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Notas acerca da Feijoeira

Origem: América do Sul (Sul do Brasil, Uruguai, Paraguai e nordeste da Argentina.

Distribuição atual: Midi de França, África do Norte, Nova Zelândia, Itália. Introduzida
nas regiões mediterrânicas da Europa em 1890.

Classificação

Nome/Espécie: Feijoa sellowiana Berg. ou Acca sellowiana Berg.


Género:
Família: Mirtaceae

Principais características

Espécie subtropical. Arbusto ou pequena árvore de ramos amarelados, que pode


atingir, consoante as variedades, de 3 a 5 m de altura e um diâmetro de copa de 2,5 a
5 m. Folhas persistentes, opostas, elípticas, pecioladas, tomentosas e esbranquiçadas
na página inferior, apresentando na superior tonalidade verde brilhante. Sistema
radicular superficial e com abundantes pelos radiculares absorventes. Flores grandes,
muito vistosas, masculinas, femininas e hermafroditas, axilares, normalmente isoladas,
mas podendo aparecer agrupadas de 3 a 5 em pequenos fascículos, cálice com 4
sépalas, corola com 4 pétalas carnudas e brancas muito atrativas e perfumadas, as
quais rodeiam outras vermelho-violáceas, comestíveis e de sabor semelhante ao mel,
com um número médio de 75 estames.
O fruto é uma baga com forma, peso e diâmetro variável de acordo com as variedades.
Epicarpo (casca) esverdeado, granuloso e de sabor acre (deve ser eliminado antes do
consumo do fruto). Mesocarpo (polpa) branco-amarelado, uniforme ou granular,
consistente, açucarado, com um sabor muito agradável e odor suave e penetrante.
Rico em iodo, geralmente com 20 e 40 sementes muito pequenas e de cor amarelo-
acastanhadas, as quais são consumidas com a polpa.

Exigências edafo-climáticas

Clima: Espécie de Mirtácea mais tolerante às geadas. Planta muito rústica adaptando-
se bem a climas subtropicais e temperados. O clima mais favorável é o típico da zona
dos citrinos, mas frutifica ainda bem na zona de cultivo da oliveira. Durante o período
de Inverno, pode suportar temperaturas até -10ºC. No entanto, não vegeta bem em
áreas com Invernos severos. As geadas temporãs ocorridas em Outubro ou Novembro,
são muito perigosas, pois podem danificar os frutos, provocando o escurecimento dos
mesmos, facto que os deprecia comercialmente. As geadas primaveris não constituem
preocupação, pois a floração ocorre fora dessa época. Com certa resistência ao calor e
à secura do ar, torna-se porém, imprescindível o recurso à irrigação em cultivo
comercial.

Solo: Prefere solos profundos, permeáveis, boa capacidade de retenção para a água,
bom arejamento e ligeiramente ácidos (pH 6 a 7). É considerada uma espécie
resistente a ventos salinos, pelo que é usada como ornamental em jardins próximos do
mar. Sensível à clorose.

Polinização e Fecundação

Sendo uma planta com flores femininas, masculinas e hermafroditas, algumas plantas,
todavia são auto-estéreis. Por outro lado, existindo cultivares auto-férteis, os melhores
resultados são alcançados quando interfere a polinização cruzada. Por estes motivos e
para incrementar a produção e aumentar o calibre dos frutos, há necessidade da
presença de plantas de diferentes cultivares numa plantação. As pétalas da feijoa são
muito atrativas e perfumadas, pelo que se tornam altamente melíferas. Produzindo
abundante néctar, este facto induz ao realce da polinização entomófila nesta espécie,
realizada especialmente por abelhas. O mel resultante é de excelente qualidade.

Defesa contra os ventos

A feijoa apresenta uma madeira frágil, pelo que o vento pode provocar alguns estragos
(quebra de ramos, especialmente nas plantas jovens e queda de frutos). Assim, é
aconselhável a colocação de quebra-ventos à volta da parcela. Apesar de ser
aconselhado por alguns autores para fazer quebra-ventos baixos ou para formar sebes
divisórias num pomar, convém referir que se se quiser obter bons resultados com
produções de frutos de bom calibre, há necessidade de estabelecer quebra-ventos em
zonas ventosas para o cultivo da feijoa. Com esta medida, obtém-se uma melhor
polinização por parte dos insectos e, por isso, um tamanho maior dos frutos.

Pragas e doenças

Dos poucos problemas fitossanitários destacados são a Botrytis cinerea (podridão


cinzenta) e a Ceratitis capitata (Mosca do Mediterrâneo).

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