Você está na página 1de 26

p.

1
INDICE

Mensagem do Padre Assessor ...............................................................................................3

ANGELUS DA PAIXÃO ....................................................................................................... 4

Introdução ........................................................................................................................... 6

QUARTA-FEIRA DE CINZAS............................................................................................... 7

QUINTA-FEIRA .................................................................................................................... 8

SEXTA-FEIRA ........................................................................................................................ 9

SÁBADO ............................................................................................................................... 10

I DOMINGO .......................................................................................................................... 11

II DOMINGO........................................................................................................................ 13

III DOMINGO ...................................................................................................................... 15

IV DOMINGO ...................................................................................................................... 17

V DOMINGO........................................................................................................................ 19

SEMANA SANTA ................................................................................................................ 20

ELE VIVE! .............................................................................................................................25

p. 2
Mensagem do Padre Assessor

Queridos jovens,

Em clima de preparação e oração iniciaremos a Quaresma, tempo de penitência,


silêncio e, mais do que nunca, tempo de conversão. Queremos ser uma juventude que
testemunha a alegria de pertencer a Cristo, mas para isso precisamos parar e repensar
como está a nossa vida diante da vontade de Deus. Precisamos de um tempo para
reavaliar nossa jornada, ações, falas e pensamentos, e eis o tempo favorável para isso: a
Quaresma.

Sendo assim, o Setor Juventude, com o intuito de ajudá-los neste tempo


quaresmal, oferece a vocês um subsidio com reflexões que os ajudarão nessa jornada.
Poderão fazê-lo individualmente ou com seu grupo em encontros semanais. O tema
proposto é: “Crescer na amizade”, assim, aproveite seus amigos e colegas para
partilharem e juntos crescerem nesse tempo em preparação para a Páscoa.

São João Paulo II sempre nos alertou para não termos medo de ser santos!
Aproveitemos esse tempo para intensificar e renovar os impulsos dessa busca. Também
nosso grande pai e mestre da juventude, São João Bosco, dizia: “nossa vida é um presente
de Deus e o que fazemos dela é o nosso presente a Ele”, que seja feito o melhor.

Por fim, espero que aproveitem mais um material pensado e feito com muito
carinho e dedicação para vocês. E depois desse grande tempo de preparação, nos
encontraremos na Paróquia São João Batista, no dia 06 de abril, para proclamarmos para
todo o mundo ouvir que ELE VIVE!

Um grande abraço fraterno e Deus os abençoem sempre!

Padre Matheus Torres da Silva


Assessor do Setor Juventude

p. 3
ANGELUS DA PAIXÃO
[da Opus angelorum]

O Anjo do Senhor trouxe, no Monte das Oliveiras, o cálice do fortalecimento,


– e o Senhor recebeu do Coração do Pai, a força para o sacrifício da redenção.
Ave-Maria…

E o Senhor disse do alto da Cruz: “Está consumado!”


– e pela Sua morte trouxe-nos a salvação.
Ave Maria…

A vitória do Senhor como Redentor brilha sobre o tempo e a eternidade,


– o Vosso amor, Senhor Jesus Cristo, abriu-nos o céu!
Ave Maria…

Lembrai-Vos de nós, Senhor, no Vosso Reino,


– e não nos meçais segundo os nossos pecados, mas segundo a Vossa
Misericórdia!

Oremos: Senhor Deus, Pai Celestial, que nos destes Vosso Filho Unigênito para que,
pela Sua morte na Cruz, nos redimisse, fazei que este fruto da redenção se torne eficaz
em todos nós. Mandai os Vossos Santos Anjos em nosso auxílio, para que por meio deles
reconheçamos sempre melhor este grandioso ato da redenção, sigamos sempre mais
conscientemente a palavra e a vontade de Deus e um dia possamos agradecer-Vos com
todos os Santos Anjos por toda a eternidade. Amém.

p. 4
OUVIR HOJE
A VOZ DE
DEUS
(cf. Sl 94,8)

Meditações para a Quaresma e


para o Tríduo Pascal

p. 5
Introdução

“‘Sem mim nada podeis fazer!’. Nova luz, ou melhor, resplendores novos, para os
meus olhos, dessa Luz Eterna que é o Santo Evangelho” (São Josemaría Escrivá,
Caminho, 416).

Ao lermos a palavra “Evangelho”, não devemos pensar apenas em um produto


literário, em um livro. Antes mesmo que os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João
circulassem entre as primeiras comunidades cristãs, o Evangelho já era pregado e vivido
pelos discípulos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

É o Cristo Salvador o Evangelho de Deus. Jesus é o Evangelho. Ele é a Palavra


de Deus (cf. Jo 1,1) que nos revela tudo o que Pai sonhou para os homens e para o mundo.
Jesus, sendo a “boa notícia”, não nos revela um mero conhecimento frio, mas comunica
a vida para aqueles que crerem n’Ele.

Lendo as Escrituras, nossa intenção deve ser encontrar o Cristo testemunhado


por elas desde a primeira página do Gênesis até o “Amém”, última palavra do
Apocalipse. Jesus se deixa encontrar; Ele quer ser encontrado, experimentado. Antes,
Ele nos encontrou e tem nos chamado.

As seguintes meditações são apenas uma proposta de caminho por onde seguir.
Mais importante será ler o texto bíblico e conversar com Deus.

No caminho de escuta da Palavra de Deus, o seguinte material também poderá


ser utilizado como subsídio para preparar os encontros e reuniões dos grupos durante
o tempo da quaresma.

A Liturgia da Quaresma nos educa para a alegria da Páscoa. Assim, será muito
oportuno aproveitar-se neste tempo do Evangelho do Domingo para se aprofundar em
um ou outro aspecto dele, com a criatividade e o carisma próprios de cada grupo ou
movimento.

Que seja útil e deixe rastro!

p. 6
QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Evangelho do dia: Mt 6, 1-6.16-18

Oração: Teu Pai vê o que está escondido!

A oração é um tema recorrente da pregação de Jesus. Entretanto, se o seu discurso


convence, o seu exemplo arrasta: O Evangelho de Lucas nos deixa entender que vendo
Jesus rezando, os seus discípulos cresceram no desejo de rezar: “Estando em certo lugar,
orando, ao terminar, um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a orar, como
João ensinou a seus discípulos” (Lc 11,1).

No Evangelho que a Igreja nos transmite hoje, Jesus ensina a oração aos seus
discípulos: “Quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que
está no oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa” (Mt 6,
6). Nos concentremos com amor nesta verdade: o Pai vê o que está escondido.

Não se trata de um olhar opressor, mas de um olhar misericordioso e, por isso,


libertador. Deus conhece os nossos segredos, nossas alegrias mais discretas, nossas
angústias e nossas misérias mais escondidas.

Franz Kafka escreveu: “Tive vergonha de mim próprio quando percebi que a vida
é uma festa de máscaras, e participei com o meu verdadeiro rosto”. Diante do Pai, são
inúteis as máscaras. Também não há razão para sentirmos vergonha. Deus conhece em
nós o que muitas vezes escondemos dos outros.

Hoje, animado pela Palavra de Deus, abrirei meu coração a Ele, na coragem e
sinceridade que o Espírito Santo me concede.

O Pai quer escutar a tudo para me ajudar, porque em oração me coloco atento
diante do que Ele quer me falar. Conhecendo os meus segredos, Ele me permitirá
conhecer os segredos dele, revelados em Cristo.

Para ajudar a rezar:


“É Real” – Fraternidade O Caminho

p. 7
QUINTA-FEIRA

Evangelho do dia: Lc 9,22-25

Caridade: querer seguir a Jesus, querer salvar a vida

O nome de Jesus significa “Deus salva”, o que é um indicativo claro de sua missão.
No Creio, rezamos que Jesus desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo no seio
da Virgem Maria “por nós, homens, e para nossa salvação”.

O Amor fez com que o Pai enviasse o seu Filho. Conforme o evangelista João,
“Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele
crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16). Crer em Jesus significa segui-lo;
assimilar seu projeto e viver nele.

Seguimento e salvação são, portanto, desdobramentos de uma única realidade: o


Amor de Deus pelo ser humano. Este amor deve ser respondido, livremente, no amor.
No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina justamente isto, esclarecendo aos seus ouvintes
que Ele deve ser seguido no amor, ou seja, pelo dom de si em favor dos irmãos.

Hoje, Jesus nos faz, ainda, uma pergunta: “De que adianta a um homem ganhar
o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?”

Escuto esta pergunta e me interrogo também: existe algo que está fazendo com
que eu destrua a minha vida, algo que me afaste do amor a Deus e aos irmãos? Como
posso renunciar a isso? Como posso, no amor, oferecer a minha vida por Cristo? Não
pensemos primeiramente em grandes obras, mas em pequenos gestos que me darão
perseverança no seguimento. Não tropeçamos em grandes montanhas, mas em
pequenas pedras.

Para ajudar a rezar:


“Tarde te amei” – Ir. Kelly Patrícia

p. 8
SEXTA-FEIRA

Evangelho do dia: Mt 9,14-15

Meus discípulos jejuarão...

Qual o significado e a importância do jejum para o cristão? Através dele somos


convidados a crescer na fé de que tudo, nossa vida e o que é necessário para ela, nos
vem da gratuidade de Deus.

Experimentando a fome voluntariamente, faz-se urgente perguntar-nos sobre a


realidade daqueles que são privados, constantemente e sem escolha, do alimento
necessário para a sua subsistência. A privação a que nos submetemos deve nos levar ao
encontro com o outro, conforme o exemplo de Jesus, que “não foi incapaz de se
compadecer das nossas fraquezas, uma vez que ele mesmo foi provado em tudo como
nós, exceto no pecado” (Hb 4,15).

O jejum que não se preocupa com o outro não é verdadeiro e desagrada a Deus.
Escutamos das Escrituras a palavra decisiva: “Por acaso não consiste nisto o jejum que
escolhi: […] em repartires o teu pão com o faminto?” (Is 58,6.7).

Para ajudar a rezar:


“Isto é o meu corpo no altar e nas ruas” – Toca de Assis

p. 9
SÁBADO

Evangelho do dia: Lc 5,27-32

À mesa com Jesus

O Evangelho transmitido pela Igreja hoje nos apresenta uma cena surpreendente:
Jesus, o Santo de Deus, senta-se com os pecadores ao redor da mesa. Sentar-se à mesa
é ocasião de criar profunda comunhão com o outro. Jesus instituirá o Sacramento da
Comunhão, a Eucaristia, em uma ceia.

Vale lembrar que para a sociedade em que Jesus viveu, o pecado não era um
simples ato isolado, mas tinhas projeções mais amplas, inclusive em âmbito público. Ou
seja: “pecador” era o nome dado a um tipo de grupo social maldito, que devia ser evitado
e excluído. Eram vistos como criminosos, muitas vezes, inclusive, por causa de alguma
enfermidade que os acometia.

Os nossos movimentos e grupos de jovens devem continuar a missão de Jesus.


Devemos ser, hoje, a voz do Cristo que disse ao pecador Levi: “Segue-me”.

Rezemos hoje, de modo especial, por todos aqueles jovens excluídos das “mesas”
dos nossos grupos: em todos os que estão em alguma Fundação Casa, nas ruas, às vezes
sem moradia ou sem estrutura familiar. Os jovens que não estão conosco precisam
de nossas orações e de nossa proximidade cordial!

Quanto a nós, que pela misericórdia de Deus nos sentamos à mesa com Jesus, não
nos deixemos assustar ou desanimar pelo peso de nossas fraquezas. Busquemos amá-lo;
busquemos nos levantar se cairmos, apoiados pela mão de Deus.

“A humildade leva cada alma a não desanimar perante os seus erros. A verdadeira
humildade leva... a pedir perdão!” (São Josemaría Escrivá, Forja, 189).

Para ajudar a rezar:


“Ladainha da humildade” – Missionário Shalom

p. 10
I DOMINGO

Evangelho do dia: Mc 1,12-15

Ao deserto

O Evangelho de hoje coloca Jesus em alguns ambientes comuns para o povo de


Deus, conforme lemos no Antigo Testamento.

O deserto nos lembra o caminho que o povo fez ao sair do Egito em direção à
terra prometida. Inclusive, assim como o povo ficou no deserto por quarenta anos, Jesus
permanece nele por quarenta dias. O número quarenta significa, na Bíblia, a totalidade
da vida, por ser o tempo de uma geração. Pode-se afirmar, portanto, que Marcos
pretendia ensinar que toda a vida de Jesus foi um deserto, ou seja: marcada pela
docilidade ao Espírito e pela convicção do caminho.

Também lemos que Jesus “vivia entre os animais selvagens, e os anjos o


serviam”. Aqui, o evangelista quer estabelecer um paralelo entre Jesus e Adão. No
Paraíso, Adão viveu entre os animais selvagens. A presença dos anjos nos indica que o
Pai está ao lado dEle, lhe garantindo a vitória contra Satanás.

Jesus se faz próximo da história do povo, mas apontando para uma direção
certa: a obediência ao projeto do Criador. A salvação que Jesus nos transmite é
aquela que nos faz voltar à felicidade do Paraíso, quando o homem vivia naquela
comunhão original com Deus, com os seus semelhantes e com o mundo.

O Espírito levou Jesus para o deserto. Permitamos ser conduzidos ao deserto,


totalmente abertos ao que Deus quer nos pedir. “Eu mesmo a seduzirei, a conduzirei
ao deserto e lhe falarei ao coração” (Oseias 2,16).

Para ajudar a rezar:


“Ruah” – Dom Pedro Casaldáliga
“Ruah” – Comunidade Shalom

p. 11
Para viver nesta semana...

Nesta primeira semana da Quaresma te propomos observar a virtude da


prudência. Tal virtude foi identificada por muito tempo como “sabedoria de vida”. Ela
se manifesta no agir de um modo racional e não apenas por instinto e impulsividade.

Conhecida como a mãe das outras virtudes, ela guia as demais e nos ajuda a ter
os pés no chão para sabermos qual ação tomar. O cristão prudente é aquele que se deixa
guiar pela razão iluminada pela fé e, para São João Paulo II, “a fé e a razão constituem
como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da
verdade”.

Segundo o Youcat, a prudência dirige as outras virtudes porque ela nos dá a


capacidade de conhecer o que é correto. Quem anseia por uma vida boa precisa
compreender o que é o bem e seus valores.

Somos imprudentes não quando atravessamos uma rua fora da faixa de pedestres,
mas quando somos superficiais. Deixar a vida “nos levar”, viver apenas na mão das ações
impulsivas ou na afobação e na correria do dia a dia, sem tempo para nos organizarmos
e refletirmos sobre nossas atitudes nos mostra que ainda precisamos conhecer e viver
muito da virtude da prudência.

Quando buscamos ser prudentes, damos três passos antes de uma ação: reflexão,
juízo e decisão. Para a reflexão precisamos vencer a preguiça de pensar; dedicar um
tempo a pensar sobre a vida e sermos humildes pedindo o auxílio do Espírito Santo. O
juízo consiste em avaliarmos o que é melhor, o que agrada a Deus e nos faz bem; buscar
o equilíbrio em nossas atitudes e perceber as prioridades na nossa vida. Por fim, a
decisão é a ação do conhecimento verdadeiro; vencer o comodismo e o medo de que
algo não dê certo e pôr em prática o que precisa ser feito.

Que nesta semana você busque momentos de mais silêncio e reflexão para orar,
meditar e esclarecer com Deus os assuntos da vida; evite os extremos da imprudência:
a afobação e a hesitação excessiva. Tenha mais calma antes de agir para não se
deixarmos levar pelo nervosismo ou pela agitação. Peça a luz do Espírito Santo para que
não tenha medo ou preguiça de arriscar e de fazer o que precisa ser feito e para que seja
firme em suas decisões, levando as coisas até o fim.

p. 12
II DOMINGO

Evangelho do dia: Mc 9,2-10

É bom ficarmos aqui!

Diante da maravilha da Transfiguração, Pedro pretende convencer Jesus a


permanecer mergulhado naquela experiência. Este gesto de Jesus, contudo, tem uma
finalidade: fortalecer os discípulos para o que estava para acontecer, ou seja, a
condenação e morte de Jesus. Naqueles momentos cruciais, poderiam fazer memória da
glória de Jesus, manifestada diante deles.

Jesus não queria que eles permanecessem atônitos, mas buscava fazer com
que eles se aproximassem mais dele.

Penso no meu grupo e nos seus encontros: é um lugar bom para estar? As pessoas
querem permanecer nele? Mas também me interrogo: os encontros têm animado os
jovens a seguirem firmes o caminho sonhado por Deus, de entrega no amor?

Rezo a Deus para que me dê um coração grande, capaz de ir com determinação


pelo caminho que devo fazer para crescer em amizade com Cristo. Neste caminho, não
quero me esquecer daqueles que estão ao meu lado.

O Evangelho da Transfiguração deve me animar a ir ao encontro daqueles que se


afastaram.

Para ajudar a rezar:


“Mestre” – Pe. Joãozinho

p. 13
Para viver nesta semana...

E aí, conseguiu conhecer melhor e viver a prudência na última semana? Agora


que já temos noção de que precisamos buscar o correto e refletir antes de agir podemos
avançar para outras virtudes. Dessa vez nosso objetivo será a da magnanimidade.

Essa palavra pouco usada no nosso dia a dia significa “alma grande”, “grandeza
de alma”. Vista como uma derivação da Fortaleza, essa virtude manifesta a capacidade
de enfrentar, empreender, assumir ideais e, para Santo Tomás de Aquino, “o
magnânimo tende para aquilo que é grande”. Através dela vemos a vitória do amor e da
fortaleza sobre a mesquinhez e o conformismo.

A magnanimidade é a força que nos faz sair de nós mesmos para realizar obras
para Deus e para o bem do próximo. Não esperar que os outros façam aquilo que cabe
a nós é fruto desta virtude que rompe o egoísmo. Ela vem como um complemento da
Prudência, pois, se com uma distinguimos o que é o bem, com a outra ganhamos forças
para lutar por ele sem medir esforços.

O magnânimo usa totalmente das suas forças ao que vale a pena; além da alma
grande, possui também um grande coração. É generoso e por isso foge do exibicionismo,
da vaidade e da busca de recompensas. Se doa sem pedir nada em troca, percebe que o
bem precisa ser feito e que é ele mesmo quem tem que fazê-lo.

Durante essa semana te propomos a abrir seu coração para ideais e metas
elevadas; que deseje ser melhor para assim amar mais quem está ao seu redor. Que você
não tema em dar seu “sim” ao que Deus te propor durante esses dias, confiando que Ele
prepara o melhor para você. Busque perceber a magnanimidade nos pequenos atos do
seu dia, afinal “tudo que é grande começou por ser pequeno” e veja as dificuldades como
um desafio que te leva a voar mais alto. Peça a Deus um coração que se assemelhe ao
de Jesus para se doar e fazer o bem.

p. 14
III DOMINGO

Evangelho do dia: Jo 2,13-25

Jesus conhece o homem por dentro

Jesus desafia a religiosidade de seu tempo, como também nos convida a


frequentemente examinar a nossa. Como estou me relacionando com Deus? Tenho
buscado amá-Lo acima de tudo porque ele merece ou ainda há em meu coração um
“comércio”?

O Evangelho de hoje nos diz que Jesus conhece o homem por dentro e por isso
não precisa do testemunho de ninguém a nosso respeito.

Jesus me conhece não para me oprimir, mas para me ajudar a me conhecer


melhor e para me libertar de tudo o que me afasta da verdadeira felicidade. A
Quaresma é um tempo oportuno para o autoconhecimento. Santa Teresa de Ávila diz
que o autoconhecimento é uma morada na qual sempre devemos estar.

Nos conheceremos bem na medida em que nos aproximarmos de Jesus,


abandonando uma religiosidade superficial para nos entregarmos livremente a Deus, a
partir do lugar e da condição em que vivemos.

A Igreja nos ensinou, no Concílio Vaticano II: “O mistério do homem só no


mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Pela sua encarnação, Jesus,
o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas,
pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um
coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós,
semelhante a nós em tudo, exceto no pecado” (Gaudium et spes, 22).

Para ajudar a rezar:


“Reflexo” – Toca de Assis

p. 15
Para viver nesta semana...

Para a terceira semana da Quaresma, te convidamos a refletir sobre a temperança.


O Catecismo nos diz que ela é “a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e
procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os
instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade.” (n. 1809) e no Youcat
ainda encontramos que “quem é imoderado abandona-se ao domínio dos próprios
impulsos, fere os outros com a sua avidez e prejudica-se a si mesmo” (n. 304).

Podemos dizer que essa virtude estabelece e mantém o equilíbrio entre as


dimensões espiritual e corporal de cada um. É por ela que moderamos nossos impulsos
e a vontade de satisfazer apenas o que é prazeroso para nós principalmente no que se
diz a respeito da auto conservação (se alimentar, beber, dormir...).

O ser humano tem a capacidade de usar sua inteligência e vontade para coisas
boas ou ruins, por isso temos o livre arbítrio. A intemperança é justamente quando nos
colocamos a favor da segunda opção e transformamos o que existe para nos servir
(comida e bebida) em algo que nos leva a perder a saúde e física e mental.

Os alimentos e a sexualidade, são para Deus, “servidores” da vida, mas quando


não buscamos a temperança, essas realidades se tornam um vício egoísta que nos
escraviza. A virtude que propomos para essa semana exige um autodomínio que é
conquistado pelo amor ao bem, pela graça divina e por ações de mortificação

A temperança é o tempero da vida. Ao cozinhar precisamos colocar a quantidade


certa de sal, pois se erramos (para mais ou para menos) a comida fica incomestível.
Assim funciona também conosco, se nos omitimos demais ou somos muito exagerados
em nossas ações não saberemos aproveitar os prazeres da vida com sobriedade.

Durante essa semana observe os momentos do seu dia em que precisa aprender
a moderar suas ações para vencer a gula, a preguiça e a luxúria. Procure se mortificar
em relação aos alimentos renunciando a algo que goste muito de comer. Faça uma lista
com todas as ações (comida, bebida, descanso, sexualidade...) em que você ainda precisa
fazer valer a temperança na sua vida e procure vivenciar, com auxílio da graça divina, a
experiência de pequenos sacrifícios diários.

p. 16
IV DOMINGO

Evangelho do dia: Jo 3,14-21

Agir conforme a verdade

Nosso Senhor não se deixa surpreender por discursos bonitos ou com teorias bem
formuladas. A Fé nEle deve nos transformar por completo: nossos pensamentos,
sentimentos, ações.

Aquele que crê na verdade deve agir conforme a verdade. Jesus mesmo nos
advertiu que nem todo aquele que diz “Senhor! Senhor!” entrará no Reino dos céus.
Tenhamos cuidado, contudo, com algumas disposições que podemos ter:

Muitas vezes queremos impor a verdade aos outros de tal modo que acabamos
por testemunhar contra ela. Por exemplo, quantas vezes caímos na tentação de discutir
de modo infrutífero nas redes sociais com pessoas que não creem no mesmo que nós?
Ou então: quantas vezes nos iramos quando uma pessoa próxima de nós tem algum
comportamento inconveniente?

Por outro lado, muitas vezes perdemos a paciência conosco mesmos, por causa
de nossas fraquezas e falta de perseverança. Atenção: o caminho de amizade com Cristo
é um processo que deve ser vivido dia a dia. No nosso coração, deve existir o desejo de
nos entregarmos totalmente a ele. E parte deste desejo é formado pela paciência de cada
passo.

É preciso pedir a Deus a graça de saber perdoar.

“Essa tua santa impaciência por servir a Deus não Lhe desagrada. Mas será estéril
se não for acompanhada de um efetivo melhoramento na tua conduta diária” (São
Josemaría Escrivá, Caminho, 289).

Para ajudar a rezar:


“Para que eu saiba perdoar” – Pe. Zezinho

p. 17
Para viver nesta semana...

Já estamos nos aproximando do fim da Quaresma e esperamos que esse subsídio


esteja sendo útil para você. A quarta virtude meditada por aqui será a paciência, que,
assim como a magnanimidade, é um traço da fortaleza.

A virtude proposta para essa semana é expressa na capacidade de resistir, vencer


o medo e suportar. Quando a vivemos pela graça do Espírito Santo podemos vê-la como
“a arte de se sofrer com fé, esperança e amor”, a paciência é, para Bento XVI, “o rosto
cotidiano do amor” a Deus e ao próximo.

Podemos dividir a paciência em três atitudes:

a) Saber esperar as demoras de Deus e o tempo do nosso próximo, tendo a


compreensão com os outros pois as almas, assim como um vinho, melhoram com o
passar do tempo;

b) Saber calar quando o nervosismo grita em nós, não nos deixando levar pela
indignação. Não retrucar e replicar, evitando brigas e discussões desnecessárias;

c) Saber falar com Deus antes de responder alguém que nos tirou a paz do
coração, para que Ele nos mostre a real dimensão das coisas e não respondamos com
raiva, querendo mostrar que estamos certos.

Para essa quarta semana se esforce para aceitar os defeitos dos que estão a sua
volta sem se irritar e sem perder a serenidade. Procure não resmungar das
contrariedades que acontecerem nos seus dias. Ao se relacionar com as outras pessoas,
busque não reclamar de conversas intermináveis; ter calma ao precisar repetir alguma
fala ou explicação; não ser grosseiro ao cobrar os outros sobre algo que deveria ter feito
e não implicar com tiques e manias de quem estiver ao seu redor. Medite a Via Sacra e
veja como Jesus teve paciência ao sofrer e morrer por nós. Peça a Deus forças para
carregar com serenidade as pequenas cruzes que te aparecerem e não se esqueça de
invocar o auxílio de Nossa Senhora, rezando: “Rainha da Paz, rogai por nós!”.

p. 18
V DOMINGO

Evangelho do dia: Jo 12,20-33

Senhor, gostaríamos de ver Jesus!

Meditemos o Evangelho de hoje a partir de um trecho do Documento final da XV


Assembleia do sínodo dos bispos, “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”:

“Cristo, ‘jovem com os jovens, torna-se modelo para os jovens e os consagra para o
Senhor’ (Santo Irineu): santificou a juventude pelo próprio fato de tê-la vivido.

Contemplando sua vida, podemos compreender melhor a benção da juventude:


Jesus teve confiança incondicional no Pai, cuidou da amizade com seus discípulos e,
mesmo em momentos de crise, permaneceu fiel a eles. Expressou profunda compaixão
pelos mais fracos, especialmente os pobres, os doentes, os pecadores e os excluídos. Teve
a coragem de enfrentar as autoridades religiosas e políticas de seu tempo; passou pela
experiência de se sentir incompreendido e descartado; experimentou o medo do
sofrimento e conheceu a fragilidade da Paixão; voltou seu olhar para o futuro, confiando-
se às mãos seguras do Pai e à força do Espírito. Em Jesus, todos os jovens podem
encontrar-se, com seus medos e esperanças, incertezas e sonhos, e nele podem confiar.
Contemplar os encontros de Jesus com os jovens será fonte de inspiração”.

Só nEle e com Ele compreenderemos o que é a perfeita alegria, que é a amizade


com Ele; amizade incondicional, que não se diminuiu quando as condições não são
favoráveis. Amizade que só aumenta, porque está enraizada no amor.

Para ajudar a rezar:


“A perfeita alegria” – São Francisco de Assis

p. 19
SEMANA SANTA

Propomos para estes santos dias, uma meditação continuada a respeito do


seguimento de Jesus, tendo presentes as figuras da Virgem Maria e de Judas Iscariotes.
São duas personagens bíblicas contrastantes que podem nos ajudar a pensar e rezar
durante esta semana, rica em celebrações litúrgicas em nossas comunidades paroquiais.

Para ajudar a rezar:


“O Insulto” – Abadia da Ressurreição

1. Os hosanas que cantamos no Domingo de Ramos ecoam no nosso coração: o


Filho de Deus está próximo de nós, ele vem ao nosso encontro. Em meio a tanta euforia,
contudo, escutamos no Evangelho uma tragédia que nos parte o coração, que nos
horroriza, que afastaríamos de nossa lembrança se fosse possível: Nosso Senhor Jesus
será traído. Escutamos que uma pessoa o vendeu por trinta moedas e procurava uma
oportunidade para entregá-lo. Não se trata, porém, de alguém do Sinédrio, não se
trata de alguém da alta hierarquia do Império... o evangelista fala de um amigo
de Jesus. Um amigo busca a oportunidade para entregá-lo.

Na narrativa da Paixão de Cristo, quem de nós não


terá ficado desconfortável por ter de responder – e todos
nós respondemos – “queremos que seja solto Barrabás.
Jesus seja crucificado!”. No entanto, a verdade é que Judas
o traiu. Judas, um discípulo de Jesus, assim como nós.
Assim como nós, ele encontrou-se com Jesus, foi
chamado, foi amado. Assim como os outros Onze, ele
estava envolvido na rotina de Jesus, caminhava com ele; foi
testemunha dos milagres, dos exorcismos, das curas. Mas
não foi capaz de converter-se, de submeter-se, livremente,
ao senhorio de Jesus. Também nós corremos este risco:
o de estar envolvidos com as “coisas de Deus” e, ainda
assim, termos o coração fechado ao próprio Deus. Com
alguma coragem, tentemos nos aproximar da figura de
Judas. Vejamos quem foi ele, não por simples curiosidade,
mas para pensarmos a nossa vida de discípulos.

p. 20
Quem é este a quem chamamos Judas Iscariotes?

2. Uma primeira informação que temos sobre Judas, que nos ajuda a compreender
quem era este homem chamado por Jesus, é que ele era “Iscariotes”. Não se trata de
um sobrenome, mas de um título, uma especificação. Alguns estudiosos
interpretam que trata-se de uma transcrição de sicarius, que seria o equivalente no latim
da palavra em grego zelotés. Os zelotas eram um grupo de judeus nacionalistas e
revolucionários que protestavam contra a dominação de Israel pelo Império Romano
por causa de um zelo radical pela Lei de Deus, a Torah. Eram homens determinados,
dispostos a morrer pelo ideal que defendiam. Na verdade, uma das histórias mais
comoventes sobre os zelotas é o do seu fim, quando decidiram acabar com a própria
vida. Com a destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos, os zelotas fugiram para
uma fortaleza em Israel chamada Massada, um lugar alto e completamente inacessível,
que atualmente é um parque nacional. Cercados pelos soldados, permaneceram
inabaláveis no seu refúgio, enfrentando inclusive a fome. Acabando o alimento deles,
os romanos finalmente conseguiram invadir Massada, mas, ao chegar lá, se depararam
com todos eles mortos: preferiram antes morrer, ao invés de se tornarem escravos dos
inimigos. Isso aconteceu cerca de quarenta anos depois da Morte e Ressurreição de
Jesus. Mas é significativo que Judas tenha, antes, participado de um ideal que
levaria tantos à morte. Provavelmente, portanto, era também um sujeito de
opinião forte.

Nos lembremos de que pessoas de todo tipo de ideias seguiam Jesus; para formar
o grupo dos Doze, Jesus não considerou como critério que todos tivessem as
mesmas ideias, que defendessem os mesmos posicionamentos políticos e
religiosos. Por outro lado, quem tem um encontro verdadeiro com Jesus e se coloca a
segui-lo sabe que a renúncia e o sacrifício são necessários. Aqueles que chamou, Jesus
queria que se abrissem à Palavra dele, que fossem dóceis para mudar de ideia
quando necessário, que abraçassem a cruz, que dessem o braço a torcer, que acolhessem
o projeto dEle de todo o coração.

Tudo isso acontece a partir de processos e não do dia para a noite: nossa
conversão é um caminhar, um processo de adesão, no qual damos um passo de cada vez
– ainda que devamos estar determinados a assumir todo o Caminho daquele que disse
ser o Caminho, a Verdade e a Vida. Também com os Apóstolos a vida com Jesus era um
processo, porque são humanos. No entanto, ainda que Judas tenha um dia dito
“sim” ao convite de Jesus e deixado o grupo dos zelotas para segui-lo,
provavelmente não soube lidar com as crises que apareceram no caminho.

p. 21
Imaginemos, por exemplo, quais foram os sentimentos e disposições de Judas,
considerando que ele era totalmente avesso ao Império Romano, quando viu Jesus
tomar uma moeda na mão e dizer: “Dai a César o que é de César”. A um homem de
opinião forte como Judas, era certamente foi um sinal de contradição!

3. Com isso, Jesus desafiava a Judas com amor, para que ele se convertesse. Jesus
desafiou a todos: Quando Pedro tentou persuadir Jesus a não entregar a vida, Jesus
mostrou que era esse o seu caminho; quando os filhos do trovão quiseram lançar fogo
sobre uma cidade que não os acolheu, Jesus mostrou que não era esse o pensamento de
um cristão. Quando Judas disse que era melhor vender o perfume que uma mulher
colocava sobre os pés de Jesus e usar o dinheiro para ajudar os pobres, o mesmo Jesus
mostrou que a devoção a ele não contradiz a proximidade que devemos ter com os
necessitados. Os outros onze, aos poucos, foram compreendendo e assimilando
o projeto de Jesus. Judas, por outro lado, não conseguia sair da crise vocacional
que vivia: “viver a vida com Jesus, que me chamou para caminhar com ele, ou
viver a vida conforme os meus ideais?”. Dentre todas as possibilidades, toma a
decisão mais drástica: denuncia o Mestre, entrega o Filho de Deus, por míseras trinta
moedas. O mesmo evangelista Mateus nos diz que depois, com remorso, quando
percebe, finalmente, que entregou um homem inocente, Judas tenta devolver o
dinheiro, mas é ignorado e, entrando em desespero, se enforca. Desesperado, realiza
o último ato de endurecimento do coração: se se arrependesse, como Pedro se
arrependeu, certamente teria sido perdoado por Jesus – ele havia escutado Jesus
dizer que ainda que por sete vezes no mesmo dia alguém pecasse contra nós e
voltasse arrependido pedindo perdão, nós deveríamos oferecer o perdão.
Certamente, Judas foi um ouvinte distraído. Desesperado, não consegue aderir à
mensagem de Jesus. Se Judas tivesse buscado o perdão, certamente teria encontrado; se
arrependido tivesse pedido perdão, certamente se lhe teria concedido; se tivesse batido
arrependido à porta do perdão, certamente ela se abriria para ele.

p. 22
Maria, discípula fiel

4. Uma vez, Jesus disse: “Feliz aquele que não se escandalizar por causa de
mim” (Lc 7, 23). O projeto de Deus, revelado em Jesus, é ocasião de queda para muitos,
mesmo para muitos que são discípulos, batizados. Quando, ainda recém-nascido, Jesus
foi levado ao Templo por Maria e José, o velho Simeão disse à Nossa Senhora: “Este
menino será motivo de queda e soerguimento para muitos. Quanto a ti, uma espada de
dor traspassará o teu coração!”. Normalmente, pensamos que a “espada de dor” significa
o sofrimento causado em Maria pela morte de Jesus. No entanto, ainda que não
entendesse totalmente o que estava acontecendo, Maria confiava em Jesus como uma
discípula fiel e acreditava, portanto, que a sua morte não era um fim. O que será, pois,
a “espada de dor” no coração de Maria? Digo: Nossa Senhora sofre por todos aqueles
para quem Jesus é motivo de queda, por todos aqueles que não quiseram e não querem
aceitar a proposta de Jesus, único que tem palavras de vida eterna.

Contemplamos o encontro d’Ela com seu Filho condenado, no caminho do


Calvário. O encontro de uma mãe com um filho que passou tanto tempo longe de casa
já é, por si só, emocionante e comovente. O encontro de uma mãe com um filho ferido
é ainda mais comovente. Mas aqui, mais do que isso, trata-se de um encontro entre
o Mestre e sua Discípula mais fiel. À Maria poderíamos aplicar o que escutamos do
profeta: “[o Senhor] me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção
como uma discípula. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás”.
Maria nos mostra que a fidelidade ao caminho de Jesus é possível, se confiarmos
na graça dEle, se formos abertos para renunciar às nossas vontades confusas
para assumir o projeto de Deus. Maria nos mostra que o seguimento de Jesus não
nos faz perder nada, antes nos dá tudo, porque nos dá uma vida plena de significado.
Como mulher do seu tempo, era esperado que tivesse mais filhos: pelo Reino de Deus,
consagra a sua virgindade; quantas dificuldades no caminho do nascimento de Jesus.

Quando Ele nasce, passa trinta anos em uma vida comum, bem diferente do que
o anjo anunciou a ela: “ele será rei, e o seu reino não terá fim”. Depois, Jesus sai de casa
para começar a pregar. Um dia, Maria, querendo visitar Jesus, vai com alguns parentes
até uma casa onde ele estava. Lá, os parentes, vendo que Jesus estava diferente, o
chamam de louco; quanto constrangimento para uma mãe escutar isso de seu filho! No
entanto, permanece fiel. Hoje se encontra com ele no caminho para o calvário: a missão
de Jesus parece estar fracassando – mas no coração dela, cheio de Palavra de Deus,
resplandecia a mais firme esperança. Quanto pesar, quanto sofrimento, Maria não deve
ter experimentado quando ficou sabendo que um amigo de Jesus o tinha traído e quase
todos os outros, com exceção de João, o tinham abandonado. Maria estará lá, em pé,
diante da cruz, cheio de fé e esperança, oferecendo-se com ele, em silêncio.

p. 23
Depois, estará reunida com os discípulos para ver, cheia de alegria e admiração,
o seu Filho e Mestre ressuscitado, vitorioso sobre a morte. Permanecerá com os
discípulos em oração, até o dia em que o Espírito Santo será enviado sobre eles. Maria
nunca deixou o seu Filho, portanto Maria nunca abandonará os discípulos de Jesus: na
cruz, ela nos recebeu como filhos seus.

6. Estejamos atentos ao que se passa em nosso coração. Nele, há abertura,


confiança, fé verdadeira na Palavra de Jesus? Ou ainda desconfio do Evangelho?
Apresento alguns exemplos com mais clareza: compreendo, por exemplo, que a opção
preferencial pelos pobres não é algo acessório na vida do discípulo, mas ensinamento
verdadeiro de Jesus? Ou quando vejo alguém necessitado, digo em meu coração: “Salva-
te a ti mesmo!”? Creio que Jesus instituiu a Igreja para que ela anuncie o Evangelho e
não para que seja um grupo fechado? Creio que Jesus nos transmite a vida dele por meio
dos sacramentos e, por isso, me aproximo deles com consciência e com fé? Como está a
minha vida de oração? Examinemos se estamos orientados para o seguimento de Jesus.
A Carta aos Hebreus nos adverte: “cuidai para que ninguém abandone a graça de
Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e
contaminando a comunidade” (12,15).

p. 24
ELE VIVE!

Após o tempo de deserto, é hora de proclamar com toda a força que Deus colocou
em nós: Cristo vive!

“CRISTO VIVE: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo
o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que
quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!

Está em ti, está contigo e jamais te deixa. Por mais que te possas afastar, junto de
ti está o Ressuscitado, que te chama e espera por ti para recomeçar. Quando te sentires
envelhecido pela tristeza, os rancores, os medos, as dúvidas ou os fracassos, Jesus estará
a teu lado para te devolver a força e a esperança”.

Nossa alegria é tão grande que deve ser comunicada. Por isso, não se esqueça
de formar sua caravana e comemorar conosco no ELE VIVE, que é a Páscoa da
juventude. Nos acompanhe nas redes sociais do Setor Juventude de São João dos
Campos para maiores informações.

p. 25
Setor Diocesano da Juventude
Diocese de São José dos Campos - SP

p. 26

Você também pode gostar