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em tempos de crise!
DIRETORIA DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO
DIRETORIA – EFETIVOS Diretor de Politicas Sociais, Cidadania DIRETORIA – SUPLENTES
Presidente e Direitos Humanos Francisco Soares de Souza
Levi Fernandes Pinto Ronildo Torres Almeida José Alves Paixão
1º Vice-Presidente Diretor de Políticas para Mulheres Eduardo Genner de Sousa Amorim
Vicente da Silva Maria Bernadete Lira Lieuthier Francisca das Chagas Soares da Silva
Luiz Fernando Nunes
2º Vice-Presidente Diretor de Saúde e Segurança do Trabalho Antônio Caetano de Souza Filho
Luiz Carlos Motta Armando Henrique Raimundo Miquilino da Cunha
Diretor Secretário Geral Diretor de Esportes, Cultura, Helena Ribeiro da Silva
Lourival Figueiredo Melo Lazer e Juventude Silvana Maria da Silva
Márcio Luiz Fatel Maria Normélia Alves Nogueira
Diretor 1º Secretário Maria Euridéia Mendes
Idelmar da Mota Lima Diretor de Negociação Coletiva e Relações Leocides Fornazza
do Trabalho Antônio Marco dos Santos
Diretor Tesoureiro Geral Guiomar Vidor
Saulo Silva Edson Ramos
Diretor de Meio Ambiente Luiz José Gila da Silva
Diretor 1º Tesoureiro e Desenvolvimento Sustentável Valmir Andrade da Silva
Edson Geraldo Garcia José Ribamar Rodrigues Filho Dorival Pereira Bambil
Diretor de Assuntos Legislativos Roberto Galo Ferreira
Diretor de Imprensa e Comunicação Social
José Francisco de Jesus Pantoja Pereira José Carlos Pavão Diniz
Edson Ribeiro Pinto Eusébio Luiz Pinto Neto
Diretor de Relações Internacionais Diretor de Politicas de Valdemar Manrich
Luiz de Souza Arraes Qualificação Profissional CONSELHO FISCAL – EFETIVOS
Diretor de Formação Sindical Carlos Dionísio de Morais
José Lucas da Silva
Ronaldo Nascimento Diretor de Politicas Econômicas Marcos de Holanda Moura
Diretor de Assuntos Jurídicos José Martins dos Santos Dorvalino de Oliveira
Valmir de Almeida Lima CONSELHO FISCAL – SUPLENTES
Diretor de Previdência e Seguridade Social Raimundo Firmino dos Santos
Ageu Cavalcante Lemos Elizeu Ferrato Cavalcante
Roosevelt Torres Almeida
Guia para o trabalhador
em tempos de crise!
Brasília - 2016
Guia para o trabalhador em tempos de crise!
Uma iniciativa da Diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).
Copyright © 2016. Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte. Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).
PALAVRA DO PRESIDENTE 9
INTRODUÇÃO 11
ORÇAMENTO FAMILIAR 15
CONCEITO 15
DIAGNÓSTICO DA SAÚDE FINANCEIRA 17
PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA FAMILIAR 22
COMO EVITAR O ENDIVIDAMENTO? 31
DESPESAS DOMÉSTICAS 33
CRÉDITO 39
PLANEJANDO O FUTURO 45
ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO 46
APOSENTADORIA 50
EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA AS CRIANÇAS 52
ANEXO 53
REFERÊNCIAS 55
PALAVRA DO PRESIDENTE
9
No que diz respeito ao Brasil, infelizmente não recebemos a tempo, o salário torna-se insuficiente para pagar todas as dí-
alfabetização financeira na educação de base. A educação vidas assumidas. Consequentemente as pessoas recorrem
tem papel fundamental no processo de desenvolvimento ao crédito rotativo no cartão de crédito, cheque especial,
econômico, principalmente a consciência financeira, que empréstimos em bancos e financiadoras.
permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos
para que eles possam tomar decisões acertadas e fazer Todo esse desgaste pode acarretar consequências a baixa
uma boa gestão de suas finanças pessoais. da produtividade no trabalho, depressão, conflitos familia-
res entre outras.
Essa habilidade contribui para que haja uma maior integra-
ção entre indivíduo e sociedade, propiciando bem-estar. O nosso objetivo aqui é ajudá-lo a buscar este equilíbrio na
sua vida financeira. A Cartilha “Guia para o trabalhador em
Atualmente, muitas famílias têm seu orçamento familiar tempos de crise” foi cuidadosamente elaborada pela CNTC
comprometido pelo impulso de comprar imediatamente o para ajudar na educação financeira dos comerciários brasi-
que querem, em detrimento da possibilidade de planeja- leiros e de suas famílias. A educação é o caminho para nos
rem a compra ao longo do tempo. Por isso, a conscienti- mantermos conscientes de nossas decisões.
zação do orçamento familiar bem administrado deve ser
objetivo, compreendido por todos os membros da família. Levi Fernandes Pinto
Presidente da CNTC
A cultura do endividamento, fortemente reforçada pela mídia
ao nos apresentar objetos de desejo que podem ser pagos
em dezenas de prestações que “cabem no orçamento”, e o
consumidor sem as noções básicas necessárias para pesar
o impacto dos juros embutidos nas parcelas, fazem com
que nasça uma geração de famílias endividadas. Em pouco
11
“A sociedade de É importante lembrar que o Comércio é res- A sociedade de consumo proporcionou a ideia
consumo proporcionou ponsável por 9,5 milhões de empregos no país de que o dinheiro preenche os vazios pes-
a ideia de que o e o principal fator para o setor ser tão expres- soais, a satisfação por meio de bens e servi-
dinheiro preenche sivo é o consumo das famílias. O consumo é ços acaba por gerar a falsa ideia de felicidade.
os vazios pessoais, a o combustível essencial para girar a economia De acordo com D’ANGELO:
satisfação por meio de de um país, favorecendo o desenvolvimento
bens e serviços acaba da atividade econômica. Às empresas e aos seus sistemas de marke-
por gerar a falsa ideia ting atribuiu-se e ainda se atribui a capacidade
de felicidade.” Em contrapartida o consumismo reproduz de estimular que os consumidores vislum-
inúmeras externalidades na sociedade, con- brassem na aquisição de produtos e serviços
sumidores e trabalhadores. O consumista se a principal forma de não só satisfazer suas
torna escravo da sua vontade. A busca pela necessidades práticas de posse e utilização,
satisfação não é conservada no longo prazo como também suas necessidades de fundo
e quando a satisfação imediata é cessada, o emocional e social (Camenish, 1991).
consumista realiza uma nova compra.
A expressão “você vale o que você tem” ilus-
As facilidades oferecidas pelas operadoras de tra bem a realidade dos consumidores mo-
cartão de crédito colaboram para a antecipa- dernos. Na competição interpessoal, ganha
ção do consumo o que reproduz a sensação quem aparenta ter mais. O indivíduo para
de complemento na renda do trabalhador. ser considerado bem sucedido, precisa de-
Contudo, na prática é só mais um meio de monstrar riqueza.
efetuar pagamentos.
INTRODUÇÃO | 13
“A CNTC acredita Os benefícios alcançados por um cidadão fi- • Menor risco de fraudes e abusos: a edu-
na importância nanceiramente consciente são convertidos em: cação financeira torna os cidadãos mais
da formação de alertas quanto a oportunidades que ofere-
trabalhadores mais • Qualidade de consumo: o consumidor çam alto retorno e baixo risco no curto prazo.
informados e na consegue controlar o orçamento doméstico
educação financeira de ao evitar gastos desnecessários. O resultado A CNTC acredita na importância da formação
jovens e crianças.” disso é que o consumidor passa a selecionar de trabalhadores mais informados e na edu-
melhor a sua necessidade de consumo. cação financeira de jovens e crianças. Con-
sequentemente, esta cartilha tem a finalidade
• Diminuição do estresse: cidadãos infor- de orientar os comerciários brasileiros para um
mados financeiramente reconhecem com caminho financeiro saudável.
clareza os riscos envolvidos nas opera-
ções financeiras e se endividam menos.
Conceito
15
Orçamento Familiar ambiente familiar, tais como salário, pensão, O mesmo acontece nas contas domésticas.
Participativo: aposentadoria e rendimento de aplicações fi- Quando o homem e a mulher, chefes da fa-
nanceiras. E as despesas são todos os gastos mília, identificam excessos nas despesas do
• Converse com
da família, como impostos, água, luz, mensali- lar, realizam cortes para equilibrar os gastos
todos os membros
dade escolar e aluguel. com as receitas. Os chefes da família as-
do núcleo familiar
sumem o papel de Ministro da Fazenda e o
e esteja aberto a
Quando as receitas superam as despesas sucesso do orçamento familiar depende da
sugestões;
dizemos que ocorreu um superávit. Mas se participação de todos os membros do nú-
• Fixe metas e
as despesas são superiores as receitas, o cleo familiar, desde os mais jovens até as
objetivos em
orçamento familiar é deficitário. Para o últi- pessoas de mais idade.
conjunto.
mo caso, é preciso repensar a estrutura do
orçamento familiar. No entanto se após o esforço de toda famí-
lia para cortar gastos não for suficiente para
Seja econômico! Recentemente o Ministro da Fazenda, Joa- superar o saldo negativo, refaça o orçamento
quim Levy, anunciou o pacote de cortes de familiar de forma que as despesas sejam me-
• Evite surpresas.
gastos. Dentre as medidas para diminuir as nores do que as receitas com o objetivo de
Acompanhe de perto
depesas estão a redução do número de minis- quitar dívidas e organizar uma reserva finan-
a evolução das contas
térios e da quantidade de cargos de confian- ceira para despesas não programadas.
domésticas;
ça. Para o pacote obter êxito é indispensável
• Analise as
o apoio dos políticos.
prioridades e
reduza gastos
desnecessários.
ORÇAMENTO FAMILIAR | 17
“Quando as receitas Três possíveis situações são previstas no qua- é o pior de todos. Quando os gastos familiares
se igualam às dro a baixo: superam os rendimentos, o resultado é deifici-
despesas, não existe tário. Nesta situação a família para conseguir
a geração de poupança Quadro 1: Receita x Despesa pagar as contas do mês, pode optar por fazer
e nem de dívida.” dívida ou utilizar recursos da poupança.
SITUAÇÃO SALDO RESULTADO
No último caso, quando as receitas se igualam
Receitas > Despesas Positivo Superavitário às despesas, não existe a geração de pou-
pança e nem de dívida.
Receitas < Despesas Negativo Deficitário
Agora que você já compreendeu como admi-
Receitas = Despesas Neutro Neutro nistrar o orçamento familiar, o próximo passo
é identificar qual perfil de endividado que você
Fonte: CNTC
se encaixa. Existem três tipos de endividados,
sendo eles: Passivo (Circunstancial), Ativo e
Na situação em que as receitas são superiores Sobreendividado (Superendividado).
às despesas, o saldo é positivo, portanto o re-
sultado é superavitário. Este cenário favorece • Passivo: Conhecido também como Cir-
a possibilidade de formação de poupança, cunstancial é a pessoa que não constu-
que poderá ser utilizada posteriormente para ma contrair dívidas com frequência. Os
cobrir despesas eventuais ou para a realização trabalhadores que se enquadram nesse
de um sonho. Por outro lado, o segundo caso perfil são aqueles que estão endividados
ORÇAMENTO FAMILIAR | 19
TIPOS DE RECEITAS
ORÇAMENTO FAMILIAR | 21
“O ato de se programar Programação Orçamentária O planejamento funciona como um guia,
ou planejar denota a onde são estabelecidas metas a serem al-
Familiar cançadas, auxiliando o resultado a não se
formulação de um plano
de ação a fim de atingir afastar do propósito inicial.
um resultado.” E então, trabalhador, conseguiu reconhecer qual
é o seu perfil de endividado? Espero que sim! Sem nos estender demais, vamos direto ao
assunto!
Nesta seção vamos esclarecer pontos neces-
sários para você melhorar a sua relação com O primeiro procedimento é listar todas as des-
o dinheiro. Por isso trataremos como utilizar da pesas, separadas por fixas e variáveis. Sugiro
programação orçamentária para reconhecer a anotar diariamente todos os gastos em uma
sua situação financeira, identificar o seu com- caderneta, agenda, planilha eletrônica ou pa-
portamento de consumo e definir prioridades. pel para facilitar o acompanhamento diário
das despesas. Para auxiliar nesta tarefa, não
O ato de se programar ou planejar denota a dispense notas fiscais e recibos de compras
formulação de um plano de ação a fim de atin- e guarde os extratos bancários e faturas de
gir um resultado. A programação orçamentária cartão de crédito.
das pessoas, famílias, empresas ou Governo é
o estabelecimento de estratégias visando a um De conhecimento dos gastos detalhados, é
objetivo no futuro. No caso dos trabalhadores necessário juntar as despesas por grupo com
pode estar ligada a realização de sonhos e a a mesma característica. Por exemplo, os gas-
recuperação da saúde financeira da família. tos com aluguel, luz, água e IPTU podem ser
agrupados na conta Moradia.
ORÇAMENTO FAMILIAR | 23
Veja como eles separaram as receitas e depesas do mês de junho de 2015.
RECEITAS (R$)
Adriana 1.350
Salário 950
César 1.300
Salário 1.000
Total 2.650
Fonte: CNTC
Em junho o casal obteve R$ 700 com as receitas variáveis. Entretanto, isso não ocorre em to-
dos os meses do ano. No mês anterior Adriana vendeu R$ 200 em trufas e César lavou menos
carros e recebeu R$ 150. Por outro lado, as receitas fixas não variam, portanto o casal sempre
terá R$ 1.950 em salários.
Aluguel 850
Condomínio 100
Transportes 965
Gasolina 265
Carro 450
Total 2.015
Fonte: CNTC
O quadro acima apresenta a relação de despesas fixas da família. A conta aluguel é a maior do
grupo de despesas fixas, sendo que esta representa 42% do total do grupo. Taxas de Condomínio
e as parcelas do IPTU são somadas ao grupo de despesas ligadas à Moradia. A fatia de R$ 1.050
com gastos com Moradia consumiu quase 40% do orçamento da família.
ORÇAMENTO FAMILIAR | 25
Em seguida aparece o grupo de despesas com Transportes. Dentro deste grupo, a família gasta
R$ 965, sendo que quase metade dos gastos são destinados ao pagamento das parcelas do
carro adquirido por eles no final do ano passado.
No total, Adriana e César têm em despesas fixas o equivalente a R$ 2.015, o que compromete
76% das receitas do casal.
ORÇAMENTO FAMILIAR | 27
O quadro abaixo nos informa como devem ser A principal conta, de Moradia e Despesas do
dividas as despesas familiares. Lar, nos diz que a receita familiar não deva
ultrapassar 30% da receita mensal da família.
Quadro 5: Meta de Despesas O casal gasta com essa conta R$ 1.120, ou seja,
42% da sua receita familiar. Outra conta que
META DE DESPESAS compromete o orçamento familiar é com Alimen-
tação. Certamente, os gastos com alimentação
Moradia e Despesas do Lar 30%
são menos maleáveis, visto que a família precisa
Alimentação 20% se alimentar corretamente, mas mesmo assim é
possível realizar cortes nesta conta.
Saúde e Higiene 10%
Outros 5%
Gastos com Transportes também são um dos
Poupança 10% problemas nas finanças das famílias. Parce-
Fonte: CNTC
las de automóveis e IPVA costumam desequi-
librar o orçamento. Adriana e César gastaram
em junho mais de 36% de tudo que ganha-
ram no mês. No nosso quadro a meta é de
12% do orçamento.
ORÇAMENTO FAMILIAR | 29
“Se programar Em 10 anos de economias, se a poupança Outro ponto a ser repensado é em relação à
financeiramente é mantiver o poder de compra, o casal terá o moradia. A possibilidade de mudar de resi-
uma tarefa simples, equivalente a R$ 31.800 no dinheiro de hoje. dência ou até mesmo negociar o aluguel com
entretanto exige Mesmo assim não será possível para o casal proprietário para diminuir o peso da moradia
muita disciplina dos comprar um imóvel. O que demandará um es- no orçamento é um fator que favorece o dese-
envolvidos.” forço maior para economizar mais dinheiro. As quilíbrio das contas.
contas Lazer e Outros podem ser excluídos, e
o excedente depositado na poupança. Outra Se programar financeiramente é uma tarefa
solução seria o investimento em ativos que simples, entretanto exige muita disciplina dos
proporcionam maior retorno no longo prazo. envolvidos. Os cortes no orçamento doméstico
Mais na frente veremos algumas opções. são dolorosos. O incentivo para continuar nes-
sa trajetória está no prêmio lá na frente. No final
O terceiro e último passo consiste em analisar desta cartilha contém uma planilha para facilitar
quais são as prioridades da família, eliminan- o controle dos gastos domésticos.
do as despesas menos importantes. Os gas-
tos com prestação de carro, gasolina e IPVA Na próxima seção vamos abordar as estraté-
consomem uma grande parte do orçamento de gias para economizar nas contas do lar.
Adriana e César. O ideal é que eles se livrem do
carro e passem a utilizar o transporte público, o
que reduziria bastante o custo com transportes.
31
“O ideal é que O indicador de endividamento familiar é esta- Voltemos à situação do casal Adriana e Cé-
o indicador de belecido por: sar. Eles possuíam no mês de junho dívidas
endividamento seja o relacionadas ao IPTU, IPVA e o financiamento
menor possível, porém o do carro. O Total de Dívidas do casal foi de
endividamento pode ser Total de Dívidas R$ 800, ou seja, 30% da receita mensal familiar.
benéfico para a criação Iend = X 100
Receitas
de patrimômio.“ O grau de endividamento do casal ainda é
considerado aceitável, por mais que boa par-
te dessa dívida esteja ligada à compra de um
O Total de Dívidas representa todas as dívidas automóvel, que é considerado patrimônio.
da família com empréstimo pessoal, cartão de Contudo já denota preocupação para não
crédito, cheque especial, crédito consignado, comprometer mais da renda da família.
financiamento de automóvel e casa, carnês e
outras dívidas. A conta Receitas é a soma dos Há muita confusão quanto ao endividamen-
valores que a família recebe em um mês. to e a inadimplência. O endividado é aquela
pessoa que apesar de manter as contas em
O ideal é que o indicador de endividamento seja dia tem dívidas a pagar. Já o inadimplente é
o menor possível, porém o endividamento pode a pessoa que possui dívidas e não as paga.
ser benéfico para a criação de patrimômio. Caso
não seja possível manter muito baixo o grau de Se você é um endividado e se encontra a ca-
endividamento, é sugerido que não passe dos minho da inadimplência, a próxima seção te
30% da renda familiar. Se isso acontecer a famí- ajudará a fugir desse cenário.
lia terá dificuldades em manter as contas em dia
e pode afetar a formação de poupança.
TELEFONE
TRANSPORTES
CARNÊ
• Pesperctiva de um
futuro tranquilo;
dade. Nesta seção falaremos das estratégias
• Custear o estudo
indispensáveis para conseguir realizar pou-
dos filhos;
pança assim como para realizar investimen-
• Pagamento de
tos. Isso será a ponte para a transformação do
compras à vista,
seu sonho em realidade.
evitando a cobrança
de juros;
Também trataremos como chegar à aposenta-
• Comprar um imóvel
doria e aproveitar essa melhor fase da vida sem
e/ou carro;
se preocupar com a questão financeira. Os dois
• Fazer uma viagem;
últimos temas a serem tratados aqui remetem
• Formar reserva para
às dívidas de longo prazo e da importância de
gastos emergênciais.
educar financeiramente os mais jovens.
45
“Investir não é Estratégias de Investimento A ilusão de ficar rico da noite para o dia atrai
sinônimo de apostar. os aventureiros a aplicar no mercado financei-
Investir é uma Nos noticiários vemos que as empresas es- ro cegamente. Poucos são os que ficam ricos
atitude racional, que tão reduzindo seus investimentos neste ano. no curto prazo.
necessita da análise Da mesma forma as famílias estão mais con-
do cenário econômico, servadoras em relação aos investimentos, em Investir não é sinônimo de apostar. Investir é
avaliação do perfil do virtude da incerteza política e econômica. Os uma atitude racional, que necessita da análise
investidor e o objetivo trabalhadores estão retirando suas aplicações do cenário econômico, avaliação do perfil do
de cada pessoa.” da poupança ou para evitar o endividamento investidor e o objetivo de cada pessoa. Quan-
ou para aplicar em outras opções. Investir no to mais informação o investidor tiver sobre o
período atual exige cautela, mas continua sen- mercado financeiro, menor será o risco de fa-
do promissor para aqueles que desejam um zer um mau investimento.
bom retorno financeiro.
Para quem acompanha sites e revistas volta-
Você provavelmente já ouviu histórias de pes- das para o mundo dos negócios, certamente
soas que ficam noites sem dormir com receio já se deparou com a figura do “guru de inves-
de perder todo o recurso poupado no merca- timentos”. Fazer previsões certeiras no mer-
do de ações. É possível que reconheça tam- cado financeiro é muito difícil, pois inúmeras
bém casos de trabalhadores que pouparam variáveis influenciam o desempenho dos mer-
por toda a vida e viram seus investimentos se cados. Na década de 80, Joseph E. Granville,
tornarem pó. um famoso guru do mercado financeiro nor-
teamericano, indicou aos seus leitores que
vendessem todas as suas ações, pois ele
PLANEJANDO O FUTURO | 47
“Quem compra os • Títulos Públicos: São emitidos pelo Te- • LCA e LCI: As Letras de Crédito do Agro-
títulos públicos souro Nacional para financiar o déficit nos negócio (LCA) e Imobiliário (LCI) são títu-
está emprestando gastos do Governo. Quem compra os tí- los emitidos por bancos com a diferença
dinheiro ao Governo. tulos públicos está emprestando dinheiro que um é lastreado no agronegócio e ou-
A expectativa de ao Governo. A expectativa de rendimento tro no setor imobiliário. A rentabilidade dos
rendimento maior maior do que a poupança e outros inves- dois títulos podem ser pré ou pós-fixadas.
do que a poupança e timentos em renda fixa têm feito muitas Este investimento também é assegura-
outros investimentos pessoas investirem neste ativo. O risco do pelo Fundo Garantidor de Crédito. As
em renda fixa têm existe, mas somente no caso do Governo vantagens deste investimento são a não
feito muitas pessoas der calote. Você poderá investir diretamen- incidência do Imposto de Renda e o baixo
investirem neste ativo.” te pelo Tesouro Direto ou em fundos que risco. A única desvantagem destes títulos
invista especificamente em títulos públi- é a de que o aporte inicial do investimento
cos. O valor mínimo para investimento é nos bancos é alto. Em alguns bancos a
de apenas R$ 30. No momento sugere-se exigência mínima de investimento ultra-
o investimento nas Notas do Tesouro Na- passa R$ 30 mil.
cional – Série B (NTN-B), que é corrigida
pela inflação e acrescida de uma taxa • Ações: Uma ação representa uma pequena
pré-fixada, e nas Letras Financeiras do Te- fração do capital social de uma empresa.
souro (LFT), título pós-fixado remunerado Muitas empresas negociam seus papéis na
pela Selic. Para mais informações acesse o Bolsa de Valores para reunir investidores e
site do Tesouro Direto: http://www.tesouro. conseguir recursos para realizar investimen-
fazenda.gov.br/tesouro-direto. tos. As ações podem ser: ordinárias (ON),
concede ao portador do papel o direito à
voto em assembléia, e as preferenciais (PN),
Vamos agora determinar qual estratégia pode- Mas o que é renda variável e fixa?
remos utilizar. Podemos discutir as estratégias
de investimentos de acordo com a idade do Nas aplicações de renda variável, o investidor
investidor ou pelo perfil do investidor. desconhece quanto irá receber no momento
do resgate. A incerteza ligada à operação au-
Para esta cartilha usaremos a estratégia de in- menta o seu risco, mas por outro lado propor-
vestimento alinhado a idade. Assim é possível ciona maior rentabilidade no futuro. As ações
abrangir o maior número de trabalhadores. de empresas, câmbio e derivativos são ativos
de renda variável.
A mais conhecida é a Regra dos 100. Esta re-
gra consiste em subtrair a sua idade de 100. Os ativos de renda fixa são aqueles que o in-
O resultado corresponde ao percentual de vestidor conhece quanto irá receber no ato da
seus recursos que devem ser investidos em aplicação. No geral são mais seguros do que
PLANEJANDO O FUTURO | 49
“A poupança, os investimentos em renda variável, contudo Conversando com o gerente de seu banco, foi
CDBs e fundo de o rendimento é inferior. Esses ativos são indi- informada sobre os fundos de ações, CDB e
DI são exemplos cados para as pessoas que são aversas ao Títulos Públicos. Adriana decidiu então investir
de renda fixa.” risco, ou seja, para aquelas de perfil conser- 25% do seu dinheiro em títulos públicos, espe-
vador. A poupança, CDBs e fundo de DI são cificamente em NTN-B, e o restante distribuiu
exemplos de renda fixa. em fundos de ações.
PLANEJANDO O FUTURO | 51
“Conversar sobre a Educação Financeira Guardar dinheiro no “cofrinho” é uma boa es-
origem do dinheiro da tratégia para a criança entender o valor do di-
para Crianças nheiro, pois fica mais fácil de observar como
família deve ser tarefa
de casa.” as economias evoluíram e os benefícios de
A ausência da matéria de educação fi- poupar. Estabelecer objetivos para o dinheiro
nanceira no currículo das escolas bra- poupado cria a ideia na criança de que o di-
sileiras transfere aos pais a missão nheiro é algo tangível, que é possível converter
de preparar as crianças para uma o dinheiro em um bem.
vida financeiramente saudável. Para
complicar mais ainda essa situação Um meio de evitar a sede de consumo criada
as empresas enxergaram as crianças pelo Marketing nas crianças é substituindo os
como potenciais consumidores. Nos passeios em shoppings e centros comerciais
canais voltados ao público infantil os por parques públicos. Mostrar que para se di-
anúncios despertam o desejo de con- vertir não é preciso gastar dinheiro.
sumir. Os pais para suprir essa expec-
tativa de consumo acabam cedendo às A educação financeira para as crianças não
pressões dos filhos. Conversar sobre a precisa ser aplicada da mesma forma como
origem do dinheiro da família deve ser acontece com os adultos, mas ensinar como
tarefa de casa. A prática facilita na hora consumir conscientemente e incentivar a eco-
de explicar aos filhos o porquê de não nomizar desde cedo coopera para tornar adul-
comprar um brinquedo novo. tos mais responsáveis no futuro.
DESPESAS MENSAIS
Projetado Real
Alimentação
Supermercado
Restaurante
Moradia e Despesas do Lar
Aluguel
Taxa de Condomínio
IPTU
Luz
Água
Telefone
Saúde e Higiene
Despesas Médicas
Transportes
Financiamento de Automóvel
Gasolina
IPVA
Transporte Público
Educação
Mensalidade de Escola/Faculdade
Lazer
Outros
Poupança/Investimento
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REFERÊNCIAS
55
www.cntc.org.br