguagem coloquial aproximando os leitores a
uma linguagem mais acessível, rompimento de algumas tradições literárias e principalmente a
abordagem de temas mais contemporâneos, de forma a refletir as complexidades do âmbito
brasileiro da época. A realidade brasileira faz-se então de matéria-prima para construção de
poemas mais livres na obra e de presenças temáticas envolvendo melancolia, ironia,
paisagens brasileiras e outros.

Iremos analisar com um maior aprofundamento o poema “Pneumotórax”, segue o texto.

Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.


A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:


— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.

……………………………………………………………………….

— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.


— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não.
— A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

O poema contendo 11 versos desprovidos de padrões rítmicos trás a linguagem


coloquial para transmitir de forma “mais leve” a condição patológica de tuberculose vivida
pelo autor. Vale ressaltar que diferente da atualidade, a tuberculose já foi uma doença de
extrema dificuldade para tratamento acarretando em diversos óbitos que além de Bandeira, a
condição de saúde também encerrou a jornada dos autores Castro Alves, Casimiro de Abreu,
entre outros.
Logo nos primeiros versos consegue-se notar os sintomas vividos pela doença e como
tal consegue abdicar do aproveitamento da vida, dos prazeres que ela nos atribui. “Tosse,
tosse, tosse”, um sintoma tão recorrente, demonstra mais uma vez como foi prejudicado o
desempenho na vida do autor. Após nota-se a referência um possível exame clínico
vivenciado na narrativa, uma amostra do cotidiano da vida de um tuberculoso.
Por fim, nota-se um laudo do exame mostrando as interferências causadas pela
situação clínica. Em seguida o poema é concluído com uma figura de linguagem ocultando
que o estado de saúde do paciente não haverá cura. A passagem: “A única coisa a fazer é
tocar um tango argentino.” possivelmente é uma forma em que o autor retrata com leveza sua
situação.
Essa obra consegue agregar uma situação terrível com o humor, com o intuito de
amenizar o quão grave a doença é. De certa forma consegue fazer com que os leitores
reflitam sobre a importância do cuidado preventivo com a saúde individual e coletiva através
da leitura.
Biografia de Manuel Bandeira. (2023). recuperado undefined NaN, NaN, de
www.ebiografia.com/manuel_bandeira/

Manuel Bandeira - Mundo Educação. (2023). recuperado undefined NaN, NaN, de


mundoeducacao.uol.com.br/literatura/manuel-bandeira.htm

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