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1.

(Fgv 2020) Podem-se apanhar muitos fatos da vida daqueles sertanejos dizendo
que atravessaram a época do couro. De couro era a porta das cabanas, o rude leito
aplicado ao chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de couro todas as cordas,
a borracha para carregar água, o mocó ou alforge para levar comida, a maca para
guardar roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-lo em viagem, as
bainhas de faca, as broacas e surrões, a roupa de entrar no mato, os banguês para
curtume ou para apurar sal.

(Capistrano de Abreu. Capítulos de história colonial: 1500-1800, 2000.)

O texto descreve a cultura material da pecuária, que a partir do século XVI estendeu-
se ao interior nordestino da colônia do Brasil. A criação de gado
a) empregava predominantemente a mão de obra escrava africana e consolidou a
pequena propriedade rural às margens dos grandes rios da região.
b) contribuía com o complexo econômico litorâneo e funcionou em um regime de
contenção econômica de gastos devido ao aproveitamento de recursos locais.
c) transgredia os ordenamentos legais da administração metropolitana e jamais se
caracterizou como atividade econômica lucrativa.
d) deslocava o centro dinâmico da exploração econômica da colônia e contribuiu para
o adensamento demográfico em novos territórios.
e) favorecia o surgimento de cidades autoadministradas e revelou a existência de
jazidas de metais preciosos nas áreas recém-descobertas.

2. (Fgv 2020) Palmares conseguiu fazer o medo senhorial referente às fugas escravas
chegar a seu ponto máximo e também marcou o auge dos grandes exércitos de
aniquilação. É relativamente frequente, na correspondência oficial entre a metrópole
e os governos do final do século XVII, a equiparação de Palmares à invasão
holandesa, pelos danos, perigos e dificuldades da guerra.

LARA, S. H., “Do singular ao plural. Palmares, capitães-do-mato e o governo dos escravos”. In REIS,
J.J. e GOMES, F. dos S., Liberdade por um fio. História dos quilombos no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996, p. 87.

A respeito de Palmares e dos quilombos no Brasil, é correto afirmar:


a) Apesar de ser apontado como o maior quilombo da História do Brasil, Palmares
ofereceu menor risco que outros quilombos, pela forte presença de missionários
católicos em seu interior.
b) As ações de repressão e aniquilação dos quilombolas, no período colonial,
deveram-se à estrutura política centralizada e à formação de forte exército senhorial,
que impunham a ordem escravista no Brasil.
c) Palmares e muitos dos quilombos surgidos na região nordeste mantiveram-se
completamente fora do circuito das transações comerciais e da circulação de bens
coloniais.
d) A violenta destruição de Palmares, ao final do século XVII, intimidou os escravos
de outras regiões e marcou o início do declínio e do abandono dessa forma de
resistência à escravidão no Brasil.

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e) A população de Palmares foi ampliada durante as lutas entre luso-brasileiros e
holandeses, que provocaram constantes fugas de escravizados das plantations.

3. (Fgv 2020) A primeira medida importante tomada pelo Príncipe-Regente após sua
chegada foi o Alvará de 1o de abril de 1808. O propósito fundamental do ato
legislativo era promover a industrialização do Brasil. Alguns importantes incentivos
foram concedidos por meio do Alvará de 28 de abril de 1809: isenção de imposto de
exportação para manufaturados nacionais, uso obrigatório de bens nacionais pelas
tropas reais e a distribuição anual de 60 mil cruzados entre os industriais na
tecelagem de algodão, lã e seda.

(Carlos Manuel Peláez e Wilson Suzigan. História monetária do Brasil, 1981. Adaptado.)

Considerando as informações do texto e conhecimentos sobre a transferência da


Corte portuguesa para o Brasil, pode-se afirmar que o governo
a) promovia a industrialização do país, cobrando impostos elevados de mercadorias
importadas da Inglaterra.
b) procurava ampliar o mercado consumidor interno, abolindo gradualmente a
exploração do trabalho escravo.
c) desenvolvia a indústria armamentista, objetivando a expulsão das tropas
bonapartistas do território português.
d) visava aparelhar a colônia como o centro do Império, viabilizando as políticas
econômicas contrárias aos estatutos coloniais.
e) invertia a ordem do domínio colonial, bloqueando o desenvolvimento da economia
manufatureira no reino de Portugal.

4. (Fgv 2020) O contrato de trabalho na fazenda de café paulista consistia no


pagamento anual de uma certa quantia por cada mil pés de café cuidados [...]. O
colono ainda recebia uma quantia estipulada por alqueire (medida) de café colhido.
[...] O que tinha uma importância extraordinária no sistema de trabalho nas fazendas
paulistas era, entretanto, a possibilidade de plantar produtos de subsistência entre
os cafeeiros e a obtenção de um pedaço de terra com essa finalidade, além de um
pasto para alguns animais.

(Maria Tereza Schorer Petrone. “Imigração”. In: História geral da civilização brasileira: O Brasil
republicano, tomo III, vol. 2, 1990.)

O estímulo à contratação de trabalhadores estrangeiros pelas fazendas paulistas, no


contexto de abolição da escravidão no final do século XIX, implicou
a) a estagnação relativa da economia de exportação e o predomínio gradual da
industrialização sustentada pela formação do mercado consumidor interno.
b) a permanência da exploração compulsória do trabalho nos moldes coloniais e o
fracasso da política de transferência de agricultores estrangeiros para o Brasil.
c) a ampliação da base monetária da economia do país e a manutenção do ritmo da
atividade agroexportadora com a expressiva oferta de mão de obra.
d) a pacificação das relações de trabalho nos latifúndios paulistas e a dependência
política do grande proprietário em relação aos eleitores rurais.

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e) a assinatura de acordos do estado de São Paulo com os países de origem da mão
de obra e a pronta aceitação da nacionalidade brasileira pelos recém-chegados.

5. (Fgv 2020) Leia uma passagem do livro Memórias póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis, publicado em primeira edição em 1881. O trecho citado passa-se
na década de 1840 e apresenta a voz de um personagem indignado com o momento
histórico brasileiro.

Opinava por várias coisas, entre outras, o desenvolvimento do tráfico dos africanos
e a expulsão dos ingleses. [...] Que os levasse o diabo os ingleses! Isto não ficava
direito sem irem todos eles barra fora. Que é que a Inglaterra podia fazer-nos? Se
ele encontrasse algumas pessoas de boa vontade, era obra de uma noite a expulsão
de tais godemes1... Graças a Deus, tinha patriotismo.

(Memórias póstumas de Brás Cubas, 1970.)

1
Godemes: neologismo de grande circulação na cultura brasileira do período. Fusão de duas
palavras inglesas, “god” (Deus) e “demon” (demônio).

Pelo conteúdo dessa passagem, pode-se concluir que


a) a forte retórica nacionalista do personagem respondia às decisões do Parlamento
inglês de combate ao comércio oceânico de escravos.
b) os comerciantes ingleses disputavam com comerciantes brasileiros o monopólio
do fornecimento dos escravos africanos para as colônias britânicas das Antilhas.
c) a ocupação pela marinha inglesa dos portos da África Ocidental encarecia o preço
da mão de obra escrava no mercado internacional.
d) as ações das mais rentáveis companhias brasileiras de comércio de escravos foram
retiradas do sistema financeiro londrino.
e) o interlocutor apoiava o decreto imperial de ruptura das relações com a Inglaterra,
em face das agressões do almirantado contra os navios negreiros em alto mar.

6. (Fgv 2020) Com a repetição da crise econômica em 1937 e a aproximação da


guerra, não admira que o Estado parecesse melhor preparado do que os empresários
para resolver o problema da estagnação e incentivar a rápida industrialização.
Quando se verificou ser um erro a reaplicação da teoria do comércio liberal, depois
da guerra, os controles foram reassumidos por um governo [...] que se viu também
obrigado, por falta de alternativa, a chamar o capital estrangeiro nas condições por
ele impostas.

(Warren Dean. A industrialização de São Paulo, s/d.)

O texto alude a um período relativamente vasto da história econômica do Brasil, em


que se compuseram
a) nacionalizações crescentes de empresas estrangeiras, protecionismo alfandegário
e política de desvalorização cambial.
b) criações de empresas estatais, política livre-cambista e estímulos às implantações
de unidades econômicas privadas.

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c) socializações das indústrias de bens de produção, privatizações de empresas
produtoras de bens de consumo popular e internacionalização do capital financeiro.
d) impostos elevados sobre os lucros excessivos das empresas estrangeiras, proteção
governamental aos empresários nacionais e privatização de indústrias estatais.
e) garantias de preços mínimos para os produtos de empresas estatais, livre
negociação entre patrões e empregados e reserva de mercado para as
multinacionais.

7. (Fgv 2020) Observe a capa do livro Assim falou Juca Pato, de Belmonte, publicado
em primeira edição em 1933.

Belmonte é o pseudônimo do jornalista, caricaturista e escritor Benedito Barros


Barreto. Belmonte criou o personagem Juca Pato nas suas crônicas diárias no jornal
Folha da Noite, a partir de 1925. O livro Assim falou Juca Pato (Aspectos divertidos
de uma confusão dramática) é uma coletânea de crônicas publicadas no jornal. A
capa do livro é uma ilustração dos assuntos tratados por Belmonte, tais como:
a) consolidação do liberalismo econômico, tratados militares, independência de
colônias africanas, primeira República brasileira, sufrágio universal feminino.
b) alianças de governos totalitários, vitórias socialistas no Oriente, industrialização
colonial, Estado Novo brasileiro e pessimismo cultural.
c) formação de Estados Nacionais, política de Paz Armada, aliança dos países do
Terceiro Mundo, República Federal brasileira e dissolução dos costumes.
d) constituição de regimes antidemocráticos, expansionismos militares, contestação
do domínio colonial, situação política brasileira, modificações comportamentais.

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e) fortalecimento da Sociedade das Nações, internacionalismo econômico, criação do
pan-asiatismo, movimento sindicalista brasileiro e movimento feminista.

8. (Fgv 2020) Com efeito, coexistindo duas regiões dentro de uma mesma economia
– integradas pelo mesmo sistema monetário – o salário de subsistência da população
tende a ser relativamente mais elevado ali onde é mais baixa a produtividade do
homem ocupado na produção de alimentos. A coexistência das duas regiões numa
mesma economia tem consequências práticas de grande importância. Assim, o fluxo
de mão de obra da região de mais baixa produtividade para a de mais alta tenderá a
pressionar sobre o nível de salários desta última, impedindo que os mesmos
acompanhem a elevação da produtividade.

(Celso Furtado. Formação econômica do Brasil, 1989.)

O texto apresenta uma teoria econômica geral, que pode ser aplicada à experiência
da história social brasileira, a partir, sobretudo, dos anos cinquenta do século
passado. De fato, o desenvolvimento econômico do país
a) tendeu à concentração das atividades produtivas mais dinâmicas nas regiões de
menor concentração de trabalhadores assalariados.
b) ocorreu por meio do deslocamento de operários especializados formados nas
regiões de penúria social para os centros industrializados.
c) provocou uma revolução social nas regiões de menor crescimento com a melhoria
dos ganhos salariais dos trabalhadores locais com a queda da oferta de trabalho.
d) impediu a constituição de um mercado nacionalmente integrado com a inexistência
de mercado consumidor nas regiões de economias mais tradicionais.
e) processou-se em uma situação de deslocamento populacional interno favorável ao
aprofundamento de desigualdades econômicas inter-regionais.

9. (Fgv 2020) Observe o cartaz do documentário Jango, de 1984, dirigido por Sílvio
Tendler.

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A foto do presidente João Goulart foi registrada durante o seu governo, antes de sua
interrupção pelo golpe militar de 1964. Atentando-se, ao mesmo tempo, para o
momento histórico da realização do filme e para o momento do registro da imagem
do cartaz, verifica-se que o cineasta, frente à
a) conjuntura de aliança entre militares e políticos golpistas, mostra a inocência
política do presidente.
b) Lei de Anistia política, revela a despreocupação do presidente com a gestão da
crise econômica do seu governo.
c) campanha pela volta das eleições diretas para o executivo federal, expressa uma
visão serena e cordial do presidente.
d) reunião da Assembleia Constituinte, alegoriza nas feições do presidente os anos
tranquilos da democracia brasileira.
e) consolidação da Nova República, sugere a passividade do presidente diante da
intervenção golpista.

10. (Fgv 2020) Aqueles que compõem a cidade, tão diferentes entre si por suas
origens, condições e funções, de certa forma parecem “semelhantes” uns aos outros.
Essa similitude funda a unidade da pólis, porque para os gregos somente os
semelhantes podem permanecer mutuamente unidos pela Philia, associados a uma
mesma comunidade. Todos aqueles que participam do Estado definem-se como
Homoioi, semelhantes, depois de maneira mais abstrata, como Isoi, iguais. Essa
imagem das relações humanas encontrará no século VI a.C. a sua expressão rigorosa
no conceito de isonomia: igual participação de todos os cidadãos no exercício do
poder.

(Jean-Pierre Vernant. Les origines de la pensée grecque, 1995. Adaptado.)

O autor argumenta que a organização da pólis grega


a) desconhecia as desigualdades reais entre os cidadãos na esfera das decisões
políticas coletivas.
b) fundava-se no sentimento recíproco de amizade entre os cidadãos dos mesmos
grupos econômicos.
c) abria-se à participação nas decisões públicas dos aliados incondicionais da cidade
nos períodos de guerra.
d) enaltecia o exercício da racionalidade política em prejuízo dos cultos das
divindades do mundo grego.
e) distribuía o conjunto das tarefas públicas de acordo com as aptidões políticas de
cada um dos cidadãos.

11. (Fgv 2020)

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Sobre a expansão e as rotas comerciais islâmicas, é correto afirmar:
a) Constituída a partir de antigos centros urbanos, como Cairo e Damasco, a
expansão foi marcada pela centralização do poder e pelo estabelecimento de um
circuito mercantil articulado à Europa medieval.
b) Impulsionada simultaneamente com a difusão da religião muçulmana, a expansão
foi sucedida pela fragmentação política nos séculos subsequentes, a despeito do rico
mercado que articulava o Oriente ao continente europeu.
c) Estabelecida devido à crise do mundo romano, a expansão permitiu aos árabes o
restabelecimento de algumas instituições políticas de Roma e o restabelecimento do
Mediterrâneo como Mare Nostrum.
d) Tributária do desenvolvimento da economia europeia, a expansão islâmica
manteve as características das estruturas sociais e políticas do Norte da África e
estimulou um processo inédito de urbanização na Mesopotâmia.
e) Vinculada à proliferação das práticas religiosas pagãs e animistas, reativas ao
cristianismo, a expansão islâmica esteve imbricada à religião que defendia as práticas
mercantis e a ascensão social como sinal da bênção dos deuses.

12. (Fgv 2020) [...] no final do século XIX [...] discursos “científicos” estabelecem,
a partir de características físicas e culturais, uma classificação dos povos e uma
desigualdade das raças. [...] Mas são sobretudo as revistas de geografia e de
etnografia que influenciam os colonos, ao refletir sobre os melhores métodos para
“civilizar nossos negros”. Considera-se, de fato, que os povos que não pertencem à
“raça” branca são atrasados, infantilizados.

(Marc Ferro. A colonização explicada a todos, 2017.)

Considerando o texto e conhecimentos sobre a história europeia do final do século


XIX, pode-se concluir que

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a) as argumentações ideológicas procuravam legitimar socialmente projetos
expansionistas.
b) as afirmações da antropologia científica refutavam os artigos dos periódicos de
grande circulação.
c) as anexações de territórios estavam desvinculadas de interesses econômicos dos
Estados conquistadores.
d) as trocas culturais entre as nações eram vistas como a comprovação da
diversidade social da humanidade.
e) as potências pretendiam fortalecer militarmente os povos dominados por meio da
medicina tropical.

13. (Fgv 2020) Com a vitória do general Francisco Franco na Guerra Civil espanhola
(1936-1939), milhares de refugiados espanhóis procuraram asilo no território
francês. Os jornais da extrema direita francesa comentaram a chegada dos
republicanos espanhóis.

[...] na extrema direita, a publicação do Partido Social Francês, Le Petit Journal,


[afirma] que “a derrocada dos marxistas espanhóis” impõe a proteção do território.
“O exército do crime está na França. O que você fará a respeito?” é a manchete do
semanário antissemita Gringoire. No dia 8 de fevereiro, o jornal literário Candide
tocou o alarme: “Toda a escória, toda a gentalha de Barcelona, todos os assassinos,
os comunistas, os carrascos, os profanadores, todos os ladrões, todos os hereges
saqueadores, todos os amotinados sem escrúpulos explodiram em nosso solo”. [...]
O Action Française, uma “publicação do nacionalismo integral”, pragueja: “A França
real não quer servir de depósito para criminosos e assassinos”.

(Anne Mathieu. “Em 1939, mergulhados nos campos de refugiados espanhóis na França”.
Le monde diplomatique Brasil, agosto de 2019.)

A reação violenta da extrema direita francesa demonstra


a) a crítica das organizações conservadoras à participação de tropas francesas na
Guerra Civil e a iminente ascensão dos partidos fascistas ao governo francês.
b) o isolamento da ditadura espanhola em uma Europa democrática e o fechamento
da fronteira francesa com a Espanha franquista.
c) a restrição à liberdade de expressão na França e a censura governamental às
publicações de natureza extremista.
d) o conteúdo internacionalizante da guerra civil e a existência de partidos políticos
nacionais simpatizantes com governos autoritários europeus.
e) a propagação de guerras civis nos países da Europa Ocidental e o enfraquecimento
da economia capitalista no continente.

14. (Fgv 2020) Uma complexa trama de alianças distribuiu os principais Estados
europeus nas duas grandes guerras do século XX. A esse respeito é correto afirmar:
a) França, Inglaterra e Estados Unidos estiveram do mesmo lado nos dois conflitos
mundiais.
b) Nas duas guerras, a característica principal foi a polarização entre Estados
capitalistas e Estados socialistas.

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c) A Itália foi aliada da Alemanha durante as duas guerras, apesar de suas
vinculações históricas com o Estado francês.
d) A Espanha manteve-se neutra na Primeira Guerra mas participou ativamente da
Segunda Guerra, aliada à Alemanha nazista.
e) A exaltação dos sentimentos nacionalistas motivou a Primeira Guerra mas foi
substituída por motivações econômicas na Segunda Guerra.

15. (Fgv 2020) Por volta do final do século XVI, teve início uma transformação
profunda no gênero de vida das classes privilegiadas. Os castelos deixaram de ser
fortalezas e se tornaram residências de lazer no campo. Seus fossos foram cobertos
e suas torres transformaram-se em ornamentos. As famílias ricas tinham, além disso,
solares na cidade, onde passavam uma parte do ano. Os divertimentos tornaram-se
menos guerreiros, o torneio foi substituído pelo carrossel, exercício de habilidades a
cavalo, vindo da Itália. O jogo de combate transformou-se na esgrima com espada,
de origem italiana, modificada na França.

(Charles Seignobos. Histoire sincère de la nation française, 1982. Adaptado.)

As transformações assinaladas pelo texto sugerem


a) a extinção das famílias nobres medievais com a ascensão social da burguesia de
comerciantes e industriais.
b) a pacificação das disputas entre Estados como resultado da evolução cultural da
sociedade europeia.
c) a passagem do poder político descentralizado para a centralização política do
absolutismo monárquico.
d) a dissolução da hierarquização social com base no nascimento face ao advento da
sociedade de classes.
e) a democratização do uso das terras produtivas com a abolição da exploração da
mão de obra servil.

16. (Fgv 2020) De maneira geral, a conquista progrediu com mais rapidez e mostrou-
se mais eficiente contra os Estados indígenas organizados, uma vez que estes se
renderam aos espanhóis como entidades unificadas. Quando caía uma capital urbana,
todo o território imperial perdia muito do seu poder de resistência.

(Charles Gibson. “As sociedades indígenas sob domínio espanhol”. In: Leslie Bethell (org.).
História da América Latina, vol. II, 1999.)

O texto alude a um aspecto da conquista espanhola dos povos ameríndios, no século


XVI, que
a) substituiu, em povos tradicionalmente dominados, a escravidão pelo trabalho
assalariado.
b) encontrou nas populações litorâneas da América grandes acúmulos de metais
preciosos.
c) contou com o apoio dos líderes religiosos nativos convertidos ao monoteísmo
cristão.

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d) subjugou de forma pacífica antigas instituições imperiais em plena decadência
política.
e) usufruiu de uma estrutura hierárquica de dominação política nativa previamente
instalada.

17. (Fgv 2020) O movimento em prol dos direitos civis alcançou o seu apogeu entre
1963 e 1965. Em maio de 1963, o centro simbólico do movimento foi Birmingham,
Alabama; ali, a polícia empregou uma violência brutal contra os ativistas. Mesmo que
a realidade desses fatos já fosse por si mesma escandalosa, foi uma das primeiras
vezes que imagens televisivas galvanizaram a opinião em vários países a poucas
horas do ocorrido: a imagem da polícia sulista empregando cães e mangueira d’água
contra crianças negras era difícil de esquecer.

(Philip Jenkins. Breve historia de Estados Unidos, 2017. Adaptado.)

O movimento pela igualdade de direitos civis


a) constituiu uma exceção nos Estados Unidos da América, do ponto de vista das
grandes mobilizações populares de contestação.
b) foi ao longo dos anos basicamente pacífico de acordo com as orientações religiosas
das comunidades negras.
c) resultou da ascensão social da população negra nos Estados Unidos devido à
adoção pelos governos sulistas de leis de proteção ao trabalho.
d) formou uma frente ampla de resistência à exploração capitalista com os sindicatos
de trabalhadores das indústrias automobilísticas.
e) fortaleceu-se com a pronta divulgação das ações repressivas de forças
segregacionistas, em uma dimensão internacional.

18. (Fgv 2019) Considere as seguintes afirmações sobre o processo de emancipação


política no Brasil:

I. Ocorreu no contexto geral da crise do Antigo Regime e teve como elementos


particulares a instalação da Corte no Rio de Janeiro e a articulação política entre a
elite colonial e setores da burocracia portuguesa.
II. Foi provocado pelas movimentações separatistas na Província de Cisplatina e na
Bahia, no contexto de fragmentação da América espanhola.
III. Foi precedido pelo fim da exclusividade comercial da Metrópole e pela
transformação do estatuto político do antigo domínio colonial para a condição de
Reino Unido de Portugal e Algarves.

Está correto que se afirma em


a) I e III, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III, apenas.

19. (Fgv 2019) A viagem da família Gattai começara, em realidade, dois anos antes
de embarcarem no "Città di Roma", em Gênova. Meu avô tivera a oportunidade de

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ler um livreto intitulado: "I Comune in Riva ai Maré”, escrito por um certo Dr.
Giovanni Rossi — que assinava com o pseudônimo de Cárdias —, misto de cientista,
botânico e músico. No folheto que tanto fascinara meu avô, Cárdias idealizava a
fundação de uma "Colônia Socialista Experimental", num país da América Latina —
não especificava qual —, uma sociedade sem leis, sem religião, sem propriedade
privada, onde a família fosse constituída de forma mais humana, assegurando às
mulheres os mesmos direitos civis e políticos que aos homens.

GATTAI, Zélia, Anarquistas graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, p. 111.

A Colônia Cecília, fundada por italianos anarquistas no Paraná em 1890, foi uma das
experiências imigratórias no Brasil. A esse respeito, é correto afirmar:
a) Muitas outras colônias semelhantes foram formadas no Brasil no século XIX devido
à forte influência do anarquismo entre os imigrantes italianos.
b) A experiência anarquista da Colônia Cecília destoava das características das
estruturas agrárias, comportamentais e religiosas predominantes no Brasil.
c) A Colônia Cecília estruturou-se com base nas experiências de parceria e
solidariedade estabelecidas pelo senador Nicolau de Campos Vergueiro.
d) O investimento público em tecnologia para o beneficiamento do café foi uma das
particularidades da Colônia Cecília.
e) Na Colônia Cecília, trabalhavam imigrantes e africanos escravizados em um
sistema ordenado pela complementação de atividades.

20. (Fgv 2019) Houve movimentos militares em 1945, 1954, 1964, uma tentativa
frustrada em 1961 e um outro movimento em 1955, que precipitou um
contramovimento em defesa das autoridades constitucionais. Os anos de 1945 a
1964 assinalam o período da primeira experiência do Brasil com uma política
competitiva, democrática e aberta.

Stepan, A., Os militares na política. As mudanças de padrões na vida brasileira. Rio de


Janeiro: Artenova, 1975, p. 66.

Sobre os movimentos militares citados no texto é correto afirmar:


a) Foram movimentos anticomunistas impulsionados pela polarização ideológica da
Guerra Fria.
b) Em 1945 e 1964, os presidentes da República foram destituídos, marcando o início
de novos períodos políticos.
c) A intervenção mais aguda ocorreu em 1961 com a implementação do regime
presidencialista.
d) Em seu conjunto, percebe-se a inexistência de correntes políticas de opiniões
distintas no seio das Forças Armadas brasileiras.
e) Tais intervenções militares revelam a característica democrática e civil da história
da República brasileira.

21. (Fgv 2019) Leia com atenção o trecho de Os Lusíadas.

Quem eram, de que terra, que buscavam,


Ou que partes do mar corrido tinham?

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Os fortes Lusitanos lhe tornavam
As discretas respostas que convinham:
- «Os Portugueses somos do Ocidente,
Imos buscando as terras do Oriente.
«Do mar temos corrido e navegado
Toda a parte do Antártico e Calisto,
Toda a costa Africana rodeado;
Diversos céus e terras temos visto;
Dum Rei potente somos, tão amado,
Tão querido de todos e benquisto,
Que não no largo mar, com leda fronte,
Mas no lago entraremos de Aqueronte.

Luís de Camões, Os Lusíadas, século XVI. (adaptado)


http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000178.pdf

Sobre a chamada expansão marítima do século XVI, é correto afirmar:


a) Iniciou-se com o Périplo Africano, que representou o primeiro contato histórico dos
europeus com os povos da África.
b) Foi possibilitada pelo processo de descentralização política portuguesa, que
garantiu a participação de grupos particulares nas atividades marítimas.
c) Teve motivações análogas às da Reconquista, como a conquista de terras e
riquezas, a expansão do Cristianismo e o combate aos muçulmanos.
d) Foi promovida pela Igreja estabelecida em Roma, que incumbiu os Estados ibéricos
de empreenderem a conquista de novos continentes.
e) Foi provocada pelos avanços dos povos islamizados do Norte da África sobre o sul
do continente europeu.

22. (Fgv 2019) Nas vésperas dos Descobrimentos e no próprio momento das viagens
de Colombo, de Vasco da Gama e de Vespúcio, nenhuma das cinco representações
da Terra descritas por Crates, Aristóteles, Parmênides (as zonas), Lactâncio e
Ptolomeu parece prevalecer. Embora elas nos apareçam como absolutamente
incompatíveis, as quatro primeiras tendem, com efeito, a conjugar-se para preservar
o paradigma medieval de uma ecúmena plana, colocada sobre uma esfera
“cosmográfica”.

RANDLES, RW.G.L Da Terra Plana ao Globo Terrestre. Uma rápida mutação epistemológica (1450-
1520). Lisboa: Gradiva, 1990, p. 35. ecúmena: área da Terra habitada pelos seres humanos.

Acerca das concepções sobre a Terra e da expansão marítima Europeia afirma-se:

I. À época dos Descobrimentos, não havia nenhuma teoria acerca da esfericidade da


Terra, o que reforçava a posição de setores religiosos que ainda sustentavam o mito
bíblico da Terra Plana.
II. A viagem de circum-navegação realizada por Fernão de Magalhães, entre 1519 e
1522, tornou-se um marco na História mundial por ter comprovado a tese da
esfericidade da Terra.

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III. As lendas acerca da existência de monstros e de seres fantásticos que habitariam
os mares e terras desconhecidos faziam parte do imaginário europeu à época dos
Descobrimentos.

Está correto o que se afirma em


a) I e III, apenas.
b) I, II e III.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

23. (Fgv 2019) Em 1962 tem lugar a crise dos ‘mísseis’, quando Kennedy ameaça
novamente invadir Cuba pretextando a instalação de mísseis soviéticos na ilha. Sem
consultar os cubanos, os soviéticos terminam por desmantelar os foguetes, que
haviam sido oferecidos para a proteção do regime de Fidel.

SADER, Eder (org.) Che Guevara – Política. São Paulo: Expressão Popular, p. 24.

Tendo em vista essa informação, é correto afirmar:


a) O governo dos Estados Unidos fomentou o movimento dirigido por Fidel Castro
para derrubar o presidente nacionalista Fulgêncio Batista.
b) A “crise dos mísseis” provocou o completo isolamento do governo cubano, que se
desentendeu tanto com os Estados Unidos quanto com a União Soviética.
c) A “crise dos mísseis” provocou a saída de Che Guevara do governo cubano,
demitido por Fidel Castro por suas posições radicais contra os Estados Unidos.
d) A “crise dos mísseis” desencadeou o embargo econômico dos Estados Unidos a
Cuba, que foi suspenso com o fim da União Soviética em 1991.
e) Em 1961, o governo estadunidense patrocinou a invasão da Baía dos Porcos, no
sul de Cuba, por tropas integradas por exilados cubanos.

24. (Fgv 2019) Leia com atenção a letra de uma canção composta durante a Segunda
Guerra Mundial.

Sai, quinta-coluna,
Por sua causa é que vou me alistar
Quando eu calçar minha botina reiuna
Quero ver, quinta-coluna,
Se manifestar

Se um cavalheiro brasileiro ou estrangeiro


Só vive falando em Roma ou Berlim
Eu vou me desviando
Que esse cara está bancando
O quinta-coluna sobre mim

Antonio Nássara e Eratóstenes Frazão, Sai, quinta coluna, 1943.

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Assinale a alternativa correta:
a) O termo quinta-coluna, cunhado na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), referia-
se à presença de agentes estadunidenses infiltrados no Brasil.
b) A entrada do Brasil na guerra ocorreu após o rompimento das relações
diplomáticas com o regime fascista espanhol.
c) O governo brasileiro manteve uma postura indefinida até 1942, acompanhando o
posicionamento e a orientação política da União Soviética.
d) Com a entrada do Brasil na guerra, italianos, alemães e japoneses foram alvo de
desconfianças e perseguições no Brasil.
e) Durante a guerra, tornou-se obrigatório que um quinto das tropas brasileiras fosse
composto por descendentes de alemães e italianos.

25. (Fgv 2019) Costuma-se dizer que a religião deve ser separada da política e que
o mundo eclesiástico não se deve imiscuir nos assuntos de Estado. Proclama-se que
as altas autoridades eclesiásticas muçulmanas não devem intervir nas decisões
sociais e políticas do governo. Tais afirmações só emanam dos ateus: são ditadas e
espalhadas pelos imperialistas. A política estava separada da religião no tempo do
Profeta (...)?

AIATOLÁ KHOMEINI, O Livro Verde dos princípios políticos, sociais e religiosos. Rio de Janeiro:
Record, 1979, p. 27.

O Aiatolá Khomeini foi um dos líderes da Revolução Iraniana de 1979, que derrubou
o regime do Xá Reza Pahlevi. A esse respeito, afirma-se:

I. A Revolução Iraniana provocou a substituição de um regime imperial democrático


por um Estado republicano de caráter autoritário.
II. Dirigido pelos xiitas, o movimento instaurou um governo fundamentalista que
articulava os interesses do Estado a concepções religiosas muçulmanas.
III. A ascensão do regime dos aiatolás foi patrocinada pelos governos dos Estados
Unidos, interessados em estimular o conflito entre Irã e Iraque, dirigido, na época,
por Saddam Hussein.

Está correto o que se afirma em


a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II, apenas.

26. (Fgv 2018) A agromanufatura da cana resultaria em outro produto tão importante
quanto o açúcar: a cachaça. Alambiques proliferaram ao longo dos séculos coloniais.
A comercialização da bebida afetava profundamente a importação de vinhos de
Portugal. Esse comércio era obrigatório, pois por meio dos tributos pagos pelas cotas
do vinho importado é que a Coroa pagava as suas tropas na Colônia. A cachaça
produzida aqui passou a concorrer com os vinhos, com vantagens econômicas e
culturais. Essa concorrência comercial entre colônia e metrópole se estendeu para as
praças negreiras e rotas de comercialização de escravos na África portuguesa. A

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cachaça brasileira, por ser a bebida preferida para os negócios de compra e venda
de escravos africanos, colocou em grande desvantagem a comercialização dos vinhos
portugueses remetidos à África. A longa queda de braço mercantil acabou
favorecendo afinal a cachaça, porque sem ela, nada de escravos, nada de produção
na Colônia, com consequências graves para a arrecadação do reino.

(Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar. Nossa História, ano 3, nº 29, 2006.
Adaptado)

A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é correto afirmar que


a) essa produção prejudicou os negócios relacionados ao açúcar, porque desviava
parte considerável da mão de obra e dos capitais, além de incentivar o tráfico
negreiro em detrimento do uso do trabalho compulsório indígena, que mais
interessava ao Estado português.
b) esse item motivou recorrentes conflitos entre as elites colonial e metropolitana,
condição em parte solucionada quando as regiões africanas fornecedoras de escravos
tornaram-se também produtoras de cachaça, o que desestimulou a sua produção na
América portuguesa.
c) essa bebida tem uma trajetória que comprova a ausência de domínio da metrópole
sobre a América portuguesa, porque as restrições ao comércio e à produção de
mercadorias no espaço colonial não surtiam efeitos práticos e coube aos senhores de
engenho impor a ordem na Colônia.
d) esse produto desrespeitava um princípio central nas relações que algumas
metrópoles europeias impunham aos seus espaços coloniais, nesse caso, a quebra
do monopólio de grupos mercantis do reino e a concorrência a produtos da metrópole.
e) essa mercadoria recebeu um impulso importante, mesmo contrariando as
determinações metropolitanas, mas, gradativamente, perdeu a sua importância, em
especial quando o tabaco e os tecidos de algodão assumiram a função de moeda de
troca por escravos na África.

27. (Fgv 2018) Como a sociedade do reino e as dos núcleos mais antigos de
povoamento – a de Pernambuco, Bahia ou São Paulo – seguiam, em Minas, os
princípios estamentais de estratificação, ou seja, pautavam-se pela honra, pela
estima, pela preeminência social, pelo privilégio, pelo nascimento. A grande diferença
é que, em Minas, o dinheiro podia comprar tanto quanto o nascimento, ou “corrigi-
lo”, bem como a outros “defeitos” (...) Como rezava um ditado na época, “quem
dinheiro tiver, fará o que quiser”.

(Laura de Mello e Souza. Canalha indômita. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano
1, nº 2, ago. 2005. Adaptado)

No Brasil colonial, tais “defeitos” referem-se


a) aos que fossem acusados pelo Tribunal da Santa Inquisição e aos que estivessem
na Colônia sem a permissão do soberano português.
b) ao exercício de qualquer prática comercial desvinculada da exportação e à
condição de não ser proprietário de terras e escravos.
c) aos que explorassem ilegalmente o trabalho compulsório dos indígenas e aos
colonos que não fizessem parte de alguma irmandade religiosa.

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d) aos colonos que se casavam com pessoas vindas da Metrópole e aos que
afrontassem, por qualquer meio, os chamados “homens bons”.
e) aos de sangue impuro, representados pela ascendência moura, africana ou
judaica, e aos praticantes de atividades artesanais ou relacionadas ao pequeno
comércio.

28. (Fgv 2018) A partir da década de 1970, ganhou espaço a interpretação de que
o imperialismo inglês foi a causa da Guerra do Paraguai, deflagrada em dezembro de
1864. Segundo essa vertente, o trono britânico teria utilizado o Império do Brasil, a
Argentina e o Uruguai para destruir um suposto modelo de desenvolvimento
paraguaio, industrializante, autônomo, que não se submetia aos mandos e
desmandos da potência de então. Estudos desenvolvidos a partir da década de 1980,
porém, revelam um panorama bastante distinto.

(Francisco Doratioto. Paraguai: guerra maldita. Em: Luciano Figueiredo, História do Brasil
para ocupados, 2013. Adaptado)

Os novos estudos sobre a Guerra do Paraguai


a) questionam a superioridade militar da aliança entre Argentina, Brasil e Uruguai e
consideram que a vitória dessas nações derivou mais de algumas circunstâncias
favoráveis do que da competência bélica.
b) apontam para o expansionismo territorial do Império do Brasil como o principal
causador dessa guerra, como pode ser verificado por meio das pretensões brasileiras
por territórios divisos com o Paraguai e a Argentina.
c) atribuem a responsabilidade do conflito aos quatro países envolvidos, que estavam
em um momento particular de suas histórias, porque se encontravam em meio aos
processos de construção e consolidação dos Estados Nacionais.
d) demonstram como a inabilidade diplomática das nações envolvidas provocou uma
guerra prolongada e muito cara, que, em última instância, gerou forte dependência
econômica da região durante o resto do século XIX.
e) realçam a importância do Uruguai e da Argentina como provocadores desse
conflito regional porque defendiam que a navegação do estuário do Prata fosse
exclusividade dessas nações, trazendo imediato prejuízo à Inglaterra.

29. (Fgv 2018) Terra do sonho é distante/e seu nome é Brasil/ plantarei a minha
vida/ debaixo de céu anil/ Minha Itália, Alemanha/ Minha Espanha, Portugal/talvez
nunca mais eu veja/ minha terra natal.
(Milton Nascimento. Sonho imigrante).

Acerca do processo de imigração para o Brasil, registrado no século XIX, é correto


afirmar:
a) O Brasil tornou-se o destino preferencial dos imigrantes europeus graças à
possibilidade de se constituírem pequenos proprietários rurais devido à promulgação
da Lei de Terras em 1850.
b) Desde a proclamação da independência do Brasil, a imigração europeia foi
estimulada pelo governo central como uma maneira de atender às pressões inglesas
pelo fim da escravidão no país.

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c) O fluxo imigratório só deslanchou no Brasil após as alterações nas leis trabalhistas
que garantiram condições de trabalho análogas àquelas oferecidas no continente
europeu.
d) A partir da década de 1870, com as iniciativas do governo de São Paulo,
intensificou-se o fluxo imigratório de europeus para a província paulista destinados,
sobretudo, à produção cafeeira.
e) A modernização das atividades agrícolas brasileiras iniciaram-se a partir do
declínio da produção canavieira e com o desenvolvimento do complexo cafeeiro na
região do Recôncavo Baiano e do Sul da Bahia.

30. (Fgv 2018) A integração da ordem “tradicional” às atividades econômicas e sua


redefinição tendo em vista as práticas capitalistas pode também ser observada em
outros setores dos negócios cafeeiros. Ainda a ‘confiança’ que fundamentou o
comportamento nesse ramo aparece claramente associada a um requisito básico das
práticas capitalistas: a rapidez.
No trânsito do café pelo Rio de Janeiro, as operações eram marcadas por um ritmo
acelerado. Ao chegar do interior, sua estadia nos armazéns da estrada de ferro, sem
que os comissários ficassem sujeitos a multas pesadas, era no máximo de oito dias.

FRANCO, M. S. de C., Homens livres na ordem escravocrata. 4a ed., São Paulo: Unesp,
1997, p. 182.

a) Aponte duas diferenças entre a produção cafeeira do Vale do Paraíba e a do Oeste


paulista no século XIX.

b) Descreva os papéis dos comissários nos negócios do café.

c) Indique e explique dois aspectos nitidamente capitalistas na produção cafeeira do


Oeste paulista.

31. (Fgv 2018) Encontro, teoricamente inexplicável, de dois fenômenos que deveriam
em princípio repelir-se um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali
estavam eles juntos, articulados, durante todo o período pombalino.

FALCON, F. J. C., A época pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483.

Entre as medidas implementadas durante o período em que o Marquês de Pombal foi


o principal ministro do rei português D. José I, é correto apontar:
a) A anistia aos mineradores da colônia que possuíam débitos tributários com a
metrópole portuguesa.
b) A implementação de medidas liberalizantes e a extinção das companhias de
comércio monopolistas.
c) O estabelecimento do Diretório dos Índios, que significou uma tentativa de
enfraquecer o poder dos jesuítas.
d) A intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-novos bem como o
fortalecimento do Tribunal do Santo Ofício.
e) O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento dos setores financeiros e
mercantis da sociedade portuguesa.

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32. (Fgv 2018) A imagem retrata um episódio de 1943, na cidade de Natal: a
presença do presidente do Brasil, Getúlio Vargas, e do presidente dos Estados Unidos,
Franklin Roosevelt.

Tal episódio faz parte de um contexto mais amplo, representado pela Política de Boa
Vizinhança, que se constituiu em uma
a) forte mobilização dos governos dos Estados Unidos e do Brasil no sentido de uma
inédita colaboração econômica, materializada na oferta estadunidense de tecnologia
para a recente indústria automobilística brasileira e a remessa de aço para as
indústrias dos Estados Unidos.
b) ação conjunta do governo e de grandes empresários norte-americanos para auferir
grandes lucros no Brasil e na América Latina por meio de investimentos diretos em
equipamentos urbanos, especialmente o transporte público e a produção e
distribuição de energia.
c) nova postura diplomática e comercial dos Estados Unidos para a América Latina,
especialmente para a Argentina, o Brasil e o México, que articulavam um bloco
político-econômico com o intuito de estabelecer relações mais efetivas com a
Inglaterra e a França.
d) reordenação radical da política externa brasileira, que passou a ser pautada pelo
pragmatismo econômico, no qual o governo Vargas procurava as melhores condições
para garantir o desenvolvimento da indústria de base, alternando aproximações entre
os Estados Unidos e a Inglaterra.
e) prática diplomática estadunidense para a América Latina, que abandonou o
intervencionismo, optando pela negociação diplomática e o auxílio econômico e
militar, como o empréstimo para a construção de uma siderúrgica no Brasil, a fim de
limitar a influência europeia na região.

33. (Fgv 2018) Leia o discurso proferido por Tancredo Neves, no plenário da Câmara
dos Deputados, em 15 de janeiro de 1985.

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Brasileiros, neste momento, alto na História, orgulhamo-nos de pertencer a um povo
que não se abate, que sabe afastar o medo e não aceita acolher o ódio. A Nação
inteira comunga deste ato de esperança. Reencontramos, depois de ilusões perdidas
e pesados sacrifícios, o bom e velho caminho democrático. Não há Pátria onde falta
democracia. (...)
O entendimento nacional não exclui o confronto das ideias, a defesa de doutrinas
políticas divergentes, a pluralidade de opiniões. Não pretendemos entendimento que
signifique capitulação, nem um morno encontro dos antagonistas políticos em região
de imobilismo e apatia. O entendimento se faz em torno de razões maiores, as da
preservação da integridade e da soberania nacionais. (...) Esta memorável campanha
confirmou a ilimitada fé que tenho em nosso povo. Nunca, em nossa história, tivemos
tanta gente nas ruas, para reclamar a recuperação dos direitos de cidadania e
manifestar seu apoio a um candidato. (...)
Não vamos nos dispersar. Continuemos reunidos, como nas praças públicas, com a
mesma emoção, a mesma dignidade e a mesma decisão.

http://tancredo-neves.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=68:presidente-
eleito-brasilia-15-01-1985&catid=42:discursos&Itemid=125. Acesso em 18 de fevereiro de 2018.

Assinale a alternativa correta:


a) Tancredo Neves foi o principal líder da oposição política à Ditadura Militar no Brasil
e sua eleição indireta em 1985 representou uma ruptura sem conciliações com os
setores que apoiaram os militares, a partir de 1964.
b) Com perfil moderado, Tancredo Neves, que havia sido primeiro-ministro durante
o governo de João Goulart, entre setembro de 1961 e junho de 1962, articulou a
composição política que instaurou a chamada Nova República em 1985.
c) A eleição direta de Tancredo Neves em 1985 significou o fim da Ditadura Militar
no Brasil e garantiu o pleno estabelecimento do regime democrático com a
instauração do pluripartidarismo.
d) Como governador de Minas Gerais, Tancredo Neves liderou o processo de anistia
aos presos políticos e exilados durante a Ditadura Militar no Brasil e promoveu a
campanha pelas eleições diretas em 1985.
e) Vinculado aos sindicatos de trabalhadores, à esquerda democrática e ao
trabalhismo, Tancredo Neves foi o principal herdeiro político de Getúlio Vargas e de
João Goulart, em cujos governos exerceu o cargo de ministro da Justiça.

34. (Fgv 2018) Era a manhã ensolarada do dia 1o de maio de 1980, e as pessoas
que haviam chegado ao centro de São Bernardo para a comemoração da data se
depararam com a cidade ocupada por 8.000 policiais armados, com ordens de
impedir qualquer concentração.
É que aquele Dia do Trabalhador ocorria quando uma greve dos metalúrgicos da
região alcançava já um mês de duração e levara o chefe do Serviço Nacional de
Informação a prometer que dobraria a república de São Bernardo. O que poderia ter
permanecido em dissídio salarial tornara-se um enfrentamento político que
polarizava a sociedade. Movidos pela solidariedade à greve, formaram-se comitês de
apoio em fábricas e bairros da Grande São Paulo. Pastorais da Igreja, parlamentares
da oposição, Ordem dos Advogados, sindicatos, artistas, estudantes, jornalistas,

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professores assumiram a greve do ABC como expressão da luta democrática em
curso.

(Eder Sader. Quando novos personagens entraram em cena, 1988. Adaptado)

Em relação ao evento apresentado, é correto afirmar que


a) a ação dos sindicatos dos trabalhadores industriais da Grande São Paulo,
especialmente na região do ABC, sob a hegemonia do ilegal Partido Comunista
Brasileiro, garantiu uma excepcional articulação entre os movimentos sociais, como
o de moradia, e o denominado sindicalismo classista.
b) o ponto central de articulação e unidade das organizações sindicais, políticas e do
movimento popular do estado de São Paulo foi à luta contra as modificações na CLT,
pretendidas pelo Ministério do Trabalho, com a anuência da FIESP e de outras
confederações e federações patronais.
c) o sindicalismo brasileiro sofreu um decisivo impulso a partir das greves de boias-
frias, em 1978, ocorridas no interior do estado São Paulo, fazendo com que a
organização dos sindicatos de trabalhadores da indústria se voltassem para a luta
pela recuperação das perdas salariais ocorridas desde 1964.
d) as movimentações operárias da região do ABC paulista foram organizadas por
dirigentes do chamado novo sindicalismo, que buscava a autonomia sindical frente
ao Estado e criticava o sindicalismo dos dirigentes pelegos, cuja ação se baseava em
práticas assistencialistas.
e) a reorganização dos movimentos de trabalhadores no Brasil, depois de uma
década sem greves e manifestações de ruas, decorreu da ação dos trabalhadores da
administração pública, especialmente da saúde e da educação, que perderam o
direito à sindicalização durante a Ditadura Militar.

35. (Fgv 2018) Observe a imagem a seguir:

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a) Qual decisão os eleitores brasileiros foram convocados a tomar no Plebiscito de
1963, no Brasil?

b) Explique o contexto político brasileiro no qual ocorreu o Plebiscito.

c) Exponha os desdobramentos políticos do resultado do Plebiscito de 1963.

36. (Fgv 2018) A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um
espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida
própria; por exemplo, participavam da religião, e não apenas da religião do lar que,

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afinal, era o seu: fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como
sacerdote pelos fiéis de alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre
dessa Igreja cristã que nem por um momento pensou em abolir a escravidão.
Paganismo ou cristianismo, é possível que as coisas religiosas os tenham atraído
muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos para eles. Os escravos
também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do circo e da arena,
pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças das escolas
e... os burros de carga.

(Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.). História da vida privada v. 1: do
Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado)

A partir da discussão presente no trecho, é correto afirmar:


a) a característica fundante do escravismo romano era a origem étnica, o que fazia
com que a escravização dos povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império
proporcionassem a grande maioria da mão de obra servil, ao mesmo tempo em que
a escravidão entre os próprios romanos havia caído em desuso desde a crise da
República.
b) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, mas seres humanos, na
medida em que até os senhores que os tratavam desumanamente impunham-lhes o
dever moral de ser bons escravos, de servir com dedicação e fidelidade,
características necessariamente humanas; no entanto, esses seres humanos eram
igualmente um bem cuja propriedade seu amo detinha.
c) a escravidão caracterizava as relações de produção em Roma e os escravos, em
sua inferioridade jurídica, desempenhavam uma função produtiva, marcados por um
lugar social de pobreza, privação e precariedade, estando associados às formas
braçais de trabalho e à produção de bens materiais em uma sociedade altamente
hierarquizada.
d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa transformação ao longo dos
séculos, de tal forma que a própria sociedade romana passou a questioná-la,
tornando mais brandas as relações escravistas em meio à transformação do
cristianismo em religião oficial do Império, o que contribuiu para o aprofundamento
da crise do escravismo.
e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da República romana, muito
associadas ao poder dos patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes
proprietários, mas entraram em decadência na passagem para o Império, pois os
generais que centralizaram o poder reconheciam na escravidão um mecanismo de
enfraquecimento do exército.

37. (Fgv 2018) Na sua faceta mais radical, a Revolução Francesa promoveu uma
certa redistribuição de terra, por meio de medidas como a venda dos bens nacionais.
Entretanto, nesse processo de construção de uma ordem jurídica burguesa, o fim da
escravidão não seria, no final das contas, incluído. A Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão de 1789 trazia, no seu artigo 1º, o princípio segundo o qual
“os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”. Mas a história
revolucionária mostrou que essa fórmula clássica do liberalismo político foi capaz de
gerar, de imediato, posturas contraditórias entre os diferentes atores históricos do

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período, que interpretavam os termos liberdade e igualdade à luz de suas próprias
aspirações e interesses.

(Laurent Azevedo Marques de Saes. A Societé des Amis des Noirs e o movimento antiescravista sob
a Revolução Francesa (1788-1802). Tese (Doutorado em História Social) – FFLCH, USP. 2013.
Adaptado)

Nesse contexto, é correto afirmar que


a) a Revolução Francesa, embora conduzida em nome de princípios universais de
liberdade e igualdade, acabou incorporando a escravidão colonial na nova ordem
jurídica, sem que essa instituição tivesse sido posta em discussão nem sequer no
período mais radical do processo revolucionário, no momento no qual os jacobinos
tentaram dirigir os rumos da revolução.
b) os princípios de liberdade e igualdade, para a maioria dos homens nas assembleias
revolucionárias, não encontravam fronteiras ou limites ditados pela condição da
França de potência colonial, mas representavam valores universais a serem
difundidos inclusive para a América a partir de Paris, ainda que a ascensão de
Napoleão tenha freado a propagação das ideias revolucionárias.
c) o império colonial francês à época girava em torno da “pérola das Antilhas”, São
Domingos (futuro Haiti), colônia que havia projetado a França para o topo do
mercado internacional de produtos tropicais e que transformou o sucesso da
produção caribenha na base da riqueza burguesa dos portos franceses, o que não
impediu que jacobinos e sans culottes defendessem a abolição e a independência
colonial desde julho de 1789.
d) a questão colonial evidenciava, sob certos aspectos, os limites da Revolução
Francesa, liberal e burguesa, pois dentro da ótica mercantilista que orientou a
economia francesa desde o século XVII, a prosperidade da Nação dependia da
balança comercial favorável e, nesse sentido, o papel do comércio com as colônias e
da reexportação dos produtos proporcionados por esse comércio era visto como
capital.
e) a restauração da escravidão nas colônias, ocorrida em 1799 por ordem de
Bonaparte depois da abolição em 1789, por exigência dos revolucionários, teve como
desdobramento o levante negro no Haiti, em que se lutava simultaneamente pela
abolição da escravidão e pelo rompimento dos laços coloniais com a França,
resultando na independência do Haiti, primeiro a libertar os escravos no continente
americano.

38. (Fgv 2018) Foi pela espada que nossos ancestrais introduziram, na criação, o
poder de cercar a terra e fazê-la sua propriedade; foram eles que primeiro mataram
os seus próximos, os homens, para assim roubarem ou pilharem a terra que a esses
pertencia e deixá-la a vós, seus descendentes. (...)
Eu vos exorto, soldados da República Inglesa! O inimigo não poderia vencer-vos no
campo de batalha, porém pode derrotar-vos no campo da política se não estabelecem
a liberdade para todos.
Onde existe um povo.... unido graças à propriedade coletiva dos meios de
subsistência até formar uma só pessoa será o seu país o mais poderoso do mundo...
a defesa da propriedade e do interesse individual divide o povo de um país e do
mundo todo.

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(Gerrard Winstanley. Em Cristopher Hill. O mundo de ponta-cabeça, 1987)

A partir do documento, é correto afirmar que


a) Gerrard Winstanley defendia a propriedade coletiva da terra, eixo da proposta dos
diggers (escavadores), no contexto da Revolução Puritana na Inglaterra, contra a
classe proprietária que, vitoriosa militarmente com o exército republicano, massacrou
a ameaça radical dos não proprietários.
b) no fim da guerra civil, Gerrard Winstanley, líder do exército republicano inglês, o
New Model Army, exortou os soldados a lutarem pela vitória de Cromwell, defensor
da propriedade privada e do poder dos proprietários, reassentados na Câmara do
Comuns.
c) o líder do partido independente na guerra civil inglesa, Gerrard Winstanley,
defendia a propriedade coletiva em nome da liberdade, o que garantiria a reunião de
todos os ingleses para a vitória de Cromwell contra Carlos I, decapitado em 1649, o
que significou o fim do absolutismo na Inglaterra.
d) o exército republicano, New Model Army, chefiado por Cromwell e unido ao líder
dos levellers (niveladores), Gerrard Winstanley, na Revolução Puritana, garantiu a
derrota de Carlos I, o que possibilitou a morte do Antigo Regime na Inglaterra e a
implantação da propriedade coletiva.
e) com a morte do rei Carlos I, assumiu a chefia da Câmara dos Comuns o deputado
Gerrard Winstanley que, com o seu poder, começaram as mudanças radicais, como
a propriedade coletiva da terra, anulando os cercamentos que enriqueceram os
proprietários e empobreceram os camponeses.

39. (Fgv 2018) Mas por que não falar dos que julgam que, em virtude dos perdões e
das indulgências, não têm nenhuma dívida para com a divindade? (...) sem recear
erro de cálculo, medem os espaços, os séculos, os anos, os meses, os dias – assim
também, com essa espécie de falazes remissões medem eles as horas do purgatório.
(...) Persuadidos dos perdões e das indulgências, ao negociante, ao militar, ao juiz,
basta atirarem a uma bandeja uma pequena moeda, para ficarem tão limpos e tão
puros dos seus numerosos roubos como quando saíram da pia batismal.

Erasmo de Roterdã, Elogio da Loucura. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 66-67. Coleção
Os Pensadores.

a) Aponte as diferenças entre a Reforma Protestante e a Contrarreforma Católica no


século XVI.

b) Identifique e explique uma característica comum à Reforma Protestante e à


Contrarreforma católica no século XVI.

c) Do ponto de vista das monarquias europeias, explique o contexto de rivalidades


na primeira metade do século XVI.

40. (Fgv 2018) A proclamação da República Popular da China em 1º de outubro de


1949 e a eleição do governo presidido por Mao Tsetung foram resultados da luta
contra a ocupação da China por potências estrangeiras e contra o regionalismo que

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fortalecia os senhores de terra. O movimento camponês, liderado por Mao Tse tung,
sagrou-se vitorioso em outubro de 1949. Entretanto, as raízes desse movimento
estão no século 19 e nas condições que se foram criando a partir da intervenção das
potências estrangeiras, no início do século 20.

(Carlos Guilherme Mota. História moderna e contemporânea, 1986)

No que diz respeito às interferências estrangeiras nesse país, é correto afirmar que
a) a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) terminou com a vitória do Império Russo
e sua decorrente ação do imperialismo russo no processo de partilha de grande parte
do território da China Imperial.
b) as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860) garantiram à Inglaterra a abertura
comercial da China e permitiram também que outras potências europeias e asiáticas
revelassem seus interesses no Império Chinês.
c) a guerra entre o Império Chinês e o Japão (1894-1895) resultou no
enfraquecimento da China e no início da hegemonia alemã em grande parte desse
país, principalmente por meio das amplas inversões de capitais.
d) a Revolta dos Boxers (1898-1901) representou a luta das classes médias urbanas
e da classe operária pela ampliação da cidadania político-eleitoral, contra os grandes
senhores de terra e a República chinesa recém-proclamada.
e) a Longa Marcha (1923-1927), organizada pelo Partido Comunista Chinês em
aliança com o Partido Nacional do Povo, lutou contra as presenças estrangeiras na
China, e foi derrotada pelos japoneses no momento da invasão da Manchúria.

41. (Fgv 2018) Observe os dois mapas.

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No que diz respeito aos mapas, é correto afirmar que o Mapa 1 representa
a) a Europa no início do século XIX, no momento da expansão do Império
Napoleônico, que se estende até a Rússia; o Mapa 2 mostra a Europa pós-Segunda
Guerra, isto é, em plena Guerra Fria, com o aumento do poder da URSS e de seus
satélites.
b) a Europa no início do século XX, com os impérios Russo, Austro-Húngaro, Alemão
e Otomano e as potências como a França e Reino Unido; o Mapa 2 mostra a divisão
política após a Primeira Guerra, com surgimento de novos países a partir do fim
desses impérios.
c) todos os países envolvidos na Guerra dos 7 anos, entre 1756 e 1763, na Europa:
França e Espanha de um lado e, Inglaterra e Portugal, de outro; Mapa 2 mostra os
países da OTAN e do Pacto de Varsóvia, blocos militares surgidos no contexto da
Guerra Fria.
d) as transformações geopolíticas das decisões do Congresso de Viena em 1814-
1815, reduzindo os territórios dos perdedores, como a França; o Mapa 2 mostra o
resultado político da vitória dos Aliados na Segunda Guerra, como a URSS, a
Inglaterra, a França e a Polônia.
e) o momento final do processo de unificação da Alemanha, na segunda metade do
século XIX, com a formação do Segundo Reich; o Mapa 2 mostra a Europa no final
dos anos 1970, com a queda do Muro de Berlim e as repercussões do fim do avanço
soviético.

42. (Fgv 2018) Em 1864, o conselho geral da Associação Internacional dos


Trabalhadores (AIT) incumbiu Karl Marx de redigir uma carta endereçada a Abraham
Lincoln, presidente dos Estados Unidos, por ocasião de sua reeleição. Nessa carta,

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Marx felicitava o estadunidense e relacionava a luta contra a escravidão na América
aos interesses e demandas das classes trabalhadoras.

A respeito do contexto histórico dessa carta, é correto afirmar:


a) Nos Estados Unidos da América, desenrolava-se a Guerra de Secessão, provocada
pela separação das unidades federativas que desejavam a manutenção da
escravidão.
b) A AIT foi fundada em 1864 como uma organização internacional que se propunha
representar tanto a classe operária quanto setores da pequena burguesia
democrática.
c) A Guerra Civil Americana foi provocada pelas ligações do então presidente
Abraham Lincoln com a esquerda comunista internacional liderada pelo filósofo
alemão Karl Marx.
d) Na Europa, a fundação da AIT representava uma tentativa de canalizar as lutas
operárias para o interior das instituições políticas da sociedade burguesa, através da
participação eleitoral.
e) A reeleição de Abraham Lincoln só foi possível devido à extensão do direito
universal de voto a todos os estadunidenses, independentemente de sua condição
racial ou social.

43. (Fgv 2018) Este documento, do século XIV, encontra-se nos arquivos de Assize,
na ilha de Ely, na Inglaterra: Adam Clymne foi preso como insurgente e traidor de
seu juramento e porque traiçoeiramente com outros celebrou uma insurreição em
Ely. Penetrando na casa de Thomas Somenour onde se apossou de diversos
documentos e papéis selados. E ainda, que o mesmo Adam no momento da
insurreição, estava andando armado e oferecendo armas, levando um estandarte,
para reunir insurgentes, ordenando que nenhum homem de qualquer condição, livre
ou não, deveria obedecer ao senhor e prestar os serviços habituais, sob pena de
degola.
O acima mencionado Adam é culpado de todas as acusações. Pela ordem da justiça,
o mesmo Adam foi levado e enforcado.

(Leo Huberman. História da riqueza do homem, 2008. Adaptado)

Considerando o documento, é correto afirmar que, no século XIV,


a) as violentas revoltas e mortes de camponeses foram provocadas pelo desespero
em não conseguir pagar, em dinheiro, aos senhores feudais, as novas taxas e o
aumento das já existentes, além da exigência de mais tempo de trabalho nas
reservas senhoriais.
b) as revoltas camponesas aconteceram, tanto na Inglaterra como na França, contra
os cercamentos, que empobreceram os trabalhadores e os obrigaram a deixar a terra
pelo não pagamento do aumento dos aluguéis, o que enriqueceu ainda mais os
senhores da terra.
c) a impossibilidade de juntar dinheiro para a compra da terra onde trabalhavam fez
com que muitos camponeses se revoltassem, porque se colocaram contra os
senhores que aumentaram os impostos e exigiram o pagamento de novos; algo
considerado ilegal.

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d) o recrudescimento da servidão decorria de uma nova estrutura econômica
presente na Inglaterra, onde as pequenas propriedades rurais e os campos comunais
perdiam espaço para os latifúndios produtores de matéria-prima para a nascente
indústria.
e) as insurreições camponesas ocorridas na Inglaterra e parte do Norte da Europa
decorreram do rápido processo de dissolução dos laços servis de produção, dirigido
por uma nova elite de proprietários rurais, que detinha forte representação no
Parlamento inglês.

44. (Fgv 2018) Aproveitando-se do reforço populacional e espiritual, os reinos


cristãos acentuaram sua ofensiva contra os domínios muçulmanos. Em 1492,
concluía-se a conquista da península, com a incorporação de Granada.
A reconquista representou, para os ibéricos, uma primeira expansão feudal.
Caracterizou-se pela incorporação de novas terras, pelo crescimento demográfico,
pelo desenvolvimento das cidades, das atividades mercantis e pela expansão cristã.
No entanto, 1492 não se encerra em Granada. Meses depois, em outubro, Colombo
daria continuidade à conquista material e espiritual. Do outro lado do Atlântico.

(Flavio de Campos. Folha de S. Paulo, 17.10.2000. Adaptado)

A Reconquista Ibérica
a) remonta aos meados do século IX, momento no qual os cristãos ibéricos,
refugiados no norte da península, constituíram-se em pequenos reinos independentes
e, a despeito das suas diferenças étnicas e das rivalidades, edificaram uma identidade
cultural e política, porque objetivavam vencer militarmente os muçulmanos.
b) contrapõe-se ao movimento das Cruzadas porque a luta e as ofensivas contra o
poder mulçumano não foram realizadas como uma conquista militar, mas por meio
de lenta e progressiva incorporação de novas terras, obtidas com as relações de
vassalagem, em especial a partir do século XII.
c) significou uma recomposição das forças cristãs ocidentais e parte das orientais, a
partir do início do século XIV, unificadas pelo Concílio de Trento, que estabeleceu
uma nova mística em torno da figura de Jesus Cristo, que passou a ser tratado como
tendo essência divina e não humana.
d) constitui-se em um processo que tem as suas origens localizadas após a formação
das nações ibéricas, Portugal e Espanha, em fins do século XIV, porque a expulsão
dos invasores mouros dependia de uma enorme ação militar que apenas Estados
unificados podiam organizar e arcar com os custos.
e) dependeu menos da ação das forças cristãs ibéricas e muito mais da progressiva
fragilização dos domínios mouros nessa região, condição do califado de Granada, no
século XIII, que foi obrigado a mandar forças militares para conter uma série de
invasões aos seus domínios no Norte da África.

45. (Fgv 2018) Os escravos provenientes da África chegaram à América espanhola


junto com algumas das primeiras expedições. No primeiro e no segundo quartel do
século XVI, vamos encontrá- los trabalhando no bateamento dos rios auríferos mais
ricos e em outros locais de trabalho onde os lucros eram elevados ou não existia
força de trabalho indígena, ou ambas as coisas. De modo geral, devido às distâncias
e aos custos envolvidos, a aquisição e a manutenção dos escravos africanos eram

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mais onerosas que as dos índios de aldeia, e não havia aldeia agrícola autossuficiente
à qual pudessem retornar na baixa temporada.

(Murdo J. Macleod. Aspectos da economia interna da América Espanhola Colonial. Em:


Leslie Bethell (org.). História da América Latina v. 2: América Latina Colonial, 1998)

Entre as razões para o emprego crescente da mão de obra africana escravizada na


América espanhola, é correto identificar:
a) a intensificação da exploração de metais preciosos como ouro e prata no sul da
América do Sul, na região do Rio da Prata, o que exigiu a mobilização de um grande
contingente de trabalhadores.
b) a interiorização da ocupação espanhola especialmente no México e na América
Central, o que forçou o deslocamento de negros escravizados para essas regiões de
forma a impulsionar a presença de colonos.
c) o desenvolvimento da monocultura de exportação especialmente na região do
Caribe e no norte da América do Sul, o que proporcionou capital excedente suficiente
para permitir a aquisição de africanos escravizados.
d) a decadência do tráfico de escravos e o consequente barateamento de negros
africanos escravizados nas colônias, o que estimulou os grandes proprietários da
costa do Pacífico a adotarem essa mão de obra.
e) o estabelecimento do sistema de plantation na região andina, o que determinou a
utilização, pelos grandes proprietários, da mão de obra escrava, para sustentar o
latifúndio monocultor.

46. (Fgv 2017) Leia o excerto de uma peça teatral, de 1973.

Nassau

Como Governador-Geral do Pernambuco, a minha maior preocupação é fazer felizes


os seus moradores. Mesmo porque eles são mais da metade da população do Brasil,
e esta região, com a concentração dos seus quase 350 engenhos de açúcar, domina
a produção mundial de açúcar. Além do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal
e Espanha, quero provar que a colonização holandesa é a mais benéfica. Minha
intenção é fazê-los felizes… sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos ou
pobres, protestantes ou católicos romanos e até mesmo judeus.
Senhores, a Companhia das Índias Ocidentais, que financiou a campanha das
Américas, fecha agora o balanço dos últimos quinze anos com um saldo devedor aos
seus acionistas da ordem de dezoito milhões de florins.

Moradores

Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva!

Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da traição, 1976. Adaptado.

Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz referência, é correto afirmar que

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a) as bases religiosas da colonização holandesa no nordeste brasileiro produziram
uma organização administrativa que privilegiava a elite luso-brasileira, ao oferecer
financiamento com juros subsidiados e parcelas importantes do poder político aos
grandes proprietários católicos.
b) a grande distância entre as promessas de tolerância religiosa e a realidade
presente no cotidiano dos moradores da capitania de Pernambuco deu-se porque os
dirigentes da companhia holandesa impuseram o calvinismo como religião oficial e
perseguiram as demais religiões.
c) a presença da Companhia das Índias Ocidentais no nordeste da América
portuguesa trouxe benefícios aos proprietários luso-brasileiros, como o
financiamento da produção, mas reproduziu a lógica do colonialismo, ao concentrar
a riqueza no setor mercantil e não no produtivo.
d) a felicidade prometida pelos invasores holandeses não pôde ser efetivada em
função da lógica diplomática presente na relação entre Portugal e Holanda, pois se
tratava de nações inimigas desde o século XV, em virtude da disputa pelo comércio
oriental.
e) as promessas dos invasores holandeses se confirmaram, e a elite ligada à
produção açucareira e ao comércio colonial foi amplamente beneficiada,
principalmente pelo livre comércio, o que explica a resistência desses setores sociais
ao interesse português em retomar a região invadida pela Holanda.

47. (Fgv 2017) O que queremos destacar com isso é que o tráfico atlântico tendia a
reforçar a natureza mercantil da sociedade colonial: apesar das intenções
aristocráticas da nobreza da terra, as fortunas senhoriais podiam ser feitas e
desfeitas facilmente. Ao mesmo tempo, observa-se a ascensão dos grandes
negociantes coloniais, fornecedores de créditos e escravos à agricultura de
exportação e às demais atividades econômicas. Na Bahia, desde o final do século
XVII, e no Rio de Janeiro, desde pelo menos o início do século XVIII, o tráfico atlântico
de escravos passou a ser controlado pelas comunidades mercantis locais (...).

João Fragoso et alii. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), 1998.

O texto permite inferir que


a) o tráfico atlântico de escravos prejudicou a economia colonial brasileira porque
uma enorme quantidade de capitais, oriunda da produção agroindustrial, era
remetida para a África e para Portugal.
b) as transações comercias envolvendo a África e a América portuguesa deveriam,
necessariamente, passar pelas instâncias governamentais da Metrópole, condição
típica do sistema colonial.
c) a monopolização do tráfico negreiro nas mãos de comerciantes encareceu essa
mão de obra e atrasou o desenvolvimento das atividades manufatureiras nas regiões
mais ricas da América portuguesa.
d) as rivalidades econômicas e políticas entre fidalgos e burgueses, no espaço
colonial, impediram o crescimento mais acelerado da produção de outras mercadorias
além do açúcar e do tabaco.
e) nem todos os fluxos econômicos, durante o processo de colonização portuguesa
na América, eram controlados pela Coroa portuguesa, revelando uma certa
autonomia das elites coloniais em relação à burguesia metropolitana.

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48. (Fgv 2017) Empreiteiro da Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II, o imigrante
norte-americano David Sompson decidiu dar fim à própria vida na noite de 29 de
outubro de 1869, em Sapucaia, província do Rio de Janeiro. Por ser protestante e
suicida, Sompson foi enterrado do lado de fora dos muros do cemitério. O diretor da
companhia chegou a solicitar a realização de um sepultamento digno para seu
funcionário, mas foi em vão: sob a justificativa de impedir a “profanação das almas”,
o vigário-geral não autorizou o enterro no mesmo espaço sagrado dos católicos –
“Tenho a honra de declarar que as leis da Igreja Católica proíbem o enterrar-se em
sagrado aos que se suicidam, uma vez que antes de morrer não tenham dado sinais
de arrependimento, acrescendo a circunstância no presente caso de ser o falecido
protestante”.

Em 20 de abril de 1870, o imperador D. Pedro II tomou conhecimento do parecer e


concordou com a opinião dos membros do Conselho de Estado: “Recomende-se aos
Reverendos Bispos que mandem proceder às solenidades da Igreja nos cemitérios
públicos, para que neles haja espaço em que possam enterrar-se aqueles a quem a
mesma Igreja não concede sepultura em sagrado. E aos Presidentes de Província que
providenciem para que os cemitérios que de agora em diante se estabelecerem se
reserve sempre para o mesmo fim o espaço necessário”.

Sérgio Augusto Vicente. Segregação dos mortos, 1.2.2015. In Revista de História da


Biblioteca Nacional, nº 113, fevereiro de 2015. Adaptado.

A partir do fato apresentado e do contexto do Segundo Reinado, é correto afirmar


que a segregação dos mortos
a) marcou os primeiros embates da chamada Questão Religiosa, que opôs o recém-
fundado Partido Republicano Paulista, patrono do projeto legislativo que revia o
padroado, contra a cúpula da Igreja Católica no Brasil, que advogava a necessidade
de as escolas básicas estarem sob a administração das ordens religiosas.
b) decorreu dos preceitos constitucionais do Império que atribuíam à Igreja Católica
prerrogativas superiores às do Estado em algumas questões, caso dos
sepultamentos, mas tais prerrogativas estavam sendo revistas pelo Legislativo, e o
Imperador defendia, desde o início do seu reinado, a separação entre a Igreja e o
Estado.
c) representou a etapa final de um longo processo de desgaste nas relações entre o
governo imperial e as mais importantes lideranças da Igreja Católica brasileira,
porque havia novas posições católicas que, desde 1850, condenavam a ausência de
propostas objetivas para a extinção do trabalho compulsório no Brasil.
d) revelou uma face das contradições entre o poder espiritual da Igreja e o poder
secular da Monarquia brasileira, em uma conjuntura na qual a hierarquia eclesiástica
esforçava-se para ampliar sua autonomia perante as políticas do Estado e o
Imperador buscava a conciliação dos interesses da religião oficial com o direito civil
dos não católicos.
e) anunciou um novo patamar nas relações entre o Estado e as religiões no país, em
especial a Igreja Católica, porque o princípio constitucional que permitia apenas a
prática do culto católico no Brasil estava em debate público e dom Pedro II já havia
manifestado a sua simpatia a uma ampla liberdade religiosa.

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49. (Fgv 2017) Ao final do século XVIII, ocorreram duas grandes revoltas na América
portuguesa: a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798).

A respeito dessas duas revoltas, explique:

a) a composição social dos seus dirigentes;

b) as influências político-culturais de cada uma delas;

c) os objetivos político-sociais de cada uma delas.

50. (Fgv 2017) Sobre a regência do paulista Diogo Antônio Feijó, entre 1835 e 1837,
é correto afirmar que
a) o regente conseguiu vencer a eleição devido ao apoio recebido dos produtores de
algodão do Nordeste, classe emergente nos anos 1830, o que possibilitou o combate
às rebeliões regenciais e o início do processo de centralização político-administrativa.
b) o apoio inicial que Feijó recebeu de todas as forças políticas do Império foi,
progressivamente, sendo corroído porque o regente eleito mostrou simpatia pelo
projeto político da Balaiada, que defendia uma Monarquia baseada no voto universal.
c) a opção de Feijó em negociar com os farroupilhas e com a liderança popular da
Cabanagem provocou forte reação dos grupos mais conservadores, especialmente do
Partido Conservador, que organizaram a queda de Feijó por meio de um golpe de
Estado.
d) o isolamento político do regente Feijó, que provocou a sua renúncia do mandato,
relacionou-se com a sua incapacidade de conter as rebeliões que se espalhavam por
várias províncias do Império e com a vitória eleitoral do grupo regressista.
e) as condições econômicas brasileiras foram se deteriorando durante a década de
1830 e provocaram um forte desgaste da regência de Feijó, que renunciou ao cargo
depois de um acordo para uma reforma constitucional.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[B]

A pecuária, no Brasil Colônia, representou uma atividade que, ao mesmo tempo,


contribuiu para o avanço do território rumo ao interior e interligou a economia
colonial através do fornecimento de produtos – como carne, couro, transporte e
força motriz – para o mercado interno.

Resposta da questão 2:
[E]

Durante a Insurreição Pernambucana, 1644-1654, a luta luso-brasileira para


expulsar os invasores holandeses, as fazendas ficaram desorganizadas contribuindo
para as fugas de negros escravizados formando inúmeros quilombos, como o de
Palmares. Gabarito [E].

Resposta da questão 3:
[D]

A chegada da Família Real marca o início do processo de Independência do Brasil


com relação a Portugal, uma vez que d. João VI adotou uma série de medidas que
contribuíram para conferir autonomia política e econômica à Colônia, como a
Abertura dos Portos, o Alvará de Liberdade Industrial e a Elevação à Categoria de
Reino.

Resposta da questão 4:
[C]

A política de incentivo à imigração europeia, principalmente, adotada pelo governo


brasileiro, sobretudo no Segundo Reinado, ajudou a evitar possíveis impactos
negativos à lavoura do café devido à questão escravista brasileira, representada
pelas leis abolicionistas aprovadas a partir de 1870.

Resposta da questão 5:
[A]

Na passagem citada podemos perceber a revolta do personagem com a


interferência inglesa na política brasileira ao longo do Segundo Reinado, em
especial no que diz respeito à questão do tráfico de escravos. Afinal, a Inglaterra
pressionava o Brasil pelo fim da escravidão.

Resposta da questão 6:
[B]

O texto faz referência à política econômica adotada por Getúlio Vargas durante o
Estado Novo. Tal política incentivou a criação de indústrias brasileiras, estabeleceu
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as bases da CLT e apoiou a aplicação do capital estrangeiro no desenvolvimento
econômico brasileiro.

Resposta da questão 7:
[D]

A partir da data de lançamento do livro – 1933 – e de alguns personagens que


aparecem na capa – Getúlio Vargas e Adolf Hitler, por exemplo – podemos
determinar que o mesmo falava sobre a política brasileira da época (a Era Vargas)
e sobre assuntos políticos internacionais (como a ascensão do nazifascismo na
Europa).

Resposta da questão 8:
[E]

No período citado (década de 1950), em especial durante o Governo JK, as políticas


econômicas nacionais, incentivadoras da industrialização brasileira, ajudaram a
promover uma migração interna no país, principalmente do Nordeste para o
Sudeste e do interior para as grandes cidades. Tal migração não foi completamente
coordenada, o que acabou resultando em problemas sociais apesar do crescimento
econômico alcançado.

Resposta da questão 9:
[C]

Tendo em vista o ano de produção do documentário (1984) fica subentendido que o


cineasta se aproveitou do momento do país – transição da Ditadura Militar para a
Democracia e campanha popular das Direta Já – para escolher uma imagem de
serenidade e cordialidade do presidente que foi deposto pelos militares em 1964,
fato que deu início do Regime Militar no país.

Resposta da questão 10:


[A]

A chave para a resposta se encontra na primeira frase do trecho: “(...) aqueles que
compõem a cidade, tão diferentes entre si por suas origens, condições e funções,
de certa forma parecem ‘semelhantes’ uns aos outros (...)”, ou seja, aqueles
considerados cidadãos na Grécia Antiga enxergavam-se como semelhantes apesar
de apresentarem diferenças de origem, condição social e ocupação.

Resposta da questão 11:


[B]

Após a morte de Maomé em 632, a região da Arábia Saudita foi governada pela
família de Maomé, ficou conhecido como Califas Perfeitos ou Legítimos, 632-660.
No ano de 660 a família Omíadas tomou o poder e governou até 750, ocorreu a
expansão através da Guerra Santa (djihad), dominou o Mar Mediterrâneo
contribuindo para a consolidação do Feudalismo. Mudou a capital de Meca para
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Damasco. Em 750, a família Abássidas tomou o poder, mudou a capital para Bagdá.
Essa dinastia governou até o ano de 1258. Durante o governo Abássidas, ocorreu a
decadência e fragmentação do mundo Islâmico em califados independentes.
Gabarito [B].

Resposta da questão 12:


[A]

O texto faz referência ao Imperialismo, movimento que usou o Darwinismo Social


como justificativa para a dominação de África e Ásia pelas Potências Europeias no
século XIX.

Resposta da questão 13:


[D]

A perseguição aos refugiados espanhóis na França refletiu o contexto político da


época, baseado nos ideais totalitários do nazifascismo que levaram à ocorrência da
Segunda Guerra Mundial.

Resposta da questão 14:


[A]

Diversas alianças entre países ocorreram na primeira metade do século XX, quando
ocorreram duas guerras mundiais. Apesar da rivalidade histórica, Inglaterra e
França lutaram juntas, recebendo apoio dos EUA. Na Segunda Guerra Mundial,
1939-1945, EUA e URSS foram parceiros visando vencer o inimigo em comum: o
nazismo. Gabarito [A].

Resposta da questão 15:


[C]

O texto retrata parte das transformações pelas quais a Europa Ocidental passou na
chamada Baixa Idade Média, mostrando o renascimento das cidades e as mudanças
nos hábitos da nobreza.

Resposta da questão 16:


[E]

O texto deixa claro que, para os espanhóis, dominar uma população ameríndia que
possuía um Estado organizado era uma vantagem, porque a dominação tornava-se
mais fácil a partir de uma estrutura – em geral urbana – já constituída.

Resposta da questão 17:


[E]

Como o próprio texto enfatiza, a forma como a polícia reagiu aos manifestantes
(“(...) a imagem da polícia sulista empregando cães e mangueira d’água contra
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crianças negras era difícil de esquecer (...)”) ajudou a fortalecer o movimento pela
busca de direitos civis dos negros norte-americanos. Tal movimento ganhou,
inclusive, apoio internacional.

Resposta da questão 18:


[A]

A afirmativa [II] está incorreta porque a Independência do Brasil nada teve a ver
com a Independência da América Espanhola. Além disso, a província da Bahia
apenas reagiu de maneira contrária à Independência após esta ter sido declarada
por d. Pedro I e a província Cisplatina só alcançou sua separação em 1826, já no
contexto do Primeiro Reinado.

Resposta da questão 19:


[B]

Ao observarmos o texto nesse trecho: “(...) Cárdias idealizava a fundação de uma


"Colônia Socialista Experimental", num país da América Latina – não especificava
qual –, uma sociedade sem leis, sem religião, sem propriedade privada, onde a
família fosse constituída de forma mais humana, assegurando às mulheres os
mesmos direitos civis e políticos que aos homens (...)”, percebemos que a Colônia
anarquista fundada por italianos no Paraná ia de encontro aos costumes políticos,
sociais e familiares estruturados no Brasil desde o período colonial, em especial no
que diz respeito à equiparação entre mulheres e homens.

Resposta da questão 20:


[B]

Nas décadas de 1950 e 1960 governos populistas foram derrubados na América


Latina e foram implantadas ditaduras militares. Juan Domingos Peron, governo
populista da Argentina, foi derrubado pelos militares em 1955. João Goulart,
governo populista do Brasil, foi destituído pelos militares em 1964. Gabarito [B].

Resposta da questão 21:


[C]

A expansão marítima do século XVI foi motivada, em especial, pela necessidade de


se encontrar um novo caminho para as Índias, devido ao lucrativo comércio das
especiarias. Conforme as navegações começaram, a busca por novas terras e mão
de obra escrava e a expansão do Cristianismo também se tornaram motivações aos
europeus.

Resposta da questão 22:


[D]

Nicolau Copérnico, estudioso do contexto Renascentista, escreveu sobre o


movimento dos astros e da Terra, nos dois primeiros capítulos da sua obra aponta
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que o Universo é esférico e que a Terra também é esférica. Diz ele: “a Terra é
esférica porque se apoia em todas as direções no seu próprio centro”. Alguns
argumentos para explicar a esfericidade da Terra: eclipses da lua; circunavegação;
fusos horários; outros planetas; estrelas no céu. Gabarito [D].

Resposta da questão 23:


[E]

Após a declaração de Independência de Cuba, os EUA decretaram um embargo


econômico à Ilha, devido ao fato de que o novo governo cubano de Fidel Castro
decidiu contrariar a Emenda Platt. Por conta do embargo, Fidel Castro aproximou-
se da URSS no contexto da Guerra Fria e, como represália, teve a Baía dos Porcos
invadida por exilados cubanos com o apoio dos EUA, em 1961. Fidel Castro
contornou tal invasão e, em definitivo, declarou Cuba uma nação socialista,
contrariando os EUA e abrindo caminho para episódios como o citado na questão (a
Crise dos Mísseis).

Resposta da questão 24:


[D]

O Brasil entrou na Segunda Guerra ao lado dos Aliados e, portanto, combatendo o


Eixo Roma-Berlin-Tóquio. O governo de Vargas decretou Estado de Guerra,
intensificou o autoritarismo e italianos, alemães e japoneses passaram a ser
considerados inimigos em território nacional, o que ocasionou desconfianças e
perseguições a eles.

Resposta da questão 25:


[E]

O governo do Xá Reza Pahlevi era uma monarquia autoritária e não democrática. A


monarquia centralizada e autoritária do Xá Reza Pahlevi tinha afinidades com os
governos do Ocidente, o que gerava crítica dos oponentes políticos. No ano de
1979, o ditador foi deposto, Aiatolá Khomeini tomou o poder, o Irã tornou-se uma
República Islâmica fundamentalista vinculando interesses do Estado com
concepções religiosas.

Resposta da questão 26:


[D]

Como o texto explica, a produção e a venda da cachaça no Brasil colonial, ao


concorrer com a venda do vinho produzido em Portugal, produzia uma “quebra” em
parte do chamado Pacto Colonial, que dava à Metrópole o controle da produção e
da venda colonial.

Resposta da questão 27:


[E]

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Os “defeitos” que o dinheiro podia corrigir na Província de Minas Gerais podem ser
definidos como a impureza racial, derivada da miscigenação de brancos e negros,
que levava a um rebaixamento social cimentado na escravidão.

Resposta da questão 28:


[C]

Os estudos feitos entre 1970 e 1980 mostraram que, além dos países envolvidos no
conflito (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), a Inglaterra teve papel decisivo na
ocorrência da Guerra do Paraguai, incentivando e financiando a Tríplice Aliança no
conflito.

Resposta da questão 29:


[D]

Somente a alternativa [D] está correta. Ao longo do Segundo Reinado, 1840-1889,


o Brasil tornou-se um grande produtor e exportador de café, isso contribuiu para a
transição do trabalho escravo para o trabalho livre com a chegada dos imigrantes
europeus. Na província de São Paulo surgiu uma importante elite cafeeira com viés
modernizador, essa “burguesia cafeeira paulista” foi fundamental no processo da
proclamação da República bem como durante a República Velha.

Resposta da questão 30:


a) A produção cafeeira no Vale do Paraíba seguia os padrões tradicionais
semelhantes ao Plantation do período colonial, ou seja, latifúndio, escravidão e a
economia visava o mercado externo. A produção cafeeira no Oeste Paulista possuía
uma mentalidade empresarial capitalista, surgiram ferrovias, a transição do
trabalho escravo para o trabalho livre com a chegada dos imigrantes e os
investimentos em outras atividades econômicas como a indústria.

b) Os comissários de café cuidavam da comercialização do produto fazendo a


intermediação entre o fazendeiro e os exportadores. Cobravam a comissão da
venda dos produtos e muitas vezes o fazendeiro tornava-se muito dependente dos
comissários.

c) O investimento em outras atividades econômicas como a indústria, a utilização


da mão de obra do imigrante que permitia ao fazendeiro inclusive residir na cidade,
a construção das ferrovias para escoar a safra. Daí a utilização do termo “burguesia
cafeeira paulista”.

Resposta da questão 31:


[C]

Somente a alternativa [C] está correta. Na história portuguesa nada é mais


paradoxal do que o período Pombalino, 1750-1777, o ministro do rei José I foi
liberal em relação a Portugal, porém foi mercantilista em relação ao Brasil. Suas
reformas visavam modernizar o Estado Português que estava em grave crise
econômica e, ao mesmo tempo, criou impostos para a colônia como a derrama,
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expulsou os jesuítas de Portugal e do Brasil e proibiu definitivamente a escravidão
indígena na colônia.

Resposta da questão 32:


[E]

A Política da Boa Vizinhança foi uma estratégia de Política Externa adotada pelos
EUA para substituir a Política do Big Stick (que vigorou entre o fim do século XIX e
o início do século XX) para lidar com os países latino-americanos. Como o próprio
nome sugere, tal política baseava-se no trato mais amigável, proporcionando a
formação de parcerias financeiras e comerciais, como a questão retrata.

Resposta da questão 33:


[B]

Somente a alternativa [B] está correta. Durante o regime militar no Brasil, 1964-
1985, Tancredo Neves não foi político de oposição, também não estava vinculado
ao trabalhismo e não atuou no processo de anistia que ocorreu no final da década
de 1970. Tancredo foi eleito por um colégio eleitoral em 1985, com perfil
moderado, representou uma transição pacífica do fim do regime militar para o início
da Nova República. Após sua morte, o vice-presidente José Ribamar Sarney
assumiu o governo.

Resposta da questão 34:


[D]

Num contexto de Ditadura Militar, o novo sindicato se opunha ao chamado


sindicalismo pelego, que aceitava a tutela do Estado Militar em troca de
assistencialismos. O novo sindicato buscava, principalmente, autonomia política
para nortear a busca por melhores direitos.

Resposta da questão 35:


a) Votar sim ou não ao sistema político Parlamentarista. No caso o
Parlamentarismo foi derrotado.

b) Em agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou ao mandato presidencial. Seu vice,


Jango, estava na China. Iniciou um grande conflito entre Golpistas (contrários à
posse de Jango) e Legalistas (favoráveis à posse de João Goulart). Diante do
impasse político, o congresso adotou o sistema Parlamentarista empossando Jango,
porém dando maior poder ao primeiro ministro na figura de Tancredo Neves.
Através do Plebiscito de janeiro de 1963 retornaria o sistema Presidencialista.

c) Com o resultado do plebiscito de janeiro de 1963, o Brasil retomou a República


Presidencialista, o presidente João Goulart tem mais poder. Após apresentar as
“Reformas de Base”, Jango foi deposto em 31 de Março de 1964 por um golpe
militar.

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Resposta da questão 36:
[B]

As definições da situação dos escravos em Roma eram complexas: o escravo era,


ao mesmo tempo, aos olhos do seu dono, humano e mercadoria (ou propriedade).
Sendo assim, apesar das imposições relativas ao conceito de propriedade, o
escravo podia exercer atividades de relativa liberdade, como as citadas no texto.

Resposta da questão 37:


[D]

O texto expõe que, apesar do teor igualitário da Declaração de Direitos do Homem


e do Cidadão, os atores sociais franceses pós-Revolução adaptaram os termos de
liberdade e igualdade conforme melhor lhes conveio. Sendo assim, na relação entre
Metrópole e Colônia, o Pacto Colonial continuou sendo seguido à risca, o que
garantiu o prosseguimento da exploração econômica e da escravidão.

Resposta da questão 38:


[A]

A Revolução Puritana, que opôs defensores do Rei (Monarquia) e defensores do


Parlamento, baseada, também, numa divisão religiosa (anglicanos x puritanos), viu
o surgimento de grupos radicais, como os escavadores, que defendiam a
propriedade coletiva de terras, ou seja, o fim da propriedade privada de terra na
Inglaterra. Tais grupos foram “engolidos” pelos vitoriosos da Revolução e, por isso,
não alcançaram seus objetivos.

Resposta da questão 39:


a) A Contrarreforma ou a reforma católica reafirmou os dogmas católicos, tais
como, imagens, poder papal, celibato clerical, missa em latim, etc. A Reforma
Protestante iniciada em 1517 por Martinho Lutero foi contra as imagens e o celibato
clerical, defendeu o livre exame da bíblia, etc.

b) Monoteísmo religioso, acreditar em um único Deus e que Jesus Cristo, filho de


Deus, é o caminho para a salvação.

c) A Reforma Protestante teve motivação religiosa, política e econômica. Desta


forma, havia diversos interesses em jogo. Basta observar o Anglicanismo criado por
Henrique VIII na Inglaterra. A nova religião aumentou o poder real além de
confiscar os bens da Igreja católica. Portanto, a Reforma Protestante contribuiu
para conflitos no interior das monarquias nacionais e entre elas. Os séculos XVI e
XVII foram caracterizados pelas guerras religiosas na Europa.

Resposta da questão 40:


[B]

A Guerra do Ópio, ocorrida durante o Imperialismo, proporcionou à Inglaterra, a


partir da vitória, o acesso ao até então fechado mercado chinês. A partir da forçada
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abertura dos seus portos à Inglaterra, a China viu sua autossuficiência ruir e a
interferência estrangeira se ampliar no seu território.

Resposta da questão 41:


[B]

Os mapas apresentam as mudanças ocorridas no território europeu devido à


ocorrência da Primeira Grande Guerra e seus Tratados de Paz. O mapa 1 é anterior
ao conflito e o mapa 2 é posterior.

Resposta da questão 42:


[A]

Somente a alternativa [A] está correta. Enquanto Marx e Engels organizavam em


Londres a Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores no ano de 1864,
nos Estados Unidos estava em curso a Guerra de Secessão entre o Norte e o Sul. O
presidente Lincoln aboliu a escravidão no contexto desta guerra civil lhe rendendo
uma carta elaborada pelo pensador alemão Karl Marx relacionando o fim da
escravidão nos EUA com as demandas da classe operária europeia.

Resposta da questão 43:


[A]

As rebeliões camponesas, que ajudaram a compor o quadro que levou o Feudalismo


a ruir, se explicam pelas dificuldades de produção e financeira dos camponeses
derivadas da grave crise agrícola que abateu a Europa Ocidental entre os séculos
XII e XIV. Tais dificuldades levaram os camponeses a não mais conseguir cumprir
com suas obrigações junto aos seus senhores feudais.

Resposta da questão 44:


[A]

A Reconquista Ibérica (a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica)


caracterizou-se pela união de diferentes reinos baseada no Cristianismo, a despeito
das diferenças étnicas dos habitantes. Tal união criou a força necessária para que
os cristãos conseguissem expulsar os muçulmanos, que habitavam a Península
desde o século VII. Tal expulsão levou à formação de Espanha e Portugal.

Resposta da questão 45:


[C]

Devido à diminuição da mão de obra indígena (causada pelo alto número de mortes
de índios no trato com os espanhóis e os colonos) e à necessidade da produção
agrícola em larga escala em algumas regiões, a Espanha passou a adquirir um
número cada vez mais significativo de mão de obra escrava negra para trabalhar na
América a partir do século XVI e mais intensamente no século XVII.

Resposta da questão 46:


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[C]

A presença holandesa no Brasil colonial, através do governo das Companhias das


Índias Ocidentais, ajudou por desenvolver a capitania de Pernambuco, em especial
na produção de açúcar. Mas a presença holandesa não modificou o panorama social
da Colônia, beneficiando, assim, as elites.

Resposta da questão 47:


[E]

Como o texto ressalta, existiam, na Colônia, comerciantes de escravos que agiam


sem a anuência da Coroa Portuguesa. Esses comerciantes acabavam por ajudar a
formar certa autonomia colonial e mercantil frente a Coroa.

Resposta da questão 48:


[D]

Durante seu governo, d. Pedro II, em muitas ocasiões, se indispôs com as


autoridades da Igreja Católica, num contexto claro de disputa de poder (poder
temporal  poder espiritual). A discussão sobre o enterro dos não católicos e dos
suicidas foi apenas uma das facetas dessa disputa, opondo a visão excludente da
Igreja e a visão abrangente de d. Pedro II.

1. Resposta da questão 49:


Inconfidência Mineira: estudantes (José Joaquim da Maia), intelectuais (Tomás
Antônio Gonzaga), padres, médicos, militares, entre outros. Conjuração Baiana:
intelectuais, padres, soldados e indivíduos brancos e pobres, negros, livres e
escravos, artesãos.

2. Inconfidência Mineira: ideias iluministas, maçonaria, independência


dos EUA. Conjuração Baiana: ideias iluministas vinculadas à Revolução Francesa,
maçonaria, e o processo de independência do Haiti.

c) Inconfidência Mineira: Movimento de elite que defendeu a separação política em


relação à metrópole, adotar República, mas sem acabar com a escravidão ou
amenizar as desigualdades sociais. Conjuração Baiana: Movimento de caráter mais
popular, caráter separatista e republicano e estava preocupado com o social como
abolir a escravidão.

Resposta da questão 50:


[D]

O período regencial ficou marcado pela ocorrência de diversas revoltas provinciais


que acabaram por abalar a estabilidade do período. Foi nesse contexto que Diogo
Feijó renunciou.

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