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QUESTÕES SOBRE A

AULA
2

HISTÓRIA DE PERNAMBUCO: A “GUERRA DOS


BÁRBAROS”; A LAVOURA AÇUCAREIRA E MÃO DE
OBRA ESCRAVA;
1. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)
A “guerra dos bárbaros” patrocinada pela Coroa para forçar os descimentos indígenas só
chegou ao fim após a implementação do Diretório Pombalino em 1758.
Certo ( ) Errado ( )
2. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)
A “guerra dos bárbaros” atingiu as populações indígenas não aldeadas. Não se verifica a exten-
são da guerra para os aldeamentos comandados por Jesuítas.
Certo ( ) Errado ( )
3. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)
O único intuito dos paulistas ao se envolverem na guerra como bugreiros, era o de garantir
que os índios preados no conflito, tornassem seus escravos.
Certo ( ) Errado ( )
4. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)
Por parte dos indígenas confederados, os processos de resistência e sobrevivência se deram
de maneira violenta. Não se observa na história da guerra dos bárbaros, resistências pacíficas.
Certo ( ) Errado ( )
5. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)
Para os colonos, desejosos em obter terras, os índios representavam um entrave à expansão
das fazendas de gado, por isso, deveriam ser exterminados.
Certo ( ) Errado ( )
6. IAUPE – 2016 – PM PE – Soldado
Segundo o historiador Pedro Puntoni, no livro ’A Guerra dos Bárbaros’, “Sem dúvida alguma, a
compreensão dos povos ditos tapuias como uma unidade histórica e cultural, em oposição não só
ao mundo cristão europeu mas aos povos tupis, habitantes do litoral, foi um dos elementos mais
importantes na caracterização coeva da unicidade dos conflitos ocorridos no Nordeste, ao longo
das décadas finais dos Seiscentos e início dos Setecentos, no contexto específico do processo de
expansão da pecuária e, portanto, da fronteira. De fato, a extensa documentação colonial refere-
-se ao conjunto de confrontos e sublevações dos grupos tapuias do sertão nordestino como uma
„Guerra dos Bárbaros‟, unificando, dessa maneira, situações e contextos peculiares. Por isso, tal
como no episódio da chamada Confederação dos Tamoios, inventada pela intuição de Gonçalves
de Magalhães, a Guerra dos Bárbaros foi igualmente tomada pela historiografia como uma confe-
deração das tribos hostis ao império português, um genuíno movimento organizado de resistência
ao colonizador. (...) Câmara Cascudo, que conhecia bem a documentação colonial do Rio Grande,
criticou em sua História aqueles que, „lembrando a dos tamoios‟, chamavam a Guerra dos Bárbaros,
„romanticamente‟, de confederação dos cariris „Não houve plano comum nem unidade de chefia.”
História de pernambuco: a “Guerra dos Bárbaros”; a lavoura açucareira e mão de obra escrava; 3

(PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros - Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste
do Brasil, 1650-1720. São Paulo, Hucitec, 2002, p. 77;79).
A partir do texto acima, assinale a alternativa CORRETA.
a) O autor defende que a existência de uma confederação dos cariris, ou mesmo, de
uma Guerra dos Bárbaros generalizada são criações dos historiadores que mal inter-
pretaram a documentação colonial.
b) O autor associa a Guerra dos Bárbaros à Confederação dos Tamoios, defendendo que
ambas foram movimentos sociais indígenas contra a colonização.
c) O autor defende a existência de um confronto entre as forças da colonização e as
populações indígenas sertanejas, organizadas em uma frente comum.
d) O texto defende que nunca existiu um levante indígena sertanejo contra a colonização,
tendo sido a Guerra dos Bárbaros apenas uma invenção da historiografia.
e) Segundo o autor, por não haver unidade na resistência indígena contra a colonização,
essa resistência não teria existido.

7. CEV UECE – 2018 – SEDUC CE – Professor (ADAPTADA)


Segundo Maria Idalina Pires, em seu Dicionário de Datas da História do Brasil, entre 1650 e
1720 ocorreu a Guerra dos Bárbaros, episódio da história colonial brasileira que marcou:
a) o conflito que envolveu colonizadores e vários povos nativos, denominados Tapuia,
que ocorreu nos sertões nordestinos pelas terras e pela mão de obra escrava nativa.
b) o confronto entre colonos oriundos de São Vicente e imigrantes Reinóis atraídos à
colônia pelas notícias da descoberta de enormes jazidas auríferas nos sertões da
região que hoje corresponde a Minas Gerais.
c) uma disputa travada entre colonizadores e padres da Companhia de Jesus em torno
da escravização da mão de obra indígena, acontecida principalmente nas terras do
Rio Grande do Sul e do atual Uruguai.
d) a aliança entre colonizadores portugueses e índios Temiminó contra os invasores
franceses aliados aos Tamoios na conquista do Rio de Janeiro, chamado pelos gau-
leses de França Antártica.

8. IAUPE – 2018 – CEP OS – Sócio Externo


“...quando nas primeiras décadas do século XVI, o estado português, apoiado por capitalistas
de várias nacionalidades, passou a fabricar açúcar na colônia americana, estava, de fato, efetivando
um deslocamento de parte da cadeia – plantio da matéria-prima e produção do açúcar – para as
possessões lusitanas no continente americano. O sucesso deste deslocamento repercutiu em toda
a cadeia, diminuindo os preços e aumentando o consumo, como também atraindo a atenção de
outros estados e capitalistas para o negócio do açúcar, incluindo-se o tráfico de escravos, o que,
por sua vez, gerou novos reajustamentos dos agentes privados e estatais envolvidos.”
Com relação à política agroindustrial do Brasil Colonial, assinale a alternativa CORRETA.
a) Sufocada pela perda de suas colônias africanas para a Inglaterra, a coroa lusitana
contou com o apoio dos jesuítas na tarefa de redução e escravização dos povos indí-
genas, como forma de manter a mão de obra necessária para a produção do açúcar.
4

b) Apesar de a agroindústria açucareira ser a mais importante fonte de renda para a


capitania de Pernambuco nos dois primeiros séculos de colonização, não era a única
fonte de receita, e a pecuária e o tráfico de escravos também contribuíram para o
desenvolvimento da economia local.
c) A coroa lusitana, visando aumentar a produção de açúcar nas terras da América Por-
tuguesa, promoveu uma política de distribuição de terras que pode ser vista como a
primeira tentativa de reforma agrária no Brasil.
d) A preguiça e insolência dos “nativos da terra” fizeram com que os capitães donatá-
rios solicitassem a Portugal escravos africanos. Estes já estavam acostumados com a
lavoura canavieira e eram mais dóceis que os indígenas.
e) Por quase três séculos, a produção do açúcar foi a única fonte de receita para a co-
roa portuguesa na América Portuguesa. Isso só vai ser alterado com a exploração da
região das Minas Gerais, quando o açúcar deixa de ser exportado, e as atenções da
metrópole se voltam para a extração mineral.

9. IAUPE – 2018 – PM PE – Soldado


Para Celso Furtado, “Cada um dos problemas referidos – técnica de produção, criação de mer-
cado, financiamento, mão-de-obra – pôde ser resolvido no tempo oportuno, independentemente
da existência de um plano geral preestabelecido. O que importa ter em conta é que houve um
conjunto de circunstâncias favoráveis sem o qual a empresa não teria conhecido o enorme êxito
que alcançou.”
(FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.)
Em relação à economia açucareira no período colonial, assinale a alternativa CORRETA.
a) Sem possuir uma experiência concreta no cultivo e produção do açúcar, Portugal,
inicialmente, teve dificuldades em implementar o empreendimento açucareiro no
território da Capitania de Pernambuco.
b) A mentalidade da colonização portuguesa fez com que os recursos obtidos no comér-
cio do açúcar fossem transferidos para a metrópole, não permitindo o desenvolvi-
mento da Capitania de Pernambuco nem altos investimentos na produção açucareira.
c) Muito importante para a comercialização do açúcar durante o “Período holandês”,
os cristãos novos de origem judaica praticamente não tiveram acesso ao tráfico do
açúcar no período colonial em Pernambuco, pois a Santa Inquisição proibia a parti-
cipação destes.
d) Os escravos africanos, ao contrário dos indígenas da América Portuguesa, não estavam
habituados a manejar lavouras destinadas à produção capitalista, o que dificultou,
mas não impossibilitou, a introdução daqueles no empreendimento do açúcar.
e) Duarte Coelho assumiu um papel agressivo no lançamento do empreendimento açu-
careiro na Capitania de Pernambuco, trazendo para esta artesãos e especialistas das
ilhas do Atlântico.
questões comentadas 5

10. IAUPE – 2018 – PM PE – Soldado


Ao sair da província de Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu em diário, que poste-
riormente daria origem ao livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de agosto, finalmente deixamos
a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um país escravista.”
(Charles Darwin).
A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que:
a) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Per-
nambuco, rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos
das manufaturas europeias e norte-americana.
b) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de
fora a partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois
estes continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer
fiscalização.
c) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem
que tanto a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador
(1824) diminuíram consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817,
por exemplo, houve uma queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
d) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio
atlântico de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até
não se registrar mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
e) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na
capitania de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico
de escravos foi a pressão internacional.

GABARITO
1. Errado 4. Errado 7. A 10. A

2. Errado 5. Certo 8. B

3. Errado 6. A 9. E

QUESTÕES COMENTADAS
1. DECEx – 2018–EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)
A “guerra dos bárbaros” patrocinada pela Coroa para forçar os descimentos indígenas só
chegou ao fim após a implementação do Diretório Pombalino em 1758.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
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A Guerra dos Bárbaros chegou ao fim após a assinatura de tratado entre chefes indígenas
e a Coroa Portuguesa no início no final do século XVII. Mas mesmo com a assinatura de
paz, os ataques dos colonos às terras indígenas continuaram.

2. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)


A “guerra dos bárbaros” atingiu as populações indígenas não aldeadas. Não se verifica a exten-
são da guerra para os aldeamentos comandados por Jesuítas.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
As guerras entre “bárbaros” e colonos atingiram populações indígenas aldeadas e não
aldeadas, inclusive, contando com a participação de jesuítas para defender as suas mis-
sões dos ataques de indígenas e de colonos.

3. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)


O único intuito dos paulistas ao se envolverem na guerra como bugreiros, era o de garantir
que os índios preados no conflito, tornassem seus escravos.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
Os paulistas também buscavam receber as terras dos indígenas que fossem derrotados,
expulsos e feitos prisioneiros.

4. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)


Por parte dos indígenas confederados, os processos de resistência e sobrevivência se deram
de maneira violenta. Não se observa na história da guerra dos bárbaros, resistências pacíficas.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
Podemos citar como resistências pacíficas: as fugas dos trabalhos nas fazendas, a escolha
pelo aldeamento para não serem combatidos pelos colonos e assinatura de acordos de
fronteiras e terras entre líderes indígenas e a Coroa Portuguesa.

5. DECEx – 2018 –EsFCEx–Oficial do Quadro Complementar (ADAPTADA)


Para os colonos, desejosos em obter terras, os índios representavam um entrave à expansão
das fazendas de gado, por isso, deveriam ser exterminados.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
Diante das resistências indígenas, os colonos pregaram o extermínio total das comuni-
dades que residiam nas terras do sertão. Diversas campanhas infligiram derrotas nos
indígenas. Outras conseguiram resistir bravamente, mas ao final, as guerras resultaram
no controle do interior do nordeste pelos colonos.
questões comentadas 7

6. IAUPE – 2016 –PM PE – Soldado


Segundo o historiador Pedro Puntoni, no livro ’A Guerra dos Bárbaros’, “Sem dúvida alguma, a
compreensão dos povos ditos tapuias como uma unidade histórica e cultural, em oposição não só
ao mundo cristão europeu mas aos povos tupis, habitantes do litoral, foi um dos elementos mais
importantes na caracterização coeva da unicidade dos conflitos ocorridos no Nordeste, ao longo
das décadas finais dos Seiscentos e início dos Setecentos, no contexto específico do processo de
expansão da pecuária e, portanto, da fronteira. De fato, a extensa documentação colonial refere-
-se ao conjunto de confrontos e sublevações dos grupos tapuias do sertão nordestino como uma
„Guerra dos Bárbaros‟, unificando, dessa maneira, situações e contextos peculiares. Por isso, tal
como no episódio da chamada Confederação dos Tamoios, inventada pela intuição de Gonçalves
de Magalhães, a Guerra dos Bárbaros foi igualmente tomada pela historiografia como uma confe-
deração das tribos hostis ao império português, um genuíno movimento organizado de resistência
ao colonizador. (...) Câmara Cascudo, que conhecia bem a documentação colonial do Rio Grande,
criticou em sua História aqueles que, „lembrando a dos tamoios‟, chamavam a Guerra dos Bárbaros,
„romanticamente‟, de confederação dos cariris „Não houve plano comum nem unidade de chefia.”
(PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros - Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste
do Brasil, 1650-1720. São Paulo, Hucitec, 2002, p. 77;79).
A partir do texto acima, assinale a alternativa CORRETA.
a) O autor defende que a existência de uma confederação dos cariris, ou mesmo, de
uma Guerra dos Bárbaros generalizada são criações dos historiadores que mal inter-
pretaram a documentação colonial.
b) O autor associa a Guerra dos Bárbaros à Confederação dos Tamoios, defendendo que
ambas foram movimentos sociais indígenas contra a colonização.
c) O autor defende a existência de um confronto entre as forças da colonização e as
populações indígenas sertanejas, organizadas em uma frente comum.
d) O texto defende que nunca existiu um levante indígena sertanejo contra a colonização,
tendo sido a Guerra dos Bárbaros apenas uma invenção da historiografia.
e) Segundo o autor, por não haver unidade na resistência indígena contra a colonização,
essa resistência não teria existido.
GABARITO: A.
O autor lembra que a historiografia criou a ideia de uma “Guerra dos Bárbaros” a partir
de uma simples reprodução de ideias dos colonizadores portugueses a cerca dos índios
do sertão nordestino. Vendo os diferentes conflitos dos grupos tapuias como uma grande
unicidade desprovida de contextos e de motivações específicos, a documentação criou
a ideia de uma guerra geral e contínua entre aqueles grupos, tornando sua narrativa um
contínuo livre de qualquer nuance. Ou seja, os historiadores interpretaram de maneira
equivocada a documentação colonial e continuaram a reproduzir os equívocos e os pre-
conceitos daqueles portugueses - e até mesmo fizeram uma extrapolação exacerbada
com a aposta numa ideia de confederação dos cariris sem sequer verificar de fato se havia
características próprias de uma confederação.
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7. CEV UECE – 2018 – SEDUC CE – Professor (ADAPTADA)


Segundo Maria Idalina Pires, em seu Dicionário de Datas da História do Brasil, entre 1650 e
1720 ocorreu a Guerra dos Bárbaros, episódio da história colonial brasileira que marcou:
a) o conflito que envolveu colonizadores e vários povos nativos, denominados Tapuia,
que ocorreu nos sertões nordestinos pelas terras e pela mão de obra escrava nativa.
b) o confronto entre colonos oriundos de São Vicente e imigrantes Reinóis atraídos à
colônia pelas notícias da descoberta de enormes jazidas auríferas nos sertões da
região que hoje corresponde a Minas Gerais.
c) uma disputa travada entre colonizadores e padres da Companhia de Jesus em torno
da escravização da mão de obra indígena, acontecida principalmente nas terras do
Rio Grande do Sul e do atual Uruguai.
d) a aliança entre colonizadores portugueses e índios Temiminó contra os invasores
franceses aliados aos Tamoios na conquista do Rio de Janeiro, chamado pelos gau-
leses de França Antártica.
GABARITO: A.
Guerra dos Bárbaros foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os coloniza-
dores portugueses e várias etnias indígenas tapuias que aconteceram nas capitanias do
Nordeste do Brasil, a partir de 1683.

8. IAUPE – 2018 – CEP OS – Sócio Externo


“...quando nas primeiras décadas do século XVI, o estado português, apoiado por capitalistas
de várias nacionalidades, passou a fabricar açúcar na colônia americana, estava, de fato, efetivando
um deslocamento de parte da cadeia – plantio da matéria-prima e produção do açúcar – para as
possessões lusitanas no continente americano. O sucesso deste deslocamento repercutiu em toda
a cadeia, diminuindo os preços e aumentando o consumo, como também atraindo a atenção de
outros estados e capitalistas para o negócio do açúcar, incluindo-se o tráfico de escravos, o que,
por sua vez, gerou novos reajustamentos dos agentes privados e estatais envolvidos.”
Com relação à política agroindustrial do Brasil Colonial, assinale a alternativa CORRETA.
a) Sufocada pela perda de suas colônias africanas para a Inglaterra, a coroa lusitana
contou com o apoio dos jesuítas na tarefa de redução e escravização dos povos indí-
genas, como forma de manter a mão de obra necessária para a produção do açúcar.
b) Apesar de a agroindústria açucareira ser a mais importante fonte de renda para a
capitania de Pernambuco nos dois primeiros séculos de colonização, não era a única
fonte de receita, e a pecuária e o tráfico de escravos também contribuíram para o
desenvolvimento da economia local.
c) A coroa lusitana, visando aumentar a produção de açúcar nas terras da América Por-
tuguesa, promoveu uma política de distribuição de terras que pode ser vista como a
primeira tentativa de reforma agrária no Brasil.
d) A preguiça e insolência dos “nativos da terra” fizeram com que os capitães donatá-
rios solicitassem a Portugal escravos africanos. Estes já estavam acostumados com a
lavoura canavieira e eram mais dóceis que os indígenas.
questões comentadas 9

e) Por quase três séculos, a produção do açúcar foi a única fonte de receita para a co-
roa portuguesa na América Portuguesa. Isso só vai ser alterado com a exploração da
região das Minas Gerais, quando o açúcar deixa de ser exportado, e as atenções da
metrópole se voltam para a extração mineral.
GABARITO: B.
A agroindústria açucareira era o complexo central da economia colonial, na qual a capi-
tania de Pernambuco teve um destaque importante já desde o final do século XVI. No
entanto, a movimentação econômica decorrente dos engenhos de açúcar tracionava
tanto a agropecuária para o abastecimento das populações instaladas quanto o tráfico
de escravos para garantir a mão de obra na lavoura e na produção do açúcar. Assim, seria
equivocado falar que, apesar de ser a mais importante, a agroindústria açucareira era a
única atividade econômica colonial.

9. IAUPE – 2018 – PM PE – Soldado


Para Celso Furtado, “Cada um dos problemas referidos – técnica de produção, criação de mer-
cado, financiamento, mão-de-obra – pôde ser resolvido no tempo oportuno, independentemente
da existência de um plano geral preestabelecido. O que importa ter em conta é que houve um
conjunto de circunstâncias favoráveis sem o qual a empresa não teria conhecido o enorme êxito
que alcançou.”
(FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.)
Em relação à economia açucareira no período colonial, assinale a alternativa CORRETA.
a) Sem possuir uma experiência concreta no cultivo e produção do açúcar, Portugal,
inicialmente, teve dificuldades em implementar o empreendimento açucareiro no
território da Capitania de Pernambuco.
b) A mentalidade da colonização portuguesa fez com que os recursos obtidos no comér-
cio do açúcar fossem transferidos para a metrópole, não permitindo o desenvolvi-
mento da Capitania de Pernambuco nem altos investimentos na produção açucareira.
c) Muito importante para a comercialização do açúcar durante o “Período holandês”,
os cristãos novos de origem judaica praticamente não tiveram acesso ao tráfico do
açúcar no período colonial em Pernambuco, pois a Santa Inquisição proibia a parti-
cipação destes.
d) Os escravos africanos, ao contrário dos indígenas da América Portuguesa, não estavam
habituados a manejar lavouras destinadas à produção capitalista, o que dificultou,
mas não impossibilitou, a introdução daqueles no empreendimento do açúcar.
e) Duarte Coelho assumiu um papel agressivo no lançamento do empreendimento açu-
careiro na Capitania de Pernambuco, trazendo para esta artesãos e especialistas das
ilhas do Atlântico.
GABARITO: E.
A Capitania de Pernambuco foi doada pelo rei português D. João III ao donatário Duarte
Coelho. Este foi um dos donatários que decidiu vir à América Portuguesa para tomar
posse de sua capitania e administrá-la.
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Chegando no ano de 1534, no ano seguinte fundou a Vila de Igarassu ou Igaraçu e em


1537 fundou Olinda para ser a sede da capitania.
O donatário foi o responsável por instalar os primeiros engenhos de açúcar em Pernam-
buco, baseado em sua experiência vivida na Ilha da Madeira onde teve contato com o
sistema agroindustrial da cana.
Ele solicitou ao rei de Portugal a importação de mão de obra especializada como carpin-
teiros, artesãos, ferreiros,oleiros, com o objetivo de construir as instalações e equipa-
mentos dos engenhos.
Usando mão de obra escrava indígena, mais tarde percebeu a necessidade de importar
escravos da África para o trabalho na lavoura açucareira.

10. IAUPE – 2018 – PM PE – Soldado


Ao sair da província de Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu em diário, que poste-
riormente daria origem ao livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de agosto, finalmente deixamos
a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um país escravista.”
(Charles Darwin).
A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que:
a) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Per-
nambuco, rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos
das manufaturas europeias e norte-americana.
b) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de
fora a partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois
estes continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer
fiscalização.
c) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem
que tanto a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador
(1824) diminuíram consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817,
por exemplo, houve uma queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
d) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio
atlântico de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até
não se registrar mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
e) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na
capitania de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico
de escravos foi a pressão internacional.
GABARITO: A.
Do século XVI a meados do século XIX, o Brasil foi o maior importador de escravos afri-
canos e a praça mercantil de Pernambuco situou-se entre uma das que participaram
questões comentadas 11

ativamente do desembarque de escravizados e embarque de produtos para serem tro-


cados por novos africanos. Perdia apenas para o Rio de Janeiro e a Bahia.
Pernambuco fez parte da rota do tráfico que envolveu Angola, Brasil e Caribe. Nessa rota
eram comercializados inicialmente produtos como tabaco, açúcar, cachaça, farinha e algo-
dão. No século XIX, os artigos manufaturados que adentraram no Brasil devido à abertura
dos portos às nações amigas passaram a ser usados como moedas de trocas na África.

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