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POSSIBILIDADES DE RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE SOLOS DEGRADADOS


DEVIDO AO MANEJO INCORRETO NAS ATIVIDADES DE AGRICULTURA NO
MUNICIPIO DE ARROIO DOS RATOS/RS

Yasmin Souza Lopes


Acadêmica do Curso de Tecnólogo em Gestão
Ambiental da ULBRA São Jerônimo.

Roséli Azi Nascimento


Bióloga, Mestre em Medicina Veterinária, Consultora
em Meio Ambiente, Planejamento e Desenvolvimento
Regional e Professora da
ULBRA São Jerônimo
ABSTRACT
Considering the focus on soil conservation practices and recovery of degraded areas, this
study had as objectivepropose ways of recovery of areas with degraded soils from the
recognition of actions due to incorrect handling of agricultural activities in rural properties of
the municipality of Arroio dos Ratos / RS. The idea of 'sustainable agriculture' reveals,
before everything, the growing dissatisfaction with the status of modern agriculture. It
indicates the social desire for productive systems that, simultaneously, conserve natural
resources and provide healthier products, without compromising the technological levels
already achieved of food security. It results from emerging social pressures for agriculture
that does not damage the environment. The present report shows the results of a
bibliographic research, qualitative-quantitative, descriptive and inductive method, through a
data collect by means of forms applied to family farmers in the rural area of the municipality
of Arroio dos Ratos. Through the analysis of the results, it was observed that with the
approach of this theme the results were positive, and that with the application of ways of
planting and recovery of areas, the family farmer has expanded his knowledge and realized
the importance the importance of what it is necessary conserving the environment for a
better quality of life.

Keywords: Soil, Agriculture, Environmental Degradation and Areas Recovery

RESUMO:

Considerando o enfoque nas práticas de conservação dos solos e recuperação de áreas


degradadas, este estudo teve como objetivo propor formas de recuperação das áreas com
solos degradados a partir do reconhecimento de ações devido ao manejo incorreto nas
atividades de agricultura em propriedades rurais do município de Arroio dos Ratos/RS. A
ideia de uma ‘agricultura sustentável’ revela, antes de tudo, a crescente insatisfação com o
status da agricultura moderna. Indica o desejo social de sistemas produtivos que,
simultaneamente, conservem os recursos naturais e forneçam produtos mais saudáveis,
sem comprometer os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar. Resulta de
emergentes pressões sociais por uma agricultura que não prejudique o meio ambiente. O
presente relatório apresenta os resultados de uma pesquisa bibliográfica, qualiquantitativa,
descritiva e com método indutivo, através de uma coleta de dados por meio de formulários
aplicados para agricultores familiares da zona rural do município de Arroio dos Ratos.
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Através da análise dos resultados, foi observado que com a abordagem deste tema os
resultados foram positivos, e que com a aplicação de formas de plantios e recuperação das
áreas, o agricultor familiar ampliou seus conhecimentos e percebeu a importância de que é
necessário conservar o meio ambiente para que haja uma melhor qualidade de vida.

Palavras-Chave: Solo, Agricultura, Degradação Ambiental e Recuperação das Áreas.


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1-INTRODUÇÃO

As atividades agrícolas são as mais antigas atividades humanas. Mais da metade da


população mundial sobrevive com o trabalho nas fazendas, na produção de alimentos e
outras matérias primas para indústria. Consequentemente, a consciência dos problemas
resultantes do modelo agrícola atual e em resultado de técnicas rudimentares do passado e
a necessidade de conciliar um sistema produtivo que conserve os recursos naturais e
forneça produtos para o sustento da humanidade.

A erosão dos solos é caracterizada pela perda da camada superficial do solo,


reduzindo a sua capacidade de produção, sem os devidos cuidados e manejo adequado
durante o cultivo do solo os processos erosivos podem evoluir passando de um pequeno
arraste de sedimentos até a abertura de grandes valas no terreno, tornando-se impróprios
para a atividade seja agrícola ou pecuária.

O Brasil possui características continentais por ser um país extenso, com diversas
condições climáticas, consequentemente existem diferentes tipos de solos. Os fatores
responsáveis pelas diferenças de solos é o clima, material de origem, tempo, a declividade
do terreno entro outros. O tratamento indevido do solo pode vir a mudar as características
do mesmo e ser prejudicial tanto para a atividade agrícola e principalmente a natureza.
Estas preocupações incluem a perda de solo pela erosão, manutenção da produtividade
agrícola e sustentabilidade do sistema, proteção de áreas naturais, o bom funcionamento
dos ecossistemas e o efeito adverso da contaminação de solos sobre a saúde humana.

Mesmo que na maioria das áreas cultivadas os agricultores estejam utilizando-se de


técnicas como; plantio direto e rotação de culturas, reduzem as agressões ao solo, mas no
passado as técnicas utilizadas foram muito agressivas e em alguns casos irreversíveis.
A exploração ambiental está diretamente ligada ao avanço do complexo
desenvolvimento tecnológico, científico e econômico que, muitas vezes, tem alterado de
modo irreversível o cenário do planeta e levado a processos degenerativos profundos da
natureza (RAMPASSO, 1997).

Dentre os processos degenerativos profundos da natureza Ehlers (1999), destaca a


erosão e a perda da fertilidade dos solos; a destruição florestal; a dilapidação do patrimônio
genético e da biodiversidade; a contaminação dos solos, da água, dos animais silvestres, do
homem do campo e dos alimentos.
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A escolha desse tema se deve à relevância e importância das possibilidades de


recuperação das áreas de solos degradados devido ao manejo incorreto nas atividades de
agricultura no município de arroio dos ratos.

2- Metodologia:

O projeto iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica, por meio de livros, sites, revistas,
monografias já realizadas e artigos, para aprofundamento sobre o tema, além de ser
possível a realização deste relatório, houve necessidade de ampliar as informações sobre
os agricultores do município de Arroio dos Ratos, bem como sobre produção agrícola, como
são realizadas as plantações, como é feito o plantio, quais métodos são utilizados e sua
consciência ambiental, visando então, à aplicação de práticas sustentáveis na agricultura de
forma efetiva, de modo a influenciar na possível dos hábitos dos agricultores familiares.

3- Fundamentação Teórica

3.1 DESCRIÇÃO DA AGRICULTURA DO MUNICIPIO DE ARROIO DOS RATOS/RS

A história de Arroio dos Ratos está ligada à exploração do carvão. A partir da


descoberta do mineral em 1853, a cidade iniciou um importante ciclo econômico,
permanecendo durante décadas, o principal polo da indústria carbonífera brasileira. Quando
da desativação das minas, buscou-se outras alternativas de crescimento, atingindo o setor
agropecuário, o comércio e a indústria. Com uma área total de 425,9 Km² e uma população
de pouco mais de 14.000 habitantes, o município estruturou seu distrito industrial de 70
hectares, para receber empresas das mais diversas áreas. A economia da cidade se baseia
principalmente na agricultura, especialmente na produção de madeira e melancia,
ostentando o título de “Capital Nacional da Melancia”. Atualmente a plantação de melancia
esta em baixa com isso houve o crescimento da plantação de soja no município, foi acerca
da década de 1970 e 1980 que começou o plantio, mas em 2000 a 2010 o plantio subiu
para quase 80%, cerca de 3 mil hectare à apenas 400 hectares de melancia, alem de outros
tipos de alimentos que são produzidos no município mas com pouco quantidade
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O município possui poucas famílias agrícola, maioria trabalha com o chamado “


proprietário e arrendatário” que visa o aluguel de terras para o plantio, mas grande partes
destas áreas plantadas acontecem casos de degradação dos solos pelo manejo incorreto,
foram constados muitas casos, com algumas áreas de mata nativa.

Em 2018 o município de Arroio dos Ratos, completará 54 anos de emancipação


política e vem colaborando no crescimento social, econômico e cultural do estado e do país,
principais atividades econômicas locais, na produção primaria são a cultura anuais de Arroz,
melancia e milho; hortifruticultura, bovinocultura de leite e de corte, suinocultura e avicultura
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ARROIO DOS RATOS, 2017).

O município não possui alguma modalidade de unidade de conservação no seu


território, é prudente identificar e estudar áreas em conformidades com orientações de
ordenamento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), com o potencial
de cumprir com as justificativas da existência de áreas naturais conservadas.

Identifica-se Área de Preservação Permanente – APP ao longo dos recursos hídricos


tais como o Arroio dos Ratos e Arroio dos Cachorros. Percebe-se ainda na região áreas de
matas nativas, que se restringem às florestas Ripárias com sinais de degradação em alguns
pontos. A região sofreu a introdução de espécies exóticas, tanto herbáceas como lenhosas,
com áreas destinadas ao reflorestamento, como acácia negra e Eucalipto, áreas
desmatadas com predomínio de campos, com vegetação de coqueiros, maricás, vassouras
(Baccharis sp.) entre outras vegetações rasteiras.

Segundo dados da FEE, entre 2000 e 2008, Arroio dos Ratos apresentou variação
positiva de 28,7% de seu PIB, um crescimento acima da média da região (22,7%) e bem
acima da média do Rio Grande do Sul no mesmo período (16,1%). Já o PIB per capita de
Arroio dos Ratos cresceu também acima da média da região e do Estado: em torno de
22,5% contra 7,1% da região e 9,7% do Estado.
As principais atividades econômicas locais, na produção primária são: culturas anuais
(arroz, melancia e milho), hortifruticultura, bovinocultura de leite e de corte, suinocultura,
silvicultura e avicultura, conforme dados apresentados nas tabelas abaixo, tendo como base
os anos de 2005 e 2006.

 Tabela de culturas anuais do município de Arroio dos Ratos.


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Culturas Anuais Área (ha) Rendimento (t) Produção total (t)


(Fonte:Secretaria de
Agricultura e EMATER)
Produto
Amendoim 3 0,66 2
Batata- doce 120 12,00 1440
Batata Inglesa 3 8,00 24
Cana-de-açúcar 8 30,00 240
Cebola 10 13,00 130
Feijão 120 0,72 86
Fumo 40 2,10 84
Mandioca 400 12,00 18,00
Melancia 550 25,00 13750
Melão 40 4,00 160
Milho 350 2,15 753
Soja 300 2,28 684
Trigo 300 150 450
Figura 1: Tabela de culturas Anuais. Fonte:Secretaria de Agricultura e EMATER.

Figura 2: Cobertura vegetal do município de Arroio dos Ratos. Fonte: Secretaria Municipal de
agricultura/ Meio ambiente.

3.2 AGRICULTURAS SUSTENTÁVEIS

Agricultura sustentável é aquela que respeita o meio ambiente, é justa do ponto de


vista social e consegue ser economicamente viável. A agricultura para ser considerada
sustentável deve garantir, às gerações futuras, a capacidade de suprir as necessidades de
produção e qualidade de vida no planeta.
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O setor agrícola encontra-se atualmente frente a um enorme desafio, qual seja,


aumentar a produção de alimentos e outros produtos agrícolas, sem causar a degradação
do meio ambiente. Neste sentido, busca-se um novo modelo de agricultura, no qual, o
aumento da produção e da produtividade dos alimentos ocorra sem que haja o
comprometimento da base dos recursos naturais. Embora haja esforços neste caminho
sustentável, grande parte dos agricultores brasileiros ainda desrespeitam o meio ambiente e
não são responsáveis do ponto de vista social e trabalhista.

O novo modelo de agricultura proposto pressupõe o aumento da produtividade dos


sistemas agrícolas, a produção de alimentos de boa qualidade, o maior retorno financeiro
dos empreendimentos, o uso reduzido de insumos agrícolas, baixa dependência
tecnológica, o uso sustentável dos recursos naturais e o mínimo de impactos adversos ao
meio ambiente.

“(…) no Brasil a globalização e a modernização da agricultura trouxeram como


correlatos do desenvolvimento econômico e tecnológico, a degradação e o
esgotamento dos recursos naturais, bem como a concentração fundiária e de renda e,
consequentemente, a exclusão e a violência no setor rural. Os cinco produtos
agrícolas mais importantes que contribuem para as exportações (67% em 2002 e 60%
em 2003) são produzidos por meio de práticas agrícolas, que estão, de uma forma ou
de outra, associadas ao desmatamento, à erosão e à contaminação dos solos e dos
mananciais hídricos”. (DUARTE, 1998 apud ASSAD e ALMEIDA, 2004, p. 7).

Na busca de um novo modelo de agricultura sustentável deverá ser levantada


também a discussão de temas importantes, a exemplo de adoção de técnicas de produção
agro-ecológicas, modelos de pesquisa e extensão rural vigentes, reforma agrária,
agricultura familiar, segurança alimentar, entre outros temas, como condições fundamentais
para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável; No plano institucional, existe uma
clara disposição governamental no sentido de implantação de um novo modelo de
agricultura, uma agricultura mais racional, mais limpa, sendo que esta preocupação
governamental está contemplada no plano teórico, sendo uma das metas do atual governo
(BELLIDO 1994).

3.3 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DOS SOLOS

Vários fenômenos são responsáveis pela degradação dos solos, entre os quais:
erosão ou desertificação; aplicação de tecnologias inadequadas, como o uso excessivo de
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produtos químicos; e a destruição desenfreada da vegetação que o cobre. Se algo não for
feito imediatamente, problemas como a degradação.

Equilíbrio dos ecossistemas e a escassez de alimentos podem se tornar uma realidade


em um curto prazo. Pensando nisso, foram desenvolvidos técnicas e planejamentos
específicos para o manejo deste meio natural. Mas, infelizmente tais ações deixam de ser
aplicadas, afinal, trata-se de processos muitas vezes caros. Técnicas de conservação dos
solos: Plantio em curvas de nível

Nesta técnica o plantio acompanha os níveis do terreno, seguindo cotas altimétricas ao


longo das encostas. Entre os principais benefícios desta forma de plantio é que devido à
inclinação a velocidade da água escoada é reduzida, e isso, contribui na retenção de água
pelo solo umedecendo e aumentando a infiltração, o que consequentemente, leva a uma
maior produção. Tal técnica evita ainda a erosão (desgaste) dos solos.

• Adubação

Esta técnica é empregada, geralmente, para diminuir a erosão e manter os solos cobertos
entre um plantio e outro. A ideia é propor plantio de cultura que aumente a fertilidade do
solo, mas não necessariamente esta precise trazer lucro para o agricultor. Como resultado
da aplicação deste processo, o próximo plantio terá maior produtividade, esta técnica é
conhecida como adubação verde; Outra forma de adubação é incorporar produtos químicos
que contenham substâncias perdidas pelo solo, seja devido a erros de manejo ou a erosão.
Podem ser utilizados adubos orgânicos (esterco, por exemplo), ou, minerais (os
industrializados).

• Terraceamento

Aqui, a ideia é projetar uma estrutura transversal inclinada. Esta estrutura será composta de
uma barragem e um canal, com a finalidade de reter e infiltrar a água da chuva nas partes
em nível, ou ainda, escoar vagarosamente para áreas próximas das partes em desnível.
Como resultado, a velocidade de escoamento da água da chuva é diminuída, o que resulta,
não apenas em uma maior produtividade, mas também no abastecimento de aquíferos
existentes.

• Rotação de culturas

Consiste em mudar, anualmente, culturas vegetais em um mesmo terreno, a ideia é que


tal cultura seja lucrativa para o solo e também para o bolso do produtor. Entre os benefícios
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que a rotação de culturas pode trazer está a reposição da matéria orgânica e a recuperação
química, física e biológica do solo. Além disso, em longo prazo, auxilia no controle de
pragas.

• Plantio direto

Aqui o produtor mantém palha e restos de culturas anteriores sobre o solo, o que garante
proteção e evita, principalmente, a erosão. Outros benefícios são a redução do impacto
ambiental, além disso, a água é infiltra com maior facilidade no solo que também se torna
mais enriquecido organicamente. Nesta técnica os custos de produção podem ser
diminuídos, afinal, o processo de aragem é dispensado. Quanto menos mexer no solo
melhor.

• Reflorestamento

Reflorestar uma área, nada mais é do que deixá-la em seu estado natural, aquele
encontrado antes da utilização do solo para cultivo, aqui a vegetação natural deve ser
recuperada, para que possa atuar sobre o solo desgastado. As contribuições da aplicação
deste processo são muitas, entre elas: evitar a erosão, também, possibilita uma melhor
infiltração da água no solo, que por consequência chegará aos lençóis freáticos. Por fim, o
(re) plantio auxilia no equilíbrio do ecossistema.
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A cada dia surgem novas técnicas e processos que podem ser aplicados para
conservação dos solos. Há técnicas que corrigem a acidez em um determinado local, outras
recuperam áreas de pastagem a partir do replantio, e também há técnicas mais sofisticadas
que buscam estudar a situação dos solos, avaliando sua produtividade e fragilidade levando
em conta as bacias hidrográficas próximas, o relevo, o clima e a vegetação. Outros
especialistas falam ainda em associar o plantio de determinadas culturas com a criação de
aves, suínos e gado. O fato é que os solos vêm sofrendo a ação do homem, e, apesar de
levarem milhares de anos para serem completamente destruídos, já vem dando sinais de
crise. Agora é necessário focar em ações de sustentabilidade e conservação, e torcer, para
que os resultados sejam bons.

3.4 RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS

Solos degradados são aqueles que sofreram transformações físicas, químicas e


biológicas, devidos às alterações climáticas. A degradação do solo provoca uma diminuição
da sua capacidade de produzir, principalmente pela ação da erosão e pelo
uso indevido dos solos agrícolas. Estes solos apresentam baixa fertilidade motivada pela
exportação de nutrientes pelas colheitas e às perdas dos mesmos por volatilização,
lixiviação, não havendo, em muitos casos, a reposição dos elementos essenciais às
plantas.

A compactação do solo, a redução do teor de matéria orgânica, as queimadas, a


monocultura, o uso incorreto de corretivos do solo e de fertilizantes são outras fontes
importantes para causarem a degradação dos solos agrícolas. Quando se tem um solo
degradado devemos pensar em recuperação do mesmo. Criar condições para aumentar a
sua fertilidade, a sua proteção, o aumento das propriedades biológicas, criando condições
propícias para o desenvolvimento das plantas e o retorno da produtividade.

A perda de condições desejáveis do solo, relacionadas com o crescimento de plantas


e ambiente, tem sido considerada como degradação do solo (REINERT, 1990).
23

Esta definição refere-se à perda de produtividade dos solos decorrentes da


diminuição de quantidades de nutrientes, matéria orgânica, mudanças em atributos físicos e
outras consequências adversas. Esta degradação da estrutura do solo causa perda de
condições favoráveis ao desenvolvimento vegetal e predispõe o solo à erosão hídrica
acelerada (ALBUQUERQUE et al., 1995).

As taxas de aumento de agregação, no entanto, estão relacionadas à textura do solo,


ao manejo e aos sistemas de cultura adotados. A degradação e o processo inverso, que é a
recuperação da estabilidade estrutural, são pelo menos duas vezes mais rápidos em solos
arenosos do que em solos argilosos. A condição inicial do solo quando da adoção do
sistema de plantio direto tem influência decisiva na condição estrutural resultante. Quando o
sistema de plantio direto inicia em solo nunca cultivado, há evidências de perdas da
qualidade dos solos muito menores do que quando se inicia sistemas com mobilização do
solo (BRITO et al., 1996).

Figura 3: Modificações do Solo(Modificado de Bitar & Braga, 1995)


24

Figura 4: Diferentes graus de erosão ;Fonte: https://www.google.com.br/search

Figura 5: Relação em diferentes tipos de vegetação com a porcentagem de chuva e quantidade de


erosão nos solos. Fonte: Revista Universitária de meio ambiente
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A recuperação de áreas degradadas é um conjunto de ações multidisciplinares,


idealizadas e executadas por profissionais de diferentes especializações que visam
proporcionar o restabelecimento de condições de equilíbrio e sustentabilidade existentes
anteriormente em um sistema natural (Griffith & Dias, 1998).

Para o projeto de avaliação mundial da degradação do solo (GLSOD - Global


Assesment of Soil Degradation), os fatores de degradação de solo são:
- Desmatamento para fins de agricultura, florestas comerciais, construção de estradas e
urbanização;
- Superpastejo;
- Atividades agrícolas, com o uso insuficiente ou excessivo de fertilizantes, uso de água de
baixa qualidade na irrigação, uso inadequado de máquinas agrícolas e ausência de práticas
agrícolas.
- Exposição do solo à ação dos agentes erosivos pela exploração intensa da vegetação;
- Atividades industriais ou bioindustriais que causam a poluição do solo.

Atualmente cerca de 20% do solo mundial (1.966 10 6 ha) encontra-se degradado


distribuído nas diferentes regiões do planeta:

Região Porcentagem
América do norte 5%
Oceania 12%
América do sul 14%
África 17%
Ásia 18%
América central 21%
Europa 23%
Figura 6: Tabela de áreas degradadas distribuídas em regiões do planeta. Fonte: Maria Teresa
Villela Nogueira Abdo,2006.
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Avaliando-se a área de ação dos fatores de degradação temos a seguinte situação:

Fator de degradação Porcentagem da área


mundial degradada

Superpastejo 34,5%
Desmatamento 29,4%
Atividades agrícolas 28,1%
Exploração intensa da vegetação para fins domésticos 6,8%

Atividades industriais e bioindustriais 1,2%

Figura 7: Fatores de degradação em determinadas situações. Fonte: Maria Teresa Villela Nogueira
Abdo,2006.

No caso da agricultura, a retirada da mata, a implantação de pastagens com o uso


inadequado de insumos onde o solo não fornece nutrientes suficientes para o
desenvolvimento da vegetação, aliada a manutenção de carga excessiva de animais e o
manejo inadequado dos solos sem o uso de práticas conservacionistas são as principais
causas de degradação.

Umas das dificuldades de recuperação destas áreas degradadas está na falta de


diagnóstico precoce, pois a perda de solo com a ocorrência de erosão superficial e a perda
de fertilidade demora a ser percebida pelos agricultores. Para que essa situação seja
evitada a ciência do solo tem tentado associar a degradação à alteração dos parâmetros de
qualidade do solo. Diversos autores têm apontado os parâmetros e atributos de qualidade
do solo e salientam que os valores de referência não devem ser fixos. Os valores de
referência devem ser os obtidos em uma área próxima à área avaliada em que não tenha
havido ação antrópica.

Podem-se citar como indicadores de degradação: Indicadores físicos - textura,


profundidade do solo, profundidade do horizonte superficial e das raízes, densidade do solo,
taxa de infiltração e capacidade de retenção de água. Indicadores químicos - Carbono
orgânico total, matéria orgânica do solo, N total, PH, condutividade elétrica, N, P e K
disponíveis.
Indicadores biológicos - C e N contidos na biomassa microbiana, N potencialmente
mineralizável (incubação anaeróbica) e taxa de respiração do solo.
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Além do manejo inadequado do solo, com ausência de práticas conservacionistas a


retirada da mata natural ou a implantação de uma cobertura vegetal insuficiente acarreta na
aceleração do processo de degradação. A cobertura vegetal protege o solo de diversas
formas: na copa, na superfície e no interior pelas raízes; acrescenta matéria orgânica
deixando os solos mais porosos que, juntamente com as raízes mortas que formam
galerias, facilitam a penetração da água; as plantas tiram água do solo e lançam na
atmosfera pela transpiração; sombreiam o solo diminuindo a evapotranspiração.

Com base nessa situação, além de um trabalho de conservação ter uma abrangência
regional, tomando a bacia hidrográfica como referência, ele deve analisar o uso posterior da
área, dando importância substancial às praticas conservacionistas adotadas, ao manejo de
solo das áreas de contribuição e à cobertura vegetal ou cultura agrícola que aí será
implantada.

3.5 CONSERVAÇÕES DOS SOLOS

É fundamental manter o solo vivo, afinal, é um organismo vivo, por isso é necessário
que esteja sempre protegido e coberto com muita matéria orgânica. Além de proteger o solo
de a luz solar e do impacto direto da chuva, a matéria orgânica é a fonte de alimento para a
vida do solo. Ao se decompor, a matéria orgânica, a fauna do solo e os micro-organismos
participam da ciclagem dos nutrientes para as raízes das plantas (MMA, 2015).

Os homens do campo perceberam a erosão do solo há milhares de anos.


Aprenderam logo que nos terrenos em declive, a água da chuva tende a levar consigo,
colina abaixo, o solo exposto. Nas encostas mais acentuadas, os homens aprenderam a
controlar este fenômeno por meio de terraços planos, cortados nos flancos das colinas. Tais
terraços ainda são comuns em várias partes do mundo. Em terras com declives menos
íngremes, os agricultores adotaram uma técnica conhecida por cultivo em curvas de nível,
na qual os sulcos arados seguem o contorno dos terrenos.
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Na Agricultura trabalha-se com uma pequena porção do solo, chamada de camada


arável, este recurso do meio-ambiente está ligado a outros componentes, como a água, as
plantas, os animais e o homem. Desta forma, tudo que acontece com o solo terá algum
reflexo, positivo ou negativo, no ambiente do qual ele faz parte (ALCÂNTARA, 2008).

Aproximadamente um terço da terra do mundo perdeu parte de sua produtividade


devido à combinação de seca e atividades humanas que reduzem ou degradam o solo
cultivável, como ocorre na desertificação. Sua conservação envolve meios de reduzir a
erosão e restaurar a fertilidade, principalmente pela manutenção da vegetação de
cobertura. Eliminar a aragem e o gradeamento da terra é a chave para reduzir a erosão e
restaurar o solo saudável. Diversos agricultores utilizam a lavoura de conservação, que
prejudica o solo o mínimo possível durante a plantação de safras.

Práticas simples podem ser realizadas para que o solo mantenha-se vivo e fértil
como acumular muita matéria orgânica e aproveitar os resíduos orgânicos e minerais
(cinzas, pó de rocha). Material lenhoso, como troncos e galhos, quando decomposto,
transforma-se em terra preta. Assim, quanto mais madeira depositada sobre o solo, melhor.
Uma dica para organizar a matéria orgânica é colocar o material mais lenhoso em contato
com o solo e cobri-lo com as folhas, assim, acelera a decomposição, pois o ambiente fica
mais úmido e favorável à atividade dos micro-organismos e minhocas (MMA, 2015). A figura
a seguir mostra um solo compactado, sem estrutura, sem vida (à esquerda) e um solo vivo,
estruturado (à direita).

Figura 8 – Solo compactado, sem vida (à esquerda), e um solo vivo (à direita).


Fonte: MMA, 2015
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3.6 SISTEMA DE PLANTIO DIRETO

O Sistema de Plantio Direto (SPD) baseia-se no conceito de que, com a adição de


resíduos das plantas de cobertura, consegue-se aportar mais carbono no sistema, uma
maior cobertura vegetal e a mínima mobilização do solo, proporcionando e mantendo a
qualidade física do solo e consequentemente um maior benefício à revitalização ambiental
de um determinado agro ecossistema. Com o desenvolvimento do sistema de semeadura
direta, a mobilização restrita à linha de semeadura e a conservação da superfície coberta
por restos culturais anteriores reduzem a ação da erosão. A erosão do solo é um processo
que também responde pela redução dos níveis de matéria orgânica do solo. A perda de solo
e nutrientes pela erosão hídrica é um fator determinante do empobrecimento do solo e da
redução da produtividade da maioria das culturas (Alves, et al, 2006).

Trata-se de sistema de produção conservacionista, que se contrapõe ao sistema


tradicional de manejo. Envolve o uso de técnicas para produzir, preservando a qualidade
ambiental. Fundamenta-se na ausência de preparo do solo e na cobertura permanente do
terreno através de rotação de culturas, Para a implantação do Sistema Plantio Direto (SPD
é necessário que sejam atendidos alguns requisitos relativos aos recursos humanos,
técnicos e de infra estruturar; levando em conta que os agricultores devem se conscientizar
que o sistema de produção de soja na região central do Brasil, algumas vezes ainda, tem
como forma de preparo do solo o uso continuado de grades de discos, com várias
operações anuais. Como resultado, ocorre degradação de sua estrutura, com formação de
camadas compactadas, encrostamento superficial, e perdas por erosão, pode ser a melhor
opção para diminuir a maioria dos problemas antes apontados, pois, o uso contínuo das
tecnologias que compõem o SPD proporcionam efeitos significativos na conservação e na
melhoria do solo, da água, no aproveitamento dos recursos e insumos como os fertilizantes,
na redução dos custos de produção, na estabilidade de produção e nas condições de vida
do produtor rural e da sociedade.
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Diante das práticas de manejo conservacionistas, a rotação de culturas possibilita


benefícios físicos, químicos e biológicos para o solo e a melhoria da produtividade de
grandes culturas, favorecendo ganhos líquidos ao produtor e sustentabilidade. Os
tratamentos com gramíneas favorecem o aumento da agregação do solo, a redução da
densidade, o aumento de porosidade e o crescimento da humificação.

Para que esses benefícios aconteçam, tanto os agricultores, como a assistência


técnica, devem estar predispostos a mudanças, conscientes de que o sistema é importante
para alcançar êxito e sustentabilidade na atividade agrícola.

Nessa cultura, o preparo do solo é tradicionalmente realizado com uma aração e


duas gradagens, o que pode trazer problemas de erosão, compactação e empobrecimento
progressivo do solo, com consequente diminuição da produtividade dos cultivos (GABRIEL
FILHO et al., 2000).

O sistema de plantio direto já é uma prática consolidada, que tende a se difundir


ainda mais com a expansão das áreas de cultivos e, sem dúvidas contribui com o uso
racional do solo, agregando produtividade às culturas através de ações simples como
preconizam o não revolvimento do solo, a manutenção da palhada e a rotação de culturas.
O aporte tecnológico disponível atualmente permite a adaptação do sistema de plantio
direto nas mais variadas condições de clima, solo e espécies cultivadas. Ao longo de
décadas de pesquisas, os ganhos ambientais com uso da técnica estão comprovados.
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Estudos realizados pela Embrapa Soja em 2016 comprovam que o sistema plantio
direto aumenta a produtividade nas lavouras em 30% quando comparado ao sistema
convencional. Em anos de seca, lavouras com o plantio direto produzem até o dobro do
sistema convencional. Um dos pilares do sistema plantio direto é a diversificação de
culturas, e existem basicamente quatro modalidades que o produtor pode usar para
diversificar o seu sistema de produção.

A primeira é a sucessão de culturas, que é a alternância de culturas dentro de um


mesmo ano agrícola. Por exemplo, trigo no inverno e soja no verão na região sub tropical,
ou então milho segunda safra e soja no verão. Já a segunda modalidade é considerada a
mais benéfica para o produtor a rotação de culturas. “Na rotação de culturas o principio
básico é alternar espécies diferentes na mesma estação do ano. Um exemplo de sistema de
rotação seria a alternância entre soja e milho no verão e de trigo e aveia ou milho segunda
safra no período de outono e inverno”, conta o pesquisador da Embrapa Henrique Debiasi
2016.

3.7 COBERTURA DO SOLO

O Sistema de Plantio Direto pressupõe a cobertura permanente do solo que,


preferencialmente, deve ser de culturas comerciais ou, quando não for possível, culturas de
cobertura do solo. Tal cobertura deverá resultar do cultivo de espécies que disponham de
certos atributos, como: produzir grande quantidade de massa seca, possuir elevada taxa de
crescimento, ter certa resistência à seca e ao frio, não infestar áreas, ser de fácil manejo, ter
sistema radicular vigoroso e profundo, ter elevada capacidade de reciclar nutrientes, ser de
fácil produção de sementes, apresentam elevada relação C/N, entre outras.

A pequena produção de palha pela soja, principal cultura dos Cerrados, aliada à
rápida decomposição dos seus resíduos, pode tornar-se grande à viabilização do SPD,
especialmente quando essa leguminosa é cultivada como monocultura. Para contornar essa
dificuldade, a soja deve compor sistemas de rotação de culturas adequadamente
planejados. Com isso haverá permanente cobertura e suficiente reposição de palhada sobre
a superfície do solo.
32

3.8 MEIO AMBIENTE NO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO

O Plantio Direto é a mais importante ação ambiental brasileira em atendimento às


recomendações da conferência da Organização das Nações Unidas (Eco-92) e da Agenda
21 brasileira, indo ao encontro do que foi acordado na assinatura do Protocolo Verde.

Em algumas regiões do Brasil o plantio direto é conhecido há muito tempo, desde o


início dos anos 1970, quando chegou ao país pela Região Sul. Desde então, a adoção por
parte dos agricultores tem sido cada vez mais crescente, chegando ao Cerrado. Hoje, a
área agrícola sob Plantio Direto no Brasil é de aproximadamente 9 milhões de hectares.

Porém não é somente pelos benefícios ao meio ambiente que muitos agricultores
que plantam milho, soja, trigo, feijão e arroz estão adotando o Plantio Direto. Há uma série
de outras vantagens como:

• Melhor retenção de umidade havendo maiores rendimentos em anos secos.

• Não ocorrência de erosão e, portanto, não há necessidade de replantio, que implica em


novo preparo de solo com consequente maior gasto de combustível, sementes e adubos.
Isto levará a um aumento considerável nos custos de produção e não livrará o agricultor de
fracasso na safra devido ao plantio fora de época.

• Mais tempo para semear (enquanto no Plantio Convencional é possível semear 3 a 6 dias
após uma chuva forte, no Plantio Direto é possível semear 6 a 12 dias após uma chuva).

• Aproveitamento de melhores épocas de plantio e no plantio de maior área no mesmo


espaço de tempo, principalmente quando ocorrem chuvas esparsas.

 Custo

Em curto prazo (quatro anos), o plantio direto tem maior custo porque o investimento em
herbicidas pode superar a economia obtida pelo menor consumo de combustíveis e uso de
horas-máquina.

Entretanto, grande parte dos estudos comparativos não consideram fatores que
poderiam reverter esse quadro. Por exemplo, no Plantio Convencional, normalmente há
operações de replantio em que é necessário novo preparo de solo, gastos com
33

combustíveis, sementes, adubos, além da perda de produção devido ao plantio fora da


época.

Com o passar dos anos, o Plantio Direto tende a diminuir o consumo de herbicida,
principalmente se for combinado com a rotação de culturas. Já no Plantio Convencional, o
consumo se mantém sempre o mesmo, exceto quando há replantio, que, nesse caso, pode
aumentar o consumo.

Figura 9: Princípios básicos que regem o sistema plantio direto. Fonte: http://blog.agropro.com.br/

3.9 USOS DE FERTILIZANTES ORGÂNICOS E INORGÂNICOS

Muitos agricultores veem o uso de fertilizantes e pesticidas químicos como essencial


à prática agrícola. Entretanto, hoje sabe-se muito mais sobre como as plantas absorvem os
fertilizantes, que podem agora ser aplicados na lavoura de modo a garantir que apenas uma
parte muito reduzida seja levada pela água da chuva. A conservação do solo pode reduzir a
perda de nutrientes e a aplicação de fertilizantes orgânicos e inorgânicos pode ajudar a
restaurar essa perda.
34

Os fertilizantes são utilizados para restaurar de forma parcial os nutrientes que as


plantas perdem. Um tipo de fertilizante orgânico é o adubo animal, onde o esterco e a urina
de bois, cavalos, aves e outros animais de fazendas, melhoram a estrutura do solo,
adicionando nitrogênio orgânico e estimulando bactérias e fungos. Um segundo tipo é
chamado de adubo verde, que a vegetação recém cortada ou em crescimento é adicionada
ao solo para aumentar a matéria orgânica e o húmus disponível para a safra seguinte. Um
terceiro é o composto, que é produzido quando micro-organismos no solo decompõem-se,
na presença de oxigênio, matéria orgânica, como folhas, resíduos de alimentos, papel e
madeira.

Os fertilizantes inorgânicos contêm ingredientes ativos que contém nitrogênio, fósforo


e potássio. Esses fertilizantes respondem por cerca de um quarto do rendimento de safras
do mundo. No entanto, sem o controle cuidadoso, esses fertilizantes podem fazer a terra
desandar e poluir a água das proximidades.

3.10 Agrotóxicos: uso sustentável

No Brasil (1989), a Lei Federal n° 7.802, de 11 de julho de 1989, regulamentada por


meio do Decreto n° 98.816, art. 2°, inc I, define o termo agrotóxico como:

Produtos e componentes de processos físicos, químicos ou biológicos


destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens, na produção de florestas nativas ou implantadas
e de outros ecossistemas e também em ambientes urbanos, hídricos e industriais,
cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da
ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e
produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores
de crescimento.

Os principais agrotóxicos de uso na agricultura são: herbicidas para combate de


ervas daninhas; inseticidas para combate de insetos; fungicidas para combate de fungos;
raticidas para combate a roedores e fumigantes para combate a insetos e bactérias
(GERMANO, 2008).

Quando os agrotóxicos são aplicados na cultura, grande parte deles fica retida na
planta e parte vai para o solo – muitos deles são, inclusive, aplicados diretamente no solo.
35

Após aplicá-los, eles estão sujeitos a diferentes processos que podem ocorrer naquele
ambiente. Por exemplo, os agrotóxicos podem ser transportados juntamente com a água da
chuva; sofrer processo de escoamento superficial e contaminar, por exemplo, a água
superficial; e volatilizar, que é passar da fase líquida para a gasosa e ficar na atmosfera.

Por outro lado, eles também são degradados por organismos no solo ou por
degradação química e podem ficar retidos no próprio solo. Nota-se que há vários processos
que ocorrem após a aplicação desses produtos, e o estudo deles é chamado de
comportamento ambiental de agrotóxicos.

A devastação da cobertura florestal e o manejo inadequado dos solos levam à


degradação de sua estrutura física e, em consequência, facilitam os processos de erosão.
Os solos erodidos exigem mais fertilizantes, que nem sempre conseguem suprir, de modo
adequado, as necessidades nutricionais das plantas, tornando-as assim mais suscetíveis ao
ataque de pragas e doenças. Dessa forma, os agricultores passam a aplicar doses
crescentes de agrotóxicos, produtos que eliminam também os inimigos naturais das pragas
facilitando a proliferação de insetos, ácaros, fungos e bactérias, em especial nos sistemas
monoculturais. Além disso, dificilmente os agrotóxicos conseguem eliminar toda a
população de pragas, permitindo que os indivíduos sobreviventes se tornem resistentes a
esse produto.

Não é verdadeira a afirmação de que precisa-se dos agrotóxicos para alimentar uma
população crescente e faminta, e devido aos riscos para o próprio homem e para os
animais, de um modo geral, estes estão sendo lentamente substituídos por produtos
biológicos, por oferecerem maior segurança do que os pesticidas químicos clássicos. Nesse
grupo encontra-se, por exemplo, os fenômenos e determinados agentes microbianos
(GERMANO, 2008).

Porém, se a escolha for utilizá-lo, é necessário fazer o uso de forma correta,


seguindo as recomendações do rótulo, é um dos preceitos para que o produto seja usado
da forma correta e, portanto, sustentável. Mas não é o único requisito. É importante que o
produtor e o técnico fiquem atentos a peculiaridades da propriedade, como não aplicar o
agrotóxico próximo a recursos hídricos, tomar cuidado com lixiviação e, logicamente, aplicar
o produto em horários mais adequados para evitar altas temperaturas.
36

4 – Resultados

Para a identificação das práticas de agricultura local, houve um reconhecimento das


áreas do assentamento e fotografias do lugar onde ocorrem os plantios e também
explicações por parte dos agricultores.

Para a execução, foram realizadas visitas na zona rural do município de Arroio dos
Ratos/RS, nos dias 16 e 17 de maio, onde foi conhecida toda a área, identificadas as
práticas de agricultura desenvolvidas por esta comunidade, com tabelas de levantamento
de práticas agrícolas conforme ANEXO A e a tabela referente aos possíveis causadores da
degradação conforme anexo B bem como aplicação de questionários e entrega de materiais
informativos de práticas sustentáveis na agricultura.

Para coleta de informações foram utilizados uma tabela de levantamentos de práticas


de plantio, tal como uma tabela de levantamento de possíveis causadores da degradação,
além de questionário impressos diferentes para entidades do município, secretaria do meio
ambiente, secretaria da agricultura e EMATER, conforme ANEXO D e referente à
verificação de qual conhecimento geral sobre o tema proposto e para os agricultores foi
utilizado ANEXO C questões de múltipla escolha, contendo questões de práticas
ambientais, do manejo do solo e de seu plantio, onde o mesmo foi aplicado para um
membro de cada família residente da zona rural do município.

Após sua aplicação, houve a entrega de folders informativos para proporcionar


melhor entendimento aos questionados, contendo orientações de plantios ecologicamente
corretos e práticas sustentáveis, conforme podemos analisar nos anexos E e F
37

ANEXO D – QUESTIONARIO REALIZADO COM FUNCÍONARIOS DA SECRETARIA DO


MEIO AMBIENTE, EMATER E SECRETARIA DA AGRICULTURA.

Os dados serão utilizados para elaboração de relatório do projeto de pesquisa


desenvolvido como requisito parcial da disciplina do Curso Superior de Tecnologia em
Gestão Ambiental pela ULBRA – São Jerônimo/RS.
Responsável: Yasmin Souza Lopes

1. Idade:
( ) 18 a 35 anos. ( ) 35 a 65 anos ( ) Acima de 65 anos.

2. Qual a escolaridade:
( ) Analfabeto ( ) Ensino fundamental incompleto

( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto

( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior

3. Você tem conhecimento sobre a legislação sobre o a legislação referente a


áreas degradadas devido manejo incorreto da agricultura?
( ) não

( ) sim, qual? ______________________________________________________

4. Os agricultores do município costumam pedir informações sobre o manejo


correto dos solos?

( ) Sim. Qual pergunta mais frequente?_______ ( ) não


5. O município proporciona algum incentivo aos agricultores para que façam o
manejo correto do solo?

( ) sim. Quais?______ ( ) não


6. De modo geral, você tem conhecimento de que forma é feita a recuperação das
áreas degradadas?

( ) sim ( ) não
7. Tem conhecimento sobre sistemas de plantios?

( ) sim Quais? __________________ ( ) não


38

8. Como ocorre a fiscalização das propriedades com casos de degradação dos solos?

O questionário acima refere as questões abordadas com os funcionários das


entidades. Aonde foi possível analisar o conhecimento dos funcionários, referente ao
assunto elaborado.

Gráfico 1: Idade dos funcionários

Pode-se analisar no gráfico que 50% das pessoas entrevistadas nas entidades possuem
entre 18 a 35 anos de idade, restando assim 33% pessoas entre 35 a 65 anos e 17% acima
de 65 anos entre técnicos, concursados e estagiários das entidades.

Questão 2 : Qual a escolaridade?

Gráfico 2: Nível de escolaridade.


39

Das três entidades trabalhadas, representando 67% do gráfico: EMATER, Secretaria de


Meio Ambiente, os responsáveis possuem Ensino Superior Completo, sendo que na
secretaria da Agricultura a pessoa responsável pelo questionário possui ensino médio
completo, representando 16%, os 17% restantes do gráfico representa funcionário da
EMATER que possui ensino médio incompleto.

Questão 3: Referente a legislação.

Gráfico 3: Conhecimentos sobre a legislação ambiental.

Podemos analisar que 67% dos funcionários conhecia algum tipo de legislação
referente a degradação de áreas e 33% não souberam responder.

Gráfico 4: Se sim, quais?


40

Podemos analisar que 30% dos funcionários responderam a Lei municipal


3317/2010, 30% responderam a Lei federal 9605/98, 30% responderam o decreto
6514/2018 e 10% não responderam.

Questão 4: Referente aos agricultores.

Gráfico 5: Agricultores costumam pedir informações sobre manejo do solo?

Gráfico 6: Se sim. Quais?

Em relação ao interesse dos agricultores, representando 67% do gráfico, eles


buscam informação na somente na secretaria da agricultura e EMATER e 33% a Secretaria
do meio ambiente afirmaram que não buscam nenhum tipo de informação com eles.
41

As dúvidas frequentem são com 34% como realizar amostra do solo, nos casos de
agricultores com maiores plantações, 33% qual a melhor maneira de proteger o solo e 33%
como fazer em casos de degradação e erosão, somente agricultores com maiores
plantações mostram interesse nesta área.

Questão 5: Em relação ao município e as práticas de conscientização

Gráfico 7: O município poporciona algum incentivo aos agricultores para que façam o manejo correto
do solo

Gráfico 8: Se sim, Quais?


Das instituições trabalhadas, somente a Secretaria de Meio Ambiente respondeu não
proporcionar algum incentivo aos agricultores do município quanto ao manejo do solo.
42

Correspondendo os 67% representados do gráfico acima estão a EMATER e a Secretaria


da Agricultura, que fazem a orientação da forma adequada quanto ao manejo dos solos,
qualidade do solo, amostragem dos solos, agricultura sustentável. 40% das orientações são
feitas através de folder informativos, como pode-se analisar nas fotos abaixo; os outros 60%
são com visitas as lavouras e conversas.

Figura 10: Folders Informativos entregue pela EMATER para os agricultores. Fonte: EMATER 2018.
43

Questão 6: Referente a recuperação das áreas degradadas.

Gráfico 9: Recuperação das áreas

Das entidades entrevistadas 67% dos funcionarios sabem como é feita a recuperação das áreas
degradadas e 33% dos funcionarios não sabem como é feito esta recuperação.

Questão 7: Referente aos sistemas de plantio.

Gráfico 10: Conhecimento sobre os plantios.


44

Gráfico 11: Se sim, quais?

Em relação aos tipos de plantio 63% dos entrevistados conhecem os sistemas de plantios, a
entidade da EMATER somente os técnicos sabiam os diferentes tipos de plantios, 33%
sendo da secretaria do meio ambiente, secretaria da agricultura e um funcionario da
EMATER não sabiam sistemas de plantio. Destes 63% sabiam dois diferentes tipos de
plantio como consta no gráfico acima 50% de cada tipo de planti

Questão 8: Referente a fiscalização:

Gráfico 12: Fiscalização das propriedades.

Rreferente as fiscalizções podemos análisar que 60% delas são feitas atráves de
visitas dos funcionarios da EMATER que assim em casos de degradações é comunicado ao
45

orgão responsavel FEPAM que virá ate o local indentificado e tomara as devidas
providencias, com aplicações de multas ou ate mesmo retirar o direito do agricultor a
continuar plantando, o restante dos 40% é feito através de denuncias, pois existe a falta de
fiscalização por parte da FEPAM, então só é feita essas fiscalizções devido algum tipo de
denuncia.
Para que o objetivo de verificação das práticas de agricultura realizadas na zona rural
do município de Arroio dos Ratos/RS fosse alcançado, além do reconhecimento de toda a
propriedade, houve diversos registros fotográficos, que seguem abaixo:

Figura 11: Propriedade de um dos agricultores entrevistados. Fonte:LOPES, Y. S.; 2018


46

Figura 12: O local possui alguns açudes que servem para irrigação e também criação de peixes.
Fonte: LOPES, Y. S.; 2018

Figura 13: Trator utilizado para preparação do solo das plantações. Fonte: LOPES, Y. S.; 2018
47

Figura 14: Arado utilizado para preparação do solo. Fonte: LOPES, Y. S.; 2018.
48

Imagem 15: Equipamento para pulverização de agrotóxicos nas lavouras. Fonte: LOPES, Y. S.;
2018
49

Figura 16: Açude feito pelo proprietário em frente a lavoura para facilitar a irrigação. Fonte: LOPES,
Y. S.; 2018

Figura 17: Lavoura de Plantação de melão. Fonte: LOPES, Y. S.; 2018


50

Figura 18: Mudas de melão são plantadas em copos plásticos para diminuir o tempo de cultivo.
Fonte: LOPES, Y. S.; 2018
51

Figura 19: Área sendo preparada para plantação de melancia. Fonte: LOPES, Y. S.; 2018

Figura 20: Lavoura atrás sendo preparada para plantação de soja.Fonte: LOPES, Y. S.; 2018
52

Figura 21: Preparação de solo para plantação de Milho. Fonte: LOPES, Y. S.; 2018

Após a vista as plantações foram realizadas duas tabelas, uma contendo levantamento de
práticas de plantio, conforme anexo A e a outra tabela contendo levantamento de possíveis
causadores de impactos, conforme anexo B juntamente com os agricultores. Conforme
podemos analisar abaixo:
53

ANEXO A - TABELA DE LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS DE PLANTIO.


TIPODE ESPÉCIE TEMPO COMO É TEMPO
PLANTIO? PLANTA DE PREPARAD PARA
DA? PLANTIO O O SOLO? COLHER
? ?
Convencional Melancia Em torno de uma Gradear, capinar, 90 dias em
a duas semanas tratorear torno
Convencional Melão Em torno de uma Gradear, capinar, De 80 a
semana tratorear, plantado 140 dias
em copos plásticos, para colher
realização de
amostragem de solo
Convencional Soja Em torno de uma Gradear, Em torno
a duas semanas capinar,tratorear de 140 a
160 dias
Convencional Moranga Em torno de uma Solo drenado, Em torno
semana com gradeado, de 150
máquina ou duas tratoreado e com dias
a três manual profundidade de 45
a 60 cm
Convencional Milho Uma semana Solo adubado, Em torno
gradeado, de 90 a
tratoreado, com 100 dias
uma distância
mínima de 2,5 cm
de cada semente

Podemos analisar que estes são os principais produtos produzidos na zona rural de Arroio
dos Ratos, todos os casos são utilizados métodos convencionais para as plantações,
mesmo com métodos de plantios mais eficazes como o de sistema de plantio direto que
visa a qualidade do solo, a rotação de culturas e eficaz do produto, os agricultores ainda
tem uma dificuldade de aceitar novas tecnologias.

ANEXO B: TABELA DE LEVANTAMENTO DE POSSIVEIS CAUSADORES DA


DEGRADAÇÃO
54

Pressão Estado Resposta


Desmatamento Vegetação composta por Acontece em todas as plantações, pois
árvores nativas conforme aumenta a produção e a
demanda eles obtém em retirar a
vegetação que ali esta.
Perda da Biodiversidade Pouca ou nenhuma Diminuição de aparições de capivaras e
presença de animais pássaros.
nativos
Perda do solo/ Erosão Erosão devido a Em casos de plantações perto de
agricultura ou excesso de encostas de rios, ou com manejo
uso incorreto incorreto, acontece casos de erosão,
principalmente nas lavouras de
melancia como foi citado pelos
agricultores, pois a um excesso de uso
do solo e perda da qualidade, além de
altas quantidades de agrotóxicos.
Perturbação do Impactos significantes Nenhum agricultor soube responder
ecossistema
Danos ao entorno visual Grande quantidade de Somente embalagens de agrotóxicos,
resíduos em torno das plantações, nenhum
agricultor entrevistado realiza a
logística reversa de agrotóxicos, eles
queimam as embalagens.
Lançamentos de efluentes Despejo incorreto Grande parte dos agricultores preferem
em não despejar nada nos efluentes,
pois necessitam das águas, mas foi
constado na EMATER, casos de
poluição dos efluentes pelos altos usos
de agrotóxicos.
Degradação Retirada de matas nativas Acontece com frequência nas lavouras,
e animais por motivos de demanda maior ou por
estar de alguma forma atrapalhando o
entorno da plantação. Foi constatado
na EMATER casos no município aonde
foi feita fiscalização da FEPAM e multa
ao agricultor por retirar matas nativas.
55

O aumento da produção e a demanda maior da produção faz com que os agricultores


obtém em retirar as matas nativas, degradar áreas para fins de aumentar suas lavouras;
como constado pelos técnicos da EMATER para os agricultores é mais fácil cortar do que
pedir autorização para FEPAM para realizar o corte, pois a uma demora nestes casos de
liberação, mas com isso inúmeros prejuízos de degradação, tanto no meio ambiente como
nas suas lavouras.
Depois de feitos os levantamentos das tabelas foi realizado questionário com 27
questões abordando assuntos sobre práticas sustentáveis e educação ambiental para os
agricultores familiares, formas de plantios, os resultados obtidos seguem abaixo.

As informações obtidas serão descritas e apresentadas sob a forma de gráficos com


percentuais em cada questionamento realizado.

Questão 1: Nome

Nome foi opcional, todos os agricultores optaram em não colocar.

Questão 2: Sexo

2 - Sexo
Masculino Feminino

30%

70%

Gráfico 13 : Sexo dos agricultores

Percebe-se um percentual muito elevado de entrevistados do sexo masculino, com


um total de 70% e apenas 30% de mulheres.
56

Questão 3 – Idade.

Gráfico 14: Idade dos agricultores

Nota-se que a maioria dos agricultores possui idade maior de 52 anos, com
percentual de 30%. Entre 46 a 51anos 20%, 21 a 25 anos 20%, 15 a 20 anos 10% e 36 a 40
anos 20%.

Questão 4: Quanto tempo trabalha na agricultura?

Gráfico 15 – Tempo que trabalha com agricultura

Foram constados que 100% dos agricultores trabalham a vida toda com agricultura.
57

Questão 5: Referente aos integrantes

5 - Quantos integrantes de sua


familia participam desta profissão?
Um Dois Três Quatro Acima de quatro

10%
40%
30%

20%

Gráfico 16: Referente aos integrantes que trabalham na agricultura.

Para os agricultores é de grande importância os familiares participarem das plantações,


conforme mostra no gráfico 40% dos familiares possuem acima de quatro pessoas
trabalhando na agricultura, 20% quatro pessoas, 30% três pessoas e 10% duas pessoas.

Questão 6: Tipo de produção desenvolvida.

6 - Qual tipo de produção


desenvolvida pelo agricultor?
Hortaliças Flores Legumes Vegetais Outros

40% 40%

20%

Gráfico 17: Tipo de produção desenvolvida

Podemos observar que a 80% das plantações são de hortaliças e vegetais como melão,
moranga, melancia e soja e os outros 20% de legumes como milho.
58

Questão 7: Referente ao uso de agrotoxicos

7 - Você utiliza produtos químicos


como defensivos agrícolas na sua
produção?
Sim Não

30%

70%

Gráfico 18 : Utiliza produtos quimícos.

Observa-se que 70% dos agricultores confirma o uso de produtos químicos nas lavouras,
segundo eles não tem como ter uma boa produção sem o uso de agrotoxicos e 30% dizem
não utilizar.

Questão 8: Se sim; quais?

8- Se sim; Quais?
Herbicidas Fungicidas Inseticidas
Raticidas Fumigantes Não sei informar

25% 25%

25% 25%

Grafico 19 : Se sim, Quais?


59

Em relação às quais agrotóxicos usados, todos disseram que usam algum fungicida,
inseticidas, fumigantes nas plantações sendo um produtos usados por todos os
questionados. Não foram citados quais os agrotóxicosespecíficos são usados, pois existe
uma listagem longa de quantos e quais produtos eles utilizam.

Questão 9: Qual a porcentagem utilizada.

Gráfico 20: Porcentagem utilizada.

Percebe-se que 40% dos agricultores afirmaram utilizar uma porcentagem de 50% de
agrotoxicos e apenas 10% afirmaram utilizar 70%

Questão 10: Em relação aos produtos orgânicos.

9 - Utiliza produtos orgânicos(


produzidos de forma natural) como
defensivo agricola?
Sim Não

100%

Gráfico 21: Utilização de produtos orgânicos


60

É muito comum nas zonas rurais utilizar o adubos orgânicos, produzidos de


forma natural e podemos perceber que 100% dos agricultores entrevistados
utilizam esta técnica.

Questão 11: Tipos de produtos orgãnicos.

Gráfico 22: Se sim, quais?

Dos agricultores entrevistados 29% afirmam utilizar adubo orgânico e adubo


animal (fezes) nas suas plantações e 21% dos agricultores afirmam utilizar
materiais lenhosos e resíduos orgânicos
61

Questão 12: Como vende a produção?

12 - Como Vende a produção?


Feiras
Redes de supermercados ( Distribuidora)
Mercado local( pequenos varejos)
0%

100%

Gráfico 23: Venda da produção

Podemos observar que 100% dos agriculturores afirmam vender sua produção
na SEASA.

Questão 13: Informações sobre atitude conservacionista( Solo):


 O que mostra que o solo tem boa qualidade? Grande parte dos
agricultores responderam que sabem se a terra é boa apenas
observando o seu aspecto, cor e se tem algo crescendo nela

 O que é importante fazer para conservar o solo? Muitos agricultores já


realizam amostragem de solo como citaram para analisar a qualidade do
seu solo e verificar se há necessidade de correções, mas muito ainda
pensam que não há necessidade de realizar este tipo de atitude.

Questão 14: Você sabe o que é degradação do solo?


62

14 - Você sabe o que é degradação


dos solos?
Sim Não

100%

Gráfico 24: Degradação dos solos

Podemos observar no gráfico que 100% dos agricultores afirmaram saber o


que é degradação de solos, mas é possivel notar que falta um entendimento
neste assunto.

Questão 15: Você sabe o que é erosão?

15 - Você sabe o que é erosão?


Sim Não

100%

Gráfico 25: Erosão dos solos

Ao ser questionado sobre o que é erosão 100% afirmam saber o que é


erosão.
63

Questão 16: Sua propriedade já teve ou tem erosão?

16- Sua propriedade já teve ou tem


erosão?
Sim Não

30%

70%

Gráfico 26: casos de Erosão

Nos casos analisados 70% dos agricultores afirma que sua propriedade não
teve casos de erosão e 30% afirmaram que tiveram casos e não sabiam a
razão da qual.

Questão 17: Há presença de erosão( observar)?

17- Há presença de erosão


Sim Não

100%

Gráfico 27: Presença de Erosão

Nesta questão 100% dos agricultores afirmam não ter presença de erosão em
suas propriedades, mas como podemos analisar na questão anterior 30%
64

afirmou que já teve presença de erosão o que mostra que ainda em algumas
áreas destes agricultores podem ter erosão.

Questão 18: Preparo do solo, quais operações e implementos são


normalmentes utilizados?

18 - Preparo do solo, quais operações e


implementos são normalmentes
utilizados?
Arado Grade Enxada Rotativa

33% 34%

33%

Gráfico 28: Praparo dos solos

Questão 19: Você considera a educação ambiental importante para melhoria


entre o meio ambiente e a agricultura?

19 - Você considera a educação ambiental


importante para melhoria entre o meio
ambiente e a agricultura?
Sim, muito importante Relevante
Não sei o que é educação ambiental Importante
Não
20%

80%

Gráfico 29: Educação ambiental


65

Para introduzir o assunto Educação Ambiental, aplicou-se a questão sobre qual


importância consideravam ter este tema para melhoria da relação entre o meio
ambiente e agricultura, observando que a maioria julga ser muito importante,
totalizando 80% e apenas 20% classificou como importante.

Questão 20: Você conhece as práticas de agricultura sustentável?

20 - Você conhece as práticas de


agricultura sustentável?
Sim Não

30%

70%

Gráfico 30: Práticas de agricultura sustentável.

Nota-se que grande parte dos agricultores afirmou conhecer as práticas de


agricultura sustentável, sendo estes 70% dos questionados e 30% não
conhecem tais práticas.

Questão 21: Quais você considera que podem ser essas práticas?
66

21 - Quais você considera que podem


ser essas práticas?

Conservação dos solos


6%
41%
Uso de fertilizantes
41% orgânicos e inorgânicos
Rotação de culturas
12%
uso sustentável dos
agrotóxicos

Gráfico 31: Práticas que considera de agricultura sustentável

Porém quando instigados a descrevê-las, houve variedades nas


respostas e alguns marcaram até mais de uma alternativa. A maioria classificou
que o uso de Rotação de culturas e conservação dos solos como resposta
correta, totalizando 82%, seguido por uso de fertilizantes orgânicos e
inorgânicos que obteve o resultado de 12%. Uso sustentável dos agrotóxicos
6%.
Questão 22 – Já foi realizada alguma análise de fertilidade do solo na sua
propriedade?

22 - Já foi realizado alguma análise de


fertilidade do solo na sua
propriedade?

40%

Sim
60%
Não

Gráfico 32: Análise de fertilidades do solo


67

Observou-se que os agricultores 60% já realizaram amostra de solos,


assim como disseram realizaram estas amostras na EMATER e 40% afirma
nunca ter realizado.

Questão 23: Você sabe o que desenvolvimento sustentável?

23 - Você sabe o que


desenvolvimento sustentável?
Sim Não

30%

70%

Gráfico 33: Desenvolvimento sustentável

Um dos assuntos mais importantes para o meio ambiente é o


desenvolvimento sustentável, pensando nisso, foi questionado aos agricultores
se eles sabiam do que se tratava este tema, e a maioria deu sua resposta
positiva, totalizando 70%, porém 30% não sabem do que se trata este assunto.

Questão 24:Em caso positivo caso positivo como pode classificá-lo?


68

24 - Em caso positivo, como pode


classificá-lo?
0%
Aliar o crescimento
33% 34% econômico ao ambiental
Preservar os recursos
naturais
Não poluir
33%
Outros

Gráfico 34: Classificação do desenvolvimento sustentável

Pensando em estimular o pensamento dos agricultores, aplicou-se esta


questão, até mesmo para aqueles que não sabiam do que se tratava
desenvolvimento sustentável. Observou-se a maioria marcou mais de uma
questão aonde que 33% classificou como sendo preservar os recursos
naturais, 34% escolheram a resposta certa que seria aliar o crescimento
econômico ao ambiental, 33% julgaram não poluir

Questão 25: Utiliza adubação orgânica?

25 - Utiliza adubação orgânica?


Sim Não

0%

100%

Gráfico 35: Adubação orgânico


69

Questão 25: Se sim, quais?

25 - Se sim, quais?
Compostagem Restos de Cultura Estercos outros
0%

50% 50%

Gráfico 36: Se sim, quais?

Questão 26: Faz correção dos solos?

26 - Faz correção de solos?


Sim Não

100%

Gráfico 37: Correção de solos

Analisando o gráfico podemos verificar que 100% dos agricultores fazem


correção do solo, conforme eles informaram sempre depois do plantio é
necessario de alguma maneira corrigir algumas áreas.

Questão 27: Coloca Cobertura depois do plantio?


70

27 - Coloca cobertura depois do


plantio
Sim Não

100%

Gráfico 38: Cobertura de solos

Podemos analisar que 100% afirmou colocar cobertura depois do solo, maioria
para o consumo dos animais e algumas afirmaram que para o preparo e
proteção do solo para o proximo plantio.
Para que fossem aplicadas as práticas sustentáveis para o plantio e
técnicas de plantios sustentáveis para os agricultores, após os questionários
aplicados, houve a entrega de um material informativo contendo informações
para cada um destes. Além deste material foi lhe apresentado material com dez
técnicas de plantios sustentáveis, aonde foi lhe explicado cada técnica para fim
de lhe mostrar a importância de um plantio mais sustentável.

Aos agricultores familiares foi distribuídos folders contendo práticas


sustentáveis para a agricultura, onde foi explicadas as diferentes maneiras de
se conservar os recursos naturais na hora do plantio.
71

10 práticas sustentáveis na agricultura para preservação e


conservação do solo e do meio ambiente.

1- INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA
É um sistema que combina o cultivo de espécies arbóreas comerciais,
grãos, forrageiras com a criação de animais em uma mesma área, de forma
simultânea ou sequencial, com o uso sustentável dos solos. Essa tecnologia
proporciona a máxima produção de alimentos, fibras e energia por unidade de
área.
Segundo o especialista Ronaldo Trecenti, da Campo Consultoria e
Agronegócios, de Brasília (DF), a introdução da ILPF em propriedades rurais
traz vantagens como: recuperação de pastagens degradadas, maior infiltração
de água das chuvas no solo, maior retenção de água no solo, ciclagem de
nutrientes, maior produção de forragem na entressafra, conforto térmico, que
proporciona bem-estar animal, diversificação de atividades na propriedade,
redução dos riscos climáticos e de mercado, melhoria de renda do produtor,
redução da emissão de gases de efeito estufa e sequestro de carbono.

2- DESCARTE CORRETO DE EMBALAGENS


É a correta destinação final às embalagens vazias dos agrotóxicos
utilizados na agricultura. O agricultor deve lavar (tríplice lavagem ou lavagem
de alta pressão), inutilizar as embalagens e entregar a uma unidade de
recebimento indicada pelo revendedor na nota fiscal. As indústrias devem
retirar as embalagens nas unidades de recebimento e dar correta finalização
(incineração ou reciclagem).

3 – CONTROLE DAS QUEIMADAS


Apesar da facilidade da utilização das queimadas para limpeza de áreas
recém desbravadas, seu uso deve ser condenado, pois acarreta muitos
prejuízos, como a queima da matéria orgânica e volatilização do nitrogênio, o
que diminui a fertilidade do solo. As áreas submetidas a queimadas sucessivas
tornam-se cada vez mais pobres, o que causa a consequente degradação do
solo.
72

4 – ADUBAÇÃO VERDE, QUÍMICA, ORGÂNICA E CALAGEM


A Adubação verde, Consiste na incorporação de plantas especialmente
cultivadas para este fim ou restos de plantas forrageiras e ervas daninhas ao
solo, sendo esta uma das formas mais baratas e acessíveis de se repor a
matéria orgânica no solo, melhorando suas características físicas e
estimulando os processos 6 Práticas de Conservação de Solo e Água químicos
e biológicos. A adoção da adubação verde proporciona aumento na infiltração e
retenção de água no solo, o que é importante do ponto de vista
conservacionista, além de ocasionar melhoria na fertilidade do solo. Para este
tipo de prática geralmente são cultivadas plantas forrageiras – que podem ser
aproveitadas pelos animais e leguminosas , que são responsáveis também
pela fixação de nitrogênio no solo. As principais culturas utilizadas nessa
prática são milheto, sorgo, mucuna-preta, feijão-caupi, leucena, entre outras.
Já a adubação química, orgânica e calagem, são necessárias para repor
regularmente os nutrientes retirados pelas culturas, de forma a manter um nível
adequado desses elementos, uma vez que solo quimicamente pobre ocasiona
a queda de rendimento das culturas e consequentemente redução no nível de
proteção do solo. O uso de esterco ainda auxilia na melhoria das
características físicas do solo. O uso de calcário deve ser feito sempre que o
pH do solo estiver muito baixo, pois a acidez excessiva prejudica a absorção de
muitos elementos essenciais para o desenvolvimento das plantas.

5- FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO
Solos com baixa fertilidade e alta susceptibilidade à erosão devem ser
ocupados com vegetação densa e permanente, como é o caso das florestas.
As florestas são recomendadas também para a recuperação de solos
degradados ou erodidos, bem como para a proteção de mananciais e cursos
d’água. A cobertura florestal constitui ótimo empreendimento econômico na
utilização de solos com restrições para cultivos de culturas anuais, uma vez
que pode ser utilizada racionalmente para produção de madeira, celulose,
lenha, carvão, etc. Como regra geral, devem ser reflorestadas, para fins de
73

conservação, as áreas sem aptidão agrícola ou pecuária e as áreas definidas


pela legislação (Código Florestal).

6- RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS
As pastagens fornecem boa proteção ao solo contra a erosão quando
estas são bem manejadas, porém, quando mal manejadas, o pisoteio
excessivo e a alta taxa de lotação podem torná-la escassa e, dessa forma,
gerar um sério problema do ponto de vista conservacionista. Uma alternativa
para evitar esse problema é utilizar o sistema de pastoreio rotativo, com uso de
piquetes, além de fazer a ressemeadura e adubações periódicas da pastagem,
garantindo, assim, a manutenção da pastagem com densidade de cobertura
capaz de assegurar suporte razoável ao gado e boa proteção ao solo contra a
erosão. Uma alternativa que vem sendo utilizada atualmente é a integração
lavoura-pecuária, que consiste em conciliar a pecuária com a produção de
grãos em uma mesma área. Com isso, a área da propriedade é utilizada de
maneira mais intensiva, reduzindo os custos de produção e aumentando o
lucro.

7 – MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)


Implantado no país há 40 anos, o MIP é uma técnica que consiste em
manter as pragas abaixo do nível em que causam danos econômicos para as
lavouras. O controle é feito por diversas formas : por meio de insetos, uso de
feromônios, retirada e queima da parte do vegetal afetada, adubação
equilibrada, poda e raleio etc. O manejo é uma alternativa proposta pela
comunidade científica para diminuir o uso de agrotóxicos, que torna os insetos
mais resistentes e causam contaminação dos alimentos e do lençol freático
quando aplicados indiscriminadamente.

8- CORDÕES DE VEGETAÇÃO PERMANENTE, BARREIRAS VIVAS


OU FAIXAS DE RETENÇÃO
São constituídas por fileiras de plantas perenes dispostas em contorno,
com o intuito de dividir o comprimento da rampa, formando pequenos diques
naturais com o acúmulo de sedimentos ao longo do tempo. Para isso, utilizam-
74

se plantas com grande densidade foliar e radicular, sendo recomendada


principalmente para regiões com solos rasos. As faixas de rotação devem ser
estreitas, de modo a não diminuir muito a área a ser plantada, sendo que o
espaçamento entre os cordões de contorno depende do tipo de solo, da cultura
a ser implantada e das chuvas da região. Na prática, quanto menor a
profundidade do solo e maior a declividade do terreno e a intensidade de
precipitação, menor deve ser o espaçamento entre os cordões de vegetação.
Algumas espécies recomendadas são: a cana-de-açúcar.

9- ROTAÇÃO DE CULTURAS
É a alternância de culturas numa dada área agrícola. Procura-se com
esta prática o melhor aproveitamento da fertilidade do solo pelo
aprofundamento diferenciado das raízes, a melhoria da drenagem, a
diversidade biológica e o controle de pragas e doenças. Ao escolher as culturas
que entrarão no sistema de rotação, é preciso levar em conta vários fatores:
condições do solo, topografia, clima, mão de obra, implementos agrícolas
disponíveis, características das culturas e mercado consumidor disponível.

10 – SISTEMA PLANTIO DIRETO


Neste sistema o plantio é realizado sem que haja aração ou gradagem
prévia do solo, sendo a semente colocada no solo não revolvido e o plantio
realizado por plantadeiras que abrem um pequeno sulco de profundidade e
largura suficientes para garantir boa cobertura e contato da semente com o
solo, permitindo a germinação da mesma. Nesse tipo de sistema, as plantas
daninhas são controladas com uso de herbicidas, uma vez que as capinas
mecânicas são dispensadas para não revolver o solo. O plantio direto consiste
basicamente em três etapas: colheita e distribuição dos restos da cultura
antecessora para formação da palhada; aplicação de herbicidas e plantio. É um
sistema muito eficiente no controle da erosão, pois mantém os resíduos
vegetais sobre o solo e promove a mobilização mínima do solo.
75

Figura 22: Informativo com 10 praticas de agricultura sustentável. Fonte: Lopes,


Y. 2018, baseado em INQUIMIA, tecnologia e agronegócio.

Figura 23: Práticas sustentáveis para o plantio na agricultura. Fonte Lopes; Y. S. 2018
76

Figura 24: ilustração de conscientização de práticas sustentáveis.


77

Figura 25: Folder informativo de tecnícas de plantio sustentável. Fonte: Lopes; Y. S.


2018.

5 DISCUSSÃO

Com a análise dos dados coletados nos questionários, foi possível


observar que a maioria dos agricultores que responderam ao mesmo adotam
práticas corretas de plantios, mas ainda tendem a ter dificuldade para
aceitarem técnicas novas para os plantios, ele tem esta consciência ambiental
que precisam buscar um modo diferente de plantio, mas a sua cultura impede
que eles busquem algo novo com medo de dar errado, mas como foi visto
funcionários da EMATER já acompanharam alguns agricultores, mostraram-lhe
técnicas de plantio direto que é o mais usado quando se trata de agricultura
sustentável, mas mesmo assim houve resistência a esta nova técnica,
agricultores de maiores portes já buscam essas tecnologias e os mais novos
também tem essa conscientização.
78

As práticas de agriculturas sustentáveis apresentadas aos agricultores,


são atividades de simples manuseio como conscientização, melhoria nas suas
plantações e propostas de plantios com um custo mais elevado como o de
plantio direto, mas que trás consigo bons resultados as plantações e ao meio
ambiente
Com análise das tabelas de tipos de plantios, foi possível verificar quais
eram os tipos de plantios, como eram realizados estes plantios e como eram
suas práticas ambientais nas plantações.
De mesmo modo que foi possível analisar quais eram os causadores
das degradações dos solos, o manejo incorreto, o uso excessivo de
agrotóxicos, a falta de rotação de culturas são os principais causadores de
degradação dos solos e de suas áreas. É de grande importância que exista
essas rotação de cultura, planos de controle de solos, de irrigação, uso
controlado de agrotóxicos, para fins de diminuir esses causadores de
degradação.
No município e no órgão ambiental da FEPAM ainda existe uma
carência de fiscalização e preparação, os órgãos municipais não estão
preparados para determinados casos de degradação, sendo que foi possível
notar que a secretaria do meio ambiente muito pouco sabe sobre os
agricultores, como é feito suas plantações e como recuperar as áreas, aonde
deveria começar a preocupação, não porque não é de sua responsabilidade
que não deve se preocupar, mas buscar melhorar as condições que se
encontram e em relação a FEPAM deveria haver uma fiscalização com mais
frequência, como foi observado só é feito atuação por meio de denúncias,
então muitos casos passam ser serem percebidos, apesar de sabermos que
existe uma falta de pessoas para realização destas fiscalizações. No entanto
os agricultores não sabem como recuperar áreas degradadas, não fazem ideia
do prejuízo ambiental e econômico deste manejo incorreto dos solos, pois no
momento que é feito este uso inadequado se perde qualidade e dinheiro em
futuros gastos que poderiam ter sido evitados com o manejo correto.
Para compreender o sentido desse conceito,
deve-se estar ciente da visão sistêmica que o termo
“agronegócio” engloba. Ele abrange o setor “antes da
porteira”, ”dentro da porteira” e “depois da porteira”,
79

onde o primeiro engloba os fornecedores de insumos e


serviço; o segundo, as atividades dentro das unidades
produtivas como o preparo e o manejo do solo, o trato
das culturas, a irrigação, a colheita, as criações e o
terceiro refere-se às atividades de armazenagem e
beneficiamento, embalagem, industrialização e
distribuição (ARAUJO, 2009).

Com a entrega do material informativo foi possível identificar que


existem uma carência ainda da parte de questões ambientais com os
agricultores, eles ainda não tem uma noção exata de seus impactos que são
causados pelo mau uso do solo, de como essa atividade incorreta pode
prejudicar não só o meio ambiente mas como suas plantações e sua qualidade,
desta maneira houve por parte dos agricultores interesses de mudar seu modo
de plantio, buscar novas inovações.
O ser humano passou a se preocupar com o bem estar da natureza
após ser comprovado que os recursos naturais são finitos emergindo a
preocupação ambiental no cenário mundial, no entanto essa questão sofreu
alterações no decorrer do tempo. Primeiramente apareceu com uma ótica
corretiva, anos 1970, pautada na visão pontual de correção dos problemas; na
década de 1980, passou para uma ótica preventiva concretizada na política de
preservação e, por fim, na década de 1990, passa a uma ótica integradora
combinando os aspectos econômicos e sociais com os ambientais, buscando a
preservação do meio ambiente e formas mais racionais de utilizar os recursos
preservando para as futuras gerações (SOUZA, 2004).
Assim entrou em cena o conceito de desenvolvimento sustentável.
Segundo Moreira e Stamato (2009), a sustentabilidade está relacionada com a
capacidade de um sistema de produção sustentar, ao longo do tempo, os
níveis adequados de produtividade e melhorar, de forma contínua, as suas
condições econômicas, sociais e ambientais. Dessa forma, os objetivos da
agricultura sustentável podem ser resumidos, de forma abrangente, como:
promover a saúde dos consumidores e agricultores; manter a estabilidade do
meio ambiente devido aos processos ambientais; assegurar aos agricultores o
lucro, a longo prazo, e assegurar pela produção as necessidades atuais da
80

sociedade Tékhne ε Lógos, Botucatu, SP, v.3, n.1, março. 2012 54


Considerando as gerações futuras (GUIVANT, 1998)
É necessário que o agricultor saiba manejar de forma adequada o solo,
além de saber trabalhar corretamente com a adubação e o controle de pragas
e doenças. Quando orientados de forma corretas de manejo dos solos e
recuperação das áreas eles escutam atentamente questionam e buscam
interesse, mas citam que falta um auxílio do governo e dos órgãos municipais
para melhoria da qualidade.

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