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Instalações Elétricas André e Adriana Ferreira

Dimensionamento dos Condutores e Eletrodutos 56

Dimensionamento dos Eletrodutos

Conduto é o componente de uma instalação que propicia um meio envoltório (invólucro) aos
condutores elétricos. Nas instalações residenciais e prediais os eletrodutos são os mais utilizados. Em
instalações comerciais e industriais, além dos eletrodutos, também são utilizados calhas e bandejas
metálicas, prateleiras, blocos alveolados e canaletas.

Os eletrodutos são os componentes de uma instalação elétrica que têm as funções de :

• Propiciar aos condutores proteção mecânica.

• Propiciar aos condutores proteção contra ataques do meio ambiente, sobretudo contra
corrosão ou ataques químicos oriundos de ações da atmosfera ou agentes agressivos dispersos
no meio ambiente (sais, ácidos, gases, óleos, etc.).

• Fornecer ao meio uma proteção contra os perigos de incêndio resultantes de eventuais


superaquecimentos dos condutores ou arcos voltaicos.

• Proporcionar aos condutores um envoltório metálico aterrado (no casos de eletrodutos


metálicos), a fim de evitar perigos de choque elétrico.

Os tipos de eletrodutos podem ser classificados de acordo com:

• Material: Não metálicos – PVC, plástico com fibra de vidro, polipropileno, polietileno de alta
densidade e fibrocimento; Metálicos (magnéticos ou não magnéticos) – aço carbono
galvanizado ou esmaltado, alumínio e flexíveis de cobre espiralado;

• Flexibilidade: Rígidos e Flexíveis;

• Forma de conexão: Roscáveis e Soldáveis.

• Quanto à espessura da parede: Leve (parede fina), Semi-pesado e Pesado (parede delgada –
grossa).

Os eletrodutos são interligados às caixas de passagem ou caixas de derivação. São também


emendados, podem mudar de direção e fixados às caixas. Para isso são utilizados os seguintes
acessórios:

• Luvas: acessórios com formato cilíndrico com rosca interna, usados para unir trechos de
eletrodutos ou um eletroduto e uma curva.

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• Buchas: peças que se destinam a arremates ou melhorar o acabamento das extremidades dos
eletrodutos rígidos, impedindo que, ao serem puxado os condutores, a isolação seja
danificada por eventuais rebarbas na ponta do eletroduto.

• Arruelas: também chamadas de contrabuchas ou porcas, possuem rosca interna e são


colocadas externamente às caixas, servindo para contra-aperto com a bucha para fixação do
eletroduto com a parede dela.

• Curvas: acessórios necessários para efetuar mudanças de direção numa rede de eletrodutos.
Podem ser encontradas no comércio com rosca ou ponta e bolsa.

• Braçadeira: acessórios destinados à fixação de eletrodutos rígidos ou flexíveis a paredes, tetos


ou outros elementos estruturais.

• Conectores ou adaptadores: utilizados para adaptação de eletrodutos rígidos sem rosca, e


eletrodutos flexíveis às caixas ou quadros. São construídos em duralumínio ou alumínio
silício ou latão, os quais são fixados à caixa por meio de buchas e arruelas.

O eletroduto de PVC rígido roscável é o tipo mais utilizado em instalações prediais, embutidos
em paredes, lajes de concreto ou enterrados no solo.

A fixação dos eletrodutos às caixas de passagem e de ligação dos aparelhos se dá por meio de
buchas e arruelas.

Figura 32: Curvas, luva, bucha e arruela.

Em instalações aparentes são utilizadas braçadeiras, espaçadas conforme as distâncias máximas


estabelecidas na NBR-5410, de forma a permitir ancoragem dos eletrodutos às superfícies de apoio.

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Figura 33: Exemplo de utilização de acessórios: buchas, arruelas e conectores.

Figura 34: A, B, D e E – Conectores de emendas com rosca e/ou parafuso empregados para
entrada e saída de painéis, caixas de passagem, adaptáveis nos eletrodutos tradicionais e são
utilizados em eletrodutos rígidos e flexíveis. C – conector de emenda com rosca e por parafuso.
F – conector de redução usado nas saídas dos “dailets” ou dos eletrodutos.

Figura 35: Braçadeiras A – de PVC para conduletes; B – do tipo unha; C – dupla do tipo
“U”com dois furos; D – para perfilado de PVC; E – do tipo caneca; F – “D”com parafusos; e G
– tipo “D”com trava.

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Os eletrodutos metálicos rígidos são tubos de aço, com ou sem costura no sentido longitudinal, e
ainda pintados interna e externamente com esmalte de cor preta ou são galvanizados.
Comercialmente são adquiridos em barras de 3 m cujos extremos vêm roscados e podem ser providos
de luva ou não. A bitola varia de ½” até 6”.

Os eletrodutos metálicos não devem ser utilizados em ambientes com excessiva concentração de
umidade ou produtos corrosivos. O eletroduto deve ser curvado a frio, pois o calor destrói a sua
proteção de esmalte ou zinco, e pode oxidar-se.

Figura 36: Eletroduto metálico rígido galvanizado, do tipo leve e pesado.

Os eletrodutos de PVC rígidos são fabricados com derivados de petróleo, são isolantes elétricos,
não sofrem corrosão nem são atacados pelos ácidos. São também fabricados em barras de 3 m, com
roscas para serem emendados com luvas, ou soldáveis, sendo um dos extremos com diâmetro
expandido (bolsa) para introduzir outro eletroduto mediante pressão (ponta) e colado para melhorar a
resistência mecânica (NBR 6150:1980, 3,2).

Nota: O eletroduto deve trazer marcado, de forma bem visível e indelével: marca do fabricante;
diâmetro nominal; classe (pressão mínima de ruptura) – Classe A = 2,5 Mpa e Classe B = 1,5 Mpa;
os dizeres “eletroduto de PVC rígido”. (NBR 6150:1980, 3,5 e 4.2.1).

Figura 37: Eletroduto de PVC rígido: A – com rosca e luva; B – com bolsa unidos sob pressão.

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Os eletrodutos metálicos flexíveis são formados por uma cinta de aço galvanizado, enrolado em
espiras meio sobrepostas e encaixadas de tal forma que o conjunto proporcione boa resistência
mecânica e grande flexibilidade. Esses eletrodutos também são fabricados com um revestimento de
PVC a fim de proporcionar maior resistência e durabilidade. Podem ser adquiridos comercialmente
em metros ou em rolos de até 100 m. São utilizados em instalações elétricas expostas e quando se
instalam máquinas e motores elétricos, devido a vibrações.

Figura 38: Eletroduto flexível de aço com e sem capa de PVC.

Figura 39: Instalação de motor elétrico com eletroduto metálico flexível.

Os eletrodutos flexíveis corrugados são fabricados em PVC auto-extinguível. Devido à sua


praticidade com elevada resistência diametral, são também resistentes a amassamento, mesmo
quando instalados em lajes de concreto.

Podem ser aplicados em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais.

Existem os eletrodutos de PVC flexíveis série leve, de coloração amarela, para instalações que
exigem leve esforço mecânico de até 320 N/5 cm de compressão e podem ser utilizados em paredes
de tijolos e outros. E os de série reforçada, de coloração azul ou cinza, para instalações que exigem
esforço mecânico médio de até 750 N/5 cm e podem ser utilizados em lajes e pisos.

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Figura 40: Eletroduto de PVC flexível. Tigreflex. Cortesia: Tigre.

Não é permitido o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam rigorosamente apresentados
e comercializados como eletroduto e ainda, não seja propagante de chama. Esta proibição se refere
também ao uso de produtos caracterizados pelos fabricantes como mangueiras. (NBR-5410:2004).

Figura 41: Mangueira depolietileno. Material de qualidade duvidosa e que não contenha a
marca de conformidade pode colocar em risco a sua instalação.

Os eletrodutos ou dutos para cabos subterrâneos (energia/telecomunicações), fabricados em


PEAD (polietileno de alta densidade) de última geração, corrugado e flexível, além de fácil
utilização, reduzem os custos nas instalações de redes subterrâneas. Os eletrodutos flexíveis,
KANALEX-KL são disponíveis nos diâmetros de 30, 50, 75, 100, 125 e 150 mm, e trata-se de uma
excelente opção para obras em concessionárias de energia elétrica e telecomunicações, indústrias,
shopping centers, aeroportos, etc. Possui excelente raio de curvatura (oito vezes o diâmetro externo),
além de ser fornecido com arame-guia de aço galvanizado e revestido em PVC.

Figura 42: Detalhe do eletroduto e luva de PVC rígido roscável.

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A NBR-5410 estabelece as seguintes prescrições:

Os eletrodutos, calhas e blocos alveolados podem conter condutores de mais de um circuito, nos
seguintes casos:

a) quando as quatro condições seguintes forem simultaneamente atendidas:

• os circuitos pertençam à mesma instalação, isto é, originem-se do mesmo dispositivo geral de


manobra e proteção, sem a interposição de equipamentos que transformem a corrente elétrica;

• as seções nominais dos condutores fase estejam contidas em um intervalo de três valores
normalizados sucessivos;

• os condutores isolados e os cabos isolados tenham a mesma temperatura máxima para serviço
contínuo.

• todos os condutores forem isolados para a mais alta tensão nominal presente.

b) no caso dos circuitos de força e de comando e/ou sinalização de um mesmo equipamento.

• Nos eletrodutos, só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou cabos
multipolares. Isso não exclui o uso de eletrodutos para proteção mecânica, por exemplo, de
condutores de aterramento.

Dimensionar eletrodutos é determinar o tamanho nominal do eletroduto para cada trecho da


instalação. Tamanho nominal do eletroduto é o diâmetro externo do eletroduto expresso em mm.

O tamanho dos eletrodutos deve ser de um diâmetro tal que os condutores possam ser facilmente
instalados ou retirados. Assim, é obrigatório observar a taxa máxima de ocupação nos eletrodutos.

Figura 43: Corte longitudinal e corte transversal de um eletroduto.

em que:

DE: diâmetro externo;

DI: diâmetro interno;

e: espessura da parede.

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De acordo com o manual da PRYSMIAN para instalações elétricas residenciais, é obrigatório


que os condutores não ocupem mais que 40% da área útil dos eletrodutos e para dimensionar os
eletrodutos, basta saber o número de condutores no eletroduto e a maior seção destes. A tabela 9
fornece diretamente o tamanho do eletroduto.

Figura 44: Eletroduto.

Este procedimento descrito no manual da PRYSMIAN pode ser utilizado para instalações
simples nos quais o comprimento do trecho de eletrodutos esteja dentro dos limites de comprimento
máximo dos eletrodutos. Isto será abordado na próxima seção.

Tabela 9: Tamanho eletroduto PVC.

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Exemplo: Em um trecho do eletroduto estão inseridos 6 condutores, sendo a maior seção dos
condutores de 4 mm2. De acordo com a tabela 9 o tamanho nominal do eletroduto é de 20 mm2.

Sendo assim, é necessário a planta com a representação gráfica da fiação com as seções dos
condutores indicados.

De acordo com a NBR-5410 a taxa máxima de ocupação em relação à área de seção transversal
dos eletrodutos não deve ser superior a:

a) 53% no caso de um condutor (fio ou cabo);

b) 31% no caso de dois condutores (fios ou cabos);

c) 40% no caso de três ou mais condutores (fios ou cabos).

Roteiro para dimensionamento de eletrodutos:

a) Determina-se a seção total ocupada pelos condutores aplicando tabelas de fabricantes de


condutores e cabos (exemplo tabela 10).

b) Determina-se o diâmetro externo nominal do eletroduto (mm) entrando nas tabelas de


fabricantes de eletrodutos (exemplo tabela 10 e 11) com o valor encontrado no item a).

c) Caso os condutores instalados em um mesmo eletroduto sejam do mesmo tipo e tenham


seções nominais iguais, pode-se eliminar os intens a) e b), encontando-se o diâmetro externo
nominal do eletroduto em função da quantidade e seção dos condutores diretamente por
tabelas específicas (tabela 12 e 13).

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Tabela 10: Dimensões totais dos condutores isolados.

Tabela 11: Eletrodutos de PVC rígido roscável – classe A (NBR 6150).

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Tabela 12: Eletrodutos rígidos de aço carbono roscável – leve I (NBR 6150).

Tabela 13: Ocupação máxima dos eletrodutos de PVC por condutores de mesma bitola (fios ou
cabos unipolares 450 / 750.V BWF Antichama).

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Tabela 14: Ocupação máxima dos eletrodutos de Aço por condutores de mesma bitola (fios ou
cabos unipolares 450 / 750.V BWF Antichama).

Exercício 13

Dimensionar o trecho de eletrodutos de PVC rígido roscável, mostrado na figura 44, no qual
devem ser instalados os seguintes circuitos:

Circuito 1: 2 # 4 mm2 T 4 mm2;

Circuito 2: 3 # 6 mm2 (6 mm2)T 6 mm2;

Circuito 3: 3 # 2,5 mm2 (2,5 mm2);

Figura 45: Trecho de eletroduto entre duas caixas de passagem.

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Solução:

a) Seção total ocupada pelos condutores:

b) Diâmetro nominal do eletroduto:

Exercício 14

Representar graficamente a seção dos cabos condutores na planta baixa. Para simplificar, não é
necessário representar os condutores com seção de #2,5 mm2.

Dimensionar os eletrodutos dos trechos da instalação em estudo e representá-los graficamente na


planta baixa. Para simplificar, não é necessário representar os eletrodutos com diâmetro de Φ 20 mm.

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Para determinar a medida dos eletrodutos e condutores deve-se medir diretamente na planta, os
eletrodutos representados no plano horizontal e somar, quando for o caso, os eletrodutos que descem
ou sobem até as caixas. Estas medidas são feitas com o auxílio de uma régua, na própria planta
residencial, utilizando a escala em que a planta foi desenhada. Por exemplo, se a escala for 1:100
significa que a cada 1 cm no desenho corresponde a 100 cm nas dimensões reais.

Figura 46: Medição do eletroduto.

As medidas dos eletrodutos que descem até as caixas são determinadas descontando da medida
do pé direito mais a espessura da laje da residência a altura em que a caixa está instalada. Exemplo:

pé direito = 2,80 m
esp. da laje = 0,15 m
2,95 m
caixa para saída alta subtrair 2,20 m
2,95 m
− 2,20 m
0,75 m

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Figura 47: Medidas dos eletrodutos que descem até as caixas.

As medidas dos eletrodutos que sobem até as caixas são determinadas somando a medida da
altura da caixa mais a espessura do contrapiso. Exemplo: Espessura do contrapiso = 0,10 m

1,30 + 0,10 = 1,40 m ⇒ interruptor e ponto de tomada média.

0,30 + 0,10 m = 0,40 m⇒ ponto de tomada baixa.

1,20 + 0,10 = 1,30 m ⇒ quadro de distribuição.

As medidas apresentadas são sugestões do que normalmente se utiliza na prática. A NDR


5410:2004 não faz recomendações a respeito disso.

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Figura 48: Medidas dos eletrodutos que sobem até as caixas.

Como a medida dos eletrodutos é a mesma dos condutores que por eles passam, efetuando-se o
levantamento dos eletrodutos, simultaneamente efetua-se o da fiação.

Caixas de derivação

As caixas têm as funções de abrigar equipamentos, abrigar emendas de condutores, limitar o


comprimento de trechos de tubulação, ou ainda limitar o número de curvas entre os diversos trechos
de uma tubulação.

Figura 49: Caixa de derivação.

A NBR-5410 estabelece as seguintes recomendações para a instalação das caixas de derivação ou


de passagem que interligam os diversos trechos de uma tubulação:

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Não haja trechos contínuos (sem interposição de caixas ou equipamentos) retilíneos de tubulação
maiores que 15 metros, sendo que, nos trechos com curvas, essa distância deve ser reduzida de 3m
para cada curva de 90o.

Quando o ramal de eletrodutos passar obrigatoriamente através de locais onde não seja possível o
emprego de caixa de derivação, a distância prescrita no item anterior pode ser aumentada, desde que:

a) seja calculada a distância máxima permitida (levando-se em conta o número de curvas de 90o
necessárias);

b) para cada 6 m, ou fração, de aumento dessa distância, utilize-se eletroduto de tamanho nominal,
imediatamente superior aos do eletroduto que normalmente seria empregado para a quantidade e
tipo de condutores ou cabos.

Em cada trecho de tubulação, entre duas caixas, entre extremidades, ou entre extremidade e
caixa, podem ser previstas, no máximo, três curvas de 90o ou seu equivalente até, no máximo 270o.
Em nenhuma hipótese, podem ser previstas curvas com deflexão superior a 90o.

Devem ser empregadas caixas de derivação:

a) Em todos os pontos de entrada ou de saída da tubulação, exceto nos pontos de transição ou


passagem de linhas abertas para linhas em eletrodutos, os quais, nestes casos, devem ser
rematados com buchas;

b) Em todos os pontos de emenda ou derivação de condutores;

c) Para dividir a tubulação em trechos não maiores do que os especificados anteriormente.

As caixas devem ser instaladas em lugares facilmente acessíveis e providas de tampas. As caixas
que contiverem iterruptores, tomadas de corrente e congêneres devem ser fechadas pelos espelhos
que completam a instalação desses dipositivos.

Assim:

L máx = 15 − 3 N

L real − L máx
A=
6

sendo:

Lmáx: comprimento máximo de um trecho entre duas caixas;

N: número de curvas de 90o existentes no trecho (de zero a três);

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Lreal: comprimento real do trecho;

A: aumento de bitolas nominais do eletroduto.

Exercício 15

Dimensionar o eletroduto para o trecho de tubulação mostrado na figura 50, entre duas caixas
CP-1 e CP-2, no qual não há possibilidade de instalação de caixas intermediárias. Os circuitos que o
eletroduto conterá são os seguintes:

Circuito 1: 3 # 25 mm2 (25 mm2) T 16 mm2;

Circuito 2: 3 # 50 mm2 (25 mm2) T 25 mm2;

Circuito 3: 3 # 35 mm2 T 16 mm2;

Figura 50: Trecho de eletroduto com curvas entre duas caixas.

Solução:

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