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DISCIPULADO

Passo 2
Impacto do discipulado na vida

Apresentação

Seja bem-vindo(a), esta é uma nova etapa para sua vida espiritual. Daremos continuida-
de na jornada de crescimento e amadurecimento espiritual do discipulado. Jesus nos
convida para sermos seus discípulos, e este material lhe ajudará nesta caminhada.

Todos os encontros foram construídos sobre o alicerce do sermão do monte, mais


precisamente, sobre as bem-aventuranças (Mt 5.1-12). Este sermão de Jesus é impac-
tante, pois demonstra o perfil daqueles que desejam fazer parte do reino de Deus. É
importante entender que possuir uma ou outra característica não é o suficiente, mas o
caráter do discípulo deve ser permeado e transformado por todas as verdades apresen-
tadas nessa porção do sermão de Jesus.

Vamos analisar as bem-aventuranças separadamente, entretanto, o entendimento de


que elas são complementares e progressivas é indispensável para a aplicação dos prin-
cípios espirituais e morais em nossas vidas. Lembre-se das palavras do Mestre "E aquele
que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato,
que edificou a sua casa sobre a areia; (Mt 7:26)".

Gostaria de chamar sua atenção para um ponto muito importante no processo de


discipulado. A convergência entre teoria e prática, entre intelecto e coração. O principal
objetivo de Jesus era a transformação dos ouvintes em discípulos e, consequentemen-
te, depois em discipuladores. Isto se torna possível quando o ouvinte coloca em prática
os ensinamentos aprendidos, deste modo, o processo de discipulado tem como foco
principal a transformação da vida através da aplicação do evangelho de Jesus nas
ações diárias.

Você está preparado para mais uma jornada de aprendizado e transformação do cará-
ter? Se sim, ore pedindo a Deus que ilumine sua mente para a compreensão dos assun-
tos que serão apresentados.

Você está aqui:

Ser discípulo Impacto do Bases da vida do Características da A arte do perdão Fazer discípulos Servir
de jesus discipulado na discípulo vida do discípulo
vida

Ser discípulo de Jesus!


Versão 1.0
Impacto do discipulado na vida

Lembre-se

O discipulado em grupo é uma importante dádiva que Deus nos concede, afim de nos
proporcionar o crescimento espiritual. Os encontros devem ser dinâmicos e todos os
discípulos devem ter suas oportunidades para compartilhar daquilo que Deus está
comunicando e fazendo em suas vidas.

É muito importante definir as funções em cada encontro. O guardião do tempo é


responsável por monitorar o tempo gasto em cada uma das ações realizadas no disci-
pulado. O mediador é responsável por certificar que os assuntos tratados não estão
fugindo da proposta do encontro de discipulado. O facilitador é a pessoa que tomará a
iniciativa de conduzir o encontro de discipulado, promovendo a reflexão de todos os
discípulos.

O início do discipulado deve ser regado com oração de agradecimento pelo tempo de
comunhão e crescimento espiritual, em seguida o grupo deverá ser dividido em duplas
ou trios (homem com homem e mulher com mulher), para que aconteça o momento
da "prestação de contas" da semana e uma oração mais específica. Esse tempo mão
pode ultrapassar vinte minutos. A prestação de contas deverá acontecer sobre os
passos práticos definidos no encontro anterior, além é claro, de um breve resumo das
atividades da semana, e do que Deus tem realizado individualmente durante o período.

Logo após o momento de duplas e trios, o grupo deverá se reunir para iniciar o encon-
tro geral, que poderá ter duração de até 60 minutos, nesse momento é indispensável
seguir a metodologia para o alcance do objetivo principal, que é a formação espiritual
do caráter de Cristo no discípulo. O encontro deve ser finalizado com o estabelecimen-
to de passos práticos de crescimento para o próximo encontro e orações..

Versão 1.0
Discipulado
Para uma melhor experiência, fique atento aos
ícones abaixo, pois eles serão importantíssimos
para que a metodologia seja eficaz, te auxilian-
do assim no processo de crescimento espiritual.

Interrogação. Espaço para que


Start. Quebra gelo para início do você escreva suas dúvidas, aquilo
encontro em grupo. que não possui clareza no texto,
ou ainda, que provoca dúvidas ao
entendimento.

Ponto de partida. História para Megafone. Perguntas direcionadas


que os discípulos possam refletir para a reflexão em grupo. São de
sobre suas atitudes. extrema importância no processo
de discipulado.

Leitura complementar. Versículos


Lâmpada. Espaço para que você
para leitura complementar, tem
escreva o que mais te chamou
como objetivo expandir o conheci-
atenção no texto apresentado.
mento sobre o tema.

Comentários. Textos de apoio para Coração. Espaço reservado para


enriquecer a reflexão sobre o assunto anotar aquilo que deve ser guarda-
abordado. do no coração e levado para a vida.

Setas. Indicam a ordem de


cada ação a ser executada.

Versão 1.0
Encontro 1: Pobres de espírito

Suas boas obras são No livro de Atos lemos sobre Ananias e


motivo de segurança Safira, que viviam uma divergência entre
para você? como queriam ser vistos e como realmen-
te eram (Atos 5.1-11). Satanás encheu
seus corações com um plano enganoso.
Eles venderam uma propriedade e trou-
xeram apenas uma parte do dinheiro para
os apóstolos, enquanto aparentavam
estar dando todo o seu lucro. Queriam ser
reconhecidos como um casal generoso,
mas não eram o que aparentavam ser.

O autoconhecimento é a qualidade que Jesus deseja que seus discípulos desenvolvam,


pois através dela é que temos convicção de nossos próprios pecados, reconhecendo
assim a necessidade e dependência total da graça e misericórdia divina. O pobre de espí-
rito sabe que é desprezível, miserável, cego e nu, em contrapartida, àqueles que se glo-
riam em suas obras e exercícios espirituais são como a igreja de Laodiceia (Ap 3.17).
Demonstrações públicas de espiritualidade motivadas pela vanglória podem até iludir as
pessoas, porém, jamais conseguem enganar a Deus. O orgulho baseado nas virtudes
possui um grande potencial de levar os indivíduos a se iludir.

O discípulo deve ser pobre de espírito (Mt 5.3). Essa afirmação significa que ao contrário
dos fariseus que se vangloriavam por suas práticas espirituais, os seguidores de Jesus não
se orgulham de suas obras (Is 64.5-8), mas descansam e dependem de Deus, pois sabem
que o Pai é o provedor de todos os benefícios espirituais (Ef 1.3). A humildade em reco-
nhecer seu estado natural e espiritual é a chave para compreender o que é ser um pobre
de espírito. Mas, afinal, o que é ser pobre de Espírito?

Ser pobre de espírito não é ser desprovido de recursos materiais e espirituais, como
alguns pensam. Também não é autodesprezo. Para sermos pobres de espírito precisamos
lançar fora, renunciar e abominar todas as ideias de que, em algum momento, podería-
mos produzir nossa salvação. Ser pobre de espírito é ser totalmente dependente de Deus,
é ser humilde no coração e não apenas no exterior. Ser pobre de espírito é ser herdeiro do
Reino de Deus. Quanto mais avançamos em conhecimento de Deus, mais discernimos a
necessidade da justiça divina em nós. A pobreza de espírito não pode ser produzida natu-
ralmente.
Sl 40.16,17
Rm 7.23-25
2 Co 9.8-111

a) Como a leitura de Mateus 5.3 desafia você?

b) Como você se sente em relação aos dons e talentos que Deus lhe deu?

c) Você se considera uma pessoa dependente de Deus?

d) Referente a salvação: Você se sente seguro sabendo que Deus é o autor


dela e não depende das suas obras?

e) Em quais momentos do seu dia você identifica a sua humildade?

f) Você está disposto a desenvolver a humildade no coração?

g) Avalie seu modo de seguir a Jesus: Você é pobre de espírito?

h) Quando você ora, procura convencer a Deus que é merecedor de alguma


benção?

i) Olhando para suas ações espirituais públicas: Você procura reconhecimento?

j) Quais são as suas motivações espirituais??

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 2: Consolados

Jesus consola todas as Um missionário estava traduzindo o Novo


pessoas que choram? Testamento para um dialeto da China
Ocidental. Tinha certa dificuldade de
encontrar uma palavra que traduzisse bem
o significado de "Consolador". Mas, um dia,
um crente chinês disse ao missionário: "Um
vizinho meu morreu. Vou fazer uma visita à
viúva dele". E a expressão que o chinês
usou, traduzida literalmente, é a seguinte:
"Vou ajudá-la a seguir". Assim o tradutor
entendeu que consolar é ajudar a seguir
em frente.

O mundo em que vivemos gosta de rir, e tem aversão ao choro. Basta olharmos as redes
sociais para identificarmos nas fotos pessoas felizes, sorrindo e alegres. O mundo não
gosta de pessoas chorosas; elas são estraga pra zeres. Entretanto, a alegria do mundo é
passageira e logo o sorriso se desfaz, contudo, Jesus ensina que bem-aventurado são os
que choram. Isto não significa que o cristão deva sempre ser triste, ao contrário, os cris-
tãos vivem em um Reino de alegria (Rm 14.17-19).

O choro que é consolado não é resultado de condições gerais da vida como perdas e
frustrações, se assim fosse qualquer pessoa seria consolada. Você deve estar se pergun-
tando: o que é esse choro então? Esse choro é o pesar que o cristão sente por seu próprio
pecado. O mesmo sentimento que Paulo descreve em Romanos 7.24 "miserável homem
que sou!". O pecado é de fato aquilo que deve entristecer o discípulo, mas, por outro lado
ele será consolado! Jesus pagou o preço pelo resgate do seu povo (Mc 10.45), e livrou-os
do pecado (Mt 1.21).

O mundo não gosta de demonstrações de fraqueza. Chorar demonstra infelicidade com


algo. Vários motivos podem ser apontados, os principais são: orgulho e foco na aparência.
Ambos são pecados, e os que não choram pelos seus pecados, cometem pecado. Jesus
chorou por causa dos efeitos do pecado (Rm 6.22,23; Jo 11.33-35), chorou pelos pecados
alheios (Lc 19.41-44). Você já se sentiu feliz com o pecado e a consequente queda de
alguém? Algumas pessoas sentem prazer em ver um irmão caindo, isso demonstra imatu-
ridade espiritual. O discípulo maduro na fé auxilia o faltoso no processo de restauração, e
com o auxilio do Consolador enviado por Jesus para nos consolar, podemos seguir na
caminhada, e breve, Deus enxugará toda a lágrima dos olhos daqueles que choram (Ap
21.4).
Versão 1.0
Is 66.12-14
Mt 5.4
2 Co 1.1-5

a) Como a leitura de Mateus 5.4 desafia você?

b) Qual foi a última vez que você reconheceu suas mazelas?

c) Qual sua reação quando comete algum pecado?

d) Você acredita que tem provado um genuíno arrependimento?

e) É possível encontrar conforto e alívio em Deus mesmo em situações em


que não compreendemos o motivo de nosso sofrimento?

f) Comente sobre como você se sente ao saber que um irmão pecou?

g) Ultimamente, você possui um sentimento próprio de auto aprovação?

h) É possível dizer que o arrependimento está presente em sua vida?

i) Em Tiago 4.9,10 o escritor nos estimula a trocar o riso em pranto.


Quantas vezes você agiu dessa maneira?

j) Quando você ora, sente-se consolado por Deus?

k) Como você descreveria seu nível de esperança no consolo divino

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 3: Mansos

O que é mansidão Moisés pensou que poderia usar o


para você? seu poder real para libertar o povo
de Deus da escravidão em que se
encontrava. Ele usou mal o seu
poder matando um egípcio, o que
apenas lhe fez desperdiçar poder,
porque perdeu o respeito do seu
próprio povo (Ex 2.11-15). Deus teve
que lhe ensinar a mansidão (Nm 12.
3). Os mansos prosperam porque
têm o poder sob controle.

O Reino de Deus é um reino de ponta cabeça, onde bem-aventurados são os pobres, e os


que choram. Diante de um mundo que se importa com o poder e a força onde o objetivo é
conquistar, vemos Jesus ensinando que felizes e abençoados são os mansos. Para o mundo
o crente é um mistério! Sim, um mistério para o mundo, ou seja, algo difícil de entender. E
se assim não formos, há algo de errado conosco. Se o mundo não tiver dificuldades de nos
compreender, há deficiências em nossa fé., pois qualquer pessoa que decida viver sua vida
cristã baseada em suas próprias forças, está declarando que não é crente. No tocante, o
apóstolo Paulo declara: "Se devo orgulhar-me, que seja nas coisas que mostram a minha
fraqueza" (2Co 11.30).

Qual será a definição de mansidão que Jesus se refere no texto de Mateus 5.5? Precisamos
entender que essas são qualidades e características daqueles que participam do Reino de
Deus. Você é do reino? Você é manso? Temos o exemplo de Abraão, que deixou Ló, mesmo
sendo mais novo, escolher a terra que queria morar e trabalhar e não fez nenhuma queixa
posterior (Gn 13. 8-12). Outro exemplo é o de Moisés que não impunha a própria vontade
aos outros, mas antes, com mansidão e humildade conduziu o povo, entretanto, a mansi-
dão não é algo natural, muito pelo contrário, é algo produzido pelo Espírito Santo.

Ser manso não é ser isento de opinião, muito menos aceitar tudo sem questionar. Ser
manso não é ser isento de sentimentos ou deixar-se dominar, tampouco é apenas expres-
são exterior. Ninguém pode se tornar humilde, apenas o Espírito Santo é capaz realizar
essa obra. Ser manso é resultado da obra do Espírito Santo (Gl 5.22). Ser manso é saber
como agir em determinadas situações; é abrir mão de direitos próprios em benefício de
outros. Temos a obrigação de pôr um ponto final em nosso próprio “eu”, que é a causa de
todas as nossas dificuldades.
Versão 1.0
Nm 12.3
Mt 11.28,29
2 Sm 12.1-13

a) Como a leitura de Mateus 5.5 desafia você?

b) Reflita: Como Deus providencia oportunidades para você demonstrar


mansidão?

c) A mansidão não pode ser entendida como uma habilidade humana,


mas como obra do Espírito Santo. Você consegue identificar essa obra em
sua vida? Em quais aspectos?

d) Quais são os alicerces sobre os quais você constrói seus relacionamentos?

e) Diante dos problemas, qual sua reação?

f) Quais desculpas costumam te impedir de ser uma pessoa empática?

g) Como você reage quando um de seus diretos é tolhido?

h) Qual sua reação ao ser afrontado de alguma forma?

i) De que modo a mansidão pode impactar seus relacionamentos?

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 4: Apetite espiritual

Quais são as Um jaburu estava caçando caramujos


suas prioridades? à beira de um lago, quando viu um
cisne perguntou: “De onde você está
vindo?” “Estou vindo do céu”, disse o
cisne. “E como é o céu?” perguntou o
jaburu. O cisne fez uma bela descrição
do céu com suas ruas de ouro e os seus
rios de cristal. O jaburu ouviu e depois
indagou: “E lá existem caramujos?”
“Não”, replicou o cisne. “Então não me
interessa”, disse o jaburu. “O de que eu
gosto mesmo é dos caramujos.”

Jesus apresenta necessidades físicas: fome e sede, que possuem relação com o apetite
pela justiça, e as liga com a questão da bem-aventurança, ou seja, a felicidade. No
mundo tudo quanto os homens fazem tem por alvo a felicidade. Entretanto, a grande
tragédia do mundo é que, embora a humanidade se concentre tanto na busca pela
felicidade, jamais consegue encontrá-la nas coisas terrenas, pois sempre que alguém
coloca a felicidade acima da justiça, este encontra o fracasso.

Para Jesus, seus discípulos devem refletir um padrão de excelência sendo justos, desse
modo, o versículo de Mateus 5.6 se torna um termômetro que mede nossas intenções.
Jesus ensina que só são felizes as pessoas que buscam primeiramente a justiça; não a
justiça pública ou social, mas a justiça divina que pode inclusive nos justificar, trazendo
assim alegria verdadeira (Rm 4.7,8). Ao alcançar essa condição de justificados, o relacio-
namento com Deus é restabelecido, e a alegria verdadeira se torna possível. Uma análi-
se desse conceito aponta para o desejo de receber libertação do pecado, sendo assim,
o apetite espiritual adequado é aquele que deseja a justiça e o perdão divinos como
prioridades.

Na parábola do bom samaritano observamos figuras religiosas que agiram parcialmen-


te, através de pré-julgamentos (Lc 10. 25-37). Essas figuras acreditavam estar agindo de
maneira justa, entretanto, seus relacionamentos pessoais refletiam um distanciamento
de Deus e do próximo. O discípulo que tem fome e sede de justiça deseja ser redimido
de todo o desejo de pecar, não apenas em atos externos, mas também em seu interior,
desejando exibir o fruto do Espírito em cada uma de suas ações. Ter fome e sede de
justiça é desejar ser um retrato de Cristo.

Versão 1.0
Ef 2.4,5
Jo 14.16-18
Lc 18.13,14

a) Como a leitura de Mateus 5.6 provoca você?

b) Diante da parábola do bom samaritano e do exemplo que ela dá, com


qual personagem você se assemelha?

c) O que você pode fazer para desenvolver mais o seu apetite espiritual?

d) Reflita um pouco e responda: Quais são suas prioridades?

e) Como você se sente ao cometer uma injustiça?

f) Para você, a sua alegria/satisfação é prioridade?

g) Como está seu relacionamento com Deus?

h) Você se sente justificado pelo sangue de Cristo?

i) Como você se sente em relação ao pecado?

j) Quando você comete algum tipo de pecado, seja externo ou interno,


qual sua reação?

k) Reflita: Sua vida exibe os frutos do Espírito Santo?

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 5: Misericordiosos

Como é possível Uma mulher buscou auxílio num religioso


demonstrar e o resultado foi esse: "Eu tive fome e tu
misericórdia? formaste um grupo para discutir minha
fome; Estive presa e tu te retiraste para a
tua capela para orar por minha liberta-
ção; Estava nua, questionaste a moralida-
de da minha aparência; Estive enferma e
tu te ajoelhou e agradeceu a Deus por tua
saúde; Estava desabrigada e tu falaste do
abrigo espiritual de Deus; Parecia tão
santo, tão próximo de Deus! Mas eu ainda
estou com fome, sozinha e com frio".

A palavra grega para bem aventurado é makairos, e significa: alegria transcendente,


alcançada por meios sobrenaturais. Somente ao realizar a vontade de Deus podemos
atingir esse nível de satisfação. A misericórdia é a capacidade de se identificar com o
que a outra pessoa está sentindo. É o sentimento de compaixão pelo estado de miséria
do próximo. Você é uma pessoa misericordiosa? Ser misericordioso não é ser compla-
cente, ou seja, alguém que não presta atenção às coisas, ou que, mesmo que as veja,
finja não estar percebendo coisa nenhuma. Complacência não pode ser confundida
com misericórdia, pois essa é um atributo divino compartilhado ao homem (Lc 6.36).

A misericórdia divina é demonstrada através da compaixão, que deseja aliviar os sofri-


mentos humanos (Lc 7.13). Assim sendo, o crente é alguém dotado de sentimento de
compaixão e sua preocupação é com a miséria sofrida pelo próximo, que produz nele o
desejo de aliviá-la. O sentimento de misericórdia deve nos libertar de toda a ideia de
vingança ou julgamento. Lembre-se de Estêvão, que enquanto era apedrejado disse:
“Senhor, não lhes imputes esse pecado” (At 7:60).

A misericórdia não é um sentimento subjetivo, ela deve ser externada através de ações,
proporcionando assim bem estar ao próximo. Essa virtude não depende de uma
disposição natural do homem, e só pode ser atingida através da maturidade espiritual.
Jesus deu exemplo de misericórdia. Ele se moveu de íntima compaixão e manifestou
seus sentimentos agindo em benefício do necessitado (Rm 5.8), além disso, Jesus
demonstrou compaixão quando diante de seus executores exclamou: "Pai, perdoa-lhes,
pois não sabem o que estão fazendo" (Lc 23.34).

Versão 1.0
Êx 34.6
2 Sm 22.25,26
Lm 3.22,23

a) Como a leitura de Mateus 5.7 desafia você?

b) Como você se sente em relação aos seus sentimentos para com o próximo?

c) O sofrimento alheio lhe comove?

d) Quanto lhe incomoda saber que um irmão está em uma situação de


sofrimento? Qual sua atitude para mudar essa situação?

e) A misericórdia é uma característica em sua vida?

f) Quando alguém lhe prejudica, você deseja que essa pessoa receba o
mesmo prejuízo?

g) Como Deus está trabalhando em seu caráter nos últimos dias?

h) Como você avalia a intensidade do seu desejo de aliviar o sofrimento do


próximo?

i) Para você, quem é seu próximo?

j) Como você trata uma pessoa que está em dívida contigo?

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 6: Limpos de coração

Você sabe o que Uma ovelha e um porco reagem de


é ser limpo de modo diferente num lamaçal. A ovelha
coração? que cai na lama não se sente feliz ali.
Ela lutará e clamará até conseguir sair.
Por outro lado, um porco anda sempre
à procura dum lamaçal. Quando o en-
contra chafurda nele com roncos de
satisfação. Por natureza, e sem a obra
de convicção produzida pelo Espírito
Santo, um pecador é como um porco
que procura o mal e a tentação e não
tem nenhum desejo de se livrar do
pecado.

A única maneira de alguém tomar-se possuidor de um coração limpo consiste em


perceber quão impuro é o seu coração. Jesus destaca a importância de ter um coração
puro, isso está relacionado com o interior do homem. Precisamos fugir da tentação de
desenvolver um interesse puramente mecânico pela Palavra de Deus, de forma a
tornar-se apenas um estudioso deixando de lado a prática do evangelho. De acordo
com o uso bíblico geral do termo coração, este é tido como o centro da personalidade,
de onde brotam as saídas da vida (Pv 4.23).

Bem-aventurados são os puros, não meramente na superfície, mas no próprio interior


de seus seres, na fonte de todas as suas atividades. O coração do homem natural é mau
(Mt 15.19), e sozinho jamais poderá ser limpo, consequentemente, não poderá ver a
Deus. Contudo, uma boa definição para coração puro é aquela que aparece em Salmos
86:11 “dispõe-me o coração para só temer o teu nome”. A nossa grande dificuldade é o
nosso coração dúplice. Uma parte do meu ser quer conhecer, adorar e agradar a Deus,
mas a outra porção de mim quer algo diferente.

O coração é apresentado na Bíblia como a fonte dos males (Jr 17.9). Neste caso, as
ações externas revelam o que está no coração (Mt 15.19; Jo 8.44). É impossível afirmar:
"tenho Deus no coração" e não demonstrar isso através de ações externas. Infelizmente
o coração do homem natural é uma fábrica de impiedade. O coração pode ser limpo
pela ação regeneradora do Espírito Santo (Hb 8.10; 10.19-23). E, com isso, é possível
obedecer a Palavra de Deus (Rm 6.17,18). O objetivo do evangelho é proporcionar-nos
a visão de Deus, é levar-nos a ver Deus, isso se tornará possível através da purificação
do nosso interior e, consequentemente, do exterior.

Versão 1.0
Dt 6.5
Sl 86.11,12
1 Jo 1.9

a) Como a leitura de Mateus 5.8 desafia você?

b) Quais as ações para que você desenvolva um coração mais puro?

c) Como anda sua luta contra o pecado e as impurezas?

d) Você pode dizer que a pureza é uma qualidade na sua vida?

e) Quais são os desejos predominantes em seu coração?

f) Quantos desejos lutam entre si em seu coração?

g) Reflita: Quantas vezes você ouviu pessoas dizerem que é necessário


confiar em seu coração. Qual sua opinião sobre esse assunto?

h) Você é reconhecido pelo que tem no coração ou pelo que aparenta


exteriormente?

i) Examine sua condição atual: Seria possível ver a Deus hoje?

j) Como está a disposição do seu coração em temer a Deus?

k) Existe algum ídolo em seu coração? Algo que está tentando tomar o
lugar prioritário de Deus?

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 7: Pacificadores

Quais são as maiores Um submarino permaneceu submerso por


características de um muitas horas. Ao voltar ao porto, seu
filho de Deus? comandante foi questionado: "Então, que
houve com seu submarino durante a tem-
pestade desta noite? O comandante,
surpreso respondeu: "Tempestade? Não
vimos nenhuma tempestade!" Haviam
estado em águas tão profundas que não
chegaram a sentir nada do temporal. O
mesmo se dá com o coração confiante no
Pai. Nos momentos de turbulência, nossa
alma fica em tranquilidade.

Por que há tantas guerras no mundo? O que há com este mundo? Só existe uma
resposta para essa indagação, o pecado. As guerras e disputas também estão dentro
das igrejas. Temos esquecido da exigência do Mestre de sermos pacificadores. O pacifi-
cador não é apenas pacífico, mas, sobretudo, é alguém que procura estabelecer ativa-
mente a concórdia. Já aprendemos que o coração é a fonte de todos os males, e que ele
deve ser tratado e regenerado pelo Espírito Santo. Somente através da intervenção
divina é possível desenvolver essa qualidade. O discípulo deve agir ativamente para
que haja paz entre todos.

Ser inteiramente liberto do próprio “eu”, dos interesses próprios e da preocupação


consigo mesmo, são as atitudes que antecedem um pacificador. Se você estiver pen-
sando só em si próprio, em atitude defensiva, não poderá ser um pacificador. O homem
natural pensa em si mesmo, pensa somente nos seus interesses próprios, e quando
cada indivíduo tem o mesmo pensamento, os conflitos se instauram. Com certeza,
Deus proporcionou oportunidades para que você demonstre que possui a paz de Deus
que excede todo o entendimento (Jo 14.27; Fp 4.7; Cl 3.15).

Para ser um pacificador, não basta ter capacidades naturais ou habilidades discursivas.
A paz que excede o entendimento vem de Deus e nos habilita a viver em paz com
todos, porém, enquanto você não tiver a disposição para abrir mão de seus direitos,
não provará a paz de Deus (Mt 5.38-41). Para ser um pacificador é necessário ter domí-
nio próprio, e também dominar os impulsos (Tg 3.3-6). Crente é aquele em quem vivem
dois homens, o velho homem e o novo homem, além disso, o pacificador é o homem
que se dispõe a deixar-se humilhar (Mt 23.12).

Versão 1.0
Tg 3.17,18
Rm 8.5-8
2 Co 5.18,19

a) Como a leitura de Mateus 5.9 desafia você?

b) Você é uma pessoa que evita conflitos?

c) Como está seu autocontrole? Você tem dominado seus impulsos?

d) Qual sua avaliação sobre seu relacionamento com seus perseguidores?

e) O que pode ser feito para que situações externas não afetem sua paz?

f) Você se considera uma pessoa empática?

g) Qual seu nível de comprometimento com a Palavra de Deus?

h) Reflita: Quando foi a última vez que você cedeu em uma discussão?

i) Você está em paz consigo mesmo?

j) Ao analisar seu contexto, você tem paz com Deus?

k) Existe a possibilidade de estar em paz com Deus e em conflitos com os


homens? Justifique sua resposta.

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 8: Oração

Qual o seu sentimento


quando submetido a uma Uma medalha cunhada por ordem do
imperador romano Diocleciano, trazia
perseguição? a seguinte inscrição: "Que o nome de
cristão seja extinto". Quantos sabem
quem foi Diocleciano? Quando viveu?
Que fez? Certamente, poucos o
conhecem ou já ouviram falar nele.
Entretanto, o nome cristão continua a
definir aqueles que são salvos por
Cristo e constituem sua gloriosa e
indestrutível Igreja até o dia de hoje.

.
O crente é perseguido por ser um determinado tipo de pessoa e porque se comporta
de maneira diferente do mundo. Não lemos em Mateus 5.10: “Bem-aventurados os
perseguidos porque são fanáticos”. Nem lemos: “Bem-aventurados os perseguidos por
serem excessivamente zelosos”. Nosso fanatismo poderia levar-nos a ser perseguidos,
mas o fanatismo jamais é recomendado pelo Novo Testamento. Não lemos: “Bem-aven-
turados os perseguidos por estarem fazendo algo de errado”.

Sem dúvida, para o mundo a perseguição não é encarada como algo bom que cause
alegria. Porém, para os cristãos, a perseguição faz parte das bem aventuranças e devem
produzir alegria (At 5.38-42), pois ser justo e praticar a justiça, significa assemelhar-se
ao Senhor Jesus Cristo. Portanto, bem-aventurados são os perseguidos por se parece-
rem com Ele, como a Escritura afirma: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do
que a vós outros, me odiou a mim" (Jo 15.18). Quando somos justificados por Cristo,
buscamos a justiça do Reino em primeiro lugar (Mt 6.33).

A perseguição que causa alegria, é aquela que está ligada com a justiça do Reino e
com a vontade de Deus. Essa perseguição fortalece a fé (Rm 5.3-5). A presente bem-a-
venturança sonda os nossos pensamentos a respeito do que é uma pessoa crente. Um
crente é alguém que será perseguido, simplesmente, por ser alguém que imita a Cristo,
sendo uma representação fiel de Seu caráter. Por ser justificado pelo Senhor, tem paz
com Deus e, consequentemente, terá inimizade com o mundo. Dessa forma, podemos
afirmar o que está escrito em João 16.33: "no mundo tereis aflições". Quanto mais nos
tornamos amigos de Jesus, mas o mundo se torna nosso inimigo.

Versão 1.0
1 Co 4.9-14
2 Co 4.8,9
Gl 6.12,13

a) Como a leitura de Mateus 5.10-12 desafia você?

b) Alguma vez você se alegrou na perseguição? Quando?

c) Você identifica algum comportamento que precisa ser mudado?

d) Você se considera uma pessoa parecida com Jesus Cristo?

e) Como se sente em meio às provações?

f) O quanto ser perseguido e injuriado por causa de sua semelhança com


Cristo lhe incomoda?

g) Você consegue identificar em suas ações a justiça do Reino?

h) Reflita: Existe algo em sua vida que possa ser motivo de perseguição?
Se sim, você deverá pedir ao Senhor que lhe ajude a livra-se de tais práticas.
Pois a única justificativa aceita para ser perseguido é a semelhança com Jesus.

i) Partindo do que você aprendeu nessa lição a atitude de perseguir alguém


é de um discípulo de Cristo?

O que Deus requer de mim?

O que eu farei daqui em diante?

Versão 1.0
Encontro 9: Revisão

Que bom que você chegou até aqui, isso significa que está comprometido com o seu
desenvolvimento espiritual. Acreditamos que esse tempo de comunhão e aprendizado
com o discipulado contribuiu para grandes mudanças e transformações em sua vida e
família.

Entretanto, antes de continuar, é necessária uma pequena revisão. Nesse momento


você poderá refletir sobre o significado desse tempo de discipulado. E para isso, discuta
sobre as questões abaixo:

Daquilo que Deus requer de mim, eu:


Encontro 1 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
Encontro 2 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
Encontro 3 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
Encontro 4 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
Encontro 5 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
Encontro 6 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
Encontro 7 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
Encontro 8 ( ) Fiz tudo ( ) Fiz parte ( ) Fiz pouco ( ) Fiz nada
TOTAL : Fiz tudo Fiz parte Fiz pouco Fiz nada

a) Reflita sobre o processo de discipulado que você vivenciou nestas últimas semanas. Quais foram os
benefícios para o seu crescimento espiritual em Cristo?

b) Como Deus trabalhou em sua vida durante esse período?

c) Com base na avaliação acima, como você considera seu nível de crescimento espiritual?

d) Nesse momento é necessário levar a sério a continuidade do discipulado, comprometendo-se em


continuar avançando na trilha para crescer espiritualmente. Você está disposto?
Sim ( ) Não ( )

MISSÃO DA SEMANA: Marque um dia e horário com seu discipulador e converse sobre a sua revisão.
Dia: / / Hora: :

Discipulado é um processo de crescimento espiritual, onde é preciso internalizar os ensina-


mentos da Palavra de Deus, com a finalidade de aplicá-los na vida prática.

Versão 1.0
Referências

BÍBLIA NOVA VERSÃO INTERNACIONAL. 2010

BÍBLIA JFA-REVISTA E CORRIGIDA.

CARSON, D. A. O sermão do Monte: Exposição de Mateus 5-7. Vida Nova. São Paulo, 1º
edição, 2018.

CÉSAR, Paulo. Estudos do Sermão do Monte: Bem Aventurados os Perseguidos. ICSV.


Disponível em: https://cutt.ly/84ZFiUg

GUZIK, David. Lucas 6: o Sermão da Planície. Enduring Word. 2021. Disponível em:
https://cutt.ly/w4ZD49s

JONES, Martyn Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. Editora Fiel. São Paulo, 1º edição,
1984. pg 336.

LOPES, Hernandes Dias. . 2008. pg 101.

OLIVEIRA. Lucio Antônio de. Confessando a Idolatria: A apologia à Fé Cristã pelo argu-
mento da infelicidade a partir do Agostinho do livro x das Confissões. Dissertação de
Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia. 2022.

PACHECO, Walter. Abordagens ao Texto Bíblico: Ilustrações. Disponível em:


https://shre.ink/k4BF

SOARES, Cleber. Felizes os Limpos de Coração e os Pacificadores. INCC. 2020. Disponível


em: https://cutt.ly/u4ZSQDU

Versão 1.0

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