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Curso Técnico em

Edificações

Agregados

Prof. Dr. Walter Luiz Andrade de Oliveira

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1. Generalidades

Definição:

É o material particulado, sem coesão, de atividade química


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praticamente nula, constituído de misturas de partículas


cobrindo extensa gama de tamanhos.

Classificação:

Os agregados classificam-se segundo a origem, as


dimensões das partículas e a massa específica aparente.

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1. Generalidades

Segundo a Origem
Naturais: Os que já se encontram em forma particulada na
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natureza, como areia, pedregulho, cascalho ou seixo rolado.

Areia Pedregulho Seixo

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1. Generalidades

Industrializados: os que têm sua composição obtida por


processos industriais. Neste caso a matéria-prima pode ser:
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rocha, escória de alto-forno e argila.


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Brita Argila expandida

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1. Generalidades

Segundo a Dimensão das partículas


- Agregado miúdo: Material cujas partículas passam pela
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peneira de tamanho 4,75mm e fica retido na peneira


0,15mm. Ex. areia artificial e areia natural;

- Agregado graúdo: Material cujas partículas ficam retidas


na peneira de tamanho 4,75mm. Ex. Seixo rolado e pedra
britada;

- Filler: Material cujas partículas passam pela peneira de


tamanho 0,075mm. Ex. Pó de pedra e Pozolanas.

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1. Generalidades

Segundo a massa específica aparente


Conforme a densidade do material (g/cm³) que constitui as
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partículas, os agregados são classificados em: Leves,


Médios e Pesados.
Leves Médios Pesados
Vermiculita 0,3 Calcário 1,4 Barita 2,9
Argila expandida 0,8 Arenito 1,45 Hematita 3,2
Escória granulada 1,0 Cascalho 1,6 Magnetita 3,3
Granito 1,5
Areia 1,5
Basalto 1,5
Escória 1,7

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1. Generalidades

Aplicações: Lastro de vias férreas; Bases


para calçamentos; Camadas drenantes;
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Reforço das camadas de um pavimento;


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Concretos asfálticos; Argamassas para


assentamento e revestimento de pisos,
paredes e tetos; Concretos: Simples,
Armado, Protendido e Especiais.

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1. Generalidades

Para concretos e argamassas os agregados possuem função de:

• resistir aos esforços mecânicos


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• resistir ao desgaste

• resistir ao intemperismo

• reduzir as variações volumétricas;

• reduzir o custo (custo dos agregados < custo do cimento).

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2. Agregados miúdos

Segundo a ABNT NBR 7211:2009, os agregados miúdos são


“agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de
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malha de 4,75mm, (...) em ensaio realizado de acordo com a


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ABNT NBR NM 248:2003.

De modo geral, consideramos como material de construção o


agregado miúdo como sendo a areia.

A areia precisa ter grãos formados de material consistente (não


friável), não necessariamente quartzosos.

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2. Agregados miúdos

Origens

De rios: são depósitos sedimentares que se formam nos leitos de


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alguns rios. A extração se faz por dragas de sucção, que


bombeiam a água, contendo cerca de 5% a 10% de areia, para
lagoas de decantação, de onde o material é retirado. Essas
instalações para extração de areia de rio são chamadas portos de
areia.

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2. Agregados miúdos
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https://www.youtube.com/watch?v=fOV3GjItoZ0

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2. Agregados miúdos

De cava: são depósitos aluvionares em fundos de vales cobertos


por capa de solo. A areia é extraída ou por escavação mecânica
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ou por desmonte hidráulico.


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2. Agregados miúdos

De britagem (Industrial): é a areia de brita, obtida no processo


de classificação a seco nas pedreiras.
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Areia Natural Areia de britagem

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2. Agregados miúdos

De escória: a escória de alto-forno, granulada, é a que é resfriada


bruscamente por jato d’água, fragmentando-se em grãos. Após
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classificação granulométrica, obtém-se a areia de escória.


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De praias e dunas: as areias das praias brasileiras não se usam,


em geral, para o preparo de concreto por causa da sua grande
finura e teor de cloreto de sódio.

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2. Agregados miúdos

Caracterização

Granulometria: a ABNT NBR 7211:2009 classifica as areias em


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4 faixas, denominadas:
Limites inferiores:

• Zona utilizável (antiga Muito Fina);

• Zona ótima (antiga Fina);

Limites superiores:

• Zona ótima (antiga Média);

• Zona utilizável (antiga Grossa).

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2. Agregados miúdos

Na norma, todas as quatro faixas têm a mesma graduação, de


0,15mm a 4,8mm de diâmetro de grãos; elas se diversificam
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pelas diferentes porcentagens de tamanhos de grãos na


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composição da areia (e não se a areia se compõe somente de


grãos com determinados limites de diâmetro, por exemplo,
0,15mm a 0,6mm; 0,6mm a 2,4mm; 2,4mm a 4,8mm).

A tabela 1 apresenta os Limites da distribuição granulométrica do


agregado miúdo segundo a ABNT NBR 7211:2009.

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Tabela 1 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo

Porcentagem, em massa, retida acumulada


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Peneiras
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Limites inferiores Limites superiores


(mm) Zona Zona
Zona ótima Zona ótima
utilizável utilizável
9,5 0 0 0 0
6,3 0 0 0 7
4,75 0 0 5 10
2,36 0 10 20 25
1,18 5 20 30 50
0,6 15 35 55 70
0,3 50 65 85 95
0,15 85 90 95 100

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Análise granulométrica de agregados miúdos

100%
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90%
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80%
Zona ótima inferior
70%
Zona ótima superior

Zona utilizável inferior


% retido acumulado

60%
Zona utilizável superior

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0,1 0,15 0,3 0,6 1 1,2 2,4 4,8 6,3 10

Peneiras em mm (escala logaritmica)

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2. Agregados miúdos

Peneiras para análise granulométrica: As peneiras podem ser


selecionadas segundo a distribuição normal ou intermediária
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(Tabela 2), dependendo da finalidade da aplicação.


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Peneiras Agitador de peneiras

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Tabela 2 - Conjunto de peneiras das séries normal e intermediária
Série Normal Série Intermediária
75mm -
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- 63mm
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- 50mm
37,5mm -
- 31,5mm
- 25mm
19mm -
- 12,5mm
9,5mm -
- 6,3mm
4,75mm -
2,36mm -
1,18mm -
600µm -
300µm -
150µm -

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Dimensão máxima característica: grandeza associada à


distribuição granulométrica do agregado, correspondente à abertura
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nominal, em milímetros, da malha da peneira da série normal ou


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intermediária na qual o agregado apresenta uma porcentagem retida


acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa.

Módulo de finura: soma das porcentagens retidas acumuladas em


massa de um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por
100. O módulo de finura quantifica se o agregado é mais grosso ou
mais fino, sendo que quanto maior o módulo de finura mais grosso
é o agregado.

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2. Agregados miúdos

A massa mínima, por amostra de material para ensaio, segundo a


NBR NM 248:2003, é indicada na tabela abaixo.
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Dimensão máxima do agregado (mm) Massa mínima da amostra (kg)


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< 4,75 0,3


9,5 1,0
12,5 2,0
19,0 5,0
25,0 10,0
37,5 20,0
50,0 35,0
63,0 60,0
75,0 100,0
100,0 150,0
125,0 300,0

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Os módulos de finura para a areia variam entre os seguintes


limites:
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MF < 1,71 Areia muito fina


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1,71 ≤ MF < 2,11 Areia fina

2,11 ≤ MF < 2,71 Areia média

MF ≥ 2,71 Areia grossa

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Exercício: Determine os valores do Módulo de finura (MF) e a


Dimensão máxima característica (Dmáx) do agregado miúdo, cujos
resultados de granulometria são apresentado abaixo.
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Peneiras Massa retida Massa retida % retido


(mm) (g) Acumulada (g) acumulado
4,75 2,3 2,3 0,46%
2,36 25,8 28,1 5,62%
1,18 62,3 90,4 18,09%
0,6 175,6 266 53,24%
0,3 159,1 425,1 85,09%
0,15 63,7 488,8 97,84%
Fundo 10,8 499,6

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Resultado:
Peneiras Massa retida % retido
Massa retida (g)
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(mm) Acumulada (g) acumulado


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4,75 2,3 2,3 0,46%


2,36 25,8 28,1 5,62%
1,18 62,3 90,4 18,09%
0,6 175,6 266 53,24%
0,3 159,1 425,1 85,09%
0,15 63,7 488,8 97,84%
Fundo 10,8 499,6

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2. Agregados miúdos

Por definição, o Módulo de Finura (MF) é igual a soma dos


percentuais retidos acumulados nas peneiras da série normal,
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dividido por 100. Desta maneira:


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0, 46 + 5, 62 + 18, 09 + 53, 24 + 85, 09 + 97,84


MF = = 2, 6
100

O Dmáx equivale a abertura nominal, em milímetros, da malha da


peneira da série normal ou intermediária na qual o agregado apresenta
uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a
5% em massa. Assim:
D máx = 4, 75mm

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Resultado no diagrama:
100%
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90%
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80%
Ensaio

70% Zona ótima inferior


Zona ótima superior
% retido acumulado

60% Zona utilizável inferior


Zona utilizável superior

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0,1
0,15 0,3 0,6 1 1,2 2,4 4,8 6,3 10
Peneiras em mm (escala logaritmica)

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2. Agregados miúdos

Propriedades físicas dos agregados miúdos

Inchamento: A areia seca absorve água, que passa a formar uma


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película em torno dos grãos. Como os vazios da areia chegam a ser


tão delgados quanto a espessura da película de água, esta afasta os
grãos uns dos outros, aumentando o volume da areia, ou seja,
produzindo o inchamento.

Chama-se coeficiente de inchamento a relação dos volumes da areia


úmida e seca:
Vh − Vs
I=
Vs

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2. Agregados miúdos

Na qual: Vh é o volume da areia úmida e Vs é o volume da areia


seca.
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Quando o coeficiente de inchamento chega a um valor máximo


limite, a areia não absorve mais água, e é quando dizemos que a
areia está saturada.

Ver o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=eWA6yC7uGlM

Higroscopia: A areia seca tem duas fases: sólidos (grãos) e vazios


(ar); a areia úmida tem três: sólidos, água e ar; a areia saturada de
novo duas fases: sólido e água.

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2. Agregados miúdos

Os vazios (espaços entre os grãos) da areia seca são de dimensões


muito pequenas, de modo que a areia pode apresentar higroscopia
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ou ascensão capilar, isto é: quando a areia entra em contato com


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água na base, a água no interior da massa alcança, devido a


capilaridade, nível acima do da água no exterior.

Quanto mais fina a areia, mais alta é a ascensão capilar. Isto deve
ser levado em conta em algumas aplicações, como pisos e filtros,
por exemplo. Por estas razões, a areia tem sempre um certo teor de
umidade, caso não seja aquecida artificialmente. É a chamada areia
seca ao ar.

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2. Agregados miúdos

Areia fina Areia média Areia grossa


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2. Agregados miúdos

Massa específica absoluta: É a massa por unidade de volume do


material de que se constituem os grãos do agregado. Tomando um
granito, por exemplo, se a massa de um metro cúbico vale 2660kg, sua
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massa específica absoluta será de 2660kg/m3.

A determinação da massa específica absoluta do agregado miúdo é


feita conforme estabelece a ABNT NBR NM 52:2009, com o uso do
Picnômetro. A ABNT NBR 9776:1987 (Cancelada) apresenta o
procedimento com o auxílio do Frasco de Chapman, que permite medir
o volume total ocupado pelos grãos da amostra de agregado, cuja
massa é previamente medida em estado seco. Apesar de cancelada, os
resultados com o frasco de Chapman são satisfatórios.

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2. Agregados miúdos

Colocar água no frasco até a marca de 200cm3,


deixando-o em repouso, para que a água aderida às
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faces internas escorram totalmente; em seguida


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introduzir, cuidadosamente, 500g de agregado miúdo


seco no frasco, o qual deve ser devidamente agitado
para eliminação das bolhas de ar.

A leitura do nível atingido pela água no gargalo do


frasco indica o volume, em cm3, ocupado pelo
conjunto água-agregado, alertando-se para que as
faces internas devam estar completamente secas e
sem grãos aderentes.

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2. Agregados miúdos

Após a leitura, a massa específica absoluta da areia é calculada pela


expressão:
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500
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μ=
L − 200

Na qual, L é o valor da leitura feita no frasco.

O resultado é expresso em g/cm3.

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2. Agregados miúdos

Massa específica aparente (Massa unitária): é a relação entre a


massa do material (m) e o volume do recipiente que o contém (Vr),
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incluindo-se os vazios contidos nos grãos. É determinada


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preenchendo-se um recipiente paralepipédico de dimensões bem


conhecidas com agregado deixando-o cair de uma altura de 10cm a
15cm. A areia, no estado solto, apresenta o massa unitária da ordem
de 1,50kg/dm3 (1500kg/m3).

m
μap =
Vr

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2. Agregados miúdos

Exercícios:

1. Quanto vale a massa, em kg, de uma areia cuja


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massa específica aparente é 1,52kg/dm3 e que


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ocupa um recipiente de 17 litros?

Resolução:

m
μap =  m = μ ap ⋅ Vr  m = 1,52 ×17 = 25,84kg
Vr

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2. Agregados miúdos

2. Calcule o valor da massa específica absoluta de uma


areia cuja a leitura do volume ocupado pela mistura no
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frasco de Chapman foi igual a 387dm3.


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500
μ=
L − 200

500 500
μ= μ= = 2, 67 kg dm3
387 − 200 187

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2. Agregados miúdos

3. Uma areia com massa específica absoluta de


2,5kg/dm³ é colocada em um recipiente de 20L.
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Sabendo que a massa unitária da areia vale 1,5kg/dm3,


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calcule o volume de grãos da areia.


Resolução:

1º passo: calcular a massa de areia


m
μap =  m = μap ⋅ Vr  m = 1,5 × 20 = 30kg
Vr

2º passo: calcular o volume de areia


m m 30
μ ABS = V= V= = 12dm3
V μ ABS 2,5

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39 Curso Técnico em Edificações
2. Agregados miúdos

Coesão aparente: A areia seca não tem coesão. Na areia úmida


aparece o que se chama coesão aparente da areia. É a tensão
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capilar da água que cria uma resistência ao cisalhamento, como


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se fosse a coesão, mas é fenômeno diverso do que ocorre nos


solos coesivos.

O conceito de coesão e coesão aparente só pode ser aplicada a


areias sem impurezas. Se apresentarem impurezas de natureza
aglutinante (argilas, matéria orgânica), as areias passam a
apresentar coesão verdadeira, tendendo a se comportar, nas altas
contaminações, como um solo (no sentido geológico).

40 Curso Técnico em Edificações


2. Agregados miúdos

Friabilidade: A areia perde qualidade se possuir grãos friáveis.


Material friável é o material que tem a capacidade de se
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fragmentar facilmente.
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Impurezas: As impurezas das areias podem ser classificadas em


coloidais e não coloidais. As não coloidais têm grãos de
dimensões da ordem do micrometro (milésimo de milímetros) e
podem ser retiradas por lavagem; as coloidais não são
elimináveis, como: Argila em torrões; Materiais pulverulentos
(silte, argila); Materiais friáveis; Materiais carbonosos;
Materiais orgânicos.

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41 Curso Técnico em Edificações
2. Agregados miúdos

Utilização

Argamassa: De mistura com cimento, com cal ou cal e cimento, a


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areia é empregada no preparo de argamassas usadas, seja para


assentamento de peças de alvenaria, seja para revestimento
diversos.

Concreto betuminoso: Juntamente com filler, a areia entra na


dosagem dos inertes do concreto betuminoso. Têm a importante
propriedade de impedir o amolecimento do concreto betuminoso
dos pavimentos de ruas nos dias de intenso calor.

42 Curso Técnico em Edificações


2. Agregados miúdos

Concreto de cimento Portland: Constitui o agregado miúdo dos


concretos à base de cimento Portland.
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Pavimentos rodoviários: constitui material de correção do solo.

Filtros: devido à sua grande permeabilidade, a areia é usada para


construção de filtros, destinados a interceptar o fluxo de água de
infiltração em barragens de terra e em muros de arrimo.

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43 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

Segundo a ABNT NBR 7211:2009, os agregados graúdos são


“agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha
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de 75mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de


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4,75mm, (...) em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM


248 (...)”.

Quanto à origem, temos agregados graúdos naturais (seixos) e


industrializados (ou artificiais).

Dentre os industrializados, temos: a pedra britada, a bica-corrida, o


rachão e o pós de pedra e a argila expandida.

44 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos

Argila expandida: Produzida em grandes fornos rotativos,


utilizando argilas especiais que se expandem a altas temperaturas
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(1.100°C), transformando-as em um produto leve, de elevada


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resistência mecânica.

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45 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

Quanto à matéria-prima ou o mineral da qual é formada: os


mais comuns são o granito, o basalto, a gnaisse, o calcário, a escória
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de alto-forno e a hematita.
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Por ser de uso mais comum na preparação do concreto em


construção civil, trataremos aqui da pedra britada.

Brita: Agregado obtido a partir de rochas


compactadas, que ocorrem em depósitos
(jazidas), pelo processo industrial da
cominuição ou fragmentação controlada
da rocha maciça.

46 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos
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Jazida Perfuratriz pneumática

Detonação Transporte do material bruto

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3. Agregados graúdos
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48 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos

Britador secundário/terciário
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cônico
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https://youtu.be/hMcccsRn0gQ

Britador primário de mandíbulas

https://youtu.be/HFDuas_IoME

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49 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos
Materiais de Construção Civil
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Britagem terciária
com a produção
dos materiais finais

50 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos
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Walter Luiz Andrade de Oliveira

https://youtu.be/SU8EooYTA-g

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51 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

A brita é produzida em cinco graduações, denominadas, em ordem


crescente de diâmetros médios: pedrisco, pedra 1, pedra 2, pedra 3,
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pedra 4, que serão designadas por: pd, p1, p2, p3, p4.
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Pedrisco Pedra 1 Pedra 2 Pedra 3

52 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos
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Rachão: 100mm / 150mm


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Pedra 4: 37,5mm / 75mm

Pedra 3: 25mm / 50mm

Pedra 2: 19mm / 31,5mm

Pedra 1: 9,5mm / 25mm

Pedrisco: 4,8mm / 12,5mm

Pó de pedra: < 4,8mm

Fonte: prof. José de Almeida Freitas - UFPR

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53 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

Efeito da composição granulométrica


Agregado de 25mm Agregado de 9 e 25mm
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Maior quantidade de vazios


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exige um maior consumo de


pasta de cimento

Aumenta custo
Aumenta retração
Aumenta calor

Mehta e Monteiro, 2006

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3. Agregados graúdos
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Conjunto de grãos menores em substituição a grãos maiores implica


em uma maior quantidade de vazios, uma maior superfície específica
e portanto um maior consumo de pasta de cimento.

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55 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

O Dmáx da brita serve para verificar se um agregado tem tamanho


adequado para ser utilizado em concreto de elementos estruturais de
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determinadas dimensões.
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Com relação à forma do agregado


graúdo, os grãos alongados e os
lamelares prejudicam a trabalhabilidade
e geram mais vazios entre os grãos e
exigem maior consumo de cimento no
concreto.

56 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos

Relações entre as dimensões dos agregados normais

C
Materiais de Construção Civil

<2
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e
L
<2
e
C = comprimento

L = largura

e = espessura

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57 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

Relações entre as dimensões dos agregados lamelares

C
Materiais de Construção Civil

≥2
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e
L
≥2
e
C = comprimento

L = largura

e = espessura

58 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos

Para os agregados alongados, são verificadas as seguintes condições:


C L
≥2 e <2
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e e
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Grãos arredondados favorecem a trabalhabilidade e geram menos


vazios entre os grãos e possibilitam a produção de concreto com
menos cimento, porém, são menos aderentes à argamassa.

Semi arredondado Arredondado

29
59 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

A distribuição granulométrica deve atender aos limites indicados


para o agregado graúdo segundo as tabelas a seguir, apresentadas na
Materiais de Construção Civil

ABNT NBR 7211:2009.


Walter Luiz Andrade de Oliveira

Brita 1
Brita 0 (Pedrisco) d/D = 9,5/25
Peneira
Mínimo % Máximo %
d/D = 4,75/12,5 (mm)

Peneira 31,5 0 0
Mínimo % Máximo %
(mm) 25 0 5
19 0 0 19 2 15
12,5 0 5 12,5 40 65
9,5 2 15 9,5 80 100
6,3 40 65 6,3 92 100
4,75 80 100 4,75 95 100
2,36 95 100 2,36 100 100

60 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos

Limites granulométricos de agregado graúdo segundo a


ABNT NBR 7211:2009
Materiais de Construção Civil
Walter Luiz Andrade de Oliveira

Brita 2 Brita 3

d/D = 19/31,5 d/D = 25/50

Peneira Peneira
Mínimo % Máximo % Mínimo % Máximo %
(mm) (mm)
31,5 0 5 50 0 5
25 5 25
37,5 5 30
19 65 95
31,5 75 100
12,5 92 100
9,5 95 100 25 87 100

6,3 100 100 19 95 100

30
61 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

Limites granulométricos de agregado graúdo segundo a


ABNT NBR 7211:2009
Materiais de Construção Civil
Walter Luiz Andrade de Oliveira

Brita 4

d/D = 37,5/75

Peneira
Mínimo % Máximo %
(mm)
75 0 5
63 5 30
50 75 100
37,5 90 100
31,5 95 100

62 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos
Limites granulométricos do agregado graúdo
100

90
Materiais de Construção Civil

80
Walter Luiz Andrade de Oliveira

Porcentagens retidas acumuladas

70

60

50

40

30

20

10

0
2,4 4,8 6,3 9,5 12,5 19 25 31,5 37,5 50 63 75

Peneiras (mm) - Escala logarítmica


Brita 0 Brita 1 Brita 2 Brita 3 Brita 4

31
63 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos
Exercício: Calcule o Dmáx e o MF da amostra de agregados apresentada na tabela
M. ret. % retida
# auxiliares # série normal Massa retida (g)
Acumulada (g) acumulada
50mm - 0,00 0,00 0,00%
Materiais de Construção Civil
Walter Luiz Andrade de Oliveira

- 37,5mm 0,00 0,00 0,00%


31,5mm - 0,00 0,00 0,00%
25mm - 92,67 92,67 1,85%
- 19mm 543,17 635,84 12,72%
12,5mm - 1977,17 2613,01 52,26%
- 9,5mm 1649,33 4262,34 85,25%
6,3mm - 614,83 4877,17 97,54%
4,75mm 103,83 4981,00 99,62%
2,36mm 8,67 4989,67 99,79%
1,18mm 2,16 4991,83 99,84%
0,6mm 0,67 4992,50 99,85%
0,3mm 0,00 4992,50 99,85%
0,15mm 0,00 4992,50 99,85%
Fundo 7,50 5000,00

64 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos
Resultados:
# auxiliares # série normal Massa retida (g) M. ret. Acumulada (g) % retida acumulada

50mm - 0,00 0,00 0,00%


Materiais de Construção Civil

- 37,5mm 0,00 0,00 0,00%


Walter Luiz Andrade de Oliveira

31,5mm - 0,00 0,00 0,00%


25mm - 92,67 92,67 1,85%
- 19mm 543,17 635,84 12,72%
12,5mm - 1977,17 2613,01 52,26%
- 9,5mm 1649,33 4262,34 85,25%
6,3mm - 614,83 4877,17 97,54%
4,75mm 103,83 4981,00 99,62%
2,36mm 8,67 4989,67 99,79%
1,18mm 2,16 4991,83 99,84%
- 0,6mm 0,67 4992,50 99,85%
0,3mm 0,00 4992,50 99,85%
0,15mm 0,00 4992,50 99,85%
Fundo 7,50 5000,00

32
65 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos

Por definição, o Módulo de Finura (MF) é igual a soma dos


percentuais retidos acumulados nas peneiras da série normal,
Materiais de Construção Civil

dividido por 100. Desta maneira:


Walter Luiz Andrade de Oliveira

0 + 12, 72 + 85, 25 + 99, 62 + 99, 79 + 99,84 + 99,85 × 3


MF = = 6,97
100

O Dmáx equivale a abertura nominal, em milímetros, da malha da


peneira da série normal ou intermediária na qual o agregado apresenta
uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a
5% em massa. Assim:
D máx = 25mm

66 Curso Técnico em Edificações


3. Agregados graúdos
Limites granulométricos do agregado graúdo
100

90
Materiais de Construção Civil
Walter Luiz Andrade de Oliveira

80
Porcentagens retidas acumuladas

70

60

50

40

30

20
Ensaio
10

0
2,4 4,8 6,3 9,5 12,5 19 25 31,5 37,5 50 63 75

Peneiras (mm) - Escala logarítmica


Brita 0 Brita 1 Brita 2 Brita 3 Brita 4

33
67 Curso Técnico em Edificações
3. Agregados graúdos
Resistência à compressão

Os agregados não são utilizados para regular a resistência de um concreto,


mas podem limitar a sua resistência à compressão.
Materiais de Construção Civil
Walter Luiz Andrade de Oliveira

Rocha base do Agregado Resistência da Rocha

Rocha basáltica 105 a 235MPa

Granito 85 a 275MPa

Calcário 90 a 270MPa

Cascalho 165 a 265MPa

68 Curso Técnico em Edificações


Bibliografia
PETRUCCI, Eládio G.R. Materiais de Construção. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Ed.
Globo, 1998.
FALCÃO BAUER, L.A. Materiais de construção. Vol 1 e 2. Rio de Janeiro: Ed.
Materiais de Construção Civil
Walter Luiz Andrade de Oliveira

Livros Técnicos e científicos, 2009.


MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto: Estrutura, propriedades e
materiais. São Paulo: Pini, 1994.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 7211:2009. Agregados
para concreto - Especificação. Rio de Janeiro.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR NM 248:2003.
Agregados - Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro.

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