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Brasil Colonial

Capitanias, Economia e Escravidão

H0148 - (Uece) a) se restringiu aos portugueses que, desde o Tratado de


Leia atentamente o seguinte trecho do Regimento de Tordesilhas, eram os únicos com direito sobre esta
Feitor-mor de engenho: terra plenamente reconhecido pelas demais nações
“O castigo que se fizer ao escravo não há-de ser com pau europeias.
nem tirar-lhe com pedras ou tijolos e quando o merecer b) diferentemente de outras regiões da América,
o mandará botar sobre um carro e dar-se-lhe-á com um nenhuma das cidades do Brasil sofreu ataques de
açoite seu castigo; e, depois de bem açoitado, o mandará piratas ou corsários de origem europeia.
picar com navalha ou faca que corte bem e dar-se-lhe-á
c) devido ao Tratado de Tordesilhas, apenas portugueses
com sal, sumo de limão e urina e o meterá alguns dias na
e espanhóis estiveram pelas terras brasileiras durante
corrente. [...]”
os séculos de nossa colonização.
João Fernandes Vieira. Regimento de feitor-mor de
engenho. Apud ALVES FILHO, Ivan. Brasil, 500 anos em d) além dos portugueses, em diversas regiões do atual
documentos. Rio de Janeiro: Mauad Editora, 1999. território brasileiro, nos primeiros séculos da colônia,
houve presenças de espanhóis, franceses e
holandeses.
Considerando o excerto acima e o conhecimento que se
tem a respeito da escravidão no Brasil, é correto afirmar
que

a) os castigos a que o texto se refere configuram-se como


H0157 - (Cftrj)
Os africanos foram trazidos do chamado continente
exceção, pois, nessa época, a regra era a proibição de negro para o Brasil em um fluxo de intensidade variável.
maus tratos físicos aos escravos. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas
b) o uso do trabalho escravo e a desvalorização do como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e
homem, implícita nele, não tiveram impactos na 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de
sociedade brasileira atual. escravos, na sua grande maioria jovens do sexo
c) durante o período colonial e imperial brasileiro, o masculino.
trabalho escravo foi a base da economia, razão pela (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da
qual era normatizado. Universidade de São Paulo, 1995. p. 51.)
d) a escravidão indígena ou africana só era possível como
forma de penalização a grupos que se revoltaram Entre as razões que justificavam o tráfico negreiro estava:
contra a coroa portuguesa. a) O desejo do colonizador em proteger o índio do
trabalho escravo trazendo o Africano para substituí-lo.

H0151 - (Uece)
b) Permitir a livre concorrência entre trabalhadores
indígenas e africanos para baratear a mão de obra.
Sobre a presença de europeus, durante os séculos XVI,
c) Possibilitar maior dinamismo comercial entre as
XVII e XVIII, no território que hoje pertence ao Brasil, é
colónias e os países europeus.
correto afirmar que
d) A lógica de funcionamento da prática mercantilista,
onde o tráfico ultramarino de escravos era um negócio
relevante tanto para os comerciantes metropolitanos
como para a coroa.

H0161 -(Utfpr)
Se as especiarias dominaram o comércio marítimo
português durante o século XV, um século depois esse

@professorferretto @prof_ferretto 1
papel foi ocupado, no Brasil, pela produção açucareira, que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau,
que abrangia a lavoura de cana propriamente dita e a contudo, prouvera a Deus que tão abundante fosse o
fabricação do açúcar nos engenhos. Muitos historiadores comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por
denominam essa economia de plantation, expressão qualquer causa pouco provada, ou levantada; e com
emprestada dos ingleses para indicar as lavouras instrumentos de muito rigor(...), de que se não usa com
tropicais. os brutos animais, fazendo algum senhor mais caso de
um cavalo que de meia dúzia de escravos...”
Assinale a alternativa que apresenta os três elementos ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. 3.
nos quais esse tipo de produção se fundamentava. ed. Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp, 1982, p. 37.
(Coleção Reconquista do Brasil).
a) Latifúndio, monocultura e mão de obra escrava.
Disponível em:
b) Latifúndio, policultura e mão de obra escrava. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/
c) Latifúndio, monocultura e mão de obra livre. DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1737
d) Minifúndio, monocultura e mão de obra escrava.
e) Minifúndio, policultura e mão de obra livre Com base no trecho acima e no que se sabe sobre o
sistema escravista ocorrido no Brasil, é correto dizer que

H1189 - (Unesp)
a) a visão do jesuíta Antonil apresenta uma perspectiva
da colonização portuguesa em que a escravidão
Estátuas famosas da cidade de São Paulo como a do aparece de uma forma humanizada, pois eram
bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro, na Zona Sul, e garantidos aos escravos o alimento e as vestimentas.
a de Bartolomeu Bueno da Silva, no Parque Trianon, na b) não há, no texto de Antonil, qualquer crítica ao
Avenida Paulista, ganharam um “adereço macabro” nas sistema escravista, aos castigos físicos dados aos
últimas semanas. escravos nem a sua desvalorização como ser humano.
Com o objetivo de ressignificar a história das figuras que
elas representam, um grupo de manifestantes colocou
c) o sistema escravista, centrado no trabalho
caveiras em frente a essas estátuas e as fotografou. As
compulsório, no tráfico de africanos para a colônia e
fotos viralizaram nas redes sociais.
em uma rígida estrutura de controle e punição, foi a
Bandeirantes como Borba Gato desbravaram territórios
base da economia colonial e criou uma sociedade
no interior do país e capturaram e escravizaram indígenas
desigual.
e negros. Isso quando não os matavam em confrontos
d) apesar de aparentar opressão e violência, o sistema
que acabaram por dizimar etnias, segundo historiadores.
(Bárbara Muniz Vieira. “Crânios são colocados ao lado de escravista foi positivo para os africanos trazidos ao
monumentos de bandeirantes para ressignificar história Brasil, pois possibilitou a eles acesso a uma cultura
de SP”. g1.globo.com, 27.10.2020. Adaptado.) superior e a uma religião organizada, já que, na África,
Do ponto de vista histórico, a proposta de “ressignificar viviam primitivamente.
monumentos”, realizada pelo grupo,

a) é uma transferência para a história e a historiografia


da prática de cancelamento de pessoas nas redes
H0171 -(Espcex)
Do ponto de vista econômico, o sistema de capitanias,
sociais. implantado em 1534, não alcançou os resultados
b) entende a função da história como celebração dos esperados pelos portugueses. Entre as poucas capitanias
mitos e heróis do passado. que progrediram e obtiveram lucros, principalmente com
c) representa uma análise crítica e um esforço de revisão a produção de açúcar, estavam as de
da memória histórica.
a) Rio Grande e Itamaracá.
d) demonstra uma percepção otimista e ufanista da
b) São Vicente e Rio Grande.
identidade e do passado brasileiros.
c) Santana e Ilhéus.
e) mostra clara descrença na história e a valorização do
trabalho de artistas consagrados. d) Maranhão e Pernambuco.
e) São Vicente e Pernambuco.

H0182 - (Uece)
H1052 - (Enem)
Atente para o que disse o jesuíta André João Antonil
sobre a escravidão no Brasil: TEXTO I
“No Brasil, costumam dizer que para o escravo são
necessários três PPP, a saber, pau, pão e pano. E, posto

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como América portuguesa e América espanhola. Acerca
da colonização nesses dois territórios, assinale a
alternativa CORRETA:

a) Na América portuguesa as riquezas encontradas no


início da colonização foram ouro, prata e pedras
preciosas, o que levou a coroa a se posicionar
favoravelmente à exploração do território encontrado.

b) Na América espanhola o início da colonização foi


marcado pelo estabelecimento de feitorias –
entrepostos comerciais que armazenavam
mercadorias, alimentos, armas – que se espalhavam
pela costa.
c) Sob ameaça de invasão estrangeira, foi estabelecido na
América espanhola um sistema administrativo
centralizado e uma política de povoamento pautada na
plantation açucareira.
d) Para a administração da América portuguesa,
inicialmente foram estabelecidas as capitanias
hereditárias, que fracassaram, sendo criadas,
posteriormente, o governo-geral e as câmaras
municipais.
e) Tanto na América portuguesa quanto na América
espanhola, durante todo o processo de colonização, o
TEXTO II contato com as populações nativas foi pacífico,
Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para baseado exclusivamente em diplomacia e
atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao negociações.
poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento

H0184 -
sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os
ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser (Ifsp)
imitados por escravos que, em geral, traziam outras Observe a figura abaixo e, em seguida, assinale a
crenças de suas terras de origem, muito diferentes das alternativa que apresenta a relação comercial praticada
que preconizava a fé católica. entre a Metrópole portuguesa e a sua colônia brasileira.
OLIVEIRA; A. J. Negra devoção. Revista de História da
Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).

Posteriormente ressignificados no interior de certas


irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o
ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o
século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica
para

a) reduzir o poder das confrarias.


b) cristianizar a população afro-brasileira.
c) espoliar recursos materiais dos cativos.
d) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico. a) Acordo Monopolista.
e) atender a demanda popular por padroeiros locais. b) Pacto Colonial.
c) Acordo Real.

H0160 -
d) Pacto Continental.
(Ufjf) e) Pacto Geral.
Com as grandes navegações, portugueses e espanhóis

H0149 -
cruzaram o oceano Atlântico chegando ao continente
americano, a que denominaram Novo Mundo. Nessas (Enem)
terras, estabeleceram colônias que ficaram conhecidas TEXTO I

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E pois que em outra cousa nesta parte me não posso usos da terra, assinale a alternativa correta.
vingar do demônio, admoesto da parte da cruz de Cristo
a) No decorrer do segundo Reinado, a Lei de Terras,
Jesus a todos que este lugar lerem, que deem a esta terra
o nome que com tanta solenidade lhe foi posto, sob pena promulgada em 1850, possibilitou o livre acesso das
terras devolutas aos primeiros imigrantes europeus,
de a mesma cruz que nos há de ser mostrada no dia final,
os acusar de mais devotos do pau-brasil que dela. garantindo-lhes a sobrevivência.
BARROS, J. In: SOUZA, L M. Inferno atlântico: b) Na Colônia, as terras doadas como sesmarias
demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: garantiam privilégios aos senhores de engenho, mas
Cia. das Letras, 1993. restringiam a prática de certas atividades econômicas.

TEXTO II c) No Império, formaram-se os primeiros quilombos cuja


E deste modo se hão os povoadores, os quais, por mais propriedade dessas terras foi reconhecida legalmente
arraigados que na terra estejam e mais ricos que sejam, durante a primeira República.
tudo pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas e bens d) Em 1964, João Goulart realizou desapropriações das
que possuem souberam falar, também lhes houveram de pequenas propriedades no entorno das metrópoles
ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a primeira para o cultivo de sobrevivência por parte dos
coisa que ensinam é: papagaio real para Portugal, porque trabalhadores.
tudo querem para lá. e) No governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-
SALVADOR. F. V In: SOUZA, L. M. (Org.). História da vida 2002), retomou-se a política econômica de estatização
privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América das propriedades agrícolas resultando em elevadas
portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. taxas de crescimento econômico.

As críticas desses cronistas ao processo de colonização


portuguesa na América estavam relacionadas à
H0165 - (Unesp)
a) utilização do trabalho escravo. Nem existia Brasil no começo dessa história. Existiam o
b) implantação de polos urbanos. Peru e o México, no contexto pré-colombiano, mas
Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Canadá, não. No
c) devastação de áreas naturais.
que seria o Brasil, havia gente no Norte, no Rio, depois no
d) ocupação de terras indígenas.
Sul, mas toda essa gente tinha pouca relação entre si até
e) expropriação de riquezas locais. meados do século XVIII. E há aí a questão da navegação
marítima, torna-se importante aprender bem história

H0183 -
marítima, que é ligada à geografia. [...] Essa compreensão
(Uel) me deu muita liberdade para ver as relações que Rio,
Leia o trecho do poema a seguir. Pernambuco e Bahia tinham com Luanda. Depois a Bahia
tem muito mais relação com o antigo Daomé, hoje Benin,
– Essa cova em que estás, na Costa da Mina. Isso formava um todo, muito mais do
com palmos medida, que o Brasil ou a América portuguesa. [...]
é a cota menor Nunca os missionários entraram na briga para saber se o
que tiraste em vida. africano havia sido ilegalmente escravizado ou não, mas a
– É de bom tamanho, escravidão indígena foi embargada pelos missionários
nem largo nem fundo, desde o começo, e isso também é um pouco interesse
é a parte que te cabe dos negreiros, ou seja, que a escravidão africana
neste latifúndio. predomine. [...] A escravização tem dois processos: o
– Não é cova grande. primeiro é a despersonalização, e o segundo é a
é cova medida, dessocialização.
é a terra que querias
ver dividida.
(MELO NETO, J. C. Morte e Vida Severina. Universidade
da Amazônia, NEAD – Núcleo de Educação à Distância.
p.21-13.
Disponível em: <www.nead.unama.br>. Acesso em: 28
ago. 2017).

O poema trata da relação entre o homem e a terra no


Brasil. Com base nos conhecimentos sobre propriedade e

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proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da
má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos,
das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para
trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume
era corrente nas primeiras décadas do século XVIII,
envolvendo não apenas escravos, mas também homens
brancos.

A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no


texto representava um(a)

a) expressão do valor das festividades da população


pobre.
b) ferramenta para submeter os cativos ao trabalho
forçado.
c) estratégia de subversão do poder da monarquia
portuguesa.
d) elemento de conversão dos escravos ao catolicismo
romano.
e) instrumento para minimizar o sentimento de
desamparo social.

H0176 - (Uece)
Atente para os excertos apresentados a seguir.

(Luiz Felipe de Alencastro. Entrevista a Mariluce Moura. “(...) No Brasil atual, ainda se acredita que os amuletos
“O observador do Brasil no Atlântico Sul”. In: Revista estão associados a cultos afro-brasileiros, o que nem
Pesquisa Fapesp, no 188, outubro de 2011.) sempre é verdadeiro. Um caso clássico é o da figa.
Vinculada a um passado escravista e, por isso, a uma
A “despersonalização” e a “dessocialização” dos origem africana, é um amuleto antiquíssimo,
escravizados podem ser associadas, respectivamente, provavelmente da Europa mediterrânica, e que não teve
só a função que hoje se conhece, de trazer sorte e
a) ao fato de que os escravos eram identificados por
proteger o usuário:(...) E mesmo vindo do Mediterrâneo,
números marcados a ferro e à interdição do contato foi perfeitamente incorporado aos amuletos afro-
entre os cativos e seus senhores.
brasileiros, evidenciando assim uma mistura de culturas”.
b) à noção do escravo como mercadoria e ao fato de que PAIVA, Eduardo França. Pequenos objetos, grandes
os africanos eram extraídos de sua comunidade de encantos. In: Revista Nossa História. Rio de Janeiro:
origem. Biblioteca Nacional, ano 1, nº 10, agosto 2004. p.58-59
c) à noção do escravo como tolerante ao trabalho
compulsório e ao fato de que ele era proibido de fazer “(...) A abundância diversificada e o recrudescimento do
amizades ou constituir família. devocionário privado no Brasil antigo explicam-se, antes
d) ao fato de que os escravos eram etnologicamente de mais nada, pela multiplicidade dos estoques culturais
indistintos e à proibição de realização de festas e presentes desde os primórdios da conquista e ocupação
cultos. do novo mundo, onde centenas de etnias indígenas e
e) à noção do escravo como desconhecedor do território africanas prestavam culto a panteões os mais diversos.
colonial e ao fato de que ele não era reconhecido Por se tratar de crenças e rituais condenados pelos donos
como brasileiro. do poder espiritual, tiveram de ocultar-se no recôndito
das matas ou no secreto das casas”.
MOTT, Luiz. Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela
H0179 - (Enem)
e o calundu. in: História da vida privada no Brasil:
Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São
Outra importante manifestação das crenças e tradições
Paulo: Companhia das Letras,1997, p.220.
africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como
“bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como
A partir dos excertos acima, é correto afirmar que
espiritual gerava uma necessidade generalizada de

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a) não houve uma miscigenação cultural no Brasil, tão surgiram tanto no litoral (Aquiraz em 1700 e Fortaleza,
forte foi a predominância da cultura europeia e do ocupada desde 1603 e elevada à categoria de vila em
catolicismo na construção da cultura brasileira. 1726) quanto no interior (Icó, colonizada desde 1683 e
b) o sincretismo religioso é uma marca da cultura elevada à categoria de vila em 1738).
brasileira, pois os cultos brasileiros adotaram, desde a
colonização, matrizes europeias, africanas e indígenas. Com relação a esses fatos, é INCORRETO dizer que

a) a existência de uma atividade econômica relevante no


c) apesar de diversas etnias indígenas e africanas terem interior do Ceará — a pecuária bovina — contribuiu
participado da formação cultural brasileira, resta para que vilas surgissem também longe do litoral.
apenas a religiosidade cristã católica europeia em b) nos primeiros momentos da colonização, a produção
nossa cultura. açucareira, realizada próxima ao litoral, bem como o
d) todo o conjunto de crendices e amuletos que ainda comércio de exportação deste produto, fizeram com
hoje são utilizados na crença dos brasileiros é que a maioria das vilas e cidades se desenvolvessem
originário só dos cultos afro-brasileiros e foi na zona litorânea.
incorporado à fé cristã. c) as relações entre as atividades econômicas e a
urbanização da colônia são determinantes para o

H1187 - (Albert Einstein)


processo de povoamento e interiorização da
colonização brasileira.
Nos dois primeiros séculos de colonização, a empresa d) desde o início, enquanto a colonização se interiorizava
colonial giraria em torno da cana: a formação de vilas e no restante do Brasil, no Ceará ela somente ocorreu
cidades, a defesa de territórios, a divisão de com a cultura do algodão no século XIX.
propriedades, as relações com diferentes grupos sociais e
até a escolha da capital.
(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma
biografia, 2018. Adaptado.)
H0166 - (Ufjf)
O mapa a seguir constitui-se como um documento do
O excerto apresenta o avanço da produção de cana-de-
século XVII e revela o Brasil conhecido e cartografado
açúcar no Brasil colonial como
naquele contexto. Ao longo dos séculos XVII e XVIII,
a) a adoção de uma sociedade de modelo feudal, que muitas atividades propiciaram o aumento do espaço
determinou a forte dependência da economia conhecido e habitado do território hoje chamado Brasil.
brasileira em relação às grandes potências europeias
do período. Este é o Mapa de João Teixeira Albernaz II, intitulado
b) a definição de um perfil para a ação portuguesa na Província do Brasil, datado de 1666. Ali é possível ver o
América, que incluiu a produção voltada ao mercado litoral do Brasil, desde a Barra do Pará, até o Rio Grande,
externo e a consolidação da ocupação territorial. incluindo algumas missões jesuíticas na fronteira do Rio
da Prata.
c) o estabelecimento de mecanismos reguladores da
relação colônia-metrópole, que passava a funcionar a
partir do princípio da liberdade comercial.
d) a conformação de uma economia diversificada, que
assegurava a expansão territorial e uma distribuição
equilibrada dos recursos metropolitanos nas áreas de
colonização.
e) o deslocamento do eixo econômico da colônia, que
avançou para o centro do território e passou a
privilegiar a agricultura extensiva baseada em mão de
obra indígena.

H0186 - (Uece)
Enquanto na maioria das regiões do Brasil as primeiras
vilas e cidades surgiram no litoral (Igaraçu e Olinda, em
Pernambuco; Vila do Pereira, Ilhéus, Santa Cruz e Porto
Seguro, na Bahia, e São Vicente, Cananeia e Santos, em
São Paulo), no Ceará, os povoados e as primeiras vilas

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a) produção agrícola voltada à subsistência e ao
comércio local.
b) exportação dos excedentes agrícolas não consumidos
internamente.
c) aplicação de moderna tecnologia europeia à
agricultura.
d) rotação de culturas em pequenas propriedades rurais.

e) monocultura extensiva com emprego de trabalho


compulsório.

H1089 - (Enem)
TEXTO I

A respeito da expansão territorial, assinale a alternativa


CORRETA:
TEXTO II
a) A pecuária desempenhou um importante papel para o
A repugnante tarefa de carregar lixo e os dejetos da casa
povoamento do Sertão e com o tempo, os vaqueiros
para as praças e praias era geralmente destinada ao
seguiram o curso dos rios, especialmente do Rio São
único escravo da família ou ao de menor status ou valor.
Francisco.
Todas as noites, depois das dez horas, os escravos
b) O desconhecimento em relação às bacias hidrográficas
conhecidos popularmente como “tigres” levavam tubos
existentes, fez com que a ocupação se mantivesse
ou barris de excremento e lixo sobre a cabeça pelas ruas
restrita ao litoral da Colônia.
do Rio.
c) Os jesuítas instalaram suas missões na região KARASCH. M. C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro,
nordeste, visto que a Coroa Portuguesa proibia a 1808-1950. Rio de Janeiro: Cia. das Letras, 2000.
presença das aldeias na região ao sul do Rio de
Janeiro. A ação representada na imagem e descrita no texto
d) A colonização portuguesa manteve-se localizada na evidencia uma prática do cotidiano nas cidades no Brasil
região nordeste, permanecendo as terras abaixo do nos séculos XVIII e XIX caracterizada pela
Trópico de Capricórnio dominadas pela Espanha.
a) valorização do trabalho braçal.
e) Não houve nenhuma ocupação da região da
Amazônia, o que fez com que esta parte do Brasil b) reiteração das hierarquias sociais.
ficasse inexplorada até o final do século XIX. c) sacralização das atividades laborais.
d) superação das exclusões econômicas.

H0173 -
e) ressignificação das heranças religiosas.
(Famerp)

H0185 -
O sistema de plantation, predominante na colonização
portuguesa do Brasil, baseou-se na (Ifsul)
“O primeiro passo no sentido de viabilizar a empresa
açucareira e, portanto, a colonização no Brasil foi a

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adoção do sistema de capitanias hereditárias, já utilizado sobre a morte de escravos, gentios e homens livres de
por Portugal nas ilhas do Atlântico. Tratava-se da adoção menor qualidade. Podiam, em alguns casos, deportar
de largas faixas de terra aos capitães-donatários, (degredo) colonos sem apelação ao rei. O senhor
regulamentada pelas cartas de doação e forais.” donatário, como grande proprietário de terras
Vicentino, Claudio. História geral e do Brasil. volume (latifundiário), podia também ceder pedaços de terra
único. – São Paulo: Scipione, 2005. p. 161. para outros colonos desenvolverem plantações e podiam
ainda deter o comando militar e o direito de alistar
Sobre a adoção das Capitanias Hereditárias afirma-se que colonos e formar milícias.
representou
Com base nesse texto, qual questão é a certa?
a) uma tentativa bem sucedida da Coroa Portuguesa em
administrar sua colônia da América. a) Esse texto revela que o Rei em nada mandava na
b) uma alternativa adotada pelo governo português que administração colonial portuguesa. Os verdadeiros
originou a grande propriedade no Brasil. governantes eram os capitães donatários.
c) um fracasso, já que todas as capitanias não se b) Os capitães donatários eram homens da pequena
desenvolveram, causando prejuízo à Coroa fidalguia portuguesa ou mesmo da nascente
Portuguesa. burguesia. Eram homens ávidos por lucros e por subir
d) um estímulo para extração de metais preciosos na na vida. Por isso o sistema de capitania hereditária
América portuguesa desde o início do século 16. falhou, afinal eles não se preocuparam com o sistema
como um todo, mas com seu próprio enriquecimento,
deixando de lado as tarefas de representantes da

H1192 - (Fuvest)
coroa.
c) Os capitães donatários tinham tarefas voltadas para a
(...) os habitantes dos campos de Piratininga, desde os
segurança interna (contra os indígenas não
primeiros tempos da colonização, aventuravam-se 'em
submetidos) e externa da colônia (contra invasores
partes e desertos de sertões muito prolongados'. (...)
Nas vizinhanças da vila, dois rios facilitaram a exploração europeus); monopolizavam o controle da terra, o que
produzia uma distribuição de acesso à terra desigual; e
do coração da América portuguesa: o Tietê e o Paraíba do
eram os responsáveis pela organização da produção
Sul. (...) No caso específico dos paulistas, a itinerância
das matérias-primas brasileiras, voltadas para a
significava o 'remédio para a pobreza'.
exportação.
KOK, Glória. O sertão itinerante: expedições da capitania
de São Paulo no século XVIII. São Paulo: Hucitec/Fapesp, d) As violências acima descritas inviabilizaram a
2004. p. 27-28. continuidade das capitanias, já que as pessoas não
A partir do texto, é correto afirmar: queriam se subordinar a indivíduos com tamanho
poder.
a) Os indígenas que habitavam os "campos de e) O fato de poderem conceder terras para outros
Piratininga" desbravaram os sertões e expandiram as sesmeiros gerou uma política de acesso à terra que
fronteiras para escapar da pobreza. beneficiou portugueses pobres que habitavam o
b) A "itinerância" e o espírito de aventura dos paulistas Brasil.
revelaram sua vocação natural para a bravura e os
grandes feitos.
c) A ausência de rios que facilitassem "a exploração do
coração da América" impossibilitou o pioneirismo
H0167 - (Ifce)
Com a chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, teve
paulista. início um processo de invasão das terras indígenas e de
d) As expedições paulistas que penetraram "desertos de implantação do sistema colonial. Os portugueses que
sertões" contribuíram para a interiorização da vieram para o Brasil tinham como objetivo claro a
ocupação colonial portuguesa. exploração econômica do nosso território e de seu povo.
e) O "remédio para a pobreza" correspondia à Constituíam a economia colonial do Brasil
descoberta de ouro nos sertões pelos desbravadores
a) cana-de-açúcar, algodão e café.
paulistas.
b) pau-brasil, cana-de-açúcar e café.
c) café, borracha da Amazônia e cana-de-açúcar.
H0154 -(Ifba) d) pau-brasil, cana-de-açúcar e mineração.
No processo de colonização, os capitães donatários e) pau-brasil, cana-de-açúcar e produção de tecidos
tinham alguns direitos oferecidos pela coroa portuguesa: industrializados.
podiam escravizar e vender até 24 índios por ano, direito

@professorferretto @prof_ferretto 8
H1183 -
português, dono de engenhos e currais, Sá fez o mais
(Unesp) potente galeão que pôde para evitar depender da
Muitos escravos e libertos recorriam aos orixás para proteção das frotas do governo ao se aventurar no
resolver diferentes tipos de problema. Aos poucos, a comércio pelos mares."
crença nos orixás foi se desenvolvendo e, no século XIX, MARCOLIN, Neldson. Por mares sempre navegados.
deu origem ao Candomblé. Essa religião era formada por Disponível em:
“irmãos de fé”, pessoas que acreditavam nos orixás e que http://revistapesquisa.fapesp.br/2011/11/30por-mares-
se reuniam em torno de uma mesma casa ou terreiro. nevegados. Acesso em: 09 de abril de 2019.
Nesse espaço, que era comandado por uma mãe de
santo ou um pai de santo, além de realizar suas É correto afirmar que a existência de estaleiros
cerimônias religiosas, entrar em contato com seus deuses destinados à construção de grandes navios no Brasil do
e buscar respostas por meio de jogos de adivinhação século XVII demonstrava
(como o jogo de búzios), muitos escravos e libertos
a) que o Brasil possuía uma economia dinâmica que
conseguiram formar outra família, família essa que muito
superava Portugal e Inglaterra na produção naval.
se assemelhava com as grandes linhagens existentes em
diversas localidades africanas. b) que a indústria naval apenas servia para transportar o
açúcar para a Europa.
(Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil
afrodescendente, 2017.) c) que havia outras atividades econômicas na colônia,
O texto caracteriza o Candomblé como além da produção e exportação de cana-de-açúcar.
d) a necessidade de numerosas embarcações para a
a) uma estratégia de recusa e resistência dos navegação fluvial no Brasil, como o galeão Padre
escravizados diante dos esforços de catequização Eterno.
empreendidos pelos jesuítas portugueses.
e) a existência de colonizadores franceses no Brasil, os
b) uma tentativa de conciliar características de distintas únicos capazes de construir grandes navios.
religiosidades de matriz africana, como o politeísmo e
as idolatrias.
c) uma religião derivada de crenças de origem africana,
que possibilitou o surgimento de espaços de
H0177 - (Cftrj)
Notícias do Brasil (Os Pássaros Trazem)
sociabilidade e solidariedade entre escravizados.
(...)
d) uma religião trazida da África e praticada no Brasil A novidade é que o Brasil não é só litoral!
pelos escravizados como uma forma de manter É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul.
contato com as origens e os antepassados. Tem gente boa espalhada por esse Brasil,
e) uma religião de matriz islâmica que permitia a que vai fazer desse lugar um bom país!
unificação dos escravizados procedentes de diversas Uma notícia está chegando lá do interior.
regiões da África Não deu no rádio, no jornal ou na televisão.
Ficar de frente para o mar, de costas para o Brasil,

H0178 -
não fazer desse lugar um bom país!
(Esc. Naval) (Milton Nascimento e Fernando Brant)
Leia o texto a seguir.
"Deu no Mercurio Portuguez: "... e do Brasil vira também O trecho acima da canção Notícias do Brasil, de Milton
o galeão chamado Padre Eterno, que se faz no Rio de Nascimento e Fernando Brandt, composta em 1981,
Janeiro, e é o mais famoso baixei de guerra que os mares reivindica a valorização da natureza, da paisagem e da
jamais viram". A gazeta mensal lisboeta trazia a notícia cultura do interior do Brasil. Sobre o processo de
acima fechando a edição de março de 1665. O periódico desbravamento e exploração do interior do Brasil no
de Antônio de Souza de Macedo, secretário de estado do período colonial, assinale a alternativa incorreta:
Reino de Portugal, se referia ao barco de metros

que deslocava mil toneladas com um mastro feito

num só tronco de de circunferência na base. O

navio começou a ser construído em 1659 a mando do


governador da capitania do Rio, Salvador Correia de Sá e
Benevides, na Ilha do Governador, em um local
conhecido como Ponta do Galeão (onde fica hoje o
Aeroporto Internacional Tom Jobim). Militar e político

@professorferretto @prof_ferretto 9
a) A busca pelas chamadas “drogas do sertão” estimulou a) o equilíbrio contínuo da balança comercial entre
a exploração da região amazônica. colônia e metrópole, que assegurava a isonomia nas
b) A produção de gado no interior não representou uma relações comerciais.
atividade econômica importante no período colonial. b) o instrumento do exclusivo metropolitano do
c) A descoberta das Minas Gerais nas décadas de 1680 e comércio, que regulava as trocas de mercadorias entre
1690 promoveu a ocupação mais sistemática do colônia e metrópole.
interior do centro-sul. c) o estabelecimento de domínio político da colônia
d) Os bandeirantes paulistas desbravavam o interior em sobre a metrópole, que caracterizava o vínculo
busca de indígenas que seriam comercializados como imperialista.
escravos. d) o prevalecimento de formas assalariadas de trabalho,
que permitiam a ampliação do mercado consumidor

H1185 -
colonial.
(Famerp) e) o predomínio de princípios e ideias liberais, que
A difusão do uso desses machados [de ferro] em articulavam a política econômica mercantilista.
substituição aos de pedra aumentou imensamente a

H1190 -
produtividade do trabalho, reduzindo em mais de dez
vezes o tempo para a derrubada dos troncos [de pau- (Pucgo)
brasil]. Não é pois de admirar que no século XVI mais de Conforme João Capistrano de Abreu, primeiro professor
dois milhões de árvores tenham sido derrubadas e da disciplina História do Brasil no país, a ação das
reduzidas a toras. Mas é também certo que os nativos Bandeiras seria bem semelhante a: “[...] homens
souberam aproveitar a tecnologia dos instrumentos munidos de armas de fogo atacam selvagens que se
europeus para benefício próprio, incluindo machados e defendem com arco e flecha; à primeira investida
facas de metal quer nas suas guerras, quer nas atividades morrem muitos dos assaltados e logo desmaia-lhes a
de subsistência. coragem; os restantes, amarrados, são conduzidos ao
(Ronaldo Vainfas (org.). Dicionário do Brasil colonial povoado e distribuídos segundo as condições em que se
(1500-1808), 2000.) organizou a bandeira.”
O excerto caracteriza (ABREU, João C. Capítulos de história colonial. Brasília:
Conselho Editorial do Senado Federal, 1998, p. 109.
a) a preocupação com o replantio das árvores pelos
Adaptado.)
nativos e portugueses, no primeiro século da
Assinale a única alternativa que indica corretamente
colonização.
outra ação comum dos bandeirantes de São Paulo, além
b) a assimilação de novas técnicas pelos indígenas, a
da referida destruição das aldeias:
partir do contato com os portugueses no primeiro
século da colonização. a) O ataque a quilombos, a exemplo do Quilombo dos
c) a sofisticação técnica do plantio e da exploração de Palmares localizado no território do atual estado de
pau-brasil, desde o início da colonização portuguesa Alagoas.
da América. b) O ataque aos invasores europeus, a exemplo dos
d) a otimização da produção agrícola desenvolvida pelos franceses que buscaram expandir suas colônias
portugueses durante a colonização brasileira. dominando o território do atual estado do Maranhão.
e) a submissão da mão de obra nativa à escravidão na c) O ataque aos contrabandistas, especialmente os que
atividade econômica da extração de madeira tintorial. roubavam esmeraldas, atuando como policiais nos
territórios dos atuais estados de Minas Gerais e de
Goiás.
H1182 - (Albert Einstein) d) As expedições contra os argentinos, que fizeram
ataques regulares buscando conquistar o território dos
Numa primeira aproximação, o sistema colonial
apresenta-se-nos como o conjunto das relações entre as atuais estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
metrópoles e suas respectivas colônias, num dado

H1180 -
período da história da colonização.
(Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo (Unicamp)
Sistema Colonial (1777-1808), 2019.) As estimativas sobre a população de Palmares no século
O “conjunto das relações” mencionado no excerto XVII oscilam entre 5 e 20 mil pessoas. A crônica abaixo,
abrangia de 1678, descreve o território palmarino:
Reconhecem-se todos obedientes a um que se chama “o
Ganga Zumba”, que quer dizer “Senhor Grande”. A este

@professorferretto @prof_ferretto 10
tem por seu rei e senhor todos os mais, assim naturais a) era uma atividade complementar às lavouras do café
dos Palmares como vindos de fora. Habita na sua cidade durante o período colonial.
real que chamam o Macaco. Esta é a metrópole entre as b) teve papel de destaque na ocupação das áreas
mais cidades e povoações. Está fortificada toda em cerco litorâneas.
de pau a pique, com torneiras abertas para ataque e
c) contribuiu para a expulsão dos trabalhadores
defesa. E pela parte de fora toda se semeia de estrepes
assalariados do campo.
de ferro e buracos no chão. Ocupa esta cidade dilatado
espaço, forma-se mais de 1500 casas. A segunda cidade d) os primeiros criadores de gado contribuíram para a
chama-se Sirbupira; nesta habita o irmão do rei que se interiorização da colonização.
chama “o Zona”. É fortificada toda de madeira e pedras, e) a pecuária no sertão nordestino usava a mão de obra
compreende mais de oitocentas casas. Das mais cidades escrava.
e povoações darei notícia quando lhe referir as ruínas.

H0175 -
(Adaptado de: ANTT, Manuscrito da Livraria, cod. 1185,
fls. 149-55v. In: LARA, Silvia; FACHIN, Phablo (org.). (Upf)
Guerra contra Palmares: o manuscrito de 1678. São “Não é fácil saber de onde foi que Jorge Velho partiu para
Paulo: Chão Editora, 2021, p. 9 – 49.) ir combater Palmares, se de São Paulo ou do Piauí. Tanto
Sobre a organização do espaço palmarino, é correto se pode admitir uma versão como a outra, já que ambas
afirmar que se apoiam em documentos de igual autoridade [...]. Há
também muita controvérsia sobre os seus efetivos. Em
a) os negros que fugiram para Palmares ocuparam os
diferentes documentos o número de indígenas oscila
espaços urbanos das vilas coloniais na Serra da
entre 800 e 1.300, e o de brancos entre 80 e 150, não
Barriga; essas vilas tinham sido abandonadas por
falando nas mulheres e crianças que costumava levar
Portugal durante as guerras de expulsão, de
consigo. A marcha de seiscentas léguas até Pernambuco
Pernambuco, dos holandeses.
foi uma estupenda façanha. Custou-lhe a perda de 396
b) o que se convencionou chamar de quilombo de pessoas, das quais 196 morreram de fome ou doença e
Palmares era uma rede de povoações fortificadas, 200 desertaram.”
formadas por centenas de casas e interligadas por
meio de um sistema político influenciado por lógicas O bandeirante Domingos Jorge Velho foi contratado pelo
culturais africanas. governo português para destruir o quilombo de
c) as povoações que constituíam Palmares se originaram Palmares. Isso se deu porque
da estrutura urbanística construída por Nassau nas
serras de Pernambuco e Alagoas, a partir da a) os paulistas, excluídos do circuito da produto colonial
racionalidade holandesa na época da luta pelo centrada no Nordeste, queriam estabelecer pontos de
domínio do açúcar. comércio, sendo impedidos pelos quilombos.
d) a maioria da população negra que vivia nos mocambos b) os paulistas tinham prática na perseguição de índios,
de Palmares no século XVII era crioula, ou seja, os quais, aliados aos negros de Palmares, ameaçavam
nascida no Brasil, e combinava a influência da o governo com movimentos milenaristas.
organização política de Angola e das redes urbanas c) o quilombo desestabilizava o grande contingente
litorâneas e europeias de Pernambuco. escravo existente no Nordeste, ameaçando a
continuidade da produção açucareira e da dominação
colonial.
H0150 - (Ifce) d) os senhores de engenho temiam que os quilombolas,
que haviam atraído brancos e mestiços pobres,
Sobre a pecuária durante o período colonial no Brasil, é
correto afirmar-se que organizassem um movimento de independência da
colônia.
e) os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os
colonos à revolta contra a metrópole, visando trazer
novamente o Nordeste para o domínio holandês.

H1193 - (Unesp)
A liberdade pouco valia para o indivíduo pobre que o
mundo da produção e os aparelhos de poder esmagavam
sem trégua, e no entanto ele era homem livre numa
sociedade escravista. Aproveitado de modo intermitente

@professorferretto @prof_ferretto 11
H1184 -
mas regular pelo Estado e pelos homens bons, a sua
utilidade real e empiricamente detectável era revestida (Unesp)
por um ônus que o deixava sem razão de ser. A O diabo parece ter sido estranho tanto para os tupis do
formulação dessa inutilidade justificava o sistema Brasil quanto aos nauas, maias, incas e demais povos
escravista, e o atributo da vadiagem passava a englobar americanos. O cosmos maia era neutro, as forças e os
toda uma camada social, desclassificando-a: no meio seres sagrados “não eram nem bons, nem ruins, mas
fluido dos homens livres pobres, todos passavam a ser apenas caprichosos”. [...] A cosmologia das populações
vadios para a óptica dominante. Vadios e inúteis, era andinas não contava com a noção de mal personificada
como se não existissem, como se o país não tivesse povo num ser satânico
— pois, cativo, o escravo não era cidadão. E assim,
inexistindo ou sendo identificado à animalidade, o [...].
homem livre pobre permaneceu esquecido através do (Laura de Mello e Souza. Inferno atlântico. Demonologia
século. e colonização: Séculos XVI-XVIII, 1993.)
(Laura de Mello e Souza. Desclassificados do ouro: a O excerto permite afirmar que
pobreza mineira no século XVIII, 2015. Adaptado.)
Ao tratar dos “desclassificados” na sociedade das Minas a) os sacrifícios humanos realizados por alguns povos
Gerais do século XVIII, o texto caracteriza-os como nativos da América eram destituídos de significado
religioso.
a) uma camada marcada pela ambiguidade e que b) a influência do catolicismo europeu na colonização da
revelava os mecanismos de exclusão sociopolíticos do América facilitou a preservação de elementos
período. religiosos nativos.
b) uma classe potencialmente rebelde, que recorria a c) a carência da noção de mal nas culturas originárias da
ações clandestinas e ilegais para subverter a ordem América indica a ingenuidade e a pureza dos povos
social. nativos.
c) um setor improdutivo da economia local, que gerava d) os povos nativos americanos tinham uma visão
gastos para os governantes, mas sem produzir ganhos religiosa binária e incompleta das forças que os
e rendimentos. afetavam.
d) um grupo à margem da sociedade, que conseguia e) a presença de representações do diabo no imaginário
escapar dos tributos e dos rigores do trabalho. americano derivou do processo colonizador.
e) um segmento de técnicos e profissionais liberais, que
era socialmente desprezado, mas fundamental na
exploração de ouro.
H1179 - (Unesp)
Na formação do território brasileiro, nos séculos XVII e

H0172 - (Uece)
XVIII, as atividades econômicas da pecuária e da
mineração foram responsáveis pela
Atente para o seguinte excerto:
“(...) trocar manufaturas baratas por negros na costa a) construção de feitorias no litoral.
ocidental da África; permutar os negros por matérias- b) conquista dos sertões.
primas nas colônias americanas: por fim, vender as c) grilagem de terras.
matérias primas na Europa a altos preços, ou seja, a d) elaboração de políticas aduaneiras.
dinheiro contado. Comércio de resultados fantásticos em
e) realocação espacial das agroindústrias.
que o lucro nunca ficava por menos de 300% e podia em
certos casos render até 600%”.
FREITAS, Décio. O escravismo brasileiro. 2.ed. Porto
Alegre: Mercado Aberto, 1982. p.24.
H0187 - (Mackenzie)
No Brasil do século XVI, a sociedade tinha, no engenho, o
centro de sua organização.
Esse sistema de comércio que foi fundamental para a
Assinale a alternativa que NÃO atesta a importância do
colonização brasileira por custear a Coroa portuguesa
engenho no período colonial.
através da sua taxação é conhecido como sistema

a) de comércio liberal.
b) de comércio triangular.
c) de comércio quadrangular.
d) internacional de comércio livre.

@professorferretto @prof_ferretto 12
H0163 -
a) A grande propriedade era monocultora e também
escravocrata, voltada para o mercado externo, sendo a (Cotil)
montagem da estrutura de produção açucareira, um
empreendimento de alto custo.
b) Os senhores de engenhos, por serem proprietários de
terras e escravos, detinham o poder político e
controlavam as Câmaras Municipais, sendo
denominados de “homens bons”, estendendo tal
poder para o interior de sua família.
c) Alguns engenhos funcionavam como unidades de
produção autossuficientes, pois além de oficinas para
reparos de suas instalações, produziam alimentos
necessários à sobrevivência de seus moradores.
d) No engenho também havia alguns tipos de
trabalhadores assalariados, como o feitor, o mestre de
açúcar, o capelão ou padre, que se sujeitavam ao
poder e à influência do grande proprietário de terras.
O quadro ‘A Primeira Missa’, pintado em 1860 por Victor
Meireles, representa a primeira celebração católica no
e) Os grandes engenhos contavam com toda a país, realizada em 1500, além de expor as diferenças
infraestrutura não apenas para atender às entre o colonizador português e os indígenas brasileiros.
necessidades básicas de sobrevivência, mas voltadas à Tais diferenças, quando considerada a realidade de 1500
atividade intelectual que tornava o engenho centro de até o século XXI, sobre a apropriação da natureza pelo
discussões comerciais. europeu em comparação ao indígena, revelam que:

a) os colonizadores portugueses se adaptaram


H1181 - (Uece)
rapidamente ao modo de vida dos indígenas, o que
favoreceu a manutenção do espaço geográfico e a
Das 16 primeiras vilas criadas no Ceará, apenas 4 delas
sobrevivência dos nativos.
(Aquiraz – 1699; Fortaleza – 1725; Aracati – 1747 e
Caucaia – 1750) estavam diretamente no litoral ou bem b) enquanto entre os europeus não havia dinheiro,
próximo dele. As demais 12 vilas mais antigas desejo de lucro, propriedade individual, posse da terra
localizavam-se ser adentro, próximas a cursos d’agua ou e de recursos naturais, esses elementos já eram
em regiões serranas (Icó – 1735; Visa do Ceará – 1759; observados entre os indígenas.
Baturité – 1762; Crato – 1762; Sobral – 1766; Granja – c) a visão de mundo, as crenças e os costumes geraram
1776; Quixeramobim – 1789; Guaraciaba do Norte – muitos conflitos entre os indígenas e os colonizadores,
1791; Russas – 1799; Tauá – 1801; Jardim – 1814 e Lavras ocasionando assim disputa de território que durou até
da Mangabeira – 1816). 1550.
Esse aspecto da ocupação do espaço cearense se deveu d) os interesses pelo agronegócio tem conflitado com os
das tribos indígenas até hoje, e uma das razões para
a) à ação dos coronéis que conduziram a política local
esse conflito é a demarcação de terras indígenas.
desde o início da colonização, voltando as atenções do
Estado para as regiões de seu interesse.
b) ao desenvolvimento de uma grande atividade de
produção canavieira nos sertões cearenses, que
H0162 - (Famema)
Havia muito capital e muita riqueza entre os lavradores
apresentam clima quente e chuvoso, condições ideais
de cana, alguns ligados por laços de sangue ou
para aquele cultivo.
matrimônio aos senhores de engenho. Havia também um
c) aos esforços dos bandeirantes, que, na busca por
bom número de mulheres, não raro viúvas, participando
metais e pedras preciosas fundaram povoados que
da economia açucareira. Digno de nota até o fim do
resultaram nas vilas e cidades mais antigas do Ceará.
século XVIII, contudo, era o fato de os lavradores de cana
d) à pecuária, atividade subsidiária da produção serem quase invariavelmente brancos. Os negros e
açucareira, que se expandiu para o interior das mulatos livres simplesmente não dispunham de créditos
capitanias, pois o litoral era dominado pela ou capital para assumir os encargos desse tipo de
monocultura canavieira para exportação. agricultura.
(Stuart Schwartz. “O Nordeste açucareiro no Brasil
Colonial”. In: João Luis R. Fragoso e Maria de Fátima

@professorferretto @prof_ferretto 13
Gouvêa (orgs). O Brasil Colonial, vol 2, 2014.) Lisboa o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, que
aportou à baía de Todos-os-Santos em fins de março de
O excerto indica que a sociedade colonial açucareira foi 1549.
Com o governador chegaram também o ouvidor-geral,
a) organizada em classes, cuja posição dependia de bens
Pero Borges e o provedor-mor, Antônio Caridoso de
móveis.
Barros.
b) apoiada no trabalho escravo, principalmente o dos (Capistrano de Abreu. Capítulos de História Colonial)
lavradores de cana.
c) baseada na “limpeza de sangue”, portanto se proibia a O ouvidor-geral e o provedor-mor desempenhavam,
miscigenação. respectivamente, funções de:
d) determinada pelos recursos financeiros, o que
a) defesa – administração civil;
impedia a mobilidade.
b) justiça – fazenda;
e) hierarquizada por critérios diversos, tais como a etnia
e riqueza. c) fazenda – defesa;
d) administração militar – justiça;

H1051 -
e) administração da capital – vereança.
(Enem)

H0188 -
A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas
mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, (Ufrgs)
autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora Observe o mapa abaixo.
atestada por viajantes e por missionários portugueses
que visitaram a costa a partir do século XV, consta
também na ampla documentação sobre a região. A
literatura é rica em referências às grandes mulheres
como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o
negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão
típico da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a
agência feminina e representações em mudança na
Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. (Org.).
Identidades, memórias e histórias em terras africanas.
Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.

A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da


África Ocidental pode ser relacionada a uma
característica marcante das cidades no Brasil escravista
nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela

a) restrição à realização do comércio ambulante por


africanos escravizados e seus descendentes.
b) convivência entre homens e mulheres livres, de
diversas origens, no pequeno comércio.
c) presença de mulheres negras no comércio de rua de
diversos produtos e alimentos.
d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente
de origem dos escravizados.
Considere as seguintes afirmações sobre a origem dos
e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades grupos étnicos africanos escravizados, trazidos para o
ligadas ao pequeno comércio urbano. Brasil entre os séculos XV e XIX.

H0159 - (Espm)
I. A maior parte dos grupos étnicos são oriundos do norte
da África.
Em 1549 o rei D. João III decidiu, sem abolir o sistema de II. As principais áreas de saída de africanos foram os
capitanias hereditárias, instituir um novo regime. atuais territórios de Moçambique e Angola.
Acompanhado por quatrocentos soldados, seiscentos III. Os grupos étnicos africanos escravizados, levados ao
degredados, seis jesuítas e muitos mecânicos, partiu de nordeste, vêm do leste da África, e aqueles levados para

@professorferretto @prof_ferretto 14
o sudeste e o sul são oriundos da África ocidental. pio a um engenho de açúcar. Os primeiros engenhos
começaram a funcionar em Pernambuco no ano de 1535,
Quais estão corretas? sob a direção de Duarte Coelho. A partir daí os registros
não parariam de crescer: quatro estabelecimentos em
a) Apenas I.
1550; trinta em 1570, e 140 no fim do século XVI. A
b) Apenas II. produção de cana alastrava-se não só nu­mericamente
c) Apenas III. como espacialmente, che­gando à Paraíba, ao Rio Grande
d) Apenas II e III. do Norte, à Bahia e até mesmo ao Pará. Mas foi em
e) I, II e III. Pernambuco e na Bahia, sobretudo na re­gião do
recôncavo baiano, que a econo­mia açucareira de fato
prosperou. Tiveram início, então, os anos dourados do
H0158 - (Ufpr)
Brasil da cana, a produção alcançando 350 mil ar­robas no
final do século XVI.
Aqui no Brasil tratou-se desde o início de aproveitar o
(Lilia M. Schwarcz. Brasil: uma Biografia)
índio, não apenas para obtenção dele, pelo tráfico
mercantil, de produtos nativos, ou simplesmente como
A partir do texto e considerando a econo­mia açucareira e
aliado, mas sim como elemento participante da
a civilização do açúcar, é correto assinalar:
colonização. Os colonos viam nele um trabalhador
aproveitável; a metrópole, um povoador para a área a) a cana de açúcar era um produto autóc­tone, ou seja,
imensa que tinha de ocupar, muito além de sua nativo do Brasil e gradativa­mente foi caindo no gosto
capacidade demográfica. Um terceiro fator entrará em dos portugueses e dos europeus, a partir do século
jogo e vem complicar os dados do problema: as missões XVI;
religiosas. b) a produção e comercialização do açúcar ocorreram
(PRADO JÚNIOR, Caio. A formação do Brasil sob a influência do livre-cam­bismo em que se baseou
Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 91.) o empreendi­mento colonial português;
c) a metrópole estabeleceu o monopólio real, porém a
Baseando-se no trecho acima sobre o trabalho indígena
comercialização do açúcar pas­sou para os porões dos
no Brasil Colônia, assinale a alternativa correta.
navios holandeses, que acabaram por assumir parte
a) Os indígenas serviram como um elemento ativo e substan­cial do tráfego entre Brasil e Europa;
fundamental na colonização da região Nordeste, d) os portugueses mantiveram um rigoroso monopólio
enquanto na região Centro-Sul sua mão de obra foi sobre o processo de produ­ção e refinação do açúcar,
utilizada de maneira escassa. só permitindo a participação de estrangeiros na
b) Os jesuítas segregavam os indígenas em aldeias, para comer­cialização do produto;
evitar a escravização da mão de obra nativa durante a e) para implantação da indústria canavieira no Brasil, o
colonização portuguesa. projeto colonizador luso pre­cisava contar com mão de
c) Os colonizadores espanhóis, ao contrário dos obra compul­sória e abundante, dada a extensão do
portugueses, não utilizaram a mão de obra indígena, território e por isso sempre privilegiou a utilização dos
constituindo uma sociedade baseada na colonização nativos, cuja captura pro­porcionava grandes lucros
de povoamento. para a coroa.
d) O tipo de trabalho executado pelos indígenas era
bastante rudimentar, e a dependência da metrópole
em relação a essa mão de obra provocou atraso H0181 - (Unicamp)
econômico e cultural para a colônia brasileira. As plantações de mandioca encontradas pelas saúvas
e) Com o início do tráfico de escravos africanos, a mão de cortadeiras nas roças indígenas eram apenas uma entre
obra indígena deixou de ser utilizada no processo de várias outras. Em muitas situações, a composição química
colonização. das folhas favorecia a escolha de outras plantas e a
folhagem da mandioca era cortada apenas quando as
preferidas das saúvas não eram suficientes. Já na
H0174 - (Espm)
agricultura comercial, machados e foices de ferro
permitiam abrir clareiras em uma escala maior,
A primeira vez que se mencionou o açúcar e a intenção
resultando em grande homogeneidade da flora. Nas
de implantar uma pro­dução desse gênero no Brasil foi em
lavouras de mandioca de finais do século XVII e do início
1516, quando o rei D. Manuel ordenou que se
do século XVIII, as folhas da mandioca tornavam-se uma
distribuíssem machados, enxadas e de­mais ferramentas
das poucas opções das formigas. Depois de mais algumas
às pessoas que fossem povoar o Brasil e que se
colheitas, a infestação das formigas tornava-se
procurasse um homem prático e capaz de ali dar princí­‐

@professorferretto @prof_ferretto 15
insuportável, por vezes causando o completo Deste modo, e de acordo com seus conhecimentos,
despovoamento humano da área. assinale a resposta correta que corresponde ao ápice
(Adaptado de Diogo Cabral, 'O Brasil é um grande deste processo sócio-histórico.
formigueiro’: território, ecologia e a história ambiental da
a) O legado português na formação da sociedade
América Portuguesa – parte 2. HALAC - História
brasileira pode ser notado na manifestação do idioma,
Ambiental Latinoamericana y Caribeña. Belo Horizonte, v.
na religiosidade, na organização social e,
IV, n. 1, p. 87-113, set. 2014-fev. 2015.)
principalmente, no que o difere dos demais modelos
colonizadores, na integração com diferentes culturas,
A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos
como a africana e a indígena, por exemplo.
sobre História do Brasil Colônia, assinale a alternativa
correta. b) A herança cultural portuguesa é predominante na
formação da sociedade brasileira, sendo que os
a) A principal diferença entre as lavouras indígenas e a aspectos culturais adventícios são pouco notáveis ou
agricultura comercial colonial estava no uso de quase imperceptíveis quando levamos em
queimadas pelos europeus, o que não era praticado consideração a real situação do Brasil em comparação
pelas populações autóctones. com os demais países sul-americanos.
b) Comparadas à mandioca cultivada pelos indígenas, as c) A habilidade social portuguesa pode ser notada,
novas espécies de mandioca trazidas da Europa eram principalmente, em regiões fronteiras limítrofes,
menos resistentes às formigas cortadeiras, e por isso quando o elemento português precisou se associar ao
mais susceptíveis à infestação. elemento nativo indígena, e nas regiões produtivas
c) Os colonizadores introduziram no território colonial canavieiras como o Nordeste, quando foi
novas espécies de mandioca e milho, que imprescindível contar com o suporte da mão de obra
desequilibraram o sistema agrícola ameríndio, africana, já que nas demais regiões do País o que se
baseado no sistema rotativo de plantação. percebe é a predominância do elemento cultural
d) A agricultura comercial tendia à homogeneização da branco europeu em detrimento das demais culturas.
flora nas lavouras da América Portuguesa, d) A conquista da América portuguesa ocorre quando o
combinando tradições europeias de plantio com português forja sua integração social por meio da
práticas indígenas. exploração de africanos escravizados e de nativos
indígenas, no momento em que eles eram úteis

H0155 -
unicamente como fonte de mão de obra para a
(Ufms) manutenção do sistema colonial, visando a acumular
A astúcia portuguesa relativa ao processo de conquista recursos para a Coroa portuguesa.
de sua parcela do território americano é relatada em e) Ao chegar ao Brasil, o colonizador português
diversas obras da historiografia brasileira e mundial. Este permanece isento no processo de miscigenação para o
protocolo de integração portuguesa com outros povos surgimento da sociedade brasileira, ao contrário de
pode ser notado, por exemplo, no trecho a seguir, de outras culturas e sociedades (africanos e nações
autoria de Jessé Souza. indígenas) que precisam se reorganizar e se moldar
para que possam continuar presentes enquanto
“O português entra em contato com o elemento nativo e elementos formativos do povo brasileiro.
o adventício, formando, em contraposição ao colonizador

H0168 -
anglo-saxão, por exemplo, uma nova ligadura, um novo
produto social e cultural. Por outro lado, o elemento (Fgv)
português permanece, malgrado todos estes contatos, Como a sociedade do reino e as dos núcleos mais antigos
sempre igual a si mesmo. O português é ele e o outro ao de povoamento – a de Pernambuco, Bahia ou São Paulo –
mesmo tempo. Ele é plástico por já possuir dentro de si seguiam, em Minas, os princípios estamentais de
todos os opostos. Essa espantosa qualidade cultural estratificação, ou seja, pautavam-se pela honra, pela
permite que, ao encontrar alguma alteridade fora dele, o estima, pela preeminência social, pelo privilégio, pelo
português possa lançar mão de características nascimento. A grande diferença é que, em Minas, o
assemelhadas à esse alter na sua própria personalidade, dinheiro podia comprar tanto quanto o nascimento, ou
que possibilita interpenetração cultural sem perda da sua “corrigi-lo”, bem como a outros “defeitos” (...) Como
substância original.” rezava um ditado na época, “quem dinheiro tiver, fará o
(Fonte: SOUZA, Jessé. Subcidadania brasileira: para que quiser”.
entender o país além do jeitinho brasileiro. Rio de (Laura de Mello e Souza. Canalha indômita. Revista de
Janeiro: LeYa, 2018. p. 162. Adaptado). História da Biblioteca Nacional, ano 1, nº 2, ago. 2005.
Adaptado)

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receitas, implantou cobrança de impostos, inclusive com
No Brasil colonial, tais “defeitos” referem-se repasses ao rei, e tais recursos financiavam serviços
delegados ao donatário, como o de atuar como instância
a) aos que fossem acusados pelo Tribunal da Santa
mais alta que o Judiciário da vila e o de controlar a vida
Inquisição e aos que estivessem na Colônia sem a
civil.
permissão do soberano português.
(CALDEIRA, Jorge. História da Riqueza no Brasil. Rio de
b) ao exercício de qualquer prática comercial Janeiro: Estação Brasil, 2017.)
desvinculada da exportação e à condição de não ser
proprietário de terras e escravos. De acordo com o texto é correto afirmar que o autor
c) aos que explorassem ilegalmente o trabalho buscou descrever as medidas que:
compulsório dos indígenas e aos colonos que não
fizessem parte de alguma irmandade religiosa. a) levaram à capitania de Pernambuco a prosperar.
d) aos colonos que se casavam com pessoas vindas da b) causaram o impasse político responsável pela Guerra
Metrópole e aos que afrontassem, por qualquer meio, dos Mascates.
os chamados “homens bons”. c) levaram o sistema de capitanias hereditárias a
e) aos de sangue impuro, representados pela fracassar.
ascendência moura, africana ou judaica, e aos d) causaram o impasse político gerados da Insurreição
praticantes de atividades artesanais ou relacionadas Pernambucana.
ao pequeno comércio. e) transformaram as capitanias hereditárias em governo-
geral.

H1191 -
H1188 -
(Fcmscsp)
Sabemos que a expansão bandeirante deveu seu impulso (Upe)
inicial sobretudo à carência, em São Paulo, de braços O rabino português Isaac Aboab da Fonseca foi o autor
para a lavoura ou antes à falta de recursos econômicos da primeira literatura em língua hebraica das Américas,
que permitissem à maioria dos lavradores socorrer-se da no Recife, durante o domínio holandês.
mão de obra africana. Falta de recursos que provinha, Leia um trecho a seguir:
por sua vez, da falta de comunicações fáceis ou rápidas “Lá fora, a espada semeava a morte; dentro era o terror,
dos centros produtores mais férteis, se não mais porque há conspiração tanto interna quanto externa.
extensos, situados no planalto, com os grandes mercados Bastardos e mamelucos, meus perseguidores e traidores,
consumidores. revelam segredos meus aos inimigos, e traiçoeiramente
(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 2001.) querem entregar minha fortaleza. Isso irrita minha alma.
A particularidade da colonização de São Paulo, quando Doía-me o coração de tanto esperar. Mais a longa
comparada com a de Recife e de Salvador, deveu-se demora do auxílio prometido, e a fome, o racionamento
com redistribuição de rações habituais. O corpo reduziu-
a) ao trabalho de pacificação dos índios guerreiros pela
se em carne e ossos devido à fome. O pão era pesado e
Companhia de Jesus. racionado. Meu povo acostumou-se a substituir o pão
b) ao rápido processo de urbanização em decorrência da pelo peixe, até quando os intestinos se ressentiram. Este
exploração aurífera. é o dia almejado para assaltar o povo revoltado, disse o
c) à oposição dos habitantes às exigências econômicas da inimigo, para tomarmos suas casas e todos os seus bens”.
metrópole. Disponível em: http://www.morasha.com.br/profetas-e-
d) ao isolamento social de uma colonização de interior sabios/rabi-aboab-da-fonseca.html.
afastada do litoral. Acesso em: 15 jun. 2021.
e) à inadaptabilidade das espécies vegetais tropicais ao Nesses versos, Fonseca descreveu
clima temperado. a) a recepção aos judeus na corte de Nassau.
b) a construção de Frederikstad, atual João Pessoa.

H0152 - (Esc. Naval)


c) a vitória dos holandeses na conquista de Salvador.
d) as agruras do cerco luso-brasileiro à cidade do Recife.
Leia o texto abaixo e responda a pergunta a seguir.
[...] Além da capitania, em 1541 foi instalada a vila de e) os rituais de penitência e jejum, típicos da religião
Olinda, com a repetição de todas as formalidades de São judaica.
Vicente: títulos de sesmarias, lista de homens bons aptos

H0169 -
a votar, eleição de vereadores, alternância no poder. [...]
Em Pernambuco passou a funcionar de maneira efetiva a (Esc. Naval)
autoridade do donatário, em dois sentidos. No das

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Leia o texto a seguir. farta de mantimentos, carnes de vaca, porco, galinha,
"Eu ElRei, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo de ovelhas, e outras criações; tem 36 engenhos, neles se faz
minha casa, que vendo eu quanto serviço de Deus e meu o melhor açúcar de toda a costa; [...] terá a cidade com
é conservar e enobrecer as Capitanias e povoações das seu termo passante de três mil vizinhos Portugueses, oito
terras do Brasil e dar ordem e maneira com que melhor e mil Índios cristãos, e três ou quatro mil escravos da
mais seguramente se possam ir povoando, para Guiné.
exalçamento da nossa Santa Fé e proveito de meus (Fernão Cardim. Tratados da terra e gente do Brasil,
Reinos e Senhorios, e dos naturais deles, ordenei ora de 1997.)
mandar nas ditas terras fazer uma fortaleza e povoação
grande e forte, em um lugar conveniente, para daí se dar O padre Fernão Cardim foi testemunha da colonização
favor e ajuda às outras povoações e se ministrar justiça e portuguesa do Brasil de 1583 a 1601. O excerto faz uma
prover nas cousas que cumprirem a meu serviço e aos descrição de Salvador, sede do Governo-Geral, referindo-
negócios de minha Fazenda e a bem das partes." se, entre outros aspectos, à
Fonte: Regimento que levou Tomé de Sousa Governador
a) incorporação pelos colonizadores dos padrões
do Brasil, Almerím,17/12/1548. Lisboa, Arquivo Histórico
culturais indígenas.
Ultramarino (AHU), códice 112, fls 1-9.
Sobre o texto, que é um importante marco da História do b) ligação da atividade produtiva local com o comércio
Brasil, é correto afirmar que representava internacional.
c) miscigenação crescente dos grupos étnicos presentes
a) o objetivo da monarquia portuguesa de iniciar a na cidade.
colonização do Brasil cedendo territórios para que
d) existência luxuosa da nobreza portuguesa na capital
grupos particulares pudessem explorá-los a custa de
da colônia.
seus próprios recursos, enquanto o governo atuaria
como uma espécie de Órgão regulador do que ficou e) dependência da população em relação à importação
conhecido como Capitanias Hereditárias. de produtos de sobrevivência.
b) a pretensão do governo português em promover a
colonização efetiva do território brasileiro e de
estimular a produção colonial, sendo um dos seus H0170 - (Ifba)
primeiros atos a construção de urna cidade para ser a Que Deus entendeu de dar
capital da colônia, concretizada por Tomé de Sousa A primazia
com a fundação de São Salvador em 1549. Pro bem, pro mal
Primeira mão na Bahia
c) o desejo português de não investir recursos no
Primeira missa
território colonial do Brasil, permitindo que grupos
Primeiro índio abatido também
privados construíssem feitorias com dois objetivos: a
Que Deus deu
exploração do pau-brasil realizada a partir do escambo
Que Deus entendeu de dar
com os indígenas e a proteção das ameaças
Toda magia
estrangeiras.
Pro bem, pro mal
d) o primeiro passo para o processo de povoamento da
Primeiro chão da Bahia
colônia, que previa a criação de urna capital
Primeiro carnaval
estruturada no modelo espanhol de ocupação do
Primeiro pelourinho também
território, além da construção de estradas e sistemas
de coleta de esgoto em locais estratégicos, que
Gilberto Gil, Toda menina baiana. In.: CD Realce, Warner:
serviriam de base para o surgimento de novas cidades.
1979. Trecho disponível em
e) a ocupação eletiva do território colonial, https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/46249. Acesso em
principalmente após a descoberta de jazidas de ouro 24 jul 2017.
no interior da colônia, que demandou maia recursos
do governo português para a defesa da região de Com base no trecho da música acima, é possível afirmar
invasores estrangeiros e de piratas que desejavam historicamente que:
roubar as riquezas do Brasil.

H0156 - (Famerp)
A Bahia é cidade d’El-Rei, e a corte do Brasil; nela
residem os Srs. Bispo, Governador, Ouvidor-Geral, com
outros oficiais e justiça de Sua Majestade; [...]. É terra

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a) A primeira missa na Bahia foi feita pelos portugueses A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro
com o intuito de converter os índios ao catolicismo e no Brasil colonial, é correto afirmar:
assim evitar que fosse feita uma guerra contra eles.
a) A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às
b) Para o bem ou para o mal, a Bahia foi o primeiro local demandas de transporte da economia mineradora.
no Brasil em que os portugueses colocaram suas
b) A produção açucareira estimulou a formação de uma
mãos.
rede urbana mais ampla do que a atividade aurífera.
c) O carnaval sempre foi feito durante as festas profanas
c) O custo relativo do frete dos metais preciosos
que acontecem ao redor das festas religiosas católicas.
viabilizou a interiorização da colonização portuguesa.
Assim, esse texto seria uma metáfora para entender as
d) A mão de obra escrava indígena foi mais empregada
contradições do Brasil: carnavalesco e religioso.
na exploração do ouro do que na produção de açúcar.
d) Deus seria a entidade que moveria a história dos
homens. Os homens apenas reproduziriam as suas
e) Ambas as atividades produziram efeitos similares
vontades. A vontade de Deus, “pro bem ou pro mal”,
sobre a formação de um mercado interno colonial.
espalhou o cristianismo pelo mundo, uma das
principais instituições colonialistas dos séculos XV até
os dias atuais.
e) Ao destacar o abate indígena, o pelourinho e as missas H0153 - (Fgv)
religiosas, o autor chama atenção para o caráter Podem-se apanhar muitos fatos da vida daqueles
violento da colonização brasileira. sertanejos dizendo que atravessaram a época do couro.
De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado
ao chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de
H0180 - (Ufrgs)
couro todas as cordas, a borracha para carregar água, o
mocó ou alforge para levar comida, a maca para guardar
Sobre as atividades econômicas e a mão de obra na
roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-
América Portuguesa, entre os séculos XVI e XVII, é
lo em viagem, as bainhas de faca, as broacas e surrões, a
correto afirmar que a produção
roupa de entrar no mato, os banguês para curtume ou
a) era voltada exclusivamente para o mercado externo, para apurar sal.
restrita ao cultivo em plantations, e a mão de obra era (Capistrano de Abreu. Capítulos de história colonial:
exclusivamente de indígenas e africanos escravizados. 1500-1800, 2000.)

b) era voltada para além do mercado externo, com O texto descreve a cultura material da pecuária, que a
diversas culturas ligadas ao mercado interno, e a mão partir do século XVI estendeu-se ao interior nordestino
de obra era majoritariamente de escravizados, mas da colônia do Brasil. A criação de gado
com a presença de trabalhadores livres. a) empregava predominantemente a mão de obra
c) era voltada exclusivamente para o mercado interno, escrava africana e consolidou a pequena propriedade
através do cultivo de itens de subsistência, e a mão de rural às margens dos grandes rios da região.
obra era exclusivamente de indígenas e africanos b) contribuía com o complexo econômico litorâneo e
escravizados. funcionou em um regime de contenção econômica de
d) não se resumia ao mercado externo, com diversas gastos devido ao aproveitamento de recursos locais.
culturas voltadas ao mercado interno, e a mão de obra c) transgredia os ordenamentos legais da administração
era exclusivamente de indígenas e africanos metropolitana e jamais se caracterizou como atividade
escravizados. econômica lucrativa.
e) era voltada exclusivamente para o mercado externo, d) deslocava o centro dinâmico da exploração econômica
restrita ao cultivo em plantations, e a mão de obra era da colônia e contribuiu para o adensamento
majoritariamente de escravizados, mas com a demográfico em novos territórios.
presença de trabalhadores livres.
e) favorecia o surgimento de cidades autoadministradas
e revelou a existência de jazidas de metais preciosos

H0164 - (Fuvest)
nas áreas recém-descobertas.

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