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A silvicultura do eucalipto no estado de Goiás: um registro histórico via

sensoriamento remoto.
Sabrina Oliveira, Ueslei José, Gabryel Eduardo e Aline de Paula.
Grupo: 04

Tendo em vista o aumento da população mundial nas últimas décadas, cria-se a necessidade de
produzir mais alimentos, fibras e energia. Aliado ao crescimento desses elementos, torna-se necessário
uma produção sustentável e economicamente viável. O uso de ferramentas que trazem informações
precisas, de formas espaciais e sinópticas, de baixo custo e potenciais benefícios, são verdadeiros aliados
na formação de um banco de dados, que devem ser atualizados constamentes, a fim de construir um
planejamento florestal.
Os mapas de geomorfologia e solos analisados neste artigo, foram obtidos no Sistema de
Geoinformações do estado de Goiás (SIEG), imagens de 2015. Estas imagens foram usadas para elaborar
um novo mapa de uso do solo de Goiás com plantios florestais, para comparação com o Projeto de
Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio) realizado em 2002 e
pelo Projeto TerraClass Cerrado realizado em 2013,
A metodologia utilizada no mapeamento de uso do solo da Probio foi feita pelo sistema de
classificação do IBGE (1992), o qual explica que, nas áreas de reflorestamento e/ou florestamento, é
quase impossível de se identificar a espécie utilizada, mesmo em se tratando de grupos bem diferentes,
como por exemplo Eucalyptus e Pinus. No projeto TerraClass Cerrado, o mapeamento refere-se às áreas
de monocultura, geralmente de ciclo anual, sobretudo de grãos. O TerraClass Cerrado também não traz
distinção das espécies dentro da classe Silvicultura. As imagens foram processadas utilizando os
softwares ArcGis® e ENVI®, com sistema de projeção e coordenadas geográficas, datum Sirgas 2000.
Em 2007, Goiás apresentou uma redução de áreas plantadas de aproximadamente 2,15% em
relação a 2006. No ano seguinte, as áreas com plantios representaram 3,68% de aumento, passando de
115.860 ha para 128.377 ha. Em 2010, tais áreas voltaram a sofrer redução de 0,55%. A partir de 2014,
as áreas com plantios florestais atingiram 133.384 ha, um aumento de 0,38% com relação à área em
2013, expansão que continuou em 2015, com uma área total plantada de 135.770 há. Pode-se observar
que muitos plantios se encontram em áreas com latossolos, cambissolos e argissolos, isso porque esses
solos são adequados ao uso de maquinários, devido a características físicas e ao relevo, bem como pela
elevada permeabilidade. Ademais, alguns solos são dotados de maior fertilidade química, enquanto
outros podem se apresentar como solos rasos.
Entre 2005 e 2015, a área com plantios florestais em Goiás teve um crescimento absoluto de 75
mil ha, principalmente de eucalipto, com pequenas flutuações ao longo do período. Os dados iniciais
foram divulgados pela Abraf em 2006, totalizando 60.872 ha em 2005, sendo a maioria de eucalipto. Em
2015, a Ibá divulgou 135.770 ha de florestas plantadas em Goiás, enquanto o IBGE encontrou 143.070
ha. No entanto, um mapeamento neste estudo acordos 162.516 ha, mostrando uma subestimação pela
Ibá. Em 2013, dados do IBGE apontaram que 27 municípios não informaram áreas com plantios
florestais, número limitado para 9 em 2015. A falta de dados pode ser devido à falta de pessoas para
fornecer informações. A expansão das áreas plantadas com florestas em Goiás é impulsionada pela
produção de celulose, papel e energia. No entanto, as oscilações climáticas e de mercado podem afetar a
rentabilidade das culturas. As áreas de florestas plantadas tendem a ocupar áreas de pastagens ou de
vegetação nativa, sendo afetadas principalmente em Neossolos e zonas de erosão. A geomorfologia de
Goiás apresenta formas denudacionais que podem limitar a produtividade dos plantios. Diversos autores
destacam a importância do manejo adequado do solo e da planta para aumentar a produtividade
florestal. Existem possíveis riscos e benefícios na expansão agrícola sobre áreas de pastagens
degradadas, com a necessidade de considerar os recursos hídricos, fauna e flora. A variabilidade de solos
e topografia em Goiás reflete as amplas possibilidades de expansão das florestas comerciais, mas
também a sensibilidade dos ecossistemas à perturbação antrópica.
As mesorregiões em Goiás com as maiores áreas plantadas com florestas comerciais são a Sul,
Leste e Norte. Os resultados encontrados estão coerentes com a real condição de plantios no estado de
Goiás. Desse modo, destaca-se a importância das técnicas de sensoriamento para o monitoramento do
uso do solo, em especial para o setor madeireiro, garantindo também o acesso aos dados espaciais para o
público em geral.

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