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Coluna Comporte-se

Data 18/01/2023

Título: Quem construiu as pirâmides do Egito?

Olá.

Perguntinha mais idiota esta, não? Claro que foram os faraós!

Eu não perguntei quem financiou, perguntei quem construiu e aí está a diferença sobre o que
quero falar com você agora. Está preparado?

No ano de 2023 uma das empresas mais icônicas do mundo, faz 120 anos. Estou falando da
marca de motocicletas Harley Davidson e tirando o fato de a maioria dos compradores deste
modelo de motocicleta ser tão velho quando as pirâmides, este não seria um tema para o
nosso artigo, exceto por uma frase dita por um dos fundadores da empresa, Walter Davidson,
em 1903, quando seu sócio e também fundador da empresa Willian S. Harley logo nos
primeiros meses da empresa decidiu que sua família precisava de segurança e trocou a
empreitada da criação de motocicletas por uma proposta de emprego em uma nova fábrica de
carros.

Harley era um engenheiro muito talentoso, tanto que mesmo após ter perdido a prova de
qualificação para a faculdade de engenharia (chegou atrasado), enviou seus desenhos para a
Universidade de Wisconsin-Madison e foi prontamente aceito. De verdade um gênio. Pois
bem, Harley que havia se associados aos irmãos Davidson para fundar a empresa que se
tornaria uma religião em determinado ponto da jornada, muito influenciado por sua família
decide deixar a “start-up” e procurar um “emprego de verdade” com salário e benefícios. Um
problema e tanto para a nova empresa e durante a discussão sobre a decisão, seu sócio Walter
disse a seguinte frase:

Milhares de pessoas trabalharam na construção das pirâmides e no nome de nenhum deles


está nelas!

Isso foi como um soco no estomago do nosso amigo que voltou para casa, ponderou e
reconheceu que na nova empresa, ele seria um engenheiro responsável pelos automóveis,
criaria coisas incríveis e no final, nenhuma delas seria dele, pois havia sido contratado e pago
para cria-las.

Não. Isso não é um manifesto anticapitalismo, muito pelo contrário.

Sou empresário desde que me lembro e com todas as dificuldades de ser e fazer não penso em
outra forma de geração de renda que não seja esta. Também não que te convencer a mudar
de vida, largar o emprego e empreender, porque, de verdade, quem tem o viés empreendedor
não precisa deste tipo de convencimento. Quero apenas chamar sua atenção para alguns
fatores que podem indicar que você tem algo muito precioso em mãos e provavelmente não
pensou que isso poderia se tornar uma fonte de renda.

Que o brasileiro é um povo criativo e inteligente, não temos a menor dúvida. Somos até
conhecidos como os reis da gambiarra. Isso porque moramos aqui, abaixo da linha do equador.
Caso morássemos na terra do Tio Sam, seríamos conhecidos como “the Hack masters” Olha só
como soa até mais comercial. Bem voltando ao tópico, somos um povo inteligente e criativo,
mas, todavia, somos também um povo acostumado a ter emprego, e não a gerar emprego.

Trabalho com mentoria e consultoria a décadas e neste tempo conheci tantos joãos e marias
no chamado chão de fábrica com ideias absolutamente brilhantes, que foram implementadas
e sumiram, mastigadas pelos processos industriais. Estas pessoas, seja por sua formação ou
sua simples forma de ver o mundo, quando encontravam uma solução brilhante pensaram
imediatamente: Vou apresentar ao meu supervisor.

Com isso, receberam parabéns, o título do funcionário do mês até uma recompensa
econômica como a melhor ideia, mas de fato, não mudaram suas vidas. Fora do nosso
pequeno e verde país, quando uma pessoa de depara com uma ideia minimamente boa ela já
pensa: Isso pode ser um bom negócio e a partir daí pensa em como transformar aquilo em
renda. Não em reconhecimento rápido. Esta é a diferença.

Você provavelmente não conhece o Sr. Artur Fischer, mas a sua casa tem centenas de coisas
simples criadas por ele. Fisher foi o inventor da bucha de parede. Sim, aquela de plástico que
usamos para colocar parafusos. Em última análise, uma gambiarra que coloca um pedacinho
de plástico em um furo para que o parafuso não saia em contato com o concreto ou tijolo. Se
esta ideia ficasse como uma “sugestão de caixinha” seria copiada como tantas outras e o Sr.
Fisher não teria o dinheiro que teve.

Este é o ponto meu querido leitor. Olhe a sua volta. Pense nas soluções que você tem criado,
seja no trabalho, seja em sua casa. Não precisa ser um objeto como o do senhor Fisher nem
algo complexo como uma motocicleta. Pode ser um processo novo, uma nova forma de se
medir algo, uma simplificação em uma embalagem. Enfim, coisas que resolvem problemas.

O mundo precisa de soluções e cada vez mais soluções simples pois vivemos tempos muito
complexos. Com a capacidade de divulgação que temos no mundo digital, suas boas ideias vão
ganhar asas rapidamente e quem sabe, com o tempo, você não precise mais se preocupar se
estará empregado, mas sim, quantos empregos precisa gerar para manter sua ideia viva e
ajudando pessoas mundo afora.

Pense nisso. Acredite no seu potencial e se precisar conversar, estarei por aqui.

Edson

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