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Olivia Campbell

Irlandesa | 27 anos | Antiquária

Olivia Campbell, uma mulher destemida com um passado trágico, chegou à União
Soviética em meados de 1941. Sua história começa nas ruas sombrias de Dublin,
onde ela operava um negócio de antiguidades. Entretanto, por trás das vitrines
empoeiradas e das prateleiras repletas de objetos aparentemente inofensivos, Olivia
traficava informações valiosas e artefatos históricos. A irlandesa era uma
contrabandista habilidosa, que transportava patrimônios estatais preciosos através
das fronteiras europeias e do Canal da Mancha, em companhia de sua fiel namorada
Siobhán O’Sullivan. Juntas, elas usavam rotas clandestinas, disfarces e contatos
obscuros para levar antiquarias roubadas e documentos confidenciais para terceiros
interessados que quase nunca revelavam suas identidades. Seu trabalho era
perigoso, arriscado e provavelmente político, mas ela prosperava na sombra da
guerra iminente que assolaria o velho mundo.

Aos 26 anos, Olivia tinha de tudo, e observava de longe a independência daquilo que
se tornaria o seu país. Ao lado de sua companheira, ela prosperou a cada dia que
passava, se tornando uma das antiquárias clandestinas mais reconhecidas da
região. Entretanto, durante o que seria um de seus maiores e mais importantes
trabalhos, sua vida desmoronou. Ao atracar no porto de Kiel, na Alemanha, a
embarcação foi abordada pelas autoridades locais, que suspeitaram de alguns
documentos que foram forjados para tal ocasião, mas que não passaram pelo crivo
dos olhos treinados do agente alemão. Logo, a dupla se viu cercada por policiais e
agentes da marinha germânica, que finalmente viriam a capturar uma das
contrabandistas mais bem sucedidas da Europa ocidental.

Surpreendentemente, em uma clara demonstração do poderio e influência daqueles


que contratavam Olivia, haviam homens disfarçados por todo o porto, que logo
entraram em conflito armado com os oficiais alemães em busca de defender o
artefato que elas transportavam. Aparentemente, o contratante já estava preparado
para o pior, pois o nome da contrabandista ganhava notoriedade a cada dia que
passava. Durante o tiroteio, a dupla tentou fugir de volta para a embarcação no
intuito de se proteger das balas, mas no meio do caminho Siobhán foi atingida nas
costas com dois tiros, caindo ensanguentada no chão sob os infinitos tiros que
cruzavam os ares portuários daquele lugar. Os disparos eram tantos que Olivia não
encontrou brechas para socorrer sua companheira, o que a obrigou a observar sua
namorada adormecendo lentamente. Os homens armados, então, conseguiram
eliminar boa parte dos oficiais alemães e preservar o artefato contrabandeado,
permitindo com que Olivia fugisse e completasse sua entrega alguns dias depois
dentro dos interiores nortistas da Alemanha.

Ainda em choque com o último acontecimento, a irlandesa passou algumas noites


pelas ruas de Neumünster, afogando suas mágoas em absintos, cigarros e outras
drogas, na tentativa de se sentir viva novamente. Noites mal dormidas e farras
intermináveis foram rotina para Olivia por quase um mês, até que um estranho
encontro com um homem soviético aconteceu. Em uma noite impiedosamente fria,
em meio às suas andanças sem rumo, a contrabandista conheceu Roman Sergei,
que, no desenrolar da estranha conversa, se identificou como um espião soviético
que já atuava no norte da Alemanha há alguns meses. O agente informou-a sobre a
ocupação nazista que estava começando a se desenrolar na Irlanda e também
comentou que o nome Olivia Campbell já circulava pelo Kremlin há algum tempo.

Com o coração pesado e a mente turva pelo trauma e pela perda de Siobhán, Olivia
ponderou sobre as palavras de Roman. Apesar de inicialmente hesitante em confiar
em um estranho, ela não podia ignorar a realidade sombria que se desenrolava em
sua terra natal e a sombra da guerra que se aproximava. Sentindo-se desorientada e
desamparada, Olivia viu naquele homem soviético uma oportunidade de escapar do
caos iminente e talvez encontrar um novo propósito. Depois de algumas semanas
de deliberação e preparação, Olivia embarcou em uma perigosa jornada em direção
à União Soviética que demorou longos e gélidos meses. Com a ajuda de Roman e
seus contatos, ela conseguiu passar pelas fronteiras e atravessar territórios hostis,
enfrentando desafios que testaram sua coragem e sanidade.

Finalmente, após uma viagem repleta de perigos, Olivia chegou à União Soviética. À
medida que pisava na terra vermelha, ela sentia um misto de alívio por ter escapado
da tempestade que se aproximava na Europa e uma sensação de apreensão pelo
desconhecido que a aguardava. Ao chegar em Moscou, Olivia foi recebida por
membros da inteligência soviética, que a levaram para um local seguro e a
informaram sobre sua nova missão. Embora ainda carregasse o peso da perda de
Siobhán e as cicatrizes de suas experiências passadas, Olivia sabia que estava
prestes a embarcar em uma jornada que mudaria sua vida para sempre.

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