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Cordélia Kingsbridge
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Capítulo Um
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— Vou dar a eles mais cinco minutos antes de voltar ao terminal para
ver o que está acontecendo, disse ele.
Assim que ele decidiu entrar no terminal, um jato saiu da pista mais
próxima e taxiou na direção deles. Ryder estreitou os olhos até conseguir
distinguir as listras distintivas do Gulfstream G5501. Ele se permitiu um
suspiro de alívio e se endireitou.
Uma escada móvel foi arrastada até a porta do anteparo. Ela se abriu
um minuto depois, e uma mulher atlética com cabelos castanhos curtos saiu
seu olhar caindo imediatamente sobre Ryder. Ele a reconheceu de uma foto
como Janet Scheller, líder da equipe de segurança de Luca. Ex-líder de
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equipe, agora.
Mas uma fotografia não conseguia captar o efeito pleno da luz do sol
que brilhava em seu cabelo preto e deixava sua pele morena em chamas, o
ondular sensual e confiante de seus quadris, a forma como seu suéter de
caxemira e a calça de veludo preto moldavam em seu corpo comprido e
magro. Luca se movia com uma graça que era ao mesmo tempo sedutora e
predatória.
Atrás de Luca estavam mais duas pessoas, uma mulher ruiva e um dos
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homens mais feios que Ryder já tinha visto. Enquanto o grupo atravessava a
pista, os guarda-costas caíram em uma formação clássica, com os quatro
homens ao redor de Luca. Ryder observou essa formação com aprovação.
A voz de Luca não era profunda, mas tinha uma qualidade baixa e
rouca muito atraente, embora Ryder tivesse certeza de que era artificial.
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— Eu já me sinto mais seguro.
Algo em sua postura se soltou. — Boa sorte, disse ela, e partiu para o
terminal sem dizer uma palavra de despedida ao seu antigo encargo. O
homem feio seguiu-a, lançando a Luca um olhar venenoso. Luca mandou-lhe
um beijo.
Querendo levar o garoto para casa o mais rápido possível, Ryder abriu
a porta traseira do carro. Luca observou o Range Rover Supercharged2
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cinzento com as sobrancelhas levantadas.
— Belo carro, disse ele. — Para onde você está me levando, uma festa
de fraternidade?
Luca pulou no banco de trás, mas ele estendeu a mão e pegou a porta
antes que Ryder pudesse fechá-la. — Você vai se sentar aqui atrás comigo?
Por favor.
Willis olhou pelo espelho retrovisor e tocou a aba do boné. Luca deu-
lhe um sorriso deslumbrante. — Oi.
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O motor do carro já estava funcionando. Willis tocou no botão do viva-
voz na tela de navegação do carro, que estava integrado ao seu Bluetooth. —
Pronto para se mover.
— Entendido.
***
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A expressão de Ryder foi inestimável. Foi preciso muito esforço para
que Luca contivesse sua alegria.
O que sua mãe estava pensando? Foi ela que insistiu que todos os seus
guarda-costas fossem femininos ou trolls hediondos como Warnock3, mas
aqui estava ela oferecendo o Capitão América em uma bandeja de prata.
Luca não poderia ter escolhido melhor se ele mesmo tivesse escolhido
Ryder. De sua mandíbula forte e quadrada e aparência áspera à sua estrutura
alta e bem musculosa, Ryder praticamente pingava testosterona - a forma
exata que Luca gostava em seus homens. Isso os tornou muito mais fáceis de
manipular. Luca estimou que ele teria este comendo na palma da sua mão
em questão de dias, se não horas.
— Não.
3Neil Warnock é um ex-futebolista e técnico de futebol britânico. Atualmente é técnico do Cardiff City,
clube galês que disputa a Premier League. NT, o cara é feio....
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— Você tem namorada?
— Não.
— Um namorado?
— Não.
Algo estranho passou pelo rosto de Ryder. Luca teria chamado isso de
diversão em um contexto diferente.
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Ryder parecia completamente sincero. Se ele estava correndo algum
tipo de jogo, Luca não sabia o que era. Ele decidiu mudar de tática.
Luca olhou para ele por um momento, sem piscar, antes de retirar a
mão e sentar-se em seu próprio lugar. Ele tinha sido capaz de sentir o coração
de Ryder batendo, lento e firme. Sua respiração era normal. Suas pupilas não
estavam dilatadas.
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Nunca tendo encontrado esse tipo de obstáculo em particular, Luca
estava perplexo. Logo após a confusão, veio uma onda quente e inesperada
de vergonha. Ele sempre gostou de interpretar o ato desamparado, mas a
maneira como Ryder tinha tomado isso ao pé da letra feriu seu orgulho.
— Eu sei como lidar com uma arma, ele murmurou, virando-se para
olhar pela janela.
— Bom.
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Luca odiava as abreviações comuns advindas do netspeak4, mas o
texto ainda trouxe um sorriso ao seu rosto. Seu polegar pairou sobre o botão
de resposta. Outro olhar de lado para Ryder o fez se decidir.
Estou nu agora.
Tão duro que dói. Eu gostaria que houvesse um professor sexy aqui
para aliviar minha dor.
4No original em inglês as expressões estão abreviadas, ou substituídas por acrônimos. Mas não tem sentido
em português...e como eu não adepta dessa linguagem de internet fiquei perdida aqui.kkkk
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Ryder deu-lhe um olhar curioso. Ah, então agora Luca tinha conseguido a
atenção dele, não é?
Não mais. Você sabe o quanto eu te amo, lindo. Eu não posso ficar
bravo com você.
Sempre.
Eu posso ligar para você amanhã à noite. Vai ser muito tarde onde
você está.
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Tempo para algum controle de danos. — Você trabalha para a minha
mãe há muito tempo? Ele perguntou, mantendo a voz amigável.
Ryder balançou a cabeça. — Sua mãe foi muito clara sobre levá-lo
direto para casa. Tenho certeza de que Sheila terá algo pronto para você.
— Sim. Quanto tempo passou desde a última vez em que você esteve
em casa?
Ele não esperava que Ryder entendesse o significado disso, mas ficou
claro pela repentina expressão de pena em seu rosto que ele tinha. A perna
de Luca começou a sacudir novamente. Ele pressionou o punho na coxa.
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Tentando quebrar a tensão que havia caído sobre o carro, Luca disse:
— Eu nunca pensei que minha mãe me deixaria voltar aos Estados Unidos.
— Ela foi aconselhada a não fazer isso, mas ela realmente não teve
escolha.
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deixar nada acontecer com você.
Luca olhou para a mão grande e calejada que fazia a sua parecer
menor ainda. Suas mãos e pernas ficaram frouxas, em paz. Ele ergueu o olhar
para os olhos tão azuis quanto a cor estampada na bandeira Americana e
disse: — Eu acredito em você.
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Capítulo dois
Ele não deveria ter tocado Luca. Ryder sabia disso. Isso apenas
encorajaria o garoto, que já parecia bastante instável como era.
Mas ele estava tão chateado, e esse tique constante de sua perna teria
deixado Ryder maluco se ele não tivesse colocado um fim nisso. Mesmo o
profissional de segurança mais rigoroso não teria achado o gesto
reconfortante inadequado.
Ele forçou sua atenção para longe de Luca e de volta para a estrada
onde pertencia. Mesmo com a blindagem do carro e as habilidades de Willis,
Luca estava extremamente vulnerável enquanto viajava assim. Ryder e Willis
tinham pesquisado a rota várias vezes, indo e voltando entre o aeroporto e a
propriedade D'Amato em Bethesda, observando os padrões de tráfego,
limites de velocidade, número de luzes, possíveis locais de emboscada. Uma
variedade de potenciais rotas de fuga havia sido traçada ao longo do
caminho. Toda essa preparação cuidadosa não significaria nada, no entanto,
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se Ryder e Willis afrouxassem agora.
Falando nisso…
— É sábado.
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Ryder não tinha resposta para isso. Luca afundou em seu assento, de
repente, aparentando muito sua idade.
— Sheila!
5 perfuradores de pneu.
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Ela sorriu e abriu os braços. Luca se jogou neles.
— Sim senhor.
Ryder saiu do carro. Quando Willis foi embora, viu Sheila acenando
para a porta da frente aberta da casa. Duas mulheres vestidas com o
uniforme cinza-e-branco da equipe de limpeza da propriedade se apressaram
e se dirigiram para o segundo Range Rover para ajudar os outros guarda-
costas com a bagagem. O próprio Ryder foi direto para o lado de Luca; a
segurança de seu encargo era sua prioridade número um.
— Ela achou que seria mais seguro se nosso contato fosse limitado.
Mas agora você está de volta e temos todo o tempo do mundo para recuperar
6 Filhote, pequeno...
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isso.
Embora ela sorrisse ao dizer isso e puxasse Luca para outro abraço,
Ryder viu uma sombra passar por seu rosto. Sheila tinha sido a governanta
da casa dos D'Amatos por mais de uma década; Juntamente com o marido
Ethan, que tinha um papel mais amplo na administração das propriedades
D'Amato, ela vivia lado a lado com a família. Ela sabia melhor do que
ninguém em quanto perigo Luca estava agora que ele havia retornado.
Song olhou por cima do ombro. Ryder acenou para ela ficar com Luca.
Uma vez que eles estavam sozinhos, ele se virou para McCall. — Está tudo
bem?
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De todas as coisas que ele achava que ela poderia dizer a ele, isso nem
sequer estava na lista. Ele olhou para ela espantado.
Deve ter sido uma pergunta retórica, porque ela não esperou por uma
resposta. — Ele está testando seus limites. Espero que ele não tenha feito
você se sentir muito desconfortável.
— Olha, eu não quero te ofender, ela disse, — mas desde que você
falou... dada a 'situação' de Luca, para emprestar seu termo, não posso deixar
de me perguntar que diabos D'Amato estava pensando colocando uma fatia
de bolo como você a cargo da segurança dele.
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razões. É uma longa história.
Ryder acenou com a cabeça para deixá-la saber que ele apreciava sua
preocupação, em seguida, fez um gesto para que ela o precedesse para dentro
da casa. Ele trancou a porta da frente atrás deles enquanto McCall parava no
meio do foyer.
A entrada tinha três andares, de modo que uma pessoa parada no hall
circular do segundo e do terceiro andar ainda estava tecnicamente dentro do
vestíbulo. Uma grande escadaria tirada do livro da Cinderela se curvava
graciosamente sob um lustre grande o suficiente para esmagar um elefante.
Ele brilhava à luz do sol que entrava pelas muitas janelas.
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— Você não estudou a planta que eu enviei para você? Ryder
perguntou quando começaram a andar. Seus passos ecoando no chão de
mármore.
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Luca e Song. Luca olhou para McCall quando ela tentou se sentar ao lado
dele; Ela revirou os olhos e se sentou no outro lugar, dando a Ryder um
encolher de ombros. Ele sentou-se sem comentar.
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— Jesus Cristo, Candy, por que você simplesmente não sai e me chama
de ninfomaníaco?
McCall bufou em seu copo de água e até Song abriu um sorriso, mas
Sheila cobriu a boca com a mão, chocada.
Ele abaixou a cabeça para retornar à sua comida, e foi quando Ryder
viu o rubor.
Era sutil na pele de azeitona de Luca, mas sua tonalidade era mais leve
do que a maioria dos italianos devido à sua herança mista, por isso não era
invisível. O leve rubor rosa que se espalhou sobre as maçãs do rosto afiadas
fez com que ele parecesse mais humano e quase... doce. Ele realmente estava
envergonhado por ofender Sheila.
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próprios guarda-costas da Sra. D'Amato. Nesse caso, cabe a Clarke.
— Luca não vai a outro lugar hoje, então vocês duas estão de folga.
McCall, preciso de você de volta aqui amanhã às nove da manhã. Song, você
está de volta às seis da tarde de amanhã à noite.
Ryder ficou tenso ao toque da mão de Luca em seu braço, mas quando
ele se virou, ficou surpreso ao encontrar o garoto fazendo careta.
Ryder olhou surpreso. Em todo o tempo que ele trabalhou para ela,
nunca viu Evelyn D'Amato pisar em sua própria cozinha.
***
KM
cabelo loiro-branco e os olhos azul-acinzentados gelados estavam tão longe
do Mediterrâneo quanto se podia chegar. Ela e Luca tinham quase a mesma
altura - cerca de 1,55 m —-, mas os saltos lhe deram alguns centímetros
extras, do qual ele se ressentiu.
— Não Senhora.
— Claro, mãe.
Evelyn acenou para os outros e saiu da sala. Luca podia sentir Siobhan
observando-o, mas ele a ignorou enquanto retomava seu lugar e pegava o
garfo.
Ele estava faminto há alguns minutos atrás. Agora, o pouco que ele
tinha comido parecia chumbo em seu estômago, e ele sabia que vomitaria se
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tentasse comer mais. Ele resolveu empurrar sua comida ao redor do prato.
Luca respirou fundo. Uma Evelyn irritada não era novidade. Ele não
conseguia nem lembrar da última vez que ela se mostrara satisfeita com ele.
Quando eles atravessaram a ponte com vista para o nível mais baixo,
Luca reprimiu o desejo surpreendentemente forte de sugerir que Ryder o
fodesse sobre o corrimão. Ele já havia comprovado por si mesmo que Ryder
não ficava excitado com esse tipo de atitude. No entanto, era uma pena, por
KM
que ele tinha certeza que Ryder fodia como uma britadeira. Luca lançou um
olhar melancólico para as mãos grandes e as coxas grossas e fortes.
— Oi, Clarke, ele disse no mesmo tom de voz ronronante que ele usara
para convencer Clarke a largar suas calças em primeiro lugar.
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forradas de estantes de livros e paisagens a óleo em molduras douradas.
Evelyn estava sentada em uma pesada mesa de mogno em frente a uma
grande janela com vista para o pátio lateral, os dedos voando sobre o teclado
de um computador de mesa.
Ela acenou para ele e disse: Ryder, você não se importaria de esperar
com o Sr. Clarke...
— Claro, Senhora.
Clarke fechou a porta, deixando Luca sozinho com sua mãe. Ele
tentou arduamente não se sentir abandonado.
— Sente-se.
KM
— Mas você vai me dizer de qualquer maneira?
— Seu comportamento nos últimos anos tem se tornado cada vez mais
atroz, ela disse, sem nenhuma dica de divertimento em seu tom. —Esta
última travessura passou dos limites. Você me envergonhou, você se
envergonhou e garantiu que todas as escolas de boa reputação na Europa e
na Ásia fechem suas portas no segundo em que ouvirem seu nome.
— Pelo amor de Deus, Luca, se tudo o que você fizesse fosse dormir
com alguns professores, não teríamos essa conversa. Esse tipo de indiscrição
é facilmente ignorado pelo preço certo. É o seu talento para a falta dramática
e absoluta de respeito próprio que nos trouxe a esta situação.
Com uma voz mais calma, ela disse: — Suponho que deveria ser grata
por seus interesses serem limitados aos homens. Só Deus sabe quantos
bastardos você teria correndo por aí agora se eles se estendessem às
mulheres também.
KM
— Estou tentando inseri-lo na sua antiga escola aqui em Bethesda,
mas, como você pode imaginar, eles têm sérias reservas que estão se
revelando difíceis de serem dissipadas. Até esse ponto, você será ensinado na
propriedade. Você não sairá do local por qualquer motivo sem minha
permissão expressa.
Em outras palavras, como um alvo fácil. Luca duvidava que sua mãe
o deixasse ir desprotegido, não importava o que ele fizesse, mas estava seguro
o suficiente para apostar sua vida nisso?
— Um acompanhante profissional.
Como ela poderia entendê-lo tão pouco? Luca não tiraria nada do sexo
com uma prostituta. O homem só estaria nele pelo dinheiro; ele não estaria
interessado em Luca em tudo. Isso seria inútil.
KM
Frustrado, ele disse: — Eu nunca durmo com uma prostituta. Não é
sobre o sexo.
— Ai Jesus...- —
— Ela concordou em vê-lo uma vez por semana. Você tem tomado sua
medicação?
Evelyn deu um tapa no rosto dele, com força suficiente para fazê-lo
chorar. Ele instintivamente levantou uma mão para cobrir sua bochecha
ardente.
KM
— Nunca mais fale comigo dessa maneira, disse ela em voz baixa e
firme. — Eu sou sua mãe. Você pode me odiar o quanto quiser, mas vai me
respeitar. Entendeu?
— Sim.
Ela voltou para o seu lugar. — Você vai me acompanhar até a igreja
amanhã. Você se comportará de todas as maneiras como um filho modelo e
cidadão deve se comportar, ou as consequências serão terríveis.
Luca assentiu.
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Capítulo três
Ryder não tinha sido capaz de ouvir os detalhes do que ele estivera
discutindo com sua mãe, apenas um baixo murmúrio de conversa, mas a
bofetada - e o grito de dor que se seguiu - tinha soado alto e claro. Embora
Ryder tenha se encolhido de surpresa, Clarke não tinha nem piscado. Pela
primeira vez, Ryder se viu desejando que seu colega fosse antiético o bastante
para fofocar sobre seu empregador.
— Eu ainda estou no meu antigo quarto? Ele perguntou. Sua voz tinha
uma qualidade oca que perturbou Ryder.
— Não, tem muitas janelas. Eu vou ficar nesse. Você está no quarto ao
lado dele.
Ele realmente desejou que não tivesse, porque era o material vivo do
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qual as fantasias pornográficas sujas eram feitas. Alto, apertado e
obscenamente redondo, o traseiro de Luca estava apenas implorando por um
bom tapa forte. A palma de Ryder coçava para dar isso a ele.
— Este?
— Sim.
Luca abriu a porta e entrou. Ryder tinha estado no quarto antes para
estabelecer algumas medidas de segurança; ele gostara da maneira serena e
mundana que Sheila o havia decorado, o que era uma mudança em relação à
decoração moderna e gritante encontrada na maior parte do resto da
propriedade. As paredes eram pintadas de um verde suave, os móveis de
madeira texturizada e fibras naturais. Um enorme tapete com um desenho
abstrato em tons de marrom e verde cobria a maior parte do piso de carvalho
polido.
O toque mais agradável, porém, foi que Sheila havia colocado dezenas
de fotos de infância emolduradas por todo o quarto. O rosto de Luca perdeu
KM
um pouco de sua rigidez quando ele olhou para eles, ocasionalmente
estendendo a mão para traçar as pontas dos dedos sobre suas superfícies de
vidro. Enquanto Ryder o observava se mover, ocorreu-lhe que havia algo de
muito felino em Luca – talvez em seu andar sinuoso, uma tensão enrolada
em sua postura que sugeria que ele poderia atacar a qualquer momento.
Ryder franziu a testa, mas não era seu lugar para dizer qualquer coisa.
Ele foi distraído de sua preocupação quando Luca se moveu em direção à
porta de vidro que levava à varanda.
KM
— Tudo bem.
Bem. Isso foi inesperado. Ryder não sabia se ele estava aliviado ou
desapontado - não, caramba, é claro que ele ficou aliviado.
Impaciente com sua própria idiotice, Ryder foi até a cômoda e pegou
um pequeno disco de plástico preto com um botão vermelho embutido no
centro. Estava pendurado em uma corrente de prata. — Sempre que você
estiver em um quarto sozinho, certifique-se de mantê-lo ao alcance o tempo
todo, disse ele, entregando-o a Luca.
— O que é isso?
KM
se ferir acidentalmente ou engasgar com comida ou qualquer coisa ameaçar
sua saúde ou segurança, pressione esse botão.
Vindo de alguém que estava colocando sua vida nas mãos de Ryder, a
questão era perfeitamente pertinente. Ele manteve a voz mesmo. — Eu servi
quatro anos no exército.
— Sim.
Ryder não teria ficado surpreso se Luca tivesse ido mais longe, mas o
garoto apenas assentiu e pareceu perder o interesse. — Vou tomar um banho,
disse ele.
KM
recuperar da sua viagem.
— Isso seria muito inadequado, disse Ryder, mesmo com seus olhos
errantes seguindo o caminho dos dedos de Luca.
A mão de Luca deslizou pelo seu abdômen para brincar com o botão
de cima de suas calças. Ryder arrastou seu olhar de volta para o corpo de
Luca para encontrar seus olhos. A malícia e o pequeno brilho de triunfo que
ele viu ali o trouxeram de volta a si mesmo.
KM
— Tenho certeza que você sabe tomar um banho sem se matar, disse
ele. — Eu estarei no corredor.
KM
limpeza e a equipe de segurança cuidando de seus negócios; ele sintonizou
com a atmosfera da casa para que ele soubesse em um instante se algo de
errado ocorresse.
Teria sido mais fácil se ele não tivesse que ficar de lado pensando em
como Luca poderia parecer nu no chuveiro com a água escorrendo pelo seu
corpo bonito e elegante.
***
Ryder o queria.
Luca tinha visto o interesse em seus olhos quando ele tirou a camisa.
Ele fez isso especificamente para que pudesse avaliar o quão duro ele teria
que trabalhar para atrair Ryder. A maneira que Ryder tinha olhado para ele
tinha sido muito esclarecedor - Luca excitou-o.
Luca inclinou a cabeça para trás para deixar a água morna encharcar
seus cabelos. Voar sempre o fazia se sentir tão sujo. Enquanto ele
KM
massageava o xampu em seu couro cabeludo, ele pensou em como Ryder
tinha respondido calmamente quando Luca o assediara no carro. Mesmo
agora, quando o interesse dele ficara claro, ele não mostrara nenhum sinal
de que ele tinha qualquer intenção de realmente tocar Luca, e ele saiu sem
olhar para trás.
Ele precisava de um plano. Isso nem precisava dizer. Mas Luca ficou
perplexo porque Ryder não estava dando quase nada a ele para trabalhar.
Isso seria mais fácil quando Luca conhecesse Ryder melhor. Um par
de horas não era suficiente para uma avaliação precisa de sua personalidade.
Tudo o que Luca sabia com certeza era que Ryder esteve no Exército e, em
seguida, escolhera se tornar um guarda-costas, então ele provavelmente era
corajoso, não tinha problema em se colocar em situações de risco de vida, e
talvez saísse correndo riscos. Na experiência de Luca, os guarda-costas,
sejam masculinos ou femininos, tendiam a ter personalidades agressivas e
fortes - mas isso geralmente significava que eles poderiam cair facilmente no
ato indefeso, e Ryder não tinha ido para nada disso. Luca nem achava que
Ryder tinha reconhecido isso como uma tentativa de paquera em primeiro
lugar.
KM
Luca se esfregou com o sabonete, enxaguou-o e ao condicionador e
desligou a torneira sem ter conseguido chegar mais perto de um plano
concreto. Ele simplesmente não sabia o suficiente. Essa incerteza o deixou
ansioso e intrigado; Já fazia muito tempo desde que ele teve que colocar
algum pensamento e esforço em uma sedução.
Ele se secou com uma toalha felpuda e vestiu cuecas boxer limpas e
um par de calças rasgadas. O relógio na mesinha de cabeceira dizia que era
uma e meia, mas para Luca parecia mais como depois das seis, graças à
mudança de horário. Seu corpo estava altamente desconcertado pela luz do
sol da tarde brilhante que entrava pela porta de vidro. Luca sabia que ele
deveria tentar ficar acordado o máximo possível para se ajustar à sua nova
agenda, mas a viagem de avião tinha sido longa e exaustiva com a atitude de
Warnock e Scheller fingindo que ele não existia.
KM
Ele encontrou um canal de filmes vinte e quatro horas que estava
exibindo uma comédia sem sentido e optou por esse. Dentro de alguns
minutos, ele estava cochilando.
Por um longo tempo, seu sono foi inquieto e quebrado, a luz do sol
tornando difícil para sua mente submergir muito profundamente. Quando
ele finalmente caiu em um sono real, ele acabou desejando que ele não
tivesse.
Não havia nada a fazer senão andar. Se ele permanecesse imóvel por
um momento, seus pés descalços ficavam presos no gelo, e a dor de libertá-
los era insuportável. Luca seguiu em frente. Ele não sabia para onde estava
indo, só que precisava continuar andando.
Luca sentiu um fio gelado dentro do peito e, com horror, percebeu que
KM
o gelo estava se infiltrando em sua pele, no sangue e na medula óssea. O que
aconteceria quando chegasse ao cérebro dele? Ele morreria, ou ele
continuaria se movendo como um zumbi congelado?
Seu coração pulou quando viu uma cabana à distância. Ele correu em
direção a ela, sabendo que ele tinha que chegar lá antes que a tundra o
reivindicasse completamente.
Não havia porta na cabana, mas com a lógica dos sonhos, Luca
atravessou a parede e não pensou em nada. No interior, estava vazio, exceto
pelo homem alto e musculoso parado no meio.
Embora Ryder estivesse nu também, não havia gelo nele. Ele não
parecia afetado pelo frio; seus mamilos estavam planos, sua pele não estava
arrepiada, e seu pênis pendia pesado e flácido entre suas pernas. Luca ficou
subitamente embaraçado com sua própria condição.
Uma explosão de calor abrasador subiu por seu braço, tão intenso que
ele gritou. O gelo estremeceu, rachou e caiu como um molde de gesso
quebrado. O calor se espalhou por seu ombro, correndo por suas veias. Em
todos os lugares que tocou, o gelo se partiu ou derreteu completamente, e em
segundos, Luca ficou nu. Tudo o que restava do gelo era um brilho de água
KM
morna cobrindo-o da cabeça aos pés.
— Eu não entendo...-
Luca olhou para o disco de plástico e depois para o rosto de Ryder. Ele
ouviu uma batida afiada e distante. — Estou em perigo?
— Sim.
— Luca, posso falar com você por um minuto? Ryder disse do outro
lado.
KM
O quarto estava escuro; uma olhada no relógio provou que era depois
das seis. Luca ligou a lâmpada de cabeceira antes de se levantar. Ele tropeçou
em direção à porta, desorientado pela soneca e pelo pesadelo.
Ryder observou seus olhos turvos e seu estado seminu. — Você estava
dormindo?
— Oh, não, por favor, não me chame assim. Apenas “Luca” está bem.
Ela assentiu.
KM
— Tudo bem.
— E sua mãe me pediu para avisar que ela espera você na sala de jantar
para o jantar às sete.
— Qual?
— A menor.
KM
Capítulo quatro
Ryder nunca tinha ficado tão feliz em passar seu turno em sua vida.
Assim que Luca desapareceu de volta em seu quarto, Ryder deu boa noite a
Christianson e desceu as escadas para a cozinha principal.
KM
de jantar informal, Ryder podia ouvir a conversa tranquila e o retinir das
louças enquanto as criadas arrumavam a mesa para o jantar do D'Amatos.
Ele estava egoisticamente feliz por ser Christianson, e não ele mesmo, que
teria que se sentar para o evento. Depois do que quer que tenha se passado
entre eles no escritório da Sra. D'Amato antes, estava certo que isso seria
desconfortável.
— Que coisas?
KM
— Eu não me importo com o que você ouviu. Ryder fez uma careta
para ele. — Você deveria saber melhor, Matt. A sério.
KM
Também era quase tão grande quanto seu antigo apartamento. Ryder
tinha sido capaz de encaixar praticamente tudo o que ele possuía nele, e ele
fez bom uso do nicho, montando seu equipamento de ginástica lá. A
propriedade possuía uma academia no andar de baixo que a equipe era livre
para usar, mas sempre estava ocupada, e como o treinamento era a principal
via de alívio do estresse de Ryder, ele preferia fazê-lo sem companhia.
KM
quando ele corria ou levantava pesos, ansiava pela sensação de seu corpo
zumbindo como uma máquina bem lubrificada. O exercício clareou sua
mente como nada mais. Nenhum problema era tão complexo que ele não
pudesse suar ele fora.
KM
— Deus, você é como o Incrível Hulk, ele disse.
Ryder era mais forte que o homem comum, mas ele não era
fisiculturista. Ele estava bem dentro dos parâmetros do tamanho humano
normal. A sugestão de que ele era de alguma forma esquisito, mesmo soando
como um elogio, o deixava desconfortável.
— Sua mãe acomodou McCall e Song em um hotel até que elas façam
arranjos mais permanentes.
— Oh...-
Ryder não achava que Luca estivesse escutando-o. Ele nunca fora alvo
de um escrutínio tão descarado; Isso era ao mesmo tempo lisonjeiro e
objetivante. Desde que ele não tinha certeza de como responder a isso, ele
optou por ignorá-lo. — Se você realmente precisa falar com ela, eu posso te
dar o número dela no hotel.
KM
provavelmente está dormindo. Eu só queria fazer uma pergunta a ela. Pode
esperar até amanhã.
Quando ele aceitou essa tarefa, Ryder se preparou para desviar uma
sedução praticada, mas ele estava indefeso diante do desejo sincero de Luca.
Ele disparou direto para o seu núcleo e endureceu seu pênis. Sua respiração
encurtou e seu coração disparou.
Luca sentiu isso. Ele olhou para a mão e depois para Ryder. Sua língua
saiu para molhar os lábios. Ryder sabia que Luca ia beijá-lo, e sabia com a
mesma certeza que ele não era forte o suficiente para impedi-lo.
KM
Então algo mudou. O olhar de Luca se aguçou e se tornou calculista;
sua boca se curvou em um sorriso. Entre um segundo e o seguinte, ele passou
de um jovem apaixonado para um incubus faminto. A espinha de Ryder ficou
rígida.
Os olhos de Luca viajaram sem pressa pelo corpo de Ryder até sua
virilha, onde seus shorts estavam fazendo um péssimo trabalho em esconder
o fato de que seu pênis estava a meio mastro. — É tudo... proporcional? Luca
perguntou em um sussurro rouco. — Eu iria mancar depois?
Ryder empurrou Luca com tanta força que o garoto cambaleou para
KM
trás e quase caiu.
KM
com dificuldade pelo nariz enquanto sua mente se enchia de imagens de todo
o seu comprimento grosso enfiado no traseiro de Luca, fazendo-o se
contorcer e gritar. Ou talvez ele devesse foder o rosto de Luca. Aquela boca
imunda tinha que ser boa para alguma coisa...-
A cabeça de Ryder bateu contra a porta e ele jorrou por todo o seu
punho.
***
Luca olhou para Christianson. De onde ela estava, ela não poderia ver
Ryder, mas ela podia ver Luca e ela definitivamente ouviu a conversa deles.
Embora Luca nunca tenha se preocupado com as opiniões de seus guarda-
costas antes, ocorreu-lhe que agora havia todas as possibilidades de que um
dia Christianson seria a única pessoa entre ele e um atacante. Melhor não
aliená-la.
KM
Ele balançou a cabeça e deu-lhe seu melhor sorriso triste. — Às vezes
eu fico meio maluco com homens tão bonitos.
Ele queria falar com Siobhan porque ele queria ter certeza de que ela
pegara as pílulas e, depois do jantar forçado com a mãe, ele achava que
precisaria dormir. A intensa reação de Ryder tornou isso desnecessário. Luca
estava tão calmo quanto um monge budista - se aquele monge tivesse um
tesão furioso.
KM
vibrador de silicone de alta qualidade com 18 cm de comprimento e 5
centímetros de espessura, projetado para ser altamente realista, com sua
cabeça distinta, veias sulcadas e duas bolas pesadas na base. Apenas segurá-
lo fez a respiração de Luca gaguejar e seus músculos do estômago se
apertarem.
Ele não mentiu para Christianson. Ryder o fez perder o controle por
um instante, embora Luca tivesse corrigido isso rapidamente. E apesar de
Ryder ainda estar se mostrando frustrantemente resistente, Luca teve um
breve vislumbre de como seria experimentar a paixão do homem.
KM
tendiam a ser excessivamente confiantes; seu tamanho os fazia esquecer que
havia formas de poder mais potentes que a mera força física. Homens assim
achavam que possuíam qualquer coisa no qual eles pudessem enfiar seus
paus. Luca se deleitava em provar que estavam errados.
Luca acariciou seu períneo com dois dedos. Quando ele os empurrou
em seu buraco, ele não censurou seu gemido. Se Christianson permanecesse
como seu guarda-costas, ela ouviria muito isso. Ela também pode se
acostumar com isso.
Seus dedos eram ágeis, habilmente procurando sua próstata, mas eles
não eram o que ele queria. Ele queria dedos grossos e carnudos com unhas
rombudas e calos de armas. Ryder iria provocá-lo, ou ele era o tipo de
dedilhar seu parceiro descuidadamente e com muita rapidez, concentrado
apenas no que viria a seguir? Luca não fazia ideia. Ryder era um enigma.
KM
Luca retirou os dedos e cobriu o dildo de tamanho generoso com
lubrificante. Ele achava que Ryder fosse ainda maior que isso; seria uma
farsa se aquele glorioso corpo de gladiador não fosse igualado por um pau
igualmente impressionante.
Luca gemeu quando ele usou o vibrador para imitar a fantasia. Seu
pênis estava latejando; toda vez que o dildo cutucava sua próstata, uma gota
de líquido aparecia e escorria pelo comprimento. Ele queria muito se tocar,
mas sabia que gozaria no segundo que fizesse e queria subir um pouco mais
a borda.
Ryder odiaria ser forçado a se conter, mas ele faria isso porque Luca
KM
teria dito isso para ele; não havia um homem na terra que desobedecesse a
Luca depois de saber como era transar com ele. Luca moveu o vibrador mais
rápido. Seus dedos dos pés se enrolaram com força. Ele gemeu e exalou
ofegante, torcendo o corpo sob os fortes choques de prazer desencadeados
por seu ataque à próstata.
Enquanto ele arrastava os dedos trêmulos pela poça em sua pele, Luca
se perguntou quanto tempo mais teria que esperar - e o que, exatamente,
Ryder estava esperando.
KM
Capítulo Cinco
McCall não só apareceu vinte minutos mais cedo para o seu turno no
domingo de manhã, ela também trouxe dois cafés enormes com ela. Ryder
pensou que ela poderia ser sua nova pessoa favorita.
Isto é, até que ela disse: — Então você não transou com ele ainda?
Ryder quase derrubou a xícara que ela entregou a ele. Ele não
conseguia esconder a culpa que cruzou seu rosto.
— Não, claro que não. Ryder tomou um gole muito grande de seu café,
que escaldou sua língua.
— Luca é outra coisa. Seu tom era continha partes iguais de afeição e
exasperação. — Você tem certeza que ele está acordado?
— Esse não é o meu lugar, ele disse, surpreso por ela ter perguntado.
KM
— Então é uma coisa boa que eu cheguei cedo, porque posso garantir
que ele ainda está dormindo. McCall colocou o café na mesa e se levantou
para bater na porta do quarto. — Luca, sou eu. Eu estou entrando. Ela entrou
no quarto sem esperar por uma resposta.
— Ugh, vá embora.
— Você acha que sua mãe vai se importar com isso quando ela vier
aqui atrás de você?
KM
— Se apresse. E coloque uma cueca, pelo amor de Deus.
— E você concorda com ela. Você acha que meu relacionamento com
Luca é inadequado.
— Isso é treta. Eu amo esse garoto, Ryder. Não há nada que eu não
faça para mantê-lo seguro. Eu confio no poder do instinto sobre o raciocínio
KM
lógico a qualquer dia.
A resposta parecia ser “nenhuma das opções acima”. Luca apenas deu
a Ryder um meio sorriso distraído quando os dois guarda-costas se
levantaram. Ele estava vestido com um blazer preto alinhado e justo,
desabotoado sobre uma camisa listrada azul e branca e calças pretas que, na
opinião de Ryder, eram muito apertadas. Seus cabelos estavam
desgrenhados da cama e continuavam caindo em seus olhos.
— Sim, bem, vamos tentar garantir que essa vez não termine como da
última, disse McCall.
KM
— Eu com certeza espero que não.
KM
terninho preto tão apertado que as bordas poderiam ter posto os olhos de
alguém para fora.
KM
inquietante.
KM
ele não se enganava em pensar que o garoto não era desavergonhado o
suficiente para persegui-los em uma igreja bem na frente de sua mãe. Ele
esperava ver a mesma atuação provocante que havia saído do avião ontem.
O que ele viu em vez disso foi mais uma das personalidades
aparentemente inumeráveis de Luca.
Esta era uma que Ryder não tinha visto antes. Havia uma
sensualidade inerente a Luca, um magnetismo animal intrínseco ao seu belo
rosto e corpo alerta, mas ficou claro que Luca poderia controlá-lo à vontade.
Quando ele se mantinha à parte, como estava fazendo agora, o aspecto felino
de seu personagem se tornou atraente em vez de agressivo - um gato
doméstico em vez de uma pantera. Sedução virou charme. Flerte foi
traduzido como uma amabilidade acolhedora.
— Luca é versátil.
— Mas não é sincero. A maneira como ele está agindo agora, é apenas
isso - um ato. Ryder entendeu o que era sobre o comportamento de Luca que
KM
o enervava tanto. — Tudo o que ele faz é uma performance.
— Então, como você pode dizer quando ele está sendo honesto?
Ela estava indo direto para o saguão antes que Ryder pudesse
expressar sua discordância. Ele suspirou e se moveu em direção a Luca.
KM
O olho direito de Luca estava se contraindo, os músculos de sua
pálpebra e a têmpora se agitando violentamente. Ele estava pressionando-os
com os dedos em uma tentativa dupla de acalmar o tique e escondê-lo. Seus
olhos se encontraram com Ryder por apenas um segundo antes de cair no
chão.
— Obrigado.
McCall trotou até eles, estendendo ambas as mãos para Luca - uma
oferecendo um pequeno copo de com água, a outra fechada em torno de algo
que Ryder não podia ver. Luca pegou a água com a mão livre, mas manteve
a outra pressionada contra o rosto enquanto olhava para o punho fechado de
McCall.
KM
— Eu não preciso...-
— Pegue.
KM
afastar para que a Sra. D'Amato pudesse ver seu filho.
Luca entrou no banco com sua mãe e Clarke. Ryder e McCall voltaram
para o seu próprio banco, onde pudessem ver se alguém se aproximasse dos
D'Amatos por trás.
*****
KM
sua mente.
Em vez disso, Luca deixou seus olhos vagarem pela igreja, avaliando
a congregação. Eles pareciam dolorosamente maçantes em sua maior parte.
Depois de passar os últimos seis anos lado a lado com os filhos da realeza e
dos líderes mundiais, o subúrbio de Maryland tinha pouco interesse para ele.
Seu olhar caiu sobre uma família sentada uma fileira abaixo no
corredor. Estavam sérios e com expressões mal-humoradas - o pai em um
terno impecavelmente vestido, a mãe enfeitada de pérolas, duas crianças
adolescentes muito bem comportadas.
7Tranquilizante. O lorazepam é indicado para: - Controle dos distúrbios de ansiedade ou para alívio, a
curto prazo, dos sintomas da ansiedade.
KM
Foi o filho que chamou a atenção de Luca. Ele era bonito em um estilo
insípido da Abercrombie & Fitch, com cabelos descoloridos e arrumados com
gel, um bronzeado dourado que Luca podia ver, mesmo à quatro metros de
distância, que vinha de um spray. Seu blazer azul-marinho estava engomado
dentro de uma polegada de sua vida, a gravata vermelha atada com muita
força, uma postura tão rígida que parecia que sua coluna havia sido
substituída por uma barra de aço. Como Evelyn, ele estava fingindo estar
absorto no serviço, mas ele não era um ator tão bom. Tudo sobre ele gritava
babaca rico.
Luca ficou observando-o por muito tempo. O garoto sentiu que estava
sendo observado, como as pessoas costumam fazer, e olhou em volta com
uma expressão intrigada. Quando ele viu Luca, seus olhos se voltaram para
Evelyn e voltaram para Luca, o garoto sabia quem ele era. Luca levantou a
mão em saudação.
KM
Clarke seguiu Evelyn para fora do banco e atravessou a igreja em
direção a quem quer que fosse o Taylors. Luca foi na direção oposta, subiu o
corredor e saiu para a varanda da frente. Ryder e Siobhan se aproximaram
quando ele passou por eles.
— Luca.
KM
— Ashton Davenport.
— Então, agora que você está de volta, você vai para Rutledge? Ashton
perguntou.
— Talvez. Minha mãe está tentando me fazer entrar, mas desde que o
ano letivo já começou...-
KM
problema. Embora… quer dizer, posso perguntar…-
— O que?
— Sim.
— Por quê?
Luca sorriu. Ele tinha que jogar isso com cuidado. Ashton era
certamente hetero, ou pelo menos acreditava que ele era. Isso não era um
obstáculo, mas um desafio interessante.
— Você tem algumas bolas, disse Ashton com admiração. — Meus pais
me matariam se eu fosse expulso da escola.
KM
— Quão atencioso da sua parte oferecer. Luca pegou seu telefone. —
Por que você não me dá seu número?
Luca ficou surpreso que o olhar que Evelyn lhe deu, não o
transformou em pedra.
KM
Luca afastou o braço, sabendo que ela não arriscaria causar uma cena,
tentando manter o controle. — Nós estávamos apenas conversando.
Evelyn bufou.
Clarke abriu a porta de trás do Range Rover para eles. Luca seguiu sua
mãe para dentro, desejando poder ir no outro carro com Ryder e Siobhan.
Ryder poderia ser confuso como o inferno, mas pelo menos ele não tratava
Luca como um cavalo de corrida puro-sangue que não estava se
comportando dentro do padrão.
— Claro.
Clarke tinha uma rigorosa política de não rotina; embora não fosse
possível variar o tempo em que Evelyn ia à igreja, ele insistiu que a
localização do brunch mudasse a cada semana. Nas ocasiões em que Clarke
acompanhou Evelyn em suas visitas à Europa, Luca soube que chegara a
fazer várias reservas em restaurantes diferentes - tudo em seu próprio nome
- e cancelar todos, exceto um deles, no último minuto.
KM
Hoje eles acabaram em um moderno bistrô americano a poucos
quarteirões da Igreja St. Stephen. Clarke levou-os a uma mesa no canto de
trás, bem longe de qualquer janela e cercada por duas mesas onde os guarda-
costas se sentariam. Os Popes e Cartwrights já estavam lá.
KM
virando cola em sua boca. Luca tomou um grande gole de água para forçá-
los a descer.
— Com licença, estou indo ao banheiro, disse ele, e foi embora sem
esperar permissão. Ryder o seguiu. Clarke observou-os com os olhos
apertados enquanto eles passavam; Acompanhando Luca para um banheiro
público, fora como ele acabara com o pênis na garganta de Luca.
— Eu realmente não tenho que ir, disse ele para Ryder, que estava de
pé atrás dele com os braços cruzados. — Eu só precisava de um minuto
sozinho.
KM
Luca ligou a água com tanta força quanto pôde e tomou seu tempo
lavando as mãos, depois secou-as em uma das toalhas de linho contidas em
uma cesta dourada. Ele passou os dedos pelo cabelo, arrumando-o de uma
forma mais atraente.
Luca deu de ombros. — Eu não gosto de tomar. Eu não sou louco. Ele
baixou os olhos para o balcão e notou que tinha espalhado água em toda a
pia e limpou com a toalha usada.
KM
— Claro que não. Luca olhou para cima para ver a expressão de Ryder
no espelho. — Não é o mesmo.
— Eu não posso responder isso para você. Eu não acho que alguém
possa. Mas deixe-me perguntar-lhe isto: tomar a medicação faz você se sentir
melhor?
— Sim.
— Não com tudo. Ryder reconheceu seu erro; ele deu meio passo para
trás. Luca se moveu com ele.
KM
— Eu me sentiria melhor se você me tocasse, disse ele. Luca só podia
imaginar a extraordinária paz interior que viria de domar um homem como
Ryder. Ele queria tanto poder provar isso.
— Porque eu sou dez anos mais velho que você e sou seu guarda-
costas. E acho que homens suficientes se aproveitaram de você em sua vida.
O olhar de pena no rosto de Ryder fez Luca querer dar um soco nele.
— Cale a boca! Luca estalou. — Você não tem ideia do que está falando.
Eu não faço nada que eu não queira fazer.
Luca saiu do banheiro, batendo a porta com tanta força que ela
ricocheteou e bateu contra a parede.
KM
Capítulo Seis
Ela encostou a cabeça na janela do carro. — Deus, ele vai ficar uma
bagunça o dia todo.
— Vício em sexo?
— Sim.
— A mãe dele.
KM
— Se Luca não é viciado em sexo, então como você explica tudo o que
ele fez?
— Com sexo.
— Luca não faz apenas sexo com homens. Ele os faz se apaixonar por
ele. Ele os faz provar que eles fariam qualquer coisa por ele, sacrificar coisas
importantes para tê-lo. A única coisa que o faz se sentir melhor é estar no
controle.
— Invalidando tudo o que ele fez para controlar sua ansiedade nos
últimos dois anos. Sim.
KM
— Eu concordo, mas dizer isso a ele não vai fazer nenhum bem.
Por que a Sra. D'Amato não sabia disso sobre o próprio filho? Ela disse
a Ryder que Luca era um viciado em sexo que perseguia implacavelmente
qualquer homem que chamasse sua atenção. Embora a parte perseguição
implacável da equação estivesse certa, ela tinha entendido errado a
motivação para isso. Se McCall estivesse certa, Luca não era um viciado em
busca de preencher um vazio - ele era um obsessivo-compulsivo tentando
organizar seu ambiente para que ele não se sentisse impotente.
Era um dilema sem solução. Dormir com Luca estava fora de questão;
isso violaria a ética pessoal e profissional da Ryder. No entanto, continuar a
rejeitar Luca o deixaria mais ansioso e, consequentemente, mais
determinado.
McCall riu. — Pelo menos você sabe que nunca vai ficar entediado.
Luca nem sequer olhou para Ryder quando eles voltaram para a
propriedade. Ele subiu as escadas até seu quarto, McCall em seus
KM
calcanhares. Ryder estava prestes a segui-los quando a Sra. D'Amato disse:
— Sr. Ryder, um momento, por favor?
A Sra. D'Amato sentou-se atrás de sua mesa, mas não convidou Ryder
para sentar-se. — Quando lhe ofereci esta posição, achei que deixei os termos
do seu trabalho bem claros.
— Então talvez você queira me explicar por que Luca estava flertando
com o filho do senador Davenport na frente de toda a igreja.
Ele não tinha resposta para isso, porque ela estava certa. Luca tinha
KM
se agarrado àquele bastardo esnobe como um míssil em busca de calor, e não
era por um desejo ardente de amizade.
***
Luca e McCall olharam para ele. Ryder colocou sua arma no coldre. —
Desculpe, disse ele, e saiu do quarto, fechando a porta. A discussão deles
recomeçou imediatamente.
KM
suficiente para ele ouvir trechos de seus argumentos, incluindo as expressões
cadela intrometida e pirralho mimado. Ryder estava intensamente
desconfortável - mas então, ele tinha estado em um estado de desconforto ou
outro desde que conhecera Luca.
— McCall, você não pode brigar com seu protegido assim. Não é
profissional.
— Isso é fácil de dizer, mas espere até que ele comece a jogar essa
atitude do seu jeito e veja como você lida com isso.
Ryder engoliu a palestra que ele tinha preparado. Ele não havia
empurrado Luca na noite passada? Isso era muito pior do que gritar com ele.
— Bem, você está livre para ir, ele disse a ela. — Você está de plantão hoje,
mas duvido que sairemos de casa novamente.
KM
— Vejo você então.
Ryder ficou em silêncio, seguindo Luca até o nível mais baixo da casa.
Fora projetado para o entretenimento; a seção central era uma enorme sala
de festas vazia com um bar e portas francesas que levavam a um pátio com
uma cozinha ao ar livre. À esquerda, dois quartos, a academia, a adega e uma
home theater. Uma escada à direita levava à área da piscina.
KM
A boca de Ryder ficou tão seca quanto o Saara. O maiô preto de Luca
era tão justo que parecia mais uma cueca boxer do que um calção de banho.
O material elegante abraçou sua bunda redonda e se agarrou ao contorno de
seu pênis. Suas pernas magras e fortes pareciam ter um quilômetro e meio
de comprimento.
Em um tom tão casual quanto ele conseguiu, Ryder disse: — Você está
muito bem.
KM
Em poucos segundos, Ryder sabia como ele havia conseguido aquele
físico ágil e tonificado. Luca cortou a água como um tubarão. Ele tinha a força
e o controle que eram resultados de horas de treinamento, mas sua graça,
sua facilidade de movimento, era a de um nadador natural.
Luca nadou por quase uma hora. Quando ele saiu, ele evitou as
escadas mais uma vez, levantando-se direto através da borda. Ryder sempre
teve uma queda obstinada por homens molhados, e ver Luca emergir da
piscina como uma espécie de ninfa sexy com seu corpo elegante fluindo água
não estava fazendo nada por seu autocontrole.
KM
Luca sacudiu a água dos cabelos, pegando a toalha para limpar o
rosto. Ele estava respirando com dificuldade, enchendo a mente de Ryder
com imagens de envolvê-lo em uma seção vigorosa e enérgica de sexo, de
preferência na própria piscina da qual ele acabara de sair.
Foi apenas por alguns segundos, apenas o suficiente para acalmar sua
ereção furiosa, mas quando ele os abriu, foi para encontrar Luca sorrindo
para ele. Ele se endireitou e colocou a toalha em volta do pescoço, o que não
fez nada para esconder seu corpo.
KM
— Se eu pareço tão bem, disse Luca, —...então por que você não vai
me foder?
— Luca...-
— Eu te disse no restaurante.
— Dez anos não são nada. Se você não tem idade para ser meu pai,
quem se importa?
— Você ainda está no ensino médio. Eu não estou nessa cena quase
legal.
Luca estava perto o suficiente agora para Ryder ver todas as gotas de
água que a toalha tinha perdido. Seu cabelo encharcado parecia ainda mais
escuro do que o habitual, com mechas ondulando contra a testa e as
bochechas.
— Talvez não, disse Luca. — Mas isso não impediu você de olhar para
minha bunda.
KM
Ryder cruzou os braços. — Não me importa o quão atraente você é. Eu
sou seu guarda-costas. Estou sendo pago para proteger você. Dormir com
você seria errado.
— Discordo.
— Eu não me importo.
Agradecendo aos céus que seu colete o impediu de sentir todo o efeito
do toque de Luca, Ryder disse: — Eu estive no exército, garoto. Se isso não
me quebrou, duvido que você vá.
KM
molhado e querendo...
*****
KM
Hoje fora uma montanha-russa emocional. Luca andara de um lado
para o outro alternando entre fúria e euforia tantas vezes que seu sistema
nervoso foi atingido no inferno. Ryder tinha confessado querer Luca, mas
sua simples objeção - que estava errado - pegou Luca de pés chatos. Foi o
suposto erro de dormir com ele que excitou a maioria de seus amantes
passados em primeiro lugar.
No momento em que Luca escapou de volta para seu quarto, ele estava
perigosamente no limite novamente. Ele estava cansado de ser julgado,
rejeitado e discutido. Menos de quarenta e oito horas nos Estados Unidos, e
ele já estava debatendo a sensatez de chamar o blefe de sua mãe e
simplesmente sair da casa. Viver assim seria impossível.
KM
talvez até uma semana.
— Henry, você disse que não estava mais com raiva de mim.
KM
As palavras eram um bálsamo para o ego maltratado de Luca. Ele
sentiu uma súbita onda de desejo por Glauser, pelo rosto pálido que se
iluminava com adoração ao vê-lo, o corpo magro que não inspirava um olhar,
mas trabalhava muito para agradá-lo. Não havia sentimento no mundo como
o de ser amado incondicionalmente.
— Na cama.
— Sim. Vou tirar sua camisa e beijar seus mamilos. Você gosta quando
eu faço isso, não é?
Deslizando uma mão por baixo da camisa para brincar com o mamilo,
Luca disse: Você vai me provocar?
KM
— Você está tão duro para mim. Tire o resto das suas roupas para que
eu possa dar o que você quer.
— Porra, Henry, não diga coisas assim. Você sabe que isso me deixa
louco.
— É verdade.
KM
lubrificante diretamente em seu pênis, depois soltou a garrafa e fechou a mão
ao redor de si mesmo, imaginando que era a garganta de Glauser. —Você vai
se masturbar enquanto você me chupa?
— Eu tenho que fazer isso. Ter você na minha boca me deixa tão duro.
O tapa molhado de Glauser puxando seu pênis foi alto e claro através da linha
telefônica. — Devo colocar meus dedos dentro?
— Sempre.
— Quantos?
— Dois. Luca correu a mão para baixo atrás de suas bolas e períneo
para acariciar a pele sensível do seu buraco, e foi confrontado por um dilema;
ele não conseguia segurar o telefone, tocar a si mesmo e se masturbar ao
mesmo tempo. — Espere, eu tenho que pegar uma coisa.
— Tornar mais fácil fingir que você está aqui. Luca se acomodou
confortavelmente na cadeira e abriu as pernas, empurrando um dedo
KM
molhado dentro de si.
— Eu ainda estou chupando seu pau, fazendo com que você desça pela
minha garganta.
— Deus, sim, você é tão bom nisso. Luca puxou os dedos para fora,
alisou o brinquedo com lubrificante e pressionou-o contra o buraco. — Eu
quero seu pênis, Henry. Coloque-o dentro de mim.
KM
Ele revirou os quadris; a explosão resultante de prazer fez uma dança
leve por trás de suas pálpebras. Seu aperto no telefone aumentou, e ele
agarrou seu pênis. — Foda-me com força.
— Sim. Eu tenho sido tão ruim, Henry, eu quero fazer as pazes com
você...-
— Você não é ruim, veio o protesto sem fôlego, como Luca sabia que
aconteceria.
KM
— Eu te amo. Luca, meu querido, eu te amo...-
Seu corpo ficou flácido. Toda a tensão dos últimos dois dias se esvaiu
dele imediatamente; ele afundou na cadeira, saciado e sereno. O telefone caiu
de sua mão, e ele amaldiçoou em voz baixa antes de pegá-lo de volta.
Luca sorriu.
KM
Capítulo Sete
Sentar nas sessões de tutoria de Luca fez com que ele se sentisse um
idiota.
8 O National Merit Scholarship Program é uma competição de bolsas acadêmicas dos Estados Unidos para
reconhecimento e bolsas de estudo universitárias administradas pela National Merit Scholarship Corporation
(NMSC), uma organização sem fins lucrativos financiada pelo setor privado com sede em Evanston, Illinois.
KM
Concedido, ele fez tudo em seu poder para evitar assuntos como física
e cálculo quando ele estava na escola - suas habilidades focavam mais nas
áreas de linguagem e ciências sociais. Mas ainda era humilhante ser
confrontado com um jovem de dezoito anos que sabia mais sobre como o
mundo funcionava do que ele.
Luca fechou seu livro com um sorriso irônico. — Eu vou repassar isso
para minha mãe.
KM
— O quê? Perguntou Luca.
— Por que você está fazendo espanhol? Você não fala italiano?
— E francês.
KM
— Se você diz.
— Diga algo.
Era por isso que Ryder não gostava de dizer às pessoas que ele falava
árabe; eles sempre exigiam ouvi-lo falar. — O que você quer que eu diga?
— Qualquer coisa.
Ryder olhou para Luca, com sua postura despreocupada e sua mesa
cheia de anotações de física, e procurou em sua memória. — Você é lindo,
mas muito irritante, disse ele em árabe. Sua pronúncia estava errada, mas
Luca não saberia dizer.
KM
— O que isso significa?
Nos últimos dois dias, Luca estivera calmo, relaxado; seus flertes com
Ryder foram mansos, mais reflexivos do que intencionais. Ryder começou a
pensar que sua gentil rejeição aos avanços de Luca no domingo havia
funcionado. Mas agora, de repente, ele estava olhando para o Luca que havia
saído do avião, que lhe dissera coisas sujas na porta de seu quarto, que enviou
a parte primária de seu cérebro para uma mistura confusa de apreensão e
excitação.
— Un giorno, tu sarai mio9, disse Luca. Ele parou de usar sua falsa
voz rouca com Ryder, mas o italiano emprestou uma qualidade rouca.
KM
Enquanto ele falava, ele avançou em Ryder com passos lentos e felinos. —
Sarai tu stesso a offrirti, e tutto ciò che sei mi apparterrà10.
Ok, então talvez ter incitado Luca a falar a linguagem mais sensual da
Terra não tenha sido uma ótima ideia. Ryder se manteve imóvel enquanto
Luca se aproximava dele, perto o suficiente para beijar se Ryder abaixasse a
cabeça.
Ele não fez isso. Em vez disso, ele disse: — Você está enrolando.
— Certo, porque o Dr. Andersen não ligaria para perguntar por que
você não apareceu. Vamos. Song e Hurst estarão aqui a qualquer momento,
e nos atrasaremos se não nos mexermos.
KM
de casa desde a manhã de domingo. Ryder esperava ser constantemente
atormentado com pedidos para sair, mas Luca não tinha pedido nenhuma
vez, embora estivesse claro que ele estava entediado estando sozinho na
propriedade. Embora envergonhado de seu próprio egoísmo, Ryder estava
feliz por isso; manter Luca dentro de casa significava não apenas mantê-lo
seguro, mas também manter a Sra. D'Amato longe das costas de Ryder.
— Alguns minutos.
KM
Vamos acabar com isso, disse ele.
*****
Se havia uma coisa que Luca não suportava, era alguém lhe dizer o
que fazer.
KM
o que dava a impressão de que aquilo não era um consultório médico. Ela
olhou para cima e sorriu quando Luca se aproximou, os olhos piscando
apenas brevemente sobre sua comitiva. — Posso ter seu sobrenome, senhor?
Luca assentiu.
— Sim.
— Ótimo, então você pode preencher isso sozinho. Ela passou-lhe uma
prancheta com um maço de papéis. — É apenas um histórico médico e alguns
formulários HIPPA padrão. Apenas me avise quando terminar, e direi à Dra.
Andersen que você está aqui.
KM
Obedecendo ao aceno silencioso de Ryder, Candace saiu do
consultório para guardar o corredor. Ryder e Hurst se acomodaram em
cadeiras de ambos os lados de Luca.
— Sim.
KM
vem enfrentando ultimamente.
Suave. Luca decidiu deixar Andersen ter isso. — Ela acha que eu sou
viciado em sexo.
— Não.
— Sim.
— Obrigado. Luca, eu quero que você saiba logo de cara que eu não
estou interessada em rotular você. Eu acho que isso raramente é produtivo.
O que eu prefiro fazer é ouvir suas próprias percepções do seu
comportamento.
—...Eu acho.
— Ótimo. Agora, você mencionou que sua mãe acredita que você tem
um vício em sexo. Você pode me dizer por que ela acha isso?
KM
— Ela tem vergonha da forma como durmo por aí, então é mais fácil
para ela fingir que eu tenho algum tipo de doença mental.
— Comparado com a maioria das pessoas, talvez. Mas eu não acho que
haja algo de errado com isso. Estou sempre seguro.
— Sim.
— Muito.
KM
relaxasse também.
— Okay.
— Não.
Andersen anotou em seu bloco. — Você diria que você usa o sexo como
uma maneira de escapar dos seus problemas?
— Eu...- Luca se amaldiçoou por sua hesitação; ele deveria ter dito não
de pronto. Ele estava começando a pensar que ele poderia convencer
Andersen que ele não precisava da ajuda dela, mas ele não poderia fazer isso
se ele levasse as perguntas a sério. — Eu acho que às vezes eu uso o sexo como
alívio do estresse, mas não é o que todo mundo faz?
KM
um efeito relaxante, que elimina o mau-humor, e não há nada de errado em
buscar esse sentimento. Só se torna um problema quando o sexo é o único
caminho para aliviar o estresse.
— Ok. Andersen virou para uma nova página. — Alguém já foi ferido
por seu comportamento sexual?
Ele forçou seus dedos a relaxar e alisou as rugas que ele tinha feito em
suas calças. — Sim.
—…Sim.
Sua voz foi muito mais gentil quando ela perguntou: — Você pode me
dar um exemplo?
Luca olhou para o chão. Como ele perdera o controle dessa situação
tão rapidamente? Seu estômago fervia com a acidez.
— Por que você não me conta sobre o que levou à sua expulsão da sua
última escola?
KM
— Você já sabe.
Ninguém nunca havia dito isso a ele antes - não faria mal corrigir os
equívocos que sua mãe com certeza a alimentara. Luca respirou fundo para
reforçar a compostura. — Eu comecei a ir para o Armistead em fevereiro,
depois que fui expulso da minha outra escola. Cerca de um mês depois disso,
comecei a dormir com meu professor de história e depois com meu
orientador residente.
— Sim, claro.
— Sim.
KM
outubro, você estava sexualmente envolvido com quatro dos membros do
corpo docente de sua escola, nenhum dos quais sabia um do outro.
— Sim.
— Provando a eles que eles não possuíam você, no final das contas.
— Sim.
KM
Luca esfregou o polegar sobre os nós dos dedos. — Eu não queria que
fosse tão longe. Eu não tinha ideia de que eles reagiriam tão fortemente e que
se enfrentariam em público.
KM
— Eu tenho uma teoria que gostaria de passar para você.
— Assim?
— O que? Não, eles...- Luca parou quando ele pensou de novo, então
piscou.
Ah não. Luca não estava indo para lá. Procurando pela palavra menos
KM
inflamatória que ele pudesse encontrar, ele disse: — Tenso.
— Luca...-
Pelo menos ele surpreendeu Andersen. Ela olhou para ele com os
olhos arregalados, aparentemente sem palavras.
— Ele levou uma bala que era dirigida a ela. Ela tinha quatro guarda-
costas ao alcance do braço, mas ele ainda se jogou na frente dela quando o
tiroteio começou. E ela deixou. Ela não o afastou. Ela apenas ficou lá e deixou
que ele morresse por ela.
Luca não conseguia olhar para Andersen. Sua garganta doía como se
houvesse uma toranja nela; suas mãos tremiam.
KM
— Isso deve ter sido extremamente traumático.
KM
Capítulo Oito
Este lugar era muito melhor do que o psiquiatra que seus pais
insistiram que ele fosse quando voltasse do Iraque. Mesmo que ele estivesse
tendo pesadelos debilitantes e todo barulho repentino o fizesse pular, Ryder
tinha lutado com unhas e dentes sobre isso por semanas. Não foi até que ele
quase tirou a cabeça de sua irmã Morgan quando ela acidentalmente pulou
sobre ele que ele capitulou.
Ele acabou se sentindo feliz por ter feito isso, mas percorrera uma
estrada longa e rochosa para chegar a esse ponto. Ryder só podia imaginar o
quanto seria mais difícil para Luca, com sua necessidade patológica de estar
no controle em todos os momentos. Andersen teve seu trabalho cortado para
KM
ela.
— Mmm-hmm.
Não era como nos momentos em que Luca ignorou Ryder porque ele
estava zangado ou irritado - o olhar em seu rosto lembrava Ryder de quando
a Sra. D'Amato tinha lhe dado um tapa. Ele lançou um olhar desconfiado
para Andersen, que estava conversando com sua recepcionista.
KM
Song e Hurst notaram segundos depois dele. Ambas as mulheres
ficaram tensas, embora continuassem andando. Hurst desabotoou a jaqueta.
Embora parecesse um gesto casual, Ryder sabia que estava facilitando o
acesso à sua arma.
Ryder abriu a boca para dizer a Song para parar, mas ela já tinha
empurrado a porta aberta. Um dos homens começou a puxar algo debaixo do
casaco largo. Song reagiu com a velocidade da luz, recuando para trás da
porta - mas não antes de ser salpicada com uma lata de tinta vermelha.
Luca ofegou. Ryder agarrou seu braço e puxou Luca atrás dele,
mantendo seu corpo entre Luca e a porta enquanto ele apoiava os dois para
KM
cima. Sua responsabilidade era levar Luca a salvo, não atacar seus
agressores.
KM
Luca segurava uma das cadeiras da mesa de conferência com um
aperto que tinha seus dedos brancos. Seu rosto estava pálido, os olhos
arregalados. — Oh meu Deus.
— Oh meu Deus.
Ryder pegou o queixo de Luca e levantou-o para que ele pudesse ver
os olhos de Luca, tentando determinar se o garoto estava apenas chocado, ou
se ele estava realmente em choque. — Você está seguro agora. Duvido que
eles voltem, mas vamos esperar até que a polícia chegue aqui.
— Você não pode ouvir pessoas assim. Sua mãe é uma contratada do
departamento de defesa, não um senhor da guerra. A tecnologia de Fairburn
Howard é vital para a segurança nacional.
KM
Luca balançou a cabeça, embora Ryder não soubesse se era desacordo
com suas palavras ou apenas negação de toda a situação. Ryder estava
preocupado com o quão violentamente ele estava tremendo.
— Absolutamente não.
Merda. Ele não podia deixar Luca desmoronar; ele precisava que o
garoto pensasse claramente para o caso de o perigo não ter passado. Mas
havia apenas uma coisa que faria Luca se sentir melhor, e Ryder não podia
dar isso a ele. A não ser que...
— Ok, eu vou ajudar você - Luca, você está ouvindo? Eu vou fazer um
acordo.
KM
— Que tipo de acordo?
— Eu vou ficar do outro lado da sala, e você vai ficar bem aqui. Nós
não vamos tocar.
— Ok.
KM
— Bem, eu odeio dançar, mas eu não me importo de assistir. É assim
que eu tenho o primeiro vislumbre de você. Eu estaria sentado no bar,
assistindo você na pista de dança, provavelmente cercado por uma dúzia de
homens.
— Gin e tônica.
— Não importa. Você não tem dezoito anos. Você tem... vinte e quatro.
— Você é doce.
Não ficou claro no tom de Luca se ele estava falando como ele mesmo
KM
ou como um personagem na história que Ryder estava inventando. Ryder
decidiu que não importava - contanto que Luca estivesse focando nele, ele
não estaria pensando sobre o que tinha acontecido no saguão.
Muito longe. Isso foi longe demais, muito perto da verdade, mas
Ryder não podia voltar atrás agora. Os olhos de Luca encontraram os dele.
— Sim.
— Eu pediria para você vir para casa comigo. Ryder podia ver isso em
sua cabeça, a luz fraca do clube, a pressão apertada de corpos suados, Luca
vestido com alguma roupa ultrajante que mostrava as linhas duras de seu
físico de nadador. Seu pênis se contorceu de interesse pela imagem mental.
Porra.
— Por que não basta ir ao quarto dos fundos? Tenho certeza que o
clube tem um.
— Eu levo você para casa, disse Ryder. Ele estava suando sob o paletó
e o colete a prova de balas. — E a primeira coisa que eu faria é te beijar,
KM
porque a única coisa que eu pude pensar desde que te conheci é sobre seu
gosto e como seria você me beijando de volta.
Luca piscou.
KM
— Submisso é a última palavra que eu usaria para descrever você.
Se alguma coisa, Luca ficou ainda mais chocado com suas próprias
palavras do que Ryder. A protuberância em seu jeans era claramente visível
do outro lado da sala, assim como o rubor vermelho em suas bochechas. Real.
Foi tudo muito real.
Ryder queria lamber sua bochecha para sentir o calor do sangue sob
a pele. — Você está corando, ele disse.
KM
Atordoado, Luca levou uma das mãos ao rosto. — Eu...-
Uma batida na porta fez os dois pularem. — Sou eu, disse Song do
outro lado. — A polícia está aqui.
Ainda bem que seu paletó era longo o suficiente para cobrir sua
virilha, Ryder se dirigiu para a porta. Luca se virou, ainda se apoiando na
cadeira.
— Eu preciso de um minuto.
KM
seguiram...-
Ela não precisou terminar a frase. A nomeação de Luca foi feita sob
um pseudônimo. Se eles não tivessem sido seguidos de Bethesda, então os
atacantes sabiam de antemão quando e onde eles iriam estar. Isso só poderia
significar uma coisa.
*****
Sem nada para fazer e ninguém para focar sua atenção, Luca repassou
o ataque em sua cabeça várias vezes. Se aquelas pessoas estivessem
carregando armas em vez de latas de tinta, ele poderia ter morrido. E isso
aconteceria novamente. Evelyn tinha muitos inimigos. Luca teve sorte de
KM
serem apenas ativistas anti-guerra que os encontraram desta vez, e não um
grupo terrorista ou um dos concorrentes de Fairburn Howard.
Luca precisava foder. Ele precisava de sexo com uma pessoa real, não
um brinquedo de silicone ou uma voz ao telefone, ou ele iria se perder.
Eu não acho que minha mãe vai me deixar sair. Você pode vir?
KM
Certo. 1:30 ok? Eu levarei meu Xbox.
Embora Ryder não parecesse estar com ciúmes, ele parecia infeliz,
como se ele quisesse se opor. Luca sabia que não. Não era da conta de Ryder
o que Luca fazia em sua própria casa, e Ryder era profissional demais para
fingir o contrário.
KM
O engraçado é que Luca teria cancelado seus planos com Ashton em
um segundo para passar o tempo com Ryder.
— Tudo bem, eu vou deixar Springer saber. Esse garoto está trazendo
um guarda-costas?
Luca fechou a porta antes que Ryder pudesse responder. Ele sentiu
uma espécie de desapontamento enjoativo, e não quis me debruçar sobre as
razões para isso. Tirando as roupas a caminho do banheiro, Luca ligou o
chuveiro tão quente quanto pôde e ficou uma boa meia hora sob o jato.
Isso estava longe de ser a primeira vez que Luca se dispunha a seduzir
um homem hetero; ele já tinha uma ciência nisso. Depois que ele saiu do
chuveiro, ele raspou o rosto até que ficasse suave como o de um bebê,
pontilhou uma colônia sutil em seus pontos de pulso, e penteou o cabelo para
que ele secasse em uma bagunça despenteada. Vestia as roupas mais
agradáveis ao toque que possuía - calças de veludo maleáveis e gastas e um
suéter macio e apertado em um rico tom de bordeaux - e rejeitou os sapatos
em favor de andar descalço.
O resultado final foi que ele se mostrou acessível e não agressivo. Ele
parecia atraente - definitivamente um homem, mas não tão abertamente
masculino que seus avanços pudessem intimidar Ashton. De fato, se Luca
fizesse isso corretamente, Ashton seria o único a fazer os avanços.
KM
Já era uma e quinze quando ele deu uma última olhada ao seu reflexo,
depois saiu para o corredor. Ele não pode evitar dar uma parada por um
momento para que Ryder pudesse dar uma boa olhada nele.
Para seu crédito, Ryder não tentou esconder o jeito que seus olhos
passaram pelo corpo de Luca. — Você realmente acha que isso vai funcionar?
— O garoto é hetero.
Controle-se. Ele iria te afastar e você sabe disso. É por isso que você
convidou Ashton.
KM
— Visitante para o Sr. D'Amato.
— Eu não. Minha mãe não tem nada nesta casa projetada para
entreter qualquer pessoa com menos de quarenta anos.
— Eu juro que esta casa fica maior toda vez que eu a vejo, disse Ashton.
KM
— Você já esteve aqui antes?
— Suíça.
Seu tom era brincalhão, provocante, nada do que Luca esperava. Luca
sorriu e pegou o controle que Ashton jogou para ele. — Eu tenho certeza que
vou descobrir isso eventualmente.
11Gears of War é uma franquia de jogos eletrônicos criada e originalmente propriedade da Epic Games,
desenvolvida e gerenciada pela The Coalition, e agora a Xbox Game Studios tem seus direitos e publica-a.
KM
— Sorte de principiante?
— Você não tinha uma namorada que você teve que deixar para trás,
não é?
— O que?
KM
— Eu só... estou tentando descobrir como te perguntar isso sem
ofender você...-
— Eu sou.
— Eu pensei que você poderia ser, mas eu não queria, você sabe,
assumir. Quero dizer, não é como se você fosse extravagante ou qualquer
coisa...
— Não! Não, claro que não. E você não terá problemas em Rutledge
se voltar. Você sabe como os Quakers são sobre tolerância. Nós temos uma
Aliança Gay-Hetero e tudo mais.
KM
— Você parece tão seguro de si mesmo - como se fizesse o que quisesse
sem se importar se as pessoas gostem ou não.
Como Ashton claramente queria dizer isso como um elogio, não como
uma admoestação, Luca não discutiu. — Eu não gosto que alguém me diga
como viver minha vida.
— Não é que eu não goste da minha vida. Eu gosto. Mas meus pais têm
muitas expectativas e eu não consigo dizer não a eles.
— Eu acho.
— Minha mãe não se importa que eu seja gay, mas ela teria um ataque
cardíaco se soubesse metade das coisas que eu fiz com os homens.
KM
perguntar o que, exatamente Luca tinha feito que era tão chocante. Uma luz
curiosa entrou em seus olhos quando eles passaram pelo corpo de Luca.
— Como o quê?
Não importava se isso era verdade ou não. Luca tinha Ashton fisgado,
e agora era só puxá-lo dentro
KM
— Eu não faria isso com qualquer um. Luca não queria que ele tivesse
a impressão errada. — Eu tenho padrões. E me certifiquei de que ele usasse
camisinha.
— Você estava falando sobre como gostaria que fosse forte o suficiente
para enfrentá-los. Quão chateados ficariam se soubessem que estivemos
KM
falando sobre isso?
— Tudo bem, disse Luca, deixando claro em seu tom de voz que ele
estava apenas zoando Ashton.
Ashton poderia não ser um fantoche de seus pais, mas ele certamente
era de Luca. Bem na hora, ele se inclinou para frente e pressionou os lábios
sobre os de Luca. Luca fez um barulho como se tivesse levado um susto, em
seguida levantou a mão para acariciar a bochecha de Ashton enquanto ele
retribuía o beijo de boca fechada por alguns segundos. Então ele se afastou.
Ashton estava adequadamente embaraçado. — Não foi por isso que fiz
isso.
KM
beijador, um pouco contido para o gosto de Luca. Luca se aproximou,
envolvendo um braço no pescoço de Ashton, e a mão de Ashton pousou no
quadril de Luca. O beijo se tornou mais rápido, mais aquecido.
Fazia muito tempo desde que ele tocara alguém assim. Luca enfiou as
mãos sob a camisa de Ashton e sobre o abdômen, deleitando-se com a
sensação de pele contra pele. Ashton tinha um corpo muito parecido com o
seu próprio - magro, esbelto, duro.
Então, foi uma surpresa quando Luca tocou Ashton e se viu desejando
que os músculos de Ashton fossem mais grossos, que as mãos deslizando
KM
para cima e para baixo em suas costas fossem maiores, que o peito que ele
estava encostado fosse mais largo. Ele e Ashton eram quase do mesmo
tamanho, e não era isso que Luca queria. Ele queria um homem que fosse
mais alto, maior e mais forte.
KM
Quem diabos era Bryce? O cérebro de Luca estava confuso com
luxúria e impaciência. Deve ser o guarda-costas de Ashton. Luca se inclinou
e pegou o controle remoto da cama, percorrendo o guia de canais da televisão
até chegar a um canal de música tocando rock clássico. Ele aumentou o
volume.
— Melhor?
— Quem vai dizer a eles? Vai ser o nosso pequeno segredo. — Luca
revirou os quadris, colocando mais pressão no pênis de Ashton e fazendo
suas pálpebras tremerem. — Pense nisso. Nós vamos dizer olá um para o
outro na igreja, e nenhuma das pessoas ao nosso redor saberá que nos
beijamos, ou que eu sentei no seu colo, ou que você teve seu pênis na minha
boca...-
— Você quer?
KM
Como se qualquer homem na história do mundo tivesse recusado um
boquete. Luca segurou as mãos de Ashton e o guiou para se sentar na beira
do colchão com os pés no chão, depois deslizou para se ajoelhar entre as
pernas. Ele pressionou o rosto na virilha de Ashton e respirou
profundamente.
Ashton estava respirando com tanta força que parecia que ele já tinha
seu pênis na garganta de Luca. Luca passou as mãos pelas coxas de Ashton e
olhou para ele. — Só não toque minha cabeça, ok?
KM
Os adolescentes raramente apreciavam um boquete lento e
provocante como os homens mais velhos faziam; o próprio Luca odiava ser
provocado quando os papéis eram invertidos. Então ele não perdeu tempo
em ir aos negócios, balançando a cabeça para cima e para baixo no eixo de
Ashton em um ritmo constante, a mão se movendo no tempo com a boca. O
gosto masculino e limpo de Ashton fez o pênis do próprio Luca pulsar com a
necessidade. Ele usou a mão livre para estalar o botão em suas calças de
veludo e puxá-lo para fora.
Luca abaixou a boca ainda mais a cada passada, até que finalmente
ele estava tomando todo o pênis de Ashton a cada vez. Não conseguiu conter
um gemido quando sentiu-o deslizar em sua garganta. Ashton estava
ofegante, gemendo e xingando, os quadris se movendo em pequenas
contrações controladas, os dedos brancos na borda do colchão.
Esse pensamento fez o pênis de Luca saltar. Ele o segurou com a mão
esquerda enquanto pegava o ritmo do boquete, encontrando um bom ritmo
que funcionava com sua respiração, em vez de contra ela, lambendo a parte
de baixo do pênis de Ashton com a língua.
KM
— Deus, oh Deus, isso é tão...- Ashton bateu no ombro de Luca, a voz
tensa. — Eu vou gozar.
— Foda-se,... foda-se...-
KM
dolorida.
Deitado ao lado dele, Luca beijou seu ombro. Ele não sabia como
Ashton reagiria ao ser beijado na boca por alguém que acabara de cair sobre
ele, e não queria arriscar. — Eu realmente preciso gozar.
— Eu não quero que você chupe meu pau. A última coisa que Luca
precisava agora era sofrer com o primeiro boquete desajeitado de um garoto
hetero. — Você não precisa tocar nada. O que eu realmente gostaria é que
você colocasse seus dedos dentro de mim.
— Sim. Luca colocou a mão sob a camisa de Ashton para acariciar seu
peito, puxando o lóbulo da orelha de Ashton com os dentes. — Eu tomei um
banho antes de você chegar aqui, então você não precisa se preocupar com
KM
nada nojento. Por favor, vai me fazer gozar tão forte que você não faz ideia.
— Certo.
KM
derramou um pouco do gel liso sobre os dedos.
— Sim claro.
Ele puxou os joelhos para cima para que Ashton tivesse melhor
acesso. Ashton sacudiu um dedo hesitante sobre o buraco de Luca, depois
piscou. — Você não tem nenhum cabelo aqui embaixo.
— Isso torna o sexo muito melhor também. Você deveria tentar. Mas
primeiro... Luca empurrou a mão de Ashton para baixo. — Você deveria me
fazer gozar.
KM
— Você tem certeza que isso não vai te machucar?
— Coloque outro.
KM
— O que é isso?
Luca teve que mover seus quadris no início para demonstrar o que
queria, mas Ashton pegou rapidamente, e logo ele estava tocando Luca
apenas certo - dedos entrando e saindo de seu buraco, empurrando com força
contra sua próstata. Ofegando palavras de encorajamento, Luca se fodeu na
mão de Ashton e empurrou seu pênis.
— Deus, sim. Não pare. Luca empurrou seus pés contra a cama e
arqueou as costas, tentando levar os dedos de Ashton mais fundo.
KM
gozou foi de triunfo, tanto quanto de conclusão.
KM
Capítulo nove
David Bryce era um cara legal, mas ou ele era o homem mais
indiferente do mundo, ou ele era tão mente fechada em relação a orientação
sexual que simplesmente não conseguia conceber a possibilidade de que seu
protegido pudesse estar brincando sexualmente com um amigo homem.
Ryder decidiu que ele também poderia usar a confusão de Bryce para
sua própria vantagem. — Eles provavelmente estão assistindo pornografia.
Você conhece esses garotos ricos - eles têm todos os canais pay-per-view e
nenhuma supervisão.
KM
Segundos depois, uma música antiga dos Rolling Stones começou a
tocar. Bryce parecia não pensar em nada, mas, tanto quanto Ryder sabia,
havia apenas uma razão pela qual os adolescentes estavam tocando música
alta enquanto estavam sozinhos em um quarto juntos.
Ele teve a sorte que Bryce não entendeu; Ryder estava fodido se isso
chegasse ao senador Davenport. O aviso de Evelyn D'Amato da semana
passada ainda tocava alto e claro em sua mente.
Ryder é quem fora desonesto. Ele sabia muito bem que nunca seria
capaz de fazer o que ela pedia. Mas o salário era insano - dois anos na equipe
de proteção de Luca, e Ryder não só poderia voltar a Georgetown para seu
mestrado sem tomar empréstimos, ele poderia viver com bastante conforto
enquanto fazia isso. Além disso, ele achava que D'Amato estava exagerando,
exagerando a quantidade de problemas que uma criança de dezoito anos
poderia ter.
KM
acima da música chamou a atenção de Ryder e o arrastou para fora de sua
mente. Mais cedo, os ruídos foram profundos e roucos; agora eles eram mais
agudos, trêmulos, em êxtase - o som inconfundível de um homem que tinha
sua próstata trabalhada.
Ele tinha ficado na casa de seus pais em D.C. em seus dias de folga,
esperando que uma mudança de ambiente o ajudasse a recuperar
autocontrole suficiente para parar de se masturbar todas as noites com
pensamentos sobre foder Luca. Na noite de quinta-feira, Ryder tinha ido a
um clube, procurando uma conexão...
Seu nome era Cody - um doce, loiro de vinte e poucos anos, muito
feminino. Nada sobre ele lembrou a Ryder de Luca, que era o ponto. Ele tinha
derretido nos avanços da Ryder; quinze minutos de beijos apaixonados
contra o bar, e ele convidou Ryder para casa com ele.
KM
— O que você quer?
— Em suas costas, então, disse Ryder, não tanto porque ele tinha
uma forte preferência, mas porque estava claro que Cody não iria lhe dar
qualquer direção.
KM
que Ryder fosse o dominante. Ryder se orgulhava de ser capaz de se
adaptar às necessidades de seus amantes, e ele nunca teve problemas em
assumir o papel dominante antes.
— Ah! Cody abriu ainda mais seus joelhos. — Oh, por favor, por
favor...-
— Você quer esse pau? Ryder acariciou sua ereção para firmá-lo um
pouco, em seguida, rasgou o pacote de preservativo.
Havia algo em pegar um homem por trás que parecia tão agressivo,
tão dominador, mas Ryder sabia que se fosse Luca na frente dele, não
haveria nada dominante sobre isso. Não importava em que posição eles
estivessem, Luca estaria no controle - porque o domínio não estava na ação
KM
em si. Estava nos desejos dos atuantes.
KM
para a porta da frente, conversando sobre o possível retorno de Luca a
Rutledge.
— Sim.
— Você poderia ter sido mais discreto, sabia. Nós podíamos ouvir
você.
Ryder quase perdeu um passo. — Não seja ridículo.— Ele não estava
com ciúmes de um garoto de dezoito anos que só chamou a atenção de Luca
porque ele tinha um pai poderoso.
— Isso não é o que você quer, disse Ryder. — Eu não entendo porque
você faria algo que você sabe que só vai deixá-la com raiva.
KM
— Você vai dizer a ela?
— Você tem certeza de que não está com ciúmes? Luca se levantou e
se aproximou de Ryder. — Você sabe, se você quiser desistir, tudo que você
tem a fazer é dizer a palavra. Eu prefiro muito mais um homem do que um
menino.
Ryder ficou rígido quando Luca alisou as duas palmas sobre seu peito,
olhando para ele através de grossos cílios escuros. Seu corpo estava gritando
para ele pegar o que estava sendo oferecido e mandar as consequências à
merda.
KM
os dedos em mim, ele não me fodeu. Eu já poderia ir de novo. Nós nem
teríamos que nos preocupar com as preliminares. Você poderia
simplesmente enfiar seu pau dentro de mim; Ainda estou lubrificado...
Ele também poderia ter jogado gelo nas calças de Ryder. Ryder fez
uma careta. — Isso deveria me excitar?
— Não me insulte, Ryder estalou. Raiva se agitou sob sua pele. —Deus,
sexo não significa nada para você, não é?
— Dezesseis.
— Então foi, o que, cerca de dois anos atrás? Com quantos homens
você dormiu desde então?
KM
Pare agora, Ryder disse a si mesmo. Não é da sua conta. Você está
cruzando a linha. Mas ele estava com medo de perder o emprego, e o medo
o fez atacar. — Você não sabe, não é? Você não consegue se lembrar.
— Por favor, como se você fosse algum tipo de anjo. Um rubor irritado
estava subindo pelo pescoço de Luca até o rosto. — Você esteve no Exército
durante o Não pergunte, Não conte12. Tenho certeza de que você teve mais
do que o seu quinhão de encontros de uma noite.
— Não, você só dorme com homens que podem te dar alguma coisa.
Você acha sexy brincar com professores e padres e com os pais de seus
amigos? Não é. É muito triste.
12Não pergunte, não conte— era a política dos Estados Unidos contra pessoas abertamente homossexuais
que serviam nas forças armadas. A maneira como a política foi estabelecida, os militares não perguntariam
sobre sua orientação sexual e, desde que você escondesse o fato de ser gay ou lésbica, você poderia ficar -
mas se você decidisse ser franco sobre isso, eles poderiam e te expulsariam. Felizmente, o DADT foi
revogado no ano passado (muito depois que Ryder deixou o Exército)
KM
o trabalho de Ryder. As palavras continuaram a derramar sem controle.
— Você age como se não se importasse. Você usa outras pessoas como
peões em seus joguinhos e você não se importa com o que acontece depois.
Você não tem respeito por si mesmo ou por qualquer outra pessoa. Que tipo
de homem comprometeria sua integridade apenas para dormir com alguém
assim?
Ryder se foi.
*****
KM
Isso era inaceitável. Ele cravou as palmas das mãos nos olhos,
respirando fundo até o nó na garganta se dissolver. A raiva estava bem. Raiva
era compreensível. Chorar só porque Ryder tinha sido um bastardo não era.
Como ele ousou? Ryder estava cheio de conversa sobre manter uma
distância profissional, mas ele não teve problemas em cortar Luca na
primeira chance que ele teve. Moralista hipócrita.
Abrindo a porta, Luca saiu para o corredor e se dirigiu para a ala oeste.
Ele não olhou mais para Ryder, porque ele estava com medo de que, se o
fizesse, ele socasse o homem na cara. Considerando sua diferença
significativa de tamanho, era improvável que isso terminasse bem para Luca.
KM
Sheila estava secando as mãos em um pano de prato quando
respondeu. Seu sorriso era surpreso e feliz. — Luca! O que você está fazendo
aqui?
— Posso entrar?
— Ensopado de carne.
— Precisa de ajuda?
KM
em seu cérebro. Sheila retomou com as cenouras ao lado dele.
— Ethan chegou em casa ontem à noite. Ele está ansioso para vê-lo
novamente.
— Eu também.
— Por que você não fica para o jantar então? Parece uma pena que
você ajude a fazer e depois não o coma.
— Eu adoraria.
KM
Tinha sido um choque encontrá-lo novamente como um aluno magro e de
olhos solenes da terceira série.
Luca disse: — Eu posso ajudar, se você quiser. Dessa forma, sua mãe
pode terminar de fazer o jantar.
— Bem, olhe o que temos aqui, disse ele quando viu Luca. Ele não
KM
sorria - Ethan raramente fazia -, mas seus olhos eram quentes e carinhosos.
— Linda nessa época do ano, como sempre. Vai ser bom ter você lá
para as férias novamente.
O último Natal que Luca passara em Aspen fora o último Natal de seu
pai na Terra. Ele sorriu com força e assentiu.
Sheila trouxe a comida para a mesa e depois fez uma breve oração
antes de comerem. Luca ficou quieto durante o jantar, ouvindo o fluxo fácil
de conversa, observando o amor e o respeito um pelo outro que era óbvio em
cada palavra e gesto. Era assim que uma família deveria ser.
Depois, Ethan levou Noah para prepará-lo para a cama. Luca ajudou
Sheila a limpar a mesa e a lavar a louça, depois secou as panelas enquanto
ela as lavava.
Luca olhou para a tábua de cortar que ele estava secando. Em vez de
respondê-la diretamente, ele disse: — Às vezes, depois de tomar uma decisão,
KM
quando estou conjecturando se é a certa, imagino contar a você sobre isso.
Se sinto vergonha, sei que fiz a coisa errada. Ele colocou a tábua no balcão.
— Eu faço muita coisa errada.
— Não errado, exatamente, apenas coisas que sei que vão acabar...
mal. Eu sei que elas são estúpidas quando eu estou fazendo, mas é como se
eu não me importasse - pelo menos não até depois, e então é tarde demais.
Luca riu. — Esse é o seu jeito de me dizer que eu não sou tão especial
quanto eu acho que sou?
KM
Ryder havia acabado há muito tempo e Siobhan ocupara seu lugar.
— Ele não usou a palavra, mas deixou bem claro que é o que ele pensa.
— Você não fez isso. Ela suspirou. — Luca, Ryder é um bom homem -
um homem realmente bom, do tipo que você normalmente só ouve de
amigos mais afortunados. Eu não posso imaginá-lo sendo intencionalmente
cruel com você. Se ele ficou chateado, talvez ele apenas disse algo que não
queria dizer.
KM
— Então, e se ele fez? Você se chama de vadia o tempo todo. Eu ouvi
você usar isso como uma linha de pick-up.
Luca não disse nada. Como ele poderia explicar o desprezo na voz de
Ryder, o desgosto em seus olhos? Luca nunca tinha experimentado isso
antes, não de alguém cuja opinião ele prezava. Ryder tinha conseguido algo
que ninguém mais havia conseguido.
KM
Capítulo Dez
Ryder esfregou a mão sobre o rosto, exausto. Ele não dormiu bem –
se sentindo culpado pelo que dissera a Luca e se preocupando com a toupeira
ainda não descoberta. — Não é ninguém no meu time.
— McCall e Song estão com o Luca há anos. Não faria sentido para
elas jogá-lo sob o ônibus agora. E eu fiz as verificações de antecedentes de
Christianson e Hurst. Eles estão limpos.
— Cavalheiros.
Ryder e Clarke se viraram para olhar para a Sra. D'Amato, que estava
sentado atrás de sua mesa com uma expressão irritada.
KM
que ameaça a segurança do meu filho.
KM
— Compreendo.
— Certo.
— Sim, Senhora.
Depois que ela saiu, Ryder ficou olhando para a porta por um minuto.
Toda vez que ele pensava sobre o que tinha feito no dia anterior, uma nova
onda de vergonha o dominava. Ele tinha perdido a paciência de uma maneira
importante, e não tinha sido apenas pouco profissional - tinha sido cruel. Ele
não fora tão duro com ninguém desde os meses que se seguiram ao seu
KM
retorno do Iraque.
— Entre.
Luca estava no ato de colocar o paletó; ele fez uma pausa na metade
quando viu Ryder na porta. — Veio me dar outra palestra sobre moralidade
sexual? Disse ele, deslizando o outro braço em sua manga.
— Desculpe?
Ele soou tudo menos sincero. Ryder deu um passo adiante. — Estou
falando sério. O que eu disse a você ontem foi doloroso e inapropriado, e eu
voltaria atrás se pudesse.
— Bem, você não pode. Luca pegou o celular e o deixou cair no bolso.
KM
Sem pensar, Ryder agarrou seu cotovelo. Luca ficou imóvel.
Luca estava olhando para a mão de Ryder em seu braço. Ele ergueu os
olhos. — O que?
— Luca.
KM
Ele quis dizer isso desta vez. Ryder assentiu, sentindo-se um pouco
melhor. — Vamos lá, sua mãe está esperando.
*****
Ela fora uma policial por dez anos antes de mudar para a segurança
privada; seu marido sofrera um acidente incapacitante, e o salário de um
policial não era suficiente para sustentar eles e seus três filhos. Luca
KM
suspeitava que preferiria ter permanecido na polícia. Ela ainda tinha aquele
ar de policial em seus olhos.
Phoebe - como ela pediu a Luca para chamá-la - riu. — Esse é o plano.
O rádio da Ryder tocou. — Temos alguém aqui para ver o Sr. D'Amato,
disse uma voz crepitante. — Você tem algo programado?
— Você o conhece?
KM
guarda nele, ele disse ao homem no portão.
— Não fique tão perto da porta. Ryder entrou na frente dele. — Luca.
Para trás.
— Acalme-se, amigo.
KM
Glauser era um acadêmico magro usando tweed, e possivelmente um
dos homens menos confrontadores do mundo. Ele piscou para Ryder em
alarme.
— Eu queria que fosse uma surpresa. Glauser levantou uma das mãos
de Luca e beijou as costas dela. — Eu pensei em você a cada segundo desde
que você saiu.
Luca não pensara em Glauser desde que falaram pela última vez. —
Minha mãe ficará furiosa se ver você. Você tem sorte que ela teve que ir ao
escritório.
KM
— Eu não tenho medo de sua mãe. Luca, quero que você saia comigo.
— O que?
— Você sabe que eu não posso fazer isso, Henry. Não seria seguro para
mim.
— Nós vamos para algum lugar onde ninguém nunca ouviu falar da
sua família. Aproveitando-se do choque de Luca, Glauser soltou as mãos e
puxou Luca para perto, acariciando seu pescoço. — Nós poderíamos estar
juntos, poderíamos até nos casar...-
Luca se afastou dele e cambaleou para trás. — Casar? Você está louco?
Oh Deus. Ah não.
KM
Glauser franziu a testa, confuso.
— Eu gosto muito de você e você sempre foi bom para mim, mas eu
não amo você.
— Eu não entendo, disse Glauser. — Por que você...- por que você me
faria pensar isso se não fosse...-
Isso era verdade, e Luca sabia disso, se aproveitara disso. Ele nunca
disse a Glauser que ele o amava, mas ele costumava agir como se ele o tivesse
amado.
KM
Minha família nem fala mais comigo.
— Não!
KM
meio o levaram para fora da casa. — Luca! LUCA!
KM
pela água, porém, a voz angustiada de Glauser ressoou em sua cabeça.
O som de passos fez Luca olhar para trás. Ryder se agachou na frente
dele e estendeu a mão. Luca pegou, ofegando quando Ryder levantou-o para
fora da piscina e o colocou no convés - com apenas uma mão.
— É o meu trabalho.
KM
Depois de um momento, Ryder se sentou ao lado dele na outra
espreguiçadeira. — Eu estava cerca de dois minutos de forçá-lo a sair.
— Você?
KM
— Sobre o que?
— Tudo o que você disse para mim na noite passada foi verdade. Eu
arruinei a vida de Glauser sem motivo.
— Eu não estou dizendo que você é inocente, mas Glauser era seu
professor. Ele estava em uma posição de autoridade, e não importa o quanto
você se jogou nele. A responsabilidade final pelo seu relacionamento está
com ele.
Ryder colocou a perna de Luca para baixo e pegou a outra sem fazer
nenhum comentário, trabalhando a dor.
— Mesmo depois que eu… fiz o que fiz… ele só estava chateado por ter
sido tão público, não que eu estivesse dormindo com outros homens. Ele
disse que já sabia que eu deveria estar, porque ele não poderia me dar tudo
o que eu precisava, e isso não mudava o quanto ele me amava. Luca respirou
instável. — Ele nunca vai confiar em ninguém novamente depois disso.
KM
— Você não sabe disso.
KM
Ele não queria dizer isso; as palavras tinham acabado de sair. Ryder
pareceu surpreso.
— Você quer que eu faça você se sentir melhor, ou você quer que eu te
diga a verdade?
— Você não sabe quem você é...- e eu acho que você não quer, porque
é mais fácil se proteger dessa maneira.
— Eu não entendo.
KM
Ryder riu. — Okay. Não há nada de errado com você.
KM
Capítulo onze
Ela abriu a boca, mas antes que ela pudesse responder, uma nova voz
interrompeu.
Ryder se virou para encarar seu irmão. — Você sabe como minhas
KM
horas são, Will. Ele estendeu sua mão.
Ela acenou.
— Por que você não diz olá aos seus avós? Disse Alyssa. — Eles estão
na sala de estar. Nós temos tudo sob controle aqui.
KM
— Ainda lá em cima, se preparando.
A avó paterna de Ryder, Grace, inclinou-se para ele. — Seu pai nos
disse que você teve algum tipo de promoção no trabalho?
— Eu acho que depende. Tem muita gente atrás desse garoto, Jake?
KM
cerveja em saudação.
— Alguns minutos atrás. Você não acha que deveria usar calças com
essa camisa?
Antes que Ryder pudesse reagir a isso, ela o empurrou para o lado e
abriu a porta. — Tia Allison!
A irmã gêmea de sua mãe, distinguida de Alyssa apenas por seu corte
de cabelo mais curto, estava na porta com o marido e três filhos. — Oi,
Morgan. Que vestido bonito.
KM
tia Alyssa pediu que ele se juntasse a nós.
Andy era mais fofo do que bonito, com um rosto redondo de querubim
e cabelo castanho-claro encaracolado. Ele era pelo menos quinze centímetros
mais baixo que Ryder, e tinha o tipo de forma que a mãe de Ryder descreveria
como “agradavelmente gordo”.
— Meio que te faz sentir muito pelos dias em que as pessoas eram mais
homofóbicas, não é?
— Vamos lá, vou apresentá-lo ao redor, disse Ryder com uma risada.
KM
Ele levou Andy para a sala de estar, onde Allison e seu marido Russell
estavam arrastando as cadeiras da sala de jantar. Não era preciso ser um
gênio para descobrir que Andy estava desconfortável de ser espremido em
uma pequena sala cheia de estranhos, especialmente quando eles
começaram a bombardeá-lo com amigáveis, ainda que intrusivas perguntas
úteis sobre de onde ele era e o que ele fazia para ganhar a vida. Theresa não
estava em lugar nenhum, então Ryder se sentiu responsável por manter Andy
como companhia. Eles se sentaram um ao lado do outro em duas cadeiras
dobráveis.
— Não seja. Sua família é muito legal. Se não fosse por Theresa e sua
mãe, eu passaria o Dia de Ação de Graças sozinho.
— Não. Eu não tinha que trabalhar hoje, mas estou no primeiro turno
amanhã de manhã.
— Sim. Não ajuda que eu seja o cara novo. Andy tirou a tampa da
cerveja. — E você? O que você faz?
— Eu sou um guarda-costas.
KM
Andy parou com a garrafa erguida nos lábios. — Mesmo?
— Mesmo.
— Ok, isso foi malvado. Desculpe. Ela colocou seu prato em cima do
de Ryder na pia. — Eu realmente gosto muito do Andy. Ele é fofo. Mas você
não pode me dizer que quer fazer sexo com ele.
KM
Ryder não deu muita atenção. Andy não era seu tipo - não por causa
de seu corpo, mas por causa de sua personalidade. Ele era tímido e discreto
e um pouco desajeitado, e Ryder geralmente gostava de caras que
transpiravam confiança.
Morgan fez uma careta. — Se é disso que você gosta, presumo. Devo
avisá-lo, porém, ouvi a mamãe dizendo à tia Allison que ela está preocupada
que você nunca teve um namorado, mesmo que você tenha se assumido há
dois anos. Se você começar a namorar o Andy, ela provavelmente começará
a planejar seu casamento.
— Ela vai ter que passar por Charlie antes que ela chegue até mim.
Ele puxou-a para ele e beijou sua testa. — Você só quer que eu tenha
um namorado, então você tem algo para fofocar com seus amigos gays.
KM
Morgan chutou sua canela. Ryder riu, empurrando-a de volta para a
sala de estar.
Ryder assistiu Andy fazer as despedidas. Ele era realmente fofo, mas
ele não inspirou a mesma luxúria primordial em Ryder que Luca conseguia
tão facilmente - então, novamente, talvez isso fosse uma coisa boa. O desejo
incontrolável de Ryder por Luca não causava nada além de problemas.
Namorar alguém da sua idade poderia mudar o foco de sua mente e libido,
diminuindo o efeito de Luca sobre ele. Além disso, Andy era um amorzinho.
Ryder não se importaria em conhecê-lo melhor.
— Eu vou levá-lo até seu carro, disse ele quando Andy pegou seu
casaco.
KM
— Você está me convidando para sair? A voz de Andy estava pesada
de descrença.
— Você deve.
*****
—...e você sabe como Caroline Sutton é, cada uma das menores
KM
realizações de seus netos deve ser celebrada com algum evento ou outro...-
Luca olhou para o prato, desejando poder abafar sua avó. A comida
que ele estava empurrando com o garfo cheirava incrível, mas duas horas em
uma sala com sua mãe e seus pais matavam o apetite de qualquer um.
— E é claro, Caroline adora exibir as joias que seu marido compra para
se desculpar por sua amante. Peças extravagantes e berrantes, todas elas.
KM
— Certamente não. Mas então, Caroline viu todos eles e nunca
entendeu o conceito de qualidade em detrimento da quantidade.
— Você poderia pedir uma das minhas peças, se você quiser, disse
Evelyn. — Talvez o Harry Winston com o pingente de safira?
Bianca levou a mão à boca como se ela não tivesse passado por essa
oferta o tempo todo. — Você é muito generosa, querida.
KM
gente, por favor? Sr. Clarke, você ficará com o Luca.
— Sim, Senhora.
KM
se servia de mais vinho.
Ele deixou a mesa antes que Jonathan pudesse fazer mais do que
erguer as sobrancelhas com vaga desaprovação, e se dirigiu para o lavabo da
grande sala. Clarke seguiu alguns passos atrás.
— Eu sei que você não esqueceu. Eu posso ver em seus olhos. Toda vez
que você olha para minha boca, pensa em como se sentiu quando chupei
seu...
— Por quê? Você não quer que a mãe saiba o que você fez comigo?
KM
Clarke empurrou Luca para dentro do banheiro e entrou atrás dele,
batendo a porta. — Você realmente acha que sua mãe acreditaria em você ou
em mim, depois de tudo que você fez?
Seu sotaque de Savannah fez sua voz profunda soar como melaço
derramado. Luca deslizou uma coxa entre as pernas de Clarke, satisfeito em
encontrá-lo meio ereto e inchando ainda mais naquele momento. — Diga-me
quantas vezes você pensou em foder meu rosto desde o ano passado.
KM
— Ou talvez, ele disse, —...você gostaria de me foder em outro lugar?
KM
— Eu vou te dizer quando eu tiver o suficiente. Sem endireitar-se,
Luca pegou o hidratante fantasia definido para os hóspedes e passou de volta
para Clarke.
Se Clarke já havia ou não fodido um homem, ele fez sexo anal com
alguém, porque não houve hesitação ou constrangimento na maneira como
ele esticou o buraco de Luca. Ele era rude com isso, dedos bruscos com a
raiva, mas sua intensa emoção só aumentava a satisfação de Luca. Luca
arqueou as costas e empurrou sua bunda contra a mão de Clarke.
— Jesus, você é mais apertado do que eu pensei que você seria. Clarke
puxou para fora e, em seguida, empurrou de volta, abrindo Luca com
KM
impulsos rasos. — Depois de todos os paus que você teve aqui, eu achei que
você estaria solto e desleixado.
— Você vai me foder ou apenas falar sobre isso? Luca disse, irritado.
Clarke riu sombriamente. Luca levantou uma das mãos para se apoiar
no espelho, gemendo de prazer pelo modo como Clarke puxou seus quadris
de volta em cada estocada. Ele abriu as pernas o máximo que pôde e se
inclinou mais, erguendo a bunda em busca do ângulo certo. Quando o pênis
de Clarke finalmente raspou sua próstata, Luca gritou.
— Você gosta disso? Clarke deu um tapa na bunda dele. — Sim, você
ama isso. Vadia com fome de pau.
Deu a Luca outro tapa. Luca também não se importava com isso, mas
KM
agora ele achava irritante. Embora seu corpo estivesse cantando com êxtase
físico, ele não sentia nada mais profundo do que isso, nenhuma satisfação
mental ou emocional que sentira a princípio. Clarke realmente não queria
transar com ele - ele só estava fazendo isso porque Luca o havia incitado a
isso.
KM
bunda, esticando seu buraco e entrando fundo.
KM
— Eu não vou. Quando isso foi encontrado com nada além de silêncio,
Luca abriu os olhos e encontrou o olhar de Clarke no espelho. —Minha mãe
precisa de você. Eu não vou contar a ninguém.
Clarke assentiu. Ele abriu a boca como se fosse falar, mas depois se
virou sem dizer nada. Ele saiu para o corredor e fechou a porta. Luca ficou
de pé, puxando as calças e a cueca para cima. Ele se virou na pia e lavou seu
sêmen.
KM
obstinada, tanto desta vez como anteriormente, até que o homem quebrou e
transou com ele só para calá-lo. Onde estava a vitória nisso? Isso só fez Luca
se sentir um idiota.
Era Ryder, embora suas palavras fossem tão arrastadas que pareciam
quase incompreensíveis.
— Não são os degraus que são o problema, são seus pés gigantes, disse
a voz de uma mulher.
Ryder trouxe uma mulher para casa? Luca tinha a impressão de que
ele era gay, não bissexual. Com o cenho franzido, ele envolveu seu robe com
KM
mais força em torno de si.
Oh. Oh. Luca não podia nem mesmo ficar aborrecido consigo mesmo
pela onda de alívio que varreu seu corpo. A mulher parecia muito com Ryder
para ser qualquer coisa que não fosse um parente de sangue. Ela era alta,
pelo menos 1,80 m metros de altura, e atleticamente construída, com os
mesmos olhos azuis brilhantes e cabelo ruivo.
Luca nunca o ouvira xingar antes. Ele não pôde deixar de sorrir
quando Ryder tentou ficar de pé, desequilibrado e tropeçou. A mulher pegou
o cotovelo para firmá-lo.
Ryder apenas olhou para ele, como se ele não pudesse processar as
palavras de Luca. Deus, ele estava totalmente fodido.
KM
— Uh...-
— Você não quer saber. Eu não acho que nossos pais tenham uma gota
de álcool em toda a casa.
KM
disse.
— Eu tentei fazê-lo ficar, mas todo mundo estava tão bêbado. O jantar
se transformou em uma grande festa do pijama. Falando nisso, seria possível
ficar por aqui hoje à noite? Eu tive que entregar minha cama aos meus avós.
— Ryder...- hum, Jacob mora aqui. Ele não precisa de permissão para
ter pessoas. Há quartos de hóspedes do outro lado do corredor que você pode
usar.
— O que você quer apostar que ele tem um irmão chamado Charles?
Ela disse.
KM
Capítulo Doze
— Oh, foda-me, Ryder disse no segundo que ele abriu os olhos. A luz
do sol que fluía através de suas dezoito mil janelas estava cegando-o. Ele
colocou a mão sobre o rosto.
— Eu tenho café.
Com muito cuidado, ele se sentou. Não foi até que ele aceitou o café
de Morgan e tomou um grande gole grato que a estranheza da situação lhe
KM
ocorreu.
— Sim…-
— Não, você não! Ela riu. — Seu mentiroso, você estava tão destruído
que não conseguia nem enxergar direito.
Ele escolheu ignorar isso em favor de mais café. — Então você foi saiu
para passear pela propriedade procurando café da manhã?
— Não. Uma das criadas trouxe uma bandeja. Ela disse que o Sr.
D'Amato pediu para ela.
Algo sobre o jeito que ela disse o nome dele fez Ryder ir mais ainda.
— Você conheceu Luca.
Ryder engasgou. — Não, ele é... você nem sabe que ele é gay!
— Ele não é?
KM
Bem, não havia nada que Ryder pudesse dizer sobre isso. Morgan
acenou com a cabeça em sua defesa.
— Eu poderia dizer apenas pelo jeito que ele estava olhando para você.
Ele quer entrar nas suas calças. Mau.
— Por que você não está mais feliz com isso? Luca é muito quente.
— Você quer que eu faça uma lista? Ryder assinalou seus pontos em
seus dedos. — Ele acabou de completar dezoito anos e eu já estou na metade
do caminho para vinte e nove. Ele ainda está no ensino médio. Ele poderia
ser sequestrado ou assassinado a qualquer momento. Ele tem o tipo de
bagagem emocional que nenhuma pessoa sensata gostaria de ter a menos de
trinta metros de distância. E eu sou seu guarda-costas.
— Não.
KM
nariz dele. — Diga-me a verdade, ou eu vou forçar isso em você.
Com toda a sua força, Ryder teria rido da ameaça, mas ele tinha uma
ressaca filha da puta - a cabeça dele estava latejando, e o cheiro gorduroso do
bacon fez seu estômago revirar perigosamente. Ele fez uma careta e afastou
a mão dela. — Tudo bem, tudo bem, eu o acho atraente. Quem não acharia?
Mas eu não tenho dezoito anos. Eu não tenho que agir em todas as atrações
que sinto.
— Eu não vejo o que importa. Só não faça sexo com ele enquanto você
está trabalhando. Você pode ser seu guarda-costas quando estiver de serviço
e seu namorado quando você não estiver.
Ela estava sendo agressiva, mas Ryder sabia que suas intenções eram
boas. E se havia alguém em quem ele pudesse confiar, era Morgan. Embora
tivessem oito anos de idade - o mais velho e o mais novo - eles sempre
tiveram um vínculo único.
KM
— Olha, Morgan, eu sei que o Luca é lindo, ele disse. — Ele pode ser…
desarmante. Ele atrai as pessoas, mesmo quando elas não querem ser
atraídas. Ele não tem medo de me querer. Mas ele tem um passado
complicado e um futuro ainda mais complicado, e eu não posso me envolver
em tudo isso.
KM
alguns dos outros guardas da propriedade. Agora ele se lembrava do porquê.
Primeiro, porém, ele disse a Clarke que iria encontrá-lo esta manhã
para discutir seu progresso - ou melhor, a falta dele - em encontrar a
toupeira. Ryder desceu para o nível mais baixo. Assim que ele desceu as
escadas, ele pôde ouvir Luca na piscina. Ele olhou por cima do corrimão,
avistando a forma elegante de Luca deslizando pela água e Hurst
observando-o do canto. Ela viu Ryder e levantou a mão em saudação.
Ele acenou de volta, depois se virou antes que Luca pudesse notá-lo.
A sala de controle de segurança estava na direção oposta, no que
KM
originalmente era um quarto de hóspedes. Agora estava cheio de bancos e
monitores de vídeo que transmitiam os feeds das dezenas de câmeras de
segurança que cobriam a propriedade e seus terrenos. Dois guardas ficavam
de olho neles e se checavam constantemente com os guardas em patrulha.
Ele só perguntou para ser educado, então ele ficou surpreso quando
Clarke endureceu e limpou a garganta como se estivesse desconfortável.
Era a terceira pista falsa que eles plantaram. A primeira tinha sido
desinformação sobre o segundo encontro de Luca com a Dra. Andersen, e a
segunda dizia respeito ao momento de seus testes de colocação para seu
retorno a Rutledge. Nenhum deles produziu nenhum resultado, mas Ryder
não teve problemas durante as saídas reais.
KM
conseguir uma cópia de sua agenda.
— O melhor que você pode fazer é randomizar as rotas que você usa
para ir e voltar da escola todos os dias. Felizmente, a segurança é bem
apertada.
— Esse garoto já esteve aqui duas vezes esta semana. Eles parecem
estar ficando muito amigáveis.
KM
— O que você quer que eu faça, coloque um cinto de castidade nele?
Ele tem dezoito anos. Você lembra como é isso.
— Eu não quero que você faça nada. Não é da nossa conta quem ele
fode. Clarke respirou fundo e estalou o pescoço.
Ryder franziu o cenho para ele, perplexo. Ele tinha uma participação
pessoal nisso - o relacionamento de Luca com Davenport ameaçava seu
emprego - mas por que diabos Clarke estava tão agitado com isso?
KM
— Andar de cima. Eu pensei em ligar para o Ashton. Não há escola
hoje.
De jeito nenhum Ryder estava trazendo Luca de volta para seu quarto.
Seu julgamento não tinha sido exatamente estelar ultimamente, mas ele não
era estúpido o suficiente para se colocar nessa posição. Em vez disso, eles
foram para a academia do outro lado do corredor da sala de controle.
Estava vazio, o que era raro, mas a maioria dos funcionários fora de
serviço tinha ido para casa para o feriado. Hurst ficou do lado de fora da
porta. Como Luca estava descalço, Ryder tirou os sapatos também.
KM
nenhum treinamento corpo-a-corpo...-
— O que?
— Eu menti.
Ryder fez uma careta; ele não pôde evitar. Luca cruzou os braços
defensivamente.
KM
volumoso...-
— Claro que não. Isso não te ensinaria nada. Ryder passou os dedos
sobre a contusão que ele podia sentir se formando em sua bochecha, mesmo
que eles estivessem atenuando seus socos. — Eu posso ser mais forte que
você, mas você é muito mais rápido. Quando você me pega de surpresa -
como você fez agora - eu não tenho tempo suficiente para reagir. Você usa
bem seus pés. Nós vamos trabalhar a partir daí.
— Ok, mas eu tenho que fazer uma pausa primeiro. Luca pegou uma
garrafa de água do mini frigorífico no canto e jogou uma para Ryder, em
KM
seguida, sentou-se no banco de peso.
Ryder bebeu, mas permaneceu em pé. — Eu vou dizer algo que você
não vai querer ouvir.
— Isso seria ótimo se você fosse outra pessoa, mas você não pode se
permitir essa fraqueza. É ótimo poder conseguir um corrida de cinco minutos
se você estiver sendo perseguido - mas se essa distância é tudo que você pode
fazer antes de ter que parar, você ainda está ferrado. Vou lhe mostrar alguns
exercícios que você pode fazer para melhorar sua resistência.
— Uma vida mais longa. Ryder tirou a água de suas mãos. — Nada
mais de descanso. Vamos lá.
*****
KM
Luca deveria ter levado em conta a história militar de Ryder antes de
concordar em se exercitar com ele.
Ryder não lhe deu nenhuma folga, recusando-se a permitir que Luca
descansasse por mais de trinta segundos a qualquer momento enquanto eles
passavam pelos exercícios de resistência e praticavam técnicas de
desarmamento usando armas e facas falsas. Enquanto Luca pensava que o
treino lhe daria a chance de se aproximar de Ryder, talvez baixando um
pouco a guarda de Ryder, levou cem por cento de sua concentração apenas
para ficar de pé. Ryder não era um idiota sobre isso, mas ele não hesitou em
bater em Luca quando ele não foi rápido o suficiente para se defender.
Não era tão chato quanto Luca teria imaginado. De fato, ele adorou o
desafio, apreciando que Ryder não zombou ou mimou ele. Ele se esforçou,
querendo provar que ele poderia lidar com o que Ryder jogasse para ele.
Cada palavra “bom” ou “melhor” de Ryder valeu mais do que uma ladainha
de elogios de qualquer outra pessoa. Toda vez que Luca conseguia realmente
afastar Ryder, ele se enchia de uma onda de orgulho semelhante àquela de
suas conquistas mais duras.
KM
meus braços.
— Eu sei que você se sente em perigo. Mas você me conhece. Você sabe
que eu não vou te machucar. Eu vou deixar você ir se você me pedir.
Estava na ponta da língua de Luca para fazer exatamente isso, mas ele
não queria que Ryder pensasse que ele era fraco. Ele apertou os lábios e
fechou os olhos, respirando profundamente pelo nariz.
— Eu estava com medo de que você reagisse assim. Você não pode
congelar assim se for atacado. Você entende isso, certo?
KM
as palavras saíram. Ele engoliu e tentou novamente. — Eu não gosto de ser
contido, eu não posso... - eu não consigo...-
Ryder sorriu para ele, flexionando o pé que Luca havia pisado. —Bom.
KM
praticando.
Todo o desejo que Luca tinha mantido à distância nas últimas duas
KM
horas inundou tudo de uma vez. Ryder estava duro e suado e corado pelo
esforço; sem dúvida, seu cérebro estava repleto de testosterona e adrenalina
suficientes para torná-lo facilmente influenciável. Luca lambeu os lábios. O
banco de peso tinha a altura certa para ele se curvar...-
— Eu acho que é o suficiente por hoje, disse Ryder. Ele pegou uma
toalha na pilha no canto, atirando uma para Luca enquanto permanecia no
lado oposto da sala.
Luca enxugou o rosto, resignado. Ele sabia que Ryder não seria tão
fácil. Isso não o impediu de desejar que Ryder tirasse sua camisa, no entanto.
— Tudo bem.
— Eu sei que você está atraído por mim - não, apenas me deixe
terminar. Você mesmo disse que, sob diferentes circunstâncias, gostaria de
dormir comigo. Mas você nunca disse se gostaria de namorar comigo.
KM
Ele tinha tomado Ryder de surpresa. As sobrancelhas de Ryder se
ergueram de surpresa e sua boca se abriu como se não tivesse palavras. Então
sua testa se enrugou e ele fechou a boca sem dizer nada.
Isso foi resposta suficiente. Luca deu uma risada sem graça, voltando-
se para a porta. — Isso foi o que eu pensei.
— Eu nunca poderia te prometer isso, disse Luca, mas é claro que esse
era o ponto de vista de Ryder.
— Nunca?
KM
por estarem comigo. É sempre um segredo. Luca deu de ombros. — Eu não
consigo nem lembrar com quantos homens eu dormi, mas eu nunca estive
em um encontro.
Luca fez uma careta, mas eles foram interrompidos quando Georgina
abriu a porta. — Ei, pessoal, vocês podem vir aqui por um minuto?
KM
— Não sabemos, disse Matt. — Nós o varremos para explosivos e
contaminantes químicos, mas está limpo, então não abrimos.
— Glauser não lhe enviaria algo assim, disse Ryder apenas sobre o
ombro de Luca. — Ele está tentando te reconquistar, não te assustar.
Ele estendeu a mão, mas Georgina pegou a mão dele. — Espere. Olhe
para os espinhos. Ela pegou uma das rosas pelas pétalas e segurou-a na luz.
Os espinhos não haviam sido removidos; Eles eram grandes, afiados e...
manchados.
Sangue.
Georgina deixou cair a rosa e pegou outra, depois outra. Cada uma
delas estava do mesmo jeito. Os espinhos estavam cheios de sangue seco.
KM
de rosas sangrentas e abriu-o. No interior, a caligrafia rebuscada de Glauser
dizia:
KM
Capítulo Treze
Luca, por outro lado, estava prosperando. Seja devido a sua boa
aparência e carisma, a riqueza de sua mãe, ou sua amizade com Ashton
Davenport, Luca foi um sucesso instantâneo em Rutledge. Os outros
estudantes reuniram-se à volta dele em massa, o que, claro, só fez o trabalho
de Ryder mais difícil. Ele manteve um olhar atento em Luca por quaisquer
sinais de ansiedade, mas Luca nunca pareceu mais à vontade.
KM
as aulas - metade das quais os dois garotos tinham juntos - apresentando-o
a todos os seus amigos e, geralmente, atendendo a todas as suas
necessidades. Davenport estava tão louco por Luca que Ryder não podia
acreditar que as outras crianças não tivessem percebido.
13
Mayflower (em português, literalmente "flor de maio") foi o famoso navio que, em 1620, transportou
os chamados Peregrinos, do porto de Southampton, Inglaterra, para o Novo Mundo. O navio transportava
102 passageiros, na sua maioria puritanos separatistas, que procuravam liberdade religiosa, longe do poder
hegemónico da Igreja Anglicana.
KM
Felizmente, Ryder foi poupado da dor de assistir uma Tricia
inconsciente bater em Luca pela oitava décima vez, quando McCall
atravessou a quadra em direção a ele.
— Parece bom. Você está realmente ansioso para sair daqui, não é?
McCall acenou para ele. Ryder foi para o estacionamento, olhando por
cima do ombro apenas uma vez. Luca o viu e sorriu antes de se distrair com
Davenport novamente.
Os Peregrinos do Mayflower foram os primeiros colonos a se estabelecer nas terras do que seriam os futuros
Estados Unidos da América. Fundaram aí a cidade de Plymouth, que se tornaria a capital da Colónia de
Plymouth.
KM
Foi uma curta viagem de volta para a propriedade D'Amato, após o
que Ryder tomou um banho rápido e se vestiu para seu primeiro encontro
com Andy. A noite de segunda-feira era um momento estranho para um
encontro, mas quando eles compararam seus horários de trabalho intensos
e de horas estranhas, acabou sendo o momento mais conveniente para os
dois.
— Você não precisa fazer isso, disse ele, embora estivesse claro em seu
tom de voz que ele apreciava o gesto.
KM
mãos por aquele cabelo.
— Theresa quase fez uma pequena dança quando eu disse a ela que
sairíamos hoje à noite, disse Andy.
— Quatro anos.
KM
Andy esperou em vão que ele elaborasse, depois disse: — Você não
gosta de falar de si mesmo, não é?
— Não é tanto que eu não goste de falar de mim mesmo, já que não
falo sobre meu tempo no Exército. Com ninguém.
— Então não fale sobre isso. Diga-me por que você quis se alistar, em
vez disso.
— Eu não fiz. Ryder teria parado por aí, mas a expressão de Andy
deixou claro que ele estava esperando mais. — Minha família não tinha muito
dinheiro quando eu estava crescendo. Nós não éramos pobres, exatamente -
nunca passávamos fome e nunca corremos o risco de perder a nossa casa -
mas sabia que meus pais não poderiam me ajudar na faculdade,
especialmente quando fui aceito em Georgetown. A única maneira que eu
poderia pagar era me juntar ao ROTC14.
— Sim. Eu não achei que seria tão ruim assim, mas então eu comecei
a faculdade em setembro de 2001.
14ROTC é o Corpo de Treinamento dos Oficiais da Reserva, que é um programa que treina estudantes de
nível universitário para atuarem como oficiais nas forças armadas dos Estados Unidos. Eles oferecem bolsas
de estudos sérias - muitas vezes pagando 100% das mensalidades dos estudantes - em troca de um certo
número de anos de serviço militar obrigatório após a graduação. Um monte de crianças de baixa renda
acaba indo por esse caminho para que eles possam terminar a faculdade sem empréstimos estudantis.
KM
Os olhos de Andy se arregalaram de compreensão. — Logo antes do 11
de setembro.
Ryder virou a própria mão com a palma para cima e traçou o polegar
sobre Andy. Eles ficaram assim por alguns segundos antes de deixar ir.
— Eu não sou taxidermista, mas sou peludo. Isso não vai ser um
problema, é?
KM
A conversa ficou mais leve depois disso, quando falaram sobre
bobagens básicas, como filmes favoritos, livros e música. Eles descobriram
que eles tinham um pouco em comum, incluindo planos para buscar o ensino
superior - Andy queria um mestrado em enfermagem para que ele pudesse
entrar na administração. Ryder se sentiu confortável o suficiente para confiar
um desejo semelhante, um que ele compartilhou com poucas pessoas.
— Deus não. Isso nunca deveria ser nada além de temporário. É por
isso que aceitei a promoção que meu chefe me ofereceu - é mais perigoso,
mas paga mais que o dobro.
— Bem, espero que não seja muito tempo antes que você possa voltar
para a escola e conseguir um trabalho confortável.
— Esse é o plano.
Quando eles saíram, Ryder tentou pagar a conta, mas Andy insistiu
em dividir os dois lados. Eles caminharam duas quadras no ar fresco e frio
KM
de novembro até a garagem onde Ryder havia estacionado.
— Não seja ridículo. Eu vou te levar para casa. — Ryder não pôde
resistir a puxar um dos cachos de Andy, encantado por sua doce
autodepreciação.
KM
segurou seu rosto e aprofundou o beijo, provocando a língua de Andy com a
sua. Ele sentiu a mão de Andy alisar seu braço e por cima do ombro.
— Sim.
— Topo? Não, eu prefiro você... mas não é isso que eu quis dizer.
KM
Ryder levantou a cabeça e apoiou-se nos cotovelos para poder ver o
rosto de Andy.
Ryder ficou tão surpreso que não conseguiu esconder sua surpresa -
ou, aparentemente, sua frustração sexual, porque Andy mordeu o lábio.
Enquanto Ryder não podia negar que ele estava desapontado - sua
ereção não tinha deflacionado, e a necessidade de empurrar-se para dentro
de um buraco quente e apertado estava perto de esmagar - ele também estava
KM
satisfeito que Andy queria mais dele do que isso. Ele esteve em muitos
encontros antes, mas todos terminaram em sexo. Talvez essa fosse a razão
pela qual nenhum desses relacionamentos tinha ido mais longe.
KM
permaneceu no frio tempo suficiente para matar sua ereção, depois dirigiu
de volta para a propriedade.
— Abotoaduras de diamante.
— Diamantes verdadeiros?
— O garoto diz que sim. Eles também não são bugigangas baratas.
Você deveria tê-los visto; eles são enormes.
KM
— Eu não duvidaria disso, disse Hector. — O cara é um maluco.
Recebemos oito ou nove chamadas por dia do portão do bairro, dizendo que
ele tentou passar por eles.
Tom abriu uma cerveja fresca. — Você pode querer pensar em uma
ordem de restrição.
— Treinos de natação?
— Sim. Bem, eu não sei se ele conseguiu entrar para a equipe, mas eu
aposto que sim. Ele é rápido como o inferno.
— Glauser pode ser um chato, mas eu não acho que você tenha que se
preocupar com ele machucando Luca, disse Matt. — Ele está apaixonado por
ele.
KM
*****
Sua resposta jogou o cara que tinha falado - Kyle Ward – em um loop.
Ward hesitou, recuperando a compostura e depois disse: — Aposto que você
acha que é muito quente, não é?
KM
substituído por um cara que leva na bunda.
— Hey, disse uma voz muito mais bem-vinda quando Ashton veio ao
virar da esquina onde estavam os armários, seu cabelo molhado dos
chuveiros. — Eu ouvi que você conseguiu entrar para a equipe.
— Boa. Ashton fazia winter track, o que soava chato como o inferno
para Luca.
KM
Ashton estava mais excitado do que Luca pensara. Ele aprofundou o
beijo imediatamente, empurrando a língua na boca de Luca e guiou a mão
livre de Luca entre suas pernas.
KM
— Bom. Hum, seu guarda-costas vai estar lá?
— Qual?
O cara com os ombros, de fato. Luca quase riu em voz alta ao pensar
em como o rosto de Ryder se pareceria se ele se ouvisse descrito dessa
maneira. — Não, seu turno acabou. Por quê?
— Sim. E antes que você pergunte, eu não contei a ele. Ele acabou por
descobrir sozinho.
— Ele é gay?
KM
caras?
— Não!
— Tudo bem, ok, o pensamento passou pela minha cabeça. Mas você
tem que admitir, Ryder poderia ser o garoto propaganda da
heterossexualidade.
— Nem por um momento se você conhece ele, disse Luca enquanto ele
levantava com sua bolsa em seu ombro. — Embora eu vou dizer que eu pensei
que Brandon era gay até Gabby me dizer o quanto ele ama buceta.
KM
Capítulo Quatorze
— Você foi ótimo, disse McCall. Ela entregou-lhe uma garrafa de água.
Luca sorriu para ela. Enquanto ele bebia, seus olhos piscaram sobre
as arquibancadas lotadas, barulhentas e agitadas agora que todo mundo
estava se levantando para sair. Quando seu olhar voltou para Ryder, ele
suspirou e tampou a garrafa.
KM
Desculpem-no por estar preocupado que Luca possa ficar chateado por sua
mãe não se incomodar em aparecer para sua competição de natação.
Por favor, diga não, Ryder pensou. Eram apenas duas horas e seu
turno não terminaria até as oito. Isso era tempo suficiente para que Luca e
Davenport o fizessem duas ou três vezes, na idade deles.
KM
isso.
Ele acenou com a cabeça e seguiu Luca até o vestiário, ficando a postos
do lado de fora da porta. Luca parou na porta.
— Não.— A sala tinha uma saída e nenhuma janela, então não havia
razão para Ryder se sujeitar a observar Luca se despir.
KM
mochila de RA. Ryder ligou para Willis para avisá-lo que eles estavam a
caminho.
KM
chegavam do acidente, mais sua inquietação aumentava. O caminhão estava
tombado e bloqueava todas as pistas, forçando os carros a passar por ele pelo
acostamento.
KM
a empurrar seu caminho para a pista da esquerda, não hesitando em
empurrar os outros carros para fora do caminho. Os motoristas reagiram
com uma raiva previsível, buzinando alto enquanto Willis continuava
forçando o caminho entre eles, com a intenção de fazer um retorno altamente
ilegal para o outro lado da estrada.
Ryder olhou por cima do ombro pela janela de trás e viu McCall e
Hurst saltar do outro lado do carro, usando-o como cobertura enquanto
retornavam fogo. Ele olhou para baixo, para Luca, cuja respiração rápida
soava alta mesmo sobre o tiroteio e gritaria.
KM
— Vai ficar tudo bem, disse ele, mas ele falou cedo demais.
KM
do Estado, repleta de árvores. Poderia não ser uma opção ruim no verão, mas
agora as árvores estavam depenadas e forneceriam uma cobertura mínima.
Ainda assim, o mínimo era melhor que nenhum.
Ryder foi surpreendido pelo desabafo até perceber que Willis não
estava falando sobre o atirador - havia um carro esportivo à esquerda, um
Miata vermelho brilhante, que estava disputando uma corrida com eles. O
motorista estava sorrindo e gritando e apertando seu punho.
Ryder deslizou pelo banco de trás, puxando as pernas para cima para
evitar bater em Luca, que ainda estava sentado no chão. Ele pegou o botão
da janela, com a intenção de abaixá-lo apenas o suficiente para atirar em um
dos pneus do Miata.
KM
Nesse momento, porém, o Suburban se dirigiu para a faixa do meio,
atrás do Miata e depois para a pista da esquerda. Ryder estreitou os olhos
quando ele puxou contra o carro esportivo. — O que...-
Willis percebeu o que o motorista faria antes que Ryder fizesse. Ele
pisou no freio com um alto — Merda!, Mas já era tarde demais. O Suburban
desviou bruscamente para a direita, esmagando-se no Miata e conduzindo-o
contra o Range Rover como um aríete. Eles derraparam no acostamento e na
lateral da estrada; apenas a habilidade de Willis os impediu de dar um
mergulho. Ryder se inclinou para proteger a cabeça de Luca.
KM
estava saindo em perseguição. Luca estava muito longe para o homem
possivelmente ser capaz de atirar, mas Ryder ainda movia seu corpo entre
eles, empurrando seus músculos com mais força enquanto aumentava sua
velocidade.
Mesmo usando um colete a prova de balas, ser baleado nas costas não
era motivo de riso. O impacto tirou o ar de Ryder e o jogou no chão, lutando
para não desmaiar. Visão escurecendo, lutando pela respiração, ele levantou
a cabeça.
O som de tiros fez Luca parar e olhar para trás. Continue correndo,
Ryder pensou, e Luca fez... - ...de volta na direção de Ryder.
KM
Levante-se, levante-se, LEVANTE-SE...
O homem caiu como uma pedra. Luca caiu em cima dele, depois se
arrastou em suas mãos e joelhos. Ele olhou para o corpo com os olhos
arregalados.
Ele estendeu a mão. Luca se permitiu ficar de pé, embora seus olhos
não se movessem. Ryder deu a ele uma pequena sacudida.
KM
— Luca. Manter-se. Correndo.
Luca respirou estremecendo e foi para a floresta mais uma vez. Ryder
seguiu, embora a um ritmo muito mais lento. Quando chegaram às árvores,
ele os dirigiu para o sul, correndo paralelamente à estrada.
— Sim.
KM
fomos capazes de escapar a pé. Precisamos de uma escolta policial para a
estação.
— Certamente.
Aquele homem... Ryder não conseguia lembrar como era o rosto dele.
Ele fez o seu melhor para não ver, pensando que isso tornaria mais fácil.
Não era. Nunca era fácil, nunca ficava mais fácil, e Deus, ele não podia
passar por isso novamente. Agora não. A cabeça de Ryder latejou, o sangue
KM
correndo em seus ouvidos; seu peito parecia estar sendo espremido por
barras de aço. O homem tinha uma esposa? Crianças? Seus pais ainda
estavam vivos? Alguém sentiria falta dele?
*****
— Ryder! Luca estendeu a mão para ele, mas baixou o braço quando
Ryder se endireitou e limpou a boca com as costas da mão.
Luca apertou os lábios, odiando o peso da arma fria em sua mão. Por
tudo que ele sabia, Siobhan poderia estar morrendo agora, sangrando no
KM
meio da estrada - por causa dele.
— Sim. Não é agradável, mas poderia ser pior. Eu tenho sorte que eles
não miraram na cabeça.
Luca não verbalizou seu pensamento em voz alta; fazer isso seria
imperdoável. Seus dedos flexionaram contra o aperto da arma. Ele queria
largá-la, chutar tão longe na floresta que ninguém jamais seria capaz de
encontrá-la. Ele não queria ver outra arma pelo resto da vida.
Era óbvio que Ryder estava com dor - sua mandíbula estava cerrada,
corpo rígido, respirando com dificuldade. Ele era duro, mas ele não era
invencível. Luca não podia desmoronar agora, mesmo que ele pudesse sentir
o pânico arranhando nas bordas de seu cérebro, tentando encontrar uma
maneira de entrar. Haveria muito tempo para ele perder a sua merda quando
eles estivessem seguros.
KM
olhar tenso enquanto esperavam pela escolta policial. O som de tiros ecoou
na cabeça de Luca de novo e de novo, deixando-o nervoso. Ele pensou que
Ryder estava morto. Mesmo vendo que Ryder tinha sido baleado nas costas,
onde seu colete o protegia, não tinha aliviado os medos de Luca. Ryder estava
imóvel, sem respirar...-
Luca fez o que lhe foi dito, depois seguiu Ryder para fora da floresta e
descendo a encosta gramada que levava à estrada. Ryder manteve a arma
pronta - não apontando para o policial, mas deixando claro que ele poderia
KM
ser abatido em um segundo se precisasse.
Lam abriu a porta traseira para eles, voltou para o banco do motorista
e saiu para a estrada. Não havia outros carros nos dois lados da rodovia. A
polícia havia fechado toda ela?
— Ryder foi baleado nas costas, disse Luca. — Ele está vestindo um
colete, mas ainda está machucado.
Luca se inclinou para frente. — Oficial Lam, você sabe... meus outros
guarda-costas...-
KM
— Seu motorista foi capaz de incapacitar seus atacantes, mas ele levou
uma bala na perna. Ele está a caminho do hospital agora.
— E os outros?
— Vou dizer ao capitão que você está aqui, disse ele. — E eu vou enviar
um médico para você, Sr. Ryder.
KM
— Obrigado.
Luca mal teve tempo de reconhecer a voz de sua mãe antes que a porta
da sala de conferências se abrisse e ela entrasse, Clarke e outros dois homens
em seus calcanhares. Ela respirou fundo quando viu Luca, indo direto para o
lado dele e levantando o queixo para poder ver o rosto dele.
— Estou bem, mãe, disse ele, surpreso com a intensidade dela. Ele
ficou ainda mais surpreso quando seus dedos roçaram sua bochecha e depois
acariciaram seus cabelos.
KM
Evelyn lançou um olhar surpreso para Ryder, a primeira vez que ela o
olhou desde que entrou no quarto. Ele se moveu conscientemente.
— Você não vai fazer isso, retrucou Evelyn. — Meu filho acabou de
passar por uma terrível provação. Você pelo menos lhe dará tempo para se
orientar antes de forçá-lo a reviver isto. Você pode trazer água para ele
também.
KM
Luca achou a voz alta de sua mãe irritante quando foi dirigida a ele,
mas ele não pôde deixar de se divertir com a maneira como Betts saiu
correndo para fazer o que ela pedia. — Você sabe alguma coisa sobre os
outros? Eles pegaram os...- os homens que fizeram isso?
Ela não estava falando apenas do ataque. Luca passou as mãos pelas
cicatrizes na madeira, respirando através da tensão em seu peito.
— Uma bala roçou seu ombro. É apenas uma ferida na pele, mas os
paramédicos fizeram com que ela fosse ao hospital para costurá-lo. Ela vai
KM
ficar bem.
Luca oscilou e Georgina segurou suas mãos para evitar que caísse. Ele
balançou a cabeça como se isso pudesse calar a verdade de suas palavras,
tropeçando um pouco quando ela o guiou de volta para sua cadeira. O toque
súbito e estridente de um telefone quase o fez pular de volta para fora dele.
Evelyn puxou o iPhone do bolso do casaco, fez uma careta quando viu
o identificador de chamadas e apertou o botão Ignorar. Então ela discou um
número diferente.
KM
Embora Evelyn parecesse se opor novamente, Luca disse: — Sim. Eu
só quero que isso acabe.
— Acredito que seu capitão já tenha uma cópia disso em arquivo, disse
Evelyn, —...mas nunca é demais ter múltiplos.
— Tudo bem, Sr. D'Amato, acho que é o suficiente. Você está livre para
ir. Sra. Hurst, gostaria de levar sua declaração em separado, por favor.
KM
— Eu vou ter um carro vindo buscá-la quando você terminar aqui,
disse Evelyn para ela.
— De modo nenhum.
KM
Isso não fazia sentido. Não estava certo.
— Não, eu não vou ficar bem, disse Luca. Sua voz estava fraca e tensa.
— Não há 'seguro' ao meu redor. Sawyer está morto. Ele morreu por
minha causa.
Ryder fechou a porta e foi em direção a ele. — Você não pode pensar
KM
assim. Este era o trabalho de Sawyer. Ele sabia para o que ele estava se
inscrevendo.
— Você teve que tirar a vida de um homem para salvar a minha. Isso
é insano. Você nunca deveria ter sido colocado nessa posição. Luca olhou
para o rosto de Ryder, para a infelicidade e arrependimento, e disse:— Ele
não é o primeiro homem que você matou.
KM
— Luca, não.
— O que?
— Sinto muito, exclamou Luca. — Eu sinto muito que você teve que
fazer isso por mim.
— Luca.
KM
abrir a boca e beijar de volta, envolvendo os braços em volta do pescoço de
Ryder, enquanto os braços de Ryder circulavam sua cintura e o puxavam
para perto.
Não era nada como Luca previra. Ele nunca poderia ter imaginado a
pura fome do beijo de Ryder, a maneira como ele devorava a boca de Luca
como se estivesse morrendo de fome por isso. Todas as células do corpo de
Luca ganharam vida. A língua de Ryder mergulhou na boca de Luca, os
dentes raspando o lábio de Luca, e Luca queria...- precisava -...de uma
maneira que ele nunca teve antes.
KM
barba, suor e luxúria. Isso fez a pele de Luca aquecer e seu estômago saltar.
Luca passou a mão entre eles para pegar o pênis de Ryder. Ele e Ryder
engasgaram em uníssono.
Ryder gemeu. Ele colocou a mão sobre Luca como se fosse empurrá-
lo para longe, mas em vez disso apertou mais forte contra si mesmo. Luca o
acariciou através das calças.
Luca havia dito a outros homens que ele sofria por eles, que ele se
sentia vazio sem um pau para preenchê-lo, mas essas sempre tinham sido
apenas palavras sem sentido destinadas a excitar. Ele não tinha pensado que
era realmente possível desejar tanto o pênis de um homem que ele sentia
uma dor física real dentro dele.
— Eu te quero tanto.
KM
inchado de Luca tocou sua coxa, Ryder fez um som baixo e animalesco e
agarrou sua bunda com as duas mãos, puxando Luca com força contra sua
perna. Eles se beijaram de novo, desleixadamente, todo língua e lábios
molhados.
Luca gemeu, montando sua coxa larga, e envolveu seu braço livre ao
redor do ombro de Ryder para agarrar a parte de trás de seu pescoço para
melhor alavancagem. Ele manteve a mão movendo-se no pênis de Ryder.
Embora ele quisesse puxá-lo para fora, sentir aquele calor de aço e seda em
sua palma, ele não queria arriscar que Ryder se opusesse e interrompesse a
coisa toda.
KM
contra o pescoço de Ryder, cobrindo-o com beijos de boca aberta. Ryder
ainda estava segurando sua bunda, apertando-a, e imaginando como aquelas
mãos grandes se sentiriam contra sua pele nua foi o que empurrou Luca
sobre a borda. Ele gritou na garganta de Ryder, os quadris empurrando
contra a coxa de Ryder. Suas unhas cravando violentamente na nuca de
Ryder.
Ryder deu a volta em torno dele, indo para a porta. — O que eu sei é
que não deveríamos ter feito isso.
KM
— O que diabos isso quer dizer? Ryder disse, girando ao redor.
— Como você sabe como o mundo funciona? Você tem dezoito anos.
— Eu sei que as coisas não são tão cortadas como você gostaria que
fossem, disse Luca. — Você me quer. Eu quero você. É legal, é consensual e
nenhum de nós estaria se aproveitando um do outro. Mas não há espaço para
essa possibilidade em seu cérebro. Não se encaixa com a maneira como você
acha que as coisas deveriam ser, então você finge que não é de verdade.
— Isso não vai acontecer novamente. Cada palavra foi cortada, com
um tom de aço, final.
KM
Capítulo quinze
— Você o que?
— Não, não é.
— Sim.
KM
repente ficou okay para você fazer sexo com essa criança? Perguntou
Morgan.
— O que?
KM
— Sim. São apenas alguns machucados ruins. Nada sério.
— Bem, acho que entendo toda a coisa com o Luca agora. Vocês
estavam os dois confusos e traumatizados, e quando ele caiu em você
novamente, você estava muito abalado para recusá-lo.
— O que você quer dizer? Você disse que ele está dando em cima de
você desde que você começou.
Ele não pensara assim. — Parece ruim quando você diz isso assim.
— Isso é muito ruim! Deus, Jake, não seja esse tipo de cara. Eu odeio
esses caras.
KM
— Morgan, espere um segundo. Telefone na mão, Ryder saiu de sua
cama e abriu a porta do quarto, olhando para o corredor. Song estava sentada
do lado de fora do quarto de Luca, junto com David Bryce. Droga.
— Ei, Dave.
— Eu ouvi o que aconteceu. Que bom que você está bem, cara.
— Então, Luca ligou para esse cara um dia depois de você e ele ficarem
quentes e pesados, sabendo que você está no quarto ao lado? Você deve ter
realmente irritado ele.
— Sem brincadeiras.
KM
Morgan riu. — Eu tenho que ir para o treino de basquete. Tente não
levar um tiro de novo, ok?
KM
Davenport, mas porque eles eram muito exagerados e teatrais para serem
genuínos. Luca queria que Ryder o ouvisse.
Ele tinha que sair desta casa. Não tendo tido um domingo de folga em
meses, Ryder não sabia para onde ir. Morgan estava no treino, seus pais
jogavam tênis com seus amigos aos domingos, e todos os outros que ele
conhecia estavam trabalhando ou em casa com suas famílias...
Ryder abriu o telefone de novo e discou para Andy. — Hey, disse ele
quando Andy atendeu. — Lembra quando eu disse que estaria trabalhando
no domingo?
KM
de natação ontem.
— Espere, isso... você não está falando sobre o tiroteio na 207 que
estava no noticiário, não é?
KM
— O objetivo de um colete à prova de balas é mantê-lo vivo. A bala
ainda atinge você a centenas de metros por segundo. Isso dói.
KM
físico - era o que Ryder queria também.
Mas talvez ele não queira mais você quando ele te conhecer melhor.
Ele merece saber em que ele está se metendo.
Ele achou que ia contar a Andy sobre Luca, mas o que saiu foi: — Eu
matei alguém ontem.
KM
Por que, de fato? Porque se as coisas vão bem entre nós, eu não quero
que você descubra meses depois que você esteve namorando um assassino o
tempo todo. Isso não é justo.
— Não, não é. Andy segurou o rosto de Ryder com as duas mãos agora,
olhando-o diretamente em seus olhos. — Você matou para proteger a vida de
alguém indefeso. Talvez não fosse exatamente a coisa certa a fazer, mas teria
sido pior não fazer nada. Venha, Jake, você me disse que você era um
soldado. Você realmente acreditava que a possibilidade de você ter matado
pessoas nunca passou pela minha cabeça?
— Não te incomoda?
*****
KM
— Você quer falar sobre o ataque? Perguntou Andersen.
— Não.
Luca olhou para o colo. Ele lutou para manter a voz mesmo quando
disse: — Alguns dos meus guarda-costas foram baleados. Um deles morreu.
— De modo nenhum.
Luca levantou a cabeça. — Isso não é...- isso não tem nada a ver com
isso.
KM
— Como você acha que eu me senti?
— Eu não gostaria de sugerir que você deveria ter sentido isso de uma
forma ou de outra. É por isso que pedi, em vez de apenas assumir.
Luca tentou franzir o cenho para ela, mas acabou rindo divertido. —
Você estava no topo da sua turma na escola de psiquiatria?
— Sim.
— Não.
KM
Isso é grande, Luca. O que tornou essa situação diferente das outras que
desencadearam sua ansiedade?
— Eu não sei.
— Pense nisso.
Luca não queria pensar nisso; ele passara os últimos dias tentando
esquecer que o ataque tinha acontecido. Andersen estava certa, porém - era
estranho que algumas palavras duras de sua mãe bastassem para fazê-lo cair
em parafuso, enquanto um ataque total de homens armados não o fez. Ele
sentiu um ataque de pânico chegando, primeiro na floresta e depois
novamente na viagem de volta para casa, mas ele nunca realmente teve um.
Por que não?
— Sim.
— Ok, disse Andersen, fazendo uma nota em seu bloco. — Então você
reconheceu que não seria seguro entrar em pânico naquele momento. Como
você impediu que isso acontecesse?
KM
tarde, quando acabasse.
— E você entrou?
— Por quê?
KM
com Andersen sempre o inquietavam, faziam com que ele sentisse mais como
se estivesse em pé na areia movediça do que em terra firme. Seria mais fácil
se ele pudesse simplesmente rejeitar as palavras dela como besteiras
psicológicas sem sentido - mas elas lhe tocavam de uma forma que era
impossível ignorar.
— Você já faz. Mas você não precisa mudar tudo de uma vez. O que eu
quero que você faça entre agora e nossa sessão na próxima semana é escolher
uma vez em que você esteja ansioso e pense um pouco sobre o que você se
sente compelido a fazer e depois escolha algo diferente. Não é importante o
que é, desde que seja sua decisão.
— E se eu não conseguir?
— Não importa se você falhar, embora eu não ache que você irá. O que
importa é que você tente.
Luca ficou inquieto em seu assento. Ele odiava a ideia de que o poder
que exercia sobre os outros homens era, de alguma forma, uma perda de
KM
autocontrole. Ok, então às vezes o jeito que ele fazia era eticamente
questionável, mas ninguém o obrigou a fazer nenhuma dessas coisas. Ele
gostava da atenção, do sexo, do domínio; ele não queria desistir deles.
— Nem tudo que faço com homens é porque estou tentando me sentir
melhor.
— Tenho certeza de que é verdade. Eu não estou dizendo que você tem
que parar de fazer sexo, Luca. Apenas certifique-se de estar fazendo isso
pelos motivos certos.
Ele não conseguiu evitar uma pequena careta, o que, claro, Andersen
pegou.
— O que há de errado?
KM
— Absolutamente não. Eu poderia perder minha licença.
Luca confiava em Andersen para não revelar seus segredos, mas ele
não confiava em Evelyn para não tentar contorná-la. Agora que ele
considerou a possibilidade de contar a Andersen sobre Ryder, ele ficou
surpreso com o quanto ele queria seguir adiante. Ele nunca conversou com
ninguém sobre seus sentimentos conflitantes por Ryder - nem mesmo
Siobhan, porque, embora ela fosse geralmente de mente aberta, ele sabia que
isso era uma coisa que ela desaprovava. Ele só teria que confiar no
desinteresse habitual de Evelyn em seu estado emocional.
— Foi mais do que isso, na verdade. Nós…- foi…- Luca corou. Ele não
podia entrar nos detalhes sujos com uma mulher da idade de sua mãe.
— Algo sexual?
— Sim. Quer dizer, não foi sexo sexo; nós nem tiramos nossas roupas.
Mas foi sexual.
KM
conhecia essa expressão.
Luca fez, dizendo a ela como ele tinha sido atraído por Ryder no
segundo que ele o tinha visto, mas nenhum de seus truques habituais tinha
intimidado Ryder no mínimo; como a insistência contínua de Ryder de que
o sexo entre eles seria errado, tinha frustrado Luca a cada passo; como Ryder
tinha desligado Luca fazendo-o se sentir envergonhado de uma maneira que
ele nunca teve antes. Ele não tinha percebido o quão frustrado ele estava com
isso até que ele começou a falar sobre - e uma vez que ele começou, ele não
conseguia parar. No momento em que ele terminou sua história, sua boca
KM
estava seca da inundação ininterrupta de palavras.
— Eu não sabia que seu relacionamento com o Sr. Ryder era tão
complexo, disse Andersen.
— Ele me beijou. Eu não tinha ideia que ele iria; Eu não estava
tentando fazer com que ele fizesse isso. Eu não estava nem pensando em sexo
então. Mas foi... foi incrível.
— Pelo que você me contou sobre ele, eu acho que talvez ele tenha se
sentido culpado?
Luca assentiu.
— Que situação?
KM
— Sendo rejeitado. Pelo menos não assim.
— Ryder?
KM
intensa que você está experimentando não é apenas porque ele é o único
homem que já disse não a você.
Por que Andersen sempre estava certa? Luca meio que odiava isso
nela. Caindo de volta em sua cadeira, ele disse: — Você está realmente me
dizendo que eu deveria persegui-lo?
— Não é o meu lugar dizer o que você deve ou não fazer. Apenas
certifique-se de que, seja qual for a sua decisão final, você pesou as
consequências primeiro.
KM
Capítulo Dezesseis
Ryder fechou a boca. Fazia quase uma semana inteira desde que eles
se beijaram, e esta era a primeira vez que eles falavam um com o outro, além
de cumprimentos superficiais. Ele nem estava em um turno agora; ele tinha
acabado de sair de seu quarto para encontrar Luca e McCall abrindo o último
presente de Glauser.
KM
dólares por uma camisa?
— É seda pura.
— Oh, meu Deus, ela disse enquanto pegava uma delas. — Estas são...-
Ryder fez uma careta. Havia pelo menos trinta fotografias na pilha,
todas fotos amadoras de Glauser claramente tomadas pelo próprio homem.
O cara estava perdendo de maneira espetacular. Ryder desviou os olhos,
observando Luca ler a carta. A menos que contivesse ameaças explícitas, não
havia razão para Ryder permanecer ali mais tempo.
KM
era bom em fazer as pessoas corarem.
Ele passou a carta para McCall. Ela varreu seus olhos por ela e soltou
uma gargalhada curta e atônita. — Puta merda, isso é desagradável. Olhando
mais de perto, ela disse: — Isso é fisicamente possível?
— Certo, eu vou sair agora, disse Ryder. Melhor fugir antes que ele
pensasse demais no que exatamente Luca precisava de flexibilidade. — A
menos que você precise que eu fique?
— Saindo.
— Você nunca sai vestido assim, disse Luca, estreitando os olhos para
o casaco esportivo de Ryder.
— Eu tenho um encontro.
A julgar pela reação de Luca, Ryder poderia muito bem ter lhe dado
um tapa na cara. Ele piscou e recuou, ferido piscando seus olhos antes que
fosse substituído por raiva fria. — Um encontro, ele repetiu, com a voz baixa.
— Sim.
KM
— Obrigado, disse Ryder, determinado a não deixar a culpa tirar o
melhor dele. Luca pode estar chateado agora, mas a longo prazo, era o
melhor.
Não era?
Mas ele não podia, porque pedir desculpas a Luca significaria ficar
sozinho com ele e falar sobre como eles se esfregaram um contra o outro até
que gozassem em suas calças - e se eles fizessem isso, aconteceria novamente.
Ryder não estava mais se enganando.
O que havia sobre Luca, afinal? Ryder conheceu outros homens que
eram tão bonitos quanto ele, mas ele não sentiu um oitavo da atração por
eles que ele sentia por Luca. Nunca em toda a sua vida a luxúria dominou seu
senso comum antes. Era como se Luca fosse algum tipo de imã super forte...
não, ele era um quebra-cabeça, um que Ryder não resistia em tentar montar.
Ele queria descascar todas as camadas e dar uma olhada em como as peças
se encaixavam e... Jesus Cristo pare de PENSAR nele, seu idiota!
KM
dos anos para tirar Luca de seus pensamentos enquanto ele dirigia para a
casa de Andy. Eles estavam saindo em um encontro real, para um bom
restaurante - nada muito chique, mas sofisticado o suficiente para merecer
um casaco esportivo - e Andy merecia ter toda a atenção de Ryder.
— Você está ótimo, disse Ryder, passando os olhos pelo corte afiado e
lisonjeiro da jaqueta de Andy.
Uma das coisas que ele mais gostou em Andy era a maneira como ele
corava toda vez que Ryder o elogiava. — Obrigado. Você também.
Ryder pegou a mão dele, puxando-o para um beijo suave e casto. Ali.
Isso era perfeito - nenhuma necessidade louca e incontrolável de empurrar
Andy contra a porta e moer contra ele como um cachorro no cio, apenas
tentáculos quentes de excitação se enrolando em sua barriga que
desabrochariam mais tarde.
— Sim.
KM
— Bom, porque eu não acho que posso desligar isso de mim.
Andy soltou uma risada suave e agradável que fez Ryder querer
desgrenhar seus cachos. Ele contornou o carro para entrar no banco do
motorista, depois se inclinou para beijar a bochecha de Andy antes de ligar a
ignição.
KM
Enquanto esperavam pela comida, Andy disse: — Então, quero ouvir
histórias embaraçosas.
— O que?
— Está no manual.
KM
— Amava. Ela não sabia por que eu demorava tanto, obviamente,
então ela se gabava sobre isso para todas as suas amigas. Alguns dias depois,
toda a escola estava me chamando de “Devagar e Sempre” e ficou preso.
Andy começou a rir. — É isso que você pensa quando alguém lhe pede
para contar uma história embaraçosa? Que você acidentalmente se tornou
um deus do sexo da escola?
— Ei, foi muito traumático, disse Ryder como se ofendido, mas ele não
conseguia esconder um sorriso. — Qualquer um que pense que as mulheres
não assediam homens sexualmente deveria ter ouvido as coisas que aquelas
garotas diziam para mim.
— Esse é o seu jeito indireto de me dizer que sua resistência não é tão
impressionante quando você está com homens? Os olhos de Andy ainda
estavam acesos com diversão.
— Eu também.
KM
— Você já se perguntou como seria ser um adolescente agora, em vez
de dez anos atrás? Ele perguntou. — Quero dizer, eu sei que as coisas não são
perfeitas, mas todo dia você ouve sobre as crianças que se assumem na
escola, caminhando pelos corredores de mãos dadas, levando encontros do
mesmo sexo para o baile de formatura. Ninguém teria feito nada assim
quando eu estivesse no ensino médio.
KM
— Às vezes eu acho que você é bom demais para ser verdade.
— Você vai me deixar pagar pelo jantar desta vez? Ryder perguntou.
KM
Ryder pagou a conta, e eles saíram para esperar por seu carro no
suporte de valet. Ele estava prestes a sugerir que eles fossem a algum lugar
para beber quando Andy tocou seu braço e disse: — Você quer voltar para
minha casa?
Ryder não se importava em esperar. Ele realmente não fez. Mas não
importava quão devagar eles começassem, os beijos sempre ficavam mais
quentes, e Andy fazia os pequenos gemidos mais doces sempre que Ryder se
movia contra ele, e as calças não eram projetadas para serem usadas com
uma ereção.
KM
Andy ficou ainda embaixo dele. Ryder recuou um pouco.
— Não é que eu não quero que você me toque. Andy passou as mãos
pelos braços de Ryder para apertar seus ombros. — Eu quero. Eu realmente
quero.
Com uma voz tão baixa que Ryder quase não conseguiu ouvi-lo, Andy
disse: — Eu não quero que você me veja nu.
— Por quê?
De todas as coisas que ele pensou que Andy poderia dizer, que nem
KM
sequer estavam na lista. Ryder deu a ele um olhar vazio.
— Oh, vamos lá, Jake, você parece uma pequena divindade, disse
Andy, puxando a camisa de volta no lugar. — E eu sou gordo.
— Você não é gordo. Ryder levantou a mão para impedir que Andy
interrompesse. — Você não é. Talvez você não tenha tanto músculo quanto
eu, mas tudo o que isso me diz é que você tem coisas melhores para fazer com
seu tempo do que exercícios duas horas por dia.
Andy fez uma careta e cruzou os braços. — Não diga isso apenas para
me fazer sentir melhor.
KM
respirou fundo.
— Sinta o que você está fazendo comigo? Isso é tudo para você.
O que Ryder realmente queria era dobrar Andy e fodê-lo duro por
trás, mas ele tinha a sensação de que neste momento, Andy poderia fazer o
que Ryder quisesse, mas eles não estavam prontos para isso. Por mais
inseguro que Andy estivesse se sentindo, ele deixara claro que queria esperar.
Ryder tinha que respeitar isso.
— Eu quero chupar seu pau, ele disse, o que também era muito
verdadeiro.
KM
as mãos pelos cachos grossos e brilhantes de Andy. As mãos de Andy
arranharam os botões da camisa de Ryder, tentando desfazê-los. Eles se
separaram apenas tempo suficiente para Ryder sair da camisa, em seguida
se beijaram novamente. Quando Ryder passou a mão sobre os botões de
Andy, ele não recebeu objeção.
KM
O pênis de Andy era bastante grosso, embora não muito longo. Ryder
segurou a base com uma mão, jogou o outro antebraço sobre os quadris de
Andy para segurá-lo ainda, e se inclinou passando a língua sobre a cabeça,
saboreando o sabor salgado e almiscarado do pré-sêmen. Andy soltou um
suspiro trêmulo.
Antes de ser misericordioso com ele, Ryder se abaixou para abrir suas
próprias calças e soltar seu pênis, gemendo de alívio. Então ele engoliu o pau
de Andy e chupou com força. Andy gritou, arqueando-se contra ele.
— Deus, sim, Jake, isso é tão bom, não pare, não pare...-
KM
— Porra, eu vou gozar, disse Andy, voz rouca. Suas panturrilhas
apertando contra os braços de Ryder. — Eu não posso...- eu não posso...-
— Não faça isso, disse Andy, caindo no chão com ele. Ele empurrou
Ryder de costas e beijou-o com força, em seguida, rastejou pelo corpo de
Ryder. Os quadris de Ryder resistiram e seus olhos se fecharam quando a
boca quente de Andy finalmente se fechou sobre ele, e então ele parou de
pensar completamente.
*****
KM
Ele se virou para Siobhan, apenas dando a ela metade da sua atenção
enquanto ouvia Ryder se afastar. Raiva e ciúme roíam seu estômago como
ratos frenéticos. — Eu não sei. Queimá-las?
— Tudo bem. Eu vou me livrar disso antes que ele chegue aqui.
KM
emoções conflitantes que ele sentiu como se estivesse engasgando. Em um
segundo, tudo o que ele podia sentir era fúria incandescente, e então no
seguinte o ciúme era tão intenso que o deixou tonto, depois se sentiu confuso
e depois uma dor que nunca havia sentido, até que finalmente voltou para a
raiva e começou tudo de novo.
Ashton se afastou um pouco para olhar Luca nos olhos. — Você quer
dizer, foder... transar com você? Como...-
KM
Ashton, esfregando-se contra ele.
— Eu quero.
Ele puxou o cós do jeans de Ashton. — Tire suas calças. Eu quero você
agora.
KM
roupa. A mente de Luca se adiantou enquanto ele se despia também. Ele
queria ser fodido por trás, fodido duramente para que ele pudesse esquecer
tudo sobre Ryder e qualquer puta com quem ele estava saindo esta noite.
— Hmm?
Bem, isso era bom. Isso pouparia muita instrução tediosa a Luca. Ele
baixou a voz em um ronronar quando abriu as pernas para que Ashton
pudesse deslizar seus dedos escorregadios entre elas. — Você está assistindo
pornô gay?
— Sim. Foi estranho, porque não fez nada para mim. Eu não fiquei
sobrecarregado nem nada, mas isso não me excitou até que eu pensei em
fazer essas coisas com você.
— Isso é porque você não é...- nngh, sim, um pouco mais profundo -
...você não é gay.
KM
Luca balançou a cabeça, inclinando os quadris para cima e ofegando
quando os dedos de Ashton roçaram sua próstata. — Você ainda quer fazer
sexo com mulheres?
— Sim claro.
Poderia Luca dizer a Sheila que ele se jogou em Ashton porque Ryder
o rejeitou? Deus não. Nunca. Mas se ele fizesse sexo com Ashton porque ele
gostava dele, porque ele queria estar com ele, então ele poderia dizer a Sheila
isso sem uma gota de culpa ou constrangimento.
KM
Luca pegou o pulso de Ashton onde ainda estava pressionada contra
seu corpo. — Não precisamos fazer isso se você não quiser. Se você acha que
é muito estranho foder um homem...-
— Eu sou um homem.
— Você tem certeza de que foi o suficiente? Você não precisa de mim
para te esticar mais?
— Vamos fazer assim? Ele perguntou, deslizando uma mão pelo peito
KM
de Luca.
— Sim.
— Claro que podem. Luca apertou os lábios para não rir. — Ash, que
tipo de pornô você está assistindo, exatamente?
— Espero não ter que explicar para você que os tiros de sêmen nas
cenas não são realmente sexy na realidade.
KM
— Você sabe que não.
— Diga-me que eu não estou forçando você a fazer isso, disse ele.
— Você não está apenas fazendo isso porque eu pedi, está? Eu...-
KM
— Deus. Ashton congelou após o primeiro par de polegadas. — Você é
tão apertado, você está bem?
— Ok. Ok.
— Tome o seu tempo, disse Luca. Ele estava ansioso para ser fodido,
mas não adiantaria apressar Ashton e vê-lo gozar cedo demais.
KM
Luca suspirou de prazer, até mesmo esse atrito lento iluminou seus nervos.
Ele jogou a cabeça para trás e empurrou os quadris contra os de Ashton.
— Se você me perguntar se estou bem mais uma vez, vou dar um soco
na sua cara.
Ashton soltou uma risada e deixou a testa cair no ombro de Luca. Ele
balançou os quadris um pouco mais profundamente, um pouco mais rápido.
Sua respiração ficou mais forte quando Ashton o fodeu mais duro, seu
pau deixando manchas pegajosas onde esfregava contra o abdômen deles.
Luca normalmente não deixava os homens deitarem em cima dele assim
durante o sexo, mas desde que ele e Ashton eram do mesmo tamanho, ele
não se sentia como se estivesse sendo pressionado. De fato, ter Ashton se
esfregando contra ele, ouvindo os gemidos baixos de Ashton em sua orelha,
fez a pele de Luca ficar quente e apertada por toda parte. Ele envolveu as
pernas ao redor da cintura de Ashton e apertou sua bunda ao redor do pênis
de Ashton, grunhindo com o choque de prazer que zumbiu em suas veias.
Ashton golpeou-o com força com três impulsos súbitos e afiados antes
de se controlar. — Foda-se, Luca, não faça isso.
KM
os dedos no cabelo de Ashton e inclinou a própria cabeça para o lado,
expondo sua garganta. Ashton aceitou a sugestão, pressionando beijos
molhados e urgentes contra a pele. — Vamos, Ash, eu preciso disso...-
— Esse é o local?
Ele nunca seria capaz de fazer sexo com Ryder assim, inclinando-se
sobre ele desse jeito. Se eles tivessem sexo cara a cara, Ryder teria que sentar
em seus calcanhares com o traseiro de Luca em seu colo; ele era forte demais,
grande demais para que Luca se sentisse confortável debaixo dele. Talvez
Ryder se ressentisse disso, talvez fosse por isso que ele estava saindo com
KM
alguém agora…
Não, não, não. Isso era sobre Ashton, não sobre Ryder. Desesperado
para não cometer o mesmo erro que ele tinha cometido com Clarke, Luca
puxou o cabelo de Ashton. — Olhe para mim.
— Nada. Continue.
KM
Ashton gemeu e se lançou contra ele, as bolas batendo contra o
traseiro de Luca. — Estou tão perto. Eu quero que você goze primeiro, me
diga o que fazer...-
Isso não era verdade, mas Luca não se arrependia da mentira. Ele
queria que Ashton se sentisse da mesma maneira que ele - desejado,
apreciado.
KM
— Me beija.
A boca de Ashton bateu contra a dele. Luca enfiou a língua para dentro
e apertou a bunda em torno do pau de Ashton novamente, dando-se mais
alguns puxões. Todos os músculos de seu corpo se apertaram, e então ele
estava gozando, gritando, curvando-se para trás enquanto derramava em sua
mão. Ashton o seguiu um segundo depois; seu corpo se contorceu e ele soltou
um grito abafado, o pênis batendo em Luca uma vez, mais duas vezes antes
de ficar parado.
Luca pegou alguns lenços de sua mesa de cabeceira para limpar seu
próprio sêmen enquanto Ashton jogava o preservativo. Ele sorriu quando
KM
Ashton se juntou a ele na cama, se enrolando ao lado dele.
KM
Capítulo Dezessete
— Mm-hmm. Luca não levantou os olhos das folhas de cálculo que ele
tinha espalhadas sobre a mesa da sala de café da manhã.
KM
— Bom dia, querido, disse D'Amato enquanto atravessava a cozinha
para a sala de café da manhã.
KM
Luca apertou a mandíbula e baixou os olhos para a mesa, mas não
disse nada em defesa própria. Ryder mudou de um pé para o outro, muito
desconfortável.
KM
como se perdido em pensamentos. Então seus olhos se moveram em direção
a Ryder. Ryder se preparou para qualquer comportamento sexual que Luca
estivesse prestes a lançar em seu caminho. Embora ele quisesse que Luca
parasse de ignorá-lo, isso não era o que ele tinha em mente.
Luca abriu a boca, fechou-a e deu uma sacudida brusca de cabeça. Ele
se levantou, mas ao invés de caminhar em direção a Ryder, ele foi para o lado
oposto da cozinha e vasculhou os armários.
— Obtendo cereal.
— Claro que é.
KM
usual de Luca. De fato, quando se tratava de sua ansiedade, Luca não era
nada imprevisível. Ele sempre ia direto para o homem mais próximo - que
geralmente era Ryder - e tentava obter o controle da situação com algum tipo
de manipulação sexual.
Parecia que Luca estava prestes a fazer exatamente isso. Ele deu a
Ryder aquele olhar, o que Ryder tinha reconhecido como um aviso ... mas
depois ele parou, como se tivesse tomado uma decisão consciente de não se
envolver nisso. Isso lembrou Ryder do treinamento de gerenciamento de
raiva que ele passou em o seu próprio TEPT.
— Okay. A sua terapia exige que você desperdice todo esse bacon?
— Sim.
KM
— Por quê?
— Eu só...- Luca não olhou para ele, encarando a colher que ele estava
girando em sua tigela. — Eu estive pensando que eu não sei muito sobre você.
Quero dizer, eu conheço todas as histórias de vida de todos os outros guarda-
costas, basicamente, mas eu nem sei quando é o seu aniversário ou se
Morgan é sua única irmã ou se você já foi para a faculdade.
É verdade, mas você não quer dormir com nenhum de seus outros
guardas, pensou Ryder. Ele não podia dizer isso, então ele disse: —Você
precisa saber essas coisas?
— Ryder.
— Luca...-
— O que faz você pensar que isso é algo em que estou interessado?
KM
— Oh, por favor. Se há uma coisa que eu sempre posso dizer, é quando
um homem está tentando chamar minha atenção. Você odeia o jeito que eu
tenho ignorado você. Acho que você se sente mais culpado por me chatear do
que por... Luca se conteve e olhou para o arco aberto. — Sobre o que me
aborrecia em primeiro lugar.
Não havia como escapar disso. Seria tão ruim deixar Luca fazer
algumas perguntas? Talvez isso reafirmasse o ponto que Ryder estava
tentando fazer o tempo todo...-...que eles simplesmente não eram adequados
um para o outro.
— Três perguntas.
KM
suave, e quão apaixonadamente responsiva ele foi quando Ryder o beijara.
Luca estava olhando para ele com aqueles belos olhos escuros, sem dúvida
pensando nesta mesma linha. Era demais. Ryder se afastou, mantendo seus
movimentos tão calmos e controlados quanto possível.
Quando Luca se levantou para levar a tigela para a pia, Ryder disse:
— Azul.
— O que?
KM
— O que, agora? Ryder lançou um olhar para o motorista, um homem
chamado Stone que estava preenchendo enquanto Willis se recuperava de
seu ferimento à bala.
— Sim.
— Minha mãe acha que sou viciado em sexo, disse Luca. Não ficou
claro se ele acreditava em Ryder ou se estava apenas zoando ele. — Quando
eu tinha dezesseis anos, depois daquela primeira...escapada...ela não me
deixava ter guarda-costas masculinos a menos que eles fossem feios pra
caramba. Então eu voltei para casa da Suíça para descobrir que ela colocou a
versão gay do Capitão América como responsável pela minha segurança.
KM
— Você está dizendo que há uma versão do Capitão América que não
é gay?
— Você está evitando a questão. Por que minha mãe faria de você o
líder de minha equipe de segurança quando ela com certeza deve saber que
eu gostaria de dormir com você?
Foi uma resposta que ele havia preparado semanas atrás, preparando-
se para essa ocasião; na verdade, ele ficou surpreso que Luca não tivesse
perguntado isso a ele antes. A verdade honesta - que D'Amato o promoveu
precisamente porque ele era um homem gay atraente - estava fora de
questão. Ryder só podia esperar que Luca estivesse disposto a comprar a
alternativa.
Ryder deixou claro em seu tom de voz que, embora certamente tivesse
acabado sendo um problema, eles não iriam falar sobre isso com Stone
ouvindo cada palavra que eles diziam. Luca soltou um murmúrio
KM
contemplativo.
— Eu acho que o que você quer dizer é que sua mãe tem todo o
dinheiro, e você tem um fundo fiduciário que ela não vai deixar você acessar
ainda.
Ele falou com os olhos fechados e a cabeça inclinada para trás, como
se ele já estivesse lá. Não foi difícil para Ryder imaginar Luca descansando à
beira-mar com uma multidão de homens bonitos atendendo a todas as suas
necessidades.
KM
— Ei, é um clássico por um motivo. Luca abriu os olhos. — Agora você.
Pense nisso.
Andar pela rua já era uma proposta perigosa para Luca; Ryder não viu
muito risco adicional em deixá-lo se divertir um pouco. — Você perguntou a
KM
ela?
— Não, mas eu sei o que ela diria. É muito difícil levar um guarda-
costas para escalar montanhas ou mergulhar com você.
— Sim.
KM
havia imaginado que Luca gostaria de saber se ele já esteve apaixonado.
— O que aconteceu?
— Mesmo?
— Então nem todos nós temos seus poderes mágicos para desafiar a
orientação sexual, Luca. As palavras saíram muito mais duras do que Ryder
pretendia. Jesus, fazia meses desde que ele pensara em Jimmy.
— Morto.
— Eu só quero saber...-
KM
Luca encolheu-se contra a porta do carro. Ryder fechou os olhos
enquanto respirava devagar.
— Você já sabe o suficiente, Luca, disse ele. — Eu não estou aqui para
saciar sua curiosidade.
— Eu não tenho que fazer isso. Não se esqueça, li todo o seu dossiê de
segurança antes mesmo de nos conhecermos. Eu sei tudo o que há para saber
sobre você.
Eu sei que você teve que crescer muito rápido, e mesmo que isso
tenha te ferrado, você ainda é o homem mais fascinante que já conheci.
Ryder fechou a boca antes que qualquer idiotice pudesse sair dela.
KM
Luca havia puxado o mais longe que conseguira, esfregando os dedos
incansavelmente sobre o couro da porta do carro. O olhar em seu rosto fez
Ryder querer bater em si mesmo.
*****
KM
de um lapso de língua ou uma reação descontrolada a algo que o surpreendia.
As defesas de Ryder não podiam ser penetradas de frente; para passar por
eles, você precisava contorná-las. Luca poderia trabalhar com isso.
KM
segurança. É bom ver você de novo, Sr. Ryder.
Luca tinha feito alguma pesquisa sobre Howell quando descobriu que
o homem iria entrevistá-lo; ele sabia que Howell era o CEO de uma
organização de caridade em DC que ajudava adolescentes sem-teto. Olhando
em volta da casa dispendiosamente mobiliada, Luca só podia supor que a
Sra. Howell tinha uma carreira muito mais lucrativa.
— Não, eu amo cães. Luca se inclinou para deixar Clara cheirar sua
mão. Agora que ela estava bem na frente dele, ele podia ver que seus olhos
eram leitosos e opacos.
15
KM
Ryder se agachou para que Clara pudesse sentir o cheiro dele também,
e o pequeno sorriso em seu rosto quando ela lambeu sua mão fez o estômago
de Luca dar um estranho salto. Ele decidiu não analisá-lo enquanto seguiam
Howell para um escritório com painéis de madeira.
— Tudo bem para mim, disse Luca. Ele tomou o assento que Howell
lhe ofereceu, uma confortável poltrona de couro.
KM
Eles começaram com as perguntas padrão, falando sobre as atividades
extracurriculares de Luca, seus assuntos favoritos na escola e por que ele
queria ir para Georgetown. Luca havia praticado isso; as respostas saíram da
sua língua sem esforço. Então Howell tirou algumas páginas da parte de trás
da pasta.
— Sim.
Luca piscou. — Hum…- Não tinha sido tão difícil, na verdade, que era
de fato o ponto de seu ensaio. Teria Howell lido?
KM
Embora Luca se encolhesse com o pensamento, ele percebeu entre um
segundo e o próximo que as noções preconcebidas de Howell poderiam ser
um grande trunfo para ele.
Ele sentiu mais do que ouviu a reação de Ryder a isso, uma espécie de
surpresa no ar atrás dele. Howell assentiu.
— Claro. Eu posso imaginar que você teve que lidar com mais do que
seu quinhão de valentões.
Howell havia perdido a linha mais uma vez. Por um lado, as atitudes
em relação à homossexualidade na Europa eram muito diferentes do que na
América - especialmente nas escolas frequentadas por Luca, onde as pessoas
se importavam mais com quem eram seus pais e quanto dinheiro eles tinham
do que com quem você estava transando. Por outro lado, os valentões não
costumam desperdiçar seu tempo com as pessoas que conseguem se
defender.
Luca baixou os olhos para o colo. — Era difícil viver longe de casa da
forma como eu estava. Às vezes acho que poderia ter lidado melhor com isso.
KM
das minhas antigas escolas.
Luca não se virou, com medo de que ele começasse a rir se visse o
rosto de Ryder.
— Obrigado, mas eu não diria que eu fui corajoso. Luca deu a ele um
sorriso tímido e saiu para matar. — Estava apenas tentando ser eu mesmo.
KM
entrevista pouco depois disso. Quando Luca se levantou e apertou a mão de
Howell novamente, Howell disse: — Eu realmente não deveria dizer nada,
mas tenho que lhe dizer que você receberá minha recomendação sincera.
Georgetown precisa de mais homens jovens com seu caráter.
— Quando você faz isso de uma maneira que vai machucar alguém,
sim. Mas você fez o dia desse cara e provavelmente entrou na faculdade. Isso
parece uma situação vantajosa para mim.
— Isso é diferente.
— Por quê?
KM
franzindo a testa enquanto olhava para trás. Então seu rosto se apertou e ele
empurrou Luca para o lado, puxando sua arma em um movimento rápido.
Atrás deles, Stone saltou do carro, e Luca não precisou olhar para
saber que ele tinha sua própria arma. O som das portas do carro batendo
ecoou pela rua, seguido pelos passos correndo de Siobhan e Candace vindo
em seu auxílio.
KM
— Claro que não vou atirar em você, disse Glauser. Ele parecia
absolutamente destruído, como se não tivesse comido ou dormido em dias.
— Mas eu... eu atiraria em seus guardas, eu vou...-
— Você não precisa fazer isso. Apenas me diga o que você quer.
Com o canto do olho, Luca pôde ver Siobhan e Candace mirando suas
armas em Glauser; ele sabia que Ryder e Stone estavam fazendo o mesmo
atrás dele. Quatro contra um, onde os quatro eram todos atiradores
treinados e Glauser provavelmente nunca havia segurado uma arma em sua
vida antes? Ele não tinha chance.
KM
ele estava tremendo. — Você está me assustando, Henry. É isso que você
quer? Para eu ter medo de você?
— Então me dê a arma.
— Não, ele disse. Para sua surpresa, Ryder parou, embora ele não
parecesse feliz com isso.
— Sim.
KM
recuperasse um pouco de autocontrole.
— Por que você fez tudo isso, Henry? Ele perguntou quando Glauser
parecia estável o suficiente. — Todos os presentes e a arma... isso não é como
você.
— Ele disse que se eu quisesse você de volta, eu teria que fazer algo
grande para chamar sua atenção. Ele me deu o dinheiro para seus presentes,
mas isso não funcionou, então ele me deu a arma. Ele disse que você gostava
de homens fortes.
Luca podia sentir o sangue saindo de seu rosto quando Glauser falou.
Ele trocou um olhar rápido com Ryder, que parecia tão pálido e atônito
quanto ele se sentia, e então se concentrou em Glauser. — Henry, quem é ele?
Quem te ajudou a fazer isso?
KM
Capítulo Dezoito
Ryder tinha visto muitas coisas assustadoras em seu tempo. Ele tinha
estado em guerra, pelo amor de Deus, tinha feito coisas para sobreviver que
nenhum ser humano deveria ter que fazer. No entanto, apesar de todas as
suas experiências, apesar de todas as atrocidades que ele testemunhou, nada
havia congelado seu sangue tanto quanto o olhar no rosto de Evelyn D'Amato
quando ele contou a ela o que Warren Gray havia feito.
Em uma voz tão plana quanto sua expressão, D'Amato disse: — Você
está me dizendo que Warren Gray encorajou Glauser a perseguir Luca,
forneceu-lhe os meios financeiros para isso e depois deu-lhe uma arma para
facilitar o sequestro?
KM
Ela fechou os olhos, as unhas batendo contra a madeira polida de sua
mesa em um ritmo suave que deixou os nervos de Ryder no limite.
Foi então que Ryder soube que ela já havia tirado uma vida antes.
Ele podia ver, às vezes, nos olhos das pessoas - matar outro ser
humano deixava uma marca na alma de uma pessoa, não importando o
quanto a morte pudesse ser justificada. Neste momento, isso estava escrito
em todo o rosto da Sra. D'Amato. Ela tinha sangue em suas mãos, e estava
mais do que disposta a manchá-las novamente se isso significasse proteger
ou vingar seu filho.
Clarke sacudiu a cabeça. — Nós não podemos ir atrás dele ainda. Nós
simplesmente não sabemos o suficiente - se isso foi até onde foi, se ele estava
por trás da outra tentativa de sequestro também, se ele está trabalhando com
ou para outra pessoa. Mover-se sobre ele agora seria um erro.
A tensão entre eles deixou claro que eles tiveram conversas como essa
no passado. Quantas vezes Clarke se viu nesta posição, tendo que manter a
Sra. D'Amato sob controle?
KM
— Nós nem sabemos porque...-
D'Amato respirou fundo. — Faça o que você acha que deve, mas eu
não posso deixar isso passar sem resposta. Ela desviou o olhar para Ryder.
— Mantenha-o seguro, Sr. Ryder. Isto está longe de terminar.
— Ela acha que Grey pediu a Glauser para fazer isso com você para
que a desviasse de arruinar sua companhia.
KM
— Isso é fodido, disse McCall. — Como ele sabia sobre Glauser?
— Não. Ele não está... ele está um pouco chateado comigo agora.
— Por quê?
KM
— Nós tivemos uma discussão. Não é importante.
KM
frente, o som de conversa adolescente e risadas chegando até ele fez Ryder
passar pelo arco para a sala de jantar escura. Se Luca estivesse recebendo
amigos, Ryder não queria atrapalhar, especialmente com o gosto do pênis de
Andy ainda em sua boca.
— Luca, você tem que vir amanhã à noite, Tricia Winslow estava
dizendo. — É nossa última grande festa antes do feriado de Natal! Todo
mundo vai estar lá.
— Mas eu vou estar lá. Tricia passou os braços em volta dele e beijou
sua bochecha.
— Ainda sou gay, Trish, disse Luca com uma risada, desembaraçando-
se.
KM
mudar de ideia. Nós adoraríamos ver você lá.
Ele esqueceu que ele estava na sombra. Luca gritou e pulou para trás.
Alguns metros atrás dele, Christianson sacou a arma.
— Acabei de chegar e não queria me intrometer. Por que você não quer
ir àquela festa que seus amigos estavam falando? Nós não vamos sair até
domingo de manhã.
— O que, a coisa de Tricia? Eu não disse que não queria. Seria apenas
muito incômodo.
KM
— Eu quero dizer que ir a uma festa casual com uma comitiva de três
guarda-costas é mais uma dor na bunda do que vale a pena.
KM
— Tenho certeza de que eles não são todos assim.
— Eu... sim.
— Mas...-
— Onde?
— Casa de Tricia.
— Sem problemas.
KM
festa do ensino médio, certo?
Ryder teve que se lembrar disso quando viu Luca pegando uma
KM
cerveja - pelo menos era uma garrafa selada, não um copo do barril - e se
juntou a seus amigos. A menos que Luca ficasse bêbado ou tentasse dirigir
sob a influência, Ryder não o impediria de fazer o que ele queria.
Eles estiveram na festa por cerca de três horas quando um novo cara
apareceu, que Ryder não reconheceu. Ele era um garoto baixo e robusto,
mais velho que os colegas de classe de Luca, mas não muito - provavelmente
um estudante universitário. Algo nele fez os pelos da nuca de Ryder se
arrepiarem.
KM
expressões de vago desgosto, mas essa era a extensão da reação deles.
Ward odiava Luca; o que ele disse para Reggie não poderia ter sido
bom. Ryder ficou tenso quando Reggie se aproximou de Luca, que estava
perto da parede do lado oposto da sala, e colocou a mão em seu ombro.
Ryder foi tomado pelo impulso súbito e violento de puxar Reggie para
KM
longe de Luca e socá-lo no rosto. Ele virou a cabeça, irritado consigo mesmo
e preocupado com a brutalidade daquela imagem mental, apenas para seus
olhos pousarem diretamente em Ashton Davenport.
Se ele teria ou não, ele nunca teve a chance. Luca e Reggie se beijaram
por menos de um minuto antes de Reggie se afastar, sussurrando contra a
bochecha de Luca. Luca sorriu, assentindo mais uma vez, e os dois meninos
seguiram caminhos separados - Reggie continuou seu progresso pela sala,
Luca de volta ao grupo com quem já tinha estado antes.
Que diabos? Ryder não sabia explicar o que ele acabara de ver. Ele
olhou para Davenport novamente, mas o garoto não estava confuso, apenas
infeliz. Davenport caiu em um sofá, os olhos ainda seguindo cada movimento
de Luca.
KM
excessivamente brilhantes; sua risada ficou um pouco alta demais e sua graça
natural o abandonou.
KM
embora houvesse muitas crianças fazendo uso dos quartos - nem todos com
as portas fechadas. Ele manteve os olhos em frente, tomando uma posição
contra a parede, enquanto Luca entrava no quarto e fechava a porta.
— Uh, Sr. Ryder? Ele disse, hesitante. Foi a primeira vez que ele falou
com Ryder diretamente.
— Sim?
— Luca está muito confuso. Você pode querer levá-lo para casa.
KM
Luca estava deitado na cama amarrotada, sorrindo beatificamente
para o teto. Sua camisa de botões estava empurrada até o meio do peito e
seus jeans estavam desabotoados, chamando a atenção para o fato de que ele
não tivera nenhum problema em obter uma ereção, afinal de contas. Ryder
engoliu em seco e afastou os olhos da intrigante protuberância distorcendo
as roupas de Luca.
— Eu não estou bêbado, disse Luca, olhando para ele. — Ele está com
raiva de mim porque o Bryce descobriu que estamos transando.
KM
quase perdeu o que Luca disse em seguida.
— Ele prometeu que não contaria a ninguém, mas Ashton está nervoso
e envergonhado e está descontando em mim. Idiota.
KM
— Você os tirou daqui ou no andar de baixo?
— Eu não me lembro.
Ryder suspirou. Ele não se lembrava também, mas não viu nenhum
calçado por ali. — Nós vamos olhar lá embaixo. Vamos.
Era ridículo o quanto isso ligou Ryder. Então Luca era um bêbado
bobo e afetuoso. Isso não era motivo para a respiração de Ryder gaguejar e
seu pau inchar.
— Você tem certeza que não sabe onde estão seus sapatos? Ele
perguntou novamente.
KM
Luca olhou para os pés. — Eu gosto do jeito que o carpete se sente nos
meus dedos.
— Tenho certeza de que é muito bom, mas você não pode sair com os
pés descalços. Há neve no chão.
Não havia outra escolha. — Eu vou ter que carregar você, disse Ryder.
— Tudo bem?
— Mm-hmm.
Song correu para o Range Rover parado na calçada e abriu a porta dos
fundos. Ryder se virou para Luca. Ele estava tentado a simplesmente jogar
Luca por cima do ombro em um carrinho de bombeiro, que era
adequadamente impessoal, mas ele não queria humilhar Luca na frente de
seus colegas de classe. Fortalecendo seu autocontrole, Ryder pegou Luca com
um braço ao redor das costas e um abaixo dos joelhos.
KM
eles estariam se beijando. Ele tinha mantido muitas pessoas assim, homens
e mulheres, mas ele nunca havia sentido nada parecido antes - como se Luca
estivesse em seus braços, como se Ryder pudesse carregá-lo por horas e
nunca se cansar disso. Era reconfortante e excitante ao mesmo tempo.
— Estamos deixando sair todo o calor da casa, disse Hurst. Ela estava
observando-os com um pequeno sorriso.
— Me dê um beijo primeiro.
— Eu não vou colocá-lo até que você me beije. Luca lhe lançou um
sorriso brincalhão.
KM
Ryder, batendo contra a porta.
A última vez que eles estiveram tão perto, Ryder gozou em suas calças
como se ele tivesse a idade de Luca. Aquela mesma luxúria quente e urgente
já estava inundando seu cérebro, tornando impossível lembrar por que isso
não era uma boa ideia. Ele poderia ter Luca agora mesmo, bem aqui no banco
de trás...
Uma das mãos de Luca deslizou pelo peito de Ryder, seu destino
inconfundível. Ryder empurrou-o para longe e sentou-se em seu próprio
assento; sua nuca parecia estar em chamas. — Que diabos, Luca? O que deu
em você?
KM
— Deus, você está chapado, disse Ryder.
— No céu.
Seu protegido ficou chapado bem debaixo do nariz. Mas como? Ryder
estava absolutamente certo de que Luca não havia fumado, aspirado ou
injetado nada. Houve fumaça de maconha no ar, mas não o suficiente para
intoxicar as pessoas que estavam em pé.
Em uma voz ritmada e cantada, Luca disse: — Começa com uma letra
e essa letra é...-
— E, Ryder terminou para ele. Merda. Pelo menos ele estava fora do
gancho por não ter percebido; Os comprimidos de ecstasy podiam ser
facilmente passados de boca para boca durante um beijo. Não havia como
Ryder ser capaz de ver ... merda. — Foi Reggie, não foi? É por isso que todas
as crianças da sua escola o conhecem. Ele é um traficante de drogas.
— Mmm.
— Você está louco, tomando drogas de um cara que você não conhece?
Ele poderia ter te dado qualquer coisa!
KM
— Você não sabe disso.
Ryder esfregou a mão no rosto. Incrível ou não, Luca não poderia ser
deixado sozinho enquanto ele estava rolando na droga, especialmente
considerando a origem das drogas. Ryder ia ter que ficar até o final do turno
e ficar de olho em Luca até ele descer. Ele poderia pedir Song para fazer isso,
é claro, mas Ryder odiava pedir às pessoas para fazer coisas que ele não
estava disposto a fazer sozinho. Ser líder de equipe significava ser o primeiro
a fazer sacrifícios.
KM
sem preâmbulo.
— Uh, não, acho que vou deixar o possível vômito para você.
Obrigado, apesar de tudo.
KM
— Eu não estou carregando você pelas escadas. Se eu caísse, poderia
matar a nós dois. Você pode andar, vamos.
*****
Gabby não estava mentindo quando ela jurou que a merda de Reggie
era a melhor. Esta fora a mais forte que Luca já havia experimentado. Ele
sentiu-se eufórico.
Como regra, o ecstasy era a única droga que Luca se arriscara a tomar
- ele nunca tinha estado bêbado, porque ficava aterrorizado com o
pensamento de perder tanto controle sobre si mesmo. O ecstasy era
diferente, no entanto. Não o fez fazer coisas que ele não teria feito sóbrio,
KM
apenas fez tudo parecer mais brilhante, mais doce. Sua medicação para
ansiedade fazia com que ele se acalmasse, mas o êxtase o fazia feliz.
Era uma estrada perigosa, Luca sabia, razão pela qual ele se limitava
a uma vez a cada poucos meses. Ele gostava tanto que não havia dúvida de
que ele se tornaria viciado se não fosse cuidadoso.
Ele franziu os dedos contra o chão de madeira do seu quarto; sua pele
estava tão sensível que era como se ele pudesse sentir cada grão individual
na madeira. Luca queria tirar a roupa e rolar de um lado para o outro.
KM
para estalar o botão do jeans.
— Pare. Ryder levantou a mão. — Não é para isso que eu vim aqui. Eu
só quero ter certeza de que Reggie não te envenenou.
— Não.
— Bem, isso te deixa louco. Você pode me foder ou não, mas eu tenho
que gozar de qualquer maneira.
— Você é um escoteiro.
KM
— Eu não posso te deixar sozinho.
— Sim.
— Por que você apenas não admite que quer ficar aqui e assistir eu me
masturbar?
Ryder olhou para ele por cinco segundos antes de balançar a cabeça e
desviar os olhos. — Isso é tão inadequado, ele murmurou em voz baixa.
— Eu vou fazer isso, não importa o quê. Você também pode assistir.
Luca se abaixou dos cotovelos e alisou as mãos pelos lados, ronronando com
prazer sensorial puro. Ele adorava ser visto...-...era quase tão bom quanto a
foda...-...e apenas o pensamento de se tocar na frente de Ryder fez seu pau
KM
latejar.
Oh, Luca não deveria ter dito isso, porque agora ele estava pensando
em como seria Ryder filmá-lo. Seu pênis estava vazando tanto que ele nem
precisaria usar lubrificante.
— Oh, apenas cale a boca e sente-se para baixo, disse Luca, sua
paciência desgastada. — Eu juro por Deus, você lamenta como uma pequena
cadela às vezes.
Interessante.
KM
excitado, atribuindo isso tanto à droga quanto à presença de Ryder, que ele
temia que ele gozasse em poucos minutos. Para evitá-lo, ele manteve as mãos
em suas coxas, esfregando-as para cima e para baixo e aproveitando as
cócegas dos cabelos finos sob as pontas dos dedos. — Eu penso muito em
você quando faço isso, sabe, disse ele.
Ryder soltou um suspiro pesado e não disse nada, ainda lutando para
olhar em qualquer direção, exceto Luca.
Luca deu a seu pênis um único e lento golpe da raiz até a ponta,
gemendo alto quando o Ecstasy ampliou o prazer daquele simples toque cem
vezes. Ryder não desviou o olhar.
KM
Embora claramente desconfortável, Ryder disse: — Estou
acostumado com isso.
— Tire.
Ryder hesitou.
— Eu não quero que você faça isso, disse Ryder, mesmo quando ele se
livrou do pedaço de pano branco.
KM
via Ryder sem camisa desde o primeiro dia em que se conheceram, e ficou
satisfeito ao ver que sua memória não exagerou a sexualidade crua e
masculina do corpo de Ryder – aquele peitoral de granito, abdômen com um
pacote de 10, bíceps salientes...
De repente, era imperativo que Luca tivesse algo dentro de si. Ele
pegou o lubrificante e rolou de volta para seus travesseiros. Ryder não
entendeu até que Luca alisou dois dedos e os deslizou sob suas bolas para
acariciar seu buraco.
KM
tenda em suas calças. Encorajado, Luca se tocou com mais força, balançando
os quadris.
Ryder assentiu.
— Deixe-me vê-lo.
— Luca...-
KM
— Deus, por favor, eu preciso disso...-
— Luca, não há nada que você possa dizer ou fazer que me faça tocar
em você enquanto você está chapado. Não me peça de novo.
— Foi um presente.
KM
Luca se posicionou em suas mãos e joelhos na frente do vibrador,
facilitando a si mesmo sobre ele com um gemido ofegante. Era bom e grande
- não tão grande quanto Ryder, mas ainda assim satisfatório.
— Alguém que pode levar esse pau enorme sem vacilar. Alguém que
não tem medo de deixar você ficar duro com ele, alguém que quer que você
faça isso com ele. Eu poderia pegar cada centímetro de você, eu faria você me
foder tão forte...-
— Onde diabos você aprendeu a falar assim? A voz de Ryder era rouca
e mais baixa do que o habitual.
— Sim.
KM
A completa falta de hesitação na resposta de Ryder fez Luca se foder
mais forte, procurando sua próstata. Cada estocada contra ela produziu um
gemido agudo e curto quando o prazer despertou sua visão e fez seus
músculos tremerem. Luca apertou as mãos no edredom, ansioso para se
tocar, mas sabia que tudo estaria terminado no momento em que ele o
fizesse.
Dezenas de fantasias que ele tinha sobre Ryder passaram pela mente
de Luca, mas nenhuma era mais vívida do que a fantasia que ele estava tendo
naquele momento. — Eu quero amarrar você naquela cadeira e sentar no seu
pau. Eu faria você me foder, dar-lhe-ia um tapa no rosto se você não me
fodesse duro o suficiente...-
Ryder ofegou e seu corpo estremeceu. Até mesmo Luca ficou surpreso
com suas próprias palavras - ele nunca dissera nada assim antes para
nenhum homem, nunca nem sequer tinha imaginado isso. Agora ele não
conseguia parar de pensar nisso, sobre bater no rosto bonito de Ryder e
exigindo mais, vendo a impressão de sua mão na bochecha de Ryder...Luca
finalmente cedeu e agarrou seu pau.
KM
Mesmo quando os tremores diminuíram, Luca manteve-se moendo no pênis
de silicone, assistindo Ryder se masturbar.
— Finja que você está dentro de mim. Eu quero ver você gozar.
Ryder fez o mesmo ruído profundo que Luca se lembrava. Com a boca
aberta, Luca olhou para os grossos pulsos de sêmen que explodiram do pênis
de Ryder, pulsos atrás de pulsos jorrando contra o chão na frente dele.
Quando finalmente acabou, Ryder caiu em sua cadeira, respirando
pesadamente.
KM
De repente, exausto, Luca tirou o vibrador da cabeceira da cama e o
jogou no chão ao lado da cama, com a intenção de lavá-lo amanhã. Ele estava
se limpando com tecidos quando Ryder saiu do banheiro com as calças
abotoadas e um toalhinha molhada na mão. Ryder se agachou, os músculos
em seus ombros nus flexionando enquanto ele limpava seu sêmen do chão.
— Confuso.
KM
—...eu vou supor que é uma coisa boa. Você dorme com a TV ligada?
— Mm-hmm.
KM
Capítulo Dezenove
Ryder acordou com uma dor nas costas e um torcicolo no pescoço. Ele
abriu os olhos confuso com o quão escuro estava; ele geralmente acordava
com a luz do sol. Além disso, ele geralmente acordava em uma cama, não em
uma cadeira.
Ryder não pretendia adormecer. Era só que toda vez que parecia
seguro sair, Luca tinha se movido em seu sono ou feito algum tipo de ruído,
e Ryder tinha pensado, apenas mais alguns minutos. Ele nem se lembrava
de ter cochilado.
KM
cima e cobrindo-o.
KM
ao Discovery Channel?
Ryder tomou isso como sua deixa para sair, pegando seu paletó, colete
e coldre antes de sair para o corredor. Seu coração caiu em seu estômago
quando viu McCall sentada lá; ele tinha esquecido que ela era a que estava
programada para o turno da noite.
McCall assentiu. — Ele deve ter tido uma reação muito ruim para você
ter que passar a noite.
KM
— Tenho certeza, disse ela, dando a roupa em seus braços um olhar
aguçado.
Suas malas já estavam quase prontas. Ryder tomou banho, fez a barba
e escovou os dentes, jogando os produtos de higiene pessoal em sua mala
enquanto terminava de empacotar. Por mais que tentasse evitar, sua mente
continuava se desviando para a noite anterior. Fora surreal, mais parecido
com algo saído de um filme pornô do que qualquer coisa que acontecesse
com as pessoas na vida real; Ryder ainda se sentia meio descrente de que isso
tivesse acontecido mesmo. Luca se fodendo naquele vibrador foi a coisa mais
quente que Ryder já tinha visto... e as coisas que ele disse, Jesus, o garoto
tinha a boca de uma prostituta cara. Ryder não conseguia nem se sentir
envergonhado - porque seriamente, um homem só podia suportar muito. Sua
única preocupação era que Luca lamentasse suas ações agora que estava
sóbrio. Supondo que ele se lembrasse do que fizera, claro.
KM
caravana de SUVs estacionados na garagem. Além dos dois D’Amatos e dos
três guarda-costas de Luca, D'Amato estava levando meia dúzia de membros
de sua própria equipe de segurança, além dos três Orwells. O lugar era um
hospício de preparações frenéticas de última hora.
Ryder passou suas malas para uma empregada e correu para a cozinha
para pegar uma barra de proteína e encher uma garrafa térmica com café.
Para seu alívio, McCall não estava em lugar algum para ser vista; ela deve ter
saído depois que Hurst e Christianson apareceram. Sua boa sorte continuou
quando eles deixaram a propriedade - pontualmente às nove, é claro - e ele
acabou dividindo um carro com seus dois companheiros guarda-costas
enquanto Luca viajava com sua mãe e Clarke. Mais espaço entre eles só
poderia ser uma coisa boa agora.
KM
O interior do avião era lindo, arejado e bem equipado, com seus ricos
estofados de couro creme e detalhes de madeira brilhante. D'Amato foi direto
para a frente da cabine, acomodando-se em uma poltrona espaçosa e
acomodando seu laptop e um maço de papéis sobre a mesa em frente a ela.
Luca se sentou em frente a ela, e Ryder e Clarke sentaram-se no corredor.
— Claro querido.
KM
— Mãe, eu vou me deitar. Eu fiquei fora até tarde ontem à noite.
— Uma festa.
— Você se divertiu?
— Sim.
KM
— Não leve isso a mal, mas eu meio que pensei que você ia começar a
agir como um idiota novamente. Quando Ryder não respondeu, Luca abriu
os olhos e olhou para ele. — Você sabe, porque da última vez...-
Luca franziu o cenho. — Não foi. Não havia nada o impedindo de sair
do quarto. Por que você não pode simplesmente admitir que a razão pela qual
você ficou foi porque você queria?
— Tudo bem. Parte de mim queria ficar. Obviamente, essa parte foi
mais forte que as outras.
— E maior.
— Eu não sinto muito que eu fiz isso, você sabe. O ecstasy não me faz
KM
fazer coisas que eu não quero. Eu teria me masturbado na sua frente sóbrio
se tivesse pensado que poderia me safar disso.
— Não particularmente.
KM
ele parecia enquanto dormia. Essa observação teve o efeito bem-vindo de
eliminar toda a luxúria incipiente de Ryder.
Luca dormiu durante todo o voo de três horas, sem acordar até
aterrissarem no Aeroporto do Condado de Aspen-Pitkin. Seu cochilo havia
colocado um pouco de cor de volta em suas bochechas, embora ele ainda
estivesse se movendo mais devagar do que o normal enquanto
desembarcavam e se dividiam em carros separados.
Ryder nunca tinha estado no Colorado antes, e ele ficou surpreso com
o frio e o quão rarefeito era o ar; a mudança de altitude levaria algum tempo
para se acostumar. Ele bebeu a beleza natural da paisagem coberta de neve
durante a curta viagem até a cabana dos D'Amatos, que ficava a poucos
minutos de Snowmass Village.
KM
porta da frente, foi para encontrá-lo discutindo com uma das empregadas.
— Você pode muito bem dar isso a ele, disse Ryder. — Ou você nunca
ouvirá o fim disso, confie em mim.
Ryder abriu a porta da frente para ele. A casa tinha uma planta
incomum, em que todas as salas principais ficavam no segundo andar; não
havia nada no nível do solo além do foyer, exceto alguns quartos que tinham
sido convertidos em habitação para o pessoal da segurança. Eles subiram as
escadas até a enorme sala de estar.
Tudo nesta maldita casa era feito de couro, vidro e aço. As paredes
não eram nada além de janelas, e a luz do sol refletida por todas aquelas
superfícies refletivas era cegante. Era lindo, sim, mas Ryder não pôde deixar
de pensar que era um pouco... frio. Não muito diferente da propriedade,
realmente.
KM
enquanto seus olhos percorriam a sala.
Ryder não sabia como responder a isso, mas Luca não estava
prestando atenção nele de qualquer maneira.
— Não costumava ser assim. Luca parecia que queria dizer algo mais,
mas depois apertou os lábios, balançou a cabeça e pegou a mala, indo para o
quarto.
*****
Luca tinha medo de voltar para cá, certo de que a memória de seu pai
KM
estaria à espreita em todos os cantos da casa que fora seu orgulho e alegria.
Mas tudo estava diferente - os móveis, a arte, os utensílios de cozinha. As
malditas paredes eram de uma cor diferente. Não havia nada de Antonio na
casa.
Luca deveria ter ficado aliviado, mas nunca estivera tão zangado.
Pelo menos o quarto dele ainda era o mesmo. Luca jogou a mala no
chão e afundou na cama, deixando cair a cabeça entre as mãos. Ele revirou
os ombros e pressionou o cotovelo contra a coxa para evitar que se
sacudissem.
KM
Isso não é desejo. Isso é medo.
Ele não queria estar com Ryder desse jeito. Por um lado, Ryder já
havia provado que ele não estava disposto a ser usado assim, e por outro,
Luca não queria que o que havia entre eles fosse envenenado por suas
próprias compulsões de ansiedade. Ele soltou um suspiro lento e medido e
endireitou as costas, sentindo-se um pouco mais calmo.
— Isso é bom.
16SSRI - Selective serotonin reuptake inhibitors - Inibidores seletivos da recaptação da serotonina são uma
classe de fármacos usados no tratamento de síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns tipos
de transtornos de personalidade
KM
— Dez para dez.
KM
Luca e puxou-o para longe da janela. — Não fique muito perto das janelas,
sim?
Através da porta aberta, ele podia ver sua mãe andando de um lado
para o outro, conversando com alguém em seu Bluetooth. Luca bateu no
batente da porta e ela se virou.
— Estou saindo.
Ela acenou com a mão. — Não importa, você pode nos encontrar lá.
KM
Mantenha um smoking no carro.
Com isso, Evelyn ligou seu Bluetooth de volta e retomou sua conversa
com Natalie como se nunca tivesse sido interrompida. Luca revirou os olhos
e voltou para o seu quarto para pegar um casaco, em seguida, encontrou
Ryder na sala de estar, onde ele estava conversando com dois guardas
vestidos casualmente.
— Luca, esta é Katie Edberg, e você já conhece Matt Pearson. Eles vão
me apoiar enquanto estamos fora.
— Oi, disse Luca, apertando a mão de Katie. Ele sorriu para Matt,
lembrando como ele tinha sido bom durante a provação com Glauser.
— Muito.
— Tudo bem se nós apenas andarmos por aí? Ele disse. — É meio bobo
dirigir de loja em loja.
— Nós podemos fazer o que você quiser, Luca. Eu trabalho para você,
KM
não o contrário.
Ele só andou três metros antes de se virar e dizer: — Você não deveria
fingir que não é meu guarda-costas? Porque você não está sendo muito sutil
com a coisa toda de andar atrás de mim.
KM
Estava começando a escurecer quando Luca fez sua última parada, em
uma butique de joias de luxo. O proprietário deu uma olhada no número de
sacolas que pesavam nos braços de Luca e deu-lhe um sorriso enorme. —
Bem vindos, senhores. Há algo que eu possa te ajudar a encontrar?
O homem sorriu, levando Luca e Ryder para a seção da loja onde ele
guardava as melhores peças. Tendo comprado joia como presente para sua
mãe a cada Natal, aniversário e dia das mães durante toda a sua vida, Luca
tinha uma noção perfeita do que ela gostava agora. Levou apenas alguns
minutos para pousar em um colar de ouro branco de várias camadas,
amarrado com diamantes.
KM
Ele estava usando o mesmo brinco há meses; talvez fosse hora de mudar. Isso
deixaria sua mãe louca se ele colocasse um aro nela - mas, novamente, os
aros eram um pouco piratas...
— O que?
— Oito mil dólares, disse ele. — Você acabou de gastar oito mil dólares
no presente de Natal da sua mãe.
KM
comprei para minha mãe em vinte e oito anos, e provavelmente não seria
igual a metade disso.
— Eu tenho certeza que sua mãe aprecia seus presentes mais do que o
minha, no entanto.
KM
— O que você quer dizer?
Luca mordeu o lábio para não rir. — E se por acaso nos depararmos
com uma poça no meio da calçada, você vai colocar seu casaco sobre ela para
que eu não molhe os pés?
KM
Ryder abriu a boca, então apenas exalou pesadamente sem dizer nada.
Ele ainda estava lutando contra um sorriso.
— Você acha que ela acha que estamos em um encontro? Luca disse
depois que ela foi embora. Ele deu uma mordida em sua pizza. Deus, isso era
bom, tão delicioso quanto se lembrava.
— Oh, supere você mesmo. Você não tem idade suficiente para ser
meu pai em qualquer extensão da imaginação.
KM
Eles comeram em silêncio por alguns minutos. Imaginar a si mesmo
e Ryder em um encontro só tinha lembrado Luca de algo que ele tentou
duramente esquecer. Eventualmente, porém, ele não aguentava não saber
mais.
— Então, aquele cara com quem você saiu na outra semana...- Luca
percebeu que tinha exagerado seu tom casual no momento em que as
palavras saíram de sua boca.
— Andy...-
Luca fez uma careta. — Tanto faz. Isso é uma coisa regular?
Ainda. Brincando com sua crosta, Luca disse: — Ele sabe de mim?
— Não fique todo arrogante sobre isso comigo, disse Ryder, parecendo
irritado. — Olhe para você e Davenport.
KM
— Eu não vejo você tendo qualquer crise de consciência sobre enganá-
lo.
— Você não contou a ele o que aconteceu entre você e eu, não é?
— Uh, sim. Por que você ainda... Luca franziu a testa. — Espere. Você
tem pensado, esse tempo todo, que Ashton é meu...-...meu namorado?
— Algo parecido.
— Ele não é. Ele nunca foi. Somos apenas amigos com benefícios.
— Não. A maneira como ele olha para você é mais do que apenas
amizade.
— O jeito que ele olha para mim? Você quer dizer como qualquer cara
olharia para alguém disposto a explodi-lo sempre que estivesse de bom
humor?
KM
— Ele é um dos meus melhores amigos! Olha, Ryder, eu posso ver
porque você pode pensar assim. Ashton gosta muito de mim, e ele... me
admira, eu acho. Ele me disse que tenho certas qualidades que ele gostaria
de ter. Mas ele não tem nenhum interesse romântico em mim. Confie em
mim, não estou procurando outra situação como a de Glauser.
Mas não, Luca estava certo de que não havia nada entre eles além de
amizade forte e bom sexo. Ashton estava sempre falando sobre uma garota
júnior em sua aula de História da Arte que ele tinha uma queda, e ele nunca
disse uma única coisa para sugerir que ele queria algo mais de Luca. Por que
Ryder se importava mesmo assim?
— Oh, meu Deus, disse Luca. — É por isso que Ashton acha que você
não gosta dele. Você está com ciúmes.
KM
Ai. Justo o suficiente.
— Sim, vocês saíram para se reunir, mas apenas por alguns minutos.
Foi ele quem sugeriu que eu te levasse para casa, na verdade.
Luca se lembrava agora. Ashton ficara furioso com Luca por tomar as
drogas de Reggie - havia lhe dado quase exatamente o mesmo discurso que
Ryder, na verdade -, mas Luca o ignorara, jogando-se em Ashton como um
gato no cio. Ele estremeceu com a lembrança de Ashton afastando-o -
gentilmente a princípio, depois com uma repreensão quando Luca não
recuou. — Ok. Agora estou envergonhado.
— É bom saber que você tem pelo menos alguma capacidade de sentir
KM
vergonha, disse Ryder, e Luca o chutou para debaixo da mesa.
— Não.
KM
Capítulo Vinte
Os últimos dias tinham sido mais como férias do que trabalho. Luca
KM
não suportava ficar na cabana por um único minuto a mais do que precisava,
então estava de manhã à noite - fazendo compras, esquiando, caminhando.
Foi como se, assim que ele descobriu que Ryder, Hurst e Christianson
estavam dispostos e aptos a acompanhá-lo, Luca se permitiu aliviar seu
estresse como qualquer adolescente normal (embora imundo).
A mudança nele foi drástica - ele parecia mais leve, mais relaxado,
mais apto à sorrir. Ryder estava tão aliviado que ele encontrou-se
trabalhando horas extras, ficando com Luca em suas horas de folga para se
certificar de que o garoto não revertesse para o seu antigo hábito deprimido
em torno de seu quarto. E, se Ryder fosse honesto, ele estava se divertindo.
Luca tinha uma presença magnética, mesmo quando apanhado pela
ansiedade paralisante; com uma saída apropriada para sua tensão, seu
sorriso fácil e sua risada encantada eram viciantes. Ryder não conseguia o
suficiente.
Eles tiveram que pegar dois elevadores para chegar à pista Black
KM
diamond que Luca queria esquiar. No topo, eles estavam a poucos metros de
distância com os esquis alinhados. A veia competitiva de Ryder estava em
pleno vigor; seu sangue corria quente e seu pulso acelerava com aquela
emoção deliciosa que era quase de natureza sexual. Não havia nada como
uma pequena competição saudável para fazer o sangue fluir.
Ele decolou como um tiro antes que a palavra três saísse da boca dele
- mas ele havia puxado o truque da última vez. Ryder estava pronto para isso,
e ele se impulsionou com todas as suas forças, ficando par a par com Luca
quando eles dispararam pela inclinação acentuada.
Essa trilha era muito mais difícil do que as que tinham feito antes,
descendo a montanha com curvas fechadas e algumas quedas repentinas que
exigiam foco total. Ryder não estava tão preocupado com a segurança de
Luca quanto com a dele próprio, porque Luca realmente era o melhor
KM
esquiador - não que Ryder fosse admitir isso.
Quando ele saiu do último turno, chegou a tempo de ver Luca parando
repentinamente, espalhando neve por toda parte. Ryder amaldiçoou e
esculpiu seus esquis para o lado, parando tão abruptamente que ele quase
tombou.
Luca baixou a máscara para libertar a boca. — Acho que alguém saiu
da trilha.
Luca se inclinou para desafivelar seus esquis, mas Ryder pegou seu
cotovelo.
KM
— Eu odeio dizer isso, mas pode ser uma armadilha.
Era um homem, ele podia ver agora, um homem que tinha tomado o
último giro rápido demais e se desviou do caminho para as árvores. Ele
estava deitado de lado e meio de bruços, pernas emaranhadas embaixo dele.
KM
os lados da cabeça dele e segure firme. Eu vou virar o corpo dele, e é muito
importante que você mantenha a cabeça e o pescoço alinhados com o resto
da coluna dele, ok? Bom e lento.
— Você vai puxar o galho? Perguntou Luca. Ele ainda não olhava para
a perna do homem.
KM
próprio ombro para elevar a ferida.
— O que, o que...-
— Fique quieto, Ryder disse, infundindo tanto aço em sua voz quanto
ele podia.
Luca se moveu para o lado dele. — Está bem. Você ficará bem.
— Isso dói.
KM
— Eu sei. Quando o homem lutou para levantar a cabeça novamente,
Luca colocou a mão em sua bochecha. — Não, não olhe.
O problema com o homem que estava acordado era que agora ele
estava com medo, e seu batimento cardíaco aumentava de acordo -
bombeando ainda mais sangue a cada batida. Ryder apertou com mais força,
fazendo o homem soluçar alto.
— B-Bill.
— Eu sou Luca. Este é Jacob. Nós pedimos ajuda, ok? Apenas espere.
Bill soltou um grito abafado, recuando com dor. Luca soltou o rosto
para pegar as mãos dele.
— Você é casado?
KM
— Você tem filhos?
— Sim.
— Conte-me sobre eles, disse Luca, voz suave. Era o mesmo tom que
ele usou para falar com Glauser na semana anterior.
KM
ficou olhando para eles, sua expressão que sinalizava um colapso nervoso
iminente. Ryder queria tocá-lo, oferecer conforto, mas suas luvas estavam
encharcadas de sangue.
Luca não virou a cabeça. — Eu quase não o vi. Foi apenas uma
coincidência. Se eu não tivesse olhado para o lado, teríamos passado direto
por ele e nunca saberíamos que ele estava lá.
— Mas você o viu. Ryder manobrava seus esquis para que ele ficasse
na frente de Luca. — Você o viu, e você o ajudou, e agora ele vai ficar bem.
— Você fez tudo que podia. Você não pode ficar obcecado com o que
pode acontecer, e é provável que nunca mais o encontre. Você fez um ótimo
trabalho. Não se sinta mal por isso.
Luca realmente olhou para Ryder, em seguida, olhou para ele, em vez
de através dele. — Estou feliz que você estava lá comigo.
KM
— Bem, eu não tenho o seu talento para o dramático.
KM
— Estou surpreso que esta viagem tenha sido tão tranquila, na
verdade. O foco de Clarke mudou para um grupo de homens arrastando
equipamentos de catering pelas escadas da porta da frente.
— Pode ser.
Clarke assentiu. — Fique de olho nele. Eu não espero que Gray assuma
um ataque durante uma festa, especialmente não tão importante, mas os
espertos sempre atacam quando você menos espera.
KM
Em resposta, Luca apontou para cima - para o raminho de visco
pendurado no arco, sem dúvida posicionado por um dos decoradores
excessivamente zelosos.
— Isso não foi bem o que eu disse. Mas quem está manipulando? Esta
é uma tradição sagrada e solene. Luca lançou-lhe um olhar inocente de olhos
arregalados. — É má sorte passar por uma pessoa sob o visco sem beijá-la.
— Juro por Deus, Luca virou a cabeça para o lado, batendo sua
bochecha com um dedo.
Sorrindo, Luca virou a cabeça para trás antes de Ryder se afastar. Seus
rostos terminaram tão próximos que Ryder sentiu o cheiro do chocolate com
hortelã que Luca havia bebido no chalé. Ele ficou imóvel e o sorriso deslizou
do rosto de Luca.
KM
eletrificou todas as terminações nervosas nos lábios de Ryder e estreitou seu
mundo inteiro para aquele ponto de contato entre eles.
Então a língua de Luca passou pelo lábio inferior de Ryder. Ele gemeu,
deslizando os braços ao redor da cintura de Luca e puxando-o para perto
enquanto aprofundava o beijo, procurando a língua de Luca com a sua. As
mãos de Luca alisaram seus braços, uma delas se emaranhando no cabelo na
nuca de Ryder.
KM
Ryder se afastou de Luca com tal força que suas costas bateram contra
a parede oposta. Ele estremeceu e se virou para olhar para Hurst, que estava
de pé no corredor trajando um pijama e um robe.
— O que?
— O que quer que esteja acontecendo entre você e Luca. Isso não me
incomoda. Quer dizer, não é como se ele fosse algum tipo de flor de estufa
que não sabe o que ele quer.
Ryder olhou boquiaberto para ela. — Nós não somos... não há nada...
KM
Foi apenas um beijo que ficou um pouco fora de mão.
*****
Mesmo agora, quando sentia Ryder olhando para ele; Luca podia
sentir isso sem precisar de confirmação. Ele estava com muito medo de
KM
encontrar os olhos de Ryder, preocupado que sua necessidade de exigir uma
explicação sobre o que diabos aquele beijo significara o dominasse e ele
deixaria escapar aqui na frente de todos. Ele só tinha que passar pelas
próximas horas, e então ele poderia se retirar para seu quarto e se lembrar.
Seu lapso de memória deve ter aparecido em seu rosto. — René Duval,
disse o homem, entregando a Luca um dos copos de vinho que ele estava
segurando.
— Eu acho que não é uma ofensa tão séria em sua própria casa, sim?
Além disso, de onde eu venho, não há nada de errado com um homem da sua
idade apreciando um copo de vinho. Eu sempre poderia alegar ignorância
cultural.
KM
nativa? Ele perguntou em francês.
— Fluentemente.
— Obrigado.
— Escola na Suiça.
— Ah, claro. É raro ouvir minha língua materna tão longe de casa.
Duval bateu o copo contra o de Luca. — Você já fez minha noite.
— Quem disse que estou infeliz? Luca passou a ponta do dedo ao longo
da borda de sua taça de vinho.
KM
— Eu acho que você está confundindo infelicidade com o tédio.
— Mmm, sim, você parece que prefere estar em qualquer lugar, menos
aqui. Ansiando por uma jovem senhora, talvez?
— Você não está preocupado que minha mãe possa se ofender? Ele
perguntou.
Oh, que diabos. Duval era um pouco suave demais, mas Luca não
poderia culpá-lo. O cara estava apenas tentando transar. Luca poderia ter
KM
empatia por isso.
KM
A testa de Ryder se enrugou, e então ele baixou os olhos e balançou a
cabeça um pouco. Luca engoliu seu desapontamento, puxando Duval com ele
para seu quarto. Ryder só os seguiu até o corredor.
As mãos de Duval deslizaram pela parte de trás das coxas de Luca para
segurar seu traseiro, dando a ambas as bochechas um leve aperto. A
respiração de Luca se agitou.
KM
— Meu querido, ficaria encantado com qualquer coisa que você tenha
em mente.
— Você deveria saber, eu... eu nunca fiz isso, disse Luca, injetando um
pouco de timidez em sua voz.
— Fez o que? Satisfez sua paixão com um homem que você acabou de
conhecer?
— Você não é virgem, disse Duval. A absoluta certeza em sua voz fez
com que Luca parasse.
KM
— Oh, eu experimentei outros tipos de prazer. Luca esfregou a mão
em círculos lentos contra a ereção de Duval. — Mas eu nunca quis minha
primeira vez com um garoto desajeitado. Eu estive esperando por alguém
que poderia fazer isso ser bom para mim.
KM
— Oh, foda-se, Luca engasgou quando a boca de Duval desceu sobre
seu pênis. Ele não tinha tido um boquete em meses, já que Ashton ainda se
recusava a fazê-lo.
— Ah. Duval empurrou seu pênis contra a mão de Luca. — Você está
com muita pressa.
KM
— Eu tenho esperado tanto tempo por isso.
— Eu vou fazer você gozar tão forte que você vai gritar com o prazer
disso. Duval apertou as coxas de Luca. — Confio que você tem lubrificante?
— No criado mudo.
— Sim. Luca empurrou seus quadris para trás. — Coloque seus dedos
em mim.
KM
Luca suspirou quando o dedo de Duval deslizou dentro dele. Não era
tão grande quanto o de Ryder, mas estava perto o suficiente para que Luca
pudesse fingir. Ele deslizou seu pau duro contra o travesseiro enquanto
Duval o esticava, tão confiante e competente que os dedos de Luca se
enrolaram. Luca gostava de fazer sexo com Ashton, ele realmente gostava,
mas não podia ser comparado com ser tocado por um homem que conseguia
encontrar a próstata de Luca sem orientação e sabia exatamente como tocá-
la para fazer seu corpo tremer.
KM
fazer algo tão importante. Duval se ajoelhou atrás dele, roçando a cabeça de
seu pênis para frente e para trás sobre o buraco lubrificado de Luca.
Seria uma luta para Luca tomar Ryder todas as vezes. Luca sabia que
seu corpo nunca seria realmente capaz de se acostumar com um homem
daquele tamanho. Ele só podia imaginar a emoção do sucesso quando ele
conseguisse colocar todo o eixo de Ryder dentro dele, o olhar no rosto de
Ryder quando ele percebesse que Luca tinha tomado cada centímetro e ainda
queria mais.
KM
caminho. — Demais? Perguntou Duval, esfregando a mão para cima e para
baixo na espinha de Luca.
Luca deixou Duval deslizar o resto do caminho para dentro sem detê-
lo novamente, satisfeito por seu ritmo obedientemente lento. Duval o fodeu
com movimentos suaves e superficiais, revirando os quadris em um ritmo
ondulante que pegou a próstata de Luca todas as vezes. Foi tão bom que os
braços de Luca cederam e ele desabou sobre os cotovelos.
KM
— Sim, oh, foda-se, mais duro...-
KM
escapou dele. Ele agarrou o travesseiro e se perdeu no brilho de ter sido bem
e completamente fodido.
— Não foi muito traumático para sua primeira vez, eu espero? Duval
estava respirando como se tivesse corrido uma maratona.
— Não, você provavelmente deve ir antes que minha mãe perceba que
eu trouxe você aqui.
KM
Ele não tinha vergonha de ter se deitado com Duval, mas se Ryder decidisse
ser todo moralista e crítico sobre isso, Luca precisava de uma boa noite de
sono antes de lidar com isso.
KM
Capítulo Vinte e Um
Ryder ficou emocionado com esse fato, mas não porque ele se opôs a
trabalhar no Natal. Os avós maternos de Luca, os Lindholms, haviam voado
na sexta-feira para ficar no fim de semana; Ontem, Ryder tinha sido forçado
a testemunhar o mais estranho, doloroso jantar de véspera de Natal de todos
os tempos. Ele tinha pena de Christianson por ser aquela que teria que
assistir todos eles abrindo presentes nesta manhã e fingindo que eles
gostavam um do outro.
KM
— Então, você vai para a igreja esta manhã, então?
— Sim, conseguimos o Skype com ela ontem. Ah, e ela mandou uma
carta. Deixe-me encontrá-la para que eu possa ler para você.
KM
proteger sua companhia. Quanto mais ele seria em nome da vingança?
Ele pensou em ligar para Andy, mas sabia que Andy estava visitando
sua família no Oregon, e ele não queria interromper nada. Em vez disso,
Ryder acabou tendo um brunch com Hurst e os Orwells, em seguida, colocou
um bom treino duro no ginásio da cabana. Depois que ele tomou banho, ele
se deitou na cama com um livro, planejando relaxar e cochilar um pouco
antes de seu turno começar às dez.
Ryder tinha acabado de começar a cochilar por volta das seis quando
Christianson abriu a porta do quarto.
— Há algo errado?
KM
Ele e Luca haviam falado várias vezes desde que se beijaram, mas nenhum
deles mencionou isso, mas não conseguiram recuperar aquela vibração fácil
e despreocupada que tiveram nos primeiros dias da viagem. Era como se
estivessem andando na ponta dos pés um com o outro, cada um com medo
de ser o primeiro a mencioná-lo.
Luca se virou de onde ele estava se debruçando sobre sua mesa. —Oh,
entre. Feche a porta. Quando Ryder hesitou, Luca revirou os olhos. —Eu não
vou te morder, Ryder. Apenas entre por alguns minutos.
Ryder entrou no quarto e fechou a porta atrás dele. — Como foi seu
natal?
— Sugou. Mas eu sei que você está trabalhando hoje à noite, então eu
queria te dar isso antes. Luca pegou um pacote embrulhado em prata da
mesa e o estendeu.
KM
que tomei aquele ecstasy, disse Luca. — Voltei e verifiquei o histórico da
televisão.
Luca deu de ombros, mas ele não escondeu o quão satisfeito ele
estava.
— Desculpe, isso foi manipulativo. Eu sinto muito. Não é por isso que
eu te dei...-
KM
assim, ele era muito mais corajoso do que Ryder jamais poderia ser. — Você
não disse nada sobre o beijo.
— Você com certeza sabia o que dizer na primeira vez que aconteceu.
Embora o tom de Luca fosse leve, Ryder podia ouvir os ecos da dor que ele
causou.
— Assim espero.
KM
que eu não me machuque?
— Sim.
— Você estava certo. E eu não tentei mudar isso sobre mim mesmo,
porque eu não quero me machucar. Eu não quero ser vulnerável assim. Mas
você sempre sabe quando eu estou sendo falso - mesmo quando não percebo
- e você sempre me chama em minha merda. Isso é... é assustador, mas
também é meio libertador, sabe? Prefere que eu lhe conte uma verdade
desagradável do que uma bela mentira. Você tem alguma ideia de como isso
é raro?
— Mas não é algo que você queira ouvir de alguém que você quer
foder.
— Por que, você quer mais alguma coisa? Luca disse, tão cético que
doía ouvir.
KM
Havia uma dúzia de respostas automáticas que Ryder poderia dar,
garantias triviais sobre quanto mais Luca tinha a oferecer do que sexo - tudo
verdade, mas não o motivo. Ryder realmente não sabia por que, ou ele teria
tentado acabar com isso agora, mas ele tinha que dizer algo ou a autoestima
de Luca iria despencar...-
As palavras saíram de Ryder, sem esforço agora que ele sabia do que
estava fugindo. — Não apenas com raiva - excitado. Apavorado. Alegre. Todo
dia com você é diferente. Eu nunca sei o que você vai dizer ou fazer a seguir.
— Eu amo isso. Você tem que entender, faz anos desde que eu senti
algo tão intensamente.
Até que ponto ele estava disposto a aceitar isso? A confissão de Luca
o deixou vulnerável, exposto e Ryder lhe devia pelo menos o mesmo nível de
revelação. Ele se fortaleceu, o estômago revirou antes mesmo de começar a
KM
falar.
— Quando você vai para a guerra, você tem que empurrar suas
emoções para baixo, prendê-las - e isso é saudável, porque é a única maneira
de sobreviver a todo o medo, tristeza e horror. Mas então você chega em casa,
e é como se as pessoas esperassem que você simplesmente ligasse um
interruptor e voltasse a ser uma pessoa normal. Não funciona assim.
Ryder engoliu em seco. Isso era ainda mais difícil do que ele esperava;
aquela voz familiar em sua cabeça estava gritando para ele cale a boca, não
fale sobre isso, falar torna real. Luca esperou por ele com muita atenção.
KM
— Isso assusta o inferno fora de mim, para ser honesto, mas também
me lembra de como a vida deve ser. E eu quero isso de volta. Eu quero o que
perdi.
— Então por que você está lutando tanto contra isso? Luca perguntou.
— Não fale assim! A voz de Luca estalou de raiva. — Você não ver isso
sob esse contexto. O contexto é tudo. É o que torna errado matar alguém por
vingança, mas é aceitável matar em autodefesa. É a diferença entre roubar
porque você é ganancioso e roubar porque seus filhos passariam fome se você
não o fizesse.
Luca agarrou o rosto de Ryder com as duas mãos e olhou-o nos olhos.
— Sim, sou mais jovem que você. Sim, você é meu guarda-costas. E sim, em
uma situação diferente, com pessoas diferentes, poderia estar errado. Mas
não assim, Ryder. Não com a gente.
Ryder virou a cabeça para beijar o pulso de Luca. Sua mente estava
em um tumulto, lutando para reconciliar o que ele sentia com a maneira
como sua razão lhe dizia que ele deveria sentir.
KM
— Me dê uma noite, disse Luca. — Uma noite para provar a você que
é certo estarmos juntos.
KM
— O que é isso? Perguntou Luca.
— Uma cicatriz.
— Isso dói?
Quantas vezes Ryder pensou sobre como seria tocar a pele nua de
Luca? Demais para contar. Ele arrastou a mão para baixo no centro do peito
de Luca, a respiração pegando a suavidade da pele de Luca, o calor. O som
que Luca fez quando Ryder esfregou ambos os polegares sobre seus mamilos
foi direto para seu pênis.
Luca estava olhando para as mãos de Ryder sobre ele com olhos
KM
escuros, boca aberta e ofegante. Depois de um momento, ele pegou o braço
de Ryder e o puxou para a cama, pedindo que ele se deitasse de costas. Ryder
se deixou ser colocado em posição, e foi recompensado por Luca sentando
em seus quadris e correndo as duas mãos sobre seu corpo em círculos
inquietos.
— É apenas... você é tão grande. Tudo sobre você. Eu sinto que estou
sentado em um cavalo.
— O que você vai fazer comigo? Ele murmurou contra a boca de Luca.
— Não se machuque.
KM
mesmo, não é? Ele mordeu o lábio inferior de Ryder e puxou antes de soltar.
— Pode ser um desafio, mas tenho certeza que consigo fazer isso.
KM
mantendo uma mão movendo-se lentamente pelo eixo.
Luca beijou sua coxa para mostrar que ele não estava chateado, então
voltou ao trabalho. Precisando de algum tipo de âncora, Ryder colocou as
mãos nos lençóis. Foi sorte ele ter, porque seu pênis de repente deslizou
profundamente na garganta de Luca, e o cérebro de Ryder se desligou. Ele
jogou a cabeça para trás com um grito assustado.
Luca continuou, levando mais e mais até que ele chegasse a alguns
centímetros da raiz. Ele tossiu e saiu, esfregando a garganta.
KM
— Eu posso fazer isso.
— Oh, meu Deus. Ryder tinha certeza que seus olhos estavam abertos,
mas ele não podia ver nada. Ele não estava... ele não podia... Jesus Cristo,
seu pau inteiro estava na garganta de Luca. Não era frequente que um
homem pudesse levar tudo dele assim, mas Luca era quente e molhado e
acolhedor.
KM
qualquer homem .
*****
KM
era como se estivesse sendo borrifado na boca com uma mangueira de
incêndio. Ele engasgou um pouco, engolindo o melhor que pôde. Quando o
pau de Ryder parou de pulsar, Luca lambeu tudo o que ele tinha perdido e
esfregou o rosto contra a coxa de Ryder, querendo absorver o cheiro
inebriante dele. Ele ainda estava meio em choque que Ryder tinha deixado
ele fazer isso.
No entanto. Ryder parecia ter outras ideias. Ele enfiou os dedos nos
cintos do jeans de Luca e disse: — Levante.
Luca se sentou, com as coxas abertas dos dois lados dos quadris de
KM
Ryder. Ele observou com uma sobrancelha franzida quando Ryder pegou o
segundo travesseiro na cama e levantou a cabeça ainda mais, em seguida,
puxou o jeans de Luca novamente.
Por um segundo, Luca não conseguiu nem respirar; ele quase gozou
KM
somente com a sugestão. Então ele fez um ruído totalmente humilhante e
tirou seu peso de cima de Ryder, tirando seus jeans e roupas íntimas em
tempo recorde antes de voltar para o rosto de Ryder.
KM
seus quadris se contorciam e ele se fodia na língua de Ryder. Eram os sons
que Ryder estava fazendo, tanto quanto a sensação, que estavam dirigindo
Luca louco - com fome, ansiosos ruídos, como um homem faminto a quem
foi servido uma refeição de cinco pratos.
Ryder lambia seu dedo e então fodia Luca com ele. Então ele
encontrou próstata de Luca e pressionou firmemente contra ela, e Luca
gritou para contra seu próprio braço antes de levantar a cabeça.
KM
enquanto ele jorrava na garganta de Ryder.
Depois que o beijo terminou, Luca disse: — Agora, olhe nos meus
olhos e me diga que o que acabamos de fazer foi errado.
O polegar de Ryder roçou o lábio de Luca. — Você sabe que não posso.
— Então...-
KM
que você quer? Outro homem que tem que esconder a maneira como ele se
sente sobre você?
Ok, então ele se importava, mas ele estaria disposto a lidar com isso.
Luca tentou novamente. — Nós poderíamos ver como isso acontece. Pode
não sair do jeito que você pensa.
Ele parecia inseguro, e Luca sabia com total certeza que se ele apenas
empurrasse com firmeza agora, Ryder iria desistir. Tudo o que precisaria era
de um pouco de pressão, talvez um pouco de culpa, e Ryder seria dele - ele já
havia se rendido. Mas isso não era o que Luca queria. Ele não queria que
Ryder cedesse, ele queria que Ryder escolhessem ele. Ele queria que as
reservas de Ryder fossem apagadas, não suprimidas.
E se era isso que Luca queria, havia apenas uma resposta que ele
poderia dar.
KM
— Então tente, disse ele.
— Estou falando sério, disse Luca, desejando com todas as suas forças
que ele não estivesse cometendo um terrível erro. — Experimente. Eu te darei
espaço enquanto você descobre isso - eu não flertarei, ou tocarei em você ou
tentarei levá-lo para a cama. Faça o que tiver que fazer. E quando você
perceber que o que você está fazendo não vai fazer você feliz...- Luca acariciou
a bochecha de Ryder e respirou fundo. — Você sabe onde me encontrar.
KM
Capítulo Vinte e Dois
— Não, eu não quero ouvir sobre o seu sexo hetero repugnante, disse
Luca ao telefone. — Bruto.
KM
Aparentemente, Davenport se perguntou a mesma coisa, porque Luca
disse: — Eu não consigo encontrar meu carregador. Estou ouvindo, eu juro.
Ryder sabia onde o carregador de celular de Luca estava sem ter que
olhar. Luca o perdia a cada dois dias, e estava sempre sob a mesa de
cabeceira, e esse sempre era o último lugar que ele conferia. Quando Ryder
apontou isso para ele, Luca deu a ele um olhar penetrante o suficiente para
murchar as flores.
— Ash, sério, pare com isso. Eu sou gay por uma razão, você sabe...-
Luca parou quando se sentou na beira da cama, e então um olhar de horror
tão profundo cruzou seu rosto que Ryder quase riu em voz alta. — Você está
fazendo isso de propósito.
— Eu acho que você tem sorte de eu não ter desligado você ainda, disse
ele, inclinando-se para pegar o carregador. — Eu...- ah! Luca soltou um grito
de dor e puxou o telefone para longe de sua orelha.
KM
Isso chamou a atenção de Ryder imediatamente, dando um passo
para o quarto. Luca olhou para o telefone, desnorteado, depois levou-o de
volta ao ouvido. Ele se abaixou. Assim que a cabeça dele ficou no mesmo nível
da mesa de cabeceira, ele se encolheu de novo e se sentou.
Ele ainda podia ouvir a voz de Davenport pelo telefone, embora não
as palavras reais. — Espere, disse Luca, ansiedade dando uma vantagem a
KM
sua voz.
— Ash, eu vou ter que ligar de volta, disse Luca, olhando para o
pequeno aparelho preto na mão de Ryder.
Luca cruzou os braços, algo que só fazia quando não queria que as
pessoas vissem que suas mãos tremiam. — Isso é um grampo?
Você, Phoebe, Georgina. Sheila Minha mãe uma vez. Um... um par da
equipe de limpeza, eu acho. Ninguém...-
KM
Bem, se Luca não ia dizer isso, Ryder teria que fazê-lo. — O homem
com quem você dormiu na festa da sua mãe - qual era o nome dele? Por
favor, Deus, deixe Luca se lembrar disso.
— René Duval. Mas ele não iria...- por que ele iria?
Nos dois dias seguintes à sua noite juntos, Luca manteve sua
promessa; não houve uma única palavra ou olhar de paquera entre eles. A
vibração era um pouco estranha às vezes, mas Ryder tinha descoberto que
enquanto eles não se tocassem, era possível que eles estivessem em volta um
do outro sem que suas conversas se transformassem em discussões - ou sexo,
que era o que Ryder mais temia.
— Não entre em pânico, disse ele. — Nós vamos descobrir isso, ok?
Tudo vai ficar bem.
Foi um alívio agradável saber que ele podia segurar Luca dessa
maneira sem sentir qualquer excitação. Quando Luca parecia ligeiramente
mais calmo, Ryder recuou, segurando-o pelos ombros.
KM
Luca assentiu, ficando no corredor enquanto Ryder acordava
Christianson e explicou a situação para ela. Então Ryder levou Luca para a
cozinha, onde Hurst estava almoçando, e deixou-o sob sua supervisão antes
de ligar para a delegacia local.
Luca citou a mesma lista que ele dera a Ryder, terminando com Duval.
Clarke franziu a testa para as anotações que estava fazendo.
KM
— René Duval? Quem é esse?
— Sim.
— Não. Eu sei que ele tocou a mesa de cabeceira, abriu a gaveta. Mas
eu... Luca olhou para o chá e respirou fundo. — Eu estava de costas para ele
por... por um tempo.
Tanto para dar um alívio a Luca quanto para levar as coisas adiante,
Ryder disse: — A boa notícia é que se foi Duval, ele não usou luvas. Pode
haver impressões digitais no grampo.
KM
— Por que ele se daria ao trabalho de plantar um grampo com suas
impressões por toda parte? Disse Christianson.
Ele entregou uma cópia para a polícia e outra para Luca. — Este é o
homem certo?
KM
— Podemos questioná-lo, mas não temos o suficiente para fazer uma
prisão. Se as impressões dele estiverem no dispositivo, poderemos obter um
mandado, mas isso pode demorar alguns dias.
KM
lançou um olhar severo para Sheridan antes de estender a mão para Luca. —
Mas se Duval fez isso, você não terá problemas em tomar uma medida
cautelar contra ele. Ele não será capaz de incomodá-lo novamente.
KM
— A menos que seja o motivo mais básico de todos.
Clarke assentiu. — Boa ideia. Vou ligar para D'Amato e avisá-la do que
está acontecendo. Ele se levantou, tirando o celular do bolso enquanto saía
da sala. Ryder não invejou essa conversa.
Felizmente, ela não estava. — Jo Spitzer, disse ela. Sua voz era tão
rouca que, quando interpretada de acordo com o nome dela, era fácil
KM
confundi-la com um homem por telefone.
— Um pouco.
KM
estaria lá em um futuro previsível. Precisando se sentir pelo menos um pouco
produtivo, Ryder pegou seu laptop e abriu o arquivo que ele e Clarke estavam
mantendo sobre os ataques e na busca pela toupeira.
Por mais que tentasse, Ryder não conseguia ver nenhuma conexão.
Alguém havia avisado os perpetrantes, mas por quê? Não havia muito
dinheiro em ativismo antiempresarial. Poderia ter sido motivado por
ideologia política - mas então, por que essa mesma pessoa se voltaria e daria
informações a Warren Gray, CEO de uma corporação que fornecia aeronaves
para os militares americanos? Claro, não havia provas de que fosse a mesma
pessoa.
KM
quilômetros de distância de apenas um homem obcecado pressionando um
adolescente. Com toda a probabilidade, eles estavam olhando para dois
inimigos distintos - talvez até três, um pensamento que gelava o sangue de
Ryder. As atividades de Duval criavam o espectro de um quarto inimigo,
embora, na opinião de Ryder, isso tivesse as impressões digitais sorrateiras
e dissimuladas de Gray por toda parte.
— Vou providenciar para que a varredura seja feita hoje, disse Clarke.
— Não podemos esperar até amanhã; Duval poderia ter deixado grampos por
toda a casa. E estou intensificando a segurança, apenas no caso.
KM
Harrison Clarke.
Antes que Ryder pudesse imaginar o que era aquilo, seu próprio
telefone tocou - Jo, ligando de volta para ele.
— O que?
— Apenas acusado?
KM
— Filho da puta.
— Claro que não. Você foi uma grande ajuda, Jo. Obrigado.
— A qualquer momento.
— Duval confessou.
— O que?
KM
apaixonado por Luca, que ele plantou o grampo para descobrir se Luca estava
dormindo com mais alguém.
KM
Luca ainda não tinha saído do quarto dele. Duval ia pagar por isso.
— Duval. Ele queria ser pego. Esse grampo era para ser encontrado.
KM
Gray não dá a mínima para espiar Luca; ele só quer intimidá-lo...- ...deixá-lo
saber que ele não está seguro, que ele pode ser atingido, que ele não pode
confiar em ninguém. É a mesma merda que ele puxou com o Glauser. Essa
coisa toda é só...
Nunca em sua vida sentira o tipo de ódio pessoal intenso que sentia
neste momento por Duval e Gray; mesmo durante a guerra ele não odiava
seu inimigo. Era literalmente repugnante, como se seu estômago estivesse
cheio de bile, e a violência iminente fervendo logo abaixo de sua pele o
assustou.
Tão pessoalmente.
— Isso não parece certo, disse Ryder para Clarke. — Esses ataques são
KM
muito pessoais. Eles são vingativos. Isso poderia fazer sentido se Gray estiver
tentando chegar a D'Amato, mas não parece mais assim. E se for Luca o alvo
principal... eu não tenho certeza se ele e Gray já se conheceram. Não há
motivo para Gray querer machucá-lo tanto assim.
Ryder sabia que ele não deveria segui-lo, não em seu atual estado de
espírito, mas também poderia ter sido um ímã puxando-o para Duval por
tudo que ele conseguia se impedir. Sua raiva cresceu a cada passo que ele
dava.
— Duval!
Isso foi a gota d’água. De jeito nenhum Duval saberia o nome de Ryder
a menos que ele estivesse preparado de antemão.
KM
— Ah sim. Estou muito envergonhado disso. Duval balançou a cabeça.
— Ciúme é uma aflição com a qual todos lutamos, às vezes, não?
—Ciúme, minha bunda. Você acha que não sabemos que Warren Gray
pagou a você para fazer isso?
— Eu não sei de onde você tirou essa ideia, Sr. Ryder, mas você está
enganado. Não falo com Warren Gray há anos.
Duval voltou para o carro. Seu pouco caso fez a raiva de Ryder
transbordar, e ele avançou rapidamente para bloquear o caminho de Duval,
entrando forte em seu espaço, usando seu tamanho para intimidar de uma
maneira que ele normalmente tentava não fazer. Ele estava apenas
vagamente ciente de Clarke, observando-os com desconforto.
Dando um passo para trás, Duval olhou Ryder de cima a baixo. Uma
sugestão de preocupação apareceu em seus olhos pela primeira vez. Bom.
KM
realmente uma foda esplêndida.
O choque - que Duval pudesse ser tão cruel a ponto de dizer tais
coisas, que ele ousou - deixou Ryder sem palavras.
— Talvez eu não esteja contando nada que você já não saiba, hmm?
Vocês dois o tiveram? O menino realmente não consegue manter as pernas
fechadas para qualquer homem que demonstre interesse. Ele pode até me
deixar outra vez...
Ryder socou Duval no rosto, tão forte que ele caiu no chão com um
pequeno grito. Clarke se lançou para frente e agarrou o braço de Ryder,
sibilando algo ao longo das linhas, você está louco, estamos na frente de uma
delegacia de polícia, mas Ryder mal podia ouvi-lo. Suas orelhas estavam
ressoando, visão turva de vermelho. Ele empurrou Clarke, tentando chegar a
Duval. A visão do sangue jorrando por trás da mão que Duval havia
pressionado em seu rosto encheu Ryder de uma satisfação terrível e
selvagem.
KM
ele nem sequer reconheceu como sua própria.
— É melhor você esperar que ele não faça acusações, disse Clarke.
— Ele não vai. Ele não quer que a polícia olhe mais de perto para ele.
KM
ter. Clarke deu-lhe um sorriso raro. — Com alguma sorte, você quebrou o
nariz do filho da puta.
*****
KM
Ele ainda não tinha, realmente. Não era como se Duval o tivesse
estuprado...- ...mas ele seduzira Luca sob falsos pretextos e o fodido com
segundas intenções. Ele usou Luca como uma ferramenta e Luca caiu nisso.
Deus, Luca fingira ser virgem, quando Duval sabia muito bem que ele
não era nada disso. A humilhação daquilo o cortou até os ossos, sabendo o
quanto Duval deve ter divertido com seu jogo.
Luca se virou e levantou o rosto para o jato quente. Isso machucou sua
pele, mas não fez nada para fazê-lo se sentir menos estúpido, ou menos
usado.
O raciocínio lógico não fez nada em face do terror que assolou o corpo
de Luca, o conhecimento - a convicção - de que algo indescritivelmente
horrível estava prestes a acontecer. Sem se incomodar em desligar a água,
KM
Luca abriu a porta do chuveiro e saiu cambaleando, escorregando duas vezes
a caminho da pia. Ele ofegou por respirar, hiperventilando, sua visão
embaçada com água e tontura.
O ataque foi ruim, o pior que ele teve em algum tempo, deixando-o
fraco e esgotado no momento em que acabou. Luca esticou as pernas,
respirando o mais lentamente que pôde e tomando o pulso para se assegurar
KM
de que estava bem. Ele ainda se sentia fraco, e estava encharcado de tanto
suor que precisaria tomar outro banho. Falando nisso…
Depois de tudo isso, Luca se sentia um pouco mais parecido com ele
mesmo, embora seus músculos doessem com uma dor profunda que só uma
boa noite de sono poderia curar. Ele se vestiu e estava passando um pente no
cabelo molhado quando alguém bateu na porta do quarto.
— Entre.
KM
fim de perturbar seu quarto - não para que Gray pudesse espiá-lo, mas
simplesmente para desmoralizá-lo. O grampo tinha sido colocado para ser
encontrado. Duval tinha saído mais ou menos impune.
Ele se empurrou do sofá e saiu do quarto sem olhar para trás. Ryder
seguiu-o para o corredor.
— Não, disse Luca. — Você não entende. Deve haver uma dúzia de
outras maneiras que Gray poderia ter conseguido esse grampo no meu
quarto. Ele poderia ter pago a equipe de limpeza, ou colocar no meu correio,
ou qualquer coisa. Mas ele escolheu contratar Duval, porque sabia que seria
mais fácil. Porque sou fácil.
— Eu posso ver onde sua mente está indo, mas não deveria pensar
isso. Você não fez nada de errado.
— Não foi só o que fiz com o Duval. É tudo que fiz nos últimos dois
anos. Eu sou tão vadia que até Warren Gray, que eu nunca conheci, sabia que
a maneira mais infalível de chegar a mim seria através do sexo.
KM
— Não se chame assim, disse Ryder, com a voz tensa de raiva.
Luca respirou fundo. Ele não deveria descontar isso em Ryder; não
era culpa dele. Era apenas de Luca.
— Não, eu sei. Você está certo. Eu sinto Muito. É só que... o fato de ter
ocorrido a Gray contratar Duval para fazer o que ele fez, diz muito sobre mim.
E eu não gosto do que isso implica.
KM
— Sim?
Ela correu de volta pelo caminho que tinha vindo. Luca olhou para o
envelope. Era apenas um envelope branco simples comum, mas o que encheu
Luca de um pressentimento ruim foi que seu nome e endereço foram
digitados em vez de manuscritos, e não havia endereço de retorno.
UM ADMIRADOR
KM
Capítulo Vinte e Três
— Só mais uma pessoa paga para fazer o trabalho sujo. Nós não
podemos nem rastreá-la, porque o serviço não tem câmeras de segurança
interna...- ...e é provavelmente por isso que ela foi escolhida em primeiro
lugar.
KM
vinho tinto e caldo de carne por cima. — E Luca não tem ideia de quem
poderia ter enviado?
— Não.
— Ele jura que não. É muito específico para ser Gray, o que significa
que ele deve estar trabalhando com...- ou para -...outra pessoa, mas Luca não
sabe quem. O que não foi surpreendente. Se o Admirador fosse um homem
que Luca tratara mal no passado, o que a nota parecia sugerir, então a lista
de possíveis suspeitos seria tão longa quanto a de Ryder.
KM
— É mais que isso. Ele se culpa pelo que aconteceu com Duval - por
seu histórico ter dado a Gray a oportunidade de chegar até ele.
Ryder assentiu.
— Ele fala comigo sobre tudo, exceto isso. Eu pensei em falar sobre
isso com ele, mas é difícil saber o que dizer. Eu amo Luca como um filho. Eu
quero dizer a ele que sexo é apenas algo que ele deveria compartilhar com
pessoas que ele confia e que o respeitam, mas ao mesmo tempo, eu não quero
que ele pense que sexo é errado, ou que eu estou condenando-o pelo que ele
fez no passado.
KM
sedutores e cartas anônimas assustadoras? Como eu o protejo de coisas
assim?
— Eu não acho que você pode. Tudo o que você pode fazer é apoiá-lo
e estar presente quando ele precisar de você.
Ryder duvidou que Sheila estaria agindo com tanta aprovação se ela
soubesse que Ryder tivera seu pênis na garganta de Luca menos de uma
semana atrás. A vergonha repentina fez com que ele se afastasse. — Vou ver
se consigo convencê-lo a sair do quarto dele.
KM
— Luca, sou eu. Posso entrar?
— Sim.
— Não.
— E McCall? Você já falou com ela? Ryder sabia que Luca considerava
McCall mais uma amiga do que um guarda-costas, e que o sentimento era
mútuo.
KM
Claro que não. Luca geralmente era uma borboleta social , mas
quando algo real acontecia, quando ele estava assustado ou chateado, ele se
acovardava e se tornava um introvertido de classe mundial.
— Não há nenhum lugar que eu queira ir, disse Luca, ainda teimoso,
embora Ryder pudesse ver que ele tinha um nervo.
KM
Luca sacudiu a cabeça. Ryder estreitou os olhos, frustrado, e depois
teve uma ideia.
KM
do sedutor charmoso, Luca era um geek da ciência em seu coração. Cinco
minutos depois do episódio, Ryder nunca o viu tão encantado.
Não exatamente a reação que ele estava esperando, mas cem vezes
melhor do que antes. Ele aceitaria isso.
Will e Claire estão agindo de forma super estranha. Acho que eles
estão se divorciando.
KM
Ryder pressionou Send, então percebeu que Luca estava olhando para
ele. — O que?
Ele pensa que é Andy, Ryder percebeu, sem saber se deveria estar
satisfeito ou envergonhado pelo ciúme mal escondido de Luca. Então ele se
lembrou de que ele mal falava com Andy desde que eles tinham vindo a
Aspen, e as balança pendeu para a vergonha.
KM
Ryder levantou as sobrancelhas. — É Will, na verdade. O que te fez
pensar em Charles?
— Apenas os três.
— Deve ser bom, disse Luca, voltando sua atenção para a TV.
O grunhido de dor que Ryder fez não era totalmente falso. — Jesus,
KM
você tem pernas fortes.
Ryder ainda estava rindo quando seu telefone tocou mais uma vez. Ele
olhou para baixo, mas o identificador de chamadas tinha um número nele
que ele não reconheceu. Código de área de DC, no entanto, o que significava
que Morgan havia se esquecido de recarregar o telefone e estava enviando
mensagens de texto a partir do celular de um amigo dela. Revirando os olhos,
Ryder abriu a mensagem.
An_admirer@kmail.com.
Quando ele saiu do quarto de Luca, Ryder foi frustrado pelo desafio
de encontrar um espaço privado. Hurst estava em seu quarto, e o resto dos
KM
quartos a que ele tinha acesso eram todos de uso público. Ele acabou
mergulhando na lavanderia vazia e trancando a porta atrás dele.
No segundo que Ryder viu que o anexo era um arquivo de áudio, ele
sabia o que era, e se amaldiçoou por não ter considerado a possibilidade
antes. Suas mãos tremiam quando ele abriu e pressionou Play.
Ryder pulou para frente para um ponto aleatório no arquivo, que foi
de quase cinquenta minutos de duração. Agora era tudo respirações ásperas
e gemidos apaixonados e ruídos de sucção, em seguida, uma tosse e ele
mesmo dizendo: — Não...- ...não force, em uma voz tensa com a agonia do
prazer.
KM
A resposta chegou menos de um minuto depois.
*****
KM
diante das implicações horripilantes do e-mail, ouvir Ryder dizer que essas
palavras eram tão excitantes agora quanto na primeira vez.
Ele entregou o telefone de volta para Ryder sem olhá-lo nos olhos. —
Ele vai tentar chantagear você.
— Bem, eu acho que seu primeiro erro foi me dizer sobre isso.
Luca quis dizer isso como uma piada, mas Ryder não riu. Ele se sentou
na cadeira e virou-a para a cama, pegando as mãos de Luca e segurando-as
até que Luca fizesse contato visual. — Eu mostrei para você porque eu quero
que você saiba que não há nada que ele possa fazer que me faça trair você, ou
te machucar de alguma forma. Eu não me importo se ele envia a gravação
para sua mãe. Eu não me importo se ele envia para meus pais, ou toca em
todas as estações de rádio do país. Sua segurança é minha primeira
prioridade, sempre.
O instinto de beijar Ryder foi tão esmagador que Luca teve que
morder a língua para se impedir de fazê-lo. Ele poderia dizer a Ryder o
quanto significava cada palavra que ele disse, e a enxurrada de intensa
emoção que desencadeou foi... confusa, para dizer o mínimo. Luca não tinha
certeza se merecia a proteção de Ryder, muito menos sua lealdade.
Já era ruim o suficiente ele ter arruinado a vida de Glauser; ele nunca
se perdoaria se ele arruinasse a de Ryder também. Mas Ryder não estava nem
KM
pensando nisso. Aqui ele estava sendo ameaçado, e tudo o que ele se
importava era ter certeza de que Luca se sentia seguro. Ele nem estava de
plantão agora, mas ele estava saindo com Luca, tentando fazê-lo se sentir
melhor - e Luca tinha sido um total babaca sobre isso.
Ele sabia que não estava imaginando o olhar de alívio em seu rosto. —
Para onde?
KM
eu estava prestes a ligar para você...- Ela parou com uma carranca. — Quem?
Ryder veio por trás de Luca na porta. Luca desejou que ele não ficasse
tão perto; sua mera presença aqueceu a pele de Luca e o fez querer esquecer
aquela promessa estúpida que ele fez.
— Ela está no portão da frente, pedindo para ver você. Diz que você
conhece o marido dela.
Ele foi esperar por ela na sala de estar, Ryder ao seu lado, Phoebe
seguindo a uma distância discreta. Demorou alguns minutos até que um dos
guardas de segurança chegasse acompanhando Vanessa Huber do primeiro
KM
andar. Luca a tinha visto na montanha, esperando com a ambulância, mas
ela estava tão empacotada na hora que ele nunca a teria reconhecido. Ela era
bonita de uma forma clássica como uma mãe de futebol - cabelos castanhos
cortados em um penteado elegante, pele bronzeada, linhas de sorriso ao
redor da boca e enrugando os cantos dos olhos - e ela estava olhando ao redor
da sala em franca admiração.
— Senhora. Huber? Luca disse, quando ficou claro que ela não ia falar
primeiro.
— Sim.
Luca não sabia como responder a isso, mas ela não parecia esperar
que ele o fizesse. Ela o soltou com um sorriso, olhos molhados, e se virou
para Ryder.
— Sim, senhora.
KM
Vanessa apertou a mão de Ryder com as duas em vez de abraçá-lo,
embora Luca pudesse entender por que uma mulher pequena poderia hesitar
em abraçar um homem estranho do tamanho de Ryder. — Obrigado. Bill me
contou o que vocês dois fizeram por ele; eu não posso te agradecer o
suficiente.
Ele levou Vanessa para a cozinha, onde Sheila tinha algo no forno que
cheirava incrível. Apresentações foram feitas, e então Sheila levou Noah e
empurrou-o para que pudessem ter algum espaço. Luca serviu três xícaras
de café.
KM
Vanessa e Ryder na mesa.
Luca quase deixou cair a caneca; ele podia sentir a súbita tensão de
Ryder sem sequer olhar para ele. — Ryder não é meu namorado; ele é meu
guarda-costas.
— Não, claro que não, disse Ryder. Ele tinha um aperto de nós de
dedos brancos na caneca de café.
Vanessa sorriu com evidente alívio. — Tudo bem. Eu não vou ocupar
muito mais do seu tempo - há apenas uma coisa que eu quero te dar. Ela
cavou em sua bolsa enorme até que ela retirou um pedaço de papel vermelho
KM
brilhante. — Meus filhos fizeram isso para vocês dois.
Ela entregou o papel para Luca. Era um cartão feito à mão, claramente
criado por crianças em idade escolar, com uso liberal de giz de cera e glitter.
A frente dizia: OBRIGADO POR SALVAR O NOSSO PAIZINHO! com vários
grandes rostos sorridentes. No interior, havia um desenho de um homem e
uma mulher com duas meninas, com um arco-íris e um enorme sol amarelo.
KM
Capítulo Vinte e Quatro
Depois que eles voltaram para Bethesda, Ryder dormiu por catorze
horas seguidas. O que eventualmente o acordou foi a batida forte de uma
porta próxima, seguida por batidas irregulares e zangadas do quarto de Luca.
— Eu não sei. Ele esteve com sua mãe por uma hora, e os dois
gritavam, mas eu não sabia o que dizer. Então ele saiu correndo e correu até
aqui sem dizer uma palavra. Ela estremeceu com um baque particularmente
violento que ecoou por trás da porta fechada. — Estou tentando decidir se
quero arriscar entrar ou não.
KM
chegando, ok?
Quando não houve resposta, ela abriu a porta, e ela e Ryder pararam
no limiar.
Ryder assentiu, ignorando o olhar curioso que McCall lhe deu antes
de começar a atravessar o campo minado de livros jogados e bugigangas
quebradas.
KM
o chão e você não está usando sapatos.
— Sim. Ela acha que, depois do que aconteceu com o Duval, eu preciso
melhorar minha reputação. Ela quer que eu tenha um namorado respeitável,
para que Gray não pense que ele pode usar o sexo para me pegar de novo.
KM
própria McCall. Luca apoiou os cotovelos nos joelhos e enterrou as mãos nos
cabelos, fechando os olhos. Por um longo momento, nenhum deles falou.
— Eu tenho certeza que ela não espera que você durma com ele, disse
Ryder, embora ele tinha dúvidas particulares. — É só para mostrar, certo?
Quem é esse cara afinal?
KM
— Eu realmente não tenho escolha. Ela disse que se eu encontrar um
namorado de verdade, alguém apropriado e que ela aprove, então eu posso
“terminar” com Wakefield. Mas até então... Luca encolheu os ombros. — Eu
devo encontrá-lo na festa de Ano Novo da Fairburn Howard hoje à noite.
Haverá imprensa lá, toda essa besteira de coluna social e merda.
Ryder estava planejando passar a noite com seus pais, mas levou
menos de um segundo para mudar de ideia. — Vou mudar de turno com a
Song. Tenho certeza que ela não vai se importar.
— Não, Ryder, eu não quis dizer... eu não quero que você desista de
sua folga por mim.
KM
porque ele realmente não gostou do olhar que McCall estava dando a ele. —
Eu os verei hoje a noite.
Ele fechou a porta atrás dele para lhes dar privacidade, então correu
de volta para seu próprio quarto e agarrou seu celular. O identificador de
chamadas, assustadoramente, dizia que era Evelyn D'Amato ligando. Ela
tinha algum tipo de sexto sentido que dizia quando as pessoas estavam
falando dela?
— Sr. Ryder, eu sei que você não está trabalhando hoje, mas eu queria
saber se você pode se juntar a mim no meu escritório por alguns minutos.
Ryder estava esperando que ela lhe contasse sobre o namorado que
ela arranjou para Luca, então dizer isso o deixou surpreso como se a notícia
fosse uma espécie de subestimação. — Posso perguntar por que?
KM
— Quando voltamos ontem à noite, ela veio a mim com preocupações
de que você poderia estar tendo um relacionamento sexual com Luca.
Oh, Jesus. É claro que ela tinha - ela estava de plantão quando ele e
Luca haviam chupado um ao outro, e eles não foram particularmente
silenciosos. Hurst tinha sido tão “deixa acontecer” sobre a coisa toda que
Ryder não pensou em considerar que Christianson poderia se sentir
diferente. E então ele estivera tão preocupado com a situação de Duval e o
colapso nervoso de Luca...
Ryder ficou tão espantado com a hipocrisia de D'Amato que ele não
conseguiu formar uma frase coerente. Ela achava que as relações sexuais de
Luca não eram da conta dela.
KM
— Entrarei em contato com as agências habituais imediatamente.
****
A pior parte de toda a situação era saber que se a mãe dele sugerisse
o esquema para ele e, em seguida, pedisse-lhe para fazê-lo, ele
KM
provavelmente teria concordado. Era uma boa ideia; um namorado agiria
como um amortecedor, forçando Gray e seu comparsa misterioso a encontrar
outro caminho através das defesas de Luca. Mas ela não perguntou. Ela tinha
acabado por forçar todo o arranjo sobre ele, como se ele fosse uma
propriedade que ela pudesse dispor à vontade.
Uma grande parte dele queria dizer a Evelyn para ir se foder e depois
se recusar a participar da festa, e ainda se recusar a brincar de casinha com
o filho de Wakefield. Ele não podia fazer isso, porém, não se ele quisesse tirá-
la de suas costas. Talvez a concordância dele a fizesse deixá-lo em paz por
um tempo.
Luca olhou para o relógio, sabendo que não poderia ficar ali parado
por muito mais tempo. Ele pegou o celular e saiu para o corredor, exatamente
quando Ryder estava saindo de seu próprio quarto.
KM
quarto em Aspen, quando eles tinham...
KM
o trabalho escolar, porque ostentar uma ereção sentado ao lado de sua mãe
era um pouco depravado demais, mesmo para seus padrões.
Pelo menos ele tinha Siobhan para lhe fazer companhia. Ryder
manteve uma distância discreta, mas ele nunca permanecia tão longe que
Luca não pudesse sentir sua presença. Na verdade, foi meio que perturbador,
porque Luca podia sentir Ryder o observando, e ele continuava tendo que
lutar contra o desejo de se virar e olhar para ele.
KM
— Luca, você se lembra do Sr. Dorian, disse Evelyn, arrancando-o fora
do torpor desfocado que ele tinha caído.
Ainda assim, Dorian deu um sorriso fraco para Luca. — Muito bem,
filho. É bom te ver em casa. Como foi Aspen?
— Muito agradável. Você não foi este ano? Luca não tinha pensado
sobre isso na época, mas era estranho que Dorian não estivesse na festa de
Natal.
KM
Dorian se afastou, costas inclinadas como se sentisse dor. Luca estava
preocupado o suficiente para deixar de lado sua raiva com a mãe e perguntar:
— O que há de errado com ele?
— Não tenho certeza; ele não me diz nada específico. Tudo o que sei é
que ele está sob muito estresse, e ele teve um número incomum de licenças
pessoais nos últimos meses.
— Siobhan, ele disse, mas como ele não havia respirado nos últimos
dez segundos, então isso saiu como um sussurro sem ar. Luca pigarreou,
virando-se para ela e agarrando seu cotovelo para chamar sua atenção. —
Shiv, esse cara, ele não parece...-
KM
Luca se virou e piscou. O homem havia desaparecido.
— Eu...- Luca olhou ao redor da sala; o homem não estava à vista. Era
como se ele tivesse desaparecido no ar - ou, mais provavelmente, como se
Luca tivesse imaginado vê-lo em primeiro lugar.
— Nada, esquece.
— Talvez.
KM
Luca havia conhecido Nate Wakefield antes, claro, mas ele estava no
ensino médio na época e Nate era alguns anos mais velho, então eles quase
nunca conversavam. Embora Nate tivesse herdado a boa aparência clássica
de seu pai, ele estava muito ciente disso, e tudo sobre ele era um pouco
demais...- muito produto em seu cabelo castanho escuro, perfume muito
caro, seu aperto de mão muito parecido com uma carícia. Ele colocou muito
esforço em sua sombra de cinco horas artisticamente preparada, tentando
fazer com que parecesse descuidado, mesmo que fosse tudo, menos isso.
Luca instantaneamente não gostou dele.
Depois que Luca apertou a mão de Nate, ele apresentou Siobhan aos
dois homens como seu amigo, e então Evelyn pegou o braço de Oliver
Wakefield. — Onde está Clarissa? Ela perguntou. — Eu sinto que não a vejo
há anos.
KM
alguém iniciava um relacionamento falso? O que ele deveria dizer? E...- algo
que não ocorreu a Luca antes daquele momento - ...e se Nate se ressentisse
disso tanto quanto ele próprio?
Ele pensou que ter Siobhan por perto tornaria isso mais fácil, mas na
verdade estava fazendo com que ele se sentisse mais autoconsciente. — Eu
não quero impedi-la de se divertir, ele disse a ela, que era o sinal pré-
combinado de que não havia problema em deixá-lo sozinho.
Uma vez que eles estavam sozinhos, os olhos de Nate viajaram pelo
corpo de Luca, os lábios se curvando em um pequeno sorriso. — Você sabe,
eu não teria discutido com o meu pai tão duro sobre isso, se eu soubesse que
pequena coisa bonita você era.
KM
— Tenho certeza que você acha isso muito lisonjeiro, ele disse,
deixando o gelo penetrar em cada sílaba.
Ok, talvez a polidez falsa e fria tenha sido um pouco demais, mas Luca
ainda não estava interessado. Ele mudou de tática para o de inocente-ferido-
com-passado-problemático.
KM
posso respeitar isso. Nate deu um passo mais perto de Luca, invadindo seu
espaço.
Sua postura, seu tom, suas palavras - cada indicação dizia que Nate
estava sendo completamente sério. Mas quando Luca olhou em seus olhos,
ele viu um brilho de diversão ali.
Foi nesse momento que Luca percebeu que ele e Nathaniel Wakefield
tinham muito em comum.
Toda vez que Luca alterou sua personalidade para tentar ganhar
vantagem, Nate fizera o mesmo. Ele conhecia todos os truques de Luca,
porque eles eram seus truques também. Como se sentisse a mudança na
consciência de Luca, o sorriso de Nate cresceu mais. — Eu posso fazer essa
dança com você a noite toda, querido.
KM
Luca tirou a mão do aperto de Nate e deu um passo para trás, com a
mente em uma corrida. Não era como se ele nunca tivesse conhecido alguém
como ele antes, mas ele geralmente fazia questão de ficar o mais longe
possível deles. Nada que ele fizesse ou dissesse daria a ele o controle dessa
situação, não quando Nate acabava combatendo cada movimento com um
dos seus…
— Hum, sim, claro. Luca estava muito agitado para questionar sua
formalidade.
— Com licença, senhor, disse Ryder para Nate, e então levou Luca
para um canto sossegado.
— Não dessa vez. Nate é… ele é como eu. Quando Ryder franziu a
KM
testa, Luca acrescentou: — Manipulativo. Ele vê através de mim com tudo
que eu tento me defender. Tendo isso em vista, eu não tenho certeza se ele
quer me foder. Ele pode estar apenas fingindo para me desequilibrar. Isso
tudo é um jogo para ele.
— Ele sabe sobre Duval, disse Luca, um pouco mais aterrado. —Sobre
o Glauser. Provavelmente até mais que isso. E ele está sendo tão agressivo.
Só vai piorar se eu não acabar com isso. Ele está me tratando como...- Luca
parou, depois suspirou. — Ele está me tratando do jeito que eu te tratei
quando nos conhecemos.
— Não, ok, isso é mentira, disse Ryder. — Houve dias em que tinha
que fazer de era tudo para não te dar um soco.
Mais uma vez, Luca ficou impressionado com a sensação de que Ryder
era bom demais para ele. Ele colocou isso de lado para se concentrar em
KM
preocupações mais prementes. — Eu não sei o que fazer. Não tenho ideia de
como lidar com ele, mas estou preso a ele e não posso deixá-lo me vencer.
— Não seja um idiota, disse Luca, mas teve que rir. Alguma da tensão
se esvaiu de seus ombros. — Você realmente acha que isso funcionaria?
Luca reconheceu isso, pelo que era...- ...um pequeno elogio oferecido
deliberadamente para ajudá-lo a controlar sua ansiedade. Apenas o fato de
que Ryder estava disposto a fazer isso, que ele conhecia Luca o suficiente
para saber exatamente o que precisava, significava mais do que a admiração
em si. Luca sorriu de volta. — Você também.
Ele se juntou a Nate, que usara esse tempo separados para obter dois
KM
copos de champanhe, um dos quais ele entregou a Luca. Desde que era
improvável Nate querer drogá-lo no meio de uma festa lotada com ambos os
pais presentes, Luca não hesitou em aceitar.
— Eu não posso acreditar que você deixaria uma coisinha assim parar
você.
Nate voltou sua atenção para Luca, pegando a mão que não estava
segurando o copo e entrelaçou seus dedos juntos. — Então, por que você e eu
KM
não vamos a algum lugar um pouco mais silencioso? Se deveríamos ser
namorados, talvez devêssemos... conhecer um ao outro melhor.
Luca queria jogar sua bebida no rosto de Nate e causar uma cena
enorme. Ele poderia fingir estar interessado, obter Nate nu e depois "mudar
de idéia" no último minuto. Ele queria fingir estar doente e exigir que sua
mãe o mandasse para casa. Mas ele não conseguia fazer nada disso, porque
não era assim que você vencia um homem como Nate Wakefield.
Nate piscou, uma expressão de puro espanto cruzando seu rosto; ele
não resistiu quando Luca soltou suas mãos. Depois de alguns segundos, ele
disse: — Você realmente quis dizer isso, não é?
— Sim.
— Por quê? Nate não pareceu ofendido, apenas curioso. — Eu sei que
não é minha aparência.
Ugh. — Minha mãe me forçou a isso, disse Luca. — Dormir com você
iria me fazer sentir como uma prostituta. Além disso, eu só conheço você há
dez minutos e eu já não aguento você.
Luca não podia acreditar em como era bom dizer isso. Essa coisa de
honestidade tinha seus benefícios.
KM
Nate olhou para ele um pouco mais. Então ele deu um sorriso. —Deus,
você é sexy como inferno. Sabe quanto tempo se passou desde que alguém
me disse para ir me foder?
— Por favor. Não me diga que você não é um fundo. — O olhar de Nate
varreu-o da cabeça aos pés.
Luca revirou os olhos; ele poderia dizer que Nate estava brincando
principalmente neste momento.
― Vamos apenas sentar para que possamos acabar com esse show de
merda.
KM
maioria dos convidados ainda estava circulando, mas Luca e Nate se
sentaram em sua mesa designada, tentando fazer parecer que eles estavam
tendo uma conversa íntima, de início de relacionamento.
Luca fez o seu melhor para permanecer calmo e honesto, mas houve
algumas vezes não poderia se impedir de responder em espécie; o reflexo
estava profundamente enraizado nele para ser suprimido em uma única
noite. Ajudou a colocar seu foco em gravar os detalhes da vida de Nate na
memória: Estudante de economia em Georgetown, embora ele tenha tirado
uma licença no último semestre; morava sozinho em um apartamento fora
do campus; passava a maior parte do tempo com um grupo próximo de
amigos da escola; gostava de velejar e tênis.
KM
Ele parecia honestamente orgulhoso de si mesmo, então Luca disse:
"Parabéns", sem qualquer sarcasmo.
— Eu não sou viciado em sexo. Eu... Eu uso o sexo para controlar meu
transtorno de ansiedade, não, porra, essa era a última coisa que Nate
precisava saber. — Eu tive alguns relacionamentos sexuais que terminaram
mal. Isso é tudo.
Que porra tinha acontecido com Evelyn querendo manter sua história
discreta? — Sim, disse Luca com grande relutância.
Não tendo nenhuma boa resposta para isso, Luca concordou: — Não
me chame de querido.
KM
— Agora, isso não vai funcionar. Qualquer um que me conhece sabe
que eu sempre uso apelidos carinhosos com meus namorados. Vai parecer
estranho se você for a única exceção. Então, que tal você me dizer qual deles
você mais gosta, e eu vou ficar com isso.
Até onde Luca sabia, Nate estava dizendo a verdade; caberia com a
personalidade dele, de qualquer forma. — Querido está bem, disse ele,
porque era de longe a opção menos ofensiva que lhe tinha sido apresentado.
Ele recostou-se, os olhos desafiando Luca a jogar seu jogo, para tentar
subjugá-lo. Luca apenas olhou - em parte porque sabia que era um engano
engajar-se e em parte porque temia que Nate estivesse certo.
KM
— Sr. D'Amato? Disse a voz de uma mulher à sua direita. Ele olhou ao
redor para ver um fotógrafo profissional em pé do outro lado da mesa, com
a câmera levantada. — Posso fotografar você e Sr. Wakefield para o Post?
KM
preparação para o brinde da meia-noite. Luca se levantou para pegar um e
balançou com tontura repentina, pegando o braço de Nate para se firmar.
Luca não contou. Ele não tinha nada para olhar para frente.
— Cinco... quatro...-
KM
encostado na parede oposta, sem contar, apenas observando Luca com os
braços cruzados. Ele provavelmente estava enojado com o que Luca estava
prestes a fazer.
— Três... dois…-
Ryder sorriu, olhos quentes e enrugando nos cantos. Isso foi tudo,
apenas um simples sorriso, mas isso fez Luca ficar sem fôlego na garganta.
17 Auld Lang Syne é uma tradicional canção em scots, típica de Ano Novo
KM
Capítulo Vinte e Cinco
Ele recuou da porta. Ryder tirou as botas para evitar a neve sobre o
tapete imaculado de Andy, depois tirou o casaco e pendurou-o no suporte ao
lado da porta.
Demais. — Sim. É sobre isso que eu quero falar com você, na verdade.
Podemos nos sentar?
KM
Eles se mudaram para a sala e sentaram no sofá. Talvez sentindo a
tensão de Ryder, Andy não se enrolou ao lado dele do jeito que costumava
fazer.
— Há algo errado?
O rosto de Andy caiu sobre si mesmo; foi doloroso assistir. Foi por
isso que Ryder pediu para ele esperar...- ...ele claramente achou que Ryder
estava aqui para terminar com ele.
KM
se nossas posições fossem invertidas. Ryder pegou as mãos de Andy e
encontrou seus olhos. — Eu sinto muito, Andy, e se você está disposto a me
dar outra chance, eu prometo que isso não acontecerá novamente. Eu quero
estar com você, só você, se você ainda me quiser.
Andy mordeu o lábio, olhando para as mãos unidas. Ele não tentou se
afastar. — Quem foi? O cara.
KM
teria suspeitado.
— Sim, eu ainda quero você, disse Andy contra sua boca. — Você está
certo, nunca dissemos que seríamos exclusivos, mas quero dizer agora. Eu
não quero que vejamos outras pessoas.
— Nem eu.
Andy saiu do sofá, puxando Ryder para ficar em pé com ele. —Vamos.
Ryder o seguiu até que ele percebeu que Andy estava indo para o
KM
quarto, que eles haviam concordado em evitar, no interesse de não levar as
coisas longe demais. — Andy...-
— Tudo bem, disse ele, deixando Andy levá-lo para o quarto. Era tão
imaculado quanto o resto da casa, com uma cama queen size perfeitamente
feita tomando o centro do quarto.
KM
começar a pensar que Andy poderia estar satisfeito com isso, afinal, quando
Andy se apoiou debaixo de Ryder e tirou sua camisa.
Ele enfiou a mão dentro das calças de Ryder e apertou seu pênis
através de sua cueca. Ryder gemeu, os quadris empurrando, e baixou a
cabeça na curva do pescoço de Andy. Sua respiração ficou mais rápida
KM
quando Andy o esfregou com movimentos tortuosamente lentos que fizeram
suas bolas doerem.
— Porra, Deus, disse Ryder. Ele sempre foi um otário para conversa
suja. — Okay. Okay. Ele beijou Andy com força na boca, em seguida, ajudou-
o a tirar a calça e a cueca antes de tirar a sua. Uma vez que ambos estavam
nus, Ryder se debruçou sobre Andy novamente e beijou-o profundamente.
Ryder deu atenção ao pau e às bolas de Andy por alguns minutos, até
KM
obter Andy se contorcendo e implorando sem parar. Ele se afastou o
suficiente para cobrir os dedos de sua mão direita com lubrificante antes de
voltar ao trabalho, provocando Andy com os lábios e a língua enquanto ele
trabalhava com um dedo em sua bunda.
— Eu vou ter certeza de que você está pronto, disse Ryder, beijando o
interior de sua coxa.
Ryder foi fiel à sua palavra; quando ele parou para enrolar o
preservativo, Andy estava solto e molhado e quase insensível de prazer.
KM
Rastejando de volta o corpo de Andy, Ryder disse: — Você quer fazer isso
desse jeito? Pode ser um pouco estranho, com a diferença de altura.
— Eu posso parar...-
KM
cuidadosos de seus quadris, avançando uma polegada de cada vez, puxando
para fora e empurrando de volta até que os músculos de Andy começaram a
relaxar e se abrir para ele. Quando ele chegou mais do que na metade do
caminho, ele se inclinou para frente e apoiou as mãos em cada lado dos
ombros de Andy, respirando uniformemente pelo nariz para manter sua
excitação sob controle.
Ele não pôde evitar um gemido quando ele chegou ao fundo, as bolas
pressionadas contra o traseiro de Andy. Andy tinha os olhos fechados, uma
mão acariciando seu próprio pênis, a outra percorrendo as costas e o ombro
de Ryder.
KM
— Muito áspero?
— Muito fundo.
O novo ritmo era mais frustrante para Ryder do que perfeito, mas ele
ignorou suas próprias necessidades e se concentrou em Andy. Ele
experimentou, descobrindo o que agradava a Andy, o que o fazia gritar de
prazer e o que o fazia grunhir de dor. Andy estremeceu todos os momentos
em que Ryder alcançasse muito fundo ou empurrasse com muita força, mas
quando Ryder era lento e gentil, provocando sua próstata, Andy se dissolvia
em gemidos guturais e sussurrava palavras de encorajamento.
KM
adquirindo o brilho flutuante e pacífico que ele às vezes experimentava
quando se concentrava intensamente em seu parceiro. Andy era a única coisa
no mundo que existia para ele; seu único objetivo era o prazer de Andy. Ryder
estava ciente de todos os sons que Andy fazia, cada movimento de seu corpo,
e ele se ajustou de acordo, usando seu próprio corpo para dar a Andy tudo o
que ele queria.
— Por que você parou? Ele murmurou. — Você não gozou, não é?
KM
orgasmo.
Não. Seria ainda melhor se Ryder fosse o único em suas costas, pulsos
e tornozelos amarrados nas colunas da cama, Andy o cavalgando enquanto
KM
Ryder dava golpes duros e profundos nele por baixo. Ryder podia ver agora,
quão bom Andy ficaria em cima dele.
— O que?
Era isso o que ele queria mais do que qualquer outra coisa: ser
mordido, arranhado, agredido, mandado em volta, insultado, seu pênis
apenas um brinquedo servindo ao prazer de outro homem. Ele queria a
serena intolerância de receber ordens, ser ligado, ser usado.
Exceto que Andy nunca faria nenhuma dessas coisas, e Ryder sabia
disso. Por isso ele não estava realmente fantasiando sobre Andy, não era?
Levou tudo que ele tinha para não desmoronar em cima de Andy,
fraco com o estranho rescaldo de um orgasmo que tinha sido mais
psicológico do que físico. Ele demorou alguns segundos para recuperar o
KM
fôlego, depois retirou-se com muito cuidado, tirando o preservativo e
jogando-o na cesta de lixo.
*****
Luca estava enrolado na cama, passando por The Sound and The
Fury18, que ele deveria ler para a disciplina de Literatura Inglesa Avançada
durante as férias, mas o tinha iniciado apenas ontem. Era uma luta manter
os olhos na página, e a prosa do fluxo de consciência não estava ajudando.
Ele estava particularmente no limite desde a véspera de Ano Novo três noites
antes, estufado de ansiedade por causa de Nate - e então Phoebe tinha saído
do nada, sem sequer dizer adeus. Ryder disse que ele não sabia por que, mas
Luca sabia que era porque ela finalmente se cansara de suas travessuras e
não podia mais estar perto dele. A mesma coisa aconteceu com Scheller e
18 The Sound and the Fury é um romance do escritor estadunidense William Faulkner, em que são utilizados
vários tipos de narrativa, incluindo a técnica conhecida como fluxo de consciência
KM
Warnock após o fiasco em Armistead e outros guardas antes deles. Além de
tudo isso, seu cérebro estava nebuloso e confuso com os efeitos de tomar
muito Ativan em um período de tempo muito curto. Ele tinha conseguido
lidar bem com isso antes de Duval.
— Bom que você está aqui. Luca se sentou e jogou o livro no chão. —
Eu realmente poderia usar um pau na minha bunda agora.
Ashton revirou os olhos. — Você diz as coisas mais doces, disse ele,
mas estava sorrindo.
— Meu ex nunca me deixa fazer isso, disse ele. — Você sabe, estilo
cachorrinho.
KM
muito tempo que o posicionamento tinha muito pouco a ver com quem
estava encarregado de um encontro sexual.
Então Ashton disse: — Sinto muito. Sinto muito por te chatear, por
ter sido tão idiota e por demorar tanto para me desculpar.
KM
— Meus pais estavam falando sobre isso.
Ah. Luca realmente deveria facilitar isso para ele, agora que ele sabia
do que se tratava, mas tudo o que ele disse foi: — Então?
Embora Luca não esperasse que isso acontecesse tão cedo, ele sabia
que acabaria saindo, e ele já pensara em como lidar com isso. Mas quando
ele abriu a boca para mentir para Ashton, ele descobriu que simplesmente
não conseguia. — Sim, eu estava em um encontro com meu novo namorado
falso.
— Um… quem?
Luca virou de lado, encarando Ashton. — Você tem que prometer não
contar isso para ninguém. Nem mesmo a Gabby.
KM
haviam conspirado contra eles para organizar o relacionamento deles, e
como tudo ficou ainda pior com a atitude desgraçada de Nate. Ele conseguiu
evitar qualquer menção a Duval ou Gray, fazendo parecer que sua mãe tinha
ficado de saco cheio de vê-lo fodendo ao redor e queria que alguém o
mantivesse na linha.
— Não. Ela é uma cadela de coração frio, mas ela não é louca. Eu...
Luca não podia dizer a Ashton por que ter um namorado iria protegê-lo, não
sem revelar o assédio de Gray. — Eu entendo onde ela está querendo chegar.
Eu só queria que ela não tivesse forçado isso em mim.
Ashton parecia tão ultrajado em seu nome que Luca teve que sorrir.
— Mãe disse que posso terminar com Nate se eu encontrar um namorado de
verdade. Neste ponto, eu levaria quase qualquer pessoa sobre ele. Ele está se
esforçando tanto para entrar na minha calça que é ridículo.
KM
mãos.
— Luca! Isso não é legal. Você contou a sua mãe sobre isso?
Agora foi a vez de Luca ficar surpreso. Ele sentou-se também, olhando
para Ashton. — Você faria isso por mim?
KM
— Sim. Um pensamento perturbador atingiu Luca, e ele mordeu o
lábio antes de se decidir se ele deveria perguntar. — Você está...- você está
oferecendo isso apenas porque você está tentando me proteger, certo? Não
porque você realmente quer ser meu namorado.
Ashton piscou. — Acho que não. Eu não sei; eu nunca pensei sobre
isso. Quero dizer, eu adoro sair com você e penso em foder você o tempo
todo...- como, todo o tempo, meio fora de controle. Como você diferencia esse
tipo de sentimento dos que você teria sobre um namorado?
Oh, não, Luca pensou com horror, porque isso parecia familiar
demais.
— Agora que estou dizendo isso em voz alta, posso afirmar com
KM
certeza - não, eu não me sinto assim em relação a você, disse Ashton,
indiferente ao desânimo de Luca. — Eu tenho esse sentimento - como se eu
quisesse cuidar de você, eu acho, mas não é um sentimento romântico. Eu...
Luca, você está bem? Você parece um pouco pálido.
Isso era ruim. Isso era tão ruim. Por mais arriscado que fosse Ryder e
Luca tendo um caso, seria ainda pior se Ryder fosse seu namorado. Isso viria
com uma série de novas complicações que Luca não estava preparado para
lidar.
KM
fico feliz que você tenha me contado. Eu Já estive em situações anteriores em
que eu sabia que um cara estava desenvolvendo sentimentos por mim e não
fiz nada para pará-lo, e eles acabaram se machucando. Eu não quero fazer
isso com você.
KM
Capítulo Vinte e Seis
Quanto tempo para que esse se arrependa do dia em que ele te conheceu?
UM ADMIRADOR
Song era a guarda-costas de plantão, mas ela ligou para Ryder quando
a mensagem chegou. Agora os dois estavam no quarto de Luca, observando-
o olhar para o cartão em sua mesa.
KM
Song varreu o envelope, a fotografia e a nota da mesa.
— Eu não vou deixar você ficar aqui sentado olhando para isso o dia
todo e obcecado com eles. Ela entregou a pilha para Ryder.
Luca passou a mão sobre a mesa. — Você acha que ele vai mandar
mais?
— Por quê?
KM
— Eu lhe disse para não comprar nada!
Ryder pegou seu próprio casaco em seu quarto antes de ir para o nível
mais baixo, onde Hector estava monitorando os feeds das câmeras de
segurança.
— Certo.
KM
Luca e Song estavam esperando por ele no foyer. Song já sabia onde
eles estavam indo - Ryder tinha discutido o presente com toda a equipe de
segurança em primeiro lugar - mas Luca estava claramente perplexo.
— Não. Vamos.
KM
— Mudança de planos, disse Ryder. — Luca, este é Arnold Beale. Ele
é responsável pela criação e treinamento dos cães. Beale, Luca D'Amato.
Eles apertaram as mãos. — Eu nem sabia que fazíamos isso aqui, disse
Luca.
— Eu estive pensando sobre o que você disse sobre não ter nenhuma
privacidade, e você está certo - eu não consigo imaginar como é ser
constantemente seguido em torno de sua própria casa, especialmente na sua
idade. Ryder pigarreou, desconfortável em discutir isso na frente de Beale. —
Então eu falei com sua mãe e Clarke, e nós concordamos que poderíamos
recuar um pouco aqui dentro da propriedade se você tivesse um cão que foi
treinado especificamente para protegê-lo.
KM
— Eu estou, disse Luca imediatamente. — Eu...- ...eu gostaria muito
disso. Minha mãe realmente disse que estava tudo bem?
KM
desde que seu labrador Dexter morrera há três anos. Ryder nunca confiou
totalmente em pessoas que não gostavam de cachorros.
— Não deveria ser legal eles serem tão adoráveis, disse Luca.
Beale riu. — Passe algum tempo brincando com eles, veja qual deles
você se conecta melhor. Você saberá quando encontrar o certo.
KM
— Provavelmente um ou dois. Nós vamos vender os outros para as
academias policiais ou empresas de segurança. De vez em quando, nós os
conectamos com os contatos militares de sua mãe.
KM
Luca surpreendeu Ryder segurando o cachorro para ele, como se
pedisse aprovação. Ryder a pegou e levantou para que ele pudesse olhar em
seus olhos. Ela olhou para ele solenemente por alguns segundos, depois se
esforçou para frente, tentando lamber seu nariz. Ele riu e colocou-a no chão.
— Eu gosto dela também.
— Okay.
KM
cão de guarda pessoal. Vai ser interessante.
Beale ficou para trás com os filhotes, então Ryder e Luca estavam
sozinhos na sala da frente quando Luca pegou o cotovelo de Ryder e o puxou
para uma parada. — Esta é a melhor coisa que alguém já fez para mim, disse
ele.
KM
Luca riu e deu a Ryder um empurrão brincalhão, que Ryder fingiu
ficar desequilibrado enquanto seguia Luca pela porta e de volta ao frio.
*****
Algum tipo de impulso ridículo fez Luca olhar para o vidro, como se
suspeitasse que refletisse uma realidade diferente. Não tinha, claro; o que
estava acontecendo na superfície espelhada era o mesmo que acontecia na
praça.
KM
— Luca? Candace estava olhando para ele, preocupada. Os outros dois
guardas que haviam sido convocados para acompanhá-lo a sua consulta -
Katie Edberg e Georgina - estavam dando a ele olhares parecidos.
— Eu pensei ter visto o Dr. Kranz, disse Luca, com a garganta seca.
KM
Candace. — Vamos lá.
Isso nem seria uma mentira total, já que a primeira semana de férias
tinha sido ótima, e tinha passado uma noite com Ryder... mas depois tudo
foi direto para o inferno. Luca não seria capaz de esconder isso dela, não em
seu atual estado de espírito.
KM
Para sua surpresa, Luca percebeu que ele realmente queria.
Então ele contou a ela toda a história - o que Duval tinha feito com
ele, por que ele tinha feito aquilo, qual o objetivo real de Gray, e sobre as
notas assustadoras que o Admirador havia lhe enviado. É claro que, quando
ele chegou à parte da nota que havia recebido naquela manhã, teve que
recuar e explicar quem era Nate, o que abriu uma nova lata de vermes. Ele
começou a falar mais e mais rápido, tentando tirar todas as palavras de uma
vez, só para acabar com isso, e seu corpo ficou mais rígido enquanto sua voz
ficava mais fraca com a tensão.
KM
Bebeu um pouco de água da garrafa que Andersen lhe dava no início
de cada consulta, embora tivesse dificuldades para engolir com a constrição
em sua garganta. Seus músculos estavam tão duros que era doloroso. Luca
fechou os olhos e praticou os exercícios respiratórios que Andersen lhe
ensinara até ela voltar.
Luca concordou, parando para respirar fundo cada vez que se sentia
cansado. Quando ele terminou, Andersen franziu o cenho para o bloco dela,
batendo com sua caneta nele. Pela primeira vez desde que Luca começara
suas sessões com ela, ele a estava vendo visivelmente irritada. Era
intimidante, mesmo sabendo que a irritação não estava direcionada a ele.
— Ela ainda acha que sou viciado em sexo. Ela não poderia saber o
que me forçar a isso significaria para mim.
KM
Luca não sabia a resposta para isso, então ele disse: — Eu não quero
falar sobre isso.
— Não. Bem, sim, eu acho. Eu só… acho que posso estar tomando
muito Ativan. Eu já fiz isso antes, e sinto o mesmo agora que já senti
anteriormente - como se meu cérebro pesasse demais.
— E na semana passada?
KM
que, se a ansiedade ficar fora de controle, eu faça algo estúpido como fiz com
Duval, e algo de ruim acontecerá novamente. Então eu tomo os remédios em
vez disso.
— Mas você não dormiu com Duval porque estava se sentindo ansioso,
não é?
— Não, foi só por diversão. Ainda assim, olhe o que aconteceu. Todo
mundo continua me dizendo que eu não fiz nada de errado, mas se não fosse
pelo meu histórico, ele não teria tentado em primeiro lugar. Foi minha culpa.
Estou com medo de que isso aconteça novamente...-
— Isso é compreensível.
— Não estou?
— Não é uma palavra que eu usaria para descrever você, então não.
KM
— Luca, disse Andersen, inclinando-se para frente, —...a maioria das
pessoas não vive com o conhecimento de que está em constante perigo, ou
tem que se cercar de guarda-costas 24 horas por dia para se proteger dos
inimigos de sua família. A maioria das pessoas não testemunhou o
assassinato de seu pai, ou sobreviveu a uma tentativa de sequestro, ou foi
perseguida por um ex-amante...- ...e muito menos os três. Você não é... “a
maioria das pessoas”.
Luca se mexeu em seu assento. Ele sabia que ela tinha razão, mas ele
ainda se sentia um fracasso. Uma aberração.
KM
Ter esse tipo de poder acalmou sua ansiedade. Isso fez você se sentir melhor,
e toda vez que fez isso, essa associação foi reforçada em sua mente repetidas
vezes, até o ponto em que se tornou uma compulsão. É por isso que, quando
sua ansiedade se torna insuportável, você age sexualmente e faz coisas das
quais se arrepende mais tarde.
Luca olhou para o chão, com as mãos entre os joelhos para evitar que
tremessem.
KM
Andersen sorriu. — Estou muito feliz em ouvir você dizer isso.
KM
— Ótimo. Basta trazê-lo com você a cada semana, e vamos passar
algum tempo em cada sessão passando por cima dele. Ok?
KM
Capítulo Vinte e Sete
Depois de passar o dia todo com Andy, Ryder estava atrasado para
jantar na casa de seus pais no sábado à noite. Ele parou na calçada em frente
à casa deles, jogou seu Explorer no estacionamento e pegou a garrafa de
vinho que ele trouxe quando saltou.
Sua mãe abriu a porta da frente antes que ele pudesse bater. — Estou
atrasado, eu sei, me desculpe, disse ele.
KM
Joe fez uma breve oração, e então todos se serviram, passando as
tigelas e travessas ao redor da mesa. Eles caíram em conversa fiada - a
conversa dominada como sempre por Morgan, que estava cheia de planos
para o seu vigésimo primeiro aniversário.
— Eu...-
KM
A tensão desceu sobre a mesa novamente. Seus pais e Morgan
olharam para Will até ele dizer: — Claire está grávida.
Morgan revirou os olhos. — Você sabe, eles têm essas coisas novas e
malucas chamadas telefones agora que permitem conversar com pessoas que
não estão fisicamente presentes. É quase como mágica.
— Morgan, por favor, disse Alyssa, antes de voltar sua atenção para
Ryder. — Eu teria dito a você, mas Will me disse que ele iria ligar para você.
KM
Os olhos de Will caíram para o prato dele.
Ryder a ignorou, olhando para Will. — Por que você não diz a verdade
uma vez? Você não me contou porque não queria falar comigo. Você não
pode mais ficar perto de mim. E não é porque eu era mais popular do que
você no ensino médio, ou porque eu fui para a faculdade e você não, ou pelo
que eu faço para viver agora. É porque você nunca foi capaz de lidar comigo
sendo gay.
— Jake, você sabe que não nos importamos com isso, disse Joe.
— Você tinha tudo para você! Will disse, voz baixa e dura. — Toda a
sua vida, as pessoas entregaram tudo o que você queria em uma bandeja de
prata. Você poderia ter feito qualquer coisa, qualquer um...-
Will balançou a cabeça. — Você sabe por que eu não te contei sobre
Claire estar grávida? Não foi porque eu não queria falar com você. Foi porque
eu não queria fazer você se sentir mal.
KM
O queixo de Ryder caiu. — Você seu moralista, homofóbico filho da
puta. Você sabe que eu poderia me casar em DC, certo? Casar, exatamente
da mesma forma que você e Claire. E não há nada que me impeça de ter
filhos.
— Talvez não, disse Will, —...mas eles nunca teriam uma vida normal.
KM
ele, disse ela. — Eu não consegui nem desfrutar. Claire está se escondendo
no banheiro.
— Nós não. Pelo menos, não porque você é gay. Eu admito, estávamos
preocupados que você pudesse se sentir um pouco... deixado de fora, mas
isso é só porque você tem vinte e oito anos e nunca teve um relacionamento
sério.
— Não é sua culpa! Se não fosse o fodido, não pergunte, não diga, você
poderia ter saído há dez anos, em vez de dois. Mas você teve que passar toda
a sua vida escondendo quem você era. Isso não é exatamente um terreno
fértil para a construção de relacionamentos.
— Foi revogado.
— Sim.
KM
— Então, como está Luca? Perguntou Morgan.
— Você sabe que eu não posso dizer coisas pessoais sobre ele. Eu
assinei muitos contratos de confidencialidade que, se eu os quebrar, os netos
que o Will acha que eu nunca vou ter, ainda estarão pagando por isso.
— Sim.
KM
Ela entrou e fechou a porta antes que Ryder tivesse a chance de
concordar ou discordar. Sabendo que não havia razão para discutir, Ryder
soltou um suspiro e contornou o carro para o lado do motorista.
*****
Ele fez uma careta para seu reflexo, pensando que talvez ele devesse
ter menos cuidado com sua aparência; ele não queria que Nate entendesse
errado. Infelizmente, Luca era muito vaidoso para deixar a casa com uma
aparência menos do que perfeita, não importando as potenciais
consequências. Então seu rosto estava barbeado, o cabelo caindo solto em
seus olhos do jeito que ele sabia que deixava os homens loucos, e uma colônia
picante pontilhava os pontos de pulso em seu pescoço e pulsos. Ele usava um
blazer preto e elegante desabotoado sobre uma camisa azul meia-noite e
calça preta que abraçava sua bunda.
— Tenho certeza que Nate vai deixar você levar o espelho no seu
encontro, se você realmente não quiser deixá-lo, disse Georgina.
KM
— Você é hilária.
Ela tentou bater na bunda de Luca quando ele passou por ela, e ele
riu, pulando fora de alcance.
Siobhan bufou.
Como Matt não era um membro regular do time de Luca, ele não sabia
que o relacionamento de Luca e Nate era falso, então Luca convocou um
sorriso quando Nate saiu do carro e trotou em direção a ele.
KM
pela cintura de Luca.
Nate levantou as sobrancelhas, mas não discutiu. Uma vez que ambos
estavam no carro, ele disse: — Eu não estava tentando tratá-lo como uma
mulher, você sabe.
KM
— Você viu nossa foto no Post? Perguntou Nate, enquanto subiam a
rampa para a rodovia que os levaria a Washington.
Ele riu e aliviou o acelerador. — Por que você não me disse para ir
mais devagar? Ele disse, cheio de voz virtude ferida. — Você sabe que eu faria
qualquer coisa por você, querido.
— Quem dera.
KM
Siobhan - que estava atuando como líder de equipe enquanto Ryder
estava de férias - fez uma reserva no Kinkead's, um sofisticado restaurante
de frutos do mar a poucas quadras da Casa Branca. Os olhos do assistente de
manobrista se iluminaram quando Nate lhe jogou as chaves da Ferrari.
— Pelo menos uma vez por semana. Nate não parecia estar chateado
com isso. — Mesmo quando não estou correndo. É como um imã de policial.
— Isso é porque você pode muito bem estar dirigindo por aí com uma
placa de vaidade que diz BABACA, disse Luca, o que só fez Nate sorrir. Luca
balançou a cabeça e se virou para a anfitriã. — Morgan, reserva para dois.
— Você quer um pouco de vinho? Tenho certeza de que eles não vão
te multar se eu for a pessoa que pede isso.
KM
estava bebendo champanhe na véspera de Ano Novo.
—…Sim.
KM
entre você e eu é que eu acho incrível. Você nunca se cansa de ser capaz de
empurrar as pessoas sem sequer tentar? Isso torna tudo cem vezes mais
emocionante.
— Não. Nate deu-lhe um sorriso maroto. — Mas vamos lá, você não
pode esperar que eu acredite que você não pode lidar com um pouco de flerte.
KM
Ou que você não tenha algum prazer em me rejeitar mais e mais.
— De acordo.
Nate engoliu o grande pedaço de bife que ele havia pedido e disse: —
O que há de errado?
KM
— É...- alguém está olhando para mim?
— Eu não sei. Por que isso Importa? Você deve estar acostumado a ser
encarado, com um rosto como o seu.
Não foi um elogio. A voz de Nate era pragmática, sua expressão estava
sinceramente meio desnorteada, o que era... - ...bem, na verdade era mais
lisonjeiro do que se tivesse sido outra das falas de Nate. Luca esmagou
impiedosamente o leve brilho de prazer.
— Sim.
— Bem, é por isso que você tem guarda-costas, não é? Para te proteger
KM
desse tipo de coisa? Nate acenou com o queixo para eles. — Eles não parecem
preocupados, e se alguém notaria alguém olhando para você, seriam eles.
KM
costas ainda teriam que me seguir em um segundo carro. Seria um
desperdício de combustível.
— E o que, você não pode pagar? Nate entrou no tráfego com apenas
um olhar para verificar se havia algum carro vindo em sua direção. — Todo
mundo precisa saber dirigir. Eu mesmo vou te ensinar. — Ele fez uma pausa.
— Embora provavelmente não com este carro.
O caminho para a casa dos amigos de Nate foi curto, uma vez que eles
moravam em uma casa na vizinha Georgetown. Luca podia ouvir a música
alta mesmo do ponto no meio-fio onde Nate estacionou a Ferrari. Ficou mais
alto enquanto subiam os degraus da frente, o baixo estava muito alto. Luca
acenou para o Range Rover para deixar Siobhan saber que ele estava bem
indo sozinho, imaginando quanto tempo demoraria para os policiais
fecharem a festa.
A porta se abriu segundos depois que Nate bateu nela, e uma jovem
tropeçou em uma nuvem de fumaça e vapor de álcool tão poderosa que Luca
tossiu.
KM
Isso mudou seu foco de Nate para Luca, e ela soltou outro grito feliz.
— Oh, Meu Deus, este é seu novo namorado? Ele é maravilhoso!
Luca sacudiu a cabeça, mas Nate pediu uma cerveja. Cece se afastou
KM
para pegá-la.
— Sim.
Impressionante.
19 MILF é um acrônimo americano comumente usado que significa Mom I'd Like Fuck. Sim com
certeza! Mãe Que Eu Gostaria de Foder.
KM
charme enquanto Nate o apresentava.
Oh, filho da puta. Luca não conseguiu se afastar, não na frente dos
amigos de Nate. Como a fuga não era uma opção, Luca se resolveu por uma
vingança - ele passou os braços em volta do pescoço de Nate e correspondeu
com tudo o que ele tinha, beijando-o completamente com toda a habilidade
que ele possuía. Os amigos de Nate explodiram em assobios e vaias.
KM
achava ridiculamente fácil conquistá-los, embora isso provavelmente tivesse
mais a ver com a embriaguez aguda comum a todos ali do que com qualquer
talento particular de sua parte. Era divertido e um tanto deprimente saber
que esses eram os futuros líderes dos Estados Unidos - todos eles
descendentes de famílias abastadas, destinados a se tornarem médicos,
advogados e CEOs - sendo desperdiçados em uma bacanal que não estaria
fora de lugar na Roma Antiga.
KM
— Eu não drogaria você, disse Nate. Seus olhos estavam escuros
enquanto deslizavam pelo corpo de Luca. — Qual seria a diversão em foder
você se você não estivesse consciente o suficiente para se divertir?
— Me dê isso; eu vou jogar fora. Luca não confiava em Nate para fazer
ele mesmo, e a última coisa que ele precisava em sua consciência era uma
pobre garota bebendo por acidente e sendo estuprada. — E me dê qualquer
coisa que você ainda tenha.
Nate passou-lhe o copo. Luca estalou os dedos da mão livre até que
Nate soltou um suspiro e pescou um pequeno frasco de líquido transparente
no bolso, colocando-o na palma de Luca. Luca deu a ele um último olhar
antes de ir em direção à cozinha.
Ele despejou a água pelo ralo na pia, seguiu-a com a solução de GHB,
e depois enxaguou a xícara e o frasco antes de jogá-los fora. Luca acreditava
que Nate realmente não queria que ele bebesse, mas o fato de ele ser tão
arrogante em possuir uma droga de estupro era perturbador.
KM
balançou a cabeça, mas os sussurros de Tyler só se tornaram mais urgentes.
— Oh, ei, Luca, disse Tyler. Ele apontou para a mesa. — Uma saideira?
— Não, obrigado, e prefiro que Nate também não use isso. Não gosto
que ele me foda quando está chapado.
Tyler levantou as mãos. — Bem, eu não vou insistir com você, mano.
Vocês tenham uma boa noite.
— Eles sabem.
KM
— Eu posso lidar com isso, rebateu Nate.
Luca deu de ombros, olhando ao redor para ver onde estavam seus
guarda-costas. Siobhan e Matt estavam em pé na calçada a poucos metros de
distância, conversando como dois velhos amigos. Mais adiante, na outra
direção, Georgina estava sentada no capô de um carro estacionado,
brincando com o celular.
Nate se acalmou quando Luca olhou para ele. — Então você não gosta
quando eu te fodo enquanto estou chapado, huh? Ele disse.
— Não.
KM
propriedade. Nate estacionou na frente da casa, mas não desligou a ignição.
— Vai me convidar para entrar? Ele disse com um brilho brincalhão em seus
olhos.
— No primeiro encontro? Que tipo de cara você pensa que sou? Luca
desafivelou o cinto de segurança e se moveu para abrir a porta, depois
hesitou e se virou. — Vá para casa. Não compre cocaína. Não vale a pena.
Nate beijou sua bochecha. — Ok. Vou ligar para você esta semana;
vamos fazer alguma coisa.
KM
A janela se abriu e Morgan Ryder se inclinou na janela do lado do
motorista. — Ei, Luca, ela gritou.
— Melhor para alguns do que para outros. Ela sorriu e disse para
Ryder, —...eu trarei seu carro de volta amanhã, ok?
— Não o risque.
KM
quilos de músculo sólido no mínimo, então não era como se Luca pudesse
ajudá-lo se ele caísse. Georgina seguiu-os, mais recuada do que o habitual.
— Ouch...-
KM
— Sim. Ele disse que não queria me dizer porque não queria que eu
me sentisse mal. Você sabe, porque os gays não podem ter filhos.
KM
Capítulo Vinte e Oito
KM
Luca tinha dito a verdade sobre Wakefield, então ele não podia dizer se o
descontentamento de Davenport vinha do ciúmes ou de algo mais.
Luca riu, mas sua expressão mudou para uma expressão intrigada
quando ele abriu o armário e olhou para dentro. Ele olhou mais de perto, em
seguida, respirou fundo e tropeçou para trás, largando a mochila no chão,
seu rosto pálido. Ryder saltou para a frente imediatamente.
Luca tentou pegar o envelope, mas Ryder o parou. — Você não pode
KM
abrir isso. Ele precisa ser escaneado para explosivos e contaminantes
químicos primeiro. Vá para a aula, e eu vou pedir a alguém da propriedade
para pegá-lo.
— Novamente?
KM
Ryder deu um aceno sombrio, apertando a discagem rápida para
Clarke.
— O que?
Clarke disse a ele, mas isso só confundiu mais Ryder. Quando Luca
saiu da aula, Ryder sinalizou que ele tinha notícias, e eles entraram em um
dos banheiros masculinos. Luca bloqueou a fechadura para que eles não
fossem interrompidos.
KM
— Não. Luca parecia tão perplexo quanto Ryder se sentia. — Havia
mais alguma coisa?
Ryder olhou para ele. — Eu espero que você não esteja prestes a me
dizer que você dormiu com um mafioso russo-americano.
— Eu pensei que era quente na época! Na verdade, ainda acho que era
quente. Alkaev era o pai de um de meus colegas de escola, e ele era um
valentão - não fisicamente abusivo, mas mau, sabe? Dominador. E eu
consegui que ele me seguisse como um patético filhote de cachorro
apaixonado. Luca observou a expressão de Ryder e suspirou. — Olha, eu me
arrependo de muitas coisas que fiz, mas transar com Alkaev não é uma delas.
KM
Ele mereceu.
— E a areia?
— Não.
— Depois disso, virou uma piada entre nós. Toda vez que ele me via,
Alkaev perguntava se estava me deixando desconfortável. Era uma coisa
boba. Luca cruzou os braços, olhando para o chão.
— Sim.
Ryder decidiu que ele não precisava conhecer os detalhes. — Ok. Vou
ligar para Clarke e contar a ele sobre isso, ver o que podemos descobrir.
KM
depois ficou de olho nele enquanto telefonava para Clarke e, pensando bem,
Jo Spitzer. Ryder estava interessado em descobrir porque não só Clarke sabia
exatamente quem era Alkaev, como ele não parecia surpreso ao ouvir que o
homem poderia ser o único por trás disso tudo.
Luca foi subjugado pelo resto do dia - ele parecia menos ansioso agora
que seu perseguidor tinha um nome, mas também mais deprimido. Quando
Song veio para aliviar Ryder durante o treino de natação de Luca, ele voltou
para a propriedade e se jogou em um treino brutal que o deixou dolorido,
exausto, e não se sentindo nem um pouco menos preocupado.
KM
dizendo que não é ele?
— Bem, isso não está fora do reino da possibilidade. Ele poderia ter
viajado sob um pseudônimo, ou agido através de um proxy. Mas... Jo hesitou.
— Não há lacunas suspeitas em seu histórico de compras para sugerir a
utilização de um pseudônimo, e pelo modo como você descreveu essas
mensagens... Eu teria que perguntar por que Alkaev teria tantos problemas
para aterrorizar Luca se ele não iria observar os efeitos em primeira mão.
Depois que eles desligaram, Ryder ficou parado por vários minutos,
olhando para o telefone e planejando como dar a notícia a Luca. Então ele se
levantou e foi para a porta ao lado.
Song veio com ele para o quarto de Luca, onde Luca estava fazendo o
dever de casa em sua mesa com Athena deitada a seus pés. Ela se levantou
para cumprimentá-los com sua excitação de cachorro.
KM
tinham um com o outro. Você já contou a alguém sobre isso?
— Tudo bem, disse ele. — Ainda vamos ficar de olho em Alkaev. Se ele
realmente for o Admirador, saberemos da próxima vez que ele tentar alguma
coisa. Enquanto isso, tente não surtar, ok?
Luca assentiu com a cabeça, mas Ryder podia ver sua ansiedade
voltando. Ele voltou para seu próprio quarto com o coração pesado.
KM
Luca estremeceu quando viu Ryder. — Oh, Deus, eu sinto muito.
— Por que você sequer ouviu o alarme se você não está de plantão?
— Meu celular está ligado ao seu botão de pânico vinte e quatro horas
por dia, estando em serviço ou não. Isso é o que significa liderar sua equipe
de segurança. É por isso que moro ao seu lado.
KM
Luca finalmente olhou de volta para ele, então piscou como se notasse
pela primeira vez que Ryder não estava usando nada além de um par de
boxers. Ele limpou a garganta e desviou os olhos. Considerando como ele
estava chateado, tinha que estar tomando uma força de ferro para ele não
bater em Ryder agora.
— Claro que sim, disse Luca. Como Ryder havia suspeitado, ele ficou
intrigado o suficiente com Ryder oferecendo informações pessoais para
distraí-lo de sua ansiedade. — Eu não posso nem imaginar o quão horrível
deve ter sido.
— Foi ruim. Muito ruim, o tipo de coisa que nenhum ser humano
deveria experimentar. Mas a coisa é, os pesadelos são sempre piores do que
KM
o que realmente aconteceu, porque seu cérebro pode levá-lo a lugares que a
realidade nunca poderia. Enquanto observava Luca lutar com isso, Ryder
socou as memórias dolorosas que ameaçavam subir à superfície de sua
própria mente - explosões, fumaça e sangue, sangue por toda parte, uma dor
lancinante rasgando-se ao longo do corpo e pelas costas. — Você sonha com
a noite em que seu pai morreu?
Isso não era nada como o que Ryder esperava. Ele ficou quieto,
sentindo que Luca não tinha terminado.
KM
Luca sorriu. — Eu sei.
KM
pegar um pouco de água primeiro?
— Eu sou seu criado agora? Ryder disse, embora ele realmente não se
importasse.
— Claro que elas são. Fique aí. Ryder entrou no banheiro de Luca para
encher um copo com água, tomando seu tempo sobre isso, a fim de matar
sua ereção ameaçadora. Quando ele se sentiu razoavelmente confiante de
que seu corpo não iria traí-lo, ele voltou e entregou a água para Luca.
KM
Houve o tilintar de Luca colocando o vidro na mesa de cabeceira,
depois o farfalhar das cobertas quando ele se deitou de novo. — Boa noite,
Ryder.
*****
KM
terminou seu nado borboleta de 100 metros ofegante, certo de que ele
estabelecera um novo recorde.
— Ei, D'Amato.
KM
mesmo pelos seus padrões; agora, ele tinha um sorriso malicioso no rosto
que prometia desconforto. — Eu ouvi que seu namorado está vindo para a
competição de sábado.
Luca sorriu. O idiota não poderia ter lhe oferecido coisa melhor,
mesmo fazendo isso de propósito. — Com essa pergunta, eu suponho que
você está perguntando qual de nós leva no rabo?
Embora ele não tenha dito em voz alta, o rosto de Kyle tinha a palavra
duh claramente expressa.
— Veja, acho isso interessante. Porque para eu ser insultado por isso,
eu teria que pensar que há algo humilhante ou degradante em ser comparado
a uma mulher. E para eu pensar assim, eu teria que acreditar que os homens
KM
são de alguma forma melhores que as mulheres. É isso que você está
dizendo?
KM
Siobhan estava esperando por Luca na porta, de braços cruzados. —
Bom discurso. Soou um pouco familiar, no entanto.
— Eu não sei o que você quer dizer, disse Luca, mordendo o interior
de sua bochecha.
Luca levou algum tempo para tomar banho e trocar de roupa, mas
Kyle nunca entrou no vestiário. Luca apostou que ele estaria lambendo suas
feridas por um longo tempo. Por alguma razão, homens como ele sempre
ficavam chocados quando um homem gay se recusava a ser intimidado.
O bom humor de Luca durou todo o caminho para casa, até que ele e
Siobhan subiram as escadas para o seu quarto para encontrar Ryder sentado
em uma das cadeiras do lado de fora. Ryder estava de folga hoje, mas ele
estava bem vestido - calça jeans escura e um casaco esportivo preto que se
estendia sobre os ombros largos de um jeito que fazia o estômago de Luca
KM
revirar - o que significava que ele estava saindo para encontrar seu namorado
estúpido. E se ele ainda estava sentado aqui, esperando por eles...-
- UM ADMIRADOR
— O que?
KM
Kamasaki... ou algo assim -
— Ok, isso é um pouco assustador, mas sim, ela está certa. Luca deu a
Siobhan um olhar estranho antes de continuar. — De qualquer forma, passei
a maior parte daquelas duas semanas em seu quarto de hotel, e o hotel tinha
esse motivo de flor de cerejeira que estava em tudo - o padrão na colcha,
quadros na parede, flores em todas as superfícies planas. Eu disse a
Hamasaki uma vez que eu gostava de flores de cerejeira porque elas me
lembravam de DC.
Luca tinha esquecido tudo sobre isso até agora. De fato, ele mal se
lembrava da aventura com Hamasaki; não fora exatamente alucinante.
— Esta é realmente uma boa notícia, disse Ryder. — Tudo o que você
precisa é fazer uma lista de qualquer pessoa que possa saber sobre isso e
sobre a história da praia com Alkaev. Deve diminuir consideravelmente o
número de suspeitos.
KM
Capítulo Vinte e Nove
— É verdade.
— Eu não fiz, disse Luca. — Até cinco minutos atrás, eu tinha até
esquecido que essa coisa de flor de cerejeira já havia acontecido em primeiro
lugar. Se não fosse importante o suficiente para eu lembrar, definitivamente
não era importante o suficiente para eu repetir para outra pessoa. Foi apenas
algo que eu disse ao Hamasaki de passagem.
KM
Ryder não pôde parar a irritação que penetrou em sua voz. Ele já estava tenso
o suficiente, e a atitude sarcástica de Luca estava esfregando-o do jeito
errado. Imaginar a festa de sexo de duas semanas de Luca com um estranho
aleatório também não estava ajudando.
— Isso é ridículo. Deixei claro desde o início que tudo o que eu queria
era sexo. Hamasaki sabia que era apenas uma aventura.
KM
— Isso não é Memento20, Luca.
— O que quer que seja. O ponto é que nós assistimos você vinte e
quatro horas por dia. Se você tivesse várias personalidades e uma delas
estivesse perseguindo a outra, tenho certeza que já teríamos percebido.
20 Memento(no Brasil, Amnésia) é um filme norte-americano de 2000, baseado no conto "Memento Mori".
Leonard Shelby, um homem que sofre de amnésia anterógrada, impossibilitando que ele adquira novas
memórias.
KM
McCall.
Ryder estava atrasado para pegar Andy para o jantar, mas Andy
acenou em suas desculpas. Depois do jantar, eles voltaram para a casa de
Andy para assistir a um filme no sofá, e Ryder acabou ficando a noite.
Embora Ryder se esforçasse para não mostrar sua preocupação, ele sabia que
Andy poderia dizer que algo estava errado. Infelizmente, Ryder não podia
falar sobre isso além da maneira mais vaga, então ele distraiu os dois fazendo
com que Andy gozasse quantas vezes pudesse - transando com ele primeiro
no sofá, depois na cama, e depois dando-lhe um boquete no chuveiro nas
primeiras horas da manhã.
O dia e meio que se passara não tinha sido bom para Luca. Ele estava
tão tenso quanto uma corda de violino, as manchas roxas sob seus olhos
KM
insinuando noites sem dormir. Ele mal falou uma palavra a ninguém durante
toda a manhã - mesmo encontrando Nate Wakefield em Rutledge antes da
competição não colocou fogo em seus olhos. Luca parecia estar no piloto
automático, passando pelos movimentos enquanto sua mente estava em
outro lugar. Quando as arquibancadas estavam cheias de pessoas, Ryder
notou que os olhos de Luca continuavam se movendo sobre a multidão,
fazendo uma dupla tomada de vez em quando. Pela vida dele, Ryder não
conseguia encontrar quem era que estava causando o desconforto de Luca, e
ocorreu-lhe que Luca poderia estar fodido em Ativan.
KM
do outro lado do salão. As crianças estavam tentando decidir onde ir para o
almoço. Wakefield pousou a mão nas costas de Luca enquanto falavam,
acariciando distraidamente a pequena reentrância ali. Não teria parecido tão
sugestivo, se não fosse pelo fato de que Luca não estava usando nada além
de uma Speedo minúscula. Ryder tinha um conhecimento íntimo de como a
curva doce daquele traseiro parecia, e Wakefield estava a centímetros de
fazer a mesma descoberta.
E daí? Luca não estava desamparado e não era do tipo que tolerava o
assédio sexual. Se ele não quisesse que Wakefield o tocasse, então Wakefield
não iria - ou pelo menos ele perderia uma mão depois. E se Luca queria a
mão de Wakefield na bunda dele, bem... essa era sua prerrogativa. Não havia
razão para Ryder desejar que ele tivesse o poder de fazer Wakefield entrar
em combustão espontânea apenas com a força de seu olhar.
Hurst estava franzindo a testa para algo à sua direita. Ryder olhou na
mesma direção, e levou apenas alguns segundos para encontrar a fonte de
sua preocupação. Kyle Ward claramente se sentia ameaçado por Luca desde
o primeiro dia em que Luca pisou em Rutledge, e hoje ele perdeu para Luca
em vários eventos - mal. Ele estava em pé junto à piscina com um casal de
meia-idade que provavelmente eram seus pais, o rosto escuro e o corpo
rígido de raiva. Embora os adultos parecessem calmos, Ward só parecia ficar
mais e mais chateado enquanto eles conversavam. Ele continuava
balançando a cabeça e tirando a mão da mulher quando ela tentou colocá-la
em seu braço. Poucos minutos depois, o homem disse algo baixo a Ward, deu
KM
um tapinha no ombro e saiu do ginásio com a mulher. Ward os observou
irem, depois se virou e imobilizou Luca com um olhar.
Ryder ficou tenso. Rutledge era uma escola Quaker e, como tal, tinha
uma política de tolerância zero para o bullying. Isso não impedia as crianças
de se darem mal quando não havia professores por perto, é claro, mas
significava que a violência real era quase inédita. O antagonismo de Ward
por Luca sempre foi puramente verbal. Embora Ryder achasse que o garoto
não era estúpido o suficiente para atacar Luca fisicamente - por um lado, ele
sabia que Luca tinha guarda-costas - o ciúme fazia as pessoas fazerem coisas
malucas, e Ward não parecia exatamente estável no momento.
Para a total falta de surpresa de Ryder, dar a Luca um olhar sujo não
era suficiente para Ward hoje. Ele foi direto para o grupo de Luca com uma
expressão tempestuosa no rosto. Ward nunca havia se aproximado de Luca
antes, sem pelo menos ter dois ou três amigos a reboque; ele deveria estar
bem e verdadeiramente chateado.
— Obrigado.
KM
École International há alguns anos, certo?
Uh-oh.
— Mas você fez muito isso, não é? Disse Ward. — Ela me disse que
você praticamente alinhou os pais de todos os seus amigos e passou por eles
um por um. Nenhum trocadilho intencional.
KM
olhando para Ward com os olhos apertados.
KM
Ward perdeu um pouco de sua arrogância quando ele viu Ryder em
seu espaço, mas ele não desistiu. — Eu não estou dizendo nada que ele já não
saiba.
Ryder se virou para Luca, que ainda estava lutando para fugir de
Davenport e Wakefield. — Me soltem, disse ele. — Saia...- Com uma chave
violenta final, ele se desprendeu para fora de suas garras, embora ele não
fosse atrás de Ward.
KM
que o de Ward. se fosse a palavra de Luca contra Ward, Luca venceria.
*****
Ninguém seguiu Luca até o vestiário, exceto Ryder, e até ele manteve
distância, permanecendo do lado de fora da porta enquanto Luca entrava.
Luca estava entorpecido, tão horrorizado com o que acabara de acontecer
que seu cérebro não conseguia processá-lo. Ele nem sentia mais raiva.
KM
apenas uma vez, uma solução rápida para quando ele estava se sentindo
particularmente impotente. Engraçado como Luca nunca havia considerado
como seus filhos seriam afetados pelo que havia naquele diário.
Luca não disse nada, apenas abriu o armário e tirou o jeans. Se Ashton
quisesse dizer algo a ele, ele teria que começar ele mesmo.
— Sim.
— Então você realmente fez essas coisas? Dormiu com os pais de seus
amigos e espalhou um diário sobre isso em torno de sua escola?
— Sim. Luca fechou a calça jeans e pegou uma camisa polo, grato pela
breve pausa da expressão que Ashton estava lhe endereçando enquanto a
passava por sua cabeça.
KM
— Qual parte?
— Tudo isso.
KM
como se toda a pressão continuasse crescendo dentro de mim, e nada que eu
faça é suficiente para liberá-la. Então acabo fazendo algo estúpido só para
aliviar a tensão. Não foi a única vez que eu fiz algo assim.
— Deus, Luca...-
— Mas eu não faria isso! Luca pulou do banco e estendeu a mão para
Ashton, em seguida, baixou a mão quando Ashton se afastou. — Ash, eu juro,
não sou mais a pessoa que eu era há dois meses. E você...- ...você não é nada
KM
como o que eu pensei que você seria. Eu nunca seria capaz de te machucar.
Por favor acredite em mim.
Isso doeu. Luca respirou com dificuldade, mas antes que ele pudesse
responder, ele ouviu passos atrás dele.
— Eu sabia que você estava transando com ele, disse ele. — Acha que
ele estaria interessado em um trio?
KM
— Só queria ver se você estava bem. Você está aqui há algum tempo.
— Eu não disse que você estava. Mas agora que você mencionou...
— Kyle Ward acabou de dizer a todos os meus amigos sobre uma das
piores coisas que já fiz, disse Luca. — Como exatamente eu devo reagir a isso?
— Querido, se essa é a pior coisa que você já fez, você precisa relaxar.
Nate abriu as mãos. — Então você fodeu um monte de caras velhos e disse a
todos que tipo de pervertidos eles eram. Quem se importa?
— Ei, eles deveriam estar agradecendo a você por deixá-los saber que
seus maridos e pais eram homens velhos e sujos, disse Nate. Uma luz faminta
entrou em seus olhos enquanto percorriam o corpo de Luca, e sua voz
tornou-se um ronronar líquido. — Eu aposto que você os envolveu em volta
do seu dedo mindinho, não é? Todos ofegantes atrás da sua bunda doce. Eu
adoraria colocar minhas mãos nesse diário, ver se você é realmente a puta
gananciosa que eu acho que você é...-
Luca bateu nele. No último segundo, ele mudou o que pretendia ser
um soco para uma bofetada de mão aberta, mas ainda com força suficiente
para mandar Nate cambaleando para trás. O crack alto ecoou nos armários
de metal.
KM
— Nunca mais diga algo assim para mim, disse Luca.
Nate levou a mão ao rosto, agora vermelho. — Eu não sabia que era
um assunto tão dolorido.
— Não é. Mas você não tem o direito de falar comigo com tanta falta
de respeito. Se você fizer isso de novo, acabou. Eu não me importo com o que
minha mãe diz.
Ryder arqueou uma sobrancelha, deixando Luca saber como ele não
estava impressionado com sua atitude.
— Quanto tempo você vai ficar aqui? Seus amigos ainda estão
esperando por você.
KM
— Eles estão esperando você para ir almoçar. Não é disso que vocês
estavam falando antes?
— Sim, mas...- Mas eu pensei que eles partiriam sem mim, agora que
eles sabem quem eu realmente sou. — Estou, hum...- estou indo agora
mesmo. Luca colocou sua mochila no ombro.
KM
para se juntar aos amigos.
KM
Capítulo Trinta
— Você realmente tem que ir? Perguntou Andy. Ele estava deitado de
lado na cama com as cobertas puxadas até o pescoço, observando Ryder se
vestir.
— É uma droga que você tenha que trabalhar todo fim de semana.
— Eu sei. Ryder também sabia o quão idiota fora da parte dele por ter
aparecido na casa de Andy sem avisar às oito horas da noite, fodido com ele
e depois levantado para sair logo em seguida.
Depois do dia em que ele teve, no entanto, ele precisava de algum tipo
de liberação, e ele precisara sair da propriedade. Luca ainda estava se
recuperando da revelação de Ward, mesmo que seus amigos não o tivessem
excluído do jeito que ele aparentemente esperava; ele era praticamente a
KM
definição de um desastre de trem agora. Ryder tinha ficado com ele por
algumas horas após o final de seu turno, o que o torcera fisicamente e
emocionalmente. Uma das coisas que o atraíram para Luca foi o quão
profundamente o garoto sentia as coisas, mas, às vezes, acompanhar a pura
intensidade das emoções de Luca poderia ser exaustivo.
A verdade era que Ryder realmente poderia ter ficado a noite; ele só
teria que levantar mais cedo do que o habitual. Mas ele não queria ficar.
Andy era um cara legal. Ele era doce, engraçado, atencioso - tudo que
Ryder poderia ter pedido em um namorado. Ryder se sentia confortável com
ele, gostava de sua companhia. O relacionamento deles era fácil e
descomplicado e sem drama. Era tudo que um relacionamento deveria ser.
KM
liderança. Ele estava contente com o encontro padrão consistindo de um
jantar e um filme seguido de sexo baunilha sem brilho. E, neste momento,
Ryder tinha sido um imbecil enorme para ele, mas Andy mal tinha feito uma
confusão sobre isso, apesar de suas objeções óbvias.
KM
— Luca, este é Adam Keller, disse Ryder, reprimindo uma risada. —
Keller, Luca D'Amato.
— E você é bonito.
— Uh, obrigado.
Ryder poupou um momento para ser grato por ter preparado Keller
para a possibilidade de comentários como esse.
Ignorando o elogio oblíquo, Ryder disse: — Sua mãe não achava mais
necessário limitar você a guarda-costas femininas.
— Keller está de plantão hoje com Song, disse Ryder. — Você está
KM
pensando em ir a algum lugar?
— Você não tem planos com seus amigos? Ryder perguntou, com uma
pontada de desespero.
— Não.
KM
Ryder cruzou os braços. — Você não pode se trancar nesta casa para
sempre porque tem medo do que pode acontecer se você for para fora.
— Você sabe, você pode ser um monte de coisas, mas uma coisa que
eu nunca imaginei é que era um covarde.
— Não.
— Eu não vou a lugar nenhum até que você me prometa que vai sair
de casa hoje. Agora coloque algumas malditas roupas.
KM
estava realmente vestido.
Ele disse brincando, não flertando, mostrando a Ryder que sua trégua
estava de volta. — Eu acho que vou passar, obrigado, disse ele, e se
estabeleceu na poltrona. — Vamos lá, está bom lá fora...- ...não muito frio.
Ligue para um de seus amigos.
— Eu não vou deixar você fazer isso para si mesmo, disse Ryder. —Eu
vou arrastar você para fora da casa se for preciso.
KM
Ryder piscou. — Eu sinto muito, eu devo estar tendo um derrame,
porque eu poderia jurar que você acabou de me dizer que você nunca esteve
em uma mercearia.
— Eu não tenho.
— Nunca?
— Não.
— Então não.
KM
— Não.
— Isso, eu fiz, disse Luca. — Eles fazem você fazer isso na escola.
— Faça um favor a si mesmo, e nunca diga isso onde alguém que não
é um bilionário possa ouvi-lo. Ryder se levantou. — Agora, estamos indo para
a mercearia, porque não posso, em sã consciência, permitir que isso continue
assim.
Luca fingiu relutância, mas Ryder podia ver a luz de interesse em seus
olhos. Enquanto Luca procurava seus sapatos, Ryder ligou para Willis para
dizer a ele para trazer o carro para a frente, e então foi até a sala de plantão
para que Song e Keller soubessem que eles eram necessários.
KM
Você disse que estamos levando Luca para o Giant21? Perguntou Song.
— Sim.
KM
Ryder alegremente. — Vamos.
Luca absorvia cada novo conhecimento como uma esponja. Por cerca
de dez mil vezes desde que se conheceram, Ryder se enfureceu internamente
em como estava errado manter um garoto tão brilhante e curioso isolado
naquele museu deprimente chamado de casa.
— Isto não está na lista de Auguste, disse Luca quando Ryder pediu
meio quilo de rosbife fatiado.
KM
chegarmos em casa. Vai ser uma boa prática.
Luca soltou uma risada. — Oh, então agora a verdade sai. Você está
fazendo tudo isso para conseguir um sanduíche grátis.
KM
Ryder mantinha um olho de águia no estacionamento. Para se distrair de seu
desconforto ao não ajudar Luca, Ryder disse: — Veja, você acordou esta
manhã pensando que iria passar o dia na cama, e acabou aprendendo uma
valiosa habilidade para a vida.
*****
KM
Luca estava ao mesmo tempo divertido e um pouco surpreso com o
quão exigente Ryder era sobre como seu sanduíche era feito. Ele sempre
assumiu que Ryder era o tipo de cara que você poderia jogar praticamente
qualquer tipo de comida na frente, e ele a devoraria sem pensar duas vezes.
— Você está cortando esse tomate muito grosso, disse Ryder de onde
ele estava sentado na ilha da cozinha - de frente para a porta, é claro.
— Eu tenho habilidades.
KM
comer e vai gostar.
Ryder deu uma grande mordida. — Muito bom, ele disse quando ele
engoliu. — Obrigado. Quer um pouco?
Luca lhe deu um soco no ombro. Ryder riu, pegou a mão dele e beijou
as costas dela.
— Eu sei. Luca sabia o que Ryder estava tentando dizer: Isso não era
sexual. E essa foi, pela primeira vez, a verdade absoluta. O beijo acabara por
ser um gesto espontâneo de afeição; não havia nada de sexual nisso tudo.
Foi... romântico.
KM
foi divertido.
Fazia muito tempo que Luca não via sua mãe tão chateada.
Naturalmente, o ar de chateada não era a mesma para Evelyn D'Amato como
para qualquer outra pessoa, mas Luca a conhecia bem o suficiente para poder
ver os sinais. Ele não estava particularmente angustiado - embora o Sr.
Dorian fosse um bom homem, Luca não sentia nenhuma conexão especial
com ele - mas ele estava preocupado com Evelyn. Até onde ele sabia, Dorian
KM
era seu melhor amigo.
— Foi o médico que ligou para você? Não há algum tipo de lei contra
isso?
— Você tem certeza que está tudo bem eu entrar? Perguntou Luca.
— Michael pergunta de você o tempo todo. Tenho certeza que você vai
animá-lo.
KM
respiração inserido em seu nariz. Luca pensou que ele estava dormindo - ou
talvez até morto - mas as pálpebras de Dorian tremularam ao som da porta
se fechando.
Luca foi para o outro lado da cama. — Como você está se sentindo, Sr.
Dorian?
— Um pouco.
KM
— Tudo bem aqui?
Evelyn o ignorou. — Eu vou com você e falo com ele quando ele ligar
de volta, para que eu possa convencê-lo da importância de nos encontrarmos
pessoalmente. Ela se levantou da cadeira. — Fique aqui, Luca.
— Desculpe, Luca falou para a enfermeira atrás das costas de sua mãe.
Ela apenas deu de ombros e sorriu antes de fechar a porta, deixando Dorian
e Luca sozinhos.
— Você sempre pode contar com Evelyn para fazer o que precisa ser
KM
feito, disse Dorian.
— Sim, obrigado.
Luca acabou tendo que dar o gelo na boca de Dorian, porque ele estava
fraco demais para fazer isso sozinho. Embora Luca estivesse envergonhado
por alimentar um homem que era quarenta anos mais velho do que ele como
se fosse um bebê, Dorian não demonstrou nenhum sinal de estar
desconfortável com isso. Quando terminou, recostou-se nos travesseiros e
KM
deu um tapinha na mão de Luca.
KM
entregou-lhe um envelope - um envelope que Luca reconheceu muito bem.
— Sim.
— Por que ele está enviando coisas para você? Perguntou Luca. Ele já
podia sentir o familiar gotejamento de gelo em sua espinha que ele tinha
quando o Admirador fazia contato.
— Não tenho certeza. Ele disse naquele e-mail que ele entraria em
contato. Ryder virou o envelope e franziu a testa. — Não está fechado.
O estômago de Luca caiu. — Isso significa que ele está aqui, nos
observando?
KM
esconder aqui. Os hospitais não aceitam estranhos à espreita. Ele puxou o
cartão para fora do envelope e virou-o.
-UM ADMIRADOR
Luca pensou que era uma ameaça, até que Ryder disse: — Há algo
mais aqui e inclinou o envelope para que o resto de seu conteúdo caísse em
sua mão.
— Eu acredito em você.
— Luca, você não precisa se justificar para mim. Eu sei que você é um
garoto inteligente.
KM
— Eu sei. E estou feliz com isso.
— Porque significa que ele me vê como uma ameaça. Havia uma luz
sombria de determinação nos olhos de Ryder. — Ele sabe que se ele quiser
chegar até você, ele terá que passar por mim primeiro.
KM
Capítulo Trinta e Um
KM
McCall sacudiu a cabeça. — Não tem jeito. Os ataques do Admirador
são muito vingativos, muito pessoais. Ele obviamente está familiarizado com
Luca e sabe exatamente como machucá-lo. Ele tem sido cuidadoso em
permanecer anônimo - usando discrição para tornar suas mensagens mais
assustadoras.
KM
— Gray e o Admirador têm motivações completamente diferentes.
Então, como eles se conectaram? Ryder bateu o ponto de interrogação com
o lápis. — Acho que estamos lidando com quatro inimigos. Isso é alguém que
está perto o suficiente do D’Amatos para reconhecer todas as ameaças que
enfrentam e que as conhece bem o suficiente para intermediar uma
colaboração entre essas ameaças. É alguém que não quer sujar as próprias
mãos. E há uma boa chance de que essa seja a pessoa que cultivou a toupeira
na propriedade, porque ele ou ela provavelmente já tem algum tipo de acesso
à equipe aqui.
KM
descontente.
KM
procura de vingança, talvez a toupeira também esteja. Poderíamos estar à
procura de alguém que acha que D'Amato ou Luca ou ambos cometeram
algum tipo de injustiça, por isso ele está canalizando informações para
pessoas que são poderosas o suficiente para fazer algo a respeito.
KM
— Não, Ryder disse, franzindo as sobrancelhas enquanto olhava os
arquivos. — Mas é do Admirador.
— O que?
KM
usando linhas pontilhadas e pontos de interrogação para ilustrar sua
incerteza. Mesmo assim, Ryder tinha um forte pressentimento de que ele
estava certo sobre isso.
Ela olhou por cima da mesa para Song, que concordou com a cabeça.
— Sim. McCall fez um gesto entre Hurst e Ryder. — Olha, vocês dois...
vocês não conheceram Luca até que ele se mudou de volta para a América.
Ele mudou desde que chegou em casa - para melhor, não me entenda mal.
Mas você não tem ideia de como ele era na Europa. Ouvir isso de segunda
KM
mão não é o mesmo que assistir isso acontecer. Luca anseia por controle mais
do que qualquer outra coisa no mundo, e ele gosta de seus homens
poderosos, porque quanto maiores eles são, mais forte eles caem. Então
acredite em mim quando digo que, achar que o conhecimento de que o
Admirador tem esses tipos de habilidades poderia restringir a lista, não é
uma bala mágica que vai nos apontar direto para ele.
— Nem um pouco, disse McCall. — Você vai ter até amanhã de manhã.
KM
Depois que a reunião terminou, Ryder desceu para seu quarto, com a
intenção de verificar Luca e Keller antes de se retirar mais cedo. Keller não
estava sentado do lado de fora do quarto de Luca, o que significava que Luca
estava em outro lugar da casa. Levou apenas alguns segundos de deliberação
para Ryder se virar e seguir para a ala oeste, em direção à suíte dos Orwells.
— Sim.
Ryder lhe deu boa noite e voltou para seu próprio quarto, as palavras
de Keller ecoando em sua mente. Estava tudo muito bem para a equipe
discutir teorias e fazer listas, mas no final do dia, eles não eram policiais ou
investigadores particulares - eles eram apenas guarda-costas. Sua prioridade
não era pegar o Admirador. Era manter Luca a salvo dele.
KM
estava enfrentando, mas Ryder não podia ajudá-lo com os valentões da
escola. Hoje tinha sido o primeiro dia de aula desde que Ward largara a
bomba no encontro de natação e, felizmente, tudo pareceu ter corrido bem.
Luca disse que seus amigos haviam prometido não contar a ninguém sobre a
École International e negar se Ward tentasse espalhá-la - o que ele não tinha
feito. Embora Ryder tivesse observado um pouco de estranheza entre Luca e
seus amigos, especialmente Davenport, mas era o tipo que se desvaneceria
rapidamente. As coisas voltariam ao normal até o fim de semana.
Ou pelo menos elas teriam voltado, se não fosse pelo fato de que tudo
foi direto para o inferno na manhã seguinte.
O primeiro sinal de que algo estava errado foi o quão silencioso todo
mundo estava. Quando Ryder e Luca chegaram à escola, os alunos estavam
em pé ao redor do pátio cheio de neve em pequenos grupos, como de
costume, mas estavam quase em silêncio. Todos se viraram para olhar para
Luca quando ele entrou.
KM
as mãos cheias deles. — Tentamos obter o máximo que pudemos, mas eles
estão em todos os lugares.
— Ele fez isso, disse Luca, com voz baixa de fúria. Soltando o diário na
KM
neve, ele começou a caminhar na direção de Ward.
— Pode ter sido ele. Ryder manteve seu tom tão calmo e uniforme
quanto possível. — Mas confrontá-lo assim não vai te fazer bem algum. Se
você perder o controle e acertá-lo, você será expulso.
Ele parou quando sua atenção foi capturada por algo sobre o ombro
de Ryder. Ryder se virou para ver Glenn Callahan, o reitor da escola, indo em
sua direção.
Ele reassentou sua mochila nos ombros e seguiu Callahan, Ryder logo
atrás. Davenport e Sokolov os observavam com expressões ansiosas. Além
das risadas ainda vindas do grupo de Ward, o pátio estava mortalmente
KM
silencioso.
KM
— O que te faz dizer isso? Ryder perguntou.
Porra, porra, porra. Isto tinha o estilo do Admirador escrito por todo
o lado. Ryder queria poder pegar o cara sozinho em uma sala por apenas
cinco minutos.
KM
— Acho que sim. Sabemos que ele já conseguiu entrar nos terrenos da
escola antes.
— Eu aprecio isso, mas acho que o dano já foi feito. As mãos de Luca
estavam cerradas em seu colo. — Já está lá fora; é apenas uma questão de
tempo até acabar na Internet.
— Eu sei, e me desculpe.
Ryder poderia dizer o que ela estava pensando - que quando ela
começou sua carreira na educação, ela só tinha que se preocupar com seus
alunos sendo intimidados na escola e no bairro, não nos vastos alcances
anônimos do ciberespaço onde não havia absolutamente nada que ela
pudesse fazer sobre isso.
KM
Chen levantou-se para acompanhá-los. Quando ela abriu a porta, ela
colocou a mão no ombro de Luca. — Eu sei que este parece ser o fim do
mundo agora, mas vejo coisas assim acontecer o tempo todo - não
exatamente nesta escala, mas perto. Logo vai ser esquecido. Outra coisa
acontecerá para desviar a atenção de todos. Apenas mantenha seu queixo
para cima.
Uma vez que ela fechou a porta atrás deles, Luca se encostou na
parede. Os corredores do prédio da administração estavam quase vazios no
início da manhã.
— Você sabe tão bem quanto eu que é a pior coisa que eu poderia fazer
agora. As pessoas vão pensar que estou com medo ou… ou envergonhado.
Ficou muito claro pela sua linguagem corporal que Luca estava com
vergonha, mas Ryder decidiu não apontar isso.
KM
mas você está certo.
— Bem, você não vai perder nada. Você pode superar isso.
— Eu acho que vamos ver, disse Luca. — Você pode me prometer algo,
no entanto?
— Claro.
Não havia nada no mundo Ryder queria menos do que ler esse jornal.
— Eu prometo. Eu não teria lido, de qualquer maneira. Todo mundo merece
uma ficha limpa.
KM
Ryder se permitiu um breve momento de otimismo - até chegarem ao
armário de Luca, no qual a palavra PUTA havia sido pintada em letras
vermelhas brilhantes.
*****
KM
pegou.
OOPS
- UM ADMIRADOR
— Jesus, Luca, Ryder disse logo atrás dele. — Isso é o que eu acho que
é?
KM
Ryder se ajoelhou para pegar os pedaços da nota. — Eu entendo o
impulso, mas você não pode simplesmente destruir evidências como essa.
— Sim, disse ele. — Mas não posso falar sobre isso aqui. Eu vou te
contar mais tarde.
KM
por isso que você escreveu esse diário em primeiro lugar.
O rosto de Kyle ficou branco enquanto Luca falava, e agora sua voz
tremia quando ele disse: — Meu pai nunca tocaria em você. Ele não é uma
KM
bicha.
— Nem a maioria dos outros homens com quem transei, mas isso não
parece deter-me, não é?
Luca sabia que ele estava indo longe demais - que isso estava
começando a cruzar a linha entre autodefesa e absoluta crueldade. Mas ele
estava com tanto medo por tanto tempo, e era bom ser o causador do medo
pela primeira vez. Quando Kyle deu um passo para trás, Luca se moveu com
ele.
Ele girou nos calcanhares e se afastou sem esperar por uma resposta.
Energia elétrica corria em seu sangue e zumbia em seus ouvidos, e a
expressão perturbada de Ryder quando Luca passou mal foi registrado por
ele.
KM
o resto dos amigos de Luca - que poucos dias antes haviam jurado que não
se importavam com o que ele tinha feito em suas antigas escolas - mantinha
distância. Os alunos que tinham conhecido Luca de passagem ou não o
olhavam com olhos arregalados e conversavam em sussurros. Até mesmo os
professores o tratavam com cortesia excessivamente formal.
Luca não os culpou. O diário não era apenas uma crônica de sexo gay
promíscuo; continha uma merda realmente desagradável e bizarra. Luca
manteve isso em um momento de sua vida quando ele começou a explorar
sua sexualidade, e ele era ainda mais curioso e experimental do que era
agora. Ele registrou tudo o que aprendeu - todas as pessoas que
experimentou, as maneiras mais fáceis de seduzir homens heterossexuais, o
que ele gostou e o que ele não gostou. Uma das coisas que Luca mais gostava
era descobrir qual era a fantasia mais imunda e secreta de um homem e
depois preenchê-la para ele, porque nada envolvia mais um homem em torno
do dedo do que ser a única pessoa no mundo que tinha feito algo para ele que
ninguém mais poderia ou faria. A mistura de vergonha, luxúria e gratidão
criada nos homens era como uma droga que assegurava sua devoção e
obediência.
KM
era o ponto em negar isso agora? -...o estudante correria de volta para seus
amigos com um olhar de reverência e repulsa.
Luca fez o melhor que pôde para manter a cabeça erguida e o rosto
inexpressivo. Tudo o que eles queriam dele era uma reação. Se ele não desse
isso, ficariam entediados e seguiriam em frente. Foi uma luta, porém, porque
Luca podia sentir a tensão irritada se acumulando em seu intestino, a que
sussurrava para ele que ele precisava retomar o controle, que ele precisava
fazer alguma coisa agora. Desde que ele tinha mantido fielmente seu registro
de pensamento disfuncional para a Dra. Andersen, ele reconheceu o
sentimento como o precursor dos incidentes que o fizeram ser expulso no
passado.
Luca sabia disso, mas era uma dura verdade para se agarrar quando
ele queria atacar e machucar alguém tanto que ele podia sentir o gosto.
KM
Ainda assim, Luca se sentiu como um pote prestes a ferver quando
Georgina o acompanhou até os Range Rovers que esperavam no círculo da
frente. Ele parou quando viu Ryder encostado no veículo da frente.
— O que você está fazendo aqui? Luca perguntou. — Seu turno acabou
há uma hora. Você não precisa me levar para casa.
— Bom, porque você não vai para casa. Eu estou levando você para
DC.
Luca entrou no carro, deslizando para o outro lado para que Ryder
pudesse entrar atrás dele. — Onde estamos indo?
— É uma surpresa.
KM
— O presidente Obama ouviu falar do meu diário e agora quer me
conhecer pessoalmente, disse Luca.
— Você deseja, Ryder disse com um bufo. — Mas você pode parar de
adivinhar. Estamos aqui.
Ele apontou para a janela de Luca e Luca se virou para ver que o carro
havia parado em frente ao Museu Internacional de Espionagem.
— Uma vez, quando foi aberto pela primeira vez. Mas eu era bem
jovem então.
— De modo nenhum.
KM
— Vocês não deveriam ter que pagar por isso, seja o que for, disse
Luca. — Eu posso...-
— Nós vamos dar os recibos para o assistente da sua mãe. Ele nos
reembolsará. — Ryder enfiou o recibo em sua carteira.
Ryder acabou por estar certo - Luca adorou. O jogo de uma hora, que
eles jogaram com um pequeno grupo de participantes do museu, os colocou
no papel de agentes de inteligência dos EUA freneticamente procurando por
um dispositivo nuclear perdido em uma cidade fictícia chamada Khandar.
Eles se moviam de sala em sala, confrontando um novo desafio ou quebra-
cabeça em cada uma - vigiando uma reunião secreta, saqueando um
escritório, quebrando um cofre, decodificando uma gravação. Requeria
pensamento analítico, trabalho em equipe e foco total, o que significava que
Luca não tinha células cerebrais para se preocupar com o Admirador.
Quando o jogo terminou, ele descobriu que seu corpo tinha sido expurgado
da maior parte da raiva tóxica e do medo que o manteve no limite o dia todo.
KM
Querendo se agarrar a esse sentimento, Luca disse a Ryder que ele
não queria ir para casa ainda. Eles pegaram café em um Starbucks próximo
e o levaram para um banco do parque, sentados em cima do encosto com os
pés no assento coberto de neve.
— Ambos.
— Você não tem diversão suficiente para uma criança da sua idade.
Não é natural. Eu pensei que você gostaria de fazer algo que realmente
envolvesse sua mente pela primeira vez. Ryder tomou um gole de café,
estremecendo ligeiramente. — Quanto a saber que você precisava disso ...
bem, eu posso não ser tão perspicaz quanto você, mas eu não sou cego. Você
andou o dia todo parecendo que ia cortar uma cadela.
KM
Ryder assentiu. Eles ficaram sentados em silêncio por alguns
minutos, observando a neve começar a cair.
— Você sabe, minha ansiedade não começou quando meu pai morreu,
disse Luca. Ele não sabia por que estava dizendo isso em voz alta, mas
sentado ali no escuro, o mundo ao seu redor silenciado pela neve, parecia
natural. — Eu sempre me preocupei com tudo, mesmo quando eu era criança.
Minha mãe costumava me chamar de tenso.
— Costumava?
— Culpa?
KM
— Sim. Estou sempre pensando sobre o que devo fazer ou não fazer,
ou deveria ter feito de forma diferente. Sempre deveria, nunca poderia. Eu
quero fazer a coisa certa - mas às vezes isso me paralisa, porque nem sempre
há uma resposta clara para o que é a coisa certa. Ainda observando as
árvores, Ryder não olhava para o rosto de Luca. — E às vezes sei o que é certo,
mas também sei que outras pessoas acham que é errado, e… e odeio isso
sobre mim mesmo, mas me preocupo mais com o que as pessoas pensam de
mim do que com o que eu quero.
— Eu levaria minha ansiedade sobre sua culpa qualquer dia, disse ele
em vez disso, tentando aliviar o clima.
— Claro. Depois de todas as vezes que Luca ofendeu Ryder, ele achou
KM
que devia isso a ele.
— Você se sente culpado pelas coisas que fez nas suas antigas escolas?
— Não. Isso não tem nada a ver com o crescimento. Foi você.
— Você não ficou impressionado com o que eu fiz, disse Luca. — Você
estava atraído por mim, mas não me queria. Você não gostou de mim e não
me respeitou. Eu queria isso mais do que eu já quis alguma coisa antes – seu
respeito.
KM
Oprimido pelo intenso contato visual, Luca desviou o olhar. Suas
mãos tremiam levemente.
—Eu queria mudar por causa de você. E então foi como derrubar os
dominós - uma vez que eu mudei uma coisa, todo o resto começou a mudar
também. Se eu não tivesse te conhecido quando cheguei em casa, eu ainda
seria a mesma pessoa que eu era na Europa.
KM
Capítulo Trinta e Dois
- UM ADMIRER
Ryder observou Luca pegar a pequena joia que havia sido entregue
com a nota. Ele não tinha certeza exatamente para o que era - uma barra de
prata com uma ligeira curva e esmeraldas quadradas em cada ponta, uma
muito maior que a outra.
Então é para isso que a barra servia. Ryder olhou para ela novamente,
desta vez imaginando como seria brilhar contra a pele do estômago esticado
de Luca.
KM
Estudando o piercing mais de perto, Luca disse: — Essas esmeraldas
são reais. Isso deve ter sido feito sob medida.
— Bem, sabemos que o admirador não está com falta de fundos, disse
Ryder. — Ele nunca teria sido capaz de perseguir você por tanto tempo de
outra forma.
Luca abriu a boca, franziu a testa e apertou os lábios sem dizer nada.
Seu punho se apertou ao redor da joia.
Ryder ficou atordoado por um momento. — Você viu ele? E você não
disse nada? Luca!
KM
- ele foi o meu primeiro. Luca colocou o piercing na mesa da cozinha e
afastou-o de si mesmo. — E na semana passada, no meu encontro de natação,
pensei ter visto François Paulis nas arquibancadas. Ele era meu diretor na
Armistead.
— Sim.
Embora Ryder estivesse pronto para admoestar Luca por manter isso
para si mesmo, a expressão no rosto de Luca o fez deixá-lo em paz. Ele já
estava chateado; ter Ryder gritando com ele só pioraria as coisas.
A borda crescente na voz de Luca avisou Ryder que ele estava indo
direto para a histeria. Ryder saiu de seu assento e se moveu para trás da
KM
cadeira de Luca, colocando as duas mãos em seus ombros. — Ok. Está tudo
bem. Você não é louco, Luca. É provável que você realmente tenha visto esses
homens - mas mesmo se você não o fizesse, dada a situação, eu não acho que
isso poderia ser chamado de alucinação. Ok?
Ryder verificou seu relógio. — Ok. Você vai se atrasar para a escola se
não sair agora, então me diga todos os nomes dos homens no carro, e eu vou
ter Jo Spitzer olhando para eles imediatamente.
KM
Jo ligou para Ryder enquanto Luca estava em sua última aula do dia,
e as notícias não eram boas.
Ele não mencionou a conversa com Luca, decidindo dar mais tempo a
Jo antes de arriscar a possibilidade de enviar Luca a outro ataque de pânico
sobre seu estado mental. McCall o aliviou durante o treino de natação de
Luca. Durante a viagem de volta para a propriedade, o telefone de Ryder
tocou novamente - mas era D'Amato dessa vez, não Jo.
KM
— Olá, disse Ryder.
Ryder levantou as sobrancelhas, feliz por ela não poder vê-lo. —Claro.
Eu estarei lá.
D'Amato agradeceu e desligou sem mais pistas sobre o que diabos ela
estava fazendo. Ryder disparou uma mensagem de texto rápida para McCall:
Deixe-me saber quando vocês estiverem a caminho de casa.
Porque ele tinha, no máximo, uma hora e meia, Ryder relaxou em seu
treino, deixando bastante tempo para tomar banho e se vestir. Ele vinha
mantendo seus treinos leves recentemente, de qualquer forma, desde que ele
estava lutando com Luca todas as noites como prometera.
McCall alertou Ryder quando ela e Luca deixaram a escola, então ele
estava esperando por eles no foyer quando eles chegaram. Juntos, os três
entraram no estúdio de D'Amato, onde Clarke estava de pé ao lado de sua
mesa com os braços cruzados e uma expressão sombria no rosto.
KM
as cadeiras na frente de sua mesa. — Sente-se, querido.
— Assim?
— Não fará diferença, disse Clarke. — Ela nunca vai encontrá-lo. Yosef
Shafir é um fantasma.
KM
— Ex-Mossad. A agência o dispensou quando seu relacionamento com
você foi divulgado. Ele foi... apagado. Todos os registros dele foram
destruídos, e o governo israelense nem reconhece que ele existiu em primeiro
lugar.
— Eu vou dizer uma última vez que eu aconselho contra isso, Clarke
disse a ela.
KM
Luca se atrapalhou com o fichário, quase derrubando-o no chão. — O
que?
KM
Luca se virou para encarar McCall com uma expressão de tal traição
que o coração de Ryder quebrou um pouco. — Como você não pode me dizer
que estava fazendo isso?
— Não, disse Ryder. — Eu não sabia nada sobre isso. Então, para
D'Amato, — Por que eu não sabia nada sobre isso?
— Eu não achei que fosse necessário uma vez que Luca estivesse em
casa, porque eu mesma poderia ficar de olho nele.—
KM
você e ela precisavam do trabalho que já havia sido feito. Eu deveria ter
disponibilizado antes.
Ryder acenou com a mão impaciente. — Não é isso que eu quero dizer.
Eu estou falando sobre o fato de que todo guarda-costa que Luca teve nos
últimos dois anos tem conhecimento pessoal de todos os homens com quem
ele já dormiu.
Do silêncio que desceu sobre a sala, ficou claro que ninguém mais
havia reconhecido a possível implicação disso até que Ryder a apontasse.
Depois de um longo momento, McCall disse: — Foda-se...-.
KM
Todos eles desistiram porque não podiam mais ficar perto de mim.
— Por que você nunca me contou sobre isso? Ele disse, segurando o
fichário. — Por que você quer manter isso em segredo tanto que você
escondeu mesmo sabendo que isso poderia ajudar a pegar o Admirador?
— Oh, meu Deus, ele disse baixinho. — Isso é... Dr. Kranz perdeu sua
licença médica?
KM
— Konstantin Alkaev foi preso?
— Ele foi acusado de fraude quando foi descoberto que ele estava
desviando dinheiro de sua empresa para pagar os presentes que ele lhe deu,
disse Clarke. — Ele conseguiu escapar da prisão, mas como você pode
imaginar, o sindicato do crime ao qual ele pertencia não ficou muito feliz.
Eles o expulsaram da organização e ele está atualmente desempregado.
Ryder deu um passo instintivo para frente. — Não, não é, ele disse,
sem pensar onde estava.
KM
na mesa da mãe.
— Você não acha que se você tivesse me dito que isso estava
acontecendo, eu teria parado o que estava fazendo? Ele perguntou.
— Obrigado. Ryder hesitou. Ele não queria saber, mas ele realmente
precisava. — Quantos nomes estão nessa lista?
****
KM
— Luca! Luca, Cristo, você vai desacelerar por um segundo e me
ouvir? Siobhan alcançou Luca no corredor do lado de fora do seu quarto e
agarrou seu cotovelo.
Luca a sacudiu. — Eu não sei o que você poderia ter a dizer para mim
que eu gostaria de ouvir agora.
Luca piscou; ela nunca tinha dito nada assim para ele antes. — Foi
legal...-
— Não, você não sabia. Luca, eu te amo, mas você não tinha ideia do
que estava fazendo. Você era apenas uma criança. Aqueles homens nunca
KM
deveriam ter tocado em você.
Luca voltou-se para Siobhan. — Você deveria ter me dito, disse ele,
não pronto para perdoar. Ainda não.
Ele entrou em seu quarto e fechou a porta atrás de si. Athena, que
havia se mudado para a casa em tempo integral no dia anterior, estava
dormindo em sua cama. Ela tinha permissão para correr livremente pela casa
quando Luca não estava ali, mas Sheila deve ter se esquecido e a prendera
aqui depois de levá-la para passear.
KM
Quando ouviu Luca entrar no quarto, Athena saltou da cama e
encostou-se nas pernas dele, cheirando a mão dele e abanando o rabo. Luca
não pôde evitar sorrir, apesar do peso de chumbo em seu estômago.
— Por que você não me disse que D'Amato já tinha todos os amantes
do passado de Luca sob investigação? Ryder estava dizendo.
— Porque a primeira coisa que você teria feito era dar a volta e contar
a Luca.
— E daí? Ele tem o direito de saber que sua vida sexual está sendo
submetida a esse tipo de escrutínio. Esconder isso obviamente não adiantou
nada.
Aquecido pela defesa de Ryder, Luca decidiu não fechar a porta o resto
do caminho. Em vez disso, ele sentou na beira da cama para ouvir. Athena
pulou ao lado dele e colocou a cabeça em seu colo.
— Olha, Ryder, disse Siobhan, —...eu digo isso com todo o respeito
porque eu sei que você realmente se importa com Luca, mas você não tem
ideia do que diabos você está falando. Você acha que sabe como era ser seu
guarda-costas na Europa porque o ouviu fodendo com Ashton Davenport
algumas vezes? Isso nem arranha a superfície. Você nunca teve que ficar do
lado de fora de um quarto e ouvi-lo sendo fodido por um homem com mais
KM
que o dobro de sua idade, ou seu próprio professor, ou um fodido padre.
— McCall...-
— Ele era uma criança, nessa época, disse Ryder. — Ele não é mais.
KM
Nós não podemos tratá-lo como um. Ele merece o mesmo respeito que
damos a qualquer protegido adulto adultos, e isso significa ser honesto sobre
o modo como o protegemos.
— Eu sei.
— Não, está tudo bem. Ele provavelmente nem sairá do seu quarto.
Obrigado, apesar de tudo.
— 'Noite.
Por cerca de dez minutos depois que Ryder partiu, Luca apenas ficou
sentado em sua cama, acariciando Athena e lutando consigo mesmo. Ele se
sentia abalado e perdido, desequilibrado pela rápida sucessão de revelações
desagradáveis. Embora Luca tivesse tentado todos os truques que a Dra.
Andersen lhe ensinara para se acalmar, nenhum deles funcionou e sua
agitação aumentava a cada minuto. Se ele ficasse sozinho neste quarto a noite
toda, ele teria um colapso nervoso. Ou talvez um surto psicótico.
KM
Ele puxou o telefone do bolso e apertou a discagem rápida para
Ashton.
— Hey. Olha, eu sei que você não está feliz comigo agora, mas...- Luca
fez uma pausa, achando mais difícil admitir sua vulnerabilidade do que ele
esperava. — Preciso de alguém para conversar. Você pode vir?
— Sim.
Luca mandou uma mensagem para Siobhan para que ela soubesse -
um pouco imaturo, já que ela estava sentada do lado de fora do quarto dele,
mas ele não conseguia falar com ela neste momento. Ele esperou por Ashton
em seu quarto ao invés de descer para encontrá-lo; Ashton já tinha vindo ali
mais do que o suficiente para encontrar seu próprio caminho até agora.
Quando Ashton entrou no quarto, ele não puxou Luca para um beijo
do jeito que ele costumava fazer quando estavam sozinhos. Ele se sentou no
lado oposto da cama e estendeu a mão para acariciar Athena, a quem ele já
havia encontrado em várias ocasiões. — Então, ele disse, —...o que mais você
tem escondido?
KM
fundo, firmou-se e depois contou a Ashton toda a história desde o momento
em que Glauser aparecera à sua porta, incluindo os acontecimentos daquela
tarde. Enquanto ele falava, a rigidez e a irritação se derreteram no rosto de
Ashton, substituídas por uma simpatia horrorizada. Ele subiu na cama e
colocou o braço ao redor dos ombros de Luca, segurando-o perto.
— Deus, Luca, disse ele depois que Luca terminou. — Por que você
não me disse nada disso antes?
— Eu não posso acreditar que você ainda está são agora. Eu teria me
trancado no meu porão semanas atrás.
KM
Luca franziu a testa, confuso.
— Outro dia, você disse que o sexo ajuda você com sua ansiedade,
disse Ashton. — E você parece muito chateado agora, então...-
Luca ficou olhando para ele espantado, sem saber se deveria ficar
ofendido ou tocado. No final, ele se contentou com uma mistura de ambos.
— Não é o sexo em si que faz a diferença. É saber que você me quer...- ...que
você ainda me quer, mesmo depois de... tudo.
— Claro que ainda te quero. Eu não vou mentir e dizer que não fiquei
com raiva, mas a verdade é que você nunca fez nada para mim. Estar com
raiva de você por algo que você pensou em fazer parece inútil. É como estar
com raiva de alguém que não existe mais.
— Ok.
— Você me perdoa?
Ele se inclinou para beijar Luca novamente, mas Luca o reteve com a
mão em seu peito. — Não faça isso porque acha que preciso disso.
KM
meio ereto. — Isso é o que as pessoas gostam de chamar de uma situação
vantajosa para todos.
— Em guarda, ele disse para ela, que era um dos comandos que Arnold
Beale estava treinando para ela seguir. Luca não tinha certeza se realmente
funcionaria - ela ainda tinha apenas sete meses de idade, afinal de contas -
mas não havia como ele fazer sexo com ela no quarto.
KM
desde a primeira vez, e Luca gemeu em seu ombro enquanto ele era esticado
e lubrificado.
KM
Suas alturas equivalentes tornaram a posição fácil de sustentar e,
inclinando-se para a frente, permitiu que Luca entortasse seu corpo do jeito
que ele precisava, a fim de esfregar sua próstata contra o eixo de Ashton
enquanto o montava. Seus rostos estavam a apenas alguns centímetros de
distância. Luca deu um beijo nos lábios de Ashton, mas essa era a extensão
do que ele poderia administrar em seu estado atual. Os gemidos e
xingamentos de Ashton misturavam-se com as respirações duras e ofegantes
produzidas pelo intenso esforço de Luca.
KM
quadris se tornando frenético enquanto ele se aproximava da borda. Ashton
tinha os olhos fechados e a cabeça jogada para trás, empurrando para cima
para encontrar cada um dos impulsos de Luca. Ele grunhiu de prazer quando
Luca apertou seus pulsos com mais força, arqueando as costas, e isso fez Luca
ultrapassar a borda. Deixando escapar um grito agudo, Luca assistiu seu
pênis jorrar por todo o estômago de Ashton.
KM
Acalmando seus quadris, Luca sentou-se em cima de Ashton por um
minuto enquanto ambos recuperavam o fôlego. Então ele se levantou e tirou
o preservativo, jogando-o no cesto de lixo e estendendo-se na cama.
Ashton deu um beijo no ombro de Luca. — Porra, isso foi quente. Você
realmente gosta de estar no topo, hein.
KM
nós trocamos e terminamos com ele me fodendo, ao invés disso, e eu nunca
tentei novamente.
Eles se deitaram juntos em silêncio, com seus corpos suados. Por fim,
Luca disse: — Obrigado por me perdoar.
KM
Capítulo Trinta e Três
Ryder suspirou.
KM
Balançando a cabeça, Ryder disse: — Então, um cara dorme com um
adolescente e acaba sendo demitido ou divorciado por causa disso, e aí decide
que é culpa do Luca, e desconta nele com tortura psicológica? Isso é patético.
— Ei, cara grande, disse Jo, —...eu sei que isso está te deixando louco,
mas isso leva tempo. Estamos trabalhando o mais rápido possível. Prometo
que entrarei em contato no momento em que encontrarmos alguma coisa.
KM
para hoje à noite, Andy sugeriu um restaurante em Bethesda em vez de DC,
e Ryder concordou - principalmente porque era tão raro para Andy tomar a
iniciativa assim. Então Andy disse que não fazia sentido Ryder ir até DC
apenas para buscá-lo e dirigir de volta para Bethesda, então ele também
poderia ir buscar Ryder. Ryder tinha ficado com a suspeita de que Andy
queria comer em Bethesda só para ter uma desculpa para ir à propriedade.
Não havia qualquer razão real para que ele não o fizesse; Ryder tinha
todo o direito de receber convidados quando não estava trabalhando, desde
que ele fosse discreto. No entanto, Ryder sempre teve o cuidado de evitar
convidar Andy. Por um lado, a propriedade era tão opulenta que era meio
embaraçoso, e Ryder não queria lidar com a admiração inevitável de Andy.
Por outro lado, Ryder tinha que admitir, ele não queria arriscar que
Andy e Luca se encontrassem.
Ryder preferiu não pensar sobre o porquê disso, então ele tirou isso
da cabeça quando escovou os dentes, endireitou a gravata e passou as mãos
sobre as bochechas para ter certeza de que sua barba estava perto o
suficiente. Ele pegou seu casaco e desceu as escadas cinco minutos mais cedo,
planejando esperar na varanda da frente para que ele pudesse simplesmente
pular no carro de Andy assim que ele chegasse.
KM
— Oh, meu Deus, disse Andy, olhando para a casa.
— Sim.
— Então, você vai me dar uma excursão? Andy perguntou quando eles
se separaram.
KM
Merda.
— Belo carro.
KM
Wakefield puxou Luca para um beijo de olá perfeitamente apropriado,
um que não deveria ter feito os grilhões de Ryder crescerem da maneira que
fez. Luca olhou de lado em sua direção, depois deu uma segunda olhada.
— Luca.
KM
sobrancelhas, mas não olhou para Ryder. — Ele faz.
Andy hesitou quando pareceu perceber seu erro. — Quero dizer, nada
pessoal. Apenas o que é ser um guarda-costas.
— Ele nunca me diz nada sobre você, disse Luca com um beicinho. —
O que você faz?
Pela primeira vez, os olhos de Luca se voltaram para Ryder, mas ele
não conseguiu decifrar a emoção insondável neles. Então Luca voltou a olhar
para Andy. — Você é uma enfermeiro pediátrico?
KM
estilo de Luca. Se Luca estivesse realmente determinado a arruinar o
relacionamento de Ryder, ele não faria nada com Ryder - ele tentaria seduzir
Andy.
Parte de seu estresse deve ter vazado nas palavras, porque Andy deu
a ele um olhar surpreso antes de dizer: — Hum, tudo bem. Foi ótimo
conhecer você, Luca, Nate.
— Tenha uma boa noite, disse Luca, a voz quente e os olhos frios.
— Deus, Luca é lindo, disse Andy. — E tão doce. Ele e seu namorado
formam um casal fofo.
KM
*****
— Eu não culpo você, disse Nate. — Eu nunca fui para esse tipo
musculoso, mas ele é insanamente quente. Ele está tão longe da liga de seu
namorado que nem é engraçado.
— Eu não tenho certeza de como você conseguiu fazer com que todos
esses três adjetivos soassem como insultos, mas estou impressionado.
KM
você se importa tanto? Você sabia que Ryder tinha um namorado. Você me
disse no primeiro dia que nos conhecemos.
— Eu nunca o tinha visto. Ele não é... ele não é o que eu esperava.
Luca fechou os olhos até que ele ganhou controle sobre o pensamento
doloroso. Mesmo assim, ele não conseguia parar de falar. — Eu não sabia que
esse era o tipo que Ryder queria - um pequeno e tímido puritano que
provavelmente o adora e cai para todas as suas palavras. Este não sou eu. Eu
nunca serei assim.
Sim. Quando Luca tinha feito esse acordo com Ryder no Natal, ele
acreditava que era apenas temporário. Ele estava tão certo que Ryder cairia
em si e eventualmente admitiria que a conexão deles, o que quer que fosse,
era muito poderosa para ser negada. Mas se Andy...- com seu lindo cabelo
encaracolado, corpo macio e redondo e sorriso tímido - ...fosse o que Ryder
queria, então isso nunca aconteceria. Luca estivera se enganando o tempo
todo.
KM
Comigo não. Luca observou seus dedos batendo no apoio de braço e
desejando que parassem e então descobriu que não podiam. Ele estava
envergonhado, desapontado e doente de estômago.
— Eu não estou com fome, disse ele. — Vamos pular o jantar e ir para
o seu lugar.
Nate quase bateu no carro à frente deles. — Sério? Ele disse uma vez
que o risco de um acidente havia passado.
— Sim.
— Ok.
— Sim.
— Luca...-
KM
estacionou na garagem subterrânea e esperou até que o Range Rover
estacionasse no local de hóspedes ao lado dele e Siobhan, Candace e Adam
saíssem.
Isso era o que Luca odiava sobre sua vida - ele não podia ir a lugar
nenhum sem uma equipe de três pessoas seguindo-o e observando cada
movimento seu. Ele não tinha privacidade e nunca teria.
— Eu posso ficar no corredor, se você quiser, mas você terá que deixar
a porta da frente destrancada, disse ela.
KM
importo, e tenho certeza que Nate também não.
Nate o seguiu, fechando a porta uma vez que eles estavam sozinhos.
Luca se encostou na parede ao lado dela. Ele segurou o olhar de Nate quando
Nate entrou em seu espaço pessoal e apoiou as mãos contra a parede de cada
lado dos ombros de Luca.
— Fique de joelhos.
KM
Nate colocou as mãos nas coxas de Luca e tateou seu pênis através de
suas calças. Luca não estava duro, mas o calor e a pressão fizeram o corpo
dele responder sem precisar de nenhum estímulo de seu cérebro. Seu pênis
se contraiu e começou a se encher de sangue. Fazendo um barulho
encorajador, Nate abaixou o zíper e puxou as calças e as roupas íntimas de
Luca o suficiente para liberar sua crescente ereção.
Luca tentou não fazer nenhum barulho, não querendo dar a Nate a
satisfação, mas ele nunca foi bom em ficar quieto. Ele mordeu o lábio para
abafar seus gemidos e enrolar as duas mãos no cabelo de Nate, que estava
grudento com o produto que usava. Nate o levou mais fundo sem protestar,
então Luca começou a empurrar, levando seu pênis pela garganta de Nate.
Seus quadris estalaram mais e mais rápido, e Luca foi preenchido com uma
satisfação cruel enquanto ele fodia o rosto sorridente de Nate.
KM
entusiasmo, mas eu realmente preciso respirar. Apenas relaxe. Deixe-me
cuidar de você.
— Você sabe que você quer, disse Nate, dando golpes no pau de Luca
enquanto ele falava.
Ele estava certo, o idiota do caralho. A principal razão pela qual Luca
não gostava de superar era que seus orgasmos nunca eram satisfatórios o
suficiente sem algo dentro dele, mesmo que ele estivesse apenas recebendo
uma punheta ou um boquete. Ele não se importou desta vez, no entanto. Ele
não estava deixando Nate colocar seu dedo nele.
KM
Luca puxou a boca de Nate de volta em seu pênis. Tudo progrediu
rapidamente depois disso - as ministrações de Nate se tornaram agressivas e
exigentes, sugando com força e rapidez enquanto sua mão acariciava o que
sua boca não alcançava. Luca mordeu a própria mão para se manter quieto
quando ele gozou, arqueando as costas da parede enquanto jorrava na
garganta de Nate.
Isso não o fez se sentir melhor. O prazer físico estava lá, claro, mas era
oco. Luca não queria Nate em primeiro lugar. Ele só desejava a garantia de
que alguém ainda o queria.
Nate riu. — E eu tenho certeza que vai ser alucinante, dado o quão
emocionado você soa sobre isso. Ele acariciou o pescoço de Luca e disse: —
KM
Eu sei uma maneira que eu posso conseguir o que eu quero sem você ter que
despender qualquer esforço em tudo .
— Você terá que tirar a roupa, disse Nate, guiando Luca para a cama.
Assim quando Luca achou que teria que reiterar sua regra, ele sentiu
a mão de Nate entre suas pernas, espalhando lubrificante por toda a parte
interna de suas coxas.
KM
coxas de Luca. Ele empurrou as pernas de Luca juntas e agarrou seu quadril,
sulcando-se contra ele com impulsos rápidos.
Luca tinha tido sexo intercultural antes, e embora não fosse sua
atividade favorita, ele sempre achara isso intrigante - mas depois, todas as
outras vezes que ele fizera isso, ele estava excitado e interessado nos
procedimentos. Era estranho ficar ali deitado, já tendo gozado, deixando
Nate se esfregar entre suas coxas enquanto sua mente vagava com o tédio.
KM
Ele não sabia. Ele não sabia por que ele fizera isso em primeiro lugar.
Ele apenas se sentiu tão... vazio. Luca queria estar bravo com Ryder, mas
tudo o que ele conseguia era uma espécie de miséria em branco, tingida com
a humilhação de achar que ele significava mais para Ryder do que realmente
era. O que importava se ele deixasse Nate usar seu corpo? Ryder não o queria
de qualquer maneira.
A risada de Nate passou por cima do ombro dele. Ele pegou velocidade
novamente, segurando Luca com força e grunhindo em seu ouvido enquanto
ele se esfregava contra ele. Luca esperou, olhando para a parede até que Nate
gozou com os quadris gaguejantes e um gemido alto.
KM
vezes, trancou também. Ele não subestimaria a capacidade de Nate em tentar
entrar no chuveiro com ele.
KM
Capítulo Trinta e Quatro
Se, você tende a ser um leitor muito sensível e sabe que existem coisas que você
absolutamente não consegue ler em nenhuma circunstância, ou se você já teve que lidar com
os assuntos tratados anteriormente nesta história, você provavelmente deveria destacar o
seguinte texto que está em branco para que você possa ler o aviso: Tentativa de estupro.22
Você decide!
****
22 A Autora está avisando que virá cenas de tentativa de estupro. Eu não deixei em branco, para vcs não terem
o trabalho de copiar e descobrir o texto, kkk.
KM
algumas garrafas de refrigerante chamada Rivella, com uma nota que dizia:
VOCÊ PODERIA FAZER UM HOMEM ACREDITAR QUE O CÉU É VERDE.
Luca olhou para trás e para frente entre a nota e as garrafas algumas
vezes, franziu a testa e disse: — Isso não significa nada para mim.
Isso era outra coisa. Luca estava agindo de forma muito estranha a
semana toda - não exatamente cruel, mas distante e frio. Onde antes havia
uma estreita camaradagem crescendo entre ele e Ryder, havia agora um
enorme abismo que Ryder não conseguia atravessar.
Ryder não era um idiota; ele sabia que a mudança na atitude de Luca
era por causa de Andy. O que ele não conseguia descobrir era por quê. Não
KM
era como se Ryder tivesse mantido ele em segredo. Luca sabia há semanas
que Ryder tinha um namorado, então por que o encontro com Andy tinha
ativado algum tipo de mudança?
Ele não disse nada. Talvez ele pudesse ter dito algo uma semana atrás,
mas agora Luca estava muito inacessível, e Ryder não queria se arriscar a
afastá-lo ainda mais. Às vezes parecia que Luca queria que ele...- ...ele
encontrava os olhos de Ryder atrás das costas de Wakefield com um olhar
desafiador, desafiando-o a dizer algo...- mas Ryder nunca mordeu a isca. Se
KM
Luca precisava fazer sexo com Wakefield para passar por essa fase difícil,
então que direito Ryder tinha de objetar?
- UM ADMIRADOR
Assim que Luca terminou, ficou parado por alguns instantes, olhando
para o espaço com a testa franzida. Ele não parecia chateado, apenas...
pensativo.
KM
estava claramente perdido em pensamentos para falar sem ser solicitado.
KM
muito por ele estar morto. Ele era um homem mau.
— Então, por que fazer sexo com ele? Ryder perguntou, estupefato.
— Não foi?
KM
— Não, isso aconteceu. Mas também o excitou. Era óbvio até através
da parede do confessionário. Então, toda semana, inventava uma nova
história para confessar, e quanto mais sujas e mais degradantes elas eram,
mais excitado ele ficava. Ele começou a me dar penitência que a Igreja
definitivamente não teria aprovado. Eventualmente, consegui convencê-lo
de que eu deveria fazer minhas confissões em seu escritório. Depois disso...
Luca parou e acenou com a mão.
Ryder não tinha ideia de como responder a uma história como essa,
exceto pensar consigo mesmo que não estava triste por Ruskin estar morto
também. Concentrando-se na questão menos inflamatória que ele
conseguiu, ele perguntou: — Como todos descobriram?
KM
maneira que eu conseguia pensar em me livrar dele. Estreitando os olhos, ele
acrescentou:— Não foi muito legal da minha parte, foi?
KM
dia em que cheguei em casa.
Janet Scheller tinha sido líder de equipe de Luca antes de Ryder; ele
se lembrava dela como sendo uma mulher muito profissional, embora ela
claramente estivesse no fim de sua sagacidade com Luca quando voltaram
para os Estados Unidos. E Warnock... tudo o que Ryder lembrava dele era o
quão feio ele era. Era o tipo de coisa que ficava com você.
— Vou deixar você se preparar para o seu encontro, disse ele. —Deixe-
me saber se você precisar de alguma coisa.
KM
Enquanto se sentava na cadeira do lado de fora do quarto de Luca,
algo que Luca dissera o incomodava: estou surpreso que os dois duraram
tanto tempo. Dado como Luca havia descrito seu relacionamento com eles,
Ryder também ficou surpreso. Os guarda-costas de Luca eram bem pagos,
mas não tão bem que valeria a pena aturar um protegido que você realmente
não suportava. Então por que Scheller e Warnock ficaram por tanto tempo?
KM
amantes de Luca estivessem usando passaportes falsos para entrar nos EUA,
mas ela também não estava tendo muita sorte, mesmo com o peso político
de D'Amato por trás dela.
— O que?
KM
mostra depósitos regulares de seu empregador, mas nenhum registro de
despesas de viagem ou hospedagem.
— Isso faz sentido, se ele realmente está viajando com quem ele está
protegendo.
Ryder pensou sobre isso. — Nós temos uma teoria de que há alguém
relativamente próximo aos D'Amatos, que colocaram Gray e o Admirador
em contato um com o outro, e talvez os conectaram à toupeira da
propriedade. Isso pode ser quem está pagando as contas de Warnock. Existe
alguma maneira de rastrear quem está por trás da corporação fictícia?
— Eu posso tentar, mas com toda a honestidade, eu não acho que vou
chegar muito longe. Quem quer que tenha configurado isso, sabia o que
estava fazendo.
— Ok. Apenas faça o que puder. Talvez tenhamos uma pista sobre
quem é o terceiro.
KM
Jo ficou quieta por um momento. — Ok. Suponha que alguém esteja
pagando a Warnock para viajar dentro desses detalhes dos relacionamentos
passados de Luca, para que ele possa torturar Luca com eles. Isso não explica
como Luca pode estar vendo homens de seu passado aqui na América, e a
linha do tempo não se encaixa, de qualquer maneira. Olhando para essas
datas, posso dizer que Warnock estava fora do país em alguns dos dias em
que o Admirador enviou mensagens para Luca. E ele não tem estado nos
EUA por mais do que de alguns dias e, em uma extensão, em nenhum
momento nos últimos dois meses. Não há como ele estar perseguindo Luca
sozinho. A tensão em sua voz aumentou quando ela falou. — Há outra
possibilidade aqui em que todos estamos pensamos, mesmo que nenhum de
nós tenha dito isso em voz alta. Mas acho que é hora.
Ryder suspirou, porque ele sabia exatamente o que ela queria dizer.
— O Admirador é mais de uma pessoa.
*****
KM
aberração de uma única vez, e ele estava cansado do sexo ser insatisfatório
para ele - então ele permitiu que Nate o tocasse, esperando que isso pudesse
ficar possivelmente melhor.
Não foi.
Se havia uma coisa que Luca sabia sobre suas próprias preferências
sexuais, era que ele amava a sensação de penetração. Dedos, língua, pênis,
brinquedos, um ocasional objeto doméstico posto em uso incomum - Luca
ansiava pela plenitude e estiramento de ter algo dentro dele, a felicidade
elétrica da estimulação de sua próstata, a dor agradável que servia como um
delicioso lembrete depois. Apenas o pensamento de ter sua bunda tocada era
suficiente para deixar Luca excitado e incomodado a qualquer momento.
Foi por isso que Luca não entendeu por que ele não estava gostando
dos dedos de Nate dentro dele. Não era que Nate fosse inexperiente - longe
disso. Seus dedos ágeis eram apoiados por uma experiência considerável,
esticando Luca bem do jeito certo, provocando sua próstata com confiança e
perícia. Mas Luca não gostou, e ele estava tão confuso quanto desconfortável.
Os dedos de Nate pareciam... intrusivos, como se Luca estivesse sendo
invadido de alguma forma. Ele os queria fora, o que era um desejo que ele
nunca, jamais teve antes.
KM
isso seria o mesmo que admitir a derrota. Luca poderia usar Nate para obter
prazer e liberação da mesma forma que ele usou tantos outros homens.
Inferno, Nate queria ser usado.
— Ver você assim é melhor que cocaína, disse Nate de seu lugar entre
as pernas de Luca.
KM
saber o quanto odiava ter homens deitados em cima dele.
KM
— Eu não estou mais perguntando.
Apesar de todos os sinais, Luca não percebeu o que Nate queria dizer
até sentir o joelho de Nate cutucando suas pernas. Choque e horror arrancou
o ar de seus pulmões, e quando ele respirou fundo para chamar Ryder, Nate
colocou a mão sobre sua boca.
Isso sacudiu Luca o suficiente para lhe dar força para puxar as pernas
juntas, comprando-se mais alguns segundos. Ele torceu a cabeça, tentando
libertar a boca do aperto de ferro de Nate. Embora ele não conseguisse se
afastar, os olhos de Luca caíram em seu jeans, ainda deitado no lado oposto
da cama onde ele o havia jogado antes. Seu botão de pânico estava no bolso.
Eles estavam muito longe para Luca alcançar em sua posição atual.
Esperando que Nate pensasse que ele estava apenas lutando sem rumo, Luca
KM
se inclinou para o lado no colchão.
KM
— Não é o que parece, disse Nate, de onde ele estava sentado no final
da cama. — Ele queria isso.
— Sim, tenho certeza que é por isso que você colocou a mão sobre a
boca dele. A voz de Ryder estava controlada, mas havia fúria à espreita logo
abaixo da superfície. Ele não moveu a arma ou os olhos de Nate quando
perguntou a Luca: — Devo chamar a polícia?
— Eu não disse que ia te matar. Mas eu não iria perder o sono por
quebrar um dos seus joelhos. Ryder baixou a arma para apontar para a parte
do corpo acima mencionada. — Então, observe a porra da sua boca.
KM
O rosto de Nate ficou cinza.
— Não. Você chegou antes dele... mais uma vez, Luca não conseguiu
formular a palavra. — Estou bem.
Ryder parecia discordar, mas ele não se opôs. Ele conduziu Luca para
o elevador e avisou por rádio o resto da equipe para que eles soubessem que
estavam descendo.
KM
Ryder parou e se virou para ele, colocando a mão em seu braço. —
Luca...-
Algo escuro e furioso cintilou nos olhos de Ryder antes que a simpatia
o dominasse. — Eu sei.
— Ele não estava usando camisinha, disse Luca através das mãos que
KM
ainda estavam sobre o rosto. Talvez fosse estúpido, mas era nisso que ele
estava mais preso. — Ele teria gozado dentro de mim, ele poderia ter me
contaminado com qualquer coisa...-
— Você pode chorar onde quiser, disse Ryder. — Não se preocupe com
eles.
Luca queria que isso fosse verdade, mas ele não sabia se poderia se
sentir seguro de novo.
KM
Capítulo Trinta e Cinco
— O que você quer dizer com você não quer ver Nate de novo?
D'Amato perguntou.
Luca apertou os lábios e baixou os olhos para o chão, sem dizer nada.
KM
Para sua extrema consternação, Ryder percebeu que Luca iria desistir.
Ele tinha problemas em enfrentar sua mãe nos melhores momentos, e em
seu estado atual - exaurido e devastado pelo ataque de Wakefield - ele não
conseguia nem discutir. Mas Ryder ficaria morto em uma vala antes de
deixar Wakefield no mesmo quarto que Luca novamente.
— Eu cheguei antes que ele conseguisse ter sucesso, mas foi por um
triz. Tenho que avisar que Wakefield não será permitido perto de Luca
novamente.
— Não, claro que não. D'Amato fechou os olhos e deu uma breve
sacudida na cabeça, como se não conseguisse processar o que estava
ouvindo. — Luca, por que você não me disse?
Luca deu de ombros, os olhos ainda no chão. — Eu não achei que isso
importaria.
KM
Ele poderia muito bem tê-la esfaqueado no estômago. Como Luca não
estava olhando para ela, ele não viu a dor que atravessou o rosto de sua mãe
- mas Ryder o fez, e foi tão cru e horrível que ele teve que desviar seus
próprios olhos por um segundo. Quando ele olhou para trás, D'Amato estava
sob controle.
— Sim.
KM
telefone em sua mesa.
— Mãe, não, disse Luca. — Eu não quero que ninguém saiba. Por
favor. Sua voz falhou na última palavra.
D'Amato fez uma pausa com o receptor na mão. — Luca, o que ele fez
não foi sua culpa. Você não tem motivo para se envergonhar. Ele precisa
enfrentar a justiça por seu crime.
Ryder não tinha ideia do que eles estavam dizendo, é claro, mas
nenhum deles parecia feliz. Fosse o que fosse, ele tinha certeza de que não
teria gostado, porque não havia outra razão para Luca sentir a necessidade
de trocar de idioma.
KM
— Sim.
Deixado sozinho com seus pensamentos por horas, Ryder não pôde
deixar de repassar os eventos da noite anterior, uma e outra vez. Ele sabia,
intelectualmente, que não havia como ele ter parado o ataque mais cedo, mas
ainda sentia que havia falhado com Luca. Se Luca não tivesse conseguido
chegar ao seu botão de pânico, Wakefield o estupraria com Ryder
completamente inconsciente na sala ao lado. Essa possibilidade o
atormentava como uma úlcera.
Quase tão ruim quanto isso era a lembrança da pura fúria animal que
KM
o consumira. Houve alguns momentos sem fôlego quando ele realmente
queria matar Wakefield. Ele esteve por um fio de cabelo de atirar no joelho
do homem; ele teria, se Luca não o tivesse impedido. Talvez ele tivesse se
arrependido mais tarde, mas ele não teria sentido nada além de satisfação no
momento.
— Vou descer para comer, mas depois vou estar no meu quarto pelo
resto da noite. Me chame se precisar de mim.
KM
— Estou bem, disse Luca apaticamente.
KM
qualquer um. Algumas pessoas são fodidas, cara. Você atirou nele?
— Eu não te culpo. É uma coisa boa que você estava lá e não eu...- ...eu
provavelmente teria atirado no pequeno filho da puta bem no pau.
*****
— Nate?
KM
queria acreditar, e ele não se importava se não era verdade. — Luca podia
ouvir a voz irritada de Nate em seu ouvido, dizendo-lhe Acalme-se, porra,
como se ele não estivesse tentando violá-lo. — Isso deveria torná-lo melhor,
certo? Que ele não fez isso por crueldade?
— Isso faz?
— Eu me sinto estúpido.
— Como assim?
— Por quê?
KM
tornar sexual mesmo que eu tenha jurado a ele e a mim mesmo que eu nunca
faria. Eu sabia que tipo de cara ele era. Eu deveria ter previsto isso.
— Deixe me perguntar algo. Você disse a ele que não queria transar?
— Sim.
— Mas...-
— Não, disse Andersen com firmeza. — Sem desculpas. Não foi sua
culpa. Fim da história. O estupro nunca é culpa da vítima, não importa o que
eles estivessem fazendo, ou o que eles estivessem usando, ou como eles se
comportaram em relação ao estuprador. Se Nate tinha alguma razão para
acreditar que você não queria, a culpa é inteiramente dele. Eu sei que você
sabe disso, Luca. Se um de seus amigos estivesse no seu lugar, você estaria
dizendo a mesma coisa que estou dizendo.
Ela estava certa, mas saber e sentir eram duas coisas muito diferentes.
— Eu não lutei, disse Luca. — Eu não deveria ter precisado de Ryder para me
salvar. Nate e eu somos do mesmo tamanho e sou treinado para me defender
contra esse tipo de ataque. Mas eu apenas congelei. Eu não consegui me
mexer. Foi como se meu corpo inteiro estivesse desligado.
KM
tenta se proteger do que está acontecendo. Isso não significa que você queria
que ele tentasse te estuprar, ou que você merecia isso.
— Sim.
KM
assim, eventualmente, as memórias param de desencadear medo e
ansiedade. Eu o usei com sucesso com muitos dos meus clientes, e é bem
apoiado por evidências empíricas.
— Alô?
KM
A mente de Luca ficou em branco com o choque. Ele não contara a
Ashton sobre o ataque - ele não contara a ninguém. — O que? Do que você
está falando?
— As drogas!
— Você não sabe? Ashton disse incrédulo. — Onde você esteve a tarde
toda? Está em toda a internet!
KM
Nate estava limpo. Luca tinha certeza disso. Mas mesmo que Nate
tivesse caído do vagão, ele só teria comprado cocaína suficiente para ficar
chapado uma ou duas vezes, não cinco fodidos quilos a mais. Ele nunca foi
um traficante.
Luca se recostou e soltou um suspiro. Ela tinha feito isso. Jesus, foda,
só tinha sido um dia. Como conseguira obter tanta cocaína, plantá-la na casa
de Nate e convencer o DEA a seguir sua dica em pouco mais de vinte e quatro
horas?
Candace ainda estava olhando para ele, então Luca lhe entregou o
telefone. Enquanto ela deslizava os artigos, ele podia dizer pela expressão
dela que ela pensava a mesma coisa que ele.
— Provavelmente.
KM
prisão por algo que ele não tinha feito só porque Luca era muito covarde para
acusá-lo de seu verdadeiro crime.
Candace passou o telefone de volta para ele. — Você é filho dela. Ela
faria qualquer coisa para te proteger. Para ser sincera, estou surpresa que ela
não o tenha espancado.
Luca não estava. Se Nate acabasse na prisão, o que o esperava ali era
infinitamente pior do que qualquer surra que sua mãe pudesse ter arranjado.
Pelo menos tudo isso tornou uma coisa mais fácil. Luca estava
planejando contar para seus amigos que ele e Nate tinham simplesmente
terminado, mas Ashton sabia que o relacionamento deles tinha sido apenas
de fachada, então ele estava bagunçando seu cérebro tentando chegar a uma
explicação que Ashton iria comprar. Agora ele não precisava.
Uma vez que chegaram em casa, Luca levou Athena para uma longa
caminhada pelos terrenos cobertos de neve - com Candace ao seu lado, é
claro - antes de se juntar a sua mãe para um jantar empolado e quase
KM
silencioso. Ela não fez menção ao que aconteceu com Nate, e nem Luca.
— Eu não posso lidar com isso agora. Tire isso daqui. Eu vou olhar
para ele amanhã e te dizer de quem ele me lembra.
- UM ADMIRADOR
KM
Impressionante. Luca reprimiu a pontada de constrangimento e
disse: — Mas para ele assumir que a mãe estava envolvida na apreensão de
drogas... isso não é algo que uma pessoa simplesmente adivinharia.
— Sim.
— Eu sei o quão bravo você está com Siobhan sobre a gente ter
contado à sua mãe sobre os homens com quem você dormiu. Então, por que
você não está tão zangado comigo? Eu fiz a mesma coisa que ela, mas você
nem falou comigo sobre isso.
KM
Luca baixou as mãos. — É diferente com você. Você era um soldado,
Candy. Eu sei o quanto seguir ordens são importantes para você. Ainda dói
que você não tenha me contado, mas pelo menos eu posso entender. Com
Siobhan, no entanto... ela nunca segue ordens. Ela manteve isso em segredo
porque queria, não porque precisava.
— Ela fez o que achou que era melhor para você. Candace estendeu a
mão e apertou a mão de Luca. — Ela ama você, e eu também. Nunca duvide
disso.
Luca tirou a mão dela e desviou o olhar. Ela segurou seu queixo e virou
a cabeça para trás, encontrando seus olhos.
— Por que você fica comigo? Ele perguntou. — Depois de tudo o que
KM
fiz, por que você ainda quer me proteger?
KM
Capítulo Trinta e Seis
KM
tijolo de nada.
— Sem problema.
— De qualquer forma que você corta isso, no entanto, fica explicito ele
está definitivamente envolvido. Ele não está pagando por viagens ou
hospedagem, mas ainda usa seus cartões de crédito em restaurantes, lojas de
conveniência e outras coisas. Eu consegui acompanhar os gastos dele em
lugares próximos dos endereços residenciais de mais de uma dúzia de caras
nos arquivos de Luca nos últimos meses.
KM
Vendo que Ryder estava no telefone, Luca apenas levantou a mão em
um breve aceno quando eles passaram um pelo outro. Ryder acenou de volta,
continuando a subir a escada. Quando ele estava certo de que Luca estava
fora do alcance da voz, ele disse: — Então aqui está a minha teoria. Warnock
sabe quem são os exes de Luca e onde eles moram do tempo dele como
guarda-costas de Luca, e ele também sabe quais deles são mais propensos a
guardar rancor. Eu acho que ele está viajando para se encontrar com eles,
tentando obter detalhes de seus relacionamentos que apenas esses homens e
Luca saberiam. Então ele tem um parceiro aqui que está usando esses
detalhes para enviar as mensagens reais. Talvez o parceiro seja a pessoa que
o financia.
23CBP –Customs and Border Protection - A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos é a
maior agência federal de aplicação da lei do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e é a
principal organização de controle de fronteiras do país.
KM
desses homens tentar entrar no país, mesmo com um passaporte falso, eles
serão sinalizados e detidos.
Não havia muito mais a dizer depois disso. Ryder não tinha ideia de
como a toupeira tinha descoberto tão rapidamente - ele compartilhou suas
suspeitas com o resto de sua equipe, mas eles ainda nem haviam contado a
Luca. Então, ou a toupeira era um dos seus colegas guarda-costas, que ele
simplesmente não acreditava, ou era alguém que tinha conseguido invadir a
sala de guerra do terceiro andar sem ser detectado. Ou talvez um dos outros
guarda-costas tivesse compartilhado a informação com a pessoa errada.
KM
Todas essas possibilidades eram assustadoras, assim como o fato de
que, apesar de todo o planejamento cuidadoso, ele e Clarke ainda não tinham
chegado mais perto de descobrir a identidade da toupeira. Ryder considerou
e descartou meia dúzia de novos planos enquanto tomava banho, fazia a
barba e se vestia para o encontro. Não saber o que ele estava enfrentando
tornava quase impossível planejar um curso de ação eficaz.
Ryder estava apenas meio vestido quando Andy ligou para ele para
dizer que ele estava na frente. — Ainda não estou pronto, ele disse, e depois,
porque seria inimaginavelmente rude fazer Andy esperar no carro, —descerei
e deixarei você entrar.
Ryder tomou o tempo para vestir uma camisa, mas desceu descalço e
sem gravata ou jaqueta. Ao passar pelo quarto de Luca, ele notou Keller na
cadeira do lado de fora. Athena estava sentada ao lado dele, as patas cobertas
de neve...- Sheila ia ter um ataque - ...e a porta do quarto estava aberta. Bem,
KM
se Andy e Luca se cruzassem novamente, Luca teria que lidar com isso.
KM
— Sim. Foi ideia da Ryder. Luca sorriu para Ryder, que não pôde
deixar de sorrir de volta. Fazia muito tempo desde que ele viu qualquer coisa
parecida com um sorriso verdadeiro no rosto de Luca.
— Eu vou sair hoje à noite, disse ele, embora isso fosse óbvio pela
presença de Andy e pela maneira como ele estava vestido. — Você vai ficar
bem?
Ryder abriu a porta do seu próprio quarto e gesticulou para que Andy
o precedesse. Andy estava dando a ele um olhar estranho, mas ele entrou na
KM
sala sem comentar, então Ryder decidiu não mencionar isso.
— É ele, não é? Disse Andy. — O cara do trabalho com quem você fez
sexo em Aspen. Foi Luca.
Ryder olhou para ele, chocado, mãos imóveis em sua gravata. Essa foi
a resposta suficiente para Andy.
— Então é verdade?
KM
sexual...-
— Você o que?
— Oh, por favor. A maneira como você olhou para ele agora mesmo...-
...você nunca olhou para mim desse jeito.
— Isso saiu errado, disse Andy. — Eu não quis fazer parecer tão
pessoal. O que eu quis dizer é que nunca vi ninguém olhar para alguém desse
jeito, não na vida real. Como se você estivesse disposto a engatinhar por cima
de vidro quebrado por ele.
— Tenho certeza que você faria. Mas tenho a sensação de que você
também faria qualquer coisa só para vê-lo sorrir, e isso não é coisa de um
guarda-costas. Isso é coisa de um amante.
KM
Sentindo sua impaciência aumentar, Ryder disse: — Isso é ridículo. O
que quer que eu possa sentir por Luca é um ponto discutível. Ele se
aproximou de Andy, olhando-o nos olhos. — Eu prometi a você que eu seria
fiel, Andy e eu tenho sido. Eu sempre serei.
Ryder tomou suas mãos, alívio correndo por ele. — Sim, claro.
— Oh, Jake, disse Andy, sua voz de repente suave. — Isso é... isso é tão
triste.
— Não tem nada a ver com isso. Eu escolhi você, Andy. Eu escolhi você
por um motivo.
— Eu sei porque você fez isso, e eu entendo porque você acha que não
deveria estar com Luca. Eu nem estou dizendo que você deveria. Andy
respirou fundo. — Mas eu não quero ser o cara que você aceita porque tem
muito medo de se permitir ter o que realmente quer.
KM
— Eu…
— Olhe nos meus olhos e diga que não é o que eu sou para você.
Mas Ryder não queria ele. Não do jeito que ele queria Luca.
— Não é o que eu queria que você fosse, disse Ryder. Algo dentro dele
se despedaçou com esta confissão.
— Não, disse Andy, afastando-se. — Por favor, apenas não diga nada.
E não me ligue.
Como ele tinha se tornado essa pessoa? Mesmo agora, diante da fria
realidade de como ele usara Andy, Ryder teve que lutar contra o desejo de
correr atrás dele e prometer qualquer coisa, tudo, se Andy só o aceitasse de
volta - mas não era porque ele queria estar com Andy. Era porque ele estava
KM
apavorado com o que faria sem sua promessa para Andy mantendo-o sob
controle.
Maldito Luca.
— Não sabe bater? Luca disse de onde ele estava enrolado em sua
cadeira. Ele não olhou para cima do livro equilibrado em seus joelhos.
KM
— Eu sou irritante? Irritado agora, Luca ficou de pé. — Você está
brincando comigo? Você me enviou tantos sinais mistos que é como se você
tivesse algum tipo de desordem cerebral, e você acha que é minha culpa que
seu namorado tenha percebido isso e chutado sua bunda?
— Você costumava ser um robô, você quer dizer. O jeito que você era
quando nos conhecemos - desligando todos ao seu redor, vivendo sem sentir
nada...- —
Ryder agarrou Luca com as duas mãos e puxou-o para um beijo que
era mais um choque de bocas do que qualquer outra coisa. Luca engasgou de
surpresa, mas um segundo depois, ele estava beijando Ryder de volta, as
mãos segurando os ombros de Ryder. O beijo foi furioso e profundo, a
liberação de semanas de emoção reprimida, e um arrepio percorreu Ryder
quando ele sentiu os dentes de Luca rasparem seus lábios.
Athena rosnou.
KM
Isso parou Ryder em suas trilhas. Ele olhou para Athena, que havia se
interposto entre eles e estava encarando Ryder com uma linguagem corporal
que claramente dizia “Cai fora”. Para Athena rosnar em Ryder – uma pessoa
que ela estava sendo treinada para perceber como um aliado - seu
comportamento deveria estar além de agressivo.
— Calma, disse Luca para ela. Então ele olhou para Ryder. — Você está
chateado e não está pensando com clareza. Eu não posso confiar em nada
que você possa dizer ou fazer agora. Então vá embora. Vá embora, e não volte
até que você descubra o que diabos você quer. A mandíbula de Luca se
apertou. — Porque eu juro por Deus, se você fizer isso comigo mais uma vez,
será a última.
Não havia nada que Ryder pudesse dizer sobre isso. Ele assentiu e saiu
do quarto antes que pudesse se envergonhar ainda mais.
KM
Grato pelo profissionalismo consumado de Keller, Ryder voltou para
seu próprio quarto e sentou na cama, apoiando os cotovelos nos joelhos e
enterrando as mãos nos cabelos. Jesus fodendo a Cristo, o que havia de
errado com ele? Ele irrompeu no quarto de Luca, gritou com ele e o beijou
com raiva como... bem, como se ele fosse da idade de Luca, para ser honesto.
E esses impulsos não o deixaram. Seu corpo estava vibrando com raiva e
confusão e indecisão, músculos tensos implorando por movimento, qualquer
movimento.
Ele não tinha ideia do que diabos ele estava fazendo, mas ele sabia que
não poderia ficar nesta casa com Luca agora.
Ryder mudou seu terno para uma camiseta e jeans. Então ele agarrou
sua casaco, desceu para seu carro, e dirigiu de volta para a casa de seus pais.
Morgan atendeu a porta. — Você não esteve aqui, tipo, o dia todo? Ela
perguntou. — Você ainda tem uma vida?
— O que há de errado?
Morgan olhou para trás...- para ter certeza de que seus pais não
estavam lá, provavelmente - ...então disse: — Tudo bem. Deixe-me apenas
KM
pegar um casaco, tudo bem? Eu já volto.
Ryder esperou nos degraus da frente até que ela saiu com sua do parka
macia, puxando um par de luvas e trancando a porta da frente. Eles
caminharam alguns quarteirões em silêncio até o parquinho que
costumavam ir quando crianças, que agora estava deserto no meio do
inverno, e se sentaram no pequeno carrossel coberto de neve.
— Não. Bem, sim, mas não é por isso... ele não se importou com isso.
Ele disse que tenho sentimentos por Luca.
Morgan puxou uma das mãos de Ryder para longe do rosto dele. — E
daí? Pelo que sei, você nunca se sentiu atraído por alguém muito mais jovem
KM
do que você antes. Não é como se você fosse um cara mais velho e assustador
que tem o hábito de molestar garotos do ensino médio. Ela sorriu. — Você é
apenas um cara mais velho assustador que se deparou com um garoto em
particular do ensino médio.
— Eu me aproveitei do Andy.
— Não intencionalmente.
KM
Morgan passou a mão por suas costas.
KM
colocar Luca nessa posição na idade dele.
— Talvez você devesse deixar Luca decidir o que é justo para ele.
— Eu nem seria capaz de dizer aos nossos pais. Você pode imaginar?
‘Ei, mamãe e papai, só para você saber, eu estou fodendo o garoto de dezoito
anos que eu deveria estar protegendo. Eu mencionei que ele ainda está no
ensino médio?
Ryder teve que rir também, porque toda a situação era tão ridícula.
Morgan se moveu no carrossel de modo que ela estava enfrentando Ryder,
cutucando-o para fazer o mesmo.
— Eu quero Luca, disse Ryder, porque ele queria. Não havia nada que
ele quisesse mais do que poder beijar Luca sempre que quisesse, envolver-se
no calor do toque de Luca e no cheiro de sua pele, para lutar com ele e fazê-
lo rir e sentir todas as coisas que Luca o forçava a sentir...- mesmo quando o
KM
que ele sentia era essa terrível combinação de terror e incerteza, porque
mesmo isso era melhor do que o nada que ele sentia antes.
Ele realmente ia fazer isso? Ele realmente iria jogar a cautela ao vento
e se envolver com um homem que era provavelmente a escolha menos
apropriada na Terra para ele? Assumindo que Luca iria mesmo ficar com ele,
claro. Agora que Ryder tinha se acalmado, ele percebeu o quão incrivelmente
insultante tinha sido para ele correr diretamente para Luca e beijá-lo apenas
momentos depois de ser dispensado por outro homem - como se Luca
estivesse sentado esperando por sua conveniência.
KM
Então Luca abriu a porta, olhando para ele com olhos resguardados,
e Ryder soube. Não havia como fugir de Luca D'Amato. Não para ele. Nunca.
Não era. Ryder deu um passo mais perto de Luca. — Eu não estava
feliz com Andy, disse ele. — Ele é um cara ótimo, e eu queria que as coisas
funcionassem entre nós, mas ele não poderia me dar o que eu precisava.
KM
— Ele não me desafiou. Ele não me excitou, não me frustrou, e ele não
aborreceu o inferno vivo fora de mim.
— Sim.
— Eu pensei que você gostasse dele porque ele era tão doce.
Ryder riu. — Veja o que eu quero dizer, disse ele, e inclinou-se para
beijá-lo.
Embora não tivesse a raiva do beijo de ontem, este não foi menos
apaixonado. A boca de Luca se abriu para Ryder imediatamente, a língua
deslizando contra a dele, os lábios agarrados em uma pressão quente e úmida
de pele. Ryder segurou os quadris de Luca com um aperto fácil, consciente
de quão duro ele tinha sido ontem e dando a Luca muito espaço para se
afastar, se quisesse.
KM
— Quero dizer isso. Deus, Luca, estou falando sério.
Luca foi o único a finalmente puxar sua boca, mas apenas o suficiente
para tirar a camiseta de Ryder e colocá-la de lado. Ele passou os braços em
volta do pescoço de Ryder e o beijou como se estivesse tentando fundi-los em
uma só pessoa, para o qual Ryder não tinha objeções. Ele empurrou as mãos
por baixo do suéter de Luca, saboreando a suavidade da pele de Luca, a
pressão da ereção de Luca contra seu estômago. Seu próprio pênis doía ao
sentir Luca se contorcendo em cima dele.
Precisando sentir cada parte do corpo de Luca que ele podia alcançar,
Ryder pressionou uma linha de beijos urgentes na lateral do pescoço de Luca,
KM
gemendo quando os dedos de Luca emaranharam em seu cabelo novamente.
Ele escovou um polegar sobre o mamilo de Luca, e Luca se lançou contra ele.
— Mesmo?
KM
Foda-se. Ele estava tateando um homem que havia sido agredido
sexualmente há menos de uma semana.
Luca deu a ele um olhar de tanta fúria que Ryder achou que ele estava
prestes a ser socado. Quando Luca tentou se afastar, Ryder percebeu como
isso deve ter soado, e ele apertou-o ainda mais.
— Não, eu não quis dizer que eu não quero. Eu não estou mudando de
ideia. É só... depois do que Wakefield fez com você...
— O que isso tem a ver? Perguntou Luca. Ele parou de tentar sair, mas
ele parecia irritado.
— Você tem certeza de que está pronto para fazer sexo de novo tão
cedo?
Luca olhou para ele por um momento. Então ele se inclinou e deu a
Ryder um beijo longo e suave. — Contigo? Sim.
Isso era verdade, pelo que Ryder podia dizer - Luca estava duro como
pedra, suas bochechas estavam vermelhas, e ele não mostrava sinais de
KM
ansiedade ou hesitação. Mas Luca teve um monte de problemas estranhos
quando se tratava de sexo, e Ryder não podia entrar nisso sem saber que ele
tinha deixado uma coisa absolutamente clara.
— Se você me disser para parar, eu vou parar, disse ele. — Não importa
o quão longe estamos. Prometa-me que você vai me dizer se estiver
desconfortável.
— Eu não vou precisar que você pare. Talvez eu precisasse fazer isso
se fosse outro homem, mas não com você. Luca roçou os lábios sobre os de
Ryder novamente. — Mas sim, eu prometo.
Tudo bem então. Se Luca achava que ele estava pronto, Ryder não ia
insultá-lo, recusando-se a acreditar nele. Ele deslizou as mãos de volta para
o traseiro de Luca - que, na sua opinião, era exatamente onde elas
pertenciam.
KM
simples toque.
— Eu espero que você saiba como usar isso, disse Luca, olhando para
o pênis de Ryder enquanto o acariciava.
— Então, o que, você quer que eu minta para você? Ryder arrastou os
dedos sobre a protuberância nas calças de Luca. — Eu te disse uma vez que
se nós fizéssemos isso, eu deixaria você no controle. Eu não estava apenas
inventando isso. Ele empurrou a mão para dentro e tateou Luca sob sua
cueca boxer.
KM
colo. Luca pegou uma garrafa de lubrificante da mesa de cabeceira e
derramou uma quantia generosa sobre os dedos de Ryder, guiando a mão de
Ryder entre suas pernas.
— Tente não tocar minha próstata, disse ele. — Eu já estou muito perto
e não quero gozar tão cedo.
— Você quer isso, não é? Ryder moveu o dedo para dentro e para fora
tão lentamente quanto ele poderia. — Você me quer dentro de você.
Quando Ryder deu a ele um segundo dedo, Luca se firmou com uma
mão no ombro de Ryder, soltando um gemido suave. Ele não moveu os olhos.
Ryder se lembrou do intercurso anterior deles, quando eles se conectaram
no Natal e ele o havia dedilhado assim, mas, neste momento estava sendo
muito diferente. Era completamente diferente ter os dedos dentro de Luca
quando ambos sabiam que era apenas um precursor de algo muito mais
KM
intenso.
— Seus dedos são muito grandes, disse Luca. Jesus, ele parecia
drogado, sua voz estava tão cheia de desejo.
— Dói? Ryder perguntou, embora ele soubesse muito bem que não.
Luca deu uma gargalhada que não deveria ter sido tão sexy quanto
era. — Me dê outro.
Ryder empurrou três dedos dentro dele e torceu a mão. Ele alisou a
outra mão sobre a coxa e as costas de Luca, sentindo a tensão excitada de
seus músculos. Não havia dúvida de que Luca queria isso, que ele estava aqui
nesta cama e nos braços de Ryder de bom grado, e Ryder achou isso
imensamente reconfortante. Inclinando-se para frente, ele lambeu um dos
mamilos de Luca, batendo com a língua até que ficou ereto, e então chupou-
o em sua boca.
KM
muito bom para ele.
— Muita certeza.
Assim que Ryder puxou seus dedos para fora, Luca saiu de seu colo
para pegar um preservativo da mesa de cabeceira. Ryder deitou-se de costas,
e respirou fundo para se acalmar quando Luca voltou a se acomodar em suas
coxas.
KM
diga, disse ele.
Ryder assentiu. Ele colocou as mãos nas coxas de Luca e ficou imóvel,
sem fôlego, enquanto Luca se abaixava sobre os primeiros centímetros de seu
pênis.
Foda-se. Oh, foda-se, Luca estava tão apertado e tão quente que era
como se estivesse queimando por dentro. Tudo o que Ryder queria fazer era
estalar seus quadris e empurrar seu pênis o resto do caminho naquele
pequeno buraco acolhedor, e ser forçado a não se mexer só o estava excitando
mais. Luca se moveu lentamente sobre ele, tomando um pouco mais a cada
vez que ele deslizava, as mãos descansando no estômago de Ryder.
KM
Luca gemeu em assentimento sem palavras.
— Posso ver?
Ryder não pretendia dizer isso; tinha acabado de sair. Luca abriu os
olhos, mas, em vez de se sentir ofendido ou embaraçado, pareceu intrigado.
Ele balançou a cabeça e mudou seu corpo para que ele estivesse sentado no
pênis de Ryder com as pernas esticadas na frente dele e para os lados,
inclinando-se para plantar as mãos em ambos os lados das pernas de Ryder.
A posição o abriu de uma forma que deu a Ryder uma visão perfeita de onde
seus corpos estavam unidos.
Ryder respirou fundo, suas bolas doendo, mas Luca não tinha
terminado.
— Estou tão fodidamente cheio. Olhe para mim, você está tão fundo
que mal posso respirar...-
KM
irracional de empurrar selvagemente em seu buraco desvaneceu. Luca não
protestou.
Ryder não ia negar isso. — Sim. E você tem a porra de uma boca suja.
KM
mãos no peito de Ryder.
Mais duro que isso? Ryder queria perguntar, porque Luca já estava se
empalando no pênis de Ryder como se ele não conseguisse mergulhar fundo
o suficiente. Mas seu corpo reagiu antes que sua boca pudesse alcançá-lo. Ele
dobrou os joelhos para colocar os pés no colchão, agarrou os quadris de Luca
e empurrou para dentro dele no mesmo ritmo acelerado.
KM
cérebro dele ainda funcional, ele já estava preocupado que estivesse sendo
muito áspero.
Ryder deixou-se ir. Era isso que Luca queria, e ele estava muito além
do ponto em que poderia negar qualquer coisa a Luca. Eles sulcaram um
contra o outro freneticamente, alimentando-se da urgência um do outro,
corpos encharcados de suor. Os únicos sons no quarto além dos corpos que
se uniam eram a respiração áspera e ofegante e os pequenos gritos constantes
de Luca. Luca tinha os olhos fechados, mas Ryder manteve os seus abertos,
precisando ver Luca tanto quanto senti-lo.
Ryder agarrou seu pau e deu alguns golpes firmes. — Vamos, baby,
deixe-me ver você gozar para mim...-—
KM
em pulsos brancos. Ryder fodeu através dele, seu próprio corpo
estremecendo quando os músculos de Luca se apertaram e ondularam em
torno de seu pênis, mas ele suavizou seus impulsos quando o orgasmo de
Luca passou.
— Mas...-
— Continue.
KM
enterrando seu pênis até o punho na bunda de Luca, e ele ficou assim por um
momento interminável enquanto gozava tão forte que pontos negros
dançavam nas bordas de sua visão. Ele não baixou os quadris até que ele
estivesse completamente drenado. Luca gemeu e se esparramou em cima
dele.
*****
Cada músculo no corpo de Luca parecia borracha. Ele não fora tão
bem fodido em... nunca. Ele nunca foi fodido assim. Até as raízes de seu
cabelo estavam vibrando de prazer.
Eles ficam assim por mais um minuto. Então Ryder beijou o topo da
cabeça de Luca, alisou as mãos nas costas de Luca e levantou um pouco os
quadris de Luca para que ele pudesse deslizar para fora. Luca fez um barulho
de desconforto. Tão bom quanto o pênis de Ryder se sentia, era
KM
extremamente desagradável sair.
Deus. Luca tinha todo o peso do seu corpo descansando sobre Ryder,
e Ryder estava... bem com isso. Não estava nem impedindo sua conversa. Por
que isso era tão fodidamente quente?
Ryder acariciou as mãos para cima e para baixo dos lados de Luca em
uma carícia lenta e suave. Uma mão se moveu para passar os dedos pelos
cabelos de Luca, e Luca quase ronronou com o quão bom se sentia.
Todo esse momento era surreal. Ryder tinha fodido ele. Melhor que
KM
isso...- Ryder tinha ido até ele e pedido desculpas, disse a Luca que ele o
queria, e então ele transou com ele. Não parecia que ele estava planejando
enlouquecer com isso também.
Luca sentiu que deveria dizer alguma coisa, mas não tinha ideia do
que. Esse tipo de coisa estava fora do reino de sua experiência. No final, a
primeira coisa que veio à mente foi: — Você me chamou de 'baby'.
— Eu fiz?
— Duas vezes.
No entanto, havia apenas uma coisa que ele tinha que deixar claro. —
Só durante o sexo, disse ele, levantando a cabeça para olhar para Ryder. —
KM
Não em qualquer outro momento.
Esta foi a primeira vez que eles se olharam no rosto, depois que eles
gozaram; Era surpreendentemente íntimo. Mais uma vez, Luca sentiu-se
fora de sua profundidade...- ...não era uma sensação que ele estava
acostumado a experimentar em situações como esta. Ele deslizou sobre o
corpo de Ryder para que seus rostos estivessem nivelados e o beijou.
KM
que Ryder não estava fazendo isso por luxúria, o tamanho e a força de suas
mãos - combinadas com a promessa que ele acabara de fazer - fizeram o pau
de Luca se mexer novamente. Luca se mexeu, sentindo o deslizamento
pegajoso de seu sêmen preso entre seus corpos.
— Desculpa.
Ryder riu. —É o que eu ganho por fazer sexo com um garoto de dezoito
anos. Você quer que eu desça sobre você?
Deus, isso soou bem, mas Luca não suportava se mexer. — Não. Você
pode apenas…- Ele pegou uma das mãos de Ryder e cutucou-a para que os
dedos roçassem seu buraco.
— Mesmo?
— Você se importa?
KM
— Além disso, você não me deixou fazer isso do jeito certo antes, então
agora eu posso compensar isso. Diga-me qual deles você mais gosta. Ryder
encontrou a próstata de Luca e resvalou as pontas dos dedos sobre ela.
— Mmm. E isto?
— Melhor.
KM
— Não, parece bom o suficiente, mas não parece como...- Ryder
manipulou a próstata de Luca novamente até que Luca estava tremendo em
cima dele ... isso.
Ryder não puxou os dedos até que Luca estivesse exausto. O calor que
se acumulou entre seus corpos estava ficando insuportável, então Luca
desabou de lado e rolou de costas. Ele olhou para o pênis meio duro de Ryder.
— Você quer...-
KM
cabeça. — Eu prefiro apenas esperar.
— Ok. Luca apontou para a mesa de cabeceira, que estava muito longe
para ele pensar em alcançar agora. — Lenços?
— Já nos ouviu foder. Ela não vai se importar se você dormir aqui.
KM
queria depois do sexo era ficar sozinho em uma cama fria e vazia, se
preocupando toda a noite se Ryder mudaria de idéia quando acordasse na
manhã seguinte. — Sim.
Luca quis dizer isso como uma piada, mas o rosto de Ryder ficou sério
e ele virou para o lado. — Luca, me escute com atenção quando digo isso,
porque é muito importante. O que quer que aconteça entre nós não pode
interferir no meu trabalho.
— Eu sei.
KM
um desejo de morte, você sabe. Eu posso manter as coisas profissionais.
O rosto de Ryder se suavizou. — E... eu odeio ter que dizer isso, mas
...-
Uma expressão estranha cintilou nos olhos de Ryder, mas foi embora
antes que Luca pudesse colocar um nome nela. — Não poderemos ocultar
isso do seu outros guarda-costas, no entanto. Mesmo se pudéssemos nos
safar, não seria seguro.
KM
Luca bufou. — Sim, isso vai acabar bem. ‘Keller, eu estou fazendo sexo
com o adolescente que ambos estamos guardando, mas ele está totalmente
bem com isso, então não há necessidade de você contar para ninguém.’ Você
soará incrivelmente superficial. Eu vou falar com ele; ele estará mais
propenso a acreditar se isso vier de mim.
— Ok.
Ryder sorriu. — A menos que você me chute para fora em seu sono.
Ryder não roncava, mas sua respiração enquanto dormia era muito
profunda e pesada. Ele também dormia de costas, o que para Luca - que
dormia de bruços - parecia incrivelmente desconfortável. Luca observou-o
em silêncio por um tempo, saboreando a oportunidade sem precedentes de
observar Ryder tão desprotegido.
KM
expondo seu peito e braços, e havia uma leve sombra de barba em suas
bochechas. Deus, ele estava tão ridiculamente quente. Luca queria lamber
cada um dos músculos esculpidos em sua musculosa parte superior do corpo.
Ele estendeu a mão para descansar a mão no esterno de Ryder.
— Whoa, disse Luca. — Sono leve. Ele notou isso, quando ele se
levantou no meio da noite, também, mas ele pensou que tinha sido apenas
um acaso.
Aquele simples beijo aplacou quaisquer dúvidas que Luca pudesse ter
tido. Ele colocou o braço sobre o peito de Ryder e enganchou a perna sobre a
coxa de Ryder, beijando seu ombro e roçando as pontas dos dedos sobre o
rosto áspero com o restolho. — Eu tenho tiras de Listerine na mesa de
cabeceira.
KM
— Sete e meia.
— Uh, primeiro você vai ter que me explicar como você saiu desse
primeiro pensamento para o segundo.
— Mas você não é um fundo. Não seria o mesmo para você. Luca
arqueou as costas para poder sentir mais dor. — É como... você sabe quando
seus músculos ficam doloridos depois de se exercitar muito duro, e dói
quando você os estica, mas também é bom?
— Sim.
Ryder riu. — Você está certo, eu não entendo. Mas eu vou tomar sua
palavra para isso.
KM
momento que não percebeu que estavam se movendo até que ele estava
deitado de costas com Ryder em cima dele.
Ryder se deslocou para o lado para tirar seu peso de Luca. Ele se
apoiou no cotovelo e olhou para Luca com preocupação. — O que há de
errado?
KM
Ele continuou beijando o corpo de Luca, imperturbável. Então,
aparentemente, um cara não precisava ter um transtorno de ansiedade para
se sentir desconfortável debaixo de um homem do tamanho de Ryder. Bom
saber.
Eles ainda foram capazes de foder cara a cara, Ryder ajoelhado entre
as pernas abertas de Luca com o traseiro de Luca em seu colo. Luca teve que
usar as duas mãos para se apoiar na cabeceira da cama contra os impulsos
infatigáveis e incansáveis de Ryder, a maioria dos quais bateu diretamente
em sua próstata, graças ao ângulo de sua posição. Ryder era tão bom nisso,
atuando tão duro e profundo quanto Luca ansiava - melhor do que tinha sido
até mesmo nas fantasias mais loucas de Luca. Luca foi levado em uma onda
de êxtase tão intenso que ele ficou com a garganta ferida dos gritos contínuos
que Ryder arrancou dele.
— Você é uma fera, disse ele. — Apenas… Deus. Você me faz gozar tão
duro.
— Sim, você realmente precisa tomar banho. Parece que você esteve
fodendo com uma bunda gostosa a noite toda.
KM
Luca gritou de surpresa e prazer quando Ryder empurrou uma mão
embaixo dele para acariciar a bunda em questão. Ele estava realmente
dolorido agora, mas ele não se importava. Apenas lembrou a ele como Ryder
era rude.
— Você quer dizer além de dormir por pelo menos mais três horas?
— Oh, não, disse Luca. Ele tinha esquecido completamente dela; ela
tinha sido fechada no corredor a noite toda. — Sinto muito, princesa.
— Venha cá garota. Venha para cima. Eu não estou bravo com você.
Eu sinto muito.
KM
Ela trotou até a cama e pulou no colchão, fungando no rosto de Luca
antes de se aconchegar ao lado dele. Tudo estava claramente perdoado. Às
vezes, Luca desejava que as pessoas fossem mais parecidas com cachorros.
Ele não podia fazer isso com ela novamente - ele não queria fazer sexo
com ela no quarto, mas ele poderia pelo menos deixá-la voltar depois. Ele
tinha que ter certeza de que Ryder estava bem com ela dormindo na cama
com eles.
KM
Capítulo Trinta e Sete
Você fez sexo com um garoto de dezoito anos, Ryder pensou enquanto
olhava para si mesmo no espelho do banheiro. Duas vezes. Duas vezes e
meia, até.
KM
Luca vale a pena.
Talvez isso tenha sido isso o que mais surpreendeu Ryder. Não
importa quem descobrisse sobre ele e Luca, ou como as opiniões das pessoas
sobre ele poderiam mudar, qualquer coisa que ele pudesse perder ficaria
pálido em comparação com o que ele havia ganho. Ele sentiu a verdade disso
até os ossos.
KM
feliz ocorreu a ele. — Com Davenport?
— Não, ele tem algum tipo de serviço comunitário em DC, disse Luca.
Ficou claro pela sua expressão que ele tinha sentido a reação de Ryder; ele
estava apenas escolhendo não comentar sobre isso. — Vou fazer compras
com a Gabby e a Trish.
Oh. Oh. Ryder foi preenchido com uma corrida inebriante de culpa,
excitação e um orgulho masculino estúpido que o irritava ao mesmo tempo
que aquecia seu sangue. Ele tinha fodido Luca tão cru que ele ainda estava
sentindo isso. Luca ia andar o dia todo dolorido do pênis de Ryder, cada
passo lembrando-o do que eles fizeram na noite passada e esta manhã.
Luca encontrou seus olhos. Ele sabia o que Ryder estava pensando;
KM
Ryder poderia dizer. Luca abriu a boca para falar, depois fechou-a e sacudiu
a cabeça, desaparecendo de novo em seu quarto.
Ryder soltou um longo e lento suspiro. Ele esperava por Deus que isso
ficasse mais fácil com o tempo.
Song sufocou sua risada com a imitação decente de uma tosse. McCall
lançou-lhe um olhar estranho, mas para a boa sorte de Ryder, Song decidiu
não se explicar.
KM
Eles voltaram para a propriedade depois do jantar, pouco antes do
turno de Ryder terminar. Ele esperou com Luca do lado de fora de seus
quartos enquanto McCall preparava café para se preparar para assumir o
controle.
— Você vai passar a noite de novo? Luca disse. Então, antes que Ryder
tivesse a chance de responder, ele acrescentou: — Está tudo bem perguntar
isso a você agora?
— Definitivamente não.
— Eu lhe disse para não me ligar, disse Andy quando ele respondeu,
embora sem muita convicção.
KM
— Eu não mudei de ideia, se é isso que você está...-
— Não é isso. Você estava certo. Sobre tudo. Eu senti que o mínimo
que você merecia era me ouvir dizer isso.
— Eu sei que você faria. Andy soltou uma risada triste. — Por mais
zangado que eu esteja com você, ainda sei que você é um bom homem. Eu
acho que esse é o seu problema, na verdade. Você é bom demais. Toda a sua
auto-imagem gira em torno de se ver como esse paradigma da moralidade -
e em outras pessoas vendo você desse jeito também. Mas isso é uma batalha
perdida, porque duas pessoas não têm a mesma opinião sobre o que é moral
e o que não é.
KM
chocado em estar namorando um cara como você que eu deixei as coisas
passarem, talvez eu não tivesse feito isso se fosse com outro homem. Não
tenho certeza se alguma coisa teria mudado, não importa quanto tempo
ficássemos juntos. Não teria sido saudável para nenhum de nós.
Ela olhou para ele. — Oh, Jesus, ela murmurou. — Eu sabia que isso
ia acontecer mais cedo ou mais tarde.
KM
Em vez de respondê-lo, McCall disse: — Você sabe o que está
arriscando ao fazer isso, não sabe?
— Sim.
Luca estava deitado na cama com um livro, mas ele jogou-o no chão e
puxou Ryder para a cama com ele, rolando-os para que ele estivesse deitado
em cima. Eles se beijaram profundamente e duro, e Ryder segurou Luca
perto dele com as duas mãos em sua bunda.
KM
com dor hoje.
Eles se sentaram e tiraram suas roupas, com muita pressa para despir
um ao outro. Quando Ryder tirou a camisa, o queixo de Luca caiu.
KM
— Você é masoquista?
Ryder balançou a cabeça. — Não. Pelo menos, não do jeito que você
quer dizer. Eu não gostaria de ser chicoteado ou algo assim. Mas coisas assim
- morder e arranhar - sim, eu gosto disso.
Deus, ele amava que Luca não tivesse cabelo aqui. Isso o fez parecer
ainda mais nu, cada centímetro dessa pele privada, nua e exposta ao olhar
faminto de Ryder. Ele estava inchado e um pouco esfolado do sexo violento
que eles tiveram.
KM
Ryder beijou seu buraco, primeiro apenas prensas simples de lábios,
em seguida, quente e molhado e de boca aberta, arrastando a língua sobre e
ao redor da borda. Luca gemeu e se contorceu debaixo dele, empurrando sua
bunda de volta no rosto de Ryder. Quando Ryder trabalhou sua língua
dentro, Luca gritou um “Sim” abafado que fez o pau de Ryder latejar.
KM
Ele parecia sexy pra caralho, todo corado, bunda no ar e pernas ainda
esparramadas. Ryder se inclinou para beijar sua omoplata antes de ir para o
baú de pau-rosa esculpido.
Este era o lugar onde Luca tinha conseguido aquele vibrador, naquela
vez em que ele se masturbou na frente de Ryder enquanto rolava em êxtase.
Ryder não tinha sido capaz de ver dentro dele na época, então, quando ele
levantou a parte superior do peito, tudo o que ele pôde fazer foi ficar
boquiaberto.
— Jesus Cristo, Luca, você poderia abrir um sex shop com toda a
merda que você tem aqui. Ryder olhou para as prateleiras empilhadas
forradas com brinquedos sexuais, alguns dos quais ele nem sequer sabia o
nome ou para que servia. — Você realmente usa tudo isso?
KM
— Você tem certeza que quer...-
Uma ordem como essa, dita com esse tom de comando, era como um
KM
tiro de um afrodisíaco concentrado para Ryder. Em poucos segundos, ele
abriu um pacote de preservativos e rolou o látex sobre sua ereção. Luca não
se mexeu.
Ryder fez como lhe foi dito. Ele olhou para baixo, observando-se
entrar e sair da bunda obscenamente espalhada de Luca. Luca estava
desleixado e molhado e tão pronto para ele; isso estava derretendo seu
cérebro.
— Você tem algum tipo de fetiche por ver seu pênis dentro de mim?
Perguntou Luca.
— Sim.
KM
continuou falando, incapaz de se conter.
— Você parece tão bem tomando meu pau, baby. Eu mal me encaixo
em seu buraco apertado.
— Mmm. Você pode se inclinar para frente, apenas não coloque seu
peso nas minhas costas. E vá um pouco mais rápido.
KM
profundo e quão rápido ele queria. Luca foi generoso com seu elogio quando
Ryder acertou, o que ele fez mais vezes do que o normal, e o corpo inteiro de
Ryder parecia um nervo bruto e pulsante. Cada sinal do prazer de Luca
aumentava o seu.
Ryder amaldiçoou e dirigiu para frente, batendo seu pau em Luca com
tanta força que seus quadris saltavam da bunda de Luca com um smack forte
em cada estocada. Os gemidos de Luca se transformaram em gritos; Ele
empurrou uma mão entre seus quadris e os travesseiros para se masturbar.
Ryder se esforçou para ir ainda mais rápido, cada músculo em seu corpo se
trabalhando com o esforço, até que sentiu Luca se agarrar ao redor dele. Os
sons do êxtase que Luca fez quando ele gozou levou Ryder até a borda.
Ryder não parou. A partir da noite anterior e daquela manhã, ele sabia
que diminuir o ritmo entre o orgasmo de Luca e o dele era uma maneira
infalível de irritar Luca.
KM
contínuos de Ryder. — Goze para mim, disse ele sem fôlego. — Eu sei que
você precisa disso, Ryder. Me dê isto.
KM
Luca levantou o queixo de Ryder para que eles ficassem cara a cara.
Ryder o beijou, tentando expressar a profundidade de sua necessidade na
pressão de sua boca, e depois de um segundo, Luca avançou para encontrá-
lo. Ele emaranhou os dedos no cabelo de Ryder e jogou uma perna sobre o
quadril de Ryder.
Ryder assentiu e pegou o que ele precisava. Ele não sabia se estava
totalmente à vontade com a maneira como se sentia - essa falta de
consciência que fazia tudo, menos Luca parecer sem importância - mas
definitivamente tinha o seu apelo. Por um lado, ele não conseguia se lembrar
da última vez que ele se sentiu tão relaxado.
— Você pode não ter, mas eu tinha. Luca acariciou uma mão no peito
de Ryder. — É tão bom quando você está dentro de mim que nem consigo
pensar direito. Não sei se posso explicar.
KM
*****
— Bem, o que quer que esteja te dando esse bom humor é bem vindo
e me deixa feliz também.
Luca deu de ombros, voltando-se para a janela. Ele tinha certeza que
ela mudaria de tom se soubesse que o bom humor dele era devido às
memórias dele da noite passada com Ryder - depois que eles tiveram aquela
KM
foda incrível, eles assistiram a alguns filmes na cama de Luca, e então eles
masturbaram um ao outro preguiçosamente antes de adormecerem. Luca
tinha que lutar um sorriso ridículo toda vez que ele pensava sobre isso.
— Você está...- você está lidando bem com o que aconteceu com Nate,
então? Evelyn perguntou, com um leve indício de hesitação.
A menção de Nate fez Luca enrijecer. Passar tempo com a Ryder era
uma ótima distração...- ...e uma fonte significativa de alívio do estresse...-
...mas Luca ainda pensava em Nate com mais frequência do que gostaria. Ele
tinha flashbacks nos momentos mais estranhos, e qualquer coisa que o
lembrasse daquela noite fazia seu coração bater forte e seu estômago se
amarrar em nós.
Evelyn assentiu. — Fico feliz em ouvir isso. Você sabe que se precisar
conversar...-
Luca não conseguiria discutir essa questão com sua mãe agora,
especialmente sobre isso, então ele a interrompeu dizendo: — Eu sei o que
você fez com ele.
KM
respirando. Sua voz era glacial.
Luca olhou para ela. Com qualquer outra pessoa, ele teria descartado
essas palavras como uma ameaça vazia, mas ele não conseguia afastar a
sensação de que ela realmente queria dizer isso. Ela realmente considerou
matar Nate pelo que ele tinha feito? Ela não faria isso.
Faria?
Luca viu Ashton lá, é claro, mas ele não sugeriu que eles escapassem
para ficar no banheiro do jeito que costumava fazer. Ele notara a tensão de
Ryder quando ele mencionou Ashton ontem. Luca não sabia se Ryder
esperava que eles fossem exclusivos, e ele não tinha certeza se queria isso,
mas essa coisa com Ryder era muito nova para Luca se arriscar, esfregando
Ashton em seu rosto. Então ele manteve as coisas amigáveis com Ashton, e
inventou uma desculpa quando Ashton se ofereceu para vir mais tarde
naquela tarde.
KM
Ele manteve-se ocupado com natação e lição de casa e passeando com
Athena - qualquer coisa para criar um amortecedor seguro e educado entre
ele e Ryder. Foi quase um alívio quando Adam assumiu depois do jantar.
— Adam, posso falar com você por um minuto? Luca perguntou. Ele
gesticulou para a porta de seu próprio quarto. — Particularmente?
— Eu tenho que te dizer algo que você pode não gostar, disse Luca. —
Mas você poderia me ouvir antes de fazer qualquer julgamento?
Adam franziu a testa. — Algo está errado? Você está em algum tipo de
problema?
— Não, não mesmo. Apenas, hum... apenas prometa que vai ouvir
antes de tomar qualquer decisão.
— Ok.
KM
Houve um longo e prolongado silêncio antes que Adam dissesse: —
Você quer dizer que está fazendo sexo com ele?
— Sim.
— O quê? Perguntou Luca, horrorizado. — Não! Você acha que ele está
me coagindo?
KM
— Mal. Ryder é dez anos mais velho que você.
— Ele deveria ser demitido. Ele é seu líder de equipe; ele está em uma
posição de responsabilidade.
— Sim, responsabilidade. Não poder. Ryder não tem poder sobre mim
para abusar. Tecnicamente, sou seu chefe.
KM
— Se você não está sendo ferido, então não é da minha conta.
Alguns meses atrás, Luca não teria sido capaz de resistir ao impulso
de usar esse momento para colocar Adam em sua cama. Ainda sentia o desejo
puxá-lo, mas era distante e abafado, e não teve dificuldade em ignorá-lo. Ele
sorriu e apertou uma das mãos de Adam. — Eu sei. Obrigado.
— Noite.
Depois que Adam voltou para o corredor, Luca se sentou em sua cama
com Athena para terminar o resto de sua lição de casa. Ele esteve relaxando
nas duas últimas semanas, ansioso e deprimido demais para se concentrar,
e suas notas estavam começando a refletir isso. Não demoraria muito para
ele se recuperar, no entanto.
KM
— Eu tive que fazer meus exercícios. Eu pulei os últimos três dias.
Ryder estava tenso; Não foi preciso ser um gênio para descobrir que
passar por Adam a caminho do quarto de Luca foi estressante para ele.
Embora Luca duvidasse que Adam tivesse dito alguma coisa, sua linguagem
corporal teria dito tudo, e Ryder realmente se importava com a opinião de
Adam sobre ele.
Luca não entendia isso. O que importava a forma que alguém que você
mal conhecia pensava em você? Luca podia contar em uma mão o número
de pessoas cujas opiniões ele dava a mínima - Ryder, Sheila, Ashton, Siobhan
e Candace. Ok, se ele estava realmente sendo honesto consigo mesmo, então
ele também se importava com a opinião de sua mãe, o que tecnicamente
exigiria duas mãos. Mas então. Ryder se importava com o que todos
pensavam dele, mesmo estranhos que ele nunca mais veria. Isso confundia a
mente de Luca.
— Adam não vai contar a ninguém. Luca deslizou as mãos por baixo
da camiseta de Ryder. — Ele entenderá eventualmente, uma vez que ele veja
que não há nada de esquisito acontecendo.
KM
Ryder sorriu e inclinou a cabeça, tomando a boca de Luca em um beijo
faminto. Luca gemeu e passou os braços em volta do pescoço de Ryder. Ele
se perguntou se alguma vez ele iria superar seu espanto que Ryder estava
realmente aqui, beijando-o e tocando-o sem qualquer hesitação. Ainda
parecia irreal às vezes.
Luca puxou a camisa de Ryder até que Ryder a despiu, depois passou
as mãos gananciosas sobre os músculos de Ryder. Ele queria se esfregar em
cima de Ryder como um gato, especialmente quando Ryder começou a
acariciar sua bunda. Se ao menos ele não estivesse tão dolorido para foder...
— Não, é só que... eu não acho que Keller deveria ter que nos ouvir.
KM
mental de tudo que Ryder gostava na cama, e ele acrescentava algo a cada
novo encontro, catalogando cada detalhe - como Ryder não se importava
quando Luca fodia sua garganta, e ficava louco quando Luca puxava o cabelo
dele. Então, quando eles trocaram de lugar, Luca descobriu que Ryder
gostava de ser provocado - atormentado, mesmo - muito além do ponto em
que o próprio Luca estaria gritando de frustração, e ele realmente gostava de
ter suas bolas grandes e pesadas acariciadas e sugadas.
A primeira vez deles juntos foi incrível, melhor do que Luca esperava,
mesmo depois de meses fantasiando em sua cabeça, mas cada vez depois
disso era ainda melhor do que a anterior. Quanto mais eles aprendiam sobre
os corpos um do outro, mais sincronizados eles se tornavam. Luca ainda
estava fascinado pela reação de Ryder ao seu autoritarismo na noite anterior,
e o quão fora ele tinha estado depois disso; Era algo que continuou a ser
explorado, uma vez que o traseiro de Luca parecia mais ou menos como se
ele tivesse saído com uma britadeira.
Isto é, até que ele saiu para o balcão de entrada e encontrou Nate
parado perto do Range Rover.
KM
Vê-lo novamente foi como ser empurrado de volta para a memória
daquela noite. Luca parou de andar, todo o fôlego deixando-o
repentinamente. Ao lado dele, Georgina sacou sua arma.
— Eu sou um ex-aluno. Você quer apontar essa coisa para outro lugar?
Luca ficou feliz por Ryder já ter ido para casa, porque ele se lembrou
da expressão de Ryder na noite do ataque, e ele não achava que Ryder teria
sido capaz de se controlar ao ser confrontado com Nate desse jeito. Georgina,
pelo menos, poderia ser confiável para manter a cabeça fria.
— Eu sabia, disse Nate, olhando para Luca. — Você disse a todos que
eu tentei te estuprar, não foi? É por isso que sua mãe me enquadrou!
Luca olhou para ele incrédulo, a raiva começando a superar seu medo.
— Você tentou me estuprar!
KM
Luca não se mexeu; ele estava muito horrorizado. — Eu sabia que você
pensava assim, mas é diferente ouvir você dizer isso em voz alta, disse ele. —
Tem algo errado com você, Nate. Você é doente.
— Não foi um blefe! Você teve que me segurar e cobrir minha boca
para que eu não pudesse pedir ajuda. Isso soa como alguém que está jogando
duro para chegar até você?
— Se você não cometeu o crime pelo qual foi preso, me desculpe, disse
ele. — Eu não vou ajudar a te colocar na prisão se você é inocente. Mas eu
KM
não vou te ajudar a ficar de fora também. Você está vazio e quebrado, e você
nunca vai parar de ferir as pessoas - não porque você quer, mas porque você
simplesmente não se importa.
Nate revirou os olhos. Nada que Luca estava dizendo estava tendo
algum efeito sobre ele, o que só deixava Luca mais certo de que ele estava
certo. Quantos outros homens Nate tinha ferido do jeito que ele machucou
Luca?
Agora Nate reagiu. Seu rosto escureceu, e ele deu um passo mais
perto, abrindo a boca. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, Georgina se
colocou entre eles e pressionou a Glock contra o peito dele.
KM
Luca. — Você fez bem, querido. Eu não acho que ele vai incomodá-lo
novamente.
Luca não tinha palavras para dizer que não estava tremendo porque
estava com medo; era porque ele ficou aliviado. Por mais horrível que aquela
noite com Nate tenha sido, Luca não conseguiu afastar a certeza doentia de
que ele realmente se esquivara de uma bala.
KM
Capítulo Trinta e Oito
Assistindo Luca nadar, Ryder podia ver que ele recuperou muito da
velocidade que ele tinha perdido nos últimos dois dias, quase alcançando seu
padrão habitual. Ele deve estar se sentindo melhor. Ryder socou a excitação
que brilhou através dele no pensamento e resolutamente voltou sua atenção
para o seu entorno.
KM
Luca ficou até tarde; no momento em que ele saiu da piscina, a
maioria de seus companheiros de equipe já havia ido para casa, exceto por
duas garotas que ainda estavam praticando sob o olhar atento da treinadora
Swanson. A antecipação de Ryder vacilou um pouco sob o peso da culpa. Não
havia dúvida que Luca estava frustrado com a maneira como sua dor o
reduzira, e Ryder compartilhava parte da culpa por isso.
Luca deu de ombros. — Poderia ter sido melhor. Ele esfregou a toalha
sobre o rosto e os braços, em seguida, colocou-a sobre os ombros e pegou sua
garrafa de água, drenando o resto em um longo gole.
KM
Ryder o pegou e firmou, checando o chão em busca de água, supondo
que Luca havia escorregado. O chão estava seco, então o próximo
pensamento de Ryder foi que Luca tinha tropeçado de propósito para ter
uma desculpa para tocá-lo, mas essa suspeita desapareceu também quando
ele deu uma olhada melhor no rosto de Luca.
— Está tudo bem, disse Ryder, preocupado. Luca tinha uma tendência
a se esforçar, mas não a ponto de não conseguir ficar de pé. — O que você ia
dizer?
KM
suficiente para viagens internacionais, acho que ele teria usado isso o tempo
todo.
— Ninguém quer você morto, disse Ryder. Ele observou com uma
carranca quando Luca não conseguiu abrir a fechadura, amaldiçoou e
começou a girar o dial novamente. — Sem soar insensível nem nada, mas sua
morte não faria bem a ninguém. Exceto talvez Gray, mas há maneiras de se
vingar de sua mãe sem arriscar uma acusação de homicídio.
Luca puxou a fechadura, mas mais uma vez ela recusou-se a abrir.
Fechou os olhos, sacudiu a cabeça como se quisesse limpá-la e depois piscou
rapidamente, oscilando sobre os pés.
— Algo está errado comigo, disse Luca, soltando suas palavras. Ele
caiu contra o banco de armários. — Eu não consigo pensar - eu não consigo -
Seus olhos rolaram para trás em sua cabeça e ele entrou em colapso,
KM
inconsciente.
KM
aposta - uma das barracas de canto forneceria uma proteção decente - mas a
entrada da área do chuveiro estava atrás deles e duas fileiras acima de sua
posição atual.
Não foi até então que Ryder percebeu que os homens não estavam
KM
usando equipamento tático ou qualquer outra coisa que ele esperaria de
mercenários contratados. Em vez disso, vestiam uma calça de moletom azul-
escuro e uma camiseta da Georgetown Prep, como se fossem atletas
estudantes visitando a principal escola rival da Rutledge. Ambos pareciam
tão jovens e perfeitos que facilmente pareciam fazer parte da comunidade
estudantil.
Ryder não perdeu tempo esperando ele para se recuperar. Ele pegou
Luca e atirou-o por cima do ombro como um bombeiro, recuando em direção
à parede. Não havia sentido em tentar recuperar sua arma; consumiria
apenas preciosos segundos, e ele tinha mais duas armas nele, de qualquer
maneira.
KM
permitiria o acesso aos chuveiros. Reconhecendo o plano de Ryder, o
primeiro assaltante começou a atirar novamente, movendo-se na direção
deles através da fileira de armários. Ryder jogou a precaução para o vento e
correu para ela, girando ao virar na esquina para a área do chuveiro, mesmo
quando uma bala soltou um pedaço de azulejo na quina da parede. Ele correu
até o box do canto e disparou para dentro, colocando Luca no chão e se
agachando ao lado dele, sacando a segunda arma do outro lado no coldre de
ombro.
— Estamos sob fogo no vestiário dos meninos. Pelo que vi são dois
assaltantes. Quão longe está você?
KM
Ryder não se atreveu a sair do box para verificar a posição do
assaltante; Isso seria apenas pedir para levar um tiro na cara. Ele disparou
outro tiro cego e foi recebido com mais dois em troca.
— Pare de atirar neles, seu idiota! Gritou o outro homem, aquele que
havia atacado Ryder com a mão. Ryder poderia dizer que era ele, porque sua
voz estava anasalada e mexida por causa de seu nariz quebrado. — Você vai
acertar o garoto!
KM
O primeiro homem, Gatilho Feliz, aquele que estivera atirando neles,
se lançou para Ryder também, e Ryder encontrou-se tendo que se defender
de ambos ao mesmo tempo. Ele desviou seus golpes e chutes, tentando
mantê-los à distância e desequilibrados. Embora Ryder tivesse a vantagem
de tamanho e força, seus atacantes eram claramente melhor treinados nas
artes marciais; se eles conseguissem cair sobre ele ao mesmo tempo, ele
estaria feito.
24 Chute Circular
KM
e se esquivando deles quando não podia.
KM
segundos, apenas no caso. Uma verificação rápida da respiração de Nariz
Quebrado provou que ele ainda estava vivo. Ryder deixou-o deitado de
bruços para que ele não se afogasse com o sangue em seu nariz.
Ryder tirou uma mecha de cabelo do rosto de Luca. Ele notou que
Luca estava tremendo - não é de admirar, já que ele ainda estava usando
apenas sua sunga.
Song correu os olhos por Luca. — Ele está vivo, mas ele não está bem.
Ele precisa de atenção médica o mais rápido possível. Sim, tudo bem. Ela
fechou o telefone. — Willis disse que a polícia estará aqui em menos de cinco
minutos. Ele e Keller estão esperando do lado de fora para se certificar de
que ninguém mais tente entrar aqui.
KM
— Você está sangrando, disse ela.
Ele olhou para o braço esquerdo para ver um rio de sangue escorrendo
do corte em seu antebraço para respingar no azulejo. Ryder amaldiçoou e
tirou o casaco, enrolando-o ao redor de seu braço como uma bandagem
improvisada. Song deu um tapinha no ombro dele e ficou de pé, puxando um
punhado de algemas de seu bolso para prender os pulsos e tornozelos de seus
dois atacantes.
— Eles estavam esperando aqui por nós... - ...por Luca. Ele foi
drogado, eu não sei como...- Mesmo quando ele disse isso, Ryder colocou a
mão sobre o rosto e gemeu. — Sua garrafa de água. A que ele bebe enquanto
ele está praticando.
KM
— Mas por que? Quero dizer, o que eles acham que vão conseguir com
isso?
KM
— Veja como esses homens são atraentes. Dois caras gostosos de uma
escola visitante vão até Luca e o levam para os chuveiros enquanto ele está
maleável com a droga? Ninguém teria pensado duas vezes sobre isso. Eles
poderiam nem ter notado.
— Verdade, disse Song. — Como eles poderiam tê-lo tirado daqui sem
Hurst vê-los, embora?
KM
— Porque somos mais fortes como um time coeso. O próximo ataque
veio enquanto estávamos dirigindo - enquanto estávamos separados. Quase
funcionou também. Teria funcionado, exceto...-
— Eles não esperavam que Luca fosse capaz de revidar, Song disse,
percepção se acendendo em seus olhos quando chegou às mesmas
conclusões que Ryder tinha alcançado.
KM
de chegar até ela.
O pesado silêncio que caiu sobre eles foi quebrado pelo clamor de
vozes se aproximando, e então a porta do vestiário se abriu e um grupo de
policiais e paramédicos entrou correndo.
Ryder olhou para ela. — Eu sou seu guarda-costas e não vou deixá-lo.
Onde ele vai, eu vou.
KM
sangrando por toda a minha ambulância.
*****
Mover os olhos, provocou uma dor surda na cabeça de Luca. Ele não
tinha idéia de onde ele estava, mas ele sentiu que deveria saber, como se
houvesse pistas em seu ambiente que ele deveria ser capaz de entender. Seu
cérebro apenas continuava se movendo em círculos lentos, e ele não
conseguia conectar um pensamento ao outro. Ele não conseguia pensar.
KM
Medo e frustração fizeram sua respiração acelerar, e foi quando ele
percebeu o estranho peso encostado em seu rosto. Luca lutou para levantar
um braço de chumbo, os dedos procurando o tubo de plástico preso em suas
orelhas e inserido em seu nariz. Ele puxou-o em pânico reflexivo.
— Whoa, whoa, pare com isso, disse uma voz à esquerda. Alguém tirou
a mão do rosto dele - o que não foi difícil, já que ele não tinha força para
manter o braço de qualquer maneira.
Luca virou a cabeça para olhar para Siobhan, que estava sentada em
uma cadeira ao lado de sua cama. Ok, ele estava em uma cama. Isso era
estranho, certo? Seus olhos caíram para o braço dele. Havia uma agulha
nela...-
Hospital.
Era isso, essa era a palavra que ele estava procurando. Ele estava em
um hospital. O lampejo momentâneo de triunfo de Luca diminuiu quando
ele percebeu o que aquilo significava.
— O que... - ...o que aconteceu? Ele disse, sua garganta tão seca que as
palavras saíram com um som áspero e rouco. Sua boca tinha gosto de um
pequeno animal que havia morrido nela.
KM
natação, e então... e depois nada. Ele mal se lembrava de sair da piscina. Uma
ponta histérica entrou em sua voz quando ele disse: — Eu estava treinando.
Não me lembro de mais nada. Por que não me lembro?
Siobhan apertou a mão dele. — O médico disse que você pode não se
lembrar. Você foi atingido com uma grande dose de Rohypnol. Pode causar
amnésia retrógrada.
Rohypnol? Luca olhou para ela, a palavra pulando em sua cabeça por
alguns segundos antes que ele pudesse entendê-la. Quando ele fez, seu
cérebro drogado fez a primeira conexão que ocorreu a ele.
Luca tentou se sentar, sem saber por quê, apenas sabendo que
precisava se mexer. Siobhan o pegou e segurou-o ainda.
— Quem quer que tenha lhe dado o Rohypnol te deu muito, e você teve
uma overdose. Siobhan mexeu na cânula nasal liberando o oxigênio de Luca.
— Você estava tendo problemas para respirar...- Sua voz engatou, e ela
limpou a garganta. — Vou ligar para a enfermeira para que ela saiba que você
KM
está acordado.
Luca respirou fundo. — Ryder. Isso era tudo que ele podia dizer; sua
boca não formaria outras palavras.
— Ele está bem. Ele teve que ter seu braço costurado, mas ele está
bem. Mandei-o para casa para dormir um pouco.
— Oh, Sr. D'Amato, você está acordado. Como você está se sentindo,
hun? Ela acendeu a luz, mantendo a luz baixa, e caminhou até a cama dele.
— Nada bem.
KM
Quando ela saiu...- ...com um comando murmurado para ligar para ela se ele
precisasse de alguma coisa...- ...ele estava meio adormecido novamente. Ao
longe, ele tomou conhecimento de Siobhan falando com alguém no telefone.
— Sim, senhora. Ele parece bem. Só um pouco fora disso. Ela fez uma
pausa, então disse, —...eu vou perguntar. Houve o som de Siobhan se
movendo em sua cadeira. — Luca, você quer que sua mãe volte para o
hospital?
— Ele diz que não. Honestamente, parece que ele está prestes a voltar
a dormir. Sim, tudo bem, vejo você amanhã de manhã.
KM
acordou de vez no início da tarde, as pálpebras se abrindo com quase
nenhum esforço.
— Sua mãe está tendo algum conflito com o seu PCP, disse Andersen,
sentando-se na cadeira ao lado da cama de Luca e ajeitando a pasta nos
joelhos. — Ela me pediu para vir dar uma segunda opinião.
KM
— Não, está bem. Obrigado.
Luca esperava que Ryder fosse o único em serviço, mas isso não faria
qualquer sentido. Ryder não trabalhava às quintas-feiras, e mesmo se o
fizesse, ele não trabalharia um dia depois de ter sido ferido.
Lembrar que Ryder tinha sido ferido fez Luca ficar tenso. — Você sabe
o que aconteceu? Perguntou a Andersen.
— Deve ser difícil, saber que você foi atacado enquanto estava tão
indefeso, disse Andersen. — Especialmente quando que você não consegue
se lembrar de nada disso.
Ela assentiu. — Tudo bem. Depois de uma pequena pausa, ela disse:
— Sr. Keller é um homem bonito.
KM
— Deus, eu tenho minhas mãos cheias com Ryder, Luca murmurou.
Ele esfregou o ponto dolorido em seu braço onde a agulha IV estava inserida,
imaginando em quanta dificuldade ele estaria se a retirasse.
— Você?
— Eu o que?
Luca abriu a boca e depois fechou. Porra. Oh, bem, ele planejou dizer
a ela eventualmente de qualquer maneira. — Sim. Nós começamos a dormir
juntos na sexta-feira passada.
— Por quê?
— Por quê?
Você já viu ele? foi a primeira resposta que surgiu na mente de Luca.
Ele não disse isso em voz alta, porque Andersen não gostaria e porque não
era estritamente verdade.
KM
pasta contra as pernas, endireitando os papéis dentro dela. — O seu PCP acha
que você está bem o suficiente para ser dispensado esta tarde, e tendo visto
seu exame de sangue, eu concordo. Você pode ter um pouco de dor de cabeça
e algumas náuseas, mas o perigo passou agora que todo o Rohypnol está fora
do seu sistema. Se você quiser ficar mais uma noite, tenho certeza que posso
convencê-lo.
— Ok. Eu vou...-
Ela foi interrompida por uma batida na porta. Ryder abriu a metade,
permanecendo no limiar. O coração de Luca pulou quando ele o viu. Até
aquele momento, ele não tinha cem por cento de certeza que Siobhan não
mentiu para ele sobre Ryder estar bem.
— Jacob Ryder.
KM
— Obrigado, Dra. Andersen.
Ela fechou a porta atrás dela quando saiu. Ryder olhou ao redor do
quarto. — Alguém aqui é popular, disse ele.
KM
Ryder sentou-se com a carambola ainda em uma mão. Sua boca se
moveu, mas nada saiu.
Ryder balançou a cabeça. Ele entendeu o que Luca quis dizer, porém,
e se inclinou para beijá-lo, tomando cuidado para não empurrar o soro. Luca
colocou a mão na bochecha de Ryder enquanto eles se beijavam, tirando
conforto do calor de sua pele, a vitalidade de sua presença – a prova concreta
de que ele estava vivo e bem.
Quando Ryder recuou, Luca viu que ele estava favorecendo seu braço
esquerdo. — Siobhan disse que você precisou de pontos?
Pegou ele com um canivete. Jesus. Luca juntou as mãos no colo para
mantê-las imóveis. — Você vai me dizer o que aconteceu?
KM
Ryder contou a ele a história do começo ao fim. Sua voz e seu rosto
continuaram sem emoção, mas quando ele terminou, Luca teve que estender
a mão e tirar a bagunça esmagada que fora uma perfeita carambola para
longe dele. Ryder fez uma careta para o suco encharcando sua mão e
esfregou-a em suas calças, fazendo Luca estremecer.
— Luca...-
— Nós sabemos que ele ainda pode entrar no campus. Eu não sei como
ele poderia ter entrado em nossa prática de natação sem você vê-lo, mas ele
deve ter encontrado um jeito...
—Não foi Wakefield, disse Ryder, com uma certeza tão absoluta que
Luca parou no meio do caminho.
KM
Ele foi o único que te drogou.
KM
Capítulo Trinta e Nove
— Ele não iria, disse Luca. — Kyle me odeia, mas ele não ajudaria o
Admirador a me seqüestrar. Ele não iria tão longe.
— Sr. Ryder?
KM
Ryder se virou de onde estava na mesa do sargento para ver um
homem de meia-idade em um terno amarrotado caminhando em direção a
ele. — Detetive Betts. Bom te ver de novo.
KM
interrogatório da estação, onde uma pequena mulher hispânica estava
esperando por eles. — Esta é minha parceira, a detetive Ramirez. Ela vai
conduzir o interrogatório; nós vamos assistir através do vidro.
KM
— Ele esteve assim a manhã toda, disse Betts. — Ele estava tão
histérico quando veio pela primeira vez que não conseguíamos entender o
que ele estava dizendo.
— Sr. Ward, uma vez que você já confessou ter drogado Luca
D'Amato, eu tenho certeza que você entenderá a minha confusão sobre sua
preocupação com ele, disse Ramirez. — De acordo com o relatório, ele
recebeu uma overdose severa de Rohypnol. Você acidentalmente deu a ele
mais do que você pretendia?
KM
— Você batizou a garrafa de água de seu companheiro de equipe com
uma droga desconhecida? Ramirez perguntou.
— Esteróides?
— Não. Um homem deu para mim. A coisa toda foi ideia dele, na
KM
verdade.
— O cara disse que Luca o seduziu e contou a sua esposa sobre isso.
Ele queria vingança. Quando Ramirez encontrou isso com um olhar
incrédulo, a voz de Ward se levantou defensivamente. — Luca faz coisas
assim! Todo mundo sabe disso.
KM
estavam conversando em voz tão baixa que Ryder não conseguia entender
as palavras.
Ryder não podia dizer que sentia pena de Ward - o idiota quase
conseguiu que Luca fosse sequestrado e Ryder morto - mas o fato de ele não
ter pretendido nada disso tirou o fôlego das velas de Ryder. Ward não era
um criminoso desonesto. Ele era apenas um garoto idiota e invejoso.
KM
dele estiverem realmente na garrafa, bem, isso é suficiente para um
julgamento.
— Eu…-
— Não, tudo bem. Ward brincou com o canto de uma das páginas da
foto. — Eu realmente o conheci há um mês atrás. Ele me contou sobre esse
diário que Luca mantinha em sua antiga escola...
— Jesus, Kyle, seu pai explodiu. — Por que você faria isso? Não é
assim que sua mãe e eu criamos você.
KM
apareceu do nada, entrou na escola e no time, e ele simplesmente…
assumiu. Todo mundo está obcecado por ele. Mesmo depois que todos nós
descobrimos que ele é uma aberração, as pessoas caem por toda parte
tentando se aproximar dele. Eles falam sobre ele e o seguem e eles - eles
acham que ele é tão especial. E ele é melhor que eu. A voz de Ward falhou.
— Não é justo.
Luca estava olhando para o espaço, como ele tinha estado durante
toda a história de Ryder. Seus dedos batiam contra suas pernas sem ritmo.
Ryder ficou quieto, esperando que ele falasse primeiro.
KM
inimigo a menos com o qual temos que nos preocupar.
Luca respirou fundo. Sua inquietação cessou, mas seu corpo ainda
estava tenso quando ele baixou a testa para descansar contra a de Ryder. —
Você salvou minha vida novamente.
— Não foi só eu, você sabe, disse ele. — Song estava lá também.
— Bem, eu não vou agradecer a ela da mesma forma que vou agradecer
a você.
KM
Tudo bem.
Ryder não tinha que perguntar o que ele queria dizer. — Você tem
certeza de que vai estar em casa?
— Ok, mas você vai estar... bem para isso? Ryder esfregou o polegar
sobre o braço de Luca para indicar a agulha IV.
— Sim. A voz de Luca era firme. — Eu tenho uma dor de cabeça, mas
não é nada que eu não possa lidar. Você virá para o meu quarto?
*****
Às 7:55, Luca estava nervoso. Ele estava fazendo o seu melhor para
conter sua ansiedade durante todo o dia, sabendo que ele se sentiria muito
melhor quando tivesse Ryder sozinho em seu quarto, mas foi uma batalha
difícil. O ataque e a confissão de Kyle fizeram com que ele se sentisse
KM
desamparado, uma sensação que tanto sua mente quanto seu corpo se
rebelaram contra como uma vingança. Mesmo a plena consciência de que
seu desejo de foder qualquer homem meio-poderoso que entrasse em sua
vizinhança era uma compulsão devido à ansiedade não tornava os impulsos
menos esmagadores. Ele mal conseguiu se impedir de se jogar em seu
médico.
Luca se trancou em seu quarto assim que chegou em casa, com medo
do que ele poderia tentar fazer com Keller se não o fizesse. Então ele jogou
toda a sua energia inquieta em seus planos para a noite. Ele precisava mais
do que apenas sexo de Ryder agora...- ...e ele tinha uma suspeita de que
Ryder também precisava de mais dele. Luca estava fazendo sua pesquisa; ele
só esperava que seus instintos estivessem dizendo a coisa certa.
Ryder chegou na hora certa, como sempre. Quando ele viu que Luca
estava nu, seus olhos se arregalaram e ele fechou a porta atrás de si tão
rapidamente que quase contou como uma batida.
KM
colocar em cima da mesa. Não foi o suficiente, no entanto.
Luca olhou para Ryder, que estava a um braço de distância dele, sem
falar, apenas esperando. Esperando para saber o que fazer. A ansiedade de
Luca começou a diminuir. — Tire sua camisa.
Luca continuou sua leitura até que ele podia sentir Ryder se tornando
desconfortável - Ryder não gostava de ser encarado, não do jeito que Luca
fazia. Então ele puxou as pernas para descansar os calcanhares na beirada da
KM
mesa, recostando-se nas mãos e inclinando os quadris para a frente. Ryder
soltou um gemido baixo quando viu que Luca já estava esticado e lubrificado.
E Deus, foi bom para ele. Ryder sempre foi incrível nisso - não só
porque ele tinha habilidade técnica, mas porque ele gostava tanto. Sua ânsia
era evidente em cada pressão faminta de seus lábios e furto de sua língua,
seus gemidos baixos, o aperto que ele mantinha nas costas das coxas de Luca.
Luca apoiou seu peso em sua mão livre e manteve o outro no cabelo de Ryder,
tentando lembrar como respirar enquanto observava a cabeça de Ryder se
movendo entre suas pernas. Foda-se, a visão daquele corpo grande e
musculoso ajoelhado a seus pés, atendendo-o...
Ryder levantou a boca para beijar as bolas de Luca. — Não, disse Luca
bruscamente, empurrando a cabeça de Ryder de volta para baixo. O gemido
de resposta de Ryder vibrou contra a pele macia de seu buraco.
Não era que Luca não gostasse da boca de Ryder em seu pênis e bolas,
KM
mas ele não tinha dado permissão para isso. Ele tinha a sensação de que
Ryder tinha deliberadamente testado essa fronteira para ver se Luca iria
repreendê-lo. Um calor de prazer aqueceu o sangue de Luca e ele pressionou
a cabeça de Ryder mais perto de si.
Ele deixou Ryder fodê-lo com sua língua até que suas coxas
começaram a tremer com o prazer disso, e então agarrou o cabelo de Ryder,
puxando sua cabeça para longe. — É o bastante. Levante-se.
KM
Uma sensação de calma clara se instalou no centro de Luca, o olho da
tempestade de seu desejo.
Deus, olhe para esse pau perfeito. Ryder estava tão duro que estava
quase em pé. Deveria estar matando ele ter tudo aquilo preso em seu jeans
enquanto ele estava comendo Luca. Luca estendeu a mão para correr a ponta
do dedo ao longo do comprimento dele, em seguida, bateu com força
suficiente para fazê-lo ricochetear contra o abdômen de Ryder. Ryder soltou
um som como se Luca o tivesse espetado com um atiçador em brasa, mas ele
não fez nenhuma exigência ou sequer se moveu.
KM
Coloque-o.
— Agora, aqui está o que você vai fazer, ele sussurrou. — Você vai me
virar e me dobrar, e então você vai me foder até que meus olhos rolem para
trás e eu goze por toda a mesa. E Ryder? Luca cravou as unhas na nuca de
Ryder. — Se eu ainda puder formar uma frase coerente, você não está me
fodendo com força suficiente.
Mesmo que Luca tivesse passado uns bons quinze minutos fodendo-
se com um vibrador para permitir que Ryder fizesse exatamente isso, ter todo
o eixo comprido e grosso de Ryder no primeiro impulso era esmagador. Ele
ofegou em voz alta e baixou a testa para a mesa, os dedos arranhando a
KM
madeira. Ryder estabeleceu um ritmo brutal logo de cara, batendo seu pau
em Luca de novo e de novo sem se dar ao trabalho de dar-lhe um tempo para
se ajustar.
KM
contra a parte de baixo da bunda de Luca. Seus dedos estavam
dolorosamente apertados nos ossos do quadril de Luca e, mesmo com o som
de seus próprios gritos, Luca podia ouvir quão pesada e ofegante a respiração
de Ryder tinha se tornado, intercalada por gemidos ásperos.
Foi isso que fez isso tão intenso, que fazia essa experiência melhor do
que qualquer outra coisa que Luca tivesse experimentado. Ryder queria isso.
Sua submissão a Luca era verdadeira e real, e ninguém jamais dera a Luca
esse tipo de presente antes.
Incapaz de se conter por mais tempo, Luca agarrou seu próprio pênis
e o bombeou com força, gritando quando sua poderosa liberação respingou
na mesa abaixo dele. Todo o corpo de Ryder estremeceu.
— Luca, disse ele com sua voz rouca. Ele soltou os quadris de Luca
para segurar uma mão contra a borda da mesa, envolveu o outro braço em
volta da cintura de Luca e, em seguida, levantou o corpo de Luca para que ele
pudesse penetrar nele ainda mais ferozmente.
KM
A mente de Luca se despedaçou. Jesus, seus pés não estavam nem no
chão. Ryder estava apenas...- ...apenas segurando-o com um braço enquanto
transava com ele. O novo ângulo colocou uma pressão incrível contra a
próstata supersensível de Luca, e ele gritou quando sentiu o prazer se
acumulando dentro dele. Isso não deveria ser possível - ele tinha acabado de
gozar, seu pênis ainda estava suavizando...-
Ryder não parou. Se alguma coisa, ele estava fodendo Luca mais
rápido agora, enquanto perseguia seu próprio clímax. As unhas de Luca se
enterraram na superfície de madeira da mesa. Parecia bom demais, era
demais, ele ia se desintegrar...
KM
urgentes nas omoplatas de Luca. — Baby, disse ele. — Isso foi bom? Precisa
de mais?
Embora Luca não quisesse mais nada do que se jogar em sua cama e
desmaiar, ele sabia que não poderia fazer isso ainda. Ryder estava tremendo;
ele precisava que Luca o aterrasse até ele descer. Para Luca fazer o contrário,
seria cruel, e seria como cuspir em frente a tudo que Ryder tinha feito por
ele.
Ele alisou as mãos nos braços de Ryder. — Você pode me levar para a
cama? Meus joelhos estão um pouco fracos.
KM
dia. Um brilho quente floresceu no peito de Luca. Ele queria fazer Ryder se
sentir assim o tempo todo.
— Isso foi tão bom, disse Luca, esfregando a mão em círculos sobre o
peito de Ryder. — Você é tão bom para mim, Ryder.
KM
caminho da porta.
Seus olhos caíram para seus quadris, e ela apertou os lábios como se
estivesse segurando uma risada. Luca olhou para baixo. O cobertor tinha
escorregado de um de seus ossos do quadril, revelando um conjunto de
contusões obviamente em forma de dedo na pele ali. Luca revirou os olhos e
recolocou o cobertor de volta.
KM
de Ryder, e seu estômago caiu.
— Hmm? Os olhos de Ryder se abriram. — Oh. Está bem. Não faz mal.
Ryder seria mesmo capaz de sentir dor, nesse estado? A culpa deixou
Luca enjoado. — Sinto muito, disse ele. — Eu não pensei em seu braço. Eu
deveria ter lembrado, eu deveria ter notado...-
— Luca. Soando um pouco mais parecido com ele agora, Ryder puxou
seu braço para longe. — Estou bem. É só um corte, tudo bem? Eu não vou
sangrar até morrer.
Luca ainda estava com vergonha de si mesmo por não pensar na lesão
de Ryder, mas ele não resistiu quando Ryder o puxou para baixo contra o
peito. Eles ficaram juntos por alguns minutos, Luca ouvindo enquanto os
batimentos cardíacos de Ryder se acalmavam em uma batida lenta e
constante.
KM
de coisa... deve haver limites e limites e - e palavras de segurança...-
— Oh. Luca podia entender o raciocínio por trás disso, ele supunha,
embora ainda achasse que as chances de ele fazer Ryder ter que usar uma
palavra de segurança eram quase nulas.
— O que?
KM
normalmente diria.
— O que você quiser. Ryder ficou quieto por tanto tempo que Luca
pensou que tinha adormecido, mas depois soltou uma risada sonolenta e
disse: — Você sabe que é a palavra de segurança mais gay de todos os tempos,
certo?
KM
Capítulo Quarenta
— Como ele conseguiu sua audição de fiança tão cedo? Luca disse.
— Tudo bem.
Vendo Luca tão ansioso e vulnerável, Ryder quase podia acreditar que
ele imaginou o domínio sem esforço de Luca da noite anterior. Mas a dor em
seu braço esquerdo - para não mencionar a sensação de paz interior que
ainda persistia - eram constantes lembretes de que tudo tinha sido muito,
muito real. Um ponto estourado era um pequeno preço a pagar por esse tipo
de prazer.
KM
eles. Além disso, ele tinha que se manter afiado em preparação para o que
certamente seria um dia estressante. Ryder duvidou seriamente que Luca iria
ter qualquer tipo de satisfação em confrontar Gray, mas ele não tinha sido
capaz de convencê-lo disso. Tudo o que ele podia fazer era ter certeza de que
ele estava lá para Luca depois.
Gray foi preso na tarde anterior. Qualquer outra pessoa teria ficado
presa no fim de semana, à espera de uma audiência na segunda-feira, mas
Gray conseguiu alavancar sua riqueza e status em uma audiência no final da
manhã de sexta-feira. Ryder só podia esperar que o juiz definindo sua fiança
não seria tão tolerante; Gray era a própria definição de evasão de divisas.
Tudo o que eles tinham sobre ele agora era o testemunho de Kyle Ward, mas
tudo isso mudaria assim que a análise das impressões digitais da garrafa de
Rohypnol voltasse - o que levaria algumas semanas. Gray tinha que saber que
sua melhor chance era sair sob fiança e usar seus recursos consideráveis para
fugir do país antes que fosse tarde demais.
— Nos leve o mais perto que puder, disse McCall a Willis. — Jesus,
que porra!
KM
Antecipando a chegada de Gray, a polícia montou barricadas nos
degraus da frente do tribunal para manter a imprensa recuada. Willis
avançou o Range Rover em direção a ela, seu progresso desacelerando devido
a uma horda de repórteres que avançaram sobre o carro, tentando tirar fotos
de quem estava dentro.
KM
— Você tem algum comentário sobre as ações de seu companheiro de
equipe, Kyle Ward?
— Eu não me importo.
KM
mas com as mãos algemadas na frente dele - atravessasse a barricada.
Embora Ryder não achasse que ele já tinha visto Warren Gray antes,
ele poderia não ter se lembrado se ele tivesse - o homem era completamente
comum e esquecível, mediano em todos os sentidos. Ryder se reposicionou
de modo que ele estava bloqueando o lado de Luca para a multidão.
A mandíbula de Luca se apertou. — Então por que isso? Por que fez
isso? Eu nunca fiz nada para você...-
— Eu não dou a mínima para você, garoto, disse Gray. — Mas a sua
mãe é uma cadela quase intocável e, bem, a história mostra que a melhor
maneira de chegar até ela é através da família.
O rosto de Luca ficou pálido por uma fração de segundo antes de ele
avançar sobre Gray. Ryder e McCall agarraram seus braços para segurá-lo.
— Seu filho da puta, disse Luca, sua voz tremendo tanto quanto seu
corpo. — Espero que você morra na prisão.
KM
Gray riu alto. — Se é assim que você acha que isso vai acabar, você tem
outra coisa vindo. A diversão deslizou de seu rosto, e ele disse: — Você não
tem idéia do que você está enfrentando, seu pequeno pirralho. Não faço ideia
de quão profundo isso vai. Você não tem a mínima chance...
KM
ambas as mãos, tanto medo em seu rosto que o coração de Ryder pulou em
solidariedade.
Luca parou de lutar, ficando flácido e fraco embaixo dele. Ele parecia
quebrado. — Por favor, ele sussurrou. Uma lágrima escorreu pela bochecha
KM
dele. — Saia de cima de mim. Por favor.
Deus. Este não era um simples ataque de pânico. Isso era... - isso era
algo completamente diferente. Ryder virou a cabeça, observando os policiais
limpando a cena, se movendo para baixo. Não houve outro tiro depois do que
matou Gray.
— Tudo bem. Ryder colocou Luca em pé, mantendo uma mão sobre
ele até ter certeza de que Luca estava dizendo a verdade.
KM
Quando ele tirou uma pílula do bolso da calça jeans e foi colocá-la em
sua boca, Ryder pegou seu pulso. Se Luca tentasse engolir uma pílula a seco
nesse estado, ele sufocaria.
KM
do seu lado?
Luca soltou uma gargalhada sem humor algum. — Isso foi o que eu
pensei.
*****
Ele nunca teve um ataque de pânico tão intenso antes; tinha sido tão
ruim que ele mal conseguia lembrar. Tudo o que ele lembrava era um terror
KM
profundo e um pavor esmagador, como se algo terrível estivesse prestes a
acontecer e não houvesse nada que ele pudesse fazer para detê-lo. O estranho
era que Luca tinha certeza de que ele não tinha entrado em pânico porque
Gray tinha sido baleado. Ele entrou em pânico porque Ryder estava em cima
dele. Por tudo que era mais sagrado, ele não podia explicar por que ele reagiu
tão fortemente a isso quando havia coisas muito mais assustadoras
acontecendo. Porra, ele realmente chorou, e Ryder teve que carregá-lo como
uma criança...-
— Luca! Siobhan disse, com uma impaciência que sugeria que ela
estava tentando chamar sua atenção por algum tempo.
— Sim?
— Eu não penso assim, disse Ryder. Era a primeira vez que ele falavau
diretamente com Luca em horas. — Pelo menos, eu não acho que essa tenha
KM
sido sua maior motivação. Gray era um amador idiota e estúpido. Pense em
quantos erros ele cometeu - dizendo a Glauser seu nome verdadeiro, usando
Duval para grampear seu quarto quando ele sabia que Duval poderia ser
rastreado até ele, tocando o frasco de rophynol com as próprias mãos. Ele
nem sequer se preocupou em encontrar uma maneira de se certificar de que
Ward não iria confessar, e ele nunca deveria ter dado a Ward Rohypnol
suficiente para causar uma overdose. Eu acho que o Admirador o matou
porque ele era um idiota e uma responsabilidade.
Ryder não tinha uma resposta para isso. Luca inclinou a cabeça contra
a janela e pensou em tomar outra dose de Ativan, mas decidiu contra isso.
Ele precisava permanecer no controle de si mesmo agora.
Luca foi direto para o seu quarto quando chegaram em casa, Siobhan
e Ryder em seus calcanhares. Seu celular tocou enquanto ele subia as
escadas. Ele respondeu com um simples — Hey.
KM
— Você está bem? A voz de Ashton estava tensa. — Ninguém vai me
dizer nada, apenas que Warren Gray foi baleado e que você estava lá...-
— Eu não estou ferido. Mas não, eu não diria que estou bem.
Ele nunca tinha visto Ryder parecer tão incerto quanto ele parecia
agora. A boca de Ryder se abriu e fechou duas vezes antes que ele finalmente
dissesse: — Luca...-
Deus, ele nem tinha coragem de dizer que não queria que Ashton
aparecesse. Luca perdeu abruptamente toda a paciência com ele.
KM
Ela correu de volta pelo caminho que eles vieram, em direção às
escadas. Ryder a observou ir embora, sua expressão uma divisão entre
embaraço e irritação. Uma vez que estavam sozinhos, Luca cruzou os braços
e ergueu as sobrancelhas.
Ryder olhou para ele por um momento, como se esperasse que Luca
levasse a pergunta de volta. Então ele suspirou e disse: — Não.
Mesmo que Luca estivesse esperando isso, ainda doía ouvir. Ele
balançou a cabeça e abriu a porta do quarto. Ryder pegou ele no limiar.
— Não é que eu não tenha esses sentimentos por você, disse ele. — Eu
faço. Mas Luca...- um namorado é alguém com quem você pode sair em
público e apresentar aos seus amigos. Não é alguém com quem você tem que
se esgueirar e mentir.
KM
— Isso não significa a mesma coisa para você como para mim, Ryder!
Ser monogâmico não será difícil para você. Não é um sacrifício. Você está me
pedindo para ir completamente contra a minha natureza em troca de algo
que você provavelmente estaria fazendo de qualquer maneira. Isso não é
justo, e eu não farei isso.
Luca deu um passo para trás em seu quarto. Ryder ficou no corredor,
mandíbula rígida. — E se eu dissesse que ia sair hoje à noite e pegar alguém?
— Faça o que você quiser, disse Luca. — Eu não sou seu namorado.
Ele fechou a porta no rosto de Ryder.
Não havia realmente nada mais que ele poderia ter feito, no entanto.
Ele não poderia se comprometer com algo tão importante se Ryder não
estivesse disposto a encontrá-lo no meio do caminho. Isso estabeleceria um
mau precedente que persistiria enquanto ele e Ryder tivessem algum tipo de
relacionamento. Luca queria Ryder, mas não o suficiente para jogar todo o
seu auto-respeito pela janela.
KM
Perdido em contemplação, Luca ficou surpreso quando a porta de
repente se abriu e Ashton correu para dentro.
— Eu te disse no telefone...-
— Eu sei, mas eu tinha que ver por mim mesmo. Ashton esmagou
Luca contra ele em um abraço feroz. — Minha mãe me ligou assim que a
escola soltou. Eles estão mostrando o vídeo em todas as principais estações
de notícias. Eles disseram que houve apenas um tiro, mas você estava tão
perto dele...
KM
aí? Eu sei que você fez algumas coisas sombrias no passado, mas isso parece
muito extremo para uma simples vingança.
— Sim. Luca ainda podia ver - Gray zombando dele um minuto, e sua
cabeça nada além de uma bagunça sangrenta no seguinte.
— Eu, hum... não é nada. Luca passou a perna por cima de Ashton. —
Eu tive uma briga com Ryder antes de você chegar aqui. Não é importante.
KM
boca de Luca.
— Hmm?
— Eu pensei que você não ia mais mentir para mim, Luca. A voz de
Ashton estava tensa de raiva. — Você acha que eu não posso dizer agora
quando você está escondendo algo de mim?
Luca abriu a boca para protestar, depois desistiu. Ele estava exausto
demais. — Nós brigamos sobre você. Ele não queria que você viesse.
Ashton olhou para Luca perplexo por uns bons dez segundos antes de
entender. Seus olhos se arregalaram e ele se afastou da cama como se Luca
tivesse algum tipo de doença contagiosa. — Você está transando com Ryder?
— Sim.
KM
na cara dele? É maluco?
— Ryder nunca iria te machucar, disse Luca. — Não, a menos que você
me machucasse primeiro. Ele não é esse tipo de cara.
Isso era verdade. Ryder parecia o tipo de cara que incorporaria todo o
homem Neanderthal quando estivesse com ciúmes. Mas Luca sabia que
Ryder odiava quando as pessoas faziam essas suposições sobre ele.
O alívio cruzou o rosto de Ashton, mas ele não fez nenhum movimento
para se juntar a Luca na cama. — Por que transar comigo, então, se Ryder é
tão contra isso?
Luca deu de ombros. Ele queria dizer não, que era apenas um ótimo
sexo, mas auto-ilusão era o departamento de Ryder. Não dele.
KM
Ashton sentou-se na beira do colchão. — Ele feriu seus sentimentos.
— Tenho certeza que você vai resolver isso, disse Ashton. — Mas, no
interesse da autopreservação, eu não posso fazer sexo com você, enquanto
Ryder achar que ele tem algum tipo de reivindicação sobre você.
Especialmente quando seu quarto é logo ali na porta ao lado.
— A sério? Você acha que, porque não vamos foder, só vou sair?
— Hum... sim?
Ashton ficou de pé e deu a volta na cama, tão zangado que Luca deu
um passo reflexivo para trás. — Você é tão idiota! Depois de todo esse tempo,
você ainda acha que eu só saio com você para te foder? Como agora que não
estamos transando, não seremos amigos?
— Eu...-
KM
— Você não é um cara que eu fodo e que por acaso acontece de ser
meu amigo, Luca. Você é meu melhor amigo com quem eu ocasionalmente
transo. Ashton cruzou os braços. — Você acabou de sair do hospital, alguém
tentou sequestrá-lo e você testemunhou um assassinato. Eu não estou indo
a lugar nenhum.
— Especial?
Ashton sorriu. Eles se beijaram mais uma vez, apenas um breve beijo
KM
e se separaram.
Ashton ficou pelo resto da tarde e ficou para o jantar; antes de sair,
ele passou para Luca todas as tarefas que ele havia perdido durante seus dois
dias fora da escola. Era estranho passar um tempo sozinho com ele sem
transar - o que realmente dizia mais sobre Luca do que qualquer outra coisa.
Ele imaginou que levaria algum tempo para se acostumar.
Ryder pareceu surpreso, mas ele recuou, fechando a porta uma vez
que Luca estava dentro.
Luca olhou ao redor com interesse. Este tinha sido seu próprio quarto
durante toda a sua infância, e vê-lo agora com a mobília barata e os
equipamentos de ginástica de Ryder por toda parte era desconcertante. Ele
costumava brincar naquela alcova com janela ...
KM
Ryder manobrou os dois para que ele ficasse entre Luca e as janelas
do chão ao teto. — Este quarto não é realmente seguro...-
— Eu precisei. Ele é meu melhor amigo. E sei que ele pode guardar
um segredo.
— Nós concordamos...-
— Luca!
— Bem, então, nós dois dissemos às pessoas que são mais importantes
para nós. Eu não vejo um problema com isso.
— Sim, ok. Desde que isso pare por aqui. Ryder fez uma pausa e disse:
— Isso é tudo o que você veio me dizer aqui?
KM
Sim, Luca pensou, mas quando ele abriu a boca, o que saiu foi: —Não.
Eu quis dizer o que eu disse antes, Ryder. Não tenho certeza se conseguiria
ser monogâmico, mesmo se estivéssemos em um relacionamento sério, e
você não está me dando nenhuma motivação para tentar.
Virando para ele de novo, Luca disse: — Você está apenas esperando
que daqui a um mês, eu tenha mudado de idéia.
KM
coisa sobre mim?
Luca estreitou os olhos, mas no final, ele não pôde deixar de rir em
concessão.
— Combinado.
Era ridículo, ficar tão excitado com apenas um beijo. Luca tirou a mão
de Ryder para pegar seu bíceps, empurrando a língua na boca de Ryder. As
mãos de Ryder caíram para seus quadris e o puxaram ainda mais perto.
— É sobre Gray?
KM
Siobhan e Matt trocaram um olhar. — Você poderia dizer isso, disse
ela, entregando a Luca um dos cartões brancos do Admirador.
UM ADMIRADOR
KM
Capítulo Quarenta e Um
KM
Última chance de ir embora, Sr. Ryder. Você sabe que ele vai ficar
entediado e seguir em frente em breve.
Não estava assinado, mas não precisou. Ryder sabia de quem era. Ele
apertou a mandíbula e apagou o texto sem responder.
Ryder não mencionou a mensagem para Luca; isso não afetava sua
segurança diretamente, então não havia razão para aborrecê-lo. Quando
Hurst o substituiu no treino de natação de Luca, ele puxou Luca para o lado
por um momento e disse: — Diga a sua mãe que você tem outros planos para
o jantar hoje à noite, e venha para o meu quarto às sete.
— É uma surpresa.
— Eu pensei que você disse que seu quarto não era seguro.
— Eu pedi a Sheila para colocar cortinas. Eu ainda não quero que você
viva nele, mas vai ser seguro o suficiente por algumas horas.
Isso deu a Ryder algumas horas para juntar tudo quando ele voltasse
para a propriedade. Ele estava planejando esta noite desde sexta-feira.
Depois da discussão deles, houve uma tensão estranha entre ele e Luca - eles
conseguiram amaciá-la com a ajuda de grandes quantidades de sexo, mas os
KM
problemas ainda estavam lá, espreitando sob a superfície. Ryder queria
poder dar a Luca o que ele queria, mas a palavra namorado evocava imagens
inescapáveis de apresentar Luca a seus pais e ver o desapontamento em seus
rostos, ou sair com Luca em público e saber que todos ao seu redor achariam
que ele era um pervertido ladrão de berço. Mesmo que Ryder soubesse que
essas opiniões estariam erradas - nada sobre seu relacionamento com Luca
era pervertido ou imoral - elas ainda machucariam, e ele não queria que essas
preocupações se intrometessem em seu tempo juntos.
KM
ela gemia sob o peso de pratos e bandejas de comida cobertas.
KM
Ele deslizou para o chão, toda graça fluida e empurrou as pernas de
Ryder. Ryder assistiu em desamparada excitação quando Luca abriu as
calças, empurrou sua boxer de lado, e engoliu-o.
KM
Ryder apertou sua mão para deixá-lo saber, e Luca recuou apenas o
suficiente para que ele não se engasgasse quando Ryder desceu pela garganta
em pulsos longos e duros. Luca continuou lambendo e acariciando-o até que
Ryder se encolheu com a superestimulação, depois enfiou Ryder dentro,
fechou as calças, e subiu de volta em seu colo.
— Sim, disse Ryder. Ele não tinha ideia se podia ou não, mas para
Luca, ele com certeza tentaria.
KM
— Alimente-me antes que esta comida fique fria.
Luca passou a mão pelo antebraço de Ryder. — O que você pediu para
Auguste fazer?
KM
— Como você sabe todas essas coisas sobre mim? Luca perguntou,
após um momento de completo silêncio.
— Eu passo dez horas por dia observando tudo o que você faz. Se eu
não tivesse pegado esse tipo de coisa agora, eu seria um guarda-costas muito
ruim.
Luca inclinou a cabeça para olhar o rosto de Ryder. — Eu não sei nada
disso sobre você, no entanto. Não é realmente justo.
*****
KM
chocolate com ele. — Todo o material está no meu quarto.
KM
las, mas elas estavam guardadas ali - bem, guardadas sob um monte de
papéis. Ainda assim.
Uh-oh. A voz de Ryder era cortante e cheia de raiva mal contida. Luca
achou que era uma reação exagerada ao que fora uma bisbilhotice puramente
não intencional. Ele colocou os preservativos na superfície da cômoda, mas
não guardou as medalhas.
— Eu sabia que você foi ferido enquanto servia, então imaginei que
você pudesse ter um Coração Púrpura, mas uma Estrela de Bronze? O pai de
Candace tem uma dessas. Elas são dadas por atos de bravura. O que você fez
para ganhar isso?
KM
volta na gaveta e fechou-a. — Eu não fiz absolutamente nada para ganhá-la.
Luca olhou para ele. Ryder não estava apenas com raiva - ele estava
furioso. E espreitando sob a fúria estava uma dor intensa que Luca não
conseguia começar a entender a origem. Ryder poderia manter suas
medalhas em sua gaveta de tralhas, mas elas tinham algum tipo de
significado para ele. Se não fosse assim, ele já as teria jogado fora.
Havia duas maneiras pelas quais Luca podia ver isso. Uma, ele
poderia continuar empurrando, o que sem dúvida iria se transformar em um
argumento furioso que arruinaria a noite inteira. Ou…
— Você sabe, eu nunca tive sexo com raiva antes, disse Luca. — Eu
ouvi que é muito bom.
— Não, não, fique com raiva. Luca enfiou os dedos pelas alças da calça
de Ryder e puxou-o para mais perto. — Aqui, eu vou ajudar. Você é um... -
...um idiota moralista e hipócrita.
KM
— Você é um animal, disse ele, passando as mãos pelos braços
musculosos de Ryder. — Todo o músculos e sem cérebro - ah!
— Eu acho que você está apenas provando o meu ponto. Luca revirou
os quadris, sentindo o pênis de Ryder se contorcer entre suas coxas. — O que
você acha?
KM
— Acho melhor eu começar, então. Ryder pegou Luca e levou-o para
a cama.
— Você não ditou nenhuma regra. Ryder trabalhou seu pênis em Luca
com impulsos lentos e cuidadosos. Ele estava de joelhos, Luca estendido de
costas na frente dele, as pernas enganchadas sobre os cotovelos.
KM
controlar a penetração para evitar se tornar superestimulado, enquanto
Ryder transava com ele através de seu período refratário.
Em vez de puxar para fora, Ryder segurou o corpo de Luca com força
e rolou-os para cima, seu pau nunca deixando Luca enquanto ele deitava de
costas com Luca em cima dele.
KM
intestino.
— Eu sei que você gosta de assistir. Luca apoiou as mãos nas coxas
grossas de Ryder e abriu suas próprias pernas, inclinando-se para frente para
que Ryder fosse capaz de ver cada centímetro de seu pênis entrando e saindo
do buraco de Luca.
Por uns bons dez minutos, Luca fez um show para ele - rolando e
moendo seus quadris, arqueando as costas, ondulando seu corpo enquanto
trabalhava no eixo grosso de Ryder. Ele evitou a estimulação direta de sua
próstata enquanto seu pênis se recuperava, concentrando-se na sensação de
plenitude, de atrito. Ryder era tão bom debaixo dele, nunca empurrando ou
tentando controlar os movimentos de Luca. Suas mãos estavam em
constante movimento, porém, acariciando as costas de Luca e quadris e
coxas; elas sempre voltavam para apertar e esfregar o traseiro de Luca, às
vezes puxando as bochechas para que Ryder pudesse dar uma olhada melhor.
KM
de Ryder, deleitando-se com o tapa de sua bunda atingindo a pélvis de Ryder
mais e mais. Suas bolas roçaram contra Ryder toda vez que ele desceu, o que
inspirou uma ideia. Luca colocou seu peso em uma mão e deslizou a outra
entre as pernas de Ryder para acariciar suas bolas enquanto ele se fodia.
Ele não sabia quanto tempo Ryder poderia continuar antes que ele
precisasse gozar. Ryder tinha uma resistência impressionante, ainda mais no
segundo turno do que no primeiro, mas eles estavam nisso há muito tempo.
O corpo de Ryder já estava vibrando com a tensão abaixo dele.
KM
com seus próprios gritos agudos no ar, que de repente parecia ter mil graus.
— Mais largo. Você sabe que eu sou mais flexível do que isso. Luca
cantarolou em aprovação quando Ryder o espalhou ainda mais, estendendo
a mão para tocar o lugar onde eles estavam conectados. Ele moveu seus
quadris para deixar Ryder saber que estava tudo bem para fodê-lo um pouco.
— Você gosta disso, não é? Me segurando para que você possa me servir com
seu pau gordo?
KM
se sentia constrangido com qualquer coisa sexual, mas ele estava
envergonhado por ficar tão excitado quando Ryder o chamava de baby. Ele
só esperava que Ryder não tivesse percebido isso ainda.
A posição não teria funcionado tão bem se o corpo de Ryder não fosse
tão grande e seu pênis tão longo e grosso - mas como era, Ryder tinha todo o
tamanho que ele precisava para suportar todo o corpo de Luca em seu peito
e abdômen, toda a força que ele precisava para manter Luca aberto e foder
com ele com uma força impressionante. Luca manteve seu braço ancorado
ao redor do pescoço de Ryder, deixando sua outra mão livre para beliscar
seus próprios mamilos, brincar com seu piercing no umbigo, acariciar seu
pênis e suas bolas.
— Você pode. Luca esticou a cabeça para olhar para o rosto de Ryder
- os olhos fechados, a mandíbula cerrada. — Você não quer fazer isso por
mim? Mostre-me como você é bom?
— Sim.
KM
— Então faça. Você pode gozar assim que eu fizer.
KM
Mantendo os dedos bem fundo dentro de Luca, Ryder estava ao lado
dele e inclinou a cabeça para lamber Luca. Luca estremeceu e ofegou sob sua
língua quente, contraindo em seus pequenos tremores secundários através
da sua próstata bem usada. Ryder continuou a beijá-lo e lambê-lo e
mordiscá-lo por muito tempo depois que a bagunça se foi, e Luca o deixou ir
até que seu corpo se acalmasse.
KM
Depois de alguns minutos, Ryder disse: — Sinto muito ter te segurado
quando Gray foi baleado.
— Tudo bem, disse ele. — Você estava apenas fazendo o seu trabalho.
Eu sei que você não teve escolha.
KM
deixar Athena entrar - ele não achava que Ryder se importaria em deixá-la
dormir em sua cama, já que ela freqüentemente dormia com eles no quarto
de Luca. E ele precisava apagar todas aquelas velas.
Pensar nas velas lembrou a Luca o quanto de esforço Ryder tinha feito
para fazer a noite parecer um encontro tão real quanto possível. Ele
reconheceu que foi parcialmente um pedido de desculpas pela recusa de
Ryder em usar a palavra namorado para descrever seu relacionamento. Isso
não incomodava tanto Luca, porque a noite tinha deixado uma coisa clara
para ele - Ryder poderia não querer usar a palavra, ou até mesmo pensar,
mas no fundo, ele considerava Luca como seu namorado mesmo assim. Ele
tinha sido tão aberto durante o jantar, contando a Luca sobre sua família e
sua infância e seus planos de voltar para a escola para seu mestrado, e isso
era algo que Ryder não fazia por qualquer pessoa. Ele não oferecia
informações pessoais para pessoas que não eram importantes para ele.
Todos os protestos em contrário, Ryder queria que Luca fosse seu namorado,
e Luca tinha um mês inteiro para levá-lo a admitir isso.
KM
Capítulo Quarenta e Dois
Apesar de seus problemas com Will, Ryder ficou aliviado ao ouvir isso.
Era estranho pensar que ele seria um tio em poucos meses. Claro, ele
provavelmente não veria muito o garoto, especialmente se fosse um menino.
Will era exatamente o tipo de idiota ignorante que assumiria que todos os
homens gays eram molestadores de crianças latentes.
KM
Ryder passou uma hora tranquila assistindo o jogo com seus pais,
bebendo cerveja e comendo comida chinesa. Morgan estava na aula, então a
casa estava muito mais tranquila do que o normal.
— Ele está seguro. Ele ainda está na escola. É...- eu não posso explicar
pelo telefone. Apenas chegue aqui o mais rápido que puder.
KM
com Luca? Foi a primeira coisa que Ryder perguntou.
— Keller, disse McCall. — Luca não sabe nada sobre o que está
acontecendo ainda - nós não dissemos a ele. Cristo, eu nem sei como.
UM ADMIRER
— Um DVD.
KM
Um vídeo apareceu na tela. De fato era uma gravação de Luca fazendo
sexo... - ...com Davenport.
Ryder estava tão certo de que a fita seria de Luca e ele mesmo que a
primeira coisa que sentiu foi alívio. Então, estranhamente, ele sentiu um
lampejo de excitação; Davenport era um garoto atraente, e a imagem dele
fodendo com Luca era inegavelmente quente. Assim que o cérebro de Ryder
terminou de processar as implicações do que ele estava vendo, tudo isso foi
varrido sob uma onda de raiva, medo e em pouca medida de ciúme.
KM
casa.
— Tudo bem, aqui está o que vamos fazer enquanto esperamos que
eles encontrem a câmera, disse Clarke. — McCall, Hurst, você começa a
entrevistar o pessoal. Veja se alguém notou alguém que não deveria entrando
ou saindo do quarto de Luca, ou em momentos estranhos, ou mesmo apenas
se demorando no corredor. Mantenha quieto - não queremos assustar a
toupeira antes de chegarmos a ela. Ryder, você e eu vamos rever as fitas de
segurança da câmera no corredor do lado de fora do quarto de Luca, ver se
alguma coisa salta para nós.
KM
armazenadas da Câmera 2E20. A propriedade era equipada com as medidas
de segurança de última geração da Fairburn Howard, e as gravações das
câmeras - das quais havia mais de cinquenta – eram armazenadas no local e
em um servidor remoto por um ano inteiro. Depois disso, eles eram movidas
apenas para o servidor externo, onde permaneciam indefinidamente.
— Tudo bem. Vou começar então; você começa uma semana depois.
KM
de segurança. Ryder confiava que sua presença significava que Clarke já o
havia autorizado, ou pelo menos o mantinha sob rigorosa vigilância.
— É pra já.
KM
uma ameaça. Eles estavam realmente fodidos se a toupeira era um dos
funcionários da limpeza - eles tinham uma desculpa sólida para entrar no
quarto de Luca todos os dias.
Hector desligou o telefone. — O cara chamado Dr. Shaw diz que eles
têm software que irá pular as gravações para mostrar apenas os horários em
que as outras medidas de segurança foram ativadas - os detectores de
movimento e tal. Dessa forma, você não perderá tempo assistindo a um
corredor vazio. Ele vai se conectar aos nossos computadores remotamente
para instalá-lo.
KM
Clarke uma câmera em um saquinho de plástico. — A câmera estava
escondida dentro.
— Olhe para essa coisa. Clarke segurou a pequena câmera até a luz. —
Este é um equipamento de nível profissional - maior duração da bateria,
cartão de memória de alta densidade. Eu apostaria tudo que está programada
para gravar apenas quando sentir movimento. A toupeira só precisaria
substituir o cartão e as baterias a cada poucos dias.
— Sim. Eu quero esperar para ligar para eles, pelo menos até que
tenhamos uma opinião mais firme sobre quem seria a toupeira. Não
queremos que a polícia o avise.
KM
— Eu sei, disse Clarke, rosto abatido. — Mas não houve nenhum não-
comparecimento ou dias de doença ou férias hoje. Todo mundo está aqui,
quem deveria estar. Eu acho que é possível que a toupeira não tenha sido
agendada para trabalhar hoje, mas - mas eu tenho que acreditar que ele só
acha que vai se safar.
Ele e Clarke voltaram a rever as fitas. Meia hora depois, ele recebeu
um texto de McCall.
Estamos em casa. Você quer que eu espere para contar a Luca o que
está acontecendo?
Ryder nem precisou pensar sobre isso. Não. Ele vai perceber algo de
qualquer maneira. Diga a ele a verdade.
Ele disparou o texto; então, pensando bem, mandou outro para ela.
KM
tempo, e isso precisava ser feito.
Não havia ninguém no corredor. Ele assistiu de novo para ter certeza
- sim, definitivamente vazio. Então, o que o sistema estava captando?
KM
fodidamente em loop25. Mesmo assim, o sistema tinha que ter sentido algum
tipo de movimento para sinalizar esse clipe...-
Uma ideia lhe ocorreu, e seus olhos se voltaram para o registro de data
e hora da gravação. 19 de janeiro.
Ele mostrou a Clarke o clipe e explicou sua teoria. Clarke parecia tão
aturdido quanto alguém que correra de cabeça para uma porta de vidro
deslizante.
KM
sistema é inacessível do lado de fora. Você teria que estar nesta sala para
fazer isso e teria de ter acesso total a todo o sistema de segurança. E então
você precisa saber especificamente como trabalhar com a tecnologia da
Fairburn Howard. Mesmo eu não seria capaz de fazer isso.
— Ele sabe muitas coisas que ele não deveria saber. Precisamos
executar esse programa.
KM
como se um torno estivesse apertando seu peito, apertando cada vez mais a
cada momento que passava.
Ryder queria acreditar nisso, mas não houve outros nomes que
aparecessem em conjunto com as falhas tantas vezes quanto este. Ele
beliscou a ponte do nariz enquanto pensava em outras possíveis explicações.
Então sua cabeça se ergueu. — O quarto de plantão. Ele poderia ter entrado
como se estivesse de plantão, e ninguém saberia o contrário. Temos que
verificar os registros de entrada no portão da frente.
KM
seu rádio.
KM
— Quem é “ele”? Clarke perguntou.
— Nós realmente vamos jogar este jogo? Eu sei o que aconteceu com
Gray. Se você acha que eu estou fazendo fila para entrar no mesmo barco,
você está louco.
— Só uma criança? Matt soltou uma risada. — É isso que você diz a si
mesmo quando você está fodendo seu cérebro fora?
KM
— Isso é o suficiente, Clarke retrucou. Ryder olhou de lado para ele,
mas o rosto de Clarke estava impassível. — A polícia está a caminho. Você
tornará isso muito mais fácil para você mesmo se você cooperar agora.
Matt não era um amador idiota como Gray; ele era um profissional.
Ele não ia quebrar, ele não ia entregar o Admirador, e foi apenas por um
acaso que eles o pegaram. Ryder tentou alcançar sua raiva, precisando dela
para fortalecê-lo, mas tudo o que ele encontrou foi tristeza e náusea.
— Dinheiro? Matt olhou para ele. — Você acha que eu fiz isso por
dinheiro? Você é realmente tão inconsciente?
Ryder abriu a boca, mas não respondeu, sem palavras. Ele olhou para
Clarke em busca de ajuda, mas Clarke não encontrou seus olhos.
— Seu trabalho deveria ser meu, disse Matt. Onde antes sua voz tinha
KM
estado firme, sem emoção, havia agora um fio tangível de raiva percorrendo-
a. — Eu trabalhei aqui por sete anos. Sete anos. Você trabalhou aqui por dois.
Mas quando D'Amato estava escolhendo um novo líder de equipe para os
detalhes de segurança de Luca, ela passou sobre mim - e meia dúzia de outras
pessoas - para ir direto para você. E você nunca pensou sobre isso, não é?
Não parece estranho para você, porque toda a sua vida tem sido assim. As
pessoas te dão o que você quer - porque você é bonito, porque você é uma
porra de escoteiro. Você nunca teve que lutar por nada.
— Não importa. Uma vez que ela descobrir que sua persona de herói
confiável é uma besteira total, você vai ter sua bunda chutada.
— E então, o que...- ...você ia tomar o meu lugar? Por isso você fez
tudo isso? Luca não vai precisar de um líder de equipe se ele estiver morto,
Matt.
Matt bufou. — Ele não vai morrer, seu idiota! Deus, vocês dois nem
podem ver o que está bem na frente do seu rosto. Ele balançou a cabeça. —
Eu parei de falar.
KM
Você está desejando ter ficado com nós peões humildes?
Glauser pode ser um chato, mas eu não acho que você tenha que se
preocupar com ele machucando Luca.
Você atirou nele?... É uma coisa boa que você estivesse lá e não eu.
Ryder queria estar com raiva. Ele queria sentir o tipo de fúria que
estava morta para ele até Luca ter trazido todas as suas emoções de volta à
vida plena. Agora, no entanto, tudo o que ele sentia era vazio.
Ele se virou e saiu do quarto, fechando a porta atrás dele. Então ele se
encostou na parede, olhando fixamente para o espaço. Clarke se juntou a ele
alguns minutos depois. Com os dois em pé do lado de fora da porta, não havia
chance de Matt escapar do quarto; a porta da varanda estava monitorada, e
mesmo que não estivesse, a queda no chão abaixo era muito longe para uma
fuga segura.
— Se você está prestes a sugerir que eu não sabia que havia algo
acontecendo entre você e Luca, eu ficaria muito ofendido.
KM
— Não, acho que não. Cristo. — Percebendo que ele ainda estava
segurando o DVD, Ryder deixou cair na mesa lateral entre as duas cadeiras
dispostas para os guarda-costas de Luca. — É verdade o que Matt disse? É
isso mesmo que as pessoas que trabalham aqui pensam de mim?
Essa era exatamente a razão falsa que Ryder tinha dado a Luca. —Uma
porra de um modelo, ele murmurou.
KM
*****
Ele ficou olhando sem piscar o celular por meio minuto antes de
discar um número diferente em seus contatos.
— Ei! O que houve? Gabby disse quando ela respondeu. Ela parecia
relaxada e de bom humor, o que significava que ela não sabia o que estava
acontecendo.
O Senador Davenport havia dito a Evelyn que o DVD não vinha com
nenhum tipo de ameaça de exposição - apenas um bilhete insolente e sem
assinatura perguntando se ele sabia sobre as atividades extracurriculares de
seu filho. Ainda assim, era apenas uma questão de tempo até que o
Admirador usasse as fitas para chantagear Luca, Ashton, o Senador ou todos
os três.
KM
— Ei, disse Luca. — Você falou com Ashton hoje? Quero dizer, desde
a escola?
Ela pegou em seu tom ansioso imediatamente. — Não. Por que há algo
errado?
— Não. Liguei duas vezes, mas foi para o correio de voz. Ele tocou
primeiro, então eu não acho que o telefone dele esteja desligado.
KM
— Nada importante. Coisas estúpidas. Espero que tudo acabe logo.
Ele deveria ter visto isso chegando. O Admirador tentara tirar todo o
resto dele - Luca deveria saber que ele iria atrás de Ashton. Ele nunca
imaginou que o Admirador iria tão longe quanto gravar una fita de Luca
fazendo sexo em seu próprio quarto. Mesmo agora, Luca se sentia como se
estivesse sendo observado, e ele não sabia se aquela paranoia ou a sensação
de violação que acompanhava desapareceria. A pior parte foi a consciência
de que em algum lugar, Matt Pearson estava sentado em uma cela de prisão
com não apenas o pleno conhecimento de que Ryder e Luca tinham um
relacionamento sexual, mas a capacidade de provar isso sem qualquer
sombra de dúvida.
— Sim.
KM
puxá-lo para um beijo agressivo e exigente. Seus dedos cavaram os ombros
de Ryder e ele mordeu o lábio de Ryder, frenético com a necessidade de saber
que ele ainda tinha algum controle, que ele não estava indefeso...-
Ryder afastou sua boca. — Luca, disse ele, e então, quando Luca
tentou beijá-lo novamente, — Pare.
Ele disse isso no firme tom de comando que ele usava em situações
perigosas - nunca no quarto. Luca ficou tão surpreso ao ouvir isso nesse
contexto que ele deixou Ryder ir imediatamente.
Sim, Luca começou a dizer, mas não conseguiu. Meses da terapia com
a Dra. Andersen o ensinaram a reconhecer seus pensamentos e reações
automáticos quando eles ocorriam, e ele sabia que seu desejo desesperado de
foder Ryder não tinha nada a ver com a luxúria e tudo a ver com o medo.
KM
Luca finalmente descobriu porque ele gostava tanto de Ryder
chamando-o de baby, enquanto mal havia tolerado isso a partir de seus
amantes do passado. Ryder não era o tipo de cara que usava apelidos
carinhosos. Ele quase nunca se dirigia às pessoas pelo primeiro nome. Então,
quando ele chamou Luca de baby, não era sobre sexo; era sobre apagar a
distância que ele normalmente mantinha entre si e os outros, sobre definir
Luca como alguém especial para ele. Alguém único.
Luca não se incomodou em lembrar Ryder que ele não deveria usar
apelidos carinhosos quando eles não estavam fazendo sexo. Ele apenas se
inclinou para frente e pressionou o rosto no peito de Ryder, respirando o
cheiro dele. Os braços de Ryder se envolveram ao redor dele e o mantiveram
perto.
— Eu posso fazer você se sentir melhor sem sexo. Ryder beijou o topo
de sua cabeça. — O controle não precisa ser sexual, você sabe. Você vai me
deixar cuidar de você?
Muito mais tarde, quando Luca estava nos braços de Ryder enquanto
assistiam a uma comédia sem sentido, ele absorveu o calor de Ryder e fingiu
KM
que não havia nada que o corpo forte de Ryder não pudesse protegê-lo.
Era difícil manter esse sentimento quando Luca foi para a escola na
manhã seguinte. Ashton já estava em seus armários, pálido e com olhos
vazios como se ele não tivesse dormido muito. Ele não virou a cabeça quando
Luca veio para ficar ao lado dele.
— Eu não deveria falar com você, disse Ashton em voz baixa. Seus
olhos disparando para os lados.
— Eu não acho que seus pais tenham espiões na escola. Luca quis dizer
isso como uma piada, mas bateu muito perto de casa para ser engraçado.
— Meus pais não querem que eu te veja mais. Eles tiraram meu
telefone e eu não posso mais sair. Eu estou trabalhando neles, mas vai levar
algum tempo.
— Eu sei que você não fez. Ashton ficou tão surpreso que ele se virou
para olhar Luca no rosto. — Eu nunca duvidei disso. Eu sei quem as enviou.
KM
lá; eu queria te foder. Não vou me recusar a assumir responsabilidade por
isso agora, apenas porque houve algumas consequências negativas.
KM
da École saiu. Gabby, obviamente, disse a Tricia e Brandon sobre a “briga”
de Ashton e Luca, mas independentemente disso eles saberiam que algo
estava errado, pela forma como Ashton e Luca não estavam falando ou
olhando um para o outro.
KM
— Oh, meu Deus, isso é tão quente, Tricia respirou.
Ele alcançou Ashton do lado de fora do refeitório. — Por que você fez
isso? Ele perguntou.
— Porque você não pode chantagear alguém com algo que todo
mundo já sabe, disse Ashton, e foi embora.
KM
Capítulo Quarenta e Três
KM
começou a entrar em pequenas surtos ofegantes, Ryder esfregou o polegar
sobre seu buraco.
Ryder não conseguia mover a cabeça - pelo menos, não sem o risco de
ser sufocado - mas ele ergueu os olhos para o rosto de Luca e ergueu as
sobrancelhas. Luca encontrou seu olhar.
— Apenas dois, disse ele com um suspiro relutante. — Isso é tudo que
preciso.
Tudo o que ele precisava, talvez, mas não tudo o que ele queria. Ryder
estava continuamente impressionado com a profundidade da ânsia de
penetração de Luca. Ele poderia gozar sem isso, mas seus orgasmos não eram
satisfatórios sem algo dentro dele - quanto maior, melhor. Combine esse
desejo intrigante com o domínio natural de Luca, e Ryder nunca teve uma
chance.
KM
Ele empurrou dois dedos para dentro, tomando cuidado para não ir
muito fundo ou muito rápido. Se Luca insistisse, ele obedeceria, mas ele não
queria afetar a capacidade de Luca de nadar em alta velocidade esta tarde.
Esperançosamente, a estimulação intensa da próstata seria suficiente para
distrair Luca da falta de força.
Luca olhou para ele com olhos aturdidos de luxúria. — Eu não quis
dizer...- você não precisa...-
— Baby, faça isso. Ryder pressionou com força contra sua próstata. —
Goze em cima de mim. Eu quero isso.
KM
mão direita e se masturbou com movimentos rápidos e erráticos.
Não havia como Ryder conseguir outra ereção tão cedo, mas seu pênis
fez um esforço corajoso independentemente. Ele massageou a próstata de
Luca, ajudando-o a ir mais e mais. O sêmen de Luca escorria pelo seu rosto,
marcando-o, possuindo-o.
KM
gostava do jeito que se sentia, mas provavelmente não era a melhor ideia ir
se aventurar no subespaço uma hora antes de ele começar a trabalhar. Ele
beijou Luca mais algumas vezes antes de dizer: — Eu tenho que começar a
me preparar.
Luca sorriu. Ele beijou Ryder mais uma vez e então voltou para a
cama. Em seu caminho para fora do quarto, Ryder liberou Athena do
banheiro, onde eles a esconderam antes de cair um sobre o outro - Luca se
recusava a fazer qualquer coisa além de beijar com Athena no mesmo quarto
que eles.
KM
— Sua voz está soando um pouco rouca lá, amigo. McCall arqueou
uma sobrancelha. — Espero que você não esteja adoecendo.
Ela não fez mais piadas quando ele a substituiu uma hora depois. Logo
depois disso, Song e Hurst apareceram para acompanhá-lo e a Luca a St.
Albans, a escola particular em DC, onde os campeonatos de natação da escola
preparatória da escola Washington Metropolitan estavam sendo realizados.
Luca ficou quieto por todo o caminho, com as mãos cruzadas no colo; de vez
em quando, um de seus músculos pulava em uma única contração logo
abortada. Ele não poderia tomar nenhum Ativan hoje de manhã.
Ryder não achava que ele tivesse algum motivo para estar nervoso.
Ele quis dizer o que ele disse antes - Luca era um excelente nadador, e ele fez
uma temporada fantástica. Ele quase sempre ganhava nos eventos que
participava, e Ryder nunca tinha visto ele chegar em menos do que em
terceiro. A única maneira de Luca não dominar o encontro seria se ele
deixasse seu estresse e ansiedade sobre o Admirador tirar o melhor dele.
KM
equipe, mudou para o seu traje de banho, e assistiu aos primeiros eventos do
lado de fora. Assim que ele pisou no bloco de partida para seu próprio
primeiro evento, porém, sua linguagem corporal mudou, e Ryder sabia que
suas preocupações eram infundadas.
KM
— Com licença senhor. Há algo com o qual eu possa ajudá-lo?
O homem parou em suas trilhas, assustado. Ele olhou para Luca, que
estava de pé a alguns metros de distância e os observava com uma pequena
carranca, depois de volta para Ryder, observando seu terno e a largura de
seus ombros. Seus olhos clarearam.
— Claro, se você disser não, isso não afetará sua inscrição. Eu posso
KM
te dar um tempo para...-
Agora foi a vez de Mueller ser pego de surpresa. — Você não quer
discutir isso com seus pais primeiro?
— Eu também.
KM
Luca saiu para comemorar com seus companheiros de equipe, depois
levou alguns deles para casa para continuar a festa. Eles ainda estavam lá
quando Ryder saiu de seu turno às seis. Ele jantou e depois fez seus
exercícios, completando uma rotina mais leve do que o normal, porque tinha
certeza de que Luca o colocaria em seus passos mais tarde.
Ryder não voltou para o quarto de hóspedes até ter certeza de que o
último dos amigos de Luca havia saído. Ele bateu na porta e entrou sem
esperar por uma resposta. Luca estava do outro lado; ele apoiou Ryder contra
a porta, batendo-a, e puxou-o em um beijo dominador.
Oh, sim. Luca estava no clima esta noite, e pela primeira vez, não era
devido à sua ansiedade. Ryder podia sentir a excitação pulsando através do
corpo de Luca, o prazer de ter sido reconhecido por sua habilidade em algo
diferente do sexo. Sua alegria era contagiante. Ryder o pegou para que eles
pudessem se beijar mais facilmente, recostando-se na porta. Segurando Luca
assim, ele se lembrou do incrível primeiro beijo que eles compartilharam
depois que ele finalmente caiu em si.
— Eu quis você o dia todo, disse Luca. Suas pernas estavam apertadas
ao redor da cintura de Ryder.
KM
— Sim? O que é?
— Você quer...-
— Sim, disse Ryder. Ele ficaria envergonhado pela rapidez com que
responderia se não estivesse tão excitado apenas olhando para coisa.
KM
Sentado sobre os quadris de Ryder, Luca disse: — Veja se você pode
se libertar.
— Sim. Luca não tinha amarrado suas pernas, mas Ryder não se
atreveu a fazer mais do que um pequeno impulso em seus quadris. — Baby,
me use. Da forma que você quiser. Para fazer qualquer coisa.
KM
Luca mordeu o pescoço de Ryder, perto da clavícula. Ele continuou
chupando por muito mais tempo do que ele usava fazer - deliberadamente
tentando deixar uma contusão. Ryder inclinou a cabeça para o lado para dar-
lhe mais espaço. Seu pênis estava dolorosamente duro, mas Luca estava
deitado sobre seu peito, então ele estava privado de qualquer contato onde
ele mais queria.
— Sim.
Uma onda de tontura lembrou Ryder que ele não tinha respirado por
muito tempo. Ele se afastou, respirou ofegante antes de voltar ao trabalho,
sacudindo a língua contra o centro do buraco de Luca e, em seguida,
KM
empurrando a ponta para dentro. Luca gemeu acima dele, abrindo mais as
pernas, e a língua de Ryder se contorceu entrando mais fundo nele. Ele quase
- quase - queria que suas mãos estivessem livres para que ele pudesse segurar
o traseiro de Luca do jeito que ele costumava fazer quando ele o devorava.
Estar amarrado assim era melhor, no entanto. Isso significava que ele não
podia se mover, não podia escapar. Luca poderia exigir isso dele a noite toda,
e Ryder não teria como recusar.
— Isso não é tudo o que eu quero de você, disse Luca. — Você sabe o
que mais eu quero, Ryder?
KM
contra o traseiro de Luca, não havia como Luca não ter sentido.
— Você queria que fosse você, não é? Você queria que você fosse o
único com os dedos dentro de mim.
— Talvez eu deixe você me tocar na próxima vez, se você for bom. Luca
puxou os dedos, colocou um preservativo em Ryder e estava afundando no
KM
pênis de Ryder antes mesmo que Ryder terminasse de processar a
declaração.
Seu rosto. Ryder adorava assistir o rosto de Luca durante a fase inicial
da penetração - a maneira como seus olhos se fechavam e seus lábios se
separaram enquanto ele dedicava toda a sua concentração para aliviar cada
centímetro do pênis de Ryder dentro. Seu corpo engolia Ryder em pequenas
estocadas rasas, deslizando um pouco mais para baixo a cada vez. Ryder
ofegou, tentando manter as pernas apoiadas na cama.
— Nngh, você me deixa tão cheio, disse Luca, balançando para frente
e para trás. Seus dedos cavaram os lados de Ryder.
— Sinto muito.
— Não, você não sente. Mas você vai sentir. Segure firme.
KM
nariz enquanto seu pênis mergulhava no buraco quente e apertado de Luca
várias vezes, penetrando fundo, o atrito suficiente para fazer seus dedos se
curvarem. Seria tão fácil dobrar as pernas e colocar os pés no colchão para
que ele pudesse encontrar os impulsos de Luca...
Não. Luca não queria que ele se movesse. Pode até ser por isso que ele
não amarrara os tornozelos de Ryder - para ver se Ryder faria isso por ele.
— Perto, disse Luca, embora Ryder quase não o ouviu sobre o rugido
do sangue correndo em seus ouvidos. Luca mudou todo seu peso para uma
mão no peito de Ryder e puxou seu pênis com a outra, inclinando-se para
frente e inclinando seus quadris. Isso mudou o ângulo de seus impulsos de
modo que - Deus, ele estava apenas esfregando sua próstata contra o eixo de
Ryder. Ryder podia ver isso em seu rosto.
KM
Com um grito entrecortado, Luca gozou por todo o peito de Ryder.
— Sim.
Ryder não conseguia nem formar uma resposta coerente para isso. O
KM
total controle de Luca sobre ele o fez sentir-se bêbado. Suas bolas estavam
latejando, apertadas contra seu corpo; o suor escorria em sua pele
supersensível.
— Você não gosta disso? Luca perguntou, uma sugestão de riso em sua
voz. — Não é o suficiente para você?
— Você sabe...- Ryder teve que parar e respirar antes que ele pudesse
terminar. — Você sabe que não é.
— Você quer ir mais fundo? Você quer seu grande pau todo dentro de
mim?
— Por favor.
A voz de Luca caiu. — Eu sei o que você precisa. Você quer bater seu
pau inteiro dentro de mim. Você quer que eu monte você com tanta força que
KM
ainda vou estar machucado amanhã. Eu vi o jeito que você olha para mim
depois de fodermos.. Eu vi o quanto você gosta de saber que eu estou esfolado
por tomar seu pau.
Ryder piscou para ele, incapaz de dizer se ele estava chateado ou não.
Então Luca sorriu. — Eu gosto disso também, disse ele. Com isso, ele
afundou de uma só vez, retomando o ritmo frenético que ele havia marcado
antes. Ryder gritou e trancou os músculos das pernas para mantê-las
achatadas contra a cama.
Ele estava perto, tão perto que ele podia sentir o orgasmo se
construindo na base de sua espinha, mas ele não estava acostumado a atingir
o clímax sem empurrar. — Baby, eu não posso...- eu não posso...-
— Você pode, disse Luca, austero. — Você pode, e você vai, porque eu
quero você faça isso.
Ryder gritou, sua visão escurecendo nas bordas. Não foi a picada
quente do tapa que o subjugou tanto quanto o domínio puro transmitido pela
ação. Ele estava bem ali, bem ali...
— Goze para mim, Ryder. O ritmo de Luca não vacilou quando ele deu
outro tapa em Ryder. — Goze agora.
Ryder empurrou contra as restrições e gozou com tanta força que ele
KM
quase desmaiou.
****
KM
— Puta, o primeiro homem sussurrou.
O quarto homem ainda estava entre suas pernas. Ele segurou as costas
dos joelhos de Luca e empurrou-os contra o peito de Luca, esfregando seu
enorme pênis sobre o buraco de Luca.
KM
Um dos homens soltou uma risada feia e zombeteira. — Você não quer
que a gente pare. Olhe para você. Voce ama isso.
Luca balançou a cabeça, mas não havia como negar o quão duro ele
estava, ou que seus quadris estavam subindo para encontrar o pênis de seu
estuprador. Embora o homem estivesse transando com ele com força
dissonante, não era nada doloroso. Luca queria que isso doesse. O prazer que
sentia ao ser violado era pior que qualquer dor.
Isso era verdade, mas o que estava vindo era pior. Pior que estupro.
Pior do que qualquer coisa.
KM
nunca parariam; eles só se revezariam estuprando-o uma e outra vez,
forçando-o a desfrutar disso. Ele não conseguiria fugir até que fosse tarde
demais...-
— Luca!
— Foi apenas um sonho, Luca, você está bem...- Ryder chegou para
ele novamente.
KM
Luca quase disse que sim, porque ele estava com tanta vergonha de
ter surtado daquele jeito na frente de Ryder - mas então ele pensou em passar
o resto da noite sozinho com seu medo e auto-repugnância, e ele não
suportava isso. Ele balançou sua cabeça.
— Como assim?
KM
— Não. Ryder se moveu para se ajoelhar na frente de Luca, mantendo-
se firme quando Luca se recusou a encontrar seus olhos. — Luca, as pessoas
sonham com estupro o tempo todo. Isso não significa que você quer ser
estuprado, ou que você se divertiria se acontecesse na vida real. Você sabe de
fato que isso não acontece. Foi apenas um pesadelo.
— Você tem certeza de que este pesadelo tem algo a ver com o seu
pesadelo recorrente? Parece-me algo completamente diferente.
Ambos ficaram quietos por um minuto. Luca não queria que Ryder
fosse embora, mas ele também não conseguia pedir um abraço para Ryder.
O sonho o deixara se sentindo sujo.
Luca olhou para ele. Ele reparou em Athena, que havia pulado da
cama quando Luca começou a se debater, observando-os tensa a partir do
chão.
KM
compreensivos.
Ryder não terminou, mas ele não precisava. Luca sabia o que ele
queria dizer. Fechando os olhos, Luca se aconchegou no peito de Ryder, os
dedos acariciando sua pele.
— Você já sonhou com o dia em que você ganhou essa cicatriz? Ele
perguntou.
KM
O corpo de Ryder endureceu, embora ele não empurrasse Luca para
longe. — Sim.
— Mas você nunca fala sobre isso. Luca não sabia por que ele estava
empurrando. Tudo o que ele sabia era que se sentia vulnerável e exposto, e
queria algo de Ryder para se segurar. Algo real.
O tom de Ryder deu uma pista a Luca — O homem que você amava,
aquele que morreu?
Luca realmente não esperava uma resposta, então ele não ficou
surpreso quando Ryder permaneceu em silêncio. Ele respirou, saboreando o
perfume masculino reconfortante de Ryder, todo sabonete, loção pós-barba
e suor. Ele não achava que seria capaz de dormir novamente hoje à noite,
mas seria suficiente se deitar nos braços de Ryder enquanto ele dormia...-
KM
Capítulo Quarenta e Quatro
Eu o matei.
Luca ainda estava enrolado em seu colo, ainda apoiado contra ele. Ele
parecia preocupado, as sobrancelhas franzidas e a boca apertada, mas não
era com ele mesmo que ele estava preocupado. Era com Ryder.
KM
como lidar com a compreensão.
Deus. Okay. Ele realmente ia fazer isso? Ryder nunca, jamais contou
a outro ser humano a verdade sobre o que aconteceu com Jimmy. Até dois
minutos atrás, ele nunca disse as palavras Eu o matei em voz alta.
KM
teriam passado por suas turnês inteiras se não fosse por Jimmy.
— Sim.
Ryder não pôde deixar de sorrir. — Sim. Era bem óbvio. Todos os
caras do meu pelotão sabiam que eu era gay...- não pergunte, não conte era
uma besteira total. Você não passa todos os dias lado a lado com as pessoas,
colocando suas vidas nas mãos umas das outras e não saber algo básico sobre
elas. Nenhum deles se importava. Quem se importa com orientação sexual
quando você está no meio do deserto, levando um tiro todos os dias?
— Isso não incomodou Jimmy, mesmo quando ele soube que você
estava apaixonado por ele?
KM
calmantes. Depois de um minuto vendo Ryder lutar consigo mesmo, ele disse
em uma voz gentil: — Então o que aconteceu?
— Estou bem, disse Luca. Ele pegou uma das mãos de Ryder e
apertou-a. — Continue.
Ryder respirou fundo, embora isso não fizesse muito para aliviar a
constrição em seu peito. — Houve uma… uma emboscada. Insurgentes
estavam à espreita no que deveria ser um posto de controle abandonado. Eles
abriram fogo contra nosso comboio e eu estava muito longe para fazer
qualquer coisa a respeito. Os dois caras comigo - pudemos ver o que estava
acontecendo, mas não pudemos ajudar. Tudo o que podíamos fazer era
continuar dirigindo.
KM
Estava ficando mais difícil para Ryder respirar. Ele podia ouvir as
batidas rápidas dos tiros automáticos, os gritos de seus homens e dos
insurgentes quando eles caíram.
KM
— Eu pedi ajuda por rádio e estava andando em meio à carnificina,
certificando-me de que todos os insurgentes estavam mortos, verificando
quais dos meus homens precisavam de primeiros socorros. E eu... eu
encontrei Jimmy. O coração de Ryder bateu forte, e ele se sentiu tonto. Ele
não queria falar sobre isso, nem queria se lembrar, mas as palavras
continuavam vindo de qualquer maneira. — Ele ainda estava vivo, mas a
explosão o havia dilacerado. Ambas as pernas tinham sumido, parte do braço
dele. Ele estava literalmente em pedaços. E ele estava consciente.
KM
havia nada que eu pudesse fazer. Nós dois sabíamos que ele ia morrer; Era
só uma questão de quando. O médico estava a caminho, e os médicos
poderiam ter conseguido estabilizar Jimmy por um dia ou mais, mas não
havia como ele sobreviver. Eu sabia disso e ele sabia disso.
Ryder teve que parar de novo. Seu corpo inteiro estava tremendo.
Quando Ryder recuperou a voz, ele disse: — Eu tive que fazer parecer
que os insurgentes o mataram. Se o exército soubesse a verdade, eu estaria
em uma prisão militar agora. A eutanásia não é desculpa, e eu não teria sido
capaz de provar que fora assim mesmo. Depois...- depois que Jimmy morreu,
eu arrastei o resto dos meus homens para a segurança. Os que ainda estavam
vivos, quero dizer. Consegui mantê-los estáveis até a evacuação médica
aparecer.
KM
— É assim que você conseguiu sua Estrela de Bronze, disse Luca,
finalmente compreendendo.
— Não. Luca estava sentado de lado no colo de Ryder, mas agora ele
se virou e sentou-se sobre ele, assim eles estavam cara a cara. Ele agarrou o
rosto de Ryder com as duas mãos. — O que você fez não foi assassinato. Foi
misericórdia.
— O exército discordaria.
Ryder queria concordar com ele, mas ele ainda não havia chegado a
esse ponto. Ele não sabia se alguma vez chegaria. Ele matou o homem que
amava e encobriu tudo. A verdade disso nunca o deixaria.
KM
dessa maneira. — Eu nunca contei essa história para ninguém, disse ele
depois de um minuto. Nem mesmo o psicólogo que vi quando cheguei em
casa. Você é a única pessoa além de mim que sabe a verdade.
KM
lubrificante. Entre os dois, eles conseguiram a ereção de Ryder coberta e
lubrificada, e Luca se equilibrou sobre ela.
Ryder nunca se sentiu mais ligado a outra pessoa. Ele segurou Luca
perto, se sentindo dentro dele em mais de um sentido, e desejou que este
momento, esse sentimento, durasse para sempre.
KM
*****
KM
Quanto tempo levaria a Ashton para convencer seus pais de que Luca
não era uma ameaça? Conhecendo os Davenports, poderia levar meses,
talvez até depois do final do ano letivo. E não era como se ele e Ashton
estivessem indo para a mesma faculdade...
— Não. É o que ele usava. Olhe. — Luca segurou o rosário até a luz
para que Ryder pudesse vê-lo - claramente feito à mão, não produzido em
KM
massa. — Ele o usava o tempo todo. Eu reconheceria isso em qualquer lugar.
Era difícil esquecer um rosário que ele tinha visto balançando acima dele
enquanto o homem usando-o tinha fodido ele dentro de uma polegada de sua
vida.
— O Admirador deve ter deixado aqui. Você se senta nesse banco toda
semana.
KM
disse ele.
— Eu não me sinto. Ele fez essa escolha, não eu. Mas… Ruskin era um
verdadeiro católico. Ele acreditava que o suicídio era um pecado mortal. Luca
sacudiu as cãibras de sua mão. — Não consigo deixar de imaginar como as
coisas devem ter sido sombrias para ele escolher o Inferno sobre a vida na
Terra.
— Ele era um alcoólatra e você mesmo disse que ele tinha problemas
de saúde mental.
Ryder colocou a mão no ombro de Luca. — Você não sabia o que ele
faria. Você estava tentando proteger seus colegas dele. Além disso, ele sabia
que o que estava fazendo com você estava errado, e ele fez isso de qualquer
maneira.
Luca desligou o ministro, como sempre fazia. Sua mente vagou, e ele
se viu pensando sobre o que ele disse para Ryder - eu não me arrependo
KM
disso. Era a verdade. Luca havia experimentado uma intensa mudança de
paradigma nos últimos meses, mas isso não significava que ele se sentisse
culpado por todos os homens com quem já havia dormido. Muitos de seus
amantes o tinham fodido sem quaisquer consequências negativas, e quase
tantos eram tão bastardos que mereciam o que quer que tivessem
conseguido. Havia apenas alguns homens por quem Luca sentia verdadeiro
remorso - homens como Glauser, Dr. Kranz e... Clarke.
KM
— Eu tenho que falar com Clarke bem rápido, disse ele para Ryder. —
Sobre a minha mãe.
Embora Clarke não se movesse, Luca viu sua mandíbula apertar e seu
ombro largo se deslocar por baixo do paletó. — Por que você está trazendo
isso agora? Ele disse em voz baixa.
KM
Clarke suspirou e finalmente virou a cabeça para Luca. — Eu também
sinto.
— Você deveria ter sido capaz de confiar em mim para não tocar em
você, não importa o quanto você tentasse. Eu traí essa confiança, para não
mencionar a de sua mãe.
Luca não ficou surpreso que Clarke tivesse descoberto que ele e Ryder
estavam envolvidos. — Não. Eu nunca vou. Eu prometo.
KM
Um sorriso irônico cintilou no rosto de Clarke. — E você, o trata bem?
KM
Capítulo Quarenta e Cinco
KM
verdade era que Luca não estava flertando. Ele não estava nem dando
atenção total a Ryder...- ...ele estava vasculhando sua mochila para se
certificar de que ele tinha todos os seus livros, e ele parecia distraído, como
se estivesse pensando em mais de uma coisa. Às vezes Ryder tinha que
lembrar a si mesmo que ele e Luca não tinham quaisquer qualificações de
limites quando se tratava de sexo.
Ainda assim, ele não podia deixar isso passar sem ser notado. — Você
não pode dizer isso para mim enquanto eu estiver de plantão.
KM
Luca apoiou um de seus livros no colo e um silêncio confortável desceu sobre
o carro. Ryder se concentrou em observar a estrada, embora já sentisse o
doce impulso de antecipação pelo que o aguardava em casa.
— Como assim?
— Certo.
KM
Ryder apertou o botão do Viva-Voz em seu telefone e colocou-o no
banco entre ele e Luca. — Luca, essa é Jo Spitzer, a PI da Fairburn Howard.
Ela é quem está nos ajudando a investigar o Admirador.
— Não que eu possa ver, disse Jo. — Ele é dono de uma pequena loja
KM
na cidade de Armistead que ainda está em atividade. Nenhuma esposa ou
filhos. Não tenho certeza que tipo de machado ele tem para afiar.
— De jeito nenhum, disse ele. — Se você acha que eu vou colocar você
em um quarto com um cara que pode estar perseguindo você...
Absolutamente não.
— Ele pode nos dizer algo que ele não diria às autoridades.
— Ele não vai nos dizer nada. Você acha que ele não sabe o que
aconteceu com Gray? Pelo amor de Deus, Matt pediu aos policiais para
colocá-lo em custódia protetora, mesmo que ele não tivesse nos dito uma
única coisa útil. Vieuxpont não vai ser diferente.
— Você não sabe disso, disse Luca. — Temos que pelo menos tentar.
KM
— Eu concordo com Luca, disse Jo.
Ryder suspirou. — Bem. Eu vou falar com ele. Você pode assistir de
fora da sala. Essa é a única maneira de isso acontecer.
— Eu estou de férias.
KM
Vieuxpont cruzou os braços, parecendo extremamente
impressionado, e não respondeu.
— Por que eu não te digo o que eu acho? Ryder disse. — Eu acho que
a pessoa que tem atormentado Luca - a pessoa que se autodenomina Um
Admirador - pediu para você vir aqui. Acho que ele ou ela queria que você
seguisse Luca, vigiá-lo, talvez até permitir que ele o visse por alguns
segundos só para assustá-lo.
— Eu não espero que você entenda. Você ainda está sob seu feitiço.
KM
— Seu ... você quer dizer Luca?
*****
KM
de fora.
Era algo cruel de se dizer, mas Luca não estava realmente preocupado
com os sentimentos de Vieuxpont no momento. Ele quase teve prazer na dor
que brilhou no rosto do homem.
KM
alguém. Ele interpretou o ferido inocente, convencendo Vieuxpont que um
de seus professores estava abusando sexualmente dele e usando isso para
manipular Vieuxpont para “salvá-lo”. Então ele revelou toda a fraude e
derrubou Vieuxpont como uma batata quente.
— Você costumava assediar minha amiga Chantal. Ficou tão ruim que
ela não queria mais entrar em sua loja, porque você a deixava extremamente
desconfortável. Ela ficava esperando do lado de fora na calçada, mesmo
quando estava nevando, só para evitar você.
— Você acha que olhares e comentários obscenos não são quase tão
ruins quanto tocar? Luca disse, e então bufou em desgosto. — Claro que você
não pensa assim. Ninguém nunca te tratou dessa maneira. Você não tem
ideia de como isso pode ser ameaçador.
KM
— Eu sei que o que eu fiz para você foi errado, mas o que você está
fazendo para mim é tão desproporcional que não consigo deixar de pensar se
você tem algum tipo de doença mental. Quero dizer, ok, eu machuquei seu
ego, mas você não perdeu nada. Por que você ajudaria o Admirador a me
torturar? Tentar me sequestrar? Pessoas morreram, Simon. Eu não sei o que
o Admirador quer, mas...
— 'Nós'?
— Muitos. Eu nem sei ao certo. É por isso que não vou estar seguro. A
maioria deles não é como eu, Luca. Estes são homens poderosos que você
KM
enfureceu. Você realmente acha que eles iam deixar isso passar?
— Sim.
KM
Vieuxpont baixou os olhos para a mesa.
KM
Luca revirou os olhos. — Yosef concordaria, se ele ouvisse você dizer
isso?
— Mais alguma coisa que você queira nos contar? Perguntou Luca a
Vieuxpont.
Eles não tirariam mais nada dele. Luca olhou de volta para Ryder. —
O que devemos fazer agora, que sabemos quantas pessoas estamos
enfrentando?
KM
— Eu não sei. Ryder passou a mão pelo cabelo. — Não tínhamos
ideia... sabíamos que provavelmente havia mais de uma pessoa por trás da
identidade do Admirador, mas pensamos em talvez uma ou duas pessoas, no
máximo, trabalhando em conjunto com Warnock...-
— Um ano atrás, disse Luca. — Mas ele ainda era meu guarda-costas
nesta época.
KM
— Eu estou dizendo a você, você nunca entendeu a magnitude do que
você está enfrentando, disse Vieuxpont. — E você ainda não entende. Você
está certo em ter medo.
Luca abriu os olhos. — Eu pareço com medo de você? Ele disse. Ele se
inclinou para frente de repente e plantou as mãos na mesa de metal,
entrando no rosto de Vieuxpont; Vieuxpont se encolheu para trás. — Eu
quero que você conte aos seus amigos patéticos algo por mim. Diga-lhes que
se o que eles queriam era me assustar, eles falharam, porque tudo o que estou
agora é puto. Eu acabei de jogar o papel de vítima. Você acha que viu o pior
que posso fazer? Venha para mim e descubra.
KM
Capítulo Quarenta e Seis
KM
Ativan há dias.
Esse era o dilema central, não era? Luca precisava da raiva para
mantê-lo, e Ryder não poderia oferecer uma alternativa viável. No entanto,
ele não podia ficar de braços cruzados enquanto a fúria consumia Luca de
dentro para fora. Por um lado, Ryder não queria que Luca passasse por isso,
e por outro, ele sabia do que um Luca realmente bravo era capaz.
KM
apesar de não ter feito nada para impedir Ryder. Ele olhou no espelho
enquanto a mão de Ryder acariciava seu pênis até que ele começou a
distender a frente de sua cueca boxer.
— Hey, você mesmo disse que precisa se preparar para a escola. Ryder
se abaixou na porta a tempo de evitar a garrafa de produto de cabelo que
Luca jogou em sua cabeça.
KM
— Sim, já faz um tempo. Como está o novo trabalho?
— Claro, disse ele. — Estou de folga hoje e amanhã, por isso não deve
ser um problema.
KM
— Ótimo. Lugar usual, happy hour?
Ryder deu um puxão na gravata de Luca. Luca riu e bateu sua mão.
— Você sabe que eu tenho amigos, disse Ryder. — Você já me viu sair
antes.
KM
— Okay. Luca pegou sua mochila e pendurou-a por cima do ombro.
Seus lábios se curvaram quando ele se virou para olhar o rosto de Ryder. —
Você está preocupado em me deixar sozinho, não é?
— Não.
Ryder deu-lhe outro beijo mais profundo. — Okay. Eu vou te ver mais
tarde hoje à noite.
Depois que Luca foi para a escola, Ryder passou a manhã malhando,
depois foi para a capital e levou Morgan para almoçar. Ele tentou mantê-la
focada em preenchê-lo com todas as últimas fofocas da família, mas ela o
importunou com tantas perguntas sobre Luca que ele cedeu e contou tudo o
que ela queria saber - embora ele mantivesse suas histórias estritamente
censuradas para menores de 13.
KM
restaurante tinha uma mistura eclética de clientes em um ambiente
descontraído, fazendo uma boa clientela mesmo nessa hora relativamente
incipiente.
Dan estava sentado em uma mesa de canto; ele deslizou para fora e se
levantou quando viu Ryder se aproximando. Apesar de alguns centímetros
mais baixo e vários anos mais velho do que Ryder, Dan tinha a mesma
constituição geral, e seu corte de cabelo curto e postura rígida eram provas
inusitadas de sua formação militar.
— Ei, Dan, disse Ryder, apertando sua mão. — Bom te ver de novo.
KM
embriagados pelo álcool, ele não pegou até que tivesse derramado por toda a
mesa.
Tarde demais, Ryder percebeu que ele não deveria ter compartilhado
esse detalhe interessante. As sobrancelhas de Dan subiram até sua linha de
cabelo. Ruborizando, Ryder se virou para gesticular para o servidor por outra
cerveja. Um homem sentado no bar chamou sua atenção ao fazê-lo. Não
havia nada de notável nele; ele não estava olhando para Ryder ou fazendo
qualquer coisa para chamar atenção para si mesmo. Na verdade, o que fez
Ryder notar o homem foi o cuidado extremo que ele estava tendo em não
olhar na direção de Ryder, mesmo que ele estivesse de frente para a direção
deles e esse fosse o caminho mais natural para seus olhos seguirem.
KM
estavam confiantes de que ele gostava de garotos, e eles às vezes hesitavam
em se aproximar dele com medo de obter seu traseiro chutado se estivessem
errados.
— Olha, ele disse, —...eu já passei por uma crise de consciência interna
fodida sobre dormir com Luca. Eu não quero espalhar essa informação por
razões óbvias, mas não me envergonho disso. É consensual e fazemos um ao
outro feliz, e isso é tudo que importa para mim.
— Mas você se preocupa com ele de maneiras que não têm nada a ver
com sexo.
— Sim. Muito.
— Bem, você não vai ter nenhuma dor a partir de mim, disse Dan. —
Mas dormir com seu protegido é perigoso, Ryder, não importa quantos anos
ele tem, ou se o relacionamento é consensual. Esse tipo de coisa deixaria sua
reputação profissional arruinada para sempre.
KM
— Você é casado com sua protegida.
— Devemos fazer isso com mais frequência, disse Dan. — Eu vou ligar
KM
para você na próxima vez que eu tiver uma noite livre.
Dan assentiu. — Verei o que posso fazer. Você está bem para dirigir?
— Inferno, não, Ryder disse com uma risada. — Eu vou pegar um táxi
para a casa dos meus pais.
— Tudo bem. Falo com você depois. Dan bateu no ombro de Ryder e
começou a descer a calçada, caminhando pela neve com as mãos nos bolsos
do casaco.
— Ryder!
KM
A arma silenciada disparou com um estalo quieto, uma bala atravessando a
neve e entrando na calçada. Muito desajeitado e desequilibrado para se
esquivar do soco do homem, Ryder permitiu o golpe em sua mandíbula e
depois bateu a cabeça para frente, esmagando a testa no nariz do atacante. O
aperto do homem na arma diminuiu o suficiente para que Ryder a afastasse
dele.
Ele viria atrás da arma. Em plena capacidade, Ryder teria sido capaz
de se livrar dele e ainda ter tempo para se defender contra o ataque iminente,
mas seu raciocínio estava embotado o suficiente no momento em que ele teve
que escolher entre um ou outro. Não que houvesse uma escolha real - ele não
podia arriscar que o cara pegasse a arma novamente em uma calçada lotada
de pessoas inocentes. Então, nos poucos segundos que o assassino levou para
atacá-lo, Ryder soltou o cartucho da arma e jogou-a em uma lata de lixo nas
proximidades.
O homem bateu nele com força suficiente para levá-los para o chão.
Atordoado pelo impacto, Ryder não conseguiu bloquear o primeiro soco, mas
KM
ele conseguiu levantar um braço para desviar o segundo e depois dirigir seu
próprio punho para o lado do homem. O homem ofegou de dor, mas não se
intimidou. Ele colocou as mãos em volta da garganta de Ryder e apertou,
usando seu aperto para bater a cabeça de Ryder contra o concreto.
KM
cabeça excruciante de Ryder em cem vezes.
— Ei, idiota! Ele gritou para o homem. — Você sabe que é o cara
errado, certo?
KM
Ryder se inclinou para frente, apoiando as duas mãos nos joelhos
enquanto tentava recuperar o fôlego. As sirenes da polícia estavam muito
mais próximas agora, e aquele estúpido alarme de carro ainda estava
gritando. Ele sentiu-se tonto e perigosamente enjoado, embora ele não
soubesse se era do álcool, do ferimento na cabeça ou de ambos.
— Sim. Você?
*****
—...e então Ryder entrou, e Nate saiu de cima de mim, disse Luca,
KM
terminando o que ele estimava ser sua décima quinta versão da história
desde que ele e a Dra. Andersen começaram essa terapia de exposição
prolongada. Ele tomou um longo gole da garrafa de água da mesinha lateral
próxima a ele.
— Fico feliz em ouvir isso. Você pode me dizer o que está sentindo?
Frente à expressão confusa de Luca, Andersen elaborou: — Você sente
alguma emoção além da falta de ansiedade? Ou você simplesmente se sente
dormente?
— Isso não é sobre mim, Luca. Você não precisa se preocupar com
minhas opiniões. Eu só queria ter certeza de que a razão pela qual você não
está ansioso quando fala sobre o que aconteceu é porque as memórias estão
KM
perdendo seu poder sobre você, e não porque você está simplesmente se
dissociando delas.
— Parece que o PET foi uma boa estratégia para ajudá-lo nisso, disse
Andersen. — Eu queria saber se você gostaria de usá-lo para resolver outros
problemas também.
— Como o quê?
KM
— A noite em que seu pai morreu.
Andersen levantou a mão. — Okay. Eu não quero que você faça nada
com o que você esteja desconfortável. Você pode me contar a história do Nate
de novo, se quiser, ou podemos conversar sobre outra coisa.
Luca mal podia ouvi-la; seu coração batia com tanta força que seu
pulso rugia em seus ouvidos. Seu joelho direito saltou para cima e para baixo,
batendo no chão em um ritmo espasmódico.
— Eu não quero falar sobre isso. Eu não posso...- ...eu tento não
pensar nisso. Eu nem me lembro de algumas partes daquela noite.
KM
Esse pensamento deu a ele uma pausa. Como, exatamente, isso estava
ajudando? Ao impedi-lo de sentir tristeza? Claro, mas tinha progredido até o
ponto em que ele não conseguia pensar em seu pai sem experimentar uma
intensa tristeza e quase pânico. Luca não queria passar o resto da vida
fingindo que seu pai nunca existira. Ryder tentou fazer isso com Jimmy por
apenas alguns anos, e isso o transformou em uma área de desastre emocional
fechada.
Ele se sentiu melhor quando contou a Luca sobre isso, no entanto. Ele
não tinha superado isso de qualquer maneira, mas contando a Luca o que
tinha acontecido com Jimmy tinha tirado um peso visível dos ombros de
Ryder. Se Ryder, de todas as pessoas, podia ser corajoso o suficiente para
assumir esse tipo de risco emocional, Luca também poderia.
KM
Luca parou, sentindo como se estivesse sendo estrangulado. Ele
agarrou a cadeira do braço com uma mão e respirou entre ofegos trêmulos.
Mesmo que o pai de Luca não tivesse sido morto, essa ainda teria sido
a pior noite de sua vida. O pânico incontrolável que varreu o salão era como
nada que ele tinha visto antes ou desde então. Tinha sido um banho de
sangue, pessoas gritando de dor, terror e tristeza, e seus pais estavam tão
longe.
— Eu pulei da cadeira, acho que para fugir, mas então um dos homens
atirou na minha mãe. Até eu poderia dizer que ele apontou para ela
deliberadamente. Ele errou, e eu comecei a correr em direção a ele como um
idiota. Eu não sei o que eu estava pensando. E depois...-
KM
pavor agarrava-o que parecia exatamente com seus pesadelos. Suas mãos
tremiam tanto que ele deixou cair a garrafa de água no chão.
Andersen foi até a cadeira mais próxima e tomou suas duas mãos,
apertando-as até encontrar seus olhos. — Respire fundo, disse ela. — Eu não
quero que você tenha um ataque de pânico, ok? Faça uma pausa até sentir
que pode continuar. Tudo bem se você quiser parar também.
— Eu não me lembro...-
Luca ainda não conseguia lembrar o nome do homem ou como ele era,
mas ele era um homem grande, e Luca tinha apenas doze anos na época. A
lembrança de estar preso e sufocado escorrendo de volta para a consciência
de Luca era terrivelmente familiar - ele a revivia toda semana durante seis
anos em seus pesadelos.
KM
Aquela lembrança abriu as comportas. — Do jeito que fiquei preso,
pude ver tudo, disse Luca. Ele olhou fixamente para o espaço. Vi o homem
mirar na minha mãe de novo e vi meu pai pular na frente dela. Eu o vi cair.
Era como se tudo acontecesse em câmera lenta. Lágrimas se acumularam em
seus olhos; ele as piscou para longe. — Eu não conseguia me mexer. Eu estava
preso. Eu vi minha vida desmoronar, e não havia nada que eu pudesse fazer
para impedir, porque eu não conseguia me mexer.
— Por chorar. Eu sei que é rude chorar na frente das pessoas. Isso os
deixa desconfortáveis.
— O que? Luca... Andersen tocou sua mão para chamar sua atenção.
— Luca, por que você acha isso? Alguém te disse isso?
KM
Eu ainda não quero isso.
KM
— Tudo bem. Andersen acariciou sua mão. — Você se sente seguro?
Ou você quer que eu consiga algo para te acalmar?
A última coisa que Luca precisava agora era ser medicado. Ele se
sentia esgotado e indiferente, o peso esmagador de sua dor comprimindo a
ansiedade. Chorar sempre fazia isso com ele; Foi uma das razões pelas quais
ele odiava chorar. Ele preferia muito mais estar ansioso do que triste. — Não.
Eu ficarei bem.
Antonio tinha sido o sol e a lua para Luca. Ele era um pai que ficava
em casa, devido em grande parte à sua dificuldade crônica com o inglês, e ele
fez tudo ao seu alcance para tornar a infância de Luca o mais feliz possível.
Ele era o coração da família deles.
— Minha mãe amava meu pai mais do que ela me amava, disse Luca,
apenas falando através de seus pensamentos em voz alta. Ele viu Andersen
franzir o canto do olho e balançou a cabeça. — Isso não me incomoda. Eu fiz
as pazes com isso em uma idade jovem, porque eu sabia que papai me amava
mais do que qualquer coisa no mundo. Foi essa verdade que carreguei dentro
de mim e sempre me fez sentir especial. Seguro.
KM
sofrimento que os desencadeou desta vez. Foi raiva.
Luca tropeçou até parar, chocado. Ele ficou chocado consigo mesmo.
Isso era realmente como ele se sentia?
Sim. Agora que ele disse isso, ele poderia reconhecer a verdade disso.
Ele estava com raiva de Antonio há anos. A coisa que ele temia em seus
pesadelos, a coisa ruim que ele não conseguia parar de acontecer, não era a
morte de seu pai. Era seu pai abandonando-o.
— Oh meu Deus. Estou com raiva do meu pai morto por salvar a vida
da minha mãe. Isso é tão fodido. O que há de errado comigo?
— Você disse que seu pai escolheu sua mãe sobre você. Por que não
KM
analisamos mais de perto essa crença, se você está se sentindo bem?
— Okay.
— Por quê?
— Eu não sei. Luca não conseguia pensar direito; sua ansiedade estava
KM
de volta com força total. Ele não tinha acabado de dizer que não queria falar
mais sobre isso hoje?
— Sim.
— Ele não podia. Ele não poderia ter. Não houve tempo suficiente.
KM
Luca limpou as lágrimas de suas bochechas.
— Está tudo bem você ficar com raiva dele. Só não corra disso.
Enfrente-a de frente e sinta-a, porque sentir é a única maneira de passar para
o outro lado.
Luca soltou um longo e lento suspiro, sentindo algo tóxico deixar seu
corpo ao fazê-lo. — Sim.
KM
Capítulo Quarenta e Sete
— Deus, foda-se, Ryder, mais duro - foda-me mais duro. Luca apoiou
as duas mãos contra a cabeceira da cama e empurrou-se de volta para as
estocadas de Ryder.
Esta era a quinta vez que eles faziam sexo em vinte e quatro horas;
Luca estava sendo ainda mais exigente do que o normal desde que descobriu
que Ryder havia sido atacado. Eles transaram toda a noite de sexta e de novo
esta manhã, e Luca o tinha rasgado poucos segundos depois de seu turno
terminar esta tarde. Era como se Luca não conseguisse o suficiente de seu
pênis - o que soara sexy no início, até que você estava na quinta vez e as coisas
estavam começando a ficar um pouco esfoladas, e definitivamente não
deveriam estar recebendo nenhum atrito. Havia algo mais perturbador
KM
corroendo Luca do que apenas seu medo pela segurança de Ryder.
Quando Luca caiu abaixo dele, Ryder diminuiu seus impulsos. Cinco
vezes, com uma janela tão pequena de recuperação estava forçando os limites
de sua virilidade. Ele não estava tendo problemas em manter sua ereção, mas
havia uma possibilidade real de que ele não conseguiria ultrapassar a borda.
Foi a palavra por favor que convenceu Ryder a continuar. Luca quase
nunca dizia isso durante o sexo. Ele não pedia por coisas; ele ordenava, com
a expectativa de que Ryder iria cumprir. Ouvir a necessidade na voz de Luca
garantiu a certeza de Ryder de que ele estava lutando com algo que ainda não
havia contado a Ryder.
KM
— Okay. Você pode se sentar? Sim, assim, isso é bom.
Ryder ajudou Luca a ficar em pé, então ele estava sentado no colo de
Ryder com os joelhos dele apoiando os de Ryder. Era uma coisa boa que eles
não estivessem jogando nenhum jogo de poder, porque o cansaço de Luca
era óbvio no modo como ele caía contra o peito de Ryder, deixando Ryder se
mover dentro dele sem participar. Ryder tinha que manter sua mente clara
agora.
— Você não vai me machucar. Luca virou a cabeça para beijar Ryder,
as línguas se entrelaçando. — Não me deixe, disse ele em meio ao beijo, tão
baixo que Ryder quase não o ouviu.
Oh. Era disso que se tratava? — Eu não vou a lugar nenhum, disse
Ryder.
— Eu não fiz.
KM
— Teria sido minha culpa...-
— Você se sente tão bem, Luca. Ryder achatou a palma da mão contra
o abdômen de Luca. — Eu penso sobre isso constantemente...- estando
dentro de você. Sobre como você me deixa entrar em você.
KM
pescoço de Luca. — Eu quero você todo dia, baby. Todo minuto.
— Eu não vou foder você de novo por pelo menos um dia inteiro, disse
Ryder, jogando o preservativo no lixo. — Mesmo desta vez foi empurrar
demais.
KM
corpo. — Sim, definitivamente não. Ai.
— Certo. Desculpa.
Ryder se inclinou para beijá-lo antes de procurar por sua camisa. Luca
olhou para o relógio.
— Só espero que ela não pergunte por que eu estou mancando, disse
Luca, colocando uma calça de moletom.
KM
— Eu tenho certeza que ela não vai, disse Ryder. Desesperado para
escapar da conversa, ele pegou o coldre de ombro da mesa - Luca não tinha
sequer dado a ele a chance de colocar as armas longe antes de puxá-lo para a
cama.
Luca fez uma careta. — Por que você sempre fica tão estranho quando
eu falo sobre a minha mãe descobrindo sobre nós?
— Sim, você faz. Você fica todo rígido e desajeitado, como você
costumava ficar perto de mim quando nos conhecemos. Luca puxou uma
camiseta sobre a cabeça, fechou a gaveta da cômoda e se virou para encarar
Ryder com uma carranca. — Você não acha que eu contaria a ela sobre nós,
não é?
Ryder colocou seu paletó sobre o coldre. — Claro que não. Ele pegou
seu colete à prova de balas, planejando apenas levá-lo de volta ao seu quarto,
em vez de usá-lo. McCall poderia dar a ele tantos olhares sujos quanto ela
quisesse.
— Porque eu não faria isso. Eu sei que eu fiz coisas assim no passado,
mas eu não faria isso com você...-
KM
funcionava assim, e agora ele estava preso a um amante muito perspicaz e
não tinha uma boa explicação que justificasse sua tensão ao mencionar
D'Amato. A melhor coisa que ele podia fazer era sair rapidamente e esperar
que Luca não se importasse o suficiente para prosseguir depois.
— Eu não estou.
— Então por que você está correndo para fugir de mim com esse olhar
culpado em seu rosto?
— Quando foi a última vez que você saiu de um quarto sem me beijar
primeiro?
KM
bem para ele.
Ryder colocou os dedos sobre a boca de Luca para deter seu balbucio
cada vez mais agitado. Tão doente quanto o pensamento o fez, ele não
conseguia ver nenhuma maneira de sair desta conversa, exceto dizendo a
verdade. Embora Luca certamente iria ficar furioso, havia uma chance de
perdoar Ryder com o tempo - mas se Ryder mentisse naquele momento
crucial e Luca descobrisse mais tarde, não haveria como resgatar seu
relacionamento. Ele ocultou isso de Luca por tempo suficiente.
— Sua mãe já sabe que você e eu estamos dormindo juntos, disse ele,
em um sopro só.
KM
— Não.
— Tudo bem. Ryder respirou fundo, esperando que ele não estivesse
cortando irrevogavelmente o vínculo que havia se formado entre eles. — Eu
lhe disse uma vez que sua mãe me promoveu a líder de sua equipe para que
você tivesse um modelo. Isso foi uma mentira...
KM
momento.
— Você é homossexual?
Ryder não estava esperando isso, e ele ficou surpreso demais para
se sentir ofendido. — Sim.
— Eu pensei que você poderia ser, dado o que eu ouvi, mas eu não
queria colocar muito crédito em fofocas.
KM
Ryder fez um barulho evasivo, ainda não entendendo o que isso
tinha a ver com ele.
KM
— Todo o futuro de Luca está na linha. Ele já terá problemas para
entrar na faculdade com múltiplas expulsões em seu registro. Se ele
continuar com seu comportamento autodestrutivo, isso pode muito bem
arruinar sua vida. No entanto, ele é completamente incapaz de permanecer
celibatário ou até mesmo escolher parceiros sexuais apropriados.
— Ele é um adulto legal e está longe de ser virgem. Você não precisa
temer que você esteja se aproveitando dele. Pela primeira vez, D'Amato
quebrou o contato visual, olhando para a mesa. — Estou ciente de como isso
soa, Sr. Ryder. Eu não pensaria nisso se tivesse outras alternativas, mas se
o vício de Luca não pode ser erradicado, ele precisa ser controlado. Para o
bem dele.
KM
D'Amato poderia racionalizar isso da maneira que ela quisesse; a
coisa toda virou o estômago de Ryder. — Eu não posso, disse ele. — Eu sinto
muito.
Ryder quase engasgou em sua língua. Com esse salário, ele poderia
começar a pós-graduação em período integral apenas dois anos a partir de
agora, com uma situação financeira confortável enquanto o fazia.
Estava fora de questão para ele ter relações sexuais com Luca. Ele
não iria foder nenhum homem por dinheiro, especialmente não um
adolescente confuso cuja mãe estava ajeitando sua vida sexual pelas costas.
Mas quem disse que ele realmente teria que foder Luca para mantê-lo na
linha? Não poderia ser tão difícil manter um garoto de dezoito anos fora de
problemas.
Ele assentiu. — Tudo bem. Eu vou fazer isso. Mas o que te faz ter
tanta certeza de que serei bem sucedido? Ele pode não estar interessado.
Ryder nunca imaginou que era possível sentir tanta vergonha, como
KM
se ele pudesse desmoronar sob o peso dela. Luca olhou para ele com horror
e descrença misturados.
— Minha mãe fez você meu líder de equipe para que você pudesse me
foder?
— Sim. Ela acha que estamos dormindo juntos desde que você chegou
em casa. Ela não tem ideia de que faz apenas algumas semanas, ou que se
transformou em algo real...-
— Como você pode fazer isto comigo? Com tudo que você sabe, como
você pode...
— Eu não fiz nada além de manter a forma como consegui essa posição
em segredo, disse Ryder. —Eu nunca faria o que ela queria, Luca. Eu nunca
usaria sexo para te controlar. Eu não pude. Espero que você me conheça bem
o suficiente agora para acreditar nisso.
— Sim, bem, dez minutos atrás, eu teria jurado que você nunca
aceitaria uma oferta de trabalho de uma mulher te contratando para foder
seu filho adolescente, e eu estaria completamente errada.
— Eu nunca planejei foder você! Pelo amor de Deus, você sabe melhor
KM
do que ninguém como foi difícil para nós chegarmos até aqui. Você viu o
quanto eu lutei apenas para admitir que eu queria você, e depois todo o resto
que eu tive que passar para me permitir ficar com você.
— Talvez tenha sido tudo um ato. Talvez você tenha jogado duro para
conseguir, porque sabia que iria manter meu interesse por mais tempo do
que se você tivesse desistido imediatamente.
KM
esgueirou para ele com um sorriso cruel e sem humor; instintivamente Ryder
tinha se apoiado contra a parede. — Sim, você realmente fodeu isso, não é?
Talvez você devesse ter colado em mim antes. Ter um pau na minha bunda é
a única coisa que me impede de sair dos trilhos, certo?
— Pare, disse Ryder, seu peito doendo. — Eu durmo com você porque
quero estar com você. Não há nada de sinistro nisso.
— Então, acho que é apenas uma feliz coincidência que o que você
quer acontece de estar alinhado com o que minha mãe quer. Luca se
pressionou contra o corpo de Ryder. — Sabe, estou começando a sentir outro
episódio chegando. É melhor você colocar algo dentro de mim, rápido. Quem
sabe o que vou fazer a seguir?
— Não...-
— Pare com isso. Ryder bateu a mão de Luca. — Pare com isso agora,
Luca.
— Você acha que é muito melhor que eu, não é? Disse Luca, olhando
para ele.
Luca lhe deu um soco no rosto. Ryder viu o golpe chegando com
KM
tempo de sobra para se defender, mas ele não se incomodou. Ele deixou o
punho de Luca acertá-lo em seu queixo, sentiu o lábio inferior contra os
dentes e aceitou a dor como merecida.
Por alguns segundos após o soco, nenhum deles falou. Então, Luca
sussurrou: — Saia.
— Eu disse a ele algo que eu deveria ter dito a ele há muito tempo.
— Sim. Dada a reação de Luca, Ryder não achou que “se acalmar”
fosse mudar alguma coisa. Ele estava terrivelmente certo de ter perdido Luca
para sempre.
KM
— Uh... em uma escala de um a dez, quão aborrecido ele estará quando
sair de lá?
*****
Nada aconteceu.
Ele olhou para a mão com a qual havia socado Ryder. Não houve
danos externos, mas os ossos doíam ferozmente. A única evidência física do
que ele fez foi uma mancha de sangue na sua junta - o sangue de Ryder. Luca
limpou tudo.
Isso não era uma opção. Ele tinha que - ele tinha que ir jantar. Foi
para isso que ele se vestiu. O estômago de Luca se apertou com a perspectiva
KM
de se sentar do outro lado da mesa de sua mãe depois do que ele ficara
sabendo. Ele não poderia...-
Luca não conseguia pensar nisso agora. Ele pulou da cama, cheio de
uma nova determinação, e ofegou com a dor que reverberou através dele de
seu traseiro abusado. Inclinando-se sobre a mesinha-de-cabeceira, Luca
rangeu os dentes e permaneceu quieto até que as dores agudas e penetrantes
se transformaram em uma dor surda.
Ele empurrou seu corpo longe demais. Isso foi ainda pior do que a
maratona que ele e Ryder tinham feito quando começaram a dormir juntos.
Luca ficou vermelho de humilhação pelo quão desesperado ele tinha estado
nos últimos dois dias - exigindo o pau de Ryder a cada passo, implorando
para ser fodido com mais força e mais fundo. Ouvir sobre a escova de Ryder
KM
com a morte, logo após suas revelações sobre o pai, agarrou Luca com a
necessidade de se conectar com Ryder tantas vezes quanto possível. A
loucura disso agora o irritava.
Athena correu até ele e bateu a cabeça contra a perna dele até que ele
se inclinou para coçar atrás de suas orelhas. Um breve momento de
melancolia rompeu a névoa entorpecida que cercava Luca. Athena sempre
serviu como prova tangível da consideração de Ryder e de seus sentimentos
por Luca, mas agora até isso era suspeito.
KM
comeu - Luca empurrou seu salmão e brócolis em seu prato, reunindo
coragem para abordar o assunto de Ryder. Ele quase se acovardou, mas ele
não podia deixar isso passar. Ele precisava saber a verdade.
KM
— Claro.
— Está começando a ficar sério, e eu não queria que você ouvisse isso
de outra pessoa. Luca olhou para as mãos, surpreso que seus dedos não
estavam se contraindo contra a toalha da mesa. — Você vai demiti-lo?
Luca hesitou. A parte vingativa dele queria dizer sim - queria não
apenas que Ryder fosse demitido, mas que tivesse toda a notícia do romance
deles divulgado por toda parte, de modo que Ryder nunca, jamais seria capaz
de conseguir um emprego no setor de segurança novamente.
No entanto, ele não era mais essa pessoa. Ryder o machucou, mas não
o suficiente para justificar arruinar sua vida. E independentemente de como
Ryder se tornou seu líder de equipe, ele era um excelente guarda-costas. Isso
era algo que Luca precisava agora.
— Não, disse ele. — É que, quando cheguei em casa pela primeira vez,
você insistiu tanto para que eu não dormisse com nenhum dos
funcionários...-
Luca tropeçou em suas próprias palavras. Claro que ela disse a ele
para não dormir com o pessoal. Se ele não estivesse interessado em Ryder,
isso teria garantido que ele o perseguiria. Cadela conivente.
KM
— Eu quis dizer aqueles na equipe que podem temer perder seus
empregos se eles não concordarem com suas demandas. Evelyn deu um
tapinha na boca com o guardanapo. — Tenho certeza que o Sr. Ryder não
sente nenhuma pressão indevida para buscar um relacionamento com você.
Boa saída. Luca encontrou os olhos da mãe sobre a mesa. Ele não
tinha ideia se ela sabia que ele sabia que ela estava mentindo. Nenhum deles
ia dizer isso em voz alta, de qualquer forma, então isso realmente não
importava.
— Você é um adulto, Luca. Se você quer dormir com o Sr. Ryder, essa
é a sua decisão. Apenas mantenha-o discreto - pelo bem dele, assim como o
seu. O tom de Evelyn endureceu quando ela acrescentou: — E eu gostaria de
não ter que dizer isso, mas quero deixar uma coisa bem clara: não vou
ameaçar o emprego dele toda vez que você e ele tiverem uma briga de
amantes. Se você é maduro o suficiente para ter um relacionamento adulto,
então você é maduro o suficiente para resolver seus problemas sem recorrer
a chantagens e punições.
KM
últimos seis anos, mas Luca não conseguia pensar em uma única que fosse
pior do que isso. Ela preparou para que seu próprio guarda-costas o
mantivesse na coleira e fodendo-o em complacência. Que tipo de mulher
fazia isso com seu próprio filho?
KM
Capítulo Quarenta e Oito
Parte I
De fato, ele daria boas vindas ao abuso verbal. Ele nem se importaria
se Luca quisesse bater nele novamente. Isso daria a Luca a oportunidade de
desabafar sua raiva e, se Ryder fosse honesto consigo mesmo, isso o faria se
sentir menos culpado.
Ryder sabia que Luca precisaria de tempo para trabalhar com isso,
KM
mas ele esperava raiva e ansiedade. Embora ele odiasse admitir isso, ele até
se preparou para a possibilidade de Luca atacar por despeito e revelar sua
relação para o mundo em geral. Em vez disso, Luca tinha acabado
simplesmente se... desligando. Completamente. Ryder não era a única
pessoa que ele estava ignorando - ele saía de casa em silêncio, mudava de
uma sala de aula para outra como um robô sem emoção, e então voltava para
casa e se trancava em seu quarto pelo resto da noite. McCall e Song
expressaram suas preocupações de como nunca o tinham visto agir dessa
maneira.
KM
janela, seu corpo tão imóvel que parecia estranho a Ryder. Luca nunca foi
assim; sempre havia alguma parte do corpo dele que estava em movimento.
No entanto, ele poderia ter sido uma boneca por toda a vida que exibia agora.
Ryder virou seu olhar para o pára-brisa, incapaz de olhar para Luca
mais. Ele faria qualquer coisa, qualquer coisa, para acertar isso, se ao menos
Luca lhe dissesse o que ele tinha que fazer.
— Oh, Sr. Ryder, graças aos céus, disse uma voz masculina frenética,
seu timbre vagamente familiar. — Eu tive tal dificuldade para localizar seu
número que você não tem ideia...-
— Quem é?
— Michael Dorian.
KM
Os dedos de Ryder apertaram seu telefone. — Ela está viva?
— Sua mãe foi baleada, disse Ryder. Luca não precisava dele para
poupar a verdade. — Estamos indo para o hospital, ok?
Pela primeira vez em dias, Ryder viu emoção no rosto de Luca. Medo
chamejou através de seus olhos e ele colocou uma mão na porta do carro para
KM
se firmar, puxando uma respiração rasa e trêmula. Ele assentiu, o que era
mais reconhecimento do que ele tinha dado a qualquer coisa que Ryder havia
dito desde sábado.
KM
Eles estavam se aproximando de um viaduto. Willis normalmente
planejava suas rotas, então eles evitavam as funcionalidades do trânsito
como esta, já que eram pontos perfeitos para uma emboscada, mas não havia
maneira de contornar isso. Atrás deles e à direita, o semi-reboque acelerou.
KM
Eles se chocaram com um ruído estridente e chocante, o capô do
Range Rover dobrando como uma folha de alumínio. Os airbags foram
acionados, batendo em cima de Ryder em seu assento e tirando o ar de seus
pulmões. Ele tossiu, empurrando o material para o lado, procurando o cinto
de segurança. Ao lado dele, Willis estava inconsciente no volante. O sangue
escorria de seu nariz.
KM
avançavam lentamente sobre eles. Ele apontou seus tiros para suas cabeças
quando podia, pois certamente eles estavam usando uma armadura corporal.
Alguns caíram, mas ainda pareciam relutantes em abrir fogo contra ele - eles
não queriam arriscar-se a acertar em Luca. Eles precisavam dele vivo.
KM
de seus captores, toda a luta desaparecendo dele, olhando para o corpo de
Song com horror.
KM
— Não! Luca engasgou. — Deus, não, Yosef, por favor, não o
machuque. Farei o que você quiser. Por favor.
Shafir sorriu. — Sr. Pearson insistiu que você o defenderia, mas devo
admitir que tive minhas dúvidas.
— Certo.
— Você não pode esperar que eu acredite que você o machucaria. Eles
se deram muito trabalho para manter Luca intacto.
— Não, claro que não. Você não é um idiota. Mas há vários homens na
minha equipe que não se importariam de levar esse doce corpo jovem para
um test drive, por assim dizer. Shafir encolheu os ombros. — Eles seriam
perfeitos cavalheiros sobre isso, naturalmente, mas eu ainda não acho que
KM
Luca iria gostar muito disso. Você?
Ryder teve que cerrar os dentes e respirar fundo algumas vezes antes
que ele pudesse responder com outra coisa além de raiva incoerente. — Eu
não vou causar nenhum problema, ele disse secamente.
Um dos carros era uma van sem identificação que havia sido
modificada para transportar uma equipe de assalto - dois bancos paralelos
se enfrentavam no compartimento de carga. Shafir sentou-se com Luca de
um lado; Ryder foi empurrado para baixo no outro, dois homens com cara
de pedra flanqueando ele. As portas se fecharam e, alguns segundos depois,
estavam fora dali.
Não havia janelas na parte de trás da van, então Ryder não podia ver
para onde eles estavam indo. Ele tentou encontrar os olhos de Luca, mas
Luca evitou seu olhar e olhou para o chão.
KM
Eles passaram por um buraco que sacudiu a van inteira. A visão de
Ryder se apagou por um segundo, e ele não conseguiu deter o gemido de dor
que escapou dele.
— Pelo menos enfaixe seu braço, pelo amor de Deus, Luca retrucou.
— Se ele sangrar até morrer, todas as apostas estão canceladas.
Era tudo o que Ryder podia fazer para não desmaiar enquanto eles
trabalhavam, engolindo repetidamente a bílis subindo no fundo de sua
garganta. Ele tinha sido baleado uma vez antes, na perna, mas não tinha sido
tão doloroso quanto isso. Por um lado, este tiro não tinha sido limpo - a bala
ainda estava no braço dele. Por outro lado, ele tinha certeza de que a batida
da arma em sua cabeça lhe dera uma concussão, o que não tornava o
ferimento do tiro mais fácil de lidar. Mesmo que Ryder planejasse usar essa
oportunidade para revidar, ele não teria conseguido.
— Eu não vou deixar ele morrer, Luca. Ele é minha única alavanca
para fazer você se comportar, e eu sei quantos problemas você pode causar.
KM
Se nada mais, você pode confiar na minha praticidade.
— Por meu clube dos amantes rejeitados? O tom de Luca deixou claro
o quão ridículo ele achava a coisa toda.
Shafir não pareceu ofendido. Ele traçou a parte de trás do dedo sobre
a bochecha de Luca. — O tempo não entorpeceu essa língua afiada, eu vejo.
Sua mão continuou viajando pelo pescoço e pelo peito de Luca,
acrescentando: — Obrigado por confirmar a indiscrição de Simon Vieuxpont,
a propósito. Ele será tratado.
KM
deslizou os dedos sob a bainha do botão de Luca, levantando a camisa para
brincar com o piercing no umbigo de Luca. Era a mesma barra de aço que
Luca sempre usava, não a confecção em esmeralda que ele recebeu do
Admirador.
Shafir tocou seus lábios na pele sob o ouvido de Luca. — Não fui eu
quem pagou por isso.
Luca. Ryder doía para dizer que ele não tinha que se submeter ao
abuso sexual de Shafir para protegê-lo, mas ele não queria tornar isso mais
difícil para Luca do que já era.
KM
linha rígida de seu corpo.
A fúria que sufocou Ryder não tinha nada a ver com ciúmes. Como
Shafir se atrevia a forçar Luca assim? Ryder olhou para longe, quase
tremendo de frustração pelo seu próprio desamparo, mas isso não fez nada
para bloquear os sons.
— Oh, vamos lá, Yosef, disse Luca no ronronar escuro e rouco que
Ryder tinha aprendido a associar com coisas muito ruins. — Não pare por
isso. Você não quer me ouvir te chamar de Papai de novo?
KM
— Eu me lembro de tudo sobre suas fantasias doentias de incesto. É
claro que todo mundo que lê meu diário sabe sobre eles também, não é?
— Você não deve valorizar muito a vida do Sr. Ryder, tanto quanto
você afirma. Shafir estava muito calmo, sua ostensiva calma uma fachada
que até Ryder podia ver através dela.
— Vá em frente. Não vai mudar o quão patético você é. Veja o que você
se tornou, Yosef. Você costumava ser um Mossad. Mas é isso que te trouxe
aqui, não é? Eu tinha dezesseis anos e pedi que você me dissesse algo que
você é treinado para não revelar nem sob tortura.
Mas Luca também tinha uma raia vingativa cruel com uma milha de
largura, e Deus ajudasse qualquer homem que tentasse fazê-lo sentir-se
impotente.
— Seu governo nem admite que você existe, disse Luca. — Mas não é
KM
porque você fodeu um adolescente, ou porque você gostava de fingir que eu
era seu filho. É porque você me contou coisas que você não deveria contar a
ninguém. Coisas que você nunca contou a sua esposa.
Então Shafir soltou Luca. — Se você disser mais uma palavra, vou
amordaçar sua boca.
KM
Luca finalmente encontrou os olhos de Ryder. Ele os segurou por um
segundo, baixou o olhar deliberadamente para o braço de Ryder, em seguida,
olhou para cima com as sobrancelhas levantadas. Ryder deu-lhe um leve
aceno de cabeça para deixá-lo saber que estava bem.
KM
Os guardas escoltaram Luca e Ryder através do compartimento de
carga de uma das suítes de esquina do prédio e em um escritório vazio e
apertado cujas janelas haviam sido fechadas. Eles foram empurrados para o
chão, contra as paredes opostas.
— Isso não tem que ser uma provação muito terrível, disse Shafir. Ele
recuperara a compostura naquele tempo desde sua luta com Luca. —Apenas
fique quieto e calmo até que a transferência seja feita, e você tem a minha
palavra de que você e o Sr. Ryder serão devolvidos vivos.
Ryder trocou um olhar com Luca, sabendo que Luca estava pensando
a mesma coisa que ele. Eles estavam tão focados na natureza pessoal dos
ataques do Admirador que ignoraram o motivo mais básico para o sequestro
- a principal razão pela qual Luca precisava de guarda-costas em primeiro
lugar. Luca tinha feito muitos inimigos poderosos à sua própria maneira,
mas quando tudo estava dito e feito, ele ainda era o filho de uma bilionária.
KM
— Se eu tivesse tido permissão para realizar a primeira tentativa sem
interferência externa, tudo isso teria acontecido há meses. Na defesa de meus
compatriotas, no entanto, o potencial de um pagamento de 350 milhões de
dólares pode justificar quase tudo, mesmo quando dividido em várias partes.
Só então, Ryder percebeu que ele nunca disse a Luca que Michael
Dorian era quem os configurara. Essa revelação em particular teria que
esperar até que estivessem sozinhos.
KM
que essa coisa toda foi sobre me sequestrar para obter um resgate. Jesus.
— Você nunca…-
— Bem, eu não sei porque ele fez isso, mas definitivamente era ele. Ele
é o link que estávamos perdendo. Ele é o diretor financeiro da Fairburn
Howard - ele teria sido mais do que capaz de criar a empresa-fantasma para
KM
a qual Warnock trabalha, e ele teria sido capaz de mostrar a Matt Pearson
como contornar o sistema de segurança da propriedade. Ele provavelmente
recrutou o próprio Matt. Ele definitivamente saberia que Warren Gray estava
louco e bravo o suficiente para se juntar a esses caras.
Ryder pensou sobre o quão doente Dorian tinha estado nos últimos
meses, sobre o ataque cardíaco que quase o matou. — Talvez ele esteja sendo
coagido de alguma forma.
Luca fez uma careta para ele. Ryder realmente não esperava que ele
concordasse, mas valeu a pena tentar.
KM
— Eles não vão me matar, no entanto, disse Luca, sua carranca
vacilando. — Você poderia tentar fugir, buscar ajuda...-
— Você não vai me deixar para trás, mas você espera que eu deixe você
aqui para ser estuprado por um grupo de homens?
— Eu...- Luca mordeu o lábio. — Nos últimos dias, a única coisa que
eu queria era nunca ter que ver você de novo. Mas então Yosef colocou a arma
na sua cara, e eu pensei que você fosse morrer, e... parecia que eu ia morrer
também. Então talvez eu não tenha superado você como eu queria ter.
KM
— Eu sei. Eu sempre soube disso. Eu só precisava sentir raiva para
não ter que me sentir magoado.
Luca deslizou pelo chão de cimento do escritório até que ele estava
sentado ao lado de Ryder em seu lado não ferido. Ele levantou o rosto e Ryder
se inclinou para beijá-lo suavemente nos lábios. O alívio que sentiu quando
Luca devolveu o beijo deixou Ryder mais tonto do que sua concussão.
— O que você disse, sobre como você se sente sobre mim? Perguntou
Luca. — Eu sinto o mesmo por você. Pelo visto.
KM
Capítulo Quarenta e Oito
Parte II
Luca não suportava isso. O terror absoluto que ele sentiu quando
pensou que Yosef iria atirar em Ryder - ele estava disposto a fazer qualquer
coisa para manter Ryder vivo. Ele ainda estava. Ele estava se enganando,
achando que ficaria melhor sem Ryder em sua vida.
KM
fora da porta, havia dois ou três homens montando guarda. Luca debateu
sobre pedir-lhes para trazer Yosef para que ele pudesse fazer um apelo em
nome de Ryder. Talvez Yosef estivesse disposto a mandar Ryder para um
hospital se Luca lhe oferecesse alguma coisa em troca.
— Eu não existo! Eles podem nivelar acusações em mim tudo que eles
queiram - eu não tenho identidade legal. É por isso que todos concordaram
que eu iria lidar com isso sozinho. Você deveria estar o mais longe possível,
estabelecendo um álibi. Preguiçoso.
KM
— Pelo menos eu pareço bem em alguma coisa, o que é mais do que
posso dizer sobre você.
— Aprendi a não subestimar o dano que Luca pode causar, disse Yosef.
KM
Luca sentiu Ryder ficar tenso ao lado dele, observando as mãos de
Warnock deslizarem pelas coxas de Luca. Ele pressionou o ombro contra o
de Ryder em um lembrete para não ficar chateado. Warnock estava
procurando exatamente esse tipo de reação, e Luca não ia dar a ele.
— Se você não tivesse sido tão idiota comigo desde o segundo em que
nos conhecemos, eu não teria sido tão ruim para você, disse ele.
A verdade era que Luca tinha começado com isso. Ele sempre foi um
KM
exibicionista, e saber o quanto havia torturado Warnock tinha sido a cereja
no topo do bolo. Mas ele discordou da escolha de palavras de Warnock.
— Eu não fiz você fazer nada. Eu não parei você. Você tem sorte de eu
nunca ter falado para minha mãe o quão pervertido, doente e insidioso que
você é - aposto que é a única maneira de você chegar perto de fazer sexo...-
Warnock soltou a mão de Yosef e olhou para ele com raiva. Yosef não
estava tendo nada disso.
— Você...-
KM
suficiente Se você interferir de novo, eu mesmo mato você.
KM
— Eu farei qualquer coisa, disse Luca, começando a se sentir
desesperado. — Eu vou deixar você me foder de novo, se isso for o necessário
para conseguir isso, eu farei o que você quiser...-
Yosef olhou para ele. — Você realmente se importa com ele, não é? Eu
não achei que isso fosse possível.
— Sim. Por favor Yosef. Você me prometeu que ele iria sobreviver.
— Você não pode costurar sua ferida com a bala ainda em seu braço!
Luca o beijou. — Eu vou ficar bem. Yosef não deixará nada acontecer
comigo. Olhou duro para Yosef. — Não é mesmo?
KM
Luca fez um gesto impaciente na direção de Ryder, como se
perguntasse como ele poderia causar problemas quando mal conseguia
segurar a cabeça. Yosef encolheu os ombros. Alguns segundos depois, os dois
guardas apareceram e puxaram Ryder a seus pés, levando-o através da porta.
Luca observou-os ir com ansiedade.
Quando Yosef fez menção de segui-los, Luca chamou seu nome. Yosef
virou-se e levantou uma sobrancelha.
— Se ele morrer, não há nada que eu não faça para você se arrepender
disso, disse Luca.
KM
Houve alguns embaralhar e o som de passos se afastando. Warnock
entrou no quarto com um único guarda. Do breve vislumbre que Luca
conseguiu antes que a porta se fechasse, o corredor atrás deles parecia vazio.
Warnock pressionou Luca ainda mais contra a parede. Luca fez uma
careta, virando a cabeça para o lado para evitar a respiração de Warnock em
seu rosto.
KM
suficiente para mim.
Voltando sua atenção para Warnock, Luca disse: — Então, você vai me
foder? Me bater? Yosef rasgará sua espinha com as próprias mãos.
— Eu não vou apenas te foder, puta, eu vou levar você. E Shafir não
poderá fazer nada sobre isso, porque ele estará morto, e assim estará também
seu precioso guarda-costas.
— Sim. Você e eu vamos fazer uma viagem para algum lugar agradável
e privado. 350 milhões de dólares deve facilitar isso.
— Você está louco? Eles nunca vão deixar você sair com todo esse
dinheiro. Eles virão atrás de você com tudo o que eles têm.
KM
— Sr. Dorian?
— Você nunca vai conseguir isso, disse Luca, embora sua bravata
estivesse começando a abandoná-lo diante do horror revolvendo seu
estômago. — Você não tem habilidade suficiente para derrubar Yosef. Ele vai
acabar com você em segundos.
KM
Warnock apertou os dois ombros de Luca até que Luca grunhiu com o
desconforto. — Não tanto quanto o pensamento da diversão que vamos ter,
no entanto. Eu sei de tudo que você tem medo, Luca, e eu vou fazer tudo isso
- segurar você, amarrá-lo, vendá-lo, sufocá-lo.
— Fique de olho nele, Scampone, disse ele. — Não o mate, e não faça
nada para foder seu rosto. Você pode usar o taser se ele ficar muito agressivo.
Warnock saiu do quarto. — Vou ligar para você quando estiver pronto
para ir. Se ele lhe der problema enquanto o estiver movendo, vá em frente e
cuide dele, mas apenas como último recurso. Podemos precisar dele
consciente para fornecer provas de vida a D'Amato.
KM
Pela primeira vez, Luca notou a forma estranha da arma que
Scampone segurava; era de cano duplo e o cano de cima era anormalmente
longo. Ele tinha uma Glock normal em um coldre de quadril também.
KM
Ele examinou Scampone da cabeça aos pés, tentando descobrir que
botões que poderia empurrar para fazer o homem fazer o que ele queria. Sua
mente voltou num vazio total, e ele sentiu outro ponto forte de pânico.
KM
— Não parece estar deslocado, ele disse, mas não parou de tocar em
Luca. Ele continuou massageando o ombro de Luca com uma mão, passando
a outra pela clavícula de Luca.
Luca se inclinou para o toque. — Ele deve ter apenas torcido, então.
Ele colocou uma mão no peito de Scampone, sentindo o material duro e
rígido sob sua jaqueta do colete. Isso não é bom. Luca arrastou a mão
lentamente para baixo e colocou a outra mão no cinto de Scampone. — Nós
não temos que esperar por Warnock, você sabe, ele murmurou,
deliberadamente mantendo sua voz baixa para que Scampone tivesse que se
inclinar para ouvi-lo. — Você poderia sair comigo agora e me ter todo para
você. Eu ficaria muito grato.
Luca nunca tinha visto alguém eletrocutado antes; ele ficou surpreso
com o quão violento foi. O corpo de Scampone convulsionou e ele caiu no
chão, com os músculos espasmando como se estivesse tendo um ataque
epiléptico. Mesmo quando ele caiu e estremeceu, porém, Luca viu sua mão
se contorcer em direção a arma de tranquilizante. Luca pegou primeiro e
atirou na perna dele. Scampone perdeu a consciência imediatamente,
embora seu corpo ainda permanecesse espasmando com pequenos choques
KM
de eletricidade residuais.
Embora Luca nunca tivesse usado uma arma tranquilizante antes, não
demorou muito para descobrir como funcionava. A arma só podia manter
um dardo de cada vez, o que não era o ideal, mas Luca ainda a preferia em
vez da Glock. Ele sabia que hesitaria antes de atirar em alguém de verdade;
isso não seria um problema com a arma tranquilizante. Luca carregou-a com
um dardo novo e levou o resto da munição de Scampone com ele.
KM
mas demorou um segundo ouvindo antes de abrir a porta. O pequeno
entreposto do lado de fora do escritório estava abençoadamente vazio.
E agora? Luca não tinha ideia de onde Ryder estava naquele parque
de industrial. Warnock havia dito que os explosivos estavam no canto
sudoeste, mas Luca não tinha exatamente uma bússola sobre ele.
KM
invadir todos os escritórios? Isso levaria horas, o que ele enfaticamente não
tinha. Se ele não encontrasse Ryder antes que Warnock ou Yosef
descobrissem que ele estava desaparecido, eles acreditariam que ele escapara
e matariam Ryder em retaliação. Sem mencionar o fato de que Yosef
definitivamente tinha homens postados no pátio.
O sol estava se pondo do outro lado do prédio, então ele estava na ala
leste. Era o canto sudoeste no topo do U ou no fundo?
Ele não tinha muito tempo. Luca saiu do escritório sem se preocupar
em fechar a porta. Ele saiu para o asfalto lamacento ao longo da linha interna
do prédio, mantendo-se perto da parede.
KM
Ele poderia atirar no homem na parte de trás da coxa agora mesmo e
seguir em frente; essa era certamente a opção mais segura. Mas isso não iria
levá-lo mais perto de encontrar Ryder.
Quando ele percebeu que era Luca, a mira do homem vacilou e ele
piscou surpreso. — Isso é uma arma tranquilizante? Ele disse incrédulo.
— Coloque sua arma no chão! Você não vai usá-la contra mim, de
qualquer maneira.
— Você acha que eu sou um idiota? Luca não estava ficando mais perto
do cara do que ele já estava. — Coloque-a no chão e chute para mim.
KM
Com o ar de alguém acalentando uma criança irracional, o homem
colocou sua Glock no chão e deu um chute. A arma disparou apenas na
metade da distância entre eles antes de parar. Luca não tinha dúvida de que
era deliberado por parte do guarda e não tinha intenção de morder a isca.
— O canto sudoeste.
— Tudo o que vou fazer é te derrubar, ele disse, — mas eu tenho outra
arma comigo. Se você me enviar na direção errada e Ryder morrer por causa
disso, eu juro por Deus que vou voltar aqui e atirar na sua cabeça de verdade.
A ameaça era um blefe - Luca não achava que ele conseguiria atirar
para matar alguém em legítima defesa, muito menos a sangue frio - mas ele
era um bom mentiroso o suficiente para fazer o guarda acreditar nele. Cada
traço de diversão deixou os olhos do homem. — Lá, disse ele, apontando para
KM
o canto inferior do edifício. Suíte 112.
Ela morreu por ele. Ele tinha que sobreviver a isso. Qualquer outra
coisa significaria que ela sacrificara sua vida em vão.
KM
Luca pegou um pedaço duro de neve junto com um punhado de terras
e recuou, agachando-se no chão, quase fora de vista. Ele atirou a neve em um
ângulo em direção à porta, em seguida, levantou a arma tranquilizante. O
guarda saiu do escritório um momento depois e examinou o pátio com uma
expressão intrigada. Luca atirou nele na coxa assim que os olhos arregalados
do homem pousaram sobre ele.
O primeiro guarda mentira para ele? Não, Luca teria sido capaz de
dizer. Além disso, este segundo sentinela não estaria aqui se não houvesse
algo para guardar.
A primeira coisa que viu foi Ryder, amarrado a uma mesa pelos dois
tornozelos e pelo braço bom. Seu braço ferido estava livre e envolto em
bandagens limpas, mas fora isso, Ryder não parecia melhor do que antes. Ele
KM
nem parecia estar consciente. Dois guardas estavam entre ele e a porta, um
deles se movendo com compressas de álcool e seringas.
— Por que diabos você está dando a ele epinefrina? Warnock disse
para Yosef.
— Eles não vão mantê-lo vivo. Yosef acenou para o guarda com a
seringa, que havia hesitado frente às objeções de Warnock. O homem
afundou a agulha no braço de Ryder; Ryder não se mexeu.
— Eu não sei porque você está se incomodando com ele. Você deveria
apenas matá-lo agora. Todos nós já teríamos ido embora quando Luca
descobrisse.
Warnock revirou os olhos. Luca tinha que entregá-lo para eles - ele
KM
estava fazendo um ótimo trabalho fingindo que não estava prestes a fazer um
duplo ataque e matar todos na sala.
Voltando sua atenção para o canto da sala, Yosef disse: Dorian, tudo
está preparado para a transferência?
Dorian pulou e piscou para Yosef por alguns momentos antes que ele
parecesse entender por que ele estava sendo abordado. Ele tirou o iPhone do
bolso, derrubou-o no chão e pegou-o com as mãos trêmulas. — Ah sim. A
conta falsa inicial nas Ilhas Cayman irá imediatamente dividir os fundos após
o recebimento e transferi-los para várias contas menores em países ao redor
do mundo, conforme o acordado.
KM
Yosef deu um aceno satisfeito. — D'Amato já concordou com nossos
termos. Ela está apenas esperando por seu banco para liberar o dinheiro.
Se ele tivesse, ele não deu nenhum sinal disso. Em vez disso, ele olhou
para Ryder com uma sobrancelha franzida.
— Ele não tem mais algumas horas, não é? Disse Warnock, com tanta
alegria que Luca quase atirou nele.
Isso resolvia tudo. Luca tinha que agir agora. Enquanto Warnock
continuou insistindo com Yosef sobre matar Ryder, Luca olhou para a arma
com tranquilizante. Ele não podia enfrentar uma sala cheia de inimigos com
uma arma não letal que só levava uma rodada. Tomando uma respiração
trêmula, ele colocou a arma no chão e tirou a Glock do bolso.
KM
— Ele vai morrer de qualquer jeito. O que tenho a perder? Luca
encontrou os olhos de Warnock, satisfeito com o pânico que viu lá. Yosef
poderia ter uma vendetta contra Luca, mas ele levaria a palavra de Luca
sobre Warnock a qualquer dia, e Warnock sabia disso.
Luca observou Ryder em sua visão periférica. Ele poderia dizer pela
expressão de Ryder que ele já havia entendido a situação. Ryder levantou seu
braço machucado - o único membro que não estava amarrado - e flexionou a
mão. Seus olhos foram para Luca e depois para o outro braço. Luca ouviu a
mensagem alta e clara: Compre-me tempo.
Tudo o que Luca tinha que fazer era manter os outros homens
distraídos. Isso nunca foi um problema para ele - e ele tinha a maneira
perfeita de fazer isso.
KM
Mantendo a arma apontada para Yosef, Luca lançou a Dorian o olhar
mais venenoso que conseguiu. — Como você pôde fazer isto comigo? Para a
minha mãe?
— Luca...-
Levou toda a compostura de Luca para não soltar sua arma. —Ruskin?
Padre Ruskin?
— Sim.
KM
Luca olhou para ele. Em cima da mesa, o rosto de Ryder estava em
linhas duras de agonia enquanto ele usava seu braço ferido para abrir
lentamente as correias que seguravam a sua boa. Dorian os trouxera aqui,
para este momento. Ele financiara tudo o que o grupo Admirador fizera e os
enviara para a emboscada que matou Candace. Ele era a razão pela qual
Ryder estava morrendo.
Qualquer pena que Luca pudesse sentir por ele evaporou. — Ruskin
se matou.
— Ele não merecia o que você fez com ele, disse Dorian.
— O que eu fiz para ele? Luca soltou uma risada incrédula. — E o que
ele fez comigo? Você acha que ele era algum tipo de santo? Talvez eu devesse
lhe contar sobre todas as formas criativas que ele me fodeu enquanto eu era
estudante em sua escola.
KM
Dorian se encolheu para trás, parecendo enjoado.
— Você quer saber a verdade, Sr. Dorian? Ele disse. — Seu filho era
um sádico, um valentão e um alcoólatra contumaz. Ele cometeu suicídio
porque não podia mais viver consigo mesmo. Antes de começar a me culpar
por isso, olhe para si mesmo, seu covarde. Você abandonou seu próprio filho
só para que sua esposa não deixasse sua bunda traidora como ela deveria...
— Você é cruel, disse Yosef. Vindo dele, era mais uma observação
neutra do que uma condenação.
KM
— Ele ajudou a me sequestrar. Acho que posso dizer qualquer coisa
que eu queira para ele.
Yosef bufou. — É fácil dizer quando você não é a pessoa para quem ele
está apontando a arma.
Ryder já tinha uma perna fora das restrições - apenas mais uma para
ir. Luca só precisava mantê-los ocupados por mais alguns minutos.
— Bem, Warnock está prestes a levar isso muito mais longe. Ele sorriu
para Warnock. — Não é mesmo?
A carranca com que Warnock brindava Luca neste momento não era
nada intimidante, maculada como estava com o medo óbvio. Yosef deu-lhe
um olhar interrogativo.
— Por que você não mostra o celular em seu bolso? Perguntou Luca.
— Você sabe, aquele que detona o C4 que você tem em toda a parte sudoeste
do edifício.
KM
Com o canto do olho, Luca viu Ryder hesitar e então começar a se
mover mais rápido. Embora Yosef ainda tivesse a arma apontada para Luca,
ele estava olhando apenas para Warnock, com o rosto frio e prometendo
muita dor.
— Seu filho da puta, disse Yosef. — Eu sabia que você não era
confiável, eu disse aos outros isso mais de uma vez...-
KM
Libertado de suas restrições, Ryder ficou de pé sobre a mesa e
envolveu seu braço ferido ao redor do guarda mais próximo em um
estrangulamento. Ele pegou a arma reserva do guarda em seu coldre e atirou
no segundo guarda na lateral da cabeça antes que qualquer homem tivesse
tempo de reagir.
Luca ficou de boca aberta, tão chocado consigo mesmo por atirar em
Warnock quanto Warnock por ter sido baleado. Ryder deixou o corpo do
primeiro guarda cair no chão. Seu braço machucado caiu para o lado e ficou
pendurado de um jeito inútil que sugeriu que ele usou as últimas reservas de
sua força, mas a arma permaneceu firme em sua mão direita enquanto ele se
levantava da mesa e confrontava Yosef.
Luca deu alguns passos rápidos para dentro da sala. — Você quer que
eu atire em você em seu outro maldito braço?
KM
Warnock puxou o braço para trás com uma série de maldições
criativas. Luca voltou sua atenção para Yosef, que ainda estava em um
impasse tenso com Ryder. Yosef nunca se renderia; Luca o conhecia bem o
suficiente para ter certeza disso. E se Yosef pensasse que não havia saída, ele
levaria Ryder com ele como um último foda-se para Luca.
— Eu não vou deixar você escapar tão facilmente, sua puta. Warnock
tinha seu celular aberto em sua mão, e para seu horror, Luca percebeu que
ele acionou a contagem regressiva para os explosivos. — Se você quer que eu
desarme isso, abaixe suas armas. Dorian, me dê seu telefone.
Dorian jogou o iPhone para Warnock sem protestar. Ryder olhou para
o telefone-gatilho, olhou para Warnock e depois chutou Warnock com tanta
força no rosto que ele se esparramou no chão, inconsciente.
— Ryder!
KM
Luca não precisou ouvir duas vezes. Ele correu pela porta e pelo
escritório com Ryder logo atrás dele. Quando saíram do prédio para o
crepúsculo do pátio, Luca olhou para trás e viu que Dorian os havia seguido.
— Não temos tempo para isso! Disse Luca enquanto corriam para os
carros. Ryder não podia nem usar o braço esquerdo, e os guardas estavam
caindo sobre eles.
KM
— Você dirige, eu vou dar cobertura, disse Ryder para Luca.
Uma vez que ele só tinha um braço funcionando, Ryder teve que enfiar
a arma no bolso para poder pegar as chaves de Luca. Eles correram em torno
do grupo de carros, indo para o Lexus GX de Dorian. Luca se encolheu a cada
crack das balas tentando acertá-los.
— Você vem ou o quê? Luca estalou. Ele ficaria muito feliz em quebrar
todos os ossos no rosto de Dorian, mas ele não ia deixar o homem aqui para
morrer.
Encurvado até que sua testa estava quase tocando o volante, Ryder
jogou o carro no caminho de acesso e pisou no acelerador. O Lexus balançou
KM
para a frente, derrapando no asfalto congelado por alguns instantes antes de
se endireitar e acelerar pela estrada deserta à frente.
KM
Dois SUVs estavam se aproximando. Embora a maioria de seus tiros
passassem longe, alguns atingiram o Lexus, deixando Luca grato por Dorian
ser rico e paranóico o suficiente para investir em vidro à prova de balas e
pneus anti-furo.
KM
— O que você está fazendo? Perguntou Luca.
KM
imediatamente parou ao lado da estrada. Luca podia ver o quanto ele estava
tremendo, e não queria nada além de se arrastar até o banco da frente, sentar
no colo de Ryder e abraçá-lo.
KM
Capítulo Quarenta e Nove
Havia algo pesado no peito de Ryder. Ele não estava com dor... - ...na
verdade, ele se sentia fantástico, como se suas entranhas estivessem
fulgurando...- ...mas definitivamente havia algum tipo de peso comprimindo
sua caixa torácica. Era irritante o suficiente para forçá-lo a abrir os olhos
apesar de seu desejo de simplesmente se deixar levar pela onda quente e
flutuante que inundava seu corpo.
— Sim. Ei.
KM
Cuidadosamente, como se tivesse medo que Ryder fosse quebrar,
Luca traçou os dedos de uma mão sobre o rosto de Ryder. Ele parecia estar à
beira das lágrimas, embora Ryder não entendesse por quê.
— Bem. Ryder olhou para baixo em seu peito. Não havia nada nele,
exceto alguns fios presos em sua pele nua, mas a sensação desagradável de
peso persistia. — Meu peito parece apertado.
— Sim. Eu vou contar tudo sobre isso depois. Luca passou a mão pelo
KM
cabelo de Ryder. — Agora, no entanto, o médico precisa saber que você está
acordado. E tenho certeza que seus pais também vão querer saber.
Passei por Luca no corredor disse ela, parando logo ao lado da porta.
— Ele me disse que você estava...- ...você estava acordado...-
KM
— Você...- Morgan esfregou a mão sobre o rosto e se moveu para
sentar na cadeira que Luca tinha desocupado. — Não tínhamos certeza de
que você acordaria.
— Sábado.
KM
Com grande relutância, Morgan disse: — Eles te levaram para a
cirurgia assim que você chegou aqui. Eles tiraram a bala e consertaram o
dano no nervo, mas...- Ela mordeu o lábio. — Merda. Você... você morreu.
— O que? Eu o quê?
KM
Morgan pegou um lenço da caixa na mesa ao lado da cama de Ryder
e assoou o nariz. — Luca tem sido muito bom, disse ela. — Ele mal saiu do
hospital desde que vocês chegaram. Mamãe e papai o amam. Até mesmo Will
gosta dele.
Ryder deu a Morgan um pequeno aceno para que ela soubesse que ele
apreciava o que ela dissera a ele, soltou a mão dela e entregou-se aos
cuidados de Ebony. Poucos minutos depois, seus pais se juntaram a eles...-
ambos perto das lágrimas - e em seguida uma equipe de médicos. Ryder fez
o seu melhor para processar o fluxo rápido de informações enquanto o
examinavam.
KM
costumava ser longo o suficiente para causar danos permanentes. Agora que
ele recuperou a consciência, eles estavam confiantes de que não haveria
efeitos a longo prazo. Ele precisaria de fisioterapia para o braço, mas ele
poderia esperar que o funcionamento completo fosse restaurado dentro de
alguns meses.
— Will disse que vai dar uma passada mais tarde, disse Alyssa, dando
um tapinha na mão de Ryder. — Ele estava aqui antes, mas ele teve que ir
trabalhar.
— Ok. Era uma luta para Ryder apenas manter os olhos abertos, e
muito menos para falar. — Charlie sabe?
Joe assentiu. — Ela não conseguiu sair. Vou ligar para ela hoje à noite.
— Por favor.
KM
Alyssa beijou sua testa, e sua família silenciosamente saiu. Parecia que
Luca apareceu magicamente ao seu lado no segundo seguinte, embora Ryder
soubesse que ele devia ter cochilado.
Ryder balançou a cabeça, o que parecia pesar mil quilos. Ele já tinha
perdido a alta flutuante que ele estava pilotando há uma hora. — Eu preciso
saber.
Alívio tomou conta de Ryder. — Eles não serão mais uma ameaça para
você.
KM
Houve uma ligeira hesitação na voz de Luca; sua mão se contraiu
dentro da mão de Ryder. Ryder forçou seus olhos abertos. — O que há de
errado?
— Você não os matou, disse Ryder. — Luca. Olhe para mim. Você não
é responsável pelo que aconteceu com eles. Eles participaram de bom grado
do sequestro e do assassinato. Eles mereceram tudo o que receberam. Você
não pode se sentir culpado por isso.
— A polícia ainda não liberou o corpo de Candace para seus pais, então
KM
o funeral dela não é até terça-feira, disse Luca. — Você acha que vai estar fora
daqui?
— Siobhan está uma bagunça. Ela não pode nem trabalhar; ela
continua quebrando uma e outra vez...- Luca parou e limpou a garganta.
— Eu não podia sair. Eu estava com medo que você fosse morrer...- de
novo, quero dizer.
KM
— Meus pais acham que você é um presente de Deus para a
humanidade, disse Ryder. — Mas obrigada por não deixá-los saber que você
é meu namorado.
— Eu não queria que eles surtassem mais do que já...- espere, o que
você disse?
Ryder não podia discutir com isso. Ele abriu a boca para se desculpar
por sua teimosia, depois reprimiu uma careta quando uma aguda pontada de
dor atravessou seu corpo.
Luca franziu a testa. — Você está com dor? Você sabe que tem um
fluxo de analgésicos, certo? Ele gesticulou para o botão na cabeceira da cama
de Ryder que controlava o fluxo de morfina.
— Eu não preciso...-
Luca apertou o botão. O alívio que Ryder sentiu foi imediato e tão
KM
doce.
— Você vai se curar mais rápido se não estiver com dor, disse Luca. —
Mesmo um cara grande e durão como você deve ser capaz de apreciar isso.
— Você está tirando sarro de mim, Ryder murmurou, mas ele não se
importava. Luca podia tirar sarro dele tudo o que ele queria. Luca era seu
namorado. Seu namorado doce, lindo e cruelmente inteligente.
A dor era a única coisa mantendo Ryder acordado, então a nova dose
de analgésicos o arrastou rapidamente para a beira do sono.
— Hmm?
*****
Uma vez que ele teve certeza que Ryder estava dormindo, Luca deu a
KM
ele um último beijo e saiu do quarto. Ashton estava esperando por ele no
salão da família no final do corredor; Ele levantou-se assim que Luca entrou.
— Ele vai ficar bem. Tendo dito as palavras em voz alta, Luca
finalmente se permitiu acreditar nelas. Ele soltou um suspiro trêmulo.
— Sim.
Luca assentiu. Ryder poderia não gostar, mas Luca não tinha intenção
KM
de fazer nada sexual com Ashton, e ele precisava do apoio agora.
— Sobre o que?
KM
Luca estreitou os olhos. Clarke praticamente morava no bolso de trás
de Evelyn; ele sabia tudo o que ela sabia. Sua evasiva significava que ele não
queria dizer isso na frente de Ashton ou ele não queria dizer isso para Luca.
Nenhuma das perspectivas era reconfortante.
Luca a viu reagir assim uma vez antes, quando seu pai morrera.
Considerando que muitas mulheres teriam quebrado ou ficado histéricas,
Evelyn simplesmente se tornara uma concha de uma pessoa, passando pelos
movimentos e observando o mundo com os olhos vazios. Isso tinha
aterrorizado Luca naquela época, e ainda o assustava agora.
KM
— Mãe, disse ele.
— Claro. Nós não vamos colocá-lo de volta à ativa até que ele esteja
curado.
KM
— Michael Dorian se matou esta manhã, disse ela.
Tal pai, tal filho, foi o primeiro pensamento de Luca, e ele ficou
imediatamente envergonhado disso. — Como?
Oh. Oh Deus. Claro que Dorian teria endereçado sua nota de suicídio
a Evelyn - a amiga íntima que ele havia traído da pior maneira possível.
— Estou... aliviada.
KM
— Porque agora eu não tenho que matá-lo eu mesma.
— Eu sei que o que ele fez foi imperdoável, e eu não vou fingir que
sinto muito que ele está morto, mas você realmente não...-
Luca parou quando a mãe virou a cabeça para olhar para ele. Ela não
disse nada, mas não precisou. Sua expressão dizia tudo - se Dorian não
tivesse cometido suicídio, ela teria encontrado uma maneira de matá-lo.
Luca podia ver isso em seus olhos.
KM
— Não, ele disse finalmente. — Um dos seus guarda-costas atirou nele.
Eu vi.
— Oh, meu Deus. Luca não podia mais ficar parado. Ele se levantou e
andou a alguns metros de distância e de volta para Evelyn. — Então, quando
você diz que o matou, quer dizer que pagou alguém ou providenciou para que
ele sofresse algum tipo de acidente, certo?
— Não. Fui à casa de verão dele quando soube que ele estaria sozinho
e atirei na cara dele.
KM
— Ele ficou sabendo? Perguntou Luca. — Antes de morrer, ele soube
por que você estava lá para matá-lo?
— Eu me certifiquei disso.
— Você é meu filho, disse ela, —...e não importa o quanto possamos
discordar, você é a coisa mais importante do mundo para mim. Eu não quero
que você seja ferido por ninguém.
Evelyn nunca havia dito nada assim para ele antes; Luca não sabia
como responder. Ele ainda estava se recuperando da revelação de seu
segredo, e estava cansado demais para conseguir se defender contra as
dezenas de emoções poderosas que martelavam seu coração, exigindo ser
KM
sentidas.
— Você não...-
— Ele morreu salvando minha vida, Luca. Você sabe como é isso
agora.
Sim ele sabia. Luca tinha amado Candace, e a culpa e autoaversão que
ele sentia sempre que ele pensava sobre como ela tinha morrido era tão
insuportável que o sufocava. A proximidade de Ryder com a morte tinha sido
tão agonizante. Quão pior deve ter sido para sua mãe passar por isso com o
homem com quem ela estava casada há mais de uma década?
Luca havia culpado Evelyn pela morte de seu pai por anos, mas nunca
lhe ocorrera que ela pudesse se culpar.
KM
— Mãe, não. Luca ficou horrorizado, não apenas pelo que Evelyn
dissera, mas porque era algo que ele mesmo havia pensado em várias
ocasiões.
O que Luca deveria dizer? Isso não é verdade? Era verdade, e ambos
sabiam disso. Luca não ia mentir para ela em uma tentativa fútil de fazê-la
se sentir melhor. Evelyn não era o tipo de pessoa que apreciaria isso.
— A cada ano que passa, vejo você se tornando cada vez mais parecido
comigo, e tudo que faço para impedir isso só parece levá-lo mais perto desse
ponto, ela disse. — Eu não quero esse tipo de vida para você, Luca.
— Estou falando de mim mesma, não de você. Mas você está indo na
mesma direção. Se eu tomei decisões parentais questionáveis no passado, é
porque eu posso ver o que está vindo e isso me assusta.
— Eu não quero acabar lá também, disse ele. Por mais que às vezes
KM
odiasse admitir, havia muitas coisas que Luca admirava em Evelyn - ela era
uma mulher poderosa e independente, implacável e inteligente, respeitada
por seus colegas. Mas não era preciso ser um gênio para descobrir que a vida
de Evelyn era tão fria e vazia quanto a mansão em que ela morava. Parte dela
havia morrido com Antonio, e essa parte nunca mais voltaria.
De pé, segurando a mão da mãe e olhando nos olhos dela, Luca sentiu
um raro momento de entendimento com ela. Ela estava certa - eles não
entravam em conflito porque eram diferentes, mas sim, porque eram
parecidos demais. Ambos eram teimosos, dominadores, insistentes em
seguir seu próprio caminho. Mais do que isso, porém, eles compartilhavam
a vontade de cruzar a linha quando necessário, o instinto de proteger e
vingar, a percepção de que às vezes você tinha que fazer a coisa errada pelas
razões certas. Havia coisas sobre Luca que ninguém além de Evelyn poderia
entender de verdade.
Luca adorava seu pai, mas no final do dia, ele sempre fora o filho de
sua mãe.
KM
Capítulo Cinquenta
— Todas as minhas coisas estão lá, ele disse, embora a única coisa com
que ele se importava em ter perto fosse Luca.
Eles não fizeram sexo naquela noite, mas Ryder a passou na cama de
Luca de qualquer maneira. Luca não conseguia parar de tocá-lo; Ele estendia
a mão a cada poucos minutos para tocar ou beijar. Ryder sentiu a mesma
intensa necessidade de se reafirmar repetidamente da vitalidade de Luca. Ele
teve dificuldade em se permitir acreditar que Luca tinha conseguido passar
por sua provação fisicamente incólume.
KM
Como veterano da Força Aérea dos Estados Unidos, Song estava tendo
um funeral militar. Para Ryder - um companheiro veterano - participar com
roupas civis seria além de desrespeitoso.
O uniforme azul estava tão claro e limpo quanto no dia em que ele o
embalara. Ryder levou mais tempo do que o habitual para se vestir, devido
às restrições impostas pela rigidez de seu braço esquerdo. Ele vestiu a camisa
branca, as calças azuis escuras, o paletó combinando com todas as
ornamentações e insígnias. Cada resvalar do tecido contra a pele dele
suscitava memórias que Ryder não queria visitar novamente. Suas mãos
tremiam enquanto ele tenava amarrar a gravata.
Ryder colocou seus pés em sapatos pretos polidos e se moveu para sua
cômoda, abrindo sua gaveta de tralhas Ele começou a procurar lá dentro e,
em seguida, puxou a mão para trás com um ofego arquejante. Ele não estava
pronto para isso ainda.
Song tinha sacrificado sua vida por Luca. Passar algumas horas em
tumulto emocional era o mínimo que Ryder podia fazer para honrá-la.
KM
Ryder engoliu e colocou as medalhas em seu paletó, em seguida,
colocou o quepe de serviço em sua cabeça. Ele teve um vislumbre de si
mesmo no espelho acima de sua cômoda, a espinha se endireitando
instintivamente. Ele realmente nunca quis ser um soldado, e se tivesse que
fazer tudo de novo, ele teria encontrado outro jeito de ir para a faculdade -
mas ainda havia um inegável senso de orgulho, de fraternidade e
solidariedade, que ao ver-se em seu uniforme suscitou dentro dele
novamente. Nem todas as suas memórias de serviço eram negativas.
Embora seu fisioterapeuta tenha lhe dito para não poupar muito o seu
braço, ela também recomendou que ele usasse uma funda quando saísse em
público para evitar empurrá-lo. Ryder colocou a alça por cima do ombro e
apoiou o braço dentro. Pegou o sobretudo preto, o cachecol e as luvas de
couro que completavam o uniforme de gala de inverno e desceu as escadas
até o vestíbulo.
KM
— Obrigado, ele disse baixinho, os olhos quentes.
O serviço começou dez minutos depois. Não era tão horrível quanto
Ryder temia, mas ainda era muito deprimente. McCall chorou o tempo todo,
uma mão agarrada à de Luca e a outra segurando um lenço nos olhos. Luca
KM
permaneceu sem lágrimas, embora sua postura fosse dolorosamente rígida e
sua mandíbula estivesse tão apertada que Ryder quase podia ouvir seus
dentes rangendo.
Ryder hesitou. Ele não queria deixar Luca sozinho na parte de trás da
igreja, o que era irracional - Keller e Hurst estavam de plantão e estavam a
menos de seis metros de distância, e a Sra. D'Amato tinha vários guarda-
costas posicionados ao longo da nave. Ainda assim, a relutância de Ryder em
deixar Luca fora de sua vista quase subjugou seu desejo de pagar a Song seus
respeitos.
— Vou ficar de olho nele, disse Clarke, a voz baixa para que Luca não
pudesse ouvir.
KM
caixão fechado.
Obrigado.
KM
trás da igreja, onde Luca estava olhando fixamente para baixo em suas mãos.
KM
— Vamos para casa, disse Ryder.
Luca acenou com a cabeça e se juntou a sua mãe para a caminhada até
os portões do cemitério. Ao redor deles, os outros enlutados começaram a se
dispersar em pares e pequenos grupos. Luca olhou por cima do ombro
algumas vezes enquanto caminhavam; Quando eles chegaram a 15 metros da
sepultura, ele parou de repente, balançou a cabeça e correu de volta pelo
caminho de onde eles tinham vindo.
Os Song olharam para ele, surpresos. Ryder ficou atrás de Luca com
o braço bom meio estendido, genuinamente preocupado que Luca fosse
desmaiar.
KM
e puxou Luca para um abraço; Luca demorou alguns segundos para devolvê-
lo, as mãos pousando nas costas dela.
— Candace falava sobre você o tempo todo, disse ela. — Ela amava
você. Estou tão feliz que você conseguiu sobreviver a tudo isso.
— Não sinta, disse a Sra. Song. — Candace teria desejado morrer com
honra. Onde quer que ela esteja agora, sei que ela não se arrepende.
KM
*****
KM
esperando comunicar através do tato o quanto significou para ele que Ryder
tivesse feito isso por Candace. Ele deslizou as mãos ainda mais para tirar a
gravata de Ryder.
— Você realmente quer falar sobre isso? Bem. Vamos falar sobre isso.
Luca cruzou os braços. — A verdade é que fiquei furioso com você há uma
semana e, mais do que isso, me senti ferido. Eu teria perdoado você se não
tivéssemos sido sequestrados? Talvez não.
Ryder se encolheu, e Luca agarrou sua mão antes que ele pudesse se
afastar.
KM
— Mas isso só seria porque eu não teria percebido o quanto eu preciso
de você. Eu sei que você não me feriu de propósito, Ryder. Você tomou uma
decisão ruim sem saber o quanto iria te morder no traseiro mais tarde, e eu
entendo porque você sentiu que não poderia me dizer.
— Você não pode. E isso não importa. Eu quero estar com você mais
do que quero puni-lo por esse erro estúpido. Luca deu um beijo nas juntas
de Ryder. — Eu perdoo você. Eu não vou voltr atrás nisso que estou dizendo.
— Eu não vou. Ryder deu-lhe outro beijo duro. — Nunca mais, Luca.
Eu juro.
KM
— Bom. Luca estava prestes a mergulhar de volta no beijo quando algo
se contorceu no fundo de sua mente e o fez hesitar. — Enquanto estamos
falando sobre coisas que lamentamos... eu não deveria ter batido em você
quando você me contou a verdade. Eu sinto muito.
— Pare. Eu sei que o que você vai dizer não é verdade. Não importa o
quanto você é maior ou mais forte; não é legal eu bater em você quando estou
com raiva. Eu cruzei uma linha e me desculpe. Isso não vai acontecer
novamente.
Embora Luca pudesse dizer que Ryder ainda não achava que era
grande coisa, ele assentiu e disse: — Tudo bem. Eles se beijaram novamente,
mais suavemente desta vez. Quando eles se separaram, Ryder disse: —
Estamos falando apenas de bater com raiva, certo?
— Você primeiro.
Ryder teve que tirar sua tipoia antes que ele pudesse se despir. Ele
estremeceu quando ele endireitou o braço.
KM
— Dói? Perguntou Luca.
KM
competir com isso.
KM
— Sim. Luca ainda não estava tão preparado quanto se certificava de
estar normalmente, mas sua própria necessidade era urgente demais para
demorar mais tempo. Eles tinham muito lubrificante, e isso era tudo com o
que ele realmente se importava.
Ele esperou que Ryder retirasse seus dedos e recuou para sentar nas
coxas de Ryder, rolando o preservativo na ereção de Ryder e lambuzando-a
com lubrificante. Luca deu ao eixo alguns golpes firmes, espalhando o
lubrificante ao redor e depois apertou a base. Os quadris de Ryder se
ergueram em sua mão.
— Eu preciso de você.
— Deus. Ryder tinha sua mão boa na coxa de Luca; a outra estava em
punhos no lençol. Ele olhou para o lugar onde seus corpos estavam unidos.
— Você está tão fodidamente apertado.
KM
para se dar mais alavancagem.
Ryder bufou. — Quem disse... - porra, Jesus - quem disse que isso era
um problema?
KM
Luca colocou uma mão no peito de Ryder para se equilibrar e agarrou
seu pênis com o outro - não se masturbando, ainda não, apenas segurando a
base para que ele não gozasse muito cedo. Ele abriu os joelhos mais largos,
empurrando-se para baixo ao encontro das investidas duras do pênis de
Ryder. Ele se sentia tão bem, tão cheio, o suor escorrendo ao longo de sua
linha do cabelo e arrepios percorrendo sua espinha.
Mas não foi o suficiente. Luca gemeu de frustração, sem saber o que
estava faltando. Era só... Ryder estava dentro dele, mas ele ainda se sentia
muito longe.
KM
empurrando entre suas pernas. Luca só queria... ele queria...
— Sim.
O pânico não desbotou tanto quanto foi subjugado pela luxúria. Isso
era o que estava faltando - Ryder segurando-o perto, suas bocas e corpos
pressionados juntos, a língua de Ryder se enroscando com a dele, mesmo
enquanto seu pênis balançava suavemente dentro da bunda de Luca. Eles
estavam conectados de todas as maneiras em que dois seres humanos
poderiam ser conectados, de maneiras que iam muito além do físico.
KM
Luca gemeu, envolvendo seus braços ao redor do pescoço e suas
pernas ao redor da cintura de Ryder. O medo ainda estava lá, mas ele o
ignorou em favor de se deleitar com a sensação de ser necessário, protegido,
estimado. Eles se beijaram e se separaram para respirar e então se beijaram
novamente, corpos ondulando juntos mais e mais rápido. As unhas de Luca
deixaram arranhões marcando tudo de cima a baixo nas costas de Ryder.
Luca abafou seu grito contra a pele de Ryder quando ele gozou,
bombeando sêmen quente por todo seu abdômen. Ele não parou de se mover
- não conseguia parar de se mover - desesperado por cada gota de prazer e
KM
desejando que Ryder sentisse o mesmo. Ele mordeu com força o ombro de
Ryder e Ryder gozou imediatamente, gritando em voz alta e empurrando
seus quadris para cima em estocadas erráticas até que ele ficou totalmente
gasto.
— Eu sou seu, disse Ryder, sem fôlego pelo esforço, e Luca respirou
fundo quando sentiu o pênis amolecido de Ryder se contorcer dentro dele. —
Farei qualquer coisa para te fazer feliz, Luca. Qualquer coisa.
— Essa é uma promessa perigosa para fazer a alguém como eu, disse
Luca, passando os dedos sobre a bochecha de Ryder.
FIM
KM