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ÍNDICE

Introdução 11

1. Trabalhar com os seus sonhos e paixões 15

2. Conhecer e corrigir os seus pontos cegos 21

3. Trabalhar com os seus pontos fortes e fracos 25

4. Cumprir as suas promessas e compromissos 29

5. Trabalhar com confiança e integridade 33

6. Trabalhar de forma positiva e divertida 37

7. Trabalhar com paciência e persistência 41

8. Trabalhar de forma inteligente 45

9. Trabalhar com empatia 51

10. Trabalhar com mentores 55

11. O coaching e a ajuda aos outros 61

12. Dar conhecimento e mérito aos outros 67

13. Fazer contactos e construir relações 71

14. Alinhar na visão e missão do seu empregador 75

15. Compreender a cultura profissional do seu empregador 81

16. Compreender e trabalhar com as políticas de escritório 87

17. Ser um embaixador do seu local de trabalho 93

18. Aceitar e abraçar a mudança 97


19. Fazer sempre a coisa certa 103

20. Ultrapassar a descrição do seu cargo 107

21. Trabalhar com amabilidade e humildade 111

22. Trabalhar rapidamente quando necessário 115

23. Reduzir os seus níveis de stress 119

24. Trabalhar no seu plano de carreira 125

25. Aperfeiçoar o seu bom senso e discernimento 129

26. Aperfeiçoar a sua linguagem corporal e presença 133

27. Ser um ótimo aprendiz 139

28. Tornar-se um ouvinte ávido 145

29. Fazer perguntas e ser inquisitivo 151

30. Ser assertivo e tomar uma posição 157

31. Lidar bem com conflitos 161

32. Aperfeiçoar a sua aptidão de escrita de e-mails 167

33. Criar reuniões excelentes 171

34. Aprender a aceitar 175

35. Gerir bem o seu tempo 179

36. Ser criativo e inovador 183

37. Saber tomar decisões com competência 187

38. Aperfeiçoar as suas aptidões de apresentação e vendas 191

39. Trabalhar bem com equipas de colegas 197

40. Trabalhar bem com o seu chefe 203

41. Trabalhar bem com o seu próprio pessoal 207


42. Valorizar a diversidade em todas as suas formas 213

43. Procurar ativamente feedback 219

44. Gerir sempre as suas emoções 223

45. Ter a coragem de arriscar o fracasso 227

46. Ser resiliente e nunca desistir 231

47. Construir a sua própria marca 235

48. Ter vida própria fora do trabalho 241

49. Orientar os outros nas suas carreiras 245

50. Deixar um legado no seu local de trabalho 251


Este livro de SEGREDOS contém diversos elementos textu-
ais incluídos para o ajudarem a navegar pelos capítulos com
rapidez e facilidade. Estes elementos são transversais a toda
a obra e estão identificados pelos seguintes ícones:


Cada capítulo contém citações de personalidades
influentes. Estas citações ser-lhe-ão úteis para
compreender os diferentes pontos de vista e o
motivo pelo qual cada segredo é útil em contex-
tos práticos.

Todos os capítulos incluem também diversas


estratégias que esquematizam técnicas para pôr
em prática cada segredo.

A caixa Resumo, apresentada no final de cada


capítulo, proporciona um resumo do mesmo e
uma forma rápida de relembrar os conceitos
fundamentais de cada segredo.

12 Verá, igualmente, marcações de capítulos ao


13 longo da margem direita de cada página ímpar, as
quais o ajudarão a acompanhar o progresso da
14 sua leitura e facilitarão a busca de capítulos
15 específicos que o leitor venha a considerar
particularmente úteis ou inspiradores.
INTRODUÇÃO

«Deixe-se inspirar. Permita-se o sucesso. Atreva-se a sobressair.»


Vince Dente

O que é que os profissionais realmente bem-sucedidos sabem e fazem que


o resto de nós não faz? Quais são as suas receitas secretas para o sucesso?
Pense em pessoas que estão a distinguir-se nos seus empregos e carreiras.
O que lhe vem à cabeça? Talvez pense num colega em particular, um antigo
chefe, o seu pai, ou uma personalidade famosa como Jack Welch, Albert
Einstein, J. K. Rowling ou Steve Jobs. De que forma é que estes modelos
exemplares tiveram tanto sucesso no seu trabalho? O que é que fizeram que
os outros possam não ter conseguido fazer também?
Seja qual for a sua profissão, pode ser bem-sucedido no seu trabalho e
distinguir-se no seu emprego. A questão fulcral é: como fazer com que isto
aconteça? Encontrará as respostas nos 50 segredos deste livro.
Hoje em dia, quase todos trabalhamos em algum tipo de emprego ou
carreira e, em média, passamos entre 50% e 90% do tempo em que estamos
acordados no trabalho. Como tal, ser bem-sucedido no trabalho equivale
praticamente a sermos bem-sucedidos na vida, não sendo esta última nor-
malmente possível se não conseguirmos sobressair na nossa vida profissio-
nal. Assim, para ter uma vida fantástica, é imperativo que esteja disposto a
esforçar-se por sobressair no seu trabalho.
A natureza do trabalho no século XXI está também a evoluir rapida-
mente: os tempos em que se tinha um «emprego para a vida» pertencem
ao passado e muito poucos de nós passarão a vida a trabalhar numa só or-
ganização, no mesmo cargo e na mesma localização. Atualmente, podemos
trabalhar a partir de casa ou partilhar uma área de trabalho com colegas, po-
demos ter patrões e colegas estabelecidos noutros locais que só conhecemos
online em videoconferências, muitos de nós têm horários de trabalho flexí-
veis e, neste mundo sobrecarregado de informação e em que comunicamos
24 horas por dia, sete dias por semana, podemos sentir-nos impelidos a estar
sempre a trabalhar. No trabalho, somos pressionados constantemente para
ter um bom desempenho e para nos esforçarmos mais; ser simplesmente
mediano ou satisfatório não é suficiente, visto que as organizações reduzem
a sua mão de obra e suspendem contratos de trabalho regularmente para

11
poupar em custos e eficiência. Em consequência, espera-se que todos nós
façamos e alcancemos mais, em menos tempo, com menos colegas e recur-
sos a ajudar-nos.
À exceção daqueles que doam o seu tempo de forma voluntária ou pro
bono, todos trabalhamos para receber algum tipo de salário ou remunera-
ção e, em troca desse valor, espera-se que tenhamos um bom desempenho.
Os nossos empregadores esperam que nos esforcemos por ser bem-sucedi-
dos no nosso trabalho e, se não o conseguirmos, arriscamo-nos a perder o
emprego ou a deixar passar oportunidades de promoção ou aumentos de
salário. Para muitos de nós, tentar ser bem-sucedidos é a única opção.
Todas estas mudanças no local de trabalho levaram a que a gama de
aptidões necessárias para se ter sucesso esteja também a mudar e a evoluir.
No passado, era geralmente suficiente chegar ao trabalho a horas, fazer exa-
tamente o que lhe mandavam e estar disposto a fazer horas extraordinárias
quando fosse necessário. Atualmente, a vida profissional é mais exigente
e complicada, e para sermos bem-sucedidos precisamos de uma caixa de
ferramentas variada, repleta de diversas aptidões, conhecimentos e com-
portamentos. A variedade e número de possíveis carreiras e profissões au-
mentaram exponencialmente nos últimos anos; basta pensar nos cargos
que não existiam há dez ou vinte anos, tais como os que estão relacionados
com a tecnologia da informação, Internet, biotecnologia e meio-ambiente.
Cada cargo ou profissão poderá exigir algumas aptidões técnicas úni-
cas e específicas, mas, felizmente, seja qual for o seu tipo de trabalho, as
aptidões pessoais ou não-técnicas são semelhantes em todas as profissões e
carreiras, e poderá aprendê-las e dominá-las.
Para além da remuneração, todos trabalhamos por vários outros mo-
tivos. Compreender as suas próprias razões ou motivações para trabalhar
poderá ajudá-lo a determinar como pode ter o máximo de sucesso no lo-
cal de trabalho. Há pessoas que trabalham para criar ligações com outras
pessoas, outras procuram a estimulação intelectual que o seu trabalho lhes
proporciona, algumas adoram viajar em trabalho, outras adoram ser che-
fes, enquanto outras gostam simplesmente de fazer um bom trabalho e de
receber o devido reconhecimento.
Os segredos constantes deste livro são preciosos para qualquer um que
esteja atualmente a trabalhar ou que pretenda incorporar a população ativa.
Cada leitor irá identificar-se com cada segredo e com as listas de estraté-
gias de forma diferente, conforme as suas próprias experiências e tipo de
carreira. Para aqueles que entraram recentemente no mercado de trabalho,
grande parte deste livro parecerá novidade e talvez tenham de experimen-
tar aplicar os segredos para descobrir quais os que melhor se adequam à
sua própria jornada em busca do sucesso profissional. Para os que já têm

12
alguns anos de experiência profissional, este livro pode ajudar a mostrar o
que têm feito corretamente, enquanto também ensina o que podem ter-se
esquecido de fazer ou estavam a fazer de forma incorreta.
O que constitui verdadeiramente o sucesso profissional? Sobressair
num emprego pode ter significados diferentes para cada um de nós, e cada
um definiria o sucesso de forma ligeiramente diferente. Contudo, depois
de ter feito career coaching (coaching de carreira) a centenas de pessoas ao
longo dos anos, aprendi que o sucesso profissional pode ser visto de cinco
maneiras diferentes:

1. Ser apreciado e valorizado pelo chefe e colegas — Isto


exige uma vasta gama de aptidões e comportamentos que in-
cluem a inteligência emocional, o saber ouvir, o coaching e a
integridade.
2. Atingir e até ultrapassar os seus objetivos — Nunca será
visto como bem-sucedido se não atingir os objetivos, metas e
expectativas definidas pelo seu empregador.
3. Ter uma carreira com futuro — Isto pode ser evidencia-
do através de uma promoção e de um futuro positivo na sua
carreira, ao mesmo tempo que minimiza as hipóteses de ser
suspenso ou despedido.
4. Fazer um trabalho relevante e agradável — É difícil ser-
mos bem-sucedidos a fazer um trabalho do qual não gostamos
ou que não achamos relevante. É como pedirem-nos para sor-
rir quando estamos infelizes.
5. Evitar o stress e o esgotamento — Como é que alguém pode
afirmar ter sucesso profissional, se está a permitir que o seu dia
de trabalho lhe cause stress, deixando-o exausto e esgotado?

Os 50 segredos deste livro destinam-se a ajudá-lo a atingir estes cinco


aspetos do sucesso profissional.
Quando somos jovens, podemos estar dispostos a concentrar-nos apenas
nos dois ou três primeiros aspetos: trabalhar com afinco para atingir quais-
quer objetivos que nos sejam atribuídos pelo chefe, enquanto estamos atentos
à próxima promoção. Uma pessoa assim poderá trabalhar muitas horas pela
noite dentro, e poderá não gostar da maior parte das suas funções. Poderemos
chamar-lhe um exemplo de sucesso profissional parcial e poucos de nós — se
não nenhum — conseguiriam manter este tipo de vida profissional durante
toda a sua carreira. A falta de sentido no trabalho desta pessoa e os seus níveis
possivelmente elevados de stress e provável esgotamento acabarão por afetar a
sua capacidade de atingir os seus objetivos e metas de desempenho, ao mesmo

13
tempo que reduzem as probabilidades de quaisquer promoções ou avanços na
carreira. O sucesso profissional tem de ser sustentável e não poderá custar-lhe
algo que mais tarde lamente ter sacrificado. Afinal, de nada serve fazer a von-
tade ao seu chefe enquanto tem um esgotamento e consequentemente precisa
de meter baixa frequentemente — poderíamos chamar-lhe um «sucesso» de
curta duração. Os 50 segredos deste livro visam mostrar uma forma de atingir
um sucesso equilibrado no local de trabalho, para poder sobressair de forma
contínua na sua carreira.
Os 50 segredos abrangem todos os aspetos do possível sucesso profis-
sional e, quando combinados, permitir-lhe-ão sobressair e ser bem-sucedi-
do em qualquer emprego ou carreira que escolher. Trate este livro como a
sua caixa de ferramentas pessoal, que contém a gama completa de ativida-
des, comportamentos e aptidões ideais, em que se pode basear nas quanti-
dades certas e nos momentos exatos para garantir que é bem-sucedido em
todos os aspetos da sua vida profissional e carreira. Poderá descobrir que
utiliza algumas das ferramentas com bastante frequência e que raramente
precisa de pegar noutras. Na verdade, seria impossível e, francamente, ab-
surdo praticar os 50 segredos ao mesmo tempo. Há uma altura e um lugar
certos para cada um dos segredos; por exemplo, haverá alturas em que terá
de ser paciente, outras em que o ideal será trabalhar sozinho com muita
rapidez, e no momento seguinte poderá ter de orientar um colega e ouvir
os seus problemas com atenção.
As outras pessoas podem ajudá-lo a ser bem-sucedido no seu trabalho
e carreira, mas no final é o leitor que é responsável pela sua própria vida e
carreira, e cabe-lhe a si decidir o quanto quer ser bem-sucedido e como o
conseguirá. Deixe que este livro seja o seu guia para o sucesso profissional
e, à medida que o lê, defina objetivos para implementar e pôr em prática es-
ses «segredos do sucesso no trabalho» que são importantes para o ajudar a
atingir o sucesso profissional, hoje e no futuro. Com o tempo e com prática,
estes segredos tornar-se-ão os seus hábitos.
Desejo-lhe boa sorte ao embarcar na sua jornada em busca do sucesso
profissional. Tenha a confiança e a coragem de fazer o que for necessário,
apoiando-se nas palavras do poeta William Henley:

«Sou o mestre do meu destino: sou o comandante da minha alma.»

14
1
2
3
4
5

1
6
Trabalhar com os seus 7
8
sonhos e paixões 9
10
11
12
13
14
15
16
«Nunca nos dão um sonho sem nos darem também o poder de o 17
concretizar.» Richard Bach 18
19
«Não há maior dádiva que possa dar ou receber do que a de honrar 20
a sua vocação. Foi para isso que nasceu e é assim que se sentirá 21
realmente vivo.» Oprah Winfrey 22
23
«O segredo da felicidade no trabalho resume-se a uma palavra: 24
excelência. Para saber fazer uma coisa bem, é preciso apreciá-la.» 25
Pearl S. Buck 26
27
«Muitas vezes, a única coisa que se interpõe entre um homem e 28
29
o que ele realmente deseja da vida é simplesmente a vontade de 30
tentar e a fé para acreditar que é possível.» Richard Devos 31
32
«Um músico deve criar a sua música, um artista deve pintar, 33
um poeta deve escrever se quiser ficar finalmente em paz consigo 34
mesmo.» Abraham Maslow 35
36
37
Durante a nossa vida adulta, passamos normalmente mais de metade do 38
nosso dia a trabalhar — em empregos que podemos considerar entedian- 39
tes, divertidos, difíceis, stressantes, cansativos, emocionantes, monótonos 40
41
ou relaxantes. Faço coaching e dou formação a centenas de pessoas e ra- 42
ramente encontro alguém que possa dizer-me que adora o seu trabalho e 43
que está a ser realmente bem-sucedido no seu emprego ou carreira. Quan- 44
do encontro uma pessoa assim, gosto de descobrir porque se sentem tão 45
satisfeitos e bem-sucedidos. Em todos os casos, quase sem exceção, essas 46
47
pessoas dizem-me que o seu trabalho envolve coisas que adoram fazer, e 48
muitos dizem-me que este é o seu emprego de sonho ou que encontraram 49
o seu destino ou carreira perfeita. 50

15
Como pode esperar ser verdadeiramente feliz e bem-sucedido no seu
trabalho se não estiver a fazer algo que adore e considere relevante? Conheci
contabilistas que detestam números, chefes de cozinha que não gostam de co-
mida e até um piloto de uma companhia aérea que nunca gostou realmente
de voar. O piloto contou-me que quando era criança sonhava ser jornalista e,
ao longo da sua vida, sempre gostou de escrever e manter um diário. Quando
lhe perguntei porque se tornou piloto, confessou que o pai e o tio eram pilo-
tos e o tinham encorajado a seguir a mesma carreira. Não estava a ter grande
sucesso nem a ser realmente ambicioso na profissão e, na sua companhia, era
o piloto mais antigo que ainda não tinha chegado a comandante. Estava mais
interessado na sua escrita a tempo parcial do que na carreira de aviação.
Quando gostamos do que fazemos, ficamos felizes por aprender e ex-
plorar formas de melhorar o nosso trabalho e temos tendência a receber
mais elogios e feedback positivo, o que, por sua vez, nos deixa ainda mais sa-
tisfeitos com o nosso trabalho. É simplesmente mais fácil sermos bem-su-
cedidos em algo que gostamos de fazer do que em algo que não gostamos,
quanto mais não seja porque estamos mais dispostos e motivados a investir
o esforço e trabalho árduo necessários para obter um melhor desempenho.
Na sua vida profissional, o que foi que gostou realmente de fazer e em que
era realmente competente?

RECORDE OS SEUS SONHOS DE INFÂNCIA


Poderá parecer invulgar ou até algo piroso, mas os adultos mais felizes que
encontro são aqueles cujos empregos englobam atividades e tarefas que
gostavam de fazer quando eram crianças. Há o William, que gostava de
brincar com armas e agora é major no Exército Britânico, ou a Yasmine,
que passou a juventude a escrever histórias e poemas e hoje trabalha para
revistas. Desde muito novo, sempre gostei de explorar a área em redor da
minha aldeia em Yorkshire e escolhi carreiras que envolveram viver e traba-
lhar em mais de 20 países, na mesma quantidade de anos.
Não estou a sugerir que trabalhar em áreas ligadas às suas paixões e ati-
vidades de infância farão de si um adulto totalmente feliz, embora espere que
tal seja possível. Estou, no entanto, a sugerir que quando esse alinhamento
acontecer, o leitor irá considerar o trabalho e as escolhas de carreira mais sa-
tisfatórios, menos stressantes e mais recompensadores. Com sorte, ficará no
estado que o famoso psicólogo Csikszentmihalyi chama de «em sintonia».
Lembra-se da sua infância? Para recordar o que era importante para
si, tente responder às seguintes perguntas e peça ajuda aos seus pais ou ir-
mãos, se não conseguir lembrar-se.

16
1
2
■ Em criança, o que gostava de fazer? Construir coisas? 3
Escrever? Brincar na rua? O seu trabalho atual inclui alguma 4
destas atividades? 5
■ E o que sonhava ser quando fosse adulto? Até que ponto o 6
seu trabalho atual é semelhante a esses sonhos de infância? 7
8
9
10
DECIDA O QUE GOSTA E O QUE ACHA RELE- 11
12
VANTE 13
14
Agora que recordou as suas atividades favoritas e sonhos de infância, olhe 15
para si mesmo como adulto e pergunte: «O que gosto de fazer atualmen- 16
17
te?» Espero que as suas respostas coincidam com a sua lista de sonhos de 18
infância. 19
Que tal passar algum tempo sozinho ou com o seu parceiro a explorar 20
as coisas que aprecia e que gosta de fazer? Tome notas e crie mapas de per- 21
guntas e ideias originadas pelas perguntas seguintes. Se ajudar, desenhe um 22
23
mapa mental para o auxiliar a organizar as ideias, palavras e respostas que 24
lhe vierem à cabeça. 25
26
■ Se o dinheiro não fosse um problema, que tipo de trabalho 27
faria? Manteria o seu emprego atual, abriria o seu próprio ne- 28
29
gócio ou faria algo completamente diferente? 30
■ O que gosta de fazer nos tempos livres? Quais são os seus 31
passatempos e atividades? 32
■ Quais os empregos e carreiras de amigos ou colegas que 33
admira com uma ponta de inveja, e que adoraria ter (e não 34
35
apenas pela remuneração elevada)? 36
37
38
AVALIE O SEU TRABALHO ATUAL PARA EN- 39
40
CONTRAR PARTES DE QUE GOSTA E EM QUE 41
42
É COMPETENTE 43
44
Pense bem como passa um típico dia ou semana de trabalho e faça uma 45
lista das suas várias atividades de trabalho. Se tiver uma descrição do car- 46
go, imprima uma cópia e use este documento como base para compor a 47
48
lista das suas atividades de trabalho. Não inclua o que os outros acham que 49
devia fazer, nem se baseie apenas no que diz a descrição do seu cargo. Em 50

17
vez disso, pense bem no que realmente tem de fazer e o que escolhe fazer
quando está a trabalhar. Atribua percentagens aproximadas aos diferentes
tipos de tarefas e algum tipo de classificação a cada parte. A classificação
pode ser criada da forma seguinte:

1. Trabalho que gosta de fazer.


2. Trabalho em que é competente.
3. Trabalho que não aprecia ou que considera entediante.

A tabela mostra um exemplo de uma lista.

Atividades % aprox.
Classificação
principais do cargo de tempo
Liderar equipas de projetos 30 Sou competente e gosto
Liderar reuniões 10 Sou competente e gosto
Escrever relatórios 20 Sou competente e acho
entediante
Fazer investigação 30 Não gosto
Viajar em trabalho Variável Gosto muito

Poderá então explorar as suas respostas e perguntar-se:

■ Como poderei fazer mais daquilo que gosto e/ou em que


sou competente, enquanto faço menos do que não gosto, acho
entediante ou em que não sou competente?
■ Seria possível manter o meu cargo com o meu empregador
atual e tornar o meu trabalho mais agradável e recheado de
atividades em que sou competente?

18
Resumindo

A frase «Siga os seus sonhos» tem mais importância e valor do que


muitos imaginam. Passei de contabilista qualificado e diretor finan-
ceiro para acabar por me tornar naquilo que adoro, aprecio e em
que sou realmente bem-sucedido: escritor, formador e executive
coach (coach executivo). É uma loucura ficar num emprego ou pro-
fissão que não aprecia ou que não considera relevante. Tentar ser
bem-sucedido seria um desafio árduo, dada a sua provável falta de
interesse e motivação.
Pare para recordar os seus sonhos de infância e as coisas que
gostava de fazer e depois explore o que gosta de fazer atualmen-
te, enquanto adulto. Olhe para a sua carreira e emprego atual com
franqueza, para ver até que ponto lhe permite ser a pessoa que real-
mente deseja ser e fazer o que adora.
É melhor ter dificuldades num trabalho que realmente aprecia
do que ser bem-sucedido num trabalho que considera entediante e
que não o entusiasma.

19
1
2
3
4
5

2
6
Conhecer e corrigir 7
8
os seus pontos cegos 9
10
11
12
13
14
15
«Conhecer-se a si mesmo é o começo de toda a sabedoria.» 16
Aristóteles 17
18
«Não importa em que indústria se trabalha. As pessoas nunca 19
veem as suas próprias fraquezas.» Scott Erker 20
21
«Quem conhece os outros é sábio; quem se conhece a si mesmo é 22
iluminado.» Lao Tsu 23
24
«Até aceitarmos quem somos, nunca ficaremos satisfeitos com o 25
que temos.» Doris Mortman 26
27
«Conheça-se a si mesmo. Não aceite a admiração do seu cão como 28
prova conclusiva de que é uma pessoa maravilhosa.» Ann Landers 29
30
31
O autoconhecimento é uma das aptidões mais importantes de que precisamos 32
33
para tentar melhorar o modo como trabalhamos e interagimos com os outros. 34
Alguma vez olhou para outra pessoa e desejou que ela se conhecesse melhor a 35
si própria e se apercebesse da imagem que estava a passar aos outros? Pode já ter 36
ouvido os seguintes tipos de comentários acerca de alguém: 37
38
39
■ «Se ao menos ele se apercebesse do quanto gosta de se ouvir 40
a si próprio.» 41
■ «Ela acha que se preocupa, mas nunca dá ouvidos às outras 42
pessoas.» 43
■ «Ele age como se fizesse ótimas apresentações, mas as pes- 44
soas adormecem a ouvi-lo.» 45
46
■ «Ela acha que todos a adoram, mas todos a acham irritante e fria.» 47
48
Estes são exemplos dos chamados «pontos cegos», que podem ser 49
definidos como as partes da personalidade ou comportamento de uma 50

21
pessoa que esta não consegue reconhecer em si mesma. Esses pontos
cegos costumam ser áreas de potenciais fraquezas que os outros con-
seguem ver e sobre as quais vão falar e coscuvilhar. São normalmente
coisas em que achamos que somos competentes ou fazemos bem, mas
sobre as quais as outras pessoas têm uma opinião contrária.
Qualquer aspeto do comportamento ou personalidade de uma pessoa
pode constituir um ponto cego. Aqui ficam alguns exemplos comuns que
vejo quando faço coaching e dou formação às pessoas:

O que a pessoa pensa O que os outros veem e pensam


«Sou uma pessoa muito otimis- «Está sempre a resmungar e a queixar-
ta e positiva.» -se.»
«Acho que sou muito prestável «Nunca tem tempo para nós e parece
e gosto de orientar o meu pes- estar sempre demasiado ocupada para
soal.» vir aos nossos postos de trabalho.»

Sentir-se-ia à vontade se continuasse sem ver as suas fraquezas enquan-


to os seus colegas de trabalho as conseguiam ver e podiam até falar nas suas
costas, a coscuvilhar e a queixar-se de si? Não será melhor ou mais saudável
saber mais sobre si mesmo do que os que o rodeiam? Na minha opinião, a
resposta a ambas as perguntas deveria ser um sonante «Sim, claro.»

ESTEJA PRONTO PARA DESCOBRIR E ACEI-


TAR A VERDADE
Estamos frequentemente em negação e, por vezes, não é que sejamos to-
talmente cegos em relação a alguns dos nossos comportamentos e ideias,
mas preferimos ignorá-los. Como se costuma dizer, tapamos o sol com a
peneira. Aconselho-o a ser honesto consigo mesmo e a decidir não conti-
nuar em negação. Ao fingir que alguns dos seus pontos fracos não existem,
arrisca-se a criar uma imagem ainda pior, ao agir de uma forma que ignora
a sua própria personalidade e comportamentos.
Talvez pense que não conhece nenhum dos seus pontos cegos. Talvez
seja verdade, mas perceba que nos conhecemos a nós próprios melhor do
que imaginamos, e pode ser esclarecedor dar ouvidos ao nosso instinto
ou intuição. Se não consegue mesmo lembrar-se de nenhum ponto cego,
experimente a estratégia seguinte.

22
1
2
3
OBTENHA O FEEDBACK DAQUELES COM 4
5
QUEM TRABALHA E INTERAGE 6
7
8
Na sua organização, com que frequência procura obter feedback acerca 9
do seu trabalho e do seu desempenho em geral? Atualmente, em muitas 10
empresas, só se dá feedback uma vez por ano, como parte de um proces- 11
so de avaliação de desempenho e, por vezes, ele é dado na forma de um 12
13
inquérito de 360 graus, em que os comentários são agrupados, sem lhe 14
permitir saber quem disse o quê. 15
Para ser realmente bem-sucedido no trabalho, aconselho-o a não se 16
basear simplesmente nesses processos anuais, mas, em vez disso, pedir 17
proativamente àqueles com quem trabalha ideias e pensamentos honestos 18
19
que respondam aos seguintes tipos de perguntas: 20
21
■ «Quero compreender-me melhor (no meu trabalho e como 22
teu colega) e gostaria de lhe pedir um grande favor: estaria dis- 23
posto a dar-me a sua opinião em relação aos meus pontos for- 24
25
tes e também áreas a desenvolver — por exemplo, sobre como 26
comunico e trabalho consigo e com os nossos colegas?» 27
■ «Há alguma coisa na minha personalidade, ou no modo como 28
ajo ou me comporto no trabalho, que o irrite particularmente?» 29
■ «Se houvesse alguma coisa que eu pudesse aprender e/ou 30
31
fazer melhor, qual seria?» 32
33
Saliente que quaisquer comentários ou feedback serão mantidos em 34
segredo e que não ficará aborrecido ou irritado com aquela pessoa; pelo 35
contrário, ficará muito grato pela sua disponibilidade e coragem de ser tão 36
franco e honesto. Note que as pessoas não estão habituadas a que lhes façam 37
38
perguntas tão francas e poderão não se sentir à vontade para dizer coisas 39
negativas acerca do leitor. Respeite a sua decisão se recusarem falar muito e 40
tente voltar a tocar no assunto mais tarde, quando tiverem tido tempo de se 41
habituar ao seu desejo de saber a verdade sobre si mesmo. 42
Reconheça que outras pessoas podem ser tendenciosas, com ou sem in- 43
44
tenção, e o que lhe confidenciam poderá não ser inteiramente verdade. Há 45
um ditado que diz que vemos os nossos próprios defeitos nos outros: quando 46
alguém lhe diz que é demasiado reservado ou barulhento no trabalho, talvez 47
tenha ele próprio esses pontos fracos e esteja a projetá-los em si. Use o seu 48
senso comum e procure a opinião de outros para obter um ponto de vista 49
equilibrado das suas áreas a melhorar. 50

23
ESFORCE-SE POR ULTRAPASSAR OS SEUS
PONTOS CEGOS
Não basta aprender com os outros quais são os seus pontos fracos que
ainda não conhecia. Se um colega lhe confidenciar que não é um bom
ouvinte ou que se irrita com demasiada facilidade nas reuniões ou que
os seus e-mails são sempre demasiado longos e incompreensíveis, esteja
preparado para agir de acordo com os seus conselhos e trabalhar para
melhorar nessas áreas.
Pode parecer assustador ter de enfrentar os nossos pontos fracos e de-
pois ter de os trabalhar. Porque não escolher primeiro o mais fácil — o cha-
mado «elo mais fraco» — e trabalhá-lo durante algum tempo? Aconselho-o
a continuar a procurar o feedback daqueles em quem confia e perguntar-
-lhes se veem alguma mudança positiva ou melhoria em áreas específicas.
Pode aprender mais sobre a importância de pedir feedback no Capítulo 43.

Resumindo

Depois de ler este capítulo, espero que agora comece a compreen-


der as cinco citações no início do mesmo e que sinta a importância
de se conhecer a si mesmo — com defeitos e tudo, como dizem os
Ingleses. É impossível ser bem-sucedido no trabalho de uma for-
ma sustentável e contínua, se continuar a não ver as áreas em que
precisa de crescer e melhorar. Ninguém diz que terá de se tornar
perfeito da noite para o dia, mas pelo menos tente conhecer-se bem
a si próprio.
Compreendo que procurar a ajuda dos outros — incluindo pe-
dir feedback, na segunda estratégia, acima — exigirá uma enorme
coragem, e terá de garantir que não se deixará abater perante o que
ouvir.
À medida que avançar neste livro, iremos explorar todo o tipo
de aptidões, comportamentos e ações que poderá empregar para
o ajudar a atingir o sucesso na carreira e no trabalho. Ao fazê-lo,
encontrará imensas áreas de possíveis pontos cegos, que agora con-
seguirá compreender e ultrapassar.

24
1
2
3
4
5

3
6
Trabalhar com os seus 7
8
pontos fortes e fracos 9
10
11
12
13
14
15
16
«O sucesso não se obtém ao eliminar os nossos pontos fracos, mas sim ao 17
desenvolver os nossos pontos fortes.» Marilyn vos Savant 18
19
«Jogue com os seus pontos fortes.» J.K. Rowling (Harry Potter e o Cálice 20
de Fogo) 21
22
«Acho realmente que um dos meus pontos fortes é a minha 23
capacidade de contar histórias.» Quentin Tarantino 24
25
«A vida é muito interessante… no fim, alguns dos nossos maiores 26
sofrimentos tornam-se as nossas maiores forças.» Drew Barrymore 27
28
«Baseie-se nos pontos fortes, e as fraquezas acabarão por resolver- 29
-se por si mesmas.» Joyce C. Lock 30
31
32
Todos possuímos uma gama de aptidões, traços de personalidade e compor- 33
34
tamentos que são frequentemente agrupados e chamados de competências. Se 35
seguiu o conselho do capítulo anterior acerca de pontos cegos, deverá ter agora 36
uma melhor noção da sua própria gama completa de competências. 37
No local de trabalho, ninguém é um funcionário perfeito que possui a 38
combinação exata de pontos fortes necessários, sem possuir qualquer pon- 39
to fraco. Uma pessoa poderá ter as aptidões ideais de comunicação, tomada 40 41
de decisões e delegação de tarefas, e ser ao mesmo tempo demasiado impa- 42
ciente e pouco orientado para números. Mesmo que hoje alguém pareça ter 43
a combinação perfeita de pontos fortes, poderá achar que um aspeto da sua 44
personalidade que era um ponto forte se torna um ponto fraco assim que 45
for promovido ou mudar de cargo. Um possível exemplo é um vendedor 46
47
que é egocêntrico e se foca apenas nas suas próprias vendas, e que poderá 48
ter de atenuar esses pontos fortes se quiser ser promovido a um cargo como 49
gestor de vendas. 50

25
Está a usar e a tirar partido de todos os seus pontos fortes no seu atual
emprego e carreira? Estará algum dos seus comportamentos e aptidões
mais fracos a interferir com a sua capacidade de ter um bom desempenho
no emprego? Num mundo ideal, o trabalho de todos deveria fazer uso dos
seus pontos fortes, sem ser afetado por qualquer dos pontos fracos. Mas,
infelizmente, raramente é esse o caso.
Se tiver feito os exercícios do Capítulo 1, terá uma ideia do quanto
o seu trabalho atual está alinhado com o seu trabalho ideal ou de sonho.
Quanto mais próximo for o alinhamento, maior é a probabilidade de que o
seu trabalho esteja a fazer uso dos seus pontos fortes, sem ser influenciado
pelos pontos fracos.

CONHEÇA OS SEUS PONTOS FORTES E FRA-


COS
Uma pergunta comum numa entrevista de emprego é acerca dos pontos
fortes e fracos do candidato. Alguma vez lhe fizeram este tipo de pergunta?
É realmente útil conhecer e compreender todos os seus pontos fortes e
fracos. Faça agora uma lista: em grupos ou subcategorias, tais como expe-
riência profissional, conhecimentos/habilitações literárias, aptidões e com-
portamentos. Se tiver feito os exercícios do capítulo anterior sobre pontos
cegos, terá certamente uma boa noção do que são.
Ser capaz de compreender e listar as suas áreas de experiência, aptidões
técnicas, conhecimentos e habilitações literárias deverá ser relativamente sim-
ples. Poderá sentir mais dificuldades em listar as suas aptidões pessoais, traços
de personalidade e comportamentos. Pondere a utilização de uma ferramenta
de avaliação para o ajudar a classificar os pontos fortes dos seus atributos liga-
dos à personalidade. Estas ferramentas encontram-se na Internet e são grátis
ou relativamente baratas. Como exemplo, temos a avaliação Harrison, o Hogan
Instrument, a avaliação DISC e a ferramenta de avaliação psicológica, MBTI.

EXPLORE MELHORES FORMAS DE UTILIZAR


OS PONTOS FORTES NO SEU CARGO ATUAL
Em tempos conheci uma contabilista que não gostava de trabalhar com
números, mas que adorava outros aspetos do seu trabalho, incluindo ajudar
e treinar a sua equipa. Infelizmente, como não estava muito à vontade com

26
1
2
números, cometeu demasiados erros a criar folhas de cálculo importantes 3
e acabou por ser despedida. Mais tarde, confidenciou-me que agora con- 4
seguiu o seu emprego de sonho em formação e recursos humanos, onde 5
posso dizer que felizmente tira partido dos seus pontos fortes e não precisa 6
de confiar nos seus pontos fracos. Estará o leitor realmente a aproveitar os 7
8
seus pontos fortes no trabalho? 9
Esta ideia de jogar com os pontos fortes e de como fazer com que os 10
outros, incluindo o seu chefe, tenham consciência dos benefícios desses 11
pontos fortes é um fator de sucesso muito importante para qualquer um 12
no mundo do trabalho. Sente-se e faça uma lista dos seus pontos fortes 13
e explore a forma como estão a ser utilizados e também reconhecidos 14
15
no seu trabalho. Como regra geral, se menos de metade dos seus pontos 16
fortes estão a ser usados no seu trabalho atual, poderá não estar numa 17
profissão ou cargo ideal. Além disso, se não usarmos os nossos pontos 18
fortes, podemos sentir-nos muito frustrados e isso poderá ter um impac- 19
to negativo no nosso trabalho. 20
21
22
23
24
PLANEIE O CRESCIMENTO DO SEU CARGO 25
26
E CARREIRA PARA USAR MELHOR OS SEUS 27
28
PONTOS FORTES 29
30
31
A contabilista que mencionei acima esperou para ser despedida, antes 32
de começar a procurar um trabalho que usasse melhor os seus pontos 33
fortes e se baseasse menos em áreas em que não se distinguisse natu- 34
ralmente. Se acredita genuína e honestamente que os seus pontos fortes 35
seriam mais bem utilizados noutro cargo (idealmente, o seu emprego 36
de sonho), comece a planear agora para mudar para esse emprego. Não 37
38
espere até falhar no seu trabalho atual ou ficar esgotado e stressado por 39
fazer um trabalho que considera difícil porque não corresponde ao seu 40
conjunto de aptidões. Considere procurar o aconselhamento de um ca‑ 41
reer coach (coach de carreira) para o ajudar a planear qualquer mudança 42
necessária; talvez tenha de voltar a estudar ou mudar para uma nova car- 43
44
reira em que terá de ser humilde e começar por baixo. Não são escolhas 45
fáceis de fazer, e a sua família e amigos poderão tentar convencê-lo a não 46
tomar decisões tão arriscadas nem fazer estas mudanças, por isso tenha 47
cuidado ao pedir conselhos e apoio. 48
49
50

27
Resumindo

Espero sinceramente que este capítulo esteja a encorajá-lo a olhar


com franqueza para os seus vários pontos fortes e fracos, e para até
que ponto o seu trabalho atual utiliza os seus pontos fortes e está
possivelmente a ser prejudicado pelos seus pontos fracos. O pró-
ximo desafio é decidir como irá assegurar que quaisquer futuros
cargos e escolhas de carreira utilizem e se baseiem nos seus pon-
tos fortes de forma ideal, ao mesmo tempo que exigem menos das
áreas em que o seu desempenho não é naturalmente tão adequado.
À medida que avança por este livro, poderá descobrir aptidões
e comportamentos nos quais não é forte nem fraco, provavelmen-
te porque nunca os usou ou sequer viu. O seu desafio será decidir
se precisa de os acrescentar à sua caixa de ferramentas de pontos
fortes. Quando em dúvida, acrescente-os, pois nunca sabe quando
uma capacidade ou aptidão em particular poderão ser úteis.

28
1
2
3
4
5

4
6
Cumprir as suas 7
8
promessas 9
10
e compromissos 11
12
13
14
15
16
«Nunca prometa mais do que o que pode fazer, mas faça sempre 17
mais do que o que promete.» Lou Holtz 18
19
«As promessas são como bebés a chorar numa sala de cinema, 20
deve-se tratar delas imediatamente.» Norman Vincent Peale 21
22
«Deve cumprir compromissos a curto prazo, ao mesmo tempo que 23
desenvolve uma visão e estratégia a longo prazo e as implementa.» 24
Jack Welch 25
26
«Os perdedores fazem promessas que quebram frequentemente. Os 27
vencedores assumem compromissos que cumprem sempre.» Denis 28
29
Waitley 30
«Ele sempre cumpriu as promessas com exatidão.» William 31 32
Shakespeare 33
34
35
É uma pessoa de palavra? Tem o cuidado de prometer ou comprometer-se 36
apenas com algo que pode cumprir e, caso as circunstâncias o impossibi- 37
litem de o fazer, comunica honesta e rapidamente com as partes afetadas? 38
Uma vez, num workshop, fiz a seguinte pergunta: preferia trabalhar com 39
um amigo que não cumpre a sua palavra ou com um inimigo que cumpre? 40 41
Explorámos esta questão e todo o grupo concordou que preferia trabalhar 42
com inimigos em quem pudesse confiar de alguma forma, do que com ami- 43
gos que poderiam não cumprir a sua palavra ou as suas promessas. Quantas 44
vezes já o desiludiram, tendo concordado ou tendo-se oferecido para dizer ou 45
fazer alguma coisa para o ajudar ou apoiar, mas que mais tarde descobriu que 46
47
não tinham feito? Esses momentos podem ser difíceis de esquecer, especial- 48
mente se essas pessoas lhe mentiram, dizendo talvez que tinham feito alguma 49
coisa que na realidade não tinham. 50

29
Tem colegas ou pessoal que, com o tempo, já se apercebeu de que
raramente cumprem ou fazem o que prometem ou concordam fazer?
Irrita-se constantemente com eles, deixa passar ou, ainda mais interes-
sante, evita dar-lhes tarefas importantes ou cruciais por medo de que não
as concluam de forma adequada e/ou atempada? Na minha experiência
como executive coach, vejo que isto é algo bastante comum e é um fator-
-chave que influencia a produtividade nas organizações. Quando o chefe
de uma equipa age desta forma, pode ter a certeza que os níveis de moti-
vação e empenho dessa equipa serão afetados negativamente.
Há pessoas que tanto querem agradar que prontamente concordam,
prometem e comprometem-se com quase qualquer coisa. Essas pessoas pa-
recem nunca aprender com o seu constante incumprimento de prazos nem
com o facto de não conseguirem cumprir ou fazer o que prometeram aos
outros. Normalmente, também ignoram o conceito de gerir as expectativas
dos outros e poderão nunca os avisar de que estão atrasados ou que não
podem fazer o que tinham prometido.

FAÇA UMA AUDITORIA ÀS SUAS PROMESSAS


E COMPROMISSOS
Nas próximas semanas, mantenha um diário ou notas acerca de todas as
promessas e compromissos que fez e está a fazer. Poderá ficar surpreendido
com a quantidade de vezes que faz promessas e compromissos formais e
informais e, assim, cria expectativas nos outros acerca do que vai fazer. Por
vezes, até o seu silêncio pode ser entendido como um assentimento em fa-
zer alguma coisa, com a outra parte a afirmar mais tarde: «Mas não recusou
o meu pedido, por isso presumi que ia fazer o trabalho!»

PARE E PENSE ANTES DE FAZER NOVAS PRO-


MESSAS E COMPROMISSOS
Dê tempo a si mesmo antes de se precipitar a responder a pedidos do seu
chefe, colegas ou outras partes interessadas no seu local de trabalho. Tente
ser bastante específico ao responder quando lhe pedem para prometer ou
se comprometer a fazer algo. Se não tem a certeza se consegue fazer o que
lhe pedem, não diga simplesmente «Vou tentar e depois digo-lhe», pois as
pessoas podem presumir que isso significa que vai fazer o que lhe pediram.

30
1
2
3
A partir de agora, encorajo-o a prometer sempre menos: se acha que
uma tarefa vai demorar uma semana a fazer, prometa fazê-la em dez dias 4
ou duas semanas. Deixe que a outra parte recue e negoceie, se necessário. 5
Poderá então impressioná-la ao completar a tarefa em menos tempo do 6
que o esperado. 7
8
9
10
DÊ MAIS ATENÇÃO ÀS PROMESSAS DIFÍCEIS 11
12
DE CUMPRIR 13
14
Quando era diretor financeiro, tinha uma enorme carga de trabalho e 15
16
lembro-me de ter um problema regular em manter as minhas promessas
17
de ler novos planos de projetos e dar uma resposta às pessoas. Parecia 18
atrasar-me sempre a dar o meu feedback à outra parte, e esta enviava-me 19
e-mails ou telefonava-me para andar atrás de mim. Isto criava ansiedade 20
e tensão, e eu sentia-me obrigado a apressar-me. Depois de ter aconteci- 21
do demasiadas vezes, apercebi-me de que achava realmente entediante e 22
23
aborrecido rever aqueles planos. A solução que arranjei foi pedir a quem 24
tinha o rascunho dos planos para se sentar comigo e orientar-me, e jun- 25
tos editaríamos os planos. 26
O seu desafio é descobrir quais — se tiver algum — os seus proble- 27
mas de compromisso recorrentes e como poderá agir de forma diferente 28
29
para os cumprir. Em tempos, fui coach de um diretor-geral que estava 30
sempre atrasado para reuniões porque se distraía. Resolveu este pro- 31
blema passando a fazer o máximo de reuniões possíveis no seu próprio 32
gabinete, o que fazia com que fosse muito mais difícil atrasar-se! A pro- 33
cura destas soluções irá testar os seus níveis de criatividade e inovação. 34
Poderá talvez sentar-se com colegas e discutir aqueles compromissos 35
36
profissionais que considera especialmente difíceis de cumprir, e juntos 37
tentarão arranjar soluções razoáveis. 38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50

31
Resumindo

Ao ter começado a ler o meu livro, espero que esteja a comprome-


ter-se e a prometer (a si mesmo) lê-lo de uma ponta à outra. Poderá
simplesmente lê-lo por alto e poderá avançar capítulos, mas acon-
selho-o a adquirir o hábito de se comprometer sempre a fazer o que
diz que vai fazer. No seu local de trabalho, quer seja um novo fun-
cionário ou um líder estabelecido, deixe que os seus colegas e a sua
equipa saibam que, a partir de hoje, pretende «não ser só garganta»
e tentar sempre fazer e concluir o que se compromete a fazer, assim
como evitar falsas promessas.
Poderá descobrir que parte do seu problema é que aceita dema-
siado trabalho e não diz «não» com a frequência necessária. Perceba
que não pode continuar a dizer «sim» a tudo o que lhe pedem. Para
além de falhar prazos e irritar os seus colegas e outras partes interessa-
das, o seu excesso de promessas poderá causar-lhe stress e ansiedade
porque terá de lidar com pessoas a pressioná-lo e a queixar-se de si.

32
1
2
3
4
5

5
6
Trabalhar com confiança 7
8
e integridade 9
10
11
12
13
14
15
16
«A chave é conhecer as pessoas e confiar que elas serão iguais a si 17
próprias. Em vez disso, confiamos que as pessoas serão como nós 18
queremos que elas sejam; e quando não o são, ficamos a chorar.» 19
David Duchovny 20
21
«Não pode fazer tudo ao mesmo tempo, por isso encontre pessoas 22
em quem confia para o ajudar. E não tenha medo de dizer “não”.» 23
24
Jane Seymour 25
«A confiança é a cola da vida. É o ingrediente mais importante 26 27
numa comunicação efetiva. É o princípio-base que mantém todas 28
as relações.» Stephen Covey 29
30
«Aprender a confiar é uma das tarefas mais difíceis na vida.» Isaac 31
Watts 32
33
«Tenha a coragem de dizer “não”. Tenha a coragem de encarar 34
a verdade. Faça a coisa certa porque é certa. Estas são as chaves 35
mágicas para viver a vida com integridade.» W. Clement Stone 36
37
38
Ser uma pessoa em quem os outros podem confiar é uma das qualidades mais 39
procuradas atualmente no local de trabalho. Na recente crise financeira global, 4041
imensos líderes e o seu pessoal demonstraram uma falta de confiança e integri- 42
dade entre si mesmos e para com os seus clientes e outras partes interessadas. 43
A confiança que existia era do tipo conivente, em que as pessoas concordavam 44
não se denunciar umas às outras acerca de comportamentos ou ações não-éti- 45
cas ou ilegais. Quando falo de confiança neste capítulo, refiro-me a um tipo de 46
47
confiança mais positiva e altruísta, que implica fazer as coisas com integridade. 48
A confiança e a integridade andam de mãos dadas, tendo a integridade 49
a ver com fazer a coisa certa, e a confiança a ver com a noção de que os 50

33
outros sabem que o leitor fará sempre a coisa certa. É preciso despender de
tempo a trabalhar com colegas e clientes para construir uma reputação de
ser alguém íntegro, em quem os outros podem confiar. Mas essa reputação
pode ser prejudicada ou até destruída por uma conversa ou ato inapropria-
do ou descuidado. Assim que se perde a confiança de alguém, tudo muda;
podem perdoá-lo, mas nunca se esquecerão.
Segundo a minha experiência, um dos principais motivos por que um
chefe apoiaria a promoção de um membro da sua equipa dever-se-ia à sua
confiança naquele indivíduo. As organizações apoiam e valorizam real-
mente as pessoas em quem podem confiar.
A confiança é mútua e, para além de se esforçar por ser uma pessoa
íntegra em quem os outros confiam, deverá sempre tentar trabalhar apenas
com pessoas íntegras em quem possa confiar. O resultado final é que deverá
aspirar a trabalhar em culturas de confiança e integridade.

DIGA A VERDADE
A partir de hoje, em qualquer comunicação ou discussão de trabalho, tenha
atenção ao que está a pensar e a comunicar. Está a ser honesto e verdadeiro e,
caso não esteja, qual é o motivo? Não estou a sugerir que se torne o principal de-
lator da sua organização e revele segredos ocultos, mas sugiro que evite o sem-
-número de pequenas mentiras que dizemos e representamos constantemente,
quando estamos no emprego. Estes são possíveis exemplos:

■ dizer ao seu chefe que leu o relatório preliminar, quando


não o fez;
■ apoiar uma ideia de negócio, quando discorda totalmente dela;
■ mentir em relação às suas despesas de deslocação;
■ roubar material de escritório;
■ atrasar-se para uma reunião e inventar uma desculpa para o
atraso.

Segundo a minha experiência, estas mentiras e enganos podem ser vis-


tos como insignificantes, mas preocupa-me o seu impacto total na sua perso-
nalidade e caráter. Se mentir constantemente desta forma, poderão começar
a surgir mentiras maiores e poderá começar a mentir também a si mesmo:

■ «Não faz mal roubar material de escritório porque não é


caro e, de qualquer forma, sou mal pago.»

34
1
2
3
■ «Toda a gente se atrasa para as reuniões, por isso não faz 4
mal eu atrasar-me também.»
■ «Sou feliz no meu emprego» — quando na verdade está secre- 5
tamente desesperado por mudar de carreira. 6
■ Cada dia em que trabalha com colegas que talvez deteste, mas 7
8
simplesmente sorri e finge que gosta deles e até socializa com eles. 9
10
Sei também que quando as pessoas se permitem trabalhar desta for- 11
ma, a sua vida pessoal fica igualmente infetada com pequenas falsidades e 12
poderá atingir um ponto em que não confia em si, nem nos seus próprios 13
pensamentos e opiniões. 14
15
16
17
ESTEJA PREPARADO PARA PEDIR INTEGRIDA- 18
19
DE E SINCERIDADE AOS OUTROS 20
21
Com que frequência faz comentários ou perguntas como os seguintes aos 22
23
colegas ou ao seu chefe? 24
25
■ «Vamos ser honestos em relação a este problema de traba- 26
lho e discutir todas as soluções possíveis.» 27
■ «Podemos partilhar o que realmente sentimos e pensamos 28
29
acerca deste plano de negócios?» 30
■ «Não faz mal que não tenha lido o meu relatório preliminar. 31
Em vez de dizer que o leu e tecer comentários, talvez possa 32
agora lê-lo por alto e dar-me a sua opinião.» 33
■ «Posso pedir-lhe que me dê um feedback honesto e verda- 34
deiro acerca do meu desempenho?» 35
36
37
Insisto que diga estas coisas — para apoiar e incentivar os outros a serem 38
mais honestos e verdadeiros, de uma forma diplomática. Imagina o quanto o 39
ambiente de trabalho se tornaria mais saudável? Asseguro-lhe que se tornará. 40
Já fui coach de indivíduos que afirmam que, se tentarem ser honestos 41
42
no seu ambiente de trabalho, não serão apreciados ou apoiados. Em respos- 43
ta, encorajei-os a perguntar a si mesmos se estão a trabalhar no ambiente 44
de trabalho ideal e, caso contrário, se deveriam encontrar um lugar mais 45
adequado para trabalhar. Ajudo imensas organizações por todo o mundo e 46
posso confirmar que há muitos ambientes de trabalho em que a honestida- 47
48
de e a integridade são valorizadas, reconhecidas e recompensadas. 49
50

35
NÃO MINTA A SI PRÓPRIO
Nunca minta a si mesmo, nem passe cada dia em negação acerca de al-
guns aspetos importantes da sua personalidade e estilo de trabalho:

■ Se não gosta de parte do seu trabalho ou do seu emprego,


admita-o a si mesmo e decida se quer ficar ou planear uma
forma de fazer uma mudança.
■ Se o seu trabalho não está a usar os seus pontos fortes, não
finja o contrário para se convencer a si mesmo.
■ Se acha muito difícil trabalhar para o seu chefe ou com certos
colegas, seja honesto consigo mesmo e pense bem como poderá
reagir. Partilha as suas preocupações ou mantém-se calado? Tenta
mudar de departamento ou planeia encontrar um novo emprego?

Não precisa de comunicar todos os seus verdadeiros sentimentos e


opiniões às outras pessoas; a diplomacia é uma aptidão importante!

Resumindo

Procure trabalhar numa organização em que a honestidade, sin-


ceridade e integridade são valorizadas e admiradas. Se considera
que a sua organização atual não é ideal nesse sentido, não desani-
me, mas tente ser você próprio honesto e de confiança. O que pode
correr mal? Ser despedido por se comportar assim? Mais vale ser
despedido por ser honesto, do que por mentir. Contudo, espero que
nunca se encontre numa situação tão difícil.
Lembre-se de começar com as pequenas coisas: evitar aquelas
mentirinhas que se infiltram tão facilmente no nosso dia de trabalho.
Quando se atrasar para uma reunião, seja honesto e evite desculpas
esfarrapadas. Quando não tiver acabado de ler um relatório, evite fin-
gir que o fez. Quando achar que a sua avaliação de desempenho anual
feita pelo seu chefe não é justa, diga-o (de forma diplomática).
E finalmente, lembre-se, acima de tudo, de ser igual a si próprio.
Não faz mal representar e fingir que está tudo bem, mas admita
sempre a verdade para si mesmo.
Parafraseando Clement Stone, do início deste capítulo, estas
são as «chaves mágicas» para ter uma vida profissional de sucesso.

36
1
2
3
4
5

6
6
Trabalhar de forma 7
8
positiva e divertida 9
10
11
12
13
14
15
16
«O pensamento positivo permite-lhe fazer tudo melhor do que o 17
negativo.» Zig Ziglar 18
19
«Para levarmos a cabo uma ação positiva, temos de desenvolver 20
aqui uma visão positiva.» Dalai Lama 21
22
«As pessoas raramente são bem-sucedidas se não se divertirem 23
com o que estão a fazer.» Dale Carnegie 24
25
«Acho que estamos a divertir-nos. Acho que os nossos clientes 26
gostam mesmo dos nossos produtos. E estamos sempre a tentar 27
melhorar.» Steve Jobs 28
29
«Mantenha sempre o rosto virado para o Sol. As sombras cairão 30
31
nas suas costas.» Walt Whitman 32
33
34
Descobri uma verdade simples: as pessoas preferem trabalhar com colegas 35
positivos e divertidos e normalmente evitam passar tempo com pessoas ne- 36
gativas, temperamentais e demasiado sérias. 37
Steve Jobs, o recentemente falecido cofundador da Apple, dizia frequen- 38
temente que o sucesso da sua empresa se baseava no facto de o seu pessoal se 39
40
divertir, fazer o que gostava e ser positivo. Muitas outras pessoas de sucesso 41
dizem a mesma coisa e todas parecem gostar de se levantar de manhã para ir 42
trabalhar. Desconfio que não detestam as manhãs de segunda-feira. O leitor 43
fica ansioso por ir trabalhar todos os dias? E quando chega ao trabalho, gosta 44
do que faz e diverte-se num ambiente de trabalho positivo? 45
Poderemos ser realmente bem-sucedidos no trabalho enquanto nos 46
47
sentimos negativos, infelizes e entediados? As pessoas responderam que, 48
em alguns ambientes de trabalho, agir de forma divertida ou feliz é visto 49
como inapropriado. Espero realmente que o seu ambiente de trabalho seja 50

37
ideal para si e que possa trabalhar de uma forma tão positiva e divertida
quanto quiser. Eu preciso de estar num ambiente divertido e positivo para
poder exprimir-me com naturalidade.
Tem uma personalidade e mentalidade positivas, trabalha com uma
atitude positiva e age «como se o copo estivesse meio cheio» enquanto está
a trabalhar? Os seus colegas gostam de trabalhar e comunicar consigo? Há
cada vez mais estudos e teorias, incluindo nas áreas da psicologia positiva,
que chegam à mesma conclusão, que liga o nível de atitude e pensamento
positivo ao sucesso no local de trabalho. Basicamente, as pessoas preferem
contratar, trabalhar com e promover colegas e pessoal com quem é diver-
tido trabalhar e que têm uma atitude positiva. Ao fim de muitos anos a
trabalhar com todo o tipo de indivíduos, estou convencido de que todos
nós podemos aprender a ser positivos e divertidos no local de trabalho. Não
acredito que nascemos com ou sem essas qualidades e que elas sejam de-
finitivas. Podemos criar a realidade que quisermos, se decidirmos fazê-lo.

FINJA ATÉ CONSEGUIR


É uma pessoa séria no trabalho? Daquelas que raramente sorri ou se ri e
que nunca conta uma história engraçada ou uma anedota? E acha que não
é capaz de mudar os seus hábitos?
O melhor conselho para si é que aja de forma positiva e seja diverti-
do e alegre, mesmo que isso não seja natural em si e mesmo que o deixe
pouco à vontade. Diz-se muitas vezes que ao sorrir usamos menos mús-
culos do que ao franzir o rosto e eu sei, por já ter ajudado muitas pessoas,
que quanto mais praticamos uma atitude positiva, mais fácil ela se torna.
E torna-se um hábito.

FAÇA UMA PAUSA ANTES DE REAGIR E DE-


POIS REAJA DE FORMA POSITIVA
Ao longo do nosso dia de trabalho, temos de reagir: reagir a e-mails, a pessoas
que falam connosco, a conversas nas reuniões, à coscuvilhice que ouvimos jun-
to ao refrigerador de água, a acusações feitas por um colega, a pedidos urgentes
do nosso chefe… A lista pode parecer interminável. O segredo para o sucesso
é garantir que de cada vez que tiver de reagir, irá fazê-lo da forma mais positiva
e ponderada possível. Não se precipite a reagir de uma forma brusca e nega-
tiva; em vez disso, tente sorrir e ver o melhor de qualquer situação. A minha

38
1
2
3
mãe sempre me disse para «contar até dez» antes de reagir quando alguém me 4
irritasse, e este foi provavelmente um dos melhores conselhos que alguma vez 5
me deram, visto que se tornou um ótimo hábito. As pessoas que seguem este
conselho habituam-se a perder um ou dois segundos a refletir antes de falar, 6
mesmo numa situação bastante urgente. 7
Tente fazer uma pausa. Se quiser um cartão visual imediato, sugiro 89
que escreva «STOP & WAIT» (PARE & ESPERE) num cartão e que o 10
leve consigo e ponha à sua frente na mesa, nas reuniões. Estas duas pala- 11
vras significam o seguinte: 12
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S = Stop (Pare) W = Why (Porque) 15
T = Think (Pense) A = Am (Estou) 16
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O = (Review) Options (Reveja as Opções) I = I (Eu) 18
P = Proceed (Continue) T = Talking (A Falar)? 19
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Além disso, se alguém vir os seus cartões e lhe perguntar para que ser- 23
vem, vão gostar de ouvir o que significam os dois conjuntos de letras, e 24
talvez os ajude a refletir também na forma como reagem. 25
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CRIE MOMENTOS DIVERTIDOS NO TRABALHO 29
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Talvez se lembre de um médico americano chamado Patch Adams, cuja 32
história foi transformada num filme. Patch tornou-se famoso por contar 33
piadas e fazer palhaçadas à frente de pacientes com doenças graves e, por 34
vezes, terminais. Isto incomodava os outros médicos e o pessoal do hospi- 35
tal, mas, com o tempo, estes acabaram por entender e aceitar que o facto de 36
Patch ser tão positivo e divertido animava realmente os pacientes, as suas 37
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famílias e também o pessoal do hospital. Parecia também aliviar a dor e 39
sofrimento dos pacientes. 40
De uma forma menos dramática, ao ser positivo e divertido poderá 41
ajudar os colegas a aliviar o stress e a ansiedade e fazer com que o trabalho 42
seja ligeiramente menos pesaroso do que é para tanta gente. 43
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A partir de hoje, decida deixar os outros felizes e relaxados, criando 45
momentos divertidos e animados. Por exemplo, esteja preparado para que- 46
brar a tensão numa reunião que pareça estar a prolongar-se demasiado — 47
mas faça-o de forma apropriada e não se torne demasiado irreverente, por 48
exemplo contando demasiadas piadas numa reunião de negócios. Talvez 49
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o seu departamento se ande a desleixar com os aniversários das pessoas?
No próximo aniversário de um colega, leve um bolo e peça talvez às pes-
soas para partilharem uma história ou recordação engraçada acerca do ani-
versariante. Estes momentos de diversão são atenciosos e memoráveis, e é
deles que os seus colegas irão falar quando forem para casa, em vez de se
queixarem dos problemas profissionais que enfrentam.

Resumindo

É absolutamente impossível termos um sucesso profissional sus-


tentável se, aos olhos dos nossos colegas, pares e pessoal, somos al-
guém que não é positivo e com quem não é divertido trabalhar. As
pessoas poderão tolerar-nos, mas é improvável que apoiem a nossa
promoção ou se ofereçam para trabalhar connosco. Se não tem a
certeza se transmite uma imagem positiva e divertida, peça a opi-
nião de alguns dos seus colegas de confiança. Ninguém espera que
se torne o palhaço ou bobo da empresa, mas tente ser mais descon-
traído e positivo do que a maioria das pessoas, e isso fará com que
seja mais popular e conquiste as pessoas mais facilmente.
As três estratégias mencionadas acima estão todas interligadas
e podem ser resumidas com simplicidade: aja de uma forma mais
positiva e divertida no local de trabalho, e isso acabará por se tornar
um hábito. Pode sempre começar por coisas pequenas, como sorrir
um pouco mais, elogiar o trabalho dos seus colegas ou levar donuts
para o seu pessoal, mesmo sem haver um motivo especial para isso.

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Trabalhar com paciência 7
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e persistência 9
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«Paciência, persistência e transpiração compõem uma combinação 17
imbatível para o sucesso.» Napoleon Hill 18
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«Como são pobres, os que não têm paciência! Qual é a ferida que 20
não sarou por etapas?» William Shakespeare 21
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«A chave para tudo é a paciência. Para conseguir uma galinha, é 23
preciso chocar o ovo e não esmagá-lo.» Arnold H. Glasgow 24
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«Um momento de paciência pode evitar um enorme desastre. 26
Um momento de impaciência pode arruinar uma vida inteira.» 27
Provérbio chinês 28
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«Não é que eu seja assim tão esperto, simplesmente agarro-me aos 30
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problemas por mais tempo.» Albert Einstein 32
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Chegou agora ao Segredo 7. Será que vai ter paciência e persistência para 35
ler o livro todo? Mais importante do que isso, será que vai dedicar o tempo 36
necessário a realmente pôr em prática muitas das estratégias sugeridas? 37
Vivemos num mundo em que muitas coisas estão disponíveis instan- 38
taneamente, e compreendo que muitas pessoas parecem querer obter o su- 39
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cesso na carreira e no trabalho hoje, mas não compreendem que muitos 41
aspetos do sucesso profissional exigem tempo. Como pode afirmar estar a 42
fazer um bom trabalho, quando pode ainda não ter tido tempo suficiente 43
para aprender a fazer bem o seu trabalho? Em algumas profissões, isto leva 44
semanas; noutras, pode demorar anos. 45
Ter paciência significa aprender a aceitar que tem de dar tempo a si 46
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mesmo para fazer bem aquilo para que o contrataram. Desafio-o a ser 48
paciente e a não esperar que o sucesso e o reconhecimento cheguem da 49
noite para o dia, e a dar tempo a que o seu trabalho seja reconhecido. 50

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Não podemos deixar que o stress, a pressão ou a ansiedade nos tornem
demasiado impacientes.
Nunca é fácil saber quando devemos continuar com alguma coisa
e quando devemos mudar ou desistir. Mas como regra geral, quando
em dúvida, seja persistente e mantenha-se nesse trabalho ou tarefa por
mais algum tempo, enquanto explora as suas opções. Não se torne al-
guém que se arrepende de se despedir de um emprego ou de deixar uma
empresa, e que se apercebe, em retrospetiva, de que devia ter ficado por
mais tempo e aguentado. Tenha cuidado com a ideia de que «a galinha
da vizinha é sempre melhor que a minha» e não se permita trocar de
emprego constantemente.

APRENDA A ESPERAR
A paciência é algo que se pode aprender, e eu descobri que desenvolvemos
diferentes níveis de paciência na infância. Depois, quando entramos para
o mundo do trabalho, adquirimos o hábito de ser mais pacientes ou mais
impacientes do que as outras pessoas. Sei também que ser impaciente com
as outras pessoas é um sinal de que estamos a ser também impacientes com
diferentes aspetos de nós próprios.
Com que frequência se torna impaciente consigo mesmo ou com os
seus colegas? Observe-se a si próprio durante um dia e considere tanto
o que pensa, como o que faz. Explore quando poderá estar a agir de
forma precipitada e impaciente e peça também a opinião de um ou mais
dos seus colegas. Pratique ser mais paciente em situações nas quais se
apercebe de que dar um pouco mais de tempo a algo ou a alguém pode
ser algo positivo.
Como exemplo, fui recentemente coach de um líder que lia e respondia
a todos os seus e-mails demasiado depressa. Isto aborrecia frequentemente
os seus colegas, especialmente quando as respostas do líder eram inapro-
priadas (desnecessariamente negativas ou abrasivas, por exemplo). Tam-
bém descobri que este líder era igualmente impaciente consigo próprio.
Encorajei-o a ler os e-mails mais devagar e, quando fosse responder, ler a
mensagem duas vezes, certificando-se de que descia com o rato para ler o
e-mail todo e só depois respondia.
Encontre uma atividade em que talvez seja impaciente ou uma pessoa
com quem poderá ser impaciente e pratique o ato de abrandar e levar o seu
tempo. Ao fazer isto repetidamente, irá desenvolver este hábito.

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