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gestão empresarial

Estatística Aplicada à Gestão

Estatística:
conceitos iniciais
1
estatística
aplicada à gestão
estatística:
conceitos iniciais

Objetivos da Unidade de aprendizagem


Ser capaz de acompanhar a história da Estatística e
elaborar gráficos representativos de uma população
ou amostra.

Competências
Entendimento de uma situação e de transformação de
dados em informações visuais de fácil entendimento.

Habilidades
Associar a cada tipo de dados um gráfico específico.
Apresentação
Nesta Unidade você verá o que é estatística, suas partes
e aplicações. Além dos objetivos da disciplina, bibliogra-
fia, formas de avaliação, conceitos iniciais bem como os
tipos de variáveis e gráficos.
Bons estudos!

Para Começar
Um pouco de história
Não precisamos mencionar os censos muito antigos rea-
lizados na Babilônia, China e Egito por volta de 3000 a.C.
Nem a Bíblia com instruções a Moisés para um censo, nem
a viagem de Maria e José ao Egito para outro censo. Vamos
nos ater aos matemáticos que a partir do século XVI entra-
ram para a história com suas funções matemáticas para
explicar probabilidades e fenômenos aleatórios.
Conta-nos o Bruni (2008) que Girolamo Cardamo (1500-
1557), advogado e matemático, utilizou grande parte de
sua vida ao jogo e que comportamento se tornou um ví-
cio. O seu conhecimento em jogos de dados foi responsá-
vel pelos primeiros estudos em probabilidade.
Vejamos uma lista de matemáticos que influenciaram
os estudos de probabilidade e a estatística e que serão
mencionados durante o desenrolar desta disciplina: Pas-
cal (1623–1662), De Moire (1667–1754), Laplace (1749–
1827), Gauss (1777–1855), Chelischev (1811–1894), Pear-
son (1857–1936), Gosset (1876–1936), Fisher (1890–1962)
e Kolmogorov (1903–19–), entre outros.
Não podemos nos esquecer da família dos Bernoulli,
que por várias gerações (1623–1863), apresentaram gran-
des contribuições à matemática. Por exemplo, o termo:
“Integral” foi proposto por Jacque Bernoulli em 1680.
Segundo Bruni (2008) Gottfried Achenwall (1719–
1772), da Universidade de Gottigem publicou uma série
de estudos com definição sobre o que seria a estatística.
Fundamentos
Com essa introdução, vem a pergunta: o que é Estatística?
Segundo Mann (2006), de modo geral, Estatística refere-se a fatos
numéricos. Por exemplo, a renda média do brasileiro é de 3 a 5 salá-
rios mínimos.
A maioria dos livros de Estatística, e também Mann (2006), definem Es-
tatística como um conjunto de métodos utilizados para coletar, analisar,
apresentar dados, bem como tomar decisões.
Costa Neto (1977), justifica que um curso de Estatística deve abordar:

→→ Estatística descritiva;
→→ Cálculo de probabilidade;
→→ Amostragem;
→→ Inferência Estatística ou Estatística indutiva.

A Figura 1 representa este conceito:

Figura 1. Partes Probabilidade Estatística Descritiva Amostragem


de um curso de
Estatística.
Fonte: Costa
Neto (1977). inferência estatística

A estatística descritiva procura organizar, exibir e descrever dados utili-


zando tabelas, gráficos e medidas resumidas (Mann, 2006).
O objetivo da inferência estatística é o de tirar conclusões sobre po-
pulações com base em resultados obtidos de amostras subtraídos de
uma população.

Figura 2. Esquema
do funcionamento da
Inferência Estatística.
Fonte: autores, 2010. população

amostra inferência estatística

O cálculo de probabilidade é a ponte entre a Estatística descritiva e a amos-


tragem para chegar-se à estatística indutiva (Inferência estatística).

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Atenção
População é o conjunto de elementos com alguma caracte-
rística em comum.

Exemplos: T
 odos os brasileiros eleitores.
Eleitores maiores de 65 anos.

Cada elemento de uma população ou de uma amostra possui uma carac-


terística em comum, por exemplo, os eleitores do Brasil possuem diversas
características, como idade, renda, local de moradia, etc.
Estas características, de forma geral são chamadas de variáveis, pois
podem assumir diferentes valores para os diferentes elementos.

Definição
Variável é um conjunto de resultados possíveis de um fenômeno. Uma
variável é representada genericamente pelas letras x, y, z, etc.
Por exemplo, numa sala de aula, têm-se alunos com diferentes idades.

Figura 3. Idade um elemento variável


de alunos.
Fonte: autores, 2011. alunos idade (anos)

Maria 21
Sueli 24
Selma 18
Soraia 21

Lembre-se
Aproveitando o exemplo da Figura 3, observe que segundo
as normas NBR 6024 da ABNT (Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas), uma tabela tem sempre seu título e número
colocado no topo e nunca é fechada nas laterais.

Continuando, uma variável pode ser:

→→ Qualitativa: quando seus valores são designados por atributos.


Exemplos: Sexo: masculino, feminino; Renda: alta, média, baixa.
→→ Quantitativa: quando seus valores forem expressos em números.
Exemplos: Idade dos alunos. Tempo de viagem.

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Tabelas
Uma maneira de fornecer informações rápidas a respeito das variáveis
em estudo é apresentá-las em forma de tabela.
Tabela: é um quadro que resume um conjunto de observações (Cres-
po, 2002).
Uma tabela possui várias partes:

→→ Um cabeçalho;
→→ Um corpo;
→→ Uma coluna indicadora;
→→ Linhas;
→→ Casas ou células;
→→ Fonte da informação, notas e chamadas que são colocadas no rodapé.

O nome, ou título, da tabela deve ser a primeira informação dada e deve


ser localizado antes dela; deve conter informações as mais completas pos-
síveis sobre o assunto, respondendo as perguntas: o quê? quando? onde?
As tabelas devem ser numeradas sequencialmente num mesmo capítulo.

Atenção
Ver normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), por exemplo, norma NBR 14724:2011.

Exemplo:

Figura 4. Relação de Tabela 2: Número de turistas que passaram o feriado


turistas de diferentes de tiradentes no hotel do viajante, em Campos do título
estados que Jordão, S.P, 2010
passaram o feriado
no mesmo hotel. estado número de turistas cabeçalho
Fonte: autores, 2011.
São Paulo 123
Minas Gerais 45
Paraná 11 corpo
Bahia 7
Outros 13

Lembre-se
Séries estatísticas apresentam os dados em função da épo-
ca, do local ou da espécie (Crespo, 2002).

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Podem ser classificadas em série histórica, geográfica
e específica.

Exemplo:

Tabela 1. Série mensal mês preço em reais por tonelada


do preço do produto
Janeiro 2550,00
X da indústria
YXW de Janeiro a Fevereiro 2680,00
junho de 2009.
Março 2440,00
Fonte: autores, 2011.
Abril 2580,00
Maio 2750,00
Junho 2490,00

A coleta de dados pode ser resumida através de outra ferramenta mui-


to conhecida e amplamente mostrada em jornais, revistas e livros. São
os gráficos.
Para uma empresa o uso da estatística pelos gerentes e administrado-
res é ferramenta facilitadora para tomada de decisões.

Gráfico
É uma forma de representação dos dados estatísticos que possibilita ao leitor
uma visualização mais rápida e viva do fenômeno em estudo. É uma figura.
Um gráfico deve apresentar, segundo Crespo (2002), algumas pro-
priedades.

→→ Deve ser simples (Evitar excesso de linhas/colunas);


→→ Deve ter clareza;
→→ Deve fornecer informações verídicas.

Os principais tipos de gráficos são:

→→ Diagramas;
→→ Cartogramas;
→→ Pictogramas.

Os diagramas são gráficos geométricos que na maioria das vezes utilizam


o sistema cartesiano (dois elementos).
Cartograma é uma representação sobre uma carta geográfica.

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Pictogramas são gráficos muito utilizados em jornais e revistas, pois
chamam a atenção do leitor para o assunto de uma forma sugestiva atra-
vés de figuras.
Observar a figura indicativa na página inicial desta UA.

Tipos de diagrama
Os gráficos são figuras. Devem ter o seu nome, indicado como figura, co-
locado na parte inferior do desenho e na linha imediatamente a seguir,
colocar a fonte dos dados.

Dica
Não esquecer-se de nomear os eixos.

Sejam os dados apresentados na Tabela 2. Eles serão utilizados como


exemplo para apresentação de diversos tipos de gráficos.

Tabela 2. Número de ano número de funcionários


funcionários da XYZ.
Fonte: autores, 2011. 1980 400

1990 600

2000 910

2010 1580

1. Gráfico em linha ou curva

Figura 5. Número de 1800


funcionários da XYZ. 1600
número de funcionários

Fonte: autores, 2011.


1400
1200
1000
800
600
400
200
0
1980 1990 2000 2010

ano

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Aconselha-se ao leitor consultar Crespo (2002, ou outra edição) para de-
talhes de elaboração de gráficos e Bruni (2008) para verificar falhas na
elaboração de gráficos.

2. Gráfico em coluna

Figura 6. Número de 1800


número de funcionários

funcionários da XYZ. 1600


Fonte: autores, 2011. 1400
1200
1000
800
600
400
200

1980 1990 2000 2010


ano

Os dados da Tabela 2 servem de exemplo para outros tipos de gráficos.

3. Gráfico em barras

Figura 7. Número de
funcionários da XYZ.
2010
Fonte: autores, 2011.
2000

1990
ano

1980

500 1000 1500 2000

número de funcionários

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4. Gráfico de setores

Figura 8. Número de 1980


funcionários da XYZ.
400 funcionários
Fonte: autores, 2011.

2010 1990

1580 funcionários 600 funcionários

2000

910 funcionários

5. Gráfico em colunas justapostas


Seja o seguinte exemplo do número de funcionários da ABC por idade e
sexo em 2010.

Tabela 3. Número idade masculino feminino total


de funcionários da 20 2 4 6
ABC por idade e
21 4 6 10
sexo em 2010.
22 7 9 16
Fonte: autores, 2011.
23 9 5 14
24 3 6 9
25 2 5 7
total 27 35 62

Desta forma, pode-se apresentar estes dados em um gráfico de colunas


justapostas segundo a Figura 10.

Figura 9. Número 9
de funcionários da 8
ABC por idade e
7
total de funcionários

sexo em 2010.
6
Fonte: autores, 2011.
5
4
3
2
1

20 21 22 23 24 25

idade feminino masculino

Estatística aplicada à gestão / UA 01 Estatística: Conceitos Iniciais 10


No gráfico de colunas justaposta, conforme Figura 10, cada coluna repre-
sentando quantidades de funcionários por sexo masculino e feminino,
são colocadas lado a lado em relação a cada idade considerada.

6. Gráficos de barras sobrepostas

16
Figura 10. Número
total de funcionários

14
de funcionários da
ABC por idade e 12
sexo em 2010. 10
Fonte: autores, 2011. 8
6
4
2

20 21 22 23 24 25

idade feminino masculino

No gráfico de colunas sobrepostas, o valor total é também observado


nas colunas.
No gráfico de colunas sobrepostas, conforme Figura 11, cada coluna
representa quantidades de funcionários por sexo masculino e femini-
no; observa-se também o número total de funcionários por idade em
cada coluna.
Outros tipos de gráficos são conhecidos. Por exemplo:

→→ Gráfico Polar: baseado na representação trigonométrica dos pontos


num plano. Exemplos destes gráficos são os utilizados em empresas
de transportes, no tacógrafo, para mostrar a velocidade dos veículos
no decorrer no dia;
→→ Gráfico de dispersão: são os gráficos de pontos;
→→ Histogramas: são gráficos de colunas para representar distribuições
de frequências.

Observar que em planilhas eletrônicas estes gráficos são apresentados de


forma muito elegante, podendo ser mudados de um tipo de gráfico para
outro com um simples clicar de botão.

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antena
parabólica
Segundo Lopes (2009) “gráficos facilitam a visualização
de valores e são amplamente utilizados na apresenta-
ção de dados estatísticos”. Somente para exemplificar,
índices de mercado de ações, gráficos comparativos de
evolução de mercado podem ser encontrados no portal
“O acionista”. O site apresenta, semanalmente, tabela
atualizada da evolução do Ibovespa, do volume diário
de negócio, da cotação do dólar comercial americano e
do Risco Brasil com breve comentário sobre as variações
ocorridas no período.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, entida-
de da administração pública federal é responsável pela
realização de censos e da organização de dados colhidos
nesses censos. Mantém pesquisas nas áreas de Indús-
tria, Comércio, Serviços, entre outras. Tabelas e gráficos
são ferramentas amplamente utilizadas para visualiza-
ção de informações.
Um especialista em Gestão Empresarial terá uma
grande ajuda para apresentação de informações rele-
vantes com a utilização de Tabelas e Gráficos.

E agora, José?
Esta primeira UA trouxe um pequeno resumo da história
da matemática e onde há ligação com a estatística. Mui-
tos matemáticos famosos são citados.
A ciência estatística foi divida em quatro grandes par-
tes: Estatística descritiva; Amostragem; Probabilidade e
Inferência Estatística.
Tabelas e gráficos apresentados são ferramentas
úteis para visualização de dados.
Na UA 02 iremos ver como representar dados esta-
tísticos resultantes de variáveis quantitativas quando os
dados são fornecidos de forma desorganizada.
Desta forma, vamos ver: distribuição de frequências,
diagrama de galhos e folhas, bem como o histograma.
Referências
BOYER, C. B. História da matemática. São Pau- O acionista. Blog. Gráficos comparativos. [s.d].
lo, Edgard Blücher, 1974. Disponível em: <http://www.acionista.com.
BRUNI, A. L.  Estatística aplicada à gestão br/graficos_comparativos/indicadores_
empresarial. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008. mercado.htm>. Acesso em: abr. 2012.
COSTA, N.  Estatística. São Paulo: Edgard IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
Blücher, 1974. tica. Disponível em: <http://www.ibge.gov.
CRESPO, A. A.  Estatística fácil. 18ª Ed. São br>. Acesso em: abril 2012.
Paulo: Saraiva, 2002. História da Estatística. Biografias. Nigthinga-
LOPES, P. A. Probabilidade e estatística. Rio le. PUC/RS. [s.d.] Disponível em: <http://
de Janeiro, Reichmann & Affonso Edito- www.pucrs.br/famat/statweb/historia/
res, 1999. daestatistica/biografias/Nigthingale.htm>.
MANN, P. S. Introdução à estatística. Rio de Acesso em: abr. 2012.
Janeiro: LTC, 2006.
Brasil Escola. Plano Cartesiano. [s.d]. Dispo-
nível em: <http://www.brasilescola.com/
matematica/plano-cartesiano.htm>. Acesso
em: abril 2012.

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