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AGRADECIMENTOS

Ao Norton, que foi o pioneiro.

À Coraline, que esteve comigo o tempo inteiro.

Ao Diogo que me ajudou a ilustrar.

E a todas as crianças que de alguma forma me ajudaram na conclusão.

Em especial, a criança que João Pedro foi um dia.

O príncipe e a torre escondida

Era uma vez, em um reino muito distante, um casal de Reis que deram a luz a uma bela
princesinha; com o passar do tempo se adaptaram a tudo que uma bebê precisa: roupinhas,
brinquedos, comidinhas e principalmente muito amor e carinho!

O tempo foi passando e a princesa não estava confortável com aquele mundo de menina, mas
tinha muito amor e carinho de todas as pessoas, não expressava seus incômodos todos os dias.
Contudo os Reis sempre a questionavam sobre o que a faria feliz e com isso ganhava cavalos e
nas brincadeiras era o cavaleiro.

Quando essa princesa se olhou pela primeira vez no espelho não se conheceu, não gostou do
que viu, quis muito e transformou-se em um lindo príncipe. Os Reis agora tinham um filho e
adoravam isso também. Mas como todos sabemos e vemos nas histórias por aí..... Príncipes
não ficam em castelos esperando a aventura chegar. Eis que nosso príncipe parte para uma
aventura.

Sozinho, montado em seu cavalo, o príncipe adentra as florestas... Passa por rios, lagoas, e
para em uma cachoeira para se refrescar e comer algumas frutas das árvores que o cercava.

- Sabe, Blu, (dizia o príncipe a seu cavalo) nunca pensei que a liberdade fosse tão gratificante!
Não temos horário, não temos mãe nem pai por perto, é tudo na nossa hora.

O cavalo como que num lampejo de felicidade soltou um ronco de cumprimento e jogou água
no príncipe que aproveitava para se banhar naquele rio cristalino.
A vida para os dois estava tranquila, para o príncipe seria apenas felicidade, se não fosse por
uma senhora anciã que sentiu cheiro de realeza e coragem.

A senhorinha tinha uma mania muito feia de pensar apenas na própria felicidade e conquista,
mesmo que isso custasse a infelicidade dos outros, sem remorso nenhum ela sugava a
felicidade de cada um para si. Uma vampira! Mas uma vampira que vivera muitos anos até ali,
conhecia a vida bem mais que o príncipe – diga-se de passagem.

“Um príncipe jovem e um cavalo forte, por essas bandas eu extingui todos, mas se eu os
adestrar podem ser de grande valia, já que estou velha e cansada e eles são novos e fortes, e
também há Corina, que logo murcha seca na terra” pensou Giripa, a vampira.

Giripa se aproximou do rio.

- Bom dia, jovem príncipe! Um rio de águas amenas por aqui é difícil de encontrar, não?

- Bom dia, senhora! Não sou daqui, vim do castelo que permeia a floresta, mas ainda assim é
tão tão distante.

- Se precisar de ajuda para se encontrar e algumas comilanças como recompensa por alguns
trabalhos, pode gritar GIRIPA, que é meu nome, e como mágica estarei por perto.

Giripa fez um sorriso que mais se parecia com uma cara de susto, o cavalo rugiu e o príncipe
ficou cismado, mas usou de toda sua educação de príncipe para não mostrar espanto;

- Tudo bem, senhora Giripa, estamos com fome. Seguiremos você.

Giripa abriu caminho para eles na floresta e os levou até uma casinha acoplada em uma torre:

- Entre, jovem, o cavalo amarre ali em qualquer lugar que ele deve estar cheio de água de rio e
frutas do chão no bucho.

O príncipe encantado com a aventura nem se lembrou que o amigo também tinha
sentimentos, e prendeu Blu, que ficou com cara triste. Mas não ousou dizer nada pela
aventura. “Pode ser intuição de cavalo” pensou Blu.

Entrando na casinha com Giripa, Julian sentiu-se em um lugar mágico, parecia três vezes maior
que por fora, extremamente iluminada visto que não tinha janelas nem velas, e todos os
móveis de madeira polida; como se tivessem acabado de polir.

- Sinta-se como na sua casa, Julian.


- Sim, senhora Giripa, este lugar é extremamente confortável – disse o príncipe, sem perceber
que Giripa adivinhara seu nome.

Giripa delegava funções ao jovem, e enérgico Julian fazia o que lhe era proposto. Gostaria de
uma boa refeição e um canto quente para dormir. O sol caía e Giripa sugava cada gota de suor
que caía do príncipe com seu chão mágico, que levava tudo a ela em forma de vitalidade e
força.

Chegada a noite Giripa mandou Julian colocar a mesa três pratos, três copos e três talheres.

- Três, senhora Giripa? Mas somos dois, e Blu certamente não saberia comer com talheres,
podemos deixar apenas dois.

- Moro com uma camponesa, e assim igual a você, ela me ajuda em troca de abrigo e refeição.
Mas você dormirá no pasto com o cavalo, enquanto ela continuará a dormir na torre com seu
bicho narigudo.

O príncipe sequer quis esconder a felicidade, e Giripa a usurpou como pôde, é uma vampira!

- Fico feliz que tenhamos companhia, não que a senhora não agrade, mas a tempos não vejo
uma bela moça ou a tenho como companhia de jantar.

- Pois rapidez e agilidade, Julian! O assado está quase pronto. Comeremos assim que eu ver a
estrela pela fresta da porta.

Julian era só alegria e cansaço, um cansaço além do normal, mas pensou ser pela caminhada e
quantidade de informações para um dia só.

- Venha, Corina! A janta está posta e a mesa está feita.

Sem entender como e o porquê, Corina sentiu uma ponta de felicidade (algo que ela nem
conhecia mais o nome por só manter-se exausta) e desceu rapidamente as escadas da torre,
ao tocar o chão mágico, voltou a sua expressão rotineira, um rosto novo com semblante de
quem já vivera 200 anos limpando móveis.

Giripa sentiu a felicidade de Corina chegar “algo terrivelmente bom ou ruim pode acontecer
comigo”, pensou. “Estes dois são almas jovens e podem se apaixonar, o amor faz loucuras”.

Giripa sondava Corina e Julian.

A primeira das três estrelas “três Reis” despontou na porta como havia dito a vampira, os três
puseram-se a mesa e Giripa serviu-se primeiro, deixando as sobras pra Corina e Julian dividir.
O jantar foi calado e Julian não pôde deixar de notar que Corina engolia a comida como se
fosse sua primeira refeição em semanas, notou seu semblante exausto demais para uma
jovem e desconfiou, mas nada em demasia, sorte sua, pois Giripa sentiria.

- Terminem de tirar a mesa, lavar e guardar. Vou resolver uns assuntos na mata, quando voltar
apresento os aposentos ao jovem.

“Nada de mal pode acontecer, Corina não sente mais nada, é uma casca, ainda bem que já
tenho um substituto.” Pensou Giripa saindo para colher ervas. Sentia-se nova, o príncipe
renovou suas energias de tal forma que até caçaria naquela noite.

- Corina, tudo bem?

Corina continuava a raspar pratos e coloca-los na pia.

- Corina, sou Julian. Um príncipe e vim de tão tão distante atrás de aventuras. Tenho um
cavalo, chama-se Blu. Deixe as coisas aí e vamos vê-lo.

A camponesa cansada levantou os olhos em direção a Julian, não mais pensava, mas sua
insistência a chamou atenção. Não muito confiante e sem dizer nada Julian calou-se esperando
resposta, como em automático Corina continuou seus afazeres.

Pép, o tamanduá, apareceu para agradar Corina. Giripa deixava os animais com seus donos
pois eles são reservas infinitas de energia de amor. E era isso que pép fazia, entendia o que
havia ali e permanecia carregando Corina dia após dia.

Corina terminou e foi ao encontro de Pép. Tamanduá amoroso e carinhoso, embolou seu nariz
pelas mãos e pernas de sua amiga e assim começaram a troca; quando a moça já estava
melhor, observou Julian pela primeira vez.

- Seremos companheiros, então? Senhora Giripa é bondosa, nos acolheu em uma hora péssima
e permite que eu e Pép fiquemos aqui por apenas alguns trabalhos manuais.

A voz doce e melodiosa encheu o coração do príncipe de alegria e amor, nunca havia sentido
tal explosão, e gostou do que sentiu.

- Venha, Corina, quero lhe apresentar Blu! Venha, Pép, poderão ser amigos; enquanto
trabalhamos para Giripa vocês brincarão muito.

Os três saíram da casinha, lufadas de ar frio golpeavam os corpos cansados de Corina e Julian,
sentiram necessidade de se aquecer, então Julian pegaria casacos de dentro da sacola que
estava com Blu.
Blu tomou um susto quando notou que o amigo em uma tarde exaustara toda sua vitalidade,
soprou em direção a Julian sem entender aquela situação.

- Blu, vim apresentar Pép e Corina. Nossos novos amigos!

Blu fez uma reverência aos novos amigos e se calou pensando em um jeito de tirar Julian dessa
enrascada, trabalhou um dia e já estava com aparência de quem trabalhara cem!

Corina e Julian se amontoaram nas cobertas e acabaram dormindo ali na relva olhando as
estrelas, Pép procurou Blu.

- Blu, nossos amigos estão em perigo e nunca enxergarão! Acham Giripa uma boa pessoa mas
ela é uma vampira sugadora e mais dia menos dia Corina minha grande companheira poderá
não estar mais entre nós, assim acontecerá com Julian se não nos precavermos, e sucederá
com outros nômades! Me preocupo! Me ajude!

- Pensei que você também estivesse enfeitiçado e não falei nada quando nos conhecemos, mas
estive pensando, precisamos mostrar a eles como estão cansados e então poderemos executar
um plano que bolei. De manhã os levaremos ao riacho e na lagoa se contemplarão em águas
cristalinas. Julian enxergará decerto.

- E Corina! Estou exausto também. Dormirei um pouco.

A lua passeou todo o céu, estava cheia e iluminava a floresta toda, todo arredor, e como era
lindo aquele lugar...

Despontava os primeiros raios de sol, Julian e Corina despertavam lentamente de seus sonhos
profundos; Blu e Pép ainda dormiam, mas prontamente os ouviram e acordaram junto.

- Dia feliz!, exclamou Julian

- Dia lindo! Olá Pép, olá Blu!

Pép já foi saltitante sugerir um passeio e Blu em seguida, Julian não estava acostumado com
Giripa então já foi seguindo Blu, Corina pausou um momento porém pensou que um passeio
faria mal algum tendo em conta que Giripa não solicitou os serviços.

Caminharam pela floresta até chegarem no lago, Julian foi logo se banhar enquanto Pép e Blu
matutavam. Se deparou com seu semblante amuado e cansado, não gostou do que viu e
Corina seguindo-o exclamou:

- Parece que eu evelheci, Julian!

- Sinto que vivi muitos meses em um dia....


Blu e Pép agitaram-se como uma afirmativa as falas dos dois, então Corina ligou os fatos:
Giripa não era uma velhinha adorável, mas sim uma vampira sugadora de vida. Precisavam
fazer algo. O que?

Olharam para os amigos com algum pesar, pois sabiam que de alguma forma em algum lugar
no início os alertaram, e indagaram:

- O que faremos?

Com as patas Blu e Pép já tinham desenhado o plano

*ilustração com desenho da torre cercada por um buraco e a porta fechada com a lama do
buraco e água para dar liga e feno que tinha pra cavalo*

- VAMOS LOGO! Quanto antes por em prática melhor, mas Giripa precisa estar lá dentro.
Corina, você entra com Pép para a torre e enrola ela dizendo que fugi. Enquanto isso eu e Blu
faremos a massa. Assim que você der o sinal em cima da torre, começaremos a lacrar a porta e
você pula com Pép e seguiremos viajando e felizes!

Corina assentiu. Pép ficou com medo mas concordou, Blu e Julian já estavam apreensivos.

Chegando lá, Giripa deu um berro

- ONDE ESTEVE? ONDE ESTÁ JULIAN? ONDE ESTÁ O ALMO....O CAVALO? AI!! EU SABIA QUE
ERA CONFUSÃO UM PRÍNCIPE! HOJE VOCÊ LIMPARÁ TUDO SE QUISER ALMOÇAR E
DESCANSAR! EU IREI PRA CIMA DA TORRE!

Corina ficou perplexa pois se ela aparecesse na janela e os visse estragaria tudo

- Eu vou arrumar a cama pra senhora, então. – subiu correndo as escadas. Acenou, fechou a
janela e arrumou a cama.

Questão de tempo e dela não se importar com janela fechada. Desceu correndinho e desejou
com a força de uma explosão estelar que ela deitasse e dormisse.

Assim se deu.

Giripa subiu, deitou e dormiu.

Julian, Corina, Pep e Blu escapuliu.

Assim que nossa turminha seguiu.

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